LUZ ESPÍRITA
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Página 4 de 6 Anterior  1, 2, 3, 4, 5, 6  Seguinte

Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 01, 2014 10:30 pm

Os perispíritos estavam impedidos de voltar a seus corpos ao longo da noite; enquanto isso, desenvolveriam formas-pensamento inteiramente programadas pelos magos durante o transe a que eram submetidos.
Os pensamentos que atingiam Raul pareciam advir particularmente de um único ser aprisionado.
De repente, a voz tornou-se mais clara e tão nítida que não apenas Raul a escutava, mas nós também, através do perispírito de Raul, que parecia ampliar as ondas mentais:
— Vocês não são servos dos magos!
Como ousam perturbá-los?
Sabem que os pensamentos partem de nós, os médiuns e iniciados de nossos senhores.
O que vocês querem?
Raul falou, pronunciando cada palavra em conexão estreita com Pai João de Aruanda:
— Não somos parceiros dos magos.
Eles fugiram diante de nossa aproximação e abandonaram vocês aqui, nesta base de experiências.
Viemos para libertá-los.
É isso que viemos fazer aqui.
— Vocês pensam em nos libertar, mas não conseguirão fazer isso.
Já somos livres e estamos aqui por nossa espontânea vontade.
A resposta do aprisionado deixou os guardiões boquiabertos.
Pasmo, Raul procurou refugiar-se nos pensamentos de Pai João e buscar dentro de si a conexão com a fonte de pensamento superior que o havia contactado antes.
Preocupado com a situação, Jamar falou, em voz baixa:
— Amigos, as coisas aqui são muito complicadas.
Estes espíritos capturados e mantidos neste local pelos magos parecem ter perdido a conexão com a realidade.
Ao que tudo indica, tornaram-se íntimos dos magos e, portanto, irradiam uma aura estranha, eu diria quase maligna.
Não sei como os magos conseguiram transformá-los assim.
Estava patente que os cerca de 40 seres encarnados em desdobramento haviam participado do experimento dos magos, inicialmente, por vontade própria.
Talvez, mais tarde, os magos os tenham sujeitado ao controle hipnótico.
— Não adianta vocês tentarem nos libertar!
Nossos senhores nos procurarão onde quer que estejamos e nos conduzirão ao novo reduto que construírem — tornou a se expressar a voz de um dos seres perturbados.
— Por que vocês se ofereceram como cobaias para os magos?
Por que se candidataram a urna experiência tão bárbara assim? — Raul indagou, com evidente contrariedade diante da situação.
— Não adianta tentarem arrancar algo de nós!
Todas as informações foram transferidas a uma base dos senhores da escuridão, em regiões ainda mais profundas — a eloquência do pensamento contrastava com a figura dos corpos inertes.
— Não queremos informações para combater seus senhores, mas para libertar aqueles que sofrem a influência pertinaz de mentes diabólicas.
Uma risada quase irónica preencheu a mente de Raul, e a ouvimos todos.
Era como se aquela pessoa ali projectada em corpo astral estivesse completamente louca, sem qualquer noção a respeito de sua vida espiritual e sem saber o perigo que corria.
Novamente uma voz ressoou em nossas mentes.
Desta vez não vinha da mesma pessoa, mas de outro espírito dos que ali estavam prisioneiros:
— Não confiem nele!
Está louco. Socorram-nos, libertem-nos!
E mais outras vozes, em coro, conseguimos ouvir claramente, como se despertassem de um longo sono:
— Isso mesmo, socorram-nos!
Os magos nos prometeram poder e voz de comando, e agora descobrimos toda a verdade.
Salvem-nos!
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 01, 2014 10:30 pm

— Não nos abandonem aqui!
Não conseguimos nos libertar por nós mesmos.
Estamos imobilizados.
Um silêncio constrangedor se seguiu após o levante dos seres desdobrados que foram feitos reféns e cobaias.
Uma risada maligna se ouviu em meio ao silêncio, e, logo depois, Pai João manifestou seu pensamento:
— Vejamos o que escondem estes nossos filhos da agonia...
Pai João adiantou-se, aproximando-se mais ainda dos corpos astrais em suspensão e, ao concentrar seu pensamento, tacteou mentalmente os seres que pareciam hibernar naquela clínica tenebrosa.
Depois de algum tempo sem ser interrompido, o pai-velho falou em tom bem sonoro, para todos ouvirem:
— As pessoas cujos perispíritos estão alojados aqui, em desdobramento, estão sofrendo a acção dos magos em processo obsessivo altamente complexo.
Mas também são cobaias, com as mentes das quais os magos estão fazendo experiências.
Como é noite na crosta, estes seres vêm para este lugar sem nenhum esforço dos magos ou de seus sentinelas, através do desdobramento.
Todos receberam um comando hipno-sugestivo, que os compele, assim que dormem, a retornar sempre ao mesmo lugar, este laboratório de experimentos extra físicos.
Desse modo, os magos os mantêm sob intensa vigilância.
Diria que estão sofrendo uma espécie de reprogramação mental, algo muito mais sofisticado do que a simples lavagem cerebral conhecida dos encarnados.
Seja como for, vejamos o que se pode fazer para libertar estes infelizes do domínio dos magos.
Era como se Pai João houvesse dado uma ordem, pois assim que pronunciou essas palavras, os guardiões presentes no ambiente prontificaram-se a executar as ordens de seu comandante.
Observamos que um dos guardiões trazia consigo um representante dos sentinelas dos magos, capturado e sob os seus cuidados.
O sombra, conforme se auto denominava, estava visivelmente atordoado pelo fato de ser submetido a uma autoridade superior, diferente do arbítrio exercido pelos magos.
Talvez ele pudesse vir a calhar, trazendo informações que facilitassem nosso trabalho, pois se destacava dos seus pares por sua capacidade e liderança.
O certo é que não poderíamos permitir que aquela situação se prolongasse ainda mais.
Não estávamos ali por mero acaso, nem mesmo para sermos espectadores mudos, desprezando o sofrimento e a acção premeditada dos magos.
Quem saberia dizer o alcance daquelas experiências levadas a efeito na cidadela de cobaias humanas?
E se tivessem consequências catastróficas no futuro?
Enquanto os guardiões especialistas libertavam os corpos astrais colocados em animação suspensa nos esquifes, Pai João convidou-nos, Raul e eu, a acompanhá-lo numa tentativa de dialogar com o sentinela dos magos capturado pelos guardiões.
Conduzindo-o a um canto do salão, Pai João iniciou a conversa:
— Não se assuste. Seus senhores os abandonaram numa situação complicada.
Estão sob a tutela de espíritos mais esclarecidos, e não podemos permitir que você retome sua função de agente das falanges dos magos negros.
Impondo a mão direita sobre a fronte do sentinela, Pai João projectou intenso fluxo energético sobre o cérebro perispiritual do ser que estava sob o império dos magos.
O representante dos sombras parecia se contorcer ante a força magnética do pai-velho, que o libertava do domínio impiedoso.
Em poucos instantes, o espírito pareceu mais à vontade, no entanto, não sabia como se portar diante do novo panorama que se desenrolava diante de si.
—Veja, meu filho — retomou Pai João.
Você agora se encontra sob a bandeira da misericórdia do Cordeiro.
Não há como retornar às falanges às quais pertencia.
Se isso fosse possível, os magos o tratariam como desertor ou traidor.
Portanto, aconselho-o a se entregar ao jugo suave daquele que a todos ama e abriga em seu coração.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 01, 2014 10:30 pm

Soluçando, como que acordando de um sono de longa duração, o espírito se mostrava claramente abalado.
Raul o abraçou imediatamente, oferecendo um apoio naquele momento de extrema importância para o seu despertar espiritual.
Após longos minutos, durante os quais nos mantivemos em respeitoso silêncio, o ex-agente dos magos balbuciou, com palavras entrecortadas:
— Desejo contribuir de alguma forma com o trabalho de vocês, em retribuição ao que fizeram por mim — disse, agora que recobrara a lucidez.
— Não se sinta obrigado a fazer nada — disse eu ao ser que renascia para a nova vida.
Você será conduzido a planos mais altos, que talvez nunca tenha visitado.
Mas, a partir de agora, é um espírito livre, e tem toda a liberdade, inclusive, de se calar quanto às experiências que vivenciou.
— Me sentirei melhor se permitirem uma contribuição de minha parte.
— Fale então, meu filho! — encorajou Pai João.
Quando o espírito começou a falar, atraiu a atenção de muitos dos guardiões que auxiliavam Jamar na libertação dos corpos astrais.
Estávamos cada vez mais perplexos com a história que o ex-agente dos magos nos contava.
Os planos dos senhores da escuridão eram por demais assombrosos.
Escutávamos atentos:
— Como puderam ver, meus senhores, somente o centro desta cidade reflecte uma aparência mais moderna; os arredores apresentam um ar antigo e desleixado.
É que aqui, na área central, funcionam os prédios de experiências com os encarnados.
Este é apenas um campo experimental.
As bases dos magos responsáveis, como sabem, ficam em cavernas incrustadas em regiões mais inferiores ainda.
Os espíritos estacionados aqui, em sua grande maioria, converteram-se em cobaias dos senhores da escuridão.
Este reduto astral fica escondido em meio a neblinas intensas e se constitui num terreno de difícil acesso para muitos médiuns encarnados.
Se porventura quisessem interferir no andamento das pesquisas aqui realizadas, enfrentariam sérios obstáculos, eis a razão mais óbvia pela qual os magos escolheram este local para implantar seu complexo experimental.
E, podem ter certeza, como esta, existem outras estâncias semelhantes.
O antigo agente das sombras parecia falar abertamente de tudo que sabia, agora que recobrara a desenvoltura.
Todavia, era patente que ele não estava de posse de todos os pormenores, pois demonstrava nitidamente desconhecer algumas conexões, cujos detalhe* Pai João e Jamar já haviam explorado anteriormente.
Mesmo assim, não o interrompemos. Sua perspectiva poderia acrescentar-nos bastante, e por certo teríamos muito a aprender a respeito da táctica dos magos.
— Neste distrito astral — prosseguiu o ex-sombra —, os magos realizavam experimentos de manipulação sugestiva, ou aquilo que poderíamos denominar de reprogramação da mente e das emoções.
Trata-se de um método de substituição de lembranças e conceitos, que são adulterados e trocados por uma falsa memória, implantada artificialmente.
Por isso, eles escolheram indivíduos, sejam viventes ou não, ligados à religião, principalmente sensitivos e representantes religiosos mais expressivos.
— Não entendi direito a associação dos fatos, isto é, o motivo real de sua predilecção pelas figuras que desempenham tais papéis — expressou Raul.
— Na verdade, os magos actuam no planeta desde épocas imemoriais.
Sua actuação foi mais intensa no momento histórico da Atlântida e da Lemúria, e muitos deles passaram a operar nos bastidores da história das civilizações humanas.
Considerando que não desejavam de modo algum que a mensagem do Cristo viesse ao encontro dos povos da Terra, tudo fizeram para impedir o desenvolvimento e a difusão da ideia cristã.
Como não obtiveram êxito em seu intento, e depois de inúmeras investidas a fim de deturpar o conteúdo de seus ensinos, desde a década de 1960 se empenham em nova modalidade de ataque.
Procuram realizar experiências para implantar conceitos e memórias falsas e obtusas nos representantes religiosos.
— Isso explica o fenómeno que se presencia hoje em dia, com o aumento considerável de ideologias absurdas e seitas exóticas que proliferam na Terra...
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 01, 2014 10:31 pm

— Mas o que se vê por aí é apenas uma pálida ideia do que pretendem.
Começaram por desenvolver bacilos psíquicos, que são alojados nas mentes das pessoas que já trazem uma predisposição ao fanatismo e ao extremismo religioso.
Dessa maneira, foi fácil achar, entre os encarnados, parceiros interessados em arrebatar as multidões com suas ideias fantasiosas, todas introjectadas nos corpos astral e mental pelo processo que já conhecem.
Sob a acção dos magos, que desse modo fomentaram essas ideias, surgiram, no plano físico, os movimentos pentecostais e carismático.
Os senhores da escuridão apreciaram o resultado de seu trabalho hipnótico e então resolveram abrir, do lado de cá da vida, este campo experimental, trazendo para cá, desdobrados, vários médiuns e dirigentes espíritas e umbandistas, entre outros.
Reparem que a incidência de pessoas ligadas aos movimentos espiritualistas é muito grande aqui.
— O que pretendem com os espíritas e umbandistas, especificamente?
— Como já infiltraram seus agentes e suas ideias escabrosas entre aqueles que se julgam os únicos representantes legítimos do Cordeiro, os líderes religiosos e fiéis tomados pelo fanatismo, agora pretendem investir em novo núcleo.
Os chamados médiuns, os chefes de terreiro e os dirigentes espíritas oferecem solo fértil nos quais semear tais pesquisas, pois também trazem elementos ambíguos e espinhosos, que poderão ser enfocados pelos magos.
Por exemplo, podemos citar o desejo de aparecer, a busca pelo aplauso e pelo reconhecimento público, ou ainda a vontade de sobrepujar o outro na destreza para lidar com as forças subtis da natureza, no exercício de um pretenso poder, outorgado pela própria megalomania e pela vaidade.
Para alcançar êxito nessa etapa inicial de sedução, os magos apresentam às suas futuras cobaias propostas subjacentes, aumentando a importância desses factores na mente das pessoas.
A sede egocêntrica ganha relevo.
Quando elas vislumbram a possibilidade de atingir os objectivos que almejam, então cedem voluntariamente à acção dos magos, que se disfarçam em mentores e mestres de reconhecida autoridade moral.
Dessa forma, são conduzidas a esta cidade, onde se transformam em cobaias de experiências mentais e emocionais.
Aos poucos, os senhores das sombras pretendem substituir a memória e o conhecimento do Cordeiro e de seus ensinamentos por deturpações e pseudo conhecimentos, cuja implantação se dará no cérebro espiritual dos corpos astrais de suas vítimas.
Objectivam confundir e, no limite, extinguir a imagem de Jesus de Nazaré, o personagem histórico, que se perderia em meio a tantas falácias, uma atrás da outra.

* "As técnicas que possibilitam a manipulação mental já são conhecidas pelos estudiosos encarnados e se constituem numa realidade, no que se refere à psicologia moderna e suas variantes.
A teoria a respeito da modificação da memória e do implante de novos conceitos e dados na mente do indivíduo também já existe, mas fica na dependência do modo como se consolidaria esse tipo de acção criminosa, em virtude do evidente dilema ético.
Naturalmente, entre os encarnados, isso tudo não passa da teoria, considerada por alguns absurda ou risível.
No entanto, entre os habitantes do mundo astral, principalmente entre os especialistas das hostes dos magos negros, havia a necessidade apenas de elaborar um planeamento estratégico — aptidão em que os magos provaram ser exímios —, uma vez que a barreira ética não representa impedimento algum.
Tudo isso configura uma nova metodologia de acção desses seres da escuridão, uma forma mais sofisticada de obsessão, que desafia os modernos discípulos do Cordeiro a se actualizarem também.
As trevas há muito vêm actuando com novas disposições e tácticas para efectivar seus projectos entre os humanos encarnados, e quanto aos defensores do bem?"
O ex-agente dos magos nos deu preciosos esclarecimentos a respeito da situação reinante ali.
Mas aquilo não era tudo.
Os planos dos magos negros não poderiam ser detidos unicamente com a descoberta dessas informações.
Era preciso muito mais para deter o funcionamento da máquina que sintetizava toda a constelação de poder forjada pelos magos negros e seus asseclas.
Ouvindo o que falava o ex-sentinela, o cientista que nos acompanhou resolveu contribuir:
— A preservação desta cidade e de outras semelhantes consome grande quantidade de energia e vitalidade mental dos senhores da escuridão.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 01, 2014 10:31 pm

Por isso, de tempos em tempos eles e seus auxiliares mais directos têm de se abastecer de força vital, o que ocorre quando os cientistas extraem de seres viventes componentes emocionais e ectoplásmicos.
Mas é claro que os magos não se satisfariam tão-somente com isso.
Interessa-lhes sobremaneira a quantidade de energia psíquica irradiada pelas pessoas que vampirizam.
Eis porque eles agora atacam principalmente os médiuns, de qualquer corrente religiosa.
As revelações pareciam comprometedoras, sob todos os aspectos.
Eu nunca imaginaria que os magos pudessem representar um factor de poder tão assombroso e extraordinariamente perigoso na hierarquia do mundo astral.
Mas tudo isso era apenas uma fracção da história.
Os guardiões conseguiram libertar os corpos astrais, encaminhando-os a planos superiores, sob a supervisão do espírito Joseph Gleber, que assumira a condução dos casos pessoalmente.
A solução demandaria tempo e investimento da parte de uma equipe multidimensional — isto é, composta por integrantes de um e outro lado da vida —, especializada no trato com processos obsessivos complexos.
No que se refere a nós, Pai João deu sinal para partirmos imediatamente, pois a situação da matéria astral por ali parecia oscilante demais.
Todas as construções, os prédios e as casas erguidos pelo poder mental dos magos corriam sério risco de sucumbir, por falta dos elementos mentais que os sustentavam.
Com tantas informações em nossa mente, saímos todos daquele ambiente astral, lamentando apenas que a maioria dos espíritos que povoava aquela aldeia macabra não quis ser auxiliada pelos pais-velhos.
Tanto o cientista quanto o antigo sentinela dos magos entraram connosco no comboio astral, que nos aguardava no mesmo local por onde penetramos a cidadela do mal.
Deixávamos para trás uma turba de espíritos gritando e falando coisas indescritíveis.
No momento oportuno, os espíritos resgatados seriam encaminhados, uns para tendas de umbanda, outros para casas espíritas, segundo as inclinações de cada um, para receber orientação e se restabelecer.
Depois, Pai João, eu e Jamar reconduzimos nosso companheiro encarnado de volta ao corpo físico, pois já estava na hora de ele retornar às actividades na Crosta.
Os relógios marcavam 6 horas da manhã, e novo dia se desenhava no horizonte do hemisfério onde Raul desempenhava suas actividades como médium e cidadão.
Ele em breve se levantava da cama, com as imagens dos últimos acontecimentos fortemente impressas na mente.
Antes mesmo que se envolvesse nas questões do quotidiano, ainda pôde nos perceber a seu lado, acenando-lhe.
Por precaução, Pai João ordenara que mais um dos guardiões, entre os especialistas da noite, pudesse permanecer ao lado do médium, a fim de evitar e preservá-lo de possíveis ataques dos magos.

O povo que andava em trevas, viu uma grande luz sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz.
Isaías 9:2

Nenhum soldado em serviço se embaraça com negócio desta vida, afim de agradar àquele que o alistou para a guerra.
Igualmente o atleta não é coroado, se não lutar legitimamente.

II Timóteo 2:4-5
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 01, 2014 10:31 pm

CAPÍTULO 5 - O RESGATE

Para nós, os desencarnados, trabalhar com os médiuns de um modo geral às vezes representa um enorme desafio.
Muitas concepções e opiniões que foram surgindo e ganharam corpo no movimento espiritualista não passam de mero produto da imaginação de algumas pessoas.
Lamentavelmente, diversos médiuns acabam por sucumbir diante desses conceitos distorcidos, adoptando um comportamento que tolhe ou, no mínimo, inibe um trabalho de parceria mais estreita.
Graças a Deus, existem aqueles que se comportam fora dos padrões estabelecidos.
Questionam tudo e nem sempre concordam com os espíritos, característica essa habitualmente acompanhada de uma atitude diligente, bastante activa, enquanto estão desprendidos do corpo físico.
Têm iniciativas próprias, o que, salvo raras excepções, é um alívio, pois desse modo não se portam como dependentes espirituais.
Em vez de deixar tudo a cargo dos benfeitores, facilitam nosso trabalho.
Porém, não podemos contar com um número tão grande de parceiros assim.
Embora os perigos que porventura se desenhem no andamento desta ou daquela tarefa, há médiuns que não recuam diante de obstáculos.
Quanto a nosso pupilo, parece possuir uma espécie de sexto sentido às avessas, que o compele a buscar situações que outros considerariam penosas demais, das quais sem dúvida dariam jeito de se esquivar.
Entrega-se inteiramente ao trabalho e apaixona-se pelo que faz.
Muitas vezes, sua saúde é comprometida devido ao facto de que não costuma fugir a certos desafios.
Parece mesmo sentir atracção por coisas árduas e situações intricadas, que exigem esforço redobrado.
Inspirado nesse seu senso de aventura foi que Pai João permitiu ao médium fazer uma excursão com Jamar, o guardião, até certa região inferior do astral, a fim de obter notícias de um grupo de seres mantidos como reféns dos magos.
Ele reunia plenas condições de proteger Raul dos perigos iminentes com que deparariam ao enfrentar as regiões mais densas do mundo oculto, pois era o chefe de destacamento de especialistas da noite — como eram chamados os guardiões que haviam estudado e se aprimorado no trato directo com os magos negros e seus subordinados.
Jamar recebera um comunicado de sua equipe, a respeito da existência de uma espécie de campo de guerra ou, conforme diriam os encarnados, um campo de concentração, no qual espíritos eram mantidos prisioneiros durante anos.
O objectivo dos magos seria utilizá-los em suas experiências de magnetismo e hipnose.
Segundo relatórios de outros guardiões da noite, os seres aprisionados eram — de modo semelhante ao que vimos na cidadela dos magos — quase todos identificados com alguma corrente religiosa, incluindo médiuns espíritas e umbandistas desencarnados, porém despreparados para lidar com os magos negros.
Um agente dos guardiões da noite se infiltrara nas organizações das trevas e tivera acesso aos registos guardados pelos seres que eram vigias dos magos, os quais ficaram conhecidos no astral inferior com o nome de sombras, como já tivemos oportunidade de mencionar anteriormente.
Eram seres altamente perigosos, mas careciam de direccionamento permanente, pois os magos haviam influenciado seu campo mental há tanto tempo que quase não possuíam mais capacidade de decisão em momentos graves para os planos de seus senhores.
Talvez a sensível limitação de sua milícia fosse o preço que os magos negros tinham a pagar, em decorrência do controle mental que exerciam implacavelmente sobre os espíritos.
Aqueles que eram submetidos ao seu poder deveriam ser orientados e conduzidos o tempo todo, do contrário, caso precisassem tomar alguma atitude por si sós, pareciam incapazes.
Na falta de comando e instrução, apenas reproduziam as ordens recebidas durante o processo hipnótico.
A sugestão pós-hipnótica implantada na mente dos vigilantes dos magos fazia deles marionetes nas mãos de seus superiores.
Portanto, incapazes de agir em situações que requeressem iniciativa própria, sem a condução dos magos, comportavam-se como robôs, cujas mentes estavam seriamente debilitadas.
De acordo com o que pudera desvendar o espião, em virtude das disputas entre as diversas facções de magos, o campo de prisioneiros e futuras cobaias estaria temporariamente sem comando.
Portanto, estava susceptível à interferência dos especialistas da noite, que agiriam para desmoronar a estrutura criada naquelas regiões sombrias e libertar os espíritos.
Aprisionados, certamente eram utilizados em processos de obsessão complexa, mas, devido ao trabalho dos guardiões, possivelmente poderiam ser resgatados.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 01, 2014 10:31 pm

Raul ofereceu-se para acompanhar Jamar e seus especialistas na tarefa que se delineava.
Nem mesmo o chefe daquela equipe poderia dizer que seriam bem-sucedidos, pois, de uma hora para outra, os magos poderiam retornar, recrudescendo seu domínio sobre as vítimas.
Há quem pense, entre os encarnados, que uma missão de libertação se dê apenas com palavras bonitas e carregadas de conteúdo moralista, doutrinário.
Ignoram que regiões inteiras do mundo oculto, desde milénios, permanecem nas mãos das organizações trevosas.
Por isso mesmo, é necessário acção intensiva por parte dos guardiões, que, semelhantes aos detectives do plano físico, investigam, colhem informações, elegem comissões e investem todos os recursos a fim de promover a emancipação de muitos espíritos, mantidos como reféns em sítios umbralinos.
Somente após todo esse trabalho, frequentemente menosprezado pelos religiosos e estudiosos, é que tais entidades são encaminhadas às chamadas reuniões de desobsessão, seja nas mesas espíritas ou nos terreiros de umbanda.
Quando o espírito chega a incorporar nos médiuns, muito antes, no plano astral, toda uma preparação complexa e minuciosa já foi realizada.
Raul e Jamar se dirigiram para as regiões mais profundas do astral, enquanto Pai João e eu nos ocupamos de pormenores referentes à nossa tarefa, junto aos demais guardiões.
Raul, por estar encarnado, embora desdobrado, trazia o perispírito adensado, conforme exigia a circunstância.
Jamar, o guardião especialista, acostumado com empreendimentos dessa natureza, havia dado uma aparência mais opaca ao seu corpo espiritual.
Apresentavam-se de tal maneira que, caso cruzassem com os habitantes daquelas paragens ao longo do caminho, seriam confundidos com a população natural do lugar.
O médium teve de se proteger com mais ênfase, pois, como encarnado ou vivente, como diziam, seria facilmente reconhecido entre os seres da legião inferior.
Assim, vestira um traje especial, que lhe fora emprestado por Jamar.
Essa roupagem fluídica facilitaria a camuflagem.
— O que espera encontrar por lá, Jamar? — perguntou Raul.
— Não faço uma ideia clara a respeito do que encontraremos por lá, meu amigo, mas, sinceramente, além da expectativa de libertar aqueles pobres infelizes, quem sabe teremos oportunidade de descobrir alguma informação preciosa a respeito da organização dos magos.
— Sem dúvida, isso seria muito proveitoso para os guardiões e para meus estudos! — concordou Raul.
— É por isso que permitimos sua vinda connosco, pois, além de ser abonado por João Cobú, tenho a impressão de que você tem grande interesse em conhecer os planos dos magos negros.
— Talvez porque eu seja um trevoso disfarçado temporariamente de médium — brincou Raul.
Jamar era exactamente aquele tipo de espírito dotado de força magnética extraordinária.
Era alto, com 1,92m de altura, cabelos curtos, tipo militar e olhos escuros expressivos.
Quando sorria, o que frequentemente fazia, mesmo sem um motivo apreciável, revelava dentes alvos e magníficos.
Desencarnado na década de 1950, trouxera da experiência física largo currículo no trato com organizações terrestres ligadas ao tráfico de drogas em nível internacional.
Quando suas vibrações assumiram progressivamente um aspecto mais grosseiro, devido à proximidade com aquele recanto mais denso do astral, Raul esperava deparar com uma situação para lá de extravagante.
Mas isso não aconteceu.
— O que você acha, Raul? — indagou Jamar.
— Por enquanto não acho nada — murmurou o médium.
Raul dava a entender que não estava disposto a emitir opinião, a não ser muito a contragosto.
Jamar, por sua vez, demonstrava notável equilíbrio.
Sereno e calmo, não se precipitava em adiantar o que sabia do destino em direcção ao qual caminhavam, evitando deixar o médium em situação emocional complicada.
Preferia que ele fosse se habituando à paisagem lentamente.
— Uma região escura — constatou Raul após algum tempo de silêncio.
— Creio que as coisas não serão muito favoráveis para o resgate, caso ele seja possível.
Para Raul, os guardiões especialistas da noite lembravam seres mitológicos, descritos nos livros que lera.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 01, 2014 10:32 pm

Não era tão-somente pelo aspecto externo dos guardiões, mas o modo como se comportavam, como se deslocavam entre os fluidos densos e escuros de sectores como aquele no astral.
Pareciam pesados, às vezes até lentos; no entanto, quando em acção, moviam-se com invejável desenvoltura.
Fora isso, sua maneira de ser afigurava-se até solene.
As primeiras observações demonstravam que o local era de uma densidade fora do comum, pois as irradiações solares eram impedidas de chegar com maior intensidade, em virtude das nuvens de fluidos presentes no ambiente.
Cúmulos gigantescos e negros como que engoliam a luz, que os ultrapassava muito pálida.
Jamar e Raul deslizavam por entre as massas de nuvens, que lembravam brumas a encobrir o reduto de algum personagem de contos mágicos.
Em silêncio, procuravam por uma brecha entre o nevoeiro, que lhes permitisse ingressar no esconderijo dos magos, mais precisamente no campo de contenção das almas capturadas pelos sombras, seus vigilantes.
"Se ali ficava realmente essa tal aldeia de prisioneiros sob intensa vigilância" — pensava Raul — "então eles se esmeraram para encobrir a sua localização.
Escolheram o lugar certo".
Depois de caminharem lentamente, quase se arrastando entre os fluidos densos, a cortina de nuvens escuras parecia ceder aos poucos.
— Casas... edificações! — exclamou Raul, de repente.
— Com certeza, meu amigo! — respondeu Jamar.
Permaneçamos atentos.
— Será que são habitadas pelos magos ou pelos seus vigilantes?
Os dois se entreolharam rapidamente e mergulharam no manto de nuvens, apressando os passos, embora a dificuldade causada pela densidade dos fluidos.
Continuavam em silêncio e tentavam penetrar na escuridão do ambiente.
— Haja o que houver nos esperando, a realidade com que nos defrontaremos corresponderá à ideia de um purgatório, um terreno sem luz nem esperança — sentenciou Raul, depois de algum tempo.
— Sem sombra de dúvida — respondeu Jamar, embora parecesse estar com todos os sentidos alertas.
Raul apoiava-se agora no ombro direito do guardião, seguindo-o de perto.
À medida que desciam vibratóriamente, notaram que nem um único raio solar penetrava aquele local.
A única luz ali percebida era a chamada luz astral, propriedade apresentada pelas partículas atómicas peculiares àquele plano, que a irradiavam.
Sendo assim, uma espécie de penumbra reinava na região que eles invadiam.
— Quando olho para este lugar, chego à conclusão de que os magos tratam seus prisioneiros de forma pouco amistosa, agora compreendo melhor por que os seus vigilantes são conhecidos como sombras — acrescentou o médium.
Além da paisagem estranha e do solo astral pegajoso, a região em que transitavam tinha aspecto que induzia a pensar ser grande a incidência de chuva por ali, pois notaram muitos charcos espalhados ao longo do caminho.
O ar era húmido, quase irrespirável, e o clima de estufa talvez fizesse com que o sofrimento das entidades aprisionadas se tornasse pior.
Tais espíritos, ainda muito materializados, sentiam todas as sensações físicas, por isso, o ecossistema ali encontrado afectaria em larga medida seus corpos espirituais, mais densos.
— Cuidado! Olhe ali... — o guardião apontou à sua direita.
Miraram detidamente, até que uma sombra gigantesca, que apenas se esboçava, deitada no chão, mostrou-se mais claramente à visão espiritual.
Era um dos personagens das esferas inferiores do astral:
um pássaro ou um sáurio, de aparência pré-histórica, que estava caído, possivelmente adormecido por um efeito qualquer, oriundo das disputas entre os magos.
__Pelo menos existe alguma coisa por estas bandas! - tornou a falar Raul.
Esse animal estranho me lembra um imenso dragão negro...
Ambos fitaram o ser, que lhes dirigia o olhar ao virar a cabeça, mostrando o bico curvo, desconfiado.
O animal do plano astral possuía uma envergadura de cerca de 8 metros.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 01, 2014 10:32 pm

Pescoço longo e pelado, possuía pele negra e enrugada, que fazia o papel das penas que lhe faltavam, com barbatanas de grandes proporções.
Tudo indicava que o ser bizarro fora deixado para trás numa fuga apressada.
Estava desvitalizado.
— Esses seres são utilizados pelos sombras como meio de transporte.
Talvez devamos auxiliar essa criatura das profundezas a se restabelecer — falou Jamar.
Dizendo isso, ele concentrou toda a sua atenção na libertação do esdrúxulo habitante das profundezas sombrias do astral.
Raul o acompanhou, "dando uma mãozinha", como me contaria mais tarde.
A ave pré-histórica, então livrada do charco umbralino, ensaiou um bater de asas e depois rompeu as nuvens densas, como se fosse a coisa mais fácil do mundo, pairando a razoável altitude.
— Esses animais pré-históricos — informou Jamar — desempenham o papel de veículos para que os sombras realizem seu patrulhamento aéreo.
Possivelmente tenha sido abatido durante um eventual combate.
— Sua figura lembra fósseis dos primórdios da evolução terrena.
É muito rudimentar e grosseira, como se tivesse vindo directo de uma expedição arqueológica.
Há quanto tempo estão por aí?
— Não sei precisar, Raul, mas o interessante é o modo como se mantêm vivos.
São criações mentais dos magos, que, por meio de sua força psíquica, sustentam tais imagens, esse o segredo de perdurarem por séculos e milénios nos recônditos do astral.
Como os senhores do mal não têm a capacidade de elaborar formas superiores, e ainda têm nesses animais a associação com seu passado longínquo, contemplamos aqui o fruto vivo de seu pensamento consistente e persistente.
Após o encontro inesperado, os dois prosseguiram, vislumbrando um território não tão denso à sua frente, ligeiramente menos soturno.
Florestas negras, escombros quase irreconhecíveis, antes avistados por Raul e Jamar, agora eram perfeitamente visíveis.
Um ou outro riacho com cheiro fétido foi transposto durante o romper das densas nuvens.
Colunas de neblina emergiam do solo astral, engrossando as nuvens que escureciam a região.
Por todo lado havia ruínas, cujo aspecto lembrava o de antigas cidades medievais já destruídas.
— O que acha da ideia de que aqui se localizava a base ou laboratório dos magos? — perguntou Raul de sobressalto.
— Não creio nisso, Raul — discordou Jamar.
Tenho a impressão de que os magos destinavam este lugar apenas ao reduto de seus sentinelas, os sombras, que cuidavam dos prisioneiros.
Eles não constroem suas fortalezas dessa maneira; preferem ficar ocultos no interior das rochas e nas regiões abissais.
Reflectindo por instantes, o guardião inquiriu Raul:
— Sente-se à vontade para dar uma olhada por aí comigo?
— É claro! — retrucou o médium.
Afinal, foi para isso que viemos, não foi?
Resolveram chegar mais perto, ingressando na cidade destruída, onde talvez encontrassem os espíritos aprisionados.
No entanto, também poderiam se defrontar com os sombras.
Era um risco necessário.
Naquele lugar, a superfície apresentava-se ainda mais húmida.
Observávamos folhas mortas, das quais brotavam em grande quantidade plantas pequenas, cuja cor, devido à penumbra do ambiente, remetia a um amarelo pálido, ocre.
Ao redor dos destroços das construções, alastrava-se enorme volume de sujeira misturada ao lodo.
O local parecia ter sido importante para aqueles espíritos, abandonado, contudo, era o retrato da desolação.
O ar no interior daquilo que outrora fora um povoado era fétido, saturado de humidade e de toxinas astrais, sinal inequívoco de que antes houvera ali experiências com espíritos infelizes, objecto da atenção dos magos negros.
— Veja, Jamar! — exclamou Raul, apontando para o solo astral.
Animais que se assemelhavam a escorpiões corriam por todo lado e arrastavam, com seus ferrões e tenazes, algo de aparência asquerosa atrás de si.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 01, 2014 10:32 pm

— São criações mentais ou os chamados elementais artificiais, que sobreviveram ao evento dos magos.
Buscam manter-se vivos alimentando-se da matéria astral e da fuligem mental encontradas nesta estância sinistra.
Pequenas formas mentais correspondentes a lagartos iam e vinham, correndo sem sentido, junto ao que restara das construções.
Ambos os enviados àquele vilarejo em ruínas estavam atentos aos detalhes da ecologia astralina quando, repentinamente, escutaram rumores.
Era como se uma multidão de seres estivesse a gritar e suas vozes a repercutir em toda a extensão do ambiente astral.
No início não havia como saber de que direcção partia o murmúrio, que, aos seus ouvidos, soava como imenso clamor.
Imediatamente o guardião da noite aguçou os sentidos psíquicos para distinguir maiores detalhes.
E, indicando determinado ponto no horizonte, chamou Raul:
— Nossos soldados estão próximos.
Capto os pensamentos dos guardiões que estão nos esperando.
Vamos por aqui — disse, dirigindo-se ao local de onde provinham os pensamentos.
— E esse vozerio, de onde vem?
— Mais tarde, Raul.
Agora, o essencial é que encontremos nosso pessoal e, juntos, preparemo-nos para qualquer eventualidade.
Transcorrido breve intervalo de tempo, ambos deram com uma equipe de 21 guardiões da noite a postos, os quais pareciam aguardar seu chefe, Jamar.
Raul foi introduzido, e, depois de algumas explicações, prosseguiram todos em direcção ao barulho, procurando detectar sua procedência.
— Os sombras não estão mais aqui, nas ruínas — disse um dos guardiões.
Acreditamos que, na falta do comando mental dos antigos senhores, tenham transmitido um sinal de socorro e evadido, refugiando-se em algum lugar.
Eu mesmo vi quando foi projectado na atmosfera o símbolo dos magos negros. Temos de nos apressar.
Seguindo rumo ao murmúrio, que se tornava cada vez mais nítido, chegamos às proximidades de um pântano de grandes proporções.
Era, na verdade, um mar de matéria astral líquida, porém espessa, com alto poder corrosivo, semelhante a um monstruoso lamaçal.
A área alagada estava mais profundamente imersa nas brumas, embora pudéssemos identificar em seu interior uma multidão de seres, vultos de pessoas que perambulavam de um lado para outro, unidas entre si.
Entretanto, ao que parecia, não podiam por si sós se desprender daquele charco, onde havia um amálgama de líquidos viscosos e restos de matéria mental tóxica.
A situação era desoladora.
Para piorar, os sombras tinham tudo sob seus auspícios.
Vigiava o local um grupo de mais de 50 entidades pertencentes à guarda de elite dos magos negros, conhecida e temida por sua periculosidade e ausência de medo.
Os especialistas da noite discutiam entre si:
— Os sombras fugiram do que sobrou de sua cidade e vieram para este pântano.
Quanto aos prisioneiros, não podem se emancipar sozinhos, até porque nem saberiam que direcção tomar em meio aos fluidos densos do astral inferior.
Permanecem vagando dentro do pântano.
Estou certo de que os sombras esperam algo, pois não arredam pé do lugar.
— Temo que não será nada fácil vencermos a resistência desses sentinelas.
— Se eles só reconhecem a autoridade do magos, creio que será muito difícil penetrarmos em seus domínios e libertar aqueles infelizes que vagueiam pelo mar de lama.
O campo de prisioneiros fora erguido pelos magos em cercanias inóspitas da subcrosta.
Na época, os próprios magos negros moldaram a região através da ideoplastia, o que não representou nenhum esforço mental expressivo para eles.
O lugar ficara sob os cuidados da milícia negra dos sombras, a guarda de elite dos chefões do mal.
O cárcere astral consistia unicamente de um campo energético de aproximadamente 10m de altura, o qual abarcava uma área de 2.000m2.
Contígua a este terreno, havia uma cúpula de 20m de diâmetro, onde os sombras realizavam investigações psíquicas em cada um dos condenados pelos magos.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 01, 2014 10:32 pm

Contudo, a criação havia se deteriorado e se transformado no lamaçal agora visto.
Assim como a morada dos sombras, não havia sobrevivido ao confronto entre os dois grupos rivais que disputavam a supremacia nos planos inferiores.
A cidadela onde residiam os vigilantes das trevas fora absolutamente destroçada durante o confronto, e, então, somente restavam escombros.
Em decorrência desse fato, eles aglutinavam-se em torno da prisão — que, sem a interferência das mentes que criaram e mantinham aquele campo de força, transformava-se lentamente no pântano de proporções gigantescas que a equipe de guardiões observava.
Os espíritos ali detidos ficaram imediatamente jungidos ao lamaçal, que cada vez mais sofria processos de deterioração.
Não havia mais mentes adestradas para alimentar a forma e as características que antes se verificavam, pois os magos haviam se retirado.
A paisagem mórbida lembrava palidamente outro sítio, visitado anteriormente por nossa equipe.
Os encarcerados reuniam-se em grupos de diversos tamanhos.
A presença dos sombras sem dúvida significava que esses sentinelas tinham esperanças de que os magos retornassem a qualquer momento para assumir seu legado.
Mas eles mesmos, da milícia negra, não sabiam como se comportar.
De certa forma, eram também prisioneiros, já que agiam sob a indução hipnótica dos magos.
Sem seus patrões, não tinham poder de decisão.
Enquanto os guardiões da noite examinavam esses factos e se certificavam das ocorrências por ali, Raul interferiu, definindo o fim do dilema:
— Já sei como resolver a questão! — exclamou de súbito, olhando para Jamar.
— Fale logo, meu rapaz, pois temos pouco tempo.
Se você acha que pode fazer algo, o momento é agora.
— Creio que posso ajudar. Já tive experiências no passado, como mago, em diversas ocasiões, e guardo na memória espiritual os registos da época.
Creio que poderei ajudar de determinada maneira.
Jamar sorriu comedido, deixando os dentes brancos à mostra.
Ele entendera logo o que Raul pretendia fazer. Se sua expectativa se confirmasse, teriam reais chances de êxito na busca de livrar os infelizes das garras dos sombras.
Raul afastou-se dos guardiões alguns metros e concentrou totalmente a mente.
Aos poucos, foi reorganizando a estrutura do seu corpo astral, que se transformava progressivamente, aos olhos de todos.
O médium, naturalmente, aprendera com elevado mentor da Vida Maior como transformar a aparência do perispírito mediante a concentração obstinada.
No lugar do médium Raul, esboçava-se agora um homem alto, corpulento, trajando uma larga túnica escaríate, que brilhava fortemente, parecendo feita de material iridescente.
Ele assumiu uma forma antiga, registada na memória do cérebro extra físico.
Era um verdadeiro mago.
Não totalmente calvo, do lado esquerdo de sua cabeça pendia uma trança de cabelos negros, à semelhança dos magos egípcios.
Olhos grandes e testa larga denotavam inteligência superior e poder magnético ao qual era difícil resistir.
Agora, só faltava enfrentar os sombras e ver qual seria sua reacção.
Pairando a uns 30cm do solo lodoso, o médium, disfarçado na pele do mago escaríate, deslizou em direcção aos sentinelas.
Os guardiões da noite ficaram mais afastados, de maneira que não pudessem ser identificados, pois assim evitavam um confronto aberto com os sombras.
Caso esse choque se desse, provavelmente teriam de desistir de libertar os espíritos reféns naquele pântano.
A poucos metros dos sombras, um deles se destacou, indo em direcção ao mago, que se aproximava.
O momento requeria muita concentração, e um silêncio constrangedor pairava no ar.
O sentinela, um brutamontes de aspecto rude e grosseiro, parou exactamente em frente a Raul, agora na feição de mago.
Mediu-o detidamente, mas logo se sentiu inquieto, com toda certeza dominado pelo olhar vigoroso de Gilgal, o mago escaríate.
— Quem é você?
Qual o seu nome? — perguntou o sombra.
Passaram-se alguns segundos antes que o mago respondesse.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 01, 2014 10:32 pm

Caso falhasse, poderia ser desmascarado, e toda a trama dos guardiões descoberta.
Sem hesitar, o ser vestido de escaríate respondeu com voz cheia de magnetismo e, ao mesmo tempo, autoritária e arrogante:
— Eu é que pergunto quem é você.
Quanto ao meu nome, você não é digno de pronunciá-lo.
Afaste-se imediatamente e dê passagem ao seu senhor e mestre.
Carente de voz de comando e reconhecendo ali alguém soberano, o sentinela desleixou-se em sua guarda, cedendo ao intenso magnetismo que o mago irradiava.
Definitivamente, contribuiu muito a forma como o mago escaríate se expressara.
Era todo pretensão e soberba, e nem por um instante se intimidara diante da situação.
O integrante da milícia negra abriu passagem, enquanto o mago caminhava até a margem do pântano.
Olhou para o interior do charco espesso e, aparentemente, fez uns minutos de silêncio.
Durante esse tempo dirigiu um pensamento ao chefe dos guardiões da noite, informando que até aquele momento fora feliz na empreitada.
Voltando-se para os temidos sentinelas, o mago Gilgal, o escaríate, endereçou-se novamente a eles, após ver reunidos os demais:
— Relatem o que ocorreu por aqui imediatamente, se não desejam ser punidos.
Gaguejando a princípio, mas depois com mais segurança, o representante dos sombras respondeu:
— Mestre, depois que vocês se foram, ficamos à mercê do ambiente hostil do astral.
O campo de prisioneiros se transformou lentamente neste lodaçal, e nossas edificações perderam a forma, convertendo-se em ruínas apodrecidas.
Não sabemos o que fazer e, por isso, aguardamos sua chegada aqui para nos orientar.
— Retornem aos escombros e reúnam todo o material que encontrarem e que sirva para mim.
Vamos sair deste lugar imprestável.
Encontramos uma região mais propícia, para a qual transferiremos o campo de prisioneiros.
Não demorem, pois tenho pressa.
— Mas, mestre, qual tipo de material poderemos encontrar em meio às ruínas?
— Quero o que restou dos registos que confiamos a vocês, tudo a respeito dos prisioneiros.
Eles são muito importantes para as experiências que temos de realizar.
Voltem à antiga cúpula e recolham qualquer indício de material importante que puderem. Aguardarei aqui sozinho.
— Senhor — esboçou o sombra —, não seria razoável que deixássemos aqui um contingente de sentinelas?
— Você não está aqui para questionar minhas decisões.
Não o contratamos para pensar, e sim para agir.
Obedeça imediatamente ou o farei sofrer sob o poder da minha ira.
O mago jogou tudo numa única cartada.
Se falhasse, todo o trabalho teria sido em vão.
Perscrutou o sombra com um olhar significativo, repleto de fúria e ferocidade aparentes.
Finalmente, ele cedeu ao intenso influxo magnético e partiu com os demais sentinelas.
A convicção genuína com que foram pronunciadas as palavras de ordem arrebatou os sentinelas do mal .em direcção aos nossos objectivos.
Raul aproveitou cada minuto e imediatamente emitiu o sinal para que os guardiões da noite entrassem de prontidão.
Assim que chegaram os guardiões, Jamar dirigiu-se ao pântano e gritou a plenos pulmões para os aprisionados:
— Venham, caminhem, viemos para salvá-los!
Uma voz de barítono foi ouvida ecoando através das brumas espessas:
— Não conseguimos nos mover mais rápido. O pântano nos retém.
— Procurem dar as mãos uns aos outros e cantem.
Tentem cantar, assim vocês desviam a atenção do pântano. .. — respondeu Jamar, aos berros.
Pouco a pouco se ouviu um murmúrio, que parecia se avolumar.
Vultos arrastavam-se com morosidade em direcção ao solo mais firme, às margens do pântano.
As vozes cada vez mais intensas da multidão de seres infelizes eram ouvidas como um lamento triste que ressoava naquelas paragens inferiores do astral.
Aproximavam-se mais e mais da margem do lodaçal, quando Raul enfim os percebeu visualmente.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 01, 2014 10:33 pm

Mas, quando alguns dos prisioneiros vislumbraram a figura de Raul, ainda transformado no mago Gilgal, recuaram apavorados, gritando e se atirando de novo dentro dos charcos.
Neste instante, Jamar entrou em acção com os guardiões da noite, e se jogaram dentro do mar de lama e fluidos perniciosos.
Transcorridos alguns minutos, muitos espíritos foram vistos acompanhando Jamar e os demais guardiões.
De mãos dadas, vinham cantando, embora algo apreensivos, devido à presença do mago escaríate que os observava do lado de fora.
Todavia, a verdadeira ameaça ainda não tinha passado.
Encontravam-se ainda a alguns metros da margem.
A lama, o lodaçal — aquela substância composta de negrume, terra, plantas apodrecidas e água fétida — escorria dos corpos espirituais dos resgatados e dos guardiões da noite.
A matéria astral da qual se formara o pântano equivalia a um muco viscoso, de cor marrom-escura, que inspirava asco e pavor.
Não podiam se deter ali, absolutamente.
Raul, transfigurado no mago escaríate, ajudou os guardiões no momento final do resgate.
Um após outro, os espíritos repousavam à beira do mar repugnante, desfalecidos, enquanto nova legião de guardiões avizinhava-se do local para o transporte da multidão de seres.
Apenas trocando gestos breves e palavras curtas, eles esvaziaram o local, antes que os sombras retornassem.
Jamar enviara um pedido mental a Pai João, que providenciou que um veículo de transporte fosse colocado à disposição para o auxílio.
Os resgatados não tinham como se deslocar por conta própria em meio aos fluidos densos, uma vez que, para vencer o percurso, era necessário utilizar força mental, feito impossível para aqueles espíritos sobremodo debilitados.
Um comboio específico os transportaria, o aeróbus, levando-os até o posto de socorro onde eram aguardados, na companhia dos guardiões destacados para conduzi-los pelos vales astrais.
Por precaução, Jamar ficou com um pequeno destacamento de guardiões e especialistas, pois, assim que o último espírito foi removido do local, alguns dos sombras foram vistos se aproximando.
Raul, na personalidade de Gilgal, o mago, foi ter com os sentinelas, enquanto Jamar e seus guardiões ficavam a postos.
O mago queria ganhar tempo e, se possível, evitar que os sentinelas percebessem o resgate antes da hora.
Vendo que o mago se aproximava de sua horda, os sombras detiveram os passos, aguardando seu senhor.
Gilgal, atemorizante, posicionou-se de tal maneira e demonstrou tamanha presunção e vontade férrea que os sombras, abatidos por haverem ficado longo intervalo sem direcção, acataram suas determinações.
— Espero que não tenham retornado sem os elementos de que preciso — pronunciou a voz do mago.
— Não, meu senhor, mas temo que não tenhamos encontrado muita coisa a ser aproveitada — falou um dos sombras, o chefe da horda.
Trouxemos os documentos e alguns registos das experiências realizadas com os prisioneiros.
Mas não é muito.
O sentinela curvou-se perante aquele que julgava ser o senhor da escuridão e assim se manteve por algum tempo.
Após examinar os arquivos trazidos pelos sombras, Gilgal enviou uma mensagem mental a Jamar, dizendo do ocorrido e de como tais dados poderiam ser úteis aos guardiões da noite.
A documentação outrora secreta dos sombras e dos magos trazia projectos delineados, além da descrição de certas experimentações, o que muito auxiliaria no combate aos processos obsessivos complexos.
Eram de um valor inestimável para a equipe de especialistas.
Voltando-se para os sombras submissos, Gilgal ordenou que regressassem às ruínas e ali aguardassem novas ordens, enquanto o mago retornaria com os documentos.
No entanto, ao dar as costas ao sombra, o mago escaríate ouviu sua voz, como num lamento:
— Senhor da escuridão — falou o sentinela, quase chorando.
O que será de nós se demorar a voltar?
Para onde iremos?
A voz do sentinela denotava um misto de temor e veneração, além de expressar um cansaço incomum.
"Mas cansaço de quê?" — pensou Raul.
Imediatamente, Jamar interveio em seus pensamentos, pois o acompanhava mentalmente no diálogo com o representante da milícia negra:
— Não perca tempo, Raul.
O sentinela apresenta condições favoráveis de se desligar da milícia negra dos magos.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 01, 2014 10:33 pm

Ele está cansado de servir nestas regiões.
Gilgal resolveu dar atenção ao sentinela dos magos, depois de ouvir a sugestão de Jamar.
— Diga, vassalo — pronunciou o médium disfarçado, pois não poderia correr o risco de ser desmascarado antes do tempo.
— Mestre — tornou o sentinela.
Perdoe-me a petulância de me dirigir ao senhor da escuridão, mas eu não me sinto muito à vontade por aqui.
— Por que motivo você modificou sua forma de ser de repente?
Por acaso está abandonando seus votos de perpétua fidelidade?
— Não sei bem, meu senhor, não entendo o que acontece comigo.
Mas devo dizer que os demais sentinelas que eu trouxe ao seu encontro partilham dos mesmos sentimentos que começam a emergir em meu interior.
Porém, imploramos, mestre, não interprete nosso gesto como infidelidade aos senhores.
— Fale-me mais a respeito — ordenou Gilgal.
Prometo contemplar sua causa.
— Desde algum tempo, noto que surge em mim um clamor diferente.
Conversei sorrateiramente com outros sentinelas, estes que estão aqui comigo, e eles sentem-se de modo semelhante.
Certa insatisfação brotou e vinga a cada dia dentro de nós, mas não sabemos como proceder.
Pessoalmente, ignoro se estou vivo ou morto e toda a movimentação por estas regiões escuras parece que está produzindo em nós algo que não podemos definir.
O sentinela estava experimentando o remorso, precursor do arrependimento.
Mas, sem uma referência espiritual minimamente elaborada, sentia-se incapacitado para lidar com o processo interno.
Raul ou Gilgal, mediante a sugestão de Jamar, concordou logo que havia uma chance palpável de conduzir aqueles espíritos por um novo caminho.
Tirando proveito da circunstância, indagou:
— E os demais sentinelas, afora este pequeno grupo, que pensam a respeito?
— Não sabemos, mestre.
Talvez aquilo que se manifesta em nós seja alguma doença em nossa alma.
Nós nos separamos dos demais e os deixamos nas ruínas, conforme o senhor ordenou, à procura de algo importante.
Precisávamos falar com um dos senhores da escuridão.
Demonstrando interesse nas questões apresentadas, Gilgal reflectiu profundamente, afastando-se por algum tempo dos sentinelas, que continuaram parados, à espera de seu pretenso senhor.
Passados poucos minutos, o mago retornou, falando mais brandamente com os integrantes da milícia negra.
— E se eu lhes mostrar um caminho mais excelente do que este, que estão acostumados a percorrer?
Se eu lhes conceder uma oportunidade de modificar seus pensamentos e sua situação, liberando-os dos compromissos assumidos com seus senhores?
— Mesmo assim, mestre, não saberíamos o que fazer, já que estamos habituados a seguir instruções.
Seremos gratos; porém, não conhecemos outro poder além dos senhores.
— Pois eu liberto vocês agora de qualquer domínio mental — sentenciou solene o mago escaríate, acompanhado mentalmente por Jamar.
A partir de agora, não são mais escravos de ninguém.
Se desejarem, sigam-me.
O sentinela olhou para seus companheiros, e seu olhar parecia transmitir uma mensagem comum a todos — almejavam a liberdade.
Gilgal abriu os braços num gesto de aconchego, abraçando inesperadamente o sombra recém-liberto.
O ex-sentinela dos magos caiu em pranto convulsivo, juntamente com os demais que o seguiam.
Gilgal também não se conteve, e uma lágrima discreta foi vista rolar em sua face.
Ele aproveitou o momento e anunciou aos seres que estavam sob a tutela dos magos:
— Aguardem aqui por um momento!
Buscarei alguns companheiros, que os conduzirão a novo recanto de actividades.
Zelarei pessoalmente por vocês.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Ago 01, 2014 10:33 pm

Deixando os sentinelas a sós, com lágrimas nos olhos por tantas emoções duramente represadas, Gilgal procurou Jamar, endereçando a ele a guarda dos espíritos.
Através da ideoplastia, o mago escaríate modificou a aparência, retornando à sua forma original como Raul.
Apontou na direcção dos antigos sentinelas das sombras, encontrando-os já na companhia de Jamar.
— Vejo que sua equipe de guardiões encaminhará esses espíritos a um local apropriado, onde poderão reflectir a respeito das novas questões que se impõem a eles.
— Com certeza, Raul — respondeu Jamar.
Contudo, antes que sejam levados a um posto de auxílio superior, precisam ser conduzidos a uma casa espírita ou umbandista para que travem contacto com os fluidos mais animalizados dos médiuns, através daquilo que denominamos choque anímico.
— No caso desses espíritos, considerando que eles próprios é que desejaram subtrair-se do império dos magos negros, ainda assim há necessidade do choque anímico?
__Ocorre, meu amigo, que os ex-agentes das sombras ainda têm o psiquismo tão fixado no passado e concepções materiais arraigadas a tal ponto que, apesar do desejo de modificação, não conseguiriam vislumbrar os espíritos mais esclarecidos, como os pais-velhos e outros mentores da Vida Maior.
Só nos percebem devido ao fato de que adensamos muitíssimo nossas vibrações para nos movimentarmos nestas zonas de baixíssima frequência.
O choque anímico provocará neles uma descarga energética de altíssimo grau, fazendo com que sejam liberados os fluidos mais densos, agregados a seus corpos espirituais.
Dessa forma, poderão abranger algo mais além do campo estreito de suas percepções actuais.
Enfim, o contacto com o ambiente de uma reunião mediúnica será extremamente benéfico para esses espíritos.
Raul aproximou-se daqueles espíritos, dando-se a conhecer plenamente.
Eles ficaram felizes ao constatar que o mago escaríate era, na verdade, o médium Raul, que se disfarçara para o contacto.
Com efeito, ainda temiam os magos, seus antigos senhores.
Descobrir que Gilgal era o médium desdobrado trouxe, portanto, mais tranquilidade àqueles seres, que se ofereceram para novas tarefas, inclusive para acompanhar a equipe de Jamar nas excursões pelos planos mais densos.

Então os discípulos aproximaram-se de Jesus em particular e perguntaram:
Por que não conseguimos expulsá-lo?
(...) Mas esta espécie só sai pela oração e pelo jejum.

Mateus 17:19,21
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 02, 2014 9:25 pm

CAPÍTULO 6 - OBSESSÕES COMPLEXAS

Durante o dia, Pai João e eu fomos convidados por Jamar a visitar uma base de operações dos especialistas da noite, os guardiões que haviam se instrumentalizado para enfrentar questões relativas aos magos negros e seus superiores hierárquicos.
Enquanto o médium Raul se absorvia nas questões próprias de sua vida de encarnado, colocamo-nos a caminho do local. Na verdade, o convite tinha claramente segundas intenções.
É que nova turma de guardiões, desencarnados recém-admitidos na equipe dos especialistas, estava se aprofundando em temas intrigantes, perfeitamente dominados por Pai João de Aruanda.
Em seus estudos, os aprendizes a caminho da especialização teriam a oportunidade de formular algumas perguntas ao pai-velho João Cobú, a fim de esclarecer alguns aspectos relativos ao trabalho dos magos negros.
Com imensa boa vontade, Pai João aceitou o convite, e eu, como repórter das questões espirituais, evidentemente fui no seu encalço.
Era uma ocasião valiosa para colher mais informações a respeito dos magos, seres envoltos numa aura de fascínio e mistério.
Além disso, seria de bastante proveito para os estudiosos encarnados todo e qualquer conhecimento embasado que eu pudesse obter a respeito dos processos obsessivos levados a efeito por tais entidades.
Também era uma circunstância apropriada para desmistificar o que diversos espiritualistas falam a respeito dos magos, pois havia muita teoria sem fundamento sobre o assunto.
Como Pai João pertencia a determinada categoria de espíritos, os pais-velhos, conhecedores profundos da magia e, portanto, com vasto repertório acerca dos processos complexos de obsessão, jamais eu poderia perder essa chance.
Adentramos um enorme salão no interior de edifício espaçoso, localizado em região astral cuja vibração era muito próxima à da Crosta.
Era um dos diversos pontos em que os guardiões da noite se reuniam para estudar e de onde partiam para observações e trabalhos de campo, os quais os capacitariam a enfrentar as legiões do submundo.
O salão abrigava mais de 100 espíritos de variadas nacionalidades, que ali se encontravam para a sessão de questionamentos endereçados a Pai João.
Enquanto aguardávamos Jamar com as apresentações, pude examinar o ambiente à minha volta.
Sentia-me numa autêntica divisão militar, pois os espíritos presentes se comportavam com o máximo de disciplina possível.
Quando Jamar se pronunciou, introduzindo Pai João de Aruanda, notei a profunda reverência que os guardiões nutriam em relação ao pai-velho.
Todos sabiam o significado e a importância de se estar ladeado por um desses espíritos no combate às legiões das sombras.
Como já foi dito, grande quantidade de pais-velhos são iniciados dos antigos templos de civilizações perdidas, por isso, entendem como ninguém dos processos de magia e demais assuntos correlatos: disciplina mental, campos vibratórios dissociativos, de força e de contenção, bem como manipulação de recursos da natureza, entre outros. Sobretudo, são temidos pelos magos negros.
Os guardiões não ignoravam que, por trás da aparência simples e singela de um pai-velho, escondia-se a sabedoria milenar de grandes almas.
Após as apresentações de Jamar, Pai João posicionou-se em lugar semelhante a um palco e introduziu o assunto a respeito dos magos e suas acções com uma breve explanação:
— A Atlântida e a Lemúria, continentes cuja história ainda não é oficialmente reconhecida pelos intelectuais da Terra, mas estudada através dos registos mantidos no mundo espiritual, constituem o berço dos magos.
Esse território perdido recebeu os exilados de outros orbes, espíritos detentores de grande bagagem científica e notável domínio mental sobre as forças da natureza, os quais, em seu apogeu, portavam-se de acordo com determinado sistema ético e moral.
Ambos os factores lhes asseguravam a possibilidade de fazer incursões no mundo oculto com invejável liberdade, manejando com destreza inúmeras leis da natureza e os fenómenos condicionados a elas.
"Ainda hoje, mesmo com todo o conhecimento espiritual que a humanidade conquistou, não encontramos ninguém entre os encarnados que possa fazer frente ao que os magos brancos conseguiam realizar naqueles tempos.
Não havia passado muito tempo desde a ocasião do degredo, evento que os trouxera para a Terra, o que lhes favorecia o acesso aos arquivos de sua memória espiritual.
Somado a isso, a atmosfera psíquica do planeta, ainda jovem, contava com poucos focos de contaminação astral, o que proporcionava aos magos mais facilidades para exercer uma acção puramente mental sobre os fluidos e demais elementos da vida oculta.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 02, 2014 9:25 pm

Por causa dessas condições, nesse período a magia era totalmente mental, sem que se fizesse necessário o uso de rituais, tampouco de objectos de condensação energética, embora gradativamente eles tenham sido incorporados à sua prática.
Foi o caminho encontrado para suprir as carências dos novos iniciados ante o aumento considerável da carga mental tóxica, que os homens criaram com o transcorrer do tempo.
"Entre os magos, houve os que se distanciaram dos objectivos traçados pelo Conselho dos Bons — como era chamado o colegiado director dos ensinos iniciáticos — e se colocaram em desarmonia com os elevados propósitos da vida; por esse motivo, auto-denominaram-se magos negros, em contraposição aos adeptos da magia branca ou superior.
"As actividades dos lemurianos e atlantes se concentravam sobre os fluidos naturais do planeta Terra, que, muito embora fossem primitivos, primários ou pouco elaborados, em virtude disso mesmo respondiam mais facilmente à acção do seu poder mental disciplinado. Naqueles tempos, o ambiente astralino e psíquico do globo terrestre ainda era de manipulação razoavelmente simples.
Inexistia a contaminação fluídica, produto do pensamento desordenado, ou pelo menos ela se apresentava num nível infinitamente mais brando do que se vê na actualidade, a tal ponto de pôr em risco o equilíbrio da ecologia subtil.
Era diminuta a população de encarnados, disposta em grupos esparsos pelo orbe, e não havia a fuligem mental de desencarnados, cujo contingente era bem menor e, acima de tudo, composto por almas predominantemente instintivas, ignorantes e ingénuas.
"Sendo assim, é nesse ambiente Virgem', que resguardava relativa simplicidade psíquica, que os magos negros encontraram o campo vibratório que favoreceu seu desenvolvimento e o consequente planeamento de suas operações e organizações.
Ignoravam, contudo, que eram manipulados por outros seres, ainda mais perigosos do que eles: os chefes de legião dos dragões.
Os magos queriam acreditar que eram os senhores absolutos das próprias acções, rejeitando qualquer apelo por parte de seus antigos mentores e mestres.
Mesmo hoje, a maioria dos magos, senão todos, não concebem que são dirigidos por espíritos ainda mais antigos e experientes na arte da sedução mental, como os dragões do mal.
Contestam com veemência essa realidade e presumem ser soberanos no império astral, que dá mostras de franca decadência, diante dos progressos inevitáveis pelos quais o mundo passa, no âmbito do conhecimento e da espiritualidade."
A exposição de abertura feita por Pai João suscitou inúmeras perguntas, que gradualmente foram elaboradas e, a seguir, projectadas em uma tela.
Um dos guardiões questionou:
— Quer dizer que o poder desses magos era muito superior à força mental detida pelos magos da actualidade que transitam no astral?
Se isso for correcto, como explicar a decadência, demonstrada ao longo do tempo, de sua aptidão de lidar com os fluidos e energias do astral inferior ou da subcrosta, onde se localizam suas bases?
— É como disse antes — elucidou pacientemente o pai-velho.
A acção directa sobre os fluidos ambientes, sem as complicações advindas das criações mentais perniciosas da actualidade, é um dos factores que desembaraçava a manipulação energética naquela época recuada no tempo.
Se compararmos com dados contemporâneos, havia uma quantidade bem menor de seres encarnados e desencarnados a agir na atmosfera psíquica do planeta.
Como consequência disso, os elementos mentais e emocionais eram mais suaves, menos grosseiros e menos potencializados do que hoje em dia.
"Também temos de considerar outro fato relevante.
O saber trazido da pátria sideral, de onde aqueles espíritos emigraram, ainda aflorava com vigor de suas mentes, embora os cérebros físicos terrenos, primitivos que eram em relação a sua capacidade, estivessem muito aquém da possibilidade de expressá-la.
Porém, eram dotados de tal grau de disciplina mental que venceram sem grandes esforços os obstáculos.
Seu êxito era tanto que conseguiam trabalhar não somente com elementos da vida oculta, mas também do mundo físico.
A proximidade dos tempos do exílio planetário, pois que haviam chegado recentemente à Terra, fazia com que os magos atlantes e lemurianos recordassem com razoável nitidez um sem-número de leis e métodos sobre como empregar a energia de seu pensamento para manipular tudo ao seu redor.
Como era de se esperar, essa lembrança foi progressivamente nublada, devido às sucessivas reencarnações e à necessidade de envolvimento na vida social mundana."
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 02, 2014 9:25 pm

Uma indagação originou-se dessa que Pai João respondeu, demonstrando a perspicácia dos novos especialistas e a sede de ampliar conhecimentos acerca do assunto:
— Após essa primeira fase, em que houve uma acção mais eficiente e irrestrita sobre os fluidos do ambiente terrestre, como os magos negros das gerações seguintes reagiram, à medida que o antigo conhecimento tornou-se obscuro ou foi migrando para camadas mais profundas de seu psiquismo?
— Obviamente, com o transcorrer dos séculos e milénios, as grandes civilizações que aportaram no planeta foram perdendo o contacto com o conhecimento primordial.
Na Antiguidade, restavam apenas fragmentos desse saber, e muitos dos antigos exilados já haviam retornado ao orbe de origem.
Por essa ocasião, ficaram para trás apenas os retrógrados e seus aprendizes, que formaram os colégios de sábios e os templos iniciáticos.
Os magos remanescentes, então sem a lucidez de outrora e distanciados do conhecimento original, agruparam-se em grandes confrarias, de acordo com as afinidades de cada um, formando colegiados.
"Além disso, meus filhos, podemos deduzir que, aumentando, ao longo do tempo, a quantidade de seres encarnados, cresce em igual proporção o volume de matéria mental exalada por inteligências habitantes das duas dimensões da vida.
Com os espíritos imigrantes já adaptados ao ambiente do planeta Terra, dá-se maior número de reencarnações, e assim a egrégora ou atmosfera psíquica do planeta vai-se tornando cada vez mais densa e pesada, o que é acarretado pela acção dos pensamentos desgovernados, revoltados ou viciosos.
Desse modo, os fluidos terrenos passam a responder com maior dificuldade à acção exclusivamente mental de seus habitantes.
"Em resumo, são dois aspectos centrais.
De um lado, a perda progressiva da memória espiritual dos degredados, bem como do acesso ao conhecimento superior, o que restringe a eficácia dos magos.
De outro, o adensamento das vibrações e do próprio panorama astral, provocado pelo aumento do contingente populacional de baixa condição moral, o qual plasma, em redor, realidade condizente com seu atraso evolutivo."
— Então, o poder de influir sobre a matéria astral foi ficando cada vez mais restrito a um número menor de seres?
— Perfeitamente — principiou Pai João.
Perdendo o conhecimento superior devido ao fato de ficarem naturalmente absorvidos nas questões de sobrevivência, os poucos iniciados retiraram-se para os templos antigos, isolando-se em colégios fechados.
Esse movimento se deu nos planos corpóreo e extra corpóreo, neste último, a conspiração de seres do astral formou diversas confrarias, cada qual sob o comando de algum mago que se mostrasse mais apto à condução dos demais.
A partir de então, em ambas as dimensões, tanto os magos brancos quanto aqueles que se identificavam com os elementos de discórdia, no plano astral, viram-se compelidos a associar o poder do pensamento às simbologias.
Tal ferramenta foi a solução encontrada para que os novos iniciados compreendessem e empregassem os conceitos da magia.
Na fase que se seguiu, o conhecimento foi-se tornando ainda mais escasso, mesclando-se às simbologias, elaboradas com o nítido objectivo de fornecer muletas psíquicas aos iniciados.
E o que dizer dos colégios iniciáticos da Babilónia, dos caldeus e de outros povos contemporâneos a eles? — era a dúvida de mais um guardião da noite.
— Segundo os registos do mundo espiritual, esse contexto a que você faz menção, meu filho, corresponde a um período ainda posterior à fase simbólica, à qual nos referimos há instantes.
No ápice das sociedades citadas por você, os sacerdotes utilizavam elementos materiais e rituais não apenas como símbolos, mas também como condensadores de vibrações.
Tais artefactos serviam então para substituir ou suplantar o poder mental perdido e aglutiná-lo, com o auxílio externo, de forma a atender aos fins propostos.
Já que não conseguiam usar a força mental pura, ante a complexidade dos pensamentos e formas-pensamento que se multiplicavam no plano astral, elaboravam condensadores de energia mental, tais como amuletos, altares e outros objectos imagísticos, sempre com uma única finalidade:
acumular a força mental.
"Os magos da Babilónia e da Caldeia, os sábios da Pérsia, as pitonisas da Grécia — sem excepção, todos empregavam os elementos simbólicos e concretos não como artifícios exóticos e, em essência, dispensáveis, mas como instrumentos para proceder à condensação de energia, que mais tarde poderia ser aplicada conforme desejassem.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 02, 2014 9:25 pm

Vejam, por exemplo, o caso da arca da aliança dos israelitas, que funcionava como importante acumulador de energias, copiada por Moisés do modelo encontrado por ele nos templos egípcios, em sua peregrinação como iniciado em Heliópolis e Karnac.
"Essa é a fase fetichista da história, em que os apetrechos materiais, de meros símbolos, convertem-se em elementos centrais, adquirindo status fundamental no exercício da magia, sobrepujando-se até sobre o ensino de natureza propriamente espiritual.
É a expressão material do culto ganhando destaque, em detrimento do essencial: a sabedoria imponderável, que sempre norteou, em solo terreno, todos os fundadores de escolas que professam algum princípio superior.
Alguém identifica qualquer semelhança com a história do cristianismo e todas as grandes revelações que a humanidade conheceu?"
As palavras de Pai João ressoavam em nossas mentes, como se pudéssemos ver as imagens a elas relacionadas, de modo a nos impressionar profundamente.
A compreensão de alguns fatos vivenciados recentemente aumentava à medida que o preto-velho nos esclarecia.
Uma pequena pausa pareceu proporcionar-nos um momento de reflexão.
Novamente, outra pergunta foi transcrita na tela do salão onde estávamos:
— Como entender a degradação ainda mais avançada dos processos de magia, a ponto de haver momentos em que os elementos simbólicos se transformaram em sacrifícios humanos e de animais?
Como os magos ou estudiosos da vida astral puderam se degradar tanto assim?
__Sabe, meus filhos, a compreensão do ser humano e da realidade que cria em torno de si é rica e elaborada, inclusive no que se refere às questões mais simples do seu quotidiano.
Imagine quando levamos em conta seus dilemas e os conceitos esdrúxulos que advêm de experiências dramáticas, vivenciadas nos dois planos de existência.
"Sendo assim, no que concerne à fase fetichista e ao que falamos sobre esse estágio de aprendizado, é possível notar que os espíritos consorciados aos magos negros, já naquela época bastante distantes do conhecimento iniciático, efectivamente introduziram sacrifícios humanos e de animais em suas práticas.
Visavam não apenas à condensação da força mental, mas também formavam campos magnéticos de baixíssima frequência, desprezando por completo o ensino espiritual.
Davam início à magia negra mais primitiva e vulgar, que descambaria de vez, mais tarde, na chamada feitiçaria.
Nesse conluio com as entidades das trevas, homens e espíritos desavisados se transformaram em instrumentos das forças do abismo.
É um período que, cronologicamente, encontra seu ápice na Idade Média, felizmente, logo depois, é suplantado por ideias mais humanas e sadias, muito embora os efeitos de conchavos do género ainda perdurem nos dias actuais, em processos obsessivos gravíssimos.
"A partir de determinado momento da história, na modernidade, renasce no interior dos templos, lojas e colegiados a sabedoria das leis da magia clássica e da alta magia.
Inspirados pelo Alto, Eliphas Levi, Papus e outros nomes dessa importante escola representam o advento de novos conhecimentos para os estudiosos no plano físico.
A magia então retorna a um estágio de transição, menos degradado, situado entre as fases simbolista e fetichista.
Perde, pelos menos entre os humanos encarnados, o selo de negrume que por tanto tempo marcou o estudo das leis do ocultismo."
Pai João atendia a todos com enorme satisfação e voz pausada.
O ambiente parecia estar totalmente impregnado do magnetismo exalado das palavras do pai-velho.
De repente, uma pergunta, que chamou a atenção de todos:
— E quanto aos processos de magia negra observados na psicosfera do Brasil:
estarão relacionados directamente com os magos negros ou terão outra procedência?
Dando uma breve pausa, talvez para procurar as palavras que expressassem seu pensamento de forma mais clara, Pai João ponderou:
— Em geral, no Brasil, devido ao passado comprometido com a escravidão e ao abuso de poder sobre os povos africanos e seus descendentes, houve muitos processos de magia, associados ao conhecimento iniciático dos orixás e da lei de santo.
A magia africana dispõe de elementos simbólicos, fetichistas e, muitas vezes, primitivos.
Seu processo de iniciação é lento e gradual, e tem na manipulação de forças elementais um de seus aspectos de destaque.
"Não há nenhuma espécie de associação com a ética ou as ideias cristãs, pois é uma expressão de religiosidade que se desenvolveu em separado do cristianismo.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 02, 2014 9:26 pm

O ensino moral que deveria prevalecer, contido na mitologia dos orixás, previsivelmente se perdeu com o decorrer dos séculos, ainda mais porque se trata de tradição oral; isso ocorreu também em virtude da aculturação com o indígena e o homem branco, esta última tão opressora.
É natural esperar, na medida em que esses cultos se mantiveram afastados dos propósitos elevados, que seus integrantes fossem utilizados pelos chamados senhores da escuridão.
No entanto, não podemos classificar tais práticas como magia negra propriamente dita, ao menos sob a óptica segundo a qual são realizadas no astral.
Esse tipo de actividade, que fere frontalmente os ideais do bem, deve ser catalogada como feitiçaria.
Portanto, podemos considerar esse método como corrupção da magia, ao qual denominamos feitiçaria, nos casos em que se vê o abuso das energias da natureza, especialmente com a difusão de sacrifícios de animais e evocação indiscriminada de elementais e de outras forças da natureza e do mundo oculto."
Ante a resposta de Pai João, outro espírito se manifestou, transcrevendo sua pergunta, que, de certo modo, traduzia questionamentos de vários ali presentes:
— Sabemos que a magia africana ou feitiçaria é uma forma mais material de manifestação da magia original.
Como se dá a aplicação da feitiçaria ou do conhecimento iniciático africanista no quotidiano das pessoas atingidas pelo feiticeiro, sejam encarnadas ou do astral?
Como o processo se desenrola?
— Em geral, meus filhos, a feitiçaria em si está relacionada a elementos da vida material e afectiva, em seu desenvolvimento, é comum contar com alianças espúrias entre seus agentes, um de cada lado da vida.
Portanto, os feiticeiros do astral, tanto quanto seus comparsas encarnados, são exímios exploradores da sexualidade e dedicam-se a fazer seus trabalhos com o objectivo de provocar a união ou a separação de casais, bem como influenciar o aspecto financeiro dos cidadãos.
"Existem casos mais mórbidos, em que comprometem a saúde física de suas vítimas, causando até mesmo a morte do corpo físico.
Nesses episódios, fazem uso das energias deletérias e tóxicas acumuladas nos cemitérios que não têm a devida protecção dos guardiões especializados, os caveiras.
Os feiticeiros são extremamente dependentes do plasma sanguíneo e de rituais macabros para a concretização de seus intentos.
Exploram os quiumbas — espíritos trevosos e malfeitores — em troca do plasma que oferecem a eles em seus sacrifícios.
Com frequência, recrutam também marginais identificados como exus menores ou exus inferiores, malandros e boémios desencarnados, que desonram o nome com que se apresentam indevidamente.
É do conhecimento de todos que, originalmente, a falange de exu é sinónimo de ordem e disciplina e designa aqueles que se empenham por sua manutenção.
"Ainda no que concerne aos pais-de-santo, feiticeiros e demais membros do culto africano, é preciso afirmar que, devido à prática de actos condenáveis, ao desencarnar, costumam localizar-se em dimensões extra-físicas de baixíssima vibração.
Isso decorre evidentemente da falta de comprometimento de tais cultos com a moral cristã, tomada como o conjunto de princípios universais e sublimes defendidos pelo Cristo e expressos no Evangelho.
"Por essas e outras razões, os feiticeiros são presas fáceis dos magos negros.
Ou, como ocorre tantas vezes, antes de reencarnar percorrem longo aprendizado nas escolas astrais controladas pelos magos, servindo, no plano físico, aos propósitos ignóbeis desses mestres das sombras."
A extensão do telão não era suficiente, tamanha a quantidade de perguntas que eram transcritas após a exposição do pai-velho, que as respondia cuidadosamente.
Mais uma se esboçou, digna, entre as demais, de ser efectuada:
— Quando esses espíritos, os feiticeiros, se fazem presentes no ambiente espiritual das casas espíritas ou tendas umbandistas, costumam deixar sua marca ou seu rastro energético?
Eles realmente conhecem as leis que presidem sua feitiçaria ou baixa magia, ou não?
João Cobú procurou resumir sua resposta, mas de maneira tal que não restava dúvida a ninguém:
— Até mesmo sob a perspectiva da ardilosa trama que mantêm com os magos negros, que manipulam os feiticeiros como marionetes, fica patente que esses seres de fato conhecem certas leis, naturalmente em proporção inferior aos magos.
Os feiticeiros astrais sabem manipular com eficácia as ervas e usam animais, ambos considerados como elementos dos mundos físico e extra-físico fundamentais à conclusão de seus projectos.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 02, 2014 9:26 pm

Predominantemente, têm aparência magra ou esquálida, em consequência da perda exaustiva de energia vital, que lhes foi sugada tanto pelos magos negros quanto pelas entidades vampirizadoras jungidas a eles.
Sua presença é vistosa e se faz notar nos ambientes, perceptível inclusive à sensibilidade mediúnica, dado o mau cheiro que exala de suas auras.
São habitantes de cemitérios desprotegidos e cavernas próximas, em carácter regular.
O assunto do dia era extremamente interessante e suscitava reflexões profundas.
Mas, como um comentário leva a outro, nova indagação surgiu, agora quanto à acção dos magos negros:
— Está claro que os feiticeiros se ocupam, de um modo geral, com coisas mais materiais e lançam mão de rituais exóticos e de acumuladores de energias psíquicas, tais como despachos, oferendas, ebós e outros.
Porém, que sintomas podem indicar ou sugerir a interferência dos magos negros, que difere bastante da característica dos feiticeiros?
Será possível sabermos como sua acção atinge as vítimas, encarnadas ou não?
O tema electrizante proposto na pergunta do aprendiz de guardião pareceu atear fogo no ambiente.
Digo isso, evidentemente, de maneira figurada, devido ao rebuliço dos espíritos presentes, que buscavam sorver todo o conhecimento de Pai João, ávidos que se encontravam por respostas.
O pai-velho, sorrindo e naturalmente captando as intenções e a excitação dos guardiões com relação a matéria tão instigante, esclareceu:
— Os magos negros, ao longo dos milénios, têm aperfeiçoado seus métodos de ataque aos encarnados e desencarnados.
Embora cada legião de magos tenha se especializado em determinada área, genericamente podemos identificar sua actuação na vida de alguém quando é detectada a presença de trabalhos de magia negra, isto é, de qualquer processo obsessivo complexo, no qual empregam intenso magnetismo, visando ao domínio mental do sujeito.
Os magos podem realizar o empreendimento nefasto por si mesmos ou, então, confiá-lo aos seus subordinados, em especial os psicólogos desencarnados, que lhes servem em regime de parceria.
"Há vários outros aspectos que podem ser indício da actividade de magos negros.
A seguir, enumeraremos alguns exemplos curiosos.
Primeiramente, os casos em que o psiquismo do indivíduo acha-se preso ao passado remoto, atrelado a rituais de natureza sombria, nos quais se submeteu a práticas sacerdotais ou iniciáticas estranhas e macabras.
O prejuízo em sua vivência actual advém do facto de não conseguir se desenvencilhar dos eventos dramáticos, pois ligações magnéticas robustas não se rompem simplesmente com o desencarne; muito pelo contrário.
Dependendo da intensidade com que foram gerados, esses laços podem continuar a repercutir indefinidamente sobre a história do sujeito.
"Em segundo lugar, podemos destacar a existência de campos de força de elevada potência e com baixíssima frequência vibratória, acompanhados ou não de artefactos tecnológicos.
No entanto, quando esses artefactos são efectivamente utilizados, há enorme probabilidade de que os magos estejam associados a cientistas do astral, que se desvirtuaram em seu trabalho e então labutam nas hostes sombrias.
"Outra forma muito comum de os magos actuarem é na usurpação de energia vital, extraída principalmente por meio das forças sexuais da pessoa envolvida.
Dão enfoque particular à larga exposição do indivíduo a conteúdo erótico, o que favorece o incremento desordenado do apetite e da actividade sexuais.
Uma vez que necessitam do ectoplasma roubado de suas vítimas para realizar seus planos, procuram obtê-lo de quem quer que esteja a seu alcance; contudo, dão imenso valor àquele que furtam de sensitivos em geral, cuja plasticidade e apuro das emanações psíquicas é bem maior.
"Como quarto ponto sintomático da acção de magos negros, identificamos o emprego indevido de elementais naturais em suas acções contra a humanidade.
Todavia, costumam aplicá-los de modo altamente elaborado, específico e com requintes de crueldade, ao contrário do que se vê na feitiçaria, em que seu uso é indiscriminado e pouco detalhado.
Esse é um factor muito frequente nos processos obsessivos complexos desenvolvidos pelos chamados senhores da escuridão.
"Além de todos esses indícios, passíveis de ser colectados a partir de uma boa investigação medianímica, devemos mencionar outra gama de factores, que seguramente denotam a acção desses espíritos perversos.
Dizem respeito justamente ao andamento das actividades de intercâmbio espiritual."
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 02, 2014 9:26 pm

Dando uma pausa para que pudéssemos assimilar melhor o conteúdo de seus pensamentos, Pai João continuou:
— Basta confrontar-se com as seguintes questões para determinar se os agentes da magia negra estão se acercando da tarefa espiritual.
Diariamente, vêem-se disputas, brigas e fofocas predominando na equipe de trabalhadores?
Costumam ser acarretadas pela acção dos magos, que, para suscitar distracção, de modo que não sejam notados, enviam espíritos marginais e descompromissados — os chamados quiumbas — para colocar a casa em desordem.
O tumulto geral e os problemas gerados evitarão que o foco dos dirigentes recaia sobre a acção sombria.
No âmbito do exercício mediúnico, é preciso chamar a atenção para o facto de que, muitas vezes, os magos actuam sem que sejam percebidos pelo agrupamento, já que se envolvem em potentes campos de força, disfarçando assim sua presença nas reuniões.
Como meio de se resguardarem ainda mais, ordinariamente recrutam espíritos galhofeiros como seu batalhão de choque, artifício que tira o foco dos médiuns e atrás do qual se escondem.
"Há ainda diversas situações que sugerem a interferência de magos negros e seus auxiliares, às quais devemos ficar alertas.
Toda compulsão ao uso e abuso de poder, domínio mental e impulsos os mais variados, quando são realmente difíceis de serem contidos.
Como já foi dito, intenso envolvimento com sensualidade ou sexualidade exacerbada, o que pode significar mobilização dos sexólatras em favor da magia negra e do roubo de energias vitais, visando à manutenção das bases das sombras.
Casos de licantropia, zoantropia18 e muitos outros, em que a forma perispiritual humana de seres encarnados ou não foi desfigurada.
Sobre esse particular, há um tipo relativamente frequente de ser observado no astral inferior, principalmente nas zonas subcrostais:
a degeneração da aparência humana com a consequente transformação do indivíduo em ovoide19.
E, para finalizar, os casos de perversidade, crimes hediondos e loucura repentina.
Todos são indicativos da intromissão dos magos negros e caracterizam igualmente obsessão complexa."
— Pelo que foi dito, podemos concluir que a humanidade está quase à mercê da acção dos magos negros?
— Não é à toa, meus filhos, que a magia negra, conforme é praticada no submundo astral, constitui a pior forma de obsessão conhecida até o momento.
O império dos magos engloba uma miríade de espíritos altamente técnicos e capacitados, que, sob seu comando, têm invadido o acampamento dos encarnados.
Graças a Deus, os mentores da Vida Maior dispõem de recursos cada vez mais eficientes no combate às obsessões complexas.
Vocês mesmos, guardiões e especialistas da noite, são um time de agentes do Plano Superior, os quais os magos temem e respeitam; seu trabalho, embora até agora tenha passado despercebido dos companheiros espíritas e umbandistas, representa importante factor de poder, que de modo algum pode ser subestimado, no tocante à luta contra a magia negra.
Além disso, a umbanda bem orientada, a apometria, os trabalhos espíritas e outros recursos promovidos pelo Alto são ferramentas que têm se mostrado eficazes, postas à disposição objectivando o sucesso dessa acção mundial de combate às obsessões complexas, que se desenvolvem sobretudo sob o comando dos magos.
Agora foi a hora de Jamar se pronunciar perante o contingente de espíritos sob a sua tutela.
O guardião da noite desejava esclarecer algo de grande relevância, sobre a maneira como os encarnados, espíritas e umbandistas em particular, poderiam — ou não — enfrentar categoria de espíritos de tal periculosidade.
Principiou ele:
— Não adianta a doutrinação convencional nem as pregações evangélicas, com frases decoradas que estão mais na boca do que na vivência legítima.
Para o trato com os chamados senhores da escuridão, há que se aplicar outro método.
Por quê? Se não é uma obsessão de tipo comum, trivial a que desenvolvem, por que a metodologia de enfrentamento haveria de ser?
Primeiramente, é necessário que o dirigente da reunião mediúnica, seja ela de mesa ou de terreiro, proceda à desestruturação dos campos de força que envolvem e protegem os magos.
Depois, deve projectar campos magnéticos de contenção, em forma piramidal, esférica ou cúbica.
Esse será o mecanismo mais eficaz para conter tais espíritos, sem que eles possam se libertar.
O comando verbal, aliado ao poder da palavra pronunciada com convicção, à vontade firme do operador e dos demais, à assistência espiritual superior especializada e, finalmente, ao magnetismo animal de que dispõem os médiuns, tudo isso formará o conjunto de factores capaz de fazer frente à ascendência exercida pelos magos negros.
"O que observamos nas reuniões tradicionais, ao contrário, é que o dirigente e os médiuns, em nome de uma caridade abstraída do uso da razão, alegam respeitar a liberdade do obsessor; nesse caso, o mago negro.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 02, 2014 9:26 pm

A pretexto de respeitar seu livre-arbítrio — o mesmo que ele menosprezou e tripudiou ao violentar suas vítimas, diga-se de passagem — pretendem deixá-lo ir, inteiramente à vontade para retornar à prática do mal.
Isto é, se antes ele não provocar graves prejuízos ao agrupamento mediúnico imprevidente.
"Não compreendem que são criaturas portadoras de conhecimento e maldade em níveis superlativos e que empregam tais atributos consciente e deliberadamente.
Os especialistas do astral inferior sabem o que fazem e o fazem sem nenhum constrangimento!
São comparáveis a marginais de último grau, capazes de arquitectar e perpetrar os crimes mais hediondos contra a humanidade20.
Sendo assim, perguntamos: por que deixá-los livres, se poderão causar danos ainda maiores?
Como abordá-los do mesmo modo como se faz com espíritos sofredores, tristes ou simplesmente vingativos?
Para cada doente, um tipo de medicação apropriada.
Nesse contexto, o conhecimento do manuseio de campos de protecção e de contenção, bem como de outras ferramentas eficientes de trabalho, representarão poderosa arma contra a acção irresponsável desses seres da escuridão.
"Após tomar as providências cabíveis para a contenção desses espíritos em formas energéticas superiores, das quais não poderão se libertar, surge então a oportunidade de retornar o espírito ao passado remoto, numa autêntica regressão de memória, em que ele reviverá certos eventos.
No caso específico de um mago negro, é crucial apagar temporariamente de sua memória a lembrança de sua iniciação, com a consequente perda dos poderes conquistados.
Ou, conforme a circunstância, confrontá-lo com a realidade de sua iniciação para o bem, o que pode impressioná-lo positivamente.21
Jamar se expunha a seus interlocutores com um estilo que deixava transparecer conhecimento e traquejo para tratar do assunto.
Um dos espíritos, parecendo mais interessado em esclarecer-se quanto à acção das equipes de médiuns em parceria com os desencarnados, pediu que Jamar desenvolvesse mais o tema.
E o especialista não se fez de rogado:
— Quando a equipe mediúnica se prepara através do estudo continuado, os companheiros deste lado de cá da vida podem se associar a eles com objectivos bem definidos.
Estando os encarnados e os mentores da reunião de posse do conhecimento técnico adequado, o temível obsessor poderá ser remetido ao passado ou lançado no futuro provável.
No primeiro caso, é possível inclusive encontrar feitos de magia realizados no passado que sobrevivem através dos séculos em lamentáveis consequências impostas aos envolvidos.
Na segunda hipótese, a finalidade é chocar o espírito com a realidade peremptória da lei de causa e efeito, que o obrigará a ceifar, no porvir, em conformidade com aquilo que tem feito até então.
"Ao enfrentar os magos negros e as demais entidades especializadas e conscientes da acção obsessiva, é aconselhável que os encarnados se utilizem intensamente de cantos, pois estes enfraquecem as emissões mentais de tais entidades, atenuando a resistência e os subterfúgios que evidentemente procuram impor.
Não há quem menospreze a lei do ritmo, que a tudo preside no universo, e a possibilidade que as músicas cantadas têm de despertar energias mentais ou dispersá-las, conforme a cadência.
"Naturalmente, no embate com elevados níveis de especialização do astral inferior, há que se contar com uma equipe espiritual igualmente gabaritada, e, para isso, é imprescindível a evocação de pais-velhos, mães-velhas e guardiões familiarizados com a problemática em foco e com os médiuns em serviço.
Como explicou nosso Pai João de Aruanda, os pais-velhos — em oposição a pretos-velhos, geralmente ex-escravos dotados de certa sabedoria — são magos antigos ou iniciados dos grandes templos do passado, portadores de conhecimento à altura do que requer o confronto com os magos e seus comparsas.
"Além disso, durante o processo de desmanche da magia ou antigoécia, é altamente recomendável induzir o cientista, mago ou feiticeiro a desmantelar todos os itens que compõem sua empreitada infeliz, inclusive a retirar os aparelhos implantados, se for o caso, liberando vibratóriamente aquele que padece suas consequências."
— E quanto à atitude da vítima do processo obsessivo complexo levado a efeito pelos magos negros?
Que comportamento deverá ter o indivíduo vitimado pela magia negra? — perguntou outro espírito.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 02, 2014 9:26 pm

Desta vez foi Pai João quem respondeu, bondosamente:
— É claro que a reversão do processo obsessivo complexo demanda também, da parte da pessoa visada, a promoção de uma mudança de hábitos e da elevação da frequência vibratória de seus estados mentais, o que se consegue através de estudo e disciplina mental, bem como de apoio e orientação emocional.
Aliás, nesse quesito, nada há de diferente do que é necessário com vistas à cura de qualquer obsessão, talvez com a singularidade de a modificação ser ainda mais emergencial, dada a gravidade do quadro apresentado.
Sempre vale lembrar que a reeducação do pensamento, por meio da devida reprogramação mental e emocional, é factor de extrema importância, sem a qual o uso de qualquer técnica terá êxito muito limitado.22
"Outra peculiaridade que se deve levar em conta são os reflexos vibratórios persistentes, fruto da acção dos magos nos processos de obsessão complexa.
Mesmo que se coloque fim ao processo obsessivo, existirá ainda o resquício dos fluidos movimentados pelo mago negro, adicionados e misturados ao quantum energético da vítima por um intervalo de tempo mais ou menos longo.
Por essa razão, muitas vezes o sujeito permanece sentindo certo incómodo por algum período, pois não liberou tais resíduos de sua constituição física, vital e perispiritual.
Eis por que não se deve prescindir do tratamento magnético, necessário para dissipar esses reflexos.
"Faz parte da recuperação do indivíduo o tratamento visando desintoxicar o duplo etérico e, por conseguinte, deter a perda de ectoplasma.
Os passes magnéticos objectivam o reajuste do sistema nervoso, que foi prejudicado devido à acção obsessiva complexa.
Além desses recursos, o auxílio terapêutico para a reorganização emocional da pessoa vitimada pela magia é algo de carácter igualmente relevante.
Qualquer que seja o processo em foco, tanto a magia propriamente dita como a acção de cientistas, com implantes de chips e aparelhos parasitas, todos desorganizam tão profundamente as emoções e as faculdades do pensamento que, após a abordagem do obsessor, o ser acometido desse mal demorará um prazo relativamente longo para libertar-se completamente das consequências da influência nefasta."
A seguir, um dos guardiões pediu a Jamar e Pai João que discorressem a respeito da magia negra e de como os magos conseguem manipular tão intensamente os fluidos do plano astral, a ponto de serem de tal maneira temidos por diversas falanges de espíritos.
Pai João, a pedido de Jamar, deu o esclarecimento:
— Não se pode ignorar que, de um lado e outro da vida, a mente sempre é a base de toda criação.
Qualquer trabalho de magia negra, indução mental e hipnótica ou magnetização exige experiência no que tange à disciplina mental.
Os magos pertencem a uma categoria de seres que se dedicaram, no decorrer de anos e anos, em diversas encarnações, à experimentação e à obtenção do controle absoluto da força do pensamento, nos mais variados enfoques.
Empregaram tempo, esforços e potencial inteiramente a fim de atingir a supremacia mental, exercício que lhes exigiu o máximo de empenho e rigor.
"A acção da mente e sua força ideoplástica, tanto quanto a matéria mental e astral são tão reais e mensuráveis para os desencarnados como o poder das energias eléctrica e atómica assim se configura para o homem, tangível e passível de ser quantificado.
Através da disciplina adquirida em suas peregrinações pelos templos de iniciação espiritual, os magos conseguem aglutinar energias e fluidos com tamanho vigor e habilidade que se tornaram mestres nesse tipo de empreendimento, o que faz deles exímios magnetizadores.
Além disso, sabedores de que todo pensamento mais duradouro e toda ideia alimentada causam reacções físicas, influenciam os encarnados de tal maneira que os pensamentos, os clichés mentais ou as manipulações que levam a cabo junto deles acabam por afectar muitas das funções do corpo somático.
"Acerca dos elementos envolvidos na realização de processos classificados como magia negra na dimensão extra física, é possível organizá-los no seguinte esquema, que também se aplica à feitiçaria e à acção dos cientistas.
O fenómeno pressupõe a existência de um agente ou manipulador, que é o próprio mago negro, o feiticeiro ou o cientista do astral.
Ele é o emissor da energia que será canalizada ou arregimentada para a criação do chamado condensador energético, que obedece aos mesmos preceitos teóricos mencionados quando abordamos a feitiçaria.
O condensador ou acumulador será qualquer objecto que sirva para o agente ampliar seus recursos magnéticos e mentais em favor dos seus propósitos (o cientista, por sua vez, utilizará o artefacto tecnológico).
Em alguns casos, esse elemento desempenha função dupla e endereça vibratóriamente a um alvo a maquinação do agente das sombras.
O endereço vibratório é a pessoa visada, encarnada ou não.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Ago 02, 2014 9:27 pm

Portanto, pode ser um objecto impregnado pelos fluidos do alvo da magia, já que os condensadores têm características individuais, feito as impressões digitais.
Porém, para que a acção da magia seja eficaz, é necessário que o agente seja possuidor de vontade forte e saiba conduzir seus pensamentos e emoções directamente ao condensador energético, que diluirá essa energia no endereço vibratório visado.
Além disso, o espírito que usar esse processo corno instrumento para seus desmandos deverá ter conhecimento minucioso de todas as etapas.
Não basta deter informações a respeito."
A fala de Pai João suscitou um questionamento, que pairava no ar:
— Em que medida a magia negra pode afectar uma pessoa que estiver sintonizada com o bem?
Isso pode ocorrer?
— Talvez, meus filhos, o problema maior esteja no sentido que se dá à palavra magia.
Quando nos referimos à magia, não a entendemos como algo sobrenatural ou pretensamente oculto, como se fosse um poder fantástico e maravilhoso.
Nós a definimos como a capacidade que certos espíritos possuem de influenciar os fluidos ambientes e as energias dispersas no universo, de maneira tal que obedeçam ao seu comando mental e sirvam a determinado propósito.
Segundo essa perspectiva, também podemos ajuizar que ninguém está o tempo todo sintonizado com as esferas elevadas ou imune a pensamentos e emoções desarmónicos.
"Para se ter uma ideia mais clara, em casos nem tão esporádicos assim, a magia realizada no passado distante permanece orbitando em torno do campo vibratório do indivíduo, até a ocasião em que ele se encontre em depressão energética, com o pensamento desgovernado e as emoções em desalinho.
Nesse momento infeliz, a energia aglutinada no astral dilui-se ou é absorvida pela aura, de tal sorte que o acúmulo energético se transfere integralmente para o endereço vibratório.
Entre os processos de obsessão complexa, esse é catalogado como magia realizada no passado remoto ou recente, que traz repercussões no presente da pessoa, ocasionando distúrbios psicossomáticos mais ou menos graves, de acordo com cada episódio.
O procedimento leva em consideração, inclusive, o programa reencarnatório da vítima, que, a rigor, nem sempre é tão vítima como se pensa.
Sendo assim, quando estudamos a magia cientes de que não se trata de prática sobrenatural, mas de efeitos decorrentes de leis naturais, mal observadas e compreendidas superficialmente até por aqueles que se dizem letrados na vida espiritual, podemos entender como existem muito mais coisas por trás da magia negra realizada no astral do que supõem muitos dos que se julgam peritos no assunto.
"O merecimento, argumento sempre levantado quando se cogita o tema magia negra, em defesas das supostas vítimas, apenas atenuará a eclosão do processo obsessivo.
Contudo, desconhecemos ainda, na realidade terrestre, um espírito que seja realmente merecedor, a ponto de se ver totalmente imune, a salvo das investidas das trevas.
Por isso, a pertinência do conselho do Mestre Jesus com relação a orar e vigiar, necessidade constante dos habitantes do mundo.
A ignorância, tanto quanto a pretensão de quem afirma conhecer em profundidade tudo sobre a vida oculta ou espiritual, encontra larga acolhida entre os encarnados.
Em virtude do atraso evolutivo em que nos posicionamos, das disposições cármicas individuais e do próprio comportamento actual em face do livre-arbítrio, o famigerado merecimento, que se imagina prerrogativa de cada um, torna-se algo seriamente questionável.
Eis por que, meus filhos, é necessário estudar indefinidamente, a fim de nos instrumentalizarmos na batalha contra as forças sintonizadas com o mal."
Pai João e Jamar transitavam com desenvoltura e amplitude pelas nuances do assunto concernente aos magos negros e suas investidas contra o ser humano, nos dois lados da vida.
O conhecimento externado nesse encontro com os guardiões seria detalhado e destrinçado à medida que reflectíssemos mais sobre os tópicos.
Relevante tanto para os guardiões iniciantes e aprendizes como para os estudiosos do plano físico, o assunto despertava interesse em quem quer se dedicasse ao combate e ao enfrentamento da problemática obsessiva.
Após as respostas de João Cobú e Jamar, os guardiões circundaram o pai-velho, demonstrando profundo respeito e gratidão pelos ensinos transmitidos.
Ave sem Ninho
Ave sem Ninho

Mensagens : 122535
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal

Ir para o topo Ir para baixo

LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Página 4 de 6 Anterior  1, 2, 3, 4, 5, 6  Seguinte

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos