LUZ ESPÍRITA
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CASCATA DE LUZ - Luiz Sérgio / Irene Pacheco Machado

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 07, 2011 10:43 pm

A vida me ensinou que para um adepto da verdade o silêncio faz parte da disciplina espiritual.

— Hoje, com pesar, constatamos que existem muitas divergências entre alguns ditos espíritas, falou Siron.
— Divergências de opiniões não devem ser motivo para hostilidade.
Se assim o fosse, não teríamos lares e, sim, hospícios.

Tive vontade de rir, lembrando de alguns lares que conheço que basta a mulher dizer:
é preto, para o marido retrucar: é branco.

— Creio, irmão Jacó, que essas divergências atrapalham o Espiritismo, observou Luanda, quando ele veio para abrir a porta do túmulo.

Não chegam os ataques das outras religiões contra os espíritas, e ainda os próprios espíritas são trucidados pelos próprios irmãos?

Essas brigas a que levam, irmão Jacó?

— Peçamos a Deus que purifique os nossos corações retirando a mesquinhez, a vileza e a fraude, e Ele certamente atenderá ao nosso pedido.

É muito triste nos considerarmos os donos da verdade e para provar isso levantarmos a mão para esbofetear o nosso próximo.

Na Doutrina não deve existir isso;
se não nos unirmos, logo sentiremos a bandeira de Jesus indo para outras mãos, onde a união pela fé é cada vez mais forte.

— Ah, não!...
Eles são tão fanáticos e intransigentes, chegam a pensar que são os únicos filhos amados por Deus...

— É verdade, Luiz, mas em igreja onde não reina a paz Deus não Se manifesta.
Ele não seria Deus, se permitisse que as Suas criaturas brigassem por Sua causa.

Por isso digo: os espíritas precisam se unir e as Casas adoptarem normas de busca à verdade, deixando para segundo plano o contacto com os ditos mortos.

A vida espírita é uma série de responsabilidades, e nem sempre é fácil praticar o que na teoria se enxerga como verdade.

As brigas religiosas são muito violentas e tudo o que gera violência não é de Deus.

O verdadeiro espírita deve estar disposto a renunciar em defesa dos princípios doutrinários, mas isto não lhe dá o direito de praticar a violência, seja escrita ou falada, porque logo teríamos pesando sobre nós uma campanha cruel de desmoralização, e os espíritas seriam pegos de surpresa, guerreando entre si, deixando a porta aberta para os opositores do Espiritismo.

Quando o espírita for incapaz de praticar o mal, quando nenhuma palavra áspera ou arrogante abalar, por um momento sequer, o seu mundo mental, ele estará apto para falar dos espíritos e dizer à Humanidade:
a morte é a vitória do espírito para que ele viva eternamente.

Enquanto não possuirmos essas conquistas morais, não poderemos atirar pedras nos frutos da árvore da Doutrina, mesmo que estes frutos estejam estragados.

Só os covardes são violentos.
Os filhos de Deus são humildes e não fogem do perigo, embora atacados e menosprezados pelo ideal que carregam no coração.

— Irmão, me dá uma tristeza presenciar tantas brigas!
De um lado, os intransigentes; do outro, os polémicos, os donos da verdade, os briguentos.
E os que ficam nesse fogo cruzado não sabem o que fazer...
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 07, 2011 10:43 pm

— Quem trabalhar com esforço não perecerá.
Quem tem uma fé raciocinada confia no dia de amanhã, e nada melhor que o tempo.

É ele que faz mover os ponteiros do relógio, é ele que dá ao homem a juventude e a velhice, é ele, o tempo, que mostra os escolhidos de Deus.

Podemos olhar com piedade os que brigam em defesa do Cristo, mas jamais devemos levantar uma espada em nome dAquele que foi o mais humilde dos homens:
Jesus Cristo. O tempo é senhor da razão, deixa-o passar e fica o que tem de ficar.

Palavras, palavrões, muitas vezes gritos violentos, são como o trovão: amedrontam, mas logo passam.

Desejo a todos vocês, os que trabalham na Doutrina Espírita, buscando a orientação neste Educandário, também aos seus leitores, Luiz Sérgio, que estão em busca de orientações espirituais, que todos, ao encontrá-las, lembrem-se de que Deus é o Senhor que faz com que no Universo todos sejamos irmãos;
como Pai amoroso Ele usa o perdão infinitamente e graças a Ele não somos assassinados nunca, nem pela doença nem por mãos violentas nem por fraqueza da alma.

Ele, sendo vida, deseja que tenhamos vida eterna.

Mas para não morrermos de vergonha pelas oportunidades que nos são oferecidas e não aproveitadas, devemos buscar no hoje o remédio para a não-violência.

Esse remédio está bem ali, mais perto do que imaginamos, é só buscá-lo e depois ter o cuidado de ir tirando pouco a pouco cada imperfeição da nossa alma.

Esse remédio são os esclarecimentos que a Doutrina Espírita oferece àqueles que a buscam.

Diga aos seus leitores que os livros são como estrelas na noite escura da nossa alma;
mas que ao lê-los temos por obrigação pôr em prática todo o amor que eles nos dão.

— Irmão Jacó, e a Besta do Apocalipse? voltei a indagar.

Ele nos sorriu, em reverencia, mas antes citou:
Um dragão vermelho, com sete cabeças e dez chifres, nas cabeças sete diademas.

Fez reverência e buscou o silêncio dos bosques.

Quando ele sumiu, orei bem alto:
— Por favor, Deus, afastai da Humanidade a besta do ódio, da ganância, dos vícios e principalmente das guerras.

Deus, tende complacência para com todos os que perambulam pelos vales da vida e da morte.

Por favor, Deus, tende piedade de todos os que não Vos conhecem.

Nós Vos amamos muito.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 07, 2011 10:43 pm

28 - LINGUAGEM, NATUREZA E IDENTIDADE DOS ESPÍRITOS

— Luiz, porque vocês o chamam de Ocaj ou Jacó? indagou-me Arlene.
— Achamos que o seu nome poderia causar polémica, e a mensagem do espírito é a sua identidade.

— Mas muitos julgam que ele é velho, marajá, oriental, de turbante e tudo.
— Coitadinho, a sua humildade jamais permitiria que usasse turbante adornado de pedras.

Ocaj é um cajado de flores que deixa o seu perfume por onde passa.
Foi na Terra um grande lutador pela liberdade dos oprimidos.

Tomás chamou-nos à realidade:
— Depois dessa aula sobre o Apocalipse, é muito justo que busquemos o Educandário.

— Você viu, irmã, como a corda arrebenta onde a gente não espera? comentei, acercando-me de Luanda.

— Sempre ouvi dizer: “corra dos bois mansos que livre estará dos bravos”, retrucou Luanda.

Fomos caminhando, cantando esta canção:
Educandário de luz,
Força da nossa Doutrina,
Aqui, com Jesus,
Ele nos ensina,
A viver melhor,
Sempre em busca,
Do nosso ideal,
Educandário amado,
Precisamos de ti,
Os livros procurados,
Encontramos aqui,
Os livros procurados,
Encontramos aqui.


Quem mais cantava era eu.
Chegamos quase na hora do início das aulas.
Paramos, oramos, só então adentramos o salão.

A beleza daquele auditório me fez pensar:
“na Crosta existe o primeiro mundo, sonhado por muitos países atrasados, mas ele nada é diante do verdadeiro mundo, o espiritual, com suas belezas naturais, com o avanço tecnológico, enfim, só mesmo vivendo aqui para compreender a grandeza de Deus”.

A aula teve reinício:
estudo da Introdução de O Livro dos Espíritos, item 10:
Quem se reportar ao resumo da doutrina, acima apresentado, verá que os próprios Espíritos nos ensinam não haver entre eles igualdade de conhecimentos, nem de qualidades morais, e que não se deve tomar ao pé da letra tudo quanto dizem.

As pessoas sensatas incumbe separar o bom do mau.
Deste trecho o orientador deverá extrair o mesmo assunto da Parte 2ª, Capítulo 1 — Diferentes ordens de Espíritos, questão 96:
São iguais os Espíritos ou há entre eles qualquer hierarquia?

“São de diferentes ordens, conforme o grau de perfeição a que tenham alcançado.”
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 07, 2011 10:44 pm

Daqui o orientador partirá em busca de O Livro dos Médiuns, Capítulo X:
Da Natureza das Comunicações, estudando todo o Capitulo, assim como em O Livro dos Espíritos, a Escala espírita, questão 100.

E o orientador pode ainda buscar em A Gênese, Capítulo 1º, item 10:
Só os Espíritos puros recebem apalavra de Deus com a missão de transmiti-la;
mas, sabe-se hoje que nem todos os Espíritos são perfeitos e que existem muitos que se apresentam sob falsas aparências.

(...) Depois, para que o grupo aprenda a pesquisar, o dirigente pode procurar também no livro No Invisível, de Léon Denis, parte 2ª, Capitulo 21º — Identidade dos Espíritos.

Se o orientador gostar do seu trabalho, deve ir mais além, mas note bem:
só serão consultados os livros respeitáveis da Doutrina.

Poderá estudar também o item 11 até o 15, da Introdução de O Livro dos Espíritos, que são a continuação do 10.

No item 14:
Passaríamos de longe sobre a objecção que fazem alguns cépticos a propósito das falhas ortográficas que alguns Espíritos cometem.

(...) Neste item encontramos muitas explicações.

Uma delas:
Para os Espíritos, principalmente para os Espíritos superiores, a ideia é tudo, a forma nada vale.

Mais informações iremos buscar em outras obras.

Em O Livro dos Médiuns, Capítulo 19º, encontramos muito esclarecimento sobre as comunicações espíritas.

Quando desejamos criticar o espírito, gostamos de ridicularizar os médiuns.
Agora, por que os espíritas não deixam as críticas para as outras religiões?
Hoje, até mesmo através da televisão presenciamos ataques ao Espiritismo.

E quando dizemos ataques ao Espiritismo, incluímos todos os que fazem as comunicações plano físico-plano espiritual.

Nessas agressões, não procuram diferençar Doutrina Espírita do espiritualismo.

O que devem fazer os espíritas?
Unirem-se, através do Evangelho, buscando o estudo em O Livros dos Médiuns.

É nele que Erasto nos adverte, no Capítulo 20º:
Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errónea.

Para viver em verdade, precisa o espírita banhar-se de luz, luz esta que pouco a pouco irá queimando os miasmas da imperfeição, porque quando o espírita é egoísta, avaro, orgulhoso não busca a verdade, acha-se o dono dela, e isso só prejudica o seu espírito.

Muitos espíritas, em vez de cuidar da sua Casa, plantando paz e amor, vivem atirando pedras na Casa do próximo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 07, 2011 10:44 pm

Em O Livro dos Médiuns, encontramos a continuação do parágrafo, também de Erasto:
Efectivamente, sobre essa teoria poderíeis edificar um sistema completo, que desmoronaria ao primeiro sopro da verdade, como um monumento edificado sobre areia movediça, ao passo que, se rejeitardes hoje algumas verdades, porque não vos são demonstradas claras e logicamente, mais tarde um fato brutal, ou uma demonstração irrefutável virá afirmar-vos a sua autenticidade.

Muitos criticam os médiuns e quem o faz na maioria das vezes são os próprios ditos espíritas.

Como pode crescer uma doutrina onde a divisão se faz dentro dela?
Criticar erros ortográficos demonstra falta de conhecimento.

O espírito sopra onde quer e fala do modo que deseja.
A velocidade da psicografia muitas vezes leva o médium a alcançar outra dimensão, onde a ortografia fica esquecida porque, na velocidade com que escreve, torna-se quase impossível uma maior preocupação com ela.

Na Introdução, item 14, de O Livro dos Espíritos:
Para os Espíritos, principalmente para os Espíritos superiores, a ideia é tudo, a forma nada vale.
Livres da matéria, a linguagem de que usam entre si é rápida como o pensamento...

O item 15º trata ainda do mesmo assunto e deve ser estudado com critério.
Basta de sermos chamados de loucos.

Muitas vezes a culpa é dos espíritas sem conhecimento, que semeiam o medo, culpando o Espiritismo por tudo de mal que lhes acontece.

E nem tudo é obsessão, muitas vezes a chamada obsessão é falta de disciplina, de amor ou mesmo de educação.

No final deste item da Introdução, encontramos:
Bem frágil seria a religião se, por não infundir terror, sua força pudesse ficar comprometida.

Felizmente, assim não é.
De outros meios dispõe ela para actuar sobre as almas.
Mais eficazes e mais sérios são os que o Espiritismo lhe faculta, desde que ela os saiba utilizar.

Ele mostra a realidade das coisas e só com isso neutraliza os efeitos de um temor exagerado.

Sim, a Doutrina Espírita é alegria, porque liberta.
Ela não pode mandar ninguém para o inferno, como fazem outras religiões.
A Doutrina dá ao homem condição de conhecer-se a si mesmo e procurar mudar para ser feliz.

A consciência é despertada à medida em que a Doutrina a ilumina.
A loucura pode ser consequência de um desequilíbrio espiritual, mas pode também ser causada por uma predisposição orgânica do cérebro.

Chamar os espíritas de loucos não deixa de haver certa razão, o verdadeiro espírita torna-se um missionário da fé e da humildade, e todos os missionários foram chamados de loucos e mentirosos, o maior deles: Jesus Cristo.

Preparei-me para fazer algumas indagações, mas o orientador continuou:
— Ainda encontramos no item 16 da Introdução de O Livro dos Espíritos um estudo para os médiuns:
Segundo a primeira dessas teorias, todas as manifestações atribuídas aos Espíritos seriam apenas efeitos magnéticos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 07, 2011 10:44 pm

Como pode o médium ter a certeza de que parte dele ou dos assistentes todas as manifestações produzidas nele?
Buscando o estudo.

E existem melhores livros do que O Livro dos Médiuns, O Livro dos Espíritos, enfim, toda a Codificação?
Devemos também consultar o livro No Invisível, de Léon Denis, Capítulo 25º, O Martirológico dos Médiuns.

Os medianeiros terão ainda por muito tempo de sofrer pela verdade.

Os adversários do Espiritismo continuarão a difamá-los, a lançar-lhes acusações, procurando fazê-los passar por desequilibrados, por enfermos, e por todos os meios desviá-los do seu ministério. O orientador deve estudar todo esse capítulo do livro de Léon Denis.

Hoje, principalmente no Brasil, quase todos os médiuns são desacreditados.

Poucos são aceitos, os outros são “o resto”.
E não é verdade.

Chegam a dizer que a Espiritualidade Maior já disse tudo o que tinha para dizer, que nada mais o mundo espiritual tem para revelar e que, com o desencarne dos médiuns conhecidos, junto com eles vai a mediunidade.

Que disparate!
Bem sabemos que o Espiritismo acompanha a Ciência.

Justamente hoje, que o mundo vive a era da transformação, somente o Espiritismo nada tem para apresentar de novo?
Outros ainda dizem que a mediunidade está no fim e não aceitam nem os médiuns conceituados, chegando a atacá-los até sem os conhecer.

Quando fazemos isso na Doutrina, estamos indo contra ela e a favor de outras seitas que hoje usam os meios de comunicação para atacar o Espiritismo, levando à televisão médiuns desequilibrados e doentes.

Enquanto isso, no próprio movimento espírita se levanta uma nova inquisição de caça às bruxas, ajudando mesmo essas seitas, que tudo fazem para desmoralizar o Espiritismo.

Se existem médiuns desequilibrados, a culpa é da falta de amparo a eles, as Casas Espíritas são os hospitais que podem ajudá-los com o remédio poderoso do aprendizado.

Arrancar a semente que está germinando, sem antes colocar o adubo, é não ajudá-la a tornar-se uma árvore frondosa, é falta de conhecimento da Doutrina.

Este Educandário tem por finalidade fazer brilhar em todas as bibliotecas, espíritas ou não-espíritas, os livros da Codificação, mas para isso, para que eles sejam compreendidos por pessoas simples, necessitamos daqueles que mais experiência e tempo têm de aprendizado.

A preocupação é imensa, pois o Brasil recebeu uma auréola como o país do Evangelho, o celeiro do mundo, e estamos sentindo os espíritas portando-se como estavam os apóstolos na hora da traição de Judas:
desiludidos e temerosos.

Caifás, Pilatos e Anás riam e festejavam a vitória, enquanto Jesus, sozinho, caminhava para o suplício.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 08, 2011 11:03 pm

Pedro O negara e todos haviam fugido.
O Cristianismo só cresceu no dia em que os apóstolos se uniram, crendo na doutrina do Cristo como o Caminho, a Verdade e a Vida.

Para muitos espíritas, o Cristo ainda está na cruz e o medo de se comprometerem com o estudo os está levando a se dividirem.

Precisamos urgentemente que cada um tome conta das Casas do Caminho e que todos falem um só idioma: o do Cristo.

Só assim o Espiritismo, baseado na Codificação, tornar-se-á uma doutrina compreensível tanto aos simples quanto aos cultos, todavia se uma parte do templo estiver tombado, dificilmente a pátria do Evangelho será perfumada pelos espíritas.

Não existe vitória com exército dividido, brigando entre si, procurando desmoralizar os seus soldados e só tendo valor os que têm o peito coberto de estrelas de ouro ou de aplausos.

No exército do Cristo todos somos iguais, pois todos temos direito ao trabalho e recebemos dEle o talento, que ninguém tem o direito de destruir.

Ainda no Capítulo 26º, do livro de Léon Denis, encontramos:
A cada página da Bíblia, encontramos textos que afirmam a mediunidade sob todas as formas e em todos os seus graus.

Está nas mãos dos espíritas sérios, estudiosos, conhecedores do Espiritismo orientar, ajudar, esclarecer os médiuns iniciantes, sem conhecimentos doutrinários ou obsidiados, e não os queimar com o fogo do descrédito, da crítica, do ridículo.

Deixemos isso para as outras seitas, que o farão com muito prazer.

A responsabilidade é de todos os espíritas. Se em alguns o peso em seus ombros é maior, é porque têm por tarefa difundir a Doutrina, levando ao povo, aos Centros Espíritas, o conhecimento das obras básicas, ensinando como se faz com uma criança, segurando em suas mãos, com método didáctico, para que todos compreendam a beleza que Jesus entregou a Allan Kardec — a Codificação, e não ficarem trancafiados em suas belas bibliotecas, colocando a luz embaixo do alqueire, deixando de abraçar um confrade, mesmo que ele hoje ainda nem conheça o estudo sistematizado da Doutrina.

Mas, quem sabe, o abraço não seja a Introdução de O Livro dos Espíritos, que irá tirar dos seus olhos a venda que ainda o distancia da Doutrina.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 08, 2011 11:03 pm

29 - MEDIUNIDADE DISCIPLINADA

No Capítulo 17º de A Génese, de Allan Kardec, item 59, lemos:
Nos últimos tempos, diz o Senhor, espalharei do meu espírito por sobre toda a carne;
vossos filhos e vossas filhas profetizarão;
vossos jovens terão visões e vossos velhos terão sonhos.

Este trecho foi tirado do Ato dos Apóstolos, Capítulo 2º, versículos 17 e 18, e do Antigo Testamento, Joel, Capítulo 2º, versículos 28 e 29.

Ainda em A Génese, item 61:
É a predição inequívoca da vulgarização da mediunidade, que presentemente se revela em indivíduos de todas as idades, de ambos os sexos e de todas as condições;

a predição, por conseguinte, da manifestação universal dos Espíritos, pois que sem os Espíritos não haveria médiuns, isso, conforme está dito, acontecerá nos últimos tempos;

ora, visto que não chegamos ao fim do mundo, mas, ao contrário, à época da sua regeneração, devemos entender aquelas palavras como indicativas dos últimos tempos do mundo moral que chega a seu termo.

Os médiuns não foram criados pelo Espiritismo, eles sempre existiram, desde os primórdios da Humanidade;
todavia, a Doutrina Espírita veio para orientá-los, evangelizá-los, torná-los disciplinados, enfim, trabalhadores do Senhor, buscando a verdade e expulsando dos seus espíritos, embrionários nos erros, as tendências inferiores do orgulho, da avareza, do egoísmo, da vaidade.

Hoje os médiuns são mais felizes, eles têm meios de saber por que são médiuns, qual a sua tarefa, por que têm de ser dignos tarefeiros do Cristo.

Médiuns desequilibrados são os que não se interessam pelo estudo, pois a Doutrina Espírita coloca nas mãos de todos eles a bússola que os leva ao final do caminho, sem desvios ou atalhos.

Mas, infelizmente, por falta de conhecimento doutrinário, algumas Casas fazem da mediunidade um tabu, ora desmoralizando-a, ora endeusando-a.

Sem dar ao médium iniciante elucidações certas de como deva proceder, somente lhe dizem que ele tem um, ou todos os tipos de mediunidade;
e o coitado vai tacteando no escuro, longe do roteiro certo, que é o estudo sistematizado da Doutrina.

Uma luz foi acesa. O jovem Tadeu perguntou:
— Porque as Casas Espíritas não dispõem de um método único de estudo da mediunidade?

Cada Casa estabelece o seu sistema e os dirigentes dos grupos os seus roteiros de trabalho.

— Irmão, a Casa deve adoptar as obras básicas, com orientadores capazes — é bom que se frise bem isso:
os orientadores das Casas Espíritas têm de possuir muito conhecimento doutrinário, para evitar que coloquem o seu próprio raciocínio, podendo conduzir os iniciantes à fé não raciocinada.

— Como fazer? indagou, ainda, o jovem.
— Seguir sempre a orientação doutrinária, continuando o estudo junto ao seu grupo com livros da Codificação e complementares, sem jamais procurar desmoralizar quem quer que seja, mesmo se no seu grupo surgir alguém em desequilíbrio.

Lembremo-nos de que os pais se preocupam muito mais com os filhos problemáticos do que com os sadios.
Assim, o orientador deve dar ao doente o que ele necessita: amor e remédio, e nos livros da Codificação o médium irá encontrá-los.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 08, 2011 11:04 pm

Voltamos a dizer:
se os espíritas não se unirem, logo serão apedrejados pelas seitas fanáticas que ora crescem no Brasil.

Os umbandistas, os de candomblé, os espíritas, cada um deve fortalecer as suas federações e, sem dogmas, sem autoritarismo, sem divisões, lutarem para bem apresentar suas convicções espirituais.

Não somente os adeptos da Doutrina Espírita hoje estão divididos, muitos outros também;
cada grupo religioso pensa e age de uma maneira.

E o umbandista que é sério, digno pregador da caridade e do amor, vê-se atacado, porque em outros grupos com a mesma filosofia não há um procedimento cristão.

Os de candomblé também, uns falam a língua de Cristo, outros o seu próprio idioma.
E nós, os espíritas, será que em todas as Casas o estudo está em primeiro lugar?

Porque quem estuda e compreende a Doutrina sabe que a caridade moral é nosso dever;
ou pensamos que só devemos estudar a Doutrina e nunca fazer caridade?
A caridade não cobre a multidão de pecados?

Uns dizem que ela não tem nada a ver com a Doutrina, esquecidos de que em O Evangelho Segundo o Espiritismo ela está presente em quase todos os seus capítulos.

Outros gostam de afirmar que a mais importante é a caridade moral.

Lembremos aqui que a caridade moral é dever de cada cidadão, e a caridade pregada por Jesus, tirada do exemplo do óbulo da viúva, é o único meio que o homem encontra para se salvar, porque o caridoso vai pouco a pouco desapegando-se da matéria.

O caridoso que se preocupa em dar o alimento ao faminto e em vestir o nu, que se preocupa com a miséria do seu próximo, está não só cumprindo com o seu dever de cidadão, como fazendo a caridade, que é a ponte que nos liga a Deus.

Como vimos, muitas Casas Espíritas também estão desunidas, e por causa disso vamos ficando apertados em um corredor estreito.

Poucos terão condição de sair dele, só aqueles para os quais a Doutrina é uma lição de vida.

— Irmão, não entendo por que tanta briga entre confrades...
— Um dia todos estarão na mesma estação e aí a verdade vencerá.

Feliz daquele que o orgulho e a vaidade não o transformar em um falso profeta, porque o reino de Deus pertencerá aos que souberam despir-se desses atributos negativos.

Os actos de condenar e jogar pedras são a repetição dos mesmos que o povo e os sacerdotes de ontem fizeram a Jesus, aos apóstolos e aos cristãos.

Nenhuma pessoa que maltrata outra em defesa da sua religião tem o nome escrito com a letra do amor no livro da História.

É só compararmos com os bárbaros armados e queimando os que não pensavam como eles, e do outro lado os simples servos do Senhor saindo pelas estradas, curando, levantando os caídos e secando lágrimas, não tendo onde reclinar a cabeça, mas possuindo a consciência em paz.

Jesus nos alertou a respeito dos falsos profetas.
O Evangelho nos ensina a defender e a lutar pela verdade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 08, 2011 11:04 pm

A Doutrina nos revela a verdade e nos mostra o caminho da humildade, porque só os pobres de espírito trabalham para Jesus.

Os ricos de orgulho servem somente aos templos de pedra e são escravos da sua própria vaidade.
Os libertos jamais condenam este ou aquele por não pensarem nem procederem como eles.
São apenas um farol de luz onde se apresentam.

— Nos tempos modernos não é difícil nos tornarmos um espírita nesses moldes, irmão?
— Não, porque a mansidão e a humildade não tornam o homem imbecil.

A imbecilidade se chama fanatismo e covardia.
O verdadeiro espírita é um apóstolo de Cristo lutando pelo seu semelhante, mas antes de tudo se auto-educando.

O item 17º da Introdução de O Livro dos Espíritos deve ser estudado pelo grupo por muito tempo, não interessa por quantos meses.

O importante é o orientador não deixar quaisquer dúvidas.
Sobre este item muitos livros da Doutrina podem ser consultados.

Vejamos o item 16:
A verdadeira Doutrina Espírita está no ensino que os Espíritos deram, e os conhecimentos que esse ensino comporta são por demais profundos e extensos para serem adquiridos de qualquer modo, que não por um estudo perseverante, feito no silêncio e no recolhimento.

E mais adiante, referindo-se à Doutrina Espírita:
O mérito que apresenta cabe todo aos Espíritos que a ditaram.

Esperamos que dará outro resultado, o de guiar os homens que desejem esclarecer-se, mostrando-lhes, nestes estudos, um fim grande e sublime:
o do progresso individual e social e o de lhes indicar o caminho que conduz a esse fim.

Este final da Introdução deve ser lido e relido por todos os estudiosos.

O Livro dos Espíritos é a bússola que os espíritas têm em suas mãos, bússola esta que não os deixa prisioneiros no mundo do ridículo e das crendices.

Ajudar um espírita iniciante a manusear este livro é o dever de cada Casa Espírita.
Ai daquela que não respeitar os livros doutrinários, sentirá o ranger de dentes, pois Jesus não dá pérolas aos porcos.

Quando tratarmos o chão, poderemos jogar a semente.
O médium só se tornará disciplinado se buscar nas obras básicas a orientação.

O médium sem estudo é o mesmo que mastro sem bandeira.
O médium sem estudo é uma folha que o vento sopra e cai onde ele deseja.
O médium sem estudo doutrinário está sujeito ao ridículo, pois não tem condição de diferençar o embuste da verdade.

O médium sem estudo se envaidece dos ditados dos espíritos e nem os analisa.
O médium sem estudo usa os nomes conhecidos da Doutrina para ornamentar as mensagens por ele recebidas.

O médium sem estudo julga que nada mais tem para aprender e crê que tudo já sabe, apenas porque tem contacto com os espíritos.

O médium sem estudo é uma vidraça suja de vaidade e falta de conhecimento, que dificulta a compreensão da Doutrina.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 08, 2011 11:05 pm

O médium sem estudo gosta de ser endeusado.
O médium sem estudo longe se encontra da disciplina.
O médium sem estudo é como uma lâmpada sem electricidade.

O médium sem estudo gosta de doutrinar os espíritos e os companheiros.
O médium sem estudo é um caminhante tentando andar mil léguas, mas sem condição de andar dez passos.

O médium sem estudo é uma semente plantada em lugar pedregoso.
O médium sem estudo é um pássaro de asas cortadas.

Em O Livro dos Espíritos, Parte 2ª, Capítulo 10º, encontramos a questão 573:
Em que consiste a missão dos Espíritos encarnados?

“Em instruir os homens, em lhes auxiliar o progresso;
em lhes melhorar as instituições, por meios directos e materiais.

As missões, porém, são mais ou menos gerais e importantes.
O que cultiva a terra desempenha tão nobre missão, como o que governa, ou o que instrui.

Tudo em a Natureza se encadeia.
Ao mesmo tempo que o Espírito se depura pela encarnação, concorre, dessa forma, para a execução dos desígnios da Providência.

Cada um tem neste mundo a sua missão, porque todos podem ter alguma utilidade”.

A Doutrina veio para ajudar os encarnados a cumprir a sua missão.

Ela não é só informação do mundo espiritual;
a sua finalidade é melhorar o homem, é dar-lhe condição de compreender a cadeia da carne, e para que a Humanidade não sofra os espíritos tentam dizer ao homem que vivam com o Cristo, que façam do seu coração o seu templo e da sua vida uma lição de amor ao próximo.

O instrutor fez uma prece e se despediu.
Segurei a mão de Arlene, nós dois tínhamos os olhos rasos de lágrimas.

Era o meu coração que eclodia em agradecimento a Deus por tanto aprendizado.
Peguei O Livro dos Espíritos e com ele junto ao coração fui saindo devagar.

Olhei aquele belo e acolhedor auditório e pensei:
“como seria bela a vida se em todos os lares os seus ocupantes vivessem com o Cristo!

Como seria bela a vida se os homens se amassem uns aos outros!
Que bom seria!”
Ao chegar ao pátio os outros já me esperavam.

Tomás comunicou-me:
— Estamos chegando ao fim deste trabalho que tem apenas a finalidade de orientar os que vão a uma Casa Espírita com sede de conhecimento e muitas vezes são colocados em uma mesa mediúnica sem preparo algum.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 08, 2011 11:05 pm

Este livro tem apenas a intenção de ajudar os humildes, que sentem dificuldade em manusear as obras básicas.

— E agora, aonde vamos? perguntei.
— Ficaremos algumas horas livres e depois os esperarei na Ala Trinta e Três para nos despedirmos.

— Que pena!
Estava tão feliz no Educandário!
— Mas a Ala Trinta e Três é também do Educandário...

— Eu sei, só que não quero é ir embora daqui.
— Isso já era de se esperar, falou Arlene.
Aonde você chega não gosta mais de sair.

— É mesmo, eu sou como gato, adoro os lugares onde moro.
— Vem cá, meu gatinho... chamou-me Luanda.

Todos riram.

Dei até logo e já ia saindo, quando Siron perguntou:
— Aonde você vai?
— Navegar no lago da esperança.
Porquê? Deseja acompanhar-me?

— Não, obrigado, também vou navegar, mas no lago do servir.
Darei uma chegada aos postos de socorro que estão lotados.
São tantos os desencarnes!

É assassinato, suicídio, overdose, aborto;
os samaritanos, os enfermeiros, enfim, todos os socorristas estão bastante atarefados, pois são muitos os sofredores que chegam do plano físico!

Parei.
— Sabe, Siron, não vou mais navegar, vou acompanhá-lo.
— Ó, Luiz, não é preciso.
Eu é que gosto de dar plantão quando estou de folga dos estudos.
Pode ir fazer o que você deseja.

— Olha bem para minha cara.
Veja se sou homem de deixar meus amigos queridos com excesso de trabalho.

Ninguém mais do que nós para sabermos o quanto é triste largar o fardo pesado no ombro do próximo, quando nós podemos aliviá-lo.

— Venha, Luiz, vamos até um dos pronto-socorros.

Logo estávamos todos bem junto à Crosta.
Olhei aquele pequeno hospital espiritual e com pesar constatei que estava repleto de irmãos recém-desencarnados e todos por suicídio inconsciente.

Em alguns, o excesso de álcool os havia levado a se excederem no trânsito, outros haviam desencarnado com overdose.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 08, 2011 11:05 pm

Olhei aquelas crianças e pude ver que muitos meninos haviam sofrido parada cardíaca.
Aproximei-me de um, com apenas doze anos, que babava muito.

— O que ele teve? perguntei a um dos enfermeiros.
— Misturou maconha com álcool e cocaína.
— E ainda dizem que maconha não faz mal...
— É, não faz mal a quem consome, assim dizem eles.

Agora, olhe: todos eles conviveram com ela e veja a que estado chegaram!
O olhar daquele menino era de pânico, pavor mesmo, dos pais saberem que ele era usuário de drogas.

As horas que antecederam ao seu desencarne foram de terror.
A falta de ar, a língua enrolando e o asfixiando;
ninguém pode imaginar o sofrimento por que passa o espírito numa overdose.

É terrível! O seu estado emocional é dos piores.
E ali estava aquela criança com poucos anos de vida no corpo físico, desencarnada de maneira cruel.

Olhei todos aqueles doentes, mas antes de me aproximar fui chamado por Leôncio, que me mandou segurar a mão de Marcela.

Ela chorava:
— Papai, mamãe, perdoem-me, perdoem-me.
Não quero morrer. Não quero morrer...

Tentei ajudá-la, mas o seu estado era desesperador.
Ficamos algum tempo e depois partimos para um hospital recém-criado, o Hospital dos Aidéticos.
Nesse lugar a assistência é somente para os desencarnados com AIDS.

Percebíamos alguns irmãos muito revoltados, tendo no perispírito as marcas da doença.
Outros estavam mais conformados.
Cheguei perto de Regina.
Ela me sorriu tão tristemente!

— Como vai, querida? perguntei.
— Bem melhor. Depois que cheguei já melhorei muito.
— Graças a Deus.

— Sabe, moço, não sei como peguei essa doença.
Estava casada há um ano, quando Murilo começou a passar mal e logo soubemos que estava contaminado.
Depois me dei conta de que também eu estava doente.
Porquê, moço, ele fez isso comigo? Porquê?...

— Perdoe, Regina, ele também deve estar sofrendo.
—Não creio que esteja sofrendo, pois morreu em pouco tempo.

Eu, sim, sofri, cheguei até a ficar cega.
Nunca fiz mal a ninguém, porque o meu próprio marido fez isso comigo?
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 08, 2011 11:06 pm

Orei muito, muito mesmo, procurando acalmá-la.
Quando cerrou os olhos, beijei seus cabelos e fui até um jovem de seus vinte anos.

Pensei:
“como estão desencarnando pessoas jovens!
Brevemente o Brasil será um país de poucos jovens, tanto são os desencarnes.
Ali, na minha frente, Carlos Henrique chorava baixinho.

Segurei sua mão, mas ele a retirou:
— Deixe-me em paz, detesto beato!
Não basta quando estava vivo e vocês não me deixavam em paz no hospital, tentando me salvar?

— Engana-se, irmão, quero apenas servi-lo.
Está precisando de alguma coisa?
— Não. Deixe-me em paz.

Ia saindo, quando ele me chamou:
— Venha cá.
Você me parece um cara legal e depois, é bem jovem.

A maldita também o pegou? — e deu uma gostosa gargalhada.
Acho é graça desses carolas e das propagandas mandando usar preservativos.
Coitados, estão por fora.

Quem lembra de usá-los na hora das orgias sexuais?
E geralmente é por causa desses momentos que a gente entra bem.
Dificilmente um casal bem comportado deixa de usar preservativos.

Nos embalos da pesada, quando corre solta a droga, o sexo, o álcool, quem lembra de usá-los?
Só um trouxa.

Quase todo mundo os carrega na bolsa e na carteira, mas dificilmente um grupo que está desfrutando do prazer lembra de buscá-los para uso.

Estava a ouvi-lo, quando ele me empurrou, dizendo:
— Sai daqui, não quero ver a piedade nos teus olhos.
Morro de inveja ao encontrar jovens sadios.
Gostaria que todos morressem, como estou morrendo.

— Irmão, a morte não existe, tanto é que você se encontra aqui, mesmo já tendo deixado o corpo físico.

Ele apalpou seu corpo, procurando tocar as bolhas que ainda estavam no seu perispírito.
Eram bolhas arroxeadas.

— Veja se morri, seu trouxa, elas estão aqui.
— É tão fácil o irmão sarar!
É só pedir a Jesus, Ele é o Médico dos médicos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 08, 2011 11:06 pm

— Jesus, o coitado da cruz?
Se ele fosse de fazer alguma coisa, iria se safar dos caras.

E o que aconteceu?
Pregaram ele naquela cruz e ainda lhe tocaram um punhal no peito.

— Seus pais não lhe contaram que Ele também foi colocado no túmulo e de lá saiu?
Que Ele jamais morreu, porque nós não morremos?
Tanto é que você aqui se encontra e já não tem um corpo de carne.

Ele tocou seu corpo mais uma vez e depois sorriu:
— Que bom que já morri e não morri, ou melhor, que morri!

Apertei sua mão e ele apertou a minha com mais força ainda, pedindo-me:
— Volte aqui mais vezes, venha ajudar-me a sair do fundo do poço, onde me joguei de pára-quedas sem saber saltar.

— Voltarei sim, e que Deus nos ajude.
Logo estava ao lado de Viviane, que chorava e gemia muito.

— Irmã — alisei seu rosto — porque chora?
— Porque sou uma besta-quadrada.
— Não diga isso, por favor, você é linda.
— Por ser linda é que estou neste estado.
Vou contar-lhe a minha vida.

— Não precisa, estou aqui para prestar-lhe ajuda, e não como curioso.
— Isso vai me fazer muito bem.
Desde os dez anos já desfilava.

Eu era linda.
Minha mãe incentivava-me a viver a vida.
Tornei-me modelo, depois queria ganhar muito mais e comecei a sair com rapazes, fazer programas.

Bem depressa estava no meio de um grupo de pessoas sem pudor.
Cada vez mais me tornava escrava do sexo.

No início exigia preservativo, mas gostava de embelezar-me, e depois de alguns copos de bebida, ninguém liga para mais nada, só procurando o prazer e ele vai-se tornando cada vez mais difícil.

O álcool gera a frigidez e a impotência.
Quanto mais se agrava essa situação, mais você parte para novas turmas de orgias, até que chega a sua vez.

— Irmã, então os preservativos não são usados?
— São, quando se está lúcido.
Mas quem fica lúcido com uma turma da pesada?
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 08, 2011 11:06 pm

— Você não tinha religião?
— Religião, eu?
Claro que não.

Minha mãe só me ensinou a me amar e a cuidar do meu corpo.
Olhei aquele corpo debilitado, se nós podemos chamá-lo de corpo;
emagrecera tanto que deveria pesar uns vinte quilos.
Nada tinha de belo, como ela dizia.

— Você tem razão, falei, é muito bonita, mas espero que logo esteja bem de saúde.
— Que nada! A AIDS não tem cura, e depois, eu vou é para o inferno.
Você, como beato, não sabe disso?

— Não, na Doutrina Espírita conhecemos um Deus bom e amigo, que nos perdoa e nos ama.
— Peça por mim, sim?

Beijei sua testa e dali saí.
Os outros esperavam-me, impacientes.

— Luiz, já está na hora de voltar ao Educandário, aqui estamos a passeio.
Olhei-os, baixei a cabeça e saí andando.

— O que aconteceu, amigo? quis saber Siron.
— Nada, apenas gostaria de gritar para todos os pais:
“pelo amor de Deus, salvem seus filhos, não os deixem distantes de Cristo, levem-nos para uma Casa Espírita, onde irão aprender a se respeitar, a cuidar da sua alma.

Os jovens estão morrendo, as meninas estão sendo estupradas pela sociedade, porque o lar não é mais um educandário de luz, tornou-se apenas uma casa composta de paredes, pisos e telhados, vazia de sentimentos e de respeito, onde se juntam almas somente para comer e dormir, mas todos vivendo a sua própria vida, sem diálogo, sem Cristo, sem verdades.

Lar?
Que lar é esse, onde ninguém renuncia em prol do outro?

Onde todos querem levar vantagem, onde os pais, acovardados, presenciam o suicídio lento dos seus filhos, mas se julgam impotentes para lhes deter os passos que os levam à morte?”

Gostaria de gritar bem alto:
“a Doutrina Espírita tem de lutar pelas crianças e pelos jovens e tentar dar-lhes um mundo mais justo, porque estão sofrendo.

Em quase todos os colégios a droga entra livremente.
Ela está nos barzinhos, nos grandes clubes, enfim, em todos os lugares onde uma flor chamada juventude está-se abrindo”.

Tenho vontade de aliviar os pobres pais que estão sendo agredidos não só moralmente, mas também fisicamente;
as mães que passam as noites acordadas à espera dos filhos que o traficante adoptou.

O que fazer, Tomás, por esses infelizes? — perguntei, chorando.

— A oração é a única arma contra a dor e o desespero.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 09, 2011 10:55 pm

30 - A ÁRVORE DO ESPIRITISMO

Voltamos para o Educandário de Luz, lugar que sempre me emociona.

Como seria diferente se todas as pessoas que agridem, que caluniam, tivessem uma só aula nesta bendita casa!

Fomos entrando.
Caminhamos por suas imensas galerias, repletas de retratos dos grandes homens que escreveram a história de amor ao próximo no plano físico.

Parei diante de Allan Kardec e pedi a Deus por todos os espíritas, principalmente aqueles que ainda não deixaram que o perfume da humildade se alojasse em seus corações.

— Luiz Sérgio, falou Tomás, vamos para a ala trinta e três.
E assim os acompanhei.

Era um auditório redondo, o palco composto de painéis electrónicos.
Depois que nos acomodamos, foi sendo mostrada a vida dos grandes espíritas, a luta de cada um para cumprir sua missão.

Quantos exemplos de vida!
Em um dos painéis, brilhava: Deuteronómio, Capitulo 6º:
Preceito de Amor a Deus.

Em outro apareciam os grandes espíritas e suas obras — obras estas que devem ser consultadas por todos — :
William Crooks, Camille Flammarion, Paul Gibier, Léon Denis, Gabriel Delanne, Ernesto Bozzano, Alexandre Aksakof e muitos outros.

As partes mais importantes para a Doutrina eram colocadas no painel.

Fiquei deslumbrando com o livro Cristianismo e Espiritismo, de Léon Denis, Capítulo VIII: Decadência do Cristianismo:
O Cristianismo tinha por missão recolher, explicar, difundir a doutrina de Jesus, dela fazendo o estatuto de uma sociedade melhor e mais feliz.

Soube ele desempenhar essa grande tarefa?
“Julga-se a árvore pelos frutos", diz a Escritura.

Reparai na árvore do Cristianismo.
Verga ela ao peso de frutos de amor e de esperança?

A árvore, indubitavelmente, conserva-se sempre gigantesca, mas, na ramaria, quantos galhos não foram decepados, mutilados;
quantos outros não secaram, infecundos?

Pensei:
“a igreja fez isso com o Cristianismo.
Queira Deus os espíritas não mutilem a árvore da Doutrina.

O amor deve ser o único caminho de um espírita, e quem busca a Doutrina quase sempre está muito carente.

Os livros eram ali expostos, assim como referências sobre os autores e suas vidas de dedicação.

Logo apareceram os livros:
O Livro dos Espíritos, 18 de abril de 1857;
depois O Livro dos Médiuns, 1861.
O Evangelho Segundo o Espiritismo, 1864.
O Céu e o Inferno, 1865 e A Génese, 1868, que constituem o Pentateuco Espírita.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 09, 2011 10:56 pm

Neles estão organizados os ensinos revelados pelos espíritos, formando uma colecção de leis.

Estes livros foram escritos pelos espíritos.
Allan Kardec não criou o Espiritismo, ele foi o seu Codificador;
Allan Kardec escreveu O que é o Espiritismo, Introdução ao Estudo Espírita e O Principiante Espírita.

Obras Póstumas reúne os escritos e apontamentos seus, que deixou inéditos.
O que é o Espiritismo foi editado no ano de 1859;
Obras Póstumas, no ano de 1890.

Com que emoção apreciávamos as partes mais importantes de O Livro dos Espíritos serem iluminadas, e as letras, como que sopradas por uma brisa de amor, dançarem brilhantes diante de nossos olhos.

Eram as pérolas do colar do saber que nós precisávamos e tentamos passar para você.
Mas os nossos livros são muito simples, principalmente diante dos clássicos da Doutrina.

Se neles existe algo que nem a todos agrada, não é culpa da Doutrina Espírita, que tanto amamos, mas deste espírito recém-desencarnado, que luta para dizer aos que ficaram alguma coisa do mundo que encontrou.

Mas quero que os grandes estudiosos se conscientizem de que não existe doutrina alguma baseada na desunião.

Nestes dias que estivemos no “jardim de infância” do Educandário de Luz, pudemos compreender o quanto é grande a responsabilidade dos que desejam ser os donos da verdade, porque, como o Cristianismo, a Doutrina nos foi entregue límpida e cristalina.

Ninguém tem o direito de destruí-la.
Não são livros simples, de linguagem pobre, que irão maltratar a árvore da Doutrina.

Muito pior são as cortantes lanças que, sem piedade, os maus espíritas arremessam contra o alicerce da fraternidade e do amor da Doutrina.

Todos somos responsáveis pela continuidade da Doutrina e jamais este espírito teve a pretensão de se dizer escritor.

Íamos mandando o consolo aos nossos pais, depois tentamos contar o que nos estava acontecendo.

E assim os nossos livros foram chegando às suas mãos, leitor amigo.
Posso dizer, sem demagogia, que nós os escrevíamos para você, para consolá-lo ou alertá-lo, principalmente se você é jovem.

Mas não podem nos exigir uma linguagem rebuscada.
Impossível, pois estávamos conversando com você, como fazíamos quando encarnado.

Este livro, o seu objectivo, é levá-lo até a cascata de luz, que vem a ser a Doutrina Espírita, onde somos apenas um raiozinho de sol, mas agradecidos a Deus, porque sabemos que os raiozinhos de sol são importantes para os que estão em trevas.

Hoje nós o convidamos a descobrir as belezas da Doutrina.
O que narramos aqui é bem pouco, diante do muito que ela tem para nos oferecer.

Os que se dizem espíritas têm de tomar cuidado para não deixarem cair uma folha sequer da árvore redentora.

A Primeira árvore foi recebida por Moisés;
a Segunda árvore plantada por Cristo, cujos frutos os pobres, os leprosos, os oprimidos, enfim, todos os saborearam.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 09, 2011 10:56 pm

Ele, o Mestre dos mestres não deixou ninguém sem socorro.
Mas muitos, julgando defender a Doutrina do Cristo, armaram exércitos e quantos desencarnaram nas guerras religiosas!

Quantos foram queimados pelos ditos cristãos, defensores do Cristo, quando o exemplo que Ele nos deixou foi de mansidão e amor.

Allan Kardec recebeu a semente e com humildade e fé a plantou e a viu germinar e tornar-se a Terceira árvore, cujos frutos a Humanidade tanto necessita: o consolo.

A responsabilidade é muito grande, a árvore nos foi entregue.
Não vamos arrancar os seus galhos, colocar enxertos, negar-lhe a água da caridade e do amor.

A doutrina do Cristo, a doutrina consoladora não tem soldados armados que ferem e matam sonhos e esperanças.

O soldado do Cristo é um lutador que usa a arma do bom senso e do conhecimento, enfrentando os inimigos da Doutrina ou aqueles que não a conhecem, com a maior das armas deixadas por Jesus: os exemplos.

Ali, na minha frente, brilhando de luz: O Livro dos Espíritos, Prolegómenos:
Ocupa-te, cheio de zelo e perseverança, do trabalho que empreendeste com o nosso concurso, pois esse trabalho é nosso.

Nele pusemos as bases de um novo edifício que se eleva e que um dia há de reunir todos os homens num mesmo sentimento de amor e caridade(...).

Não te deixes desanimar pela crítica.
Encontrarás contraditores encarniçados, sobretudo entre os que têm interesse nos abusos.

Encontrá-los-ás mesmo entre os Espíritos, por isso que os que ainda não estão completamente desmaterializados procuram frequentemente semear a dúvida, por malícia ou ignorância.

Prossegue sempre. Crê em Deus e caminha com confiança:
aqui estaremos para te amparar e vem próximo o tempo em que a Verdade brilhará de todos os lados.

A vaidade de certos homens, que julgam saber tudo e tudo querem explicar a seu modo, dará nascimento a opiniões dissidentes.

Mas, todos os que tiverem em vista o grande princípio de Jesus se confundirão num só sentimento:
o do amor do bem e se unirão por um laço fraterno, que prenderá o mundo inteiro.

Estes deixarão de lado as miseráveis questões de palavras, para só se ocuparem com o que é essencial.

E a doutrina será sempre a mesma, quanto ao fundo, para todos os que receberem comunicações de Espíritos superiores.

Tudo era luz, a introdução trazida como Prolegómenos nos convidava a reflectir sobre os ensinos dos espíritos.

Uma chuva de pétalas de rosas caía sobre todos os presentes e suave música nos acariciava.

Foi quando se iniciou uma prelecção.

O orientador falou que o espírita não pode relutar em responder quando inquirido qual é a sua religião e jamais dizer:
sou kardecista.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 09, 2011 10:56 pm

Devemos responder:
sou espírita.

Muitos dizem:
baixo espiritismo, alto espiritismo, espiritismo de mesa, espiritismo elevado, O exemplo ainda é o nosso cartão de visita.

Todas as religiões devem ser respeitadas, principalmente quando acreditamos na nossa.

Muito nos foi mostrado:
que todos os que desejam ser os donos da verdade ferem companheiros e jamais serão úteis a alguém;
que, se cada espírita não procurar atrapalhar a Doutrina, já a estará ajudando;

que Jesus jamais Se denominou Mestre e quanta humildade Ele transmitiu;
que não basta dizer não faça isso, não faça aquilo nem criar ídolos, como fizeram com o Cristianismo;

que somos uma doutrina sem sacerdotes e sem ornamentos;
que as vestes brancas devem ser as que nos cobrem o espírito e o nosso perispírito;

que não temos talismãs nem orações milagrosas ou amuletos, porque o nosso coração é nosso escudo, quando nele mora o amor;

que o espírita não alimenta o vício do álcool nem o do fumo, porque precisamos estar lúcidos para apreciar a beleza da vida;

que o incenso, a mina, as velas, não são adoptados nas nossas Casas, porque são coisas materiais e nós usamos a prece para nos sustentar o espírito.

Casamento espírita não o fazemos, porque não adoptamos rituais, nem baptismo.
Aquele que se diz espírita precisa de muita fé para deixar para trás o materialismo, que nos dificulta a caminhada.

Muitas coisas nos foram ditas ali no auditório da ala trinta e três.
Ao encerramento, o instrutor cumprimentou a todos nós pelo estudo que fizemos no Educandário de Luz.

Depois da prece final, despediu-se.

Mas em todos os painéis do auditório, apareceu:
Isaías, Capítulo 61º, versículo 1:
O Espírito do Senhor repousou sobre mim, porque o Senhor me ungiu.

Sabemos que Jesus leu esta passagem na Sinagoga de Nazaré e a aplicou a Si mesmo e à Sua missão de arauto de outra libertação maior e mais importante, da escravidão do orgulho.

Encontramo-la também em Lucas, Capítulo 4º, versículos 16 a 23.

Fui o último a sair.
Cabisbaixo, despedi-me, tocando cada poltrona, olhando aquele lugar lindíssimo, onde muito me foi ensinado.

Quando cheguei ao jardim, o grupo me esperava e nos abraçamos, emocionados.
Foi quando Palário, o meu bom amigo, apareceu, convidando-me a acompanhá-lo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 09, 2011 10:58 pm

Despedi-me de cada companheiro com o coração repleto de agradecimento.

Tomás entregou-me um livro, dizendo-me:
— Felicidades, amigo, nós amamos você.

Arlene e Luanda abraçaram-me forte.
Saí, ligeiro, enlaçando os ombros de Palário.
Este, em silêncio, fitou-me com o mais belo olhar de carinho.

Caminhamos pelos jardins floridos do Educandário e, como Zaqueu, buscamos um sicómoro, não de Jericó, a perfumada, mas do Educandário belo e majestoso, uma árvore cujas folhas são parecidas com as folhas da amoreira e cujos frutos são bastante parecidos com os figos.

As raízes aparecem por fora da terra e unem-se ao tronco formando arcos, permitindo assim que nela se suba com facilidade, o que eu fiz.

Palário, olhando para o alto, falou-me:
— Eu não sou Jesus, mas quero que hoje leve-me para sua casa.

— Palário, terei todo prazer em recebê-lo, não sou Zaqueu, dele só tenho a estatura diminuta, mas me sentirei feliz em levá-lo à minha casa, porque há muito o meu coração o abriga com carinho.

Desci ligeiro e assim fomos buscando nas alamedas do Educandário o caminho de volta à nossa Casa.

Enquanto estava no alto do sicómoro, pude divisar o Educandário de Luz e sorri de felicidade, pois nós fomos um dos chamados e, se Deus quiser, lutaremos para ser um dos escolhidos.

Palário comentou:
— Luiz, existem os que seguem e os que param.

Os que dizem “não tenho nada com isso”, e os que se sentem responsáveis por tudo e por todos.
Os que só sabem criticar e os que estão presentes no sofrimento que hoje invade a Terra.
Os que não matam esperanças, que não fazem mal a ninguém, e aqueles que só criticam e maltratam.

Os que são covardes, por isso contra a caridade, e os que se ocupam com o sofrimento alheio.
Há também os que procuram os livros doutrinários e os que os ignoram, porque os levam à verdade.
Os que seguem, seguem e seguem.... buscando sempre aprender, e os que julgam que tudo sabem.

A vida é uma estrada de quilómetros e mais quilómetros, mais do que suficientes para dividir os homens em duas categorias: os que seguem e os que param.

— Palário, obrigado por tudo.
— Agradeça a Ele, falou, olhando para cima.

Contemplei o céu, agradecido, e suas nuvens brancas formaram uma cascata de bênçãos.

Sorri, acenando para cima, dizendo:
— Obrigado, meu Deus!

LUIZ SÉRGIO

Fim

§.§.§- O-canto-da-ave

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Muita Paz
Que Jesus o abençoe
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