LUZ ESPÍRITA
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Página 4 de 8 Anterior  1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8  Seguinte

Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 16, 2021 7:04 pm

PERGUNTA: - Esses espíritos, ao se encarnarem, interrompem alguma tarefa em suas colónias astrais, para depois reassumi-la quando de volta da matéria?
ATANAGILDO: - Algumas tarefas começadas nas metrópoles astrais podem ficar temporariamente interrompidas, quando os seus responsáveis precisam se reencarnar para saldar os seus débitos passados com a Terra.
Mas é certo que, após à desencarnação, por mais distantes que se encontrem, esses espíritos devem retornar à sua moradia astral, onde tanto podem ter deixado tarefas pessoais a terminar como podem encontrar facilidades para prestar socorro e assistência aos seus descendentes e familiares ainda encarnados.
Estes serviços são comuns em todas as colectividades espirituais que se situam sobre cada país ou povo terráqueo e que aceitaram a responsabilidade de assistir e proteger os "nascidos" e "falecidos" na região ou território de sua jurisdição.

PERGUNTA: - Supúnhamos que o fato dessas cidades astrais serem habitadas exclusivamente por espíritos provindos de uma só raça terrena, poderia estimular entre eles um novo senso pátrio ou nacionalismo separativista, embora de uma ordem espiritual mais elevada.
ATANAGILDO: - Esse acontecimento só seria possível no clima psíquico das regiões inferiores, onde ainda dominam o egoísmo feroz e o orgulho insano.
O espírito que merece habitar a nossa metrópole é sempre escolhido por suas elevadas qualidades espirituais e não pela sua nacionalidade. Mesmo no orbe terráqueo e no seio das raças mais egocêntricas, podereis encontrar homens completamente desapegados do fanatismo pátrio, havendo muitos, entre eles, que ainda trabalham energicamente pela confraternização de todos os povos e de todas as raças.
Actualmente já se agasalha na Terra a ideia do "cidadão do mundo" e fundam-se "fraternidades", num trabalho quase de equipe, em que se procura a fusão de todas as nações num só todo regido por um governo de Paz e Justiça!
O homem que já se libertou do círculo de ferro das reivindicações de direitos de raça e pátria, pouco se importa que o situem nesta ou naquela comunidade astral, pois é imune a essa paixão doentia, que ainda divide tanto os homens terrenos e os conduz ao massacre inglório, nas guerras fratricidas.

PERGUNTA: - Reflectindo sobre a existência desses agrupamentos astrais, constituídos por espíritos provindos de um mesmo país (como no caso da metrópole do Grande Coração formando um agrupamento de brasileiros), lembramo-nos de que, sendo assim, em planos mais elevados devem existir outras comunidades superiores, responsáveis pela administração e o progresso das cidades de desencarnados situadas abaixo.
Estamos certos?
ATANAGILDO: - À medida que os espíritos se elevam para regiões mais "puras" ou mais "altas", como melhor quiserdes conceituá-las, é óbvio que ingressam em colectividades de maior responsabilidade administrativa do planeta terráqueo; a sua supervisão abrange países inteiros, raças e mesmo continentes.
Assim, na mesma faixa vibratória do astral em que se situa a metrópole do Grande Coração, também vivem outras comunidades astrais, com igual responsabilidade, mas controlando certas zonas geográficas de países europeus, africanos, asiáticos e americanos.
Igualmente, acima ainda dessa região superior, encontram-se as "nações astrais" de cada raça ou povo terreno, governadas por espíritos responsáveis pela coesão e progresso das cinco principais raças que povoam os cinco continentes mais notáveis da Terra.
Explicam-nos os espíritos sábios que a esfera "mais alta" ou "mais íntima", de todo o astral terráqueo, já não é tão quintessenciada ou tão sutilíssima, que se desvanece como franja luminosa em torno do globo terrestre e a sua aura alcança mais de metade da distância entre o vosso planeta e a Lua!
Através da essência dessa alta região astral, que mais se assemelha a eterizada cabeleira de luz em torno da Terra, também se processa a intercomunicação com as esferas astrais dos demais planetas da constelação solar.
Justamente nessa última esfera tão quintessenciada é que opera a comunidade angélica directora do planeta Terra, onde se encontra sediado o sublime reino do Magnânimo Jesus!
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 16, 2021 7:04 pm

PERGUNTA: - Já que é essa a organização administrativa do astral, pensamos que a nossa pátria deve também ser administrada por uma comunidade especial.
Que nos dizeis?
ATANAGILDO: - Enquanto na metrópole do Grande Coração alguns milhares de almas, de índole universalista, auxiliam o desenvolvimento artístico, a reforma dos costumes e as actividades de determinada zona geográfica brasileira, a nossa cidade é também administrada por outra comunidade astral, mais elevada e mais vasta que, se o quiserdes, podereis denominar também de "Brasil".
Esta, por sua vez, está sob a jurisdição do continente astral "Sul-Americano", e assim sucessivamente, até se findar a hierarquia responsável por todo o planeta Terra.
Conforme fui informado pela direcção de nossa metrópole, além da esfera astral onde se situa o governo de Jesus acha-se a administração espiritual constelatória, que é a responsável pela vida e o progresso do nosso sistema solar.

PERGUNTA: - Quais são os tipos de espíritos que podem habitar essa comunidade mais alta, que denominaremos então de "Nação Astral do Brasil"?
ATANAGILDO: - Apesar dessa aparência de nacionalismo ou racismo que atribuís à nossa metrópole espiritual, o que realmente confere ao espírito o direito de habitá-la é sempre o seu tom vibratório sideral e não a raça ou nacionalidade terrena a que pertença.
Abaixo de nossa metrópole, em planos inferiores ao dela, encontram-se outras colónias e agrupamentos de espíritos também brasileiros, cujo padrão espiritual, entretanto, é mais baixo porque vivem seriamente preocupados com o tradicionalismo de raça e diferenças emotivas de pátria!
Por isso, é de lamentar que entre os próprios brasileiros encarnados ainda se criem novas subdivisões de ordem política, económica, religiosa e social!
Durante os períodos de grandes transformações políticas, eleições para cargos legislativos, nomeações administrativas ou substituição de governos, acirram-se então os ódios entre filhos do mesmo Brasil e assacam-se mútuas infâmias, grassando de modo assustador a cobiça pelas situações fáceis ou privilégios públicos!
No campo religioso, outra classe de brasileiros também se hostiliza, devido às naturais divergências em matéria de crenças e doutrinas; jornalistas espíritas e católicos, sacerdotes e doutrinadores, atacam seus irmãos que divergem de seus pontos de vista ou de suas crenças, usando os púlpitos ou as tribunas, ou criando para isso revistas, jornais e panfletos infelizes!
Mesmo durante algumas tradicionais confraternizações desportivas, ainda sobe o ódio aos corações dos brasileiros, ocasião em que criaturas ignorantes se insultam e se agridem publicamente, devido a preferências por esta ou aquela de suas agremiações predilectas!
É claro, pois, que tais brasileiros, ao desencarnar, não estarão em condições de alcançar a metrópole do Grande Coração e muito menos a "Nação Astral do Brasil", para cuja conquista não fazem jus, uma vez que não conseguem se acomodar nem mesmo no seu próprio território pátrio!
Ali não se admitem espíritos que trabalham isolados e cercados pelos seus exclusivos interesses, egoísmos e cobiças, estranhos ao Bem comum, quais quistos que apenas vicejam na sociedade.
Os encarnados que, quer no Brasil, na França, na China, no Egipto ou na Groenlândia, ainda se prendem fanaticamente aos seus interesses partidaristas, credos exclusivistas ou regimes à parte, alimentando separações e formando grupos adversos - não se opõe dúvida! - tanto contrariam a harmonia do todo nacional como contrariarão a dos mundos superiores!
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 16, 2021 7:05 pm

PERGUNTA: - Porventura será condenável que cultivemos certas simpatias ou preferências pessoais em nossas relações humanas, quer nas lides políticas, quer em nossos juízos sobre os nossos semelhantes?
ATANAGILDO: - Onde existem preferências pessoais há conflito do todo, pois, quando grupos de indivíduos se digladiam e entram em competição devido a simpatias preferenciais ou interesses políticos particulares - mesmo que se julgue isso como um direito humano, de pensar e agir - não resta dúvida de que se está mantendo a separatividade!
Os espíritos que se desencarnam em conflito ainda com a sua própria pátria podem não merecer censuras pelas suas simpatias ou preferências pessoais, mas é evidente que ainda não merecem habitar comunidades espirituais onde já se extinguiram os conflitos de raças, quanto mais os de pátria!
De acordo com a "lei dos semelhantes", eles serão imediatamente atraídos para os grupos de espíritos que vibram nas mesmas disposições egocêntricas e separativistas.
Aqui no Além não faltam grupelhos de brasileiros "separados" e compatriotas viciados nas discussões estéreis, devotados à cupidez e à politicagem!
Muitos deles, que abusaram do admirável dom da palavra, desperdiçando-a no excesso de promessas não cumpridas e discussões infecundas, quando puderem se reencarnar novamente terão que fazê-lo mudos, ficando assim impedidos de conturbar a colectividade nacional que tanto ludibriaram.

PERGUNTA: - Com essas considerações, quereis dizer que só os grandes brasileiros é que poderão habitar a alta comunidade espiritual do "Brasil"; não é assim?
ATANAGILDO: - A colónia astral, ou a comunidade responsável por toda a vida física e espiritual no Brasil, não é habitada exclusivamente por "grandes brasileiros", se os classificais assim unicamente no sentido de exaltar o seu alto prestígio público.
Ali se encontram brasileiros que, num serviço de renúncia pessoal, muito deram de si em favor da Paz e do Bem colectivo de sua pátria.
Eles não foram prepotentes políticos, nem alimentaram separatividades religiosas; quando chamados à administração pública, não se locupletaram com os bens da Nação, para o gozo e o luxo de sua tribo familiar e dos amigos privilegiados.
Foram honestos, pacíficos e cooperadores de todas as instituições assistenciais, insuflando vida e ânimo a todo serviço que beneficiasse a comunidade; esqueceram os seus próprios interesses a favor de seu país, e muitos deles atravessaram a vida humana sob o mais severo anonimato!
A esses cabe o direito de supervisionarem e até corrigirem certos brasileiros astutos e interesseiros, tais como os políticos venais, que se locupletam com o património alheio e certos sacerdotes furibundos, que esbracejam dentro dos seus templos ou através de publicações, procurando separar os cidadãos por meio de ódio pregado em nome de Deus!
Esses grandes brasileiros, a que me refiro, consideram os seus compatriotas encarnados como um todo electivo e acima dos seus caprichos, interesses ou opiniões pessoais.
Eles podem participar da grande comunidade astral que dirige o Brasil, porque esta não diferencia indivíduos, classes ou posições políticas, mas só admite em seu seio, os cidadãos brasileiros que, ao partirem da Terra, já conduzam na alma a insígnia de "cidadão do mundo"!
Interessa-lhe abrigar homens libertos de doutrinas filosóficas separativistas, sem interesse de proselitismos religiosos e distanciados da astúcia política, imunes à corrupção administrativa e que, em lugar das noções rígidas de pátria ou de raça, possuam em seus corações as qualidades fraternas do cidadão que reconhece o seu país como um pedaço do próprio Universo!
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 16, 2021 7:05 pm

PERGUNTA: - Um espírito que desencarnar na França, depois na Itália, na Índia ou na Colômbia, porventura não retornará às colónias astrais, respectivas, apegado sempre ao seu nacionalismo pátrio?
Não representaria isto um círculo vicioso, em que se muda de ambiente mas nunca se extingue o sentimento racista?
Como se abranda esse senso de nacionalidade terrena?
ATANAGILDO: - O sentimento de amor à pátria muda a cada nova reencarnação, à medida que o espírito muda de raça ou de país, e por isso se registram acontecimentos até engraçados entre vós.
Quantos alemães odeiam a França, mal sabendo que na última encarnação foram franceses que odiavam a Alemanha!
Ou então, quantos homens brancos, da América do Norte, odeiam os negros, ignorando que no passado faziam parte da mesma raça que ora perseguem!
Em verdade, tudo não passa de uma tola transferência de ódios de um lugar para outro, por parte do espírito e não da raça ou país.
Essas almas, depois da morte do corpo físico, sofrem as mais pavorosas dores e remorsos, envergonhadas de si mesmas, ao se lembrarem de seu ódio racial!
O mesmo pode acontecer com as almas exageradamente patriotas, quando regressam de uma existência terrena fanatizadas pela última pátria em que reencarnaram.
Mas a força do espírito imortal opera no seu interior pois, de tanto mudarem de trajes carnais, vestindo a roupagem do judeu, do hindu, do polonês, do egípcio, do peruano, alemão, brasileiro ou groenlandês, essas almas terminam incorporando em si mesmas um pouco de cada raça e compondo uma simpática dosagem de fraternidade, já a caminho de se tornar em "cidadãos do mundo"!
E, como terão de se submeter também às regras das comunidades astrais em que estagiam, entre cada encarnação terrena, enfraquecem-se as suas tradições nacionalistas e o orgulho de raça do mundo terráqueo.
E, se assim não fora, resultaria que os desencarnados prosseguiriam aqui em seus conflitos emotivos de raça e de pátria, e certamente teríamos de enfrentar também os terríveis problemas das guerras, lutas e revoluções fratricidas com outros agrupamentos da nossa mesma morada espiritual!...

PERGUNTA: - Uma vez que na última encarnação fostes brasileiro e agora vos encontrais ainda numa metrópole habitada principalmente por brasileiros, não servirá isso de incentivo para que ainda mantenhais viva a vossa última nacionalidade?
ATANAGILDO: - Acredito que não, por uma razão muito simples: quando eu estava encarnado no Brasil, já cultuava sentimentos universalistas pois, em virtude de meus estudos e meditações espirituais, já estava capacitado de que viver na Terra nada mais era do que um acidente na vida do espírito, sem força para prejudicar a sua identidade universal.
A Terra significava para mim admirável alfaiataria, com o grave encargo de atender às encomendas de trajes carnais, que lhe faziam os espíritos necessitados de excursionar pela matéria!
Não me interessava o discutir os motivos dessas encarnações nesse ou em outro país, se bem me parecesse que alguns espíritos baixavam por mero turismo à paisagem física e outros atendiam à necessidade urgente de cura purgatorial, lavando-se no tanque das lágrimas e enxugando-se com a toalha do sofrimento!
Detrás de todas as fisionomias, tipos carnais e personalidades humanas, eu sempre identificava o espírito imortal dentro do seu vestuário de ossos, nervos e músculos!
Para mim, ele era sempre um companheiro eterno que, pela janela carnal, viera participar das tricas do mundo terreno!
Não me preocupava em inventariar as raças de acordo com seus costumes e tradições; também não emprestava maior valor às criaturas oriundas de nações privilegiadas, assim como não subestimava aqueles que provinham de raças inferiores.
Considerava a todos como espíritos que tentavam encontrar a mesma ventura que eu também me propusera encontrar.
Uma grande tolerância se me fazia sentir mesmo para com aqueles que ainda se deixavam dominar pela avareza, a. cupidez, o ciúme e a inveja, ou então se afligiam pela posse dos ouropéis e privilégios dum mundo transitório.
Achava-os, por vezes, iguais às crianças que brigam por causa de um brinquedo ou se angustiam pela posse de um cavalinho de pau...
Mesmo diante do procedimento de Anastácio, que fora o meu credor hostil do passado, esforcei-me para não ser dominado pela expressão dramática e humilhante do acontecimento; via-o, às vezes, afastar-se de mim, após ter-me afrontado publicamente e dado vazão ao seu ódio para comigo, mas meu coração, num ar de censura travessa, dizia-me que eu devia reconhecer naquele homem não um adversário indesejável, mas um irmão em espírito, com a estultice de pisar sobre a sua própria felicidade!
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 16, 2021 7:05 pm

PERGUNTA: - Não vos sentis, por vezes, dominado por certa nostalgia ao evocardes a vossa vida no Brasil, tal como acontece aos estrangeiros que são obrigados a se transferir para aqui, quando evocam o cenário, costumes e tradições da pátria distante?
ATANAGILDO: - Se eu fosse tomado de nostalgia pelo facto de haver vivido no Brasil, muito maior nostalgia me perturbaria ao evocar a vida que passei em outros países onde me reencarnei maior número de vezes!
Nesse caso, muito antes de evocar a vida no Brasil e tomar-me de nostalgia por isso, evocaria a cidadania de Marte, que é o planeta de origem de minha consciência individual e do qual fui exilado para a Terra!
E se eu me preocupasse em evocar a pátria em que viveu o meu espírito, então, antes de pensar no Brasil, deveria lembrar a Atlântida, o Egipto, a Arábia, a Hebreia, e principalmente a Grécia ou a Índia, onde o meu espírito se demorou mais tempo encarnado.
Eis a grande ilusão dos homens terrenos que, mal informados pelos seus sacerdotes, instrutores religiosos, filósofos puramente intelectivos, restringem a sua felicidade presente e futura na tentativa tola de traçar fronteiras sobre o solo de um mundo provisório, buscando separarem-se pela diferença acidental de cor, raça, pátria e religião!
Na intimidade de minha alma, bastante fortalecida pela convivência com todas as raças, tanto vibra a paixão de viver do atlante, como vibram a vontade do egípcio faraónico, a força indomável do árabe nómada, o misticismo do hindu contemplativo, a cautela do hebreu desconfiado ou a irreverência do grego atilado!
E, por certo, também já palpita em mim algo da índole inquieta e brejeira dos brasileiros, entre os quais sofri o caldeamento psicológico de minha última encarnação aí na Terra.

PERGUNTA: - Na metrópole do Grande Coração, só podem ingressar espíritos provindos exclusivamente do Brasil?
ATANAGILDO: - Não estamos sitiados por fronteiras raciais ou segregamentos nacionalistas, peculiares aos países terrenos, e sim agrupados pela sintonia de certas qualidades espirituais, embora existam algumas diferenças pessoais ou, intelectuais entre os seus componentes.
O ingresso de desencarnados em nossa moradia astral não depende de que sejam propriamente brasileiros, mas sim de já serem filiados à mesma e possuírem o tom vibratório sideral exigido pelo ambiente ou, então, de determinação do Alto, quando se trata de estágio de aclimatação, para futuras encarnações no Brasil.
É certo que a metrópole do Grande Coração exerce suas actividades exclusivamente em relação a espíritos encarnados no Brasil, por cujo motivo necessita cultivar certos costumes brasileiros, para melhor êxito na acomodação emotiva de seus habitantes e ficar favorecido o intercâmbio espiritual com eles, devido à afinidade de pátria.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 16, 2021 7:05 pm

Capítulo 13 - Colónias do Astral ­ Migrações
PERGUNTA: - A transmigração de espíritos de uma comunidade astral para outra pode ser feita sem prejuízo da unidade afectiva das colónias para as quais forem transferidos?
ATANAGILDO: - Um espírito que haja desencarnado na Europa e tenha de se reencarnar no Brasil. na região supervisionada pela nossa metrópole, muito lucrará com um estágio preparatório em nosso ambiente astral, desde que apresente o padrão vibratório espiritual exigido.
Em sentido inverso, para o espírito de brasileiro que futuramente tenha de se encarnar na Europa, também haverá muita conveniência em que se submeta a um preparo na comunidade astral que dirige o país em que deverá renascer, a fim de melhor se ajustar às energias psíquicas do seu novo clima geográfico.
Essa salutar providência ajuda o futuro reencarnante a conhecer melhor os seus ascendentes biológicos e na integração dos costumes e temperamentos do povo que lhe servirá de compatriota físico.
É de senso comum que cada raça revela um condicionamento psicológico e um temperamento especial, desenvolvidos no passado.
Notai que o alemão é de índole marcadamente científica, o francês mais afeito ao estudo especulativo da filosofia, o italiano profundamente ligado à arte lírica e o hindu essencialmente contemplativo.
Essas características, que são produtos de experimentações milenárias e do magnetismo peculiar a cada ambiente, quando podem ser estudadas antecipadamente pelos futuros reencarnantes reduzem bastante as prováveis e futuras perturbações psíquicas, que em alguns espíritos se traduzem pela misantropia, desencanto, melancolia e indiferença, assim como no saudosismo inexplicável quando certas almas se sentem completamente estranhas ao meio em que se encarnam pela primeira vez.

PERGUNTA: - Podemos supor que possam ocorrer verdadeiras inadaptações nessas encarnações migratórias de uma raça para outra, a ponto de se enquadrarem no rol das enfermidades psíquicas?
ATANAGILDO: - Alguns complexos freudianos têm suas origens nessas "inadaptações" por parte de espíritos que mudam para ambiente psíquico oposto à sua índole e condicionamento milenário.
Não seria preciso vos recordar quão diferentes são o clima geográfico e o meio psicológico em que vive o hindu místico, se os comparardes aos de determinadas metrópoles ocidentais, com o ar saturado de combustível mal cheiroso dos veículos e repletas de mil vicissitudes cotidianas, que torturam os homens e os tornam neuróticos, aflitos e turbulentos!
A alma introspectiva, habituada à singela e tranquila filosofia da Natureza, sente-se profundamente aturdida ao se encarnar no seio da vida tumultuosa e excessivamente mecanizada, que lhe exige toda espécie de fórmulas e regulamentos draconianos e a envolvem num círculo de actividades onde só predominam os interesses materiais e se descuida da glória do espírito imortal!

PERGUNTA: - Através da experiência humana, temos verificado que a maioria dos imigrantes que atravessam oceano e vêm residir em nosso país não só consegue se adaptar imediatamente ao meio brasileiro, como em breve se funde à comunidade que antes lhe era completamente estranha!
Porventura, existe mais dificuldade quando se trata de migração espiritual?
ATANAGILDO: - Convém que não generalizeis tudo aquilo que vos exponho, pois a Lei, sem qualquer excepção à regra, só existe essencialmente no Todo, que é Deus!
É mais fácil vos adaptardes a um meio inóspito ou estranho quando estais encarnado, porque os vossos principais meios de subsistência se resumem no pão, na veste, no abrigo.
Resta apenas solucionar o problema sentimental, porque o saudosismo da pátria pode dificultar o completo reajustamento ao novo ambiente.
Mas o grau desse sentimento nacionalista depende de vossa natureza espiritual, mais ou menos exclusivista, pois a alma de pendores universalistas e devota à fraternidade humana muito cedo se integra aos costumes das pátrias estranhas.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 16, 2021 7:05 pm

A migração física de um país para outro sempre oferece melhores probabilidades de adaptação aos encarnados, quer devido à certa semelhança entre os costumes e objectivos humanos, que são comuns entre todos os povos, quer porque o imigrado se reúne a outras almas compatriotas, que ainda cultuam determinadas tradições pátrias; que lhe aliviam a saudade da pátria distante.
No entanto, o espírito, quando se encarna e muda de ambiente geográfico e de linhagem carnal, com que se acostumara, enfrenta o grave problema de se adaptar a um novo corpo físico, que pode ser de ascendentes e tradições bio-psíquicas bem opostas à sua costumeira índole espiritual!
Embora ele conduza consigo a sua bagagem psíquica milenária, há-de enfrentar um novo campo de forças específicas, com que ainda não está essencialmente habituado, assemelhando-se ao peixe que encontra sérias dificuldades quando é retirado do lago tranquilo e lançado ao leito do rio tumultuoso. .

PERGUNTA: - Poderíeis nos dar algum exemplo para melhor reflectirmos sobre tais diferenças de natureza reencarnatória?
ATANAGILDO: - Um espírito que, devido a ter cultuado muitas existências místicas, seja fundamentalmente contemplativo, sempre há-de encontrar dificuldades de adaptação e ajuste a qualquer organismo que descenda de linhagem carnal turbulenta e natural de um clima psíquico e' dinâmico como o do Ocidente.
Na minha opinião particular, a linhagem carnal de cada família exala um "odor psíquico" particular, assim como, depois de retirado um frasco de perfume de uma sala, ainda ficam ali as emanações do mesmo, ou quando cessado o fogo da fornalha, ainda permanece activo o calor do ambiente!
A minha própria experiência revestiu-se de significativa dificuldade, quando me desliguei definitivamente das romagens reencarnatórias do Oriente para renascer nos organismos de carne do Ocidente!
No primeiro caso, o clima oriental concorria para me predispor a alma à procura de minha identidade eterna espiritual, num permanente influxo à minha sensibilidade intuitiva; no segundo, a atmosfera ocidental, sobrecarregada de exagerado cientificismo objectivo e desconfiada das coisas do espírito, além do mórbido sectarismo dos núcleos religiosos conservadores, impunha-me um campo de magnetismo opressivo e me fazia retrair a expansividade natural do passado!

PERGUNTA: - De onde provém o constante aumento da população da Terra?
ATANAGILDO: - Em torno da Terra, no plano astral, ainda existe elevado número de espíritos candidatos à reencarnação, e que povoariam satisfatoriamente todo o globo terráqueo.
A medida que se forem gerando novos corpos, eles também irão se ajustando às providências de seu renascimento.
Acresce, também, que no Espaço, se processa a migração de espíritos de um agrupamento astral para outro, assim como incessante intercâmbio entre as comunidades desencarnadas de outros planetas.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 16, 2021 7:06 pm

CAPÍTULO 14 - Colónias do Astral ­ Sua influência sobre o progresso
PERGUNTA: -- Qual seria um exemplo de que o actual trabalho de vossa metrópole poderá modificar futuramente o padrão de nossa vida material, já que aí viveis sistemas adiantados e levais a cabo realizações mais avançadas do que as que mal se esboçam na Terra?
ATANAGILDO: -- Acredito que, a exemplo do que já aconteceu na esfera da música, ser-vos-á demonstrado, mais uma vez, que no mundo astral podemos criar com bastante antecedência tudo aquilo que só muito tempo depois o vosso mundo "descobre" sob o veemente entusiasmo científico.
Só há pouco tempo é que a ciência terrena reconheceu na música um recurso que tanto pode ser aplicado, com excelente êxito, na cura de certas enfermidades nervosas e mentais, assim como pode também se transformar em valioso estímulo para o trabalho.
No entanto, desde o século XVIII essa terapia já era empregada nas cidades astrais situadas próximas da Terra, as quais se serviam da melodia para activar as energias do perispírito, e como recurso sedativo sobre os desencarnados vítimas de conturbação do psiquismo.
Ao passo que só em meados do século XX os cientistas e educadores terrenos aceitavam "oficialmente" a influência da música na terapêutica humana, introduzindo-a lentamente nos seus estabelecimentos de trabalho, hospitais, instituições educativas e correccionais, a metrópole do Grande Coração já a usava, havia quase dois séculos, como auxílio corriqueiro para a cura de necessitados, em sua comunidade astral.
E, assim, o que tem sucedido na esfera da música também se sucede noutros campos de actividade espiritual, em que as comunidades do mundo invisível já se utilizam, com muita antecedência, de conquistas científicas e artísticas que mal se esboçam na Terra.

PERGUNTA: -- E, quando essas realizações antecipadas, do mundo astral, passam a ser conhecidas da humanidade terrena, nós também as aproveitamos com a mesma inteligência com que as aproveita o mundo astral?
ATANAGILDO: -- Infelizmente, todas as mensagens e inspirações de ordem superior, transmitidas das comunidades astrais para a crosta, sofrem primeiramente o impacto do interesse, do sofisma ou da violência, ainda tão comuns ao cidadão terreno.
A electricidade, a pólvora, o avião, a energia atómica, enfim, todas as descobertas e invenções que "descem" do Além, para desafogar a vida humana, têm sido primeiramente utilizadas para fins destrutivos ou sob execrável espírito mercantilista.
Só depois que os homens se mostram exaustos, decepcionados e maltratados pelo próprio abuso das realizações que o Alto lhes inspira para fins pacíficos, é que então se devotam ao seu aproveitamento útil para finalidade construtiva.
Assim ocorrerá com a própria música, apesar dos excelentes resultados que ela já produz em aplicação benfeitora.
O cidadão terreno, sempre sedento de ganho -- é fora de dúvida -- há-de querer extrair o máximo de proveito pessoal na descoberta da "meloterapia", pouco lhe importando os sacrifícios ou os prejuízos que venham a sofrer outros seres menos aquinhoados pela inteligência.

PERGUNTA: -- Poderíeis nos dar um exemplo bem objectivo, desse espírito interesseiro do homem quanto àquilo que lhe inspiram do Espaço?
ATANAGILDO: -- Cingindo-me ainda à esfera da música, exemplifico: logo que surgirem na Terra notícias científicas quanto à excelente influência da música na prosperidade da produção terrena, com excelente aproveitamento, principalmente no reino animal, os homens mais afoitos hão-de organizar tabelas musicais utilitaristas, por meio das quais se possa intensificar o rendimento do leite nas vacas, o crescimento de lã nos carneiros ou o aumento da banha nos porcos.
Sem dúvida, andarão à cata de ritmos e melodias que se ajustem a cada objectivo desejado.
Acredito mesmo que muitos não tardarão em se servir do samba ou do frevo, bem brasileiros, para que as vacas produzam admirável manteiga durante a agitação do leite; enquanto isso, os gansos serão criados sob incessante audição da "Sinfonia Patética", de Tchaikovsky, a fim de se tornarem melancólicos e hipocondríacos, com o fígado anormalmente desenvolvido para que melhor se possa preparar o famoso "Pâté de foie gras", enlatado, obtido graças a essa música tão mórbida e tão introspectiva...
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 16, 2021 7:06 pm

Quanto às demais aplicações de sentido utilitarista, não deveis guardar mais dúvidas:
inúmeros industriais, comerciantes e empreiteiros já não escondem o seu júbilo mercantilista afirmando que o efeito da música é notável, pois os homens produzem mais sob a influência das melodias psicologicamente ajustadas ao seu mister.
Assim é que, muito breve, o génio humano terá criado os seguintes e hábeis recursos inspirados na "meloterapia": os carteiros abreviarão a entrega da correspondência, graças ao incentivo de festivas marchas militares que lhes acompanharão os passos; as mulheres poderão tricotar velozmente, sob o ritmo sincopado dos "chorinhos" brasileiros; os camponeses hão-de superar a safra costumeira, espalhando as sementes de cereais controlados pelos movimentos alegres das valsas europeias.
Depois de tanta utilidade encontrada na aplicação da música aos seus interesses, que importará ao homem a mensagem angélica da melodia, que influi na disposição afectiva da alma?
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 16, 2021 7:06 pm

Capítulo 15 - As Relações entre Vivos e Mortos
PERGUNTA: - Que pensais do modo por que encaramos a morte do corpo físico, e que dizeis do intercâmbio que mantemos com os desencarnados?
ATANAGILDO: - Na Terra ainda são muitos comuns os julgamentos
extremistas com referência ao "falecimento" da criatura, assim como há uma grande confusão quanto à nossa verdadeira situação após a travessia do túmulo.
Segundo ensinam os teólogos sentenciosos do Catolicismo Romano, a alma desencarnada ou deve obter uma excelente cadeira cativa no Paraíso, ou então, se não sair do Purgatório, há de se transformar em apetitoso assado no braseiro satânico do Inferno.
O Protestantismo ainda é mais severo, afirmando que não há Purgatório; a alma ou vai directamente para o céu ou directamente para o inferno, onde permanecerá por toda eternidade.
Não faltam, também, as correntes espiritualistas demasiadamente complexas, que extinguem o nosso aspecto humano e desorientam os estudiosos, quando apresentam o "plano astral" como um cenário povoado por autómatos a viverem entre sombras e imagens virtuais!
No entanto, embora sejam verídicas as situações aterradoras de muitos espíritos lançados nas trevas dos abismos dantescos, mas não eternamente, aqui no Além vivemos de modo racional e rapidamente assimilável pelos desencarnados.
Mas é certo que só usufruímos o resultado exacto de nossas acções já concretizadas na intimidade de nossa própria alma; gozamos de alegrias e atractivos ou então passamos por vicissitudes e rectificações dolorosas, conforme a boa ou má aplicação que na Terra tenhamos dado aos dons da vida espiritual.
E por isso somos ainda criaturas acalentando sonhos ou topando com decepções; encontrando alegrias ou curtindo tristezas, mas profundamente humanas e distantes dos extremismos das opiniões que comumente se formulam sobre aqueles que "morreram".
Aliás, mesmo entre os espíritas - que formam ideia mais sensata a nosso respeito - ainda há os que nos recebem compungidamente, em suas sessões, entre suspiros e temores, convictos de que baixamos dos "páramos celestiais" ou, como dizem, "dos pés de Deus", enquanto nos cobrem de "graças" sobre "graças"!
Outros, mais pessimistas, consideram-nos terrivelmente sisudos e severos, certos de que só nos preocupamos em excomungar os pecados dos homens e desejarmos toda sorte de castigos para a Terra diab6lica, apesar de haver sido criada por Deus!

PERGUNTA: - Temos a impressão de que. a morte do corpo físico extingue nas almas o gosto pelos divertimentos e pelo humorismo, tão comuns na Terra.
Estamos certos?
ATANAGILDO: - Creio que a convicção da imortalidade do espírito e a certeza de que o futuro é abençoada oportunidade de recuperação espiritual seriam o bastante para que até as almas mais degradadas pudessem se rejubilar mesmo diante das maiores vicissitudes da vida..
No entanto, muitos espiritualistas, e até espíritas já convencidos da imortalidade da alma, ainda vivem no mundo com a fisionomia carrancuda e ar solene, espalhando em torno de si injustificável e doentio pessimismo.
É que eles nos imaginam espíritos destituídos da graça comum e natural à vida prazenteira, crentes de que, devido ao facto de havermos perdido o esqueleto, estamos transformados em sábios apologéticos ou santos sentenciosos, cujos dignos pendores requerem um ambiente de sisudez.
No entanto, que somos nós, os desencarnados?
Apenas almas recém-vindas da Terra, que ainda conservam os últimos reflexos de suas vidas atribuladas e entremeadas de tristezas e alegrias, baixeza e sublimidade, loucura e sensatez, irascibilidade e ternura, pecado e santidade, inteligência e ignorância!
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 16, 2021 7:06 pm

PERGUNTA: - Quais as vossas sensações como desencarnado, comparando-as às emoções que tínheis no mundo físico?
ATANAGILDO: - Quereis saber como me sinto, neste momento, em relação no que sentia no mundo que ainda habitais; não é assim?
Neste momento, em que o médium traduz o meu pensamento em letras de forma, não me considero um fantasma pingando gotículas de gelo, nem me apercebo das tradicionais e pesadas correntes algemando aos meus pés, assim como os excêntricos fantasmas londrinos, que ainda têm o péssimo hábito de arrastá-las pelos salões dos castelos medievais da Inglaterra!
Ausculto-
me, atenciosa e corajosamente; apalpo-me; e que sinto?
Sinto-me mais vivo; mais suti1izado nos meus pensamentos e completamente desafogado das minhas aflições físicas!
Comprovo, outrossim, que se me ampliou o coeficiente de ternura, de alegria, de paz e de espontaneidade, que já possuía na Terra; distancio-me do péssimo sistema da hipocrisia humana e me despreocupo da opinião pública a meu respeito!
Acredito que esse gozo inefável, que às vezes me arrebata a alma, como em um "êxtase" ou algo de tradicional "samadhi" dos místicos hindus, deve fazer parte daquele estado sublime que Jesus revelou aos homens, dizendo que só veríamos o Reino dos Céus depois que nos transformássemos em criancinhas.
Pelo menos, na esfera em que me encontro, o júbilo toma-nos a alma, e sentir-nos-íamos grandemente culpados perante a nossa própria consciência espiritual se pretendêssemos esconder dos demais companheiros a menor partícula de nossos pensamentos e intenções.
Vivemos às claras, e expomos sem rebuços tudo o que sentimos e pensamos, sem qualquer premeditação ou intenção oculta.
Esse nosso estado eufórico e desprovido de dissimulações, que aqui cultuamos, lembra de facto algo da criança instintiva, travessa mas sincera e espontânea, que age exactamente como pensa.

PERGUNTA: - Quais os factores que mais contribuíram para conquistardes essa libertação espiritual e esse júbilo que usufruis agora, no Além?
ATANAGILDO: - Na minha última encarnação, empreendi hercúleos esforços para me libertar definitivamente das fórmulas, vícios, preconceitos e convenções que, não só oprimem e dramatizam a vida humana, como ainda algemam o espírito mesmo depois de desencarnado.
Assim, quando me desembaracei do corpo físico, fui atraído para o ambiente vibratório em que actualmente vivo, no qual passei a manifestar, em sua plenitude natural, os sentimentos que já cultivava quando ainda encarnado.
Atravessei a vida física atento e desperto, muitíssimo interessado em empreender mais a minha libertação da forma terrena do que mesmo usufruir os prazeres medíocres das sensações provisórias da carne.
Mas é evidente que, para nos libertarmos da escravidão do mundo ilusório da matéria, não basta apenas que a criatura se isole num falso puritanismo ou se transforme em monge de qualquer ermida secular; em verdade, pode-se viver na plenitude da existência humana e participar de todas as lutas e sofrimentos alheios, vivendo entre os ambiciosos, os egoístas e os avaros, porém sem ser ambicioso, sem ser egoísta e sem ser avaro.
É participar da batalha, mas "não ser guerreiro", como ensinam os aforismos orientais; é viver tanto quanto vivem os outros, mas sem competir, sem desejar e sem se escravizar às seduções da forma!
É ter vida espontânea, por amor à obra; é fazer doação incessante de sua própria luz, para dar lugar a maior cota da Luz Eterna, do Criador!
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 16, 2021 7:07 pm

PERGUNTA: - E como vos sentis, actualmente, quando comparais o vosso corpo ao corpo material que deixastes no túmulo terrestre?
ATANAGILDO: - Quando encarnado, eu carregava 65 quilos de carne, nervos e ossos pelas ruas barulhentas da capital paulista, fardo esse que constituía o meu corpo físico, sempre repleto de exigências e vulnerabilidades para com o meio.
Quase todos os dias precisava ensaboá-lo e vesti-la, arranjando-lhe o necessário combustível, que ele sempre consumia com visível insatisfação animal, desejando sempre coisa melhor...
Mas é preciso, apesar disso, sermos gratos para com a matéria, pois ela sempre se demonstra benévola em qualquer circunstância da vida humana, operando para a mais breve liquidação do fardo cármico que costumamos trazer do passado.
Os meus pecadinhos menores, que ainda sobejavam do passado, acredito que os paguei carmicamente na cadeira do dentista; os que ainda restavam, eliminei-os suando por todos os poros nos dias equatorianos, ou então batendo os queixos e tiritando de frio sob a garoa paulista.
Durante o dia, era obrigado a fazer entrar o meu corpo em toda espécie de veículos circulantes, a fim de levá-lo às zonas de trabalho profissional, fechando os ouvidos aos desaforos dos condutores e cobradores irascíveis; à noite, tinha de trazê-lo de volta, para o necessário repouso no leito modesto do lar suburbano.
Normalmente, era candidato ao suicídio por entre as ruas do turbulento São Paulo, realizando as mais perigosas acrobacias entre ônibus e bondes, automóveis e bicicletas, afobando-me para atingir os passeios protectores, imitando alguém que tivesse de atravessar a selva bruta sob a perseguição de um bando de animais ferozes!
No entanto, de que modo vivo agora?
Basta pensar vigorosamente num dado ponto do vosso globo, ou mesmo em qualquer zona do Astral que circunda a Terra, para então me transportar para ali com a velocidade do pensamento, como costumais dizer aí na matéria.
E esse trajecto eu faço mais rapidamente do que o faz o último avião a jacto produzido pela ciência terrestre, pois atinjo o objectivo desejado imediatamente após a minha vigorosa intenção.
E tudo isso posso realizar sem os suores do calor terrestre e sem os afogamentos respiratórios do corpo físico, assim como não estou sujeito aos desastres comuns e aos perigos assustadores dos transportes terrenos!

PERGUNTA: - Gostamos do modo franco e sem malabarismo de palavras, com que nos dizeis as coisas; isso nos auxilia a compreendermos melhor as próprias relações entre "vivos" e "mortos".
ATANAGILDO: - É indubitável ser culpa ainda dos encarnados essa deficiência nas relações espirituais connosco porquanto, de nossa parte, tudo temos feito para remover os obstáculos tradicionais no intercâmbio proveitoso com o nosso lado.
Já tive ocasião de vos dizer que não somos fantasmas de amedrontar crianças, nem santos de olhares estáticos para as nuvens, para não estremecerem, aterrados, ao olharem o ambiente "impuro" do mundo material.
É evidente que, se Deus vive imanente em tudo aquilo que criou, há-de palpitar no próprio ambiente "impuro" da matéria, salvo se existe outro Deus, que eu não conheço.
O desregramento e a impureza não passam de estágios evolutivos para a formação de consciência individual do espírito, ainda imaturo em suas faculdades racionais.
Eis por que acho bem melhor evitardes tantas mesuras e pragmáticas nas vossas relações com o Além-túmulo, eliminando-se a ideia de castas siderais, para nos prestarmos socorro mútuo, a favor de nossa felicidade futura.

PERGUNTA: - Supomos que a crença na imortalidade da alma e a familiaridade das comunicações mediúnicas com os espíritos desencarnados têm contribuído bastante para a melhoria das relações entre "vivos" e "mortos"; não é assim?
ATANAGILDO: - Pelo que tenho observado do lado de cá, essas relações ainda parecem bem precárias e distantes da espontaneidade, compreensão e lógica tão desejadas pelos desencarnados sensatos!
Na Terra, ainda persiste o tabu de que espírito desencarnado é fantasma de histéricos ou, então, um indivíduo verdadeiramente sádico, ardendo em desejos de atormentar a família terrena!
Tendo ouvido reclamações de bondosos velhinhos desencarnados, que lamentam o facto de, ao serem vistos ou percebidos pelos seus filhos ou netos encarnados, terem o desprazer de os ver botarem a boca ao mundo, clamando que lhes saiam de casa e voltem para as suas sepulturas silenciosas!
Eis o grande melodrama da morte: os nossos parentes gritam, enlouquecidos, sobre o nosso caixão mortuário mas, depois, fogem espavoridos quando tentamos comprovar-lhes que, além de estarmos vivos, ainda os amamos como sempre!
Jesus tinha muita razão, quando se queixava amargamente:
"Vim para o que era meu, e os meus não me receberam!"
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 16, 2021 7:07 pm

Capítulo 16 - A Desencarnação e seus Aspectos Críticos
PERGUNTA: - No momento em que desencarnamos, aparecem junto de nós espíritos amigos ou de parentes, que nos amparam e nos assistem nessa hora aflitiva?
ATANAGILDO: - Sem dúvida!
Pondo o caso em vós mesmos: que faríeis, se já estivésseis desencarnados, ao saberdes que determinado filho, amigo ou ente muito querido se encontrava no limiar da porta do Astral?
Quando aqui chegardes, haveis de notar como são muitos os tropeços e as dificuldades que se antepõem à maioria dos desencarnados, principalmente as perigosas ciladas e as influências maléficas que os espíritos diabólicos semeiam no caminho do Além, e que ameaçam os recém vindos da Terra!
Como não podemos prever, com exactidão, quais serão as reacções psíquicas de nossos parentes na hora delicada em que tiverem de abandonar o corpo físico, somos obrigados, às vezes, a solicitar a presença das entidades mais elevadas, a fim de que nos ajudem a proteger os nossos entes queridos na travessia do túmulo!

PERGUNTA: - Então, ficam sempre asseguradas a protecção e a segurança daqueles que partem da Terra, através dessa assistência benfeitora que os parentes e amigos, do Além, prestam aos seus familiares desencarnados?
ATANAGILDO: - Isso depende muito do cabedal de virtudes do espírito desencarnante e do modo como ele haja vivido na matéria, porquanto, em geral, os encarnados obedecem mais ao instinto das paixões animais do que mesmo à razão espiritual; pouco a pouco se deixam envolver pelas sugestões melífluas dos malfeitores das sombras, que do Além lhes preparam antecipadamente p perispírito, de modo a que melhor se sintonize com as suas vibrações maléficas, após a morte do corpo de carne.
São poucas, ainda, as almas que na existência física se esforçam por viver os ensinamentos salvadores do Evangelho, já crentes de que os sacrifícios e as vicissitudes, suportados na matéria, hão de lhes garantir a libertação espiritual ao reino do Além-Túmulo.
Assim sendo, a protecção tão necessária e desejada, à saída do túmulo, dependerá fundamentalmente do padrão espiritual que tiverdes cultivado em vós mesmos; cada ser se eleva accionado pelo seu próprio dinamismo angélico, embora não deixe de receber o amparo justo dos amigos e parentes, que muito o auxiliam a encontrar o seu ambiente electivo do Além.

PERGUNTA: - Consegue o espírito abandonar com facilidade o seu corpo físico, logo em seguida ao ser considerado "morto" aqui na Terra?
ATANAGILDO: - Há dois factores muito importantes que, não só perturbam os encarnados na hora derradeira, como ainda lhes impõem sérias dificuldades, devido a retê-los por mais tempo junto ao cadáver, mesmo depois de considerados "mortos" pelo atestado de óbito.
Um deles é o proverbial "medo dá morte", ainda muito comum entre os povos ocidentais, infelizmente bastante ignorantes da realidade espiritual e da imortalidade da alma; o outro advém dos clamores dos parentes que, em seu desespero e ignorância, terminam por imantar o moribundo mais fortemente ao seu leito de dor, dificultando a libertação do seu espírito.
Não basta que os homens tenham sido brilhantemente educados em famosas academias, ou que possuam aprimorada cultura científica acumulada através de muitos anos de estudo pois, apesar disso, eles geralmente valorizam demais o cenário do mundo material e confundem o verdadeiro sentido da vida do espírito imortal com os efeitos transitórios da existência física!
Assim, quando defrontam com. o terrível momento da "morte", em que a vida corporal se esvai sem qualquer possibilidade de ser retida pelos recursos humanos, o medo lhes toma o cérebro e então eles se apegam, desesperados, aos últimos resquícios de vitalidade, demandando mais tempo para serem desatados os derradeiros laços da existência terrena!
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 16, 2021 7:07 pm

PERGUNTA: - E isso não pode também suceder com as próprias almas benfeitoras, que tenham sido devotadas às práticas religiosas?
ATANAGILDO: - Mesmo algumas almas benfeitoras - embora não hajam se escravizado completamente às sensações da carne - ainda podem prolongar o tempo necessário para a morte do corpo físico, pois o seu tremendo pavor da morte e a inconformação com a cessação da vida carnal terminam por encarcerá-las no vaso em agonia.
Em sentido oposto, há as que, embora não sendo benfeitoras., não temem a morte e chegam mesmo a enfrentá-la com desdém; no entanto, demoram em se libertar do corpo, porque, se conseguem romper as algemas do medo, não conseguem, entretanto, lograr o mesmo com os grilhões vigorosos das sensações e paixões inferiores, a que tanto se algemaram na matéria.
E com esse medo da morte e apego condenável às satisfações provisórias da carne, a criatura copia a figura do molusco encolhido de medo em sua concha, pois não quer abandonar o corpo já em estado lastimável, enquanto se impermeabiliza às vibrações da vida superior e deixa de auxiliar àqueles que devem lhe desatar os laços que a prendem à matéria.
Quando se reconhece no soar da hora derradeira da vida física, ao invés de firmar a mente no convite libertador do espírito, prefere atender ao apelo incisivo do instinto animal, que luta encarniçadamente para impedir que a centelha espiritual lhe fuja à acção vigorosa e dominadora!

PERGUNTA: - Como poderíamos entender essa pressão exercida pelos parentes do moribundo, na hora de sua desencarnação, obrigando-o a lutar contra a morte do corpo?
ATANAGILDO: - O confrangimento, o desespero e a inconformação dos familiares e amigos, em torno do agonizante, produzem filamentos de magnetismo denso, que imantam o espírito desencarnante ao seu corpo material, como se se tratasse de vigorosas cordas vivas a susterem a alma em agonia.
Conforme podereis comprovar pela extensa literatura espírita, há casos em que os espíritos assistentes. dos desencarnantes procuram neutralizar esses efeitos perniciosos, lançando mão do estratagema de restaurarem as forças magnéticas do agonizante e fazendo o seu organismo físico obter visível recuperação de vida.
Ante a melhoria súbita - que é muito comum nos fenómenos da agonia - acalmam-se os temores dos familiares e cessa a angústia que retinha o espírito no corpo carnal; abrandam-se ou extinguem-se, então, os fios magnéticos que imantam o moribundo à carne, porque as mentes dos presentes também deixam de produzir essas forças magnéticas negativas e agrilhoantes, que resultam de grande ignorância espiritual dos encarnados a respeito do fenómeno da morte corporal e da imortalidade do espírito.
Essa súbita convalescença na hora da agonia, muito comentada na Terra, é que deu lugar ao velho rifão:
"Melhora do moribundo, visita da morte!"

PERGUNTA: - Mas não é justo, então, que os parentes e amigos do enfermo se angustiem ante a partida definitiva daquele que lhes era tão caro ao coração?
Há porventura, deslize espiritual nessa imantação da família ao seu ente querido nas vascas da agonia?
ATANAGILDO: - Tudo depende do modo como encaramos essas coisas da vida em comum, ou seja do ponto de vista em que nos colocamos.
Convém reflectirdes que, enquanto para os encarnados a morte do seu familiar significa tragédia insuperável e drama pungente, o mesmo acontecimento, para os seus parentes já desencarnados e desembaraçados do lado de cá, transforma-se num fato jubiloso pois, em verdade, trata-se de um ente querido que retorna ao - seu verdadeiro lar, no Além.
Então, invertem-se os papéis, pois o confrangimento do mundo físico passa a ser motivo de alegrias no mundo astral!
Enquanto os moradores do vosso orbe ignorarem a verdadeira finalidade da vida humana e a imortalidade do espírito, ainda hão-de chorar inúmeras vezes, assim como já têm chorado noutras existências.
Quantas vezes já choraram por vossa causa em outras encarnações, cada vez que o vosso espírito teve de abandonar o seu corpo físico!
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 16, 2021 7:07 pm

Já fostes pranteado sob as vestes egípcias, hebreias, gregas, hindus ou europeias; alhures para se obedecerem a determinados ritos fúnebres usados por certas raças exóticas, colocaram alimentos e objectos dentro de vossos caixões mortuários ou sobre as lápides tumulares do vosso cadáver; doutra feita, apenas algumas flores singelas ornamentaram as cruzes solitárias de vossas sepulturas!
Algumas vezes, em vidas mais ricas, o vosso cadáver transitou pelas ruas no caixão luxuoso, forrado com sedas riquíssimas e ornado de franjas douradas, submerso no fausto das flores raras, hospedando-se definitivamente no mausoléu sumptuoso; no entanto; em outras vezes, algumas almas amigas tiveram que carregar o vosso corpo hirto, semi-nu, coberto com repulsivos trapos que mal cobriam vossas carnes frias!
Enquanto em certas existências a terra fria vos deu sepultura amiga, também vezes houve em que os animais ferozes ou os urubus famintos se encarregaram de vos devorar o corpo tombado só, na mata virgem!
Há quantos milénios, no círculo de vossa família espiritual, composta às vezes dos vossos próprios adversários de outras encarnações, obrigados a fazerem parte de vossa parentela consanguínea, não tendes cultivado o choro e o sofrimento angustioso, devido ao paradoxo de uma morte que é imortal?

PERGUNTA: - Em nossa actual compreensão espiritual, a morte ainda significa para nós um acontecimento tétrico e desesperador, pois, não sabendo seguramente que destino tomarão os nossos entes queridos que partem daqui, é muito justo que nos desespere-o mos. Essa nossa dúvida e angústia não serão produtos naturais de nosso estado evolutivo, ainda tão precário?
ATANAGILDO: - Sim, pois nos planetas mais avançados a morte corporal de seus familiares é considerada um acontecimento mais feliz do que: o próprio nascimento de um filho ou neto!
E isso porque a alma que se encarna tem de se defrontar com a grave responsabilidade de sua rectificação espiritual, sem que ninguém possa predizer, com segurança, de que modo ela irá se portar na nova e severa experimentação física.
Quantas vezes o bebé querido, que sorri no berço material, não passa do envoltório disfarçado de um futuro Nero, Torquemada, Lampião ou Calígula!
Quem poderá negar que naquele corpo tenro e rosado, que inunda o lar de novas alegrias, pode se encontrar a alma perjura do futuro, ou então o vosso algoz implacável, que no passado já vos destroçou a ventura humana!
Quais os pais que poderão confiar, sem receio, em que, após o crescimento do organismo tenro e adorado do seu rebento querido, ele há-de retribuir o carinho e os cuidados que lhe foram dispensados, como um tributo sagrado, do filho amoroso para com os seus progenitores que tanto se sacrificaram por ele!
Quem poderá adivinhar, de início, que num berço infantil repousa uma entidade degenerada, cruel ou prostituída, em lugar do espírito angelical tão desejado para fazer parte do lar!
Entretanto, na hora da desencarnação, embora se despeça um espírito amigo e deixe inconsolável mágoa nos corações afectivos, já podeis conhecer o seu carácter e avaliar os frutos de sua existência terrena, porquanto ele retorna após uma tarefa boa ou má, porém terminada! Sem dúvida, o mais sensato não é chorar o ente querido que parte, mas sim tomar-se de sérias preocupações por aquele que chega...
As lágrimas humanas só deveriam ser derramadas pelo morto em virtude da conduta desregrada com que houvesse vivido, pois a morte, em sua feição material, é coisa bem secundária na eternidade da vida do espírito.

PERGUNTA: - Não discordamos de vossas considerações, mas achamos dificílimo dominarmos a dor nessa hora cruciante em que nos separamos definitivamente daquele que já se integrara aos nossos momentos felizes e às nossas angústias no mundo físico!
ATANAGILDO: - Esse vocábulo, "definitivamente", bem diz do quanto vos encontrais ainda distantes da realidade espiritual da morte do corpo físico.
Não há separação absoluta; o que há é que o espírito devolve à terra a sua vestimenta carnal usada e imprestável, que lhe fora cedida para o rápido aprendizado de alguns lustros terrenos.
É fora de dúvida que, apesar dos clamores, por maiores que sejam, dos familiares desesperados, é impossível reterdes o espírito desencarnante através desse violento recurso aflitivo.
Pelo que me foi dado observar durante a minha própria desencarnação, os gritos, as angústias e os sofrimentos atrozes de meus parentes, debruçados sobre o meu corpo hirto, não puderam salvar-me da morte, nem conseguiram, sequer, aliviar-me da aflição da agonia! Em verdade, só serviram para agravar as minhas aflições desencarnatórias.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 17, 2021 8:25 pm

PERGUNTA: - Sob qualquer hipótese, então, o desespero da parentela é sempre prejudicial ao espírito na hora da "morte"; não é assim?
ATANAGILDO: - É tão prejudicial ao desencarnante essa ligação afectiva, que se estabelece através dos laços do magnetismo confrangedor dos seus familiares, que, em certos casos, alguns espíritos de reconhecida estirpe espiritual chegam a combinar que algumas desencarnações se verifiquem durante o sono ou então longe da família, a fim de que os indivíduos possam morrer "sossegados"!
Daí as grandes surpresas, de última hora, com os desenlaces súbitos a distância do lar, ou notados quando a. família acorda, em que o desespero da parentela só eclode depois que o espírito já se encontra livre dos laços da vida física.

PERGUNTA: - Porventura, quando verificarmos que um amigo ou parente já se encontra moribundo, devemos nos desinteressar de quaisquer providências para não o retermos mais tempo entre nós?
Devemos deixar o enfermo sem a intervenção socorrista da própria medicina terrena?
ATANAGILDO: - Não há que censurar a continuação da intervenção médica, que providencia todos os recursos viáveis para salvar o moribundo, pois geralmente é ele mesmo quem mais deseja sobreviver.
O que é censurável é o facto de nem sempre o melodrama da morte identifica um conteúdo emocional, sincero, para com o doente.
Não raro, os parentes que demonstram mais aflição na tentativa de curar a moléstia, "incurável" do seu familiar são os que mais o bombardeiam com raios de hostilidade durante a sua última chama de vida, mal podendo esconder a esperança de fazê-lo descer à tumba o mais depressa possível.
Assim como alguns parentes e amigos emitem esses fios de magnetismo aflitivo, dificultando o desligamento definitivo do corpo, ao desencarnante, outros há que lhe atiram setas envenenadas, embora suas faces estejam lavadas por lágrimas e seus gritos sejam os mais estridentes.
O homem que possui vastos patrimónios materiais raramente consegue partir- da Terra sob o unânime sentimento de pesar e o choro sincero de sua parentela carnal.
E os motivos são bem razoáveis para essa contradição, pois a família terrena é geralmente constituída por espíritos adversos, que mal se suportam sob as mesmas algemas consanguíneas.
Daí, pois, justificarem-se as variadas atitudes mentais e os sentimentos divergentes que eclodem junto ao leito do moribundo, quando os seus patrimónios materiais podem acender os mais condenáveis desejos e cobiça entre os seus familiares, ao entreverem a divisão da herança.

PERGUNTA: - Quereis dizer, também, que, independentemente de nossa intervenção, o doente pode salvar-se, se isso for determinado pelo Alto; não é assim?
ATANAGILDO: - Desde que o moribundo deva continuar a sua existência terrena, e que o susto da morte lhe sirva de lição para que abandone certos desregramentos no mundo material - não tenhais dúvida - ele há de se salvar, mesmo que só por meio de um modesto chá de camomila!
Mas, se houver chegado o momento em que deve abandonar o vestuário de carne no almoxarifado da Terra, ele desencarnará, mesmo que o transformeis num paliteiro de agulhas hipodérmicas, num excelente caldo de cultura de antibióticos, ou o espeteis continuamente para receber soros ou transfusões de sangue alheio! Embora o coloqueis numa tenda de oxigénio ou o façais engolir caroços de vitaminas concentradas, se lhe houver soado a hora cármica, há-de deixar de respirar, malgrado a força da vossa fé e a esperança nas providências divinas!
E isso porque a providência divina, que durante longos milénios disciplina e fiscaliza a consciência do ser, vem a ser a própria Lei Cármica, que nunca pode ser subestimada ou perturbada.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 17, 2021 8:26 pm

Capítulo 17 - Influências do "Velório" sobre o Espírito
PERGUNTA: - Há fundamento na afirmação de que o carácter das conversações mantidas durante o "velório", por amigos ou visitantes do "morto", pode influir favorável ou desfavoravelmente sobre o seu espírito?
ATANAGILDO: - Após a minha desencarnação - o que já tive ocasião de vos contar - mesmo depois de já haver alcançado o repouso espiritual na metrópole do Grande Coração, ainda fui vítima das vibrações agressivas partidas dos comentários insidiosos que Anastácio emitia a meu respeito.
Imaginai, agora, o terrível efeito de vossas palestras junto a um espírito desencarnante que, geralmente, ainda se encontra ligado de certo modo ao corpo, num estado de semi-consciência, mas em condições de se afligir em consequência de vibrações psíquicas que o perturbam a todo momento!
Como ainda são raras as criaturas que desencarnam suficientemente fortalecidas para se imunizarem contra as ondas da maledicência e das vibrações adversas, imaginai também o confrangimento que, durante o velório, podereis causar mesmo àqueles que vos foram tão caros no mundo físico, se não controlardes o vosso pensamento junto a eles!
Em face da proverbial maledicência humana, o velório terráqueo muito se assemelha à sala do anatomista, pois os mais contraditórios interesses, opiniões e sentimentos se transformam em ferramentas aguçadas, com as quais se autopsia a moral do defunto! Evocam-se imprudências de sua vida, relembram-se várias aventuras amorosas em que se envolvera, embora nada ficasse provado; expõem-se as suas dificuldades financeiras ou então se discutem as possibilidades da partilha de seus bens entre a parentela do mundo!
Normalmente, faz-se um levantamento de todas as adversidades por que passou o falecido, e dos actos desairosos pouco conhecidos, por ele praticados.
E isso devido, quase sempre, à imprudência do amigo confidente, que lidera a conversa na noite do falecimento e resolve ser o ponto de atracção dos presentes.
Há indisfarçável humor ao soe relembrarem os equívocos do irmão que se ausenta do mundo físico pois, assim como evocam as suas fraquezas e canduras, também lembram as suas prováveis astúcias nos negócios materiais.
Discutem-se os seus pontos de vista religiosos, mas também se anotam as suas contradições e preferências doutrinárias.
Há, mesmo, suposições desairosas sobre o que lhe pode acontecer no Além, em face dos seus deslizes, embora os mais afoitos também lhe confiram moradia prematura no céu, mas intimamente descrentes de suas próprias afirmativas e louvores ao morto!
Junto ao cadáver quase sempre se reúne o grupo de amigos compungidos que, a meia-voz, discretamente e sem demonstrar malícia ou curiosidade, exumam toda a vida íntima do morto.
Breves alusões ao defunto, fragmentos de palavras, perguntas a esmo, sob o poder de estranha magia, vão se encadeando até degenerarem em inconveniente conversação para um momento como esse.

PERGUNTA: - Quais as causas de tais conversações mortificarem tanto os espíritos desencarnantes, durante o velório?
ATANAGILDO: - Poucos seres sabem que todos os quadros mentais que se formam nessas palestras projectam-se na mente do desencarnado, causando-lhe perturbações tão fortes e confrangedoras, tanto quanto sejam as intenções e os propósitos dos que os produzem.
Enquanto vos encontrais protegidos pelo biombo do corpo físico, ainda podeis neutralizar os impactos vibratórios das imagens adversas que se chocam contra a organização delicada do perispírito; mas, durante a desencarnação, o espírito se assemelha ao convalescente, que mal pode ensaiar os primeiros passos e atender à sua respiração dificultosa.
É óbvio que o espírito, em idênticas condições, há-de ser imensamente sacrificado, se ainda o obrigam a evocar mentalmente todas as tricas, equívocos, emoções e mazelas do seu passado já esquecido!
Qual seria o vosso estado mental se, depois de vos encontrardes exaustos por gigantesco e fatigante exame intelectual, que vos arrasasse a reserva de fosfato, ainda vos obrigassem a recapitular todos os problemas e lições recebidas desde o curso primário até a graduação académica?
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 17, 2021 8:26 pm

Entretanto, é assim que procede a maioria dos "vivos" na câmara mortuária do "falecido", quando obrigam este a evocar todo o seu passado, exumar invigilâncias é reviver tanto os motivos agradáveis quanto os assuntos nevrálgicos que lhe despertam os ressentimentos naturais do mundo que abandona!
Já não lhe basta a memorização cinematográfica e retroactiva, que é comum a todo espírito que abandona o seu corpo, para que os presentes ainda o supliquem com a lembrança póstuma dos seus equívocos e produtos naturais da ignorância espiritual de todos os homens?

PERGUNTA: - Que nos aconselhais para o momento do velório, quando cumprimos o piedoso dever de comparecer junto ao cadáver do amigo ou do parente falecido?
ATANAGILDO: - Acredito ser desnecessário qualquer conselho nesse sentido, pois o próprio relato de "minha desencarnação e as muitas comunicações mediúnicas de outros espíritos, sobre o assunto, devem ser bastante suficientes para vos ensinar qual seja a melhor conduta espiritual nessa hora.
Entretanto, não posso me furtar ao dever de vos dizer que a melhor atitude que deveis adoptar no velório é lembrar-vos da sublime recomendação de Jesus:
"Fazei aos outros o que quereis que vos façam".

PERGUNTA: - Mas desejaríamos merecer o vosso parecer pessoal sobre como devemos nos portar durante o velório.
Podeis atender-nos?
ATANAGILDO: - Uma vez que, por ocasião de vossa futura desencarnação, desejareis provavelmente a paz e a presença de eflúvios balsâmicos junto ao vosso corpo, se ainda estiverdes a ele ligado, é indubitável que também sabereis qual deve ser a vossa atitude junto a qualquer cadáver ou em qualquer velório, isto é, guardar para com o falecido todo sentimento de ternura e tolerância, sublimado ainda pela oração afectiva em favor do espírito desencarnado.
Então, procurareis reajustar as palavras tolas ou prejudiciais, coordenando os pensamentos imprudentes e formando um clima de serenidade espiritual, através do intercâmbio de assuntos elevados.
Assim prestareis grande socorro mental e moral ao irmão que ainda irá lutar pela sua definitiva libertação das garras da armadura física.
Fareis o possível para não permitir que sejam evocados factos ou cenas desairosas ou os equívocos humanos do vosso amigo ou parente, evitando, também que invada o ambiente o anedotário inconveniente, tão explorado pela maioria dos especialistas em enredos ignóbeis.
O velório deve ser um ambiente digno do sacrifício de todos os amigos e parentes do "morto"; é a última homenagem que ainda podem lhe prestar, procurando sintonia com a faixa de alta vibração espiritual, que então pode atrair as forças angélicas, para a sua libertação definitiva da carne.
Não se pode ajudar o espírito exumando ocorrências depreciativas, nem associando lembranças dolorosas e confrangedoras à alma ainda desfalecida pelo fenómeno da morte corporal, assim como o respeito e a cortesia social sempre exigem que certos assuntos indiscretos não sejam tratados diante do culpado.
A morte do corpo físico sempre pede o socorro das almas amigas; no entanto, o espírito que parte quase sempre é colhido na rede tecida pela ignorância dos que ficam!
De um lado, é o sentimentalismo prejudicial, da família, que encarcera o perispírito do desencarnante no seu organismo físico, já sem vida; de outro lado, são os componentes do velório, que fazem-no balouçar em todas as cristas das ondas que se formaram na tempestade de sua vida!
Quereis saber qual deve ser o comportamento humano em um velório?
Sob a minha opinião de espírito desencarnado, considero-o uma reunião de carácter muitíssimo delicado, que exige o silêncio afectivo e a meditação de alta espiritualidade, assim como requer a súplica, a oração piedosa que balsamiza a alma em despedida.
Por isso, o velório não deve ser oportunidade para animadas palestras ou malicioso humorismo, e muito menos ponto convergente para se tratar da vida particular do "morto".
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 17, 2021 8:26 pm

Capítulo 18 - A Eutanásia e as Responsabilidades Espirituais
PERGUNTA: - Aconselhais a prática da eutanásia, no caso de doenças incuráveis?
Alguns afirmam que se deve extinguir a vida daquele que sofre atrozmente, sem possibilidade alguma de cura, outros defendem calorosamente o respeito à agonia do moribundo até o seu último espasmo de vida, mesmo que se apresente do modo o mais cruciante.
ATANAGILDO: - Para mim, a questão de se liquidar o enfermo algumas horas antes de ser ele liquidado pela "morte" ou, então, de deixá-lo entregue ao seu sofrimento, para purificar o seu perispírito até o derradeiro 'segundo, está subordinada à necessidade de se saber, primeiramente, a quem pertence o corpo que se extingue, e a quem cabe o direito da Vida...
É óbvio que o corpo físico não passa de empréstimo a prazo limitado, feito pelo "atelier" da Terra ao espírito encarnante, e que fatalmente deverá ser
devolvido após o prazo combinado.
Quanto à vida, pertence a Deus, que no-la oferece para que possamos adquirir a noção de existir e nos reconheçamos como consciência individual, à parte, mas sem nos desligarmos do Todo.
Através do fluxo abençoado das existências físicas, terminamos aprendendo que não somos árvores, estrelas, pedras ou regatos, embora essas coisas, com o tempo, também se afinizem de tal modo connosco que, futuramente, poderemos incorporá-las na área de nossa consciência espiritual.
Deste modo, não somos nós que construímos "pessoalmente" o nosso corpo físico, mas é a Lei da Evolução que, durante milénios, vem se encarregando carinhosamente de construí-lo para o nosso uso provisório.
Não chegamos a "criar, sequer, os minerais que compõem as nossas unhas, as vitaminas, a nossa nutrição, os líquidos para as correntes sanguíneas e linfáticas; furtamos até o magnetismo solar e a radiação lunar, para activar o nosso sistema vital nas relações energéticas com o meio.
Deste modo, muito graves reflexões se impõem às nossas responsabilidades antes que, a nosso "bel-prazer", pretendamos intervir na Lei e praticar a eutanásia, decidindo sobre a vida corporal do próximo ou mesmo do nosso corpo esfrangalhado!
É muito importante lembrarmo-nos de que não precisamos intervir para que o bebé recém-nascido cumpra a sua tarefa de crescer; para isso só lhe ofertamos leite líquido ou em pó, e apenas isso o transforma em um adulto de olhos azuis ou pardos, de cabelos negros como o azeviche ou louros como os reflexos matutinos do Sol.
Desenvolvem-se os lábios carminados, as mãos e os pezinhos plenos de vida misteriosa; plasmam-se os movimentos graciosos e despontam os ares inteligentes, emoldurados pelo riso cristalino que embevece e fascina os pais envaidecidos!
É óbvio, pois, que não temos o direito de intervir discricionariamente na vida desse corpo e apressar-lhe a morte, pois a Lei reza e claramente nos comprova que isso só pertence a Deus - o Divino Doador da Vida!

PERGUNTA:- Mas é sabido que o nosso espírito: durante as encarnações em que se serve do corpo físico, também o aperfeiçoa gradativamente conforme se comprova pelo progresso orgânico desde o homem pré-histórico até o actual cidadão do século XX; não é assim?
Isto não lhe confere certo direito para praticar a eutanásia?
ATANAGILDO: - Que tem a ver uma coisa com outra?
Se examinarmos com isenção de ânimo o que alegais, comprovaremos que quereis a melhor parte nos negócios que fazeis com a Divindade, pois o aprimoramento do corpo, durante os milénios decorridos, se realiza graças aos cuidados incessantes da Evolução!
Deus nos fornece a substância carnal e o fluido vital, que se agrupam genial e dinamicamente para então constituírem o organismo que permite colhermos as abençoadas experiências da vida planetária.
Em troca de tão grande concessão, feita através de milhares de séculos, apenas ficamos obrigados a servir, no futuro, a outros irmãos menores, assim que estivermos de posse dos bens que actualmente desejamos.
No entanto, raramente respeitamos esse acordo com a Divindade porquanto, além de lesarmos o património carnal, que nos oferece de graça, e o usarmos para fins brutais e nas sensações corrompidas, quase sempre nos rebelamos quando à Lei nos impõe a multa decorrente de nossa infracção contratual!
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 17, 2021 8:26 pm

Abusamos desatinadamente dessa doação feita para nossa ventura espiritual, mas é evidente que, posteriormente, deveremos atender às necessárias rectificações, sob o processo doloroso do sofrimento, no mesmo cenário do mundo que subestimamos.
Embora a alma consciente do ajuste possa se demorar na rebeldia ou nos desatinos, por longo tempo, sempre chegará o dia em que terá de aceitar o programa sacrificial de sua recuperação e se entregar ao cumprimento integral das cláusulas do contrato sideral que subestimou.
Então, vê-se obrigada a aceitar uma. nova encarnação na vida física, para sensibilizar o psiquismo e depurar o espírito no crisol do sofrimento benfeitor!
E que acontece, então?
Eis que a parentela do mundo, ou a ciência dos homens, crente de que esse sofrimento atroz e de recuperação espiritual deriva de algum equívoco do Criador, resolve intervir no caso particular do espírito em débito para com o contrato sideral, e liquida-o pela eutanásia!
E isso é feito antes do prazo determinado pela técnica sideral, a fim de se atender aos "bondosos sentimentos" do coração humano e se corrigirem, ainda em tempo, os descuidos e as contradições de Deus!
No entanto, essa gloriosa sabedoria humana ignora que apenas transfere para outra vida futura a mesma soma de dores e sofrimentos que foram reduzidos pela eutanásia, ato discutível até pela razão humana e que de nenhum modo soluciona os problemas delicadíssimos do espírito, que é eterno!

PERGUNTA: - Advirão consequências prejudiciais para aqueles que matam "por piedade"?
Conviria lembrar que é algo impiedoso deixar uma criatura sofrer atrozes padecimentos sem cura, que chegariam a comover até o coração de uma hiena!
ATANAGILDO: - Toda intervenção indébita sempre implica em punição; isso, ao que penso, é lei actuante mesmo no vosso mundo material.
É perigoso adoptar a eutanásia pois, quantas vezes esse matar "por piedade", no subjectivismo da alma, e pela sinceridade de Freud, não poderá confundir com a exaltação de matar "por comodismo"!
O conteúdo subjectivo de nossa alma, além de complexo em sua riqueza de valores acumulados no tempo, obedece a directrizes sumamente sábias, estabelecidas pelo plano mais alto, que escapam' aos vossos julgamentos de superfície e aos vossos raciocínios na vida física.
Não convém deixarmo-nos tomar pelo primeiro impulso emotivo, que erradamente consideramos ditado por um sentimento piedoso, mas que nas profundezas do nosso ser pode ter outra origem desconhecida.
A meu ver, nós não conhecemos com clareza e confiança aquilo que o nosso próprio espírito pretende realizar quando ainda se encontra no corpo de carne. Ignoramos quais as razões subjectivas que nos ditam as acções e as preferências que surgem à luz de nossa consciência em vigília.
E, se assim não fora, é óbvio que há muito tempo já estaríeis desobrigados das encarnações físicas, em face de já haverdes resolvido o milenário desafio do "Conhece-te a ti mesmo".
São bem raros os espíritos encarnados que se recordam completamente do passado, podendo comprovam as verdadeiras causas que originam os efeitos que sofrem no presente.
É por isso que estais repletos de impulsos e sugestões ocultas, boas e más, que vos provam a força de uma consciência que estais desenvolvendo há muitos milénios em vossas vidas através das formas do mundo físico.
Uma vez que desconhecemos ainda os intuitos do nosso psiquismo milenário - pois ignoramos até os objectivos que nos ditam certos impulsos inconscientes - há o perigo de praticarmos a eutanásia na suposição de cumprirmos um acto "piedoso", como dizeis, quando pode se tratar' apenas de um ato "cómodo", mais interessante a nós do que ao próprio doente.
Não é difícil que esteja invertido esse sentimento de piedade de nossa íntima concepção particular, pois o nosso próprio sentimentalismo pode se sentir num estado desagradável ao vermos alguém sofrer sem possibilidade de alívio e salvação, o que nos força a afastar de nossa visão o quadro atroz da dor alheia, visto que nos está perturbando o sossego...
Da mesma forma como nos angustiamos profundamente ao vermos o sofrimento acerbo do nosso ente querido, é possível que nos mantenhamos calmos, se isso estiver acontecendo com o nosso pior inimigo...
Daí não conhecermos, em absoluto, qual a realidade do impulso interior que nos aconselha a eutanásia nos casos atrozes, pois tanto podemos executá-la como um ato "piedoso", em favor do moribundo, como também um ato "cómodo" sob a hipnose de uma piedade que disfarça uma solução sentimental de nosso próprio interesse.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 17, 2021 8:27 pm

PERGUNTA: - Podeis dar-nos um exemplo mais objectivo, para compreendermos essas vossas asserções?
ATANAGILDO: - Há famílias que, por ignorarem as finalidades rectificadoras da Lei do Carma, quando se vêem presas por alguns anos junto ao leito do parente ou do amigo sofredor, impossibilitado de salvação, sublimam esse acontecimento tão incomodativo, e sem solução prática, com a ingénua concepção de que "seria melhor a sua morte do que sofrer tanto".
E, como são incapazes de um exame de "autocrítica", ainda se gabam de que assim procedem obedecendo a um impulso nobre de caridade para com os outros...
Fatigadas pela excessiva escravidão junto ao leito do doente incurável, além da impressão má que lhes causam a sua enfermidade e aflições confrangedoras, muitas vezes agravando o orçamento da família, pode nascer no subjectivismo de certas almas a ideia "piedosa" de que será melhor que Deus "leve o doente" do que fazê-lo sofrer tanto.
Entretanto, ignoram que, como disse Jesus, nem ao menos um simples passarinho morre sem que seja da vontade de Deus, assim como tudo que acontece em nossas vidas sempre obedece a um senso de sabedoria e justiça superiores.
Examinai1do-se certos enfermos incuráveis à luz de sua responsabilidade cármica, verifica-se que muitos deles não passam de antigos promovedores de trepolias, rapinagens ou planos maquiavélicos em encarnações anteriores, com cujos acontecimentos também devem ter se beneficiado aqueles .mesmos familiares que a Lei juntou pelo mesmo sangue terreno e, agora, cercam aflitos e desesperados o leito de padecimentos atrozes do seu parente.
Sob o meu fraco entendimento, matar por "piedade" não passa de matar por "ignorância", delito que o seu "piedoso" autor não escapará de rectificar no futuro.
Em face do coeficiente moral do actual cidadão, terreno, só as dores muito acerbas poderão garantir-lhe a compreensão do valor da vida humana, porque o auxiliam a proceder à sua mais eficiente recuperação dos bens desperdiçados no pretérito.

PERGUNTA: - Os médicos que praticam a eutanásia, visando exclusivamente a acabar com o sofrimento atroz do cliente incurável, também ficarão comprometidos perante a Lei Cármica?
ATANAGILDO: - Cortar o fio da vida não é atribuição dos médicos, nem de "piedosos" que arvorem o direito de interrompê-lo no curso da enfermidade benfeitora.
Sem dúvida, todo aquele que extingue a vida coloca-se em débito com a Lei Cármica, que é o divino processo de vigilância e regulamentação do melhor aproveitamento da "onda da vida" através das coisas e dos seres.
Os médicos não têm o direito de agir discricionariamente contra desígnios divinos que ainda desconhecem; não lhes cabe praticar a eutanásia em caso algum, embora ignorem que as longas agonias significam oportunidades rectificadoras do espírito.
Mesmo a pedido do enfermo, a eutanásia sempre significa uma violência contra o património espiritual, seja qual for o motivo invocado por parte daquele que a solicita ou pratica. Que sabe a ciência dos homens sobre os objectivos insondáveis de Deus?

PERGUNTA: - Poderíeis nos esclarecer melhor sobre essa necessidade doa agonia atroz até o derradeiro segundo da vida?
ATANAGILDO: - Algumas vezes há espíritos que se decidem a expiar de uma só vez todas as suas mazelas acumuladas no perispírito; então, em lugar de se submeterem a duas ou três encarnações terrenas, para sofrerem a expurgação gradativa dos tóxicos, em "prestações." suaves, preferem tentar a prova decisiva numa só existência, esgotando esses tóxicos, definitivamente, de sua organização perispiritual através do processo cáustico das horas de sofrimento atrozes.
Durante prova tão acerba, o espírito fica obrigatoriamente dominado e entregue à sua própria dor, voltado para dentro de si mesmo e centralizando toda sua força dinâmica, a fim de poder suportar o sofrimento nas suas entranhas orgânicas.
Submete-se, assim, a intensa "concentração psíquica" e vigorosa introspecção mental, desinteressando-se e se desligando da fenomenologia do cenário do mundo material.
Nessa fase aguda de convergência espiritual obrigatória sobre si mesmo, as toxinas das culpas passadas, tendem a se desagregar pela energia do psiquismo-dinamizado no interior do enfermo.
À medida que se subtiliza o seu envoltório perispiritual, a luz interior, que há em toda alma, projectando-se cada vez com mais expansividade, carboniza e desintegra as toxinas, miasmas e os vírus atraídos do astral inferior.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 17, 2021 8:28 pm

PERGUNTA: - Como poderíamos imaginar esse fenómeno de concentração de energias que aumenta, para o espírito, o poder desintegrador das toxinas?
ATANAGILDO: - Podeis imaginar o fenómeno comparando-o à lente, que faz convergir os raios solares paro determinado ponto, centuplicando-lhes o poder desintegratório na matéria.
É preciso que a alma, quando submetida a sofrimentos atrozes, aproveite toda a sua concentração psíquica até o derradeiro segundo pois, durante esse fenómeno doloroso, ocorre a drenação tóxica do perispírito e, então, o corpo físico se transforma numa espécie de "mata-borrão" absorvente do veneno vertido pelo psiquismo doentio.
Quanto mais tempo perdurar a enfermidade, tanto maior será a quantidade de toxinas que se materializam no organismo carnal, para depois se dissolverem no seio da sepultura terrena.
Se for cortado o fio da vida, antes de se ultimar o processo drenatório, já previsto bem antes da encarnação do espírito, este terá de retomar ao Astral impregnado ainda de resíduos tóxicos, que hão de lhe exigir nova experiência carnal futura, embora a realize em menor prazo, a fim de completar a expurgação interrompida pela imprudência da eutanásia.
Daí, pois, a grande responsabilidade daquele que pratica a eutanásia porquanto, além de se comprometer com a Lei Cármica, que não autoriza a redução da vida antes do tempo previsto pela técnica desencarnatória, o homicida "piedoso" ainda ficará comprometido, futuramente, com o próprio espírito que ajudou a se libertar antes do prazo determinado pelo seu programa de rectificação cármica.

PERGUNTA: - Conheceis algum caso em que o paciente fugiu das provações e continuou a viver, sem cumprir até o fim o seu destino cármico?
ATANAGILDO: - De modo algum pode isso acontecer.
São várias as formas e os recursos de que os espíritos encarregados podem lançar mão a fim de evitar que os encarnados fujam ao cumprimento integral de suas provas cármicas, mesmo que alguém pretenda sujeitá-las, a contragosto, à eutanásia; e, mesmo que o encarnado se suicide, não escapará à Lei!
Há casos em que os pacientes são afastados subitamente do lar, para se sujeitarem às suas provas atrozes em lugares inacessíveis através de acidentes difíceis de ser localizados, tais como desastres de trens ou de aviões, em zonas inóspitas, sem recursos médicos ou quaisquer possibilidades de salvação.
Outros desencarnam após terríveis queimaduras, infecções ou rompimento de tecidos, que os fazem viver padecimentos indescritíveis.
E, para espanto de muitos, há casos em que, no seio de terríveis catástrofes sobrevive alguma criatura que se salva à última hora, sem um arranhão sequer, porque a sua "morte" não fazia parte do programa de sofrimento conjunto, que conheceis sob a designação de "carma colectivo", em que diversas almas estão ligadas por dívidas semelhantes e, portanto, incluídas em um mesmo plano de resgate doloroso final.
Por vezes, a luxuosa aeronave que despenca do ar, destruindo todos os seus tripulantes e passageiros, não passa de uma cópia moderna do antigo e temido barco de piratas, a conduzir as mesmas personagens do passado, que se encaminham agora ao resgate doloroso, determinado pela Lei do Carma.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 17, 2021 8:28 pm

PERGUNTA: - Qual a melhor atitude que devemos manter diante daqueles que se encontram tomados por padecimentos cruciantes e incuráveis, quando nos sentimos sinceramente comovidos, mas não podemos aliviá-los?
ATANAGILDO: - A prece em favor do moribundo é para ele o melhor recurso balsâmico e benfeitor pois, além de colocá-lo sob um manto de vibração sedativa ao psiquismo perturbado, ainda serve para aquietar o desespero e a emotividade daqueles que clamam socorro em torno do leito de morte.
Durante a prece, processa-se divina absorção das energias partidas de quem ora, que são dinamizadas pelas dulcíssimas projecções partidas das entidades angélicas das esferas mais altas, que então irmanam. todos os sentimentos na mesma frequência amorosa.
É generoso banho refrescante ao agonizante, e alivia o perispírito cansado, ajudando-o a partir da Terra e a encontrar o repouso amigo.
Diante da morte do corpo, ajudai o espírito a se libertar mansamente; não desespereis diante dessa separação inevitável, mas não definitiva; os vossos gritos e revoltas íntimas não podem evitar um desenlace, que é decisão irrevogável tomada pela Lei Cármica.
Por isso, recorrei à prece e não aos clamores desesperados, auxiliando o mais breve desligamento do espírito que está preso ao casulo da carne.
Acima dos vossos dramas terrenos, permanecem a Sabedoria e a Bondade de Deus, que sempre sabe o que faz!

PERGUNTA: - A oração dos encarnados pode ajudar os técnicos da desencarnação junto ao moribundo?
ATANAGILDO: - Sem dúvida!
Os espíritos assistentes das desencarnações sempre logram melhor êxito e podem reduzir grandemente a cota de sofrimentos do agonizante quando não existem no recinto os fluidos imantadores dos parentes desesperados e o ambiente se encontra harmonizado pelas vibrações da prece proferida pelos presentes, mesmo em pensamento.
É fora de dúvida, que, se for conveniente prolongar a vida do moribundo, isso ainda se tornará muito mais fácil num ambiente calmo e envolto pela ternura das orações, do que entre as forças negativas e perturbadoras da angústia e da inconformação.
A oração aquieta a alma e eleva o seu padrão vibratório, porquanto o instinto animal é superado pela sintonia do espírito aos planos mais elevados.
Promove um estado de serenidade íntima, que ainda mais se 'engrandece quando conjugado ao de outras almas sinceramente ligadas pelos mesmos propósitos espirituais.
Embalada pela prece, a alma do moribundo se recompõe e se desenvencilha mais facilmente dos centros vitais do corpo físico, para então ingressar no plano astral sob tranquila emotividade espiritual.
Depois de desencarnados, é muito comum lamentarmos os dramas assistidos junto ao leito de morte; então sentimo-nos vexados devido à nossa grande ignorância espiritual em face desse acontecimento, ainda tão mal interpretado pelos encarnados.
É indubitável que só testemunharemos confiança nos propósitos insondáveis de Deus, ante o modo pacífico, humilde e respeitoso com que aceitarmos tanto as dores do corpo como a separação provisória dos nossos familiares.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 17, 2021 8:28 pm

Capítulo 19 - Espíritos Assistentes das Desencarnações
PERGUNTA: - Gostaríamos de saber se, em virtude da nossa ignorância espiritual no mundo físico, ficamos sujeitos sempre a prejuízos em todas as desencarnações.
Outrossim, se desencarnar ainda é mais difícil do que reencarnar.
Podeis dar-nos explicações a respeito?
ATANAGILDO: - De acordo com as minhas observações e, baseando-me na minha própria desencarnação, creio que é muito mais fácil "falecer" do que "nascer" na carne.
Durante o tempo da gestação física, sempre se registra enorme dispêndio de forças valiosas, que precisam ser aglutinadas para comporem o corpo da alma que desce à matéria; também surgem muitas dificuldades e problemas imprevistos, que requerem intervenção dos técnicos responsáveis pelo espírito que se reencarna, mesmo quando este já possua discernimento tal que lhe facilite operar conscientemente ao emergir nos fluidos densos da matéria.
Demais, certas dificuldades de ordem técnica e interferências inesperadas de energias ocultas podem prejudicar o processo final da gestação; há que se considerar, também, a ignorância de certas mães, que não atendem ao processo gestativo em sua integridade "psicofísica", ou que, então, se expõem perigosamente aos bombardeios psíquicos de ambientes e acontecimentos emotivos e perturbadores.
Nascer, pois, significa exaustivo labor para reduzir e aprisionar o perispírito na matriz da carne, obrigando o espírito a incessante "fuga vibratória" do seu verdadeiro ambiente electivo; morrer, no entanto, significa justamente o oposto, pois a alma se liberta assim da complexidade da matéria e retoma ao seu plano familiar, donde partira anteriormente.
Sob rude exemplo comparativo, lembro-vos que a fase mais incómoda, para o mergulhador, consiste na tarefa de vestir o pesado escafandro de borracha e suportá-lo no fundo do mar, ao passo que tudo se lhe torna mais fácil quando deve abandonar o meio líquido e libertar-se da vestimenta asfixiante.
Quanto aos prejuízos que podem resultar para a alma durante a sua desencarnação, é fora de dúvida que tudo depende principalmente do seu carácter espiritual, mesmo se ficar retida por mais tempo nas malhas das forças magnéticas, que costumam ser lançadas pelo desespero melodramático da parentela do mundo.

PERGUNTA: - Todas as desencarnações são demoradas, devido a esse desconhecimento espiritual, quase comum a todos os terrenos?
ATANAGILDO: - Assim como alguns se retardam sob imensas dificuldades, ficando algemados por longo tampo aos espasmos vitais do corpo físico, há espíritos que, à simples premonição de sua desencarnação, vêm-nos ao encontro no mundo astral, à noite, mostrando-se bastante despreocupados com o terem de abandonar o mundo material; porque nada já os prende à vida humana.
Tendo se esmerado em servir ao próximo e envidado esforços para se libertarem dos vícios e das paixões escravizantes, quando alcançam o limiar da morte já se encontram desprendidos das algemas das sensações inferiores da carne.
É evidente que almas como estas, que, embora ainda se conservem aprisionadas pelos grilhões da matéria, já vivem a vida do céu, não se impressionam com a morte do corpo e atendem, confiantes, à convocação espiritual do Senhor!
São criaturas que, mesmo na vida física, já trabalham para desatar os elos sentimentais exagerados e egoístas que os prendem à parentela do mundo, reconhecendo que a verdadeira família é a comunidade de espíritos do Universo, provindos todos do mesmo Pai.
Elas se desprendem das atracções prosaicas da vida humana, assim como as crianças abandonam os seus brinquedos logo que atingem a juventude.
Já tive oportunidade de presenciar algumas desencarnações em que o próprio espírito desencarnante era o mais atarefado em libertar-se dos laços vitais que o prendiam ao corpo físico!
Doutra feita, comprovei que as almas corajosas chegam até a fazer "blague" em torno de sua própria morte física, ante a certeza de que se submetem a processo já conhecido muitas vezes em vidas pretéritas!
Não creio que a mais vigorosa rede de fios magnéticos - que durante o fenómeno da morte possa ser tecida pelas aflições dos parentes desesperados - possa perturbar espíritos assim tão emancipados das ilusões do mundo e que já se encontram antecipadamente libertos das peias da vida material.
A maioria das almas terrenas ainda se embaraça de tal forma nas teias hipnotizadoras e instintivas da vida humana que, na hora da morte, mais se assemelha a moscas cansadas que não conseguem desprender as suas asas dos fios da vigorosa rede tecida pelas aranhas!
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 17, 2021 8:28 pm

PERGUNTA: - Em face das vossas diversas referências a espíritos que têm prestado socorro a pessoas em vias de desencarnação, poderíamos saber se existe uma organização disciplinada, no Além, que se dedica exclusivamente a prestar esse socorro?
ATANAGILDO: - Sem dúvida!
Em nossa metrópole, pelo menos, existem cursos disciplinadores, dirigidos por espíritos elevados que, não só ensinam a ciência a que está subordinada a morte corporal, como também a técnica aplicável para o melhor êxito nas operações desencarnatórias terrenas.
A complexidade e delicadeza das operações que se processam ou se originam no mundo astral, sob a responsabilidade das organizações do Bem, exigem ainda mais conhecimentos e cuidados do que as operações rotineiras da Terra.
Enquanto no mundo material as formas que o compõem em contínua exaustão de energias, essas mesmas energias estão passando para o lado de cá, onde se revitalizam na sua fonte natural para o qual foram novamente atraídas.
Da mesma forma, enquanto para os encarnados a morte física representa extinção de vida, aqui o fenómeno se inverte, pois que o espírito se liberta então da matéria densa, para ingressar no seu verdadeiro mundo, que é a energia sutilíssima.
Daí a necessidade de formação e adestramento de equipes de espíritos que devam atender às desencarnações, sempre que os cuidados do Alto reconheçam o merecimento de assistência e protecção de alguém, na hora delicada do falecimento.
Em virtude das diferenças de evolução e dissemelhanças de situações particulares, que se verificam comumente nas diversas desencarnações, ser-vos-á possível avaliar a necessidade e importância de conhecimentos especiais por parte dos espíritos assistentes das desencarnações, de modo a poderem cumprir com êxito tarefas tão delicadas!
Esses espíritos "técnicos" em desencarnação são responsáveis pela existência da velha lenda, em que a Morte é representada na figura de uma megera d'e foice em punho, cuja tarefa tenebrosa é a de cortar o "fio" da vida humana...
Mas nada existe de lúgubre neste acontecimento tão comum, que é a desencarnação; normalmente, esses espíritos assistentes são de fisionomias afáveis, dotados de boníssimos corações e sadio optimismo, nada justificando o facto de sua existência provocar entre vós tantos arrepios de frio nas epidermes demasiadamente sensíveis!

PERGUNTA: - Os espíritos assistentes das desencarnações operam exclusivamente na hora exacta do acontecimento, ou precisam agir com certa antecedência, a fim de desligarem gradativamente os laços que prendem as almas aos seus corpos físicos?
ATANAGILDO: - Quando considerardes o processo da encarnação ou da desencarnação, é conveniente evitardes qualquer generalização do assunto, pois não se pode ajustar com exactidão um caso paralelamente a outro.
Cada alma é um mundo à parte, apresentando reacções psíquicas ou psicológicas bastante diferentes entre si.
A bagagem milenária de cada ser espiritual, como um todo específico e isolado, também oferece consideráveis diferenças de um para outro desencarnante.
Há certos casos em que os espíritos assistentes só se apresentam nos derradeiros momentos para ultimar as operações de desligamento.
Isso acontece quando se trata de alma evoluída e ligada a familiares já conhecedores da vida espiritual que, em lugar de colocarem algemas emotivas no espírito que parte, ainda se tornam em eficientes cooperadores na hora da desencarnação.
No entanto, quando o desencarnante pode ficar preso à parentela, por se prever que esta se entregará a emoções contraditórias e desesperadas, torna-se conveniente preparar o ambiente vibratório com a devida antecedência, assim como estabelecer-se um bom círculo de magnetismo protector ao redor do leito do moribundo.
Por isso as operações desencarnatórias terão de se realizar gradativamente; os espíritos assistentes auscultam as emoções dos presentes, experimentam-lhes as reacções psíquicas, ao mesmo tempo que observam as condições vitais e orgânicas do enfermo.
Variam, pois, os métodos desencarnatórios e as medidas preliminares em cada caso, as quais dependem, também, do tipo de enfermidade que vai provocar o desenlace, pois é evidente que o espírito em via de desencarnar por uma trombose ou síncope cardíaca exige um tratamento preliminar, de urgência, e bastante diferente do aplicado àquele que se encontra enfermo há muito tempo, cuja doença lhe exaure as forças de modo quase milimétrico.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122615
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 4 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Página 4 de 8 Anterior  1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8  Seguinte

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos