ARTIGOS DIVERSOS
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ARTIGOS DIVERSOS
O Livre-pensar e a Práxis Socio-cultural
Escreve: Eugenio Lara
Em: Maio de 2010
O movimento espírita consegue aglutinar um grande corpo de voluntários na manutenção de actividades assistenciais.
Promoções beneficentes, campanhas de arrecadação de alimentos, de vestuário, tornam-se um pólo aglutinador de pessoas interessadas em praticar a caridade.
O complexo assistencial que o movimento espírita mantém, às custas de doações e de muito trabalho de voluntários, é respeitado em todo o País.
Mas quando se trata da organização de determinada actividade cultural, os voluntários são bem poucos.
Estudo, participação em seminários, simpósios, realizações que conduzem as pessoas à reflexão nem sempre atraem um número razoável de participantes.
Muitos eventos subsistem em função da postura abnegada de um parco número de pessoas, que sacrificam suas horas de lazer na organização e promoção de eventos de natureza cultural.
Tentar inverter ou subverter a mentalidade das pessoas que se dedicam ao assistencialismo seria um contra-senso.
Num país cheio de misérias como o nosso, trabalhar em prol do próximo torna-se um dever cívico, tanto quanto moral.
Se estivéssemos na Suíça a postura seria outra, já que nesse país não há a miséria que existe por aqui.
Mas estamos no Brasil, com índices alarmantes no campo social.
Justamente por isso que todo trabalho no campo cultural e educacional é sempre bem-vindo.
Cultura e educação são excelentes preventivos da miséria.
E o espiritismo, com efeito, pelo seu apelo cultural e educativo, se constitui num poderoso auxiliar da prevenção à violência, miséria, corrupção e tantas outras mazelas de nosso dia-a-dia.
Todavia, por que muitos dos que assumem uma postura mais arejada, sem dogmatismos, voltada para a reflexão e o auto-conhecimento, na hora de arregaçar as mangas para trabalhar se omitem?
Onde estão os livre-pensadores que o espiritismo produz?
Por que grande parte deles assume uma postura individualista?
Por que pouco produzem e agem à margem de tantas realizações e actividades?
Talvez a resposta a essas questões esteja não somente na natureza humana, mas também na natureza da filosofia espírita.
“O poder do espiritismo está em sua filosofia”, afirmou Kardec de forma categórica.
Pois o tempo demonstrou que o espiritismo somente será efectivamente respeitado se oferecer à sociedade uma contribuição que extrapole o assistencialismo.
Escreve: Eugenio Lara
Em: Maio de 2010
O movimento espírita consegue aglutinar um grande corpo de voluntários na manutenção de actividades assistenciais.
Promoções beneficentes, campanhas de arrecadação de alimentos, de vestuário, tornam-se um pólo aglutinador de pessoas interessadas em praticar a caridade.
O complexo assistencial que o movimento espírita mantém, às custas de doações e de muito trabalho de voluntários, é respeitado em todo o País.
Mas quando se trata da organização de determinada actividade cultural, os voluntários são bem poucos.
Estudo, participação em seminários, simpósios, realizações que conduzem as pessoas à reflexão nem sempre atraem um número razoável de participantes.
Muitos eventos subsistem em função da postura abnegada de um parco número de pessoas, que sacrificam suas horas de lazer na organização e promoção de eventos de natureza cultural.
Tentar inverter ou subverter a mentalidade das pessoas que se dedicam ao assistencialismo seria um contra-senso.
Num país cheio de misérias como o nosso, trabalhar em prol do próximo torna-se um dever cívico, tanto quanto moral.
Se estivéssemos na Suíça a postura seria outra, já que nesse país não há a miséria que existe por aqui.
Mas estamos no Brasil, com índices alarmantes no campo social.
Justamente por isso que todo trabalho no campo cultural e educacional é sempre bem-vindo.
Cultura e educação são excelentes preventivos da miséria.
E o espiritismo, com efeito, pelo seu apelo cultural e educativo, se constitui num poderoso auxiliar da prevenção à violência, miséria, corrupção e tantas outras mazelas de nosso dia-a-dia.
Todavia, por que muitos dos que assumem uma postura mais arejada, sem dogmatismos, voltada para a reflexão e o auto-conhecimento, na hora de arregaçar as mangas para trabalhar se omitem?
Onde estão os livre-pensadores que o espiritismo produz?
Por que grande parte deles assume uma postura individualista?
Por que pouco produzem e agem à margem de tantas realizações e actividades?
Talvez a resposta a essas questões esteja não somente na natureza humana, mas também na natureza da filosofia espírita.
“O poder do espiritismo está em sua filosofia”, afirmou Kardec de forma categórica.
Pois o tempo demonstrou que o espiritismo somente será efectivamente respeitado se oferecer à sociedade uma contribuição que extrapole o assistencialismo.
Ave sem Ninho- Mensagens : 126649
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: ARTIGOS DIVERSOS
Se possuíssemos um Estado eficiente, grande parte das instituições espíritas se tornariam inúteis.
A contribuição espírita é muitíssimo maior do que os milhares de passes e pratos de sopa distribuídos diariamente pelo Brasil afora.
O espiritismo, bem compreendido e vivenciado, é um convite à reflexão, à autocrítica, a uma tomada de consciência.
Entra-se num processo de transformação, de ruptura, de rearticulação dos factores morais e intelectuais.
O produto final desse processo não é o crente, no sentido daquele sujeito crédulo, pio, ingênuo e que, em função da mentalidade mágica, torna-se submisso, facilmente manipulável.
E nem o ativista xiita, meio terrorista, guerrilheiro, sectário, pronto para explodir de indignação, uma espécie de coquetel molotov ambulante.
Também não é o iconoclasta, o “quebra-santo”, qual Policarpo Quaresma disposto a reformar tudo aquilo que não corresponda ao seu ideário.
A filosofia espírita produz livre-pensadores, pessoas livres de dogmatismos, do medo do sobrenatural, solidárias, idealistas, ao menos em tese, pois numa época onde o hedonismo e o individualismo dominam o cenário social, fica difícil não ser influenciado.
Some-se a isso a sensação de liberdade que o espiritismo oferece na medida em que o sujeito toma consciência de sua natureza, dos mecanismos que permeiam sua existência, a percepção da imortalidade, o processo evolutivo...
Ele se assume como sujeito livre, independente, consciente de suas limitações e de suas possibilidades.
Todavia, não é qualquer um que consegue conciliar o espírito solidário com sua liberdade, solitária, individual, única e muitas vezes impregnada de egoísmo.
O aconchego do lar, da família, as futilidades do dia-a-dia, as injunções sociais, são componentes sedutores que desafiam o maior dos idealistas.
Não é qualquer um que sacrifica momentos de lazer, um fim de semana prolongado, para se dedicar ao estudo e divulgação do espiritismo.
É preciso paixão, grande dose de paciência, um ideal renovador e muita, mas muita perseverança, elementos fundamentais na realização de qualquer práxis social ou cultural.
São virtudes que se adquirem vivendo, trabalhando, existindo...
Eugenio Lara, arquiteto e jornalista, é cofundador e editor do site PENSE - Pensamento Social Espírita, membro-fundador do Centro de Pesquisa e Documentação Espírita (CPDoc), expositor do Centro Espírita Allan Kardec, de Santos-SP e do Instituto Cultural Kardecista de Santos (ICKS).
É autor dos livros em edição digital: Racismo e Espiritismo; Milenarismo e Espiritismo; Amélie Boudet, uma Mulher de Verdade e Conceito Espírita de Evolução.
E-mail: eugenlara@hotmail.com
Fonte Original desta Postagem
PENSE
"Pensamento Social Espírita"
http://viasantos.com/pense/arquivo/1251.html
§.§.§- O-canto-da-ave
A contribuição espírita é muitíssimo maior do que os milhares de passes e pratos de sopa distribuídos diariamente pelo Brasil afora.
O espiritismo, bem compreendido e vivenciado, é um convite à reflexão, à autocrítica, a uma tomada de consciência.
Entra-se num processo de transformação, de ruptura, de rearticulação dos factores morais e intelectuais.
O produto final desse processo não é o crente, no sentido daquele sujeito crédulo, pio, ingênuo e que, em função da mentalidade mágica, torna-se submisso, facilmente manipulável.
E nem o ativista xiita, meio terrorista, guerrilheiro, sectário, pronto para explodir de indignação, uma espécie de coquetel molotov ambulante.
Também não é o iconoclasta, o “quebra-santo”, qual Policarpo Quaresma disposto a reformar tudo aquilo que não corresponda ao seu ideário.
A filosofia espírita produz livre-pensadores, pessoas livres de dogmatismos, do medo do sobrenatural, solidárias, idealistas, ao menos em tese, pois numa época onde o hedonismo e o individualismo dominam o cenário social, fica difícil não ser influenciado.
Some-se a isso a sensação de liberdade que o espiritismo oferece na medida em que o sujeito toma consciência de sua natureza, dos mecanismos que permeiam sua existência, a percepção da imortalidade, o processo evolutivo...
Ele se assume como sujeito livre, independente, consciente de suas limitações e de suas possibilidades.
Todavia, não é qualquer um que consegue conciliar o espírito solidário com sua liberdade, solitária, individual, única e muitas vezes impregnada de egoísmo.
O aconchego do lar, da família, as futilidades do dia-a-dia, as injunções sociais, são componentes sedutores que desafiam o maior dos idealistas.
Não é qualquer um que sacrifica momentos de lazer, um fim de semana prolongado, para se dedicar ao estudo e divulgação do espiritismo.
É preciso paixão, grande dose de paciência, um ideal renovador e muita, mas muita perseverança, elementos fundamentais na realização de qualquer práxis social ou cultural.
São virtudes que se adquirem vivendo, trabalhando, existindo...
Eugenio Lara, arquiteto e jornalista, é cofundador e editor do site PENSE - Pensamento Social Espírita, membro-fundador do Centro de Pesquisa e Documentação Espírita (CPDoc), expositor do Centro Espírita Allan Kardec, de Santos-SP e do Instituto Cultural Kardecista de Santos (ICKS).
É autor dos livros em edição digital: Racismo e Espiritismo; Milenarismo e Espiritismo; Amélie Boudet, uma Mulher de Verdade e Conceito Espírita de Evolução.
E-mail: eugenlara@hotmail.com
Fonte Original desta Postagem
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Ave sem Ninho- Mensagens : 126649
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Desunião e Divergência
Escreve: Deolindo Amorim
Nem sempre divergência significa desunião.
Se é verdade que as divergências ou discordâncias algumas vezes já comprometeram a união entre pessoas e grupos, não se deve dar a este fato a extensão de uma regra geral, pois é apenas um episódio discrepante.
Onde há duas pessoas frente a frente sempre há o que ou em que discordar.
Seria impossível a existência de um grupo humano, por menor que fosse, sem um pensamento discordante, sem uma opinião contrária a qualquer coisa.
Entre dois amigos, como entre dois irmãos muito afins pode haver divergência frontal ou inconciliável em matéria política, religiosa, social etc., sem que haja qualquer “arranhão” na amizade.
Discutem, discordam, assumem posições opostas, mas continuam unidos.
Justamente por isso e pelo que observo na vida quotidiana, não creio que seja necessário abafar as divergências ou evitar qualquer discussão, ainda que em termos altos, simplesmente para preservar a união de um grupo ou de uma colectividade inteira. Seria o caso, em
última hipótese, de acabar de vez com o diálogo e adoptar logo um tipo de vida conventual.
O diálogo é uma necessidade, pois é dialogando que trocamos ideias e permutamos opiniões e experiências.
Uma comunidade que não admite o diálogo está condenada, por si mesma, a ficar parada no tempo.
Cada qual naturalmente deve preparar-se ou educar-se espiritualmente para discutir ou divergir sem prevenções ou ressentimentos.
O facto de não concordarmos com a opinião de um companheiro neste ou naquele sentido ou de não adoptarmos a linha de pensamento de uma instituição deve ser encarado com naturalidade, mas não deve servir de motivo (jamais!) para que mudemos a maneira de tratar ou viremos às costas a alguém.
Seria o caso de perguntar: e onde está o Evangelho, que se prega a todo o momento?
Como falar em Evangelho, que é humildade e amor, e fugir a um abraço sincero ou negar um aperto de mão por causa de uma divergência ou de um ponto de vista?
Então, não é a divergência aqui ou ali que porventura “cava o abismo da desunião”, é a incompreensão, o personalismo, o radicalismo do elemento humano em qualquer campo do pensamento.
Já ouvi dizer mais de uma vez que os espíritas são desunidos por causa das divergências internas. Sinceramente, não acompanho este ponto de vista.
Acho que não há propriamente desunião, mas apenas desencontro de ideias, fora dos pontos cardeais da Doutrina.
Somos uma comunidade composta de gente emancipada e por isso mesmo, o campo está sempre aberto ao estudo e à crítica.
Certos observadores gostariam, por exemplo, que o Movimento Espírita fosse um “bloco maciço” sem nenhuma nota fora do conjunto.
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Desunião e Divergência
É uma pretensão utópica, pois não há um movimento religioso, político ou lá o que seja sem alguma voz discordante, aqui ou ali.
Tomava-se como referência, até bem pouco tempo, a “unidade monolítica” da Igreja Católica.
Unidade relativa, diga-se de passagem.
E o que se vê hoje?
O fraccionamento cada vez mais acentuado.
Os grupos conservadores, porque se batem pela manutenção da Igreja tradicional, estão enfrentado os grupos renovadores, partidários de modificações estruturais, grupos que querem a Igreja fora da política estão em conflito com os grupos que querem justamente uma Igreja participante no campo político.
Há, portanto, demanda de alto a baixo, com programas de reforma na teologia, como na administração e na disciplina eclesiástica.
Logo, a Igreja não oferece hoje a unidade doutrinária que nos apontam às vezes, como modelo.
E o Protestantismo, que é outro grande movimento religioso, não se divide em denominações e seitas, com características diferentes entre si?
Baptistas, presbiterianos, adventistas, congregacionalistas etc.
Não desejo criticar procedimentos religiosos, pois todos os cultos são respeitáveis, mas estou anotando factos.
Voltemo-nos para mais longe, fora da faixa ocidental, e lá está o Budismo, também um movimento expressivo.
Não cabe, aqui, discutir se o Budismo é ou não religião.
Seja como for, ocupa um espaço considerável, mas também se ramificou.
Existe, hoje, pelo menos mais de uma escola budista.
O Positivismo, que viera da França, teve muita força no Brasil, mas não se manteve íntegro, pois o grande bloco se desmembrou entre científicos e religiosos no século passado.
Sobrevive, hoje, uma religião sem Deus, sem cogitação acerca da vida futura, mas um culto ritualizado, com sacerdócio.
Muitos discípulos de Augusto Comte não queriam, de forma alguma, que o Positivismo se transformasse em religião e, por isso, eram chamados de científicos, ao passo que muitos outros absorveram logo o Positivismo como Religião da Humanidade.
E realmente implantaram um culto religioso no Apostolado Positivista.
Logo, também o Positivismo não conseguiu sustentar um padrão uniforme.
O fenómeno que se observa no meio espirita é muito diferente.
Sempre houve divergências, mas não se quebrou a unidade doutrinária, que é fundamental.
Tomava-se como referência, até bem pouco tempo, a “unidade monolítica” da Igreja Católica.
Unidade relativa, diga-se de passagem.
E o que se vê hoje?
O fraccionamento cada vez mais acentuado.
Os grupos conservadores, porque se batem pela manutenção da Igreja tradicional, estão enfrentado os grupos renovadores, partidários de modificações estruturais, grupos que querem a Igreja fora da política estão em conflito com os grupos que querem justamente uma Igreja participante no campo político.
Há, portanto, demanda de alto a baixo, com programas de reforma na teologia, como na administração e na disciplina eclesiástica.
Logo, a Igreja não oferece hoje a unidade doutrinária que nos apontam às vezes, como modelo.
E o Protestantismo, que é outro grande movimento religioso, não se divide em denominações e seitas, com características diferentes entre si?
Baptistas, presbiterianos, adventistas, congregacionalistas etc.
Não desejo criticar procedimentos religiosos, pois todos os cultos são respeitáveis, mas estou anotando factos.
Voltemo-nos para mais longe, fora da faixa ocidental, e lá está o Budismo, também um movimento expressivo.
Não cabe, aqui, discutir se o Budismo é ou não religião.
Seja como for, ocupa um espaço considerável, mas também se ramificou.
Existe, hoje, pelo menos mais de uma escola budista.
O Positivismo, que viera da França, teve muita força no Brasil, mas não se manteve íntegro, pois o grande bloco se desmembrou entre científicos e religiosos no século passado.
Sobrevive, hoje, uma religião sem Deus, sem cogitação acerca da vida futura, mas um culto ritualizado, com sacerdócio.
Muitos discípulos de Augusto Comte não queriam, de forma alguma, que o Positivismo se transformasse em religião e, por isso, eram chamados de científicos, ao passo que muitos outros absorveram logo o Positivismo como Religião da Humanidade.
E realmente implantaram um culto religioso no Apostolado Positivista.
Logo, também o Positivismo não conseguiu sustentar um padrão uniforme.
O fenómeno que se observa no meio espirita é muito diferente.
Sempre houve divergências, mas não se quebrou a unidade doutrinária, que é fundamental.
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Desunião e Divergência
O Espiritismo continua a ser um só, inconfundível, não se dividiu em diversos espiritismos.
Há, entre nós, opiniões discordantes em determinados aspectos, porém, os princípios são os mesmos, não se alteraram.
Não formamos seitas nem correntes à parte, apesar das divergências.
Então, não há motivo para que estejamos vendo desunião onde há simplesmente desacordo de ideias.
Fonte: Mundo Espírita, abril de 1984, Curitiba-PR.
Órgão de divulgação da Federação Espírita do Paraná.
Deolindo Amorim nasceu na Bahia em 23 de janeiro de 1906 e desencarnou no Rio de Janeiro, em 24 de abril de 1984.
É considerado, ao lado de Carlos Imbassahy e Herculano Pires, um dos maiores pensadores espíritas do Brasil.
Jornalista, sociólogo, escritor espírita de estilo professoral, extremamente didáctico e elegante, Deolindo foi um dos maiores divulgadores do Espiritismo como cultura e voltado para a análise de questões da actualidade.
Fundou o Instituto de Cultura Espírita do Brasil (ICEB), foi um dos idealizadores da Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores Espíritas (Abrajee) e graças ao seu empenho, em conjunto com a Liga Espírita do Brasil, realizou-se no Rio de Janeiro, em 1949, o II Congresso Espírita Pan-Americano.
Obras: Espiritismo e Criminologia, O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas, Africanismo e Espiritismo, O Espiritismo e os Problemas Humanos, Ideias e Reminiscências Espíritas; Allan Kardec, o Homem e o Meio, dentre outras.
§.§.§- O-canto-da-ave
Há, entre nós, opiniões discordantes em determinados aspectos, porém, os princípios são os mesmos, não se alteraram.
Não formamos seitas nem correntes à parte, apesar das divergências.
Então, não há motivo para que estejamos vendo desunião onde há simplesmente desacordo de ideias.
Fonte: Mundo Espírita, abril de 1984, Curitiba-PR.
Órgão de divulgação da Federação Espírita do Paraná.
Deolindo Amorim nasceu na Bahia em 23 de janeiro de 1906 e desencarnou no Rio de Janeiro, em 24 de abril de 1984.
É considerado, ao lado de Carlos Imbassahy e Herculano Pires, um dos maiores pensadores espíritas do Brasil.
Jornalista, sociólogo, escritor espírita de estilo professoral, extremamente didáctico e elegante, Deolindo foi um dos maiores divulgadores do Espiritismo como cultura e voltado para a análise de questões da actualidade.
Fundou o Instituto de Cultura Espírita do Brasil (ICEB), foi um dos idealizadores da Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores Espíritas (Abrajee) e graças ao seu empenho, em conjunto com a Liga Espírita do Brasil, realizou-se no Rio de Janeiro, em 1949, o II Congresso Espírita Pan-Americano.
Obras: Espiritismo e Criminologia, O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas, Africanismo e Espiritismo, O Espiritismo e os Problemas Humanos, Ideias e Reminiscências Espíritas; Allan Kardec, o Homem e o Meio, dentre outras.
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Edição 14 - Novembro de 2007
Edição 14 - Novembro de 2007
Aquecimento global é inevitável e 6 biliões morrerão, diz cientista James Lovelock, renomado cientista, diz que o aquecimento global é irreversível - e que mais de 6 biliões de pessoas vão morrer neste século.
James Lovelock, sempre provocador, acredita que a raça humana está em perigo real e imediato.
"Será uma época sombria, mas emocionante"
Aos 88 anos, depois de quatro filhos e uma carreira longa e respeitada como um dos cientistas mais influentes do século 20, James Lovelock chegou a uma conclusão desconcertante:
a raça humana está condenada.
"Gostaria de ser mais esperançoso", ele me diz em uma manhã ensolarada enquanto caminhamos em um parque em Oslo (Noruega), onde o estudioso fará uma palestra em uma universidade.
Lovelock é baixinho, invariavelmente educado, com cabelo branco e óculos redondos que lhe dão ares de coruja.
Seus passos são gingados, sua mente, vívida, seus modos, tudo menos pessimistas.
Aliás, a chegada dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse - guerra, fome, pestilência e morte - parece deixá-lo animado.
"Será uma época sombria", reconhece.
"Mas, para quem sobreviver, desconfio que vá ser bem emocionante."
Na visão de Lovelock, até 2020, secas e outros extremos climáticos serão lugar-comum. Até 2040, o Saara vai invadir a Europa, e Berlim será tão quente quanto Bagdad.
Atlanta acabará se transformando em uma selva de trepadeiras kudzu.
Phoenix se tornará um lugar inabitável, assim como partes de Beijing (deserto), Miami (elevação do nível do mar) e Londres (enchentes).
A falta de alimentos fará com que milhões de pessoas se dirijam para o norte, elevando as tensões políticas.
"Os chineses não terão para onde ir além da Sibéria", sentencia Lovelock.
"O que os russos vão achar disso?
Sinto que uma guerra entre a Rússia e a China seja inevitável."
Com as dificuldades de sobrevivência e as migrações em massa, virão as epidemias.
Até 2100, a população da Terra encolherá dos actuais 6,6 biliões de habitantes para cerca de 500 milhões, sendo que a maior parte dos sobreviventes habitará altas latitudes - Canadá, Islândia, Escandinávia, Bacia Ártica.
Até o final do século, segundo o cientista, o aquecimento global fará com que zonas de temperatura como a América do Norte e a Europa se aqueçam quase 8 graus Célsius - quase o dobro das previsões mais prováveis do relatório mais recente do Painel
Inter-governamental sobre a Mudança Climática, a organização sancionada pela ONU que inclui os principais cientistas do mundo.
"Nosso futuro", Lovelock escreveu, "é como o dos passageiros em um barquinho de passeio navegando tranquilamente sobre as cataratas do Niagara, sem saber que os motores em breve sofrerão pane".
E trocar as lâmpadas de casa por aquelas que economizam energia não vai nos salvar.
Aquecimento global é inevitável e 6 biliões morrerão, diz cientista James Lovelock, renomado cientista, diz que o aquecimento global é irreversível - e que mais de 6 biliões de pessoas vão morrer neste século.
James Lovelock, sempre provocador, acredita que a raça humana está em perigo real e imediato.
"Será uma época sombria, mas emocionante"
Aos 88 anos, depois de quatro filhos e uma carreira longa e respeitada como um dos cientistas mais influentes do século 20, James Lovelock chegou a uma conclusão desconcertante:
a raça humana está condenada.
"Gostaria de ser mais esperançoso", ele me diz em uma manhã ensolarada enquanto caminhamos em um parque em Oslo (Noruega), onde o estudioso fará uma palestra em uma universidade.
Lovelock é baixinho, invariavelmente educado, com cabelo branco e óculos redondos que lhe dão ares de coruja.
Seus passos são gingados, sua mente, vívida, seus modos, tudo menos pessimistas.
Aliás, a chegada dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse - guerra, fome, pestilência e morte - parece deixá-lo animado.
"Será uma época sombria", reconhece.
"Mas, para quem sobreviver, desconfio que vá ser bem emocionante."
Na visão de Lovelock, até 2020, secas e outros extremos climáticos serão lugar-comum. Até 2040, o Saara vai invadir a Europa, e Berlim será tão quente quanto Bagdad.
Atlanta acabará se transformando em uma selva de trepadeiras kudzu.
Phoenix se tornará um lugar inabitável, assim como partes de Beijing (deserto), Miami (elevação do nível do mar) e Londres (enchentes).
A falta de alimentos fará com que milhões de pessoas se dirijam para o norte, elevando as tensões políticas.
"Os chineses não terão para onde ir além da Sibéria", sentencia Lovelock.
"O que os russos vão achar disso?
Sinto que uma guerra entre a Rússia e a China seja inevitável."
Com as dificuldades de sobrevivência e as migrações em massa, virão as epidemias.
Até 2100, a população da Terra encolherá dos actuais 6,6 biliões de habitantes para cerca de 500 milhões, sendo que a maior parte dos sobreviventes habitará altas latitudes - Canadá, Islândia, Escandinávia, Bacia Ártica.
Até o final do século, segundo o cientista, o aquecimento global fará com que zonas de temperatura como a América do Norte e a Europa se aqueçam quase 8 graus Célsius - quase o dobro das previsões mais prováveis do relatório mais recente do Painel
Inter-governamental sobre a Mudança Climática, a organização sancionada pela ONU que inclui os principais cientistas do mundo.
"Nosso futuro", Lovelock escreveu, "é como o dos passageiros em um barquinho de passeio navegando tranquilamente sobre as cataratas do Niagara, sem saber que os motores em breve sofrerão pane".
E trocar as lâmpadas de casa por aquelas que economizam energia não vai nos salvar.
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Edição 14 - Novembro de 2007
Para Lovelock, diminuir a poluição dos gases responsáveis pelo efeito estufa não vai fazer muita diferença a esta altura, e boa parte do que é considerado desenvolvimento sustentável não passa de um truque para tirar proveito do desastre.
"Verde", ele me diz, só meio de piada, "é a cor do mofo e da corrupção."
Se tais previsões saíssem da boca de qualquer outra pessoa, daria para rir delas como se fossem devaneios.
Mas não é tão fácil assim descartar as ideias de Lovelock.
Na posição de inventor, ele criou um aparelho que ajudou a detectar o buraco crescente na camada de ozónio e que deu início ao movimento ambientalista da década de 1970.
E, na posição de cientista, apresentou a teoria revolucionária conhecida como Gaia - a ideia de que nosso planeta é um super-organismo que, de certa maneira, está "vivo".
Essa visão hoje serve como base, a praticamente toda a ciência climática.
Lynn Margulis, bióloga pioneira na Universidade de Massachusetts (Estados Unidos), diz que ele é "uma das mentes científicas mais inovadoras e rebeldes da actualidade".
Richard Branson, empresário britânico, afirma que Lovelock o inspirou a gastar bilhões de dólares para lutar contra o aquecimento global.
"Jim é um cientista brilhante que já esteve certo a respeito de muitas coisas no passado", diz Branson.
E completa:
"Se ele se sente pessimista a respeito do futuro, é importante para a humanidade prestar atenção."
Lovelock sabe que prever o fim da civilização não é uma ciência exacta.
"Posso estar errado a respeito de tudo isso", ele admite.
"O problema é que todos os cientistas bem intencionados que argumentam que não estamos sujeitos a nenhum perigo iminente baseiam suas previsões em modelos de computador.
Eu me baseio no que realmente está acontecendo."
Quando você se aproxima da casa de Lovelock em Devon, uma área rural no sudoeste da Inglaterra, a placa no portão de metal diz, claramente:
"Estação Experimental de Coombe Mill.
Local de um novo habitat.
Por favor, não entre nem incomode".
Depois de percorrer algumas centenas de metros em uma alameda estreita, ao lado de um moinho antigo, fica uma casinha branca com telhado de ardósia onde Lovelock mora com a segunda mulher, Sandy, uma norte-americana, e seu filho mais novo, John, de 51 anos e que tem incapacidade leve.
É um cenário digno de conto de fadas, cercado de 14 hectares de bosques, sem hortas nem jardins com planeamento paisagístico.
Parcialmente escondida no bosque fica uma estátua em tamanho natural de Gaia, a deusa grega da Terra, em homenagem à qual James Lovelock baptizou sua teoria inovadora.
A maior parte dos cientistas trabalha às margens do conhecimento humano, adicionando, aos poucos, nova informações para a nossa compreensão do mundo.
"Verde", ele me diz, só meio de piada, "é a cor do mofo e da corrupção."
Se tais previsões saíssem da boca de qualquer outra pessoa, daria para rir delas como se fossem devaneios.
Mas não é tão fácil assim descartar as ideias de Lovelock.
Na posição de inventor, ele criou um aparelho que ajudou a detectar o buraco crescente na camada de ozónio e que deu início ao movimento ambientalista da década de 1970.
E, na posição de cientista, apresentou a teoria revolucionária conhecida como Gaia - a ideia de que nosso planeta é um super-organismo que, de certa maneira, está "vivo".
Essa visão hoje serve como base, a praticamente toda a ciência climática.
Lynn Margulis, bióloga pioneira na Universidade de Massachusetts (Estados Unidos), diz que ele é "uma das mentes científicas mais inovadoras e rebeldes da actualidade".
Richard Branson, empresário britânico, afirma que Lovelock o inspirou a gastar bilhões de dólares para lutar contra o aquecimento global.
"Jim é um cientista brilhante que já esteve certo a respeito de muitas coisas no passado", diz Branson.
E completa:
"Se ele se sente pessimista a respeito do futuro, é importante para a humanidade prestar atenção."
Lovelock sabe que prever o fim da civilização não é uma ciência exacta.
"Posso estar errado a respeito de tudo isso", ele admite.
"O problema é que todos os cientistas bem intencionados que argumentam que não estamos sujeitos a nenhum perigo iminente baseiam suas previsões em modelos de computador.
Eu me baseio no que realmente está acontecendo."
Quando você se aproxima da casa de Lovelock em Devon, uma área rural no sudoeste da Inglaterra, a placa no portão de metal diz, claramente:
"Estação Experimental de Coombe Mill.
Local de um novo habitat.
Por favor, não entre nem incomode".
Depois de percorrer algumas centenas de metros em uma alameda estreita, ao lado de um moinho antigo, fica uma casinha branca com telhado de ardósia onde Lovelock mora com a segunda mulher, Sandy, uma norte-americana, e seu filho mais novo, John, de 51 anos e que tem incapacidade leve.
É um cenário digno de conto de fadas, cercado de 14 hectares de bosques, sem hortas nem jardins com planeamento paisagístico.
Parcialmente escondida no bosque fica uma estátua em tamanho natural de Gaia, a deusa grega da Terra, em homenagem à qual James Lovelock baptizou sua teoria inovadora.
A maior parte dos cientistas trabalha às margens do conhecimento humano, adicionando, aos poucos, nova informações para a nossa compreensão do mundo.
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Edição 14 - Novembro de 2007
Lovelock é um dos poucos cujas ideias fomentaram, além da revolução científica, também a espiritual.
"Os futuros historiadores da ciência considerarão Lovelock como o homem que inspirou uma mudança digna de Copérnico na maneira como nos enxergamos no mundo", prevê Tim Lenton, pesquisador de clima na Universidade de East Anglia, na Inglaterra.
Antes de Lovelock aparecer, a Terra era considerada pouco mais do que um pedaço de pedra aconchegante que dava voltas em torno do Sol.
De acordo com a sabedoria em voga, a vida evoluiu aqui porque as condições eram adequadas:
não muito quente nem muito frio, muita água.
De algum modo, as bactérias se transformaram em organismos multicelulares, os peixes saíram do mar e, pouco tempo depois, surgiu Britney Spears.
Na década de 1970, Lovelock virou essa ideia de cabeça para baixo com uma simples pergunta:
Porque a Terra é diferente de Marte e de Vénus, onde a atmosfera é tóxica para a vida?
Em um arroubo de inspiração, ele compreendeu que nossa atmosfera não foi criada por eventos geológicos aleatórios, mas sim devido à efusão de tudo que já respirou, cresceu e apodreceu.
Nosso ar "não é meramente um produto biológico", James Lovelock escreveu.
"É mais provável que seja uma construção biológica:
uma extensão de um sistema vivo feito para manter um ambiente específico."
De acordo com a teoria de Gaia, a vida é participante activa que ajuda a criar exactamente as condições que a sustentam.
É uma bela ideia: a vida que sustenta a vida.
Também estava bem em sintonia com o tom pós-hippie dos anos 70.
Lovelock foi rapidamente adoptado como guru espiritual, o homem que matou Deus e colocou o planeta no centro da experiência religiosa da Nova Era.
O maior erro de sua carreira, aliás, não foi afirmar que o céu estava caindo, mas deixar de perceber que estava.
Em 1973, depois de ser o primeiro a descobrir que os clorofluocarbonetos (CFCs), um produto químico industrial, tinham poluído a atmosfera, Lovelock declarou que a acumulação de CFCs "não apresentava perigo concebível".
De facto, os CFCs não eram tóxicos para a respiração, mas estavam abrindo um buraco na camada de ozónio.
Lovelock rapidamente revisou sua opinião, chamando aquilo de "uma das minhas maiores bolas fora", mas o erro pode ter lhe custado um prémio Nobel.
No início, ele também não considerou o aquecimento global como uma ameaça urgente ao planeta.
"Gaia é uma vagabunda durona", ele explica com frequência, tomando emprestada uma frase cunhada por um colega.
Mas, há alguns anos, preocupado com o derretimento acelerado do gelo no Árctico e com outras mudanças relacionadas ao clima, ele se convenceu de que o sistema de piloto automático de Gaia está seriamente desregulado, tirado dos trilhos pela poluição e pelo desmatamento.
Lovelock acredita que o planeta vai recuperar seu equilíbrio sozinho, mesmo que demore milhões de anos.
Mas o que realmente está em risco é a civilização.
"Os futuros historiadores da ciência considerarão Lovelock como o homem que inspirou uma mudança digna de Copérnico na maneira como nos enxergamos no mundo", prevê Tim Lenton, pesquisador de clima na Universidade de East Anglia, na Inglaterra.
Antes de Lovelock aparecer, a Terra era considerada pouco mais do que um pedaço de pedra aconchegante que dava voltas em torno do Sol.
De acordo com a sabedoria em voga, a vida evoluiu aqui porque as condições eram adequadas:
não muito quente nem muito frio, muita água.
De algum modo, as bactérias se transformaram em organismos multicelulares, os peixes saíram do mar e, pouco tempo depois, surgiu Britney Spears.
Na década de 1970, Lovelock virou essa ideia de cabeça para baixo com uma simples pergunta:
Porque a Terra é diferente de Marte e de Vénus, onde a atmosfera é tóxica para a vida?
Em um arroubo de inspiração, ele compreendeu que nossa atmosfera não foi criada por eventos geológicos aleatórios, mas sim devido à efusão de tudo que já respirou, cresceu e apodreceu.
Nosso ar "não é meramente um produto biológico", James Lovelock escreveu.
"É mais provável que seja uma construção biológica:
uma extensão de um sistema vivo feito para manter um ambiente específico."
De acordo com a teoria de Gaia, a vida é participante activa que ajuda a criar exactamente as condições que a sustentam.
É uma bela ideia: a vida que sustenta a vida.
Também estava bem em sintonia com o tom pós-hippie dos anos 70.
Lovelock foi rapidamente adoptado como guru espiritual, o homem que matou Deus e colocou o planeta no centro da experiência religiosa da Nova Era.
O maior erro de sua carreira, aliás, não foi afirmar que o céu estava caindo, mas deixar de perceber que estava.
Em 1973, depois de ser o primeiro a descobrir que os clorofluocarbonetos (CFCs), um produto químico industrial, tinham poluído a atmosfera, Lovelock declarou que a acumulação de CFCs "não apresentava perigo concebível".
De facto, os CFCs não eram tóxicos para a respiração, mas estavam abrindo um buraco na camada de ozónio.
Lovelock rapidamente revisou sua opinião, chamando aquilo de "uma das minhas maiores bolas fora", mas o erro pode ter lhe custado um prémio Nobel.
No início, ele também não considerou o aquecimento global como uma ameaça urgente ao planeta.
"Gaia é uma vagabunda durona", ele explica com frequência, tomando emprestada uma frase cunhada por um colega.
Mas, há alguns anos, preocupado com o derretimento acelerado do gelo no Árctico e com outras mudanças relacionadas ao clima, ele se convenceu de que o sistema de piloto automático de Gaia está seriamente desregulado, tirado dos trilhos pela poluição e pelo desmatamento.
Lovelock acredita que o planeta vai recuperar seu equilíbrio sozinho, mesmo que demore milhões de anos.
Mas o que realmente está em risco é a civilização.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS
"É bem possível considerar seriamente as mudanças climáticas como uma resposta do sistema que tem como objectivo se livrar de uma espécie irritante: nós, os seres humanos", Lovelock me diz no pequeno escritório que montou em sua casa.
"Ou pelo menos fazer com que diminua de tamanho."
Se você digitar "gaia" e "religion" no Google, vai obter 2,36 milhões de páginas - praticantes de wicca, viajantes espirituais, massagistas e curandeiros sexuais, todos inspirados pela visão de Lovelock a respeito do planeta.
Mas se você perguntar a ele sobre cultos pagãos, ele responde com uma careta:
não tem interesse na espiritualidade desmiolada nem na religião organizada, principalmente quando coloca a existência humana acima de tudo o mais.
Em Oxford, certa vez ele se levantou e repreendeu Madre Teresa por pedir à plateia que cuidasse dos pobres e "deixasse que Deus tomasse conta da Terra".
Como Lovelock explicou a ela, "se nós, as pessoas, não respeitarmos a Terra e não tomarmos conta dela, podemos ter certeza de que ela, no papel de Gaia, vai tomar conta de nós e, se necessário for, vai nos eliminar".
Gaia oferece uma visão cheia de esperança a respeito de como o mundo funciona.
Afinal de contas, se a Terra é mais do que uma simples pedra que gira ao redor do sol, se é um super organismo que pode evoluir, isso significa que existe certa quantidade de perdão embutida em nosso mundo - e essa é uma conclusão que vai irritar profundamente estudiosos de biologia e neodarwinistas de absolutamente todas as origens.
Para Lovelock, essa é uma ideia reconfortante.
Considere a pequena propriedade que ele tem em Devon.
Quando ele comprou o terreno, há 30 anos, era rodeada por campos aparados por mil anos de ovelhas pastando.
E ele se empenhou em devolver a seus 14 hectares um carácter mais próximo do natural.
Depois de consultar um engenheiro florestal, plantou 20 mil árvores - amieiros, carvalhos, pinheiros.
Infelizmente, plantou muitas delas próximas demais, e em fileiras. Agora, as árvores estão com cerca de 12 metros de altura, mas em vez de ter ar "natural", partes do terreno dele parecem simplesmente um projecto de reflorestamento mal executado.
"Meti os pés pelas mãos", Lovelock diz com um sorriso enquanto caminhamos no bosque.
"Mas, com o passar dos anos, Gaia vai dar um jeito."
Até pouco tempo atrás, Lovelock achava que o aquecimento global seria como sua floresta meia-boca - algo que o planeta seria capaz de corrigir.
Então, em 2004, Richard Betts, amigo de Lovelock e pesquisador no Centro Hadley para as Mudanças Climáticas - o principal instituto climático da Inglaterra -, convidou-o para dar uma passada lá e bater um papo com os cientistas.
Lovelock fez reunião atrás de reunião, ouvindo os dados mais recentes a respeito do gelo derretido nos pólos, das florestas tropicais cada vez menores, do ciclo de carbono nos oceanos.
"Foi apavorante", conta.
"Ou pelo menos fazer com que diminua de tamanho."
Se você digitar "gaia" e "religion" no Google, vai obter 2,36 milhões de páginas - praticantes de wicca, viajantes espirituais, massagistas e curandeiros sexuais, todos inspirados pela visão de Lovelock a respeito do planeta.
Mas se você perguntar a ele sobre cultos pagãos, ele responde com uma careta:
não tem interesse na espiritualidade desmiolada nem na religião organizada, principalmente quando coloca a existência humana acima de tudo o mais.
Em Oxford, certa vez ele se levantou e repreendeu Madre Teresa por pedir à plateia que cuidasse dos pobres e "deixasse que Deus tomasse conta da Terra".
Como Lovelock explicou a ela, "se nós, as pessoas, não respeitarmos a Terra e não tomarmos conta dela, podemos ter certeza de que ela, no papel de Gaia, vai tomar conta de nós e, se necessário for, vai nos eliminar".
Gaia oferece uma visão cheia de esperança a respeito de como o mundo funciona.
Afinal de contas, se a Terra é mais do que uma simples pedra que gira ao redor do sol, se é um super organismo que pode evoluir, isso significa que existe certa quantidade de perdão embutida em nosso mundo - e essa é uma conclusão que vai irritar profundamente estudiosos de biologia e neodarwinistas de absolutamente todas as origens.
Para Lovelock, essa é uma ideia reconfortante.
Considere a pequena propriedade que ele tem em Devon.
Quando ele comprou o terreno, há 30 anos, era rodeada por campos aparados por mil anos de ovelhas pastando.
E ele se empenhou em devolver a seus 14 hectares um carácter mais próximo do natural.
Depois de consultar um engenheiro florestal, plantou 20 mil árvores - amieiros, carvalhos, pinheiros.
Infelizmente, plantou muitas delas próximas demais, e em fileiras. Agora, as árvores estão com cerca de 12 metros de altura, mas em vez de ter ar "natural", partes do terreno dele parecem simplesmente um projecto de reflorestamento mal executado.
"Meti os pés pelas mãos", Lovelock diz com um sorriso enquanto caminhamos no bosque.
"Mas, com o passar dos anos, Gaia vai dar um jeito."
Até pouco tempo atrás, Lovelock achava que o aquecimento global seria como sua floresta meia-boca - algo que o planeta seria capaz de corrigir.
Então, em 2004, Richard Betts, amigo de Lovelock e pesquisador no Centro Hadley para as Mudanças Climáticas - o principal instituto climático da Inglaterra -, convidou-o para dar uma passada lá e bater um papo com os cientistas.
Lovelock fez reunião atrás de reunião, ouvindo os dados mais recentes a respeito do gelo derretido nos pólos, das florestas tropicais cada vez menores, do ciclo de carbono nos oceanos.
"Foi apavorante", conta.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS
"Mostraram para nós cinco cenas separadas de respostas positivas em climas regionais - polar, glacial, floresta boreal, floresta tropical e oceanos -, mas parecia que ninguém estava trabalhando nas consequências relativas ao planeta como um todo."
Segundo ele, o tom usado pelos cientistas para falar das mudanças que testemunharam foi igualmente de arrepiar:
"Parecia que estavam discutindo algum planeta distante ou um universo-modelo, em vez do lugar em que todos nós, a humanidade, vivemos".
Quando Lovelock estava voltando para casa em seu carro naquela noite, a compreensão lhe veio.
A capacidade de adaptação do sistema se perdera.
O perdão fora exaurido.
"O sistema todo", concluiu, "está em modo de falha.
Algumas semanas depois, ele começou a trabalhar em seu livro mais pessimista, A Vingança de Gaia, publicado no Brasil em 2006.
Na sua visão, as falhas nos modelos climáticos computadorizados são dolorosamente aparentes.
Tome como exemplo a incerteza relativa à projecção do nível do mar:
o IPCC, o painel da ONU sobre mudanças climáticas, estima que o aquecimento global vá fazer com que a temperatura média da Terra aumente até 6,4 graus Célsius até 2100.
Isso fará com que geleiras em terra firme derretam e que o mar se expanda, dando lugar à elevação máxima do nível de mar de apenas pouco menos de 60 centímetros.
A Groenlândia, de acordo com os modelos do IPCC, demorará mil anos para derreter.
Mas evidências do mundo real sugerem que as estimativas do IPCC são conservadoras demais.
Para começo de conversa, os cientistas sabem, devido aos registos geológicos, que há 3 milhões de anos, quando as temperaturas subiram cinco graus acima dos níveis actuais, os mares subiram não 60 centímetros, mas 24 metros.
Além do mais, medidas feitas por satélite recentemente indicam que o Árctico está derretendo com tanta rapidez que a região pode ficar totalmente sem gelo até 2030.
"Quem elabora os modelos não tem a menor noção sobre derretimento de placas de gelo", desdenha o estudioso, sem sorrir.
Mas não é apenas o gelo que invalida os modelos climáticos.
Sabe-se que é difícil prever correctamente a física das nuvens, e factores da biosfera, como o desmatamento e o derretimento da Tundra, raramente são levados em conta.
"Os modelos de computador não são bolas de cristal", argumenta Ken Caldeira, que elabora modelos climáticos na Universidade de Stanford, cuja carreira foi profundamente influenciada pelas ideias de Lovelock.
"Ao observar o passado, fazemos estimativas bem informadas em relação ao futuro.
Os modelos de computador são apenas uma maneira de codificar esse conhecimento acumulado em apostas automatizadas e bem informadas."
Segundo ele, o tom usado pelos cientistas para falar das mudanças que testemunharam foi igualmente de arrepiar:
"Parecia que estavam discutindo algum planeta distante ou um universo-modelo, em vez do lugar em que todos nós, a humanidade, vivemos".
Quando Lovelock estava voltando para casa em seu carro naquela noite, a compreensão lhe veio.
A capacidade de adaptação do sistema se perdera.
O perdão fora exaurido.
"O sistema todo", concluiu, "está em modo de falha.
Algumas semanas depois, ele começou a trabalhar em seu livro mais pessimista, A Vingança de Gaia, publicado no Brasil em 2006.
Na sua visão, as falhas nos modelos climáticos computadorizados são dolorosamente aparentes.
Tome como exemplo a incerteza relativa à projecção do nível do mar:
o IPCC, o painel da ONU sobre mudanças climáticas, estima que o aquecimento global vá fazer com que a temperatura média da Terra aumente até 6,4 graus Célsius até 2100.
Isso fará com que geleiras em terra firme derretam e que o mar se expanda, dando lugar à elevação máxima do nível de mar de apenas pouco menos de 60 centímetros.
A Groenlândia, de acordo com os modelos do IPCC, demorará mil anos para derreter.
Mas evidências do mundo real sugerem que as estimativas do IPCC são conservadoras demais.
Para começo de conversa, os cientistas sabem, devido aos registos geológicos, que há 3 milhões de anos, quando as temperaturas subiram cinco graus acima dos níveis actuais, os mares subiram não 60 centímetros, mas 24 metros.
Além do mais, medidas feitas por satélite recentemente indicam que o Árctico está derretendo com tanta rapidez que a região pode ficar totalmente sem gelo até 2030.
"Quem elabora os modelos não tem a menor noção sobre derretimento de placas de gelo", desdenha o estudioso, sem sorrir.
Mas não é apenas o gelo que invalida os modelos climáticos.
Sabe-se que é difícil prever correctamente a física das nuvens, e factores da biosfera, como o desmatamento e o derretimento da Tundra, raramente são levados em conta.
"Os modelos de computador não são bolas de cristal", argumenta Ken Caldeira, que elabora modelos climáticos na Universidade de Stanford, cuja carreira foi profundamente influenciada pelas ideias de Lovelock.
"Ao observar o passado, fazemos estimativas bem informadas em relação ao futuro.
Os modelos de computador são apenas uma maneira de codificar esse conhecimento acumulado em apostas automatizadas e bem informadas."
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Re: ARTIGOS DIVERSOS
Aqui, em sua essência super simplificada, está o cenário pessimista de Lovelock: o aumento da temperatura significa que mais gelo derreterá nos pólos, e isso significa mais água e terra. Isso, por sua vez, faz aumentar o calor (o gelo reflecte o sol, a terra e a água o absorvem), fazendo com que mais gelo derreta.
O nível do mar sobe.
Mais calor faz com que a intensidade das chuvas aumente em alguns lugares e com que as secas se intensifiquem em outros.
As florestas tropicais amazónicas e as grandes florestas boreais do norte - o cinturão de pinheiros e píceas que cobre o Alasca, o Canadá e a Sibéria - passarão por um estirão de crescimento, depois murcharão até desaparecer.
O solo permanentemente congelado das latitudes do norte derrete, liberando metano, um gás que contribui para o efeito estufa e que é 20 vezes mais potente do que o CO2... e assim por diante.
Em um mundo de Gaia funcional, essas respostas positivas seriam moduladas por respostas negativas, sendo que a maior de todas é a capacidade da Terra de irradiar calor para o espaço.
Mas, a certa altura, o sistema de regulagem pára de funcionar e o clima dá um salto - como já aconteceu muitas vezes no passado - para uma nova situação, mais quente. Não é o fim do mundo, mas certamente é o fim do mundo como o conhecemos.
O cenário pessimista de Lovelock é desprezado por pesquisadores de clima de renome, sendo que a maior parte deles rejeita a ideia de que haja um único ponto de desequilíbrio para o planeta inteiro.
"Ecossistemas individuais podem falhar ou as placas de gelo podem entrar em colapso", esclarece Caldeira, "mas o sistema mais amplo parece ser surpreendentemente adaptável."
No entanto, vamos partir do princípio, por enquanto, de que Lovelock esteja certo e que de fato estejamos navegando por cima das cataratas do Niagara.
Simplesmente vamos acenar antes de cair?
Na visão de Lovelock, reduções modestas de emissões de gases que contribuem para o efeito estufa não vão nos ajudar - já é tarde demais para deter o aquecimento global trocando jipões a diesel por carrinhos híbridos.
E a ideia de capturar a poluição de dióxido de carbono criada pelas usinas a carvão e bombear para o subsolo?
"Não há como enterrar quantidade suficiente para fazer diferença.
Biocombustíveis?
"Uma ideia monumentalmente idiota.
Renováveis?
"Bacana, mas não vão nem fazer cócegas."
Para Lovelock, a ideia toda do desenvolvimento sustentável é equivocada:
"Deveríamos estar pensando em retirada sustentável".
A retirada, na visão dele, significa que está na hora de começar a discutir a mudança do lugar onde vivemos e de onde tiramos nossos alimentos; a fazer planos para a migração de milhões de pessoas de regiões de baixa altitude, como Bangladesh, para a Europa; a admitir que Nova Orleães já era e mudar as pessoas para cidades mais bem posicionadas para o futuro.
O nível do mar sobe.
Mais calor faz com que a intensidade das chuvas aumente em alguns lugares e com que as secas se intensifiquem em outros.
As florestas tropicais amazónicas e as grandes florestas boreais do norte - o cinturão de pinheiros e píceas que cobre o Alasca, o Canadá e a Sibéria - passarão por um estirão de crescimento, depois murcharão até desaparecer.
O solo permanentemente congelado das latitudes do norte derrete, liberando metano, um gás que contribui para o efeito estufa e que é 20 vezes mais potente do que o CO2... e assim por diante.
Em um mundo de Gaia funcional, essas respostas positivas seriam moduladas por respostas negativas, sendo que a maior de todas é a capacidade da Terra de irradiar calor para o espaço.
Mas, a certa altura, o sistema de regulagem pára de funcionar e o clima dá um salto - como já aconteceu muitas vezes no passado - para uma nova situação, mais quente. Não é o fim do mundo, mas certamente é o fim do mundo como o conhecemos.
O cenário pessimista de Lovelock é desprezado por pesquisadores de clima de renome, sendo que a maior parte deles rejeita a ideia de que haja um único ponto de desequilíbrio para o planeta inteiro.
"Ecossistemas individuais podem falhar ou as placas de gelo podem entrar em colapso", esclarece Caldeira, "mas o sistema mais amplo parece ser surpreendentemente adaptável."
No entanto, vamos partir do princípio, por enquanto, de que Lovelock esteja certo e que de fato estejamos navegando por cima das cataratas do Niagara.
Simplesmente vamos acenar antes de cair?
Na visão de Lovelock, reduções modestas de emissões de gases que contribuem para o efeito estufa não vão nos ajudar - já é tarde demais para deter o aquecimento global trocando jipões a diesel por carrinhos híbridos.
E a ideia de capturar a poluição de dióxido de carbono criada pelas usinas a carvão e bombear para o subsolo?
"Não há como enterrar quantidade suficiente para fazer diferença.
Biocombustíveis?
"Uma ideia monumentalmente idiota.
Renováveis?
"Bacana, mas não vão nem fazer cócegas."
Para Lovelock, a ideia toda do desenvolvimento sustentável é equivocada:
"Deveríamos estar pensando em retirada sustentável".
A retirada, na visão dele, significa que está na hora de começar a discutir a mudança do lugar onde vivemos e de onde tiramos nossos alimentos; a fazer planos para a migração de milhões de pessoas de regiões de baixa altitude, como Bangladesh, para a Europa; a admitir que Nova Orleães já era e mudar as pessoas para cidades mais bem posicionadas para o futuro.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS
E o mais importante de tudo é que absolutamente todo mundo "deve fazer o máximo que pode para sustentar a civilização, de modo que ela não degenere para a Idade das Trevas, com senhores guerreiros mandando em tudo, o que é um perigo real.
Assim, podemos vir a perder tudo".
Até os amigos de Lovelock se retraem quando ele fala assim.
"Acho que ele está deixando nossa cota de desespero no negativo", diz Chris Rapley, chefe do Museu de Ciência de Londres, que se empenhou com afinco para despertar a consciência mundial sobre o aquecimento global.
Outros têm a preocupação justificada de que as opiniões de Lovelock sirvam para dispersar o momento de concentração de vontade política para impor restrições pesadas às emissões de gases poluentes que contribuem para o efeito estufa.
Broecker, o paleoclimatologista de Columbia, classifica a crença de Lovelock de que reduzir a poluição é inútil como "uma bobagem perigosa".
"Eu gostaria de poder dizer que turbinas de vento e painéis solares vão nos salvar", Lovelock responde.
"Mas não posso.
Não existe nenhum tipo de solução possível.
Hoje, há quase 7 biliões de pessoas no planeta, isso sem falar nos animais.
Se pegarmos apenas o CO2 de tudo que respira, já é 25% do total - quatro vezes mais CO2 do que todas as companhias aéreas do mundo.
Então, se você quer diminuir suas emissões, é só parar de respirar.
É apavorante.
Simplesmente ultrapassamos todos os limites razoáveis em números.
E, do ponto de vista puramente biológico, qualquer espécie que faz isso tem que entrar em colapso."
Mas isso não é sugerir, no entanto, que Lovelock acredita que deveríamos ficar tocando harpa enquanto assistimos o mundo queimar.
É bem o contrário.
"Precisamos tomar acções ousadas", ele insiste.
"Temos uma quantidade enorme de coisas a fazer."
De acordo com a visão dele, temos duas escolhas: podemos retornar a um estilo de vida mais primitivo e viver em equilíbrio com o planeta como caçadores-colectores ou podemos nos isolar em uma civilização muito sofisticada, de altíssima tecnologia.
"Não há dúvida sobre que caminho eu preferiria", diz certa manhã, em sua casa, com um sorriso aberto no rosto enquanto digita em seu computador.
"Realmente, é uma questão de como organizamos a sociedade - onde vamos conseguir nossa comida, nossa água.
Como vamos gerar energia."
Em relação à água, a resposta é bem directa:
usinas de dessalinização, que são capazes de transformar água do mar em água potável.
Assim, podemos vir a perder tudo".
Até os amigos de Lovelock se retraem quando ele fala assim.
"Acho que ele está deixando nossa cota de desespero no negativo", diz Chris Rapley, chefe do Museu de Ciência de Londres, que se empenhou com afinco para despertar a consciência mundial sobre o aquecimento global.
Outros têm a preocupação justificada de que as opiniões de Lovelock sirvam para dispersar o momento de concentração de vontade política para impor restrições pesadas às emissões de gases poluentes que contribuem para o efeito estufa.
Broecker, o paleoclimatologista de Columbia, classifica a crença de Lovelock de que reduzir a poluição é inútil como "uma bobagem perigosa".
"Eu gostaria de poder dizer que turbinas de vento e painéis solares vão nos salvar", Lovelock responde.
"Mas não posso.
Não existe nenhum tipo de solução possível.
Hoje, há quase 7 biliões de pessoas no planeta, isso sem falar nos animais.
Se pegarmos apenas o CO2 de tudo que respira, já é 25% do total - quatro vezes mais CO2 do que todas as companhias aéreas do mundo.
Então, se você quer diminuir suas emissões, é só parar de respirar.
É apavorante.
Simplesmente ultrapassamos todos os limites razoáveis em números.
E, do ponto de vista puramente biológico, qualquer espécie que faz isso tem que entrar em colapso."
Mas isso não é sugerir, no entanto, que Lovelock acredita que deveríamos ficar tocando harpa enquanto assistimos o mundo queimar.
É bem o contrário.
"Precisamos tomar acções ousadas", ele insiste.
"Temos uma quantidade enorme de coisas a fazer."
De acordo com a visão dele, temos duas escolhas: podemos retornar a um estilo de vida mais primitivo e viver em equilíbrio com o planeta como caçadores-colectores ou podemos nos isolar em uma civilização muito sofisticada, de altíssima tecnologia.
"Não há dúvida sobre que caminho eu preferiria", diz certa manhã, em sua casa, com um sorriso aberto no rosto enquanto digita em seu computador.
"Realmente, é uma questão de como organizamos a sociedade - onde vamos conseguir nossa comida, nossa água.
Como vamos gerar energia."
Em relação à água, a resposta é bem directa:
usinas de dessalinização, que são capazes de transformar água do mar em água potável.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS
O suprimento de alimentos é mais difícil:
o calor e a seca vão acabar com a maior parte das regiões de plantações de alimentos hoje existentes.
Também vão empurrar as pessoas para o norte, onde vão se aglomerar em cidades.
Nessas áreas, não haverá lugar para quintais ajardinados.
Como resultado, Lovelock acredita, precisaremos sintetizar comida - teremos que criar alimentos em barris com culturas de tecidos de carnes e vegetais.
Isso parece muito exagerado e profundamente desagradável, mas, do ponto de vista tecnológico, não será difícil de realizar.
O fornecimento contínuo de electricidade também será vital, segundo ele.
Cinco dias depois de visitar o centro Hadley, Lovelock escreveu um artigo opinativo polémico, intitulado:
"Energia nuclear é a única solução verde".
Lovelock argumentava que "devemos usar o pequeno resultado dos renováveis com sensatez", mas que "não temos tempo para fazer experimentos com essas fontes de energia visionárias, a civilização está em perigo iminente e precisa usar a energia nuclear - a fonte de energia mais segura disponível - agora ou sofrer a dor que em breve será infligida a nosso planeta tão ressentido".
Ambientalistas urraram em protesto, mas qualquer pessoa que conhecia o passado de Lovelock não se surpreendeu com sua defesa à energia nuclear.
Aos 14 anos, ao ler que a energia do sol vem de uma reacção nuclear, ele passou a acreditar que a energia nuclear é uma das forças fundamentais no universo.
Por que não aproveitá-la?
No que diz respeito aos perigos - lixo radioactivo, vulnerabilidade ao terrorismo, desastres como o de Chernobyl - Lovelock diz que este é dos males o menos pior:
"Mesmo que eles tenham razão a respeito dos perigos, e não têm, continua não sendo nada na comparação com as mudanças climáticas".
Como último recurso, para manter o planeta pelo menos marginalmente habitável, Lovelock acredita que os seres humanos podem ser forçados a manipular o clima terrestre com a construção de protectores solares no espaço ou instalando equipamentos para enviar enormes quantidades de CO2 para fora da atmosfera.
Mas ele considera a geoengenharia em larga escala como um ato de arrogância - "Imagino que seria mais fácil um bode se transformar em um bom jardineiro do que os seres humanos passarem a ser guardiões da Terra".
Na verdade, foi Lovelock que inspirou seu amigo Richard Branson a oferecer um prémio de US$ 25 milhões para o "Virgin Earth Challenge" (Desafio Virgin da Terra), que será concedido à primeira pessoa que conseguir criar um método comercialmente viável de remover os gases responsáveis pelo efeito estufa da atmosfera.
Lovelock é juiz do concurso, por isso não pode participar dele, mas ficou intrigado com o desafio.
Sua mais recente ideia:
suspender centenas de milhares de canos verticais de 18 metros de comprimento nos oceanos tropicais, colocar uma válvula na base de cada cano e permitir que a água das profundezas, rica em nutrientes, seja bombeada para a superfície pela acção das ondas.
o calor e a seca vão acabar com a maior parte das regiões de plantações de alimentos hoje existentes.
Também vão empurrar as pessoas para o norte, onde vão se aglomerar em cidades.
Nessas áreas, não haverá lugar para quintais ajardinados.
Como resultado, Lovelock acredita, precisaremos sintetizar comida - teremos que criar alimentos em barris com culturas de tecidos de carnes e vegetais.
Isso parece muito exagerado e profundamente desagradável, mas, do ponto de vista tecnológico, não será difícil de realizar.
O fornecimento contínuo de electricidade também será vital, segundo ele.
Cinco dias depois de visitar o centro Hadley, Lovelock escreveu um artigo opinativo polémico, intitulado:
"Energia nuclear é a única solução verde".
Lovelock argumentava que "devemos usar o pequeno resultado dos renováveis com sensatez", mas que "não temos tempo para fazer experimentos com essas fontes de energia visionárias, a civilização está em perigo iminente e precisa usar a energia nuclear - a fonte de energia mais segura disponível - agora ou sofrer a dor que em breve será infligida a nosso planeta tão ressentido".
Ambientalistas urraram em protesto, mas qualquer pessoa que conhecia o passado de Lovelock não se surpreendeu com sua defesa à energia nuclear.
Aos 14 anos, ao ler que a energia do sol vem de uma reacção nuclear, ele passou a acreditar que a energia nuclear é uma das forças fundamentais no universo.
Por que não aproveitá-la?
No que diz respeito aos perigos - lixo radioactivo, vulnerabilidade ao terrorismo, desastres como o de Chernobyl - Lovelock diz que este é dos males o menos pior:
"Mesmo que eles tenham razão a respeito dos perigos, e não têm, continua não sendo nada na comparação com as mudanças climáticas".
Como último recurso, para manter o planeta pelo menos marginalmente habitável, Lovelock acredita que os seres humanos podem ser forçados a manipular o clima terrestre com a construção de protectores solares no espaço ou instalando equipamentos para enviar enormes quantidades de CO2 para fora da atmosfera.
Mas ele considera a geoengenharia em larga escala como um ato de arrogância - "Imagino que seria mais fácil um bode se transformar em um bom jardineiro do que os seres humanos passarem a ser guardiões da Terra".
Na verdade, foi Lovelock que inspirou seu amigo Richard Branson a oferecer um prémio de US$ 25 milhões para o "Virgin Earth Challenge" (Desafio Virgin da Terra), que será concedido à primeira pessoa que conseguir criar um método comercialmente viável de remover os gases responsáveis pelo efeito estufa da atmosfera.
Lovelock é juiz do concurso, por isso não pode participar dele, mas ficou intrigado com o desafio.
Sua mais recente ideia:
suspender centenas de milhares de canos verticais de 18 metros de comprimento nos oceanos tropicais, colocar uma válvula na base de cada cano e permitir que a água das profundezas, rica em nutrientes, seja bombeada para a superfície pela acção das ondas.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS
Os nutrientes das águas das profundezas aumentariam a proliferação das algas, que consumiriam o dióxido de carbono e ajudariam a resfriar o planeta.
"É uma maneira de contrabalançar o sistema de energia natural da Terra usando ele próprio", Lovelock especula.
"Acho que Gaia aprovaria."
Oslo é o tipo perfeito de cidade para Lovelock.
Fica em latitudes do norte, que ficarão mais temperadas na medida em que o clima for esquentando; tem água aos montes, graças a suas reservas de petróleo e gás, é rica e lá já há muito pensamento criativo relativo à energia, incluindo, para a satisfação de Lovelock, discussões renovadas a respeito da energia nuclear.
"A questão principal a ser discutida aqui é como manejar as hordas de pessoas que chegarão à cidade", Lovelock avisa.
"Nas próximas décadas, metade da população do sul da Europa vai tentar se mudar para cá."
Nós nos dirigimos para perto da água, passando pelo castelo de Akershus, uma fortaleza imponente do século 13 que funcionou como quartel-general nazista durante a ocupação da cidade na Segunda Guerra Mundial.
Para Lovelock, os paralelos entre o que o mundo enfrentou naquela época e o que enfrenta hoje são bem claros.
"Em certos aspectos, é como se estivéssemos de novo em 1939", ele afirma.
"A ameaça é óbvia, mas não conseguimos nos dar conta do que está em jogo.
Ainda estamos falando de conciliação."
Naquele tempo, como hoje, o que mais choca Lovelock é a ausência de liderança política.
Apesar de respeitar as iniciativas de Al Gore para conscientizar as pessoas, não acredita que nenhum político tenha chegado perto de nos preparar para o que vem por aí.
"Em muito pouco tempo, estaremos vivendo em um mundo desesperador, comenta Lovelock.
Ele acredita que está mais do que na hora para uma versão "aquecimento global" do famoso discurso que Winston Churchill fez para preparar a Grã-Bretanha para a Segunda Guerra Mundial:
"Não tenho nada a oferecer além de sangue, trabalho, lágrimas e suor".
"As pessoas estão prontas para isso", Lovelock dispara quando passamos sob a sombra do castelo.
"A população entende o que está acontecendo muito melhor do que a maior parte dos políticos."
Independentemente do que o futuro trouxer, é provável que Lovelock não esteja por aí para ver.
"O meu objectivo é viver uma vida rectangular:
longa, forte e firme, com uma queda rápida no final", sentencia.
Lovelock não apresenta sinais de estar se aproximando de seu ponto de queda.
Apesar de já ter passado por 40 operações, incluindo ponte de safena, continua viajando de um lado para o outro no interior inglês em seu Honda branco, como um piloto de Fórmula 1.
Ele e Sandy recentemente passaram um mês de férias na Austrália, onde visitaram a Grande Barreira de Corais.
O cientista está prestes a começar a escrever mais um livro sobre Gaia.
Richard Branson o convidou para o primeiro voo do ónibus espacial Virgin Galactic, que acontecerá no fim do ano que vem - "Quero oferecer a ele a visão de Gaia do espaço", diz Branson.
"É uma maneira de contrabalançar o sistema de energia natural da Terra usando ele próprio", Lovelock especula.
"Acho que Gaia aprovaria."
Oslo é o tipo perfeito de cidade para Lovelock.
Fica em latitudes do norte, que ficarão mais temperadas na medida em que o clima for esquentando; tem água aos montes, graças a suas reservas de petróleo e gás, é rica e lá já há muito pensamento criativo relativo à energia, incluindo, para a satisfação de Lovelock, discussões renovadas a respeito da energia nuclear.
"A questão principal a ser discutida aqui é como manejar as hordas de pessoas que chegarão à cidade", Lovelock avisa.
"Nas próximas décadas, metade da população do sul da Europa vai tentar se mudar para cá."
Nós nos dirigimos para perto da água, passando pelo castelo de Akershus, uma fortaleza imponente do século 13 que funcionou como quartel-general nazista durante a ocupação da cidade na Segunda Guerra Mundial.
Para Lovelock, os paralelos entre o que o mundo enfrentou naquela época e o que enfrenta hoje são bem claros.
"Em certos aspectos, é como se estivéssemos de novo em 1939", ele afirma.
"A ameaça é óbvia, mas não conseguimos nos dar conta do que está em jogo.
Ainda estamos falando de conciliação."
Naquele tempo, como hoje, o que mais choca Lovelock é a ausência de liderança política.
Apesar de respeitar as iniciativas de Al Gore para conscientizar as pessoas, não acredita que nenhum político tenha chegado perto de nos preparar para o que vem por aí.
"Em muito pouco tempo, estaremos vivendo em um mundo desesperador, comenta Lovelock.
Ele acredita que está mais do que na hora para uma versão "aquecimento global" do famoso discurso que Winston Churchill fez para preparar a Grã-Bretanha para a Segunda Guerra Mundial:
"Não tenho nada a oferecer além de sangue, trabalho, lágrimas e suor".
"As pessoas estão prontas para isso", Lovelock dispara quando passamos sob a sombra do castelo.
"A população entende o que está acontecendo muito melhor do que a maior parte dos políticos."
Independentemente do que o futuro trouxer, é provável que Lovelock não esteja por aí para ver.
"O meu objectivo é viver uma vida rectangular:
longa, forte e firme, com uma queda rápida no final", sentencia.
Lovelock não apresenta sinais de estar se aproximando de seu ponto de queda.
Apesar de já ter passado por 40 operações, incluindo ponte de safena, continua viajando de um lado para o outro no interior inglês em seu Honda branco, como um piloto de Fórmula 1.
Ele e Sandy recentemente passaram um mês de férias na Austrália, onde visitaram a Grande Barreira de Corais.
O cientista está prestes a começar a escrever mais um livro sobre Gaia.
Richard Branson o convidou para o primeiro voo do ónibus espacial Virgin Galactic, que acontecerá no fim do ano que vem - "Quero oferecer a ele a visão de Gaia do espaço", diz Branson.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS
Lovelock está ansioso para fazer o passeio, e planeia fazer um teste em uma centrífuga até o fim deste ano para ver se seu corpo suporta as forças gravitacionais de um voo espacial.
Ele evita falar de seu legado, mas brinca com os filhos dizendo que quer ver gravado na lápide de seu túmulo:
"Ele nunca teve a intenção de ser conciliador".
Em relação aos horrores que nos aguardam, Lovelock pode muito bem-estar errado.
Não por ter interpretado a ciência erroneamente (apesar de isso certamente ser possível), mas por ter interpretado os seres humanos erroneamente.
Poucos cientistas sérios duvidam que estejamos prestes a viver uma catástrofe climática.
Mas, apesar de toda a sensibilidade de Lovelock para a dinâmica subtil e para os ciclos de resposta no sistema climático, ele se mostra curiosamente alheio à dinâmica subtil e aos ciclos de resposta no sistema humano.
Ele acredita que, apesar dos nossos iPhones e dos nossos ónibus espaciais, continuamos sendo animais tribais, amplamente incapazes de agir pelo bem maior ou de tomar decisões de longo prazo que garantam nosso bem-estar.
"Nosso progresso moral", diz Lovelock, "não acompanhou nosso progresso tecnológico."
Mas talvez seja exactamente esse o motivo do apocalipse que está por vir.
Uma das questões que fascina Lovelock é a seguinte:
A vida vem evoluindo na Terra há mais de 3 bilhões de anos - e por que motivo?
"Gostemos ou não, somos o cérebro e o sistema nervoso de Gaia", ele explica.
"Agora, assumimos responsabilidade pelo bem-estar do planeta.
Como vamos lidar com isso?"
Enquanto abrimos caminho no meio dos turistas que se dirigem para o castelo, é fácil olhar para eles e ficar triste.
Mais difícil é olhar para eles e ter esperança.
Mas quando digo isso a Lovelock, ele argumenta que a raça humana passou por muitos gargalos antes - e que talvez sejamos melhores por causa disso.
Então ele me conta a história de um acidente de avião, anos atrás, no aeroporto de Manchester.
"Um tanque de combustível pegou fogo durante a descolagem", recorda.
"Havia tempo de sobra para todo mundo sair, mas alguns passageiros simplesmente ficaram paralisados, sentados nas poltronas, como tinham lhes dito para fazer, e as pessoas que escaparam tiveram que passar por cima deles para sair.
Era perfeitamente óbvio o que era necessário fazer para sair, mas eles não se mexiam.
Morreram carbonizados ou asfixiados pela fumaça.
E muita gente, fico triste em dizer, é assim.
E é isso que vai acontecer desta vez, só que em escala muito maior."
Lovelock olha para mim com olhos azuis muito firmes.
"Algumas pessoas vão ficar sentadas na poltrona sem fazer nada, paralisadas de pânico.
Outras vão se mexer.
Vão ver o que está prestes a acontecer, e vão tomar uma atitude, e vão sobreviver.
São elas que vão levar a civilização em frente."
(Tradução de Ana Ban)
§.§.§- O-canto-da-ave
Ele evita falar de seu legado, mas brinca com os filhos dizendo que quer ver gravado na lápide de seu túmulo:
"Ele nunca teve a intenção de ser conciliador".
Em relação aos horrores que nos aguardam, Lovelock pode muito bem-estar errado.
Não por ter interpretado a ciência erroneamente (apesar de isso certamente ser possível), mas por ter interpretado os seres humanos erroneamente.
Poucos cientistas sérios duvidam que estejamos prestes a viver uma catástrofe climática.
Mas, apesar de toda a sensibilidade de Lovelock para a dinâmica subtil e para os ciclos de resposta no sistema climático, ele se mostra curiosamente alheio à dinâmica subtil e aos ciclos de resposta no sistema humano.
Ele acredita que, apesar dos nossos iPhones e dos nossos ónibus espaciais, continuamos sendo animais tribais, amplamente incapazes de agir pelo bem maior ou de tomar decisões de longo prazo que garantam nosso bem-estar.
"Nosso progresso moral", diz Lovelock, "não acompanhou nosso progresso tecnológico."
Mas talvez seja exactamente esse o motivo do apocalipse que está por vir.
Uma das questões que fascina Lovelock é a seguinte:
A vida vem evoluindo na Terra há mais de 3 bilhões de anos - e por que motivo?
"Gostemos ou não, somos o cérebro e o sistema nervoso de Gaia", ele explica.
"Agora, assumimos responsabilidade pelo bem-estar do planeta.
Como vamos lidar com isso?"
Enquanto abrimos caminho no meio dos turistas que se dirigem para o castelo, é fácil olhar para eles e ficar triste.
Mais difícil é olhar para eles e ter esperança.
Mas quando digo isso a Lovelock, ele argumenta que a raça humana passou por muitos gargalos antes - e que talvez sejamos melhores por causa disso.
Então ele me conta a história de um acidente de avião, anos atrás, no aeroporto de Manchester.
"Um tanque de combustível pegou fogo durante a descolagem", recorda.
"Havia tempo de sobra para todo mundo sair, mas alguns passageiros simplesmente ficaram paralisados, sentados nas poltronas, como tinham lhes dito para fazer, e as pessoas que escaparam tiveram que passar por cima deles para sair.
Era perfeitamente óbvio o que era necessário fazer para sair, mas eles não se mexiam.
Morreram carbonizados ou asfixiados pela fumaça.
E muita gente, fico triste em dizer, é assim.
E é isso que vai acontecer desta vez, só que em escala muito maior."
Lovelock olha para mim com olhos azuis muito firmes.
"Algumas pessoas vão ficar sentadas na poltrona sem fazer nada, paralisadas de pânico.
Outras vão se mexer.
Vão ver o que está prestes a acontecer, e vão tomar uma atitude, e vão sobreviver.
São elas que vão levar a civilização em frente."
(Tradução de Ana Ban)
§.§.§- O-canto-da-ave
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Re: ARTIGOS DIVERSOS
CONSTRUINDO AFEIÇÕES
Comum algumas pessoas ao conhecerem alguém que instantaneamente surge afinidade imaginar que esta ligação é antiga remontando a outras existências.
Já vi várias vezes isso acontecer.
Há uma espécie de entusiasmo, uma ligação que se faz com o seguinte cálculo:
Conversa agradável + Ideias semelhantes = Amigo de existência pretérita.
Parece que isso de certa forma as deixa mais próximas.
É um amigo de outras épocas, dizem empolgadas com a semelhança das ideias.
E colocam-se a imaginar quais as situações que já vivenciaram junto àquela alma recém apresentada pela vida.
Quando o assunto vai para o lado do relacionamento romântico as coisas tendem a tomar uma proporção ainda maior:
Encontrei minha alma gémea, ou, a “tampa da panela”, exclamam os mais entusiasmados.
Porém, vamos verificar se isso é uma regra, ou seja, se toda afinidade provém de ligação anterior, em fonte segura: a Doutrina Espírita.
O que diz o Espiritismo?
É possível reencontrar almas que já conhecemos de outras existências?
Obviamente que sim.
Podemos, claro, reencontrar espíritos que já estiveram junto a nós.
Todavia, tanto podem ser almas simpáticas como almas antipáticas.
No entanto, vale considerar ponto importante:
não é porque surgiu a afinidade automática e as ideias se encontraram que, necessariamente, já conhecemos de outras existências determinadas pessoas.
Não é bem assim que funciona e os Espíritos, quando indagados por Kardec na questão 387 de O livro dos Espíritos sobre se a simpatia vem sempre de uma existência anterior, responderam:
“Não. Dois Espíritos que se compreendem procuram-se naturalmente, sem que necessariamente se tenham conhecido em encarnações passadas”.
Pois bem.
A resposta é bem clara e auxilia-nos a desmistificar essa questão de que se há afinidade é porque havia o conhecimento de outra existência.
Nada disso.
As almas afins, que vibram em sintonia semelhante procuram-se e encontram-se sem necessitarem terem se conhecido antes.
Não há passaporte para a construção de novas amizades!
O mais interessante disso tudo é a possibilidade de estarmos ampliando nossa família espiritual ao estabelecermos contactos com os mais diversos Espíritos que habitam o universo.
Novas amizades, pessoas diferentes a nos estimular o desenvolvimento e o progresso...
Prova da bondade de Deus que não nos deixa presos a determinado círculo de “conhecimento anterior”.
Há sempre a oportunidade de, a partir de um momento de nossa existência construirmos novas afeições, o que, diga-se de passagem, é enriquecedor.
Compreendemos, então, que a nossa família é a universal.
A partir do momento em que formos evoluindo iremos gradativamente construindo amizade com todas as criaturas que a vida nos apresentar, sem, claro, a preocupação demasiada de ser ou não nosso amigo de existência anterior.
Quanto maior nossa família espiritual mais a vontade nos sentiremos em nosso lar: O universo!
Wellington Balbo
Artigo originalmente publicado em Jornal Momento Espírita, do CEAC Bauru –www.ceac.org.br
§.§.§- Ave sem Ninho
Comum algumas pessoas ao conhecerem alguém que instantaneamente surge afinidade imaginar que esta ligação é antiga remontando a outras existências.
Já vi várias vezes isso acontecer.
Há uma espécie de entusiasmo, uma ligação que se faz com o seguinte cálculo:
Conversa agradável + Ideias semelhantes = Amigo de existência pretérita.
Parece que isso de certa forma as deixa mais próximas.
É um amigo de outras épocas, dizem empolgadas com a semelhança das ideias.
E colocam-se a imaginar quais as situações que já vivenciaram junto àquela alma recém apresentada pela vida.
Quando o assunto vai para o lado do relacionamento romântico as coisas tendem a tomar uma proporção ainda maior:
Encontrei minha alma gémea, ou, a “tampa da panela”, exclamam os mais entusiasmados.
Porém, vamos verificar se isso é uma regra, ou seja, se toda afinidade provém de ligação anterior, em fonte segura: a Doutrina Espírita.
O que diz o Espiritismo?
É possível reencontrar almas que já conhecemos de outras existências?
Obviamente que sim.
Podemos, claro, reencontrar espíritos que já estiveram junto a nós.
Todavia, tanto podem ser almas simpáticas como almas antipáticas.
No entanto, vale considerar ponto importante:
não é porque surgiu a afinidade automática e as ideias se encontraram que, necessariamente, já conhecemos de outras existências determinadas pessoas.
Não é bem assim que funciona e os Espíritos, quando indagados por Kardec na questão 387 de O livro dos Espíritos sobre se a simpatia vem sempre de uma existência anterior, responderam:
“Não. Dois Espíritos que se compreendem procuram-se naturalmente, sem que necessariamente se tenham conhecido em encarnações passadas”.
Pois bem.
A resposta é bem clara e auxilia-nos a desmistificar essa questão de que se há afinidade é porque havia o conhecimento de outra existência.
Nada disso.
As almas afins, que vibram em sintonia semelhante procuram-se e encontram-se sem necessitarem terem se conhecido antes.
Não há passaporte para a construção de novas amizades!
O mais interessante disso tudo é a possibilidade de estarmos ampliando nossa família espiritual ao estabelecermos contactos com os mais diversos Espíritos que habitam o universo.
Novas amizades, pessoas diferentes a nos estimular o desenvolvimento e o progresso...
Prova da bondade de Deus que não nos deixa presos a determinado círculo de “conhecimento anterior”.
Há sempre a oportunidade de, a partir de um momento de nossa existência construirmos novas afeições, o que, diga-se de passagem, é enriquecedor.
Compreendemos, então, que a nossa família é a universal.
A partir do momento em que formos evoluindo iremos gradativamente construindo amizade com todas as criaturas que a vida nos apresentar, sem, claro, a preocupação demasiada de ser ou não nosso amigo de existência anterior.
Quanto maior nossa família espiritual mais a vontade nos sentiremos em nosso lar: O universo!
Wellington Balbo
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§.§.§- Ave sem Ninho
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Mediunidade
Mediunidade não é dom. Mediunidade é prova.
Todo transe mediúnico é também anímico, pois o espírito tem experiência e sabedoria ancestral.
Mediunidade não tem que ser desenvolvida, mediunidade tem que ser educada.
A mediunidade nasce com o médium, não há o que desenvolver.
Necessita apenas educar ou reeducar.
Embora a mediunidade seja algo físico e esteja ligada a glândula pineal é trazida pelo espírito.
Assim sendo, o corpo físico (antes de reencarnar - junto ao perispírito) é preparado para o trabalho e intercâmbio mediúnico.
Mediunidade desequilibrada provoca doença física.
Médiuns nascem médiuns.
Médiuns podem ser pessoas de bem-aventuranças ou NÃO.
Existem médiuns também assassinos, pedófilos, estupradores...
Mediunidade não está ligada ao carácter.
Jesus era médium. Hitler era médium.
Hitler mantinha intercâmbio mediúnico com os mentores das trevas.
O intercâmbio mediúnico de Jesus era com o Pai (Deus).
Orem e vigiem. Cuidado com os falsos profetas.
Afinal, não se pode seguir a Deus e a Mamon.
Mediunidade não é missão.
Mediunidade é resgate.
Nunca, jamais deve ser meio ou fonte de renda.
Tudo ligado à mediunidade TEM que ser gratuito.
Não saiba a mão esquerda o que fez a direita.
O uso indevido, irresponsável e a mistificação compromete a faculdade mediúnica, a ponto de torná-la nula.
Entre a mediunidade e a loucura há uma linha ténue.
Para uma vivência mediúnica saudável não cabe o apego ao fenómeno ou à superficialidade e ao ego.
Para uma vida integrada com a natureza mediúnica e o seu meio, é de extrema importância reflectir com serenidade e paz, paz na consciência sensível às múltiplas faculdades que possibilitam o intercâmbio.
Essas são as exigências mínimas para uma vida mediúnica integra.
Estejam sempre atentos a uma máxima:
A mediunidade é um canal entre o médium e uma outra dimensão, pode ser uma dimensão de luz ou de sombras.
Não raro a sombra se disfarça de luz e consegue convencer, seduzir e conquistar uma legião de fiéis, que por carência e ou ingenuidade permitem o envolvimento.
Claudia Ribas
§.§.§- Ave sem Ninho
Todo transe mediúnico é também anímico, pois o espírito tem experiência e sabedoria ancestral.
Mediunidade não tem que ser desenvolvida, mediunidade tem que ser educada.
A mediunidade nasce com o médium, não há o que desenvolver.
Necessita apenas educar ou reeducar.
Embora a mediunidade seja algo físico e esteja ligada a glândula pineal é trazida pelo espírito.
Assim sendo, o corpo físico (antes de reencarnar - junto ao perispírito) é preparado para o trabalho e intercâmbio mediúnico.
Mediunidade desequilibrada provoca doença física.
Médiuns nascem médiuns.
Médiuns podem ser pessoas de bem-aventuranças ou NÃO.
Existem médiuns também assassinos, pedófilos, estupradores...
Mediunidade não está ligada ao carácter.
Jesus era médium. Hitler era médium.
Hitler mantinha intercâmbio mediúnico com os mentores das trevas.
O intercâmbio mediúnico de Jesus era com o Pai (Deus).
Orem e vigiem. Cuidado com os falsos profetas.
Afinal, não se pode seguir a Deus e a Mamon.
Mediunidade não é missão.
Mediunidade é resgate.
Nunca, jamais deve ser meio ou fonte de renda.
Tudo ligado à mediunidade TEM que ser gratuito.
Não saiba a mão esquerda o que fez a direita.
O uso indevido, irresponsável e a mistificação compromete a faculdade mediúnica, a ponto de torná-la nula.
Entre a mediunidade e a loucura há uma linha ténue.
Para uma vivência mediúnica saudável não cabe o apego ao fenómeno ou à superficialidade e ao ego.
Para uma vida integrada com a natureza mediúnica e o seu meio, é de extrema importância reflectir com serenidade e paz, paz na consciência sensível às múltiplas faculdades que possibilitam o intercâmbio.
Essas são as exigências mínimas para uma vida mediúnica integra.
Estejam sempre atentos a uma máxima:
A mediunidade é um canal entre o médium e uma outra dimensão, pode ser uma dimensão de luz ou de sombras.
Não raro a sombra se disfarça de luz e consegue convencer, seduzir e conquistar uma legião de fiéis, que por carência e ou ingenuidade permitem o envolvimento.
Claudia Ribas
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A VIDA NÃO DÁ SALTOS
Quando o espírito encarnado chega a uma idade mais madura, acaba acumulando valores sobre a vida e si mesmo.
Muitos instintos agressivos já foram se amenizando, dando tempo para que o espírito reflicta e busque a compreensão da evolução espiritual e física.
Se esse espírito era nervoso, se torna mais calmo, desenvolve a paciência, vai se humanizando, busca uma fé mais sólida e, dessa forma, vai se amadurecendo para voos maiores, seja no plano espiritual ou físico, projectando uma futura encarnação.
Outros não conseguem chegar a esse estágio por se envolverem em caminhos tortuosos e pecaminosos como bebidas, fumos e drogas, considerando uma encarnação perdida e dificuldades maiores para a próxima.
A vida não dá saltos, mas sim as experiências de sobrevivência constantes e aprimoramento eterno.
A cada minuto da vida, estamos com novos projectos para melhorar a nossa consciência que, muitas vezes, não correspondem à realidade do caminho que programamos, mas estamos sempre sonhando ou buscando algo melhor para podermos nos sentir úteis e convivermos com a sociedade e família e sermos dignos.
Ninguém tem o poder de subjugar ninguém, pois somos falhos e imperfeitos a caminho da perfeição que está longe dos nossos objectivos planetários, mas por sermos espíritos eternos, essa possibilidade há de chegar a Terra, através do trabalho, da expansão e da perfeição das leis, elaboradas por Deus, nosso Pai.
Estamos caminhando para essa perfeição, por esse motivo, os erros nos levam aos acertos na vida.
Dessa forma, temos que ter vontade de trabalhar, progredir e aprender tudo o que está a nossa disposição. Uma hora perdida não volta mais e nosso tempo é precioso, aliado da evolução.
Tivemos um tempo para gerar nossos corpos, outro para nascermos, crescermos e desencarnarmos para a eternidade que pode significar um minuto e para nós setenta anos.
Os tempos são diferentes nos planos espirituais e físicos, mas existe o tempo a ser aproveitado o máximo dentro da realidade do espírito e vocês o que estão fazendo dos seus tempos?
Autor: Vanderlei Bacic de Araujo
§.§.§- Ave sem Ninho
Muitos instintos agressivos já foram se amenizando, dando tempo para que o espírito reflicta e busque a compreensão da evolução espiritual e física.
Se esse espírito era nervoso, se torna mais calmo, desenvolve a paciência, vai se humanizando, busca uma fé mais sólida e, dessa forma, vai se amadurecendo para voos maiores, seja no plano espiritual ou físico, projectando uma futura encarnação.
Outros não conseguem chegar a esse estágio por se envolverem em caminhos tortuosos e pecaminosos como bebidas, fumos e drogas, considerando uma encarnação perdida e dificuldades maiores para a próxima.
A vida não dá saltos, mas sim as experiências de sobrevivência constantes e aprimoramento eterno.
A cada minuto da vida, estamos com novos projectos para melhorar a nossa consciência que, muitas vezes, não correspondem à realidade do caminho que programamos, mas estamos sempre sonhando ou buscando algo melhor para podermos nos sentir úteis e convivermos com a sociedade e família e sermos dignos.
Ninguém tem o poder de subjugar ninguém, pois somos falhos e imperfeitos a caminho da perfeição que está longe dos nossos objectivos planetários, mas por sermos espíritos eternos, essa possibilidade há de chegar a Terra, através do trabalho, da expansão e da perfeição das leis, elaboradas por Deus, nosso Pai.
Estamos caminhando para essa perfeição, por esse motivo, os erros nos levam aos acertos na vida.
Dessa forma, temos que ter vontade de trabalhar, progredir e aprender tudo o que está a nossa disposição. Uma hora perdida não volta mais e nosso tempo é precioso, aliado da evolução.
Tivemos um tempo para gerar nossos corpos, outro para nascermos, crescermos e desencarnarmos para a eternidade que pode significar um minuto e para nós setenta anos.
Os tempos são diferentes nos planos espirituais e físicos, mas existe o tempo a ser aproveitado o máximo dentro da realidade do espírito e vocês o que estão fazendo dos seus tempos?
Autor: Vanderlei Bacic de Araujo
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HISTÓRIA DE UM POLÍTICO REENCARNADO
J. Raul Teixeira conta que certo dia ia a uma conferência numa cidade importante do Brasil, e ao dirigir-se para almoçar num restaurante, com os seus anfitriões, enquanto esperavam que o semáforo abrisse para atravessarem larga avenida, ele via uma mulher andrajosa ali ao lado, no caixote do lixo a procurar comida e a separar o lixo mais limpo do mais sujo.
Tal cena causou-lhe tamanha impressão, que perdeu a vontade de almoçar, embora a necessidade de o fazer.
Enquanto tentava se recompor mentalmente, já no restaurante, pensando naquele ser que nada tinha, e ele ali num restaurante com os seus amigos, apareceu-lhe, através do fenómeno da vidência espiritual, um espírito amigo que o acompanha na sua tarefa doutrinária, que o acalmou, referindo que mesmo que fosse dar comida àquela senhora ela recusaria.
E o Espírito, em breves pinceladas contou a história daquela mulher, que nesta vida era a reencarnação de um famoso político brasileiro, ainda hoje muito conceituado, e que por ter prejudicado tanto o povo, tinha reencarnado numa condição miserável, devido ao mecanismo do complexo de culpa que fez, após a morte do corpo de carne, no mundo espiritual (onde não conseguimos esconder nada, nem de nós, nem dos outros), voltando numa condição miserável para aprender a valorizar aquilo que ele tanto desprezara na vida anterior: as dificuldades financeiras do próximo.
Curiosamente, o nome desse famoso político estava afixado nesse local, dando nome à avenida, e essa mulher, por um mecanismo de fixação inconsciente, não largava aquele local onde outrora lhe prestaram grandes homenagens.
Não era um castigo divino, mas sim uma decorrência da Lei de Causa e Efeito, onde cada um colhe de acordo com os seus actos, pensamentos e sentimentos.
"A SEMEADURA É LIVRE MAS A COLHEITA OBRIGATÓRIA"
FRASE DE CHICO XAVIER:
"Devemos orar pelos políticos, pelos administradores da vida pública.
A tentação do poder é muito grande.
Eu não gostaria de estar no lugar de nenhum deles.
A omissão de quem pode e não auxilia o povo é comparável a um crime que se pratica contra a comunidade inteira.
Tenho visto muitos espíritos dos que foram homens públicos na Terra em lastimável situação na Vida Espiritual . . ."
Grupo de Estudo Allan Kardec
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Tal cena causou-lhe tamanha impressão, que perdeu a vontade de almoçar, embora a necessidade de o fazer.
Enquanto tentava se recompor mentalmente, já no restaurante, pensando naquele ser que nada tinha, e ele ali num restaurante com os seus amigos, apareceu-lhe, através do fenómeno da vidência espiritual, um espírito amigo que o acompanha na sua tarefa doutrinária, que o acalmou, referindo que mesmo que fosse dar comida àquela senhora ela recusaria.
E o Espírito, em breves pinceladas contou a história daquela mulher, que nesta vida era a reencarnação de um famoso político brasileiro, ainda hoje muito conceituado, e que por ter prejudicado tanto o povo, tinha reencarnado numa condição miserável, devido ao mecanismo do complexo de culpa que fez, após a morte do corpo de carne, no mundo espiritual (onde não conseguimos esconder nada, nem de nós, nem dos outros), voltando numa condição miserável para aprender a valorizar aquilo que ele tanto desprezara na vida anterior: as dificuldades financeiras do próximo.
Curiosamente, o nome desse famoso político estava afixado nesse local, dando nome à avenida, e essa mulher, por um mecanismo de fixação inconsciente, não largava aquele local onde outrora lhe prestaram grandes homenagens.
Não era um castigo divino, mas sim uma decorrência da Lei de Causa e Efeito, onde cada um colhe de acordo com os seus actos, pensamentos e sentimentos.
"A SEMEADURA É LIVRE MAS A COLHEITA OBRIGATÓRIA"
FRASE DE CHICO XAVIER:
"Devemos orar pelos políticos, pelos administradores da vida pública.
A tentação do poder é muito grande.
Eu não gostaria de estar no lugar de nenhum deles.
A omissão de quem pode e não auxilia o povo é comparável a um crime que se pratica contra a comunidade inteira.
Tenho visto muitos espíritos dos que foram homens públicos na Terra em lastimável situação na Vida Espiritual . . ."
Grupo de Estudo Allan Kardec
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AS 7 LEIS UNIVERSAIS
LEI DE CAUSA E EFEITO:
Tudo o que você pensa, fala e faz, volta para você.
Cada palavra, pensamento ou acção enviam para o universo ondas electromagnéticas fazendo com que se tornem realidade.
LEI DO RETORNO:
A Lei do Retorno é muito justa, você pensou em algo e esqueceu, e/ou não classificou esse “algo” como ruim, acaba causando o desmembramento de outros factos igualmente ruins.
Tudo o que se pensa, fala e faz, tem retorno ruim.
LEI SEMELHANTE ATRAI SEMELHANTE:
Cada vez que você envia energias- boas ou más – para o universo, está atraindo energias semelhantes à sua.
Tudo que acontece ao seu redor, você é responsável, inclusive os acidentes, pois as vibrações estão na mesma frequência.
LEI DO SILÊNCIO:
Cada vez que você critica alguém ou faz comentários sobre briga de vizinhos, sobre assaltos, problemas pessoais ou ciúmes, aumenta a energia negativa que acaba somatizando nos corpos subtis até chegar ao corpo físico, seja como doenças, acidentes, etc.
É preferível se calar a falar palavras negativas.
LEI DA PROJECÇÃO:
Essa lei ocorre quando você se projecta, inconscientemente, no outro.
Por exemplo: alguém tem uma qualidade que você admira.
É porque você tem essa mesma qualidade guardada no seu subconsciente.
O mesmo acontece quando você não gosta de determinado comportamento ou defeito de uma pessoa, significa que você tem o mesmo comportamento ou defeito dentro de si mesmo e, como não consegue identificá-los, se projecta no outro.
LEI DA DOACÇÃO:
Serve para movimentarmos as nossas energias e assim atrair a prosperidade.
Você precisa doar-se para que essa energia de “doação”, que pode ser qualquer tipo, transforme as vibrações negativas em positivas.
LEI DO DISTANCIAMENTO:
É a compreensão de que nada nos pertence, nem mesmo as pessoas de nossa família (pai, mãe, filhos), amigos, animais domésticos e bens materiais.
Tudo é passageiro em nossa vida, inclusive o nosso corpo físico.
Devemos amar e estar presentes em tudo que está a nossa volta, porém devemos nos conscientizar, com sabedoria, do desapego amoroso.
Amar é estar presente, mas consciente das Leis do Universo, para não nos deixarmos abater emocionalmente.
Fonte: Cristina Cairo
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Tudo o que você pensa, fala e faz, volta para você.
Cada palavra, pensamento ou acção enviam para o universo ondas electromagnéticas fazendo com que se tornem realidade.
LEI DO RETORNO:
A Lei do Retorno é muito justa, você pensou em algo e esqueceu, e/ou não classificou esse “algo” como ruim, acaba causando o desmembramento de outros factos igualmente ruins.
Tudo o que se pensa, fala e faz, tem retorno ruim.
LEI SEMELHANTE ATRAI SEMELHANTE:
Cada vez que você envia energias- boas ou más – para o universo, está atraindo energias semelhantes à sua.
Tudo que acontece ao seu redor, você é responsável, inclusive os acidentes, pois as vibrações estão na mesma frequência.
LEI DO SILÊNCIO:
Cada vez que você critica alguém ou faz comentários sobre briga de vizinhos, sobre assaltos, problemas pessoais ou ciúmes, aumenta a energia negativa que acaba somatizando nos corpos subtis até chegar ao corpo físico, seja como doenças, acidentes, etc.
É preferível se calar a falar palavras negativas.
LEI DA PROJECÇÃO:
Essa lei ocorre quando você se projecta, inconscientemente, no outro.
Por exemplo: alguém tem uma qualidade que você admira.
É porque você tem essa mesma qualidade guardada no seu subconsciente.
O mesmo acontece quando você não gosta de determinado comportamento ou defeito de uma pessoa, significa que você tem o mesmo comportamento ou defeito dentro de si mesmo e, como não consegue identificá-los, se projecta no outro.
LEI DA DOACÇÃO:
Serve para movimentarmos as nossas energias e assim atrair a prosperidade.
Você precisa doar-se para que essa energia de “doação”, que pode ser qualquer tipo, transforme as vibrações negativas em positivas.
LEI DO DISTANCIAMENTO:
É a compreensão de que nada nos pertence, nem mesmo as pessoas de nossa família (pai, mãe, filhos), amigos, animais domésticos e bens materiais.
Tudo é passageiro em nossa vida, inclusive o nosso corpo físico.
Devemos amar e estar presentes em tudo que está a nossa volta, porém devemos nos conscientizar, com sabedoria, do desapego amoroso.
Amar é estar presente, mas consciente das Leis do Universo, para não nos deixarmos abater emocionalmente.
Fonte: Cristina Cairo
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ABORRECIMENTO
Nada mais comum nas actividades terrenas do que o hábito enraizado das querelas, dos desentendimentos, das chateações.
Nada mais corriqueiro entre os indivíduos humanos.
Como um campo de meninos, em que cada gesto, cada nota, cada menção se torna um bom motivo para contendas e mal-entendidos, também na sociedade dos adultos o mesmo fenómeno ocorre.
Mais do que compreensível é que você, semelhante a um menino de "pavio curto", libere adrenalina nos episódios quotidianos que desafiem a sua estabilidade emocional.
Compreensível que se agite, que se irrite, que alteie a voz, que afivele ao rosto expressões feias de diversos e matizes.
Em virtude do nível do seu mundo íntimo, tudo isso é possível de acontecer.
Contudo, você não veio à terra para fixar deficiências, mas para tratá-las, cultivando a saúde.
Você não se acha no mundo para submeter-se aos impulsos irracionais, mas para fazê-los amadurecer para os campos da razão lúcida.
Você não nasceu para se deixar levar pelo destempero, pela irritação que desarticula o equilíbrio, mas tem o dever de educar-se, porque tem na pauta da sua vida o compromisso de cooperar com Deus, à medida que cresça, que amadureça, que se enobreça.
Desse modo, os seus aborrecimentos diários, embora sejam admissíveis em almas infantis e destemperadas, já começam a provocar ruídos infelizes, desconcertantes e indesejáveis nas almas que se encontram no mundo para dar conta de compromissos abençoados com Jesus Cristo e com Seus prepostos.
Assim, observe-se mais; conheça-se no aprendizado do bem, um pouco mais. Esforce-se mais por melhorar-se.
Resista um pouco mais aos impulsos da fera que ainda ronda as suas experiências íntimas.
Aproxime-se um pouco mais dos Benfeitores Espirituais que o amparam.
Perante as perturbações alheias, aprenda a analisar e não repetir.
Diante da rebeldia de alguém, analise e retire a lição para que não faça o mesmo.
Notando a explosão violenta de alguém, reflicta nas consequências danosas, a fim de não fazer o mesmo.
Cada esforço que você fizer por melhorar-se, por educar-se, será secundado pela ajuda de luminosos Imortais que estão, em todo tempo, investindo no seu progresso, para que, pouco a pouco, mas sempre, você se cresça e se ilumine, fazendo-se vitorioso cooperador com Deus, tendo-se superado a si mesmo, transformando suas noites morais em radiosas manhãs de perene formosura.
Quando você for visitado por uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponha-se a ela.
E, quando houver conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, diga, de si para consigo, cheio de justa satisfação: "fui o mais forte."
Adaptação do cap. 13 do livro Para uso diário, ed. Fráter Livros Espíritas.
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Nada mais corriqueiro entre os indivíduos humanos.
Como um campo de meninos, em que cada gesto, cada nota, cada menção se torna um bom motivo para contendas e mal-entendidos, também na sociedade dos adultos o mesmo fenómeno ocorre.
Mais do que compreensível é que você, semelhante a um menino de "pavio curto", libere adrenalina nos episódios quotidianos que desafiem a sua estabilidade emocional.
Compreensível que se agite, que se irrite, que alteie a voz, que afivele ao rosto expressões feias de diversos e matizes.
Em virtude do nível do seu mundo íntimo, tudo isso é possível de acontecer.
Contudo, você não veio à terra para fixar deficiências, mas para tratá-las, cultivando a saúde.
Você não se acha no mundo para submeter-se aos impulsos irracionais, mas para fazê-los amadurecer para os campos da razão lúcida.
Você não nasceu para se deixar levar pelo destempero, pela irritação que desarticula o equilíbrio, mas tem o dever de educar-se, porque tem na pauta da sua vida o compromisso de cooperar com Deus, à medida que cresça, que amadureça, que se enobreça.
Desse modo, os seus aborrecimentos diários, embora sejam admissíveis em almas infantis e destemperadas, já começam a provocar ruídos infelizes, desconcertantes e indesejáveis nas almas que se encontram no mundo para dar conta de compromissos abençoados com Jesus Cristo e com Seus prepostos.
Assim, observe-se mais; conheça-se no aprendizado do bem, um pouco mais. Esforce-se mais por melhorar-se.
Resista um pouco mais aos impulsos da fera que ainda ronda as suas experiências íntimas.
Aproxime-se um pouco mais dos Benfeitores Espirituais que o amparam.
Perante as perturbações alheias, aprenda a analisar e não repetir.
Diante da rebeldia de alguém, analise e retire a lição para que não faça o mesmo.
Notando a explosão violenta de alguém, reflicta nas consequências danosas, a fim de não fazer o mesmo.
Cada esforço que você fizer por melhorar-se, por educar-se, será secundado pela ajuda de luminosos Imortais que estão, em todo tempo, investindo no seu progresso, para que, pouco a pouco, mas sempre, você se cresça e se ilumine, fazendo-se vitorioso cooperador com Deus, tendo-se superado a si mesmo, transformando suas noites morais em radiosas manhãs de perene formosura.
Quando você for visitado por uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponha-se a ela.
E, quando houver conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, diga, de si para consigo, cheio de justa satisfação: "fui o mais forte."
Adaptação do cap. 13 do livro Para uso diário, ed. Fráter Livros Espíritas.
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Ah se eu soubesse…
Quando chegamos ao plano espiritual, a maioria dos espíritos pensa algo muito parecido:
- Ah se eu soubesse…
Se eu soubesse que a vida real não era na matéria… se eu soubesse que a realidade não é de sofrimento, mas de paz e liberdade…
se eu soubesse que nada que existia na matéria é permanente, que lá é tudo passageiro, eu não teria brigado no trânsito, batido nos meus filhos, me apegado a tantas coisas efémeras…
Ah se eu soubesse…. teria ajudado muito mais gente, teria me enriquecido com amor e luz, teria deixado de lado esses problemas pequenininhos, teria feito caridade aos necessitados,
teria deixado o amor fluir, teria me atirado no bem sem nenhuma preocupação, teria sido mais humilde, teria vivido em paz…
Ah se eu soubesse… teria passado mais tempo com aqueles que amo, teria me preocupado menos, teria tido mais paciência, teria me soltado mais, me desprendido mais,
teria vivido mais livre, de forma mais espontânea, mais natural, teria visto o lado bom de tudo, teria valorizado as coisas simples da vida.
Ah se eu soubesse… se soubesse que a vida na Terra vai e vem, que tudo se esvai, que nada é permanente, que não existe algo fixo, imutável.
Se eu soubesse que tudo começa e termina, que os relacionamentos começam e terminam, que a dor lateja e depois vem o alívio.
Ah se eu soubesse… se soubesse que os arrogantes sobem, ficam no topo e caem por si mesmos; caem pelo seu próprio castelo de cartas da ilusão que criaram.
Se eu soubesse que os ricos podem se tornar pobres de espírito, e que os pobres podem ser muito ricos de espírito.
Se soubesse que as diferenças sociais se extinguem, que na morte todos somos filhos do universo, que a fome é saciada, que a sede é aliviada, que a violência só traz mais violência, que os injustiçados são compensados, que os perdidos sempre se encontram, e quem está demasiadamente seguro de si acaba se perdendo.
Ah se eu soubesse… que a vida espiritual é a vida real, que as mágoas corroem o espírito, que a cobiça gera insatisfação, que a lisonja só cria humilhação, que a preguiça gera estagnação.
Se eu soubesse que o medo é sempre maior do que a mente engendrou eu teria me arriscado mais, teria ousado, teria tido a coragem de ser o que eu sou, teria retirado essa máscara que encobria minha verdade, teria desatado o compromisso com o logro, com a burla, teria assumido minha integridade sem divisões, sem fragmentos.
Ah se eu soubesse… não teria cortejado o sucesso, não teria me atirado ao poço fundo, vazio e solitário da avidez, não teria me enganado de que, ao atingir o topo, a descida é o único caminho.
Se eu soubesse que o mundo é uma doce miragem eu rejeitaria a pueril busca pela sensualidade.
Largaria com afinco os prazeres e vícios da juventude.
Se soubesse que tudo muda e nada se encerra, teria posto de lado as moléstias da nostalgia.
Ah se eu soubesse... teria menos pressa, olharia mais para a vida, veria mais o nascer do dia, comeria com calma o pão de cada manhã, teria plantado uma árvore, corrido no jardim, deitado no chão e rolado na grama.
Teria mergulhado e me perdido no tempo, solto em reflexões sobre os mistérios da vida.
Teria me desimpedido de auto cobranças, teria me aceitado como sou e aceitado o milagre da vida como ela é.
Ah se eu soubesse… que o mar espiritual é infinito de bênçãos, não teria digladiado por um copo de água ao lado do grandioso oceano da plenitude.
Teria deixado todas as quimeras de lado, e vivido mais a vida, a existência, o cosmos, a liberdade, o eterno presente e a eterna aurora.
Ah se eu soubesse… teria renunciado aos hábitos arraigados, as discussões estéreis, a especulação teórica.
Se eu soubesse, teria permanecido mais na natureza, observando os pássaros, molhando as mãos no rio, sentindo o vento,
me aquecendo ao sol da manhã, sujado as mãos na lama e sentido o frescor da chuva.
Se eu soubesse que sou um ser em desenvolvimento na essência inesgotável e eterna da vida, teria sido infinitamente mais livre e feliz.
Autor: Hugo Lapa
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- Ah se eu soubesse…
Se eu soubesse que a vida real não era na matéria… se eu soubesse que a realidade não é de sofrimento, mas de paz e liberdade…
se eu soubesse que nada que existia na matéria é permanente, que lá é tudo passageiro, eu não teria brigado no trânsito, batido nos meus filhos, me apegado a tantas coisas efémeras…
Ah se eu soubesse…. teria ajudado muito mais gente, teria me enriquecido com amor e luz, teria deixado de lado esses problemas pequenininhos, teria feito caridade aos necessitados,
teria deixado o amor fluir, teria me atirado no bem sem nenhuma preocupação, teria sido mais humilde, teria vivido em paz…
Ah se eu soubesse… teria passado mais tempo com aqueles que amo, teria me preocupado menos, teria tido mais paciência, teria me soltado mais, me desprendido mais,
teria vivido mais livre, de forma mais espontânea, mais natural, teria visto o lado bom de tudo, teria valorizado as coisas simples da vida.
Ah se eu soubesse… se soubesse que a vida na Terra vai e vem, que tudo se esvai, que nada é permanente, que não existe algo fixo, imutável.
Se eu soubesse que tudo começa e termina, que os relacionamentos começam e terminam, que a dor lateja e depois vem o alívio.
Ah se eu soubesse… se soubesse que os arrogantes sobem, ficam no topo e caem por si mesmos; caem pelo seu próprio castelo de cartas da ilusão que criaram.
Se eu soubesse que os ricos podem se tornar pobres de espírito, e que os pobres podem ser muito ricos de espírito.
Se soubesse que as diferenças sociais se extinguem, que na morte todos somos filhos do universo, que a fome é saciada, que a sede é aliviada, que a violência só traz mais violência, que os injustiçados são compensados, que os perdidos sempre se encontram, e quem está demasiadamente seguro de si acaba se perdendo.
Ah se eu soubesse… que a vida espiritual é a vida real, que as mágoas corroem o espírito, que a cobiça gera insatisfação, que a lisonja só cria humilhação, que a preguiça gera estagnação.
Se eu soubesse que o medo é sempre maior do que a mente engendrou eu teria me arriscado mais, teria ousado, teria tido a coragem de ser o que eu sou, teria retirado essa máscara que encobria minha verdade, teria desatado o compromisso com o logro, com a burla, teria assumido minha integridade sem divisões, sem fragmentos.
Ah se eu soubesse… não teria cortejado o sucesso, não teria me atirado ao poço fundo, vazio e solitário da avidez, não teria me enganado de que, ao atingir o topo, a descida é o único caminho.
Se eu soubesse que o mundo é uma doce miragem eu rejeitaria a pueril busca pela sensualidade.
Largaria com afinco os prazeres e vícios da juventude.
Se soubesse que tudo muda e nada se encerra, teria posto de lado as moléstias da nostalgia.
Ah se eu soubesse... teria menos pressa, olharia mais para a vida, veria mais o nascer do dia, comeria com calma o pão de cada manhã, teria plantado uma árvore, corrido no jardim, deitado no chão e rolado na grama.
Teria mergulhado e me perdido no tempo, solto em reflexões sobre os mistérios da vida.
Teria me desimpedido de auto cobranças, teria me aceitado como sou e aceitado o milagre da vida como ela é.
Ah se eu soubesse… que o mar espiritual é infinito de bênçãos, não teria digladiado por um copo de água ao lado do grandioso oceano da plenitude.
Teria deixado todas as quimeras de lado, e vivido mais a vida, a existência, o cosmos, a liberdade, o eterno presente e a eterna aurora.
Ah se eu soubesse… teria renunciado aos hábitos arraigados, as discussões estéreis, a especulação teórica.
Se eu soubesse, teria permanecido mais na natureza, observando os pássaros, molhando as mãos no rio, sentindo o vento,
me aquecendo ao sol da manhã, sujado as mãos na lama e sentido o frescor da chuva.
Se eu soubesse que sou um ser em desenvolvimento na essência inesgotável e eterna da vida, teria sido infinitamente mais livre e feliz.
Autor: Hugo Lapa
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UM HOMEM NO BANCO DA PRAÇA
Um homem senta no banco de uma praça pública e puxa conversa com um senhor:
- Puxa, como o dia está bonito hoje.
O senhor ao lado pensa “Ai caramba, deve ser um gay me paquerando.
Deixa eu sair daqui rápido.”
O senhor foi embora, e o homem ficou sem nada entender.
Na verdade esse senhor era gay não assumido, e tinha medo de que um homem lhe paquerasse, pois não queria admitir a sua homossexualidade.
Depois disso, uma mulher sentou no mesmo banco.
O homem fez a mesma observação:
- Puxa, como o dia está bonito hoje.
A mulher pensou “Meu Deus, deve ser mais um tarado querendo se aproveitar de mim.
Vou embora antes de tente me agarrar”.
A mulher foi embora, e mais uma vez não entendeu nada.
Essa mulher já havia sofrido vários assédios de outros homens, e tinha medo de ser estuprada.
O homem então resolveu que não iria falar mais com ninguém.
Colocou fones de ouvido e ficou ouvindo música.
Uma senhora se aproximou e sentou no banco ao seu lado.
A senhora virou-se para ele disse:
Bom dia senhor…
O homem não a ouviu, pois estava com fones de ouvido, mas a senhora percebera o fone.
A senhora então pensou:
“Nossa, que homem mal educado!
Nem dá bom dia as senhoras.
Hoje em dia o mundo está cheio de pessoas arrogantes e indiferentes.
Vou me embora daqui”.
A senhora levantou e se foi.
O homem olhou a senhora levantar-se logo após ter sentado, e mais uma vez ficou chocado com tudo aquilo.
Essa senhora tinha um grave problema de carência.
Havia sido abandonada pelos seus filhos e vivia há anos sozinha em sua casa, por isso via a indiferença e falta de amor em todos.
O homem, já cansado daquilo, pensou:
“Não é possível.
Todos que se sentam aqui levantam e vão embora.
Até mesmo a senhora com quem eu nada falei sentou-se e logo levantou”.
“Quer saber?
Eu devo mesmo ser uma pessoa muito desprezível e nojenta para todos me rejeitarem dessa forma.
Vou embora e a partir de agora não quero mais contacto com ninguém.
Que se danem todos!”
Esse homem, que sentou-se num banco de praça pública e, num gesto inocente, puxou conversa, na verdade é um homem que um histórico de rejeição e baixa auto-estima. Ele sempre foi inseguro e se via como alguém desprezível.
O homem foi embora, e passou a evitar ainda mais o contacto social.
Não deixe suas experiências de vida atrapalharem a sua visão sobre o mundo e as pessoas.
Também não se entristeça caso alguém faça uma avaliação apressada sobre você.
Muitas vezes as pessoas só enxergam o que lhes convém, e também encaram os outros dentro do seu próprio contexto de sua vida, experiências e história pessoal.
Autor: Hugo Lapa
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- Puxa, como o dia está bonito hoje.
O senhor ao lado pensa “Ai caramba, deve ser um gay me paquerando.
Deixa eu sair daqui rápido.”
O senhor foi embora, e o homem ficou sem nada entender.
Na verdade esse senhor era gay não assumido, e tinha medo de que um homem lhe paquerasse, pois não queria admitir a sua homossexualidade.
Depois disso, uma mulher sentou no mesmo banco.
O homem fez a mesma observação:
- Puxa, como o dia está bonito hoje.
A mulher pensou “Meu Deus, deve ser mais um tarado querendo se aproveitar de mim.
Vou embora antes de tente me agarrar”.
A mulher foi embora, e mais uma vez não entendeu nada.
Essa mulher já havia sofrido vários assédios de outros homens, e tinha medo de ser estuprada.
O homem então resolveu que não iria falar mais com ninguém.
Colocou fones de ouvido e ficou ouvindo música.
Uma senhora se aproximou e sentou no banco ao seu lado.
A senhora virou-se para ele disse:
Bom dia senhor…
O homem não a ouviu, pois estava com fones de ouvido, mas a senhora percebera o fone.
A senhora então pensou:
“Nossa, que homem mal educado!
Nem dá bom dia as senhoras.
Hoje em dia o mundo está cheio de pessoas arrogantes e indiferentes.
Vou me embora daqui”.
A senhora levantou e se foi.
O homem olhou a senhora levantar-se logo após ter sentado, e mais uma vez ficou chocado com tudo aquilo.
Essa senhora tinha um grave problema de carência.
Havia sido abandonada pelos seus filhos e vivia há anos sozinha em sua casa, por isso via a indiferença e falta de amor em todos.
O homem, já cansado daquilo, pensou:
“Não é possível.
Todos que se sentam aqui levantam e vão embora.
Até mesmo a senhora com quem eu nada falei sentou-se e logo levantou”.
“Quer saber?
Eu devo mesmo ser uma pessoa muito desprezível e nojenta para todos me rejeitarem dessa forma.
Vou embora e a partir de agora não quero mais contacto com ninguém.
Que se danem todos!”
Esse homem, que sentou-se num banco de praça pública e, num gesto inocente, puxou conversa, na verdade é um homem que um histórico de rejeição e baixa auto-estima. Ele sempre foi inseguro e se via como alguém desprezível.
O homem foi embora, e passou a evitar ainda mais o contacto social.
Não deixe suas experiências de vida atrapalharem a sua visão sobre o mundo e as pessoas.
Também não se entristeça caso alguém faça uma avaliação apressada sobre você.
Muitas vezes as pessoas só enxergam o que lhes convém, e também encaram os outros dentro do seu próprio contexto de sua vida, experiências e história pessoal.
Autor: Hugo Lapa
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BEM- AVENTURADOS OS AFLITOS - UMA VISÃO ESPÍRITA
Não estamos aqui para sermos punidos.
Muito pelo contrário.
Os sofrimentos que conhecemos são meramente a forma mais adequada de aprendermos o Bem, de acordo com nosso grau de evolução.
Não é preciso procurar muito para percebermos em nós mesmos graves falhas de carácter, mas isso não nos deve desanimar.
Somos como crianças em pleno percurso escolar.
Da mesma forma que não se censura a uma criança de não “nascer sabendo”, não devemos nos censurar por ainda não sermos espíritos elevados: devemos estudar, aprender e passar pelas diversas provas que se impõem em nosso caminho, agradecendo pela oportunidade do crescimento espiritual.
É desta forma que devem ser encaradas as dificuldades — como oportunidades de crescimento e de elevação que precisam ser bem aproveitadas.
Como qualquer especialista de qualquer área de conhecimento, ou qualquer profissional técnico, nossas capacidades só podem se expandir quando nos encontramos diante de graus progressivos de dificuldade.
Um professor não será um professor caso ele tenha o mesmo nível de conhecimento que seus alunos. Um marinheiro jamais será verdadeiramente um marinheiro se não se aventurar além das águas rasas.
Quanto mais difícil a prova, mais gloriosa será a vitória e mais rápido chegaremos às vidas tranquilas e felizes que nos esperam, logo ali em frente.
O remédio proposto já nos é bem conhecido.
Trata-se da fé.
É dela que devemos nos munir para enfrentar tais dificuldades, e é somente da esperança que ela traz que podemos nos alimentar, dia após dia, a fim de melhor lidar com nossas tantas situações difíceis.
A fé nos mantém seguros da utilidade do sofrimento — caso contrário, o veríamos apenas a curta distância, sem identificar nele qualquer propósito.
É quando lançamos mão da fé que permitimos a Deus intervir em nossas vidas, aliviando automaticamente o peso de nossos sofrimentos.
Ana Blume é estudante de Sociologia e espírita desde os 7 anos – Idealizadora do blog “O Evangelho Segundo o Espiritismo Simplificado”
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Muito pelo contrário.
Os sofrimentos que conhecemos são meramente a forma mais adequada de aprendermos o Bem, de acordo com nosso grau de evolução.
Não é preciso procurar muito para percebermos em nós mesmos graves falhas de carácter, mas isso não nos deve desanimar.
Somos como crianças em pleno percurso escolar.
Da mesma forma que não se censura a uma criança de não “nascer sabendo”, não devemos nos censurar por ainda não sermos espíritos elevados: devemos estudar, aprender e passar pelas diversas provas que se impõem em nosso caminho, agradecendo pela oportunidade do crescimento espiritual.
É desta forma que devem ser encaradas as dificuldades — como oportunidades de crescimento e de elevação que precisam ser bem aproveitadas.
Como qualquer especialista de qualquer área de conhecimento, ou qualquer profissional técnico, nossas capacidades só podem se expandir quando nos encontramos diante de graus progressivos de dificuldade.
Um professor não será um professor caso ele tenha o mesmo nível de conhecimento que seus alunos. Um marinheiro jamais será verdadeiramente um marinheiro se não se aventurar além das águas rasas.
Quanto mais difícil a prova, mais gloriosa será a vitória e mais rápido chegaremos às vidas tranquilas e felizes que nos esperam, logo ali em frente.
O remédio proposto já nos é bem conhecido.
Trata-se da fé.
É dela que devemos nos munir para enfrentar tais dificuldades, e é somente da esperança que ela traz que podemos nos alimentar, dia após dia, a fim de melhor lidar com nossas tantas situações difíceis.
A fé nos mantém seguros da utilidade do sofrimento — caso contrário, o veríamos apenas a curta distância, sem identificar nele qualquer propósito.
É quando lançamos mão da fé que permitimos a Deus intervir em nossas vidas, aliviando automaticamente o peso de nossos sofrimentos.
Ana Blume é estudante de Sociologia e espírita desde os 7 anos – Idealizadora do blog “O Evangelho Segundo o Espiritismo Simplificado”
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ESPIRITISMO E AUTO-AJUDA
Como você define a palavra auto-ajuda?
O que auto-ajuda quer dizer para você?
No Livro dos Espíritos os autores espirituais chamam a atenção de Allan Kardec, várias vezes, a respeito dos diferentes significados que damos às palavras.
Tem espírita que tem um calafrio na espinha só de ouvir falar em auto-ajuda.
Eu, que nunca fui leitor de autoajuda, mas que aprendi que preconceito intelectual é medo de ter seu pouco-saber descoberto, acho que auto-ajuda quer dizer auto-ajuda.
Isso mesmo, auto-ajuda é ajudar a si mesmo.
Se há um sentido pejorativo nesta palavra que eu não saiba, aviso que nem quero saber.
Andam dizendo que escrevo auto-ajuda.
Pra mim isso soa verdadeiro e aceito como um elogio.
Quero que as pessoas ajudem a si mesmas, quero que elas se auto ajudem.
Mas dizem que Espiritismo não é auto-ajuda.
Já li um bocado de Allan Kardec, e sei que o Espiritismo é uma doutrina filosófica, de base científica e consequência religiosa.
E daí? Isso retira do Espiritismo o seu carácter de incentivador da reforma íntima, que, ao final das contas, é ajudar-se a si mesmo?
A reforma íntima é individual, não é um fenómeno social ou de grupo.
Sua prática supõe autoconhecimento e a tentativa permanente de melhorar a si mesmo. Isso não é auto-ajuda?
Como fazer a reforma íntima:
Não será através do estudo e prática do Evangelho de Jesus?
E para que isso seja realizado não é necessária uma boa dose de auto-ajuda?
Argumentam que a auto-ajuda não prevê a imortalidade, que é um processo voltado ao imediatismo.
Não sei. Sei que para quem quer se evangelizar, para quem quer ter condições de fazer bem ao próximo, para quem quer aprender, se desenvolver, evoluir, crescer moralmente, é imprescindível que se ajude a si mesmo.
O resto é má-vontade.
Não creio que qualquer coisa que eu escreva contrarie a doutrina.
Minha primeira referência continua sendo Allan Kardec.
Mas talvez seja o caso de dizer que não acho Allan Kardec infalível ou dono da verdade.
Sou espírita.
Mas sou cristão, não kardecista.
Meu mestre é Jesus, não Allan Kardec.
Kardec teve importância inestimável na codificação.
Aconselho sempre que o estudo do Espiritismo comece pelo Livro dos Espíritos.
Mas o ensinamento que sigo é de Jesus, não de Kardec.
Defendo que o Espiritismo requer, em sua prática vivencial, qualquer coisa semelhante à auto-ajuda.
Aliás, a prática quotidiana da vivência espírita se ressente, e muito, de método para a reforma íntima.
Só o conselho de Santo Agostinho não basta.
Acredito que uma disciplina mais rígida surtiria efeitos mais imediatos e sólidos.
O que mais ouço é que “cada um tem o seu tempo” e que “a natureza não dá saltos”.
As duas afirmações são verdadeiras.
Mas há um considerável contingente de pessoas que precisam apenas de “um empurrãozinho” para transformarem o homem velho no homem novo.
Não encontrando o ritmo esperado no Espiritismo, acabam engrossando fileiras evangélicas, muito mais dinâmicas e vibrantes.
Esses que se arrepiam ao ouvir falar em auto-ajuda são os mesmos que matam as saudades da Inquisição e jogam a Zíbia Gasparetto na fogueira.
Afinal ela comete a bruxaria de escrever o que chamam de auto-ajuda.
Não levam em consideração que ela, sozinha, divulga mais o Espiritismo do que doze dúzias de ortodoxos juntos.
O que ela escreve não é Espiritismo?
Dependendo dos parâmetros, não.
Mas milhares de espíritas entraram no Espiritismo pela porta dos fundos da auto-ajuda da Zíbia.
Os altos índices de natalidade do Brasil produzem jovens e mais jovens.
Todos os anos são muitos milhares de jovens que começam a pensar, a se questionar, a iniciar sua busca filosófico-religiosa.
O que temos oferecido a eles?
Não entenda mal; não estou defendendo que Espiritismo seja auto-ajuda.
Não preciso de rótulos, mas sou muito próximo dos conservadores.
Há espaço para todos e todos são importantes para a propagação e o crescimento do Espiritismo.
Apenas não me parece correcto ficar batendo nas mesmas teclas de dor, sofrimento, carma, expiação, fatalidade.
Nossa atitude perante a vida é uma questão de escolha.
Nosso livre-arbítrio nos dá a chance de nos auto-ajudarmos com uma visão mais condizente com o ensinamento do Cristo, que é alegria, paz e confiança.
- See more at: http://www.espiritoimortal.com.br/category/temas-abordados/reformaintima/#sthash.nr7KAoFp.dpuf
§.§.§- Ave sem Ninho
O que auto-ajuda quer dizer para você?
No Livro dos Espíritos os autores espirituais chamam a atenção de Allan Kardec, várias vezes, a respeito dos diferentes significados que damos às palavras.
Tem espírita que tem um calafrio na espinha só de ouvir falar em auto-ajuda.
Eu, que nunca fui leitor de autoajuda, mas que aprendi que preconceito intelectual é medo de ter seu pouco-saber descoberto, acho que auto-ajuda quer dizer auto-ajuda.
Isso mesmo, auto-ajuda é ajudar a si mesmo.
Se há um sentido pejorativo nesta palavra que eu não saiba, aviso que nem quero saber.
Andam dizendo que escrevo auto-ajuda.
Pra mim isso soa verdadeiro e aceito como um elogio.
Quero que as pessoas ajudem a si mesmas, quero que elas se auto ajudem.
Mas dizem que Espiritismo não é auto-ajuda.
Já li um bocado de Allan Kardec, e sei que o Espiritismo é uma doutrina filosófica, de base científica e consequência religiosa.
E daí? Isso retira do Espiritismo o seu carácter de incentivador da reforma íntima, que, ao final das contas, é ajudar-se a si mesmo?
A reforma íntima é individual, não é um fenómeno social ou de grupo.
Sua prática supõe autoconhecimento e a tentativa permanente de melhorar a si mesmo. Isso não é auto-ajuda?
Como fazer a reforma íntima:
Não será através do estudo e prática do Evangelho de Jesus?
E para que isso seja realizado não é necessária uma boa dose de auto-ajuda?
Argumentam que a auto-ajuda não prevê a imortalidade, que é um processo voltado ao imediatismo.
Não sei. Sei que para quem quer se evangelizar, para quem quer ter condições de fazer bem ao próximo, para quem quer aprender, se desenvolver, evoluir, crescer moralmente, é imprescindível que se ajude a si mesmo.
O resto é má-vontade.
Não creio que qualquer coisa que eu escreva contrarie a doutrina.
Minha primeira referência continua sendo Allan Kardec.
Mas talvez seja o caso de dizer que não acho Allan Kardec infalível ou dono da verdade.
Sou espírita.
Mas sou cristão, não kardecista.
Meu mestre é Jesus, não Allan Kardec.
Kardec teve importância inestimável na codificação.
Aconselho sempre que o estudo do Espiritismo comece pelo Livro dos Espíritos.
Mas o ensinamento que sigo é de Jesus, não de Kardec.
Defendo que o Espiritismo requer, em sua prática vivencial, qualquer coisa semelhante à auto-ajuda.
Aliás, a prática quotidiana da vivência espírita se ressente, e muito, de método para a reforma íntima.
Só o conselho de Santo Agostinho não basta.
Acredito que uma disciplina mais rígida surtiria efeitos mais imediatos e sólidos.
O que mais ouço é que “cada um tem o seu tempo” e que “a natureza não dá saltos”.
As duas afirmações são verdadeiras.
Mas há um considerável contingente de pessoas que precisam apenas de “um empurrãozinho” para transformarem o homem velho no homem novo.
Não encontrando o ritmo esperado no Espiritismo, acabam engrossando fileiras evangélicas, muito mais dinâmicas e vibrantes.
Esses que se arrepiam ao ouvir falar em auto-ajuda são os mesmos que matam as saudades da Inquisição e jogam a Zíbia Gasparetto na fogueira.
Afinal ela comete a bruxaria de escrever o que chamam de auto-ajuda.
Não levam em consideração que ela, sozinha, divulga mais o Espiritismo do que doze dúzias de ortodoxos juntos.
O que ela escreve não é Espiritismo?
Dependendo dos parâmetros, não.
Mas milhares de espíritas entraram no Espiritismo pela porta dos fundos da auto-ajuda da Zíbia.
Os altos índices de natalidade do Brasil produzem jovens e mais jovens.
Todos os anos são muitos milhares de jovens que começam a pensar, a se questionar, a iniciar sua busca filosófico-religiosa.
O que temos oferecido a eles?
Não entenda mal; não estou defendendo que Espiritismo seja auto-ajuda.
Não preciso de rótulos, mas sou muito próximo dos conservadores.
Há espaço para todos e todos são importantes para a propagação e o crescimento do Espiritismo.
Apenas não me parece correcto ficar batendo nas mesmas teclas de dor, sofrimento, carma, expiação, fatalidade.
Nossa atitude perante a vida é uma questão de escolha.
Nosso livre-arbítrio nos dá a chance de nos auto-ajudarmos com uma visão mais condizente com o ensinamento do Cristo, que é alegria, paz e confiança.
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