LUZ ESPÍRITA
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Página 3 de 7 Anterior  1, 2, 3, 4, 5, 6, 7  Seguinte

Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 01, 2020 7:36 pm

Por mais que me esforçasse, não conseguia ficar calmo.
Em um determinado local, a festa corria solta, os jovens completamente enlouquecidos.
Garotas sem roupas viviam a orgia do sexo e da droga.
Foi aí que a equipe julgou ser o momento exacto para implantar o embrião.
A garota, que aqui vamos chamar de Oana, morena, olhos verdes, na noite anterior tinha tido uma relação sexual, sem os cuidados necessários para não engravidar.
Estava ali com o namorado, "numa boa", fazendo sexo e se drogando.
A equipe do Senhor já estava também a postos para a fecundação, porquanto o alarme havia soado e os espermatozóides tinham sido separados pelo próprio organismo da mãe e vigiados pelos espíritos da equipe reencarnatória.
Agora estava chegando a hora da ligação espiritual, isto é, de colocar no óvulo a luz da vida.
Por sua vez, a equipe trevosa já estava com o embrião pronto para ser implantado.
Oana adormeceu no tapete da casa e, sofrendo um torpor, deu condição da equipe de Jesus aproximar-se, mas imediatamente retirar-se.
A garota, mesmo dormindo, era usada pelo namorado e outros rapazes.
Os trevosos, olhando o painel do departamento, riram satisfeitos, pois a sua equipe conseguira implantar o embrião no útero de Oana.
Todos nós, calados, presenciamos a falta de respeito humano.
Oana despertou assustada e chorava, tentando livrar-se dos caras, pois ela amava o namorado, e este, impassível, sob efeito da droga, nem se importou com o que estava ocorrendo.
Ela se levantou e correu, procurando a porta de saída.
A equipe de Jesus retirou-se em silêncio.
Não aguentei:
—Por que eles não a ajudaram?
—Eles não são Lanceiros, disse-me o querido Nari, um dos componentes da equipe.
—E você aqui, amigo?
Ele sorriu.
E assim Oana ganhou a rua, sendo logo protegida pelos Raiozinhos de Sol. Sorri.
—Puxa, já estava sem fôlego, eles só levavam a melhor!
Pablo, Ricardo, Olegário e outros meninos que nos estavam ajudando na terra, acercaram-se de Oana e a protegeram dos trevosos.
O painel começou a falhar, por interferência de Nagi e Dayal, que sorriram satisfeitos.
Logo Oana chegava à casa.
Os pais não se encontravam e ela, bastante drogada, jogou-se na cama.
Embora precariamente, o projector mostrava o embrião se alojando no corpo materno.
—E, disse Nagi, vai dar certo, e ai a genética vai para longe.
Oana terá um filho que nada tem de si.
Ainda desolados, comentando os fatos ocorridos, anunciou-se a primeira rejeição:
Oana vomitava e todo o corpo tremia.
O irmão a levou para um hospital e o fluxo menstrual apareceu, para satisfação nossa e desespero dos trevosos.
A equipe da encarnação prestou assistência a Oana, entrando no caso o doutor Bezerra de Menezes que, com amor, socorreu o feto, levando-o para o reino de Jesus, para a maternidade do Plano Maior.
Oana sofria uma crise hemorrágica, dado aos inúmeros excessos daquela noite.
Mal sabiam os seus pais que ela havia abortado um filho que não era seu.
—Complicado, hein, gente?
—Mais que complicado, loucura mesmo.
Julgavam os médicos que ela havia sido estuprada, mas nós sabíamos muito mais: ela fora uma cobaia do mundo inferior, socorrida a tempo pelos espíritos de Deus.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 01, 2020 7:36 pm

Capítulo XI - UMA AULA SOBRE MEDIUNIDADE
Todos estávamos calados.
Ali; numa cidade trevosa, ouvíamos uma bela prelecção sobre mediunidade, esse dom divino que todos possuem, mas que jamais devem dele abusar.
—Jesus também disse:
Nem todos os que dizem:
Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus; apenas entrará aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
—Muitos, nesse dia, me dirão:
Senhor! Senhor! não profetizamos em teu nome?
Não expulsamos em teu nome o demónio?
Não fizemos muitos milagres em teu nome?
Eu então lhes direi em altas vozes:
Afastai-vos de mim, vós que fazeis obras de iniquidade.
(Mateus, Cap. VII, VV. 21-23).
—Vejam como Jesus é sábio.
Não adianta o médium receber espíritos, doutrinar obsessores, se ele não abraçar o seu próximo, como fez Jesus.
Caso contrário, não vai conhecer o Reino dos Céus.
Não sou eu que estou dizendo, são as Escrituras.
Os hebreus, os doutores das leis, ficavam nas Sinagogas querendo doutrinar o povo.
Jesus saiu dos templos e fez do coração do povo o templo de Deus.
Assim devem ser os espíritas.
Depois veio Kardec e O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Este:
"Pelas suas obras é que se reconhece o cristão".
Simeão:
"A árvore é boa sempre, porém maus são os jardineiros".
Ainda Simeão:
"Entenderam de moldá-la pelas sua ideias; detalhá-la de acordo com suas necessidades".
Como é actual esta frase de Simeão!
Quantos de nós nos cobrimos com a capa da avareza, do orgulho e do comodismo, alegando que a Doutrina não nos pede para socorrer a pobreza e, sim, para nos elucidarmos, esquecendo o que disse o Espírito da Verdade:
"amai-vos e instruí-vos".
Como podemos viver trancafiados em uma biblioteca, quando a fome, a dor e o desespero se avolumam ao nosso redor?
Aqui em Mateus, Cap. X, VV. 9-15:
Não vos afadigueis por possuir ouro, ou prata, ou qualquer outra moeda em vossos bolsos.
—Não prepareis saco para a viagem, nem dois fatos, nem calçados, nem cajados, porquanto aquele que trabalha merece sustentado.
Ao entrardes em qualquer cidade ou aldeia, procurai saber quem é digno de vos hospedar e ficai na sua casa até que partais de novo.
—Entrando na casa, saudai-a assim:
Que a paz seja nesta casa.
Se a casa for digna disso, a vossa paz voltará para vós.
Quando alguém não vos queira receber, nem escutar, sacudi, ao sairdes dessa casa ou cidade, a poeira dos vossos pés.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 01, 2020 7:37 pm

—Digo-vos, em verdade: no dia do juízo, Sodoma e Gomorra serão tratadas menos rigorosamente do que essa cidade.
—Aqui Jesus coloca os apóstolos nas ruas, nas estradas.
E é isso que precisamos fazer como espíritas, viver ao lado dos que sofrem, porque os tempos são chegados e em cada lar existirão dores e lágrimas.
Não está no tempo de caçarmos fantasmas.
Do mundo espiritual, partem para a terra caravanas de irmãos que buscam ajudar os encarnados a bem desencarnar.
Porque, se o homem é apegado às coisas perecíveis, ele dá trabalho quando retoma à Casa-Mãe e aqueles que já ouviram e leram as palavras do "Espírito Santo" têm uma responsabilidade muito grande, não podendo se dizer ignorantes.
Os espíritos gritam:
Caridade, os homens pedem: por caridade, não nos deixem morrer em vão.
Todos os seres orgânicos têm por obrigação viver em harmonia e ninguém vive em paz diante da miséria e da dor.
Ninguém pede que "vendamos tudo o que temos para dar aos pobres".
Mas Jesus contou a parábola do Samaritano:
Então, levantando-se, disse-lhe um doutor da lei, para o tentar:
Mestre, que preciso fazer para possuir a vida eterna?
—Respondeu-lhe Jesus:
Que é o que está escrito na lei?
Que é o que lês nela?
Ele respondeu:
Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças e de todo o teu espírito, e a teu próximo como a ti mesmo.
—Disse-lhe Jesus:
Respondeste muito bem; faz isso e viverás.
Mas, o homem, querendo parecer que era um justo, diz a Jesus:
Quem é o meu próximo?
—Jesus, tomando a palavra, lhe diz:
Um homem, que descia de Jerusalém para Jerico, caiu em poder de ladrões, que o despojaram, cobriram de ferimentos e se foram, deixando-o semimorto.
—Aconteceu em seguida que um sacerdote, descendo pelo mesmo caminho, o viu e passou adiante.
—Um levita, que também veio àquele lugar, tendo-o observado, passou igualmente adiante.
—Mas um samaritano que viajava, chegando ao lugar onde jazia aquele homem e tendo-o visto, foi tocado de compaixão.
—Aproximou-se dele, deitou-lhe óleo e vinho nas feridas e as pensou; depois, pondo-o no seu cavalo, levou-o a uma hospedaria e cuidou dele.
—No dia seguinte tirou dois dinários e os deu ao hospedeiro, dizendo:
Trata muito bem deste homem e tudo o que despenderes a mais, eu te pagarei quando regressar.
Qual desses três te parece ter sido o próximo daquele que caíra em poder dos ladrões?
—O doutor respondeu:
Aquele que usou de misericórdia para com ele.
—Então, vai, diz Jesus, e faze o mesmo. (Lucas, Cap. X, VV. 25-37).
—E como ainda ignorar a caridade?
É muito importante para o espírita construir um templo.
Nós, que labutamos nos livros espíritas, não nos cansamos de dizer: não existe fé sem obras.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 01, 2020 7:38 pm

Quem não arregaçar as mangas para o trabalho sentirá o peso da própria dor, pois a cruz está aí mesmo e só a caridade a toma leve.
Como é possível uma criatura conviver com os espíritos desencarnados e não assimilar os seus ensinamentos?
Em cada linha do Evangelho de Jesus Ele está presente, lado a lado com os pobres e oprimidos.
Um aprendiz da Doutrina não pode, de maneira alguma, negligenciar a Caridade.
Os grandes espíritos escreveram a história do Espiritismo com a tinta do desprendimento: Bezerra, Eurípedes, Aura e outros.
E mais fácil doutrinarmos do que sermos doutrinados através do esforço próprio, podando em nós mesmos as imperfeições, que são tão vivas quanto somos avaros para com os humildes.
Essa história que pobreza é carma, que os pobres têm de trabalhar, é um paliativo nas chagas imensas da nossa consciência, são gotas de justificação, porque no fundo sabemos que não somos dignos trabalhadores da seara do Cristo.
Nós vemos como os trevosos buscam as criaturas ociosas.
Existem aqueles que, fermentados pela vaidade, desejam chegar a um Centro espírita para ocupar lugar de destaque na directoria ou possuir mediunidade gloriosa, esquecendo-se de desenvolver a mediunidade do futuro:
"amor ao próximo".
Ai daqueles que, sem conhecimento doutrinário, desenvolvem os médiuns.
O corpo físico é composto de vários pontos energéticos, pontos estes que podemos classificar de geradores.
Os centros de força são as máquinas da usina, a usina a aura espiritual; as máquinas transmitem para os pontos energéticos e estes distribuem a energia para todo o corpo físico.
Se um dirigente de grupo, sem habilidade, desenvolver ou forçar um desses pontos ou chacras, o médium se desequilibra e, aí, adeus mediunidade com Jesus.
O mais certo é o dirigente se preocupar em transmitir os ensinamentos básicos da Doutrina e observar a mediunidade de cada um, aceitando principalmente aqueles chamados de doadores.
Sabemos que existem Centros espíritas que estão mandando embora aqueles que não incorporam.
Este proceder leva a criatura à mistificação, ou animismo.
Com medo de ser advertido, o médium encena para o dirigente, grita, chora e dá ao vaidoso oportunidade de doutrinar o espírito sofredor, quando muitas vezes é o próprio dirigente que precisa, urgentemente, ser esclarecido para as coisas de Deus.
A mediunidade precisa ser respeitada e cuidada, ela não é o único ponto importante de uma Casa espírita.
Primeiro, os espíritas precisam conscientizar-se de que neste século, até este ano — 1989 — o espiritismo já cresceu, já se tomou adulto, e não é cabível nos defrontarmos com cenas deprimentes em Centros espíritas:
médiuns vendo espírito pregado nas paredes, guiando carro, apresentando-se em todos os momentos, principalmente em reuniões sociais.
O sacerdócio da mediunidade pede que cada um encontre a paz interior que a Doutrina oferece e que ao chegar à Casa espírita busque servi-la sem fanatismo, sem dogmas, sem orgulho, fazendo dela a continuação do nosso lar, que temos por obrigação respeitar.
A Doutrina é atacada pelos actos deprimentes de alguns de seus adeptos que, esquecidos da reforma íntima, servem-se do Centro como trampolim para as suas vaidades.
Após a palestra, fiquei a meditar sobre o que ouvira:
—Pensativo, Sérgio? - Perguntou-me Lílian.
—Sim, estou a pensar como é difícil manter a pureza em um recinto religioso.
—Eu pouco entendo de religião, mas graças às aulas que recebo, hoje já posso diferençar Deus de Jesus, o que na igreja católica complica a nossa compreensão.
—É verdade, na igreja católica são três em um.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 01, 2020 7:38 pm

Saindo da letra, descobrimos que Deus é uno, indivisível, eterno; e Jesus, filho de Deus, criado igual a nós, simples e inocente.
Só que Ele manteve a inocência e tomou-se o Governador do Planeta.
—Quando aprendemos, tudo se toma mais fácil.
—É mesmo, se hoje o Evangelho de Jesus é o alicerce da moral, nós, que o buscamos como o único remédio para o crescimento dos nossos espíritos, sentimos o quanto ele nos é importante.
—Sérgio, fico muito feliz por ter sido chamada para aprender junto a vocês.
Sei que pouco posso ajudar, mas tudo farei para não decepcioná-lo.
Alisei seu cabelo e me afastei devagar.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 01, 2020 7:39 pm

Capítulo XII - A COLÓNIA DAS HORTÊNSIAS
Andei alguns metros e me senti preso ao chão lodoso.
Tudo fiz para volitar, mas a atmosfera asfixiante não me deixou prosseguir.
Pensei:
"por que junto aos outros o caminho fica mais fácil?"
Fiquei ali parado vendo as residências e os edifícios.
Como será que eles obtêm as casas nas colónias?
O espírito necessita de autorização para utilizar os fluidos apropriados para a construção.
O crédito é de acordo com o seu trabalho quando encarnado e também como desencarnado.
É prestação de serviço ao próximo.
É bom reler o capítulo anterior.
A moeda para aquisição da casa própria chama-se Caridade.
Lá recordei minha casinha e com que carinho ela está sendo preparada para receber o meu grande amor: vovó (1).
O jardim é muito belo e sei que vai adorá-lo.
Quando fazia essa comparação, pensei:
"vale a pena a gente "perder" quando encarnado".
Os que bateram, agrediram, feriram, furtaram estão aqui, nessa cidade sem luz, sem flores, sem pássaros, enquanto nas colónias divinas os edifícios são iluminados pela luz do amor.
Sei que muitos leitores gostariam de saber onde moro, e recordar minha casa deixa-me feliz.
Desenharei para vocês minha cidade:
Ela tem muita semelhança com Brasília: muito verde, flores e seu traço arquitectónico lembra muito a cidade onde morei: Brasília.
Muitos jardins, pequenos lagos e canais de água cristalina.
Mas os edifícios não ficam separados das residências; em cada triângulo há três instituições: educativa, científica e artística.
As residências são lindas, muita vegetação, água, flores e pássaros.
Pensava na colónia onde moro, todavia, ali estávamos nós, diante de uma cidade trevosa, cujo odor era insuportável.
Os transeuntes passavam por mim dando gargalhadas, a aparência péssima demonstrava desleixo e falta de equilíbrio.
Parecia que estávamos no escuro, tudo enfumaçado.
Eles quase me derrubavam.
De repente, fui admoestado por um membro de uma caravana que passava.
O chefe, parando, me falou:
—Anda ligeiro, senão apanha.
Quase me desesperei, porém logo me vi seguro pelo braço de Enoque.
—Sérgio, não dê uma de garoto levado, não podemos separar-nos, temos de ficar unidos, do contrário seremos descobertos.
—Desculpe, amigo, estava colocando o pensamento em dia.
Voltamos abraçados para junto dos outros.
Carlos, aproximando-se de mim, falou:
—Frade, não bobeia que eles te levam mesmo, e ai é difícil de te tirar daqui.
—Não brinque, por favor, já estou assustado por demais.
—É mesmo, Luiz Sérgio? - disse Damian.
Você, assustado?
—Por que não? Sou igualzinho a você, ainda precisando do contacto com os mensageiros para ficar de pé.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 01, 2020 7:39 pm

—E verdade que eles quase levaram você?
—Sim, Damian, é verdade.
Mas não se preocupe, se eles me levassem eu viria lhe buscar.
Não o deixaria sozinho, não quero que tenha saudade de mim.
Todos riram e Sadu nos convidou a voltar ao departamento de pesquisa, onde um novo corpo estava sendo examinado.
Antes, recebemos passe de uma caravana socorrista que nos dava cobertura.
Senti-me mais leve e confiante.
Ali, na sala médica, quatro espíritos examinavam o perispírito do recém-desencarnado: um jovem.
Matara a mãe e se suicidara; estava completamente drogado no instante do desencarne.
Eles colocaram no centro de força coronário do espírito um aparelho e uma tela ia registando o seu desespero.
O perispírito daquele menino estava totalmente desequilibrado.
Sentia muito frio e dor fortíssima.
O sangue corria pelo orifício causado pela bala que o vitimara.
Os ouvidos doíam por demais.
Ele desejava aparar o sangue que lhe sujava a roupa, sem nenhum sucesso, e debatia-se em total desespero.
As criaturas trevosas examinavam, no vídeo, todo o drama do garoto.
Ele revia sua vida, fazendo um retrospecto desde a infância, e começou a chamar a mãe, o pai e os irmãos.
Pediu comida e água.
Mas, em vez disso, aparelhos estranhos buscavam as energias dos seus centros de força.
O sangue o incomodava e ele levava a mão até o ferimento.
Examinou seu corpo, aquele que estava ali junto aos trevosos, e o cheiro do sangue e das vísceras putrefactas o desesperou.
Buscou no seu corpo o odor forte, mas sua visão foi mais longe: a um cemitério, onde o corpo de carne se decompunha.
"Por que cheirava tão mal?", pensava.
Continuou a procurar uma explicação e percebeu que o corpo era outro; que ele, mesmo ali estendido, estava amarrado a outro corpo.
—Vamos fazer alguma coisa? - sussurrei a Enoque.
—Sim, daqui a pouco.
Os trevosos retiraram toda a energia dos centros de força e dali saíram deixando o garoto desesperado.
Os nossos médicos aproximaram-se dele, fazendo-o adormecer, mas por pouco tempo.
Ele teria ainda, por muitos anos, a imagem da sua veste física.
Afastamo-nos dali carregando o garoto, que aqui chamarei de Mário.
Senti uma piedade imensa daquela criança, principalmente porque o vi na tela garotinho, mimado pela mãe, e me perguntei:
"quantas crianças não estão agora caminhando para o abismo do tóxico?"
Deixamos o local.
Ao chegarmos à porta da cidade entregamo-lo para os enfermeiros volantes, os abnegados espíritos de Maria.
Acerquei-me de Samita e indaguei:
—O que você fez naquele aparelho?
Eu a vi mexendo nele enquanto nós carregávamos Mário.
—Retirei os fluidos vitais do corpo perispiritual de Mário.
Ele estava muito louco.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 01, 2020 7:39 pm

—E agora? A equipe das trevas deve estar no nosso encalço.
—E está mesmo, é só você olhar para trás.
—Meu Deus! falei, apavorado.
Nós éramos agora procurados não por dois espíritos, mas por uma legião. Eles estavam furiosos.
Abrigamo-nos num abraço, formando um campo energético, através da prece.
Um clarão se fez no momento e aproveitamos para fugir.
Se eles eram muitos, nós tínhamos a vantagem do conhecimento do lugar.
Nossa turma fugiu, e fugiu bonito; sempre que iam ficando mais perto, ajuntávamo-nos para orar; de nós partiam raios de luzes que os cegavam.
Em contrapartida, quando iam chegando mais perto, éramos atingidos por redemoinhos de uma substância que eles projectavam contra nós e que nos deixava sufocados; era uma tormenta de areia viscosa.
Nós também os atingíamos com a arma que usávamos: a prece, e víamos vários deles tombarem, cobrindo os olhos.
Isso durou alguns minutos, que me pareceram uma eternidade.
Karina, Carlos e Samita eram só equilíbrio.
Lílian estava assustada, assim como eu e Damian.
Rayto nada falava.
Quando estavam bem próximos, vimos surgir à nossa frente uma caravana de socorro chamada pelos enfermeiros.
Quando entregamos Mário, os seus sugadores, graças a ele, eram agora socorridos pelos Lanceiros de Maria que, com grande humildade, iam prendendo um a um com a laço da disciplina.
Tínhamos ido buscar um irmão e havíamos entregado a esse grupo perto de quarenta.
Acerquei-me de Enoque e perguntei:
—O que vão fazer com os trevosos?
—Levá-los para uma colónia de esclarecimento.
Muitos são servos dos espíritos que vimos.
Eles não conhecem o mundo espiritual, as suas belezas, por isso acham certo viver trabalhando como escravos.
—Queira Deus que todos eles conheçam Cristo.
—Não digo todos, mas que muitos deles se salvem, é o que esperamos.
Fiquei calado.
Ainda me sentia sufocado pela vibração de ódio daqueles espíritos.
Com a maior alegria, vimos surgir uma colónia ali perto da organização das trevas; chamá-la-ei de Colónia das Hortênsias.
Nunca vi tantas hortênsias.
A colónia que surgia à nossa frente parecia Cristo, de braços abertos, à nossa espera.
Pulei de contentamento, abracei-me com Lílian, enfim, todos nos abraçamos.
Batemos no portão.
Como demorou a abrir-se!
Pensei:
"se os trevosos estivessem aqui estaríamos fritos".
Sadu sorriu, esclarecendo:
—Estão observando-nos para se certificarem de que não somos trevosos.
E bom, Luiz, você se aquietar, do contrário, nervoso como está, não vai entrar.
—Não brinque comigo, faço qualquer coisa aí dentro, mas quero respirar o ar de Jesus, porque até aqui estávamos no inferno.
—Sim, e ainda perguntam por que você não se encontra no umbral.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 01, 2020 7:39 pm

—Deixe esses falsos profetas falarem, eles não sabem o que fazem.
Estudo que é bom, "necas"...
Nisso, o portão florido de hortênsias brancas, azuis e cor-de-rosa se abriu.
Uma bela moça nos recebeu.
Seu nome: Sullivan.
Cumprimentei-a, mas não pude deixar de lhe dizer:
—Você parece uma fada, é lindíssima.
Ela vestia um camisolão azul; os pés descalços, a roupa muito humilde dava-lhe um ar de deusa.
Rayto a reverenciou e Sadu, Samita e os outros também a reverenciaram; só eu, Sara, Damian e Lílian a cumprimentamos com carinho e admiração.
Sullivan foi-nos levando para uma das casas da Colónia.
Eu me sentia um pássaro, de tão feliz.
Aqui desenharei a Colónia das Hortênsias:
Ainda contarei para vocês o que vi.
Sullivan nos abrigou em uma das casas.
Logo peguei meu violão e cantei:
"Deixei meu sonho lá fora,
Mas ele não vai embora
Eu preciso sonhar com você
E agora, o que faço?
Eu não posso buscá-lo
E os meus sonhos
Foram embora,
Deixando-me sem sonhar
Por fim, volta meu sonho
Eu não quero despertar
Não vá embora, sonho meu
Não vá embora, não,
Eu preciso sonhar
E sonhar é amar,
Amar, amar, amar."
Sullivan ofertou-nos um caldo e ficamos palestrando. Como sempre, aproveitei para lhe perguntar:
—Essa colónia presta auxílio aos desencarnados, não é mesmo?
—Sim.
—Mas para que tantas residências?
—Nem todas as casas são residenciais.
Elas são alojamentos transitórios, ou melhor, este é um moderno hospital.
—Será que um dia teremos um igual na terra? - indagou Damian.
—Acredito que sim, porque só assim serão debeladas as infecções hospitalares.
—De quem é esta residência?
—E minha, respondeu Sullivan.
Aqui moram cinco irmãs.
—Oh, desculpe, estou tocando violão e não lhe pedi licença.
—Esteja à vontade, o lar é nosso.
Olhei a casa: humilde, contudo muito bem cuidada, nos vasos, as flores brilhavam de alegria.
—Como funciona o hospital? - perguntou Carlos.
—Muito simples: depois de ser socorrido o irmão no plano físico, é trazido para cá; primeiro é levado para o Edifício da Emigração, onde recebe os primeiros cuidados.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 01, 2020 7:40 pm

Se está muito doente, é encaminhado para as casas hospitalares e nelas tratado até obter alta.
Outros, mesmo chegando à Colónia das Hortênsias, não podem aqui ficar e são encaminhados para outros prontos-socorros da espiritualidade.
Sullivan esperou que descansássemos e então nos levou até os hospitais-casas.
E ali, como se estivesse em um apartamento, o doente recebia atendimento.
Visitamos cinco espíritos e eles, muito felizes, estavam sendo tratados.
Um deles, sentado em uma cadeira, recebia luzes no sistema nervoso central, de baixo para cima, verde.
Na coluna, de cima para baixo, azul.
No sistema nervoso central, de baixo para cima, rosa forte.
Mais parecia a casa do doente e não a sala de um hospital.
Um outro recebia, de um enfermeiro, azul na coluna; azul em tomo da cabeça, azul no frontal; azul geral em todo o corpo.
Esse irmão vivera cinco anos em um hospital psiquiátrico.
íamos conhecendo, uma a uma, as enfermarias da Colónia das Hortênsias, quando assisti ao tratamento de uma irmã; havia desencarnado com tumor no seio, ou melhor, câncer generalizado.
Ela me pareceu assustada.
Ao ver os médicos, começou a reclamar:
—Não adianta curar esta doença maldita.
Na terra, busquei a cura desde o espiritismo e até em outros países.
Só não compreendo por que ainda não morri.
Sempre fui ateia e para mim é uma grande surpresa não estar morta.
Se ontem buscava a saúde, hoje desejava, de verdade, estar morta, ter virado pó.
Que adianta estar aqui, dizer que estou viva, se não sei onde anda minha família, minhas filhas, minha mãe, meus amigos?
A médica Samita respondeu:
—Devem estar nas suas lembranças de saudade.
A irmã agora está recuperando-se do impacto da morte dolorosa que teve, com o câncer que tomou conta do seu corpo físico e da sua casa mental.
Deu uma risada, perguntando:
—Estou no inferno?
—Não no inferno nem no céu, está num hospital de Deus.
As lágrimas afloraram nos olhos da irmã e ela, virando-se para o lado, murmurou:
—Meu Deus, ajuda-me.
Todos nós nos juntamos e oramos ao Pai pela sua paz e pelo seu crescimento espiritual.

(1) NE. — Ao fazer este relato, em 1989, ainda não havia ocorrido o desencarne de sua avó Margarida, o que se deu em 10.01.90.
No livro Lírios Colhidos pôde ser inserida a mensagem de Luiz Sérgio sobre o facto, porquanto o livro ainda se achava em preparo na gráfica que o editou, vindo a público em 1990.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 02, 2020 8:01 pm

Capítulo XIII - COMO SE CONSTRÓI O UMBRAL
Aquela irmã tinha vivido na terra uma vida de aplausos, vaidade e sucesso.
Deus era para ela uma estrela de difícil acesso, por isso apenas às vezes pronunciava Seu nome.
Agora, descobrira o Deus amigo, Pai e Companheiro de uma Humanidade sem fé.
Deitada, buscava os seus órgãos amputados pela doença e descobria, no corpo perispiritual, o amor de Deus.
Os órgãos estavam no mesmo lugar, apenas no corpo físico haviam sido amputados.
Mesmo ainda doente ela se sentia feliz, pois as dores não mais existiam.
Somente precisava encontrar o equilíbrio necessário, ciente das suas novas oportunidades.
Pedimos por ela e por aquele hospital de Jesus.
Meio assustada, ela recebia o tratamento das cores: trinta segundos de azul na coluna; trinta segundos sobre os brônquios, pela frente, doação de energias sobre os pulmões; verde, azul, rosa-forte e amarelo, trinta segundos sobre cada pulmão.
Verde, azul e rosa-forte no centro de força frontal; azul geral, banho de azul.
Quando terminou a aplicação, ela dormia.
Assim, fomos visitando outros doentes; naquela casa havia cinco doentes, mas outras chegavam a alojar mais de dez.
—E daqui, para onde vão?
—Para as colónias de trabalho, mas muitos doentes aqui ficam prestando auxílio.
—E um lugar muito lindo.
Em todo o hospital ouviam-se belas e suaves melodias.
Ao deixarmos o local, observamos, na calçada, vários doentes sentados em cadeiras espreguiçadeiras; uns lendo, outros apenas meditando. Samita comentou:
—Depois ainda dizem que no umbral só existe sofrimento.
Estamos em um dos umbrais e que beleza de tranquilidade, o que nos mostra a presença de Deus em todos os lugares.
Depois que visitamos as enfermarias-lares fomos até o edifício central, onde conversamos com os encarregados do processo de migração de espíritos de um agrupamento espiritual para outro.
Samita, Enoque, Sadu e Carlos foram até a directoria, enquanto nós fomos ao departamento de pessoal, para indagar como os espíritos ali chegam: o que é preciso para ser levado à Colónia das Hortênsias.
Fomos recebidos por Augusta, que gentilmente nos informou:
—No momento do desencarne, os amigos espirituais ou parentes desencarnados amparam e assistem ao romper do laço fluídico e protegem o desencarnante das ciladas perigosas dos espíritos das trevas.
Muitos espíritos sublimes prestam auxílio ao desencarnante; entretanto, depende muito do mérito de cada um a protecção que lhe é concedida no momento do seu desligamento.
São poucas as almas encarnadas que buscam na terra o crescimento espiritual, assim, a protecção dependerá do padrão vibratório do espírito, embora não deixe ele de receber amparo.
Outros ficam algemados aos espasmos vitais do corpo físico.
—Nesses casos são úteis os grupos de socorro, onde esses espíritos são levados e encaminhados às colónias de tratamento, não é mesmo? - perguntei.
—Certo. No dia em que os Centros espíritas se conscientizarem do trabalho do médium doador, teremos menos espíritos vampirizados pelas entidades das trevas.
Um Centro espírita de Jesus é um pronto-socorro de Maria em acção no plano físico, e os espíritos ali socorridos são levados para as casas transitórias e os hospitais da espiritualidade.
—Irmã, explique por favor: o espírito sofre o desencarne diante de uma equipe especializada e mesmo assim ele pode ser vampirizado?
—Sim, a operação de desligamento final depende do desencarnado.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 02, 2020 8:01 pm

Embora receba assistência espiritual, vê-se desesperado diante da "morte" e, mesmo sofrendo adormecimento do cérebro para facilitar o desligamento da carne, para que, sonolento, não interfira na separação, ele dificulta o socorro.
Busca de qualquer maneira a continuação da vida física, ficando na casa, ao lado dos familiares, sofrendo.
Alimentando-se e partilhando do próprio lar, reluta em ser protegido e em ser encaminhado para os hospitais da espiritualidade.
—Mas todos os espíritos precisam chegar até os hospitais ou casas transitórias? Interroguei ainda.
—Não. Existem espíritos que se libertam com tanta naturalidade e rapidez dos seus corpos físicos, que as energias do duplo se alojam no físico e o corpo de carne ganha vitalidade e longevidade, isto é, custa mais a se decompor.
—E os trevosos não se aproveitam disso?
—Nem chegam perto, pois o espírito, ao deixar o duplo e o físico, leva a coroa da pureza e do amor.
O que fica é a energia de um bom espírito, sem valor para os trevosos.
—Então os corpos que não se decompõem pertencem a bons espíritos?
—Nem todos.
Alguns casos podem ocorrer em virtude da natureza do solo onde foram depositados.
Contudo a alma purificada deixa o físico como alguém que ganha a liberdade: sem olhar para trás.
Mas existe aquele que, dizendo não temer a morte, por estudar a Doutrina espírita, desencarna mal, porque na hora do chamado teme a "morte", julgando-se ainda não preparado para enfrentar esse momento.
Carregando na mente a preocupação com os familiares, o emprego, a conta bancária, reluta em abandonar o corpo, estando este, muitas vezes, em estado lamentável.
Em vez de ajudar a equipe do desencarne, ele dificulta a sua libertação, dizendo precisar ficar na terra, procurando justificativa para não abandonar o corpo que o serviu.
Assim, prejudica o desprendimento e, por mais que os encarregados pretendam afastá-lo, ele se mantém junto à matéria inerte e vive os momentos cruciais do sepulcro.
Sofrendo, sem dar ensejo aos familiares desencarnados de socorrê-lo, ele julga que ali, junto ao físico, está a vida.
Não quer compreender que a vida é ele.
Muitas vezes os vemos vagar pelas sarjetas do plano físico e são levados pela própria casa mental para as zonas de sofrimento.
Mesmo assim, são socorridos e encaminhados para os hospitais, casas de socorro e colónias de luz.
—E daqui, para onde vão? - Perguntou Lílian.
—Para as colónias espirituais onde existem Governadorias e o Ministério do Trabalho.
Depois de curado, o antigo doente precisa aprender a viver como espírito.
Então cuidamos dos recém-desencarnados e tudo fazemos para tomar glorioso o despertar destes irmãos na nova vida que os espera.
—Irmã, entramos a pouco em uma cidade do plano inferior e lá também existem edifícios.
Como foram construídos?
—Existe verdadeira multidão dessas almas rebeldes que trabalham contra os Cordeiros de Deus; são agrupamentos trevosos.
Eles tentam impedir o socorro às suas vítimas.
Embora organizados, não conseguem vencer a luz, e isso os enfurece ainda mais.
Possuem escolas e estudam para se esclarecer sobre o mecanismo psicológico das almas encarnadas e desencarnadas.
Aliás, a organização conta com capacitados cientistas subjugados ao mal que, muitas vezes, dominam o encarnado para mais firmemente o escravizar, quando este deixar o plano físico.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 02, 2020 8:01 pm

Hoje em dia, os encarnados estão sendo presa fácil dessas organizações, pois, longe dos preceitos evangélicos, o homem fica, cada vez mais, dependente da matéria e vive só em busca do ouro, do conforto e das orgias da vida física, enquanto que no amanhã terá de prestar contas ao Todo Poderoso do que fez da oportunidade da vida terráquea.
Cada ser vem aterra para cumprir sua tarefa evolutiva, ai daquele que em vão passar por ela.
Essas organizações constroem e vivem do lixo mental dos encarnados, tanto que conseguem construir as zonas do astral inferior com a ajuda das mentes humanas.
—Queira explicar melhor, por favor.
—Assim como a água pode ficar repleta de impurezas e nela se formarem bactérias, assim são formadas as zonas umbralinas.
É o vírus que encontra campo produtivo.
As cidades trevosas não possuem a beleza das cidades divinas, porque não contam com luz própria e as roupas que os espíritos vestem partem das roupas dos encarnados.
Daí porque muitas entidades pedem perfumes e oferendas aos encarnados: recebem-nos e os usam.
—As mentes poluídas geram os bacilos dessa peste dolorosa que se chama umbral? - Interroguei perplexo.
—É isso, Luiz Sérgio.
O homem encarnado, junto com os trevosos da espiritualidade, constrói, a cada dia, as cidades trevosas.
Hoje as festas, os armamentos e as drogas são alimentos fortes da formação dos bacilos.
Senti-me uma bomba de Flit, daquelas muito usadas para eliminar mosquitos e moscas.
As cidades trevosas existem, mas os mensageiros de Deus as eliminam com o poder do amor.
Voltei a mente até a cidade a qual chamamos Vale do Brilho, onde Gino — o rei da droga — mantinha um laboratório onde estudava, com cientistas desencarnados, a origem da vida, os centros de força, os canais que interligam os corpos e as rodas energéticas, chamadas chacras.
Naquele Vale, havíamos presenciado verdadeiras pesquisas nos corpos de recém-desencarnados.
Mas, como disse a irmã, se estas cidades existem são em número reduzido em vista dos prontos-socorros divinos.
Por isso, são mínimas diante de tanta luz.
—Irmã, antes de terminar, gostaria que me respondesse a mais uma pergunta.
—Como não, amigo.
—Os núcleos de oração ajudam as colónias?
—Como ajudam! Nas casas religiosas, vamos buscar os fluidos para a cura de muitos doentes.
Quando o plano físico não está contribuindo, ficamos como se asfixiados, recebendo as emanações negativas, e trabalhamos com dificuldade até que desligados somos do plano físico e o hospital fica a funcionar ligado somente com o astral superior.
—E como se falhasse a luz, ligando-se o motor?
—Não. Nós vivemos ligados ao motor da terra; quando ela está mal, somos sustentados pela luz de Cristo.
Nisso, Samita entrou e nos despedimos, muito agradecidos, da irmã.
Quando saí no jardim, olhei para cima e disse:
—Pelo amor de Deus, encarnados, não vibrem na faixa inferior e orem pela salvação das almas.
Lutem para ter uma vida repleta de amor a Deus.
Não permitam que sejam presas dos espíritos trevosos.
Façam caridade, o que fazemos ao pobre e oprimido recebemos de volta.
Alimentem o faminto, para não sentirem fome.
Quem dá aos pobres não sofre perdas materiais.
A caridade nós fazemos a nós mesmos.
Pelo amor de Deus, não deixem a terra da oportunidade ressequida por falta da água da Caridade.
Estendam a mão ao próximo, para terem o direito de alcançar a mão de Deus.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 02, 2020 8:01 pm

Não deixem para depois o hoje, que é o momento da nossa salvação.
Quem relega para depois o momento glorioso da caridade está colocando debaixo do colchão as pérolas de Deus, e terá de cumprir um dia o que hoje deixou de fazer.
Irmãos, companheiros, amigos, familiares: a caridade é o único caminho da salvação, somente ela oferece ao homem o néctar da vida eterna.
O homem caridoso é manso, é justo, é bom.
O avaro, preocupado com ele próprio, nem percebe que os salteadores lhe tomam o que ele tinha por obrigação doar ao pobre.
Ninguém sabe o dia da chamada, mas sabe que todas as horas é hora de trabalhar para Jesus.
Não construamos uma casa no umbral, não sejamos construtores das zonas de sofrimento.
A avareza, a impaciência e a maledicência são vibrações venenosas que levam aos espíritos trevosos o que eles necessitam para fazer funcionar as suas organizações.
Da mesma forma que os encarnados no plano físico obtêm os seus bónus-hora, os maus, os violentos, os orgulhosos, os avaros oferecem aos trevosos os fluidos perniciosos que levantam essas terríveis organizações.
Ao pó retoma o corpo e do espírito nasce a paz.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 02, 2020 8:02 pm

Capítulo XIV - O REFÚGIO NO VALE DA INCONSCIÊNCIA
Acompanhando a equipe de socorro, presenciava em uma colónia trevosa a luta do mal para se sobrepor ao bem.
Entretanto, por mais que as organizações das trevas tentem, não atingem a perfeição, porque basta pensar no mal para se desequilibrar.
A equipe das trevas não escondia o seu descontentamento pelo ocorrido.
Sampaio, um deles, animou os companheiros:
—Não fiquemos tristes, hoje já demos alguns passos, logo estaremos operando no plano físico, igualzinho aos Filhos de Deus.
—Enquanto eles colocam milhões de espíritos do departamento reencarnatório, a gente nem consegue um, comentou Humberto.
—Mas não se esqueça de que mesmo recebendo orientação do Cordeiro, muitos pais e filhos caem para o nosso lado.
Também, deste lado tudo é mais fácil!
Os Filhos de Deus pregam o esquecimento de si mesmos em prol do próximo, mas quem se esquece é esquecido, o humilde é humilhado e o oprimido é violentado.
Senti uma vontade enorme de me apresentar para aqueles maus espíritos e dizer-lhes:
"como é feliz um trabalhador de Jesus, um filho de Deus, porque mesmo agredido, humilhado, ele tem paz na sua consciência."
Enoque segurou meu braço, pois na hora que eu pensava algo aconteceu: um deles — talvez o pior —parou, escutou e disse:
—Parece que estamos sendo observados.
—Doutor Henri, estás vendo luz em qualquer lugar...
—Todo cuidado é pouco.
Os Filhos de Deus têm pacto com o "demónio", falou um deles.
Tive vontade de dar uma gargalhada, mas observei os meus amigos, eles oravam, com fervor.
Coloquei o pensamento no lugar e os acompanhei na prece.
Depois, demos em retirada até o pátio — se podemos chamar de pátio, porque não notamos na cidade qualquer ordem administrativa; era um local sujo e sem vida.
Que diferença dos belos jardins das colónias! Carlos aproveitou para dizer:
—Aqui está a prova de que a limpeza é de Deus.
Casa suja é posto de obsessores.
Os templos religiosos devem primar pelo cuidado de suas cadeiras, mesas, enfim, do seu património.
—Enoque, perguntei, o que podemos fazer aqui se Oanna está sendo socorrida no hospital da terra?
—Estamos aqui para saber como operam esses irmãos.
Eles estão tentando criar não só o corpo físico como também sonham em criar espíritos.
—Quero ver se Deus vai deixar!
Pensando bem, não sei por que Deus ainda não deu um basta nessas organizações trevosas.
Como podem existir?
Parece-me o inferno comandado pelo "demónio".
—Luiz Sérgio, preste atenção nos transeuntes e verá que aqui neste local vêm milhares de espíritos do plano superior prestar auxílio, tirar do lodo os doentes.
Nossa equipe é uma gota de água no oceano.
Esta colónia recebe de Deus muita assistência espiritual.
Vários mensageiros estão aqui, espíritos bons que se prestam a este trabalho, um dos mais sublimes.
—É mesmo, fico feliz, porque, confesso, nunca presenciei tanto sofrimento.
—Sabe como se mantêm essas colónias?
—Imagino.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 02, 2020 8:02 pm

—Os encarnados, com seus pensamentos maus, permitem que esses irmãos se alimentem das toxinas das mentes humanas.
Estávamos conversando, quando um uivo terrível nos assustou.
Olhei para Samita, que me disse:
—E bom ir-se acostumando, aqui é comum ouvirmos gargalhadas, uivos e sons estranhos.
—Dá a impressão de que todos têm medo.
Ninguém está tranquilo.
—Claro, o mal gera pavor.
Assim, fomos alcançando a rua, procurando um lugar para descansar. Senti que Samita estava pensativa. Indaguei:
—O que há, querida?
—Nada, só estou pensando nesses cientistas, espíritos dotados de grande inteligência, usando-a para o mal.
—E mesmo, Samita, um dia irão tomar-se bons.
—Sim, mas até lá o perispírito deles já retroagiu por demais.
—Vamos, irmãos, buscar um bosque para orarmos, - falou Enoque.
Circunspectos, pedimos força a Jesus.
Nisso, raios de luz banharam nossos corpos; era o plano superior operando.
Senti uma momentânea vertigem, tanta era a energia positiva sobre nós.
Depois do banho energético me senti muito bem, mais fortalecido.
Naquele lugar lodoso, onde a vibração era das mais baixas, necessitávamos do socorro das esferas superiores e o nosso Enoque, tão conhecedor das nossas fraquezas, ofereceu-nos o remédio.
Só aí notei que Lílian estava ofegante e eu me senti muito cansado.
Acho mesmo que só Rayto, Samita e Sadu nada sentiram.
Sadu nos falou:
—Vejam se não absorvem tanto as vibrações do lugar, do contrário vocês vão desmaiar.
Pensei: "é verdade, preciso me equilibrar, tenho de aprender a separar as emoções".
Voltamos ao laboratório, dirigimo-nos ao departamento trinta e seis, onde presenciamos outra pesquisa dos trevosos.
Nesse departamento os aparelhos eram poderosíssimos.
—Quem os teria inventado? - indaguei, curioso.
—Alguns dos seus génios.
—Génios do mal, não é mesmo?
Ninguém me respondeu.
Cinco pessoas examinavam atentamente um espírito recém-desencarnado.
Cada centro de força daquele espírito era analisado.
Depois, accionaram os centros de força, examinando os fluidos vitais.
Um aparelho registrava o que eles estavam aprendendo.
O fluido do desencarnado era o seu próprio pensamento e, no momento, esse pensamento era de pavor.
Estudavam, também, os fluidos do sentimento e do desejo.
Pararam no cérebro, vendo que o espírito era o governador dos corpos.
Disse um deles:
—Bom seria se pudéssemos examinar um dos Filhos de Deus, porque nele buscaríamos material muito mais útil para tudo o que nos propuséssemos.
Apesar dessa restrição, eles continuavam investigando o desencarnado.
Entretanto, o desligamento não se havia efectuado de todo.
Percebemos que as junções fluídicas permaneciam activas entre as células física e espiritual, embora o espírito já estivesse em outro plano.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 02, 2020 8:02 pm

Aquele irmão havia desencarnado pela droga, por isso subsistia a ligação com o físico.
A equipe buscava na mente humana desencarnada os fluidos que a mantinham viva e vários aparelhos radiografavam o corpo perispiritual do doente.
Todavia, o maior desejo e as incessantes buscas visavam descobrir a quinta essência da criação, pois sonhavam criar o espírito...
Com a maior atenção examinavam o centro coronário, porque é este que supervisiona os outros centros.
Temos ligações entre os corpos, mas é o centro coronário que dirige todos eles.
O corpo espiritual dá a ideia da sede de um governo.
Do coronário, o palácio, partem as redes eléctricas que comandam os outros centros de força.
Cada centro de força é um ministério com grande capacidade de acção, trabalhando e tomando conta do mecanismo dos corpos.
O centro gástrico é responsável pela digestão; o laríngeo coordena a respiração e a fonação.
Pensei: "só um grande sábio criaria tal maravilha: o corpo do homem!"
No painel de um laboratório das trevas, assistíamos a uma experiência incrível.

O registo estava assim:
1°) Corpo físico — matéria energética densa;
2º) Duplo etérico — é uma formação etérica, reprodução do corpo físico e está a ele colado.
O duplo é composto de matéria fluídica que vem do corpo físico, que o alimenta;
3°) Corpo perispiritual — sede dos centros de força.

No duplo, encontram-se os chacras, que captam energias dos centros de força para abastecer o físico.
É através dos centros de força e dos chacras que o espírito controla o corpo físico.
Na relação do espírito com o corpo físico, os chacras agem como recicladores de energia.
Enquanto eles estudavam os centros de força e os chacras do duplo, recordei-me da passagem bíblica que fala das rodas:
Eclesiastes, Capítulo XII, versículo 6:
Antes que se quebre a cadeia de prata, e se despedace o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se despedace a roda junto ao poço. (1)
Como não aceitar as rodas sagradas?
As religiões precisam respeitar-se mutuamente; por se tomarem radicais, muitas delas se perderam.
Nas Escrituras os centros de força são citados; agora, a palavra chacra, que os orientais denominam de rodas da vida, que elas existem, existem, não importa sua nomenclatura.
A preocupação daquela equipe trevosa se relacionava com o reciclador de energia, com os eléctrons, enfim, ali, eles buscavam algo e, servindo de cobaia, um espírito recém-desencarnado.
Enquanto conversavam entre si, Sadu controlava os centros de força do espírito.
Olhei para o tibetano e pensei:
"meu Deus, como é importante a gente cumprir com o plano divino!
Um médico que não se deixa envolver com a matéria é um médico feliz, pois cumpre com o sacerdócio .da medicina.
Não só o médico, como todos os profissionais têm obrigação de ser cumpridores das suas tarefas".
A equipe trevosa continuava estudando as energias das rodas giratórias.
Estas rodas giram no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio e são de uma importância sem limites, pois é através delas que o espírito controla o seu corpo físico; as rodas giratórias —os chacras — captam as vibrações do espírito.
—O melhor meio de enfraquecermos o físico é buscar as energias nos chacras, mas também podemos actuar nos canais energéticos, o meio de comunicação deles, disse um dos trevosos.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 02, 2020 8:03 pm

Senti que algo não estava indo bem; o que falara, munido de um aparelho, buscava no perispírito do doente o que estava bloqueando a pesquisa.
Sadu imediatamente tirou do centro de força coronário um aparelho que ali havia colocado.
Virando-se para Carlos, comentou:
—Eles são terríveis!
Aí, vimos o pesquisador da energia parar com o aparelho no coronário e dizer:
—Estou ficando por demais desconfiado.
Acho que os Filhos de Deus estão entrando em nossa área.
Sinto uma energia nova penetrar no ambiente.
Todos o olharam, curiosos.
—Esperem.
No estudo que estamos fazendo, esbarramos, certa vez, nos canais energéticos de um encarnado.
Aí os corpos deles saíram do nível, facilitando o nosso trabalho.
—Salles, por que você, estudando os encarnados, evita actuar sobre o chacra básico, que está situado na base da espinha dorsal, se é nele que se encontra o fogo sagrado?
E dele que parte o princípio da vida física, sendo o captador de energia vitalizadora, que mantém o corpo físico.
—Sei disso, muitos estudiosos desta energia nem podem imaginar como é importante para a formação do corpo físico.
—Então, por que não trabalhamos com essa energia, se buscamos realizar encarnações do nosso plano?
O outro respondeu:
—Simplesmente, porque os Filhos de Deus estão atentos.
O chacra básico é o mais visado nos tratamentos de desobsessão.
Por actuar no sistema nervoso, no aparelho renal e nos órgãos reprodutores, é o primeiro a ser tratado quando os Filhos de Deus fazem trabalhos desobsessivos.
Prefiro uma outra roda giratória que se situa na parte superior do pulmão esquerdo.
Se actuarmos nesse ponto a pessoa será teleguiada por nós.
Feita essa observação, chegaram mais perto desse centro de força e ali ficaram estudando-o.
Nessa altura, Enoque convidou-nos a deixar o recinto.
Aproveitou o momento para nos dar elucidações:
—Vejam só o perigo da mediunidade sem Jesus.
Quando alguém busca uma Casa espírita, precisa ser encaminhado a um grupo de estudos.
Mas a Casa que formar esses grupos deve possuir um departamento doutrinário e não entregar almas sem preparo para outras almas perturbadas de orgulho, vaidade e apegadas à letra, porque assim os iniciantes serão presas fáceis desses espíritos.
Vocês estão vendo como eles agem.
A importância da Doutrina é a transformação que ela opera em nós.
Não adianta sentar em uma mesa medi única e emprestar o corpo a um espírito sofredor, se não temos energia tranquilizante para lhe oferecer.
Através da "roda" que se encontra na parte superior do pulmão esquerdo é que atuam os espíritos.
E ela responsável por toda relação mediúnica entre os planos físico e espiritual.
Se o médium estiver desequilibrado, emite a cor amarela e não esqueçamos que o obsessor precisa da luz azul para abrandar a sua dor ou a sua cólera.
Daí não poder ajudar o necessitado um médium sem esclarecimento, desequilibrado.
Antes de colocarmos alguém defronte de tamanha tarefa divina, devemos convidá-lo a tomar-se o "trabalhador da última hora", no exercício da caridade, tirando-lhe as arestas, tornando-o bom, livrando-o da avareza, da maledicência, do egoísmo, do orgulho, enfim, tomando-se um veículo divino, uma carta de carne de Jesus.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 02, 2020 8:03 pm

Outras seitas religiosas se preocupam em formar líderes e se esquecem de transformá-los em pastores de almas.
E deu no que está dando, pois se distanciam do sacramento da caridade, do amor e do dever.
E só se consegue crescer espiritualmente se fizermos da nossa vida uma lição de amor ao próximo.
Muitos abusos estão sendo cometidos e algo precisa ser feito para corrigi-los: orientar melhor os iniciantes, dar-lhes exemplos de moral evangélica.
No lar, ou no ambiente de trabalho, deve o espírita representar bem a Casa que frequenta e a Doutrina.
Se o chamado espírita conduzir-se mal em seu lar e no ambiente de trabalho, os familiares e os amigos irão correr do espiritismo:
ele não possui equilíbrio, fala dos espíritos a qualquer hora, e nada mais desagradável do que um repetitivo assunto em todos os momentos.
No entanto, se uma pessoa chegar à Casa e encontrar uma elucidação evangélica, ela não vai ocupar cargos, mas arregaçar as mangas e pegar na charrua, ocupar o seu tempo no estudo e no trabalho.
O trabalho é a terapia e a caridade a salvação.
Não adianta mandar um doente socorrer doentes, principalmente se ele é um desequilibrado espiritual.
Muitos desses chamados médiuns abandonam a Doutrina, porque quem se encarregou de apresentá-la fracassou, não teve condição de fazê-lo.
Ela é simples, inocente e humilde, e os orgulhosos e fanáticos a mascaram com dogmas, apresentando ao iniciante espírita inverdades que serão difíceis de vivenciar.
O certo é estudar mais as obras básicas(2), e colocar no dia a dia os seus ensinamentos.
Se um iniciante na Doutrina não procurar modificar-se para melhor, sua família irá sempre lhe cobrar:
"nem parece que é espírita".
Diz o Evangelho Segundo o Espiritismo:
"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações" (Capítulo XVII, item 4).
Se chegarmos à Doutrina e desejarmos só doutrinar e evangelizar os outros, esquecemos de nós mesmos e aí a máscara se desintegra e vem o fracasso.
Ninguém está isento da reforma íntima, até os espíritas "de gabinete"; todos precisam buscar na imagem dos apóstolos o verdadeiro caminho.
Os espíritas apegados à letra devem recordar que Jesus não ficou à frente de uma máquina de escrever, nem no parlatório, ou num gabinete de trabalho.
Ele varou o Jordão, Cafarnaum, Betsaida e vários lugares.
Buscou os mendigos, os desesperados, os coxos, os cegos; deu alimento aos famintos, foi o primeiro a fazer a hoje denominada "Campanha da Fraternidade Auta de Souza", quando pediu a Deus condição de alimentar o povo:
Mateus, Cap. XIV, versículos 13 a 22:
Jesus lhe disse:
Não é preciso que se afastem daqui, dai-lhes vós mesmos de comer.
Quantos espíritas expulsam os pobres das Casas espíritas, alegando que não podem cooperar com a malandragem, ou que devem ensiná-los a "pescar"!
Uns dizem que a pobreza é carma, outros que é obsessão.
Mas Jesus, a carta de amor de Deus, simplesmente alimentou o faminto sem indagar quem era merecedor:
Todos comeram, ficaram saciados e ainda levaram doze cestos cheios de peixes que sobraram.
Já pensaram se os apóstolos e Jesus fossem fazer a vistoria e dissessem:
"você fica, você vai embora, porque nós não damos de comer a vagabundos"?
Não, amigos, o homem de Deus, o Seu trabalhador, apenas se toma o menor dos servos. Serve, e não deseja ser servido.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 02, 2020 8:03 pm

Nesta passagem Jesus nos ensina a campanha da fraternidade, é o festival do amor.
Jesus buscou na natureza o que hoje os jovens da Campanha Auta de Souza buscam nos lares — os alimentos.
Ele, tendo nas mãos os peixes, envolveu-os com os fluidos apropriados à produção desses alimentos, os fluidos produtores.
Sendo um grande conhecedor dos fluidos magnéticos, usou do Seu poder, com a cooperação da mãe natureza.
Nessa passagem Jesus nos deixou o exemplo de que o homem precisou do alimento para ouvir as Suas palavras, ficando bem claro que ninguém aprende Evangelho de estômago vazio.
E o Mestre, mais uma vez, ensina o Seu trabalho, o caminho da caridade.
Os antigos religiosos também ficavam longe do povo, possibilitando a criação de milhares e milhares de seitas.
A Doutrina Espírita é a religião do futuro, porque ensina o homem a possuir carácter, coração e força.
Ai daqueles que brincarem com o Espírito Santo; ai daqueles que pregarem uma doutrina estranha.
Toda a Doutrina Espírita tem de estar alicerçada nas palavras de Jesus, ditadas pelo Espírito da Verdade, na Codificação Kardequiana.
Ali, num belo jardim de raras flores, eu, de braços abertos, desejei gritar as palavras de Jesus, quando nos aconselhou, em Mateus, Cap. XIX, vs. 29,30:
Em verdade vos digo que todo aquele que uma vez deixou pelo Reino de Deus casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.
Porém muitos primeiros serão derradeiros, e muitos derradeiros serão primeiros.
Depois dessa prelecção, Rayto disse:
—Voltaremos ao plano físico, vamos ao trabalho com os suicidas.
Como de costume, paramos no pronto-socorro espiritual, desta vez bem rápido, só para nos mantermos ligados à Casa espírita e melhor cobertura dos nossos trabalhos.
Sadu, Karina, Carlos e o doutor Pattabli se distanciaram, como que a traçar algum método de socorro.
Quando nos acercamos deles, já sabíamos para onde ir: uma roda de coca.
—Podem me informar como sabem da festa? - perguntei.
O doutor Pattabli deu-me a informação.
—Como é do seu conhecimento, Sérgio, estamos encarregados de desbaratar a organização que hoje busca na terra os suicidas inconscientes.
E quando estivemos no Vale do Brilho, lá descobrimos de que forma os espíritos trevosos são informados e estão presentes sempre que essas festas se realizam: o chefe do Vale possui uma agenda com os nomes de todos os dependentes de droga e coloca ao lado deles espíritos que não só aspiram pó junto ao encarnado, como participam da sua vida física.
A qualquer excesso, os trevosos são avisados e a organização chega primeiro, porque os irmãos do Cordeiro, os mensageiros de Deus, obedecem a uma programação divina.
O desencarne programado é realizado por equipas capacitadas.
—E se essas equipes chegarem antes dos trevosos? - perguntei.
—Mesmo que cheguem, nada podem fazer.
Não se esqueça de que quem desencarna por overdose explode os seus fios energéticos; e quem desencarna obedecendo às leis da natureza recebe protecção organizada e disciplinada do departamento do desencarne.
Mesmo que a equipe do Cordeiro chegue na hora do impacto da morte forçada, nada pode fazer.
Vamos imaginar uma televisão que um técnico vai consertar e outra que um curioso vai tentar endireitar.
Vão sobrar peças, não é mesmo?
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 03, 2020 7:43 pm

Principalmente se ela for de 110 volts e o curioso ligá-la em 220.
Neste momento, fomos avisados que cinco jovens estão preparando uma rodada com quarenta gramas de cocaína.
—Não diga, é pó demais, gente!
—E depois, o álcool também não vai ser pouco.
—E chegaremos a tempo?
—Espero, disse Rayto.
Corremos para o endereço.
Entramos e nos deparamos com um apartamento sujo e desleixado.
Que a sujeira é o alimento do obsessor, isso já sabemos.
Os cinco conversavam como pessoas comuns, ou melhor, normais.
Três rapazes e duas moças: faixa etária de dezoito a trinta e oito anos.
Observei aqueles seres com uma vida pela frente e tão pouco respeito a si mesmos!
Os violentadores da moral divina, jovens sem fé e sem amor.
Passaram da conversa informal à orgia, num misto de droga e bebida.
O álcool e a coca eram companheiros inseparáveis de dois deles, que foram ficando parecidos com animais, pois urravam como bichos.
Os demais aspiravam com cuidado, demonstrando um conhecimento maior do tóxico.
O mais velho recomendava:
—Vamos com calma, temos pó para muitos dias, não exageremos!
Mas Tito, de vinte e cinco anos, não se contentava, parecia louco quando a fileira da droga chegava às suas mãos.
Ao perceber que os outros se encontravam já quase desmaiados, Tito aproveitou a "bodação" dos amigos e se afundou no pó e no álcool.
Os desencarnados dançavam e consumiam junto com os jovens.
Sara usava um aparelho para dispersar os fluidos pesados da droga, enquanto os médicos trabalhavam para salvá-los, principalmente o Tito, que já estava prestes a explodir.
Um dos trevosos falou:
—Que turma "alta" e boa consumidora, hein?
Testemunhávamos o suicídio inconsciente em processo acelerado e pouco podíamos fazer, uma vez que os médicos e o Rayto se esforçavam ao máximo para que os jovens não desencarnassem.
Os trevosos, ao perceberem que Tito era um bom consumidor, colaram-se nele e o pobre farrapo humano viu-se enfurecido, quebrando tudo.
Os outros o ignoravam e ele consumia, ou melhor, comia o pó e consumia o álcool.
Por mais que os espíritos amigos tentassem, não conseguiam dispersar a droga; era demais para um corpo físico.
E o pulmão estourou, não só o pulmão, mas todos os outros órgãos.
Nessa hora ninguém pode imaginar o desespero de um espírito.
A dor é tanta que ele grita e se retorce, todas as rodas energéticas ganham uma velocidade sem limite e os seus condutores de energia se partem violentamente, assim como cada vaso sanguíneo, órgão, membro, enfim, uma explosão de vida.
O corpo físico do jovem recebeu um banho de líquidos internos, que extravasaram.
Um quadro terrível.
Como os trevosos não nos viam, os nossos médicos prestaram auxílio ao espírito, que sofria em descontrole total.
Orávamos, desesperados, enquanto Rayto isolava o rapaz, o que deixou os trevosos revoltados, não sabendo por que haviam perdido a presa.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 03, 2020 7:43 pm

Aí o doutor Pattabli com os Lanceiros entraram no ambiente e os trevosos tamparam a visão, sem conseguir enxergar na claridade.
—O garoto vai ser socorrido? - inquiri.
—Sim, mas apenas se verá livre dos consumidores desencarnados; é só o que podemos fazer.
—Para onde ele irá?
—Para o "Vale da Inconsciência".
—O quê?
—Sim, um lugar onde o espírito paga por não ter respeitado o seu corpo físico.
—Não há um meio de levá-lo para uma colónia ou departamento da espiritualidade?
—Não, - disse Sadu.
Este jovem vai ficar nesse estado que presenciamos ainda por muito tempo.
Ele violentou os seus corpos e por mais que receba tratamento da Espiritualidade Maior, o erro que cometeu impede que as energias puras o livrem da dor.
Ao violentar o seu corpo físico, também destruiu o seu perispírito, e o Vale da Inconsciência servir-lhe-á de refúgio, mas não de salvação.
—Explique, por favor:
nesse Vale eles estão resguardados dos vampiros e das cidades trevosas, mas não salvos?
—Não sabemos o que você considera como salvo.
Eles foram socorridos pelos Filhos de Maria, mas como tirar das suas casas mentais o desequilíbrio?
E depois, eles contribuem para que a dor tome-se companheira inseparável dos seus espíritos.
O corpo físico, deformado pela violência praticada contra ele, estava coberto pelo limo da explosão interna e o espírito, retirado dali, ainda ficara preso àquela matéria dolorida, pela casa mental em desequilíbrio.
Os trevosos buscavam desesperadamente o corpo espiritual que fora levado e senti que estavam morrendo de medo do chefe Gino.
O que iriam dizer à equipe que logo viria buscar o espírito e as energias da vida, fonte energética que eles lutam para conseguir dos encarnados a fim de continuarem vivendo como se encarnados fossem?
—De onde vem o líquido que lhe cobre o corpo físico? - perguntei ao Sadu.
—Não só do pulmão, como de outros órgãos.
Notei também que do corpo do jovem saía uma quantidade enorme de ectoplasma; era como fios que entravam e saíam do seu corpo e que os trevosos tentavam tirar, mas a equipe do doutor Pattabli já havia retirado tudo, quando alguns médicos das trevas se fizeram presentes com aparelhos.
Estávamos, ali, petrificados, ou melhor, assombrados.
O chefe, que vou chamar de Florêncio, falou:
—O que aconteceu?
Não me digam que os irmãos do Cordeiro aqui estiveram...
—Não, disse um dos desencarnados, nós não os vimos.
—E como é que o corpo está vazio, sem um fluido magnético sequer?
—O cara tomou tanta droga que acho que não só destruiu o físico, como também o corpo perispiritual, e o ectoplasma evaporou-se.
Três médicos examinavam o corpo destruído de Tito.
Com espanto, vimos suas mãos buscarem no duplo etérico o ectoplasma e com um aparelho procurarem-no também nos poros do corpo físico.
Examinaram o alto da cabeça e as gengivas.
Investigaram detalhadamente aquele corpo e nada encontraram que lhes satisfizesse.
O ódio brotou naqueles rostos e tememos pelos pequenos espíritos trevosos, pois sentimos que os médicos se julgavam traídos.
—Eles vão torturar os trevosos que aqui estavam? - perguntei ao Rayto.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 03, 2020 7:44 pm

—Não. Logo saberão que fomos nós que levamos os fluidos.
—O quê? Vão nos descobrir?
—Não, apenas ficarão cientes de que vamos atrapalhá-los um pouco.
Observando bem o físico, víamos o jovem, mesmo no vale, ligado com sua veste carnal e a asfixia era o seu tormento.
—Como podemos ajudá-lo?
—Orando por ele.
Escrevi no meu caderninho:
Tito — esperando que logo voltasse a ser dono de si mesmo.
Nessa altura, os trevosos chutavam o corpo físico, revoltados por não encontrarem ali o que buscavam.
Abandonaram o local.
Samita, Sadu e Carlos se aproximaram do corpo.
Sadu tocou o cérebro físico de Tito e desligou as fibras nervosas, principalmente a da projecção.
Uma substância branca foi retirada por Samita.
Calei-me, com respeito.
Era a Ciência trabalhando em prol do próximo.
Nós, os não-médicos, fomos saindo, devagar, deixando os técnicos ali, em serviço.
Lílian segurava meu braço.
Damian nos falou:
—Sérgio, dia após dia o tóxico toma conta da humanidade.
Se o homem não cerrar as portas do seu lar com a chave do amor, dificilmente deixará de ter em casa um dependente.
Eles estão morrendo a cada segundo.
—Hoje ninguém mais sabe quem é viciado ou não.
Ela, a droga, tomou conta da sociedade.
—E mesmo, Lílian.
Se as autoridades autuassem todos os que consomem droga, só fariam isso.
Nos bailes, só não vê quem não quer.
Retiramo-nos.
Com que carinho olhei os nossos amigos, quando nos juntamos de volta à Casa espírita, o pronto-socorro divino.
Permaneci calado e a turma estranhou.
—O que há, frade?
—Nada, só penso como o homem pode ser tão burro.
Será que ele nunca foi em um cemitério?
Será que não sabe que terá de partir um dia?
Que a morte não livra a cara, nem posição social de ninguém?
Não aguento ver esses jovens se afundando em algo caro, podre e fatal.
E ainda se considerando os tais.
—Sérgio, mas existe muita gente metida nisso.
—Sei bem, e é isso o que me assusta.
A criança corre perigo, porque hoje o tóxico é moda, e a família que não montar guarda cerrada contra a dependência do álcool e da droga sentirá a dor e o desespero.
Dificilmente alguém hoje desconhece o terrível mal do século: a droga.
Quando escrevemos Na Esperança de uma Nova Vida, o Rayto disse:
"as nuvens se aproximam" e muitos espíritas se assombraram, criticando-o:
"quem é esse espírito que amedronta a sociedade?"
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 03, 2020 7:44 pm

Muitos dos que atacaram meu livro já passaram pelo drama de presenciar alguém da família se destruindo.
Eu gostaria de neste livro dizer a todos os leitores:
"estou pairando no ar, levitando sobre a cabeça de todos vocês, distribuindo a paz, a luz e a esperança em todos os lares", mas não posso isso dizer, porque estarei mentindo.
Não estou levitando nas nuvens da esperança, como gostaria.
Estou ombro a ombro com a mãe que espera o filho e me chama em alta noite, tendo por companhia a apreensão e o relógio, cujo tic-tac é uma punhalada em seu coração; estou ao lado da esposa e dos filhos, que muitas vezes têm de enfrentar o terror da fome, porque o companheiro ou o pai é um joguete nas mãos de um traficante; estou ao lado da autoridade que busca a droga, muitas vezes expondo a própria vida para que a sociedade não morra a cada instante; estou à frente da mãe que muitas vezes é esbofeteada pelo jovem filho, desejando que ela lhe satisfaça o vício.
Estarei sempre do outro lado da vida, com os braços levantados em direcção ao Pai, pedindo a Ele que nos dê forças para gritar:
"crianças, corram da droga!
Ela é um ácido que queima, deforma e mata!
Corram é para os braços da família divina e encontrem nela a força para sempre dizer "não" aos tóxicos!"

(1) N.E. —Para uma completa explicação desta passagem, consultar o livro Chama Eterna, 11° volume da série Luiz Sérgio, Cap. 34, página 199, 1* edição, 1988.
(2) O Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Livro dos Médiuns, A Génese, O Céu e o Inferno.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 03, 2020 7:44 pm

Capítulo XV - UM SUSTO NECESSÁRIO
Buscamos nossa base de apoio, onde Etelvina e Terêncio nos receberam com respeito e amor.
Naquele local, bem perto da Crosta, espíritos abnegados montaram um pronto-socorro e um altar de orações.
Repousamos e estudamos os factos ocorridos, enquanto diante de uma tela revíamos todas as cenas vividas pelos suicidas inconscientes.
Nesse justo momento, Olavo deu entrada no auditório e com carinho nos ofereceu ensinamentos não só sobre os jovens, velhos e crianças, como analisou cada ato do ser humano.
Ele tomou a dizer que o tratamento do drogado não é um tratamento médico no sentido estrito do termo, tampouco a dependência de drogas uma doença.
Segundo ele, temos de buscar as causas, os motivos que levaram o jovem a consumir tóxico.
O tratamento deve ser feito por bons profissionais e os pais de um dependente devem ir, a seu rumo, ao fundo do poço para salvar seu filho.
Desejar que o tempo resolva é descaso e talvez o tempo seja curto para a salvação.
Um grama de tóxico no organismo é morte certa das células nervosas.
Mesmo analisando os que usam esporadicamente as drogas e os toxicómanos, conhecendo a diferença de um e de outro, não podemos deixar de considerar os primeiros como prováveis toxicómanos.
A família deve viver alerta, pois seu filho pode estar sendo usuário do tóxico e nesse estágio é bom você lhe estender as mãos.
Se ele está em busca de algo forte, é porque a insegurança lhe banha a alma.
Como a Psicanálise é o estudo da alma, devemos analisá-la com cautela, procurando saber de onde a insegurança vem, pesquisar o consciente, o subconsciente e o inconsciente, penetrar no seu interior, sem violentar a alma.
Por isso, devemos tratar um toxicómano, ou simples usuário, com a ajuda da Psicanálise, sem improvisar ou fantasiar.
Seria bom se os psicólogos buscassem a vida do Espírito, conhecessem, através da Doutrina Espírita, as verdades espirituais, principalmente as vidas sucessivas, porque se submetermos à análise somente o hoje, não compreenderemos a variedade imensa dos actos humanos.
Ao pesquisar a vida presente do indivíduo, busquemos na vida pretérita alguma coisa que hoje o incomoda.
Quando analisamos um toxicómano, sentimos que à nossa frente se encontra alguém extremamente fraco.
O tóxico é o combustível para o neurótico assumir outra personalidade.
Muitas vezes a família deseja que o psicólogo opere milagres, mas não contribui para a cura do viciado.
Uma família sã é mais fácil de cooperar com o profissional, mas muitas vezes o psicólogo tem de curar antes a família para depois chegar ao indivíduo.
Muitos pais demoram a aceitar a dependência, o vício, e para salvar o filho iniciam com as agressões.
Em protesto, o filho agride e é cada vez mais agredido.
O certo é a família se auto analisar, buscar onde se encontra o erro e todos lutarem para saírem da UTI, porque não só o filho, mas a própria família também precisa de cuidados médicos.
Um psicólogo precisa investigar a alma, conhecer o espírito e descobri-lo.
Só assim encontrará no inconsciente as neuroses.
Não raro essas lembranças estão tão infectadas de ódio e vingança, que o profissional tem de dar ao indivíduo seguras orientações.
A família, quando se deparar com filhos problemáticos, deverá não só buscar apoio profissional, mas também se auto analisar, porque no mais das vezes o erro vem da educação do indivíduo.
O psicanalista tem de buscar a causa nas raízes profundas da alma.
Se um dependente de droga desejar agredir a sociedade, esta agressão não é gratuita.
Foi aberto tempo para perguntas.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122421
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Página 3 de 7 Anterior  1, 2, 3, 4, 5, 6, 7  Seguinte

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos