Artigos sobre a Mediunidade
Página 26 de 30
Página 26 de 30 • 1 ... 14 ... 25, 26, 27, 28, 29, 30
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
Questão [#003]
Na reencarnação sob processo expiatório, ocorre às vezes uma vultosa anomalia cerebral.
De que forma há para esse Espírito aproveitamento da reencarnação?
Há algum tipo de percepção?
Resposta:
A reencarnação constitui sempre valiosa oportunidade de progresso espiritual. O corpo físico pode apresentar-se severamente afectado por anomalias inibidoras, mas a entidade espiritual está presente e atenta ao que se passa.
Em nosso trabalho mediúnico, testemunhamos um caso desses.
Sugiro que você leia o capítulo 19 - Filhos deficientes, de meu livro "Nossos Filhos são Espíritos", que parece responder à sua pergunta.
Leia, também, "Autismo - uma leitura espiritual", ainda que este não seja o caso específico que você tem em mente.
Questão [#004]
O Sr. poderia comentar as relações entre a descoberta do código genético humano e o processo reencarnatório?
Por exemplo, se muitas doenças físicas poderão ser evitadas, como ficam as reencarnações de Espíritos que têm como sua fase evolutiva o ultrapassar justamente doenças físicas?
Resposta:
Penso que é cedo para se falar em interferências no código genético que resultem no cancelamento puro e simples de deficiências físicas ou mentais, que, como sabemos, tem sérias implicações cármicas.
O projecto genoma, recentemente divulgado com enorme espalhafato publicitário, embora represente um gigantesco passo à frente no entendimento da biologia humana, ainda tem muito trabalho pela frente, como reconhecem os próprios cientistas.
São mais de 3 bilhões as combinações possíveis no ser humano.
Por outro lado, as leis divinas não se sujeitam a manipulações daqueles que se propõem a "brincar de Deus".
Sugiro que você leia, se conseguir localizar, um pequeno artigo meu intitulado "Uma ética para a genética", publicado em Reformador em junho de 1971, há quase trinta anos, portanto.
Será útil também, se ainda não o fez, a leitura do Time, de 3 de julho de 2000.
Diz-se ali, entre outras coisas, que dois grupos empenharam-se em decifrar as ‘letras bioquímicas‘ do DNA humano e as instrucções codificadas para construir e operar um ser humano totalmente funcional.
Em outras palavras, ninguém, nesse projecto gigantesco, está pensando no espírito e nem nas leis cármicas.
E muito menos, em Deus.
Continua...
Questão [#003]
Na reencarnação sob processo expiatório, ocorre às vezes uma vultosa anomalia cerebral.
De que forma há para esse Espírito aproveitamento da reencarnação?
Há algum tipo de percepção?
Resposta:
A reencarnação constitui sempre valiosa oportunidade de progresso espiritual. O corpo físico pode apresentar-se severamente afectado por anomalias inibidoras, mas a entidade espiritual está presente e atenta ao que se passa.
Em nosso trabalho mediúnico, testemunhamos um caso desses.
Sugiro que você leia o capítulo 19 - Filhos deficientes, de meu livro "Nossos Filhos são Espíritos", que parece responder à sua pergunta.
Leia, também, "Autismo - uma leitura espiritual", ainda que este não seja o caso específico que você tem em mente.
Questão [#004]
O Sr. poderia comentar as relações entre a descoberta do código genético humano e o processo reencarnatório?
Por exemplo, se muitas doenças físicas poderão ser evitadas, como ficam as reencarnações de Espíritos que têm como sua fase evolutiva o ultrapassar justamente doenças físicas?
Resposta:
Penso que é cedo para se falar em interferências no código genético que resultem no cancelamento puro e simples de deficiências físicas ou mentais, que, como sabemos, tem sérias implicações cármicas.
O projecto genoma, recentemente divulgado com enorme espalhafato publicitário, embora represente um gigantesco passo à frente no entendimento da biologia humana, ainda tem muito trabalho pela frente, como reconhecem os próprios cientistas.
São mais de 3 bilhões as combinações possíveis no ser humano.
Por outro lado, as leis divinas não se sujeitam a manipulações daqueles que se propõem a "brincar de Deus".
Sugiro que você leia, se conseguir localizar, um pequeno artigo meu intitulado "Uma ética para a genética", publicado em Reformador em junho de 1971, há quase trinta anos, portanto.
Será útil também, se ainda não o fez, a leitura do Time, de 3 de julho de 2000.
Diz-se ali, entre outras coisas, que dois grupos empenharam-se em decifrar as ‘letras bioquímicas‘ do DNA humano e as instrucções codificadas para construir e operar um ser humano totalmente funcional.
Em outras palavras, ninguém, nesse projecto gigantesco, está pensando no espírito e nem nas leis cármicas.
E muito menos, em Deus.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
Quanto a mim, fico com Deus e não tenho a pretensão de brincar com ele.
Não sou, contudo, um especialista no assunto.
Sugiro que você leia "O projecto genoma", de autoria da Dra. Marlene Nobre, no recente Boletim SEI, da Capemi, de 29-07-2000.
Poderá, para isso, acessar a Home page: http://www.lfc.org.br
Questão [#005]
Na sua opinião, como se dá o processo de ligação do fluido vital ente o perispírito e o corpo durante o processo reencarnatório?
Resposta:
Não me sinto preparado para responder à sua pergunta.
Em outras palavras:
Não sei. Acho, até, que é muito bom a gente ter tantas ignorâncias para transformar um dia em conhecimento.
Isso indica que a vida será sempre um desafio e nunca uma chatice.
Questão [#006]
Quanto tempo, em média, o espírito permanece na pátria espiritual, antes de reencarnar?
Meu pai faleceu há 5 anos;
quando eu desencarnar me encontrarei com ele?
Resposta:
Cada caso é um caso.
Não há uma periodicidade rígida de tantos em tantos anos, entre uma encarnação e outra.
O Prontuário da Obra de Allan Kardec, do erudito confrade e pesquisador Deoclécio de Demócrito, indica as seguintes referências sobre o assunto:
O Evangelho Segundo o Espiritismo n. 16, p. 31;
Céu e Inferno, 2a. parte, cap. 4, p.275 e cap. 5, n. 39, p. 309;
Obras Póstumas, Parágr. 3, n. 28, p. 39.
Há, também, uma pesquisa do amigo dr. Hernani Guimarães Andrade, em artigo que não tenho como localizar.
Hernani chega à conclusão de que, em vista do número muito maior de habitantes da Terra, o intervalo entre uma encarnação e outra diminuiu nos últimos tempos.
Ou seja, a "fila" era muito maior quando havia pouca gente encarnada por aqui...
Certamente você se encontrará com a entidade que foi seu pai, bem como com outros seres que se acham ligados a você, nesta ou em existências passadas.
É o que costuma acontecer.
Leia, a respeito, a Questão 160, de O Livro dos Espíritos.
Continua...
Quanto a mim, fico com Deus e não tenho a pretensão de brincar com ele.
Não sou, contudo, um especialista no assunto.
Sugiro que você leia "O projecto genoma", de autoria da Dra. Marlene Nobre, no recente Boletim SEI, da Capemi, de 29-07-2000.
Poderá, para isso, acessar a Home page: http://www.lfc.org.br
Questão [#005]
Na sua opinião, como se dá o processo de ligação do fluido vital ente o perispírito e o corpo durante o processo reencarnatório?
Resposta:
Não me sinto preparado para responder à sua pergunta.
Em outras palavras:
Não sei. Acho, até, que é muito bom a gente ter tantas ignorâncias para transformar um dia em conhecimento.
Isso indica que a vida será sempre um desafio e nunca uma chatice.
Questão [#006]
Quanto tempo, em média, o espírito permanece na pátria espiritual, antes de reencarnar?
Meu pai faleceu há 5 anos;
quando eu desencarnar me encontrarei com ele?
Resposta:
Cada caso é um caso.
Não há uma periodicidade rígida de tantos em tantos anos, entre uma encarnação e outra.
O Prontuário da Obra de Allan Kardec, do erudito confrade e pesquisador Deoclécio de Demócrito, indica as seguintes referências sobre o assunto:
O Evangelho Segundo o Espiritismo n. 16, p. 31;
Céu e Inferno, 2a. parte, cap. 4, p.275 e cap. 5, n. 39, p. 309;
Obras Póstumas, Parágr. 3, n. 28, p. 39.
Há, também, uma pesquisa do amigo dr. Hernani Guimarães Andrade, em artigo que não tenho como localizar.
Hernani chega à conclusão de que, em vista do número muito maior de habitantes da Terra, o intervalo entre uma encarnação e outra diminuiu nos últimos tempos.
Ou seja, a "fila" era muito maior quando havia pouca gente encarnada por aqui...
Certamente você se encontrará com a entidade que foi seu pai, bem como com outros seres que se acham ligados a você, nesta ou em existências passadas.
É o que costuma acontecer.
Leia, a respeito, a Questão 160, de O Livro dos Espíritos.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
Questão [#007]
Gostaria de saber um pouco mais sobre os departamentos de reencarnação do plano espiritual, como funcionam e quais os seus objectivos.
Resposta:
Esta é outra pergunta que não sei responder.
Você encontrará as informações que deseja na obra de André Luiz.
Esse autor espiritual estudou a questão com entidades de grande experiência e conhecimento.
Questão [#008]
Durante o período da gestação, é possível que a mulher seja obsidiada?
Se o processo obsessivo já existir, o obsessor é afastado?
Resposta:
Sim, a mulher pode ser obsidiada antes, durante e depois da gestação.
A gravidez, por si mesma, não a livra do processo obsessivo, nem leva a entidade perseguidora a afastar-se automaticamente.
Em muitos casos a gravidez pode até suscitar ou agravar obsessões, quando entidades desorientadas e vingativas procuram interromper ou perturbar o processo reencarnatório, por ter problemas com a mãe, com a criança ou com ambos.
A questão é complexa e os casos devem ser tratados com serenidade, compreensão, amor fraterno e prece, em grupos confiáveis que se dediquem à tarefa dita de desobsessão.
Não com o objectivo de nos livrarmos da entidade perturbadora, mas para que nos pacifiquemos todos, a fim de seguirmos todos juntos e em paz os caminhos evolutivos.
"Reconcilia-te com teu adversário", ensinou o Cristo, "enquanto estás a caminho com ele."
Questão [#009]
Gostei imensamente do seu livro "Nossos filhos são Espíritos";
gostaria de sua análise sobre nossa responsabilidade no processo de resgate com relação à vida conjugal, e como isto influencia a reencarnação daqueles que devem vir como filhos.
Resposta:
O lar é o nosso laboratório de trabalho, pesquisa, estudo e aprendizado, bem como um ponto de reencontro.
A família representa, usualmente, a melhor combinação possível de situações que levem os seres que a compõem à solução dos problemas que os afligem.
É uma preciosa oportunidade que não deve ser desperdiçada, dado que a felicidade e a paz futuras dependem do que estamos fazendo hoje.
Continua...
Questão [#007]
Gostaria de saber um pouco mais sobre os departamentos de reencarnação do plano espiritual, como funcionam e quais os seus objectivos.
Resposta:
Esta é outra pergunta que não sei responder.
Você encontrará as informações que deseja na obra de André Luiz.
Esse autor espiritual estudou a questão com entidades de grande experiência e conhecimento.
Questão [#008]
Durante o período da gestação, é possível que a mulher seja obsidiada?
Se o processo obsessivo já existir, o obsessor é afastado?
Resposta:
Sim, a mulher pode ser obsidiada antes, durante e depois da gestação.
A gravidez, por si mesma, não a livra do processo obsessivo, nem leva a entidade perseguidora a afastar-se automaticamente.
Em muitos casos a gravidez pode até suscitar ou agravar obsessões, quando entidades desorientadas e vingativas procuram interromper ou perturbar o processo reencarnatório, por ter problemas com a mãe, com a criança ou com ambos.
A questão é complexa e os casos devem ser tratados com serenidade, compreensão, amor fraterno e prece, em grupos confiáveis que se dediquem à tarefa dita de desobsessão.
Não com o objectivo de nos livrarmos da entidade perturbadora, mas para que nos pacifiquemos todos, a fim de seguirmos todos juntos e em paz os caminhos evolutivos.
"Reconcilia-te com teu adversário", ensinou o Cristo, "enquanto estás a caminho com ele."
Questão [#009]
Gostei imensamente do seu livro "Nossos filhos são Espíritos";
gostaria de sua análise sobre nossa responsabilidade no processo de resgate com relação à vida conjugal, e como isto influencia a reencarnação daqueles que devem vir como filhos.
Resposta:
O lar é o nosso laboratório de trabalho, pesquisa, estudo e aprendizado, bem como um ponto de reencontro.
A família representa, usualmente, a melhor combinação possível de situações que levem os seres que a compõem à solução dos problemas que os afligem.
É uma preciosa oportunidade que não deve ser desperdiçada, dado que a felicidade e a paz futuras dependem do que estamos fazendo hoje.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
As entidades que se reencarnam como nossos filhos e filhas constituem parte integrante do projecto elaborado para a vida terrena e precisam contar connosco para as tarefas que se programaram para realizar junto de nós.
Releia o capítulo 21 - "A menina que chorava na calçada", no livro "Nossos Filhos são Espíritos".
Leia, ainda, o capítulo que escrevi para o livro "O Espiritismo e os Problemas Humanos", do querido amigo e confrade Deolindo Amorim.
É uma edição da USE, São Paulo.
Questão [#010]
É possível um espírito reencarnar em pouco tempo e dentro da mesma família onde viveu a última encarnação?
Resposta:
É possível, sim, a uma entidade reencarnar-se na mesma família após alguma permanência na dimensão póstuma.
A literatura espírita tem documentado numerosos e convincentes casos dessa natureza.
Em "Twenty Cases Suggestive of Reincarnation", o professor Ian Stevenson apresenta (que me lembre) pelo menos dois.
Um deles passou-se na geladas regiões da América do Norte, onde uma entidade reencarnou-se como filho de seu próprio filho.
Ou seja, ele nasceu como neto (ou avô) de si mesmo e seus antigos filhos e filhas passaram a ser tios e tias na nova existência.
Ele os reconheceu como reconheceu também seu antigo relógio de bolso que a família conservara.
O outro caso narrado pelo dr. Stevenson nesse livro passou-se no Brasil, na família do professor Francisco Waldomiro Lorenz, no Rio Grande do Sul.
Há uma tradução desse livro em português, mas não tenho comigo os dados.
Se bem me lembro, chama-se Vinte Casos Que Sugerem a Reencarnação (Ou Sugestivos de Reencarnação).
Questão [#011]
Quando um espírito está se preparando para reencarnar, ele pode se comunicar numa reunião mediúnica?
Em caso afirmativo, como se dá esse processo?
Resposta:
A entidade que se prepara para reencarnar-se pode, sim, manifestar-se mediunicamente.
Tivemos um caso desses, que ficou narrado em meu livro Diálogo com as Sombras (Edição FEB).
Mesmo depois de iniciado o processo reencarnatório, a entidade goza de relativa liberdade.
Como, aliás, acontece também com os encarnados, que se manifestam, segundo a Codificação, como espíritos, em estado de desdobramento.
Veja, nesta mesma entrevista, os comentários acerca da Pergunta número 19.
Continua...
As entidades que se reencarnam como nossos filhos e filhas constituem parte integrante do projecto elaborado para a vida terrena e precisam contar connosco para as tarefas que se programaram para realizar junto de nós.
Releia o capítulo 21 - "A menina que chorava na calçada", no livro "Nossos Filhos são Espíritos".
Leia, ainda, o capítulo que escrevi para o livro "O Espiritismo e os Problemas Humanos", do querido amigo e confrade Deolindo Amorim.
É uma edição da USE, São Paulo.
Questão [#010]
É possível um espírito reencarnar em pouco tempo e dentro da mesma família onde viveu a última encarnação?
Resposta:
É possível, sim, a uma entidade reencarnar-se na mesma família após alguma permanência na dimensão póstuma.
A literatura espírita tem documentado numerosos e convincentes casos dessa natureza.
Em "Twenty Cases Suggestive of Reincarnation", o professor Ian Stevenson apresenta (que me lembre) pelo menos dois.
Um deles passou-se na geladas regiões da América do Norte, onde uma entidade reencarnou-se como filho de seu próprio filho.
Ou seja, ele nasceu como neto (ou avô) de si mesmo e seus antigos filhos e filhas passaram a ser tios e tias na nova existência.
Ele os reconheceu como reconheceu também seu antigo relógio de bolso que a família conservara.
O outro caso narrado pelo dr. Stevenson nesse livro passou-se no Brasil, na família do professor Francisco Waldomiro Lorenz, no Rio Grande do Sul.
Há uma tradução desse livro em português, mas não tenho comigo os dados.
Se bem me lembro, chama-se Vinte Casos Que Sugerem a Reencarnação (Ou Sugestivos de Reencarnação).
Questão [#011]
Quando um espírito está se preparando para reencarnar, ele pode se comunicar numa reunião mediúnica?
Em caso afirmativo, como se dá esse processo?
Resposta:
A entidade que se prepara para reencarnar-se pode, sim, manifestar-se mediunicamente.
Tivemos um caso desses, que ficou narrado em meu livro Diálogo com as Sombras (Edição FEB).
Mesmo depois de iniciado o processo reencarnatório, a entidade goza de relativa liberdade.
Como, aliás, acontece também com os encarnados, que se manifestam, segundo a Codificação, como espíritos, em estado de desdobramento.
Veja, nesta mesma entrevista, os comentários acerca da Pergunta número 19.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
Questão [#012]
Caro Hermínio, temos uma dúvida que até a presente data não conseguimos elucidação.
No livro Evolução em Dois Mundos (André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira), no capítulo sobre Simbiose Espiritual, encontramos:
"Ninguém necessita, portanto, aguardar reencarnações futuras, entretecidas de dor e lágrimas, em ligações expiatórias, para diligenciar a paz com os inimigos trazidos do pretérito, porque, pelo devotamento ao próximo e pela humildade realmente praticada e sentida, é possível valorizar nossa prece, atraindo simpatias valiosas, com intervenções providenciais, em nosso favor."
Nossa questão:
Pode um Espírito em uma única reencarnação resgatar todos os seus débitos do passado e anular a vingança de seus inimigos espirituais, através do exemplo do amor puro aos semelhantes?
Resposta:
Parece-me que a pergunta deve ser reformulada.
André Luiz está dizendo que não é necessário esperar por reencarnações futuras para nos reconciliarmos com nossos adversários ou com aqueles a quem prejudicamos;
podemos começar desde já a tarefa, com a nossa própria reeducação, o hábito da prece, a prática do amor ao próximo, o reaprendizado da vida, enfim.
Ele não diz que estaremos, dessa maneira, resgatando numa só existência, todos os erros cometidos.
Temos testemunhado exemplos vivos disso, em nossos trabalhos mediúnicos, no decorrer de quase 40 anos.
Entidades indignadas que conseguimos resgatar com paciente argumentação, compreensão e amor, tinham ligações conflituosas com membros do nosso próprio grupo.
Não foi preciso, nesses casos, esperar futuras existências de atrito e sofrimento, para trabalhar nossas divergências.
Em outras palavras:
"adiantamos o serviço" da reconciliação, que teria de ser feito mais tarde, em futuras reencarnações.
Questão [#013]
Como se dão as reencarnações regidas pelo automatismo?
Esta situação abrange os casos de reencarnação forçada que os espíritos de pouca luz unidos em falanges impõem a seus subjugados?
Resposta:
Há reencarnações com um componente de compulsoriedade, obviamente em benefício da entidade reencarnante.
O livro Prontuário da Obra de Allan Kardec, de Deoclécio de Demócrito, recomenda ler, sobre este aspecto, a Questão 262, em O Livro dos Espíritos.
Recorro, ainda, ao Indicador Espírita, compilado por outro meticuloso e competente confrade, João Gonçalves.
Veja o que contém o verbete número 2155:
"Reencarnações se processam muita vez sem qualquer consulta aos que necessitam segregação em certas lutas no plano físico, qual enfermos e criminosos que, pela própria condição ou conduta, perderam temporariamente a faculdade de resolver quanto à sorte que lhes convém.
Continua...
Questão [#012]
Caro Hermínio, temos uma dúvida que até a presente data não conseguimos elucidação.
No livro Evolução em Dois Mundos (André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira), no capítulo sobre Simbiose Espiritual, encontramos:
"Ninguém necessita, portanto, aguardar reencarnações futuras, entretecidas de dor e lágrimas, em ligações expiatórias, para diligenciar a paz com os inimigos trazidos do pretérito, porque, pelo devotamento ao próximo e pela humildade realmente praticada e sentida, é possível valorizar nossa prece, atraindo simpatias valiosas, com intervenções providenciais, em nosso favor."
Nossa questão:
Pode um Espírito em uma única reencarnação resgatar todos os seus débitos do passado e anular a vingança de seus inimigos espirituais, através do exemplo do amor puro aos semelhantes?
Resposta:
Parece-me que a pergunta deve ser reformulada.
André Luiz está dizendo que não é necessário esperar por reencarnações futuras para nos reconciliarmos com nossos adversários ou com aqueles a quem prejudicamos;
podemos começar desde já a tarefa, com a nossa própria reeducação, o hábito da prece, a prática do amor ao próximo, o reaprendizado da vida, enfim.
Ele não diz que estaremos, dessa maneira, resgatando numa só existência, todos os erros cometidos.
Temos testemunhado exemplos vivos disso, em nossos trabalhos mediúnicos, no decorrer de quase 40 anos.
Entidades indignadas que conseguimos resgatar com paciente argumentação, compreensão e amor, tinham ligações conflituosas com membros do nosso próprio grupo.
Não foi preciso, nesses casos, esperar futuras existências de atrito e sofrimento, para trabalhar nossas divergências.
Em outras palavras:
"adiantamos o serviço" da reconciliação, que teria de ser feito mais tarde, em futuras reencarnações.
Questão [#013]
Como se dão as reencarnações regidas pelo automatismo?
Esta situação abrange os casos de reencarnação forçada que os espíritos de pouca luz unidos em falanges impõem a seus subjugados?
Resposta:
Há reencarnações com um componente de compulsoriedade, obviamente em benefício da entidade reencarnante.
O livro Prontuário da Obra de Allan Kardec, de Deoclécio de Demócrito, recomenda ler, sobre este aspecto, a Questão 262, em O Livro dos Espíritos.
Recorro, ainda, ao Indicador Espírita, compilado por outro meticuloso e competente confrade, João Gonçalves.
Veja o que contém o verbete número 2155:
"Reencarnações se processam muita vez sem qualquer consulta aos que necessitam segregação em certas lutas no plano físico, qual enfermos e criminosos que, pela própria condição ou conduta, perderam temporariamente a faculdade de resolver quanto à sorte que lhes convém.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
Incapazes de eleger o caminho de reajuste, são decididamente internando na cela física como doentes isolados sob assistência precisa.
Vemo-los, assim, repontando de lares faustosos ou paupérrimos, ao lado daqueles que lh devem abnegação e carinho, contrariando por vezes até certo a hereditariedade, por representarem dolorosas exceções no caminho normal."
São indicados, nesse verbete, as seguintes fontes de consulta:
Evolução em Dois Mundos, Entre a Terra e o Céu, Missionários da Luz, Nosso Lar, No Mundo Maior, Obreiros da Vida Eterna, todos de André Luiz e mais:
Autodescobrimento - uma busca interior, de Joanna de Ângelis e ainda, As Mil Faces da Realidade Espiritual, de Herminio C. Miranda, bem como Nascer e Renascer (?) e, finalmente, O Problema do Ser, de Léon Denis.
Sobre a segunda parte de sua pergunta, lembro meu artigo "O médium do Anti-Cristo" (Reformador, março e abril de 1976), no qual é examinada a hipótese de reencarnações de um mesmo grupo de entidades em torno de Adolf Hitler.
Questão [#014]
Gostaria que o Sr. analisasse de forma sintéctica a presença da fatalidade, do destino e da lei de causa e efeito no processo reencarnatório.
Afinal, nem todos os que reencarnam vêm com uma programação reencarnatória?
Quando esta programação existe, pode ser encarada como determinismo?
Ou alguns aspectos podem ser modificados?
Resposta:
A questão é ampla demais para uma resposta compacta e nem me considero suficientemente preparado para fazê-lo.
Não atribuo, contudo, grande importância e conteúdo a palavras como fatalidade, destino, acaso.
O conceito dominante aqui é o da lei de causa e efeito ou carma.
É evidente que todos nós trazemos para a vida na carne uma programação de trabalho, mas tal programa não é determinista, porque a lei sempre leva em conta o exercício do livre arbítrio e a consequente responsabilidade por tudo quanto fazemos ou deixamos de fazer.
Podemos ou não cumprir as tarefas programadas na espiritualidade antes da reencarnação.
Daí, tantos desvios e fracassos, que muito teremos a lamentar ao regressar à dimensão espiritual e verificar que pouco ou nada realizamos do que estava planeado.
Pior ainda:
muitas vezes, fizemos justamente aquilo que não era para fazer.
Costumo dizer que o único determinismo a que estamos irrevogavelmente sujeitos é o de chegar aos mais elevados patamares da perfeição espiritual.
Não fomos criados para o fracasso, o sofrimento eterno, a prática permanente do erro.
Trazemos um plano geral, não um rígido conjunto de ordens que desçam aos detalhes dos detalhes.
É como se tivéssemos que ir de determinado lugar a outro, não importando muito que caminhos vamos percorrer, nem que tipo de condução iremos usar.
Se preferimos fazer uma viagem mais longa, mais difícil, mais demorada e sofrida, passando por precipícios, desertos e espinheiros, o problema é nosso.
Continua...
Incapazes de eleger o caminho de reajuste, são decididamente internando na cela física como doentes isolados sob assistência precisa.
Vemo-los, assim, repontando de lares faustosos ou paupérrimos, ao lado daqueles que lh devem abnegação e carinho, contrariando por vezes até certo a hereditariedade, por representarem dolorosas exceções no caminho normal."
São indicados, nesse verbete, as seguintes fontes de consulta:
Evolução em Dois Mundos, Entre a Terra e o Céu, Missionários da Luz, Nosso Lar, No Mundo Maior, Obreiros da Vida Eterna, todos de André Luiz e mais:
Autodescobrimento - uma busca interior, de Joanna de Ângelis e ainda, As Mil Faces da Realidade Espiritual, de Herminio C. Miranda, bem como Nascer e Renascer (?) e, finalmente, O Problema do Ser, de Léon Denis.
Sobre a segunda parte de sua pergunta, lembro meu artigo "O médium do Anti-Cristo" (Reformador, março e abril de 1976), no qual é examinada a hipótese de reencarnações de um mesmo grupo de entidades em torno de Adolf Hitler.
Questão [#014]
Gostaria que o Sr. analisasse de forma sintéctica a presença da fatalidade, do destino e da lei de causa e efeito no processo reencarnatório.
Afinal, nem todos os que reencarnam vêm com uma programação reencarnatória?
Quando esta programação existe, pode ser encarada como determinismo?
Ou alguns aspectos podem ser modificados?
Resposta:
A questão é ampla demais para uma resposta compacta e nem me considero suficientemente preparado para fazê-lo.
Não atribuo, contudo, grande importância e conteúdo a palavras como fatalidade, destino, acaso.
O conceito dominante aqui é o da lei de causa e efeito ou carma.
É evidente que todos nós trazemos para a vida na carne uma programação de trabalho, mas tal programa não é determinista, porque a lei sempre leva em conta o exercício do livre arbítrio e a consequente responsabilidade por tudo quanto fazemos ou deixamos de fazer.
Podemos ou não cumprir as tarefas programadas na espiritualidade antes da reencarnação.
Daí, tantos desvios e fracassos, que muito teremos a lamentar ao regressar à dimensão espiritual e verificar que pouco ou nada realizamos do que estava planeado.
Pior ainda:
muitas vezes, fizemos justamente aquilo que não era para fazer.
Costumo dizer que o único determinismo a que estamos irrevogavelmente sujeitos é o de chegar aos mais elevados patamares da perfeição espiritual.
Não fomos criados para o fracasso, o sofrimento eterno, a prática permanente do erro.
Trazemos um plano geral, não um rígido conjunto de ordens que desçam aos detalhes dos detalhes.
É como se tivéssemos que ir de determinado lugar a outro, não importando muito que caminhos vamos percorrer, nem que tipo de condução iremos usar.
Se preferimos fazer uma viagem mais longa, mais difícil, mais demorada e sofrida, passando por precipícios, desertos e espinheiros, o problema é nosso.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
Ninguém nos obrigará necessariamente a fazer as coisas desta ou daquela maneira.
A respeito do descumprimento da programação reencarnatória, sugiro que você leia "As Sete Vidas de Fenelon" (Publicações Lachâtre).
Questão [#015]
Qual sua opinião sobre o processo reencarnatório entre os animais?
Na passagem do animal para o humano como surge a reencarnação inicialmente?
Há algum processo de aprimoramento do princípio espiritual para reencarnar como espírito?
Resposta:
Não conheço suficientemente o assunto.
Sugiro que você leia o livro da dra. Irvênia Prada, competente veterinária, com excelente formação doutrinária espírita.
O livro intitula-se A Questão Espiritual dos Animais e é uma edição da Folha Espírita, São Paulo.
Questão [#016]
O Sr. poderia comentar sobre a situação do perispírito durante o processo reencarnatório?
Há perda do perispírito no processo reencarnatório?
Como podemos compreender o fenómeno da "redução perispiritual", da qual nos fala o espírito André Luiz?
Resposta:
O perispírito é um "modelo organizador biológico" e traz consigo a programação daquilo que deve ser projectado no corpo físico.
Não encontro referências à "perda de perispírito" no texto, citado (Entre a Terra e o Céu, p. 179).
O que está ali escrito é que há "redução volumétrica do veículo subtil pela diminuição dos espaços intermoleculares."
Ou seja, o perispírito compactou-se, mantendo-se, porém, integral, sem nenhuma perda de função.
Questão [#017]
Qual a participação da espiritualidade e do mentor do reencarnante, no retorno do espírito à carne?
Resposta:
Pelo que sabemos, mentores e amigos espirituais participam da elaboração de nossos planos reencarnatórios, ajudando-nos na escolha das prioridades que nos convêm programar segundo nossas possibilidades e limitações.
Mais uma vez, recomendo a leitura de André Luiz para melhor entendimento de tais aspectos.
Questão [#018]
Na sua opinião, quais benefícios reais o espírito obtém com a reencarnação?
Ele não poderia evoluir apenas na erraticidade?
Resposta:
Sobre o objectivo da encarnação, leia a Questão 132, de O Livro dos Espíritos.
Quanto ao progresso na erraticidade, diz a Questão 230:
"(O Espírito) pode melhorar-se muito (na erraticidade) tais sejam o desejo que tenha de consegui-lo.
Todavia, na existência corporal é que põe em prática as ideia que adquiriu."
Continua...
Ninguém nos obrigará necessariamente a fazer as coisas desta ou daquela maneira.
A respeito do descumprimento da programação reencarnatória, sugiro que você leia "As Sete Vidas de Fenelon" (Publicações Lachâtre).
Questão [#015]
Qual sua opinião sobre o processo reencarnatório entre os animais?
Na passagem do animal para o humano como surge a reencarnação inicialmente?
Há algum processo de aprimoramento do princípio espiritual para reencarnar como espírito?
Resposta:
Não conheço suficientemente o assunto.
Sugiro que você leia o livro da dra. Irvênia Prada, competente veterinária, com excelente formação doutrinária espírita.
O livro intitula-se A Questão Espiritual dos Animais e é uma edição da Folha Espírita, São Paulo.
Questão [#016]
O Sr. poderia comentar sobre a situação do perispírito durante o processo reencarnatório?
Há perda do perispírito no processo reencarnatório?
Como podemos compreender o fenómeno da "redução perispiritual", da qual nos fala o espírito André Luiz?
Resposta:
O perispírito é um "modelo organizador biológico" e traz consigo a programação daquilo que deve ser projectado no corpo físico.
Não encontro referências à "perda de perispírito" no texto, citado (Entre a Terra e o Céu, p. 179).
O que está ali escrito é que há "redução volumétrica do veículo subtil pela diminuição dos espaços intermoleculares."
Ou seja, o perispírito compactou-se, mantendo-se, porém, integral, sem nenhuma perda de função.
Questão [#017]
Qual a participação da espiritualidade e do mentor do reencarnante, no retorno do espírito à carne?
Resposta:
Pelo que sabemos, mentores e amigos espirituais participam da elaboração de nossos planos reencarnatórios, ajudando-nos na escolha das prioridades que nos convêm programar segundo nossas possibilidades e limitações.
Mais uma vez, recomendo a leitura de André Luiz para melhor entendimento de tais aspectos.
Questão [#018]
Na sua opinião, quais benefícios reais o espírito obtém com a reencarnação?
Ele não poderia evoluir apenas na erraticidade?
Resposta:
Sobre o objectivo da encarnação, leia a Questão 132, de O Livro dos Espíritos.
Quanto ao progresso na erraticidade, diz a Questão 230:
"(O Espírito) pode melhorar-se muito (na erraticidade) tais sejam o desejo que tenha de consegui-lo.
Todavia, na existência corporal é que põe em prática as ideia que adquiriu."
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
Veja, ainda, a Questão 330 a).:
"Pergunta:
Então, a reencarnação é uma necessidade da vida espírita, como a morte o é da vida espiritual?
Reposta: Certamente; assim é."
Questão [#019]
Allan Kardec, em A Génese, postula que a consciência espiritual vai diminuindo com a proximidade do parto, sendo que no nascimento o espírito estaria completamente inconsciente.
No seu livro "Nossos filhos são Espíritos", o Sr. transcreve narrativas, obtidas através de regressão, que algumas pessoas fazem sobre a situação na hora do nascimento.
Como conciliar estas duas informações?
Resposta:
É pertinente a observação da leitora (ou leitor).
No texto que escreveu para A Génese, Kardec refere-se ao estado de perturbação do espírito a partir do momento em que é "apanhado pelo laço fluídico" que o prende ao corpo físico em início de formação.
Prossegue o Codificador, declarando que esse estado de perturbação intensifica-se durante a gestação, "perdendo o Espírito, nos últimos momentos (quando começam os trabalhos de parto) toda a consciência de si próprio, de sorte que jamais presencia o seu nascimento.
Quando a criança respira, começa o Espírito a recobrar as faculdades, que se desenvolvem à proporção que se formam e consolidam os órgãos que lhe hão de servir às manifestações."
Na Questão 380, os Espíritos se haviam manifestado de modo semelhante, ao dizerem que "A perturbação que o acto da encarnação produz no Espírito não cessa de súbito, por ocasião do nascimento.
Só gradualmente se dissipa, com o desenvolvimento dos órgãos."
De qualquer modo, as técnicas regressivas e as regressões espontâneas da memória não confirmam generalizado estado de perturbação na entidade reencarnante, ao mesmo tempo em que demonstram nela perfeita consciência de si mesma durante a gravidez e no momento do parto.
Alguma modalidade de consciência, portanto, está funcionando nessas fases.
No capítulo 48 de "Nosso Lar", uma entidade reencarnada ainda na fase infantil, no berço, manifesta-se com sua personalidade (reencarnação) anterior, aos familiares que deixara ao morrer como Ricardo.
Em tarefas de nosso grupo mediúnico, conhecemos uma entidade recém-encarnada era ainda um bebé, que não tinha controle sobre o corpo físico e, por conseguinte, nenhuma condição de se comunicar com a família.
No entanto, revelou-se lúcido e consciente de sua situação no encontro mantido, em desdobramento, com nossos amigos espiituais.
O caso está relatado no capítulo 19 - Filhos deficientes, de "Nossos Filhos são Espíritos".
Ignoro, pois, em que condições ocorre o estado de perturbação a que se referem os Espíritos.
§.§.§- O-canto-da-ave
Veja, ainda, a Questão 330 a).:
"Pergunta:
Então, a reencarnação é uma necessidade da vida espírita, como a morte o é da vida espiritual?
Reposta: Certamente; assim é."
Questão [#019]
Allan Kardec, em A Génese, postula que a consciência espiritual vai diminuindo com a proximidade do parto, sendo que no nascimento o espírito estaria completamente inconsciente.
No seu livro "Nossos filhos são Espíritos", o Sr. transcreve narrativas, obtidas através de regressão, que algumas pessoas fazem sobre a situação na hora do nascimento.
Como conciliar estas duas informações?
Resposta:
É pertinente a observação da leitora (ou leitor).
No texto que escreveu para A Génese, Kardec refere-se ao estado de perturbação do espírito a partir do momento em que é "apanhado pelo laço fluídico" que o prende ao corpo físico em início de formação.
Prossegue o Codificador, declarando que esse estado de perturbação intensifica-se durante a gestação, "perdendo o Espírito, nos últimos momentos (quando começam os trabalhos de parto) toda a consciência de si próprio, de sorte que jamais presencia o seu nascimento.
Quando a criança respira, começa o Espírito a recobrar as faculdades, que se desenvolvem à proporção que se formam e consolidam os órgãos que lhe hão de servir às manifestações."
Na Questão 380, os Espíritos se haviam manifestado de modo semelhante, ao dizerem que "A perturbação que o acto da encarnação produz no Espírito não cessa de súbito, por ocasião do nascimento.
Só gradualmente se dissipa, com o desenvolvimento dos órgãos."
De qualquer modo, as técnicas regressivas e as regressões espontâneas da memória não confirmam generalizado estado de perturbação na entidade reencarnante, ao mesmo tempo em que demonstram nela perfeita consciência de si mesma durante a gravidez e no momento do parto.
Alguma modalidade de consciência, portanto, está funcionando nessas fases.
No capítulo 48 de "Nosso Lar", uma entidade reencarnada ainda na fase infantil, no berço, manifesta-se com sua personalidade (reencarnação) anterior, aos familiares que deixara ao morrer como Ricardo.
Em tarefas de nosso grupo mediúnico, conhecemos uma entidade recém-encarnada era ainda um bebé, que não tinha controle sobre o corpo físico e, por conseguinte, nenhuma condição de se comunicar com a família.
No entanto, revelou-se lúcido e consciente de sua situação no encontro mantido, em desdobramento, com nossos amigos espiituais.
O caso está relatado no capítulo 19 - Filhos deficientes, de "Nossos Filhos são Espíritos".
Ignoro, pois, em que condições ocorre o estado de perturbação a que se referem os Espíritos.
§.§.§- O-canto-da-ave
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Espiritismo e Comunicação Social
Entrevistado: Luiz Signates
Questão [#001]
Como devemos orientar nossos filhos, com tanta sensualidade/erotismo existente na televisão, em especial no Carnaval, à luz da doutrina espírita?
Resposta:
O diálogo é a melhor forma de prevenção contra os excessos do mundo.
Além disso, os pais devem ter a consciência de que eles, e não a televisão, são a influência mais importante para a formação dos filhos.
Devem, por isso, utilizar pedagogicamente a televisão, utilizando suas imagens e informações para debater com eles as questões e problemas do mundo.
Se houver presença e atenção deles, a televisão acabará sendo vista como uma mera janela distorcida do mundo com o qual é preciso conviver para melhorar.
Em relação às questões de sexualidade, é preciso que o diálogo dos pais não seja tangido pelo tabu e o preconceito.
O acto sexual não pode ser visto como algo sujo ou perigoso, e sim como um facto natural da vida, que será sempre belo e prazeiroso, quanto mais for movido por sentimentos de afecto e sinceridade.
Eis o que deve ser tematizado com os filhos, ante as exibições televisivas.
Nesse sentido, a censura e a proibição nem sempre são os melhores recursos, vez que, além de reforçarem uma visão preconceituosa de que o sexo é errado, podem ter o efeito inverso, isto é, podem aguçar a curiosidade da criança e se tornar depois o meio de contestação delas à sociedade e aos próprios pais.
Nesse sentido, assim que a criança se mostrar em idade de compreender tudo isso, a sexualidade mostrada na televisão deve ser tematizada pelos pais, não no sentido de se proibir, mas de sempre se perguntar se os personagens do filme ou da novela se amam de facto e se há respeito de um para o outro.
Assim, a criança perceberá claramente que nem tudo o que a televisão mostra é bom e deve ser imitado.
E, além disso, ficará evidente para ela que há outras coisas na televisão, além de sexo, que também são importantes.
Questão [#002]
O que é "comunicação social" em espiritismo?
Resposta:
Temos, em nosso trabalho, diferenciado de forma muito séria os conceitos de "comunicação social espírita" e de "divulgação do espiritismo".
A divulgação é uma atitude centrada na mensagem e cujo propósito acaba sendo, na prática, converter pessoas ao espiritismo.
Isso não é um mal em si, mas trata-se de um propósito que, além de não coadunar com os objectivos do próprio espiritismo, representa um problema ético sério:
o facto de não estarmos propondo um relacionamento com a sociedade marcado pelos princípios do diálogo.
Continua...
Questão [#001]
Como devemos orientar nossos filhos, com tanta sensualidade/erotismo existente na televisão, em especial no Carnaval, à luz da doutrina espírita?
Resposta:
O diálogo é a melhor forma de prevenção contra os excessos do mundo.
Além disso, os pais devem ter a consciência de que eles, e não a televisão, são a influência mais importante para a formação dos filhos.
Devem, por isso, utilizar pedagogicamente a televisão, utilizando suas imagens e informações para debater com eles as questões e problemas do mundo.
Se houver presença e atenção deles, a televisão acabará sendo vista como uma mera janela distorcida do mundo com o qual é preciso conviver para melhorar.
Em relação às questões de sexualidade, é preciso que o diálogo dos pais não seja tangido pelo tabu e o preconceito.
O acto sexual não pode ser visto como algo sujo ou perigoso, e sim como um facto natural da vida, que será sempre belo e prazeiroso, quanto mais for movido por sentimentos de afecto e sinceridade.
Eis o que deve ser tematizado com os filhos, ante as exibições televisivas.
Nesse sentido, a censura e a proibição nem sempre são os melhores recursos, vez que, além de reforçarem uma visão preconceituosa de que o sexo é errado, podem ter o efeito inverso, isto é, podem aguçar a curiosidade da criança e se tornar depois o meio de contestação delas à sociedade e aos próprios pais.
Nesse sentido, assim que a criança se mostrar em idade de compreender tudo isso, a sexualidade mostrada na televisão deve ser tematizada pelos pais, não no sentido de se proibir, mas de sempre se perguntar se os personagens do filme ou da novela se amam de facto e se há respeito de um para o outro.
Assim, a criança perceberá claramente que nem tudo o que a televisão mostra é bom e deve ser imitado.
E, além disso, ficará evidente para ela que há outras coisas na televisão, além de sexo, que também são importantes.
Questão [#002]
O que é "comunicação social" em espiritismo?
Resposta:
Temos, em nosso trabalho, diferenciado de forma muito séria os conceitos de "comunicação social espírita" e de "divulgação do espiritismo".
A divulgação é uma atitude centrada na mensagem e cujo propósito acaba sendo, na prática, converter pessoas ao espiritismo.
Isso não é um mal em si, mas trata-se de um propósito que, além de não coadunar com os objectivos do próprio espiritismo, representa um problema ético sério:
o facto de não estarmos propondo um relacionamento com a sociedade marcado pelos princípios do diálogo.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
Para marcar essa diferença ética é que propomos o termo "comunicação social espírita".
A ideia é nos inserirmos na discussão social dos problemas humanos e, mesmo, criarmos espaços para que essa discussão seja feita, e chamarmos para ela todas as instâncias da sociedade que se interessem pela temática.
Nesse sentido, haveria um diálogo, no qual nós aprenderemos com o saber produzido pelas outras esferas e eles, evidentemente, tomariam conhecimento de nossas posições, podendo também aprender com elas.
Essa gestão democrática do diálogo não seria, nesse caso, centrada na mensagem e sim na forma de relacionamento, e mesmo as temáticas seriam pautadas não pelo espiritismo, e sim pelas necessidades humanas.
Questão [#003]
Como sou aluno de mestrado em ciências humanas e meu tema trata da educação espírita, minha pergunta é se existem obras que tratem da educação e do aspecto científico do espiritismo, dentro dos critérios de cientificidade da actualidade.
Resposta:
Os espíritas brasileiros têm demonstrado dificuldade em dialogar com as ciências humanas e sociais, em razão de uma certa indisponibilidade para o uso da metodologia científica.
Entretanto, há obras espíritas sobre educação, cuja cientificidade, você, como mestrando, deve avaliar com atenção, verificando, inclusive, a que tendências da teoria educacional cada uma delas se filia, fazendo, assim, a devida contextualização da literatura espírita a respeito.
Os principais autores espíritas disponíveis, a respeito, são Pedro de Camargo (pseudónimo: Vinícius), Herculano Pires, Ney Lobo e Dora Incontri.
Todos eles são encontráveis em boas livrarias espíritas.
Questão [#004]
Até que ponto os comunicadores têm responsabilidades sobre o que divulgam e sobre o que é divulgado de suas vidas particulares na mídia?
Resposta:
Parece-me uma regra simples de ética da comunicação que todo aquele que diz algo (seja ou não um profissional da comunicação) assume a responsabilidade pelas consequências por aquilo que diz.
Mesmo que saibamos que, de um ponto de vista científico, o falante jamais tem completo controle das repercussões e consequências de seu dizer, porque os actos simbólicos são sempre passíveis de interpretação por parte de quem ouve.
É preciso considerar ainda um factor cultural importante, no mundo contemporâneo.
Vivemos uma sociedade em que o capitalismo se aprofundou de tal maneira na vida quotidiana das pessoas que rompeu a barreira entre o público e o privado, de tal modo que se, por um lado, multiplicam-se as formas de corrupção pela apropriação privada dos bens e do interesse público, por outro, as questões privadas da intimidade, como o sexo e o dia-a-dia de pessoas famosas, acabaram gerando interesse nem sempre devido para os públicos conectados aos processos e tecnologias de comunicação social.
Continua...
Para marcar essa diferença ética é que propomos o termo "comunicação social espírita".
A ideia é nos inserirmos na discussão social dos problemas humanos e, mesmo, criarmos espaços para que essa discussão seja feita, e chamarmos para ela todas as instâncias da sociedade que se interessem pela temática.
Nesse sentido, haveria um diálogo, no qual nós aprenderemos com o saber produzido pelas outras esferas e eles, evidentemente, tomariam conhecimento de nossas posições, podendo também aprender com elas.
Essa gestão democrática do diálogo não seria, nesse caso, centrada na mensagem e sim na forma de relacionamento, e mesmo as temáticas seriam pautadas não pelo espiritismo, e sim pelas necessidades humanas.
Questão [#003]
Como sou aluno de mestrado em ciências humanas e meu tema trata da educação espírita, minha pergunta é se existem obras que tratem da educação e do aspecto científico do espiritismo, dentro dos critérios de cientificidade da actualidade.
Resposta:
Os espíritas brasileiros têm demonstrado dificuldade em dialogar com as ciências humanas e sociais, em razão de uma certa indisponibilidade para o uso da metodologia científica.
Entretanto, há obras espíritas sobre educação, cuja cientificidade, você, como mestrando, deve avaliar com atenção, verificando, inclusive, a que tendências da teoria educacional cada uma delas se filia, fazendo, assim, a devida contextualização da literatura espírita a respeito.
Os principais autores espíritas disponíveis, a respeito, são Pedro de Camargo (pseudónimo: Vinícius), Herculano Pires, Ney Lobo e Dora Incontri.
Todos eles são encontráveis em boas livrarias espíritas.
Questão [#004]
Até que ponto os comunicadores têm responsabilidades sobre o que divulgam e sobre o que é divulgado de suas vidas particulares na mídia?
Resposta:
Parece-me uma regra simples de ética da comunicação que todo aquele que diz algo (seja ou não um profissional da comunicação) assume a responsabilidade pelas consequências por aquilo que diz.
Mesmo que saibamos que, de um ponto de vista científico, o falante jamais tem completo controle das repercussões e consequências de seu dizer, porque os actos simbólicos são sempre passíveis de interpretação por parte de quem ouve.
É preciso considerar ainda um factor cultural importante, no mundo contemporâneo.
Vivemos uma sociedade em que o capitalismo se aprofundou de tal maneira na vida quotidiana das pessoas que rompeu a barreira entre o público e o privado, de tal modo que se, por um lado, multiplicam-se as formas de corrupção pela apropriação privada dos bens e do interesse público, por outro, as questões privadas da intimidade, como o sexo e o dia-a-dia de pessoas famosas, acabaram gerando interesse nem sempre devido para os públicos conectados aos processos e tecnologias de comunicação social.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
Tais acontecimentos são de enorme relevância ética e nós, os espíritas, temos grande contribuição a dar nesse sentido, na medida em que consigamos tratar dessas questões despidos dos velhos preconceitos ou das formas arcaicas do moralismo religioso, isto é, dando relevo às problemáticas do sofrimento e dos direitos humanos, em termos de uma interpretação espiritual da vida.
Questão[#005]
Será que alcançaremos o socialismo pregado por Léon Denis em sua obra sobre o assunto?
Resposta:
O socialismo de Denis é o socialismo utópico e romântico que prevaleceu sobretudo no século dezanove, mas cujos referenciais despontam hoje como alternativas a serem pensadas com seriedade.
Pensar com seriedade significa, a meu ver, levar em conta a ambigüidade e as contradições do processo social no mundo contemporâneo.
Não vivemos mais um mundo onde se justificaria esperar dos valores da burguesiaemergente a fundação de uma sociedade fraterna e justa.
A ascenção da economiaburguesa, no mundo capitalista, engendrou sistemas de dominação de alta complexidade, cujas características são, marcadamente, a reprodução do poder e do dinheiro.
Tais sistemas não produzem senão sua própria sobrevivência, utilizando, em sua lógica, os seres humanos para isso.
Entretanto, a criação de sistemas como a economia e o Estado não anulou a sociedade, nem as possibilidades de afirmação da subjectividade e da inter subjectividade humanas.
Sabe-se, por isso, hoje em dia, que uma transformação profunda da sociedade - em direcção a algum modelo de socialismo, por exemplo -, se vier, virá das mudanças das próprias relações humanas.
Em outras palavras, tomar o Estado ou falir a economia não resolveria os problemas humanos;
mas, organizar a sociedade, para além dos referenciais do poder e do interesse material, parece ser a alternativa emancipatória para o espírito humano nesta virada de milénio.
A emergência de novos movimentos sociais e de organizações não governamentais, bem como de questões globais como a ecologia e os direitos humanos, são sinais claros de que as transformações a serem buscadas não mais estão exclusivamente permeadas pelos canais institucionalizados da política e, muito menos, pelo jogo de interesses da economia.
Exigir uma visão com tal contemporaneidade de Léon Denis seria pedir excessivamente da clarividência de seu génio.
Mesmo assim, debater tais questões nos nossos centros espíritas seria um avanço enorme para o espiritismo brasileiro, que ainda refuga de forma incompreensível muitas questões de contexto e profundidade social.
Continua...
Tais acontecimentos são de enorme relevância ética e nós, os espíritas, temos grande contribuição a dar nesse sentido, na medida em que consigamos tratar dessas questões despidos dos velhos preconceitos ou das formas arcaicas do moralismo religioso, isto é, dando relevo às problemáticas do sofrimento e dos direitos humanos, em termos de uma interpretação espiritual da vida.
Questão[#005]
Será que alcançaremos o socialismo pregado por Léon Denis em sua obra sobre o assunto?
Resposta:
O socialismo de Denis é o socialismo utópico e romântico que prevaleceu sobretudo no século dezanove, mas cujos referenciais despontam hoje como alternativas a serem pensadas com seriedade.
Pensar com seriedade significa, a meu ver, levar em conta a ambigüidade e as contradições do processo social no mundo contemporâneo.
Não vivemos mais um mundo onde se justificaria esperar dos valores da burguesiaemergente a fundação de uma sociedade fraterna e justa.
A ascenção da economiaburguesa, no mundo capitalista, engendrou sistemas de dominação de alta complexidade, cujas características são, marcadamente, a reprodução do poder e do dinheiro.
Tais sistemas não produzem senão sua própria sobrevivência, utilizando, em sua lógica, os seres humanos para isso.
Entretanto, a criação de sistemas como a economia e o Estado não anulou a sociedade, nem as possibilidades de afirmação da subjectividade e da inter subjectividade humanas.
Sabe-se, por isso, hoje em dia, que uma transformação profunda da sociedade - em direcção a algum modelo de socialismo, por exemplo -, se vier, virá das mudanças das próprias relações humanas.
Em outras palavras, tomar o Estado ou falir a economia não resolveria os problemas humanos;
mas, organizar a sociedade, para além dos referenciais do poder e do interesse material, parece ser a alternativa emancipatória para o espírito humano nesta virada de milénio.
A emergência de novos movimentos sociais e de organizações não governamentais, bem como de questões globais como a ecologia e os direitos humanos, são sinais claros de que as transformações a serem buscadas não mais estão exclusivamente permeadas pelos canais institucionalizados da política e, muito menos, pelo jogo de interesses da economia.
Exigir uma visão com tal contemporaneidade de Léon Denis seria pedir excessivamente da clarividência de seu génio.
Mesmo assim, debater tais questões nos nossos centros espíritas seria um avanço enorme para o espiritismo brasileiro, que ainda refuga de forma incompreensível muitas questões de contexto e profundidade social.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
Questão [#006]
Gostaria de saber por que algumas pessoas possuem o dom da fala, e outros mal conseguem dizer seus nomes?
Resposta:
As diferenças de habilidades entre as pessoas têm diversas origens, inclusive a das experiências reencarnatórias.
Apesar disso, é preciso evidenciar que a competência da fala não está tão restrita quanto outras habilidades, sobretudo aquelas que exigem elevado desempenho técnico e profissional.
Saber falar, saber comunicar-se, enfim, é uma condição para a própria vida em sociedade.
Eis porque algumas habilidades específicas, originárias da capacidade geral da fala, como a retórica (junto ao alfabeto, uma das primeiras tecnologias da comunicação pública) são muito mais fáceis de se desenvolver do que outras, menos ligadas a uma competência tão geral.
Por isso, parece correto dizer que aqueles que não têm problemas físicos e conseguem conversar normalmente com os outros, podem perfeitamente falar em público, bastando para isso enfrentar empeços psicológicos naturais, como os problemas de inibição e nervosismo, e ganhar com o tempo a experiência de administração de auditórios.
Isso, desde que, é claro, tenham algo a dizer...
Nada, enfim, que uma orientação especializada e um pouco de persistência não consigam solucionar.
Questão [#007]
Gostaria de saber se há alguma emissora de televisão com programação totalmente voltada aos ensinamentos da Doutrina Espírita, como já existe a Rede Vida de Televisão, com programação exclusivamente católica.
Resposta:
Não.
E creio que, quando existir uma, não me parece que o modelo de programação de emissoras como a rede católica citada seja a melhor opção.
Quando pensamos, como especialista, tanto nas potencialidades da comunicação, quanto nos compromissos do espiritismo, afigura-se extremamente pobre um padrão que perceba as tecnologias e processos da comunicação como meros instrumentos, e o espiritismo como um mero conteúdo a ser divulgado.
Nesse patamar, a presença espírita nos chamados "meios" de comunicação pouco ou nada se diferenciará do conversionismo dogmático das religiões tradicionais, perdendo, assim, todo o seu potencial ético transformador da sociedade.
Uma opção muito mais rica e densa, e que o movimento espírita brasileiro ainda não foi capaz de perceber, é a da comunicação como uma forma de relação humana de carácter interactivo e o espiritismo como uma ética de fraternidade a ser evidenciada por meio das práticas, muito mais do que de conteúdos.
Uma emissora espírita, a meu ver, seria evidenciada por uma programação educativa, ética, dialógica, democrática e plural.
E não por limitar-se a conteúdos doutrinários consagrados.
Continua...
Questão [#006]
Gostaria de saber por que algumas pessoas possuem o dom da fala, e outros mal conseguem dizer seus nomes?
Resposta:
As diferenças de habilidades entre as pessoas têm diversas origens, inclusive a das experiências reencarnatórias.
Apesar disso, é preciso evidenciar que a competência da fala não está tão restrita quanto outras habilidades, sobretudo aquelas que exigem elevado desempenho técnico e profissional.
Saber falar, saber comunicar-se, enfim, é uma condição para a própria vida em sociedade.
Eis porque algumas habilidades específicas, originárias da capacidade geral da fala, como a retórica (junto ao alfabeto, uma das primeiras tecnologias da comunicação pública) são muito mais fáceis de se desenvolver do que outras, menos ligadas a uma competência tão geral.
Por isso, parece correto dizer que aqueles que não têm problemas físicos e conseguem conversar normalmente com os outros, podem perfeitamente falar em público, bastando para isso enfrentar empeços psicológicos naturais, como os problemas de inibição e nervosismo, e ganhar com o tempo a experiência de administração de auditórios.
Isso, desde que, é claro, tenham algo a dizer...
Nada, enfim, que uma orientação especializada e um pouco de persistência não consigam solucionar.
Questão [#007]
Gostaria de saber se há alguma emissora de televisão com programação totalmente voltada aos ensinamentos da Doutrina Espírita, como já existe a Rede Vida de Televisão, com programação exclusivamente católica.
Resposta:
Não.
E creio que, quando existir uma, não me parece que o modelo de programação de emissoras como a rede católica citada seja a melhor opção.
Quando pensamos, como especialista, tanto nas potencialidades da comunicação, quanto nos compromissos do espiritismo, afigura-se extremamente pobre um padrão que perceba as tecnologias e processos da comunicação como meros instrumentos, e o espiritismo como um mero conteúdo a ser divulgado.
Nesse patamar, a presença espírita nos chamados "meios" de comunicação pouco ou nada se diferenciará do conversionismo dogmático das religiões tradicionais, perdendo, assim, todo o seu potencial ético transformador da sociedade.
Uma opção muito mais rica e densa, e que o movimento espírita brasileiro ainda não foi capaz de perceber, é a da comunicação como uma forma de relação humana de carácter interactivo e o espiritismo como uma ética de fraternidade a ser evidenciada por meio das práticas, muito mais do que de conteúdos.
Uma emissora espírita, a meu ver, seria evidenciada por uma programação educativa, ética, dialógica, democrática e plural.
E não por limitar-se a conteúdos doutrinários consagrados.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
Questão [#008]
Porque o Espiritismo deve ser preocupar com a divulgação de sua perspectiva se a verdade por si só se encarrega de se divulgar?
Jesus não pregou na Galiléia em um lugar ermo e para poucos?
A verdade de suas palavras não se disseminou a revelia de seus detractores?
Resposta:
Sem querer repetir respostas anteriores, penso que a força das palavras e actos de Jesus se deveu muito mais à qualidade das relações de amor e fraternidade que ele foi capaz de criar com os outros, do que ao esforço de divulgação de ideias que ele patrocinou.
Eis porque considero que os espíritas devem se preocupar mais com a natureza das relações que entretece com os outros saberes e práticas sociais, do que com a difusão de suas próprias ideias.
Se criarmos uma relação de elevada fraternidade, na qual tanto ensinemos quanto aprendamos, com os diferentes grupos sociais disponíveis, estaremos transformando o mundo na prática, e não apenas expandindo uma instituição ou um movimento.
Questão [#009]
Qual a sua opinião sobre a divulgação do Espiritismo através da Internet?
Não é muito mais difícil manter um controle sobre o que é divulgado como Doutrina Espírita?
Resposta:
Em comunicação, a preocupação por controle é, na prática, uma pretensão de poder sobre os outros (no caso, sobre a fala dos outros).
Penso que a ética espírita nos orienta a, o quanto possível, abandonar as pretensões de poder sobre os outros, e exercitarmos, cada vez mais, a capacidade de dialogar e tolerar as diferenças alheias.
Infelizmente, ainda persistem em nosso meio e não raro utilizando-se de recursos violentos, como ritos de exclusão, maledicência e formação de preconceito, diferentes formas de policiamento ideológico as quais, por romperem com regras básicas de fraternidade e entendimento, precisam continuamente inventar justificações ideológicas para ocultarem a enorme contradição entre os conteúdos do que é dito e o que está efetivamente em jogo quando se diz.
A internet, por ser um ambiente interactivo por excelência, tende a sediar ambientes muito mais democráticos e amplos de diálogo dos espíritas entre si e destes com a sociedade.
Por tal razão, penso que o ambiente virtual é um lugar por excelência para se observar até onde vai a capacidade do espírita de praticar a fraternidade que tanto prega.
Questão [#010]
O que o Sr. Acha da divulgação do Espiritismo através de revistas que tentam usar uma linguagem "popular" e chamativa, às vezes saindo do carácter de seriedade da Doutrina Espírita?
Resposta:
Como estudioso de comunicação, sou obrigado a admitir que, por sua marca de origem, o espiritismo tem sido um movimento cuja doutrina apenas dialoga com pessoas de uma certa capacidade intelectual.
Isso, num país de tantas desigualdades como o Brasil, significa não apenas um corte ideológico, mas uma selectividade política e económica.
Continua...
Questão [#008]
Porque o Espiritismo deve ser preocupar com a divulgação de sua perspectiva se a verdade por si só se encarrega de se divulgar?
Jesus não pregou na Galiléia em um lugar ermo e para poucos?
A verdade de suas palavras não se disseminou a revelia de seus detractores?
Resposta:
Sem querer repetir respostas anteriores, penso que a força das palavras e actos de Jesus se deveu muito mais à qualidade das relações de amor e fraternidade que ele foi capaz de criar com os outros, do que ao esforço de divulgação de ideias que ele patrocinou.
Eis porque considero que os espíritas devem se preocupar mais com a natureza das relações que entretece com os outros saberes e práticas sociais, do que com a difusão de suas próprias ideias.
Se criarmos uma relação de elevada fraternidade, na qual tanto ensinemos quanto aprendamos, com os diferentes grupos sociais disponíveis, estaremos transformando o mundo na prática, e não apenas expandindo uma instituição ou um movimento.
Questão [#009]
Qual a sua opinião sobre a divulgação do Espiritismo através da Internet?
Não é muito mais difícil manter um controle sobre o que é divulgado como Doutrina Espírita?
Resposta:
Em comunicação, a preocupação por controle é, na prática, uma pretensão de poder sobre os outros (no caso, sobre a fala dos outros).
Penso que a ética espírita nos orienta a, o quanto possível, abandonar as pretensões de poder sobre os outros, e exercitarmos, cada vez mais, a capacidade de dialogar e tolerar as diferenças alheias.
Infelizmente, ainda persistem em nosso meio e não raro utilizando-se de recursos violentos, como ritos de exclusão, maledicência e formação de preconceito, diferentes formas de policiamento ideológico as quais, por romperem com regras básicas de fraternidade e entendimento, precisam continuamente inventar justificações ideológicas para ocultarem a enorme contradição entre os conteúdos do que é dito e o que está efetivamente em jogo quando se diz.
A internet, por ser um ambiente interactivo por excelência, tende a sediar ambientes muito mais democráticos e amplos de diálogo dos espíritas entre si e destes com a sociedade.
Por tal razão, penso que o ambiente virtual é um lugar por excelência para se observar até onde vai a capacidade do espírita de praticar a fraternidade que tanto prega.
Questão [#010]
O que o Sr. Acha da divulgação do Espiritismo através de revistas que tentam usar uma linguagem "popular" e chamativa, às vezes saindo do carácter de seriedade da Doutrina Espírita?
Resposta:
Como estudioso de comunicação, sou obrigado a admitir que, por sua marca de origem, o espiritismo tem sido um movimento cuja doutrina apenas dialoga com pessoas de uma certa capacidade intelectual.
Isso, num país de tantas desigualdades como o Brasil, significa não apenas um corte ideológico, mas uma selectividade política e económica.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
Por tal razão, em princípio, parece ser uma importante iniciativa o surgimento de mídias que se tornem capazes de abrir o diálogo com as camadas mais pobres de nossa sociedade.
Entretanto, não raro percebemos que tais iniciativas correm um alto risco de sucumbir no outro extremo desse direccionamento, rendendo-se à cultura de consumo de massa, cujas práticas de comunicação supõem um receptor próximo do imbecil e travam com ele uma relação de mero entretenimento, não raro reforçando velhos preconceitos sociais (nas publicações espíritas, a manifestação de preconceito contra as tradições e religiões negras, por exemplo, é às vezes flagrante).
Parece-nos imperioso construir, no movimento espírita brasileiro, uma nova mentalidade em comunicação social, a fim de que a relação do nosso grupo social com todos os demais que integram a sociedade brasileira sejam traduzidos pela ética e pela autocrítica.
A "seriedade" do espiritismo jamais se traduzirá pela sua incapacidade de dialogar com os mais humildes (o que, não raro, apenas reproduz as velhas divisões de classe que ainda marcam tristemente a sociedade brasileira), e sim pela ética com que paute as relações que estabelece pelos processos de comunicação que venha a fundar.
Questão [#011]
Os espíritas não deviam fazer uma campanha de esclarecimento na mídia sobre as diferenças em relação a outras religiões que se dizem espíritas?
Resposta:
Tenho acompanhado essa constante preocupação do movimento espírita, e me perguntado o que é que nos move nesse interesse.
A alegação básica é estabelecer uma máxima clareza quanto às definições que envolvem a identidade espírita que o movimento brasileiro considera a mais correcta, tendo em vista os referenciais da obra de Allan Kardec.
Sem dúvida, isso é justo.
Entretanto, ponderemos que essa busca, na prática, tende a ignorar que o espiritismo, como toda e qualquer doutrina em movimento, se enraíza na cultura e, por isso, está sujeito a evoluções e transformações as mais diversas.
Mas, não apenas isso. O mais preocupante é verificar que a forma como se busca afirmar a identidade espírita segue usualmente todos os parâmetros do que a sociologia da cultura denomina "luta pelo poder simbólico", definida como a utilização de estratégias de combate a outras formas de interpretação, a fim de garantir a hegemonia de uma certa interpretação.
Em outras palavras, a fim de garantir a "pureza" do espiritismo, desencadeamos guerras ideológicas e disputas de interpretação, tanto dentro do movimento, quanto junto às diversas esferas sociais.
Tenho estudado tais atitudes com alguma profundidade e constatado que ocorre, nesse campo, o que se pode chamar uma "contradicção performática", isto é, a negação prática daquilo que se diz, no próprio acto de dizer.
Falando mais claramente, falamos de fraternidade e, em nome de nossa interpretação, estabelecemos uma espécie de disputa com outros pensamentos, na qual nem sempre a fraternidade é o diapasão que funciona.
Continua...
Por tal razão, em princípio, parece ser uma importante iniciativa o surgimento de mídias que se tornem capazes de abrir o diálogo com as camadas mais pobres de nossa sociedade.
Entretanto, não raro percebemos que tais iniciativas correm um alto risco de sucumbir no outro extremo desse direccionamento, rendendo-se à cultura de consumo de massa, cujas práticas de comunicação supõem um receptor próximo do imbecil e travam com ele uma relação de mero entretenimento, não raro reforçando velhos preconceitos sociais (nas publicações espíritas, a manifestação de preconceito contra as tradições e religiões negras, por exemplo, é às vezes flagrante).
Parece-nos imperioso construir, no movimento espírita brasileiro, uma nova mentalidade em comunicação social, a fim de que a relação do nosso grupo social com todos os demais que integram a sociedade brasileira sejam traduzidos pela ética e pela autocrítica.
A "seriedade" do espiritismo jamais se traduzirá pela sua incapacidade de dialogar com os mais humildes (o que, não raro, apenas reproduz as velhas divisões de classe que ainda marcam tristemente a sociedade brasileira), e sim pela ética com que paute as relações que estabelece pelos processos de comunicação que venha a fundar.
Questão [#011]
Os espíritas não deviam fazer uma campanha de esclarecimento na mídia sobre as diferenças em relação a outras religiões que se dizem espíritas?
Resposta:
Tenho acompanhado essa constante preocupação do movimento espírita, e me perguntado o que é que nos move nesse interesse.
A alegação básica é estabelecer uma máxima clareza quanto às definições que envolvem a identidade espírita que o movimento brasileiro considera a mais correcta, tendo em vista os referenciais da obra de Allan Kardec.
Sem dúvida, isso é justo.
Entretanto, ponderemos que essa busca, na prática, tende a ignorar que o espiritismo, como toda e qualquer doutrina em movimento, se enraíza na cultura e, por isso, está sujeito a evoluções e transformações as mais diversas.
Mas, não apenas isso. O mais preocupante é verificar que a forma como se busca afirmar a identidade espírita segue usualmente todos os parâmetros do que a sociologia da cultura denomina "luta pelo poder simbólico", definida como a utilização de estratégias de combate a outras formas de interpretação, a fim de garantir a hegemonia de uma certa interpretação.
Em outras palavras, a fim de garantir a "pureza" do espiritismo, desencadeamos guerras ideológicas e disputas de interpretação, tanto dentro do movimento, quanto junto às diversas esferas sociais.
Tenho estudado tais atitudes com alguma profundidade e constatado que ocorre, nesse campo, o que se pode chamar uma "contradicção performática", isto é, a negação prática daquilo que se diz, no próprio acto de dizer.
Falando mais claramente, falamos de fraternidade e, em nome de nossa interpretação, estabelecemos uma espécie de disputa com outros pensamentos, na qual nem sempre a fraternidade é o diapasão que funciona.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
Isso porque, na prática, para preservar a interpretação considerada verdadeira, estabelecem-se ritos de exclusão, rotulações, queimações pessoais e montanhas de preconceito contra as pessoas que se arriscam a não seguir o manual doutrinário estabelecido.
Sem pretender a defesa de um relativismo total no espiritismo, penso que o problema ético contido nessa contradição performática deve ser debatido muito por todos nós, a fim de que as nossas interpretações doutrinárias não se tornem mais importantes do que a busca maior pela fraternidade humana, que, a meu ver, é a única que efectivamente justifica o espiritismo e todo o movimento de espiritualização do mundo.
Questão [#012]
Que orientações o Sr. Teria para a divulgação da Doutrina Espírita através de uma pequena rádio comunitária?
Resposta:
A ideia das rádios comunitárias, no contexto do desenvolvimento das comunicações no mundo actual e, especialmente, no Brasil, está ligada à defesa da democratização cada vez mais ampla das tecnologias de comunicação.
Dizendo de outra forma, não há qualquer problema em o Roberto Marinho possuir uma rede de televisão ou de rádio, desde que todos aqueles que quiserem ter uma tenham igual oportunidade para isso, especialmente as comunidades humildes que, geralmente, não têm voz nem vez no grande diálogo social que essas tecnologias possibilitam para o mundo contemporâneo.
Penso, por essa razão, que a apropriação pelas comunidades espíritas de emissoras comunitárias devem se inserir nessa perspectiva mais ampla.
Acho que seria uma distorção indesejável se as possibilidades de emissoras comunitárias caíssem nas mãos de pregadores religiosos, sejam evangélicos, católicos ou espíritas, simplesmente a serviço da divulgação de suas respectivas doutrinas.
Uma emissora comunitária tem que pertencer e ser o espaço de diálogo da comunidade à qual ela se dirige.
Não pode ser via de mão única, nem propriedade de profissionais ou instituições específicas, e sim estar a serviço das comunidades e contar com a participação delas.
Nessa perspectiva, vejo o espiritismo como um filosofia que nos educa para esse tipo de comportamento.
Usar dessa forma uma emissora comunitária é, nem mais nem menos, cumprir a ética do espiritismo, fazendo dela um gesto de caridade:
a caridade da comunicação, a caridade do diálogo pelo qual as pessoas se tornarão cada vez mais cidadãos e promoverão, a partir da experiência de dialogarem entre si, a arte de construir a sociedade fraterna e justa que nós, espíritas, chamamos "mundo de regeneração".
Questão [#013]
Existem algum órgão no Movimento Espírita dedicado exclusivamente à comunicação social, ou divulgação da Doutrina?
Resposta:
Sim, existem vários.
Eu mesmo dirijo um deles, como presidente que sou do Instituto de Comunicação Social Espírita, sediado em Goiana.
Mas, há também, em praticamente todos os Estados do país, as "ADEs", as Associações de Divulgadores do Espiritismo.
Continua...
Isso porque, na prática, para preservar a interpretação considerada verdadeira, estabelecem-se ritos de exclusão, rotulações, queimações pessoais e montanhas de preconceito contra as pessoas que se arriscam a não seguir o manual doutrinário estabelecido.
Sem pretender a defesa de um relativismo total no espiritismo, penso que o problema ético contido nessa contradição performática deve ser debatido muito por todos nós, a fim de que as nossas interpretações doutrinárias não se tornem mais importantes do que a busca maior pela fraternidade humana, que, a meu ver, é a única que efectivamente justifica o espiritismo e todo o movimento de espiritualização do mundo.
Questão [#012]
Que orientações o Sr. Teria para a divulgação da Doutrina Espírita através de uma pequena rádio comunitária?
Resposta:
A ideia das rádios comunitárias, no contexto do desenvolvimento das comunicações no mundo actual e, especialmente, no Brasil, está ligada à defesa da democratização cada vez mais ampla das tecnologias de comunicação.
Dizendo de outra forma, não há qualquer problema em o Roberto Marinho possuir uma rede de televisão ou de rádio, desde que todos aqueles que quiserem ter uma tenham igual oportunidade para isso, especialmente as comunidades humildes que, geralmente, não têm voz nem vez no grande diálogo social que essas tecnologias possibilitam para o mundo contemporâneo.
Penso, por essa razão, que a apropriação pelas comunidades espíritas de emissoras comunitárias devem se inserir nessa perspectiva mais ampla.
Acho que seria uma distorção indesejável se as possibilidades de emissoras comunitárias caíssem nas mãos de pregadores religiosos, sejam evangélicos, católicos ou espíritas, simplesmente a serviço da divulgação de suas respectivas doutrinas.
Uma emissora comunitária tem que pertencer e ser o espaço de diálogo da comunidade à qual ela se dirige.
Não pode ser via de mão única, nem propriedade de profissionais ou instituições específicas, e sim estar a serviço das comunidades e contar com a participação delas.
Nessa perspectiva, vejo o espiritismo como um filosofia que nos educa para esse tipo de comportamento.
Usar dessa forma uma emissora comunitária é, nem mais nem menos, cumprir a ética do espiritismo, fazendo dela um gesto de caridade:
a caridade da comunicação, a caridade do diálogo pelo qual as pessoas se tornarão cada vez mais cidadãos e promoverão, a partir da experiência de dialogarem entre si, a arte de construir a sociedade fraterna e justa que nós, espíritas, chamamos "mundo de regeneração".
Questão [#013]
Existem algum órgão no Movimento Espírita dedicado exclusivamente à comunicação social, ou divulgação da Doutrina?
Resposta:
Sim, existem vários.
Eu mesmo dirijo um deles, como presidente que sou do Instituto de Comunicação Social Espírita, sediado em Goiana.
Mas, há também, em praticamente todos os Estados do país, as "ADEs", as Associações de Divulgadores do Espiritismo.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
E, todos nós, nos ligamos à Abrade, a Associação Brasileira dos Divulgadores do Espiritismo, instituição de nível nacional que sucedeu à famosa Abrajee, Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores Espíritas.
Além disso, temos algumas emissoras de rádio e diversas instituições e centros espíritas que patrocinam programas de rádio e televisão em várias partes do país.
É preciso considerar, porém, que este é um movimento que poderia ter muito mais pujança do que tem.
Na verdade, o espiritismo brasileiro apoia muito pouco as actividades de comunicação, especialmente aquelas que não se incluem nas práticas referendadas por Allan Kardec (o livro e o periódico impresso, que eram, afinal, os únicos suportes tecnológicos de comunicação social existentes no século 19).
Temos, normalmente, muitos recursos e voluntariado para desenvolver actividades de assistência social, mediunidade e, até, de estudos, mas as áreas de comunicação e artes, onde dão certo, é porque se criam condições - nem sempre recomendáveis - de profissionalização, e, mesmo assim, é uma regra quase geral existir um ambiente de extrema dificuldade para essas iniciativas.
Dificuldade, inclusive, que cresce exponencialmente, se o projecto se encaminha mais para a comunicação do que para a divulgação...
Questão [#014]
Tenho notado que os jornais espíritas incentivam muito mais a dissensão, combatendo ideias de outros espíritas, do que a união.
Isso não é prejudicial para a imagem do Espiritismo?
Resposta:
Confesso que tenho a respeito uma ideia um pouco diferente da sua.
Meu olhar sobre a imprensa espírita - que é numerosa e pródiga, devemos convir - me mostra muito mais um modelo de imprensa de tipo doutrinário, feita de artigos, do que uma imprensa marcada pelo jornalismo, pela cobertura de factos e pela discussão de ideias.
E, o mais interessante, é que o formato "artigo" está classicamente inscrito no que se convencionou chamar "jornalismo opinativo", mas é justamente a expressão da opinião aquilo que mais se teme e mais se coibe, na nossa imprensa.
Ou seja, privilegiam-se os artigos repetitivos, nos quais apenas varia a forma de se dizer a mesma coisa, como num gesto ritual dentro do qual apenas se permite a participação de todos na condição de nada dizerem de novo, de apenas referendarem aquilo que já está publicado nos livros consagrados.
Já tive oportunidade de dizer mais de uma vez, em público, que não há jornalismo na imprensa espírita.
Longe, portanto, amigo querido, de ver a dissensão e a disputa de ideias na nossa imprensa espírita, o que seria salutar, desde que não implicasse em preconceitos, exclusões e falta de fraternidade, o que nela presencio é um formato editorial confirmatório e não raro presunçoso (especialmente quando aborda assuntos científicos e especializados).
Isso, penso eu, não é culpa de ninguém, e sim um problema cultural.
Parece-me que nós, espíritas, não temos sido capazes de enxergar a união senão na justaposição instituída das ideias.
Guardamos uma enorme dificuldade de promover a unificação no clima das diferenças.
Esquecemo-nos, não raro, que unir não é enquadrar ou uniformizar, e sim manter o diálogo e a fraternidade, sem excluir quem quer que seja.
Continua...
E, todos nós, nos ligamos à Abrade, a Associação Brasileira dos Divulgadores do Espiritismo, instituição de nível nacional que sucedeu à famosa Abrajee, Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores Espíritas.
Além disso, temos algumas emissoras de rádio e diversas instituições e centros espíritas que patrocinam programas de rádio e televisão em várias partes do país.
É preciso considerar, porém, que este é um movimento que poderia ter muito mais pujança do que tem.
Na verdade, o espiritismo brasileiro apoia muito pouco as actividades de comunicação, especialmente aquelas que não se incluem nas práticas referendadas por Allan Kardec (o livro e o periódico impresso, que eram, afinal, os únicos suportes tecnológicos de comunicação social existentes no século 19).
Temos, normalmente, muitos recursos e voluntariado para desenvolver actividades de assistência social, mediunidade e, até, de estudos, mas as áreas de comunicação e artes, onde dão certo, é porque se criam condições - nem sempre recomendáveis - de profissionalização, e, mesmo assim, é uma regra quase geral existir um ambiente de extrema dificuldade para essas iniciativas.
Dificuldade, inclusive, que cresce exponencialmente, se o projecto se encaminha mais para a comunicação do que para a divulgação...
Questão [#014]
Tenho notado que os jornais espíritas incentivam muito mais a dissensão, combatendo ideias de outros espíritas, do que a união.
Isso não é prejudicial para a imagem do Espiritismo?
Resposta:
Confesso que tenho a respeito uma ideia um pouco diferente da sua.
Meu olhar sobre a imprensa espírita - que é numerosa e pródiga, devemos convir - me mostra muito mais um modelo de imprensa de tipo doutrinário, feita de artigos, do que uma imprensa marcada pelo jornalismo, pela cobertura de factos e pela discussão de ideias.
E, o mais interessante, é que o formato "artigo" está classicamente inscrito no que se convencionou chamar "jornalismo opinativo", mas é justamente a expressão da opinião aquilo que mais se teme e mais se coibe, na nossa imprensa.
Ou seja, privilegiam-se os artigos repetitivos, nos quais apenas varia a forma de se dizer a mesma coisa, como num gesto ritual dentro do qual apenas se permite a participação de todos na condição de nada dizerem de novo, de apenas referendarem aquilo que já está publicado nos livros consagrados.
Já tive oportunidade de dizer mais de uma vez, em público, que não há jornalismo na imprensa espírita.
Longe, portanto, amigo querido, de ver a dissensão e a disputa de ideias na nossa imprensa espírita, o que seria salutar, desde que não implicasse em preconceitos, exclusões e falta de fraternidade, o que nela presencio é um formato editorial confirmatório e não raro presunçoso (especialmente quando aborda assuntos científicos e especializados).
Isso, penso eu, não é culpa de ninguém, e sim um problema cultural.
Parece-me que nós, espíritas, não temos sido capazes de enxergar a união senão na justaposição instituída das ideias.
Guardamos uma enorme dificuldade de promover a unificação no clima das diferenças.
Esquecemo-nos, não raro, que unir não é enquadrar ou uniformizar, e sim manter o diálogo e a fraternidade, sem excluir quem quer que seja.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
A formulação ética desse princípio fora certa vez colocada pelo próprio Cristo:
"Quem não for contra mim, é por mim".
Trazidas tais ideias para a prática do jornalismo espírita, penso francamente que a nossa imprensa demanda uma reformulação de proposta, na qual se torne, efectivamente, o fórum de debate dos conflitos doutrinários e práticos dentro do movimento espírita - mas dando a voz a todos, e não privilegiando uns em detrimento de outros.
Que ela seja, além disso, o espaço público da inter-acção espiritismo-sociedade, tematizando o sofrimento humano, à luz do espiritismo, e, também, dando voz às diferentes esferas da sociedade dentro do movimento espírita.
E, tudo isso, no regime da mais ampla fraternidade.
Questão [#015]
De que forma cada pessoa, individualmente, pode colaborar na divulgação da Doutrina?
Resposta:
Penso que a melhor forma de contribuir para a divulgação do espiritismo é contractar óptimos publicitários e destinar grandes verbas para as campanhas de propaganda, nos maiores meios de comunicação disponíveis.
Entretanto, se o que se busca não for simplesmente a divulgação, mas a comunicação social espírita, conforme defini das questões anteriores, considero que toda vez que alguém estabelece com outrem uma relação na qual existe fraternidade efetivamente praticada.
Para isso, considera-se fraternidade um tipo especial de relacionamento, no qual não ocorre qualquer tipo de indiferença social, no qual a presença da diferença do outro é respeitosamente aceita e, mais do que isso, utilizada para que ambos aprendam um com o outro, e no qual, finalmente, da forma que for possível, se construir o amor entre esses seres em interação, sem que essa capacidade de amar seja condicionada à extinção da diferença do outro.
Se houver isso, estará sendo estabelecida a comunicação não simplesmente como difusão de uma filosofia ou conversão dos outros a ela, e sim como fundação de um novo tipo de sociabilidade na terra:
aquela pretendida por Jesus, ao definir como seus discípulos não os que admitissem essa ou aquela ideia, esse ou aquele postulado teórico, e sim aqueles que se amassem uns aos outros.
Questão [#016]
O que o Sr. Acha do aumento do uso de temas próximos ao Espiritismo em novelas e filmes?
Isso ajuda na divulgação?
Resposta:
Indubitavelmente. Mais do que isso, esse aumento contribui para introduzir os conceitos e a linguagem espíritas no imaginário popular brasileiro.
Evidentemente, as formas de apropriação desses conceitos obedecem critérios próprios, ligados às condições de produção e reprodução da cultura, em intenso sincretismo com referenciais e matrizes simbólicas já existentes.
Por tal razão, é possível se assegurar que o resultado da divulgação do espiritismo em telenovelas e filmes será sempre diferente daquele que nós, espíritas, pretenderíamos que fosse.
Continua...
A formulação ética desse princípio fora certa vez colocada pelo próprio Cristo:
"Quem não for contra mim, é por mim".
Trazidas tais ideias para a prática do jornalismo espírita, penso francamente que a nossa imprensa demanda uma reformulação de proposta, na qual se torne, efectivamente, o fórum de debate dos conflitos doutrinários e práticos dentro do movimento espírita - mas dando a voz a todos, e não privilegiando uns em detrimento de outros.
Que ela seja, além disso, o espaço público da inter-acção espiritismo-sociedade, tematizando o sofrimento humano, à luz do espiritismo, e, também, dando voz às diferentes esferas da sociedade dentro do movimento espírita.
E, tudo isso, no regime da mais ampla fraternidade.
Questão [#015]
De que forma cada pessoa, individualmente, pode colaborar na divulgação da Doutrina?
Resposta:
Penso que a melhor forma de contribuir para a divulgação do espiritismo é contractar óptimos publicitários e destinar grandes verbas para as campanhas de propaganda, nos maiores meios de comunicação disponíveis.
Entretanto, se o que se busca não for simplesmente a divulgação, mas a comunicação social espírita, conforme defini das questões anteriores, considero que toda vez que alguém estabelece com outrem uma relação na qual existe fraternidade efetivamente praticada.
Para isso, considera-se fraternidade um tipo especial de relacionamento, no qual não ocorre qualquer tipo de indiferença social, no qual a presença da diferença do outro é respeitosamente aceita e, mais do que isso, utilizada para que ambos aprendam um com o outro, e no qual, finalmente, da forma que for possível, se construir o amor entre esses seres em interação, sem que essa capacidade de amar seja condicionada à extinção da diferença do outro.
Se houver isso, estará sendo estabelecida a comunicação não simplesmente como difusão de uma filosofia ou conversão dos outros a ela, e sim como fundação de um novo tipo de sociabilidade na terra:
aquela pretendida por Jesus, ao definir como seus discípulos não os que admitissem essa ou aquela ideia, esse ou aquele postulado teórico, e sim aqueles que se amassem uns aos outros.
Questão [#016]
O que o Sr. Acha do aumento do uso de temas próximos ao Espiritismo em novelas e filmes?
Isso ajuda na divulgação?
Resposta:
Indubitavelmente. Mais do que isso, esse aumento contribui para introduzir os conceitos e a linguagem espíritas no imaginário popular brasileiro.
Evidentemente, as formas de apropriação desses conceitos obedecem critérios próprios, ligados às condições de produção e reprodução da cultura, em intenso sincretismo com referenciais e matrizes simbólicas já existentes.
Por tal razão, é possível se assegurar que o resultado da divulgação do espiritismo em telenovelas e filmes será sempre diferente daquele que nós, espíritas, pretenderíamos que fosse.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
Isso porque, para garantir referenciais homogéneos no campo da cultura seria preciso uma enorme violência simbólica e talvez física, mantida por ditaduras e perseguições (temos exemplos em tragédias históricas como a Inquisição e o nazismo), mas, que, mesmo assim, não se sustentariam por muito tempo.
Eis porque nós, espíritas, devemos estar convencidos de que converter o mundo para as nossas ideias, dentro da "pureza" que pensamos que as distingue, constitui uma tarefa inglória, porque para alcançá-la, teríamos que destruir a ética do Evangelho por completo, e fracassada, porquanto nem mesmo os actos mais violentos jamais conseguem perpetuá-la.
Resta-nos, pois, o imperativo maior de buscar não a hegemonia de uma doutrina, e sim o estabelecimento pragmático de uma ética, a ética do amor e da fraternidade, dentro da diversidade dos pensamentos e das práticas.
Questão [#017]
As reportagens nas revistas de comunicação, tipo Veja e Isto É, que trazem informações às vezes equivocadas sobre o Espiritismo não são prejudiciais?
Resposta:
Ressalvados os casos de enganos, que os jornalistas, por mais criteriosos, sempre cometem, o que chamamos de "equívocos" são apenas as discordâncias de pontos de vista entre o olhar do movimento espírita organizado, que possui uma interpretação própria, estruturada, a respeito de si mesmo e da doutrina que o inspira, e o olhar do jornalista, que nos identifica na prática de sua profissão e colhe nossas ideias a partir de entrevistas e observações colhidas às vezes do dia-a-dia de centros espíritas.
A prática jornalística é mestra em confrontar ideias instituídas pelos líderes autorizados com aquelas comentadas e praticadas pelo cooperador ou o frequentador comum das instituições.
A abordagem do movimento espírita não foge, evidentemente, a essa regra.
Além disso, há de se convir que o jornalismo também serve a propósitos e interesses, e isso muitas vezes condiciona interpretações particulares que nem sempre nos servem.
Cabe ao nosso movimento assimilar cada vez mais o espírito democrático e exigir da imprensa a pluralidade de ideias e visões, capaz de contemplar uma visão larga e não restritiva de nosso movimento.
Fazendo isso, estaremos contribuindo não apenas para uma visão social mais justa do que somos e fazemos, como também estaremos cooperando para uma sociedade na qual a imprensa seja um lugar de promoção da democracia e da fraternidade.
Questão [#018]
Como fazer a comunicação do Espiritismo para as classes mais pobres da população, que não tem acesso às informações mais elaboradas?
Resposta:
Eis aí uma questão essencial e que vem sendo cada vez mais sentida em nosso movimento.
Tardiamente, nós, os espíritas, temos descoberto a dificuldade que temos tido em dialogar com as camadas mais humildes da sociedade, especialmente aquelas que não lêem ou não têm, por razões diversas, acesso a livros ou condições de entendimento de nosso linguajar.
Continua...
Isso porque, para garantir referenciais homogéneos no campo da cultura seria preciso uma enorme violência simbólica e talvez física, mantida por ditaduras e perseguições (temos exemplos em tragédias históricas como a Inquisição e o nazismo), mas, que, mesmo assim, não se sustentariam por muito tempo.
Eis porque nós, espíritas, devemos estar convencidos de que converter o mundo para as nossas ideias, dentro da "pureza" que pensamos que as distingue, constitui uma tarefa inglória, porque para alcançá-la, teríamos que destruir a ética do Evangelho por completo, e fracassada, porquanto nem mesmo os actos mais violentos jamais conseguem perpetuá-la.
Resta-nos, pois, o imperativo maior de buscar não a hegemonia de uma doutrina, e sim o estabelecimento pragmático de uma ética, a ética do amor e da fraternidade, dentro da diversidade dos pensamentos e das práticas.
Questão [#017]
As reportagens nas revistas de comunicação, tipo Veja e Isto É, que trazem informações às vezes equivocadas sobre o Espiritismo não são prejudiciais?
Resposta:
Ressalvados os casos de enganos, que os jornalistas, por mais criteriosos, sempre cometem, o que chamamos de "equívocos" são apenas as discordâncias de pontos de vista entre o olhar do movimento espírita organizado, que possui uma interpretação própria, estruturada, a respeito de si mesmo e da doutrina que o inspira, e o olhar do jornalista, que nos identifica na prática de sua profissão e colhe nossas ideias a partir de entrevistas e observações colhidas às vezes do dia-a-dia de centros espíritas.
A prática jornalística é mestra em confrontar ideias instituídas pelos líderes autorizados com aquelas comentadas e praticadas pelo cooperador ou o frequentador comum das instituições.
A abordagem do movimento espírita não foge, evidentemente, a essa regra.
Além disso, há de se convir que o jornalismo também serve a propósitos e interesses, e isso muitas vezes condiciona interpretações particulares que nem sempre nos servem.
Cabe ao nosso movimento assimilar cada vez mais o espírito democrático e exigir da imprensa a pluralidade de ideias e visões, capaz de contemplar uma visão larga e não restritiva de nosso movimento.
Fazendo isso, estaremos contribuindo não apenas para uma visão social mais justa do que somos e fazemos, como também estaremos cooperando para uma sociedade na qual a imprensa seja um lugar de promoção da democracia e da fraternidade.
Questão [#018]
Como fazer a comunicação do Espiritismo para as classes mais pobres da população, que não tem acesso às informações mais elaboradas?
Resposta:
Eis aí uma questão essencial e que vem sendo cada vez mais sentida em nosso movimento.
Tardiamente, nós, os espíritas, temos descoberto a dificuldade que temos tido em dialogar com as camadas mais humildes da sociedade, especialmente aquelas que não lêem ou não têm, por razões diversas, acesso a livros ou condições de entendimento de nosso linguajar.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
Essa dificuldade acaba retratada na composição dos espíritas nos índices demográficos brasileiros, sempre no alto da pirâmide social.
Esse tipo de situação é particularmente interessante, sobretudo se levarmos em conta que o nosso movimento se construiu ao longo do século vinte sendo legitimado pela enorme e abrangente obra social que sustentou.
Como é possível - perguntamos hoje - um movimento que, à época de Bezerra de Menezes, era a opção dos pobres do Rio de Janeiro, conforme reconheciam as próprias autoridades estatais daquele período, estabelecer-se de forma tão nítida nas classes médias e médias altas da sociedade brasileira?
A resposta, sem dúvida dolorosa, parece ser a de que a nossa caridade, provavelmente, ainda é excludente.
É como se, no próprio ato de praticá-la, reproduzíssemos e mantivéssemos a situação de desigualdade e divisão de classes da nossa sociedade.
Se esta interpretação for verdadeira, temos um problema enorme diante de nós, que ultrapassa em muito a questão de adoptarmos uma linguagem que atinja as camadas menos esclarecidas.
Esta é uma das razões mais fortes para, hoje, preferirmos adotar um prisma centrado na comunicação, traduzida como relação social em padrões de ética espírita, em lugar de um orientado para a divulgação do espiritismo.
O nosso problema não é tanto o de divulgar o espiritismo, quanto é o de estabelecer uma relação social em que a fraternidade e a justiça social se estabeleçam na prática.
Se não fizermos isso, temo que acabaremos restringindo o espiritismo a uma mera religião institucionalizada e conservadora, em concorrência com as demais, à procura de adeptos no mercado religioso, momento em que, certamente, o trabalho de Jesus, de transformação espiritual do mundo, continuará em outro lugar...
Mas, parece-me evidente que temos, no meio espírita brasileiro, informação e inteligência suficientes para investigarmos a fundo os nossos próprios problemas e partirmos decididamente a resolvê-los, alterando, o quanto for necessário, o rumo de nossas práticas.
E, confesso-lhes com sinceridade, é essa esperança o que me move hoje.
§.§.§- O-canto-da-ave
Essa dificuldade acaba retratada na composição dos espíritas nos índices demográficos brasileiros, sempre no alto da pirâmide social.
Esse tipo de situação é particularmente interessante, sobretudo se levarmos em conta que o nosso movimento se construiu ao longo do século vinte sendo legitimado pela enorme e abrangente obra social que sustentou.
Como é possível - perguntamos hoje - um movimento que, à época de Bezerra de Menezes, era a opção dos pobres do Rio de Janeiro, conforme reconheciam as próprias autoridades estatais daquele período, estabelecer-se de forma tão nítida nas classes médias e médias altas da sociedade brasileira?
A resposta, sem dúvida dolorosa, parece ser a de que a nossa caridade, provavelmente, ainda é excludente.
É como se, no próprio ato de praticá-la, reproduzíssemos e mantivéssemos a situação de desigualdade e divisão de classes da nossa sociedade.
Se esta interpretação for verdadeira, temos um problema enorme diante de nós, que ultrapassa em muito a questão de adoptarmos uma linguagem que atinja as camadas menos esclarecidas.
Esta é uma das razões mais fortes para, hoje, preferirmos adotar um prisma centrado na comunicação, traduzida como relação social em padrões de ética espírita, em lugar de um orientado para a divulgação do espiritismo.
O nosso problema não é tanto o de divulgar o espiritismo, quanto é o de estabelecer uma relação social em que a fraternidade e a justiça social se estabeleçam na prática.
Se não fizermos isso, temo que acabaremos restringindo o espiritismo a uma mera religião institucionalizada e conservadora, em concorrência com as demais, à procura de adeptos no mercado religioso, momento em que, certamente, o trabalho de Jesus, de transformação espiritual do mundo, continuará em outro lugar...
Mas, parece-me evidente que temos, no meio espírita brasileiro, informação e inteligência suficientes para investigarmos a fundo os nossos próprios problemas e partirmos decididamente a resolvê-los, alterando, o quanto for necessário, o rumo de nossas práticas.
E, confesso-lhes com sinceridade, é essa esperança o que me move hoje.
§.§.§- O-canto-da-ave
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
O Espiritismo e curas na visão médica
Entrevistado: Marlene Nobre
Questão [#001]
De acordo com Herculano Pires, o excesso de gesticulações no trabalho de passe é desnecessário e só serve para ridicularizar a Doutrina Espírita.
Gostaria de saber, como deve ser realizado o passe nos Centros Espíritas?
Resposta:
Com o estudo da colectânea André Luiz, especialmente, Nos Domínios da Mediunidade, compreende-se que a gesticulação no passe é mesmo desnecessária, porque são os Mentores Espirituais que carreiam as energias sutis dos médiuns para os pacientes, manipulando-as de acordo com a necessidade de cada caso.
Nós adoptamos no Grupo Espírita Cairbar Schutel, nossa Casa de amor e trabalho, em S.Paulo, o passe com movimentos longitudinais, quer dizer, as mãos do médium caminham do alto da cabeça do paciente, sem tocá-lo, fisicamente, até a altura dos joelhos, ou mais abaixo.
Há casos, no entanto, em que o companheiro passista sente a intuição de deter as mãos sobre determinada área do corpo físico;
ele pode fazê-lo, mas sabe que os movimentos devem ser suaves, sem exageros, sem toques, e que há uma determinada quota de tempo para iniciar e terminar as tarefas.
Esta parcela de tempo pode ser mais dilatada, nos chamados passes especiais, dedicados aos casos de maior necessidade, em que o irmão ou irmã do caminho está passando por período de crise.
Este assunto, porém, não deve ser motivo de desentendimento ou de atitude preconceituosa de nossa parte.
Consoante os ensinamentos dos Espíritos, especialmente Emmanuel, em O Consolador, devemos respeitar os que utilizam outras fórmulas de aplicar os recursos magnéticos, como é o caso das benzedeiras, que tanto benefício espalham, gratuitamente, em nosso país, e mesmo de irmãos nossos do movimento espírita, que se sentem mais confiantes e seguros, aplicando o passe de outra maneira.
Não devemos nos esquecer de que a fé e o desejo sincero de servir produzem milagres.
E toda doacção recolhida com amor é bênção em nosso caminho.
Questão [#002]
Não sei se a colocação se enquadra no tema proposto, porém, é uma questão que nos intriga:
"O avanço de depressões graves, e outras moléstias que se alastram e que surgem ligadas a processos de obsessão epidérmica.
Nos parece que não tem merecido a atenção que merece a situação e o momento, pelo movimento espírita e os médicos espíritas.
Se for útil, abordar e aprofundar o tema, tudo bem, se não for conveniente também.
Resposta:
Talvez você tenha razão.
Realmente, temos de reflectir, de forma crítica, sobre a nossa actuação dentro e fora do movimento.
O facto é que, segundo André Luiz, nesta fase evolutiva do globo, o ser humano está com suas faculdades mediúnicas mais alargadas, o que lhe torna mais amplo o contacto com a esfera espiritual inferior, que está mais próxima da crosta terrestre.
Continua...
Questão [#001]
De acordo com Herculano Pires, o excesso de gesticulações no trabalho de passe é desnecessário e só serve para ridicularizar a Doutrina Espírita.
Gostaria de saber, como deve ser realizado o passe nos Centros Espíritas?
Resposta:
Com o estudo da colectânea André Luiz, especialmente, Nos Domínios da Mediunidade, compreende-se que a gesticulação no passe é mesmo desnecessária, porque são os Mentores Espirituais que carreiam as energias sutis dos médiuns para os pacientes, manipulando-as de acordo com a necessidade de cada caso.
Nós adoptamos no Grupo Espírita Cairbar Schutel, nossa Casa de amor e trabalho, em S.Paulo, o passe com movimentos longitudinais, quer dizer, as mãos do médium caminham do alto da cabeça do paciente, sem tocá-lo, fisicamente, até a altura dos joelhos, ou mais abaixo.
Há casos, no entanto, em que o companheiro passista sente a intuição de deter as mãos sobre determinada área do corpo físico;
ele pode fazê-lo, mas sabe que os movimentos devem ser suaves, sem exageros, sem toques, e que há uma determinada quota de tempo para iniciar e terminar as tarefas.
Esta parcela de tempo pode ser mais dilatada, nos chamados passes especiais, dedicados aos casos de maior necessidade, em que o irmão ou irmã do caminho está passando por período de crise.
Este assunto, porém, não deve ser motivo de desentendimento ou de atitude preconceituosa de nossa parte.
Consoante os ensinamentos dos Espíritos, especialmente Emmanuel, em O Consolador, devemos respeitar os que utilizam outras fórmulas de aplicar os recursos magnéticos, como é o caso das benzedeiras, que tanto benefício espalham, gratuitamente, em nosso país, e mesmo de irmãos nossos do movimento espírita, que se sentem mais confiantes e seguros, aplicando o passe de outra maneira.
Não devemos nos esquecer de que a fé e o desejo sincero de servir produzem milagres.
E toda doacção recolhida com amor é bênção em nosso caminho.
Questão [#002]
Não sei se a colocação se enquadra no tema proposto, porém, é uma questão que nos intriga:
"O avanço de depressões graves, e outras moléstias que se alastram e que surgem ligadas a processos de obsessão epidérmica.
Nos parece que não tem merecido a atenção que merece a situação e o momento, pelo movimento espírita e os médicos espíritas.
Se for útil, abordar e aprofundar o tema, tudo bem, se não for conveniente também.
Resposta:
Talvez você tenha razão.
Realmente, temos de reflectir, de forma crítica, sobre a nossa actuação dentro e fora do movimento.
O facto é que, segundo André Luiz, nesta fase evolutiva do globo, o ser humano está com suas faculdades mediúnicas mais alargadas, o que lhe torna mais amplo o contacto com a esfera espiritual inferior, que está mais próxima da crosta terrestre.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
Com isto, a pressão dos desencarnados é maior e o número de casos de obsessão aumenta a cada dia.
Estamos, no entanto, despreparados para facear esta dura realidade espiritual, porque, praticamente, o mundo todo a desconhece.
Não devemos nos esquecer de que os espíritas têm sido recriminados e mesmo discriminados pelo facto de realizarem sessões de desobsessão.
Somos muito poucos ainda a trabalhar nas reuniões de socorro aos irmãos desencarnados, denominadas pelos mentores de verdadeiras Clínicas Psiquiátricas, que funcionam em auxílio à mente humana.
Pelo que tenho conhecimento, os médicos das AMEs não só participam de sessões de desobsessão, como médiuns, como também a recomendam aos seus pacientes, quando há indicação e estes aceitam o tratamento complementar espírita.
Como afirmei, em meu livro, A Obsessão e suas Máscaras, precisamos juntar as experiências de médicos, psicólogos e pessoal da saúde, com as dos tarefeiros da Casa Espírita, no campo da desobsessão, para auxiliar mais amplamente aos pacientes.
Reconhecemos, todavia, que somos poucos ainda, para tratar de um grande número.
Estamos confiantes, todavia, que este número aumentará, com o passar do tempo.
Questão [#003]
Vemos uma grande aceitação das pessoas comuns, de alguns profissionais da área de saúde, em indicar a yoga (meditação) como receita para diversos males.
Observamos com isso, que pouca rejeição há relacionado a yoga e suas práticas.
Não deveria o Espiritismo, assim como sugeriu Kardec, atender a todos os propósitos humanitários, sem a rejeição que há, pelas pessoas, relacionado ao Espiritismo?
Onde está havendo falha por parte do Movimento Espírita?
Resposta:
Creio que o preconceito religioso é ainda a maior barreira.
Basta observar a intolerância religiosa disseminada por toda parte.
Na cabeça das pessoas, a yoga e outras práticas orientais não são consideradas religiosas, no sentido de uma religião formal, que possa competir com as que elas professam.
São vistas mais como exercícios que fazem bem à saúde.
Talvez, por isso, seja mais fácil aceitá-las.
E temos de reconhecer que, realmente, a yoga é uma prática milenar, que faz muito bem à saúde, e que há milénios vem ajudando o ser humano a encontrar os caminhos da Espiritualidade.
Com a penetração no ocidente, ela vem cumprindo um papel importante que é o de chamar a atenção para o valor da meditação e do cultivo da paz.
Continua...
Com isto, a pressão dos desencarnados é maior e o número de casos de obsessão aumenta a cada dia.
Estamos, no entanto, despreparados para facear esta dura realidade espiritual, porque, praticamente, o mundo todo a desconhece.
Não devemos nos esquecer de que os espíritas têm sido recriminados e mesmo discriminados pelo facto de realizarem sessões de desobsessão.
Somos muito poucos ainda a trabalhar nas reuniões de socorro aos irmãos desencarnados, denominadas pelos mentores de verdadeiras Clínicas Psiquiátricas, que funcionam em auxílio à mente humana.
Pelo que tenho conhecimento, os médicos das AMEs não só participam de sessões de desobsessão, como médiuns, como também a recomendam aos seus pacientes, quando há indicação e estes aceitam o tratamento complementar espírita.
Como afirmei, em meu livro, A Obsessão e suas Máscaras, precisamos juntar as experiências de médicos, psicólogos e pessoal da saúde, com as dos tarefeiros da Casa Espírita, no campo da desobsessão, para auxiliar mais amplamente aos pacientes.
Reconhecemos, todavia, que somos poucos ainda, para tratar de um grande número.
Estamos confiantes, todavia, que este número aumentará, com o passar do tempo.
Questão [#003]
Vemos uma grande aceitação das pessoas comuns, de alguns profissionais da área de saúde, em indicar a yoga (meditação) como receita para diversos males.
Observamos com isso, que pouca rejeição há relacionado a yoga e suas práticas.
Não deveria o Espiritismo, assim como sugeriu Kardec, atender a todos os propósitos humanitários, sem a rejeição que há, pelas pessoas, relacionado ao Espiritismo?
Onde está havendo falha por parte do Movimento Espírita?
Resposta:
Creio que o preconceito religioso é ainda a maior barreira.
Basta observar a intolerância religiosa disseminada por toda parte.
Na cabeça das pessoas, a yoga e outras práticas orientais não são consideradas religiosas, no sentido de uma religião formal, que possa competir com as que elas professam.
São vistas mais como exercícios que fazem bem à saúde.
Talvez, por isso, seja mais fácil aceitá-las.
E temos de reconhecer que, realmente, a yoga é uma prática milenar, que faz muito bem à saúde, e que há milénios vem ajudando o ser humano a encontrar os caminhos da Espiritualidade.
Com a penetração no ocidente, ela vem cumprindo um papel importante que é o de chamar a atenção para o valor da meditação e do cultivo da paz.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
Dentro do movimento espírita, mesmo recebendo instruções dos mentores espirituais nesse sentido, nossa prática de meditação tem sido praticamente nula.
Não temos sabido utilizá-la, com proveito, para a nossa saúde.
Quanto`a aceitação da prática espírita, por parte das pessoas, creio que é uma questão de tempo.
Pesquisa de opinião realizada na cidade de Porto Alegre, em 1998, pelo Instituto Segmento, mostra que muitas pessoas procuram os templos espíritas em busca de alívio e socorro para seus males, porque confiam no tratamento espiritual;
um grande número, porém, não se fixa, definitivamente, na prática da Doutrina, por não estarem preparados para o exercício de auto-conhecimento e reforma íntima, segundo declararam.
É preciso também uma postura mais compreensiva e fraterna de nossa parte.
Sem perder a nossa identidade, podemos abrir o nosso entendimento para outras religiões e práticas, com verdadeiro espírito de fraternidade.
Desse modo, acabaremos por quebrar muitas resistências.
Precisamos dialogar mais.
Mostrar mais o nosso lado de compreensão e respeito em relação à fé que o nosso semelhante possui.
Questão [#004]
Porque os pacientes que se submetem às cirurgias espirituais com corte, não sentem dores.
Como se processa este "anestésico" espiritual?
Resposta:
Os recursos de que se utilizam os Espíritos estão ligados ao ectoplasma.
Esta energia subtil, praticamente desconhecida em sua constituição, deve actuar em áreas do nosso cérebro, em particular sobre a glândula pineal, favorecendo o fenómeno.
Para tanto, é preciso que o médium e as pessoas que trabalham ao seu lado mantenham um clima de serviço desinteressado, em que a caridade e o amor ao próximo sejam o móvel principal.
Questão [#005]
Dra. Marlene, parabéns pelo belo trabalho de pesquisa que a AME faz, aproximando a ciência médica, principalmente na questão relacionada com o maior entendimento da função da epífise, com a Doutrina Espírita.
Como presidente desta importante associação como encara e administra a possibilidade de alguns pesquisadores se distanciarem dos fundamentos da doutrina, calcados mais no conhecimento científico que no filosófico e religioso, bases da doutrina espírita?
Resposta:
Primeiramente, agradeço-lhe as palavras de incentivo ao trabalho das AMEs.
Nosso movimento de união entre Ciência e Religião apenas começa.
Temos uma longa luta pela frente, porque o campo de pesquisa exige tempo, estrutura, e financiamento;
seguimos, porém, confiantes, na certeza de que um dia este período inicial de plantio cederá lugar à colheita desejada.
Continua...
Dentro do movimento espírita, mesmo recebendo instruções dos mentores espirituais nesse sentido, nossa prática de meditação tem sido praticamente nula.
Não temos sabido utilizá-la, com proveito, para a nossa saúde.
Quanto`a aceitação da prática espírita, por parte das pessoas, creio que é uma questão de tempo.
Pesquisa de opinião realizada na cidade de Porto Alegre, em 1998, pelo Instituto Segmento, mostra que muitas pessoas procuram os templos espíritas em busca de alívio e socorro para seus males, porque confiam no tratamento espiritual;
um grande número, porém, não se fixa, definitivamente, na prática da Doutrina, por não estarem preparados para o exercício de auto-conhecimento e reforma íntima, segundo declararam.
É preciso também uma postura mais compreensiva e fraterna de nossa parte.
Sem perder a nossa identidade, podemos abrir o nosso entendimento para outras religiões e práticas, com verdadeiro espírito de fraternidade.
Desse modo, acabaremos por quebrar muitas resistências.
Precisamos dialogar mais.
Mostrar mais o nosso lado de compreensão e respeito em relação à fé que o nosso semelhante possui.
Questão [#004]
Porque os pacientes que se submetem às cirurgias espirituais com corte, não sentem dores.
Como se processa este "anestésico" espiritual?
Resposta:
Os recursos de que se utilizam os Espíritos estão ligados ao ectoplasma.
Esta energia subtil, praticamente desconhecida em sua constituição, deve actuar em áreas do nosso cérebro, em particular sobre a glândula pineal, favorecendo o fenómeno.
Para tanto, é preciso que o médium e as pessoas que trabalham ao seu lado mantenham um clima de serviço desinteressado, em que a caridade e o amor ao próximo sejam o móvel principal.
Questão [#005]
Dra. Marlene, parabéns pelo belo trabalho de pesquisa que a AME faz, aproximando a ciência médica, principalmente na questão relacionada com o maior entendimento da função da epífise, com a Doutrina Espírita.
Como presidente desta importante associação como encara e administra a possibilidade de alguns pesquisadores se distanciarem dos fundamentos da doutrina, calcados mais no conhecimento científico que no filosófico e religioso, bases da doutrina espírita?
Resposta:
Primeiramente, agradeço-lhe as palavras de incentivo ao trabalho das AMEs.
Nosso movimento de união entre Ciência e Religião apenas começa.
Temos uma longa luta pela frente, porque o campo de pesquisa exige tempo, estrutura, e financiamento;
seguimos, porém, confiantes, na certeza de que um dia este período inicial de plantio cederá lugar à colheita desejada.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
Com relação ao distanciamento dos fundamentos da doutrina, não estamos preocupados, porque os fracassos estão previstos em todos os sectores da experiência humana.
Se o livre arbítrio é apanágio de todo ser humano, por que não funcionaria igualmente para o tarefeiro da ciência espírita?
Do mesmo modo que constatamos, com tristeza, o fracasso de grandes médiuns e servidores da Doutrina, podemos imaginá-lo acontecendo entre médicos ou pesquisadores espíritas.
Evoluímos exactamente dessa forma, caindo aqui, levantando ali, até que, após incontáveis tentativas, muitas vezes repletas de sofrimentos, descobrimos onde se encontram os nossos verdadeiros interesses, mantendo nossos compromissos de fidelidade a Deus.
Que o Pai nos ajude a não fracassarmos, a honramos esses compromissos.
Questão [#006]
Já há algum tratamento espiritual ou casa espírita dedicada ao encaminhamento da cura da AIDS e adição por drogas?
Segundo a visão espírita, a que se deve tais epidemias?
Resposta:
Hoje, já existem remédios para controle da Aids, que mantêm o paciente actuante, com melhor qualidade de vida.
Ainda não há cura definitiva, mas, sem dúvida, a sobre-vida é bem maior.
É a misericórdia divina, minimizando a dor humana.
Em uma linguagem figurada, poderíamos dizer que o ser humano acha aquilo que procura.
Tem sido assim, desde as pestes da antiguidade, até os dias de hoje.
Os agentes infecciosos estão por toda parte e actuam quando encontram campo propício.
Segundo André Luiz, em Evolução em Dois Mundos, e Emmanuel, em Pensamento e Vida, além de outros autores, a origem profunda das infecções tem de ser buscada, em última análise, nos desequilíbrios da mente humana.
A adição de drogas existe desde a mais remota antiguidade, e está ligada, em geral, à fuga do ser humano com relação aos seus deveres espirituais.
Há inúmeras Casas Espíritas que se dedicam ao auxílio de irmãos portadores de aids e de drogaditos.
Seria interessante que você recorresse às nossas instituições mais abrangentes, como a FEB, a USE e a FEESP, para conhecer melhor os endereços e formas de trabalho das nossas casas assistenciais.
Continua...
Com relação ao distanciamento dos fundamentos da doutrina, não estamos preocupados, porque os fracassos estão previstos em todos os sectores da experiência humana.
Se o livre arbítrio é apanágio de todo ser humano, por que não funcionaria igualmente para o tarefeiro da ciência espírita?
Do mesmo modo que constatamos, com tristeza, o fracasso de grandes médiuns e servidores da Doutrina, podemos imaginá-lo acontecendo entre médicos ou pesquisadores espíritas.
Evoluímos exactamente dessa forma, caindo aqui, levantando ali, até que, após incontáveis tentativas, muitas vezes repletas de sofrimentos, descobrimos onde se encontram os nossos verdadeiros interesses, mantendo nossos compromissos de fidelidade a Deus.
Que o Pai nos ajude a não fracassarmos, a honramos esses compromissos.
Questão [#006]
Já há algum tratamento espiritual ou casa espírita dedicada ao encaminhamento da cura da AIDS e adição por drogas?
Segundo a visão espírita, a que se deve tais epidemias?
Resposta:
Hoje, já existem remédios para controle da Aids, que mantêm o paciente actuante, com melhor qualidade de vida.
Ainda não há cura definitiva, mas, sem dúvida, a sobre-vida é bem maior.
É a misericórdia divina, minimizando a dor humana.
Em uma linguagem figurada, poderíamos dizer que o ser humano acha aquilo que procura.
Tem sido assim, desde as pestes da antiguidade, até os dias de hoje.
Os agentes infecciosos estão por toda parte e actuam quando encontram campo propício.
Segundo André Luiz, em Evolução em Dois Mundos, e Emmanuel, em Pensamento e Vida, além de outros autores, a origem profunda das infecções tem de ser buscada, em última análise, nos desequilíbrios da mente humana.
A adição de drogas existe desde a mais remota antiguidade, e está ligada, em geral, à fuga do ser humano com relação aos seus deveres espirituais.
Há inúmeras Casas Espíritas que se dedicam ao auxílio de irmãos portadores de aids e de drogaditos.
Seria interessante que você recorresse às nossas instituições mais abrangentes, como a FEB, a USE e a FEESP, para conhecer melhor os endereços e formas de trabalho das nossas casas assistenciais.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
Questão [#007]
É permitido ao médium realizar as famosas cirurgias espirituais?
Não estará ele praticando exercício ilegal de medicina?
Resposta:
As cirurgias espirituais devem ser realizadas sem o emprego de instrumentos cirúrgicos ou objectos cortantes.
Se forem feitas dessa forma, apenas com o emprego das mãos, não há razão para serem consideradas como exercício ilegal da medicina.
Aplicada assim, seria como um passe na Casa Espírita, identificada mais como prática religiosa.
Aliás, as AMEs gostariam muito de realizar pesquisas com médiuns que não utilizassem instrumentos cortantes e que realmente exercessem a mediunidade, sem qualquer outro intuito que não fosse o de ajudar gratuitamente.
Questão [#008]
Quais casos pesquisados de curas espirituais já foram pesquisados dentro do rigor científico e escaparam a explicações tais quais fraude?
Resposta:
A dificuldade de pesquisa é muito grande, porque os médiuns começam bem e terminam muito mal.
Em geral, iniciam o trabalho com uma mediunidade portentosa, muito idealismo, mas, terminam mal.
Perdem a faculdade, porque passam a cobrar pelos benefícios, inclusive em dólares, quando recebem caravanas do exterior.
Por esta razão, é tão difícil pesquisar a mediunidade de cura.
Questão [#009]
Trabalho em um grupo espírita que realiza actividades de curas espirituais.
Procuramos realizar um seminário, aqui em Fortaleza, sobre o tema, e infelizmente vimos que o assunto é pouco estudado.
Existem "instituições-modelos" que tratem do tema de modo científico?
Resposta:
Como eu respondi, anteriormente, a dificuldade nessa área é grande, porque os médiuns são muito instáveis, raramente permanecem na tarefa de ajuda à humanidade, com desinteresse total, dando de graça o que de graça receberam.
Por isso, é tão difícil para nós realizarmos uma pesquisa genuína.
Questão [#010]
Um paciente de câncer, deve procurar tratamentos espirituais e alopáticos, ou só espirituais?
Resposta:
Não há razão para que o paciente de câncer abandone o tratamento convencional para tratar-se espiritualmente, a não ser que a equipe médica terrena declare que não tem mais nada a fazer, que o paciente está forma de possibilidade de tratamento.
Continua...
Questão [#007]
É permitido ao médium realizar as famosas cirurgias espirituais?
Não estará ele praticando exercício ilegal de medicina?
Resposta:
As cirurgias espirituais devem ser realizadas sem o emprego de instrumentos cirúrgicos ou objectos cortantes.
Se forem feitas dessa forma, apenas com o emprego das mãos, não há razão para serem consideradas como exercício ilegal da medicina.
Aplicada assim, seria como um passe na Casa Espírita, identificada mais como prática religiosa.
Aliás, as AMEs gostariam muito de realizar pesquisas com médiuns que não utilizassem instrumentos cortantes e que realmente exercessem a mediunidade, sem qualquer outro intuito que não fosse o de ajudar gratuitamente.
Questão [#008]
Quais casos pesquisados de curas espirituais já foram pesquisados dentro do rigor científico e escaparam a explicações tais quais fraude?
Resposta:
A dificuldade de pesquisa é muito grande, porque os médiuns começam bem e terminam muito mal.
Em geral, iniciam o trabalho com uma mediunidade portentosa, muito idealismo, mas, terminam mal.
Perdem a faculdade, porque passam a cobrar pelos benefícios, inclusive em dólares, quando recebem caravanas do exterior.
Por esta razão, é tão difícil pesquisar a mediunidade de cura.
Questão [#009]
Trabalho em um grupo espírita que realiza actividades de curas espirituais.
Procuramos realizar um seminário, aqui em Fortaleza, sobre o tema, e infelizmente vimos que o assunto é pouco estudado.
Existem "instituições-modelos" que tratem do tema de modo científico?
Resposta:
Como eu respondi, anteriormente, a dificuldade nessa área é grande, porque os médiuns são muito instáveis, raramente permanecem na tarefa de ajuda à humanidade, com desinteresse total, dando de graça o que de graça receberam.
Por isso, é tão difícil para nós realizarmos uma pesquisa genuína.
Questão [#010]
Um paciente de câncer, deve procurar tratamentos espirituais e alopáticos, ou só espirituais?
Resposta:
Não há razão para que o paciente de câncer abandone o tratamento convencional para tratar-se espiritualmente, a não ser que a equipe médica terrena declare que não tem mais nada a fazer, que o paciente está forma de possibilidade de tratamento.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
Ambas as terapias, a convencional e a espiritual, devem e podem ser feitas ao mesmo tempo.
Temos visto verdadeiros descalabros, quando o paciente deixa o apoio do tratamento médico para aventurar-se por um caminho que desconhece.
Acredito em curas espirituais.
Já acompanhei, inclusive, alguns casos que confirmam isto, no entanto, são raros os que têm merecimento para alcançar a cura.
Nosso mundo ainda é de provas e expiações, por isso é preciso aliar fé e discernimento nesses momentos difíceis.
Questão [#011]
Gostaria de saber se está comprovado, cientificamente, e se a ciência actual aceita as curas espirituais.
Resposta:
Infelizmente, ainda não aceita, porque as comprovações não têm sido feitas com o rigor científico necessário.
Quero lembrar que a ciência não é materialista, nem espiritualista, os médicos ou os cientistas é que podem ser uma ou outra coisa.
Questão [#012]
Tenho dificuldade de manter erecção, e creio que isso está piorando.
Sou casado, e agora tenho dificuldade até em excitar-me.
Há quase 2 meses não mantenho relação com minha esposa, fiz 3 exames com urologistas e tudo deu normal, disseram-me que é psicológico o que faço?
Resposta:
Siga instruções médicas, procure aconselhamento psicológico.
Se for aplicável ao seu caso, dentro da psicoterapia, faça terapia regressiva a vivências passadas (TVP).
Para isso é preciso procurar terapeuta confiável.
Ao mesmo tempo, receba o tratamento complementar espírita, quer dizer, tome passes, utilize água fluidificada, procure auto-conhecer-se.
Se for constatada alguma interferência espiritual, busque melhor orientação para tratamento na Casa Espírita que frequenta.
Questão [#013]
Tem o Espiritismo (principalmente a parte de cura pelas mãos) e a acupuntura a chave para o conhecimento de energias do corpo?
Resposta:
Infelizmente ainda não temos tecnologia para isso.
Há, no entanto, muitos estudiosos do assunto e livros bastante esclarecedores de investigadores que aliam acupuntura a centros de força (chacras).
Mas o que se tem de informação vem sempre dos médiuns videntes capazes de ver o perispírito, a aura e os centros de força.
Continua...
Ambas as terapias, a convencional e a espiritual, devem e podem ser feitas ao mesmo tempo.
Temos visto verdadeiros descalabros, quando o paciente deixa o apoio do tratamento médico para aventurar-se por um caminho que desconhece.
Acredito em curas espirituais.
Já acompanhei, inclusive, alguns casos que confirmam isto, no entanto, são raros os que têm merecimento para alcançar a cura.
Nosso mundo ainda é de provas e expiações, por isso é preciso aliar fé e discernimento nesses momentos difíceis.
Questão [#011]
Gostaria de saber se está comprovado, cientificamente, e se a ciência actual aceita as curas espirituais.
Resposta:
Infelizmente, ainda não aceita, porque as comprovações não têm sido feitas com o rigor científico necessário.
Quero lembrar que a ciência não é materialista, nem espiritualista, os médicos ou os cientistas é que podem ser uma ou outra coisa.
Questão [#012]
Tenho dificuldade de manter erecção, e creio que isso está piorando.
Sou casado, e agora tenho dificuldade até em excitar-me.
Há quase 2 meses não mantenho relação com minha esposa, fiz 3 exames com urologistas e tudo deu normal, disseram-me que é psicológico o que faço?
Resposta:
Siga instruções médicas, procure aconselhamento psicológico.
Se for aplicável ao seu caso, dentro da psicoterapia, faça terapia regressiva a vivências passadas (TVP).
Para isso é preciso procurar terapeuta confiável.
Ao mesmo tempo, receba o tratamento complementar espírita, quer dizer, tome passes, utilize água fluidificada, procure auto-conhecer-se.
Se for constatada alguma interferência espiritual, busque melhor orientação para tratamento na Casa Espírita que frequenta.
Questão [#013]
Tem o Espiritismo (principalmente a parte de cura pelas mãos) e a acupuntura a chave para o conhecimento de energias do corpo?
Resposta:
Infelizmente ainda não temos tecnologia para isso.
Há, no entanto, muitos estudiosos do assunto e livros bastante esclarecedores de investigadores que aliam acupuntura a centros de força (chacras).
Mas o que se tem de informação vem sempre dos médiuns videntes capazes de ver o perispírito, a aura e os centros de força.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126677
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Página 26 de 30 • 1 ... 14 ... 25, 26, 27, 28, 29, 30
Tópicos semelhantes
» ARTIGOS DIVERSOS
» ARTIGOS DIVERSOS I
» ARTIGOS DIVERSOS III
» ARTIGOS DIVERSOS IV
» ARTIGOS DIVERSOS II
» ARTIGOS DIVERSOS I
» ARTIGOS DIVERSOS III
» ARTIGOS DIVERSOS IV
» ARTIGOS DIVERSOS II
Página 26 de 30
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos