LUZ ESPÍRITA
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LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 26, 2014 9:39 pm

LEGIÃO
Um olhar sobre o Reino das Sombras


Então Jesus lhe perguntou:
Qual é o teu nome?
Respondeu ele:
Legião é meu nome, pois somos muitos.

Marcos 5:9

SUMÁRIO

PREFÁCIO pelo espírito
Ângelo Inácio

PALAVRAS DO MÉDIUM por Robson Pinheiro

CAPITULO 1 - Criações enfermiças
CAPITULO 2 - Zonas de deterioração
CAPITULO 3 - Mortos-vivos
CAPITULO 4 - Senhores da escuridão
CAPITULO 5 - O resgate
CAPITULO 6 - Obsessões complexas
CAPITULO 7 - Ciência astral e cientistas
CAPITULO 8 - Os guardiões
CAPITULO 9 - A entidade

POSFÁCIO Um espírito diferente
por Leonardo Matter EDITOR

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 26, 2014 9:39 pm

1 - PREFÁCIO
PELO ESPÍRITO
ÂNGELO INÁCIO

Sombra e luz, escuridão e claridade.
Essa realidade dupla forma o interior do ser humano, que tenta negar-se a cada dia, enganando-se.
A maioria das pessoas quer ser apenas luz.
Recusam-se a identificar a sombra que faz parte delas.
Religiosos de um modo geral falam de um lado sombrio, diabólico, umbralino, como se esse lado escuro fosse algo externo, ruim, execrável.
Até quando negar a realidade íntima?
Até quando adiar o conhecimento do mundo interno?
Várias tentativas foram realizadas para conscientizar o homem terreno de que as chamadas trevas exteriores são apenas o reflexo do que existe dentro dele.
Luz e sombra são aspectos internos do ser e não representam necessariamente um lado ruim e outro bom.
A sombra não é pior do que a luz.
Apenas faz parte de um equilíbrio universal ainda necessário para a visão do homem terrestre.
São dois pólos de uma verdade interna, mais profunda.
A sombra representa um aspecto transitório, porém necessário para o ser reavaliar-se ante os apelos da vida e as lutas que o fizeram ser o que é.
Essa transitoriedade em qualquer plano da vida é uma etapa de aprendizado, adaptação, revisão dos valores adquiridos em lutas e desafios na grande jornada interna, pessoal, íntima.
Portanto, viver esse lado de forma mais plena, conhecer-se mais profundamente, enfrentar-se sem mascarar-se talvez seja um caminho mais excelente — parafraseando o apóstolo Paulo — do que aquele que as religiões do mundo vêm oferecendo e que se reflecte em fugas da realidade.
Quando é proposta a realização de uma excursão aos domínios das sombras, espera-se que haja coragem para admitir que esse reino obscuro tem sua raiz dentro do próprio ser humano.
Ele não existe à parte ou em separado.
É preciso reconhecer que a natureza do plano astral, da paisagem extra física é apenas a exteriorização do mundo íntimo de cada um.
Dessa forma, não há como descortinar a realidade do astral inferior sem enfrentar-se, sem encontrar a si mesmo, em seu lado sombra, escuro e muitas vezes renegado.
Esse mundo de trevas e escuridão é algo muito enraizado no ser humano, não é realidade extra-humana, mas intra-humana. Se você evita conhecer-se, rejeitando que é simultaneamente sombra e luz, não há razão para prosseguir nesta jornada de descobrimento interno.
Adentrar o umbral ou o astral é se obrigar a penetrar na própria sombra.
Conhecer as estruturas internas das falanges do mal é, sobretudo, conhecer a própria capacidade de esparzir escuridão em si e em torno de si.
Descer aos domínios das trevas e tomar conhecimento de seus métodos, de suas falanges, de sua força talvez seja uma forma de se revelar — trazer à consciência a própria realidade.
Admitir-se, sem culpas e sem máscaras.
O passado humano é fixo e dependente de conceitos religiosos deturpados e castradores, que foram amplamente difundidos e ainda estão arraigados no psiquismo, mesmo naqueles que afirmam rechaçar actualmente qualquer crença.
Isso faz com que o ser humano, principalmente aquele mais apegado às questões religiosas, negue a verdade de sua sombra.
Para muita gente, somos apenas luz.
Quem sabe tal atitude seja uma tentativa de multiplicar as máscaras que trazemos incrustadas na face do espírito?
Devido ao passado de ignorância, alimentada pela religião secular, ortodoxa e detentora do monopólio cultural, infundiram-se no ser humano certos símbolos das sombras, que representam conceitos moralistas de erro, pecado e desequilíbrio.
São mecanismos que agem nas matrizes do pensamento, no inconsciente1 .
Muitas pessoas, ao adentrar o mundo além da matéria, quer estejam desdobradas em espírito2, quer através dos portais da morte, ficam inquietas e sentem-se prisioneiras de uma realidade tão implacável que temem ou julgam haver sido injustiçadas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 26, 2014 9:40 pm

Dizem-se inteiramente boas, sem nenhuma sombra moral ou ética que as possa comprometer; com frequência, nesses momentos, declaram-se detentoras de qualidades e virtudes prodigiosas.
Mas a vida além do corpo é apenas uma extensão da vida interna da alma.
A estrutura e a organização das legiões do mal precisam ser visualizadas, conhecidas e pesquisadas sem que nos escondamos por trás de máscaras de religiosidade ultrapassada.
Afinal, toda relação no universo se estabelece em bases de sintonia.
Convido-o a mergulhar comigo neste mundo além das aparências, muito além de sua bondade e superlativa espiritualidade.
Mas, coragem!
É possível que no final dessa experiência descubra que o mundo no qual imergimos não está simplesmente além das fronteiras da matéria, do corpo físico, poderá estar também dentro de você, avançando sobre conceitos religiosos que mascaram sua vida e suas sombras.
Penetre comigo nesse mundo das trevas, das sombras, conhecendo um pouco das legiões do mal.
Jamais se esqueça, porém, de que mal ou bem, trevas ou luz, sombra ou claridade fazem parte de você, de mim, do universo.
Visitar o umbral ou estagiar nas regiões sombrias não representa necessariamente atraso espiritual ou moral; muito pelo contrário.
Lá é que se encontram, inclusive, os espíritos realmente iluminados e abnegados, que renunciam às paragens celestes — seu habitat verdadeiro — para se localizar onde impera o clamor daqueles que sofrem.
Para a decepção dos que adoptam ideias místicas e fantasiosas, "o céu está vazio", como costumamos dizer por aqui.
Portanto, a jornada que ora se inicia pode representar muito para seu crescimento.
Espero que aquele que tem um compromisso mais intenso com os trabalhos espirituais possa apreciar em grau muito maior aquilo que transcende as palavras deste livro, que está por trás das letras.
Para esse leitor, que é uma espécie de iniciado, eis aqui bem mais do que um livro com características semelhantes às de um romance.
É preparo para algo que, em breve, virá como alerta e alternativa para os povos da Terra.

Belo Horizonte, MG, junho de 2006.

1 O próprio Allan Kardec, codificador do espiritismo, em diversos momentos alertou sobre as consequências nefastas da religião quando vista e difundida sob o ângulo do dogmatismo, responsabilizando os adeptos que assim procedem até mesmo pela incredulidade alheia:
"A resistência do incrédulo, devemos convir, muitas vezes provém menos dele do que da maneira por que lhe apresentam as coisas.
A fé necessita de uma base, base que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer.
E, para crer, não basta ver; é preciso, sobretudo, compreender.
A fé cega já não é deste século [séc. XIX], tanto assim que precisamente o dogma da fé cega é que produz hoje o maior número dos incrédulos, porque ela pretende impor-se, exigindo a abdicação de uma das mais preciosas prerrogativas do homem:
o raciocínio e o livre-arbítrio.
É principalmente contra essa fé que se levanta o incrédulo, e dela é que se pode, com verdade, dizer que não se prescreve.
Não admitindo provas, ela deixa no espírito alguma coisa de vago, que dá nascimento à dúvida.
A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa.
A criatura então crê, porque tem certeza, e ninguém tem certeza senão porque compreendeu.
Eis por que não se dobra.
Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade"

(KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o espiritismo, ed. FEB, 1944).

2 Conforme demonstra o espiritismo, é quotidiano observar o ser humano em actuação na dimensão extra física, enquanto o corpo repousa, seja durante o sono ou não.
Na actualidade, convencionou-se denominar esse estado como desdobramento e quem está a ele submetido, desdobrado em espírito ou simplesmente desdobrado.
Essa expressão será corrente neste livro.

(Saiba mais em KARDEC, Allan. O livro dos espíritos, parte n, cap. 8: Da emancipação da alma, especialmente item 401 e seguintes. Diversas editoras.)
É o mesmo que, em algumas outras denominações religiosas, identifica-se como arrebatamento do espírito, que é a terminologia própria da Bíblia, verificada, por exemplo, no livro Apocalipse, de João (ver Ap 1:9-10).


Última edição por Ave sem Ninho em Sáb Jul 26, 2014 9:42 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 26, 2014 9:41 pm

PALAVRAS DO MÉDIUM POR ROBSON PINHEIRO
"Nunca lhe disse que seria fácil.
Disse-lhe apenas que compensava."


Essas palavras, escritas por Everilda Baptista, minha mãe, como conclusão de uma carta transmitida pela mediunidade do saudoso Chico Xavier, em 1989, ainda hoje ressoam em minha alma.
Agora, porém, imerso na produção do livro Legião, elas ganham novo sentido e passam a ter uma importância e um alcance muito mais profundos do que naquele dia em que as recebi das mãos do grande médium de Uberaba.
Nenhum livro por mim psicografado foi produzido de forma tranquila, serena e sem desafios.
Este livro jamais seria diferente.
Em meio a intenso ataque energético levado a efeito por certas entidades — embora sempre estivesse amparado pelos benfeitores espirituais e pelo carinho dos companheiros de caminhada —, Ângelo Inácio, o autor espiritual, procedeu à escrita do livro. Naturalmente você entenderá, caro leitor, que um trabalho com este conteúdo não poderia passar despercebido por aqueles que não desejam o progresso da humanidade.
Experimentando as dores de um período pós-cirúrgico complicadíssimo, eu ainda não conseguia sentar-me.
Todos os dias, deitado de bruços e muitas vezes com lágrimas nos olhos e um aperto tremendo no coração, observava Ângelo Inácio, Joseph Gleber e Zarthú se achegando para amenizar as dores através da psicografia.
Na verdade, não havia propriamente diminuição das dores sentidas por mim.
Contudo, o fato de estar circundado pelos mentores, pelas imagens, experimentando os desdobramentos conscientes e todas as emoções com as quais convivi durante os dois meses de psicografia, acabou por amenizar a situação incómoda, que, aliás, perdura até o momento em que escrevo este texto.
Legião é, portanto, fruto de um parto espiritual, do qual participaram activamente várias pessoas, que trago para sempre na memória do meu coração.
Todo o conteúdo do livro foi sorvido e apreciado por mim e pela equipe de trabalho, tanto da Casa dos Espíritos Editora quanto da Sociedade Espírita Everilda Batista, instituições irmãs.
Mergulhamos no projecto, de corpo e alma, durante todo o tempo da produção mediúnica, com intensidade e dedicação incomparáveis.
Na Casa dos Espíritos, o livro não é simplesmente recebido das mãos dos benfeitores, sem maior envolvimento.
Na Sociedade Espírita Everilda Batista, o grupo de médiuns participa do aprendizado que encerra cada detalhe da narrativa.
À medida que o livro é psicografado, ambas as equipes vivenciam, como eu, os lances ali descritos, como se fosse necessária sua assimilação por parte de cada um, no âmbito que lhe é peculiar, antes de levar o livro a público.
Sobre essa característica singular de nossa actividade, lembro-me ainda hoje das palavras do amigo Joseph Gleber, dirigidas a mim quando psicografei Medicina da alma, meu (e dele) segundo livro a ser lançado:
"Terá que experimentar todo o conteúdo do livro em si mesmo, senão eu me envergonharia, do lado de cá, de ter um médium que não provou o valor do próprio trabalho".
Na época, quando o livro dava entrada na gráfica, eu adentrava o cri, vítima de uma infecção que acabaria por me deixar 19 dias em coma e 30 quilos mais magro.
Lá se vão quase 10 anos e mais 16 filhos — perdão, livros — desde o longínquo mês de abril de 1997...
Quero deixar aqui registadas apenas as emoções, os sentimentos e a profunda gratidão aos espíritos amigos, que têm demonstrado sua fidelidade incondicional à proposta de Allan Kardec e do Espírito Verdade.
Embora os momentos desafiadores, somente conhecidos por mim e por aqueles mais íntimos que me acompanham, devo a esses representantes do Pai o amparo e a assistência, que nunca me faltaram, para o enfrentamento das graves questões que emergem diariamente, de dentro de mim, e que demandam tempo para ser solucionadas plenamente.
À minha mãe e benfeitora Everilda Batista, meu carinho pelo auxílio silencioso, porém perceptível, durante a psicografia de Legião.
Eis aqui o fruto de uma parceria com o plano espiritual que apresento a você, na esperança de que lhe seja útil para reflexão e para ampliar sua visão a respeito da vida que prossegue além da vida.
Belo Horizonte, MG, agosto de 2006.

Pois muitos são chamados, mas poucos são escolhidos.
Mateus 22:14

Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas,
livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve (...).

Hebreus 12:1
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 26, 2014 9:42 pm

CAPÍTULO 1 - CRIAÇÕES ENFERMIÇAS

Reunimo-nos na metrópole espiritual com a qual mantemos sintonia.
Seria realizada uma conferência em que espíritos amigos discorreriam a respeito de problemas relativos às obsessões complexas, dando prosseguimento às observações que antes havíamos realizado no livro Aruanda, complementando nossas observações com suas experiências e conhecimento.
Da reunião participariam oito médiuns desdobrados, entre eles os médiuns Wander, Raul e Carlos, velhos conhecidos nossos devido aos trabalhos prestados em nossa dimensão.
Raul, possuidor de lucidez extra física, participava activamente das actividades da metrópole espiritual.
Durante determinado período da noite, enquanto desdobrado, ele era um aluno que se dedicava a realizar tarefas com o objectivo de ampliar seu conhecimento mais intensamente.
Logo após as actividades, em geral executadas a partir das 23 horas, conforme o fuso horário terreno, ele assumia a direcção de um grupo de espíritos, ministrando aulas na universidade espiritual que nos abrigava.
Nesses encontros, o médium discorria a respeito da ética mediúnica ante os desafios dos planos astral e espiritual.
Entre os participantes no estudo das disciplinas, havia dez encarnados em desdobramento, que diariamente — ou melhor, nocturnamente — estavam presentes entre os demais participantes, todos desencarnados.
As aulas eram ministradas num salão onde compareciam médiuns e candidatos a médiuns nas próximas experiências que viveriam, corporificados na Cresta.
Como o médium Raul havia desenvolvido lucidez e vidência extra-físicas, ele falava com convicção a respeito de temas ligados ao comportamento do médium e do animista em diversas situações nas quais era requerida sua participação, nas esferas próximas à Crosta.
Quando recebi o chamado para integrar a equipe que estudaria os temas relativos à obsessão complexa, resolvi convidar Raul, juntamente com Wander e Carlos, a participarem.
Encontrei o primeiro dos médiuns diante de uma tela, cujas dimensões aproximadas eram de 8 por 15 metros, aplicando os recursos da tecnologia sideral para a transmissão de seu pensamento, que se materializava em formato tridimensional à frente dos espíritos que. assistiam à aula naquele momento.
O recurso já era conhecido em nossa comunidade espiritual há mais de 60 anos e se constituía de uma película finíssima de matéria astral, semelhante a cristal, dentro da qual entravam em conflito partículas de ectoplasma modificado nos laboratórios do mundo invisível, além de outras partículas de matéria astral em movimento, em altíssima velocidade.
Compunham o elemento catalisador através do qual o pensamento poderia ser transformado em imagem, som, cheiro e diversas outras sensações experimentadas pelos espíritos libertos do corpo.
No processo de aprendizado em nossa universidade, constituía-se num instrumento de imenso valor para a execução das nossas actividades de aprendizado.
Assim que me viu, Raul dispôs-se a sair, transferindo a Wander a incumbência da continuidade das tarefas, que em breve seriam encerradas naquela noite.
Convidei-o formalmente, estendendo a possibilidade de participar das conferências também a Carlos e Wander, porém interessado principalmente na participação de Raul, devido à afinidade dele com temas como o que seria abordado na ocasião.
— Sabe, Ângelo — iniciou Raul —, sinto-me honrado com o convite.
No entanto, devo participar de um estudo com Joseph Gleber e outros amigos, aos quais já dei minha palavra.
Creio que ficará para outra oportunidade.
— Mas Joseph será um dos espíritos a realizar a conferência nesta noite...
Talvez estejamos falando do mesmo evento, e você ainda não tenha se dado conta.
— É verdade! Quanto a Wander e Carlos, também foram convidados para participar, mas alegaram compromissos em outra área do conhecimento e, delicadamente, recusaram o convite.
— Pois eu deixei uma mensagem, convidando-os também.
Creio que não poderão ignorar a oportunidade que se faz presente para todos nós. Se não sentem afinidade com o tema ou com a perspectiva com que os espíritos o abordam, quem sabe participem das outras turmas que estão reunidas nesta noite na universidade de nossa metrópole?
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 26, 2014 9:42 pm

— Pois é — respondeu Raul.
Os dois alegam compromissos diferentes e interesse por tópicos mais brandos do que aqueles que me cativam.
Costumam dizer que só gosto de assuntos picantes, polémicos...
— Talvez por você andar muito em minha companhia — falei a Raul, com certa ironia.
Como não tenho um comportamento ortodoxo nem me encaixo nos caixotes mentais que engessam o pensamento, você se contaminou comigo!
Rimos os dois e abraçamo-nos, como velhos amigos.
Dirigimo-nos em seguida ao salão multifuncional no qual se realizariam as conferências da noite.
De imediato encontramos velhos conhecidos nossos.
Pai João de Aruanda estava radiante e, junto dele, o nosso amigo Tupinambá, vestindo um elegante traje que em nada lembrava a roupa típica de índio; remetia aos paramentos utilizados pelos iniciados maias.
Zarthú caminhava junto a Estêvão e Martha Figner, e, mais além, estavam diversos trabalhadores ligados às tarefas desobsessivas.
Sentimo-nos em casa, e somente então Raul obteve a certeza de que estava integrado à actividade certa, pois viu que ambos os convites que recebera eram relativos ao mesmo evento.
Não lhe restava mais dúvida.
O tempo transcorreu para nós de forma mais rápida do que de costume, pois nos embriagávamos com as palavras dos benfeitores, que falavam, um a um, a respeito de tema tão controvertido e atraente:
o das obsessões complexas.
Zarthú discorreu serenamente a respeito dos componentes psicológicos que envolviam o intricado processo utilizado por magos e cientistas e falou de forma interessante sobre os modelos mentais desses espíritos, traçando um mapa psíquico de seu comportamento.
Joseph Gleber abordou com maestria os fundamentos científicos dos processos de obsessão complexa, tais como a síndrome dos aparelhos parasitas, e elaborou uma tese que melhor definiu o comportamento das partículas mentais e das correntes parasitas de pensamento desorganizado.
O tema arrebatou a plateia de espíritos encarnados e desencarnados.
Estêvão entrou em cena e apresentou elementos ligados ao pensamento evangélico, falando a respeito dos processos obsessivos nos tempos bíblicos e, em seguida, da era cristã em diante, culminando com o pensamento de Allan Kardec e a necessidade de actualização da metodologia e do conhecimento sobre o assunto.
Falou longamente da importância de os médiuns se colocarem à disposição para uma abordagem mais ampla e detalhada no tocante ao chamado reino das sombras.
Qual não foi a nossa surpresa quando, em meio à fala de Estêvão, que encerraria as exposições da noite, entraram no ambiente Carlos e Wander, que, desdobrados, participavam de outras tarefas em nossa metrópole.
— Ufa! — falou Wander.
Não aguentei os comentários das outras salas de aula e resolvi convidar Carlos para participarmos aqui.
— Pena que já está no final.
Vocês dois foram os primeiros a chegar para o término da série de palestras — ironizou Raul.
Ambos entenderam a zombaria de Raul, mas decidiram engolir em seco, pois perceberam os olhares atentos de Dona Maria e do amigo Fernandes, que estavam participando connosco, sentados ao lado de Pai João.
A conferência terminou, e logo vários grupos se reuniam, comentando o assunto de maior interesse.
Fomos procurados por Joseph Gleber e Zarthú, espíritos que nos tutelavam as tarefas, profundamente ligados ao nosso projecto espiritual.
Propuseram uma excursão aos planos mais densos e o desenvolvimento de uma tarefa de psicografia na qual seriam transmitidas as informações e experiências adquiridas nessa incursão ao reino das sombras.
Olhei para Raul, Wander e Carlos na tentativa de obter deles a participação.
Wander saiu de mansinho, e Carlos procurou a companhia do companheiro Fernandes para tratar de assuntos pertinentes ao seu trabalho como médium.
Raul sorriu discretamente e falou para Joseph Gleber e Zarthú:
— Parece que não sobrou quase ninguém para a tal excursão.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 26, 2014 9:43 pm

Sério, porém de forma amorosa, Joseph Gleber respondeu:
— O suficiente para a realização da tarefa.
Você aceita a incumbência?
Sem pensar muito, Raul indagou, visivelmente interessado:
— Quais espíritos participarão dessa tarefa?
— Vocês estarão sob a coordenação de João Cobú, e naturalmente Ângelo seguirá junto.
Mas a equipe aumentará à medida que estiverem em contacto com regiões mais densas.
Estarei pessoalmente em sintonia com vocês, mas preciso de alguém que possa captar meu pensamento com mais intensidade além de João Cobú e Ângelo.
— Conte comigo! — acatou Raul, imediatamente.
— Não é simples assim — tornou Joseph Gleber.
Você estará submetido a pressões internas muito intensas, e seu corpo espiritual poderá se ressentir, transmitindo ao físico a ressonância vibratória das regiões visitadas.
Pensativo, Raul perguntou:
— Isso significa o que, mais precisamente?
— É provável que seu corpo físico se impressione no contacto com as vibrações que encontrará nas regiões subcrostais.
Sua saúde poderá oscilar muito.
— Vou desencarnar?
— Com certeza — respondeu o amigo Joseph Gleber. — Mas não devido a isso.
— Então eu estou dentro. Pode contar comigo.
Olhei para Raul de soslaio e, no fundo, dei-me por satisfeito com a sua decisão.
Estaríamos juntos novamente no prosseguimento de nossas tarefas espirituais, e Raul, uma vez mais, estaria junto comigo e Pai João nas tarefas que a vida nos ofertava.
Após os preparativos em nossa cidade espiritual, começamos a descida vibratória em direcção à crosta planetária.
Nossa excursão destinava-se a estudar o reino das sombras, mas, antes, passaríamos na residência do médium Raul, que nos acompanharia, desdobrado.
O espírito Pai João de Aruanda, conhecido também como João Cobú, seria nosso instrutor, como em outras oportunidades3.
Segundo ele, fazia-se necessário alguém encarnado, que doasse certa quantidade de ectoplasma com relativa facilidade tanto quanto com qualidade.
Raul, médium conhecido nosso, fora escolhido não devido a títulos de santidade, os quais definitivamente não possuía.
Era trabalhador activo e, em nosso plano, costumava deslocar-se com lucidez, colocando-se à disposição para o trabalho independentemente da hora ou da maneira como a actividade se apresentasse.
— Precisamos de colaboração em nossas observações — explicou-me João Cobú, o pai-velho.
Nossos irmãos encarnados possuem reserva de energia ectoplásmica, da qual precisamos para este tipo de estudo que lhe é afim, Ângelo.
Um médium desdobrado será excelente auxiliar em nosso projecto e, caso possua clarividência extra física, poderá contribuir ainda mais para certas tarefas do lado de cá da vida.
Curioso, indaguei do preto-velho a respeito de suas observações:
— Mas não são todos os médiuns que gozam da visão desenvolvida quando se encontram desdobrados em nosso plano?
— De forma alguma, meu filho.
A grande maioria ainda transita entre as expressões da matéria e as impressões que guardam da vida espiritual, sem a necessária lucidez quando actuam fora do corpo.
Tudo é questão de exercício, trabalho e dedicação.
Além do mais, alguns dos médiuns actualmente encarnados na Crosta vêm de um passado no qual receberam iniciação espiritual em antigos templos e no seio de povos que já não existem com a glória de outrora.
Com experiências na Atlântida, no Egipto ou junto a outros povos da Antiguidade, diversos sacerdotes do passado permanecem aperfeiçoando-se ou resgatando a paz de consciência em meio às lides espíritas, umbandistas ou esoteristas.
Muitos são médiuns, que actualmente lidam com as questões do psiquismo orientados por espíritos que os dirigem do nosso plano.
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LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 26, 2014 9:43 pm

O conhecimento adormecido nos escaninhos da memória espiritual desperta ou emerge das profundezas do campo mental na hora necessária, para sua utilização adequada.
— De acordo com seus comentários, podemos depreender que todos os médiuns são iniciados de outras épocas?
— Absolutamente, meu filho.
Na grande maioria, são espíritos endividados, que aproveitam a sagrada oportunidade da mediunidade para resgatarem seu passado em tarefas beneméritas, enquanto aprendem a lidar com as manifestações do psiquismo.
Aqueles que foram iniciados no passado, cujo conhecimento e experiências estão arquivados em sua memória espiritual, são reconhecidos pelo trabalho que realizam em um âmbito mais abrangente.
Infelizmente, nem todos permanecem fiéis ao mandato espiritual ou ao compromisso assumido antes de reencarnar.
— Isso significa que retardam seu progresso espiritual... — comentei.
— Não somente isso, Ângelo, como também comprometem a incumbência que receberam, adiando projectos traçados do lado de cá da vida por elevados amigos do Mundo Maior.
— Poderíamos dizer que no mandato mediúnico existem dois tipos de tarefas e tarefeiros, isto é:
aqueles que no passado já experimentaram a vivência mediúnica e outros que a têm pela primeira vez?
— Vamos tentar esclarecer, meu filho.
O Evangelho de Nosso Senhor nos diz que muitos são chamados.
Quando observamos as experiências relatadas nas páginas do Evangelho, vemos duas categorias de pessoas que davam sua colaboração ao trabalho do Mestre.
De um lado, os chamados discípulos, ou aqueles que foram chamados a servir como aprendizes da escola espiritual que o Cristo coordenou, tal qual um professor ou rabi.
A essa classe numerosa eram dados ensinamentos espirituais compatíveis com sua experiência e sua capacidade de entendimento.
Eram a maior parte.
De outro lado, no entanto, havia o apostolado, que foi conferido apenas a uns poucos.
Aqueles que dele usufruíram foram os eleitos pelo Mestre devido a seu currículo espiritual, no qual certamente se registava uma ficha de serviço mais intensa e ininterrupta.
"O apostolado pode ser entendido como uma convocação ou uma outorga divina para tarefas que exigem pessoas mais experientes ou com maturidade maior que os demais, em determinado contexto.
Por essa razão, vemos nas páginas do Evangelho muitos discípulos e poucos apóstolos.
Aos últimos eram conferidos ensinamentos mais amplos e detalhados, que exploravam ideias expressas aos demais apenas através de imagens fortes e parábolas.
Em contrapartida, exigia-se dos apóstolos atitudes mais condizentes com a importância da tarefa que lhes fora confiada.
"Ao transportarmos para o campo mediúnico tais observações, notaremos que muitos recebem o chamado da mediunidade como discípulos do Mestre, porém, como médiuns, não dão respostas em suas vidas e atitudes com a intensidade que o serviço apostolar exige. São apenas discípulos.
No entanto, há aqueles poucos que traduzem sua tarefa em obras de verdadeiro heroísmo espiritual, deixando suas marcas por onde passam.
É inegável que estes médiuns receberam uma outorga divina e que já trazem de seu passado larga experiência no trato com as questões espirituais, o que lhes impõe inclusive certa conduta, certo ritmo.
Constroem sua obra espiritual e, à medida que avançam, vão arregimentando outros, discípulos do Mestre, que caminham tendo nesses servidores uma espécie de referência para seu roteiro de vida em busca de espiritualidade.
"Esse serviço do apóstolo moderno, que pode ser denominado mediunato, é algo que não pode ser negado.
Os frutos desse chamado divino são percebidos de forma ostensiva, e a autoridade moral do medianeiro ou daquele que recebeu o chamado directo do Alto salta aos olhos nas acções que empreendem no dia-a-dia.
Mas nem todos os médiuns são assim; aliás, são poucos os que são chamados directamente para uma tarefa específica, o que nos faz relembrar as palavras de Nosso Senhor:
'Muitos são os chamados [discípulos], mas poucos os escolhidos [apóstolos]'."
Atingimos a residência do médium e, antes que adentrássemos o ambiente íntimo, notei que uma barreira vibratória, aparentemente intransponível, envolvia o local.
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LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 26, 2014 9:43 pm

Um pouco mais próximo do apartamento de nosso parceiro nas actividades espirituais, alguns guardiões estavam a postos, e nosso ingresso só foi permitido após sermos identificados aos sentinelas.
Ante minha surpresa, Pai João esclareceu:
— Muitos espíritos inteligentes e sem o compromisso ético com as tarefas do bem poderiam se disfarçar e tentar algo contra o equilíbrio duramente conquistado.
Com a presença de espíritos guardiões, cada ser desencarnado que se aproximar deste local precisa ser identificado mediante as vibrações que emana, antes de adentrar o ambiente.
Fazemos tudo isso para a protecção do médium, que é nosso parceiro nas actividades, embora ainda se encontre em meio às lutas naturais ao próprio aperfeiçoamento íntimo.
Como parceiros, sentimo-nos no dever de providenciar recursos para a manutenção do clima espiritual e evitar que entidades das sombras possam interferir directamente em seu quotidiano, prejudicando nossas actividades.
O médium estava diante do aparelho de televisão, assistindo a um documentário, quando adentramos sua residência.
Percebendo-nos a presença, imediatamente dirigiu-se ao quarto, deitando-se e se preparando para a tarefa em desdobramento.
Proferiu uma breve oração e assim se colocou à disposição para o trabalho.
Aproximei-me dele e apliquei intenso magnetismo na região do córtex cerebral, sensibilizando-o e ao mesmo tempo preparando-o para que o médium mantivesse o máximo de lucidez possível durante as tarefas que tínhamos pela frente.
Pai João aplicou-lhe passes longitudinais, projectando o perispirito4 do nosso amigo para fora dos limites do corpo físico.
A princípio, ele ficou meio tonto, talvez desnorteado, ao se ver fora do corpo.
Em poucos instantes, porém, pôde perceber a presença de João Cobú, o nosso Pai João, e somente então me tornei visualmente perceptível a ele.
Mais um passe aplicado, agora no chacra frontal, e ele sentiu-se mais à vontade, pela percepção mais intensa da dimensão extra física.
Pai João sorriu amistosamente, demonstrando que estava atento a cada detalhe do que ocorria.
O médium, por sua vez, entregou-se inteiramente ao trabalho, questionando apenas quanto a como ser mais útil naquilo que era esperado dele.
Os preparativos foram realizados com sucesso até aquele momento, e chegou a hora de começarmos nossa excursão espiritual.
Ao ultrapassarmos os limites do local onde residia o médium, avistei uma das ruas da grande cidade que visitávamos.
A primeira coisa que me chamou a atenção foi a presença de certos espíritos, que encontramos policiando as imediações.
Em algumas esquinas, não todas, havia uma classe de espíritos de prontidão, como se fossem soldados.
Naturalmente eles também notaram a nossa presença e reverenciaram João Cobú, como se o conhecessem.
Pai João socorreu-me o pensamento, que, com certeza, também reflectia as indagações do médium que nos acompanhava desdobrado.
— Estes seres são os guardiões, meus filhos.
Trabalham sob a tutela do Plano Superior e têm função equivalente à dos soldados da Terra, que algumas vezes policiam as ruas.
A diferença está no facto de que, do lado de cá da vida, devem estar atentos aos seres que, no dia-a-dia dos habitantes do mundo, não são regularmente percebidos.
Também exercem certo controlo ou vigilância sobre algumas criações mentais ou formas parasitárias que encontramos do lado de cá.
Nesse momento do comentário, o médium que nos acompanhava interferiu com um questionamento:
— Pensei que os guardiões só policiavam outros espíritos; nunca imaginei tais espíritos exercendo o papel de vigilantes das criações mentais.
— O trabalho desses espíritos é muito mais complexo do que se pode imaginar.
É uma pena que os nossos irmãos espiritualistas não pesquisem mais a respeito.
Teriam imensos recursos à disposição, para seus trabalhos de assistência espiritual — falou Pai João.
Muitas criações mentais de encarnados e desencarnados representam um imenso perigo aos humanos desdobrados ou mesmo um obstáculo a certas tarefas dos desencarnados mais conscientes.
Observem ali, por exemplo — apontou à sua direita.
Ao longe observamos uma cintilação dourada, que exercia um fascínio, devido à sua aparente beleza.
À medida que focalizávamos o olhar, as cintilações foram percebidas com maior detalhe.
Vimos uma fina camada de algo que mais parecia uma rede, tecida em material do plano astral semelhante a fios de nylon, com coloração dourada.
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LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jul 26, 2014 9:43 pm

Com mais atenção ainda, percebemos que o material se espalhava por uma área imensa da cidade ou daquele bairro onde estávamos.
Alguns indivíduos transitavam por ali, vindos de seus divertimentos nocturnos, despercebidos da realidade extra física a seu redor, naturalmente oculta, devido à sua situação de encarnados.
Ao cruzarem aquele ponto, alguns deles eram como que atacados por imenso contingente daquelas formações estranhas, que pareciam ser atraídas para eles como a limalha de ferro é atraída pelo ímã.
O ataque não se concretizou, em virtude da acção de um grupo de guardiões, que imediatamente percebeu o que ocorria e providenciou para que as algas energéticas — assim eu as chamei — não atingissem tais pessoas.
Um dos guardiões trazia um aparelho pequeno, que parecia funcionar com electricidade retirada da atmosfera.
Assim deduzi a partir do ocorrido.
Logo que o aparelho foi posicionado perto dos encarnados, notamos uma descarga eléctrica no ambiente à volta, parecendo que a electricidade era transferida para o pequeno objecto trazido pelos guardiões.
Um campo de força foi percebido imediatamente ao redor das pessoas, impedindo que as chamadas algas energéticas as atingissem.
Pai João explicou-nos:
— Essas criações mentais vagueiam por muito tempo nessa região.
A cintilação dourada, por sua vez, denota que agem preferencialmente no campo mental das pessoas, atraídas naturalmente pelas ondas e pelos raios emitidos pela mente de cada um, devido aos pensamentos abrigados e irradiados.
Tais criações que você, Ângelo, denominou algas energéticas sobrevivem das irradiações mentais de encarnados e desencarnados.
No entanto, ao se acoplarem ao campo mental das pessoas, elas imediatamente começam um processo mórbido de absorção das ondas mentais do hospedeiro.
À medida que absorvem e se nutrem dos pensamentos emitidos pelos encarnados, descarregam em sua aura uma cota considerável de resíduos ou toxinas mentais, que envenenam as correntes de pensamento.
— Esse veneno mental poderá ser comparado aos venenos que encontramos na esfera física? — inquiriu Raul.
— Utilizamos o termo veneno por falta de um vocabulário mais rico, entretanto, podemos fazer uma comparação, meu filho — respondeu Pai João.
Toda vez que essas criações mentais absorvem elementos dos encarnados ou desencarnados, agregam em sua estrutura uma espécie de fluido mórbido, pois que se nutrem das criações inferiores.
O resíduo tóxico ou o excesso acumulado em sua estrutura íntima é transferido automaticamente para novos hospedeiros, formando intenso círculo vicioso.
O resultado é que os pensamentos desorganizados de nossos irmãos passam a ser mais constantes e formam assim um circuito fechado de ondas-pensamento desequilibradas.
Nesse sistema de circuito fechado, atraem mais e mais outras criações desorganizadas e daninhas para o equilíbrio de meus filhos, agravando mais e mais sua situação.
Nota-se o efeito nos diversos crimes, nas brigas e no uso de drogas, largamente difundido nas noites terrestres, quando os raios benéficos do sol não exercem acção destrutiva nessas comunidades de formas-pensamento desequilibradas.
Aliás, tais comunidades energéticas que vocês observaram são produto dos pensamentos dos próprios encarnados, as quais são mantidas e utilizadas por espíritos das sombras, mais inteligentes.
— Então, não são apenas o resultado dos pensamentos desequilibrados ou desorganizados dos encarnados?
As criações mentais são também instrumentos de entidades perversas?
— Isso é certo, Ângelo — tornou Pai João.
Entidades mais inteligentes, porém com disposições íntimas egoístas, sabem da atracção que essas formas-pensamento exercem sobre encarnados em geral e alguns desencarnados em particular.
Utilizam-nas para os chamados roubos de energia.
Cultivam muitas dessas formas mentais parasitárias em seus redutos e delas extraem o resíduo mental acumulado para se nutrirem, como vampiros que são, até que se esgotem as reservas.
Nesse caso, quando as criações mentais já não têm mais conteúdo apreciável ou extracto mental roubado de suas vítimas, tais espíritos as distribuem novamente em lugares propícios, onde encarnados se reúnem, para que comece novamente o processo enfermiço.
Fiquei muito pensativo quanto ao papel dos guardiões ao exercerem suas actividades, muitas vezes tão ignoradas pelos estudiosos da vida espiritual.
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LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 27, 2014 9:52 pm

Nesse momento de minhas reflexões, o espírito Pai João interferiu:
— Os guardiões são especializados em diversas tarefas, meus filhos.
Nem todos são aptos a enfrentar essas situações relativas às criações mentais inferiores.
Do lado de cá da vida, a especialização é necessária para que possamos trabalhar com maior eficácia.
Esses guardiões, por exemplo, já entram em contacto com as tais algas energéticas há muito tempo.
Sua organização é muito ampla, e aqueles espíritos mais experientes que coordenam as tarefas dos guardiões promovem as especializações de acordo com as tendências e até mesmo com as profissões e actividades desempenhadas pelos espíritos quando ainda encarnados.
Alguns guardiões são simplesmente vigilantes, que observam os acontecimentos para fazerem seu relatório a outros, mais especializados.
Outra equipe de guardiões trabalha como soldados do plano astral, e outra ainda, mais especializada, exerce uma actividade mais intensa no planeamento e na estratégia de acção contra o domínio das sombras.
— Dessa forma — disse Raul —, podemos entender que os espíritos que trabalham como soldados ou guardiões são tão importantes quanto os chamados mentores, em suas actividades mais espiritualizadas.
— Isso mesmo! Tudo e todos têm a sua importância.
Sem o trabalho desses espíritos que enfrentam as vibrações mais grosseiras e densas das mentes desajustadas, não seria possível a tarefa dos chamados mentores ou guias.
Todos dependemos uns dos outros em qualquer departamento do universo.
Ignorar essa interdependência é pura arrogância.
Também os encarnados dependem directamente do trabalho dessas equipes de espíritos especializados; do contrário, sucumbiriam entre as próprias criações mentais desorganizadas.
O acúmulo de energia mental de natureza densa formaria uma crosta em torno dos encarnados que dificilmente seria rompida por eles próprios.
Isso dificultaria a conexão com os Planos Superiores através das intuições e inspirações.
Também, na esfera mais física, o cúmulo energético pernicioso de tais criações exerceria uma influência sobre a respiração e a circulação sanguínea nos corpos de nossos irmãos encarnados.
— Não pensei que essas criações mentais fossem tão desastrosas assim no contacto com os encarnados — concluiu Raul.
— Pois é, meu filho — acrescentou Pai João.
Além da fronteira do mundo físico, a realidade é também palpável, real e muitas vezes imensamente grave.
As organizações existentes do lado de cá representam o equilíbrio do sistema.
Se por um lado existe uma série de seres, coisas e situações que influenciam perigosamente o homem terrestre, por outro lado, o mundo espiritual se organizou ao longo dos milénios de tal maneira que, para cada situação emergencial ou complicada que possa comprometer o equilíbrio geral, constituíram-se equipes especializadas.
Tais equipes são conhecidas por diversos estudiosos do pensamento espiritual, embora o silêncio que se faz a respeito de sua existência e de seu trabalho.
Após as explicações de Pai João acerca das criações mentais, continuamos nossa caminhada.
Uma pausa se fez notar em nossas considerações, talvez para que pudéssemos pensar mais a respeito de certas situações corriqueiras do lado de cá, mas pouco abordadas por espíritos e espíritas de modo geral.
Nossos pensamentos já voavam com os comentários de João Cobú, quando ele próprio nos convidou a observar mais atentamente ao redor.
Os detalhes eram muito importantes para nosso estudo.
Ao longe, divisamos um grupo de espíritos de aparência estranha.
Pareciam zumbis que perambulavam pelas ruas sem saber ao certo aonde iam.
Aproxímamo-nos lentamente, mantendo, contudo, distância razoável, considerada adequada para observações mais amplas sem comprometer a segurança de nossa diminuta equipa.
Os espíritos em foco se assemelhavam a mortos-vivos, arrastavam-se penosamente pelo chão do planeta, olhar perdido, como se representassem um papel num filme criado pela imaginação de algum louco por aí.
— São os sonâmbulos — sentenciou Pai João, depois de dar um tempo para nossa inspecção.
O médium Raul parecia atento a cada detalhe, porém mais parecia um gato, arredio, desconfiado.
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LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 27, 2014 9:52 pm

Mantinha-se mais afastado, sem, contudo, perder os detalhes. Pai João continuou:
— Muitos querem vir para o lado de cá da vida através da chamada viagem astral, mas ignoram que enfrentarão aqui uma vida real, e não uma ilusão dos sentidos.
Não se preparam através de estudos e intentam conhecer o país além da esfera física sem ter informações precisas a respeito de seus habitantes, costumes e geografia5.
— É tão sensato como fazer, na Terra, uma longa viagem internacional sem a mínima noção sobre a cultura a ser visitada — comparou Raul, com ironia.
— Exacto — retomou o pai-velho.
Com isso, ao se defrontarem com o panorama que ora presenciamos, situado na dimensão contígua à esfera física humana, alcançam pouco proveito em suas realizações.
O fascínio que até então os movia se dilui ante a realidade encontrada.
Apavoram-se ao deparar com seres com os quais não sabem se relacionar.
Em sua fantasia, esperam penetrar directamente, sem escalas, em regiões superiores, onde desfrutariam da companhia de mentores e mestres do pensamento espiritualizado...
Decepcionam-se amargamente, pois se vêem em regiões sombrias, próximas à Crosta, à morada dos homens, totalmente desprovidas de elementos idílicos ou angelicais.
Como se não bastasse, notam que o perfil dos habitantes desse mundo extra físico não confere com descrições recheadas de fantasia que muitos apresentam como informações mediúnicas confiáveis.
"Tais espíritos, semelhantes a zumbis, constituem apenas um dos grupos entre os muitos que ignoram quem são ou qual é sua situação na erraticidade6.
Esse contingente de espíritos ignorantes compõe a maior parte da população terrena.
Segundo as estatísticas actuais a que temos acesso, são aproximadamente 40 biliões de seres que, em suas existências, transitam entre as dimensões, ora no plano físico, ora no extra físico.
Com características diferentes entre si, em sua grande maioria são como esses sonâmbulos.
Compondo esse grupo, há desencarnados que caminham por todo lado à procura de vitalidade, em geral encontrada junto aos encarnados.
Em seguida, acoplam-se a suas auras e absorvem inconscientemente o tónus vital de milhares de seres humanos.
Como fantasmas, perambulam pela Terra, uma vez que durante suas existências físicas não entraram em contacto ou não se relacionaram intimamente com a realidade do espírito.
Portanto, permanecem ignorantes de sua vida de espírito.
Suas mentes vagam entre o pesadelo de sua conduta na última existência e a falta de referência para uma vida mais espiritualizada.
Como disse, essa situação de absoluta inépcia é o quadro típico que verificamos na grande massa de desencarnados do planeta Terra."
— Fico imaginando — falou o médium, desdobrado — como as coisas deste lado da vida são parecidas com as do nosso plano, o corpóreo.
Chego a pensar que estamos sujeitos a leis equivalentes às do mundo físico, da sociedade e a outras circunstâncias próprias desse campo.
— O mundo extra físico, Raul — prosseguiu Pai João —, tem muita semelhança com o chamado plano crosta-a-crosta, ou seja, o mundo objectivo, material.
Em seus desdobramentos, com o espírito parcialmente liberto do corpo carnal, você pode constatar que, no ambiente onde nos movemos, há uma geografia própria, coexistente com a realidade humana.
Muitos espiritualistas, ao dizerem que a Terra é uma cópia da paisagem extra-física, entendem de modo equivocado que sua natureza repete as bases corpóreas.
Dá-se exactamente o contrário!
Existe uma forma fixa e definida para o ambiente astral — cuja investigação mais ampla ainda está por ser realizada —, e é ela que serve de molde.
A possibilidade de pesquisar, catalogar e avançar mais profundamente na compreensão das nuances do horizonte extra-corpóreo é algo a respeito do que a maioria dos médiuns ou sensitivos ainda não se pronunciou.
"O cenário é em tudo muito semelhante àquele encontrado na Crosta, porém, temos de considerar o estado de fluidez e plasticidade da matéria astral, a qual reflecte com extrema precisão o teor vibratório dos pensamentos emitidos em ambas as dimensões.
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LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 27, 2014 9:52 pm

Isso quer dizer, meu filho, que os pesadelos e temores abrigados nas mentes de nossos irmãos dos dois lados da vida se reflectem com o máximo de fidelidade aqui.
Veja, por exemplo, o caso das criações mentais inferiores.
Normalmente, assumem a forma externa de elementos encontrados no mundo físico, tais como larvas, baratas, escorpiões, aranhas ou outros seres mais elementares da escala evolutiva.
Constata-se assim que há mais do que simples cópia da realidade astral manifesta no campo físico, há, em certa medida, uma interacção das dimensões, que se interpenetram profundamente.
No exemplo citado, a esfera física reproduz-se no âmbito extra físico, o que soa paradoxal.7
— Já observei isso em alguns casos — disse, pensativo.
Embora nunca houvesse reflectido mais detidamente sobre o assunto.
— Pois bem — continuou a explicar o preto-velho.
Ao longo do tempo, aliás, ao longo dos milénios, o ser humano conviveu intensamente com pestes, animais selvagens e algumas formas de seres que durante eras têm acompanhado a marcha humana sobre a Terra.
Com o decorrer do tempo, o imaginário popular classificou alguns desses seres como criaturas pestilenciais, negativas, que provocam asco em qualquer pessoa que com elas se depare.
Formou-se, a partir daí, uma espécie de egrégora, com tais formas firmemente associadas a situações e ideias desagradáveis.
Na verdade, tornaram-se símbolos dessas situações.
Por exemplo: a barata causa mal-estar, nojo, repulsa.
As aranhas, em especial as maiores, consideradas perigosas, transmitem uma ideia de repugnância, medo e horror, assim como ocorre com ratos, cobras e escorpiões, cada um a sua maneira.
"Quando a mente em desequilíbrio produz matéria mental tóxica, mórbida e doentia, essa matéria adquire imediatamente o aspecto já consagrado pelas mentes de milhões de criaturas como algo indesejável.
Verifiquemos, na prática, como tais criações (que são seres vivos, dotados, contudo, de vida artificial) assumem formas ditadas pelas mentes humanas e passam a agir na aura das pessoas."
Assim que pronunciou essas palavras, Pai João nos chamou a atenção para dois jovens que passavam em frente a uma casa nocturna, inebriados com a ideia de adentrar no ambiente electrizante.
Paramos do lado de fora, observando o trânsito de pessoas, quando o pai-velho apontou em direcção ao solo, próximo aos pés das pessoas, particularmente dos dois jovens.
Algo parecido com baratas surgia por onde pisavam, porém, as formas pareciam ser feitas de plástico.
Moviam-se pernas acima, como que absorvendo dos encarnados alguma espécie de alimento invisível, mas necessário.
Novamente foi Pai João quem nos orientou:
— As baratas, meus filhos, são animais de hábitos nocturnos.
Nesse período é que saem do abrigo para alimentação, cópula, oviposição, dispersão e voo.
Portanto, as formas-pensamento inferiores, quando assumem a aparência de baratas, são classificadas como parasitas nocturnos.
Naturalmente, são encontrados onde há maior concentração de energias mentais desequilibradas e maior número de pessoas reunidas, cujo hálito mental esses parasitas absorvem, a fim de se manterem vitalizados.
"Durante o dia, as baratas que convivem com os humanos esquivam-se da luz e das pessoas, entretanto, algumas condições especiais contribuem para seu aparecimento diurno, tais como excesso de população, falta de alimento ou água, ocorrência de coisas estragadas, com odores em geral desagradáveis aos humanos, além de locais com pouca higiene.
Quando consideramos os parasitas astrais elaborados e mantidos através de formas-pensamento inferiores com feição de baratas, podemos entender que o fluido mórbido que serviu de matéria-prima para esses insectos também tem comportamento nocturno, tal qual suas duplicatas do mundo visível.
São formas parasitárias comummente encontradas em ambientes fechados e possuem hábitos que contrariam a higiene mental e espiritual.
Por analogia, são atraídas para lugares onde se encontra uma população encarnada que adopta hábitos compatíveis com os seus, onde, ainda por cima, não há muita luz natural.
Tais criações não assimilam correctamente as radiações solares, por isso a atracção por locais que funcionam à noite.
Como regra, sugam as energias de seus hospedeiros a partir dos membros inferiores, provocando nos encarnados uma descompensação energética intensa."
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 27, 2014 9:53 pm

Convidando-nos a examinar outro local, Pai João nos conduziu a um ambiente totalmente diferente.
— Aqui, meus filhos, veremos outra aparência de parasitas energéticos, que assumiram a forma de aranhas.
São criações mentais peçonhentas e de maior gravidade para o elemento humano.
Estávamos agora próximos a um hospital, mais precisamente num pronto-socorro municipal, onde várias pessoas doentes, acidentadas ou sob a acção de tóxicos aguardavam, há algum tempo, o cuidado por parte dos profissionais de saúde.
O local cheirava mal, e a sensação desagradável era aumentada principalmente devido à acção do pensamento das pessoas ali presentes.
Agoniadas, exaltando cada uma delas seu próprio mal-estar, procuravam realçar cada detalhe de suas dores.
Mais uma vez, Pai João nos intimou a vasculhar os detalhes da cena.
Diversos indivíduos que exalavam odores desagradáveis pareciam atrair formas mentais assemelhadas a aranhas, que andavam sobre seus corpos e, em determinado momento, inseriam pequenos ferrões nos corpos de suas vítimas, como se injectassem algum veneno nelas.
A visão era de causar arrepios em qualquer um que observasse.
— Quando consideramos as aranhas materializadas na Terra — retomou Pai João — sabemos que são animais carnívoros que se alimentam principalmente de insectos, como grilos e baratas.
Muitas têm hábitos domiciliares e possuem ferrões, utilizados para inoculação de veneno.
Em geral, a forma astral mantida pelos parasitas energéticos que assumem o aspecto aracnídeo ataca o ser humano atraída pelo teor energético de pensamentos desleixados e mórbidos, emitidos por quem se entrega ao sofrimento e não zela pela educação íntima de suas emoções.
São pessoas que trazem a marca do desespero e têm prazer em ressaltar suas dores, transferindo aos outros a responsabilidade por aquilo que lhes acontece.
Os parasitas energéticos que se alimentam desse tipo de fluido mórbido atacam através da aura da saúde, injectando o veneno fluídico em sua vítima por via cutânea.
Surgem então as inflamações energéticas características, que acometem a periferia do duplo etérico exactamente nos pontos em que houve picadas.
O agravamento desse quadro dá-se com ulceração e posterior rompimento da estrutura da aura das pessoas.
A partir daí, as consequências são mais drásticas, pois, sem a integridade do duplo, a saúde e o equilíbrio ficam seriamente prejudicados.
Notamos, Raul e eu, que as pessoas sugadas e atacadas pelas formas energéticas de aranhas apresentavam suas auras rompidas, como se houvesse um rasgo ou uma ruptura no duplo dessas pessoas.
— Através dessa ruptura energética, os nossos amigos encarnados absorvem mais facilmente as correntes mentais infelizes de desencarnados e, ao mesmo tempo, perdem energias vitais preciosas.
Vejam que a acção dos parasitas vampiriza os encarnados, baixando-lhes tanto a resistência energética quanto a imunológica.
Um indivíduo destacou-se dos demais, pois um número maior de aranhas — ou de criaturas mentais com tal aspecto — sugava-lhe mais intensamente.
Estava todo coberto desses parasitas, que lhe penetravam pelo nariz, pela boca, pelos olhos e ouvidos, após exame mais atento, reparamos que a região da genitália também se transformara em uma abertura no seu campo energético.
Esses seres arrojavam-se, por todos os orifícios, para o interior do corpo de seu hospedeiro.
A visão causava repugnância e, ao mesmo tempo, despertava em nós vontade de auxiliar, impedindo que ocorresse aquele tipo de vampirização energética tão voraz.
— Não adianta, por ora, qualquer recurso magnético, Ângelo — interferiu Pai João.
Poderíamos até liberar a aura de nossos irmãos desses parasitas ferozes, no entanto, cada um tem de desenvolver suas próprias defesas psíquicas, através da educação das emoções e dos pensamentos, para que a situação de desequilíbrio não retorne.
Nesse momento, nossa acção seria ineficaz, pois esses companheiros nem sequer acordaram para a realidade espiritual e, por isso, não estão preparados mental e emocionalmente para uma reprogramação de suas vidas.
Somente com essa reprogramação e as acções dela decorrentes é que poderiam se ver livres definitivamente das criações mentais peçonhentas.
"Vejam, meus filhos, como o quadro é complexo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 27, 2014 9:53 pm

Além do ataque através da aura da saúde, que é efectuado pelos poros da epiderme perispiritual, outras formas parasitárias penetram no interior dos corpos astral e etérico, causando uma resposta imunológica que evolui para anemia, icterícia cutâneo mucosa e hemoglo-binúria (que é a presença de sangue na urina); entre outros sintomas, a insuficiência renal aguda é a complicação mais nociva ao corpo físico quando a pessoa é atacada por esses seres peçonhentos.
"Para agravar ainda mais a contaminação fluídica, na contraparte astral esse tipo de parasita é utilizado por obsessores com regalo, pois sua manutenção não exige deles nenhuma cota de energia mental.
Para sustentar o processo de ataque energético e envenenamento vital, bastam as emoções transtornadas de seus próprios alvos.
Só lhes cabe canalizar os seres aracnóides para a aura dos encarnados, a partir daí, os próprios homens, com sua invigilância mental, produzem o fluido mórbido que dá forma e alimenta a existência dos parasitas.
"No campo físico, o tratamento soroterápico é o indicado para deter o processo das inflamações causadas por animais peçonhentos, na esfera subtil, somente o passe magnético intensivo, acompanhado de um processo de reeducação mental e de descontaminação energética, poderá liberar o indivíduo das formas monstruosas e de sua acção nefasta sobre a saúde de meus filhos.
Muitos pais-velhos costumam prescrever o uso de ervas cujo teor energético é anti-inflamatório e anti-infeccioso.
Ministradas através de banhos ou beberagens, tais ervas têm seu bioplasma activado com tamanha intensidade que suas propriedades energéticas e terapêuticas promovem uma limpeza intensa na estrutura do duplo etérico.
Ultra-sensível, o corpo etérico absorve do elemento curativo das plantas as irradiações benéficas e saneadoras e naturalmente passa a expulsar as comunidades de parasitas mentais que se agregaram em suas linhas de força.
O magnetismo administrado através dos passes é recurso muito útil; todavia, em qualquer caso, há que se proceder a uma modificação intensa dos hábitos mentais e das emoções do ser, senão outras comunidades parasitárias fatalmente assumirão o lugar daquelas que foram expurgadas de seus corpos."
Raul e eu considerávamos as informações que Pai João nos transmitia como uma enxurrada de ensinamentos difíceis de absorver na íntegra, devido às associações que ambos fazíamos com casos conhecidos.
Contudo, Pai João parecia inspirado naquele momento, embriagando-nos com outras explicações, que por certo dariam muito que pensar.
— Existem outros tipos de contaminações energéticas, cujos elementais artificiais8 envolvidos adquirem outros aspectos, sempre relacionados a "moldes" do plano físico.
Algumas criações mentais inferiores, principalmente aquelas desenvolvidas em laboratórios de espíritos especializados no mal, apresentam-se com o aspecto das lacraias.
Embora, no mundo físico, o veneno das lacraias não seja considerado muito tóxico para o homem, as formas astrais desses parasitas sintonizam-se geralmente com os elementos do sexo desrespeitoso e vulgar.
São criações mentais elaboradas e mantidas com o intuito de sugar especificamente as energias sexuais e estimular o desejo descontrolado pelo sexo fácil e intenso, mas que jamais satisfaz os anseios do indivíduo.
Isso ocorre porque as formas energéticas que contaminam o hospedeiro, introduzidas nas regiões genital e anal, alimentam a compulsão pelo sexo.
Fisicamente, poderão ser detectados, em alguns casos, dores fortes e inchaço (ou edema) no local onde as formas energéticas são implantadas e se prendem por magnetismo.
O alvo ainda está sujeito a apresentar estado febril, calafrios, tremores e sudorese, além de pequenas feridas na região afectada, por onde os parasitas penetram no interior do corpo físico e, por conseguinte, do duplo etérico.
É bastante comum também que as formas astrais de lacraias estejam associadas, no corpo físico, ao aparecimento do vírus conhecido como HIV.
"O uso de bebidas alcoólicas aumenta o teor energético dessa espécie de criação mental, que suga do fluido etérico emanado pelo álcool um tipo específico de vitalidade, da qual se utiliza para se fixar internamente nos órgãos do corpo físico ou nos órgãos energéticos, os chacras."
Pai João falava com tanta propriedade que dificilmente conseguíamos apreender todos os detalhes.
O pai-velho nos saturava de informações preciosíssimas.
— Outra forma energética que é comum observar em processos de contaminação fluídica — continuou — são as criações mentais que assumem o aspecto de formigas.
Em geral percebidas apenas em sua acção, causam dores aparentes, inexistentes no corpo físico, mas perfeitamente sentidas por seus hospedeiros.
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LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 27, 2014 9:53 pm

Isso ocorre em virtude de esse tipo de parasita energético se agregar exclusivamente ao duplo etérico das pessoas.
Além das dores, que mudam constantemente de lugar, causam uma espécie de coceira, que resiste a toda qualidade de medicamento utilizado pela medicina alopática e, às vezes, também pela homeopática.
As formigas do astral agem de tal forma no duplo etérico que promovem a ressonância vibratória, com efeitos palpáveis no corpo físico, de modo mais e mais ágil, conforme perdure a enfermidade energética.
Com o decorrer do tempo, sua acção nefasta passa a ser sentida quase que imediatamente.
Podem, inclusive, provocar edemas e eritemas no corpo, sem causa aparente ou conhecida e resistentes a tratamentos convencionais.
A presença desses parasitas assemelhados a formigas normalmente provoca nos médiuns clarividentes mais sensíveis, quando a percebem, transtornos de origem etérica, como calafrios, sudorese e taquicardia.
Depois das explicações de João Cobú, saímos do pronto-socorro, demandando outros ambientes.
Fomos à Serra do Curral, local conhecido na metrópole onde estávamos realizando observações, a fim de abastecer-nos de energias da natureza, pois eram muitas informações para o início de uma jornada.
Nossa mente precisava absorver e decantar tanto conhecimento novo e detalhado.
Enquanto eu anotava as elucidações de Pai João para trabalhos futuros, Raul, que dizia não ser curioso, aproveitava para esclarecer suas dúvidas junto ao pai-velho.
Os guardiões que nos acompanhavam estavam atentos o tempo todo, providenciando para que o ambiente à nossa volta não sofresse alteração energética prejudicial aos nossos objectivos e às nossas actividades.
Mas os covardes, os incrédulos, os depravados, os assassinos, os que cometem imoralidade sexual, os que praticam feitiçaria, os idólatras e todos os mentirosos — o lugar deles será no lago de fogo que arde com enxofre.
Esta é a segunda morte.
Apocalipse 21:8

3 Uma das oportunidades a que se refere o autor espiritual está registada no livro Aruanda, que narra excursão anterior feita sob a coordenação de João Cobú e aborda temas como magia negra, elementais, pretos-velhos e caboclos, sob a óptica espírita.
(PINHEIRO, Robson pelo espírito Ângelo Inácio).
4 Segundo a terminologia espírita, o mesmo que corpo espiritual, corpo astral, psicossoma ou corpo psicossomático.
O termo perispírito é cunhado por Allan Kardec em alusão ao perisperma — em botânica, tecido que envolve a semente.

(Saiba mais em KARDEC, Allan. O livro dos espíritos, parte n, cap. 1: Dos espíritos, especialmente itens 93 a 95, além dos itens 135,150 e 155, entre outros.)
5 Apesar de não ter podido avançar muito na descrição da realidade extra física em seus breves 14 anos de pesquisas espíritas — desde o primeiro contacto com as manifestações até a formulação e o aprofundamento dos estudos —, Allan Kardec deixou noções fundamentais a respeito da natureza do mundo invisível.
Repleta de exemplos esclarecedores a esse respeito, ainda que de modo esparso, cita-se a Revista espírita:
jornal de estudos psicológicos, sua obra mais extensa, que editou pessoalmente a cada mês, sem interrupções, desde janeiro de 1858 até sua desencarnação, às vésperas de publicar o número de abril de 1869.

(A FEB possui a tradução mais moderna e cuidadosa da obra, mas outras editoras brasileiras também têm os 12 volumes anuais da Revista em seu catálogo.)
Todavia, as bases para o estabelecimento da paisagem extra física encontram-se cristalinas no capítulo intitulado Do laboratório do mundo invisível, em O livro dos médiuns (KARDEC, Allan, parte n, cap. 8, diversas editoras) e em A génese (idem, cap. 14, item i: Natureza e propriedades dos fluidos).
Anos mais tarde, principalmente com as obras de Francisco Cândido Xavier, de autoria do espírito André Luíz, e as da médium Yvonne do Amaral Pereira, o espiritismo ganharia contribuição notável a fim de preencher essa lacuna.
6 Vocábulo espírita que caiu em desuso, erraticidade era como Kardec preferencialmente chamava o período entre vidas, entre encarnações ou existências corpóreas, termo este também de sua predilecção.
7 Apesar de soar paradoxal, o facto de a realidade extra corpórea ser a matriz definitiva — ou o mundo normal primitivo, conforme denomina Kardec — não se torna obstáculo à interacção entre ambas as dimensões.
É o que assinalam os espíritos em sua resposta ao Codificador:
"Eles [os mundos físico e extra físico] são independentes, contudo, é incessante a correlação entre ambos, porquanto um sobre o outro incessantemente reage"

(KARDEC, Allan. O livro dos espíritos, parte n, cap. l, item 86: Mundo normal primitivo).
8 Nomenclatura utilizada por Pai João também no livro Aruanda, do qual é personagem, e definida pelo espírito Joseph Gleber em sua obra Além da matéria (PINHEIRO, Robson), cap. 18.
A propósito das questões aqui abordadas, recomendamos enfaticamente a leitura dos capítulos 15 a 19 desse último livro citado.
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LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 27, 2014 9:55 pm

CAPÍTULO 2 - ZONAS DE DETERIORAÇÃO

— Deixemos nossa atenção voltar-se agora para outros aspectos da vida extra física, meus filhos — disse Pai João, após o breve intervalo de refazimento que desfrutamos naquele campo abençoado.
— Há uma coisa curiosa que os irmãos encarnados costumam deixar de perceber, muitas vezes.
É preciso atentar que o mundo além das fronteiras da matéria densa apresenta-se tão real para quem está na dimensão astral quanto a matéria em si é real para quem habita o corpo físico.
A nossa realidade, porém, está estruturada em uma dimensão superior, além do universo tridimensional em que os encarnados se locomovem (a física humana já apontou a existência dessa outra dimensão...).
Por isso, ao falarmos de certas coisas e seres que existem do lado de cá da vida, muitos ficam imaginando se não seria pura obra de ficção.
Afirmamos, contudo, que o mundo físico é que é a sombra da realidade, e não o contrário!
Portanto, pretender estabelecer o que existe ou deixa de existir em matéria de realidade subtil, do ponto de vista de quem está no mundo corpóreo, é missão, no mínimo, arriscada.
Falando isso, Pai João nos convidou a nos dirigirmos às zonas de deterioração astral, ou seja, aos locais onde os espíritos desencarnados desajustados e inconscientes de seu estado real se organizam e convivem em comunidade, tal qual ocorre com as populações terrestres.
Muitas vezes realizei observações e tarefas em regiões inferiores do plano astral ou no umbral, conforme diriam os companheiros espíritas.
No entanto, estávamos prestes a sondar mais detalhes, que poderiam nos enriquecer sensivelmente o saber espiritual.
Nossa presente jornada tinha por objectivo a pesquisa mais minuciosa a respeito da realidade extra física, uma espécie de excursão de reconhecimento das regiões e formas de vida do astral.
— Muitas pessoas que estudam o plano extra físico — retomou o pai-velho — se perturbam ao pensar onde os distritos e as construções do mundo oculto se situam.
Com efeito, os homens, mesmo aqueles já habituados com certas verdades espirituais, baseiam suas ponderações e seus comentários na observação da dimensão em que vivem, isto é, partem sempre da perspectiva material, densa.
O cérebro físico induz o observador encarnado a tomar a realidade do mundo das formas como sendo o princípio de tudo o que existe.
É uma ilusão compreensível, mas na prática ocorre exactamente o contrário.
É o mundo físico que é uma sombra imperfeita da realidade.
Nos planos semi-materiais do universo é que se dá a verdadeira vida e que está a matriz de tudo o que se concretiza na Terra, no nível crosta-a-crosta9.
Desta vez foi o médium Raul quem perguntou a Pai João:
— Somente a Terra possui a estrutura que denominamos de umbral ou existe algo equivalente em planetas mais adiantados?
— A organização em planos, dimensões ou distritos, no mundo extra corpóreo, não se restringe apenas ao planeta Terra.
Todo o universo, isto é, todos os mundos têm estrutura similar.
Assim, tanto em nosso planeta quanto em Marte, em Júpiter ou mesmo em outra galáxia pode-se notar que há a região correspondente ao umbral, bem como ao Plano Superior.
Contudo, é forçoso reconhecer que a vibração do plano astral terreno difere muitíssimo daquela que constitui o plano astral de um mundo mais adiantado.
Aquilo que aqui representa algo mais subtil, talvez em outro orbe seja a expressão de materialidade.
A dimensão astral terrena talvez seja algo incompreensível para habitantes de mundos mais evolvidos.
Em todo caso, a estrutura é a mesma, ou seja, sempre encontraremos uma realidade mais densa e outras que lhe sucedem na escala do progresso, naturalmente mais subtis, invariavelmente, haverá um campo material e um mental, conforme nos exprimimos em nosso planeta.
"Além desse aspecto, há outra questão que deve ser levada em conta.
Diz respeito à densidade da matéria na Terra, que certamente não pode ser igual à de um mundo de condição evolutiva diferente.
Vejamos um exemplo.
Não se divisa directamente o plano astral em nosso mundo, a não ser que os terrestres abandonem o corpo, seja através da chamada viagem astral, seja através do desencarne.
Noutro orbe, aquilo que denominamos dimensão astral é tido como a localização natural dos habitantes quando encarnados.
Dito de outro modo, a matéria etérica, tal como é conhecida aqui, constituísse na matéria mais densa e comum à vida social dos encarnados de orbes mais elevados10.
Isso explica por que os humanos da Terra ainda não conseguem detectar, em lugar algum, vida semelhante à encontrada em seu planeta.
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LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 27, 2014 9:56 pm

Os instrumentos construídos na Terra que são enviados para certos globos estão estruturados em matéria densa daqui.
Ocorre que lá a vida corpórea é estruturada em matéria etérica, uma dimensão material ligeiramente diferenciada, mas suficientemente mais subtil para não ser detectada pelos aparelhos terrestres.
"Vocês já conhecem esse fato através de seus estudos — disse-nos o pai-velho.
No entanto, é bom relembrá-los, pois conhecer a realidade das dimensões além da matéria terrena é um factor indispensável para que se entenda como funciona a estrutura organizacional das trevas, das regiões subcrostais e de outras mais que existem neste vasto mundo que transcende a vida social humana."
Enquanto Pai João nos prestava esclarecimentos, aproximamo-nos de uma região que apresentava estranha configuração.
O solo em que pisávamos era semelhante ao da Crosta, no entanto, apresentava alguma fluidez ou plasticidade incomum ao ambiente físico.
O chão parecia ter um elemento absorvente que aderia levemente ao nosso corpo espiritual, embora não representasse, para nós, constrangimento ou empecilho.
Notei também que o ambiente estava mergulhado numa luminosidade embaçada, tornando os elementos da paisagem quase irreais, como se fora produto de um sonho — ou, então, como cenas de um filme de Elizabeth Taylor.
Na minha época de jornalista, os directores adoravam utilizar aquele efeito difuso ao enquadrar as divas hollywoodianas...
Mesmo em meio a tantos detalhes que somente agora eu observava mais detidamente, notei que havia por ali vegetação, relevo, riachos e toda uma forma de vida, que parecia em segundo plano naquela paisagem bucólica.
Pude divisar extensas montanhas que desenhavam vales ao longe, que se mostravam à minha visão permeados por uma nostalgia ou uma tristeza singular.
Nem precisei formular a pergunta, pois gentilmente o preto-velho, que conhecia minha curiosidade natural de longa data, foi logo comentando a situação:
— Nos ambientes do plano extra físico, meus filhos, existe uma geografia real, coexistente com a realidade humana.
Muitos filhos encarnados, ao pesquisarem o mundo oculto, julgam que tudo por aqui é o reflexo do mundo físico, esquecendo que a realidade fora da matéria tem existência própria, embora a extrema sensibilidade e plasticidade com que se apresenta.
Essa facilidade em assumir as formas mentais ditadas pelos encarnados e desencarnados pode dar margem à ideia de que as coisas aqui não têm forma própria.
Mas é mera ilusão dos sentidos, já que o observador encarnado, mesmo quando temporariamente fora do corpo, não possui a lucidez necessária para perscrutar o íntimo do mundo no qual nos movemos e actuamos como espíritos.
"Vocês dois podem constatar que há paisagens, atmosfera própria, solo e elementos da flora e também da fauna, se assim podemos nos expressar ao nos referirmos às criações elementais encontradas por aqui.
"Essa geografia extra física espera para ser explorada, mapeada e compreendida.
As futuras excursões através do desdobramento ou das projecções astrais poderão contribuir em larga escala para que o conhecimento científico de nossos irmãos terrenos seja mais detalhado, no que concerne ao plano astral.
Por ora ainda dependem muito dos relatos mediúnicos (quando não pseudo-mediúnicos), que se sujeitam ao processo de interpretação de cada sensitivo.
Virá o tempo em que os próprios pesquisadores se projectarão para fora do corpo carnal a fim de realizar o mapeamento dessas zonas de actuação da consciência.
"Além dos elementos que lhe são peculiares, cá nesta dimensão também há uma duplicata dos objectos e seres físicos, o que é um dos factores que leva as inteligências recém-desencarnadas a não se sentirem perdidas, sem referências em um contexto tão distinto.
A extrema plasticidade na esfera astral propicia a materialização das formas-pensamento superiores ou inferiores com as quais o homem terreno já está acostumado.
Eis aí, também, o segredo de muitas criações mentais, elementais artificiais, aparelhos parasitas e outras formas aparentemente materiais aqui encontradas.
O ambiente gerado pelas formas-pensamento consistentes ou transitórias subsiste à passagem dos séculos, tornando-se o habitat de seres extra corpóreos que permanecem existindo nas áreas de transição."
— Não entendi direito seu pensamento — falou Raul.
—Veja bem, meu filho — respondeu Pai João, apontando para o céu daquela paisagem.
Repare que, vez ou outra, algum ser estranho a vocês cruza os céus do plano astral ou do umbral, conforme queiram.
Da perspectiva humana, parecem aves monstruosas, segundo os padrões actuais do planeta.
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LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 27, 2014 9:56 pm

— Sim, eu pensei que eram criações mentais dos espíritos que estagiam por aqui...
— Ocorre que nesse caso, filho, não é bem assim — informou o pai-velho.
Os seres que vocês vêem sobrevoando estas paisagens são reais, possuem existência própria e consistem em elementos pretéritos do planeta Terra.
Aliás, convém não esquecer que nosso planeta é relativamente jovem na escala dos mundos e, em decorrência disso, sua estrutura geofísica e psíquica ainda é bastante primitiva.
Portanto, muitos habitantes da esfera extra física ainda são sobreviventes dos períodos chamados pré-históricos.
"Por esses distritos, cujo cenário é elaborado nos domínios além da matéria densa, há determinada ecologia extra corpórea ou um ecossistema físico-extrafísico, que, aos poucos, vai sendo conhecido pelos investigadores mais sérios e dedicados.
É de vital importância para os encarnados a pesquisa desse sistema de vida além das bases estritamente materiais.
Em breve, será requerida cooperação efectiva de muitos filhos encarnados com aptidão para o desdobramento, a fim de auxiliarem na urbanização ou reurbanização das regiões astrais.
Avizinha-se nova etapa de aprendizado para os povos do planeta Terra, e tal processo visa à preparação do panorama astral para a mudança.
O conhecimento dessas paragens será de grande ajuda para os momentos vindouros, nas tarefas que nos aguardam."
Aproximamo-nos de um local no qual pudemos observar um bando de espíritos em completo desregramento dos sentidos.
Na esfera material, alguns homens e mulheres perambulavam, dando gargalhadas nitidamente originadas no transe produzido pelas bebidas que haviam ingerido.
Os desencarnados seguiam-lhes os passos trôpegos, atraídos como metal por um ímã.
— Aqui, meus filhos, começa a chamada zona de deterioração do plano astral — falou João Cobú.
— Na dimensão física, também se pode observar que certas regiões são habitadas e frequentadas por indivíduos que fogem a qualquer tipo de controle ou qualidade de vida social, perdendo-se na confusão e na variedade de padrões de comportamento da área com a qual se afinizam.
"Em certos estudos de sociologia, os irmãos encarnados, ao analisar tais sítios urbanos, definiram-nos como zonas de deterioração ou áreas de vício.
São locais cuja característica principal é o estado precário das edificações e o elevado grau de desequilíbrio de seus habitantes, que vivem à margem de muitos benefícios sociais.
Observam ainda os estudiosos que nesses locais é limitada a acção e a presença do Estado e das instituições que organizam a sociedade.
Naturalmente, qualquer um poderá notar que aí se concentram com maior intensidade indivíduos em desequilíbrio, a delinquência, a prostituição, a miséria e os vícios, em suas mais degradantes feições.
Embora obviamente tais fenómenos não se circunscrevam aos ambientes caracterizados dessa maneira, costumam aparecer mais camuflados ou dissimulados no restante da cidade.
Se os pesquisadores pudessem examinar esses lugares com os sentidos psíquicos, veriam sua ligação com as paisagens e os elementos correspondentes no astral.
"Na verdade, essas comunidades e aglomerados urbanos que foram classificados como áreas de risco e de deterioração humana nada mais significam que uma cópia caricatural das regiões extra-físicas, umbralinas, astrais ou purgatoriais, onde sobrevivem os seres ainda muitíssimo apegados à matéria e aos sentidos."
A noite era profunda, e as irradiações da matéria astral coloriam o céu com tons avermelhados, permeados com cintilações cinzentas.
Estávamos parados à margem de uma estrada ou algo que assim se assemelhava.
Eu e Raul reflectíamos sobre as explicações do pai-velho, talvez traçando um paralelo entre aquilo que explorávamos agora com detalhes e os relatos de muitos romances espíritas e de médiuns que os escreviam.
Quanto a mim, pessoalmente, avaliava também o que podíamos aguardar, como quem viaja em pensamento, sem perder a conexão com a realidade e a tarefa na qual nos empenhávamos.
De repente, nossa atenção é desviada por uma luz que sobressaía na paisagem.
A luminosidade inspirava algo diferente de tudo o que presenciáramos até então.
Um misto de espiritualidade e respeito, veneração e saudade, algo difícil de descrever com o vocabulário humano.
Aquele brilho intenso, que percebíamos em conjunto, atravessou a paisagem extra física numa velocidade inacreditável.
Olho para o médium projectado em nosso plano e, em seguida, para o nosso guia, Pai João de Aruanda.
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LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jul 27, 2014 9:56 pm

Quando decido voltar a atenção para a luz astral que nos parecia hipnotizar e mirá-la mais detidamente, já estava maior e ainda mais intensa.
Nesse instante percebemos uma forma branca surgindo no meio da claridade.
Pai João permanecera o tempo todo em silêncio, mas quando percebeu que Raul e eu estávamos absortos em admiração, interferiu em nossos pensamentos:
— Vocês verão ainda muitos desses seres.
Prestem atenção, pois eles são ministros do Pai, espíritos superiores que vigiam e orientam os trabalhos nas regiões astrais e purgatoriais.
São seres mais elevados, que as religiões da Terra provavelmente classificariam como anjos, pois têm sua existência preenchida com a realização da vontade de Deus.
Dedicam-se dia e noite ao amparo daqueles seres ignorantes e muitas vezes perversos, mas filhos do mesmo Pai.
Possivelmente não precisariam de colaboração em suas tarefas; mesmo assim, associam-se a outras almas de boa vontade, dando-lhes oportunidade de trabalho, enquanto ambos os grupos são auxiliados a sua maneira.
Essa parceria faz com que desperte a soberana vontade nas almas trabalhadoras do bem.
Esses seres luminosos, superiores, integram-se à paisagem do plano astral e são percebidos como fogo, luminosidade ou clarão, que luariza as almas endividadas.
Quanto mais se aproximava aquele ser, maior era o brilho irradiado, até que chegou uma hora em que não consegui mais suportar a claridade e tive que baixar o rosto.
O espírito superior dirigiu-se directamente a determinada região, mais escura.
Os fluidos do ambiente pareciam se dissolver, e as vibrações daquele ser de luz nem sequer agitavam a paisagem, não deixando vestígio algum de sua passagem.
Mais de mil espíritos pareciam emergir das sombras à medida que o emissário celeste rasgava o cenário atroz.
Pareciam inspirados a cantar; contudo, apenas percebíamos um leve balbuciar, que se assemelhava a uma ladainha daquelas cantadas em missas e velórios católicos.
A uma só voz, os seres que emergiam da escuridão eram atraídos por aquela luz que irradiava do bom espírito.
De repente, o ser iluminado fez um gesto, e todos se calaram, enquanto uma falange de espíritos socorristas irrompeu entre a multidão de almas, auxiliando-a, transportando a todos para outras paragens.
Assim que a massa de espíritos foi resgatada, ele, o ser de pura luz, sumiu, tão veloz como antes havia chegado.
Quanto aos que ficaram, pois não se deixaram envolver com o resgate do Alto, estavam bastante confusos, atónitos.
Olhavam para todas as direcções, como se estivessem tentando compreender alguma coisa, mas logo se entregaram às próprias vibrações e prosseguiram no encalço dos encarnados com que cruzavam.
Estavam tão embriagados com seus próprios pensamentos que não puderam atinar para o que ocorrera ao seu redor.
Pai João comentou:
— Os emissários divinos nunca abandonam seus tutelados.
Mesmo nas regiões mais sombrias, espíritos superiores velam pelas almas em desterro e as impulsionam para um estilo de vida mais elevado ou, ao menos, mais condizente com a dignidade humana.
Porém, meus filhos, aqueles que ainda não se acham preparados para a transição a planos mais altos permanecem ligados às necessidades humanas, prisioneiros mental e emocionalmente das sensações e dos instintos materiais.
Um dos espíritos achegou-se de nós, mais precisamente do médium Raul; ao notar que ele era um encarnado em desdobramento, fez um sinal para os demais.
Em pouco tempo, cercaram o médium por todos os lados, que, talvez por um instante, esqueceu sua peregrinação.
Um deles se pronunciou com os braços estendidos, como se fosse abraçar Raul, mas Pai João logo interferiu, impedindo que o intento se concretizasse.
Os espíritos então se afastaram, e finalmente Raul pôde reconhecer um dos seres.
Olhando. Pai João, o médium Raul pediu:
— Deixe-me falar com este espírito.
— Estarei atento, meu filho, mas tenha cautela...
Aproximando-se do espírito, Raul fixou-lhe o olhar.
O ser parecia perdido em seus pensamentos, quando balbuciou:
— Te esperei tanto, porque demoraste?
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LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 28, 2014 9:24 pm

— Estou aqui agora — falou Raul.
O que fazes por estes lados?
— Não tenho aonde ir, estou cansada de perambular e meus pensamentos não respondem à minha vontade...
— Por que você não seguiu o mensageiro?
Por que não se deixou levar pela sua luz?
— Não posso reclamar dele, que em suas asas abriga quem deseja e quando deseja.
Ainda assim, neguei-me várias vezes o resgate, pois me sinto presa ao passado e não consigo me desligar das impressões terrenas — respondeu o espírito.
Todavia, nos últimos tempos a visita da luz tem me inspirado com antigas recordações.
Voltei às margens do Nilo e do Eufrates.
Transportei-me aos salgueiros da Babilónia, e minha memória retornou à época de Heliópolis e Karnac.
Meus pensamentos vagavam em meio às imagens de outros tempos, quando o vi.
Mas você é uma alma vivente; não é dos nossos.
— Sim, estou encarnado, mas encontro-me sob a protecção de um mestre.
— Sei, você é filho do Cordeiro...
O espírito ameaçava partir, virando-se, quando Raul lhe pediu:
— Canta!
Canta para mim mais uma vez, para que eu relembre nosso passado.
Deixe-me escutar mais uma vez o canto das sacerdotisas, das filhas de Ísis ou o eco das vozes da Babilónia...
Se tua condição não te impede a memória ou o uso do teu canto amoroso, que tanto me trouxe paz no mundo, então canta — pediu Raul — e embala minha alma no frescor dos salgueiros e das tamareiras...
O espírito parecia transformar suas feições e entoou trechos de um canto triste e nostálgico:
— Nos rios da Babilónia... às margens suas andei...
Pai João interferiu imediatamente, impedindo o ser de continuar.
É que a melodia parecia encantar tanto Raul quanto a mim.
Era um canto hipnótico.
Voltando-se para o médium, João Cobú advertiu:
— Não faça tal coisa, meu filho!
Este espírito está profundamente ligado a seu passado espiritual e, embora esteja em situação mental complicada, ainda não perdeu a capacidade de hipnotizar através da musicalidade e do ritmo, recurso de que lança mão no meio da multidão de seres em desequilíbrio.
Sei que sua alma anseia muitas vezes pelo passado distante e que almas afins que comungaram com você em suas experiências pretéritas ainda vagueiam sem rumo, mas não perca a sintonia com os novos valores adquiridos.
Não se permita retornar ao passado para aí estagnar.
No momento certo, essas almas serão abençoadas com o resgate divino e terão seu momento de refazimento e reflexão.
Por ora, é o bastante.
Logo que Pai João se calou, vi aquele bando de espíritos sair correndo sem direcção, possivelmente atraídos pela aura de algum encarnado, como quem vai sem saber aonde.
E nossa partida não foi menos ligeira.
Durante nosso trajecto, Pai João mais uma vez nos instruiu:
— Essa multidão de espíritos que segue sem rumo representa a grande maioria dos habitantes do mundo oculto.
Faz parte de uma classe também comum nos processos obsessivos simples, pois que seus componentes se associam aos encarnados que perambulam por ambientes viciosos, de peso vibratório e baixa moral.
São pessoas que não têm objectivo espiritual definido, exactamente como as companhias que atraem.
Tais espíritos juntam-se ao indivíduo sem uma intenção específica, mas acabam prejudicando-o.
São entidades sofredoras ou marginais, que andam aos bandos e são utilizadas por espíritos especializados, sem que o saibam.
"Não tenha medo — continuou falando Pai João, experiente, dirigindo-se a Raul.
Mas também não seja fraco, deixando-se levar pela nostalgia!
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LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 28, 2014 9:25 pm

Aqui chegamos a um lugar, no mundo astral, onde encontramos almas sofredoras que já perderam seu livre poder de arbítrio.
Não despertaram para a vivência espiritual, e essa multidão nem ao menos suspeita que haja uma vida diferente, mais elevada.
Muitos ignoram inclusive que já desencarnaram, pois vivem numa ilusão sensorial e mental que se assemelha à hipnose."
— Aquele espírito que reconheci de meu passado...
Sinto que teve uma ligação mais intensa comigo... — disse Raul.
— Está correcto, meu filho.
Aquele espírito é alguém que, como você, recebeu uma iniciação espiritual no passado remoto, mas que permanece refém de fantasias e vivências mal resolvidas.
Em meio à multidão de seres sem destino ou objectivo, aquele espírito seduz e hipnotiza a todos, manipulando-os sem que o saibam.
A fala de Pai João atingiu Raul como um raio, provocando intensas reflexões.
Espíritos mais experientes utilizam seus conhecimentos para hipnotizar e magnetizar aqueles outros que, ignorantes, não têm algo definido em termos de vida espiritual.
Bandos de marginais do plano astral vivem se arrastando pelo mundo afora, em busca de algo que os satisfaça em seus anseios e suas vontades.
São espíritos que não alimentam nenhum compromisso com propostas espirituais; muitas vezes são delinquentes mesmo, que representam perigo no convívio com os humanos encarnados.
Ao se referir certa vez a esses seres, Pai João os denominou de quiumbas, espíritos atrasados vibratóriamente.
— Não se assuste, meu filho — falou bondosamente João Cobú.
O plano extra físico guarda muitas coisas ainda insuspeitas pelos encarnados, as quais somente com o tempo poderão ser conhecidas e estudadas.
Veja bem o que ocorre com a maioria desses espíritos.
Assemelham-se a fantasmas, vampiros dos filhos encarnados.
Como não despertaram ainda para uma vida mais espiritualizada, sobrevivem nas regiões próximas à Crosta, sugando a vitalidade dos homens, sem que sejam percebidos.
Acoplam-se às auras dos filhos da Terra e, em processo de simbiose, roubam energias preciosas para o equilíbrio psicofísico dos encarnados.
Até que sejam percebidos e o socorro seja requerido, acabam por causar imenso estrago na estrutura orgânica dos irmãos.
Podemos classificá-los como vampiros de energias.
— Tenho muito interesse neste assunto, simbiose.
Creio que, embora conhecido nos meios espíritas, ainda é pouco estudado.
Você poderia falar alguma coisa mais a esse respeito, Pai João?
— Perfeitamente, Raul, tentarei ser mais explícito.
Segundo a ciência dos irmãos encarnados, entende-se a simbiose como uma associação biológica duradoura entre seres vivos, considerada harmónica e às vezes necessária, com benefícios recíprocos.
Ou seja, é uma espécie de parceria, na qual ambos os lados são beneficiados.
A simbiose espiritual obedece ao mesmo princípio.
"Nas pesquisas de biologia, observou-se que esse carácter harmónico deriva de necessidades complementares que unem certas espécies.
Pelo que se sabe, primordialmente tal consórcio era um tipo de comensalismo que, mais tarde, evoluiu para a simbiose.
No comensalismo, apenas um dos seres se beneficia, sem prejuízo da outra parte, contudo.
Com o tempo, a relação se modificou e se disciplinou biologicamente:
o hospedeiro também passou a tirar proveito da relação."
Depois de uma breve pausa, dando-nos tempo para assimilar os conceitos que transmitia, continuou:
— Do mesmo modo que na natureza física existe a simbiose, também a verificamos entre espíritos do astral e entre encarnados e desencarnados.
São associações energéticas regidas por leis análogas àquelas enunciadas pelos estudiosos da biologia.
É comum ver espíritos ligados de maneira especial a certas pessoas, as quais têm atendido com prontidão seus menores caprichos ou as evocações mentais e emocionais mais triviais.
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LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 28, 2014 9:25 pm

"No entanto, esses seres que assim procedem, acatando pedidos e servindo aos desejos de outros, recebem em troca as energias vitais de seu hospedeiro, pois que carecem de vitalidade para alimentar as sensações e impressões sobreviventes da última experiência física.
A grande maioria dos indivíduos encarnados que vivem tais alianças nem suspeitam, mas seus 'sócios' espirituais são almas inferiores, que se juntam aos homens para roubar o tónus vital em proveito próprio ou visando potencializar a acção nefasta e os propósitos mesquinhos a que servem.
Persistindo a simbiose, meus filhos, o processo pode converter-se em parasitismo, ligação que prejudica uma das partes envolvidas.
Como na biologia, raramente é do interesse do parasita a morte de seu hospedeiro, de quem retira o sustento, o que faz perdurar o consórcio doentio.
"Dependendo da gravidade e da crueldade com que actua o obsessor, a patologia é caracterizada como vampirismo, caso em que o espírito se torna legítimo vampiro das energias alheias."
Desta vez fui eu quem perguntou, curioso:
— Esses vampiros desencarnados guardam alguma relação com as lendas de vampiros, Conde Drácula e outros mais, de que falam certos autores terrenos?
Sempre me vi fascinado por essas histórias...
— Certamente que tais narrativas são de inspiração espiritual, assim como diversas outras da literatura terrena.
Escritores, desdobrados no plano astral, encontram esses seres em desequilíbrio e, ao voltar para o corpo físico, relatam em sua produção literária algo semelhante ao que presenciaram do lado de cá.
De acordo com a definição corrente na literatura terrestre, os vampiros são seres que se nutrem de energias roubadas de suas vítimas.
No ambiente lendário, o vampiro rouba o sangue, simbolizando a vitalidade da qual falamos.
Há outros elementos da ficção que também exprimem a realidade:
as vampiras disfarçadas de belas mulheres, que estimulam o apetite e as fantasias sexuais para, seduzida a vítima, dar então o bote.
A imortalidade e a faculdade de tais seres se tornarem invisíveis, relatadas por alguns autores; todos sugerem claramente a questão espiritual.
E poderia citar vários exemplos.
Entretanto, ao abordar o facto segundo a óptica da pesquisa astral, vemos espíritos profundamente ligados aos sentidos físicos, que sentem necessidade de vitalidade orgânica para perpetuar sensações de prazer e, por isso, apegam-se aos encarnados.
Nesse processo, talvez incompreensível para muitos, os vampiros absorvem do duplo etérico dos homens as energias vitais e ectoplásmicas, que são essenciais para a manutenção da saúde e do vigor dos corpos materiais.
— Nesse caso, os vampiros de energias agem com um objectivo bem definido, inteirados daquilo que fazem? — perguntei.
— Nem sempre, Ângelo, nem sempre.
Em sua grande maioria, esses espíritos apenas se aproximam dos encarnados e sugam de modo quase inconsciente as reservas vitais do duplo etérico de meus filhos.
Mas é preciso lembrar que não somente no plano astral, como também no físico, existem ladrões de energia.
Aliás, na sociedade actual, mais do que nunca, os homens estão cercados deles.
E hoje não se vestem de preto, conforme os contos fantásticos dos livros de terror, nem saem mais na calada da noite em busca do pescoço de vítimas inocentes.
Tanto no corpo físico quanto fora dele, os vampiros modernos são seres que, para se manter vivos, sentem a necessidade de buscar outras fontes de alimento, passando a sugar a vitalidade e absorver as emoções de outras pessoas.
Portanto, é natural concluir que, quando desencarnam, os vampiros apenas transferem domicílio, encontrando um campo de actuação mais vasto, ligeiramente invisível e imperceptível aos sentidos humanos comuns.
— Pelo que entendi de sua fala — principiou Raul — tais seres não roubam apenas vitalidade.
Eles sobrevivem também das emoções11 de suas vítimas...
— Isso é certo, meu filho.
Você não ignora que as emoções dão vida e colorido a toda criação mental.
Não podemos esquecer, Raul, que toda troca ou intercâmbio energético tem sua base na mente, acima de tudo.
Tanto nos homens como nos espíritos, a mente é que promove a renovação, o progresso ou a decadência dos seres.
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LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 28, 2014 9:25 pm

Sob esse prisma, você poderá concluir que, antes de usurpar energias vitais ou haver a troca de emoções, o agente do processo deverá ter obrigatoriamente acreditado em suas próprias necessidades, formado uma imagem mental delas e forjado, assim, um cliché nas telas do pensamento.
Mas somente isso não basta.
Associadas a essa acção puramente mental, as emoções agem dando cor, vida e textura à criação do indivíduo.
A partir daí é que a acção mental ganha corpo e consistência, concretizando o acto que se consuma.
— Isso quer dizer que qualquer acção para evitar o roubo das energias vitais primeiramente deve se concentrar na educação do pensamento e das emoções, não é?
— Sem dúvida, meu filho — Pai João respondia aos questionamentos com um carinho especial, o que nos cativava sobremaneira.
Nós diríamos que a educação do pensamento é a fonte de todo o equilíbrio interior.
Depois de uma pequena pausa que nos favoreceu as reflexões, o preto-velho retomou:
— Vamos voltar às nossas observações.
Esses seres que sobrevivem das emoções alheias são encontrados de um e outro lado da vida.
Talvez o parente, o amigo, o irmão ou qualquer outro familiar possa ser um sugador de emoções; alguém que, mesmo sem plena consciência, venha drenando as energias de meus filhos.
Usualmente, quer se encontre dentro ou fora do corpo, tal criatura gosta muito de atacar pelo lado emocional e afectivo, ruindo aos poucos as defesas imunológicas do corpo espiritual daqueles a quem dedica sua atenção.
Faz de tudo para despertar comiseração e aproveita a bondade e a boa vontade dos outros para se mostrar infeliz, de modo que, de passo em passo, vai dominando emocionalmente seus alvos.
Quando encarnado, lança mão de qualquer recurso, especialmente a chantagem emocional, para realçar sua aparente infelicidade.
Lágrimas provocadas, está pronto para drenar as emoções das vítimas que encontra em seu caminho e que lhe dão atenção.
Ao desencarnar, integra-se à imensa legião de seres desequilibrados, muitas vezes já especializados durante a vida física na drenagem energética e no roubo de vitalidade, e são facilmente manipulados por outros espíritos mais experientes na execução de suas ideias e projectos.
— Não deixa de ser um processo obsessivo, em ambos os casos — comentei.
Como se medisse minhas palavras por um instante, Pai João acrescentou:
— Nos cultos de origem africana e nos terreiros de umbanda, nossos irmãos classificam esse tipo de acção energética e espiritual como encosto.
É na verdade um processo de obsessão simples, ainda que, de diversas maneiras, prejudique os filhos encarnados.
"Muitos casos de enfermidade enfrentados pelos meus filhos na Terra guardam sua origem nesses processos de drenagem vital realizados por espíritos desprevenidos e ainda apegados aos instintos materiais.
Em virtude de a maioria das doenças se iniciar nos corpos astral e etérico, pode-se deduzir que, no futuro, a humanidade dependerá de uma medicina integral, que perceberá o roubo energético, os desgastes emocionais e a acção dessas almas desajustadas sobre os encarnados como sendo propulsores da maioria das mazelas físicas.
Assim sendo, os profissionais da área da saúde poderão trabalhar ao lado de outra equipe experiente, extra corpórea, que se encarregará de orientá-los na abordagem desses processos intricados da energia e da emoção.
Mas passemos a exames mais detalhados, meus filhos, que poderão exemplificar o que vimos até aqui."
Falando assim, Pai João nos conduziu a um local na esfera física onde se reunia um grupo de pessoas, na maior parte, jovens.
Era uma espécie de festa particular, na qual os presentes estavam tão envolvidos com bebidas alcoólicas e conversas sem conteúdo apreciável que o ambiente se tornara quase agressivo para nós.
Embora na dimensão material houvesse certa limpeza e harmonia na decoração do lugar, além de esmero no trato com os convidados, a atmosfera exalada pelas palavras, emoções e pensamentos, externados após a ingestão das bebidas, fazia com que o aspecto astral fosse desolador.
De nossa posição pudemos divisar duas populações distintas: seres encarnados — que se divertiam normalmente, como é provável diriam — ao lado de numerosos desencarnados, que iam e vinham entre as pessoas.
Parecia um bando de fantasmas, que perpassava o grupo de indivíduos ou com eles se mancomunava.
João Cobú meneou a cabeça, indicando um dos presentes.
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LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro Empty Re: LEGIÃO - Um olhar sobre o Reino das Sombras - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jul 28, 2014 9:25 pm

— Este é Caio — falou o preto-velho.
E ele está aqui com a melhor das intenções, pretende se divertir com os amigos que não vê há alguns anos e os reencontra agora para tomar cerveja e trocar experiências.
No entanto, a bebida ingerida pelo nosso amigo produziu um relaxamento intenso, que fez com que seu psiquismo liberasse algumas emoções reprimidas durante muito tempo.
Da perspectiva puramente humana, Caio está apenas mais leve, mais solto e alegre.
Vejamos o que ocorre.
Quando passamos a uma averiguação mais atenta, vimos como dois espíritos se aliavam a Caio, respirando a mesma atmosfera que ele.
Era como se ambos estivessem embriagados com o hálito do rapaz, e, em conluio, suas mentes se ligavam intimamente uma a outra, num claro processo de natureza mediúnica.
Pai João adiantou-se nas explicações:
— Presenciamos um caso clássico de indução espiritual.
Esse tipo de consórcio entre desencarnado e encarnado se faz espontaneamente, na maioria das vezes de modo casual, sem qualquer premeditação ou maldade.
O espírito vê o indivíduo, sente-lhe a benéfica aura vital, que o atrai, pois lhe dá sensação de bem-estar.
Por ressonância vibratória, recebe ligeiro alívio, tanto de suas emoções descontroladas quanto de algum resquício de conflito sobrevivente de seu passado como encarnado.
Uma espécie de calor agradável se irradia a partir do corpo vital da vítima; nesse caso, de Caio, que automaticamente passa a sentir alguma angústia, disfarçada pela acção da bebida.
Quando saírem desse ambiente e o rapaz estiver a sós — apenas aparentemente sozinho —, aflorarão as emoções dele conjugadas às do espírito, que desde já drena sua vitalidade.
Um dos espíritos partiu, deixando Caio na companhia do outro.
Desse instante em diante, notamos como intensificou sua acção sobre o rapaz, absorvendo-lhe directamente do hálito e do plexo solar energias mais materializadas.
— Durante o estado de indução espiritual — continuou falando Pai João —, existe a transferência da energia desarmónica do espírito para o indivíduo.
Esse processo poderá agravar inúmeros factos precedentes, fazendo, por exemplo, com que lembranças adormecidas no psiquismo de Caio venham à tona com maior intensidade do que se despertassem de forma espontânea.
Isso poderá provocar flashes ideoplásticos em sua mente, acendendo antigos problemas, que ele ainda não está preparado para enfrentar.
— Essa acção aparentemente simples gera sequelas que poderão marcar de forma acentuada a vida do rapaz — acrescentei.
Pai João deu por encerrada as observações junto àquele grupo, mas, antes de continuarmos nossa excursão, pediu a um guardião de nosso plano que ficasse ali, a fim de interferir positivamente no caso de Caio, assim que ele apresentasse condições.
Prosseguimos a jornada, pois um dos objectivos era o de transmitir nossas considerações aos encarnados; portanto, muito havia ainda a fazer naqueles sítios.
Em determinado momento, quando penetrávamos mais profundamente as regiões astralinas, o médium que nos acompanhava desdobrado começou a sentir frio intenso, como se estivesse submetido a temperaturas muito baixas.
Raul tremia tanto que tive de me aproximar dele, procurando envolvê-lo em minhas vibrações, para que anulassem a sensação de frio.
Preocupado com o que ocorria consigo, ele lançou um olhar indagador ao pai-velho que nos guiava.
João Cobú interferiu, dizendo:
— Sabe, meu filho, para nós, os desencarnados que já superamos certos limites, as diferenças de temperatura não influenciam a sensibilidade de nosso corpo espiritual.
No entanto, para o encarnado em desdobramento ou mesmo para espíritos apegados à matéria, o frio ou o calor12 fazem diferença.
É que, nesses casos, o perispírito ainda está impregnado de partículas atómicas materiais, além, é claro, do facto de que você, como encarnado em tarefa do lado de cá, possui ainda o duplo etérico.
Esse corpo é material, embora vibre numa dimensão ligeiramente diferente da matéria densa, e traz registadas as impressões próprias de sua vivência.
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