LUZ ESPÍRITA
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Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

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Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 06, 2021 8:55 am

PERGUNTA: — Ainda gostaríamos de fazer-vos mais uma pergunta:
É muito comum a intervenção perniciosa desses espíritos de avançado poder e intelecto nos trabalhos de fenómenos mediúnicos, ou isso é apenas acidental?
Qual o proveito compensador que eles obtêm na complexa actuação contra os encarnados?
RAMATIS: — Nenhuma entidade irresponsável ou má, mesmo que poderosa, intervém nos trabalhos mediúnicos onde dominam os princípios evangélicos do Cristo, aliados aos desejos sinceros de ascensão espiritual dos seus componentes.
Isso só acontece quando os encarnados pretendem transformar os espíritos comunicantes em seus "correctores" dos interesses humanos.
Moisés, conforme relata a Bíblia, já em época tão recuada viu-se obrigado a proibir o intercâmbio mediúnico dos hebreus com os desencarnados, tal era o índice vulgar das relações de ambos, que só cuidavam das satisfações do corpo físico e matavam os estímulos ascensionais da alma.
Os génios das sombras, portanto, só alcançam êxito entre os encarnados avessos à sua própria reforma espiritual, e que da vida física nada mais pretendem do que usufruir o "melhor" possível através dos sentidos físicos.
Os médiuns que se descuidarem de sua vigilância espiritual, ficam sujeitos à mistificação inconsciente provocada pelos desencarnados inescrupulosos.
Muitos trabalhos mediúnicos, após brilhantes sucessos fenoménicos, fracassaram semeando as mais cruéis decepções entre os seus integrantes, em face da intervenção de espíritos de má fé, que se aproveitaram da decadência moral e mediúnica dos sensitivos e puderam fazê-los mistificar inconsciente ou até, conscientemente.
Os responsáveis pelas hordas do astral inferior, que movem desesperada ofensiva contra os prepostos do Cristo, sabem que é conveniente neutralizar em definitivo a crença que desperta nas almas laboriosas e inteligentes e que, depois de totalmente convertidas, se transformam em eficientes colaboradores da espiritualidade.
Sem dúvida, o progresso espiritual de inúmeras criaturas teria se estagnado, se os génios do mal tivessem podido atrofiar, em seu início, o germe sublime da crença que empolgou Allan Kardec, quando teve contacto com as mesinhas dançantes.
Quantos médiuns excelentes abandonaram as primeiras experiências benfeitoras da eclosão mediúnica, porque os interventores do astral inferior conseguiram minar-lhes as convicções pela tese do animismo improdutivo e da mistificação condenável.
É por isso que vários entusiastas, amigos dos fenómenos físicos da tiptologia e demais trabalhos mediúnicos incomuns, alegam que abandonaram o Espiritismo ainda mais descrentes do que antes de participarem dos seus trabalhos práticos.
Lamentam o seu velho entusiasmo, a sua crença ingénua nos médiuns e nos supostos espíritos, cuja existência eles haviam comprovado pela "certeza" dos sentidos físicos, para depois tudo ruir espectacularmente pelo animismo, mistificação e burla dos medianeiros mercenários.
Ignoram, no entanto, que se recolheram desiludidos à sua própria intimidade egotista e atrofiaram o último interstício da sua visão imortal sob a direcção dos magos ardilosos das sombras, que assim fecharam-lhes em definitivo a porta entreaberta para o "lado de cá".
Através de um golpe maquiavélico, eles provocam o fenómeno mediúnico incomum, para negarem a existência da própria alma que o produz.
Essas criaturas queixosas e decepcionadas com a doutrina espírita e a sua prática mediúnica são as que ainda não se converteram intimamente à fenomenologia evangélica do Cristo.
Assim como o clarão súbito da luz ilumina, mas depois ofusca, os espíritos subversivos apenas convenceram-nas, abrindo-lhes os olhos, de surpresa, para depois as cegarem com a areia cáustica da definitiva descrença.
Sempre é mais proveitoso que o homem "sinta" o espírito imortal em si mesmo, para depois tentar vê-lo ou apalpá-lo pela exterioridade da fenomenologia dos sentidos físicos, pois, se a intuição é qualidade intrínseca da alma, a visão física é apenas uma decorrência provisória dos olhos de carne.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 06, 2021 8:55 am

CAPÍTULO 17 - Considerações sobre a vidência.
PERGUNTA: — Entre um médium vidente intuitivo, que não "vê" propriamente os espíritos, mas apenas lhes recebe as impressões através da mente ou do perispírito, pressentindo-lhes os contornos, as vestes e a fisionomia, e outro cuja faculdade mediúnica permite-lhe ver directamente no mundo astral, qual dos dois medianeiros é o mais eficiente, exacto e seguro?
RAMATIS: — Desnecessário é dizer-vos que não são os olhos carnais que vêem os fenómenos da vida do "lado de cá", mas na realidade é o espírito que vê por dupla-vista, por cujo motivo os médiuns videntes tanto vêem com os olhos abertos como fechados, donde se conclui, conforme explica Allan Kardec, que o cego pode ver os espíritos'.
Como o corpo físico e o sistema nervoso são o prolongamento vivo, enfim, o revelador de suas ideias e concepções para o mundo material, o êxito técnico da vidência indirecta mental, ou astralina directa, depende principalmente da maior ou menor sensibilidade psíquica da criatura.
No entanto, a sua segurança, exactidão e proveito, apesar disso, subordinam-se muitíssimo à graduação moral e espiritual do ser.
Muitos videntes famosos e dotados da dupla-vista focalizável
directamente no mundo astral não foram espíritos benfeitores, e o seu desenvolvimento mental, invulgar, não se harmonizava com os seus sentimentos inferiores a serviço do mal.
Em qualquer manifestação mediúnica, é mais importante verificar-se a índole e a moral do médium, pois se ele é criatura viciada ou inescrupulosa, também vive ligado aos espíritos desencarnados da mesma estirpe espiritual inferior, por cujo motivo as suas revelações não possuem o mérito e as revelações espirituais proveitosas.
Os espíritos das sombras vivem à espreita daqueles que podem oferecer-lhes a oportunidade da "ponte viva" mediúnica, ligando-os novamente com o mundo físico para desfrutarem as sensações torpes de que foram tolhidos pela perda do corpo carnal.

PERGUNTA: — Podeis nos dar algum exemplo de um médium de vidência astral incomum, mas subvertido quanto aos seus objectivos pessoais?
RAMATIS: — Um dos exemplos mais convincentes é o caso de Rasputin, que, além de possuir outros poderes ocultos extraordinários, visualizava directamente o mundo astral e entendia-se com os génios das sombras.
No entanto, ele aplicava para fins criminosos e inconfessáveis toda a fenomenologia mediúnica de que dispunha, sob o concurso da inspiração do Mal.
Assim, é bem mais útil e seguro o médium de vidência intuitiva que, por sua moral superior e os propósitos benfeitores que assumiu, permanece incessantemente ligado às entidades sublimes, pois, embora o seja indirectamente, ele vê somente aquilo que é sensato e proveitoso.
É de pouca valia o médium de visão astralina avançada que, por viver na companhia dos espíritos diabólicos, faz relatos funestos, prediz perturbações e deforma a realidade espiritual, transformando sua faculdade em banca de negócio ou motivo de sensações inferiores.
Os espíritos delinquentes e malfeitores procuram ligar-se aos videntes excepcionais mas de moral duvidosa, a fim de interferirem em suas faculdades e levá-los ao ridículo, às sandices ou atiçar a intriga e a desconfiança entre os seus companheiros.
O seu intuito é o de afastá-los o mais cedo possível dos ambientes moralizados e assim neutralizar-lhes a vidência esclarecedora, de ajuda, na seara espírita.
É por isso que certos videntes que vivem sob a acção desses espíritos mistificadores revelam quadros tolos, fatigantes e exóticos, que lançam a dúvida, despertam o riso ou semeiam a confusão entre os circunstantes.
Os espíritos maquiavélicos tudo fazem para baixar o tom de segurança e sensatez dos ambientes espíritas, e tentam anarquizá-los pelas revelações frívolas ou contraditórias, que nada têm a ver com a doutrina ou com os objectivos sérios do trabalho.
Tanto pela psicofonia como pela vidência, eles fazem descrições ocas e extensas, acumulam detalhes inúteis e cansativos aos presentes, misturando propositadamente as ideias ridículas e justificando as superstições, quando podem actuar pelos médiuns ingénuos, ignorantes ou de sentimentos censuráveis.
E se dispuserem de medianeiro exaltado, exibicionista ou envaidecido pelas competições de oratória mediúnica, então essas entidades das sombras falseiam a realidade do Além e chegam a abalar as convicções dos neófitos espíritas.
O médium, pois, vidente, intuitivo ou de vista-dupla directa, antes de se preocupar com o êxito técnico e o poder descritivo de sua faculdade, deve primeiramente evangelizar-se, a fim de assegurar o teor verídico e o sentindo benfeitor daquilo que "vê" ou "sente" no limiar do mundo invisível dos espíritos desencarnados.

1 — NOTA DO MÉDIUM: - Cap. XIV -"Livro dos Médiuns": Tópico 167.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 06, 2021 8:55 am

CAPÍTULO 18 - Vidência ideoplástica.
PERGUNTA: — Por que motivo entre os vários retratos que foram pintados mediunicamente sobre a vossa figura perispiritual, nenhum deles se parece estritamente convosco?
O vosso sensitivo explica-nos que sois amorenado, olhos oblíquos e que não tendes o aspecto adolescente de um jovem de quinze anos, como vos pintaram.
Também apresentais uma fisionomia expressivamente ocidentalizada, quando, na realidade, sois um tipo oriental descendente de indu e chinesa.
Diz o médium que a maior semelhança entre vós e os retratos mediúnicos pintados reside somente no tipo das vestes, do turbante e das cores de vossa aura. Que dizeis?
RAMATIS: — As diferenças comumente existentes entre a verdadeira configuração perispiritual dos desencarnados e as pinturas mediúnicas resultam mais propriamente dos efeitos imprecisos e muito comuns dos fenómenos de ideoplastia.
As ideias e os pensamentos produzem ondas e radiações que, por sua vez, devem formar imagens daquilo em que se pensa.
No entanto, como as nossas são configuradas no plano da 4.a dimensão, nem sempre se ajustam com exactidão às formas tridimensionais da visão carnal.
Assim, é muito difícil para os encarnados obter uma fotografia perfeita e exacta das ideias ou das imagens que projectamos do Além sobre a mente dos médiuns intuitivos, videntes ou desenhistas.
Mesmo quanto à exactidão das comunicações faladas ou psicografadas dos nossos pensamentos, ainda são raros os médiuns intuitivos que apanham a realidade intrínseca do assunto que desejaríamos transferir para o conhecimento do mundo material.
Em comparação com a frequência retardada dos acontecimentos do mundo material, ainda é muito grande o aceleramento ou a fuga vibratória dos fenómenos que se sucedem no mundo astral, do que resulta considerável desajuste no mesmo tempo da ocorrência.
Como ilustração concreta dos nossos dizeres, basta dizer que o nosso médium, neste momento, mobiliza toda a sua capacidade psíquica para captar com êxito as ideias que formulamos do "lado de cá" e, no entanto, não consegue transferir fielmente para a matéria o assunto que sente na intimidade de sua alma.
Servindo-nos de rude exemplo, diríamos que, enquanto emitimos um "tonel" de pensamentos, o nosso médium só consegue captar em seu equipo físico a quantidade pensada que simbolicamente só caberia num "copo".

PERGUNTA: — Poderíeis esclarecer-nos melhor o motivo dessa contradição entre o original-espírito e a cópia retratada mediunicamente?'
RAMATIS: — Os retratos pintados mediunicamente, que não reproduzem fielmente a configuração perispiritual ou a fisionomia dos desencarnados, ressentem-se geralmente de três dificuldades características.
Às vezes, o médium desenhista, quando retrata o espírito desencarnado, apenas sente-lhe a vibração à distância e o confunde com a imagem que ele "vê" mentalmente no momento em que desenha.
Noutros casos, as pessoas presentes ao trabalho mediúnico pensam fortemente em determinado espírito de sua simpatia, e o médium desenhista, então, confecciona o retrato conforme a figura que ele sente projectada na cortina astral, ignorando que se trata unicamente de imagem que foi pensada por um encarnado naquele instante.
Sem dúvida, a pintura então será tão perfeita ou imperfeita quanto for a capacidade e a fidelidade de quem a pensar.
Finalmente, a maioria dos casos de imperfeição do desenho mediúnico provém mesmo da inabilidade e deficiência técnica do médium desenhista, que por vezes ainda se junta a uma faculdade incipiente e incapaz de pressentir com proficiência o modelo desencarnado.
Em virtude da semelhança que é muito comum nas vestimentas dos orientais, os videntes ou desenhistas confundem facilmente os espíritos dessa origem devido aos seus turbantes ou túnicas tradicionais, tal como já tem acontecido connosco, quando erroneamente nos tomam por outras entidades.
É muito comum aos trabalhadores do Oriente apresentarem-se aos médiuns ostentando certos emblemas iniciáticos do Espaço, como a esmeralda, o rubi, o topázio ou a safira nos turbantes, e que não expressam a convenção comum das jóias terrenas, mas apenas certa identificação particular, tal como os fraternistas terrenos usam a estrela de salamandra, o signo de Salomão ou o triângulo egípcio.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 06, 2021 8:55 am

Não se trata de talismãs ou insígnias supersticiosas, nem mesmo de distinções hierárquicas, a que somos avessos, mas apenas de sinais que identificam as entidades sob o mesmo género de trabalho e de responsabilidade espiritual nas comunidades astrais do Oriente.
Quanto a nós, temos aparecido ao sensitivo e à vidência dos terrícolas com as vestes religiosas que usávamos há um milénio em nossa última romagem carnal na Indochina, isto é, espécie de indumentária iniciática dos bispados daquela latitude geográfica. Os espíritos esclarecidos e certos de que todas as criaturas provêm do mesmo Criador e jamais se distinguem por privilégios espirituais, não se preocupam com a fidelidade ou exactidão de suas fisionomias copiadas do mundo físico e que são retratadas pelos médiuns desenhistas.
Sabeis que o espírito, à medida que se reencarna, translada-se para outros planetas ou ascensiona para planos espirituais superiores, também modifica inexoravelmente a substância e a estética de sua vestimenta perispiritual.
Se fôssemos coleccionar os diversos perispíritos que já modelamos desde o nosso primeiro contacto espiritual com a matéria planetária, o certo é que terminaríamos confusos ante a variedade de aspectos e figuras que já envergamos nas vidas carnais, enquanto se manteve intacta a nossa individualidade espiritual responsável por tais manifestações no mundo de formas.
Actualmente já temos consciência de que somos um singelo "número sideral" classificado nas fichas da contabilidade divina, por cujo motivo desinteressamo-nos dos nomes com que fomos conhecidos nas tabelas educativas do mundo físico e dos preconceitos ancestrais extintos na cova material.
A personalidade humana, que muitos ainda defendem fanaticamente em sua hereditariedade biológica, para nós é o rótulo que nos marcou provisoriamente no aprendizado da escola física.
Em face da determinação divina do Pai, em que todos os espíritos são anjos em potencial a caminho da ventura eterna, no reino do espírito puro o corpo físico e o perispírito são apenas trajes anacrónicos deixados no seu limiar.
Se ainda conservamos a configuração de nossa última existência na Indochina, em lugar de qualquer outra plasmada pela nossa mente ou vivida anteriormente, isso o fazemos para apoio à vidência ou intuição dos terrícolas que vibram connosco no mesmo esforço e ideal de libertação espiritual.

PERGUNTA: — A fim de compreendermos satisfatoriamente a autenticidade ou dificuldade na retractação mediúnica dos espíritos desencarnados, poderíeis esclarecer-nos, no vosso caso, por que motivo vos retractaram com a aparência de um jovem de quinze anos, em certa pintura mediúnica, embora houvésseis deixado o mundo terráqueo com a idade física de trinta anos?
RAMATIS: — A médium que nos retractou perispiritual mente deixou-se envolver por algum sentimento lisonjeiro e de simpatia para connosco, convicta de que todos os espíritos que participam das tarefas espirituais benfeitoras devem ser demasiadamente belos ou jovens, algo parecidos aos anjos tradicionais da história sagrada.
Aliás, isso é muito comum entre os encarnados, que atribuem facilmente as características de beleza e sabedoria aos espíritos de sua simpatia tal como ocorre com a família terrena, que sempre considera os seus descendentes como as melhores criaturas do mundo!
Esse deve ter sido o motivo por que nos retractaram de modo tão lisonjeiro, quando a médium provavelmente nos imaginou habitante privilegiado dos planos edénicos, por cujo motivo nos retractou sob radiosa atmosfera de luzes, aspecto jovem, emoldurando-nos com as cores mais principescas'!

1 — NOTA DO MÉDIUM: - Embora respeitando as evasivas modestas de Ramatis, devo dizer que também o tenho visto no seio de uma massa de luz policrómica tão cintilante e transparente, que elimina todas as rugas, sulcos e sinais de maturidade de sua fisionomia, apresentando-o com o aspecto de um jovem de quinze anos, cujo rosto assume um tom rosado; seus olhos amendoados arredondam-se pela luz que os inunda facilmente.
Ramatis remoça-se de tal modo pelos fulgores luminescentes que se irradiam de sua intimidade, que será dificílimo crer que o seu perispírito abandonou o corpo carnal aos 30 anos de idade física, pois até seus lábios perdem os contornos orientais.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 06, 2021 8:55 am

CAPÍTULO 19 - Algumas observações sobre animismo.
PERGUNTA: — Que devemos entender por animismo, no tocante às comunicações mediúnicas da seara espírita?
RAMATIS: — Animismo, conforme explica o dicionário do vosso mundo, é o "sistema fisiológico que considera a alma como a causa primária de todos os factos intelectivos e vitais".
O fenómeno anímico, portanto, na esfera de actividades espíritas, significa a intervenção da própria personalidade do médium nas comunicações dos espíritos desencarnados, quando ele impõe nelas algo de si mesmo à conta de mensagens transmitidas do Além-Túmulo.
Assim, quando os aficionados do Espiritismo afirmam que determinada comunicação mediúnica foi "puro-animismo" querem explicar que a alma do médium ali interveio com exclusividade, tendo ele manifestado apenas os seus próprios conhecimentos e conceitos pessoais, embora depois os rotulasse com o nome de algum espírito desencarnado.
Essa interferência anímica inconsciente, por vezes, é tão subtil, que o médium é incapaz de perceber quando o seu pensamento intervém ou quando é o espírito comunicante que transmite suas ideias pelo contacto perispiritual.

PERGUNTA: — Porventura não considerais o animismo um percalço indesejável nas comunicações espíritas?
RAMATIS: — Servindo-nos dos médiuns da Terra, curvamo-nos imensamente gratos ao Pai pelo ensejo de podermos inspirá-los em favor da ventura, do bem e da alegria dos seres humanos.
Por isso não desprezamos a oportunidade dos médiuns anímicos quando eles nos interpretam a seu modo pessoal, desde que conservem a ideia central e autêntica daquilo que lhes incutimos na alma.

PERGUNTA: — Então a comunicação do médium completamente anímico não passa de mistificação inconsciente; não é assim?
RAMATIS: — Quando o médium não tem o intuito de enganar os que o ouvem, não podeis admitir a mistificação inconsciente.
A comunicação anímica é decorrente da falsa suposição íntima de a criatura julgar-se atuada por espíritos, por cujo motivo transmite equivocadamente suas próprias ideias.
A mistificação, no entanto, é fruto da má intenção.

PERGUNTA: — No conceito da mediunidade, o médium anímico tem algum valor positivo?
RAMATIS: — A criatura anímica, quando em transe, pode revelar também o seu temperamento psicológico, as suas alegrias ou aflições, suas manhas ou venturas, seus sonhos ou derrotas.
Desde que essa manifestação anímica, à guisa de mediunidade, se manifeste pelo transe conturbado e assinalada por cenas dolorosas, factos trágicos ou detestáveis, então trata-se de médium desajustado ou doente, que necessita mais de amparo e orientação espiritual, para dominar as impressões mórbidas do subconsciente, do que mesmo de desenvolvimento mediúnico.
Algumas vezes ele transmite animicamente os fatos mórbidos que o impressionaram na infância ou mesmo as cenas trágicas vividas na existência pregressa, como se fossem a história de espíritos infelizes desencarnados.
As emersões freudianas da terminologia psicanalítica também são responsáveis por algumas dessas supostas manifestações intempestivas e conturbadas, em que os médiuns excessivamente anímicos e sugestionáveis pressupõem manifestações do Além-Túmulo.

PERGUNTA: — Supondo-se um médium anímico que, embora só transmitindo o que é de si e à conta de manifestação de espíritos, seja tão culto, sensato e de conduta moral irrepreensível, que exponha os seus pensamentos em alto teor intelectivo e espiritual, como poderíamos classificação na tese anímica?
RAMATIS: — Nesse caso é criatura que supera a maioria dos médiuns, pois, se é inteligente, de moral superior e sensível à vida espiritual angélica, não deixa de ser um médium intuitivo-natural, um feliz inspirado que pode absorver directamente na Fonte Divina os mais altos conceitos filosóficos da vida imortal e as bases exactas da ascese espiritual.
Ao contrário da criatura exclusivamente anímica, que só oferece um conteúdo pobre e superficial na sua passividade psíquica, o intuitivo natural chega a pressentir a própria transformação do futuro e reconhece com absoluta segurança quais os valores evolutivos da mais alta espiritualidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 06, 2021 8:56 am

Domina o fenómeno de sua auscultação espiritual e dirige-o desperto e consciente, em apreciável coerência garantida pela sensatez do seu intelecto superior.
No entanto, o médium anímico mas inculto, sugestionável, enfermiço ou moralmente falho é a vítima passiva de suas próprias ideias fixas, das emersões da memória pregressa e das sugestões anímicas medíocres.
Facilmente ele há de tomar por manifestação de espíritos desencarnados tudo aquilo que se patenteia à superfície de sua mente e sob a influência de qualquer clima catalisador de animismo.

PERGUNTA: — Aludis a um clima "catalisador de animismo"; não é assim?
Como poderíamos entender essa vossa referência?
RAMATIS: — O ambiente de uma sessão espírita, por exemplo, é um clima adequado para favorecer a associação de ideias, a emersão do subconsciente ou o ajuste das impressões do dia nas criaturas mais sugestionáveis, que assim se confundem a ponto de se crerem medianizadas pelos espíritos.
Ali tudo converge para "catalisar", ou seja, acelerar o conteúdo psicológico, a bagagem freudiana, os automatismos incontroláveis no médium excessivamente anímico.
Ele sugestiona-se para o transe anímico já no ingresso à atmosfera tradicional do ambiente espiritista; o seu subconsciente excita-se à meia-luz, pela abertura dos trabalhos, sob a leitura do Evangelho ou dos temas mediúnicos.
As instruções do doutrinador, o convite para os médiuns se concentrarem e receberem o guia ou os sofredores, tudo isso funciona à guisa de um clima "catalisador", que acciona inadvertidamente a maquinaria psíquica da criatura ansiosa por ser médium e desafogar seus dramas e angústias íntimas, que erroneamente a fizeram crer como sendo fruto da influência de espíritos sofredores.
Além das condições que aceleram a mente do médium anímico, ele pode dar largas à sua imaginação desenfreada até pela presença de algum espírito desencarnado, às vezes um seu comparsa do passado, que por isso também se ligou às próprias aflições morais e dores que o dominam durante o transe anímico.
A aproximação dos espíritos junto aos seres encarnados assinala-se por várias formas de pressentimento, modificação do campo magnético ou sensações psíquicas estranhas, que também podem se enlear facilmente com outros fenómenos próprios da vida física, confundindo-se a criatura anímica com o médium.
É muito difícil distinguir se um espírito está se comunicando ou se é o médium que se põe a interferir animicamente, pois no entrosamento entre ambos se processa acentuada oscilação vibratória, espécie de "focalização" e "desfocalização" alternadas, o que só é passível de controle ou observação segura pelos espíritos desencarnados e competentes.

PERGUNTA: — O médium totalmente anímico pode tornar-se um médium de comunicação dos espíritos desencarnados?
RAMATIS: — Por que não?
O animismo, como manifestação da alma do ser, também é sensibilidade psíquica, tal como a faculdade mediúnica, que é o meio para a comunicação dos espíritos desencarnados.
Em consequência, o médium anímico também tende à eclosão do fenómeno mediúnico, em face de sua hipersensibilização psíquica, cumprindo-lhe estudar e procurar distinguir quando realmente é o seu espírito quem comunica e quando se trata de entidade do Além.
Além disso, ele precisa evitar a cristalização da mente nos quadros familiares que costumava comunicar animicamente; e isso só é possível pelo estudo, pesquisa e consulta aos mais experimentados.
O médium totalmente anímico é sempre a vítima passiva do seu próprio espírito, que pensa e expõe sua mensagem particular sem qualquer interferência exterior.
O médium propriamente dito, mesmo quando obsidiado, ainda é um medianeiro, um instrumento das intenções ou dos desejos de outrem.
Mesmo quanto ao médium totalmente anímico, ainda se poderiam estabelecer duas classificações, isto é, o anímico passivo, que é vítima absoluta de suas próprias ideias e impressões, e o anímico activo, capaz de perquirir os acontecimentos e os fenómenos da vida oculta, para depois expô-los em nome de terceiros.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 06, 2021 8:56 am

PERGUNTA: — Quais são os factores mais responsáveis pela cristalização do "animismo puro" de alguns médiuns, que só transmitem mensagens sugeridas pelos acontecimentos da vida cotidiana?
RAMATIS: — É o automatismo psicológico, em particular, um dos estados de alma bastante influente nas manifestações anímicas, em que o subconsciente comanda as ideias ou os factos que afloram ao cérebro do médium, impondo-os à conta de manifestação de espíritos do Além.
Em tal condição, o médium assume a personalidade alheia e passa a viver facilmente o temperamento, os sentimentos ou o carácter das criaturas que ele conheceu pessoalmente ou pelos relatos históricos, deixando-se empolgar pelo desejo de imitá-los.

PERGUNTA: — Poderíeis nos esclarecer, com algum exemplo mais objectivo, quanto a essa influência do automatismo psicológico nos. médiuns anímicos?
RAMATIS: — Alguns médiuns, por exemplo, embora não sejam completamente anímicos, deixam-se empolgar em demasia pela vida dos apóstolos ou dos seguidores do Mestre Jesus, vivendo impressões íntimas que, mais tarde, passam a comunicar à guisa de manifestações mediúnicas daqueles que tanto admiram.
Os grandes líderes, profetas, santos, escritores, artistas, governadores, ministros e demais personalidades que se destacam no cenário do mundo material exercem profunda impressão nos médiuns muito anímicos, fazendo-os rotular os seus próprios guias com esses nomes tão em evidência na história religiosa ou literatura profana.
Outros, devido à excessiva imaginação muito activada na sua mocidade, quando se deixavam arrebatar pelos romances de aventuras decalcados da história, vivem no transe mediúnico essas impressões excitantes e que se sobrepõem, às vezes, à identidade e ao assunto dos espíritos comunicantes.
O Egipto dos faraós, a Grécia dos filósofos, a Itália dos doges e dos césares, a França dos aventureiros de capa e espada, ainda vibram com forte vitalidade na mente da maioria das pessoas e, portanto, dos médiuns.
Principalmente a França exerceu forte influência na alma dos leitores de aventuras; os personagens mais célebres de sua história ainda se movem na sua retina, emoldurados pelo vulto da Notre Dame, do Sena, da praça da Greve, do pátio dos milagres, das tabernas de Paris ou à sombra da tétrica guilhotina.
Os guardas de Richelieu ou de Mazzarino, em luta acirrada com os mosqueteiros do Rei, através das páginas de Dumas, ainda lançam o fulgor das espadas ou o brilho dos seus punhais na memória dos leitores mais emotivos.
No período monárquico alinham-se em fila Luiz XIV e Luiz XV, Catarina e Maria de Médicis, La Vallière, Du Barry, Pompadour, Maria Antonieta ou os Guise.
A República surge recortando as figuras de Robespierre, Napoleão, Marat, Danton, Fouché, Madame Roland, Delfin de França, Desmoulin e outros.
O automatismo psicológico, ou personalismo, que domina profundamente na subconsciência do ser, estratifica com o tempo as imagens mais simpáticas e que produziram maior impressão nas criaturas sugestionáveis, fazendo-as emergir por associação de ideias ou devido ao clima psíquico adequado.
E o médium anímico, muito indisciplinado em suas emoções e entontecido pelas imagens que bailam na sua mente descontrolada, não tarda em transferir para o ambiente espirítico as personalidades que mais o impressionaram na existência, dando-lhes vida triste, heróica ou desafortunada.
Através de supostas comunicações mediúnicas do Além, os personagens exaltados nos romances aventurescos e de fundo histórico ainda continuam a se manifestar com insistência em certos trabalhos mediúnicos, impondo as mesmas características que há séculos deveriam ter possuído em vida.
Aqueles que a história romanceada os descreveu heróicos, benfazejos ou desprendidos, “baixam" nas sessões espíritas a cumprir missões elevadas e que condizem perfeitamente com o seu carácter e temperamento tradicionais.
Mas os que a pena do escritor os retractou tiranos, cruéis, falsos, maquiavélicos ou cúpidos também se apresentam nas sessões espíritas corroídos pelo remorso ou pelas dores, ou então jurando vingança e prorrompendo em ameaças contra os que pretendem doutriná-los.
Os vultos trágicos da Revolução Francesa só no território brasileiro já foram doutrinados dezenas de vezes, pois determinado número de médiuns ainda não conseguiu libertar-se completamente da fascinação exercida na sua mente pelas leituras românticas e históricas, cujos personagens excitam-lhes a memória e interferem animicamente nas comunicações dos espíritos, impondo-se, por vezes, com foros de profunda realidade.
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Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 06, 2021 8:56 am

PERGUNTA: — Quereis dizer que todas as comunicações em nome desses personagens históricos são apócrifas?
RAMATIS: — Embora esses médiuns muito anímicos sejam vítimas de sua própria exaltação psíquica, agindo sem ma intenção, é óbvio que alguns espíritos que a história destacou pela sua turbulência, crueldade ou maquiavelismo, ainda curtem o remorso de suas aventuras ignóbeis ou dos crimes execráveis comparecendo a certos trabalhos espíritas sem qualquer modificação espiritual.
O que queremos é apenas advertir quanto aos prejuízos da imaginação indisciplinada dos médiuns anímicos, que revivem nas sessões mediúnicas a figura de certos personagens históricos e aventurescos, cuja índole e temperamento, quase sempre, são apenas a suposição daquilo que os autores que os descreveram em seus romances imaginaram terem eles sido na realidade.

PERGUNTA: — Mas os apóstolos e servidores de Jesus, tão benfazejos e bondosos, tidos como guias e protectores de tantos médiuns no Brasil, porventura também não se comunicam sempre com a Terra?
RAMATIS: — Não opomos dúvida quanto à possibilidade de alguns médiuns serem inspirados ou tutelados por alguns dos apóstolos ou discípulos que viveram à sombra do Mestre Jesus.
Mas desejamos relembrar-vos que a ascensão sidérea é incessante e os espíritos, quanto mais conscientes de suas necessidades íntimas, com mais urgência procuram a rectificação do seu passado imprudente, buscando integrar-se à frequência vibratória mais alta, por cujo motivo aceleram o seu programa reencarnatório junto à escola eficiente da matéria.
É o caso dos apóstolos e demais discípulos de Jesus que, provavelmente, já mudaram de personalidade humana diversas vezes.
Em consequência, quando não se trata de animismo de alguns médiuns desavisados dessa realidade, ou das mistificações propositadas de entidades galhofeiras, eles se apresentam nas sessões espíritas manifestando-se pela última personalidade que cultuaram na Terra, em vez de ainda persistirem na velha forma apostolar.
Considerando-se que o espírito estaciona, mas não retrograda no seu curso evolutivo, é evidente que aqueles espíritos que se movimentaram na Terra sob o invólucro dos apóstolos de Jesus, ao retomarem posteriormente, em novas encarnações, terão desenvolvido ainda mais as suas qualidades angélicas espirituais.
Em consequência, se realmente fizerem questão de se manifestar mediunicamente sob qualquer identificação pessoal, também hão de preferir apresentar-se com os préstimos mais evolvidos da última existência.
Não é impossível que alguns apóstolos se tomem os guias de certos médiuns; e por isso quantas vezes atrás do nome de um João ou António, sem muita expressão brilhante, esconde-se em feliz anonimato um Marcos, Mateus, Lucas ou Felipe!
Nenhum espírito é impedido, deliberadamente, de se comunicar com a Terra, caso possua os veículos dos mundos mental-concreto e astral que o liguem à matéria; mas desejamos frisar-vos com certa advertência, que, se os apóstolos já mudaram algumas vezes de personalidade terrena, obviamente também abandonaram a velha figura apostolar para apresentar-se sob a identidade mais recente cultuada na Terra.
Cumprimos, assim, o dever de escoimar a prática mediúnica do Espiritismo de quaisquer motivos que, mais tarde, possam carrear-lhe o ridículo ou a censura do adversário.
É muito melhor ao médium usufruir a singeleza da presença de um guia que lhe ministre lições de amor, tolerância e humildade sob o dístico simples de "um amigo", do que mesmo afirmar a presença de apóstolos no serviço mediúnico, mas oferecendo aforismos vazios e sem nenhum proveito espiritual.

PERGUNTA: — Sob vossa opinião será impossível a comunicação de um Marcos, João, Mateus, Lucas ou Paulo de Tarso?
RAMATIS: — De modo algum a achamos impossível, desde que para isso exista o médium afinizando aos mesmos propósitos e ideias superiores que eles esposam. Importa-nos frisar que justamente os espíritos mais elevados e conscientes de sua condição espiritual são os que mais apreciam o anonimato e procuram esconder sua identidade sob pseudónimos singelos, quando se comunicam com a Terra.
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Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 06, 2021 8:57 am

É o caso de João Evangelista que, tendo sido Samuel, o profeta puro da Bíblia, retomou à carne no século XII como Francisco de Assis, por cujo motivo, se realmente ele estivesse preocupado em salientar sua figura mais lisonjeira do mundo físico, também se apresentaria nos trabalhos mediúnicos com esta última personalidade mais evidente na sua linhagem espiritual.
Os grandes líderes espirituais preferem o anonimato em suas manifestações mediúnicas, evitando nutrir o senso de superioridade nos médiuns, que se envaideceriam com a sua presença gloriosa.
Sob a figura humilde, amorosa e iletrada do preto-velho ou do "João ninguém", muitas vezes esconde-se um espírito fúlgido, do Senhor, tudo fazendo para não humilhar os demais médiuns que não usufruem de sua alma angélica.
Os anjos não descem à Terra para com suas luzes afrontarem os pecadores, mas vestem-se ao nível dos seres humanos que pretendem ajudar1.

PERGUNTA: — Porventura todos esses guias, como Francisco de Assis, os apóstolos e demais figuras de relevo do Cristianismo, são apócrifos?
Os médiuns que os recebem estarão iludidos?
RAMATIS: — Não vos esqueçais do que notificamos antes.
Tais almas podem "inspirar" os medianeiros terrenos, intuí-los mesmo para que prossigam no serviço espiritual sob o paraninfo de seus nomes consagrados junto ao Mestre Jesus.
Todo desejo e objectivo de recuperação espiritual é imediatamente assistido pelo Alto e, consequentemente, paraninfado por grupos de espíritos que operam sob a égide de determinado "santo" ou apóstolo consagrado.
Mas é preciso que os médiuns despertem para o bom senso, lembrando-se de que tais almas não podem viver-lhes às costas solucionando quizilas domésticas e proferindo máximas lacrimosas, que devam justificar-lhes a personalidade terrena.

PERGUNTA: — Temos notado que em certos trabalhos mediúnicos, quando não está presente o médium principal e outro médium então deve receber o guia de tradição da casa, cria-se uma aura de constrangimento pela grande diferença com que este se apresenta em seu retrato psicofísico mediúnico.
Como se explica isso?
RAMATIS: — O fenómeno é explicável, pois no reino espiritual, onde vivemos, importam mais as ideias, os sentimentos e as características de sabedoria e entendimento íntimo da alma, enquanto as configurações pessoais ou os tipos humanos permanecem em situação secundária.
Na Terra expressa grande valor a personalidade humana com seus ascendentes biológicos e as tradições de família, porque os encarnados ainda vivem a sensação de uma única vida.
Raros estão plenamente convictos de que detrás do organismo físico, com suas expressões peculiares, o espírito eterno e imutável, embora mude de organismo carnal, sempre há de manifestar as mesmas ideias e sentimentos que tiver cultivado.
Os desencarnados, no entanto, mantêm outra concepção da vida, porque podem comprovar a variedade de corpos e fisionomias de que um mesmo espírito se utiliza nas suas peregrinações pelo mundo físico, sem fragmentar a sua verdadeira individualidade através dos aspectos provisórios da personalidade terrena.
É o que acontece nas comunicações mediúnicas; o guia da casa fica conhecidíssimo e familiarizado pelo palavreado, tom de voz, expressões fisionómicas e até cacoetes do médium que o manifesta comumente.
Expõe-lhe as ideias e os conceitos espirituais, mas é recortado à visão e audição do público pela personalidade do seu medianeiro, do que resulta o guia ter muito do médium e a ele se assemelhar.

PERGUNTA: — Nesse caso, como se pode ter confiança nos conselhos e nas respostas dos guias, quando necessitamos realmente orientar-nos através da personalidade do médium consultado?
RAMATIS: — No aprendizado espírita, sob qualquer hipótese, o mais aconselhável é a criatura devotar-se corajosamente ao estudo, à auscultação psíquica e enfrentar os equívocos e os óbices naturais de sua experiência espiritual no contacto com a matéria. É necessário evitar o julgamento antecipado, a premeditação religiosa ou firmar quaisquer conceitos doutrinários em definitivo, quando ainda não se podem comprovar os seus fundamentos lógicos e sensatos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 06, 2021 8:57 am

Muitos aforismos, postulados e recomendações que trazem o endosso de distinguido espírito, por vezes são apenas sentenças sem proveito espiritual e fruto do médium anímico.
Certo espírito laborioso já vos disse em determinada obra mediúnica:
"0 homem que já viveu um dia com o Cristo poderá caminhar um século com a humanidade".
Evite-se, portanto, transformar o Espiritismo em agência de informações, mesmo que se trate do melhor trabalho mediúnico ou do médium em que se deve confiar.
É conveniente não se anular o esforço próprio em qualquer circunstância da vida, pois Jesus foi indiscutivelmente claro e incisivo quando, seguindo à nossa frente, arrostou os escolhos da estrada terrena, advertindo-nos sabiamente:
"Toma a tua cruz e segue-me".
Naturalmente só vos poderia ser possível conhecer a individualidade exacta do guia com que vos simpatizais, se pudésseis ouvi-lo através de um médium neutro, absolutamente esclarecido e dotado de invulgar senso de autocrítica.
Então ele poderia transmitir o pensamento do seu mentor tão facilmente quanto o leito do regato deixa manar a água límpida da nascente.
As inconveniências e as decepções mais comuns na seara espírita ainda são mais próprias da imprudência dos neófitos ignorantes do mecanismo da mediunidade, que por isso têm os médiuns na conta de oráculos infalíveis e capazes de solver todos os problemas complexos da vida.
No entanto, o médium, como ser humano e por isso imperfeito, é o instrumento em afinação para as grandes causas futuras, o mensageiro em aperfeiçoamento, e não o "abre-te-sésamo" para as soluções mais excêntricas.

1 — Ver explicação detalhada no cap. XXVIII.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 06, 2021 8:57 am

CAPITULO 20 - O aproveitamento anímico nas comunicações mediúnicas
PERGUNTA: — Sob vossa opinião, como encarais o problema angustioso de todo médium em desenvolvimento, qual seja o animismo?
RAMATIS: — Naturalmente não pretendemos endossar os abusos de imaginação, os exotismos e as excentricidades dos médiuns avessos ao estudo; presunçosos, interesseiros ou exibicionistas.
Reconhecemos, no entanto, a interferência ou associação de ideias no médium consciente, porque no seu esforço para lograr a passividade no transe, ele toma o conteúdo de sua alma como sendo manifestação alheia.
Nem todos abusam do animismo sob propósitos condenáveis ou para fins vaidosos, por cujo motivo não aconselhamos a desistência do desenvolvimento mediúnico, só porque a interferência do médium perturba a transparência cristalina das comunicações dos espíritos desencarnados.
Se o virtuosismo do músico tem início no solfejo da singela escala musical "dó-ré-mi", a eloquência do orador requer fundamento do "a b c" e o estro do poeta firma sua principal base no balbuciar da palavra infantil, certamente que o êxito mediúnico também se apoia inicialmente nos percalços do animismo.

PERGUNTA: — Alguns médiuns experientes e com vários anos de serviço junto à seara espírita ainda alimentam duas vidas a respeito de suas comunicações mediúnicas, certos de que tudo aquilo que transmitem é apenas de sua própria alma.
Os mais escrupulosos alimentam desejos de abandonar a tarefa mediúnica, a fim de não iludirem o público com pseudas comunicações que nada têm a ver com espíritos desencarnados.
Que nos dizeis?
RAMATIS: — O médium não é boneco vivo, insensível e de manejo mecânico, mas sim uma organização activa com vocabulário próprio e conhecimentos pessoais adquiridos pela sua experiência e cultura humana.
Além de tudo, é alma guardando em sua memória forjada nas existências pregressas a síntese dos seus esforços para a ascese espiritual.
E quando se trata de médiuns conscientes ou semiconscientes, só lhes resta a tarefa de vestir e ajustar honesta e sinceramente as ideias e as frases que melhor correspondem ao pensamento que lhes é manifesto pelos espíritos desencarnados através do seu contacto perispiritual.
Deste modo, os comunicantes ficam circunscritos quase que totalmente à vontade e às directrizes intelectuais e emotivas do seu intérprete encarnado, o qual fiscaliza, observa e até modifica conscientemente aquilo que foi incumbido de dizer.
Lembra o mensageiro terrestre que ouve o recado para transmitir verbalmente a outrem, mas na hora de cumprir sua tarefa tem de usar de suas próprias palavras para comunicá-lo.
No caso, tanto o mensageiro como o médium são intérpretes do pensamento alheio e por isso influem com o seu temperamento, engenho e cultura nas mensagens que traduzem, resultando disso os textos lacónicos ou prolixos, precisos ou truncados.
Só o médium com propósitos condenáveis é que poderia ter remorsos de sua interferência anímica, pois nesse caso tratar-se-ia realmente de uma burla à conta de Mediunismo.
Não é passível de censura aquele que impregna as mensagens dos espíritos com forte dose de sua personalidade, mas o faz sem poder dominar o fenómeno ou mesmo distingui-lo da realidade mediúnica.
É tão subtil a linha divisória entre o mundo espiritual e a matéria, que a maioria dos médiuns conscientes e bisonhos dificilmente logra perceber quando predomina o pensamento do desencarnado ou quando se trata de sua própria interferência anímica.
Só depois de alguns anos de trabalho assíduo na seara mediúnica, estudos profícuos, afinada sensibilidade mediúnica, muita capacidade de auto-crítica e introspecção freudiana é que o médium logra dominar e distinguir com êxito o fenómeno anímico(1).
Com o exemplo que já vos expusemos anteriormente nesta obra, sobre a hipótese de um só assunto ser ventilado por quatro médiuns intuitivos, de cultura e temperamentos diferentes, cremos que já podeis avaliar a diferença anímica sem destruir a autenticidade do pensamento do espírito comunicante.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 06, 2021 8:57 am

PERGUNTA: — No entanto, os mentores espirituais não poderiam orientar os médiuns sobre o meio de extinguirem completamente o animismo nas comunicações mediúnicas?
RAMATIS: — Não aconselhamos que se procure eliminar deliberadamente o fenómeno anímico no intercâmbio com o Além, pois isso ainda dificultaria mais o desenvolvimento mediúnico e as comunicações doutrinárias aos próprios médiuns, uma vez que os guias não objectivam a criação de autómatos mediúnicos, espécie de "robôs" accionáveis à distância.
A mediunidade é um meio para se atingirem objectivos excelsos por parte de encarnados e desencarnados, por cujo motivo não dispensa a educação, o afinamento moral, a cultura do seu próprio intérprete e também o seu despertamento espiritual.
É mais importante para o bom "guia" o progresso intelectivo, o desembaraço e a integração evangélica do seu médium, do que mesmo o êxito brilhante de sua manifestação mediúnica.
O mentor espiritual sábio e sensato muitas vezes protela as revelações extemporâneas do Além, pelo seu pupilo ansioso do seu próprio destaque pessoal, para que este em primeiro lugar se revele pela modéstia sensata do homem evangelizado.
O médium, como uma criatura de responsabilidade pessoal para com a família e a sociedade, acima de tudo deverá aprender a caminhar pelos seus próprios pés, no tocante ao entendimento da vida imortal e procurar ser útil ao próximo.
O que muito preferimos em nossos médiuns ainda é o serviço cristão incondicional, aliado ao estudo sincero da espiritualidade.
Satisfaz-nos a revelação da ternura, a prática da benevolência e da tolerância, a cultura da honestidade e a manifestação da humildade, pois, malgrado sejam mesmo anímicos para as mensagens dos desencarnados, serão os nossos mais louváveis intérpretes, em incessante comunicação benfeitora à luz do dia.
Não exaltamos o médium sonambúlico e absolutamente inconsciente do que transmite, incapaz mesmo de interferir animicamente, se ele é profundamente desperto para a prática dos vícios degradantes e o trato das paixões perigosas.
Quando dorme em transe sonambúlico é o servidor inconsciente, mas acordado pode ser a manifestação anímica do mal.

PERGUNTA: — Podeis explicar-nos melhor esse assunto?
RAMATIS: — Mesmo na vida física é necessário ajustar-se cada profissional à tarefa ou responsabilidade que favoreça o melhor êxito ou eficiência para alcance dos objectivos em foco.
Um militar, por exemplo, explicaria com muito mais fidelidade a eficiência do plano estratégico elaborado pelo general comandante do que um sacerdote a quem fosse delegada essa incumbência, pois este tem na vida uma finalidade oposta.
Diante de um mecânico e um abalizado pensador, é evidente que ninguém hesitaria em escolher este último para explicar os conceitos mais recentes da Filosofia.
Da mesma forma, o espírito do médico desencarnado logrará mais êxito ao se comunicar com o mundo material se dispuser de um médium que também seja médico.
E, mesmo que, modestamente, dispense a terminologia académica para se expressar, ele sempre há de sentir mais segurança e facilidade em exprimir-se por quem dispõe dos mesmos recursos que usufruía a sua personalidade no mundo físico.
Não há dúvida de que basta uma grande afinidade espiritual entre um espírito altamente intelectualizado e um médium inculto, para ser viável qualquer manifestação mediúnica entendível ao vosso mundo.
Mas é indiscutível que essa comunicação mediúnica ainda há de apresentar maior sucesso desde que também possa ser recebida por outro médium de nível intelectual superior.
Quando o médium e o espírito manifestante afinizam-se pelos mesmos laços intelectivos e morais, ou coincide semelhança profissional, as comunicações mediúnicas tornam-se flexíveis, eloquentes e nítidas.
O mesmo facto sucede no receituário mediúnico, pois, quando o médium também é médico, ele não só facilita muitíssimo as prescrições dos desencarnados, como as fiscaliza, evitando qualquer aberração ou aceitação de medicamento contra-indicado.
O mesmo sucede, portanto, entre os espíritos desencarnados e o médium que os recepciona, recrudescendo o entusiasmo, a coerência e clareza do assunto em exposição, quando entre ambos também há similaridade de conhecimentos, gostos e intenções.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 06, 2021 8:58 am

PERGUNTA: — Os espíritos de responsabilidade e objectivos superiores costumam evitar os médiuns muito anímicos ou mesmo tentam vencer-lhes o animismo?
RAMATIS: — Os espíritos guias e benfeitores utilizam-se dos médiuns conforme a necessidade de aproveitamento doutrinário aos encarnados.
Existem médiuns que são eficientemente apropriados para as identificações seguras de espíritos desencarnados.
Alguns servem melhor para os esclarecimentos doutrinários e outros desfrutam a faculdade de transmitir com êxito as revelações importantes do Além.
Mas os médiuns, em sua generalidade, são intuitivos e não podem libertar-se completamente do animismo, que apenas Varia mais ou menos de intensidade neste ou naquele médium.
Quando os mentores espirituais precisam fornecer provas insofismáveis da sobrevivência espiritual a certos "são tomés" encarnados, socorrem-se do medianeiro mais apropriado para Mediunismo
o caso, ou seja, o médium de incorporação, pelo qual os espíritos desencarnados podem escrever tão exactamente como o faziam em vida, fornecendo detalhes convincentes de sua imortalidade.
Doutra feita, também podem se servir do médium de fenómenos físicos, que proporciona a voz directa, as materializações, os transportes ou desmaterializações de objectos, a confecção de moldes de parafina, que sirvam para abalar os "vivos" tão desconfiados.
Para as revelações ou predições de importância, que depois de concretizadas comprovem aos encarnados a existência de um plano espiritual inteligente, os espíritos dão preferência ao médium que já possua algo do dom profético, mesmo em sua vida particular.
Se houver necessidade de abalar as convicções negativistas de alguém que, depois de convertido, possa ser útil na seara espírita, mas sendo necessária uma argumentação eficiente e irrefutável, os guias escolhem o médium eloquente, desembaraçado e senhor de vasta cultura espírita, o qual melhor atende a esse objectivo.
Os espíritos não se preocupam em eliminar radicalmente o animismo nas comunicações espíritas, porque o seu escopo principal é o de orientar os médiuns aos poucos, para as maiores aquisições espirituais, morais e intelectivas, a ponto de poderem endossar-lhes depois as comunicações anímicas como se fossem de autoria dos desencarnados.

PERGUNTA: — Por que motivo o médium intuitivo às vezes sente-se sozinho durante a sua comunicação mediúnica, notando que lhe foge o pensamento do espírito comunicaste, que parece abandoná-lo?
Subitamente interrompe-se-lhe o curso das ideias que lhe fluíam espontaneamente pelo cérebro, sem que ele possa cogitar do seu desfecho.
Que dizeis sobre isso?
RAMATIS: — Quando durante a transmissão mediúnica as ideias, os pensamentos, a índole e os conhecimentos do médium coincidem com o assunto que o espírito inspira, ele transmite com segurança, enche-se de entusiasmo e torna-se eloquente, porque expõe aquilo que já lhe é familiar.
Mas, assim que entre o médium e o espírito se processarem desajustes em matéria de conhecimentos, formam-se hiatos na mensagem mediúnica.
Por isso, ele deve manter-se em condições de poder atender ao apelo do Alto, transformando-se num instrumento mediúnico flexível, culto e desembaraçado, pronto a transferir aos encarnados a mensagem com o melhor proveito espiritual.
O médium sensato, estudioso e serviçal compreende que não é bastante submeter-se ao transe mediúnico junto à mesa espírita em noites programadas, para cumprir satisfatoriamente o seu mandato pois, mesmo em estado de vigília e sob o inteligente treinamento do seu guia, ele pode recepcionar as mensagens de favorecimento ao próximo, transmitindo o conselho, a sugestão e a orientação espiritual mais certa.
Daí, também, a intermitência que por vezes ocorre na comunicação do médium, visto que em certo momento os seus guias ou protectores o deixam "falar sozinho", como dizeis, obrigando-o assim a mobilizar urgentemente os seus próprios recursos intelectuais e apurar o mecanismo da mente, a fim de não decepcionar o público.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 06, 2021 8:58 am

Sob a direcção e o controle do guia do médium, os espíritos comunicantes suspendem então o fluxo das ideias que lhe transmitiam pelo cérebro perispiritual, o qual é obrigado assim a unir os elos vazios da comunicação, demonstrando até que ponto é capaz de expor a mensagem espiritual sem distorcê-la ou fragmentá-la na sua essência doutrinária.
Essa acção imprevista, que obriga o médium a convocar todos os seus valores intelectivos e morais, para fazer a cobertura da "fuga" do pensamento do espírito comunicante, é algo parecida àquilo que acontece ao orador desprevenido e obrigado a falar em público, o qual se vê obrigado a rapidíssima aceleração mental, para não cometer fiasco.
Embora esse inopinado recurso do guia constranja e atemorize o médium, pouco a pouco adquire ele o treino preciso para preleccionar de "improviso" e compensar o vazio das ideias que compõem a sua comunicação mediúnica, não demorando a ser o elemento útil e capaz de atender, a qualquer momento, à necessidade de orientar e servir ao próximo.

PERGUNTA: — Naturalmente, durante esses hiatos provocados pelos espíritos comunicantes, através do médium intuitivo, eles obrigam-no a agir pelo seu puro "animismo".
Não é assim?
RAMATIS: — Convém conceituar melhor o assunto, pois nesse caso não se processa a interferência anímica num sentido prejudicial, mas, na realidade, o que se evidencia ao público é a bagagem intelectual, o temperamento psíquico e moral do médium, que então "fala sozinho".
Ele fica entregue provisoriamente a si mesmo e sem poder fugir ao impulso da comunicação, tanto quanto o escolar que é arguido em época de exames.
O médium precisa então socorrer-se de suas próprias concepções filosóficas, morais e espirituais, para preencher sozinho os intervalos propositais criados pelo espírito comunicante.
É verdadeiramente um "teste" a que ele se submete sob orientações espirituais proveitosas, em que deverá comprovar o que já assimilou, até aquele momento, das leituras doutrinárias, qual o seu índice filosófico de julgamento e apreciação da vida humana e a sua capacidade de orientar o próximo entre as paixões animais.
Certas vezes as comunicações mediúnicas podem ser truncadas propositadamente pelos orientadores do médium, a fim de se comprovar o seu grau de segurança e saber como se portaria no caso de interferência, intromissão ou mistifórios de entidades mal intencionadas, que por vezes se infiltram entre os sensitivos invigilantes à guisa de mentores espirituais.
Sob tal processo de pedagogia espiritual, o médium encoraja-se e não tarda a esposar pessoalmente, nas suas relações cotidianas, o conteúdo espiritista e a sugestão evangélica que assimilou obrigatoriamente sob o treino hábil do seu guia.
Isso ainda mais o anima para o estudo, ajuda-o a desenvolver o senso de crítica superior e de argumentação junto aos amigos, e o fortalece definitivamente para a defesa dos postulados do Espiritismo.
O treino mediúnico e o aprendizado imprevisto da doutrina, no intercâmbio com o Além, habilitam o médium a explanar em vigília, e com clareza, os assuntos doutrinários sobre os quais for arguido, sem temer as indagações sérias ou mesmo as perquirições capciosas dos adversários.
As ideias depois multiplicam-se e os conceitos felizes dominam-lhe a mente treinada, graças às situações imprevistas e aos hiatos que se vê obrigado a preencher sozinho durante suas comunicações mediúnicas.
E assim, cresce a confiança do seu guia e de outros espíritos de alta estirpe espiritual, que pouco a pouco o credenciam com maior responsabilidade no exercício de sua mediunidade.
No entanto — convém frisar — os espíritos mentores desinteressam-se completamente de aplicar este método de ensino espiritual aos médiuns levianos, iletrados ou preguiçosos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 06, 2021 8:58 am

PERGUNTA: — Mas também é possível que o médium comunique convicto de que seu guia está presente e, no entanto, o faça sozinho.
Não é verdade?
RAMATIS: — O médium é criatura demasiadamente sensitiva, centro de convergência de inúmeros fenómenos do mundo oculto de que participa, mas que em geral ignora.
É a porta entreaberta para o "lado de cá" e dificilmente ele distingue, no limiar do transe psíquico, quando é a sua emotividade, a sua formação intelectual ou o seu temperamento psicológico o que o domina nesse momento.
Em consequência, é possível que, pelo hábito de "passividade mediúnica", às vezes comunique "sozinho", sinceramente convicto de o fazer sob a acção dos desencarnados.
Mas não vos precipiteis em acusá-lo de completamente anímico, mistificador ou de má fé, pois isso pode acontecer com os mais excelentes medianeiros do Além.
Já vos explicamos o treino a que os guias inteligentes submetem os seus médiuns intuitivos, cortando-lhes a fluência de comunicação para obrigá-los a prosseguir com seus próprios recursos intelectuais e morais.
Há casos em que eles apenas fornecem o "tema" apropriado à comunicação mediúnica da noite, envolvendo o médium com os fluidos identificadores da sua presença espiritual e inspirando-lhe as primeiras ideias para depois deixarem-no comunicar sozinho até o fim dos trabalhos.
Comprovando em seguida que a comunicação prossegue correctamente no seu curso objectivado, afastam-se do sensitivo em transe e, à distância, apreciam-lhe a comunicação anímica sobre o tema essencial, que o médium desenvolve exclusivamente com seus recursos.
Ao encerrar-se a prelecção, o guia se aproxima, firmando-a com sua personalidade conhecida.
Os espíritos protectores rejubilam-se quando comprovam que o seu pupilo já exerce de modo sensato e satisfatório o seu comando psíquico, tornando-se capaz de esclarecer e doutrinar o público à maneira de orador exímio, em vez de simples "robô" que transmite mecanicamente as mensagens dos espíritos desencarnados, mas sem a convicção espiritual daqueles que comunicam inteligentemente.

PERGUNTA: — Todos os espíritos Protectores usam desse recurso de aproveitamento anímico para aperfeiçoar os seus médiuns?
RAMATIS: — O médium sensato, laborioso e culto alcança tal êxito na sua tarefa mediúnica, que é bastante ao seu guia dar-lhe o toque fluídico familiar e delinear-lhe o tema que deve expor ao público, para a comunicação fluir espontaneamente e submissa ao programa de esclarecimento delineado pelos mentores da casa ou da instituição espírita.
Esse treino de aprimoramento moral e desenvolvimento intelectivo, sob a direcção do guia, sensibiliza o psiquismo do médium e o ajuda a sublimar gradativamente a sua faculdade para a conquista natural da mais bela mediunidade do ser humano, que é a Intuição Pura.
Então, no futuro, ele dispensa o ternário e a ideia central delineada pelo seu próprio guia, pois já entreabre a sua mente ao contacto definitivo com a Mente Divina e transforma-se no canal precioso do qual, em alta sensibilidade, flui para os encarnados a orientação exacta para o curso da vida imortal.
Deixa de ser o intérprete que exige o comando alheio para cumprir o serviço mediúnico obrigatório, porque já expõe o fruto de sua alta sabedoria e aprimoramento moral através do raciocínio cimentado pela segurança de sua graduação espiritual.
Muitas vezes ultrapassa o seu próprio índice de conhecimento e vibra emotivamente acima do sentimentalismo humano, transformando-se no sensitivo que faz fluir a revelação sideral para a matéria, sem incorporar os espíritos desencarnados.
Nessa condição de elevada conquista espiritual, em que sua alma busca pessoalmente o conhecimento e a realidade angélica, vibrando em uníssono com as mentes directoras do orbe, através da Intuição Pura, o médium intuitivo natural não perturba as revelações do Alto com os pruridos intelectivos do mundo transitório da matéria.
Não é o instrumento ostensivamente mediúnico, que às vezes é accionado por espíritos desencarnados de recursos espirituais ainda mais pobres do que os dele, porém antena viva sintonizada permanentemente com a Fonte Criadora da Vida.
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Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 07, 2021 9:11 am

Eis por que todos os espíritos protectores, sensatos e inteligentes, esforçam-se muitíssimo para desenvolver os dons morais, a espontaneidade pessoal e o desembaraço de oratória nos seus médiuns, ensejando-lhes experiências imprevistas e surpresas que os obrigam à mobilização imprevista de recursos de sua própria alma, para manter o prosseguimento da comunicação mediúnica.
Mas ao mesmo tempo os ajudam a ser criaturas utilíssimas a qualquer momento, em vez de servirem exclusivamente sob a actuação dos desencarnados nas mesas espíritas.

PERGUNTA: — Considerando a utilidade desse aproveitamento anímico na prática mediúnica, não seria mais interessante criarem-se escolas, para oradores espíritas, dispensando-se assim o concurso dos médiuns intuitivos que, no fim de conta, são incentivados pelos seus guias para "falar sozinhos" nas sessões mediúnicas?
Desde que se devotassem frontalmente à oratória não poderiam corresponder mais directamente aos ideais do seu guia, sem a dificuldade das intermitências nos trabalhos mediúnicos?
RAMATIS: — Com o tempo esse fenómeno também poderia se inverter, isto é, os óptimos oradores terminariam sendo inspirados ou accionados pelos espíritos responsáveis pelas doutrinações, revelações e advertências espirituais ao homem encarnado.
O fato de os guias sensatos e sábios treinarem os seus médiuns para mais tarde eles assumirem sozinhos a responsabilidade das comunicações espirituais, não tem por finalidade transformá-los em médiuns exclusivamente anímicos, em vez de bons intermediários mediúnicos.
O que os preocupa, em essência, é o aperfeiçoamento dos médiuns intuitivos, de modo a que possam reduzir os equívocos, as vacilações e os tradicionais datismos, que tanto sacrificam o ritmo e a veemência das mensagens espirituais e façam o público vibrar e sentir o calor da vida imortal.
Em virtude do treino anímico construtivo e bem orientado pelo seu mentor, o médium mostra-se tão eficiente quando transmite o pensamento dos desencarnados, quanto no momento em que é convidado a "falar sozinho".
É o medianeiro seguro e capaz pelo qual flui facilmente o pensamento dos espíritos elevados sem as impurezas da personalidade transitória, assim como o filtro escoa a água límpida para mitigar a sede.
Em face de ainda ser bem reduzido o número de médiuns e espíritas que realmente estudam os compêndios esclarecedores da vida imortal, na instituição espírita de que fizer parte um médium anímico, mas culto, inteligente e insaciável na busca incessante de novos conhecimentos, não há dúvida de que mesmo "falando sozinho" durante as comunicações dos desencarnados, ele ainda é a fonte mais proveitosa para o progresso de todos os frequentadores.
A criação de escolas para oradores, no ambiente espírita, sem dúvida traria imensos benefícios para a propaganda e exposição pública dos seus postulados doutrinários; mas isso não extinguiria o dom mediúnico dos intuitivos nem seria necessário para ensiná-los a “falar sozinho", embora lhes trouxesse imensa vantagem.
Acontece que, por mais sábio e eficiente que seja o orador exímio, o médium ainda é a criatura adaptada ao contacto perispiritual dos desencarnados, pois nasceu com a faculdade para essa realização.
Quando eficiente, é a antena viva à disposição dos mentores que advertem, orientam e protegem a humanidade.

PERGUNTA: — Deduzimos de vossas considerações que o estudo e o aprimoramento moral do médium intuitivo são a condição imprescindível para assegurar-lhe facilidade em "falar sozinho".
Não é assim?
RAMATIS: — O médium já identificado com os seus deveres mediúnicos jamais se considera com os mesmos direitos à vida folgazona do cidadão comum, que vive preocupadíssimo em nutrir-se, vestir, dormir, procriar e fugir espavoridamente da morte física. O serviço mediúnico, útil e amoroso, exige a abdicação de todos os vícios, paixões e frivolidades do mundo provisório de César, porque o seu objectivo é transmitir os valores do mundo do Cristo.
Raramente o médium logra atender com êxito e ao mesmo tempo a ambos esses mundos de natureza tão oposta, pois o mundo do Cristo é sem os atavios da personalidade humana, requerendo a simplicidade, a renúncia, a decência, a honestidade, o pensamento casto e os sentimentos altruístas, que constituem o temperamento espiritual da alma superior.
O mundo de César, no entanto, é laboratório de experimentações humanas, onde as criaturas se digladiam na insana luta de acumular tesouros, glorificar-se politicamente e usufruir de todos os prazeres e paixões que lhe satisfaçam a sede de gozo carnal.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 07, 2021 9:12 am

PERGUNTA: — Alguns médiuns intuitivos, nossos conhecidos, queixam-se de que em suas comunicações mediúnicas, malgrado o esforço que empregam para dominar o fenómeno, não conseguem evitar a influência de certas leituras quotidianas, cujo assunto, então, mescla-se depois às mensagens dos desencarnados.
Eles não opõem duvida quanto à veracidade do fenómeno mediúnico em que são intermediários, mas lamentam a impossibilidade de vencer a interferência anímica.
Que aconselhais?
RAMATIS: — Algumas vezes a interferência anímica, que os bons médiuns acreditam ser prejudicial em suas comunicações, representa apenas o cimento coesivo e um ajuste providenciado pelos guias, com o intuito de se lograr mais sucesso na mensagem mediúnica da noite.
Alguns guias costumam preparar seus médiuns com certa antecipação, quando desejam transmitir mensagem de importância para o público ou endereçada a alguém de sua estima.
Por isso, lhes inspiram as leituras e os aproximam de pessoas que podem avivar-lhes o mesmo assunto a ser ventilado posteriormente na instituição espírita.
Através dos recursos providenciados à luz do dia, os guias asseguram a coerência da comunicação mediúnica, cimentando a ideia fundamental em foco para o êxito doutrinário ou como advertência ao público.
Daí, pois, as surpresas de alguns frequentadores que, ao ouvirem o guia da casa preleccionar através do médium, verificam que ele trata de assuntos, advertências ou esclarecimentos que lhes tocam em particular e que muitas vezes os fazem abandonar certas atitudes perigosas cultivadas na vida física.
Doutra feita, o dirigente dos trabalhos, ao fazer a escolha do tema da noite, abre o Evangelho na página providencialmente exacta e que inspira alguém presente e aflito a solucionar o seu problema doloroso de maneira mais sensata e proveitosa.

PERGUNTA: — Esse processo de os médiuns enxertarem as comunicações mediúnicas da noite com assuntos fortuitos contidos durante o dia é um sistema adoptado por todos os guias?
RAMATIS: — Isso acontece de acordo com a necessidade dos frequentadores ou ouvintes das instituições espíritas.
Normalmente os guias familiares reúnem-se no Espaço e deliberam quanto à tese mais apropriada a ser exposta para o esclarecimento colectivo do público que provavelmente frequentará a sessão em que eles poderão actuar.
Depois de escolhido o médium mais afim e capacitado para o caso, procuram associar-lhe toda sorte de pensamentos por meio de palestras e leituras que possam consolidar a tese escolhida.
Em consequência, o médium intuitivo em vigília, embora ignore o mecanismo de que participa, termina incorporando ideias, assuntos e leituras que posteriormente hão de se transformar em subsídios para o complemento da mensagem mediúnica.
No entanto, não se trata de um sistema adoptado comummente por todos os guias, mas apenas de um recurso de que lançam mão para assegurar o êxito de certas comunicações mediúnicas que devem operar profundas transformações nos seus ouvintes.

PERGUNTA: — Poderíeis dar-nos algum exemplo desse caso?
RAMATIS: — Suponhamos que determinado guia espiritual se interesse em conduzir à sessão mediúnica o seu pupilo encarnado, o qual, embora não seja espírita, se manifesta propenso a conhecer a doutrina.
É evidente que tudo ele fará para o seu protegido frequentar qualquer trabalho espírita onde não se critica habitualmente o Catolicismo, o Protestantismo ou demais credos religiosos, a fim de não extinguir, de início, a chama de simpatia que já nutre para com os postulados espíritas. Sob tal condição, o guia espiritual procura o médium de sentimentos universalistas, incapaz do sarcasmo contra os esforços alheios na busca da verdade e avesso às discussões que promovem a separação entre os homens.
E para maior segurança e êxito do seu programa de conversão do seu pupilo à doutrina espírita, então cerca o médium escolhido de todo carinho, de sugestões favoráveis e "coincidências" que se constituem no acervo capaz de abalar o candidato à doutrinação espírita.

1 — Vide página 120.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 07, 2021 9:12 am

CAPÍTULO 21 - A influência anímica na abertura dos trabalhos mediúnicos
PERGUNTA: — Que dizeis dos médiuns que sempre iniciam os seus trabalhos mediúnicos usando fórmulas ou palavreado particular, espécie de prefixos sem qualquer sentido doutrinário e vazios de significação, tais como estas frases:
'fiquem convosco as bênçãos das infinitas alturas", "baixem as luzes dos pés de Deus sobre vós", "que a bandeira branca coroe vossas cabeças" ou "o manto da humildade se desfolhe sobre vossos ombros"?
Trata-se de convenções particulares dos espíritos comunicantes, ou apenas de fruto do animismo dos médiuns?
RAMATIS: — Isso é mais comum entre os candidatos a médiuns, em desenvolvimento mediúnico, ou próprio daqueles que se cristalizaram num mediunismo improdutivo.
Certos vícios anímicos propagam-se por vários médiuns, que na fase do seu desenvolvimento os copiaram do médium principal da instituição espírita onde iniciaram seus primeiros passos para o despertamento de sua faculdade.
Trata-se, neste caso, de um animismo colectivo, próprio de determinados trabalhos espíritas doutrinários ou mediúnicos ainda incipientes.
Quando os candidatos a médiuns têm a sorte de se colocar sob a direcção de outros médiuns estudiosos, sensatos e avessos às fórmulas, aos símbolos, às chaves ou ao fraseado pomposo, eles também desenvolvem sua faculdade sem as excrescências anímicas que tanto obscurecem ou ridicularizam a prática mediúnica.
Há médiuns que, devido ao estudo incessante das obras espíritas e indagações esclarecedoras, progridem tão rapidamente no primeiro ano do seu exercício mediúnico, que ultrapassam em conhecimentos e experiências aquilo que os seus companheiros comodistas, preguiçosos, displicentes ou sectaristas não conseguem em 20 anos de trabalho.
Estes últimos vivem repetindo- as comunicações fastidiosas tantas vezes repisadas, usando dos velhos chavões e da eloquência sentenciosa de sempre, enquanto permanece vazio de qualquer proveito espiritual o conteúdo do que transmitem.
Pensando que o desenvolvimento mediúnico se resume na exclusiva operação de "receber" espíritos desencarnados, eles se habituam à mesma chapa mediúnica usada há vários anos, enquanto se cristalizam mim animismo improdutivo, que impede os guias de expor qualquer assunto novo aos encarnados, pela impossibilidade de atravessarem o paredão granítico de um condicionamento tão pobre de recursos intelectivos e de conhecimentos espirituais.
Daí o caso desses longos fraseados sem sentido lógico, que os médiuns repetem de modo lacrimoso ou sob afectada eloquência quando abrem os trabalhos espíritas.
Tal como acontece nos demais sectores da vida humana, os "calouros" sempre imitam os veteranos, coisa que também é justificável no ambiente espirítico.
Os candidatos a médium e os neófitos do ambiente espírita raramente conhecem as obras de Allan Kardec, Leon Denis, Gabriel Delanne, Ernesto Bozzano, Paulo Gibier, Dale Owen, William Crookes, César Lombroso, Albert de Rochas, Aksakoff e outros aos quais seria extenso reportarmo-nos, mas suficientes para os esclarecerem de modo a se extirparem os ridículos, as trivialidades e as manifestações mediúnicas que contrariam o bom senso.
Em consequência, aos displicentes só lhes resta seguir ao pé da letra tudo aquilo que observam no médium desenvolvido e instrumento do guia director dos trabalhos do Centro Espírita.
Em face do "tabu" inescrutável, espécie de dogma espírita, de que tudo aquilo que o guia diz ou ensina deve ser observado religiosamente, tal como os fiéis católicos seguem o padre, os médiuns novatos também aceitam cegamente e sem qualquer pesquisa corajosa o que expõe o médium senhor do trabalho, que também pode ensinar tolices à guisa de conceitos de elevada filosofia espiritual.
Em consequência, em breve surge o animismo colectivo, resultando em cópias fiéis dos mesmos chavões, habituais de aberturas de trabalho, das prelecções pomposas, dos cacoetes mediúnicos e os tons de voz dramática e altissonante.

PERGUNTA: — É razoável essa imitação por parte dos médiuns "novos", no desenvolvimento mediúnico?
RAMATIS: — Isso é humano e bastante justificável, pois metade da humanidade gostaria de imitar a outra metade.
É de regra geral que, em qualquer experiência no mundo, os neófitos se guiem pelos veteranos, porque desconhecem o caminho e, assim, precisam seguir as pegadas dos que lhes vão à frente.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 07, 2021 9:12 am

O artista, a cantora, o escritor ou orador famosos seguem pela vida acompanhados do cortejo de imitadores que, nessa ansiosa emulação, também buscam a mesma fama e celebridade.
É certo que alguns dos imitadores, com o decorrer do tempo, também conseguem impor-se por alguma criação original; mas, de início, o candidato incipiente precisa apoiar-se naqueles que já alcançaram o êxito.
Acontece o mesmo no campo da mediunidade, em que os novatos procuram assimilar as qualidades dos veteranos, malgrado no futuro poderem até superá-los vantajosamente.
No entanto, desde que os candidatos a médiuns olvidem o estudo, a pesquisa incessante, e receiem enfrentar os "tabus" supersticiosos, preferindo a cómoda posição do misticismo suspiroso improdutivo, não há dúvida de que se cristalizarão como ruins imitadores dos bons ou maus médiuns em que se inspirarem.
E assim viciar-se-ão também aos chavões sentenciosos, às senhas sibilinas e às metáforas ridículas que são proferidas sob a eloquência imitativa dos velhos tribunos romanos.
Só o conhecimento profundo da bibliografia espírita, quer quanto à parte doutrinária, quer quanto à prática mediúnica, é que realmente poderá reduzir a interferência anímica do médium nas comunicações mediúnicas, ajudando-o a eliminar gradativamente os datismos, as imitações, as redundâncias e a prolixidade indesejável no intercâmbio sensato com os desencarnados.
Em alguns trabalhos espíritas de nível intelectual muito pobre, em que os seus componentes se limitam a uma interpretação tristonha e lacrimosa do Evangelho, chega-se a exaltar o "tabu" do médium analfabeto, o qual compensa a sua ignorância apenas pela sua boa intenção.
É de senso comum que só a boa intenção não basta para o êxito completo no comando da vida, pois muitos acontecimentos indesejáveis e trágicos do mundo são frutos da ignorância daqueles mesmos que os dirigem, embora sejam bem intencionados.
E o médium, que é um intermediário dos ensinamentos e roteiros do mundo espiritual para os encarnados, não pode eximir-se do estudo doutrinário, da pesquisa mediúnica e da cultura do mundo em que vive, malgrado alegue que também age com boa intenção, pois esta deve estribar-se em conhecimentos seguros e sensatos, para não se produzirem prejuízos irreparáveis à fé e à confiança do próximo.

PERGUNTA: — Essa falta de instrução, que leva os médiuns incipientes a copiar o modo de falar, a voz, a maneira e o estilo do médium principal, pode prejudicar os trabalhos do próprio centro onde militam?
RAMATIS: — Ainda são poucos os trabalhos mediúnicos que estão livres de certas práticas contraproducentes e que satisfazem integralmente aos espíritos comunicantes.
Os médiuns, em grande parte, conforme já vo-lo dissemos, devotam-se forçadamente à pratica mediúnica, porque vivem acicatados pela necessidade de se desenvolverem, com o fito de recuperar a saúde ou livrar-se de incómoda opressão psíquica, que os ataca comummente.
Falta-lhes, de início, o sentido heróico de renúncia aos seus interesses pessoais, o prazer de servir ao próximo ou o ideal de divulgar a doutrina espírita.
Então -claudicam por muitos anos, mudam incessantemente de centro espírita para centro espírita, sempre insatisfeitos e à procura de "correntes afins", de "bons trabalhos" ou "reuniões elevadas", onde possam obter o máximo rendimento pelo mínimo esforço.
No entanto, muitos desses médiuns incultos e inquietos esquecem-se de que, ao participarem das "melhores correntes" e dos melhores trabalhos espíritas, algumas vezes eles também terminam por desarmonizar os labores mediúnicos alheios.
A solução, portanto, não se cinge à exclusividade de se procurarem grupos espíritas mais simpáticos ou mais eficientes para o êxito do desenvolvimento mediúnico, pois o médium deve promover a renovação íntima do seu espírito no próprio ambiente onde a bondade dos presentes lhes tolera a bagagem ainda bastante defeituosa.
Eis por que, na falta de outros recursos, os benfeitores desencarnados já se dão por muito satisfeitos quando conseguem operar através dos médiuns de boa vontade, laboriosos e sem complicações, embora ainda não sejam donos de grande preparo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 07, 2021 9:12 am

Por isso eles são pacientes e tolerantes com a insipiência dos seus medianeiros encarnados, suportando-lhes o animismo, a histeria, o automatismo psicológico, a imaginação indisciplinada, os longos circunlóquios, as frases pomposas e vazias, a exacerbação neurótica ou os caprichos levados à conta de qualidades mediúnicas.
Quando encontram alguma docilidade nos seus intérpretes, tudo fazem para afastá-los dos ambientes perniciosos, das companhias prejudiciais, dos vícios e das paixões degradantes, encaminhando-os para as palestras elevadas, leituras proveitosas que os ajustem gradativamente ao imperativo superior do trabalho mediúnico junto à mesa espírita.
No entanto, como já vo-lo citamos, é muito mais importante para o guia a reabilitação espiritual do seu médium, bem antes que ele se tome um genial intérprete das revelações do Espaço.
Desde que ele firme sua conduta espiritual e se decida por um rumo proveitoso, toma-se o candidato que se gradua para as mensagens dos espíritos de melhor estirpe espiritual.
Os médiuns, em grande parte, ainda ignoram que os espíritos responsáveis e conscientes de sua tarefa são concisos, sensatos e parcimoniosos nas suas comunicações para a matéria, despreocupados da veleidade de impressionar os encarnados pela oratória recheada de prosopopeias.
O animismo colectivo, que generaliza num mesmo padrão anímico o modo dos médiuns comunicarem, ainda é mais resultante da displicência daqueles que se pressupõem completamente desenvolvidos mas, por comodismo, preferem auferir os conhecimentos e as orientações espirituais da fonte mais próxima e favorável que, nesse caso, ainda é o médium principal do trabalho onde se desenvolvem e de que participam.
Se o médium modelo escolhido é também outro anímico esposando manias, prevenções e superficialidades à conta de "estilo" mediúnico, então os seus imitadores tomam-se outros multiplicadores das mesmas incongruências em novas cópias carbono, ao actuarem noutros centros espíritas.
Deste modo, ficam viciadas as mais singelas comunicações do "lado de cá", devido à excessiva logorreia, repetição de chapas batidíssimas, longas aberturas crivadas de frases pomposas e ocas, enquanto o guia aguarda pacientemente, junto ao médium indisciplinado, o ensejo de saudar os presentes com um fraternal boa noite!

PERGUNTA: — Há pouco vos referistes às "longas aberturas" dos trabalhos mediúnicos, o que nos faz perguntar se é razoável o costume adoptado em certas reuniões espíritas, onde todos os médiuns, um por um, devem receber seu "protector" para também fazer a abertura dos trabalhos e saudar os presentes.
Isso parte dos chamados "protectores" ou se trata da interferência anímica dos médiuns?
RAMATIS: — O bom senso recomenda que nos trabalhos doutrinários ou de desenvolvimento mediúnico os seus realizadores aproveitem o máximo possível todos os minutos disponíveis, para só tratar de assuntos importantes e de esclarecimento público. Convém evitar-se essa improdutiva prática de todos os médiuns, um por um, invocarem o protector no trabalho mediúnico, imitando os soldados que respondem à chamada na revista do quartel.
Gasta-se grande parte da hora valiosa e milimetrada do trabalho espírita em saudações sem proveito, num "tête-à-tête" que de modo algum compensa o sacrifício dos guias em abandonarem.
Mas tarefas espirituais e ficarem esperando para actuar na matéria.
Os dirigentes sensatos dos trabalhos espíritas, e que se destinam principalmente ao público, devem traçar um programa orientado pelo guia da casa ou mesmo pela directoria responsável da instituição, graduando as comunicações de cada médium conforme o seu progresso e o seu proveito.
Considerando-se que as sessões mediúnicas limitam-se apenas a uma hora de trabalho controlada rigorosamente pelo pêndulo do relógio, é evidente que os seus frequentadores semanais mais assíduos terão participado de 48 horas de trabalhos mediúnicos durante o ano. Sem dúvida, se os médiuns anímicos ainda gastam metade dessas horas valiosas em saudações e cumprimentos formalísticos, sobejam apenas 24 horas de serviço efectivo e proveitoso nesse ano, o que nos parece bem pouco como oportunidade para esclarecimento espiritual.
Há que se considerar ainda que muitos frequentadores dormem durante as sessões, outros palestram ou se desinteressam das prelecções dos espíritos porque muitas vezes estas são enfadonhas, prolixas e cansativas, sob a interferência improdutiva e muito anímica dos seus médiuns.
Em consequência, é aconselhável eliminarem-se dos labores mediúnicos todas as manifestações que roubem o tempo precioso destinado aos assuntos mais úteis, assim como os espíritos sensatos dispensam as etiquetas e os preconceitos do mundo físico, evitando qualquer competição ou destaque pessoal em abertura de trabalho mediúnico.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 07, 2021 9:12 am

Nas sessões mediúnicas disciplinadas pelos ensinamentos de Allan Kardec, a regra geral é permitir-se que a entidade responsável pela casa trace o programa de serviço para a noite, exponha o assunto essencial de benefício colectivo, para depois se efectivarem as comunicações dos demais espíritos, no aproveitamento sensato de tempo, sem as longas perorações ou demoradas saudações pessoais.
Enquanto certos médiuns muito verbosos esgotam grande percentagem de tempo nos trabalhos espíritas, usando de interminável fraseado atravancado pelos lugares comuns, esses minutos poderiam servir proveitosamente ao serviço de irradiação aos enfermos ou para esclarecimento do Evangelho ao público.

PERGUNTA: — Como se explica melhor essa aflição de quase todos os médiuns novos, quanto à sua insistência e preocupação de "abrir" os trabalhos mediúnicos com a palavra dos seus guias, que geralmente denominam de "protectores"?
RAMATIS: — Os médiuns novatos crêem que o seu desenvolvimento mediúnico depende mais propriamente da maior "quantidade" de comunicações de espíritos desencarnados, do que da "qualidade" do estudo do espiritualismo e de sua urgente renovação moral.
Então afobam-se em aproveitar todo o ensejo favorável, que se fizer nos trabalhos espíritas, para transmitir a sua comunicação mediúnica, pois sentem-se profundamente malogrados quando não podem concretizar tal desejo.
Basta lembrar-vos que nos trabalhos mediúnicos onde a direcção da mesa é inexperiente ou de excessiva condescendência, há momentos em que várias comunicações se atropelam simultaneamente, ou alguém ainda comunica após o encerramento, tal a febre dos novatos em transmitir a palavra dos seus guias, embora estes não sejam tão afoitos.
Se o êxito da mediunidade dependesse do maior número de comunicações de espíritos desencarnados, é evidente que os tipos populares, obsidiados de ruas, e os infelizes segregados nos manicómios deveriam ser considerados "excelentes" médiuns completamente desenvolvidos, pois comunicam fielmente a todo instante a palavra e os desejos dos seus obsessores.
Em consequência evitem-se os excessos das saudações dispendiosas nas aberturas de trabalhos mediúnicos, as prelecções triviais, as longas perorações e os comunicados excêntricos que fatigam o público, como frutos do animismo exacerbado dos médiuns novatos. Que se aproveite ao máximo possível o tempo disponível para o esclarecimento dos "vivos", em vez de se estimular o estéril convencionalismo dos "mortos"!

PERGUNTA: — Essa preocupação anímica e febril de alguns médiuns em "abrir" os trabalhos mediúnicos, assim como os chavões e as frases obsoletas com que eles preludiam as comunicações dos desencarnados, devem ser alvo da nossa censura na seara espírita?
RAMATIS: — Desejamos esclarecer-vos que o nosso principal intuito nesta obra é o de enfrentar o problema anímico em sua essência, sem receio de qualquer "tabu" ou misticismo lacrimoso que favoreça a instituição de dogmas no seio do Espiritismo.
Muitos factores indesejáveis e que rebaixam o nível das comunicações espíritas podem muito bem ser corrigidos em tempo, e assim desimpedirem o progresso medianímico.
Não podemos censurar os médiuns anímicos, porque o animismo é fruto natural e lógico do seu desenvolvimento mediúnico, embora muitos deles continuem estacionados nessa improdutividade, depois de já se considerarem completamente desenvolvidos.
O médium em desenvolvimento é um desarvorado, engatinhando dificultosamente e copiando os cacoetes, as veleidades e as contradições daqueles que ele julga mais competentes.
Na verdade: o médium evolui ou cristaliza-se; ele estaciona entre as excrescências anímicas copiadas do "modelo" veterano em que se inspirou, ou então estuda, pesquisa e desenvolve o senso de auto-crítica suficiente para entender melhor o seu próprio temperamento e carácter, a fim de se livrar o mais cedo possível das anomalias do animismo improdutivo.
Não importam os tropeços dos primeiros passos, embora dominem os chavões anímicos, as comunicações tolas, pomposas ou improdutivas, que significam para o candidato a médium tanto quanto o "abc" para o analfabeto ou o solfejo musical para o aprendiz de música.
A base do mediunismo ainda é o animismo; sem este não existe aquele.
Os rasgos de oratória genial, com que certos médiuns experimentados mais tarde deslumbram os seus ouvintes, também firmaram suas bases nos cacoetes, nas dúvidas, nos ridículos e tropeços das manifestações mediúnicas incipientes dos primeiros dias.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 07, 2021 9:13 am

PERGUNTA: — O vosso médium, que nos parece desembaraçado e desprovido de convenções, chapas ou prosopopeias mediúnicas, porventura também atravessou essa fase anímica e contraditória, transmitindo o pensamento dos encarnados através de comunicações ridículas, ingénuas e superficiais?
RAMATIS: — Sem dúvida, na fase primária do seu desenvolvimento ele também comunicou as ideias dos espíritos através de frases empoladas, dos dísticos supersticiosos ou redundâncias sem proveito doutrinário.
Durante longo tempo mantivemo-nos na expectativa, aguardando pacientemente que ele atravessasse o período das longas perorações, dos datismos próprios dos intelectos desenvolvidos, porém indisciplinados, das narrativas fatigantes e intermináveis, fruto natural do seu animismo e inexperiência.
Ele também proferia longas saudações de abertura em trabalhos espíritas, copiou os gestos, as exclamações e o tom da voz dos médiuns aos quais atribuía o melhor quilate.
Muitas vezes exagerou nos floreios provincianos, tentando impressionar o público pela exposição de conceitos triviais, que julgava de alta filosofia espiritual.
No entanto, quando temíamos que ele se cristalizasse num mediunismo improdutivo e convencional, mostrou-se inconformado com a situação e desejoso de novos conhecimentos e atirou-se incondicionalmente ao estudo de tudo aquilo que lhe pudesse dar um conceito superior da vida criada por Deus.
Vimo-lo romper as fronteiras ortodoxas de sua crença e pesquisar os esforços alheios dos demais homens que sinceramente buscam a Verdade, cimentando-os com os ensinamentos da ciência e da psicologia do mundo material.
Na sua investigação incondicional sobre a imortalidade do espírito, o nosso médium terminou por compreender que Deus é íntegro à sua Obra, por cujo motivo a própria matéria é também uma criação divina, como condição provisória para a alma despertar a sua consciência.
Sem qualquer constrangimento ele examinou cuidadosamente as suas próprias incongruências e estigmas anímicos, que interferiam nas comunicações com os desencarnados; pesquisou o subconsciente sob o método freudiano e terminou por identificar inúmeras anomalias que se interpunham durante o seu transe mediúnico.
Investigando o fenómeno da mediunidade sem a mística religiosa que dogmatiza, pouco a pouco eliminou inúmeras intervenções anímicas que obscureciam o nosso intercâmbio espiritual, passando a facilitar-nos as comunicações por seu intermédio.

PERGUNTA: — Não desejamos censurar o trabalho dos médiuns novatos que são sinceros e entusiastas, mas às vezes observamos certa competição de oratória mediúnica junto à mesa espírita, o que nos parece contrariar algumas recomendações feitas por Allan Kardec no "Livro dos Médiuns"! Que dizeis?
RAMATIS: — Obviamente, a solução do animismo, que se manifesta nos seus mais variados aspectos, não será conseguida através de censuras; mas é necessário enfrentar esse problema sem receio dos "tabus" ou de ferir susceptibilidades presas ao misticismo improdutivo.
O Espiritismo é doutrina sensata e evolutiva, e não pode endossar as anomalias que no exercício mediúnico podem situá-lo sob a crítica maldosa dos adversários.
O médium, que é um dos elementos de maior importância na propaganda do Espiritismo prático, deve impor-se pela sua modéstia, conduta moral superior e um serviço mediúnico isento de quaisquer excrescências ridículas.
Os médiuns são homens e, por isso, imperfeitos.
No entanto, desde que estudem conscienciosamente as obras codificadas por Allan Kardec, ficam esclarecidos desde o início do seu labor mediúnico quanto às incongruências que precisam evitar em nome da doutrina espírita, quais os percalços da mediunidade imperfeita e o desajuste dos médiuns no tocante às suas qualidades morais, conforme é exposto no "Livro dos Médiuns” (1) .
Os médiuns novos são tímidos, cuidadosos e temem o ridículo.
No entanto, em princípio, mal dissimulam a ansiedade de sobrepujar os companheiros mais experimentados, o que não perdem oportunidade de fazer.
Alguns sobrevivem com êxito nos ambientes mais confusos; outros perturbam-se nos trabalhos mediúnicos mais harmónicos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 07, 2021 9:13 am

Obviamente, eles graduam-se pelos mais variados matizes e de acordo com a maior ou menor influência anímica; nuns predomina a linguagem elevada, o potencial intelectivo superior ou o sentimento de tolerância evangélica; noutros a trivialidade, o primarismo mental ou a franqueza rude de "dizer a verdade" aos outros.
No entanto, conforme cita Allan Kardec, no "Livro dos Médiuns", ainda é o médium exibicionista o que mais se preocupa em competir e impor-se sobre os seus companheiros de trabalhos mediúnicos, e assim não perde vaza para atrair a atenção pública e teatralizar as mais singelas comunicações.
Ele faz do ambiente espírita a moldura que lhe enfeita as atitudes rebuscadas, os efeitos pirotécnicos ou as exclamações dramáticas.

PERGUNTA: — Em alguns trabalhos espíritas ouvimos comunicações de boa índole e de algum sentido construtivo. Porém, estranhamos certos "chavões" muito repetidos pelos comunicantes, em linguagem exótica e típica de outras raças.
Aliás, alguns confrades explicaram-nos que certos espíritos usam siglas ou saudações particulares, que assim os identificam mais facilmente no início de sua manifestação.
Que dizeis?
RAMATIS: — A saudação tradicional, com que alguns desencarnados iniciam suas prelecções, é mais própria de sua índole peculiar, e não representa qualquer senha ou código, que seria rematada tolice aceitar como prova de identificação espiritual.
Nós também vos saudamos, às vezes, com as palavras "Paz e Amor", no limiar de nossas mensagens espirituais, sem que por isso estejamos presos a qualquer código de identificação ou signo esotérico.
Embora não se trate de quaisquer palavras sagradas ou mantrânicas, certas frases peculiares aos desencarnados, ao se manifestarem nas sessões espíritas, já predispõem o público para vibrar-lhes em simpatia no reconhecimento de sua presença.

PERGUNTA: — E no caso dessas chaves ou saudações repelidas dos desencarnados serem proferidas em sânscrito, hebraico, bantu, guarani, árabe ou qualquer outro dialecto estranho, como já temos observado, que deveremos compreender?
RAMATIS: — Sabeis que um "louvado seja Deus", pronunciado com ânimo e convicção sincera, em qualquer dialecto ou idioma estranho à vossa raça, sempre há de possuir a necessária força espiritual emotiva, independentemente da língua em que é falado. Mas não passa de excêntrico o médium intuitivo que usa de saudações em idioma estranho à sua própria raça, e depois não consegue transmitir o restante da mensagem na mesma língua.
Quando se trata de médium poliglota ou xenoglóssico, é evidente que ele pode comunicar toda a mensagem do desencarnado na linguagem que ele usava em vida física, quer seja o francês, o bantu, o turco ou o chinês.
Às vezes é apenas encenação propositada por parte do médium intuitivo, que em vigília conhece o fraseado em língua estranha e o usa como chave no início da comunicação.
Cremos que vos seria bastante estranho se, através deste médium intuitivo, ditássemos a nossa costumeira saudação de "Paz e Amor" em indo-chinês, isto é, no idioma pátrio que cultuamos na última existência terrena e, no entanto, depois não pudéssemos transferir-vos na mesma língua o resto da comunicação.
Não censuramos tais factos, quando eles ocorrem tradicionalmente nos trabalhos mediúnicos dos terreiros de Umbanda, nos quais os silvícolas, os pretos-velhos de Angola, Nagô ou Bantu, chegam a arrancar dos seus "cavalos" alguns vocábulos do idioma natal que usavam na vida física.
Mas isso já não se justifica nas sessões espíritas disciplinadas pela codificação de Allan Kardec, em que a manifestação mediúnica deve ser escoimada de qualquer superficialidade ou teatralização extravagante.
Quanto à suposição de que certos espíritos superiores usam "chaves" esotéricas previamente combinadas com os encarnados, para garantir-lhes a identificação nos trabalhos mediúnicos, cremos que essa segurança moral ou benfeitora dos desencarnados não depende propriamente do seu nome, de chaves sibilinas ou dos sinais cabalísticos da preliminar mediúnica, mas das suas intenções e do tratamento espiritual com que se portem nas suas comunicações.
Em qualquer circunstância, é bem mais louvável e segura a presença anónima de Francisco de Assis nos trabalhos espíritas, sem qualquer chave ou saudação cabalística, do que a de algum espírito diabólico preleccionando através de frases lacrimosas e senhas enigmáticas.

1 — NOTA DO MÉDIUM: - "Livro dos Médiuns" - Cap. XVI - 185 a 199.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 07, 2021 9:13 am

CAPÍTULO 22 - A sugestão e a imaginação nas comunicações mediúnicas.
PERGUNTA: — Gostaríamos que nos explicásseis o caso de certas comunicações transmitidas até por médiuns bem desembaraçados, de espíritos desencarnados em homicídios, acidentes trágicos ou suicídios, cujas mortes mais tarde são desmentidas.
Certo amigo nosso foi dado por morto em acidente rodoviário ocorrido num Estado vizinho e, na mesma noite, no centro espírita de nossa frequência, ele comunicou-se aflito e perturbado, queixando-se de muitas dores.
Entretanto, para decepção e espanto geral, dias depois ele retornou ao lar, pois a vítima do acidente fora um seu homónimo.
Que dizeis sobre isso?
RAMATIS: — O animismo explica-vos muito bem esses casos contraditórios e decepcionantes, principalmente se o médium é muito sugestionável em sua vida profana, a ponto de estigmatizar com facilidade, na sua mente indisciplinada, a notícia trágica do jornal do dia sem cogitar se ela pode ser verídica ou duvidosa.
Quando não se trata de algum divertimento de espíritos levianos ou maquiavélicos, que tudo fazem para ridicularizar o trabalho mediúnico, é a imaginação exaltada do médium, que trabalha completamente desgovernado e tece os quadros dramáticos do que ele supõe tenha ocorrido à vítima.
Então, à noite, na sessão mediúnica, as imagens nutridas pela sugestão dominam a mente do médium, fazendo-o descrevê-las à guisa de acontecimentos verídicos.

PERGUNTA: — Deveríamos censurar ou afastar o médium que se deixa sugestionar tão facilmente, de modo a causar prejuízos à contextura doutrinária do Espiritismo?
RAMATIS: — Em qualquer situação da vida, ainda é a recomendação de Jesus, "Não julgueis para não serdes julgados", que deve orientar nossas apreciações sobre os actos do próximo.
É evidente que, se o médium demasiadamente sugestionável tivesse certeza do fato desastroso que ocorre consigo, não o contaria, semeando o seu próprio ridículo.
Não existindo dolo, por não haver propósitos censuráveis, o dever dos espíritas esclarecidos é nortear o médium desgovernado para exercer o serviço mediúnico com o máximo de critério, evitando causar o desânimo e a decepção aos que o ouvem.
O êxito das comunicações intuitivas mediúnicas depende principalmente da maior passividade do médium intuitivo.
No entanto, nesse estado neutro o seu psiquismo tende muitíssimo ao estado de auto-hipnose, em cuja fase é bem fácil a sugestão e o domínio das ideias que foram alimenta das durante o dia.
Há casos em que sensitivos de pouco controle mental chegam a transmitir, à conta de mensagens de espíritos desencarnados, as ideias e os pensamentos de algum frequentador do trabalho mentalmente desenvolvido.
Outros são facilmente dominados pela "empatia", ou seja a capacidade da criatura em colocar-se no lugar de outrem e viver-lhe as dores ou vicissitudes.
E os mais sugestionáveis passam então a materializar, à noite, no centro espírita, aquilo que durante o dia mais os impressionou.
Raros médiuns sabem controlar os avançados recursos de sua imaginação, de modo a aproveitá-los para dinamizar as ideias que os espíritos lhes transmitem, pois, em geral, confundem as imagens virtuais do seu pensamento, supondo-as como de entidades concretas e fora do corpo físico.
A ausência de estudo e a falta de autocrítica leva grande número de medianeiros a confundir a realidade com a fantasia.

PERGUNTA: — Quais são os recursos ou as providências mais aconselháveis para ajudar esses tipos de médiuns tão imaginativos a se tornarem eficientes e menos anímicos, mais reais e menos fantasiosos, evitando-se os casos de falsas comunicações mediúnicas inspiradas pelas notícias trágicas dos jornais?
Embora não pretendamos julgar os médiuns vítimas dessas incongruências, cremos que tais acontecimentos sempre abalam a crença espírita dos neófitos e dão azo a muita crítica mordaz; não é assim?
RAMATIS: — Ante a vossa indagação, só podemos insistir fastidiosamente na tecla batidíssima de que só há um caminho para qualquer médium lograr o melhor êxito no seu trabalho mediúnico é o estudo incessante aliado à disciplina moral superior.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 07, 2021 9:14 am

O Espiritismo explica que não existem privilégios por parte de Deus para qualquer de seus filhos; em seu seio é inaceitável o milagre ou a magia, que contrariam a disciplina das leis siderais.
Deste modo, nenhum médium ignorante, fantasioso ou anímico transformar-se-á em um instrumento sensato, inteligente e arguto, se não o fizer pelo estudo ou próprio esforço de ascensão espiritual.
Não contrariamos a tese de que é preferível o médium analfabeto, ingénuo e imaginativo, mas dotado de virtudes cristãs sublimes, ao médium intelectivo, culto e desembaraçado, porém vaidoso, mal intencionado ou interesseiro.
Mas é evidente que ainda é melhor o médium humilde, bom e desinteressado, mas estudioso das obras espíritas e dos bons compêndios profanos, que se imuniza contra os automatismos psicológicos, as sugestões alheias e as interferências anímicas.
Actualmente o homem não precisa nascer em berço privilegiado para ser culto, pois as facilidades modernas do livro, da revista e dos métodos pedagógicos através de cursos radiofónicos ou de correspondência, desmentem os que por displicência alegam dificuldade para se educar.
Aliás, já nem é preciso enxergar para ler, pois até os cegos já dispõem de vasta biblioteca em "braille".
Alguns médiuns avessos à leitura abandonam-se à fama voluptuosa e cómoda de que são excelentes medianeiros, embora analfabetos. No entanto, o certo é que o fazem mais por preguiça e desinteresse do seu progresso intelectivo e espiritual.
Todo ser convocado para contribuir mediunicamente junto à mesa espírita deve se reconhecer uma criatura endividada procedendo à colheita dos frutos espinhosos da sementeira imprudente do passado.
Sob tal condição, ela assume graves compromissos para com os seus benfeitores desencarnados, assim como é responsável pela própria renovação moral, intelectiva e espiritual.
O primeiro dever do médium analfabeto ou inculto é justamente o de alfabetizar-se e procurar adquirir cultura, lembrando-se de que o sacrifício inicial, para isso, pode ser uma imposição do seu próprio carma muito gravoso.
Não se justifica no seio do Espiritismo o velho e cómodo sistema, muito de gosto de alguns médiuns ou doutrinadores displicentes, de justificarem a sua ociosidade mental com a esfarrapada desculpa de possuírem a inata intuição, sensata e certa, de todas as coisas, sem qualquer conhecimento das obras espíritas.
Os mais ingénuos ainda acrescentam que o seu vasto conhecimento intuitivo os dispensa actualmente de qualquer novo aprendizado doutrinário, pois é fruto do seu contacto com o Espiritismo em vidas anteriores.
Sem dúvida, todos os homens nascem analfabetos, mas todos precisam aprender a ler.
Uma vez que as próprias crianças conseguem alfabetizar-se, é evidente que isso ainda será bem mais fácil para os adultos, que já possuem maior desenvolvimento e acuidade mental.
Inconscientes do seu ridículo, aqueles que se blasonam de ser iletrados, mas inaptamente cultos, sentam-se às mesas espíritas e lançam torrentes de sandices e exortações prenhes de lugares comuns à conta de brilhante tese filosófica sobre a doutrina espírita.

PERGUNTA: — E quais os livros que esses médiuns incipientes deveriam compulsar para dominarem a interferência anímica e progredirem no trato das relações com o Além?
RAMATIS: — Não preconizamos que seja necessário ao médium iletrado ou muito anímico tomar-se um génio ou irrepreensível autodidacta, para só então corresponder aos objectivos e à responsabilidade de sua tarefa mediúnica.
Mas a verdade inconteste é que boa percentagem dos médiuns é Mediunismo
displicente e cristaliza-se durante vários anos hipnotizada à ala própria ignorância, enquanto confunde os seus conceitos vulgares com os elevados e inteligentes postulados de salvação do próximo.
O médium sinceramente devotado à causa espírita procura elevar o seu nível intelectual pelo estudo das obras da doutrina, mas também ausculta-se continuamente para identificar na própria alma as paixões e trivialidades que lhe emolduram prejudicialmente as comunicações mediúnicas. Só depois de conhecer-se a si mesmo é que ele está em condições de corrigir o próximo.
Certos médiuns justificam a sua alergia à leitura alegando a impossibilidade de aquisição de livros de esclarecimento científico ou filosófico, porque são excessivamente pobres e trabalham exaustivamente para o sustento da família.
Acontece, porém, que eles devoram o conteúdo de milhares de revistas improdutivas, folhetins aventurescos, contos policiais ou jornais de desporto.
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