LUZ ESPÍRITA
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Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 04, 2021 9:48 am

Então preferimos designar o nosso exemplo de anímico-mediúnico porque, embora o indivíduo seja anímico, pois vê e capta no astral os factos e as ideias que depois reproduz e relata como sendo transmitidos por espíritos desencarnados, é também um tipo mediúnico, uma vez que ele "comunica" pelo seu próprio organismo em "transe", tal como fazem os espíritos pela incorporação no médium sonambúlico.
Essa sensibilidade e, ao mesmo tempo, a destreza com que opera fora do seu corpo, faz do médium anímico-mediúnico um bom "sujet" para a hipnose, porque os seus relatos são vivos, nítidos e impressionantes.
Mas como não é sensitivo facilmente encontrável para servir de "sujet" nas experiências hipnóticas, também são raras as hipnoses que oferecem os excelentes aspectos e as comprovações indiscutíveis da regressão da memória perispiritual.

PERGUNTA: — Poderíamos denominá-lo de médium de transporte?
RAMATIS: — Essa denominação não se ajusta ao caso, pois o médium de transporte, ou o médium motor e de translação, citado na terminologia de Allan Kardec, é mais um auxiliar dos espíritos desencarnados para o transporte de objectos, flores, jóias, moedas, tecidos etc.
O médium de transporte aproxima-se melhor da categoria dos de fenómenos físicos, pois ele sempre fornece um tanto de ectoplasma para os espíritos operarem a desintegração dos objectos, que depois transportam apenas em seu molde etérico, devendo ser preenchidos novamente com a energia que depois se constitui na matéria.
O médium anímico-mediúnico situa-se melhor na categoria dos médiuns de desdobramento ou de bilocação, que podem exteriorizar o seu "duplo-etérico" a consideráveis distancias e que, em certos casos oportunos, chegam a ser vistos e ouvidos como se estivessem no seu próprio corpo físico.

PERGUNTA: Gostaríamos que nos apontásseis alguns exemplos de pessoas com esse tipo de mediunidade anímica mediúnica. É possível?
RAMATIS: — António de Pádua, o estimado frade português, é um exemplo típico dessa faculdade anímica mediúnica pois, conforme vos conta a tradição religiosa, ao mesmo tempo em que ele fazia sua prédica na Itália, também fez o seu aparecimento no templo de Lisboa, comprovando a sua faculdade de bilocação e a capacidade de projectar o seu duplo-etérico a tão longa distancia.
Felipe, o apóstolo, conforme relata a Bíblia (1) transladou-se para Azot; Dom João Bosco sentia-se deslocado para regiões distantes, e depois relatava suas visões anímico-mediúnicas; Santo Afonso de Liguori mostrava-se simultaneamente em dois lugares diferentes.

PERGUNTA. — E no caso de o médium ser intuitivo, como se processa o fenómeno anímico?
RAMATIS: — A mediunidade intuitiva, cuja manifestação não é mensurável ou palpável à luz dos sentidos físicos, é mais espiritual e menos fisiológica, conforme já dissemos, pois permite ao homem abranger panoramicamente os fenómenos de que o seu espírito participa em todos os sentidos de vida física, mental e espiritual.
No entanto, quando nos referimos ao médium intuitivo, como geralmente é classificado pela generalidade dos espíritas, e não ao homem espiritual em essência e senhor absoluto da percepção angélica que o põe em contacto constante com o mundo divino, aludi-mos ao médium que ouve, sente ou recebe o pensamento dos desencarnados, mas o faz de modo consciente.
O espírito desencarnado age directamente no cérebro perispiritual do médium intuitivo que, depois, transmite as ideias do seu comunicante para o mundo material, servindo-se do seu próprio vocabulário familiar e vestindo-as com suas expressões peculiares. E assim o médium intuitivo tem pleno conhecimento do que diz ou escreve, sendo esse tipo de mediunidade o mais comum e generalizado entre os homens.
Por isso exige a melhor interpretação possível do que é enviado do Além, e não se presta satisfatoriamente para determinação correta da identidade dos espíritos comunicantes, tão exigida pelos pesquisadores de provas, sempre tão desconfiados da realidade imortal.
Ela não serve para oferecer os detalhes minuciosos que a família, em seu cepticismo comum, exige do parente desencarnado em comunicação pelo médium de boa-vontade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 04, 2021 9:48 am

Quando o médium intuitivo é ainda inseguro e deficiente, então as comunicações dos desencarnados podem ser reduzidas, deturpadas ou confusas, pois devem passar primeiramente pelo cérebro físico dele, que assim as fiscaliza e as expõe conforme suas posses intelectuais e temperamento psicológico.
Em consequência, se o médium intuitivo é excessivamente anímico, as ideias recebidas dos desencarnados fundem-se com as suas ideias próprias ou preconcebidas, influindo também a bagagem do seu subconsciente, que pode ser tomada como sendo uma entidade desencarnada.
Assim, os pensamentos amplos, ou os conceitos filosóficos incondicionais, da vida espiritual, sofrem as restrições acanhadas do médium que os recepciona.
Devido ao seu condicionamento particular, ele enquadra tudo o que os espíritos transmitem na moldura do seu intelecto, que é limitado pelas chapas ou lugares comuns da vida humana.
Se se tratar de criatura avessa ao estudo e ainda ingenuamente convicta de que basta a "boa intenção" para garantir o êxito de sua tarefa ainda incipiente, não há dúvida de que muitas vezes ela comunicará coisas tolas e ridículas, à conta de mensagens de alto teor espiritual.

PERGUNTA: — Como poderíamos compreender mais claramente esse condicionamento mediúnico, capaz até de modificar o teor das mensagens dos espíritos comunicantes?
RAMATIS: — O médium, em verdade, também é uma personalidade destacada no tempo e no espaço, e não passa de criatura humana restrita ao campo de provas da Terra, que ainda é um planeta de ordem inferior.
Desde a infância ele se condiciona ao ambiente em que vive e é educado; sofre então a influência dos seus parentes, amigos, professores, filósofos, cientistas e lideres religiosos, com os quais mantém contacto no seu roteiro educativo e que por isso também nele influem psicologicamente.
Durante a eclosão e o desenvolvimento da mediunidade, esse médium ainda fica circunscrito à influência dos seus confrades espíritas, que o assistem e o orientam na caminhada vacilante para o seu ajuste sensato aos postulados do Espiritismo.
No intercâmbio mediúnico, ele ainda se vê obrigado a cingir-se à psicologia dos desencarnados com os quais se relaciona mais frequentemente e que, por isso, impõem-lhe um certo cunho pessoal.
Consequentemente, o intelecto desenvolvido ou tardo do médium intuitivo e as suas concepções amplas ou as premeditações acanhadas, sobre a natureza da vida imortal, hão de influir fortemente nas comunicações dos desencarnados, quer restringindo-lhes, quer ampliando-lhes o curso das ideias projectadas do Além.
Não resta dúvida de que o médium consciente sempre emoldura com sua índole psicológica e sua bagagem intelectual o conteúdo do que lhe é comunicado do outro mundo.

PERGUNTA — Como poderíamos entender melhor essa questão de o médium intuitivo emoldurar o pensamento dos espíritos que se comunicam através dele?
RAMATIS: — Ele estigmatiza os comunicados do Além, porque lhes inculca as suas peculiaridades e interpretações pessoais, tomando-os um prolongamento de sua própria personalidade humana.
Quando o médium é criatura sentenciosa e sisuda, costuma restringir, nas suas comunicações com os desencarnados, os gracejos ou qualquer laivo de humorismo.
Nesse caso, todos os espíritos que baixam por ele são graves, sisudos e conselheiros, malgrado depois de desincorporados sejam criaturas louçãs, espirituosas e alegres.
Na verdade, é o próprio médium que lhes impõe na filtragem mediúnica esse aspecto seu, todo pessoal, fazendo com que os espíritos comunicantes fiquem limitados a um cunho pesado, severo e tumular, embora sejam portadores doutro temperamento psicológico.
Em sentido oposto, quando o médium consciente é criatura optimista e jovial, avessa aos dogmatismos filosóficos ou religiosos, é possível inverter-se o caso acima, pois os mesmos espíritos que, pelo medianeiro sisudo e pesado se mostram exageradamente circunspectos, tomam-se então de bom humor, sem formalismos ou preconceitos doutrinários do mundo material.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 04, 2021 9:48 am

PERGUNTA: — Em face do nosso grande interesse na melhor compreensão da mediunidade intuitiva, ser-vos-ia possível apontar-nos alguns exemplos dessas peculiaridades pessoais que o médium intuitivo termina impondo nas suas comunicações com os espíritos desencarnados?
RAMATIS: — Em face de o médium intuitivo, durante as comunicações dos espíritos desencarnados, ser completamente senhor do seu comando mental, acontece que as suas convicções intelectivas, premeditações psicológicas e o seu temperamento emotivo também estigmatizam o que lhe é transmitido do Além.
Isso só não acontece quando se trata de elemento muitíssimo disciplinado no fenómeno mediúnico da intuição e que então é capaz de não interferir mentalmente no pensamento dos seus comunicantes.

PERGUNTA: — Poderíeis nos apontar algum exemplo mais concreto, a esse respeito?
RAMATIS: — Precisamos vos explicar que em muitos casos as convicções, os preconceitos e as restrições do médium passam a influir nos seus comunicantes.
Supondo-se, por exemplo, que determinado médium intuitivo é sistematicamente adverso ou contrário às comunicações de pretos-velhos, caboclos ou silvícolas, convicto absolutamente de que não merece confiança qualquer outra manifestação mediúnica além da dos cânones de sua crença ortodoxa, não resta dúvida de que os seus guias e demais espíritos que por ele se comunicam, embora intimamente pensem o contrário, terão que se ajustar ao paredão granítico de tal condicionamento pessoal.
E, por isso, eles também se manifestarão radicalmente contrários às comunicações dessas entidades tão comuns nos terreiros de Umbanda, embora algumas delas sejam aceitas junto à mesa espírita, quando guardam as directrizes dos princípios codificados por Allan Kardec.
No entanto, se o médium é pessoa sem quaisquer preconceitos doutrinários ou religiosos, simpatizante para com todos os esforços espiritualistas que buscam a Verdade tanto quanto ele, não há dúvida de que as mensagens mediúnicas que ele transmitir serão tecidas pelos desencarnados na mesma faixa de sua tolerância e compreensibilidade.
Tais médiuns não se mostrarão antagónicos às pitorescas comunicações dos silvícolas, caboclos ou pretos-velhos, mas respeitá-las-ão em seu nível de entendimento e progresso espiritual.
Daí, também, as contradições que surgem flagrantes e comumente na personalidade de um mesmo espírito quando ele passa a se comunicar por intermédio de outros médiuns intuitivos de índole ou cultura diferentes das do seu medianeiro predilecto, o que muito surpreende os seus simpatizantes pela multiplicidade de aspectos psicológicos novos que apresenta.
Aqui, um espírito que é tolerante, inimigo figadal de quezílias ou questiúnculas religiosas, habituado a comunicar-se através de médium também tolerante, quando se serve de um sensitivo intransigente revela-se ferrenho defensor da ortodoxia espírita, e só lisonjeia os postulados que lhe são simpáticos; ali, o guia jovial, destro no jogo de palavras e sempre afeito ao humorismo sadio, quando se comunica por um outro médium tradicionalmente carrancudo e conceituoso, trai o seu costumeiro cunho pessoal de sã alegria, para se manifestar severo e rígido; acolá, o espírito reconhecidamente fraterno, cortês e serviçal, assim que expõe o seu pensamento por outro intérprete intuitivo e rude, manifesta-se arrogante e seco, censurando gravemente os pecadilhos humanos dos seus ouvintes.
Não é difícil verificar-se que, de conformidade com a estrutura psicológica de muitos médiuns intuitivos, assim também se apresentam habitualmente os espíritos comunicantes.
E quando algum desses espíritos consegue comunicar-se por algum médium incorporativo inconsciente ou por um intuitivo absolutamente neutro a qualquer interferência anímica, só então pode ser identificado fielmente na sua verdadeira individualidade, revelando-se, por vezes, de temperamento emotivo e formação mental até oposta à habitualmente revelada por outro médium.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 04, 2021 9:49 am

PERGUNTA: — Desde que nas comunicações intuitivas sempre predomina a bagagem ou o condicionamento intelectual e psicológico dos médiuns, sobrepondo-se à própria individualidade do espírito manifestante, não seria bem melhor dispensarmos as sessões mediúnicas e tratarmos directamente com o médium intuitivo em vigília?
Assim poderíamos identificar suas convicções pessoais e capacidade espiritual, para só depois aceitarmos suas orientações ou conclusões doutrinárias.
Será mais sensato suportá-lo à mesa espírita, em travesti mediúnico, embora não possa transmitir integralmente o que lhe revela o seu comunicante e só nos ofereça o que é exclusivo de sua lavra pessoal?
Devemos acatá-lo só porque no término de sua prelecção ele pronuncia o nome de um espírito desencarnado?
RAMATIS: — Há no mundo um bom provérbio que assim reza:
"Nem tanto à terra, nem tanto ao mar".
Aliás, é o que também vos recomendamos no caso das comunicações espirituais pelos médiuns intuitivos.
Em nossas considerações mediúnicas endereçadas aos encarnados, adeptos ou médiuns do Espiritismo, temos sempre por principal objectivo aconselhar-lhes o estudo da doutrina espírita e o aprimoramento moral.
Entretanto, acima de tudo o médium intuitivo, sonâmbulo ou fenoménico deve desenvolver o seu sentimento universalista, para extinguir todas as premeditações e restrições com que desfavorece o trabalho dos outros credos e experimentações mediúnicas dos demais seres.
Só então poderá lograr o mais sadio aproveitamento de sua faculdade, atraindo para junto de si as entidades completamente libertas de preconceitos ou premeditações tão ao gosto dos homens ortodoxos.
Se o médium consciente e excessivamente anímico no intercâmbio com o Além ainda for rígido em sua crença, indiferente ou avesso à cultura espiritualista e aos experimentos psíquicos superiores alheios, não há dúvida de que os espíritos comunicastes sentir-se-ão tolhidos em transmitir-lhe ideias mais amplas ou expor por ele qualquer assunto de importância.
E, por isso, apenas poderão "lembrar" ao médium ou sugerir-lhe um tema que possa expor em público com os seus próprios recursos acanhados.
Assim sendo, ele nada mais poderá oferecer ao público espírita do que uma peça de sua própria lavra, cujo conteúdo será tão valioso quanto sejam a sua capacidade intelectiva e conhecimentos espirituais.
Nestes casos o guia mal consegue intuir o médium sobre o assunto que deve ser tratado na manifestação mediúnica, e dificilmente consegue interferir para ajustar ou tirar conclusões lógicas do que ele diz.
A imaginação exaltada, o animismo em demasia ou a bagagem psíquica medíocre, acumulada preguiçosamente no decurso da vida material, tornam o médium um elemento quase nulo para elevar o quociente mental e espiritual dos seus ouvintes.
Mas se o médium anímico amplia a sua bagagem intelectual e se dedica ao estudo incessante das obras mestras da espiritualidade, buscando o seu afinamento moral e espiritual em todos os ensejos educativos da vida e das relações humanas, ele não demora em se sobrepor ao seu automatismo psicológico e a governar os excessos de imaginação que perturbam a fidelidade das mensagens mediúnicas.
E caso ele ainda seja de propensão amorosa e universalista, a sua mente, qual tela panorâmica, há de abranger paisagens mais amplas e libertar as comunicações dos desencarnados dos condicionamentos particulares.
Sabeis que os espíritos benfeitores não impõem a sua vontade nem violam o sagrado direito do comando mental dos encarnados, pois respeitam-lhes até a teimosia de resistir aos impulsos do Bem.
Em consequência, eles também suportam os condicionamentos prejudiciais ou sectaristas dos seus médiuns, embora perseverem em dar-lhes conselhos incessantes para que se aperfeiçoem e investiguem na intimidade da alma os preconceitos e as barreiras que impedem a fluência exacta das comunicações dos desencarnados.

PERGUNTA: — Considerando que as ideias dos desencarnados tanto divergem na sua transmissão mediúnica para a matéria, como também variam de conformidade com o grau intelectual ou o temperamento psicológico do médium receptor, poderíeis nos apontar algum exemplo comparativo sobre esse assunto?
Gostaríamos que nos exemplificásseis o caso de um só espírito expondo os mesmos pensamentos através de médiuns diversos, diferentes entre si pela cultura, temperamento, sentimentos, ou capacidade intelectual.
Como seria transmitida a mesma ideia fundamental pelo mesmo espírito desencarnado, embora o fizesse através de vários médiuns com vocabulário, cultura e temperamento até opostos?
RAMATIS: — Supondo-se que algum espírito venha comunicar o mesmo assunto ou a mesma ideia fundamental por intermédio de quatro médiuns intuitivos diferentes em temperamento, cultura, inteligência ou condicionamento psicológico, veremos que cada uma das comunicações mediúnicas também apresentará um cunho pessoal diferente entre si e próprio de cada médium que a transmitir, embora ainda continue prevalecendo o seu tema essencial.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 04, 2021 9:49 am

Apresentando-vos um exemplo mais claro, consideremos que certo espírito deseja transmitir por intermédio de quatro médiuns distintos entre si a seguinte ideia-mater:
"uma casa branca situada à margem da estrada deserta e cercada por um jardim com muitas flores".
Suponhamos que, para transmitir essa ideia-base, o espírito comunicante disponha dos seguintes médiuns intuitivos, de cultura e condicionamento diversos em suas vidas, ou seja, um engenheiro, um poeta, um filósofo e, por último, um simples sertanejo, incapaz de qualquer exposição científica ou literária nos seus comunicados mediúnicos.
Sem qualquer dúvida, o assunto a ser ventilado através desses quatro médiuns tão diversos entre si, tanto na cultura como em sua formação psicológica, também há de variar em sua exposição conforme sejam o intelecto e emotividade, o conhecimento e o temperamento particular de cada um dos médiuns convocados, não obstante permanecer na sua intimidade a ideia fundamental de uma "casa branca situada à margem da estrada deserta e cercada por um jardim de flores".
O médium engenheiro, disciplinado pela precisão matemática das coisas do seu estudo, há de comunicar a mensagem mediúnica em linguagem mais técnica, parcimoniosa e académica.
Provavelmente diria assim:
"Uma edificação decorada em branco, localizada à margem direita da estrada e ladeada por um jardim".
Entretanto, o médium poeta, embora medianeiro do mesmo assunto, haveria de descrevê-la com o seu estro inspirado e na seguinte forma:
"Era uma vivenda lirial, orlando faceiramente a estrada tranquila sob a doce quietude da tarde serena, qual pomba gárrula pousada no seio de verdejante ninho atapetado de flores".
O médium filósofo, por sua vez, sob a actuação da mesma ideia comunicada pelo espírito desencarnado, graças ao seu treino especulativo e à facilidade de elucubração mental, deveria se expressar assim:
"Era uma residência pintada de branco, junto à estrada empoeirada, à semelhança de pensativa e solitária criatura meditando sobre o destino das coisas e dos seres; em tomo, florido jardim, sob a orgia das cores, era dadivosa compensação àquele destino ignorado".
Finalmente, esse mesmo assunto, já ventilado pelos três médiuns intuitivos anteriores, cada um impregnando-o pessoalmente com a sua cultura, temperamento e individualidade, ao ser transmitido pelo quarto médium, o modesto sertanejo, provavelmente seria expresso da seguinte forma:
- Era uma casa caiada de branco, fincada na beira da estrada e rodeada de um jardim plantado de flores".
A sua exposição, portanto, seria destituída da feição académica da do engenheiro, sem a literatice do poeta e a conjectura do filósofo, em linguagem simples e até empobrecendo a ideia fundamental do espírito desencarnado.
No exemplo que vos expusemos, cada médium transmite a mesma ideia-mater, vestindo-a conforme a sua capacidade intelectual, o seu gosto pessoal e talento, embora evidenciando sempre que o assunto básico é a descrição de uma casa branca junto à estrada e cercada por um jardim de flores".
Eis, porque, então, variam as diversas manifestações da mediunidade intuitiva, cujo êxito depende muitíssimo do conhecimento, da fluência da linguagem, da pureza lexicológica e do talento literário ou académico que o médium já tiver consolidado.

1 — Nota do Médium: - Actos dos Apóstolos: 8: 39, 40.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 04, 2021 9:49 am

CAPITULO 11 - Uma observação individual
PERGUNTA: — Poderíeis nos esclarecer melhor o assunto dos capítulos anteriores com algum exemplo mais objectivo?
Talvez pudésseis torná-lo mais claro baseando-vos no trabalho e nas características do próprio médium que vos recepciona o pensamento neste instante.
É possível?
RAMATIS: — É óbvio que todo médium precisa disciplinar-se sob certo roteiro de desenvolvimento e correcção mediúnica, porquanto não há privilégios especiais nem saltos miraculosos e extemporâneos que violentem o processo de educação do espírito na matéria ou nas suas relações com o Além.
Deste modo, o nosso médium actual também encontrou os percalços comuns do caminho acidentado do desenvolvimento e do progresso mediúnico, por cujo motivo as suas primeiras comunicações foram confusas, vacilantes, e um tanto prejudicadas pela sua interferência anímica.
Ele atravessou os primeiros anos de sua eclosão mediúnica em intensa luta interior, para poder firmar-se no roteiro satisfatório com que hoje já nos recepciona o pensamento manifesto do "lado de cá".
Enfrentando os tropeços naturais à iniciação de todo médium intuitivo e ainda incipiente — porque era consciente e "sabia" de tudo o que lhe passava pelo cérebro — ele opunha dúvidas às mensagens transmitidas por seu intermédio desconfiando tratar-se de ideias exclusivamente de sua mente em vez de comunicações procedentes de espíritos desencarnados.
Muitas vezes deixou-se tomar pelo desânimo, sem poder definir com segurança a natureza de sua função mediúnica, pois escapava-lhe o recurso de dominar o fenómeno imponderável aos sentidos físicos e assim não podia firmar uma base concreta para prová-lo. Igualmente ao que acontece à maior parte dos médiuns recém-ingressos na seara espírita, o nosso sensitivo alimentava a ilusão de ver-se desenvolvido do dia para a noite, sob um passe de mágica aplicado pelo seu guia ainda desconhecido.
Julgou que a sua mediunidade ainda chegaria a eclodir de modo instantâneo e sonambúlico, permitindo-lhe mais tarde incorporar os espíritos sem ter "consciência" disso.
Seguimo-lo, passo a passo, no seu caminho árduo e confuso, e só podíamos acenar-lhe e encorajá-lo no silêncio íntimo de sua alma, convidando-o a prosseguir sem desânimo e a estudar com perseverança, para então dominar a sua suspeita prejudicial. Aceitamos, esperançosos do futuro, a cota de equívocos e dificuldades que ele nos opunha nos seus comunicados mediúnicos, assim como submetemo-nos docilmente à concepção preconcebida com que ele emoldurava a sua mente no tocante à vida extra-terrena e à resistência ortodoxa que nos restringia as conceituações filosóficas da imortalidade da alma.
Por entre a desconfiança do médium e a sua imaginação indisciplinada, condescendendo com as ideias fantasiosas que ele inconsciente e animicamente interpelava nos assuntos que lhe havíamos ventilado junto ao cérebro perispiritual, pouco a pouco avançamos, por entre o cipoal das suas contradições mediúnicas e suposições ingénuas, para lograrmos com ele o serviço que já nos satisfaz na hora actual.
No entanto, como o sabíamos responsável por certo trabalho psicográfico, que mutuamente combináramos no Espaço, antes de sua actual encarnação, e conhecendo também o roteiro dificultoso de todo médium intuitivo, sonambúlico ou fenoménico, não nos preocupávamos com as suas comunicações triviais, anímicas ou fantasiosas das primeiras horas de labor mediúnico.
Muito antes de apurar-lhe o intelecto, importava-nos ajudá-lo a acertar a sua bússola espiritual para o Norte Evangélico, que deve ser o refúgio seguro de todo médium desejoso de participar do serviço superior, sem a preocupação de glórias e veleidades efémeras do mundo físico transitório.
Depois, então, intuímo-lo, incessantemente, para desenvolver sua mente no estudo proveitoso da ciência espiritual, assim como ajuizar com respeito aos esforços benfeitores dos demais trabalhadores da vida do espírito imortal.
Enquanto isso acontecia, acompanhávamos o seu desenvolvimento mediúnico, ainda na fase tormentosa e sob o assédio das entidades imperfeitas, que sempre se aproveitam da porta aberta pelo descuido evangélico.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 04, 2021 9:49 am

PERGUNTA: — Quereis dizer que os mentores desencarnados não operam com seus médiuns exclusivamente nas horas da sessão mediúnica, mas o fazem durante o tempo em que eles cumprem suas tarefas cotidianas no mundo profano; não é assim?
RAMATIS: — Os espíritos desencarnados e de responsabilidade, quanto mais preocupados com sua renovação espiritual, tanto mais se sobrecarregam com múltiplas obrigações e compromissos no plano sideral, por cujo motivo não podem permanecer "colados" seguidamente aos seus pupilos, na Terra, os quais também recebem outros auxílios de amigos, simpatizantes e parentes desencarnados.
No entanto, todo tempo disponível de que os mentores e guias dispõem, entre as suas tarefas no Espaço, empregam-no para ajudar os encarnados sob sua responsabilidade cármica, assim como fazemos com o nosso sensitivo, ao qual estamos ligados por velhos laços de amizade espiritual e a quem tudo temos feito para guiá-lo aos objectivos benfeitores da vida imortal.
Dentro de um plano estabelecido antecipadamente, sempre o intuímos para a leitura proveitosa e o melhor conhecimento espiritual, assim como o encaminhamos para junto daqueles que são mais experimentados e podem alertá-lo no serviço mediúnico e sobre os seus deveres espirituais.
Muitas vezes por "coincidência", o nosso médium abriu o livro na página exacta, obtendo a explicação correta para a sua dúvida angustiosa do momento.
Certa vez conseguimos inspirar um seu amigo que, então, o presenteou com uma obra benfeitora, que o ajudou a solucionar parte dos problemas aflitivos do desenvolvimento mediúnico.
Através de laços invisíveis, que os encarnados ignoram na sua vida cotidiana, os seus amigos desencarnados os assistem e ajudam a resolver desde as questões mais diminutas, quando promovidas pela dúvida sincera, até às soluções dificultosas que modificam os destinos humanos.

PERGUNTA: — Consta-nos que os mentores chegam às vezes a mobilizar espíritos mais primitivos ou sofredores, para beneficiarem os seus protegidos.
Isso também aconteceu com o vosso médium?
RAMATIS: — Algumas vezes, quando o nosso medianeiro acentuava a sua desconfiança sobre a imortalidade do espírito, quer por não possuir provas concretas disso, ou porque não lograva sentir fisicamente os fluidos perispirituais, nós o submetíamos, nas sessões mediúnicas, à acção dos fluidos densos e coercivos das entidades menos felizes, que assim deixavam-lhe marcada na própria carne a convicção de que o "espírito existe".
Sujeito a esse recurso drástico, em que ele mudava até a sua expressão fisionómica, a sua linguagem e o teor dos sentimentos sob a acção do espírito comunicante sofredor ou rebelde, e embora afligido durante a incorporação, fortalecia-se, no entanto, a sua convicção íntima da sobrevivência da alma e também o respeito aos postulados espíritas.
O exercício mediúnico confrangedor deu-lhe também a compreensão de que os espíritos benfeitores dificilmente podem se fazer sentir fisicamente sobre os médiuns ou de maneira a oprimi-los, porque os seus fluidos são mais rarefeitos e suaves, causando apenas uma leve impressão de natureza psíquica, em vez de qualquer violência ou opressão na carne.
Só as almas atribuladas, imperfeitas ou mal-intencionadas é que costumam actuar com violência ou rudeza nos seus medianeiros, dissipando-lhes as desconfianças quanto à realidade inconteste do outro mundo.
É o fluido confrangedor, dos espíritos sofredores, o recurso de que as entidades do Bem costumam por vezes se utilizar a fim de dissipar a dúvida de muito S. Tomé encarnado!...
Deste modo, o nosso médium também necessitou ser submetido à tarefa mediúnica com os desencarnados sofredores, imperfeitos ou rebeldes, que lhe proporcionaram o ensejo valioso de poder discernir na sua própria carne a variedade dos fluidos bons ou maus dos espíritos desencarnados, assim como o de convencer-se de sua própria existência imortal.
O médium compreendeu, por fim, que, de acordo com as intenções e o grau evolutivo dos espíritos desencarnados, também se alteram a densidade, a temperatura e o próprio odor dos seus fluidos.
Isso tornou-o mais percuciente na auscultação fluídica dos desencarnados e amadureceu-lhe o senso de vigilância, o que muito o ajudou mais tarde a recusar em tempo as ideias e as sugestões capciosas que certas entidades tentaram incutir-lhe na mente à conta de nossa responsabilidade espiritual.
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Após tantos tropeços e decepções, o nosso sensitivo reconheceu, por fim, que só um estudo disciplinado, tenaz e perseverante, com o aproveitamento de todos os minutos disponíveis em sua vida profana, para melhorar o seu padrão moral, é que realmente poderia ajudá-lo a solucionar todas as incógnitas e os problemas aflitivos do exercício da mediunidade intuitiva.
Estudo, trabalho e disciplina a serviço do próximo passaram a significar-lhe as principais etapas do processo de crescimento e do seu sucesso no cultivo da faculdade mediúnica.
Eis por que advertimos-vos de que não é bastante que o médium dispense algumas dezenas de horas junto à mesa espírita, na tentativa de captar as ideias dos desencarnados e expô-las ao público vestidas com a sua capacidade intelectual, e assim lograr o êxito almejado no cultivo da mediunidade.
É preciso, também, que o médium se aprimore no trato cotidiano dentro de suas próprias obrigações comuns, no contacto com os demais espíritos "encarnados" que também oferecem inúmeros ensejos à luz do dia para o intercâmbio benfeitor ou condenável.
O desenvolvimento mediúnico, em verdade, só termina no momento em que o médium cerra os olhos para o mundo carnal e retorna ao Espaço, a fim de submeter seus actos e propósitos à apreciação da contabilidade divina, que então o julgará quanto ao bom ou mau uso da faculdade que lhe foi cedida por empréstimo em favor de sua própria redenção espiritual.

PERGUNTA: — E já considerais o vosso médium actual como um instrumento fiel para a transmissão de vossas mensagens ao mundo material?
RAMATIS: — Embora julguemos que ele ainda não seja o instrumento ideal para a fidelidade de nossas mensagens, pois às vezes também as interpreta segundo as suas próprias concepções filosóficas e temperamento psicológico, podemos assegurar que já nos facilita muitíssimo o trabalho do intercâmbio mediúnico.
Tal como a ferramenta que se aguça pelo uso constante, cremos que pouco a pouco ele há de se ajustar ao esquema exacto de nossa responsabilidade comunicativa para a Terra, e assim revelar mais fielmente as nossas características espirituais.
Graças à sua maleabilidade psíquica e isenção de preconceitos intelectuais ou religiosos, o nosso médium já nos permite maior fluência de ideias e reduz a sua interferência anímica.
Isso favorece-nos bastante, porque a ausência de premeditações doutrinárias ou prevenções pessoais permite-nos abordar assuntos educativos cursados noutras actividades espirituais, além do labor espirítico.
A sua despreocupação para com seita e ortodoxia religiosa, assim como o respeito para com os demais movimentos redentores da alma, tais como a Teosofia, o Esoterismo, a Rosa-Cruz, a Yoga, o mediunismo de Umbanda ou a mensagem de Krishnamurti, deixa-nos em liberdade para transferir aos leitores um conteúdo de carácter mais universalista.

PERGUNTA: — Pressupomos, pois, que, à medida que aumenta a visão global dos médiuns, os seus guias também podem "melhorar" os seus próprias conceitos e perspectivas de esclarecimento espiritual; não é assim?
RAMATIS: - Assim como a substituição gradativa de vidros cada vez mais transparentes, na lanterna, não lhe aumenta a quantidade e a qualidade intrínseca da luz, mas só proporciona maior fidelidade na iluminação, o discernimento, o progresso filosófico ou intelectivo do médium também não amplia o quociente espiritual e a visão já desenvolvida dos seus guias, mas apenas facilita-lhes patentearem com mais exactidão o valioso acervo psíquico de que já são portadores como aquisição espiritual definitiva.
A elevação moral do médium proporciona a si mesmo melhor transparência espiritual, o que então favorece aos desencarnados sábios e benfeitores o ensejo de revelarem para o mundo carnal maior conteúdo do seu conhecimento e atributos siderais. Conforme já expusemos alhures, o médium é o filtro do pensamento dos desencarnados para a matéria.
Assim, quanto maior amplitude intelectiva e qualidade espiritual ele puder oferecer aos seus comunicantes, também há de favorecer-lhes para a exposição mais fiel de suas mensagens.
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Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 3 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 04, 2021 9:50 am

PERGUNTA: — A fim de avaliarmos o progresso da sua própria mediunidade intuitiva, podeis dizer quais são os valores que o vosso médium actual já consolidou para servir-vos de modo mais eficiente nas transmissões mediúnicas?
RAMATIS: — Visto que o nosso sensitivo é consciente de quase tudo o que lhe comunicamos em espírito ou do que ele percebe em contacto com a nossa mente, já se reduziram bastante as nossas dificuldades comunicativas, porque ele, por isso, é bem mais confiante nas mensagens que transferimos do "lado de cá", destinadas às reflexões dos encarnados.
A sua convicção de que operamos com intenções benfeitoras e educativas; de que actuamos sob a inspiração do Divino Jesus e sem quaisquer interesses subversivos, deixou-o mais tranquilo no seu serviço mediúnico, animando-o para cooperar com satisfação no serviço útil do Bem.
Quanto à natureza dos valores que ele já deveria ter consolidado para servir-nos com melhor proficiência espiritual, cremos que é inútil repisarmos tudo o que já vos temos dito incessantemente até este momento.
Esses valores, que quereis conhecer, são resultantes do estudo incessante das obras máximas do espiritualismo, do serviço desinteressado ao próximo e do constante aprimoramento moral, que é de obrigação de qualquer médium, seja intuitivo, sonâmbulo ou de efeitos físicos.

PERGUNTA: — Mas não podemos deixar de reconhecer que o vosso médium actual já nasceu com certas qualidades psíquicas latentes, que devem tê-lo favorecido bastante para alcançar o índice de aproveitamento e a capacidade com que recepciona as vossas mensagens mais incomuns.
RAMATIS: — Todos vós possuís no âmago da alma a mesma qualidade intrínseca a todo ser criado por Deus!
E, no caso dos médiuns, aqueles que já apresentaram melhor graduação espiritual e capacidade mental devem-no ao seu trabalho eficiente e qualitativo, fruto de seu esforço abnegado e aproveitamento de todos os seus minutos disponíveis em favor da causa espiritual.
Não há dúvida de que há sempre uma diferença de capacidade, inteligência e moralidade entre os homens, mas isso é devido à própria idade sideral de suas consciências forjadas no tempo e no espaço, que lhes gradua o entendimento mental e a natureza do sentimento.
Isso também ocorre com o nosso sensitivo, que de forma alguma é um ser excepcional entre vós, nem é missionário eleito para as pregações apostolares de salvação da humanidade, só porque transmite aos encarnados as nossas singelas mensagens de convite ao Bem.
Ele é apenas um espírito de origem comum a todos os demais seres, embora cumprindo tarefa, que solicitou, de cooperar no serviço espiritual entre o Além e a Terra.
Mas nesse labor ele é um dos mais interessados, porque do seu êxito também resultará maior crédito para a recuperação de suas forças mal empregadas em algumas existências passadas.
Com o serviço extra, de divulgação espiritual, ele conjuga as suas próprias necessidades espirituais e luta arduamente para obter o maior resultado possível no usufruto da faculdade mediúnica, que é o acréscimo concedido para a liquidação mais urgente de sua dívida cármica.

PERGUNTA: — Supondo-se que o vosso médium actual recusasse cumprir a sua promessa de intercambiar as vossas mensagens para a Terra, porventura ele poderia ser substituído com o mesmo êxito?
RAMATIS: — O bom êxito dos programas espirituais benfeitores, do Espaço, não fica adstrito exclusivamente à complacência ou à vontade caprichosa de qualquer médium irresoluto.
Em nosso caso, muitos outros médiuns poderiam substituir o que nos serve neste momento e, quiçá, até com vantagem, se ele se recusasse a cumprir suas promessas efectuadas antes de imergir nos fluidos do ambiente terráqueo.
Seria grande tolice de sua parte julgar-se ele um elemento indispensável e insubstituível, pois ainda existem no vosso orbe médiuns capazes, sensatos e disciplinados, que poderiam superar o nosso sensitivo no intercâmbio mediúnico.
Repetimos-vos: ele é apenas um trabalhador de boa vontade, muitíssimo interessado no salário proveitoso, mas não um missionário eleito pelo Alto e com a incumbência de rasgar a cortina de sombras do planeta Terra.
Através de sua mediunidade intuitiva, nós, espíritos desencarnados, tenta-mos recordar-vos os ensinamentos espirituais que os eleitos do Senhor já semearam muito antes de nossa singela interferência.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 04, 2021 9:50 am

Nós também de modo algum pretendemos merecer a coroa de glória que auréola os santos e os eleitos do Pai, pois não podemos acrescentar algo novo sobre a face da Terra, mas apenas avivar conceitos milenários e efectuar algumas comparações úteis, no esforço de confirmar a justeza dos conceitos evangélicos de Jesus.
Nenhum ser, indistintamente, foi jamais deserdado por Deus em matéria de suas elevadas qualidades espirituais inatas, pois todos serão chamados, na hora oportuna, para colaborar no serviço sublime da redenção humana dos mais infelizes.
Assim, a tarefa mediúnica que exerce o nosso sensitivo é trabalho comum a todo aquele que aceita o serviço sacrificial para o seu próprio bem e em favor da vida imortal.
Mas no exercício da mediunidade proveitosa e sã, o médium não pode servir a Deus e a Manon, ao mesmo tempo, ou seja reunir o útil do serviço mediúnico ao agradável do prazer transitório do mundo carnal.
Assim como o bom adubo desenvolve mais vigorosa e rapidamente a flor tenra, o trabalho mediúnico incessante, no serviço do bem, também desperta e desenvolve as qualidades latentes e sublimes de todos os médiuns.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 05, 2021 9:59 am

CAPÍTULO 12 - A mediunidade mecânica.
PERGUNTA: — Como é que se processa a mediunidade mecânica?
RAMATIS: — Na classificação feita por Man Kardec no "Livro dos Médiuns", o médium mecânico é "aquele em que o espírito desencarnado poderá actuar directamente sobre os centros nervosos e nervos motores, sem necessidade de agir pelo seu perispírito".
Isso facilita-os agirem tão livremente e sem obstáculos anímicos, que então escrevem, pintam ou até compõem música sem a interferência mental do médium.
Nesse caso o médium não toma conhecimento directo do fato que ocorre consigo, e o espírito comunicante, actuando com fidelidade, tanto consegue escrever na forma que lhe era peculiar na vida física, como também pode tratar de assuntos desconhecidos do seu próprio intermediário, que apenas assiste em vigília ao trabalho automático de sua mão, podendo mesmo ocupar-se mental ou verbalmente de outras coisas.
O espírito desencarnado liga-se ao médium mecânico através dos gânglios nervosos à altura da omoplata: ali ele dispõe de um segundo cérebro e pode actuar facilmente nos nervos motores dos braços e das mãos do médium, podendo escrever directamente, tal como o fazia em vida física.
Certos médiuns mecânicos chegam a trabalhar com ambas as mãos ao mesmo tempo e sob a acção simultânea de duas entidades; alguns tanto escrevem mecanicamente em sua linguagem comum, como também o fazem em idioma desconhecido e até em dialectos já extintos, do mundo.
Os seus escritos também apresentam caracteres gráficos exactamente como os escreviam os seus comunicantes quando encarnados.
Em tais condições excepcionais, o médium mecânico ainda pode palestrar com os circunstantes sobre assunto completamente diferente daquele que psicógrafa automaticamente.

PERGUNTA: — Que poderíeis nos dizer sobre a mediunidade "semi-mecânica", que também é faculdade do vosso actual médium?
RAMATIS: — Conforme explica Allan Kardec no "Livro dos Médiuns", o médium semi-mecânico participa tanto da mediunidade mecânica como da intuitiva, pois escreve recebendo parte do pensamento dos espíritos pela comunicação e contacto perispiritual, ao mesmo tempo que outra parte é articulada pelos comunicantes, independentemente de sua vontade.
No médium absolutamente mecânico, o movimento de sua mão é dirigido pelo espírito comunicante, e o pensamento, portanto, vem depois da escrita; no caso do médium intuitivo, a sua escrita é espontânea e voluntária, pois o pensamento do desencarnado precede-lhe o ato de escrever.
O médium semi-mecânico, que atua entre essas duas faculdades, tanto escreve intuitiva e voluntariamente, como às vezes o faz através dos impulsos directos dos desencarnados, cujos pensamentos então acompanham a escrita.
O médium semi-mecânico tem conhecimento parcial daquilo que escreve, pois a maior percentagem do assunto transmitido do Além atravessa-lhe o cérebro perispiritual.
No entanto, passa a ignorar os trechos que são escritos mecanicamente pelo seu braço através do plexo braquial e sem fluir-lhe pelo cérebro físico.
Em vez de "ouvir" ou "captar" o pensamento do espírito comunicante, na recepção intuitiva, quando ele escreve mecanicamente só pode limitar-se a "ler" o que independentemente de sua vontade vai sendo escrito no papel.
No entanto, ele conhece antecipadamente e fiscaliza uma grande parte daquilo que deverá escrever e que lhe passa pelo cérebro perispiritual, mas ignora os pensamentos ou palavras que a sua mão escreve automática e acidentalmente sob a acção dos desencarnados.
A comunicação recebida pelo médium mecânico conserva as características psicológicas e gráficas dos espíritos comunicantes, mas a psicografia do médium semi-mecânico ainda trai a sua maneira peculiar de escrever normalmente, excepto em algumas frases ou tópicos, em que se percebe o estilo do autor espiritual.
Em verdade, o êxito do trabalho do médium semi-mecânico depende muitíssimo da sua capacidade em conjugar-se simultaneamente ao pensamento e aos fluidos dos espíritos comunicantes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 05, 2021 9:59 am

O médium intuitivo, por exemplo, recebe o pensamento do desencarnado através do seu cérebro perispiritual e depois o veste com os seus vocábulos peculiares, exprimindo-se com o seu próprio modo de falar ou escrever mas o semi-mecânico tanto psicógrafa intuitivamente parte do comunicado do Além e produz o escrito mediúnico com o seu próprio vocabulário, como também emprega frases e palavras, que se grafam espontaneamente e através de impulsos que lhe tomam a mão independentemente de sua vontade.
É uma comunicação que se processa de modo intermitente, isto é, parte mecânica e parte intuitiva, e quanto mais esse tipo de médium se absorve no seu trabalho, também os desencarnados encontram mais facilidade para comunicar-se directamente e sem o necessário contacto perispiritual.
Entretanto, os médiuns semi-mecânicos diferem intensamente entre si, pois, enquanto em alguns predomina a faculdade mecânica, noutros prepondera a mediunidade intuitiva.
O nosso médium, por exemplo, é predominantemente intuitivo e só em raras ocasiões podemos grafar algum assunto sem mantermos contacto com o seu cérebro perispiritual.

PERGUNTA: — Tratando-se de um tema que é do interesse da maioria dos médiuns, poderíeis explicar-nos, ainda, com mais detalhes, o funcionamento dessa mediunidade semi-mecânica?
RAMATIS: — Exemplificamos: o médium intuitivo age conscientemente, por sua livre e espontânea vontade, e compõe o ditado mediúnico, transmitido pelos desencarnados, com si as próprias palavras.
No entanto, o médium mecânico submete-se inteiramente ao comando do Além, enquanto sua mão escreve directamente e sem qualquer interferência de sua parte.
O médium semi-mecânico participa de ambas as faculdades, pois os espíritos tanto lhe transmitem suas ideias através do cérebro do perispírito como, nos momentos favoráveis e de maior sensibilidade mediúnica, conseguem escrever frases ou trechos movimentando-lhe a mão directamente.
O médium bastante experimentado, em tais momentos, deixa-se mover docilmente, não oferecendo resistência aos impulsos que lhe fluem pelo braço e pela mão.
Mais tarde comprova que parte da comunicação psicografada foi escrita mecanicamente, enquanto a outra parte passou-lhe nitidamente pelo cérebro físico.
Dizem os médicos, como se fora notável descoberta moderna, que a electricidade biológica é o elemento dinâmico propulsor do trabalho dos nervos; é a força viva que age no campo neuro-muscular.
No entanto, há milénios isso já era conhecidíssimo dos velhos iniciados caldeus, egípcios, etíopes e hindus, que a denominavam de “prana", isto é, o elemento magnético e cósmico vital, muito familiar das escolas espiritualistas do Oriente e de todos aqueles que investigam os fenómenos do mundo oculto.
Essa energia, que tanto impregna o perispírito como interpenetra os interstícios de todo o organismo carnal, também se subordina, na sua manifestação, a leis bastante semelhantes aos princípios que disciplinam a energia eléctrica.
Consequentemente, o "prana" ou a electricidade biológica classificada pela Medicina académica escoa-se facilmente pelo corpo humano através da rede nervosa, e principalmente pelas pontas dos dedos ou dos cabelos, em obediência a princípios ou leis muito parecidas às que regem a manifestação de electricidade, na sua forma de energia dinâmica em dispersão ou "fuga" pelas pontas.
O "prana", portanto, como a electricidade biológica, também foge ou dispersa-se pelas pontas dos dedos ou dos cabelos dos homens; em sentido inverso, ele transforma-se em energia estática e polariza-se em torno dos órgãos e regiões esféricas do corpo físico.
Eis por que é possível aos radiestesistas experimentados atestar o grau de vitalidade orgânica do homem examinando as oscilações negativas ou positivas dos pêndulos de prospecção, os quais se movimentam conforme a frequência das ondas electromagnéticas, que são emitidas pelos corpos ou seres na forma de energia dinâmica ou estática.
Em consequência, os plexos nervosos são fontes de "prana" armazenado ou de electricidade biológica polarizada, constituindo-se nas reservas energéticas, que a qualquer momento transformam-se em energia dinâmica fazendo a conexão dos órgãos físicos e as suas respectivas contrapartes ou matrizes situadas no perispírito, que são extremamente sensíveis à actuação dos espíritos desencarnados, no caso dos médiuns mecânicos.
Quando o médium conserva maior potencial de carga magnética em torno dos seus plexos nervosos, ele também oferece melhor ensejo para os desencarnados accionarem os seus nervos motores e assim identificarem-se mais facilmente por suas características individuais.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 05, 2021 9:59 am

O médium mecânico é mais apropriado para identificação dos "falecidos", pois a seiva magnética que ele acumula prodigamente nos plexos nervosos transforma-se em alavanca eficiente para os desencarnados comandarem-lhe os nervos motores dos braços, e assim exporem fielmente as suas ideias e escreverem de forma idêntica à que usavam em sua vida física.
Mas o médium semi-mecânico, cujo sucesso no intercâmbio com o Além depende da melhor conjugação simultânea com os seus comunicantes, vê-se obrigado a preencher intuitivamente todos os truncamentos ou vazios de suas comunicações mediúnicas, por cujo motivo tem consciência perfeita de quase tudo o que escreve, embora o faça de modo semi-mecânico.
Quando desaparecem-lhe os impulsos da mão, na escrita mecânica, ele prossegue o comunicado passando a "ouvir" intuitivamente os seus comunicantes, que ora escrevem directamente, ora o fazem pelo ajuste perispiritual.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 05, 2021 10:00 am

CAPÍTULO 13 - A mediunidade intuitiva e a de incorporação.
PERGUNTA: — A mediunidade mecânica é a própria mediunidade de incorporação?
RAMATIS: — Há que distinguir o seguinte: o médium mecânico e o semi-mecânico não abandonam o seu corpo físico no momento em que escrevem as mensagens dos espíritos desencarnados, enquanto que, no caso da incorporação completa, o espírito e o perispírito do médium podem afastar-se até longa distância, deixando o corpo físico sob o comando dos desencarnados comunicantes.
Conforme já expusemos anteriormente, o médium de incorporação completa quando abandona o seu corpo físico fica ligado a ele só pelo cordão fluídico e, enquanto permanece ausente, outro espírito se manifesta, assim como na ausência do dono da casa algum amigo ou estranho passasse a habitá-la.
Embora ele continue preso ao corpo carnal, pelo cordão fluídico, em virtude do seu desligamento dos centros energéticos do duplo-etérico, cai-lhe a temperatura e o transe mediúnico aprofunda-se para o estado de catalepsia.
Assim, o êxito da comunicação mediúnica de incorporação, em transe completo, depende muito do conhecimento e da possibilidade de o próprio espírito desencarnado comandar o organismo físico do médium, que é o seu verdadeiro dono, mas ausente.
A mediunidade de incorporação tal como a mecânica, também se presta melhor para as identificações corretas dos desencarnados que, podendo actuar' sem interferência do médium, podem revelar com êxito as suas características psicológicas, e outras particularidades íntimas de sua vida na Terra.
Embora os espíritos comunicantes tenham de se submeter às exigências instintivas do corpo físico do médium de incorporação, o qual conserva os ascendentes biológicos e os hábitos particulares estigmatizados na sua vida em comum, eles assim mesmo conseguem manifestar-se de modo a comprovarem sua identidade.
Embora em casa alheia ou dispondo de outro instrumento vivo de manifestação no cenário do Inundo material, através da face do sensitivo e de sua voz não deixam de estampar as suas principais qualidades ou defeitos conhecidos pelos vivos.
A severidade, a malícia, o humorismo, a capciosidade, a ternura, a sisudez ou a humildade retractam-se perfeitamente através do médium de incorporação, porque ele goza da faculdade de poder plastificar em suas faces as expressões pessoais dos seus comunicantes.
Lembra o caso do inquilino que, embora mudando-se para uma residência já mobiliada pelo seu antigo proprietário, modifica de tal modo a disposição comum dos móveis ali encontrados, que revela nessa arrumação o seu próprio gosto artístico e a sua preferência emotiva.
Servindo-se do médium de incorporação, o espírito comunicante já encontra nele certos hábitos biológicos e condicionamentos psicológicos que foram "arrumados" a seu gosto; mas durante a comunicação consegue interferir no seu intermediário e deixa transparecer algo de sua própria índole e temperamento espiritual.
Em virtude de o espírito do médium afastar-se completamente do seu organismo físico, juntamente com o seu perispírito, a comunicação mediúnica flui-lhe de modo inconsciente e ele desperta do transe mediúnico sem nada recordar-se daquilo que foi transmitido pelo seu cérebro físico durante a sua ausência espiritual.
Mais tarde, surpreende-se quando alguém descreve-lhe certos assuntos, conceitos filosóficos ou argumentação científica, que ele proferiu mas de que não teve conhecimento pessoal.

PERGUNTA: — Poderíamos considerar o médium intuitivo como um tipo exactamente oposto ao de incorporação?
Ambos não representam os dois tipos clássicos de médium "consciente" e de médium inconsciente, situados, portanto, em extremos completamente opostos?
RAMATIS: — A escala da faculdade mediúnica é muito extensa e variada.
O médium, que é também um indivíduo senhor de vasta ou reduzida bagagem psíquica milenária, está sempre presente animicamente e com o seu acervo pessoal na comunicação mediúnica dos desencarnados.
É dificílimo, pois, encontrar dois médiuns cuja moral, temperamento, cultura ou poder mental coincidam rigorosamente entre si e, por isso, produzam comunicações perfeitamente semelhantes.
Mesmo quando se trata de médium de incorporação completa, e inconsciente, a sua bagagem psíquica e a contextura de sua individualidade espiritual sempre influem nas comunicações mediúnicas, impondo certa peculiaridade pessoal do mesmo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 05, 2021 10:00 am

Só em caso de morte física é que o espírito se desliga completamente do corpo carnal, que passa a ser o "cadáver" absoluto, o corpo sem vida e sem qualquer possibilidade de influir exteriormente.
O perispírito do médium, que é a matriz ou o molde original do corpo físico emprestado ao espírito desencarnado manifestante, embora conserve-se a longa distância, assim mesmo influi, de onde se encontra, deixando transparecer na comunicação suas características psíquicas já condicionadas no pretérito.
O espírito comunicante utiliza-se do corpo do médium como se encontrasse a casa livre para habitar, tal como já vo-lo explicamos; mas o seu temperamento, cultura ou costumes só poderão se manifestar para o exterior através dos "móveis" do dono da casa ou seja das peculiaridades do médium ausente.
A faculdade intuitiva e a de incorporação não podem ser consideradas dois ladrões exclusivos de mediunidade opostas entre si, porque tanto o médium intuitivo como o de incorporação podem variar em sua manifestação mediúnica, revelando alguns matizes opostos e incomuns à sua própria faculdade habitual.
O intuitivo, algumas vezes, pode comunicar em transe sonambúlico parcial, embora isso, não seja frequente, e o médium incorporativo também é sujeito a interpolar na sua manifestação mediúnica algo da faculdade intuitiva.
Durante o exercício mediúnico podem surgir factores ou circunstâncias que favorecem no médium a predominância de certo matiz mediúnico diferente do que lhe é comum; assim como, devido ao seu progresso espiritual, ele também alcança novos ensejos de melhoramento psíquico na sua tarefa de comunicação com o mundo oculto.
Em geral, os médiuns intuitivos, às vezes, são incorporativos, enquanto outros nos quais predomina a faculdade incorporativa, acidentalmente também podem comunicar intuitivamente.
A diferença é que o médium intuitivo lembra-se de todos os pensamentos que lhe foram comunicados pelos desencarnados, enquanto o de incorporação é inconsciente, pois o seu perispírito afasta-se durante a manifestação mediúnica.
No entanto, o próprio médium de incorporação — que durante as comunicações dos espíritos desencarnados é inconsciente daquilo que se torna intermediário — mais tarde recorda-se de algo das ideias que transitaram por si.

PERGUNTA: — Por que o médium incorporativo não se recorda, de imediato, daquilo que os espíritos desencarnados transmitem por seu intermédio para o mundo físico?
RAMATIS: — Conforme já vos temos considerado anteriormente, só em caso de morte corporal é que o espírito e o perispírito abandonam definitivamente o corpo físico da criatura.
Assim, o médium inconsciente, ou de incorporação completa, alguns dias após o seu trabalho mediúnico verifica a emersão de certas frases, vocábulos ou ideias, que os desencarnados verteram-lhe pelo seu cérebro físico enquanto se encontrava distante do seu próprio organismo.
Embora o cérebro perispiritual do médium fique distanciado durante a incorporação do espírito desencarnado, nem por isso desliga-se completamente; por isso as ideias comunicadas retractam-se, embora sem a nitidez com que as recebe o intuitivo.
Então o médium, mais tarde, surpreende-se ao reconhecer contornos, vestimentas ou fisionomias que ele já identificou alhures, mas ainda ignora que se trata de espíritos que se utilizaram do seu corpo físico em transe.
Esse reconhecimento posterior e mental, juntamente com alguns trechos, fragmentos ou ideias que os desencarnados fluíram-lhe pelo cérebro físico, deixa-o quase crente de que o facto acontece realmente naquele momento, e não apenas "recorda" acontecimentos já vividos anteriormente.
Assim como o médium vidente-intuitivo "vê" os espíritos através de sua mente sensibilizada e, na realidade, mais lhes "sente" a presença junto ao seu perispírito, para depois emergirem-lhes as imagens e os detalhes que lhe aclaram e explicam a visão intuitiva, o médium incorporativo instintivamente evoca da intimidade do seu perispírito aquilo que sentiu quando cedia o corpo a um desencarnado.
O seu cérebro perispiritual insiste em evocar o acontecimento incomum que observou à distância, mas que gravou em sua memória etérica.
Através do fenómeno de repercussão vibratória, pouco a pouco ele transfere para o cérebro físico as imagens que melhor entreviu de relance, pela sua visão perispiritual.
Alguns detalhes mais nítidos podem emergir posteriormente pelo ajuste sincrónico do perispírito ao seu cérebro físico.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 05, 2021 10:00 am

Poder-se-ia dizer que, de conformidade com os ensejos e associações de ideias que surgem mais tarde, o perispírito comunica ao cérebro físico aquilo que presenciou fora do corpo.
Isso também acontece com os "sujets" muito sensíveis à hipnose, os quais mais tarde recordam-se, com maior ou menor clareza, daquilo que viveram ou transmitiram no transe hipnótico, malgrado a sua completa inconsciência quando estavam sob o comando da vontade do hipnotizador.
Alguns "sujets" também se recordam imediatamente dos acontecimentos de que participaram, assim que retornam do transe; mas outros só se lembram lentamente, e às vezes decorrem alguns dias para então terem a recordação satisfatória do fenómeno hipnótico.
Nos casos de experimentos hipnológicos de regressão de memória reencarnatória, alguns pacientes da hipnose chegam a evocar os contornos físicos, as vozes e os acontecimentos que viveram ou narraram no transe e que mais lhes impressionaram o cérebro na evocação de suas vidas anteriores.
A memória etérica perispiritual definitiva conserva tudo aquilo de que ela participa com o ser, seja desde a queda de um fio de cabelo, o voo e o brilho fugaz do vaga-lume, até as cenas mais tormentosas e catastróficas do mundo físico.
E à medida que mais se sensibiliza o espírito ele também mais aviva a sua bagagem milenária sideral, e pouco a pouco toma posse de sua consciência forjada no tempo e no espaço pelos elementos educativos do mundo planetário.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 05, 2021 10:00 am

CAPITULO 14 - Mediunidade sonambúlica.
PERGUNTA: — Podemos considerar que a mediunidade sonambúlica é mais favorável do que a intuitiva?
RAMATIS: — A faculdade mediúnica, embora sendo de "prova", deve ser como a flor que se entreabre espontaneamente, sem o calor artificial da estufa.
É tarefa ou responsabilidade espiritual determinada para o espírito endividado ressarcir-se dos seus débitos cármicos, e eclode no momento certo e previsto pelos mentores siderais que beneficiaram o médium antes de ele renascer na Terra.
No entanto, achamos que é de pouca importância saber-se qual a mediunidade mais favorável, e sim qual delas permite ao médium redimir-se mais cedo do seu pretérito delituoso.
O médium sonâmbulo não é mais agraciado espiritualmente do que o médium intuitivo, pois ambos enfrentam a responsabilidade mediúnica de conformidade com sua necessidade cármica e entendimento psíquico.
A administração sideral oferece-lhes o ensejo mediúnico de acordo com sua contextura espiritual e a possibilidade de melhor aproveitamento no serviço redentor.
Aliás, o médium não deve preferir a condição passiva de simples "muleta" dos espíritos desencarnados, mas convém-lhe participar tanto quanto possível da comunicação mediúnica, a fim de incorporar à sua mente a bagagem superior que os guias movimentarem através de sua faculdade mediúnica.
Depois de certo tempo de contacto superior, o cérebro perispiritual do médium habitua-se às advertências e aos ensinamentos elevados, que os espíritos benfeitores transmitem para os encarnados, e assim fica mais treinado para orientar a sua própria existência física.
Mesmo as comunicações tormentosas dos espíritos sofredores ou rebeldes, de quero médium participa por força do seu desenvolvimento mediúnico, servem de exemplos vivos para ajudá-lo a modificar a sua conduta moral e livrar-se de muitos padecimentos no Além-Túmulo.
Embora o desempenho da mediunidade semeie certas desilusões e dúvidas no médium ainda incipiente, pouco a pouco ela se transforma num dos melhores ensejos de reflexões para o melhoramento espiritual do seu portador.
De acordo com o conceito de que "a função faz o órgão", à medida que o médium se renova em espírito e afeiçoa-se ao estudo superior, ele também se torna o medianeiro das entidades cada vez mais elevadas, de cujo intercâmbio lhe resulta desde a preferência pelos pensamentos construtivos e atitudes benfeitoras, até à modificação louvável de sua linguagem grosseira para um nível respeitoso e sadio.
O serviço mediúnico sob o comando superior converte o seu medianeiro no instrumento útil, dócil e valioso, que por lei de assimilação o torna o arauto das ideias sublimes.
Enquanto o médium sonambúlico se entrega ao sono pesado, em que mergulha a consciência para ceder o corpo físico ao espírito comunicante, o intuitivo não só transmite conscientemente as mensagens que os desencarnados lhe comunicam pelo perispírito, como ainda imprime na própria mente a essência educativa daquilo de que é portador.

PERGUNTA: — Os médiuns intuitivos comumente alegam que prefeririam a mediunidade sonambúlica, porque assim eles se livrariam do animismo improdutivo, que os leva a cometer certas incongruências mediúnicas.
Que dizeis?
RAMATIS: — O sonâmbulo absoluto é raríssimo, embora ocorra a inconsciência transitória no médium incorporativo, pois só os infelizes inquilinos dos asilos de psicopatas, destituídos completamente da razão, é que, realmente, podem apresentar-vos um padrão de sonambulismo indiscutível.
Aliás, consideramos de pouca valia para o médium a faculdade que o torna semelhante ao carteiro terrestre, um simples entregador mecânico de recados do Além, enquanto nada usufrui vantajosamente de sua própria tarefa.
Os espíritos elevados não alimentam a preocupação exclusiva de só enviarem recados mediúnicos para a Terra pois, acima de tudo, eles também estão sumamente interessados em melhorar as condições morais e intelectivas dos seus próprios médiuns. Buscam fazê-los participarem pessoalmente das mensagens de que são portadores.
Ainda quando o serviço mediúnico é exercido por médium sonâmbulo e de confiança, assim mesmo ele guarda na sua mente a lembrança parcial daquilo que os espíritos desencarnados transferem por seu intermédio para o mundo carnal.
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Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 3 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 05, 2021 10:00 am

PERGUNTA: — No entanto, alguns médiuns com os quais temos tido contacto afirmam resolutamente que nada se recordam do conteúdo espiritual que recebem dos desencarnados, deixando-nos convictos de que todos eles são absolutamente sonâmbulos.
RAMATIS: — Repetimos: o médium sonâmbulo que for incapaz de avaliar de imediato ou posteriormente ao menos um só pensamento dos comunicantes desencarnados, além de muito raro é um dos tipos mais apropriados para atender às pesquisas científicas e identificar os espíritos dos "falecidos", cumprindo a finalidade de provar experimentalmente aos cépticos a imortalidade da alma.
No sonambulismo perfeito enquadra-se melhor o médium de fenómenos físicos, que, em geral, só depois do transe completo é que fornece o ectoplasma para a consecução de trabalhos mediúnicos desse género.
Ele precisa submeter-se passivamente aos técnicos do Além, para lograr o melhor êxito possível na fenomenologia de materializações, voz directa, transportes ou levitações, que se produzem pela manipulação da força ectoplásmica que se exsuda pela contextura perispiritual e pelo sistema nervoso do médium.
Conforme já vo-lo dissemos, os desencarnados comunicam-se pelo cérebro perispiritual dos médiuns intuitivos.
Nos sonâmbulos accionam-lhes directamente o cérebro físico e no médium mecânico movimentam-lhe a mão na psicografia inconsciente.
Entretanto, sempre o médium terá um conhecimento parcial daquilo de que é intermediário, pois só nos casos de obsessão completa, em que as entidades malévolas, depois de tenaz acção diabólica, conseguem assenhorear-se completamente do comando mental do obsidiado, é que então se poderia aceitar o sonambulismo absoluto e sem qualquer lampejo de razão.
É certo que muitos médiuns, embora sejam sinceros e bem intencionados, alegam que são sonâmbulos e que de nada se recordam do transe mediúnico, temerosos de não inspirarem a devida confiança aos seus ouvintes.
Nem sempre o fazem por vaidade ou má intenção, pois é evidente que o público fica mais convicto das comunicações do Além quando crê no completo alheamento do médium naquilo que transmite mediunicamente.

PERGUNTA: — É verídico que os médiuns intuitivos ou sonambúlicos sofrem bastante quando, após o transe mediúnico, retornam a si?
Temos participado de trabalhos mediúnicos em que os médiuns demonstram grande aflição para retomar o corpo físico. Que dizeis?
RAMATIS: — É óbvio que o medianeiro entre vós e nós, seja ele sonâmbulo ou intuitivo, há de sofrer no transe, de conformidade com a natureza dos fluidos dos comunicantes que os actuarem.
Não podemos porém endossar certas encenações por parte dos médiuns ignorantes do mecanismo da mediunidade, e que, ao se comunicarem espíritos elevados, demonstram grandes sofrimentos e dispneias impressionantes.
É razoável a angústia e a desarmonia respiratória dos médiuns, ao se desligarem de espíritos sofredores ou agressivos.
No entanto, guardamos nossas reservas quando eles repetem o mesmo fenómeno angustioso em intercâmbio com espíritos superiores, cujos fluidos são fundamentalmente sedativos.

PERGUNTA: — E que poderíamos deduzir, em tal caso?
RAMATIS: — Evidentemente, isso é fruto da ignorância do médium, que ainda não conhece os preceitos directivos e as instruções fundamentais do "Livro dos Médiuns", ou que então deseja impressionar a assistência do centro espírita onde opera.
É possível também que tais médiuns acreditem que as convulsões ou estertores, durante a retirada dos espíritos comunicantes, melhor convençam os presentes da realidade da incorporação mediúnica.
O médium esclarecido não executa movimentos estranhos nem produz esgares circenses quando retoma ao estado de vigília, pois compreende que as alterações orgânicas nada têm a ver com o ajuste de sua mente aos acontecimentos comuns da vida física.
O próprio espírito sofredor deixa o médium mais calmo quando se afasta dele, pois retira-se com seus fluidos coercivos.
Isto posto, não podemos justificar os espasmos ou as convulsões demoradas de alguns médiuns que apresentam quadros de grande aflição, malgrado incorporarem os seus guias ou espíritos benfeitores.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 05, 2021 10:01 am

PERGUNTA: — Insistimos em vos dizer que estamos familiarizados com alguns médiuns de boa envergadura mediúnica, os quais, após a desincorporação dos seus guias e espíritos de ordem superior, tombam sobre as mesas e retornam vigília sob movimentos espasmódicos e arfantes.
Isso não poderia provir de alguma particularidade orgânica, que realmente lhes cause dificuldades no transe, independentemente de sua vontade?
RAMATIS: — Repisamos que só o desconhecimento da realidade mediúnica é que provoca tais factos incoerentes, pois é de lei sideral que, quanto mais elevado for o espírito comunicante, tanto mais a sua manifestação é imperceptível, devido aos seus fluidos sedativos e temos.
Quando os espíritos benfeitores se comunicam pelos médiuns sensatos e experimentados, eles se manifestam com tal naturalidade, que às vezes é dificílimo distingui-los da personalidade do próprio médium que os recebe serenamente.
Não opomos dúvida quanto à veracidade desse sofrimento e perturbação nos médiuns, quando realmente se trata de espíritos malfazejos ou zombeteiros, que se fazem passar por guias ou entidades superiores; mas na desincorporação eles afligem os bus medianeiros, traindo-se pelos seus fluidos contundentes e coercivos.
Além de tudo isso, ainda é possível que, em certos Casos, se trate apenas de recursos pirotécnicos do médium que Ingenuamente deseja atrair a atenção do público.
Alguns deles acreditam que a quantidade de espasmos na comunicação mediúnica também há de comprovar melhor o potencial de sua mediunidade, pois em sua ignorância espiritual ainda confundem a comunicação mediúnica com ginástica física.

PERGUNTA: — Em algumas manifestações mediúnicas, fel ouvimos a entidade comunicante, e de alta estirpe espiritual, solicitar preces aos assistentes para que o seu médium pudesse retornar do transe sem qualquer sofrimento.
Algumas vezes decorreram longos minutos de expectativa apreensiva, enquanto os circunstantes apelavam para o espírito do médium retornar ao seu corpo.
Que dizeis disso?
RAMATIS: — A contradição é flagrante, pois um espírito de natureza elevada não faria tal solicitação absurda, porque ele possui fluidos sedativos e prazenteiros, que só beneficiam os médiuns.
Provavelmente, o próprio sensitivo consciente ou inconsciente dos seus automatismos psicológicos exagera na sua tarefa mediúnica.
Em certos casos pode tratar-se de entidade mistificadora que, tentando disfarçar a sua natureza maquiavélica, desvia a atenção do público com o pedido de prece, enquanto se afasta de modo sorrateiro.
Na realidade, todos esses ridículos poderiam ser facilmente eliminados com a simples leitura do "Livro dos Médiuns", no qual Allan Kardec, depois de criterioso estudo, anotou todas as incoerências e atitudes esdrúxulas no desempenho da mediunidade.
Desde que certos adeptos espíritas endossam tais anomalias, é evidente que eles também necessitam consultar mais assiduamente as obras fundamentais do codificador do Espiritismo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 05, 2021 10:01 am

CAPITULO 15 - Trabalhos de tiptologia.
PERGUNTA: — Como se processa o trabalho das chamadas "mesas dançantes", conhecido por Tiptologia?
RAMATIS: — As comunicações mediúnicas pelo processo de tiptologia, ou seja através das mesas dançantes, são mais favoráveis quando entre os seus componentes se encontra algum médium de fenómenos físicos.
Ele então auxilia o trabalho fornecendo os fluidos necessários para interpenetrarem os interstícios dos átomos etéreos do duplo invisível da mesinha, que se ajustam em perfeita conexão com os átomos e sistemas electrónicos da sua estrutura material.
Na falta de um médium adequado a esse género de trabalho, o seu maior sucesso e exactidão ficará dependendo da melhor harmonia dos fluidos de todas as pessoas participantes do trabalho, pois é a sintonia fluídica na mesma faixa vibratória que neutraliza a força gravitacional para os espíritos operarem livremente.
Então a mesa poderá mover-se em várias direcções ou levantar-se, obedecendo ao comando mental e à vontade dos desencarnados, e os seus movimentos serão tão certos e positivos quanto o sejam também a qualidade e a natureza da massa ectoplásmica que for arregimentada pela afinidade entre os presentes.
Só depois de decorrido o tempo necessário para a adaptação preliminar entre todos os componentes do trabalho, é que se efectua o intercâmbio satisfatório e compreensível com os desencarnados, por meio das batidas convencionadas em alfabeto, através dos toques da mesinha em movimento.

PERGUNTA: — É possível tratar-se de assuntos importantes e educativos através da tiptologia?
Explicam-nos alguns confrades que a tiptologia é um trabalho mediúnico de baixa qualidade espiritual, em que só operam espíritos inferiores.
Isso é verdade?
RAMATIS: — O que determina a qualidade superior ou Inferior de qualquer trabalho mediúnico não é o seu género de expressão, mas, acima de tudo, as condições morais e a natureza dos objectivos dos seus componentes.
Não há dúvida de que a sintonia com os espíritos desencarnados também dependerá das intenções boas ou más dos encarnados.
Assim como o vício do jogo não está nas cartas de jogar, mas naqueles que jogam com intenções subvertidas, a qualidade do trabalho tiptológico não reside particularmente no fato de se utilizar a mesinha, mas sim no conteúdo espiritual dos que a utilizam.
Ela é apenas um meio, um instrumento convencional para ajustar os interesses e facultar as relações, como ponto de apoio, entre os vivos e os mortos.
Em consequência, é um género mediúnico que também permite cuidar-se com ele de assuntos elevados, desde que seja praticado por criaturas mais interessadas na sua ascensão espiritual do que mesmo na solução dos problemas da vida material transitória.
O que atrai os espíritos inferiores são os objectivos ou as intenções condenáveis, e não o tipo de comunicação mediúnica.
Quanto ao sucesso técnico da tiptologia, conforme já vos explicamos, depende mais propriamente da quantidade ou qualidade do amálgama de fluidos que se puder combinar entre os presentes.
No entanto, o nível intelectual do trabalho, principalmente em seu início, fica adstrito à média da mentalidade de todos os seus componentes, pois suas ideias influem consciente ou inconscientemente na manifestação tiptológica.
Essa fusão mental impede então a acção absolutamente independente dos espíritos desencarnados que operam do Além, pois a coerência e fidelidade no trabalho só é possível depois de certo tempo de intercâmbio mediúnico e maior afinidade entre todos os assistentes.
O trabalho, enfim, evolui tanto quanto se reduz o desvio fluídico do elemento vital-etéreo em liberdade, que sofre a interferência mental dos encarnados, quando precisa combinar-se à sua força nervosa.

PERGUNTA: — Como entenderíamos melhor a natureza dessa interferência mental?
RAMATIS: — Alguns dos participantes, cuja mente e vontade são muito desenvolvidas, podem no início do intercâmbio tiptológico interferir e truncar a resposta dos espíritos operantes, impondo as suas próprias conclusões e mesmo certas emersões do subconsciente.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 05, 2021 10:01 am

Isso pode acontecer porque os movimentos da mesinha dançante são mais propriamente comandados a princípio pela acção vigorosa da energia fluídica dos seus componentes, ainda com fraco domínio dos espíritos comunicantes.
Deste modo, os assuntos tratados através das convenções tiptológicas cingem-se à média do nível de entendimento comum dos que se reúnem e que se transforma numa "cortina-psíquica", que os espíritos desencarnados não conseguem atravessar no propósito de manifestar suas próprias ideias.
Em consequência, os resultados ou as conclusões espirituais das primeiras manifestações do Além só correspondem ao índice mental dos presentes, surpreendendo ou decepcionando-os, porque a comunicação dos espíritos é vacilante, confusa e não sobressai-se da craveira comum.

PERGUNTA: — Será então que os trabalhos mediúnicos de tiptologia são exclusivamente fruto do animismo dos encarnados?
RAMATIS: — Não é isso que pretendemos dizer, mas sim advertir-vos de que o fracasso, a confusão e a incoerência de muitos desses trabalhos tiptológicos são resultantes da precipitação dos seus próprios componentes que, já de Mediunismo
início, exigem provas indiscutíveis da imortalidade e a identificação minuciosa dos espíritos comunicantes.
Eles ignoram que, na fase preliminar dessas experimentações mediúnicas, ainda predomina fortemente a interferência anímica dos que participam e assistem aos trabalhos. Só depois de assíduo e perseverante intercâmbio com o Além, experimentação cuidadosa e observação percuciente, é que se estabiliza a tiptologia, em face da presença dos desencarnados sensatos e benfeitores que, então, principiam a controlar o fenómeno mediúnico e a dominar a interferência anímica.
Os seus componentes sempre se candidatarão às mais desanimadoras decepções, desde que pretendam servir-se da mesinha dançante como o oráculo infalível, que deve resolver-lhes todas as perguntas fúteis e os assuntos tolos.
Fora da experimentação séria, com a finalidade construtiva de sadia espiritualidade, o trabalho de tiptologia dominado pelos interesses materiais trunca-se e desilude os seus participantes, em face das respostas vulgares dos espíritos irresponsáveis e o maquiavelismo das sugestões capciosas.
As entidades benfeitoras são unânimes em recomendar que todo intercâmbio e transacções dos "vivos" com os "mortos" devem ser exercidos só em função de progresso espiritual e à distância de quaisquer objectivos que visem unicamente a solução dos interesses ardilosos do mundo físico. Qualquer trabalho mediúnico sem finalidade superior de libertação espiritual, e que se cristaliza no intercâmbio mercenário com as entidades do astral inferior, termina sempre por agravar a escravidão da criatura às formas terrenas.

PERGUNTA: — Quais os recursos que podem elevar o trabalho mediúnico tiptológico além do nível mental criado pelos seus próprios participantes?
RAMATIS: — São os propósitos adoptados pelos seus componentes o que eleva ou rebaixa tanto o nível espiritual como o intelectivo de qualquer trabalho de intercâmbio com o Além.
Os espíritos superiores, sem dúvida, são mais desenvolvidos mental e espiritualmente, por cujo motivo eles se transformam em sublimes catalisadores angélicos junto daqueles que lhes merecem a presença ou lograrem atraí-los devido ao cultivo dos seus objectivos espirituais.
O trabalho de tiptologia poderá ultrapassar o nível mental escravo da influência dos seus componentes quando eles também puderem usufruir da presença ou das relações com os desencarnados de alta estirpe espiritual.
De início, as respostas dos desencarnados, através da tiptologia, podem ser incongruentes, evasivas, zombeteiras ou confusas, reflectindo em grande parte o automatismo mental e emotivo dos seus participantes, e às vezes contradizem o assunto em foco, ou a compreensão mais comum.
O grau de sensibilidade da mesinha está de acordo com o potencial de força nervosa e de magnetismo, conjugados, dos presentes, o que lhe facilita libertar-se da força gravitacional do mundo físico de conformidade com o volume e a natureza do ectoplasma que for extraído no ambiente.
Às vezes a mesa se move mais propriamente pela acção "psico-magnética" dos próprios assistentes, enquanto desobedece ao comando dos espíritos desencarnados que, actuando em faixa vibratória mais subtil, ficam tolhidos de interferir no comando mais positivo alimentado pelo magnetismo físico dos "vivos".
Se o trabalho de tiptologia ficar adstrito unicamente à área mental dos encarnados, o que às vezes acontece, ele deixará de oferecer qualquer ensejo para se obterem conclusões certas nas perguntas formuladas, e dificilmente poderá auxiliar quanto à identificação dos seus comunicantes.
Repetimos: é preciso muito treino, contacto mediúnico e paciência para que o trabalho de tiptologia compense integralmente.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 05, 2021 10:01 am

PERGUNTA: — Quais as providências que, de início, poder-se-iam adoptar para o mais breve êxito do trabalho tiptológico?
RAMATIS: — Já vos advertimos de que a base fundamental do progresso e do êxito de qualquer trabalho mediúnico ainda é a natureza elevada dos seus objectivos, pois só desse modo afastam-se as entidades galhofeiras e levianas,
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que costumam interferir em qualquer empreitada medianímica de propósitos triviais ou interesses materiais.
Esses espíritos irresponsáveis tudo fazem para quebrar a fé, semear a desconfiança, a intriga ou as decepções mais amargas entre aqueles que tolamente se colocam sob sua direcção subversiva.
E com mais facilidade eles podem interferir na tiptologia, porque se trata de um intercâmbio apoiado principalmente pelo magnetismo animal e mais fácil de sofrer a influência das mentes desenvolvidas, embora sejam almas imperfeitas na graduação espiritual.
Os vossos guias, embora vos protejam constantemente na vida física, só depois que se firmam os objectivos espirituais e as intenções elevadas dos componentes do trabalho tiptológico é que então conseguem intervir a contento e dispender o seu precioso tempo em favor do vosso progresso espiritual.
Os galhofeiros e malfeitores então se afastam ante a inutilidade dos seus esforços despendidos para subverter ou mistificar os encarnados.
As criaturas desavisadas da realidade espiritual ou da responsabilidade mediúnica, assim que obtêm algum êxito no intercâmbio espiritual pela tiptologia, não tardam em servir-se desse género de trabalho para solver todos os seus interesses de ordem material, sacrificando o esclarecimento espiritual em favor das soluções prosaicas do mundo terreno transitório.
Manhosamente truncam o sentido elevado e o ensino moral que os espíritos benfeitores ministram do Além, e encaminham o intercâmbio tiptológico a favor dos seus interesses vulgares no mundo físico.
Impacientes ante as instruções e esclarecimentos sobre a vida do espírito imortal, desviam o assunto espiritual para as indagações fúteis ou interesseiras.

PERGUNTA: — Poderíeis explicar-nos esse assunto mais objectivamente?
RAMATIS: — Certas vezes é o chefe da família que, habilmente, tenta extrair dos desencarnados a solução proveitosa para os seus negócios mais comuns; o jovem negligente e comodista indaga da possibilidade de ser transferido o gerente que lhe dificulta a ascensão na firma em que trabalha; a dona de casa consome precioso tempo do comunicante, para que lhe explique a urticária do cotovelo, manifestada depois de uma feijoada completa; a moça casadoira, mas volúvel, indaga qual dos seus namorados ser-lhe-ia o melhor partido para o desejado casamento; e o caçula, displicente mas vivo, apoiado ainda pelo estímulo materno, requer então do espírito desencarnado uma solução fácil para resolver os seus problemas escolares, pois que se aborrece em estudá-los.
Doutra feita, a visita acidental e encantadoramente céptica, que gentilmente participa da tiptologia, curiosa e zombeteira, resolve comprovar a realidade do Além, desafiando o espírito comunicante a revelar-lhe a cor do novo vestido que ela adquiriu para o baile de gala.
Indubitavelmente, os espíritos sensatos e criteriosos afastam-se de imediato dos grupos de trabalhos mediúnicos cujas indagações não ultrapassam o círculo vicioso dos seus interesses materiais.
E os seus lugares não tardam a ser preenchidos pelas entidades irresponsáveis, zombeteiras e levianas, que espreitam as oportunidades favoráveis para travar relações com os encarnados na base do negócio doméstico, o que então lhes permite imiscuírem-se cinicamente na vida alheia.
Aliás, algumas delas chegam a prestar pequenos serviços, e assim mobilizam novas simpatias mas, como estimam os louvores humanos, procuram impor os seus conceitos vulgares à conta de alta filosofia e revelações incomuns.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 05, 2021 10:02 am

Como esses espíritos não possuem cultura espiritual suficiente para orientar com proveito os seus simpatizantes encarnados, o intercâmbio mediúnico e o trabalho de tiptologia decaem muitíssimo no seu tom intelectivo, situando-se unicamente na esfera das soluções banais e dos conceitos comuns, à guisa de vulgar entretenimento para os ociosos do Além.
Mas, desde que os seus componentes se interessem realmente pelo seu progresso moral e pela sua ascensão espiritual, o intercâmbio mediúnico disciplina-se e alcança um ritmo produtivo e sério, com a singularidade da mesinha poder revelar até o temperamento dos próprios espíritos comunicantes.
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PERGUNTA: — Poderíeis explicar-nos de que modo a mesinha pode até revelar o temperamento dos espíritos comunicantes, através de seus sinais tiptológicos?
Não é ela apenas um móvel sem nervos e sensibilidade?
RAMATIS: — Uma vez que a mesinha tiptológica passa a ser na Terra o prolongamento móvel e material do espírito manifestante, pois é o instrumento de que ele dispõe para manifestar sua inteligência e exprimir o teor do seu psiquismo, é óbvio que nos próprios movimentos que ela efectua também pode demonstrar em sua mímica a natureza dos sentimentos, do temperamento e da psicologia que a animam sob a acção do espírito comunicante.
É o meio com que ele conta, naquele momento, para exprimir-se em linguagem inteligível para o mundo material.
A mesinha, em consequência, é o intérprete material, sensibilizado pelo magnetismo humano, que na sua movimentação para dar o recado do Invisível, também se impregna com algo da contextura psicológica dos seus próprios comunicantes.

PERGUNTA: — Poderíeis atender-nos com alguns exemplos dessa influência?
RAMATIS: — Ao mesmo tempo que o espírito comunicante transmite os seus pensamentos pela "tiptologia", que é a linguagem das pancadas, ele também exprime a natureza dos seus sentimentos pela "sematologia", ou seja, a linguagem dos sinais.
Assim, quando se comunica entidade benfazeja e serena, a mesinha curva-se ou bate docemente, efectuando movimentos tranquilos e suaves; sob a acção de algum espírito severo e enérgico, mas bem intencionado, as batidas são firmes, os movimentos exactos, rápidos e decisivos.
Os espíritos destros e de bastante vitalidade astral manejam a mesinha com firmeza e segurança; os recém-desencarnados, sofredores ou acabrunhados pelo remorso, movem-na de modo penoso e incerto, porque ainda se manifestam psiquicamente debilitados e confusos.
As entidades agressivas e mal intencionadas efectuam movimentos bruscos e rudes, apresentando um estilo tiptológico carregado de hostilidade; os espíritos coléricos produzem movimentos impacientes e nervosos; os espíritos levianos, zombeteiros ou mistificadores, através da mesinha traem seus impulsos duvidosos e falsos na burla contra os encarnados, e os néscios e estúpidos do Além accionam-na desassisadamente e de modo confuso.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 05, 2021 10:02 am

CAPÍTULO 16 - As comunicações perversivas pela tiptologia
PERGUNTA: — Qual a manifestação mais característica dos espíritos perversos, quando se comunicam pela tiptologia?
RAMATIS: — Os espíritos perversos, levianos e escarnecedores
enleiam os encarnados com respostas incompletas e ditam frases tolas à conta de assuntos importantes.
Algumas vezes obrigam os componentes do trabalho tiptológico a longas esperas e imobilizam a mesinha enquanto se riem à socapa da perplexidade e indecisão incomodativa que causa.
Eles fazem escrever as mesmas palavras inúmeras vezes; produzem ditados paradoxais, compõem farsas históricas, revelações exóticas e predizem acontecimentos contraditórios.
Um dos seus habituais prazeres é o de atiçarem a curiosidade dos assistentes, para depois deixá-los a meio caminho.
Os mais pervertidos aproveitam-se da incipiência, da leviandade ou do interesse vulgar dos presentes e, através da mesinha, compõem palavras e frases obscenas.
Os mais cruéis transmitem falsos avisos de morte e semeiam a aflição entre os que os recepcionam, prevendo enfermidades atrozes; para os doentes eles receitam remédios extravagantes e beberagens nocivas, à conta de sábias prescrições médicas.
Certas vezes induzem os seus admiradores às adorações idólatras e os incentivam na crença de parvoíces religiosas; doutra feita, recomendam o uso de talismãs ridículos, de insígnias tolas ou de orações misteriosas.
Despreocupados de qualquer consequência futura, eles fazem profecias levianas; asseguram excelentes promoções para os militares, predizem extraordinários sucessos políticos ou excelentes transacções no comércio.
Nenhum escrúpulo os detém, pois, conforme já vos explicamos nesta obra, quando lhes aparece o ensejo oportuno, indicam tesouros enterrados e traçam roteiros confusos para mortificarem aqueles que tolamente se lançam à aventura infrutífera.

PERGUNTA: — Em alguns trabalhos tiptológicos, conhecemos espíritos solícitos que atendiam aos interesses pessoais solucionavam problemas que beneficiavam grandemente os seus consulentes.
Qual o interesse deles nesse caso?
RAMATIS: — Como não há regra sem excepção, mesmo no Além, às vezes existe o merecimento cármico da criatura para ser atendida directamente nas suas solicitações triviais ou mesmo de interesse material.
No entanto, afora esses casos acidentais, há que vigiar a intromissão de espíritos irresponsáveis, galhofeiros ou imprudentes que, completamente equivocados naquilo que ensinam, dispõem-se a orientar os seus consulentes levianos.
Não há dúvida de que a continuidade do intercâmbio mediúnico, para fins de proveito material, há de atrair para
ambiente os espíritos ociosos, petulantes e interesseiros, que ainda se apegam fanaticamente às tradições personalistas e às formas do mundo físico.
Eles são solícitos, mas sem escrúpulos; cuidam de todas as tricas e quizilas da parentela consulente, enquanto também aceitam e sugerem qualquer incumbência que possa amolecer as fibras dos seus simpatizantes incautos. Não se recusam a atender às evocações assíduas que lhes fazem os interessados; colocam-se serviçalmente à disposição da família e dos seus amigos, opinando quanto ao dia favorável para se fazer a viagem de turismo, ou sobre a vizinha com quem convém interromper a amizade.
Habilmente evitam perder a simpatia daqueles que os consultam, e para isso só lhes ministram orientações agradáveis e afastam as responsabilidades espirituais.
Os conflitos na família, as indisposições temperamentais e os seus pecados são transferidos para a culpa de outrem; há sempre o vizinho invejoso, o "mau olhado", a mediunidade em eclosão ou o serviço maléfico contrário, que então passam a justificar todas as inânias.
A tudo atendem e tudo prometem; são solícitos no servir e hábeis no desfibrar as almas invigilantes.
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Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 3 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 05, 2021 10:02 am

PERGUNTA:— Não seria conveniente que os guias esclarecessem os encarnados a esse respeito, a fim de reduzir a interferência tão perniciosa desses espíritos mefistofélicos?
RAMATIS: — A principal culpa dessa situação lamentável ainda cabe aos próprios encarnados, que se transformam em consulentes levianos no seu ingresso à seara espírita, passando a considerá-la simples agência de informações e assistência à lei do menor esforço.
E assim não tardam a aparecer os "gentis" professores e tutores das sombras, que não hesitam em minar as reservas sublimes do espírito encarnado, desabituando-o de qualquer reflexão mental ou experimentação educativa.
No campo da espiritualidade, eles transformam os seus simpatizantes em inúteis "robôs" que, em seguida à morte do corpo, comparecem ao "lado de cá" à semelhança do bugre ignorante lançado no turbilhão das metrópoles.
E ainda lhes acontece o pior, pois, indagando dos seus antigos "mentores" tiptológicos e procurando-lhes o amparo no Além, tomam-se alvo das suas mais impiedosas chacotas e sarcasmos.

PERGUNTA: — Tendes nos informado dos espíritos perversos, levianos, escarnecedores, cruéis e obscenos que, como ignorantes, zombam dos encarnados nos trabalhos de tiptologia.
Também nos explicastes a existência de espíritos solícitos, simpáticos e que servem habilmente, com o fito de amolecer as fibras da alma encarnada.
Porventura, em tais trabalhos também não comparecem certos espíritos de avançada inteligência e poderes, mas devotados ao mal?
RAMATIS: — Esses espíritos são os mais daninhos e diabólicos na função de subverter as convicções espirituais dos encarnados, pois conseguem fazer passar as suas realizações maquiavélicas como se fossem serviços prestados pelas entidades benfeitoras e de responsabilidade.
Génios do submundo espiritual, com a mente extraordinariamente desenvolvida e sabendo manejar com sucesso algumas energias do mundo oculto, também operam com certa facilidade no campo da fenomenologia mediúnica ectoplásmica.
O seu principal intuito é o de fascinar e decepcionar os homens que só se interessam pelos fenómenos que os "convencem" através da prova dos sentidos físicos, enquanto cessam a indagação interior e deixam de adaptar-se aos princípios do Cristo.
Então ateiam o entusiasmo da crença transitória nos encarnados descuidados de sua introspecção espiritual e ávidos de sensações exóticas, produzindo-lhes fenómenos mediúnicos invulgares, que os impressionam.
No entanto, decorrido certo tempo de treino fascinador, essas entidades passam a agir sub-repticiamente; semeiam as contradições mediúnicas e pouco a pouco levam os seus próprios admiradores à desconfiança e à profunda descrença, desmentindo os próprios fenómenos e as revelações que produziram anteriormente.
Pérfidos em suas intenções, conduzem então o trabalho mediúnico para a vulgaridade, a confusão e a dúvida, enquanto pela via intuitiva levam os encarnados à completa incredulidade daquilo que assistiram à conta de manifestações do mundo espiritual.

PERGUNTA: — Quais as providências que esses espíritos empregam para alcançar os seus objectivos subversivos?
RAMATIS: — Já vo-lo dissemos antes; são génios do submundo espiritual, argutos ao extremo, profundos psicólogos a par das vulnerabilidades humanas e contradições freudianas dos encarnados.
Assim, planejam com muita capacidade e prevêem com segurança o curso do seu programa mefistofélico, pois desde o princípio de sua actuação deixam assinalados nos fenómenos ou comunicações mediúnicas determinadas arestas e hiatos, que depois servirão de base para, associados às evocações mentais dos assistentes, incentivá-los à descrença ou suspeita.
Operam de modo a que os fatos manifestos de modo invulgar sejam mais tarde explicados pela regência natural das leis do mundo físico, ou se ajustem perfeitamente à suspeita de mistificação ou animismo dos médiuns.
Em suma: eles induzem à crença entusiasta no fenómeno incomum e na realidade dos espíritos imortais, mas depois proporcionam indirectamente os meios de os encarnados chegarem a conclusões pessoais que expliquem tudo sem a intervenção do Além.
Inescrupulosos, atuam directamente no médium sob o seu controle, e o levam no transe a mistificar de modo inconsciente na sessão mediúnica, logrando causar grande decepção entre os frequentadores neófitos e ainda inseguros na crença espírita, que assim apagam a última chama de esperança na imortalidade.
E então desaparece o tom espiritual de intervenção extraterrena para impor-se a explicação humana pela tese do puro animismo ou da intervenção mistificadora.
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