LUZ ESPÍRITA
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 3 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 14, 2021 7:26 pm

Capítulo 8 - Residências e Edificações
PERGUNTA: - Residis em alguma casa semelhante às que temos no nosso mundo material?
ATANAGILDO: - Sim; e para mim essa casa é tão consistente quanto as que construís com alvenaria de tijolos ou com cimento armado!
A extraordinária superioridade das construções do mundo astral sobre as edificações terrenas consiste no facto de as primeiras serem com a substância luminosa absorvida de nossa esfera, que tem invulgar capacidade de condensar os fluidos mentais dos seus moradores e depois devolvê-los num teor balsâmico, ou então agressivo, na conformidade das emoções e dos pensamentos produzidos no ambiente.
Logo depois que fui hospedado na metrópole astral do Grande Coração, aprendi que toda irradiação proveniente de nossas emoções descontroladas causa desarmonia no ambiente em que residimos, por cujo motivo devemos manter a nossa mente vigilante, cooperando assim para que permaneça nesse ambiente a aura de tranquilidade, que é natural das almas equilibradas.
Devemos evitar a predominância das vibrações nocivas, que se formam no campo íntimo de nossa própria ventura no mundo astral.
Devido a essas providências salutares, que representam uma profilaxia mental realizada prazenteiramente pelos moradores de nossa comunidade astral, adquirimos hábitos melhores que os que cultuávamos desordenadamente no mundo físico.
Nós nos adaptamos, pouco a pouco, a um padrão de vida em que só entram actividades e pensamentos elevados, que nos ajudam a dominar o psiquismo inferior e repelir as velhas sugestões das paixões animais, substituindo-as por hábitos novos, que futuramente muito nos ajudarão para conseguirmos o equilíbrio e a coesão psicofísica nas reencarnações terrenas.
Esse treino de vigilância mental sobre a natureza dos nossos instintos perigosos facilita-nos a eclosão dos elevados princípios espirituais sobre a velha animalidade terrena.

PERGUNTA: - A construção da casa em que residis obedeceu a processos e padrões já conhecidos na Terra?
ATANAGILDO: - A construção de edifícios, casas ou quaisquer departamentos de nossa comunidade astral difere muito do que habitualmente se faz na Terra.
Embora a substância do meio astral em que resido seja de propriedade comum, dependemos de permissão dos nossos maiorais para obtê-la e com ela edificarmos o nosso lar, que deverá ficar em perfeita harmonia com a nossa própria índole psicológica e com a natureza dos sentimentos já desenvolvidos.
Isto é um direito que se adquire principalmente pela prestação de serviço útil e amoroso em favor da humanidade, quer o prestemos nas colónias e metrópoles astrais, quando desencarnados, quer o tenhamos prestado durante o período de nossas reencarnações nos mundos físicos.
A autorização para nos servirmos da substância astral - que é o principal elemento de relação e de vida exterior em nossa esfera - pode ser até centuplicada., em face de créditos suplementares conseguidos em tarefas sacrificiais exercidas nos abismos do astral inferior, onde gemem os infelizes delinquentes da espiritualidade.
Do mesmo modo, certos labores de natureza mais importante, junto à crosta terrena, também conferem melhores credenciais para estabelecermos um programa de vida mais elevada no astral.

PERGUNTA: - Uma vez que os moradores da vossa metrópole constituem seus lares, há por parte deles a preocupação, que os terrenos têm, de manter o asseio e promover a melhoria estética de suas habitações?
ATANAGILDO: - Em qualquer plano da vida, o espírito é o verdadeiro agente que cria as modificações do meio onde se encontra.
No mundo material, cada residência revela, através de seu asseio, de seus objectos ou decorações, o senso estético, o grau de higiene, o capricho, o gosto e a inteligência dos seus moradores.
Em nossa moradia astral, que é integrada por espíritos mais compreensivos e desligados dos exageros e das vaidades humanas, esse sentido de asseio e de melhoria estética, a que vos referis, é cultivado ainda com muito mais carinho e sabedoria.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 14, 2021 7:26 pm

Eles sabem proporcionar uma harmoniosa combinação de tudo em seus lares, onde a singeleza é tão espontânea e ao mesmo tempo tão agradável, que empresta um tom afidalgado a tudo aquilo que nos rodeia.
Não se observa nelas o luxo desmedido, nem empilhamento de futilidades inexpressivas, tão comuns às vivendas terrenas; tudo aqui se opera sob um sentido de harmonia que nasce dos nossos espíritos como se as nossas emoções contagiassem as coisas a que nos afeiçoamos.
Há intenso júbilo de nossa parte quando comprovamos que a nossa consciência se estende sobre tudo que nos rodeia, como se fosse delicado manto eterizado, pois está completamente liberta dos interesses egotistas ou das vaidades tolas da carne, vivendo só em razão da paz e da ternura, que fundamentam o nosso ambiente de relações.

PERGUNTA: - A sensibilidade do espírito para com os meios e os objectivos do mundo astral, se refere unicamente aos reflexos dos seus estados emotivos; não é assim?
ATANAGILDO: - O nosso mundo é a reflexão do nosso próprio estado interior espiritual, não há dúvida; porém é ele que nos reflecte e não nós que o reflectimos exclusivamente.
Não se trata, apenas, de uma criação mental introspectiva, mas de uma criação que se reproduz fenomenicamente no ambiente, como resultante positiva daquilo que criamos na intimidade da alma.
Podereis supô-la como um vivíssimo projector cinematográfico a fixar na tela exterior do Astral a súmula dos nossos sonhos e desejos, os quais, por sua vez, se entrosam aos sonhos e desejos de outros companheiros.

PERGUNTA: - Qual a superioridade das edificações e decorações dessa metrópole astral, em comparação com o tradicionalismo das edificações terrenas?
ATANAGILDO: - O que se observa de mais importante em nossa moradia astral, em relação à Terra, é a genial combinação entre as suas edificações arquitectónicas e as fascinantes decorações que lhes podem ser proporcionadas pela riqueza de cores luminescentes e pelos maravilhosos recursos fornecidos pela prodigalidade das flores.
Depois do grande logradouro, em forma de heptágono, que se situa no centro principal da metrópole, surgem os edifícios residenciais, que vão se tomando cada vez mais numerosos, à medida que se afastam do perímetro central.
Eles ocupam toda a zona Norte, Sul e Leste, que constitui o principal agrupamento residencial da cidade, enquanto todos os departamentos e instituições educativas, científicas ou artísticas se situam por toda a área da zona Oeste, formando vasto triângulo que se confina com o horizonte astralino.
No entanto, esses prédios, palácios ou instituições não se agrupam sob a mesma rigidez geométrica, nem formam interminável fila de fachadas marginando compridas ruas, como sói acontecer na Terra, mas são construídos em blocos a parte, em grupos caprichosos e intercalados por bosques frondosos.
Cada conjunto de edifícios situa-se no meio de belos jardins de alfombras floridas, entremeados de pequenos lagos e canais de água cristalina, cujos leitos são marchetados de lâminas coloridas e transparentes.
Essas fontes, semelhantes a espelhos líquidos e de reflexos policrómicos, são marginadas por delicadas faixas de pequeninos arbustos odoríferos, que embalsamam a brisa com os seus perfumes embriagadores e que sempre me fazem lembrar a fragrância do sândalo, da rosa ou do odor inebriante do jasmim.
Os arvoredos, em ternos abraços de vegetação florida, intercalam-se de espaço a espaço, formando graciosos bosques de sombras refrescantes, emoldurados com um halo de suave luz solar astralina.
Há recantos maravilhosos e clareiras de sonhos principescos, onde delicados bancos, de porcelana transparente, lançam reflexos de cor eterizadas e se balouçam, suspensos entre colunas de uma substância rósea, muito inquieta, da forma mais ou menos da espuma do mar.
Em torno desses bancos se engrinaldam as trepadeiras, pejadas de cachos de flores aromáticas, que se casam aos festivos banquetes da luz irisada do plano astral.
Quando vislumbrei esses aspectos paradisíacos, no Além estava certo de que havia despertado no seio daqueles jardins formosos e coxins floridos da Grécia, onde os poetas, os filósofos, os músicos e os cantores, em festa, sublimavam na vida humana a misteriosa saudade dos mundos celestiais!
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 14, 2021 7:26 pm

PERGUNTA: - Esses edifícios são construídos sob as mesmas linhas arquitectónicas conhecidas na Terra?
ATANAGILDO: - Os grupos de edifícios revelam, à primeira vista, as linhas arquitectónicas e os estilos próprios das raças mais civilizadas do mundo terreno; há blocos de uma pureza grega, cujos palácios, de base e capitel jónico, têm as suas extremidades em forma de coxins marmoríneos, onde as volutas se enovelam na forma de adelgaçadas espirais; o gosto hindu se revela pelas indefectíveis construções rendilhadas, com telhados cónicos e cobertos de folhas douradas pela substância astral; os pagodes chineses têm seus equivalentes em nossa metrópole, embora sob um sentido de alta espiritualidade.
Há edificações semelhantes ao velho estilo árabe, que lembram, por vezes, as bases quadradas, encimadas por cúpulas cercadas de altos minaretes, que eram próprias das tradicionais mesquitas de orações a Alá e de reverência a Maomé!
O velho Egipto é reverenciado pelos edifícios de áreas abertas e espaçosas, que se confundem com os luxuriantes plátanos e canteiros cobertos pelas cativantes margaridas que, na forma de prodigioso tapete florido, cantam as glórias do Nilo milenário!
Todos os demais prédios e edificações da metrópole astral também se cercam de vastos jardins pejados de flores, onde se destacam, principalmente, os tipos exóticos de cálices e taças da cor de um gema-ovo cintilante, enquanto no centro das corolas a cor rubi parece uma gota de sangue refulgente.
O aroma. que se evola dessas flores muito me faz lembrar o perfume da açucena, embora não lhe possa descrever a misteriosa fragrância, que invade a sensibilidade magnética do nosso perispírito, quando apenas as roçamos de leve!
Quase todas as residências são espaçosas, ligando-se os jardins com os aposentos interiores, onde a brisa se encarrega de renovar a atmosfera odorífera.
Sobre os portais extensos, em sua maioria, existem relevos delicados, que em seus ternos arabescos simbolizam a comunidade do Grande Coração.

PERGUNTA: - Desde que se trata de uma metrópole astral com características predominantemente brasileiras, não deveria ela possuir edificações mais condizentes com o nosso ambiente e estilo nacional?
ATANAGILDO: - Já vos notifiquei da despreocupação de nacionalismo nas comunidades do mesmo nível espiritual da metrópole do Grande Coração.
Os espíritos desencarnados que actualmente a habitam, embora provenham do Brasil, são egressos de algumas civilizações milenárias, que já existiam muito antes de ser descoberto o vosso país.
A comunidade propriamente brasileira ainda não atingiu meio milénio de existência; muitos espíritos que se encontravam e ainda se encontram encarnados na vossa pátria procedem das colectividades persas, egípcias, gregas, hindus e hebraicas.
A maioria dos habitantes de nossa metrópole não possui mais de duas ou três encarnações no Brasil, ao passo que já viveu dezenas de vezes noutras civilizações orientais.
Isso quer dizer que o conteúdo espiritual dessa maioria propende mais para a psicologia do Oriente em lugar de propender para a do ambiente brasileiro.

PERGUNTA: - Mas essa propensão para estilos cultuados pelas civilizações antigas não representa, porventura, certo conservantivismo por parte dos espíritos desencarnados, de vossa metrópole? Isso não está em contradição com o grau evolutivo que já alcançaram no domínio dos sentimentos regionalistas terrenos?
ATANAGILDO: - É fora de dúvida que muitas das vossas edificações consideradas modernas e progressistas não passam, também, de estilos deformados ou degenerações arquitectónicas, que são levados à conta de libertação de formas.
O espírito sábio e artista pode extrair das coisas do passado, aquilo que é realmente genial, estético e sensato, uma vez que o próprio tempo não consegue destruir a ideia cujo fundamento seja o sublime e o verdadeiro!
Em nossa metrópole brasileira, nunca desapareceu a preocupação básica de se unir a beleza da cor à magia da luz, atendendo-se sempre às linhas edificativas capazes de evocarem as principais características emotivas das raças terrestres que plasmaram as bases do organismo carnal brasileiro!
Embora esses desencarnados não sejam saudosistas emotivos do mundo terreno, eles se fazem gratos aos climas geográficos onde aprimoraram o sentimento e desenvolveram a razão; reverenciando nos seus estilos arquitectónicos e na delicadeza das ornamentações, aquilo que, sem forma, ainda lhes fala ternamente à natureza efectiva da alma!
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 14, 2021 7:27 pm

Capítulo 9 - Considerações sobre a Desencarnação
PERGUNTA: - Após abandonardes o corpo físico, quais foram as primeiras reflexões que vos acudiram ao espírito?
ATANAGILDO: - Não senti grande diferença ao mudar-me para o mundo astral, devido a ter-me devotado profundamente, em vida, à melhoria vibratória do meu espírito, do que resultou-me uma desencarnação bastante feliz.
Mesmo quando nos encontramos ainda no corpo carnal, já podemos viver parte do ambiente astral superior ou inferior, em que iremos penetrar depois da morte corporal.
Os hábitos elevados, cultuados na vida física, significam exercícios que nos desenvolvem a sensibilidade psíquica, para depois nos sintonizarmos às faixas sutilíssimas das esferas do Além, assim como o cultivo das paixões denegridas também representa o treino diabólico que, depois, nos afundará implacavelmente nos charcos tenebrosos dei astral inferior.
Todo impulso de ascensão espiritual é consequente do esforço de libertação da matéria escravizante, assim como a preguiça ou o desinteresse por si mesmo se transformam em perigoso convite para as regiões infernais.
Os nossos desejos se rebaixam devido a essa habitual negligência espiritual para com o sentido educativo da vida humana, assim como também se elevam, quando accionados pelo combustível da nossa aspiração superior e mantidos heroicamente a distância do sensualismo perigoso das formas.
Quando me senti completamente desembaraçado do corpo físico, embora no meu perispírito ainda estrugissem os desejos e as paixões do mundo que deixava, não me deixei perturbar espiritualmente, porque já havia compreendido o sentido da vida material. Os mundos planetários, como a Terra, não passam de sublimes laboratórios dotados das energias de que a alma ignorante ainda precisa para tecer a sua individualidade, na divina consciência de "existir e saber".

PERGUNTA: - E como sentistes a separação da família terrena?
ATANAGILDO: - A minha desencarnação significou-me a revelação positiva do mundo que já palpitava em mim, uma vez que já havia me libertado das ilusões provisórias da vida material.
Embora eu ainda permanecesse operando num corpo de carne, em verdade o meu espírito participava demoradamente da vida astral do "lado de cá", porque de há muito desistira de competir nos embates aflitivos do personalismo da matéria, para apenas ser o irmão de boa vontade no serviço do bem ao próximo!
Encontrava-me no limiar dos vinte e oito anos e vivia sozinho, pois meu pai havia falecido aos quarenta e oito anos de idade, deixando-me criança, em companhia de uma irmã de quinze anos.
Embora eu tivesse noivado poucas semanas antes de desencarnar, ainda não me deixara escravizar pela ideia fixa de só ser feliz constituindo um lar material.
Eu considerava o casamento como grave responsabilidade espiritual, certo de que na vida prosaica do lar doméstico teria de por à prova a minha bagagem de afectos ou aversões, que ainda pudesse trazer de outras vidas pregressas.
À medida que vamos nos libertando dos preconceitos, paixões e caprichos humanos, também desinteressamo-nos de garantir a identidade de nossa personalidade nas formas do mundo material.
Compreendemos, então, que todos os seres são nossos irmãos, enquanto que o exclusivismo da família consanguínea não representa a realidade da verdadeira família, que é a espiritual.
Embora os homens se diferenciem através dos seus organismos físicos e raças à parte, todos provêm de uma só essência original, que os criou e os torna irmãos entre si, mesmo que queiram protestar contra esta afirmativa!
O lar tanto pode ser tranquila oficina de trabalho para as a1mas afinizadas desde o passado, como oportuna escola correctiva e de ensejos espirituais renovadores entre velhos adversários, que podem se encontrar algemados desde os séculos findos.
Sem. dúvida, o ninho doméstico é generosa oportunidade para a procriação digna de novos corpos físicos, que tanto auxiliam os espíritos desajustados do Além, aflitos para obterem o esquecimento num organismo de carne, a fim de atenuaram o remorso torturante do seu passado tenebroso.
Mas é evidente que, quando há grande capacidade do espírito para amar a todos os seres, isto lhe enfraquece a ideia fundamental de constituir família consanguínea e normalmente egocêntrica, sem que esta sua atitude represente um isolacionismo condenável.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 14, 2021 7:27 pm

Jesus manteve-se solteiro e foi o mais sublime amigo, irmão e guia de toda a humanidade!
E durante a sua desencarnação, certamente não sofreu pela separação da família carnal porque, em vida, o seu coração já se revelara liberto da parentela física.
E ele bem nos comprova esse grande amor por todos, quando formula a sibilina indagação a sua mãe:
"Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?"
Deste modo, ser-vos-á fácil compreender que não passei pelo desespero e pelas angústias perturbadoras no momento da separação de minha família consanguínea, porque em vida física já me habituara à confraternização sincera com todos os seres que cruzavam o meu caminho, resultando que a minha saudade abrangeu uma família bastante extensa e paradoxalmente desligada da ilusão consanguínea.

PERGUNTA: - Mas, volvendo às nossas indagações, devemos crer que o sofrimento de vossos familiares também se deve a excessivo sentimentalismo?
ATANAGILDO: - Não tenho razões para atribuir aos meus familiares exagerado sentimentalismo, mas também não tenho dúvidas quanto ao seguinte: eles se lançaram desesperadamente sobre o meu caixão mortuário, porque ainda ignoravam a realidade de minha sobrevivência espiritual. Quase toda minha parentela e amigos eram muito afeiçoados à religião católica romana, por cujo, motivo ainda pensavam pela cabeça dos seus sacerdotes, faltando-lhes, pois, uma infinidade de detalhes sobre a imortalidade da alma.
Guardavam ciosamente o respeitoso receio de ferir o "tabu" sagrado imposto pelo seu credo, que lhes proibia de fazerem quaisquer indagações sobre filosofias condenadas pela igreja romana.
Nada sabiam das reencarnações do espírito ou da lei cármica, ao mesmo tempo que temiam profundamente qualquer comunicação com os "mortos", obedecendo ao mal interpretado preceito de Moisés sobre o assunto, embora nenhum deles fosse hebreu!
Acredito que noutras existências tivessem vivido muito tempo à sombra dos templos religiosos dogmáticos pois, embora fossem adultos de sentimento, pareciam-me crianças de dez anos, atemorizados com o Diabo e compungindo-se com as complicações de Adão e Eva no Paraíso!
Em minha casa a família atendia aos preceitos religiosos com louvável critério mas, quanto às coisas que ultrapassavam o entendimento rotineiro, os meus queridos atribuíam tudo a mistérios que não podiam ser desvendados pelo homem.
Acreditavam em Deus como sendo o tradicional velhinho de barbas brancas, descansando sobre confortável poltrona de nuvens alvejadas, a distribuir "graças" aos seus súbditos tomados de boa intenção!
Aceitavam submissamente o dogma dos castigos eternos, que serviam para desagravar as ofensas feitas a Deus por aqueles que ainda não haviam requerido a sua carteira de religiosidade oficial.
Confiavam num céu generoso, conquistado em troca de apressadas conversões reforçadas por algumas rezas ou orações, enquanto se reservava o inferno para os teimosos que não aderiam aos seus estatutos seculares.
Deixei uma parentela consanguínea entre tios, tiros, irmã, primos, mãe e avós, que por vezes se me dirigiam, sentenciosos, advertindo-me fraternalmente do grande pecado de ser um "livre pensador" ou um "renegado da verdadeira religião"!
Lamentavam a minha repulsa às imposições de amigos e conhecidos que à força queriam me inculcar ideias restritivas aos meus movimentos fraternos e à minha ilimitada faculdade de pensar!
Eu as considerava como inofensivas crianças, ainda presas às deliciosas histórias da carochinha, que tanto me haviam embalado durante a infância tranquila.
Eis os motivos por que não poderia considerar os meus parentes dotados de sentimentalismo falso à hora de minha morte corporal, pois eles eram apenas vítimas de sua própria ociosidade mental e da ignorância espiritual, por haverem abdicado do seu
raciocínio sagrado de almas livres, para só pensarem pela cabeça de sacerdotes que ainda viviam em confusão consigo mesmos!
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 14, 2021 7:27 pm

PERGUNTA: - A vossa família terrena já era um conjunto de espíritos unidos por afinidade espiritual do passado?
ATANAGILDO: - Conforme já vos esclareci, a maior parte de minha última existência terrena fora dedicada ao aprendizado espiritual, porque a exigência mais severa do meu carma resumia-se na dívida para com Anastácio.
Desse modo, ligara-me a um conjunto de espíritos electivos à minha índole afectiva, sem grandes débitos do passado, mas desprovidos de grandes dotes de inteligência ou raciocínios de alta estirpe sideral.
Eu havia reencarnado em ambiente médio e de realizações comuns, que não apresentava as fulgurações próprias das almas angélicas; no entanto, tratava-se de gente incapaz das solertes maquinações diabólicas dos espíritos trevosos.
Minha mãe já me fora dedicada ama na França, quando assumira a responsabilidade de auxiliar a me criar, depois de meu pai haver realizado um segundo casamento com uma criatura ociosa, que não passava de um objecto decorativo em nosso lar.
Quanto a Olívia, minha irmã, já nos havíamos encontrado na Grécia, por duas vezes, e sempre estivemos ligados afectuosamente mesmo durante os períodos de nossa libertação espiritual no Além.
A amizade dos demais parentes variava em sua maior ou menor afinidade para comigo, e nunca eles me hostilizaram, salvo um primo errante, que era considerado a "ovelha negra" da família, pois vivia de chantagem e espertezas na capital paulista.
Este primo deveria ser espírito de excelente memória etérica porque, embora eu lhe dedicasse sincera afeição, não escondia certa prevenção e deliberada vigilância para comigo.
Talvez o seu subconsciente o tornasse temeroso de que eu lhe devolvesse a punhalada que, junto a outros, havia me aplicado em Paris, nos fundos da Notre-Dame, na última romagem que lá me fora dado curtir.
De todos os meus companheiros da última encarnação, resta Cidália, minha noiva, que, em verdade, é o espírito mais afim comigo em todo o grupo familiar do qual me aproximei ultimamente no Brasil, pois são muitas as reencarnações que já tivemos juntos.
Infelizmente, ela se deixara seduzir demasiadamente, no passado, pelas facilidades do poder e do prestígio na Espanha de Felipe, o Católico, do que resultaram para ela três existências consecutivas de rectificação espiritual, desviando-se, por isso, da rota que seguíamos para o definitivo aprendizado espiritual.
Daí o facto de a nossa ligação na carne ter tido carácter muito fraterno, com mútua avidez por estudos da mesma esfera mental, pois reavivávamos os nossos experimentos esotéricos do Egipto, Pérsia, índia e da Idade Média.

PERGUNTA: - E quais foram os principais factores que mais contribuíram para a vossa tranquilidade espiritual e ausência de medo por ocasião da vossa última desencarnação?
ATANAGILDO: - Conforme já vos informei antes, tudo que ocorreu durante a minha desencarnação não foi além de cinco minutos, em cujo tempo se processou a minha completa libertação da carne e mergulhei a consciência no provisório esquecimento individual.
Na verdade, foram os meus raciocínios sensatos, confortadores e provindos do conhecimento de alta espiritualidade que me evitaram o terror e o pessimismo, bastante comuns aos espíritos que atravessam a vida material indiferentes à sua própria sorte!
É certo que durante a minha desencarnação fui alvo de atenções sublimes, mas não gozei de protecções indevidas, como é comum no mundo material, no seio da política e dos interesses humanos.
Recebi o afecto e a protecção de um grupo de almas ternas e pacíficas, que desejavam tributar-me o seu reconhecimento pelo facto espontâneo de as haver socorrido desinteressadamente quando permaneciam na carne.

PERGUNTA: - Podemos crer que o estudo incessante do espiritualismo pode favorecer-nos bastante por ocasião da nossa desencarnação?
ATANAGILDO: - Acredito, pelo muito que tenho observado, que só uma incessante libertação e renúncia corajosa das ilusões da carne é que realmente nos desatam as algemas das vidas planetárias, assim como nos auxiliam muitíssimo durante as várias desencarnações próprias dos ciclos reencarnatórios.
Recordo-me de que, no heróico esforço de me ajustar à técnica e à ciência espiritualista do mundo físico, inspirado pelo código moral do sublime Evangelho de Jesus, deixei-me explorar, combater, insultar e humilhar, ao mesmo tempo que se enfraqueciam os grilhões que ainda me aprisionavam aos interesses egocêntricos e às paixões ilusórias da matéria.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 14, 2021 7:27 pm

A semelhança da libélula que, para se libertar, rompe o grosseiro invólucro da lagarta, eu também me esforcei para livrar-me do casulo da carne.
A diferença, no meu caso, era que os laços vigorosos que me prendiam à carne eram o orgulho, o amor próprio, a vaidade, a cobiça, a avareza, à glutoneria e a paixão sensual.
Só hoje é que posso dar valor a esse esforço terrível que não só me proporcionou a paz e a alegria na vida espiritual, como ainda me inspira a quaisquer sacrifícios futuros para o bem do próximo.
O amor de Deus, que é inesgotável, significa sempre uma doação espiritual para todos, conforme ainda afirmou Jesus nestas singelas palavras:
"Batei e a porta se vos abrirá"!

PERGUNTA: - Embora não tenhamos a intenção de vasculhar detalhes íntimos de vossa última existência, mas apenas uma finalidade puramente educativa, gostaríamos que nos explicásseis a coincidência de haverdes ficado noivo, quando a vossa desencarnação prematura iria impedir-vos de realizar esse enlace conjugal.
Esse noivado não passou de um acidente muito comum na vida humana, ou representou alguma prova cármica e aflitiva para vossa noiva?
ATANAGILDO: - Tornamo-nos noivos devido à grande afinidade espiritual, que já cultuávamos desde o Egipto, havia mais de três mil anos!
Cidália havia atingido os 25 anos e eu os 27, quando nos encontramos, sendo que nessa ocasião ela havia decidido permanecer solteira, a fim de aproveitar o seu celibato para se sublimar no incessante aproveitamento dos estudos esotéricos, teosóficos ou espiritualistas, profundamente interessada, como estava, em solucionar os mais importantes problemas de sua alma.
Nesse afã, eu a encontrei num "tatwa esotérico", em cidade próxima à em que vivíamos, onde aventamos, então, a ideia de rios unirmos pelo casamento para um alto estudo da espiritualidade, libertando-nos de quaisquer dogmas ou compromissos associativos.
Procurei então transmitir-lhe grande parte de minha bagagem espiritual e combinamos que, em face das nossas convicções elevadas sobre a razão de vida humana, livrar-nos-íamos das violências passionais e dos conflitos comuns à maioria dos noivados, que se estribam essencialmente na dramaticidade das paixões humanas.
Esforçando-nos para realizar um labor caracteristicamente espiritual, procuramos fugir às inevitáveis desilusões que sempre deixam as emoções prematuramente satisfeitas.
Mas, apesar de tudo isso, o nosso casamento não constava como realização indispensável ou cármica em nossa vida terrena, não existindo qualquer decisão do Além a esse respeito.
Havia só o determinismo de uma necessária e afectuosa aproximação entre Cidália e eu, cujos laços afectivos precisavam se fortificar antes de minha breve desencarnação.
Havia projectos e importantes programas que combináramos no Espaço, mas eles se referiam unicamente às existências futuras.
Realmente, a minha enfermidade começou a se acentuar à medida que se aproximava a data do casamento.
Recordo-me de que muitas vezes Cidália se deixava tomar por estranha melancolia, deixando-me entrever certo pessimismo dela a nosso respeito, sem que ela pudesse lobrigar a "voz oculta" que lhe predizia a impossibilidade do nosso esponsalício naquela existência.
É certo que, em face do nosso livre arbítrio, nós tanto podemos aumentar como podemos reduzir, na Terra, os encontros e as determinadas ligações que tenhamos projectado no Além, aliviando ou agravando o nosso destino cármico.
A Administração Espiritual sempre se interessa por quaisquer acontecimentos que possam proporcionar modificações para melhor, em seus tutelados, assim como os pais se interessam pelos filhos que apresentam indícios de renovação moral.
O nosso livre arbítrio é que cria as situações boas ou más, que depois se transformam em implacável determinismo e no próprio efeito da causa que geramos alhures.
Somos livres de agir e semear, mas implacavelmente obrigados a colher o resultado da semeadura. .
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 3 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 14, 2021 7:28 pm

PERGUNTA: - Quer-nos parecer que a vida humana é um ritmo inflexível de acção e reacção em que, devido à severidade da Lei Cármica, não conseguimos efectuar qualquer realização individual sob o impulso de nossa vontade.
Estamos certos nesse modo de pensar?
ATANAGILDO: - Quando ainda nos encontramos encarnados, normalmente ignoramos o mecanismo completo dos planos seculares, e até milenários, a que muitas vezes nos ajustamos de acordo com as sugestões dos nossos mentores espirituais.
Nem sempre a vida humana é uma sequência implacável de acção e reacção, sob o domínio absoluto de um carma intransigente e severo; muitas vezes, os acontecimentos que no mundo material são contrários aos nossos desejos e prazeres comuns são apenas partes que constituem um "grande plano", que elaboramos no pretérito e ao qual nos submetemos voluntariamente.
No meu caso, por exemplo, estou ligado intimamente ao plano de apressamento cármico combinado com Ramatis, há alguns milénios, juntamente com outros milhares de espíritos exilados de outros orbes, que tudo fazem para adquirir as qualidades e o padrão vibratório que tanto precisam reajustar, a fim de poderem retornar ao seu planeta de origem.
Delineamos um plano severo de trabalho, estudo e cooperação aos terrenos, quando ainda nos encontrávamos no Egipto, visando a actividades sacrificiais, que poderão nos auxiliar com mais êxito a obtermos a nossa mais breve alforria espiritual.
Desde que se desenvolva com sucesso a execução colectiva desse plano, acredito que ali por 2.300, ou até o ano 2.400, poderemos nos livrar de encarnações na Terra e retornar ao nosso mundo planetário, do qual fomos exilados assim que florescia a civilização atlântida.
Esse grande plano de aperfeiçoamento espiritual combinado por um conjunto de almas que desejam apressar a sua caminhada, também significa um plano cármico, dentro do carma do próprio planeta terráqueo.
Em virtude de havermos sido enxotados doutro orbe físico, em face do nosso desequilíbrio espiritual, a Lei Cármica nos situou na Terra, que é de civilização primitiva e de clima geográfico muito mais rude do que o mundo que perdemos.

PERGUNTA: - Todos os sofrimentos, dores ou vicissitudes futuras já estão devidamente previstos nesse plano cármico de que tratais?
No caso afirmativo, não poderá ocorrer exorbitância imprevista, durante a concretização desse planeamento elaborado em conjunto?
ATANAGILDO: - Não podemos prever êxitos absolutos, mas sim a esperança de uma libertação mais breve para a maioria dos exilados de nosso planeta.
Trata-se do restante do conjunto de espíritos que há muito tempo emigraram obrigatoriamente para o orbe terráqueo, e que já apresentam bom adiantamento espiritual para habitarem um mundo melhor no princípio do terceiro milénio.
Presentemente eles já se desprendem e se emancipam das seitas, doutrinas ou filosofias restritivas e se tornam cada vez mais indiferentes aos preceitos e às convenções escravizantes do mundo material.
Diferenciam-se dos espíritos terrenos, porque estes ainda estão agarrados ferozmente aos seus interesses materiais, aos seus postulados religiosos, espiritualistas ou filosóficos, defendendo "verdades particulares", e preocupadíssimos com o labor doutrinário alheio, mas muitíssimo esquecidos de si próprios.
Entre esses exilados saudosos de seu orbe, mais evoluído do que a Terra, existe um elo íntimo, desconhecido dos terrenos e que, conforme no-lo adverte Ramatis, fá-los notarem a sua verdadeira identidade extraterrena e sentirem a estranha melancolia espiritual, que lhes é comum.
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 3 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 14, 2021 7:28 pm

PERGUNTA: - Poderíamos saber qual foi o motivo fundamental da vossa aproximação com Cidália, da qual resultou vosso noivado, depois interrompido com a vossa desencarnação?
Desde que havia um certo determinismo nesse encontro na Terra, é de crer que deveria existir nele algum outro objectivo secundário; não é assim?
ATANAGILDO: - Indubitavelmente, o meu encontro com Cidália, na minha última existência carnal, não foi apenas uma ocorrência fortuita.
Em virtude de nos encontrarmos actuando na mesma faixa vibratória de sentimentos e ideais, embora com certas diferenças, havíamos combinado antes, no Espaço, conjugarmos os nossos destinos já enlaçados no velho Egipto, a fim de realizarmos um apressamento espiritual na Terra.
De acordo com o seu próprio carma, Cidália deveria se casar, na existência material, mas não comigo, tanto assim que de facto casou-se com outro homem, a quem ela impunha profunda ascendência moral desde o passado secular.
Tratava-se de um antigo adversário de vidas anteriores, já agora em via de renovação espiritual, a quem Cidália, com proveito para si mesma, deveria favorecer nos seus últimos esforços de redenção.
Como os ascendentes biológicos da família de Cidália atendem muito bem às disposições orgânicas de sensibilidade nervosa e ao tipo de sistema endócrino de que muito irei precisar em futura reencarnação no Brasil, espero tornar-me seu neto até as proximidades do ano 1970.
O esposo de Cidália descende de velha estirpe grega, que tanto forneceu escravos como preceptores à orgulhosa Roma dos Césares e, assim, na figura de meu futuro avô materno, ele muito me auxiliará no contacto regressivo à linhagem psíquica da Grécia, que realizarei futuramente e que se evidencia como fundamento da minha actual psicologia.
Acresce, também, que a presença de acentuado ramo da linhagem romana no sangue e no psiquismo do esposo de Cidália, meu futuro avô, despertar-me-á certos impulsos de comunicabilidade, senso artístico e gosto à música, tão característicos da raça italiana.
Esse plano, que deverá ser norteado pelo departamento "Bio-Psíquico" de minha metrópole astral, passou a se concretizar exactamente no momento de minha aproximação com Cidália, na última romagem. terrena.

PERGUNTA: - Desde que desencarnastes em virtude de moléstia grave, conforme nos dissestes, tendo guardado o leito por determinado tempo e se submetido a um grande sofrimento físico, não indica isso que também tivestes que liquidar algum outro débito do passado, de acordo com o que preceitua a Lei do Carma?
ATANAGILDO: - A dor não deve ser encarada assim, de modo tão radical, pois nem sempre é resgate de faltas, mas sim um processo de aperfeiçoamento ou de técnica rectificadora, sendo que em muitos casos é apenas o efeito da acção sobre o meio em que o espírito atua. Se considerarmos a dor exclusivamente como resgate de delitos passados, teremos de procurar a origem do sofrimento de todos os animais e mesmo de muitos missionários e instrutores religiosos, que suportam o sofrimento para nos indicar a senda da Verdade.
Embora não esteja expiando culpas do passado, é certo que o cão morre triturado sob as rodas dos veículos; o boi tanto sucumbe nos matadouros como em consequência de moléstias, enquanto os ratos morrem acossados pela peste ou caçados impiedosamente nos cantos sombrios dos velhos casarões!
Desde que se admita o Carma como a lei mosaica do "olho por olho e dente por dente", é evidente que teremos de supor que Jesus, pelo facto de ter sido crucificado, deveria estar resgatando delitos do passado!
O pianista que pretende alcançar êxito na sua carreira artística, ou o cantor que deseja a glória do sucesso lírico, sem dúvida, terá que se entregar completamente ao seu treinamento e cultura musical; há de se fatigar inúmeras vezes, vivendo entre as angústias do êxito e do fracasso, sem que tudo isso queira dizer que se submeteu a um sofrimento para resgate de faltas!
Há um determinismo, nesse caso, mas é apenas efeito da arte a que o indivíduo se dedicou, a qual, por ser elevada, exige sacrifício, aflições, desconforto e aproveitamento criterioso do tempo.
Qual o sentido da vida material, senão o de um disciplinado experimento, para que o animal seja domesticado em suas paixões grosseiras, dando lugar ao anjo glorioso dos planos edénicos?
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 3 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 14, 2021 7:28 pm

Através da dor, que tanto atemoriza os seres humanos, opera-se um aperfeiçoamento, pois as formas inferiores terminam adquirindo qualidades superiores.
Na dor "mineral", o carbono bruto se transforma em cobiçado brilhante; na dor "vegetal", a videira podada se cobre depois de flores e frutos sazonados; na dor "animal", as espécies inferiores alcançam a figura erecta do homem e, na dor "humana", o homem se transfigura em anjo eterno!
Em verdade, tudo isso não passa de um processo benéfico e sublime, disciplinado pela técnica que transforma o inferior em superior. 1

PERGUNTA: - Já sabíeis, porventura, que na Terra iríeis sofrer consequências além das determinadas em vosso próprio compromisso cármico?
ATANAGILDO: - Conforme vim a saber no Espaço, a minha desencarnação deveria se verificar entre 28 e 30 anos de idade terrestre, para que depois eu pudesse realizar o rápido estudo que ora faço, no mundo Astral, a fim de obter mais conhecimentos necessários para controlar o meu retorno à Terra, que provavelmente se dará entre 1965 e 1970.
Em face das modificações que já se efectuaram no orbe terráqueo, determinadas pelo carma do próprio planeta, o próximo milénio dar-me-á excelente ensejo para que eu possa consolidar as últimas "rectificações mentais", a fim de retornar depois ao mundo de onde fui exilado há milénios, quando de sua selecção espiritual, semelhante à que se inicia na Terra.
Enfrentei a morte física diversas vezes, e ainda deverei enfrentá-la mais duas ou três vezes, em futuras reencarnações.
O modo por que morreria, na minha última existência, ficara adstrito aos ascendentes biológicos da família consanguínea na qual me reencarnara, e por isso adquiri aquela enfermidade dos rins, que era mais propriamente fruto das tendências hereditárias da mesma.
Através de um processo desconhecido para vós, eu procurei, durante o período de minha enfermidade, drenar um resto de toxinas da minha veste perispiritual.
Para isso, o leito de sofrimento me fez demorar o tempo suficiente para reflectir sobre a minha vida em exaustão, auxiliando-me no reajustamento das minhas emoções, bem como favorecendo o diapasão vibratório e favorável para um retorno mais equilibrado ao lar espiritual no Além-Túmulo.
Felizmente, não desencarnei por acidente ou mesmo devido a um colapso cardíaco, pois a morte por desprendimento fulminante violenta sempre o perispírito e causa sensações muito dolorosas à alma desencarnada, em face da mudança súbita para o plano astral.
Só as almas muito elevadas, que na matéria já vivem grandemente afinizadas ao plano astral superior, com raciocínios poderosos e vontade bastante disciplinada, é que conseguem desencarnar subitamente sem sofrerem ou se atemorizarem pela mudança tão brusca.
Por isso, o modo como desencarnou Jesus, ou Sócrates, resultaria para muitos num acontecimento da mais penosa angústia e desespero no plano astral; no entanto, para Jesus, cuja consciência já vivia em contacto permanente com o reino espiritual, ou para Sócrates, que aceitou a taça de cicuta como um inofensivo brinde de aniversário, é óbvio que a desencarnação significou apenas a singela operação de abandonar o vestuário denso, desafogando o espírito que já habitava os planos superiores.

PERGUNTA: - É muito comum dizer-se, na Terra, que os grandes
sofrimentos ou agonias. no leito de morte resultam de grandes culpas do passado.
Há fundamento nessa asserção popular?
ATANAGIL.DO: - Durante a enfermidade demorada, o desencarnante tem tempo de ajustar melhor o seu padrão espiritual, examinando os seus feitos bons ou maus ocorridos no mundo material, enfrentando-os com calma e tempo para deles extrair as melhores ilações de culpas ou de méritos. Isto não lhe seria tão fácil de realizar logo às primeiras horas de desencarnação, em face da grande sensibilidade do perispírito, que reage violentamente ao menor pensamento de angústia ou medo!
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 3 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 15, 2021 7:11 pm

O leito do moribundo não é o detestado "leito de dor", como o denominam os materialistas e os religiosos iludidos pelos dogmas infantis; ele significa a "antecâmara" da grande viagem, que ainda oferece derradeira oportunidade para qualquer drenação antecipada do psiquismo enfermo, podendo o espírito livrar-se de muito remorso e aflição, no Espaço, por havê-lo corrigido em tempo e ainda na Terra.
Mesmo na esfera dos negócios humanos - quanto ao acerto das obrigações financeiras para com a família que fica, e à orientação espiritual para os descendentes - a alma ainda tem tempo de resolvê-los satisfatoriamente, no curso das longas enfermidades.
E isso concorre para se evitarem as vibrações tumultuosas que a família confusa e desprevenida emite diante de uma desencarnação prematura, projectando-as em súplica ou queixa aquele que partiu sem se harmonizar com as responsabilidades do mundo.

PERGUNTA: - Poderíamos saber se, em face das condições favoráveis de que gozais na metrópole do Grande Coração, já sois um dos chamados espíritos adiantados, livre dos problemas angustiosos do Além?
ATANAGILDO: - Evidentemente, a minha graduação espiritual é boa em relação às situações angustiosas de milhares de espíritos infelizes, que ainda vivem apavorados e desamparados no astral inferior.
No entanto, considero-a bastante precária quando comparada à situação das almas superiores, que vivem acima de minha presente moradia astral.
A condição de espírito adiantado, para mim, é muito relativa, pois ainda estamos em degraus bem baixos se considerarmos a infinita hierarquia dos anjos e arcanjos, que nos precedem na imensurável escadaria sideral.
Represento um modesto grau de consciência nessa escalonada espiritual, assim como entre vós uns manifestam graus mais adiantados e outros mais atrasados do que o vosso padrão actual evolutivo.
É certo que já pude alcançar um estado de paz e de compreensão espiritual que me coloca em posição algo venturosa, comparando-o com o da maior parte da humanidade terrena, que ainda se digladia ferozmente pela posse dos tesouros precários, dos galardões dourados ou dos poderes provisórios, que inevitavelmente terão de deixar à beira do túmulo. Na minha última existência terráquea, não me seduziam mais as quinquilharias terrenas, que pesam tanto em nossa economia angélica.
Essa paz e compreensão de que vos falei é de natureza exclusivamente interior, que representa incessante sustentação vigorosa e equilibra o nosso espírito, cujo valor indiscutível não trocamos por nenhum tesouro ou prazer sedutor do mundo físico.
A comunidade astral do Grande Coração, a que me filio no momento, corresponde aos ideais e propósitos que já esposava na Terra, como preâmbulo de minha definitiva procura do mistério do espírito.
O cenário exterior do agrupamento espiritual onde vivo, e as relações que se processam entre os seus moradores, são de molde a me causarem o maior contentamento e estímulo para novas jornadas evolutivas.

PERGUNTA: - Gostaríamos de saber qual foi o vosso modo de vida na Terra, a fim de nos inspirarmos no vosso padrão de actividades, uma vez que, devido a ele, alcançastes uma situação bastante agradável, no Além.
ATANAGILDO: - Não guardeis essa grande ilusão; não creio que o meu modo de vida, na Terra, possa vos servir de melhor roteiro do que aquele que já nos doou o insigne Mestre Jesus!
Através de sua vida tão simples e, ao mesmo tempo, tão grandiosa em amor e bondade, ele ofertou-nos a definitiva chave que nos abrirá as portas do céu.
O nosso júbilo no Além depende exclusivamente do nosso modo de pensar, sentir e agir no mundo material; mas, sob qualquer hipótese, todo êxito decorre da maior ou menor integração viva no Evangelho de Jesus.
Uma vez que a minha relativa ventura, no Espaço, dependeu exactamente da aplicação íntima dos postulados evangélicos em minha vida terráquea, o mais aconselhável e sábio não é que sigais os meus passos, mas que procureis, resoluta e incondicionalmente, a fonte original na qual me inspirei, que é esse admirável Evangelho, o verdadeiro Código Moral de nossa evolução espiritual na época em que viveis.
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 3 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 15, 2021 7:11 pm

PERGUNTA: - Quando foi realizado o vosso funeral, sentistes alguma irradiação perniciosa, partida da mente dos vossos acompanhantes?
ATANAGILDO: - Não tive conhecimento do meu funeral, porque perdi a consciência de mim mesmo logo em seguida à minha desencarnação; quando despertei, já me encontrava naquele agradável refúgio astral, que vos descrevi antes.
No trabalho sidéreo desempenhado pelos- mentores espirituais, são sempre evitados quaisquer acontecimentos que não produzam mais influências ou modificações no íntimo de nossa alma.
A minha presença em espírito, ao funeral do meu corpo físico, só seria proveitosa se ainda me fosse preciso avaliar a reacção psíquica daqueles que me cercavam no mundo material ou, então, se necessitasse saber da posição mental para comigo, por parte de algum adversário deixado na Terra.
Mas eu partia da Crosta sem mágoa ou qualquer diferença vibratória para com alguém, afora certa animosidade para comigo, por parte de Anastácio.

PERGUNTA: - Ainda na crença de que nos poderá ser útil conhecer o teor da vida terrena que vos proporcionou alguns benefícios no Além, gostaríamos de que, ao menos, nos désseis uma ideia dos vossos propósitos gerais cultivados na Terra.
Não estaremos sendo indiscretos ou descorteses para convosco?
ATANAGILDO: - Eu sou apenas uma centelha espiritual, cuja vida está intimamente relacionada com os vossos destinos; em consequência, não há descortesia em me pedirdes que relate aquilo que é de nosso mútuo interesse e que pode servir de aprendizado educativo. Desde muito jovem, eu já era bastante devotado à filosofia ocultista, profundamente interessado em saber a origem e o destino da alma, por cujo motivo compulsava amiúde todos os ensinamentos oriundos da tradição mística hindu ou dos velhos conhecimentos egípcios.
Quando se me abriram clareiras de luz espiritual, principiei a vigiar todos os meus pensamentos e a controlar os meus julgamentos alheios, assim como o domador vigia as feras que pretende domesticar.
Esforcei-me muitíssimo para destruir o germe daninho da maledicência, que nos é tão comum nas relações humanas, constituindo um hábito mau tão disfarçado, que chega a nos lograr inconscientemente!
Mesmo quando havia razões lógicas para eu julgar alguém, preferia deixar de lado o assunto e não emitir pareceres anti-fraternos; vivia despreocupado das histórias pecaminosas e do comentário das mazelas alheias.
Afastava-me também do anedotário indecente, evitando rebaixar, quer pela linguagem, quer por pensamento, essa nossa companheira de existência, que é a mulher, que passei a tratar com elevado respeito, vendo-a apenas como filha, irmã, esposa ou mãe!
Esse respeito estendi-o mesmo às infelizes irmãs que descambam para as torpezas da prostituição da carne.
Era particularmente simpático e entusiasta para com tudo que propendesse para um sentido universalista e educativo, respeitando o fundo espiritual de todas as religiões e doutrinas sectaristas, embora não pudesse me furtar, de vez em quando; à necessidade de esclarecer os religiosos ainda algemados aos seus dogmas.
Esforçava-me para derrubar a extensa mataria religiosa criada pela ignorância humana, sem que com isso procurasse magoar os seus fiéis adeptos.
Não me preocupava a ideia de saber quem o melhor - se o pastor protestante, o sacerdote católico, o doutrinador espírita, o instrutor esotérico ou o teosofista - e reconhecia em todos o esforço para ensinar a humanidade a se encaminhar para Deus.
Sem dúvida, não podia trair os meus novos propósitos no mundo, nem olvidar aquilo que me beneficiara tanto com a paz e a compreensão íntima, por cujo motivo pregava a Lei da Reencarnação e a Lei do Carma de modo positivo e insistente, transmitindo ao homem moderno novos conceitos que ainda mais esclareciam e valorizavam a Bondade, o Amor e a Sabedoria de Deus!
Também não guardava a ingénua ilusão de me salvar espiritualmente só pelo fato de manusear compêndios de alto ensino espiritualista, na forma de conhecimentos esotéricos, teosofistas, espíritas, rosa-cruz, etc., pois considerava tudo isso apenas como lanternas que muito me poderiam auxiliar no encontro de mim mesmo.
Importava-me, antes de tudo, o estado de harmonia espiritual com todos os meus irmãos, sem me preocupar directamente com as suas doutrinas e preferências.
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 3 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 15, 2021 7:12 pm

Nunca tive, também, pretensões ou vocação para "salvar" profitentes de credos, seitas ou religiões, ou defender princípios religiosos entre adversários, na tola vaidade de demonstrar maior conhecimento da Verdade!
Acreditava que, discutindo com o meu irmão adverso, de outro credo, eu o desgostaria, o que me parecia bastante anti-evangélico; no entanto, se fosse derrotado nos argumentos aplicados para a defesa do meu sistema religioso simpático, sem dúvida, exporia ao ridículo aquilo que não soubesse defender a contento.
Entendia, como entendo, que "só o amor salva o homem" e não os credos ou filosofias mesmo geniais.
Embora insaciável no conhecimento, e incessantemente à procura de novos bens do espírito, costumava efectuar íntimas consultas a Jesus toda vez que deparava com um problema de ordem fraterna, religiosa, moral ou desfavorável ao meu irmão.
Para mim, foi fácil viver com todos e sentir prazer nessa afectividade incondicional, porque sempre evitei me tornar um sectarista ou intolerante, algo como o prolongamento enfermo de uma doutrina ou religião.

PERGUNTA: - Do que nos dizeis, deduzimos que preferíeis ser um cristão a serdes ligado especificamente a um credo religioso; não é assim?
ATANAGILDO: - Exactamente; mas, muitas vezes, inspirando-me no Cristo, chegava a ter receio de afirmar que era um cristão, e guardava o digno propósito de não de diferenciar dos meus irmãos budistas, muçulmanos, teoístas, judeus, hinduístas ou confucionistas que, por uma índole psicológica particular e, atendendo ao seu clima emotivo, seguem doutrinas anteriores àquelas que se inspiraram nos postulados deixados por Jesus.

1 - Nota do Médium: Creio que o leitor já percebeu nessa digressão a influência do espírito de Ramatis sobre Atanagildo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 15, 2021 7:12 pm

Capítulo 10 - Colónias do Astral - Aspecto Geral
PERGUNTA: - Sendo certo que, em virtude das desencarnações, há uma constante emigração de espíritos da Terra para o Astral, onde terão de se agrupar conforme o seu carácter ou adiantamento espiritual, somos levados a crer que isso obrigará à criação ou fundação constante de colónias, onde esses espíritos devam ser recebidos e educados.
É assim?
ATANAGILDO: - Sem dúvida, pois, assim como na Terra se multiplicam as tarefas de educação e assistência social, quer devido ao crescimento contínuo de sua população, quer devido ao seu progresso, também se torna necessária a fundação de novos núcleos na esfera astral adjacente à Terra, para atenderem aos desencarnados que chegam.
E o problema, no Astral, ainda é um tanto complexo, porque na formação das comunidades espirituais as almas devem ser congregadas tendo em vista especialmente as suas condições morais, enquanto que na Terra elas se agrupam por tipos raciais, formando países e nações irmanadas pelos mesmos costumes e tradições.
Por isso é intensa a operosidade dos espíritos nas regiões que circundam o globo terrestre, onde as condições das comunidades de espíritos desencarnados têm por fim ajustá-los ao meio a que fizerem jus, na conformidade de seus procedimentos no mundo terráqueo.

PERGUNTA: - Por que motivo se torna mais fácil resolver na Terra esse problema de fundação de novos núcleos humanos, quando, ao que nos parece, seria mais facilmente resolvido no Espaço?
ATANAGILDO: - Enquanto a metrópole do Grande Coração supervisiona perto de três milhões de espíritos, dispersos pelo mundo astral, precisando manter um mesmo padrão vibratório psíquico entre criaturas tão heterogéneas, só na área do Brasil pode se agrupar um bilhão de seres das mais diversas condições, bastando que estes resolvam o problema fundamental de roupa, alimento e abrigo.
Entretanto, as comunidades benfeitoras do plano astral encontram as maiores dificuldades para a mesma organização, porque só a harmonia psíquica é garantia de equilíbrio e de êxito para a carga de desencarnados oriundos das mais contraditórias posições do orbe material!
Em lugar de se atenderem a satisfações efémeras e necessidades provisórias do homem o problema fundamental é o de desenvolver a essência íntima dos espíritos que aqui aportam.
É justamente para atender a tanta heterogeneidade de padrões psíquicos, que os espíritos benfeitores continuam a organizar novos "oásis" de socorro, no seio do astral inóspito em torno da Terra.
Quantas vezes espíritos, provindos da mesma família consanguínea terrena, separam-se para zonas diametra1mente opostas, assim que atravessam a fronteira da sepultura!
Como equilibrar tantos matizes psíquicos no Além, se não forem criadas mais oportunidades de socorro e renovação espiritual?

PERGUNTA: - Essas colónias recém-fundadas desenvolvem-se naturalmente, ou são frutos de planos previamente estabelecidos?
ATANAGILDO: - Na esfera astral, a vontade disciplinada dos espíritos superiores pode intervir periodicamente no meio, arregimentando as vontades menores dos seus moradores, para então renovarem a paisagem e as instituições existentes, na conformidade do progresso das comunidades.
Assim como a metrópole do Grande Coração é fruto de estudos, sugestões, planos e inspirações que os seus fundadores buscaram em colectividades das esferas mais altas, já existem entre a Crosta e a nossa moradia astral muitas outras colónias e agrupamentos intermediários, que foram edificados sob os moldes e planos de nossa própria comunidade.
Assim como, à medida que aumenta o coeficiente mental, científico e artístico do homem encarnado, também se multiplicam as exigências para a "modernização" das suas cidades, também as astrais já existentes se modernizam e outras se formam para servirem de novas colónias de desencarnados.

PERGUNTA: - A metrópole do Grande Coração foi fundada por espíritos que desencarnaram no Brasil?
ATANAGILDO: - Quando a fundaram eu me encontrava na índia; assim que desencarnei, fui recolhido à colónia astral hindu, que super-intendia aquela região.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 15, 2021 7:12 pm

Entretanto, como a metrópole do Grande Coração está de posse de sua história, tive oportunidade de conhecer o seu passado e saber dos seus fundadores.
A ideia de sua formação partiu de espíritos desencarnados no Brasil, para o qual haviam emigrado logo em seguida ao seu descobrimento por Pedro Álvares Cabral.
Antes de se encarnar, já haviam aceitado a missão de habitarem a terra brasileira e, em seguida à sua desencarnação, fundarem uma colónia de desencarnados na zona astral correspondente, a qual é hoje a metrópole do Grande Coração.
O progresso se fez incessante, nesta comunidade ainda jovem, graças ao ingresso contínuo de novos espíritos que desencarnavam no Brasil; no entanto, muitos desses espíritos não eram propriamente brasileiros mas oriundos da França, Portugal, Espanha e Holanda e que, obedientes aos planos do Alto, desencarnaram por ocasião das invasões estrangeiras e encontros belicosos.
Assim, desligaram-se astralmente dos seus países de origem, situados na Europa, e mais tarde tornaram ainda a se encarnar na vossa pátria, como também sucedeu comigo.
Esses espíritos "exilados" do seu meio geográfico electivo, renunciaram, então, ao seu velho temperamento racial europeu, para incorporarem o seu património espiritual à comunidade brasileira que ainda era constituída de espíritos incipientes.

PERGUNTA: - A metrópole do Grande Coração foi fundada, também no seio de fluidos agressivos?
ATANAGILDO: - Sim; a sua fundação lembra o que aconteceu com as grandes metrópoles terrenas, com seus edifícios modernos, sua iluminação e jardins atraentes, que também nasceram no seio das regiões selváticas e perigosas!
Hoje, os moradores da metrópole e aqueles que nos visitam deslumbram-se com a beleza do casario refulgente e o fascínio da vegetação criada por mãos de fada, mas ignoram o imenso sacrifício e abnegação despendidos pelos seus fundadores, a fim de se criar mais um núcleo de socorro e educação espiritual!

PERGUNTA: - A metrópole do Grande Coração é, então, uma comunidade mais elevada do que certas colónias de espíritos, que conhecemos através de obras mediúnicas, onde se recolhem almas perturbadas?
ATANAGILDO: - Em face do progresso incessante do espírito humano, as comunidades transitórias do mundo astral também evoluem depois que se dedicam a serviços aflitivos.
É certo que a nossa metrópole, actualmente, é um agrupamento venturoso e caracteristicamente educativo, que atende mais aos espíritos seleccionados vindos da Crosta do que mesmo aos problemas particulares das almas aflitas e perturbadas no astral, após a travessia do túmulo.
Entretanto, ela possui departamentos correctivos e de socorro espiritual, que estão localizados nas zonas abismais, a distância da comunidade e sem ligações íntimas que possam perturbar o seu padrão vibratório.
Inúmeras equipes de trabalhadores, encarregados da renovação desses espíritos infelizes, operam ali em dispensários e estalagens supervisionados pela metrópole, favorecendo ensejos para que se transformem em novas comunidades astrais.
A metrópole também se iniciou como um singelo núcleo de actividades socorristas aos espíritos sofredores do astral inferior, sofrendo o terrível bombardeio mental das almas delinquentes e do desregramento dos encarnados que ali aportaram; no entanto, o serviço sacrificial de amor ao próximo foi elevando o padrão vibratório espiritual da cidade, para em seguida torná-la uma antecâmara dos panoramas angélicos das colectividades dos planos superiores.
A metrópole é fruto natural de um trabalho digno e persistente, inspirado sempre pelo amor ao próximo, pois nunca faltaram elevadas e incessantes sugestões dos mentores siderais para que tanto encarnados como desencarnados transformem para melhor o lugar em que habitam.
Sob a disciplina heróica e a vontade disciplinada, os monturos do vosso mundo podem ser transformados em roseirais e as rochas maciças em confortáveis habitações de repouso ao corpo e alegria à alma!
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 3 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 15, 2021 7:12 pm

PERGUNTA: - Existem equipes de espíritos especializados para procederem à fundação de colónias no mundo astral?
ATANAGILDO: - Nem sempre há o determinismo de se fundar uma cidade astral; esta pode nascer naturalmente em torno de uma estalagem; de um posto de socorro ou de instituição avançada no seio de fluidos densos.
As fundações deliberadas obedecem a uma orientação mais ou menos igual à da Terra; elas progridem e evoluem à medida que também aumenta a sua população.
Também não são precisas equipes adestradas para tais realizações, contamos com abnegados pioneiros que enfrentam heroicamente os fluidos nocivos, exalados pelos charcos pestilenciais e pelos coágulos de substância mental deletéria, que se produzem no desregramento da própria humanidade ali existente.
Esses espíritos abnegados e destemidos não recuam diante das exigências mais sacrificiais, que terminariam desanimando os mais intrépidos homens terrenos!

PERGUNTA: - E não ocorrem acidentes ou surgem enfermidades decorrentes desses trabalhos sacrificiais e dos fluidos tão agressivos do astral inferior?
ATANAGILDO: - Sem dúvida, ocorrem fracassos, enfermidades, esgotamentos e lesões perispirituais nos mais ousados; no entanto, assim como conheceis heróis, que se sacrificam prazenteiramente pelo bem da comunidade, aqui também os conhecemos. Muitas a1mas corajosas, que se devotam a fundar núcleos de actividades espirituais no seio da substância adversa e ainda. agravada pelo teor magnético produzido pela humanidade desregrada, retardam a sua ventura espiritual e restringem o seu voo mais alto, preferindo aceitar o sofrimento decorrente desses pântanos, a fim de servirem aos espíritos infelizes. Depois de cumprirem as suas abnegadas tarefas, também precisam de tratamentos especiais, a fim de drenarem os tóxicos que lhes golpeiam a organização delicada do perispírito, assim como teríeis necessidade de extirpar do vosso traje alvíssimo as nódoas de substâncias deletérias.

PERGUNTA: - Pensamos que o espírito, quanto mais evoluído, mais poderá se imunizar contra as agressões do meio-ambiente. Porventura, esses heróis desencarnados também não poderiam operar nesses charcos agressivos, sem que ocorresse qualquer lesão nos seus envoltórios superiores?
ATANAGILDO: - A imunidade contra o meio, decorrente do maior aprimoramento espiritual, deve ser entendida na esfera moral, pois na material não se podem eliminar as reacções naturais e disciplinadas por leis correspondentes a cada plano de manifestação de vida. Deveis saber que as almas superiores, que operam nessas regiões tão agressivas, "descem" vibratoriamente até o nível das reacções energéticas do meio inferior, por cujo motivo ficam sujeitas aos impactos das forças que manuseiam.
Assim como não podeis aprisionar o raio de luar num pote de barro, nenhum espírito superior poderá agir directamente sobre os planos astral e material, mais abaixo de si, se não se submeter à necessária redução vibratória, e então actuar no meio escolhido!
É evidente que, depois dessa "descida" vibratória, o espírito há-de ficar à mercê do meio em que passa a operar, à semelhança daquele que "cai" magneticamente em plano inferior, por efeito do seu peso específico e simpático ao ambiente vibratório.
Sem dúvida, por mais delicado que seja o traje finíssimo do fidalgo, ele não se livrará dos rasgões provocados pelos espinhos da mata virgem, o que a veste de couro do campónio pode evitar com facilidade!
Não é a borboleta uma expressão viva mais delicada do que o sapo?
No entanto, que poderia ela fazer mergulhada no gás de metano dos pântanos em que o batráquio vive tão alegremente? 1

PERGUNTA: - Como é que essas colónias podem se tomar agradáveis, depois de edificadas na mesma substância deletéria e tão agressiva?
Não deveria predominar nelas o efeito do meio corrompido, assim como uma cidade edificada nos pólos não se livra do frio, ou qualquer metrópole, no Equador, não escapa ao calor?
ATANAGILDO: - Entrais em confusão quando tomais o mundo terreno, com sua matéria grosseira, para por ele avaliardes a natureza sutilíssima do mundo espiritual, que é regido por outras leis ainda desconhecidas no mundo físico.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 15, 2021 7:13 pm

É o caso de alguém querer escovar o raio de Sol, só porque também pode escovar a poeira das vidraças por onde ele atravessa!
Uma cidade terrena edificada sobre o deserto do Sahara poderá muito bem modificar o seu clima e transformar-se num "oásis", desde que a ciência humana canalize para ali a água, fertilize o solo, crie sistemas de chuvas artificiais e irrigações e construa refractores de electricidade que possam atenuar o clima cáustico.
E nos pólos podereis introduzir muitas modificações louváveis, no seu clima regelado, graças aos abençoados recursos da electricidade, que muito breve lá empregareis!
Mas em nosso caso o processo é outro; encontramo-nos no mundo interior do espírito, onde a força motriz principal é de outra natureza e dinâmica de acção, predominando a força dos sentimentos e dos pensamentos!
Estas se constituem nas principais ferramentas e instrumentos de nosso uso, embora nas regiões mais densas do astral inferior se requeiram outras energias e processos rudes, que às vezes se assemelham bastante aos dos terrenos.
Os espíritos lidam com fluidos densos, viscosos e enfermiços, que lhes aderem vigorosamente aos poros do perispírito, assim como a graxa se infiltra no linho alvo!
Não podeis avaliar os extensos lagos de substância repugnante e agressiva, que pairam ao nível de certas regiões da Crosta, fazendo lembrar vastos desertos sufocantes ou então regiões pantanosas e assustadoras do orbe terráqueo!

PERGUNTA: - Como se pode compreender esse heroísmo dos espíritos que operam nessas regiões astrais?
ATANAGILDO: - Há pronunciado espírito de renúncia pessoal nos que vão trabalhar em tais ambientes repulsivos, porquanto nenhum interesse monetário ou vaidade os impulsiona em suas tarefas, a não ser um grande amor por aqueles que se debatem pela falta de "oásis" benfeitores!
No mundo material, é fácil construírem-se povoações sobre os charcos, várzeas ou regiões inóspitas, graças à gigantesca maquinaria moderna, de que os homens se utilizam para a drenação satisfatória dos pântanos.
Mas o processo aqui difere muitíssimo - e se torna quase indescritível para os vossos entendimentos - quando se pretende realizar tarefas superiores na substância opressiva do astral inferior.
Na Terra faz-se a drenação dos pântanos pelo processo de decantação do lodo, até resultar a matéria sólida; no entanto, o processo aqui é por substituição penosa dos fluidos do meio!
É uma tarefa que exige o máximo de heroísmo desses espíritos edificadores, muito semelhantes a verdadeiros transformadores vivos substituindo fluidos deletérios do meio ambiente e ainda superando as emanações da mente desequilibrada dos desencarnados para ali transferidos da Terra.
O seu energismo sublime termina dissociando e purificando o ambiente nefasto; pouco a pouco a região se transforma em abençoada clareira, situada no deserto das forças astrais que eram origina1niente agressivas.
E então os fluídos danosos tendem a se afastar para suas zonas electivas, situadas nos charcos sob a crosta terráquea:
Assim como a higienização e iluminação das cidades terrenas força a mudança das feras e dos répteis para a mataria, também a substituição dos fluidos deletérios, nas regiões astrais, força a mudança das entidades que ali se sentiam bem até então, por estarem em afinidade com o ambiente.

PERGUNTA: - Podeis nos dar uma ideia dessa "afinidade com o ambiente", a que vos referistes?
ATANAGILDO:- De vez em quando ainda se nota na atmosfera reinante nesses locais o odor enjoativo da vida primitiva e das práticas impuras de seus antigos habitantes; os seus costumes repugnantes e os seus condicionamentos, trazidos da antropofagia do mundo físico, fortalecem a formação de certos panoramas que são desagradabilíssimos às almas de natureza mais elevada.
Os espíritos nómadas, dos selvagens, ficam impregnados dos seus estigmas inferiores e de elementos nocivos, que imprimem no astral um cenário perfeitamente decalcado de sua tosca vida terrena.
Eles vivem desencarnados, no Além, mas na ignorância de se encontrarem fora do corpo carnal, porque ainda são incapazes de perceber que mudaram de plano vibratório.
Visto que, ao desencarnarem, se encontram em um mundo selvagem adrede preparado pelas mentes dos outros companheiros que os precederam na viagem ao Além, confundem os panoramas do astral com os cenários que deixaram em suas vidas terrenas!
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 15, 2021 7:13 pm

Como desconhecem o calendário do civilizado e são fracos de raciocínio, não têm noção do tempo e não sabem se desencarnaram ou quando isso aconteceu.
E assim prosseguem alegremente em suas relações comuns, convictos de que ainda se encontram actuando na vastidão das florestas do mundo material!
Pela lei de que "os semelhantes atraem os semelhantes", os selvagens são atraídos para as zonas inóspitas do astral, onde se ajustam perfeitamente e casam a rudeza do seu perispírito com a acção das energias inferiores do meio.
Daí a lenda que os silvícolas terrenos transmitem de geração para geração, de que seus mortos passam a viver nos "campos de caça", e as suas sepulturas devem ser guarnecidas com armas e utensílios de que hão-de precisar na outra vida!
Muitos agrupamentos, colónias e cidades socorristas de desencarnados, que foram edificadas em antigas zonas repletas de estigmas silvícolas, já lograram se constituir em sublimes clareiras de luz, como a metrópole do Grande Coração, cujo padrão vibratório superior dissolveu a substância deprimente, que ainda existia acumulada pela rudeza psíquica dos selvagens.

PERGUNTA: - Não conviria higienizar o Astral de tal modo que todas essas colónias ou florestas silvícolas se transformassem em agrupamentos civilizados, para melhor influírem na almas primitivas e conduzi-las a um melhor entendimento espiritual?
ATANAGILDO: - Não seria conveniente que se extinguissem, no Astral, as "florestas de caça" dos silvícolas, porque elas ainda lhes servem de verdadeiro "caldo de cultura" psíquica e de ambiente adequado à expansão de suas consciências ainda imaturas.
Mesmo na Terra, apesar do considerável progresso já conseguido pelas suas metrópoles, ainda existem agrupamentos selvagens, que não podem se situar na faixa vibratória do homem civilizado.
Esses seres primitivos não devem ser violentados em sua linha psicológica, nem expulsos do cenário de formas familiares, que lhes constituem um "ponto de apoio" bastante necessário para amadurecerem o seu entendimento rudimentar e os elevar até a ética convencionada pelos civilizados.
Eles também são alvo de atenção dos preceptores mais altos, que lhes proporcionam recursos gradativos, para melhor ajudá-los na compreensão da espiritualidade.
Esses agrupamentos, colónias e metrópoles astrais, que se situam no interior da aura que circunda o globo terráqueo, tanto servem para controlar as reencarnações e desencarnações dos espíritos, como ainda atendem à multiplicidade de novas consciências que ascensionam continuamente para a razão mais alta.

1 - Nota do Médium: Ainda se verifica, aqui, o pensamento de Ramatis compondo o período junto a Atanagildo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 15, 2021 7:13 pm

Capítulo 11 - Colónias Astrais de Costumes Antiquados
PERGUNTA: - Disseste-nos, certa vez, existirem no Astral algumas colónias cujos habitantes ainda conservam seus costumes antiquados, por serem espíritos demasiadamente conservadores.
Que ideia poderemos ter dessas colónias?
ATANAGILDO: - Recordo-vos que se trata de comunidades de existência transitória em tais colónias, destinadas somente ao aperfeiçoamento de seus habitantes desencarnados quando excessivamente tradicionalistas, motivo por que tudo ali está disposto de modo a ser alcançada a sua finalidade educativa.
Entre as suas populações encontram-se caracteres espirituais de todos os matizes, principalmente os espíritos bisonhos, os acostumados aos conventos e os conservadores, ainda presos às tradições antiquadas, mas que merecem o ingresso nas comunidades astrais ordeiras, porque são pacíficos e espiritualmente inofensivos.
A fim de activar-lhes o progresso estagnado pelas tradições do passado, os espíritos de maior capacidade intelectual e dinâmica psíquica misturam-se com esses letárgicos moradores do Além, e os auxiliam na ascensão sideral.
A arquitectura dessas colónias é arcaica e semelhante à de certas civilizações já extintas.
Há ocasiões em que os próprios mentores espirituais providenciam certas edificações, às pressas, de molde antigo, a fim de atender a grupos de desencarnados tão apegados ao conservantivismo das coisas materiais, que se sentiriam deslocados num ambiente modernizado!
Já tenho reparado, outrossim, que em algumas regiões situadas entre a nossa metrópole e a crosta terráquea, edificam-se grandes estalagens e hospitais de emergência nas vésperas de se registrar alguma tragédia colectiva naquelas zonas geográficas da Terra, tais como guerras, revoluções ou catástrofes causadas por convulsões da Natureza.

PERGUNTA: - Já assististes, do plano astral, o desenrolar de alguma dessas catástrofes colectivas?
ATANAGILDO: - Pude apreciar os efeitos dantescos de certa revolução ocorrida na América do Sul, entre homens do mesmo pais; os trucidados chegavam aos magotes e em desesperada situação de desconforto espiritual!
Ainda se lhes viam as auras de cor escarlate-brilhante e enodoadas, de onde se desprendiam chamas de fogo geradas pelo ódio, que ainda lhes tomava o coração!
Relâmpagos fulgurantes, duma cor sanguínea, sulcavam-lhes o envoltório da aura conturbada; depois, podiam se ver filetes formados pelas repulsivas toxinas, que escorriam pelo perispírito agitado parecidos a fios de lama deslizando sobre tecido vítreo!
De vez em quando, no meio daqueles espíritos alucinados - que eram recolhidos às pressas pelos espíritos enfermeiros e encarregados dessas tarefas desencarnatórias - percebia-se em alguns certa clareza espiritual.
Então eu podia descobrir que se tratava de espíritos caridosos, que haviam desencarnado no fragor da metralha devido ao seu extremado serviço de socorro aos infelizes beligerantes e não por interesse partidarista.
De outra feita, também vislumbrei alguns grupos de almas tranquilas, que se uniam, à parte, sob a lei de afinidade espiritual.
Eram seres que haviam sido obrigados a compartilhar da luta fratricida, mas que estavam isentos de ódio, porque preferiram morrer a matar o seu adversário!
Estes pouco a pouco se engalanavam de luz suave e eram sustentados por outros grupos de espíritos socorristas; em breve, sob um mesmo diapasão de júbilo, ergueram-se como pluma ao vento, e as suas figuras, sem angústias nem pesares, fundiram-se nas massas evanescentes em direcção aos seus núcleos venturosos!

PERGUNTA: - Pensamos que, após a morte do corpo físico, os espíritos deviam modificar a sua visão psíquica, compreendendo que as formas do mundo terreno significam estágios provisórios e de rápido aprendizado espiritual.
Se assim fosse, não se justificaria a existência dessas comunidades antiquadas, no Astral; não é assim?
ATANAGILDO: - Assim não pode ser, visto que a morte do corpo não é fonte de omnisciência, nem diploma de santidade; o espírito desencarnado tem de fazer jus às suas próprias criações mentais, na conformidade do contacto que haja tido com os elementos bons ou maus da vida educativa do mundo terreno.
É por isso que existem agrupamentos astrais que ainda permanecem jungidos aos sistemas medievais, onde os castelos, as pontes rústicas, o transporte por muares, camelos, bovinos e as moradias pitorescas lembram o cenários das narrativas românticas e as aventuras de capa e espada, do passado!
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 15, 2021 7:13 pm

E assim essas colónias servem perfeitamente para determinada camada de espíritos excessivamente conservadores, que ali se instalam e se aferram vigorosamente ao seu passado, sentindo-se incapazes de se equilibrar em ambientes modernos e de cultuar relações que são por demais dinâmicas para o seu psiquismo retardado.
Bem sei que estas descrições parecer-vos-ão incongruentes e produto de um cérebro fantasioso; no entanto, mesmo no vosso mundo material, podeis comprovar que num mesmo local e ambiente ainda vivem espíritos em completo antagonismo mental!
O avarento, por exemplo, não é um deslocado do progresso cotidiano?
Sim, pois ele vive completamente aferrado ao anacronismo de uma vida primitiva, a esconder a sua fortuna e a se isolar de todas as inovações ou coisas que possam forçá-lo a gastos inesperados!
É certo pois que, ao desencarnar, esse avarento não conseguirá se equilibrar num cenário de aspecto avançado, e para o qual não se preparou nem faria jus, tão preso ele está aos seus receios de perdas e às preocupações exclusivamente utilitaristas!
Quando desencarna, o avaro transfere para o Além o seu mundo íntimo, repleto de desconfianças e de usura, e por isso fica impedido de viver tão ampla e desafogadamente como vivem os outros espíritos que não guardam restrições para com o meio.

PERGUNTA: - Através dessa comparação, quereis dizer que as criaturas virtuosas, embora mentalmente atrasadas, sempre se ajustarão nas comunidades avançadas.
É isso mesmo?
ATANAGILDO: - As virtudes superiores, como a bondade, a humildade, a tolerância e a renúncia, que encaminham almas para comunidades como a do Grande Coração, nem sempre conseguem libertar o indivíduo das formas arcaicas, que podem ainda dominar a mente de certos desencarnados.
Quantas mulheres terrenas há, boníssimas e serviçais, que ainda resistem vigorosamente às inovações da cozinha moderna, preferindo a função de foguistas domésticas, junto ao fogão a lenha, a se utilizarem do que funciona a gás ou electricidade!
Em verdade, o que ainda lhes vai na alma é o medo das coisas novas, pois a sua índole é escrava da tradição e das coisas velhas, as únicas que lhe são familiares, porque viveram muito tempo em contacto com elas!
Dói-lhes na alma essa mudança de simpatia para com as coisas novas e "estranhas", e falta-lhes o ânimo para vencer o condicionamento psicológico, produzido pelo trato demorado com os objectos familiares!
Essas almas só por pouco tempo poderiam permanecer nas zonas de avançada dinâmica espiritual, pois em breve se esgotariam, impossibilitadas de se harmonizarem com as criações progressistas dos seus companheiros mais evolvidos.
O fenómeno ser-vos-ia compreensível se imaginásseis o sertanejo pacato, arrancado de sua aldeia e guindado subitamente ao turbilhão de ruidosa metrópole, para cuja vida ainda não estivesse preparado.
Em breve ele se sentiria deslocado no meio e profundamente exausto!

PERGUNTA: - Os mentores siderais não poderiam ensiná-los a modificarem a mentalidade para então se ajustarem a comunidades superiores?
ATANAGILDO: - Esses espíritos se beneficiam com a composição arcaica de sua morada astral, porque lhes atende aos gostos e aos caprichos conservadores, constituindo o seu verdadeiro mundo, alimentado pela energia resultante do seu próprio pensamento. Na figura de crianças espirituais, ainda ignoram e subestimam o glorioso poder da mente, deixando-se influenciar, emotivamente, pela natureza de uma paisagem que ainda permanece "fora de si"!
Embora os técnicos os eduquem com insistência, para que despertem da letargia mental e renovem o meio em que vivem, queixam-se de incapacidade para desenvolver o dinamismo próprio das almas decididas.
Em consequência, permanecem por tempo no seu panorama medieval e primitivo, formando colónias de aspecto antiquíssimo e se revelando almas estacionadas no tempo!
Algumas delas se deixam vencer pela apatia e letargia mental, mas a maioria é vítima de sua própria decepção, pois estava certa de encontrar ali a sonhada beatitude e o eterno repouso celestial!
Então, essas almas ficam reduzidas no seu impulso criador e na renovação dos seus raciocínios, deixando de lutar pelo progresso, convictas de que merecem mesmo um ambiente de inextinguível ociosidade espiritual.
Sabeis que nos "Jardins de Infância" terrenos, embora queirais esclarecer as crianças mais progressistas, tereis que primeiramente vos ajustar ao seu entendimento ainda povoado de fantasias e canduras!
Compreendestes agora a situação?
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 15, 2021 7:14 pm

PERGUNTA: - Custa-nos a compreender que os desencarnados no século XX ainda tenham de conviver num panorama astral que é cópia fiel do século XV!...
Estamos equivocados?
ATANAGILDO:- Não deveis generalizar o assunto pois, circundando o astral do globo terráqueo, existem muitas colectividades espirituais, cujo padrão de vida se adianta de alguns milénios sobre o vosso estado actual.
Tudo é uma questão de equilíbrio vibratório e, quanto mais os espíritos se subtilizam e se espiritualizam, tanto mais se afastam "interiormente" da substância material.
Assim como no Astral ainda se agrupam almas de raciocínios medievais, na Terra ainda existem criaturas que, embora se integrem ao padrão social, artístico e científico ou técnico, do século actual, já são mentalmente adiantadas de algumas dezenas de anos terrestres, pois na sua intimidade espiritual conseguem abranger um padrão vibratório que só pulsa nas metrópoles astrais mais avançadas!
Elas sentem, com bastante antecedência, um conceito de vida que só futuramente será transferido ou "descido" do Alto para o plano da matéria.
Temos o exemplo em Jesus, que é justamente a entidade que abrangeu o mais alto padrão estético de vida, no planeta, e que se possa conceber na paisagem terrena!
Embora ainda existam colónias astrais que reflectem fielmente os padrões graníticos e arquitectónicos da Idade Média, habitadas por espíritos que se revestem até de armaduras e se movem numa atmosfera de recordações sombrias, nas altas esferas palpitam outras colectividades, que se movimentam no seio de edificações recortadas no éter refulgente, onde as cores, os perfumes e as luzes, em divina simbiose, compõem os mais surpreendentes efeitos sinfónicos e formam indescritíveis bordados vivos e melódicos, que não só embelezam o ambiente, como predispõem a alma e ingressar nas "correntes cósmicas" e sentir a pulsação criadora da vida eterna!
Enquanto no ambiente astral das edificações anacrónicas as almas tradicionalistas e conservadoras ainda se arrastam escravizadas ao passado, chegando até a exigir alimárias para os seus transportes, nos agrupamentos mais altos basta a volição, ou seja a força mental, para impulsionar os perispíritos repletos de diáfana luminosidade, que se movem qual paina de seda, ao impulso da brisa!
O mesmo poder mental que, em desuso, cristaliza ambientes antiquados entre as almas letárgicas, quando é utilizado pelos espíritos superiores atende à mais alta imaginação e cria panoramas que ainda levareis alguns milénios para os alcançar!

PERGUNTA: - Mas, depois que esses espíritos ingressam no mundo astral, não podem se reajustar à realidade do meio e se desligar das tradições, que só se justificam como obrigações decorrentes das responsabilidades oficiais da Terra?
ATANAGILDO: - Bem sabeis que a Terra não deixa de ser também um mundo em incessante progresso, extensível a todos os seus campos de acção e trabalho.
Assim sendo, bem poderia despertar também essas criaturas!
No entanto, elas nunca passam de almas deliberadamente conservadoras e estratificadas nos seus costumes tradicionais; vivem mentalmente algemadas aos atavismos tolos e aos preconceitos envelhecidos, porque a sua índole psicológica impõe-lhes essa resistência decidida contra o dinamismo comum da vida! Há as que cruzam as ruas, em capitais modernas, soterradas sob o veludo bordado e as sedas rendadas, assim como há as que exaurem os cofres públicos, em carros puxados por fogosos corcéis, com vistosos cocheiros agaloados, não notando que dessas viaturas rescende um bolor secular!
E enquanto essas criaturas reproduzem ao vivo as velhas oleogravuras aristocráticas do passado, nas mesmas ruas em que elas se movem circulam velozmente automóveis de fabricação aerodinâmica, homens em manga de camisa, que gozam a delícia do Sol benfeitor ou mulheres cujas vestes é um convite primaveril do século XX!
Enquanto milhares de criaturas do vosso mundo se entregam ao dinamismo avançado da vida humana, dominadas pelo júbilo, afeitas à risada feliz e desapegadas de convenções sisudas, outras se escravizam ao orgulho dos brasões, das condecorações e paramentos sufocantes, quais velhos atores da tragédia shakespeariana!
Elas não vivem; vegetam sob exaustiva disciplina protocolar até o bucólico instante em que a morte do corpo as chame para a realidade espiritual.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 15, 2021 7:14 pm

PERGUNTA: - E qual o meio de se fazer com que esses espíritos conservadores e tradicionalistas se modifiquem, a fim de que também se transforme o seu ambiente medieval, no mundo astral?
ATANAGILDO: - É a Bondade do Criador que estatui essas transformações de classe, fortuna e poderes, de que vos falei, quando as almas empertigadas, escravas da tradição e sem adiantamento espiritual, são lançadas dos seus pedestais dourados ou expulsas de sua aristocracia vaidosa!
Graças ao novo rumo que violentamente lhes é imposto na corrente comum da vida humana, ou então por voltarem a se reencarnar no seio de extrema pobreza, esses espíritos demasiadamente rotineiros perdem o excessivo orgulho de casta e a obstinada ideia de superioridade social, para então se congregarem aos demais irmãos de jornada espiritual, abandonando em definitivo o protocolo exaustivo das existências artificiais.
E como as cidades e povoações astrais são apenas comunidades de carácter provisório, que servem para atender às várias gradações de espíritos em progressiva ascensão, não será o ambiente medieval de certas colónias que há de se modificar, em consequência da modificação dos seus moradores, mas estes é que se transferem definitivamente para outras paisagens mais envolvidas e afins às suas renovações íntimas.
Na longa esteira da evolução, muitos outros espíritos, que os seguem à retaguarda, ainda irão precisar de tais ambientes anacrónicos para os seus estágios astrais!

PERGUNTA: - O actual padrão evolutivo da Terra distancia-se muito do tipo dessas colónias antigas, que ainda existem no plano astral?
ATANAGILDO: - O orbe terráqueo, na verdade, ainda se situa entre dois tipos espirituais extremos; dum lado o tipo tradicionalista, conservador e apegado drasticamente ao passado e às formas envelhecidas, sempre se angustiando ao deixar o mundo físico; doutro lado, o tipo idealista, corajoso, heróico, censurado e mesmo combatido em sua faina avançada, mas o responsável pelos novos padrões evolutivos do mundo, pois rasga os horizontes sombrios e abre novas clareiras para o avanço do rebanho humano.
Ele sempre se move à frente da massa retardada, que em melancólica marcha ainda requer o aguilhão constante da dor e das vicissitudes humanas, para então sacudir a poeira que lhe oprime a mente conservadora.
Os idealistas constituem o grupo menor e se dispersam, solitários, pelas estradas da vida terrena, porque não conseguem se adaptar às fórmulas estratificadas da sociedade, nem mesmo se satisfazem com os chavões e os conceitos demasiadamente sisudos.
Eles procuram a Verdade como o ideal da Ciência; o Bem como o ideal da Moral; a Beleza como o ideal da Arte e o Amor como ideal da Religião!
São conhecidos na Música como um Beethoven, Wagner, Mozart ou Verdi; na Pintura como Ticiano, Da Vinci ou Cézanne; na Literatura como Flaubert, Cervantes, Dickens ou Zola e, na Fé e na Verdade, como Crishna, Buda ou Jesus!
Eles marcham à frente da caravana dominada pelas superstições do passado, pelos preconceitos sociais ou pelas tradições da vaidosa aristocracia do mundo!
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 3 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 15, 2021 7:14 pm

PERGUNTA: - Do que nos dizeis, deduzimos que no mundo astral às raças terrenas passam a se reunir de novo.
É assim?
ATANAGILDO: - No Além, os espíritos não só se reúnem sob a mesma tendência de natureza espiritual, como ainda se agrupam pela afinidade de raça, senso psicológico e concepção filosófica, do que resulta um padrão harmonioso e familiar, que muito favorece o êxito do trabalho em conjunto.
Assim é que, no mundo astral, ainda se podem encontrar colónias constituídas fundamentalmente por latinos, eslavos, germânicos, saxões, árabes, hindus ou chineses, os quais conservam os seus costumes tradicionais e preferidos, na Terra.
Mas, embora as almas desencarnadas possam se unir pelos vínculos de raças terrenas, tanto podem constituir civilizações muito avançadas para os vossos dias, como podem constituir também agrupamentos escravos das tradições do passado.
Porventura, alguns povos europeus e asiáticos, na Terra, ainda não são visceralmente afeitos ao tradicionalismo do passado, por cujo motivo resistem deliberadamente à infiltração avançada da máquina moderna?
Nas margens do Ganges, do Nilo e do Eufrates, camponeses e pescadores teimam em usar utensílios, instrumentos agrícolas e embarcações que fariam corar de espanto os vossos bisavós!...
Certos principados, sultões ou chefes de tribos emancipadas repelem os trajes simples da vida moderna, porque apreciam a pompa, o cerimonial e as etiquetas reais, sentindo-se voluptuosamente felizes quando podem ostentar debruns, galardões, vestuários cintilantes de pedrarias e condecorações do tempo de impérios dos quais o passado mal lhes guarda o pó e a lembrança!
O mundo moderno, repleto de actividades renovadoras e dum cientificismo que vai demolindo superficialidades e aproximando todos os extremos da vida humana, ainda não conseguiu modificar a intimidade dessas criaturas repletas de ideias antiquadas e de convicção de genial sapiência!...
É óbvio, portanto, que, após a desencarnação, elas também se deixarão dominar pelas suas imagens mentais regressivas, submetendo-se unicamente às regras conhecidas e às tradições simpáticas.
Como a vida após o túmulo depende fundamentalmente da força mental do espírito desencarnado, funcionando o pensamento como o seu potencial de relações e progresso, nenhum advento progressista, semelhante ao que ocorreu com a máquina, na Terra, poderá romper as cristalizações mentais dessas almas escravas das regras envelhecidas.
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 3 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 15, 2021 7:14 pm

Capítulo 12 - Colónias do Astral - Raças e Nacionalismos
PERGUNTA: - As colónias, agrupamento ou cidades astrais que existem em torno da Terra conservam sempre as características das raças ou das cidades terrenas situadas em suas proximidades?
ATANAGILDO: - Em torno do Brasil, por exemplo, existe grande quantidade de postos, departamentos, comunidades, colónias, organizações e metrópoles astrais de todos os matizes evolutivos e com denominações de certa poesia sideral; suas populações variam de acordo com a maior ou menor aproximação dos seus núcleos junto à superfície do globo terráqueo.
São comunidades laboriosas, em incessante actividades e intercâmbio convosco, que assistem e protegem todos os labores evolutivos e as relações entre os "mortos" e "vivos" do Brasil.
No entanto, sobre cada país da Europa, Ásia, África e Américas, também existem outras comunidades astrais, que conservam as características peculiares a cada povo ou raça das zonas geográficas que elas supervisionam do mundo invisível, de conformidade com as directrizes que lhes são traçadas pela administração mais alta e responsável pelo globo terráqueo.
Dentre a quantidade de espíritos situados no astral da Terra, acredito que dez bilhões ainda carecem de encarnações na crosta planetária do vosso orbe ou de outros inferiores, que ocorrerão principalmente após a grande selecção profética, que já se processa neste século!

PERGUNTA: - E junto a esses vários países ou cidades terrenas também existem colónias de espíritos diabólicos, que seguem os costumes da região física com que se simpatizam?
ATANAGILDO: - Nas regiões situadas no astral inferior de cada país terreno vivem colectividades sombrias, dirigidas por entidades trevosas, que ainda conservam costumes parecidos aos da matéria, as quais lutam para o domínio do mundo físico e são adestradíssimas na prática da vingança e da prepotência diabólica.
Elas é que incentivam nos encarnados a cupidez, a luxúria ou a crueldade, ao mesmo tempo que se desforram nos infelizes espíritos que ainda se encontram onerados de culpas, remorsos e aviltamentos.
Mas, indirectamente, essas comunidades negras auxiliam as almas delinquentes que para ali partem endividadas com o mundo terreno, pois embora exerçam a vingança e imponham atrozes sofrimentos às suas vítimas, também lhes proporcionam o resgate de suas; dívidas e as condições vibratórias para retornarem à prática do Bem.
Nessas regiões dantescas, onde não se conhece a piedade ou a tolerância para com os que deformam o carácter nos pecados do mundo, o padecimento é obrigatório, à semelhança de operações cirúrgicas destinadas à extracção de tumores malignos refractários ao tratamento clínico.
Esses espíritos, entregues às paixões animais, só nessas colónias poderão se corrigir, o que não seria possível entre as vibrações sutilíssimas das esferas superiores; além disso, essas almas precipitam-se nos abismos trevosos do astral inferior, forçadas pelo próprio peso específico dos fluidos lodosos que lhes aderem à superfície do perispírito e perturbam a circulação livre do magnetismo benfeitor.

PERGUNTA: - Há quem afirme, baseado em comunicações mediúnicas que as raças só se reúnem, no Espaço, quando afinizadas pelo mesmo sentimento patriótico-racial.
No entanto, já tivestes ocasião de dizer que esses agrupamentos astrais são produtos das qualidades morais dos espíritos e não de sua disposição afectiva de raça.
Podeis esclarecer esse ponto?
ATANAGILDO: - O problema é mais complexo do que imaginais; por exemplo:
- as almas que, de modo absoluto, já tenham consolidado em si a virtude da sinceridade, podem formar no astral uma só colectividade à parte, constituindo então a colónia de espíritos sinceros, pouco importando que provenham da África, da Europa, da Ásia ou das Américas, pois a virtude da sinceridade é que realmente servirá de diapasão para indicar o direito de moradia na comunidade.
Mas é óbvio que tal confraternização só será realizável em esferas elevadas, onde haja desaparecido o sentimento racial, pelo reconhecimento da existência da família universal!
Sob orientação semelhante, a metrópole do Grande Coração realiza um trabalho especial sobre determinada região geográfica e astral do Brasil, seleccionando ali os espíritos desencarnados que apresentam o padrão espiritual exigido pelo ambiente.
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 3 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Abr 15, 2021 7:15 pm

PERGUNTA: - Poderíamos conhecer detalhes desse padrão espiritual exigido pela metrópole do Grande Coração aos encarnados brasileiros?
ATANAGILDO: - Os candidatos à vida em nossa metrópole são os que comprovam, quando encarnados, a posse das virtudes que marcam o padrão de nossa vida astral, tais como grande devotamento ao estudo da espiritualidade, desapego às formas ilusórias da matéria e libertação completa dos exclusivismos religiosos e doutrinários.
O que mais dificulta o livre ingresso na metrópole do Grande Coração é o espírito de seita divisionária, que ainda é motivo de grande desentendimento e separação entre os homens!

PERGUNTA: - Do que nos dizeis, deduzimos que a metrópole do Grande Coração é também uma colectividade com característica racial, pois só atende aos brasileiros desencarnados...
ATANAGILDO: - É razoável que vos surpreendais com esse aparente "nacionalismo" de nossa comunidade astral, porquanto até os brasileiros que desencarnam em outros países também são encaminhados para as colónias astrais que circundam o Brasil. Mas isso acontece, não por questão de nacionalismo, porém obedecendo a planos organizados muito antes de suas encarnações no vosso país, e porque se trata de espíritos já filiados à nossa metrópole, cuja protecção e educação na Crosta ficaram a cargo de nossos departamentos astrais.
Assim também quando espíritos provindos de outras raças tenham, por determinação superior, de fazer estágio em nossa metrópole, a fim de nascerem no Brasil, também ficam sob a dependência desta, uma vez que ela é a responsável pelos programas e aprendizados espirituais na zona brasileira de sua jurisdição espiritual.
Quer esses espíritos desencarnem no Brasil ou em qualquer outro país onde tenham ido residir ou visitar, são encaminhados para a nossa comunidade, desde que apresentem condições vibratórias favoráveis ao ambiente a que são filiados.

PERGUNTA: - Acreditávamos até agora que a separação de raças e os nacionalismos pátrios eram exclusividade da Terra!
ATANAGILDO: - Aqui não se cultua nenhum nacionalismo pátrio, no sentido de separação de raças a que pertenceram os espíritos desencarnantes; isso é secundário, pois os nossos atuais conhecimentos são mais que suficientes para reconhecermos que os países, na Terra, nada mais significam do que agrupamentos de almas criadas pelo mesmo Deus e destinadas à mesma ventura espiritual!
A situação racial é coisa provisória e de somenos importância para a eternidade da alma, quer ela se encontre no mundo físico ou em nosso plano astral.
Os agrupamentos raciais são precisos em vosso mundo porque, de início, auxiliam a educação e o progresso dos espíritos ainda imaturos de consciência, que são favorecidos com as preliminares do conhecimento; graças à formação de grupos simpáticos e à facilidade de relações, pelo intercâmbio natural entre os mesmos costumes e tradições pátrias.
Muito pior seria o caso, se esse espírito pátrio, conservador ou defensivo, fosse mantido exclusivamente no seio de cada família, entre a, parentela consanguínea, como já aconteceu no passado, quando os mais sangrentos conflitos se geravam entre as tribos originárias da mesma região pátria!

PERGUNTA: - Não seria mais prático que o espírito fizesse sua ascensão espiritual no seio sempre de uma só raça, o que talvez pudesse apressar os seus conhecimentos, pela familiaridade constante no meio em que voltasse a reencarnar?
ATANAGILDO: - Em cada país existem factores tradicionais e clima psicológico diferente, que muito auxiliam os espíritos, em suas várias encarnações, a desenvolverem certas qualidades, que depois modelam, pouco a pouco, a configuração de sua consciência no Tempo e no Espaço.
Como singelo exemplo, lembro-vos que, enquanto o clima festivo e iluminado da Itália favorece a inclinação das criaturas para o canto ou a música, em alguns outros países europeus - cuja atmosfera é melancólica e a sua natureza se mostra severa se desenvolve melhor o espírito científico da pesquisa e da organização.
Enquanto o ambiente tumultuoso e fatigantemente objectivo, do Ocidente, leva os seus habitantes à neurose pelo excessivo dinamismo psíquico, em certas regiões do Oriente a encarnação significa a dádiva da "pausa mística", que permite à alma cansada prosseguir no seu aprendizado espiritual, sob o conforto do repouso contemplativo.
Assim, embora as colónias astrais que se encontram mais próximas da Crosta coordenem suas actividades de modo aparentemente racial, não é este o seu objectivo fundamental e nem o fazem por questões de nacionalismos ou separatividade, mas apenas para o melhor supervisionamento e administração dos seus filiados, que se congregam em um povo ou país terreno.
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