LUZ ESPÍRITA
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DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 29, 2020 7:40 pm

O corpo físico, para ter saúde, necessita estar equilibrado quanto ao número de eléctrons.
E comum a criança sofrer das amígdalas, ter gripes, resfriados, bronquites.
Os pais devem proteger os pés das crianças para evitar que toquem directamente no chão, porque quem anda em chão gelado possibilita ao corpo tomar-se deficiente de eléctrons, iniciando as doenças.
Nas crianças, principalmente, a temida dor de garganta pode ser evitada trazendo-as calçadas.
Hoje é comum a criança ficar descalça nos quartos acarpetados e depois colocar os pezinhos nas lajotas geladas.
O carpete faz aumentar o número de eléctrons e a lajota os toma deficientes.
Desse modo, o corpo físico sofre uma violência e as crianças adoecem.
Aí, são medicadas com antibióticos fortes, que podem estragar a saúde para o resto da vida.
Devemos alertar os pais para o perigo das doenças. '
—O certo seria adoptarmos a homeopatia? - indagou Karina.
—Mesmo a homeopatia não deve ser tomada sem critério.
Recordemos que o nosso corpo possui defesas e que a menor quantidade possível de medicamentos irá ajudá-lo.
Não é porque gostamos da homeopatia que vamos dela abusar.
SÓ devemos tomar remédio quando precisamos dele, sem exagerar.
Tudo em excesso é prejudicial.
Muitas mães fazem dos bebés campeões de robustez e está provado que reside na errada alimentação da criança e do jovem o adulto doente.
Encontramos os hipertensos nas classes média e rica, com maior acesso aos alimentos.
Portanto, o encarnado não deve sobrecarregar o corpo físico; quando não cuidamos dele, ele explode.
—Tudo na vida é disciplina, - falou Karina.
Para viver, para morrer e para nascer de novo.
—Sim, irmã, um barco sem leme é mais fácil naufragar.
O corpo humano é um relicário divino, uma roupa especial, que dá ao espírito condição de pagar suas dívidas pretéritas; destruir esse veículo que nos leva à salvação é ignorância, ou melhor, falta de conhecimentos evangélicos.
—Pensei que fôssemos socorrer só os toxicómanos, irmão, falei.
—Não, as equipes de salvação estão sendo chamadas todos os segundos, pois a legião das trevas fica atenta para esses tristes casos de suicídio.
Simeão pediu licença e foi dar assistência aos enfermeiros do pronto-socorro.
Ali ainda ficamos algumas horas.
Adentrei uma sala onde estava sendo exibida na tela uma aula sobre a natureza semi-material do períspirito, mostrando os elementos de sua constituição fluídica universal e do mundo onde o espírito está encarnado.
Fiquei junto a alguns companheiros, assistindo a um filme que era passado para alguns doentes.
Como não devemos perder tempo, aproveitei para aprender mais um pouco.
Nisso, ouvi meu nome.
O grupo me chamava.
Saí, devagar, mas louco para correr até eles, porém já era tempo de me educar.
Quando me juntei ao grupo, andava tão devagar que o Carlos perguntou-me:
—Frade, estás doente?
Sofres de reumatismo?
Olhei-o com "aquele" olhar de secar pimenteira.
—Engraçadinho!...
Estou-me auto educando.
Preciso deixar para trás a agitação.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 29, 2020 7:41 pm

Como disse Simeão: as pessoas agitadas também desequilibram seus corpos.
—Onde você ouviu isto?
—Simeão estava falando com os doentes e aproveitei a aula.
Falava do estresse e também da fadiga crónica, uma doença que afecta as pessoas de todas as idades.
Ela decorre de falhas no organismo, é a própria doença em si.
—É a doença do século? - Perguntou-me Carlos.
—O stress não precisa de remédios e a fadiga crónica é uma causa orgânica.
Essa doença é pouco conhecida no plano físico; ainda não chegaram a uma conclusão, sabem apenas que ela está relacionada com a redução de dopamina em algumas regiões do cérebro.
Mas para os médicos espirituais é uma doença criada pela mente humana.
Ela, a mente, para fugir de alguns fatos que não deseja aceitar, contraria tanto a personalidade que reduz o trabalho cerebral e este libera moléculas de dopamina, fazendo a movimentação da musculatura.
Logo após, a dopamina é metabolizada pelo organismo e este fato altera o metabolismo.
—Por que a pessoa sofre dessa doença?
—Não sabemos.
Ainda é matéria de pesquisa para os cientistas espirituais.
—Obrigado, doutor, - disse-me Carlos.
—Não há de quê, meu irmão.
Quando desejar saber algo mais sobre ciência médica, busque-me, estarei ao seu dispor.
Rimos muito e juntamo-nos aos outros para irmos prestar ajuda ao chamado.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 29, 2020 7:41 pm

Capítulo VI - CASA ESPÍRITA: OFICINA DE DEUS A CARIDADE COBRE A MULTIDÃO DE PECADOS
A conversa sobre a saúde continuou, porque o grupo mostrou-se interessado no assunto.
Samita interveio:
—Há dias, Sérgio, assisti a uma conferência feita por conhecido médico espírita que, preocupado com o bem-estar dos desencarnados, vive ao lado deles, orientando-os.
E, com grande conhecimento, falou sobre a fadiga crónica, o perigo dos doentes ficarem obesos ou serem levados a outras doenças por excesso de remédios.
—Samita, explique como é isso.
—A tirosina é uma proteína ingerida na alimentação; na célula nervosa ela é dragada pela enzima hidrólase e transforma-se em dopa — substância precursora da dopamina.
Para transmitir o impulso nervoso, a célula livra a dopamina para a célula vizinha; após a passagem do impulso, ela volta para a célula que a liberou ou permanece no meio exterior, onde é destruída.
Na fadiga crónica, a dopamina age desequilibradamente e o cérebro é que sofre as consequências; e o organismo não reage, mesmo que a pessoa fique em repouso total.
Os neuro-transmissores são substâncias liberadas e destruídas pelas células nervosas a todo instante, ao sabor das necessidades impostas pelo organismo.
No esforço físico, o cérebro libera moléculas de dopamina que, através das terminações nervosas, fazem a movimentação da musculatura.
Quando cessa, a metamina é metabolizada pelo organismo.
Nas pessoas atacadas pela fadiga, a dopamina age desequilibradamente.
O tratamento dessa doença requer muita paciência, é no cérebro da pessoa que se aloja o desequilíbrio.
—Quer dizer que ela não mata?
—Não. Só estamos tratando desse assunto porque essa doença leva as pessoas a ingerir medicamentos sem necessidade.
A fadiga faz com que busquem nas vitaminas a cura e, em vez de se curar, contraem outras doenças, doenças tais que levam ao suicídio inconsciente.
O bom seria se curássemos esta fadiga com um bom médico especialista, um estudioso.
—Mas muitos julgam que estão com estresse.
—Aí reside o perigo, mas acreditamos que logo mais esse mal estará sendo debelado.
—Samita, percebi que várias pessoas que se encontravam no pronto-socorro foram levadas ao desencarne por excesso de medicamentos.
—Sim, Luiz, hoje o homem está consumindo remédios em demasia, quando o seu próprio organismo possui reservas para lutar contra as pequenas doenças.
Carlos aproximou-se e me falou:
—Doutor, continuas a dar aula?
—Não, amigo, estou recebendo da minha querida Samita algumas considerações, só isso.
E sinto, porque o caro irmão chegou mais uma vez atrasado.
Sorrimos todos e Samita continuou:
—O querido médico que mencionei falou também que os espíritas estão desencarnando mal.
—E mesmo?
—Sim. Até os assíduos frequentadores de Centros espíritas vivem dando trabalho na espiritualidade. Isso apenas porque não assimilam os ensinos evangélicos.
Não adianta chegar à Doutrina, é preciso que ela penetre em nossos corações; ao conhecê-la, tudo devemos fazer para respeitá-la.
Muitos espíritas apenas frequentam o Centro, mas não fazem deste o seu lar, porque se o fizessem, nas suas casas não existiriam tantos doentes.
—Devemos, então, forçar nossa família a ser espírita?
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 29, 2020 7:41 pm

—Não. É preciso que nos tomemos uma carta viva da Doutrina de Jesus para que os familiares, mesmo não desejando lê-la, apreciem as regras doutrinárias dos nossos actos.
O mal de alguns espíritas é deixar que a família desrespeite a Doutrina.
Os filhos pedem aos pais espíritas que, por intermédio dos espíritos, passem no vestibular, arrumem empregos, comprem propriedades, e alguns pais levam os pedidos até o Centro.
Se os filhos são atendidos, estes nem se lembram de agradecer.
Isso só ocorre porque os pais julgam que com esses actos milagrosos os filhos aprendem a gostar da Doutrina dos Espíritos.
Não é assim, meus irmãos, é necessário que os pais façam seus filhos respeitarem o que eles, os pais, escolheram como sustentáculo de fé.
Se a família não desejar participar do culto cristão no lar, que eles o façam sozinhos, mas com dignidade e amor.
Não jogueis pérolas aos porcos — disse Jesus.
Portanto, se o espírita tentar falar dos espíritos, dos passes, do Evangelho, para quem não desejar ouvir, estará desrespeitando o Mestre e se sentirá infeliz.
Se a família já fez a escolha — são os bens materiais que ocupam as suas horas — o bom espírita não deve barrar seus passos, mas deixar que a vida mostre a verdade, se não for nesta encarnação, será na outra.
Todavia ser enganado pela família, ou ser o porta-voz dos espíritos e dos familiares, é situação constrangedora.
O verdadeiro espírita precisa respeitar para ser respeitado.
Não adianta desejar salvar a família se ela ainda é fraca na fé, no amor e na caridade.
Diante da dor, posicionar-se para encará-la de frente e não correr, tentando driblá-la.
E preciso enfrentá-la com a arma da fé, e a dor passará, como passa cada minuto da nossa vida.
O espírita que se julga isento da dor ainda não se conscientizou do valor da Doutrina que abraçou.
Aí está o perigo do fanatismo.
A Codificação é o alicerce de um espírita.
Sem estudo e prática, nós não desfrutaremos as belezas doutrinárias, repetindo o passado, quando visitávamos os templos apenas para cumprir tarefas religiosas, e não para nos tomarmos verdadeiros seguidores de Jesus.
É junto aos doentes que se encontra a sabatina da vida.
É ainda junto a eles que nos será cobrado o comportamento doutrinário.
Podemos não comer carne, mas respeitar aqueles que com ela se deliciam; não ingerir álcool, mas não nos tomarmos desagradáveis diante dos seus consumidores.
Podemos ser espíritas, sem medo do ridículo, contudo recordando sempre de Jesus, que conviveu com o pecado e jamais pecou.
Não queiramos converter uma família que não respeita a nossa crença, apenas porque estamos transmitindo mal aquilo que a Doutrina nos ensina.
Nada é mais desagradável do que alguém falando sem cessar de espíritos, de mediunidade, do que acontece em um Centro, para quem não deseja ouvir.
—Samita, então devemos deixar os caras se arrebentarem? - interrompeu Damian.
—Não, mas jamais se deve forçar alguém a frequentar a Casa que nós respeitamos ou devemos respeitar.
Muitas vezes os filhos, para conseguirem alguma coisa, seguem o pai ou a mãe espíritas e vão tomar passes ou assistir às palestras, o que deixa os pais contentes.
Entretanto o certo é mostrar aos filhos que a Casa espírita não é hotel de trânsito, mas o local que os pais frequentam para se tomarem dignos das promessas de Cristo; que eles não são portadores da perfeição, tão-somente por frequentarem uma Casa espírita; ali estão à procura do remédio que limpa o perispírito, porque só será feliz quem o possuir sem as deformações do remorso.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 29, 2020 7:41 pm

Quem vai a um Centro deve, ao escutar frases do tipo:
"mas você nem parece espírita...", responder:
"mas eu ainda não o sou, procuro, no estudo e na caridade, o caminho de Jesus.
Só quando me tomar um verdadeiro espírita é que não cometerei actos que firam alguém, como este que hoje está te incomodando".
Acreditamos nós que aqueles que ainda nos cobram um comportamento não o farão mais.
Muitas pessoas gostam dos espíritos, são assíduos nas câmaras de passes, ministram passes, dirigem grupos mediúnicos, mas ainda julgam os Centros espíritas tendas de milagres, motivo pelo qual são extremamente infelizes, porquanto não possuem a fé raciocinada.
Julgam que são dados ao espírita privilégios, apenas porque frequenta um Centro espírita.
Toma-se necessário que cada um se conscientize do seu mundo interior e tudo faça para servir a Deus e ao próximo, apresentando a Doutrina aos seus familiares através da transformação operada no seu espírito.
Fazendo com que a família respeite a sua crença e agindo de forma a não ser desagradável diante de seus familiares tão duros, lembrar-se de que amanhã será outro dia e de que Paulo de Tarso teve o seu dia de glória; ele, o orgulhoso doutor da lei, quando percebeu que o Sinédrio estava ficando por demais teórico, disse, não só para os ouvintes da época, mas para todos nós, em I Corintios, cap. XIII, VV. 1 a 9:
Eu posso falar a língua dos homens, e até a dos anjos, mas se não tiver caridade, será como o barulho do gongo ou o som do sino.
Posso ter o dom de anunciar mensagens inspiradoras, ter todo o conhecimento, entender todos os segredos, e ter toda a fé necessária para tirar todas as montanhas dos seus lugares; mas se não tiver caridade, eu nada serei.
Posso dar tudo que tenho, até o meu corpo para ser queimado, mas se eu não tiver caridade, isso não adianta nada.
A caridade é paciente e bondosa.
A caridade não é ciumenta, nem orgulhosa, nem vaidosa.
Não é grosseira, nem egoísta.
Não se irrita, nem fica magoada.
A caridade não se alegra com o mal dos outros, e sim com a verdade.
A caridade nunca desanima, mas suporta tudo com fé, esperança e paciência.
A caridade é eterna.
Há mensagens inspiradas mas duram pouco.
Existem dons de falar línguas estranhas, mas acabam logo.
Há ciência, mas terminará também.
Porque nossos dons de conhecimentos e nossas mensagens inspiradas existem somente em parte.
Estas palavras de Paulo deveriam ser afixadas nas paredes dos Centros espíritas.
Concebe-se que um não-espírita ignore os pobres, mas se um espírita desejar somente os fenómenos espirituais e distanciar-se dos trabalhos da caridade, será o mesmo que desconhecer Jesus, que nos apresentou a Caridade como o único caminho da salvação.
É mais cómodo não fazer caridade do que colocar os pés no caminho de Jesus.
Este caminho é dos desprendidos, dos humildes de coração, enfim, dos bons.
Se uma pessoa busca a Doutrina mas continua avara, intransigente, dura, orgulhosa, só acumulando bens temporais, vai dar trabalho, porque no dia do testemunho estará enleada nas teias do seu ego.
E então gritará:
"Senhor, eu fui bom, vivi para a minha família".
E Jesus vai responder:
"Não vi o irmão proteger a sua família, e sim seus domésticos".
E ainda o servidor infiel vai gritar: "Mas eu acreditei na Doutrina".
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Ago 30, 2020 7:49 pm

E Jesus vai responder:
"Só acreditou, mas não transformou a Doutrina em acção".
Quem não fizer caridade, não procurar respeitar os outros, amá-los, vai sentir o remorso como companhia.
Disse ainda Paulo, em I Coríntios, cap. XVI:
Estejam alertas e fiquem firmes na fé.
Sejam corajosos e fortes.
Façam todo trabalho com amor.
O tempo é chegado e aqueles que batem à porta do espiritismo estão convivendo com a mensagem viva de Jesus trazida pelos espíritos, não lhes sendo dado o direito de brincar.
Aquele que não desejar tornar-se um operário de Jesus sofrerá, e muito, pelas oportunidades perdidas.
Samita continuou:
—Foi perguntado ao médico se era certo dar aos pobres, quando muitas vezes eles nem desejam trabalhar e este respondeu que a Deus cabe o julgamento, ao homem a obrigação.
Se Ele teve o cuidado de trazer até os homens o exemplo em Jesus, como podemos questionar a caridade, quando Jesus, mesmo sem possuir um tostão, alimentou o povo na multiplicação dos pães?
No óbulo da viúva, o Mestre dá a cada ser a bela lição de que mesmo o mendigo tem algo a ofertar.
Ele nos conta a parábola do bom samaritano usando a figura de um sacerdote, em Lucas, cap. X.
Como é possível desaprovar a caridade quando a pobreza existe, porque nem todos têm capacidade para se tomarem ricos.
A desigualdade das riquezas não existe entre os homens por castigo divino, e, sim, por uma razão muito simples: por não serem igualmente inteligentes, activos e laboriosos para adquirir, nem sábios e previdentes para conservar.
Este trecho os espíritas encontram em O Evangelho Segundo o Espiritismo, não somos nós, os espíritos que hoje trabalhamos com os encarnados, que estamos falando.
Aquele que não aceitar ajudar o pobre, achando que ele é carente porque deseja, deve ler todo o Capítulo XVI:
Não se pode Servir a Deus e a Mamom.
Nesse mesmo capítulo, a revelação de Kardec regista várias parábolas, uma delas:
"Guardai-vos da avareza" (item 3).
Vamos recordar cada versículo dessa passagem, e isso é bom, pois vários espíritas talvez jamais a tenham lido:
Então, no meio da turba, um homem lhe disse:
Mestre, diz a meu irmão que divida comigo a herança que nos tocou.
—Jesus lhe disse:
Ó homem! quem me designou para vos julgar, ou para fazer as vossas partilhas?
—E acrescentou:
Tende o cuidado de preservar-vos da avareza, porquanto, seja qual for a abundância em que o homem se encontre, sua vida não depende dos bens que ele possua.
Disse-lhes a seguir esta parábola:
Havia um rico homem cujas terras tinham produzido extraordinariamente — e que se entrelinha a pensar consigo mesmo, assim:
Que hei de fazer, pois já não tenho lugar onde possa encerrar tudo o que vou colher?
—Aqui está, disse, o que farei:
Demolirei os meus celeiros e construirei outros maiores, onde porei toda a minha colheita e todos os meus bens.
—E direi a minha alma:
Minha alma, tens de reserva muitos bens para longos anos; repousa, come, bebe, regala-te.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Ago 30, 2020 7:49 pm

—Mas, Deus, ao mesmo tempo, disse ao homem:
Que insensato és!
Esta noite mesmo tomar-te-ão a alma; para que servirá o que acumulaste?
E o que acontece àquele que acumula tesouros para si próprio e que não é rico diante de Deus.
—Vejam, prosseguiu Samita, não são só os espíritos de hoje que pedem caridade para com os pobres, piedade para quem tem muito pouco.
Infeliz do homem que não acumula tesouros no coração.
Neste mesmo capítulo de O Evangelho Segundo o Espiritismo encontramos a parábola do mau rico (item 5).
Havia um homem rico, que vestia púrpura e Unho e se tratava magnificamente todos os dias.
—Havia também um pobre, chamado Lázaro, deitado à sua porta, todo coberto de úlceras, — que muito estimaria poder mitigar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico; mas ninguém lhas dava e os cães lhe vinham lamber as chagas.
— Ora, aconteceu que esse pobre homem morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão.
O rico também morreu e teve por sepulcro o inferno.
— Quando se achava nos tormentos, levantou os olhos e viu de longe Abraão e Lázaro em seu seio — e, exclamando, disse estas palavras:
Pai Abraão, tem piedade de mim e manda-me Lázaro, a fim de que molhe a ponta do dedo na água para me refrescar a língua, pois sofro horrível tormento nestas chamas.
Mas Abraão lhe respondeu:
Meu filho, lembra-te de que recebes te em vida teus bens e de que Lázaro só teve males; por isso, ele agora está na consolação e tu nos tormentos.
Ao demais, existe para sempre um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que queiram passar daqui para aí não o podem, como também ninguém pode passarão lugar onde está para aqui.
Disse o rico:
- Eu então te suplico, pai Abraão, que o mandes à casa de meu pai, — onde tenho cinco irmãos, a dar-lhes testemunho destas coisas, a fim de que não venham também eles para este lugar de tormento
.—Abraão lhe retrucou:
Eles têm Moisés e os profetas; que os escutem.
—Não, meu pai Abraão, - disse o rico: - se algum dos mortos for ter com eles, farão penitência.
—Respondeu-lhe Abraão:
Se eles não ouvem a Moisés, nem aos profetas, também não acreditarão, ainda mesmo que algum dos mortos ressuscite.
—Notem o desespero de um espírito que desrespeitou a caridade, continuou Samita.
Ele implora a Abraão para chegar até sua família e dizer-lhe que a caridade é o termómetro da alma, é a caridade que desveste o perispírito do espírito.
E ele diz:
"Eles têm Moisés e os profetas", e o rico pede para mandar um morto e ele diz:
"Se eles não ouvem a Moisés, nem aos profetas, também não acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite" (Lucas, Cap. XVI, VV. 19 a 31).
Vejam, quantos chamados! E Deus ouviu o rico e mandou os mortos se levantarem.
Todos os livros doutrinários nos falam da caridade.
Todos os espíritos, através de vários médiuns, também nos falam da caridade e ainda assim estão os espíritas indo para o mesmo local do mau rico, lutando para varrer as vibrações negativas dos seus espíritos, gritando por socorro para os pobres que eles ignoraram ou repudiaram.
Não é de hoje que Deus está dizendo que a caridade é que cobre a multidão de pecados.
Mas o homem acumula riquezas perecíveis no cofre da avareza, muito bem guardado com a chave da ganância.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Ago 30, 2020 7:49 pm

Despertem irmãos, para as verdades divinas e não acumulem indiferença ante os chamados.
Nas Casas espíritas há sempre máquinas à sua espera para a confecção de roupas destinadas a crianças carentes; existem as campanhas de visita aos lares pobres, onde o que lhes levamos é tão pouco, mas para o nosso espírito orgulhoso é uma chuva de perdão que necessitamos para nos tornarmos melhores.
Não é o farnel em si, é a consciência do homem para um problema social que, dia após dia, cresce em todo o mundo.
Nessas Casas deve existir também a terapia ocupacional para amenizar dores e fazer do coração sofredor uma luz de esperança em prol dos desvalidos.
Se cada irmão, ao frequentar uma Casa espírita, dali fizesse um anexo do seu lar, cumprindo com as suas obrigações doutrinárias e caridosas, o Centro não necessitaria pedir tanto aos que o visitam, mas nele construiriam uma oficina de Deus, com crianças, jovens e velhos trabalhando não só para o sustento do Centro, mas cada vez mais para a cura da alma, às vezes sofrida pela solidão e pelo abandono.
O homem ocupado não tem tempo de ser fardo pesado para outrem e quem trabalha para os pobres de Deus não brinca com algo tão divino:
uma Casa espírita.
Outras religiões se perderam por ficarem apegadas à letra.
A Doutrina vai triunfar, porque ela salva, ajuda e guia o homem até Deus.
Aquele que se fixar no egoísmo não poderá jamais se dizer seguidor de Jesus, que até hoje busca levar até os oprimidos e famintos não só a Sua palavra, mas o alimento do corpo, como Ele fez quando colocou os Seus pés neste Planeta de dor e desespero.
Como nos dizermos espíritas, se os bens temporais estão em primeiro lugar em nossas vidas?
Algo irá acontecer nesta época de transição e o que deixarmos guardado como néscios será furtado pela dor e pelo desencarne.
O que distribuirmos aos pobres será depositado no altar de Deus e de lá partirá em direcção aos nossos, quando estiverem precisando.
O que se dá ao próximo não se perde, o que se guarda por avareza o ladrão furtará de uma maneira ou de outra, e para nós bastam as lamentações.
—Você é que é feliz, Samita, por ter ouvido o querido amigo, o irmão dos pobres.
Que Deus o abençoe.
—Isso, Samita, é porque os espíritas estão ficando doentes e desencarnando mal.
Julgam que por conhecerem a Doutrina estão isentos da responsabilidade para com a sociedade.
—E Jesus disse "ai daquele que muito recebeu", completou a querida irmã.
Ninguém mais do que um espírita para levar "muitos açoites" por negligenciar as palavras de Jesus, quando Ele nos disse:
"Porque aquele servo que soube a vontade do seu Senhor, e não se apercebeu e não obrou conforme sua vontade, dar-se-lhe-ão muitos açoites" (Lucas, Cap. XII).
—É, Samita, acho que a Espiritualidade Maior está se cansando dos falsos profetas e está chegando a hora do testemunho.
Espero que as pessoas que lerem os meus livros não procurem encontrar o Luiz Sérgio, mas em cada parágrafo parem e meditem; é a espiritualidade que, preocupada com os encarnados, ensina o mapa do caminho.
Sem caridade somos robôs, sem coração, enganando a nós mesmos que não fazemos a caridade porque o pobre ajudado não vai aprender a trabalhar; julgando, já estamos errando.
Disse Jesus: Com a medida com que medirdes aos demais, vos medirão a vós, e ainda se vos acrescentará.
Porque ao que já tem dar-se-vos-á e ao que ainda não tem, ainda o que tem se lhe tirará (Marcos, cap. rV).
E isso, sinto até um arrepio de medo ao perceber, nos olhos daqueles que muito têm, a falta de caridade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Ago 30, 2020 7:49 pm

Espíritas, acordem para a caridade e façam da Casa espírita uma oficina de trabalho, onde o homem, mesmo encarnado, pode tomar-se um operário de Jesus — falei isso em cima de uma mesa.
Pensei que os outros iriam rir, mas todos abaixaram a cabeça.
Então Rayto completou com uma prece:
—Senhor, à medida que caminha a Humanidade sentimos que ela ainda desconhece as leis morais.
Tende piedade, Senhor, daqueles que Lhes são indiferentes; fazei, Senhor, que em cada coração germine esta semente que faz com que cada espírito encontre a felicidade em qualquer lugar onde esteja.
Senhor, tende piedade dos indiferentes, dos avaros, dos orgulhosos, dos egoístas, e fazei com que o argueiro desapareça dos seus olhos e que eles enxerguem, por pouco que seja, a luz do Vosso Evangelho, que nos ensina a amar a Deus e ao próximo como a nós mesmos.
Permiti Senhor, que o pobre seja a ponte que nos liga com o Alto, pois ele é o meio de provarmos a nossa fé.
Fazei, Senhor, que os homens encontrem a paz, a esperança e a caridade.
Fui descendo devagar, o assunto é sério demais e a Espiritualidade superior preocupada se encontra com as atitudes de muitos que se dizem cristãos. Saímos, eu e Samita, abraçados.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Ago 30, 2020 7:50 pm

Capítulo VII - A EQUIPA TREVOSA EM ACÇÃO
Assim, a gente trabalha e aprende. Ainda me olhei e meus olhos brilharam de alegria por constatar que o meu verdadeiro corpo a máquina não conseguiu destruir1.
Bendito seja Deus, que oferece ao espírito várias roupas, roupas estas que se vão desgastando com o tempo mas, graças à Sua sabedoria, a chama permanece acesa por longos e longos anos até a eternidade.
Ninguém destrói o espírito, porque só Deus conhece a composição desta chama de luz.
Ele, Ser perfeito, não mata, nem destrói.
Abri o Evangelho de bolso em Lucas, cap. XXIII,VV 26-29 :
Então levaram Jesus.
No caminho, encontraram um homem:
Simão, da cidade de drene, que vinha do campo.
Agarraram Simão, puseram a cruz em cima dele, e o obrigaram a carregá-la, após Jesus.
Grande multidão o seguia.
Nela havia muitas mulheres que choravam e lamentavam por causa dele.
Jesus virou-se para elas e disse:
Mulheres de Jerusalém!
Não chorem por mim mas por vocês e pelos seus filhos!
Porque chegarão os dias quando todos vão dizer:
"Felizes as mulheres que nunca tiveram filhos, que nunca deram à luz, e que nunca ornamentaram crianças! "
Parei, pensativo.
Que profecia!
Hoje, ninguém sofre mais do que os pais, porquanto as crianças vivem perigosamente.
—Luiz Sérgio, lendo o orvalho do amor?
Inquiriu-me Sara, aproximando-se.
—Sim, sem ele sou como uma tarde sem brisa, um namoro sem amor, os olhos sem luz.
—Bravo! Que belos os seus pensamentos!
Tem andado com Ocaj?
—Não só andado, como obtido maravilhosas elucidações sobre a paz.
—Quem nasceu para receber nunca vai morrer de fome, disse Damian.
—E isso, irmão, faz quem pode e não quem fica com olhos grandes no progresso do próximo.
—Eu, hein?
—Brincadeira. Você é grande amigo e gosto muito de você.
Podem reclamar das nossas brincadeiras, mas nós precisamos delas, principalmente quando algo muito duro nos espera. Rayto se aproximou:
—Estão preparados?
—Sim, responderam todos.
E ganhamos estrada.
Ao nos aproximarmos de uma casa, ouvimos terrível barulho, as luzes acendiam e apagavam, parecia o primeiro umbral.
Na porta, uma guarda de espíritos mal encarados.
Os Lanceiros se acercaram deles para que nós entrássemos.
Jovens, de boas famílias, eram os frequentadores daquele local.
Deitados no chão, muitos deles usavam o corpo das garotas para aspirar o pó, uma verdadeira orgia.
Todos nós prestávamos auxílio, dispersando os fluidos pesados daquele grupo, quando percebemos uma garota de seus dezoito anos debatendo-se em convulsões; os médicos dela se acercaram mas, ao tentarem socorrê-la, ela foi presa pela organização das trevas que, como loucos, se apossaram do corpo da jovem.
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DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 2 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Ago 30, 2020 7:50 pm

Se no Lírios Colhidos presenciávamos a equipe do desencarne, quando técnicos desencarnados desligavam os fios magnéticos, hoje testemunhávamos a violação dos corpos.
Na nossa frente, espíritos trevosos apossavam-se dos fluidos vitais de uma jovem e arrebentavam as ligações dos seus corpos.
Seu espírito, dementado, jogava pra lá e para cá o corpo que se debatia entre a vida e a morte.
Quis correr para junto de Suzane, mas fui contido por Rayto, que alertou:
—Lembre-se de que estamos aqui para ver como ocorrem os desencarnes forçados.
Já estivemos no vale, onde uma organização vive como se encarnada fosse.
—Mas vamos deixar esta menina ser vampirizada?
—Sim, respondeu-me.
—Não compreendo...
—Compreende sim, estamos aqui estudando um meio de destruir esta organização.
Calei-me, apavorado.
Ninguém pode imaginar o que seja um desencarne por overdose.
A língua estava para fora e daquela boca adolescente vários vampiros se aproveitavam das emanações do tóxico.
A agonia da jovem durou cerca de quatro horas.
Alguns espíritos trevosos que não aspiravam o corpo faziam o serviço do desencarne de maneira bastante precária.
Rayto, como se desejando justificar a nossa impassividade, falou:
—Ainda que pudéssemos socorrer Suzane, ela nos expulsaria, pois é menina vazia de sentimentos.
Observei sua roupa: etiqueta famosa.
Uma bela menina.
O rosto todo arranhado, no corpo manchas roxas.
Durante essa agonia, nenhum amigo se aproximou.
O que estava mais perto apenas a olhou meio assustado — o cérebro não desejava compreender o perigo.
Esse logo caiu, bem encolhidinho.
—Vamos assistir de camarote tanto assassinato?
—Não, Luiz, só a garota vai desencarnar, os outros ainda têm algum tempo de vida.
—Meu Deus, até quando isso vai acontecer?
E o que faz a sociedade?
Será que ela desconhece tão tristes factos?
Quando Suzane já agonizava, uma outra garota começou a correr para junto dela.
Marcelo falou:
—Vamos levá-la para um hospital.
—Está maluco?
—Então, que faremos?
—Vamos jogá-la na rua.
—Isso é assassinato!...
—Não, ela já está morta.
Examinaram-lhe o rosto:
olhos vidrados, expressão de terror.
Enquanto os encarnados lentamente tentavam tirá-la dali, a equipe trevosa apoderou-se dos corpos físico, duplo e perispiritual.
E a jovem, que deixara de viver na matéria, encontrava-se em estado desesperador na espiritualidade, porque, mesmo "bodada", tinha relances da realidade que estava vivendo.
Aquela equipe tentava usar as energias dos chacras; o primeiro a ser visitados pelas mãos ávidas dos trevosos foi o coronário.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Ago 30, 2020 7:50 pm

No cérebro, eles buscaram a substância cinzenta e ali encontraram grandes concentrações de corpos, os neurónios.
Notamos que eles usaram a substância branca, esta eles separaram.
Na cinzenta está a sede das actividades intelectuais e sensoriais da pessoa.
Utilizando-se de aparelhos, eles trabalhavam nos corpos da menina.
Nós apenas observávamos.
Confesso que já me encontrava nervoso.
Enquanto isso, o corpo físico da garota esperava que seus colegas lhe dessem um fim.
Na parte espiritual, uma equipe trevosa lhe sugava as energias chegando até a medula espinhal.
Vimos a sede dos reflexos mais simples e órgão de passagem das impressões que estão indo da periferia aos centros nervosos e das ordens motoras que partem dos centros cerebrais e que estão indo aos músculos.
E ali, na primeira e na segunda vértebras lombares, eles buscaram um líquido que guardaram com cuidado.
Os corpos da jovem eram analisados pela equipe trevosa e a garota, em pânico, gritava muito.
Quando percebemos, eles já estavam trabalhando no chacra básico.
Esse chacra apresentava a cor rosa alaranjada e ali eles buscaram algo, que não encontraram, isso se denotava por suas fisionomias fechadas.
Quando iam buscar outras energias, Sara, com o seu aparelho, interferiu no deles, o que fez com que desconfiassem.
Olharam ao redor, mas mesmo assim levaram o espírito de Suzane, enquanto os jovens se livraram do corpo físico, jogando-o num lugar sombrio.
Nós seguimos a equipe protegidos pela Espiritualidade superior, que nos tomou invisíveis aos olhos deles.
E assim voltamos ao vale, onde testemunhamos o que espera um viciado em tóxicos.
Entramos, não pelo portão principal, mas sim por outro local somente do conhecimento da equipe da Espiritualidade superior.
Estávamos agora em um quarto, que mais parecia uma sala cirúrgica, com vários aparelhos; a garota foi colocada na mesa.
Na hora em que isto ocorreu, buscamos o corpo físico e este estava sendo devorado por outros espíritos, que nele bebiam o tóxico, o coquetel de drogas.
Mesmo no vale, ela sentia a profanação do seu corpo e gritava desesperadamente.
De repente, vimos entrar o chefe; devia ser um técnico, pois era conhecedor do assunto.
Foi directo na corrente sanguínea e retirou tudo o que desejava.
—O que faremos com ela? - Perguntaram.
—Deixe-a ai, talvez eu precise dela.
Risadas soaram.
Só o nosso grupo desejava chorar.
Não é fácil presenciar o que presenciamos.
—Como é possível isto acontecer, Enoque?
Por que não fazemos alguma coisa?
—Simplesmente porque, para salvar muitos, temos de conhecer melhor este lugar.
—Mas, coitada, na mão destes loucos ela vai sofrer demais.
Nada podemos fazer, então?
—Nada, por agora.
Olhe a ficha dessa garota:
Suzane aos doze anos:
primeira experiência sexual; aos quatorze anos:
o primeiro aborto; aos quinze anos:
o segundo aborto; conhecedora de maconha desde os dez anos, consumidora de coca, pico e comprimidos desde os treze anos. Iniciadora de vários colegas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Ago 30, 2020 7:50 pm

Agrediu a mãe com dezassete anos, quebrando-lhe o braço.
O pai sofreu enfarte, porque Suzane foi presa por furto.
Tentou viciar o irmão de nove anos.
Tentou estrangular a avó, porque não lhe deu dinheiro...
—Chega! falei. Mas mesmo assim gostaria de ajudá-la.
—Vamos sim, Sérgio, mas não agora.
—O que quis dizer o chefe, que pode precisar da menina?
—Para satisfazer os seus instintos sexuais.
—O quê? Isso não, então não podemos deixá-la aqui!
—Sossegue. Por enquanto estamos só acompanhando o caso, logo estaremos prestando ajuda.
Saímos, de volta ao local onde o corpo físico fora jogado e, antes que o grupo fizesse alguma coisa, caí em cima dos vampiros, querendo assustá-los.
Mas eles me disseram:
—Calma, doidão, aqui tem tóxico para muita gente.
A garota era um aspirador de pó da melhor marca possível.
Fiquei envergonhado, poi s tinha dado mancada e agora estava visível aos olhos do grupo.
Olhei a gengiva de Suzane: encontrava-se toda ferida e os trevosos usavam e abusavam daquele corpo, saboreando até os fluidos do duplo.
Suzane iria viver até os oitenta e quatro anos, e ali jazia com apenas dezoito.
Enquanto os vampiros serviam-se da vestimenta física de Suzane, o corpo perispiritual, sede do espírito, sentia tudo o que estava ocorrendo com o físico.
Ela sofria horrores e os gritos eram terríveis.
Pensei: "até quando os Miosótis serão esquecidos?
Pais, salvem seus filhos!"
Desejei sair dali e gritar para uma sociedade egoísta que só se preocupa com si mesma.
O corpo era o alimento daqueles "urubus".
Ela sentia possuir vários corpos, porque os três eram desrespeitados por mentes doentes.
Um dos trevosos buscou o chacra básico; ele me pareceu uma hélice de quatro pás, localizado entre o ânus e os órgãos sexuais, no fim da coluna.
Ali eles se ligavam de tal forma que um puxava o outro para ter sua vez.
Notamos, entretanto, que esse chacra ganhara dono, pois já se encontravam presentes outros espíritos, talvez desde que a garota iniciara suas actividades sexuais.
A menina levara vida desregrada e os espíritos eram insaciáveis.
Afastei-me devagar, mas logo retomei, ao ver um dos Lanceiros espantar os vampiros com seu chicote de amor.
Era luz que os cegava, forçando-os a correr, amedrontados.
Nesse momento chegaram Karina, Damian e Sara, trazendo uma viatura policial para encontrar o corpo.
Disse, aliviado:
—Puxa, gente, que demora de socorro.
Pensei que jamais fossem chegar.
Enoque acercou-se de Sadu e perguntou:
—O que achas, temos condição de trabalhar?
—O nosso grupo está pequeno, temos de pedir reforço.
No vale quase nada podemos fazer, precisamos trabalhar com médicos conhecedores das energias espirituais e electrostática, de equipa que conheça a electricidade existente principalmente na atmosfera dos corpos.
Um estudioso dos eléctrons.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Ago 30, 2020 7:51 pm

—Sadu, só assim vamos conhecer a causa que leva essas organizações a se apoderarem dos corpos recém-desencarnados para suas necessidades vampirescas? - perguntei.
—É isso, amigo, falaremos com o departamento.
Até lá, vamos estudar cada caso.
Olhei o jovem-velho e senti por ele imenso amor.
Como Enoque sofre ao ver tantas crianças morrendo!
E que as ama por demais.
—Eu amo você, cara, sabia? - disse, acercando-me dele.
—Sim, Sérgio, porque sei que és meu amigo, um grande e querido amigo.
—Está triste, Rayto?
—Não é tristeza, apenas não sei como fazer para chamar à nossa equipe de socorro um cientista conhecedor da electricidade dos corpos.
—Se ele for sábio, aceitará o convite!
Agora, se for orgulhoso, vai aprender no umbral.
—Ora, Sérgio, o Rayto não vai convidar um espírito do umbral, e sim do nosso departamento científico.
—E quem vai deixar o paraíso para vir para o inferno?
Retruquei, de imediato:
—Um grande homem, um grande espírito, tenho fé!
—Nós também, concordaram todos.
Abri meu Livro e caiu: I Timóteo, cap. VI,VV. 11-12:
Tu, porém, homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão.
Combate o bom combate da fé.
Toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, e de que fizeste a boa confissão, perante muitas testemunhas.
Eu te amo, livro amigo!
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Ago 30, 2020 7:51 pm

Capítulo VIII - A PROCURA INCESSANTE DO FLUIDO VITAL
Retomamos ao pronto-socorro, que ora nos servia de lar.
Foi lá que constatamos o que vinha ocorrendo, como os homens estão desencarnando mal, principalmente os jovens, levados pelo mal do século — o tóxico.
—As autoridades de um país deveriam tudo fazer para extirpar a droga do seu território.
No Brasil, ela cresce assustadoramente, falou-me Sara.
—E verdade, já temos os nossos núcleos de narcotráfico, nada a dever aos grandes cartéis internacionais.
Dirigimo-nos ao auditório para fazermos a análise dos fatos do dia e o doutor Luciano, médico daquele local, iniciou a exposição dos últimos acontecimentos, registados através do vídeo: noite escura; um veículo com policiais tenta desbaratar um reduto de traficantes e prender alguns "aviõezinhos".
Vimos a correria das pessoas envolvidas, tentando esconder a refinaria.
Os policiais, ao deixarem o prédio, foram surpreendidos pela explosão da viatura.
Assistimos às equipes socorristas prestarem ajuda, enquanto os agentes das trevas tentavam apossar-se, sem sucesso, dos corpos dos policiais.
No vídeo, o armazenamento de drogas, a potência da refinaria.
Enfim, foi-nos mostrado que dinheiro atrai dinheiro e o comércio dos tóxicos é dos mais rentáveis, por isso contam com frotas de aviões e os mais modernos equipamentos para o preparo da coca.
—Isso não vai acabar mais? - Indagou Sara.
—Deus é tão sábio, explicou o doutor Luciano, que, ao criar o espírito, ofertou-lhe uma veste para a sua evolução e, revestidos dela, erramos ou acertamos.
Mas um dia teremos de nos conscientizar de que o ser foi criado para ser feliz e que não existe felicidade calcada na lágrima, no desespero e na queda do próximo.
Fatalmente, os chefões do tóxico terão de deixar o corpo físico e ai das suas consciências.
—Esses seres devem, ao desencarnar, apresentar uma deformação terrível, não é mesmo?
—Mais do que isso, Sérgio.
Essas criaturas ficam mortas de remorsos e dor.
Quem desconhece a dor do tóxico está longe de saber o que vem ocorrendo no Planeta.
O tráfico de drogas cresce a cada instante e os dependentes ficam cada vez mais prisioneiros da dor.
Só quem conhece alguém vivendo este problema pode imaginar o porquê da espiritualidade estar lutando tanto junto ao homem para o extermínio do tóxico.
—Não sei, amigos, mas se o nosso País não entrar imediatamente numa campanha de alerta, Ismael terá de levar a bandeira do Evangelho para outra nação.
Na nossa, a fumaça do vício aumenta a cada instante e a sociedade enferma, que caminha sem olhar para os lados, para trás ou para a frente, será tomada de surpresa.
—Tens razão, Sérgio.
A extensão geográfica do Brasil coopera para a criação de possantes refinarias, que se alojam no território brasileiro sob a forma de belas fazendas.
O pior, meus amigos, é que o viciado sofre na matéria e também quando desencarna, nas mãos de mentes dementadas ligadas aos núcleos da droga.
—Notei a voracidade da equipe que se acerca de um suicida do tóxico; eles têm imensa sede de fluidos.
Observei, também, que buscam avidamente a secreção da mente.
Esse fluido parece ser de grande valia para suas equipes.
—E isso, amigos, precisamos conhecer o valor do átomo, a sua força.
Somente então saberemos por que o corpo e o espírito de um recém-desencarnado são de tal importância para uma organização das trevas, falou Sadu.
Ficamos mais alguns minutos por ali, até que Simeão nos convidou para irmos até a sala dezasseis, onde teríamos mais algumas elucidações.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Ago 31, 2020 8:00 pm

Admirei-me do recinto:
um único e amplo palco, de onde partiam projecções de luzes sobre nós, que chegáramos.
Comentou Simeão com Sadu:
—Sentimos muito não poder colocar mais alguém junto a vocês, mas espero que o irmão que aqui virá seja útil para os esclarecimentos necessários.
Samita fitou-me com amor e eu pensei: "quem será?
Até estou imaginando quem seja".
Nisso, levantamo-nos, pois se fez presente o irmão.
Sua leveza nos dava, espíritos ainda imperfeitos, uma vontade imensa de nos tomarmos melhores.
—Boa noite, irmãos.
Que a paz irradie a sua tranquilidade em nossas consciências, para jamais irmos contra as leis do Pai, falou.
Eu não desgrudava os olhos do nosso irmão, e ele iniciou:
—Deus, Criador incriado, uno e indivisível, Pai de todo o Universo, Se propôs a preencher os vazios dos mundos.
Buscou na quinta-essência a vida do espírito e, assim, fomos um dia criados simples e inocentes.
Na criação, um ponto em comum vale para todos os homens: o amor.
A quinta-essência é o amor divino, que cresce à medida que o ser o distribui.
Ninguém conhece este segredo do Pai:
como conseguiu Ele criar um espírito; por mais que alguns tentem matar o ideal, a inteligência de um homem, enfim, o espírito, não conseguem.
E isso leva muitos ao desespero.
Deus, Pai, não destrói, só cria incessantemente.
Daí a razão do aumento da Humanidade.
Contudo, por maior que seja a inteligência do homem, ela nada é perante Deus.
As mais poderosas criaturas ficam extasiadas diante do poder divino, mesmo às vezes dizendo-se materialistas.
Ninguém consegue iludir a morte, todos a temem ou já a temeram.
Mas esse deixar para trás o corpo leva o homem orgulhoso a blasfemar contra Deus e irritar-se por Ele não dar a fórmula da vida do espírito.
Buscam entender essa energia, mas em presença dela esmorecem; mesmo assim, organizam-se na vã tentativa de igualarem-se a Deus.
Ao perceberem que já não possuem força sobre o corpo físico, muitos desses irmãos procuram um meio de, mesmo desvestidos do corpo material, poder viver como um encarnado.
Organizam-se para extrair de inertes corpos físicos, na hora da morte, os fluidos da vida.
Por isso eles vampirizam os encarnados, convivendo com eles; participam das suas vidas, hospedando-se nas suas casas mentais ou se alojando em alguns centros de força do perispírito ou nos chacras do duplo.
Nutrem-se por osmose, utilizando o que lhes oferece o corpo físico.
Eles descobrem os fluidos vitais de um corpo físico e de meu corpo perispiritual recém libertos um do outro.
Sabemos que o desligamento demanda um certo tempo, por ocasião do desencarne.
Junções fluídicas ainda permanecem activas entre as células físicas e espirituais.
Mesmo o corpo físico sendo tido como morto, nele se mantém a energia por algumas horas, energia essa buscada pelos vampiros.
A mente de um suicida, mesmo inconsciente, fixa-se em certas partes do corpo espiritual e ele julga que ainda possui o físico; passa a viver como se ainda encarnado fosse.
E as equipes das trevas estão buscando justamente os suicidas inconscientes para estudarem o espírito.
Eles têm a pretensão de criar espíritos e muitos cientistas mandam essas equipes à terra para buscar os fluidos dos corpos recém-desencarnados.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Ago 31, 2020 8:01 pm

Calou-se, para em seguida projectar um filme sobre um garoto desencarnado por overdose e vimos a equipe colectando os fluidos do chacra esplénico, sugando-lhe o baço.
Nesse trabalho, observamos que tais equipes possuem boa rectaguarda, pois agem com muita tranquilidade.
Presenciamos também o socorro:
logo que o jovem foi deixado pela equipe das trevas, a do Cordeiro levou-o até um grupo com Jesus e ele recebeu as energias para o seu reequilíbrio.
Vou reiterar o que sempre escrevo sobre médiuns, que o Centro espírita não respeita o doador.
Precisam ser criados grupos com médiuns que não incorporam — e que muitas vezes largam o espiritismo por julgar que nada fazem — para prestar socorro a desencarnados.
Nesses grupos não é preciso incorporar, bastando a doação de eléctrons dos médiuns para esses espíritos se reequilibrarem.
Quantas vezes, ao desencarnarem, já sofrem também com o vampirismo!
Necessitam de algo que lhes devolva o equilíbrio e nada melhor — repito — do que um bom grupo para ajudá-los.
Foi aberto um tempo para perguntas e eu aproveitei:
—Irmão, não há um meio de impedir essas organizações de actuarem?
—Já estamos trabalhando para eliminá-las, todavia o encarnado é o marceneiro da sua própria cruz.
No desencarne programado tudo é diferente.
Os desencarnes inconscientes é que são hoje objecto da nossa preocupação; estamos tentando prestar auxílio a esses casos.
Essas organizações possuem os nomes das pessoas que no momento estão propensas ao suicídio.
A qualquer alerta, lá estão eles.
Logo estudaremos melhor o porquê desses irmãos estarem em busca dos elementos que compõem os corpos físico e espiritual.
—Sabemos que o corpo físico é formado por átomos agrupados em moléculas.
Por que esses irmãos desejam tanto o que nele está contido? - indagou Damian.
—Para aprontarem no mundo espiritual. - respondi.
Foi um silêncio total.
Eu me encolhi na cadeira, mas alguém segurou minha mão:
era Lílian, a nova amiga da turma. Sorri.
—É isso, menina.
É perguntando que vou compondo os livros.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Ago 31, 2020 8:01 pm

Capítulo IX - NA CIDADE DA DOR
Eu e Lílian caminhamos até o pequeno jardim.
—Gosta de escrever, não Luiz?
—Gostar não é a palavra, o que gosto mesmo é de passar adiante o que aprendo nas aulas espirituais.
—E mesmo?
As vezes sinto uma vontade imensa de me aproximar das pessoas e lhes pedir que deixem para trás a indiferença, que façam a caridade, porque só ela nos salva; que na terra o homem está de passagem, ou melhor, nela está para aprender a se respeitar e a amar o seu próximo; que se conhece o bom por sua vida de renúncia.
—Não se preocupe, até hoje tento transmitir a todos os amigos, conhecidos e familiares tantas coisas, e poucos são os que me ouvem.
Gostam de mim e dos meus livros, mas quanto à caridade para com o pobre, é algo sobre o qual eles têm opinião formada sob a capa do egoísmo.
Ficamos mais alguns minutos trocando ideias, quando fomos chamados pela Sara.
Era outro embalo que não teria um final feliz.
Juntamo-nos ao grupo, notando que havia nele uma cara nova:
um senhor de seus cinquenta anos, muito simpático.
Foi logo se apresentando:
—Muito prazer, amigos.
Chamo-me Procópio.
Deus permita que nos tomemos irmãos.
Saímos em silêncio, era mais uma tarefa dolorosa.
Chegando ao apartamento, se assim podemos chamá-lo, tão pequeno era, deparamo-nos com muita sujeira, garrafas e mais garrafas de bebida espalhadas por vários lugares.
Os moradores não possuíam preferência, havia de tudo, todas as marcas de bebida.
Olhamos as fisionomias dos jovens: pareciam loucos.
Duas moças se drogavam sem parar.
O mais velho deles, uns trinta e cinco anos, Joca, aspirava coca e tomava aguardente e uísque.
De um instante para outro Joca começou a quebrar garrafas e a rir sem parar.
Carlos acercou-se dele e lhe aplicou um medicamento, o que fez com que caísse em sono profundo.
A moça, chamada Jandira, tentava picar-se, mas sem conseguir pegar as veias.
Estas, já necrosadas, rejeitavam a droga.
Ela urrava, à semelhança de um animal feroz.
Lílian encolheu-se, apavorada.
Olhei-a duro e ela cerrou os olhos em prece.
Ali era o inferno da droga.
Joselito, um dos viciados, urinava sobre o grupo, dando gostosas gargalhadas.
Nisso, Marquinho caiu em convulsão.
Joca acordou e tentou prestar-lhe socorro, mas a sonolência era tanta que ele cuidou de voltar a dormir.
Joselito respirava mal, debatendo-se.
Sadu e Samita examinavam as drogas ingeridas e nem podiam imaginar a mistura:
um coquetel de venenos.
E foi nesse momento que entrou a equipe trevosa.
Ouvi um deles dizer:
—Esténio, o cara está mais que doidão, está completamente louco!
O chefe daquele grupo colocou a s mão s sobre a fronte do moribundo, revigorando os lobos frontais e acelerando o chacra coronário, buscando o comando das forças do duplo etérico, que interliga o perispírito com o corpo físico.
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Em seguida, regulou cada centro de força e chacra.
Eu me desesperei, porque o nosso grupo não entrava em acção.
Notei que Sara filmava a cena e tentei concentrar-me para melhor compreender aquela situação.
A operação foi feita no perispírito, mas mesmo assim os chacras do duplo e do físico também foram tocados pelos irmãos da equipe trevosa.
Em desencarnes normais, é nesse instante que o espírito se eleva até a massa fluídica e é desprendido da matéria.
Com esse irmão o fato se deu ao contrário:
presenciamos uma nuvem escura e lodosa envolver o espírito, que desencarnava completamente atordoado.
Notamos que a equipe não lhe dava passes, talvez por não conhecer profundamente a acção magnética.
Esse grupo me pareceu desejar activar o sistema nervoso, enquanto uma equipe socorrista do Departamento do Desencarne normalmente isola todo o sistema nervoso, oferecendo magnetismo espiritual, que dispersa o magnetismo dos centros de força e dos chacras, separando as partes eléctricas.
Nesse caso, deu-se o inverso: os trevosos activaram os chacras e actuaram à altura de cada um deles, como se desejando reviver os movimentos físicos por parte do moribundo, ansiosos por tê-lo desperto.
—Carlos, esclareça-me uma coisa: sabemos que nas mortes violentas e nos suicídios os técnicos da espiritualidade socorrem depois da morte física, e aqui o físico ainda vive, mas essa equipe já está desligando os centros de força.
Por quê?
—Preste bastante atenção, Sérgio, e saberá por que eles procuram esses corpos.
Vi, então, os espíritos trevosos buscarem no abdómen um líquido leitoso que saía do umbigo do corpo físico e corria para o perispírito, mas ao invés do perispírito, companheiro do físico desencarnado, um dos espíritos da equipe se colava na frente e era ele quem absorvia a substância.
O perispírito do moribundo juntou-se ao físico em vez de deixá-lo.
Sentimos que aquele jovem iria presenciar até mesmo a decomposição do seu corpo físico.
Enquanto isso, os trevosos tiravam todas as energias dos corpos e o jovem gritava, asfixiado.
Nós apenas presenciávamos a cena, imóveis.
Eram as trevas em acção.
—Vamos ou não socorrer o garoto? - Perguntei ao Sadu.
Ele nada falou.
Foi-se aproximando e aplicando passes no espírito, o que fez com que ele adormecesse e, assim, adormecido, foi levado pelos trevosos.
—Vamos embora, nada mais a fazer, disseram.
Agora reparávamos o corpo físico todo machucado pela convulsão, no chão, e a turma, toda ela, completamente louca.
Meu Deus, ninguém pode imaginar o que é a droga no organismo.
Um drogado lembra um animal enfurecido, sem raciocínio; é um ser sem Deus.
—Não podemos socorrê-lo? - perguntou Sara.
—Não, eleja foi levado para o vale.
—E a gente vai ficando por aqui, só assistindo a esses malucos aprontarem das suas?
Indaguei, perplexo.
Ninguém me respondeu.
Ali, estendido, o corpo físico era presa de um enxame de espíritos aspirando o tóxico.
Aí compreendi por que nós, os Raiozinhos de Sol, nada podíamos fazer.
Estávamos em estudo e eu não compreendia.
Não sabia quando iríamos dar início ao socorro, mas por enquanto o tibetano e Samita observavam e observavam.
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DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 2 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Ago 31, 2020 8:01 pm

—Querido, não fiques triste, logo ele estará salvo.
Os Lanceiros já estão providenciando a busca de Joselito.
—Eu sabia, não é justo.
Esses caras nem imaginam o que seja o mundo inferior, por isso não buscam Deus.
Se as famílias apresentassem Cristo aos filhos, as dores no mundo seriam menores.
Retiramo-nos daquele local.
Depois dizem que não existe inferno, aquilo era pior que o inferno.
Aqueles viciados babavam e gemiam, numa viagem sem volta.
O barulho da dor era terrível.
Voltamos à nossa sede, onde os amigos nos prepararam "aquele" caldo, feito com os fluidos magnéticos da natureza.
Senti vontade de me deitar e cobrir a cabeça, fugir, nem que fosse por segundos, de todas aquelas cenas terríveis que assistíramos.
Contudo, não havia tempo para lamentações.
—Luiz, - falou Enoque, - recebemos aviso de que precisamos ir até o plano inferior para uma melhor compreensão dos factos que presenciamos.
—Iremos de novo ao vale?
—Isso é o que vamos ver.
—Quando partimos?
—Amanhã.
Hoje precisamos descansar.
Aproveitei para dar os meus passeios.
Fui a um centro amigo conversar com alguns irmãos e andar pela cidade.
Quando voltei, senti que precisava "apagar", algo muito sério precisava ser narrado e, graças ao Senhor, eu fui escolhido.
A noite no plano físico foi tranquila.
Mirando as estrelas, cantei, louvando a natureza, e agradeci a Deus ter sido um dia criado por Ele.
Na manhã do dia seguinte, nove de junho de 1989, encontrei-me num Departamento da Espiritualidade superior, recebendo um banho magnético, necessário para o fortalecimento do perispírito.
Quando saí da sala, me sentia tão pesado, que mal andava.
Olhei os outros e dei um sorriso.
—É isso, amigos, estamos agora aptos a ir à Lua.
—Antes fosse, agora vamos é varrer o plano inferior.
Sai correndo, sem leveza, imitando um avião.
—E comigo mesmo!
Todos riram, era o riso nervoso diante da grande responsabilidade do chamado divino.
Assim, fomos varando as zonas de fluidos deletérios, bastante densos.
Parecia que ali era um depósito do lixo humano; todo pensamento mau e toda atitude animalesca formavam aquele plano.
O lugar era sombrio e as árvores deformadas.
A cada passo, os redemoinhos dificultavam o nosso caminhar, onde os abismos eram constantes.
As águas escuras dos rios, de forte odor, emitiam vapores sulfurosos.
Defrontamo-nos com vários comboios, que passavam sem perceber nossa presença.
Os ocupantes desses comboios apresentavam os perispíritos revestidos de fluidos densos.
Estávamos silenciosos, mas ao nosso redor o horror dominava.
Era terrível a vibração do lugar: a vegetação feia, ausência de flores, as árvores com seus galhos e folhas deformados; os galhos de algumas assemelhavam-se a garras, que pareciam aprisionar fisionomias humanas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Ago 31, 2020 8:02 pm

Mesmo assim, notava-se que também a vegetação parecia amedrontada; era ameaçador e sinistro o vento.
Tínhamos a impressão de que algo iria acontecer e de que cairíamos em algum despenhadeiro, que um animal feroz nos atacaria, enfim, sensações terríveis.
Observei vários animais, compondo aquele plano inferior, jamais vistos nas colónias da Espiritualidade superior.
Ora sentia frio, ora calor.
O clima parecia controlado pelas ondas mentais das criaturas sem moral.
Fomos chegando à cidade, que nos pareceu bem traçada, e me fez recordar as cidadezinhas brasileiras, com prédios, residências e até hospital.
Reparei, também, que estava muito bem policiada.
Encontrávamos mendigos, ou melhor, pessoas famintas, surradas, muitas delas maltrapilhas.
—Quem são? - perguntei a Rayto.
—Os recém-desencarnados.
Eles agora vão para aquele enorme hospital, de onde serão distribuídos para as organizações.
Alguns partirão para a terra para obsidiarem, outros serão vampiros que para lá se deslocarão em busca dos fluidos vitais.
Muitas criaturas trabalham aqui e é neste lugar que vamos ficar mais tempo.
—E aqueles outros ali, caídos no chão, escorraçados pelas chibatas dos algozes?
—São espíritos que já estão perdendo a força.
Aproxima-se a hora de serem socorridos pelos Filhos de Deus.
—O que fazem com estes irmãos?
—Jogam-nos para fora da cidade; faz mal à organização a perda dos fluidos desses espíritos sofredores.
Nesta cidade do plano inferior podemos encontrar cientistas, médicos, militares, advogados, juízes, religiosos, enfim, qualquer um que tenha falhado na vida física.
Enquanto observávamos, vi passarem por nós os mais estranhos veículos, e pude notar que a motocicleta é uma criação do umbral, pois várias delas corriam pelas ruas da cidade escura.
Dali, fomos levados ao local de onde muitos espíritos comandam falanges do desencarne, isto é, dos suicidas inconscientes.
Na cidade da dor me vi diante de duras e cruéis realidades.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Ago 31, 2020 8:02 pm

Capítulo X - A COBAIA DO MUNDO INFERIOR
No momento em que escrevo estas linhas ainda tenho, bem vivas em minha mente, as fisionomias dos espíritos de todos os profissionais que viviam na cidade das trevas, todos aqueles que abusaram da fé do próximo, usufruindo dinheiro e bens materiais, até o político mau carácter.
A cidade, apesar de possuir aura escura e o ar pesado, não era muito feia.
Era cercada por crateras repletas de espíritos que nos lembravam os retirantes, entretanto em estado muito pior.
No olhar, o desespero, o ódio e a dor.
Lílian segurou-me bem forte o braço.
—Calma, menina, a luz divina nos protege.
Nesse momento, Enoque parecia uma águia, tal o seu porte majestoso, como um anjo a nos proteger.
Sua aura espiritual assemelhava-se a uma antena que captava as energias do Alto, que até nós chegavam como raios de vários matizes.
Fixei tanto o meu olhar no amigo que ele, notando, falou-me:
—E isso, Luiz Sérgio, a besta do Apocalipse tem a pretensão de dominar a Terra e para isso conta com a ajuda poderosa dos encarnados sem Cristo, os apegados aos bens temporais.
Estava curioso para saber por que na cidade havia aquele abismo repleto de irmãos dementados, quando vi que íamos para lá.
Ao chegarmos, ouvimos uivos e sentimos forte odor que quase nos desequilibraram.
Os irmãos, com a nossa chegada, buscavam uns aos outros, abraçavam-se em desespero, pensando que íamos maltratá-los.
Rayto e Procópio davam-lhes passes; Sadu emitia uma luz translúcida do centro de força coronário, assim como Samita e Carlos.
Dirigi àqueles sofredores um olhar de amor, mas eles nem perceberam, tal o pânico.
Nisso, juntou-se a nós outra equipe de socorro, os "Mensageiros da Paz", tendo Ocaj à sua frente.
Com que velocidade iam apartando os doentes e os retirando dali!
—Aqui não existem grades? - Perguntei.
—Observe-os, disse Karina, não há necessidade das grades, eles estão hipnotizados.
—Graças a Deus, falei.
E assim, Ocaj e os mensageiros iam recolhendo da cidade maldita os doentes do espírito.
Abdul, que passava por mim, falou:
—Por que vocês estão parados?
Levem-nos até o comboio!
Não esperamos segunda ordem, corremos ao trabalho.
Só aí notei que o comboio divino já esperava pelos sofridos.
Perguntei ao Abdul:
—Somente o pessoal desse lado será ocorrido?
—Sim, eles são bagaços já chupados, o caldo já foi retirado.
Eles não saem daqui, porque temem o abandono.
Julgam que podem entrar na cidade e lá viver.
As vezes o conseguem, mas são sempre expulsos.
—Por que os mensageiros não vêm aqui com maior frequência para salvá-los?
Por que Deus não faz alguma coisa?
—Simplesmente, porque Deus é bom e deu a cada um a fatia da escolha.
—Mas eles estão doentes...
—Nós estamos aqui, Sérgio, assim como outras equipes; eles nunca serão desamparados.
—E aqueles outros que vimos com muito melhor aspecto?
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Ago 31, 2020 8:02 pm

—Desencarnaram recentemente e são ansiosamente esperados.
São os "aviõezinhos"; eles trazem ainda os fluidos da vida.
Todos se suicidaram, consciente ou inconscientemente.
—Não brinque.
Então eles são as canas que logo serão transformadas em bagaço?
—Sim. A organização não dispõe de muitos aparelhos de sugação, por isso eles ficam na espera, aguardando a vez.
—E esperam muito? .
—Não, cerca de setenta e duas horas somente, logo estarão nesta ala.
—Agora entendo: os socorristas limpam o vale onde eles jogam os mortos estropiados.
—Isso mesmo.
—Eles sabem que são os Mensageiros da Paz que operam a limpeza da área? - Perguntei a Enoque.
—Sabem, sim, mas até eles respeitam Ocaj, Onor e Abdul.
—O quê? Não entendi.
Eles gostam de Ocaj, Onor e Abdul?
—Gostar não seria o termo, os trevosos admiram a coragem e a humildade desses espíritos e se curvam de pavor.
Por isso fingem que não presenciam o socorro.
—Confesso que não estou entendendo.
Ele não se preocupou em me dar mais explicações, mas eu compreendi:
Ocaj, Onor e Abdul são espíritos que jamais violentaram alguém, mesmo diante do pior criminoso.
Acredito que Ocaj tem por eles amor e respeito.
Nos olhos de Ocaj não existem as sombras da crítica, do medo ou do ódio.
Ele possui o olhar da paz.
—Não seria mais fácil retirar os "aviões" de transporte? - Inquiriu Lílian.
—Se mexermos em preciosa carga, receberemos chumbo grosso, e ainda não é hora de atacar, respondeu Enoque.
Quando Lílian perguntou, enderecei minha atenção aos pavilhões, ou melhor, aos núcleos de armazenamento e vi garotos ali também confinados, espíritos completamente dementados.
Acerquei-me de Ocaj e interroguei:
—O irmão está trabalhando sempre aqui?
—Não só aqui, mas em todos os lugares onde a violência se faz presente.
Abraçara-se Ocaj a dois espíritos completamente alucinados e os levava para o comboio.
Aquela figura simples, mas humilde, emocionava-me.
Pensei: "como Deus deve sentir-Se feliz por ter criado semelhante ser.
A dignidade nesse homem inundou-lhe o ser e transbordou em direcção a toda a Humanidade do século XX.
Felizes somos pelos Ocajes da vida, luz que dissipa as trevas da violência.
Bendito seja, amigo".
Ele se virou e sacudiu a cabeça.
Os dois espíritos talvez nem soubessem que estavam sendo amparados por uma grande e sublime alma.
Trabalhamos muito, ali; ao término, despedimo-nos da equipe e Onor prometeu a Rayto uma grande ajuda.
Dirigimo-nos ao reservatório energético, onde encontramos espíritos recém-desencarnados.
Aí, sim, vi várias equipes de guarda da Faculdade de Maria, não só os queridos Lanceiros, mas até o doutor Nagi.
Percebemos que naquele local o engenheiro falido da terra tivera competência para construir uma verdadeira obra-prima:
os departamentos de pesquisa.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Ago 31, 2020 8:02 pm

Nagi, então, aproximou-se de nós e falou:
—Enoque, os meninos precisam refazer sua protecção.
—Já vou providenciar isso.
Nossa capa fluídica já se desfazia e logo seríamos vistos como tarefeiros de Jesus.
Afastamo-nos um pouco e dois espíritos do grupo do médico Nagi nos ofertaram os fluidos necessários para continuarmos ocultos dos nossos adversários.
—Agora vamos até ali, na sala treze, disse Nagi.
Ninguém pode sequer imaginar o que armazenava aquele departamento de pesquisa, algo indescritível:
os mais poderosos aparelhos científicos.
Alguns médicos trevosos examinavam uma jovem recém-desencarnada por overdose de cocaína, aos dezasseis anos de idade.
Parecia que o físico, também examinado na mesma hora, encontrava-se na espiritualidade, mas não.
—Por este vale estar bem perto da terra é fácil, com aparelhos, acompanhar ou examinar o físico, mesmo com o espírito deste lado, explicou-me Sadu.
Invisíveis aos olhos dos trevosos, assistíamos, junto à equipa de Nagi, ao trabalho deles no corpo físico da garota.
Os órgãos sexuais da jovem eram minuciosamente observados e examinados por aqueles espíritos.
Ela parecia dormir e eles buscavam o esperma que encontraram bem vivo, pois a garota tivera relação sexual antes do coquetel de tóxico.
Colectaram o óvulo inseminado com o esperma e este, já fecundado, foi retirado e mantido num recipiente.
Dentro dele colocaram um líquido, que dividiu o óvulo, transformado agora em várias células.
O embrião foi envolvido por uma substância gelatinosa.
Notamos que a garota levara horas e horas para desencarnar e, mesmo desencarnada, a equipe trevosa mantivera o embrião com vida.
Continuaram a trabalhar no embrião e percebemos que conseguiram o que buscavam.
Sorriram, muito felizes.
Perguntei a Nagi:
—Por que mantêm o embrião com vida?
O que desejam?
—Luiz Sérgio, as organizações estão querendo colocar espíritos trevosos na terra, encarnações clandestinas.
—O quê?! Está brincando!...
—E verdade.
Eles estão buscando as orgias do sexo e estudando um meio de fecundar os óvulos das mulheres que praticam sexo por desporto.
Senti-me apavorado.
Então todo esse trabalho visava povoar o Planeta com seres sem Cristo!...
Não basta o inferno em que está a Terra:
assaltos, droga, sexo, prostituição, miséria?
—E, mas eles, por vaidade, querem criar seres.
Olhamos o corpo físico da garota sendo projectado até o departamento e presenciamos ali na terra uma verdadeira equipa médica fazendo o trabalho.
—Esse embrião que eles mantêm vivo no vidro, o que será dele?
—Vão implantar em um útero, porque acho que se ele ficar ali morrerá.
O embrião pode durar até três dias, tempo suficiente para realizarem o que desejam.
—Nagi, se for implantado no útero de outra mulher, a organização alcançará o seu objectivo.
—Tem razão.
A gravidez dessa garota foi programada e isto já foi explicado no livro Lírios Colhidos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Ago 31, 2020 8:02 pm

O sinal foi dado e a menina, apta a engravidar, viu germinar no seu corpo a semente.
—Esse espírito pode ser bom.
O que vai adiantar para os trevosos implantar em outro útero este embrião?
—No momento eles estão em experiência e tentam manter vivos os recém-fecundados óvulos, porque desejam colocar alguns espíritos da organização deles na terra.
De há muito tentam fazer esse trabalho e só têm fracassado.
Hoje assistimos a esta operação e podemos ver que eles contam com pessoas bastante capacitadas.
—Por que Deus não interfere nesse caso?
E triste demais, minha gente!... - falou Lílian.
O corpo espiritual da garota não somente foi examinado, como também vampirizado pelos espíritos que o estavam examinando.
Felizes, conversaram com a sua equipe no plano físico.
O chefe da organização desencarnada deu as ordens:
—Conservem o embrião.
Procurem uma garota com a mesma idade, mas não tão doidona, e façam o implante.
O médico que estava na terra perguntou:
—Mas para que conservar o embrião, se ele não é dos nossos?
—Simplesmente recordo que esse é um ato experimental.
Se der certo, logo os nossos estarão voltando sem precisar dos elucidadores da mente.
Temos dificuldade de encarnar, para isso precisamos pedir ajuda, sermos curados, evangelizados, para só então voltarmos.
Agora não.
Teremos o nosso próprio departamento reencarnatório, grandes e valiosos cientistas materialistas, que engrossarão o nosso núcleo de trabalho.
—Então podemos implantar este embrião em qualquer garota?
—Sim. E vamos esperar os acontecimentos.
Enoque permanecia imóvel, como se vivendo nos dois planos.
O perispírito da garota ali na espiritualidade, enquanto o físico, abraçado ao duplo, permanecia no banheiro de uma rica mansão.
Atentos ao telão de que se serviam os cientistas, vimos a garota ser socorrida pelos familiares e chegar ao hospital.
Pensei:
"agora vão ver que ela está grávida."
—Luiz Sérgio, ninguém vai notar, recorde que são horas apenas vividas pelo embrião.
Por mais que a sede trevosa da espiritualidade fizesse para apagar a cena terráquea, Sara a mantinha ligada para os nossos estudos.
E assim, mostrava o corpo ser retirado do local do desencarne.
Apesar de estar no mundo espiritual, a jovem sentia a necropsia e gemia de dor.
A matéria que sucumbira era violentada por dependentes desencarnados do sexo e da droga.
O espírito, que tinha o perispírito como veste, debatia-se nas penosas sensações do físico.
—Que podemos fazer?
—Nada. Vamos ficar aqui para acompanhar o embrião com a equipe terráquea.
—Não seria melhor descermos até o plano físico e buscar a turma?
—Não. Toma-se difícil encontrá-los, e depois, aqui os aparelhos irão nos ajudar muito.
Ficamos.
A garota, depois de vampirizada, foi jogada para o vale da dor e a equipe trevosa encarnada já se preparava para fazer o implante.
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