LUZ ESPÍRITA
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 3 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 22, 2021 2:36 pm

Eu não posso descrever-vos a natureza, a portentosidade e o fascínio das massas corais e dos conjuntos de almas santificadas que compõem as orquestras sinfónicas dos planos felizes do astral superior.
Trata-se de acontecimento que o vocabulário humano é impotente para configurar, na sua pobreza ilustrativa.
Nem vos posso descrever o efeito magistral do "Largo" de Haendel executado pelo mais singelo órgão doméstico de nossas moradias, em comparação com igual execução na Terra, embora fosse através do mais famoso órgão eléctrico terreno.
Se vos fosse dado ouvir o "Lohengrin" de Wagner, executado por um quarteto do Astral e, depois, por grande orquestra sinfónica terrena, esta última vos pareceria um singelo trio de violas.

Pergunta: - Quais os factores principais que tanto põem em destaque as execuções musicais do Espaço, em relação às terrenas?
Porventura, o instrumental não é o mesmo, embora manufacturado com outra substância mais quintessenciada?
Atanagildo: - No mundo astral, os sons se produzem sob o mais perfeito ajuste vibratório com as emanações provindas das cores, luzes e perfumes, sendo que, muitas vezes, ainda se casam à própria temperatura do meio onde se propagam, criando outros inúmeros fenómenos que escapam ao vosso sentido físico, e que nós podemos perceber com êxito, através de nossa sensibilidade perispiritual.
Em nossa metrópole, cada nota musical corresponde-se vibratoriamente com todos os campos de vida e actividade astral dos desencarnados, pois repercutem num meio etérico, em que todas as coisas e os seres também estão intimamente ligados, e então vibram em simpatia com os sons.
No mundo material, as melodias se propagam na forma de progressivas ondulações, e ainda é preciso recorrer a outros recursos artificiais, como sejam as conchas acústicas, os amplificadores eléctricos, os teatros ou os templos apropriados para se melhorar o fenómeno e este corresponder à emotividade dos ouvintes.
Além disso, os sons materiais, embora assim fortificados, se esmagam e fragmentam quando lançados em recintos fechados ou entre paredões graníticos, perdendo muito de sua beleza e extensão desejada.
Mas nos mundos do astral elevado tudo participa da música, porque o ambiente clarificado e muito ténue é como um oceano atmosférico de luzes, cores e perfumes, que se transforma num campo vibrátil e sonoro, proporcionando espectáculos de beleza deslumbrante e combinações paradisíacas, sob o efeito dos acordes mais sublimes.
Os próprios espíritos desencarnados penetram directamente no fenómeno, pois em virtude do seu energismo inesgotável e da organização sensibilíssima do perispírito, eles se tornam os captadores directos das vibrações sonoras e as sentem em toda a sua configuração espiritual, dispensando a rudeza do equipo auditivo, mais próprio do corpo físico, e que só é utilizável nas regiões inferiores, onde a atmosfera astral é pesadíssima e torna compacta a veste perispiritual.
Querendo dar-vos uma composição mais compreensível, do assunto, dir-vos-ei que os desencarnados absorvem a música por todos os poros do seu perispírito, ao mesmo tempo que participam, consecutivamente, de todos os espectáculos de cores, luzes e perfumes, que se produzem sob o efeito miraculoso das melodias.

Pergunta: - Para nossa melhor compreensão espiritual, poderíeis vos estender mais um pouco sobre o fato dos espíritos de vossa metrópole encontrarem motivos de admiração nas composições musicais terrenas?
Atanagildo: - Embora as composições clássicas do vosso orbe, que ainda admiramos, conservem o motivo musical terreno, a sua ideia central, ou seja, o tema musical ou o seu motivo melódico, não passam de produtos que foram inspirados pelas altas esferas celestiais.
As comunidades astrais como, por exemplo, a do Grande Coração, tornam-se verdadeiros filtros elevados, que dão um tratamento formal a essa inspiração musical, para depois enviarem-na à Terra e ser ali materializada pelos instrumentos físicos.
Assim sendo, as ideias da música superior descem do Alto e passam por nós, em direcção ao mundo material; no entanto, a música bárbara ou luxuriosa se inspira nas regiões inferiores, onde predomina ainda a força instintiva das paixões carnais.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 22, 2021 2:36 pm

Essa divina essência musical, cuja origem se processa no mundo íntimo das mais subtis regiões do espírito, só consegue aflorar tão exacta e formosa à vossa percepção humana tanto quanto sejam a capacidade e delicadeza dos instrumentos materiais que devem revelá-la em sons. Conforme se apura ou se melhora a instrumentação terrena, é óbvio que também progride a sua interpretação.
Seria absurdo que a emotividade introspectiva da "Patética" de Tchaikovsky, pudesse ser melhor compreendida através de um conjunto de chocalhos, tambores e flautas de bambu, do que através de afinadíssima orquestra sinfónica moderna.
A instrumentalidade, quanto mais sensível e aperfeiçoada, tanto mais revela com fidelidade o pensamento do compositor.
A "alta fidelidade", que actualmente está muito em voga no vosso mundo, reproduz as execuções orquestrais com muito mais corpo e direcção sonora do que se elas fossem gravadas nos antigos discos de carnaúba.
O progresso instrumental vai revelando novos matizes e riquezas de expressões que vivem na mente do compositor, mas que não poderiam ser conhecidos através da instrumentação insuficiente de antigamente.
O próprio Beethoven, se houvesse ficado encerrado em seu túmulo e despertasse agora, é provável que desconhecesse a sua própria obra sinfónica, tanto seria o seu enlevo e êxtase ao ouvir a sua "Heróica" ou a "Pastoral" executada na portentosidade das orquestras modernas, que ampliaram o seu pensamento sonoro e deram vida às filigranas ocultas pelos conjuntos musicais de sua época.

Pergunta: - Podemos supor que na metrópole do Grande Coração também se cuida do melhoramento da instrumentação musical?
Atanagildo: - Assim como o homem se serviu da electricidade e da técnica electrónica para melhorar a sua produção musical, as comunidades astrais também se utilizam de todos os recursos e progressos energéticos, no intuito de conseguir maior fidelidade na instrumentação musical, a fim de se dar maior extensão e profundidade às melodias que descem do Alto e são filtradas para a Terra.
É de senso comum que, mesmo os instrumentos mais rudes e antigamente desprezados pelos intérpretes de elite, já evoluíram no decorrer do tempo, e muitos já se afidalgaram de tal modo, que actualmente participam de grandes conjuntos sinfónicos e até lideram concertos famosos, obrigando a orgulhosa orquestra, submissa, a seguir-lhes as pegadas melódicas e emoldurarem-lhes os fundos musicais mais requintados.
O velho cravo, da "sinhá moça", já foi substituído vantajosamente pelo aristocrático piano de cauda; a singela viola transformou-se no respeitável violão eléctrico e, nos vossos dias, a pitoresca sanfona e a gaita de boca progridem e se emancipam na interpretação da música clássica, graças ao virtuosismo dos seus geniais artistas e intérpretes.
A ascendência contínua por parte dos instrumentos plebeus, que avançam para a glória de líderes musicais, também oferece novos matizes de sons e expressões melódicas originais, que então ampliam e identificam o pensamento dos compositores geniais.
E o fenómeno ainda se torna mais promissor, porque também se introduzem modificações e arranjos nos grupos orquestrais e se estuda o melhor equilíbrio e fidelidade orquestral dos conjuntos de cordas, metais ou madeira, para mais agradarem os ouvintes, que também se tornam cada vez mais sensíveis, cultos e exigentes.
É por isso que a maioria das composições clássicas, muitíssimo apreciadas no mundo terreno, continuam a inebriar os espíritos desencarnados que, em suas comunidades bastante venturosas, as escutam em seus lares em encantadoras execuções, graças à instrumentação que também recebe cuidadoso trato técnico e progressista.

Pergunta: - Quais as composições terráqueas mais apreciadas no Espaço, e qual a razão de sua preferência?
Atanagildo: - Não posso me estender em considerações longas, neste assunto, porquanto a finalidade principal desta obra é mais de advertência aos encarnados, para lhes mostrar os prejuízos e sofrimentos a que se sujeitarão em consequência de suas mazelas e descuidos evangélicos na vida material.
Citar-vos-ei, no entanto, algumas composições que tenho verificado serem preferidas e ajustadas à sensibilidade espiritual dos desencarnados da metrópole do Grande Coração.
Beethoven, principalmente, é um dos seus grandes predilectos, em virtude de suas monumentais sinfonias; eles muito apreciam a "Heróica", a "Pastoral", a "Quarta", a "Quinta" e, principalmente, a "Coral".
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 22, 2021 2:37 pm

É um dos compositores terrenos cuja obra sinfónica revela maior afinidade instrumental com as orquestras do mundo astral.
Aliás, ele mesmo disse que a Musa lhe segredou aos ouvidos:
"Tenta reproduzir, por escrito, as harmonias da tua alma."
Em nossa metrópole, afirmam que ele foi um dos mais bem inspirados pelo Alto, e que sempre transformou em cânticos de amor as sugestões do mundo mental.
Schubert é querido por sua obra atraente, pelo capricho e fantasia com que a impregnou, sem no entanto, se afastar da nobreza espiritual.
Chopin, embora a sua música melancólica não encontre muito eco numa comunidade como a do Grande Coração, que é repleta de optimismo e vivacidade, é, no entanto, muito apreciado pelos seus prelúdios, nocturnos e estudos de alta sensibilidade espiritual; Schumann, o poeta da música, cuja vida foi um queixume porque não podia aprisionar a força de sua inspiração na precariedade do seu piano, é muito admirado em suas quatro sinfonias e no concerto altamente emotivo; Wagner, embora sua música reflicta a força oculta dum mundo em eclosão, evocando lendas e ressaltando a força criadora do sangue, no curso e no atrito das paixões humanas, sob a vontade imperiosa e o domínio mental do espírito, afirma-se, principalmente, pelo "Lohengrin".
O Santo Graal, o misterioso símbolo da fé cristã, é a base desse monumento musical e, por isso, se torna uma das composições queridas de nossa esfera, pois a sua mensagem esotérica é elevado roteiro de iniciação da centelha sideral...
Mozart, o glorioso compositor, cuja 'vida foi um hino de eterna juventude espiritual, tem quase toda preferência da comunidade do Grande Coração, pois a beleza de sua alma enfeitava e purificava todos os temas, historietas e assuntos que musicava.
Não vos deve ser desconhecido que o próprio Schubert, quando se referia à sinfonia em Dó Menor de Mozart, costumava dizer que:
"Nela se pode ouvir o cântico dos anjos."
Qual fulgurante jorro de luz, iluminava e coloria mesmo as coisas mais vulgares e caricatas, pelo poder de sua alma angélica.
Como exemplo, cito uma de suas composições mais belas, que é a "Flauta Mágica", que gira em torno de um assunto burlesco, de uma vulgaridade alegórica do Egipto, com suas fadas, monstros e serpentes; mas é uma obra-prima sinfónica do mais encantador lirismo, e cuja música, quando eu a ouvia ainda na Terra, avivava de tal modo a minha memória espiritual, que eu podia entrever os panoramas edénicos da esfera em que hoje habito.
Bach, Haendel, com sua elevada religiosidade; Rossini, que em suas ouvertures vazou a música saltitante e optimista; Tchaikovsky, marcando na "Patética" a dolorosa sensibilidade do exilado na carne; Brahms, o génio sereno ardendo em poesia; Haydn, pródigo e alegre, inundando a sua época com uma música de certa jocosidade espiritual, tornam-se outros tantos favoritos, cujos monumentos musicais nós podemos viver, vibrando em toda nossa organização perispiritual, porque mergulhamos no oceano de sons e captamos o alto padrão da ideia central, que ultrapassa a pobreza da pauta terrena, porque aqui podemos senti-la em sua essência, ou - diria melhor - em seu espírito musical!

Pergunta: - O tema musical de qualquer composição terráquea permanece sempre em sua formação original, no Espaço?
Atanagildo: - Sem dúvida pois, em essência, a música aí ou aqui é a mesma, variando apenas quanto à natureza da interpretação, que aqui assume melhor aspecto, devido à delicadeza dos instrumentos no mundo astral.
Os admiradores da música, depois de desencarnados, continuam a devocionar, e ainda com mais entusiasmo, as suas composições predilectas, surpresos por identificarem novos matizes interpretativos, que centuplicam o encanto, a harmonia e a poesia das suas melodias tão queridas.
É óbvio que, à medida que a alma educa o ouvido, na Terra, na audição da música fina, também se torna mais apta para apreciá-la no Espaço, sentindo um enlevo e júbilo jamais experimentados nas execuções pelos instrumentos terrenos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 22, 2021 2:37 pm

Quando nos templos das metrópoles astrais se efectuam grandes concentrações colectivas, de elevado grau espiritual, formam-se rasgões argênteos no Alto, e fulgem luzes deslumbrantes que se polarizam no seio do ambiente santificado e em torno dos exímios artistas, que ficam nimbados de suavíssima claridade angélica.
Então, eles se transformam em antenas vivas, a propiciar ao ambiente um clima de fluidos balsamizantes, capazes de extinguir quaisquer sombras ou resquícios de paixões contraditórias, que ainda possam sobejar do mundo físico.

Pergunta: - O facto de o espírito habitar uma esfera elevada, como é a do Grande Coração, não devia incentivar nele o gosto exclusivo pela música celestial, fora de qualquer lembrança ou influência terrena?
Atanagildo: - Não seria razoável tolher-se a alma em sua preferência por determinado compositor ou produção musical, que lhe tenha sido familiar e agradável, e isso só porque ela desencarnou e passou a viver num plano vibratório superior.
A natureza não dá saltos e fornece progressivamente os elementos que devem constituir o cadinho de provas ou o santuário iniciático do espírito.
É justo, pois, que, tanto na Terra quanto no Espaço, continue em evidência a diferença psicológica musical que pode existir entre a preferência pela "Sonata ao Luar" de Beethoven e o "Pássaro de Fogo" de Stravinsky; a "Serenata" de Schubert e a "Sinfonia Clássica" de Prokofiev ou, então, as aligeiradas "Valsas" de Chopin em confronto com a majestosa "Tocata e Fuga em Ré Menor" de Bach.
Apenas porque abandona o seu corpo na cova terrena, o devoto sincero da "Sinfonia Inacabada" não sofre violência tão súbita no seu senso psicológico artístico, a ponto de saltar da preferência romântica de Schubert para a paradoxal harmonia de discordâncias sonoras, que é a música de Stravinsky, ou então para o arrojo sinfónico da primeira de Schostakovich.
É óbvio que a sua ventura, mesmo no Além, ainda está condicionada aos padrões musicais familiares que possam identificar a sua emotividade desenvolvida pela mãe-Terra.
Que vos adianta ouvir "música estranha" ou "melodias elevadas", se elas ainda não repercutem familiarmente no seio da vossa alma?

Pergunta: - Poderíamos crer que a simples preferência pela música fina seja bastante para identificar uma alma evoluída?
Atanagildo: - O entendimento, o gozo emotivo e o entusiasmo de muitos pela música fina não são bastante para se poder considerá-los almas excelsas, pois existem muitos intelectos desenvolvidos e pessoas de educação requintada, no meio privilegiado da fortuna, que são obrigados a suportar certos padrões musicais superiores, sem que isso signifique devotamento ou sensibilidade espiritual
Quero apenas frisar que não podeis exigir da mente acanhada do selvagem, ou então das massas incultas, uma preferência musical superior, que só é possível depois de certa maturidade espiritual.
Nos planos astrais in1ieriores também vicejam inteligências avançadas e até de grande sensibilidade artística que, em vez de se aplicarem ao sentido benfeitor da vida, preferiram a posição de rebeldia e se petrificaram na linhagem dos génios do Mal.
Não resta dúvida de que muitos deles fizeram parte de ambientes requintados da sociedade terrena; talvez fossem admiradores entusiastas da música fina e, no entanto, ainda não se encontram nas regiões paradisíacas.
Acresce que o senso psicológico artístico ainda varia na própria preferência musical, pois é evidente que há grande diferença psicológica e emotiva entre o devoto do "Tannhauser" ou do "Parsifal" de Wagner e o dos "Nocturnos" de Chopin, ou entre o apreciador das "Ave Marias" de Schubert e Gounod e o da "Petruchka" de Stravinsky.
Enquanto certas peças wagnerianas ainda exalam o cheiro das lendas, a atmosfera lúgubre e mórbida dos cultos pagãos e as práticas da magia negra - em que o próprio Wagner foi perito ao viver a figura de Tiglat, o feiticeiro dos hititas, de antes de Cristo - as composições de Mozart são catadupas de linfa pura descida do céu.
Wagner, com sua música telúrica, que vem das profundezas da Terra, interpreta os conflitos das paixões colectivos do orbe; Mozart traz o convite angélico do Paraíso; Beethoven canta os anseios de todos os homens e Bach incentiva-lhes a religiosidade pura e inata.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 22, 2021 2:37 pm

Há, também, que lembrar o ouvinte clássico que confunde a virtude humilde e a ternura de Schubert, considerando-as como um exagerado sentimentalismo, ou então a juventude espiritual de Mozart como sendo candidez poética.
Outros, embora cultos na esfera da música fina, desejariam extinguir todas as expressões sinfónicas que se movem em torno da emotividade do coração, para que só sobrevivesse a música cerebral, dos modernos.
Eis, pois, alguns dos motivos por que não podeis avaliar a espiritualidade pura ou a evolução da alma só pelo fato de o ouvinte ser adepto fervoroso da música fina.
Conforme a preferência por este ou aquele compositor, cada admirador tanto pode perceber as luzes etéricas do céu, como também os requintados ângulos da vida instintiva inferior.

Pergunta: - Qual é o sentido emotivo ou o padrão musical mais preferido na metrópole do Grande Coração, entre as composições mais emotivas e as mais cerebrais?
Atanagildo: - Na metrópole do Grande Coração, embora predominem as almas cuja fundamental psíquica é mais simpática à Grécia e, também, aos povos de arte e sabedoria semelhantes, são todas de sentimentos universalistas, temperamento jovial e bastante desapegadas de seitas religiosas e dos saudosismos nacionalistas.
O seu padrão preferido, em música, ainda é aquele que não obedece a escolas ou preferências à parte, mas se endereça especialmente à emoção de toda a humanidade e ao sentimento do género humano.
A música fina, clássica ou superior, como a quiserdes conceituar, embora ainda possa trair alguns temas regionais no seu seio sinfónico, que por vezes traem a nacionalidade e psicologia dos seus compositores, é em sua essência mensagem sonora de confraternização e tolerância para com as colectividades humanas, pois é uma só linguagem para todos os povos.
Na música de Beethoven, por exemplo, o sentido amoroso da "Quarta Sinfonia", a angústia humana da "Quinta" ou a indagação e ansiedade espiritual que domina a "Coral" - embora se trate de composições de um cidadão alemão que, em certos momentos, também trai a gama sentimental do seu país - são pormenores que, na realidade, interpretam os sentimentos da humanidade.
É por isso que Beethoven é admirado e devocionado por todos os povos, mesmo pelos mais adversos, porque a sua genial mensagem musical representa as emoções e os anelos de todas as almas.
A música fina não tem pátria nem é arte exclusivamente nacionalista; isso se dá com a música regional, porque é o verdadeiro breviário folclórico e conservador dos sentimentos regionais ou nacionais.
Mas a fonte universal onde se inspira a música fina, que é o mundo sonoro sem pátria e sem restrições, é a síntese de todos os sentimentos e pensamentos humanos.
Quer, pois, seja a música mais emotiva ou mais cerebral, o que importa é a sua essência unificadora, pois ambas expressam, justamente, a grande luta eterna entre a ternura do coração e a força da mente.

Pergunta: - Os espíritos desencarnados também se preocupam em desenvolver suas qualidades artísticas, à semelhança do que já faziam na Terra?
Também manifestam certa preferência particular pela música, pintura, poesia ou arte dramática?
Atanagildo: - A vida, aqui onde me encontro, é a fonte original das actividades do espírito, enquanto que a existência terrena significa a sua continuidade ou seu prolongamento.
Os desejos ou os pensamentos cultivados no plano astral desenvolvem-se e vicejam, às vezes, de modo tão vigoroso, que as más ideias dominam os seus próprios criadores e as boas estendem os seus benefícios além dos seus cultivadores.
Os santos, os artistas, os filósofos, os mestres ou os líderes espirituais, que regressam da Terra, eu os tenho visto prosseguindo nos seus ideais e sonhos já cultivados com ânimo no mundo terreno, e que depois de desencarnados mais desenvolvem e fortificam no campo astral das energias mais subtis e plásticas ao pensamento.
As artes são aspirações de uma vida santa, porque o artista que se embevece no seu labor e se revela um doador das belezas divinas mantém no mundo físico a ideia viva dos panoramas paradisíacos.
Em nossa metrópole astral, como os artistas se encontram libertos do pesado fardo de carne e num ambiente agradável e electivo à sua arte, vivem de modo a que Deus use de suas almas e por elas plasme nas formas a Beleza da Criação Divina.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 22, 2021 2:37 pm

No mundo do Além, aquilo que pensamos se torna criação vivíssima na substância mental que nos interpenetra, capaz de se transformar num fato real e visível, podendo reagir imediatamente sobre nós mesmos.
Após a nossa desencarnação comprovamos que se torna bastante concreto o que na Terra ainda nos parecia mera ilusão.
Os artistas desencarnados ainda continuam a se dedicar com mais veemência aos seus sublimes ideais artísticos, que tão dificultosamente cultivavam no mundo material.

Pergunta: - Há instrumentos na vossa metrópole astral, à semelhança de pianos, violinos, acordeões, ou mesmo de percussão?
Atanagildo: - Por que não?
Que entendeis por continuidade da vida humana?
Desde que acrediteis que o mundo espiritual é realmente a fonte original dos modelos e matrizes de tudo o que constitui a vida na matéria, tereis de crer, também, que aí na Crosta só se manufacturam velhas cópias e apagadas reduções da verdadeira vida que vivemos no Espaço.
Os instrumentos musicais, no mundo astral, não só se revelam de aspecto mais agradável a nossa visão, como devido à sua execução musical, funcionamento e demais operações técnicas, não prejudicam a poesia musicada.

Pergunta: - Como poderíamos compreender a natureza dessa "poesia musicada" que, no Astral, os instrumentos não perturbam, durante a sua execução?
Atanagildo: - As sinfonias e as interpretações musicais, no mundo astral superior, embalam-nos o pensamento e nos favorecem directamente o espírito, proporcionando-nos um longo êxtase, porque não nos associam qualquer lembrança perturbadora durante esse gozo pleno de emoção angélica.
A precariedade visível e funcional dos instrumentos terrenos, que afecta o espírito durante a sua execução musical, não existe aqui, porque a instrumentação astral não é rude no seu aspecto, nem primitiva no seu funcionamento, mas de substância tão aprimorada que não dificulta a pureza iniciática da música.
Na Terra, apesar da execução notável, emotiva ou magistral, que propiciam as sinfonias, o mecanismo instrumental áspero sempre rouba certa parte da majestade e da beleza sonora.
Quantas vezes os componentes da orquestra humana já se encontram embotados em sua sensibilidade artística, porque já repetiram as mesmas composições centenas e até milhares de vezes!
Embora elas emocionem e comovam um público entusiasta, que apenas as escuta, para muitos desses músicos profissionais tudo não passa, às vezes, de um prosaico e mal compensado ganha-pão.
O cenário material não favorece ainda a expressão completa da essência permanente da Arte e do Belo, porque é parco de recursos para expressar a realidade perfeita de tais valores.
Quantas vezes, por exemplo, os ouvintes ainda estão embevecidos com os acordes sinfónicos, no teatro sumptuoso, quando esse quadro feliz é perturbado pelos próprios músicos que, num gesto muito familiar, põem-se a esgotar a saliva dos seus instrumentos! E a música perdeu a sua poesia!...

Pergunta: - Como poderíamos entender a precariedade ou o aspecto rude dos instrumentos terrenos, em comparação com os do mesmo género, no Além?
Atanagildo: - Quero dizer que, apesar das execuções mais primorosas, no mundo material, sempre transparecem na sua essência motivos decepcionantes, enquanto que, em nossa metrópole, por exemplo, essa essência ou espírito da música aflora-nos mais pura e mais bela.
Se pensardes nos principais instrumentos terrenos, pelos quais deve fluir a beleza sinfónica, não podereis fugir à realidade rude de sua confecção primária; os violinos só produzem a sua melodia pelo atrito do arco de cerda sobre as cordas feitas de tripa; os tambores e os bombos, que devem garantir a pulsação orquestral, também se abastardam, porque são confeccionados com couro de porco ou de cabra, esticado.
Durante a execução sonora, que vos comove os sentidos auditivos, os músicos sopram, congestos, nos trombones, clarinetas e nas tubas, enquanto os violinistas se fatigam, apressados, na preocupação de esfregar desesperadamente os arcos sobre as cordas dos seus instrumentos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 22, 2021 2:37 pm

Aquele harpista que, depois de muitos compassos de espera, deve tirar algumas notas de sua harpa até então silenciosa, para acentuar a beleza de um trecho sinfónico, quantas vezes, durante essas longas esperas, não está se afligindo com o casamento dificultoso da filha ou, então, pensando angustiado na dívida para com a mercearia!
Quantas vezes aquele concertista da noite, que o público parece divinizar, nos trechos mais esfuziantes, se encontra bastante ausente da "alma" da música, para só recordar a maliciosa aventura suspeita, que até o comprometeria perante a assistência extasiada!
Há, pois, uma realidade grosseira, que não podeis olvidar, atrás da mais elevada execução musical terrena, e que lhe rouba algo de sua beleza original, perturbando a fidelidade da composição, desejada pelo seu autor.
A grande dificuldade para se transmitir o espírito da música para a Terra, ou dos terrenos interpretarem com exactidão a sua essência pura, tanto provém do facto de seus intérpretes ainda serem homens escravizados aos problemas aflitivos humanos, como da circunstância de só poderem ajustar sua sensibilidade psíquica a uma instrumentação ainda rudimentar.
No entanto, à medida que os artistas, compositores ou músicos se afastam da matéria planetária, também se tornam mais dúcteis e mais fiéis para interpretarem as composições elevadas.
Como os planos etéricos aguçam os sentidos da alma e melhoram a pureza vibracional do som produzido pela instrumentação delicadíssima do Astral, a ideia musical também tem uma expressão mais adequada e fiel à sua beleza original.

Pergunta: - Qual a natureza dessa instrumentação do mundo astral?
Atanagildo: - Nas colónias espirituais de ordem mais elevada, a luz, a cor e o som reproduzem os próprios impulsos mentais dos executantes, através de um éter de menor resistência vibratória.
Desse modo, os seus instrumentos orquestrais dispensam a proverbial angústia do esforço pulmonar e o controle respiratório ou, então, a necessidade de pensar primeiro e depois produzir a acção física, pelas mãos ou pelo sopro, como é peculiar aos músicos terrenos.
Embora em nossa metrópole ainda exista certa execução algo parecida à terrena, exigindo alguma atenção no movimento das mãos e nas emissões bocais, a maior parte da vibração dos instrumentos é executada pela vontade e pelo pensamento dinamizado dos executantes, que se revigoram e se sintonizam com as vibrações simpáticas dos ouvintes, que mentalmente ainda mais engrandecem a beleza sinfónica.
Os instrumentos, no Além, são todos confeccionados da mesma substância astralina luminosa e isentos de qualquer particularidade depreciativa, o que ainda não podeis conseguir para a interpretação da música divina na Terra.
Outra característica notável dos instrumentos astrais, é que dispensam quaisquer cuidados higiénicos, porque a sua matéria se renova e subtiliza continuamente, quanto mais os usam nas interpretações elevadas.
Deste modo, não perturbam a beleza iniciática da música, como acontece com a instrumentação terrena.

Pergunta: - Muitos compositores afirmam que sentem a melodia "no ar" ou escutam-na, como se alguém a tocasse do mundo oculto.
Eles são inspirados por outros espíritos desencarnados?
Atanagildo: - Os compositores daqui alegram-se muitíssimo quando, através de algum cérebro encarnado, conseguem filtrar satisfatoriamente a ideia melódica que mentalizam e executam no plano espiritual.
Eles procuram inspirar-vos, e muitas vezes se esforçam bastante para se situarem na faixa vibratória de vossas emoções, por cujo motivo buscam artistas e músicos que melhor se afinizem com eles, em espírito, para mais facilmente materializarem as ideias imponderáveis em sons físicos.
Podeis notar que a maioria das composições do vosso mundo sempre apresentam certa familiaridade com as dos músicos já conhecidos e desencarnados; e mal sabem os compositores vivos que, muitas vezes, são "médiuns musicais", directamente inspirados pelos seus próprios ídolos do passado, que tanto apreciam.
Mas nem por isso se lhes rouba o direito de compor, pois os espíritos, neste caso, inspiram mas não compõem à revelia do seu pupilo, assim como não pretendem tolher-lhes o esforço santificado de criarem por si próprios.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 3 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 22, 2021 2:38 pm

Assim, por exemplo, quando um compositor encarnado é de alma sensível e de índole amorosa, despido de vaidade e de brutalidade, pode atrair a inspiração de um Mozart, Schubert ou Schumann, que também se identificam pelas mesmas emoções e semelhanças morais.
O compositor religioso dificilmente deixará de recordar Bach, Haendel, ou Palestrina, por cujo motivo pode ser inspirado por esses grandes génios da música, ou então por alguns dos seus discípulos mais avançados.
Mas não basta apenas a capacidade de um artista ou compositor para reproduzir o pensamento de um outro famoso compositor desencarnado; é preciso que ele também se afine à sua moral e à sua índole psicológica.
Acresce que alguns compositores antigos voltam a se reencarnar novamente na Terra, com o fito de aprimorar o seu próprio pensamento musical do passado; acontece então que tomam como inspiração de outro compositor simpático, já desencarnado, o próprio conteúdo musical que lhes pertencia na existência anterior.
Outros ainda revelam, nas suas composições musicais futuras, a força de civilizações onde viveram anteriormente, tal como Wagner, cujos motivos que baseiam os seus monumentos sonoros ainda traem a magia, a lenda e os sortilégios tenebrosos dos hititas, em cujo seio ele viveu, na época de submissão desse povo ao Egipto, na figura do temido feiticeiro Tiglat.
É certo que os artistas daqui nem sempre conseguem o êxito completo e a amplitude satisfatória para transferirem as suas ideias musicais para o cenário terrestre.
Mas o espírito do compositor que daqui inspira algum músico encarnado também "sente", em si mesmo, qual o potencial que lhe será possível transmitir ao seu "médium" musicista e, então, o faz na medida dessa possibilidade.
O novo autor terreno, e que às vezes se sente um "inspirador", percebe em alguns casos que muito de sua emotividade espiritual, que impregnara as suas próprias composições, afiniza-se bastante com os sentimentos deste ou daquele compositor preferido.
Como o corpo carnal se torna um freio vigoroso para o espírito, pois reduz-lhe os impulsos mais altos, o medianeiro encarnado da música celestial só consegue reproduzir em sons ou melodias um pálido reflexo da música pura e verdadeira das esferas angélicas.

Pergunta: - Quando os autores desencarnados desejam transferir a sua música por intermédio de outros compositores terrenos, manifestam porventura preferências por determinados tipos de instrumentos?
Queremos dizer: eles prefeririam mais os instrumentos de percussão, de corda, ou de sopro?
Atanagildo: - Eles não se preocupam com a instrumentação, mas sim com o maior êxito para transferirem o seu pensamento, ou seja a composição mental que depois será materializada em sons pelos seus intérpretes terrenos.
Sei que alguns preferem mais os instrumentos de cordas, porque os acham mais capazes de identificar melhor o psiquismo da criatura angélica, ou a sensibilidade espiritual, enquanto que os metais e as madeiras sempre reflectem melhor as paixões humanas.
Na verdade, quando os músicos daqui obtêm algum êxito ao inspirarem os encarnados, o júbilo é recíproco, pois a música elevada ainda é para nós a melhor expressão que vem da Terra para a nossa comunidade espiritual.
É uma sonoridade exótica e ainda empobrecida na sua real beleza; mas, embora possamos tê-la melhor, assim mesmo ainda a apreciamos, porque é algo melhor provindo do vosso mundo e dos vossos contemporâneos, sempre tão angustiados e mentalmente belicosos.
Os artistas e os músicos daqui prosseguem tenazmente nos seus esforços para que se torne cada vez mais intenso e familiarizado esse feliz intercâmbio de beleza espiritual.
Os espíritos desencarnados e aflitos, que ainda permanecem vagando nos lares, hospitais e cárceres, ou então em lugares dos quais não podem se desligar por falta de ânimo e energia, reanimam-se e sentem-se balsamizados quando são envolvidos pelas ondas benfeitoras da harmonia musical.
Sob as doces vibrações dos acordes musicais, ele se aquietam e evocam os panoramas afectivos e pacíficos, que então lhes suavizam a retina espiritual desgovernada; emocionam-se e comovem-se nos mares de sons terapêuticos, porque também lhes infundem na alma certa vibração sedativa de religiosidade benfeitora.
Deste modo, surgem as condições favoráveis para que as próprias entidades benfeitoras possam socorrê-los com mais êxito e auxiliá-las na mudança vibratória para melhor padrão astral.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 3 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 22, 2021 2:38 pm

Pergunta: - A música peculiar aos espíritos de vossa moradia astral é absolutamente isenta de qualquer reminiscência dos costumes ou dos sentimentos terrenos?
Atanagildo: - Apesar da nossa metrópole astral mais se dedicar à música de alta estirpe e aos acordes que se tornam verdadeiros convites angélicos, ainda transparece oculto nas suas elevadas melodias algo da emoção terrena que vibrou entre egípcios, gregos, persas, árabes e hindus.
E para os espíritos de excelente memória etérica, às vezes surge misteriosa cavatina, que ainda recorda os revérberos passionais do povo atlante, quando de sua profunda e sublime reverência ao Sol, o munificente doador da vida física.
Embora na metrópole do Grande Coração se cultivem elevados estados de espiritualidade, distanciados de qualquer expressão de raças, credos ou nacionalidades separativistas, há na essência de sua música colectiva, e de natureza universalista, alguma coisa das manifestações de algumas raças e povos, inclusive as suas características melódicas mais conhecidas.
Às vezes, nas asas da melodia evocativa, percebe-se a linhagem latino-mediterrânea, onde se manifesta a pureza das cores que tanto engrandeceram a Itália e a Espanha e fecundam as primícias das "Ave-Marias", casando-se ao sublime espírito místico, emotivo e terno dos temas religiosos; há, por vezes, majestosos acordes, que evocam o estilo beethoveniano, a delicadeza romântica de Schubert, a matemática poética de Brahms ou a religiosidade sumptuosa de Bach.
Não falta, também, o sentimento secular dos asiáticos e, particularmente, dos hindus e chineses, com as suas melodias de fascinantes subtilezas melódicas, que adejam como as asas do espírito mergulhado num oceano de sons cristalinos.
Quando essas melodias evocativas de raças, povos e países, que formaram as molduras cénicas das nossas vidas passadas, perpassam fazendo vibrar a atmosfera adelgaçada do astral, o passado se nos aviva e sentimo-nos perfeitamente convictos de que somos uma só consciência espiritual buscando a mesma ventura.
A música acelera as vibrações da alma e favorece-lhe as reminiscências adormecidas na memória etérica.
Justamente devido ao fato de a metrópole do Grande Coração ter sido fundada por almas cujas consciências espirituais se demoraram mais tempo pelas civilizações da Grécia e da índia, é que os seus motivos arquitectónicos e produções musicais também identificam reminiscências e cenários onde viveram Platão, Sócrates, Pitágoras e Apolónio de Tíana e, também, onde mourejaram os líderes consagrados como Crisna, Buda, Maharishi e outros que trilharam as margens do Ganges.

Pergunta: - Há inconveniente em se associar a música às reuniões espíritas religiosas ou iniciáticas?
Há muita controvérsia a esse respeito, principalmente entre componentes de grupos espíritas.
Atanagildo: - A música terrena, quando elevada, penetra nas regiões astrais com mais facilidade do que as vibrações da voz humana, pois esta só é ouvida com muito esforço, pelos espíritos desencarnados.
A música exerce uma influência muito grande nos seres humanos, assim como certos instrumentos também exercem efeito específico até nus próprios animais.
O violino exerce influência sobre os insectos, principalmente sobre a aranha, que se imobiliza facilmente ante os seus acordes mais agudos: o cão aprecia melhor o piano, e a serpente, como bem sabeis, obedece à flauta dos faquires.
Para nós, desencarnados, os sons musicais são sempre de maior favorecimento do que os ruídos da voz humana, por que eles vibram através das várias camadas etéricas e chegam de modo mais perceptível e electivo à nossa audição espiritual.
Quando os homens se reúnem em labores iniciáticos, religiosos ou doutrinários, em meditações acompanhadas por elevados acordes musicais, também se faz bem melhor o ajuste nas relações entre o mundo astral e o carnal, bem como o intercâmbio com os desencarnados de boas intenções.
Mas é claro que essa música deve ser de ordem emotiva espiritual, provinda de instrumentação ou de aparelhamento sensível, que não cause deformação da música, pois as vibrações que formam harmonia com o nosso mundo exigem, também, uma produção perfeita.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 22, 2021 2:38 pm

A melodia superior, embora executada por exímios artistas e através de instrumentos perfeitos, já não produzirá efeito salutar e harmónico se for transmitida ou reproduzida através de aparelhamento rude ou desafinado.
Da mesma forma, os discos de vitrola, que se usam em certos trabalhos espíritas ou espiritualistas, se forem gastos, deformados ou estridentes, reduzirão muitíssimo o efeito harmónico desejável no mundo astral, porque os espíritos elevados não vibram no seio das vibrações desarmónicas e irritantes.

Pergunta: - Achais que se deveria incentivar a produção musical endereçada aos desencarnados?
Atanagildo: - É conveniente que os músicos da Terra saibam que a terapia musical, que já se aplica nos hospitais, presídios e que preenche as horas de trabalho e de relações cotidianas, presta grande serviço à espiritualidade, uma vez que comove, aquieta e nutre as almas infelizes, que ainda se imantam à crosta terráquea e temem enfrentar um novo destino.
A música é uma contínua afirmação de que existe um mundo de encanto e de sentimentos elevados, em que nossas almas hão de se refugiar algum dia.
Ela influi em todas as nossas tendências físicas, morais e mentais; quando ouvimos melodias que se casam às nossas mais familiares emoções, a nossa alma se anima, desperta, e a vida então nos parece mais prazenteira.
Mas é evidente que a incentivação da música e a sua utilização terapêutica também exigem aplicações sensatas, pois seria incongruência que escolhêsseis a ruidosidade do "Tannhauser", de Wagner, para aquietar o enfermo de nervos esfrangalhados, que muito melhor se ajustaria à sublime quietude espiritual do "Clair de Lune", de Debussy.
Da mesma forma, a música para o trabalho requer um tema estimulante e alegre, pois há muita diferença entre a hora de meditar e o instante de trabalhar.
Assim como os "Nocturnos" de Chopin não se afinizam à ruidosidade de alguma progressista indústria moderna, a "Noite no Monte Calvo", de Mussorgsky, também não se coaduna com as meditações de horas avançadas.
Algumas músicas nos desvitalizam; outras nos tornam melancólicos, abatem-nos ou então adormecem os sentidos físicos e acentuam a agudeza psíquica.
Em face do dinamismo e avanço dos tempos modernos, já deveis ter observado que estão se alterando alguns padrões e preferências musicais, com o surgimento de uma música toda cerebral, uma combinação exótica de "harmonia de discordâncias" sonoras, que pedem mais as reflexões da mente do que mesmo o saudosismo evocativo do coração.
Entretanto, também é mensagem em afinidade com o sentido mental do próximo milénio e, também, com a dinâmica do homem futuro.

Pergunta: - Quando estamos executando trechos musicais, porventura se aproximam de nós alguns espíritos interessados em ouvi-los?
Atanagildo: - Sem dúvida; os espíritos que perambulam pela superfície da Terra, tanto aqueles que estão em missão sacrificial como os sofredores, sempre buscam ambiente e condições afins aos seus gostos e aos seus condicionamentos psicológicos.
É claro que nenhum espírito sensível, bom e culto, simpatiza com lugares onde se executa música desagradável e sensual.
Essa música gritante e grotesca, misto de ruídos cacofónicos e discrepâncias sonoras, em que o exótico e o absurdo são aceitos à conta de genialidade, e que se afina exclusivamente às convulsões da carne, causa tanta depressão aos bons espíritos, assim como se um eremita fosse bruscamente arrancado de sua gruta e lançado no meio de apitos, buzinas, gritos, blasfémias e berros de condutores alienados, misturados aos tóxicos da fumaça dos veículos modernos.
As almas delicadas e simpáticas às altas vibrações espirituais, que operam junto à Terra em benefício dos espíritos infelizes, assim que distinguem pessoas reunidas em torno de qualquer instrumento que interprete música de incentivo às emoções puras do espírito e não aos trejeitos sensuais da carne, aproximam-se e inspiram os seus ouvintes, fazendo-os também comungar num campo de energias elevadas, que inundam os ambientes de vibrações balsâmicas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 23, 2021 9:55 am

Daí o motivo por que as músicas elevadas, e particularmente endereçadas à sensibilidade da alma, criam ambientes sedativos e de reflexões angélicas, despertando júbilo e compreensividade nas faces de todos.
Graças à frequência vibratória bastante salutar, que criam os sons harmónicos e de electividade espiritual, as lembranças, as emoções e as evocações dos presentes se elevam para um padrão superior, onde se eliminam o pensamento fescenino e a própria tendência às palestras que tanto enodoam os lábios humanos.
A música elevada tanto desperta recordações e alegrias inofensivas, como reduz as fronteiras entre o mundo espiritual e o material, porque as suas vibrações de padrão superior também se conjugam às emoções e aos pensamentos construtivos dos bons espíritos.
O próprio lar, ou o local onde se executam as composições de música elevada, impregna-se de um suave colorido, que desperta a atenção dos espíritos bons e os faz se aproximarem, movidos pela ansiedade de encontrar algum ambiente sedativo e de compensação aos fluidos pesados em que se movem na Terra.

Pergunta: - Então devemos considerar impura e indesejável toda música que ultrapasse a esfera da alta composição espiritual?
Convém eliminar definitivamente esses ritmos que perambulam por toda parte, e que rebentam em sons que só dizem respeito aos trejeitos e às diversões do corpo?
Atanagildo: - Não vejo razões para que seja destruído aquilo que já não serre mais para os vossos sentidos aprimorados.
Não devemos esquecer de que à nossa retaguarda ainda marcha extensa caravana humana, bastante trôpega no seu progresso espiritual e artístico, muito necessitada de passar pelas experimentações que já realizamos, e que injustamente criticamos só porque somos beneficiados agora por um entendimento mais amplo da realidade espiritual.
Acresce que, à nossa frente, ainda marcham outras almas bem mais adiantadas, e que também se serviram das mesmas lições que estamos experimentando actualmente; e, embora elas reconheçam que já lhes são inúteis as coisas que ainda nos servem, continuam a nos ensinar e a respeitar o que nos parece prazenteiro e útil.
Não devemos ser tão egoístas a ponto de pretender destruir e queimar os degraus que mal terminamos de subir, quando bem sabemos que outros aprendizes ainda nos seguem os passos.
O facto de o aluno permanecer longo tempo no solfejo musical, que pode irritar a nossa sensibilidade artística, porque já estamos familiarizados com a produção sinfónica, não é motivo suficiente para que proibamos definitivamente o exercício das escalas de música, porque são inferiores e irritantes.
É incontestável que Mozart, Beethoven, Schumann ou Bach primeiramente travaram conhecimento com a música através do modo irritante de solfejar, para só então atingirem os cimos da glória e do génio sinfónico.
É justo, pois, que permaneçam os ritmos e a música que já nos parecem indesejáveis, mesmo quando ainda digam respeito mais aos trejeitos do corpo do que à sensibilidade do espírito, pois ainda se trata dos solfejos e treinamentos necessários às criaturas incultas e primitivas, a fim de aprimorarem o seu senso sinfónico, que permanece adormecido em suas almas.
É muito grande a responsabilidade consequente do fato de não apreciarmos algo e por isso proibirmos que outros cultivem um direito consagrado pelo seu grau evolutivo,
Muitos espíritos que estão se reencarnando a todo momento mal articulam o alfabeto da consciência espiritual e, por isso, na esfera da música não compreendem senão aquilo que lhes desperta os requebros do corpo.
Assim como não podeis exigir que os bugres se entusiasmem ouvindo as dissertações filosóficas de Spinoza ou os postulados religiosos dos vedas, também não deveis exigir que almas ainda presas às paixões sensuais abandonem os seus ritmos musicais primitivos, para se devotarem entusiasticamente à música clássica.
Nenhum benefício resultaria para suas almas o se porem a ouvir outra música além daquela que identificasse as suas próprias emoções violentas e paixões animais, porque só os coleios musicados é que realmente lhes podem dar vazão aos estertores da carne, que brotam da vida inferior.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 3 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 23, 2021 9:55 am

Pergunta: - Mas não seria lógico e sensato que se incentivasse essas criaturas ao cultivo de uma música melhor?
Atanagildo: - Indubitavelmente, tudo aquilo que propender para melhorar qualquer arte ou actividade na vida humana deve ser incentivado, para que a qualidade também se estenda à quantidade.
No entanto, até na devoção à música a alma revela a sua intimidade, por cujo motivo não se pode forçá-la a preferir padrões artísticos que ainda sejam superiores ao grau de sua maturidade espiritual.
É muito razoável e elogiável que incentiveis a propaganda e o cultivo da música elevada, porém habituando as massas, pouco a pouco, ao padrão artístico superior.

Pergunta: - Eliminando-se a música inferior, não seria mais fácil a propagação da música fina?
Atanagildo: - É preciso reflectirdes em que, no mundo, nada deve ser eliminado porquanto, se Deus cria alguma coisa, ou a permite, é porque encerra um curso, um objectivo ou um ideal a ser atingido.
O trabalho do homem nunca deve ser o de destruir ou eliminar, mas sim o de criar e melhorar as coisas existentes ao seu redor.
Só o egoísmo excessivo induz à violência em qualquer ato ou sector da vida; se tendes coisas belas, úteis e agradáveis no vosso orbe, é porque são produtos do cuidado, do carinho e do aprimoramento espiritual de outros homens que vos antecederam, quando modificaram suas formas inóspitas e agressivas.
Os frutos deliciosos, como a laranja, a uva, a maçã e o pêssego, descendem de frutos selváticos; graças, porém, aos cuidados dos fruticultores, à escolha de terrenos mais apropriados, à adubação e às enxertias com outras espécies, esses frutos selvagens abrandaram a sua agressividade vegetal, para depois se transformarem em saborosos produtos nutritivos e odorantes.
Mesmo actualmente, se percorrerdes determinadas zonas da Crosta, podereis encontrar ainda a laranja brava, a uva tóxica e a maçã ácida, como remanescentes das espécies antigas.
No reino animal, o cão dócil e pacífico, que se torna um pobre joguete nas mãos de certas crianças, não passa de antiga fera do mato, misto de cão e de lobo; o gato ocioso e pachorrento, que se esparrama sobre ricas almofadas dos casarões luxuosos ou se aninha na cinza do casebre pobre, descende remotamente da família agressiva e cruel da onça e do tigre; o cavalo, serviçal e amigo, provém da espécie selvagem que desafia todos os recursos da domesticação.
O paquiderme que brama nas florestas da África e da índia, e que em rapidíssimo golpe de tromba arranca árvores, pondo-as de raiz para o ar, não parece irmão do actual elefante deprimido, ridicularizado e pacífico, que teme a ameaça de um réptil e se humilha sob os gritos ameaçadores da bailarina do circo; no entanto, ambos são da mesma família animal; apenas o toque do homem é que tornou o elefante assim tão pacato e tímido.
A crueza do leão e a ferocidade do tigre, ante o trabalho dos domadores circenses, desaparecem paulatinamente; suas crias, domesticadas, já vivem nos lares modernos, onde ficam à solta, sob alimentação adequada, e pouco a pouco se tomam ordeiras e amigas, superando mesmo a educação do próprio homem, que ainda não se domesticou, a ponto de até brigar com os próprios seus vizinhos.
Não é o homem civilizado um prolongamento do primata das cavernas ou do selvagem antropófago?
Se Deus seguisse a cartilha humana, é provável que já tivesse destruído esse bicho tão feroz, que é o homem, logo no início de sua carreira, antes que a cara peluda se transformasse na cara raspada e o tacape se transformasse no revólver niquelado...
Uma vez que no próprio reino vegetal e animal há um sentido evolutivo, que pode ser aprimorado e aproveitado para o bem do mundo, não vos compete eliminar a música que achais bárbara para o vosso senso estético superior, quando ela ainda atende às necessidades psicológicas das raças primitivas e reproduz as suas ansiedades íntimas, significando a sua linguagem interior e o meio de externar suas emoções recalcadas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 23, 2021 9:56 am

Pergunta: - Devemos, então concordar com a música barata, que só atende aos sentidos físicos e que prolifera no seio da civilização actual, numa demonstração de profundo mau gosto?
Não se deveria privar a mocidade dessa oportunidade infeliz, de se entregar desenfreadamente à admissão dos estilos musicais modernos, onde o histerismo conduz aos mais deploráveis ridículos e às cenas mais degradantes?
Atanagildo: - Recordo-me de minha última existência, no Brasil, quando também era muito comum aos velhos censurarem, alarmados, os. entusiasmos e os prazeres da juventude, esquecidos de que eles também haviam se excedido nos mesmos requebros, quando moços.
A velhice traz o cansaço e a desilusão, e permite que se examine o passado de um modo panorâmico, observando as vantagens e as desvantagens que se registraram na trajectória finda; então os velhos se tornam sentenciosos e emitem juízos severos sobre os jovens, porque só aí avaliam o seu próprio tempo perdido.
O surto do "jazz", que se registrou entre o povo americano do norte, não só prognosticou para muitos puritanos o fim do mundo, como ainda sofreu a maior condenação dos velhos da época, que pretendiam evitar o mais completo desbragamento da mocidade obsidiada por tal espécie de música.
No entanto, era apenas um novo tipo de musicalidade que fluía da alma emotiva do povo e aflorava através da carne moça, resistindo a todas as barreiras que lhe opunham nos púlpitos dos templos, sobrepondo-se a todas as censuras e preconceitos da sociedade sentenciosa.
Mais tarde, essa música gritante e estrepitosa recebeu melhor tratamento, de compositores inteligentes, terminando por ingressar nas orquestras afidalgadas e se fazer intérprete dos sentimentos de muitos daqueles que a combateram no seu início.
Hoje, o "jazz" já teve oportunidade de ser acolhido sob as abóbadas dos melhores teatros onde já vibraram os acordes das composições dos maiores génios da música humana, visto que, embora pelas veias dessa música agitada circule a sonoridade estrepitosa que ainda mexe com o corpo físico, ela também traduz, por vezes, em linguagem terna e melancólica, as ansiedades e os sonhos de um povo culto.
Naquela época, quem poderia prognosticar que, da rudeza selvática do "jazz" maluco, formar-se-ia o alicerce da agradabilíssima "Rapsódia Azul", de Gerschwin?
Eis porque não chegareis a soluções justas destruindo as coisas que surgem no ambiente físico do vosso mundo, mas sim melhorando sempre aquilo que pede a vossa habilidade, sentimento e carinho, em vez da violência e destruição.
Mesmo os instrumentos vulgares, que de princípio eram desprezados como preferidos das classes inferiores, também evoluíram em suas expressões técnicas e ingressaram no seio das execuções afidalgadas.
O violão, considerado instrumento dos malandros nas serenatas, e a rudimentar gaita de boca, à semelhança do que já aconteceu com a clarineta, o trombone e o bombo, também já merecem os mais acalorados aplausos quando interpretam difíceis trechos dos mais consagrados compositores da música clássica.
A aplicação inteligente da electricidade, que lhes dá o homem actual, tem aprimorado os mais rudes instrumentos musicais, como o violão, o órgão e o bandolim eléctricos, fazendo lembrar o que ocorreu na metrópole do Grande Coração, quando se conseguiu desenvolver ali a "luz interior" na instrumentação musical, do que resultou grandioso progresso.

Pergunta: - Mas não vos parece, então, que a música vulgar, exclusivamente endereçada à carne, é sugestivo convite para o desregramento dos moços modernos?
Atanagildo: - Tudo é questão de boa ou má intenção da alma, pois há um sentido evolutivo em todas as expressões da vida, que propicia ao homem desenvolver os motivos de beleza e utilidade, em lugar de apenas censurar aquilo que não lhe causa mais prazer, e portanto detesta.
A prova disso é que a Natureza, por si mesma, não falsifica qualquer dos seus produtos, mas o homem o faz:
o animal fornece-lhe o leite puro, e a videira lhe dá a uva sadia, mas o cidadão terreno mistura água no leite e álcool no suco da uva.
Mesmo aquilo que o homem considera desprezível e imundo, a Natureza não despreza:
o lixo e os detritos que atirais às raízes dos vegetais ou dos arvoredos frutíferos, ela os transforma em seiva nutritiva ou suco saboroso; os despojos cadavéricos, que depositais nas entranhas dos sepulcros, ela os transforma em verdadeiras reservas de elementos químicos, que depois devolve à circulação para serem aproveitados como novos recursos de vida.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 23, 2021 9:56 am

O homem, que é portador de melhores recursos do que a Natureza, dotado do raciocínio que o liga à razão superior, indubitavelmente deveria proceder sob idêntica forma, pelo menos em relação às coisas que considera inoportunas ou prejudiciais.
É razoável censurar-se a expansividade demasiada da juventude moderna, quanto à sua preferência pelos ritmos gritantes, passos banais e esfuziantes, que transformam os moços em cópias caricatas e modernas dos bugres das florestas brasileiras.
No entanto, cumpre notar que. o que realmente traz prejuízos à alma é sempre li intenção com que se procede na vida, pois há malfeitores que tramam as piores coisas dentro até dos templos religiosos, profanando a sua atmosfera de beleza espiritual, enquanto há outras criaturas que mais se aviltam, ainda, no silêncio das alcovas viciosas.
É possível que no seio turbulento das danças estrepitosas, que atendem às expansões da carne, muitos jovens permaneçam com o espírito regrado e fraterno, como é muito comum entre os aldeões dos Alpes, entre as tribos europeias e no seio das danças folclóricas dos eslavos.
Há que se exigir, primeiramente, a modificação interior da alma, pois a luz interna do espírito sadio sempre pode rodear de pureza as mais incongruentes turbulências das danças modernas.
Então sempre haverá segurança e equilíbrio para o indivíduo, graças ao sentido de alta moral que se desenvolve na intimidade da própria alma, independente de códigos e preconceitos exteriores do mundo profano.
Muitas vezes podemos depositar mais confiança na honestidade e inocência dos batuques ruidosos e da gritaria efusiva dos selvagens, em suas danças pejadas de saltos e berros, do que na convencional festividade que muitos civilizados ociosos promovem à "meia luz", nos cabarés luxuosos, regada pelo uísque e outros venenos que mais excitam as intenções subversivas da alma.

Pergunta: - Sem que estejamos dominados por qualquer pessimismo exagerado, temos observado que a maioria dos moços modernos propende para a vulgaridade da música selvática e puramente sensual.
Cremos que, se fossem reduzidas as oportunidades de tal manifestação musical inferior, também seria possível desviá-los para outros entretenimentos sob padrão musical melhor. Que dizeis?
Atanagildo: - Malgrado a lógica de vossas asserções, o êxito não decorreria do fato de se eliminar a música popular e de ritmo sensual, pois isso não seria bastante para despertar nos jovens as qualidades sensatas e o gosto afinado para a arte superior.
O que importa muito é o esclarecimento espiritual aos moços, e ajudá-los sinceramente a compreenderem o sentido da existência humana, que muitos deles já perderam ante o fracasso das religiões organizadas sob exaustivos rituais, mas de entendimento infantil sobre a realidade da alma.
Assim que amadurece o seu entendimento, eles se sentem desamparados ante os dogmas tolos do "pecado original", irritam-se contra um Deus que condena o homem à eternidade do Inferno, por causa de "pecadinhos" que só algum raro santo consegue deixar de cometer; ou então se desinteressam da propaganda de um céu de rabecas e cantochões compungidos.
Mesmo aqueles que temem as "punições divinas" guardam a certeira esperança de que, embora pequem à vontade, ainda serão absolvidos na hora da morte, desde que consigam um bondoso sacerdote que lhes encomende a alma.
Sem dúvida, quando, depois de raciocínios tão amargos, os jovens chegam a conclusões sobre o futuro, só lhes restam dois caminhos: ou descrerem completamente do sentido da vida humana e se desbragarem nas paixões do mundo, ou se encaminharem para doutrinas evoluídas, como o espiritismo, o esoterismo, a teosofia, a rosa-cruz ou a ioga que, devido às suas bases reencarnacionistas e à sensatez da Lei do Carma, ainda lhes podem despertar em tempo a responsabilidade do espírito e tolher-lhes os impulsos selváticos da carne rebelde.
Ante a maturidade do século XX e a teimosia das religiões oficiais em não modificarem os seus postulados obsoletos, os moços modernos guardam a certeza de que seus ensinamentos não estão à altura de sua evolução mental, convencendo-se de que os pecados e as religiões não passam de tradições tolas em que só crêem os homens ignorantes.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 3 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 23, 2021 9:56 am

Daí, pois, a necessidade urgente de se demonstrar à mocidade, através de provas e raciocínios justos, que o espírito sobrevive à morte do corpo físico, e vem se manifestando desde os milénios findos, tendo vivido em outros corpos e entre povos da Terra ou mesmo de outros planetas, disciplinado sensatamente pela Lei do Carma, que regula e rectifica a "causa" e o "efeito" de todos os actos humanos.
Os moços precisam compreender que o homem inteligente não é o que se fanatiza pelos ritos, crendices e seitas infantilizadas, nem o que se desbraga e se arrisca às mais terríveis surpresas no além-túmulo.
A verdadeira inteligência, nesse caso, é a daquele que trabalha sempre pela sua felicidade aceitando o jugo rectificador da Lei Cármica, mas também lutando seriamente para sobrepujá-la através de sua própria emancipação espiritual.
Quando o moço se tornar consciente dessa responsabilidade, é evidente que a literatura, a pintura, o romance, a música e o divertimento ser-lhe-ão motivos de cuidadosa escolha, como reflexos vivos de suas elevadas emoções interiores.
Então ele também se libertará dos ritmos histéricos e da bulha chocante dos arremedos musicais, que mais se parecem às melopeias estridentes da taba primitiva, pois, apurando-se a essência do espírito, por lei de correspondência vibratória também se apura a materialização exterior de todos os seus actos e gestos.
Mas, infelizmente, ainda nos vossos dias discutem católicos, protestantes, espíritas, teósofos e esoteristas, apontando-se mútuos defeitos e trivialidades doutrinárias, ao mesmo tempo que brigam de unhas e dentes para "salvar" os pecadores...
Gasta-se precioso tempo nas inutilidades das críticas e defesas de postulados do mundo provisório, da matéria, enquanto o moço também se desajusta e se desbraga, descrente de que lhes possam dar conselhos os mesmos homens que ainda não se harmonizaram em seus próprios credos!
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 23, 2021 9:56 am

Capítulo 10 - Uma Academia de Esperanto e sua Modelar Organização
Pergunta: - Através de algumas obras mediúnicas, temos sido informados de que existem no Além instituições especialmente dedicadas ao estudo do Esperanto e à sua divulgação na Terra, cuja organização e tarefas são ainda bem mais complexas do que as dos estabelecimentos educacionais do nosso mundo material.
Essas informações não passarão, porventura, de esforços louváveis, dos espíritos, no sentido de incentivarmos o estudo do Esperanto, de modo a transformá-lo num idioma de carácter internacional?
Atanagildo: - Indubitavelmente, o programa de estudos, no "lado de cá", é bem mais importante e complexo do que imaginais.
Ao invés de nascer de "ideias súbitas" ou de "estalos geniais" surgidos instantaneamente no cérebro dos homens terrenos, obedece a roteiros científicos, tal como se dá com as invenções e descobertas terrenas, que não passam de frutos de longo tempo e heróico devotamento dos espíritos dos mundos invisíveis.

Pergunta: - Há em vossa metrópole algum estabelecimento ou escola para o estudo do Esperanto?
Atanagildo: - Em todas as grandes comunidades espirituais que circundam astralmente os principais países da Terra existem círculos de estudos do Esperanto, pois que se trata de um idioma que, em verdade, deve interessar a todos os povos do globo.
Na metrópole do Grande Coração há uma Academia de Esperanto, que é admirável instituição devotada ao estudo e à divulgação do generoso e fraterno idioma internacional.
Os espíritos que vos têm feito ver a importância da língua Esperanto são entidades que devem merecer de vós o máximo respeito, pois pretendem colocar ao vosso alcance o mais admirável e divino recurso para o entendimento e a confraternização entre os homens, através da palavra.

Pergunta: - A revelação da existência de uma Academia de Esperanto, na metrópole do Grande Coração, desperta-nos certo interesse, pois, através das comunicações mediúnicas, só temos tido notícias sobre a existência de simples escolas, no Espaço, onde se estuda o Esperanto.
Poderemos conhecer em detalhes a organização da Academia a que vos referis?
Atanagildo: - É um avançado estabelecimento de estudo e divulgação daquele idioma, pois atende a todas as necessidades dos amantes do Esperanto, quer sejam encarnados ou espíritos desencarnados.
Ele administra um curso completo da língua Esperanto, com todos os detalhes de sua história desde a sua origem longínqua, bem como prevê todos os resultados futuros do progresso natural desse idioma, mantendo-se em incessante contacto inspirativo com os esperantistas terrenos.
O título que lhe deram, de "academia", serve apenas para destacar o grau de sua responsabilidade na hierarquia dos trabalhadores esperantistas.
O próprio espírito de Zamenhof teve oportunidade de orientá-la antes ainda de se encarnar na Polónia quando, em outras vidas; colhia entre as raças hebraicas e gregas, do passado, o material necessário para compor o idioma de que tratamos.
A Academia de Esperanto, de nossa metrópole, é uma instituição eficientemente equipada para lograr completo êxito na disseminação do nobre idioma internacional, na Terra.
Ela estende a sua influência benéfica não só sobre alguns destacados esperantistas encarnados no Brasil, como sobre outros que também operam sob a inspiração dos postulados benfeitores do Espiritismo, em determinada zona geográfica sob jurisdição de nossa metrópole astral.

Pergunta: - Podeis descrever-nos a situação "astrográfica" da Academia de Esperanto, na metrópole do Grande Coração?
Atanagildo: - Ela está situada na zona oeste de nossa metrópole, onde se encontra o mais importante grupo de edifícios que compõem o bloco universitário.
Esse bloco reúne as mais avançadas instituições de pedagogia científica, artística, filosófica e de moral espiritual, que ministram valiosas lições e traçam roteiros úteis e prudentes para os seus tutelados que devam renascer na Crosta para o fim de desempenharem missões de importância.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 23, 2021 9:57 am

Os espíritos filiados a essas instituições procuram obter o mais elevado apuro psíquico e assimilar a maior soma de conhecimentos compatíveis com a sua receptividade mental.
Quase sempre são candidatos a encarnações no solo brasileiro, aceitando a incumbência de ampliar os conhecimentos espirituais terrenos.
Alguns deles aceitam, então, a missão elevada de divulgar o Esperanto entre os vossos compatriotas.
Os espíritos que aqui aportam, provindos de outras raças ou de outras comunidades astrais, desejosos de se encarnar na região geográfica do Brasil, supervisionada pela metrópole do Grande Coração, precisam fazer estágios de aprimoramento mental e de adaptação psicológica, nessas instituições educativas do conjunto universitário.
Isso é necessário e exigível para o melhor êxito e mais breve integração e afinidade dos "emigrantes" desencarnados aos costumes brasileiros e à nova índole a que irão se adaptar no mundo físico.
Trata-se de providência que, além disso, os ajuda a vencer o inevitável saudosismo espiritual, que ainda é muito comum a certas almas que trocam subitamente os seus velhos hábitos milenários e condicionamentos esposados noutros climas geográficos e os costumes humanos de vidas passadas.

Pergunta: - Quereis nos dar uma ideia mais clara da necessidade dessa adaptação psicológica, necessária aos espíritos que se reencarnam em ambiente físico diferente daquele a que se acostumaram em existências anteriores?
Atanagildo: - Sem dúvida, é bem grande a diferença de adaptação à vida terrena entre o espírito de um oriental, místico e introspectivo, e o tipo europeu ou americano, que é dinâmico e objectivo, quase sempre preocupado com a sua "independência económica" no mundo provisório da carne.
Há grandes contrastes psíquicos e condicionamentos, provenientes de encarnações anteriores, que podem gerar muito desajustamento espiritual na alma excessivamente emotiva, quando reencarnada em ambiente oposto à sua índole e às suas emoções comuns.
Então criam-se-lhe na alma estados de misantropismo e saudosismo improdutivos, que acabrunham e oprimem, podendo levá-la a extrema melancolia.

Pergunta: - Não vos seria fácil dar-nos uma descrição mais detalhada da Academia de Esperanto, principalmente quanto à sua configuração ou ao estilo que foi escolhido em sintonia com a sua função linguística internacional?
Atanagildo: - O edifício da "Esperanto Akademio" conserva em suas linhas o estilo grego, que faz recordar o gosto arquitectónico do século de Péricles, sob o toque mágico de Fídias.
O seu interior é admiravelmente adaptado às necessidades educacionais dos espíritos que ali estudam o Esperanto já muito antes de nascerem no Brasil.
É um estabelecimento apto para ministrar os mais avançados ensinamentos linguísticos do idioma neutro internacional, pois a sua função educativa estende-se bastante além dos mais avançados esforços educativos do século actual, preparando esperantistas para o território brasileiro, e que aí nascem já dominados pelo mais puro e santo ideal para com a causa.
Observando a "Esperanto Akademio" do alto de um promontório, pareceu-me semelhante a pitoresca e gigantesca estrela do mar, estendendo sete ramos ou sete garras rectangulares, cujos extremos são perfeitamente arredondados, assim como as pontas dos dedos humanos.
Ao contemplar o edifício, ele lembrou-me a forma de imensa mão provida de sete dedos e espalmada sobre uma grande extensão de relva esmeraldina que, repleta de craveiros, violetas, verbenas e azáleas, formava encantador "oásis" cercado de bosques sedutores.
Em torno desse gigantesco edifício, os canteiros estão prenhes de flores, circundando toda a sua base, na forma de coloridos cinturões que despedem reflexos luminosos e policrómicos, como punhados de pedras preciosas que houvessem sido banhadas pelo mais puro orvalho da manhã.
O centro do edifício assemelha-se a uma enorme coluna vertebral, pois ergue-se aí bojuda e larga torre, de uns duzentos pés de altura, talhada na substância delicadíssima e luminescente do astral e emergindo dentre suave polaridade e luz branca, que algumas vezes atinge a um terno matiz azul-lilás claríssimo.
Dessa enorme torre redonda, que na verdade forma o eixo arquitectónico de todo o edifício partem sete alas de edificações de 150 pés de altura, simetricamente separadas, rodeando-a por todos os lados, como se fossem raios desse eixo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 23, 2021 9:57 am

No ponto de convergência das sete alas de edificações ergue-se majestosa cúpula de um creme pálido e de reflexos topazinos, que dá a ideia de um avantajado "abat-jour", ou quebra-luz, de forma terráquea.
Todas as sete alas de edificações estão separadas entre si por extensos jardins afunilados cujas flores, na sua maioria, são desconhecidas na Terra, pois evocam as figuras de taças, cálices ou chávenas de puríssimo cristal, impregnados de luzes e cores que se modificam em seus matizes e relevos florais, na conformidade dos ângulos em que são observadas e de acordo com o farfalhar produzido pela brisa.
Muitos grupos florais sobem enlaçados, na forma de cordões aveludados e transparentes, ultrapassando o nível das vastas janelas dos terceiros pavimentos dessas alas, curvando-se depois na figura de maravilhosos castiçais de volutas e filigranas translúcidas a sustentarem admiráveis buquês de flores, que só posso comparar a punhados de cravos suspensos e tecidos com fios do mais fascinante coral.
As alas da Academia de Esperanto avançam decididamente por entre formosos tabuleiros floridos, do solo, assentando-se, assim, em delicadíssimos mantos de veludo esverdecentes e pintalgado de flores cor de rubi, safira e topázio, que decoram a paisagem maravilhosa.
Elas emergem acima dos mais altos arvoredos e ligam-se artisticamente à torre central, que domina todo o panorama de vegetação colorida, fazendo ressaltar a sua cúpula impressionante sobre o verde-esmeralda dos bosques circundantes.
Sobre os umbrais das janelas espaçosas e refulgentes, que se cortam entre as paredes alabastrinas, as árvores mais altas fazem pender encantadores cachos de flores, que lembram as raras parasitas e orquídeas das florestas brasileiras, havendo algumas parecidas às espécies coloridíssimas que guarnecem os ipês floridos, da Terra.
A brisa faz tremular esses cachos de flores perfumadas, impelindo as correntes de ar balsâmico para o interior do edifício, que então se inunda da fragrância e da suavidade refrescante do zéfiro astral.
As salas de estudos e de conferências tornam-se impregnadas de uma cor azul-celeste e outra róseo-lilás, que provêm de vibração fluídica do ambiente e se casam docemente sob o beijo amoroso da luz astralina.
São cores indescritíveis, sob cuja influência fiquei extremamente sensibilizado, enquanto minha alma mergulhava na mais terna atmosfera de paz e ternura espiritual.
Diante desse admirável edifício que é a Academia de Esperanto, cujos linhas principais foram inspiradas na beleza helénica, não pude me furtar à evocação da saudosa Grécia, que fora para mim um dos mais lindos cenários no aprendizado espiritual, muito antes ainda da "descida" do inesquecível Nazareno às sombras do planeta Terra.
Recordando o admirável esforço dos filósofos gregos - entre os quais também viveu Zamenhof, à procura da divina harmonia entre o pensamento e a sonoridade da palavra eu descobria nas linhas majestosas da "Esperanto Akademio", de nossa metrópole, um prolongamento feliz daquele passado ainda tão expressivo ao meu espírito, pois aquilo que os gregos não tiveram tempo de concretizar naquela época tão longínqua, os técnicos, mentores e estudiosos do Esperanto conseguiram realizar para o desenvolvimento do idioma internacional fraterno.

Pergunta: - Por que motivo a configuração arquitectónica dessa Academia foi inspirada no estilo grego e não no das edificações do Brasil, o que seria muito mais simpático à comunidade brasileira do Grande Coração?
Atanagildo: - A maioria dos espíritos de nossa comunidade viveu muito mais tempo no Egipto, na Índia e na Grécia, tendo se reencarnado só uma ou duas vezes no Brasil; por esse motivo, ainda é muito sensível à influência daqueles países.
Em sua índole psíquica, os habitantes de nossa metrópole são mais gregos do que brasileiros; por isso, predominam bastante, em nossas edificações, as linhas fundamentais da arquitectura da Grécia, embora a metrópole seja particularmente habitada por espíritos desencarnados no Brasil e por alguns descendentes de povos que emigraram para esse território do vosso globo.
Esse o motivo por que na Academia de Esperanto e também no Palácio das Artes da metrópole dominam as linhas nobres da admirável arquitectura da civilização helénica, em cujo cenário se moveram as figuras grandiosas e impressionantes de Sócrates, Platão, Pitágoras, Apolónio de Tíana, Anaxágoras, Aristóteles e outros.
O panorama astral de nossa tranquila metrópole, com suas recordações emotivas da pátria de Fídias e Péricles, harmoniza-se perfeitamente com a índole dos seus moradores, que ainda vibram ante as recordações da Grécia!
O espírito não tem nacionalidade; mas, apesar disso, não deixa de se sentir com predilecção ou simpatia pelas paisagens onde se demorou mais tempo no aprendizado espiritual e formou os contornos mais vivos de sua consciência imortal.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 23, 2021 9:57 am

Pergunta: - Não é obrigatório um estilo único na construção de outras Academias de Esperanto, que porventura possa ser levada a efeito em outras colónias astrais?
Ou essas edificações só obedecem ao gosto arquitectónico e à índole psicológica dos seus fundadores?
Neste último caso, o tipo da arquitectura não destoa do sentido internacional que tem o Esperanto?
Atanagildo: - Conforme já vos disse, as várias colónias espirituais que circundam a Terra foram fundadas no apogeu das civilizações chinesa, grega, hindu, egípcia e árabe; por isso, ainda conservam a sua velha "fundamental psíquica", que caldeia a sua índole artística e o espírito arquitectónico de suas antigas raças, mesmo quando renovam a sua paisagem no Além.
Porventura, certos administradores públicos, terrenos, não levam a efeito construções de estilos arquitectónicos que lembram outras raças e cenários diferentes do de sua pátria?
É uma preferência quase sempre ditada pelo seu psiquismo condicionado ainda às lembranças de velhas edificações do pretérito, assim como acontece com os espíritos dos antigos babilónicos e egípcios que, encarnados entre o povo norte-americano, devotam-se a uma arquitectura monumental e faraónica, que muito apreciavam no passado.
À medida que se organizam e evoluem as modestas instituições de estudo do Esperanto no Astral, vão-se edificando os seus edifícios de acordo com o estilo arquitectónico peculiar ao gosto e temperamento da maioria dos espíritos residentes na mesma comunidade, e não de acordo com um padrão especial.
Em nosso actual estado evolutivo, ainda estamos muito distantes de uma vida puramente espiritual, porque ainda é bem reduzida a nossa libertação dos costumes a que tanto nos condicionamos na esteira dos milénios já vividos.
Assim, os edifícios dos núcleos, centros de estudos, escolas, departamentos e academias de Esperanto que se disseminam pelas colónias e metrópoles astrais, embora se destinem ao mesmo objectivo, variam quanto ao seu estilo arquitectónico, que é escolhido de acordo com a índole psíquica de seus moradores, condicionada pelo passado.
Nas diversas comunidades de espíritos, que circundam a Terra, existem academias de Esperanto edificadas desde o estilo árabe, chinês, egípcio, grego, hindu e até babilónico, persa e caldeu, bem como construções gigantescas, rectilíneas e moderníssimas, talhadas vigorosamente na substância luminosa do astral.
Estas atendem ao espírito da época em que viveis, e bem se poderia designá-las como instituições esperantistas mais funcionais do Além!

Pergunta: - Além do estilo arquitectónico da Academia de Esperanto de vossa metrópole, podereis nos descrever outros aspectos de sua configuração?
Atanagildo: - Em todo o edifício nota-se o toque de genial arquitecto, que tanto soube imprimir-lhe o estilo severo, o maciço e a estrutura arquitectónica grega, como casá-lo harmonicamente com as linhas dinâmicas, leves e fugidias das edificações modernas.
O majestoso edifício é servido por extensa e larga avenida, que parte do centro da metrópole e termina exactamente diante do grande portal da Academia.
Assemelha-se a vasta pista de porcelana em cor topázio, cujos revérberos amarelo-claro refulgem entre os espessos tabuleiros de vegetação verde-seda luminosa, que se encontram marginando a avenida, formando encantadora moldura viva de suaves tons de carmim.
O imenso portal do edifício dá entrada a um vasto patamar de cor cinza azulada e vítrea, todo circundado por suave escadaria esculpida num tom róseo-lilás, que lhe forma atraente moldura, como se fora a base de sumptuoso monumento.
Sobre esse extenso patamar, que mais se parece a admirável salão polido entre as frondes verdejantes, assentam-se sete colunas esguias, esculpidas cem frisos de baixo relevo, suportando a cobertura gigantesca e confeccionada de uma só peça.
Esta é imensa laje de vidro róseo cristalino e muito claro, onde a luz solar revela todos os relevos internos, fascinantes, cujo rendilhado indescritível deixaria boquiaberto o mais genial ourives terreno!
Os bordados então se reflectem sobre o solo polido, de cor cinza-ténue, que se transforma num fascinante espelho a reproduzir os próprios relevos e as cores do gigantesco alpendre superior.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 23, 2021 9:57 am

Quando a brisa move os fluidos astrais que impregnam o ambiente, multiplicam-se os revérberos lilases, os tons rosa e salmão, casando-se aos ternos matizes de um azul-celeste que mais parece uma poeira de arminho irisado pelo Sol e flutuando em torno das colunas alabastrinas.
O portal majestoso, mas sem os exageros da sumptuosidade inútil, situa-se no centro da fachada alabastrina, enquanto mais à sua frente se enfileiram, paralelamente, as sete colunas que sustentam a maravilhosa lousa de cristal róseo, da cobertura da área frontal.
Sobre o portal, que sempre está envolvido numa aura multicor, corre em toda a sua extensão um friso rendilhado de arabescos e grinaldas finíssimas, em dois tons safirinos, claro e escuro; mais abaixo, formando a fronte grandiosa do portal, encontra-se o brasão esperantista da Academia da Metrópole do Grande Coração.
Trata-se de uma formosa cruz talhada no mais belo azul que já me foi dado vislumbrar; na junção dos seus braços, encontra-se um grande coração de cor rosa, tendo no centro o globo terrestre, cujos oceanos estão decorados num tom esmeraldino, enquanto os continentes o estão em uma cor verde-claro, contrastando com o verde-escuro que representa os relevos do solo.
Todo o conjunto desse atraente brasão destaca-se sobre um fundo formado por uma aura luminosa, que salienta suavemente os contornos da cruz azul-celeste, polarizando-a num matiz prateado e fazendo-a irradiar suaves reverberações contra a cor alabastrina das paredes do edifício da Academia.
Na linha do equador desse globo terrestre, corre uma cinta em lilás bem claro, emoldurada por dois frisos finíssimos e argênteos; sobre a cinta, em letras de alto relevo e dum branco imaculado, lê-se a frase já tão consagrada pelos esperantistas terrenos:
"O Esperanto é o Evangelho das Línguas."
Mais tarde, deparei com outras frases semelhantes nos salões de estudos e labores da Academia, dentre as quais destaquei, principalmente, esta máxima:
"O Esperanto é a sinfonia verbal do Espírito, através da instrumentação humana."
As colunas esguias são transparentes e alongadas, mas amplas nas bases, e erguem-se sobre sete coxins de substância. astral marmorínea; todas são interpenetradas de luz e fazem distinguir as suas graciosas volutas e relevos interiores, que sobem em movimentos preguiçosos até os seus ramos poderem se adelgaçar sobre os sulcos de finíssimos bordados, que então formam caprichosos bailados produzidos pelas espirais em torno dos capitéis superiores.
Essas colunas alabastrinas se tornam também vivíssimas durante o dia, com as suas volutas e rendilhados a subirem internamente, na forma de cordões topazinos com folhas rosadas e lilases, que me fazem evocar as formosas orquídeas e as fascinantes parasitas silvestres, das matas brasileiras.
Graças a uma técnica para cuja explicação não encontro vocábulos, todo o edifício esperantista permanece sempre imerso em suave aura de luz esmeraldina, que muito se deve à concentração energética em torno da sua cúpula creme-claro.
Essa cúpula é um excelente captador de luz do Sol, e a canaliza para o interior da torre central, na forma de emanações balsâmicas que, em seguida, a torre irradia e distribui para as sete alas que se encravam na mesma.
Assim como sucede, à noite, com a abóbada do templo da metrópole, a cúpula do edifício da Academia se assemelha a imenso quebra-luz luminoso, que enfeita toda a zona do Oeste, destacando-se na forma de atraente fonte de luz polarizada.
Essa luz funde-se com a aura luminosa dos edifícios adjacentes, contribuindo admiravelmente para proporcionar uma claridade celestial ao florido subúrbio universitário.
A Academia de Esperanto lembra a figura de majestoso palácio materializado pela magia de um poderoso génio oriental, mas que soubera aliar em sua edificação a ternura do santo à genialidade do sábio.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 23, 2021 9:57 am

Pergunta: - Os estudos e os trabalhos educativos levados a efeito na Academia de Esperanto da metrópole do Grande Coração estão também a cargo de departamentos semelhantes aos do mecanismo pedagógico terreno?
Ou se resumem em providências de natureza mental, e unicamente no plano inspirativo, devendo caber aos terrenos a tarefa principal do aprendizado?
Atanagildo: - A "Esperanto Akademio", da nossa metrópole, subdivide-se em vários departamentos destinados a labores e estudos especializados, ligando-se às outras instituições e associações esperantistas que existem nas principais comunidades de espíritos desencarnados e pertencentes a outras raças também interessadas no estudo do Esperanto.
Nos múltiplos labores astrais, destinados à divulgação do idioma esperantista na Terra, congregam-se milhares de técnicos, filósofos, cientistas e historiadores que, depois de convenientemente preparados, devem renascer em várias raças terrenas e operar abnegadamente para o progresso do nobre idioma internacional.
Quer encarnados, quer desencarnados, eles trabalham activamente para o êxito da internacionalidade do idioma, ora apressando a divulgação do seu mecanismo verbal, ora participando de movimentos fraternos de elevada espiritualidade, que favoreçam e renovação cristã do cidadão terreno.
Na realidade, a "Missão Esperanto" ainda não terminou porque, ao lado do progresso mental, artístico, científico e religioso do homem terreno, também surgirão novos matizes de beleza e de riqueza verbal, que só o idioma esperantista poderá traduzir através das altas inspirações dos seus mentores siderais.

Pergunta: - Qual a feição interna dessa Academia de Esperanto?
Atanagildo: - O interior de todos os compartimentos situados nas vastas alas que se prendem à coluna central do edifício é completamente translúcido; a luz astral, suave e balsamizante, transfere-se de um aposento para outro, com cuja fusão se produzem os mais formosos matizes coloridos.
Conforme a natureza das emanações mentais e emotivas das criaturas ali presentes em sintonias com os trabalhos em execução, o ambiente luminoso e colorido se influencia e se modifica vibratoriamente.
Embora sempre persista um único matiz de luz ou uma cor particular a constituir o fundo luminoso do ambiente da Academia, em cada uma das suas alas se pode distinguir um tom de cor diferente e condizente com a sua função principal.
É um matiz que se destaca sobre o fundo permanente colorido e luminoso de toda a instituição.
A torre central do edifício também possui a extraordinária propriedade de absorver todos os matizes de cores que procedem dos aposentos laterais, para em seguida fundi-los numa só massa de luz de formosa cor sidérea, cujo encanto não me é possível descrever através da reduzida linguagem humana.
Esse fenómeno admirável provém de um processo que os técnicos de nossa metrópole empregam para unir os campos vibratórios do ambiente de todos os aposentos de estudos e trabalhos, fazendo-os se transformarem num único padrão vibratório, como um só amplexo afectivo e energético que reúne as aspirações mentais e emotivas de todos os trabalhadores esperantistas.
Essa fusão das cores e do psiquismo das almas que ali estudam e colaboram termina compondo a "aura local", ou seja, o "tema psíquico" fundamental, que destaca a função e a natureza educativa da Academia de Esperanto entre as demais instituições académicas que compõem o bloco universitário da metrópole do Grande Coração.
Mais tarde, pude compreender melhor essa admirável fusão de cores e pensamentos dos operosos esperantistas desencarnados, que se faz em conexão com todo o ambiente majestoso da Academia, pois também significa um valioso ensaio psíquico capaz de impregnar afectivamente a própria aura da sublime mensagem confraternizadora, que é o Esperanto.

Pergunta: - Podeis nos explicar mais claramente de que modo as cores se tornam condizentes com os trabalhos realizados em cada sala da Academia?
Atanagildo: - Reconheço que não conseguirei fazer-vos compreender em detalhes este assunto, pois em nossa metrópole astral a técnica de acção e o tratamento da substância astral que nos rodeia não tem qualquer analogia com o que se faz nas esferas da Arte, da Ciência ou da Arquitectura do mundo material.
Neste lado, atuamos na "origem" dos fenómenos, que só depois conheceis como "efeitos" de uma "causa" ainda desconhecida aos vossos mais abalizados cientistas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 23, 2021 9:58 am

Aqui, a fenomenologia de nossas acções depende particularmente da luz astral, que clareia e interpenetra todas as coisas e seres do nosso ambiente, pois ela flui da própria intimidade da substância e, por isso, podemos manuseá-la sem produzir sombras ou deformações.
Em nossa metrópole, a luz é o elemento principal que manipulamos para atender às necessidades de nossa vida e às relações com o meio ambiente.
O mesmo sucede com o fenómeno da cor, pois, enquanto operamos com um elemento que consideramos o próprio "espírito" da cor, na superfície da Terra os homens lidam com a cor-substância, ou material, que se manifesta letárgica em sua configuração exterior, porque é justamente aí o ponto onde cessa a sua pureza iniciática.
Enquanto a cor é estática e inerte para os sentidos humanos, ela se revela, à sensibilidade do nosso perispírito, em sua vivíssima pureza original, num efusivo espírito de vida, que transborda através das sombras mais espessas das formas materiais.
O sentido encantador com que os técnicos siderais aplicaram a cor astral nos edifícios e instituições de nossa metrópole não se baseia exclusivamente nos contrastes mais ou menos densos de colorido, ou então apenas nas combinações de tons atraentes, como se faz na Terra.
O fascínio indescritível da nossa cor provém mais de um aceleramento íntimo e energético que produz o acasalamento de duas ou mais cores porque, ao se unirem, proporcionam um novo "tema espiritual", que pode actuar e influir prazenteiramente na intimidade de todas as coisas e seres ao seu redor.
Desse empreendimento que, no mundo material, resultaria apenas em mudança de colorido, se produzem aqui admiráveis alterações benfeitoras e que proporcionam vibrações venturosas no próprio psiquismo dos seus moradores.
Aqui, a cor é aproveitada na sua própria frequência energética, que influi directamente em nosso campo psíquico, ao invés de ser um efeito puramente decorativo e dependente exclusivamente da capacidade da visão física.
Para vossa melhor compreensão, direi que o fenómeno se processa tal como se um cego, aí na Terra, penetrasse sucessivamente em vários aposentos coloridos, e depois pudesse revelar com segurança todas as emoções e júbilos que sentisse apenas pelas vibrações psíquicas das cores ali existentes.
Com este exemplo, ser-vos-á mais fácil perceber quanto de importância e espiritualidade significa a disposição das cores em cada sala da Academia de Esperanto, de cujo processo se originam então determinadas condições psíquicas, que então se tornam mais electivas a este ou àquele estudo.

Pergunta: - Gostaríamos de compreender ainda melhor essa vossa explicação sobre as características das cores que influenciam a Academia de Esperanto.
Podeis atender-nos?
Atanagildo: - Pois não. Conforme a natureza do trabalho, estudo ou pesquisa que se realiza em cada sala da Academia de Esperanto, permanece nela a cor necessária ou predilecta que mais se afiniza e compõe a atmosfera emotiva ou energética do ambiente.
Mesmo no vosso mundo, não achais que o vermelho é excitante, o verde afável, o azul-claro sedativo e o roxo melancólico?
Essa salutar distribuição de luz e cor consegue despertar nos obreiros reflexões e estados de espírito que mais se afinizam à natureza exacta das tarefas e dos objectivos educativos em execução.
E como todos os labores e problemas esperantistas executados e resolvidos nessas salas deverão receber exame e aprovação da administração da Academia, que se situa na torre central do edifício, é para ali que converge depois toda a atmosfera das sete alas onde se situam as salas de estudo - que depois se funde numa só tonalidade, ou matiz, compatível com a natureza espiritual e a missão da Academia de Esperanto.
Mas repito-vos:
o mecanismo que influencia as cores, a ponto de intervirem no psiquismo dos moradores de nossa metrópole, provém "da luz", que é a energia fundamental da vida superior, sob cujo toque todas as coisas e seres se vivificam e se renovam.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 23, 2021 9:58 am

Assim que logramos um nível espiritual mais alto, compreendemos que, em qualquer sentido e plano de manifestação, a Luz é, realmente, o principal motivo de Vida!
Deus, em verdade, é Luz, como disse o apóstolo João. Basta que assim digamos, e nos contentemos em saber que a Luz, em seu soberbo poder de alquimia espiritual, significa o misterioso plasma do próprio Deus.

Pergunta: - Poderíeis nos descrever a função específica de cada um desses departamentos de estudos ou de trabalho, existentes na Academia de Esperanto?
Atanagildo: - Não posso apresentar-vos uma exposição absolutamente minuciosa do assunto, pois sou ainda um modesto aprendiz esperantista, preparando-me para a próxima reencarnação.
Não participo integralmente do trabalho dos departamentos da Academia, mas tão-somente do seu sector de propaganda.
Entretanto, poderei dar-vos uma ideia de suas funções principais, à altura de vossa compreensão, historiando a organização de seus departamentos, que são os seguintes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 23, 2021 9:58 am

1 - Departamento Histórico:
É o departamento da Academia que se preocupa muitíssimo com o estudo de todos os dialectos e línguas primitivas, faladas desde a Lemúria e a Atlântida, inclusive os idiomas sagrados das classes sacerdotais de todos os tempo, destacando-se principalmente o sânscrito, que sobreviveu em grande parte.
Devotou-se particularmente ao exame das línguas-tronco dos árias e demorou-se no estudo do latim, a fim de verificar a natureza precisa de suas raízes idiomáticas e seleccionar os temas fundamentais mais apropriados, para consolidar as bases imutáveis do idioma Esperanto.
Através de seus instrutores, foi esse departamento que inspirou Zamenhof, para que ele procedesse à sua genial escolha nas bases racionais latinas.
Graças ao seu trabalho perseverante e histórico no estudo dos temas e vocábulos que se associavam para revelar a psicologia das raças, este sector esperantista muito pôde auxiliar ao departamento "psicofísico", que é o responsável pela dosagem psíquica do Esperanto em todos os povos simpáticos à língua internacional.
O Esperanto, como idioma neutro e destinado ao serviço de toda a humanidade, carecia possuir uma aura psíquica selectiva, ainda incompreensível para os vossos sentidos, mas capaz de ajustá-la internacionalmente a todos os povos, criando-lhes emanações de simpatia para com o psiquismo de cada raça humana que o aceite como sua língua auxiliar.
Certas vezes, os tradutores de um idioma para outro cometem equívocos tais, que chegam a mudar a ideia íntima de algumas palavras, por não poderem assimilar o pensamento exacto do autor, que só é entendível pelo psiquismo comum de cada raça.
Existem casos em que as mesmas exclamações que retratam a alegria, em certos povos, noutros países só servem para interpretar estados psíquicos de medo ou de susto!
Daí a necessidade do trabalho conjugado entre o departamento histórico e o psicofísico, do Esperanto, de modo a não serem violentadas as tradições de raça, quando no uso do idioma internacional.
Houve necessidade de se harmonizar a função dos vocábulos esperantistas com o psiquismo de todos os povos, para que depois não ocorressem os inconvenientes comuns a certos idiomas, quando uma mesma palavra pode significar ideia antagónica no ambiente de outro povo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 23, 2021 9:58 am

2 - Departamento de Fonação:
É o sector que mais se preocupa com a sonoridade do Esperanto, tendo-se devotado principalmente ao estudo dos acordes respiratórios e à sua acção conjugada com as cordas vocais, que são responsáveis pelo mecanismo natural da fonação humana. Empreendeu as mais inteligentes providências e exaustivas experimentações para evitar que a pronúncia do Esperanto se abastardasse num efeito ou vício puramente nasal, ou que então se tornasse excessivamente seca e árida, ou talvez de natureza puramente gutural. Muito antes de Zamenhof compor o Esperanto no mundo terreno, os técnicos desse departamento de fonação já haviam estudado a pronúncia dos principais povos e raças terrenas, examinando-a letra por letra, vocábulo por vocábulo e oração por oração, a fim de conhecerem todos os seus efeitos positivos e as modificações que deveriam se produzir, no futuro, através da combinação das palavras a serem articuladas no idioma Esperanto.
E ainda hoje estudam os prováveis efeitos que, no terceiro milénio, hão de se verificar nas cordas vocais dos povos e raças sobreviventes à próxima selecção espiritual de "fim de tempos", quando então o Esperanto será um idioma consagrado por toda a humanidade terrena.
Os experimentos e pesquisas desses técnicos geniais têm-se verificado principalmente em torno do "chacra-laríngeo", ou seja do centro de forças etéricas que se situa defronte à garganta física, bem próximo do "plexo-faríngeo" (nervoso), à altura de seis milímetros sobre o conhecido "duplo-etérico", que liga o perispírito ao corpo físico durante a encarnação do espírito.
O chacra-laríngeo, que já deveis conhecer e que os hindus chamam de "vishuddha", é o centro etérico responsável pelas actividades vocais e também pelas funções do "timo tireóide".
É tal a sua importância e valiosidade na voz humana, que durante a puberdade é ele que regula a voz nos jovens, entre a infância e a fase adulta; é muito activo e brilhante nos grandes cantores, poetisas célebres e oradores famosos pela sua eloquência.
A sua função é de suma importância no êxito e intercomunicabilidade do Esperanto; a sua cor é de um azul-claro, matizado de suave lilás, o que lhe dá um tom violeta, branco, mas o seu aspecto geral, quando em boa disposição funcional, lembra a tonalidade de formoso raio de luar pousado sobre o mar tranquilo.
Mais tarde, sem poder esconder a minha surpresa, pude verificar que esse chacra se compõe de dezasseis "raios" ou dezasseis "pétalas", as quais, por sábia coincidência, se conjugam e afinizam perfeitamente às dezasseis "regras" fundamentais do mecanismo internacional do Esperanto, revelando a mais curiosa e profética inter-relação vocálica, idiomática e fonética.
Os clarividentes terrenos bem desenvolvidos poderão vos comprovar que o chacra laríngeo tanto se acentua como se reduz em sua cor azul-claro fundamental, assim como varia em tamanho e luminosidade, influenciando-se conforme o potencial e a qualidade verbal da criatura humana.
É um dos chacras que também influi muitíssimo nos demais centros de forças e nos plexos-nervosos do organismo humano, porque o ato da materialização das ideias através da fonação é fenómeno que concentra todas as forças etéreo-magnéticas do perispírito, actuando em vigorosa sintonia com os demais centros etéricos reguladores das funções orgânicas.
A sua função e o seu aspecto colorido modificam-se rapidamente e de acordo com a sonoridade, agudeza ou intensidade com que sejam pronunciadas as palavras pelo homem.
Existe mesmo certa disposição peculiar ao seu funcionamento - já bastante conhecida e distinguida por alguns iogas e ocultistas exercitados - para produzir variações funcionais de conformidade com o próprio idioma e a psicologia de cada raça terrena.
Tive oportunidade de observar interessantes experiências no departamento de fonação da Academia de Esperanto, que comprovaram que os dialectos obscuros e a algaravia confusa de certos aldeões brutalizados costumam reduzir o diâmetro do chacra laríngeo até torná-lo do tamanho de uma moeda de um cruzeiro, fazendo-o apresentar um aspecto sujo e um tom azul índigo, sem luminosidade satisfatória e aparentemente sem rotação.
Entretanto, graças a um admirável aparelho de projecção sobre uma tela vítrea, transparente, pude apreciar diversos efeitos belíssimos que se produziam pelo chacra laríngeo, quando famosos cantores terrenos, em sumptuoso teatro latino, executavam trechos da ópera "Norma", de Bellini.
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