LUZ ESPÍRITA
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 17, 2021 8:28 pm

PERGUNTA: - Esses espíritos assistentes possuem algum aspecto diferente ou vestimenta especial, que os destaquem dos demais e os distingam como responsável pelos processos desencarnatórios?
Apresentam algum sinal que os destaque na comunidade espiritual?
ATANAGILDO: - Não vos preocupeis com insígnias ou emblemas, que são de suma importância no mundo terreno, mas desnecessários para criarem distinção entre desencarnados, no mundo astral, cujo valor é conhecido pela espécie de luz que flui de seus espíritos evoluídos e pela sua ternura e sabedoria.
Na metrópole do Grande Coração compreende-se melhor 'aquele velho conceito de Sócrates de que, à medida que o homem mais sabe, mais verifica que nada sabe!
Por isso nenhum espírito de nossa comunidade, por mais evoluído que seja, agasalha presunções de sabedoria e faz exibições de avanço espiritual.
A singeleza e a ternura ainda significam as qualidades mais destacadas dos espíritos devotados ao Bem, inspirados no exemplo do Sublime Guia Espiritual do orbe, o Mestre Jesus, que demonstrou a sua grandeza na humildade em lavar os pés dos apóstolos.
E eis o motivo por que os espíritos que assistem aos desencarnantes também não se diferenciam de outros laboriosos servos do Senhor; pelo menos não lhes tenho notado outras condecorações ou símbolos que não sejam o sorriso benevolente e o devotamento completo ao serviço de auxílio ao próximo.

PERGUNTA: - Em virtude de já havermos vivido outras vidas e desencarnado tantas vezes, não seria razoável que já tivéssemos nos libertado dessa angústia diante da "Morte", que a lenda tem pintado tão tenebroso?
ATANAGILDO: - Bem sei que ainda é difícil exterminar do subconsciente humano a velha ideia da "Morte", essa mulher cadavérica envergando lúgubre mortalha, enquanto acciona afiado podão sob gestos histéricos e atitudes assustadoras!
No entanto, que é a vida senão a própria morte em prestações?
Todas as vezes que o corpo envelhece e se consome de minuto a minuto, não caminhais, porventura, implacavelmente, mais uma vez, para a cova do cemitério?
Do primeiro vagido emitido no berço até o último suspiro na agonia, o homem nada mais é do que um viandante em obrigatória caminhada para a sepultura!
Por que temê-la?
Se a morte corporal é apenas um "acto" ou um "facto" comuníssimo, que representa inefável bênção destinada a libertar o espírito da carne e conduzi-lo ao seu destino venturoso!
Quando logrei despertar no Além, tive a grata surpresa de ser apresentado a dois boníssimos espíritos que, apesar de o tentarem fazer, não logravam reduzir a irradiação de luz safírico-azulada que lhes fluía pelo tórax, chegando a formar um suave halo luminoso em torno de suas cabeças jovens.
Certo de que Se tratava de excelsos enviados da hierarquia superior, para salvarem a minha alma pecadora, surpreendi-me extraordinariamente com a reve1ação de que eram os dois espíritos técnicos que me haviam ajudado a desligar-me do corpo físico. Indubitavelmente, quando tal acontecera, eu me achava diante da lendária "Morte", entidade tão temida, e que na Terra causa arrepios à sua mais singela enunciação.
No entanto, aqueles dois espíritos, à minha frente, desmentiam claramente a existência tétrica da megera esquelética embuçada na sua fúnebre mortalha e tendo nas mãos a sinistra foice!...
Felizmente, eu podia vislumbrar aquelas fisionomias iluminadas, afáveis e sorridentes, que se encontravam junto ao meu leito, num formal desmentido à lenda mitológica da "Parca" que, na Terra, tem inspirado histórias as mais assustadoras!
Eles leram, então, o meu pensamento, com certo ar travesso, enquanto meu cérebro se povoava de espanto; depois, fitaram-me com profunda bonomia e interesse e, sem que eu também pudesse me conter, rimos francamente; um riso farto e sonoro, que inundou o ambiente de vibrações alegres e festivas!
Ríamos diante da farsa da "morte" tão lúgubre e aterrorizante para o cidadão terreno, que vive tão agarrado aos seus tesouros efémeros e às suas paixões avassalantes!
Justamente por inverter o exacto sentido da vida, é que o homem terráqueo tanto teme a morte do corpo!
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 17, 2021 8:29 pm

PERGUNTA: - Por que motivo, em certos casos, tem sido possível identificarem-se alguns sinais da proximidade da morte do corpo físico?
São os próprios espíritos assistentes das desencarnações que previnem, por vezes, do desenlace a se verificar?
ATANAGILDO: - Sabeis que, em virtude de a criatura terrena considerar a morte do corpo como acontecimento lúgubre e inevitável, empresta um sentido fúnebre a tudo aquilo que possa lembrá-la.
Mas, apesar disso, em certas ocasiões ocorrem fatos que bem podem denunciar a presença daqueles assistentes ao se aproximarem para o desempenho de suas tarefas caridosas.
Mas a ignorância humana faz com que eles sejam considerados como visitantes indesejáveis, confundindo com mau presságio os seus sinais benfeitores, que indicam a feliz libertação da alma enclausurada na matéria densa.

PERGUNTA: - Dai-nos um exemplo de como pode ser percebida, por certas pessoas, a aproximação desses espíritos, pois muitas há que vaticinam a morte de parentes ou vizinhos por terem ouvido o uivo contínuo de um cão. Há algum fundamento nisso?
ATANAGILDO: - Algumas vezes, há fundamento.
Como a visão dos animais pode se situar numa faixa vibratória mais penetrante, do astral, inacessível à visão ou percepção comum humana, certos cães podem pressentir quando os técnicos espirituais se encontram em tarefas desencarnatórias nas circunvizinhanças, por cujo motivo, se põem a uivar; por isso o povo costuma dizer que "uivo de cachorro é mau agouro".
Quando, para ser "queimado" um carma colectivo, ocasião em que, por exemplo, devam perecer em naufrágio os tripulantes e passageiros de alguma embarcação, em cujos corpos carnais se escondam espíritos de velhos criminosos, piratas ou antigos invasores bárbaros, as grandes equipes de espíritos protectores e assistentes das desencarnações situam-se na embarcação com alguma antecedência à catástrofe determinada pela Lei Cármica, a fim de providenciarem quanto ao controle e à protecção que se farão necessários nas operações desencarnatórias.
E nessas ocasiões não raro ocorre um facto interessante:
como a visão dos ratos é bastante sensível no plano da substância astral muito densa, eles pressentem que se avizinha um desastre.
E, como nesses animais ainda é mais poderosa a sabedoria milenária instintiva, de sobrevivência, os ratos em certos casos se atiram ao mar, buscando salvação prematura.
Esse o fundamento da lenda de que os ratos costumam abandonar os navios em vésperas de naufrágio.
As aves, os répteis e diversos animais, em sua linguagem ininteligível e na sua inquietação não compreendida pelo homem, quase sempre assinalam fenómenos insólitos que percebem em torno e à vizinhança do mundo astral mais denso.

PERGUNTA: - Cremos que o motivo principal do nosso temor à "morte" não é o seu aspecto trágico, mas sim a expectativa de enfrentarmos o desconhecido, pois que, permanecendo no mundo físico, estamos amparados pela paisagem familiar que nos rodeia e pelo afecto da parentela consanguínea, da qual teremos de nos separar sem uma prova cabal de que iremos gozar da felicidade com que nos acenam.
Que dizeis a isso?
ATANAGILDO: - A verdade não é essa; se o homem teme a morte do corpo físico, é porque deposita toda a sua fé e ventura nos tesouros efémeros da matéria e se dedica ao culto exagerado às paixões animais, que o tornam cada vez mais insatisfeito e o escravizam definitivamente ao gozo animal.
Como ignora o amor excelso e a paz sublime das esferas espirituais superiores, que poderia alcançar pela renúncia definitiva aos bens provisórios da Terra, mal sabe que a desencarnação significa uma generosa dádiva de Deus para a verdadeira vida.
Enquanto alguns cientistas, inquietos, tentam prolongar a vida física dos homens, afobados na procura do "elixir da vida" ou na descoberta de hormônios que lhes garantam mais êxito nas sensações animais transitórias, os espíritos benfazejos tentam inspirar a criatura terrena para que não corra atrás da morte, mas também não a tema nem se atrofie no culto desbragado dos sentidos físicos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 17, 2021 8:29 pm

Por isso, muitas criaturas sentem arrepios gélidos na espinha dorsal, quando ouvem falar do fenómeno da morte, como. se já não a tivessem enfrentado tantas vezes, no decorrer dos milénios findos!
Quantas vezes a morte amiga vos foi proporcionada pela técnica desses espíritos especializados, que vos cortaram o "fio da vida" para que pudésseis vos libertar dos grilhões do sofrimento humano!
Na Atlântida, no Egipto, na Gália, na Hitítia, na Grécia, na Índia ou na Europa,
quantos corpos de carne já haveis abandonado para a rectificação do vosso espírito!
Graças a essa contínua interrupção da vida física, através da morte do corpo, é que tendes podido realizar sucessivas experiências humanas e activar o progresso dos vossos espíritos!

PERGUNTA: - Quais as primeiras providências tomadas pelos espíritos assistentes das desencarnações, na tarefa de libertação dos moribundos?
ATANAGILDO: - Já vos disse, alhures, que não se registra uma só reencarnação ou desencarnação, sequer, absolutamente idêntica a outras; comumente, os técnicos desenvolvem os seus trabalhos e coordenam o processo desencarnatório à medida que também se apresentam as reacções e os acontecimentos inerentes à natureza "psicofísica" do desencarnante.
Quando se trata de alma filiada a qualquer comunidade superior, ou que tenha se devotado ao serviço do amor ao próximo, as primeiras providências dos técnicos se circunscrevem à defesa em torno do seu leito de dor.
Eles criam uma rede de fluidos magnéticos que dissolvem as vibrações mentais e os impactos emotivos causados pelos parentes em desespero, assim como também protegem o desencarnante contra qualquer intervenção indébita do astral inferior.
Embora nem sempre se obtenha o completo êxito desejado, devido à vigorosa imantação de angústia da parentela encarnada, pelo menos esse círculo de magnetismo defensivo ainda neutraliza grande parte da carga nociva, que sempre perturba o trabalho desencarnatório.
Mesmo quando não se trata de purgação cármica, há enfermos que agonizam horas e horas a fio, porque ficam retidos na carne pelos laços vigorosos do magnetismo afectivo dos seus familiares desesperados e que pretendem salvá-lo a qualquer preço, embora já o reconheçam incurável e moribundo.
Visto que os encarnados muito se desorientam diante da morte do corpo, que promovendo desesperada gritaria, quer blasfemando contra Deus, é comum a presença de amigos desencarnados que se apresentam junto ao agonizante e formam ali um círculo de orações, que então o auxiliam para o melhor êxito no seu trespasse.
Normalmente, são essas as primeiras providências que se tomam junto ao desencarnante, quando é digno de boa assistência, tais como a fluidificação sedativa do ambiente, a criação de uma rede de magnetismo protector em torno do seu leito e o carinho espiritual através da prece proferida por espíritos amigos.

PERGUNTA: - Supomos que, logo a seguir, se processa o desatamento dos laços da vida física; não é assim?
ATANAGILDO: - A operação do desligamento final. depende muito da própria psicologia do desencarnante pois, embora ele mereça ser digno de assistência espiritual, por vezes é imaturo de razão ou psiquicamente inseguro de felicidade no limiar da morte física.
Neste caso, os espíritos assistentes promovem o adormecimento do seu cérebro, para que ele se desligue da carne inconsciente do processo desencarnatório, permanecendo, assim, sob a acção de um incontrolável sono que o impede de interferir directamente no processo com a sua força mental, dificultando a operação liberatória.
Mas há também outros espíritos que, devido a sua emancipação e elevado grau de consciência desperta, durante a desencarnação, merecem outra espécie de operação preliminar para a libertação do corpo físico, a qual consiste em activar-lhe a consciência espiritual e sugerir-lhes a oração afectiva, porque lhes é chegada a hora filial.
Eis o motivo por que trabalhadores do Senhor e certas criaturas bem espiritualizadas desencarnam perfeitamente lúcidas e calmas, a ponto de convidarem os presentes à oração, chegando mesmo a determinar providências relativas ao seu trespasse.
Os seus corpos são abandonados com invejável tranquilidade espiritual, em lugar do desespero que se apossa daqueles que não vivem preparados para saber morrer!
No processo desencarnatório dessas almas emancipadas e conscientes, quase sempre os técnicos fazem convergir todas as forças vitais e magnéticas para a região intracraniana, à altura do cerebelo, onde se acumulam, então, forças regeneradas que activam o espírito e aguçam-lhe a percepção mental do fenómeno desencarnatório.
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 17, 2021 8:29 pm

PERGUNTA: - Poderíeis nos descrever melhor o processo gradativo da desencarnação, de modo a que pudéssemos conhecê-lo sob um aspecto científico?
ATANAGILDO: - Nas desencarnações comuns, quase sempre é solicitada, de início, a presença de um espírito que possua magnetismo semelhante ao do agonizante, a fim de auxiliar a desencarnação.
Ele coloca as mãos sobre a fronte deste, num serviço de incessante revigoramento magnético nos lobos frontais e aceleração do "chacra coronário", onde está o verdadeiro comando do sistema de forças do duplo etérico, que relaciona o perispírito com o corpo físico.
Em seguida, o técnico desencarnador inicia sobre a organização etérica do perispírito um trabalho de magnetização ao longo do corpo carnal; é operação muitíssimo complexa, visto que o operador deve se deter, com perfeito conhecimento da técnica, à altura de cada "chacra etérico" ou centro de forças, ajustando-lhes as funções e os movimentos num tom harmónico em toda a extensão do perispírito.
Cumpre-lhe regular o "chacra esplénico", que recepciona a vitalidade do meio ambiente, para que se equilibre no funcionamento correto do centro cardíaco, que é a sede dos sentimentos, e se exerça o controle do "chacra laríngeo", para que se evite dispêndio de palavras. 1
O chamado "duplo etérico", que serve de intermediário entre o corpo físico e o próprio perispírito, e que mais tarde se dissolverá no éter-ambiente, torna-se muito sensível durante essa operação, num incessante intercâmbio de energias com o meio, assim como as manda de retorno, na forma de combustível gasto e que deve ser eliminado.
A distribuição do magnetismo é feita sobre todo o tecido perispiritual, ajustando-o e fortalecendo num admirável labor de captação e aproveitamento de todo o energismo disponível do desencarnante.
Nesse momento tão delicado, em que o espírito deve abandonar o seu casulo de carne para alçar-se às esferas edénicas ou, então - devido ao peso de seu magnetismo inferior - cair ou precipitar-se nas regiões trevosas, é que realmente se comprova o valor do grande ensinamento de Jesus:
"Os humildes serão exaltados e os que se exaltam serão humilhados"!
A vida humilde e benevolente, aí na Terra, produz um contínuo refinamento e acúmulo de energias superiores, enquanto que a exaltação pelo orgulho, pela cólera ou por quaisquer outras paixões e violências, representa perigoso dispêndio energético que fortifica o campo das forças inferiores do perispírito, fazendo com que a alma penetre bastante debilitada no plano astral.
Essa distribuição de energias 'que os técnicos fazem ao longo do corpo do moribundo - que em terapêutica magnética é muito conhecida como "passes longitudinais" - tem por função isolar todo o sistema nervoso simpático, enquanto outras aplicações condensavas, de magnetismo, insensibilizam o vago e desentranham das vísceras as suas respectivas contrapartes etéricas.
Essa operação que insensibiliza e vai suprimindo gradativamente a acção do sistema nervoso, também faz convergir e escoar o magnetismo dos "chacras" que atuam à altura de cada "plexo nervoso", por cujo motivo extingue-se também a possibilidade de movimentos físicos por parte do agonizante, embora os técnicos possam aumentar-lhe a percepção mental e a auscultação psíquica, se for de interesse mantê-lo deliberadamente desperto.
Eis por que os espíritos assistentes das desencarnações costumam propositadamente frenar o "centro laríngeo" e controlador da voz, para se evitar um verbalismo debilitante ao desencarnante e contraproducente aos familiares que o cercam, decorrente de sua memória demasiadamente aguçada.
É o que também me aconteceu na última desencarnação, pois se me aguçou de tal modo o psiquismo, que eu podia pressentir, por via telepática ou intuitiva, todas as emissões de pensamentos daqueles que me cercavam!
A inibição do sistema nervoso, que me paralisara os movimentos físicos, fazia refluir a pujança da vida interior do meu espírito, activando-me energicamente a audição psíquica e me colocando em angústia, pois desejava dizer aos presentes que eu estava vivo e ameaçado da lúgubre possibilidade de ser enterrado vivo!
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 17, 2021 8:29 pm

PERGUNTA: - Depois dessa intervenção que descreveis, o espírito abandona, então, o corpo físico?
ATANAGILDO: - A desencarnação demanda ainda outras operações complexas, pois a intimidade que se estabeleceu entre o perispírito e o corpo físico, durante alguns anos de vida humana, não pode ser desfeita em poucos minutos de intervenções técnicas do lado de cá.
Salvo nos casos de desastres ou mortes violentas, em que a intervenção dos técnicos assistentes se regista só depois da morte do corpo, as demais desencarnações devem se subordinar gradativamente a várias operações liberatórias, em diversas etapas, como tenho observado nas oportunidades que me foram dadas para apreciar o fenómeno.
O homem apresenta, fisiologicamente, três centros orgânicos que devem merecer a maior atenção durante a desencarnação, quando se trata dos que merecem a assistência espiritual: o centro "físico", pelo qual se manifesta o instinto como reacção, prazer, dor ou movimento, situado no ventre, a zona da sensação que é o campo das manifestações fisiológicas; o centro "astral", pelo qual se manifesta a intuição, em harmonia com o sentimento, conhecido como a zona dos desejos e emoções, situado no tórax, e, finalmente, o centro "psíquico mental", localizado no cérebro, que é o mais importante dos três, porque revela a ideia e também tem ligação com o sentimento.
É a organização principal pela qual a alma afere os valores da verdade. e do erro, assim como pode avaliar o grau de sua própria consciência espiritual em relação com o meio físico.
Conforme a natureza favorável ou desfavorável, da utilização, por parte da alma, de cada um desses centros "etéreo-astrais", que servem de integração do espírito à carne, também variam o tempo do seu desligamento e a intensidade de certas operações que os assistentes presentes realizam à parte.
O corpo humano representa apenas a materialização carnal dos sentimentos, ideias e desejos do espírito que, ao se desligar dele, também revela qual foi a sua maior ou menor preferência pelo campo de acção física, emotiva ou mental, no mundo de formas, qual o músico que se afeiçoa particularmente a um determinado tipo de instrumento.
E isso exige que os espíritos assistentes das desencarnações se devotem com mais cuidado e atenção às zonas vitais do corpo por meio das quais o espírito tenha se demorado mais tempo no intercâmbio com o mundo exterior.
A desencarnação tem, pois, íntima relação com os objectivos elevados ou prejudiciais que foram acalentados em cada um desses três centros principais de actividade do espírito na matéria, do que resulta o êxito ou a dificuldade na libertação do moribundo.
Assim, para que o espírito possa partir livremente para o espaço, não basta que apenas cessem as funções fisiológicas do corpo físico, tais como os movimentos ou as reacções de sensibilidade orgânica, mas é preciso que os laços vitais sejam desatados lenta e gradativamente, para o que se exige uma técnica tão melindrosa, que me faz lembrar os cuidados, preocupações e exigências da alta cirurgia do vosso mundo.
Logo após ao processo magnético que já vos descrevi, os técnicos espirituais costumam operar sobre a zona do "plexo solar" ou plexo abdominal, como é mais conhecido na técnica médica; ali é que realmente se localizam as últimas algemas do espírito, constituídas pelas forças físicas pois, assim que são desatados esses ligamentos finais, extravasa deles um conteúdo leitoso, visível a nós, à altura do umbigo e que, passando para fora do corpo físico, é em seguida aproveitado automaticamente pelo perispírito, que já se encontra agora na fase final de sua desencarnação.
Noto sempre que, em seguida ao fenómeno curioso do extravasamento daquela substância gasosa, de aparência leitosa, dá-se o esfriamento do corpo de carne, a começar mais rapidamente pelos membros inferiores.
É o momento em que a família do moribundo muito se aflige, saindo em busca de bolsas de água quente para colocar em seus pés gelados.
Desde que os técnicos activem, então, a sua intervenção desencarnatória, será bastante que apliquem alguns passes magnéticos no centro astral, à altura da região cordial do corpo físico, para que diminua o ritmo funcional do coração e se precipite a agonia.
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 18, 2021 8:15 pm

PERGUNTA: - Qual o quadro clínico que, para nós encarnados, apresentará o agonizante no momento em que se liberta aquê1e conteúdo leitoso a que vos referistes há pouco?
ATANAGILDO: - Não vos esqueçais de que descrevi essa substância leitosa, invisível aos olhos da carne, conforme ela se apresenta à minha visão espiritual pois, embora seja um conteúdo fluídico, a mim se afigura bastante parecido a um gás pastoso e de aspecto leitoso.
Alguns médiuns videntes, da Terra, quando podem vê-la na sua exsudação durante a desencarnação talvez possam descrevê-la como semelhante a um cone franjado, muito parecido a uma diminuta árvore, principalmente ao tradicional pinheirinho de Natal, tão festejado no Brasil.
É uma substância que emerge acima do umbigo e que, ao nível do perispírito, tende a alcançar a garganta, num esforço de projecção triangular, e que, depois de exsudada, tira qualquer possibilidade de se prolongar a vida do moribundo.
Existem, mesmo, alguns tipos de médiuns que, ao verem astralmente o conteúdo leitoso à altura do ventre do enfermo, sabem perfeitamente que desapareceram quaisquer probabilidades de salvá-lo.
Em seguida ao extravasamento da substância a que me referi, é ela absorvida por 'uma chama que se situa no centro craniano, cuja luminosidade não encontra analogia na luz física; é composta de um quimismo muito alto, produto da condensação da energia do plano mental superior; a sua cor oscila entre o lilás e o violeta, variando em seus matizes e fulgurações douradas.
Essa chama admirável representa o mais importante e derradeiro trabalho do "centro psíquico", ou "mental" na fase desencarnatória, quando absorve a energia intermediária, fornecida pelo "centro físico", sediado no ventre, para em seguida compor e sustentar a configuração definitiva do perispírito, que então já se manifesta com vigor no mundo astral.
O momento em que extravasa o conteúdo leitoso da zona abdominal e se eleva até o comando mental, para nutrir o perispírito desencarnado, é justamente a fase aflitiva em que, para a visão física, o agonizante apresenta às vezes o sintoma conhecido da grande falta de ar, ou a chamada "grande dispneia", da terminologia médica, despendendo desesperado esforço para sobreviver no mundo físico.
Então se trava desesperado embate entre o espírito, que luta para se desprender do casulo da carne, e este que tenta sobreviver através de todos os recursos fornecidos nela sabedoria instintiva do animal milenário.
Recrudescendo os efeitos das medidas liberatórias, surge então a tradicional
"sororoca", do conhecimento popular, quando já se apagam todas as esperanças de salvação corporal, e o enfermo caminha para o estado de coma.
O desencarnante tenta heróicos esforços para poder falar, enquanto a sua mente, bastante aguçada luta para manter o comando físico, que lhe foge desesperadamente.
Mas a imobilidade do centro etérico da laringe, neutralizado em sua função intermediária entre o perispírito e o corpo físico, só lhe permite produzir estertores, que confrangem os presentes.
É certo que o desespero e a maior aflição na hora da morte dependem fundamentalmente do grau de evolução espiritual do paciente; há almas que desencarnam com tal serenidade espiritual, que comparais a sua morte à dos passarinhos, enquanto outras atravessam esse momento na mais cruciante luta para coordenar o raciocínio e fazer apelos verbais, tentando ainda sustentar coeso o organismo que se exaure de sua vitalidade costumeira.
O corpo físico, no entanto, batalha heroicamente e arregimenta todas as suas energias instintivas, antes de se render definitivamente às forças que lhe paralisam a vida no mundo material.
A motricidade orgânica vibra e pulsa, numa tentativa derradeira de superar a ausência dos estímulos cardíacos, que se põem a diminuir gradativamente.
Os dois mundos se digladiam num esforço hercúleo, mas a vitória pertence aos técnicos do Além pois, em seguida à libertação do conteúdo leitoso, a que já me referi, nenhuma força humana conseguirá fazer o desencarnante retornar ao seu centro de vitalidade animal.
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 18, 2021 8:16 pm

PERGUNTA: - Então é essa a ocasião em que, segundo alguns compêndios espiritualistas, se corta o último fio da vida?
ATANAGILDO: - O processo de desencarnação, como vo-lo tenho descrito, caminha por etapas que vão se substituindo gradativamente; inicia-se, normalmente, com a acção magnética à altura do sistema nervoso, actuando sobre todos os seus gânglios e plexos nervosos; acentua-se, depois, no ventre, onde se localiza o centro vegetativo ou da sensação instintiva; prossegue, depois, na região torácica e provoca a disfunção cardíaca, com intervenção no centro do sentimento, para então findar-se no campo da ideia, no centro psíquico ou mental, que fica sediado no cérebro.
Como é neste último órgão que realmente reside a direcção do espírito no comando do seu organismo físico, é também ali que se encontram todas as energias depois de serem libertadas das outras regiões do corpo, lembrando um exército disciplinado que, diante da derrota implacável, concentra-se em torno do seu comando e aguarda, na mais dolorosa expectativa, as últimas ordens de viver ou morrer.
Assim como o grande simpático é o nervo que se serve de verdadeiro apoio físico ao corpo astral, o cérebro é o alicerce do veículo mental; e, como tal, deve ser o último a se libertar da vestimenta que comandou durante a vida material.
O mesmo poder criador da mente, que sabe aglutinar a substância física para compor o corpo carnal e fazê-lo renascer na Terra, logo fica de posse daquele conteúdo leitoso de que temos falado - prenhe de vitalidade e usado como sustentação da vida humana - desaba também a configuração definitiva do perispírito liberto do organismo físico, e aquele se toma, então, o novo centro coeso da colectividade atómica do mundo astral.

PERGUNTA: - É então na zona cerebral que os técnicos cortam o último laço de união do espírito com o corpo físico?
ATANAGILDO: - Quando falei de minha desencarnação disse-vos que, no momento exacto em que os técnicos deviam estar operando na minha região craniana, para me desligarem definitivamente dos últimos contactos com o corpo físico, fui tomado pela terrível sensação de haver mergulhado no centro de violento trovão, que fez estremecer toda a minha individualidade espiritual.
Na realidade, me haviam cortado o chamado "cordão prateado" cuja citação muitas vezes encontrara nas obras esoteristas terrenas2 e que significa o último laço a ser rompido pela técnica sideral, a fim de que o espírito se liberte definitivamente do corpo carnal.
Mas o momento exacto de se romper esse último laço varia de espírito para espírito, pois tenho observado, em muitos casos, que essa operação só é realizada no momento da saída do féretro para o cemitério.
Entretanto, existem infelizes almas pecadoras que, devido ao seu desequilíbrio psíquico, não favorecem a intervenção da assistência espiritual na sua desencarnação e, por isso, têm que suportar a fragmentação natural desse "cordão prateado", que só se rompe algum tempo depois, no túmulo, fazendo-as sentir todos os fenómenos horrendos da sua própria decomposição cadavérica!

PERGUNTA: - Essa demora em se romper o "cordão prateado", no corpo gelado, pode prestar algum benefício ao desencarnado?
Não se trata de uma inútil ligação entre a alma e o corpo já cadavérico?
ATANAGILDO: - Às vezes, não convém a brusca libertação para a alma passar a actuar imediatamente no mundo astral, pois esse mundo é demasiadamente subtil e plástico às emissões do pensamento, que amplifica e superexcita todos os quadros mentais que ainda se mantêm desordenadamente no perispírito do desencarnado.
A permanência mais demorada junto ao corpo físico, embora este se encontre em estado cadavérico, ainda favorece o perispírito no seu intercâmbio energético com o vitalismo natural do meio físico, que flui da própria carne densa e se dissocia no conhecido fenómeno de radiação dispersiva, tão comum a certos minerais, embora suas moléculas de ferro, sódio, magnésio, flúor, cálcio e outras, sejam aglutinadas no sangue por processos diferentes.
Visto que a matéria é energia condensada - o que já é do conceito científico do vosso mundo - assim que começa a dissolução do corpo físico, essa energia até então acumulada tende a se libertar o mais rapidamente possível; então, o perispírito ­ centro energético que atua em plano vibratório mais subtil - faz o aproveitamento automático do magnetismo energético que se irradia do cadáver que foi o seu instrumento vivo no mundo físico.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 18, 2021 8:16 pm

Essa irradiação energética é produto natural dó campo mineral do corpo físico, em vias de dissolução no meio terrestre, e pode ser habilmente aproveitada através do subtil "cordão prateado", que ainda obriga o espírito à sua focalização mental no mundo físico, activando e vitalizando as imagens que se lhe sucedem na tela da memória etérica, mas sem conduzi-lo a desatinos, e tornando-o apenas um espectador de si mesmo.
De modo contrário, a liberdade imediata do espírito, no Astral, faria recrudescerem vigorosamente as suas evocações mentais, sem o auxílio do corpo físico para atenuá-las no aguçamento psíquico.
É óbvio que o espírito benfeitor e a alma cristianizada podem dispensar esses cuidados e as fases de adaptações gradativas ao mundo astral porque, mesmo encarnados, já estão ligados às regiões superiores de paz e Ventura, das quais tomam posse definitiva após à morte física.
São almas que, por se constituírem em abençoados núcleos de luz e energia superiores, dissolvem os mantos das trevas por onde transitam!

PERGUNTA: - Só o perispírito aproveita as emanações radiactivas que absorve do corpo físico?
Ou este também recebe alguma coisa do organismo perispiritual?
ATANAGILDO: - Na verdade, o perispírito usufrui das energias magnéticas que se exsudam do corpo físico, mas também sustenta ainda este último, pela devolução rítmica das forças do mundo inferior: são duas organizações disciplinadas, que se auxiliam mutuamente até à separação definitiva.
Comumente, existem no perispírito certas aderências nocivas e produtos de substâncias astrais que, posteriormente, pesam durante a libertação definitiva do desencarnante, as quais convêm que ainda sejam absorvidas pelo cadáver, que neste caso funciona como um condensador ou condutor de impurezas, que depois se dissolverão no seio da terra.
Só não ocorre esse processo profiláctico com as almas mergulhadas nas trevas da rebeldia ou ligadas ainda ao turbilhão das paixões degradantes e que, na figura de repulsivos condensadores vivos, carregam para o Astral toda a escória que lhes aderiu ao perispírito.
Logo que é cortado o último laço fluídico que liga o perispírito à matéria densa do corpo físico, principia a sua definitiva decomposição.
Quantas vezes temeis o sepultamento de alguém, na hora de sua condução ao cemitério, porque ainda notais no cadáver um halo de vitalidade ou de calor! Mas são sabeis que, mal fechais o caixão, as colectividades famélicas dos germes destruidores já se revelam, iniciando a decomposição do cadáver, comprovando que o "cordão prateado" havia sido seccionado no último momento, por conveniência técnica dos desencarnadores!

PERGUNTA: - Mas já nos dissestes que certas almas só se libertam do seu cadáver depois que esse "cordão prateado" se rompe no túmulo, por cujo motivo elas sentem toda a decomposição do corpo!
Não existirá contradição, neste caso, com o facto de o corpo só iniciar a sua decomposição após o corte do último cordão fluídico?
ATANAGILDO: - É evidente que, em caso de incêndio ou de explosão - supondo-se que o corpo do acidentado se desintegre por força de gases ou chamas - a libertação do perispírito se faz de modo súbito e, consequentemente, o "cordão prateado" se rompe ao expelir, os resíduos vitais que se intercambiavam do perispírito para o corpo físico.
Mas existe um prazo limitado para se manter essa relação vital entre o perispírito e o cadáver, depois do que principia a desintegração natural, pela falta de coesão molecular e, também, devido à fauna microbiana que - à maneira de exércitos famélicos, que rompem o cerco de uma cidade e se entregam a toda sorte de torpezas e destruições - ataca o cadáver para devorá-lo!
Mas, quando o último cordão não se rompe, pela intervenção dos espíritos assistentes das desencarnações ou, no caso de acidentes, explosões ou incinerações que venham desintegrar o corpo imediatamente, o espírito passa a assistir e a viver os horrores da sua decomposição carnal e a se sentir devorado pela insaciabilidade dos vermes vorazes, até à dissolução completa do cadáver.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 18, 2021 8:16 pm

PERGUNTA: - Por que, motivo têm se registrado casos em que os corpos de certas criaturas ficam dias e até meses ou anos sem se decompor?
ATANAGILDO: - Certas criaturas realmente santificadas libertam-se com tal naturalidade e rapidez "dos seus corpos físicos, que as energias poderosas que ainda lhes circulam pelo "duplo etérico" são absorvidas em sua plenitude vital pelo corpo cadavérico e, assim, o mantêm por longo prazo intacto e coeso em sua rede atómica, até se esgotar a vitalidade em reserva, que só flui muito lentamente.
Alguns iniciados e iogas conseguem realizar essa operação de modo consciente, ajustando o seu esforço mental, poderoso, à dinâmica de sua própria elevação espiritual, e assim certos espíritos transferem em um só impacto as suas reservas de forças do seu "duplo etérico", em dissolução, para o cadáver ainda sensível.
O fenómeno a que aludis se explica com facilidade, pois a alma, quanto mais distanciada das paixões e dos interesses mundanos, tanto mais se encontra liberta da carne, vivendo antecipadamente grande parte do clima, espiritual superior, em que há de se integrar após à morte do corpo físico.
Quando chega a hora do "falecimento", ela abandona o vestuário carnal rapidamente e deixa ao corpo a poderosa energia que deveria utilizar no retardamento desencarnatório, muito comum aos demais espíritos.
E o seu corpo, lembrando a figura de um poderoso "mata-borrão", absorve a vitalidade que sobeja do perispírito, com a qual se manterá coeso por algum tempo.

PERGUNTA: - Há conveniência em que se prolongue assim a coesão do cadáver, depois que o espírito já se libertou dele?
Não é o corpo físico coisa de somenos importância para o espírito que parte?
ATANAGILDO: - Não é o espírito quem prolonga a coesão do cadáver que abandonou.
Isso se dá para que fique demonstrado aos encarnados que a santidade da alma é energia criadora de vida, pois consegue manter estável até o próprio cadáver!
Para o espírito purificado, pouco importa que o corpo se desintegre ou não; é a própria lei de correspondência vibratória e de aproveitamento cósmico que age, fazendo com que as energias puras, daqueles que viveram integrados à Vida e à Verdade, sejam resguardadas no cofre do seu organismo de carne e purifiquem até o próprio meio onde são depositadas.
Sob um campo magnético elevado, as colectividades microbianas inferiores não podem progredir, pois ainda não passam de forças de vida que só se apuram sob o energismo da luz criadora.

PERGUNTA: - No caso desse prolongamento de vitalidade do corpo cadavérico, o espírito desencarnado não sofrerá um dia os efeitos da chegada da decomposição do mesmo?
ATANAGILDO: - Oh! Não!
Se assim fora, todos os cadáveres embalsamados tenderiam a aprisionar o espírito desencarnado!
No caso de que tratamos, o cadáver não se mantém íntegro porque o espírito ali se ache algemado pelo último cordão fluídico, mas sim devido à grande concentração de energias etéricas que lhe foram transferidas do próprio duplo-etérico daquele que partiu, quer por efeito de sua vontade altamente purificada, quer sob a imposição da própria lei de compensação sideral.
A desencarnação entre seres muito evoluídos é instantânea, porque as forças purificadas que os envolvem já são intrínsecas do próprio plano espiritual que passarão a habitar após à libertação completa.
Não costumais dizer que certas criaturas, depois de "mortas", apresentam fisionomia muito serena e sob estranha iluminação, que deixa a impressão de se encontrarem dormindo?
É que os seus cadáveres se encontram cercados dessas forças superiores, que deles se irradiam num energismo poderoso, como um centro profiláctico de protecção e coesão atómica.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 18, 2021 8:16 pm

PERGUNTA: - E por que, em outros casos, os espíritos ficam algemados ao corpo físico e devem sofrer toda a sensação do seu apodrecimento?
ATANAGILDO: - É porque se trata de almas pervertidas pelo emprego de energias degradantes; que viveram apenas o reinado das paixões aviltantes e dos crimes contra a integridade espiritual.
Seus corpos se transformam em cadáveres chumbados às energias do astral inferior que, em sua reciprocidade circulatória, adensam e fortificam o "cordão prateado" que liga o perispírito ao corpo saturado de magnetismo repulsivo.
Em vez de se colocarem em um campo de energias subtis, delicadas e libertadoras, como no caso das almas santificadas, centralizam-se num poderoso núcleo de forças primárias, escravizantes e profundamente atractivas para o mundo animal!
O perispírito, então, fica agrilhoado ao cadáver, do qual só então, a alma vê-se obrigada a presenciar o quadro pavoroso dos vermes que devoram o corpo que ela mesma degradou, pois este não passava de um condensador de forças deletérias, que se dissociam em detestável frequência vibratória do astral inferior.
O santo, o ioga, ou mesmo o homem evangelizado, desencarnam mergulhados numa aura de fluidos balsâmicos e paradisíacos, qual a criatura que abandona um ambiente de maus odores para ingressar subitamente num jardim de perfumadas flores primaveris; mas o espírito delinquente, a alma perversa ou viciada, lembra o homem que, respirando gases mefíticos, deva aspirá-los até a sua completa extinção na própria fonte produtora!

1 - Vide a obra "Os Chacras" de Leadbeater, da Livraria "O Pensamento" .
2 - Nota do Revisor: Citado também na Bíblia: Eclesiastes 12-6.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 18, 2021 8:16 pm

Capítulo 20 - Noções Gerais sobre o Astral Inferior
PERGUNTA: - Que são as regiões abismais, ou mais conhecidas como o "astral inferior", de cuja existência temos sido informados por algumas comunicações mediúnicas?
ATANAGILDO: - Trata-se de regiões ou zonas onde se acumulam fluidos deletérios bastante densos e mórbidos, na forma de vastos depósitos de substâncias produzidas pela escória de tudo o que a humanidade terrena produz pela sua mente desregrada, assim como são monturos de detritos resultantes das trocas energéticas do metabolismo natural dos seres e da vida planetária.
Sob a lei de correspondência vibratória, os fluidos límpidos e diáfanos sempre tendem a se expandir e a se disseminar nas regiões mais altas do astral, onde se fixam na forma de energia sublimada.
No entanto, de acordo com a mesma lei, o magnetismo confrangedor e vil propende a baixar para os níveis inferiores que circundam o orbe terráqueo, constituindo-se na carga residual, densa e letárgica, que bem merece a denominação de "zonas abismais" ou "astral inferior".
É conveniente lembrar-vos de que no Além se modificam todas as escalas e os padrões de medidas conhecidas no mundo físico; assim, quando nos referimos a zonas "altas" ou zonas "baixas", queremos aludir, com mais justeza, às zonas interiores ou exteriores, que se distinguem, entre si, conforme a natureza dos seus fluidos.
Algumas regiões astrais se assemelham à emulsão sensível das chapas fotográficas, com a propriedade de fixar todas as emanações perturbadas, da mente humana, como sejam o medo, a tristeza, a cólera, a inveja, a angústia, o ciúme a luxúria, a avareza e todas as demais consequências da insatisfeita e contraditória conduta da humanidade.
Os densos lençóis fluídicos, que ali se acumulam, lembram espessa e monstruosa tela de magnetismo, reflectindo um turbilhão de imagens deformadas.

PERGUNTA: - Temos lido obras mediúnicas em que os espíritos falam de tempestades nas regiões do astral inferior.
Como entendê-las?
ATANAGILDO: - Ali existem espessas sombras que se movem constantemente, sob a fantástica dinamização, em consequência dos impulsos degradantes e agressivos das almas culposas situadas em seu seio.
Certas vezes, quando a agitação dos desencarnados é excessiva, dando lugar a repercussões mentais, que se congregam às dos encarnados; formando terríveis surtos de ódio e crueldade, quais avalanches projectadas pelas paixões desordenadas, formam-se no astral inferior verdadeiros tufões e redemoinhos de substância trevosa, que se projecta em torvelinhos sufocantes, como se fora violenta tempestade de areia negra e viscosa.
Essas regiões perturbadas ficam bem próximas da crosta terráquea, por cujo motivo os espíritos benfeitores que as visitam em serviço assistencial são por vezes prejudicados, pois durante os surtos de violência, a matéria denegrida agride-lhes o delicado perispírito.

PERGUNTA: - Podem-se registrar, no meio astral inferior, acidentes geográficos em condições semelhantes às que costumam se verificar no solo terráqueo?
Não se tratará apenas de situações virtuais criadas pelo vigor da mente desencarnada?
ATANAGILDO: - Por que não?
Embora estejamos em plano vibratório diferente do da matéria sólida, a relatividade entre o meio e o agente é semelhante ao que ocorre convosco na Crosta.
Assim como na Terra se formam sulcos, vales, oceanos, campinas, montanhas e vegetação variada, também no astral se configuram as formas com os seus contrastes e pontos de apoio, necessários às mútuas relações da alma com o meio, embora reguladas por leis diferentes das do plano físico.
As regiões inferiores, do Astral, se nos apresentam de uma solidez quase impenetrável e formadas de abismos, desfiladeiros, mataria inóspita, rios, lagos e caminhos agressivos, tudo de natureza atemorizante e deformada, sem a graça da paisagem terrena.
Enquanto na metrópole do Grande Coração os rios e os riachos que banham a cidade são fontes de água cristalina e de fragrância inesquecível, nas regiões inferiores as correntes d'água são escuras, cálidas e sujas, tresandando um odor de detritos e emitindo vapores sulfurosos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 18, 2021 8:17 pm

Daí o motivo do sofrimento dantesco a que se sujeitam as almas que são atraídas e "caem" nessas zonas sem poder se orientar para delas saírem, sendo vítimas dos mais enganadores fenómenos, nas suas relações com o meio.
Mergulham nas sombras aterradoras e sufocam-se em imundos detritos aeriformes, vendo-se traídas nas mais comezinhas necessidades fisiológicas do seu perispírito.
Então clamam por alimento, água, sono, repouso e abrigo, enquanto os seus impiedosos adversários, treinados nas sombras, esgotam-lhes todas as reservas de coragem, esperança e alívio, vampirizando-se sob o mais humilhante estado de sofrimento moral e espiritual.

PERGUNTA: - Não seria bom que os espíritos que vivem no astral inferior pudessem visitar as comunidades mais elevadas, a fim de conhecerem o júbilo da vida superior e se incentivarem para a renovação espiritual?
ATANAGILDO: - Apesar dos grandes sacrifícios a que nos submetemos, quando em tarefas de socorro ou de treinamento espiritual, costumamos descer às furnas do astral inferior, mas assim mesmo nos é muito mais fácil baixar ao seio das sombras, do que os espíritos trevosos ou sofredores poderem subir até as regiões elevadas, onde se situam as instituições angélicas.
Entre eles há espíritos diabólicos que, em magotes ameaçadores, costumam atacar os postos e agrupamentos socorristas existentes nas proximidades das zonas sombrias, mas mal conseguem se aproximar, pois são tolhidos pelos aparelhamentos defensivos à base de emissões electromagnéticas.
Para baixar às regiões inferiores, temos que revestir o nosso perispírito com um verdadeiro escafandro de fluidos densos, que o coloquem em sintonia com o meio compacto, ao mesmo tempo que nos esforçamos para esconder a nossa procedência e despojarmo-nos de todas as aparências e credenciais superiores, que possam nos identificar perante as multidões e os administradores das cidades subvertidas.
Na suposição de tais espíritos inferiores poderem subir até a nossa metrópole, o fenómeno se inverteria, pois eles teriam que se desenvencilhar completamente do seu manto de trevas, para poderem obter a extrema leveza perispiritual para sua ascensão às esferas paradisíacas.
Isso só lhes seria possível se substituíssem a crueldade pela ternura, o egoísmo pelo altruísmo, o orgulho pela humildade e a luxúria pela castidade, por ser este o único processo para poderem se equilibrar no ambiente subtil e purificado das metrópoles celestiais.
Se eles pudessem fazer isso, há muito que já estariam completamente renovados, podendo se elevar por si mesmos, sem necessidade de quaisquer estímulos ou incentivos
superiores.
Mas a maturidade espiritual não se consegue a toque de magia; é realização paulatina e comumente conseguida sob o aprendizado da dor e do sofrimento, devido à costumeira violação à Lei Cármica.
No entanto, a nossa descida ao astral inferior é acontecimento perfeitamente viável e compreensível, porque se verifica de modo diferente, uma vez que a fazemos pelo auto-sacrifício e pela redução de nossa frequência: vibratória familiar.
Sob o potencial de nossa vontade concentramos as forças internas do espírito, num esforço redutor, para nos tornarmos cada vez mais "pequeninos", e assim podermos ir ao encontro dos nossos irmãos faltosos para com a Lei Divina.
E assim mesmo não podemos deixar de reconhecer quão diminutos ainda somos ante a imensidade da Vida Cósmica!
A convicção sincera e humilde da grandeza de Deus e do Infinito, porquanto, realmente não passamos de inexpressivo grão de areia sideral, muito nos ajuda para o êxito dessa aproximação vibratória com os espíritos ainda impermeabilizados contra o influxo da luz eterna, que entretanto lhes emana da própria alma.

PERGUNTA: - Os espíritos superiores que transitam pelo astral inferior estão a par de todas as surpresas e fenómenos que ocorrem na região?
ATANAGILDO: - Mesmo para os espíritos já bastante treinados nessas excursões sombrias, e que para ali se dirigem com o objectivo de socorro espiritual ou de aprendizado, as surpresas são atemorizantes, pois não são conhecedores absolutos de todas as misérias da vida exótica que existe oculta nas profundezas do astral inferior da Terra.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 18, 2021 8:17 pm

as sensações de júbilo e de poesia sideral, que são comuns nos agrupamentos superiores e nas cidades elevadas, desaparecem à medida que seus moradores descem para as regiões inferiores, onde o cenário se reveste de um fundo tétrico e de uma vida que apavora e repugna, onde se defrontam com formas vivas as mais inconcebíveis à imaginação humana!
São quadros de torturas e excentricidades que ultrapassam a tudo o que se poderia conhecer de mais fecundo na literatura das lendas e das fantasias mórbidas!

PERGUNTA: - Qual a vossa sensação ou estado de espírito, ao penetrardes nessas regiões inferiores?
ATANAGILDO: - Quando penetro em tais regiões, sinto-me num mundo estranho e mórbido, dominado por uma atmosfera silenciosamente anormal, prenunciando algum acontecimento terrível.
Esse espantoso e atemorizante silêncio é quebrado, de súbito, por brados, uivos, blasfémias, gargalhar sinistro e por medonhas agitações e revoltas, que então movimentam toda a paisagem sombria e a superexcitam com uma misteriosa sensação de terror!
A sua vegetação é tristonha, imitando perfeitamente o cenário de fundo das velhas histórias de bruxas, duendes e fantasmas horripilantes; alguns arvoredos são cobertos de folhas agitadas que parecem agressivas e revoluteiam em movimentos ferozes; outros se mostram desfolhados e erguem seus braços nus em resignada tortura vegetal, como enfeites fúnebres duma paisagem de fuligem gasosa.
Mas, apesar do aspecto repulsivo e amedrontador dessa vegetação, percebe-se-lhe a força de uma vida poderosa e oculta, que parece angustiada e oprimida em sua vigorosa eclosão vegetativa, proveniente do grande potencial que nutre os reinos inferiores da existência planetária.
Desde a mais subtil lâmina de capim, o mais diminuto insecto, até o vegetal mais prodigioso e o animal mais gigantesco, tudo se apresenta ameaçador e sinistro.
Certa vez, após algum tempo de cuidadosa observação, surpreendi-me ao comprovar que, por detrás daqueles aspectos agressivos, havia também uma sensação misteriosa de medo, como se tudo auscultasse uma incessante e estranha ameaça na atmosfera triste e lúgubre.
Embora eu não possa comparar fielmente estes acontecimentos do astral inferior aos fenómenos semelhantes "que ocorrem na superfície terrena, devo dizer-vos que, em face do silêncio mórbido e absoluto de certas zonas que visitei, sentia-me tomado por estranha sensação de "perigo à vista", muito embora ignorasse a sua origem e razão.
Algumas vezes comparei-o ao que precede às grandes tempestades quando, depois da quietude e da calmaria, eclode a cólera da natureza, o solo é varrido da violência do tufão e a paisagem é fustigada pela tormenta impressionante!
Apesar da familiaridade com que vou enfrentando todas as surpresas do mundo astral, ainda não posso deixar de me impressionar com esse misterioso silêncio que preludia o turbilhão de uma vida avassalante e agressiva no astral inferior.
A vegetação, os animais e as aves que vivem nessa região obscura do Astral e repleta de formas temerosas e instáveis, parecem manter entre si uma atitude estranha, como que a se protegerem de qualquer coisa que lhes causa muito medo e angústia.
Então procuram vencer o medo produzido pelo ambiente misterioso, que os cerca, por meio de outro medo mútuo que encobrem, numa atitude defensiva.

PERGUNTA: - A que atribuís essa sensação de angústia e ao mesmo tempo de medo, que notastes no ambiente astral inferior?
ATANAGILDO: - É conveniente não esquecerdes de que vos estou dando as minhas impressões pessoais, sobre a natureza do mundo astral inferior, dentro do meu conhecimento e das minhas atuais reacções psicológicas.
É evidente que outros espíritos que foram submetidos à mesma experimentação poderão vos oferecer considerações e relatos bem mais lógicos, em face de seus conhecimentos avançados e muito além das minhas singelas concepções particulares.
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 18, 2021 8:17 pm

Não guardo a presunção de possuir melhores conhecimentos do que os que possuem outras almas da metrópole do Grande Coração, assim como não quero sugerir-vos que sou demasiadamente sensível e impressionado pelos fenómenos relatados.
Mas acredito que o pavor, a angústia e, ao mesmo tempo, a misteriosa ameaça que paira em toda a região do astral sombrio e se estende aparentemente por todos os seus habitantes excêntricos, deve ter sua origem nas emanações mentais inferiores, de perversidade, ciúme, desespero, ódio, inveja e demais paixões aviltantes, que provêm da maior parte da humanidade ali existente.
Enquanto a vegetação, as aves, os animais e as coisas que existem nas colónias e cidades elevadas são prenhes de vida, ternas e comunicativas, a se nutrirem pelos esplendores da luz que as envolve continuamente, no astral sombrio a falta de luminosidade interior produz o ambiente infecto e oprime o livre fluxo da seiva criadora, do que resulta o aspecto torturado e apavorante, que domina todas as coisas ali existentes.
Desde que a luz, em nossa metrópole, renova e purifica as nossas próprias relações com o meio e os seres vivos, tornando-os num admirável prolongamento comunicativo de nós mesmos, é de imaginar que a falta de luz, nas regiões infelizes, incentiva ao máximo o egoísmo e a impiedade, como que a proteger a própria personalidade inferior, para que possa sobreviver num meio tão hostil à própria vida!
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 18, 2021 8:18 pm

Capítulo 21 - Noções sobre as Cidades do Astral Inferior
PERGUNTA: - Se nas cidades do astral superior só ingressam espíritos elevados, é de crer que no astral inferior também existam cidades onde vivem os retardados em sua evolução espiritual; não é assim?
ATANAGILDO: - Justamente; e a maioria dessas cidades inferiores é relativamente organizada pois, embora se congreguem ali os piores malfeitores, cruéis verdugos e espíritos que se desbragam em extremo no mundo da carne, muitos deles são representantes das mais destacadas profissões humanas e também egressos de famosas academias terrenas.
Há nelas desde o médico que no mundo material fez da dor humana um exclusivo balcão de negócios insensatos, o engenheiro desonesto que se locupletou com as negociatas escusas, o político que ludibriou os seus eleitores, o advogado chicanista, o militar que praticou injustiça à sombra das forças armadas, o administrador que dilapidou os cofres do património público, até a mulher formosa, que erigiu um trono de jóias e bens sobre o prejuízo alheio.
Ainda se pode encontrar nessa mole dantesca o sacerdote católico, que conspurcou a santidade de sua igreja, o ocultista que abusou dos seus poderes para o seu exclusivo favorecimento, o médium espírita inescrupuloso, que trocou os bens do Alto pelos prazeres perigosos do mundo, o pastor puritano, mas avaro e cruel, e o macumbeiro que, através da amizade do preto velho e do índio ingénuo, montou progressivo negócio com o "despacho" na encruzilhada.
Em virtude da espécie de espíritos de todos os matizes e profissões, que ali se congregam, vítimas dos seus próprios delitos execráveis - muitos de raciocínios geniais mas endurecidos de coração aliam-se então sob recíprocos esforços de interesse em comum, para maior êxito nos seus objectivos diabólicos.
O seu extremo egoísmo e cupidez os leva a se organizarem para o cultivo do melhor para si e seus comparsas, usufruindo o máximo requinte de satisfações e domínio na atmosfera deletéria.
Quando examinei os sectores administrativos, de uma dessas cidades, em comunidades do astral inferior, não pude deixar de reconhecer o toque de competência do engenheiro na construção de certos palácios e logradouros públicos destinados aos mais felizes, embora traíssem exagerada sumptuosidade infantil e o conforto medieval; percebi alguns arremedos de dispensários médicos, que deviam, porém, ser de exclusividade dos fiéis prosélitos e senhores da comunidade inferior.
Identifiquei também, ali, um serviço algo eficiente de iluminação esbraseada, provinda de alguma usina funcionando à base de elemento electromagnético e muito comum no meio astral.
Essa energia tanto a usavam para benefício da colectividade, como para fins de domínio sobre as zonas desamparadas e contra a penetração de massas sofredoras.
Que eram vindas dos extremos dos subúrbios.
Embora não me fosse dado penetrar na intimidade daquele povo egocêntrico, após muitas reflexões e observações sobre o que se me apresentava à visão, verifiquei que a cidade se assemelhava a um gigantesco losango, em cujas pontas ficavam sórdidos subúrbios, que se estendiam por muitos quilómetros de vastas zonas abismais, completamente atulhadas de criaturas, num pavoroso caos de dores e sofrimentos, como se fossem magotes de prisioneiros provenientes dos campos de concentração da última guerra terrena.
A nenhum desses infelizes era permitido ingressar no sumptuoso perímetro onde se localizavam os edifícios públicos de importância e as vivendas ostensivas dos privilegiados da estranha metrópole.
Constantemente, a turba de impiedosos policiais arregimentados pela direcção da' cidade, e sob o mais sádico barbarismo, expulsava a chicotadas magotes de infelizes que, desesperadamente, tentavam penetrar pelas vielas a dentro, para atingir o perímetro aristocrático.
Era um espectáculo de terrível crueldade; azorragavam-se mulheres e homens que, embora já se encontrassem na mais negra fase de miséria e descalabro psíquico, ainda recebiam atordoante chuva de impropérios e vergastadas cruciantes.
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 18, 2021 8:18 pm

PERGUNTA: - Donde provém essa multidão de criaturas miseravelmente amontoadas nos subúrbios da cidade?
ATANAGILDO: - Certa parte foi para ali enxotada, depois de ter servido como repasto deletério em processos infames, que ainda é prematuro revelar; outra parte significa a reserva mórbida, recém-chegada, em fase de aproveitamento, e que os "fiéis" não tardarão em auscultar para endereçá-la ao serviço diabólico da obsessão metodizada.
Aqueles que já foram esgotados sob nefandos propósitos, eles abandonam e enxotam para as fumas tenebrosas de répteis e vermes das matas circunvizinhas do astral inóspito, enquanto novas levas, que compensam a carga exaurida, destinam-se aos abomináveis processos de vampirização e nutrição vital nos labores de ataques aos encarnados.
Depois de avançados trabalhos de magia, os técnicos das sombras colam os espíritos doentes e recém-chegados ao perispírito daqueles que foram visados para a obsessão na Terra, quer a pedido de magos negros ou feiticeiros da Terra, quer por interesse da comunidade astral.
Então esses infelizes desencarnados ficam jungidos à organização perispiritual dos terrenos, desempenhando a tenebrosa tarefa de transmitir ou filtrar para o corpo da vítima encarnada os miasmas da própria moléstia que os vitimara na. carne.
É por isso que a medicina terrena se vê impotente ante estranhas enfermidades incuráveis e quadros patológicos desanimadores, pois a causa principal quase sempre reside nessa "colagem perispiritual" entre um desencarnado enfermo e um encarnado sadio, em face da invigilância moral e evangélica deste último.
Quando os malfeitores das sombras envolvem a criatura, devido à sua negligência espiritual e escravidão às paixões aniquilantes, só as forças íntimas da oração e a renovação espiritual imediata é que realmente poderão efectuar a libertação da obsessão ou do vampirismo, que não será conseguida de modo algum com injecções, drágeas ou cirurgia intempestiva!

PERGUNTA: - Qual a melhor ideia que poderíamos fazer desse perímetro, onde se situam os conjuntos de edificações mais aristocráticas da cidade?
ATANAGILDO: - Podeis imaginá-lo como sendo uma quadra urbana de uma metrópole terrena, em cuja área, bem grande, habitam os administradores, juízes, artistas, cientistas, cortesãs e executores judiciais, que imitam bastante o fausto desregrado das cortes sensualistas orientais.
O aspecto geral e impiedoso de todas as energias das criaturas escravas, que devem servir a todas as satisfações mórbidas e ser comumente utilizadas como instrumentos vivos para toda espécie de obsessões e vinganças contra os encarnados.
Através de informações de entidades benfeitoras ali disfarçadas, soube da existência de organizado serviço de natureza obsessiva contra os terrenos, com o domínio execrável e completo sobre muitos grupos de encarnados, que se transformam para eles em objectos vivos, ao corresponderem às abomináveis sensações dos malfeitores desencarnados.

PERGUNTA: - Quais as formas ou tipos desses palácios ou edifícios públicos?
ATANAGILDO: - Estou descrevendo a natureza da cidade do astral inferior que mais tenho visitado em minhas excursões socorristas.
Quando, pela primeira vez, obtive permissão para penetrar em seu interior, com o auxílio de um espírito benfeitor ali disfarçado como habitante cooperador do serviço público, deparei com encorpados palácios e edificações exóticas, separados por grandes blocos de residências aristocráticas, que se estendiam marginando ruas largas e praças decoradas às vezes com certo gosto, mas com espessa vegetação verde escura, rija e parecida às fibras da piaçaba brasileira.
Os canteiros estavam bem cuidados pelo braço escravo, e repletos de flores estranhas, fazendo-me recordar certos espécimes florais do Brasil, onde atraem os insectos, pelo seu perfume selvático, e depois os devoram aprisionados nas suas corolas.
Surpreendeu-me, também, a grande quantidade de cáctus formando rigorosos círculos protectores em torno dos canteiros ajardinados, e que se apresentavam pródigos de flores, umas de vermelho vivo e outras amarelas como gema de ovo; do arvoredo baixo, que parecia comprimir a atmosfera contra o solo duro e granulado, pendiam numerosas espécies parasitárias, exsudando um perfume atraente mas perturbador.
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 18, 2021 8:18 pm

Mais tarde, em novas excursões, observei melhor os locais onde se achava aquela prodigalidade de flores mergulhadas na atmosfera silenciosa do arvoredo baixo e grosso, que mais se pareciam a pequenos bosques do que jardins floridos.
Ali tudo traía o vigor e a ostensividade de uma natureza selvagem, cuja vida em alto potencial parecia explodir a todo momento; o tipo grosseiro das flores parasitárias, a rudeza de aspecto do cáctus, que decoravam o cenário de um verde escuro com. pinceladas vivas do ver1melho flamejante emoldurado pelo amarelo exótico, eram bem a prova da força vigorosa do astral inferior, que fluía pelas formas decorativas, criando uma beleza brutal e fugitivamente ameaçadora.

PERGUNTA: - E sobre a higiene dessa cidade que visitastes, que podeis nos dizer?
ATANAGILDO:- Ali existe certo trato e cuidados higiénicos; o que impressiona mal é o gosto pelas cores berrantes e principalmente a acentuada predilecção pelo vermelho que, mesmo na Terra, é símbolo da força instintiva inferior e a cor do sangue, que lembra tragédias sanguinárias.
Mas, em torno das criações ali existentes, sempre transparecia certa austeridade muito própria dos povos conservadores, orgulhosos e tradicionalistas.
Observei que os moradores não sentiam a opressão e a angústia que me tomavam o perispírito e que provinha da atmosfera ambiente, muito densa.
No Brasil, costuma-se denominar de "mormaço" essa atmosfera opressiva e fatigante, que muitas vezes se registra antes da tempestade próxima.
O ar denso, em demasia, nessa cidade, dificulta a própria filtração da luz solar, pois o astro-rei se me afigurava um disco sanguíneo e oprimido a pairar num céu tórrido.
A noite, devido à luz débil do aparelhamento da usina electromagnética e insuficiente para toda a cidade, esta se socorre de outra luz artificial, conseguida pelo processo primitivo da queima de energias astralinas, aprisionadas em tubos de vidro parecidos aos lampiões de querosene das cidades coloniais do Brasil.
Em alguns pontos mais obscuros, e nos desvãos sombrios dos logradouros, vi archotes grandes, que distribuíam uma luminosidade afogueada, mas sem resina ou fumaça.
Ao afastar-me do centro principal, onde se acomodavam o casario aristocrático e as instituições administrativas, a iluminação da cidade me parecia igual a um grande incêndio visto a distância e retratado na tela densa da noite enevoada.

PERGUNTA: - Quais os tipos característicos dos transeuntes, nessa zona aristocrática?
ATANAGILDO: - Quando ali estive, notei os mais exóticos e discrepantes aspectos de trajes; alguns vestiam casacos azuis ou de um vermelho chamejante, em excêntrica combinação com calções amarelos, azul índigo e roxos, e essa indumentária extravagante se completava com sapatos de um tecido muito parecido à pelica branca, encimados por grandes borlas de uma espécie de seda escarlate.
Vislumbrei outros que vestiam trajes dos mais variados tipos de nacionalidades terrenas, pois havia desde o eslavo do século XVIII ao francês monárquico e até o peplo dos gregos de antes de Cristo.
No meio exótico daquelas criaturas de trajes coloridos, que bem revelavam a atracção infantil dos moradores da cidade pelas vestes berrantes e romanescas, destacavam-se certos grupos de homens de capas negras, luzidias e escarlates por dentro, ostentando chapéus largos e de uma espécie de camurça amarelo vivo, dobrados sobre os olhos e com vastas plumas dum vermelho gritante.
De olhos sinistros, passos largos e um balouço de corpo que lembrava o andar do velho lobo do mar, eles caminhavam apoiando as mãos enluvadas sobre compridas espadas presas a cintos cravejados de pedras preciosas.
O seu aspecto era ameaçador; mesmo os transeuntes mais ousados não disfarçavam o seu mal estar quando se defrontavam com esses homens que, em grupos de seis a doze, percorriam as ruas ostentando prazenteiramente ares de maligna provocação.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 18, 2021 8:18 pm

Os escravos, empregados em tarefas degradantes, ou puxando veículos pesados, que me faziam lembrar os suarentos "colies" da China, tremiam como varas verdes e fugiam apressados da trajectória desse tipo humano de ar tenebroso.
Num rápido olhar que lhes lancei, não pude fugir a uma instintiva impressão de temor:
eram olhos sinistros, com fulgor do aço, e afundados num rosto aguçado como o do lobo; tinham nas faces a palidez terrosa, os narizes aduncos e uma cabeleira, dum castanho sujo, a sair por debaixo do chapéu e cair formando franjas, como velhas cortinas desbotadas, sobre os ombros agudos.
Mais tarde, vim a saber que tais criaturas eram sequazes avançados do "poder executivo" da cidade, e bastante conhecidos como os "fiéis", porque, além de serem dotados da mais impiedosa crueldade e cupidez, há muitos séculos vêm fazendo cumprir fielmente a vontade do governo oculto da comunidade.
Embora, à primeira vista, mais me parecessem cópias caricatas dos mosqueteiros de Dumas, viviam sempre à cata de almas infelizes, arrebanhando-as, como os demónios da lenda, para depois jungi-las à roda infamante da escravidão astral, além de já terem sido autores das mais diabólicas empresas obsessivas e do domínio cruel no mundo inferior.
Procurei sondar-lhes as almas e comprovei que se tratava de entidades excessivamente perversas, em cujas faces de hienas se estereotipava a síntese de toda a maldade, vilania, torpeza e deboche multiplicados ao máximo possível!

PERGUNTA: - Que ideia poderemos fazer desse "governo oculto" ou da organização do "poder executivo", nessa cidade do astral inferior?
ATANAGILDO: - Não posso me alongar em detalhes, neste assunto, porque não recebi autorização superior para efectuar revelações que ainda se consideram prematuras e que tornariam o médium demasiadamente visado por aqueles que, do lado de cá, desejam manter os encarnados na mais crassa "ignorância de suas tramas maquiavélicas.
Mas posso vos informar que, além desse poder executivo ou poder "visível", da cidade, há outro mais forte e satânico, que atua mesmo sobre os seres mais poderosos.
É um comando maligno e milenário, que controla e administra todas as colectividades diabólicas das sombras, e que sempre sonhou se tornar o governo oculto do psiquismo e da substância material do planeta Terra.
Nos planos dos desencarnados, tenho ouvido os espíritos superiores aludirem de leve a uma consciência diabólica pensante, que trama os planos subversivos do planeta e que denominam de o "maioral" num sentido algo pejorativo.
A sua influência - dizem os entendidos - se exerce desde antes da submersão da Atlântida.
Quando defrontei com aqueles espíritos diabólicos, arremedos exóticos de personagens dos romances de capa e espada, constatei que as suas linhas fisionómicas não se ajustavam logicamente as fisionomias comuns dos terrenos, pois havia um "que" deslocando-as da moldura terráquea.
Talvez por isso, eles usufruam do sádico prazer de ser as garras avançadas desse governo oculto e diabólico, que ainda tenta a hipnose sorrateira do orbe, e que age pelo seu interior, a fim de bestializar a sua humanidade e torná-la dócil ao seu definitivo jugo satânico.
Pressenti em todas essas comunidades inferiores uma disciplinada organização do mal, em elevado potencial, agindo ocultamente para subtrair o orbe terráqueo da influência de Jesus, o seu verdadeiro e magnânimo Governador Espiritual.

PERGUNTA:- Se, de acordo com as vossas descrições, essa comunidade inferior possui ruas, edifícios, jardins e serviço público, deve também possuir veículos adequados às suas necessidades; não é assim?
ATANAGILDO: - Quando ali estive, defrontei com muitos veículos puxados por muares, outros por infelizes escravos açoitados com finíssimas pontas coloridas de chicotes manejados por figuras patibulares; notei também a existência de algumas espécies de cadeiras circulantes, sobre o dorso de animais, outras com roldanas enfeitadas de borlas sempre dominadas pelos tons amarelo e vermelho, assim como também notei alguns outros tipos semelhantes às liteiras coloniais, cujos varais compridos, em vez de serem puxados por cavalos, apoiavam-se nos ombros de escravos ofegantes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 18, 2021 8:18 pm

Isso fazia lembrar o antigo Brasil colonial, mas o luxo daquelas criaturas era externo, exagerado e profundamente tolo, ante a prodigalidade de uso de galões, debruns e adornos, onde se percebia o fanatismo infantil das competições de superioridade hierárquica entre os seus senhores.
Pelas vastas avenidas do perímetro central, sempre desimpedidas dos infelizes chagados - algumas das quais verifiquei atingirem até uns cinco quilómetros de comprimento - transitavam multidões de seres.
Os seus afazeres e intenções eram perfeitamente controlados por grupo de policiais sinistros, que obedeciam respeitosamente aos "fiéis" travesti dos de mosqueteiros.
Esses policiais, brutalizados e secos no seu tratar, eram fortes, mas curvados para a frente, de fisionomia rude e simiesca, sem a agudeza do olhar dos "fiéis"; sobre a cabeça usavam bonés vermelhos, de pala quadrada em cor amarelo vivo; o cabelo estava cortado à moda dos silvícolas brasileiros; vestiam blusões soltos, duro vermelho irritante, com bainhas roxas, e no peito se lhes via um losango amarelo, com o emblema de um dragão ou lagartixa negra vomitando fogo.
O traje se completava por calção curto, azul escuro, e estavam descalços, mostrando as pernas tortas e peludas.
Seguros pelas mãos compridas, quais ganchos vivos, levavam um bastão curto, negro, que talvez houvesse sido submetido a algum processo electromagnético pois, quando batiam nos transeuntes que os desobedeciam, estes entonteciam e buscavam Um lugar protegido para se apoiarem ofegantes, dando mostras de fraqueza e desvitalização.
Moviam-se em grupos de três a seis indivíduos, e lia-se-lhes nas fisionomias a completa falta de escrúpulos e piedade, aliada a uma fidelidade canina aos seus superiores.
Quanto à população em geral, percebia-se que dois terços estavam algo escravizados a alguém; a liberdade estava tolhida por um poder oculto, infernal, excepto quanto a um terço de privilegiados que exerciam terrível tutela sobre os demais.

PERGUNTA: - Quais as analogias que tendes notado entre as cidades do astral inferior e os núcleos civilizados da superfície do nosso globo?
ATANAGILDO: - Desconheço outros tipos de comunidades, no género, que existam noutras regiões astralinas; as impressões que estou dando são apenas sobre comunidades do astral das quais a metrópole do Grande Coração tem especial interesse em resgatar espíritos sofredores sob sua jurisdição espiritual.
Como essas comunidades funcionam há muito tempo no astral inferior e evoluíram de simples agrupamentos rústicos, de espíritos dos homens primitivos, elas não apresentam possibilidade de grandes realizações em matéria de modernismo, pois muitos dos seus administradores ainda não se familiarizaram completamente com as últimas realizações científicas e artísticas do vosso orbe.
Alguns dos seus dirigentes são almas rebeldes e egressas de civilizações letárgicas e atrasadas, do Oriente; outros deles, quando .encarnados, atravessaram o oceano Atlântico com as primeiras expedições de navegadores após Colombo, remetidos para o Brasil como a pior escória da Europa; muitos desencarnaram nas costas brasileiras, em sangrentos combates de pirataria, aderindo ao astral também brasileiro.
Não faltam ali inteligências aguçadas e criaturas de cultura requintada, mas trata-se de almas ainda retardadas em. seu progresso espiritual, à semelhança de certas tribos da Ásia, que percorrem a cavalo, ou em ajaezados camelos, as mesmas trilhas já sulcadas pelos velozes automóveis modernos.
E por isso, essas cidades apresentam aspectos mais familiares com a arquitectura colonial de Portugal e com a do Brasil dos primeiros séculos de sua descoberta.
Muitos de seus chefes, que lavram seus decretos eivados de torpezas e vinganças indescritíveis, não são vistos nem conhecidos na cidade, pois vivem em tenebrosas fortalezas de ares medievais, fazendo estremecer, com seus nomes já conhecidos da Terra, todos os seus infelizes subalternos.
Quando a Lei resolve encaminhá-los para encarnação na Crosta, quase sempre semeiam incontáveis desgraças, em vosso mundo, pois enodoam de sangue as cidades e saqueiam povos ou torturam multidões, deixando atrás de si estigmas cruéis e gritos de desespero.
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 18, 2021 8:19 pm

Os seus nomes tenebrosos a velha história depois os guarda como sendo Gengis-Cã, Atila, Tamerlão, Bórgia, Nero, Calígula, Torquemada ou Rasputin enquanto a imprensa moderna os assinala como Hitler, Himler, Eichmann. Entre eles mesmos, quando encarnados, não cessa a competição feroz consequente de excesso de ambição em todas as suas actividades diabólicas, por cujo motivo permanecem sob o jugo constante do ciúme, da inveja, do ódio e da traição!
Quando se assenhoreiam dos poderes, não só dilapidam a renda pública em negociatas desonestas, como praticam cruéis expurgos entre si mesmos, dominados por esses estigmas de inveja, desconfiança e delação recíprocas, que por vezes atingem as raias da impiedade.
Vivem em alta tensão nervosa e, mesmo quando poderosos, não gozam da paz tão desejada, pois que, sem dúvida, ela não poderá ser conseguida pelo domínio e pela violência.
Então espreitam-se como cães ferozes e vigiam-se mutuamente, buscando abocanhar novos proventos e poderes mais amplos, a fim de se colocarem a salvo das ambições dos seus próprios amigos.

PERGUNTA: - Qual a forma de governo nas comunidades do astral inferior?
ATANAGILDO: - É uma verdadeira oligarquia aliada às tradições de orgulho, vaidade e prepotência, e que se estende por séculos afora, ciosamente defendida e conservada pela mesma grei de almas de "sangue negro", como é mais conhecida pelos mentores siderais.
A sua legenda é contundente e hostil, pois dizem que é muito mais glorioso ser rei de um bando de demónios do que escravo de uma coorte de anjos!
Eles se sentem humilhados ante a sugestão dos poderes do Bem, que acham aniquilantes e piegas, e que detestam incondicionalmente.
Exercem domínio sobre milhares de escravos provindos de todas as esferas da vida carnal e que se desviaram do caminho sensato da vida cristã; exercem influência sobre grande quantidade de encarnados imprudentes, que vivem presos aos vícios e as paixões animais, a fim de extrair-lhes o máximo de "húmus vital", de que tanto precisam para aumentar suas sensações pervertidas.
Suas ideias são eivadas de sofismas e dissimulação, simbolizando o Diabo travestido de anjo e, quando os mais hábeis e cultos se encarnam na matéria, tornam-se filósofos que glorificam a falta de pudor, lançando ao mundo doutrinas que valorizam as paixões da carne e criticam a candidez da alma.
Lutam desesperadamente para confundir a pureza e a santidade do Evangelho de Jesus, infiltrando-se em todas as instituições onde possam contradizer suas divinas máximas, assim como favorecem, imediatamente, o credo, a seita ou a instituição que pregar o amor do Cristo com o interesse de César.
O Espiritismo, como um dos movimentos de maior popularidade para breves dias, está sendo uma das doutrinas mais alvejadas por esses comandos das sombras, que a todo custo tramam entregá-lo ao ridículo, a contradição, a criar o desamor entre os seus adeptos, para subverterem as bases santificadas da codificação.

PERGUNTA: - Essas cidades ou comunidades foram fundadas e organizadas pelos mesmos espíritos que as administram actualmente?
Elas poderiam desaparecer ou se desorganizar, supondo-se que tais almas se renovassem e abandonassem a sua direcção governamental?
ATANAGILDO: - Elas não desapareceriam porque, atrás de toda essa megalomania e administração infernal, existem outros poderes que não estou autorizado a revelar.
Os mais impiedosos espíritos do astral inferior, que administram tais colectividades sombrias, não passam de "pontes vivas" ou "pontas de lanças" de outros seres, em projectos diabólicos, que vêm sendo tentados há mais de 60.000 anos para o completo domínio do vosso orbe.
Mais tarde, os mentores siderais vos farão revelações gradativamente mais avançadas, para que então possais avaliar melhor a profundidade do assunto, que não ouso esclarecer no momento.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 19, 2021 7:30 pm

PERGUNTA: - Quais as vossas impressões ao penetrardes pela primeira vez em uma das cidades do astral inferior, onde vivem criaturas escravizadas pelas organizações do mal?
ATANAGILDO: - Embora não me considere um espírito de elevado grau, sufocou-me de tal modo o ambiente da cidade, que cheguei ao ponto de quase bradar pelo socorro espiritual de falanges amigas.
A respiração tornou-se-me ofegante, e pelos meus pulmões a dentro penetravam fluidos pegajosos, que pesavam em minha indumentária perispiritual, fazendo-a tão opressiva como se eu estivesse vestido de um traje de aço.
Senti-me quase que completamente exaurido das forças magnéticas costumeiras, como se invisível vampiro houvesse sugado toda a vitalidade do meu perispírito.
Fazendo menção de caminhar, tive a sensação de me mover no meio de lama viscosa.
Só mais tarde pude avaliar o poder absorvente do perispírito nessas regiões, onde precisamos estar alerta e ter imperiosa vontade não só para regular-lhe o metabolismo em relação ao magnetismo energético do meio, como também adaptá-lo inteligentemente à defesa do plano asfixiante.

PERGUNTA: - E por que não pudestes reagir, concentrando energias mais vigorosas ou dissolvendo o magnetismo exterior tão opressivo?
ATANAGILDO: - Se assim o fizesse, não poderia me tornar visível na cidade ê terminaria perdendo o aprendizado socorrista, que actualmente tanto me beneficia o espírito pois, se estivesse submetido à minha frequência vibratória comum, não poderia actuar praticamente em ambiente tão denso, ou mesmo me relacionar com ele.
Os sentidos psíquicos daqueles tipos de almas subvertidas ainda estão muito circunscritos a uma faixa vibratória bastante reduzida, por cujo motivo escapa-lhes qualquer contacto positivo e directo com os espíritos que se afinam aos padrões astrais acima das fronteiras das sombras.
Notei que, após à absorção de energias opressivas e à inalação do fluido denso do meio inferior, tornei-me visível a certo grupo de indivíduos que transitavam pelo subúrbio, sob cujo intenso nevoeiro plúmbeo eu pudera efectuar a minha súbita materialização, sem provocar desconfianças ou curiosidade.

PERGUNTA: - Qual a sensação que sentistes nesse meio opressivo e com perispírito assim tão denso?
ATANAGILDO: - Em comparação com a minha liberdade no ambiente da metrópole do Grande Coração, senti-me quase tolhido em todos os meus movimentos, como se estivesse operando num organismo de carne terrena, perturbado por uma paralisia.
Algo parecido à fuligem húmida se colava ao meu corpo etéreo e me oprimia os movimentos.
Sob inauditos esforços para me submeter a esse heróico curso de socorrista das zonas sombrias, dinamizei a minha vontade quase exangue, a fim de impulsionar com êxito o meu veículo perispiritual através daquelas ruas suburbanas, coalhadas de detritos e de criaturas nas mais penosas situações, misturando-se os tipos de criaturas de aspectos bovinos e repelentes com outros tipos de fisionomias de hienas e abutres cruéis!

PERGUNTA: - E qual a sensação que nós teríamos, como terrenos, se fôssemos submetidos a essa condição tão opressiva, como sucedeu convosco?
ATANAGILDO: - Seria o mesmo que caírdes num pântano nauseante e depois serdes obrigados a suportar por algum tempo um escafandro de lodo repugnante em torno do vosso corpo, sujando-vos continuamente as narinas, os lábios e oprimindo os vossos movimentos.

PERGUNTA: - Qual a ideia mais clara, que poderíamos ter, da vida em comum, nas cidades inferiores?
ATANAGILDO: - Em geral, embora se note nelas certa ordem administrativa na zona central, não passam de comunidades desleixadas, com meios de vida extravagantes, porque os seus administradores vivem devotados ao prazer e à ociosidade.
Entretanto, pude identificar, em uma das que visitei, alguns componentes da nossa metrópole, em tarefas sacrificiais, os quais, depois de se darem a conhecer à nossa equipe por sinais particulares, prosseguiram caminho simulando a figura de habitantes comuns à cidade, que estivessem no desempenho de tarefas particulares.
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 19, 2021 7:31 pm

Mais tarde, vim a saber que essas comunidades ociosas e rebeldes, onde se situam infelizes padecentes dos maiores horrores jamais imaginados pelo cérebro humano, também são alvo de atenção e do socorro das metrópoles superiores, que sempre procuram recuperar os espíritos menos culpados e emigrá-los para as zonas de assistência espiritual junto à Crosta.
Mal havia eu atingido o limite suburbano da cidade, quando se me apresentou estarrecedor espectáculo, fazendo-me crer que essa tenebrosa metrópole fora esquecida por Dante Alighieri ao descrever a sua visão do Inferno!
Caminhava rente ao casario sujo e mal cheiroso, quando resolvi subir a uma regular elevação do solo, para melhor me orientar entre os becos escuros e inundados de detritos asquerosos.
Então a cena que descortinei foi horrorosa, pois em torno do subúrbio espalhava-se vasta multidão de criaturas estropiadas e coladas ao solo pegajoso, como se fossem répteis e vermes asquerosos.
De longe sentia-se o mau cheiro que exalava a pútrida matéria daqueles indivíduos chegados.
Embora profundamente enojado, resolvi descer, penetrar viela a dentro, e assistir de perto o espectáculo confrangedor, que me pareceu o mais degradante e horripilante que já vira!
Eram seres mutilados, que pareciam verdadeiras chagas vivas sob cruciantes movimentos; outros, alienados, de faces tenebrosas, gargalhavam sinistramente, misturando-se a homens de cataduras ferozes, perversos, sarcásticos e insolentes, que não podiam esconder os estranhos estigmas que lhes marcavam os actos brutais e os identificavam perfeitamente com a natureza de suas paixões animais ainda predominantes.
Confrangido, reconheci-me num vasto celeiro de almas carcomidas e retardadas no caminho evolutivo da espiritualidade, que se amontoavam sem respeito e entregues a toda sorte de vilanias e sofrimentos.
Ali não havia ordem, nem lei; não se ouvia o cântico jubiloso da mulher moça ou o riso farto e cristalino da criança inquieta; nem mesmo as vozes alegres dos homens revivendo suas existências aventurescas do passado.
Nenhum sinal de labor benéfico ou empreendimento higiénico se verificava na imundície dos subúrbios.
No ar pairavam as irradiações identificadoras da mais crassa brutalidade, avareza, cupidez, libidinosidade e a terrível sensação de inveja misturada ao mais feroz egoísmo, como prova evidente da luta e da competição subversiva muito comum entre os malfeitores.
À medida que avançava por entre as ruas tortuosas e escuras, que faziam retornar o meu pensamento às vielas da Idade Média, escasseava então o pesado nevoeiro que me envolvera na chegada, enquanto eu percebia a longínqua distância um clarão ainda fraco e afogueado, que 'despontava no horizonte fumarento.
Mas o horrendo espectáculo dos rebotalhos vivos ainda não terminara, pois continuavam a surgir outros infelizes, apresentando repulsivas deformações nos seus perispíritos; muitos seres estavam como que dobrados sobre si mesmos, mostrando úlceras estranhas, atrofias extravagantes e padecimentos que não poderiam ser descritos pela pena do mais trágico e mórbido poeta tocado de piedade humana!

PERGUNTA: - Essa cidade é produto exclusivo de um atravancamento humano incontrolável, ou possui ruas traçadas convenientemente, com algumas instalações indispensáveis para uma vida em comum?
ATANAGILDO: - Mais tarde, vim a conhecer toda a topografia da cidade e comprovar certo senso directivo da colectividade ali amarfanhada; mas também verifiquei que aquela comunidade havia parado no tempo, pois a sua metrópole é cópia exacta dos hábitos e sistemas urbanos completamente em desuso nas cidades modernas da Terra.
A sua arquitectura e costumes da natureza conservadora e acanhada lembram as realizações de alguns povos asiáticos dos séculos XVI e XVII, dos quais ainda restam vestígios em certas regiões da Ásia.
O atraso me pareceu tão contraditório com a evolução actual, assim como se um povo terreno ainda teimasse em lidar com pesados instrumentos agrícolas, primitivos e próprios das épocas tribais, embora a poucos passos adiante outras criaturas progressistas manuseassem moderna instrumentação agrária mecanizada.
Nessas cidades anacrónicas e subvertidas, do astral, inferior, existem certos planos e projectos severos em desenvolvimento, mas organizados por força das circunstâncias e do aumento macabro das turbas de sofredores, que para ali convergem devido à qualidade magnética dos seus perispíritos envenenados.
Mas o impiedoso egoísmo dos seus dirigentes embrutecidos pela excessiva animalidade, apenas protege e desenvolve o núcleo central da cidade onde eles vivem, enquanto que os subúrbios se transformam em dantescos depósitos vivos da mais indescritível escória e miserabilidade que se poderia imaginar no mundo terreno.
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 19, 2021 7:31 pm

Encontrei alguns becos tão atulhados de infelizes devorados pelas chagas e presos às mais atrozes paralisias perispirituais, que me fizeram lembrar os quadros pavorosos dos campos de concentração construídos pelos nazistas na última hecatombe guerreira, onde milhares de corpos esqueléticos, ainda com sinais de vida, eram atacados pelos ratos, em meio das pilhas de ossos e carnes putrefactas.
Certa feita, eu desisti de prosseguir por certo caminho pois, em lugar de achar o término da viela em que trafegava, notei que me encontrava dentro de um túnel imundo, onde um impiedoso e sarcástico génio do mal divertia-se em revestir as paredes com os corpos astrais de criaturas fugitivas de hospitais de cancerosos e leprosários terrenos, reproduzindo aspectos os mais asquerosos e gemidos os mais cruciantes.
Os venenos do psiquismo enfermo vertiam pelas suas chagas repulsivas, enquanto os seus clamores lancinantes me feriam os ouvidos angustiados.
Entretanto, compreendi que só aquele processo hediondo e bárbaro seria capaz de expurgar-lhes os tóxicos que se haviam acumulado pelo desenfreamento dos seus espíritos no culto excessivo da vaidade, de orgulho, da prepotência ou da crueldade.

PERGUNTA: - Mas essas criaturas permanecerão definitivamente desamparadas nessa cidade tenebrosa, ou serão mais tarde recolhidas a algum estabelecimento hospitalar?
Embora se trate de uma comunidade de natureza inferior, não se faz ali, pelo menos, esforço no sentido de profilaxia ou assistência saneadora, para efeito da sobrevivência dos demais moradores?
ATANAGILDO: - De princípio, não percebi nenhum serviço organizado para se chegar a tal solução; aliás, convenci-me de que não havia qualquer possibilidade de êxito nesse sentido, em face da vultuosidade das tarefas de assistência a serem criadas.
Acresce que os seus administradores só cuidam dos seus próprios interesses e de seu "clã" familiar, assim como o fazem muitos políticos na Terra.
A solução acertada ainda será, por muito tempo, a drenação natural e espontânea das toxinas contidas nos perispíritos dos infelizes estropiados, até que os mais merecedores possam se movimentar para zonas onde existem postos de socorro espiritual, ou então sejam recolhidos pelos enfermeiros benfeitores, que operam nas adjacências das sombras à cata de almas sofredoras.
Quando mais tarde penetrei no interior da cidade, vi que centenas de farrapos de figuras humanas, exaustas da caminhada à procura de sedativo e de esperanças, penetravam em arremedos de edifícios rasteiros, repulsivos e de cores escuras, terrosas, que mais se pareciam a certas habitações árabes, servidas por uma só porta baixa e rectangular.
Outros seres gemiam e choravam, tentando se arrastar para dentro dessas tocas de piso sujo, pantanoso e esverdeado, mas eram expulsos a gritos e pancadas, do seu interior, onde já se aninhavam homens e mulheres aos magotes, na mais execrável promiscuidade e completo desrespeito pelo pudor humano.
Havia seres de borco, nas ruas, com os lábios na lama nojenta, à semelhança dos bêbedos atirados nas sarjetas do mundo terreno; outros não passavam de sórdidos trapos vivos, completamente esgotados até a última gota de vitalidade, vítimas de execrável vampirismo, que considero prematuro e horripilante para vos relatar.
O caminho que me propusera seguir, para alcançar o perímetro central, obrigava-me a cuidadosa atenção, pois sentia-me tão apiedado daqueles seres infelizes, que não desejava pisar-lhes os corpos chagados, que vertiam um líquido negro e pegajoso.
Compreendi que, naquele ambiente pestilento e inundado de sufocantes emanações gasosas, nem a minha vontade ou a força mental mais vigorosa conseguiria me auxiliar a volitar, como o fazia tão naturalmente nas regiões desimpedidas de fluidos densos e naturais dos planos elevados.
Naquele caos de impurezas causticantes, não seria possível elevar o meu perispírito e dirigi-lo seguramente sobre a cidade impregnada de cinza nociva e de magnetismo tão opressivo. .
E se eu desmaterializasse o traje de fluidos densos, que inalara e absorvera para tornar compacto o meu perispírito, terminaria perdendo o contacto com o meio ambiente, sendo atraído naturalmente para o meu plano vibratório, mas subtil, da metrópole do Grande Coração.
Então envidei todos os esforços disponíveis, de boa vontade e energia mental, avançando cuidadosamente por entre aquela mole humana, que calculei muito além de milhares de seres abatidos ao solo como o gado no matadouro.
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A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes - Página 5 Empty Re: A Vida Além da Sepultura - Atanagildo / Ramatis/Hercílio Maes

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 19, 2021 7:31 pm

PERGUNTA: - Encontrastes aves ou animais, nessa cidade de espíritos rebeldes?
ATANAGILDO: - Defrontei com enorme quantidade de animais de porte reduzido, de formas excêntricas, alguns parecidos às ratazanas, de cor indefinível e cauda de escorpião, além de dezenas de outros tipos que se assemelhavam mais a répteis, alguns de barbatanas móveis e outros de pequenas trombas coleantes, com que vampirizavam os infelizes ali caídos.
Enxameavam as mais absurdas espécies aladas, extremamente repelentes em suas configurações, cores e movimentos, ante as quais o feio morcego terrestre se torna um pássaro cativante!
Tanto os animais de formas mirradas, como as aves e os insectos aracnídeos, moviam-se celeremente por entre os desgraçados amontoados ao solo, no afã macabro de deglutirem os rebotalhos e larvas mentais, que ainda pululavam em torno da região cerebral daqueles destroços humanos.
Havia um tipo de corvo bravo, saltitante e ousado, muitíssimo esfaimado e impiedoso, que causava torturas aos infelizes porque, na sua voracidade em devorar as emanações deletérias, espécie de "carniça mental", atirava-se famélico sobre os seres mais esfrangalhados e os feria a fundo, os quais só se limitavam a reagir com alguns uivos lastimosos.
Espraiei a vista em torno e reconheci a impossibilidade de resolver tão dantesco problema, pois me defrontava com o mais pavoroso e indescritível quadro de sofrimento, porém absolutamente necessário para as almas se despojarem de suas torpezas e degradações, em conformidade com as leis da química transcendental.
Os venenos gerados pelos aviltamentos mentais iam-se, materializando na forma de líquidos viscosos, nauseantes e cáusticos, que atrofiavam órgãos e produziam chagas, enquanto a providência do Criador socorria aquelas criaturas com a terapia voraz dos insectos, aves e animais de uma forma demoníaca.
Eram horrendos, ávidos e destruidores, porém instrumentos benéficos que, na forma de macabros transformadores vivos, consumiam as larvas e todas as demais criações deletérias produzidas incessantemente pelo psiquismo enfermo daqueles espíritos pervertidos pelo mau uso dos bens santificados da vida humana.

PERGUNTA: - Em face do acontecimento tenebroso que descreveis, não existirá, porventura, uma certa crueza da Lei Divina, que só pode curar os espíritos delinquentes desse modo tão atroz?
Deus, em sua Infinita Sabedoria, não poderia dispor, em tais casos, de recursos menos drásticos?
ATANAGILDO: - Não se trata de punições deliberadas por Deus, aplicadas aos seus filhos pervertidos ou doentes de espírito, mas, apenas de um efeito decorrente das leis transcendentais, de natureza "químico-astro-mental", que agem sem propósitos punitivos, servindo-se de formas vivas asquerosas para consumirem venenos perigosos àqueles que os geraram em si mesmos.
Assim como criou o urubu terrestre, que ainda goza a fama de ser o maior sanitarista do mundo, a Providência Divina faz criar essas espécies repugnantes, nas regiões astralinas empestadas pela mente humana, as quais depois se tornam benfeitoras, porque limpam o ambiente sórdido desses subúrbios completamente cheios da mais extrema miséria do psiquismo humano envenenado.
Se assim não fora, até os abnegados espíritos benfeitores não poderiam permanecer ali pelo tempo suficiente para socorrer as almas que já houvessem purgado suas mazelas lavando-se no tanque das lágrimas do sofrimento purificador.
Assim como as colectividades microbianas destroem os tecidos putrefactos no seio da terra amiga dos cemitérios do orbe, essas espécies astralinas, deformadas e vorazes, que se alimentam das emanações do psiquismo enfermo, impedem que se petrifique indefinidamente um mundo pavoroso, no Além.
O incessante aumento de matéria mental denegrida ocasiona no mundo astral as mesmas consequências produzidas pelas lavas vulcânicas, que depois formam no vosso mundo uma crosta resistente às mais aguçadas ferramentas.
Depois que retornei de minha primeira visita à região do astral inferior e, quando ainda revia mentalmente os subúrbios habitados pelos espíritos impuros, não pude deixar de louvar aquelas pequeninas feras aladas e répteis famintos, que se saciavam sobre os "mortos-vivos" a tresandarem venenos e substâncias repugnantes:
Atendendo a providencial serviço em favor da alma humana, tais aves e animais ingeriam as larvas, miasmas e rebotalhos mentais denegridos para, depois de transformados, os devolver à circulação como energias que, tendo sido mal aproveitadas, tornavam a se libertar para o consumo comum.
Enquanto se submetiam à terapêutica daquela vertência tóxica benfeitora, muitos daqueles infelizes aviltados já estariam se acusando intimamente e, talvez, recebendo as bênçãos do remorso e do arrependimento.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 19, 2021 7:31 pm

PERGUNTA: - Não há nessa mórbida cidade alguns transeuntes suficientemente piedosos, que socorram de vez em quando alguns desses infelizes torturados pelos animais, corvos e aves astrais?
ATANAGILDO: - Já avaliastes, porventura, o grau de nobreza, de piedade e de renúncia dos presidiários afinizados pela ferocidade das mesmas paixões aviltantes e ainda algemados entre si por crimes semelhantes quando se digladiam pelos mesmos interesses egocêntricos?
Os que trafegam pelas ruas imundas, entre os farrapos humanos, também são moradores da mesma cidade dantesca e que, depois de haverem decantado os venenos do seu psiquismo subvertido, preferiram filiar-se às hostes malignas e obsessoras de encarnados, ao invés de encetar a marcha redentora para o Bem.
Muitos são rebeldes, que vagam sem rumo, e ainda se divertem ao ver nos outros o que lhes sucedeu anteriormente.
Então, em lugar de se arrependerem, juntam-se a grupos de sarcásticos, malfeitores e perversos, que comumente se entretêm em aumentar o sofrimento dos infelizes combalidos, no jogo macabro de descobrir, detrás daquelas máscaras humanas e torturadas, as mesmas criaturas que brilharam nos salões festivos, as mulheres famosas, as cortesãs perigosas, os políticos venais, os ricos avarentos e as autoridades que abusaram do poder depois de haverem reinado num mundo de vaidades e cobiças.
Deparando com cenas abomináveis, em que criaturas subvertidas, mas filhas do mesmo pai, se entretinham em dilatar os padecimentos e as humilhações de seus próprios irmãos em espíritos, não pude deixar de me lembrar das velhas oleogravuras da Igreja Romana, quando retratam as figuras das almas pecadoras, freneticamente torturados por bandos de demónios com os olhos incendiados pela volúpia e pelo mais brutal sadismo!
Efectivamente, diante de mim se prostituíam as mais nobres qualidades do ser humano, ao verificar que os outros miseráveis, egressos do mesmo lamaçal de vícios e aviltamentos, ainda usufruíam do abominável prazer de esvurmar as chagas das vítimas caídas a seus pés, e que inutilmente lhes bradavam por piedade.
Depois de saciados os seus impulsos homicidas e cessadas as suas explosões de ódio gratuito, aqueles seres cruéis sumiam-se pelo nevoeiro, em bandos satânicos e gargalhadas sinistras.
Embora alguns espíritos socorristas, descidos do Alto, trafeguem pelas ruas contaminadas, com: a intenção de acudir a esses infelizes rebotalhos vivos, não o podem fazer de modo a despertar suspeitas e, por isso, fingem muitas vezes ignorar o que lhes acontece em torno, até surgir uma oportunidade de serem úteis.
O principal papel que lhes cabe, não é o de impedir o processo natural da purgação psíquica inadiável e tão necessária aos infelizes, mas sim o de examinar aqueles que já se apresentam em condições de ser internados nos estabelecimentos de socorro das comunidades astrais benfeitoras.
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