LUZ ESPÍRITA
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Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 01, 2021 12:06 pm

Mediunismo
Psicografia de Hercílio Maes

Espírito Ramatis

Índice
No campo da mediunidade
Algumas palavras do médium
Preâmbulo


CAPÍTULO 1 - Considerações sobre O “Livro dos Médiuns"
CAPITULO 2 - A Mediunidade e o “Consolador" prometido
CAPITULO 3 - Todas as criaturas são médiuns?
CAPITULO 4 - Aprova" da obsessão
CAPITULO 5 - Os trabalhadores activos no serviço mediúnico
CAPÍTULO 6 - O médium de "mesa" e o de “terreiro"
CAPITULO 7 - Considerações sobre a mediunidade natural e a de prova
CAPITULO 8 - As dificuldades nas comunicações mediúnicas com o Alto
CAPITULO 9 - A extensão e profundidade das comunicações mediúnicas
CAPITULO 10 - O médium anímico-mediúnico e o Intuitivo
CAPITULO 11 - Uma observação individual
CAPITULO 12 - A mediunidade mecânica
CAPITULO 13 - A mediunidade intuitiva e a de incorporação
CAPÍTULO 14 - Mediunidade sonambúlica
CAPITULO 15 - Trabalhos de tiptologia
CAPITULO 16 - As comunicações perversivas pela tiptologia
CAPÍTULO 17 - Considerações sobre a vidência
CAPITULO 18 - Vidência ideoplástica
CAPITULO 19 - Algumas observações sobre o animismo
CAPITULO 20 - O aproveitamento anímico nas comunicações mediúnicas
CAPITULO 21 - A influência anímica na abertura dos trabalhos mediúnicos
CAPÍTULO 22 - A sugestão e a imaginação nas comunicações mediúnicas
CAPITULO 23 - O espírita e o bom humor
CAPITULO 24 - A telepatia e as comunicações mediúnicas
CAPITULO 25 - O problema da mistificação
CAPITULO 26 - As comunicações dos espíritos sobre tesouros enterrados
CAPITULO 27 - Considerações sobre a castidade por parte dos médiuns
CAPITULO 28 - Aspectos psicológicos das encarnações de apóstolos e líderes do cristianismo
CAPITULO 29 - A função dos guias e as obrigações dos médiuns
CAPITULO 30 - O peditório aos amigos do espaço
CAPITULO 31 - As influências obsessivas sobre os médiuns e suas consequências
CAPÍTULO 32 - Considerações sobre o desenvolvimento mediúnico

HOMENAGEM A RODOLFO DOS SANTOS FERREIRA, coração generoso e idealizador do "Lar Ramatis" para as crianças, em Osasco, São Paulo.

A OSWALDO POLIDORO, espírito incansável e escritor fecundo, que enriqueceu a bibliografia espírita com admirável conjunto de obras de ascensão espiritual.
Curitiba, 20 de agosto de 1960
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 01, 2021 12:06 pm

No campo da mediunidade.
(Capítulo extraído da obra "Colectânea do Além", ditada por André Luiz ao médium Francisco Cândido Xavier.
Obra editada pela Livraria Man Kardec-LAKE - São Paulo).

O cérebro físico é aparelho de complicada estrutura.

Constitui-se de células emissoras e receptoras, que servem nos mais diversos centros mentais reguladores da vida orgânica.
Imantam-se, dentro dele, poderosas correntes magnéticas, a flutuarem sobre o líquido cérebro-espinhal, qual a engrenagem de um motor em óleo adequado, produzindo vibrações eléctricas com a frequência de dez a vinte hertz por segundo.
Daí parte infinidade de ordens, endereçadas ao sistema nervoso, ao aparelhamento endocrínico e aos órgãos diversos.
O cérebro, porém, tal qual é conhecido na Terra, representa a parte visível do centro perispiritual da mente, ainda imponderável à ciência comum, no qual se processa a elaboração do pensamento, que escapa à conceituação humana.
Referimo-nos a semelhante quadro para comentar a necessidade da cooperação do servidor mediúnico no intercâmbio entre os dois planos - visível e invisível.
A tese do animismo, não obstante respeitável, pelas excelentes intenções que a inspiraram, muita vez desencoraja os companheiros chamados a testemunhos de serviço no ministério da verdade e do bem.
Os investigadores rigoristas não favorecem o esforço dos médiuns bem intencionados; na maioria das ocasiões destroem-lhes os germens de boa vontade e realização com as suas exigências particularistas no capítulo da minudência, da gramática, da adivinhação.
A organização mediúnica, entretanto, como as demais edificações elevadas, não se improvisa no caminho da vida.
E o médium não é uma inteligência ou uma consciência anulada nas exteriorizações fenoménicas da comunicação entre as duas esferas.
Ainda no chamado sonambulismo puro, no transe completo e nas hipnoses mais profundas, a colaboração dele será manifesta e indispensável.
A energia da usina longínqua precisa do filamento da lâmpada, em que se manifesta, produzindo luz e calor.
O artista, para arrancar a melodia perfeita, necessita de cordas afinadas e firmes no violino que lhe empresta o concurso na demonstração musical.
A mensagem do cantor, ou do político, requer o aparelho de recepção para ser ouvida à distância.
Exige a lâmpada característica especializada, na fabricação.
O violino requisita grande experiência e cuidado de manufactura e o receptor radiofónico pede extensa cópia de material eléctrico para atender à finalidade que lhe é própria.
Se em semelhantes serviços de transmissão, à base de matéria comum, há imperativos técnicos e organização, como improvisar um mecanismo mediúnico, no qual a base de matéria viva associada a elementos espirituais, ainda imponderáveis à ciência humana, exige a construcção da vontade com os valores da cooperação?
Edificar a mediunidade constitui uma obra digna do esforço aliado à perseverança no espaço e no tempo.
Um habitante de esfera diferente necessita valer-se dos recursos que lhe oferece o cooperador identificado com o círculo onde pretende fazer-se sentir.
Trata-se de imposição vulgar nas próprias relações entre países terrestres, de cultura diversa.
O brasileiro que precise conduzir certa mensagem à Inglaterra, desprovido de contacto anterior com a vida britânica, de modo algum dispensará o intérprete e esse intermediário, para cumprir a tarefa, deve preparar-se devidamente.
Adaptar-se uma entidade desencarnada ao cérebro, ao sistema nervoso e aos núcleos glandulares do companheiro encarnado, ajustando peças biológicas e eliminando resistências celulares, sem nos referirmos aos processos mentais inacessíveis à compreensão actual dos fenómenos, não é operação matemática que se efectue através dos cálculos de alguns instantes.
É organização paciente, requisitando muito concurso e devotamento por parte dos amigos em serviço na crosta planetária.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 01, 2021 12:06 pm

E, assim afirmando, convidamos os colaboradores sinceros do Espiritismo evangélico a dedicarem maior atenção à chamada "mediunidade consciente", dentro da qual o intermediário é compelido a guardar suas verdadeiras noções de responsabilidade no dever a cumprir.
Cultive cada trabalhador o seu campo de meditação, educando a mente indisciplinada e enriquecendo os seus próprios valores nos domínios do conhecimento, multiplicando as afinidades com a esfera superior, e observará a extensão dos tesouros de serviço que poderá movimentar a benefício de seus irmãos e de si mesmo.
Sobretudo, ninguém se engane relativamente ao mecanicismo absoluto em matéria de mediunidade.
Todo intérprete da espiritualidade, consciente ou não no decurso dos processos psíquicos, é obrigado a cooperar, fornecendo alguma coisa de si próprio, segundo as características que lhe são peculiares, porquanto, se existem faculdades semelhantes, não encontramos duas mediunidades absolutamente iguais.
Lembremo-nos de que não nos achamos empenhados em edificações exteriores, onde a forma deva sacrificar a essência e onde a "letra" asfixie o "espírito", e sim na construção de um mundo melhor, nos círculos de experiência para a vida eterna.
Guarde cada colaborador do Espiritismo cristão a consciência, a responsabilidade e o espírito de serviço à maneira de riqueza celeste que é necessário valorizar e multiplicar.
Não nos esqueçamos de que, segundo a profecia, através dos canais mediúnicos o Senhor está derramando a sua luz sobre toda a carne, mas que é preciso purificar o vaso carnal e enriquecer a mente, a fim de que o homem terrestre seja, de facto, o intérprete fiel da divina Luz.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 01, 2021 12:06 pm

Algumas palavras do médium.
Prezado leitor,
Embora creia que é desnecessária e cansativa qualquer consideração preliminar sobre o conteúdo desta nova obra de Ramatis, intitulada "Mediunismo", e que abrange com especialidade os mais variados aspectos do exercício da mediunidade sob o patrocínio da doutrina espírita, cumpre-me o dever de explicar que devem ser atribuídos exclusivamente a mim os possíveis equívocos assinalados durante a leitura destas páginas.
Ainda são raros os médiuns que, a exemplo de um Chico Xavier, podem filtrar com pleno êxito o pensamento dos desencarnados para o ambiente material.
E isso ainda se toma mais difícil quando se trata de recepcionar as comunicações dos espíritos categorizados, cuja vibração altíssima ultrapassa a nossa frequência psíquica comum.
"Mediunismo" assemelha-se às demais obras de Ramatis quanto à sua elaboração, pois também foi confeccionada pelo sistema de perguntas e respostas.
À medida que surgiam as dúvidas decorrentes das respostas anteriores de Ramatis, fazíamos novas indagações, e assim se encorpava a obra com outros assuntos de interesse.
Tudo que se perguntou sobre a mediunidade foi respondido satisfatoriamente pelo espírito de Ramatis e, se algo de interesse no assunto foi olvidado nesta obra, não cabe a culpa ao espírito consultado, mas apenas ao esquecimento ou falta de prática de quem fez as indagações.
Talvez, mais tarde, os simpatizantes de sua obra resolvam tecer novas consultas em torno da mediunidade, o que, possivelmente, há de proporcionar-lhes outras conceituações mais elucidativas e sanar as omissões actuais.
Aliás, quanto a certos ângulos muito controversos sobre a mediunidade, e que exigem esclarecimentos mais minuciosos, Ramatis reportou-se aos mesmos noutras respostas, embora o fazendo sob outra roupagem vocabular.
Deste modo, ele procurou avivar a memória do leitor sobre aquilo que deve ser conhecido com melhores detalhes e que favoreça uma interpretação mais certa do compromisso mediúnico.
Já havíamos encerrado o último capítulo desta obra, quando um dos componentes do nosso grupo de trabalho mediúnico solicitou de Ramatis o obséquio de indicar alguns dos compêndios mais credenciados, na língua portuguesa, que pudessem orientar com mais eficiência o desenvolvimento mediúnico e ensinar os métodos mais sensatos e proveitosos para os candidatos a médiuns.
Ramatis, após frisar que já é bem servida a bibliografia desse género, no Brasil, e que se encontra capacitada para explicar com eficiência a natureza das relações mediúnicas entre vivos e mortos, indicou-nos algumas obras que considerou mais apropriadas para auxiliar o desenvolvimento mediúnico, em conformidade com os preceitos ensinados pela doutrina espírita.
Com o intuito de facilitar a aquisição das obras citadas, por parte daqueles que ainda não as conhecem ou desejam presenteá-las a outrem, combinamos especificá-las nesta página, mencionando tanto os seus autores encarnados ou desencarnados como as casas que as editaram.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 01, 2021 12:07 pm

Ei-las, pois, a seguir:
• O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, de Allan Kardec. Edição da Livraria da Federação Espírita Brasileira.
• O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec. Edição da Livraria da Federação Espírita Brasileira.
• O LIVRO DOS MÉDIUNS, de Allan Kardec. Edição da Livraria da Federação Espírita Brasileira.
• NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE, de André Luiz. Médium Francisco Cândido Xavier. Edição da Livraria da Federação Espírita Brasileira.
• ESTUDANDO A MEDIUNIDADE, de Martins Peralva. Edição da Livraria da Federação Espírita Brasileira.
• MEDIUNIDADE, de Edgard Armond. Edição da Livraria Allan Kardec (Lake).
• TRABALHOS PRÁTICOS DE ESPIRITISMO, de Edgard Armond. Edição da Livraria Allan Kardec (Lake).
• PASSES E RADIAÇÕES, de Edgard Armond. Edição da Livraria Allan Kardec (Lake).
• PONTOS DA ESCOLA DE MÉDIUNS. Editado pela Federação Espírita do Estado de São Paulo.
• PASSES E CURAS ESPIRITUAIS, de Wenefledo de Toledo. Edição da Livraria do Pensamento.
• MANUAL DO DIRIGENTE DE SESSÕES ESPÍRITAS, de E. Manso Vieira e B. Godoy Paiva. Edição da Livraria Allan Kardec (Lake).
• MEDIUNIDADE SEM LÁGRIMAS, de Eliseu Rigonatti. Edição da Livraria Allan Kardec (Lake).

Curitiba, 20 de agosto de 1960
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 01, 2021 12:07 pm

Preâmbulo
Meus Amigos e Irmãos,
Entregando-vos esta obra, que achamos de bom alvitre denominar de "Mediunismo", também nos desincumbimos de mais uma etapa do programa sideral, cuja responsabilidade assumimos junto aos nossos maiorais quando nos prontificamos a cooperar para a melhoria espiritual de alguns espíritos encarnados na Terra.
Mercê da bondade do Criador, já gozamos do júbilo de verificar que pudemos atrair a simpatia de algumas criaturas, interessando-as para o conteúdo de nossas singelas mensagens mediúnicas.
Comprovamos também que elas modificaram algo do seu antigo modo de viver e adoptaram princípios evangélicos em suas vidas, elevando-se para a frequência espiritual mais alta e assim apressando a sua renovação para habitar os planos paradisíacos.
Reconhecemos a impossibilidade de agradar a todos os que tomam contacto connosco, assim como também não alimentamos quaisquer vaidades messiânicas, nem pretendemos distinções especiais no seio das comunidades sidéreas.
Alegramo-nos muitíssimo pela oportunidade de cooperar nos labores de esclarecimento espiritual e de socorro fraterno, que o Alto realiza em favor das almas matriculadas na escola benfeitora da carne.
Compreendemos a necessidade de nos manter acima dos preconceitos e dos equívocos humanos, assim como estendemos a nossa afeição espiritual a todos os homens, malgrado alguns espíritos demasiadamente ortodoxos em suas crenças possam não se agradar daquilo que estamos transmitindo por via mediúnica.
Oxalá, servindo-nos da organização mediúnica que nos transfere o pensamento para a matéria, possamos corresponder à imerecida confiança daqueles que nos permitiram a participação no serviço abençoado do Bem.
Realizado, assim, este modesto esforço no sentido de auxiliarmos tanto quanto possível a libertação espiritual de nossos irmãos encarnados, apresentando um trabalho isento dos pruridos científicos, das cogitações filosóficas destrutivas, da mentalidade intoxicada pelo academismo do mundo e também das conceituações dogmáticas religiosas, formulamos os nossos sinceros apelos espirituais aos homens de boa vontade para que se interessem o mais breve possível pela sua admissão ao reino amorável do Cristo.
Embora a vida física seja escola meritória, que proporciona ao espírito mergulhado na carne transitória o desenvolvimento de sua consciência, o certo é que as fortíssimas raízes lançadas pelo instinto animal retardam o homem por muito tempo sob o guante do sofrimento redentor.
A dor, na vida material, é quase sempre o corolário imediato dos prazeres descontrolados.
Eis por que, embora devamos reconhecer a importância indiscutível do curso experimental da vida terrena, significando a valiosa oportunidade que auxilia o despertamento da centelha sideral emanada do Criador e situada na carne humana, temos sempre insistido quanto à necessidade de o homem aprender a sua lição espiritual com a maior urgência, a fim de se libertar o mais cedo possível das formas escravizantes da matéria.
Malgrado esse benefício prestado pela carne, à alma, no seu aprendizado angélico, é implacável a sua acção atávica e bastante difícil desatar suas algemas milenárias.
Desde que a angelitude é a condição definitiva que Deus instituiu para todos os seus filhos criados de sua própria Consciência Cósmica, é justo que o espírito se sirva eficientemente dos laboratórios planetários que lhe facultam as provas redentoras; mas deve ser sensato e trabalhar tanto quanto possível para lograr essa ventura, a que têm direito indiscutível.
Reconhecemos que algumas criaturas, ainda algemadas às paixões deletérias da carne, afligem-se ou se entristecem quando verificam que em nossas mensagens condenamos sempre a negligência espiritual do homem.
No entanto, assim não fazemos com o, intuito apostólico de condenar as fraquezas naturais da vida humana, nem pretendemos excomungar nossos irmãos encarnados pelos seus equívocos.
Na verdade, todos vivem na carne as mesmas experiências e equívocos, com os quais nós também já topamos em inúmeras existências planetárias.
O nosso principal objectivo ainda é o convite fraterno e insistente para que os encarnados despertem de sua negligência tão comum na peregrinação da estrada terrena e acelerem os passos, pois já bem próximo lhes acena a ventura eterna da vida angélica. Realmente, temos nos referido incessantemente à inconveniência de o espírito demorar-se atado à fogueira das paixões devoradoras e pecaminosas do mundo da carne; mas, em seguida, também enunciamos as perspectivas sublimes e o cenário paradisíaco que aguardam as almas sofredoras após a sua libertação do compromisso redentor da carne.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 01, 2021 12:07 pm

Com muita razão deveríamos ser condenados à repulsa pública se, em detrimento das virtudes angélicas do espírito imortal, preferíssemos exaltar os vícios e as paixões pecaminosas que ainda fervilham sob o combustível alimentado pelas energias do instinto animal.
A presente obra, intitulada "Mediunismo", é apenas mais um singelo trabalho de nossa cooperação espiritual por via mediúnica, enquanto rogamos a Deus o ensejo de permitir-nos acender a chama da vida imortal em alguns corações ainda torturados pelas vicissitudes e as dores da vida material.
Envidamos também os nossos melhores esforços para contribuir de modo proveitoso, junto de alguns médiuns ainda confusos e indecisos, que vacilam quanto ao roteiro mais certo para empreender o seu desenvolvimento mediúnico.
Obviamente, não alimentamos a presunção de acrescer qualquer novidade às obras fundamentais de Allan Kardec, que os espíritos lhe ditaram sobre a mediunidade.
Da mesma forma, reconhecemos que já existem muitas obras credenciadas no género, produzidas por encarnados estudiosos da fenomenologia mediúnica, as quais superam estas singelas mensagens de nossa lavra espiritual.
Servindo-nos do médium que nos recepciona o pensamento, temos procurado atender às mais variadas indagações sobre o problema complexo e sublime da mediunidade, exaltando-a como a tarefa espiritual que deve ser exercida com devotado zelo moral e sempre à distância dos interesses mercenários e das vaidades humanas.
Obedecendo à necessidade selectiva do programa elaborado pelos nossos superiores, algumas vezes fomos obrigado a destacar os ângulos sombrios da prática mediúnica, a imprudência, o interesse mercenário e a capciosidade de certos médiuns.
Mas assim o fizemos com o fito de distinguir aqueles que merecem a confiança do Alto e prestam valioso e devotado serviço ao próximo.
Em algumas de nossas considerações existe um tom de censura aos médiuns preguiçosos, que sentem estranho prazer em se conservar na mesma ignorância de quando iniciaram o seu desenvolvimento mediúnico.
E assim o fizemos porque o êxito do mandato mediúnico e a sua transparência espiritual exigem que os seus intérpretes, além do seu apuro moral, também despertem o seu comando mental e melhorem o seu intelecto.
Advertimos todos os médiuns de que o êxito do serviço mediúnico depende muito mais da renúncia, desinteresse, humildade e ternura dos seus medianeiros do que mesmo de qualquer manifestação fenoménica espectacular, que empolga os sentidos físicos, mas não converte o espírito ao Bem.
Embora não tenhamos podido alinhar conceitos espiríticos mais avançados que aqueles que Kardec já consignou em suas obras doutrinárias, sentir-nos-emos regiamente compensados se, através deste trabalho despretensioso, algumas criaturas puderem compreender melhor o sentido libertador do Espiritismo e a função redentora da mediunidade.
No término deste breve preâmbulo, rendemos o nosso preito de simpatia e admiração a Allan Kardec, espírito sensato e heróico, que renunciou à sua própria tranquilidade e aos interesses do mundo físico para servir benfeitoramente à -humanidade terrena.
Considerando-se a doutrina espírita como o Cristianismo redivivo em sua pureza iniciática e em sua simplicidade comovedora, os médiuns que se credenciam sob a sua égide doutrinária também precisam cumprir o seu mandato espiritual no século atómico, quais novos apóstolos, pregando a imortalidade do espírito.

Curitiba, 21 de abril de 1960
RAMATIS
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 01, 2021 12:07 pm

CAPÍTULO 1 - Considerações sobre o "Livro dos Médiuns"
PERGUNTA: — De início, gostaríamos que nos indicásseis qual o método mais eficiente para o êxito do desenvolvimento mediúnico ou qual o processo mais aconselhável para educar o candidato a médium.
RAMATÍS: — Assim como ao futuro acadêmico compete primeiramente estudar a cartilha primária, a fim de aprender o alfabeto que o credenciará para tentar no futuro os estudos mais complexos da cátedra universitária, o médium também precisa começar o seu desenvolvimento mediúnico orientado pelas lições básicas da doutrina espírita.
O homem pode tomar-se engenheiro, advogado, médico ou magistrado, mas ele sempre terá de começar pela alfabetização.
Atualmente, à medida que o mundo terreno progride, a sua humanidade também freqüenta cursos para poder exercer as suas profissões as mais singelas e, devido a isso, multiplicam-se e popularizam-se os tratados científicos e os compêndios técnicos, a fim de serem orientadas as experimentações ou as especulações mais comuns.
Hoje estudam-se e consolidam-se regras e leis que, baseadas nas longas experimentações do passado, graduam disciplinadamente os estudos mais variados e facilitam muitíssimo o roteiro educativo dos estudiosos.
Pouco a pouco eliminam-se as indecisões, os equívocos, os transtornos e as surpresas tão comuns às tentativas empíricas e próprias das experimentações sem métodos seguros.
Em conseqüência disso, os empreendimentos culturais, os cursos científicos e os conhecimentos técnicos modernos são tratados em linguagem acessível a todas as mentes estu-diosas e aceleram o progresso da humanidade terrena, porquanto reduzem a perda de tempo comumente empregado no empirismo desordenado.
Proliferam, então, as academias destinadas a oficializar todos os labores humanos, pois diplomam costureiras, floristas, oradores, barbeiros, motoristas, fabricantes de doces, especialistas em extração de calos ou técnicos das mais variadas profissões.
É evidente que, se a faculdade mediúnica é destinada a objetivos mais sublimes, e bem mais complexa e importante do que as profissões comuns do mundo, ela também exige um roteiro inteligente, sensato e criterioso,sob o mais devotado carinho e desprendimento de seus cultores.
Nesse aprimoramento mediúnico estão em jogo os elevados ensinamentos da vida evangélica, e a sua finalidade é a de proporcionar ao homem a sua mais breve libertação espiritual.
Entretanto, o êxito depende muitíssimo das condições morais e dos conhecimentos do médium, o qual deve se afastar de tudo aquilo que possa despertar o ridículo, a censura ou o sarcasmo sobre a doutrina espírita.
O médium desenvolvido, na acepção da palavra, é fruto de longas experimentações em favor do próximo; só o serviço desinteressado, a imaginação disciplinada e o equilíbrio moral-emotivo é que poderão garantir-lhe o sucesso nas suas comunicações com o Alto.
Só o desenvolvimento mediúnico correto, supervisionado por outras criaturas sensatas e experimentadas, é que realmente poderá garantir os resultados proveitosos e evitar os espinhos das decepções prematuras ou o desencanto das tarefas fracassadas. Embora algumas criaturas se deixem atrair pelas manifestações e encenações exóticas, que impressionam os leigos nos fenômenos mediúnicos, o intercâmbio satisfatório e profícuo com o Além também requer disciplina semelhante à que se exige nos cursos acadêmicos do mundo profano.
Assim como seria absurdo pretender alguém candidatar-se a um curso acadêmico, mas negando-se a alfabetizar-se em primeiro lugar e tentando alcançar o seu objetivo superior por meio de tentativas empíricas e experimentações confusas, também é absurdidade que o candidato necessitado do desenvolvimento mediúnico espiritista, despreze as regras e as normas fundamentais do "Livro dos Médiuns", nas quais Allan Kardec cimentou definitivamente a prática sensata da mediunidade.
Assim como não confiais na criatura que se afirma portadora de um diploma acadêmico, mas sem nunca ter feito os estudos primários, é claro que também não podeis confiar na capacidade, na segurança e no entendimento de qualquer médium que ignore os principios mais rudimentares sobre a mediunidade expostos no "Livro dos Médiuns".
Muito mais importante e perigosa do que as relações e as profissões no mundo material são ainda as relações entre os vivos e os mortos, por cujo motivo o médium não pode prescindir de um roteiro certo e seguro em seu desenvolvimento, tal como Allan Kardec o estabeleceu em suas obras fundamentais.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 01, 2021 12:07 pm

PERGUNTA: — No entanto, conhecemos alguns confrades que se consideram "bons médiuns" e são bastante seguros em suas tarefas mediúnicas, mas que afirmam nunca haver lido uma página do "Livro dos Médiuns", nem mesmo consultado qualquer outra obra de Allan Kardec.
Que dizeis disso?
RAMATÍS: — Quanto a haver médium bom e seguro, mesmo ignorando as obras de Allan Kardec, não opomos dúvida alguma, pois o Catolicismo, o Protestantismo, a Teosofia, o Esoterismo, o Budismo, o Islamismo, o Induísmo e o Judaísmo, as instituições Rosa-Cruz e outras associações iniciáticas contaram em seu seio com magníficos médiuns de alto critério espiritual, mas alheios aos postulados espíritas.
O Espiritismo é o conjunto de leis morais que disciplinam as relações desse "mediunismo" entre o plano visível e o invisível, coordenando também o progresso espiritual dos seus adeptos.
Mas os fenômenos mediúnicos começaram a ocorrer muito antes de ser codificada a doutrina espírita, assim como também podem se registrar independentemente de sua existência.
Sem dúvida, tendes de distinguir que o mediunismo é manifestação que pode ocorrer independentemente do Espiritismo; o primeiro é uma "faculdade" que pode não estar sujeita a doutrinas ou religiões; o segundo é "doutrina" moral e filosófica codificada por Allan Kardec, cuja finalidade precípua é a libertação do homem dos dogmas asfixiantes e das paixões escravizantes.
A literatura mediúnica, proveniente de várias fontes religiosas e doutrinárias, é pródiga em vos comprovar a quantidade de sensitivos que recepcionam mensagens daqui, embora não operem diretamente sob a inspiração do Espiritismo codificado por Allan Kardec.
Assim é que, independentemente da codificação cardeciana, foram recebidos do Espaço as importantes "Cartas de Meditações" e a obra "Luz da Alma", ditadas pelo instrutor tibetano a Alice A. Bailey; as missivas de escrita direta a Helena Blavatsky, fundadora da Teosofia, dos mestres Mória e K. H.; as "Cartas do Outro Mundo", ditadas a Elza Barker por um magistrado inglês; as comunicações intituladas "Trinta Anos entre os Mortos", pela faculdade da senhora Wicklan; a "Luz no Caminho" a Mabel Collins, inspirada por mentores Yogas; o magnífico poema "Aos Pés do Mestre", inspirado ao jovem Krisnamurti; "A Vida nos Mundos Invisíveis", ditada pelo monsenhor Robert Hugs Benson a Anthony Bórgia; as mensagens do Padre Marchai a Ana de G.; "A Vida Além do Véu", ao pastor protestante rev. G. Vale Owen, de autoria de sua progenitora; as inéditas experiências de Eduardo Van Der Naillen, entre os Mayas — que ignoravam o Espiritismo — originaram "A Grande Mensagem", obra admirável como repositório de conhecimentos do Além.
O bispo anglicano C. H. Leadbeater, um dos esteios da Sociedade Teosófica, revelou poderosas faculdades de clarividência e escreveu instrutivas obras de esclarecimentos espirituais, sem qualquer contato doutrinário com o Cardecismo.
No vosso século, sem se situarem na área espírita, Pietro Ubaldi entregou-vos "A Grande Síntese", obra extraordinária e de inspiração mediúnica produzida por sublime entidade sideral, e Rosaria de La Torre compôs mediunicamente "Harpas Eternas", da autoria espiritual de Hilarião de Monte Nebo, destacado iniciado sideral.
Os profetas eram médiuns poderosos.
Jonas, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Naum, Samuel, Job, Habacuc e outros iluminavam as narrativas bíblicas com os seus poderes mediúnicos.
Moisés hipnotizou a serpente e a transformou num bastão, fazendo-a reviver, depois, diante do Faraó surpreendido.
Ele sabia extrair ectoplasma à luz do dia; praticava levitações, transportes, e produziu chagas no corpo, curando-as rapidamente.
Realizando a mais assombrosa hipnose da História, usou o povo egípcio como "sujet" e o fez ver o rio Nilo a correr como sangue; atuando nas forças vivas da Natureza, visto que conhecia o processo da magia sobre as salamandras, semeava o fogo em tomo de si, cercando-se da "sarça ardente", e punha em fuga os soldados escolhidos para matarem-no.
Na esfera católica, Terezinha via o sublime Senhor nimbado de luz; Francisco de Assis revelava as chagas de Jesus; Antônio de Pádua transportava-se em espírito de Portugal a Espanha para salvar o pai inocente; Dom Bosco, em transe psicométrico, revia Jesus em sua infância, ou então profetizava sobre o futuro, inclusive quanto às realizações atuais do vosso país'; Vicente de Paula extinguia úlceras à simples imposição de suas mãos e São Roque curava a lepra à força de orações.
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Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 01, 2021 12:08 pm

Teresa Neumann, no nosso século, apresenta os estigmas da crucificação, e alguns sacerdotes católicos se tomam curandeiros milagrosos sob a terapêutica dos benzi-mentos.
Na índia, Sri Ramana Maharishi e Nirmala Devi entram em "samadhi", integrando-se à Consciência Crística, em gozo inefável, mas independentemente da técnica espírita.
Lahiri Mahasaya levita-se diante da esposa, que se ajoelha estática, e Babají, o Yogi Cristo da índia, materializa, cura e ressuscita, revelando os mais altos poderes mediúnicos; Buda foi a antena viva ligada ao Alto, vertendo para a Ásia a mais elevada mensagem espiritual; Ramacrisna, através da Bíblia da Natureza, reproduzia aos discípulos os pensamentos mais profundos transmitidos pelos mestres desencarnados.
Mesmo Lutero, João Huss, Prentice Mulford, Savonarola, Sócrates, Pitágoras, Apolônio de Tyana etc., já revelavam distinguida faculdade mediúnica, muito antes de Allan Kardec estabelecer o roteiro do "Livro dos Espíritos" e do "Livro dos Médiuns".
Nenhum desses tradicionais seres da História Religiosa era espírita, na acepção do vocábulo, embora todos fossem médiuns, o que ignoravam.
Esses inolvidáveis trabalhadores da Verdade não se ufanavam, porém, de ser "bons médiuns"; foi o próprio serviço cristão, consagrado pela História, que os classificou assim.
Conseqüentemente, cremos ser um tanto precário o julgamento em causa própria da criatura que se jacta de que é "bom médium", mas que desconhece a disciplina do desenvolvimento preconizado por Allan Kardec, e isso muito antes de apresentar um labor convincente na esfera espiritualista.
O médium que realmente tem propósitos sérios e pretende um desenvolvimento técnico e disciplinado, ordeiro e seguro, aspirando realizar serviço cristão na seara espírita, pode ignorar o método experimental de Kardec e o subestimar propositadamente, mas de modo algum se livrará das confusões próprias dos experimentos empíricos.

PERGUNTA: — Embora isso nos surpreenda, já ouvimos certos médiuns justificarem a sua ignorância sobre o "Livro dos Médiuns", ou quaisquer outras obras mediúnicas, alegando que os seus próprios "guias" endossam tal atitude.
Dizem que, assim, esses guias evitam fortalecer-lhes o animismo, que seria mais intensificado pela associação das idéias dos autores das obras lidas.
Esses médiuns são adeptos de um desenvolvimento mediúnico completamente espontâneo, e afirmam livrar-se de qualquer condicionamento literário e métodos doutrinários particulares que possam restringir-lhes a livre eclosão da faculdade em florescimento.
RAMATÍS: — Certamente, tais médiuns pretendem justificar a sua própria preguiça mental ou alergia para com o estudo da doutrina espírita, coisa ainda muito comum em alguns deles.
Não percebemos que razões sensatas possam sancionar tais disparates!
Já sabeis que, "do lado de cá", muitas vezes são vertidos conselhos e orientações maquiavélicos por parte de "pseudos" guias, que semeiam incongruências e alimentam sandices entre os médiuns invigilantes e avessos à disciplina espiritual.
Embora a faculdade mediúnica seja espontânea em sua essência, o seu desenvolvimento deve enquadrar-se em rigoroso procedimento e experimentações sadias, livrando-o das práticas e ritualismo ridículos, dos exotismos e das demais inconveniências censuráveis.
Não resta dúvida de que existem médiuns de excelente estirpe espiritual, que puderam lograr o seu desenvolvimento mediúnico livres das experimentações aflitivas e isentos dos desenganos e das interferências capciosas dos desencarnados.
Mas quando isso acontece é porque se trata de criaturas já credenciadas à proteção excepcional do Além, porquanto o seu trabalho mediúnico é menos "prova" e mais incumbência superior.
Sob qualquer hipótese, os espíritos benfeitores da área espírita sempre preferem comunicar-se pelos médiuns cujo desenvolvimento mediúnico se orientou principalmente pelas normas expostas no "Livro dos Médiuns", que ainda é o admirável repositório de regras sensatas e advertências salutares, concretizadas só depois de copiosa experimentação mediúnica.
É obra que pode ajudar o progresso do candidato a médium, distanciando-o das decepções e do desperdício de tempo, como é muito comum no desenvolvimento empírico e inexperiente.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 01, 2021 12:08 pm

Kardec estudou profundamente as características psicológicas dos médiuns e classificou-os também de conformidade com o tipo de sua faculdade mediúnica em floração, disciplinando-lhes a imaginação exacerbada das comunicações incipientes dos primeiros dias.
Organizou-os em grupos afins e graduou-lhes a capacidade de realização, selecionando os médiuns positivos, calmos, seguros, devotados, coerentes e modestos daqueles que são improdutivos, lacônicos, nervosos, inseguros, vaidosos ou preguiçosos.
Cremos que é bastante desconexa a penetração de médiuns incipientes na floresta espessa das contradições mediúnicas, quando as flores do bom mediunismo já vicejam à beira da estrada larga dos compêndios espíritas.
Esses são médiuns que atendem mais propriamente ao imperativo intrínseco de sua mediunidade em floração sem aliá-lo também ao conteúdo doutrinário e moral do Espiritismo.
Trata-se de simpatia ou de conveniência espiritual dos seus tipos psíquicos, e que os faz empreender o seu desenvolvimento em ambientes que possuem características diferentes das regras especificadas por Kardec junto à mesa espírita.
É o que acontece principalmente nos terreiros da Umbanda, que desenvolvem os seus médiuns sob uma técnica exclusivamente inerente ao fenômeno mediúnico, despreocupada da relação com qualquer disciplina doutrinária já consagrada pelo tempo.
No entanto, também hão de contrariar a pureza da linhagem espírita aqueles que se colocam sob a proteção ou simpatia do Espiritismo, mas desprezam a base do desenvolvimento mediúnico ensinado pelo "Livro dos Médiuns".
Sabeis que seria perfeita tolice que, depois de os cientistas terrenos terem identificado completamente os elementos químicos e as proporções exactas com que eles se combinam para formar substâncias úteis, como a água, o sal, o enxofre, o açúcar etc., os estudiosos modernos da química resolvessem proceder teimosamente a novas tentativas e experimentações fatigantes, para depois concluírem mais deficientemente, com as mesmas fórmulas dos seus antecessores.
Também não se justifica que certos candidatos a médiuns prefiram o desenvolvimento empírico de sua mediunidade, quando já existe o "Livro dos Médiuns", em que a sabedoria, a experiência e a ajuda sensata de Allan Kardec escoimaram as práticas mediúnicas das fórmulas improfícuas, das crenças supersticiosas ou das encenações ridículas.

PERGUNTA: — Alguns espiritualistas, pensadores, e mesmo alguns médiuns "livres", que subestimam o "Livro dos Médiuns" e louvam a espontaneidade incondicional do desenvolvimento mediúnico, alegam que o "cardecista" é um adepto de postulados obsoletos e de ensinamentos anacrônicos, que atualmente já estão bastante superados pelos conceitos do espiritualismo moderno. Julgam que o "cardecismo" é velharia, sinônimo de sectarismo intransigente. Que dizeis?
RAMATÍS: — Não aconselhamos a ortodoxia espírita, capaz de impermeabilizar os seus adeptos contra qualquer outro esforço alheio e digno, no campo da espiritualidade.
O Espiritismo, conforme já o dissemos, não tem como objetivo agrupar prosélitos ferrenhos e estimular movimentos intolerantes.
É empreendimento libertador da consciência e não imposição de seita.
Significa o generoso fermento vivo que acelera o psiquismo humano e incita o homem a se libertar quanto mais cedo possível de sua animalidade.
A sua missão fundamental, como um catalisador divino, é modificar e exaltar as qualidades de tudo aquilo em que pode intervir ou influir.
É o denominador espiritual comum aferindo os valores nobres de todas as almas, em vez de se tomar qualquer ruga sectária, isolando trabalhadores diferentes e que são devotados à mesma causa do espírito imortal.
Em face destas considerações, vereis que é perfeitamente descabida qualquer ironia ou descaso que alguns espiritualistas desavisados ainda emitem contra Allan Kardec e a sua codificação espírita.
Nenhum dos seus postulados fere qualquer outro movimento religioso ou doutrina espiritualista, pois foram todos edificados sobre as raízes que milenariamente entrelaçam todos os movimentos consagrados à busca da Verdade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 01, 2021 12:08 pm

São princípios tão velhos quanto o espírito do homem; isentos de preconceitos de seita ou de casta, eles orientam o curso humano para os objetivos avançados da vida imortal superior.
As obras de Allan Kardec foram inspiradas por elevados mentores dos destinos humanos e abalizados psicólogos siderais, conhecedores indiscutíveis das mais ínfimas necessidades da humanidade terrena.
São tratados acessíveis ao homem comum, mas suficientes para ajudá-lo na sua emancipação espiritual.
Em seu trabalho redentor, Kardec foi orientado pelo Espírito da Verdade, sob cujo pseudônimo se ocultou um dos mais sábios instrutores espirituais da Terra, o qual, além de genial psicólogo sideral, capacitado para autopsiar os mais complexos recônditos da alma humana, ainda é portentoso cientista que domina todos os problemas cármicos do vosso planeta.
Allan Kardec, portanto, espírito generoso, liberto das peias religiosas e das limitações dogmáticas, não deve ser responsabilizado pelo fanatismo de alguns "espíritas" irascíveis, intolerantes e sectaristas.
O Espiritismo não foi codificado para competir com as demais religiões já existentes, pois que os seus postulados são baseados na Causa e Efeito da Lei do Carma e no processo lógico e sensato da Reencarnação, princípios estes já consagrados milenarmente por todas as filosofias orientais que se preocupam com o mais breve aperfeiçoamento do homem.
O vocábulo "cardecismo", bastante generalizado entre os espíritas, é somente a indicação do modo de se exercer o compromisso da mediunidade isento de rituais, idolatrias, oferendas, distinções hierárquicas ou quaisquer outras exigências que exteriorizam aquilo que só requer um entendimento mais interior.
Ele significa, pois, a distinção correta de um procedimento doutrinário, sem menosprezar qualquer idéia ou movimento espiritualista alheio.
As instituições religiosas, as doutrinas espiritualistas ou os estatutos políticos do mundo não devem ser culpados do sectarismo infeliz dos seus adeptos ignorantes e falaciosos, que fazem de sua crença o alicerce para o desforço pessoal contra aqueles que discordam de suas idéias.
Da mesma forma, "cardecismo" não significa um agrupamento de homens em oposição doutrinária ou religiosa a outros grupos de homens.
É apenas a conceituação tradicional de um sistema de trabalho mediúnico.
No campo do mediunismo, significa, mais propriamente, uma preferência técnica, um modo particular de operar em contato com o mundo invisível.
O "cardecista", pois, é aquele que se simpatiza com o exercício mediúnico de "mesa", isto é, conforme preceituou Allan Kardec para os adeptos da doutrina espírita.
No entanto, existem outros sistemas de se praticar o mediunismo, tais como o que se efetua na Umbanda, no qual se tende mais a objetivar todas as expressões e aspectos que os seus comunicantes possuíam na vida física; ou então as sessões de "mesa branca", dos Tatwas esotéricos, em que os seus filiados se limitam a transmitir conscientemente a "inspiração" que lhes é dada pelos familiares do seu movimento.
De modo nenhum é licito ao "cardecista" censurar qualquer um dos movimentos alheios que, atendendo ao modo peculiar de sua instituição, pratiquem um mediunismo diferente do que é preconizado pelo Espiritismo em seu seio doutrinário.

1 — A profecia de Dom Bosco encontra-se publicada na obra "O Brasil e Suas Riquezas", de Waldomiro Potsch, 30a edição, editada pela Fundação Hercu¬lano Xavier Potsch - Rio de Janeiro.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 01, 2021 12:08 pm

CAPÍTULO 2 - A mediunidade e o "Consolador" prometido
PERGUNTA: — Que relação há entre a mediunidade e o "Consolador" prometido por Jesus?
Que é, propriamente, a mediunidade?
RAMATIS: — A mediunidade é um património do espírito; é faculdade que se engrandece em sua percepção psíquica, tanto quanto evolui e se moraliza o espírito do homem.
A sua origem é essencialmente espiritual e não material.
Ela não provém do metabolismo do sistema nervoso, como alegam alguns cientistas terrenos, mas enraíza-se na própria alma, onde a mente, à semelhança de eficiente usina, organiza e se responsabiliza por todos os fenómenos da vida orgânica, que se iniciam no berço físico e terminam no túmulo.
A mediunidade é faculdade extra-terrena e intrinsecamente espiritual; em sua manifestação no campo de forças da vida material, ela pode se tomar o elemento receptivo das energias sublimes e construtivas provindas das altas esferas da vida angélica.
Quando é bem aplicada, transforma-se no serviço legítimo da angelitude, operando em favor do progresso humano.
No entanto, como recurso que faculta o intercâmbio
entre os "vivos" da Terra e os "mortos" do Além, também pode servir como ponte de ligação para os espíritos das sombras actuarem com mais êxito sobre o mundo material.
Muitos médiuns que abusam de sua faculdade mediúnica e se entregam a um serviço mercenário, em favor exclusivo dos seus interesses particulares, não demoram em se ligar imprudentemente às entidades malfeitores dos planos inferiores, de cuja companhia dificilmente depois eles conseguem se libertar.

PERGUNTA: — Dizem certos médicos, estudiosos do assunto, que a mediunidade é apenas um "fenómeno orgânico".
Que dizeis sobre isso?
RAMATIS: — A mediunidade não é fruto da carne transitória, nem provém de qualquer sensibilidade ou anomalia do sistema nervoso.
Repetimos: é manifestação característica do espírito imortal.
É percepção espiritual ou sensibilidade psíquica, cuja totalidade varia de indivíduo para indivíduo, pois, em essência, ela depende também do tipo psíquico ou do grau espiritual do ser.
Embora os homens se originem da mesma fonte criadora, que é Deus, eles se diferenciam entre si, porque são consciências individualizadas no Cosmo, mas conservando as características particulares, que variam conforme a sua maior ou menor idade sideral.
Há um tom espiritual próprio e específico em cada alma, e que se manifesta por uma tonalidade particular durante a manifestação mediúnica.
É como a flor, que revela o seu perfume característico, ou então a lâmpada, que expõe a sua luz particular.

PERGUNTA: — Conforme temos observado, a mediunidade, actualmente, generaliza-se e recrudesce entre os homens de modo ostensivo.
Por que ocorre tal fenómeno em nossos dias?
RAMATIS: — É fenómeno resultante da hipersensibilidade psíquica que presentemente sobressai entre os homens, em concomitância com o "fim dos tempos" ou "juízo final", tantas vezes já profetizado.
O século em que viveis é o remate final da "Era da Matéria", que até o momento tem sido regida pela belicosidade, cobiça, astúcia, cólera, egoísmo e crueldade, paixões mais próprias do instinto animal predominando sobre a centelha espiritual.
Encontrai-vos no limiar da "Era do Espírito", em que a humanidade sentir-se-á impulsionada para o estudo e o cultivo dos bens da vida eterna, com acentuado desejo de solucionar os seus problemas de origem espiritual.
As comprovações científicas da imortalidade da alma, através do progresso da fenomenologia mediúnica, reduzirão bastante a fanática veneração do homem pela existência transitória do corpo físico.
Assim como o organismo carnal do homem em certo tempo verticalizou-se para servi-lo em nível biológico superior, o seu espírito também há de se erguer da horizontalidade dos fenómenos e dos interesses prosaicos da vida física provisória, para actuar definitivamente na frequência vibratória do mundo crístico.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 01, 2021 12:08 pm

A época profética que viveis actualmente, sob a emersão colectiva do instinto animal simbolizado na “Besta do Apocalipse", que tenta subverter o espírito do homem ainda escravo das formas terrenas é que produz essa ansiedade, esse nervosismo e essa inquietação das massas humanas, ateando o barbarismo das guerras e das revoluções, incitando as lutas de classes e os ódios racistas, enquanto os cientistas investigam como matar mais depressa por intermédio das armas nucleares.
A humanidade terrena pressente que já chegou a sua hora angustiosa de selecção espiritual e consolidação planetária.
O homem terá que se decidir definitivamente para a “direita" ou para a “esquerda" do Cristo, pois, conforme reza a profecia, serão separados os lobos das ovelhas e o trigo do joio.
Freme o magnetismo do ser humano à periferia do seu psiquismo exaltado pela energia animal, a qual emerge em sua desesperada tentativa de subverter os costumes, as tradições e a disciplina do espírito imortal.
Os homens encontram-se confusos no limiar de duas épocas extremamente antagónicas, pois, justamente com o reiterado apelo do Alto para a cristificação humana, recrudesce também a efervescência do automatismo instintivo da vida animal.
Os hospitais estão abarrotados de criaturas alienadas ou obsidiadas, que provêm desde os barracões de favelados até as altas esferas sociais, cuja maioria é torturada pelas crises financeiras ou morais.
Nessa miséria espiritual, abrangendo tanto os ateus como os seres egressos das mais variadas doutrinas e religiões, o vosso mundo comprova que o sacerdócio organizado, das religiões Oficiais, realmente fracassou em sua missão salvadora.
E o pior é que, durante essa eclosão incontrolável do instinto inferior, os espíritos desencarnados e malfeitores firmam o seu alicerce na carne e executam também o seu programa diabólico contra os terrícolas, que são apáticos aos sublimes ensinamentos salvadores do Cristo Jesus.
Atuado pelas mais contraditórias circunstâncias, vivendo em minutos o que os seus antepassados não viveram em alguns anos, o homem do século atómico destrambelha os seus nervos e superexcita o seu psiquismo, perdendo terreno no seu controle espiritual e tornando-se um instrumento dócil nas mãos dos espíritos desencarnados malévolos.
Essa constante relação dos "vivos" com os "mortos", embora os primeiros sejam inconscientes do que acontece, termina por sensibilizar cada vez mais a criatura humana, com a agravante de que se efectua nela um verdadeiro desenvolvimento mediúnico de inferior qualidade.
Daí, pois, a necessidade inadiável de o homem prudente e bem intencionado integrar-se definitivamente nos preceitos salvadores do Cristo e vivê-los incessantemente à luz do dia.

PERGUNTA: — Poderíamos supor que o progresso científico actual também contribui para essa hipersensibilização humana, em que o homem cada vez mais se sintoniza com as forças do mundo oculto?
RAMATIS: — O cientificismo avançado do século XX, engendrando a criação dos satélites artificiais, dos aviões a jacto, dos projecteis teleguiados e dos foguetes interplanetários; as pesquisas corajosas dos velhos "tabus" e segredos da mente humana, sem dúvida são importantes contribuições que não só aceleram a dinâmica de pensar e aumentam a área da consciência, como também sensibilizam a emotividade do ser.
Já vos lembramos de que o homem actualmente vive, em algumas horas, e de modo simultâneo, os raciocínios, as reflexões, as conjecturas e as mutações mentais e emotivas que os seus antepassados não chegavam a experimentar em dezenas de anos.
O cidadão do século XX defronta e resiste obrigatoriamente a uma multiplicidade de fenómenos "psico-físicos" tão equidistantes em suas manifestações variadas, que isso seria suficiente para endoidecer a maioria dos habitantes terrenos de alguns séculos atrás.
Cresce assim a sensibilidade psíquica entre os homens terrícolas; acentua-se-lhes a eclosão da mediunidade em comum, porque também vivem sob o incessante acicate dos espíritos desencarnados, que assim exploram essa oportunidade cada vez mais favorável para agirem sobre a matéria. Indiscutivelmente, confirmam-se os vaticínios de Jesus, de que no "fim dos tempos" os velhos, os moços e as crianças teriam visões, ouviriam vozes estranhas e profetizariam, isso logo em seguida ao advento do Espírito da Verdade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 01, 2021 12:09 pm

O Mestre indicou claramente o século que viveis no presente, quando predisse os acontecimentos materiais incomuns dos vossos dias e a eclosão simultânea, da mediunidade generalizando-se entre os homens, simbolizando o "Consolador" prometido a derramar-se pela carne das criaturas.
Assim se manifestou o Divino Amigo, com suas palavras inesquecíveis:
"Se me amais, guardai os meus mandamentos; e eu rogarei a meu Pai e Ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco o Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê e absolutamente não o conhece.
Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós.
Porém o Consolador, que é o Santo Espírito que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito". (João, 14:15-17, 26).

PERGUNTA: — Poderíeis nos esclarecer melhor sobre o sentido correto dessa promessa de Jesus?
RAMATIS: — Procurando-se o sentido exacto da figura que Jesus enunciou na promessa referida, verificamos que ele aludiu, em particular, a espíritos desencarnados de ordem superior, ou seja, às equipes de estirpe angélica. Sob a alegoria do "Espírito Santo", ou o "Consolador" prometido, não é difícil identificarem-se as cortes, as falanges ou os exércitos angélicos que já operam actualmente através dos médiuns dignos e desinteressados dos tesouros do mundo ilusório da carne. Explicando-nos que o Consolador seria o Espírito Santo capaz de ensinar aos homens "todas as coisas e ainda recordar-nos suas próprias palavras", não há dúvida de que Jesus se referiu aos espíritos benfeitores angélicos, desde que só estes é que, realmente, por intermédio da faculdade mediúnica do homem, poderiam ensinar "essas coisas, pregar o Evangelho e recordar suas próprias máximas".
É evidente que, pelo fato de Jesus haver se referido a "outro" Consolador, em sua promessa profética ele quis advertir-nos de que na Terra já havia se manifestado, anteriormente, "um" Consolador, que seria ele mesmo, com a missão de salvar o homem da animalidade inferior.
Desde que o Mestre foi realmente um salvador da humanidade, temos que considerá-lo como esse primeiro Consolador que, através do Evangelho, sintetizou-nos as próprias leis regentes da vida cósmica.
Mas o "outro" Consolador, portanto, o Santo Espírito ainda por vir e a derramar-se sobre a carne, em todas as criaturas, traria o ensinamento "salvador" directamente do mundo espiritual, servindo-se das vozes dos próprios espíritos desencarnados e imortais.
É muitíssimo claro que só um espírito imortal é que, evidentemente, poderia ficar eternamente connosco.
Jesus também esclareceu que os povos de sua época messiânica ainda não podiam "ver" ou "conhecer" o Espírito de Verdade porque, é fora de dúvida, não estavam mentalmente capacitados e mediunicamente sensibilizados para compreender e recepcionar com êxito a mensagem dos espíritos elevados.
Na primeira revelação do Consolador, aos homens, Jesus foi o único representante directo do Santo Espírito, pois só ele conversava, ouvia e confabulava com os "anjos" sobre a salvação do homem.
Mas, de conformidade com o seu vaticínio, esse mesmo Espírito Santo, na sua segunda vinda, nos ensinaria todas as coisas, comprovando a glória e a justeza dos ensinamentos do Evangelho.
Há ainda, na enunciação do Mestre, um tópico indiscutível e que confirma plenamente a sua referência sobre a faculdade mediúnica a derramar-se entre os homens no século actual.
É justamente quando ele menciona que o Consolador, o Santo Espírito, faria recordarmos tudo o que ele, Jesus, dissera anteriormente.
Na verdade, graças ao intercâmbio mediúnico, que progride gradativamente, familiarizando os espíritos desencarnados com os homens, pouco a pouco também se restabelece correctamente a identidade do Mestre em sua peregrinação terrena.
Algumas obras psicografadas por médiuns ajuizados e competentes já vos revelam com mais nitidez o porte exacto de Jesus, naquela época, e o distanciam das obras milagrosas e das contradições psicológicas no seu tipo espiritual, quando a história religiosa lhe atribui a função de mago de feira deslumbrando multidões no cenário bíblico da milenária Hebreia.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 02, 2021 9:39 am

Os espíritos de responsabilidade, em suas comunicações mediúnicas, isentam cada vez mais o Mestre das prendas tolas com que o adornou a ignorância humana, assim como desfazem o mito religioso do seu nascimento contrário às leis respeitáveis da genética humana.
Em verdade, o Santo Espírito, ou o Consolador prometido, é o "conjunto" dos espíritos sábios, benfazejos e angélicos que, através dos médiuns, ensinam-vos as coisas que só o actual progresso da mente humana permite avaliar e conhecer, ao mesmo tempo que também esclarece quanto à verdadeira figura e natureza do Sublime Nazareno em sua vida na Judeia.
Muito além de ter sido ele um anjo plasmado na carne, pela sua ternura e amor ao homem terrestre, também foi o Sábio, o Psicólogo e o Cientista que tanto conhecia as leis sidéreas que regem os orbes em sua movimentação cósmica, como também as leis da vida humana que regulam os movimentos e os seres.
De modo algum ele precisou dos atavios mitológicos e dos processos anómalos de nascimento para cumprir sua divina missão.
Revestido com a indumentária dos mais pobres homens da Judeia e sem contradizer as regras sensatas e milenárias da vida humana, deixou aos terrícolas o mais sublime e exacto tratado de redenção espiritual.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 02, 2021 9:39 am

CAPÍTULO 3 - Todas as criaturas são médiuns?
PERGUNTA: — Qual a espécie de mediunidade mais avançada?
RAMATIS: — Sem dúvida, é a Intuição Pura.
Embora não seja fenómeno atestável espectacularmente no mundo exterior da matéria, é a mais sublime faculdade oriunda de elevada sensibilidade espiritual.
É natural e definitiva, espécie de percepção panorâmica que se afina tanto quanto o espírito mais se ajusta nas suas relações e inspirações das esferas mais altas para a carne.
É o "elan" que une a alma encarnada directamente à Mente Divina que a criou, facultando-lhe transferir para a matéria o verdadeiro sentido e entendimento da vida espiritual superior.
Uma vez que a mediunidade não é, propriamente, uma faculdade característica do organismo carnal, mas o recurso sublime para fluir e difundir-se o esclarecimento espiritual entre os homens, ela mais se refina e se exalta tanto mais o seu portador também se devote ao intercâmbio superior do espírito imortal.
É o próprio dicionário terreno que vos explica o fenómeno. Intuição — diz ele, é o ato de ver, percepção clara, recta, imediata, das verdades, sem necessidade de raciocínio; pressentimento, visão beatífica.
A intuição é, pois, o estágio mais elevado do espírito; é o corolário de sua escalonada desde o curso primitivo do instinto até à razão angélica.
Evidentemente, enquanto o homem for mais dominado pela razão humana, também será mais governado pelas forças rígidas do intelecto, escravo do mundo de formas e submetido às leis coercivas da vida física.
Só a intuição pura dá-lhe a percepção interior da realidade cósmica, ou então permite-lhe a concepção panorâmica do Universo.
É, na verdade, a faculdade inconfundível que "religa" a criatura ao seu Criador.
É a divina lente ampliando a visão humana para descortinar a sublimidade da vida imortal.
A pureza cristalina da Intuição Pura foi o apanágio dos seres de alta estirpe espiritual e que delinearam roteiros de luzes para o vosso orbe, qual o fizeram Crisna,, Confúcio, Pitágoras, Buda, Jesus, Francisco de Assis e outros que, em peregrinação pela vida física, conservaram-se permanentemente ligados às esferas sublimes do espirito superior, qual ponte viva a unir o mundo exterior da matéria à intimidade do Espírito Cósmico.
A Intuição Pura é a "voz sem som", a "voz interior", a "voz do som espiritual", que fala na intimidade da alma; é a linguagem misteriosa, mas verdadeira e exacta, do próprio Eu Superior guiando o ego lançado na corrente evolutiva das massas planetárias.
Assim como a razão auxilia o homem a compreender e avaliar a expressão fenoménica das formas do mundo material, a Intuição lhe permite "sentir" todas as leis ocultas e "saber" qual a natureza original do Espírito Criador do Cosmo.
Referindo-nos à Intuição, como o ensejo divino de elevação à Consciência Cósmica do Seu Autor Eterno, diz a linguagem poética dos yogas:
"Antes que a Alma possa ver, deve ser conseguida a harmonia interior e os olhos da carne tornados cegos a toda ilusão.
Antes que a Alma possa ouvir, a imagem (o homem) tem de se tornar surda aos rugidos como aos segredos, aos gritos dos elefantes em fúria, como ao sussurro prateado do pirilampo de ouro.
Antes que a Alma possa com Mediunismo apreender e recordar, deve ela primeiro unir-se ao Falador Silencioso, como a forma que é dada ao barro se uniu primeiro ao espírito do escultor.
Porque então a Alma ouvirá e poderá recordar-se.
E então ao ouvido interior falará a Voz do Silêncio"'.

PERGUNTA: — Em face de a mediunidade ser manifestação natural do próprio espírito do homem, deveremos considerar que, sem qualquer excepção, todas as criaturas são médiuns?
RAMATIS: — Sim, porque todos nós transmitimos para o ambiente da matéria os mais variados tons do nosso espírito, assim como sempre influenciamos os demais companheiros pelos nossos pensamentos, actos e sentimentos.
Há homens que, devido ao seu espírito prenhe de optimismo e incessantemente afeito ao bem, são médiuns da alegria, da esperança, do ânimo e da confiança, sempre convictos dos elevados objectivos espirituais da vida humana.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 02, 2021 9:39 am

Outros, pessimistas inveterados, vertem constantemente de sua intimidade psíquica o mau humor que tolda o azul do céu mais puro da jovialidade alheia e se transformam indesejavelmente nos médiuns da melancolia, da tristeza, da descrença, da aflição e do desânimo.
A mente do homem encarnado é o campo que reflecte a sua vida interior, assim como transfere para o mundo exterior tanto o seu comportamento anímico quanto os pensamentos dos espíritos encarnados ou desencarnados dos mais variados matizes, que o influenciam em suas relações cotidianas.
Não há dúvida, pois, de que todas as criaturas são médiuns.
A mediunidade não é faculdade adstrita somente a alguns seres, ou exclusivamente aos espíritas, mas todos os homens, como espíritos encarnados na matéria, são intermediários das boas ou más inspirações do Além-Túmulo.
É evidente, entretanto, que a faculdade mediúnica se manifesta de conformidade com o entendimento e o progresso espiritual de cada criatura.
Em geral, as criaturas humanas ignoram ou não percebem a sua faculdade mediúnica porquanto, sendo esta fruto da sensibilidade psíquica, nem todos têm noção de quando participam dos fenómenos do mundo oculto, e assim os confundem facilmente, tomando-os como se fossem manifestações comuns da vida física.
Mesmo os homens que se dizem ateus ou são descrentes da imortalidade da sua própria alma, nem por isso estão isentos da mediunidade.
Eles também podem ser instrumentos inconscientes de inúmeras acções, fenómenos e inspirações dos desencarnados.

PERGUNTA: — Por que a mediunidade não se manifesta só de modo pacifico, qual graça decorrente da evolução humana?
Em geral, ela eclode nas criaturas produzindo-lhes distúrbios mentais ou perturbando-lhes o próprio organismo físico.
É justo tal acontecimento?
RAMATIS: — Só a mediunidade saudável e natural, que é fruto do maior apuro espiritual da alma, revela-se de modo sereno e em suave espontaneidade, como um dom inato e sem produzir quaisquer sensações desagradáveis no ser.
Entretanto, caso se trate de uma "concessão" provisória feita pela Administração Sideral, isto é, a "mediunidade de prova", como decorrência de uma hipersensibilidade prematura despertada excepcionalmente pelos técnicos do mundo astral com o fito de favorecer aos espíritos muito endividados, a sua recuperação espiritual pregressa, o seu despertamento, é em geral sujeito a várias circunstâncias desagradáveis.
Durante o período de florescimento da mediunidade, a maior ou menor perturbação psíquica ou orgânica do médium também depende muitíssimo do tipo de suas amizades espirituais e do seu modo de vida no mundo material.
As alegrias, os sofrimentos ou as tristezas que o tomam de súbito também decorrem do tipo das aproximações do Invisível, que se sintonizam perfeitamente aos seus pensamentos e sentimentos manifestos.
A tarefa mediúnica não compreende somente a função mecânica de o médium transmitir as comunicações dos espíritos desencarnados para o cenário terrícola, atendendo à prosaica função de "ponte viva" entre o mundo material e o Além.
Ela requer também que os seus medianeiros vivam existência digna e operosa na carne, a fim de lograrem sintonia com espíritos sublimes e responsáveis pela redenção do homem.
Toda imprudência, desleixo, rebeldia, má vontade ou paixão viciosa por parte dos médiuns em prova, no mundo físico, geram toda sorte de distúrbios psíquicos e mesmo sofrimentos físicos incontroláveis que, devido a isso, tomam o desenvolvimento mediúnico um processo torturante.
É muito comum a maioria dos médiuns iniciarem o seu despertamento mediúnico sob a actuação dos espíritos sofredores, imperfeitos ou obsessores, que, aproveitando-se da "porta mediúnica" aberta para a fenomenologia do mundo físico, atiram-se à satisfação dos seus objectivos impuros e cruéis.
Desde que o médium invigilante e desregrado ainda esteja comprometido por dificultoso resgate cármico, ele então se converte no instrumento favorável para o vampirismo dos desencarnados, que se debruçam avidamente sobre o mundo material.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 02, 2021 9:40 am

A mediunidade, num sentido geral, só desperta nos homens pela acção do sofrimento, que lhes afecta a carne e o psiquismo para depois amainar sob um desenvolvimento ordeiro, nos ambientes evangélicos, dirigidos por elementos experimentados.
Só então é que o médium neófito e perturbado pouco a pouco se ajusta à sua tarefa incomum e assume o controle psíquico de seu corpo, enquanto procura sintonizar-se vibratoriamente com o espírito guia e benfeitor, que deverá protegê-lo na sua tarefa de intercâmbio com o mundo invisível.

PERGUNTA: — Todo desenvolvimento mediúnico, para ser completo, deve ser processado conforme as orientações do "Livro dos Médiuns'?
RAMATIS: — O desenvolvimento mediúnico conforme a técnica e a orientação deixadas por Allan Kardec, no "Livro dos Médiuns", tem por fim proteger a faculdade que desabrocha mais ostensivamente entre os homens que no Espaço assumiram a obrigação de transferir o pensamento dos desencarnados para o mundo físico.
A necessidade de desenvolver a mediunidade, em certo ponto, lembra o que acontece comumente no domínio da electricidade; se esta for controlada pelo homem e orientada para o serviço benfeitor, presta-lhe serviços admiráveis e ajuda-o a construir um mundo agradável.
No entanto, manejada por pessoa inexperiente, ou aplicada indiscriminadamente, é força que destrói e mata! Igualmente, a faculdade mediúnica bem aplicada semeia esperanças, orienta as almas entre os escaninhos perigosos das seduções da matéria e soluciona os motivos dos inúmeros problemas dolorosos dos destinos humanos.
No entanto, pelo mau uso, ela perturba, falseia e deforma o sentido verdadeiro das coisas, causando desilusões inesquecíveis.
A própria lenda bíblica de Adão e Eva, o primeiro casal expulso do Paraíso terrestre, não deixa de advertir, em seu simbolismo mitológico, que ambos eram espíritos criados por Deus, com o direito ou o livre-arbítrio de escolherem "intuitivamente" aquilo que melhor lhes conviesse.
E, tal como nos conta essa lenda, o primeiro casal preferiu atender à voz melíflua da serpente, símbolo do instinto animal inferior, em vez de aceitar o conselho do anjo do Senhor, que o inspirava à contemplatividade espiritual.
Em Adão e Eva, mito bíblico que significa o aparecimento da raça adâmica, surgida ao mesmo tempo em várias latitudes do orbe, já se verifica a existência do espírito capacitado para escolher o seu destino, senhor da acuidade espiritual suficiente para discernir entre a voz do Mal e a voz do Bem.
Uma vez que os primeiros encarnados da Terra já podiam entrar em relação com os anjos ou os diabos, isto é, com os bons espíritos e os maus espíritos, comprova-se que o primeiro habitante terreno também já era um médium em potencial.
No entanto, só depois do advento espírita e os estudos avançados de Allan Kardec é que se consolidou um roteiro seguro e evolutivo para o exercício mediúnico.
Daí, pois, o motivo por que defendemos a tese de que o médium desenvolvido mas sem o apuro técnico e a compreensão psicológica explicada no "Livro dos Médiuns' só raras vezes poderá corresponder integralmente aos empreendimentos do Alto.

PERGUNTA: — A Mediunidade evolui?
RAMATIS: — Tanto quanto evolui o psiquismo do homem, pois ela é correlata com o seu progresso e a sua evolução espiritual.
Mas é necessário distinguir que o padrão evolutivo da mediunidade não deve ser aferido pela produção mais ostensiva dos fenómenos incomuns do mundo material.
Assim é que o médium de fenómenos físicos, embora possa produzir uma fenomenologia espectacular e surpreendente aos sentidos carnais, nem por isso sobrepõe-se ao médium altamente intuitivo, como fruto de elevado grau espiritual do homem.
Enquanto os fenómenos físicos dependem fundamentalmente da maior ou menor cota de ectoplasma produzido pelo médium, a fim de permitir a materialização dos desencarnados no cenário físico, o médium intuitivo e de alto nível espiritual também é capaz de transmitir mensagens que ultrapassam a craveira comum da vida humana.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 02, 2021 9:40 am

Embora não surpreenda nem satisfaça os sentidos físicos com suas comunicações de carácter puramente espiritual, ele pode traçar roteiros definitivos para o progresso sideral dos homens.
No primeiro caso, a mediunidade de fenómenos físicos se manifesta espectacular ao operar no mundo das formas, mas é acontecimento transitório que, embora a muitos convença da realidade espiritual, nem sempre os converte para o reino amoroso do Cristo.
No caso da intuição pura e elevada, o ser descortina a realidade crística dos planos superiores, despreocupado de provar se a alma é imortal, pois “sente" em si mesmo que a sua ventura lhe acena além das formas perecíveis do mundo fenoménico da matéria.
A mediunidade de Francisco de Assis era para si mesmo a faculdade divina que o fazia vislumbrar a paisagem do mundo angélico de Jesus, sem necessidade de qualquer demonstração espectacular e fenoménica de materializações, levitações ou voz directa dos desencarnados.
Em consequência, a mediunidade intuitiva, ou mais propriamente a "mediunidade espiritual", é faculdade superior a qualquer outra mediunidade que ainda dependa da fenomenologia do mundo terreno e transitório, para então provar-se a realidade do espírito imortal.
Embora seja louvável a preocupação dos estudiosos do Espiritismo com a maior produção de fenómenos mediúnicos destinados a convencer as criaturas sistematicamente incrédulas, a mais evolvida mediunidade ainda é a Intuição Pura, porque auxilia o homem a relacionar-se directamente com a fonte real de sua origem divina.

PERGUNTA: — Mas será inconveniente incentivarem-se os trabalhos de fenómenos físicos, uma vez que também existem médiuns especializadas para isso? Porventura, os médiuns de fenómenos físicos também não precisam desenvolver-se de conformidade com a técnica especialmente adequada ao seu tipo mediúnico?
RAMATIS: — Sem dúvida, assim deve acontecer, e não somos adversos aos trabalhos de fenómenos físicos, onde se processam as materializações, a voz directa, as levitações e os transportes, que obedecem a um elevado programa elaborado pelos mentores da Terra.
Aliás, esse género de trabalho mediúnico com o Além multiplicar-se-á cada vez mais no vosso orbe, como um imperativo determinado pela própria evolução do planeta.
Deus, Pai Magnânimo e Justo, atende a todos os seus filhos de conformidade com a capacidade, o entendimento intelectivo e a graduação espiritual de cada ser.
Todos os homens, no seu devido tempo, terão a oportunidade feliz de conhecer a mensagem comprobativa da sobrevivência da alma.
Assim, aqueles que por falta de acuidade espiritual ainda não podem conceber sua própria imortalidade espiritual, sentir-se-ão despertados pelo espectáculo ostensivo da fenomenologia mediúnica dos trabalhos de efeitos físicos, onde a voz directa, as materializações, as levitações e os acontecimentos incomuns serão capazes de abalar o mais intransigente cepticismo humano.
Nem todos os assistentes de fenomenologia mediúnica hão de converter-se repentinamente aos princípios salutares da vida espiritual superior, e adoptar de início os padrões morais firmados na sobrevivência da alma.
Só o tempo, o bom ânimo e uma decisão corajosa hão de remover os hábitos envelhecidos, as convicções e as prevenções estratificadas nos séculos passados.
Mas aqueles que já se mostram cansados das ilusões da vida física é fora de dúvida que, depois de comprovarem a sobrevivência do espírito através dos trabalhos de fenómenos físicos, também se devotarão sinceramente ao culto dos valores espirituais elevados, na ansiedade de sua mais breve cidadania sideral.

PERGUNTA: — Poderíamos supor que, pelo fato de todas as criaturas serem médiuns, elas também devem sofrer a influência incessante dos espíritos desencarnados?
E por isso deverão sujeitar-se constantemente à inspiração do bem como aos estímulos do mal, devido a essa sintonia mediúnica?
RAMATIS: — Sem dúvida, há possibilidade de todos os "vivos" serem influenciados pelos espíritos desencarnados, que os espreitam incessantemente, valendo-se de qualquer susceptibilidade psíquica ou vulnerabilidade moral para insinuarem-se em suas intenções malévolas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 02, 2021 9:40 am

É certo que nem todos os homens percebem psiquicamente a presença dos desencarnados, ou distinguem fluidicamente os bons dos maus espíritos, por cujo motivo afirmam-se completamente isentos de qualquer sensibilidade mediúnica.
Na verdade, o acontecimento é bem mais comum do que eles pensam, pois é constante a acção ou actuação dos espíritos no seio da actividade humana dos encarnados.
Muitas pessoas, que se acreditam insensíveis à influência oculta do Além, mal sabem que há muito tempo são o prolongamento vivo de alguns desencarnados astutos e maus, reproduzindo no cenário do mundo físico os seus desejos subvertidos.
Conforme já vos temos lembrado, tudo é uma questão de afinidade electiva, em que os vivos sintonizam-se com os mortos, conforme o seu padrão mental e a natureza dos seus sentimentos cultuados na vida humana.
É preciso não olvidar que os espíritos desencarnados, que em sua maioria ainda se arrastam sobre a superfície terrena, algemados às paixões e aos desejos carnais insatisfeitos, não se devotam aos objectivos elevados, nem mesmo se preocupam em melhorar sua própria situação aflitiva ou condenável no Além.
Alguns deles vagueiam vítimas de sua própria incúria espiritual e escravos das emoções animais primitivas, consequentes ao desleixo e desinteresse por sua própria sorte; outros, bastante experimentados nos labores repulsivos da obsessão e da perfídia, procuram intrometer-se na vossa vida material, insuflando-vos ideias erróneas e orientações confusas, a fim de levar-vos ao ridículo e ao desespero.
Não recuam diante dos maiores obstáculos, desde que possam prejudicar a vossa estabilidade moral ou minar a vossa situação financeira.
Ociosos, exigentes, sensuais e escravos dos vícios terrenos, vampirizam as energias alheias, fazendo de suas vítimas na carne o prolongamento vivo e vicioso com que saciam algo de suas paixões impuras.
Paulo de Tarso, em epístola aos Romanos, faz uma das mais vivas afirmações disso, quando proclama:
"Estamos cercados de nuvens de testemunhos", confirmando que os homens estão cercados de massas de espíritos, que os vigiam em todos os seus actos e actividades da vida física.
No seio da massa de espíritos levianos, malévolos e viciados, infiltram-se algumas almas benfeitoras, dispondo-se à luta heróica para converter esses desventurados das sombras e amenizar-lhes também a acção perniciosa sobre os encarnados.
São essas almas que, emergindo do mundo oculto, inspiram-vos para o Bem e tudo fazem para ajudar-vos na solução benfeitora dos problemas justos da vida humana, no esforço de libertarem o homem da tristeza das vidas planetárias.
Infelizmente, enquanto um espírito consegue desviar-vos da senda tortuosa, há sempre dezenas de outras almas subvertidas que tudo fazem para arrastar-vos aos piores deslizes e equívocos espirituais.
E, conforme já vos dissemos anteriormente, embora todas as criaturas sejam médiuns, a sua maior ou menor sintonia com os espíritos desencarnados também depende da natureza de sua sensibilidade mediúnica inferior ou superior.
Todo homem é médium em potencial, e tanto pode relacionar-se ostensivamente com os desencarnados, pela fenomenologia mediúnica visível do mundo material, como recepcioná-los na intimidade de sua consciência imortal.

PERGUNTA: — Essa afirmação de que todos nós somos médiuns em potencial e de que estamos constantemente sob a mira dos desencarnados, bons ou maus, não poderia semear o temor nas criaturas insuficientemente esclarecidas para entenderem essa revelação extemporânea?
Desde que somos espíritos encarnados, é certo que estamos em situação desvantajosa para com os espíritos malfeitores e em liberdade no Além.
Cremos que muito dificilmente poderíamos resistir por longo tempo ao assédio tenaz desses espíritos mal intencionados; não é assim?
RAMATIS: — Não podemos modificar a realidade da vida criada por Deus desde o início da humanidade, e que obedece ao seguinte princípio imutável: "os homens bons atraem os bons espíritos e os homens maus atraem os maus espíritos".
Essas relações exercem-se através da "afinidade electiva", que é responsável pela atracção e harmonia entre os astros, tanto quanto rege a simpatia entre as substâncias e o amor entre os homens.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 02, 2021 9:40 am

Em face de tal premissa, que regula a afeição, a atracção ou o entendimento entre todas as coisas da obra criada por Deus, só existe oportunidade para os encarnados sofrerem a má actuação dos espíritos desencarnados quando também perdem o senso directivo do seu comando espiritual na matéria, para cedê-lo a outrem mal-intencionado.
Sem dúvida, isso só acontece para aqueles que se afastam dos ensinamentos crísticos da vida superior, os quais foram divulgados e apregoados a todos os povos por instrutores adequados a cada raça, índole psicológica e até senso artístico.
Ninguém pode alegar ignorância disso, pois Deus atendeu a todos os homens de conformidade com suas características espirituais, costumes e raça.
Hermes, no Egipto, Antúlio, na Atlântida, Buda, na Ásia, Zoroastro, na Pérsia, Crisna e Rama, na Índia, Confúcio, na China, Pitágoras, na Grécia, e o inconfundível Jesus, na Hebreia, foram os mensageiros divinos que esclareceram aos homens quais os princípios que transformam a criatura animalizada no cidadão angélico da moradia celestial.
Eles fixaram as bases ou elaboraram os estatutos definitivos da caminhada humana pela senda evolutiva em busca da Verdade.
Muitas vezes suas palavras revestiram-se de poesia; doutra feita, ecoavam sob a gravidade sentenciosa da responsabilidade espiritual ou, então, o pensamento augusto e sublime abrigava-se debaixo das parábolas encantadoras.
Porém, na essência de tudo o que esses admiráveis instrutores apregoaram ao homem ainda surpreso de o afastarem da sua faina animalesca, permaneceu um só fundamento, uma só verdade — a revelação do Espírito Imortal.
Também haveis de deixar o vosso corpo na cova terrena, e então sereis espíritos desencarnados, tão benfeitores ou malfeitores quanto já o sois no trato das paixões, dos vícios ou das virtudes esposadas na superfície do mundo físico.
Conheceis o roteiro que vos pode distanciar da companhia ou do domínio daqueles que ainda se alimentam no banquete detestável das iguarias viciosas do mundo animal.
Os desencarnados respiram por afinidade no vosso hálito mental e sintonizam-se à vossa esfera emotiva na conformidade com que lhes ofereceis o alimento adequado; ou eles nutrem-se convosco na efervescência das paixões delituosas ou intercambiam-vos emoções e pensamentos crísticos recepcionados na esfera do Cristo.
Tudo dependerá de vós, na resistência ou imunização contra os espíritos malfeitores do Além.
Só o procedimento superior, o afastamento dos vícios estigmatizantes e das iniquidades humanas é que sintonizam o homem à faixa sideral dos seres angélicos e o protegem contra os espíritos imperfeitos ou maus.
Assim como os germes nocivos são atraídos pela deteriorização da fruta podre, os espíritos mal intencionados também acodem pressurosos para junto daqueles que lhes fornecem o alimento impuro e adequado.

PERGUNTA: — Embora concordando em que todos os homens são espíritos encarnados e consequentemente médiuns potencialmente inatos, perguntamos por que, então, só a doutrina espírita apregoa tal condição humana quando os demais credos religiosos e instituições espiritualistas silenciam a esse respeito?
RAMATIS: — Não é preciso que o homem seja espírita para só então ser considerado médium; o importante é que ele seja bom e digno a fim de cercar-se de boas influências e atrair os bons espíritos.
O Catolicismo e o Protestantismo não admitem a mediunidade com a denominação específica que lhe dá o Espiritismo, mas consideram-na uma "graça" extemporânea que Deus só concede às almas santificadas.
No entanto, a interpretação diferente ou a denominação do fenómeno mediúnico não lhe muda o carácter só porque se revela noutro ambiente espiritualista ou ocorre num seio religioso adverso aos postulados espíritas.
Basta dizer que tanto a Bíblia como a história das religiões católica e protestante estão repletas de relatos de visões e outros fenómenos mediúnicos, malgrado os explicarem à conta de "milagres" ou "graças" inesperadas outorgadas por Deus.
E isso se comprova pelas visões proféticas de Dom Bosco, Francisco de Assis, António de Pádua, Papa Pio XII, Sta. Terezinha de Jesus, Maria e outros, inclusive pelas aparições de Lourdes e Fátima, que também não passam de fenómenos mediúnicos registrados por crianças e pessoas "médiuns".
Alhures, já explicamos que, embora certas instituições espiritualistas procurem sublimar ou aristocratizar os acontecimentos incomuns do intercâmbio de seus adeptos com o mundo oculto, esses foram médiuns na acepção exacta e vulgar da palavra, apesar de tentarem disfarçar os fenómenos mediúnicos com uma terminologia iniciática.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 02, 2021 9:40 am

A diferença, no caso, é que o Espiritismo trata o assunto da mediunidade às claras, sem "tabus" iniciáticos ou nomenclaturas complexas.
Ele os expõe à luz do dia e os examina sem quaisquer ritualismos complicados.
O homem que é beneficiado pelo Alto com o "acréscimo" da faculdade mediúnica, através da doutrina espírita, conhece quais são os seus deveres para com o mundo físico e a sua responsabilidade para com a própria alma.
Mas, acima de tudo, quer o médium seja beneficiado pela riqueza ou senhor de um cérebro genial glorificado pelo academismo do mundo; ou, então, apenas a criatura paupérrima e ainda onerada pelo fardo da família, o seu dever é servir na medida de suas forças, pois isso é também a tarefa de sua própria redenção espiritual.
Desprezando-se todas as interpretações sibilinas, as nomenclaturas afidalgadas e as graduações excepcionais dos acontecimentos iniciáticos de muitas instituições espiritualistas, na essência, elas são puro fenómeno mediúnico.
E assim, pois, eram médiuns o reverendo G. Vale Owen, protestante, quando recebia mensagens mediúnicas de sua progenitora na sacristia de sua própria igreja; Alice A. Bailey psicografando em ambiente iniciático as orientações do iniciado Tibetano; eram médiuns a senhora Helena Blavatsky, o bispo anglicano Leadbeater, Geoffrey Fodson, Elza Barker e outros filiados à Sociedade Teosófica, que receberam comunicações directas ou indirectas do mundo oculto, apesar de lhes darem uma procedência completamente oposta ao fenómeno propriamente mediúnico e o modo como o encara a doutrina espírita.
Assim é que, embora tais movimentos espiritualistas ou religiosos não usem em seus domínios o vocábulo "médium" na sua expressão espiritista, nem por isso os seus medianeiros deixaram de se enquadrar na técnica sideral da manifestação mediúnica, quando captavam mensagens directamente de seus Mestres, ou o faziam por intuição.
As escolas teosóficas, rosa-cruz, esotéricas e yogas sempre evitaram em seus ensinamentos e práticas o contacto mediúnico com as regiões inferiores do mundo invisível, assegurando que:
"Assim que o discípulo está pronto, o Mestre também aparece".
Louvavelmente, pugnam para que os seus adeptos se modifiquem primeiramente em sua intimidade espiritual, para só depois tentarem as relações com os seres etéreos do mundo invisível.
Não há dúvida de que se trata de uma disposição sadia, meritória e sensata, mas o Espiritismo é movimento popular e de amplitude geral, destinado a todos os homens.
Muito antes de atender somente àqueles que já se colocam no "Caminho da Verdade", ele se destina a amparar principalmente os homens incrédulos, desajustados e torturados pela eclosão de sua mediunidade de prova.
O despertamento desta faculdade exige cuidados urgentes e roteiro seguro, a fim de se evitar o fracasso do programa delineado pelo Espaço.
A manifestação mediúnica não depende da crença ou poderio religioso, nem de convicções pessoais do homem ou do ambiente onde vive, mas é consequência inalterável do compromisso que o espírito assumiu antes de se reencarnar, cujo mandato ele requereu em seu próprio benefício e deve ser cumprido na hora aprazada.
Quer então seja ateu, participe do ambiente espírita, devote-se a qualquer seita religiosa ou tenha-se comprometido com alguma instituição iniciática, a faculdade mediúnica de "prova" eclode-lhe no momento exacto em que deve realmente iniciar a sua tarefa sacrificial.
Ignoram muitos teósofos, esoteristas, adeptos da Rosa-Cruz e alguns outros fraternistas filiados a cursos iniciáticos que, embora se deva louvar o método ideal de o homem desenvolver conscientemente suas faculdades ocultas, independentemente do intercâmbio espiritual e sadio com as almas superiores, desde que ele reencarne na matéria comprometido em exercer a "mediunidade de prova", terá de submeter-se ao processo gradativo e disciplinado pela técnica espírita de desenvolvimento, preconizada por Allan Kardec.
No entanto, os homens que, devido ao seu elevado aprimoramento espiritual, são médiuns naturais, já usufruindo o dom espontâneo da intuição pura, é fora de dúvida que sempre apresentarão as condições psíquicas incomuns e satisfatórias, para lograrem graduação destacada em qualquer doutrina ou instituição iniciática, sem precisar exercer a função passiva de médium em serviço com os espíritos do astral inferior.
Mas os que, em vidas pretéritas, abusaram do seu comando mental e serviram-se de sua inteligência lúcida para tripudiar sobre os menos agraciados pela sorte, que pela cupidez, egoísmo, avareza ou calúnia usufruíram os bens alheios semeando prejuízos irreparáveis, hão de cumprir o seu mandato mediúnico na condição humilhante de ceder sua organização carnal para que velhos adversários, comparsas ou vítimas do passado possam reajustar-se mais breve aos preceitos do Cristo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 02, 2021 9:41 am

PERGUNTA: — Se não há necessidade de o homem ser médium para ser espírita ou então ser espírita para ser médium, não podíamos considerar que todas as doutrinas espiritualistas, que provavelmente também sofrem a influência dos desencarnados, não passam de outros tantos movimentos semelhantes ao Espiritismo?
RAMATIS: — De início, é conveniente distinguir-se o que é Espiritismo e o que significa Mediunismo.
Espiritismo é doutrina disciplinada por um conjunto de leis, princípios e regras, que tanto orientam as relações entre os espíritos encarnados e os desencarnados, como também promove a renovação filosófica e moral dos seus adeptos.
No entanto, a faculdade mediúnica pode existir independentemente de a criatura ser espírita ou mesmo indiferente aos fenómenos mediúnicos.
Há médiuns que operam em vários sectores espiritualistas, mas não aceitam nenhum dos postulados básicos do Espiritismo, assim como também existem espíritas que são alérgicos às sessões mediúnicas e se interessam exclusivamente pelo conteúdo filosófico da doutrina.
Aliás, muitas vezes é preferível admitir unicamente os conceitos lógicos e sensatos com que Allan Kardec integrou a codificação espírita, antes mesmo de se buscarem provas e coligirem os princípios doutrinários do Espiritismo por intermédio de alguns médiuns manhosos, tolos, anímicos e preguiçosos, que nem sempre mantêm conduta regular no mundo profano.
Só pelo facto de verificar-se a actuação de espíritos em qualquer género de trabalhos mediúnicos, não se infere disso que ali se pratique Espiritismo.
A doutrina espírita só é realmente confirmada em sua prática quando, independentemente dos fenómenos mediúnicos, os seus adeptos aceitam e cultuam as suas regras e os seus princípios morais elevados no trato da vida material.
Não basta ao homem frequentar os centros espíritas, ouvir espíritos "falarem" da vida imortal, solicitar receitas e passes, para que assim já se considere excelente espírita.
Sem dúvida, coisa parecida também fazem o católico e outros religiosos que ainda consideram confusamente a devoção interesseira e a mendicância aos santos e profetas como sendo sua própria renovação espiritual.
É necessário que os adeptos da doutrina espírita, muito além de assíduos espectadores das reuniões mediúnicas e "pedinchões" incorrigíveis dos benefícios doados pelo Além, se integrem também ao cumprimento incondicional dos seus postulados morais que, acima de tudo, devem melhorar a conduta do homem. Há muitos espíritas egressos do Catolicismo, antigos e ociosos frequentadores de missas, de novenas e viciados nas comunhões que, depois de filiados ao Espiritismo, ainda conservam a mesma idiossincrasia e displicência de antes no cumprimento de seus deveres..
Malgrado mostrarem-se muito impressionados com a fenomenologia mediúnica, não se acomodam bem com a doutrina e continuam estagnados espiritualmente sem se ajustarem aos ensinamentos que objectivam a mais breve integração do homem ao reino do Cristo.
Apáticos ainda à missão redentora do Espiritismo, alguns "ex-católicos" recém-ingressos na seara sublimam suas antigas devoções e rogativas, viciando-se com o passe "que sempre faz bem" ou a receita mediúnica, que deve atender desde a erupção do cotovelo até à hepatite resultante do abuso dos condimentos e alcoólicos.
Equivocando-se quanto ao sentido exacto do Espiritismo, como doutrina de redenção espiritual, os neófitos requerem a atenção dos afadigados trabalhadores do Espaço para lhes solucionarem as quizilas domésticas ou corrigir os parentes desabusados das coisas espirituais.
O espírita, como dizia Allan Kardec, "conhece-se pela modificação moral que ele efectua todos os dias".
E se assim não fora, bastaria a presença assídua dos seus simpatizantes aos centros espíritas e a utilização indiscriminada do serviço mediúnico, para então se caracterizar o verdadeiro espírita.
Em breve, também se poderia instituir a "carteira de frequência", semelhante ao que se faz nas escolas, graduando-se o espírita tanto quanto fosse a sua presença às reuniões mediúnicas e a maior quantidade de passes e receitas que ele pudesse solicitar aos médiuns, a exemplo do que acontece na Igreja Católica, em que a prodigalidade de confissões, missas e comunhões também gradua o bom Católico.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 02, 2021 9:41 am

PERGUNTA: — Considerando-se, ainda, que todos nós somos médiuns, diferindo somente quanto à maior ou menor sensibilidade na escala mediúnica, como é possível destacar aqueles que precisam desenvolver-se sob a técnica espírita?
RAMATIS: — Os homens que já manifestam sua faculdade mediúnica de modo ostensivo, nos quais se percebe a ocorrência de um "fenómeno incomum", ou algo estranho que lhes domina a mente, a vontade, ou produz a perturbação psíquica, são criaturas necessitadas de um desenvolvimento mediúnico disciplinado e sob o controle de pessoas mais experimentadas.
Sem dúvida, conforme explicamos anteriormente, trata-se de espíritos que já se reencarnaram comprometidos com a "mediunidade de prova", e onerados por severas obrigações cármicas decorrentes de suas iniquidades do passado.
Esses espíritos são agraciados pela bondade dos Mentores do Alto através da hipersensibilidade do seu perispírito, decorrente da intervenção dos técnicos siderais, e assim reencarnam-se com a "graça prematura" de participarem de um serviço extra e obrigatório no mundo físico, que lhes desperte a sensibilidade para os objectivos espirituais.
A verdade é que tanto os homens cultos ou ignorantes, ricos ou pobres, desde que sofram a insidiosa perturbação que lhes afecta o psiquismo e destrambelha os nervos, não passam de criaturas necessitadas do urgente socorro dos trabalhos espíritas, para se ajustarem novamente ao seu comando psíquico e harmonizarem-se com seus velhos adversários do pretérito.
Alguns encarnados, cuja mediunidade às vezes reponta de súbito, com sintomas obsessivos, requerendo os cuidados urgentes de outros médiuns já desenvolvidos, podem ter-se reencarnado com a obrigação cármica de abalar as convicções infantis ou ateístas de sua própria família carnal.
Desde que são responsáveis, no passado, por acontecimentos morais que levaram algumas criaturas ao desespero, à loucura ou até ao suicídio, eles se obrigam a suportar a prova da obsessão e lograr a sua cura posterior, com o fito de abalar as convicções de sua parentela carnal que, comumente, são suas próprias vítimas de ontem.
Embora todos os homens sejam realmente mais ou menos influenciados pela actuação dos espíritos desencarnados, não deveis esquecer de que também existem espíritos bons, em tarefa benfeitora para com aqueles que na vida física buscam a sua reabilitação espiritual.
Mas é necessário ao homem renovar-se incessantemente na composição dos seus pensamentos e manifestações dos seus sentimentos, adestrando-se tanto quanto possível no curso superior da vida espiritual.
Os que desejarem livrar-se da companhia das entidades das sombras não podem descurar do seu apuro moral, do estudo superior e do seu controle emotivo e mental sobre os desejos inferiores e as paixões violentas.

1 — Nota do médium: Ramatis solicitou-nos que transcrevêssemos o trecho acima da obra "A Voz do Silêncio", edição da Livraria Clássica Editora — Porto, Portugal.
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