LUZ ESPÍRITA
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 7 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 29, 2021 9:00 am

Pergunta: - E no caso de alguns suicídios de sexagenários, e até octogenários, como já tivemos conhecimento, em que muitas vezes nem ao menos oferecem motivos aparentes para tais tragédias?
Porventura, em idade tão avançada, ainda estão sob actuação dos "estímulos suicidas" do passado?
Ramatis: - Sempre vos temos advertido de que, mesmo no mundo espiritual não há regra sem excepção.
Nem todas as crianças que se suicidam são espíritos exclusivamente de ex-suícidas do passado; do mesmo modo, nem todos os que se suicidam na velhice também são vítimas dos estímulos suicidas pregressos.
É preciso não olvidar o temível problema das obsessões, quando almas impiedosas, desde o berço da reencarnação dos seus velhos adversários, os perseguem obstinadamente com o fito único de expulsar-lhes o espírito do corpo protector.
Auscultam-lhes todas as zonas vulneráveis e aplicam todos os recursos, os mais vis e implacáveis, a fim de levá-los ao suicídio prematuro, mesmo que se trate de espíritos que não se suicidaram no passado.
Em virtude de o suicídio ser um dos crimes mais condenáveis pela consciência espiritual, pois a alma trai a concessão divina do corpo carnal, esses infelizes obsessores e verdugos do Espaço buscam acicatar ao máximo a vaidade, o orgulho e o amor-próprio daqueles em que vislumbram qualquer debilidade psíquica que possa induzi-los ao suicídio. Deste modo, a pertinácia e a crueldade obsessora, em certos casos, tanto podem levar ao suicídio uma criança cujo espírito ainda esteja muito onerado por graves débitos do passado, como também burlar a vigilância espiritual do sexagenário descuidoso e imprudente, conduzindo-o também à morte ignominiosa.
É por isso que uma das mais importantes atitudes que auxiliam a permanência do espírito na matéria ainda se enquadra na máxima do "orai e vigiai" que Jesus recomendava a todos os seres e à qual se referia a todo momento.
A oração, como divino multiplicador de frequência vibratória angélica, estabelece maiores defesas em torno da alma e dos seus pensamentos, suavizando-lhe as emoções e cerrando as portas do psiquismo vulnerável às insuflações e estímulos das trevas.

Pergunta: - E qual é o vosso ponto de vista sobre o fato insólito desses milionários que se suicidam? Uma vez que a fortuna já lhes proporciona completa segurança económica e todas as satisfações no mundo material, isso não deveria servir-lhes de motivo para não se entregarem ao suicídio?
Ramatis: - É de senso comum que o homem mais rico não é aquele que possui mais dinheiro, mas o que menos precisa dele.
Inegavelmente, existem inúmeros motivos que podem levar as criaturas ao suicídio, quer sejam ricas ou pobres, doentes ou sadias, ignorantes ou sábias.
Há os estímulos suicidas como vibrações mórbidas decorrentes do suicídio da vida anterior, assim como outros novos incentivos, que se produzem pelo desespero moral, fracasso económico, sofrimento atroz, rebeldia ou indiferença para com a vida humana, e tenaz perseguição dos terríveis obsessores das trevas.
A fortuna terrena não significa um cinto de segurança para aqueles que causaram desgraças e infelicidades no pretérito, pois o dinheiro do mundo material não consegue livrar o espírito encarnado da perseguição dos seus desafectos em liberdade no Além-Túmulo.
Enquanto o pobre se suicida desesperado com as suas vicissitudes, doenças ou humilhações, o milionário descuidado dos bens espirituais vive sob perigosa companhia de espíritos trevosos, que o acompanham sorrateiramente, excitando-o para todas as satisfações e paixões humanas, a fim de o transformarem no prato predilecto do interminável cortejo de gozadores desencarnados.
Para alguns obsessores espertos, muitos homens afortunados não passam de excelentes prolongamentos vivos que atendem à sua sede de alcoólicos, do vício da jogatina e demais sensações da animalidade inferior.
Deixando-se situar imprudentemente dentro de hábil plano maquiavélico sob o comando dos magos das sombras, o rico desregrado vai se atrofiando nos delicados sentimentos de sua alma imortal e se impermeabilizando contra todos os estímulos espirituais superiores, pois condiciona-se aos impulsos torpes e aos prazeres fáceis sugeridos pelo astral inferior.
Desorientado pelo excitamento animal, atinge a saturação máxima dos prazeres e facilidades duvidosas da vida humana, para então embotar-se na sua sensibilidade, tornando-se apático para com todas as coisas do mundo, pois está farto, mas não saciado, impossibilitado de reerguer-se pelo afinamento espiritual, de que sempre se descuidou ou que se negou a conhecer, petrifica a emotividade saturada, a melancolia e o tédio tomam-lhe conta da vida e o dinheiro se torna impotente para atear fogo a quaisquer emoções tão excessivamente repetidas e vulgarizadas no trato grosseiro da vida física.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 29, 2021 9:00 am

Quando atinge esse limite de embrutecimento, as próprias paixões deletérias e o cenário aprazível do mundo transformam-se num panorama indesejável, já muitíssimo conhecido e explorado em todos os seus ângulos emotivos e prazenteiros.
Alguns afogam o seu desencanto em sucessivos garrafões de uísque, desfolhando melancolicamente as folhas do calendário terrícola e evitando que a consciência se equilibre para anotar o tédio detestável.
Esses suicidam-se a prestações, na ingestão do álcool; outros, respingados de cultura transitória erigida sobre a fenomenologia do mundo material e suas tricas artísticas e sociais, com um conhecimento puramente intelectivo, ainda tentam algumas acrobacias filosóficas e parafraseados do senso comum da vida requintada, para justificarem a sua própria frustração.
Mas, faltando-lhes o poderoso alimento da vida espiritual sem os sofismas do intelecto requintado no mundo, atrofiam-se-lhes de uma vez os resquícios da sensibilidade psíquica, que ainda vagavam em torno das acanhadas janelas dos cinco sentidos carnais.
Então só lhes resta um recurso estúpido e de pavoroso sofrimento que ainda desconhecem, que é o suicídio.

Pergunta: - Mas o que às vezes nos surpreende é que também ocorrem suicídios de criaturas que, além de riquíssimas, eram cultas e emancipadas em suas relações com o mundo.
Que nos dizeis a esse respeito?
Ramatis: - É evidente que existem situações e motivos que podem levar ao suicídio qualquer tipo de criatura, por mais privilegiada ou culta na esfera intelectual do mundo, tais como as moléstias incuráveis, os tremendos impactos morais, que escandalizam fragorosamente, ou as paixões frustradas.
É enorme a lista de consequências que podem roubar o gosto de viver àqueles que ainda não se fortaleceram pela resignação e o entendimento ensinados por Jesus.
Acresce que, no caso desses ricos e cultos que se suicidam há sempre falta da sabedoria espiritual, que é a garantia da alma em qualquer situação trágica ou delusória no mundo físico.
A prova de que são cultos na matéria mas incultos em espírito está em que eles se matam!
O homem sábio espiritualmente não se mata, pois além de já estar condenado à morte pela própria natureza, sendo estupidez apressar o que é inevitável, também sabe que se lança num cenário de pavores e sofrimentos dantescos, por sua livre e espontânea vontade.
Um homem nessas condições há de estar louco, mas não sábio!
A emancipação do homem não provém do polimento proporcionado pelo verniz das formas terrícolas, nem mesmo a concedem os pergaminhos, anéis de grau ou as prosaicas - condecorações, misto de baeta colorida e medalhinhas de metal.
Quase sempre não existe nesses ilustres candidatos ao suicídio o ardor espiritual que eleva o homem no serviço benfeitor ao próximo, pois relegam propositadamente para plano secundário a solução fraterna dos problemas vividos pelos infelizes deserdados da sorte, que tremem de frio e gemem de dor e fome.
Francisco de Assis, Padre Damião, Vicente de Paula, Bezerra de Menezes, Ghandi, Buda, Allan Kardec, e outros seres dispersos pelas várias regiões do orbe, eram tão devotados ao bem alheio, que não lhes sobejava tempo para pensarem no suicídio ou deixarem o tédio infiltrar-se em suas vidas.
Não nos parece grotesco que os fartos do mundo fujam da vida acovardados ou decepcionados, enquanto os miseráveis continuam heroicamente a viver?
E há outros indivíduos que se matam aos poucos, gastando-se junto às mesas do uísque, nas alcovas luxuosas, nos banquetes opíparos e nas estultas competições ostensivas!
Quando os seus corpos baixarem à cova fria, esses suicidas terão que explicar aos seus mentores espirituais, que lhes confiaram os valores da fortuna, por que antes de alimentarem os famintos, socorrerem os doentes e vestirem os nus, alentaram os festivos concursos de cães, cavalos e beldades, esmerando-se em escolher os espécimes mais belos e sadios, enquanto os hospitais, asilos, creches e manicómios vivem abarrotados de enfermos, esfomeados e estropiados!
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 29, 2021 9:01 am

Terão de dizer por que motivo cultuaram a ridícula profissão de anfitriões, glorificando-se na apresentação de cardápios em que entravam as mais caríssimas iguarias transportadas por via aérea, confeccionadas com retalhos de cadáveres de animais e aves raras, enquanto a poucos passos crianças gemiam esfomeadas!
Terão de explicar por que motivo exauriam fortunas no esponsalício dos seus descendentes, empanturrando os fartos e servindo os felizes, quando em torno a multidão sofria a desforra, a impiedade e a vingança surda da riqueza!
Após tanta extravagância e incompreensão do objectivo espiritual da vida humana por aqueles que são os mais credenciados pelos favores do mundo, não é de estranhar que até o milionário culto também se suicide!
Repete-se modernamente a velha lenda do homem que vendeu a alma ao diabo e depois não pôde cumprir o contrato de gastar no prazo combinado toda a fortuna com que era suprido diariamente.
E o diabo então levou-lhe a alma para as profundezas do inferno, pois o infeliz não tivera a ideia de se salvar, para o que lhe bastaria aplicar parte da verba fornecida por Satanás no serviço da caridade!
É o que também ocorre com muitos ricos suicidas; cultos, mas de emoções embotadas pelo exagero de uma vida excessivamente egoísta e epicurística; os malfeitores das sombras levam-lhe as almas, depois, para os charcos do astral interior, pois na administração provisória da fortuna concedida por Deus em favor do bem comum, eles se esquecem da mais sublime e inesgotável emoção do espírito, que é socorrer o próximo e mitigar a dor humana.

Pergunta: - Referistes-vos a essa "venda da alma ao diabo" apenas como um símbolo dos prejuízos que podem suceder aos ricos suicidas; não é assim?
Ramatis: - Evidentemente estamos lançando mão de um símbolo, embora Jesus já vos tenha advertido claramente sobre o perigo da riqueza malbaratada usando também do simbolismo do Inferno na parábola de "O Rico e Lázaro", de modo a tornar compreensível o seu pensamento às massas.
A riqueza não é património que pertence especificamente a um só homem, tribo ou povo, pois a reencarnação troca os donos das fortunas e, o que é pior, deserda completamente o mais rico da Terra!
Daí, pois, merecer censura o rico que, sendo apenas o mordomo ou administrador provisório de certos valores, usufrui deles avaramente ou só auxilia a parentela ou pessoas de suas afeições interesseiras.
No seu infeliz orgulho e estultice, agindo contra os nobres princípios da vida espiritual e para o culto exclusivo de sua vaidade perecível, eles só atendem ao convite mefistofélico dos espíritos trevosos.
Pouco a pouco esses espíritos se infiltram em sua companhia emotiva e sensual, explorando-lhes a gula nos opíparos banquetes, a embriaguez na champanha ou no uísque, desgastando-os tranquilamente para mais breve os levarem à melancolia perigosa e à apatia para com uma vida cada vez mais insossa e farta dos tesouros dourados e enjoados dos cenários ilusórios da: matéria.
A solidão tenebrosa, activada pelos magos das sombras, mata-lhes gradativamente os desejos e cria-lhes o vazio pela limitação dos sentidos físicos.
E então o dilema se impõe dia a dia: ou se matam, ou então passam a viver como sonâmbulos entre as decorações faustosas.
Quando esses espíritos deixam na cova do mundo o corpo amarfanhado, então a imprensa traça-lhes compungidos necrológios sob as velhas chapas, louvando-lhes o "espírito brilhante" ou o seu "elevado senso artístico" nos faustosos banquetes da fina sociedade...
Mas a superficialidade humana logo os esquece na Crosta, ergue-lhes caríssimo e luxuoso mausoléu, que servir-lhes-á como depósito provisório das carnes apodrecidas.
Infelizmente, a lisonja ainda lhes envolve o cadáver quente, mas a alma precipita-se em apavorada queda, magnetizada pelas mais horrendas paisagens do astral trevoso, onde o sofrimento inenarrável superlativa-lhes então as emoções embotoadas na fartura e na impiedade egocêntrica do mundo físico.
Satanás, simbolizado na forma de verdugos impiedosos, leva-os de roldão pelos abismos e charcos pestilentos, enquanto os seus gritos e brados lancinantes não encontram eco nesses corações diabólicos empedernidos!
Sentimo-nos incapazes de vos descrever o quantum de sofrimento de que são tomados esses infelizes, pois, nascidos em berços de rosas e vivendo em palácios dourados, deixam-se vencer pelo excessivo epicurismo da existência humana, matando-se aos poucos enquanto pretendem matar o tempo para esquecer a vida!
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 29, 2021 9:01 am

Pergunta: - Sabemos de alguns suicídios trágicos, praticados por autores de obras de moral construtiva e filosofia benéfica que, num momento de desespero, se hão suicidado como um protesto ou desagravo a determinadas injustiças cometidas contra a sua pátria e o seu povo.
Esses casos se assemelham, porventura, aos de rebeldia cometida pelos suicidas comuns, que já tendes citado?
Ramatis: - Sabeis muito bem que não há efeito sem causa; se no vosso mundo existem leis e penalidades que podem ser aplicadas com justiça a cada caso de delinquência humana, é óbvio que a Sabedoria Divina ainda é milito mais equitativa e exacta no processo de educar e redimir cada alma para os objectivos angélicos.
Em consequência, o que chamais de "injustiça", no vosso mundo, não existe em relação ao processo técnico da "acção e reacção" ou do de "causa e efeito" que, sob a disciplina cármica, é da responsabilidade do seu próprio autor.
Repetimos: não é possível ocorrerem injustiças na Lei de Deus, por uma razão lógica e simples, isto é, não existe "reacção" sem ter existido a "acção" correspondente.
Por isso, aquele que se revolta contra injustiças e torpezas do mundo, caídas sobre si ou sobre sua pátria, embora seja culto, regrado ou pacífico, de qualquer forma encontra-se colhendo o efeito cármico do seu próprio passado, ou seja sofrendo exactamente os efeitos das causas que as originaram. Se assim não fora, esse suicida teria nascido em outra pátria, livre de injustiças e de outros males, ou mesmo em outro planeta cujo carma fosse bem melhor. 3
Embora se trate, como dizeis, de alma devotada às tarefas do mundo, é possível que ela tenha sido culpada ou instigadora de iguais desesperos no passado, por cujo motivo elegeu-se para habitar num meio de condições semelhantes.
A técnica sideral não cria ambientes propositados para incentivarem o homem ao suicídio, o que seria imoral, mas apenas o coloca no ambiente simpático às mesmas causas que semeou outrora.
Algumas vezes trata-se de espírito que já se suicidou no passado e se torna incapaz de resistir aos reflexos suicidas, no tempo em que são mais intensos e coincidem com a idade da tragédia anterior.
Não importam as tarefas em que esteja empenhado, embora nobres, pois o suicídio é questão de debilidade espiritual, que a própria alma precisa curar em si.
Quando semeardes espinhos, não vos iludais, porque não colhereis morangos!
É difícil ao espírito encarnado compreender que o mundo físico, na verdade, é apenas uma escola de educação espiritual, e não local de ventura ou de prazeres definitivos.
Os que se suicidam em desagravo a qualquer violência ou injustiça cometida contra os seus preconceitos de raça ou nacionalismo fanático lembram os alunos que se rebelam contra o seu estabelecimento escolar e se trucidam como protesto às arguições educativas dos seus professores.

Pergunta: - Perante a Lei espiritual, não haverá justificação para o fato de um bom rei ou imperador haver se suicidado como protesto contra a invasão de sua terra natal, preferindo o seu sacrifício a desencadear a violência homicida?
Não se trata de um homem que, em lugar de matar, se suicida por excessivo amor à sua pátria ou à sua raça, motivo que não deixa de ser heróico?
Ramatis: - A própria ideia de um "protesto suicida" contra as leis ou injustiças sofridas no mundo carnal já revela algo de um egoísmo oculto, malgrado venha a se sublimar no disparate de um desagravo pátrio!
É evidente que; nesse caso, o suicida acredita com certa ingenuidade que o seu problema particular deve ser considerado como um acontecimento de importância universal!
Ainda aí a vaidade humana se manifesta sorrateiramente, pois o suicida pretendia transformar um fato de interesse pessoal em um drama que pedisse a contemplação do mundo!
Nessa espécie de suicídio ainda pode predominar a subjectiva volúpia de vingança contra o mundo e sua geração, não sendo difícil ao mais singelo psicanalista encontrar nisso tudo a origem de um amor-próprio ferido.
O suicídio, em qualquer condição, sempre trai a vaidade e o amor-próprio das criaturas, aliciando-lhes motivos mórbidos para que destruam o sagrado património do corpo.
Cegam-nas, fazendo-as esquecer os martírios e desesperos de outros milhares de criaturas esfomeadas, enfermas, disformes e escravas de todas as explorações do mundo, mas que não se desesperam e continuam a entoar o cântico amoroso da vida e do sacrifício pelo bem espiritual!
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 29, 2021 9:02 am

O patriota ilustre, que se suicida como um protesto à invasão de sua pátria, de modo algum revela o heroísmo e a dignidade daqueles outros seus compatriotas que, embora sob a mesma vicissitude, continuam sacrificialmente vivos, a servir à sua colectividade. A esses, sim, se deveria aplicar a classificação honrosa de heróis!
Mais grave se torna esse tipo de suicídio, pois justamente os reis, os imperadores e outros governantes de povos, que são os portadores de discernimento e raciocínios superiores, lisonjeados ainda com o tributo da fama, são os que não devem incidir na prova de covardia espiritual quando, em lugar de sobreviverem, para solução dos problemas angustiosos dos seus compatriotas, ainda os abandonam no mesmo cenário agitado - talvez criado por eles mesmos - do qual fugiram sob o tolo pretexto de desagravo!
Se o seu heroísmo e a sua glória consistiram em "morrer" por princípios nobres, melhor seria que tivessem procurado "viver" por esses mesmos princípios!
No seio das inumeráveis injustiças que acometem diariamente os infelizes indefesos às explorações do mundo, qualquer homem inteligente, afortunado ou de posição, que se suicida, é verdadeiro escárnio contra aqueles que sobrevivem corajosamente e com menores credenciais de poder ou de inteligência.

Pergunta: - E quanto ao suicídio de criaturas religiosas, que se desfazem da vida diante de altares de igrejas, ou de santos a que se devotavam, desesperando-se mesmo diante da assistência espiritual que procuram na hora cruciante?
Ramatis: - Qualquer tratado psicanalítico poder-vos-á explicar satisfatoriamente as razões e a técnica mórbida desses suicídios, que também não passam de outros protestos subtis, provindos das insatisfações ou caprichos recalcados.
São criaturas que, ainda não satisfeitas por extinguirem a sua vida física, que muitos outros seres suportam heroicamente em piores condições, praticam um suicídio teatral e dramático, para efeito público, como afrontosa demonstração de vingança subjectiva contra o "santo" ou o "guia" que haviam nomeado como seu exclusivo procurador nas tricas da vida humana.
Inconformadas com as próprias frustrações, sem lhes buscar as origens egotistas, ainda cometem o terrível sacrilégio de atribuir ao seu protector ou espírito benfeitor a culpa de suas fraquezas espirituais.
Inúmeros seres ainda confundem a assistência espiritual superior com a obrigação incondicional de serem assistidos por certos espíritos em suas teimosias mais ridículas; exigem que os santos ou os espíritos benfeitores abandonem os seus afazeres de importância colectiva, no Espaço, para acorrerem para junto de si a todos os segundos de preguiça mental e rebeldia ao sofrimento purificador!
Durante a juventude, sob a ilusão de que o verdadeiro amor seja a virulência da paixão carnal, muitas donze1as subestimam a advertência amiga dos pais sensatos, para em seguida sofrerem as consequentes desilusões emotivas, deixando-se precipitar para o ato tresloucado do suicídio!
Na maturidade do corpo, os deslizes morais, as insatisfações, a perda de entes queridos, a crise financeira da família em consequência do excessivo conforto, os sofrimentos decorrentes da imprudência humana ou da rectificação cármica, terminam por provocar os suicídios, que abrem as comportas dos mais pavorosos sofrimentos no Além-Túmulo.

Pergunta: - Mas é evidente que somos assistidos por almas benfeitoras, no Além, às quais podemos devotar-nos carinhosamente; não é assim?
Ramatis: - Sob qualquer hipótese, toda, criatura humana possui a entidade amiga que envida todos os esforços para livrá-la da infelicidade espiritual, mas é preciso não chegar à insânia de se crer que um santo é "pau para toda obra", como diz o vulgo...
Em algumas criaturas ainda persiste a crença antiga do "corpo fechado", pela qual determinadas orações mantrânicas têm o poder de imunizar até o facínora ou o aventureira criminoso contra as perseguições da lei terrena.
Confundia-se antigamente - como ainda hoje se confunde - certas entidades diabólicas das trevas, que costumam socorrer imediatamente os seus pupilos subvertidos na vida material, com a presença do espírito superior, que só inspira a humildade, a tolerância, a paciência e a renúncia, pois é mediador do céu e não advogado do inferno...
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 29, 2021 9:02 am

Daí a perigosa convicção de muitas criaturas imprudentes que, vivendo no mundo só à cata de prazeres, benefícios fáceis e gloríolas mundanas, acreditam que o seu "guia" espiritual ou o seu "santo" devocionado tem por obrigação atende-las em todas as suas emoções descontroladas, caprichos tolos e apetites ridículos.
António de Pádua, uma das grandes vidas sacrificadas no orbe, nada mais significa para muitas moças do que valiosa protecção para os namoricos no cinema e os casamentos afortunados.
Certos motoristas irresponsáveis e despreocupados da vida alheia cruzam as ruas e percorrem estradas quais perigosas bólides, sob a ingénua certeza de que estão super garantidos por São Cristóvão, que se sente muito honrado por ter pregada a sua efígie no tabuleiro do veículo.
Alguns beberrões ultrapassam o código sensato do equilíbrio humano, saturam-se e se deprimem pelo álcool, retornando embriagados aos seus lares, muitíssimo despreocupados de qualquer acontecimento infeliz, por terem lembrado de que, no seu singelo oratório, Santo Onofre já recebeu a sua quota de aguardente!
Nos dias límpidos e belos, em que a natureza se enfeita de flores e as campinas se tingem do verde amoroso da esperança na vida, quando o Sol inunda o ar de luz e calor, muitos homens folgazões e desinteressados dos objectivos superiores da vida vestem rica indumentária de couro e madrugam, de tocaia, nas matas festivas, onde a passarada canta feliz e poética.
E sob os alvores da manhã começa então a faina ceifadora, enquanto o odor da pólvora queimada inebria as narinas dos que se divertem matando a beleza das matas!
Cai a avezita manchada de sangue, cujo cântico se transforma num gélido estertor; mas os caçadores nada temem, nem mesmo um acidente na caça, pois quase todos, ao saírem de seus lares, encomendaram-se gravemente à "protecção" do seu santo predilecto.

Pergunta: - Certamente, essa disposição devota das criaturas ainda é uma decorrência do paganismo antigo; não é assim?
Ramatis: - De facto; os homens do século XX ainda imitam os antigos pagãos, que tinham deuses para todos os seus actos, bons ou desregrados; agora apenas sublimam o politeísmo de antanho, devocionando novos ídolos modernos na figura de santos do hagiológico católico, na dos "guias" do Espiritismo ou na dos pais e caboclos da Umbanda, a fim de que lhes protejam as insânias e as estultices espirituais, enquanto olvidam a sua necessidade e responsabilidade de experimentação, confiando apenas no mérito do esforço alheio.
E quando o santo, guia ou caboclo não consegue atender a todas as suas ambições e caprichos egocêntricos, alguns blasfemam e repudiam a sua devoção costumeira, e outros chegam a se suicidar diante do altar do seu santo predilecto, lavrando-lhe afrontosa acusação pública e atribuindo-lhe maquiavelicamente o motivo do seu suicídio mórbido.
Muitas mocinhas tolas e histéricas também se suicidam como protesto contra qualquer providencial advertência paterna ou materna que lhes coíba a paixão perigosa e precipitada; na realidade, essa impiedosa vingança contra os próprios afectos humanos ou espirituais quase sempre revela a alma cruel e egocêntrica que, não satisfeita em destruir desonestamente o seu valioso património carnal, ainda deposita sobre os ombros alheios a culpa de sua crueldade mental.

Pergunta: - Na última guerra, certos homens deixaram-se destruir nas condições de torpedos ou pilotos suicidas para defender suas pátrias.
Quais as responsabilidades desses seres, que concordaram em abdicar da vida física para a liberdade do seu povo?
Porventura estarão nas mesmas condições do suicida comum?
Ramatis: - O suicídio, em geral, é uma demonstração gritante de egoísmo e preocupação pessoal: só merece atenuante quando, apesar de ato insensato, a morte é em favor alheio.
A abdicação voluntária de si mesmo e a renúncia aos seus próprios interesses para favorecer outrem pode servir de abrandamento após à desencarnação, fazendo também desaparecerem os reflexos suicidas e as lesões do perispírito na encarnação seguinte, mas isso quando a vontade de morrer não se estigmatiza pelo protesto ou rebeldia contra a vida humana, mas se eleva pelo espírito de sacrifício e o desejo ardente de salvar outros seres.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 29, 2021 9:03 am

Certos povos orientais têm pouco apego à vida física, em comparação com os da civilização materialista da Ocidente que, em sua aparência religiosa, oscila num contínuo misto de descrença e temor, sem força suficiente para sobreviver ao medo da morte. Devido à facilidade intuitiva com que os povos asiáticos admitem a sobrevivência da alma e a reencarnação, atribuem pouco valor à vida corporal e quase não temem a morte.
Daí a existência do haraquíri, suicídio muito comum no Oriente e dependente da psicologia desse povo, que mais o pratica como um desagravo de tradição secular do que mesmo como ato de rebeldia para com a vida física.
A convicção da imortalidade e da reencarnação do espírito enfraquece o tradicional pavor da morte, como sucede com os espíritos estudiosos, que já não pranteiam tão escandalosamente a desencarnação da sua parentela, o que ainda 'é muito comum entre os religiosos dogmáticos e assustados pelas proibições infantis do sacerdócio sentencioso.
A doutrina espírita muito contribui para um conhecimento mais valioso da criatura a respeito do valor da vida, e as estatísticas já comprovam que é inexistente a prática do suicídio por parte do espírita conscientemente convicto de sua realidade imortal.
Os cristãos morriam nos circos romanos de modo imperturbável, porque não acreditavam na morte da alma; por isso, alguns desses torpedos ou pilotos suicidas, que aceitam a sugestão malévola dos seus maiores e abdicam de suas vidas em favor da colectividade pátria, não podem ser julgados sob a mesma severidade espiritual, porque estavam convictos de realizar acção meritória em favor do seu povo e não suicídio como revolta contra a vida.
Reconhecemos, entretanto, que tudo isso decorre da estulta concepção de nacionalismo, muito comum na Terra.
Os torpedos suicidas, ou pilotos suicidas, ainda são produtos da estupidez humana e dos poderosos "fazedores de guerras", aos quais será depois pedida conta de todos os males que provieram de suas indústrias maquiavélicas e intentos homicidas.

Pergunta: - Então não há sofrimento para o suicida pátrio?
Ramatis: - Toda vida interrompida antes do tempo produz sofrimento!
Quando se corta a vergôntea da roseira antes da época normal de sua poda, a planta violentada demora-se para o seu reajustamento vegetal, pois o imprevisto seccionamento perturba todo o seu metabolismo de vida e crescimento natural.
Verte pelos seus ramos amputados a seiva violentada, como se fora a lágrima vegetal chorada pela planta.
Toda vida que é seccionada antes do tempo marcado pela natureza biológica, ou antes do prazo determinado pelos mentores do Além, traz sofrimentos tão acerbos quanto seja o grau da "vontade" que se concentrou para a sua destruição.
O sofrimento desses suicidas pátrios pode variar no Além, pois enquanto alguns aceitam o sacrifício voluntário de salvar sua pátria e destruir as armas inimigas, como um acto de renúncia, outros o fazem por espírito de rebeldia, descaso pela vida ou puro instinto de maldade e de vingança.
A Lei do Carma então ajusta cada consciência à experimentação dolorosa de sua responsabilidade e consequente recuperação espiritual, mas o faz de acordo com a intenção íntima e o propósito que accionou cada piloto ou torpedo suicida.
Entretanto, esses heróis suicidas não conseguem furtar-se aos atrozes sofrimentos e inesperados problemas de adaptação no Além-Túmulo, para onde são arremessados pela morte violenta, que os torna imensamente infelizes.
Por ser o sofrimento mais suave ou mais acerbo, conforme os feitos espirituais de cada um na vida humana, o torpedo suicida que viveu produzindo benefícios e socorrendo os seus semelhantes justifica qualquer amparo conveniente depois de sua morte precipitada, embora não possa eximir-se da culpa de destruir estupidamente o seu corpo, como combustível para a sanha guerreira.
Aquele, porém, que antes de abdicar de sua vida em favor da pátria e destruir outros seres, já era péssima criatura no trato do mundo, penetra no Além envolvido pelos mais tenebrosos desesperos e sem oferecer condições para qualquer amparo dos corações mais apiedados.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 7 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 29, 2021 9:03 am

Pergunta: - Poderíamos supor que todo suicida, cuja vida seja digna e benfeitora, ficará livre dos sofrimentos atrozes provenientes da desencarnação violenta?
Ramatis: - Salvo quando se trata de sacrifício pacífico a favor de alguém que está perecendo, o verdadeiro homem digno e benfeitor, que ama ao seu próximo e pretende servir à humanidade, de modo algum o faz através do suicídio, pois qualquer suicida não passa de um fujão da vida física.
Credes que se deva glorificar aquele que salta da embarcação em perigo e abandona os demais companheiros às angústias do provável naufrágio?
O benfeitor nunca se trucida num ato de rebeldia, desagravo ou vingança contra a vida; o seu corpo, ele sempre o consi4era utilíssimo até o derradeiro momento de sua existência, determinado pelos poderes superiores.
A vida na carne pode ser considerada como fruto de um contrato bilateral, em que Deus, como Doador, se coloca de um lado e o espírito do homem, como o Beneficiado, assume obrigações do outro lado.
A destruição prematura do corpo significa o rompimento violento do acordo bilateral, que muito se agrava pelo facto de a criatura humana nem ao menos poder indemnizar o Criador, quando pratica esse ato excessivamente egocêntrico.
E convém lembrar que variam também os pseudo-méritos desses torpedos ou pilotos suicidas, que mencionastes, quando comparados, por exemplo, a outras mortes heróicas em favor do bem humano.
Se os suicidas pátrios se deixam abater, instigados pelos seus brutais instintos guerreiros e pelo orgulho de salvarem os seus patrícios, e se alguém acha glória nisso, que dizer dos cristãos que se deixavam imolar em favor de uma ideia salvadora de toda a humanidade?
Os actos heróicos dos torpedos suicidas ficam completamente anulados, porque tinham por fim favorecer orgulhosamente a sua comunidade familiar, além de serem eles responsáveis por outro grande número de vidas, que trucidaram por intermédio de suas mortes desesperadas!
Os cristãos, no entanto, foram queimados nos postes de tortura, despedaçados pelas feras ou crucificados pelos romanos, sem que disso resultassem outras mortes, pois o seu holocausto solidificou uma nova fé e uma nova crença, que se tornaram a esperança da própria vida!
De pouco vale a estupidez do louco suicídio que, se prolonga a vida dos conterrâneos, é um sacrifício destinado a destruir muitos outros corpos que são necessários à educação de outras almas!
O torpedo suicida é arma viva, mórbida e cruel, mais um produto do orgulho de raça e ferocidade inata do que mesmo do heroísmo, que se confunde com a própria índole belicosa.
O heroísmo louvado pelo Criador ainda é aquele que aumenta a probabilidade de vida em todas as suas manifestações comuns.
Toda destruição deliberada ou sugerida a outrem provém do espírito diabólico, pois Satã é bem o símbolo das Trevas e o inimigo da Vida!

Pergunta: - Que podeis dizer sobre o haraquíri, esse tipo de suicídio muito comum e tradicional dos povos orientais, e que às vezes se estende à família inteira, como um desagravo sacrificial pela perda de insígnias, de dignidades, da confiança pública, ou devido a qualquer abatimento moral?
Tratando-se de um suicídio de tradição nacional e secularmente considerado como um princípio de honra e não um ato de rebeldia para com a vida física, porventura tem atenuante perante a responsabilidade espiritual?
Ramatis: - Os povos asiáticos também se subordinam directamente às comunidades espirituais de sua raça, que lhes supervisionam os costumes sem violentar brutalmente as suas tradições.
Dessa forma, também varia o sentido de suas expiações e culpas cármicas, pois se situam noutras regiões diferentes do vosso país e se ajustaram psicologicamente a outra responsabilidade de vida.
É de senso comum que às vezes varia tanto a moral de uma raça ou de um povo que, se fosse adoptada por outra raça ou povo, poderia até se tornar imoral!
A poligamia, que é moral estatuída pelas tribos onde há grande excesso de mulheres, naturalmente seria considerada imoral no vosso país, onde o razoável equilíbrio de homens e mulheres preceitua a monogamia.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 7 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 29, 2021 9:03 am

Em consequência, o haraquíri, que é um suicídio consagrado como ética tradicional de certo tipo de raça oriental, é encarado pelas autoridades espirituais dessa raça dentro do sentido de responsabilidade espiritual condicionada aos espíritos ali reencarnados.
Não podeis julgar esse fato tomando estritamente por base as vossas tradições brasileiras, nem mesmo deveis encará-lo sob o ponto de vista latino.

Pergunta: - Mas a prática do haraquíri não implica também em uma fuga deliberada da vida e, portanto, num ato de rebeldia contra Deus?
Embora fundamentado numa tradição milenária, o haraquíri parece-nos sempre um propósito dramático e de afronta orgulhosa à divindade; não é isso mesmo?
Ramatis: - Evidentemente é um fato lamentável, decorrente da ignorância espiritual desses povos, por cujo motivo também se lhes reduz algo da responsabilidade perante a Lei Cármica; mas é evidente que outros povos e raças, embora não pratiquem tão facilmente o haraquíri por qualquer banalidade, como o fazem esses orientais, chegam a cometer desatinos iguais ou ainda mais graves.
Em todos os povos e raças terrícolas ainda predominam as mesmas veleidades humanas, obscurecendo a realidade espiritual e que, na forma de dignidades, tradições, ancestralidades, direitos e reivindicações, cegam e escravizam os homens às tolices da existência, impelindo alguns até à prática do suicídio ou do homicídio infamante.
A posse de títulos, cargos e comandos transitórios no mundo material, ainda aliados a outras preocupações pessoais como herança biológica, tradições de família, insígnias pátrias, diplomas, anéis de grau, postos honoríficos e dignidades sociais, infelizmente ainda são valores que invertem o sentido exacto da verdadeira vida do espírito imortal.
No entanto, ensinou-nos Jesus que os bens definitivos da alma e superiores a quaisquer tesouros da matéria, chamam-se renúncia, mansuetude, coragem, bondade, tolerância, devoção ao Bem e amor à Verdade!
Em consequência, não podemos louvar essas "dignidades" insensatas que são desagravadas pelo suicídio ou homicídio, quando o corpo físico é ofertado pelo Senhor da Vida para ser aproveitado até o final de sua pulsação, embora o homem permaneça soterrado numa masmorra de pedra ou na lama.
As vossas vidas são traça das pelo Alto sob o mais elevado senso de justiça, merecimento educativo e felicidade espiritual, apesar das maiores desgraças ou sofrimentos humanos.
Assim como da grotesca lagarta gera-se a encantadora libélula, que depois efectua o voo feliz pelo céu ensolarado, também da mais horrenda deformidade humana, ou da existência mais humilhante, Deus ainda plasma a configuração belíssima do anjo.
Por isso, a vida deve ser cultuada até o seu derradeiro fim, e o haraquíri, como um suicídio tradicional praticado sob mórbido ritual por certos povos orientais, é sempre a destruição prematura do corpo, sem compensar a vida de outrem.
Diante da criação divina, é um crime de "lesa-propriedade", pois o corpo carnal é concessão que deve ser respeitada até o prazo marcado.
O suicídio sempre produz graves consequências e longas lamentações por parte de todos os seus tresloucados autores, quer o pratiquem na forma de um torpedo suicida de extravagante heroísmo ou através do mórbido e orgulhoso ato de haraquíri, que é fruto de profunda ignorância espiritual.
É certo que, em essência, o haraquíri associa-se ao sistema de suicídio comum aos ocidentais, malgrado variarem os seus motivos, como sejam o medo da pobreza, vinganças freudianas, desagravos patriotas, paixões repelidas, frustrações políticas ou humilhações sociais.
Quando Moisés, sintetizando a voz do Alto, compilou os "Dez Mandamentos", traçou um programa mínimo espiritual para a humanidade, evidenciando que o conceito do "Não matarás" se resume em regra severa e de garantia incondicional a todas as formas de vida.
Daí o grande malefício praticado pelo suicida, pois quem se mata não só destrói a vida que requereu e que não lhe pertence, como ainda trai a confiança dos mentores que lhe endossaram a existência humana.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 7 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 29, 2021 9:03 am

Pergunta: - Como poderíamos encarar o suicídio de Judas, após ter ele traído o Mestre Jesus?
Ramatis: - É fora de dúvida que existiu um motivo de suma importância capaz de levar Judas à prática do suicídio.
Mas isso ele não o fez como rebeldia contra a vida humana ou impelido pelos estímulos suicidas de outras vidas; também não o fez devido à perda de fortuna ou por doença incurável.
A História Sagrada diz que Judas suicidou-se porque traiu Jesus e, embora fosse o tesoureiro da comunidade cristã, vendeu o seu Mestre por trinta dinheiros, o que bem vos diz da absurdidade da narrativa.
Em verdade, Judas Iscariotes suicidou-se desesperado de só haver compreendido muito tarde qual a missão e a exacta realeza do Sublime Jesus.
Foi tomado pelo mais pungente remorso e sofrimento atroz jamais concebido pela mente humana, sentindo-se o único responsável pela tragédia do Gólgota.
Só então percebera a sua precipitação, ao ver aquele a quem tanto amara e servira ser crucificado no madeiro ignominioso e torturado sob o sol causticante das três horas de Jerusalém.
Mas não fora uma traição deliberada e nem sequer ele imaginara abandonar Jesus, embora sempre tivesse sido o discípulo mais imprudente, avaro e calculista, tendo se perdido pela excessiva confiança depositada em si mesmo.
Considerava que os outros apóstolos eram criaturas demasiadamente transcendentais, pusilânimes e desprovidas do sentido prático que estava a exigir a obra do Mestre Galileu; achava-os irresolutos e incapazes de empreender movimentos entusiastas e contaminantes as massas.
Integrados numa empreitada de vulto, os apóstolos despreocupavam-se do dinheiro, que Judas considerava a mola de todas as coisas; eis por que, encerradas as pregações do Mestre, ele corria a bolsa em torno dos presentes, advertindo que a obra pereceria sem o alicerce do metal, que considerava a máquina propulsora do mundo.
Cioso de si mesmo, guardava a ideia de que Jesus vivia sofrendo pela falta de adeptos entusiastas e de grupos ousados, que muito em breve pudessem conduzi-lo ao poder tão conclamado desde a sua primeira pregação.
De outro modo, como poderia o Messias ser o rei de Israel e expulsar os romanos das terras santas?
Sorrateira e deliberadamente, agindo mais por sua vontade isolada e tecendo planos que afagava intimamente sob delirante entusiasmo, mal sabia Judas que se encontrava atuado e dirigido pelas perigosas sugestões dos espíritos das trevas, que envidaram esforços para se infiltrarem na missão do Divino Cordeiro.
O imprudente apóstolo buscou, então, aliados em todas as camadas sociais e esferas de maior importância em Jerusalém, tendo recebido promessas entusiastas e impressionado muitos oportunistas que viam crescer o prestígio de Jesus, mas ainda temiam qualquer adesão pública a ele.
Sem lograr perceber a imprudência de suas decisões perigosas, Judas passou a despertar a atenção do sacerdócio e das autoridades públicas, que dali por diante vigiavam-no continuamente e investigavam todos os seus contactos, arregimentando falsos adeptos de destaque, que fingiam aderir incondicionalmente ao "grande plano" para a consagração do Messias no seu verdadeiro posto de honra e glória traçado por Deus para a libertação de Israel.
Num mundículo de traições, interesses subvertidos e negociatas escusas entre vencedores e vencidos, como era a situação em Jerusalém naquele tempo, infelizmente Judas trabalhava como médium dos génios das sombras, coligindo provas que se faziam preciosas para enquadrarem Jesus sob as leis hebraicas e sanções romanas.
Jesus não só pressentia os movimentos ocultos de Judas, como ainda o advertia bondosamente, pois notava-o cada vez mais vigiado e submetido a melífluos louvores que tinham por objectivo principal auscultar-lhe as intenções.
Judas era constantemente solicitado para atender aos "grandes", que o procuravam às ocultas, animados pelas informações sibilinas do imprudente apóstolo, mas cautelosos quanto a aderirem incondicionalmente à comitiva de Jesus.
A festiva entrada de Jesus em Jerusalém, os presentes incessantes e certa fartura de moedas, que principiavam a aparecer para o êxito da obra no plano material, já não deixavam dúvidas quanto ao plano imprudente em andamento pelo assisado discípulo.
Então o Mestre chamava Judas ao convívio amoroso e advertia-o de que o "seu reino não era deste mundo", e que não viera buscar as gloríolas do fausto e da prepotência, mas libertar o género humano da escravidão do pecado.
Mas os génios das sombras já se haviam apossado completamente de Judas - que se movia enfermiço e acossado pela ideia fixa do triunfo glorioso do Messias -, então transformado num prolongamento vivo do astral inferior.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 29, 2021 9:03 am

Cegavam-no os falsos entusiasmos das últimas horas, quando o sacerdócio e os afortunados expunham seus falsos júbilos pela missão de Jesus, ansiosos, porém, para enquadrarem o Divino Cordeiro sob os preceitos severos das leis que puniam os sediciosos.
Judas fora o mais eficiente colaborador dos planos maquiavélicos dos sacerdotes e dos próprios magnatas hebreus, que temiam uma sublevação incontrolável das massas inquietas, embora tudo fizesse crer no pacifismo da mística pregada pelo profeta da Galileia.
Enfim, Jesus tornara-se inoportuno, enquanto Judas se transformava na mais preciosa sequência viva, no momento, para situar o Mestre sob as leis hebraicas!

Pergunta: - Mas Judas não percebia que, sem forças armadas e um plano sensato, o seu trabalho só redundaria na prisão do Mestre a quem tanto amava?
Ramatis: - Judas estava certo de que as "falanges de anjos" de que Jesus falava, eram poderes invencíveis, que obedeciam submissamente ao Messias, acreditando em sua mente enfermiça que seria bastante atear fogo ao rastilho, para então Jesus ser obrigado a lançar mão de suas legiões celestiais, estabelecer o seu reino de glória na Terra, socorrer os humildes e libertar os escravos!
Os céus teriam que se abrir em catadupas de fogo na hora aprazada, assim que a mais ousada mão se estendesse sobre o Enviado Celestial, pois, como sempre verificara, aquele que tinha o poder de ressuscitar os próprios mortos e curar os mais desarticulados aleijões, também não poderia comandar os anjos?
Que não poderia fazer no momento glorioso de se revelar o Messias o salvador do povo de Israel?
Então Judas, perante Jesus e os demais apóstolos, seria considerado o emérito general que tudo articulara e soubera precipitar os acontecimentos felizes, que a pusilanimidade dos demais discípulos teimava em protelar.
Eis por que ele vivia um dos momentos mais extraordinários de sua vida quando, à frente de um grupo misto de soldados romanos e auxiliares hebreus, comandados por Malcus, apresentou-se sorridente, feliz, apontando Jesus, seu Mestre, como sendo realmente o esperado Messias, aquele que sempre afirmara ter vindo para libertar Israel do jugo dos romanos.
Infelizmente, a venda mefistofélica caiu-lhe dos olhos e os factos o desmentiram e arrasaram cruelmente.
Em vez de se abrirem os céus e brotarem legiões de anjos de todos os ângulos do horizonte, Jesus, humilde e submisso, estendera as mãos para as amarras e até impedira Pedro de reagir!
Quando Judas, apavorado, percebeu o seu equívoco, não pôde mais controlar o seu psiquismo desesperado, nem apagar as chamas furiosas que lhe queimavam o coração!
Julgando-se o responsável pela crucificação do Amado Mestre, nada mais lhe restava no mundo depois de tão terrível acontecimento.
Era tarde demais para reconsiderar os seus actos imprudentes; o Mestre fora desmascarado publicamente ao encontrar-se promovendo sediciosa reunião oculta, para reagir contra os poderes públicos organizados e solapar as bases da sustentação religiosa do povo hebreu! Judas suicidou-se, completamente alucinado, enquanto junto a si ouvia o gargalhar mordaz dos agentes das Sombras, que haviam levado o infeliz apóstolo a tão cruciante destino!
Mas também ignorava que o sangue do generoso galileu fora a semeadura de Luz para o orbe; o Cordeiro vencera as Trevas pela sua renúncia à violência e pelo amor aos seus algozes.
O suicídio de Judas foi mais decorrente da sua imprudente irresponsabilidade e angustiosa precipitação na obra em que devia cooperar e não intervir.
Não foi um suicídio fruto do remorso decorrente de uma deliberada traição, conforme tem sido tolamente apregoado pela História do Mestre, mas sim um ato consequente do remorso produzido pelo terrível equívoco de haver confundido o reino espiritual de Jesus com o reinado material de Israel.
E o Divino Mestre, tão justo e complacente para com os seus próprios algozes, tudo fez, no Além-Túmulo para balsamizar o espírito de Judas tão imprudentemente vítima das ciladas que lhe haviam armado os solertes malfeitores do astral inferior.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 29, 2021 9:04 am

Pergunta: - Podeis nos dar alguns exemplos dos efeitos a que se sujeitam aqueles que se suicidam, mas que não podem ser socorridos no Espaço?
Ramatis: - Tomemos para exemplo aqueles que ingerem arsénico, ácido sulfúrico, potassa, formicida, que são violentos corrosivos que atacam as contrapartes etéricas do corpo carnal, pois já vos explicamos que todas as coisas, substâncias e seres possuem o que convencionamos chamar de "duplo-etérico".
Embora vos pareça absurdidade, os venenos também atacam e depredam terrivelmente a tessitura do perispírito do suicida, pois produzem nele lesões astrais que se prolongam pelas encarnações seguintes, causando incessante aflição e enfermidade no futuro corpo de carne.
O eterismo remanescente e destrutivo do corrosivo continua a circular pela fisiologia do perispírito do suicida ainda muito tempo depois de haver desencarnado.
Além do sofrimento dantesco que o suicida tem de suportar após a sua morte tresloucada - vivendo incessantemente todo o fenómeno de sua agonia final, que só se extingue quando também atinge o limite exacto que lhe restava para viver fisicamente ele não pode se furtar a efeitos daninhos e enfermidades que ainda se prolongarão vigorosamente pela encarnação seguinte.
A sensação permanente de "acidez etérica" circulante no perispírito permanece longo tempo actuando no espírito desencarnado, mesmo depois que já tenha ultrapassado o prazo em que deveria desencarnar naturalmente, na Terra, e que interrompeu pelo suicídio.
O fenómeno é facilmente explicável, pois se trata da própria contraparte etérica, ou seja, do remanescente fluídico da substância material utilizada pelo suicida, que se dissemina e adere fortemente à delicada fisiologia astral do perispírito, nas regiões onde fisicamente também produziu maior dano.
Então a Lei Cármica providencia para que, através de outra encarnação, o tóxico etérico seja condensado pelo corpo carnal e depois drenado para a terra, quando o cadáver se desmantelar no sepulcro.
Daí o facto de em posterior existência serem muitos ex-suícidas portadores de organismos enfermiços e lesados principalmente no sistema nervoso e circulatório, ou nos principais órgãos atingidos, como sejam a faringe, a laringe, o esófago ou o estômago.
Inúmeros epilépticos, parkinsonianos, coreicos ou neuróticos, que não gozam harmonia no seu sistema nervoso são ex-suícidas, trânsfugas das vidas anteriores, vitimados pelos tóxicos e corrosivos que ingeriram um momento de loucura.
Por isso ainda sofrem presentemente o efeito pernicioso do energismo etérico do veneno, que ainda se conserva na contextura do perispírito e perturba o seu ajuste ,harmonioso ao novo organismo carnal.

Pergunta: - Qual seria uma comparação mais objectiva para que melhor pudéssemos entender o assunto?
Ramatis: - Para o vosso melhor entendimento, suponde que o corpo de carne do suicida funciona como admirável "mata-borrão", que enxuga o perispírito de sua lavagem de ácido ou de corrosivo etérico.
Durante a fase em que enxuga ou condensa os venenos etéricos do perispírito, produz-se nele a enfermidade e, quando depois da morte do corpo, fica ele dissolvido no seio da terra do cemitério, é a hora em que verte ou drena todo o conteúdo tóxico absorvido durante a nova encarnação.

Pergunta: - Diante das vossas explicações, ficamos algo convictos de que todas as enfermidades nervosas e circulatórias se derivam de um suicídio em existência anterior; não é assim?
Ramatis: - Nem todas as situações caóticas do corpo físico, ou perturbações psíquicas dos seres humanos, são exclusivamente provenientes de suicídios provocados em existências anteriores, mas a verdade é que grande parte dessas condições enfermas provém, realmente, dessa condenável precipitação do homem em destruir o seu corpo terreno.
Se os suicidas em potencial, do vosso mundo, pudessem entrever, num segundo, o panorama e a situação pavorosa que os aguardam no Além, após a fuga covarde da vida humana, extinguir-se-ia neles definitivamente qualquer laivo de rebeldia ao sentido educativo da vida.
O suicida é um rebelde que violenta o seu próprio destino, após haver escolhido, em sã consciência, o corpo que considerou o melhor para a sua futura existência.
Além de perturbar terrivelmente o curso natural do seu progresso espiritual e a ventura mais breve, desmente a sua própria inteligência e a aquisição psíquica já consolidada no pretérito.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 29, 2021 9:04 am

Pergunta: - Quais as outras consequências desastrosas ou deformantes, que podem decorrer das várias formas de suicídio?
Ramatis: - Aqueles que rompem o cérebro com a bala mortífera ou com qualquer objecto perfurante também deformam o seu duplo-etéreo astral, ou seja, o cérebro do perispírito, que é exacta contraparte do organismo de carne.
Quando, na encarnação seguinte, o perispírito tiver de aglutinar o novo conjunto de moléculas e as fibras neuro cerebrais, para a formação de outro corpo de carne, nas regiões lesadas do perispírito essa aglutinação se processa na forma de calos idade, estenose ou deformações.
As superposições dos átomos físicos se dificultam e perturbam a harmonia do pavilhão auricular e da região da glote, que são intimamente ligados e se ajustam para o equilíbrio sensato entre as faculdades de ouvir e falar.
São essas contrapartes etéricas que mais sofrem diante dos impactos arrasadores do suicídio que destrói a região cerebral, pois ficam perturbadas na sua aglutinação e se tornam incapazes de organizar a perfeita conexão molecular entre os órgãos auditivos e o aparelhamento de fonação necessários à nova existência carnal!
E assim a criança vem à luz da vida física congenitamente surda e muda, em face do desarranjo existente no cérebro do seu perispírito, que não pôde harmonizar as células responsáveis por tais faculdades humanas.

Pergunta: - Gostaríamos de compreender melhor a função do perispírito em face das consequências do suicídio.
Podeis atender-nos?
Ramatis: - Conforme já enunciamos anteriormente, o perispírito é organização indestrutível e semelhante a um poderoso negativo que, durante as várias encarnações do espírito, preexiste e sobrevive a todas as mortes dos corpos físicos.
Em cada encarnação ele se serve dos elementos biológicos da ancestralidade à luz do mundo terreno.
Mas embora se trate de um novo organismo carnal, independente dos outros que se desintegraram pela morte física em existências anteriores, representa uma nova conta no extenso colar de corpos, que se unem através do perispírito, sempre a ligar a vida física que se findou com a vida física que se renova.
Em consequência, o novo corpo carnal ou novo positivo, que é revelado pelo negativo constante do perispírito, sempre apresenta todos os prejuízos, estigmas ou aquisições que o espírito houver cultivado anteriormente.
Ele é o molde original, que sempre serve para confeccionar os sucessivos organismos de carne, necessários para que a alma possa efectuar o seu aprendizado nos mundos físicos.
Todas as modificações que o aperfeiçoam, para o seu melhor desempenho na matéria, também precisam se efectuar primeiramente em sua intimidade etéreo-astral, sob a vontade e a ética espiritual que, através de repercussão vibratória, depois se operam sobre o corpo material.
Na contextura plástica e sutilíssima do perispírito cunham-se as marcas, os sinais ou estigmas duradouros produzidos pela mais subtil reflexão do espírito, até culminarem nos desmandos que podem levá-lo à sua separação da carne.
Espelho divino e intermediário, que permite ao espírito actuar nos mundos planetários, para a consolidação de sua consciência individual, o perispírito é o verdadeiro revelador da "vontade" e do "desejo" da alma.
Daí o facto de o suicida pregresso reproduzir na encarnação seguinte as tremendas consequências oriundas da sua autodestruição anterior, pois essa nova vida carnal só se plasma sob o comando e a influência integral do seu perispírito.
E desde que este se apresente alterado em sua organização etéreo-astral, é óbvio que também não poderá modelar um corpo físico perfeito em sua fisiologia e estrutura anatómica.
E como o suicídio e outros crimes abomináveis deformam o perispírito sob os impactos violentos das mentes rebeldes, as cidades do mundo material se povoam de criaturas torturadas, que desde o berço arrastam suas deformidades ou gemem sob as moléstias incuráveis que as tornam infelizes e martirizam o seu corpo cansado.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 29, 2021 9:04 am

Pergunta: - Quais alguns outros tipos de suicídios e suas consequências posteriores enfermas e deformantes?
Ramatis: - Aqueles que se enforcam ou se afogam num momento de desespero também fotografam na memória etérica do seu perispírito, durante as vascas de sua agonia, todos os tremendos esgares, repuxos, aflições e sufocamentos, criando-se então os estigmas perispirituais deformativos, que são alimentados pela mente revoltada.
Em consequência, posteriormente esses infelizes podem renascer corcundas, gibosos, atrofiados e mesmo terrivelmente asfixiados pela asma brônquica, que os tortura, durante toda a existência.
Os que se suicidam através de quedas e se estatelam arrebentados sobre o solo, ou que se atiram sob as rodas dos veículos que lhes trituram as carnes, comumente tornam a se encarnar vitimados por cruciantes enfermidades, que se situam na patologia dos artritismos e reumatismos deformantes, sofrendo as dores dos ossos que estalam, nervos que se rompem e músculos que se rasgam.
Alguns se arrastam penosamente como aleijados congénitos, com os corpos quebrados e os músculos torcidos.
Outros, que atearam fogo ao seu corpo e preferiram abandonar o mundo sob a destruição pelas chamas, quase sempre retornam ao meio de onde fugiram, reproduzindo em si mesmos a terrível forma patológica do pênfigo foliáceo, ou seja, a moléstia popularmente conhecida como "fogo selvagem".
Esses sofrem intermitentemente, na carne nova, as angústias e a causticidade da loucura suicida da existência física anterior quando, rebelando-se contra a Lei da Vida, se consumiram nas chamas ardentes.
Atravessam a encarnação seguinte com a sensação atroz do combustível destruidor, que ainda parece queimar-lhes as carnes destruídas pela revolta contra a vida dada por Deus.
O punhal fatídico ou o tiro mortal que dilacera o coração do trânsfuga da vida humana deixa-lhe no perispírito a marca fatal e lesiva para a outra existência, criando-lhe o pesado fardo da incurável lesão cardíaca a torturá-lo incessantemente com a ameaça da morte.
O chacra cardíaco, como órgão intermediário do duplo-etérico, responsável pela diástole e sístole do coração físico, não sé desenvolve a contento na zona cardíaca do perispírito violentado pelo suicídio da última existência.
Então se vê obrigado a reduzir a sua função dinâmica costumeira, mantendo-se em débil rotação energética durante o comando do novo coração carnal do ex-suícida, atendendo-lhe apenas ao mínimo de vida exigível para as suas relações com o mundo exterior da matéria.

Pergunta: - Poderíeis nos informar qual o beneficio que obtém o ex-suícida quando, após ter-se destruído pelo tiro ou punhalada no coração, renasce depois na matéria com grave lesão cardíaca?
Ramatis: - Através desse reajuste doloroso, executa-se o inteligente e útil tratamento da vida física e recuperação espiritual, pois durante o resgate cármico, oprimido pela lesão cardíaca, o ex-suícida envida os maiores esforços e cuidados para sobreviver no ambiente do mundo físico, onde já encontra estímulos, amizades e ensejos novos de prosseguimento na vida.
Essa incessante ansiedade de viver gera no seu subconsciente a vontade ou o desejo, que então substituem os estímulos negativos da mente enfermiça do passado.
Atravessa a nova existência verdadeiramente agarrado ao "fio da vida", economizando as mais débeis energias e evitando violências mentais a fim de não se "incomodar" e alterar a função cardial.
Então a causa negativa que gerou a morte é substituída pelo efeito positivo, que alimenta a vida.
Sob essa terapêutica de economia energética e rectificação mental, o trânsfuga do passado desenvolve as credenciais necessárias para o prosseguimento do curso espiritual interrompido num momento de loucura.
Raramente se suicidam aqueles que nascem aleijados ou que se acham gravemente enfermo, e são justamente eles os que manifestam o mais veemente desejo de viver.
Os que se suicidam são, em geral, os que possuem corpos sem deformação.
Os primeiros, submetidos a inteligente terapêutica espiritual, por terem reduzido a probabilidade de sobrevivência, apegam-se ardentemente à vida!
Acontece também que no subjectivismo das almas dos ex-suícidas ainda perdura o eco terrível das expiações que o suicídio pretérito fê-las suportar atrozmente no Além, e que ainda apresentam estigmas cruciantes na forma de enfermidades ou deformações na nova existência.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 7 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 29, 2021 9:04 am

Pergunta: - Diante das vossas considerações, pelas quais sabemos que os infelizes suicidas são submetidos a um resgate cármico tão doloroso e milimetricamente ajustado ao seu tipo de morte tresloucada, quer-nos parecer, pelo menos nesse caso, que Deus pune tais delitos sob a implacabilidade da lei do "olho por olho e dente por dente"; não é assim?
Isso não será uma cobrança muito avara e própria das desforras humanas?
Ramatis: - A Lei Cármica não pune, mas "reajusta".
O processo de rectificação espiritual propende para um só objectivo, que é consolidar a consciência ignorante e depois emancipá-la na sua configuração individual no Cosmo.
É um processo severo e disciplinado, mas sempre ascensional, visando a ventura do espírito, o qual, à medida que gradativamente aumenta ou amplia a sua área de consciência e afina o seu sentimento, opera a metamorfose do animal em anjo.
No caminho da evolução espiritual, a Lei Cármica encarrega-se de indicar o caminho certo ao viajante despreocupado e teimoso, corrigindo os desvios que o retardam no caminho da angelitude.
Desde o princípio do mundo o Criador tem enviado aos homens instrutores espirituais, que encarnam em todas as latitudes geográficas e entre os povos mais exóticos do orbe terráqueo, dando-lhes em linguagem pátria e acessível a todo entendimento as rotas exactas do caminho certo e das realizações ascensionais do espírito.
Eles têm aconselhado tudo o que se deve fazer em todos os momentos de angústias e complicações humanas, apontando os labirintos ilusórios e afastando as sombras perturbadoras.
Hão deixado sobre a Terra ensinamentos de todos os matizes e em todas as línguas, nos moldes mais científicos ou nas asas da poesia mais pitoresca, tudo de conformidade com a ética divina e a legislação da verdadeira e definitiva pátria espiritual.
Nenhum povo e nenhuma criatura deixou de ser atendida, pois cada homem é o prolongamento de uma extensa cadeia de renascimentos em que, através de várias raças, ambientes e oportunidades diferentes, o seu espírito trava conhecimento com todas as formas de doutrinas e ensinamentos ministrados pela pedagogia sideral, a fim de desenvolver em si mesmo o sentido da universalidade e a definitiva consciência de sua imortalidade.

Pergunta: - Queixam-se algumas criaturas de que a Lei não tem sido explicada com bastante clareza, pois quanto à realidade da vida espiritual, permanecem dúvidas constantes. Que nos dizeis a respeito?
Ramatis: - Porventura a Lei não vos tem sido explicada ininterruptamente, sob todos os aspectos, modos e possibilidades?
Em tantas vidas que esposastes no passado, quantas vezes já manuseastes os valores sublimes da espiritualidade!
Em vossos dias atuais, quantos sonhos, intuições, advertências e inspirações tendes recebido para compreenderdes quais são os preceitos da Vida Superior.
A humanidade terrena jamais poderá alegar ignorância ou carência de ensinamentos espirituais sobre a verdadeira vida da alma, pois já sabe o suficiente para avaliar quais são as infracções contra a Lei Cármica.
Hermes foi insigne instrutor dos povos egípcios, ofertando-lhes em linguagem entendível, mesclado de ciência, filosofia e devoção, o conhecimento da imortalidade da alma;
Moisés consolidou a ideia do Deus único entre os hebreus;
Confúcio, em pitoresca linguagem impregnada da poesia dos povos orientais, completou para os chineses o trabalho já iniciado por Fo-Hi e Lao-Tseu, ensinando o culto à família, aos antepassados e o ciclo dos renascimentos;
Zoroastro integrou-se na psicologia dos persas e pregou ensinamentos morais de extraordinária beleza espiritual;
Buda abrangeu a Ásia, e milhões de budistas aprenderam o que deveriam fazer para a sua ascensão definitiva aos páramos divinos.
Finalmente Jesus, o inconfundível Instrutor Maior, não só falou ao povo hebreu e se sacrificou glorificando a raça de Israel, como ainda sintetizou todos os princípios de elevada moral que antes de si foram espalhados para a salvação espiritual do homem, iluminando o orbe com as luzes definitivas do Evangelho!
Recentemente, a bondade do Senhor dos Mundos ainda vos enviou Allan Kardec, que simplificou carinhosamente todo o conhecimento oculto provindo dos templos iniciáticos e codificou o Espiritismo, oferecendo então moderno e adequado veículo doutrinário de êxito espiritual, com um programa prático, lógico, sensato e facilmente acessível às massas espiritualmente incultas do Ocidente.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 7 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 30, 2021 10:49 am

Pergunta: - Não discordamos de vossas considerações nesse particular; apenas, no nosso entendimento humano, julgamos que exista algo demasiadamente patético e excessivamente dramático nos acontecimentos expiatórios do suicídio que, às vezes, é produto de um minuto de justificado desespero!
Não vos parece que o facto de um homem suicidar-se através do fogo ou enforcar-se, e depois retornar para a terrível prova do pênfigo foliáceo ou nascer giboso ou renascer asmático, não passa de um resgate que ainda parece perfeitamente enquadrado dentro da máxima do "olho por olho, dente por dente"?
Tal disposição cármica não reflecte a antiga ferocidade mosaica?
Ramatis: - Porventura supondes que Deus permaneça atento e vigilante, qual cérebro implacável, intervindo a cada momento no processo cármico evolutivo, para aplicar a Lei tradicional da colheita do "ceitil por ceitil", ou da de "quem com ferro fere, com ferro será ferido"?
Na verdade, a Lei Cármica não é punitiva para o espírito; este é que causa sofrimentos a si mesmo quando contraria as funções educativas, qual a criança que queima a mão no fogo, não porque este seja vingativo e castigue, mas apenas porque é um comburente.
Na essência de Deus não há cogitação de culpa nem deméritos, com relação às suas criaturas; é a Lei equânime e sábia que, no exercício do próprio Bem, apanha os retardatários ou rebeldes que estacionam à margem dos caminhos da vida ilusória da matéria e então os coloca novamente no curso da mais breve ventura sideral.
No vosso mundo, quando os motoristas infringem as leis do trânsito e são multados na conformidade da infracção em que incorreram, de modo algum podem se queixar das autoridades, que criaram essas leis para o benefício e segurança de toda a colectividade.
Na verdade, a multa não significa vingança ou punição excessiva por parte da fiscalização responsável pelo tráfego seguro, pois apenas ocorre uma reacção que a lei do trânsito especifica para cada tipo de infracção.
Em consequência, a multa resulta em moderação da velocidade excessiva por parte do motorista, aguça-lhe o espírito de observância e também de respeito para com os demais companheiros de tráfego, proporcionando-lhe o bom êxito no curso da viagem e garantindo a sua própria segurança na direcção do veículo.
Desde os primórdios das civilizações já extintas todas as advertências dos líderes espirituais de todos os povos - embora citando os conceitos draconianos do "olho por olho e dente por dente" - sempre se referem particularmente ao sentido elevado e equânime do preceito "cada um colherá conforme as suas obras".
A essência de todos esses conceitos e advertências não se refere particularmente à relação de homem para homem, ou de criaturas para com outras criaturas mas, fundamentalmente, à relação da alma para com a própria alma ou de cada ser para com os seus próprios actos, identificando a sua liberdade e o seu livre arbítrio perante a Lei Imutável.
Quem propositadamente se suicida ateando fogo ao seu corpo, que é fruto de milenários esforços de adaptação e experimentação da Criação Divina operando desde os reinos inferiores, evidentemente está decidido a enfrentar a Lei que regula essa infracção! Agindo por sua livre e espontânea vontade, coloca-se sob a penalidade do preceito de "olho por olho e dente por dente" que, embora tão imperativo, resume-se também na outra advertência aparentemente mais suave:
"cada um há de colher conforme as suas obras".
Quer o suicida tenha se enforcado, trucidado pelo fogo, esfrangalhado as carnes através de quedas violentas ou perecido debaixo de algum veiculo, é somente ele quem, por sua livre e espontânea vontade, lavra a sua sentença futura, perfeitamente ciente de que a loucura do suicídio obriga-o a envergar, noutra existência, um traje carnal de conformidade com o sistema de sua própria destruição, seja um corpo giboso, chagado, asmático ou desarticulado.
O tipo de morte que aplica a si mesmo - diz-lhe a Lei - servirá de modelo da sua indumentária física na existência posterior!
Assim, a regra de "olho por olho e dente por dente" é profunda advertência da própria Lei do Carma para que o homem, sem qualquer equívoco, saiba que é o exclusivo agente da sua felicidade ou desventura, devendo sofrer exactamente na conformidade do modo com que se puser a agir.
Ainda poderíamos glosar a máxima de "olho por olho e dente por dente" da seguinte forma: para um corpo são, outro corpo são; para um corpo incinerado, outro corpo incinerado, o que se ajustaria também ao conceito de que "quem com fogo queima, com fogo será queimado".
Em consequência, a criatura coloca-se diante de sua própria obra, auferindo benefícios ou sofrendo malefícios, conforme norteia a sua vontade e traça os seus objectivos.
Insistimos em que ausculteis o espírito dessa sentença, que implica na responsabilidade da própria alma para consigo mesma.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 30, 2021 10:49 am

Pergunta: - Estamos vendo agora que o efeito doloroso do resgate parece ultrapassar a intensidade da causa, como no suicídio, em que um minuto de desespero gera dezenas de anos de sofrimento!
Estamos equivocados?
Ramatis: - O processo de reajustamento espiritual, no suicídio, realmente é doloroso, porque corresponde milimetricamente a cada átomo psíquico ou físico que tenha sido prejudicado por aquele que se suicida.
Na lei de correspondência vibratória do Cosmo, pela qual os semelhantes atraem os semelhantes, a mente humana funciona como poderosa usina de força e se torna o potencial criador do seu próprio destino, que deve ser corrigido logo que perturbe a harmonia colectiva.
Há muitos séculos que a pedagogia divina recomenda que o primeiro objectivo a ser alcançado pelo encarnado deve ser o de conhecer-se a si mesmo, pois a criatura intimamente esclarecida sabe governar certas paixões animais que tanto degradam o espírito, mas que são imprescindíveis e valiosas para a vitalidade do corpo humano.
O homem que resvala pelo atoladouro das suas insânias mentais e devota completo descaso às advertências rigorosas das leis espirituais, quando se suicida, a quem fere senão a si mesmo?
Porventura será injusta a rectificação severa mas necessária para ele readquirir o imprescindível equilíbrio psicofísico, que perturba por sua estulta autodestruição?
Quando ele se mata em um minuto de insânia, materializa o psiquismo subvertido, que pode requerer algumas dezenas de anos para a sua completa renovação sadia, assim como o estouro da bomba, que se efectua num segundo, também pode causar depredações que durem lustros para serem reparadas.

Pergunta: - Não seria suficiente que a expiação do suicida se limitasse aos tormentos dantescos, a que depois se sujeita no Além-Túmulo?
Justifica-se o fato de ainda se prolongarem expiatoriamente pela existência seguinte?
Ramatis: - O suicida não causa prejuízos apenas a si próprio; as consequências de sua truculência se estendem a outras criaturas, pois não só sacrifica o trabalho dos desencarnados, que cooperaram para o êxito da sua encarnação, como ainda subestima o carinho, os cuidados, as aflições e os serviços prestados pelos seus progenitores, parentes, educadores, subalternos e demais seres que a ele se haviam ligado pelos elos da estima e dos mútuos deveres.
A responsabilidade de uma vida sacrificada estupidamente antes do seu prazo legal não cessa apenas pelo fato de o suicida esgotar a sua dor no mundo astral.
É preciso que ele, depois de ter vivido no perispírito os efeitos atrozes dos estímulos mórbidos mentais e emotivos, deva ainda drenar os venenos aderidos ao seu psiquismo doentio, avaliando também a dádiva do corpo carnal, que ainda terá de utilizar por vezes no mundo material, a fim de concretizar o seu destino angélico.
A técnica rectificadora induz o espírito do suicida a substituir o "desejo da morte" pelo "desejo da vida" e a liquidar a insignificante quantidade de "horas-sofrimento" para mais breve usufruir a eternidade de "horas-ventura".
É necessário que ele enfrente outra existência, mais oprimido pelo instinto de conservação da vida, que passa a vigiar atentamente todos os seus actos, evitando que seja novamente surpreendido por outro ataque de insânia psíquica suicida, destruidora do corpo físico.
É por isso que os consultórios médicos, os centros espíritas, os terreiros de Umbanda, as casas de curandeiros ou lugares de milagres vivem repletos de aleijados e deserdados da sorte em busca da saúde e que, embora se encontrem deploravelmente enfermos, buscam ansiosamente os meios de sobreviver mais um pouco!
Quantos suicidas em potencial existem em tais lugares porque o instinto animal os obriga a se agarrarem vigorosamente à mesma vida física que no passado repeliram num momento de insânia espiritual!

Pergunta: - A fim de melhor entendermos as vossas considerações sobre o suicídio pelo fogo, com a sua consequente prova cármica no futuro, podeis nos dizer algo sobre a natureza do pênfigo foliáceo e a sua relação com o suicídio pelo fogo?
Ramatis - O pênfigo foliáceo ou, popularmente, o "fogo selvagem", apresenta toda semelhança com as queimaduras graves que uma criatura tenha sofrido.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 30, 2021 10:49 am

Manifesta-se por uma dermatose caracterizada por bolhas avermelhadas, com serosidade, que de princípio lembram as bexigas e as necroses consequentes das grandes queimaduras; mais tarde essas bolhas transformam-se em chagas que exalam mau cheiro, deixando as criaturas em carne viva e com dores atrozes.
A vertência tóxica do psiquismo enfermo é muito acelerada, e por isso se traduz em vida torturada, para o cumprimento do legado cármico da criatura.
Comumente, os flagelados pelo pênfigo morrem reduzidos no tamanho dos seus corpos, com características semelhantes às das pessoas que hajam sido carbonizadas.
Existem zonas geográficas, no vosso orbe, que servem de verdadeiros pontos de concentração apropriados para ali se juntarem, com preferência, os infelizes encarnados que se suicidaram pelo fogo na vida anterior.
Os prepostos siderais os reúnem nesse infortúnio imprescindível a fim de que melhor se auxiliem pelo mútuo apoio fraterno e pela conformação trazida pelo fato de ser uma provação colectiva.
Principalmente a África, Ruanda no Congo Belga e Mato Grosso no vosso país, são pontos catalogados na psicoterapia do Espaço como "zonas electivas" de astral "apropriado que melhor favorece a afluência das toxinas etéricas à periferia do corpo carnal, procedentes das contrapartes fluídicas, portadoras ainda dos efeitos da comburência do corpo anterior destruído pelo fogo.
Uma das provas da grande relação ou afinidade astral do pênfigo foliáceo para com o suicídio pelo fogo está na terapêutica actualmente empregada para minorar esse mal através do pincelamento com alcatrão no corpo chagado, pois esta substância, de acordo com a lei de que "os semelhantes atraem os semelhantes", é um produto também comburente obtido através do aquecimento da madeira ou da hulha.
Como os doentes do pênfigo também apresentam a anemia característica das pessoas que são queimadas pelo fogo ou produtos corrosivos, é preciso que, antes de serem tratadas pelo alcatrão, sejam fortalecidas por medicação vitaminosa e de grande revigoramento hepático.
Conforme é do conhecimento comum, o alcatrão de hulha contém compostos como fenol, naftalina, benzeno, antraceno e outros, enquanto o alcatrão de madeira, além de conter óleos combustíveis, creosoto e substitutos da gasolina, serve para conservar as madeiras contra a putrefacção.
Como o perispírito se constitui de inúmeras substâncias astralinas, que têm certa analogia científica com os mesmos produtos físicos e químicos do vosso mundo, sendo em verdade as contra-partes etéricas desses corpos materiais por vós conhecidos, no suicídio pelo fogo tanto se queimam aquelas substâncias astrais - pela combustão no perispírito submetido ao fogo etérico - como ainda surge grande quantidade de combinações e toxicoses que, depois, precisam ser expelidas da delicada vestimenta etéreo-astral.
Para vossa melhor compreensão, suponde que no caso do suicídio pelo fogo se devam extinguir os elementos astrais que lembram a naftalina, a benzina, o creosoto, o fenol, aromáticos, antraceno, guaiacol e outros, e que no tratamento físico pelo alcatrão eles devam ser repostos magneticamente no perispírito, embora sem a quantidade e a dosagem terapêutica exacta e eficiente.
Então, pela repercussão vibratória, esses elementos vão reduzindo o veneno astral na vestimenta perispiritual e promovendo a consequente cicatrização no corpo físico.
Supondo-se, ainda, que a ciência humana possuísse capacidade suficiente para activar o energismo dos corpos físicos sublimados até o estado etérico e às suas condições astrais actuantes "do lado de cá", haveria então compensação ou cobertura dos elementos faltantes no perispírito, que foram subvertidos pelo fogo etérico, obtendo-se a cura do pênfigo foliáceo de modo quase miraculoso!
Curado o perispírito, automaticamente cura-se o corpo, pois este é o prolongamento do que está materializado na Terra.

Pergunta: - Podeis nos dar mais alguns exemplos desses efeitos da terapia astral repercutindo no corpo físico?
Ramatis: - Que é o benzimento (ou mesmo o "passe") senão um tratamento astral magnético levado a efeito quando os benzedores transformam objectos, ramos, galhos e folhas de vegetais em condensadores astralinos, através dos quais descarregam a massa fluídica perniciosa, que se encontra aderida ao perispírito?
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 30, 2021 10:49 am

Quase todas as espécies de dermatose que resistem à terapia comum da medicina terrena, tais como os eczemas ou, popularmente, "fervor do sangue", as erupções e crostas chamadas "cobreiros" e algumas espécies de "fogo selvagem" que se assemelham a queimaduras, são facilmente curadas com o benzimento feito com galhos de pimenta brava, onde ainda se comprova o efeito dos "semelhantes", pois a cura é conseguida com um elemento de natureza cáustica!
O benzedor solicita um galho verde de pimenteira e, através de exorcismos e orações, que funcionam como os "mantrans" sagrados, consegue activar o astral ainda latente no ramo da planta, transformando-o num condensador que passa a atrair os fluidos enfermiços da aura do doente.
Comumente, quando o galho fica seco, o enfermo também está curado, pois o galho captou toda a cota de fluidos perniciosos e, então, extingue-se a sua própria vitalidade astral e vegetal.

Pergunta: - Uma vez que o suicídio através do fogo implica posteriormente no sofrimento do pênfigo foliáceo, o enforcamento na produção do futuro corcunda e o afogamento na asfixia asmática, aqueles que contraem o pênfigo nas regiões onde tal moléstia é epidémica não desmentem porventura essa regra cármica de causa e efeito?
Parece-nos que o pênfigo proveniente de contágio local é uma prova de que ele não é exclusivamente uma forma patogénica proveniente de suicídio pelo fogo; não é assim?
Ramatis: - Ainda não há provas indiscutíveis quanto ao contágio pessoal do pênfigo foliáceo, pois muitos enfermeiros, médicos e missionários, que têm se devotado ao tratamento dessa moléstia, continuam imunes a ela.
Nem todos os corcundas ou portadores do pênfigo se enforcaram ou carbonizaram no passado; entretanto, é certo que todas as pessoas que se enforcam retornam gibosas e atrofiadas, enquanto as que se matam pelo fogo não escapam ao pênfigo ou às provas de gerarem novos corpos repletos de chagas tão dolorosas que até se assemelham a queimaduras de terceiro grau.
No futuro, a ciência terrena verificará que o perispírito também é composto da maioria das substâncias conhecidas na vida física, com a diferença de que no mundo astral se encontraram em estado fluídico e são profundamente influenciáveis pelos pensamentos e emoções dos espíritos.
Assim como no homem não existe uma "doença", mas um "doente", o mesmo se dá em relação ao perispírito, pois não é este que realmente enferma, mas é a mente que se desequilibra.
Daí o caso de dois indivíduos, vitimados pela mesma truculência suicida, poderem apresentar diversidade nas suas provas e rectificações cármicas na carne, porque também variam as suas reacções energéticas e a sua natureza psíquica.

Pergunta: - Os suicidas pelo fogo aceitam o pênfigo foliáceo como prova redentora, ou como expiação obrigatória?
Ramatis: - Advertimos-vos sempre de que não vos deveis deixar dominar pela ideia da existência de expiações, vinganças divinas ou punições nas provas dolorosas da vida humana, pois estas são resultantes da escolha consciente do próprio reencarnante que, durante a sua liberdade no Astral, as aceitou como sendo o processo mais eficiente para obter a sua renovação espiritual.
A alma dispõe do seu livre arbítrio, dentro do limite traçado pela segurança de sua consciência e de sua responsabilidade espiritual para com o meio em que atua, o qual cessa assim que dos seus actos decorram prejuízos a outrem.
Muitas vezes os técnicos e mentores siderais ainda aconselham moderação na escolha das provas dolorosas, mas os espíritos desencarnados vivem tão castigados pelo remorso atroz do passado, que se recusam a atendê-los e preferem arriscar a sua estabilidade psíquica nas provas extremas, tentando melhorar rapidamente o seu padrão espiritual e recuperar a ventura perdida.
Por isso, esses espíritos interessados na sua mais breve renovação espiritual, em lugar de considerarem as suas provocações como castigos ou expiações, aceitam-nas como recursos do cientificismo sideral, em que a lepra, por exemplo, torna-se eficiente canal drenador dos terríveis venenos e corrosivos que perturbam a harmonia espiritual; o pênfigo foliáceo significa a catarse das toxinas astrais do comburente do passado; quanto ao giboso, quando desencarna liberta as energias que se representavam na sua deformidade e que depois o exaltam devido à existência humilhante e dificultosa que viveu.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 7 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 30, 2021 10:50 am

Pergunta: - Há outros tipos de delitos ou de acontecimentos trágicos provocados pela alma, que também produzam casos futuros de pênfigo foliáceo?
Ramatis: - Além de servir de resgate específico para os suicidas aniquilados pelo fogo, o pênfigo também serve de expiação a muitos envenenadores do passado, cujos tóxicos familiarmente usados muito se afinizam com o efeito ardente do fogo e lembram a causticidade das chamas.
Numerosos mandatários e verdugos, que muito se serviram do fogo para torturar ou aniquilar seus adversários e competidores do mundo, purificam-se através dessa técnica dolorosa, mas de elevado benefício espiritual.
Obedecendo à técnica sideral que, em sua aplicação, varia de espírito para espírito, o carma dos incendiários e dos famigerados inquisidores do Santo Ofício - que no século XIV tanto tripudiaram sobre a ternura de Jesus, matando infiéis em seu abençoado nome - normalmente se compensa por terríveis acontecimentos, em que os corpos carnais desses espíritos também se carbonizam em incêndios ou provas semelhantes.
Muitas vezes a Lei os reúne propositadamente em um mesmo veículo terrestre, barco, edifício ou aeronave, enquanto os jornais, depois, estampam notícias tétricas e confrangedoras do inexorável ou inexplicável destino ou "acaso" que reuniu um grupo de criaturas estranhas entre si, fazendo-as sucumbir em um mesmo local, sob o fogo indomável ou pela explosão destruidora.
Certas criaturas que antevêem em sua intimidade espiritual as provas de sua expiação rectificadora, sempre procuram evitar transportes, passeios ou actividades em que haja o perigo de fogo ou de explosão, que devem caracterizar os seus desenlaces escolhidos quando se achavam em liberdade no mundo astral.
Embora para a maioria da humanidade tais acontecimentos pareçam acidentes que vitimam criaturas boníssimas reunidas por "mera coincidência", trata-se de liquidações cármicas que congregam comparsas do pretérito, malgrado as suas raças, idades, sexos e condições sociais no mundo.
É a Lei que os convoca e os ajusta para cumprirem o severo resgate da máxima inexorável que tanto subestimaram:
"Quem com ferro fere, com ferro será ferido".

Pergunta: - Aqueles que se suicidaram no passado conseguem recordar-se do seu ato tresloucado, na presente encarnação?
Ramatis: - Eles não se recordam de modo claro e compreensível do seu suicídio, pois ainda são raros os encarnados que conseguem perceber o seu próprio passado espiritual.
A memória etérica só se sobrepõe ao cérebro físico, da existência humana, naqueles em que a Lei o faculta para melhor desenvolvimento de sua sensibilidade psíquica, ou então nas criaturas muitíssimo espiritualizadas e capazes de ultrapassar os grilhões do corpo carnal.
A comprovação das encarnações anteriores pode servir de reajustamento para algumas almas titubeantes mas sensatas, enquanto que para outras ainda imaturas de espírito só causaria graves perturbações, pois nem todas estão capacitadas para suportar os quadros terríveis ou imorais que já viveram no perispírito.
Por isso, aquele que renasce agravado pelo estigma do suicídio passado é justamente o que menos pode e convém se recordar do passado.
Entretanto, as almas mais sensíveis e dotadas de certa bondade, cujo suicídio pregresso se deve mais à sua debilidade espiritual do que mesmo à revolta contra a vida humana, guardam no subconsciente uma invencível aversão por todos os actos e coisas capazes de os associar ao motivo fundamental que lhes provocou a loucura suicida no passado.

Pergunta: - Poderíeis nos dar algum exemplo mais objectivo sobre esse assunto?
Ramatis: - As almas de bom sentimento, por exemplo, que no passado se suicidaram desesperadas pela perda de seus bens no vício do jogo de cartas ou nas roletas dos casinos, na encarnação seguinte se tornam adversárias sistemáticas e hostis de tais vícios, porque, devido à associação de ideias, o seu subconsciente lhes recorda o motivo fundamental que foi responsável pelo seu suicídio passado.
Quando, em lugar do jogo, o acto tresloucado foi devido a paixão ilícita e explorada pela mulher viciada, também não escondem a sua aversão e temor instintivo pelos ambientes da vida fácil.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 30, 2021 10:50 am

Na intimidade de suas almas há sempre o grito acusador do pretérito, onde o motivo fundamental ainda é evocado na penumbra do psiquismo frustrado.
Em muitos casos, o vício, a riqueza, o álcool ou então os fracassos emotivos ou as decepções políticas, parecem criar nas almas ex-suícidas uma segunda natureza, que lhes comanda o psiquismo e as obriga a reagirem, até com violência, diante dos mesmos ambientes ou acontecimentos que no passado motivaram a sua alienação mental.

Pergunta: - O suicida de uma existência pode repetir o mesmo gesto tresloucado noutra encarnação?
Ramatis: - Sem dúvida, pois tudo depende não só do seu maior ou menor grau de resistência espiritual, como também da força actuante das paixões a que se deixa escravizar novamente para com este ou aquele objectivo perigoso.
Na encarnação seguinte, e de conformidade com o seu grau espiritual, o espírito torna a sentir os estímulos suicidas do passado e a incoercível tentação para repetir o seu antigo ato tresloucado, principalmente quando atinge a idade provecta que coincide com a mesma época em que, noutra vida, se suicidou.
Incontestavelmente, desde que na nova romagem física ele não esteja revigorado pelas forças superiores e renovado no seu entendimento espiritual dos objectivos sagrados da vida humana, é certo que poderá fracassar novamente.
E a situação ainda se torna mais periclitante quando, no período da maior recrudescência dos reflexos suicidas do passado, o ex-suícida ainda se encontra envolvido por novas angústias emotivas, vicissitudes económicas ou físicas, que possam debilitar-lhe a resistência espiritual e abalar-lhe a serenidade, sob o impulso mórbido de liquidar o seu corpo mais uma vez.
Quando o homem se encontra perturbado em espírito e batido pelas vicissitudes da vida humana, não só é mais vulnerável às emoções doentias dos destinos suicidas do pretérito, como ainda se torna presa mais fácil das sugestões perigosas dos espíritos das sombras.

Pergunta: - O espírito do ex-suícida porventura fica propositadamente sujeito a outra tentativa de suicídio, só porque antes foi vítima desse ato desesperado?
Não seria isso um excessivo sadismo da própria Lei Divina que, então, já não se contentaria apenas com o resgate tradicional do "ceitil por ceitil"?
Ramatis: - De modo algum a Divindade impõe tal exigência; o sofrimento a que o suicida se sujeita no mundo espiritual, após à sua desencarnação, decorre exclusivamente da reacção natural e científica do seu ato tresloucado, assim como as enfermidades e deformações físicas manifestadas na existência porvindoura serão consequência do trucidamento provocado no perispírito.
O problema situa-se exclusivamente no campo técnico de forças disciplinadas por leis de química e física transcendentais, as quais o suicida perturba violentamente, pela sua morte propositada e não acidental.
Embora vos pareça paradoxal, o espírito sofre em vida posterior apenas os efeitos trágicos das causas truculentas que se processaram no seu corpo físico violentado em vida anterior, pois a sua vontade imprimiu na substância sensível e plástica da mente indestrutível a exacta fotografia do ato tresloucado, que no futuro o compromete diante da responsabilidade espiritual reencarnatória.
A imagem trágica persiste no arquivo mental da memória etérica, encarnada na vida seguinte; grava-se de modo cruciante e atua como um potencial de reflexões negativas permanentes, que intervêm com insistência em todos os momentos de invigilância ou de associação mórbida da alma com fatos ou motivos semelhantes aos que a predispuseram ao suicídio do passado.
É uma ideia fixa, um tema ou motivo fundamental mórbido, que tenta a sua eclosão perigosa no reencarnado, sintonizando-se e encorpando-se com todas as circunstâncias de angústia, desânimo ou desespero que, embora sejam comuns à vida humana, no caso dos ex-suícidas servem como multiplicadores de frequência alienada noutra vida.
Essa ideia mórbida e tenaz só se enfraquece ou regride à medida que o ex-suícida também vai se distanciando cada vez mais da idade que coincide com o acontecimento trágico ocorrido no passado, ou então se o espírito faltoso se resguarda decididamente sob a prática dos sublimes ensinamentos de Jesus.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 7 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 30, 2021 10:50 am

Não é a Lei Divina que impõe draconianamente os sofrimentos atrozes e punitivos ao suicida após a sua desencarnação, ou lhe aplica estigmas em nova encarnação.
O Criador não se diverte em acossar os seus infelizes filhos desequilibrados, o que seria prova de condenável sadismo, incompatível com a sua imensa bondade.
O próprio cientificismo sidério é que faz repercutir no psiquismo os desequilíbrios e as desarmonias praticadas, em conformidade com a própria correspondência vibratória dos fatos trágicos do pretérito.
Sob o império dessa lei justa, as mesmas circunstâncias trágicas que criam reflexos destrutivos e na encarnação seguinte activam, em épocas semelhantes, o impulso suicida, quando forem de natureza benfeitora também produzirão estímulos nobres, exaltando as almas para as realizações superiores.
Enquanto o espírito faltoso se sente envolvido pelos estímulos gerados pela truculência contra si mesmo, os quais se reflectem aflitivamente no seu novo organismo de carne como tara suicida, aquele que se sacrificou em favor de outras vidas humanas também será accionado pelos reflexos de heroísmo nas vidas posteriores, e que atestarão nele o fogo sagrado das sublimes emoções e das realizações superiores.

Pergunta: - Quais são os factores que podem auxiliar o ex-suícida a atravessar incólume a sua nova existência, vencendo a fase crítica dos estímulos mórbidos do passado, que poderiam levá-lo novamente ao suicídio?
Ramatis: - Não vos esqueçais de nossas asserções anteriores; na época crítica desses estímulos ou reflexões suicidas do passado, o perigo de novo fracasso se torna mais intenso se o ex-suícida se encontrar onerado por outras provas cármicas, tais como acontecimentos trágicos na família ou perturbações emotivas, económicas ou morais.
Não vos devem ser estranhos certos acontecimentos dolorosos em que, devido a desastres trágicos, a perda de membros da família ou desregramento moral completo de esposo ou esposa, os sobreviventes se suicidam por não poderem suportar a ausência dos que morreram ou os efeitos humilhantes dos escândalos.
Muitas vezes essas épocas angustiosas surgem em conexão com os estímulos suicidas do passado, que estão vibrando intensamente em coincidência com a época do ato tresloucado e então se tornam a chave ou o detonador para explodir a contenção mórbida.
É óbvio que esses fatos aflitivos acentuam ainda mais a força pretérita da "sintonia" suicida, porque alimentam o clima psicológico propício à alienação mental e consequente autodestruição.
É muito raro o fato de o homem alimentar ideias de suicídio quando tudo lhe corre bem e se encontra em fase venturosa, satisfeitíssimo com o resultado de seus caprichos e objectivos, pois nessas condições os estímulos suicidas mais veementes não encontram ambiente favorável para actuar com a devida força destruidora.
A Lei da Vida não cria sucessos trágicos ou angustiosos com o fito de estimular novo suicídio ao espírito delinquente, assim como não alimenta as deliberações homicidas.
Tudo é consequência de maior ou menor concentração de forças psíquicas, motivos ou desejos que possam alimentar o clima electivo para outra violência da alma contra si mesma.
As imagens mentais que se focalizaram na autodestruição do passado é que continuam, no futuro, actuando na mente do espírito que sobrevive à desencarnação, associando-se a outros estímulos de desespero e aflições, que mais encorpam na época correspondente ao perigoso estímulo suicida.
Dir-se-ia que o negativo suicida do passado se revela na substância viva do cérebro na mesma idade crítica que coincide com a morte violenta na existência passada.
Em consequência, essa fase crítica, perigosa e estimulante de um novo suicídio, poderá ser atravessada incólume, como se fora a impressão de um brado longínquo de apatia, desespero ou aversão à vida humana, sem a força de operar a consumação tresloucada, desde que o ex-suícida, agora reencarnado, se tenha devotado com ânimo espiritual superior ao seu novo curso de vida física, repudiando todas as influências perniciosas e rendendo culto exclusivamente aos objectivos elevados da vida espiritual.

3 - Nota do Médium: - Cremos que é o caso do consagrado escritor Stefan Zweig, cujo suicídio foi motivado principalmente devido à invasão de sua pátria pelos nazistas.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 7 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 30, 2021 10:50 am

CAPÍTULO 19 - Os estigmas do pecado no corpo físico e no perispírito
(INDAGAÇÕES FINAIS)
PERGUNTA: — Poderíeis nos dizer qual a vossa impressão e a dos espíritos de vossa esfera com referência ao Espiritismo, que é doutrina de simpatia ocidental e que acaba de comemorar o centenário de sua codificação na Terra?
RAMATIS: — A doutrina espírita é profundamente electiva tanto aos ocidentais como aos orientais, porquanto os seus postulados são intrinsecamente baseados nas experimentações do Oriente.
O seu centenário foi nobremente reverenciado na nossa esfera de actividades espirituais, porquanto confirma o êxito de um dos mais louváveis movimentos de apressamento angélico para a grande massa de almas reencarnadas no Ocidente.

PERGUNTA: — Quais as vossas considerações sobre a afirmativa de que o Espiritismo é a Terceira Revelação, já prevista nos labores espirituais do passado?
RAMATIS: — Moisés revelou ao mundo a Lei da Justiça Divina; Jesus foi o mensageiro da Lei do Amor, e Allan Kardec codificou a Lei do Dever.
A Primeira Revelação atemorizou o homem com a figura de um Jeová feroz e sanguinário, que não trepidaria em lançá-lo eternamente no fogo Infernal, sem qualquer esperança de fuga ou de perdão; a Segunda Revelação transformou esse irascível Deus guerreiro em um Pai Magnânimo, como doador de graças e providências para a salvação dos que sofrem e amam; a Terceira Revelação, como o "Consolador" prometido por Jesus, fixou as bases definitivas do "Dever" que o próprio espírito reencarnado tem para consigo mesmo.
Moisés foi rigorosa exigência para o Céu, através do temor e da ameaça; Jesus foi o convite celestial, pela renúncia e pelo amor; Kardec foi a inteligência e o bom-senso, para que o homem se emancipasse pelo conhecimento espiritual e pudesse alcançar a sua íntima ventura.
O Espiritismo propicia essa emancipação psicológica do Espírito através dos caminhos tortuosos da vida humana; revela que o homem é anjo em potencial e autor fiel do seu destino bom ou mau.
Assinala também quais os principais deveres da alma no comando da carne e aponta as responsabilidades e as culpas que podem decorrer dos seus deslizes e afoitezas provocadas pelo descaso espiritual.
O homem não se gradua para situações meritórias pelo simples facto de ser bom sob ameaças de punições eternas; nem tampouco na passividade do fatalismo inconsequente de que "precisa sofrer" para evoluir, pois o sofrimento é tão-somente o produto da ociosidade e da ignorância da alma para com as disposições da Lei Sideral.
A mensagem espírita ensina a alma a despertar para a compreensão dessa Lei de Causa e Efeito, que rege a formação de sua consciência no Cosmo, exigindo o resgate total dos seus débitos do passado, mas também oferecendo os poderes e meios para que se faça a tão desejada libertação do fardo cármico das existências nos planetas físicos.
Os ciclos das reencarnações físicas ainda são produto da incapacidade espiritual da humanidade.

PERGUNTA: — Achais que o Espiritismo é o Cristianismo redivivo?
RAMATIS: — O Espiritismo, quer quanto aos seus objectivos de purificação moral do homem, quer quanto à sua mensagem consoladora prometida por Jesus, é sem dúvida alguma a revivescência do próprio Cristianismo, que se forjou com o sangue dos heróicos mártires sacrificados nos circos de Roma.
Mas ainda se revela extraordinariamente valioso na sua mensagem edificante para a conquista dos bens da alma, porque ousou descerrar o misterioso "Véu de Ísis", que estabelecia a fronteira temerosa entre o mundo espiritual e a matéria densa.
Kardec revelou-vos à luz do dia, num texto disciplinado e progressivo, o próprio conteúdo tradicional dos templos iniciáticos e das práticas reservadas, favorecendo o homem comum para que pudesse activar a sua ascensão espiritual e integrar-se, mais brevemente, no divino mistério do "Eu Superior".
Em vésperas do milénio do Mentalismo, que é o Terceiro Milénio já no limiar dos vossos dias, a doutrina espírita significa valioso recurso para a alma se libertar dos dogmas asfixiantes e afirmar a sua consciência de memórias acumuladas no tempo, para um melhor ajuste à Consciência Cósmica de Deus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 30, 2021 10:51 am

A singeleza didáctica do Espiritismo, aliada à grandiosa mensagem que se oculta na sua contextura íntima, asseguram-no como a doutrina actualmente mais favorável para a ascese da vossa humanidade, tão distanciada dos preceitos superiores do Espírito imortal.
Graças à sensata e admirável acuidade psíquica de Kardec, entreabriram-se as cortinas pesadas que velavam às massas o mistério do ser e do seu destino.
Mas a codificação também significa severo programa final, elaborado pelos Mentores da Terra, que vos servirá como a última arguição para serem aliciados aqueles que realmente se interessaram pela ética ditada pelo Cristo.
Em verdade, é o "teste" p ara o rigoroso exame final que precede a mais importante transformação do vosso planeta, desde que este foi corporificado no trânsito sideral pelo Cosmo!
É por isso que os postulados espíritas hão de penetrar em todos os lares e preocupar todos os seres.
Mas é necessário que não os confundais com princípios de seitas imbuídas de exclusivismos isolacionistas, pois o Espiritismo é intérprete de Jesus, na sua função de Cristianismo Redivivo; é divino fermento que modifica e nutre o meio em que actua, assim como também é fonte de esclarecimentos, nas contendas do fanatismo humano.
De modo algum tem ele por função criar novas fronteiras separatistas nas competições religiosas do mundo pois, na figura de elevado movimento filosófico espiritual, que amplia a visão da alma subvertida pelas ilusões do mundo carnal, é, acima de tudo, um condutor evangélico de feição universalista; é força coesiva e vigoroso cimento de solidariedade entre todos os homens.
Mas também deve afastar-se da ideia de promover eclectismos religiosos formalísticos à superfície do Espírito imortal.
A mistura heterogénea de seitas adversas, embora sob respeitável entusiasmo de alguns adeptos do Espiritismo, sempre sacrificará a sua pureza interior, pois que a qualidade será sacrificada pela quantidade.
E o Espiritismo, antes de tudo, deve ser considerado como eclectismo espiritual, pois de sua presença em qualquer elemento de vida humana resulta sempre melhor interpretação da técnica real da Vida Superior.

PERGUNTA: — E no futuro, não haverá perigo de os valores puros do Espiritismo se promiscuírem com outras seitas ou doutrinas exóticas?
RAMATIS: — É preciso que compreendais que Allan Kardec não poderia estabelecer todos os postulados e as linhas sensatas e fundamentais da doutrina espírita apenas no decurso de sua última existência física na França, no século passado; ele apenas deu corpo disciplinado, entendível ao homem comum, aos princípios que já se haviam fixado em sua retina espiritual durante cerca de três milénios de preparativos iniciáticos em várias romagens reencarnatórias pelas diversas latitudes geográficas do orbe terreno.
Quando se reencarnou no Egipto, na figura ponderada e estudiosa do sábio Amenófis, o espírito que futuramente seria Kardec pôde reviver toda a sua trajectória anterior e meditar nos inúmeros labores espiritualistas dos templos consagrados aos mistérios da alma.
Em sua alma ainda vibravam as evocações do politeísmo da Lemúria, as revelações dos génios da Atlântida e os esforços dos infatigáveis mentores siderais que auxiliaram a raça adâmica nos seus primórdios de civilização organizada.
Kardec sempre conviveu em contacto com os grandes hermetistas, no Egipto e na misteriosa índia dos Vedas, onde assimilou os fundamentos e as práticas do Bramanismo; mais tarde peregrinou pelas regiões que serviram de cenário ao Sublime Jesus, acompanhando de perto os surtos evolutivos do Cristianismo.
As suas existências no pretérito já definiam o seu futuro ideal e revelavam os primórdios de um grandioso plano elaborado pelo Alto, pois sempre habitou a Terra com o espírito endereçado particularmente aos objectivos da Espiritualidade Superior.
Essa decisão indesviável e firmeza de intenções tornaram-se o milenário cimento de garantia insuperável à doutrina espírita, que se revelou ao mundo ocidental assim que a sua humanidade apresentou condições psicológicas exigíveis para um intercâmbio sensato e progressista com o plano invisível.
É indiscutível a superioridade da pedagogia espiritual codificada por Kardec em favor da mais breve ascensão humana, porque os seus fundamentos não residem tão-somente na selecção de valores fenoménicos observados em sua última existência terrena.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 30, 2021 10:51 am

As principais raízes do Espiritismo perdem-se nos milénios já transcorridos e aprofundam-se em quase todos os templos iniciáticos, ligando-se também às demais filosofias de proveito espiritual de quase todos os povos.
Trata-se de bases edificadas desde os santuários egípcios até às instituições sagradas da índia, as quais, assim que foram entrevistas por Allan Kardec, na comunicação dos Espíritos, na França, despertaram-lhe a memória etérica e se associaram aos novos acontecimentos.
E então, enquanto a maioria dos apreciadores, de tais fenómenos se mantinha ignorante da realidade milenária do Espírito Imortal o genial codificador foi tomado por uma avalanche de ideias que lhe inundou a alma tão experimentada no pretérito, reconhecendo familiarmente os velhos prantos da Lei da Reencarnação, da Lei do Carma e da sobrevivência espiritual.
Sob o fascínio dessa evocação pretérita, em sua retina espiritual delinearam-se os vultos heráldicos dos severos sacerdotes de Rá e Osíris-Ísis, no sumptuoso culto aos "mortos que sobrevivem"; as figuras imponentes dos druidas na filantropia; a oferenda no seio das florestas dos gregos presidindo aos mistérios de Elêusis.
Hermes, Krishna, Lao-Tsé, Zoroastro, Rama, Buda e o divino Jesus influenciaram-lhe a alma por algum tempo, embora Kardec se sentisse condicionado na existência francesa a uma severa disciplina científica.
Actuava-lhe na mente sensibilizada por essa evocação incompreendida o resultado da longa caminhada através das instituições espiritualistas do passado, quando buscava conhecer os motivos da vigorosa imposição da matéria planetária sobre a entidade espiritual.
É por isso que a doutrina espírita nunca se extinguira na sua linhagem iniciática, nem há de se subordinar aos exotismos dissolventes, recrutados em labores espirituais imaturos, pois a sua força principal reside exactamente nesses alicerces milenários de pesquisas e experimentações adultas, totalmente forjadas no terreno sólido das realizações tenazes dos povos devotados aos problemas espirituais.
A própria natureza religiosa que forma a contextura essencial do Espiritismo é profundamente universalista, porque se firma no Evangelho, que é o tratado cósmico de orientação espiritual no mundo de formas.

PERGUNTA: — Afirmam alguns espiritualistas e fraternistas iniciados que a doutrina espírita não pode sobreviver a contento, porque lhe faltam o método e a disciplina, que só a cultura e o ritmo iniciático poderão despertar nos seus adeptos.
Acreditam eles que a sincronização espiritual consciente, familiar aos ambientes de linhagem iniciática, é que há de produzir a desejada emancipação sideral. Que podeis nos dizer a esse respeito?
RAMATIS: — Existem épocas psicológicas apropriadas à revelação de cada sistema de ascensionamento espiritual.
Conforme podeis avaliar, difere entre si o tecnicismo evoluída Atlântida e os esforços dos infatigáveis mentores siderais que auxiliaram a raça adâmica nos seus primórdios de civilização organizada. Kardec sempre conviveu em contacto com os grandes hermetistas, no Egipto e na misteriosa índia dos Vedas, onde assimilou os fundamentos e as práticas do Bramanismo; mais tarde peregrinou pelas regiões que serviram de cenário ao Sublime Jesus, acompanhando de perto os surtos evolutivos do Cristianismo.
As suas existências no pretérito já definiam o seu futuro ideal e revelavam os primórdios de um grandioso plano elaborado pelo Alto, pois sempre habitou a Terra com o espírito endereçado particularmente aos objectivos da Espiritualidade Superior.
Essa decisão indesviável e firmeza de intenções tornaram-se o milenário cimento de garantia insuperável à doutrina espírita, que se revelou ao mundo ocidental assim que a sua humanidade apresentou condições psicológicas exigíveis para um intercâmbio sensato e progressista com o plano invisível.
É indiscutível a superioridade da pedagogia espiritual codificada por Kardec em favor da mais breve ascensão humana, porque os seus fundamentos não residem tão-somente na selecção de valores fenoménicos observados em sua última existência terrena.
As principais raízes do Espiritismo perdem-se nos milénios já transcorridos e aprofundam-se em quase todos os templos iniciáticos, ligando-se também às demais filosofias de proveito espiritual de quase todos os povos.
Trata-se de bases edificadas desde os santuários egípcios até às instituições sagradas da índia, as quais, assim que foram entrevistas por Allan Kardec, na comunicação dos Espíritos, na França, despertaram-lhe a memória etérica e se associaram aos novos acontecimentos.
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