Artigos sobre a Mediunidade
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Re: Artigos sobre a Mediunidade
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E a grande contribuição da filosofia espírita é a abordagem e utilização ética desse grande canal de comunicação entre diferentes dimensões da realidade, de maneira que ele cumpra sua função natural de impulsionar a evolução do indivíduo e da civilização.
Nos últimos anos temos visto um crescente, avassalador mesmo, interesse pelos factos mediúnicos, parapsicológicos ou psicobiofísicos, abordados, geralmente, sob um enfoque místico e supersticioso.
Ora, a obra iniciada por Kardec e corajosamente continuada por inúmeros pesquisadores e divulgadores é uma pedra de toque, um porto seguro, um farol iluminando uma prática tão difícil e ardilosa. Daí a responsabilidade dos espíritas em contribuir para o momento histórico com a abordagem e prática racional e lúcida da mediunidade.
A prática mediúnica é complicada, cheia de percalços e escolhos?
Existem muitas pessoas que se dizem médiuns e, produzindo fenómenos esdrúxulos expõem a doutrina espírita ao ridículo?
Outros exploram o fenómeno mediúnico, autêntico ou fraudulento, em benefício da auto-promoção e até do enriquecimento ilícito?
As respostas a todas estas perguntas e a muitas outras que podem ser feitas, é afirmativa.
Por isso vamos então reprimir ou coibir a mediunidade nos centros espíritas?
Ora, isto equivaleria ao "retirar o sofá da sala" da velha anedota popular.
Vamos continuar o trabalho kardequiano de educar a faculdade mediúnica, pois, tal tarefa implica em contribuir na grande obra de educação do próprio homem, condição indispensável de progresso, como afirma com veemência a filosofia espírita.
Na verdade, não estaríamos aqui tratando de tais assuntos ou lembrando, ainda que subtilmente, certos editoriais da imprensa espírita, se não fosse o prazer de escrever.
Pois, não há motivo de preocupação quanto a certas decisões ou modismos recorrentes no movimento espírita.
As organizações, por mais que se julguem iluminadas, não conseguiriam nunca implementar atitudes como a inibição ou eliminação do fenómeno mediúnico dos centros.
Ele, o movimento, é livre, multiforme, suficientemente anárquico, para vir a ser uniformizado sob um dogmatismo qualquer.
João Alberto Vendrani Donha
§.§.§- O-canto-da-ave
E a grande contribuição da filosofia espírita é a abordagem e utilização ética desse grande canal de comunicação entre diferentes dimensões da realidade, de maneira que ele cumpra sua função natural de impulsionar a evolução do indivíduo e da civilização.
Nos últimos anos temos visto um crescente, avassalador mesmo, interesse pelos factos mediúnicos, parapsicológicos ou psicobiofísicos, abordados, geralmente, sob um enfoque místico e supersticioso.
Ora, a obra iniciada por Kardec e corajosamente continuada por inúmeros pesquisadores e divulgadores é uma pedra de toque, um porto seguro, um farol iluminando uma prática tão difícil e ardilosa. Daí a responsabilidade dos espíritas em contribuir para o momento histórico com a abordagem e prática racional e lúcida da mediunidade.
A prática mediúnica é complicada, cheia de percalços e escolhos?
Existem muitas pessoas que se dizem médiuns e, produzindo fenómenos esdrúxulos expõem a doutrina espírita ao ridículo?
Outros exploram o fenómeno mediúnico, autêntico ou fraudulento, em benefício da auto-promoção e até do enriquecimento ilícito?
As respostas a todas estas perguntas e a muitas outras que podem ser feitas, é afirmativa.
Por isso vamos então reprimir ou coibir a mediunidade nos centros espíritas?
Ora, isto equivaleria ao "retirar o sofá da sala" da velha anedota popular.
Vamos continuar o trabalho kardequiano de educar a faculdade mediúnica, pois, tal tarefa implica em contribuir na grande obra de educação do próprio homem, condição indispensável de progresso, como afirma com veemência a filosofia espírita.
Na verdade, não estaríamos aqui tratando de tais assuntos ou lembrando, ainda que subtilmente, certos editoriais da imprensa espírita, se não fosse o prazer de escrever.
Pois, não há motivo de preocupação quanto a certas decisões ou modismos recorrentes no movimento espírita.
As organizações, por mais que se julguem iluminadas, não conseguiriam nunca implementar atitudes como a inibição ou eliminação do fenómeno mediúnico dos centros.
Ele, o movimento, é livre, multiforme, suficientemente anárquico, para vir a ser uniformizado sob um dogmatismo qualquer.
João Alberto Vendrani Donha
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A MEDIUNIDADE, DA ANTIGUIDADE AOS DIAS ACTUAIS
Allan Kardec no cap. XIV de O Livro dos Médiuns, fala que todo aquele que sente em qualquer grau a presença dos espíritos é por isso mesmo médium.
Para nós espíritas é ponto pacifico afirmar, que a mediunidade, é uma faculdade natural, inerente ao ser humano, que independe da crença religiosa e se fez presente em todas as épocas da humanidade, sendo inúmeras vezes, confundida e deturpada pelos homens ao longos dos séculos.
Nas antigas civilizações do oriente no Egipto, na Pérsia, na Síria e nas do ocidente na Grécia e em Roma, citada também nos vedas e nos livros sagrados de outras religiões, a mediunidade era tida como crença geral, e os médiuns vistos como seres privilegiados pelos deuses, e por esse fato semideuses.
Denominados como pitons, pitonisas, oráculos, magos, sacerdotes, etc., eram avidamente consultados em busca das mais variadas informações que atendessem aos diversos interesses daqueles que os procuravam.
Os relatos, inclusive os citados na bíblia, referem-se a aparição de anjos, demónios e possessões variadas que marcaram a fenomenologia da época, sedimentando conceitos atávicos e ritualisticos, que ainda fazem parte dos nossos dias.
Era comum na Grécia antiga e em outros povos os médiuns actuarem como conselheiros do reis, como também era comum, os retiros do homem para a natureza ou para o insulamento em monastérios buscando o estudo e a prática da filosofia, como fazia Platão, que galgava a montanha do Imec, buscando lá o refúgio e tranquilidade para suas conjecturas, ou mesmo Moisés, que subiu ao monte Sinai no intuito de obter respostas que atendessem às suas necessidades espirituais mais prementes.
Mas é com o Cristo, que a mediunidade adquire um maior substrato moral e vem orientada pela disciplina que a sua condição de médium de Deus proporciona, visto que, Ele confabulava directamente com Deus, e que, esse facto por si só, já era suficiente para promover uma nova disposição moral nas atitudes e no comportamento do homem, em função da aplicação da Lei do Amor, inquestionavelmente traduzida em seus ensinamentos.
A ignorância, no que se refere a mediunidade e os interesses espúrios que o fanatismo religioso produzia, detonaram perseguições implacáveis aos médiuns, tanto ao tempo de Jesus quanto na Idade Média, quando ela é tachada de intervenção demoníaca e os médiuns levados ao martírio da fogueira como ocorreu com Joana D’arc, por não abjurar de suas vozes, que revelavam a sobrevivência da alma e a comunicabilidade da mesma.
Os acontecimentos de Hydesville em 1848 nos EUA, e em seguida os fenómenos das mesas girantes que invadiram a Europa, que inicialmente servia a fins fúteis, trouxeram novos enfoques sobre a mediunidade, pois os factos como sabemos, estavam obedecendo uma previa programação do mundo espiritual, tanto que, em 1854, chegam ao conhecimento do Insigne professor, Hyppolyte Leon Denizard Rivail, em Paris, que após análise rigorosa, se propõe aprofundar as investigações sobre o tema, comparando, observando e julgando, para apresentar ao mundo a mediunidade como uma faculdade de natureza orgânica inerente ao ser humano, que se exterioriza pela acção dos espíritos. Inquestionavelmente a prudência e o bom senso de Kardec, resultaram em uma pesquisa refinada, de rara qualidade, que nos deixou como grande legado sua maravilhosa obra.
A obra de Kardec despertou um interesse bombástico pelo assunto, e isso descambou em grandes pesquisas, como as de César Lombroso, Ernesto Bozzano, Gabriel Dellane, e tantos outros pesquisadores de renome que contribuíram de forma magnifica para o enriquecimento da Doutrina nesse contexto.
De Kardec aos nossos dias muito se tem estudado acerca da mediunidade, embora alguns, teimem em manter vivos conceitos atávicos oriundos de outros tempos, em virtude da falta de estudo.
Contudo, a espiritualidade maior não descansa nos ensinamentos e a Providência Divina não nos deixa órfãos de missionários que alavanquem o nosso crescimento espiritual, se atentarmos para a grande produção mediúnica no campo literário, através de Chico Xavier, Divaldo Pereira Franco, Ivone A. Pereira e tantos outros espíritas sérios, perceberemos que o nosso conhecimento sobre a mediunidade é ainda ínfimo, diante desse manancial de luz.
Warwick Mota
§.§.§- O-canto-da-ave
Para nós espíritas é ponto pacifico afirmar, que a mediunidade, é uma faculdade natural, inerente ao ser humano, que independe da crença religiosa e se fez presente em todas as épocas da humanidade, sendo inúmeras vezes, confundida e deturpada pelos homens ao longos dos séculos.
Nas antigas civilizações do oriente no Egipto, na Pérsia, na Síria e nas do ocidente na Grécia e em Roma, citada também nos vedas e nos livros sagrados de outras religiões, a mediunidade era tida como crença geral, e os médiuns vistos como seres privilegiados pelos deuses, e por esse fato semideuses.
Denominados como pitons, pitonisas, oráculos, magos, sacerdotes, etc., eram avidamente consultados em busca das mais variadas informações que atendessem aos diversos interesses daqueles que os procuravam.
Os relatos, inclusive os citados na bíblia, referem-se a aparição de anjos, demónios e possessões variadas que marcaram a fenomenologia da época, sedimentando conceitos atávicos e ritualisticos, que ainda fazem parte dos nossos dias.
Era comum na Grécia antiga e em outros povos os médiuns actuarem como conselheiros do reis, como também era comum, os retiros do homem para a natureza ou para o insulamento em monastérios buscando o estudo e a prática da filosofia, como fazia Platão, que galgava a montanha do Imec, buscando lá o refúgio e tranquilidade para suas conjecturas, ou mesmo Moisés, que subiu ao monte Sinai no intuito de obter respostas que atendessem às suas necessidades espirituais mais prementes.
Mas é com o Cristo, que a mediunidade adquire um maior substrato moral e vem orientada pela disciplina que a sua condição de médium de Deus proporciona, visto que, Ele confabulava directamente com Deus, e que, esse facto por si só, já era suficiente para promover uma nova disposição moral nas atitudes e no comportamento do homem, em função da aplicação da Lei do Amor, inquestionavelmente traduzida em seus ensinamentos.
A ignorância, no que se refere a mediunidade e os interesses espúrios que o fanatismo religioso produzia, detonaram perseguições implacáveis aos médiuns, tanto ao tempo de Jesus quanto na Idade Média, quando ela é tachada de intervenção demoníaca e os médiuns levados ao martírio da fogueira como ocorreu com Joana D’arc, por não abjurar de suas vozes, que revelavam a sobrevivência da alma e a comunicabilidade da mesma.
Os acontecimentos de Hydesville em 1848 nos EUA, e em seguida os fenómenos das mesas girantes que invadiram a Europa, que inicialmente servia a fins fúteis, trouxeram novos enfoques sobre a mediunidade, pois os factos como sabemos, estavam obedecendo uma previa programação do mundo espiritual, tanto que, em 1854, chegam ao conhecimento do Insigne professor, Hyppolyte Leon Denizard Rivail, em Paris, que após análise rigorosa, se propõe aprofundar as investigações sobre o tema, comparando, observando e julgando, para apresentar ao mundo a mediunidade como uma faculdade de natureza orgânica inerente ao ser humano, que se exterioriza pela acção dos espíritos. Inquestionavelmente a prudência e o bom senso de Kardec, resultaram em uma pesquisa refinada, de rara qualidade, que nos deixou como grande legado sua maravilhosa obra.
A obra de Kardec despertou um interesse bombástico pelo assunto, e isso descambou em grandes pesquisas, como as de César Lombroso, Ernesto Bozzano, Gabriel Dellane, e tantos outros pesquisadores de renome que contribuíram de forma magnifica para o enriquecimento da Doutrina nesse contexto.
De Kardec aos nossos dias muito se tem estudado acerca da mediunidade, embora alguns, teimem em manter vivos conceitos atávicos oriundos de outros tempos, em virtude da falta de estudo.
Contudo, a espiritualidade maior não descansa nos ensinamentos e a Providência Divina não nos deixa órfãos de missionários que alavanquem o nosso crescimento espiritual, se atentarmos para a grande produção mediúnica no campo literário, através de Chico Xavier, Divaldo Pereira Franco, Ivone A. Pereira e tantos outros espíritas sérios, perceberemos que o nosso conhecimento sobre a mediunidade é ainda ínfimo, diante desse manancial de luz.
Warwick Mota
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MÉDIUNS PROFISSIONAIS
Um dos cuidados de Kardec e um dos pontos básicos de seu método de trabalho era cercar-se de colaboradores insuspeitos, tanto do ponto de vista material, como do moral.
No primeiro caso, coloca ele os médiuns que não auferem lucros financeiros;
no segundo, os que não cobram em elogios, em promoção pessoal, os que não buscam, enfim, prestígio à custa de sua mediunidade.
Nessa precaução, identificamos mais uma vez a perspicácia científica do Codificador.
Numa época em que os grandes pesquisadores do psiquismo tinham "seus sonâmbulos" à disposição, médiuns esses muitas vezes sustentados ou assalariados pelos cientistas, Kardec só se servia, em seus estudos, de voluntários.
Cercava-se de médiuns que se entregavam ao trabalho desinteressadamente, pelo único ideal de demonstrar à humanidade a verdade da sobrevivência.
Qual a importância dessa maneira de agir?
Todos nós sabemos que o facto mediúnico não ocorre à vontade do médium.
É necessária a colaboração de uma inteligência independente: o espírito comunicante, provocador do facto.
Pois bem, quando alguém tira seu salário de suas possibilidades mediúnicas, vê-se, esse alguém, na obrigação de produzir fenómenos.
Se não produzi-los, não terá salário.
Agindo dentro dessa obrigatoriedade, quando os fenómenos não ocorrerem ele providenciará, de maneira fraudulenta, sua ocorrência.
Mesmo em se tratando de sonâmbulos (actualmente, na parapsicologia, chamados paranormais), caso em que o fenómeno é anímico, há necessidade de condições favoráveis para a ocorrência dos factos.
Portanto, ainda aqui, o desinteresse é a melhor garantia de sinceridade.
Na maioria dos casos o médium, em sua origem autêntico, sincero e simples, é imediatamente cercado por pessoas gananciosas por dinheiro ou ansiosas por promoção.
Essas pessoas começam a adjectivá-lo de "grande médium", "maior médium", ou a reputar-lhe um "grande e inexplicável poder".
O pobre do médium convence-se disto tudo e começa, por sua vez, a tirar proveito próprio da mediunidade ou a permitir que outros, amigos e familiares, o façam.
Algum tempo mais e ele começa a notar que os fenómenos não são tão regulares e dóceis assim, que vez e outra (principalmente depois que ele começou a ganhar com a mediunidade) os "fatos insólitos" não se verificam.
A essa altura, o médium já está tão comprometido, com tantas apresentações, palestras e entrevistas marcadas, que prefere não voltar atrás e continua na tentativa de satisfazer os curiosos.
Leva consigo, então, certos recursos, para serem utilizados caso o fenómeno não ocorra. Começa a defraudar.
Se uma fraude dessas é descoberta os adversários do Espiritismo generalizam estendendo a denúncia da fraude a todas as apresentações daquele médium e, o que é pior, a todos os fenómenos daquela natureza.
Portanto, nunca poderemos ser realmente espíritas, compreender a fenomenologia mediúnica, interpretar com tranquilidade tudo o que se passa em nosso meio ou o que se faz em nome do Espiritismo, sem estudarmos seriamente Kardec, assimilando seu método e sua prática.
E é com suas palavras que finalizo este artigo:
"De tudo o que ficou dito concluímos que o desinteresse mais absoluto é a melhor garantia contra o charlatanismo"
(Kardec, O Livro dos Médiuns, Cap. XXVIII).
João Alberto Vendrani Donha
§.§.§- O-canto-da-ave
No primeiro caso, coloca ele os médiuns que não auferem lucros financeiros;
no segundo, os que não cobram em elogios, em promoção pessoal, os que não buscam, enfim, prestígio à custa de sua mediunidade.
Nessa precaução, identificamos mais uma vez a perspicácia científica do Codificador.
Numa época em que os grandes pesquisadores do psiquismo tinham "seus sonâmbulos" à disposição, médiuns esses muitas vezes sustentados ou assalariados pelos cientistas, Kardec só se servia, em seus estudos, de voluntários.
Cercava-se de médiuns que se entregavam ao trabalho desinteressadamente, pelo único ideal de demonstrar à humanidade a verdade da sobrevivência.
Qual a importância dessa maneira de agir?
Todos nós sabemos que o facto mediúnico não ocorre à vontade do médium.
É necessária a colaboração de uma inteligência independente: o espírito comunicante, provocador do facto.
Pois bem, quando alguém tira seu salário de suas possibilidades mediúnicas, vê-se, esse alguém, na obrigação de produzir fenómenos.
Se não produzi-los, não terá salário.
Agindo dentro dessa obrigatoriedade, quando os fenómenos não ocorrerem ele providenciará, de maneira fraudulenta, sua ocorrência.
Mesmo em se tratando de sonâmbulos (actualmente, na parapsicologia, chamados paranormais), caso em que o fenómeno é anímico, há necessidade de condições favoráveis para a ocorrência dos factos.
Portanto, ainda aqui, o desinteresse é a melhor garantia de sinceridade.
Na maioria dos casos o médium, em sua origem autêntico, sincero e simples, é imediatamente cercado por pessoas gananciosas por dinheiro ou ansiosas por promoção.
Essas pessoas começam a adjectivá-lo de "grande médium", "maior médium", ou a reputar-lhe um "grande e inexplicável poder".
O pobre do médium convence-se disto tudo e começa, por sua vez, a tirar proveito próprio da mediunidade ou a permitir que outros, amigos e familiares, o façam.
Algum tempo mais e ele começa a notar que os fenómenos não são tão regulares e dóceis assim, que vez e outra (principalmente depois que ele começou a ganhar com a mediunidade) os "fatos insólitos" não se verificam.
A essa altura, o médium já está tão comprometido, com tantas apresentações, palestras e entrevistas marcadas, que prefere não voltar atrás e continua na tentativa de satisfazer os curiosos.
Leva consigo, então, certos recursos, para serem utilizados caso o fenómeno não ocorra. Começa a defraudar.
Se uma fraude dessas é descoberta os adversários do Espiritismo generalizam estendendo a denúncia da fraude a todas as apresentações daquele médium e, o que é pior, a todos os fenómenos daquela natureza.
Portanto, nunca poderemos ser realmente espíritas, compreender a fenomenologia mediúnica, interpretar com tranquilidade tudo o que se passa em nosso meio ou o que se faz em nome do Espiritismo, sem estudarmos seriamente Kardec, assimilando seu método e sua prática.
E é com suas palavras que finalizo este artigo:
"De tudo o que ficou dito concluímos que o desinteresse mais absoluto é a melhor garantia contra o charlatanismo"
(Kardec, O Livro dos Médiuns, Cap. XXVIII).
João Alberto Vendrani Donha
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Mediunidade & Auto-conhecimento
Mediunidade é a capacidade de entrar em contacto com outras consciências ou espíritos, encarnados e desencarnados, e transmitir-lhes o pensamento, os sentimentos, as ideias e as sensações, sob as mais variadas formas.
E médium é todo aquele que tem esta capacidade, em maior ou menor grau.
Embora haja outras variações para estas definições, muitas válidas, estas são as mais conhecidas e as mais relevantes para o assunto que pretendo tratar.
Captando e transmitindo pensamentos e sentimentos que vêm de fora de si mesmo, o médium trabalha, o tempo todo, com o que não é seu, com o que não lhe pertence e nem nasce dentro dele.
Ele trabalha, principalmente, com os conteúdos de outras mentes que, aproveitando-se de sua capacidade, tentam se comunicar.
Uma das questões mais presentes nas pessoas que me procuram para o curso de mediunidade é como distinguir o que é seu do que é dos espíritos que se comunicam, como saber se o que está sendo transmitido não é conteúdo do próprio médium, e não das consciências ou entidades que se comunicam por intermédio dele, especialmente porque se sabe que mais de 70% dos médiuns hoje permanecem totalmente conscientes durante o fenómeno.
As entidades que se comunicam por um médium podem mudar e variar muito de um trabalho para o outro, sendo quase impossível prever com exactidão quem irá se comunicar a cada oportunidade ou que tipo de conteúdos surgirão a cada trabalho.
E esta questão se complica ainda mais quando pensamos na sintonia, pois nenhum fenómeno mediúnico ocorre sem que haja uma boa dose de similaridade, de afinidade entre os conteúdos do médium e da entidade comunicante, para que as ideias transmitidas sejam melhor compreendidas e repassadas pelo médium.
Como saber, então, com segurança, o que é do próprio médium e o que vem da entidade?
Como distinguir entre coisas, às vezes, muito parecidas, passando pelo mesmo canal?
Além disso, como manter-se isento e imparcial nas comunicações, quando, muitas vezes, o que chega mobiliza o médium profundamente, tocando seus sentimentos e emoções de maneira mais intensa?
Só podemos distinguir coisas quando as conhecemos bem, quando as reconhecemos, quando as identificamos com certa facilidade.
Não é possível, portanto, ao médium, distinguir os seus conteúdos dos conteúdos das entidades comunicantes se ele não conhecer algo desses conteúdos, para poder identificá-los, compará-los e separá-los adequadamente.
Não podendo controlar os conteúdos que lhe chegam, ao médium não resta outra opção a não ser trabalhar naquilo que está mais próximo dele, sobre o que ele tem muito mais controlo e com o que está em contacto 24 horas por dias, 7 dias por semana:
ele mesmo, seus conteúdos, suas questões, seus padrões, sua luz e sua sombra.
Um bom médium, portanto, além de dominar o fenómeno e as técnicas, precisa conhecer a si mesmo em profundidade, precisa trabalhar constante e cuidadosamente o auto-conhecimento.
Um bom médium, antes de se entregar aos fenómenos, precisa saber quais são as suas próprias dúvidas e questões, as suas dificuldades e limitações, as suas qualidades e necessidades, para, só então, poder transmitir, com segurança, aquilo que lhe chega de outras mentes, por intermédio de sua própria capacidade de comunicação psíquica, sem o receio de estar misturando o que é seu com o que é de quem se comunica ou de estar interferindo na comunicação.
Por isso, sempre friso muito nos meus cursos que estudar e praticar mediunidade é, antes de tudo, um trabalho de auto-conhecimento, um estudo interno profundo, que deve nos colocar cara a cara com tudo o que somos, com tudo o que sabemos e, principalmente, ainda não sabemos de nós mesmos.
Continua...
E médium é todo aquele que tem esta capacidade, em maior ou menor grau.
Embora haja outras variações para estas definições, muitas válidas, estas são as mais conhecidas e as mais relevantes para o assunto que pretendo tratar.
Captando e transmitindo pensamentos e sentimentos que vêm de fora de si mesmo, o médium trabalha, o tempo todo, com o que não é seu, com o que não lhe pertence e nem nasce dentro dele.
Ele trabalha, principalmente, com os conteúdos de outras mentes que, aproveitando-se de sua capacidade, tentam se comunicar.
Uma das questões mais presentes nas pessoas que me procuram para o curso de mediunidade é como distinguir o que é seu do que é dos espíritos que se comunicam, como saber se o que está sendo transmitido não é conteúdo do próprio médium, e não das consciências ou entidades que se comunicam por intermédio dele, especialmente porque se sabe que mais de 70% dos médiuns hoje permanecem totalmente conscientes durante o fenómeno.
As entidades que se comunicam por um médium podem mudar e variar muito de um trabalho para o outro, sendo quase impossível prever com exactidão quem irá se comunicar a cada oportunidade ou que tipo de conteúdos surgirão a cada trabalho.
E esta questão se complica ainda mais quando pensamos na sintonia, pois nenhum fenómeno mediúnico ocorre sem que haja uma boa dose de similaridade, de afinidade entre os conteúdos do médium e da entidade comunicante, para que as ideias transmitidas sejam melhor compreendidas e repassadas pelo médium.
Como saber, então, com segurança, o que é do próprio médium e o que vem da entidade?
Como distinguir entre coisas, às vezes, muito parecidas, passando pelo mesmo canal?
Além disso, como manter-se isento e imparcial nas comunicações, quando, muitas vezes, o que chega mobiliza o médium profundamente, tocando seus sentimentos e emoções de maneira mais intensa?
Só podemos distinguir coisas quando as conhecemos bem, quando as reconhecemos, quando as identificamos com certa facilidade.
Não é possível, portanto, ao médium, distinguir os seus conteúdos dos conteúdos das entidades comunicantes se ele não conhecer algo desses conteúdos, para poder identificá-los, compará-los e separá-los adequadamente.
Não podendo controlar os conteúdos que lhe chegam, ao médium não resta outra opção a não ser trabalhar naquilo que está mais próximo dele, sobre o que ele tem muito mais controlo e com o que está em contacto 24 horas por dias, 7 dias por semana:
ele mesmo, seus conteúdos, suas questões, seus padrões, sua luz e sua sombra.
Um bom médium, portanto, além de dominar o fenómeno e as técnicas, precisa conhecer a si mesmo em profundidade, precisa trabalhar constante e cuidadosamente o auto-conhecimento.
Um bom médium, antes de se entregar aos fenómenos, precisa saber quais são as suas próprias dúvidas e questões, as suas dificuldades e limitações, as suas qualidades e necessidades, para, só então, poder transmitir, com segurança, aquilo que lhe chega de outras mentes, por intermédio de sua própria capacidade de comunicação psíquica, sem o receio de estar misturando o que é seu com o que é de quem se comunica ou de estar interferindo na comunicação.
Por isso, sempre friso muito nos meus cursos que estudar e praticar mediunidade é, antes de tudo, um trabalho de auto-conhecimento, um estudo interno profundo, que deve nos colocar cara a cara com tudo o que somos, com tudo o que sabemos e, principalmente, ainda não sabemos de nós mesmos.
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Re: Artigos sobre a Mediunidade
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Não entendo que seja possível ser um médium consciente, responsável e equilibrado se não houver autocontrole sadio das próprias emoções, se o médium não for capaz de olhar para si mesmo com autocrítica saudável, se não houver disposição sincera para reconhecer as próprias características, trabalhando aquelas em que se percebe desequilibrado ou confuso, limitado ou incómodo.
Num transe mediúnico, o médium entra em contacto profundo com muito do que as entidades sentem e pensam, e precisa estar seguro do que ele próprio pensa e sente, para não se deixar confundir ou mesmo enganar nos trabalhos que irá fazer.
Não se trata apenas de vigilância, ou de apenas observar, mas de reconhecer o que se pensa e sente, porque isso acontece, o que isso nos causa, em que circunstâncias acontece etc.
Também não se trata de moralismo, de acomodar atitudes ao que outros determinaram ser a melhor conduta, de seguir preceitos morais religiosos, mas de consultar a própria consciência em busca da verdade sobre si mesmo, em busca da essência do ser, em busca daquilo que realmente identifica cada um de nós, independentemente de rótulos, crenças, conceitos filosóficos etc.
Quando um médium se conhece, ele não teme o contacto com outras mentes, pois está seguro do que está dentro dele e não será facilmente desviado, desequilibrado ou enganado.
Quando ele não se conhece, no entanto, fica perdido em meio ao fluxo de sentimentos, emoções e pensamentos que lhe chegam e pode ver-se perturbado tentando separar o que percebe, ou questionando-se sobre o que está acontecendo com ele.
O estudo e o exercício da mediunidade, portanto, exigem autoconsciência, auto-análise, autocrítica, observação constante de si mesmo, não como juiz ou carrasco, mas como testemunha lúcida e fiel do que se passa interiormente, pronta para actuar naquilo que for necessário para melhorar-se, quando solicitada.
Mediunidade é meio de comunicação.
E toda comunicação fica muito prejudicada quando há ruído, quando o sinal não é forte, quando o meio que a transmite não consegue ser fiel, imparcial e ético na sua função.
O médium que cuida de manter isolados, embora não escondidos ou anulados, seus conteúdos, mantém limpos e calibrados os seus canais de comunicação, garantindo recepções e transmissões de qualidade, tanto para ele quanto para quem se comunica através dele.
Mediunidade é intercâmbio de ideias, sentimentos, pensamentos, emoções e sensações e, quando está ciente disso e de seus próprios conteúdos, o médium consegue não só receber informações e orientações importantes para si mesmo e os que o acompanham, como também pode colaborar com os seus próprios conteúdos, conhecimentos e experiências, ajudando àqueles que o buscam para a comunicação, fazendo da mediunidade uma troca rica e construtiva.
Mediunidade é serviço de integração de dois mundos - ou, quem sabe, mais até - que funcionam de forma diferenciada, em diferentes frequências, com diferentes características e peculiaridades.
E o médium que sabe disso e procura conhecer bem essas diferenças, bem como as semelhanças que existem, consegue acompanhar todo fenómeno de forma lúcida e com grande discernimento, sem se deixar afectar negativamente por aquilo que lhe chega.
Mediunidade é oportunidade de trabalhar pelos outros, mas, antes de tudo, por si mesmo, estudando-se e aplicando aquilo que aprende nas comunicações em sua própria vida.
Autora: Maísa Intelisano
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Não entendo que seja possível ser um médium consciente, responsável e equilibrado se não houver autocontrole sadio das próprias emoções, se o médium não for capaz de olhar para si mesmo com autocrítica saudável, se não houver disposição sincera para reconhecer as próprias características, trabalhando aquelas em que se percebe desequilibrado ou confuso, limitado ou incómodo.
Num transe mediúnico, o médium entra em contacto profundo com muito do que as entidades sentem e pensam, e precisa estar seguro do que ele próprio pensa e sente, para não se deixar confundir ou mesmo enganar nos trabalhos que irá fazer.
Não se trata apenas de vigilância, ou de apenas observar, mas de reconhecer o que se pensa e sente, porque isso acontece, o que isso nos causa, em que circunstâncias acontece etc.
Também não se trata de moralismo, de acomodar atitudes ao que outros determinaram ser a melhor conduta, de seguir preceitos morais religiosos, mas de consultar a própria consciência em busca da verdade sobre si mesmo, em busca da essência do ser, em busca daquilo que realmente identifica cada um de nós, independentemente de rótulos, crenças, conceitos filosóficos etc.
Quando um médium se conhece, ele não teme o contacto com outras mentes, pois está seguro do que está dentro dele e não será facilmente desviado, desequilibrado ou enganado.
Quando ele não se conhece, no entanto, fica perdido em meio ao fluxo de sentimentos, emoções e pensamentos que lhe chegam e pode ver-se perturbado tentando separar o que percebe, ou questionando-se sobre o que está acontecendo com ele.
O estudo e o exercício da mediunidade, portanto, exigem autoconsciência, auto-análise, autocrítica, observação constante de si mesmo, não como juiz ou carrasco, mas como testemunha lúcida e fiel do que se passa interiormente, pronta para actuar naquilo que for necessário para melhorar-se, quando solicitada.
Mediunidade é meio de comunicação.
E toda comunicação fica muito prejudicada quando há ruído, quando o sinal não é forte, quando o meio que a transmite não consegue ser fiel, imparcial e ético na sua função.
O médium que cuida de manter isolados, embora não escondidos ou anulados, seus conteúdos, mantém limpos e calibrados os seus canais de comunicação, garantindo recepções e transmissões de qualidade, tanto para ele quanto para quem se comunica através dele.
Mediunidade é intercâmbio de ideias, sentimentos, pensamentos, emoções e sensações e, quando está ciente disso e de seus próprios conteúdos, o médium consegue não só receber informações e orientações importantes para si mesmo e os que o acompanham, como também pode colaborar com os seus próprios conteúdos, conhecimentos e experiências, ajudando àqueles que o buscam para a comunicação, fazendo da mediunidade uma troca rica e construtiva.
Mediunidade é serviço de integração de dois mundos - ou, quem sabe, mais até - que funcionam de forma diferenciada, em diferentes frequências, com diferentes características e peculiaridades.
E o médium que sabe disso e procura conhecer bem essas diferenças, bem como as semelhanças que existem, consegue acompanhar todo fenómeno de forma lúcida e com grande discernimento, sem se deixar afectar negativamente por aquilo que lhe chega.
Mediunidade é oportunidade de trabalhar pelos outros, mas, antes de tudo, por si mesmo, estudando-se e aplicando aquilo que aprende nas comunicações em sua própria vida.
Autora: Maísa Intelisano
§.§.§- O-canto-da-ave
Ave sem Ninho- Mensagens : 126619
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Mediunidade ou Mediocridade?
Assistindo a mais um programa da série que a Globo News vem apresentando sobre Francisco Cândido Xavier, vi-me na circunstância desconfortável de anotar grandes e pequenas bobagens (sem culpa nenhuma da Rede Globo, que apenas faz, e sempre faz bem, seu papel jornalístico). O representante da Federação Espírita Brasileira declara (naquele estilo morno do "não me comprometa") que, segundo a doutrina espírita, conhecer encarnação passada do Chico é irrelevante.
Velho e falso argumento clicherizado e sem nenhum ineditismo.
Certamente ignora que o próprio Chico Xavier falou dele como Joana a Louca e outras;
que Emmanuel revelou quem havia sido antes;
que a excelente médium Yvonne Pereira contou quem fora Bezerra de Menezes;
que Eurípedes Barsanulfo nunca escondeu quem ele havia sido;
e tantos e tantos outros grandes vultos do espiritismo, todos com muito mais autoridade do que os líderes que andam por aí escrevendo e dizendo mediocridades.
E para rematar, lembro que o Codificador divulgou sua encarnação anterior como Allan Kardec, e que o maior e mais sábio modelo da humanidade fez questão de nos exemplificar que conhecer encarnação anterior, sem perder o equilíbrio, nem sempre é irrelevante:
Jesus revelou para a eternidade que João Baptista era a reencarnação de Elias.
Fica óbvio, pois, que irrelevante é a opinião irrelevante de quem vem para a televisão pontificar irrelevâncias.
Mas, salvo raras presenças humildes de verdade, estiveram todos, no programa, em merecida companhia, excepção do Arnaldo Rocha, este, de todos, o maior amigo do Chico, aquele que mais o conheceu e que, sendo espírita sério, honesto, decente, foi logo encerrando o assunto dizendo que Chico Xavier como Allan Kardec é uma bobagem.
Pelo menos esse teve bom senso.
O pretenso e buliçoso médium que diz receber o espírito Chico Xavier é dos mais desavisados dentre esses que ultimamente se lançaram em massa e que sonham substituir o querido missionário de Pedro Leopoldo e Uberaba.
Enquanto Arnaldo Rocha foi realmente fiel confidente do Chico, esse Carlos Baccelli nem era mais recebido pelo Chico, desde pelo menos 1993.
Até a desencarnação, em 2002, o Chico não queria sequer ouvir o nome dele e lhe fechou as portas, coisa rara no comportamento cândido do Chico..
Continua...
Velho e falso argumento clicherizado e sem nenhum ineditismo.
Certamente ignora que o próprio Chico Xavier falou dele como Joana a Louca e outras;
que Emmanuel revelou quem havia sido antes;
que a excelente médium Yvonne Pereira contou quem fora Bezerra de Menezes;
que Eurípedes Barsanulfo nunca escondeu quem ele havia sido;
e tantos e tantos outros grandes vultos do espiritismo, todos com muito mais autoridade do que os líderes que andam por aí escrevendo e dizendo mediocridades.
E para rematar, lembro que o Codificador divulgou sua encarnação anterior como Allan Kardec, e que o maior e mais sábio modelo da humanidade fez questão de nos exemplificar que conhecer encarnação anterior, sem perder o equilíbrio, nem sempre é irrelevante:
Jesus revelou para a eternidade que João Baptista era a reencarnação de Elias.
Fica óbvio, pois, que irrelevante é a opinião irrelevante de quem vem para a televisão pontificar irrelevâncias.
Mas, salvo raras presenças humildes de verdade, estiveram todos, no programa, em merecida companhia, excepção do Arnaldo Rocha, este, de todos, o maior amigo do Chico, aquele que mais o conheceu e que, sendo espírita sério, honesto, decente, foi logo encerrando o assunto dizendo que Chico Xavier como Allan Kardec é uma bobagem.
Pelo menos esse teve bom senso.
O pretenso e buliçoso médium que diz receber o espírito Chico Xavier é dos mais desavisados dentre esses que ultimamente se lançaram em massa e que sonham substituir o querido missionário de Pedro Leopoldo e Uberaba.
Enquanto Arnaldo Rocha foi realmente fiel confidente do Chico, esse Carlos Baccelli nem era mais recebido pelo Chico, desde pelo menos 1993.
Até a desencarnação, em 2002, o Chico não queria sequer ouvir o nome dele e lhe fechou as portas, coisa rara no comportamento cândido do Chico..
Continua...
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Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
Conhecendo-lhe as razões (algumas deploráveis), na ocasião escrevi para o Chico me solidarizando com a atitude radical que tomou em meio a muita mágoa e muito aborrecimento.
O Jornal da Manhã uberabense, de 5.7.97 (que guardo em meus arquivos), reproduziu com amplo destaque a carta manuscrita do Chico, dizendo que não iria mais receber o Baccelli em sua casa.
Pois é esse "médium" que tenta convencer o público de que recebe o espírito Chico Xavier, por sinal com respostas tolas, falsas e absurdas como as que lemos na "entrevista" que diz haver conseguido no Além.
A linguagem, junto às parvoíces, é muito aquém da lhanesa, do padrão generoso do inesquecível servidor do Cristo.
Atribuída ao Chico, a entrevista do Além são arranjos de quem perambula pelo humanismo barato dos pobres de espírito.
Entre os demais que apareceram no programa está a figura engraçada do Waldo Vieira, que também legou grandes desgostos ao Chico e que agora resolveu contar segredos, como a força que deu, nos Estados Unidos, para que o Chico não largasse a missão e voltasse para o Brasil.
Quer dizer: foi o Waldo quem salvou o Chico de abandonar a missão e de perder esta encarnação.
Lorota, pura fantasia de quem, inclusive na performance televisiva, fez lembrar bem mais o conhecido Profeta Gentileza, figura folclórica das ruas do Rio de Janeiro, nos fins do século passado.
A Globo News, por conta dos excelentes profissionais que tem, explorou com maestria aquela imagem propícia ao enquadramento oportuno da ridicularia.
Pomposo e esotérico, Waldo Vieira, sem se dar conta do papel novelesco que desempenhava, resolveu informar - do que eu já tomara conhecimento - que ele é a reencarnação do espírito Zéfiro, um dos guias de Allan Kardec.
Mas não para nisso.
Ele tem dito mais. Negando o que se sabia sobre seu passado, que, de resto, lhe era de respeito nas letras, afirma agora que foi também o Nostradamus.
Nas trocas que vem fazendo, percebe-se que esse passado lhe ressurge como um totem perturbador.
Pior é que tem gente que acredita...
Pelas barbas do profeta!
Para encerrar, reproduzo a seguinte nota que, em 15 de março de 2005, distribuí pela internet, a propósito das afirmativas totalmente improcedentes (senão ridículas) de que Francisco Cândido Xavier teria sido a reencarnação de Allan Kardec.
O Diário da Manhã, de Goiânia, GO, de 28.8.1988, publicou reportagem do jornalista Baptista Custódio sobre Francisco Cândido Xavier.
A reportagem foi transcrita em artigo de A Flama Espírita, de Uberaba, MG, de novembro de 1994.
Perguntado se seria a reencarnação de Allan Kardec, Chico Xavier responde:
– Não, não sou. Digo isto com serenidade.
Não sou. Consulto a minha vida psicológica, as minhas tendências.
Tudo aquilo que tenho dentro do meu coração é eu.
Não tenho nenhuma semelhança com aquele homem corajoso e forte que em doze anos deixou dezoito livros maravilhosos.
Autor do artigo com a transcrição: Carlos António Baccelli.
Autor: LUCIANO DOS ANJOS
§.§.§- O-canto-da-ave
Conhecendo-lhe as razões (algumas deploráveis), na ocasião escrevi para o Chico me solidarizando com a atitude radical que tomou em meio a muita mágoa e muito aborrecimento.
O Jornal da Manhã uberabense, de 5.7.97 (que guardo em meus arquivos), reproduziu com amplo destaque a carta manuscrita do Chico, dizendo que não iria mais receber o Baccelli em sua casa.
Pois é esse "médium" que tenta convencer o público de que recebe o espírito Chico Xavier, por sinal com respostas tolas, falsas e absurdas como as que lemos na "entrevista" que diz haver conseguido no Além.
A linguagem, junto às parvoíces, é muito aquém da lhanesa, do padrão generoso do inesquecível servidor do Cristo.
Atribuída ao Chico, a entrevista do Além são arranjos de quem perambula pelo humanismo barato dos pobres de espírito.
Entre os demais que apareceram no programa está a figura engraçada do Waldo Vieira, que também legou grandes desgostos ao Chico e que agora resolveu contar segredos, como a força que deu, nos Estados Unidos, para que o Chico não largasse a missão e voltasse para o Brasil.
Quer dizer: foi o Waldo quem salvou o Chico de abandonar a missão e de perder esta encarnação.
Lorota, pura fantasia de quem, inclusive na performance televisiva, fez lembrar bem mais o conhecido Profeta Gentileza, figura folclórica das ruas do Rio de Janeiro, nos fins do século passado.
A Globo News, por conta dos excelentes profissionais que tem, explorou com maestria aquela imagem propícia ao enquadramento oportuno da ridicularia.
Pomposo e esotérico, Waldo Vieira, sem se dar conta do papel novelesco que desempenhava, resolveu informar - do que eu já tomara conhecimento - que ele é a reencarnação do espírito Zéfiro, um dos guias de Allan Kardec.
Mas não para nisso.
Ele tem dito mais. Negando o que se sabia sobre seu passado, que, de resto, lhe era de respeito nas letras, afirma agora que foi também o Nostradamus.
Nas trocas que vem fazendo, percebe-se que esse passado lhe ressurge como um totem perturbador.
Pior é que tem gente que acredita...
Pelas barbas do profeta!
Para encerrar, reproduzo a seguinte nota que, em 15 de março de 2005, distribuí pela internet, a propósito das afirmativas totalmente improcedentes (senão ridículas) de que Francisco Cândido Xavier teria sido a reencarnação de Allan Kardec.
O Diário da Manhã, de Goiânia, GO, de 28.8.1988, publicou reportagem do jornalista Baptista Custódio sobre Francisco Cândido Xavier.
A reportagem foi transcrita em artigo de A Flama Espírita, de Uberaba, MG, de novembro de 1994.
Perguntado se seria a reencarnação de Allan Kardec, Chico Xavier responde:
– Não, não sou. Digo isto com serenidade.
Não sou. Consulto a minha vida psicológica, as minhas tendências.
Tudo aquilo que tenho dentro do meu coração é eu.
Não tenho nenhuma semelhança com aquele homem corajoso e forte que em doze anos deixou dezoito livros maravilhosos.
Autor do artigo com a transcrição: Carlos António Baccelli.
Autor: LUCIANO DOS ANJOS
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