LUZ ESPÍRITA
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 12, 2021 7:30 pm

PERGUNTA: - Dissestes que cinco desses lagos são rodeados de pavilhões multicores; por que não sucede o mesmo com os outros dois lagos artificiais restantes?
ATANAGILDO: - No centro exacto desse grande logradouro, que vos poderia lembrar vagamente uma gigantesca praça terrena, e que constitui o coração da nossa metrópole, encontra-se edificado magnífico templo destinado às orações colectivas, cuja entrada principal está voltada para o Oriente.
Os dois lagos a que vos referi ficam em direcção sueste e noroeste da porta principal do templo; não estão circundados pelos pavilhões de natureza refulgente, mas cada um possui no centro das próprias águas um espaçoso estrado de substância leitosa, decorado numa tonalidade evanescente de rosa e lilás, absorventes de luz.
Nesses majestosos palcos é que então se executam os mais fascinantes bailados sidéreos, em que a graça e a emotividade espiritual atingem níveis tão elevados, que todo o ambiente se sensibiliza e adquire um contacto mais directo com as altas esferas.
A "Festa do Céu", como é muito conhecida na tradição da metrópole, representa um espectáculo de beleza inenarrável!
Em verdade, são as hostes angélicas dos planos superiores que se encarregam de transformar o ambiente feliz e a superfície das águas na mais indescritível e prodigiosa orgia de cores, perfumes, luzes e melodias!

PERGUNTA: - Extasiamo-nos ante os quadros que tentais projectar em nossas mentes presas à matéria terrena, mas somos de parecer que muitos hão-de considerar as vossas descrições como, apenas, um louvável esforço literário!
ATANAGILDO: - Não desconheço o fundamento de vossas desconfianças, porquanto bem sei que estes relatos pelo exagero das descrições, como que a copiar o esforço imaginativo dos vates românticos...
Sem dúvida, para alguns, o que descrevo será levado à conta de ingenuidade ou de espécie de conto das "mil e uma noites" para adultos; para outros, tudo não passará de simples sofismas bem intencionados mas improdutíveis, porquanto crêem que os espíritos desencarnados vivem exclusivamente imersos num sonho abstracto!
A verdade é que o mais vasto repertório de palavras humanas ainda é insuficiente para vos transmitir a realidade daquilo que me absorve o espírito, diante da maravilhosa visão da metrópole do Grande Coração, onde comprovo que as mais ternas histórias de fadas não passam de relatos de imaginação paupérrima e destituídas de importância sensata!
Quando tento delinear-vos a natureza exacta da esfera em que vivo, vem-me a ideia de que estou depositando um punhado de escamas de peixe nas mãos de um cego de nascença e, em seguida, lhe exijo que, baseando-se apenas nesse punhado de resíduos, configure a forma de uma rosa fascinante, desde li ternura aveludada de suas pétalas, à fragrância do seu perfume e à sedução de sua cor!
Resta-me a esperança, entretanto, de que chegará a oportunidade em que os descrentes também aportarão a estas plagas astrais, comprovando pessoalmente a realidade que fulge muito além da capacidade imaginativa de um cérebro humano e impossível de ser configurada através da mediunidade precária de um homem!

PERGUNTA: - Muito gostaríamos de ter uma concepção mais viva da vida no Além, por cujo motivo desejaríamos que nos désseis mais alguns detalhes desses bosques, desses lagos, edifícios, avenidas, etc.
Ser-vos-ia possível isso?
ATANAGILDO: - Afora os dois lagos que possuem os espaçosos palcos circulares no centro de suas águas, os outros cinco também possuem uma pequena e formosa ilha, muito semelhante a um bloco de esmeralda polido, surpreendentemente receptível às cores que se irradiam, à noite, tanto das sete torres do templo como das estruturas dos pavilhões à margem.
Ainda no centro de cada uma dessas cinco ilhas emerge uma torre construída do mesmo material luminescente das ilhas, porém num tom de rosa-salmão.
A sua base está rodeada de forte vegetação semelhante aos cedros terrenos, podados em forma de degraus, e que, além de comporem pitoresca escadaria em torno da torre, lembram perfeitamente um forte punho de vegetação verde-escura segurando-a até seu primeiro terço.
Mais acima, forma-se vistoso caramanchão de flores entrelaçadas na mais inextricável rede de pétalas, ramos e corolas, cujas cores vão desde o amarelo gema de ovo até o carmíneo aureolado de um rosa claro.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 12, 2021 7:30 pm

Por entre os canteiros recortados na forma de corações, duma tonalidade verde-seda, situam-se grupos de flores esguias, belíssimas, parecidas com as hastes do trigo novo, lembrando os desenhos coloridos das caudas dos pavões; elas balouçam suas pontas sob reflexos róseos, lilases e azul-sidéreo, exalando um perfume que sempre me faz lembrar algo como o jasmim ou a mirta terrenos.
Quando a brisa move com suavidade aqueles mantos de flores que flutuam em torno das torres, acima de suas escadarias verdejantes, recordam facilmente a figura das riquíssimas mantilhas das jovens sevilhanas, onde os tons coloridos se diluem como névoa de arminho, e que o Sol transforma em esvoaçante poeira luminosa!
Observadas a distância, essas torres que emergem das pequeninas ilhas refulgentes lembram finíssimas agulhas de um azul esverdeado, cuja metade inferior é guarnecida pelos mais deslumbrantes caramanchões de flores, como se fossem talhados directamente num bloco de luz colorida!
No entanto, todas elas possuem espaçosas salas circulares em seus topos, com assentos circunscritos em torno dos estrados centrais, à prova de acústica.
Directamente dessas salas é que procedem as músicas que perpassam continuamente sobre o bosque e toda a metrópole, activando o sentimento espiritual das criaturas e reajustando emoções angélicas.
Durante determinado tempo, funciona um conjunto musical, em cada ilha, completando-se todos, sinfonicamente, na execução, graças à feliz distribuição de diferentes grupos instrumentais em cada uma das cinco torres situadas nas ilhas.
Em épocas festivas, como na da "Festa do Céu", as composições do Alto casam-se à orquestração da metrópole, na mais paradisíaca simbiose de sons, para revelarem aos seus moradores novas combinações de melodias e criações sinfónicas tão excelsas, que são capazes de extasiar os espíritos mais rudes!
Determinados aparelhos, que, na falta de vocábulo apropriado, prefiro denominar de televisores de projecção, realmente projectam na própria atmosfera astral que circunda as ilhas, e com inexplicável reflexão musical nos palcos luminescentes das duas ilhas restantes, os quadros emotivos e as inspirações angélicas que se afinizam aos padrões melodiosos em curso.
No seio dos bosques encantadores, libertos de detritos ou perigos, inúmeras fontes de água colorida disseminam-se por entre as árvores que brotam nos prados de grama tão suave como fios de "nylon" refulgentes.
Todas essas fontes singularizam-se pela feliz combinação dos jorros de água, mesclados de luz e sons, produzindo certas frases melodiosas, em períodos determinados.
Algumas vezes a melodia recorda o vigor apaixonado que só pode ser transmitido pela harmonia e sonoridade grave do violoncelo terreno!
Doutra feita, a ansiedade e a ternura espiritual que exprimem só poderiam ser transmitidas pelas cordas sensíveis do violino!
Há momentos em que pela disposição de algum mecanismo interior, sincronizam-se de tal modo a cor, a luz, o líquido e o som, que se produzem alguns trechos buliçosos, lembrando a expressão melodiosa dos órgãos das catedrais em aligeiradas músicas de ritmos breves e sincopados!

PERGUNTA: - Supondo que nós pudéssemos contemplar a metrópole do Grande Coração, usando de uma aeronave terrestre, qual seria, por hipótese, o panorama que então vislumbraríamos do alto?
ATANAGILDO: - Quando eu me sirvo da volição para ingressar na atmosfera terrestre ou, então, para me afastar em visita a outras comunidades astrais, a metrópole surge à minha visão à semelhança de precioso trabalho de ourivesaria, talhado directamente num bloco diamantífero, pois as edificações lembram delicados enfeites de cristal e porcelana, inundados de um azul-celeste de suave luminosidade.
Então eu me deixo levar pela imaginação, configurando a metrópole igual a um estojo diáfano, luminescente, como essas caixas de "celofane" que muito usam as floriculturas da Terra, quando lhes vemos as flores na transparência do papel acetinado!
Apesar de os contornos geométricos serem em forma de um heptágono, tudo faz lembrar na metrópole um amoroso coração de luz evanescente e suspenso na massa astralina.
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 12, 2021 7:31 pm

Trata-se de maravilhoso espectáculo impossível de vos descrever com os recursos limitados da linguagem humana; é um cenário de fadas pendente do Espaço e atado por sete fitas de luzes coloridas, que jorram das sete torres do templo e depois se enlaçam, no Alto, em torno de um facho de luz amarelo-dourado, que se abre no céu à altura do templo religioso.
O conjunto completo da cidade astral do Grande Coração, além da aura que vai do azul claríssimo até o suave lilás, tem um halo luminoso que recrudesce de luz e então aviva alguns tons sobre outros, conforme a maior ou menor intensidade das correntes magnéticas, que se intercambiam em surpreendente vivacidade e descem das zonas superiores daquela região.

PERGUNTA: - A denominação de metrópole do Grande Coração foi-lhe dada devido a essa semelhança com um coração, quando vista a distância?
ATANAGILDO: - A denominação proveio da ideia de se fundar uma colónia de socorro espiritual no seio do astral selvático, em sentido perpendicular ao Brasil, e que significasse um coração sediado nas trevas do sofrimento espiritual.
No entanto, a sua configuração geográfica, se assim posso me exprimir, fundamenta-se na forma de um heptágono, como disse atrás, ou seja um polígono de sete lados, cuja forma geométrica rege a harmonia e a edificação de toda a metrópole.
O próprio templo, que é a aferição central da comunidade, foi edificado com a exigência de sete torres, que também se afinizam às medidas heptagonais da cidade.
Da antiga denominação de "Pequeno Coração", que ficou popularizada entre os primeiros povoadores, passou a se tornar conhecida como a metrópole do "Grande Coração", assim que o agrupamento foi crescendo e se tornando uma colectividade de maiores responsabilidades espiritualistas.
Mais tarde, devido à capacidade e ao espírito .sacrificial dos seus moradores, mereceu então a inspecção de elevados espíritos sediados nos planos superiores, os quais não só louvaram os trabalhos da comunidade, como ainda ligaram-na directamente ao departamento angélico responsável pela evolução espiritual do Brasil, que se filia, consequentemente, à hierarquia directora da América do Sul.
Depois disso é que foi traçado o plano do templo augusto com as sete torres, em substituição à velha "Casa de Orações", que só podia operar enviando vibrações cordiais ao astral inferior.
Sob a inspiração directa desses elevados arquitectos do Alto, que conhecemos como "os senhores do pensamento disciplinado", os edificadores mentais de nossa metrópole submeteram a substância destinada ao templo a processos que não estou autorizado a revelar-vos, demorando-se principalmente na construção da torre principal, que se volta para o Oriente, onde se encontra o elemento divino, que representa o "canal" de união do nosso plano com a fonte dadivosa das comunidades angélicas da sétima esfera.
É por isso que à noite, quando vejo a metrópole a distância, ela me parece prodigioso mundo de fadas suspenso na região superior, como se o céu se abrisse deixando escoar encantadora pirâmide de luz, cujo ápice cintila como trémulo fio de luz colorida, pendente das mãos de dadivoso anjo!
Então melhor se pode verificar o efeito divino do magnetismo angélico que flui do Alto, pois cada uma das torres cintila em matizes diferentes, que depois convergem para a cúpula do santuário e se polarizam num branco imaculado, que revitaliza e sublima o energismo das criaturas que se encontram presentes no interior do templo.

PERGUNTA: - Embora estejamos gratos pelos vossos esforços em descrever-nos a vossa moradia espiritual, gostaríamos que nos explicásseis melhor essa relação que existe entre os espíritos e as coisas do mundo astral, a que vos referistes antes.
ATANAGILDO: - Como exemplo dessa vivíssima relação entre as coisas e os seres daqui, narrar-vos-ei o que acontece num dos vastos pavilhões destinados exclusivamente às crianças, e que fica situado entre caprichosos canteiros de flores, no centro de um dos bosques refrescantes.
Qual deveria ser a relação fundamental, psíquica, entre as cantigas e as danças infantis desse agrupamento de crianças e o bosque e as flores dos jardins adjacentes?
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 12, 2021 7:31 pm

Para os técnicos daqui, o que mais lhes interessava era encontrar o diapasão capaz de identificar a alegria miúda, o dinamismo festivo, a inocência e a espontaneidade dos pequerruchos.
Então, para estabelecer esse laço psíquico ou diapasão espiritual, os responsáveis organizaram um cenário de acordo com as manifestações psicológicos das crianças, que não deveis confundir com os tradicionais ambientes "infantis", muito comuns na Terra, e que só lhes visam o nível mental.
Tudo aqui se ajusta no diapasão emotivo, mental e espiritual dos pequeninos; as flores dos canteiros são miúdas, álacres, movem-se fácil e garridamente sob a brisa mais suave; os arbustos, em torno, também são pequenos, farfalham facilmente e exalam um perfume que lembra a fragrância das roupas da criança sadia, limpa e perfumada.
Para que as crianças não se divirtam junto a um lago sereno, amplo, mas impróprio, devido a ter o aspecto grave das coisas adultas, não se afinando ao toque buliçoso infantil, existem em torno dos mesmos lagos pequeninos regatos que saltitam de pedra em pedra, leves e espontâneos, lançando sons agudos e cristalinos, que se casam admiravelmente às exclamações ruidosas da petizada.
Os edifícios em que vivem as crianças são pavilhões rendilhados de ornamentos inquietos e ricos de cores que parecem associar-se aos movimentos infantis, pois em face da natureza cristalina ou etérea da substância astral de nossa moradia, forma-se um: amálgama policrómico que a tudo fertiliza e anima sob a mesma disposição festiva.
A irradiação dos regatos casa-se ao ar de travessura dos arvoredos buliçosos e à policromia das flores; aviva-se, então, a figura central do pavilhão, e os jactos de luz colorida convergem para os bustos dos pequeninos que, na fartura dessas cores luminescentes, entregam-se à mais encantadora ciranda no mundo espiritual!

PERGUNTA:- Quereis dizer que as coisas que cercam as crianças, nesse ambiente astral, são dotadas de uma vida própria: não é assim?
ATANAGILDO: - Embora não vos seja compreensível esse fenómeno, por ser próprio das nossas condições vibratórias, os cenários e as coisas que decompõem tornam-se essencialmente comunicativos aos brinquedos e ao júbilo das crianças, pois as cores se avivam ou se acautelam, os sons se aguçam ou se aquietam, reflectindo na magia dos fluidos astrais as próprias emoções e a traquinagem da petizada!
Eu mesmo não tardei em aprender a ler, naquela linguagem de cores, luzes e sons em admirável efervescência,
toda a gama de emoções que vai pela alma infantil.
Sob essa mesma disposição vibratória, seguem-se outros tipos de relações psíquicas ou de psicologia espiritual, em perfeita sintonia com os demais sectores de educação, trabalho, diversão e devoção na metrópole do Grande Coração.
Em nossa esfera, como já vos tenho relatado, todas as coisas são profundamente afectadas pelos pensamentos das criaturas, que reagem entre si como verdadeiros prolongamentos vivos das mesmas.
Insisto em dizer-vos, mais uma vez, que o nosso mundo astral não é um cenário ilusório, porém muito mais real do que o mundo físico!
É perfeitamente tangível, apesar do seu altíssimo diapasão vibratório, que vai além dos vossos sentidos físicos e dos raciocínios humanos.
O meio astral sempre reage, com veemência e prontidão, a qualquer gama vibratória do nosso perispírito.
Podemos ater-nos a faixas vibratórias tão altas quanto sejam o impulso de nossa vontade e a capacidade de nossa mente, já purificada pela influência benéfica do coração!
Afirma a ciência terrena que o som, a luz, a cor e o perfume são apenas modificações vibratórias de um mesmo elemento fundamental - o éter cósmico; o problema está, pois, em se captar cada tipo de modulação apropriada à capacidade receptiva do corpo humano e, por isso, as criaturas são obrigadas a sintonizar, com cada faixa vibratória, um sentido físico correspondente.
Assim é que o som não será audível se faltar a perfeição dos ouvidos e a luz ou a cor não terão significação alguma se faltar a vista.
É necessário que haja sempre um órgão dotado de possibilidade sensorial, para que então a criatura possa dar conta do fenómeno pois, conforme explica a vossa própria ciência, embora de posse dos ouvidos e dos olhos carnais, nem todas as criaturas ouvem e vêem com a mesma intensidade, visto que a sua receptividade varia tanto de acordo com o estado de saúde e a idade, quanto pela perfeição desses mesmos sentidos.
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 12, 2021 7:31 pm

No entanto, o som, a luz ou a cor continuam sempre na mesma modulação natural, em suas faixas vibratórias originais, embora se alterem os sentidos que os recepcionam para o conhecimento humano!
Eis, pois, a grande diferença desse fenómeno no plano astral, em que os desencarnados o captam directamente no seu campo original vibratório, através da sensibilidade delicadíssima do seu perispírito, fazendo-o mergulhar directamente no oceano das vibrações puras dos fenómenos da luz, da cor, perfume ou som.

PERGUNTA: - Quais são as qualidades exigidas para que os espíritos possam habitar colónias ou metrópoles semelhantes ao Grande Coração?
ATANAGILDO: - O tipo espiritual electivo para agrupamentos semelhantes ao da metrópole do Grande Coração deve, em primeiro lugar, ter desenvolvido regularmente em si a característica "universalista", em todos os sentidos e relações da vida humana.
É preciso, portanto, que haja ultrapassado o sentimento sectário em matéria de doutrinas ou de religiões demarcadas por fronteiras dogmáticas e isolacionistas; deve sentir na sua intimidade espiritual a essência que palpita no seio de todas as coisas e irmana o ideal de todos os seres, em lugar dos acessórios enganadores do mundo provisório da carne.
O verdadeiro alicerce da ventura dos moradores de nossa metrópole está no entendimento e na serenidade espiritual, que só se podem obter a distância das preocupações com castas sociais, dos partidarismos religiosos ou preferências nacionalistas, que sempre perturbam o júbilo colectivo.
Sem dúvida, a nossa metrópole não comporta o tipo de criaturas que se crêem de posse exclusiva da verdade, enquanto que os seus irmãos devem sempre se encontrar completamente equivocados nos seus postulados doutrinários!
O que importa aqui é a realidade de um sentimento puro e afectuoso, unido à sincera alegria para com a felicidade do próximo, seja ele esquimó, zulu, francês ou hindu!
Interessam-nos, fundamentalmente, o júbilo alheio e a manutenção de um gozo espiritual íntimo entre todos, muito antes de qualquer interesse pessoal.
Essa harmonia e integração em nossa "consciência espiritual", sem barreiras emotivas e choques mentais, como ocorre permanentemente na comunidade do Grande Coração, é que nos transforma em uma só alma a representar todos os seus moradores no mesmo diapasão de ventura espiritual.

PERGUNTA: - Quando ainda vos encontráveis reencarnado, já gozáveis algo de vosso bem-estar espiritual?
ATANAGILDO: - Só após à minha desencarnação é que pude realmente
comprovar os motivos exactos da felicidade da alma, que se opera lentamente, através das jornadas dolorosas pelos caminhos tortuosos da vida material.
Não tenhais dúvida; essa felicidade só se consegue pela libertação completa das formas e das paixões dos mundos transitórios!
É pena que a maioria das criaturas humanas ainda não tenha conseguido, sequer, libertar-se das seitas ou dos ferozes nacionalismos pátrios!
Em minha última existência, no Brasil, sempre fui avesso aos conflitos emotivos e às. discussões estéreis, que surgem devido às diferentes crenças ou doutrinas políticas, religiosas ou mesmo filosóficas.
Não me preocupava em impor os meus conhecimentos simpáticos a quem quer que fosse, considerando-os "melhores" ou "mais verdadeiros".
Cuidava de servir sem interesse ou indagações susceptíveis de desconfianças; tratava de aumentar a área do meu sentimento e afinar a minha consciência, para maior receptividade aos pensamentos alheios.
Algumas vezes cheguei a penetrar num estado de ventura indescritível, tomado por maravilhosa sensação de paz e de Beleza Espiritual, que alguns denominam de êxtase e os hindus costumam chamar de "samadhi", em cujo estado a consciência individual une-se beatificamente à Consciência Cósmica do Pai!
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 13, 2021 7:27 pm

PERGUNTA: - Como poderíamos avaliar o estado espiritual necessário para se poder habitar a metrópole em que residis?
ATANAGILDO: - Embora os três milhões de espíritos que, sob a jurisdição de nossa comunidade, permanecem no plano astral e na Terra, não revelem o padrão espiritual estritamente exigido para a sua integração à mesma, esse estado espiritual revela-se pela tendência em se libertarem dos formalismos, dos preconceitos e das convenções ou seitas do mundo, como há pouco expliquei.
Eis a razão por que as almas terrenas demasiadamente conservadoras ou sentimentalistas, muito apaixonadas pelo melodrama das convenções humanas, que se compungem aflitivamente por uma nódoa na sua árvore genealógica, viciadas fanaticamente aos objectos e às coisas materiais, apegadas ferozmente às tradições, às etiquetas ou preconceitos tolos do mundo material, ainda não podem se manter em equilíbrio e harmonia num agrupamento da qualidade libertadora, que é a metrópole do Grande Coração. Em nossa moradia astral não conseguem permanecer aqueles que envergam "traje a rigor" até para colher os ovos de galinhas....
Tais espíritos não tardariam em quebrar o ritmo, a espontaneidade, a simplicidade e o encanto espiritual que domina desafogadamente os seus moradores, em face de sua escravidão ao pretérito e ante a saudade das tradições e o brilho efémero da vida terrena.
O saudosismo doentio dessas almas, que se compungem exageradamente pelas suas próprias tricas emotivas do passado, terminaria associando ao nosso ambiente os velhos sofrimentos e as insatisfações da vida terrena, pois o espírito reflecte, no meio astral em que vive, a natureza exacta dos seus pensamentos optimistas ou compungidos.
Aqui na metrópole do Grande Coração, o "tom espiritual" é inimigo daqueles que rendem demasiado culto às futilidades terrenas; que passam pelo mundo devorando compêndio de etiquetas, submetidos a exaustivos rituais e regras sisudas até para palitar um dente!
É infenso, também, àqueles que, em lugar de se dedicarem à leitura espiritual e se interessarem pelo problema do que somos, donde viemos e para onde vamos, preferem se entregar completamente à indigestão cerebral da leitura de volumosos romances de aventuras, que distraem e "matam o tempo", mas não solucionam os problemas fundamentais do espírito.
Enquanto as criaturas idealistas e operosas se interessam pela sua verdadeira felicidade, na aquisição dos bens definitivos do espírito superior, as conservadoras se afundam no classicismo do mundo provisório da matéria, fixando-se nas tradições mortas do "tempo passado" e retardando-se em ajustar-se às fileiras dos famintos de luz espiritual.
Então integram-se à caravana triste e animalesca daqueles cujas realizações mais altas se resumem apenas no culto às tradições e aos bens da Terra, sentindo-se incapazes de espadejar a poeira tradicional, que ainda lhes obscurece o entendimento exacto da imortalidade da alma!

PERGUNTA: - As condições de vida, nas colónias ou cidades do Além, podem ser consideradas como estados celestiais, tão desejados pelos seres humanos?
ATANAGILDO: - A mim se me afigura que existem vários céus, pois os lugares que já pude visitar, após a desencarnação, variam uns dos outros, tanto em beleza panorâmica, intensidade de luz e expressão musical, como também pela grande diferença de seus sistemas de vida.
Entretanto, ainda não encontrei o tradicional paraíso bíblico, onde criaturas ociosas viveriam em eterna contemplatividade, como ensinam certas religiões oficiais da Terra.
Nas altas esferas, vislumbrei sempre o trabalho incessante dos espíritos de alta hierarquia, que se movem afanosamente, com a divina intenção de melhorar as condições espirituais dos desencarnados e reencarnados.
Observei-lhes um gozo santificado em tudo o que fazem por nós e notei que a sua maior ventura espiritual provém de usarem o poder criador do espírito para insuflarem energias aos planos inferiores, sob a inspiração interior de Deus.
Não encontrei por aqui aquele tradicional céu das velhas oleogravuras hebraicas, em que os santos e os anjos entoavam cantochões e hosanas a Deus, glorificando-o através da música de mal-acabados instrumentos anacrónicos daquele tempo, cujos acordes desafinados perderiam para o mais singelo saxofone moderno!
Esses céus que circundam os globos físicos, quanto mais se distanciam da crosta dos mundos planetários e parecem se estender interiormente em todos os sentidos, tanto mais se revelam repletos de alegria, paz e amor!
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 13, 2021 7:27 pm

Jesus realmente tinha razão quando conceituou que o céu é dos humildes e mansos de coração pois, à medida que o espírito se eleva em sabedoria cósmica e bondade angélica, vai se tornando mais jovial, espontâneo e liberto de quaisquer formalismos; tão comunicativo e alegre como as próprias crianças, com as quais o Mestre comparou aqueles que querem gozar do reino dos céus.

PERGUNTA: - Essas colónias e metrópoles que descreveis substituem, então, a velha ideia que fazíamos do céu, a nós inculcada pelas religiões ortodoxas?
ATANAGILDO: - Até o presente momento, as religiões dogmáticas terrenas não têm passado de improfícuas fábricas de "crianças mentais", que partem da crosta terrena completamente aterrorizadas pela ideia de um inferno dantesco ou, então, suspirando por um céu onde presumem viver em eterna preguiça mental.
O reino divino e o céu que tanto desejamos, nós o encontraremos dentro de nossos próprios espíritos, embora as religiões formalísticas ainda insistam em perturbar os raciocínios humanos, inculcando-vos falsas concepções de Deus e da vida-espiritual no Além.
Depois que entregamos o corpo carnal ao prosaico guarda-roupa do cemitério, espantamo-nos ao constatar as incessantes actividades criadoras que existem em todos os departamentos do Cosmo, sob a égide directa dos mais avançados prepostos hierárquicos de Deus, com o fim de espalhar o bem e a felicidade para o espírito humano!
Confrangem-nos demasiadamente a vaidade e o ridículo do homem ao ousar, sacerdotalmente, estabelecer dogmas e impor decisões infalíveis, pretendendo asfixiar a realidade cósmica nas acanhadas prisões dos raciocínios levianos!
Não podeis avaliar os enormes prejuízos que esses dogmas sectaristas ainda causam à mente dos religiosos infantilizados e que, após a desencarnação, aqui aportam desorientados quanto à realidade da vida do espírito!
Pintam-se-lhes na mente as mais tremendas decepções quando deparam com os cenários de trabalho e de responsabilidade comum dos espíritos, em lugar do paraíso das rabecas guinchantes e das ladainhas quilométricas!
Muitos se afobam, pensando que já se encontram no limiar do terrível inferno, quê lhes havia ensinado na Terra a voz sentenciosa e convencida dos seus sacerdotes ainda condicionados às lendas do velho paganismo!
A imprudente concepção de que o panorama celestial é absolutamente diverso de qualquer coisa que lembre a vida humana, ou de que se trata de um lugar de exclusiva beatitude e ociosidade espiritual, cria indescritíveis desilusões às almas recém-desencarnadas!
Elas se espantam ante as figuras despretensiosas dos verdadeiros "santos", que se movem em socorro dos espíritos infelizes atolados nos pântanos do astral inferior; desiludem-se ante a comprovação de que no Além ainda se repete o serviço costumeiro da Terra, duvidando de que os desencarnados ainda devam lutar pela sua incessante renovação espiritual.
Sob a demonstração irrefutável da realidade, no além-túmulo, extinguem-se, então, todos os falsos raciocínios trazidos do seio dos templos luxuosos da Terra, através da palavra eloquente dos instrutores religiosos, que se conservam tão ignorantes do destino da alma quanto os seus próprios fiéis!

PERGUNTA: - Diante de vossas considerações, alguém há-de pensar que estais censurando os postulados religiosos do Catolicismo e do Protestantismo, embora tenhais afirmado que devemos acatar toda experiência religiosa alheia; não é verdade?
ATANAGILDO: - Evidentemente, o amor é que deve predominar acima de qualquer discussão religiosa ou crítica alheia; nas quais devemos sacrificar os nossos caprichos e vaidades, em lugar de nos considerarmos os supremos detentores da "exclusiva verdade", de nossa crença, e assim não ferir o próximo e não despertar-lhe a mágoa no coração. No entanto, o esclarecimento sensato e libertador, para que a alma alcance mais cedo a sua própria ventura espiritual, de modo algum deve ser considerado como censura religiosa. Demais, "do lado de cá", não estamos censurando a quem quer que seja, mas tão-somente mostrando a realidade do que se passou aqui e alertando a humanidade terrena sobre a má interpretação do que seja a vida depois da "morte".
Sem dúvida, Crishna, Sócrates, Buda, Jesus e mesmo Alan Kardec, foram verdadeiros revolucionários religiosos para poderem acelerar o progresso espiritual dos homens, sem que por isso devam ser considerados intolerantes ou sectaristas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 13, 2021 7:28 pm

Eles não pregaram seitas nem feriram postulados religiosos, mas apenas esclareceram princípios superiores que haviam sido deturpados pelos homens!
As seitas e os divisionismos são consequências directas da ignorância humana, ainda presa à ideia doentia de que há separação na essência espiritual do Criador.
A Igreja Romana, e o Protestantismo em geral, tornar-se-iam movimentos de alta educação espiritual, nos quais poderíeis confiar incondicionalmente, bastando, para isso, que não repudiassem a Lei da Reencarnação, o processo justiceiro da Lei do Carma e a revelação progressiva dos desencarnados, em lugar de advogarem a infalibilidade da génese bíblica, a ideia do paraíso como sucursal de religiões oficiais, o Inferno e o Diabo eternos, que tanto desmentem a finalidade inteligente da Criação Divina! Mediante esse novo acervo espiritual, que lhes garantiria a lógica doutrinária e desafiaria o sarcasmo do mundo, os postulados católico-romanos ou os protestantes nunca mais seriam perturbados ou ironizados, tornando-se invulneráveis às críticas e às censuras materialistas, como hoje acontece.
Assim, esses credos poderiam satisfazer completamente aos fiéis do século atómico, expondo-lhes a realidade exacta e inteligente do Além, em lugar das historietas tão precárias e actualmente rejeitadas até pelos meninos de ginásio!
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 13, 2021 7:28 pm

Capítulo 4 - Noções Preliminares sobre o Além
PERGUNTA: - Há agradável surpresa para os desencarnados ao depararem com o panorama do mundo astral?
ATANAGILDO: - Usando de termos comuns para o vosso entendimento, posso dizer-vos que até as coisas mais insignificantes do mundo astral são motivos da mais agradável surpresa para os desencarnados que logram a ventura de ingressar no seio confortador das colónias espirituais.
Entretanto, em virtude do grande prazer com que a maioria das criaturas se entrega à adoração das formas do mundo material, além do habitual descaso para com a verdadeira vida interior do espírito, mesmo as mais virtuosas .ainda se demoram em adaptar-se definitivamente ao cenário do plano astral.
A existência física, embora seja de curta duração, é suficiente para fazer a alma olvidar a realidade de sua divina moradia espiritual.

PERGUNTA: - Todos os desencarnados são tomados de surpresa, no seu retorno ao Além?
ATANAGILDO: - Nem todos, porque essas surpresas variam entre si; para aqueles que merecem as esferas venturosas, porque levaram uma existência digna e de abnegação ao próximo, elas se manifestam pelo aspecto das paisagens maravilhosas do astral superior.
Há desencarnados, entretanto, que não revelam surpresa mesmo diante dos cenários mais belos do Além, porque se trata de entidade evoluidíssimas, que já cultuavam em seus espíritos os valores próprios dos panoramas celestiais, mesmo quando ainda se achavam na Terra.
Entretanto, quanto aos delinquentes do vosso mundo, de modo algum podeis imaginar quão terríveis e apavorantes são as cenas que os aguardam no astral inferior; onde os horripilantes quadros dantescos ultrapassam a tudo quanto possais imaginar de pavoroso no mundo terráqueo!

PERGUNTA: - Essas diferenças da vida, verificadas pelos recém-desencarnados, distanciam-se completamente das nossas concepções na vida terrena?
ATANAGILDO: - As diferenças são bem notáveis quando avaliamos o mundo astral exclusivamente pelo seu panorama exterior, algo semelhante ao cenário terreno, ou então sob o nosso julgamento espiritual exclusivo.
É preciso que não vos esqueçais de que estou dando minha opinião, que pode não ser a mais exacta e que se baseia na minha visão espiritual, através daquilo que me é simpático e que suponho ser o mais certo.
Sem dúvida, haverá grande diferença nas descrições que vários indivíduos, de diversas profissões, fizerem de uma mesma cidade terrena, as quais hão-de variar conforme os diferentes padrões intelectuais e psicológicos dos seus relatores.
É evidente que essas descrições hão-de apresentar ilustrações completamente opostas entre si, variando naquilo que for dito por um engenheiro, um poeta, um desportista ou um simples aproveitador da vida mundana.
Cada relato há-de denunciar os gostos preferenciais do seu autor, revelando a sua simpatia pelo aspecto que mais o interessou; o engenheiro há de se preocupar com as edificações e com o aspecto urbanístico da cidade; o poeta celebrará a beleza de suas colinas, jardins, lagos ou enseadas; o desportista se deixará entusiasmar pelos estádios ou agremiações esportivas, enquanto que o homem materialista e gozador do mundo preocupar-se-á unicamente com os recantos do vício, as aventuras e os ambientes da vida nocturna.
Eis o motivo por que variam os relatos medi únicos transmitidos do "lado de cá", que enriquecem a vasta bibliografia espiritualista do mundo material; enquanto alguns desencarnados se preocupam exclusivamente com o sentido "interior" e de poesia espiritual
mais contemplativa, de nossa vida no Além, outros preferem se dedicar particularmente aos aspectos das actividades mais "exteriores", como seja a multiplicidade de serviços nos departamentos educativos e de renovação do espírito.
Sob o meu modesto pensar, a Terra é um apagado prolongamento de nossas esferas astrais, para onde converge a vida como pobre imitação da realidade espiritual que usufruímos a distância do corpo carnal.
Aqui, nota-se certa semelhança entre as nossas actividades sociais, artísticas, arquitectónicas ou psicológicas e as terrenas, mas não deveis considerar o que aqui se passa como sendo "cópias" melhoradas da vossa vida material.
Esse é um dos motivos por que, de princípio, muitos desencarnados custam a se convencer de que já abandonaram o corpo físico, visto continuarem a manter seus costumes e tarefas num panorama algo semelhante ao que deixaram ao desencarnar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 13, 2021 7:28 pm

PERGUNTA: - Embora existam essas semelhanças com a Terra, como poderemos ter uma ideia aproximada da superioridade do mundo astral sobre o nosso mundo físico?
ATANAGILDO: - Em confronto com a matéria que constitui o panorama do mundo terreno, a substância astral que compõe a vida em nossa esfera oferece sempre particularidades avançadas e bastante diferentes, quer quanto à sua aplicação e tratamento, quer devido à sua mobilidade para conservação das coisas.
No mundo astral, são os pensamentos dos seus habitantes o que mais fortemente atua nas suas criações; quanto mais elevadas forem essas regiões, no Além, tanto mais as forças mentais poderão operar com maior êxito e independência.
À medida que se desce para o astral inferior, enfraquece-se a livre aplicação dessa energia produzida pela mente do espírito, e então, é preciso lançar mão de recursos e operações que muito se assemelham aos utilizados na Terra.

PERGUNTA: - Existe, em vosso plano, alguma espécie de atmosfera, que limite a visão das coisas, ou se trata de um panorama uniformemente sem limites?
ATANAGILDO: - Observo que as coisas existentes neste plano, quando vistas a longa distância, não ficam escurecidas ou ensombradas, tal como ocorre na Terra; pelo menos para mim, elas não se desfazem à visão longínqua nem se obscurecem.
Outrossim, as flores não murcham, mesmo quando são cortadas pelas suas hastes, e os frutos não se tornam apodrecidos - como acontece na Terra - pois as árvores se perpetuam e só deixam de existir quando vigorosas inteligências superiores intervêm com a força do seu poder mental e então as modificam ou dissolvem, por conveniência do meio ou para finalidade educativa.
Quando assim acontece, as espécies destruídas não ficam lançadas em monturos, nem tampouco atravancando os caminhos, à semelhança, do que sucede no mundo terráqueo, mas se desfazem na atmosfera astral, que age através do seu extraordinário magnetismo.
A nossa visão astral, essa atmosfera se apresenta numa tonalidade de dourado claro, sobre fundo esbranquiçado; às vezes, deixa-se envolver por suaves matizes de cores desconhecidas dos seres terrenos.
Quando ela banha as coisas e os seres, produz então um belíssimo efeito de iluminação!
Embora reconheça a dificuldade de me compreenderdes, quero esclarecer que a vida, aqui, é singularmente mais tangível ou real do que na matéria terrestre, devido à indescritível qualidade da substância astral, que a torna plástica, móvel e sutilíssima.
O fenómeno, porém, não decorre propriamente dessa matéria, mas principalmente da nossa influência espiritual e sensibilidade aguçada, que faz o ambiente reagir ao menor cintilar do nosso pensamento!
Com o tempo, nós vamos nos acostumando a dirigir nossa mente e a disciplinar nossa emotividade excessiva, pois o meio que nos cerca bem se assemelha a um "écran" cinematográfico, que reflecte toda a nossa actividade interior.
O nosso sistema nervoso apresenta-se com tal acuidade que, às vezes, julgamo-nos portadores de um novo aparelhamento maravilhoso, cujo poder miraculoso nos tenha relacionado intimamente com as mais belas coisas criadas por Deus!
Espantamo-nos muitíssimas vezes, nos primeiros dias, quando verificamos o assombroso poder da nossa vontade operando sobre a matéria astral e produzindo indescritíveis fenómenos, que plasmam à nossa visão exterior aquilo que supúnhamos irreal!
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 13, 2021 7:29 pm

Capítulo 5 - O Templo do "Grande Coração"
PERGUNTA: - Em diversas comunicações medi únicas, temos encontrado informações de que nas cidades astrais existem templos onde se devociona a Divindade.
Porventura, em ambientes tão espiritualizados, como seja o da metrópole que nos descreveis, ainda se cogita de liturgias ou ofícios religiosos, em lugar do elevado entendimento espiritual que já deve predominar entre os seus habitantes?
ATANAGILDO: - Repito-vos: aqui ainda cultivamos o produto de nossas criações e condicionamentos na Terra, sem violentarmos o gradativo progresso espiritual, que só se efectua pela libertação lenta das formalidades dos mundos materiais.
Embora em nossa esfera ainda se note analogia com os costumes terrenos, isso já se manifesta de modo sublimado em sua substância, mais intimamente ligada ao santuário do nosso espírito.
Na realidade, o nosso cenário, se o compararmos com o da Terra, mostra em sua harmonia "exterior" o exacto equivalente de nossa aprimorada vontade "interior".
O nosso ambiente astral resulta exactamente de nossa maior capacidade espiritual.
Aqui no Além, vivemos o fruto de nossas idealizações terrenas, mas já em sentido sublimado, buscando apoio em expressões cada vez mais altas; que correspondam perfeitamente aos ideais superiores esposados na vida material.
Daí o facto de os verdugos, os avaros, os egocêntricos ou os celerados situarem-se especificamente nas zonas abismais e nos pântanos fétidos do astral inferior, pois a natureza repugnante do cenário em que se colocam também lhes afina a própria intimidade da alma subvertida!
Enquanto isso acontece, outros espíritos mais evoluídos, ao se despirem do seu envoltório carnal, alçam voo às esferas luminosas, à procura de luz, que lhes significa o alimento apropriado à sua natureza angélica.
Não vos deve ser estranha, portanto, a existência desses templos, que são verdadeiros "oásis" de luzes e bênçãos nas regiões do astral renovado pelos pensamentos superiores.
Em nossa metr6pole do Grande Coração, o templo significa o envoltório emotivo do coração do próprio povo, que permanece em incessante actividade para a conquista do Supremo Bem Espiritual!
A estrutura alabastrina desse templo, que se ergue como a mais bela configuração da cidade, significa a Fonte Imperecível que capta e absorve os raios de luz ofertados pelas regiões celestiais!

PERGUNTA: - Existe, porventura, semelhança entre esse templo e outros santuários edificados na Terra?
ATANAGILDO: - Embora eu esteja a repetir o que algumas veres já tenho dito, é no "lado de cá" que realmente se planeiam as formas, as edificações e demais actividades do mundo terreno, sempre em perfeita concordância com os espíritos superiores que operam no limiar do plano mental e da substância astral.
A vossa pergunta sobre se há semelhança entre nossos edifícios ou templos e as mesmas construções no mundo físico, seria melhor formulada assim:
"Há semelhança dos nossos edifícios e templos com as edificações originais da metrópole em que viveis?"

PERGUNTA: - O templo da vossa metrópole foi construído em alguma zona de fluidos superiores aos de outro local?
ATANAGILDO: - O magnífico santuário foi edificado exactamente no centro do gigantesco e formoso jardim já descrito anteriormente, e que forma o coração florido de nossa metrópole.
Embora ele nossa ser descrito à maneira das edificações religiosas terrenas, isto não quer dizer que se trate de construção absolutamente idêntica às formas e condições materiais.
Mesmo que o queirais comparar à mais bela catedral da Terra, ainda assim não conseguireis formar a mais pálida ideia de sua munificente beleza e sublimidade!
Trata-se de formoso edifício recortado na substância de nossa esfera, que lembra indescritível trabalho de ourivesaria, talhado em cristal puríssimo e luminoso, incrustado de filigranas e rendilhados, que formam admiráveis relevos no interior de suas paredes alabastrinas.
Durante a noite, quando o céu se inunda de suave luz eterizada, o santuário fulge como se fora esculturado na terna claridade do luar, nenhum conto de fadas poderia vos oferecer espectáculo de maior fascínio e beleza, na sua prodigiosa tonalidade prateada, que depois se esvanece num halo de suave colorido luminoso.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 13, 2021 7:29 pm

A sua aura termina emoldurada por formosa franja de matiz lilás que, em seguida, se polariza num rosa-claro dulcíssimo, lembrando a figura de extenso manto de arminho esvoaçando na atmosfera balsâmica, que se nutre incessantemente por meio das flores do imenso jardim.
De dia, o santuário é preciosa jóia de alabastro, encimada pelas sete torres que, à luz solar, resplandecem sob reflexos azul e rosa, adornados pelos revérberos de amarelo-dourado e dum topázio faiscante!
O templo descansa no seio de esplendoroso escrínio de vegetação verde-brilhante e que, na forma de um extenso cinturão aveludado, representa amoroso abraço em torno de toda sua base.
Trata-se de relva odorífera, semeada de buquês de flores azulíneas, com matizes prateados, que se constituem em delicados grupos entremeados por cordões de florinhas parecidas aos frutos maduros da amoreira; e que as enlaçam amorosamente, como se fossem rubis faiscando à luz do Sol!

PERGUNTA: - Poderíeis nos dar alguns outros detalhes desse templo?
ATANAGILDO: - Embora a sua disposição arquitectónica lembre a figura de sumptuosa catedral terrena, as suas linhas majestosas identificam o poder e a sabedoria do espírito genial, em feliz combinação com a ternura e a bondade do santo!
Graças à natureza elevada da essência espiritual que interpenetra todos os seres e o ambiente da nossa metrópole, esse templo além de representar uma síntese de todas as expressões arquitectónicas da cidade, significa também a fonte principal da vida emotiva dos seus
habitantes.
Ele vibra connosco e parece promover a combinação de todos os fluidos do ambiente com a aura de todos os seres, deixando-nos a impressão de misteriosa e divina generosidade espiritual!
Sempre que observo o seu majestoso aspecto sidéreo, emergindo do seio da prodigiosa vegetação do parque central da metrópole, sinto que ali se fundem em terno amálgama os sentimentos de vários povos e raças, que muito contribuíram para o aperfeiçoamento da vestimenta carnal do actual tipo brasileiro.
Em toda a configuração do templo do Grande Coração há sempre um relevo, uma disposição estilística ou um motivo aparente que identifica gostos, preferências e tradições emotivas de raças terrenas que acederam em ofertar o seu sangue para a formação etnológica da nação brasileira!
Trata-se de um edifício extenso e agigantado, mas de um talhe agudo e polido, envolto por inexprimível poesia, como aquela aparência augusta que se observa nos pinheiros seculares e que lhes atenua o aspecto de força, que à primeira vista sempre nos desperta a sua grandiosidade vegetal.
É um santuário construído também em perfeita simetria com o gigantesco heptágono que limita o centro principal da metrópole; possui sete portas espaçosas, que se abrem exactamente em direcção a cada uma das sete principais avenidas que convergem para esse grandioso logradouro. A sua cúpula, de substância iridescente, formando gigantesco arco de suave inclinação, apoia-se na extremidade das paredes altas e esguias, com vaga semelhança aos tectos portentosos das modernas gares ferroviárias da Terra.
No entanto, quero deixar claro, mais uma vez, que, apesar do aspecto grandioso e da forma gigantesca desse templo, ele sempre nos desperta uma sensação de leveza e ternura, porque reflecte o elevado 'psiquismo da própria colectividade da metrópole do Grande Coração.
A entrada principal do templo é constituída por um magnífico portal recortado no velho estilo hindu mas que, entretanto, não se degrada, sendo ladeado por diversos relevos cujo vigor e beleza logo atraem a inspiração grega de algum novo Fídias desencarnado!
Mas ali não se verifica a preocupação de um estilo resumido, que poderia abastardar a pureza iniciática do conjunto do santuário; nem há a falta de imaginação, muito comum na Terra, quando se pretende a ostensiva mistura que sacrifica a qualidade estilística.
Observa-se um divino senso de equilíbrio e harmonia, sem nenhum extremismo arquitectónico ou predominância de um estilo qualquer sobre outro.
Trata-se de genial fusão de linhas geométricas e diferentes enlaçamentos heterogéneos, mas tão subtis que se desvanecem no conjunto, como expressões representativas de todas .as raças do mundo terreno, perfeitamente ligadas por um mesmo espírito criador!
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 13, 2021 7:29 pm

Diante desse preciosismo arquitectónico, que é o templo da metrópole, nenhuma alma deixará de sentir e reconhecer que ele materializa no ambiente astral a saudosa mensagem de muitas raças que já contribuíram para a formação emotiva do povo brasileiro! Na fusão dos vários símbolos, relevos e filigranas diferentes, dilui-se uma só expressão espiritual, que permanece constante e íntegra, apesar das variedades estilísticas de suas formas externas.
A torre principal destaca-se e ergue-se da fronte do santuário, entre as outras torres existentes, volvida para o Oriente, revelando-se impressionante monumento de beleza espiritual esculpido internamente por caprichos lavores em baixo-relevo que, durante o dia, se fazem brilhantes pela claridade astralina do Sol, enquanto à noite se transformam em crivos de fios luminescentes, adornando o alabastro eterizado das paredes transparentes!
Essa torre principal cresce indefinidamente e se alonga, depois, na figura de finíssima agulha, cuja ponta se inunda de suaves fulgurações esmeraldinas e reverberações douradas, para então penetrar docemente no seio da atmosfera de arminho do astral superior.
É principalmente através dessa torre principal que as luzes descem do Alto, acentuando-se na sua própria difusão durante as orações colectivas da metrópole.

PERGUNTA: - Qual a função primordial do templo, na metrópole do Grande Coração?
ATANAGILDO: - Ali se exerce o mais elevado labor espiritual em direcção à vida superior e se nos auxilia o contacto com as almas angélicas, que trazem novas orientações e inspiram os administradores e os habitantes para, em conjunto, colaborarem na recuperação dos espíritos infelizes, que ainda se debatem nos círculos infernais do astral inferior.
Em determinados períodos, o templo organiza as "orações colectivas", quando então os moradores da metrópole procuram sintonizar-se às vibrações elevadas, que são presididas pelos nossos mentores espirituais, em divina conexão com as cotas de energias angélicas que descem das Esferas Superiores.
Nessas noites festivas, as torres do santuário se transformam em fachos de luz fulgurante, quais antenas vivas a absorverem as sublimes energias da divina oferta do Senhor dos Mundos!
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 13, 2021 7:29 pm

Capítulo 6 - Noções Gerais sobre o Panorama Astral
PERGUNTA: - Qual seria o panorama que deslumbraríamos, se pudéssemos penetrar no plano astral em que viveis actualmente?
ATANAGILDO: - Sem dúvida, chegará o instante em que devereis vislumbrar a realidade do mundo astral, cumprindo-se a lei que dá "a cada um conforme as suas obras" e que, no Além, vos conduzirá exactamente ao ambiente mais afim ao vosso estado espiritual. E, como a morte do corpo físico não significa violento salto sobre vasto abismo, lançando o espírito em região completamente desconhecida e exótica, segundo o modo comum de pensar e sentir, descortinareis um panorama que vos recordará a própria Terra, embora um pouco mais aperfeiçoada.
A libertação da matéria dá-nos maior acuidade para o entendimento espiritual, sem que por isso se deva violentar a visão costumeira caldeada nas formas materiais.
Aqui chegando, observareis de princípio a predominante luminosidade que existe nas coisas do mundo astral, assim como sereis surpreendidos pelo acentuado desembaraço dos vossos próprios movimentos e pela agradável sensação de leveza interior. Quando permanecemos na Terra, guardamos impressão de que a matéria não nos pertence, pois o nosso pensamento encontra sérias dificuldades para actuar com êxito na substância tão "pesada".
Entretanto, aqui no astral, tudo aquilo que nos cerca é como um prolongamento vivo e plástico de nós mesmos, que vibra e se sintoniza vigorosamente com a natureza dos nossos pensamentos, influindo extraordinariamente na organização do nosso próprio perispírito.
É evidente que vamos tomando posse gradativamente de tais sequências, mas auxiliados nesse sentido, porque aqui existem departamentos e recursos que nos exercitam para o domínio razoável do meio em que passamos a actuar.

PERGUNTA: - Poderíeis nos dar um exemplo vivo dessa sensação ao se penetrar nesse plano astral?
ATANAGILDO: - Aqui, o nosso ambiente parece se ofuscar ou se iluminar, conforme o estado emotivo do nosso espírito, e este se rejubila com a harmonia vibratória que possa manter habitualmente.
O pensamento é assombroso potencial a intervir em todos os nossos mínimos gestos; a sua intervenção no ambiente assemelha-se às lentes dos vossos óculos, que ora se ofuscam com o vapor d'água, ora oferecem visão clara, porque as limpais imediatamente.
O facto seguinte explica melhor o meu pensamento:
- Certa vez eu palestrava com o irmão Navarana, fazendo alusão a certos espíritos que se entregavam demasiadamente às paixões desordenadas, na Terra, quando, de súbito, certa melancolia me invadiu a alma, apesar de meus esforços para dominá-la e, para mim, todo o ambiente que me rodeava perdeu imediatamente a sua beleza costumeira e se envolveu num manto de tristeza!
Imediatamente desapareceram-lhe o peculiar estado de leveza e a sensação da brisa suave, que me dominavam até esse momento, para sentir-me atingido por um jacto de fluidos confrangedores e incómodos, guardando a impressão de que eu havia sido atingido por água gelada e a roupa se tornara colada ao meu corpo!
Logo descobri a causa desse fato insólito; é que eu havia recordado a figura de Cidália, minha noiva, que ficara na crosta, entre pesares e soluços, e deixara-me tomar, por isso, de certa tristeza.
Irmão Navarana, captando o meu pensamento aflitivo, advertiu-me a tempo, dizendo-me em tom afectivo:
- "Atanagildo; evita baixar as tuas vibrações com evocações terrenas de saudosismo indesejável e portador de tristezas que abatem o espírito.
É razoável que o homem terreno se perturbe emotivamente, porquanto ainda lhe é difícil compreender que todas as criaturas são emissoras vivas, que emitem raios conforme a onda espiritual em que se situam por efeito de suas angústias ou de seus sonhos!
Quando nos sintonizamos aos ideais mais altos e criadores, associamos energias que nos fortificam sob um sadio optimismo; mas, assim que vacilamos, com a evocação triste da Terra, também somos torturados pela carga energética de sua baixa vibração, que passa a nos incomodar sob igual reacção aflitiva.
Em face da comprovação da imortalidade, em ti mesmo, e de já compreenderes que a Lei do Carma sempre beneficia o futuro, não é razoável que ainda te deixes dominar pelas vibrações das tuas próprias evocações aflitivas!
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 13, 2021 7:30 pm

À medida que nos encaminhamos para regiões mais altas e ingressamos num campo de matéria mais subtil, percebemos que o nosso espírito também influi com mais vigor no meio e na substância astral que o cerca.
As nossas acções também produzem reacções mais vivas, porque pensamos, sentimos e modificamos rapidamente o ambiente que nos rodeia.
Depois da desencarnação, é que percebemos, bastante surpresos, o maravilhoso mecanismo do espírito, que então passa a criar a forma e pode também modificar, pelo pensamento, a própria .natureza em que habita!"
Em face dos argumentos apresentados pelo irmão Navarana, tratei de recompor-me e limpar as lentes dos meus óculos... verificando, com espanto, que o ambiente, para mim, retornara à sua primitiva expressão encantadora e o meu perispírito novamente vibrava num enlevo de magnetismo sedativo!
Creio que assim podereis avaliar a importância dos nossos pensamentos, em relação ao meio astral em que vivemos, porque somos a própria instrumentação viva a produzir as modificações que nos inebriam a alma ou então nos abatem o ânimo.

PERGUNTA: - O mundo que vos cerca é análogo ao cenário material terreno, conforme no-lo relatam algumas literaturas mediúnicas, que se referem a colónias, cidades, casas, veículos, árvores, rios, etc.?
Não será isso apenas um esforço de comparação ou produto da imaginação dos médiuns que recepcionam tais comunicações?
ATANAGILDO: - Se assim pensardes, tereis de supor que o médium de que me sirvo agora pode estar compondo, também, um pitoresco relato partido de sua própria imaginação.
E, se continuardes a pensar desse modo, grande será a vossa desilusão quando aqui chegardes, pois é de senso comum que "a natureza não dá saltos"!
Malgrado as vossas dúvidas e as dificuldades que encontramos para vos descrever, com. a mais aproximada exactidão, o panorama astral do além-túmulo, asseguro-vos que aqui existem montanhas, rios, árvores, pássaros, animais, jardins, casas, edifícios, templos, veículos e ornamentações, tudo bem ajustado às sequências e às várias formas que fundamentam a vida astral dos povos e aglomerados de espíritos desencarnados!

PERGUNTA: - Pelo que nos dizeis, parece que essas cidades ou colónias astrais copiam o panorama terrestre.
Não seria decepcionante que, depois de abandonarmos o corpo físico, contando com uma espécie de paraíso celestial, tivéssemos de penetrar num cenário que pode até ser mais pobre do que o de certas metrópoles da erra?...
ATANAGILDO: - Outro equívoco se faz evidente no vosso modo de pensar, pois são os reencarnados que, de modo bastante grosseiro, plagiam aquilo que existe no Espaço!
Aqui no mundo astral lidamos intimamente com as coisas, ideias ou projectos que podeis considerar como sendo as matrizes ou origens das acanhadas realizações que efectuais na matéria densa e pesada.
Não é verdade que os vossos cientistas costumam afirmar que a matéria é energia condensada, e que não existe propriamente a matéria rígida ou absoluta, na forma de uma pasta nuclear indevassável?
Então, está claro que, quanto mais livre se encontrar essa energia tão poderosa - que se acumula para constituir o mundo físico e que, em verdade, é a substância da origem das formas. materiais - tanto mais há-de ser mais viva e poderosa, quando manuseada directamente no mundo astral, que é a sua fonte natural.
Os técnicos siderais operam primeiramente aqui, ou seja no campo da energia livre, que depois alimenta e sustenta os aspectos exteriores da vida no mundo material, e esperam que os cientistas terrenos dêem conta desse fenómeno e o tornem tangível nas configurações visíveis aos sentidos humanos.
A vossa ciência, esposando conceitos graves e sentenciosos, apenas pesquisa e depois classifica as contínuas descobertas que lhe atestam ousada incursão no plano das energias livres.
Na realidade, as configurações que surgem no panorama físico são eventos primeiramente pensados e experimentados, aqui no mundo astral, por admiráveis génios que atuam no imponderável, em cuja substância criam, elaboram e modificam os fenómenos da vida terrena.
Quantas vezes são captados ao mesmo tempo, por vários cérebros estudiosos da Terra, os mesmos projectos elaborados aqui, ou que desceram dos planos mais altos, e que então são materializados na crosta física, pelos técnicos humanos!
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 13, 2021 7:30 pm

Não vos é estranho o facto de alguns sábios ou cientistas terrenos, através de surpreendentes coincidências, terem feito descobertas e completado pesquisas ao mesmo tempo, em vários pontos geográficos, por cujo motivo têm se registado mútuas acusações de plágios e de furtos de projectos e documentos alheios!
Na realidade, esses cérebros sensíveis - que se situam na faixa vibratória da mesma procura científica em benefício da vida humana - logram identificar fórmulas iguais e soluções idênticas porque interceptam, psiquicamente, certas coisas que se revelam na sua descida do Alto, na forma de inspirações!
Quantas descobertas e soluções científicas, principalmente no campo astronómico, ainda hoje vos servem de motivo de discussão, devido às mútuas reivindicações de paternidade, atribuída a vários sábios que lograram êxito e solução ao mesmo tempo!
É que do mundo causal descem para a Terra as respectivas ideias, que os sábios então apreendem conforme a sua capacidade técnica, o seu poder mental e a sua harmonia espiritual.
Quantas vezes os artistas e os religiosos conseguem sintonizar-se com essas faixas vibratórias tão subtis, gozando dos divinos êxtases e das inspirações que muitas vezes os arrebatam da Terra!
Isto posto, não penseis que o nosso mundo astral plagia a estrutura do vosso orbe físico; este é para nós bastante imóvel e petrificado em sua vida lenta e rudimentar.
Nós operamos na "origem", ou directamente na "ideia", enquanto a vossa humanidade opera na crosta, no exterior da casca, o que representa, justamente, a energia em sua última fase de degradação.

PERGUNTA: - O que nos deixa algo confusos nas comunicações dos espíritos, é a necessidade de compreender "ao pé da letra" a existência de montes, rios, casas, árvores, animais e veículos, formando o panorama do Além, mas se concretizando em matéria subtil ou substância de outra espécie.
Surpreendem-nos essas configurações tão terrenas cujos relatos nos parecem insuficientes para satisfazer a nossa exigência mental, muito mais simples!
Que nos dizeis sobre essa nossa dificuldade de compreensão?
ATANAGILDO: - É muito natural que assim ocorra na vossa mente, pois não levais em conta, ao raciocinardes, a diferença de plano vibratório entre os dois mundos.
Ao assim procederdes, imitais um peixe qualquer que, por se basear exclusivamente no seu modo de vida aquático, de onde extrai o seu oxigénio, resolvesse descrer da possibilidade de que alguém pudesse viver fora d'água...
Então laborariam em equívoco tanto os peixes que descressem da existência de uma vida fora d'água, que não é regida pejas mesmas leis do meio líquido em que vivem, quanto os pássaros que imaginassem a vida no oceano, baseados tão somente nas leis habituais do ar livre!
No entanto, desde que se mudem as guelras dos peixes e lhes coloquem penas e asas, ei-los logicamente a voar na atmosfera; substituam-se as penas dos pássaros por escamas e o seu aparelho respiratório pelas guelras dos peixes, e eles também se movimentarão livremente no meio aquático!
O equívoco provém, sem dúvida de vos firmardes nas leis de um plano conhecido, para depois tentardes compreender os fenómenos correspondentes a planos completamente opostos.
Seria tão absurdo tentarmos achatar o vapor d'água com um martelo de ferro, quanto o batermos o ferro com um martelo de fumaça!
Eis por que motivo não deveis imaginar os espíritos - que são de natureza etéreo-astral e invisíveis aos olhos humanos - a se moverem num cenário material como o da Terra, porque sempre estareis em equívoco!
Na realidade, servindo-nos do perispírito, nos movemos tão logicamente no meio astral quanto o espírito reencarnado que se movimenta com naturalidade no mundo material, porque em ambos os casos o corpo é feito da mesma substância que constitui o meio onde atua.

PERGUNTA: - Poderíeis nos oferecer ainda algum exemplo mais concreto, para compreendermos assunto tão complexo?
ATANAGILDO: - Raciocinai assim: - se um homem fosse feito de fumaça, não poderia sentar-se numa cadeira de madeira; no entanto, sob a lei comum da reacção igual entre substâncias iguais, ele sentar-se-ia facilmente em outra cadeira que fosse construída de fumaça!
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 13, 2021 7:30 pm

Portanto, desde que o solo, as coisas, os seres e tudo o que constitui o nosso mundo são feitos da mesma substância, a sua vida de relações também decorre tão logicamente como decorre a vida na Terra.
E convém saibais que a vida astral é muito mais intensa e dinâmica do que a terrena, porque nós atuamos na matéria quintessenciada que, além de mais rica na reprodução vibratória de nossas emoções, ainda nos oferece elevado padrão de beleza, dotada como o é da pitoresca propriedade de uma encantadora luminosidade interior.
É preciso que imagineis o espírito desencarnado como a se mover num ambiente de matéria subtil, do mesmo modo como vedes o homem carnal se mover dentro do cenário pesado do mundo terreno.
O homem, por ser portador de um corpo material, toca, apalpa ou manuseia perfeitamente a sua veste, o seu sapato ou o seu alimento, que são feitos de substâncias materiais.
Do mesmo modo, mas sob outra modalidade vibratória, o espírito desencarnado, com o seu corpo feito de substância eléctrica, pode sentar-se numa cadeira eléctrica, vestir roupa eléctrica ou ingerir sucos de frutas eléctricas!

PERGUNTA: - Custamos a crer nessa diferença de percepção após à morte carnal, porque o mundo físico é o que nos parece mais consistente e positivo, o que comprovamos pelos seus ruídos, fenómenos da natureza e mil outras coisas que, em sua agitação, formam a realidade percebida pelos sentidos humanos.
ATANAGILDO: - Depois de desencarnados, nós atuamos pelo perispírito, que é o nosso verdadeiro organismo, que tanto preexiste ao nascimento como sobrevive após a morte do corpo físico.
E, como esse nosso delicado instrumento de relação com o ambiente astral é mais sensível às percepções do espírito, passamos a gozar de mais sensibilidade psíquica.
Visto que a chama espiritual é na realidade o centro de nossa consciência individual, no seio do Todo, o corpo físico e o perispírito significam os seus respectivos veículos de actuação nos planos material e astral.
Desses dois veículos, qual, pois, o mais valioso e importante para a nossa estrutura espiritual?
Sem dúvida, há-de ser o perispírito porque, além de ser um organismo definitivo, é o que se liga mais intimamente à nossa consciência imortal.
Enquanto o corpo de carne é um organismo pesado e denso, que atende dificultosamente às intenções e necessidades do espírito reencarnado, o perispírito, devido à sua contextura sutilíssima e quintessenciada, é maravilhoso instrumento de acção no seio das energias vivíssimas do mundo astral.
A sua leveza e dinâmica permitem atender, de imediato, à mais insignificante vontade do espírito desencarnado.
Recordo-vos a comparação já feita, alhures, de que o corpo físico é qual um escafandro a oprimir os movimentos do mergulhador no fundo do mar, restringindo-lhe os sentidos físicos no ambiente modificado pela água!
Assim que o mergulhador despe o seu escafandro à superfície da água, logo se reintegra na posse de todos os seus movimentos naturais e passa a gozar da paisagem colorida e iluminada pelo Sol, que constitui o panorama da vida ao ar livre.

PERGUNTA: - Nós, que estamos condicionados ao mundo terreno - que nos parece ser a realidade sólida e positiva da vida - sentimos grande dificuldade em concepcionar um outro ambiente que, possuindo moradias e as mesmas formas terráqueas, possa, no entanto, ser habitado por espíritos desprovidos de corpo carnal.
Que nos dizeis sobre isso?
ATANAGILDO:- É que ainda desconheceis a verdadeira contextura do perispírito, que é o veículo mais avançado da alma, cujo grandioso potencial de energias não só sobrevive à destruição do corpo carnal, como ainda se revigora continuamente, a fim de servir às futuras reencarnações.
Ele é o instrumento para que o espírito possa descer novamente à Terra e aí viver tanto tempo quanto seja o da resistência do corpo físico.
Durante as inúmeras existências reencarnatórias, ele vai colhendo experiências através da dor, do sofrimento e das vicissitudes humanas e, após à desencarnação, torna-se o precioso instrumento de que a alma se utiliza nos planos subtis do astral, pondo-se em relação directa com todas as energias originárias do próprio meio.
À medida que o perispírito se torna mais sensível devido ao sofrimento - que lhe favorece contínuas expurgações da escória agregada durante as vidas materiais - também a sua alma consegue maior expansão na vida espiritual e favorecimento para um intercâmbio de realizações felizes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 13, 2021 7:30 pm

Só depois de desencarnados é que compreendemos a ilusória realidade da existência carnal, ao compará-la com a vida de sensações maravilhosas e positivas que podemos gozar depois da morte física, graças à cooperação do perispírito sobrevivente.
Bem sei que não podeis avaliar, ainda reencarnados, quais sejam os fenómenos que ocorrem com os nossos espíritos em liberdade no plano astral; mas é preciso que vos ajusteis mentalmente às manifestações exactas que a vida oferece em cada um dos seus planos vibratórios, lembrando-vos das leis correspondentes, que disciplinam as relações do espírito conforme o meio em que elas atuam.
Se conjecturardes a vida que se manifesta no seio das águas como regida pelas mesmas leis que regem a vida no ar livre, ou considerardes a vida do mundo astral como regida pelas mesmas leis que regem o mundo material, é claro que, em quaisquer dos casos, sempre havereis de vos encontrar em confusão!

PERGUNTA: - Conhecemos muitos espiritualistas de renome que negam a existência de um mundo "exterior", especialmente apropriado aos espíritos desencarnados, assegurando que estes vivem num mundo "virtual", dentro de si mesmos, como um produto abstracto de suas íntimas criações.
Dizem mais que o céu e o inferno estão exclusivamente patenteados na intimidade de cada ser, não constituindo uma felicidade que possa ter relação com fenómenos de um ambiente externo.
Que nos podeis esclarecer a esse respeito?
ATANAGILDO: - É indubitável que nós mesmos criamos o nosso mundo interior, e isso tanto o fazemos no plano astral como ainda reencarnados no plano físico.
Mas deveis convir em que essa criação, sendo produto de nossa vontade, tanto se revela no mundo exterior como em qualquer ambiente em que possamos viver.
Sem dúvida, edificamos o céu em nós mesmos, quando os nossos sentimentos superiores reagem prazenteiramente, assim como construímos o inferno em consequência das criações bárbaras que alimentamos perigosamente em nosso campo mental.
Mas, embora tudo o que se processa na intimidade de nosso espírito ocorre num campo vibratório diferente do da matéria, o fenómeno sempre se relaciona com o mundo astral que nos cerca, num processo de relações algo semelhante ao que se registra nos mundos materiais, variando apenas quanto aos recursos para isso que, nas regiões delicadas, se obtêm fundamentalmente através de nossas forças mentais.
Assim, não usamos martelos, foices, enxadas, britadeiras ou escavadeiras nos ambientes de fluidos subtilíssimos, pois o extraordinário poder da mente opera com êxito e se torna capaz de aglutinar a energia do meio e construir com ela as formas desejadas.
Quando alcançamos o nível do nosso actual curso educativo, lidamos com as formas e delas nos servimos para extrair ilações mais avançadas, enquanto que nas zonas inferiores, onde. a substância astral é ainda agressiva, rígida, pútrida e letárgica, inúmeras vezes se anulam os mais heróicos esforços mentais dos seus edificadores!
Há regiões astrais inferiores à crosta terráquea que, devido à sua vigorosa densidade, obrigam-nos a construir poderosos instrumentos, confeccionados com a mesma substância repulsiva do meio onde pretendemos agir!
Então, os nossos esforços centuplicam-se, exaustivamente, ultrapassando as aflições e a fadiga dos rudes operários que, no mundo terreno, operam no interior das minas de chumbo e se sufocam pelos gases opressivos!
Se nós vivêssemos uma vida de exclusa abstracção mental, sem nos apoiarmos em contornos exteriores que nos servissem de sustentação pessoal, então os nossos queridos entes desencarnados também não passariam de imagens "virtuais" ou falsas criações, para serem apenas mentalizadas por nós, no amoroso colóquio íntimo de nossas almas com elas!
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 13, 2021 7:31 pm

PERGUNTA: - Os citados espiritualistas insistem em afirmar que as formas ou figuras que nos são transmitidas mediunicamente são, produto dos condicionamentos psicológicos da Terra, assim como as colónias espirituais e seus departamentos tão disciplinados não passam de sonhos fantasistas, pois a vida do desencarnado é exclusivamente "interior".
Que nos dizeis a respeito?
ATANAGILDO: - A nossa desencarnação não nos vira pelo avesso!
Também não somos bandos de borboletas ou enxame de abelhas, a voar sem rumo daqui para ali, dispensando o pouso muito natural que podemos encontrar no trato com as formas.
Mantemos relação de simpatia ou antipatia com as formas exteriores que produzimos e que se sintonizam às realizações alheias.
A ausência de montanhas, edificações, florestas, pássaros, flores, trabalho, divertimento e cuidados com o nosso perispírito, no mundo astral, implicaria em considerarmos que os nossos amigos, guias e simpatizantes que estão do lado de cá não passam de fantasmas a perambular por um mundo irreal, constituído do "éter-interior" de nossa alma!...
Também teríeis de me considerar assim, supondo que, em lugar de um espírito que agora se comunica convosco, estais ouvindo uma produção alucinatória do médium que vos escreve, a qual não passa de uma imagem fugaz, que há de se desvanecer assim que ele deixe de pensar em mim.

PERGUNTA: - Os espíritos que vivem em planos mais elevados podem se congregar, da mesma forma, em colónias ou cidades semelhantes às que descreveis?
ATANAGILDO: - Sem dúvida!
Embora eles se encontrem mais intimamente ligados às causas da vida cósmica e manuseiem energia ainda mais subtil, também se relacionam com as formas, inconcebíveis para vós, mas tão reais para eles quanto a pedra o é para vós, na Terra.
As nossas metrópoles vos parecem fantasias, e ainda opondes dúvidas às suas configurações; entretanto, os espíritos mais elevados, quando nos visitam, queixam-se de que ainda estamos demasiadamente materializados e, por isso, eles sofrem a opressividade do nosso meio astral.
Angustiam-se com as reminiscências subjectivas dos seus próprios moradores, quando estes se deixam envolver ainda pelo saudosismo da Terra.
No entanto, os nossos agrupamentos são mais sensatos e mais dinâmicos que as comunidades terrenas, porque não estamos sujeitos às incessantes destruições causadas pelas catástrofes produzidas pelos elementos físicos e, além disso, nos distanciamos muitíssimo do espírito belicoso das guerras fratricidas!
Em lugar de nos encontrarmos num mundo virtual, sem relações exteriores, atuamos exactamente nas "causas" da vossa vida material.
Esta, na verdade, é bastante ilusória, porque de segundo a segundo tudo aí se transforma e envelhece, modificando-se e perdendo a sua razão de existir!
Cada colectividade espiritual que se intercala entre a Terra e as regiões superiores divinas, situando-se na coroa evanescente de fluidos astrais, significa uma nova comporta que se abre para a verdadeira vida do espírito, a fim de libertá-lo mais facilmente das paixões animais, que separam o homem do anjo.

PERGUNTA: - No vosso modo de vida astral, há algum metabolismo que garanta a vida do perispírito no meio em que se encontra, à semelhança do que acontece connosco, cuja vida é sustentada pelo ar atmosférico, por intermédio dos nossos pulmões?
ATANAGILDO: - Sem dúvida, pois, embora estejamos situados em planos de substância quintessenciada do astral, ainda vivemos relacionados com o mundo exterior, malgrado as vossas dúvidas.
Assim como respirais o ar, que é um produto químico do oxigénio, hidrogénio e azoto, nós também respiramos um elemento nutritivo em afinidade com o nosso estado de almas desencarnadas.
Vivemos em um ambiente de magnetismo aprimorado e de um vitalismo alheio à atmosfera terrestre, que flui principalmente da cota de amor e simpatia, que se intercambia entre os moradores desta região.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 13, 2021 7:31 pm

Tudo aqui se influencia de modo recíproco; seres e coisas estão impregnados da substância em que habitamos, por cujo motivo tenho insistido em vos afirmar que o nosso ambiente se nos afigura um prolongamento vivo de nós mesmos!
Trata-se de uma influenciação muito vigorosa, do meio, em intercâmbio fluente connosco, muito apropriada à nossa sensibilidade espiritual e também muito fácil de ser modificada pela acção vigorosa do pensamento.
Quando já nos encontramos mentalmente treinados para efectuar conclusões técnicas, no meio, podemos até avaliar a emotividade e perceber os raciocínios dos espíritos situados em esferas mais baixas, ou mesmo quando visitam a nossa comunidade.
Quase tudo, no Astral, exala um odor áurico, característico, que se produz pelas emoções espirituais e pelas ideias das criaturas em intercâmbio constante com as emanações do magnetismo nutritivo do meio.
Aqui se nos torna muitíssimo difícil pretender esconder qualquer coisa, e até o próprio pensamento, dos espíritos superiores!
Essa influência magnética, reinante no nosso ambiente, assemelha-se a um poderoso revelador fotográfico, imponderável, derramado sobre o fluido mental, que expõe aos mais entendidos todos os pensamentos recônditos de nossas almas.

PERGUNTA: - Poderíeis nos dar mais algum exemplo terreno, a fim de que pudéssemos melhor compreender a natureza da influência que mencionastes?
ATANAGILDO: - Quando os faróis dos automóveis incidem sobre os cartazes comerciais, pintados com tinta fosforescente e colocados ao longo das estradas de rodagem, a sua luz atua vigorosamente nessa espécie de tinta e a torna logo luminosa durante algum tempo.
Essa ocorrência me vem à lembrança sempre que noto que o meio ou a atmosfera astral, em que vivemos, se alegra ou se constrange na conformidade dos nossos pensamentos e sentimentos!
Eles influem nos vegetais, nos animais, nos seres, objectos e até nas edificações da cidade; algumas flores, por exemplo, ficam mais vivas, mais coloridas e buliçosas quando delas se aproximam espíritos de sentimentos elevados e particularmente afeiçoados às expressões da vida angélica.
Um halo misterioso, que se alimenta de magnetismo delicado do meio astral, amplia o campo das nossas emoções e o afiniza imediatamente a tudo que vibra em sintonia íntima com o que pensamos!

PERGUNTA: - Creio que se justificam as nossas dificuldades para avaliarmos o panorama do Além, pois estamos habituados à visão exterior que nos proporcionam, no mundo material, os olhos da carne.
Daí parecer-nos impossível conceber uma ideia desse plano "etéreo-astral", na falta de olhos que nos permitam contemplar o que se passa em outros planos da vida.
Não é verdade?
ATANAGILDO: - Vós depositais toda confiança naquilo que os vossos olhos de carne vêem, mas esqueceis de que, mesmo através desses olhos, ainda está a bem grande distância o panorama entrevisto pelo míope, em relação ao homem dotado de visão perfeita. Por isso, o míope precisa socorrer-se de lentes apropriadas, que clareiem as imagens distantes, enquanto o de vista normal pode vê-las claramente em suas configurações exactas.
Mesmo no vosso mundo, nenhum cientista se arriscará a afirmar que as cores e formas percebidas pelos vossos olhos sejam exactamente como as enxergais!
Eles já desconfiam de que a realidade, apesar da visão oferecida pelos olhos físicos, pode ser bem diferente dos padrões comuns que têm sido consagrados pela visão humana.
Os chineses antigos pintavam o céu como de um amarelo fosco, porque a sua visão rudimentar ainda não podia perceber o azul, que hoje é de percepção comum à humanidade.
Esse azul será, porventura, a cor perfeitamente exacta do céu?
Ou será consequente da deficiência visual do homem do século XX?
Para o sertanejo inculto, será verdadeira provocação ou escárnio dizer-lhe que na ponta de um alfinete há uma vida microbiana tão agitada como a de alguns milhares de rebanhos de carneiros soltos pelas campinas verdejantes!
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 14, 2021 7:25 pm

Em face da precariedade da vossa visão física, não deveis imaginar o nosso mundo como uma semelhança de vossa moradia, pois os olhos da carne só podem fotografar aquilo que se lhes situa externamente.
Por isso, falhais lamentavelmente quando desejais basear-vos no que eles vêem, para terdes a visão do mundo interno do espírito, que é a origem e não o efeito da vida material.

PERGUNTA: - Jesus, quando nos visitou, recomendou a necessidade de renunciarmos ao mundo das formas, quando afirmou:
- "O meu reino não é deste mundo".
Por isso, ficamos confusos quando os espíritos dizem que nos planos de elevação espiritual, como a esfera astral em que habitais, ainda se cultua o prosaísmo dos costumes e formas terrenas.
Qual o motivo dessa contradição?
ATANAGILDO: - Não há contradição alguma.
É que falta ao homem crescimento espiritual para que possa se libertar completamente das formas tradicionais dos mundos sub-angélicos.
Esse aspecto terreno do nosso mundo, a que vos referis, é ainda resultante das necessidades psicológicas de nossas almas, pois as formas de que falais vão desaparecendo gradativamente à medida que também ascensionamos para regiões superiores.
É por isso que em nossa metrópole astral, embora ela tenha alguma semelhança com a paisagem terrena, já lidamos com coisas mais elevadas e que, em sua transitoriedade, nos preparam para as regiões de exclusiva abstracção mental, isto é, na esfera que os calculistas do vosso mundo denominam de "plano do mental-abstracto".
Essa libertação do mundo de formas, a que se referiu Jesus, não se entende com o mundo que habitais, mas convosco mesmos!
De que modo podereis alcançar as esferas do espírito puro, onde "pensar é viver", se ainda partis da Terra para cá fortemente escravizados às vossas próprias criações materiais?
Normalmente, aí no vosso mundo, quando o cortejo fúnebre conduzo defunto para o cemitério, seu espírito ainda se encontra terrivelmente embaraçado nos fios da teia que teceu e em que se prendeu qual a mosca invigilante!
Através do seu exagerado sentimentalismo, ainda está preso vigorosamente à parentela consanguínea, saudoso dos amigos leais e desencantado com os seus detractores; em sua mente angustiada desenha-se a figura do lar que havia composto e que tem de abandonar obrigatoriamente, onde se destacam as poltronas macias, os seus livros encadernados ao "gosto pessoal", os seus trajes de padrões simpáticos, o jardim com as suas flores predilectas, o automóvel da marca e da linha preferidas, o cachimbo de espuma, importado, o caniço tradicional da pesca moderna ou a trempe eléctrica em que fazia o churrasco epicurístico!
Tudo lembra um panorama amigo, dócil e servil, que era um entretenimento tão agradável ao desencarnado; ele ainda estremece à lembrança da custosa vivenda que edificara para "descansar na velhice", do panorama da cidade natal com os rostos conhecidos e lisonjeiros, os ambientes de prosa nocturna, o riso farto e as mulheres gentis!...
Não havia se preparado para esse "outro mundo" que lhe parecia inexistente, fantasmagórico e ingénuo; a forma ainda era o seu reino, a sua glória e o seu motivo de ser!
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 14, 2021 7:25 pm

Capítulo 7 - O "Sentido" da Vista, no Além
PERGUNTA: - Dos nossos cinco sentidos, qual o que impera no plano em que viveis?
ATANAGILDO: - No mundo astral modificam-se todas as medidas e terminologias terrestres.
Não podemos, por exemplo, avaliar as distâncias pelo método que empregais na Terra, pois não temos qualquer apoio geográfico em que nos basearmos, visto vivermos em outras dimensões, que estão submetidas a uma acção energética inalcançável pelos mais altos padrões vibratórios do mundo físico.
A nossa actuação se exerce directamente no mundo "interno", na causa que compõe as coisas e formas conhecidas no mundo terreno.
Guardamos a impressão de que fomos transportados para "dentro" do próprio mundo físico em que vivíamos.
Nós operamos na energia livre; nessa mesma energia que "desce" vibratoriamente e se transforma em matéria, ou seja energia condensada, como a denominam os cientistas modernos.
O nosso ambiente é interpenetrado por um elemento super-dinâmico tão acentuado, que escapa a qualquer focalização dos cinco sentidos físicos; estamos muito além da mais alta vibração do mundo material, assim como a luz, que não pode ser agarrada pelas vossas mãos, o Sol, que não pode ser engarrafado, e os raios X, que atravessam os tecidos e até paredes espessas!

PERGUNTA: - Valendo-se desse elemento astral, qualquer espírito consegue obter esses poderes espirituais de operar na energia livre?
ATANAGILDO: - A principal faculdade propulsora na nossa vida astral é o poder mental; quando podemos aliá-lo a um sentimento crístico, bem desenvolvido, descortinamos então os mais deslumbrantes panoramas para as nossas almas e encantamo-nos com os trabalhos criadores que podemos realizar.
A vontade disciplinada se nos torna o mais poderoso instrumento, que usamos como um prolongamento vivo dos nossos sentidos astrais, podendo penetrar cada vez mais nos mistérios de nossa origem e destino.
Principalmente quando nos encontramos em ambientes tão gratos, como seja o da metrópole do Grande Coração, a nossa maior ou menor capacidade de visão depende fundamentalmente da maior ou menor extensão de poder de nossa própria vontade.
Por isso, nem todos os espíritos de nossa moradia conseguem obter a mesma visão das coisas e dos seres; muitas vezes, quando somos agraciados com a presença de notáveis visitantes, provindos dos planos mais altos, certa parte dos nossos companheiros recém-chegados da Terra não consegue vê-los a contento, por não poderem se situar na mesma faixa vibratória elevada.
O mesmo fenómeno ocorre também nas zonas inferiores, quando descemos a elas para socorrer os espíritos sofredores; nem todos eles conseguem nos observar, embora afirmem que nos sentem a presença no momento em que os auxiliamos.
Trata-se de um facto lógico e compreensível: as frequências vibratórias espirituais muito baixas não podem sintonizar-se às vibrações muito altas, do mesmo modo por que as emissões de ondas curtas, na radiofonia terrena, não podem ser captadas pelos aparelhos de ondas longas.
No momento em que estou ditando estas comunicações, não podeis também registar em vossa visão física a minha presença, pois estais cercado de uma faixa vibratória demasiadamente baixa e letárgica, como o é a da carne.
Se se tratasse de um médium vidente e não do médium de que me sirvo no momento, isto é, de alguém com o perispírito mais deslocado para o "lado de cá", ou que conseguisse elevar a sua frequência vibratória comum até o nível do plano em que atuamos, esse então poderia identificar-nos palidamente, guardando a ideia de que penetrara numa atmosfera de sonhos.
E, assim como nem todos os espíritos desencarnados conseguem ver-nos nas mesmas disposições astrais - porque variam seus poderes mentais e qualidades morais - os próprios videntes terrestres não entrevêem com toda exactidão os mesmos fenómenos, porque também variam em sua capacidade vibratória, o que lhes dificulta focalizarem cenas do plano astral.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 14, 2021 7:25 pm

PERGUNTA: - A visão do espírito desencarnado, em vossa metrópole, é semelhante à visão dos nossos olhos físicos, na Terra?
ATANAGILDO: - Na crosta terrena, a visão das criaturas humanas poderia ser mais ou menos boa, se não ocorresse a redução visual proveniente de enfermidades, defeitos ou cansaço dos olhos.
Mas, enquanto a visão humana é adstrita exclusivamente aos contornos das formas físicas e somente realizável sob a luz solar ou artificial, no mundo astral nós podemos ver as coisas, independentemente de luz, tanto no seu exterior como no interior, tendo a impressão de que as viramos pelo avesso.
E o mais importante é que podemos projectar a vista em todos os sentidos, tomar conhecimento de todo e qualquer detalhe, submetendo tudo a um exame que bem poderíamos designar de "visão de profundidade".
Acresce que, enquanto os olhos da carne exigem uma direcção, dada pelos nervos oculares, para que tenhais conhecimento daquilo que eles podem ver, transmitindo ao cérebro apenas imagens focalizadas directamente, a nossa vontade age de tal modo, no ambiente que melhor "sentimos" do que "vemos".
Em certas ocasiões de hipersensibilidade, tenho observado que toda a organização do meu perispírito se transforma num maravilhoso campo visual, em que sinto as coisas provindas de todas as direcções.
Torno-me, assim, um centro de visão em sentido esférico, e capto todos os fenómenos situados ao meu redor, sob a estranha impressão de que vejo tudo com o poder de mil olhos!
A necessidade de ver, na Terra, exige a imediata focalização dos olhos sobre os objectos desejados; além disso, para que o espírito possa ter conhecimento do que é focalizado, está na dependência das transformações vibratórias que o aparelho visual deve efectuar, para a devida sensibilidade do espírito.
Ademais, essas vibrações precisam atingir toda a área do perispírito, para que então a alma tome conhecimento do que os olhos observaram, pois esses, na realidade, significam apenas um acessório, ou seja um transformador da visão exterior para as vibrações de alta frequência, que são receptivas à organização etéreo-astral do perispírito.
O nosso poder visual está à superfície de todo o perispírito e, assim, torna-se um captador de imagens em todas as direcções.
Em lugar de precisarmos de um par de olhos para captarem as imagens e as transmitirem numa frequência vibratória acessível ao nosso espírito, nós, no Astral, as captamos directamente em sua fonte natural vibratória, levando-as para a contextura do nosso perispírito e dispensando as funções complicadas da visão física.

PERGUNTA: - Supondo que a vossa metrópole seja um ponto astronómico, no Espaço, como veríeis o firmamento, ou o nosso Sol, olhando desse ponto ou local?
A sensação seria a mesma que tínheis quando estáveis reencarnado em nosso planeta?
ATANAGILDO: - De nossa metrópole vemos o firmamento da mesma forma como o vedes da crosta terráquea, embora se nos apresente mais luminoso e tão repleto de vida quanto seja a possibilidade de penetração interior de nossa visão espiritual.
É óbvio que a sua cor difere profundamente da cor da atmosfera física que envolve o globo terráqueo, porque estamos situados na intimidade dessa visão, limitada, para vós, pelos olhos da carne.
Nós sentimos as coisas de outro modo e penetramos com mais eficiência em toda a sua realidade exterior.

PERGUNTA: - Dai-nos um exemplo, para que melhor compreendamos que as coisas vistas pelos nossos olhos físicos são abrangidas em toda a sua extensão e, realidade pela visão dos espíritos desencarnados.
Podeis fazê-lo?
ATANAGILDO: - Essa maior ou menor acuidade visual interior depende muito do tipo do espírito pois, à medida que nos elevamos para estados mais sublimes, todo o mundo oculto se nos revela mais intenso e povoado de energias que antes haviam escapado à nossa observação de carácter inferior.
Suponde que vos encontrais observando um vaso contendo água doce, quente, perfumada e ainda electro-magnetizada.
Que vedes nesse vaso, com os vossos olhos físicos?
Sem dúvida, só vedes a água e apenas notais a sua forma incolor, pois se quiserdes sentir-lhe a temperatura, o perfume ou o magnetismo, ou mesmo o sabor, tereis que vos valer do tacto, do olfacto e do paladar.
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 2 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 14, 2021 7:26 pm

No entanto, se o meu espírito desencarnado estivesse presente no local, faria uso da faculdade que vos descrevi e poderia captar todo o seu perispírito, simultaneamente, todas as diversas sensações contidas no vaso d'água, apenas usando a sua vontade na percepção dos vários fenómenos ali existentes.
Há essa diferença, porque os cinco sentidos do homem não passam de janelas vivas ou aparelhos acessórios que devem transformar os diferentes fenómenos do mundo exterior numa vibração que o espírito desencarnado pode recepcionar directamente, ao passo que ele não o pode fazer.
É evidente, pois, que na posse do corpo físico ou mesmo liberto dele, o verdadeiro receptor de todas as sensações e fenómenos do mundo físico ou astral ainda é o perispírito.
Desse modo, aquilo que percebemos dificultosamente, quando no comando do corpo carnal, podemos captar directamente, e sem os sentidos físicos intermediários, quando desencarnados.

PERGUNTA: - Tendes, porventura, outra concepção do Sol, devido a possuírdes uma visão melhor que a nossa?
ATANAGILDO: - O Sol que vedes no firmamento e que vos aquece com os seus raios caloríficos é o mesmo que banha as colónias e cidades astrais existentes em torno do globo terráqueo; no entanto, para vós, é um astro de acção mais física enquanto que nós o sentimos interiormente, isto é, na sua plenitude astral.
O nosso ambiente, por ser integralizado pela substância astral, dispensa a acção propriamente física do Sol, mas recebe toda a sua energia astralina, a fim de se poderem cumprir os objectivos de renovação espiritual dos desencarnados.

PERGUNTA: - Como poderíamos compreender melhor essa diferença de acção do Sol em vossa metrópole, acima de sua expressão comum por nós conhecida?
ATANAGILDO: - Creio que não vos é estranho o facto de o Cosmo todo se encontrar interpenetrado de uma energia que se adensa em torno dos orbes, na forma de substância astral.
A começar pelo próprio Sol do nosso sistema, cada planeta ou asteróide possui a sua atmosfera de fluido astral, que o envolve na conformidade do seu volume, rotação e idade sideral.
Deste modo, a Terra requer também as energias físicas do Sol, que lhe nutrem a vida física, ao mesmo tempo que a sua esfera astral e invisível, sob considerável dinamismo, também exige essas energias, que devem entreter a sua vida interior.
Nos cursos educativos de nossa metrópole tenho aprendido que os espíritos que findam as suas encarnações na Terra e terminam a sua educação no mundo astral passam, em seguida, para um outro plano mais interior, denominado "mundo mental concreto", onde ainda existe matéria mental mas, de tal subtileza, que lhes atende, instantaneamente, àquilo que pensam e desejam.
Explicam-nos, então, que esse mundo mental concreto também está muito além da natureza vibratória do mundo astral, assim como a nossa esfera astral também se encontra muito além dos fenómenos da Terra.
E o Sol, como centro de vida e sustentáculo de todo o nosso sistema, continua a alimentar todos os demais mundos "interiores" de vida espiritual, assim como nutre a crosta terrestre, embora a cada um conforme a energia correspondente ao seu meio de vida.
Embora o Sol seja, pois, um só, há um Sol físico para a Terra física, um Sol astral para o mundo astral e um Sol mental para o mundo mental concreto.
Penso que o exemplo da água quente, perfumada e magnetizada pode dar a ideia de três estados diferentes num só corpo:
calor, perfume e electricidade, no elemento água, numa graduação cada vez mais delicada, assim como a manifestação do Sol físico é mais grosseira do que a do Sol astral e este também mais rude do que o Sol mental.
É por isso que, na metrópole do Grande Coração, nós haurimos a luz do Sol na sua manifestação mais pura e dinâmica, porque também nos movemos num mundo de energias semelhantes, como é o mundo astral.
Acredito que a ciência terrena já não mais duvida de que o Sol é antes um foco de luz do que de calor; essa luz é que se transforma em calor, assim que encontra a resistência do "biombo" da atmosfera terrestre, e então chega até vós na forma de raios caloríferos.
Assim, a energia principal pura ou dinâmica, do Sol, é a luz e não o calor, pois este já é energia degradada.
Se quiserdes saber por que motivo em nosso mundo astral nós aproveitamos a energia mais elevada, do Sol, é só compreenderdes que, enquanto recebeis raios caloríferos, que se filtram através do "biombo" atmosférico da Terra, nós recebemos directamente o Sol em sua dinâmica natural de luz.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 14, 2021 7:26 pm

PERGUNTA: - Poder-se-ia considerar que os olhos de carne estão para o mundo espiritual assim como os anteparos estão para a luz material?
ATANAGILDO: - Os vossos olhos não são propriamente anteparos da realidade espiritual e, pelo contrário, significam preciosos órgãos que vos permitem a visão grosseira no plano da matéria.
Não devemos olvidar que os olhos carnais não são os redutos da verdadeira visão do espírito, nem causam prejuízos ao entendimento exacto dos mundos interiores, mas são o resultado de um dos mais avançados esforços da natureza física, a fim de que pudésseis ter noções do mundo físico, tão necessário ao nosso aprendizado sideral.
Quando de posse dos olhos de carne, eu actuava no mundo material circunscrito apenas ao que devia servir de lições à alma reencarnada; só podia ver os seres e as coisas desde que meus olhos estivessem sob a iluminação da luz exterior do Sol ou da artificial da Terra.
Como homem físico, não conseguia enxergar no escuro, não tendo sequer o privilégio de que gozam os gatos, alguns outros animais e diversos insectos...
E isso porque os olhos do homem exigem a luminescências exterior, na medida que lhe foi dada para poder cumprir a sua função vital.
Mas, depois que deixei o corpo físico, fiquei surpreendido com a precariedade dos olhos carnais e com a maravilhosa capacidade visual do espírito desencarnado, que' se serve especialmente de sua vontade treinada para satisfazer aos seus anelos!
Se vos utilizásseis de óculos com lentes bem escuras, para contemplardes as paisagens ensolaradas e coloridas das enseadas de Nápoles, Guanabara ou Flórida, é claro que teríeis uma impressão obscura e pobre da realidade; no entanto, assim que vos desvencilhásseis das lentes escuras, ficaríeis surpreendidos diante das indescritíveis belezas que vos oferecia a visão límpida!
Também me senti deslumbrado diante do panorama soberbo e celestial que se.me deparou logo após ao desencarnar e me desenvencilhar dos olhos físicos pois, embora estes prestem excelente serviço no trânsito da vida material, não conseguem revelar as belezas do astral superior, que se situa num campo vibratório muito subtil.
Muitas almas de boa estirpe espiritual confessam que, após a desencarnação, parecia-lhes que viviam num quarto escuro e fora-lhes acesa prodigiosa luz, que lhes descobriu munificente palácio principesco, repleto das mais deslumbrantes dádivas celestiais!
Nós, aqui, somos tomados de imensa piedade para com os cientistas, filósofos ou sábios terrenos que afirmam, enfaticamente, que nada mais existe depois da morte do corpo.
Eles acham que a vida real é exactamente aquela que se nota nas formas passageiras do mundo terreno.
Mas, quando retornarem ao astral, muito grande lhes será a humilhação ao comprovarem a falsidade de uma concepção tão infantil!

PERGUNTA: - Como é que podeis ver o sensitivo, neste momento em que recebe o vosso pensamento e o passa para o papel?
Qual a espécie de vossa visão, neste instante?
ATANAGILDO: - Repito, meus olhos não estão mais adstritos à visão limitada do mundo material, que está sujeita à luz solar ou artificial.
A luz que me rodeia é muito diferente e ilumina tudo desde o seu interior, por cujo motivo posso penetrar até no recôndito de vossas almas, inclusive a do médium de que me sirvo.
Quando olhais um homem, no vosso mundo físico, só podeis vê-lo na sua configuração exterior, porque a luz solar ou artificial só se derrama sobre os seus contornos.
É bastante que se faça noite, para que não mais o possais ver, salvo se vos utilizardes da luz artificial.
Assim, enquanto os vossos olhos físicos só permitem observar aquilo que a luz do mundo material ilumina, nós tudo podemos ver, graças à luz que há no interior de todas as coisas e mesmo em nossa organização perispiritual.
Eu enxergo o médium neste momento, não como ele o é para vós, mas como o era antes de se reencarnar e como será depois de abandonar o seu corpo numa sepultura, aí na Terra.
Vejo-o em sua figura propriamente espiritual, no seu veículo etéreo-astral, que serve de intermediário entre o seu espírito e o corpo de carne.
A mim, que já estou desencarnado e distanciado vibratoriamente do vosso mundo material, o corpo físico não serve mais de relação, porque tenho contacto com o médium através do seu perispírito, que atua no mesmo plano em que eu me encontro liberto.
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