LUZ ESPÍRITA
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 20, 2021 10:21 am

A mente desequilibrada é fonte de enfermidades no perispírito, produzidas pelas paixões destruidoras; portanto, empregando inteligentemente essa valiosa força mental para extinguirmos a vaidade, a maledicência, o medo, a melancolia, a cobiça e outros sentimentos que podem ferir a delicadeza do corpo etéreo-astral, é claro que também extirparemos os grandes males que o atacam comumente.
Mas acontece que só depois de desencarnados é que realmente começamos a perceber a nossa grande ignorância com relação ao potencial assombroso que significa o nosso pensamento!
A própria prece que fazemos quando encarnados é coisa muitíssimo distante de sua natureza real vibratória, que só no mundo astral podemos avaliar.
Também não vos deveis assustar se algum espírito vos disser dos cursos de "precesofia" que existem nos planos mais elevados, destinados a ensinar aos tardos de entendimento o sistema de afrouxarem a "musculatura etérica" do perispírito, para darem curso livre às vibrações elevadas da prece!

Pergunta: - Então, são apenas os sentimentos baixos que ferem a delicadeza do corpo etérico-astral?
Ou militam para isso outros factores?
Atanagildo: - Não são só os sentimentos baixos, como a maledicência, a inveja, a sensualidade, a prepotência, o orgulho, etc., que prejudicam a organização perispiritual, mas também os vícios do corpo carnal, tais como o do fumo, o do álcool, bem assim a ingestão de carne de animais.
A ignorância do homem obriga-o a despejar goela abaixo os mais detestáveis corrosivos alcoólicos, provindos tanto dos frascos luxuosos como das garrafas singelas; ou, então, o faz se banquetear com carnes cultivadas na imundície dos chiqueiros ou no lodo repulsivo dos galinheiros!
Quase não se verifica diferença entre a tolice dos primatas e os vícios do civilizado:
- o bugre vive no seio da mata virgem, seminu, mascando folhas de ervas e cuspindo a todo momento por entre os arvoredos frondosos; o civilizado, apesar do requinte de seus trajes caríssimos, ainda imita o bugre, pondo-se a aspirar a fumaça de folhas de fumo, enrodilhadas, na forma de vistosos charutos, cuspindo em caixas de areia...
Se se trata de um campónio ou de um velho curtido pelo vício, vemo-lo com o lábio inferior distendido pelo peso do cachimbo mal-cheiroso, carcomido pelo fogo e pelo sarro; se se trata de um operário pobre, vemo-lo enchendo os pulmões com o picumã do cigarro de palha, de fumo ordinário...
E assim o homem vai esbanjando não só as suas forças vitais, como prejudicando o seu perispírito, no desconhecimento das leis que regulam o divino mecanismo da vida.

Pergunta: - Supomos que existem boas excepções nesse sentido; os esoteristas, os teosofistas e muitos espiritualistas das diversas correntes existentes neste mundo são avessos ao uso de bebidas alcoólicas, ao vício do fumo e à ingestão de carne de qualquer espécie; não é verdade?
Atanagildo: - Não me refiro a esses homens, mas sim àqueles que se entregam aos vícios de que estamos tratando, entre os quais há muitos que ironizam até tudo aquilo que se lhe diz sobre a conservação da' saúde do corpo e da alma, pois que isso ultrapassa os limites do conhecimento de seus esqueletos acolchoados de carne!
Refiro-me aos que subestimam a disciplina da educação espiritual e o desenvolvimento das forças internas, atravessando a vida humana a cometer os maiores desatinos contra si mesmos, pois a sua força de vontade é arrastada pela força do instinto, das paixões animais.

Pergunta: - E essas coisas podem causar-lhes tantas perturbações no mundo astral?
Atanagildo: - Sem dúvida, pois aqui vivereis em contacto com imagens que mais intensamente tendes cultivado na Terra, decorrendo o vosso júbilo, ou decepção, da natureza exacta do que tenhais cultuado no exercício dos vossos pensamentos e no trato dos vossos desejos, evidente que a tranquilidade da alma reside principalmente na aquisição da paz espiritual interior.
Mas, se não cultivardes na Terra a força de vontade para isso, também aqui não a obtereis miraculosamente, só porque deixastes o corpo físico!
Esse corpo não é obstáculo contínuo à livre aplicação da força mental ou ao exercício livre da vontade; ele é apenas o produto do "pensamento" e do "desejo" do espírito!
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 20, 2021 10:21 am

Embora o homem seja considerado um sábio, em comparação com os seus irmãos símios assinalados pela irreverência de Darwin, é certo que a maioria deles não sabe o que é, donde vem nem para onde vai!
É como a criatura que, não conhecendo o clima da cidade para onde vai se dirigir, veste um sufocante traje de lã, e, depois, tem a decepção de verificar que desembarcou em um território que mais se parece com o deserto de Saara!...
Daí as grandes surpresas depois da "morte", quando os homens partem da Terra na mais profunda ignorância de si mesmos:
aqui aportam espantados, boquiabertos e profundamente aterrorizados, despertando compaixão, surpresa e até comicidade!
Apalpam-se, auscultam-se e não raro fogem à mais ligeira aproximação de socorro; há os que se rebelam e culpam o Criador por suas fraquezas e mazelas humanas; outros, tímidos e inquietos, mal suportam a saudade ardente que lhes vai na alma ainda dominada pelos instintos da carne terrena!
Ao examinarmos as suas mentes superexcitadas, o caso se torna por vezes cómico:
na tela astral, onde se reflectem os seus pensamentos configurando seus desejos, lá se encontra a figura do conhecido cigarro caipira do roceiro, ou o vistoso charuto do ricaço; há, por vezes, o retrato epicurístico da fatia da carne de porco a fogo lento, do bife emoldurado pelo ovo estrelado, ou então o rótulo humilde da cachaça brasileira ou, ainda, as filigranas douradas da etiqueta do uísque escocês!...
Dizei, agora, que poderá fazer, do "lado de cá", esse cidadão terreno, cujo pensamento enfraquecido e comandado pelo instinto inferior sempre o deixará inquieto e insatisfeito, mesmo na paisagem do céu!
Algemado a uma bagagem que teve de deixar no limiar do túmulo, ingressa no plano astral qual uma marionete dirigida por mil fios comandados pelas paixões e vícios da Terra.
E há um caso que, além de lamentável, às vezes também se toma cómico pois, em virtude do alastramento do vício do fumo, aí na Terra, tanto fumam os indivíduos maus como as almas boníssimas; e isso cria situações bem delicadas, aqui no Além, quando temos de recepcionar almas santificadas pelo trato do seu coração, mas trazendo em seus halos luminosos os vestígios da fuligem do cigarro...
Eis os motivos porque se fazem tão necessárias essas equipes de espíritos que aqui operam na multiplicidade dos agrupamentos educativos e disciplinadores, dedicando-se também ao sector de "helioterapia astral", a fim de que os desencarnados terrenos possam recuperar a sua vitalidade exaurida na viciação do mundo material.

Pergunta: - Essa helioterapia é a medida de maior importância, que se toma no astral, para atender aos desencarnados ainda enfraquecidos em suas forças espirituais?
Atanagildo: - Infelizmente, na. exiguidade de tempo destas comunicações, não vos posso descrever a magnitude de nossa existência no Além, pois só me cumpre relatar-vos, de relance, as coisas mais importantes e de vossa melhor compreensão.
Como em nossa metrópole só se agrupam almas de padrão espiritual mais equilibrado, a helioterapia torna-se uma medida activadora da fisiologia de seus perispíritos, auxiliando-lhes, muitíssimo, a dinamização das energias para futuras reencarnações.
Mas nas zonas inferiores, adstritas às regiões aflitivas, os departamentos de helioterapia procuram auxiliar apenas a recuperação das forças vitais dos desencarnados que ainda se mantêm desvitalizados depois da travessia do túmulo.
E, como não são raras as almas que, embora boníssimas, se mantêm ignorantes de suas faculdades imortais, aqui se lhes ensinam desde a absorção do prana (ou seja a energia magnética do meio), o atilamento da circulação etérica do perispírito, a concentração e o domínio contra as avocações saudosistas do mundo carnal, até como desenvolverem o poder da vontade, tão necessário para o transporte por meio da "volição".

Pergunta: - Qual a diferença que há entre os resultados da "helioterapia" e os dos exercícios de atletismo ou competições esportivas terrenas?
Atanagildo: - Os resultados da helioterapia diferenciam-se dos obtidos através dos recursos físicos, devido à diferença de plano, pois, enquanto na Terra é pela dinâmica esportiva que se activa a circulação sanguínea, o desentorpecimento dos músculos e se faz a drenagem das toxinas pela transpiração, nós aqui dispensamos tais operações, que são próprias do plano físico, pois o perispírito é veículo mais eficiente, que rapidamente corresponde às solicitações mentais mais subtis.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 20, 2021 10:22 am

Mesmo a volição, que é o nosso principal meio de locomoção e que se baseia na vontade, ou seja, na força mental despendida pelo espírito, exige treino e disciplina para aqueles que não possuem a prática para isso.
A bondade desenvolvida situa-nos em planos delicados, mas só a vontade disciplinada nos permite utilizar os valores superiores.
É por isso que na Terra tanto se admira a figura do anjo com suas asas abertas, no mais perfeito equilíbrio, no seu voo majestoso pelos céus; ele é o símbolo mais perfeito de nossos poderes espirituais já desenvolvidos e que, através da força mental, em sábia combinação com o magnetismo purificado do perispírito, podemos aproveitar para a volição.
Embora o perispírito seja um veículo apropriado para a nossa movimentação nas salutares regiões do Além, é de suma importância o desenvolvimento de nossas forças mentais, porque elas é que são responsáveis pela nossa sustentação no voo.
Por isso, o veículo perispiritual servir-nos-á bem pouco para a volição, se nos faltar a força de vontade suficiente para o impulsionarmos até os nossos objectivos e sonhos.
Daí se considerarem de valor os recursos astrais da helioterapia, quando os desencarnados, para removerem as suas debilidades vitais, precisam desenvolver o poder da mente ou da vontade, para obterem o êxito desejado.
Pouco nos valeria possuir poderosa maquinaria, mas sem o necessário combustível para fazê-la mover-se!

Pergunta: - Quais os principais factores que impedem o perispírito de obedecer facilmente à nossa vontade ou ao nosso pensamento, no Além, quando é certo que o nosso corpo físico responde imediatamente aos nossos comandos mentais?
Atanagildo: - Em face da veemência dos impulsos animais, no corpo físico, o instinto centuplica as nossas mais débeis ordens partidas do pensamento e as executa mesmo antes de novos raciocínios da nossa mente.
Diante de um perigo físico, o corpo carnal age imediatamente, accionado pelo instinto de conservação da vida material, que lhe é condição peculiar.
Podeis notar que, inúmeras vezes, a acção de vosso corpo físico precede de muito a acção de vossa vontade ou raciocínio; é que o psiquismo responsável pela protecção à criatura pressente o perigo muito antes de ser ele examinado em detalhes pela consciência em vigília.
Nesse caso, a acção é rápida e não admite contemporização; o corpo põe-se a salvo antes da decisão mental; primeiro age o instinto e depois o raciocínio.
Mas, depois de desencarnados, abandonamos o corpo físico com o seu cabedal de sabedoria instintiva animal, e passamos para um outro plano mais subtil de vida, onde o poder mental é o agente principal que gradua e comanda as nossas relações, criações e a faculdade de nos movermos.
Já não existe uma segunda natureza instintiva, capaz de superar a nossa vontade através de acções decisivas, praticadas antes de tomarmos uma resolução, como no caso dos olhos, que se fecham automaticamente antes de pensarmos em fechá-los, quando eles se vêem ameaçados em sua integridade.
Por isso, para aqueles que vivem controlados apenas pelo instinto, a vida astral se toma um grande suplício, pois são vítimas de toda sorte de prejuízos impostos pela vontade alheia, mais forte.
Falta-lhes o automatismo da natureza física e, consequentemente, uma segunda natureza que, no mundo astral, se encarregue das decisões rápidas, salvadoras e de favorecimento espiritual.
Mas aqueles que já conseguiram disciplinar a sua vontade no mundo físico, quer através de estudos espiritualistas ou iniciáticos, quer por exercícios estóicos e tenazes, sob objectivos superiores, também podem se mover, no Além, com a graça do pássaro e com a facilidade da paina de seda a flutuar na atmosfera serena das regiões etéricas!
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 20, 2021 10:22 am

Capítulo 5 - A Volitição e o Poder da Vontade
Pergunta: - Através da literatura mediúnica, sabemos que certos espíritos desencarnados têm facilidade de se transportar de um local para outro, utilizando-se de uma faculdade que lhes permite uma espécie de voo, à qual se dá o nome de "volição", ao passo que outros, não possuindo essa faculdade, só podem se locomover como pedestres.
Por que motivo estes não podem gozar da faculdade daqueles?
Atanagildo: - De facto é assim, visto que a força mental acumulada inteligentemente é que promove o êxito na volição. Como poderá se transportar a longas distâncias, por meio da força de vontade, criadora do poder mental, aquele que na matéria ainda não possuía força de vontade suficiente nem para abandonar pequenos vícios?

Pergunta: - Então, só os espíritos superiores é que conseguem volitar?
Atanagildo: - Como disse, a volição é conquista dos que desenvolvem o seu poder mental; assim, é óbvio que, quem o possuir, mesmo quando desviado do Bem, pode volitar depois de desencarnado.
No entanto, uma coisa é poder volitar e outra coisa ter permissão para volitar, pois aqueles que se aviltam no mundo, embora possuam força mental desenvolvida e inteligência bastante, terão que se situar em zonas densas e de baixas condições vibratórias.
Em consequência, mesmo que sejam capazes de volitar, a Lei os conservará presos ao solo ou, então, mal poderão ensaiar alguns arremedos de voo a distância, porque as suas condições vibratórias não permitirão que passem daí.
Não podeis comparar os voos curtos das aves domésticas, presas ao solo, com o voo incomparável dos pássaros que cortam o espaço!

Pergunta: - Podeis nos dar uma ideia mais clara de como se processa o fenómeno da volição?
Atanagildo: - A volição se baseia principalmente na acção dinâmica da vontade actuando sobre a energia mental, que então serve de sustentação para que o perispírito possa se conduzir através do Espaço.
Servindo-me de minha vontade coesa e disciplinada, que me permite governar a mente para conservar-me em voo seguro, posso alcançar os objectivos e pontos desejados, como se fora possuído da leveza do pássaro a voar sob um céu de arminho irisado.
É certo que o faço na conformidade do meu tipo espiritual e, por isso, não posso me afastar do círculo traçado pelas minhas condições vibratórias siderais.

Pergunta: - Não podemos deixar de nos emocionar ante a constatação dessa possibilidade de o espírito voar liberto das peias do solo físico!
Atanagildo: - Sei que isso vos entusiasma; noto-vos a sensação eufórica e a respiração excitada, ante este quadro atractivo que vos apresento.
Como ser-vos-á delicioso volitar no Espaço, após a vossa desencarnação, livres das preocupações com duplicatas, dentistas, armazéns, aluguel de casa ou impostos!
Que júbilo ouvir a música das esferas, sentir o perfume embriagador das flores paradisíacas e apreciar a po1icromia de paisagens encantadoras!
São revelações que vos arrebatam a estados celestiais, de repouso e contemplatividade; sonhos que realmente vivem no subjectivismo de vossa memória etérica e repontam emotivamente, embora ainda permaneçais reclusos na carne terrena!
O espírito encarnado é um viajante que deixou a sua pátria celestial e, mesmo quando ignora essa circunstância, costuma rever fugazmente alguns fragmentos do panorama sublime que o aguarda no futuro, assim como conserva no íntimo a recordação do seu verdadeiro lar celestial.
E essas recordações se avivam quando alguém vos associa mentalmente às paisagens cerúleas dos planos superiores, como agora acontece convosco.
O que importa, porém, não é conhecerdes a natureza dos cenários edénicos, com suas sublimidades, mas tudo fazerdes para habitá-los, o que só se consegue através de uma vida digna e liberta das paixões tumultuosas, que intoxicam o perispírito e o impedem de desferir seu alto voo ardentemente sonhado.
Que vale sonhar com os ciprestes do Líbano, os lagos da Itália ou a majestade dos Andes, se nada fazemos para conhecê-los pessoalmente?
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 20, 2021 10:22 am

Pergunta: - O desenvolvimento da vontade, para o êxito da volição, no Espaço, deve começar quando ainda estamos encarnados?
Atanagildo: - As sequências naturais e milenárias da vida- humana, no plano físico, sempre terminam desatando na alma as energias mentais adormecidas pela ociosidade espiritual.
A existência planetária é uma perfeita e incessante "iniciação", em que o discípulo é submetido a uma multiplicidade de provas e práticas que o experimentam e melhoram a sua graduação.
Entretanto, se a alma for preguiçosa, carecerá de milhões de anos para chegar a um estado de perfeição que lhe permita gozar da união com Deus.
Existem seres (por exemplo, os iogas) que, pela auto-realização, abreviam de alguns séculos certas experimentações que lhes exigiriam longo tempo sob a letargia passiva da Lei do Carma.
Eles dinamizam a sua vontade, purificam o coração e extinguem a atribulação pela vida ilusória da matéria, até conseguirem ingressar na "corrente cósmica", que então os aproveita como novos condutores de almas e prepostos criadores no seio da vida sideral.
É óbvio, pois, que, se a vontade for desenvolvida por meio de algum salutar treinamento disciplinado, que desperte as forças internas e vos permita melhor domínio sobre o meio ilusório, a volição, no Além, ser-vos-á uma conquista indescritível pelos vocábulos humanos.
No entanto, assim como o balão não ascensiona se estiver preso pelas amarras ao solo, também não podereis lograr êxito, de início, na volição, se partirdes do mundo terreno algemados às forças tirânicas das paixões e das sensações inferiores.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 21, 2021 10:42 am

Capítulo 6 - As forças mentais e seus poderes
Pergunta: - Já que nos fizestes interessantes revelações sobre o poder da vontade, como um dos factores de sucesso na conquista da faculdade volitiva, gostaríamos que vos aprofundásseis no assunto, dizendo-nos de outras características de nossas forças mentais. Achamos que, quando encarnados, dispomos ou poderemos dispor de outras forças mentais, além do poder da vontade; mas, geralmente, essas forças mentais são por nós ignoradas.
Podeis dizer-nos se tais forças, adormecidas pela matéria, despertam satisfatoriamente depois de nossa desencarnação?
Atanagildo: - O espírito, pelo fato de deixar o corpo carnal, não se reveste de poderes mentais superiores, que não tenha desenvolvido voluntariamente na matéria.
Esses poderes não ficam propositadamente adormecidos na carne, para depois surgirem miraculosamente devido à desencarnação.
A sua revelação é fruto exclusivo da vontade do espírito, que tanto se desenvolve na resistência contra o sofrimento como pelo esforço em resolver seus problemas e enfrentar as vicissitudes cotidianas do mundo físico.
Casos há em que se trata de força disciplinada, mas que só se consegue desenvolver pelo estudo e pelo exercício criterioso altamente espiritual. .

Pergunta: - Considerais como de utilidade o estudo do metabolismo e a aquisição de conhecimentos esoteristas, quando ainda nos encontramos encarnados?
Atanagildo: - Sem dúvida, pois é melhor que desenvolvais desde já voluntária e conscientemente certos poderes mentais que só haveis de possuir através de exercícios dolorosos, nos séculos porvindouros.
Não percebestes, ainda, que a vida humana, com suas angústias e torturas, tem por único escopo despertar no homem os poderes criadores do futuro anjo?
Por que achais melhor desperdiçar considerável tempo precioso, preferindo deixar-vos evoluir lenta e confrangedoramente, forçados pelos imperativos da vida carnal, quando podeis fazer isso em menor tempo, treinando a vossa vontade e desenvolvendo a vossa mente?

Pergunta: - Muitos afirmam que o devotamento excessivo ao estudo e desenvolvimento das forças ocultas do espírito pode causar-lhe perturbações.
É verdade?
Atanagildo: - É evidente que esse devotamento precisa relacionar-se com o grau de maturidade e capacidade do espírito e nunca constituir algo de prematuro e, portanto, perigoso de provocar perturbação.
Existem muitas criaturas que não se devotam a nenhum estudo e nenhuma experimentação dos poderes do espírito e que, no entanto, fanatizadas por sectarismos, vivem lamentavelmente perturbadas no seio de suas igrejas ou agremiações espiritualistas.
Os imaturos de espírito não se interessam pelos poderes da alma tão bem descritos nas obras espiritistas, esoteristas, rosa cruzes, teosofistas e iogas, mas se enclausuram fanaticamente nos seus dogmas, mistérios sagrados, biblismos, tabus e proibições eclesiásticas.
E mesmo alguns daqueles que abandonam seus credos religiosos e conservadores e depois passam para o Espiritismo, ainda temem, em face de sua imaturidade espiritual, o desenvolvimento desses poderes e chegam a protestar contra qualquer novo experimento espiritualista alheio, teimando em viver as antigas proibições religiosas sob novas versões modernas e mais requintadas.

Pergunta: - Há quem aconselhe que não se conjuguem certos estudos espiritualistas, a fim de se evitar o perigo de uma confusão prejudicial.
Que dizeis a esse respeito?
Atanagildo: - É muito natural que o vosso mundo e o astral que o rodeia ainda se vejam às voltas com criaturas sentenciosas e sistemáticas, cujo ofício mais importante é o de julgar a capacidade e a necessidade alheias, baseadas exclusivamente nos próprios temores de suas almas imaturas.
Muitos restringem os princípios libertadores de sua própria doutrina espiritualista, transformando-os em elos poderosos de cadeia de ferro sectarista ou, então, transformam em louváveis virtudes a sua própria ociosidade mental e o temor de pesquisar o desconhecido.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 21, 2021 10:42 am

Certamente, conheceis a história dos bois que repudiavam o capim seco e que, em virtude de uma inteligente ideia do lavrador, que lhes colocou óculos verdes nos olhos, passaram a se alimentar desse capim, com sofreguidão...
Defrontando-vos com certas opiniões limitativas do vosso crescimento espiritual, é aconselhável que procureis examinar o colorido dos óculos desses vossos graves conselheiros, pois é provável que só admitam a experiência espiritual e os postulados religiosos alheios depois de trocarem as lentes mal graduadas ou escurecidas de seus óculos.
Recordo-me de que, durante a minha última encarnação na Terra, alguns amigos tímidos me advertiram frequentemente sobre os perigos a que eu me expunha através da insaciabilidade de perscrutar a Verdade e activar a auto-realização, além de pretender também chegar às conquistas gloriosas de outros meus irmãos devotados ao mesmo ideal espiritual.
Mas nunca me pude satisfazer com princípios exclusivistas de qualquer credo, seita ou doutrina, pois tinha particular desconfiança para com os conspícuos defensores de doutrinas que diziam possuir exclusividade sobre a "melhor verdade" ou a "verdade verdadeira".
Sempre me aborreceram as contradições de certos adeptos e simpáticos de doutrinas espiritualistas que, depois de afirmarem que Deus se encontra imanente em todas as coisas e seres que criou, excluíam-no do seio de outras religiões, para só o admitirem em seu credo simpático.
Os espíritos que já alcançaram um posto avançado na escala espiritual e que se aperceberam da unidade cósmica, costumam ajudar os seus irmãos a conhecerem a sua própria experiência religiosa, tudo fazendo para servi-los e não para desanimá-los ou confundi-los quando eles avançam pelos caminhos íngremes de sua dificultosa evolução.
É preciso tentar-se a libertação da matéria o mais cedo possível, principalmente por meio do desenvolvimento das forças espirituais - que são património eterno da alma - em lugar de se permanecer longos séculos ligado a crenças organizadas, que estão sempre repletas de ritmos, dogmas, superstições, mistérios e proibições sem cabimento.
Os sacerdotes, pastores, doutrinadores e mentores espiritualistas não passam de intermediários entre a realidade da vida e a ficção humana, por cujo motivo o espírito deve tentar a sua própria experiência espiritual, ao invés de se entregar fanaticamente a uma autoridade religiosa.
Convém ao espírito despertar da hipnose e da comodidade de aguardar a opinião alheia para solver seus problemas espirituais, afastando-se do número daqueles que não sabem avançar senão apoiados nas muletas fornecidas por seus sacerdotes, pastores, mentores, doutrinadores, e guias" ou "pretos-velhos".
Os que assim procedem abdicam de sua própria faculdade de pensar e limitam a sua área de saber, fugindo da experiência libertadora, porque só crêem no que lhes dizem as suas simpatias encarnadas ou desencarnadas.
Eis por que o esforço heróico e a ousadia do discípulo para ultrapassar os arames farpados das limitações religiosas e doutrinárias causa temores e provoca censuras por parte daqueles que, submetidos às mesmas condições, ficariam perturbados.

Pergunta: - Os poderes mentais ou espirituais, que desenvolvestes na Terra, antes de vossa última desencarnação, têm vos auxiliado bastante na nova vida do Astral?
Atanagildo: - Sem. dúvida.
Mas esse desenvolvimento eu não o realizei pela primeira vez no Brasil; desde minha existência anterior à encarnação de Jesus, quando envergava no Egipto as vestes sagradas do sacerdócio de Amon-Ra, já cultivava o desenvolvimento da vontade e aprimorava o exercício mental.
No entanto, como não houvesse ainda alcançado um discernimento espiritual que me pudesse orientar no uso desses poderes - embora não os houvesse empregado deliberadamente contra o próximo servia-me deles para o êxito no mundo físico, mas como uma força obstinada, de autoconfiança, que me auxiliava a resolver satisfatoriamente os problemas políticos, sociais e económicos.
Eu era o que se chama comumente um homem de "pensamento forte", certo de que as minhas energias mentais eram um dom natural do berço, ignorando que elas haviam sido desenvolvidas paulatinamente, sob métodos exaustivos e sacrificiais, no decorrer de séculos!
Deveis conhecer na Terra homens pobres, ignorantes e até analfabetos, que obstinadamente erigem patrimónios de vulto e desenvolvem avançados parques industriais, proporcionando trabalho a milhares de criaturas!
Do que provém isso, senão do seu extraordinário poder mental, desenvolvido na peregrinação da vida material, do qual os mentores espirituais se aproveitam para também favorecer novas situações de aprendizado à humanidade?
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 21, 2021 10:42 am

Visto que eles ainda apreciam "criar" no mundo físico, enleando-se carmicamente no ciclo reencarnatório, transformam-se então em grandes industriais e senhores de vastos domínios, que o poder mental, bastante potencializado, ajuda-os a erigir na Crosta.
Mas também lhes chega o momento de maturidade espiritual em que, ao invés de se servirem de suas forças para edificar um império transitório na forma, usam-nas definitivamente para a sua libertação espiritual, assim como já o fizeram os grandes seres que nos precederam na escalonada sideral.
Como não existe o milagre e a Terra é um campo de provas para o espírito desenvolver o seu senso criador, todas as nossas realizações e conquistas, que dormitam em nossa intimidade espiritual, são sempre o fruto de nossos esforços individuais e não de privilégios injustificáveis.
A esse poder mental, que eu também havia desenvolvido, soube dar mais tarde um sentido espiritual superior e de favorecimento ao próximo, por cujo motivo ele vem se purificando satisfatoriamente, assim como a água poluída se torna cristalina ao se filtrar pela pedra purificadora.

Pergunta: - O desenvolvimento do poder mental, sob um método criterioso, serve exclusivamente ao seu portador, ou pode ser também aproveitado pelos espíritos superiores, para seus planos benfeitores?
Atanagildo: - O espírito de coração boníssimo, e também senhor de suas forças mentais, é uma das células mais utilíssimas no organismo da vida.
Buda possuía coração magnânimo e um avançado poder mental que fortificava seus ensinamentos sublimes e os fazia penetrar e influir nos seus ouvintes; Jesus hipnotizava as multidões pela sua gloriosa força mental fortalecida pela luz do seu amoroso coração; Allan Kardec, se não houvesse sido, no passado, um poderoso hierofante no Egipto e desenvolvido ioga na Índia, não teria podido impregnar a codificação espírita de uma força mental tão vigorosa que ao conduz para o incessat1te progresso e indestrutível objectivo de libertação espiritual.
É óbvio que, em geral, os seres buscam a sua própria glória e interesse quando se reconhecem donos de recursos mentais vigorosos, mas, se tiverem discernimento espiritual, terminarão conduzindo todos os seus esforços em auxílio da colectividade.
E quando isso começa a suceder, os mentores siderais volvem suas atenções para o discípulo desenvolvido e bem intencionado, convidando-o a participar da tarefa sublime de "criar".

Pergunta: - Os espíritos encarnados devem desenvolver esse poder mental por meio de cursos ou métodos especiais?
Atanagildo: - De princípio, o Carma obriga a criatura a contínuos reajustamentos mentais e rectificação incessante dos desvios decorrentes da perda da vontade e negligência no pensar, até que, então, se lhe desperte o desejo de intervir no seu próprio destino e modelá-lo conscientemente.
Quando o espírito se fatiga da ilusão material, inicia, por si mesmo, a investigação da origem das coisas, dos seres e de sua própria origem espiritual e se aplica heroicamente ao despertamento definitivo de suas forças ocultas.
Todo esforço de aperfeiçoamento espiritual, em conjunto com o desenvolvimento mental, não só é o princípio de libertação da roda das reencarnações, como também é motivo de júbilo para os técnicos siderais, pois é sempre um novo cooperador que se inicia na divina arte de "criar" na tela do Infinito.
Deveis saber que não existe um pernilongo, uma pétala de flor ou mesmo um galho de urtiga que não tenha sido idealizado primeiramente na mente dos espíritos desencarnados, para só depois ser forjado no cadinho das formas materiais.
A criação é eterna, porque as almas que aceitaram a. incumbência de "criar" o fazem perenemente.
Não supondes, por exemplo, que as florezinhas dos campos, que pisais inadvertidamente, são produtos materializados de pensamentos angélicos já projectados há incontáveis milénios?
Creio que, em face do exposto, não vos será muito difícil avaliar a importância inestimável do potencial de forças mentais que podem ser desenvolvidas sob a influência de um coração magnânimo.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 21, 2021 10:42 am

Pergunta: - Tendes sido alvo da atenção de algum mentor, no Além, que vos esteja auxiliando para o aproveitamento das vossas forças mentais, no sentido de também aprenderdes a "criar"?
Atanagildo: - Sou discípulo de irmão Navarana, que foi disciplinado ioga, e que desde a Atlântida vem me acompanhando carinhosamente e aqui se encarregou de me orientar no desenvolvimento das forças mentais criadoras.
Frequento-lhe o curso em nossa metrópole do Grande Coração e tenho me submetido a rigorosos tratamentos magnéticos especiais, que muito me ajudam a potencializar a. mente.
De vez em quando, em companhia de outros discípulos escolhidos por irmão Navarana, saímos para os arredores da metrópole, a fim de fazermos alguns exercícios de mentalização criadora.

Pergunta: - Podeis nos dar uma ideia desses exercícios?
Atanagildo: - Certa vez, sob a direcção afectuosa de irmão Navarana, eu tentava configurações mentais para um exercício mais vivo e experimental de meu poder mental.
Resolvi, então, reproduzir na tela do meio astral encantadora flor, que primeiramente me fora mostrada nos modelos primários da Instituição das Flores.
Após servir-me de minhas forças mentais, já algo desenvolvidas no mundo físico, pude retratar a flor, materializada, no ambiente astral.
E então exultei de alegria infantil ao certificar-me de que o meu esforço mental se transformara num fato concreto! No entanto, não pude deixar de me sentir desapontado ante um sorriso enigmático de irmão Navarana ao olhar a minha criação...
E, para minha primeira decepção como "espírito criador", ele me mostrou todos os defeitos encontrados na flor materializada à minha frente, explicando-me que, se o departamento floral da metrópole reduzisse aquela flor a semente e a transferisse para a matéria, o molde etérico daquele espécime, produzido sob a minha força mental, seria tão imperfeito que nenhuma força na Terra conseguiria fazê-lo germinar.
Ainda por longo tempo exauri-me no exercício de mentalizações experimentais, para verificar, cabisbaixo, que sempre faltava algo para completar a verdadeira configuração definitiva da flor; ora eu esquecera de mentalizar o pólen da propagação futura da espécie floral; ora faltava o arminho protector das pétalas, periclitava a sutura das folhas à haste, ou então o processo da corola se antecipava ao do caule.
De outra feita, havia perturbação na linhagem da genética etérica, para a flor poder eclodir harmoniosamente desde o seu cromossomo vegetal permanente até a sua derradeira forma como um tipo vegetal subordinado à classificação sensata da botânica terrena.
Entro em tais detalhes, para que saibais que a pressa está ausente do plano da criação, pois os "iniciadores siderais" vivem exclusivamente no eterno presente, despreocupados das aflições tão próprias do calendário humano.
Uma florzinha, das mais diminutas pode ter sido objecto de cuidadoso plano que tenha se desenvolvido durante alguns séculos de experimentações astrais e correcções mentais, antes de ser transferida definitivamente para o laboratório do mundo físico e integrada na fenomenologia material responsável pela germinação da semente na Crosta.
Cada semente material é um pequeno cofre contendo ciosamente, em sua intimidade etérica, todo o processo de crescimento e a miniatura da futura árvore ou da espécie que foi criada e avivada na substância mental-astral, pelos seus criadores.
Quando ela eclode no seio da terra, como um produto do vegetal que a originou, apenas desata a configuração mental que já dormitava potencialmente em seu seio, constituindo o efeito de um plano disciplinado e que já fora vivido antecipadamente em todo o seu ciclo germinativo.
Esse plano dinâmico-mental, que depois se põe em movimento accionado pelas forças do mundo astral e vai "descendo" até a conexão com as energias terrestres, é que realmente aglutina as forças do meio, sendo o seu êxito tão promissor quantos sejam os factores simpáticos com que pôde contar para a sua eclosão material
Não vedes que as árvores não crescem além do limite de suas formas predeterminadas, existindo algo invisível que as sustenta para uma eclosão sensata?
Imaginai como seria o vosso orbe, se todos os vegetais crescessem ininterruptamente para o alto e para todas as direcções, sem o controle dos "moldes etéreo-astrais" que os sustêm, assim como o perispírito também regula e distribui as energias que se materializam para atender a contento à sensata configuração humana!
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 21, 2021 10:43 am

Capítulo 7 - Um chafariz de alta função terapêutica
Pergunta: - Desejaríamos conhecer melhor a influência da mente desencarnada nas coisas que compõem o mundo astral, isto é, a natureza e a função da vontade do espírito nesse fenómeno.
Podeis nos atender nessa indagação?
Atanagildo: - A fim de melhor atender à vossa indagação, vou exemplificar o assunto com um acontecimento interessante verificado em nossa metrópole.
Através dos seus efeitos, pude aquilatar melhor o poder da mente, quando bastante e criteriosamente desenvolvida, assim como constatar a plasticidade da substância astral sob a acção da vontade disciplinada.
Encontrava-me, certa vez, perto do principal e majestoso chafariz que ornamenta a nossa metrópole, construído de substância tão nívea quanto o lírio, quando observei junto a ele alguns espíritos angélicos - dos que de vez em quando nos visitam em tarefas de inspiração fraterna - a apreciarem o jorro de filetes de água tão límpida, que mais pareciam fios diamantíferos a se elevarem aos céus, num cântico ao Criador!
Mas, de súbito, surpreendi-me extraordinariamente ao ver aqueles espíritos, quais crianças travessas, a se servirem de sua vontade e poder mental desenvolvidos para actuarem nos filetes de água, nos quais se produziam mil nuanças de cores até então desconhecidas a mim e aos outros moradores da metrópole, que se entusiasmavam com o interessante espectáculo.
Eram de fisionomias sublimes, transbordantes de ternura e alegria infantil, pois não escondiam o prazer que também sentiam pelo fato de surpreenderem e divertirem os presentes.
Sob estranha influência superior, veio-me então à mente aquela advertência memorável de Jesus, sobre a simplicidade das almas excelsas:
"Deixai as crianças, e não as impeçais de virem a mim, porque delas é o reino dos céus."
Ali eu comprovava que a alma elevada e sábia se torna cada vez mais simples e terna, pois o conhecimento incomum que a faz compreender melhor a grandeza de Deus também lhe demonstra a pequenez de sua estatura humana.
Depois que esses espíritos elevadíssimos produziram as cores mais indescritíveis para a vossa visão carnal, reuniram todos os seus pensamentos até formarem um só feixe mental energético; em seguida, aquele que me parecia ser o mais sábio ou o mais poderoso, comandou o potencial de energias resultantes da união mental de todos os outros companheiros e fê-lo projectar-se sobre o lindíssimo repuxo de nossa metrópole.
Surpreso, eu percebera 'que também me achava ligado àquela poderosa concentração de forças ocultas, que me arrastavam a mente em direcção ao mesmo objectivo em que eles actuavam fortemente, sob a influência de vigoroso poder mental então actuante em mim, como produto de um entrelaçamento disciplinado e desconhecido.
Na minha tela mental surgiram em seguida os contornos nítidos de um chafariz bem semelhante ao que estava à minha frente, mas que pouco a pouco apresentava deslumbrante transformação.
A sua elevada coluna central, de sustentáculo do vaso gigantesco superior, esverdecia até se constituir num maravilhoso pedestal recortado em viva e gigantesca esmeralda; nas bordas inferiores do vaso e circundando a coluna principal, destacava-se a figura de formoso colar de contas de cor da ametista: no extremo superior, onde pequeninas molduras e bicas vertiam fios de água cristalina, vi com imensa surpresa desenharem-se rapidamente pequeninos lábios de rubi, inflamados por estranha luz!
Eu guardava a impressão de assistir à exibição de um desses estupendos desenhos cinematográficos que se desenrolam rapidamente e parecem confeccionados por invisível poder de magia colorida.
Fascinado, via menta1mente a forma de encantadora taça colorida e translúcida, lembrando delicada glicínia, voltada para o alto.
Em seguida, notei que a água se elevava num rendilhado repuxo, mas toda iluminada por claríssima luz, reverberando em cintilações cor do topázio transparente.
Esse fluxo subia até uns vinte pés de altura e então se enfraquecia, para depois cair ao solo, em torno do chafariz, mas atingindo-o de modo suave e na forma de névoa dourada, igual ao arminho, e que em seguida se desvanecia numa delicada fluência rosada.
Tendo os olhos semicerrados, e ainda enlevado pelo espectáculo, verifiquei que todo o fenómeno ocorrido na minha intimidade também se havia materializado à minha frente, pois o velho chafariz perdera a sua antiga cor branca e se me deparava com todas as cores e rendilhados vividos na minha imaginação, sob o reflexo dos pensamentos conjugados daqueles excelsos espíritos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 21, 2021 10:43 am

Os chafarizes de nossa metrópole representam fontes centralizadoras de magnetismo energético, servindo para revigorarem os espíritos recém-chegados e enfraquecidos pelo processo desencarnatório.
Os seus filetes de água magnetizada contêm poderosas energias nutritivas, fazendo lembrar os líquidos vitaminados ou as fontes de águas minerais do orbe terrestre.
Terminada a maravilhosa demonstração, um formoso sorriso tomou conta da fisionomia daqueles espíritos angélicos, os quais se abraçaram efusivamente, felicitando-se entre si, assim como o fazem as crianças após o êxito da travessura genialmente engendrada...
Em seguida,. examinaram minuciosamente a dadivosa fonte de água decorada sob tons celestiais e conferiram entre si os resultados do que haviam combinado.
Através de alegres censuras e aludindo a algum pequeno equívoco, que não pude notar, um deles fez um ar de desapontado, porque não pudera modelar completamente algo ornamentativo do capitel; mas tudo isso transcorria num ambiente de intensa alegria e sob uma atmosfera de tanta candura espiritual, que arrasaria o mais presunçoso habitante terrestre convencido de sua grande superioridade!
Aquelas almas poderosíssimas, para realizar o fenómeno, mobilizaram as suas próprias energias mentais que, por serem forças puras, bastante dinamizadas num plano energético superior, puderam penetrar mais intimamente na substância astral de que se compunha o chafariz, não só mudando-lhe o padrão vibratório de aglutinação dos átomos astralinos, como ainda impondo-lhe a frequência necessária para servir de prolongamento mental à influência das novas cores e ornamentação.
Esse chafariz, em sua maravilhosa configuração celestial, dada por aqueles mentores mais altos, tornou-se uma atracção turística para os espíritos visitantes, das esferas menores, à metrópole do Grande Coração.
A semelhança do que sucede no mundo material, aqui se mantém o intercâmbio pessoal com as comunidades vizinhas, quer para se cultivarem fraternas emoções, quer para efeito de mútuo aprendizado.

Pergunta: - Podeis, ainda, nos informar quanto à natureza hierárquica desses espíritos visitantes, que puderam alterar a configuração comum do chafariz da metrópole do Grande Coração?
Atanagildo: - Entre os moradores de nossa metrópole, eles ficaram sendo conhecidos como os "Magos da Cor"; no entanto, trata-se de espíritos que vivem em esferas superiores à nossa actual moradia., e que são responsáveis directos pelos planos de desenvolvimento e aplicação das cores em nossa comunidade astral.
Recorrendo à complexa terminologia científica terrestre, poderíeis denominá-los, pomposamente, de cromo sofistas, isto é, cientistas da cor.

Pergunta: - Com poderíamos entender o facto de esse chafariz se tornar mais energético, após a intervenção benfeitora desses espíritos mentores?
Atanagildo: - Convém esclarecer que esse chafariz já havia sido construído em nossa metrópole sob a mesma técnica de "conexão mental", isto é, como o resultado da soma de pensamentos poderosos produzidos pelos próprios administradores da nossa comunidade.
A obra resultou de um plano prévio e muito bem coordenado que, depois, foi concretizado pela poderosa concentração de energias actuando na substância astral.
Mesmo antes da feliz modificação, o chafariz já era um monumento indescritível à inteligência humana, pois, tendo sido confeccionado artisticamente na substância astral luminosa de nossa metrópole, tornara-se realização superior ao que de mais belo conheceis aí no mundo material.
Mas se o compararmos ao novo monumento de hoje, o antigo chafariz não passará de modesto ornamento e singela fonte de nutrição energética às almas ainda incipientes ao processo de absorverem o magnetismo do meio astral.
Os habitantes da cidade alimentam-se agora com mais êxito nas emanações da grande coluna d'água absorvente, e que irradia energias magnéticas.
Após a dádiva dos magos da cor, a fonte tem proporcionado inúmeros efeitos de revitalizações instantâneas a muitos recém-chegados exauridos na travessia do Além, cujas curas bem se poderiam considerar como miraculosas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 21, 2021 10:43 am

Pergunta: - E haverá possibilidade de outros espíritos intervirem e modificarem o aspecto actual desse chafariz?
Atanagildo: - Sem dúvida, pois tudo depende apenas de maior ou menor potencial de energias mentais.
Mais tarde, outros visitantes da nossa metrópole, antes de partirem, e gratos ao tratamento e à afectuosidade dos habitantes do Grande Coração, também deixaram o seu cunho angélico na estrutura do belíssimo chafariz, não só melhorando-lhe as funções terapêuticas, como ainda acrescentando novos traços de beleza ainda desconhecidos à nossa visão astral comum.
Estes visitantes eram espíritos mentalistas, que só operam no "raio amarelo" e seus matizes, ainda desconhecidos ao homem terrestre.
Eles possuem o poder mental suficientemente desenvolvido e, por isso, agiram tendo em vista o energismo mental dos que se submetessem futuramente aos fluxos emanados do chafariz, em lugar de se beneficiarem apenas com os efeitos puramente balsâmicos do raio azul ou das revitalizações astrais do topazino.
Aplicando o mesmo processo de concentração mental, que antes haviam adoptado os magos da cor, esses outros espíritos, que na Terra haviam sido poderosos "raja-iogas" na região setentrional da Índia, fizeram o chafariz ganhar novo aspecto artístico e destacaram nele a tonalidade amarelo puro - cujo formoso matiz e exuberância não tenho a presunção de vos descrever - que atua poderosamente na composição das energias dos que procuram a fonte.
Muitas almas incipientes, que passam pelo mundo físico descrentes da magia criadora do poder mental e que não o desenvolveram para a sua ventura sideral, poderiam encontrar nesse chafariz maravilhoso - se o pudessem ver - a prova mais evidente do imenso potencial de forças criadoras adormecidas no homem!

Pergunta: - Qual o processo que favorece a nutrição magnética aos necessitados que recorrem ao chafariz ou são conduzidos para junto dele, para esse fim?
Atanagildo: - Não vos deve ser estranho o facto de que a água é o mais poderoso agente electromagnético, capaz de absorver tanto as emanações de ternura, amor e júbilo, quanto as expressões mentais de ódio, cólera ou melancolia, produzidas pelas criaturas.
A água pode ser um veículo medicamentoso, para curar o enfermo, mas também pode se transformarem depósito de veneno, capaz de matar a criatura mais resistente.
Ela absorve tanto as vibrações do bem como as irradiações maléficas.
Enquanto na metrópole do Grande Coração somos beneficiados pelos regatos e rios de águas frescas e cristalinas, impregnadas das mais santificadas vibrações que reconfortam e balsamizam, no astral inferior eu só deparei com cisternas e vales de água pantanosa, quase sempre aquecida e estagnada em recantos sombrios, formando ninhos aquáticos de vida infecciosa e de pútrido odor.
Obediente à divina lei de simpatia vibratória, a beleza e a atracção artística do chafariz torna-se divina atracção, além do que faz brotar fluidos de admiração e encanto dos que ali o cercam.
Deste modo, aqueles que se aproximam, com o desejo sincero de renovar suas energias fatigadas, acabam se tornando sensibilizados e receptivos, absorvendo o poderoso magnetismo que flui incessantemente do abençoado líquido saturado de energias concentradas pelas mentes superiores.
A semelhança do que acontece no processo de obsessões, em que os malfeitores das trevas buscam um "ponto hipnótico" para obsidiarem suas vítimas, o aspecto fascinante do chafariz serve como ponto de concentração prazenteira para que os espíritos benfeitores possam produzir o bem.
A sua formosa configuração, o repuxo policrómico e os rendilhados líquidos, que inundam a visão de encanto espiritual, constituem um verdadeiro "centro hipnótico" capaz de harmonizar os pensamentos mais heterogéneos dos que o rodeiam.
Enquanto estes se prendem espontaneamente aos efeitos maravilhosos do chafariz, o magnetismo vigoroso que dali se evola também penetra-lhes o perispírito e retempera-lhes as zonas exaustas, recompondo os fluxos energéticos da circulação astral.
Como nem todos os que se achegam à metrópole do Grande Coração conseguem mobilizar suas forças ocultas e comandar com eficiência o potencial criador de suas mentes, os maiorais providenciam oportunidades de muitos se socorrerem através de recursos provisórios, até obterem o êxito espiritual desejado.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 21, 2021 10:43 am

Em metrópoles semelhantes à nossa, também se faz preciso contar com elementos especiais, que atendam à multiplicidade de carências espirituais dos recém-chegados da Terra.
Embora muitos deles tenham compulsado obras teosóficas, esotéricas, espiritistas ou iogas, quase sempre aqui aportam titubeando em seus primeiros passos e bastante fatigados pelo processo desencarnatório, tal como ocorreu comigo.
A comunidade do Grande Coração, como bem a retrata o seu nome, atende às virtudes do coração bem formado, embora possa este sentir-se ainda debilitado para o comando da força mental.

Pergunta: - Qual o efeito que podemos atribuir ao repuxo de água de cor topazina, que descrevestes como semelhante ao arminho eterizado, e que depois se desvanece numa cor rosada?
Atanagildo: - Conforme já vos tenho dito, poucas criaturas compreendem o sentido e o efeito extraordinário das cores na psicologia e na saúde humana.
Existe ainda incontável número de matizes coloridos, desconhecidos do homem terreno, que futuramente ajudá-lo-ão a harmonizar a bondade do espírito com a beleza da forma física.
Nas comunidades astrais, a cor não se relaciona apenas ao simples efeito decorativo mas, acima de tudo, é aproveitada em sua força vibratória oculta e penetrante, nos mundos invisíveis.
No caso do chafariz, as cores ali existentes funcionam como um excelente vitalizador etérico, porque a variedade dos seus tons esmeraldinos, safirinos, rúbidos, topazinos, carmins ou amarelos funciona como multiplicador de frequência vibratória sobre o nosso perispírito, assim como - de conformidade com o tipo de pensamentos e emoções do homem - também se produzem cores na aura humana.
Buda apresentava em sua aura os maravilhosos efeitos da "cor mental", em tons dourados sobre o amarelo puro, franjado de azul-celeste, porque também desenvolvera muitíssimo a sua mente em harmonia com a sua pureza espiritual.
Essas cores continuam a representar, aqui no Astral, as mesmas qualidades já tradicionalmente classificadas pela ciência oculta.
E, quando elas são inteligentemente mobilizadas a favor dos habitantes da metrópole, também podem acelerar a frequência dos raciocínios e conduzir a mente à solução mais breve dos seus problemas espirituais.
Há no chafariz da metrópole, graças à dádiva daqueles espíritos superiores, um potencial de energias concentradas que absorvem o raio branco e o dividem em vários fluxos coloridos, podendo ser cada um aplicado a uma carência vital, um efeito curativo, balsâmico ou apenas estimulante.
Daí a função mais ampla da coluna de água topazina, que funciona como um captador líquido das emanações magnéticas que se desprendem de todas as demais cores, constituindo um potencial de magnetismo que assume então aquela tonalidade.
O jorro de água sobe até vinte pés de altura e balsamiza-se em contacto com a aura de eflúvios puros de elevada espiritualidade, que ali foi deixada com a presença dos espíritos mentalistas.
Em seguida, este jorro de água perde o seu forte ímpeto inicial e cai em gradações cada vez mais lentas e, ao invés de retornar à fonte na forma líquida, vai se vaporizando de tal modo, que termina se desfazendo em irisada névoa de formoso matiz rosado, que envolve e balsamiza todos os seres em torno do chafariz.
Devido à .alta frequência vibratória desses eflúvios, eles penetram com facilidade por toda a organização do perispírito dos que desejam submeter-se ao tratamento magnético, assim como também lhes activa as funções psíquicas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 21, 2021 10:44 am

Capítulo 8 - O Diabo e a sede do seu reinado
Pergunta: - Existe algum lugar, no Além, que se assemelhe ao inferno bíblico, tão apregoado pelo Catolicismo e pelo Protestantismo?
Atanagildo: - Na verdade, os espíritos que no mundo físico se deixam dominar por paixões degradantes e se entregam a crimes aviltantes passam a habitar regiões no Além, que de qualquer modo superam a velha ideia do inferno teológico, que a lenda afirma ser dirigido por um.
Diabo revoltado contra Deus, sempre afadigado no seu reinado de fogo e enxofre.
É evidente que Deus não criou nenhum. inferno para colocar nele os seus filhos pecadores; estes é que se elegem voluntariamente para a hospedagem em regiões que se afinam às suas vilezas.
Sem dúvida, não há inferno pior que aquele que a alma cria em sua própria intimidade espiritual, quando depois é acicatada pelo remorso proveniente de suas mazelas espirituais.

Pergunta: - Qual a diferença que existe entre o inferno teológico, pregado pelos católicos e protestantes, comparando-o com a natureza dessas regiões do astral inferior?
Atanagildo: - Como se vê pelas velhas oleogravuras hebraicas, o inferno teológico é um produto lendário e tradicional, criado pela fantasia dos povos hebreus, que escolheram o que há de melhor do mundo para compor o cenário do céu, assim como reservaram o que de mais cruel é conhecido na Terra, para então imaginarem o inferno, com o seu temível Satanás! Mas acontece que os teólogos cometeram um grave equívoco, ao se esquecerem de melhorar gradativamente tanto o céu como o inferno que idealizaram, uma vez que a humanidade tem se entregado incessantemente a novos inventos, realizações artísticas e grandes descobertas científicas.
Por isso, o paraíso teológico ainda apresenta, no século XX, as mesmas emoções e prazeres já conhecidos há milénios, enquanto que o inferno continua com os seus castigos anacrónicos e o seu cenário ilógico e infantil, bastante insuficiente para atemorizar os homens da era atómica.
Acontece que esse inferno, idealizado como o foi, desmente a Bondade e a Justiça de Deus, pois inclui a ideia cruel de que os pecadores tem de sofrer atrozmente por toda eternidade, quando a verdade é que as regiões inferiores, ou abismais, descritas nas comunicações mediúnicas, não são zonas de sofrimento eterno, embora eu mesmo tenha constatado a existência de certas situações de pavor e desespero nessas regiões, que ultrapassam de muito qualquer aspecto do inferno mitológico e mesmo impressionantes descrições da "Divina Comédia" de Dante Alighieri.

Pergunta: - Qual então o motivo por que, diante de sofrimentos quase semelhantes, a existência nas regiões inferiores é mais lógica do que a ideia do inferno?
Atanagildo: - A diferença está em que as religiões católica e protestante, bem como a mitologia hebraica, consideram o inferno como um lugar adrede preparado e exclusivamente destinado ao tormento das almas pecadoras, pródigo de fogo e enxofre, e criado para encerrá-las por toda a eternidade.
Entretanto, o estado de sofrimento, pavor e medo, no astral inferior, além de provir principalmente do descontrole emotivo, remorso e ignorância dos próprios espíritos falidos da Terra, não é definitivo e permanece sempre a esperança de recuperação espiritual.
Não se trata de sofrimento eterno, nem de castigo deliberado contra pecadores, mas apenas de rectificação de almas, porquanto Deus sempre as considera como espíritos enfermos, em tratamento, e não como criminosos condenados à desgraça eterna.
Enquanto o Catolicismo e o Protestantismo ensinam que não há mais esperança para aqueles que são lançados nas chamas do inferno administrado pelo poderoso Satanás, o Espiritismo vos acende a chama da esperança e louva a bondade do Criador, que sempre oferece novas oportunidades para a renovação íntima de qualquer espírito pecador.
Deus, a Bondade Suprema, não pode descer à vileza de castigar as imperfeições humanas; ele reajusta e reeduca o peregrino espiritual, para que abandone as seduções escravizadoras da carne e ingresse mais cedo na senda recta do Bem e da Verdade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 21, 2021 10:44 am

Pergunta: - Mas a ideia do Diabo e a do inferno eterno não têm certo fundamento lógico, mesmo em face da doutrina espírita?
Atanagildo: - Visto que a Bondade de Deus nunca o levaria a criar um ente malvado, com a finalidade especial de atormentar as suas próprias criaturas, é claro que a Sua Infinita Sabedoria também nunca se desmentiria criando um anjo perfeito, para posteriormente aviltar-se por toda a eternidade, a ponto de decepcionar a tão reconhecida Inteligência Infinita do próprio Criador.
Se assim acontecesse, ficaria prejudicado o conceito da Sabedoria Infinita de Deus, ante a decepção de criar um anjo perfeito, que depois de transforma num Diabo, portador de todas as imperfeições.
Se tal coisa houvesse acontecido, não nos restaria nenhuma esperança de sermos felizes, dado que o Senhor Omnipotente do Universo também é vítima de equívocos, como os humanos.
E, se até o presente, Deus ainda não pode dominar o Diabo, que anda solto pelo vosso orbe, disputando com Ele o poderio sobre as criaturas, é óbvio que o Criador já não dispõe satisfatoriamente do seu propala.do Poder Infinito, o que também deverá ser motivo de grande aflição para todos nós.
E se Ele não se importa que seus filhos queridos sejam arrebatados por Belzebu e conduzido por esse seu rival para os torturar por toda a eternidade, então quer-nos parecer que o Criador também se tornou um sádico e sobrepujou .as características daninhas do homem terreno, que não permitiria isso com seus filhos.

Pergunta: - Então, devemos concluir de vossas palavras que o Diabo é apenas um produto da imaginação humana; não é assim?
Atanagildo: - Não há dúvida de que o Diabo é produto mórbido da imaginação humana, pois o figurino escolhido para vesti-lo ainda é o próprio homem, revestido de todas as suas maldades.
Existindo na Terra homens que cometem atrocidades as mais bárbaras, quer em tempo de paz, quer em tempo de guerra, nos horripilantes matadouros dos campos de concentração, acredito que é tolice e falta de imaginação do homem o pretender pintar um Diabo pior e mais cruel do que ele mesmo!
Se examinardes a história terrena, verificareis que nunca existiram atrocidades, crimes, torpezas, impiedades ou vinganças maiores do que as praticadas pelo homem, de vez que eles as cometem com mais requintes de malvadeza do que se fossem praticadas pelo Diabo!
As cruzadas da Idade Média, que retalhavam vivos os "infiéis"; a "Noite de São Bartolomeu", quando milhares de católicos apunhalaram os protestantes por ordem de Catarina de Médicis; a impiedade dos Doges venezianos; as tropelias de Atila; as pirâmides de cabeças decepadas por Gengis-Khan; a matança dos cristão nos circos de Roma; as torturas dantescas da Inquisição; as chacinas monstruosas da China; os enterrados vivos no Egipto; as degolas em massa na Turquia; os empalamentos na Índia; os milhares de judeus assassinados pelos nazistas, porventura não são acontecimentos que fariam corar de vergonha, ante seu fracasso, o Diabo mais perverso?
Acresce, ainda, que o pobre Diabo mitológico, capaz de assustar os religiosos dogmáticos, há muito tempo que deve sofrer de invencível complexo de inferioridade, pois ainda não gozou da volúpia de lançar uma bomba atómica sobre 140.000 criaturas que respiravam oxigénio e faziam planos de ventura humana, nem tampouco pôde apreciar o "magnífico" espectáculo de vê-las se transformarem em gelatina fervente.
Os próprios sacerdotes católicos, que tanto acusam o infeliz Belzebu e lhe atribuem a culpa de todas as maldades do mundo, não se tornaram, porventura, os seus fiéis procuradores, quando Gregório IX instituiu o Santo Ofício e, à sombra da protecção de Fernando e Isabel, os reis católicos, torturavam criaturas humanas e arrebanhavam as fortunas dos "infiéis" para depois os fazerem estorricar nas chamas purificadoras do programa religioso oficial?
Todas essas barbaridades, praticadas pelos poderosos da Terra, não significaram, porventura, verdadeiros insultos ou desafios a Satanás e uma técnica bem mais original que a dos vulgares recursos dos caldeirões de líquidos ferventes?
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 21, 2021 10:44 am

Pergunta: - Ante a vossa liberdade de expressões, apreciaríamos ouvir outros pormenores relativos ao descrédito do Diabo e às razões por que o homem o superou em malignidade.
Podeis atender-nos?
Atanagildo: - Conforme vos tenho exposto, o Diabo já é uma figura de pouca importância e bastante superada pelo maquiavelismo do homem, que o venceu em maldade, hipocrisia, cupidez, vingança, luxúria, avareza e desonestidade.
Há muito tempo que Satã já devia ter sido dispensado de suas mórbidas funções, quer por ineficácia e falta de imaginação, quer por faltar-lhe a índole ou o dom congénito que o tornasse capaz de produzir crueldades inéditas, que pudessem impressionar os seres humanos.
O seu sistema de agir, demasiadamente anacrónico, já não atemoriza a humanidade, pois ainda teima em seguir a velha fórmula de cozinhar os pecadores nos caldeirões de azeite fervente e chumbo derretido, embora com algumas variações burlescas de espetá-los em garfos enferrujados ou assá-los ao molho de enxofre.
É um sofrimento demasiadamente "estandardizado" e despido de novas emoções; acredito que ele ainda o prefira mais devido à força de hábito em um ofício milenário e tradicional, do que por qualquer preocupação em se vingar do género humano.
E uma das provas do pouco caro que o homem do século XX atribui às ameaças de Belzebu - também chamado Príncipe dos Demónios - pode se encontrar facilmente no crescente descalabro moral e crueldade do mundo terreno actual, pois a humanidade se prepara para matar cientificamente e se degrada filosoficamente, enquanto uma grande parte realiza o mais entusiasta concurso no campeonato da desonestidade.
Se o inferno, com os seus anacrónicos caldeirões ferventes e com o braseiro de churrasquear pecadores, tivesse força suficiente para atemorizar a humanidade terrena, é evidente que, desde há muitos séculos, o homem já estaria radicalmente regenerado em espírito O Diabo, criado pela imaginação primitiva da mitologia do passado - é fora de qualquer dúvida! - já se encontra completamente saturado do seu ofício tão espinhoso e ridículo.
Não se duvida de que ele já deve nutrir uma vaga esperança de obter sua breve e tranquila aposentadoria, a fim de se livrar do trabalho com seus caldeirões de azeite fervente, libertando-se também das responsabilidades de manter as vultosas reservas de carvões e substâncias combustíveis para atender à fervedura dos seus clientes, cujo número cresce assustadoramente, já não havendo tachos disponíveis para atender às longas filas à porta do inferno!
Belzebu há de querer repousar os nervos e melhorar a sua saúde, vivendo a distância do ambiente infernal, tão saturado de fumaça, fuligem e da gritaria que lhe azucrina os ouvidos dia e noite...
O homem, em sua imaginação mórbida, criou o ambiente atormentador do Inferno e, em sua maldade instintiva, ainda impôs terrível sofrimento ao próprio Diabo, obrigando-o a exercer um ofício rude, exaustivo e anacrónico, tornando-o um indivíduo neurótico e psicopata, quando devia merecer algo da ternura humana.

Pergunta: - Embora reconhecendo a justeza dos vossos conceitos, que tornam mito de Satã uma figura apagada diante das torpezas humanas, devemos dizer que há muitos intelectos desenvolvidos que ainda confiam seriamente na veracidade dessa lenda.
Atanagildo: - Mas isso não prova que o homem seja menos requintado que o Diabo, nas suas vinganças, pois, não contente em se desforrar dos seus desafectos políticos, adversários religiosos, contraventores das leis, ou daqueles que lhe ofendem o amor próprio, ainda costuma impor às suas vítimas outros sofrimentos morais ou físicos que, em atrocidade, superam longe a pseudo-crueldade de Satã.
Durante as campanhas guerreiras ou de ódios políticos, o homem tem imposto a seus irmãos torturas lentas, milimétricas, que principiam pelo arrancamento das unhas e terminam com a decepação dos pés, das mãos ou da língua; já houve preliminares pavorosas para se arrancarem segredos, onde as mães assistiam à tortura dos filhos ou à violação das filhas, e ainda hoje praticam-se perseguições sistemáticas, que levam muitos infelizes à miséria e ao suicídio.
Revendo em espírito a história terrena, lobriguei quadros dantescos que deixaram de ser registados, porque revelavam acontecimentos em que os seus autores eram homens que representavam directamente a Bondade Divina na Terra; à frente de coloridos cortejos, essas criaturas cantavam hosanas à Glória e ao Amor de Deus, enquanto alguns infelizes, condenados e já esfrangalhados pela tortura, se encaminhavam cambaleantes para as fogueiras impiedosas do credo oficial.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 21, 2021 10:44 am

Acredito que, ao contemplar certas cenas do vosso mundo, desempenhadas em nome do Amor Divino, o Diabo ter-se-ia arrebentado de rir dos maus propagandistas de Deus, ou então teria sido tomado de furioso ataque de histerismo ao reconhecer que o epicurismo mórbido e a sabedoria cruel do homem ainda eram capazes de superar facilmente os mais bárbaros instintos dos animais!

Pergunta: - Segundo a História Sagrada, Satã não passou pela forma humana; não é assim?
Atanagildo: - Aliás, conforme diz a Bíblia, a genealogia de Satanás é bem mais pura que a do homem, pois que ele descende directamente da linhagem angélica, muito embora houvesse depois se rebelado contra o seu Criador, ao passo que o cidadão terreno foi feito de barro, tratou logo de gozar a vida e ainda anda cometendo crueldades em nome de Deus, sem apresentar para isso as suas credenciais superiores.
E, segundo parece, Satã possuiria um pouco da natureza divina de Deus, pois, como um anjo decaído, teria sido feito à semelhança do seu próprio Criador.
E, se fosse assim, não seria nada lisonjeiro para Deus o ver-se obrigado a constatar na criação deste anjo fracassado, que um produto, emanado de si mesmo, era péssimo!
De outro lado, se Deus, omnisciente, houvesse criado deliberadamente esse anjo, sabendo de antemão que ele estaria fadado a se tornar eternamente um monstro, seria um sádico, um inquisidor elevado à escala cósmica; e se o Criador ignorasse que o ser angélico que criou se transformaria num demónio rebelde, jamais seria um sábio!
O Diabo, portanto, é cópia do homem, aliás, cópia inofensiva.

Pergunta: - Isso quer dizer que estão certos os comunicados mediúnicos dos espíritos desencarnados quando, em vez do Inferno e do Diabo da teologia cristã, eles descrevem o "Umbral" das regiões inferiores; não é assim?
Atanagildo: - Quanto a mim, posso vos assegurar que, depois de desencarnado, não me foi possível encontrar o Céu com sua corte de santos pronunciando extensas orações, nem mesmo as onze mil virgens em festivos cânticos, da tradição popular. Felizmente, também não me defrontei com o Inferno e os seus caldeirões ferventes, nem com qualquer bando de Diabos a perambular pelo espaço.
Eis porque considero bem exactas as descrições que, por médiuns criteriosos, os espíritos têm feito das regiões do astral inferior, onde tenho ido em excursões socorristas e sacrificiais, quer por motivo de estudos, quer para retirar dali algum amigo ou alma aflita, que mereça o fraterno socorro.
Mas não posso deixar de registrar que, nessas regiões, encontrei muitos espíritos de homens excessivamente mais experimentados em vinganças do que o famigerado Diabo da Teologia, pois além de torturarem impiedosamente os seus desafectos, ainda os impediam de qualquer esforço de renovação espiritual.
Não se trata, porém, de entidades devotadas à maldade, com um ofício obrigatório, ou que tenham sido atiradas às sombras por causa da ira divina, que são as razões que se costumam invocar para justificar a existência e a rebeldia do Diabo.
Esses espíritos agem por sua livre e espontânea vontade, sob o mais sádico desempenho artístico, como se fossem "virtuoses" da crueldade.
São almas ferozes, verdugos impiedosos e carrascos sem a menor partícula de contemporização, pois extraem de suas vítimas a última gotícula de esperança e prolongam o menor espasmo de sofrimento!
Cobram-se da mais insignificante dívida e não toleram o menor prejuízo, mesmo que tenha sido fruto da imprudência ou da ignorância de suas infelizes vítimas.
O que me impede a revolta diante de tais atrocidades é saber da lógica da Lei Cármica, que demonstra não existirem injustiças, dando-nos a certeza de que sempre terão fim tais sofrimentos e vinganças.
E o que nos consola é saber que esses barbarismos, quer durem minutos, horas, séculos ou milénios, felizmente não passam de acontecimentos transitórios e justos, pois em jubiloso futuro tanto algozes como vítimas hão de se unir em sincero abraço de afecto e ternura, alçando o voo definitivo para as regiões celestiais.
Isto posto, considero bem mais lógicas e sensatas as "regiões umbralinas", ou do "astral inferior", que os espíritos costumam descrever em suas mensagens mediúnicas - onde as almas expiam as suas próprias criações infernais que imprudentemente alimentaram na vida física - do que o pavoroso sofrimento, na eternidade, em um inferno criado pela vingança de Deus.
Verdadeiramente, mais cedo ou mais tarde toda vítima libertar-se-á dos seus poderosos verdugos e também dos seus próprios defeitos, reajustando suas culpas com a sua própria consciência e merecendo então novos ensejos de desenvolvimento e ventura espiritual.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 21, 2021 10:45 am

Pergunta: - Não será provável que o Inferno e o Diabo, da tradição bíblica, sejam ideias decalcadas da própria realidade do astral inferior, percebida pelos videntes da época?
Atanagildo: - O inferno teológico é um produto da imaginação lendária do passado religioso, adaptada à compreensão de uma humanidade ainda atrasada.
Daí o facto de se descrever o sofrimento no astral inferior como um reinado de Belzebu, com as características das torturas primitivas e dos castigos mais conhecidos e empregados naquela época.
Para que a humanidade ficasse impressionada - pois que de outro modo não o ficaria - foi preciso dizer que os infelizes pecadores deveriam ser cozidos em caldeirões de água, cera ou chumbo ferventes, e assados entre carvões e enxofre.
É óbvio que, se o Inferno fosse imaginado no vosso século actual, os religiosos poderiam descrevê-lo como provido de todos os recursos científicos modernos, em matéria de destruição, tais como instalação de cadeiras eléctricas, bombas asfixiantes, câmaras frigoríficas ou superaquecidas, e tudo que o cidadão do século XX descobriu para aliviar a superpopulação do seu planeta...
Sem dúvida, o Inferno electrónico do século XX não só poderia dispensar os seus caldeirões anacrónicos e anti-higiénicos, como também abandonar o sistema obsoleto de queima de enxofre e carvão, cujo braseiro vultoso consome verbas astronómicas sem esperanças de que Satã obtenha indemnização por parte de pecadores já completamente falidos.
Sem dúvida, o Diabo sentir-se-ia eufórico e venturoso, nesse Inferno modernizado e automático, onde, para se moverem talhas, guinchos e vagonetes admiravelmente electrificados, bastar-lhe-ia um rápido accionar de botões, e todo o Inferno funcionaria na mais esfusiante sinfonia de gritos, berros e barulho de ventiladores e exaustores eléctricos, eliminando o cheiro da carne assada!
A Ciência e a Indústria, bastante desenvolvidas no vosso mundo, poderiam fornecer o aparelhamento de torturas mais genial e eficiente para o Inferno, acomodando-o na conformidade dos tipos, pesos e torpezas dos pecadores modernos.
Acredito que os comodistas e os ociosos teriam que repousar eternamente sobre confortáveis redes anatómicas, eléctricas; os exploradores do próximo rodariam de modo divertido dentro de modernas máquinas de lavar roupa, mas repletas de água fervente, que lhes arrancaria a pele sem danificar os órgãos; os avaI1entos seriam condenados a contar moedas de cobre electrificadas por alta tensão; os falsários e os hipócritas ficariam se debatendo dentro de fornos eléctricos, aquecidíssimos, tentando abrir e fechar suas portas falsas e sem saída; os coléricos e irascíveis seriam colocados incessantemente sob chuveiros eléctricos de água fervente; os cruéis seriam colocados em excelentes churrasqueiras rodantes, enquanto os administradores relapsos e delapidadores do património público ver-se-iam condenados a servir-se de poderosas canetas electrificadas, eternamente obrigados a encher cheques feitos de folhas de aço...
Uma vez que a própria Terra evolui, desde o seu cenário material até às realizações mais prosaicas de sua humanidade, por que também não hão de evoluir o Diabo, o Inferno e o Céu bíblicos, transformando-se para melhores condições?
Quanto a este último, não seria razoável que a alma terrena, já conhecedora das magistrais obras de Beethoven ou de Mozart, terminasse se entediando contra os anacrónicos tocadores de rabecas, as procissões e o cantochão litúrgico, que ainda fazem sucesso num céu primitivo?
Creio que a simples ideia de faltar no céu o popular acordeão moderno já seria motivo suficiente para que a maioria dos "fiéis" se desinteressasse do lendário Paraíso.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 21, 2021 10:45 am

Pergunta: - Por que motivo certas criaturas, embora cientistas ou académicas, algumas até de invulgar cultura, ainda acreditam piamente na existência de Satã, do Céu e do Inferno teológicos, conforme lhes ensinam as suas religiões dogmáticas?
Atanagildo: - É provável que esses homens de cultura, que ainda crêem no Céu, no Inferno e no Diabo mitológicos, evitem raciocinar com isenção de ânimo sobre o assunto ou talvez receiem provocar polémicas que possam perturbar as tradições religiosas da família ou dos conhecidos.
Se reflectissem seriamente sobre tais dogmas, é fora de dúvida que terminariam verificando a inconsequência e a infantilidade de suas concepções, pois o conhecimento, o cientificismo e a arte do homem do século XX já se tornam motivos de humilhação para um Diabo ainda metido na fumaceira de um Inferno medieval.

Pergunta: - Em face de há tantos séculos cultivarmos a ideia do Diabo, não acreditamos piamente nele, mas quase que o sentimos real em sua forma lendária.
Ainda custa-nos extinguir essa ideia tão arraigada e que incentiva os nossos temores humanos desde a infância.
Que dizeis?
Atanagildo: - Isso ocorre mais por efeito de um recalque que ainda permanece na memória etérica do espírito encarnado, pois é indiscutível que todos nós já permanecemos nas regiões trevosas, quer sob o jugo de outros "pseudo-diabos" perversos, quer quando ainda não passávamos de outros tantos satãs, desforrando-nos sobre outras vítimas de nossas vinganças.
Por isso, o Diabo ainda é uma concepção aceita em todo o orbe terráqueo; palpita e vive na consciência de todos os povos e seres, embora cada qual o configure na conformidade de sua própria psicologia humana.
Para o oriental, o Diabo tem a cara exacta do ocidental, enquanto Deus tem os olhos oblíquos; o zulu rende homenagem ao seu Deus preto como carvão, se arrepela e excomunga o Diabo branco, de fisionomia europeia.
Quer o chamem, na linguagem clássica, de Satanás, Demónio, Belzebu, Lúcifer, Espírito do Mal, Anjo das Trevas ou Belfegor, ou a voz popular o denomine de Tinhoso, Capeta, Coisa-Ruim ou Canhoto, ou então seja o Anhangâ, dos indígenas, o Mafarrico dos portugueses, o Padeiro, dos franceses o Exu, da macumba, o Pedro Botelho ou Mofino das velhas lendas, ele representa sempre a figura da própria alma quando ainda subverte as admiráveis qualidades de sua natureza angélica, para se devotar apenas às paixões odiosas, à crueldade ou às impurezas da velha estirpe animal.
A lenda é pródiga na apresentação dessa figura aviltante do homem rebelde e ainda adverso à Luz, e por isso as narrativas de cunho fantástico sempre se firmam na mórbida e trevosa lembrança da alma, que ainda estremece evocando as sombras em sua circulação angélica.
Mas à medida que o espírito ascende para os planos edénicos, o Inferno e o Diabo também se tornam cada vez mais inofensivos, porque as zonas trevosas existentes em cada criatura começam a ser substituídas pelas clareiras de luz angélica.

Pergunta: - Existe algum prejuízo mental ou espiritual em se continuar a manter a lenda do Diabo e do Inferno, como ainda o fazem as religiões escravas dos homens e dos mistérios sagrados?
Atanagildo: - Não vos esqueçais de que vos dou a minha própria opinião; em virtude do que me é possível observar no lado de cá, considero que tal lenda ainda causa prejuízos bem grandes, pois todos os dias aportam ao Além magotes de criaturas alucinadas com as ideias aterrorizantes do Inferno e a crença nos demónios, que elas evocam na mente desgovernada, o que as faz ficarem desesperadas de qualquer esperança de fuga ou perdão.
Alimentam em si mesmas essas configurações tenebrosas e aniquilantes, que lhes impõe a morbidez dos credos religiosos infantilizados, a ponto de oferecerem sugestões mentais imprudentes aos próprios adversários das sombras, para que mais as convençam de que realmente se encontram lançadas no seio das chamas eternas do Reino de Belzebu.
Aproveitando-se do desespero e do terror dos desencarnados obsidiados com a ideia infernal, os espíritos malfeitores atuam-lhes na mente perturbadora e clareiam ainda mais os quadros diabólicos ali já existentes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 21, 2021 10:45 am

Mas, noutro extremo, também surgem almas demasiadamente ingénuas e optimistas, que se julgam credenciadas para habitar um Paraíso de ociosa contemplatividade, assim como lhes ensinaram os seus preceptores religiosos; então se imaginam prestes a viver entre as criaturas beatíficas e sempre escoltadas por anjos extremamente corteses e serviçais.
Mas o cenário do mundo astral, que lhes surge como laborioso plano de trabalho digno e justo causa-lhes terrível decepção, deixando-as boquiabertas e espantadíssimas quando identificam as comunidades de espíritos laboriosos e disciplina dos, que em santificada actividade se dedicam à sua própria recuperação espiritual.
Muitos desses "fiéis" confrangem-se, decepcionados, à ideia prosaica de que ainda existem trabalho, deveres, obrigações individuais e sociais nas regiões do "Além", onde esperavam apenas encontrar os santos e as almas eleitas refesteladas voluptuosamente sobre flocos de nuvens coloridas, enquanto gentis arcanjos as fariam adormecer ao som hipnotizante de harpas e rabecas.

Pergunta: - Considerais que seria de grande progresso para as próprias religiões dogmáticas o desaparecimento dessa tradição infantil do Céu e do Inferno, ainda tão cultivada entre os seus adeptos?
Atanagildo: - O sacerdócio católico e a comunidade protestante há muito que deviam ter esclarecido a mente dos seus fiéis, fazendo-os compreender que Deus não é um bárbaro impiedoso a punir eternamente os seus filhos, assim como também não é vulgar distribuidor de prémios celestiais e exclusivos aos fiéis seguidores de suas normas religiosas.
É evidente que são bem raras as almas que partem da Terra absolutamente certas de que estão isentas de qualquer mácula, por cujo motivo a dúvida e o medo são sempre a preocupação da maioria.
Não vos é possível avaliar o pavor dantesco da alma que, ao emergir das sombras do túmulo, sente-se presa de suas próprias criações mentais, convicta de que irá sofrer "eternamente" nas chamas do inferno e nas garras de Satanás!
Jamais podeis imaginar o que seja realmente essa convicção íntima do "castigo eterno", para o desencarnado que se crê sem a mínima esperança de salvação, guardando ainda em sua memória as imagens do lar amigo que deixou na Terra.
Muitos ficam alucinados e se conturbam pela força das estultices que lhes ensinaram severamente os sacerdotes e os ministros reformistas, completamente desconhecedores da realidade espiritual do Além-Túmulo.
Entretanto, o espírita, que já aprendeu que o Inferno eterno é lenda infantil, e que mesmo o pior sofrimento no astral ainda é provisório, mantendo viva a esperança de recuperação espiritual, é indubitável que não se desespera, confiando sempre na Bondade e na Justiça do Magnânimo Criador.
É certo que toda alma também traz simbolicamente um pouco do Inferno em si mesma; mas é insensatez religiosa torturar-se a imaginação humana e predispor o desencarnado ao terrível desespero mental, consequente daquilo que é falso e ilógico!
Assim como as crendices sombrias e a fantasmagoria das lendas mórbidas criam estados de temor e angústia nos cérebros fracos, chegando a interferir no equilíbrio do sistema nervoso, as descrições nocivas e infantis, com que as religiões dogmáticas pregam a eternidade do Inferno com o seu histérico Satã, também plastificam nos seus fiéis os quadros tenebrosos e doentios que, depois da morte corporal, adquirem forte vitalidade mental e torturam a alma desesperada.
Isso causa pavores e desesperos intensos, chegando a criar obstáculos intransponíveis aos próprios espíritos benfeitores, que envidam todos os esforços para atenuar o vigor dos clichés mórbidos, profundamente gravados no campo mental dessas almas perturbadas.
O tipo de Céu e Inferno ainda conservado pela fé católica e protestante, sem qualquer dúvida, é o responsável pelo fato de muitas almas serem vítimas do medo desesperador e se atormentarem dantescamente nas primeiras horas de ingresso no Além-Túmulo.
Ao contrário, o esclarecimento sensato, ofertado pela doutrina espírita, afirmando a existência de um Pai amoroso e incapaz de castigar seus filhos, e muito menos de os fazer sofrer eternamente, é sempre abençoada esperança de breve libertação, mesmo que vos encontreis desencarnados no seio do maior sofrimento.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 22, 2021 2:35 pm

Pergunta: - Não resta dúvida de que, pelo facto de nascermos em lares tradicionalmente católicos, também somos condicionados, desde a infância, às histórias sagradas e às lendas mitológicas do Céu, Inferno e do pecado original.
Poderíamos saber se desde a vossa tenra infância fostes elucidado quanto à natureza exacta da vida espiritual do Além, quer pela religião católica, quer pela protestante?
Atanagildo: - A minha última reencarnação se deu num lar amigo, digno e tradicionalmente católico, situado no interior de São Paulo.
Até a idade de onze anos, fui severamente educado nos preceitos religiosos católicos e também doutrinado sobre o que a Igreja Católica presume ser a vida da a1ma em seguida à morte do corpo.
Conheci, pois, a história do pecado original praticado pelo primeiro casal, Adão e Eva, a da criação do mundo em seis dias e do descanso do Criador no sétimo dia, assim como a história do Dilúvio e da figura colérica de Jeová na Bíblia.
Mas, em virtude de ser um espírito inquieto e de fácil raciocínio, insatisfeito com a rotina comum da vida, punha minha família em polvorosa, pois vivia a fazer perguntas nevrálgicas sobre todas as dúvidas que me despertavam as questões mais confusas da História Sagrada.
Eram indagações objectivas e desconcertantes, onde havia mais espanto do que mesmo desconfiança; por isso, não tardei em ser tido como um inspirado do próprio Diabo, por cujo motivo, além de severas admoestações, tive de fazer prolongadas penitências, a mando do vigário local, aliás boníssima criatura e cujo espírito vim encontrar aqui, em excelente situação de paz e num estado de serena alegria.

Pergunta: - Ser-vos-ia possível dar-nos alguma ideia da natureza de vossas perguntas ou dúvidas infantis, que podiam contrariar o modo de pensar dos vossos familiares?
Atanagildo: - Eram sempre decorrentes, sem dúvida, de raciocínios infantis mas, em face do meu arquivo sideral do passado, havia nelas indagações sólidas e inquietantes.
Era o terrível "por quê?" da criança vivaz e inconformada com as soluções muito triviais, que lhe davam sobre aquilo que lhe despertava grande interesse.
Quando me disseram que o Diabo fora um anjo decaído, que existia muito antes da Terra e do homem, logo eu quis saber por que, então, Satanás possuía pés de cabra, cauda de leão, chifres de boi, asas de morcego e unhas de gavião, já que havia sido criado bem antes de existirem tais bichos...
Por que motivo Deus enxotara Adão e Eva do Paraíso, mas não expulsara Satanás, que lá ficou gozando as delícias do Éden, na figura maquiavélica da serpente enganadora?
Por que de Adão e Eva, que eram brancos e bem apresentáveis, nasceram criaturas pretas, amarelas e vermelhas?
O meu cérebro vivia repleto de indagações que eram feitas à hora da mesa, na hora da oração à noite e até entre os folguedos cotidianos.
Nunca pudera compreender como Noé conseguira trazer um casal de animais, aves e insectos, de todas as partes do mundo, através de caminhadas a pé, em carro de boi ou mesmo sobre camelos!...
De que modo ele pudera agarrar o urso nos pólos, o leão no Saara, o tigre na África, o condor nos Andes, os macacos ou papagaios no Brasil?
E tudo isto em tão curto prazo de tempo?
Como conciliar a afirmativa do professor, que me ensinara ser a baleia de garganta estreitíssima, mal passando nela algumas pingues sardinhas, com a narrativa da Bíblia que diz que ela engolira o profeta Jonas?
Ante a explicação de que Jesus era o próprio Deus materializado na Terra, emergia a resistência espiritual do meu passado dentro dos templos reencarnacionistas e, na figura de um moleque caçoísta, queria saber se Maria, mãe de Jesus, seria nossa avó, uma vez que Jesus era Deus, e, portanto, nosso pai!
Mesmo certa vez em que minha mãe me advertira, sentenciosamente, de que o Diabo costumava se transformar em anjo para enganar os protestantes, os espíritas e outros religiosos, opus-lhe o raciocínio contundente de que, então, lhe seria muito mais fácil transformar-se num vigário para enganar os católicos e, pois, desde que lhe era tão fácil ser anjo, também ser-lhe-ia fácil metamorfosear-se num sacerdote!...
Essas atitudes de protesto ou quase desafio infantil, muito comuns às crianças emancipadas nas convicções espirituais, devido ao seu passado de pesquisas e soluções corajosas, provam-vos que há necessidade de se esclarecer a realidade da vida, para o perfeito desembaraço mental de benefício da própria alma ao se ver diante da morte do corpo ou liberta num plano desconhecido, que lhe tece toda sorte de ideações fúnebres e alegorias mefistofélicas!...
A explicação do Além, dada pelo Espiritismo - embora se respeite as boas intenções de outros credos - ainda é o bálsamo suavizante para o espírito sequioso da verdade espiritual.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 22, 2021 2:36 pm

Capítulo 9 - A música e seus efeitos
Pergunta: - Quando lemos obras mediúnicas que nos falam de "melodias" que fluem do Espaço e ressoam "misteriosamente", temos a impressão de que elas provêm espontaneamente do Cosmo, mas sem qualquer intervenção de inteligências espirituais. Estamos certos, ou essas melodias são executadas por entidades angélicas?
Atanagildo: - Na ascensão espiritual, a alma vai aprendendo e criando, conforme o desenvolvimento de sua consciência.
Se o selvagem traduz as suas emoções através do "tam-tam" monótono, a emotividade do Arcanjo só se revela através de uma sinfonia indefinível para o vosso entendimento ainda muito acanhado.
A música é um prolongamento vivo da alma e é mensagem afectiva e apreciada em qualquer região cósmica em que se manifeste, tanto quando se resume apenas num punhado de sons brutais que se afinam à natureza rude do zulu, como quando se transforma numa encachoeirada fusão de melodias vibrando num oceano de sons, para servir de pouso às esferas rodopiantes e enlevo sideral aos arcanjos constelatórias.
É um cântico divino e sublime da vida, que o Criador inspira à alma para acelerar a sua ventura eterna.
Deus, o Regente Cósmico, organiza e dirige a orquestra sinfónica sideral sob a sua batuta eterna; mas, à semelhança da Poesia, da Beleza, da Inspiração, o êxtase que a música produz tende a se manifestar gradativamente à consciência do espírito.
Deste modo, haveis de compreender que a música celeste está tão distante para vós quanto as "Tocatas" e "Fugas" de Bach ou "Tannhauser" de Wagner estão distantes do batuque do selvagem.
É melodia indescritível, que expressa a harmonia das esferas celestiais, das suas humanidades angélicas e da própria criação do universo.
O papel importantíssimo da música sobre as nossas almas é o de "desmaterializar" a nossa personalidade inferior, para eclodirem em nós os sentimentos definitivos do anjo criador.
Ela apura a nossa emotividade e adoça a razão, impelindo-nos para realizações as mais pacíficas e generosas.
Assim como a melodia terrena vos transmite o sentimento ou a emotividade do seu autor ou compositor, a música celeste cumpre o mesmo objectivo, trazendo em suas asas magistrais a mensagem sonora dos arcanjos e do próprio Deus!
Como fazer-vos compreender tal grandiosidade através apenas dos singelos sinais gráficos da linguagem reduzida do homem encarnado!
Visto que, para sentirdes essa música tão elevada, necessitaríeis fundir-vos com o potencial harmónico que estivesse vibrando no éter, para o qual não possuís ainda a sensibilidade desenvolvida, é óbvio que também não a podereis entender em vosso actual estado de evolução espiritual.

Pergunta: - Podeis nos explicar o que vem a ser "música celeste"?
Há alguma diferença entre ela e a música que conhecemos?
Atanagildo: - É certo que poderíeis fazer uma ideia aproximada da música celeste, mas tão-somente da que se executa nas comunidades ou nas metrópoles astrais e que, embora de padrão musical superior, sempre lembra algo semelhante ao que ainda se executa na Terra.
Por isso os desencarnados de nossa esfera sempre se enternecem com certas melodias que lhes dizem algo familiar à alma; se ouvissem apenas composições estranhas, sem se aperceberem da profundidade do seu sentimento e se afinarem psicologicamente à sua mensagem de sons, é certo que haviam de se desinteressar delas e com bastante razão.
As criaturas que na Terra eram apaixonadas pelas composições beethovenianas, que se deliciavam ouvindo a "Heróica", a "Pastoral" ou a "Coral" - é fora de dúvida - ainda viverão indescritíveis momentos de êxtase espiritual, quando na metrópole do Grande Coração puderem ouvir essas mesmas composições através de instrumentação superior a tudo o 'que já conheceis no mundo físico.
Do mesmo modo, também descobrirão novas nuanças e riquezas de interpretação que desconheciam na Terra.
Mas para além das comunidades espirituais do astral próximo da Terra, a música celeste é alimento predilecto dos anjos, e se encontra muitíssimo distante de nossa actual execução sideral.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 22, 2021 2:36 pm

Não existe cérebro encarnado capaz de entendê-la pelos sentidos humanos, assim como também não pude encontrar alguém, por aqui, que ma pudesse explicar satisfatoriamente.
A sua exacta compreensão só é possível depois que tenhamos passado pela experiência pessoal de senti-la, pois a música celeste, na verdade, não se prende à pauta e ao tempo, nem obedece às regras traçadas pela limitação dos sentidos humanos.
Como se poderia demonstrar a eloquência a força e a grandiosidade da "Quinta Sinfonia" de Beethoven a quem apenas aprecia o samba?
De que modo ser-vos-ia possível sentir a música celeste, que é completamente liberta de qualquer inspiração terrena ou de regras por vós conhecidas, comparando-a com os "ruídos" agradáveis da música humana?

Pergunta: - A música celeste é, então, uma maior expressão de harmonia; não é assim?
Atanagildo: - Não encontro vocábulos para defini-la; se quiserdes, imaginai-a música sem instrumentação e produzida pela combinação dos ritmos e das pulsações criadoras do próprio Pai.
Sem dúvida, a música é sempre a intérprete da harmonia, a começar pela mais subtil vibração; o "tam-tam" revela a harmonia compreendida pelo selvagem, e a sinfonia magistral revela o êxito da harmonia que o compositor consegue da própria harmonia entre todos os instrumentos.
Como o homem civilizado já atingiu várias expressões de sua individualidade espiritual, sendo portador de maior riqueza emotiva e entendimento racional, a sua música é mais ampla, complexa e bela do que a do selvagem, que só possui um senso psicológico primitivo.

Pergunta: - Os compositores terrenos chegarão um dia a produzir música capaz de despertar algum interesse entre os moradores de uma metrópole como a do Grande Coração?
Atanagildo: - Por que não?
Muitas peças que apreciávamos na Terra, são aqui executadas até com respeitosa emoção.

Pergunta: - Mas não é ilógico que a música terrena, como expressão artística de um mundo imperfeito, ainda possa despertar emoções ou atenção numa alta comunidade espírita, como a em que viveis?
Qual a sua disposição emotiva capaz de se afinar com a precariedade da música terrena?
Atanagildo: - Sabeis que toda composição musical é precedida de um plano mental, em que primeiramente os sons se ajustam e formam frases e melodias no silêncio da alma do compositor, assim como as ideias também surgem silenciosamente no cérebro do engenheiro, quando ele pensa nas suas criações arquitectónicas.
Depois de surdo é que Beethoven compôs a sua mais avançada peça musical, ou seja o monumento sinfónico da "Nona Sinfonia", que o mundo consagrou como a "Coral".
Embora a música se expresse pela combinação dos sons físicos, o facto de que as composições traem a própria emoção e sentimentalismo dos seus compositores demonstra que a melodia surge primeiramente no silêncio de sua alma e só depois se transforma em sons audíveis.
Portanto os sons, embora sejam materiais, não são produtos propriamente da instrumentação, mas sim do compositor, que primeiramente os "pensa", bem antes de escrevê-los na partitura ou então improvisá-los no instrumento, como resultado indiscutível de sua ideação mental.
É bastante pensardes numa determinada melodia familiar, para que em seguida possais ouvi-la soar no silêncio misterioso da vossa alma.
Quando desejais reproduzir pelo instrumento qualquer música que já ouvistes, é indubitável que, antes, tendes de pensar em ajustá-la à vossa mente, para só depois, então, poderdes manifestar em sons aquilo que vos impressionou o sentido auditivo.
Ora, uma vez que a música possui o seu sentido lógico e a sua origem real na mente humana, ser-vos-á fácil compreender que as composições musicais produzidas na Terra foram antes vividas mentalmente e depois gravadas astralmente, para só então se projectarem no mundo exterior da matéria.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 22, 2021 2:36 pm

Muitos compositores afirmam que, antes de comporem suas peças para a instrumentação sonora no mundo, os sons já lhes viviam intensamente no silêncio da alma.
A mesma música que executais aí na Terra, nós aqui podemos interpretá-la sob melhor instrumentação, ainda muito mais rica de qualidade, porque o fazemos no mundo astral, em verdade, o limiar do mundo mental, que é a fonte original de onde nasce toda ideia sinfónica.

Pergunta: - E por que, na vossa metrópole, chegam a sentir até com "respeitosa emoção" a música que ainda é mais própria da sensibilidade acanhada do homem terreno?
Não há discordância emotiva nesse caso?
Atanagildo: - A grande superioridade de execução, em nossa metrópole, transfigura e aformoseia de modo indescritível a mesma composição musical que aí ouvis apenas sob a convenção de "ruídos" agradáveis...
Embora existam certas semelhanças entre alguns acontecimentos de nossa esfera espiritual e alguns fatos terrenos, não esqueçais de que, aqui, nós lidamos com a origem das coisas que formam o vosso mundo tão opaco de luz e tão longe da leveza astral.
Os mais belos objectos, enfeites, edifícios e criaturas terrestres que seleccionásseis para compor a mais formosa paisagem terrestre, ainda não conseguiria vos dar uma pálida ideia do mais singelo recanto da metrópole em que resido.
Acontece que a fenomenologia do mundo material não conta ainda com a dádiva positiva da "luz interior" que alenta e impregna todas as coisas e fenómenos da metrópole do "Grande Coração".
É recurso divino, que cria para os nossos sentidos espirituais um panorama paradisíaco de cores, luzes, perfumes e músicas, ainda completamente desconhecido à visão do homem encarnado.

Pergunta: - Podemos imaginar, então, que certo aspecto encantador, da Terra, se tornasse iluminado interiormente; não é assim?
Atanagildo: - Embora a nossa metrópole ainda reproduza certo aspecto da Terra, tudo nela é plasmado na substância astral, quintessenciada, que a torna um mundo de fadas, impossível de caber na vossa imaginação ainda cerceada pelo cérebro físico.
O mesmo fenómeno ocorre com a música, quando a mesma composição, executada na Terra, recebe aqui um banho de luz e de encanto tão divinos, que não conseguireis identificar a sua feição terrena.
Se a "Pastoral" de Beethoven consegue despertar em vós as evocações românticas da natureza, associando-vos as ideias e os desejos de uma vida espontânea, liberta de preconceitos e de amarguras, como tanto desejava o seu 'autor, mesmo assim não tereis alcançado a absoluta compreensão do espírito original da música "mental", que foi inspirada ao seu compositor.
E isso ocorre devido ao instrumental medíocre fabricado com material terrestre, muito compacto e letárgico nas suas vibrações, a par de uma técnica deficiente, que reproduz a capacidade de execução por parte dos próprios músicos encarnados.
Então se fragmenta grande parte da beleza original da mensagem divina da música, que é uma exclamação de vida dos próprios prepostos angélicos do Pai.
E como em nossa metrópole podemos penetrar mais profundamente na essência da música ainda conhecida pelos terrenos, a ouvimos com "respeitosa emoção", porque a reproduzimos por melhor instrumentação, e podemos destacar todas as suas réstias de beleza e encanto musical, que ainda são desconhecidos para vós, porque alcançamos melhor a sua realidade mental.

Pergunta: - Gostaríamos de conhecer mais alguns detalhes quanto à diferença que há entre a execução das composições musicais terrenas e as que se realizam no Astral.
É possível nos atenderdes?
Atanagildo: - A rudeza dos instrumentos musicais construídos com material terreno, o esforço heróico que despendem os músicos para os manusearem com a técnica precisa e o dilema de a peça musical ficar aprisionada à partitura escrita pelo compositor, são factores que perturbam muitíssimo a fidelidade sonora e a pureza iniciática da melodia.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 22, 2021 2:36 pm

Quando, por exemplo, ouvimos aqui a "Pastoral" de Beethoven, através de instrumentos construídos com a delicadíssima substância astral, ela se transfigura e prolonga extensamente o pensamento sinfónico do compositor, a ponto de se identificar a emoção sidérea do próprio anjo que inspirou Beethoven.
Em virtude de o espírito encarnado se encontrar submerso no cárcere da carne terrena, ele não pode recepcionar toda a grandeza e potencialidade musical, pois isso só é possível com a utilização de instrumentos sutilíssimos, de substância astral, que deixam fluir as melodias sem qualquer resistência à pureza das emissões sonoras.
Então a música se torna magistral, e reproduz com toda veemência a ideia sinfónica trabalhada no plano mental, lembrando o caro de feixes de luzes policrómicas a se filtrarem por finíssimas lâminas diamantíferas, enquanto que, através do instrumental terreno, seria como se esses mesmos feixes de luzes atravessassem espessos blocos de vidros fumarentos.
Quando os trechos de certas composições altamente inspiradas alcançam aqui momentos de sublime encanto sonoro, formam-se à nossa visão espiritual deslumbrantes halos de luz, que esvoaçam em torno dos músicos arrebatados pela divina 'composição que executam.
Algumas experiências de projecção de música de nossa, metrópole para as regiões trevosas, através de aparelhos apropriados, hão produzido abençoado alívio a certas enfermidades astrais, devido à fulgência desses halos de luz, que se produzem em conexão com os eflúvios da própria alma dos executantes.

Pergunta: - Temos lido em algumas obras mediúnicas que, no Além, alguns espíritos tocam harpas ou cítaras, despertando profundas emoções nos recém-chegados.
Cremos que, em face do aprimoramento espiritual das almas moradoras nas regiões felizes, o apego a instrumentos tão antiquados, ou de reduzida expressão musical, poderia contradizer o seu progresso artístico em matéria musical; não é assim?
Será possível que, depois de nos inebriarmos, na Terra, com magistrais orquestras sinfónicas, com avançada instrumentação moderna, ainda possamos revelar emotividade musical, no Astral, para com solos de harpa, cítara e outros instrumentos antiquados?
Atanagildo: - É certo que, devido ao aprimoramento artístico da metrópole do "Grande Coração", onde predomina o culto pela música elevada, reduz-se bastante a preferência por instrumentos antigos, só apreciados por alguns grupos de espíritos saudosistas de suas paisagens terrenas, familiares.
Em geral, os componentes de nossa metrópole são de maior entendimento musical, mas deveis convir em que, em sua intimidade, ainda influi o condicionamento psicológico da raça ou país em que tiveram mais encarnações.
Sem dúvida, a orquestra sinfónica representa um resumo emotivo da própria heterogeneidade humana, enquanto que a cítara e a harpa só identificam o sentimento individual da criatura que as apreciava.
Em quase todos os lares daqui existe um instrumento predilecto do seu morador, e adequado aos solos mais preferidos pelo seu tipo de alma; quero dizer que a técnica ou expressão de um instrumento se afiniza sempre às características do tipo psicológico e do grau evolutivo do seu executante.
A cítara, o cravo, o órgão, a harpa, o piano, o violino, o violoncelo ou a flauta encontram aqui os seus exímios executores, cuja habilidade artística transforma os seus instrumentos em delicados prolongamentos vivos de suas almas enlevadas por celestiais emoções.
Como a música é um excelente recurso para a alma revelar os seus estados emotivos e mesmo psicológicos, são justamente os solos executados com esses instrumentos isolados os mais preferidos para os desencarnados sublimarem as suas emoções e as suas ansiedades angélicas.
Mas ainda existem outros instrumentos de maior capacidade interpretativa, alguns semelhantes aos acordeões, outros como inteligente combinação de órgão e piano movidos por energia astral, lembrando os recursos electrónicos do vosso mundo.
Os moradores também organizam duetos, tercetos e quartetos, constituindo-se em grupos melódicos que superam indiscutivelmente as vossas sumptuosas orquestras sinfónicas porque, além da expressão rica de sonoridade musical, as melodias são impregnadas de tal emoção espiritual dos seus executantes, que se assemelham a divinos cânticos angélicos.
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