LUZ ESPÍRITA
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 19, 2021 10:28 am

A Sobrevivência do Espírito
Hercílio Maes

RAMATIS
Com participação do espírito ATANAGILDO

Minha Homenagem
Ao estimado confrade Comandante Edgard Armond, espírito operoso e disciplinado, trabalhador da revelação espiritual, cujas vibrações amigas me são gratas desde o velho Egipto dos Faraós.
Curitiba, fevereiro de 1959.
Hercílio Maes


Índice
Invocação às Falanges do Bem

Invocação às Falanges do Bem
Explicações
Preâmbulo de Ramatis
Palavras de Atanagildo[/b]

A Sobrevivência do Espírito
1. Aspectos da mediunidade
2. O "Sentido" da vista, no Além
3. Noções sobre o perispírito e suas delicadas funções
4. Revitalização do perispírito no astral - Processos empregados
5. A volição e o poder da vontade
6. As forças mentais e seus poderes
7. Um chafariz de alta função terapêutica
8. O diabo e a sede do seu reinado
9. A música e seus efeitos
10. Uma academia de esperanto e sua modelar organização

Esclarecimentos de Ramatis
11. A missão do Esperanto na Terra
12. Os "Mantrans" e a Língua
13. O Espírito do Esperanto
14. O Esperanto e o Espiritismo
15. Zamenhof e o Esperanto
16. Sonhos e recordações do passado
17. Os estigmas do pecado no corpo físico e no perispírito
18. O suicídio e suas consequências cármicas
19. O Espiritismo, seus princípios e sua missão sobre a Terra.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 19, 2021 10:28 am

Invocação às Falanges do Bem
Doce nome de Jesus,
Doce nome de Maria,
Enviai-nos vossa luz
Vossa paz e harmonia!

Estrela azul de Dharma,
Farol de nosso Dever!
Libertai-nos do mau carma,
Ensinai-nos a viver!

Ante o símbolo amado
Do Triângulo e da Cruz,
Vê-se o servo renovado
Por Ti, ó Mestre Jesus!

Com os nossos irmãos de Marte
Façamos uma oração-.
Que nos ensinem a arte
Da Grande Harmonização!


Invocação às Falanges do Bem
Do ponto de Luz na mente de Deus,
Flua luz às mentes dos homens,
Desça luz à terra.

Do ponto de Amor no Coração de Deus,
Flua amor aos corações dos homens,
Volte Cristo à Terra.

Do centro onde a Vontade de Deus é conhecida,
Guie o Propósito das pequenas vontades dos homens,
O propósito a que os Mestres conhecem e servem.

No centro a que chamamos a raça dos homens,
Cumpra-se o plano de Amor e Luz,
e mure-se a porta onde mora o mal.

Que a Luz, o Amor e o Poder restabeleçam o Plano de Deus na Terra.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 19, 2021 10:28 am

Explicações
Prezado leitor.
Eis em tuas mãos uma obra mediúnica ditada pelo espírito de Ramatis, e da qual ainda participa o espírito de Atanagildo, que cumpre assim a sua promessa feita anteriormente, quando se dispôs a atender-nos quanto às solicitações sensatas que posteriormente fizéssemos sobre a realidade da vida do Além-Túmulo.
Embora a presente obra ainda se entenda especialmente com as condições comuns da vida dos espíritos desencarnados, devo esclarecer que encerra novos assuntos que, obedecendo ao habitual sistema de perguntas e respostas dos espíritos de Ramatis e Atanagildo, constituem mais um acervo para o estuda dos complexos problemas do plano espiritual.
Assim é que certos capítulos, como "Sonhos e Recordações do passado", "A Volição", "As Forças Mentais e Seus Poderes" e "Aspectos da Mediunidade", são dedicados particularmente aos processos e à técnica familiar com que os espíritos desencarnados intervêm durante os sonhos, como exercem a sua visão astral e operam nas suas relações mediúnicas.
O presente livro é bem um prolongamento do anterior, que se intitula "A Vida Além da Sepultura", expondo diversos assuntos que não foi possível serem ventilados naquela obra, o que redundaria na confecção de um volume demasiadamente grande.
Ramatis sugeriu que a presente obra fosse logo impressa, porquanto o assunto não deveria ser interrompido, uma vez que se trata de mensagem destinada especialmente à nossa época.
Por isso, dei logo à publicidade este novo livro e incluí nele o admirável estudo de Ramatis sobre o Esperanto, quando respondeu às inúmeras perguntas que lhe haviam sido endereçadas por diversos esperantistas, bastante ansiosos de conhecer o pensamento ramatisiano a tal respeito.
Também alguns confrades espíritas se interessavam por detalhes sobre a existência de escolas ou instituições de Esperanto, situadas no Espaço e em torno do globo terráqueo, a que se referem algumas obras mediúnicas.
Ramatis, consultado a respeito, apontou Atanagildo como sendo o espírito mais credenciado para dar uma descrição do assunto a nosso contento.
Efectivamente, logo depois Atanagildo brindou-nos com sugestiva e detalhada comunicação, descrevendo-nos com bastante minúcia a natureza dos trabalhos e dos departamentos da "Academia de Esperanto" que faz parte da metrópole astral do "Grande Coração", onde ele reside e da qual já nos contou as particularidades na obra anterior.
O espírito de Atanagildo não participa das demais obras de Ramatis, pois no livro "A Vida Além da Sepultura" apenas cumpriu a promessa de nos transmitir detalhes sobre o cenário tão discutido do mundo astral.
O seu trabalho foi semelhante ao que já tem realizado outros desencarnados, que também trataram do mesmo assunto par intermédio de alguns médiuns experimentados e dignos.
Entretanto, Atanagildo prometeu-nos ditar, futuramente, uma série de contos sobre acontecimentos verificados nas vidas pregressas de várias criaturas terrenas, assim como revelar os respectivos efeitos cármicos a que se sujeitaram posteriormente.
Depois destas singelas explicações, só tenho a dizer que me sentirei bastante recompensado da espinhosa tarefa mediúnica desde que estas páginas de advertência espiritual se transformem em novas esperanças para algumas almas combalidas, ou então resultem delas algumas reflexões benfeitoras, que possam remover a dúvida naqueles que ainda não puderam discernir os propósitos sublimes da vida imortal.
Embora os proventos desta obra se destinem a minorar algumas necessidades humanas, o meu ideal será que ela possa conjugar o pão do corpo ao conforto do pão do espírito, pois só este é que realmente pode transformar a alma no seu próprio guia e artífice do seu glorioso destino imortal!

Curitiba, 20 de junho de 1958
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 19, 2021 10:28 am

Preâmbulo de Ramatis
Paz e Amor.
Ao ensejo de transmitir-vos algumas palavras no início desta obra, que abrange diversas comunicações enviadas do "lado de cá" da vida espiritual, cabe-me o grato dever de ressaltar também o heróico trabalho dos espíritas, que desde há um século vêm divulgando Os princípios elevados do Espiritismo codificado por Allan Kardec.
Como o Espiritismo não é apenas um conjunto de postulados doutrinários ou simples repositório científico, garantido somente pela pesquisa e produção de fenómenos submetidos às leis invisíveis e do domínio dos desencarnados, mas, acima de tudo, é admirável ensejo de renovação espiritual sob o Código Moral do Evangelho de Jesus, é preciso que saibais quais são os favorecimentos ou os prejuízos que podem se suceder após a morte do corpo físico, conforme seja a maior ou menor integração da alma nesses postulados evangélicos.
A porfia do espírito algemado ao organismo de carne terrena é o mais eficiente factor para ele acelerar a sua dinâmica de pensar e desenvolver a sua pureza de sentir!
Os problemas económicos e as vicissitudes morais, que se apresentam cotidianamente à perplexidade do espírito reencarnado, têm por função obrigá-lo a movimentar os recursos da razão e afinar a emotividade do coração.
Não é preciso "morrer" fisicamente para se "sobreviver" espiritualmente, pois sempre viveis na eternidade, a qualquer momento, sem que se quebre o elo de sustentação interior, que garante a imortalidade de vossa consciência espiritual.
Mesmo quando submetido à lei de rectificação cármica, em que o espírito "dorme", asfixiado no corpo de um imbecil ou delira no corpo do doido furioso, ainda se pode comprovar a sua indiscutível presença, quer durante os fugazes reflexos de consciência, quer na experimentação comum da hipnose.
A desencarnação pode ser associada ao fato do escafandrista, que se deveste do seu traje pesado à margem do rio ou do lago, para em seguida reintegrar-se na posse completa dos seus movimentos e emoções, que só lhe são naturais à superfície da terra. Mudais de plano vibratório sem modificardes o vosso interior, porquanto a morte do corpo físico não é fenómeno miraculoso, que faça eclodir a sabedoria no espírito ocioso ou a ternura na alma cruel.
O vosso organismo carnal, à semelhança de um biombo espesso, torna-se um forte interceptador da luz do espírito; o seu desaparecimento, ou a sua desintegração no seio da terra, favorece a alma para que esta clareie o seu campo de consciência e ative a memória preexistente ao nascimento físico.
O fenómeno pode ser comparado à luz de uma lâmpada que se projecta a maior distância, assim que lhe afastem os biombos ou anteparos que lhe reduziam a expansividade luminosa!
Na verdade, é a nossa mente que se transfere de um plano vibratório mais denso para outro mais sublimado, qual um facho de luz que deixa de iluminar a superfície opaca de um vaso de pedra, para focalizar-se unicamente no seu líquido interior.
Muitas criaturas religiosas e crentes confessas ainda confiam em que, ao desencarnar, é que hão de retomar o "fio" de sua verdadeira consciência espiritual e então recomeçar a usufruir dos gozos e dos direitos que lhes ficaram suspensos durante a fase da vida terrena.
Mas essa ideia ser-lhes-á de profunda decepção, pois aqui não há "recomeço" pelo facto de o espírito haver-se isolado na vida terráquea, e ninguém gozará de um panorama agradável e celestial apenas porque cumpriu certos deveres religiosos no mundo físico.
O ritmo espiritual de vossa consciência é a realidade da vossa pr6pria vida; não existem hiatos ou adormecimentos no espírito, embora não o possais comprovar através de conclusões exteriores; no transe, na imbecilidade, na loucura ou na morte, ele subsiste sempre na sua vida interior, porque é a centelha imortal que vos sustenta o pensar e o sentir.
A reencarnação lembra o fato do viageiro que, diante do clima assaz rude, apenas enverga o traje mais pesado e protector, sem que por isso tenha-se verificado a amnésia de sua verdadeira individualidade.
Embora muitos recém-chegados ao Além deparem com inúmeros acontecimentos maravilhosos, como se houvessem emigrado para um mundo de fadas completamente diverso da Terra, alguns verificam mais tarde que mesmo esses gozos tão admiráveis os tornam apáticos, porque ainda não puderam vencer a insidiosa influência passional do mundo terreno.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 19, 2021 10:29 am

Ocorre, então, estranho paradoxo com a alma, pois que fica realmente apática e melancólica, embora se encontre no seio de sublime ambiente celestial; lembra o exemplo da ave com as asas atrofiadas pela excessiva permanência no solo e que, sendo solta na plenitude do espaço, viva angustiada pela insegurança do seu voo.
As pessoas que não se iniciaram no encanto da música fina sentem-se apáticas e insatisfeitas diante das mais belas óperas e sinfonias, porque ainda lhes falta o elo ou o liame interior capaz de proporcionar-lhes a necessária intimidade com as tessituras muito delicadas.
O seu gosto musical ainda se fundamenta no padrão acanhado das composições inferiores, por cujo motivo o júbilo só se lhes desperta quando retornam a ouvir a melodia popular, de ritmo pobre e tedioso.
Muitos seres desencarnam de modo tão desesperado, ante o temor de abandonarem as suas quinquilharias materiais, que ao despertarem no Além, mal conseguem ter consciência da mudança do meio, pois a sua luz interior, ainda bastante reduzida devido ao trato das paixões animais e das tolices mundanas, apresenta-lhes as formas astrais como se fossem de natureza exclusivamente física.
Então se torna muito dificultoso convencê-los de que não se encontram na vida terrena, pois ainda se julgam de posse dum organismo carnal, ao mesmo tempo que o perispírito lhes pesa e os liga rudemente ao meio a que se imantam desconcertados.
Inúmeros recursos são então empregados para que pouco a pouco se lhes acenda novamente a chama reduzida da consciência espiritual, livrando-os das formas enganadoras da crosta terráquea.
Entretanto, como a morte descerra o "Véu de Ísis" para todos aqueles que jornadeiam pela carne, também se apresenta ao viageiro sarcástico, invigilante ou descrente, o momento em que despertará para a realidade do Além-Túmulo, devendo então se por em contacto directo e implacável com a sua própria consciência.
E muitos logram o ensejo de avaliar o mérito ou o demérito das fraternais comunicações mediúnicas, que os espíritos afectuosos lhes hão enviado para minorar-lhes as angústias da travessia perigosa, quer se suceda depois da cova deserdada do pobre ou do rico mausoléu ornamentado pelos relevos do mármore luxuoso.
Então o recém-desencarnado, sem mistérios, simbolismos ou sofismas, defronta-se com a oportunidade de verificar quão sublime e vantajoso lhe resulta o culto incondicional do Evangelho de Jesus, ou então ser-lhe-á provado quão doloroso e deserdada é a situação no Além, para aqueles que se devotam excessivamente ao culto das paixões da carne provisória.
Estas páginas mediúnicas, que são transmitidas através do cérebro de um espírito encarnado, resumem-se em singela epístola fraterna e sincero convite, para que ainda em tempo favorável, alguns encarnados reflictam seriamente nos benefícios que decorrem para o espírito em cultuar o Bem, o Amor e o Perdão, mesmo no seio da humanidade inquieta, cobiçosa e interesseira do século em que viveis.
Curitiba, 17 de junho de 1958
Ramatis
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 19, 2021 10:29 am

Palavras de Atanagildo
Meus irmãos.
Pede-me o intérprete mediúnico destas comunicações que eu diga algumas palavras como intróito à presente obra, que deve ser considerada como um prolongamento da anterior, denominada "A Vida Além da Sepultura".
O seu texto compreende outros assuntos e motivos que servirão para despertar novas reflexões espirituais, assim como proporcionar aos seus leitores alguns conhecimentos referentes à técnica com que operamos, do mundo invisível, sobre aqueles que se tornam intérpretes dos nossos pensamentos.
Reconheço que, tanto na obra anterior quanto nesta, em que também me beneficiou a cooperação generosa de irmão Ramatis, não me foi possível relatar-vos com absoluta fidelidade o realismo impressionante das regiões trevosas, embora eu tenha tentado descrever-vos os factos em sua feição mais crua e dolorosa.
Acredito, no entanto, que já podeis avaliar as situações dantescas do Além-Túmulo, assim como vos aperceberdes das perigosas consequências que resultam do descaso e da negligência espiritual.
Ademais, o espírito realmente inteligente não opera contra si mesmo, nem vive na Terra de modo a perturbar a sua própria ventura após a morte do corpo físico.
É bastante um pouco de senso espiritual para que o homem logo compreenda que somente ele é o único responsável e o mais prejudicado, quando prefere escravizar-se às ilusões e aos vícios do mundo provisório da carne!
Embora eu não alimente propósitos messiânicos de atemorizar incrédulos ou exprobrar as faltas dos pecadores terrenos, mas, reconhecendo-me irmão eterno desses infelizes rebeldes e sofredores, sinto-me compungido ao vê-los padecer tão atrozmente, quando lhes bastaria um pouco mais de ânimo e estoicismo espiritual para ingressarem nas hostes abençoadas das almas felizes.
Na penumbra triste dos planos das sombras, continuam a ingressar magotes de infelizes espíritos rebeldes e desregrados, que mais se assemelham a verdadeiros duendes alucinados ou frangalhos humanos, vítimas de suas próprias estultices espirituais.
Envoltos pelos fluidos agressivos de suas próprias torpezas e desenganos, tornam-se as almas penadas de indescritíveis sofrimentos e pavores, que ficam impermeabilizados ao próprio esforço socorrista de seus parentes desencarnados e, também, imunes às próprias orações dos entes queridos que deixam no mundo terreno!
Na condição de espírito desencarnado e gozando apenas da faculdade de enxergar um pouco mais além do horizonte limitado da vida física, desejo apenas cumprir o dever fraterno de advertir aqueles que ainda negligenciam com a sua própria ventura no Além-Túmulo.
Não me preocupam quaisquer louvores ou considerações dignos de crédito na contabilidade sideral; oxalá as criaturas que crêem com sinceridade na sobrevivência da alma confiem sensatamente nos relatos que daqui lhes são enviados pelos espíritos amigos, a fim de que ainda possam amenizar os seus padecimentos inevitáveis, caso tenham olvidado o roteiro salvador traçado e vivido pelo Mestre Jesus.
Sem pretender copiar as literatices humanas ou desejar atrair a admiração intelectual do mundo terreno, que poderiam proporcionar as novelas do tipo "mata-tempo", congratulo-me com aqueles que souberem extrair destas comunicações despretensiosas o consolo, o ânimo e o roteiro que a minha insuficiência espiritual ainda não me permite expor em toda a sua plenitude.
Seja convosco a paz de Jesus.
Curitiba, 23 de junho de 1958
Atanagildo
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 19, 2021 10:29 am

Capítulo 1 - Aspectos da Mediunidade
Pergunta: - De vez que, como dissestes alhures, o contacto que tendes com o médium que vos serve se realiza através do seu perispírito, pensamos que esse contacto com qualquer outro médium também será fácil não só de vossa parte como de qualquer outro espírito que deseje se comunicar; não é assim?
Atanagildo: - Não é bem assim.
Ao tentar conseguir o mais apagado contacto com a matéria - e o que se dá comigo também se dá com muitos outros espíritos - tenho que mobilizar certos recursos especiais e despender um vigoroso esforço, que às vezes me esgota e quase não me anima a prosseguir na tarefa empreendida.
Desconheceis quão dificultoso se torna ainda para nós, desencarnados, realizar qualquer operação de ordem mais directa, por intermédio dos reencarnados.
Enquanto os obsessores conseguem subjugar grande parte dos médiuns invigilantes, tornando-os passivo às suas sugestões e desejos torpes, os espíritos do Bem defrontam com fortes obstáculos para conseguir essa mesma passividade para com o serviço superior!

Pergunta: - O médium de que vos servis neste momento sente de modo positivo o vosso contacto, quando operais através dele, para a feitura destas comunicações?
Atanagildo: - Quando eu me aproximo do sensitivo, ele não sente a minha presença de um modo material, nem a regista pelos seu sentidos físicos do tacto, do olfacto ou da visão; realiza-se um contacto espiritual, interior, nada mecânico, e diferente de choques vibratórios exteriores.
Neste momento estou transmitindo ao médium os meus pensamentos, em resposta às perguntas que estais fazendo, mas me dirijo ao espírito do médium, em lugar de mover-lhe as mãos na máquina dactilográfica; a dactilografia é comandada pelo seu próprio espírito, após perceber os meus pensamentos, o que faz através de sua aguçada percepção psíquica.
Não imagineis que eu esteja escrevendo a máquina, como se fosse um exímio dactilógrafo aí na Terra.
Será puro engano!
Eu não sei escrever a máquina, nem tampouco o sabia quando vivia aí na crosta; quem realmente está escrevendo é o médium, o qual recebe o meu pensamento através do seu perispírito e, em seguida, o transfere para o seu cérebro, vestindo então as ideias que lhe transmito com os vocábulos que lhe são mais familiares.

Pergunta: - Quereis dizer que o médium compõe com os seus próprios recursos vocabulares o texto que expressa o conjunto dos vossos pensamentos; não é assim?
Atanagildo: - É o que realmente acontece com o sensitivo de que estou me utilizando neste momento, pois que se trata de um médium intuitivo e que, ao receber os meus pensamentos, precisa transmiti-los a vos com o seu vocabulário familiar.
Eu só poderia transmitir-vos as minhas próprias expressões, empregando o estilo que me é próprio, se tivesse à minha disposição, neste momento, um médium mecânico ou sonambúlico.
Servindo-me de um médium mecânico, eu actuaria nos seus centros de forças, etéricos, à altura do plexo braquial, e nessa região formaria uma espécie de "cérebro provisório", que comandaria esse grupo de gânglios, que se tornariam em um centro coordenador do braço do médium.
Deste modo, ser-me-ia possível transmitir-vos minhas palavras tão exactamente como se estivesse sentado convosco, em corpo físico.
Com esse improvisado centro de comando ganglionar, através do qual eu poderia dirigir os nervos motores do braço direito do médium, os meus pensamentos fluiriam directamente para o papel, como se fossem transmitidos com o emprego de uma caneta viva e dócil ao meu manejo.
Se me servisse de um médium sonambúlico, logo que o seu perispírito se afastasse do corpo físico, como no transe cataléptico, permanecendo ligado ao corpo apenas pelos cordões fluídicos mais importantes, então eu agiria como se estivesse em meu corpo terreno, ou actuaria como num caso de hipnose, servindo-me do cérebro do médium para compor os meus ditados.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 19, 2021 10:29 am

E, como o espírito do sensitivo também ficaria afastado juntamente com o seu perispírito, não poderia ele tomar conhecimento de minha comunicação, em face de não passar pelo seu cérebro.
É claro que, desse modo, eu também poderia falar e escrever com toda naturalidade, usando o meu próprio arquivo pessoal de vocábulos familiares, apondo à escrita a minha assinatura como eu a traçava no mundo material e dando-vos notícias perfeitas de minha última romagem na França, mesmo no idioma desse país.
Mas, no caso do médium que ora recebe o meu pensamento, eu só posso transmitir mensagens através do seu espírito, e este é que deve dar-lhes redacção, cuja clareza, lógica e sensatez dependerão da sua capacidade receptiva e da sua facilidade em escrever.
Ele assemelha-se, então, a um alfaiate que precise confeccionar o traje para um cliente que não escolheu ou não quis escolher o próprio figurino...

Pergunta: - Se o médium que vos serve fosse taquígrafo, poderiam estas mensagens ser recebidas com maior rapidez?
Atanagildo: - Evidentemente assim seria, pois os sinais gráficos lançados no papel, e que retratam materialmente o meu pensamento, dependem do intermediário e não de mim, visto se tratar de médium intuitivo, que não posso comandar, mas apenas inspirar.
Eu poderia enviar-vos mensagens até por intermédio de um médium analfabeto, mas, para isso, ele precisaria ser completamente sonambúlico, o que é muito raro de acontecer; no entanto, desde que se trate de sensitivo "semi-mecânico", ou "intuitivo", como o que ora escreve, é bem reduzida a percentagem do que os comunicantes podem transmitir no seu modo peculiar de se expressar, e então predomina nas mensagens o estilo do próprio intermediário.

Pergunta: - Então, quanto maior for o cabedal de conhecimentos do médium intuitivo e o seu desembaraço no falar ou no escrever, tanto maior será a fidelidade das comunicações que receber dos espíritos; não é assim?
Atanagildo: - Evidentemente assim é, pois, à medida que o sensitivo amplia o seu arquivo de conhecimentos e também o seu vocabulário, nós podemos transmitir as mensagens de modo mais claro e minucioso, tratando de coisas mais importantes e fazendo-nos compreender melhor.
Assim como Paganini não lograria êxito artístico se se utilizasse de um violino com uma só corda, também os espíritos não lograrão êxito na transmissão de suas mensagens utilizando-se de um médium inculto.
O êxito das comunicações de importância depende, pois, de procederem de um espírito com conhecimentos seguros e que possa se ajustar a um médium de intelecto desenvolvido e de sentimentos elevados.

Pergunta: - Uma vez que o médium deve vestir com os seus próprios vocábulos e recursos intelectuais o pensamento do espírito, não poderá acontecer que ele componha certas respostas valendo-se da lembrança de frases ou conceitos de outros autores, dando-os como sendo de autoria do espírito?
Supondo-se que o médium tenha excelente memória e possa associar ao que o espírito comunica aquilo que já leu anteriormente, não será justo que alguém possa considerar a comunicação do espírito como um plágio ou pasticho?
Atanagildo: - Esse acontecimento não é desconhecido para nós, e a própria literatura espírita pode vos comprovar a sua existência, que é levada à conta de "animismo", por ser fruto de associação de ideias ou da chamada "memória fotográfica", muito desenvolvida em alguns sensitivos, inclusive este pelo qual me comunico.
Muitas vezes, na ansiedade de registar com exactidão e fidelidade aquilo que o espírito comunica, o médium intuitivo aflige-se entre a necessidade de auscultar o plano do "lado de cá" e a de efectuar o registro das ideias no papel, mantendo-se em transe no limiar dos dois planos, em cujo momento pode intervir o automatismo de sua bagagem mental, fazendo-o compor trechos com matéria de outra lavra, a fim de materializar melhor o pensamento do espírito comunicante.
É claro que fazemos o possível para evitar esse fenómeno, algo desairoso para os medianeiros intuitivos; no entanto, a nossa vida no plano astral não nos permite estar a par de toda a literatura do orbe material, de modo a podermos identificar de pronto frases, conceitos ou textos que se assemelhem a outros já conhecidos.
Esse trabalho, cremos, seria melhor executado pelo próprio médium, ao rever o que escreveu.
Quando transmitimos uma obra como esta, de assunto muito variado e respondendo a perguntas heterogéneas e por vezes complicadas, que lançam o médium intuitivo num estado de preocupação aflitiva, então esse fenómeno de emersão da memória fotográfica, muito sensível, reproduz-se mais amiúde.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 19, 2021 10:29 am

Pergunta: - Cremos que esse fato poderá atrair para os médiuns intuitivos a pecha de plagiadores ou copistas de outros trabalhos; não é assim?
Atanagildo: - Respeitando os direitos da realização humana em todos os seus sectores, literários, artísticos, filosóficos ou científicos, quero lembrar-vos de que, na realidade, o homem é sempre uma espécie de aparelho repetidor de coisas já tantas vezes repetidas sob outras vestes mais rudes ou psicológicas.
Shakespeare, Homero, Virgílio, Dante, Cervantes, Sócrates, Platão e outros génios consagrados no vosso orbe, ainda continuam, apesar do tempo decorrido, a ser a fonte das mais altas inspirações e dos assuntos ventilados sob o figurino do século XX, e ninguém pode se afastar do texto exacto de suas concepções!
Na verdade, o inédito só existe no seio do Espírito Cósmico, do qual extraímos tudo aquilo que necessitamos, pois mesmo os acontecimentos que estais vivendo são ainda novas repetições do que outros espíritos já materializaram em mundos extintos!
Quando alguém se deixa tomar pelo orgulho de haver criado algo de novo e insólito na Terra, quase sempre ignora que outro "alguém", desencarnado, sorri compassivamente por tê-lo intuído e guiado até o êxito final de seu empreendimento!
Buda, 500 anos antes de Cristo, proferiu as seguintes frases:
"Com fé se move o Himalaia" e "Quem assiste a um enfermo assiste a mim".
E Jesus, meio milénio depois, repetiu estas afirmações, em outros termos, dizendo:
"Porque na verdade, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: passa daqui para acolá, e ele há de passar" e "Na verdade vos digo que quantas vezes o deixastes de fazer a um destes pequeninos, a mim deixastes de fazer". Zoroastro, 650 a.C., numa das passagens sublimes do "Avesta", e Confúcio, 500 a.C., formulando conceitos para a "Regra de Ouro", assim disseram:
"Não faças aos outros o que não é bom para ti mesmo", e Jesus, mais tarde, também disse:
"Não faças aos outros o que não queres que te façam".
Sem dúvida, não ireis considerar o sublime Rabi da Galileia capaz de um plágio, apenas porque confirmou uma regra já consagrada no mundo pelos seus predecessores!
Não sancionamos plágios ou cópias de labores dignos, do próximo, mas também não deixamos de vos lembrar que, quando isso ocorrer inconscientemente, nada vem de vós, e sim tudo provém de Deus.

Pergunta: - O médium presente sabe o que está escrevendo e percebe o assunto do que é ditado por vós à sua audição espiritual?
Atanagildo: - Sem dúvida, pois ele é consciente do que está fazendo; apenas, para não se equivocar, acha-se imensamente preocupado em dactilografar tudo que eu lhe comunico e, deste modo, fica algo abstraído e às vezes se torna um verdadeiro e eficiente prolongamento vivo de mim mesmo.
Sabe perfeitamente o que está escrevendo e fica-lhe mais ou menos no subconsciente tudo aquilo que já escreveu; mas não tem noção exacta do que está para vir, porque isso palpita em minha mente e ele ainda não tomou, portanto, conhecimento do assunto.
Devido a isso, ele escreve sob a acção de duas fortes preocupações: uma por não desejar perder a lógica do pensamento que lhe exponho e outra devido ao receio de que lhe venha a faltar coerência no ditado.
Por isso, assim que lê tudo o que recebe de mim e de outros espíritos, desconfia de que seja uma composição de sua exclusiva lavra, porém logo se toma de surpresas ao verificar que não cogitava de tal assunto ou tese, não pretendia tal resposta nem poderia empregar certas palavras tão bem ajustadas em algumas passagens ou fraseados, que não saberia compor com tanta fluência, quando em estado de completa vigília.
Embora o conteúdo da escrita lhe pareça ser produto do seu pensamento e estar associado, muitas vezes, ao de obras das quais já tomou conhecimento, vê-se obrigado a reconhecer que há uma qualidade e uma doutrinação subjectiva, disciplinada e que ignorava, formando o elo de todos os escritos inspirados pelo espírito.

Pergunta: - Se o médium que vos serve é consciente, por que motivo dissestes que ele é semi-mecânico?
Atanagildo: - Porque, se ele fosse exclusivamente intuitivo, estaria escrevendo com lentidão, demorando-se no compor as frases e vacilando na exposição das ideias, embora pudesse seguir um raciocínio disciplinado pela sua própria mente.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 19, 2021 10:30 am

O médium intuitivo, embora escreva ou fale sob a acção dos espíritos desencarnados (salvo quando é muito sensível) dificilmente identifica a nossa natureza espiritual, porque o atuamos de modo essencialmente inspirativo.
Já não ocorre isso com o sensitivo de que ora me sirvo, pois, além de conseguir transferir a intensa qualidade do meu cabedal espiritual para o papel, interpreta com clareza o meu pensamento e, embora a seu modo, escreve como eu desejaria que ele escrevesse.
Não tendes reparado como ele escreve velozmente, sem vacilações, embora muitíssimo preocupado com a fixação das ideias que lhe transmito e que lhe fluem aos borbotões?

Pergunta: - Ser-vos-ia possível caracterizar melhor essa faculdade semi-mecânica do vosso médium, neste momento?
Atanagildo: - Em virtude de podermos acelerar as nossas vibrações (porque estamos fora do corpo físico) as nossas ideias ultrapassam rapidamente a possibilidade de serem abrangidas totalmente pelo médium e fixadas no papel em tempo satisfatório.
Então, para poder captar imediatamente as minhas ideias que, embora sejam produzidas numa escala vivíssima para os vossos sentidos (aliás a mais baixa vibração que consigo graduar no astral) o médium escreve de modo aflitivo e absorto completamente naquilo que faz, utilizando-se de todos os recursos de sua técnica e capacidade dactilográfica, de modo a não desperdiçar o fluxo inspirativo que lhe transmito.
Eis um dos motivos por que ele obteria mais sucesso se fosse um taquígrafo experimentado, pois empregaria um processo mais rápido para apanhar os meus pensamentos, logrando mais êxito e maior apreensão do assunto.
É preciso que saibais que as dificuldades existentes para um entendimento mútuo entre os desencarnados e o vosso mundo não decorrem de nossa culpa, pois tudo fazemos para o maior sucesso nas relações tão desejadas de ambas as margens da vida.
Essas dificuldades são provenientes da volúpia com que os homens se sintonizam com as faixas vibratórias dos comunicantes das sombras, ao mesmo tempo que resistem às delicadas sugestões das almas benfeitoras.
É dificílimo reunirem-se todas as qualidades desejadas em um só médium, tais como a conduta moral superior, o desinteresse utilitarista, a devoção incessante ao estudo, a perseverança, a renúncia e a facilidade de escrever.
Quanto ao médium de que me sirvo, embora eu não possa dominar os seus plexos braquiais e assim comandar-lhe os nervos motores dos braços, ou então dominar-lhe o cérebro, num transe em que o seu perispírito se afaste do corpo, sintonizo-me de tal modo com ele, numa perfeita sequência telepática, que os seus escritos resultam como produtos de uma só vontade disciplinada através de ideias e vocábulos afins.
Eis porque o classifico de médium semi-mecânico, pois ele executa parte do trabalho mediúnico por sua conta, na ocasião de configurar as minhas ideias através da vestimenta dos vocábulos e expressões que lhe são conhecidos na vida terrena.
No entanto, assim que ele fica absorto nessa operação e entretido no trabalho, mesmo conscientemente, eu posso situar outra grande parte do comunicado directamente no seu campo dinâmico mental e fazê-lo trabalhar sob certo automatismo dirigido por mim.
Mais tarde, então, ele descobre essa acção dupla, de espírito e médium, ao verificar que certas frases, orações e soluções filosóficas ou descritivas, que registou nos seus escritos, não as registaria se isso dependesse de sua exclusiva competência.
Considero o médium presente bastante dócil e capacitado para o trabalho que executamos em conjunto, pois demonstra acentuada plasticidade psíquica para apreender o assunto de que desejo tratar.
Ele não dificulta o meu trabalho porque, além de compreender-me com rapidez e facilidade, sabe colocar-se muito bem na minha faixa vibratória, quando consigo fazê-la baixar até as fronteiras da vida física.
Se ele não me auxiliasse através dessa maleabilidade psíquica, isso significaria para mim um grande tropeço no exercício mediúnico, pois que seria prejudicada a maior parte de minhas ideias no comunicado.
Aprecio a sua submissão no trabalho, e o modo por que se sintoniza de imediato comigo, deixando fluir o curso dos meus pensamentos, sem indagações prematuras que me perturbariam bastante na coerência doutrinária e no ajuste lógico das respostas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 19, 2021 10:30 am


Tenho notado que este médium prefere transferir as suas dúvidas ou análises dos trabalhos para depois da recepção psicográfica, ao contrário de muitos médiuns intuitivos ou semi-mecânicos que têm o péssimo hábito de opor as suas desconfianças sobre o trabalho no instante exacto da recepção mediúnica do Além, o que sempre ofusca a limpidez das nossas comunicações.
Quando o médium se toma de desconfianças ante a nossa inspiração, assemelha-se a um lago encrespado, em cujo dorso agitado não pode se reflectir a luz serena do luar!

Pergunta: - Poderíamos crer que este médium seria capaz de recepcionar fielmente o pensamento de qualquer entidade espiritual, ante a facilidade de se colocar na faixa vibratória dos comunicantes desencarnados?
Atanagildo: - Desconheceis o trabalho, a assistência e os esforços tenazes- empregados de ambas as partes (médium e comunicante) para que se obtenha êxito nas presentes comunicações.
A entidade que pretende servir-se satisfatoriamente de um instrumento mediúnico, capaz de receber mensagens de utilidade comum, necessita de muito tempo de trabalho junto àquele que escolheu como seu medianeiro espiritual.
As tarefas delineadas só se realizam com facilidade e sensatez depois que desaparecem quaisquer dúvidas entre o comunicante e o médium, após se ajustarem como duas vontades estreitamente combinadas para um mesmo serviço em comum.
É certo, entretanto, que essa exigência se refere mais propriamente aos médiuns intuitivos, quando dificilmente conseguem distinguir um espírito de outro, pois, no caso de mediunidade sonambúlica, mecânica ou inconsciente, a própria entidade comumente se distingue técnica e psicologicamente nos seus relatos, devido a operar por um medianeiro em completo estado de passividade que, portanto, não lhe opõe obstáculos quanto à sua real identificação.
Devido ao facto de o médium pelo qual me comunico ser intuitivo, necessitei treiná-lo por longo tempo, com assídua assistência, até conseguir que ele pudesse, então, assenhorear-se de alguns traços fugitivos de minha última personalidade humana, vivida no Brasil.
No entanto, a minha contextura psicológica, o meu modo de pensar e de chegar a conclusões, só o podeis perceber vagamente nestas mensagens, porque ainda não temos operado em conjunto durante o tempo suficiente e exigível para que eu possa transpor-lhe a própria personalidade e estereotipar nele, com nitidez, o meu tipo espiritual exacto.
Eis um dos motivos pelos quais a maioria dos médiuns intuitivos não oferece distinções de identidade nos seus escritos mediúnicos, que se tornam, então, muito semelhantes entre si, embora se multiplique a variedade de assinaturas dos comunicantes.

Pergunta: - Quais os factores que podem auxiliar o médium intuitivo para que ele possa distinguir a individualidade dos espíritos comunicantes nos seus escritos mediúnicos?
Atanagildo: - Embora seja dificílimo distinguir os espíritos comunicantes através do seu estilo propriamente dito, o médium intuitivo estudioso e sensato pode distinguir algo do seu carácter, temperamento ou condicionamento psicológico; há sempre um tom espiritual que particulariza a individualidade dos desencarnados.
Quanto aos factores necessários para o médium poder revelar, embora de leve, a identidade de cada espírito, consistem em manter ele estreita ligação psíquica com o comunicante e, pouco a pouco, absorver o estilo e a índole psicológica do mesmo.
Que proveito há em que o médium escreva de modo ininterrupto, sobre um mesmo assunto e num estilo único, incontável número de mensagens com centenas de assinaturas diferentes atribuídas a vários espíritos desencarnados, que certamente variam em seu psiquismo e inteligência, quando, deixados de lado esses nomes tão diferentes, o conteúdo e o estilo são idênticos entre si e só reflectem a personalidade do médium?
Sem dúvida, pode estar-se realizando nessa ocasião profícua aproximação de nobre entidade espiritual, que se sentiu atraída pela afinidade moral, sentimento e inteligência do médium; mas acontece que pode se tratar apenas de um mesmo comunicante, por cujo motivo convém que o sensitivo mantenha uma só identidade em suas recepções, até que possa distinguir perfeitamente a individualidade do comunicante.
Só assim se justifica individualizar qualquer comunicante, isto é, por meio de algum indício de sua maneira peculiar de pensar e sentir.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 19, 2021 10:30 am

Pergunta: - O vosso médium deve ser considerado no círculo dessas limitações, ou está apto para quaisquer comunicações mediúnicas?
Atanagildo: - O médium que me serve neste momento poderia situar-se a contento em muitas faixas vibratórias, algumas de bom teor espiritual, mas ele reconhece que, por enquanto, o seu trabalho de maior êxito é consequente da sua grande afinidade com Ramatis e comigo, que fui seu companheiro noutras encarnações, principalmente na Grécia.
Conforme já vos comuniquei alhures, a sua faculdade mediúnica intuitiva não lhe permite copiar perfeitamente os estilos pessoais dos comunicantes, mas ele tem a facilidade de vestir-lhes as ideias com os trajes do seu próprio conhecimento vocabular e recursos intelectuais.
Quando ele estiver em condições de poder distinguir com segurança a mim, tanto quanto já distingue a Ramatis, então os mentores hão de lhe favorecer a oportunidade de outras comunicações com outras entidades, que diferem bastante de nós no campo dos raciocínios e que poderão se identificar por qualquer característica psicológica.
Com o tempo, o médium intuitivo termina "sentindo" a natureza familiar de cada comunicante e, automaticamente, fixa-lhe o estilo, o temperamento e as diversas nuances psicológicas.
Através de minhas comunicações neste momento, podereis avaliar da grande dificuldade de identificação dos espíritos por meio de médiuns intuitivos, pois faço prodigiosos esforços para fazer conhecer a maior percentagem possível do meu tipo espiritual e revelar-vos a minha exacta personalidade!
Faço tudo para melhor me distinguir do modo de se expressar de Ramatis, com cujo estilo e linguagem o sensitivo já está há longo tempo acostumado.
Quando as minhas ideias se sintonizam com as do médium, ele imagina que está escrevendo coisas da sua lavra; quando as minhas ideias se assemelham às de Ramatis, então o sensitivo acredita estar sendo accionado pelo seu querido mentor espiritual.
Imaginai, agora, que grande confusão poderá fazer um médium que se ponha a receber dezenas de comunicações de espíritos, mas sem o treino para notar as suas diferenças de cunho moral ou intelectual!
Sem dúvida, ele não conseguiria, em breve, distinguir jamais uns dos outros, devido à delicadeza e à característica da mediunidade intuitiva, em que os médiuns reproduzem o que sentem ou o que os inspiram, mas o fazem com os seus próprios recursos comuns!

Pergunta: - Não seria melhor que vós e Ramatis vos servísseis de um médium sonambúlico ou psicógrafo absolutamente mecânico, a fim de que as vossas ideias fossem transmitidas com toda segurança?
Isso não concorreria, outrossim para maior eficiência do trabalho, livrando-vos das influências cerebrais de um médium intuitivo?
Atanagildo: - Através dos laços de afinidade espiritual, que desde longínquos milénios nos ligam ao médium presente, estamos conjuntamente empenhados numa obra de equipe, e que já foi antecipadamente combinada no Espaço, muito antes que ele reencarnasse.
Aquilo que muito comumente pode parecer-vos acontecimento acidental, representa cuidadoso plano de acção colectiva por parte de vários grupos de almas em contínuas reencarnações.
E, no plano em que figuro juntamente com o sensitivo que me recepciona agora, deve ele ser "intuitivo" e não sonambúlico, porque existem características que pedem a sua participação consciente e ligação mais íntima com a obra.
Cada um de nós assumiu uma tarefa:
o médium, como intermediário de certas notícias e mensagens de importância futura e nós, aqui no Espaço, coordenando-lhe o trabalho que a todos nós pertence!
Resta, pois, que ele se devote sinceramente à parte que lhe coube na escolha, enquanto que nós daremos o curso espiritual do conteúdo, que já delineamos há muitos séculos e ansiamos terminar até a metade do próximo milénio.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 19, 2021 10:30 am

Capítulo 2 - O "Sentido" da vista, no Além
Pergunta: - Dos nossos cinco, sentidos, qual o que impera no plano em que viveis?
Atanagildo: - No mundo astral modificam-se todas as medidas e terminologias terrestres.
Não podemos, por exemplo, avaliar as distâncias pelo método que empregais na Terra, pois não temos qualquer apoio geográfico em que nos basearmos, visto vivermos em outras dimensões, que estão submetidas a uma acção energética inalcançável pelos mais altos padrões vibratórios do mundo físico.
A nossa actuação se exerce directamente no mundo "interno", na causa que compõe as coisas e formas conhecidas no mundo terreno.
Guardamos a impressão de que fomos transportados para "dentro" do próprio mundo físico em que vivíamos.
Nós operamos na energia livre; nessa mesma energia que "desce" vibratoriamente e se transforma em matéria, ou seja energia condensada, como a denominam os cientistas modernos.
O nosso ambiente é interpenetrado por um elemento super-dinâmico tão acentuado, que escapa a qualquer focalização dos cinco sentidos físicos; estamos muito além da mais alta vibração do mundo material, assim como a luz, que não pode ser agarrada pelas vossas mãos, o Sol, que não pode ser engarrafado, e os raios-X, que atravessam os tecidos e até paredes espessas!

Pergunta: - Valendo-se desse elemento astral, qualquer espírito consegue obter esses poderes espirituais de operar na energia livre?
Atanagildo: - A principal faculdade propulsora na nossa vida astral é o poder mental; quando podemos aliá-lo a um sentimento crístico bem desenvolvido, descortinamos então os mais deslumbrantes panoramas para as nossas almas e encantamo-nos com os trabalhos criadores que podemos realizar.
A vontade disciplinada se nos torna o mais poderoso instrumento, que usamos como um prolongamento vivo dos nossos sentidos astrais, podendo penetrar cada vez mais nos mistérios de nossa origem e destino.
Principalmente quando nos encontramos em ambientes tão gratos, como seja o da metrópole do Grande Coração, a nossa maior ou menor capacidade de visão depende fundamentalmente da maior ou menor extensão do poder de nossa própria vontade.
Por isso, nem todos os espíritos de nossa moradia conseguem obter a mesma visão das coisas e dos seres; muitas vezes, quando somos agraciados com a presença de notáveis visitantes, provindos dos planos mais altos, certa parte dos nossos companheiros recém chegados da Terra não consegue vê-los a contento, por não poder situar-se na mesma faixa vibratória elevada.
O mesmo fenómeno ocorre também nas zonas inferiores, quando descemos a elas para socorrer os espíritos sofredores; nem todos eles conseguem nos observar, embora afirmem que nos sentem a presença no momento em que os auxiliamos.
Trata-se de um fato lógico e compreensível: as frequências vibratórias espirituais muito baixas não podem sintonizar-se às vibrações muito altas, do mesmo modo por que as emissões de ondas curtas, na radiofonia terrena, não podem ser captadas pelos aparelhos de ondas longas.
No momento em que estou ditando estas comunicações, não podeis também registar em vossa visão física a minha presença, pois estais cercados por uma faixa vibratória demasiadamente baixa e letárgica, como o é a da carne.
Se se tratasse de um médium vidente e não do médium de que me sirvo no momento, isto é, de alguém com o perispírito mais deslocado para o "lado de cá", ou que conseguisse elevar a sua frequência vibratória comum até o nível do plano em que atuamos, esse então poderia identificar-nos palidamente, guardando a ideia de que penetrara numa atmosfera de sonhos.
E, assim como nem todos os espíritos desencarnados conseguem ver-nos nas mesmas disposições astrais - porque variam seus poderes mentais e qualidades morais - os próprios videntes terrestres não entrevêem com toda exactidão os mesmos fenómenos, porque também variam em sua capacidade vibratória, o que lhes dificulta focalizarem cenas do plano astral.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 19, 2021 10:31 am

Pergunta: - A visão do espírito desencarnado, em vossa metrópole, é semelhante à visão dos nossos olhos físicos, na Terra?
Atanagildo: - Na crosta terrena, a visão das criaturas humanas poderia ser mais ou menos boa, se não ocorresse a redução visual proveniente de enfermidades, defeitos ou cansaço dos olhos.
Mas, enquanto a visão humana é adstrita exclusivamente aos contornos das formas físicas e somente realizável sob a luz solar ou artificial, no mundo astral nós podemos ver as coisas independentemente de luz, tanto no seu exterior como no interior, tendo a impressão de que as viramos pelo avesso.
E o mais importante é que podemos projectar a vista em todos os sentidos, tomar conhecimento de todo e qualquer detalhe, submetendo tudo a um exame que bem poderíamos designar de "visão de profundidade".
Acresce que, enquanto os olhos da carne exigem uma direcção, dada pelos nervos oculares, para que tenhais conhecimento daquilo que eles podem ver, transmitindo ao cérebro apenas imagens focalizadas directamente, a nossa vontade age de tal modo, no ambiente, que melhor "sentimos" do que "vemos".
Em certas ocasiões de hipersensibilidade, tenho observado que toda a organização do meu perispírito se transforma num maravilhoso campo visual, em que sinto as coisas provindas de todas as direcções.
Torno-me, assim, um centro de visão em sentido esférico, e capto todos os fenómenos situados ao meu redor, sob a estranha impressão de que vejo tudo com o poder de mil olhos!
A necessidade de ver, na Terra, exige a imediata focalização dos olhos sobre os objectos desejados; além disso, para que o espírito possa ter conhecimento do que é focalizado, está na dependência das transformações vibratórias que o aparelho visual deve efectuar, para a devida sensibilidade do espírito.
Demais, essas vibrações precisam atingir toda a área do perispírito, para que então a alma tome conhecimento do que os olhos observaram, pois estes, na realidade, significam apenas uma acessório, ou seja um transformador da visão exterior para as vibrações de alta frequência, que são receptivas à organização etéreo-astral do perispírito.
O nosso poder visual está à superfície de todo o perispírito e, assim, torna-se um captador de imagens em todas as direcções.
Em lugar de precisarmos de um par de olhos para captarem as imagens e as transmitirem numa frequência vibratória acessível ao nosso espírito, nós, no Astral, as captamos directamente em sua fonte natural vibratória, levando-as para a contextura do nosso perispírito e dispensando as funções complicadas da visão física.

Pergunta: - Supondo que a vossa metrópole seja um ponto astronómico, no Espaço, como veríeis o firmamento, ou o nosso Sol, olhando desse ponto ou local?
A sensação seria a mesma que tínheis quando estáveis reencarnado em nosso planeta?
Atanagildo: - De nossa metrópole vemos o firmamento da mesma forma como o vedes da crosta terráquea, embora se nos apresente mais luminoso e tão repleto de vida quanto seja a possibilidade de penetração interior de nossa visão espiritual.
É óbvio que a sua cor difere profundamente da cor da atmosfera física que envolve o globo terráqueo, porque estamos situados na intimidade dessa visão, limitada, para vós, pelos olhos da carne.
Nós sentimos as coisas de outro modo e penetramos com mais eficiência em toda a sua realidade exterior.

Pergunta: - Dai-nos um exemplo, para que melhor compreendamos que as coisas vistas pelos nossos olhos físicos são abrangidas em toda a sua extensão e realidade pela visão dos espíritos desencarnados.
Podeis fazê-lo?
Atanagildo: - Essa maior ou menor acuidade visual interior depende muito do tipo do espírito, pois, à medida que nos elevamos para estados mais sublimes, todo o mundo oculto se nos revela mais intenso e povoado de energias que antes haviam escapado à nossa observação de carácter inferior.
Suponde que vos encontrais observando um vaso contendo água doce, quente, perfumada, e ainda electromagnetizada.
Que vedes nesse vaso, com os vossos olhos físicos?
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 19, 2021 10:31 am

Sem dúvida, só vedes a água e apenas notais a sua forma incolor, pois se quiserdes sentir-lhe a temperatura, o perfume ou o magnetismo, ou mesmo o sabor, tereis que vos valer do tacto, do olfacto e do paladar. No entanto, se o meu espírito desencarnado estivesse presente no local, faria uso da faculdade que vos descrevi e poderia captar por todo o seu perispírito, simultaneamente, todas as diversas sensações contidas no vaso d'água, apenas usando a sua vontade na percepção de vários fenómenos ali existentes.
Há essa diferença, porque os cinco sentidos do homem não passam de janelas vivas ou aparelhos acessórios que devem transformar os diferentes fenómenos do mundo exterior numa vibração que o espírito desencarnado pode recepcionar directamente, ao passo que ele não o pode fazer.
É evidente, pois, que na posse do corpo físico ou mesmo liberto dele, o verdadeiro receptor de todas as sensações e fenómenos do mundo físico ou astral ainda é o perispírito.
Desse modo, aquilo que percebemos dificultosamente, quando no comando do corpo carnal, podemos captar directamente, e sem os sentidos físicos intermediários, quando desencarnados.

Pergunta: - Tendes, porventura, outra concepção do Sol, devido a possuirdes uma visão melhor que a nossa?
Atanagildo: - O Sol que vedes no firmamento e que vos aquece com os seus raios caloríferos é o mesmo que banha as colónias e cidades astrais existentes em torno do globo terráqueo; no entanto, para vós, é um astro de acção mais física, enquanto que nós o sentimos interiormente, isto é, na sua plenitude astral.
O nosso ambiente, por ser integralizado pela substância astral, dispensa a acção propriamente física do Sol, mas recebe toda a sua energia astralina, a fim de se poderem cumprir os objectivos de renovação espiritual dos desencarnados.

Pergunta: - Como poderíamos compreender melhor essa diferença de acção do Sol em vossa metrópole, acima de sua expressão comum por nós conhecida?
Atanagildo: - Creio que não vos é estranho o fato de o Cosmo todo se encontrar interpenetrado de uma energia que se adensa em torno dos orbes, na forma de substância astral.
A começar pelo próprio Sol do nosso sistema, cada planeta ou asteróide possui a sua atmosfera de fluido astral, que o envolve na conformidade do seu volume, rotação e idade sideral.
Deste modo, a Terra requer também as energias físicas do Sol, que lhe nutrem a vida física, ao mesmo tempo que a sua esfera astral e invisível, sob considerável dinamismo, também exige essas energias, que devem entreter a sua vida interior.
Nos cursos educativos de nossa metrópole tenho aprendido que os espíritos que findam as suas encarnações na Terra e terminam a sua educação no mundo astral passam, em seguida, para um outro plano ainda mais interior, denominado "mundo mental concreto", onde ainda existe matéria mental mas, de tal subtileza, que lhes atende, instantaneamente, àquilo que pensam e desejam.
Explicam-nos, então, que esse mundo mental concreto também está muito além da natureza vibratória do mundo astral, assim como a nossa esfera astral também se encontra muito além dos fenómenos da Terra.
E o Sol, co mo centro de vida e sustentáculo de todo o nosso sistema, continua a alimentar todos os demais mundos "interiores" de vida espiritual, assim como nutre a crosta terrestre, embora a cada um conforme a energia correspondente ao seu meio de vida.
Embora o Sol seja, pois, um só, há um Sol físico para a Terra física, um Sol astral para o mundo astral e um Sol mental para o mundo mental concreto.
Penso que o exemplo da água quente, perfumada e magnetizada pode dar a ideia de três estados diferentes num só corpo:
calor, perfume e electricidade, no elemento água, numa graduação cada vez mais delicada, assim como a manifestação do Sol físico é mais grosseira do que a do Sol astral e este também mais rude do que o Sol mental.
É por isso que, na metrópole do Grande Coração, nós haurimos a luz do Sol na sua manifestação mais pura e dinâmica, porque também nos movemos num mundo de energias semelhantes, como é o mundo astral.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 20, 2021 10:19 am

Acredito que a ciência terrena já não mais duvida de que o Sol é antes um foco de luz do que de calor; essa luz é que se transforma em calor, assim que encontra a resistência no "biombo" da atmosfera terrestre, e então chega até vós na forma de raios caloríferos.
Assim, a energia principal pura ou dinâmica do Sol é a luz e não o calor, pois este já é energia degradada.
Se quiserdes saber por que motivo em nosso mundo astral nós aproveitamos a energia mais elevada do Sol, é só compreenderdes que, enquanto recebeis raios caloríferos, que se filtram através do "biombo" atmosférico da Terra, nós recebemos directamente o Sol em sua dinâmica natural de luz.

Pergunta: - Poder-se-ia considerar que os olhos de carne estão para o mundo espiritual assim como os anteparos estão para a luz material?
Atanagildo: - Os vossos olhos não são propriamente anteparos da realidade espiritual e, pelo contrário, significam precisos órgãos que vos permitem a visão grosseira no plano da matéria.
Não devemos olvidar que os olhos carnais não são os redutores da verdadeira visão do espírito, nem causam prejuízos ao entendimento exacto dos mundos interiores, mas são o resultado de um dos mais avançados esforços da natureza física, a fim de que pudésseis ter noções do mundo físico tão necessário ao nosso aprendizado sideral.
Quando de posse dos olhos de carne, eu actuava no mundo material circunscrito apenas ao que devia servir de lições à alma reencarnada; só podia ver os seres e as coisas desde que meus olhos estivessem sob a iluminação da luz exterior do Sol ou da artificial da Terra.
Como homem físico, não conseguia enxergar no escuro, não tendo sequer o privilégio de que gozam os gatos, alguns outros animais e diversos insectos...
E isso porque os olhos do homem exigem a luminescência exterior, na medida que lhe foi dada para poder cumprir a sua função vital.
Mas, depois que deixei o corpo físico, fiquei surpreendido com a precariedade dos olhos carnais e com a maravilhosa capacidade visual do espírito desencarnado, que se serve especialmente de sua vontade treinada para satisfazer aos seus anelos!
Se vos utilizásseis de óculos com lentes bem escuras para contemplardes as paisagens ensolaradas e coloridas das enseadas de Nápoles, Guanabara ou Flórida, é claro que teríeis uma impressão obscura e pobre da realidade; no entanto, assim que vos desvencilhásseis das lentes escuras, ficaríeis surpreendidos diante das indescritíveis belezas que vos ofereceria a visão límpida!
Também me senti deslumbrado diante do panorama soberbo e celestial que se me deparou logo após desencarnar e me desenvencilhar dos olhos físicos, pois embora estes prestem excelente serviço no trânsito da vida material, não conseguem revelar as belezas do astral superior, que se situa num campo vibratório muito subtil.
Muitas almas de boa estirpe espiritual confessam que, após a desencarnação, parecia-lhes que viviam num quarto escuro e fora-lhes acesa prodigiosa luz, que lhes descobriu munificente palácio principesco, repleto das mais deslumbrantes dádivas celestiais!
Nós, aqui, somos tomados de imensa piedade para com os cientistas, filósofos ou sábios terrenos que afirmam, enfaticamente, que nada mais existe depois da morte do corpo.
Eles acham que a vida real é exactamente aquela que se nota nas formas passageiras do mundo terreno.
Mas, quando retornarem ao astral, muito grande lhes será a humilhação ao comprovarem a falsidade de uma concepção tão infantil!

Pergunta: - Como é que podeis ver o sensitivo, neste momento em que recebe o vosso pensamento e o passa para o papel?
Qual a espécie de vossa visão, neste instante?
Atanagildo: - Repito: meus olhos não estão mais adstritos à visão limitada do mundo material, que está sujeita à luz solar ou artificial.
A luz que me rodeia é muito diferente e ilumina tudo desde o seu interior, por cujo motivo posso penetrar até no recôndito de vossas almas, inclusive a do médium de que me sirvo.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 20, 2021 10:19 am

Quando olhais um homem, no vosso mundo físico, só podeis vê-lo na sua configuração exterior, porque a luz solar ou artificial só se derrama sobre os seus contornos.
É bastante que se faça noite, para que não mais o possais ver, salvo se vos utilizardes da luz artificial.
Assim, enquanto os vossos olhos físicos só permitem observar aquilo que a luz do mundo material ilumina, nós tudo podemos ver, graças à luz que há no interior de todas as coisas e mesmo em nossa organização perispiritual.
Eu enxergo o médium neste momento, não como ele o é para vós, mas como o era antes de se reencarnar e como será depois de abandonar o seu corpo numa sepultura, aí na Terra.
Vejo-o em sua figura propriamente espiritual, no seu veículo etéreo-astral, que serve de intermediário entre o seu espírito e o corpo de carne.
A mim, que já desencarnado e distanciado vibratoriamente do vosso mundo material, o corpo físico não serve mais de relação, porque tenho contacto com o médium através do seu perispírito, que atua no mesmo plano em que eu me encontro liberto.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 20, 2021 10:19 am

Capítulo 3 - Noções sobre o perispírito e suas delicadas funções
Pergunta: - Em face das dificuldades que na vida física nos impedem de conhecer com exactidão a vida do espírito desencarnado, ser-vos-á possível dar-nos melhores detalhes sobre a natureza do perispírito depois da morte do corpo físico?
Atanagildo: - Desde que vos compenetreis de que um espírito não é nenhum fantasma compungido ou consagrado pelas lendas fantásticas do passado, ou um produto virtual da imaginação do médium, julgo bastante conveniente que indagueis sobre a sequência de nossa vida espiritual, o que muito poderá vos auxiliar depois da desencarnação.

Pergunta: - Apesar de diversas obras espíritas fornecerem numerosos detalhes sobre a natureza e a estrutura do perispírito, ainda não conseguimos formular uma ideia exacta desse corpo astral depois de desencarnado, por cujo motivo gostaríamos que nos auxiliásseis a clarear melhor as nossas ideias a esse respeito.
Podeis explicar, por exemplo, como sentis o vosso perispírito ou, então, como ele se vos apresenta neste momento?
Atanagildo: - Sinto-me mais vivo; muitíssimo mais vivo do que quando me encontrava algemado ao pesado escafandro de carne, que deixei na sepultura terráquea.
Esse corpo sobrevivente e que denominais de "perispírito" é muito mais complexo e de maior valor que o organismo físico, pois o corpo de carne é feito para o homem viver na Terra a média de 60 ou 80 anos; por esse motivo, a técnica sideral o projecta no campo de forças planetárias dentro de uma resistência prevista para essa média de vida.
O perispírito, no entanto, é organização definitiva, cuja vida não pode ser medida pelo calendário humano; a sua constituição teve início há alguns milhões de anos terrenos, durante os quais ele veio se plasmando através de todos os reinos da natureza e no seio de todas as espécies inferiores.
Durante esse prolongado mas progressivo desenvolvimento, acumularam-se nele as energias fundamentais, plasmaram-se os órgãos e os sistemas etéreo-astrais, até ele alcançar o progresso e a sensibilidade suficiente para servir como o mais valioso veículo intermediário entre o mundo invisível dos espíritos, e o mundo físico dos encarnados.
Ainda são raras as criaturas que se apercebem da complexidade de todos os órgãos e actividades do perispírito, cujo equipo tanto preexiste ao nascimento físico como sobrevive após a morte carnal.

Pergunta: - Segundo temos observado, a maioria das criaturas ainda pensa que o perispírito é um corpo constituído do éter flutuante, que esvoaça à vontade do espírito e não possui qualquer organização ou função que lembra o corpo físico.
Que dizeis?
Atanagildo: - Não ignoro que algumas pessoas imaginam o perispírito como sendo um bloco de fumaça ou, então, o supõem igual a uma espécie de massa vaporosa e informe, que vagueia daqui para ali, mas que tudo vê, ouve e sente, assim como se um floco de nuvem tivesse inteligência e vida própria.
Se eu fosse uma dessas configurações etéricas esvoaçantes, é óbvio que neste momento, não poderia levar a minha mão à cintura, como o estou fazendo, pois seria de crer que essa mão afundar-se-ia no seio da massa gasosa de que devia ser eu constituído.
Mas a verdade é que, ao apertar minha cintura etéreo-astral, tenho o sentido do tacto e, além disso, uma percepção de vida muitíssimo mais viva do que se estivesse no corpo físico.
Encontro-me actuando num campo vibratório excessivamente mais dinâmico e fenomenicamente mais elástico do que o é o plano letárgico e pesadão da matéria.

Pergunta: - Então, por que motivo vemos os espíritos tão deformados nas fotografias de materialização?
Atanagildo: - Tendes alguma razão na pergunta, pois nas fotografias de materialização dos espíritos, ou ainda durante a produção desse fenómeno, as nossas figuras parecem recortadas no açúcar-cande fluidificado, instáveis e sem continuidade, movendo-se no seio de massas gasosas, como se realmente fôssemos nuvens de algodão com movimentos espasmódicos e deformantes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 20, 2021 10:19 am

Bem sei que às vezes nos vedes semelhantes a máscaras carnavalescas, cujos olhos, bocas e nariz horrendos não só assustam os neófitos, como ainda impressionam mal muitos frequentadores de sessões de fenómenos físicos, que então nos julgam egressos de um mundo mórbido e lúgubre, no qual é provável que só vivamos nos compondo e nos desfazendo incessantemente no seio da fumaça leitosa do astral.
Mas tudo isso é consequente de dificuldades no trabalho e devido aos tipos de ectoplasma de certos médiuns, pois em muitos deles a fluidificação é rude e primária, produzida em centros orgânicos demasiadamente instintivos, sem a subtilização vibratória suficiente para configurar todas as minúcias e contornos de nossa verdadeira configuração perispiritual. Na verdade, a nossa aparência é bem outra, pois os espíritos, quanto mais evoluídos, tanto mais se tornam belos e rejuvenescidos em seu aspecto humano:
os seus modos são agradáveis, e eles têm certa graça e leveza que pode ser comparada à delicadeza dos movimentos dos pássaros.

Pergunta: - Temos observado que mesmo alguns dos espiritualistas mais estudiosos não escondem o seu constrangimento quando se lhes diz que o perispírito possui órgãos muito parecidos aos que existem no corpo físico.
Que nos dizeis a respeito?
Atanagildo: - É certo que muitos espiritualistas ainda se escandalizam com essa ideia, que lhes parece absurda, de os espíritos desencarnados possuírem ainda órgãos semelhantes e bem mais complexos do que os existentes no corpo grosseiro de carne. Como se poderá convencer todos os cidadãos do mundo terreno, ante um assunto ainda tão discutido no vosso mundo, como o é o da natureza do nosso corpo desencarnado?
De um lado, alguns afirmam que não passamos de massas gasosas simulando mórbidas caricaturas humanas; de outro lado, há os que não nos consideram simplesmente como fumaça astral, mas também não querem admitir a fisiologia importantíssima do perispírito e as sua semelhança com a configuração carnal, porque não podem conceber a ideia de coração, pulmões ou fígado funcionando dentro de um corpo espiritual.
Há os religiosos dogmáticos que nos consideram bandos de almas penadas, sofrendo o castigo das chamas do inferno, ou então como felizes borboletas em eterno voo sem pouso, no seio das nuvens amigas, ou presas no céu a contemplar a "face" de Deus...
Há os que crêem que detestamos qualquer parente, afecto ou coisa que tenha ficado no mundo terreno do pecado e que, por isso, não abandonamos o céu para visitá-los afectuosamente.
Outros consideram-nos como prolongamento vivos de nossos ideais e responsabilidades, vivendo em ambiente sensato e sem hiatos violentos, possuindo corpos adequados às relações com o meio astral, porém temem-nos como espantalhos ou figuras doentias e caricatas de um mundo melancólico!

Pergunta: - Mas guardais ainda a sensação de estardes ligado a um corpo com exigências orgânicas semelhantes às da natureza carnal?
Atanagildo: - É mister compreenderdes que os órgãos do corpo físico, como já tenho dito por diversas vezes, são apenas cópias resumidas dos modelos ou das matrizes orgânicas esculpidas na substância etéreo-astral do perispírito e que há muitos milénios constituem a sua exacta fisiologia.
Neste momento em que me comunico convosco - não tenhais dúvida! - estou sentindo o meu coração a bater, num ritmo perfeito e facilmente controlável pela minha própria força mental desenvolvida; posso acelerá-lo ou reduzi-lo em seus movimentos de diástole e sístole.
Basta impor-lhe a minha vontade e esse magnífico órgão etéreo-astral modificará o padrão de sua pulsação comum no ambiente em que vivo, coisa que ainda não podeis fazer com o vosso coração carnal, embora eu vos possa afirmar que, no futuro, o homem físico ainda venha a alcançar esse resultado tão admirável.
Actualmente, os homens terrenos aceleram inconscientemente os seus órgãos físicos quando atuam nos seus originais existentes no perispírito; mas, infelizmente, não o fazem por maturidade espiritual e sim através da violência, do desregramento ou da irascibilidade, ou como consequência da cólera, do ódio, do ciúme ou do amor-próprio ofendido.
Não tendes observado, porventura, que as criaturas que mais sofrem dos intestinos, do duodeno ou do fígado são geralmente as que mais se queixam de ser muito nervosas ou de exagerada sensibilidade?
A verdade é que elas são mental e psiquicamente muito descontroladas e, por isso, vivem molestando os órgãos do perispírito e lesando continuamente as suas contrapartes físicas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 20, 2021 10:20 am

Pergunta: - Pensamos que o vosso actual equilíbrio perispiritual é devido em grande parte aos estudos mentalistas a que vos dedicastes quando ainda vos encontráveis encarnados. Não é assim?
Atanagildo: - Tenho insistido em vos dizer que não se alcança santificação nem se consegue genialidade a toque de magia ou de ociosidade mental.
Sem dúvida, a Terra é nossa escola primária de educação espiritual e ai daqueles que subestimam os seus valores educativos, na crença ingénua de que depois irão desenvolver todos os seus poderes no Além!
Sei que muitas criaturas do vosso mundo vicejam pelo catolicismo, pelo protestantismo, pelo espiritismo e círculos esotéricos, mas se desinteressam de qualquer estudo ou leitura aproveitável, que lhes desperte outros valores além da cómoda contemplatividade sectarista.
Evidentemente, esperam o pretenso milagre que lhes compense a ociosidade mental e os torne senhores da mente, assim que abandonarem o corpo físico, que acreditam ser a verdadeira causa do seu embaraço psíquico na Terra.
Quando me encontrava encarnado pela última vez, estudei muitíssimo a ciência da respiração ioga; então eduquei a vontade e a apliquei poderosamente sobre todas as zonas respiratórias, conseguindo acentuado poder sobre os meus pulmões.
Com esse exercício disciplinado, consegui também o controle mental dos pulmões originais do meu perispírito.
Através de certo método ioga, que não me cumpre descrever nesta obra, eu havia também aprendido a descarbonizar o sangue e torná-lo mais puro, aproveitando com êxito tanto o oxigénio fluente da corrente arterial, como libertando imediatamente as cotas oxigénicas que na corrente venosa se uniam na forma de anidrido carbónico.
Também costumava inundar completamente de ar os pulmões, operando através da respiração baixa, média e alta, tão familiar aos "hata-iogas", para que a mais diminuta quantidade de ar, purificado pela mente e controlado pela vontade, pudesse atingir o extremo do ápice pulmonar e expulsar qualquer resíduo nocivo à integridade pulmonar e à renovação sanguínea.
Como os pulmões físicos são cópias exactas dos pulmões do perispírito, é óbvio que, neste exercício energético e perseverante, eu não só activava os órgãos carnais e purificava todo o sistema respiratório, como ainda obtinha excelentes resultados no aprimoramento dos próprios pulmões perispirituais, que hoje me relacionam optimamente com o meio astral.
É evidente, pois, que devo muito do meu equilíbrio perispiritual à feliz conexão entre as minhas forças mentais, algo desenvolvidas, conjugadas propositadamente ao metabolismo psicofísico respiratório.

Pergunta: - Podeis nos informar se os desencarnados se preocupam também com a saúde do perispírito, assim como procedemos para com o corpo físico?
Atanagildo: - Isso é evidente, pois quando fui recebido na metrópole do Grande Coração, os técnicos examinaram as condições de minha saúde etéreo-astral e felicitaram-me pelo excelente estado dos meus pulmões, cuja limpidez e transparência asseguraram-me - o faziam parecido a dois órgãos confeccionados em lâmina de cristal iluminado.
Não registro este facto a título de vaidade tola, mas apenas para lembrar-vos de que sempre colhemos os resultados exactos de nossa boa ou má semeadura.
Não posso eximir-me de vos informar que devo muito de minha saúde perispiritual ao facto de ser sistematicamente adverso ao uso do fumo, do álcool e das toxinas provenientes de gorduras normalmente provindas das carnes de animais abatidos.
Embora através do perispírito eu guarde ainda a sensação de possuir um corpo lembrando algo do metabolismo carnal, não vos posso descrever a plenitude do meu gozo sideral, em face da circulação astral se encontrar desimpedida de qualquer estigma terreno!
Baseando-vos no peso e na constituição rude do corpo material, tendes razão em opor dúvidas ao que vos exponho; mas o homem futuro, depois que for senhor de uma forte vontade esclarecida, manejando conscientemente o seu potencial de forças mentais, saberá restabelecer-se, também, de suas enfermidades e submeter todos os seus órgãos materiais à direcção completa do espírito.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 20, 2021 10:20 am

Pergunta: - Mas vos guiastes por alguma doutrina espiritualista ou vos submetestes a experimentações técnicas, por nós conhecidas, para conseguirdes o vosso desenvolvimento psico-mental?
Atanagildo: - Examinei a fundo todas as fontes espiritualistas que me pudessem abrir clareiras no denso cipoal da vida humana; entreguei-me disciplinada e tenazmente às práticas respiratórias e às purificações mentais.
Aprendi a absorver o magnetismo vitalizante do ambiente ou o tradicional "prana", como o designam os orientais, cujo treino me foi utilíssimo após a desencarnação.
Adoptei a alimentação vegetariana e repudiei sempre todos os alimentos intoxicantes, perniciosos à saúde humana, e que fatalmente seriam também nocivos à harmonia do meu perispírito.
Evitei a submissão fanática a qualquer seita, bem como. o arrendamento incondicional de minha pessoa a qualquer instituição religiosa, não obstante reconhecer todas as suas extraordinárias contribuições em favor da Verdade.

Pergunta: - Quereis dizer que, embora sejamos portadores de virtudes que nos elevariam a planos superiores, ainda teremos de sofrer as consequências de certos descuidos comos principais órgãos do corpo físico; não é assim?
Atanagildo: - Se credes, realmente, que todos os órgãos do corpo físico são duplicatas exactas ou cópias perfeitas dos originais existentes no perispírito, também haveis de compreender que tanto o zelo como o descaso humanos produzem efeitos duradouros nesses órgãos tão delicados e valiosos.
No caso do cigarro, por exemplo, embora o fumar não signifique pecado contra Deus, há a considerar que, quando o fumo se carboniza, desprende substâncias etéreo-astrais nocivas, que então agridem os pulmões delicadíssimos e causam dificuldades ao espírito após a desencarnação.

Pergunta: - Dissestes há pouco que, quando na Terra, já havíeis aprendido a dominar os vossos órgãos respiratórios, para o que muito contribuíram os vossos estudos espiritualistas.
No entanto, a maioria dos religiosos, e mesmo alguns espíritas, descrêem de tal êxito.
Que nos dizeis a esse respeito?
Atanagildo: - A vontade desenvolvida e a mente disciplinada com dignidade tanto podem remover os empecilhos do corpo físico, como controlar as próprias operações dos órgãos autónomos e desenvolvê-los a contento de uma visão sadia.
É claro que devem descrer de tal possibilidade aqueles que ainda não conseguiram o domínio espiritual de si mesmos, esperando talvez que algum mago de feira lhes desvende em praça pública os mistérios que sempre foram guardados sob o respeito das instituições iniciáticas, ou os poderes conquistados por almas sensatas e heróicas.
Os estudos nesse sentido são sempre apreciados pelos orientais porque eles não se deixam condicionar exclusivamente aos fenómenos transitórios dos cinco sentidos.
Como já deve ser do vosso conhecimento, alguns faquires têm sido submetidos a experiências em determinados centros médicos da Europa e, embora se trate de experiências corriqueiras e por vezes até indesejáveis, eles hão comprovado a força real do pensamento ao demonstrarem absoluto controle mental sobre o metabolismo de seus corpos físicos.
Convém lembrar os casos daqueles que se deixam enterrar vivos, em estado cataléptico e algo parecido à moderna hibernação científica.
Magos há que aceleram ou retardam a sua pulsação cardíaca, actuando deliberadamente nos centros térmicos de seus organismos, produzindo temperatura gélida ou quente; outros invertem as funções peristálticas do intestino e apressam a diurese ou a produção de sucos gástricos e pancreáticos.
Se alguns homens sem grandes atributos crísticos, mas teimosos e tenazes em sua disciplina física, conseguem exercer domínio e controle em seus corpos carnais, dirigindo-os a seu bel-prazer, é claro que esse domínio, aqui no astral, pode ser alcançado de modo mais positivo e com absoluto sucesso, porque já estamos livres das algemas da carne.
Esses fenómenos são conseguidos em vosso mundo pela feliz actuação da vontade treinada sobre o perispírito e, em consequência, os órgãos etéricos deste último reagem nas suas cópias físicas sustendo funções ou incentivando o dinamismo material. Sabeis que, em hipnose, o paciente, ao receber sugestões imperiosas do hipnotizador, e agindo através de reflexos condicionados, atua nos seus centros térmicos e tanto pode baixar como elevar sua temperatura, sob a vontade daquele que o induz a sentir frio ou calor.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 20, 2021 10:20 am

Sabeis ainda que a vontade do hipnotizador pode fazer regredir a personalidade adulta do hipnotizado, obrigando-o a escrever até com as próprias garatujas que lhe eram próprias na longínqua infância.
Se mesmo através de representações corriqueiras, em palcos públicos, fica demonstrada a capacidade mental que o homem pode atingir por meio apenas da perseverança e tenacidade, imaginai, então, o que podemos realizar com a sabedoria do espírito, visando fins nobres!

Pergunta: - O que nos informastes, relativamente à existência de órgãos no vosso perispírito, como sejam coração, fígado, estômago e intestinos, nos deixa algo intrigados, pois supúnhamos que já estivésseis isento de qualquer função fisiológica, em face do vosso corpo ser espiritual.
Atanagildo: - Preliminarmente, cumpre-me lembrar-vos de que o meu corpo espiritual nada tem de excepcional, em relação aos vossos, senão a durabilidade, pois é organização definitiva.
Acresce que a nutrição perispiritual se exerce mais pelo fenómeno da osmose magnética, por absorção e eliminação do magnetismo do meio ambiente.
No entanto, conforme o grau de materialidade do espírito recém-chegado da Terra, ele exige recursos afins e grosseiros para atender ao seu metabolismo astral, ainda fortemente condicionado às funções também grosseiras do corpo físico.
O perispírito é possuidor de um automatismo permanente, consequente da onda de vida que flui por ele e o alimenta, automatismo esse que teve o seu impulso inicial há muito milénios.
Devido a esse poderoso impulso, que não só sustém coeso o perispírito como torna sensível a sua memória etérica e alicerçada a consciência individual do espírito, não é possível destruir-se essa delicada e importante organização.
Embora muitas almas delinquentes sofram horrores na Terra e por isso se desesperem, a ponto, às vezes, de pretenderem extinguir-se definitivamente como entidades conscientes, isto lhes é impossível, em face de jamais poderem neutralizar a onda vital que se formou alhures, na maré da vida planetária.
O perispírito é um organismo tão sábio, que é capaz de corrigir quase todos os descuidos do espírito e obedecer docilmente às leis imutáveis que lhe regulam o intercâmbio entre o mundo espiritual e o material!
Esse automatismo, tão sábio e eficiente, transfere-se para o corpo físico em cada encarnação do espírito, a fim de que possam ser controlados os fenómenos que podem dispensar o consciente.

Pergunta: - Podeis explicar mais claramente esse "automatismo" do perispírito?
Atanagildo: - Para o compreender melhor, basta notardes que, sob a acção do automatismo milenário do perispírito, o homem não precisa pensar para dormir ou andar, nem precisa cogitar de promover a assimilação nutritiva e a produção de sucos ou hormônios, dispensando também o controle pessoal dos fenómenos excretivos de toxinas, suores e substâncias perigosas à integridade física.
O vosso corpo, neste momento em que me comunico convosco, realiza centenas de funções, sem que vos seja preciso intervir no fenómeno; não é assim?
Graças a essa inteligente direcção e capacidade de controle automático e milenário, do perispírito, todos os dispêndios e recuperações de energias se efectuam sob elogiável disciplina e se destinam ao mais breve progresso e aperfeiçoamento do espírito.
A prova da existência desse automatismo sábio, do perispírito, podeis tê-la durante o seu afastamento no processo de anestesia, quando cai a temperatura do corpo físico e diminuem as suas funções orgânicas, como se o patrão se afastasse do estabelecimento e os empregados negligenciassem no serviço...
Essas energias próprias do perispírito mais se activam durante o Verão, estação muito conhecida pelos astrólogos sob a designação de "Grande Crescente", em cuja época o magnetismo perispiritual se torna mais activo e então as unhas, os cabelos e os pêlos crescem mais rapidamente do que no Inverno.
Há povos que obedecem tão rigorosamente a esse "crescente", que possuem cabelos vigorosos e unhas fortes, porque só os cortam rasos no Inverno, em perfeita harmonia com o tempo de poda da vegetação comum.
Eles sabem que, se os cabelos forem cortados no Verão, perder-se-á grande quantidade de seiva que, no crescente, sobe mais vigorosamente e depois fará falta ao vigor da cabeleira.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 20, 2021 10:21 am

O conhecimento avançado dessa maravilhosa organização, que é o perispírito, do qual a maioria dos homens ainda ignora o alto valor, permitir-vos-ia solucionar muitos dos problemas como paralisias, epilepsias, doenças desconhecidas e distúrbios nervosos, porque ele é realmente o principal organismo onde está sediada a onda da vida que flui pela constelação solar e depois através dos planetas e da Terra, para então se infiltrar pelos reinos mais inferiores, nutrindo o reino vegetal, o animal e o hominal.
Convém que destaquemos a. grande importância e preponderância do perispírito sobre o corpo físico, pois ele é a matriz, o molde, ou seja a origem exacta da organização de carne e o "detonador" de todos os demais fenómenos corporais projectados pela mente humana.
Eis por que, em suas funções etéreo-astrais, ele também possui coração, fígado, baço, rins, pâncreas, estômago e intestinos, de substância idêntica à do meio astral, inclusive as reminiscências de alguns órgãos físicos já atrofiados e alguns novos projectos de acessórios orgânicos que servirão ao homem do futuro.

Pergunta: - Certa vez, ao tocardes ligeiramente neste assunto, empregastes a expressão "queda específica do perispírito"!
Que quer dizer isso?
Atanagildo: - O perispírito, sob acção mental elevada, respira aprimorado magnetismo; mas, submetido à violência psíquica e emotiva, debilita-se e intoxica-se, tornando-se, então, ponto convergente das energias do baixo astral.
O seu magnetismo, quando se adensa, aumenta-lhe o peso específico, isto é, o seu peso normal e natural, fazendo-o precipitar-se nas regiões infernais, enquanto que, atuado por pensamentos sublimes, ele se adelgaça e se purifica, elevando-se para os mundos felizes, logo em seguida ao abandono do corpo físico.
Nesse fenómeno da ciência transcendental, constata-se a justeza do ensinamento de Jesus, quando afirmava que "os humildes serão exaltados e os que se exaltarem serão humilhados".
O Mestre aludiu veladamente ao peso específico do perispírito, que tanto se adensa na exaltação da cólera ou do orgulho, come se afina e se eleva na humildade e na bondade.
A cólera revela fraqueza de espírito e, portanto, comprova debilidade de carácter, pois aquele que se encoleriza perde a direcção do seu comando mental em favor dos impulsos do instinto animal; obscurece-se a sua mente e se aniquila a vontade.
O arrebatamento irascível semeia a discórdia e conduz à revolta, transformando o homem racional num louco momentâneo.
Por isso, quando o perispírito é submetido a tal processo pelo homem exaltado e desgovernado, enche-se de sombras e fulgores sinistros, que depois o sobrecarregam da fuligem gasosa do baixo astral, para onde então se inclina em "queda específica", devido ao aumento do seu peso magnético.

Pergunta: - Mas é óbvio que, se o vosso corpo actual possui intestinos, fígado, pâncreas, etc., não é porque preciseis deles; não é verdade?
Não nos parece que tenhais de atender ainda a qualquer metabolismo semelhante ao que se registava no corpo carnal que deixastes na Terra!
Atanagildo: - O facto de eu dizer que possuo órgãos semelhantes aos do corpo físico não implica em afirmar que o metabolismo do perispírito é perfeitamente idêntico ao do corpo carnal.
Esses órgãos continuam a servir-me, mas em funções algo semelhantes às dos órgãos da matéria, e não iguais, pois a nutrição do perispírito é outra, e bem diferente, de acordo com o mundo astral que passa a habitar.
Seria inconcebível que, de posse de um corpo fluídico, eu continuasse a ingerir substâncias idênticas às que fornecem as mercearias, as padarias e os açougues da Terra.
Durante a absorção prânica, ou seja de energia magnética do astral - na qual eu já me havia exercitado no mundo físico - processam-se no metabolismo do perispírito transformações químicas muito mais acentuadas (e de natureza transcendental) do que as que se registram para alimentação e sustento do corpo de carne.
Os resíduos das substâncias astrais consumidas pelo perispírito também precisam ser expelidos para o exterior, dissolvendo-se no meio ambiente através de um processo que denominamos de "emanações residuais".
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 20, 2021 10:21 am

Há muito tempo já me ajustei a essa alimentação magnética, e só quando desço para as regiões do astral inferior é que me sirvo de sucos etéricos de frutas, ou mesmo de caldo de essências reconfortantes, pois nos postos socorristas, próximos aos charcos, só se encontram horríveis alimentos pastosos, que exalam um odor semelhante ao de carnes fervidas, visto que só assim se pode satisfazer o apetite de infelizes desencarnados que ainda se lembram de suas alimentações predilectas, da Terra, sofrendo atrozmente por não se acostumarem a outra alimentação.

Pergunta: - E esses órgãos do perispírito, algo semelhantes aos do organismo físico, permanecerão definitivamente no corpo perispiritual?
Atanagildo:: - A medida que o espírito vai ascensionando para esferas mais distanciadas da matéria, os órgãos do perispírito vão se atrofiando pelo desuso; mas, enquanto ele ainda necessita de encarnações nos mundos físicos, é óbvio que precisa manter em actividade os órgãos do seu perispírito, que são as contrapartes etéricas, exactas, dos mesmos órgãos físicos.
Quando se trata, porém, de espíritos de certa elevação, que já se habituaram com a nutrição astral e estão entrosados na vida sutilíssima do plano mental, o perispírito vai se tornando - obsoleto, e então se encaminha para o fenómeno da "segunda morte", no mundo astral, porque tais espíritos não só já se imunizaram contra as emoções humanas alimentadas pelos fluidos astrais do "mundo dos desejos", como também estão dispensados em definitivo dos renascimentos na carne.
Então, passam para o plano mental concreto, que lhes é imediato, onde o espírito passa a viver instintivamente tudo aquilo que criou e pensou.
Tudo isso prova a justeza da lei de que "a função faz o órgão" pois, como já expliquei, as matrizes originais do perispírito modelam os órgãos do corpo físico em cada nova encarnação, mas futuramente eles se atrofiam pelo desuso no ambiente astralino.
Só então a alimentação do espírito será exclusivamente mental e ele poderá dispensar o perispírito e poupar os cuidados para mantê-lo activo a fim de servir às reencarnações futuras.
É claro que, alcançando tal progresso, e habitando definitivamente um plano tão subtil, o espírito poderá dispensar o uso de fígado, estômago, intestino, rins, dentes e uma infinidade de cuidados como os que precisais ter com o vosso corpo carnal.
Daí, pois, os motivos principais por que eu também ainda me encontro na posse de um perispírito portador de órgãos etérico-astrais, parecidíssimos com os que exercem igual função no organismo de carne.
É esse organismo etérico sobrevivente e tão destro que ainda deverá servir-me como abençoado instrumento de ligação com a carne, na minha próxima encarnação no Brasil, mais ou menos pelo ano de 1970.
Se mais tarde algum de vós me identificar na cidade de São Paulo, onde renascerei, acredito que há de se defrontar com um bebé robusto, pois serei dotado de uma excelente saúde e, principalmente, de um coração tão sadio e equilibrado quanto este que palpita agora no meu peito e que será o molde original do mesmo órgão físico de carne.
Asseguro-vos que devereis ter também muito equilíbrio psicofísico, porque nos materializamos na Crosta em perfeita conformidade com o produto de nossas criações espirituais e mentais.
E como tenho me mantido algo regrado e zelado bastante pelas energias do meu corpo perispiritual, a Lei Cármica permite-me o direito de possuir um organismo de acordo com esse zelo e cuidado.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 20, 2021 10:21 am

Capítulo 4 - Revitalização do Perispírito no Astral - Processos empregados
Pergunta: - O perispírito, no mundo astral, necessita de cultivo, assim como o nosso corpo necessita de cuidados profilácticos e, principalmente na juventude, de exercícios que o revigorem, para ter uma vida longa e resistente?
Atanagildo: - No Além, a vida se desenrola de conformidade com os nossos próprios desejos.
Nas esferas mais altas existem magníficos cenários e outras agradáveis criações que proporcionam ao espírito uma vida de felicidade, ao passo que as almas rebeldes são obrigadas a viver nas regiões inferiores, abaixo da crosta terráquea, onde, por falta de cultivo, edificam as suas comunidades sombrias e promovem detestáveis intercâmbios de violência, capciosidade, vilania, luxúria e vingança, formando um reino torpe e desregrado.
Eis porque em nossa metrópole, devido à necessidade de se manter o perispírito em equilíbrio com o meio em que ingressou, se estabelece disciplina para os recém-chegados e débeis de vontade, a fim de que, cultivando o espírito, possam sustentar-se no meio energético e ajustar-se mentalmente ao alto teor vibratório do ambiente em que se encontram.

Pergunta: - Mas existe alguma disciplina especial para se manter a sanidade do perispírito, sob processo que nos pudesse lembrar, por exemplo, o género desportivo na Terra?
Atanagildo: - Porventura, não existe em vosso ambiente material uma disciplina especial quando se trata de operar um enfermo ou de praticar a hipnose, a telepatia ou o magnetismo curador?
Se fosse dispensável a existência de uma disciplina especial, nas colectividades astrais, para despertar nos desencarnados os seus poderes mentais e as suas energias vitais, que tanto subestimam na matéria, é claro que também poderíeis dispensar os métodos e cursos que existem na Terra para o exercício da medicina, da telepatia, do mediunismo, da hipnose e do magnetismo terapêutico que, indubitavelmente, também são disciplinas criadas especialmente para isso.
E como os desencarnados aportam à nossa esfera espiritual grandemente desvitalizados em seu perispírito, devido à ignorância do mecanismo "magnético-respiratório", que é o responsável pela absorção energética do meio ambiente astralino, são eles submetidos aqui a uma espécie de "helioterapia", ou seja, um tratamento e um exercício baseados na actuação da força astral do Sol em nossa comunidade.
É um curso orientado por inteligentes instrutores e que tem dado excelentes resultados já comprovados pelos moradores da metrópole, muito nos ajudando a desenvolver as energias circulatórias do perispírito.
A nossa metrópole conta com alguns departamentos no género, cujos cursos e exercícios têm por finalidade ensinar o aproveitamento inteligente do magnetismo astral do Sol; esse aproveitamento tanto nos auxilia a activar o dinamismo do perispírito, como ainda nos apura a sensibilidade para mais eficiente contacto com o meio e mais clareza no intercâmbio emotivo com os seus moradores.
O homem comum ainda ignora que o nosso perispírito é muitíssimo complexo, particularizando-se por sistemas delicadíssimos, que são responsáveis pela produção de força, luminosidade, cores, magnetismo e temperatura, elementos estes que precisam ser activados e disciplinados, principalmente naqueles que ainda são fracos de vontade e débeis de energias para futuras reencarnações.
Uma vez que o planeta Terra - embora seja ele considerado um mundo inferior - tem uma vida regulada por uma série de leis e disciplinas irrevogáveis, que coordenam as suas actividades e forças rudimentares, não é de estranhar o fato de existirem métodos pedagógicos nos planos mais subtis, onde a organização humana ainda é muito mais delicada.

Pergunta: - Sempre acreditamos que, após a desencarnação, o desenvolvimento do perispírito dependeria tão-somente da sua energia mental ou do próprio pensamento do espírito, o que lhe seria mais fácil de conseguir devido a se encontrar desencarnado! Daí a nossa natural estranheza quando nos descreveis situações que nos parecem muito triviais para a capacidade e natureza das almas desligadas da matéria.
Atanagildo: - Sem dúvida, a mente é o factor principal em nossa actividade espiritual, seja qual for a latitude geográfica ou cósmica em que nos situemos; ela é a força propulsora com que activamos a nossa consciência.
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