LUZ ESPÍRITA
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Página 5 de 6 Anterior  1, 2, 3, 4, 5, 6  Seguinte

Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 07, 2021 9:14 am

As horas que lhes sobejam nos dias de descanso ou férias eles gastam colados aos rádios ouvindo novelas xaroposas e sentimentalistas, por vezes inconvenientes.
Os médiuns masculinos perdem longas horas no cafezinho da esquina, alimentando a palestra inútil; os médiuns femininos consomem longo tempo em demorados "tête-à-tête" com a vizinha mais próxima, no comentário das histórias dramáticas das vizinhas mais distantes.
Como não há regra sem excepção, alguns médiuns, se bem que iletrados e ignorantes dos recursos de sua própria mente, alcançam admiráveis resultados no seu intercâmbio medianímico com o Além.
Alguns deles são bastante sensatos e servem satisfatoriamente aos desencarnados, pois elevam o nível mental dos companheiros pelas transmissões de excelentes roteiros espirituais.
Mas o fenómeno explica-se com facilidade, porque nesse caso trata-se de espíritos experimentados e donos de elevado conhecimento filosófico e salutar entendimento psicológico, o que lhes permite transmitir o pensamento dos desencarnados em nível de compreensão superior.
Embora sejam anímicos, são tão utilíssimos para os frequentadores neófitos como se realmente comunicassem espíritos desencarnados, pois sua memória pregressa é rica de conhecimentos espirituais e aviva-se sob o clima espírita.
Mas ainda são poucos os médiuns intuitivos que podem distinguir onde termina a fronteira do seu subconsciente e principia a área da fenomenologia mediúnica.
Os médiuns, que são criaturas imperfeitas, por vezes caem em contradições flagrantes e desmoralizam o conceito público da mediunidade, principalmente quando copiam, no ambiente espírita, algo das competições do mundo profano.
Alguns precipitam-se em dar o furo mediúnico, como acontece na competição jornalística, mas o fazem de modo imprudente, como no caso que citastes em vossa primeira pergunta de hoje.
Inconscientemente eles carreiam os apodos e as críticas contra a codificação de Allan Kardec, o qual, com muito bom senso, advertiu "que seria melhor rejeitar 99 verdades a aceitar uma só mentira na doutrina espírita".
Através dos recursos do hipnotismo, pode-se implantar uma ideia fixa ou uma ordem incondicional no "sujet" hipnotizado, à qual ele obedece depois de acordado, tal como lhe tenha sido ordenado.
Este facto é muito conhecido entre os hipnotizadores pelo "signo sinal".
Do mesmo modo, os que são médiuns, mas facilmente sugestionáveis, também se transformam no "sujet" capaz de viver no transe mediúnico todas as ideias e fantasias que o tenham impressionado fortemente no estado de vigília.
Na verdade, eles também são comandados por um "signo sinal" que lhes é imposto pelo próprio subconsciente.

PERGUNTA: — Quais os factores mais responsáveis pela comunicação fantasista, no caso do médium que o faz com boa intenção, certo de que foi intuído ou incorporado por algum espírito desencarnado?
RAMATIS: — Já vos temos falado do automatismo psicológico ou do domínio da personalidade alheia sobre a mente do médium.
No entanto, há outro factor de forte influência, que é o histerismo.
São as mulheres, principalmente, as maiores vítimas de tal distorção individual, uma vez que podem levar com facilidade o seu estado anormal de excitação ou frustração à conta de faculdade mediúnica em florescimento.
Os sonhos inalcançados, a excessiva introspecção, as neuroses, as perturbações intelectuais, as convulsões, as manias de grandeza, os exageros e as simulações muito familiares na esfera psiquiátrica e na terminologia freudiana, podem ser responsáveis por falsas suposições de mediunidade. O histerismo, em particular, pode atacar a mulher frustrada no casamento ou celibatária, acicatando-lhe o psiquismo pela angústia da solidão, fruto da ausência do companheiro predestinado pelas leis biológicas da vida humana.
A consequência nevropata, o traumatismo psíquico ou a exaltação incontrolável facilmente confundem-se com as manifestações mediúnicas.
Algumas criaturas tentam o transe mediúnico sem possuir a sensibilidade exigida para o mesmo. Desse esforço incomum resulta a emersão da bagagem oculta do subconsciente, capaz de ser confundida também com a comunicação dos espíritos desencarnados.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 07, 2021 9:14 am

CAPÍTULO 23 - O espírita e o bom humor
PERGUNTA: — Que dizeis dessas comunicações soturnas, algo fúnebres, de espíritos guias ou benfeitores, que deixam o público espírita algo constrangido pelo aspecto lúgubre com que se manifestam?
Dever-se-ia atribuir tal comportamento habitual aos próprios comunicantes que, depois de desencarnados, modificam completamente o seu temperamento psicológico devido à responsabilidade da vida espiritual?
Alguns espíritos chegam a pronunciar suas palavras de modo quase espasmódico, entre frases que mais parecem soluços e gemidos.
RAMATIS: — Em geral, os médiuns novatos e ainda ignorantes da realidade da vida do espírito pressupõem que a morte é um acto de magia ou passe miraculoso, que modifica instantaneamente o conteúdo psicológico e o estado moral dos desencarnados. Embora comprovem que por eles se comunicam almas felizes e libertas de preconceitos terrenos, ainda nos configuram de modo lúgubre, pois acima de tudo somos almas dos "mortos"!
Em face da ideia fúnebre que ainda se tem na Terra, com relação à vida além da sepultura, os desencarnados são transformados em figuras empertigadas e sentenciosas, que se movem num céu dominado por profundo silêncio sepulcral.
Os "vivos" julgam-nos situados em dois extremos opostos; somos anjos estáticos em eterna contemplação da obra do Senhor, ou então fantasmas melodramáticos, gélidos e tétricos.
Depois da morte do corpo físico, dizem eles, os espíritos devem ser sisudos, graves e compungidos, cujos lábios só se entreabrem para censurar as volubilidades e os pecados dos homens.
Dificilmente os encarnados podem imaginar que, além do túmulo e nas regiões felizes, ainda permanecem o riso farto, a jovialidade e a despreocupação das almas angélicas libertas dos complexos e recalques humanos, cujo sentimento puro e inocência de intenções justificam a divina máxima de Jesus, quando exclamava:
"Vinde a mim as criancinhas, porque delas é o reino dos céus".
Os pessimistas da moradia terrena não podem admitir que os "mortos" possam desempenhar actividades laboriosas e a tudo contagiar com sua alegria, seu trabalho e optimismo.
Mas a verdade é que as colónias espirituais venturosas que circundam o orbe terráqueo, conforme já vos tem sido notificado, são colmeias de almas afeitas ao humorismo sadio, à graça e à jovialidade dos intercâmbios afectivos ligados ao bem e à utilidade espiritual. Se a morte não transforma as almas em arcanjos liriais purificados à última hora, ela também não extingue as preferências boas ou más' que tenham sido esposadas na Terra.
É certo que nas camadas densas do astral inferior verifica-se situação oposta.
Ali, os calcetas das sombras transitam ululando seus remorsos ou enlouquecidos pelos sofrimentos atrozes, enquanto os mais revoltados ainda estrugem ameaças contra os seus comparsas do passado.
O gemido lúgubre, a dor insana, a gargalhada sinistra e os brados de desespero e terror são a antítese da alegria e da ventura que domina as almas habitantes das esferas superiores.
Mas essas almas infelizes, quando se comunicam com a Terra, nada podem fazer além dos apelos angustiosos ou das revoltas indomáveis, porque assim elas são no submundo onde habitam.
Mas os guias que vos visitam das regiões de paz e de luz não devem ser levados à conta de fantasmas suspirosos ou almas carrancudas, tristes e severas, cuja presença nas sessões espíritas, em vez de desanuviar o ambiente, torna – o ainda mais tristonho e soturno.

PERGUNTA: — Mas já ouvimos críticas severas contra certos espíritos que, entre um ensinamento e outro, nas suas comunicações, interpunham um dito ou uma graça que despertava o humorismo e desafogava a tensão dos presentes.
Disseram-nos alguns confrades que a sessão espírita não é palco de humorismo ou picadeiro de circo!
Que dizeis?
RAMATIS: — Todo extremismo é sempre passível de censura; e o será também na prática mediúnica ou na sessão espírita.
Não louvamos a sessão mediúnica onde pontifique a trivialidade, o interesse mercenário, a galhofa, a ironia, a graça fescenina ou o linguajar sarcástico, a qual termina transformando-se em fonte de atracção para os espíritos capciosos, galhofeiros ou libertinos.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 07, 2021 9:14 am

Mas também não lisonjeamos a reunião espírita à base de comunicações compungidas, que lembram mais propriamente o velório de adoração fúnebre.
Em geral, os amantes dessas sessões são criaturas recém-vindas das tertúlias alegres, participantes das palestras chistosas ou do anedotário hilariante de rua.
No entanto, acham que devem "fechar" com toda urgência a fisionomia e se pôr carrancudos, assim que se defrontam no interior do centro espírita com o médium ou o doutrinador de olhar compungido.
É de bom senso que pouco adianta ao homem modificar o seu aspecto fisionómico exterior, se dentro de si ainda vibram as lembranças dos assuntos que o fizeram rir à vontade, ou se ele malbarata os demais dias da semana entre o riso descontrolado do anedotário malicioso, que fornecem o rádio, o cinema ou a revista humorística.
A verdade é que os espíritos felizes são alegres e absolutamente despreocupados das convenções e dos preconceitos humanos, e seu maior desejo é incentivar-vos o ânimo, desopilar-vos o fígado e preencher a vossa alma com o optimismo e a esperança num futuro feliz.
E o Espiritismo, como doutrina de socorro e esclarecimento para os "vivos", também nutre o salutar objectivo de confortar e orientar o homem vítima de angustioso pessimismo que lhe marca a vida física, pois só lhe resta a graça de um céu melancólico, dificílimo de alcançar, ou então a eternidade do inferno, quase impossível de evitar.
Em consequência, como doutrina de optimismo e libertação espiritual, o Espiritismo não pode paraninfar as sessões lúgubres e carrancudas, ou os velórios mediúnicos, em que os seus adeptos se submetem convencionalmente a uma falsa tensão de gravidade apostolar sob as vozes lacrimosas da leitura do Evangelho, para depois retornarem às suas actividades quotidianas novamente agitados pelas emoções descontroladas e perturbados pelos sentimentos mais contraditórios.
Não admitimos a palhaçada ou a irreverência no ambiente espírita, mas acreditamos que, ao codificar o Espiritismo, Allan Kardec objectivava mais uma transfusão de sangue novo na crença triste e nos sofrimentos dos homens, do que mesmo estabelecer um intercâmbio convencional, em que as almas felizes são apenas os "mortos" carrancudos e lastimosos!
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 07, 2021 9:14 am

CAPÍTULO 24 - A telepatia e as comunicações mediúnicas.
PERGUNTA: — Certos críticos afirmam que os médiuns são apenas telepatas passivos, pois as comunicações de espíritos desencarnados não passam de transmissão de pensamentos dos próprios vivos que frequentam as sessões mediúnicas.
A seu ver, os médiuns são criaturas muito sensíveis recepção das ondas "ultra-microcurtas" emitidas pelos cérebros dos encarnados, o que os leva a crerem-se intermediários das almas do Além-Túmulo.
Há fundamento nessa explicação?
RAMATIS: — Não discordamos quanto à possibilidade de os fenómenos telepáticos intervirem na prática mediúnica, mas isso não prova que os médiuns sejam unicamente transmissores de pensamentos dos frequentadores de sessões espíritas.
A mediunidade exclusivamente inspirativa é, em verdade, efectuada pelo processo de comunicação telepática.
E por isso, é necessário distinguir se são dois espíritos encarnados a se comunicarem entre si, pela transmissão do seu pensamento, ou se se trata de espíritos desencarnados que projectam o seu pensamento sobre o médium.
Na telepatia processada exclusivamente entre os encarnados, uma vontade activa transmite os seus pensamentos a outra vontade deliberadamente passiva, o que se constitui num processo de transmissão mental directamente de encarnado para encarnado. Mas, no caso da comunicação mediúnica telepática, além de o médium deixar-se "inspirar" por outro espírito desencarnado, ele também assenhoreia-se dos seus problemas venturosos ou aflitivos, assim como, às vezes, recepciona mensagem espiritual educativa que ultrapassa o seu entendimento ou concepção comum que tem da vida.
Na telepatia, um cérebro activo envia ondas concêntricas que são captadas por outro cérebro receptor passivo, porque ambos sintonizam-se à mesma faixa vibratória de transmissão mental.
No entanto, a comunicação mediúnica efectua-se pelo "ajuste perispiritual" entre o espírito do médium e o desencarnado, em que o primeiro recebe directamente a mensagem que deve transferir para o mundo material.

PERGUNTA: — Então há possibilidade de o médium recepcionar telepaticamente o pensamento do público, para depois reproduzi-lo verbalmente, certo de ser comunicação de espíritos desencarnados?
RAMATIS: — A transmissão telepática pode ocorrer em qualquer lugar, bastando que para isso existam circunstâncias favoráveis e dois cérebros apropriados ao fenómeno, em que um transmite e outro recepciona os pensamentos.
Aliás, desde que o médium precisa entregar-se a um estado de passividade para receber os pensamentos dos desencarnados, não é difícil que ele também capte alguns pensamentos dos encarnados que fazem parte do seu ambiente de trabalho.
É o caso da telepatia acidental, com a recepção de ideias soltas e sem concatenação, que interferem na comunicação mediúnica, embora sem modificá-la, pois não se produzem pela vontade deliberada de quem as emite.
No caso de pura telepatia entre os encarnados, o fenómeno é subordinado exclusivamente aos acontecimentos do mundo físico, enquanto que, no intercâmbio telepático inspirativo com os espíritos desencarnados, os médiuns captam notícias inéditas do Além, fazem previsões acertadas e muitas vezes expõem assuntos que, além de transcender aos seus próprios conhecimentos, ainda ultrapassam a concepção habitual dos frequentadores das sessões espíritas.
Nas instituições espíritas em que os desencarnados de melhor graduação podem actuar com segurança e manifestar-se com êxito pelos seus intérpretes mediúnicos, o fenómeno decorre isento de qualquer interferência telepática por parte dos encarnados e mesmo das entidades do Além.
Os médiuns bem assistidos são isolados e protegidos pelos seus guias contra qualquer influência exterior, por cujo motivo as suas comunicações guardam a fidelidade do pensamento enviado do "lado de cá".
Assim como a mediunidade não invalida o fenómeno da telepatia, este também não pode invalidar aquela, pois, além de ambos exercerem-se de modo bastante diferente, ainda ocorrem em planos bem diversos.

CAPÍTULO 25 - O problema da mistificação
PERGUNTA: — Todos os médiuns podem ser mistificados?
RAMATIS: — A mistificação mediúnica ainda é problema que requer minucioso estudo e análise isentos de qualquer premeditação pessoal, porquanto nela intervém inúmeros factores desconhecidos aos próprios médiuns que são vítimas desse fenómeno.
A Terra ainda é um planeta em fase de ajuste geológico e de consolidação física; a sua instabilidade material é profundamente correlata à própria instabilidade espiritual de sua humanidade.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 07, 2021 9:15 am

Em consequência, ainda não podeis exigir o êxito absoluto no intercâmbio mediúnico entre os "vivos" e os "mortos", pois que depende muitíssimo do melhor entendimento evangélico que se puder manter nessas relações espirituais.
Só os médiuns absolutamente credenciados no serviço do Bem, e assim garantidos pela sua sintonia à faixa vibratória espiritual de Jesus, é que realmente poderão superar qualquer tentativa de mistificação partida do Além-Túmulo.
Na verdade, os agentes das sombras não conseguem interferir entre aqueles que não se descuidam de sua conduta espiritual e se ligam às tarefas de socorro e libertação dos seus irmãos encarnados.

PERGUNTA: — A mistificação que pode dar-se com o médium significa porventura descuido ou indiferença dos seus guias espirituais?
RAMATIS: — Ela é fruto de circunstâncias naturais criadas pelo medianeiro, ou do descuido daqueles que ainda imaginam a sessão espírita como um espectáculo para impressionar o público.
O Espírito mistificador sempre aproveita o estado de alma, a ingenuidade ou a vaidade do médium para então mistificar.
No entanto, podemos vos assegurar que a mistificação não acontece à revelia dos mentores do médium, embora eles não possam ou não devam intervir, tudo fazendo para que os seus intérpretes redobrem a vigilância e acuidade psíquica, a fim de se fortalecerem para o futuro.
Na verdade, a maioria das mistificações deve-se mais ao amor próprio exagerado, à preguiça mental, e também ao excesso de confiança dos médiuns no intercâmbio tão complexo e manhoso com o plano invisível, em que se abandonam displicentemente à prática de sua faculdade mediúnica.

PERGUNTA: — Baseando-nos em vossas palavras, pressupomos que a maioria dos médiuns pode ser mistificada; não é assim?
Alguns confrades espiritas explicam-nos que a mistificação, em certos casos, tem por objectivo principal extinguir a vaidade do próprio médium.
Há fundamento em tal afirmação?
RAMATIS: — Os mentores de alta estirpe espiritual nunca promovem qualquer acontecimento deliberado de mistificação mediúnica; e não o fariam mesmo que pudesse servir de advertência educativa para o médium vaidoso.
O próprio médium é que oferece ensejo para a perturbação ou a presença indesejável no seu trabalho.
Algumas vezes a base da mistificação é cármica, e por isso o médium não consegue livrar-se dos adversários pregressos, que o importunam a todo momento, procurando mistificá-lo de qualquer modo e dificultar-lhe a recuperação espiritual na tarefa árdua da mediunidade.
Não cremos que a vaidade dos médiuns desapareça só porque sejam vítimas da mistificação conectiva.
Em geral, quando eles comprovam que foram iludidos pelos desencarnados, sentem-se profundamente feridos no seu amor-próprio e então se revoltam contra a sua própria faculdade mediúnica.
E assim, em muitos casos, o médium mistificado e revoltado pela decepção de ter sido humilhado na mistificação, mais rapidamente desiste da tarefa mediúnica que o ajudava a amortizar a dívida cármica, terminando por corresponder exactamente aos propósitos maquiavélicos dos seus perseguidores do Além.
Alguns médiuns já abandonaram a prática mediúnica, alegando que foram traídos na sua boa intenção e não receberam o devido adjutório do Alto, o que lhes seria justo esperar.
São raros os que admitem, sem quaisquer susceptibilidades, que dia mais ou dia menos podem ser mistificados, não por culpa dos seus mentores, mas pela imprudência, pelo descaso, vaidade ou interesse utilitarista com que às vezes são dominados, oferecendo ensejos para a infiltração de espíritos levianos, irresponsáveis e malévolos no exercício de sua mediunidade.
Os desocupados do Além-Túmulo espreitam astutamente qualquer brecha vulnerável que se faça no carácter do médium ou perturbação no seu trato com a família amiga ou ambiente de trabalho, para assim interferirem durante a queda na frequência vibratória espiritual e lograrem a mistificação que depois desanima, decepciona ou enfraquece a confiança.
A mistificação ainda significa determinada cota de sacrifício na prática mediúnica, assim como acontece em certas profissões humanas, seja a engenharia, a advocacia ou a medicina, em que os seus profissionais, com o decorrer do tempo, vão eliminando gradativamente os equívocos dos primeiros dias, até se firmarem definitivamente na sua tarefa profissional.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 08, 2021 9:23 am

PERGUNTA: — Qual o meio mais eficiente para o médium livrar-se das mistificações dos desencarnados?
RAMATIS: — Sem dúvida é a sua conduta moral e integração incondicional aos preceitos sublimes da vida espiritual superior.
Se o médium pautar todos os seus actos e subordinar seus pensamentos à directriz doutrinária do Cristo-Jesus, ele há de se ligar definitivamente às entidades superiores responsáveis pelo desenvolvimento da humanidade terrena, que o imunizarão contra os espíritos maquiavélicos.
A paciência, a bondade, o desinteresse, a renúncia, a humildade e o amor são as virtudes que atraem os espíritos bons e sinceros, absolutamente incapazes de agir de modo capcioso ou com intenções subversivas.
As intromissões de. espíritos indesejáveis no exercício mediúnico comprovam a distracção do médium, que imprudentemente abre sua residência psíco-física aos irresponsáveis do mundo invisível.
A desculpa de certos médiuns de que, apesar de sua boa intenção no serviço mediúnico, foram mistificados, não é suficiente para os livrar dos espíritos maquiavélicos, galhofeiros e inescrupulosos, que operam contra todas as criaturas interessadas na libertação do homem.
Muitos médiuns, apesar de bem intencionados, são no entanto vaidosos, ingénuos, ignorantes, fanáticos ou excessivamente personalistas, oferecendo ensejo para os desencarnados perversos os perturbarem no intercâmbio mediúnico.
Os espíritos sagazes, maus e pervertidos pouco se importam com a boa intenção dos encarnados; interessa-lhes unicamente descobrir o defeito moral, a ingenuidade mental ou a confiança tola daqueles que se entregam ao serviço superior.
Não é bastante ao médium visualizar um objectivo bom, para então livrar-se de qualquer mistificação do Além.
É preciso que ele compreenda que os espíritos astutos, capciosos e cruéis ainda gozam da regalia de ser invisíveis.
Aliás, Allan Kardec tratou cuidadosamente do assunto das mistificações no "Livro dos Médiuns" quando, após ter indagado aos espíritos sobre esse problema, recebeu a seguinte resposta:
"Parece-me que podeis achar resposta em tudo quanto vos tem sido ensinado.
Certamente que há para isso um meio simples; o de não pedirdes ao Espiritismo senão o que ele vos possa dar.
Seu fim é o melhoramento moral da humanidade; se vos não afastardes desse objectivo, jamais sereis enganados, porquanto não há duas maneiras de se compreender a verdadeira moral, a que todo homem de bom senso pode admitir.
Os espíritos vos vêm instruir e guiar no caminho do bem e não no das honras e das riquezas, nem vêm para atender às vossas paixões mesquinhas.
Se nunca lhes pedissem nada de fútil, ou que esteja fora de suas atribuições, nenhum ascendente encontrariam jamais os enganadores; donde deveis concluir que aquele que é mistificado só o é porque merece (Cap. XXVII, Tópico 303: "Das Mistificações").

PERGUNTA: — Porventura o guia deixa de intervir a favor do seu médium, no caso da mistificação?
RAMATIS: — O principal objectivo da pedagogia espiritual é conduzir o homem ao seu aperfeiçoamento angélico, pois em sua intimidade permanece indestrutível a centelha espiritual, que é emanação do próprio Criador.
A função do mundo físico, astral e mental, é proporcionar às almas a oportunidade de se tomarem conscientes de si mesmas, pois, embora elas existam aparentemente separadas, todas são oriundas da mesma fonte criadora.
Os caprichos, as teimosias, a preguiça, a negligência e os descasos espirituais, que significam os pecados dos seres, Deus os tolera porque representam as fases do processo evolutivo, em, cuja luta heróica eles vão tomando conhecimento de si mesmos e desfazendo-se dos prejuízos e equívocos que retardam a ascese angélica.
O homem deve decidir conscientemente sobre aquilo que já o satura na vida transitória material, pois a sua libertação das ilusões da carne deve ser efectuada sem violências ou imposições draconianas, que somente o empurram para a frente, mas não o esclarecem.
Os pecados, que são combatidos e esconjurados por todos os instrutores religiosos, são apenas os equívocos da alma titubeando na sua marcha pelas estradas planetárias.
Assim como o jovem estudante reconhece mais tarde e lamenta os erros cometidos nas provas do seu exame colegial, apontados pelo professor, o espírito do homem lastima depois o tempo perdido nos seus equívocos espirituais, tudo fazendo para recuperar-se dos deslizes condenáveis.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 08, 2021 9:23 am

Assim como não vos é possível cultivar flores formosas sem que primeiramente sepulteis suas raízes no solo adubado com detritos repugnantes, o espírito do homem também só desenvolve os seus poderes e alcança sua glória angélica depois de fixar-se no seio da matéria inferior dos mundos planetários.
Os equívocos, as mistificações e as contradições espirituais de muitos médiuns ainda são frutos dos seus deslizes e imprudências cometidas no passado, quando feriram as mesmas almas que hoje os mistificam e se desforram do Além-Túmulo.
A mistificação, nesse caso, é apenas o efeito da Lei do Carma, em que, embora a "semeadura seja livre, a colheita é obrigatória".

PERGUNTA: — O médium poderia livrar-se da mistificação com o afastamento dos espíritos mistificadores?
RAMATIS: — Trata-se de um problema que não será solucionado com o simples afastamento dos espíritos mistificadores de junto dos médiuns, de vez que esse afastamento depende da renovação moral dos médiuns e do seu sincero perdão àqueles que lhes atuam prejudicialmente.
Conforme já vos temos lembrado, as moscas se afastam devido à cura das feridas e não pelo seu incessante enxotamento.
Geralmente o médium é mistificado pelos seus velhos comparsas, vítimas ou algozes do passado.
Por isso, deve demonstrar a sua sincera humildade e o seu amor àqueles que o ferem, tanto quanto ele os feriu outrora.
Os espíritos adversos, do passado, obtêm maior êxito na sua empreitada malfeitora quando suas vítimas estão oneradas pela mediunidade de "prova", o que lhes toma o perispírito mais devassado para o "lado de cá" e facilita a infiltração obsessiva.
Eles procuram incentivar a vaidade, o amor próprio, o capricho, o orgulho, a falsa modéstia e demais defeitos que possam exaltar a personalidade do médium, o qual, muitas vezes, valoriza demais a sua faculdade, deixando-se vencer pelo delírio da auto-suficiência e impermeabilizando-se às intuições benfeitoras do seu guia.
Alguns médiuns imprudentes e vaidosos rejeitam quaisquer advertências alheias, assim como confundem a humildade com a sua própria ignorância.
Assim tomam-se petulantes e se deixam dominar pelo "puro animismo", pela auto exaltação e não escondem o despeito contra aqueles que ousam duvidar de sua mediunidade.
Não tardam em perturbar a harmonia do ambiente que frequentam e o tomam um clima de constrangimento e ansiedade, facilitando a divisão entre os menos conhecedores da doutrina espírita.
Quando não recebem a lisonja de que se julgam merecedores, ou os demais companheiros subestimam-lhes o prestígio e o teor das mensagens do Além-Túmulo, eles então se mudam com armas e bagagens para outro ambiente espiritista, a fim de encontrar a compensação desejada.
Com essa mudança insatisfeita, que é fruto da inconformação e do anonimato, a faculdade mediúnica perde então a sua fluência natural e domina o animismo incontrolável ou a fascinação sorrateira das sombras.
A impaciência, a indisciplina e a desforra terminam por desencorajar os próprios guias do médium, que não podem consumir o seu precioso tempo junto de quem só se preocupa com o seu prestígio pessoal em detrimento do serviço benfeitor ao próximo.

PERGUNTA: — O médium que neste momento recebe o vosso pensamento também poderia ser mistificado?
RAMATIS: — E por que não?
Não o consideramos mais privilegiado do que os outros médiuns, pois também não passa de um espírito onerado com a mediunidade de "prova", para ressarcir suas dívidas cármicas do passado.
Desde que ele negligencie em sua conduta moral e falseie as suas intenções espirituais, é certo que também será alvo dos espíritos maquiavélicos e mistificadores, que tudo fazem no Além para neutralizar o serviço mediúnico benfeitor na Terra.
O intercâmbio que o sensitivo efectua connosco é apenas o "acréscimo" que o Alto lhe concedeu para a sua própria recuperação espiritual.
Mas nem por isso ele está isento dos experimentos e das rectificações cármicas junto de sua família, dos seus amigos, de sua raça e na sociedade de que participa.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 08, 2021 9:23 am

Evidentemente, a sua primeira obrigação é sustentar o conjunto doméstico e cumprir os seus deveres sociais.
Em seguida, atender aos deveres da mediunidade junto ao próximo.
No entanto, semelhantemente a qualquer outro médium, cumpre-lhe exercer contínua vigilância sobre os seus próprios pensamentos e exercitar as virtudes superiores no seu coração.
Há de viver correctamente e acima de quaisquer pruridos da vaidade personalística, caso deseje garantir os princípios espirituais das mensagens que lhe enviamos daqui e impedir que as entidades subversivas deformem os nossos pensamentos.
A faculdade mediúnica é o meio que faculta aos desencarnados a realização do serviço útil ao próximo.
Mas para isso o médium que intercambia os princípios elevados do Alto precisa viver em absoluta harmonia com aquilo que flui para os encarnados, se não quiser tornar-se o repasso dos espíritos levianos, irresponsáveis e mal intencionados.
Qualquer médium distraído de suas obrigações comuns e ligado às aventuras menos dignas não passa de candidato electivo à mistificação do Invisível.

PERGUNTA: — Não seria possível que o vosso médium, apesar de sua boa vontade, da conduta regular e do esforço sincero que despende para a filtragem dos vossos pensamentos, também pudesse ser iludido por alguma entidade experimentada no campo científico, filosófico e de intelecto avançado, que viesse a mistificar pela interposição de ideias corruptoras ou capciosas em vossas mensagens?
RAMATIS: — Esse é um dos motivos principais por que preferimos fluir os nossos pensamentos por um médium intuitivo que seja estudioso, arguto, bem intencionado e operoso, em vez de o fazer por um médium sonambúlico que não seja mais do que simples máquina sem vontade própria no intercâmbio mediúnico.
As nossas mensagens só foram ditadas através deste sensitivo depois que pudemos comprovar a sua capacidade para recebê-las.
Sempre procuramos guiá-lo no desempenho de sua missão.
No entanto, apesar de toda nossa vigilância, carinho e assistência, ele não se livrará da mistificação, caso deixe tudo a nosso cargo e se desvie da rota programada no Espaço antes de sua actual encarnação.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 08, 2021 9:23 am

CAPÍTULO 26 - As comunicações dos espíritos sobre tesouros enterrados.
PERGUNTA: — Que dizeis de certos espíritos que, tanto nas sessões de mesas como em terreiros de Umbanda, costumam indicar locais onde foram enterrados tesouros por piratas, jesuítas ou aventureiros?
Em geral, eles explicam que certa parte do que for descoberto pode ser empregada em obras de beneficência, aliviando-se assim os infelizes que estão presos magneticamente ao local onde enterraram os tesouros.
RAMATIS: — Às criaturas que freneticamente se põem a procurar tesouros indicados por alguns espíritos desencarnados, recomendamos de princípio a advertência de Jesus, quando assim se exprimia:
"Não acumuleis tesouros na Terra onde a ferrugem e os vermes os consomem e onde os ladrões os desenterram e roubam; acumulai tesouros no céu, onde nem a ferrugem nem os vermes os consomem, porquanto onde está o vosso tesouro, aí também está o vosso coração. (Mateus, 6: 19)".
Quanto às entidades que nas sessões mediúnicas indicam tesouros enterrados, na maioria das vezes trata-se de espíritos brincalhões, zombeteiros e irresponsáveis, que abusam da ingenuidade humana propondo empreitadas que excitam a cobiça.
Eles não guardam escrúpulos e, por isso, causam as maiores decepções, induzindo os encarnados a empreenderem os mais exaustivos esforços físicos na abertura de túneis, em escavações em terrenos pedregosos e difíceis, para encontrarem os supostos tesouros, enquanto riem e gozam desbragadamente dos que se deixam fascinar pela avidez da fortuna fácil.
No entanto, as almas que realmente enterraram jóias, moedas ou demais valores, e que por isso sofrem aprisionadas à lembrança das coisas em que imprudentemente fixaram o seu ideal, raramente estão em condições de poder elucidar os encarnados quanto ao local em que elas se encontram, pois, além de angustiadas pelas vibrações de cupidez e avareza que movimentaram no mundo físico, encontram-se desorientadas sob o guante dos fluidos mórbidos do astral inferior.

PERGUNTA: — Mas não seria um empreendimento caridoso desenterrarem-se os tesouros que ainda aprisionam as almas imprudentes sob atroz sofrimento?
Desde que os valores ocultos fossem aplicados em obras filantrópicas, porventura isso não poderia melhorar a situação espiritual dos espíritos infelizes que tolamente os esconderam?
RAMATIS: — Mesmo que os ex-donos desses tesouros pudessem indicar os locais em que foram ocultos, nem por isso se poderia extrair deles a avareza, a rapacidade ou a cupidez ainda existentes no seu coração, fruto do profundo egoísmo de haverem pensado exclusivamente em si.
Quer estejam ligadas aos seus tesouros enterrados, ou deles sejam afastadas, essas almas continuarão a sofrer em si mesmas os efeitos da causa mórbida que as levou a ocultar valores de circulação no mundo material.
Sob a lei benfeitora e justa do Carma, aqueles que movimentam forças magnéticas, tocados pela cupidez e avareza, no enterramento egoísta de bens, deverão sofrer-lhes o efeito coercivo até à sua completa dissolvência.

PERGUNTA: — Poderíamos supor que esse aprisionamento do espírito junto aos valores enterrados é imantação magnética fruto de um ato de magia; não é assim?
RAMATIS: — Esses espíritos não ficam imantados magneticamente aos objectos ou tesouros enterrados devido a qualquer operação de magia.
É a sua própria vontade que ali os prende, mobilizada como o foi para um ato de profunda avareza e contrário às leis espirituais.
Depois de desencarnados tolda-se-lhes o raciocínio e passam a viver em constante pesadelo, dominados pelo medo de perderem aquilo em que puseram toda sua força de posse e objectivo de vida.
Na verdade, é crime perante as leis espirituais a subtracção e o ocultamento de bens de circulação comum quando são isolados para atender ao egoísmo e à avareza dos seus donos.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 08, 2021 9:23 am

PERGUNTA: — Supondo-se que algum tesouro descoberto por criatura magnânima e desprendida de quaisquer interesses pessoais seja por ela devolvido à circulação e aplicado em obras de caridade e filantropia, porventura o espírito que o enterrou não se livra do seu tormento espiritual, favorecido pelas bênçãos e a gratidão das criaturas beneficiadas?
RAMATIS: — Se supuserdes que os tesouros desenterrados e depois distribuídos às obras de beneficência possam causar alívio e exonerar de responsabilidade os espíritos avaros e egoístas que os enterraram, então também tereis de admitir a eficácia das missas e das orações consagradas aos homens cruéis, desonestos e cúpidos, que usufruíram da existência humana exclusivamente em seu próprio bem, explorando o próximo.
Aqueles que enterram tesouros ou objectos, movidos pela ganância e cobiça, ficam destituídos do direito de auferir as bênçãos e a gratidão das criaturas que mais tarde são beneficiadas pelos valores postos em circulação.
O bem é fruto espontâneo do grau espiritual do ser e não o produto de circunstâncias favoráveis.
O tesouro enterrado, aplicado posteriormente por criaturas magnânimas em serviço benfeitor, não comprova que essa fosse realmente a vontade daquele que o enterrou, caso ele ainda pudesse dispor novamente dos bens que segregou do meio.
Mesmo no caso das almas sofredoras, que por vezes aparecem nos lugares ermos e conseguem apontar a algum médium ou encarnado o local certo, onde em vida enterraram algum bem, elas ainda agem sob o interesse de se livrarem o mais cedo possível do sofrimento acerbo que ainda as acicata no Além, em consequência de sua estupidez e avareza.
Então afligem-se para se desembaraçarem do tesouro que tão avaramente esconderam e não podem mais utilizar em face de actuarem noutro plano vibratório de vida.
Elas não renunciam espontaneamente aos bens enterrados, mas assim o fazem porque ficam impedidas de usufruí-los, cedendo-os tal como reza o velho provérbio popular:
"Quando não puderes carregar, dá ao próximo e então te aliviarás".
Deste modo, não lhes cabem as graças das criaturas favorecidas pela distribuição dos valores que tinham sido segregados de modo ilícito e depois cedidos unicamente por forca de circunstâncias dolorosas.
A própria oração tem finalidade justiceira e por isso só beneficia a quem fizer por merecer o que pede, pois não há injustiça nem privilégio no Cosmo, mas, na verdade, a "cada um será dado segundo as suas obras".
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 08, 2021 9:24 am

CAPÍTULO 27 - Considerações sobre a castidade por parte dos médiuns.
PERGUNTA: — A continência sexual, por parte do médium que presta serviço aos espíritos superiores, ajuda-o a melhorar o seu desempenho mediúnico?
Isso apura-lhe o psiquismo e o favorece para o melhor intercâmbio vibratório com os seus comunicantes?
RAMATIS: — É de senso comum que Deus não estatuiu o acto sexual como uma prática deprimente e capaz de rebaixar o ser humano quando precisa cumprir os seus deveres procriativas.
É função técnica importantíssima para a continuidade da vida física nos orbes planetários, ensejando o acasalamento das forças criadoras do mundo espiritual com as energias instintivas do mundo da carne.
Não é função impura ou censurável, quando desempenhada com esse objectivo nobre.
Constitui-se, pois, no processo prodigioso que materializa e plasma na face do planeta a vida em todas as suas manifestações animais, ensejando a instrumentação de que o espírito necessita para apurar o seu raciocínio e entendimento espiritual.
Não há dúvida de que o mais certo, perante as leis de alta espiritualidade, seria a relação sexual exercida somente em função procriadora, nas épocas devidamente apropriadas para o êxito da nova vida.
No entanto, o temperamento instintivo dos homens terrenos, ainda instável no limiar da vida animal e do mundo angélico, acicata-os à procura de gozos às vezes insaciáveis e os escraviza às paixões violentas, transformando o ato sexual numa fonte contínua de prazeres que retarda a ventura espiritual.
O comportamento sexual do homem terreno ainda é muito aberrativo e desatinado, em face de sua incapacidade para governar o seu instinto animal inferior, mormente se se levar em conta que o animal, entidade primitiva, é um fiel seguidor das leis da procriação.
Narra-vos a história o paradoxo de espíritos lúcidos, geniais e boníssimos, que desceram ao nível mais degradante da escala sexual, sem poder dominar a força primitiva do instinto animal desgovernado.
Mas não se pode condená-los por isso, pois mesmo as almas com certa prevalência espiritual sobre o físico, na sua actividade incomum na propagação dos valores superiores, por vezes são apanhadas de surpresa pela força inflamante da carne, que já supunham superada.
Mesmo para o santo descido das alturas do Paraíso, Jesus lançou a sua imorredoura recomendação: “Orai e Vigiai".
Embora os vícios ou as paixões residam na própria alma e se projectem no cenário físico através da carne, a vida exige que o espírito comande a matéria, em cujo trabalho nem sempre consegue lograr o êxito espiritual desejado.
Algumas almas de grau superior perturbam-se no trato com o potencial vigoroso das forças sexuais, embora depois sofram terrivelmente em sua consciência já desperta e se mostrem desapontadas para consigo mesmas. Lembram a hipótese de um homem que, vestindo um traje branco e precisando descer à mina de carvão, contamina-se pelo pó de carvão toda vez que se descuida.
Alguns espíritos benfeitores e regrados, quando do seu retorno às esferas paradisíacas, curtem a dor veemente do seu comportamento sexual contraditório no mundo físico.
Embora se tenham devotado a todas as formas do Bem, não puderam controlar os ascendentes biológicos que os impeliam à satisfação sexual desatinada. Em face do seu grau sideral, e devido ao sincero exame crítico de suas próprias consciências, tiveram de reconhecer a sua debilidade no trato aberrativo da prática sexual no mundo físico.
No entanto, ser-lhes-ia ainda mais prejudicial o falso puritanismo da contenção sexual semelhante à panela de pressão sem válvula de escape.
O homem pode enganar a si mesmo, mas não consegue ludibriar a Deus, que forma o pano de fundo de sua consciência.
Nenhum espírito pode furtar-se ao aguilhão sexual, que o fere incessantemente, exigindo-lhe o máximo esforço para não ser arrastado sob o desamparo espiritual.
No campo da actividade sexual, o homem não pode julgar o próximo, pois a contenção, que muitas vezes se supõe ser virtude louvável, é apenas consequência do medo, da ausência de circunstâncias favoráveis, ou devido à noção pecaminosa da tradição religiosa.
Raríssimas criaturas poderão afirmar, em sã consciência, que resistiriam sexualmente a todas as seduções e oportunidades que para isso lhes oferecesse a vida humana, terminando os seus derradeiros dias em sadia castidade.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 08, 2021 9:24 am

Mas o certo é que, enquanto o homem não se conformar com a realidade de que o prazer sexual é somente um espasmo orgânico de importante função biológica, ele há de ser escravo da vida física.
De acordo com as leis que regulam as afinidades electivas, os encarnados arregimentam companheiros bons ou comparsas detestáveis do Além, conforme se sintonizem às frequências vibratórias mais altas ou mais baixas, que lhes inspirarão os desejos, os pensamentos e actos.
Os prazeres deletérios ou os vícios insidiosos da carne são multiplicadores de frequência astral inferior, espécie de operação baixa que só consome o pior combustível do ser, e o impermeabiliza às elevadas sugestões do Alto.
Em consequência, o médium, como intermediário mais sensível com o mundo oculto, não pode gozar a protecção espiritual superior, caso ainda seja o escravo incontrolável das paixões animais inferiores.
Então há de ser como a ave que, embora possua asas, não consegue voar porque seus pés estão atolados na lama.

PERGUNTA: — Quais seriam as vossas considerações a respeito do ato sexual como fonte de prazer, o que ainda é uma fraqueza tão comum na humanidade terrena?
RAMATIS: — Sem dúvida, reconhecemos que Deus palpita na intimidade de toda sua obra, assim como permanece no seio da maior virtude e também no do pior pecado, uma vez que o homem é fruto de sua própria essência.
O facto de o homem ainda fazer do ato sexual um prazer comum não é afronta odiosa a Deus, pois Ele não se ofende pelos equívocos ou pecados de seus filhos ainda ignorantes de sua realidade espiritual. Inibidos de usufruir os prazeres elevados e duradouros do espírito, porque ainda lhes falta a capacidade psíquica para tal cometimento, os terrícolas sublimam a sua ansiedade de gozo e ventura no epicurismo prazenteiro do ato sexual.
Todos os indivíduos movimentam-se em contínuo processo de aperfeiçoamento e em cada um vai se operando a transformação mais lenta ou mais célere para melhor.
Deus não cria homens ao simples toque de um capricho, mas apura-lhes a consciência de modo a que eles mesmos possam desenvolver suas qualidades divinas inatas e preferir o que lhes pareça melhor.
Em consequência, se o terrícola se satisfaz no intercâmbio das sensações animais, é porque ainda não atingiu a fase em que se tomará sensível aos prazeres definitivos do espírito angélico.
Não se lhe pode exigir diferente actuação enquanto ainda lhe, falte o dom para a percepção psíquica superior e a graduação espiritual capaz de compensar-lhe em espírito os gozos primitivos da vida carnal.
O seu pecado, pois, não é um acinte ou ato de provocação à Divindade, mas o fruto dos seus impulsos inferiores sem a força de controle espiritual.
A criatura humana vive à procura do melhor prazer e da maior ventura, o que lhe é um direito de berço e a impulsiona continuamente para a realização consciente de si mesma.
Reza o conceito humano que Deus é a Perfeição e, por isso, seus filhos também são marcados pelo desejo de alcançar o melhor e o mais perfeito, certos de que a Verdade é encontrável em algum tempo.
Os seres humanos então se deixam atrair pela magia do sexo, gozam e sentem-se transitoriamente compensados nessa mútua relação física, em que compensam no prazer fugaz da carne a ansiedade de ventura espiritual.
Mas o laboratório terreno possui todos os recursos para despertar e graduar a consciência do homem sideral, libertando-o pouco a pouco das amarras da carne transitória.
O prazer sexual, portanto, após a compreensão consciente do homem e da mulher sobre a realidade espiritual, também será relegado para condição inferior e superado pelos valores definitivos da vida imortal.
No tempo justo, os terrícolas sentir-se-ão saturados por esse prazer físico efémero, que é um ardil da natureza para manter a continuidade da vida nos mundos materiais.
E compreenderão que a verdadeira felicidade não é fruto das contracções e dos espasmos da carne mas, acima de tudo, provém do intercâmbio com as coisas siderais.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 08, 2021 9:25 am

PERGUNTA: — Mas pressupomos que essa atitude irregular do homem, no tocante à suas relações sexuais, merece a censura dos espíritos regrados. Não é assim?
RAMATIS: — Não nos cabe censurar o terrícola pela sua contradição sexual, pois isso ele o faz na tentativa de encontrar o "melhor" para si; e se ainda confunde o prazer do corpo efémero com o prazer do espírito eterno, tomamos a repetir-vos:
isso é devido à sua imaturidade espiritual.
O corpo físico é o instrumento de que a alma se serve para lograr o seu aperfeiçoamento, assim como o aluno alfabetiza-se e adquire o conhecimento através do material escolar.
Obviamente, se o homem aberra do uso do seu organismo carnal, que é o seu banco escolar educativo no mundo físico, não só se candidata às enfermidades comuns terrenas, como ainda impregna-se dos fluidos inferiores da animalidade, que o isolam cada vez mais da inspiração do Alto.
Principalmente o médium — que é a ponte sensível e o instrumento de relação entre a matéria e o Invisível, destinado a cumprir o serviço espiritual a favor do próximo e de si mesmo — precisa proteger-se da infiltração inferior e poupar o seu corpo físico para o êxito de sua tarefa incomum.
Todo gasto excessivo de forças sexuais destrói os elementos preciosos da vida psíquica, responsáveis pela ligação entre o mundo superior e a Terra, por cuja falta o homem é empurrado cada vez mais para o submundo do instinto animal inferior.
Em sentido oposto, a economia e o controle das energias sexuais, quando disciplinadas pela mente, beneficiam extraordinariamente o médium.
O fluido criador, quando acumulado sem a violência da contenção obrigatória, purifica-se pelo contacto com as vibrações apuradas do espírito.
Esse magnetismo vitalizante, poupado das glândulas sexuais, depois funde-se ao fluido superior emanado do "chacra" coronário, irriga o cérebro e clareia a mente, despertando a função da glândula pineal à altura do "chacra" frontal e favorecendo a visão psíquica do mundo interior.
Os abusos da prática sexual enfraquecem o cérebro, pois tanto o homem como a mulher exteriorizam a parte positiva e negativa da força sexual, que os órgãos responsáveis usam para a procriação.
A maior parte das criaturas ignora que certa percentagem dessa força constrói e alimenta o cérebro, por cujo motivo o seu gasto excessivo pode afectar a memória e retardar o raciocínio, enquanto o bom uso purifica as emoções e os pensamentos.
Certas criaturas que abusam de afrodisíacos para multiplicar a prática sexual, em geral terminam enfermiças, imbecilizadas e retardadas, apresentando as síndromes "parkinsonianas", devido ao esgotamento dos fluidos sexuais imprescindíveis à nutrição das células cerebrais.
Mas é necessário considerar que a castidade não pode ser fruto de uma reacção exclusiva da mente, pois refreando as actividades do corpo, de modo algum o espírito consegue resolver um problema que só desaparece pela sua melhoria espiritual.
Toda virtude deixa de ser virtude assim que a criatura delibera cultivá-la como algo à parte de si mesma, e que ainda exige vigilância contínua para se manter constante.
O homem que procura ser modesto e, para isso, vigia todos os seus actos, preocupado em não decepcionar o próximo, na verdade termina cultivando a vaidade de ser modesto!
Da mesma forma, não vos tomareis castos porque cultivais a castidade; mas isso o sereis quando, pela renovação íntima do vosso espírito, então fordes casto sem vos preocupardes em ser castos!
A contenção sexual forçada não passa de uma deliberação artificial e inútil, que acumula as energias procriativas mas não as extingue.
E acumular não é libertação, mas apenas transferência obrigatória de acção, tal como sob a tranquilidade aparente da panela de pressão esconde-se o vapor perigoso do seu interior.
Algumas criaturas que depois de certo tempo abandonam os conventos e as instituições onde se costuma sufocar o desejo sexual e se anatematiza o mundo profano, por vezes tornam-se bem piores do que aquelas que não fazem restrições morais.
Elas apenas se continham, impedidas nos seus desregramentos e deslizes então recalcados pelo preconceito do ambiente em que permaneciam.
Mas, assim que romperam as amarras das convenções religiosas ou da moral compulsória, mergulharam violentamente na tempestade sensual, que já lhes rugia na intimidade descontrolada da alma.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 08, 2021 9:25 am

PERGUNTA: — Poderíeis nos dizer se a libertação do sexo, na matéria, basta para elevar o espírito às esferas espirituais, isentando-o das reencarnações físicas?
RAMATIS: — O sexo ainda é a última porta a fechar-se para o homem que procura libertar-se do ciclo doloroso das reencarnações físicas, o que só conseguirá, já o dissemos, quando se tomar casto, mas sem a preocupação doentia de ser casto. Isso será fruto natural do seu aprimoramento espiritual, em vez de forçada sufocação da chama interior, que persistirá latente sob as cinzas da vontade imposta draconianamente.
A castidade forçada é o cérbero terrível que ainda mais excita o desejo insatisfeito e acicata a mente incontrolada.
Somente compreendida como processo procriativas, e não como desejo reprimido, a contenção sexual beneficia o homem e principalmente o médium, extinguindo-lhe a ansiedade da relação física.
O desejo lúbrico deverá desaparecer pela compreensão consciente de que o ato sexual, antes de ser uma acção prazenteira, é função biológica de reprodução na matéria.
Oxalá o médium bem intencionado já se dê por satisfeito com as suas relações conjugais, evitando as aventuras condenáveis fora do lar e as ligações deprimentes com o psiquismo torturado das infelizes mercadores da carne.
Os prostíbulos, sob qualquer hipótese, são cisternas de fluidos intoxicastes, os quais aderem à tessitura delicada do perispírito, criando condições electivas para actuar os obsessores e os vampiros egressos das sombras do astral inferior.
O médium que se entrega às aventuras sexuais menos dignas transforma-se no traço de união entre o astral trevoso e o lar em que vive, carreando para este as emanações nocivas e as perturbações, que são frutos do seu mau comportamento sexual.
Os miasmas, os bacilos e vírus psíquicos da degradação do sexo terminam por povoar-lhe o ambiente familiar, ali instalando-se a enfermidade, a angústia e a desarmonia que caracteriza as noitadas tristes e trágicas dos ambientes de prostituição.
Mas é evidente que só a libertação do sexo, na matéria, não basta para elevar o espírito às esferas espirituais, caso ele ainda esteja algemado à crueldade, à vingança, à cupidez ou avareza, o que ainda o põe em sintonia com o astral inferior.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 08, 2021 9:25 am

CAPÍTULO 28 - Aspectos psicológicos das encarnações de apóstolos e líderes do cristianismo
PERGUNTA: — Que dizeis sobre certos médiuns ou confrades espíritas que se acreditam a reencarnação de apóstolos ou destacados líderes do Cristianismo?
RAMATIS: — Não é impossível a hipótese de alguns apóstolos ou discípulos de Jesus encontrarem-se encarnados no Brasil.
Não há dúvida de que muitos seguidores e contemporâneos de Jesus regressam mais tarde à carne, a fim de fazerem brotar as sementes cristãs lançadas há dois mil anos.
Alguns deles assim o fizeram para conseguir melhor graduação espiritual, pois não houve o milagre de se verem transformados instantaneamente em seres angélicos, apenas porque conviveram à sombra do Sublime Rabi.
Frequentando novamente a escola terrena, é evidente que eles também assumiram outras configurações humanas e viveram personalidades e raças diferentes daquelas com que a história sagrada os consagrou no advento do Cristianismo.
Malgrado tivessem sido outrora os apóstolos Thiago, Bartolomeu, Simão, Felipe, João ou André, mais tarde tiveram de retornar à Terra assumindo posições de realce ou de serviço humilde e anónimo no vosso mundo.
Sob outros nomes, algumas vezes destacaram-se no cenário material em serviço redentor, tal como lhes aconteceu na Judeia sob a orientação do Divino Amigo.
Mas muitas vezes só o mundo espiritual chegou a conhecer-lhes a obra meritória e louvou-lhes o devotamento ao Bem.
Alguns em novas encarnações talvez se chamaram José, Giacomo, Estanislau, Hanz, Jack Ahmed ou Jean, vivendo personalidades humanas de somenos importância para o mundo, mas de profunda influência na transformação dos seus próprios espíritos.
Que importa a configuração provisória da personalidade terrena no mundo físico, quando só o conteúdo espiritual definitivo é que diploma o ser para as glórias da vida angélica?

PERGUNTA: — No entanto, conhecemos bons trabalhadores espíritas que intimamente acreditam ter sido alguma dessas personalidades históricas do Cristianismo, mas que estão certos de não terem habitado a Terra depois de sua última existência apostolar. Que dizeis?
RAMATIS: — É certo que na área da experimentação espírita ainda enxameiam as reencarnações de Marcos, João, Mateus, Felipe, Thiago, Lucas, João Batista ou Paulo de Tarso, assim como as de Verónica, Martha, Maria Magdalena etc., que se sentem investidos de novas tarefas messiânicas na revivescência do Cristianismo.
Muitos deles vivem inquietos e ansiosos, aguardando o momento sublime em que a "luz súbita" deverá eclodir-lhes no espírito e lançá-los pelo mundo em defesa dos postulados de Jesus.
Pedro, o apóstolo, Paulo de Tarso ou João Baptista, que se supõem reencarnados na actualidade, também se esforçam para não trair a mesma índole, o mesmo temperamento e a contextura psicológica com que a história sagrada os pôs em evidência no passado.
Assim, embora vivendo outras personalidades emolduradas no século atómico, os novos Pedros reencarnados também são sisudos, os Paulo de Tarso são dinâmicos e amigos das "epístolas", tentando as peregrinações exaustivas para sustentar o alicerce do novo movimento salvacionista.
As novas cópias de João Baptista, o precursor do Mestre, guardam a mesma severidade de outrora e anatematizam os pecados do mundo moderno, tal como o fazia esse grande e austero espírito.
No entanto, os estudiosos sensatos e argutos da fenomenologia mediúnica surpreendem-se confusos, descobrindo que, embora todos os velhos seguidores de Jesus se mostrem reencarnados na actualidade, eis que, paradoxalmente, ainda continuam a "baixar" nas sessões espíritas, manifestando a mesma personalidade da época do advento do Cristianismo.
Paulo de Tarso, Pedro, Marcos, João Evangelista, Lucas, Magdalena, João Batista, Estevam, Felipe, Thiago, Timóteo, e outros pioneiros da obra do Cristo Jesus, tanto vivem encarnados na Terra, cumprindo novas missões à sombra amiga do Espiritismo, como também não cessam de se comunicar pelos médiuns eufóricos dessa preferência espiritual tão honrosa.
Deste modo, multiplicam-se, tanto na Terra quanto no Espaço, os mesmos apóstolos e discípulos de Jesus, deixando perplexos os neófitos espíritas, que ainda desconhecem a complexidade do mecanismo da mediunidade e ignoram a intervenção fácil da mente indisciplinada na sugestão messiânica.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 08, 2021 9:26 am

PERGUNTA: — E que dizeis das comunicações mediúnicas, tão comuns em certos trabalhos espíritas, atribuídas a destacados espíritos que lideraram as filosofias ou religiões de outros povos?
É viável, por exemplo, a comunicação rotineira, nos centros espíritas, das personalidades de Moisés, Sócrates, Rama Crisna, Maomé, Zoroastro, Platão, Confúcio ou Gandhi, quando se trata de trabalhos mediúnicos do Ocidente?
RAMATIS: — Não é impossível a comunicação, mas, advertimos-vos, seria muito incomum, raríssima e unicamente em casos excepcionais, porquanto esses líderes de povos e raças têm o seu tempo devotado a empreendimentos colectivos e de suma importância.
Não os justificaria nem os compensaria o deslocarem-se de seus planos siderais para atender a assuntos rotineiros da matéria.
Eles viveram personalidades adequadas aos costumes, às ideias e às experimentações de sua época tradicional, como espíritos que se lançaram na corrente evolutiva da vida física para atender às necessidades espirituais de raças, povos e colectividades, e não a indivíduos ou grupos isolados.

PERGUNTA: — Considerando a ternura e o amor que esses líderes espirituais sempre demonstraram para com o seu povo e demais criaturas, não poderiam eles manifestar-se em nossas tertúlias mediúnicas ou espíritas, a fim de também orientar-nos quando estivéssemos sincera e honestamente interessados em nosso progresso espiritual?
Não poderiam Buda, Confúcio, Crisna, Platão, Sócrates ou Gandhi trazer-nos ensinamentos espirituais, uma vez que os seus pensamentos e suas obras já se encontram bastante conhecidos e divulgados no Ocidente?
RAMATIS: — Repetimos-vos que, em virtude de o Espírito Cósmico de Deus ser a fonte eterna de nossas vidas, cuja Individualidade Divina se manifesta através das personalidades microcósmicas das figuras humanas, nada é impossível de acontecer no seio do Cosmo, onde Ele permanece eternamente integrado em sua Obra.
Se for de proveito espiritual que tais líderes do passado devam confabular convosco no seio dos trabalhos espíritas, não há dúvida de que eles assim o farão debaixo das orientações do Alto.
Se é de senso comum que o general não deve substituir o soldado na tarefa comum de transmitir o recado singelo de campanha, e o imperador não desce à rua para discutir com o varredor o modo mais prático de empunhar a vassoura na limpeza da cidade, por que, então, os espíritos líderes e instrutores de raças ou povos, submetidos a outros condicionamentos psicológicos e costumes diversos, devem transmitir-vos aquilo que a parentela desencarnada ou os protectores familiares mais afins ao vosso entendimento podem dizer-vos com muito mais êxito?
Os espíritos do vosso nível espiritual, portadores de hábitos semelhantes aos do ambiente da vossa experimentação, humana, estão muito mais aptos para vos advertirem ou orientarem no plano das necessidades domésticas ou espirituais.
As almas que passam pela Terra cumprindo actividades incomuns e invulgares, instruindo e orientando o crescimento espiritual de povos e raças, não podem dispender o seu precioso tempo na solução de assuntos individuais e corriqueiros.
A lei que rege os movimentos de ascensão espiritual também regula na economia do Cosmo os dispêndios excessivos.
Em consequência, mesmo nos intercâmbios mediúnicos a serviço da colectividade, é designado o instrutor espiritual que actue e produza os benefícios de conformidade com a estrita exigência do momento, sem desperdiçar os conhecimentos que os seus ouvintes ainda não podem assimilar.
Se considerais ilógica a requisição de Arquimedes para substituir o modesto professor primário e ensinar os princípios rudimentares da aritmética, por que achais sensato que Confúcio, Buda, Zoroastro, Platão ou Gandhi devam abandonar suas tarefas importantíssimas para sugerir-vos o despertamento das virtudes primárias dos vossos espíritos?
Isso será conseguido com melhor êxito pela actuação de entidades ao nível das vossas necessidades ambientais e treinadas na rotina de vossa vida em comum.
Os líderes e os guias espirituais da humanidade, após o abandono do corpo físico, ainda continuam influenciando do Além o progresso das mesmas raças e povos que lideraram na Terra, cumprindo um programa que muitas vezes é decorrência de séculos de labor.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 08, 2021 9:26 am

PERGUNTA: — Entretanto, nas obras de Allan Kardec existem várias comunicações atribuídas a esses luminares do Senhor.
Devemos guardar reserva no assunto?
RAMATIS: — As comunicações de espíritos de alta estirpe sideral, que se registam nas obras fundamentais do Espiritismo, não significam intervenções acidentais e discutíveis, mas representam as directrizes doutrinárias e definitivas para o progresso espiritual colectivo.
Em vez de comunicações particulares destinadas a orientar indivíduos ou grupos isolados, elas significam o cimento coesivo de uma doutrina de orientação espiritual definitiva e destinada a toda a humanidade.
Por isso, Hermes, Crisna, Lao-Tseu, Zoroastro, Rama, Buda e o Divino Jesus influenciaram-lhe a alma, por algum tempo, embora Kardec tivesse de actuar na França, isto é, no Ocidente, preso a uma severa disciplina científica.
Esses luminares do Senhor não foram evocados para atender, em suas mensagens, às trivialidades humanas ou promover soluções fáceis de âmbito doméstico, mas a sua manifestação firmou os postulados da Doutrina Espírita com o aval do Espírito Superior.

PERGUNTA: — Porventura poderá causar prejuízos à doutrina espírita o fato de seus adeptos julgarem-se, erroneamente, a encarnação de apóstolos ou de outras personalidades famosas do passado?
Os espíritos superiores, quando os vivos alardeiam que são sua reencarnação terrena, poderão sofrer quaisquer dissabores devido a essa emulação?
RAMATIS: — As personalidades apostolares consagradas pela história religiosa não podem sofrer nenhum prejuízo quando os encarnados supõem-se ingenuamente os seus "sósia" espirituais.
Graças ao seu índice elevado de compreensão das fraquezas humanas, elas são imunes às atitudes censuráveis ou ingénuas daqueles que, querendo imitar-lhes a personalidade do passado, apenas praticam grosseira mistificação.
É certo, entretanto, que algumas criaturas, por se convencerem de que foram santos ou apóstolos à sombra de Jesus, beneficiam-se bastante com isso, porque empregam todos os seus esforços e vigiam todos os seus actos, a fim de não desmentirem a "linha psicológica" do modelo-padrão que julgam ter sido outrora.

PERGUNTA: — Poderíeis nos esclarecer melhor esse assunto?
RAMATIS: — Os seres que se julgam a nova encarnação de Paulo de Tarso procuram ser dinâmicos, decididos e corajosos, assim como o era o apóstolo dos gentios.
Alguns encetam tarefas e peregrinações fatigantes para divulgar os postulados do Espiritismo, porque o crêem realmente como o Cristianismo redivivo, em que devem compartilhar, tal como em sua suposta, vida messiânica do passado.
À semelhança da actividade dos apóstolos e discípulos de Jesus, eles também dispersam-se pelos vários recantos da Terra em que nasceram, a fim de cumprir as "missões" que lhes foram designadas pelo Alto.
Daí, pois, o motivo por que os pressupostos apóstolos ou santos reencarnados repetem como cópia-carbono os mesmos gostos, gestos e temperamentos dos seus modelos pretéritos.
Assim, pois, os novos João Baptistas também são sisudos, excomungam a riqueza e os prazeres deletérios.
Há os que deixam crescer a barba e os cabelos e a sua linguagem áspera condena as paixões do mundo, tal como o fazia o severo precursor do Divino Mestre.
Os Marcos, Mateus ou Lucas devoram páginas do Evangelho e procuram assenhorear-se do conteúdo que julgam ter redigido outrora, habilitando-se para citar qualquer versículo esclarecedor a qualquer momento.
Alguns ainda oferecem resistência contra a ideia íntima ou sugestão alheia de terem sido este ou aquele contemporâneo de Jesus.
Mas, quando chegam a aceitar tal situação, já não o fazem por sua exclusiva culpa, porém devido à precipitação de muitos companheiros invigilantes, que aliciam coincidências e ajustam semelhanças de temperamento, trabalho e objectivos, convencendo-os de que são realmente o espírito apostolar.
É o que acontece também com referência à provável reencarnação de Allan Kardec, pois só no Brasil dezenas de lidadores espíritas presumem-se a reencarnação do espírito do codificador do Espiritismo.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 08, 2021 9:26 am

Justamente porque Allan Kardec deveria retornar à carne em princípios deste século, conforme predisse em certa obra, alguns próceres espíritas, médiuns consagrados alimentam a esperança de ser a sua nova encarnação.
Justifica-se tal acontecimento pela facilidade do dom da empatia que predomina nas pessoas sensíveis, e principalmente nos médiuns, sempre prontos a viver a personalidade que mais admiram.
Mas, em face dessa multiplicação de apóstolos e lidadores do Cristianismo, em número muito além da conta real de sua existência, os mentores espirituais aconselham aos médiuns a modéstia, a humildade e constante autocrítica, a fim de não crescerem na sua intimidade as flores ridículas que enfeitam a vaidade humana.

PERGUNTA: — O Alto censura a convicção desses encarnados em se julgarem a encarnação de apóstolos, líderes espirituais e destacados cooperadores de Jesus?
RAMATIS: — Desde que Deus é o "pano de fundo" de toda consciência humana, não vemos razões para as criaturas se preocuparem com o tipo de personalidade humana que deveriam ter vivido outrora, uma vez que todos nós fomos agraciados com a mesma força divina, que tanto alimenta os grandes seres, quanto os pequeninos.
A personalidade terrena que se recorta no mundo físico ainda é a casca, o invólucro exterior e que dispensa imitação, porquanto todos os homens podem revelar a mesma glória e o mesmo poder, que vêm do espírito e não da carne.
Só a ingenuidade, a exaltação pessoal ou a contradição interior podem impor essa ansiedade da alma em ter sido alguém famoso no cenário terreno.
Há muito "João ninguém", que passa incógnito pelo mundo terreno, capaz de superar os mais famosos personagens de outrora, porque já abrange maior porção da Divindade e fez eclodir mais luz em sua consciência.
Não podemos censurar os encarnados que, julgando-se a encarnação de almas apostolares, deixam-se absorver por um ideal messiânico de semear o Bem, enquanto, para justificar as figuras pregressas que imitam, abandonam as paixões perigosas, asseiam-se moralmente, estudam, trabalham e tornam-se úteis a si e ao próximo.
Analisando esses acontecimentos à sombra amiga do Espiritismo, desejamos somente advertir contra o exagero, que então pode semear confusões e ridículos à conta da doutrina.
É conveniente, pois, evitar-se tudo o que não passa de insensatez ou exotismo, que depois atribuem à responsabilidade espirítica, pois os adversários inescrupulosos sempre criticam as instituições benfeitoras do mundo pelos actos claudicantes dos seus adeptos invigilantes.
Certas criaturas que se julgam ser a encarnação de João Baptista, por exemplo, e que, para o justificar, são estóicas, sentenciosas e severas, esquecem-se de que o sisudo precursor de Jesus já deve ter mudado o seu temperamento espiritual no curso de novas encarnações terrenas.
Talvez, na actualidade, ele seja menos agressivo para com os pecadilhos do mundo e mais tolerante para com a riqueza material, cultivando noções mais optimistas com relação à vida física.
É provável que ele se tenha destacado na literatura, no teatro ou na filosofia, produzindo obras de elevado alcance moral e educativo e também afinado o seu humor, deixando um laivo de jovialidade naquilo que germinou na sua mente mais complacente.
À medida que se popularizam os conceitos iniciáticos do Oriente, e que o homem mais compreende o divino mistério do "Eu Sou" e da imanência do Criador em toda sua obra, ele melhor compreende que os pecados do mundo são as fases transitórias do incessante processo de angelização para todos os seres.
Ninguém se perderá no seio do Cosmo, e todas as criaturas serão eternamente venturosas, pois não há privilégios ou deferências especiais na metamorfose angélica, mas apenas a destinação implacável de serem todas felizes.

PERGUNTA: — Gostaríamos que nos explicásseis com maiores detalhes o que significa a "linha psicológica" do personagem do passado, a que aludistes com referência a nova encarnação do mesmo espírito.
RAMATIS: — É evidente que qualquer personagem historicamente famoso ou santificado possuiu um conjunto de ideias, sentimentos e determinações particulares que o tornaram diferente de outra qualquer criatura submetida à mesma experimentação psicológica.
Costumes, preferências morais, temperamento artístico e capacidade intelectiva que ele possuía faziam-no reagir de um modo peculiar no ambiente onde vivia, em relação aos demais seres.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 08, 2021 9:26 am

Essa síntese viva que os cientistas da Terra consideram o espírito humano ou a sua vida mental projectada no mundo, nós, espíritos desencarnados, a consideramos não apenas no curso precário de uma existência física, mas estudamo-la em cada nova encarnação.
A ciência terrícola considera a "linha psicológica" tão somente em relação à vida que se inicia no berço físico e termina no sepulcro.
Nós, porém, consideramo-la como a memória pregressa forjada há milénios e que constitui a bagagem do espírito imortal.
A "linha psicológica", portanto, é a marca ou o cunho pessoal que caldeia definitivamente a personalidade exteriorizada no tempo e no espaço do mundo de formas.
Assim, entre os vários espíritos de grande renúncia, do passado, que realizaram um trabalho incomum em favor da revelação espiritual, cada um deles ainda se distingue particularmente porque apresenta uma "linha psicológica" diferente.
Paulo de Tarso, por exemplo, se encarnado entre vós, ter-se-ia caracterizado pela renúncia aos bens do mundo e a favor do próximo.
Psicologicamente ele se distinguiria pelo seu dinamismo, pela combatividade e o heroísmo nas suas peregrinações sacrificiais.
Entretanto, Francisco de Assis e Buda apresentariam uma outra linha psicológica, pois, enquanto o primeiro foi poesia e humildade, Buda personificou a inteligência ilimitada e o domínio espiritual sobre a mente ilusória.
Em consequência, os que se julgam a encarnação de determinado personagem historicamente conhecido no passado também devem revelar muito de sua emotividade, virtudes, heroísmos ou pecadilhos, pois, se tal não se der, obviamente há uma verdadeira "quebra" na linha psicológica entre o espírito que viveu outrora e o que se supõe encarnado actualmente.

PERGUNTA: — Como poderíamos entender, com algum exemplo, o que significa essa "quebra" da linha psicológica do personagem do passado?
RAMATIS: — Seria uma quebra da linha psicológica e um desmentido da nova encarnação do mesmo espírito, se um indivíduo prepotente e rico se convencesse de que fora anteriormente Francisco de Assis.
Francisco de Assis renunciou em absoluto aos interesses no mundo material e jamais regressaria à carne como prepotente ou com o intuito de acumular fortuna, competir comercialmente ou coleccionar propriedades transitórias.
Em várias existências anteriores, ele já buscava a sua alforria da vida física e, na última romagem terrena, pôde extinguir completamente o desejo de gozo na matéria.
Quando a natureza angélica do espírito passa a predominar sobre a personalidade transitória terrena, ele perde o gosto e o entusiasmo em se destacar no mundo provisório, cuja maior glória não vale o minuto de paz que se pode usufruir no reino do Cristo. Eis por que um indivíduo arguto, utilitarista, negociante cioso e industrial hábil não se ajusta ao porte espiritual de Francisco de Assis, que é todo renúncia e pobreza absoluta, em vivência exclusiva para o bem alheio.
Revendo-se as encarnações anteriores de Francisco de Assis, e examinando-se as suas personalidades terrenas, verifica-se que não há incoerência nem truncamento em sua linha psicológica, pois o seu tipo espiritual identifica-se perfeitamente com os personagens que ele já vivera anteriormente.
Ele fora Samuel, o profeta puro, místico e poeta, que mais tarde retorna à Terra como João Evangelista. Posteriormente encarna-se como Francisco de Assis, em cuja existência confirma o imenso amor que já nutria pelo Mestre Jesus e ratifica a sua linha psicológica de renúncia e bondade.
Em tal caso, portanto, não há quebra nessa linha psicológica, pois as três personalidades vividas nos dois milénios manifestam a mesma estrutura íntima espiritual e temperamento, embora mais evolutiva no decorrer do tempo.
Enquanto seria psicologicamente absurdo que Francisco de Assis retomasse à Terra na personalidade de um ricaço sovina ou Ghandi viesse a encarnar a figura egocêntrica e belicosa de um déspota, já não existe quebra da linha psicológica quando se verifica que Moisés foi Abrão, Nostradamus foi Isaías, Einstein foi Demócrito, Napoleão foi César e Alexandre, Frei Fabiano de Cristo foi Anchieta e Ruy Barbosa foi José Bonifácio.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 08, 2021 9:27 am

PERGUNTA: — Então não há possibilidade de algum encarnado de hoje ter sido Paulo de Tarso, João Baptista, Lucas, Marcos ou Matheus?
Seria impossível algum deles encontrar-se actualmente na Terra, quiçá no Brasil?
RAMATIS: — Sem dúvida, isso não é impossível.
Aliás, alguns espíritos laboriosos, da época de Jesus, realmente operam no Brasil em favor da doutrina espírita e devotados ao serviço cristão.
Mas, justamente por serem espíritos sinceros, humildes, heróicos e serviçais, os verdadeiros Paulo de Tarso, Estevam, João Baptista ou demais apóstolos de Jesus serão os últimos a crer que foram realmente essas entidades tão destacadas, no advento do Cristianismo.
Já se confirmou, na Terra, que o homem, quanto mais sábio ou mais santo, tanto mais é humilde e bom, pois a sua ampla visão da realidade cósmica sugere-lhe o fim da "fila" dos favores e das vaidades do mundo material.

PERGUNTA: — As criaturas que se julgam falsamente a encarnação de famosas entidades apostólicas ou históricas do passado podem sofrer prejuízos depois que desencarnarem?
Porventura, ao comprovarem o seu equívoco, no Além, serão tomadas de grande decepção?
RAMATIS: — Não sofrem prejuízos espirituais aqueles que, embora iludidos e supondo-se erradamente a encarnação de apóstolos ou santos do passado, houverem vivido de modo digno e justo.
Depois da morte corporal, a tranquilidade do espírito não depende absolutamente da raça, configuração física ou condição material em que viveu na Terra; o que realmente lhe garante a ventura espiritual é o serviço prestado ao próximo e a conduta moral esposada na sua romagem física.
As personalidades que se substituem pelas formas físicas nas sucessivas encarnações são meros acidentes que marcam as etapas do aperfeiçoamento da consciência espiritual no contacto com o mundo planetário.
Significam as contas coloridas de um colar dispersas no tempo e no espaço, e que, no entanto, ligam-se definitivamente pelo fio da individualidade eterna.
As almas caritativas e regradas não sofrem no Além, mesmo quando se tenham julgado erroneamente a cópia-carbono de um Paulo de Tarso, Marcos, João ou Pedro; e se porventura imitaram tanto quanto possível a conduta, o brio, o coeficiente de luta e de renúncia que foram as virtudes proverbiais dos seus modelos do passado, é evidente que também lhes será ainda de melhor aproveitamento a existência física.
É preferível o homem julgar-se a encarnação de um espírito benfeitor do passado e, por isso, imitar devotadamente o padrão de vida abençoado que ele cultivou no mundo, a entregar-se a uma existência indigna e animalizada, embora assim o faça consciente de sua própria personalidade.
Envidando esforços heróicos para não desmentir o modelo superior do pretérito, muitas criaturas logram maior êxito na sua graduação espiritual, embora lhes seja oportuno e de bom senso não caírem em absurdos messiânicos, que só representam a vaidade
humana.

PERGUNTA: — Cremos que nos médiuns o impulso místico é mais vigoroso do que no homem comum; não é assim?
Isso talvez os leve a se sentirem ligados às missões espirituais e aos missionários que mais se distinguiram no mundo, convictos de que também já desempenharam actividades excelsas no pretérito.
RAMATIS: — É preciso não confundir esse impulso místico e louvável com os estímulos da personalidade egocêntrica, tola ou vaidosa, que podem ser explorados facilmente pelos espíritos astuciosos das sombras.
A auto-fascinação ou o fanatismo por uma ideia, embora benfeitora, também pode atrofiar o sentido de crítica interior e alterar o comando psíquico, fazendo a criatura confundir o bom senso com o ridículo.
Isso pode torná-la alheia aos preceitos sensatos da vida humana e ainda rebelde às advertências fraternas dos que tentam despertá-la da obstinação prejudicial.
Mesmo no seio do Espiritismo, algumas criaturas muito presumidas ou que se julgam auto-suficientes, às vezes se isolam na concha de sua vaidade e do seu amor-próprio, confundindo suas "obrigações cármicas" com as "missões divinas".
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 09, 2021 9:47 am

Poucos médiuns e adeptos espíritas se conformam em ter sido no passado figuras paupérrimas e desconhecidas, que viveram jungidas às tarefas mais servis e prosaicas.
Eles ainda necessitam dos atavios e das gloríolas efémeras do mundo material, a fim de exaltarem a sua personalidade humana e compensarem os sonhos e os ideais que ainda não puderam-realizar.
Não há desdouro na criatura pelo facto de considerar-se a encarnação de algum apóstolo ou discípulo devotado de Jesus, no passado, mas ser-lhe-á grande a decepção no Além, caso tenha vivido existência censurável e contrária à conduta ilibada do seu predecessor.

1 — Obras Póstumas: "A Minha Volta"- Edição da Federação Espírita Brasileira.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 09, 2021 9:47 am

CAPÍTULO 29 - A função dos guias e as obrigações dos médiuns.
PERGUNTA: — Alguns médiuns com os quais temos tido contacto em vários Estados do país deixaram transparecer-nos que são missionários em tarefa sacrificial a favor do progresso da humanidade.
Alguns deles queixaram-se do mundo adverso da Terra, onde se sentem desajustados, mas precisam desempenhar o seu serviço messiânico.
Que dizeis disso?
RAMATIS: — Os médiuns, em sua generalidade, são criaturas portadoras de grandes débitos do passado.
Em vidas pregressas abusaram do poder e da influência magnética sobre os encarnados, servindo-se de sua inteligência avançada para concretizar empreendimentos mercenários e quase sempre de absoluto interesse pessoal.
Muitos fugiram aos compromissos assumidos para com o povo ou despenharam-se nos abismos da vaidade, do orgulho ou da vingança impiedosa.
Mas, apesar da correcção com que se distinguem no desempenho de sua tarefa mediúnica, não é difícil identificar-lhes os resquícios prejudiciais do pretérito e a exagerada susceptibilidade que ainda manifestam no trato com o próximo.
Há médiuns que se irritam facilmente quando são contrariados; buscam as primeiras posições, exigem o comando dos trabalhos espíritas e estimam profundamente o prestígio pessoal no ambiente de que participam.
Sentem-se humilhados quando devem se submeter a outros confrades de menor envergadura cultural, e tudo fazem para fugir das situações que os conservem no anonimato.
Raros submetem-se à disciplina sensata dos postulados codificados por Allan Kardec, e alguns deles alegam que os seus princípios já passaram do tempo.
Mesmo quando se trata de espíritos inteligentes e cultos, o amor próprio ainda lhes grita profundamente no âmago da alma quando recebem qualquer advertência alheia.
Algumas vezes reproduzem na seara espírita os actos insensatos do passado em novas cópias-carbono, e os mais exaltados e inconformados afastam-se imediatamente dos labores espiríticos onde predomina a disciplina doutrinária Kardeciana. Mais tarde, por espírito de desforra ou de rebelde personalismo, eles preferem cultivar exotismos mediúnicos à distância dos postulados espíritas já consagrados por um século de experimentação.
Os mais abespinhados e soberbos rompem as algemas disciplinadoras de sua vaidade e orgulho, e desforram-se protestando que não foram suficientemente compreendidos nas suas "boas intenções".
No passado, eles pontificavam das altas posições políticas ou sociais, impondo sua vontade aos menos aquinhoados de inteligência e deixavam de cumprir as promessas demagógicas que arrebatavam multidões.
Então a Lei Justiceira os obriga hoje a servir às massas que subestimaram e aguilhoa-os com insistência, a fim de saldarem suas dívidas pregressas para com a contabilidade divina.
Poucos médiuns reconhecem-se em prova e reparação cármica, pois a maioria considera a obrigação mediúnica como sendo fruto de sua elevada graduação espiritual ou eleição missionária, esquecendo-se de que missionários, na realidade, foram Antúlio, Hermes, Buda, Crisna, João Baptista, Francisco de Assis, Allan Kardec, Ghandi e, acima de todos, o inconfundível Jesus.

PERGUNTA: — Mas o facto de os médiuns se convencerem de que são missionários a serviço do Alto não os ajuda a substituírem suas inclinações inferiores pelo serviço benfeitor ao próximo?
Convictos disso eles se devotam à aplicação de passes, aos receituários, à doutrinação de sofredores e multiplicam esforços para fazer a caridade".
Estamos certos?
RAMATIS: — O Bem tem múltiplas formas e, quanto ao mérito das realizações humanas, não nos preocupemos, pois Jesus saberá distinguir o joio do trigo.
Mas é evidente que a prestação da caridade só é sublime e louvável quando na intimidade da alma já existe a qualidade crística do prazer espontâneo de servir ao próximo.
Algumas vezes podemos acender luzes nos corações alheios e, paradoxalmente, findamos nossas vidas na escuridão do descaso íntimo.
Exaurindo-nos para atender aos pedintes de todas as espécies que, na maioria das vezes, são criaturas em busca de soluções fáceis pela via mediúnica, nem por isso ficamos desobrigados de extinguir as sorrateiras paixões que ainda podem morar em nossas almas.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 09, 2021 9:48 am

O serviço a favor do próximo, embora seja de valor, não dispensa da higienização espiritual aquele que o realiza.
Quando o cruel Saulo se transformou em Paulo, o sublime apóstolo dos gentios decidiu-se em primeiro lugar a dar cabo do "homem velho", isto é, extinguir a velha e vaidosa personalidade humana e fazer ressurgir o “homem novo" da individualidade angélica.
Os magníficos serviços cristãos que os médiuns podem prestar à humanidade, convictos de que são missionários a serviço do Alto, não os eximem de purificarem o seu próprio espírito, pois não basta atenderem criaturas aflitas ou praticar a caridade a "todo pano".
Antes de tudo precisam comprovar, em si mesmos, se realmente usufruem da emoção espiritual de servir o próximo por sincero prazer, ou se se trata apenas do desejo egoísta de alcançar o céu.
Os médiuns que se gabam no labor espectacular de fazer a caridade por obrigação cármica e sem a força íntima do amor espiritual são candidatos à desilusão produzida pelas cinzas dos fogos de artifício.
O bem há de ser feito pelo próprio bem, sem qualquer interesse ou noção de dever; é um estado espiritual de dedicação em favor de outrem; comove quem o recebe e rejubila quem o pratica.
É um ato essencial do espírito e se degrada quando praticado sob o interesse da personalidade própria.
A caridade pode ser puro artificialismo, mesmo naqueles que a praticam para cumprir missões do Alto.
O Bem, em sua verdadeira essência, dispensa os estímulos externos que lhe roubam a espontaneidade; ele só é válido pelo prazer íntimo de servir.

PERGUNTA: — Há fundamento no costume de alguns guias lisonjearem os seus médiuns, destacando-lhes o serviço mediúnico como sacrificial empreendimento em favor da humanidade?
Já ouvimo-los solicitar aos presentes que orem e ajudem os seus medianeiros a cumprir a sua missão espinhosa na matéria.
RAMATIS: — Os protectores desencarnados ou filiados às instituições espirituais de comunicações com a Terra, e responsáveis pelos seus pupilos em tarefas mediúnicas, reconhecem perfeitamente o perigo de os exaltarem no trabalho de intercâmbio com os desencarnados.
Conforme já vo-lo dissemos, com raras excepções, os médiuns em actividades na Crosta são criaturas em "prova" e não missionárias eleitas, por cujo motivo é conveniente evitar-lhes os elogios extemporâneos e capazes de avivar-lhes a vaidade e criar a falsa superioridade espiritual.
Os guias e mentores sensatos evitam sistematicamente a imprudência de fazerem reflorescer nos seus sensitivos o velho personalismo, que no pretérito os atirou por terra sob o guante das paixões e das veleidades humanas.
No serviço mediúnico, há o perigo de se criar nova classe de "eleitos" e vaidosa hierarquia religiosa.
Desde que os médiuns, em sua maioria, são espíritos que abusaram da inteligência, da cultura, do poder ou da riqueza em vidas pregressas, tomados da vaidade, do orgulho e do interesse material, qualquer louvor imprudente e prematuro pode acordar-lhes a escória adormecida na intimidade da alma imperfeita.
Os guias esclarecidos já se consideram satisfeitos quando podem conservar os seus medianeiros à distância das entidades das sombras, que sorrateiramente procuram infiltrar-se em todos os movimentos mediúnicos invigilantes e atiçam a vaidade dos médiuns, procurando convencê-los de que são missionários abnegados a serviço do Alto.

PERGUNTA: — E como se explicam os elogios tão comuns, que alguns guias de certa notoriedade costumam fazer aos seus médiuns?
RAMATIS: — Caso não partam de algum espírito leviano, irresponsável ou maquiavélico, interessado em subverter o propósito sensato do trabalho mediúnico, tais elogios podem provir dos próprios médiuns sob o domínio de algum complexo de narcisismo. Reconhecemos que nem sempre esse auto-elogio é feito deliberadamente, por vaidade, exibicionismo ou ansiedade de prestígio entre os seus admiradores.
Em geral, porém, tudo é fruto da ignorância.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 09, 2021 9:48 am

PERGUNTA: — Toda pessoa candidata a médium tem o seu guia já designado desde o berço de nascimento?
RAMATIS: — Na verdade, todos os seres possuem o seu guia espiritual desde o berço de nascimento, o qual a tradição religiosa sempre designou como anjo de guarda que protege a criatura e lhe inspira as boas acções.
Em alguns casos, o espírito que deve renascer na matéria com a prova da mediunidade solicita de outro espírito amigo, com autorização do Alto, que o proteja e guie no denso cipoal de dificuldades próprias da vida física.
Outras vezes, os guias são atraídos naturalmente pelos médiuns em desenvolvimento mediúnico, porque ambos possuem génios semelhantes e se aproximam pelos laços da simpatia espiritual.
Os guias também podem ser designados posteriormente, no Espaço, muito tempo depois da encarnação dos seus pupilos, assim como outros se ligam ao médium que lhes ofereça oportunidade de progresso no intercâmbio recíproco de ideias e no serviço mediúnico benfeitor.
Mas o guia, em geral, é sempre o espírito amigo portador de qualidades e aptidões que o médium só possui embrionariamente.
Assim, o êxito do seu pupilo, na matéria, também se reflecte benfeitoramente sobre si.
Há casos em que o guia acompanha o médium durante séculos e ao qual se sente ligado por longo afecto, pois prontificou-se a situá-lo definitivamente à sombra salvadora do Cristo.
No entanto, todo êxito nesse serviço de socorro e orientação espiritual aos médiuns encarnados sempre depende de estes cooperarem espiritualmente, pois, em geral, deixam-se dominar pela teimosia, pela irascibilidade ou pelos vícios, que tecem uma cortina de fluidos perniciosos entre eles e as intuições do Alto.

PERGUNTA: — Às vezes os médiuns anunciam a substituição do seu guia habitual por outro espírito afim, e o primeiro despede-se em determinada noite no Centro Espírita.
Isso é razoável, ou o guia deve acompanhar o seu médium até o dia de sua desencarnação?
RAMATIS: — Em certos casos, o espírito encarnado na Crosta necessita de esclarecimentos especiais, desenvolve determinado objectivo científico ou possui intelecto excepcional, requerendo então a assistência de outros espíritos mais competentes do que aquele que o guia desde o berço.
Deste modo, ninguém se encontra desamparado da protecção do Alto, mas atraindo sempre para junto de si as almas que vibram no mesmo padrão espiritual.
Essa protecção só se reduz quando é o próprio guiado quem cria condições psíquicas ou fluídicas que hostilizem a acção do seu protector.
Certas vezes o guia do médium precisa retornar à matéria, a fim de prosseguir no seu aprimoramento espiritual.
Doutra feita, ausenta-se para associar-se a serviços mais elevados em esfera próxima, ou então precisa atender outra alma de sua maior afinidade e compromisso cármico em renascimento no mundo físico.
Se o médium é muito estudioso e devotado sinceramente ao serviço do Cristo, obviamente ele acelera o seu progresso espiritual, requerendo por vezes outro orientador espiritual com melhores credenciais e experiência, que há de suprir-lhe as perspectivas mais amplas e os novos conhecimentos buscados pelo seu espírito.

PERGUNTA: — Seria possível que algum médium lograsse tal progresso na sua vida terrena, que o fizesse superar o seu `guia" espiritual em conhecimento ou experiência?
RAMATIS: — Na realidade, quem mais pode progredir no trato carnal é o médium, desde que estude, experimente e apure sua conduta espiritual.
O guia num sentido geral é mais o fruto da amizade espiritual pré-reencarnatória, da responsabilidade recíproca assumida em vidas anteriores, ou então consequente de determinação do Alto.
Em consequência, variam as aptidões, o entendimento e o poder espiritual dos guias entre si.
Alguns são muitíssimo semelhantes aos seus próprios pupilos encarnados, levando-lhes vantagem só porque estão em liberdade no Além e conhecem antecipadamente as necessidades, os objectivos e as probabilidades de êxito dos seus guiados.
Eles assim visualizam com mais segurança a realidade espiritual que os encarnados percebem confusamente, pois estes, habitando a carne, perdem considerável parte de sua memória pregressa e visão do Além.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 09, 2021 9:48 am

O médium muito intelectivo, mas débil moralmente, pode ser guiado por um espírito humilde e boníssimo, cujo objectivo é despertar-lhe as virtudes superiores.
No entanto, o médium de elevado índice moral, mas pobre de intelecto, por vezes é orientado por alma de menor coeficiente espiritual, mas de boa intenção e valiosa inteligência.
Em ambos os casos, a influência é recíproca e de bons resultados.
O guia boníssimo recebe os estímulos inteligentes do seu médium, que lhe apuram o coeficiente mental, enquanto noutro extremo o orientador de intelecto avançado, mas de poucas virtudes, influencia-se pela força das disposições morais elevadas do seu tutelado.
O médium estudioso, boníssimo e criterioso, devotado aos objectivos espirituais superiores e ardente pesquisador do mistério da vida, é capaz de elevar-se ao nível mental do seu tutor espiritual, e mesmo fazer jus à orientação de outra entidade mais graduada na escala sideral.

PERGUNTA: — Conhecemos trabalhos espíritas, públicos ou caseiros, em que só baixam espíritos de elevado renome, o que é muito apregoado pelos seus componentes, que consideram isso como um alto índice de segurança espiritual do ambiente.
Acontece que tais adeptos da doutrina, impressionados por essas entidades tão prestigiosas, nada mais realizam sem consultá-las previamente.
Poderíamos saber se todos esses médiuns e confrades podem estar realmente sob a égide de espíritos superiores e de merecida confiança?
RAMATIS: — Conforme já vos explicamos alhures, sendo o animismo o fundamento das práticas mediúnicas, ele influi em todas as comunicações de espíritos desencarnados, variando de acordo com a capacidade intelectual, o senso lógico ou a imaginação dos médiuns.
Sendo raros os médiuns, cultos, sonambúlicos ou intuitivos de absoluta segurança espiritual em todas as suas comunicações mediúnicas, é sempre conveniente conhecer-se a percentagem da actuação do desencarnado em relação às ideias preconcebidas dos medianeiros.
Não aconselhamos aos adeptos espíritas abdicarem do seu senso comum e aceitarem incondicionalmente as regras e sugestões impostas pelos espíritos desencarnados, embora prestigiosos, pois, quase sempre, é o próprio médium travestido de mentor espiritual que interfere fortemente, fazendo recomendações anímicas.
Podeis notar que, se o médium anímico é um indivíduo prepotente, ortodoxo ou sisudo na sua vida em comum, coincide ser o seu guia também severo, ríspido e sectarista, tecendo advertências graves e sentenciosas.
Há casos em que alguns médiuns abusam da auto-suficiência e, por se considerarem perfeitamente hábeis ou capacitados para resolver todas as consultas solicitadas, passam a pontificar animicamente, levando seus desacertos ou erros pessoais, depois, à responsabilidade do guia.
Muitos espíritas estranham o fato de que certos espíritos tolerantes e afectuosos quando se comunicam por determinado médium, depois se tornem ríspidos, exigentes e severos ao se manifestarem através de outro medianeiro.
Evidentemente, em tal caso, ou o médium impõe sobre o espírito a sua própria personalidade anímica, ou então trata-se de outra entidade que se serve abusivamente da identidade alheia para impressionar os seus ouvintes.
Não existindo nenhuma polícia astral responsável pelo conteúdo ou pureza das comunicações dos "mortos" para os "vivos", no intercâmbio com o Além, é bastante avultada a intromissão de espíritos perturbadores em assuntos que não lhes competem, os quais eles deturpam de modo leviano e maldoso.
No "lado de cá" também proliferam os supostos guias, que tudo pretendem saber.
Eles ditam gravemente as regras mais tolas aos encarnados, alimentam velhas superstições e transmitem mensagens triviais à conta de revelações incomuns.
Exploram a vaidade dos médiuns presunçosos ou adversos ao estudo; fazem deles instrumentos de escritos vulgares e prenhes de lugares comuns, produzindo material que depois só serve para os adversários cultos ridicularizarem a prática mediúnica.
Esses são inimigos comuns e declarados do progresso da doutrina espírita, pois reconhecem-na capaz de libertar as consciências algemadas às paixões da matéria e livrar os infelizes do vampirismo repulsivo do astral inferior.
Algumas vezes, até homens de bom senso e estudiosos do Espiritismo deixam-se fascinar pelas invenções e exortações banais desses pseudos "guias", que as proferem sob incontrolável verborragia, repleta de sentenças pomposas de puro efeito infantil.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122645
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: Mediunismo - Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Página 5 de 6 Anterior  1, 2, 3, 4, 5, 6  Seguinte

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos