LUZ ESPÍRITA
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 25, 2021 8:25 am

A linguagem provoca inúmeras movimentações energéticas no organismo humano, embora isso passe despercebido ao homem comum.
Daí, pois, o motivo da especial e particular atenção que os mestres siderais dispensaram à questão fisiológica e etérica da pronúncia do Esperanto, bem como às modificações que se deveriam produzir por maior ou menor aglomeração de consoantes combinadas às vogais.
Sob nossa visão espiritual, notamos até quando a mesma letra H, que é muitíssimo aspirada pelo alemão, produz modificações energéticas diferentes, se pronunciada pelo espanhol, quase à semelhança de um G!
Isso comprova, sem dúvida, que, para criar um idioma de carácter internacional, como o é o Esperanto, os mentores siderais tiveram que se aprofundar em estudos, com extremo carinho, a fim de verificarem todas as modificações fisiológicas que se processariam no aparelhamento de fonação de todos os povos, de acordo com a pronúncia de letras e vocábulos esperantistas, sem que, entretanto, estes perdessem o seu cunho original de expressão.
Não podeis avaliar o milenário esforço despendido pelos técnicos espirituais, a fim de que o Esperanto se possa manter incólume e puro em sua feição original e sonoridade verbal, malgrado ser falado pelos mais heterogéneos temperamentos e condicionamentos psicológicos do orbe.
Essa é uma das mais gloriosas realizações da "Missão Esperanto" sobre a Terra!
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 25, 2021 8:25 am

Capítulo 13 - O Espírito do Esperanto
(Esclarecimentos de Ramatis)

Pergunta: - Em um dos capítulos anteriores fizestes referências ao "Espírito do Esperanto", que deveria atingir uma unidade coesa e indestrutível.
Podeis nos esclarecer melhor esse assunto?
Ramatis: - Referimo-nos à essência íntima do Esperanto, ou ao seu factor intrínseco, que é consequência de acção directora espiritual que o vem disciplinando desde longo tempo.
Na concretização do Esperanto interferiram numerosas almas desencarnadas, que vêm operando na sua intimidade sob um plano metódico e harmónico, para proporcionar à Terra um idioma internacional lógico e definitivo.
Houve, pois, uma verdadeira "liga espiritual", que lhe deu unidade e direcção evolutiva, assim como a coesão molecular do vosso corpo físico depende da direcção do vosso espírito.
Sob essa equipe espiritual permanece uma vontade, ou um "pensamento director", que coordena o objectivo verbal fraternista do Esperanto no seio da própria Mente Divina, em face de sua importância como mensagem de entendimento internacional entre os terrícolas.
Sendo superior a qualquer outro idioma terreno, existe em sua intimidade verbalística um "fundamento psíquico", que coordena a sua harmonia central e a sua armadura interior, como se fora vigorosas colunas de aço a sustentarem os mais variados fragmentos de estilos arquitectónicos.
Há no idioma Esperanto uma qualidade de natureza electiva, à semelhança do que acontece com a Homeopatia quando certos enfermos se revelam acentuadamente electivos para as suas doses infinitesimais e curam-se imediatamente.
Essa disposição de electividade esperantista faz com que os seus cultores e intérpretes sejam aqueles que se elegem para o cultivo da língua, procurando-a mais como um efeito de simpatia psíquica e necessidade decorrente de sua própria evolução espiritual.
Em verdade, os homens se devotam ao generoso idioma fraterno e Internacional justamente porque já apresentam algumas credenciais, que os afinizam com o seu "espírito" de superioridade verbal destinado à confraternização entre todos os povos.
Assim como a sensibilidade musical dos ouvintes aprimorados conduze-os a cultuarem a linguagem sonora e elevada dos grandes compositores, a qualidade espiritual do Esperanto também exige que os seus cultores já tenham eliminado da alma a crueza e o egoísmo, que os impediam do congraçamento fraterno entre todos os seres.

Pergunta: - Quereis dizer que nem todos os indivíduos estão propensos a cultivar o Esperanto, devido à falta dessa importante "electividade espiritual" para com o idioma; não é assim?
Ramatis: - Dever-se-á considerar isso como um importante factor psicológico, pois é evidente que o homem cruel, o fanático e o egoísta não se afinizam ao jugo fraterno do Esperanto, que é um- veículo de relações internacionais e não exclusivo de pátrias ou de povos isolados.
Os homens sem vocação para a solidariedade e confraternização entre as raças e os povos, que permanecem apegados aos extremismos nacionalistas, não quererão perder o seu tempo no cultivo de uma língua neutra e internacional.
O Esperanto, como idioma que prima só pelo essencial e pelo mais simples, pode ser falado lógica e claramente tanto nos templos sumptuosos da religiosidade nababesca como nos mais humildes labores espiritualistas; o seu linguajar pode ser usado, facilmente, tanto entre os nababos como na choupana do sertanejo pobre.
Garantido pelo elo psíquico da supervisão espiritual do Alto, não se abastarda quando falado nas taperas, nem se torna empolado nos lábios dos cultos e dos poderosos; basta uma índole fraternista, para que logo se torne útil e valioso entre os homens de ânimo cordial, pois guarda a sua intimidade algo de parecido com a unidade milenária do Evangelho de Jesus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 25, 2021 8:26 am

Pergunta: - Podeis nos dizer alguma coisa sobre essa semelhança do Esperanto com a unidade milenária do Evangelho de Jesus?
Ramatis: - A semelhança entre o Evangelho e o Esperanto provém de que o Esperanto é também um código verbal certo e igual para todos os homens; é de qualidade essencialmente afectiva, porque é electivo às criaturas de boa índole, que simpatizam com os movimentos universalistas.
A sua mensagem messiânica está acima das orgulhosas barreiras raciais e dos patriotismos exagerados; é um admirável multiplicador de frequência verbal confraternizadora entre todos os povos da Terra, concorrendo para que os sentimentos racistas se adocem através de um mesmo entendimento idiomático.
Ainda se descobre certa semelhança do Esperanto com o Evangelho de Jesus, porque e linguagem fraterna endereçada à humanidade, porém, simples, neutra, fácil de aprender, pura da pronúncia e exacta na expressão.
Em sua essência íntima transparece algo do sacrifício, humildade e ternura de Zamenhof, que o impregnou de sua verdadeira santidade e fortaleceu a sua unidade espiritual.
Quando no vosso mundo se houver concretizado o sonho venturoso de um só povo e uma só língua, melhor compreendereis que o Esperanto não é apenas um veículo de entendimento verbal entre as criaturas espiritualizadas mas, realmente, uma doutrina filológica de eleição universal.
Essa compreensão ainda não é geral, porquanto o gosto e a preferência por um idioma universal só pode identificar almas inclinadas ao amor fraterno entre os homens, pois os tiranos, os egocêntricos e os ditadores - e os há muitos em vosso mundo - só respeitam e se devotam fanaticamente ao nacionalismo de sua raça; por isso eles se recusam a cultivar uma linguagem que os obrigue a um entendimento fraterno além dos seus interesses mesquinhos e do seu exclusivismo de pátria e raça, ou fora de sua parentela terrena.
Sem dúvida, pesa-lhes até a perda de tempo para aprender um idioma, cuja função precípua ainda os impele em favor de outrem.
Não vos é estranho o facto de governos totalitários, da Terra, ditadores draconianos, e inimigos da emancipação espiritual haverem proibido o uso do Esperanto em seus países, como Hitler na Alemanha e Estaline na Rússia.
Eis, pois, o Espírito do Esperanto e as principais características que muito o afinizam à natureza e índole doutrinária do Evangelho de Jesus, pois o seu linguajar superior é como uma fonte límpida situada no deserto da incompreensão humana, que mitiga a sede do viageiro sedento de intercâmbio fraterno.

Pergunta: - Por que motivo destacais tanto o espírito da língua Esperanto, quando existem muitos outros idiomas assaz divulgados na Terra, sem que por isso mereçam de vossa parte menção especial?
Ramatis: - Assim o fazemos, porque o Esperanto também se destaca excepcionalmente de todos os demais idiomas, pois estes são sempre resultantes da evolução de uma tribo, de um povo ou de uma nação.
A linguagem essencialmente nacional nasce dos costumes, interesses, necessidades e ideias de cada povo ou raça à parte; conforme se modificam e evoluem as coisas na psicologia de cada raça, também se aprimora e se amplia a contextura vocabular da língua pátria.
O idioma então evolui pelo contacto diário e pelas relações pessoais dos mesmos indivíduos, restringindo-se ao campo de suas próprias emoções e aos seus conhecimentos limitados pelo ambiente pátrio ou familiar.
Qualquer dos idiomas actualmente predominantes no vosso globo, malgrado os vossos esforços para tornar um deles internacional, trará sempre o estigma da nacionalidade e as idiossincrasias de uma raça ou de um povo para com outro.
Há de fracassar, portanto, na sua missão neutra porque, sendo de um povo com psicologia à parte, não pode servir de modo algum à psicologia de uma humanidade que há de ser internacional.
Será língua sempre isolada que já trará vícios nacionais de origem, incapaz de poder atender à gama emotiva dos demais povos de nacionalidade e costumes diferentes, que a repeliriam como recurso verbal estranho e em oposição aos seus próprios anelos, sentimentos e contextura moral.
A linguagem usada pelo esquimó, que serve especificamente para interpretar a sua psicologia, os seus sentimentos letárgicos e as reduzidas emoções caldeadas no clima gélido, não poderia revelar o dinamismo, a vivacidade e a emotividade da raça latina, cuja vida freme à flor da pele.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 25, 2021 8:26 am

Assim, um idioma exclusivo de uma só raça ou país, por mais que Se encontre divulgado e esteja familiarizado entre outros povos, não se ajusta hermeticamente à índole de todos os habitantes da Terra.
O Esperanto, no entanto, possui este excelso espírito coesivo, que explicativos há pouco, porque se trata de língua que já nasceu emancipada, por ter sido cultivada sob um clima psicológico adulto e ecléctico, que a tornará tanto mais valiosa quanto maior for o seu cultivo entre as raças humanas.
É um veículo verbal doutrinário, capaz de permanecer acima de todas as idiossincrasias e psicologias à parte, pois, sendo neutro a todos os povos, é evidente que não poderá ser afectado em seu mecanismo iniciático.
Em vez de frágil idioma desenvolvido exclusivamente no seio de algum povo terráqueo, já tendo sofrido as proverbiais intervenções e adaptações lexicológicas, é um conjunto de postulados iniciáticos definitivos, genialmente estruturados pela universalidade do mundo espiritual superior e destinado ao uso colectivo nos milénios futuros.
O Esperanto não evolui da Terna para o Céu, na forma de um conjunto verbal considerado o melhor e o mais aperfeiçoado no trato cotidiano entre os homens de várias raças e credos, mas é dádiva descida do Céu por intermédio de um "medianeiro espiritual", como foi Luís Lázaro Zamenhof, cuja vida digna e crística correspondeu integralmente à confiança requerida pelo Alto.

Pergunta: - Através de um conclave mundial, não poderiam os povos escolher um idioma em grande evidência para o consagrarem como único instrumento verbal de entendimento internacional?
Actualmente, algumas nações importantes, que lideram económica, cultural, científica e até politicamente outros povos, procuram divulgar intensamente o seu idioma e chegam mesmo a simplificá-lo para o melhor entendimento comercial.
Que dizeis da competição de alguns países, pretendendo que o seu idioma pátrio se torne o exclusivo veículo de compreensão internacional?
Ramatis: - Não importa a escolha e a consagração de algum idioma de mais distinção e progresso, dos que actualmente predominem no vosso orbe, seja ele proveniente da nação mais poderosa do vosso mundo ou se revista de maior influência linguística, pois não passará de uma "língua provisória", como já aconteceu tantas vezes no pretérito.
Supondo-se que no passado os filólogos tivessem tido a mesma ideia, provavelmente teriam escolhido para isso o idioma atlante, o chinês, o persa, o hebreu, o caldeu, o lemuriano ou o egípcio, pois todos eles eram de grande predominância no mundo, variando apenas de conformidade com o poder e a glória do seu povo.
As nações se assemelham aos seres humanos, pois nascem, crescem, envelhecem e morrem, por cujo motivo nenhum idioma essencialmente nacional poderá sobreviver indefinidamente, visto que não poderá atender às exigências do progresso futuro.
Mesmo os países em maior evidência e progresso, actualmente, não passam de colectividades condenadas desde o berço de sua formação; não lhes cabe o privilégio de sobreviverem além do prazo marcado pelas leis siderais, como já aconteceu com as grandes nações do passado.
Se desejais conhecer o futuro dessas comunidades importantes, é bastante que consulteis a história desde a existência da Lemúria, para então verificardes que sempre se repetem os mesmos factos, embora mudem os personagens, as roupagens e os cenários, que se apresentam, então, sob outras disposições estéticas.
É possível que já não tenhais dúvida de que a velha Europa se encaminha para o túmulo das civilizações gloriosas do passado, pois não só já alcançou a sua maturidade, como também já sente a sua próxima derrocada.
Gradativamente, outros povos e nações - aos quais ainda não tendes dado a devida atenção e valor - emergem de suas submissões coloniais e letargia, para se constituírem nas grandes civilizações do futuro.
É a Lei Sideral, justa e disciplinadora que, em incessante actuação, rege o curso evolutivo da alma na matéria, embora os políticos, os líderes e os tiranos do mundo ainda não queiram reconhecer que suas pátrias também devem sucumbir sob o peso da mesma lei renovadora, do tempo!
Devido à Lei Cármica, os vencidos de ontem deverão sobrepujar os vencedores de hoje; os asiáticos já se libertam do jugo colonial das nações dominadoras e se emancipam para perturbar a velha Europa, enquanto se acentua nos europeus a preocupação de atravessarem os oceanos e emigrarem para os países novos e futuras glórias da Terra.
Isto posto, sabereis que, apesar das glórias e dos progressos dos povos tradicionais, e malgrado o seu idioma já consagrado como um monumento verbal, nunca poderá esse idioma servir como veículo internacional, porque não possui a absoluta e virginal neutralidade do Esperanto, que não foi edificado sob um espírito de nacionalismo pátrio, mas já nasceu absolutamente destinado a todos os povos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 25, 2021 8:26 am

Pergunta: - Não se poderá supor que algum povo moderno termine assimilando o Esperanto de tal modo que consiga transformá-lo em sua própria língua pátria, resultando disso um idioma bastardo ou com muitos vícios?
Ramatis: - Já reflectistes quão doloroso e difícil ser-vos-ia abdicar do vosso próprio idioma pátrio, extinguindo-o pouco a pouco em favor de outra língua, mesmo que esta fosse neutra?
Será muito difícil que, de princípio, qualquer povo admita o Esperanto como a sua língua nacional exclusiva, a menos que atinja a sua maturidade espiritual e se confraternize completamente com todos os demais povos.
Demais, é evidente que, mesmo que um povo muito espiritualizado adoptasse o uso exclusivo do Esperanto em toda a sua pureza iniciática de um idioma neutro, sempre teria de se submeter ao controle da entidade máxima e responsável pelo mesmo na Terra, que tem por objectivo velar pela sua integridade iniciática.
E se porventura se verificasse qualquer abastardamento da língua, isso redundaria no aparecimento de um dialecto esperantista, coisa que sempre poderá acontecer; mas é indubitável que nunca se poderia tomá-lo como sendo o próprio Esperanto em sua pureza original, do mesmo modo como certos sincretismos religiosos, que se baseiam nos postulados do Espiritismo codificado por Allan Kardec, também não podem se intitular "Espiritismo", porque são apenas derivações que já sacrificaram a sua pureza original.
As excrescências, impurezas ou derivações, que porventura surgirem no Esperanto, de modo algum extinguirão a sua fonte original, cujo linguajar oficial é regido sempre pela entidade emancipada do idioma esperantista, capaz de mantê-lo íntegro em sua acção verbal.
O Esperanto poderá fornecer alguma cota de vocábulos, regras ou inspirações a outros idiomas, mas os dialectos derivados do mesmo não serão idiomas de garantia oficial.
Porventura denominais de inglês, francês ou espanhol a algaravia e confusão de regras, vocábulos e vícios de linguagem que os povos nómadas fazem com essas línguas, numa expressão heterogénea e cacofónica?
O Esperanto assemelha-se a um peregrino que, atravessando todas as fronteiras de raças e preconceitos humanos, propõe-se a revelar, de modo neutro, os costumes, as alegrias, os ideais e as conquistas de todos os povos.

Pergunta: - O Esperanto não apresentará certa predominância de raízes latinas sobre menor percentagem de germânicas e de outros idiomas, do que se poderia deduzir que, devido a essa maior proporção idiomática latina, há ostensiva injustiça para com os demais povos não latinos?
Estes não poderiam se considerar subestimados e antipatizar com tal processo, uma vez que afirmais que os povos são avessos aos idiomas estranhos à sua vida nacional?
Ramatis: - As instituições esperantistas situadas nas principais comunidades astrais, em torno do vosso orbe, concretizaram o seu trabalho idiomático de modo a que o Esperanto possuísse o toque espiritual de todos os povos, sem despertar qualquer antipatia racista.
Em face do futuro declínio da influência europeia e da constante emigração de europeus para as Américas, aumentam as áreas demográficas e mais se cultivam as raízes do espanhol, do português, e mesmo certas derivações do inglês, e isso tanto nas relações comerciais, sociais e artísticas como na esfera da mentalidade mais emotiva, do latino. Então não tardará que a flexibilidade, a riqueza de expressão e a sonoridade das línguas derivadas do latim passem a influir muitíssimo nos demais países do mundo, que pouco a pouco se deixarão influenciar pelos seus fundamentos atraentes.
Daí, pois, a grande preocupação de Zamenhof em consolidar o Esperanto com as raízes latinas, que serão, no futuro, a ponte, o elo e o fermento unificador dos continentes que hão de sobreviver após a catástrofe de "fim de tempos", em que os escolhidos para a "direita" do Cristo serão também aqueles que já propendem para o intercâmbio do idioma universal.

Pergunta: - Mas essa predominância de bases latinas poderia ter sido proveniente de simpatia particular de Zamenhof pelo latim.
Que dizeis?
Ramatis: - A prova mais evidente da nobreza e pureza das intenções de Zamenhof, isentas de quaisquer simpatias ou preferências pessoais, está em que, embora predominem no Esperanto as raízes do latim, as bases da língua eslava são mais reduzidas, apesar de se tratar justamente do seu idioma.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 26, 2021 10:15 am

Esse seu acto, inspirado pelo Alto, foi uma verdadeira consagração do seu trabalho, pois quem fez predominar neste as regras e bases latinas, ou seja Zamenhof, era um médico eslavo!
Ele cumpriu integralmente a missão que aceitara no Espaço quando ainda estava desencarnado, comprometendo-se a suprimir no idioma as raízes de sua própria língua pátria e assim se impor à confiança do mundo por esse elevado espírito de renúncia que, de início, já o garantiu contra a crítica malévola dos que o poderiam julgar um faccionista protegendo o seu próprio idioma.
Conforme já dissemos anteriormente, atrás de todas as coisas e acções humanas há sempre uma força que ou estigmatiza ou estimula os feitos humanos, dando-lhes, de início, o sentido bom ou mau, o êxito ou a frustração.
Quando esse toque invisível se relacionar com um espírito de renúncia, que quer trabalhar pelo bem alheio, como no caso de Zamenhof, então o êxito e a glória do trabalho também se afirmam definitivamente.
Daí a sublimidade da missão de Jesus, pois embora ele fosse de origem hebreia, sacrificou sua vida, em pungente martírio, para favorecer todos os outros povos estranhos à sua pátria carnal.
Zamenhof também soube aproveitar esse toque divino e renunciar às bases linguísticas de sua própria pátria, codificando o Esperanto com a maioria das raízes latinas já consagradas por outros povos.
A medida que o Esperanto for se divulgando e os homens passarem a compreendê-lo no seu mecanismo internacional e na sua beleza iniciática latina, também crescerá a gratidão para com a raça eslava, que é o berço glorioso desse homem admirável.
O mundo já não esconde a sua admiração para com o povo eslavo, em cujo seio nasceu aquele que inventou o mais abençoado mecanismo verbal de entendimento entre os homens de boa vontade.

Pergunta: - Podeis nos explicar claramente quais os factores que hão de assegurar o completo êxito do Esperanto depois do "fim dos tempos", e de que modo estão eles se coordenando para tal fim?
Ramatis: - Conforme já vos expliquei em obra anterior a esta, a próxima verticalização do eixo da Terra provocará várias modificações de ordem geológica e geográfica na crosta terrena, ocasionando movimentação das águas dos oceanos, que pouco a pouco invadirão certas faixas litorâneas, destruindo praias tradicionais, ao mesmo tempo que emergirão do fundo dos mares algumas ruínas de velhas civilizações da Atlântida e de outros povos desconhecidos até de vossa História comum.
Esses acontecimentos coincidirão exactamente com a era da "Besta do Apocalipse", símbolo do grande desregramento humano, e com a profetizada rebeldia satânica dos espíritos trevosos, que envidarão hercúleos esforços para destruir as edificações do Bem.
Devido, porém, ao excessivo sofrimento e à perturbação que há de acometer toda a humanidade, os homens terão que se unir entre si, de modo incondicional, a fim de sobreviverem e suportarem os efeitos da grande catástrofe.
O clamor, o arrependimento e o remorso farão coro entre as criaturas, que terão então de sofrer as consequências dessa modificação física do orbe e do carácter do homem.
A confraternização e a afectividade, que nascerão então entre as criaturas sobreviventes, hão de eliminar muitas das fronteiras nacionalistas e seitas religiosas separativistas, favorecendo a efusão espiritual tão desejada e proporcionando, então, o clima psicológico destinado a concretizar a divulgação e o sucesso completo do Esperanto entre todos os seres terrenos.
É claro que o advento completo do Esperanto ainda exige muitas etapas, que vão se estabelecendo lentamente mas, independente disso, e em face dos acontecimentos trágicos do fim deste século, forçosamente há de se produzir um clima psicológico favorabilíssimo para a mais ampla divulgação do idioma esperantista.
Os continentes europeus remanescentes das próximas catástrofes fundir-se-ão em uma área mais extensa, por cujo motivo também se concentrará maior quantidade de criaturas em um só bloco homogéneo, formando menor número de raças e de idiomas, e isso dará oportunidade ao uso mais intenso de uma língua neutra e internacional.
Essa aproximação entre as civilizações sobreviventes do "fim dos tempos", ou do profético "juízo final", há de extinguir muitos dialectos e línguas menores, obrigando-as a se fundirem em um só idioma capaz de atender às relações e ao senso psicológico resultante desses grupos agregados pelos mesmos acontecimentos dolorosos.
Desnecessário é dizer que, à medida que for se extinguindo no mundo a quantidade de idiomas heterogéneos, tornar-se-á mais fácil a criação de clima simpático para a difusão e o êxito completo do Esperanto.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 26, 2021 10:15 am

Como as línguas também nascem, crescem e morrem, fundindo-se com as mais predominantes na época, hão de se reduzir também as barreiras criadas pelas nações orgulhosas, evidenciando-se o Esperanto como um recurso mais inteligente, sensato e lógico, para todos se entenderem melhor no campo das ideias.
Eis por que o Esperanto também significa um dos sinais dos tempos, pois o seu advento ocorre justamente no limiar dos acontecimentos profetizados por Jesus e por todos os profetas bíblicos, e que os sensitivos já podem perceber em desdobramento, no correr dos vossos dias.
É um idioma destinado a uma raça superior, mais perto do coração e mais alheio às complicações do intelecto; o seu conteúdo guarda profunda similitude com a mensagem evangélica de Jesus, uma vez que é também linguagem descida dos céus, convidando todas as raças a vestirem os seus, pensamentos e os seus sentimentos com o mesmo traje verbal fraterno.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 26, 2021 10:15 am

Capítulo 14 - O Esperanto e o Espiritismo
(Esclarecimentos de Ramatis)

Pergunta: - Temos notado que o Esperanto é um idioma bastante simpático, pois além de ser aceito pelos espíritas, preferem-no também alguns sacerdotes católicos, adeptos do esoterismo, teosofistas e outros espiritualistas.
Ramatis: - A rota do Esperanto é a mesma do Evangelho, pois ambos se afinizam.
A medida que o homem se evangeliza, também se universaliza e, portanto, necessita de um idioma que corresponda com êxito e facilidade às suas avançadas aspirações por um melhor entendimento espiritual no mundo.
Eis por que o Esperanto já possui cultores em todas as raças, credos, religiões e filosofias, embora devamos destacar que isso acontece porque se trata de pessoas que também são simpáticas e devotadas à melhoria da confraternização da humanidade.
Esses esperantistas, pertencentes a diversos credos e filosofias, inegavelmente já constituem um fragmento da admirável humanidade fraterna do futuro, pois o Esperanto já está aferindo o grau dos seus sentimentos universalistas.
Os esperantistas, quer sejam adeptos ou não de qualquer crença, ou oriundos de qualquer raça, já se encontram distinguidos por significativa credencial espiritual, visto que na justeza da lei de que os "semelhantes atraem os semelhantes", as criaturas fraternas certamente serão inclinadas a adoptar um idioma que vibre com os seus ideais também fraternos.
Por isso elegem o Esperanto como a sua língua ideal é cultuam-no como o revelador dos seus sonhos de confraternização humana.

Pergunta: - Alguns confrades espíritas asseguram-nos que o Esperanto é um idioma instituído e protegido pelo Além porque talvez facilite as relações verbais entre a humanidade desencarnada do mundo Astral.
Cremos que não há necessidade de se falar esse idioma no Espaço, ante o poder telepático dos desencarnados; não é assim?
Ramatis: - A comunicação pela telepatia é acontecimento natural apenas nas esferas espirituais mais altas e entre os desencarnados que já lograram o êxito de um bom desenvolvimento dos seus poderes mentais.
Não tendes observado que, no vosso mundo, só possuem o poder telepático aqueles que o desenvolveram à custa de árida disciplina e tenaz esforço?
Conforme já vos foi explicado pelo irmão Atanagildo, nas colónias ou cidades astrais mais próximas da Terra é muito comum o intercâmbio verbal no mesmo idioma pátrio que os desencarnados usavam quando ainda permaneciam na matéria, pois essas comunidades espirituais se agrupam concentricamente sobre as cidades ou países terráqueos aos quais também melhor se afinizam pelos seus velhos costumes e hábitos tradicionais.
Enquanto as colectividades astrais que se situam nas imediações do Brasil e de Portugal se dão ao uso da língua portuguesa, em outros agrupamentos afins a países terrestres fala-se o chinês, o árabe, o hindu, o germânico, o eslavo ou o francês.
Os seus habitantes permanecem ainda impregnados de certo espírito racial e se ligam por isso aos continentes astrais de origem europeia, americana, asiática ou africana, que supervisionam os seus movimentos e o progresso espiritual dentro dos princípios básicos da raça-mãe de que faziam parte na Terra.
Quase todos os espíritos recém-chegados da Crosta não podem se furtar, de princípio, ao velho hábito de articularem a palavra ou a ouvirem fisicamente articulada; embora ingressem noutros planos vibratórios sutilíssimos, ainda agem e reagem sob a mesma índole mental a que se condicionavam no mundo terráqueo.
O entendimento exclusivamente telepático e capaz de dispensar o mecanismo verbal só desperta no Além para os desencarnados que já são donos de uma vontade positiva e forte, bastante experimentada no trato do mundo carnal.
O milagre ainda é condição desconhecida no seio do cosmo; qualquer faculdade psíquica, quer conquistada na Terra ou nos mundos espirituais, ainda é o produto de um grande esforço de auto-realização, e não um privilégio extemporâneo. .
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 26, 2021 10:16 am

Eis porque, nas esferas astrais, o Esperanto não só facilita o intercâmbio entre os desencarnados que, em tarefas de aprendizado, visitam outros agrupamentos astrais de raças diferentes, como é o idioma que ainda favorece o psiquismo dos futuros reencarnantes, dotando-os com princípios verbais que os impelem à confraternização universal no mundo físico.
A divulgação do Esperanto entre os espíritas será de muito auxilio em futuros trabalhos de comunicações mediúnicas, quando as entidades provindas de várias raças puderem se manifestar em qualquer sector de trabalho diferente do da sua pátria terrena.
Entendendo-se através do Esperanto, se identificarão melhor, o que não conseguem perfeitamente quando devem se ajustar directamente ao idioma pátrio do médium.
Os doutrinadores e os médiuns que conhecerem o idioma esperantista inegavelmente poderão prestar melhor serviço no intercâmbio com os desencarnados, pois a maioria destes ainda se escraviza mentalmente à articulação da palavra, ignorando o poder criador do pensamento que, após à desencarnação, pode dispensar os recursos pobres, próprios dos mundos materiais.

Pergunta: - Não será um tanto inoportuna a preocupação dos espíritas em aliarem aos seus esforços doutrinários a divulgação do Esperanto?
Isso não deveria ser tarefa exercida exclusivamente por elementos especializados no assunto e como um movimento à parte do Espiritismo?
Ramatis: - Toda instituição, doutrina, credo ou movimento espiritualista que aspire a unir e confraternizar os homens deve se obrigar à divulgação do Esperanto, pois num mundo onde a palavra falada ou escrita ainda é o principal agente de intercâmbio dos pensamentos humanos, o cultivo da mesma linguagem torna-se abençoado recurso para a mais breve fusão emotiva e sintonia psicológica entre as criaturas separadas pelas mais distantes latitudes geográficas.
O Espiritismo, como doutrina de carácter universalista, é divino fermento a aumentar todos os empreendimentos confraternistas; assim, cumpre-lhe incentivar todos os esforços humanos que tenham por objectivo a solidariedade e o entendimento entre os homens.
Considerando que o Evangelho de Jesus é a mensagem espiritual definitiva para o homem alcançar o Caminho, a Verdade e a Vida, e o Esperanto a mensagem verbal .que multiplicará entre os homens a oportunidade de evangelização, o Espiritismo pode se tornar um admirável traço de união entre ambos, porque a sua função também é a de renovar o espírito e proporcionar a Paz entre os homens!

Pergunta: - Podemos saber se os espíritas são os mais electivos à linguagem universal do Esperanto?
Ramatis: - Os reencarnacionistas, e não só os espíritas, são os mais electivos, pois certos de que as raças são condições provisórias e o mesmo espírito pode ter feito parte de todas elas em existências anteriores, torna-se mais fácil a eles afeiçoarem-se a um idioma de intuitos internacionais.
E, como o Espiritismo é doutrina reencarnacionista e os seus adeptos são mais assíduos e objectivos num espiritualismo operante à luz do dia, afiniza-se muitíssimo com o Esperanto, por ser linguagem para todos os homens de todas as classes.
Assim como o homem interessado em sua renovação espiritual volve suas simpatias para a linguagem elevada e amorosa do Evangelho de Jesus, que o sintoniza com as faixas vibratórias mais elevadas, a criatura de sentimentos universalistas também encontra no Esperanto o mecanismo adequado para a sua generosa expansão emotiva.
Tudo na vida se submete à consagrada lei de correspondência vibratória, a qual disciplina o ritmo propulsor de simpatia ou de antipatia, que se manifesta nas relações evolutivas da vida.
Sob essa lei sideral inviolável, ou os homens se amam sob um padrão afectivo de mútua nutrição espiritual, ou então se odeiam sob a acção das próprias energias que se degradam.
Há quem goste exclusivamente da luz para dar expansão ao seu júbilo interior, enquanto outros preferem as trevas para ambiente electivo de suas emoções.
Enquanto o beija-flor prefere a luz do Sol para se fartar no perfume das flores, o morcego, embora também seja ave, aguarda a noite tenebrosa para realizar os seus banquetes macabros.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 26, 2021 10:16 am

Assim também ocorre com a linguagem humana; enquanto o homem desbragado, fescenino e libidinoso aprecia o baixo calão para revelar a sua preferência interior pervertida, as almas educadas e espiritualizadas não só sentem repugnância ante o anedotário indecente, o palavreado ignóbil e a malícia irreverente, como também preferem o emprego de linguagem correta e elevada.
Enquanto há idiomas semelhantes a filigranas de arte sonora, que deixam no ar um sentido de poesia superior, outros apenas se revelam na forma de grossa algaravia própria das raças inferiores, cuja confusão de vocábulos, que se atropelam aos golfões, mais se parece com seixos atirados em cavernas de cimento!
Por isso o Esperanto, que foi codificado para interpretar os pensamentos humanos afinizados à alta estirpe de uma ideia universal, é idioma de eleição entre os espíritas que também sonham com um mundo melhor.
É claro que nos referimos aos adeptos "universalistas" do Espiritismo, que consideram a Terceira Revelação como o divino fermento que renova, ou mesmo como técnica que modifica para melhor, mas nunca uma doutrina sectarista e transformada em nova verruga religiosa no corpo do Cristo, que é universal!
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 26, 2021 10:16 am

Capítulo 15 - Zamenhof e o Esperanto
(Esclarecimentos de Ramatis)

Pergunta: - O facto de Zamenhof nascer na Lituânia e haver descendido da raça hebraica não tem, porventura, ligação com um plano directamente supervisionado pelo Espaço?
Poderíamos crer que Zamenhof foi realmente um predestinado para desempenhar a missão de introduzir o Esperanto na Terra?
Ramatis: - Bastar-vos-á um pouco de reflexão para verificardes que o espírito de Zamenhof reencarnou na Terra exactamente no clima psicológico mais propício ao advento do Esperanto.
Na época de seu nascimento, em meados do século XIX, sua pátria era palco de tal confusão de idiomas, que se poderia julgá-la um verdadeiro experimento prático de internacionalidade linguística.
Afora os inúmeros dialectos falados na pequena Lituânia, não só predominavam ali quatro línguas principais e diferentes entre si, como ainda eram várias as crenças dos seus habitantes.
Devido ao desentendimento contundente entre as próprias famílias, pois que os seus membros mais íntimos tanto divergiam em matéria de fé como no falar, sucediam-se inúmeros conflitos que acirravam velhos ódios e culminavam em lutas sangrentas.
Era um mundículo estranho, alimentado por objectivos contraditórios e assaz caprichosos, constituído por um punhado de criaturas que se odiavam e hostilizavam, em virtude de não se ajustarem satisfatoriamente através de um idioma pátrio comum.
Aumentava a desconfiança e se difundia o sarcasmo religioso entre todos, pois, se num mesmo país, entre homens da mesma raça e relacionados por um único idioma, não se conseguem evitar conflitos e crimes resultantes da diferença de crença religiosa, imaginai o que ocorria na Lituânia, na época do nascimento de Luís Lázaro Zamenhof, quando existiam ali quatro idiomas principais, que só serviam para implantar antipatias e desordens entre os seus conterrâneos.
Esse conflito idiomático e religioso entre os seus compatriotas é que despertou no cérebro daquele estudante pobre e profundamente fraterno o ideal de uma língua internacional, capaz de ser um veículo afectuoso de entendimento humano entre todos os homens.
Como se tratava de um espírito assaz evoluído, Zamenhof não cogitou de instituir um idioma neutro apenas para a Lituânia, que era sua pátria, dividida pelo linguajar dos judeus, polacos, russos e lituanos, e ainda algemada pelas suas contradições religiosas, que acirravam ódios irremovíveis entre todos.
Mas ele, reconhecendo que a sua pátria tão contraditória era apenas a miniatura do próprio mundo onde viera reencarnar, reflectia em que, se todos os homens pudessem compreender-se sob um mesmo idioma, ainda que se tratasse de uma língua nova, não seria difícil uma aproximação e confraternização afectuosa entre eles.
Graças, pois, à tenacidade e ao sacrifício, aliados à pureza de intenção e ao ideal que sempre lhe inspirara os actos, o jovem estudante Zamenhof conseguiu desempenhar a contento, na Terra, a sua grandiosa missão.

Pergunta: - Os progenitores de Zamenhof também influíram para a realização desse ideal?
Ramatis: - Os mentores da "Missão Esperanto" proporcionaram a Zamenhof o ambiente doméstico e a necessária influência psicológica dos seus pais, a fim de que a semente adormecida no seu coração boníssimo pudesse ser preservada até o instante previsto para a sua divina eclosão.
Marcos Zamenhof, pai de Luís Lázaro Zamenhof, encontrava-se sob a tutela russa; era um excelente pedagogo, homem prático, decidido e recto nos seus deveres profissionais; a sua passagem pela Lituânia foi marcada por uma conduta própria de um excelente cidadão regrado, útil e benfeitor à sua colectividade.
Rosália Soler, sua esposa, filha de comerciante hebreu, era um espírito de graduação superior no Espaço, pois, além de mulher terna e mãe extremosa que foi para com o seu primogénito Luís, foi realmente quem cultivou no seu coração os rebentos de alta espiritualidade, que depois deveriam predominar na sua fase adulta.
As importantes manifestações de zelo, e o critério de elevado teor espiritual bastante desenvolvido em Zamenhof, desabrocharam graças ao rigor paterno e à doçura e estímulos maternos; mesmo os quatro irmãos e as três irmãs de Luís não lhe causaram aborrecimentos nem com ele promoveram conflitos de ordem sentimental.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 26, 2021 10:16 am

A vida da família transcorria sob a atmosfera de austeridade imposta por Marcos Zamenhof e suavizada pelo espírito compreensivo e delicado de Rosália Soler.
Enquanto a terna Rosália acendia as luzes espirituais no coração de Luís, seu pai, enérgico, prático e sob a orientação do Espaço, modelava-lhe o carácter e impunha-lhe a disciplina tão necessária para que o seu idealismo frutificasse de modo positivo e lógico entre as dificuldades próprias do mundo material.
Luiz Zamenhof muito gozou, também, daquele magnífico "bom senso" que na Terra caracterizou a figura impressionante de Allan Kardec por ocasião da codificação do Espiritismo.
Tanto quanto sucede com o Espiritismo, esse bom senso ainda é hoje, também, a garantia indiscutível da estrutura doutrinária esperantista, na qual a ordem e a lógica constituem suas bases definitivas e suas regras fundamentais.
Naquele pequeno caos de desentendimento idiomático e de hostilidades religiosas, que era a Lituânia, Luís Lázaro Zamenhof instalou o seu arsenal de boa vontade, disciplina e coerência, extraindo, ao vivo, o material necessário para compor o magnífico idioma que há de ser, no futuro, o instrumento definitivo das relações verbais; entre os homens terrícolas!
Marcos Zamenhof, seu pai, além de ser homem disciplinado, prático e professor emérito, aceitara a profissão de censor de imprensa, desejando assim aproveitar seus avançados conhecimentos de línguas estrangeiras.
Isto ajudou-o muitíssimo a desenvolver-se para compor e editar em russo vários livros didácticos sobre geografia, auxiliando-o também no desembaraço intelectual do seu primogénito, o que resultou para o filho em grande favorecimento para o estudo sensato das bases definitivas do futuro idioma internacional!
À semelhança do ocorrido com Allan Kardec, quando codificava o Espiritismo, Luís Lázaro Zamenhof sempre esteve debaixo da supervisão coordenadora dos mentores e técnicos desencarnados, do Além, impondo então a si aquela integridade de trabalho e honestidade de acção, que tanto enobreceram a estrutura básica do Esperanto.
Em verdade, foi ele um génio que superou os mais difíceis obstáculos, e basta uma singela observação de sua vida abençoada para se poder comprovar que o seu carácter se firmou sobre três preciosos elementos, que foram do mais valioso préstimo à sua obra; Zamenhof herdara a inteligência e a energia do pai e o coração e a bondade da progenitora, mas também cunhara definitivamente, em si mesmo, as impressões do próprio lugar onde viera nascer, compondo, assim, a moldura precisa para a sua obra esperantista que, acima de tudo, é um importante objectivo da natureza espiritual.

Pergunta: - Zamenhof revelou desde cedo vocação para o Esperanto ou tudo foi produto de uma eclosão posterior, como às vezes ocorre na esfera da arte ou da ciência, quando se revelam génios que antes viviam em completa obscuridade?
Ramatis: - Ele foi um eleito pelo Alto para essa missão, pois a sua vida foi sempre de uma dedicação incessante para com esse nobre ideal.
Desde moço se pôs a observar a falta de compreensão entre os polacos, russos, hebreus e alemães, cujas hostilidades, conforme já vos dissemos, geravam por vezes conflitos homicidas e requeriam até intervenção das autoridades para solucionarem as pendências sangrentas!
Zamenhof percebeu a luta tenaz de cada grupo nacionalista, tentando impor o seu próprio idioma como língua oficial e de uso obrigatório em toda a região.
Desses esforços dispersivos e egocêntricos se aproveitavam os mais hábeis políticos, e usufruíam vantagens pessoais, embora fazendo conluios vergonhosos com interesses estrangeiros e prejudiciais à sua comunidade.
A preocupação partidária do nacionalismo feroz, que cada grupo defendia sem qualquer consideração aos prejuízos alheios, as contendas insolúveis ante a heterogeneidade de vários idiomas falados no mesmo agrupamento pátrio, terminaram comprovando a Zamenhof que só seria possível uma solução definitiva pela adopção de uma língua neutra, capaz de não ferir os brios patrióticos de nenhum daqueles povos adversos.
E ele acabou por admitir que o próprio mundo terreno não passava de outra Lituânia em grandes proporções, onde as nações se atritam e semeiam a confusão sob códigos verbais tão diferentes.
Não lhe restava dúvida de que as soluções definitivas na esfera da cultura, da benemerência e da paz do mundo só seriam possíveis quando também fossem compreendidos sob um único idioma de mútua confiança.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 26, 2021 10:16 am

Em consequência, o seu ardente ideal assumiu tais proporções que, de princípio, lhe parecia inconcebível, ante a necessidade de compor e espalhar um idioma que servisse a toda a humanidade.
Mas ele não ambicionava criar uma língua neutra e nacional, capaz de só atender aos problemas psicológicos e emotivos do povo de sua terra natal; seu sonho ampliava-se pelo desejo de conseguir a fraternal solução para todos os homens.
Por isso, desde muito cedo revelou a vocação messiânica para essa realização extraordinária, que somente a humanidade futura poderá compreender em sua grandeza e benemerência, tendo de reconhecer com humilde reverência a vida missionária de Zamenhof, que foi dedicada sacrificialmente ao advento do Esperanto e à compreensão fraterna entre a humanidade terrena.

Pergunta: - Desde o princípio do seu trabalho Zamenhof já havia delineado essa admirável qualidade de síntese e simplicidade do idioma internacional?
Ramatis: - Zamenhof pôs-se primeiramente a estudar os meios de ajustar uma linguagem simples, lógica e sem perigo de abastardamento, mas bastante fluente para servir a todas as classes, culturais e dificuldades de entendimentos humanos.
Pensava na possibilidade de compor um idioma que se pudesse transformar num elo afectuoso e sensato, servindo tanto à mais requintada cultura, como às mentes mais empobreci das, acessível a todas as gentes e camadas sociais.
Assim, ele esforçou-se para evitar que no futuro as bases do seu idioma viessem a exigir massudos compêndios de excessivo vocabulário, como é muito comum às demais línguas desde a sua evolução e aplicação.
Preocupava-o imensamente não só essa probabilidade de sucessivo aumento e incorporação de vocábulos novos ao seu idioma, como ainda o desenvolvimento dos povos futuros e suas inevitáveis modificações, obrigando-o a melhor ajustar o Esperanto a todas as surpresas e imprevistos.
Mas os seus elevados mentores assistiam-no sempre e velavam por seus ideais santificantes pois, à noite, quando ele se afastava do corpo físico, durante o sono benfeitor, eles aconselhavam-no sobre o que devia fazer de mais sensato.
É por isso que no desenvolvimento do Esperanto sempre permanece admirável segurança iniciática tão bem disciplinada por Zamenhof, pois, embora aumente a necessidade filológica dos homens, persiste miraculosamente a qualidade inata desse extraordinário idioma fraternal.
Só a supervisão do Alto é que realmente poderia orientar o jovem estudante a entrosar tão sabiamente as raízes idiomáticas do Esperanto, que ainda hoje se afiguram o indestrutível alicerce de garantia contra quaisquer inovações e excentricidades.

Pergunta: - Quais seriam as sugestões que os mentores espirituais teriam dado a Zamenhof, durante a sua vida carnal, para que ele pudesse acertar tão logicamente com o objectivo de compor um idioma internacional?
Gostaríamos de conhecer quais as primeiras providências tomadas pelo Espaço, nesse sentido.
Ramatis: - Inegavelmente, Zamenhof era um espírito genial e capaz de realizar na Terra quaisquer outras missões semelhantes à que lhe coubera para o advento do Esperanto, por cujo motivo entregou-se logo aos objectivos superiores que haviam sido traçados pelos seus mentores espirituais!
Como era sumamente observador, qualidade esta que ainda mais se aprimorou sob a disciplina paterna, não tardou em verificar que as principais dificuldades para um entendimento verbal fraterno entre os homens residia, principalmente, no uso de excessivo vocabulário sempre em crescimento e cada vez mais exaustivo.
Então, em suas horas de reflexões importantes, os mentores espirituais puderam insuflar-lhe a ideia de que devia aproveitar os afixos e transformá-los em temas iniciáticos de uma língua neutra, os quais seriam então de mais fácil memorização e se tornariam as bases fixas e desejada garantia para a criação de outras palavras indispensáveis.
Bastante esclarecido pelo conhecimento de inúmeras dificuldades de línguas estrangeiras que havia aprendido com o seu progenitor, Zamenhof entregou-se afanosamente ao trabalho, vislumbrando o louvável e genial processo de reduzir satisfatoriamente a extensa quantidade de vocábulos comuns exaustivamente utilizados em cada, idioma.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 26, 2021 10:17 am

Dedicando-se a estudar os afixos já existentes nos principais idiomas falados, conseguiu então compor o "sistema de afixação", que é uma das mais preciosas glórias do Esperanto, submetendo-o à disciplina de suas dezasseis regras fundamentais.
Muitas vezes, em suas reflexões, pudera observar que a língua inglesa já apresentava um sistema particular, fixo, através de certas regras fundamentais, o que muito o ajudou na composição do Esperanto e do que, mais tarde, resultou certa semelhança entre as regras de ambos os idiomas.

Pergunta: - Durante o desempenho de sua missão, Zamenhof encontrou sempre favorecimento para o êxito de sua obra tão útil à humanidade?
Supomos que seu progenitor tenha sido um dos seus mais devotados colaboradores; não é assim?
Ramatis: - Quase ao completar vinte anos de idade, Zamenhof recebeu entusiástica adesão dos seus colegas de Liceu, ao expor o seu projecto de uma língua auxiliar, que ele denominava de "nobre causa" e assegurava tratar-se de duradouro e valioso benefício à humanidade.
Entretanto, à semelhança do que é muito comum suceder aos homens que se sacrificam pelo advento de um mundo melhor, ele também não tardou em ficar sozinho com os seus entusiasmos e ideias elevadas, curtindo tanto os sarcasmos e as consequências das descrenças alheias, como sofrendo forte hostilidade daqueles que nutriam interesses inconfessáveis no seio da confusão de sua pátria.
Inúmeras vezes fora assaltado pelo desânimo, e só a permanente assistência do Alto, que supervisionava a sua espinhosa missão, impediu-o de reduzir os seus esforços e deixar-se abater ante a excessiva descrença e ironia humana, quase privando o vosso orbe desse grandioso benefício linguístico que, no futuro, se tornará um dos mais fortes elos da sonhada confraternização humana!
E ainda um facto doloroso obrigou-o a perder o seu jubiloso entusiasmo quando exactamente já previa o primeiro sucesso esperantista conduzido pela sua vontade férrea: o progenitor de Zamenhof - que ainda exercia sua autoridade severa sobre o filho - influenciado por outros pedagogos e amigos da família e temendo que o jovem estudante de vinte primaveras adoecesse por excesso de trabalho, ou então ficasse perturbado no uso da razão e viesse a prejudicar os seus estudos médicos, exigiu-lhe o abandono definitivo do temerário projecto de compor uma língua neutra e de natureza internacional!
O jovem Luís, embora considerando que o seu verdadeiro motivo de viver residia fundamentalmente naquele ideal sonhado desde tenra idade, mais uma vez se revelou obediente no seu carácter íntegro e humilde; aceitou a imposição paterna e abandonou os seus apontamentos sobre o idioma neutro, que ficaram esquecidos por algum tempo.

Pergunta: - Acreditávamos que o pai de Zamenhof - por se tratar de criatura de grande cultura e conhecedor abalizado das dificuldades de outros idiomas pátrios - devesse ser um dos mais entusiastas colaboradores do filho, sentindo a grandeza, a lógica e a necessidade de um idioma internacional.
Não deveria ser assim?
Ramatis: - Muitas vezes o que significa para vós impedimento ou intervenção indébita do "destino" a dificultar objectivos e ideais elevados, pode-se constituir num elemento criador ou no "fogo sagrado" das elevadas realizações espirituais, que tanto beneficiam a humanidade e promovem a felicidade dos seres.
Enquanto o jovem Zamenhof, durante o trabalho para atingir o seu grande ideal, era reanimado em suas decepções cotidianas pela doçura da progenitora, através de seu pai severo eram-lhe aguçadas as arestas do intelecto, e assim iam ficando ajustados os elementos práticos e indispensáveis, que deviam firmar a sensatez e a lógica, que ainda são as mais valiosas garantias do sucesso do Esperanto.
Aconteceu, então, que, tendo Zamenhof, por ordem paterna, seguido para Moscou, a fim de acelerar os seus estudos de Medicina, quis o destino que, após dois anos, ele devesse retornar à terra natal, devido à insuficiência de meios financeiros para manter-se na capital russa, e assim teve de continuar os seus estudos na Universidade de Varsóvia.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 26, 2021 10:17 am

Mas, assim que tomou contacto com o seu ambiente pátrio e familiar, sentiu-se novamente invadido por intenso entusiasmo, que lhe despertou ainda com mais veemência a antiga ideia de compor o sonhado idioma que servisse fraternalmente para o uso de todos os povos da Terra.
Reconheceu, então, sem qualquer dúvida, que aquilo representava sua vida, os seus sonhos mais puros e o seu ideal mais perfeito!
No entanto, debaixo de actuação sábia e inescrutável decisão dos mentores espirituais desencarnados, o pai de Zamenhof, temendo o desequilíbrio da razão do jovem filho, já havia destruído todos os seus cadernos, manuscritos e apontamentos que ainda pudessem auxiliá-lo na recomposição ou na reestruturação do projectado idioma.

Pergunta: - Não podemos aquilatar como sensata essa intervenção dos espíritos mentores, na obra de Zamenhof, chegando ao ponto de inspirarem o seu próprio pai e destruir apontamentos valiosos e imprescindíveis ao êxito do idioma!
Podeis nos explicar onde se encontra a lógica desse ato, que nos parece tão atrabiliário?
Ramatis: - Como Luís era dotado de excelente memória, a destruição dos seus cadernos de apontamentos trouxe-lhe um benefício que só posteriormente se pôde avaliar; o pai havia destruído muita coisa supérflua e que, se fosse revista mais tarde, só causaria dificuldades ao jovem estudante para escoimá-las de erros e furtar-se à tentação de um aproveitamento inútil.
Acresce ainda que, devido à necessidade de Luís rever mentalmente os escritos destruídos, isso favoreceu-lhe a eclosão de novos raciocínios e descobertas filológicas mais geniais!
Recorrendo à sua valiosa memória, ele conseguiu reconstituir com mais precisão muitos elementos essenciais ao seu trabalho, pois é comum em nossas evocações mentais, identificarmos os assuntos mais importantes do passado, enquanto o supérfluo fica olvidado na câmara do cérebro.
Então ele deixou-se tomar definitivamente pela força do seu ideal messiânico; isolou-se do público e entregou-se a intensivo trabalho por mais de seis anos, em cujo tempo evitou até as imprescindíveis relações sociais, as diversões ou quaisquer outros desperdícios de horas úteis nos ambientes exteriores.
A destruição dos seus cadernos afastou a sua atenção de muitos detalhes e elementos inúteis que, assim, não lhe atravancaram o labor exercido nos seis anos seguintes. Submetendo-se ao exaustivo trabalho de avaliar quais as distorções, prejuízos ou deformações que a "teoria" da língua pudesse causar, quando transferida para a vida prática do mundo, ele corrigiu e substituiu fórmulas, ajustou palavras e provou-as, cotejando-as sob todos os módulos imagináveis da voz humana.
Em face dessa heróica dedicação, o Além vibrou de júbilo, comoveram-se as entidades laboriosas e benfeitoras que haviam atuado incessantemente sobre o espírito de Luís Lázaro Zamenhof, assim como se fizeram ardentes vaticínios para a mais breve ventura espiritual da Terra, sob a dádiva abençoada de um idioma internacional.
Muitas manifestações jubilosas se registraram entre os núcleos, departamentos e instituições de Esperanto sediadas no mundo Astral e circunvizinhanças ao vosso globo, pois graças à tenacidade e à genialidade do jovem Zamenhof, a criatura terrena já contava com o divino elo verbal de entendimento fraterno, podendo aplainar o caminho para o advento mais breve da telepatia, assim como integrar-se ao Evangelho de Jesus.
O Esperanto estava pois estruturado de uma forma tão escorreita e sensata, que o seu êxito e a sua integridade ultrapassaram as próprias previsões dos seus mentores do Além!

Pergunta: - Em seguida ao advento do Esperanto, Zamenhof dedicou-se exclusivamente a esse seu propósito tão ardentemente sonhado?
Ramatis: - Depois de haver se diplomado como médico aos 26 anos de idade, Zamenhof iniciou a sua sacrificial missão de curador, necessária ao seu próprio sustento, porque então já se havia casado com Clara Zilbernil.
Seu sogro financiou a edição de sua primeira gramática esperantista, com as dezasseis regras fundamentais do idioma, a qual, além de um vocabulário auxiliar, constituído por quase um milheiro de radicais, ainda continha o "Padre Nosso" e alguns versos.
Esse homem tão nobre aliava ainda à sua genial idade um generoso coração, pois, quando exercendo a profissão médica, não cobrava dos clientes que faleciam, assim como se recusava a receber dinheiro daqueles que não conseguia curar ou sequer aliviar os padecimentos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 26, 2021 10:17 am

Embora fosse o editor das próprias obras esperantistas, renunciou sempre a todos os seus direitos, assegurando que "uma língua internacional dispensava proprietário, por se tratar de um idioma de propriedade comum".
Realmente, tratava-se de um espírito de elevadíssima graduação no Espaço, pois Zamenhof, em vidas pregressas e no cumprimento de outras tarefas benfeitoras no campo linguístico e da filosofia, já havia deixado outras réstias de luz no vosso globo!
Graças a esse elevado grau de renúncia, rectidão de carácter e cristalinidade espiritual, foi possível aos mentores espirituais cimentarem o Esperanto como um idioma fraterno, pois realmente ele traz em seu conteúdo as vibrações amorosas do seu criador, que foi um espírito puro e essencialmente tolerante.
O amor de Zamenhof para com a humanidade, e a sua abnegação em servir aos seus próprios detractores, impregnaram a língua Esperanto de uma vibração psíquica de ternura espiritual tão sensível, na sua expressão idiomática, que a maioria dos seus simpatizantes é atraída por essa aura de bondade que foi a marca predominante do seu grande missionário.
Este é um dos motivos por que os espíritos superiores transmitem continuamente para a Terra o slogan de que o "Esperanto é o Evangelho das línguas", pois Luís Lázaro Zamenhof ainda adicionou ao seu magnífico trabalho linguístico as suas próprias vibrações de ternura, humildade e devotamento, lembrando os sublimes preceitos que inspiraram o próprio Evangelho de Jesus.
Eis por que não lograram êxito outros idiomas e experimentações semelhantes, inclusive o "Volapuk" de Schleyer porque, além do seu visível artificialismo, complicações e arbitrariedades idiomáticas, faltavam-lhe a singeleza e o "dom" de simpatia espiritual, que emana continuamente do linguajar terno do Esperanto.

Pergunta: - Zamenhof chegou a gozar, ainda em vida, a glória e o júbilo de sua obra tão notável?
Ramatis: - O abnegado Doutor Zamenhof terminou seus dias vivendo sob a mais admirável modéstia e, tanto foi o seu incondicional amor ao próximo, que mereceu o apelido popular de "Médico-Providência", ficando assim definitivamente consagrado entre os homens de boa vontade e de bons sentimentos.
Ele mesmo traduziu depois muitas obras para o Esperanto, inclusive a Bíblia Sagrada, Efigénia, Hamlet e outras.
Em. princípios deste século, o Esperanto logrou o êxito desejado, e os próprios cientistas auxiliaram muitíssimo a sua divulgação, quando o reconheceram como um idioma perfeito e emancipado para entendimento de todos os povos.
A França, que já fora a pátria de Allan Kardec e comumente o berço da civilização moderna, mais uma vez glorificou a dádiva do Esperanto à humanidade terráquea quando, no ano de 1906, em Bologne-sur-Mer, promoveu o primeiro congresso esperantista.
Zamenhof, que ainda pôde estar presente àquele elevado conclave, viveu dias de júbilo e sentiu-se compensado do seu heróico esforço e renúncia a favor do idioma.
Enquanto isso, as flâmulas tremulavam ao vento, e a insígnia esperantista, da cor esverdeada e simbólica da esperança por um mundo melhor, se ostentava nas lapelas, parecendo anunciar o advento da confraternização do verbo humano!
Zamenhof deixou o vosso mundo em abril de 1917, tendo vivido 57 anos; o seu ingresso no Espaço foi através de imensurável esteira de luz balsamizada dos mais suaves perfumes das altas regiões celestiais, enquanto inefáveis vozes cantavam a glória imortal de ter sido ele o sublime mensageiro do mecanismo verbal para a mais breve aproximação entre os povos terráqueos!
Seu corpo ainda dormia sereno no esquife forrado de rosas e palmas simbólicas; as insígnias do mundo ainda cercavam a sua derradeira morada física, mas o seu espírito já gozava a alegria imortal de ter cumprido fielmente o mandato celestial, pois o seu organismo de carne nada mais fora do que um glorioso instrumento de convocação ao verbalismo internacional e cristão do orbe.
Ele pudera escrever, na superfície da matéria densa, o mais belo poema linguístico da confraternização humana, cuja limpidez, beleza e ternura merecem que se as compare, em símbolo e virtude, ao doce Evangelho de Jesus, pois o que este ensina e recomenda poderá agora ser transmitido ao coração e ao cérebro de todos os homens sob as asas de ternura verbal do Esperanto. Sem dúvida, pois, o "Esperanto é o Evangelho das línguas".
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 26, 2021 10:17 am

Capítulo 16 - Sonhos e Recordações do Passado
Pergunta: - Desejaríamos saber por que motivo certas pessoas conseguem recordar com bastante clareza certos acontecimentos vividos durante os sonhos, enquanto outras não têm qualquer noção do que lhes sucede à noite.
Poderíeis dar-nos explicações a esse respeito?
Ramatis: - A maior ou menor percentagem de clareza na recordação dos sonhos depende muito da maturidade espiritual do indivíduo e da tessitura do seu perispírito, assim como se favorece pelas experimentações esotéricas ou iniciáticas que porventura já tenha ele cultivado com êxito, nesta ou noutras vidas pregressas.
A Lei Espiritual determina, com justiça, que a cada um seja dado conforme sua obra, e não faz concessões ou dá privilégios extemporâneos a quem quer que seja.
Aqueles que conseguem lembrar com precisão dos acontecimentos vividos à noite, a distância de seu corpo físico, não usufruem de qualquer direito espiritual imerecido ou prematuro, mas servem-se de sua própria faculdade psíquica desenvolvida alhures.
O perispírito não é apenas um organismo estruturado com a substância do mundo astral invisível, mas ainda é interpenetrado pela essência mais subtil do plano mental, que também impregna profundamente toda a intimidade do orbe terráqueo e o põe em contacto directo com a Mente Constelatória, que é a responsável pelo progresso e sustentação cósmica do sistema em que viveis.
Quando durante os sonhos o perispírito fica em liberdade, a sua visão depende muitíssimo da intensidade e da natureza da carga energética que ele já conseguiu movimentar e assimilar em sua própria contextura, e que o coloca mais vivamente em contacto com os acontecimentos no mundo astral.
As imagens astrais que, através do fenómeno da repercussão vibratória, depois se transmitem do cérebro perispiritual para o cérebro físico, serão evocadas com tanta clareza ou obscuridade quanto também tenha sido o êxito de sua focalização pelo próprio perispírito fora do corpo carnal.
Como o perispírito sofre em sua contextura até a influência da própria alimentação material, os carnívoros, por exemplo, são mais letárgicos em sua sensibilidade psíquica, porque as fortes emanações de ureia e de albumina que exsudam as vísceras animais durante a digestão, costumam obscurecer o delicado tecido etéreo-astral.
O vegetarianismo contribui para higienizar a estrutura do perispírito, livrando-o dos fluidos viscosos da aura do animal sacrificado, cuja carne se decompõe no estômago humano; recorda o facto de que as lentes dos óculos se conservam límpidas quando não sofrem os efeitos da gordura exsudada pelo calor do rosto.
Os exercícios "prânicos" respiratórios, a catarse mental, as reflexões elevadas e a disciplina esotérica, que avivam a memória e potencializam a vontade, também contribuem muitíssimo para que a consciência da criatura se mantenha desperta quando, durante o sono, consegue sair em corpo astral.

Pergunta: - Quer isso dizer, então, que os sonhos são produto exclusivo da nossa saída nocturna em corpo astral, quando entramos em contacto mais directo com os espíritos desencarnados e o mundo invisível do Além-Túmulo; não é assim?
Ramatis: - Convém não generalizardes esse acontecimento, que nem sempre se ajusta aos fenómenos propriamente conhecidos como sonhos, pois existem certos factores que distinguem bastante os estados psíquicos manifestados durante o repouso nocturno, sem que por isso o espírito se afaste do corpo físico.
Algumas vezes o indivíduo tem pesadelos provocados pela má digestão ou devidos à posição espasmódica do corpo físico mal acomodado no leito; doutra feita, podem ocorrer emersões da memória etérica e o espírito rever cenas de suas encarnações anteriores, confundindo-se com a fenomenologia comum dos sonhos.
Podem ocorrer, também, associações dos principais acontecimentos verificados durante o dia e que, à noite, surgem então na mente na forma de quadros mórbidos ou exóticos, compondo cenas extravagantes com objectos, animais ou outras coisas terrenas, que são levadas à conta de sonhos confusos.
Não vos deve ser estranho o caso de alguns estudantes ou intelectuais que, após exercícios mentais muito vigorosos passam a noite inteira a remoer impressões fatigantes, como se vivessem os mesmos acontecimentos quotidianos.
Finalmente, é multo comum o facto de o espírito abandonar o seu corpo físico durante o repouso nocturno, a fim de participar de actividades espirituais de conformidade com o seu grau evolutivo: alguns põem-se facilmente em contacto com seus parentes, amigos ou preceptores, de cujas conversas, apelos ou admoestações se recordam nela manhã na forma de sonhos mais nítidos.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 26, 2021 10:17 am

Geralmente, o homem só guarda uma vaga ideia dos acontecimentos astrais vividos durante a noite e, como não consegue compreendê-los em sua verdadeira significação astralina, explica-os como sendo produtos de impressões trazidas pela saudade das velhas amizades ou dos parentes já desencarnados.
Quase sempre o espírito, ao deixar o corpo, estaciona no limiar dos mundos material e astral, sem poder perceber com clareza os factos que lhe sucedem nessa região limítrofe, onde ele confunde tanto as impressões do dia como também as sequências próprias da visão espiritual.
Então os acontecimentos ficam misturados de tal modo, que se torna impossível distinguir-lhes a verdadeira natureza.

Pergunta: - E por que motivo não recordamos com clareza aquilo que vemos durante a saída do nosso perispírito, no sono, quando é certo que então estamos de posse de nossa memória integral?
Ramatis: - Isso acontece pela mesma razão que já vos expusemos anteriormente, fazendo ver que o corpo astral, ou o conhecido perispírito, é um veículo de contextura electiva só do mundo astral onde, depois da morte do corpo físico, é que passa a se mover tão livre e conscientemente quanto seja o grau de evolução sideral do espírito.
Enquanto ele ainda se conserva encarnado, todos os acontecimentos de que participa no mundo invisível são fixados exclusivamente no seu cérebro perispiritual porque também se sucedem noutras dimensões inapropriadas à recepção grosseira do cérebro físico.
Embora a memória do perispírito se amplie incessantemente pelos acontecimentos em que continua a tomar parte no plano extra-material, o cérebro físico permanece alheio a tudo, pois só é responsável pela fenomenologia e pelos factos próprios da matéria e entrevistos unicamente pelos cinco sentidos da carne.
Pela manhã, quando o espírito retorna ao seu organismo de carne, que abandonou durante o sono, não lhe é possível transmitir ao cérebro físico, com a desejada limpidez, a ordem e a natureza dos acontecimentos que foram observados e vividos astralmente só através do cérebro do perispírito.
E a razão é bem simples: evidentemente, o cérebro carnal não pode identificar com fidelidade as cenas e os acontecimentos de que não participou directamente, e que só foram vividos pelo cérebro astral quando fora do corpo físico.
Assim é que as ocorrências de que o espírito participa, em cada nova encarnação, ficam definitivamente gravadas no seu próprio perispírito ou na sua memória etéreo-astral, como acervo de sua consciência espiritual definitiva, que é continuamente fortalecida e ampliada pela síntese das memórias das existências físicas pregressas.
O perispírito, como sempre sobrevive à morte do corpo carnal, conserva então consigo tanto as imagens dos acontecimentos de que participa fora do corpo, no seu mundo astral, como aquelas que tenham sido fixadas pelo cérebro físico.
Mas aquilo que o espírito só percebe quando livre no plano astral e fora do seu corpo físico, é óbvio que só é gravado no cérebro do perispírito, sem o conhecimento do cérebro de carne, porque este permanece ignorando o acontecimento.
Às vezes, e com muita dificuldade, o cérebro perispiritual consegue fazer repercutir suas lembranças no cérebro físico, mas elas só se forjam na forma de evocações fantásticas, que mais tarde deixam dúvidas quanto à sua veracidade.

Pergunta: - Quando o espírito volta para o corpo físico, não deveria a sua memória astral conjugar-se automaticamente à memória do cérebro carnal?
Ramatis: - Aquilo que é visto e vivido pelo cérebro físico transforma-se em conhecimentos definitivos para o espírito, visto que este sempre se encontra presente a todos os acontecimentos em ambos os mundos, o material e o astral; mas aquilo que o espírito só percebe ou de que participa quando em liberdade no astral, não pode ser registado no cérebro físico, pela simples razão de que se mantém ausente.
Deste modo, é muito difícil ao espírito, quando encarnado, recordar com clareza as suas saídas astrais, ou então evocar acontecimentos que só foram vividos noutras existências anteriores, pois embora tudo isso esteja realmente gravado no cérebro do perispírito imortal, continua a ser da mais completa ignorância do cérebro físico de cada nova encarnação.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 26, 2021 10:18 am

Uma vez que o cérebro carnal não pode perceber acontecimentos que, durante a noite, são presenciados unicamente pelo perispírito, ou que se registraram em outras encarnações e só foram observados por outros cérebros já "falecidos", é evidente que também não poderá recordá-los através de nova consciência gerada no mundo físico e completamente alheia ao pretérito!
Se não podeis transportar para o cérebro físico, em cada nova encarnação, a lembrança dos acontecimentos gravados exclusivamente no cérebro do perispírito imortal, é natural que, durante a nova existência carnal, também não possais recordar o passado, salvo por efeito de aguçada sensibilidade psíquica ou através de alguma experiência psíquica incomum, como no caso da hipnose.
As evocações do passado, no entanto, tornam-se possíveis àqueles que se ausentam com facilidade do corpo físico, pois a libertação astral, quando assídua, muito ajuda a projectar a memória perispiritual para o cérebro de carne.
A maior familiaridade dos orientais para com o fenómeno do mundo oculto e os seus labores iniciáticos permitem-lhes maior revivescência da memória etéreo-astral, fazendo-os recordar-se dos fatos mais importantes das suas vidas anteriores.

Pergunta: - Podeis nos explicar com detalhes a natureza desse fenómeno que se processa entre a memória dos dois cérebros – o perispiritual e o físico – de modo a que possamos nos assenhorear melhor do assunto?
Ramatis: - Os acontecimentos de vossa presente existência não poderão ser recordados com nitidez, nas vossas encarnações futuras, porque o cérebro físico, que vos serve de arquivo para todas as lembranças e factos vividos actualmente, há de se desintegrar na cova do cemitério, depois da morte carnal.
Entretanto, todos os acontecimentos de agora, ou ocorridos nas vossas existências anteriores, hão de permanecer fielmente gravados no vosso cérebro perispiritual que, sendo imortal, é órgão que preexiste e sobrevive à destruição de cada corpo físico, compondo a memória verdadeira e definitiva do espírito.
O cérebro do perispírito poderá ser comparado a um negativo fotográfico que tivesse a propriedade de gravar a lembrança de todos os fatos ocorridos convosco em cada existência física, para revelá-los à alma desencarnada a qualquer momento desejado. Isso já não poderá suceder com o cérebro de carne, porquanto este só pode registrar os factos ocorridos em uma só existência física, constituindo apenas uma memória provisória, que depois desaparece no seio do túmulo terreno.
No entanto, graças aos neurónios magnéticos do cérebro do perispírito, todas as impressões vividas pelo homem encarnado se transferem para ali, nítidas e inapagáveis, para se incorporarem aos registros sobreviventes e definitivos da memória etéreo-astral, que reúne a, memória de todas as encarnações anteriores do espírito.
Então as lembranças do passado, que ficam definitivamente arquivadas na memória perispiritual, podem se manifestar com mais facilidade à luz da consciência do espírito desencarnado; mas, durante a existência física, o cérebro carnal se assemelha a um anteparo ou biombo que obscurece as recordações do pretérito, assim como os óculos pretos reduzem a visão normal da criatura diante de uma paisagem, por mais bela que seja.
Quando o perispírito se ausenta do corpo material, o cérebro físico se antepõe, depois, à clareza das imagens que não presenciou, dificultando a sua devida filtração para a mente desperta no mundo terreno.
Posteriormente, através de alguns ecos vibratórios, como se fossem os últimos movimentos de uma rede após o seu balanço inicial, é que então o homem guarda, ao despertar, algumas vagas recordações da sua actuação livre no mundo astral, que em seguida considera como sonhos indistintos, emersões do subconsciente ou então produto das influências cotidianas.

Pergunta: - Gostaríamos que nos dissésseis alguma coisa sobre os motivos por que certos indivíduos chegam a perder a memória, ou a faculdade de escrever ou de falar no seu próprio idioma pátrio.
Podeis atender-nos?
Ramatis: - Realmente, às vezes, devido a certa lesão que pode ocorrer num centro sensorial do cérebro físico, o espírito chega a perder a capacidade de escrever no seu próprio idioma pátrio, embora, para espanto dos menos entendidos, ele consiga escrever noutro idioma do qual porventura tenha conhecimento.
É como se, por exemplo, ficasse destruída a chave da instalação eléctrica da luz forte dos faróis de um automóvel, obrigando o motorista a socorrer-se da luz fraca, que ele só usava acidentalmente.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 26, 2021 10:18 am

Mas é evidente que, assim como o defeito na chave da luz forte do automóvel não indica nenhuma lesão na capacidade comum do motorista, que então passa a se servir de outro meio para superá-lo, a supressão de um centro sensorial, no cérebro físico, não indica redução ou mesmo ausência de capacidade do espírito, que também é imortal.
Será bastante que o espírito se exercite para o despertamento de um novo centro sensorial no cérebro físico e cuide de avivar a sua memória no treino com o idioma esquecido na consciência em vigília na matéria, para que, pouco a pouco, também se transmita da memória astral para a física a lembrança do conhecimento linguístico que foi esquecido.

Pergunta: - Temos conhecido algumas pessoas que se recordam com certa clareza de suas vidas anteriores, assim como de suas saídas conscientes para o mundo astral.
Que é que as ajuda em tal possibilidade incomum?
Ramatis: - Certas criaturas puderam, no passado, desenvolver suas forças mentais através de severa disciplina iniciática que, agora, as ajuda a sensibilizarem o perispírito e a tornar mais lúcida, então, a memória astral.
Com tal recurso, conseguem actuar, nesta existência, com algum êxito na consciência pregressa, pois a sensibilização de sua memória integral atua com mais vigor sobre as fronteiras de ambas as vidas, física e astral.
É assim como se pudessem dar uma espiadela no seu mundo interior, sem precisar abandonar a janela carnal, ainda aberta para o mundo físico.
Como o cérebro de carne não pode registar simultaneamente os acontecimentos da vida física e da astral, a memória de cada uma dessas vidas só pode ser cultivada à parte. Como exemplo rudimentar, lembramos o que se dá com as fitas magnetizadas, dos gravadores modernos, que, para se evitar a confusão, devem gravar cada assunto em separado, pois não podem aguentar a carga de duas gravações ao mesmo tempo.

Pergunta: - Mas o certo é que, ao tentarmos recordar o nosso passado, só deparamos com um vazio, que se estende para além do berço físico em que nascemos, enquanto somos dominados pela desilusão e pelo cepticismo, que nos fazem duvidar de que já tenhamos vivido outras vidas anteriormente.
Na realidade, as nossas convicções de imortalidade e reencarnação - cremos - provêm mais da força de nossa fé e confiança no Criador, do que mesmo da certeza ou das lembranças de outras vidas!
Ramatis: - Reconhecemos a existência dessa decepção que alegais em vossas indagações sobre as existências anteriores do vosso espírito na matéria, pois em vidas menos felizes, aí na Terra, também já fomos vítimas de igual cepticismo e desilusão!
Aliás, mesmo depois da morte corporal, nem todos os desencarnados conseguem, de início, recordar-se de suas vidas pregressas, pois é evidente que cada espírito transpõe a sepultura com a bagagem íntima de sua própria concepção do que seja a vida cósmica.
Ainda existem muitas almas que, embora já tenham completado mais de um milénio de encarnações terrenas, não têm ainda a consciência exacta de sua vida no Além-Túmulo pois, em face do seu acanhamento mental, permanecem exclusivamente condicionadas às impressões reduzidas da vida física.
São entidades retardadas no seu despertamento espiritual e incapazes de qualquer auscultação psíquica, bastante impossibilitadas das reflexões íntimas, que lhes permitiriam ampliar a noção de "ser" e de "existir" e livrarem-se dos estímulos condicionados do mundo exterior.
Na verdade, o escafandro de carne é um grande abafador da memória transcendental do espírito, mas esse mal ainda mais se avoluma diante da proverbial negligência de quase todos os homens para consigo mesmos quando, além do desinteresse pela sua própria estrutura espiritual e pelo despertamento de suas forças mentais, ainda atrofiam os seus delicados centros psíquicos sob o guante dos vícios e das paixões animais!
Os terrícolas, em geral, vivem isolados no seio da carapaça física, não sabendo que serão bem contristadores a surpresa e o temor quando, após a desencarnação, comprovarem que a sua verdadeira individualidade não se resumia no corpo de carne entregue à cova terrena, mas residia justamente no espírito, tão subestimado e esquecido na existência física.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 27, 2021 8:45 am

Tal situação, que é muito comum depois do "falecimento" e de o espírito se desenvencilhar das ilusões terrenas, acabrunha dolorosamente aqueles que confiam demasiadamente na personalidade transitória da matéria.
Só lentamente retornam à memória real das vidas pretéritas, quando então se apresentam despertos para avaliar a justiça dos seus sofrimentos e a importância das vicissitudes humanas, como factores que elevam a alma para as regiões superiores.
Apagam-se-lhes as últimas ilusões ante a comprovação da verdadeira vida do espírito, a qual se sobrepõe. à insignificância dos nomes, privilégios e preconceitos terrenos, que tanto hipnotizam as criaturas no culto e no apego fanático às formas perecíveis da matéria.
Entretanto, a morte, por mais tétrica e impiedosa que vos pareça, não passa de um processo técnico, justo e inteligente, com que o Criador transforma o "menor" em "maior" e o "inferior" em "superior".
Também há de chegar o dia em que deixareis de sofrer o cepticismo e a desilusão de ignorar o passado, pois então a vossa consciência será unia só manifestação, liberta do tempo e do espaço; todas as vossas existências físicas serão apenas como as contas de simbólico e infinito colar, ligadas intimamente pela natureza imortal do espírito!

Pergunta: - Temos observado que os sonhos, em geral, se apresentam em cores preto-branco.
Por que motivo só raramente eles são em cores diversas?
Ramatis: - À noite, quando o espírito abandona o seu corpo adormecido e contempla directamente as paisagens ou os acontecimentos que se sucedem no mundo astral, a sua percepção psíquica o capacita a fixá-los nas suas cores correspondentes, mas isso não ocorre quando se trata de sonhos produzidos pela emersão da memória astral das vidas passadas ou mesmo das lembranças cotidianas, cujas imagens, então, se apresentam em preto-branco, mesmo porque são mais comuns as evocações pretéritas e as influências da vida carnal cotidiana quando o espírito se ausenta do corpo físico adormecido.
Uma grande parte dos sonhos é apenas consequente dos desejos e impulsos instintivos da criatura, que emergem à noite, impulsionados pela própria luta interior que a alma sustenta entre o senso crítico do inconsciente e do consciente.
Neste caso, o sonho é quase que só a revivescência dos próprios conflitos da vida física, que se transformam em imagens atropeladas pelas emersões e recalques mentais, e não qualquer visão ou participação directa do espírito no mundo astral.
Quando os sonhos são coloridos e acompanhados de impressões vigorosas, nitidamente recordadas ao despertar, em verdade não se trata de sonhos fantasiados, mas de acontecimentos reais que foram vividos pela alma durante a sua saída astral.
Por isso, embora fatos ocorridos durante uma vivência íntima fora do corpo físico, deixam a sensação perfeita de coisas objectivas, que são gravadas definitivamente pela alma encarnada.
Em sua maior parte, os sonhos coloridos são frutos dessa observação directa da própria alma nos seus fugazes momentos de liberdade astral, pois quando se trata apenas de flutuações do subconsciente ou de reminiscências da vida quotidiana, à noite, se transformam em imagens branco-pretas.
Os sonhos descoloridos não passam, pois, de emersões dos conflitos emotivos ou dos desejos represados pela alma encarnada no estado de vigília, pois quando a consciência comum da matéria adormece, dominam então os dramas, as aventuras e os recalques ou acontecimentos interiores, que se projectam como ecos de angústias e aflições mentais.
No entanto, quando se trata de fatos percebidos directamente no turbilhão incessante das cores do mundo astral, eles ficam gravados na consciência física como lembranças agradáveis, que o espírito conserva com clareza até o despertar, como sequências reais vividas fora do corpo carnal.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 27, 2021 8:45 am

Pergunta: - Pensamos que, durante a sua liberdade astral, o espírito poderá ingressar nos cenários coloridos dos planos purgatoriais.
Nesse caso, as suas impressões detestáveis não deveriam ser recordadas pela manhã, na forma de factos ou emoções desagradáveis?
Ramatis: - É evidente que as recordações matinais, dos acontecimentos vividos fora do corpo físico, serão tão nítidas quanto tenha sido a clareza da visão astral, de acordo com a maior ou menor capacidade da memória no estado de vigília física.
No entanto, como a tendência natural do espírito humano é a de olvidar as coisas que lhe causam angústia ou lhe são desagradáveis, o cérebro do perispírito se desinteressa da conservação das lembranças de acontecimentos hostis, guardando apenas as que causam alegria e satisfação.
É uma tendência que se comprova até nas criaturas que se deixam vencer por arroubos de saudosismos e que se põem a evocar a sua infância ou mocidade; notai que elas só suspiram pelos momentos agradáveis que passaram, e raramente recordam as vicissitudes e as decepções dolorosas já vividas.
O espírito também lança ao esquecimento os cenários mórbidos e repugnantes que entrevê à noite, em sua saída astral, e retoma logo o corpo apenas este pressinta a estranha sensação de algum sonho detestável ou perturbador.
No entanto, se ele visitou cenários empolgantes, onde predominaram as paisagens encantadoras, as flores formosas, os perfumes embriagadores e as cores resplandecentes, a sua tendência comum é a de evocar, o mais vivamente possível, o panorama paradisíaco e as belezas entrevistas fora do corpo físico, pois as imagens enternecedoras e emolduradas pela fulgência, cor e perfumes das coisas e paisagens celestiais, que lembram venturosos mundos de fadas, tornam o despertar da alma impregnado das mais suaves recordações e poesias.
No retorno ao seu organismo de carne, ela insiste em evocar os sonhos maravilhosos, mas retrai a memória astral das impressões desagradáveis porque, em instintiva defesa, compreende que as recordações angustiosas lhe desarmonizam o psiquismo.

Pergunta: - Quando se fala em "sair em corpo astral", deve-se compreender isso como o único meio que tem o espírito para poder penetrar no "outro mundo"?
O corpo carnal representa, então, um cárcere absoluto, capaz de isolar a alma do seu verdadeiro mundo, que é o espiritual?
Ramatis: - Visto que a verdadeira vida do espírito é, realmente, aquela que se exerce livre da matéria, é evidente que ele luta constantemente para se livrar de sua prisão carnal.
E, se não o consegue mais cedo, é porque o instinto natural de sobrevivência animal não só lhe dificulta a acção, como ainda o escraviza sob o guante das paixões mais violentas!
Alguns espíritos débeis se entregam ao ópio, à cocaína, à maconha, à morfina e outros entorpecentes, na ansiedade intuitiva de se libertarem do jugo obrigatório do corpo de carne, para então gozarem de alguns momentos de liberdade astral e fugirem de si mesmos.
Em face de a maioria dos terrícolas viver algemada ao sofrimento e às vicissitudes morais, anseia por alguns momentos de fuga para as regiões ignotas do reino espiritual!
As almas encarnadas, embora tenham obliterada a sua memória astral, sentem-se dotadas de poderes que, dia mais ou dia menos, as lançarão pelo espaço cerúleo afora!
Então lançam mão de drogas inebriantes, que funcionam como portas que se entreabrem para os mais afoitos e desesperados que, entorpecendo o corpo, tentam alguns momentos "paradisíacos" pela fuga deliberada dos grilhões vigorosos dos cinco sentidos do mundo físico.
Usam, então, todo tipo de narcóticos, sedativos, entorpecentes e drogas extraídas de vegetais, plantas, frutos e raízes, que actuam nos interstícios etéricos do perispírito, isolando-o momentaneamente das grades físicas.
E, à medida que a humanidade terrícola mais sofre e se contradiz, a ciência humana, em lugar de socorrer-lhe o espírito enfermo a se debater na prisão material, ainda cria novos produtos sintéticos, a granel, que incentivam os tímidos às fugas improdutivas da dor e das vicissitudes morais, mas não solucionam os seus problemas e tormentos milenários da alma.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 27, 2021 8:46 am

A benzedrina, os barbituratos, os brometos, o cloral e os derivados dos mais vigorosos entorpecentes funcionam como novos estupefacientes, que alimentam esse desejo crescente da "fuga", propenso a culminar num vício incontrolável!
Por meio dessas drogas, muitos frustram o imperativo da consciência desperta no aprendizado espiritual do planeta, obrigando-a a recuar para uma vida improdutiva e fragmentária, do mundo astral.
Aqueles que são mais ternos e bons ainda conseguem alguns arremedos de êxtase quando podem atingir as frequências vibratórias agradáveis, embora a persistência viciosa os conduza lentamente à degradação completa e ao atrofiamento da sensibilidade nervosa.
Outros, mais infelizes, flutuam perispiritualmente pelas regiões inferiores do mundo purgatorial, na figura de múmias hipnotizadas pelos efeitos depressivos dos entorpecentes, até que, mais tarde, desencarnam como fâmulos de um mundo. sub-humano.
Aqueles que tentam a "fuga psíquica" pelas portas dos vícios só raramente conseguem compreender que a própria dor e o sofrimento já representam outras portas valiosas e que, sem violentar a sensibilidade da alma, dão acesso às regiões paradisíacas do Cristo!
Antigamente, os fanáticos e os místicos que fugiam do mundo profano também conseguiam provocar algumas visões hipnogógicas através da autoflagelação ou de jejuns prolongados, quando então produziam determinados estados febris que os faziam perceber alguns fragmentos deformados da vida astral, proporcionando uma ténue satisfação à alma sempre ansiosa de desertar das imposições rectificadoras da vida física.
Em alguns casos é tão veemente o desejo de fuga da responsabilidade educativa na matéria, que certos obsidiados se afinam gostosamente à índole daninha e à emotividade entorpecida dos seus próprios obsessores ou algozes, aceitando submissos a desagradável situação de obscurecimento da sua consciência desperta no mundo físico!
A saída em corpo astral não é condição absolutamente exigível para que só então o espírito possa penetrar no "outro lado" da vida; em verdade, os nossos espíritos nunca se afastam de qualquer plano da vida cósmica, na qual estamos permanentemente integrados.
O corpo físico - aliás, conforme a conceituação moderna de que a matéria é energia condensada - também vive interpenetrado pelas forças vivas de todos os planos do Cosmo.
A "saída em astral", portanto, é apenas aumento de visão e de mobilidade que o espírito encarnado consegue usufruir no campo da energia mais subtil do plano astral, mas nunca o abandona, nem mesmo quando "desce" vibratoriamente para mergulhar na carne.
O corpo físico reduz a visão astral e obscurece a memória etérica, mas nem por isso exige o afastamento da alma do seu plano interior correspondente.
Quando o homem limpa as lentes dos seus óculos, ofuscadas pelas gorduras ou obscurecidas pelo pó, é óbvio que, após isso, ele não penetra num outro mundo de que fora isolado, mas apenas clareia a sua visão e aumenta o seu campo de percepção comum.
O organismo carnal é realmente um cárcere, que reduz a consciência astral e a acção mais ampla do espírito no meio electivo de sua própria origem, mas de modo algum o afasta do seu mundo familiar.

Pergunta: - Quereis dizer, com isso, que se operam modificações no estado de espírito, sem que por isso precise ele se separar do seu meio electivo para algum lugar especial, permanecendo sempre "presente" em qualquer plano da criação; não é assim?
Ramatis: - Como o nosso espírito é centelha emanando da Chama Viva do Cosmo, que vem a ser o próprio Deus eternamente presente na sua Criação, nós também participamos e vivemos da sua Omnisciência e Omnipresença, embora ainda não estejamos suficientemente capacitados para usufruir de todo o conhecimento e poder nele existentes.
A nossa consciência espiritual, na verdade, mantém-se em contacto com todos os demais planos da vida cósmica, embora ainda desconheçamos a natureza dos demais corpos ou energias que se responsabilizam por tal acontecimento, o que só verificaremos em futuro remoto.
Mas tanto o perispírito como o corpo físico não passam de verdadeiros interruptores da visão espiritual infinita; que reduzem a influência limitada da massa da consciência total do Criador.
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A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: A Sobrevivência do Espírito - ATANAGILDO/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 27, 2021 8:46 am

Eles "eliminam" o excesso da Omnisciência, transferindo para o homem apenas o conhecimento menor e apropriado a consolidar a sua consciência individual.
É através desse conhecimento menor, mas incessantemente renovado e em expansão, devido ao intercâmbio educativo com os mundos transitórios da matéria, que o espírito vai compondo o seu campo consciencial e acumulando sua memória no seio da própria Consciência Cósmica de Deus.
As consciências individuais, que se 'constituem nos espíritos destacados do próprio Espírito Infinito, ampliam-se sideralmente à medida que mais se lhes flui o conhecimento maior, fazendo-as progredir na percepção real do Sublime Princípio da Vida Imortal.
Assim é que os cérebros do perispírito e do corpo físico, como principais órgãos de actuação da consciência do homem no seio do Cosmo, funcionam então como verdadeiros interceptadores e eliminadores do potencial máximo da Omnisciência, assemelhando-se a válvulas redutoras que graduam e transmitem só o conhecimento suficiente para a razão coesiva do espírito individualizado em Deus.
Interrompem, no mundo astral e no físico, a excessiva massa de conhecimentos sem limites, cumprindo-lhes eliminar o que ainda for inassimilável pelo núcleo espiritual humano ainda imaturo.
Ademais, no Cosmo, tudo já existe perfeito e eterno, pois Deus não retrograda nem progride, mas é o próprio Conhecimento, o Poder e a Vontade elevados ao máximo potencial e humanamente indescritível!
Só Ele pode suportar o máximo e o infinito de "Ser" e "Existir", além e acima de qualquer outro limite ou definição conceptual por parte do homem.
Em consequência, o homem não é um produtor de ideias nem criador de acontecimentos inéditos, mesmo submetendo-os a incessante progresso; mas, como tudo já existe num estado de absoluta perfeição e imutabilidade, integrado no Conhecimento Total do Criador, o espírito humano é apenas um captador da quantidade de conhecimento cabível em sua mente finita, e que ele gradua conforme sua capacidade de suportação racional ou de apreensão da própria consciência forjada no simbolismo do tempo.
E então se justificam os tradicionais conceitos bíblicos, quando rezam que "o homem foi feito à imagem de Deus", ou que "o reino de Deus está dentro do homem".
Mesmo Jesus, num momento de elevada inspiração, afirmou que "Ele e o Pai eram um", mostrando assim que no homem permanece latente o potencial da Omnisciência e Omnipresença, embora ajustado à capacidade receptiva da consciência do indivíduo, ainda em crescimento, sem se confundir com o conhecimento total, que é infinito e eterno.
O cérebro físico é, pois, o redutor da Omnisciência no mundo da matéria, sendo esta a última fase da "descida angélica", ou seja, a mais grosseira manifestação da Divindade.
O cérebro perispiritual, no entanto, é o responsável por essa redução no plano da vida astral.
Ambos seleccionam, eliminam e ajustam somente aquilo que pode ser útil, suportável e entendível no campo da consciência-indivíduo e ajudam-na a se expandir e a despertar no seio da Consciência Cósmica de Deus.
Embora existam ainda outros órgãos que cumprem o mesmo objectivo redutor em planos ainda mais subtis, como no mental concreto e no mental abstracto, não podemos nos alongar na descrição de tais processos e veículos actuando na intimidade do Espírito Cósmico e que também amoldam o conhecimento infinito, de modo suportável, ao entendimento humano.
Os espíritos criados no seio da Omnisciência representam outras tantas miniaturas da vida cósmica, que despertam para o auto-entendimento e progridem incessantemente, alimentadas pelo próprio conhecimento infinito de Deus.
A consciência do homem nada pode criar de novo no seio do conhecimento perfeito e infinito do Criador; no entanto, ela desperta sob os incessantes impulsos que se manifestam do interior para o exterior, despertamento esse ininterrupto e que prossegue por toda a eternidade, uma vez que, Eterno é o próprio Deus!
Esse processo e expansividade inata e ininterrupta de despertamento da consciência humana, os orientais os têm consagrado através de vários conceitos tradicionalistas da vida oculta, como estes:
"Busca o caminho avançado resolutamente para o exterior"; "Busca o caminho penetrado para o interior"; ou "Cresce como cresce a flor, inconscientemente, mas ardendo em ânsias de entreabrir sua alma à brisa"; ou, ainda: "Busca à integração no Existente antes de ti!"
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 27, 2021 8:46 am

Estas máximas referem-se ao convite incessante que a Consciência Total de Deus lança na intimidade da consciência individual do homem que, na figura de verdadeiro filtro activado por inextinguível poder e inteligência, capta o conhecimento cósmico na conformidade do grau de sua própria percepção.
A alma humana busca o conhecimento definitivo e preexistente da Vida Real originada do Sublime Princípio Eterno, mas sem lhe poder acrescentar qualquer novidade, pois se pudesse fazer tal coisa, é evidente que também criaria algo desconhecido dentro do seio do próprio Deus.
Então seria uma absurdidade que a centelha espiritual do homem, que é produto da Criação, pudesse criar ineditismos no seio do próprio Criador donde emanou!

Pergunta: - Há certo tempo, tomamos conhecimento de uma obra ditada por espíritos desencarnados, na Inglaterra e na América do Norte, na qual eles negam a existência da reencarnação do espírito e afirmam que ele só se encarna uma vez na matéria. Isso deixou-nos perplexos, porquanto se trata de obra de conteúdo elevado e que foi recepcionada por médiuns dignos e de talento espiritual.
Podeis nos dizer alguma coisa a esse respeito?
Ramatis: - A revelação da vida imortal do espírito e suas sequências avançadas são transmitidas ao vosso orbe por etapas gradativas, a fim de ser evitada a violência contra os preconceitos e a imaturidade mental ou espiritual das criaturas, cuja reacção pode ser nefasta, como já tem ocorrido no passado, durante as perseguições e vinganças religiosas.
Os ensinamentos do Alto são graduados de conformidade com o senso psicológico proporcional à suportação e compreensão dos seres humanos.
Enquanto Maomé nivelou-se à belicosidade do povo árabe, para despertar-lhe a confiança e o interesse necessários para aceitarem alguns fragmentos da Verdade Espiritual, Buda pôde explicar muitos ensinamentos ocultos aos hindus, sem que necessitasse de qualquer contemporização com a violência.
Moisés fez rigorosas exigências ao povo hebreu através do temor e da ameaça; Jesus fez o convite celestial pela renúncia e pelo amor, enquanto Kardec, surgindo em época de maior despertamento mental da humanidade, fixou as bases definitivas do Dever que o próprio espírito encarnado deve impor a si mesmo.
Eis por que, no caso implícito em vossa pergunta, embora os espíritos comunicantes fossem entidades criteriosas, operando através de médiuns dignos, preferiram velar, em parte, a realidade da reencarnação e a sua consequente lei cármica de causa e efeito, guardando a prudência de não ferir os preconceitos e a psicologia desses povos ainda impermeáveis a uma revelação tão insólita.
Atendendo sabiamente ao seu delicado senso e tato espiritual, eles preferiram deixar em suspenso o esclarecimento definitivo sobre a reencarnação, até que a futura reforma de suas concepções sociais e raciais - ainda estratificadas pelos rígidos preconceitos do mundo - oferecessem melhor oportunidade para uma revelação mais lógica e perceptível.
No princípio deste século, o povo inglês e o americano ainda não se apresentavam satisfatoriamente libertos das influências prejudiciais de certas castas, tradições seculares e diferenças raciais, o que os tornava muito violentos contra quaisquer revelações radicalmente contrárias à sua índole e psicologia em comum.
Então os espíritos protelaram o esclarecimento da realidade indiscutível da reencarnação, assim como o das consequências decorrentes da sabedoria da Lei do Carma.

Pergunta: - Poderíamos conhecer o fundamento desses preconceitos ainda tão arraigados nesses povos e quais foram os motivos mais fortes que levaram os espíritos desencarnados a sustarem a revelação lógica da reencarnação?
Ramatis: - Não vos deve ser desconhecido o espírito conservador do povo inglês, bem assim a sua ética aristocrática e a severidade protocolar com que esse povo faz questão de distinguir um nobre de um plebeu.
Em consequência, ser-lhe-ia bastante ridícula e antipática a doutrina ou crença religiosa que, logo de princípio, ousasse aventar a hipótese de que um homem de linhagem nobre pudesse, no futuro, se reencarnar no seio da própria ralé, ainda com a disparatada finalidade de expiar possíveis faltas provindas do orgulho, da vaidade ou dos preconceitos de casta.
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