LUZ ESPÍRITA
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Página 2 de 6 Anterior  1, 2, 3, 4, 5, 6  Seguinte

Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 02, 2021 9:41 am

CAPÍTULO 4 - A "prova" da obsessão
PERGUNTA: — Podeis nos explicar melhor o caso de espíritos que devem reencarnar com o destino fatalista de ser obsidiados, a fim de despertarem os membros de sua família para os postulados da vida e que depois são curados pelo Espiritismo?
Estranhamos essa condição de a criatura ser fatalmente vítima da obsessão, quando temos aprendido que ninguém renasce na Terra com a determinação de sofrer qualquer castigo ou penalidade propositadamente, sob a imposição dos espíritos superiores.
RAMATIS: — Os Mentores Espirituais nunca determinam que certos espíritos devam reencarnar-se sob o estigma implacável de serem obsidiados, vítimas de homicídios ou de acidentes fatais, o que seria uma punição deliberada e incompatível com a Bondade do Criador.
Os espíritos faltosos são encaminhados para a vida física sob o comando de suas próprias faltas e dos efeitos do desregramento cometido nas existências passadas; eles são situados carmicamente no seio das influências mórbidas ou maléficas semelhantes às que também alimentaram ou produziram no pretérito.
A nova existência física transforma-se-lhes numa "probabilidade" favorável ou desfavorável, dependendo fundamentalmente do modo como eles passam a agir na matéria entre os seus velhos comparsas, vítimas ou algozes pregressos, pois ficam na dependência de suas próprias paixões vícios ou virtudes.
Desde que se mantenham de modo digno, vivendo amorosamente em favor do próximo, também poderão sobreviver sem conflitos ou tragédias, fazendo jus ao socorro espiritual dos seus mentores, que de modo algum desejam castigá-los, mas apenas recuperá-los espiritualmente.
Sem dúvida, o espírito que, embora renascendo no meio de malfeitores, ou mesmo sendo alvo de qualquer obsessor cruel, se devote heroicamente ao bem alheio, exercite a sua ternura, o seu amor e magnanimidade para com todas as criaturas, sem distinção de crença, raça ou casta, também logra maiores probabilidades de sobreviver na matéria à distância de qualquer violência ou fim trágico.

PERGUNTA: — Como poderíamos avaliar a natureza dos delitos desses espíritos que renascem na Terra com essa `probabilidade" de sofrer a prova da obsessão, porque no passado semearam a perturbação mental, praticaram o suicídio ou se entregaram à prática do mal?
RAMATIS: — É evidente que a revolta, o ateísmo, a sensualidade ou o pessimismo são bastante estimulados nas criaturas pelos maus escritores, oradores subversivos e líderes intelectuais maquiavélicos que, influenciados pelo existencialismo apocalíptico da época, usam de sua inteligência e agudeza mental para cavar fundo na alma dos seus leitores e admiradores invigilantes.
Certas filosofias crónicas e doutrinações modernas induzem o homem a confundir e tomar os raciocínios e os malabarismos brilhantes da mente terrena como se fossem bens supremos do espírito imortal.
Elas aconselham aos seus discípulos o epicurismo da "fuga interior", liberando-os de quaisquer obrigações para com alguma autoridade espiritual ou ente supremo, e tentam convencê-los de que serão humilhados pelo facto de concordarem ou se curvarem à ideia de um Deus, que reina acima dos valores do intelecto humano.
Esses espíritos demasiadamente intelectivos, que empregam o seu talento para semear a descrença, a inconformação, a rebeldia e a ociosidade espiritual, que vivem preocupados excessivamente em fundar escolas filosóficas exóticas, que isentam o homem de sua responsabilidade espiritual e o incentivam a uma existência puramente sensual, dificultam a perfeita aplicação da Lei de Evolução na marcha progressiva das criaturas de menor acuidade mental.
E de conformidade com essa mesma lei sideral, de que a "colheita é sempre de acordo com a sementeira", tais filósofos aniquilantes terão de corrigir em vidas futuras os desvios que provocaram nos seus tolos discípulos, saneando-lhes os raciocínios insensatos e fazendo-os reconquistar o respeito perdido.
Desde que semearam confusões mentais e psíquicas em outros cérebros invigilantes, eles devem encarnar no seio de famílias cuja crença obsoleta ou infantil também os retarde na senda do progresso espiritual.
Então cumpre-lhes ajudá-las a se libertar do negativismo secular ou do dogmatismo asfixiante, a fim de compensarem os prejuízos causados pelos postulados contraditórios que pregaram no passado.
Nascem, pois, no futuro, com esse implacável dever de despertar seus velhos familiares ou comparsas, ainda atrofiados pelo culto aos dogmas aguilhoantes ou completamente apáticos à vida imortal.
Graças ao seu sacrifício e à consequente cura pela doutrina espírita, esses espíritos perturbadores pregressos terminam reajustando-se numa posição heróica, junto daqueles de cuja confiança, candidez ou vulnerabilidade mental abusar
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 02, 2021 9:41 am

PERGUNTA: — Então poderíamos supor que, muitas vezes, são os próprios mestres e líderes de filosofias ou doutrinas perturbadoras que depois devem imolar-se em futuras existências físicas, para despertar os seus próprios discípulos ou seguidores iludidos no passado?
RAMATIS: — Sem dúvida; aqueles que hipnotizaram algumas almas para o culto de suas doutrinas subversivas, aniquilantes, negativistas ou fesceninas renascem posteriormente com a obrigação de se tomarem os "alvos" principais e responsáveis pela reforma e recuperação espiritual dos seus antigos seguidores, ainda confusos na senda da espiritualidade.
Sob a disciplina férrea, mas justa, da Lei Sideral, que rectifica mas não castiga, eles retomam ao cenário do mundo físico e se situam no seio das famílias terrenas, comprometidos em despertar da ilusão intelectiva, da hipnose dos sentidos passionais ou da escravidão do ateísmo infeliz aqueles mesmos que os seguiram tolamente no passado.
Mas nessa tarefa sacrificial nada lhes é imposto arbitrariamente; é a sua razão esclarecida e a certeza de reduzir o seu débito cármico o que os faz aceitar conscientemente o serviço doloroso a favor do próximo, e também em seu próprio benefício.
É certo que a família ignora a razão dos acontecimentos dolorosos que eclodem, constituindo as desventuras no roteiro evolutivo em comum.
E assim se formam os quadros de sofrimento redentor; aqui, é o filho que nasce com a enfermidade congénita e arrasta-se torturadamente, provocando angústias nos seus consanguíneos; ali, é o chefe da família que, arrasado por cruel enfermidade e resistente a todos os esforços da Medicina oficial, marcha tristemente para a cova terrena, lacerando os corações familiares; acolá, estranha enfermidade agride a filha querida, fazendo-a palmilhar a "via-crucis" de todos os consultórios e instituições psicopáticas, enquanto faz estrugirem gritos estranhos e mágoa a todos com palavras de baixo calão.
Mas a Lei está vigilante, e quando o desespero já se instalou no seio da família acabrunhada, eis que se opera então o milagre:
sob fortuita coincidência, surge o médium curador, que faculta ao filho recuperar os movimentos físicos atrofiados desde o berço, ou restitui a saúde ao chefe da casa já desenganado pela Medicina, ou ainda, graças à dedicação de alguns adeptos da doutrina espírita, esclarece-se o espírito obsessor que torturava a filha querida.
Deste modo, o Espiritismo é aceito no lar, que se faz venturoso, e os postulados da imortalidade do espírito penetram na alma daqueles que viviam escravizados cegamente aos dogmas infantis ou à absoluta descrença.
Abalam-se as velhas convicções ateístas e os sectarismos condenáveis esposados no seio da parentela, graças à cura milagrosa de alguns dos seus familiares através da singeleza da água fluida, do receituário mediúnico ou do passe espírita.
E o Alto, através daqueles mesmos que, muitas vezes, no passado, abusaram do mando e do intelecto em desfavor do próximo, ministra-lhes novos conceitos de vida superior, servindo-se de suas carnes maceradas ou dos seus nervos atrofiados.
Os conceitos erróneos ou negativos de ontem são compensados pelo sacrifício da dor física ou psíquica do presente.

PERGUNTA: — No caso do filho doente ou da filha obsidiada que, depois de curados miraculosamente pelo Espiritismo, convertem a família descrente, não poderá tratar-se de espíritos bons, que aceitam o sofrimento sacrificial com o intuito magnânimo de ajudar os seus afectos encarnados para mais breve ascensão espiritual?
RAMATIS: — Já vos dissemos que, mesmo no Espaço, não há regra sem excepção, pois Jesus, espírito excelso e justo, não hesitou em mergulhar nas sombras do vosso mundo, para salvar os homens ignorantes de sua realidade espiritual. Sem dúvida, espíritos boníssimos também descem à carne e se ajustam à família consanguínea terrena, com o fito único de despertar espiritualmente os seus velhos afectos milenários.
Em alguns casos, eles se sacrificam heroicamente a fim de socorrer, os próprios adversários pregressos e que ainda se demoram hipnotizados pelas filosofias destrutivas ou doutrinas enfermiças do mundo material.
Muitas vezes, quando essas almas sublimes comprovam a inutilidade dos seus esforços para inspirarem do Além os seus pupilos negligentes e conduzi-los ao Bem e à Sabedoria Espiritual, decidem-se a habitar o mundo físico por amor a eles.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 02, 2021 9:41 am

Assim como foi o excessivo amor de Jesus que, apiedado do sofrimento humano, o conduziu para a Terra, e não alguma culpa cármica de crucificação, muitas almas angélicas também abandonam o plano paradisíaco sob o penoso -sacrifício de se encarnarem no seio da família terrestre para despertar-lhe os sentimentos crísticos.
Muitas delas, quando renascem junto de adversários empedernidos, enfrentam as situações mais cruciantes para- atenuar a fereza, o ódio e a violência que ainda vicejam entre eles.
Movidas pela compaixão do anjo, envidam todos os esforços para subtraí-los às tragédias odiosas, que no futuro engrenaram os carmas torturados.
Algumas vezes, são sacrificadas pelas próprias almas delinquentes, às quais tentam salvar dos padecimentos inenarráveis que as esperam nos charcos do astral inferior.
Mas ainda sentem-se felizes quando conseguem atear-lhes o fogo do remorso ou do arrependimento, provocando-lhes os primeiros impulsos de redenção espiritual.
Repetimos-vos, no entanto, que Deus não é vingativo, nem sádico, e assim não cria a obsessão incurável, a doença fatal, o aleijamento deformante ou qualquer outra desventura destinada ao ser humano.
Ele só objectiva a recuperação venturosa de todos os seus filhos eternos.
Tais acontecimentos trágicos ou mórbidos são apenas frutos exclusivos da debilidade moral e da ignorância do homem que mal balbucia as primeiras letras do alfabeto da vida imortal.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 02, 2021 9:42 am

CAPÍTULO 5 - Os trabalhadores ativos no serviço mediúnico
PERGUNTA: — Ainda poderíeis nos explicar com melhor clareza qual a distinção existente entre os homens que são médiuns necessitados do desenvolvimento mediúnico junto à mesa espirita e aqueles que, embora médiuns, como são todos os homens, podem dispensar tal desenvolvimento?
RAMATIS: — Podem ser considerados "médiuns oficiais", na Terra, justamente aqueles que se reencarnam comprometidos com serviços obrigatórios na seara espírita.
Estes requerem um desempenho incessante de sua atividade incomum, porquanto necessitam com maior urgência, compensar os prejuízos causados a outrem e também acelerar a sua própria recuperação espiritual.
Destacando-se dos demais homens, pois gozam de faculdade mediúnica mais acentuada, relacionam-se mais direta e rapidamente com os desencarnados.
Conforme seus pensamentos, sua conduta e objetivos na vida, sem dúvida atraem os espíritos da freqüência vibratória sideral que, de conformidade com sua contextura espiritual, passam a influenciar para o bem ou para o mal as pessoas com as quais entram em contato.
Mas justamente porque são raros os médiuns missionários ou de Intuição Pura, também são poucos aqueles que alcançam o "clímax" abençoado do serviço mediúnico sem a preliminar do desenvolvimento torturado.
Médiuns há nos quais eclodem ainda os resíduos das velhas paixões que já os conturbaram no passado; os seus pensamentos, palavras e sentimentos são alvo de ataque dos desencarnados, que tudo fazem para impedir-lhes o êxito do serviço mediúnico na seara espírita.
Eles tentam fazê-los buscar o desenvolvimento de sua mediunidade à parte de qualquer disciplina ou proteção doutrinária; exploram-lhes o amor-próprio e a vaidade, afastando-os dos ambientes onde criaturas experimentadas poderiam ajudá-los na imunização contra o astral inferior.
É a fase torturada e contraditória, eivada de dúvidas e de esperanças, quando o homem sente o despertar de sua faculdade mediúnica mas, infelizmente, ainda não possui a força moral, a mente desenvolvida e os sentimentos equilibrados, que o deveriam sintonizar imediatamente com as almas benfeitoras, à medida que se abrem as portas de acesso ao mundo invisível.
Às vezes, muito tarde é que o médium compreende a natureza e os objetivos do seu exercício mediúnico obrigatório, pois, malgrado ter enfrentado sacrifícios severos, só então comprova que tudo era feito exclusivamente em seu próprio bem!
Então, como um semeador incondicional dos ensinamentos elevados do Alto, tanto precisa imunizar-se contra as críticas alheias, como impermeabilizar-se às lisonjas ou evidências perigosas à vaidade personaYstica da vida humana.
As suas dores, ingratidões e injustiças são menos importantes do que as desventuras do próximo; as suas próprias opiniões não podem provocar qualquer conflito ou hostilidade alheia contra a doutrina espírita, que o acolhe e beneficia para usufruir o ensejo de renovação espiritual.
Os demais homens — embora sejam outros médiuns em potencial — serão unicamente responsáveis pelos seus atos e por aquilo que possa influir nos seus familiares.
Mas os médiuns já consagrados ou admitidos como trabalhadores ativos no serviço mediúnico organizado, da seara espírita, representam no mundo profano uma idéia espiritual elevada, que não pode nem deve ser tisnada pelos seus interesses pessoais ou caprichos vaidosos.

PERGUNTA: — Já tivemos oportunidade de conhecer médiuns poderosos, que produziam fenômenos incomuns e curas extraordinárias e, no entanto, alguns foram homens que mercadejavam com sua faculdade mediúnica, enquanto outras eram escravos dos vícios mais comuns. Que dizeis a isso?
RAMATÍS: — Quantas vezes as autoridades públicas, do mundo material, também credenciam determinados indivíduos para desempenharem serviços de importância em favor do povo, porque os julgam homens de bons propósitos, honestos e leais?
No entanto, comumente eles enodoam o seu trabalho e traem a confiança dos seus superiores, deixando-se tentar pela cobiça, aveza ou fortuna fácil, terminando por cumprir desonestamente aquilo que lhes fora solicitado para o bem comum!
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 02, 2021 9:42 am

O mandato mediúnico, que autoriza o seu outorgado a prestar um serviço útil à coletividade encarnada, também beneficia-lhe o espírito imperfeito, por cujo motivo é compromisso que deve ser executado com toda dignidade e elevação moral.
Aceitando a tarefa mediúnica de suma importância para si e para o próximo, é evidente que o médium também fica responsável por qualquer desvio ou perturbação que venha a produzir durante o exercício de sua tarefa no mundo profano.
Mas é evidente que os anjos do Senhor, por serem almas repletas de ternura e amor, sempre guardam suas esperanças na corrigenda ou renovação dos espíritos que, embora sendo imperfeitos e culposos, são convocados ao serviço espiritual superior da mediunidade no mundo físico.
Assim, eles não os privam subitamente da faculdade que os põe em contato com o mundo espiritual; multiplicam-lhes as oportunidades de recuperação das novas faltas e os ajudam a sanar os deslizes cometidos no seio de doutrina que os apóia na carne.
Paradoxalmente, quais árvores nutridas de seiva arruinada, esses médiuns ainda continuam a dar bons frutos!
... Mas ignoram que é o generoso "toque" angélico, que tudo higieniza e sublima, o que realmente promove as curas e garante as revelações sadias.
Cegos pela vaidade de se julgarem auto-suficientes, capazes de tudo realizar na suposta independência de qualquer comando invisível, abdicam da vigilância e do bom senso, imunizam-se à vibração angélica e tombam fragorosamente no lodo de suas própriás imprudências.
Infelizes e orgulhosos, não conseguem perceber quando também "muda" a presença oculta que os protegia; quando se retira o anjo e em seu lugar surge a figura maquiavélica e astuta do gênio das sombras!
Dali por diante, há um "dono" e não um "guia", em lugar do orientador terno e tolerante, que a todos os equívocos e interesses inconfessáveis do médium apunha o selo da sua responsabilidade espiritual, surge a alma cruel, daninha, orgulhosa e viciosa, que exige, domina e castiga.
Desaparece o anjo amoroso, que conduz as almas para o reino da Luz, e se manifesta o senhor de escravos, que depois arrasta do túmulo o espírito imprevidente para as regiões das trevas!
Esse é o fim dos médiuns que, depois de agraciados por destacados poderes espirituais no trato do mundo físico, para o bem de si e da coletividade encarnada, terminam enodoando sua tarefa com a vileza da negociata impura e carreando a desconfiança e a hostilidade para o serviço mediúnico.

PERGUNIA — Não seria mais prudente que os espíritos superiores evitassem a concessão de faculdades meditinicas prematuras aos homens, desde que ainda não se encontrassem espiritualmente seguros para cumpri-las na Terra?
RAMATÍS: — Não se trata propriamente de poderes concedidos extemporaneamente pelos mentores da Terra aos homens imaturos em espírito.
É que às vezes estes não passam de antigos magos que dominavam facilmente as forças ocultas, exerciam o fascínio sobre os elementais e usavam da hipnose para fins interesseiros, tal como no caso de Rasputin, que se aproveitou dos seus poderes extra-terrenos para realizar seus objetivos torpes, como instrumento vil das trevas.
Quando tais espíritos retornam à carne para tentar a sua renovação espiritual manejando os mesmos poderes que desvirtuaram no passado, mas sob promessa de só os empregar a favor do bem, nem sempre logram sustentar por muito tempo o tom espiritual elevado que lhes é requerido pelos mentores siderais.
O coração atrofiado e a mente aguçada pela vontade poderosa que é exercitada em vidas anteriores traem esses espíritos no trabalho mediúnico do Bem, caso não se curvem humildes e desde o princípio de sua tarefa sob os postulados redentores do Cristo. Quando os responsáveis pelo progresso do orbe verificam a inutilidade de conservá-los no serviço ativo da seara, vêem-se obrigados a alijá-los de qualquer modo, a fim de que cessem os graves prejuízos decorrentes de sua atividade descontrolada.
Mas Deus sempre concede a oportunidade de renovação moral e do trabalho digno a todos os seus filhos.
E a prova mais evidente do que dizemos é que, se presentemente já esposais princípios espirituais dignos e superiores, isso deveis à bondade divina, que tolerou as vossas iniqüidades do pretérito, concedendo-vos também a graça do serviço redentor tantas vezes quantas vos equivocastes.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 03, 2021 9:12 am

Em verdade, os pecadores são justamente aqueles que mais precisam de Amor, tanto quanto os enfermos necessitam do médico.
Desde que do lodo pode surgir o lírio imaculado, é óbvio que dos lábios dos homens impuros também é possível nascerem a esperança e o roteiro para os seres desarvorados na estrada da vida humana.
E se Deus, o Criador do Universo, que deveria exigir-nos o máximo de submissão e acatamento aos objetivos sublimes de Sua Obra, multiplica os ensejos de nossa mais breve redenção espiritual, sem dúvida, o homem, sua criatura, não tem o direito de odiar, maltratar, roubar e execrar o seu próprio irmão de destino sideral.
Eis por que motivo o grande sucesso de todo médium fenomênico ou intuitivo ainda se fundamenta num único compromisso incondicional — cultivar sua mediunidade com o Cristo e tornar-se um trabalhador ativo na seara do Mestre.
Não basta ver, ouvir e sentir espíritos em seu plano invisível, pois o médium, em qualquer hipótese, deve ser o homem que, além de contribuir para a divulgação da imortalidade do espírito na Terra, é cidadão comprometido pelos deveres comuns junto à sua coletividade encarnada, onde só a bondade, o amor, o afeto, a renúncia e o perdão incessante podem livrá-lo das algemas do astral inferior.

PERGUNTA: — Quais seriam as vossas considerações sobre a mediunidade com o Cristo?
RAMATíS: — Considerando que a faculdade mediúnica de "prova" ou de "obrigação" é sempre o acréscimo que o Alto concede ao espírito endividado para conseguir a sua reabilitação espiritual, sob hipótese alguma deve ela ser negociada ou vilipendiada. É o serviço de confiança que o médium exerce em favor alheio sem deixar de cumprir todas as suas obrigações para com a família, a sociedade e os poderes públicos.
Os mentores siderais não lhe exigem o sacrifício económico da família, a negligência educativa da prole, o descuido com as necessidades justas da parentela, para só atender indiscriminadamente ao exercício de sua faculdade.
Cada médium, como espírito em evolução, conduz o seu próprio fardo cármico gerado no pretérito delituoso, o que também lhe determina as obrigações em comum no lar, onde vítimas e algozes, amigos e adversários de ontem empreendem o curso de aproximação espiritual definitiva.
Assim é que, em última hipótese, deve prevalecer sobre o serviço mediúnico o cumprimento exato das determinações cármicas que lhe deram origem à existência na matéria.
E considerando-se que o mundo de César é o reino transitório dos interesses da vida material para a educação do espírito imperfeito, o dom mediúnico é a dádiva espiritual do reino do Cristo, e não mercadoria de especulação mundana.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 03, 2021 9:13 am

CAPÍTULO 6 - O médium de "mesa" e o de "terreiro"
PERGUNTA: — Em face de vossas considerações no capítulo anterior, concluímos que o único desenvolvimento mediúnico sensato e aconselhado ainda é o que se processa no ambiente espírita da codificação de Allan Kardec; não é assim?
RAMATIS: — Não vos apresseis em considerações extremistas, pois é bem fácil distinguir o médium de "mesa", que se desenvolve sob a égide da doutrina espírita, e o médium de "terreiro", que prefere o seu desenvolvimento pela técnica de Umbanda.
No primeiro caso, trata-se de Espiritismo, e no segundo apenas de Mediunismo.
Não nos cabe julgar esta ou aquela predilecção mediúnica, nem temos o direito de carrear com exclusividade para a esfera espírita os acontecimentos e os fenómenos que ocorrem desde o início da humanidade, sob a égide da manifestação mediúnica.
O que mais importa na efectivação do serviço mediúnico, seja na seara espírita ou no ambiente umbandista, é saber se ele se efectua pelo amor ao Cristo e inspirado pelo seu divino Evangelho.
Sob qualquer hipótese, sempre apreciamos mais o médium de terreiro que se integra completamente num trabalho guiado pelos preceitos evangélicos, do que o médium de "mesa" que se torna mercenário e corrompido.
Em ambos os casos, a distinção que nos parece mais plausível ainda é quanto à natureza interpretativa na manifestação mediúnica, pois, enquanto o médium de mesa se preocupa mais propriamente com a espécie de ideias dos seus comunicantes, num intercâmbio acentuadamente de ordem mental, o médium de terreiro cuida principalmente de reconhecer a identidade do espírito que o incorpora.
Na disciplina de Umbanda existem códigos, pontos cantados e riscados, cruzamentos de linhas e demanda de falanges que operam sob a base da magia prática, caracterizando cada grupo ou individualidade que dela participe.
Assim, conforme sejam determinados pontos, sinais, toques ou códigos, o médium e os frequentadores de Umbanda deduzem das intenções, da capacidade ou da natureza e especialidade de serviço que podem ser tratados com os comunicantes.
Junto à mesa espírita, em que ainda se nota um certo individualismo de trabalho nas relações com os encarnados, uma prelecção de natureza elevada e de conteúdo sensato dispensa mesmo a assinatura ou a identidade do comunicante, que tanto pode ser um apóstolo, como um "joão-ninguém".
No entanto, a Umbanda, que ainda não cimentou sua unidade doutrinária definitiva nem firmou o seu sistema único de trabalho em todas as latitudes do orbe, através do seu sincretismo afro-católico transforma-se num trampolim favorável aos católicos, protestantes e outros religiosos dogmáticos para se familiarizarem com os ensinamentos da Reencarnação e a disciplina da Lei do Carma.
As imagens, os cânticos, o incenso, as velas e as oferendas dos rituais de Umbanda, algo parecidos aos usos da Igreja Católica, atenuam o medo provinciano dos católicos pelas manifestações mediúnicas, e pouco a pouco incutem-lhes o gosto pelo conhecimento da imortalidade do espírito pregada por todas as filosofias reencarnacionistas.
Os chefes, as falanges e as linhas de Umbanda, com seus caboclos e pretos-velhos, apesar da multiplicidade de costumes, temperamentos e propósitos diferentes do serviço que executam junto à matéria, entrelaçam-se por severos compromissos, deveres hierárquicos e obrigações espirituais, que ainda não puderam ser compreendidos satisfatoriamente pelos seus próprios profitentes.
No vasto panorama de relações entre o plano material e o mundo oculto, alicerçados pelo processo da magia, no âmbito de Umbanda, ainda repontam combinações confusas e tolices condenáveis, à conta de elevado cometimento espiritual.
Ainda lutam os umbandistas para alcançar a sua constituição doutrinária e escoimarem-na das excrescências ridículas que deformam a sua base esotérica.
Nesse terreno foi mais feliz o Espiritismo, que partiu de uma unidade concreta e alicerçada em investigações incessantes, com "testes" mediúnicos que exauriram Kardec, mas o ajudaram a extirpar com êxito as contradições, os exotismos e as encenações ridículas da prática mediúnica desorientada.
A Umbanda, portanto, ainda é o vasilhame fervente em que todos mexem, mas raros conhecem o seu verdadeiro tempero.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 03, 2021 9:13 am

Servindo-nos de um exemplo corriqueiro, diríamos que a prática mediúnica do Espiritismo é semelhante a uma agência de informações civis, em que é bem mais importante o assunto do seu "fichário", do que mesmo as pessoas que o informam.
A Umbanda, no entanto, é como uma agência de informações sobre assuntos militares, onde antes de tudo convém conhecer a "graduação" do informante, pois, assim como acontece realmente no mundo físico, é muito grande a diferença e a responsabilidade entre aquilo que diz o cabo e o que informa o general...
O melhor processo para desenvolver o médium que prefere actuar sob o paraninfo da doutrina espírita ainda é aquele que Allan Kardec indicou no "Livro dos Médiuns".
No entanto, quem por simpatia, índole espiritual, temperamento psicológico ou serviço comprometido no Espaço escolhe o Mediunismo de Umbanda, sem dúvida deverá seguir os métodos prescritos pelos “pais de cabeça", submeter-se à técnica dos "caboclos desenvolvedores" e enquadrar-se sob os preceitos ritualísticos das linhas de Ogum, Xangô, Ori do Oriente, Oxóssi, Oxalá, Yemanjá ou Yori-Yori-ná.

PERGUNTA: — Quando em nossas indagações e pesquisas de ordem espiritualista temos solicitado a opinião de alguns próceres espíritas sobre Umbanda, notamos, de sua parte, duas atitudes únicas e às vezes até hostis.
Enquanto uma parte condena "ex-abrupto" a Umbanda, a outra silencia e parece que teme enfrentar o problema ou opinar desfavoravelmente.
Embora o pedido vos pareça extemporâneo, nesta obra, ser-vos-ia possível considerar algo e responder-nos em síntese:
"Quais os melhores trabalhos mediúnicos: os de "mesa" ou os de "terreiro'?
RAMATIS: — Não encontramos razões para qualquer mistério ou "tabu" nesse assunto, pois, devidamente certos de que Deus é omnipresente em toda sua obra, indiscutivelmente Ele tanto assiste os seus filhos no seio da Igreja Católica, no Templo Protestante ou na Sinagoga Judaica, assim como também os alenta na experimentação do Espiritismo, e igualmente assiste ao esforço ascensional daqueles que preferem a seara de Umbanda.
Da mesma forma como são condenáveis as investidas agressivas do Clero contra a doutrina Espírita, também devem ser severamente censurados os espíritas que julgam maldosamente o trabalho dos umbandistas.
Não aconselhamos a mistura de ambos, isto é, Espiritismo e Umbandismo, pois todo sincretismo religioso ou doutrinário sacrifica a qualidade iniciática de cada um em particular e então apresenta inferior proveito.
No entanto, o respeito espiritual de índole crística exige que tanto os espíritas louvem o esforço que a Umbanda exerce com a prática mediúnica em favor do Bem, como os umbandistas acatem o labor de "mesa" dos kardecistas.
Na Verdade, o denominador comum que aproxima ambas as doutrinas ainda é a busca da mesma Verdade, o serviço caritativo ao próximo e o movimento no sentido de o homem actual entender e assumir conscientemente a sua responsabilidade cármica gerada nas existências anteriores.
Não endossamos o serviço mediúnico mercenário, nem a magia degradante, a superstição que algema o progresso mental, a prática primitiva que degrada o espírito ou a negociata censurável dos despachos de encruzilhadas, com que alguns astuciosos "cavalos" de Umbanda exploram os incautos e os ignorantes.
Mas também não louvamos o médium espírita que comercia com os bens da espiritualidade ou então vive desmentindo, na vida profana, os mesmos preceitos morais que tenta impor aos frequentadores do centro espírita.
É evidente que, devido ao grau espiritual ainda inferior, que é próprio dos habitantes da Terra, em todo local onde vive o homem ali também cresce a erva daninha e se podem deturpar as mais santificadas realizações do Alto!
Mas, assim como afirmou elevada entidade espiritual por criterioso médium, que “os homens passam e as instituições ficam"', à medida que o material humano inferior é substituído por outro melhor, também os trabalhos mediúnicos higienizam-se e aumentam os proveitos espirituais.
No entanto, considerando a vossa pergunta pitoresca sobre se o trabalho mediúnico de "mesa" é superior ao trabalho mediúnico de "terreiro", ou vice-versa, devemos dizer que o mais importante, em ambos os casos, ainda é a qualidade espiritual daqueles que operam neste ou naquele sector de intercâmbio com os desencarnados.
Como singela comparação, suponde que certo homem tem o pé infeccionado por maligna ferida e que, por isso, atrai as moscas, que o atormentam incessantemente.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 03, 2021 9:13 am

No entanto, alguém aconselha-o a cobrir o pé com uma meia de algodão, pois assim evitará a afluência das moscas.
Infelizmente, o enfermo verifica que as moscas ainda continuam a pousar-lhe molestamente no pé ferido e contaminado, o que o leva então a aceitar outra sugestão amiga, para que use meias de seda.
Essa providência, no entanto, também fracassa.
Mas, por feliz acaso, ele consegue curar a ferida do pé com o uso de determinada erva medicinal, alegrando-se por ver que as moscas também sumiram, assim que se curou definitivamente.
Na realidade, elas molestavam-no devido à ferida, pouco se importando com que ele usasse meias de algodão ou meias de seda.
Da mesma forma, cremos que o mais importante, para vós, não é provar se o trabalho mediúnico de mesa é superior ao de terreiro, pois, em ambos os casos, o primeiro significa a meia de seda e o segundo a meia de algodão.
Desde que desapareçam de vossas almas as "feridas morais", que atraem as moscas do astral inferior, sem dúvida podeis prescindir de ambos os trabalhos, porque então já estareis curados espiritualmente, tal como no exemplo citado, em que, depois de curada a ferida, o enfermo também dispensou a meia de seda ou de algodão!...

1 — N. do médium: Conceito de Emmanuel, por intermédio de Chico Xavier.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 03, 2021 9:13 am

CAPÍTULO 7 - Considerações sobre a mediunidade natural e de prova
PERGUNTA: — Gostaríamos que nos dissésseis algo sobre os médiuns que já gozam de sensibilidade psíquica avançada, cuja mediunidade, como nos tendes dito, é fruto exclusivo do seu aprimoramento espiritual.
RAMATIS: — Os espíritos que já atingiram um alto nível moral e que, portanto, integraram-se à vida psíquica superior, quando encarnados são mais sensíveis aos fenómenos do mundo oculto, embora isto não aconteça de modo ostensivo, mas apenas através da intuição pura.
A sua faculdade mediúnica, então, é o sagrado corolário do seu próprio aprimoramento espiritual, em vez de uma "concessão" extemporânea.
Eles transformam-se em centros receptivos das manifestações incomuns que transcendem os sentidos físicos.
Sua alta sensibilidade, fruto de avançado grau espiritual, afina-se incessantemente com os valores psíquicos do melhor quilate, facultando-lhes não só o conhecimento instantâneo dos acontecimentos presentes, como ainda as revelações mais importantes do futuro.
O abençoado dom da Intuição Pura, e que em alto grau o possuíam Antúlio, Hermes, Rama, Crisna, Pitágoras, Buda, Rama Crisna e Jesus, além de outros seres que passaram anonimamente pelo mundo terreno, foi a faculdade iniciática que serviu para esses grandes espíritos liderarem as transformações admiráveis do espírito do homem.
Eles tanto aferiram os fenómenos imediatos do mundo invisível, como ainda descortinavam amplamente a síntese dos acontecimentos futuros mais importantes, da Terra.
Há grande diferença entre o médium cuja faculdade é aquisição natural, decorrente de sua maturidade espiritual, e o médium de "prova", que é agraciado imaturamente com a faculdade mediúnica destinada a proporcionar-lhe o resgate de suas próprias dívidas cármicas.
Através de processos magnéticos, que ainda vos são desconhecidos, os técnicos do Astral hiper-sensibilizam o perispírito daqueles que precisam encarnar-se com a obrigação de trabalhar, pelo serviço da mediunidade, a favor do próximo, e também empreender a sua própria recuperação espiritual.
No Além existem departamentos técnicos especializados, que ajudam os espíritos a acelerar determinados centros energéticos e vitais do seu perispírito, despertando-lhes provisoriamente a sensibilidade psíquica para a maior receptividade dos fenómenos do mundo oculto, enquanto se encontram encarnados.
Esse é o mandato mediúnico ou a transitória faculdade concedida a título de "empréstimo" pelo Banco Divino.
Mas é também a arma de dois gumes, que exige severa postura moral no mundo, pois ela tanto situa o seu portador em contacto com os espíritos benfeitores como também o coloca facilmente na faixa vibratória sombria das entidades do astral inferior.
Embora a faculdade mediúnica pareça a alguns um privilégio extemporâneo, contrariando o conceito de Justiça e Sabedoria de Deus, essa "concessão" prematura ao espírito faltoso implica justamente em sua maior responsabilidade e trabalho laborioso espiritual.
Não é, pois, a graça "fora de tempo", que exime a alma de preocupações e dos obstáculos futuros na sua evolução espiritual; é somente o "empréstimo" que lhe permite ressarcir-se de suas tolices e inânias cometidas no passado, compensando o tempo perdido com um serviço extraordinário.
Os Mentores Siderais, apiedados dos espíritos demasiadamente onerados em seu fardo cármico para o futuro, lhes oferecem assim a oportunidade do reajuste mais breve para alcançarem a ventura mais cedo.
Então o médium é o espírito que renasce na matéria já comprometido com a obrigação de exercer um trabalho constante a favor da ideia da imortalidade da alma, inclusive o dever de melhorar a sua própria graduação espiritual.
Embora seja agraciado prematuramente com um sentido psíquico mais avançado e ao qual ainda não fazia jus, o médium sinceramente devotado à sua definitiva recuperação espiritual no serviço sacrificial mediúnico poderá transformar em uma faculdade "natural" aquilo que lhe era somente uma faculdade de "prova".
Evidentemente, isso é difícil, mas não impossível, pois alguns raros médiuns lograram alcançar a graça da faculdade mediúnica natural, pela graça da faculdade de prova.
Malgrado a mediunidade fenoménica impressione profundamente os sentidos físicos dos encarnados, na profundidade da estrutura espiritual do médium de "prova" quase sempre ainda não se consolidam o carácter moral superior, a renúncia angélica, o desapego às ilusões da vida física ou a capacidade heróica para o cumprimento do mandato redentor.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 03, 2021 9:14 am

Ele é apenas o instrumento convocado para o serviço compulsório de favorecimento ao próximo ou o transmissor da realidade imortal; mas acima de tudo é o devedor interessado em reduzir o seu débito cármico para com o planeta que o serviu desinteressadamente.
No entanto, o médium espontâneo e natural, em consequência do grau moral e superior do seu espírito, dispensa qualquer treinamento ou intervenção técnica para relacionar-se com o mundo oculto, pois o consegue unicamente através de sua alta sensibilidade intuitiva.
Embora a maior parte desses médiuns não guarde a consciência nítida e completa de grande parte dos acontecimentos sublimes de que são intermediários, eles se constituem nas antenas vivas avançadas, que sob a inspiração dos espíritos angélicos fluem para a superfície da matéria as mais confortadoras esperanças e as mais importantes revelações.
Instrumentos exclusivos do Bem, eles distribuem orientações benfeitoras, advertências justas e incentivam todos os bons propósitos da vida.
No âmago de suas almas a "Voz Silenciosa" do Senhor os anima, orienta e revela Sua Obra, tal como o faz a todos os seres.
No entanto, só os puros intuitivos é que realmente o sentem em sua plenitude divina.
Embora esses seres não precisem participar obrigatoriamente e a horas certas dos serviços mediúnicos tradicionais e oficializados na matéria, pois a sua natureza elevada os dispensa do peculiar desenvolvimento torturado da maioria dos médiuns em prova e sob a actuação dos espíritos imperfeitos, eles são sempre os melhores intérpretes da verdadeira vida imortal.
Todas as manifestações gloriosas e concernentes à Criação, eles as focalizam numa visão global e fecunda, que restitui à humanidade as parcelas de fé destruídas pelos maus escritores, filósofos ou líderes religiosos ignorantes.

PERGUNTA: — Mas o médium de 'prova" não poderia alcançar o mesmo êxito do médium "natural", se depois de desenvolvido viesse a enquadrar-se sob os princípios elevados do Evangelho do Cristo?
RAMATIS: — O que o médium natural alcança por via intuitiva, como decorrência espontânea de sua própria subtilidade psíquica e sem necessidade de quaisquer esforços ou adaptação fora do tempo, o médium em prova, e sem a linhagem superior para se situar espontaneamente nas faixas vibratórias das esferas crísticas, vê-se obrigado ao desenvolvimento espinhoso, graduando-se através de treino exaustivo com os desencarnados imperfeitos, enfrentando as mais desanimadoras decepções psíquicas.
O aguçamento imaturo muitas vezes leva o espírito em prova a desenganos, malogros e rebeldias, tal qual o jogador de xadrez que, após muitos lances frustrados, vacila em mover no tabuleiro a peça de menor importância.
Tratando-se de faculdade prematura e ainda provisória, que exige árduo e sacrificial exercício no seio das actividades terrenas, o médium sem a acuidade espiritual espontânea, que orienta facilmente o indivíduo entre os problemas confusos da vida, quase sempre só conclui o seu programa mediúnico depois de muitos tropeços verificados nos atalhos falsos, que são trilhados à guisa de caminho certo.
Só a perseverança, o bom ânimo, a tenacidade, o estudo incessante, o combate impiedoso contra as paixões da animalidade inferior e a integração definitiva ao Evangelho do Cristo é que, realmente, podem assegurar o êxito mediúnico.
Servindo-nos de uma comparação, diríamos que o médium natural assemelha-se ao músico ou pintor já nascido com o "dom" espontâneo para exercer sua arte, à qual ele se entrega com facilidade e prazer.
O médium de prova, no entanto, é o aluno que está sendo obrigado a estudar uma ciência ou arte para a qual ainda não apresenta qualidades espontâneas.
Então precisa esforçar-se heroicamente para consegui-las sob um longo treino exercido entre vacilações, malogros e decepções.
Entretanto, não é impossível que o médium de prova, integrado absolutamente no serviço mediúnico sob a égide de Jesus, venha a depurar-se de tal modo que, ao desencarnar, já esteja gozando, em grande parte, da sublime mediunidade natural, que é na realidade a verdadeira mediunidade espiritual.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 03, 2021 9:14 am

No entanto, é necessário compreenderdes que não existe uma linha demarcativa específica entre a mediunidade de prova e a mediunidade natural pois, sendo o médium um espírito encarnado, há momentos em que, por força de-alguma virtude já bastante desenvolvida, ele também logra ser o instrumento excelso da revelação superior, do mesmo modo como alguns homens experimentam, parcialmente e de modo fugaz, o inefável estado de espírito que é o êxtase.
Quando distinguimos o médium natural do médium de prova, desejamos apenas destacar aquele que é um instrumento espontâneo e superior da realidade espiritual, daquele que renasce na Terra onerado por uma obrigação de ordem cármica.

PERGUNTA: — A nosso ver, ainda é grande a percentagem dos médiuns que fracassam no exercício da mediunidade, após terem gozado o prestígio de faculdade mediúnica incomum.
Que dizeis?
RAMATIS: — Quando Jesus enunciava que "muito se pedirá àquele a quem muito se houver dado e maiores contas serão tomadas àqueles a quem mais coisas se haja confiado", (Lucas, 12: 47,48), provavelmente o seu augusto pensamento referia-se também ao exercício da mediunidade.
Sem dúvida, o médium natural, o intuitivo puro, que já possui o tesouro espiritual da intuição angélica, é aquele que mais recebe por mérito de sua maturidade e a "quem muito se pedirá".
Mas ao médium de prova, embora seja pobre espiritualmente, “maiores contas lhe serão tomadas", pois também "mais coisas lhe são conferidas" no serviço mediúnico, para ressarcir os seus pecados pregressos.
Mas não é propriamente a posse prematura da faculdade mediúnica o motivo responsável pelo fracasso muito comum de alguns médiuns em prova na matéria.
Isso é mais consequente de sua imperfeição ou contradição espiritual, pois o médium, em geral, é espírito que decaiu das posições privilegiadas do passado, sendo ainda muito apegado à sua personalidade humana transitória.
Deste modo, ele subestima a transcendência dos fenómenos que se processam por seu intermédio e os considera mais como produto exclusivo de sua vontade e capacidade mental.
Embora muitos médiuns sejam inteligentes e mentalmente desenvolvidos, o orgulho, a vaidade, a ambição, a prepotência, a cupidez ou a leviandade ainda os fazem tombar de seus pedestais frágeis, porque se crêem magos excepcionais ou indivíduos de poderes extraordinários para a produção de fenómenos extemporâneos ou revelações incomuns.
A Terra ainda é pródiga de magos de feira, curandeiros mercenários ou iniciados sentenciosos que, através de rituais extravagantes, atraem e exploram as multidões ignorantes.
São verdadeiros "camelôs" da espiritualidade que, beneficiados pela graça mediúnica concedida pelos espíritos benfeitores, exploram-na sob o disfarce da magia ou dos poderes esotéricos, mas sempre evitando a disciplina do Espiritismo que, sem dúvida, lhes exigiria conduta ilibada e o absoluto desinteresse no trato das coisas espirituais.
Entretanto, chega o momento em que eles são atingidos em cheio pela Lei Sideral, que lhes estanca a exploração do veio aurífero da mediunidade a serviço do comércio indigno e dos interesses pessoais.
E assim terminam os seus dias sob terrível humilhação espiritual e sofrendo as agruras do mau emprego dos favores concedidos pelo Alto.
Aliás, muitas lendas terráqueas são verdadeiros simbolismos e alusões ao mau uso dos dons mediúnicos, quando certos médiuns traem a confiança dos seus mentores siderais.
A tradição lendária narra o caso de criaturas que, depois de favorecidas com os poderes excepcionais concedidos por anjos, fadas ou génios benfazejos, terminam perdendo-os lastimavelmente pela avareza, cupidez, vaidade, desleixo ou interesse mercenário.
Diz a lenda que certo avarento foi transformado em abutre porque não distribuiu o dinheiro que lhe havia concedido a fada do bosque.
Depois conta a história do homem ambicioso que, tendo recebido do génio bom um poder excepcional, preferiu usá-lo para transformar em ouro tudo aquilo em que tocassem suas mãos, terminando por morrer de fome e sede, porque até a água e os alimentos se transformavam no dourado metal quando ele os tocava!
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 03, 2021 9:14 am

Há, ainda, a conhecida lenda do homem que se prontificou a entregar sua alma a Lúcifer, caso não gastasse diariamente todo o dinheiro que por ele lhe fosse fornecido.
Infelizmente, perdeu a aposta, pois, tendo esgotado todos os recursos para malbaratar a imensa fortuna que o Diabo lhe carreava incessantemente, faliu antes do prazo, porque se esquecera de praticar a caridade! ...
Sem dúvida, tais narrativas não passam de lendas e contos fantásticos mas, em sua profundidade, permanece o ensinamento espiritual do fracasso daqueles que fazem mau uso dos talentos proporcionados pelo Senhor da Vida.
A mediunidade, realmente, é um desses talentos que os génios do Bem concedem aos espíritos endividados e que necessitam urgente de sua própria reabilitação espiritual.
No entanto, ela pode desaparecer a qualquer momento, desde que o seu portador a conspurque na Terra para satisfazer sua vaidade ou obter proventos ilícitos.
A nenhum médium é facultado servir-se da mediunidade para o seu uso exclusivo ou aproveitamento egocêntrico, nem expô-la em público na feição de tabu de negócios.
É também um dos talentos concedidos por Deus a seus filhos, tal como ensinou Jesus na sua parábola de admirável ensinamento espiritual (Mateus, 25: 14-30).
As forças psíquicas tanto se degradam na manifestação espectacular que só exalta a personalidade humana transitória, como se deturpam quando são transformadas em mercadoria destinada a criar todas as facilidades ou atender aos caprichos da vida física.
Os valores legítimos da faculdade mediúnica, quando são desenvolvidos e praticados com o Cristo, não produzem as quedas e as humilhações que abalam a vida tumultuosa dos médiuns imprudentes.
O médium, como instrumento fiel da vontade do Senhor, revelada no mundo de formas, elabora um dos piores destinos para o futuro quando, pela sua negligência ou má-fé, subverte o programa espiritual que prometeu divulgar à superfície da Terra.
Há sempre atenuante para aquele que peca por ignorância, mas é indigno da tolerância quem o faz deliberadamente, depois de haver-se comprometido para a efectivação de um serviço que diz respeito ao bem de muitas outras criaturas.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 03, 2021 9:14 am

CAPÍTULO 8 - As dificuldades nas comunicações mediúnicas com o alto
PERGUNTA: — Há fundamento na afirmação de que os espíritos elevados defrontam sérias dificuldades para entrar em contacto com os médiuns, ou com o Plano material?
RAMATIS: — Em face da vibração sutilíssima dos espíritos superiores, que já se distanciam bastante do padrão espiritual comum de vossa humanidade, eles se vêem obrigados a mobilizar todos os seus esforços e energias para serem percebidos pelos encarnados.
Somente através dos médiuns sublimados no serviço do Cristo é que as entidades angélicas conseguem se manifestar mais a contento, por encontrarem fluidos subtilizados e balsâmicos, com que podem revestir os seus perispíritos para o contacto com a matéria.
Em geral, esses espíritos necessitam de grande quantidade de fluidos dos médiuns, mas só aproveitam uma pequena parte, isto é, a que for menos animalizada e mais susceptível de "eterização" angélica.
Embora se trate de seres sublimes, cuja presença é agradabilíssima e balsâmica às percepções das criaturas bastante sensíveis, eles não podem prescindir das energias grosseiras do plano carnal, quando desejam sintonizar-se com o perispírito dos médiuns.
Daí o maior sucesso dos médiuns nesse elevado intercâmbio, quando se devotam incessantemente ao Bem e vivem à distância dos vícios e das paixões degradantes, pois isso também sublima-lhes os fluidos animalizados, devido à constante conexão com a frequência vibratória das regiões edénicas.

PERGUNTA: — Poderíeis nos explicar qual o tipo de sofrimento que então afecta esses espíritos elevados durante o seu contacto terreno?
RAMATIS: — Não se trata propriamente de qualquer sofrimento à semelhança do que acontece convosco no mundo físico, pois as vibrações espirituais dessas entidades sublimes superam a mediocridade de frequência vibratória da matéria, tal como o raio do Sol não sofre perturbação quando incide sobre o vaso de barro.
Os espíritos sábios e angélicos só podem afligir-se quando necessitam manter um contacto mais directo convosco e actuar mais positivamente na matéria.
Quando eles se servem dos médiuns para as comunicações com os encarnados, ingressam no seio de energias primárias da vida animal, e por isso sofrem a fadiga produzida pelo magnetismo opressivo do meio, o qual atua-lhes no perispírito e oprime-lhes a delicada composição fluídica.
Envidam hercúleos esforços para baixar a sua dinâmica angélica natural e assim sintonizarem-se com os fluidos mais inferiores, a fim de poderem se fazer perceptíveis no cenário material.
Embora não possamos descrever com os vocábulos da linguagem humana o estado fluídico incómodo, angustioso e opressivo que ataca os seres angélicos quando se ajustam aos fluidos coercivos do mundo físico, lembramos-vos o caso de um homem sadio e jovial que, depois de habituado ao oxigénio puro e ao perfume inebriante das flores, se visse quase tolhido na sua respiração natural, e ainda obrigado a absorver as emanações sulfúricas de algum pântano.
Essa dificuldade no contacto mais directo das entidades angélicas com os fluidos ásperos e animalizados do mundo terreno lembra também o caso da criatura que, vestindo alvíssimo traje de linho, necessitasse penetrar com urgência no meio da lama gélida e repugnante, para socorrer alguém em perigo.

PERGUNTA: — Porventura as altas vibrações próprias dos espíritos angélicos não ultrapassam as frequências vibratórias das faixas mais inferiores da matéria, imunizando-os contra qualquer actuação confrangedora?
Então esses espíritos elevados, para não se perturbarem em sua ventura, paradisíaca, não devem se aproximar do nosso mundo material?
RAMATIS: — Repetimos-vos, mais uma vez, que o raio de Sol não se perturba quando incide no vaso de lama.
As altas entidades espirituais só padecem pelas vibrações angustiosas quando precisam entrar em "contacto directo" com os médiuns e accioná-los no seu ambiente físico.
Então necessitam tornar-se receptivas na tela do mundo material, por cujo motivo revestem-se de fluidos terráqueos opressivos, aos quais já estais acostumados por ser condição normal de vossa vida física.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 03, 2021 9:14 am

É certo que, por força da mesma lei que Deus criou para encaminhar os seus filhos à ventura eterna espiritual, todos os espíritos angélicos também-já cursaram a escola terrena e, por força de sua ignorância, natural do início de sua consciência no seio do Cosmo, também laboraram nos mesmos equívocos e experimentaram as mesmas paixões e vícios que ainda são comuns à humanidade terrena.
Só depois de percorridas as etapas planetárias que lhes facultaram a libertação definitiva da carne, é que então desvestiram-se dos trajes de fluidos animalizados, e puderam integrar-se definitivamente no seio da comunidade angélica.
Em suas memórias siderais, eles não esquecem suas próprias dores atávicas, padecidas na vida educativa da matéria, o que então os faz apiedarem-se dos seus irmãos encarnados, que ainda gemem à retaguarda, aproveitando todos os ensejos favoráveis para ajudá-los.
Por isso não temem enfrentar a massa pegajosa e opressiva, que é produzida pelas paixões e pelos vícios da humanidade, assim como certas vezes eles renunciam à sua paz e ventura gozadas na moradia bem-aventurada, para renascerem na matéria com o fito de ministrar directamente suas lições espirituais no seio da família consanguínea.
E isso o têm provado os sacrifícios dos grandes líderes da vida espiritual, como Antúlio, Hermes, Crisna, Buda e outros, e com particular destaque Jesus, que deixou suas esferas celestiais para habitar a carne terrena e expor pessoalmente os mais avançados programas de salvação do homem imperfeito.

PERGUNTA: — Ante a grande dificuldade de os espíritos sublimes comunicarem-se com o nosso mundo físico, não seria possível e aconselhável proceder-se à higienização antecipada do ambiente onde eles dois pretendem actuar?
Essa providência profiláctica não os poderia ajudar a se fazerem mais compreendidos ou, então, favorecê-los para o melhor êxito no espiritual?
RAMATIS: — Sem dúvida, para o melhor contacto convosco no campo mediúnico, os espíritos superiores tanto requerem a cooperação dos técnicos siderais, para a necessária higienização fluídica ou "ionização" do ambiente em que pretendem se manifestar, como ainda precisam exercer uma acção profiláctica sobre os próprios médiuns.
Estes costumam participar dos trabalhos mediúnicos, em sua generalidade, envolvidos ainda pela aura psíquica que conserva os resíduos mentais dos pensamentos, palavras, objectivos e hábitos esposados durante o dia.
Essa emanação residual da mente do médium é densa cortina de fluidos inferiores interpondo-se entre os espíritos elevados comunicantes, o que então requer a sua dispersão e a limpeza do halo mental.
Embora esta providência saudável seja tomada com bastante antecipação, em geral, as entidades elevadas ainda necessitam estagiar de três a seis horas no seio dos fluidos densos e das substâncias espessas em que operam, para só depois conseguirem a possibilidade de agir em direcção ao mundo material.
A mensagem espiritual transmitida das esferas elevadas para o mundo físico exige antecipadamente atencioso planeamento e, além disso, os mensageiros responsáveis pela sua divulgação benfeitora devem ser auxiliados tecnicamente na sua descida gradativa, para as camadas fluídicas cada vez mais inferiores.
A redução vibratória pelo adensamento gradativo do perispírito deve ser realizada em perfeita correspondência com o tempo de trabalho e o "quantum" de energia disponível no ambiente em que as entidades deverão actuar.
A entidade superior que voluntariamente se devota ao serviço espiritual junto aos encarnados deve ser poupada tanto quanto possível ante a opressão angustiosa dos fluidos densos sobre a sua delicada vestimenta perispiritual.
Mesmo no mundo terrestre não se exige a permanência de alguém por longas horas em local impróprio à sua organização física ou de emanações agressivas senão pelo tempo exacto para cumprir-se ali a tarefa determinada.
Seria absurdo, por exemplo, exigir-se que o encarregado de alimentar animais no jardim zoológico devesse permanecer longas horas em cada jaula infecta, para depois cumprir a tarefa que exige alguns minutos.
O serviço sideral junto à Terra é supervisionado matematicamente pelo Alto, sendo previstos todos os acontecimentos favoráveis ou desfavoráveis durante o "descenso" vibratório das entidades angélicas, cujo prazo é cuidadosamente determinado, a fim de não ficar oprimido em demasia o energismo perispiritual dessas almas sublimes.
Quando elas se propõem a auxiliar os encarnados, necessitam revestir-se de uma couraça protectora de fluidos densos, que lhes estorvam os movimentos mais diminutos, tal como acontece com os antigos mergulhadores que, submetidos a dificultosa permanência no fundo dos rios, só depois que abandonam o escafandro à superfície das águas é que podem se mover desembaraçadamente,
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 03, 2021 9:15 am

PERGUNTA: — Nesse planeamento tão meticuloso, em que esses espíritos superiores "baixam" espontaneamente até o nosso mundo, eles sempre logram o êxito esperado em seus projectos benfeitores?
RAMATIS: — Só muito raramente conseguem o sucesso almejado no contacto com o mundo material, e já se consideram bem satisfeitos quando em suas heróicas empreitadas logram um vigésimo do êxito previsto!
Embora precisem mobilizar todas as suas energias perispirituais, em conexão com sua inteligência, perseverança e tenacidade espiritual, não ignoram que ainda são bem precários os resultados favoráveis na empreitada de esclarecer o homem terreno.

PERGUNTA: — Poderíeis nos indicar quais os factores adversas que neutralizam os esforços e o devotamento desses espíritos superiores no seu empreendimento sacrificial para esclarecer a humanidade através dos médiuns?
RAMATIS: — Os principais factores adversos decorrem principalmente da deficiência do material humano, que nesse caso é o próprio médium encarregado de recepcionar os pensamentos e interpretar as orientações angélicas transferidas para o entendimento do homem encarnado.
Muitas vezes um programa espiritual de ordem superior, elaborado cuidadosamente e descido do Alto em ritmo dificultoso, é sacrificado em sua concretização final pelo médium transviado, que ainda vive preso às paixões perigosas e aos vícios do mundo terreno, atraindo espíritos infelizes e vampirizadores que o desviam facilmente de sua tarefa benemérita.
A irresponsabilidade, o comodismo, os prazeres efémeros e os interesses subalternos podem aniquilar à última hora um programa sideral que requereu avultadas energias despendidas pelas almas de escol.
E isso acontece porque os seus intérpretes humanos negam-se a cumprir exactamente a etapa derradeira que lhes cabe no serviço de propagar a mensagem espiritual educativa para a matéria.
É algo semelhante à construção de um importante edifício de objectivo educacional e que, depois de planejado com imenso carinho por engenheiros competentes, adquiridos com suma dificuldade o terreno e todo o material necessário, os operários, num ato de condenável irresponsabilidade, se recusassem a trabalhar.

PERGUNTA: — Como poderíamos compreender mais claramente a irresponsabilidade dos médiuns, perante essa empreitada sacrificial de esclarecimento terreno, empreendida pelos espíritos superiores?
RAMATIS: — Não vos deve parecer duvidoso que a concretização final de um programa superior, elaborado no mundo oculto do espírito angélico e com a finalidade de ser revelado em seus mínimos detalhes na Terra, dependa da derradeira peça que, nesse caso, é o médium encarregado de sua materialização no cenário físico.
Apesar de se tratar de um projecto organizado nas regiões superiores e muito acima das imperfeições humanas, a sua revelação à luz dos sentidos humanos exige o concurso indispensável do médium, como o último elo situado na matéria.
Embora seja ele a peça menos valiosa no esquema sideral é, no entanto, imprescindível para o trabalho a ser realizado.
É a janela viva menos importante, mas tão responsável pelo sucesso da mensagem benfeitora para o mundo físico, tanto quanto a vitória do exército beligerante depende, às vezes, do plano de batalha que o comando geral envia às pressas e por intermédio do mensageiro ignorante.
Como espírito encarnado na matéria, com a sensibilidade psíquica avançada para unir os dois pólos, o do mundo espiritual e o da matéria, o médium representa a etapa final dos objectivos ideados pelos espíritos superiores.
Em consequência, é muito grave a sua responsabilidade nesse serviço auxiliar com o Alto pois, além de sua própria deficiência espiritual e a dádiva da mediunidade para sua redenção moral, ele ainda é agraciado com a confiança angélica, que o associa às sublimes tarefas de esclarecimento humano.
Lastimavelmente, alguns projectos siderais baixam até à crosta material, devido à renúncia e ao sacrifício heróico dos seus elevados executores, mas ficam dependendo, em seu desfecho final, da vontade frágil, indócil e caprichosa de certos médiuns que ainda são escravos das paixões deletérias e devotos das ilusões tolas da vida física.
Mas, devido aos esforços conjugados de todas as entidades experimentadas no labor educativo das diversas esferas intermediárias entre a Terra e o mundo angélico, os princípios esclarecedores da vida imortal baixam até o nível comum dos médiuns sediados na Terra, pois alguns deles, pela sua abnegação e critério superior, compensam a irresponsabilidade e o descaso dos companheiros invigilantes.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 03, 2021 9:15 am

PERGUNTA: — Poderíamos crer que o esclarecimento do Alto para a Terra sempre se processou desse modo, ficando o seu êxito dependente de médiuns negligentes e irresponsáveis?
RAMATIS: — Não resta dúvida de que o esclarecimento espiritual do homem deverá ser feito através do próprio homem, o qual é um espírito encarnado e, como tal, um médium em potencial ligado ao mundo invisível.
Alguns homens são médiuns inconscientes de sua função, e tanto podem transmitir o bem como o mal.
Outros, que já visualizam o fenómeno mediúnico em si, então se transformam nos instrumentos conscientes e disciplinados da revelação da vida oculta.
Mas é preciso convir em que o Alto não fica na dependência exclusiva dos homens imperfeitos para transmitir a sua mensagem salvadora ao mundo físico, pois, quando milhares de homens ou médiuns convocados deixam de transmiti-la a contento, basta um punhado de outros seres conscientes e sublimes intuitivos sintonizados à Mente Divina para compensá-los de modo louvável.
Todas as vacilações no intercâmbio mediúnico, as revelações contraditórias, os fracassos de missões espirituais e o retardamento de orientações para a Terra foram compensados regiamente pela presença de um Rama, Hermes, Antúlio, Crisna, Buda, Kardec, Rama Crisna, Maharishi e o Mestre Jesus, os quais restabeleceram as bases indestrutíveis da Verdade Imortal.

PERGUNTA: — Mesmo os médiuns de 'prova" estão assim comprometidos com tarefas elevadas?
Como distinguir os que se ligam a compromissos severos com o Alto, daqueles que só resgatam o seu fardo cármico no serviço mediúnico?
Os médiuns, em geral, oferecem tão diversas condições morais e variam tanto em sua capacidade intelectual, que dificilmente se poderiam identificar os mais credenciados para um serviço espiritual incomum.
Não é verdade?
RAMATIS: — O nosso principal escopo nestes relatos é o de ressaltarmos a grande responsabilidade dos médiuns no desempenho de sua tarefa mediúnica, e também exortá-los quanto às suas actividades no mundo terreno.
Já vos temos lembrado que o médium é o homem directamente comprometido com a direcção espiritual do planeta para realizar um serviço definido junto à humanidade, e também em favor de sua própria renovação moral superior.
Visto não poder eximir-se de sua obrigação pré-encamatória, que assumiu no Espaço, ele deve apurar o seu carácter, controlar suas emoções e aprimorar o seu intelecto no contacto incessante com os valores preciosos da espiritualidade.
Em consequência, não é de muita importância a preocupação de distinguirdes quais os médiuns comprometidos particularmente com os espíritos sublimes, destinados a exercer trabalhos incomuns no mundo físico.
O mais certo e proveitoso é que todos às médiuns cultuem dignamente a vida humana e renunciem em definitivo às ilusões do mundo, protegendo-se, assim, contra as perfídias do astral inferior e credenciando-se electivamente para cumprir na íntegra qualquer mandato sob o comando das falanges angélicas.

PERGUNTA: — Podeis indicar os principais motivos ou fatos que, em geral, fazem os médiuns negligenciarem seus compromissos de última hora, impossibilitando os seus mentores de ultimarem na matéria o seu programa sideral manifesto depois de um andamento tão dificultoso?
RAMATIS: — Os médiuns, em sua maioria, e antes de se encarnarem na Terra, prometeram cumprir à risca determinados programas com objectivos espirituais, que lhes expuseram no Além, com o fito de influírem algumas criaturas para a sua renovação crística.
Entretanto, à última hora, grande parte negligencia ou foge do seu compromisso espiritual, enquanto outra vive de modo tão equívoco, que se toma impermeável à receptividade dos seus elevados mentores.
Em geral, eles se deixam influir pelos espíritos maquiavélicos das sombras, que tudo fazem para interceptar as mensagens nobres do Alto e operam contra os objectivos sadios da vida crística.
Às vezes, após incessante assistência cotidiana e benfeitora do guia junto ao seu médium, incentivando-o para que participe de certo trabalho mediúnico com o fito de abalar as convicções erróneas de algumas criaturas, eis que ele desiste de sua tarefa mediúnica da noite, preferindo realizar a visita trivial, demorar-se no repasto glutónico, prender-se à prosa fútil ou entregar-se à aventura pecaminosa.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 03, 2021 9:15 am

Como o êxito do intercâmbio mediúnico superior depende muitíssimo do estado vibratório do espírito do médium, isso só é conseguido quando ele se devota a uma vida sadia de corpo e de alma, a fim de manter-se pronto, a qualquer momento, para a convocação do serviço espiritual.
Mas, às vezes, o médium apresenta-se para cumprir o seu dever mediúnico só depois que abandona as mesas opíparas, com o estômago e os intestinos forrados pelos miasmas da carne regada a álcool, mal podendo dissimular as eructações da fermentação hostil produzida pela digestão descontrolada.
Quando não é assim, ele gasta os derradeiros minutos que o separam do serviço mediúnico no humorismo vil das palestras fesceninas e do anedotário indecente, cujos assuntos alicerçam-se despudoradamente sobre a figura da mulher.
Então apresenta-se para cumprir a tarefa junto à “mesa espírita", com os fluidos corrompidos, malgrado o esforço profiláctico dos seus guias para o sanearem das impurezas comuns.
Afora de tudo isso, ainda existem os médiuns que buscam a concentração mediúnica depois de violenta discussão conjugal ou da altercação insultuosa com o vizinho teimoso.
Enfraquece-se ainda a prática da mediunidade naqueles que destrambelham os seus nervos com emoções tolas junto ao carteado clandestino, pela avidez de ganho na aposta imprudente ou então pela paixão fanática com que comenta colericamente os lances duvidosos do seu clube de futebol em competição infeliz.
Assim, louváveis empreendimentos programados no Espaço, com o fito de esclarecer a humanidade terrena, ficam na dependência exclusiva dos médiuns invigilantes e indiferentes, que deixam de aproveitar integralmente o "acréscimo" da mediunidade concedida generosamente para a sua própria redenção espiritual.

PERGUNTA: — Como se caracteriza o médium adequado e digno de exercer o intercâmbio com os espíritos superiores?
RAMATIS: — O médium já caracterizado definitivamente pela eclosão de sua faculdade mediúnica, e que pode ser convocado para o serviço activo do Bem, é algo semelhante ao mensageiro enviado a ruidosa cidade repleta de vícios e ilusões perigosas, onde ele deve estagiar para divulgar a mensagem sublime dos seus maiorais.
Ele tem o direito de trocar a sua veste empoeirada pelo traje limpo, usufruir da alimentação justa, do sono reparador e permanecer junto dos seus entes queridos.
Entretanto, comprometeu-se a evitar qualquer contacto vicioso e indigno, que possa enodoar o serviço superior e trair a confiança daqueles que o credenciaram para a consecução dos objectivos benfeitores.
No seu contrato espiritual, o médium obrigou-se a repelir qualquer empreendimento capaz de subverter-lhe a sensibilidade mediúnica ou afectar-lhe o carácter espiritual, tais como as aventuras condenáveis, onde a malícia, o desrespeito, a paixão desregrada ou o vício deletério terminam atrofiando as mentes levianas e indisciplinadas.
Ele deve ser o esposo digno, o pai amoroso, o cidadão honesto, o filho generoso, assim como o amigo fiel para os que o aceitam no círculo de suas amizades, ou o homem tolerante e benevolente para com os seus adversos.
Embora não despreze os viciados e os infelizes que tombam sob o guante das paixões pecaminosas, não deve pactuar com o vício e a corrupção. Jesus afagava os pecadores, mas de modo algum ele condescendia com o vício e as impurezas do mundo. Amava os homens, mesmo quando eram pervertidos ou débeis de espírito, mas não se associava às suas tramas desonestas nem admitia os seus desregramentos morais.
O médium, como espírito que aceitou espontaneamente a tarefa de servir aos encarnados, precisa evitar as práticas viciosas que lhe agravam o carma pretérito, para usufruir da aura benfeitora que se nutre só dos fluidos sadios dos pensamentos regrados e dos sentimentos benevolentes.
Embora ele seja também um espírito encarnado actuando no seio turbilhonante da vida física e, assim, participando dos ambientes de infelicidade e dos sofrimentos humanos, ainda cumpre-lhe o dever de orientar o próximo por entre o cipoal contraditório da vida humana, ofertando-lhe os ensinamentos confortadores que recebe dos seus amigos desencarnados.
Mas, sem dúvida, não deve olvidar que, acima de toda a sua obrigação mediúnica, ainda precisa cuidar carinhosamente de sua própria redenção espiritual.
Se ainda existe um contacto proveitoso das altas esferas com a humanidade encarnada, isso se deve muito mais ao heroísmo dos espíritos bondosos, que abdicam do seu ambiente paradisíaco para socorrerem seus irmãos ainda comprometidos com a carne, do que ao trabalho dos médiuns existentes na Terra.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 03, 2021 9:15 am

PERGUNTA: — Essas frustrações muito comuns no intercâmbio dos espíritos benfeitores para com a Terra só ocorre com os chamados "médiuns de prova", ou também poderão ocorrer entre aqueles cuja mediunidade é o fruto de sua evolução espiritual?
RAMATIS: — Conforme já frisamos anteriormente, há grande distinção entre a mediunidade de "prova" e a mediunidade "natural", em que esta última é faculdade espontânea e intrínseca do espírito já sublimado, isto é, uma decorrência ou corolário do seu próprio grau espiritual.
Aquele que usufrui da Intuição Pura, como percepção angélica, fruto abençoado dos milénios de sacrifícios, renúncia e renovação moral na escalonada espiritual, põe-se facilmente em contacto com a consciência crística do Criador, pois já vive em sua intimidade o estado de Paz e euforia das almas santificadas.
Não pode ele sofrer alterações que o contradigam espiritualmente na sua faixa vibratória já alcançada; é imune às influências menos dignas, pois não vibra com as modulações inferiores dos vícios, das paixões ou das seduções da matéria.
Ele não se dissintoniza com o comando angélico do orbe.
Sua alma filtra os pensamentos e as revelações angélicas, assim como a lâmina diamantífera fulge à luz suave do Sol, sem se ofuscar o seu brilho natural.
O médium natural não exige que os altos dignitários da Vida Oculta desçam vibratoriamente até à sua organização humana para efectuar o serviço mediúnico, uma vez que ele se encontra ligado permanentemente à fonte angélica e representa na Terra o seu prolongamento vivo.
É o cidadão sideral que desceu de sua moradia sublime, mas sem se desligar do plano Divino, cuja mente vibra sempre à distância de qualquer pensamento ou resíduo moral menos digno.
Buscando-vos algum exemplo esclarecedor, diríamos que o médium em prova é a lâmpada de vidro colorido, que dá à luz que ele filtra a cor de que também é constituída, enquanto o médium natural, como um foco luminoso cristalino, irradia sempre a luz em sua pureza original.
Como não há retrogradação na intimidade do espírito, o médium natural nunca apresenta contradições em sua mediunidade, a qual é somente a emanação de sua própria graduação espiritual.
A faculdade mediúnica é intrínseca à sua própria índole superior, não podendo poluir-se com as imperfeições do meio em que vive, porque também não há decadência em seu nível superior já consolidado.
Em consequência, ele não pode causar nenhuma decepção às almas que o inspiram pela "via-interior" e o induzem a elevar o seu padrão espiritual do mundo físico.
Ele jamais precisa ser atuado para agir correctamente, uma vez que permanece continuamente ligado ao pensamento crístico da vida sublime, e a qualquer momento constitui-se na sentinela avançada do Alto sobre a Terra.
Quando ele pensa, deseja e age, ainda reproduz vivamente o alto grau da mensagem angélica porque, sendo íntegro no trato evangélico com todos os seres, em seus actos reflecte sempre a vontade definitiva do Criador.
Assim o foram Francisco de Assis, António de Pádua, Crisna, Tereza de Jesus, Pitágoras, Buda, Jesus e muitos outros anónimos que o mundo desconhece, pela sua grande renúncia e humildade.

PERGUNTA: — Os médiuns que negligenciam com esses compromissos espirituais deverão sofrer severamente, depois de desencarnados, as penas impostas pelo Tribunal Divino?
RAMATIS: — Desnecessário é vos dizer que o sofrimento dos médiuns que não cumprem o seu mandato espiritual dignamente na Terra — e que eles mesmos requereram para a sua própria redenção bem antes de se reencarnarem, não é imposto à semelhança dos julgamentos da justiça humana.
Embora não lhes seja aplicado deliberadamente nenhum castigo determinado pelas autoridades sidéreas, as suas condições vibratórias demasiadamente confrangedoras e o remorso cruciante, devido ao desrespeito à confiança angélica, são suficientes para vergastar-lhes a consciência e maltratar-lhes a alma angustiada.
Depois que despertam no Além e reconhecem, à luz meridiana de sua consciência espiritual, os enormes prejuízos que causaram na consecução do elevado programa organizado pelos espíritos benfeitores, os médiuns delinquentes se tornam ainda mais infelizes, verificando a necessidade de recomeçar novamente a mesma tarefa na Terra, não só em piores condições como ainda deserdados do endosso angélico de que abusaram negligentemente.
E como ainda é extensa a fila dos espíritos desencarnados aguardando novos corpos físicos para uma reabilitação espiritual que lhes amaine as dores perispirituais e lhes olvide o remorso das vidas pregressas mal vividas, esses médiuns perdulários e faltosos terão de permanecer muitos anos no mundo astral, a meditar nas suas desditas e sofrer o efeito de suas mazelas íntimas.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 03, 2021 9:16 am

CAPÍTULO 9 - A extensão e profundidade das comunicações mediúnicas.
PERGUNTA: — Por que motivo é impossível aos desencarnados descreverem pelos médiuns, com toda exactidão, a realidade do Além?
Isso nos ajudaria muitíssimo a eliminar definitivamente as dúvidas bastante comuns que ainda existem em todos os géneros de trabalhos mediúnicos e terminaria por nos dar uma só concepção colectiva da vida imortal.
Que dizeis?
RAMATIS: — É muito difícil para os encarnados que ainda vivem no mundo da terceira dimensão, compreender com absoluta clareza os fenómenos e as manifestações que se processam do "lado de cá", cujo plano é regido por dimensões sem apoio entendível na física humana.
Acresce, ainda, que os estados vibratórios vividos pelos desencarnados superam qualquer concepção dinâmica de velocidade concebida pelos terrícolas.
As nossas comunicações para o mundo físico, como o fazemos neste momento, são transmitidas através do cérebro perispiritual do médium em que atuamos, e não directamente sobre o seu cérebro físico.
O nosso médium, por exemplo, a fim de tornar coerentes os nossos relatos do Além, mobiliza todos os seus esforços de memorização espiritual, na tentativa de evocar as lembranças dos seus estágios já vividos no mundo astral, durante os períodos em que se manteve desencarnado nos intervalos de suas anteriores encarnações.
Ele materializa-nos os pensamentos por meio dos sinais gráficos da escrita à medida que o inspiramos, e procura relacioná-los com as imagens e conhecimentos já armazenados no seu subconsciente durante as vezes em que se manteve fora do corpo físico. O que lhe ditamos mentalmente, ele escreve como se viesse buscar o assunto no limiar dos dois mundos, para depois dar-lhe o retoque e o ajuste necessários à compreensão na linguagem humana.
Como não desfrutamos presentemente do cérebro físico que nos serviu na última existência física que tivemos na Indochina, só podemos actuar no perispírito do médium, porém sem intervir directamente no seu cérebro material.
Isso só o poderíamos fazer se ele fosse um médium completamente sonambúlico, porque, então, a sua faculdade nos permitiria agir directamente sobre seu sistema cérebro-espinhal em combinação com o conjunto de gânglios nervosos.
Em consequência, ele se vê obrigado a recepcionar apenas "metade" da realidade espiritual do nosso mundo.
Cabe-lhe, depois, compensar a outra metade com as sugestões e as imagens terrenas que lhe são conhecidas, ajustando-as de modo comparativo ao que pressupõe ser a fenomenologia astral.
Esse é um dos motivos por que a maioria dos médiuns não consegue fazer uma descrição exacta do Além, na conformidade do que lhes é ditado pelos espíritos desencarnados.
Durante a comunicação mediúnica ocorre forte abaixamento vibratório das entidades comunicantes, devido ao seu grande esforço em direcção à matéria, e a fim de exporem com o melhor êxito possível os fenómenos do mundo oculto.
É óbvio que essa redução vibratória só pode ocorrer com os espíritos superiores, pois os desencarnados imperfeitos, ou malévolos, por vezes ainda vibram em frequência mais inferior do que os próprios médiuns.

PERGUNTA: — Porventura não poderíeis contornar essa dificuldade no intercâmbio mediúnico, deslocando o vosso médium mais para o interior do mundo astral, isto é, atraindo-o para mais próximo da realidade em que viveis?
RAMATIS: — Algumas vezes o atraímos para o "lado de cá", e já o fizemos com êxito.
Mas acontece que a faculdade do nosso médium actual é mais do tipo intuitivo; às vezes é algo de sua inspiração emotiva, em sintonia com a inspiração intelectiva, o que o faz melhor pressentir o fenómeno da comunicação do que mesmo "ouvir" a voz imaterial dos espíritos.
É mediunidade que só evolui em concomitância com a evolução moral e intelectual do próprio médium, proporcionando-lhe, pouco a pouco, a visão panorâmica cada vez mais profunda das coisas imateriais.
Sendo o homem espírito imortal, quanto mais se expande a centelha espiritual que há na intimidade do seu ser, ele também abrange maior área da realidade do próprio Criador.
O apuro moral do espírito faculta-lhe uma participação mais intensa na vida oculta, enquanto o seu aprimoramento mental lhe permite julgar com eficiência e exactidão aquilo que proveitosamente lhe facilita o poder do sentimento cristificado.
Embora o médium de que nos servimos não veja nem ouça os assuntos que estamos lhe comunicando, ele os sente profundamente em sua própria intimidade perispiritual.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 04, 2021 9:47 am

Depois os reúne, à força de sua inspiração intelectiva, e coordena a exposição para o mundo exterior.
Certas vezes não consegue ajustar em tempo os vocábulos exactos para exprimir correctamente o nosso pensamento e identificar com precisão algumas das ideias que lhe projectamos no cérebro perispiritual.
Então ele se socorre celeremente do vocabulário que tiver mais visível à tona de sua mente, embora essa interpolação provisória ainda não esclareça fielmente o que escreve.
Se no momento da nossa comunicação ele demorar em rebuscar palavras ou termos que definam com absoluta exactidão aquilo que recepciona de nós, poderá interromper o fluxo da inspiração sobre si e perder o tema essencial da mensagem em foco.
Mais tarde, revendo o trabalho psicografado, e novamente sob a nossa inspiração, pois pretendemos o melhor possível, o médium é então intuído para substituir palavras ou mesmo frases que possa ter grafado sem guardar a fidelidade da ideia que lhe foi transmitida do Espaço.
E quanto mais ele revir e corrigir o fruto de nossa mútua colaboração, também há de se aproximar mais fielmente do conteúdo exacto que elaboramos em favor dos nossos leitores.
Em face da diversidade vibratória existente entre os dois planos, material e astral, atuamos no médium bastante deslocados do elemento fluídico que nos é familiar e natural, obrigando-nos isso a operar sob as leis opressivas do mundo físico.
Há quase um milénio desencarnamos na Indochina e, devido a esse demorado afastamento da crosta terráquea, tudo nos parece rude e estranho quando devemos penetrar novamente no seu campo magnético, a fim de poder actuar entre as coisas e os seres do mundo físico.
Esse magnetismo denso age de modo nocivo em nossa organização perispiritual, que já se encontra mais condicionada às energias livres do "lado de cá".
Mesmo no vosso mundo físico, se alguém se afastasse da Terra para viver longo tempo exclusivamente na estratosfera, habituando-se definitivamente ao oxigénio rarefeito, encontraria imensas dificuldades para se adaptar à sua antiga respiração comum, assim que resolvesse retornar ao solo terráqueo.
Deste modo, temos de baixar até o nível da compreensão e percepção do médium em que estamos actuando, que é ainda um espírito encarnado e de temperamento mais sensível às formas do mundo físico.
Durante o tempo em que operamos sobre os médiuns, distanciamo-nos bastante do comando das leis que regem o campo vibratório sutilíssimo do mundo astral onde vivemos normalmente, e submetemo-nos docilmente à acção das leis comuns que regem os fenómenos fisioquímico da Terra.
Mesmo quando analisamos os diversos fenómenos inerentes à Terra, podemos verificar a grande diferença que também se manifesta na regência das leis que disciplinam as relações humanas e os diversos estágios físicos da matéria.
Assim os movimentos desembaraçados, que o homem empreende ao ar livre da superfície terrena, são tolhidos logo que ele penetra no selo das águas, onde é obrigado a mobilizar recursos diferentes para não sucumbir pelo afogamento.

PERGUNTA: — Como tem ocorrido em várias experiências de hipnotismo a que temos assistido, em que o hipnotizador consegue comandar a mente do "sujet" em transe, também não poderíeis, porventura, servir-vos com mais fidelidade do vosso médium, se o submetêsseis a forte hipnose?
RAMATIS: — Essa hipnose, anulando a vontade do médium, seria flagrante violação de nossa parte, pois somente os espíritos maquiavélicos, obsessores ou entidades inescrupulosas é que não hesitam em agir hipnoticamente sobre as criaturas encarnadas ou desencarnadas, quando desejam transformá-las em seus prolongamentos vivos para as satisfações mais torpes.
Não nos é permitido violar a mente de quem quer que seja, embora essa intervenção possa favorecer o êxito de nossas comunicações com os encarnados.
Os médiuns também estão situados num plano de trabalho colectivo organizado por outros espíritos benfeitores e responsáveis pela sua evolução, que os ajudam a desenvolver a consciência espiritual, quais jardineiros divinos que acompanham o crescimento da flor a desabrochar normalmente, em vez de debilitá-la na vigência de uma vida prematura.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 04, 2021 9:47 am

Se o médium que nos serve neste momento fosse escolhido no Espaço para a transmissão fidelíssima do nosso pensamento, é fora de dúvida que teria de ser completamente sonambúlico.
Mas ele é portador da mediunidade intuitiva, e raras vezes revela-se um semi-mecânico.
Demais, o plano espiritual que desenvolvemos através dele, para o mundo físico, foi baseado numa execução por intermédio da faculdade de intuição.
Mesmo que intentássemos a hipnose do médium, apenas nos apossaríamos de sua bagagem semiconsciente, ou de sua memória acumulada, pregressa, enquanto teríamos que enfrentar-lhe os automatismos instintivos e as suas estratificações psicológicas, como ainda é muito comum nas práticas hipnóticas.
Não nos conviria forçá-lo a regredir em sua memória do passado, quando o nosso principal objectivo é mantê-lo desperto para vos transferir a mensagem mais importante do presente, que poderá servir a determinadas pessoas para melhor orientação educacional do seu espírito.
Não há dúvida de que uma actuação tenaz e persistente sobre os encarnados débeis de vontade e ainda situados nos ambientes desregrados, toma-se em sucesso futuro e culmina em completa hipnose.
Mas, como já vos informamos, isso é mais próprio dos espíritos delinquentes, que sorrateiramente enfraquecem as defesas espirituais de suas vítimas até lograrem dominá-las como seus instrumentos vivos de degradação, na matéria.

PERGUNTA: — Mas, tratando-se de uma tarefa benfeitora, não vos seria bem melhor alcançar o êxito almejado pelo Alto através de um médium que, embora sob hipnose do Além, fluísse passivamente as ideias superiores, em vez de enfrentar-lhe a vontade e sua desconfiança?
RAMATIS: — Preferimos enfrentar a vontade e a mente do médium, mesmo quando certas vezes ele nutre desconfiança sobre os nossos relatos, supondo-os fruto de sua própria elucubração mental.
Como ele não consegue identificar com absoluta certeza o fenómeno insólito de que participa connosco quase em estado de vigília, é razoável que algumas vezes restrinja a nossa influência comunicativa, supondo que se trata de sua própria intervenção anímica.
Quando ditamos estas mensagens também precisamos transpor cuidadosamente a barreira firmada pela sua prevenção psicológica e os demais condicionamentos naturais de sua existência humana.
Assim que o assunto em foco transcende os seus conhecimentos, ele nos opõe maior resistência mediúnica, porque ainda desconhece o que lhe intuímos.
Doutra feita, quando nos defrontamos com obstáculos ainda mais graníticos, então procuramos nos socorrer da faculdade sem mecânica de nosso médium, como no caso das considerações que lhe são adversas ou estranhas.

PERGUNTA: — Desde que sois contrário à hipnose mediúnica, para melhor aproveitamento do médium, quais as providências ou os recursos que podeis adoptar para o êxito psicográfico de vossas mensagens?
RAMATIS: — Muitas vezes o êxito de nossas comunicações mediúnicas depende de prepararmos o médium durante o sono, à distância do seu corpo e quando pode ser submetido a certo tratamento técnico pelos magnetizadores do "lado de cá", que assim acentuam-lhe a sua receptividade mediúnica e a dinâmica psicográfica.
Em noites mais tranquilas, levamo-lo para junto das principais cenas e doutrinamo-lo sobre os assuntos que no dia seguinte ele deverá psicografar por nosso intermédio.
Essas providências muito ajudam a avivar-lhe o conteúdo das comunicações posteriores, e que ele recebe durante a sua saída em corpo astral.
Aliás essas dificuldades estão previstas por todos os espíritos conscientes de suas tarefas junto aos encarnados no serviço de esclarecimento fraterno, e que precisam servir-se de médiuns intuitivos ou semi-mecânicos, cuja vontade eles não pretendem violentar, assim como o fazem os espíritos levianos e cruéis.
Embora existam múltiplas faculdades mediúnicas, que se agrupam sob a denominação de intuitivas, mecânicas, sonambúlicas, incorporativas, videntes, de fenómenos físicos ou terapêuticas, em que umas são mais nítidas e favoráveis, outras mais intelectivas e objectivas, o certo é que assim mesmo não "falamos" nem "escrevemos" por intermédio de simples autómatos de carne.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 04, 2021 9:47 am

Os médiuns, na verdade, são organizações vivas e senhores de sua memória estruturada nos milénios findos, cujas concepções particulares variam tanto sobre o plano físico, quanto a respeito do mundo invisível.
Em nossas almas sempre se impõe um certo atavismo intelectual, hábito filosófico ou cristalização psicológica do passado que, embora nos distinga particularmente entre os demais seres, é bagagem que nos obriga a encarar os assuntos "novos" sob os "velhos" moldes que nos têm sido tão familiares.
Esse condicionamento pregresso dos médiuns transforma-se então em fortes barreiras difíceis de ser removidas pelos espíritos comunicantes.
E só os espíritos persistentes e estóicos, após cuidadoso trabalho de adaptação por longo tempo, junto aos seus medianeiros, é que realmente logram o sucesso desejado.

PERGUNTA: — E, apesar desses obstáculos e dificuldades que nos relatais ,ainda achais conveniente o prosseguimento das comunicações mediúnicas entre os encarnados e os desencarnados, embora não se possa lograr grande sucesso?
RAMATIS: — Não vos esqueçais de que estamos nos referindo, em particular, à costumeira negligência e à desconfiança com que os encarnados costumam receber as notícias do Além por via-mediúnica.
Embora ainda existam muitas dificuldades e ocorram fracassos no intercâmbio mediúnico, os espíritos laboriosos e benfeitores sempre têm conseguido razoável êxito para com os objectivos traçados previamente pelo Alto.
Em geral, todos os obstáculos mediúnicos, no serviço de comunicação espiritual, são consequências já previstas e avaliadas pela Técnica Sideral.
Dentro da ética e da responsabilidade com que os espíritos benfeitores aceitam aqui no Espaço as suas missões salvacionistas, os resultados conseguidos posteriormente sempre lhes compensam o esforço heróico em favor dos encarnados.
Os médiuns estudiosos da doutrina espírita e devotados à prática dos ensinamentos evangélicos do Cristo logram animar esses êxitos do Espaço quando, pela sua conduta digna e seu devotamento ao Bem, conseguem transferir proveitosamente para a Terra as mensagens que descem das altas esferas para a humanidade imperfeita.

PERGUNTA: — Como nos tendes feito ver que existem muitas dificuldades para os espíritos superiores entrarem em contacto directo com os médiuns, poderíeis nos informar se eles também defrontam com os mesmos tropeços quando procuram inspirar o homem comum que não se encontra em prova mediúnica?
RAMATIS: — Não é o facto de os espíritos superiores inspirarem os homens o que lhes causa dificuldades; os homens é que são difíceis de ser inspirados!..
Só muito raramente eles não vivem algemados exclusivamente aos seus interesses imediatos no mundo físico.
Em geral, eles sofrem a actuação hipnótica dos fluidos densos produzidos pela sua própria esfera mental e que os ligam familiarmente às baixas camadas do astral inferior.
Os espíritos benfeitores envidam hercúleos esforços para despertar os seus pupilos através da sugestão mental ou influir-lhes no coração, a fim de os afastar da fascinação mórbida exercida pelas paixões e pelos tesouros efémeros do mundo materiallsto, posto, como poderão eles atravessar o "cartucho" de fluidos densos, plúmbeos e pegajosos que comumente se emborca sobre as criaturas sedentas de sensações inferiores?
Em sua maioria, os homens passam pelas ruas das cidades metidos nas suas auras ovóides constituídas pelo baixo eterismo animal da Terra, como se fossem pitorescos carregadores de barracas confeccionadas com fluidos cinzentos e oleosos.
Alguns destacam-se pelos tons lamacentos e arroxeados das manchas extensas que lhes fulgem sombriamente sobre a aura nevoenta, a trair-lhes o desejo sexual subvertido; noutros é a cor escarlate chamejante, identificando-lhes o ódio que ainda nutrem contra prováveis adversários da vida em comum.
No manto de fluidos densos que os envolve como a cerração opaca das manhãs frias coleando sobre a superfície do rio lodoso, pintalgam e atiçam-se os fragmentos coloridos de todos os tons inimagináveis!
São as tonalidades que marcam os bons e os maus pensamentos, os desejos impuros ou os sentimentos altruístas.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 04, 2021 9:47 am

Algumas cores clareiam sob as ideias benevolentes; outras enodoam-se no fluido pegajoso que se exsuda da efervescência do instinto animal, revelando aos desencarnados o carácter dos homens.
Os espíritos gozadores seguem no encalço daqueles que ainda são usinas vivas dos maus fluidos e alimentam-lhes voluptuosamente as piores intenções, projectando os quadros mais sensuais na mente deseducada.
Sugerem as aventuras condenáveis e estimulam o ódio, a violência, a cupidez, a desonestidade ou a vingança; exaltam o orgulho, activam o amor próprio ferido ou subvertem a consciência no julgamento das intenções mais inofensivas e dos gestos mais inocentes do próximo.
Nesse turbilhão ruidoso e heterogéneo das metrópoles da Terra, em que, devido ao estado primário evolutivo de sua humanidade, predominam em sua superfície as contendas politicas, as guerras fratricidas, as competições comerciais, a cupidez de posse ou o desejo animal, forma-se o manto vigoroso e denso dos fluidos nocivos exalados prodigamente pelo astral inferior.
E o orbe é envolto por uma aura suja e oleosa, no seio de cuja cerração astral as almas benfeitoras movem-se dificultosamente para abrir clareiras de luz aos terrícolas ainda entontecidos pelas paixões carnais.
Mas, em face de o Espírito de Deus palpitar na intimidade de todas as coisas e seres de Sua Criação, também no seio das paixões mais nocivas e entre as dores mais acerbas permanece a Luz Sublime em contínua expansão centrífuga e transfusão angélica. No futuro, a Terra também será vestida com uma aura refulgente, divina cabeleira de luz a substituir-lhe o manto de fluidos densos e tristes do presente.
Eis porque é suficiente a actuação de um punhado de anjos que permanecem servindo ao mundo físico, quais falenas irisadas de luz munificente, para então neutralizar a acção deletéria de milhares de espíritos diabólicos, desintegrando pelos fótons siderais, os lençóis microbianos do astral inferior e proporcionando novos ensejos de progresso espiritual ao homem terreno.
São essas almas abnegadas a divina esperança do Alto para firmar na matéria os fundamentos da nova humanidade, pois elas vivem em todas as camadas e operam no seio de todo labor humano.
Despertam consciências perturbadas, orientam vontades débeis, higienizam os ambientes enfermos e se constituem no convite incessante para a vida angélica e para o homem libertar-se da escola rude da matéria.
Toda criatura é luminescente centelha espiritual do Criador, abafada pela veste pesada dos fluidos primitivos, mas é sempre também a própria ponte espiritual ligando os abismos da animalidade com as colinas refulgentes da angelitude.
Sem dúvida, enquanto a alma ainda vive mergulhada no mar de fluidos asfixiantes da vida inferior, ela ainda exige os mais heróicos esforços das entidades sublimes, que tanto desejam intuí-la para o Bem, como ajudá-la a libertar-se o mais cedo possível do jugo satânico simbolizado pelas paixões animais.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 04, 2021 9:48 am

CAPÍTULO 10 - O médium anímico-mediúnico e o intuitivo.
PERGUNTA: — Qual o tipo de médium cujo espírito se afasta do corpo físico e o deixa em completo transe mediúnico?
É o sonambúlico?
RAMATIS: — Conforme já vos temos esclarecido, dificilmente existe absoluta similaridade de técnica ou a mesma exactidão no exercício da mediunidade, entre um médium e outro, quer seja ele intuitivo, incorporativo ou de efeitos físicos.
O facto de o espírito abandonar o corpo carnal do médium não implica em classificá-lo, de imediato, como um sonâmbulo, na acepção da palavra com que se costuma denominar o intermediário inconsciente entre os desencarnados e os encarnados.
Assim, existe o médium de incorporação, sonâmbulo e inconsciente, cujo espírito se afasta do seu organismo físico, enquanto outro desencarnado fala ou escreve directamente por ele, senhor absoluto da casa alheia.
Há, também, o medianeiro que abandona o seu corpo e não o cede a ninguém.
Ele mesmo é quem toma conhecimento dos fenómenos do mundo astral e depois os relata convicto de que esteve sob a incorporação ou influências de um desencarnado.
Daí existir o médium que ao mesmo tempo é anímico e mediúnico, cujo espírito se afasta do seu organismo material e, em liberdade, participa dos fenómenos do mundo oculto, entrando em relação com os espíritos desencarnados e mesmo os encarnados. Trata-se de faculdade facilmente confundível com a do médium sonâmbulo ou de incorporação total, em que o espírito e o perispírito também deixam o seu corpo físico durante o transe mediúnico, enquanto os desencarnados podem se manifestar por ele revelando todas as suas características pessoais e cuja comunicação se processa sem o conhecimento do seu intermediário.

PERGUNTA: — Poderíeis nos esclarecer melhor sobre esse tipo de médium, que ao mesmo tempo é anímico e mediúnico, conforme no-lo dissestes?
RAMATIS: — Trata-se de um médium cujo espírito e perispírito, tal como no caso do incorporativo, também se afastam do corpo carnal durante o sono hipnótico ou por qualquer acontecimento emocional incomum, ficando preso unicamente pelo cordão fluídico ou ectoplásmico da terminologia espírita, mais conhecido como o "cordão prateado" dos esoteristas, rosa-cruzes e yogas.
Embora sem as características do incorporativo, esse tipo de médium, enquanto dorme, pode ausentar-se facilmente do seu organismo físico e até manifestar-se a longa distância, em cuja liberdade astral às vezes emerge a sua memória etérica do passado, e ele passa a descrever cenas e factos de suas vidas precedentes, embora os confunda por vezes com acontecimentos próprios de sua actual existência.
Actuado pela influência regressiva da memória sideral, o médium anímico-mediúnico pode reassumir nas sessões espíritas a sua própria personalidade vivida na existência anterior, crente de que é agora um espírito desencarnado em comunicação.
Em geral, é criatura facilmente hipnotizável; cede também às sugestões alheias e às vontades mais fortes, entrando rapidamente no transe sonambúlico natural.
Durante o transe revela sonhos premonitórios, descreve paisagens distantes e reflecte com clareza os acontecimentos submersos ou estratificados na sua memória sideral-etérica.
Quando hipnotizado, divulga os mínimos detalhes de suas existências passadas e impregna os seus relatos de fortes emoções que impressionam pelo aspecto comovente.

PERGUNTA: — Que quereis dizer, em essência, por médium "anímico-mediúnico"?
Não entendemos ainda como pode ser o médium anímico e, ao mesmo tempo, mediúnico.
RAMATIS: — Assim o denominamos porque não pretendemos situá-lo com exclusividade em qualquer extremo antagónico do Mediunismo.
Bem sabemos que o anímico puro é um pseudo médium, que não participa de fenómenos psíquicos, mas apenas os imagina, dominado pela auto-sugestão, histeria, automatismo psicológico ou fantasia da mente deseducada, isto é, ele mesmo é o autor exclusivo da comunicação que atribui a um espírito desencarnado.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Página 2 de 6 Anterior  1, 2, 3, 4, 5, 6  Seguinte

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos