LUZ ESPÍRITA
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Página 6 de 8 Anterior  1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8  Seguinte

Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 27, 2021 8:46 am

Sob as mesmas condições, o povo americano - ainda tão escravo do infeliz preconceito racial de repudiar o negro - também se recusaria a aceitar uma doutrina que ousasse firmar a absurdidade de um homem branco renascer obrigatoriamente dentro da pele do preto tão detestado!
Esses preconceitos demasiadamente egocêntricos e separativistas constituíram-se em sérios obstáculos para a revelação prematura do processo avançado da reencarnação, pois iam de encontro às tradições de purismo de raça.
Os espíritos preferiram, então, aguardar ambiente psicológico mais favorável para a revelação definitiva, assim como confiar na imposição da própria vida moderna, quando se pusesse a derribar' convenções e preconceitos petrificados pelo orgulho ancestral.
Evitaram, também, provocar excessiva combatividade ao Espiritismo ou mesmo atrair para ele a pecha de ridículo, ainda no início de sua divulgação doutrinária.
Foi entre os povos latinos que o Espiritismo encontrou ambiente psicológico mais favorável para a sua expansão doutrinária, porque começaram a aceitá-lo pela inspiração de afabilidade e evangelismo e sob menor exigência científica; simpatizaram com ele de início, pela influência cordial do Evangelho do Cristo, para só depois tornarem exigível a especulação científica.
Por isso é que no Brasil a doutrina codificada por Kardec conseguiu promover maior fusão de amor entre os adeptos espiritistas, pois distinguia-se principalmente pela atitude evangélica na preocupação pelo Bem alheio.
A singeleza da "receita mediúnica", a confiança na "água fluidificada" e a receptividade benfeitora do "passe" conseguiram confraternizar criaturas das mais variadas raças, posições sociais e capacidade intelectiva.
A proverbial despreocupação do povo brasileiro para com os preconceitos de cor, de posições sociais, de diferenças de raças ou hierarquia humana favoreceu muitíssimo o ensejo para a doutrina espírita congraçar temperamentos, gostos e preferências opostas, no sentido de se fazer um só entendimento espiritual.
Graças à intuição, que é uma das grandes características dos povos latinos e muito acentuada no povo brasileiro, devido à influência fundamental de três raças emotivas, a do português, a do negro e a do índio, a crença na reencarnação foi logo aceita sem quaisquer melindres raciais ou de castas sociais.
Entretanto, essa disposição fraterna e favorável, que o Espiritismo encontrou no Brasil, para expor a doutrina da reencarnação, já entre os americanos do norte ou entre os ingleses poderia transformar-se num clima hostil e de reacção ideológica, porquanto, como já disse, muito difícil se lhes tornava acreditarem na possibilidade de o espírito de um lorde encarnar no corpo de um miserável plebeu ou então o branco renascer no organismo negro, tão hostilizado.

Pergunta: - Poderíamos atribuir à precariedade dos olhos de carne as dificuldades e os impedimentos que tanto prejudicam a nossa visão das coisas imponderáveis do mundo espiritual?
Ramatis: - É evidente que, se os olhos de carne são as janelas abertas para o mundo provisório da matéria, os "olhos" do espírito são a instrumentação fiel e definitiva de que a alma se serve para a visão da vida imortal.
Os olhos carnais são órgãos que limitam os sentidos imponderáveis do espírito à percepção dos fenómenos do mundo físico, desenvolvendo-lhe o raciocínio pela contemplação das imagens exteriores, mas evitando-lhe a confusão que resultaria da visão simultânea de ambos os mundos.
Entretanto, depois da desencarnação, a alma tem a oportunidade de comprovar que o espaço livre, chamado céu, sempre tão vazio para os pobres olhos de carne, não passa de outro mundo imensurável, repleto de selvas, oceanos, desertos, campinas e civilizações de todas as estirpes, ultrapassando os mais inconcebíveis e ousados raciocínios dos encarnados.
Modificam-se apenas os processos vibratórios de manifestações da vida cósmica, que ao espírito livre se apresenta, então, interpenetrada por admirável substância quintessenciada e vivíssima, que sustenta as actividades educativas de humanidades maravilhosas e só comparáveis às dos mundos de fadas!
As lendas e as maravilhosas narrativas, que no vosso orbe são frutos da imaginação ardente de ousados poetas e escritores, provam que o espírito do homem não esquece os seres resplandecentes e os cenários paradisíacos prenhes de luzes e cores, da vida imortal!
As almas benfeitoras, cujas vidas terrenas são divinos poemas de renúncia pela felicidade alheia, quando penetram nesses mundos felizes se tornam verdadeiras crianças, dominadas pela mais alta comoção espiritual, ao comprovarem quão real se lhes apresentam os sonhos de ventura, que julgavam fantasiosos, na Terra.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 27, 2021 8:46 am

Pergunta: - Ainda levando em consideração a grande dificuldade com que a memória astral luta para transferir os acontecimentos do mundo imponderável para o cérebro físico, gostaríamos que nos fizésseis compreender melhor os factores que facultam ao homem a lembrança de alguns acontecimentos das suas encarnações anteriores.
Ramatis: - Uma das provas evidentes de que a lembrança das vidas passadas depende essencialmente da memória etéreo-astral, está no fato de que as recordações pretéritas são muito mais claras e identificáveis até que a criança complete a idade de sete anos.
Depois dessa idade, as evocações quase sempre se confundem ou se enfraquecem na consciência física desperta, porque o perispírito, então, se incorpora ou se ajusta mais profundamente ao escafandro de carne.
Até os sete anos de idade, ele se encontra algo deslocado para dentro do mundo invisível, mais para o interior da vida astral, o que facilita ao espírito encarnado ligar-se com mais êxito ao acervo de sua memória etérica pregressa.
Entre muitos encarnados costuma-se dizer que as crianças são "inocentes" até os sete anos de idade, mas, em geral, ignora-se que isso é decorrente do próprio cientificismo espiritual, pois durante essa idade o perispírito ainda não se incorporou completamente ao seu novo corpo de carne.
Então predominam, nela, fortemente, a natureza emotiva e a bagagem instintiva de psiquismo milenário, que produz desejos e emoções descontroladas, que são levados à conta da irresponsabilidade dos actos infantis.
Ao contrário disso, os adultos devem ser responsáveis por seus actos porque, devido à incorporação completa do seu corpo mental, na maioridade física já gozam do senso de autocrítica entre o Bem e o Mal.
E, como o perispírito também se encontra obrigatoriamente ajustado à consciência física, na fase adulta se tornam mais raras as recordações do passado, que mais dificultadas ficam devido à proverbial redução de sensibilidade psíquica do homem escravo das paixões animais e dos vícios degradantes.
Quase sempre os espíritos terrícolas encarnam-se à semelhança do pássaro que tomba desamparado no lodo; encarceram-se completamente na carapaça carnal e depositam toda sua fé e confiança no culto exagerado dos fenómenos físicos.
Elegem a matéria como seu verdadeiro e exclusivo mundículo, deixando-se dirigir com docilidade pela frieza intelectiva dos raciocínios escravos da fenomenologia dos cinco sentidos.
Durante a vida física, a memória integral do espírito, acumulada na jornada milenária do passado, fica amortecida pelas vibrações mais grosseiras do cérebro carnal.
E, como a tendência da alma encarnada é quase sempre a de se escravizar ao jugo das paixões, vícios, desregramentos mentais e emotivos, próprios do mundo terreno, o homem se torna um pobre autómato a serviço humilhante do instinto animal, abdicando imprudentemente do livre exercício do seu glorioso mandato espiritual.
A dor acerba e o sofrimento demorado é que, então, servem de recursos de última hora para salvá-lo do guante das paixões, que o amordaçam vida por vida, na matéria.

Pergunta: - Acreditamos que a assistência do Alto muito deverá ajudar no mais breve entendimento da imortalidade àqueles que se devotam às práticas e aos exercícios espirituais; não é assim?
Ramatis: - As igrejas católicas, os templos protestantes, adventistas, budistas, muçulmanos ou as sinagogas hebraicas; os centros espíritas, instituições esotéricas e tendas umbandistas, vivem todos repletos de criaturas ainda tão escravizadas à liturgia e à adoração inútil das formas terrenas que, em lugar de tentarem o seu despertamento mental para a verdadeira vida do espírito eterno, transformam suas crenças habituais numa dose de ópio com que procuram esquecer suas complicações e tricas cotidianas, ou então na solução precária dos seus caprichos e interesses.
Em geral, no seio dos sistemas religiosos ou das doutrinas espiritualistas, movem-se grupos de criaturas transformadas em "pedintes", exclusivamente interessadas em obter do céu a solução de problemas corriqueiros da vida física, e que raramente se preocupam com os deveres principais da própria alma, que é a grande esquecida de todos os tempos!
Desinteressam-se de activar suas forças psíquicas e treinar a alma para a postura evangélica superior, que são fundamentos essenciais para a manifestação do anjo venturoso.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 27, 2021 8:47 am

Quando o véu da morte se estende sobre tais criaturas, que fazem de suas crenças um motivo de mendicância religiosa e se atrofiam na parasitose deliberada, então ingressam no Além quase que de mãos estendidas, constituindo-se em pesada carga viciada pela ociosidade espiritual, que ainda vai onerar os labores sacrificiais dos desencarnados benfeitores.
Há demasiado desinteresse entre quase todos os encarnados em conhecerem as suas próprias necessidades íntimas, pois atravessam a vida física em doida fuga do mais débil sofrimento c de qualquer vicissitude material, em lugar de recebê-los como lições valiosas, que renovam e rectificam o espírito, a fim de que se possa libertar definitivamente do melancólico ciclo das reencarnações planetárias.
Embora a vida física seja o processo natural de evolução e desenvolvimento da consciência espiritual, o terrícola prefere escravizar-se completamente à rotina monótona de beber, mastigar, vestir-se, dormir e procriar, qual autómato hipnotizado ao culto exagerado das formas transitórias da vida física.

Pergunta: - Quais seriam as condições de vida que nos poderiam auxiliar para o melhor êxito na evocação de nossas existências passadas?
Ramatis: - É evidente que mesmo o mais treinado espiritualista terá pouco êxito na evocação do seu passado encarnatório se a sua memória ainda for tão falha que mal consiga recordar-se do almoço ingerido no dia anterior.
Estabelecida a premissa de que a criatura é fruto sempre de suas próprias obras, só o desenvolvimento de suas forças mentais, a emancipação de sua vontade e o serviço evangélico sem condições é que podem oferecer as melhores probabilidades para a recordação do pretérito.
O despertamento da memória etéreo-astral pregressa, quando o espírito ainda se encontra submerso na carne, requer muitos sacrifícios íntimos e exige muitas renovações espirituais, coisa para com a qual a maioria dos homens atuais não sente simpatia nem tem qualquer disposição heróica.
Conforme vos fizemos ver em outra obra, a própria nutrição carnívora, que os terrícolas efectuam com os detestáveis repastos de carne do animal sacrificado, sobrecarrega o perispírito com a carga danosa das gorduras astrais.
Isso não só obscurece a nitidez da memória etérica, como ainda a impede de repercutir favoravelmente sobre a massa cinzenta do cérebro carnal.
Ademais, também não devem esperar muito sucesso na evocação do seu passado reencarnatório aqueles que, além de viverem saturados de substâncias albuminóides e ureicas das vísceras animais, ainda se enfartam de bebidas alcoólicas ou se intoxicam com a nicotina do cigarro ou com alcalóides perigosos, ou os que embotam a sua sensibilidade psíquica pelo uso excessivo de barbitúricos e anestésicos, usados à larga a fim de fugirem da mais diminuta advertência de sofrimento.
Em geral, a criatura terrena pratica incessante agressão à delicadeza das suas fibras nervosas, pois habitua-se a cultivar justamente o que é pernicioso à subtileza vibratória do seu perispírito.
Mesmo o valioso sistema de "chacras etéricos", que é o intermediário entre as relações mais importantes do perispírito e do corpo físico, mal consegue manter o seu movimento vibratório e a sua luz mortiça, em face do fustigamento contínuo que recebe das paixões animais.
Consequentemente, avolumam-se as dificuldades para o espírito recordar o seu passado, assim como não seria possível a clareza do dia se revelar num espelho coberto de pó, ou então a luz do luar reflectir-se num lago de lama revolvida.

Pergunta: - Mas temos tido notícias de alguns seres, que aliás não gozavam de boa reputação espiritual e que, no entanto, manifestaram faculdades extraordinárias, pois alguns deles puderam até identificar vidas passadas de outras criaturas.
Em sentido oposto, outras criaturas boníssimas mal conseguem recordar dos seus próprios sonhos!...
Que nos dizeis a esse respeito?
Ramatis: - Não opomos dúvida ao fato de que Francisco de Assis, por exemplo, revelava poderosas faculdades em sua vida sacrificial; a sua alma límpida reflectia até a consciência de Jesus, enquanto o diabólico Rasputin, embora fosse um ser tenebroso, também gozava de poderes ocultos que abalaram uma nação e contribuíram para o extermínio cármico da aristocracia russa.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 27, 2021 8:47 am

Mas é evidente que, se o poverello de Assis era emissário da angelitude, Rasputin era apenas mensageiro das trevas, pois materializava na Terra a vontade e o poder satânico para objectivos perniciosos.
Uma vez que na Terra ainda predomina o tipo de espíritos inferiores encarnados, é óbvio que se trata de um planeta onde o mal predomina sobre o bem.
Em consequência, sempre logram maior sucesso as realizações que se afinam à natureza agressiva e grosseira, própria do plano material, assim como os arbustos inúteis ou venenosos vingam melhor no clima deletério das zonas pantanosas, enquanto que as ervas balsâmicas e as flores odorantes enfrentam maiores dificuldades para sobreviver mesmo no solo adubado.
Mas o certo é que, de acordo com essas mesmas disposições provindas das leis superiores da natureza, também o arbusto tóxico, que prolifera fartamente no lodo, morre com mais facilidade no clima elevado dos Alpes.
Inúmeros magos do passado, que desenvolveram suas forças e faculdades ocultas sob tenazes exercícios de penetração no mundo astral inferior, têm o direito de usufruir do fruto de suas realizações penosas, mesmo quando sejam malignos os seus objectivos. Embora, no futuro, devam ser responsáveis por todos os desatinos e prejuízos que praticaram pela subversão das energias perigosas, é evidente que sempre se trata de uma conquista pessoal, malgrado a cultivem sob o comando diabólico.
Trata-se de almas tenazes e egocêntricas, que atuam com vigor no subterrâneo das paixões perigosas e visam obter a glória e o poder, que idolatram no mundo material.
Mas, de acordo com a lei de que "a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória", elas terão que pagar até o último ceitil o resultado de todos os sofrimentos e torpezas que semearam na crosta terráquea.
Não os favorecerão os poderes efémeros que movimentaram na transitoriedade da carne, pois no Além-Túmulo não poderão fugir dos efeitos torturantes que são próprios das forças satânicas, que operam como perigosa espada de dois gumes.
Conforme vos ensinam as obras de Ocultismo, através do desenvolvimento disciplinado dos "chacras etéricos", em sincronia com o despertamento do fogo kundalíneo, que serpenteia pela medula perispiritual, podem se manifestar poderes extraterrenos nas almas perseverantes e tenazes.
No entanto, qualquer descontrole mental ou emotivo, pernicioso, pode levá-las a produzirem danos e calamidades alheias quando, por lei sideral, as mesmas forças desencadeadas pela dinâmica do desejo ou do pensamento imprudente se voltam, depois, terrivelmente, contra os seus próprios agentes desarvorados.
A hipersensibilização do perispírito, através da técnica ocultista, pode muito bem favorecer a focalização de alguns quadros das vidas pregressas, sem que por isso se comprove a existência de atributos angélicos na criatura interessada.
É bem possível que, de posse de tais poderes extemporâneos, em vez do júbilo próprio do reino de Cristo, o homem ainda venha a provocar maior exaltação de sua personalidade humana, glorificando-se apenas pelo uso dessas energias agressivas do psiquismo inferior.
Qualquer homem pode exercitar-se no uso desses poderes excepcionais, pois que para isso existem técnicas e roteiros esotéricos eficientes, que dependem mais da tenacidade e da vontade disciplinada dos interessados, do que mesmo da sua purificação espiritual, que é muito mais dificultosa porque, de início, exige a renúncia completa como condição primordial do êxito.
Quanto, porém, aos objectivos com que forem aplicados tais poderes, isso já é problema de foro íntimo e de responsabilidade pessoal no curso da colheita cármica.

Pergunta: - Por que motivo temos às vezes uma vaga ideia de que estamos recordando fragmentos de outras vidas passadas e, depois, quando envidamos ingentes esforços de memorização pregressa, não conseguimos alcançar o mesmo êxito?
Ramatis: - As lembranças das encarnações passadas podem afluir espontaneamente nas criaturas, variando conforme o grau de seu temperamento e da sua bagagem psíquica já adquirida.
Em certos casos, a elevada sensibilidade espiritual de alguns seres faculta-lhes a possibilidade de "sentirem" os principais acontecimentos que se hão sucedido em vidas anteriores; em outros - em virtude de possuírem um cérebro carnal de natureza muito perceptível e constituído por ascendentes biológicos rigorosamente sadios - as vibrações da memória astral repercutem-lhes com mais profundidade, permitindo-lhes que, ainda encarnados, possam auscultar algo dos acontecimentos definitivos arquivados no seu cérebro perispiritual.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 27, 2021 8:47 am

Há casos, também, em que o exercício esotérico, a leitura espiritualista ou a convivência sistemática em ambientes iniciáticos fazem emergir algumas lembranças pregressas, que mais se revigoram durante o despertamento parcial do perispírito.
Mas, em geral, as reminiscências das vidas anteriores se manifestam gradativamente e através de espontâneas associações de ideias, quando então certos acontecimentos da actual existência se afinam com alguns fatos semelhantes, já vividos no pretérito.
Em tais momentos, as criaturas são dominadas por estranhas emoções e por efeitos misteriosos, que elas desconhecem em sua origem, mas "sentem" como exactos e vividos alhures.
Essas súbitas associações de ideias, que clareiam e sensibilizam bastante as ligações complexas entre o cérebro astral e o físico, podem suceder através da visão, da audição ou do olfacto comuns, pois enquanto os sentidos físicos são fortemente atuados por quaisquer circunstâncias associativas do passado, o espírito fica num estado de profunda auscultação íntima, ansioso por identificar o fenómeno que reconhece verídico no seu subconsciente.
Assim é que, para certas criaturas, os sons vigorosos e sonoros do bater dos sinos, nos templos religiosos, podem associá-las inesperadamente a quaisquer acontecimentos importantes que já viveram noutras existências físicas e que se ligam a igrejas, catedrais, templos ou festividades religiosas, que tanto podem ter ocorrido em Roma, Paris, Budapeste ou Madrid!
Doutra feita, os gritos, o vozeiro e as imagens das multidões desordenadas acordam então na memória astral cenas idênticas, que se associam as lembranças subjectivas de movimentos belicosos, rebeldias, chacinas ou revoluções em que também tomaram parte em outras encarnações.
a mesma forma, o perfume de determinadas flores, ou de algumas ervas odorantes e originais de países onde o espírito já viveu alguma existência mais impressionante, no pretérito, podem associar-lhe outros quadros importantes, embora não consiga defini-los com perfeita nitidez.
O sândalo da Índia, as margaridas do Egipto, as flores de cerejeira do Japão, os cravos da Espanha ou o almíscar da Ásia podem transformar-se em súbitos élans, associando a mente encarnada às paisagens ou às lembranças de acontecimentos vividos outrora.
Em alguns casos, as cúpulas de edifícios exóticos, as paisagens estranhas, os filmes históricos, as músicas, canções, os vestuários ou os costumes pitorescos de outros povos atiçam reminiscências misteriosas na alma desprevenida, despertando-lhe a memória astral e super-activando a imaginação sensível.
Quantas vezes encontrais criaturas que vos acordam lembranças ou reflexões estranhas, sem que possais descobrir os verdadeiros motivos que vos induzem a reconhecer, detrás daqueles corpos diferentes, alguém que já amastes ou que então odiastes alhures!
Há casos em que o homem maltrapilho, feio e rude, que encontrais pela primeira vez, consegue despertar-vos a simpatia que outro mais comunicativo e afidalgado não logra obter de vossa afeição!
Sem dúvida, no primeiro caso é possível que estejais defrontando com o espírito amigo do querido progenitor ou filho do passado, enquanto que, no segundo, reconheceis no subjectivismo de vossa alma o adversário ou algoz que vos causou dolorosas atribulações e desesperos em vidas sucedidas anteriormente!
Isto posto, se evidencia que fica favorecida a sensibilidade psíquica para as evocações reencarnatórias quando, através de associações de imagens, sons, perfumes ou fatos semelhantes, activa-se a imaginação pela inesperada repercussão vibratória da memória astral do passado sobre a letargia do cérebro carnal.

Pergunta: - Alguns líderes espiritualistas nos têm dito que é desaconselhável a preocupação de pretendermos conhecer o nosso passado reencarnatório, pois isso é de pouca valia para o espírito encarnado; que nos devemos importar unicamente com a vida presente e o porvir, em lugar de nos entregarmos a essas cogitações pregressas, que só nos roubam precioso tempo.
Que dizeis?
Ramatis: - Evidentemente, se hoje fôsseis um zelador de sanitários, que utilidade prática vos traria o fato de saberdes que já fostes requintado fidalgo no reinado de Luís XV?
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 27, 2021 8:48 am

Nem há muita necessidade de que evoqueis o passado para saberdes o que já tendes sido alhures, porquanto o fato de serdes actualmente um zelador escravizado às tarefas anti-higiénicas bem poderia demonstrar-vos, com suficiência, que no pretérito houve de vossa parte abuso de poder ou demasiada exaltação pessoal.
Desde que a Lei determina que a colheita deva ser de conformidade com as próprias obras, compreende-se que os efeitos da vida presente devem servir de base para se poder avaliar a plantação feita na existência pretérita.
Em geral, na evocação do passado reencarnatório, as criaturas só se empolgam pela probabilidade de saber se foram marqueses, condessas, faraós, reis ou imperadores, mas esquecem-se de que tais títulos, que representam tanto valor no mundo material, são de nenhum valor nas esferas da espiritualidade superior, onde a lei sideral determina que "os humildes serão exaltados e os que se exaltarem serão humilhados".
Uma vez que no mundo dos espíritos só prevalecem os bens que a alma consolida em sua intimidade espiritual, é de somenos importância o tipo de vestuário de carne que ela enverga em cada existência humana porquanto, fora dessa sua realização interior, o resto é apenas "pó que retoma ao pó".
Quando após a desencarnação a alma é obrigada a reconhecer que só as virtudes diplomam para as regiões paradisíacas, arrepende-se de não haver preferido mil vezes o vestuário de estame, a pobreza e a glória espiritual de um Francisco de Assis, às jóias, sedas e veludos que cobrem os corpos dos que passam pelo mundo escravizados à animalidade inferior.
Entretanto, como a vaidade e o amor-próprio são os sentimentos mais resistentes para serem dominados pelas almas, no aprendizado do mundo terreno, algumas criaturas sentem-se mais felizes no Astral por terem sido desabusados aristocratas ou famosos aventureiros sem escrúpulos, no passado, em vez de pobre criatura, mas dotada de qualidades cristãs.
Quanto a ser aconselhável ou desaconselhável o propósito de se conhecerem as vidas anteriores, não vos esqueçais de que isso é questão de foro íntimo e não de regra sideral.
Futuramente tereis que conhecer todo o vosso passado, a fim de poderdes programar com êxito as vossas rectificações cármicas, em conformidade com as exigências da mais breve ventura sideral.
Embora o conhecimento extemporâneo das encarnações pregressas não contribua praticamente para modificar a vossa existência actual, é evidente que a realidade espiritual de vossa alma abrange desde o primeiro fulgor racional, que deu início à vossa consciência, até o momento em que viveis.
Quando o espírito lograr alcançar o conhecimento completo de si mesmo, para a integração consciente no seio do Criador, é fora de dúvida que, então, terá de vislumbrar todo o seu passado espiritual, vivido tanto no mundo físico como no astral, a fim de focalizar com êxito toda a memória de "ser" e "existir" no tempo e no espaço.
Embora vos digam ser inutilidade o conhecimento das encarnações anteriores, assim como para alguém poderia parecer inutilidade a empreitada de escreverdes a história da vossa vida actual desde o berço físico, o certo é que, quanto melhor conhecerdes o vosso passado, tanto melhor identificareis a natureza exacta do vosso próprio carácter espiritual.
Obviamente, com isso ser-vos-á mais fácil programar as futuras existências rectificadoras, pois a visão panorâmica espiritual dos vossos sentimentos e objectivos vividos anteriormente é que justamente vos ajudará a extinguir os interstícios vulneráveis às paixões e aos vícios.
Conhecendo então a razão e a intensidade dos "desejos", que são os responsáveis pela necessidade das encarnações físicas, também ser-vos-á mais fácil empreender a libertação dos ciclos reencarnatórios.
A recordação espiritual das vidas passadas desperta lentamente na intimidade da criatura e se torna tão nítida e extensa quanto seja a capacidade psicológica de sua própria suportação interior.
Mas nem todas as almas se encontram em condições favoráveis para conhecer toda a trama diabólica de suas vidas pregressas, principalmente se ainda fazem lisonjeiro julgamento de si mesmas e se consideram portadoras das mais excelsas virtudes.
Sendo assim, seria muitíssimo doloroso e decepcionante, para um homem que se julgasse um carácter ilibado e impoluto, vir a comprovar que na existência anterior fora um refinado larápio ou um cidadão desonesto; assim como a mulher que actualmente se envaidece da sua condição afidalgada ou de sua respeitosa situação matrimonial vir a descobrir que no passado dirigia infecto prostíbulo!
É por isso que muito se justificam a severidade e a lógica da advertência evangélica do Sublime Jesus quando, em razão dos nossos próprios pecados, Ele nos aconselhou sabiamente:
"Não julgueis, para não serdes julgados."
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 27, 2021 8:48 am

CAPÍTULO 17 - Os estigmas do pecado no corpo físico e no perispírito
Pergunta: — Temos lido afirmação de que, devido à sua persistente actuação, a força mental produzida pelo pensamento desregrado causa modificações tão profundas na fisionomia de certos desencarnados, que alguns chegam a apresentar verdadeiros estigmas animais.
Podeis nos dizer alguma coisa a respeito desse assunto?
RAMATIS: — Realmente, há modificações que se processam no perispírito de certos desencarnados, dando-lhes aspectos exóticos ou repulsivos, em que, muitas vezes, reproduzem as feições de conhecidos animais.
Mas é certo que também os encarnados podem revelar em sua fisionomia os mais variados estigmas resultantes das vicissitudes morais, ou então dos vícios aviltantes.
A face da criatura humana assemelha-se à tela cinematográfica reflectindo as sensações do filme; ali plasmam-se tanto os estados de ventura, bondade e optimismo, como se reflectem as subversões íntimas e insistentes do ódio, da cupidez, da astúcia ou da avareza.
O semblante humano retrata prontamente as investidas emotivas da alma, assim como registra os seus mínimos pensamentos.
Quantas vezes não tendes notado que os rostos das criaturas escravizadas ao vício e às paixões aviltantes são parecidos à fisionomia de certas aves e animais!
O avarento, por exemplo, não é representado pela figura do
abutre, com o seu nariz adunco e os olhos com o brilho da rapina?
O homem lerdo e inexpressivo não o comparam ao boi, o astuto à raposa, o cruel à hiena, o voraz ao lobo e o luxurioso à figura do caprino?
Imaginai, pois, o que acontece quando o potencial vigoroso da força mental pode agir directamente sobre a estrutura astral do perispírito desencarnado que, por ser dotado de incrível qualidade plástica, modifica-se rapidamente na sua configuração fisionómica!
Raros homens conhecem o assombroso efeito do pensamento sobre a ideoplastia do perispírito, que é na verdade o mais admirável prolongamento da mente do mundo astral.
Não nos referimos ao perispírito como sendo apenas um organismo singelo e semelhante a uma veste vaporosa, como ainda o crêem muitos espiritualistas, mas sim como a um avançado conjunto colectivo composto de todos os veículos de que o espírito necessita para actuar e se relacionar com os diversos planos da vida imortal, como sejam o etérico, o astral, o mental concreto, o mental abstracto, etc.
Sabemos que a sua real estrutura só agora está sendo conhecida entre os espíritas estudiosos, pois só era familiar aos teosofistas, esoteristas, rosa-cruzes, iogues, hermetistas e iniciados, que já conheciam a sua avançada fisiologia "etéreo-astral", através dos ensinos hermetistas e védicos.
É o mais complexo aparelhamento jamais imaginado por um fisiologista ou anatomista humano, e o seu completo conhecimento no mundo físico ainda poderá exigir alguns milénios de estudos bem aplicados.
A sua cor, densidade, temperatura magnética, luminosidade e odor astral são resultantes de processos metabólicos tão complexos e subtis, que ainda escapam inteiramente à compreensão do actual homem encarnado.
São fenómenos de grande sensibilidade, que atendem e reagem rapidamente sob o mais ténue pensamento e emoção produzidos pela alma, como também se modificam e se elevam pela influência da luz original do espírito, que pode afluir do seu interior.
O perispírito é o revelador de todas as acções ocorridas na intimidade da vida espiritual, e a mente, então, significa o seu aparelho cinematográfico que projecta aquilo que a alma pensa ou deseja.
Em consequência, ele também reproduz, em suas funções e aspectos, o "cunho permanente", ou carácter definitivo que a alma já imprimiu na formação de sua consciência individual através dos milénios.
É uma organização básica que, exteriormente, pode ser analisada pela sua cor, magnetismo, luminosidade, temperatura e odor, como elementos identificadores do temperamento psíquico do ser imortal.
E, como é o fundamento identificador do tipo de cada alma, também costuma apresentar outras características de cores, com novos reflexos de luminosidade e diferenças magnéticas de temperatura e odor. Isso é conhecido no mundo astral como os "sinais acidentais" que resultam dos vários tipos de emoções e pensamentos produzidos pelo espírito, mas que não modificam o seu carácter fundamental, já exposto na aura perispiritual.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 27, 2021 8:48 am

Pergunta: — Antes de prosseguirdes no assunto, poderíeis nos explicar com mais clareza o que sejam esse "cunho permanente" e "sinais acidentais", que resultam dos pensamentos e das emoções definitivas ou provisórias sobre a contextura do perispírito?
RAMATIS: — Quando alguma obra humana se impõe definitivamente por alguma expressão particular ou por um aspecto artístico, literário ou oratório "sui generis", considera-se isso como um estilo, marca ou cunho permanente que distingue o modo inimitável de se expressar do autor da manifestação exterior.
Diz-se, no vosso mundo, que o estilo é a maneira privativa que cada um tem de exprimir o seu pensamento pela escrita ou pela palavra, pois pelo estilo da escrita se conhece o escritor e pelo estilo da palavra o orador.
O estilo, pois, é a expressão, a arte da forma, que torna sensíveis as ideias e os sentimentos, através de um meio particular de exprimirmos os nossos pensamentos.
Ele abrange a ideia e a fortuna; expõe ao mundo exterior o conteúdo particular da alma.
Do mesmo modo, através das características exteriores do perispírito, que constituem o seu "cunho permanente", sintetizado nas convenções sidéreas de cor, magnetismo, odor e luminosidade, também é possível conhecer-se o tipo de alma ali presente.
Esse "cunho permanente", da alma, distingue-lhe a virtude fundamental, a sua máxima qualidade já conseguida no ritmo de vida sideral ou, então, marca a sua paixão aviltante milenária, da qual ainda não pôde se libertar.
E verdade que, na maneira peculiar de o homem se expressar, seja na poesia, na literatura ou na oratória, ele também se vale de outras expressões acidentais, ou de outros recursos e figuras provisórias, que não fazem parte definitivamente do seu estilo consagrado, e que não expressam a sua exacta individualidade já construída no tempo.

PERGUNTA: — Qual um exemplo elucidativo desse caso?
RAMATIS: — Certos escritores de estilo veemente e de um realismo desassombrado, podem algumas vezes apresentar certas variações de estilo em suas obras, introduzindo nelas alguns toques de ternura, romantismo ou poesia, sem que isso prove que eles são efectivamente sentimentalistas ou românticos.
Trata-se apenas de variações acidentais ou recursos provisórios que não afectam o "cunho permanente" do seu estilo já consagrado pelo tempo.
Examinando o perispírito de cada alma, cuja consciência vem se elaborando na noite dos tempos, os mestres espirituais conhecem a sua virtude ou o seu pecado milenário fundamental, bastando-lhes verificar o "cunho permanente" que se forma na aura perispirítica, cujo diagnóstico dependerá do tom da cor e intensidade de luz, natureza da temperatura e tipo de magnetismo odorante, isto é, repulsivo, balsâmico ou irritante.
Examinando outros fragmentos de cores, reflexos luminosos e variações magnéticas de menor importância, conseguem eles também esquadrinhar as demais variações mentais e emotivas, que se produzem acidentalmente na aura do examinando, como produto de sentimentos ou ansiedades transitórias, que ainda não conseguiram causar modificações no carácter espiritual.

PERGUNTA: — Quereis dizer que o "cunho permanente" ou o "carácter fundamental" de cada alma pode permanecer sem modificação até durante séculos, quiçá milénios?
Não seria isso um improdutivo estacionamento da alma por se ver cerceada pelo seu próprio psiquismo?
RAMATIS: — Realmente, a Lei é esta: a alma não retrograda, mas sim evolui ou estaciona.
Mesmo durante essa fase que vos parece de improdutivo estacionamento, as forças propulsoras não se extinguem no seio da alma, mas se represam em salutar concentração, lembrando o repouso da natureza quando, durante o Inverno, aquieta as suas energias para depois incentivá-las vigorosamente na Primavera.
O que vos causa dúvida provém de situardes a sequência da vida imortal do espírito sob a marcação prosaica do calendário humano.
Embora, para o entendimento humano, os milénios pareçam algo impressionantes no conceito de tempo e espaço, eles ainda pesam muito pouco no desenvolvimento formativo das consciências individuais, que são lançadas virginalmente na corrente da evolução espiritual.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 27, 2021 8:48 am

Esse cunho permanente ou carácter fundamental, que é a própria marca psíquica da alma, ainda pode conservar-se por muito tempo sem sofrer mudanças radicais porquanto, à medida que o espírito opera vagarosamente, para extirpar uma paixão milenária e já perniciosa à sua consciência evoluída, outro sentimento sorrateiro tenta emergir e deitar corpo para também exercer o seu mandato ditatorial, embora seja por curto prazo.
Daí, pois, o motivo porque muitos espíritos, em sucessivas encarnações, ainda revivem fortemente a característica fundamental, virtuosa ou aviltante que os dominou na existência anterior.
Quando puderdes examinar a história da Terra sob a visão espiritual desencarnada, podereis comprovar que, devido à acção desse “cunho permanente" em alguns espíritos de projecção mais vasta, eles deixaram na Terra novos rastros luminosos ou sombras denegridas, como cópias-carbono de sua maior virtude ou de seu maior pecado cometido nas vidas anteriores.

PERGUNTA: — Não vos seria possível dar-nos alguns exemplos desse fato?
RAMATIS: — Alexandre Magno — por exemplo — cuja índole psíquica era a belicosidade, os sonhos de conquistas materiais, ao reencarnar no vosso orbe viveu novamente nas figuras invasoras de César e Napoleão; Samuel, o profeta puro, voltou como João Evangelista, o discípulo amado de Jesus, e depois ainda mais uma vez se consagrou como Francisco de Assis; Elias, o puritano e genioso profeta que exterminou os sacerdotes de Baal, reviveu na irascibilidade de João Batista, degolado a pedido de Salomé; Isaías, o consagrado profeta de ampla visão bíblica, encarnou-se na França como o famoso Nostradamus, cujas profecias muito se assemelham às daquele; Einstein, dando o roteiro da bomba atómica, revela a sua anterior encarnação como Demócrito, o fundador da atomística, estudioso da física e da matemática; José Bonifácio, político, escritor e juris-consulto brasileiro, principal figura da Independência do Brasil, renasceu como Rui Barbosa, repetindo a profissão, a índole política e se tornando, também, um paladino contra a monarquia, a favor da República; Amenófis, inteligente e sensato médico da época de Ramsés II, volta noutra encarnação corno João Huss, divulgando ideias corajosas e revolucionárias e, depois, regressa como Allan Kardec, o "bom-senso" encarnado e responsável pela codificação gloriosa do Espiritismo; Anchieta, o grande amigo dos silvícolas e da caridade, toma outra vez o vestuário de carne, vivendo a figura de Frei Fabiano de Cristo, o venerado capuchinho da tradição cristã; Iron, o grande cacique inça, descobridor das florestas da Colômbia, retorna à Terra e, na figura de Cristóvão Colombo, cruza o oceano e descobre as próprias terras que lhe pertenceram no passado, sendo ainda reconhecido e saudado em espírito pelos seus velhos amigos da existência anterior e novamente encarnados; Átila, pela segunda vez percorre a História, erguendo pirâmides de cabeças, na figura do feroz Gengis Khan; Antúlio organiza a mensagem de trabalho e a rota amorosa para a Atlântida, para milénios depois descer ao vosso orbe e iluminá-lo novamente, na figura do sublime Jesus de Nazaré.
Fica evidenciado, portanto, que, embora se dobrem os séculos e até os milénios, os espíritos ainda conservam por longo tempo a sua característica fundamental amorosa ou odiosa, benfeitora ou delituosa, revivendo em novas personalidades terrenas as mesmas virtudes ou as mesmas paixões perigosas, sem truncar a sua "linha psicológica" reencarnatória.

PERGUNTA: — E como se pode identificar o "cunho permanente" que, no perispírito, represente o carácter fundamental da alma, ou seja a sua maior virtude ou seu maior pecado?
Há, porventura, algum código ou regras que facilitem essa identificação?
RAMATIS: — Há certos fenómenos peculiares ao perispírito que nos permitem identificar o “cunho permanente” da alma, através da cor, temperatura, odor e magnetismo que formam a sua aura, clarificada pela luz interior ou então submersa em sombras.
Há perfeita relação entre todos os fenómenos do perispírito e as manifestações da alma, principalmente quanto às suas emoções e pensamentos, os quais se sintonizam com as cores áuricas.
Em virtude de serem as cores padrões vibratórios que, ao se modificarem em sua frequência interior, também mudam no seu aspecto exterior, todos os matizes coloridos da aura perispiritual alteram-se ante a mais subtil vibração mental.
As emoções e os pensamentos angélicos são de alto teor vibratório, por cujo motivo produzem cores claras e formosas, em admirável simpatia com a natureza dessas manifestações elevadas da alma.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 27, 2021 8:48 am

É por isso que a tradição do vosso mundo diz que certas cores de matizes belos e munificentes identificam sentimentos do mais alto padrão espiritual; o rosa-claro exprime o amor puro; o verde-seda indica a esperança e a poesia da natureza, enquanto o branco lirial simboliza a pureza da alma.
Em sentido oposto, o preto significa as trevas ou a negatividade de qualquer sentimento benfeitor, enquanto o vermelho chamejante representa a cólera, o espírito de guerra ou o sangue!
Eis porque, de conformidade com a virtude ou estado pecaminoso que a alma desenvolve mais rigorosamente e passe a dominar a sua individualidade no tempo, também se firma um tipo de cor permanente na aura do seu perispírito, capaz de permitir identificar no astral a sua característica espiritual predominante.
E as cores principais apresentadas pelo perispírito realmente correspondem às próprias interpretações que a sabedoria humana lhes atribui no mundo da carne, como explicado há pouco.

PERGUNTA: — Rogamos-vos mais alguns esclarecimentos sobre essa característica da cor, que no perispírito pode identificar o "cunho" ou a "característica permanente" da alma.
Podeis atender-nos?
RAMATIS: — A alma que durante muitas encarnações na matéria sempre se deixou dominar particularmente pela cólera ou a irascibilidade, tem como predominante no perispírito a cor vermelha, chamejante, que também se combina cromosoficamente com o pecado da ira.
Essa cor vermelha, que só se modificará quando a alma mudar para melhor, representa então a característica ou seja o "cunho permanente", no perispírito, reconhecido pelos espíritos servidores do Bem.
Entretanto, outra entidade que já seja portadora de credenciais angélicas, cujas reencarnações terrenas tenham sido de serviço e de amor ao próximo, terá o seu perispírito aureolado de um rosa translúcido e de formoso matiz, a indicar que o "cunho permanente" dessa alma é o amor ou a ternura espiritual.

PERGUNTA: — E quais são as variantes da cor fundamental do perispírito?
RAMATIS: — A alma — por exemplo — cuja característica fundamental é a cólera, motivo porque o fundo permanente de sua aura é o escarlate, toda vez que se deixar enlevar por algum pensamento de ternura e afecto para com seus semelhantes, mostrará na aura as nuanças da cor rosa escuro ou claro, conforme a razão, o interesse, ou o altruísmo desse sentimento.
Sob a mesma lei de correspondência vibratória, se o espírito fundamentalmente amoroso se deixar dominar por pensamentos acidentais de cólera, sobre a sua aura rosa-puro manifestar-se-ão matizes da cor escarlate, formando manchas tão extensas quanto seja a intensidade da cólera.
Estes são os sinais "acidentais" que vos temos enunciado, e que formam subitamente manchas, nódoas, pontos, faíscas, relâmpagos, figuras ou rendilhados coloridos sobre a cor fundamental do perispírito.
Além desse processo identificador dos sentimentos, através das cores da aura humana, podemos conhecer o sentimento das criaturas através de outros fenómenos bastante correlates e naturais do perispírito, tais como a sua temperatura, magnetismo e odor.
Estes fenómenos são de manifestações atraentes e de estranha beleza quando observados nas almas excelsas, mas se tornam repugnantes e insuportáveis no perispírito das almas desregradas e em extrema delinquência espiritual.
Mas ainda insistimos em repetir que a luz é o factor de maior importância na manifestação de todos esses fenómenos do perispírito, como a guardiã fiel da identidade divina do ser e provinda do interior da própria alma emanada do Todo.
É elemento original da fonte interior da vida cósmica, e que em angélica projecção ilumina todo o organismo perispiritual da alma benfeitora, destacando-lhe toda a beleza da cor, a suavidade da temperatura, a delicadeza do magnetismo e a fragrância balsâmica do perfume; mas, quando reflui para o recesso de si mesma, ante a rebeldia, a malignidade ou o aviltamento, as sombras envolvem o delicado tecido eterizado da alma e degradam todas as expressões de sua vida astral.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 28, 2021 9:45 am

PERGUNTA: — Então podemos concluir que essas características das cores, temperamentos, odores e magnetismo no perispírito, que se modificam sob a acção do pensamento e do sentimento da alma, são os elementos que servem para identificar a natureza evolutiva dos espíritos desencarnados; não é assim?
RAMATIS: — A comprovação de que a natureza evolutiva do espírito se revela nos fenómenos exteriores que identificam suas virtudes ou pecados é tão velha quanto a própria alma humana!
A história e a lenda do vosso orbe sempre descreveram os santos e os anjos no seio de massas luminosas e cores celestiais, e os demónios envoltos pelo fogo, de aspectos sujos, grotescos e exalando o mau cheiro do enxofre, o que quer dizer que vós mesmos sabeis que a manifestação exterior da alma está em perfeito acordo com a sua qualidade interior.
Cada perispírito possui o seu odor, magnetismo, cor e temperatura, que constituem o fundo permanente da aura perispiritual e revelam o tom definitivo ou o sinal identificador do grau de evolução da entidade espiritual.
É um verdadeiro livro completamente aberto, e exposto sem subterfúgios à visão dos mentores siderais; não há nele possibilidade de qualquer artificialismo ou esconderijo para se ocultarem as mazelas da alma.
Enquanto as almas daninhas se atritam incessantemente, no conflito de suas próprias manifestações torpes, as benfeitoras ainda mais se estimam e se conjugam na extirpação de seus defeitos, reconhecendo que a vida angélica é um estado de pureza interior.
A configuração do perispírito e os fenómenos que com ele sucedem representam a síntese moral da própria alma, revelada para o exterior.
Assim como na Terra argutos e hábeis quirólogos conseguem avaliar a estrutura psicológica e o carácter de certas pessoas, apenas porque lhes examinam a contextura e aparência das mãos, no Além a ciência transcendental de leitura do perispírito também permite identificar com facilidade a natureza psíquica dos espíritos em aprendizado primário.

PERGUNTA: — Rogamos escusas pelas nossas dúvidas, mas sentimos algum embaraço em compreender que no Espaço se possa avaliar o grau espiritual de algumas entidades apenas examinando-se a sua temperatura, magnetismo ou o odor do perispírito. Não vos seria difícil explicar melhor o assunto?
RAMATIS: — Os médiuns eficientemente desenvolvidos podem vos informar como variam as sensações psíquicas provocadas sobre eles pelas diferentes naturezas dos espíritos comunicantes que, em extensa gama vibratória, atuam com fluidos que vão desde a impressão de extrema gelidez até o calor sufocante, quando se trata de infelizes delinquentes, e suaves e balsamizantes, quando se manifestam entidades amorosas.
Os dois extremos se contrastam fortemente; de um lado, os desencarnados se sobrecarregam com odores repulsivos e sulfídricos e, em contraposição, as almas elevadas manifestam o fragrante aroma vivo da primavera espiritual.
Mas é conveniente não generalizardes o que vos digo pois, entre as trevas e a luz fulgurante, o mau odor e o perfume subtil, a cor trevosa e os matizes resplandecentes, ainda é muito extensa a escala que gradua todos os tipos de almas.
Os espíritos terrícolas, em sua maioria, ainda são portadores de auras possuindo os coloridos intermediários mais diversos, pois situam-se entre os extremos que vos enunciamos, isto é, nem se revelam suficientemente diabólicos, com cores extremamente degradantes, nem bastante angélicos com os matizes celestiais.
Em geral, suas auras são impregnadas de expressões heterogéneas de todas as cores, temperaturas, odores, magnetismo e variações de luz e sombra.
Os diversos sentimentos e a multiplicidade de pensamentos, que instantaneamente se entrecruzam nos seus perispíritos, semeiam-nas de todos os matizes acidentais, que então se destacam sobre a aura fundamental e o temperamento psíquico já predominante em sua jornada evolutiva.
Daí o motivo por que os desencarnados, através do seu perispírito, reproduzem no mecanismo endócrino e no sistema nervoso sensibilíssimo do médium as próprias características de temperatura, odores e sensações psíquicas, que causam prazer ou repulsa.
Como o perispírito é portador dessa variedade de elementos, que tanto o identificam como entidade superior, delicada e bela, ou como uma veste da alma inferior, envolta em suas emanações repulsivas, a tradição bíblica descreve o inferno como um lugar de temperatura extrema, chamejante, e povoado por demónios que exalam o odor repugnante do enxofre.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 28, 2021 9:45 am

No entanto, em sentido oposto, o céu é descrito como um panorama resplandecente de luz, impregnado de perfumes, melodias e cores belíssimas, que se casam às auras formosas e refulgentes dos anjos.
Em verdade, os espíritos do bem são revestidos de luz intensa, cores translúcidas e límpidas, cujos fluidos são odorantes, balsâmicos e curadores, despertando júbilo e ternura a sua presença.
Entretanto, as entidades malfeitores desregradas e sofredoras encontram-se imersas em halos sombrios, revestidos de cores sujas e odores repugnantes, cuja temperatura é extremamente gélida ou então opressiva e sufocante, pois o seu magnetismo só se alimenta do entre-choque das paixões ínfimas e animalizadas.

PERGUNTA: — Para nossa melhor compreensão, poderíeis nos descrever, por exemplo, a natureza das cores, luzes, odores ou magnetismo próprios da aura de uma alma absolutamente cruel, debochada ou rebelde aos ensinamentos superiores?
RAMATIS: — Queremos advertir-vos de que não existe no Cosmo um tipo de alma absolutamente subvertida, porquanto somos todos oriundos da mesma essência fundamental do espírito de Deus, por cujo motivo também estaremos garantidos por uma partícula angélica, que intimamente nos impulsiona para o Bem.
Em verdade, já nos originamos incapacitados para o "mal absoluto", porque a nossa finalidade é ascender para Deus, que é a fonte de nossa vida.
Podemos cobrir uma lâmpada eléctrica com envoltórios os mais espessos e até pichar à vontade a sua superfície de vidro; no entanto, não conseguiremos extinguir a sua luz interior, que sempre há de permanecer debaixo da sua forma protectora de vidro, excepto se a desligarmos da energia fornecida pela usina.
Isso também se dá connosco; somos impotentes para nos cobrirmos de trevas absolutas ou, então, extinguirmos o princípio criador em nossa alma.
A fonte que nos gerou, constituída pela luz absoluta do Espírito Divino, ninguém poderá extingui-la, nem romper os elos que a ela nos ligam.
Essa luz íntima, que existe em nós todos, quer sejamos demónios ou anjos, é o cunho definitivo de nossa individualidade eterna, permanecendo como incessante atracção para a fonte original que nutre e ilumina o Cosmo.
É chama espiritual, indescritível, como garantia absoluta do "elo religioso" entre a criatura e o seu Criador; é a luz que realmente alimenta o nosso espírito em sua pulsação de vida eterna.
Todas as existências malignas e de crueldades, das quais já temos participado no pretérito das trevas de nossa ignorância, significam alguns punhados de fuligem atirados sobre a eterna e formosa lâmpada de luz imorredoura, que forra a nossa consciência espiritual.
Quando todos os homens descobrirem em si mesmos a sua fulgurante identidade sideral, existente no profundo recesso do seu "ego", os seus esforços hão de convergir para a mesma Ventura, dispensando-se todas as religiões e doutrinas, que ainda discordam e separam, mas que serão desnecessárias depois que as criaturas comprovarem que são oriundas da mesma fonte criadora.
Repetimos: não há alma absolutamente pervertida, pois, se assim fosse, justificar-se-ia a crença absurda e infantil no Diabo eterno!
O mais execrável e cruel demónio das trevas, que puderdes conceber para o fundamento de nossas asserções mediúnicas, de modo algum poderá ser considerado eternamente maligno.
Ele nunca poderia se libertar da divina centelha de luz, que também havia de pulsar na intimidade do seu ser e abalar a sua personalidade inferior forjada no tempo e no espaço.
Em face do ritmo de ascensão sideral, que orienta implacavelmente o espírito para a luz, como base definitiva de sua consciência, o anjo gasta menos esforços para não prevaricar, do que as energias que o Diabo precisa despender para não se angelizar.
Assim como as almas benfeitoras, por qualquer descuido ou invigilância, podem entrar em contacto com as zonas trevosas, os espíritos extremamente pervertidos também permanecem atentos e procuram endurecer os seus próprios ouvidos espirituais, a fim de não se deixarem vencer pela "voz silenciosa" que, no recesso de suas almas, os convida incessantemente para a gloriosa angelitude!
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 28, 2021 9:45 am

Mesmo no âmago da alma extremamente perversa, a lâmpada divina permanece eternamente acesa, impedindo o completo domínio das Trevas!
É por isso que os mais terríveis malfeitores do Além, terminam cedendo em sua rebeldia e crueldade, dobrando os joelhos, afogados pelos soluços de arrependimento, clamando por suas culpas e vencidos pela chama eterna do Espírito do Pai que, no âmago de suas almas, consegue atravessar as sombras espessas e modificar-lhes a consciência para a realidade do espírito angélico.

PERGUNTA: — Não se poderia supor que a luz existente no imo da alma, e que emana do próprio Deus, nunca deveria ser dominada pelas trevas do mundo exterior?
É plausível esta nossa indagação?
RAMATIS: — Todos os propósitos espirituais benfeitores aceleram a dinâmica do perispírito e, por isso, facilitam a expansão de luz; entretanto, as intenções maléficas são letárgicas e favorecem a condensação das trevas.
Desta forma, como a luz é na realidade o princípio basilar da vida espiritual e a essência mais pura conceptual de Deus, o espírito nimbado de luz também clareia, purifica e acelera continuamente o tom vibratório de todas as demais funções do seu perispírito.
A luz indestrutível, que vem do núcleo íntimo de sua verdadeira consciência espiritual, é que também coordena a contextura do perispírito, clareando o seu trabalho fisiológico e iluminando toda a sua configuração anatómica.
O aceleramento e a fluência de luz interior clarifica então as cores, eleva o tom vibratório dos odores astrais, refresca a sua termodinâmica e balsamiza a alma no contacto mais feliz com a essência elevada das esferas angélicas.
No corpo físico, a temperatura sempre resulta do trabalho específico dos "centros térmicos", enquanto que no perispírito, embora sob outro processo sutilíssimo, esse metabolismo depende de maior ou menor nutrição de luz interior; esta, por sua vez, só aflui pela natureza dos pensamentos e das emoções elevadas do espírito.
O equilíbrio espiritual, provindo dos pensamentos regrados, proporciona limpidez ao perispírito e o desafoga para maior filtração de luz, resultando a suavização da temperatura magnética, fragrância de perfumes e purificação das cores, enquanto que as trevas reduzem o metabolismo delicado da vestimenta perispiritual, assim como o inverno retarda o dinamismo da vida.
Na alma devotada ao mal, as sombras aderem como fuligem redutora do delicado funcionamento "etéreo-astral" do perispírito, resultando disso uma verdadeira restrição de vida.
Então se processa acentuada redução vibratória; a temperatura desce à gelidez, o magnetismo se torna irritante e opressivo, porque se desequilibra na sua dosagem transcendental; as cores da aura baixam para o tom sujo e terroso, pesando no sistema perispiritual qual um denso manto de fluido pegajoso; o odor se torna tão repugnante, por vezes, que certos espíritos chegam a exalar emanações cadavéricas.
Enquanto os encarnados podem se apresentar com o corpo limpo e odorante, servindo-se dos recursos comuns do banho e do sabão perfumado, no mundo astral a desejada higiene só pode ser conseguida pelo banho de luz projectado na intimidade da alma.
E essa luz, como já vo-lo dissemos, aumenta tanto quanto a alma se angeliza e reduz-se tanto quanto ela se degrada.

PERGUNTA: — Então podeis nos descrever quais seriam as características particulares apresentadas pelo perispírito de uma alma trevosa e de grande potencial diabólico?
RAMATIS: — A fim de melhor esclarecer o assunto, dou um exemplo bem claro:
Suponde a existência de um espírito cuja característica fundamental, ou seja, o seu "cunho permanente", seja a de profundo egoísmo.
É este o seu defeito fundamental, a marca de sua exclusividade pessoal, o selo delituoso aposto em todos os seus actos, serviços e projectos, tanto no mundo astral como no material.
Há de ser um espírito, pois, cuja vida se move em torno do mais frio e completo egoísmo!
Qual seria, então, o quadro geral da configuração e dos atributos do perispírito dessa alma excessivamente egoísta?
Qual a cor e quais os fenómenos indicados pela sua aura?
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 28, 2021 9:45 am

A cor do egoísmo, na escala sideral, é o pardo brilhante, a forrar-lhe todo o perispírito; não com um brilho translúcido ou refulgente, mas apenas com um reflexo oleoso e sujo sobre o tom fundamental; o odor astral, próprio do egoísta permanente, recordar-vos-ia as emanações apodrecidas dos legumes no máximo de sua deterioração.
A sua temperatura seria extremamente gélida, causando grande sofrimento aos médiuns de incorporação, pois o egoísmo, como sentimento de exclusivo interesse pessoal, é psiquicamente isolante, como se o seu portador vivesse solitário, num círculo de gelo.
O magnetismo peculiar do egocentrismo é coercitivo e denso; por isso, quando em contacto com outras almas de tendências simpáticas, torna-se um multiplicador de vibrações egotistas.
Através do magnetismo perispiritual de que todos nós somos portadores, e que varia de conformidade com a natureza da alma, é que as entidades perversas ou os espíritos sofredores produzem os estados emotivos de angústia ou então conseguem activar as paixões perigosas nos encarnados.
Certas criaturas portadoras de faculdades mediúnicas desenvolvidas sem a moldagem evangélica, quase sempre não passam de meros prolongamentos vivos dos malfeitores do Além, que pouco a pouco as tornam viciosas, ferinas e interesseiras, fazendo-as até descrerem de sua mediunidade e da própria realidade espiritual.
A sensibilidade mediúnica, cada vez mais florescente na Terra, aumenta a oportunidade para os desregrados do Além actuarem com o seu magnetismo viciado sobre os encarnados, pois os influenciam apenas com a sua simples presença, mesmo sem quaisquer interesses secundários.
Já vos enunciamos, em obra anterior, que algumas mulheres parturientes, devido ao tipo de influência magnética nociva, do espírito a se encarnar, chegam até a modificar o seu temperamento comum, algumas variando para pior no seu carácter bem formado, a ponto de sentirem aversão às virtudes espirituais afins ao seu temperamento.

PERGUNTA: — E quais seriam os sinais acidentais que poderíamos notar na aura daquele espírito extremamente egoísta, que nos serviu de exemplo?
RAMATIS: — Sobre sua aura de cor parda brilhante e reflexiva pela sujidade oleosa, poderiam se manifestar, acidentalmente, outras nódoas, manchas escuras repelentes, ou mesmo indícios de cores claras e belas, que seriam as variações dos sentimentos, emoções ou pensamentos, que também possam se manifestar de modo acidental numa alma "fundamentalmente" egocêntrica.

PERGUNTA: — E qual seria a natureza exacta dos pensamentos responsáveis pelas formas, cores, manchas, sinais ou nódoas acidentais, na sua aura parda?
RAMATIS: — Já vos expliquei que não há espírito absolutamente perverso pois, mesmo no estado do mais profundo egoísmo, que é a paixão do excessivo amor ao bem próprio e desinteresse pelo alheio, ele tem momentos de angústia, saudade, ternura ou remorso, que são provenientes do impulso expansivo e ascensional, que incessantemente se origina da centelha divina palpitante do imo da alma.
O espírito, por mais desprezível que se nos apresente, sempre é vulnerável a certo afecto, a algum ideal recalcado, e também pode ser vítima de suas próprias reflexões dolorosas ou desespero interior.
Mesmo os seres mais diabólicos não deixam de ter saudade da família e de certos amigos que deixaram na Terra, assim como há momentos, no recôndito dos seus corações, que clamam pela exaustão da própria maldade.
Como a tendência inata da alma é a Ventura Espiritual, em afinidade com a natureza da centelha de luz interior provinda de Deus, sendo as trevas uma condição anormal, as entidades satânicas são como os viciados no álcool, que teimam em defender o sofisma de que assim é a verdadeira vida e o prazer de viver!
Malgrado os entusiasmos e os poderes diabólicos, os génios do mal comprovam que precisam viver em constante defensiva e vigilância, pois não ignoram que são odiados e vigiados pela desconfiança e hostilidade dos próprios associados e sequazes, que anseiam por suplantá-los.
O diabolismo não é um estado de malignidade definitiva, porque é visitado incessantemente pelas oscilações benéficas, que vêm da intimidade espiritual e lhe enfraquecem a estrutura subversiva.
Esse surto de pensamentos e sentimentos com intenções renovadoras, no psiquismo embrutecido, é que produzem novos efeitos de cores claras e límpidas sobre a aura permanente, e que em nosso exemplo têm o tom pardo terroso do egoísmo.
São os sinais "acidentais" que se manifestam à superfície do perispírito, variando de conformidade com os sentimentos em jogo, nas cores correspondentes aos mesmos.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 28, 2021 9:45 am

PERGUNTA: — Podeis nos citar algumas dessas variações e suas respectivas cores?
RAMATIS: — Supondo-se que a alma profundamente egocêntrica, do nosso exemplo, se deixasse tomar momentaneamente por alguns impulsos de orgulho, ciúme e cólera, estas seriam outras paixões acidentais projectadas sobre o seu egoísmo.
Então, sobre a cor áurica pardo-oleosa permanente, do egoísmo, surgiriam nódoas ou fragmentos de alaranjado escuro e brilhante, verde em matiz sujo e encarnado chamejante, que identificam, respectivamente, os padrões cromosóficos ou vibratórios do orgulho, ciúme e cólera.
Em outro sentido, supondo-se um espírito cuja paixão fundamental fosse a cólera, a cor permanente de sua aura seria então um encarnado afogueado; desde que acidentalmente tivesse alguns assomos de egoísmo, o fenómeno seria inverso, pois nessa aura de encarnado permanente apareceriam nódoas ou manchas esparsas, de cor parda oleosa e suja, que é a cor do egoísmo .
Os sentimentos de tolerância e urbanidade revelam-se por alguns matizes de um verde claro e transparente; a saudade fraterna ou o amor sincero se denunciam pelo rosa-claro, enquanto que a ansiedade espiritual elevada se manifesta por uma formosa tonalidade de azul claro, luminescente, cujas cores, como formosas centelhas policrómicas, têm alguns momentos de vida, como sinais acidentais elevados sobre a aura fundamental do espírito.

PERGUNTA: — Tomando por base o exemplo que destes, de um tipo de alma extremamente egoísta, quais seriam, em sentido oposto, as características assinaláveis no perispírito de uma alma elevadíssima?
RAMATIS: — Um espírito elevadíssimo e de imenso amor para com a humanidade, como Francisco de Assis, por exemplo, possui uma aura fundamentada em um tom rosa claríssimo, impregnado de suaves matizes de lilás resplandecente, indescritíveis à visão humana, em que o rosa interpreta o amor incondicional e o lilás a humildade espontânea.
Mas um tipo espiritual, mais afim à natureza de um Buda, por exemplo — cujo equilíbrio e santidade muito deviam à sua grande sabedoria e a um mentalismo de alta espiritualidade -, deve possuir uma aura baseada num amarelo dourado, formoso e franjado de azul claro, em cintilantes filigranas a lhe formarem extenso bordado.
Esses tons indicam também elevada sabedoria espiritual, quando aliada ao poder de grande concentração mental.
Suponhamos que se trate de um espírito da mais extrema e consciente humildade, vivendo a espontaneidade da flor em viva doação ao mundo: a sua aura pode ser formada por um rosa formoso claro, ou então pelo lilás resplandecente, exsudando o mais suave aroma de violeta sidérea; se além da humildade ele já tiver alcançado os dons da sabedoria sideral, o admirável lilás tanto pode se apresentar matizado de lantejoulas douradas e refulgentes, entrecortadas de fios diamantíferos, com reflexos amarelos, como envolto por majestoso rendilhado fulgindo no matiz do ouro.
Só a aura de Jesus, com a sua cor lirial, imaculada, e impossível de ser concebida pela mente humana, apresenta manifestações mais belas do que as que estamos descrevendo no momento.
Em sintonia com as cores áuricas das entidades de alta vibração espiritual, também se manifestam os demais fenómenos do perispírito, como o magnetismo balsâmico, a temperatura sedativa e os odores inebriantes que lembram os do jasmim, da violeta, do sândalo ou da açucena.
Quando algum médium muitíssimo sensível consegue pressentir a aura de algum desses gloriosos espíritos, guarda uma recordação imorredoura em sua vida.
Muitas criaturas eram curadas ao simples toque nas vestes de Jesus, enquanto outras se sentiam tão hipnotizadas à sua presença, que asseguravam ter visto as luzes dos anjos e sentido o perfume dos céus, em torno da aura do sublime Cordeiro de Deus!

PERGUNTA: — É devido a esses fenómenos que certos videntes aludem a espíritos que já "têm luz", enquanto outros se lhes aparecem imersos nas sombras?
RAMATIS: — A humanidade terrena vai pouco a pouco despertando para o entendimento dos valores intrínsecos das cores, que excedem muito de sua natureza substancial exclusiva e mesmo de apresentação emotiva.
Actualmente, já se constroem hospitais cujos aposentos são decorados de acordo com as necessidades terapêuticas de cada doente, comprovando-se que a cromosofia — ciência da cor — desenvolve-se gradativamente através do estudo dos efeitos dos matizes coloridos sobre o carácter e a psicologia humana.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 28, 2021 9:46 am

Muitos pintores modernos têm se desinteressado das formas exclusivamente académicas, com suas configurações clássicas, para só se dedicarem à pesquisa da pintura em função exclusiva da misteriosa mensagem espiritual da cor.
Surge-lhes a esperança de que, na intimidade singela das cores, seja encontrada uma das mais importantes mensagens capaz de colocar o homem em relação experimental com os matizes fenoménicos do mundo astral.
Os estudos sobre o efeito da cor no sistema nervoso já se afastam da observação puramente objectiva, porque o homem já começa a perceber sua influência directa na psique humana; no futuro, os cientistas poderão avaliar as nuanças do carácter e as tendências dos espíritos encarnados examinando as irradiações cromosóficas de suas auras, que muito em breve começarão a ser sensíveis no aparelhamento dos laboratórios terrenos.
E quando o homem puder verificar que a criatura humana irradia de si um tom colorido, em perfeita sintonia com o seu carácter e temperamento psicológico, é certo que haverá completa reforma pedagógica e correccional no vosso orbe.
Mesmo a solução do problema do menor delinquente será bastante favorecida, graças aos diagnósticos a serem obtidos pelo exame das cores áuricas, e pela possibilidade de se poder ajustar cada espírito reencarnado ao seu ideal e à fonte emotiva protectora do seu tipo psíquico.
A "cromosofia astral" é ciência a que no Além os espíritos se devotam com muito carinho, representando um avançado ramo do cientificismo transcendental, que no futuro será divulgado ao vosso mundo.
Estudando-se os efeitos áuricos coloridos, poder-se-á descobrir com mais facilidade
a origem dos pensamentos prejudiciais ou tolos, das crianças, e então poderão elas ser encaminhadas para um curso benfeitor, evitando-lhes as inconsciências perigosas e os efeitos reflexivos das vidas anteriores.
É certo que os videntes encarnados já podem distinguir algo do padrão fundamental benéfico ou maléfico, sadio ou enfermo, das almas desencarnadas, ao perceberem que as felizes são nimbadas de luzes e emanações atraentes, enquanto as infelizes e escravas das paixões inferiores têm o seu perispírito confundido com as sombras opressivas.

PERGUNTA: — Por que motivo não podemos aplicar a nós mesmos essa admirável ciência das cores, que identifica as diversas emoções e os fundamentos psíquicos da alma?
E por que nos custa tanto compreender que o pensamento seja o dínamo propulsor de todo esse mecanismo imperceptível para os nossos sentidos comuns?
RAMATIS: — Ainda são raros os encarnados que podem compreender quão poderosa é a força do pensamento e o seu maravilhoso poder de alquimia sideral, que modifica a vestimenta perispiritual da alma.
Como ainda não podeis comprovar objectivamente a força mental que provoca as modificações plásticas e fundamentais no organismo de carne, duvidais da presteza e do poderio ideoplástico com que essa mesma energia mental pode modificar o vosso perispírito!
A encarnação obscurece o poderoso dínamo da memória etérica, fazendo-a esquecer a sua realidade maravilhosa do Além, por cujo motivo também não vos é dado compreender todas as funções admiráveis das cores, em sua subtil operação sobre a vossa emotividade espiritual.

PERGUNTA: — Então é devido a essa força do pensamento, aluando fortemente e podendo modificar o perispírito, que alguns desencarnados assumem a forma e a fisionomia animalescas?
RAMATIS: — É evidente que, se os pensamentos nobres e as acções boas aperfeiçoam a forma do perispírito, estampando no semblante dos seres os traços da ternura e beleza espiritual, os aviltamentos imprimem nele as linhas monstruosas e produzem estigmas animalescos na criatura.
Os das paixões descontroladas vergastam terrivelmente a contextura delicada da fisionomia perispirítica, cunhando nela a configuração e o aspecto da predominância animal do passado.
A alma é a exclusiva responsável pelos seus próprios pensamentos, sejam bons ou maus, agradáveis ou horripilantes.
A conhecida teoria das "ideias fixas", tanto tempo comentada pelos discípulos de Freud e pelos estudiosos da psiquiatria, constantemente é indicada como a responsável pelos mais variados tipos de alienações mentais de infelizes criaturas dominadas pelos estigmas esquizofrénicos.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 28, 2021 9:46 am

Mas o certo é que os psiquiatras comumente ignoram que muitos desses estigmas ultrapassam os limites do berço físico, pois têm suas origens principais no passado longínquo.
Quantas vezes o tipo popular de rua não passa da reprodução viva do reflexo doentio do passado, quando o seu espírito perturbou-se pela sagacidade intelectual, pelo excesso de riqueza, pelo abuso do mando ou devido a qualquer privilégio aristocrático!
A humanidade pouco sabe ainda do poder criador ou destruidor que se encerra na simples emissão de um pensamento e que, agrupando as energias dispersas e emitidas por outras mentes que funcionam na mesma faixa vibratória, pode ser arregimentado para os objectivos mais perigosos.
As "formas pensamento" que se plasmam continuamente nos centros cerebrais produzem substâncias imponderáveis para a rudeza dos sentidos físicos, mas grandemente influenciáveis no sistema nervoso e endocrínico, podendo tanto acelerar como retardar a produção de hormônios do sistema glandular.
É de senso comum que a glândula tireóide é de grande importância no desenvolvimento somático do indivíduo e na sua manifestação psíquica no mundo; o seu simples aceleramento fisiológico basta para que se produzam certas alterações no rosto, como, por exemplo, os olhos esbugalhados e a fisionomia angustiada, roubando a serenidade habitual da expressão humana.
Embora se procure verificar cientificamente o roteiro carnal que compõe ou altera a fisionomia, o certo é que esta se plasma vigorosamente influenciada pelas energias psíquicas, que atuam nos sistemas responsáveis pela sua exteriorização objectiva, como os hormônios, por exemplo, que, influindo na circulação, aceleram ou reduzem os movimentos musculares e ajustam as colectividades celulares, dando a conformação biológica.
É indiscutível a profunda diferença entre um rosto humano de semblante sereno e convidativo e o de outra pessoa que vive num ritmo de sofrimento atroz ou que tem os olhos esbugalhados e a palidez cadavérica, devido a um acontecimento assustador!
Notai que os extremos fisionómicos, da alegria e da dor, que em alguns segundos podem se mostrar na mesma criatura, parecem retratar dois indivíduos completamente diferentes entre si!
O homem pessimista, letárgico ou hipocondríaco sente dificuldade até para rir, pois é de catadura conventual e aspecto desanimador, capaz até de perturbar o sorriso da criança!
No entanto, aquele que vibra sob o júbilo das actividades construtivas e busca os bens superiores, aceitando a vida humana como um ensejo educativo de libertação espiritual, imprime no seu rosto um cunho estimulante e de simpatia, que a própria velhice custa a roubar das faces!
Que é isso tudo senão o resultado do próprio modo de a criatura pensar e viver as suas emoções em contacto com o mundo?
Embora seja o mecanismo funcional do corpo físico o que modifica a expressão da fisionomia humana, através das operações selectivas dos seus sistemas orgânicos, é a mente que plasma no rosto aquilo que a alma cultiva e extravasa entre as fronteiras do seu psiquismo.
O rosto apenas reflecte para a luz do mundo material aquilo que a alma já configurou com prioridade no seu mundo astral e mental.
Por isso é que encontrareis do lado de cá profundos estigmas animalescos no espirito desencarnado, pois a sua forma, tendo sido violentada pelo bombardeio das forças mentais perniciosas, deformou-se nas suas tradicionais linhas de forças magnéticas e coordenadoras da configuração humana.
O homem que chafurda continuamente no charco das paixões inferiores faz reviver em si mesmo os velhos estigmas da sua animalidade ancestral e, conforme o tipo da paixão que cultuar mais desbragadamente, também provocará em si mesmo um desenvolvimento enfermiço da configuração do animal que mais vivamente reproduza aquele tipo de paixão.
Daí o motivo porque ser-vos-á possível encontrar no mundo astral glutões de olhos miúdos, encravados num rosto afunilado e de narinas achatadas, com forte estigma suíno; espíritos avaros, de olhos cúpidos e rosto adunco, de mãos e pés crispados como garras, perfeitamente comparáveis à ostensiva figura do abutre; ou então criminosos vorazes e cruéis, com a fisionomia alongada e orelhas pontiagudas ao lado de olhos de aço, que se movem felinamente como o lobo à espreita da vítima!
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 28, 2021 9:46 am

PERGUNTA: — Então o instinto animal prepondera sobre o psiquismo humano já desenvolvido através da trajectória milenária?
RAMATIS: — Conforme já vos dissemos, o perispírito é um efervescente aglomerado de energias que assumem rapidamente as mais inconcebíveis configurações, obediente à força do pensamento e ao desejo do espírito, ao passo que o pesado corpo de carne é como um biombo que, só depois de muito tempo, expõe ao mundo exterior as transformações definitivas da alma.
Quando as emoções violentas explodem de súbito naqueles que ainda não possuem o controle evangélico sobre as paixões animais, elas produzem na aura os sinais flamejantes do relâmpago, ou centelhas ameaçadoras, em cores vivíssimas, que se ajustam hermeticamente ao conteúdo mental e às emoções descontroladas.
Como o perispírito é um produto de milhares de séculos, tendo se caldeado lentamente desde as espécies mais inferiores, é óbvio que ele ainda possui em sua contextura a síntese atávica de todas as paixões, impulsos e instintos animais, que não só lhe forneceram o magnetismo criador, como ainda protegeram a sua configuração e os seus primitivos ensaios de ancestralidade biológica.
Os cientistas do vosso mundo têm elaborado exaustivos compêndios de anatomia, fisiologia, genética, zoologia e embriologia, nos quais tratam de todas as minúcias do corpo físico.
Assinalam que os próprios segmentos de vários órgãos internos muito se assemelham a determinados aglutinamentos de formas embrionárias, como répteis, batráquios e aracnídeos, que mais parecem ter-se agregado disciplinadamente, para então se constituírem em vigorosos sistemas orgânicos do corpo humano.
Sob a mesma regra de hereditariedade física biológica, também há no perispírito um produto psíquico, como resultante de sua concentração energética nos planos interiores da vida, que possui algo da influência evolutiva dos próprios vermes, répteis e animais que contribuíram para formar o organismo instintivo do homem, apropriado ao desenvolvimento de sua razão.
Indiscutivelmente, é bem grande a diferença de acção e instinto entre as próprias espécies animais: a raposa sobrevive requintando a sua astúcia inata; o leão, símbolo de lealdade animal, enfrenta o adversário em campo aberto; o tigre ataca traiçoeiramente e, farto, se retira; mas a hiena, cruel e vingativa, mata pelo simples prazer de destruir!
E já se podem anotar diferenças de temperamentos psíquicos até no semblante do animal, pois há enorme distância emotiva no olhar nobre do cão inteligente e amigo, comparado à expressão cínica do olhar do macaco.
Na própria raça ou espécie já diferem os estigmas que revelam a paixão interior; o cavalo erecto e fogoso, cujo olhar é inteligente convite para a galopada, não parece irmão do animal humilhado ao varal da carruagem, olhos no solo, já meio insensível ao chicote e entregue passivamente à sua sina.
Cães nascidos da mesma prole revelam paixões diferentes entre si; há o valente que enfrenta o próprio homem, o covarde que foge do gato esquelético, o traiçoeiro que ataca sorrateiramente e o flegmático, cujo sono ninguém perturba.
Essa dinâmica das paixões animais, que varia entre os próprios grupos racistas, é que comanda então os estigmas, assim como na licantropia o paciente chega a transformar a fisionomia pela ideia fixa de supor-se um lobo.

PERGUNTA: — Dentro da nossa compreensão humana, é difícil entendermos essa relação "psíquica" entre os animais e o perispírito do homem pois, na tela de nossa mente, os animais se parecem a seres demasiadamente físicos, como uma superação já vencida do passado, e impotente para impor os seus estigmas primários.
RAMATIS: — Há um psiquismo acumulado e latente no organismo físico, que é a soma de todo o esforço de adaptação ao meio por parte da espécie animal; o corpo humano mais se assemelha a um “coquetel" composto com um pouco do psiquismo coordenado de cada espécie animal, que tem servido na esteira do tempo para formar o automatismo da vida instintiva e ligar o feto à matriz uterina.
Nessa hora do encontro do espírito com a carne, o homem e a mulher, configurando dois campos magnéticos opostos, transmutam energias vindas do Alto e forças criadoras do mundo instintivo, dosadas pela psique animal, as quais fazem o seu misterioso enlace na zona do "plexo abdominal", que é o exacto limiar controlador dos automatismos criadores.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 28, 2021 9:46 am

O corpo humano é um vaso vivo de energias milenárias, colocadas ao serviço do espírito encarnado, mas que reagem à sua actuação e tentam impor os seus valores instintivos caldeados no pretérito.
O espírito tanto pode se tornar um comandante vigoroso e emancipado, capaz de controlar o seu exército de entidades microscópicas, como também se transformar num infeliz farrapo psíquico, arrastado sob o império dos estigmas do atavismo animal.
E se não houvesse essa reacção incessante, a matéria perderia a sua razão de existir e a sua utilidade pedagógica pois, na falta do inferior para acicatar o superior, é óbvio que ocorreria a estagnação espiritual.
Graças a esse entretenimento milenário é que se desenvolve o raciocínio e se apura a consciência espiritual da alma encarnada.
O espírito, o perispírito e o corpo terminam formando uma só entidade nesse aspecto trifásico: o pensamento, a energia e a matéria.
Daí os motivos por que ainda perduram na acção perispirítica do corpo físico os velhos estigmas das paixões animais, como produto resultante dos períodos de formação da carne e da organização humana.
O corpo pode ser comparado ao positivo da fotografia; revela à luz exterior o conteúdo exacto do negativo psíquico; mas é necessário convir em que, para a revelação perfeita do seu conteúdo, também precisam existir ingredientes químicos e apropriados para a materialização do psiquismo na tela física.
E são os impulsos da ancestralidade animal que representam o "revelador" químico com que a alma reproduz, no corpo físico, o seu conteúdo psíquico, para depois rectificá-lo no frenamento compulsório pelas rédeas da vida física.

PERGUNTA: — Não poderíamos considerar as paixões como produtos exclusivos da carne?
RAMATIS: — Não pretendemos afirmar que as paixões sejam produtos exclusivos da carne e não do próprio psiquismo, assim como ser-vos-á impossível determinar exactamente a fronteira onde ambos se separam; por isso, recomendamos que eviteis o equívoco do extremismo, pois na vida cósmica nada subsiste completamente isolado.
Há vida embrionária tanto na pedra, que se apura para habitar expressões mais evoluídas, como no potencial de energia livre com que o espírito modela o seu corpo físico e o ajusta à disciplina das forças atávicas das espécies animais.
Daí a luta incessante entre as forças psíquicas despertadas na alma e as energias vigorosas da descendência animal, que servem para plasmar, no cenário da matéria, o seu veículo físico de progresso, e ao mesmo tempo torná-lo um instrumento rectificador das mazelas e imprudências pregressas.
Ante a mais subtil displicência mental, o corpo físico reage, atento e impulsionado pelo seu atavismo inferior; no entanto, só a vontade espiritual treinada ou a inspiração superior pode fazer cessar essa violência instintiva ou dar-lhe uma direcção construtiva.
A mesma força mental explosiva que, num homem vigoroso, acciona-lhe o braço e fá-lo esmurrar o seu adversário, pode existir ainda com mais veemência no paralítico humilhado, cuja cólera deixa de se materializar através da brutalidade física, mas pode se revelar mais violenta no seu olhar enfurecido.
É força represada no intercâmbio milenário, pronta a agir mesmo sob o menor impulso mental, fazendo com que o espírito, por vezes, imediatamente se arrependa da reacção violenta a que deu corpo devido a qualquer singela provocação.
Se não fora a força do psiquismo oculto e também atávico, do animal, talvez muitos homens pudessem represar as suas precipitadas ordens mentais de reagir, que intempestivamente os levam à violência.
Mas o instinto animal quando acorda no seu psiquismo milenário, que é só impulso e instinto, não dá mais tempo para que o espírito possa freia-lo e mudar de ideia, salvo quando já dispõe do admirável domínio das paixões inferiores, como ensinado por Jesus.
De outra forma, a alma só pode se tornar em uma imprudente coleccionadora de "estigmas" animais!
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 28, 2021 9:46 am

Capítulo 18 - O Suicídio e suas Consequências Cármicas
Pergunta: - Supondo-se que alguns encarnados que se suicidaram no passado se rebelam em futuras encarnações contra as novas provas dolorosas de rectificações espirituais e resolvam suicidar-se novamente, quais serão os recursos empregados pelos mentores espirituais, a fim de que esses infelizes irmãos não possam fugir às provas redentoras?
Ramatis: - Não é preciso que os prepostos espirituais criem situações propositadamente punitivas para que esses espíritos rebeldes não fujam de suas provas, pois eles mesmos criam suas condições expiatórias quando avançam em demasia na sua revolta e ficam manietados aos resultados de suas próprias acções.
Assim como o trovão desfere o raio, que carboniza as substâncias na atmosfera carregada de electricidade, os espíritos revoltados também produzem venenos mentais e astrais violentos, que os vitimam sob terrível intoxicação e os debilitam, minando-lhes até o senso psíquico de coordenação mental.
Sobrecarregam-se de corrosivos produzidos pela mente em rebeldia, como produtos da cólera, da raiva ou do ódio, e que na lei de correspondência vibratória se condensam e incrustam na superfície delicada do perispírito, tornando-o terrivelmente enfermo.
Durante a reencarnação, o perispírito é obrigado a reduzir-se até se encaixar perfeitamente na forma fetal que se encontra em gestação no corpo feminino para, então, despertando aos poucos, desenvolver-se aglutinando os novos elementos biológicos da linhagem hereditária a que se encontra ligado e que hão de constituir-se no seu novo corpo carnal.
À medida que vai crescendo o embrião no ventre materno, o perispírito vai se libertando gradativamente de sua carga astral venenosa, que se transfere para o organismo tenro em formação, para mais tarde surgir a mesma enfermidade em toda a sua eclosão perniciosa.
Em certos casos, o encarnante drena com demasiada violência o conteúdo tóxico do seu perispírito para o novo corpo físico, ainda em vida uterina, resultando que, ao nascer, já se apresenta com terrível lesão, enfermidade ou estigmas congénitos.
Em verdade o corpo carnal é a materialização completa do perispírito na matriz uterina, e se plasma sob o princípio actualmente esposado pela ciência, de que a matéria é energia condensada.
Deste modo, todas as forças envenenadas do psiquismo doentio, que se geraram pela rebeldia, cólera, irascibilidade ou fúria suicida, baixam vibratoriamente durante a acomodação do perispírito no órgão etérico da gestante e, à medida que vai se constituindo o novo corpo, também absorve os venenos da veste perispiritual do encarnante.
A carga tóxica transfere-se desta última para o corpo tenro, que depois será, então, um instrumento de sofrimentos e dificuldades para o seu próprio dono, vítima de suas tropelias e invigilâncias pretéritas.
Então o indivíduo poderá nascer com o corpo coberto de chagas incuráveis, lesado no sistema circulatório, nervoso ou linfático, ou enfermo de outros órgãos vitais do corpo.
Em certos casos, as perturbações nos plexos nervosos ou na zona cerebral são as responsáveis por angustiosas paralisias, quadros mórbidos de alucinações vividas no astral inferior, ou ainda pelos estados confrangedores da epilepsia.
Justifica-se, então, a existência dessa tenebrosa caravana de criaturas teratológicas, imbecilizadas ou portadoras das mais aberrativas atrofias, que expõem os seus molambos de carne pelas ruas das cidades ou se arrastam grotescamente como inquilinos torturados de um mundo infernal, e em ânsias frementes de viver!
São infelizes almas que há muito tempo vêm se estertorando no resgate dos mais trágicos desatinos do passado ou, então, inveterados suicidas que fugiram da vida esfrangalhados sob veículos ou por quedas desesperadas, carbonizados pelo fogo, envenenados pelos corrosivos ou aniquilados pelas armas de fogo ou pelos punhais.
A Lei Cármica então os manietou aos resultados dos próprios tóxicos e lesões perispirituais que em momentos de vingança geraram contra os princípios harmónicos da vida humana.
Em consequência, aqueles que se suicidaram em uma encarnação e que, em novo ato de rebeldia, se trucidam em reencarnações rectificadoras, são apanhados pelo próprio cientificismo regulador da Vida e agravam, ainda mais, as suas situações dantescas. O Carma os enlaça novamente e eles retomam ao mundo físico amordaçados aos próprios ergástulos de carne; muitas vezes renascem imbecilizados e com fugidio sopro de consciência flutuando sobre o vigoroso instinto de vida animal, que então se encarrega de impedir-lhes a coordenação psíquica para efectuarem qualquer novo ato de suicídio.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 28, 2021 9:47 am

Pergunta: - Qual a consequência educativa, para a alma, em renascer completamente tolhida nas suas acções físicas?
Ramatis: - Em virtude de a alma ficar impedida de aniquilar o seu corpo carnal em nova tentativa de rebeldia - pois que o seu psiquismo se encontra oprimido pela força da animalidade, que é toda instinto de sobrevivência - pouco a pouco acostuma-se à existência de que pouco participa, à qual a Lei do Carma o habitua, como um exercício recuperador da vontade que se encontra subvertida.
Desse modo, o inveterado suicida, que era vezeiro em destruir os seus corpos físicos nas vidas anteriores, passa novamente pelo mundo, porém traumatizado pela mesma Lei que violentou, impossibilitado de viver a sua própria existência ou vontade psíquica perigosa.
É obrigado a viver apenas a vontade instintiva do corpo atrofiado ou imbecil, que então lhe cerceia o espírito e o obriga a permanecer impotente, no seio da mesma vida animal que desprezou outrora.
Em face de ter sido sempre um espírito viciado ao suicídio, com desprezo pela vida humana, eis que a Lei o coloca exactamente no limiar dessa mesma vida que tanto subestimou, impedindo-o de agir e intervir contra ela a seu talante.
Diante da vida em eterno progresso e responsável pela angelitude de todos os filhos de Deus, os suicidas rebeldes estacionam nas fronteiras perigosas de suas próprias insânias, mas novamente se reeducam, sob a paradoxal terapêutica de desenvolver a vontade de viver, pelo próprio impedimento da vida!

Pergunta: - Desde que os venenos produzidos pela mente rebelde do suicida o tornam imbecil na futura existência e impedem-lhe a vontade consciente, a fim de não praticar novo suicídio, devemos supor que todos os suicidas rebeldes ficam submetidos implacavelmente a um destino expiativo?
Ramatis: - Como essas atrofias variam de conformidade com o conteúdo psíquico deletério e próprio de cada alma delinquente, nem todos os suicidas renitentes se reencarnam como imbecis. Também os encontrareis conscientes de si mesmos, sofrendo provas iguais às que purgam outros espíritos galvanizados no mal, que se movem pelas ruas das cidades como verdadeiros "trapos vivos" e de sistema nervoso completamente perturbado.
Lembrando a figura de fardos vivos atirados nos catres dos hospitais, colocados em cestos, caixotes ou veículos apropriados, muitos vivem à cata de esmolas ou são tratados por outras almas às quais o destino os algemou como parentela consanguínea.
Às vezes esses infelizes movem apenas os olhos, onde ainda brilha uma réstia da consciência que os ferreteia em surda revolta, enquanto os lábios mal retêm queixas, revoltas e disfarçado ódio contra a vida e os seres!
Há momentos em que o fulgor odioso do seu orgulho ferido e exaltado no passado rebela-se até contra a mão amiga que ainda lhes estende a esmola!
Doutra feita, todo o ser se crispa num hercúleo esforço, buscando atear a vida ao seu sistema flácido e atrofiado, como se uma fúria homicida eclodisse do espírito subjugado para se transformar em brutal vingança contra as criaturas que se movimentam alacres e festivas ao seu redor!
Então os olhos abatidos e compulsoriamente humilhados insuflam-se de cólera, e a fúria interior consegue ainda extravasar pela carne doentia e pelos nervos lassos, movendo os membros contra o cão inofensivo ou então furtando-se na destruição maldosa da ave ou do insecto inofensivo.
No entanto, nenhuma injustiça se lhes desabou no destino trágico; é apenas a colheita consequente à semeadura imprudente do passado, em que tantas vezes resistiram à lei do Amor e ao aproveitamento dos bens da vida física.
Esses infelizes ex-suícidas, em sua situação grotesca e deserdada, plasmam o resultado do próprio destino que geraram outrora e através da mente deformada, pois os seus corpos estropiados não passam de materialização viva dos mesmos desejos do pretérito quando, revoltando-se devido às primeiras insatisfações ou caprichos frustrados, destruíram o precioso instrumento da vida humana, que lhes fora concedido como valiosa oportunidade de ventura espiritual.
A velha imagem suicida e destrutiva do passado transferiu-se de uma existência para outra, constituindo-se em novos reflexos suicidas no campo mental, e atingindo implacavelmente a sede da vida carnal, reproduzindo em execrável deformidade aquilo que antes apenas vivia no subconsciente da alma, como quadros torturantes da hora derradeira da morte tresloucada, no passado.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 28, 2021 9:47 am

O molde perispiritual, tão castigado nos suicídios pregressos, termina plasmando na carne, sob a mesma tensão e deformidade de suas linhas de forças sustentativas, a figura enferma que o espírito delinquente tanto lhe impôs no psiquismo sobrevivente.
E o destino, que então parece manifestar-se tão trágico, ainda é o serviço benfeitor oferecido pela Lei do Carma ao espírito rebelde pois, sofrendo na sua desdita redutora da vida humana, também se reajusta espiritualmente na própria carne embrutecida e que lhe tolhe a revolta interior.
Essa Lei ajusta-lhe em tempo preciso os recursos e os elementos do mundo físico que possam auxiliar a drenação da toxidez tão cruciante do perispírito e refrear os seus impulsos violentos no ergástulo rectificador da carne.

Pergunta: - Mas, voltando à pergunta anterior:
Devemos supor que tais tipos de suicidas sempre hão de se reencarnar impedidos da consciência de si mesmos, ou então privados de sua liberdade orgânica no mundo físico?
Ramatis: - Da mesma forma como pode existir diferença de recursos terapêuticos para os enfermos com igual manifestação patogénica, o cientificismo do mundo espiritual - embora usando de técnica diferente - também consegue obter resultados diversos nos mesmos casos de suicidas inveterados.
Muitos suicidas rebeldes renascem sob condições tão enfermiças que, perturbando-lhes parte da razão, também os impedem de cogitações filosóficas demasiadamente mórbidas e perigosas, passíveis de induzi-los novamente à autodestruição.
Sofrem por isso de amnésia parcial na consciência espiritual, ficando com os seus poderes e raciocínios reduzidos, e que assim não revelam toda a sua velha estrutura psíquica já acumulada no tempo.
Outros retornam ao mundo com a sua inteligência bastante velada e nascem no meio dos brutos e ignorantes, onde atuam sem a grande capacidade do passado, incapazes de uma compreensão psicológica além do ramerrão da vida cotidiana.
Não ficam imbecilizados, sem a consciência de suas acções, mas também não gozam totalmente do poder arguto da análise e dos seus requintes filosóficos habituais; as suas necessidades intelectivas e morais são poucas, pois nessa piedosa readaptação à existência humana, pouco mais exigem do que é necessário para o animal doméstico!
Normalmente, só comem, bebem, dormem e procriam, sem que lhes passe pela mente qualquer outra ansiedade além dessas satisfações rudimentares.

Pergunta: - Que tipo de suicidas foram essas almas, no passado?
Ramatis: - Trata-se de almas que, em face de sua excessiva agudeza mental e raciocínios perturbadores no passado, saturaram-se dos propósitos comuns da vida humana, sem ainda haverem compreendido os seus sublimes objectivos espirituais.
Algumas, em vidas sucessivas, fartaram-se epicuristicamente com os requintes intelectivos e sem objectivos de estímulos espirituais, para depois se deixarem dominar pelo prazer da pura abstracção ou especulação filosófica, terminando intoxicadas pelo invencível tédio e pessimismo, que as abateu sem lhes colimar um objectivo justo.
Muito antes de perceberem a finalidade inteligente e gloriosa da existência humana e dos objectivos do espírito imortal, destruíram seus corpos pelo suicídio insano.
Petrificaram suas emoções de alto nível angélico, confundindo a inesgotável capacidade eterna da consciência espiritual com o limite do intelectualismo puro do homem encarnado.
São tipos de suicidas inveterados, vítimas de sua excessiva intelectualização pois, supondo-se mestres de arguta sensibilidade no trato da matéria, na verdade não passam de infelizes vítimas de saturação intelectual, que acreditam ter resolvido o destino da vida examinando a fenomenologia provisória do mundo físico através das acrobacias no trapézio da mente humana.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 28, 2021 9:47 am

Pergunta: - Quereis nos explicar melhor o que seja essa saturação intelectual?
Ramatis: - Referimo-nos àqueles cujo raciocínio demasiadamente especulativo e ao mesmo tempo egocêntrico os torna, aprisionados no labirinto do seu círculo vicioso intelectivo e, assim como faz o escorpião encerrado no círculo de fogo, preferem o suicídio mais calculado do que emotivo, antes de tentarem atravessar a linha das chamas.
São poetas, oradores, cientistas ou artistas famosos, que se habituaram ao sucesso e aos mimos do mundo, atribuindo demasiado valor às formas transitórias da vida terrena.
Quando saturados ou decepcionados, muitos - que até merecem a devoção pública e louvores justos - aliciam motivos tolos para justificarem o seu suicídio resultante da confusão e tédio mental.
São profundamente traídos pela sua própria insensibilidade psíquica para com os motivos da vida oculta espiritual.
Descrentes da sobrevivência da alma, a sua estultice os leva a matarem o próprio corpo, na ingénua crença de desaparecerem da vida imortal!
Alguns deles tombam ao colher a primeira flor no jardim da vida, certos de que o mundo os chorará inconsoladamente!
Em encarnação futura, porém, a Lei do Carma ajusta-os de acordo com a terapia que se fizer mais eficiente, pondo-lhes piedoso véu sobre a consciência intelectual muito requintada e auxiliando-os a se recomporem gradativamente, evitando que engendrem raciocínios muito avançados e sofram de novo a saturação mórbida intelectiva, antes do conhecimento da vida no Além.
A bondade do Criador auxilia-os a recuperarem o prazer pela vida, em uma ou mais existências terrenas, enquanto a excessiva argúcia e o requintado intelecto permanecem em estado latente, no âmago da alma, aguardando que a sensibilidade psíquica seja primeiramente activada, dando-lhes a direcção certa para o gosto às reflexões exactas sobre a vida imortal.

Pergunta: - Se é assim, estamos propensos a crer que, neste caso de ajuste reencarnatório, haja certo proteccionismo da Divindade. Parece-nos que, enquanto nas existências posteriores se registram padecimentos atrozes para alguns suicidas, outros gozam de alguns favores como o dessa "piedosa" redução de consciência feita aos suicidas saturados intelectual ou filosoficamente.
Que nos dizeis?
Ramatis: - A Lei do Carma sempre age de modo justo e, durante a sua aplicação, aproveita os valores morais já consagrados na contextura da consciência dos espíritos faltosos, para aplicá-los em favor do bem colectivo.
Essa Lei pesa desde a mais subtil atenuante e acção benéfica, durante as provas espirituais rectificadoras, pois a sua acção é educativa e não punitiva, embora ajuste a causa de um delito a um efeito correctivo sob igual intensidade.
Já vos temos lembrado de que a Lei Cármica não tem por função vingar qualquer agravo cometido contra a Divindade, pois não existem agravos que atinjam a Deus ou às autoridades espirituais superiores, pois que os atingidos são exactamente os seus próprios autores, sem a necessidade de um tribunal sideral para avaliar culpas e exarar sentenças punitivas.
O processo sideral ajusta os resultados bons ou maus, produzidos pelas causas accionadas pelos seus próprios agentes para, em seguida, auxiliá-los a empreenderem as providências necessárias e indicadoras dos caminhos certos para a sua ventura espiritual.
Se o homem confiasse decididamente na Lei superior, aceitando todos os princípios e convites da vida angélica, assim como o carbono submisso aceita o buril do ourives para se tornar o brilhante formoso; desapareceria toda resistência cármica humana e agiria apenas o sentido espiritual condutor para a felicidade eterna.
Embora a criatura não se submeta espontaneamente aos ditames certos da evolução espiritual, a Lei pesa sobre as atenuantes e agravantes ao organizar as reencarnações rectificadoras dos faltosos.
No caso de um suicídio - quando, apesar de haver destruído a sua vida num momento de insânia mental ou de excessivo intelectualismo, o tresloucado haja sido criatura benfeitora ou deixe motivos ou realizações úteis à colectividade - malgrado o espírito não se livre dos padecimentos específicos ao seu caso, após à desencarnação violenta, gozará de atenuantes na existência futura, graças ao serviço útil superior.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 28, 2021 9:47 am

É justo que o escritor, o filósofo, o cientista ou o artista, que hajam sido bons e sinceros em suas obras, devam ser tratados sob melhor condição, apesar de se haverem suicidado pela incapacidade de assimilar os verdadeiros motivos espirituais da existência humana.
Cabe-lhes pessoalmente a culpa de terem destruído a sua maquinaria carnal de experimentação humana, mas também merecem a atenuante reeducativa da "piedosa" redução consciencial, se anteriormente visavam elevar o padrão moral do mundo, apesar de sua imaturidade espiritual tê-los cegado sobre a vida imortal.
No entanto, seria flagrante a injustiça, se a Lei também aplicasse o mesmo tratamento àqueles que não trepidam em se suicidar, abandonando covardemente a sua família e a responsabilidade da vida humana, apenas porque já se encontram fartos de todas as sensações inferiores e se rebelam contra os reveses da experimentação espiritual.
A reencarnação correctiva e a reeducação psíquica atenuada Poderão modificar o ex-suícida, transformando-o mais rapidamente num tipo de alma benfeitora e laboriosa e que, após despertar a sua sensibilidade espiritual, ainda será mais útil à humanidade, porque se trata de criatura também aprimorada pela razão.
Mas ao 'suicida rebelde, frustrado pelo prazer, ou vingativo, só a dor incessante será capaz de romper os grilhões do seu instinto inferior e das paixões insaciáveis, que prendem a alma às existências de caprichos e desejos pessoais, à maneira do caramujo na sua concha egocêntrica.

Pergunta: - E no caso desses espíritos mais intelectualizados, que se suicidam por saturação, como dizeis, também são atenuados no Astral os sofrimentos que são próprios dos demais suicidas truculentos?
Ramatis: - A Lei Cármica não se modifica diante do tipo de efeitos decorrentes de causas semelhantes, mas sim dá "a cada um conforme as suas obras".
Assim, o suicida mais emocional sofre os quadros torturantes de modo mais objectivo, isto é, mais propriamente no seu veículo astral, que é a zona de apoio emotivo do perispírito.
Malgrado a figura imperfeita, diríamos que, nesse caso, o suicida sofre mais directamente em sua "carne perispiritual".
O suicida se apavora e se arrepele diante de sua loucura suicida e a precipitação em destruir-se quando se descobre vivo, e ainda em pior situação, no Além.
No entanto, se foi um intelectual, podendo dispor de raciocínios ponderados, quando se matou certamente o fez depois de maduras reflexões, quase sempre decepcionado por uma vida que julgou ter atingido ao máximo de emoção e entendimento, mas sem haver encontrado motivos ocultos e justificáveis, como condição lógica e sensata para o prosseguimento de sua existência.
Então, após deixar a sepultura, é vitimado propriamente pelas cenas atrozes, que lhe ferem mais fundamente a esfera mental do que mesmo o corpo emotivo de contextura exclusivamente astral.
É um sofrimento tão comum e intenso quanto o dos demais suicidas; difere apenas pelo motivo de ser mais "intelectual", pois também fora essa condição a maior preocupação do seu espírito na carne, enquanto que outros sofrem mais atrozmente na esfera emotiva, onde se situa a força das paixões.
O homem de raciocínio desenvolvido, reconhecendo-se sobrevivente e imortal, centuplica a sua angústia mental, por sentir-se envergonhado da exagerada valorização atribuída ao seu intelecto e à proverbial indiferença para com a mística da sobrevivência da alma no Além-Túmulo.
O seu sofrimento é acerbo, mas profundamente moral e acusatório, anotando-lhe todos os momentos perdidos nos raciocínios vaidosos e prazeres epicuristas de exclusiva relação com a vida provisória da carne; revê as sequências benfeitoras das quais bem poderia ter usufruído em benefício da própria inteligência.
É inimaginável o sofrimento daquele que atravessa a vida humana carregando exaustiva bagagem à conta de valioso tesouro e, após a morte truculenta, verifica que o seu carregamento é de pedras que deixara de trocar pelo ouro da esperança imortal!
Esse mesmo intelecto desenvolvido depois tortura dantescamente o seu dono tresloucado, pois esforça-se em rebuscar o recôndito da alma para achar ali o mais débil espinho da desilusão e da vergonha íntima, para ele ver que é inteligência super louvada, mas incapaz de criar a própria ventura!
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 28, 2021 9:47 am

Esse sofrimento não conta com outras atenuantes que não seja o próprio lenitivo da humildade ou da aceitação da própria dor, como holocausto às culpas e actos irreflectidos no mundo transitório.
Mas, se o caminho já houver sido percorrido por um intelecto apurado, tentando uma realização de sentido moral no mundo, o suicida poderá se rejubilar depois, ante a certeza de sua realidade imortal e a esperança de compensar, em seguida, a frustração anterior.
Mesmo quando, em nova consciência, para evitar nova saturação intelectual prematura - num estágio benfeitor e sob novos experimentos que lhe graduarão também o despertamento espiritual - é certo que esse tipo de suicida intelectual já terá sofrido em si mesmo o efeito mórbido de sua precipitada autodestruição, pois a Lei Cármica, como já dissemos, move-se sob a acção do próprio agente que a perturbou.

Pergunta: - Poderíeis nos informar sobre os motivos de algumas crianças se suicidarem em tenra idade, conforme já tivemos conhecimento?
Ramatis: - Os espíritos suicidas que, durante o tempo em que estão desencarnados, em vez da rebeldia teimosa ou da ociosidade deliberada, aceitam serviços sacrificiais e cooperam em favor de outros infelizes, quando depois se reencarnam sempre conseguem atravessar a fase infantil, ou a juventude terrena, algo imunizados contra os perigosos estímulos suicidas que, na forma de verdadeiros "ecos" enfermiços da loucura passada, buscam a mais diminuta invigilância espiritual para se infiltrarem perigosamente no psiquismo e o conturbar novamente.
Em consequência, aqueles que se revoltam contra a perspectiva de servir e aprender junto às falanges dos trabalhadores desencarnados, preferindo curtir o orgulho atávico da personalidade humana, na rebeldia inconformada, também desprezam a oportunidade do socorro que teriam durante a infância da sua reencarnação rectificadora e graças ao cimento da amizade superior.
Acresce que tais rebeldes consideram de pouca valia os próprios ensinamentos evangélicos deixados por Jesus, ou mesmo dados por outras consoladoras doutrinas espirituais.
Demasiadamente orgulhosos e ostensivos, ainda envaidecidos pela estulta auto-suficiência, consideram supérfluos ou inúteis os recursos da terapia evangélica, apreciando-a como um meio ingénuo e incapaz de sustentá-los em suas vidas dificultosas no mundo da carne.
Aliás, não se pode atribuir excessiva malevolência a esses poucos indivíduos que se acreditam senhores absolutos de seus actos, pois embora já tenham decorrido dois mil anos de propagação do Evangelho do Amado Jesus, nem por isso a humanidade terrícola também demonstra a sua confiança nele.
Se os homens não duvidassem do generoso trabalho do Sublime Jesus, é claro que há muito tempo eles teriam se libertado dos renascimentos físicos e das incessantes rectificações dolorosas, que são consequentes de sua estultice e rebeldia espiritual.
Em verdade, todo o arcabouço grandioso do Evangelho ditado pelo Cristo repousa nesta singela frase de oculta significação:
"O meu reino não é deste mundo!"
Tanto do lado de cá como aí na Crosta, muitos espíritos onerados por crimes, suicídios ou rebeldia ao Bem e à Luz subestimam e combatem ferozmente a extraordinária força criadora do Evangelho, desconhecendo o seu potencial assombroso e a particularidade valiosa de transformar almas impuras para a cidadania angélica.
Por isso, alguns inveterados suicidas, rebeldes a qualquer amizade redentora no Espaço, descem para a carne sem a iniciação da humanidade, do afecto e do perdão evangélico, cercando-se novamente dos velhos comparsas e adversários impiedosos que já os abateram no passado.
Excessivamente confiantes em si mesmos e com todos os equívocos da alma ignorante, submetem-se às provas obrigatórias da reencarnação terrena com o perispírito já vibratoriamente impermeável à protecção superior.
Infelizmente, alguns deles não conseguem ultrapassar, sequer, o período da infância e alcançar as rectificações cármicas posteriores; então deixam-se vencer muito cedo pela melancolia das provas futuras, que já adivinham na sua mente enfermiça e são revestidas pelos seus inimigos à espreita, nas sombras, que lhes avivam os estímulos suicidas do passado.
Quase sempre, a insânia os toma ainda na fase juvenil, resultando os quadros trágicos do suicida precoce, que comovem o mundo ante a surpresa de tal incógnita humana.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 6 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Página 6 de 8 Anterior  1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8  Seguinte

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos