LUZ ESPÍRITA
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DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 08, 2020 7:28 pm

—Se é. Mais que fogo, ela é a glória de Deus.
Quando pronunciei o nome de Deus, Liberato tampou o rosto e caiu por terra.
Nisso, entraram os nossos amigos e Enoque magnetizou os dois; mas os três aidéticos começaram a gritar.
Logo me abracei a eles, fazendo-os calar.
Enoque também os magnetizou e assim os levamos para uma das inúmeras caravanas de socorro, reunindo-nos novamente.
Sentei-me, alquebrado, dizendo:
—Por favor, não demorem tanto em nos prestar auxílio, vocês nem imaginam o que estava para acontecer.
Sadu, com aquela cara de tibetano sério, falou:
—E o seu magnetismo, para que serve?
—Para pedir ajuda aos amigos como você, - respondi.
Eles riram e Damian, olhando-me maliciosamente, gracejou:
—Vem cá, bibelô...
Depois, voltamos à praça e novas tarefas realizamos.
Uma delas, com uma jovem: Edénica.
Fomos até sua casa, que parecia local de "programa".
Deitada em seu leito, dava a impressão de delirar, às vezes gritava tanto que a chefe lhe dava algumas bofetadas para acalmá-la.
Quando as meninas deram com a nossa presença, aproximaram-se, bem tagarelas.
Perguntei o que tinha Edénica.
Carlota respondeu:
—Loucura mesmo, ela grita dizendo que as manchas grudadas no seu corpo são os abortos que ela fez.
—Ela sempre fica assim? - perguntou Carlos.
—Não, ela é a rainha desta casa.
Quando encarnada, ganhou vários concursos de beleza e nunca desejou ter filhos, querendo continuar bela e cobiçada.
Aproximei-me de Edénica e ela me falou:
—Lindão, hoje não estou para programa, é o dia que eles me cobram a maternidade.
São uns vampiros... Mate-os!
Mate-os, por favor! - gritava.
Firmei os olhos naquela bela mulher e divisei várias fisionomias retorcidas grudadas em seu corpo, medida que as analisava, as figuras iam ficando maiores e tenebrosas.
Mal pensei no que ia fazer, quando os Raiozinhos de Sol entraram, magnetizaram a garota e a retiraram dali.
—Não vão levar as outras? - interroguei.
—Se você deseja levá-las para sua casa, pode, - disse-me Carlos.
—Engraçadinho!
Adorei a piada... falei, saindo ligeiro dali.
Uma delas gritou:
—Esperem, gente, logo vocês serão atendidos!
Atingimos rapidamente a rua e entregamos Edénica, desmaiada, para o grupo de socorro.
E nós ali ficamos tratando dos casos mais sérios.
Foi quando Lílian gritou:
—Sérgio, venha aqui!
Em um bueiro daquela rua um jovem, ali jogado, gemia.
Lílian o reconheceu: era aquele de quem ela se servira para entrar no Vale do Brilho.
—Sua vigarista!
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 08, 2020 7:28 pm

Por sua causa estou aqui preso, gritou, ao reconhecê-la.
Enoque logo o retirou dali.
Muito machucado, dizia a Lílian:
—Por que você me traiu?
Atónita, ela não sabia o que responder, mas eu o fiz por ela:
—Deixe de ser bobo, garoto, não está vendo que Lílian veio lhe salvar?
Feche os olhos e pense em Deus.
Assim fez e Enoque também o entregou às equipes de socorro.
Lílian segurou meu braço, trémula.
—Sérgio, não me perdoo tê-lo levado àquele estado.
Como deve ter sofrido!
—Esquece menina, o importante é que já está a salvo.
Estávamos ali, retirando os mais necessitados, quando aproximaram-se de nós dois espíritos trajando fardas vermelhas, dizendo:
—O nosso chefe mandou chamá-los.
—Sabe para quê? perguntou Sadu.
—Não, só que há muito o seu grupo está sendo observado.
Temos conhecimento do que estão fazendo aqui e o nosso chefe irá levá-los até nossa usina científica.
Eu orava desesperadamente, assim como todos os outros.
Enoque lhes falou:
—Muito obrigado, estava mesmo pensando de que maneira poderíamos aproximar-nos do chefe desta cidade.
Feliz estou pelo convite — e fez uma reverência. Iremos sem demora
Os dois deram "aquele" sorriso e estremeci, temendo o que nos esperava.
Enoque sentou-se em posição de lótus e orou, ligado ao plano mais alto, colocando o departamento divino a par da nossa situação.
Demorou apenas alguns minutos, mas os dois soldados estavam já impacientes.
Aí, fomos andando ,seguindo a guarda trevosa.
Encontrava-me louco para perguntar ao Rayto, ou a um dos médicos da equipe, o que seria de nós.
Por mais que tentasse uma ligação mental, não conseguia me fazer compreendido.
Foi Sadu que me esclareceu, sério:
—Vamos ser transformados em bruxos ou em sabão.
Sorri...
É melhor sorrir do que chorar.
À medida que íamos aproximando-nos do palácio do chefe, minhas pernas pesavam cada vez mais.
Olhei os outros e percebi a respiração ofegante de Lílian, Sara e Damian.
Pensei: "Oh, Deus, proteja-nos!"
E assim, varamos um longo corredor todo acarpetado, de cor vermelha; nas paredes muitos quadros, alguns até bonitos.
Entramos na sala do chefe, adornada com cortinas pesadas, nas cores alaranjado e vermelho.
Enoque, reverenciando, cumprimentou o chefe e seus assessores, Kilon e Uda.
—Quem é o chefe de vocês? - Perguntou o líder.
Rayto respondeu:
—Não temos chefe, somos os servos de Jesus e de Maria.
Ele deu uma gargalhada.
—Da mulher que foi virgem antes, durante e depois do parto? Riram estridentemente.
—Maria, a mãe de Jesus e também da Humanidade, falou Rayto.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 08, 2020 7:28 pm

—Cala-te, não mintas para nós!
Não gostamos d'Ela; Ele, ainda admiramos, apesar de não concordar com a Sua doutrina.
Ele manda a gente se rebaixar.
Como aceitar isso, se sempre que o fazemos somos acertados pelas costas?
—Queria saber o que vocês desejam de nós.
Por que estamos presos?
—Não dramatizem, vocês não estão presos, são nossos convidados.
Não vieram aqui para descobrir os nossos laboratórios e nossos departamentos reencarnatórios?
Vamos mostrá-los para vocês, e depois vamos ver o que o chefão vai determinar.
Olhando para Nagi, falou:
—Já o conheço.
Um dia fui à sua colónia pedir três reencarnações e vocês gentilmente nos atenderam, mas trabalharam tanto na mente dos nossos companheiros que perdemos o domínio sobre eles.
Agora, com a chegada de eminentes cientistas em nossa organização, estamos partindo para a encarnação elaborada pelos nossos competentes companheiros.
O doutor Khan, da nossa equipe, interveio:
—Gostaríamos muito de cooperar com os senhores.
A volta à terra é uma bênção e vocês estão aptos para esses momentos de amor.
Tudo faremos para ajudar a organização de vocês.
Os trevosos olharam-no com espanto, dizendo:
—Vamos até alguns dos nossos laboratórios, mas antes queremos revistar o seu grupo, não gostamos de aparelhos, principalmente dos irmãos do Cordeiro.
Com eles à frente, não alcançamos a rua, porém penetramos no interior do prédio, antecedendo-nos uma guarda de seis espíritos trevosos, altos, mal encarados e cheirando a lodo.
Parecia que eu era um anão, tão pequeno me sentia.
Nada falava, e por mais que apressasse os passos, eu ia ficando para trás; eles andavam bem ligeiro e alguns dos nossos também.
Quando chegamos a um dos imensos salões, iluminado por tocheiros, uma equipe nos observou, um de cada vez.
Eles eram os técnicos que liam através das auras o sentimento de cada um e nós passamos muitas vezes por eles; por mais que se esforçassem, eram impotentes para penetrar na nossa casa mental.
Um deles perguntou à guarda:
—Por que o chefe deseja a companhia desses vampiros?
—Não sabemos, respondeu o guarda.
Pensei: "por que não perguntam aos chefes.
Eles estão ali na nossa frente, conversando..."
Um dos técnicos me deu um pescoção, dizendo:
—Cala-te, nanico, senão vais ter comigo!
Enoque, de um salto, se entre pôs entre nós.
—Não foi nada, só um pequeno agrado, - falei.
Logo nos levaram a um salão repleto de aparelhos, onde vários cientistas trabalhavam.
O chefe perguntou:
—Qual de vocês é o grande cientista do Senhor?
—Nenhum.
Somos apenas aprendizes do Evangelho.
Olhando Nagi, falou:
—Você eu já conheço, e sei que pertence ao departamento reencarnatório.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 08, 2020 7:28 pm

Venha aqui para frente.
E um dos cientistas trevosos perguntou ao doutor Nagi:
—Podemos considerar um ser vivo como sendo uma máquina?
"É agora.
O que fazer, Nagi?", - pensei.
Mas ele respondeu tranquilamente:
—Não podemos considerá-lo máquina, se ele é composto de combustíveis que são integrantes do próprio organismo.
Máquina é máquina, o ser é obra de Deus e nele os Seus mistérios se fazem presentes, devido à ignorância do próprio ser.
No dia em que o ser evoluir, os véus dos mistérios cairão e nós penetraremos no universo dos seres.
Sabemos que a vida começou na água, e na profundeza dos oceanos existem verdadeiros laboratórios de experiências biológicas.
—Acha difícil conseguirmos os elementos para a redução perispiritual?
—As palavras difícil e impossível não encontram guarida no vocabulário espiritual.
O que facilita a redução espiritual é a técnica divina, - respondeu Nagi.
—E o irmão a conhece?
—Não. Ainda sou um simples estudante da matéria Reencarnação.
—Pois o seu grupo vai assistir às nossas experiências, - falou um deles.
E foi trazido um espírito que, através de um trabalho magnético, teve o seu perispírito reduzido à condição fetal.
—Que acha, doutor?
—Quase perfeito, - respondeu Nagi.
—Por que quase?
—Onde se encontram os fragmentos energéticos que mantêm os corpos nivelados?
Se observarem bem o perispírito reduzido, vão perceber que ele nos parece embrulhado por todos os fios energéticos que, como um paraquedas, se abrem no momento da ligação embrionária.
—E por que não podemos fazer os fios se desprenderem? - indagou um deles.
Aproximando-se do perispírito do irmão, Nagi tentou, mas ele continuou apenas diminuto.
O chefe, meio zangado, aproximou-se de Rayto, dizendo:
—Se vocês nos ajudarem, tudo bem; se não, sentimos muito, mas serão nossos prisioneiros.
—Como podemos ajudá-los, se não possuímos capacidade para tanto? - respondeu Nagi.
Confesso que, ao sabermos do progresso dessa organização, viemos para ver como vocês procedem.
—É mesmo?
Falou o chefe, todo orgulhoso.
—Nós, - continuou Nagi, - não temos uma teoria exacta e desconhecemos a morfogénese.
É mistério para nós como uma gota de protoplasma, o ovo fecundado, finalmente se transforma numa arquitectura do organismo multicelular.
Não é por que somos tarefeiros de Jesus que tudo sabemos.
—Está bem, mas o que você acha dos nossos laboratórios?
—Achamos que a organização de vocês vem encontrando uma ajuda muito grande, não só dos encarnados como de grandes inteligências desencarnadas.
—Tem razão.
Vamos descansar um pouco e logo teremos novos esclarecimentos.
Assustei-me.
"Descansar? Nós não estamos cansados!..."
Mas nem pensei duas vezes, alguns espíritos mal-encarados já nos empurravam para um imenso quarto mobiliado e com certo conforto.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 08, 2020 7:29 pm

Enoque indagou do chefão:
—A que horas voltaremos ao estudo?
—Vou pensar, nem sei por que não os prendi ainda, - respondeu de mau-humor.
—Porque conhece o nosso trabalho e sabe que nada fazemos que ultraje a vontade do nosso próximo, - respondeu Enoque.
—É isso, garoto, fique na sua, - falou o chefe, fechando a porta.
Juntamo-nos em prece e vi os nossos amigos orientais servirem de médiuns para outros espíritos superiores, que orientaram o grupo como agir.
—Por que não ficamos incógnitos? - perguntei, depois.
—Porque é preciso estarmos aqui nas mesmas condições que eles.
Cheguei à janela e percebi umas pessoas diferentes das outras que víamos.
Chamei Enoque para vê-las.
—Esses são irmãos encarnados que fogem para cá quando dormem, - explicou-me.
—O quê? Como pode ser isso?
—Olhe bem para eles e veja como estão felizes!
E quando acordam, dizem que não dormem com os pesadelos...
—Pode esclarecer-nos por que estamos ao lado desses cientistas loucos?
—Estamos aqui e visíveis, simplesmente porque queremos saber até que ponto os encarnados estão ajudando essas organizações, - respondeu Sadu.
Nisso que ele se calou, entrou Gino, junto com quatro espíritos de fisionomias carregadas de ódio.
Dirigiu-se ao Rayto:
—Você é audacioso!
Por que veio até aqui?
Os filhos da luz já não respeitam o livre arbítrio?
Ou desejam juntar-se a nós na salvação da Terra?
Enoque fitou-o com "aquele" olhar e demorou a responder.
—Estamos aqui em viagem de turismo.
Vim com uma nova turma de aprendizes e resolvi mostrar-lhes a organização de vocês.
Ele deu um sorriso de alegria e vaidade.
—E o que colheram?
—Muita coisa.
Estivemos no departamento científico e lá muito aprendemos.
—Fiquei ciente, e poderemos entrar em acordo:
vocês nos ensinam o que não sabemos ainda, e nós relatamos as nossas descobertas, - propôs Gino.
—É por isso que aqui estamos, disse Sadu.
Vêm ocorrendo certos factos na crosta da Terra alheios ao nosso conhecimento.
—Sendo esta a causa, voltaremos aos laboratórios.
Lá, trocaremos experiências, - falou Gino.
Disse para mim mesmo: bonzinho, o moço.
Ele se virou e me olhou com aquele olhar trevoso, tão comum nas pessoas encolerizadas, sem nada dizer.
E assim voltamos ao laboratório onde outros nos esperavam.
Gino falou.
—O Enoque está com uma nova equipa de alunos e deseja ensiná-los algo sobre as nossas conquistas científicas.
Os trevosos sorriram, felizes.
—Que vitória! - disse um deles.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 09, 2020 7:31 pm

Nagi, com a sua disciplina oriental, foi o nosso porta-voz, quando Antero indagou-lhe:
—Por que vocês, do departamento reencarnatório, nos obrigam a levarmos os espíritos que desejam reencarnar para submetê-los ao humilhante processo ultrapassado da regressão espiritual, quando sabemos que hoje nos encontramos aptos para levar à terra os espíritos munidos das suas vontades, e não apenas um disco apagado, propenso a receber uma nova gravação, que às vezes nem deseja.
Levado para os departamentos do Cordeiro, o espírito é obrigado a aprender o Evangelho e tomar-se frouxo, o que vocês chamam de humilde.
Estamos estudando o inconsciente passado e o inconsciente actual e constatamos que estas zonas são a consequência de certos campos energéticos que apresentam funções específicas.
Os campos vibratórios que esbarram no corpo físico são os sugadores daquelas energias.
Então, como vocês desejam apoderar-se do consciente e do inconsciente em nome do Cordeiro, se Ele sempre pregou a liberdade?
Não seria mais fácil deixar o espírito escolher a sua forma de vida?
Se existe liberdade, por que vocês interferem tanto?
—O irmão está bem longe da Doutrina do Cristo.
Os espíritos, quando desencarnam, são socorridos e cursam escolas redentoras; só depois eles mesmos buscam o mergulho na carne.
Não são obrigados.
—Como não obrigados?! - disse um dos cientistas.
O espírito quando passa muito tempo sem reencarnar vai perdendo a memória, vai ficando caduco, sofre lesões perispirituais terríveis.
Se ele não mergulhar no líquido amniótico não tem condição de ficar no plano espiritual, principalmente em nossas organizações.
Nagi voltou a dar explicações:
—E isso mesmo.
Enquanto o homem necessitar reencarnar, ele terá de fazê-lo, não importa onde esteja hospedado, se nas colónias espirituais ou nos umbrais.
—Mas onde está a justiça divina?
—Deus deseja que todos os Seus filhos cursem a faculdade moral e a intelectual.
Com essa finalidade, oferece-lhes pátria, lar, paz e até um guia espiritual para instruí-los nas decisões da existência física.
O espírito, ao reencarnar, recebe um corpo físico, inteiramente novo, corpo com o qual vai tentar percorrer os caminhos terráqueos para rectificar as lições em que haja falido, por auto merecimento, não por bondade divina.
Quanto à organização trevosa ter de obedecer aos departamentos da encarnação, não estamos capacitados a responder, desconhecemos, ainda, por imperfeição nossa, as verdades da vida, por isso nada podemos fazer por vocês a não ser estudarmos, juntos, o motivo da existência dos planos divinos e das zonas umbralinas.
Sabemos nós que o semelhante atrai o semelhante, e estas zonas são como pára-raios:
captam as mentes ligadas ao ódio, à vingança e ao egoísmo.
Deus não as criou, foram as mentes não ligadas a Ele que as criaram.
—Cala-te, umbralino! disse um deles.
—Desculpe, falou Enoque.
—A reencarnação é mesmo necessária à evolução do espírito? - perguntou Antero.
—Sim, e aqueles sem evolução são admitidos em instituições hospitalares e bons espíritos magnetizadores aplicam-lhes passes e os fazem adormecer.
Bendito esquecimento, pois assim são colocados na veste física para cumprir com o plano de Deus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 09, 2020 7:31 pm

Entretanto jamais serão esquecidos, sempre estará um espírito de luz ajudando-os a serem bons e a vencerem as dificuldades da imperfeição.
—Mas é isso que não queremos!
O que estamos realmente precisando é fundar um departamento reencarnatório bem longe do do Cordeiro.
Se Deus ofereceu a liberdade, por que Jesus deseja aprisionar?
—Engana-se, o que Jesus deseja é salvar.
Aí, iniciaram o estudo das rodas energéticas, principalmente os centros de força do perispírito.
Eles desconhecem a quantidade deles, conhecendo somente os considerados principais.
As rodas energéticas do duplo são guardiãs de cada órgão e os chacras mais importantes comandam os outros e são seus fiéis protectores.
Mas eles só conheciam os chacras como captadores energéticos dos corpos, portanto, onde eles gostam de actuar para vampirizar.
Perguntou um deles:
—Os chacras têm alguma importância na composição dos corpos?
Sabemos que é através deles que o espírito se alimenta dos fluidos espirituais.
—Não temos conhecimento mais detalhado do assunto, - respondeu rápido Enoque.
—Deixamos vocês entrarem aqui, porque julgamos que trocaríamos informações, mas agora constatamos que estão aquém dos nossos conhecimentos, - falou Gino.
—Tem razão, - falou Rayto.
Talvez vocês nos julguem cientistas divinos e nós somos apenas socorristas.
—Socorristas? Somente isso?
E o que faz o doutor Nagi com vocês?
—Dado o grande número de abortos, senti a obrigação de juntar-me a eles para buscar a causa e constatamos que é devido à droga, - explicou Nagi.
—Droga? - e se entreolharam.
Então a causa de vocês chegarem até aqui foi em busca de drogados?
—Sim, estamos buscando somente aqueles que querem ser socorridos.
—E nós julgando que vocês fossem hábeis cientistas do departamento reencarnatório!...
Todos deram boas e gostosas gargalhadas.
Nós também.
Aí Laerte falou:
—E mesmo, ao ter visto o Luiz Sérgio entre vocês pensei:
"mas ele nem é médico..."
Assustei-me.
Os trevosos me conheciam, e muito bem!
—Desculpem, irmãos, não foi essa a nossa intenção.
Estamos aqui em busca de alguns nomes da Colónia de socorro, o núcleo de orações.
E depois, ficamos curiosos, à medida que aqui recebíamos excelentes lições científicas.
Mas acreditamos que não violamos as leis desta organização.
—Se vocês tivessem aqui entrado sem autorização, aí sim, seriam punidos, mas se andam atrás de viciados, podem ir buscá-los nos arredores da cidade, eles só nos dão trabalho, são verdadeiros farrapos humanos.
—Obrigado, - falou Nagi.
Levarei para o departamento reencarnatório o pedido de vocês de separarem o intercâmbio existente há muito tempo, de levar os espíritos daqui à carne.
—Ficaremos gratos, mas recorde-se de que estamos estudando um meio de também o fazermos e temos a certeza de que logo o conseguiremos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 09, 2020 7:31 pm

—Gostaríamos de nos retirar, e a permissão de limpar a cidade de vocês, - falou Enoque.
—Óptimo, podem retirar-se.
Querem alguns soldados guias para levá-los até os drogados?
—Não é preciso, chegaremos lá.
Com a licença de vocês, agradecidos nos retiramos, - falou Enoque.
—Antes, vocês não desejam banquetear-se com a nossa equipe?
Hoje teremos um almoço de rei, foram trazidas muitas iguarias.
—Não, obrigado.
Se possível, vamos sair imediatamente.
Um deles, rindo, falou:
—Vocês se esquecem de que os irmãos do Cordeiro não se alimentam?
Eles são "santos"...
Todos riram e Gino, com seu porte altivo, nos levou até a porta, desejando bom trabalho.
Samita, ao aproximar-se dele, disse-lhe:
—Um dia, Gino, Guiditta me falou de você.
Ele barrou os passos de Samita e eu gelei.
"Estamos perdidos!", pensei.
Mas a bela médica completou:
—Guiditta lhe ama muito.
Você sempre foi o seu grande amor, ela não o esquece e ora sempre por você.
Ele, com olhar de ódio, retrucou rispidamente:
—Não conheço ninguém com esse nome.
Diga a essa mulher que não brinque com coisa séria.
Odeio o passado, para mim só existe o hoje, e, por sinal, ele toma grande parte do meu tempo.
—Está bem, me desculpe.
Mas quando lhe disse que viria aqui, implorou-me que lhe desse isto — e entregou-lhe uma carta, que Gino rapidamente guardou no bolso.
E assim ganhamos a rua e eu nem olhei para trás.
Que medo daqueles espíritos nos prenderem!
Mas Enoque estava tão calmo que me tranquilizei, pois sempre vai lá.
—Você ficou louca? - falei para Samita
—Não. É tão lindo o amor da mulher por ele, que só esse amor poderá tirá-lo daqui.
—Você me conta?
—Sim. Depois que chegarmos a uma das Casas transitórias, contarei o desencontro das almas gémeas.
Fomos andando pela cidade trevosa, sob um nevoeiro que encobria o céu.
Nossos passos eram dados com dificuldade e andávamos enfileirados.
A vegetação era de um aspecto desolador e as aves pareciam pré-históricas, feias, pavorosas, gritavam sem parar, e às vezes atacavam os transeuntes.
Vimos até uma dessas aves atacar um jovem e levá-lo preso.
Fiz menção de ajudá-lo.
—Estás louco?
Essas aves são leais vampiros da organização, fui advertido.
O jovem era picado pela ave e gritava estridentemente.
Continuamos a caminhar e já íamos saindo da cidade, quando Lílian avistou Celso caído ao chão, um trapo humano.
Ela correu até ele, alisando-lhe o rosto.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 09, 2020 7:31 pm

Ele abriu os olhos e, ao vê-la, murmurou angustiado:
—Dê no pé, garota.
Aqui é o inferno, não queira me salvar.
Vá embora!
Corri a ajudá-la e levantamos Celso.
Apavorado, segurava-me com uma força de gigante.
Com a fisionomia animalesca, nem parecia aquele jovem que serviu de aviãozinho para os trevosos, no início do livro.
Celso era a expressão da dor e do desespero.
—A droga me jogou no inferno, não só quando na carne como também aqui com eles.
Com Celso junto à nossa equipe, fomos saindo.
A medida que ganhávamos terreno, parecia que volitávamos.
Que bom é a liberdade!
Que bom é viver ao lado de Deus, segurando as mãos de Jesus!
Que bom é ver o sol novamente e sentir o perfume das flores e acariciar as folhas das árvores amigas.
Como é bom viver em paz!
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 09, 2020 7:31 pm

Capítulo XXVII - A SAGA DE GINO E GUIDITTA
À medida que íamos saindo daquele lugar, dávamos graças a Deus.
A cidade dos trevosos era uma penitenciária da dor, mas, deixando-a para trás, sentimos o coração apertado.
Pensava eu que muito pouco fizéramos pelos irmãos sofredores daquele lugar.
—Perceberam todos que estamos sendo seguidos até aqui? - falou o doutor Nagi, apreensivo.
—Eu não, respondi, confesso que nada percebi.
—Devemos agradecer ao Gino.
Graças a Deus pudemos sair de lá sem precisar do socorro da Espiritualidade Maior.
Gino nos permitiu a retirada sem problemas.
—É mesmo.
Por mais que domine aquela região, ele ainda possui dentro de si as lembranças e as saudades.
Agora compreendi a do Gino:
só consentiu que saíssemos graças à Samita, que é amiga do seu grande amor.
—É mesmo, Sérgio, fiquei admirada.
Como pode um homem tão duro curvar-se diante de um simples nome de mulher?
—Por favor, Samita, conte-nos a estória de Gino e Guiditta.
—Guiditta era filha única de abastado comerciante na Sicília.
Aos dezasseis anos, ficou noiva de próspero médico, mas um dia conheceu Gino, um milionário da região, dono de verdadeiro império, pouco mais velho que ela, e foi amor à primeira vista.
Gino nunca mais deixou a sua amada, não regateando esforços para possuí-la.
Os pais de Guiditta, Giacomo e Enricheta, desaprovaram o casamento da filha com Gino; sua fama de mulherengo era muito grande, pois só vivia cercado de mulheres, e depois, ninguém conhecia a origem do seu dinheiro.
Mas a filha desejava aquele homem e os pais, que a amavam, consentiram no enlace, que se realizou com grande pompa, comentado em toda a Itália.
Três dias de festa.
E assim Guiditta tomou-se a senhora Gino Giuseppe.
Nos primeiros meses, o casal foi conhecer o mundo e quando veio o primeiro filho, este nasceu mongolóide.
Gino desejou matá-lo e Guiditta, desesperada, viu que o marido era mau.
Daí, começou o seu inferno de vida para proteger o filho, que Gino não queria aceitar.
Ele fugia para junto de outras mulheres, enquanto a esposa sofria com a sua indiferença.
O filho viveu pouco tempo, logo desencarnou.
Guiditta queria mais um filho, mas o marido tinha pavor de ver nascer mais um doente.
E, assim, aquele arrebatador sentimento, mesmo sendo imenso, não se completava pelas inúmeras exigências de parte a parte.
Os dois morriam de ciúmes um do outro e só eram felizes quando ficavam sozinhos; até parecia que as pessoas falavam outra língua, diferente da deles.
Um dia Gino conheceu Emma, uma lindíssima mulher.
Ela o envolveu de tal maneira que Guiditta já nem o via mais.
Ferida de ciúme, começou a frequentar todas as festas da cidade e, sendo muito jovem e bonita, via-se assediada pelos rapazes.
Gino, sentindo que ia perder a esposa, voltou para ela.
E Guiditta ficou grávida.
Isso era o que ele desejava, para que ela se afastasse da sociedade e ficasse distante das inúmeras festas.
Julgando que o marido ia mudar de vida, ela se entregou a ele de corpo e alma.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 09, 2020 7:32 pm

Mas Gino, enfeitiçado por Emma, retomou para ela muito mais dominado, enquanto Guiditta, grávida, sentindo-se traída e infeliz, decidiu voltar para a casa dos pais, onde foi recebida carinhosamente não só por eles, como pelo antigo noivo, o médico Lourenço, que jamais a esquecera e não se casara.
Um dia, Lourenço apareceu cravejado de balas.
Havia sido assassinado, sem ninguém ficar sabendo quem fora o autor do crime.
Somente os pais de Guiditta desconfiaram, pois já sabiam dos maus antecedentes do genro e que sua imensa fortuna era ilícita, além de pertencer a uma organização poderosíssima na Itália.
Temendo pela vida da filha, Giacomo foi falar com Gino.
Disse-lhe que, mesmo divergindo dele, desejava a felicidade da filha.
Gino respondeu que não acreditava que o filho fosse dele, que estava só esperando o seu nascimento para matar a criança.
Antes, precisava certificar-se de que era mesmo filho do antigo noivo de Guiditta.
O velho Giacomo tentou em vão convencê-lo de que a filha era incapaz de trair alguém, principalmente o homem que amava.
Gino colocou o sogro para fora de sua sala e este, chegando à casa, achou mais prudente fugir para outra cidade.
A filha não compreendeu o motivo, mas acabou aceitando.
E assim, aquela família vendeu tudo o que possuía e saiu da Sicília.
Foi quando nasceu Francesca, lindo retrato da mãe.
Guiditta nem acreditava que tinha nos braços uma filha, fruto de um imenso e louco amor.
Porém o sossego daquela família durou pouco.
Um dia, tiveram a casa invadida pelos homens do Gino que raptaram Francesca e mataram o velho Giacomo.
Guiditta, alucinada, tudo fez para recuperar a filha, mas a organização a qual Gino pertencia lhe barrou os passos e ela foi colocada num sanatório de doentes mentais.
Sua mãe, completamente louca, lhe fez companhia.
Um dos médicos daquele hospital apaixonou-se pela triste e bela siciliana e lhe prestava muito auxílio, principalmente por ocasião do desencarne de sua amada mãezinha.
Guiditta alertou o doutor Vittorio sobre a organização de Gino, mas ele era um homem justo e tudo fazia por ela.
Enquanto isso, Gino mantinha em seu poder a menina Francesca.
As vezes a olhava com carinho, mas o ciúme era maior que o amor paterno; dizia a Emma que logo mataria a filha, aguardando somente os resultados do exame sanguíneo, pois ele iria provar se ela era mesmo sua filha e frisava bem que tinha certeza de que não era dele.
Francesca, criança muito sozinha, era guardada a sete chaves, quase não tinha amigos.
Quando teve a comprovação de que ela era mesmo sua filha, não sabia o que fazer para agradá-la, e depois, ela era o retrato de Guiditta.
Um dia, resolveu ir ao hospital buscar a esposa e quando lá chegou ficou sabendo que um dos médicos daquele estabelecimento a retirara de lá.
Enfurecido, buscou o casal e, ao encontrá-lo, praticou mais um cruel, injusto e covarde crime.
Guiditta mantivera-se fiel a ele, jamais se entregara a alguém; estava na casa do médico juntamente com os pais deste; ele a levou para lá, porque ela jamais fora louca.
Desesperado por ter matado Guiditta, afundou-se na droga e logo desencarnou.
A heroína o separou do corpo físico.
Aí buscou os amigos e junto a eles vive na cidade da dor.
—E Guiditta, por onde anda?
—Logo iremos conhecê-la.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 09, 2020 7:32 pm

Ela luta para salvá-lo, só vive nesta região de sofrimento para um dia levá-lo para Deus.
—E o que foi feito de Francesca?
—Gino a fez casar e ela cumpriu com o seu dever de esposa e mãe, levando vida normal, apesar de ter sido criada quase junto a uma das mais terríveis organizações que se conhece.
Ela jamais soube que o pai era um fora-da-lei, adorava-o e ele morreu amparado em seus braços.
Francesca caminhou no lodo, mas jamais se deixou contaminar.
Ouvíamos, em silêncio.
Quando Samita parou, desejei saber onde ela conhecera Guiditta, mas o local era tão gostoso de estar, que quase não fiz perguntas.
Vagávamos havia algum tempo.
Eis que avistamos o portão florido da Colónia da Luz.
Ele se abriu devagar para nos dar passagem.
Olhei ao redor e ninguém vi.
—Electrónico este portão, Damian?
—Não.
—Então, como se processa? —Pergunte para eles.
Calamo-nos. Um senhor de roupas brancas nos recebeu no jardim, e que jardim!
As flores me pareceram molhadas, como se tivesse chovido àquela hora.
Enquanto parei para admirar o local, os outros se foram e eu nem percebi.
Mas aí o espírito que nos recebeu veio buscar-me.
Apesar do seu porte majestoso, havia tanta doçura e humildade nele que, meio sem graça, lhe perguntei:
—Para onde foram os meus amigos?
—Estão logo ali esperando por você, respondeu.
Quase morri de vergonha.
—Sabe, adoro flores e não resisti, parei para saudá-las.
—Sabemos disso, e feliz o homem que louva as coisas de Deus e as respeita.
Fui caminhando ao seu lado e logo encontrei a turma, que conversava com outro senhor.
Rayto me apresentou:
—Este é Luiz Sérgio, Honorato.
—Sejam bem-vindos.
Quanto a ti, Luiz Sérgio, desejo que aprecies, e muito, as nossas flores.
Logo adiante tenho um viveiro de orquídeas de todas as espécies.
—Verdade?
Quando posso vê-las?
—Quando desejar, - falou, despedindo-se.
Entramos no belo prédio e Nagi despediu-se de nós.
Ele era esperado em outro local, uma ala de gestantes.
Nos corredores muitas e muitas fotos, e por sinal de gente bem conhecida.
Chegamos ao pátio interno, onde várias mulheres que conversavam, gentilmente, sorriram para nós.
Não sei por que, ao mirar uma delas, falei para mim: esta é Guiditta.
Era linda, linda, linda!
Fiquei meio apatetado, olhando-a.
Ela estendeu a mão e falou:
—Sejam bem-vindos.
Que notícias nos trazem?
—Estivemos no Vale do Brilho, mas pouco fizemos por ele, respondeu Enoque.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 09, 2020 7:32 pm

Ela baixou um dos mais belos olhos que já contemplei, dizendo:
—Verdade, Enoque?
Então o Gino não enfraqueceu ainda?
—Guiditta, me perdoe, mas falei em seu nome, disse Samita, aproximando-se dela.
—Fizeste bem.
Estou pensando seriamente em ir buscá-lo.
Acho que já chega de só causar lágrimas e sofrer também.
Gino não é mau, a terra o transformou; ele recebeu dos pais o comando de terrível organização e, sendo óptimo filho, o que fez foi para agradá-los.
A mãe de Gino foi uma das mais temíveis participantes dessa organização e levava o marido à frente de todos os negócios.
Aproximei-me e disse:
—Quando desejar ir buscá-lo estarei pronto a ajudá-la.
Gostei do Gino.
Graças a ele nós de lá saímos.
—Então ele ajudou vocês?
Não digo que o Senhor nos fez todos bons?
Quem nos coloca essa tinta difícil de sair somos nós mesmos.
—A senhora tem razão, o Senhor é bom Pastor.
—Agora, quero apresentar-lhes as outras.
Esta é Enricheta, que na vida física foi minha idolatrada mãe.
Meu Deus, que dignidade!
Parecia uma santa.
—Esta é Priscila, minha grande amiga e irmã; esta outra é Joaquina.
Todos nós as reverenciamos, sendo convidados a chegar até a sala de chá.
Ali, Guiditta, sentada ao piano, cantou esta canção:
"Senhor, onde ele está me diz,
Quero logo ir buscá-lo
É tão bom ser feliz, Senhor,
Ele vai-Lhe pedir perdão
De joelhos, se preciso for
Estenda as Suas benditas mãos
Meu amado Senhor.
Os meus olhos estão cansados de chorar,
Os meus passos querem logo o alcançar,
Nos meus lábios a prece a murmurar:
Venha, meu amor,
A eternidade está a nos esperar,
Graças ao Nosso Senhor,
Graças ao Nosso Senhor."

Sua voz, não existe no meu vocabulário palavras para descrevê-la.
Outras músicas ela cantou, mas nenhuma com tanto sentimento quanto esta.
Também interpretei algumas das minhas músicas e eles gostaram muito de "Criança Querida".
Não resisti e lhe perguntei:
—Irmã, quando Gino desencarnou, a senhora não pôde ajudá-lo?
—Não, Sérgio.
Tudo fiz para livrá-lo dos seus inimigos, mas eles eram tantos!
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 09, 2020 7:32 pm

Gino comandou uma das mais poderosas organizações mundiais da droga, sendo este o motivo de ali estar.
—Como a senhora deve sofrer por vê-lo ali!...
—Sim, quem pode desfrutar das delícias da vida, quando deixa para trás um pedaço do seu coração?
—Desculpe, mais uma pergunta
—Pode fazer, meu filho.
—Sendo Gino a sua alma gémea, como pode ele ser tão mau, e a senhora tão boa?
—Não sei se ele é o meu outro pedaço, mas sei que somos almas irmãs, porque o conheço muito bem, e ele não é tão mau quanto aparenta.
—Não é?
—Não. Tenho um relatório de tudo o que fez; embora tenha feito algum bem, o que ele fez de mal pesou muito na sua ficha divina, pois ele foi contra as leis de Deus.
—A senhora o ama muito?
Arrependi-me da pergunta.
Ela cerrou momentaneamente os olhos e respondeu:
—Amei-o ontem, amo hoje e sei que vou amá-lo amanhã.
O amor não morre, o verdadeiro amor é imortal.
O que termina são as atracções físicas que a imperfeição do homem chama de amor.
O sentimento verdadeiro é laço fluídico que ninguém vê, mas se percebe, porque a criatura amada resplandece em lembranças em nossos corações.
O amor é estrela que jamais fica ofuscada pela escuridão da dor ou da injustiça.
O amor para mim é uma floresta que se renova a cada minuto, e que agradece sem cessar a Deus, por ter-lhe dado vida.
O amor é muito mais que corpos se entrelaçando, são olhos que se fitam num grito de esperança de que jamais deixarão de enxergar um ao outro, mesmo estando separados.
O amor, Luiz, é o perdão em acção.
Quem ama, ama verdadeiramente, nada exige da pessoa amada, mas tudo faz pela sua felicidade.
O amor pode nos parecer uma gota de orvalho, mas quando o coração é uma flor, ele se sente alimentado.
Aquele que não conheceu o verdadeiro amor é uma rocha que jamais foi lapidada.
O amor é fruto criado por Deus e amadurecido por duas criaturas que se propuseram a viver juntas eternamente.
De um ser que jamais amou pode-se dizer que nada conhece da vida.
Para mim, o amor entre duas pessoas são duas folhas de porta se abrindo mansamente para que outros passem por elas, mas no dia em que se reencontram novamente —porque as portas têm de se fechar — elas gritam de felicidade ao bom Deus que as criou.
Aqueles belos olhos estavam marejados de lágrimas.
Então recordei-me de Gino, na organização das trevas.
Como o homem ainda é ignorante e infeliz!
Teve a glória e a luz junto dele e preferiu o inferno.
Vários Ginos existem que jogam a cada minuto as oportunidades fora.
Contemplávamos aquela belíssima mulher que estava à espera de salvar o seu grande amor.
—Irmã, por que não vai até aquela cidade? - Disse-lhe.
—Estou pensando nisso, esperando só a permissão do Alto.
Enoque convidou-nos a nos retirarmos.
Beijei as mãos de todas e, quando dali saímos, disse à Karina:
—O meu amor por você é uma embarcação que naufragará se por acaso não estiver bem ancorada nas águas dos seus sonhos.
—Oh, meu querido.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 09, 2020 7:33 pm

O meu amor por você é mais que um amor, é um sentimento fraterno que nos une até a eternidade.
—E o meu por você, Luiz Sérgio, disse Enoque, é...
—Não estrague o meu lirismo, não venha com suas brincadeiras.
Você nem sabe o que é o amor de duas criaturas...
—Como você me conhece mal, hein, Luiz Sérgio?
Ainda bem que não lhe foi permitido contar a vida de seus colegas de trabalho.
Tem razão, o meu amor chama-se Jesus Cristo, a minha obrigação, os jovens, minha felicidade, possuir os melhores amigos do mundo: vocês, falou sorrindo, reverenciando e cruzando os braços sobre o peito.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 10, 2020 7:29 pm

Capítulo XXVIII - ENCONTRO E DESENCONTRO
—Perdoe-me, amigo, não precisa apelar, estava brincando.
Nada sei do seu passado.
—Um dia, vou ditar minha vida para você, prometo.
—Não me diga! Como vai ser o título do livro?
—"Um Raiozinho de Sol".
—Não brinque comigo, Enoque, e depois você sabe: o que a gente promete, a Espiritualidade Maior carimba.
—Então você me cobra, está bem?
Será que terei oportunidade de escrever o livro do Enoque?
Não sei, não.
Mas agora tenho é de narrar os fatos que estamos vivendo aqui nesta Colónia, onde um pássaro que pode voar permanece no pântano da dor, procurando buscar um pedaço da sua alma.
Guiditta me pareceu um anjo de ternura em missão na terra, enquanto dificilmente se acreditaria que Gino fosse alguém muito importante para ela.
Com o nosso grupo reunido, fomos chamados por Catarina.
Adentramos em tácito auditório e imediatamente fomos envolvidos por uma vibração divina.
A música que docemente soava foi-nos enlevando de tal maneira, que me senti flutuando.
Damian falou baixinho:
—Sérgio, que vibração!
Demoramos ainda algum tempo ali, creio eu que para reequilibrar-nos, pois vínhamos da cidade trevosa.
Não sabíamos se ficaríamos em solilóquio ou teríamos uma palestra normal.
Mas logo deu entrada Guiditta, que proferiu esta bela oração, inspirada no Salmo XXIII:
—O Senhor é nosso Pastor e nada vai nos faltar.
Percorremos prados verdejantes protegidos por Ele, o nosso amado Pai.
Somos guiados mansamente a águas tranquilas.
Ele aplaca a nossa alma, guia-nos pelas veredas da justiça.
Mesmo nos momentos difíceis nada tememos, porque o Seu cajado nos consola.
Só teremos amigos fiéis nos ensinamentos de Jesus, cujo cálice transborda de bênçãos para toda a Humanidade.
Ajuda-nos a habitar a Sua santa Casa para que os nossos dias sejam longos de paz e felicidade.
O Senhor é nosso Pastor, nada nos faltará.
Quando Guiditta silenciou, os meus olhos estavam marejados de lágrimas.
Em seguida, o palestrante nos cumprimentou, iniciando a sua elucidação:
—Irmãos em Jesus, temos por obrigação estender as nossas mãos até o próximo, e buscá-lo quando se encontra perdido.
Como trabalhadores, precisamos enfrentar qualquer situação, principalmente junto aos menos esclarecidos.
Esses, por mercê de Deus, são minoria, mas encontram nos irmãos encarnados os cooperadores.
A cada dia a dor, o desespero e a tristeza se alojam no coração da Humanidade.
Hoje se cultua o corpo e o sexo, obras divinas que estão sendo profanadas por mentes sem conhecimento, esquecidas de buscar em Deus a razão da própria vida.
Enfrentamos, hoje, nos departamentos da reencarnação e no da desencarnação, sérios problemas referentes ao desconhecimento da existência do mundo dos espíritos.
O homem mata e morre a cada minuto, desobedecendo às leis da natureza, que são sábias.
O homem e a mulher brincam de fazer sexo, quando o sexo é a eclosão do amor.
O sexo é um órgão com finalidade quase igual a de outros órgãos, só que ele é órgão-rei, porque é através dele que se dá o intercâmbio divino.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 10, 2020 7:29 pm

Na actualidade, o homem tem desvirtuado a sua função orgânica, ou melhor, a vem destruindo.
Nunca se viu uma humanidade tão doente sexualmente; o que está acontecendo é que muitos julgam que o sexo é a razão única do viver e esta ignorância vem levando o homem à impotência, às doenças sexualmente transmissíveis, ao homossexualismo, enfim, o homem brinca com o sexo como se ele fosse algo eterno e lhe pertencesse.
Consideramos o sexo uma chave que pode ser utilizada na porta do inferno ou do paraíso.
Nessa concorrência sexual — homens e mulheres — quem vem perdendo é a família.
Nunca se viu crianças tão infelizes, jovens tão perdidos.
Os pais esquecem que o seu compromisso maior é para com os filhos e muitos deles são filhos abandonados, mesmo vivendo junto dos pais.
As meninas julgam que a virgindade é fardo pesado de carregar e se entregam ao primeiro namorado.
Daí, passam a viver várias experiências, às vezes bem traumatizantes.
A garota perde a virgindade e mata os seus sonhos, tomando-se mulher infeliz, doente e traumatizada.
Agora, de quem é a culpa?
De toda a família, que não orienta seus filhos para a responsabilidade divina.
E no lar que o homem recebe elucidações morais; e se eles, desde pequenos, forem criados sem respeitar Deus, jamais respeitarão a família.
Se os órgãos de comunicação, as religiões e as instituições educativas não se unirem por um mundo melhor, em breve todos os lares serão atingidos.
Nós, que convivemos com os jovens, temos constatado que tirar a roupa e mergulhar no sexo são actos hoje em dia bastante vulgares, contudo, bem tristes de presenciar.
Esta luxúria que se expande no plano físico dificulta a reencarnação planeada pelos Filhos de Deus; a reencarnação tem de obedecer a certas leis divinas, todavia o homem e a mulher estão criando para eles a lei do sexo livre e terão de aguentar as consequências.
Assistimos a uma conferência que tratava dos abusos contra o menor e tomamos conhecimento de que é nos países ricos que mais se abusa da inocência do menor.
Alguns até nos assustaram; apesar de ricos, as suas crianças são maltratadas, espancadas, violentadas, sodomizadas, mal cuidadas, e até morrem de fome.
Nos países extremamente pobres, elas morrem de fome por carência de alimentos.
Nos países ricos, elas morrem, porque os seus pais não têm tempo para alimentá-las.
São extremamente sozinhas e às vezes morrem de solidão.
Enquanto isso, o sexo livre, as orgias de álcool e droga se alastram.
Estamos expondo para vocês esses factos, porque as trevas tentam realizar as encarnações e isso se deve simplesmente ao facto de hoje o homem procurar os trevosos e não os filhos da luz.
Trouxemos vocês até aqui para aliviar as suas preocupações com referência a esta busca dos trevosos.
Há dias eles sequestraram um dos nossos cientistas e ele constatou que naquelas organizações o progresso está muito aquém dos laboratórios divinos.
Mas, mesmo assim, entre eles há notáveis inteligências.
Ontem destruímos o laboratório visitado por Nagi e por vocês.
Quando lá estiveram, Sara colocou um demolidor energético e voaram para os ares todos aqueles aparelhos que vocês viram.
Neste instante, os trevosos choram essa perda, contudo, até que se organizem novamente, já teremos trazido para casa muitos dos cientistas que lá atuam.
Eles julgam que Gino os traiu, motivo pelo qual o maltrataram e o jogaram nos arredores da cidade, sendo de pronto socorrido pela caravana de Ocaj.
Dizem eles que foi Gino que os deixou sair da cidade.
Gino os protegeu até transporem o portão.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 10, 2020 7:29 pm

Graças a ele, vocês se encontram aqui.
Muitos irão perguntar-me por que vocês não destroem a cidade.
Por mais estranho que possa parecer, e embora precariamente, essas organizações também nos ajudam.
Elas existem, porque as mentes humanas não procuram imitar as abelhas que no favo colocam o mel.
O homem ainda utiliza o seu ferrão, por isso sofre tanto alimentando as cidades trevosas, todavia, dia após dia, os seus dirigentes "morrem" para viver, conforme ocorreu com Gino.
Não obstante o esforço que se faz para que os homens sejam felizes, eles buscam as trevas por companhia, sem atentarem para o constante chamado de Deus, que manda a Sua mensagem de várias maneiras.
Os cegos e surdos não a vêem, nem a ouvem.
Todos os dias a luz dissipa as trevas, mas o homem prefere a escuridão.
Dias atrás, a caravana socorrista limpou os arredores do Vale do Brilho, mas logo lá estarão muitos outros mais.
Desejamos aos irmãos muita paz e que todos estejam sempre de mãos estendidas ao próximo.
Terminada a prelecção, ainda fiquei por ali.
Estava louco de vontade de correr até Guiditta para ver o Gino.
Imagine a alegria dela ao rever o seu grande amor!
Nisso, Sara me chamou:
—Luiz, vamos embora.
Fomos saindo, devagar, até chegarmos ao pátio, onde nos despedimos.
Fui até a biblioteca e lá encontrei um jovem que puxava de uma perna.
Ele me reconheceu.
—Você não é o Luiz Sérgio?
—Sim, sou eu.
E você, de onde vem, o que lhe aconteceu?
—Sofri um desastre e aqui estou de passagem, já era para ter ido para outro lugar, mas a irmã Matilde me trata tão bem que reluto em sair daqui, o que farei só quando reencarnar.
—E pode?
—Não, mas eles não nos forçam a nada.
—Meu jovem, você deve ter vergonha de dizer o que está a me dizer.
Se foi socorrido por esta Casa, deve respeitá-la com seu amor, e não levar os seus directores a cometerem um acto de indisciplina por sua causa.
Este lugar é belo, mas se ficar aqui não terá oportunidade de aprender e o homem que não aprende retarda a sua chegada ao "paraíso".
—Por que está me dizendo isso?
—Simplesmente, porque você permanecendo nesta Casa vai demorar a ficar bom dessa perna.
O que você faz aqui?
—Leio, tomo sol, escuto música e adoro a prece das cinco horas, quando todos os Lanceiros de Maria se unem para orar pela Humanidade encarnada e desencarnada.
—E, Flávio, você está deixando passar o tempo, e ele não perdoa aqueles que o negligenciam.
Gostaria que você se juntasse aos trabalhadores do Senhor e saísse a semear amor e humildade.
Ele baixou os olhos e eu fui-me retirando, quando o ouvi dizer:
—Luiz Sérgio, logo estaremos juntos, espero.
—Também espero, Flávio.
É muito triste nada esperarmos da vida, e me sentirei muito feliz em saber que está trabalhando.
Reuni-me novamente ao meu grupo, mas Rayto me falou que Guiditta estava esperando-me na enfermaria dez.
Agradeci e fui até lá, assobiando uma canção de amor.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 10, 2020 7:29 pm

Quando entrei, Gino ali estava, deitado em uma cama coberta por lençóis bem alvos.
Ao lado, Guiditta, segurando sua mão.
Gino, à minha chegada, fitou-me com ódio.
Falei para Guiditta:
—Que bom que ele veio!
—Sim, mas fico triste por ele ter sofrido tanto.
O corpo de Gino estava em péssimas condições, fazendo-o gemer de dor, entretanto, Guiditta ali estava, ao seu lado, dando-lhe protecção e carinho.
Notei que o olhar de Gino para ela era mais que um olhar, era a paixão faiscante do desejo.
Era belo demais vê-lo junto à sua ex-esposa.
Admirava a cena e ele adormeceu.
Sua cama estava cercada de placas metálicas, isolando-o de qualquer contacto com outras pessoas.
Vendo que adormecera, ela ajeitou a coberta e foi saindo, levando-me junto.
—Está feliz, irmã?
—Sim, Luiz Sérgio.
Agora, com o socorro de Gino, posso deixar esta Casa, já está na hora de elucidar o meu espírito.
Só desejo que Gino logo se recupere, só assim poderei partir em paz.
—Não irmã, não pode deixá-lo!
Há quanto tempo vocês estão separados!...
—Luiz, a separação continua, apesar de estarmos tão perto.
Há muito Gino destruiu o laço do nosso relacionamento, e por mais que desejemos, ainda está longe o dia do nosso reencontro.
São águas que já passaram por baixo da ponte e já ganharam o grande rio.
Buscá-las, para quê?
É quase impossível!
—Mas não vá agora, espere até que fique bom.
—Prometi a Deus tirá-lo de lá, mas também prometi aceitar nova separação.
—Posso beijar o seu rosto?
Ela sorriu.
Apanhei uma magnólia e lha ofereci, beijando-a.
—Seja feliz, irmã, e diga ao Gino que orarei para ele o Salmo LVII, até o versículo 11:
Tem misericórdia de mim, ó Deus, tem misericórdia de mim, porque a minha alma confia em ti; e à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades...
—Deus lhe pague, meu filho, e que todas as flores do esclarecimento se abram em seu caminho.
Despedimo-nos.
Ela deixou no meu coração o perfume constante da sua presença.
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Capítulo XXIX - OVÓIDES, COMPROMISSO COM A NATUREZA
Gino, o terrível Gino, ali se encontrava ao lado da sua metade, porém, até quando?
Ninguém sabe.
Creio que Deus não separa aqueles que se amam de verdade.
Gino, praticando o mal, foi o mais atingido.
Conheceu o amor, mas não soube vivê-lo.
Com estas lições, eu estou aprendendo que não existem pessoas realmente más, porque todos nós possuímos algo de bom no nosso interior, é a chama eterna criada por Deus.
Saí para reencontrar meu grupo; no meu coração expandia-se o perfume do agradecimento, esperando eu que chegasse até Deus.
De longe avistei a turma, que conversava com o doutor Khan.
Fui chegando devagar e nem se deram conta da minha presença, tal a atenção na conversa. Perguntava Enoque:
—Daqui os doentes irão para onde?
—Ao aportarem aqui, eles recebem um tratamento especial e, de imediato, um banho energético para retirar os miasmas pesados dos vales.
Logo depois, iniciam o tratamento: sessão de análise, tratamento perispiritual com choque anímico, tentando livrar o doente dos antigos companheiros.
—E a evangelização não começa aqui?
—Não, aqui são beneficiados com a prece e a meditação; depois de conduzidos para outro hospital é que começa a cura do espírito, mesmo assim, gradativamente. Não adianta dar ao doente, de uma só vez, vários remédios.
—Depois de todo esse acolhimento, algum irmão já resolveu voltar para os vales?
—Sim, mas muito poucos.
Quando aqui chegam é porque já estão cansados de sofrer.
—O Gino era um dos chefes, por que desejou vir?
—Quando vocês saíram do Vale do Brilho, não perceberam, mas receberam uma protecção de longe, dos servos do Gino.
Graças a ele o seu grupo não ficou prisioneiro no vale, pois a ordem era para acorrentá-los.
Julgando que estavam a serviço de Guiditta, Gino se expôs demais para socorrê-los.
Entretanto, não sabia ele que Antero, um dos seus servos, o delatou.
Aí o Gino sofreu tudo o que antes fizera os outros sofrer.
—E como vocês souberam?
—O Vale está repleto de trabalhadores do Senhor e Guiditta foi informada do sofrimento de Gino, mandando imediato socorro.
E, graças às equipes de Jesus, ele já está a salvo.
—Mas não é só por que nos ajudou que ele se salvou, não é mesmo? - Inquiriu Damian.
—Gino, apesar de socorrido, leva na consciência a carga pesada do remorso e da saudade.
Já no fim da conversa, Lílian me viu e ficou ao meu lado.
Gostaria de perguntar mais alguma coisa, mas eu estava triste, muito triste, e ela percebeu.
—Por que a cara desolada?
—Nada, só um pouco preocupado.
—Com que, posso saber?
—Sim, com todos aqueles que se amam e não se compreendem, estão juntos e não se respeitam.
—De que fala?
—Das almas afins, daqueles que têm uma missão divina e que, quando juntos, só conseguem esgotar por momentos suas energias sexuais nos corpos um do outro, julgando que isto seja amor, sem procurar descobrir a verdade de tantas semelhanças entre eles.
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DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 6 Empty Re: DRIBLANDO A DOR - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 10, 2020 7:30 pm

Se essas almas se auto-analisassem, iriam viver no paraíso, mesmo estando no purgatório da carne.
Assim não são mais dois, mas uma só carne.
Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem {Mateus, Capítulo XIX, versículo 6).
Mas em vez de se completarem, vivem uma batalha fria e desumana: a do ciúme.
Enoque, virando-se para mim, falou:
—Tudo certo?
—Tudo mais que certo, certíssimo.
Despedimo-nos do médico Khan e fomos buscar a doutora Salette, que nos recebeu sorridente; era muito jovem e, com carinho, nos mandou sentar.
—Irmã, - falou Carlos, - aqui nos encontramos em uma tarefa socorrista e gostaríamos de passar pela sala energética para sermos analisados.
—Está bem, já tenho tudo preparado, fui avisada que vocês viriam.
Espero que a missão tenha sido vitoriosa.
Nisso, entraram dois enfermeiros que gentilmente nos cumprimentaram.
Convidados a acompanhá-los, seguimo-los através de um corredor ladeado por celas muito confortáveis.
Ao olharmos para dentro delas, vimos seres que exalavam odores fétidos, repugnantes, uma mistura de fumo, álcool e droga.
Alguns deles se debatiam em convulsões.
Apesar das celas estarem muito limpas, o odor era insuportável.
Nada falamos, até ultrapassarmos aquele lugar onde os seres enjaulados urravam como se fossem bichos.
Chegamos a um pátio onde a médica já nos aguardava com mais outros dois médicos.
Pensava eu:
"o que irão fazer connosco?"
Mas logo a médica falou:
—Prestaram atenção nos doentes?
—Sim, esta turma está bem alucinada, não é mesmo, irmã?
—Às vezes abrigamos irmãos em pior situação.
—E eles, quando reencarnam? - indagou Enoque.
—Reencarnar?
E podem, Enoque?
Falei sem sentir.
—Podem e precisam, respondeu a médica.
Não temos condição de tratá-los aqui.
Terão de voltar logo à terra, onde chegarão com várias deformações que, apesar de tratadas aqui, só o plano físico encontra o meio de abrigá-los.
Já receberam do Hospital de Maria os mais modernos tratamentos, mas só o plano físico pode aliviar suas dores.
A reencarnação é o remédio amargo, mas necessário.
Esses irmãos vão reencarnar bastante doentes, alguns débeis mentais, e passarão pouco tempo no plano físico.
Lá, sofrerão a cirurgia plástica; só a ida ao corpo material abrandará suas dores.
—E por que vocês aproveitam os trevosos?
—Não os aproveitamos, são eles mesmos que, julgando nos iludir, tudo fazem para que antigos viciados, e subjugados por eles, voltem à Crosta.
O que não esperam é que reencarnem impotentes para a realização dos seus objectivos.
Estes irmãos não possuem condição de frequentar o departamento reencarnatório, por isso ficam aqui até o momento do retomo ao corpo físico.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 10, 2020 7:30 pm

São espíritos muito enfermos, incapazes de raciocinar, pois os vícios lhes tolheram a liberdade.
Meu Deus, ninguém poderia dizer que eles um dia tiveram fisionomia humana, mas a encarnação vai-lhes permitir que recomponham suas forças agora deprimidas.
Nestes casos, quem muito os auxilia são os sérios grupos mediúnicos.
Estes irmãos recebem dos médiuns encarnados benéficos fluidos.
Ainda fiquei olhando aqueles irmãos e como orei por eles!
Meditei sobre a grandeza daquele lugar, onde abnegados irmãos cantavam, curavam e elucidavam os irmãos dementados.
Em uma das enfermarias, vi uma senhora que resplandecia ternura, segurando um espírito disforme em seu colo, acariciando-o.
—É mãe dele, e tudo faz para reavivar sua memória, - falou-me o médico Kelvin.
Outros espíritos também recebiam tratamento especial.
Queira Deus que ao retomarem à terra sejam tratados com igual carinho.
Quando dali nos afastamos, ganhei o grande pátio e, emocionado, sentei-me num banco, deixando cair as lágrimas.
Nesse momento senti á presença da irmã Klãre e convidado fui a visitar outra ala daquela colónia transitória.
Limpei as lágrimas do rosto e ela me falou, ternamente:
—Bendita seja a lágrima fraterna naquele que se emociona diante da dor de um irmão.
Um dia, no nosso Planeta, a paz irá reinar, a dor vai tresmalhar da terra
—Deus lhe ouça, irmã.
—Estou levando você para junto dos outros caravaneiros.
—É mesmo, distanciei-me demais e nem tive a curiosidade de lhe perguntar para onde vamos.
Ao terminar a frase, já estávamos no local em que toda a minha turma me esperava.
Adentramos um pátio muito bonito, onde as flores nos saudavam à medida que a brisa as acariciava.
A tudo examinávamos, quando começamos a perceber que não estávamos sozinhos.
Ali parecia um viveiro, as plantas eram lindíssimas, as folhagens imensas.
Era um bosque em miniatura.
Todo o nosso grupo encontrava-se em silêncio, quando a irmã nos levou até certo local cujo chão era verde, gelatinoso.
Então, começou a cantar.
Surpreendentemente, foram surgindo umas coisas disformes; por mais que quiséssemos enxergá-las, elas deslizavam naquele rio gelatinoso.
Para nosso espanto, aquelas "coisas" possuíam olhos e bocas. Lílian perguntou:
—O que é isso?
—São irmãos nossos comprometidos com as leis da Natureza.
Eles a insultaram, destruindo prematuramente o que só ela tem poder para decidir.
Quando no corpo físico, não buscaram a origem de tudo e, distante de Deus, ficaram com o demónio do ódio; e este veneno deformou suas vestes divinas: os perispíritos.
Estes irmãos já estão em situação privilegiada, encontram-se neste recinto aguardando também o momento de voltar à carne.
—O quê? A carne?
Mas como se eles nem possuem corpos?
—Ao voltarem a reencarnar, poucas horas ou alguns dias permanecem na veste física, mas são momentos muito proveitosos para a evolução deles.
—Por que gostam de deslizar sobre este pântano gelatinoso?
—Acostumaram-se, porque o baixo umbral fica numa zona lodacenta.
Quando são tirados de lá, colocamo-los nesta substância energética, que muito os beneficia.
Daqui a algum tempo, estarão transitando por este bosque mais livremente.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 10, 2020 7:30 pm

—Sem forma humana?
—Sim, sem forma humana.
Eles destruíram todos os pontos e canais energéticos, e terão que esperar; só o tempo vai curar.
O espírito não retrograda, mas a forma degrada-se, quando no coração só existe ódio.
As formas ovóides eram tratadas por médicos iluminados, que se esmeravam no tratamento daqueles infelizes.
Dois deles aproximaram-se de nós.
Eram tão disformes, que pareciam um disco, com olhos, nariz e boca.
No mesmo instante, apareceu um outro semelhante a uma lesma, de aspecto repugnante.
Lílian segurou-me o braço.
—O que fizeram eles?
—A irmã nem pode imaginar; torturaram, mataram, levaram a dor e o desespero a milhares de criaturas.
Pensei: "como pode uma pessoa ser assim e ficar assim?:
Perder tudo, até sua veste de espírito: o perispírito".
Um deles gritou:
—Vão embora, demónios!
Por que vocês gostam de presenciar a nossa desgraça?
Se pudéssemos, nós sairíamos daqui.
Outro retrucou:
—Cala essa boca imunda!
Recorda que estamos aqui por que Deus nos ama e logo voltaremos a ter um corpo normal.
Aqueles irmãos, que chegaram ao fundo do poço, destruíram a veste perispiritual e ali se encontravam deformados.
Os ovóides eram tratados com o mesmo carinho dedicado a outros doentes, só que de uma maneira diferente.
Por ter sido destruído o corpo perispiritual, é necessária a permanência neste local para receber os fluidos indispensáveis para que ele se recomponha; e estas energias se encontram nos riachos e nas florestas.
O corpo perispiritual volta a precisar das energias do vegetal e do mundo animal.
Não se esqueça de que só o perispírito retroage, o espírito jamais.
Era um bonito lugar e ali ficamos por algumas horas.
Contudo, a lágrima e a dor se faziam presentes.
Quando se fechou o portão, sentei-me em um banco.
—É triste, muito triste, - falou Enoque, - constatar-se a violência do homem para consigo mesmo.
Ninguém causa dor a outrem, nós é que somos os nossos algozes.
Que Deus nos ajude a não cair em tentação, porque Vosso é o reino e a glória.
Sem Deus, o homem não caminha, rasteja no mar da dor e do desespero.
No dia em que cada encarnado abraçar o Evangelho de Jesus, a caridade vai vestir suas almas e todos eles verão a Deus e Ele, Pai bondoso, nos dará de novo o paraíso.
Até lá, estaremos caminhando junto à dor e ao infortúnio.
Os irmãos menores deste pátio já foram socorridos, mas existem muitos e muitos lugares onde o ser perverso está confinado, porque é tão animalizado que não pode conviver com as criaturas humanas.
Deus não cria os umbrais, é o homem que, com seu ódio, cria as correntes do desespero.
Mas esperamos que um dia as consciências despertem e o materialismo se distancie do ser, dando a cada um a consciência das coisas do Senhor e a liberdade de si mesmo, para a glória da paz.
Ninguém deve afundar-se nos rios do egoísmo, porque neles não se encontra o ouro do perdão.
É bom ser pobre de espírito, mas todos nós precisamos nos tomar ricos de amor, pois só assim encontraremos a felicidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 10, 2020 7:31 pm

O homem julga que não tem de obedecer às leis de Deus, e dia-após-dia vai destruindo a sua "veste nupcial".
Como diz a parábola de Jesus, muito poucos não terão acesso à Casa do Pai.
Os que restarem, sabemos, serão levados pelo turbilhão de um planeta primitivo, onde a vibração é semelhante a de alguns homens.
Quando ele se aproximar da Terra os espíritos de fluidos semelhantes serão atraídos e levados pelo chamado "chupão", e lá existirá o ranger de dentes.
Muitos podem julgar que seja castigo, mas como não existe penitenciária, quando os fora-da-lei se avolumam em ódio e maldade contra o seu próximo, esses lugares trevosos são penitenciárias redentoras para espíritos bem endurecidos.
A História sempre nos narra a violência do homem para com o homem.
Os espíritos que causam dores vão, pouco a pouco, perdendo a forma humana.
O ódio é tanto que eles tomam a forma de um animal; não nos esqueçamos de que o espírito de um homem jamais pode alojar-se no corpo físico de um animal.
Eles apenas moldam o seu corpo com o aspecto de um animal feroz.
Mas Deus, como todo bondoso Pai, não os esquece e permite que todos sejam tratados, mesmo que o corpo perispiritual já esteja totalmente deformado.
O homem é inimigo dele próprio; ele é que se auto-destrói.
A corrida para o poder e a ganância do ganho fácil levam numerosas pessoas a se comprometerem por demais.
O traficante que destrói a vida de um adolescente é cruel pelo que faz; o jovem que se inicia na droga morre para a sociedade, toma-se um pária, e de quem é a culpa?
Dos gananciosos que, esquecidos de Deus, matam os próprios irmãos de maneira desumana.
Hoje, até as crianças já se encontram nas mãos de inescrupulosos traficantes.
Logo a sociedade vai deparar-se com outro cruel crime:
o do sequestro(1), com mentes doentias comandando verdadeiras falanges dispostas a tudo.
Onde colocar estes seres quando desencarnam?
Nas penitenciárias da espiritualidade, para ficarem confinados, porque, soltos, eles voltariam a fazer novas vítimas.
Estas criaturas que vimos deformadas e já socorridas não tinham dentro de si o amor a Deus, por isso a agressão às Suas leis.
—Rayto, e os pais desses irmãos?
—São espíritos abnegados que se propuseram a ajudá-los; outros irão recebê-los por afinidade.
—Mas não é mau para eles possuírem pais sem moral?
—Não se esqueça Sérgio, de que dificilmente uma forma ovóide dura mais que oito dias no mundo físico.
Como nasce e desencarna rapidamente, tanto faz a evolução moral dos pais.
Apenas servem de meio físico para os espíritos.
Lembre-se de que o parto e o desencarne são cirurgias plásticas nos perispíritos.
As formas ovóides terão de sofrer imensas cirurgias até voltarem a possuir forma humana; até lá, irão pagando ceitil por ceitil todas as dores, todas as lágrimas e todo o desespero pelos quais fizeram alguém passar.
—Estes irmãos aqui nesta Casa estão recebendo um tratamento especial, mas e os outros do "Vale do Tormento"?
—Também para lá Deus envia os Seus mensageiros, porém é comum serem repelidos.
Graças à protecção de Deus, tem aumentado o número de socorridos.
O que nos causa tristeza é que esses espíritos doentes, antes do socorro divino, são usados pelas organizações das trevas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 10, 2020 7:31 pm

Eles são colocados nos órgãos físicos, para levarem as pessoas ao desequilíbrio.
São chamados de parasitas, porque gostam das energias dos encarnados.
Continuou:
—Ontem eles eram poucos, hoje aumentam assustadoramente, e por mais que Deus mande a mensagem, está proliferando o materialismo, com a corrida desenfreada ao ouro e ao poder.
O homem não se detém para analisar seu invólucro físico, como ele é frágil, como está ilhado de vísceras, órgãos, sangue, moléculas etc. e tal, e que tudo isso apodrece; só não se extingue a luz chamada espírito.
E por que não cuidar desta energia eterna?
Não se cuida do espírito, porque muitos não acreditam que são um espírito, julgam que são bonecos que um dia morrerão eternamente e não terão de prestar contas do que fizeram no mundo físico.
No dia em que todas as criaturas descobrirem o espírito, encontrarão Deus, que é o Maior dos Seres e, com Deus ao seu lado, darão as mãos a todas as criaturas.
Reinará, então, a harmonia na Terra e nos Céus, e todos nós ouviremos a cantiga da paz.
Os nossos olhos marejaram de lágrimas ao ouvir tão sábias palavras, proferidas com muita emoção pelo nosso querido Rayto de Sol.

(1) N.E. — Este livro foi psicografado no ano de 1989, antes da enorme onda de sequestres que estão acontecendo no Brasil.
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