LUZ ESPÍRITA
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CASCATA DE LUZ - Luiz Sérgio / Irene Pacheco Machado

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Ago 23, 2011 10:05 pm

Em O Livro dos Espíritos, questão 56 do Capítulo 3º, lemos:
“A constituição dos diferentes globos é a mesma?”
Resposta: “Não, eles não se assemelham de modo algum.”

Na pergunta 57:
“A constituição física dos mundos, não sendo a mesma para todos, seguir-se-á tenham organizações diferentes os seres que os habitam?”

Resposta: “Sem dúvida, como para vós os peixes são feitos para viverem na água e os pássaros no ar.
— Se prestarmos atenção no estudo das obras básicas, veremos que um livro complementa o outro.

O Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo 3º, item 9, diz:
“Nos mundos que chegaram a um grau superior, as condições de vida moral e material são muitíssimo diversas das da vida na Terra.

Como por toda a parte, a forma corpórea aí é sempre a humana, mas embelezada, aperfeiçoada e, sobretudo, purificada”.

A resposta de O Livro dos Espíritos se refere aos corpos físicos na longa estrada da evolução.

Se lermos com atenção, concluiremos que o princípio inteligente, vivendo no reino animal, não possui ainda um corpo humano, e feliz desse espírito que está seguindo a lei natural da evolução, passando pelos três reinos da natureza.

Agora, os espíritos culpados, deportados para mundos inferiores, terão seus corpos perispirituais deformados de tal modo que será difícil dizer que ali se encontra um ser humano.

Por isso a resposta de O Livro dos Espíritos, questão 56:
“Não, eles não se assemelham de modo algum”.

Seria pretensão se um espírito inferior tivesse o corpo belo e esplendoroso de um espírito puro.
Outras perguntas foram feitas, até o momento em que a aula foi encerrada.

Retirei-me sem pressa, pensando:
“bendita seja a Doutrina Espírita, que abre não só os nossos corações, porém ainda mais os nossos olhos”.

Há o que chega ao Espiritismo só acreditando nos fenómenos e não se torna um espírita verdadeiro.

O verdadeiro espírita rejeita dez verdades para não aceitar uma só mentira.
O verdadeiro espírita ocupa sempre os últimos lugares, mas é o primeiro em humildade e amor.

Feliz do seguidor de Kardec que já se desapegou da veste da vaidade e está construindo em seu coração a casa de Jesus, onde é um pastor de almas pelo perfume da Doutrina que exala ao seu redor, mesmo sem a pretensão de desejar educar e transformar os que o cercam.

Os livros da Codificação não representam armas apontadas para os outros, usadas em debates, em confrontos de irmãos ainda despreparados para viver em espírito e verdade, como discípulos que devem ser da Doutrina regeneradora.

Cristo em momento algum colocou-Se na posição de Mestre, e como ensinou pelo exemplo! De nada adianta brigarmos com as pessoas, atacando-as por nelas encontrarmos falhas, se ainda não possuímos condição de lhes apresentar a Doutrina da renovação.

Só as obras básicas darão ao homem condição de compreender por que está encarnado e o quanto a carne é frágil.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Ago 23, 2011 10:05 pm

Mas não adianta obrigarmos as pessoas a lerem as obras básicas, precisamos, sim, estudá-las e vivê-las a cada minuto e tudo fazer para que os frequentadores da nossa Casa aprendam a manuseá-las, ajudados pelo nosso conhecimento e ainda mais pela nossa humildade.

Os nomes dos doutores da lei da época de Jesus, apagaram-nos da História a terra e o vento do tempo, mas o representante de Deus na Terra, Jesus, apenas deixou gravado na lembrança de cada um de nós o perfume do exemplo e da verdade.

A arrogância e os ares de sabedoria, ao invés de ajudarem o próximo, apenas os espantam e os revoltam, e hoje o que mais falta nas Casas Espíritas é o perfume da humildade.

— Luiz, a falta de humildade nos Centros o deixa preocupado? perguntou Arlene.
— Sim, irmã. Dia após dia, depois que me encontro no Educandário, vejo como os homens ainda estão longe da evolução.

Basta decorar alguns livros e já se julgam os donos do mundo.
Cheios de orgulho, vão levantando bandeiras e trincheiras em defesa da Doutrina, quando o que se faz necessário é uma campanha, com bons oradores indo de Centro em Centro, incentivando e ensinando os seus frequentadores a manusearem as obras básicas.

Muitos não estudam, porque não sabem como fazê-lo.
Ao invés de discutirem em defesa da Doutrina, devem os estudiosos dos livros doutrinários fazerem como os apóstolos de Jesus:
saírem para pregar, não com arrogância, mas com amor e humildade.

Em muitas Casas estuda-se esse ou aquele livro, e ninguém conhece o conteúdo de O Livro dos Espíritos.

Sem ele, juntamente com O Livro dos Médiuns, O que é o Espiritismo, O Céu e o Inferno, Á Génese, O Evangelho Segundo o Espiritismo e Obras Póstumas, dificilmente o espírita vai compreender a Doutrina e, sem entendê-la, continuará buscando outras crenças, casando-se nas igrejas, baptizando seus filhos, buscando cartomantes, adivinhos, enfim, ele chegou à Doutrina mas nada sabe sobre ela.

Portanto, coloquemos os pés na estrada do Mestre, procurando ajudar o nosso próximo com exemplos, amor e respeito.

Vem bem a propósito esta passagem de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo 25º, item 9:
Não possuais ouro nem prata, nem leveis dinheiro nos vossos cintos, nem alforge para o caminho, nem duas túnicas nem calçado nem bordão, porque digno é o trabalhador do seu alimento.

E em qualquer cidade ou aldeia que entrardes, informai-vos quem há nela digno, e ficai ali, até que vos retireis.

Esta parábola de Jesus pede aos que recebem o dom da palavra que saiam vestidos com a túnica da humildade, ensinando com paciência, porque há muitos que desejam aprender, mas não contam em seus Centros com grupos de estudo sistematizado da Doutrina e por isso vivem comprando livros aquém dos ensinos doutrinários;
estão na Doutrina, mas acendem velas e seguem rituais de outras religiões, não por maldade, mas porque ainda não lhes abriram a porta do esclarecimento e da sabedoria.

Ao invés de ficarmos brigando uns com os outros, vamo-nos colocar a caminho, indo de Centro em Centro ensinando seus frequentadores a manusear as obras básicas, porque conhecemos espíritas que jamais leram um livro sequer da Codificação.

—Você tem razão, quem vive lendo qualquer livro jamais será um bom espírita.
— É isso mesmo.

Ficamos conversando, até que os outros juntaram-se a nós e convidados fomos a visitar algumas Casas Espíritas.
Confesso que, nesses anos todos, muitas delas eu jamais conhecera.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Ago 23, 2011 10:06 pm

Logo na primeira, deparamos com algumas senhoras e senhores simpáticos e que aparentavam possuir muito conhecimento.

A direcção da Casa estava reunida.
Atentos a tudo e com a permissão do mentor do Centro, ficamos ouvindo as ponderações de cada um.
Falaram, falaram e não chegaram a conclusão alguma, ou melhor, um deles levantou-se e referiu-se a outras Casas.

Tomás, Arlene, Siron, Luanda e eu olhamos uns para os outros, sem compreender o porquê daquela reunião.

— Será que esses irmãos têm conhecimento da doutrina do Cristo, onde Ele nos ensina não só a emprestar a capa, mas a andar cem passos além? indagou Siron.

Será que este grupo conhece a parábola do óbolo da viúva e a do bom samaritano?
Muitos pediam a palavra e se exaltavam, dizendo-se preocupados com a Doutrina, onde muitos adeptos estão buscando as chamadas “terapias alternativas”, dizendo-se espíritas e admirando apometria, cristalterapia e outras mais.

Ficamos até o final.
Estava louco para perguntar o que viéramos ali fazer, mas logo estávamos em outra Casa, pequena e simples, onde os frequentadores estudavam todas as obras básicas.

Ficamos junto a um grupo que durante quatro anos vinha estudando a Introdução de O Livro dos Espíritos, mas buscando em cada item outros livros da Codificação e dos grandes filósofos do Espiritismo.

— Como essa gente estuda! falei a Arlene.
Se não bastasse a consulta às obras básicas, ainda buscavam na Bíblia a confirmação dos ensinos doutrinários.

Os grupos daquela Casa levavam a sério o estudo e qual não foi a nossa alegria quando visitamos outros grupos de estudo e percebemos que os seus frequentadores também viviam o lado prático da Doutrina, sem ficarem apegados à letra!

Daquela Casa partiam caravanas de auxílio aos necessitados, visitas aos pobres debaixo de pontes e casebres humildes, além do abraço a crianças necessitadas e doentes.

Os frequentadores daquele Centro Espírita elucidavam a alma e engrandeciam o espírito através da Caridade.

Acompanhamos os caravaneiros, que com alegria eram recebidos nos casebres humildes.
Eles levavam as palavras de Cristo e engrandeciam a Doutrina codificada por Allan Kardec.

Talvez estas Casas nem sejam conhecidas por alguns espíritas de renome, mas seus nomes estão escritos no coração de Jesus.

Observando todos os seus frequentadores trabalhando para os pobres, para os doentes e estudando a Doutrina, sentimo-nos repletos de esperança, porque nada mais decepcionante para nós, espíritos, do que defrontarmos com brigas e polémicas entre os confrades.

Os adeptos daquele Centro falavam em Bezerra e em Eurípedes e não ficavam somente trancafiados em gabinetes, anfiteatros, congressos ou simpósios;
eles faziam o que Jesus fez:
saíam em busca dos doentes do corpo e da alma.

Jesus disse, em Mateus, Capítulo 19º, versículo 29:
E todo o que deixar, por amor do meu nome, a casa, ou os irmãos, ou as irmãs, ou o pai, ou a mãe, ou a mulher, ou os filhos, ou as fazendas, receberá cento por um e possuirá a vida eterna.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Ago 23, 2011 10:06 pm

Depois Ele ainda diz, em Lucas, Capítulo 9º, versículos 61 e 62:
Nenhum que mete a sua mão ao arado, e olha para trás, é apto para o reino de Deus.

Portanto, o espírita que só deseja evangelizar o seu próximo está longe da verdade, é orgulhoso, avaro e egoísta, porque o verdadeiro trabalhador é aquele que prega pelo exemplo, indo até os necessitados, convivendo com a miséria e a dor, só assim terá condição de compreender a Doutrina renovadora.

Se ficarmos aguilhoados no orgulho das nossas almas, poderemos ser excelentes explanadores do Evangelho, grandes conhecedores da Doutrina, mas com uma fé sem obras.

Se os espíritas, principalmente os homens espíritas, ficarem fechados nas salas e escritórios dos Centros, logo a Doutrina cometerá os mesmos erros de outras igrejas: muito sermão, mas pouco exemplo.

Falam alguns que se ficarmos indo atrás dos pobres esqueceremos a parte doutrinária.

Grande erro. Só compreenderemos a magnitude da obra doutrinária se abraçarmos a caridade;
sem ela não existe doutrina alguma, e quem diz isso é Paulo de Tarso:
1ª Epístola aos Coríntios, Capítulo 13º, versículo 1:
Se eu falar as línguas dos homens e dos anjos, e não tiver caridade, sou como o metal que soa, ou como o sino que tine.

Veja bem: o espírita pode viver em congressos, simpósios e encontros, mas se não praticar a caridade será apenas um sino que tine.

Paulo ainda diz, no versículo 2:
E se eu tiver o dom da profecia, e conhecer todos os mistérios, e quanto se pode saber3 e se tiver toda fé, até no ponto de transportar montes, e não tiver caridade, não sou nada.

Que importa devorarmos todos os livros, se deixarmos os erros arraigados em nós, um deles o orgulho?

Como nos dizer bons espíritas?
A caridade nunca vai acabar ou deixem de ter lugar as profecias, ou cessem as línguas. ou seja abolida a ciência.

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três virtudes, porém a maior delas é a caridade (versículo 13).

Hoje os Centros Espíritas estão repletos, mas poucos buscam uma mudança em seus hábitos.

Mesmo aprendendo na Doutrina, o ser continua maledicente, avaro, egoísta e orgulhoso, nunca tendo complacência de ninguém;
diz-se espírita, mas no trabalho, em casa, no trânsito ou na rua é um verdadeiro fariseu hipócrita, que prega a moral e a perfeição, mas longe se encontra do dever.

Se abordado por um faminto, vira-lhe as costas e ignora a fome, num país onde a mortalidade infantil é assustadora.

E ainda dizem que o espírita não deve preocupar-se com os pobres, assim ele não terá tempo de se auto-evangelizar.

Meu Deus, os cardeais e os padres até hoje estudam Teologia e são grandes conhecedores dos Evangelhos, mas olhem para suas mãos, algumas estão vazias, porque eles não têm tempo de socorrer aquele que sofre.

Mas não só as mãos estão vazias, as igrejas também.
Se a Doutrina não voltar à época dos apóstolos do Espiritismo, veremos a nossa igreja íntima — o nosso coração — repleto de erros e dogmas, e vazio de sentimentos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Ago 23, 2011 10:07 pm

A Doutrina Espírita é a chave que abre a porta da espiritualidade para que não vivamos na ignorância.

Todavia, se abrimos a porta e permanecemos de fora, é porque não temos condição de adentrá-la, sentimos dificuldade em ultrapassá-la, pois estamos cheios de bagagens e por essa porta só passam os pobres de espírito, aqueles que, mesmo no corpo físico, já se despojaram das coisas temporais.

Por essa porta passam os que respeitam para serem respeitados, os que não atacam nem ferem nem matam as esperanças alheias.

Os que divisam essa porta são todos aqueles que estão trabalhando por um mundo sem fome, sem lágrima, sem desespero, aqueles que já esqueceram de si mesmos para que outros sejam respeitados pela sociedade ainda materialista.

O espírita não vive para causar a separação nem para fazer intrigas, porque o seu tempo é diminuto: ora estuda, ora faz a caridade.

Se somos o Cristianismo redivivo, como esquecer as pregações de Jesus com Seus apóstolos, a multiplicação dos pães para o povo faminto?

Como esquecer as andanças dos apóstolos nos casebres de Nazaré, Jericó, Cafarnaum, Betsaida e Genesaré?

Como permanecer orgulhoso se a Doutrina nos ensina a divisar o mundo espiritual, onde a traça corrói os bens temporais e tudo apodrece?

Como se dizer espírita e viver azedo de ódio e críticas?
Que saudade de Anália Franco, de Eurípedes, de Bezerra e de tantos outros apóstolos da Doutrina Espírita!

— Mas muitas vezes eles têm razão, comentou Siron, captando meu pensamento.
Muitos espíritas andam misturando de tudo, até pirâmides existem em certos Centros.

— É verdade, Siron.
Esses dias fomos em um Centro, dito Espírita, que tinha de tudo.
Isso é o que nos assusta!

— Por que muitos chegam ao Centro Espírita, mas ainda buscam as antigas religiões e gostam da terapia através das pirâmides, a cristalterapia, cultuam os duendes, gnomos, enfim, fazem uma salada difícil de se compreender?

— Isso acontece porque o presidente e seus grupos de trabalhadores não elucidam essas pessoas.
A Casa não dispõe de pessoas competentes, para ensinar a Doutrina como encontramos há pouco, com vários grupos de ensino das obras básicas e não de qualquer livro que é editado.

Desde o momento em que os irmãos descobrem as verdades espirituais vão usando o discernimento, e daí deixando os antigos hábitos.

— Não sei, não.
Já vi Casas que fazem de tudo para os frequentadores estudarem e estes só vão tomar passes e ouvir palestras.
Trabalhar, que é bom, nada.

— Você tem razão, Luiz, ainda existem companheiros que se dizem espíritas, porque vão a uma Casa Espírita só para tomar passes ou ministrá-los, uma vez por semana.

— Não só frequentadores, interferiu Luanda.
Muitos, que fazem parte da directoria, apenas frequentam o Centro, dão passes, fazem palestra e nada mais, dizem até que já se aposentaram.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Ago 23, 2011 10:07 pm

Essas pessoas são culpadas pelos factos desagradáveis que vêm ocorrendo nos Centros espíritas:
médiuns desequilibrados, querendo aparecer, repletos de vaidade.

Quem já tem conhecimento deve pegar a charrua, e não ficar descansando nos louros do aprendizado.

Se cada irmão, com vários anos de Doutrina, arregaçar a camisa e puser mãos à obra, levará consigo vários companheiros que hoje ainda têm dificuldade em diferenciar espiritualismo de Doutrina Espírita.

Poderemos dizer que a culpa é dos fundadores, dos directores da Casa que só a frequentam uma vez por semana e quando chegam, com seus ares de doutores da lei, gostam de ser bajulados e tudo fazem pelos aplausos daqueles que só desejam aprender, enquanto o Maior dos mestres Se fez o menor para nos deixar a palavra do Pai.

São essas pessoas humildes, vindas de outras religiões, que não são bem orientadas, porque a Casa coloca pessoas sem conhecimento da Doutrina para recomendar livros e orientá-las para os seus trabalhos.

Muitas vezes esses livros são de procedência duvidosa, O certo é só recomendar as obras básicas, porque são o alicerce da vida de um espírita.

— Vamos até o salão, propôs Siron.
E assim o fizemos, chegando perto de um irmão que dava orientação.

Ele dizia a uma jovem senhora, que vivia momentos amargos com o marido alcoólatra, que ela sofria porque estava sendo assediada por obsessores.

A causa era ela ser médium e precisar desenvolver a mediunidade.
A senhora, assustada, mais desesperada ainda ficou quando o orientador lhe narrou sua vidência, dizendo que junto a ela se encontravam dez terríveis espíritos das trevas!...

— Meu Deus! falei.
Este não é um orientador, e sim o próprio obsessor encarnado!

A jovem saiu dali e teve de buscar um terapeuta, tal o pânico de que ficou possuída.
É certo isso? perguntamos.

Será que cada Centro Espírita que faz este trabalho não teria de criar cursos baseados nos livros da Codificação, para bem orientar os que chegam à Casa?

Será certo escolher alguém, baseado apenas em relação de amizade, para fazer tal trabalho? Claro que não.

Se os dirigentes não criarem cursos de orientadores espirituais, veremos cada vez mais o que vem ocorrendo:
muitas pessoas brigando e atacando a Doutrina, por não conhecê-la como realmente ela é:
pura, verdadeira e consoladora.

Cada Centro deve criar, primeiro, um grupo de orientadores com pessoas capacitadas, e nunca escolhidas pelos directores da Casa tão-somente por serem seus amigos ou conhecidos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 24, 2011 9:26 pm

O que é preciso para ser um bom orientador?
1º — Humildade.
Não se julgar dono da verdade.

2º — Ter conhecimento da Doutrina Espírita.
Conhecer O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns e, baseado neles, dar a orientação.

3º — Não emitir opinião própria, e sim o que está nas obras básicas.

4º — Jamais dizer a outra pessoa que ela está obsidiada.
Sugerir o passe para um fortalecimento espiritual.

5º — Nunca dizer que seus problemas pessoais são decorrentes da falta de desenvolvimento mediúnico.
Mediunidade não se desenvolve, educa-se, e só estudando O Livro dos Espíritos e o Livro dos Médiuns faremos com que ela seja disciplinada.
Indicar para leitura livros que sejam da Codificação.

6º — Nunca deixar transparecer a vaidade em suas palavras.
Quem busca orientação está em desespero, querendo um amigo, um ombro irmão e não um crítico.

7º — O orientador tem por obrigação apresentar os trabalhos sociais da Casa e convidar o irmão a participar deles;

8º — Não é prudente o orientador fazer premonições, deixando transparecer que é médium de excelentes faculdades.
Ele tem de deixar o irmão à vontade, pois este é alguém doente, que está em busca da cura.

9º — Nunca esquecer que o orientador de uma Casa espírita tem de ser uma carta viva de Cristo, falando somente a verdade, nunca traindo a voz dos Espíritos do Senhor.

10º — Um bom orientador é aquele que coloca na mão do iniciante espírita a chave do tesouro, que vem a ser as obras básicas, incentivando-o a tomar gosto pelo estudo, fazendo-o ver que sem o estudo o homem pode tornar-se prisioneiro do fanatismo e da mentira, e que a Doutrina veio para salvar almas, e não para aprisionar ninguém.

Quem estuda encontra a verdade sobre a vida e a “morte”, por isso, feliz do homem que tem por dever levar o seu semelhante até Deus.

Saímos, levando na alma o perfume de Jesus e nos passos a força e a vontade de trilhar o Seu caminho.

3. N.E. — Grifo do autor espiritual
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 24, 2011 9:27 pm

7 - OBRAS BÁSICAS, UM CURSO SUPERIOR

Visitamos outra Casa Espírita, bem bonita, com tudo muito limpo.

Enquanto aguardávamos o início dos trabalhos, o mentor daquele Centro foi-nos mostrando suas dependências.

O local era não só uma escola onde as pessoas se instruíam, educavam-se e trabalhavam, como também representava um hospital, onde a criatura encontrava o remédio para aurir forças para enfrentar o mundo actual.

Se todos buscassem uma casa religiosa, hoje não teríamos uma sociedade doente.
Há os templos espirituais para curar a alma, fortalecê-la e instruí-la, mas o homem foge das coisas do espírito, porque sempre nos pedem renúncia.

Um Centro Espírita que não procura instruir e curar o doente precisa mudar o seu modo de agir.
O presidente daquela Casa ensinava todos os dirigentes a se comportarem diante de um grupo.

Estes, por sua vez, se colocavam no lugar de cada aprendiz do Evangelho, sem ares de professores nem de donos da verdade.

Gostei muito do local.
É ridículo ver uma pessoa que se diz espírita repleta de orgulho, tratando seus colegas como se estes fossem débeis mentais.

O verdadeiro sábio é aquele que ensina pelo exemplo;
o orgulho não elucida ninguém.

Os directores daquela Casa Espírita tinham por dever não deixar o Centro sem orientação doutrinária e, atentos, visitavam os diversos grupos de trabalho, não permitindo que a vaidade tomasse conta daqueles que receberam a incumbência de orientar almas.

— Porque as Casas Espíritas não tomam por base a humildade? perguntou Arlene a Siron.
Algumas até adoptam doutrinas diferentes.

— Irmã, a Casa que se diz Espírita é regida por um estatuto e este tem de ser bem explícito, quando se trata de Doutrina Espírita, entretanto, os homens são falíveis, O único meio de controlar os abusos é ter uma directoria actuante, com pessoas que não se sintam velhas nem aposentadas.

Em todos os grupos daquela Casa eram estudados O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns e os livros de André Luiz, assim como os de Paul Gibier, Dellane, Flammarion e outros clássicos da Doutrina.

— Dizem que quem estuda os livros doutrinários com afinco está-se graduando em um curso superior, falei para Luanda.

Nesta Casa não só se estuda, como também os trabalhos sociais são bastante edificantes.

Estes, no mundo actual, agem como terapia.
Mães que se separaram dos filhos pela desencarnação costuram, felizes, enxovais para crianças, filhos de mães pobres, assim como fazem peças de artesanato cuja renda reverte em prol da instituição, sem precisar sobrecarregar seus frequentadores.

Quem possui talento não pode deixá-lo enterrado, e por que não elucidar senhores, senhoras e jovens a usar o talento da arte para ajudar o próximo?

— É mesmo, fico triste em presenciar tantas Casas que nada realizam de bom para o próximo...
— Você tem razão, muitos julgam que o Centro Espírita é um clube onde se vai uma vez por semana para o lazer, nada além disso.

Ainda fizemos outras visitas, para depois voltarmos ao Educandário de Luz.

Olhei mais uma vez aquele belo lugar onde abnegados espíritos, preocupados com a evolução da Terra, pacientemente, vêm esclarecendo os encarregados da difusão doutrinária.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 24, 2011 9:28 pm

Quantos dirigentes espíritas, presidentes de Centro, recebem do Alto elucidações preciosas, mas deixam o orgulho e suas opiniões próprias dirigirem a Casa onde trabalham!

As flores ornamentavam as pracinhas e as fontes de águas cristalinas davam vida ao Educandário.

Senti-me tão feliz que olhei para cima e falei:
— Pai, não sou digno de conhecer as Vossas verdades, mas fazei de mim um operário das Vossas obras.

Fui o último a entrar, o que deixou o meu grupo apreensivo.

Fitaram-me, preocupados, e fui sentando devagar, dizendo:
— Calma gente, eu não sou de fugir.
— Sabemos disso, sendo essa a causa da nossa preocupação, falou-me Luanda.

Nisso, o instrutor continuou a aula sobre a Introdução de O Livro dos Espíritos, o valor inestimável de bem estudá-la:
— Sem uma leitura apropriada da Introdução, jamais compreenderemos a beleza deste livro.

Vamo-nos lembrar mais uma vez do episódio das mesas girantes e de como tudo se passou:
elas se movimentavam perante inteligências privilegiadas, e não fanáticos religiosos.

Diante dos primeiros fenómenos houve muita celeuma, pois nem todos a tudo aceitavam, principalmente Allan Kardec;
sendo o “bom senso encarnado”, estava atento a tudo o que se passava à sua frente, principalmente aos factos espirituais.

Estudando a Introdução, podemos acrescentar ao estudo toda a obra básica, dinamizando-o com pesquisas.

No item 3 da Introdução podemos consultar todas as obras que falam das primeiras manifestações espíritas:
as mesas girantes e os fenómenos físicos que se apresentavam de várias formas.

Encontramos as explicações para tais factos em várias obras de Paul Gibier, William Crooks, César Lombroso, Camille Flammarion e outros estudiosos.

Contudo, dizer que não compreendemos O Livro dos Espíritos é sinal de que ainda não aprendemos a folheá-lo.

Desde o momento em que nos familiarizamos com ele, tudo se torna mais fácil, e vamos encontrando respostas certas para nossas indagações.

Por isso, todas as Casas Espíritas precisam estudar os livros da Codificação, assim como os dos grandes filósofos da Doutrina.

O perigo do iniciante é buscar em qualquer livro que se diga espírita o alicerce para a sua fé e negligenciar a semente, que são as obras básicas.

Passamos para o item 4 da Introdução, e o palestrante continuou:
— Não foi o homem quem inventou o Espiritismo, ele surgiu através dos espíritos que no início usavam os objectos para assinalarem sua presença.

Ninguém, por mais inteligente que fosse, iria preocupar-se em mistificar através de batidas ou de movimentos de mesas, ou imaginar que ali estava um espírito querendo fazer-se ouvir.

Foram os próprios espíritos que encontraram um meio, ainda que primário, de dizer:
“estamos aqui, não morremos”, e eles próprios foram melhorando as formas de se comunicarem.

Primeiro ocorreram as pancadas, depois o movimento das mesas, para logo após darem o conselho da adaptação de um lápis a uma cesta ou a um outro objecto.

Essa cesta, pousada sobre uma folha de papel, punha-se em movimento pela mesma força oculta que também fazia mover as mesas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 24, 2011 9:28 pm

Entretanto, ao invés de um simples movimento regular, o lápis traçava por ele mesmo palavras, frases e discursos inteiros, de várias páginas, tratando de questões de filosofia, de moral, de metafísica, de psicologia etc., e isto com tamanha rapidez, como se fosse escrito com a mão.

Esse facto ocorreu em vários países, ao mesmo tempo, dando a certeza de que chegara a hora do intercâmbio entre o mundo físico e o mundo espiritual.

O conselho de adaptar um lápis a uma cesta ou a outro objecto foi dado por um espírito, em Paris, a 10 de junho de 1853, mas os espíritos já vinham-se manifestando desde 1849.

Também no item 4 da introdução podemos perceber que os espíritos foram orientando os encarnados sobre o valor dos médiuns;
eles precisavam de homens ou mulheres com “força” suficiente para ajudá-los.

Essas pessoas foram designadas “médiuns”, que quer dizer medianeiros ou intermediários dos espíritos junto aos encarnados.

As condições que dão essa força especial prendem-se a causas ao mesmo tempo físicas e morais.
Encontramos médiuns de todas as idades, de ambos os sexos e em todos os graus de desenvolvimento intelectual.

Pouco a pouco foram percebendo que o médium, tomando directamente o lápis, escrevia mais rapidamente.

Assim, as comunicações tornaram-se mais rápidas, mais fáceis e mais completas.
O mediunismo sempre existiu, mas com a Doutrina Espírita surgiram os médiuns, meio encontrado pelos espíritos para se comunicarem com os encarnados.

Para nos tornarmos bons médiuns temos de nos instruir e nos amar;
com o amor, tornamo-los dóceis, humildes e verdadeiros.

Com o estudo sistematizado da Doutrina o médium não será presa da vaidade, defeito este que leva qualquer médium a fracassar em sua tarefa sob o ponto de vista espiritual.

As obras básicas são o alicerce de que necessitamos para erguer qualquer Casa e dar início ao longo caminho da mediunidade com Jesus.

O médium que ignora O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Que é o Espiritismo e O Evangelho Segundo o Espiritismo pode ser vítima da mistificação.

Portanto, quem levantar as paredes de uma Casa Espírita terá de fazê-lo com um bom alicerce e uma boa cobertura, e isso só se dará se a sua directoria conscientizar os seus companheiros de que devem amar uns aos outros e se instruírem.

E isto quer dizer, trabalhar, desprender-se e conhecer a verdade.
Todo estudo antagónico à Doutrina leva o médium ao desequilíbrio, sendo responsabilidade da Casa o que ocorrer nela.

Estudar é mergulhar no mar de oportunidades oferecido pela Codificação.
Que Deus nos abençoe!

Permaneci na minha cadeira, recordando-me de cada Casa Espírita que já visitei, da falta de caridade de algumas para com os médiuns iniciantes, onde orientadores sem base doutrinária os levam a uma mesa mediúnica, a uma cabine de passes, sem o preparo necessário.

Há dias presenciei um dirigente convidar um irmão portador de uma séria doença para ministrar passes.

— Vamos, amigo, disse-me Tomás.

Levantei-me e Tomás acrescentou, interpretando meus pensamentos:
— Luiz, se esse despreparo existe no meio espírita, por mercê de Deus temos mais, muito mais verdades.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 24, 2011 9:29 pm

8 - CARIDADE: DEUS NO CORAÇÃO

Andando pelas praças do Educandário de Luz, deslumbrava-me cada vez mais com a beleza da paisagem.

Há, na Praça das Acácias, um chafariz cujas águas coloridas lembram um arco-íris, onde vários espíritos ficam a conversar e a admirar aquele lugar repleto de bons fluídos.

Sentei-me em um dos bancos; comigo estava Tomás que, falando pausadamente, ia-me orientando sobre o Educandário.

Os casarões que circundam a praça me pareceram irreais, de tão belos.
— Tomás, como podem os encarnados julgar que aqui, no plano espiritual, não existe vida?
Os chamados mortos estão mais vivos do que nunca.

— Luiz, o homem encarnado, por ser ainda pecador, foge da luz, porque a luminosidade o incomoda e faz com que fiquem visíveis as suas imperfeições.

Se em cada lar existisse o esclarecimento sobre a continuação da vida, os homens estariam conscientes de que seus actos são tapetes no caminho até Deus.

Se hoje brincam com a vida física, muito terão de sofrer amanhã.

— Mas o mundo físico convida aos prazeres, o que faz o homem não pensar na morte, Tomás.

— Tem razão, o “morrer” é algo que lutamos para não lembrar.
Tanto o encarne como o desencarne são, para o espírito, horas muito difíceis, porque temos de deixar para trás aquele momento de vida e iniciarmos uma nova etapa.

E ninguém gosta de começar tudo de novo.
Da fase adulta, voltamos à condição de crianças, pedindo ajuda e esclarecimento, e o espírito vaidoso reluta em reiniciar um novo aprendizado.

Por isso, Luiz, muitos homens correm do Espiritismo, do estudo sistematizado da Doutrina Espírita, porque o esclarecimento o convida a mudar seu modo errado de vida.

A Doutrina Espírita nos diz:
fora da caridade não há salvação, ensinando que toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade.

E quem deseja estender a mão ao desvalido, ao infeliz maltrapilho que nos pede esmola, ao desesperado que nos bate à porta, ao faminto de amor que nos pede consolo?

Quem deseja ser humilde, quando se julga importante, dono da verdade, bajulado, endeusado, rico de bens terrenos, aplaudido por muitos?

Como buscar uma Doutrina que diz:
bem-aventurados os pobres de espírito?

O orgulhoso se diverte com esta máxima, porque para ele ser pobre de espírito é ser ignorante, é ser inculto, por isso não compreende o significado da humildade.

Quando alguém fala sobre ela recordando Francisco de Assis, sempre diz:
“mas ele é ele, eu sou culto, inteligente, quero ficar distante desses malucos”.

São pessoas preocupadas com elas mesmas, por isso consideram os ensinos do Cristo como indignos da sua atenção.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 24, 2011 9:29 pm

A Doutrina Espírita faz o homem descer do seu pedestal, ensina-o a buscar a verdade, dando a cada um a certeza de que a vida física é rápida como um relâmpago, sem deixar de ser uma obra de Deus, e por isso temos obrigações para com ela.

Renegar a caridade e a humildade é abandonar o remédio que salva o homem, que o cura da lepra do orgulho.

— Mas, digam o que quiserem, um dia terão de desencarnar e entrar nesse mundo invisível que tanto criticam e menosprezam.

— E a caridade, Luiz Sérgio, é o caminho da felicidade eterna.
Jesus sempre pregou a humildade e a caridade, não só pregou como nos deu exemplo.

Quem pratica a caridade é manso e pacífico, puro de coração e pobre de espírito, porque o caridoso muitas vezes está preocupado mais com o seu semelhante do que com ele próprio.

Caridade e humildade são as virtudes que o homem tem de lutar para possuir e na Doutrina Espírita é o lema do bem viver, tanto que na fachada de muitas Casas Espíritas está escrito:
Deus, Cristo e Caridade.

Deus é o Pai omnipresente, justo, que nos perdoa infinitamente através da lei da reencarnação.

Cristo é a humildade actuante, é o exemplo de vida;
mesmo sendo o Governador do Planeta, não Se disse professor nem sábio, dando o maior exemplo de humildade.

Caridade é o pão que o homem precisa multiplicar para conquistar a salvação.
Sem a caridade continuamos egoístas, orgulhosos e falsos.

Sem a caridade no coração, continuamos contra o nosso próximo, lutando contra ele e cada vez que o fazemos estamos indo contra Deus, porque não podemos amar a Deus desprezando um só de Seus filhos, O caridoso tem Deus no coração, portanto, Luiz, se o espírita não luta para praticar a caridade é porque ele ainda não conhece as obras doutrinárias.

Nelas estão todo o perfume que deve espargir ao seu redor.
Sem a caridade não ocorre a reforma íntima e a Doutrina é a consolação, é o baptismo de fogo que temos de buscar para nos sentirmos renovados.

Correr de um acto de caridade, ignorá-la, é como fechar o coração aos ensinos doutrinários, é expulsar Jesus de perto de nós, porque Ele veio à Crosta para nos ensinar o caminho da salvação.

Seu nome: humildade e caridade.
Quando Tomás terminou, confesso que me encontrava boquiaberto.

Conversando com o querido amigo, em nenhum instante ele desejou transparecer todo o seu conhecimento doutrinário.

E ali o meu companheiro, o meu irmão, acabava de me dar uma bela lição sobre caridade e humildade.

Enlacei seu ombro, dizendo:
— Obrigado, muito obrigado.

Ele se levantou, convidando-me a voltarmos à sala de aula.

Percebi que os grandes homens não gostam de ser admirados e louvados, só os que têm no coração a vaidade, o orgulho e o egoísmo.

Ainda olhei os campos floridos e a fonte, que parecia um arco-íris, beijando o rosto de cada um que ali se encontrava. Cumprimentei-a:
— Obrigado, irmã água, pela bela lição de humildade que nos oferece a cada instante da nossa vida.
Até breve.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 24, 2011 9:29 pm

9 - O TRABALHO DE DESOBSESSÃO

Após breves instruções, convidados fomos a conhecer outras Casas Espíritas.

Arlene e Siron, Luanda e Tomás eram os meus companheiros amigos.

Logo estávamos em um Centro onde os dirigentes nem pareciam espíritas, faziam-nos recordar da época da Inquisição, quando os homens da Igreja condenavam e matavam em nome de Deus, onde o fanatismo religioso se mascarava em nome da defesa do Cristianismo.

Aqueles ditos espíritas nada faziam além de acusar e tentar desmoralizar os próprios espíritas.

Apesar de falarem muito sobre a Doutrina, esta bem longe se encontrava de seus corações.

Chamou-me a atenção a mesa forrada com uma toalha branca e alguns vasos com rosas de pano.
— Vê se pode... comentou Luanda.

Ficamos naquele local algumas horas e com alegria constatamos que Doutrina Espírita é muito mais do que espiritualismo, que aquele que a pratica já olha o seu semelhante com outros olhos;
não é um juiz implacável, mas respeitador das leis de Deus.

Tivemos oportunidade de fazer vários apontamentos para serem levados ao Educandário.
Vimos de tudo, desde bingo beneficente até jantares regados com a famosa cervejinha.

“Mas, deixemos para lá”, pensei.
Nisso, Tomás serviu-se de um médium da Casa e falou sobre a responsabilidade dos Centros Espíritas, que devem respeitar a pureza doutrinária.

Recordou que para nós, que cremos na imortalidade da alma, as coisas materiais são passageiras;
que a Casa Espírita deve ter suas paredes nuas para que cada frequentador, com suas atitudes, as enfeitem.

Muitos de nós, espíritas, somos ex-católicos, ex-protestantes ou outros “ex”, por isso às vezes queremos adornar a Casa, como se para embelezá-la fossem necessários panos, incenso, velas e flores.

Os Centros só precisam que cada um se torne a cada minuto um espírita cristão.

Tomás falou também do perigo de formarmos grupos mediúnicos de ajuda aos toxicómanos sem uma preparação dos médiuns.

Quando encerrou, todos daquele grupo olharam o médium de uma maneira estranha, não tinham gostado.

Uns diziam que havia sido um obsessor quem falara, outros que era animismo.

Tomás fora muito severo para com aqueles irmãos, que julgavam ser os donos da verdade.

Quando dali saímos, perguntei-lhe:
— Você acha que eles vão mudar?
— Creio que alguns deles compreenderão as minhas palavras.

— Tomás, já visitamos várias Casas Espíritas e constatamos que em algumas delas, até no passe, o médium estala dedos, geme e se diz incorporado.
— Se o dirigente de uma Casa Espírita não segurar bem forte o leme da responsabilidade para com a Doutrina, Luiz Sérgio, teremos tais fatos e muitos outros.
Agora, quem estuda as obras básicas jamais incorre nesses erros.

Logo estávamos em outro Centro, onde alguns médiuns pintavam obras mediúnicas, e também, com espanto, constatamos que essas obras eram vendidas, de acordo com a necessidade de quem as comprava.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 24, 2011 9:30 pm

Dizia o encarregado de vender as obras:
— Este é o quadro que irá curá-lo;
este outro vai curar seu filho;
este outro vai curar seu marido.

Com assombro, vimos que aqueles pintores eram “médicos”, pois receitavam o remédio para várias dores.

Recordamos de uma passagem de O Livro dos Médiuns, que não podemos deixar de aqui transcrever:
Segunda Parte, Capítulo XVI:
Médiuns pintores ou desenhistas;
os que pintam ou desenham sob a influência dos Espíritos.

Falamos dos que obtêm trabalhos sérios, visto não se poder dar esse nome a certos médiuns que Espíritos zombeteiros levam a fazer coisas grotescas, que desabonariam o mais atrasado estudante.

— Como é triste presenciarmos tais factos! comentou Arlene.
É inacreditável que numa Casa que se diz Espírita consintam que associem pintura mediúnica à cura física.

— Porque assim procedem? indaguei.
— Falta de conhecimento doutrinário.
Em uma Casa onde se estuda as obras básicas jamais ocorrerá o que acabamos de ver.

No livro Chama Eterna4, Pierre Lambret falou sobre a pintura mediúnica, o perigo do ridículo.
Anotamos vários factos desagradáveis, mas logo estávamos em uma bela Casa, onde a limpeza era o seu cartão de visita.

A tudo examinávamos, era um lugar lindo, repleto de folhagens, flores e rosas, um jardim muito bem cuidado.

Adentramos um salão muito grande, onde um palestrante falava sobre a Doutrina, O público, atento às suas palavras, dava ao ambiente uma atmosfera de paz.

Logo visitamos a Casa, que podemos chamar de modelo.
Ali estudava-se O Livro dos Espíritos, assim como todas as obras da Codificação.

O mais importante, entretanto, era que, quanto mais estudavam, mais humildes iam-se tornando.

Não eram os donos da verdade nem doutores da lei, mas criaturas que, através do conhecimento doutrinário, modificavam-se, esforçando-se para se tornarem melhores;
eram almas vivendo junto ao consumismo, mas recordando-se de Jesus e Lhe seguindo os passos, fazendo jus ao lema da Doutrina:

Deus, Cristo e Caridade, o momento supremo da renovação pela fé raciocinada, onde o homem se conhece e se respeita e, por conhecer a si mesmo, procura conhecer e respeitar o seu próximo.

Deus nos concedeu a vida e a consciência, onde está registada Sua lei.

Jesus nos ensinou a viver seguindo as leis de Deus;
nos indicou também o caminho e a vida, e a Doutrina Espírita nos revelou as coisas tidas como misteriosas, tirando do túmulo o morto e fazendo com que todos sejamos irmãos, ensinando-nos que o pobre de ontem pode ser o rico de hoje e que ninguém leva a riqueza material para o mundo dos espíritos.

A Doutrina Espírita revela a verdade. O que no passado não conhecíamos, hoje encontramos a chave do cofre, só precisamos abri-lo, e isso só acontecerá quando retirarmos do cofre as pérolas, que são as obras básicas da Codificação kardequiana.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 24, 2011 9:30 pm

Como podemos considerar-nos espíritas, se ainda não sabemos dessa verdade e não a temos por companheira?

A responsabilidade de alguém que se considera espírita é muito grande, principalmente se tem sob a sua guarda crianças, jovens e companheiros que nele buscam o conhecimento.

Naquela Casa, muito bonita, a Doutrina era bem assimilada.
Buscando todos os grupos e frequentadores daquele núcleo espírita, constatamos que se amavam muito e que o estudo era o seu alicerce.

Não presenciamos qualquer conversa “cavernosa”, de medo, ameaça, enfim, tão comum em grupos sem conhecimento.

Ao sair, aqueles irmãos levavam consigo a mensagem viva da Doutrina, tomando conhecimento de que não é em todos os lugares ou momentos que devemos falar sobre espíritos e mediunidade.

Siron parou para admirar a mocidade e, com carinho, constatamos que não eram separados os jovens dos velhos, pois bem sabemos que existem jovens com capacidade de um homem de quarenta anos e sabedoria de um de noventa, e pessoas idosas com espírito jovem e dinâmico.

No salão, crianças, jovens e idosos riam e trabalhavam para manter a Casa longe das rifas, dos bingos e dos jantares regados a vinho e cerveja.

Aproximei-me de uma jovem senhora de seus setenta anos que bordava e alegremente contava casos.

Bendita Doutrina, que leva as pessoas a se respeitarem, porque é bem comum ver-se jovens correndo dos idosos, sem querer ouvi-los e ainda mais participar junto a eles de seus afazeres.

Depois, vimos as crianças ensaiando peças de teatro, todas elas tiradas de O Evangelho Segundo o Espiritismo: era a evangelização infantil.

Elas não só eram evangelizadas, como também estavam aprendendo a trabalhar em artesanato.
Pareciam-me muito felizes.

— Luiz, falou-me Siron, que bênção para esses piás, recebendo desde pequenos os ensinos doutrinários.
Já imaginou uma criança que desde tenra idade aprende a fazer a caridade, que pessoa boa e feliz não será?

Deixamos aquela Casa Espírita, onde a caridade era o perfume para todas aquelas almas.
Luanda falou com Tomás, que logo nos convidou a irmos até outro Centro.
No trajecto, encontramos uma caravana de pacificadores, que nos cumprimentou pelo trabalho.

Tomás aproveitou para tomar algumas informações e Changin, o instrutor do grupo, informou-nos de que a Espiritualidade Maior vem-se preocupando com a desunião dos espíritas, dizendo até uma frase de cunho popular:
“em reino que se divide, o rei é deposto”.

Portanto, antes da crítica cultivemos o amor, O trabalho dos pacificadores é fazer com que as federações abram seus braços para todos os Centros que desejem aprender, e ensinar o que é a Doutrina Espírita.

Atirar pedras em árvore, sem conhecer o sabor de seus frutos, é falta de caridade, e bem sabemos que várias Casas pecam por ignorância.

— Qual a instituição humana, mesmo religiosa, que não enfrenta obstáculos, contra os quais é preciso lutar? indagou o instrutor.

A Casa Espírita precisa pedir orientação às suas federações sobre a maneira certa de bem conduzir os seus confrades.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Ago 24, 2011 9:31 pm

A árvore espírita tem raízes profundas e cada Casa é um ramo que desabrochará se a seiva da verdade a tornar mais forte.

A raiz é a Doutrina e cabe partir de cada federação a orientação segura, caridosa e amiga, sem muito discurso, mas com muita obra pelo exemplo, só assim acabaremos com as brigas e ataques de uns para com os outros.

Nós, os pacificadores, tudo fazemos pela união dos espíritas.

Permanecemos conversando por algumas horas. Despedimo-nos e nos dirigimos para outra Casa Espírita, onde recebidos fomos por Nestor que, carinhosamente, colocou-nos a par dos trabalhos, levando-nos à câmara de passes, onde assistimos ao trabalho de um grupo de desobsessão.

Em seguida, visitamos a casa de Eliane, uma jovem cujo caso teríamos de estudar.
A casa era muito bonita, seu quarto, bem decorado, tinha até computador.

Filha única de Gervásio e Tatiana, gozava do carinho e protecção dos pais, mas ultimamente vivia triste, evitando qualquer reunião social.

Estávamos em um lar confortável, mas onde ninguém orava ou possuía religião.

— O que vimos fazer aqui? perguntei a Luanda.
— Conhecer este lar e tentar fazê-lo cristão.
Ficamos intuindo o casal a buscar uma religiosidade, que o pudesse ajudar.

Mas eles só pensavam em dólar, aplicação financeira, enfim, na vida material, e só agora se achavam preocupados com a filha.

Por mais que fizéssemos, não se lembravam do Cristo.
Da Casa Espírita também receberam ajuda.

Um grupo espírita fez com que uma amiga da mãe de Eliane viesse à sua casa lhes falar da Doutrina, mas Tatiana mudou logo de assunto, “tinha pavor dessas coisas”, como ela mesmo dissera.

Não obtendo êxito na nossa missão, Tomás nos levou de volta ao mundo espiritual.

Já no Educandário, fomos preparados para ir até uma região umbralina, conhecida como zona noventa e nove, e nesse preparo levamos vários dias.

Nosso instrutor chamava-se Ubiratan.
Gostei muito dele.

Devidamente preparados, fomos conduzidos a um estranho lugar, ou melhor, a uma pequena cidade trevosa, onde uma poderosa organização obsessiva traçava seus planos. Conseguimos varar ruas lodacentas e chegar ao prédio da organização trevosa.

Eusébio, o chefe do grupo, preparava uma falange para destruir o lar de Gervásio e Tatiana.
Diante de nós, foram passadas na tela daquela organização várias encarnações de Tatiana, Eliane e Gervásio.

Espantados, ficamos sabendo que o líder da falange trevosa — Iran — era inimigo de Gervásio e que este, no passado, causara-lhe muita dor.

Com o coração repleto de rancor, aliou-se a Eusébio para localizar suas vítimas e vingar-se delas, O Educandário de Luz, que não só forma grupos de estudos, mas também procura ajudar os encarnados através das Casas Espíritas bem dirigidas, colocou-nos ali para conhecermos um pouco do terrível mundo dos obsessores.

— Para melhor chegarmos à vitória, dizia Eusébio, precisamos fazer Eliane sentir-se sozinha e criar na sua casa mental um cansaço capaz de levá-la a uma profunda apatia.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 25, 2011 8:46 pm

— E os irmãos do Cordeiro não irão atrapalhar? perguntou um deles.
— Nunca. A casa de Gervásio é um campo propício, lá ninguém fala em Deus, a moeda corrente é o materialismo.

— E a garota não tem méritos?
— Eliane é presa tão fácil, que nem precisamos elaborar um plano mais complicado, como acontece quando o encarnado tem méritos.

Deram boas gargalhadas e nós ficamos, depois que saíram, analisando os filmes e alguns papéis onde aquele casal dava margem a tanto ódio.

Pensando em tanta maldade, orei o Salmo 101, versículos 2 e 3:
Senhor, ouve a minha oração e chegue a ti o meu clamor.

Não apartes de mim o teu rosto.
Em qualquer dia que me achar atribulado, inclina para mim o teu ouvido.
Em qualquer dia que eu te invocar, ouve-me prontamente.


Retornando à casa de Gervásio e Tatiana, encontramos Eliane.
Já não falava coisa com coisa. Os pais, desesperados, consultaram psicanalistas e remédios fortes foram ingeridos.

Tentamos fazer aquele casal orar a Jesus.

A jovem piorava cada vez mais;
a mãe só queria levá-la para o exterior, o pai consultava os médicos amigos e estes falavam que a cura era mesmo demorada.

Eliane, linda jovem de dezoito anos, era presa fácil daquelas mentes perversas.

Luanda e Siron emitiram fluídos nos três espíritos que se haviam alojado no cérebro da jovem e estes olhavam, buscando saber o porquê daquela sensação diferente, mas logo dominavam novamente a cabeça da moça.

Tomás e Arlene foram até a Casa Espírita e trouxeram um casal com bastante conhecimento doutrinário, que pôs Gervásio e Tatiana a par do que vem a ser a obsessão.

Os dois encontravam-se amedrontados e não queriam buscar ajuda no Centro.

Atentos, ouvíamos a conversa:
— Gervásio, nada de mal irá acontecer com Eliane se ela for ao Centro tomar uns passes.
Não que ela tenha de tornar-se espírita, mas no momento só encontramos o remédio na Doutrina.

— Eu nunca soube que vocês dois fossem espíritas, jogamos ténis há tantos anos... retrucou Gervásio.

— Amigo, somos espíritas de coração e alma, não sendo necessário contar para ninguém.
A fé é como o fluído vital:
sabemos que dá vida ao corpo físico, ninguém o vê, mas não vivemos sem ele.

A mãe de Eliane era mais inflexível:
— Desculpe, mas acho que espiritismo é coisa de louco e ignorante.

— Os espíritas são considerados loucos, pois mesmo convivendo com as coisas materiais, paulatinamente terão de ir-se desapegando delas, porque vão adquirindo conhecimento de que daqui nada se leva.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 25, 2011 8:46 pm

De que valem as grandes fortunas, quando não nos trazem felicidade?
A dor não pertence somente aos pobres, todos os seres, pobres ou ricos, choram e riem, nascem e morrem.

Agora, o espírita busca a explicação da vida e da morte, por isso é considerado louco.
E não deixa de ser verdade.

Para uma pessoa materialista é de difícil compreensão o desprendimento dos bens terrenos, o facto de vivermos longe dos vícios, quando eles são um convite fácil à nossa frente.

O marido olhou a esposa, que falava sem parar sobre a Doutrina, aprovando-a com carinho.

Nisso, os companheiros de Eliane a levaram ao máximo da irritação e ela quebrava tudo.
Cercamos Eliane e com ajuda do casal tentamos acalmá-la, mas como demorou!

Mas não só aqueles três espíritos dominavam a mente de Eliane;
Tomás percebeu, alojado em seu cérebro, um pequeno aparelho que a atormentava, e nos colocou a par do facto.

Siron tentou desmaterializá-lo, mas sofreu um impacto que quase o derrubou.

Não sei se por nervosismo, comecei a rir sem parar.
Luanda segurou minha mão com carinho e logo me recompus, não deixando de indagar o porquê do choque que Siron levara.

Das minhas risadas eu nem quis saber, porque sou assim mesmo;
quando começo a rir, custo a parar.

Luanda explicou-me que a organização das trevas fora a responsável pela intervenção no cérebro de Eliane e não era simples a operação de retirada do aparelho, sendo necessário levá-la a um bom trabalho de desobsessão.

A jovem havia-se acalmado, mas os pais encontravam-se desolados.
Soraia, a amiga espírita, convenceu a mãe de Eliane a levá-la ao Centro.

O pai, homem rico e vaidoso, era a expressão da derrota e indagava:
— Porque isso aconteceu comigo?
Sou rico, tenho poder, e nada pode curar minha única filha?

— Só Deus pode curar sua filha, falou Soraia.
Peça a Ele que, como bom Pai, irá escutá-lo.

— Deus? Que Deus, Soraia?
Para mim Ele é mau, pois se fosse bom não matava e não deixava acontecer factos tão tristes.

Como pode dizer que Ele é bom, quando faz nascer seres deformados e deixa tantos doentes sofrerem nos leitos dos hospitais?

Veja o que está acontecendo com minha filha:
uma jovem de dezoito anos, ficando louca.

— E você acha que a culpa é de Deus? indagou Soraia.
— Minha é que não é!...
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 25, 2011 8:47 pm

O marido de Soraia retrucou:
— O mal, Gervásio, não provém de Deus, e sim dos homens, que só aplicam sua inteligência na procura dos bens terrenos, esquecidos de buscar o remédio para suas almas, e estas, convivendo apenas com coisas materiais, vão adoecendo.

Assim como temos necessidade do alimento material, também necessitamos do alimento espiritual.

E depois, amigo, por isso somos espíritas, só a Doutrina nos dá respostas para todas as perguntas que fazemos sobre os tormentos que assolam a humanidade.

Deus não criou a Terra nem os homens para o sofrimento, nós é que nos esquecemos de fortalecer nossa alma, pois damos mais importância aos bens materiais do que aos espirituais.

Se deseja saber, Gervásio, o porquê de tudo, busque a verdade; ela está nas obras doutrinárias.

O homem que deseja saber de onde veio e para onde vai tem de buscar a verdade, ela é a única luz que nos tira das trevas da ignorância.

A Doutrina Espírita é rica em revelações, mas para isso temos de deixar alguns hábitos, como ficar à frente da televisão e outras coisas mais, e nos afundar no mar do esclarecimento, que são os livros da Codificação kardequiana e os dos grandes filósofos do Espiritismo.

Se depois de tudo isso ainda acharmos que Deus é mau... que Ele tenha piedade de nossa alma.

Enquanto conversavam, Eliane dormia, bem mais calma, sob o efeito de tranquilizantes.
Arlene, aproximando-se de Tatiana, tentava convencê-la a deixar Soraia levar a filha ao Centro, e com prazer ouvimos o seu consentimento.

Gervásio, esquecendo-se de que seu maior amigo era espírita, falou, rispidamente:
— Deixem-me fora disso!
Não me misturo com essa gente!

Nós a tudo presenciávamos e confesso que indagava a mim mesmo:
e nosso estudo no Educandário?
Porque agora estávamos na casa de Eliane?

Tomás logo me respondeu:
— Luiz, estamos estudando um caso de obsessão, muito proveitoso para melhor compreendermos a Doutrina Espírita.
De que adianta chegarmos à fonte e só nós saciarmos a sede?
Temos de tomar da água da vida e saber como oferecê-la a outrem.

— Obrigado, muito obrigado.
Voltamos ao Centro, para esperar Soraia e Eliane, e quando esta foi chegando, aí sim, a coisa ficou preta:
a menina gritava, com a mão na cabeça, desesperada.

Mas logo na sala de passe iniciou-se o tratamento.
Técnicos tentavam desmaterializar o aparelho, conseguindo muito pouco naquele dia.

Quando Eliane voltou para casa parecia pior, chorava e gritava.
Seus pais enfureceram-se com Soraia, dizendo que a filha piorara, proibindo-a de levá-la novamente.

Tudo fazíamos, mas pouco sucesso obtivemos.
Lá estávamos apenas estudando a obsessão, e não como conhecedores do assunto.
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CASCATA DE LUZ - Luiz Sérgio / Irene Pacheco Machado - Página 2 Empty Re: CASCATA DE LUZ - Luiz Sérgio / Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 25, 2011 8:47 pm

Assim, a jovem Eliane foi proibida de voltar ao Centro, pois seus pais queriam que ela fosse curada com apenas um dia de tratamento.

César, o marido de Soraia, falou:
— Vocês é que sabem.
Não existe milagre no Espiritismo, tudo obedece a uma lei natural, e o caso de Eliane é um exemplo da lei de acção e reacção, só com um tratamento sério tudo voltará ao normal.

— César, deixem-nos em paz, nada queremos com os seus espíritos! falou Gervásio.

Soraia e César dali saíram como se nada tivesse acontecido, serenos e gentis como de hábito.

— Agora é que “a vaca vai para o brejo”, falei para Siron.
Todos riram, acho que de nervoso, pois não tinha graça alguma Eliane não ser tratada numa Casa espírita.
Tomás convidou-nos a voltar ao Educandário.

— E Eliane, vai ficar sem tratamento? perguntei.
— Não, seus pais irão dar-lhe tratamento psiquiátrico, mas ela ficará a vida toda presa de fortes remédios.

Já no Educandário fomos para a sala trinta e três, onde modernos computadores forneciam-nos os dados das vidas pretéritas de Eliane, que fora uma dama poderosa e forte.

Muito autoritária, tinha uma filha e seu marido, homem poderoso, era mau e vingativo.
Um dia a filha da grande senhora, hoje Soraia, sua amiga, apaixonou-se pelo jovem Marcelo.

Todos foram contra a moça e tudo fizeram para separá-la do namorado.
A velha senhora e o marido, tão preocupados estavam com o namoro, que envenenaram o jovem namorado, e este até hoje odiava aquele casal, encarnado como Eliane e seu pai Gervásio.

A mãe de hoje, reencarnada como Tatiana, fora a governanta do passado que, sem escrúpulo, ajudara a matar pouco a pouco o jovem Marcelo.
Hoje ele era o vingador, pois jamais as perdoara.

— Sendo Soraia a filha prejudicada de ontem, por que não tenta mudar o comportamento da família? perguntei.
— Isso é o que tentamos, mas as reminiscências são tão fortes que eles rejeitam o remédio.
E Eliane, a mulher autoritária de ontem, hoje sofre o que fez de mal para com o seu próximo.

— Não sei, não, Tomás, mas se me der consentimento, vou levar Eliane ao Centro Espírita, nem que seja à força.
— Pensarei no caso, até lá vamos orar por essa família sem fé e sem amor.

Dali partimos para a sala de estudo sobre obsessão, mas antes abri meu livro amado e caiu o Salmo 81:
Deus está presente na assembleia divina no meio dos deuses profere o seu julgamento.

Até quando julgareis injustamente e tereis respeito humano a favor dos pecadores?
Fazei justiça ao humilde e ao órfão, atendei à razão do aflito e do pobre.

Tirai o pobre e livrai o desvalido da mão do pecador.
Não souberam nem atenderam, andam nas trevas, abalam-se os fundamentos da terra.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 25, 2011 8:47 pm

Eu disse:
Sois deuses, e todos filhos do Excelso.
Mas vós como homens morrereis e caireis como um príncipe qualquer.
Levanta-te, ó Deus, julga a terra porque todas as nações são tua herança.

Caminhando com leveza, o instrutor adentrou o auditório.
Que figura majestosa aquela!

Pensei: “a obsessão é um assunto tão sério que quem trabalha com ela tem de possuir um espírito nobre”.

Não adianta improvisar, precisamos é nos conscientizar de que até os apóstolos, que eram os apóstolos, tiveram dificuldade em expulsar os trevosos, precisando Jesus dizer:
até quando, geração incrédula e perversa, até quando hei de estar convosco, até quando vos hei-de sofrer?
(Mateus, Capítulo 17º, versículos 14 a 20).

O instrutor iniciou a aula explicando que quando o Cristo nos pediu para orar e vigiar, desejava evitar que os encarnados sofressem com a obsessão.

— Mas a Terra está repleta de beleza que os olhos deslumbrados buscam cada vez mais e distantes ficam das coisas que não vêem, os valores morais, porque o sentimento é diamante bruto que o homem tem de lapidar minuto após minuto, para sua libertação.

Um homem de sentimentos nobres jamais será vítima da obsessão, dentro dele existe a chama do amor que, como perfume, exala sua fragrância por onde passa, e os maus fogem da luz.

— O que precisamos fazer para bem orientar um irmão, vítima do desequilíbrio espiritual? perguntou um dos alunos.
— Jamais dizer-lhe que existem mentes perversas maltratando-o.

Devemos, com cuidado, convidá-lo a buscar uma Casa Espírita séria, onde seja feito tratamento desobsessivo, com dias certos e com médiuns preparados, porque não devemos colocar iniciantes da Doutrina diante de tamanha responsabilidade;
é o mesmo que colocar nas mãos de crianças um brinquedo perigoso.

— Em um grupo de desenvolvimento mediúnico não se deve fazer trabalho de desobsessão? perguntei.
— Não, quem deseja realizar tal trabalho tem de criar na Casa um dia específico, com médiuns capacitados.
Não se entrega um doente em estado grave a um médico residente.

— Obrigado, irmão.

Outro aluno indagou:
— Mas em O Livro dos Médiuns, na Segunda Parte, Capítulo 17º, item 211, está escrito:
“O escolho com que topa a maioria dos médiuns principiantes é o de terem de haver-se com Espíritos inferiores e devem dar-se por felizes quando não são Espíritos levianos”.

O instrutor respondeu:
— Se o irmão for além, nesse mesmo parágrafo, encontrará:
“Toda atenção precisam pôr em que tais Espíritos não assumam predomínio, porquanto, em acontecendo isso, nem sempre lhes será fácil desembaraçar-se deles.

É ponto este de tal modo capital, sobretudo em começo, que, não sendo tomadas as precauções necessárias, podem perder-se os frutos das mais belas faculdades”, O iniciante tem de primeiro possuir fé e humildade para buscar o estudo sério.

Errado é, em vez de nos elucidarmos, pretendermos de imediato um contacto com o mundo que muitos encarnados desejam conhecer, mas não querem se esforçar para adquirir os méritos necessários.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 25, 2011 8:48 pm

Aconselho aos queridos irmãos que estudem todo o item 211.

Na Primeira Parte de O Livro dos Médiuns, Capítulo 3º, também encontramos um belo estudo para o médium iniciante.

Fiz outra pergunta:
— É certo alguns orientadores dizerem às pessoas que tudo que lhes acontece de mau é decorrente da mediunidade não desenvolvida e que por isso devem desenvolvê-la?

— Um estudioso da Doutrina jamais falará tal coisa, O primeiro passo para qualquer um que adentra uma Casa Espírita é conhecer a verdade e só a encontraremos se conseguirmos deixar a carcaça velha e enveredarmos por uma nova vida, de estudo, amor e trabalho.
Ai daqueles que brincarem com o Espírito Santo!

— Existem médiuns que só desejam receber espíritos de nomes respeitados.
Isso é obsessão? perguntou outro irmão.
— Não, é falta de conhecimento doutrinário, porque o médium que estuda sistematicamente a Doutrina jamais cai nesse ridículo.

— O iniciante não deve trabalhar com obsessão?
— O iniciante, antes de tudo, tem de estudar, reformular sua vida, buscando na Doutrina o remédio para sua alma.

A Casa Espírita é um hospital e quem a busca precisa de remédio, e esse remédio é o conhecimento.
Colocar um médium iniciante para curar obsessão de terceiros é falta de caridade, pois em vez de um doente, teremos vários.

Voltamos a dizer:
é necessário o estudo da mediunidade para os médiuns iniciantes.

Para os trabalhos de desobsessão torna-se preciso uma boa orientação da Casa, com médiuns sérios e de grande conhecimento doutrinário.

Quando os apóstolos de Jesus não souberam expulsar o espírito que perturbava o lunático, perguntaram ao Mestre:
Porque não pudemos nós lançá-lo fora?

Jesus lhes respondeu: Por causa da vossa pouca fé.
Só fortalecemos nossa fé à medida que nos dedicamos ao estudo, ao trabalho e à caridade.

Quando nos tornamos operários de Jesus, fortalecemos a nossa fé e nos interessamos pelo estudo, para melhor compreender a Sua vida.
Não temos medo, pois o amor que vive em nós nos fortifica.

— Irmão Policarpo, há muito trabalho no livro espírita e sempre procurei dar aos meus leitores alguns esclarecimentos sobre mediunidade com Jesus.
Gostaria que me orientasse: o que posso fazer pelos iniciantes e pelos médiuns?

— Orientá-los, Luiz Sérgio, no sentido de que mediunidade não se desenvolve, educa-se;
que um médium educado é um operário do Senhor;
que nada exige, ao contrário, é um doador de amor e de exemplos.

Um bom médium não precisa de propaganda nem de defensores, suas acções são raios de luz que mostram o clarão de sua alma para todas as criaturas.

Um bom médium pode ser ultrajado por pessoas desequilibradas, mas jamais se defenderá, pois a sua consciência vai sempre dar-lhe paz.

Os espíritos precisam dos médiuns, mas os médiuns devem tudo fazer para que os espíritos encontrem neles um amigo e que juntos possam crescer em conhecimento e amor.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 25, 2011 8:48 pm

Cada médium que busca ajudar o seu semelhante é uma noite escura que abriga as estrelas e, mesmo assim, fica feliz por servir.

Entretanto, o médium que desejar ser estrela ficará perdido no mundo da vaidade, do orgulho e do egoísmo.

Por outro lado, a Casa Espírita que não ajuda os iniciantes, dando-lhes elucidações doutrinárias, incorre em erro imperdoável.

Não são os fenómenos que nos levam até Deus, mas aquilo que aprendemos e armazenamos de bom em nós. Espero que cada um de vocês leve ao plano físico a paz e a esperança.

Fizemos uma prece e nos retiramos.
Lá fora, olhei o Educandário de Luz e pensei:
“como Jesus Se preocupa com Seus irmãos!...”

Ele não só veio ao plano físico, fazendo da Sua vida um exemplo de amor, como depois nos ofertou o Consolador, a mão amiga que seca as lágrimas e levanta o caído.

E ainda vemos aqueles que julgam que a Doutrina é brincadeira, deixando passar a oportunidade de aprender e servir, O ser age desse modo por ignorância, ou porque não deseja que lhe peçam renúncia? pergunto.

Não sei por quê, mas todas as vezes que busco o Educandário fico apreensivo por aqueles que julgam que o Espiritismo é uma tenda de milagres e que quando o buscam só desejam usufruir benefícios, quando o que aprendemos aqui é que cada ser tem de cumprir com o plano de Deus.

Ele é muito claro e se chama evolução.
Ninguém evolui se não buscar o trabalho junto aos pobres, junto aos irmãos difíceis, tornando úteis os seus momentos.

Não basta chorar e pedir aos espíritos consolação, quando existem milhares de criaturas famintas, doentes do corpo e da alma, esperando por nós, principalmente se nos dizemos espíritas.

Quando estudamos a Doutrina vamos percebendo que a vida física é passageira e que o Cristo, o Consolador, espera que cada um de nós faça alguma coisa pelo próximo.

Ficar orando, pedindo, pedindo, é proveitoso, porque disse Jesus:
buscai e achareis, mas para buscar a paz da consciência precisamos nos unir num só abraço fraterno.

— Meu Deus, meditando?... perguntou Tomás.
— Sim, meu amigo, estou a meditar:
que posso fazer pelos meus leitores?

— Muito simples:
apenas lhes transmita, através de seus livros, a beleza da vida com Jesus, fazendo com que busquem a cada dia praticar a caridade, pois muito recebe quem doa.

O que nega ao pobre nega a Deus, porque tudo o que temos nos foi dado por acréscimo.
Feliz daquele que já divisou o caminho de Jesus com Suas verdades e faz dessas verdades o alicerce para a vida eterna.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 25, 2011 8:48 pm

Abracei Tomás e fomos caminhando, cantando esta canção:
Doutrina Espírita,
Força de Deus,
Doutrina Espírita,
Força de Deus,
Quero buscar-te,
És o meu lar,
Quero buscar-te,
Para doar,
Em tia luz,
Vive a brilhar,
Sempre nos conduz,

Doutrina Espírita,
És meu farol,
Ensinando que o Sol,
Vem clarear,
A nossa mente,
Para aprender,
A ensinar,
A muita gente,
Doutrina Espírita.


4 N.E. — 11º livro da série Luiz Sérgio, Capítulo 15, No Departamento da Arte.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Ago 25, 2011 8:49 pm

10 - A CIDADE DO PÂNTANO

Tomás e eu saímos em busca dos outros e logo os encontramos.
Siron, Arlene e Luanda estavam na praça das Acácias, sentados na relva, orando.

Esperamos em silêncio, quando terminaram, uniram-se a nós.

— Precisamos procurar socorro para Eliane, instruiu-nos Tomás.
— Mas já não estivemos lá? Os pais rejeitaram o socorro espiritual.

— Mesmo assim temos de ajudá-la.
Vamos até o pântano dos vingadores.

— Quê? interroguei.
— Oh, querido, está com medo? perguntou-me Luanda.

— Sim, querida, proteja-me, anjo da minha vida.
— Jesus e Maria estarão ao nosso lado;
ore e terá força para tudo enfrentar com coragem.
— Calma, irmã, estou brincando.

Nada disseram e o papai aqui se mancou, meio sem jeito.
Arlene, aproximando-se de mim, olhou-me com tanto carinho que, contendo a emoção, segurei seu ombro, agradecido.

Fomos caminhando, vagarosamente.
À medida que íamos deixando o Educandário de Luz a atmosfera ia ficando cinzenta, como se ameaçasse uma imensa tempestade.

O ar estava pesado e o vento uivava, juntamente aos gemidos de animais estranhos que cruzavam o nosso caminho.

Quando tudo parecia sem vida, avistamos um ponto luminoso:
era uma estrela em noite escura.

Ceifei meus olhos e orei, agradecido, não demorando a chegar ao Lar de Maria, onde fomos recebidos por Constância, Anicia, José Tadeu, Aristides e Joselito.

Para entrarmos foi preciso Aristides e Joselito segurarem a porta, tal era a força do vento.

Adentramos e demos graças a Deus.
No seu interior tudo era tranquilidade.
Constância carinhosamente nos acolheu, mandando-nos servir algo.

Antes, oramos, após o que José Tadeu colocou Tomás a par dos perigos do pântano e que se aproximava a época em que ele ficava mais fortalecido.

— Que época é essa? indaguei.
— Quando as festas mundanas, regadas a álcool, sexo e droga, mandam até ele suas emanações negativas.

— E vocês nada fazem?
— Luiz, se não fosse esta Casa de Maria eles cresceriam muito mais em número, respondeu-me Siron.

Estava louco para perguntar se ali havia doentes, mas logo Constância nos levou para o pequeno salão da prece e ali, junto aos irmãos, compreendi que aquela pequena casa era o coração de Jesus junto aos sofredores.

Projectou-se à nossa frente o pântano da vingança, um lugar onde o ódio é a lei.
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