LUZ ESPÍRITA
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O CREPÚSCULO DOS DEUSES - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jun 30, 2014 8:35 pm

O CREPÚSCULO DOS DEUSES
Robson Pinheiro

Espírito Ângelo Inácio

Romance espírita sobre a vinda dos habitantes de Capela para a Terra


A Francisco Cândido Xavier, o Chico de todos nós, que foi um dos responsáveis directos pelo advento de minha produção mediúnica, desde as épocas do Canção da Esperança...
A ele, minha eterna gratidão, pelo apoio e encorajamento.

Queremos saber
Letra e música: Gilberto Gil
"Queremos saber
O que vão fazer com as novas invenções
Queremos notícia mais séria sobre a descoberta da antimatéria e suas implicações na emancipação do homem das grandes populações Homens pobres da cidade, das estepes dos sertões.
Queremos saber quando vamos ter raios-lazer mais barato
Queremos de fato um relato — retrato mais sério do mistério da luz, luz do disco voador
Para iluminação do homem tão carente e sofredor, tão perdido na distância da morada do Senhor
Queremos saber, queremos viver confiantes no futuro
Por isso se faz necessário prever qual o itinerário da ilusão, a ilusão do poder
Pois se foi permitido ao homem tantas coisas conhecer é melhor que todos saibam o que pode acontecer."


Reverência da Casa dos Espíritos Editora a esta canção, imortalizada na interpretação de Cássia Eller, e à capacidade humana de captar a inspiração espiritual através da arte.

Sumário

Literatura mediúnica

Prefácio por Ângelo Inácio
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jun 30, 2014 8:35 pm

Assim nascem deuses e heróis
"Num outro tempo, em outro lugar, há milhares de eras nasceram os deuses"
O alvorecer
A história de U-manu-ati e sua gente
A grande viagem
Os projectos de Lasar
Notícias extraordinárias
O Dr. Maurício Bianchinni
Um chamado da eternidade
Papo de três
Planeta azul
"O planeta Terra brilhava no sector frontal do observatório da nave capelina"
Um homem da Terra Do Pão-de-Açúcar à Alemanha
Irmãos do tempo
O grande encontro
O atentado
Uma questão de segurança internacional
O entardecer
No reino dos deuses
O Império e os Amaleques: sinais dos tempos
A fuga Depois do sequestro, as dúvidas
O concílio
Manual de orientação draconiana
O Quarto Poder
"Muito feliz pelo êxito da empreitada, Max..."
Centra – o Centro da Vida
Transcendente
A assembleia dos sábios de Capela
Sob o signo do terror o velho jogo de sombra e luz
Cidadãos do infinito
A revelação para os filhos do Cocheiro
Momento de decisão
A acção de Irmina Loyola
O crepúsculo
Projecções e ensinamentos
Contemplando as flutuações do Mar de Gan
O alto comando
O dia era 11 de agosto de 2001
Prenúncio de um novo tempo
A prece de Urias, o Cherub do Cocheiro
Guardiões do mundo
Especulações investigativas: John e Leroy
Visita às sombras
Um Amaleque, um Dragão que reina
Conscientização Prenúncio da descoberta aterradora
A Ofensiva
O retrato de uma crise
O despertar
Passeio na Barra da Tijuca
O mundo estremece
Dara, Tura, Zulan e Venal em visita ao chefe dos Amaleques
Acção antiterrorista
O socorro imediato
O êxodo
A visão e os paradigmas dos extraterrestres
Epílogo Um novo dia
Crónica da história da Terra
Júnior e a vinda do cometa
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jun 30, 2014 8:36 pm

Prefácio

ESTE LIVRO É diferente.
Ele não é diferente só porque é mediúnico, fruto da parceria entre dois seres que habitam dimensões também diferentes.
Este livro reflecte uma tentativa de fazer literatura espírita que satisfaça o gosto daqueles que conhecem estilos literários variados, pessoas que sabem distinguir literatura de uma simples leitura, de letras jogadas a esmo numa folha qualquer.
Na literatura espírita temos a facilidade de lidar com os factos tais quais aconteceram, ou com versões muito fiéis à realidade.
E isso porque quem os escreve são aqueles mesmos seres que os vivenciaram; nada se perde das histórias que um dia pleiteiam as páginas tia vida.
Lodosos factos permanecem registados eternamente na matéria subtil, através da qual se manifesta a consciência em sua longa jornada no cosmos.
Assim é que, de posse dos elementos que constituem a história das comunidades de Capela e da Terra, criamos personagens que incorporassem suas verdades, seus dramas — os papéis representados no palco da vida universal.
Muitos dos seres que vivenciaram esta história com certeza se encontram a anos-luz de distância daqueles que a viverão através das páginas deste livro.
Mas são verídicos os factos.
É a história de deuses e de heróis.
É a história dos deuses decaídos; de homens que se consideravam deuses, de deuses que descobriram que eram homens.
Eis o que constitui este estilo de literatura mediúnica: é uma ficção histórica.
Apossamo-nos das lembranças de elevado companheiro da Vida Maior e de suas orientações seguras e precisas — lenho cá uma espécie de editor também, como outrora na Terra.
Transformamos essas lembranças em palavras e as incorporamos nos devidos personagens, que desfilam elegantes nestas páginas.
E eis que surge um género diferente de literatura mediúnica.
Um fato, várias verdades de uma mesma história transformada num romance histórico, numa ficção histórico-mediúnica que trazemos ao leitor a fim de esclarecer e amparar as pesquisas tanto quanto a curiosidade daqueles que gostam de recorrei ao tempo, aos registos do passado espiritual.
Nossa tentativa não esgota o assunto, e com ela não temos o objectivo de chamar a atenção de ninguém para nós próprios.
Mas ainda guardo minhas preferências, e escrever é aquilo que sei fazer de melhor — é minha contribuição para o mundo.
Toda a história aqui relatada é verdadeira.
Todo este drama é parte da realidade.
Com vocês, a saga dos homens e deuses que um dia brilharam como estrelas na constelação de nossas vidas.
Eis o que significa o Crepúsculo dos Deuses.

Ângelo Inácio

Contagem, MG, janeiro de 2002
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jun 30, 2014 8:36 pm

Assim nascem deuses e heróis

Num outro tempo, em outro lugar, há milhares de eras nasceram os deuses.
De suas histórias, os homens criaram as lendas...
ERA UM MUNDO de deuses, uma terra de heróis.
Os deuses são forjados na crença do povo, nos mitos criados pela ignorância ou pela insensatez.
Os heróis foram criados pelas batalhas vencidas ou por sua participação nas lutas de qualquer época.
Assim se ergueu a civilização, entre lutas e batalhas, lendas e histórias de força e de coragem.
Entre deuses e heróis se forjaram o orgulho e o egoísmo, a pretensão e a arrogância.
Sob os céus do mundo se ergueu muito mais do que os imponentes edifícios da majestosa raça de deuses.
Surgiu o mistério, a ciência, a magia, o conhecimento do mundo oculto.
A partir do conhecimento veio o poder, o domínio das consciências, o atestado da loucura a que se entregara aquele povo, aquela raça.
A humanidade encontrava seu declínio.
Uma mentalidade imperava:
o domínio dos mais fracos, o emprego da violência, o desafio ao próprio Deus, a insurreição dos pretensos deuses.
Homens valorosos tombaram diante da arrogância de outros, despontavam alguns com inteligência extraordinária e dominavam a multidão.
Cientistas, políticos, sacerdotes, magos, homens do povo que se sobressaíam à população.
Mas a morte os visitou.
De nada adiantou o conhecimento científico, o domínio de leis ocultas ou a manipulação de energias poderosas.
O mundo precisava progredir.
O mundo precisava continuar sua marcha, sua caminhada rumo ao infinito.
De um lado minguava a força dominadora, tombando em virtude da própria lei que a tudo governa.
De outro lado nascia a falange do mal, a elite daquela tenebrosa comunidade de seres, que pretendia desafiar a divindade — os deuses conjurados.
Aquele mundo prosseguia sua órbita em torno dos sóis gémeos há muitos anos; há milhares de anos, num tempo em que o sol apenas nascia, sob o influxo da vontade soberana do Eterno.
Enquanto outros mundos eram elaborados no frio espaço intermúndio, dramas eram vividos, planos executados, lutas travadas e histórias escritas no livro da vida.
Para eternizar esse passado tão rico em aventuras, lendas e verdades foram usadas as letras vivas do alfabeto da dor.
Para outros seres surgia a civilização nova em que seria erguida a esperança de um povo.
Para eles, os deuses, os heróis, apenas começava uma jornada que se estenderia pelos séculos futuros, sem que pudessem delinear um tempo no qual findaria sua busca pela felicidade...
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jun 30, 2014 8:36 pm

O alvorecer

Em algum lugar, há milhares de anos antes de Cristo...
O DIA ERA COMO outro qualquer.
Num mundo primitivo, onde as diversas tribos disputavam o alimento para a manutenção da vida, não se poderia dizer que havia uma civilização tal como é conhecida nos dias actuais.
Era o alvorecer da humanidade.
Mas havia uma humanidade?
Olhei e vi um grupo, vários grupos de seres que corriam pelas pradarias atrás de algum animal, um bando de animais que tentavam abater para fazê-los sua presa.
Quem eram os animais?
Procurei seres humanos e não os vi.
Pelo menos não os encontrei dentro dos padrões humanos conhecidos.
Vi apenas um esboço de um ser que, quando tentava falar, apenas se ouviam grunhidos, sons disformes e ininteligíveis que saíam de sua boca desmesuradamente aberta.
Meu Deus!
Aqueles eram os humanos da época.
Seus corpos confundiam-se com os corpos de outros animais.
Pêlos longos e eriçados cobriam-lhes os corpos, que caminhavam curvados, semi-erectos, sobre a vegetação do planeta virgem.
Seus braços, muito grandes, pendiam ao longo do corpo, como se fossem por demais pesados para serem erguidos.
Alguns o conseguiam, e, nessa tentativa, gastavam imensa quantidade de energia e vitalidade.
Poucos conseguiam erguer um pedaço de madeira e lançá-lo em direcção a algum animal.
Aliás, poucos tinham coragem de perseguir animais floresta afora.
O crânio desses primeiros homens parecia especialmente disforme, eram grandes, e em muitos daqueles seres se via nitidamente o parentesco com os símios.
Grupos de seres daquela espécie se reuniam em diversos recantos do planeta, que os abrigava em seu seio, à semelhança de uma mãe que abriga os filhos imaturos em seus braços.
Por todo o planeta notavam-se as diversas tribos organizando-se, de forma a protegerem-se contra as ameaças da natureza.
Era o primeiro dia da humanidade, e aquela era a humanidade do terceiro mundo, que girava em torno de seu sol.
Meu Deus, como se comportavam os homens de então!
Como eram aqueles seres os quais denominamos homens...
O tempo passava em sua marcha interminável; os dias sucedendo os dias e os anos sucedendo os anos, embora naquela época não houvesse ainda maneiras de computar o tempo.
No início foi apenas um rumor.
Um som estranho que parecia abafar tudo o mais ao redor.
O barulho foi se tornando cada vez mais insuportável aos ouvidos grosseiros daqueles homens e de todos os outros que viviam em qualquer parte do mundo primitivo.
Era um mensageiro dos deuses que visitava o seu mundo.
Na verdade era um corpo celeste vindo das profundezas do espaço.
Um corpo formado de rochas, gases, gelo e poeira cósmica, que rasgava a imensidão do mundo e vinha trazer a mensagem dos deuses.
U-manu-ati olhou para o céu e viu que algo diferente acontecia àquela hora.
Entretanto, não conseguia exigir tanto de seu cérebro, a ponto de entender o que ocorria em seu mundo.
Há muito que estava acostumado com a presença dos deuses, que os visitavam periodicamente.
Eram diferentes dele.
Vinham em grandes carruagens de fogo e cruzavam os céus, ofuscando a grande bola de fogo suspensa no alto.
Mas os deuses já se foram há muitas luas e deixaram para trás somente a memória de seus feitos.
Foram os deuses que concederam a U-manu-ati e sua gente a possibilidade de raciocinar.
Antes disso, a escuridão, U-manu-ati não sabia ao certo quem ou o que ele próprio era, e se confundia com os animais que brincavam e corriam pelas pradarias.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jun 30, 2014 8:36 pm

Até que um dia sua consciência acordou, e U-manu-ati encontrou-se na presença dos deuses, os quais ele e os outros de sua espécie aprenderam a temer.
Mas agora não eram os deuses que retornavam.
Era algo diferente.
Diante do ruído ensurdecedor, U-manu-ati agrupou os outros de sua espécie e adentraram todos nos buracos das rochas, cheios de temor acerca do fenómeno que suas mentes não poderiam compreender.
Igual a ele, outros seres de sua tribo e várias outras tribos ao redor daquela terra buscaram como abrigo rochas e cavernas.
Em todo o mundo, de alguma forma, vários grupos daquela espécie humanóide procuraram se esconder do visitante misterioso, que os fascinava e lhes impunha terror.
Foi a salvação de U-manu-ati e sua gente.
Há muitas luas que um grupo de humanóides havia descoberto antigas bases dos deuses em seu mundo.
Eram instalações antigas, que agora serviam de abrigo para aquela tribo de nómadas.
Por todo o mundo outras tribos também descobririam esses redutos que os deuses deixaram para trás.
Será que os abandonaram por acaso ou fora tudo programado?
Isso U-manu-ati e seus semelhantes não poderiam conhecer ou compreender naquele momento.
Só tinham condições de usufruir do conforto do abrigo subterrâneo que os seus deuses haviam esculpido nas rochas da sua terra.
Ou, pelo menos, aos deuses eram atribuídas essas obras.
O estranho objecto veio do espaço.
Milhões de anos mais tarde os descendentes de U-manu-ati dariam àquele corpo celeste e a outros semelhantes o nome de cometas.
Aos cometas e a outros mensageiros dos deuses, segundo cria U-manu-ati, atribuiriam uma crença que associava sua presença a catástrofes e ao fim do mundo.
Na verdade aquele não era o fim, mas o início de uma nova era, tanto para U-manu-ati como para os seus irmãos, em toda parte daquele mundo.
Mas não tinha condições de compreender.
Ele e seu povo eram apenas espectadores da vida, e dela participavam sem ter plena consciência de sua importância no palco dos acontecimentos cósmicos.
O intruso apareceu nos céus daquele mundo como se fosse o olho de um deus mitológico, jurando vingança contra os mortais que lhe eram submissos.
Aquele ser gigantesco teve sua origem no espaço.
Era o resultado de milhões e milhões de anos de gestação no frio profundo daquele universo misterioso e impenetrável até então.
Na verdade, o bólide começara a se formar desde a grande explosão, que dera início à nebulosa que, por sua vez, geraria mais tarde os mundos na imensidão.
Suas partículas foram se solidificando aos poucos, em meio à pressão das energias titânicas liberadas durante as diversas explosões que caracterizaram os primeiros momentos da vida cósmica.
Sua massa foi sendo construída na aglomeração de diversos outros corpos celestes, que foram se juntando à massa original, até formar aquele bólido.
Este concentrava em si imensa força magnética, capaz de arrastar consigo, durante muitos milhões de anos, a semente da vida, que seria semeada no útero de diversos mundos espalhados no espaço.
O seu núcleo era composto de imensa quantidade de gelo, gás metano, carbono e diversos componentes metálicos e rochosos, que se fundiram ao longo de sua marcha pelo universo.
Era esse o aspecto grotesco do cometa maldito, que também detinha em seu poder o destino daquele e de outros mundos.
Era o mensageiro dos deuses.
Em sua marcha incansável foi sofrendo o efeito da radiação de diversos sóis, impulsionado pela força magnética que captava, assim como por aquela força cósmica responsável por seu primeiro movimento, arremessando-o em direcção ao espaço intermúndio.
A estrutura do cometa foi-se modificando aos poucos, enquanto cumpria seu papel de agente da vontade dos deuses.
Passava agora próximo a uma estrela, que mais tarde seria conhecida como Sol, e sua rota apontava directamente para um mundo primitivo, que orbitava em torno do astro-rei desse sistema.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jun 30, 2014 8:36 pm

O cometa trazia após si uma cauda luminosa, que irradiava partículas acumuladas durante a sua trajectória, tornando-o de uma terrível e indescritível beleza.
Por milhões de quilómetros deixava o seu rastro, como se estivesse marcando o caminho, no espaço, para quem viesse depois dele, indicando assim o endereço daquele mundo para o qual se dirigia.
Foi assim que o cometa penetrou no campo gravitacional do terceiro mundo daquele sistema.
Mas antes disso ele colidira com outro planeta, o quinto a partir da estrela que era o epicentro daquele sistema, transformando-o em pedaços.
Para sempre aqueles fragmentos ficariam como marca de sua visita e n t r e a família sideral.
Sua massa diminuiu sem, contudo, perder a beleza e o perigo que irradiava para os seres humanóides do terceiro planeta.
Atrás de si, um cinturão de asteróides, que delimitaria os planetas interiores e exteriores do sistema cosmogónico que visitava.
Era atraído irresistivelmente pela gravidade daquele mundo primitivo.
Os deuses o observavam de longe, e ele tinha de cumprir a sua jornada, para a qual fora criado .
Esse era o sentido de sua vida.
Ao aproximar-se da atmosfera do planeta, descrevera um arco de mais ou menos 45 graus numa velocidade alucinante, que definiria para sempre a estrutura geológica daquele mundo.
U-manu-ati e seus companheiros não desconfiavam do que estava ocorrendo.
Mas tinha uma intuição do perigo que se aproximava.
U-manu-ati era o Adão de sua espécie, mas isso ele também desconhecia.
O cometa criou um efeito perturbador com sua passagem.
Em consequência dos abalos estruturais provocados na atmosfera do mundo e em toda a sua estrutura física e etérica, o cometa se espatifou, fragmentando-se e formando uma visão aterradora.
A colisão com a crosta ocorreu em questão de minutos.
E o resultado foi a libertação de uma enorme quantidade de energia cinética, além da formação de uma cratera de proporções gigantescas e assustadoras.
U-manu-ati e seus semelhantes em todo o mundo desmaiaram ante o impacto das forças desencadeadas em todo o globo.
Muitos adormeceram para nunca mais abrir os olhos para a luz do dia.
U-manu-ati e sua tribo, juntamente com outras tribos em diversas partes do planeta, sentiram de perto o apocalipse daquela era, e adormeceram ao som das trombetas do mensageiro dos deuses.
O planeta inteiro recebeu as ondas de abalos sísmicos provocadas pela colisão.
Nunca houve terramoto igual desde que o mundo é mundo.
Não houve, e jamais haveria algo assim.
No momento do impacto, milhares de toneladas de terra, água, gases e entulhos foram arremessados na atmosfera, cobrindo por dias inteiros a luz do sol daquele planeta, perdido num recanto obscuro da Via-Láctea.
Tempestades avassaladoras irromperam com fúria violenta por toda parte, colocando fim às vidas de milhares de seres que há pouco haviam acordado para a luz da razão.
A Terra toda fora sacudida por ondas possantes, e os efeitos do cataclismo se fizeram sentir por muito tempo, antes que diminuíssem de intensidade.
Florestas, rios e mares foram destruídos em questão de minutos e horas, trazendo o saldo daquele evento catastrófico.
Os antigos vulcões, que há muito j á se encontravam adormecidos, acordaram repentinamente para agirem em conformidade com o tormento planetário, transformando-se em porta-vozes de um m u n d o agonizante.
A fumaça tomou conta de zonas inteiras, sufocando os animais, que corriam a esmo, desesperados.
O clima j á quase estabilizado modificou-se subitamente, transformando por longo tempo a paisagem do mundo numa manifestação quase que permanente da fúria da natureza.
Nos pólos, a temperatura, desvairada, fazia descongelar imensas montanhas de gelo.
De um dia para outro, icebergs diluíam-se em mar, e torrentes impetuosas invadiam as costas dos continentes.
A lava vulcânica compunha o concerto desolador do mundo, precipitando-se por sobre a terra, formando montanhas onde antes havia apenas planícies e pradarias.
A onda sísmica alcançou tal magnitude que os continentes foram deslocados de sua antiga posição.
Enquanto o movimento tectónico modificava o relevo conhecido, terras antigas, submersas, eram trazidas à superfície, transformando para sempre a face do planeta.
Toda a estrutura do mundo estava sendo moldada para receber os novos habitantes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jun 30, 2014 8:37 pm

Os filhos dos deuses.

Muitos animais foram extintos em um dia apenas.
Mamutes, dinossauros e outros habitantes do mundo alcançaram o seu fim de forma imediata, sob o forte impacto do cometa que se espatifara, chocando-se com a crosta.
Os oceanos tiveram toda a sua estrutura alterada.
Terras férteis agora se constituíam em deserto, pela força do impacto, imensas quantidades de água foram lançadas para lugares diversos, ou, ainda, gaseificaram-se durante os momentos iniciais do choque.
O mundo presenciava a transformação de desertos em oceanos, e os futuros habitantes veriam o surgimento de rios e lagos onde antes apenas havia deserto.
Novo arranjo foi estabelecido para os continentes, que durante várias gerações sofreriam o efeito estarrecedor do cataclismo, afastando-se mais e mais de seu lugar de origem, acomodando-se às novas posições geológicas.
A órbita do planeta fora afectada, ao inclinar-se o globo terrestre em seu eixo imaginário, provocavam-se as alterações climáticas que caracterizariam os séculos a seguir.
Os pequenos grupos de seres humanóides que sobreviveram, esparsos, foram exactamente aqueles que se refugiaram nos abrigos subterrâneos, em pontos onde a superfície do planeta alcançara estabilidade geológica havia vários séculos.
Também sobreviveram aqueles grupos que migraram, ao longo dos anos que precederam a colisão, para as regiões de maior altitude.
E entre eles estava o grupo de U-manu-ati.
Em sua trajectória pelo espaço, o cometa passara por uma região da Via-Láctea distante 42 anos-luz do mundo com o qual colidira.
Trazia em seu rastro magnético milhões de seres que estavam sendo transferidos para o novo habitat.
Eram os deuses, os Eloins, os Nephillins.
Quanto tempo se passou desde que o mensageiro dos deuses trouxe o caos ao seu mundo?
Isso U-manu-ati não poderia mensurar.
Quando recobrou palidamente a consciência, parecia não lembrar que seu corpo repousava dentro de uma caverna, cuja saída estava obstruída com imensas quantidades de entulho.
Ele pairava num ambiente pouco familiar.
Enxergava, mas não com os olhos do seu corpo.
Ouvia, porém com outros órgãos, supunha, diferentes daqueles com os quais estava acostumado.
Estava perdido entre as brumas do tempo, e sua mente apenas percebia, sem nenhum entendimento do que se passava.
Quando U-manu-ati se tornou mais lúcido pôde perceber que estava na companhia dos deuses.
Eram diferentes dele, bem como dos outros deuses que vieram antes, mas com toda a certeza eram deuses.
Não eram de sua espécie.
— Ridículo! — ouviu um dos deuses pronunciar em tom de desprezo, sem entender o significado.
— Este mundo não apresenta outra forma de vida mais adiantada do que esta.
— Será que os superiores esperam que tomemos estes corpos grotescos como habitação?
Jamais nos rebaixaremos a tal ponto.
São símios, e não guardamos nenhuma semelhança com esta raça de idiotas — falou outro deus.
— Não temos como retornar ao nosso mundo.
Talvez, quando chegarem as naves com os outros, tenhamos uma chance de nos apossarmos delas, e então voltar.
— Impossível!
Para tal coisa suceder teríamos de assumir novos corpos, e só então poderíamos ter o controle das naves de transporte.
Creio que não temos outra saída...
— Eu tenho a solução — falou um outro deus de aparência mais imponente.
— Com a ciência que dominamos, podemos transformar os corpos destas bestas, e fazê-los mais perfeitos.
— Isso não deu certo em nossa pátria, você acha que conseguiremos por aqui?
— Claro, aqui é que seremos verdadeiros deuses.
Vejam só esta criatura primitiva... como nos olha, enquanto o seu mundo está sendo dilacerado.
Ele não sabe o que está ocorrendo .
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jun 30, 2014 8:37 pm

Modificaremos a estrutura genética deles de conformidade com os nossos padrões.
— Sim, isso mesmo, façamos deles outros seres, aperfeiçoados, portanto mais aptos a nos receberem, quando tivermos de reencarnarem seus corpos.
— Exactamente — disse o grande deus.
— Façamos o homem à nossa imagem e semelhança...
U-manu-ati despertou com um tremor de terra, cujo estrondo lhe dava a impressão de que iria derrubar a sua caverna, soterrando-o na poeira do tempo, junto de sua gente.
Diante da cena que o assombrava, U-manu-ati levantou-se de sobressalto e dirigiu-se à abertura, arrebanhando sua tribo.
Embora apavorados, e com muito esforço, removeram aos poucos os entulhos acumulados diante da caverna, que impediam a entrada.
Ao afastar as pedras, vislumbraram a luz do dia e finalmente tiveram êxito, ao encontrar saída de dentro do abrigo.
O que U-manu-ati viu o estarreceu.
Seus companheiros de tribo retornaram para o interior da caverna balbuciando, temerosos.
Onde estava o seu mundo?
Viu uma grande devastação e muita poeira cobrindo todo o firmamento.
Um cheiro horrível impregnava o ar.
Não via mais as árvores diante de si.
O sol, a grande tocha de fogo suspensa no céu, parecia estar encoberta pela fuligem, que tomava conta de tudo.
Mal conseguia respirar.
O ar era pesado, como no interior da caverna.
Ele via, porém, não compreendia.
A primeira lágrima descia dos olhos daquele ser, e, devido a ela, agora, ele se transformara num homem.
Sensibilizara-se pela primeira vez, unindo a luz bruxuleante da razão às vozes do coração que vibrava em seu peito.
Era o selo da divindade.
Aquele era o planeta Terra, o lar da humanidade que nascia novamente para receber a visita dos deuses...
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Jun 30, 2014 8:37 pm

A grande viagem

A 42 anos-luz da Terra, constelação do Cocheiro, tempo actual A NOITE NÃO ERA exactamente noite, segundo o conceito de que esta seja a presença da escuridão.
Era assim como uma tarde cálida, que apresentava um céu irisado de luz, em tonalidades de azul-escuro, povoado de irradiações douradas.
Esse era o efeito da acção dos sóis gémeos, que iluminavam aquele mundo considerado paradisíaco.
Não havia obscuridade completa.
A parte do tempo conhecida como dia apresentava tal luminosidade que somente os olhos acostumados daqueles seres poderiam suportar.
A noite daquele mundo assemelhava-se a uma espécie de tarde, portanto; era apenas uma variação suave da luz estonteante que iluminava os mundos do Cocheiro.
O principal dos três planetas capelinos, chamado de Axtlan, é um gigante com aproximadamente 23.418km de diâmetro em seu equador, sua massa, porém, é composta de uma matéria quase etérica, em estado plasmático.
Possui três continentes principais, grandes oceanos e uma natureza exuberante.
Em sua paisagem predominam as pradarias, intercaladas por florestas e, em certos lugares, montanhas.
Visto da superfície, o firmamento apresenta cores que variam do azul-escuro ao verde cintilante, e do dourado ao alaranjado, devido à incidência da luz dos sóis, que são de cor vermelha.
O vermelho cintilante e as nuances de amarelo e de lilás observados no crepúsculo são o resultado da incidência dos raios solares na atmosfera, rica em hidrogénio e outros compostos, que filtram a luz advinda dos gémeos siderais.
A decomposição da luz na atmosfera é responsável pela variação cromática que encanta a humanidade daquele mundo.
Junte-se a isso o resultado das combinações químicas dos elementos dispersos pelo ar e a aparência da atmosfera capelina torna-se algo de tão difícil descrição quanto seja maravilhosa a sua aparência.
A duração do dia é contada de acordo com a rotação do planeta em torno de seu eixo imaginário, revolução completada a cada 38 horas, segundo o tempo da Terra.
O período gasto para o planeta girar em torno do primeiro sol, que determina o intervalo de tempo correspondente a um ano capelino, equivale, conforme os cálculos terrestres, a 84 anos.
O movimento denominado translação ocorre, portanto, 84 vezes mais rápido na Terra.
Para aquele homem e seus amigos tudo começou numa dessas tardes, quando se dirigia à capital de seu planeta natal.
O aparelho de medição do tempo fez um sinal, indicando o instante em que se ultrapassava o limiar entre o dia e a noite em seu mundo.
Ele passara por longos períodos de estudo, nos quais assimilara a história de seu povo, conhecendo-lhe o passado de maneira mais ampla que seus contemporâneos.
A história e a cultura o fascinavam a tal ponto que desejava ingressar, juntamente com alguns amigos, numa excursão cujo destino seria um planeta distante, um outro mundo, relacionado de modo um tanto obscuro à ancestralidade capelina, mas que guardava certas semelhanças com sua terra.
Deveria, contudo, se preparar interiormente para a viagem, o que realizou com a intensidade peculiar à sua alma, já experimentada, dona de emoções fortalecidas em anos e anos de lutas e trabalho em prol do seu povo.
Ele e seus amigos tinham diante de si um desafio que despertava neles um sentimento profundo, uma sede de aventuras, um desejo de plenitude.
Parecia excitado em todos os seus sentidos.
Elegante, rumava com confiança para a cidade, onde se encontraria com aqueles que lhe fariam companhia durante a grande viagem.
— Ah! A noite na capital... — murmurou Lasar.
Era a maior cidade do planeta e a mais importante dos mundos do Cocheiro.
As demais cidades daquele mundo eram centros importantes, que concentravam, no entanto, uma população menor do que a capital.
Dotada de amplos parques e conjuntos de edifícios de imponente arquitectura, aquela cidade era uma pérola vibrante incrustada em Axtlan.
Fascinavam os habitantes da metrópole cosmopolita as estruturas cintilantes — enormes até mesmo para os padrões capelinos — que brilhavam e tremeluziam à luz dos sóis gémeos e das milhares de lâmpadas e objectos incandescentes que compunham a paisagem urbana mais arrojada.
Milhões de imigrantes, provenientes de diversas partes da galáxia, somavam-se à população daquele mundo excitante, encantador.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 01, 2014 9:29 pm

As raízes e as conquistas espirituais daquela humanidade remontavam ao passado mais longínquo, e demandavam pesquisas para conhecer-lhe plenamente a história milenar.
Na verdade, o passado remoto daquela civilização transformara-se numa lenda.
Os registos diziam a respeito de uma grande migração realizada por seus ancestrais para um mundo distante.
Constituíam a comunidade dos degredados, ao longo de sua miscigenação com os habitantes locais, desempenhavam sua evolução naquele recanto isolado do universo, fundindo-se a outras raças espirituais.
— É uma pesquisa intensa e demorada — dizia Lasar — e requer a participação de outros seres dispostos a partir de Capela em busca de informações no planeta distante.
Procuro o rastro dos antigos capelinos degredados, os que ficaram para trás, preciso de informações a respeito da corte dos Dragões.
O que fazem agora, como vivem, qual progresso realizado e qual influência exercem no mundo onde vivem.
Para isso preciso de ajuda, do apoio e do subsídio de outros capelinos.
Lasar deixou-se conduzir pelo sistema de transporte da capital, enquanto apreciava a roupa que vestia.
Era a última moda em Capela.
Usava uma espécie de manta que lhe cobria o corpo esguio.
Um tecido fino, quase transparente, que reflectia tanto as luzes naturais, que iluminavam a metrópole do seu mundo, como as artificiais.
A manta era fechada com uma bainha magnética e trazia em seu interior um sistema de ventilação disfarçado pelas costuras e dobras do tecido.
A invenção representava o mais recente avanço da tecnologia da moda nos mundos do Cocheiro.
— Senhor! — chamou um jovem capelino que passava perto dele.
— Sim — respondeu Lasar com boa-vontade.
— O senhor é da capital do Primeiro Mundo?
Já conhece a nossa metrópole?
Lasar já conhecia o jovem que o interpelava, ou ao menos a função que desempenhava.
Era um dos comunicadores.
Um habitante dedicado a colher informações sobre a população, transmitindo-as aos sistemas de comunicação do planeta.
Parece que já sabiam a seu respeito e acerca da excursão que pretendia realizar para outro mundo.
Lasar hesitou, olhou para o jovem e depois para a multidão que passava no sistema de transporte.
Música intensa enchia o ar, o burburinho e a visão de cores que se irrompiam a sua volta — tudo isso exigia um tempo para Lasar se adaptar à nova situação em que se via na grande metrópole, capital dos mundos do Cocheiro.
— Sim, já conheço a capital, embora ela se modifique diariamente.
Na verdade — hesitou novamente — creio que preciso de alguma referência para me locomover na cidade.
— Posso acompanhá-lo, talvez possa lhe ser útil? — o jovem capelino insistia com Lasar.
— Não se incomode, meu rapaz.
Em breve saberei me orientar devidamente.
Obstinado, tornou o rapaz:
— Quem sabe não possa acompanhá-lo e, em algum momento, apresentar-lhe a cidade? Quem sabe...
— Não mesmo — retrucou Lasar.
Prefiro descobrir por mim mesmo o que a capital me oferece.
Será uma aventura e um prazer para mim.
Já sou muito velho e não creio que aquilo que o atraia na cidade esteja entre minhas preferências.
Enquanto discutia com o capelino persistente, dois guardiões passaram ao lado de Lasar, mostrando-lhes de maneira elegante que estavam atentos .
Zelavam pela ordem e pela disciplina na cidade, e seu alerta discreto não passara despercebido.
Lasar sabia que o jovem estava à procura de notícias para que os demais capelinos ficassem informados quanto ao que ocorria.
A presença dos guardiões, no entanto, desencorajara o rapaz, que certamente procuraria outras fontes para seu documentário jornalístico.
De Lasar ele não obteria nenhuma informação quanto às pesquisas e à excursão dos capelinos para um outro mundo.
Quando olhou à sua volta à procura do comunicador, ele já havia desaparecido em meio à multidão.
"Parece que o projecto de sair do planeta está conservado em segredo por mais algum tempo, meditava Lasar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 01, 2014 9:29 pm

Lasar resolveu então pegar um veículo de transporte, o que lhe facilitaria o percurso até o local de encontro com seus amigos.
— Para onde vai, senhor? — perguntou-lhe o condutor do veículo.
— Procurar os capelinos perdidos — respondeu Lasar.
— Não entendi, senhor.
— Não procure entender, meu amigo, você não conseguirá.
Por enquanto, basta dirigir-se a este local — disse Lasar, entregando-lhe um escrito que indicava o ponto de encontro com seus amigos.
O condutor do veículo o transportou para o lugar indicado sem maiores comentários ou perguntas.
Lasar fechou os olhos e concentrou-se nos últimos eventos de sua vida.
Ele era um cientista da natureza e não poderia perder a oportunidade de pesquisar o passado do seu povo.
Precisava viajar para outras regiões do espaço, todavia, guardava o segredo para si, e seus amigos só deveriam ficar sabendo do facto no momento apropriado.
Lasar vibrava frenético, de tanto contentamento.
As possibilidades de entrar em contacto com uma nova raça de seres o fascinava, e quem poderia imaginar o conhecimento que o aguardava ao visitar o ambiente para onde, no passado, muitos capelinos haviam sido degredados?
Para a viagem ele necessitava de pessoas com as quais tivesse amizade mais íntima, mas que também estivessem interessadas nas pesquisas e nos estudos.
Não poderia ser qualquer capelino.
Abrindo os olhos, Lasar interpelou o condutor:
— Como localizar, numa cidade com 58 milhões de habitantes, um edifício que sirva de base de apoio para o governo do mundo?
O condutor assustou-se com a pergunta súbita de seu passageiro e só respondeu depois de uma relativa demora:
— Posso conduzi-lo perfeitamente, amigo.
Creio que já estamos chegando ao endereço que me passou.
O homem que conduzia o veículo movimentou a cabeça devagar, demonstrando perplexidade, e seguiu a indicação luminosa da pista numa velocidade alucinante, possível devido aos recursos tecnológicos capelinos, que conferiam segurança perfeita ao transporte.
A metrópole havia sido construída no continente sul, cercada por algumas poucas montanhas.
Muitas construções tinham sido erguidas também ao longo das encostas e outras ainda no fundo do oceano, aproveitando ao máximo o espaço sem perder de vista a beleza da paisagem natural.
Havia muita harmonia na arquitectura capelina.
Conviviam na capital 58 milhões de seres, pessoas cujas vidas se achavam indissoluvelmente unidas dentro do propósito do progresso colectivo.
Outros povos da galáxia também compartilhavam da economia e da sociedade capelinas, bem como dos demais aspectos da vida desse povo ditoso.
A capital do Cocheiro era uma cidade moderna com seus arranha-céus, meios de transporte e de lazer, áreas residenciais e comerciais.
Nos mundos do Cocheiro funcionava há milénios sistema curioso de administrar a sociedade.
Três eram os mundos habitados.
No primeiro, onde se localizava a capital, estavam as residências e uma ampla e diversificada estrutura de lazer e de comércio.
Já no segundo mundo, as instalações industriais, destinadas a movimentar os mundos capelinos e alimentar a estrutura comercial em que se baseava a economia planetária.
Mais adequado em virtude das condições climáticas, o terceiro planeta abrigava a agricultura e o sistema de abastecimento dos povos do Cocheiro.
Na capital o estilo das construções era singular — mas obedecia às necessidades daquela comunidade.
Quem visse a cidade do alto poderia imaginar uma espécie de redoma, um emaranhado de construções em forma de uma campânula.
As construções mais amplas e altas estavam todas concentradas no centro e, à medida que o olhar se dirigisse para a periferia, ver-se-ia que a tendência era diminuir o tamanho dos edifícios.
O material do qual foram construídos parecia ser translúcido e brilhava sob a luz dos sóis gémeos.
Todas as construções obedeciam a um projecto que primava pela beleza da paisagem natural e pela convivência harmoniosa com a flora planetária.
Para um desses edifícios centrais se dirigia Lasar, ao encontro de companheiros.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 01, 2014 9:30 pm

A noite em Capela não tinha estrelas.
A luz dos sóis era tão intensa que ninguém conseguia fixar o firmamento e vislumbrar o brilho de outras estrelas além dos dois pontos chamejantes presentes o tempo todo nos céus do planeta.
As luas, contudo, reflectiam rara beleza e apresentavam-se aos olhos da humanidade em dimensões diferentes, eram de uma transparência belíssima de se ver.
Lasar dirigiu-se ao prédio onde funcionava determinado sector da administração da capital e foi recepcionado com bom humor por uma atendente:
— Desejo contactar Innumar — falou Lasar para a recepcionista.
— Ele já está a sua espera, no 43° andar — respondeu-lhe a mulher capelina.
— Como, à minha espera?
Afinal, como sabe que quero vê-lo?
— Por aqui as notícias correm mais rápido que o pensamento, caro senhor.
Caminhando, Lasar ficou imaginando que ele não conseguiria guardar segredo quanto aos seus objetivos por muito tempo.
Afinal, os capelinos detinham um poder extraordinário de interagir com outras mentes e, por sintonia, conseguiam devassar algo da intimidade uns dos outros.
É uma forma rudimentar de telepatia.
Captam-se os sentimentos e emoções, e, então, basta interpretá-los.
A aproximação em relação ao facto real girava em torno de 86% através desse método.
Quem desejasse guardar algum segredo teria, portanto, de ser bastante hábil e esmerar-se no disfarce de suas emoções.
É claro que, durante os séculos em que esse dom foi se manifestando nos capelinos, a sociedade planetária desenvolveu uma espécie de ética quanto às relações inter pessoais, o que obrigava os seres a obedecer uma lei não escrita a respeito do sigilo mental e emocional.
Mas muitas vezes não se conseguia deter a avalanche de emoções e pensamentos que fluíam da intimidade.
Era bom vigiar-se mais.
Chegando ao andar indicado, Lasar deparou-se com um elemento bastante incomum.
Innumar parecia exceder a média de altura de seu povo, o que o tornava um gigante perante os padrões capelinos.
Entretanto, irradiava algo muito bom de si, que o fazia imediatamente amado por seus companheiros.
— Seja para sempre bem-aventurado, meu venerável companheiro— disse Innumar na forma habitual de cumprimento entre os capelinos mais próximos.
— Bem-aventurado seja, querido Innumar — saudou Lasar.
— Vejo que já está a postos quanto aos preparativos de nossa viagem.
— Sim, meu amigo.
Já possuo a devida autorização do governo e dos sábios do nosso povo.
Quero que conheça Mnar, o guardião da história dos mundos do Cocheiro.
Apontando para uma abertura na parede, Innumar conduziu o olhar atento de Lasar rumo a um capelino cuja aparência dificilmente permitiria a suposição correcta de sua idade.
— Bem-aventurado, meu amigo — cumprimentava o capelino, que agora se mostrava todo ao recém-chegado Lasar.
Meu nome é Mnar, um dos guardiões da história do nosso povo.
Bem sei que você está à procura de alguns companheiros para empreender a grande viagem rumo à região sombria do espaço para onde se dirigiram nossos ancestrais, entretanto, é bom que saiba de algo que poderá lhe ser demasiadamente útil nesta nossa viagem.
— Nossa viagem? — perguntava Lasar, um tanto surpreso, enfatizando o pronome.
— Sim, meu amigo — interferiu Innumar.
Nosso governo autorizou-nos a visitar a Terra — assim se chama o mundo para onde nos dirigiremos — porém aqueles que nos dirigem fizeram uma solicitação difícil de não acatar.
Pedem que Mnar nos acompanhe juntamente com nossos amigos.
Em breves palavras Mnar esclareceu a Lasar o objectivo de sua companhia.
E ainda falou com o máximo de clareza a respeito do passado de Capela.
— Como não ignora, venerável Lasar, em épocas remotas, muitos de nosso povo foram expatriados para um mundo distante, que àquela altura encetava os primeiros passos de sua caminhada evolutiva, por assim dizer.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 01, 2014 9:30 pm

Era uma humanidade primitiva.
O mundo para o qual foram transferidos encontrava-se, portanto, na infância espiritual.
Desde que para lá foram conduzidos pela administração espiritual de nosso planeta, só tivemos notícias deles quando, transcorrido largo intervalo de tempo, regressou para cá a maior parte dos antigos exilados, que havia se regenerado junto àquela humanidade.
Para trás, ficaram apenas os capelinos mais endurecidos — justamente aqueles que foram responsáveis por grandes prejuízos em nossa história.
— Quer dizer então que muitos dos nossos irmãos de humanidade retornaram para o nosso convívio?
— Com certeza, Lasar.
E eu mesmo fui um dos que, naquela época, foi banido.
Hoje me encontro aqui para registar os factos referentes à saga dos capelinos rumo ao mundo primitivo.
— Mas então...
— Então não tivemos mais a oportunidade de contactar os nossos irmãos que ficaram para trás.
Entretanto, fontes confiáveis nos deram a conhecer que, na actualidade, a maioria deles se misturou de tal maneira à população da Terra que já fazem parte dessa humanidade, integralmente.
Conforme lhe disse, mantivemos contacto com a administração sideral responsável pela Terra, bem como pelos mundos que lhe acompanham o cortejo em torno do seu sol.
Disseram-nos que a situação nesse mundo exige o auxílio de outras comunidades e de outras humanidades do espaço.
Ao que parece, os antigos rebeldes de Capela, alguns dos quais ligados aos lendários Dragões, ainda se mantêm no poder entre os habitantes desse mundo.
— Suponho que por lá esteja ocorrendo algo parecido com a situação que vivenciamos no passado...
— Exactamente, venerável Lasar.
Por isso mesmo precisamos nos unir aos nossos irmãos terrestres a fim de apoiá-los de alguma forma na transição pela qual estão passando.
— Mas, e as leis do Cocheiro, que nos impedem de interferir na história de outros povos?
Como conciliar o nosso comportamento com a necessidade de auxiliar essa humanidade? — perguntou Lasar.
— Realmente, meu venerável amigo — tornou Innumar — sabemos que não devemos interferir na história de cada mundo contactado, com a Terra, porém, as coisas são bem diferentes, uma vez que somos mundos irmanados pela presença de nossos compatriotas entre os seus.
Além disso, há outros povos da galáxia que para lá se dirigiram com o objectivo de auxiliar no momento de transição pelo qual passam.
—Além do mais — interferiu Mnar — não agiremos directamente sobre os humanos da Terra.
Creio que você sabe muito bem que a dimensão em que se movimentam os terrestres não é a mesma nossa...
Nesse momento entraram no ambiente mais dois capelinos, que foram recebidos com imensa alegria por Innumar e Lasar.
Eram os amigos que faltavam para compor a comitiva que iria ao planeta Terra.
Foram apresentados a Mnar e entraram na conversa, trazendo um tema diferente.
— Bem, meus caros companheiros e bem-aventurado Mnar — perguntou Girial, o capelino mais novo entre eles — como empreenderemos a viagem para uma região tão distante como aquela em que se encontra localizada a Terra?
— Temos à nossa disposição um comboio, uma nave que nos servirá de transporte.
Não poderemos levar muitos connosco, todavia, o espaço disponível no veículo dá para mais passageiros com conforto.
Chegando à Terra, certamente encontraremos outros povos do espaço, que também se dirigem a esse mundo com o objectivo de auxiliar.
Creio que poderemos fazer nossa base numa estação com a qual estamos há algum tempo mantendo contacto.
— Estação? — perguntou Jaffir, o outro habitante de Capela.
Será alguma estação do nosso povo, que no passado serviu de base para as operações na Terra?
— Não, meu amigo — respondeu Mnar.
Refiro-me à Estação Rio do Tempo, uma base de apoio que se encontra nas proximidades da estrela chamada Sol pela humanidade terrestre.
Parece-nos que é uma base criada há muito tempo, por outros seres que visitaram a Terra antes do nosso povo, e que lá ficou, depois de não lhes servir mais aos propósitos.
Por enquanto é só o que posso lhes dizer.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 01, 2014 9:30 pm

Creio que devemos nos apressar para os preparativos.
— Nesta jornada iremos Innumar, eu, Mnar, você, caro Lasar, o companheiro Jaffir e o nosso amigo Girial.
Creio que temos toda a equipe reunida e podemos pedir a aprovação dos nossos superiores.
Era esse o grupo que Lasar precisava para a grande empreitada.
Segundo entendimentos do pequeno grupo de amigos capelinos, Lasar seria o comandante da viagem.
Agora, depois da conversa com Mnar, assentiu na participação do guardião, afinal, Mnar conhecia muito b em a história dos capelinos e pertencera, um dia, aos grupos de degredados.
Apesar de tudo, Lasar desconfiava de que havia algo mais que movia Mnar nessa excursão ao planeta distante.
Durante a viagem, quem sabe, não descobriria mais coisas...
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 01, 2014 9:30 pm

Notícias extraordinárias

O DR. MAURÍCIO Bianchinni é um jovem rapaz conceituado em seu trabalho.
Exerce a medicina com dedicação e é aplicado nas pesquisas que se referem à sua actividade profissional.
De cor clara, olhar profundo, apresenta cabelos loiros e olhos que se sobressaem, devido à profundidade com que olha as pessoas, dando a impressão de perscrutar o íntimo de cada uma delas.
Dedicado à família, desde cedo se deixou encantar pela temática ufológica sem, contudo, contaminar-se com as "ideias estapafúrdias que muitas vezes se vêem por aí", como diz.
De espírito pesquisador, não se detém nos relatos fenoménicos que muitas revistas sensacionalistas divulgam.
O interesse de Maurício é, em suas palavras, "entender o fenómeno sem tirar os pés do chão".
Muitas vezes ele sente algo indefinível dentro de si.
É uma espécie de insatisfação com o mundo que o cerca, com a própria vida.
Esse estado, que se assemelha a uma melancolia, não chega a deixá-lo irritado ou aflito, entretanto, caminhava nervosamente de um lado para outro em seu consultório.
Maurício não conseguia identificar os sentimentos e sensações que o invadiam diariamente, martirizando-o com tanta constância e tenacidade.
Parecia que estava ficando pior, cada vez mais incómodo.
Estava preocupado.
Sabia que algo diferente estava acontecendo, algo muito diverso de tudo aquilo que vivera até aquele instante.
Mas não conseguia identificar exactamente o que o afligia.
Somente um sentimento vago, uma sensação indefinível, com a qual ele tinha de conviver.
Ocupava um posto importante na clínica onde trabalhava e não enfrentava os problemas decorrentes das constantes crises económicas que abalavam as outras pessoas.
Qual, então, a origem de suas inquietações?
Tinha certa influência no meio profissional em que vivia, e também junto às pessoas que o procuravam: no entanto...
Talvez fosse precisamente esse o facto que o incomodava.
Mas havia algo mais que não sabia explicar.
O que seria então?
Sentou-se numa poltrona anatómica muito confortável e olhou pela janela de seu consultório.
O olhar de Maurício variava entre a paisagem belíssima da Baía de Guanabara e a tela de seu iMac, que se encontrava sobre a mesa de vidro fosco.
Estranhava o facto de que o computador não lhe respondesse aos comandos.
Tentara de tudo, em vão, porém.
Procurava por dados a respeito da formação da Terra e dos primeiros habitantes do planeta, de sua evolução e dos momentos iniciais da civilização, a história do mundo causava-lhe verdadeiro deslumbramento.
Infelizmente se deixara apaixonar por um período a respeito do qual não se dispõe de muitas informações.
Aliás, não se tinha quase nenhuma informação, ao menos nas fontes académicas consagradas.
Seria isso justamente o que o incomodava?
Havia algum tempo viajara para outros países realizando pesquisas.
Aproveitava os intervalos nos cursos que realizava, no exterior, para satisfazer sua sede de conhecimento.
Em sua última viagem para o Canadá, conhecera um grupo de estudiosos que lhe deram informações preciosas.
Viajara para o país no extremo norte da América a fim de realizar estudos sobre as doenças sexualmente transmissíveis (DSTS) e de especializar-se em temas correlatos.
Mas, nas horas de folga, Maurício aproveitara para conhecer algumas pessoas com as quais havia feito contacto através da internet.
Era um estudioso, e todo material a ser recolhido seria de imenso valor para o seu aprendizado.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 01, 2014 9:30 pm

Sorriu ao se lembrar de suas pesquisas e do quanto se envolvera com elas, quantos amigos fez nesses anos todos de buscas intermináveis — e incansáveis:
era um estudante da verdade.
Do décimo andar do prédio onde se localizava o seu consultório, o médico e cientista observava ao longe a natureza do planeta reflectida na imensa baía, a estonteante paisagem carioca, os aviões ao longe, partindo do Santos Dumont.
Imaginava a multidão que se comprimia nas ruas e avenidas, com seu trânsito louco, e quanto o ser humano tinha progredido nesses últimos milénios, especialmente no último século.
Todavia, uma questão continuava martirizando-o:
de onde viera o ser humano da Terra?
Como a vida foi semeada no planeta?
Pesquisara diversas religiões, como ponto de partida.
Entre as cristãs, o catolicismo, por exemplo, e diversos ramos do protestantismo, andou até frequentando o espiritismo, além de algumas filosofias orientalistas.
Mas não satisfez sua sede de conhecimento.
Quando muito, as religiões tentavam, a sua maneira, explicar a génese do espírito e sua relação com o mundo e o universo.
Mas não era isso que Maurício procurava.
Ele buscava provas físicas, concretas e palpáveis da história humana — ou melhor, da pré-história, neste caso.
Para as questões filosóficas quanto à origem do homem e seu espírito, ele preferia aceitar os factos conforme o espiritismo os explicava.
Desenvolveu, porém, uma atitude crítica em relação à actuação dos espíritas.
Estava convencido de que os espíritas desprezavam um excelente método de pesquisa, como a mente e as manifestações do psiquismo.
A mediunidade se lhe afigurava um rico laboratório de pesquisas, mas, possivelmente, esquecido.
Sentia que os espíritas se envolveram tanto em questões de religiosismo e assistencialismo que acabaram por menosprezar algo essencial: a pesquisa científica.
Pararam no tempo, segundo acreditava Maurício.
Dificilmente o espiritismo, com seu movimento religioso e social, cativaria e abriria suas portas para pesquisadores.
Entre as instituições que procurara, encontrou tamanha resistência e um sem-número de proibições, tão variadas, que o caminho da verdadeira investigação fora fechado.
Cientistas e pesquisadores eram obrigados a aceitar as explicações de que a humanidade viera de uma fusão entre os espíritos de Capela e a humanidade terrestre dos primórdios.
Se essa explicação resolvia em parte o problema da origem espiritual dos habitantes da Terra, não solucionava outras intrincadas questões.
As dores de cabeça aumentaram nos últimos dias e Maurício parecia delirar diante das informações que conseguira com o grupo de amigos canadenses.
Ele precisava parar um pouco para pensar, entretanto, não conseguia conciliar mais as pesquisas com seu trabalho.
Estava ficando cada vez mais difícil para ele.
Como — perguntava-se Maurício —, como vieram os primeiros seres para a Terra?
Em espírito, ou em corpos físicos?
Se em espírito, de que modo conseguiram transpor as distâncias siderais que separam os mundos?
Se em corpos físicos, qual o meio de locomoção utilizado?
Outras interrogações:
seria a humanidade descendente somente de espíritos originários de um único mundo ou houve uma miscigenação de raças de espíritos de outros pontos da galáxia?
Como diversos povos do planeta podem manter em seus registos históricos o conhecimento de raças diferentes de seres, vindos do espaço?
Diante de tudo isso e muito mais:
como compreender o processo evolutivo da humanidade terrestre sem apreciar as diversas teorias e estudar o conhecimento desses povos e civilizações perdidos no tempo?
Como conciliar tudo isso com os chamados avistamentos de UFOS ou OVNIS e com a onda crescente de contactos com objectos voadores não-identificados ou seus tripulantes?
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 01, 2014 9:31 pm

Era muito para sua cabeça.
Outras perguntas sem respostas contribuíam para que Maurício se sentisse cada vez mais perdido.
Como conciliar a situação política, económica e social do mundo — a cada dia mais caótica, segundo às vezes tendia a pensar — com a ideia de progresso e crescimento?
Agora se via diante de um dilema que o atormentava.
Precisava fazer sua especialização em doenças infecto-contagiosas.
A humanidade estava às voltas com graves aspectos relacionados ao câncer e à aids, que se transformara numa espécie de epidemia.
Era uma doença maldita, para a qual não havia ainda a cura.
Soube, em um dos seminários que participara, na Alemanha, das pesquisas para conter o agente causador do câncer e também para desenvolver uma vacina preventiva.
Porém, Maurício não tinha mais condições de se entregar a essas pesquisas, seu interesse repousava agora sobre outros assuntos.
Também não poderia deixar de lado todo o investimento que a clínica onde trabalhava fizera em sua pessoa, visando à participação nessas pesquisas.
Não sabia como proceder.
Ainda muito mais estava em jogo:
a direcção da clínica tinha informações preciosas e confidenciais de que já havia uma vacina ou um medicamento definitivo contra o câncer, e delegaram ao competente Dr. Maurício a tarefa de se aproximar o máximo possível da fonte de informações.
Ele deveria descobrir quem desenvolveu a tecnologia para a cura da doença, levando-se em conta que a comunidade científica insistia no pronunciamento oficial de que não havia cura para o mal.
Como deixar de lado uma pesquisa tão importante assim, que poderia auxiliar milhões de seres humanos, e se dedicar aos seus estudos particulares?
Afinal, quando muito, seus estudos e pesquisas poderiam satisfazer-lhe pessoalmente, no entanto, o seu trabalho na clínica poderia ajudar a milhares, caso as informações obtidas pudessem ser confirmadas.
Era mais do que uma pesquisa simples a respeito de uma possível cura para uma epidemia planetária.
Maurício se via envolvido com espionagem industrial — um trabalho de detective, que envolvia os manda-chuvas dos laboratórios.
Só não desconfiava de que estava sendo usado para essa missão.
Era não somente algo de difícil empreendimento, quanto também de máximo perigo.
Maurício sabia de muitas coisas a respeito da situação das pesquisas dos laboratórios internacionais.
Mas outras coisas ele apenas imaginava.
Finalmente, havia coisas que ele ignorava completamente.
Há cerca de um ano fora realizada importante reunião na Alemanha.
Vários representantes de diversos laboratórios estavam presentes, inclusive três membros da inteligência americana, a CIA, e do FBI.
Nem parecia ser uma reunião do pessoal de pesquisas dos laboratórios.
Se fosse, por que as agências internacionais estariam ali representadas?
Havia algo mais no ar.
Naquele tempo ainda não haviam sido realizados os atentados contra o World Trade Center, em Nova Iorque.
A reunião, portanto, não poderia se referir a possíveis especulações a respeito de ataques terroristas, ou a acções envolvendo o antraz ou algum "vilão" do Oriente Médio.
Não era isso.
As relações que os laboratórios mantinham com o governo dos Estados Unidos eram boas — quase amistosas — já que dependiam da aprovação americana para comercializar seus produtos em todo o mundo.
Apesar do bom relacionamento, havia, entretanto, certa desconfiança entre ambas as partes.
Por baixo dos panos, os directores e presidentes dos laboratórios temiam a política sustentada pelos EUA para a liberação de novas drogas, enquanto o governo, por sua vez, possuía certo receio com a atitude de tais empresas, nem sempre tão transparentes em suas intenções.
Especialmente as indústrias farmacêuticas da Europa preocupavam-se com a pressão que os norte-americanos poderiam exercer.
Os laboratórios, de toda forma, não pretendiam deixar escapar fórmulas que porventura livrassem o povo da dependência de certas substâncias.
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O CREPÚSCULO DOS DEUSES - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro Empty Re: O CREPÚSCULO DOS DEUSES - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 01, 2014 9:31 pm

A doença deveria ser mantida por enquanto, e quaisquer medicamentos só poderiam ser levados a público caso tal atitude constituísse um bom negócio, redundando em lucro para as respectivas indústrias.
Os resultados das pesquisas que buscavam a possível cura para a doença eram, portanto, absolutamente confidenciais.
Ninguém, além do selecto grupo de participantes da memorável reunião, poderia saber a seu respeito.
Contudo, os laboratórios não tinham conhecimento que a informação j á havia escapado.
Integrantes de serviços secretos, não se sabia de onde, haviam se infiltrado em suas organizações, a fim de obter maiores detalhes a respeito.
Mas não era só.
Desconfiava-se, em diversos sectores da indústria farmacêutica, de que os populares medicamentos antivirais que combatiam o temido HIV, tanto quanto os medicamentos utilizados para o combate ao câncer, seriam apenas parte de um conhecimento maior a respeito do possível medicamento final, definitivo.
Droga essa que — suspeitavam — estaria sendo mantida em segredo pelos grandes laboratórios do planeta, visando aos lucros e à consequente manipulação do poder.
Maurício fora indicado por sua clínica por inspirar confiança.
Encontrava-se totalmente envolvido com essa trama.
Porém, seus pensamento s vagavam em assuntos do quotidiano de sua vida e não percebia certas coisas importantes que lhe escapavam...
— Precisamos de um elemento que nos sirva ao mesmo tempo de pesquisador e de detective, sem que ele mesmo saiba que está sendo usado por nós.
Se os agentes de segurança estão envolvidos nisso é porque tem pano quente em cima.
Se possível, deve actuar de tal maneira que o próprio agente não desconfie dos nossos objetivos.
Para isso, iremos despistá-lo, enviando-o para diversos lugares no mundo, até que se aproxime cada vez mais da fonte, em Frankfurt.
É na Alemanha que está a chave da questão.
— Você está louco, Raul — exclamou um homem idoso, um dos cartolas da clínica.
Como você imagina que conseguiremos um homem que seja capaz disso sem que ele mesmo desconfie que está entrando numa jogada internacional e extremamente perigosa?
— Você acha ser impossível que o consigamos, Muniz?
Foi essa a primeira vez que um chefe de uma clínica brasileira se intrometeu nesse esquema sujo de poder e nesse jogo aberto e cheio de intenções escusas.
Em geral, os donos dos laboratórios, os químicos e outros homens importantes que desenvolviam suas fórmulas mantinham em segredo muitas informações preciosas.
Nesse caso, Raul era um homem de inteira confiança de alguns accionistas e por isso chegaram até ele as intrigas da política farmacêutica internacional.
Havia muita coisa a ganhar com os resultados, caso fossem confirmados.
— Tudo é uma questão de preço — continuou.
Não se esqueça de que temos muitos homens ambiciosos, que dariam tudo para ganhar um pouco mais e simultaneamente realizar viagens ao redor do mundo, principalmente se tais viagens forem patrocinadas por nós.
— Não é bem isso que eu tinha em mente, Raul — falou o velho, mais experiente nas intrigas políticas e sociais.
Havia pensado em alguém que não suspeite de que esteja sendo usado e que, uma vez contratado, seja de absoluta confiança nossa.
De preferência, um médico que talvez tenha algum interesse em pesquisas, mesmo que não seja por motivos ligados ao laboratório ou à organização, mas que seja mais fácil de ser manipulado.
Além disso, que seja um pesquisador, um químico, e competente no que faz.
Essa pessoa t em de estar tão iludida quanto à sua real situação que não perceba o que acontecerá; tem de estar tão absorta em suas próprias pesquisas, em sua vida, que possamos usá-lo sem que o note.
— Como encontraremos alguém com essas características?
— Pense, Raul, pense e encontrará alguém assim.
Mas não se esqueça: temos pressa, afinal é uma corrida contra o tempo, em busca do poder... da informação.
Eis o que representa tudo isso para nós.
E mais, tem de ser alguém descartável.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Jul 01, 2014 9:31 pm

Completamente descartável.
— Como assim, Muniz? Não entendi.
— Caso precisemos, de um momento para outro poderemos eliminar esse elemento de ligação, para não comprometermos nossa pele!
Espero que tenha entendido o recado.
Raul ficou pensativo por uns momentos e depois falou pausadamente:
— Maurício, Maurício Bianchinni.
Ele mesmo!
Sem que soubesse dos detalhes que o comprometiam, Maurício topou a incumbência, por ser um elemento de confiança.
Alguém o procurou oferecendo a oportunidade de ouro de sua vida, dizendo-lhe que teria momentos livres para se dedicar às pesquisas, nos países que visitaria.
Além do mais, poderia expandir seus conhecimentos na área médica, o que lhe facilitaria a carreira, que estava em ascensão.
Era a oportunidade do século.
Aceitou de imediato a missão.
Afinal, não ficaria o tempo todo fora do Brasil e ainda teria tempo suficiente para empreender seus estudos em relação aos temas que gostava de pesquisar.
Não desconfiava da trama e das intrigas sórdidas que estavam por detrás de todo aquele planeamento.
Mas também não ignorava que tinha uma protecção espiritual, mantinha-se ligado, pelos bons propósitos, às correntes mentais superiores da vida.
Eis sua vantagem e sua fortaleza.
Mesmo desconhecendo o facto de ser um agente duplo, suas implicações e os riscos que corria enquanto representante de seu laboratório, Dr. Maurício não se deixava embriagar pelos pensamentos que fluíam em sua mente.
Há apenas 18 dias regressara ao Brasil, e agora encontrava-se incomodado, estranhando a procedência de suas inquietações.
Antes mesmo de se readaptar, recebera ordens de viajar uma vez mais.
— Preciso de um auxílio psicológico com urgência — pensou Maurício.
É muito difícil conciliar tanta coisa assim sem a ajuda de um terapeuta profissional.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jul 02, 2014 9:13 pm

Um chamado da eternidade

Muitos da nova geração de capelinos não sabem a respeito dos nossos ancestrais.
Ouviram rumores acerca das diversas migrações, mas passa-se o tempo e, na ausência de registos precisos daquela época, que não conservamos, obscurecem-se os factos para o conhecimento das gerações do nosso tempo, e ninguém penetra a história dos exilados.
Ah! Terra!
A estrutura social adoptada por esse planeta é para lá de estranha.
Muitos seres de outros mundos têm emigrado para lá nas condições mesmas em que eu e os nossos ancestrais o fizemos — ou seja, vítimas do degredo.
Desenvolveram com isso formas de governo que não se entendem entre si; são seres estranhos os terrestres.
Fiquei muito tempo vivendo entre os habitantes desse planeta e conheci gente muito interessante.
São formados da mesma essência que nós, os capelinos: somos irmãos das estrelas.
Porém, não detêm consciência de sua tarefa no universo, ainda alimentam sonhos com o 'poder'.
Mas também estão inseridos num outro continuam espaço-tempo.
Creio que seus corpos são muito materiais, com uma vibração muito diferente da nossa.
São compostos a partir da matéria bruta, ao passo que os corpos em Capela são estruturados em matéria radiante.
Algo um tanto diferente do que eles conhecem por lá.
Que mundo tão estranho é a Terra... e ao mesmo tempo tão fascinante.
Se os terrestres pudessem entrar em contacto connosco certamente diriam que somos seres de antimatéria.
Creio que é esse mesmo o nome que dão.
Não conseguiriam nos detectar.
Talvez não, enquanto estiverem ligados aos seus corpos materiais.
Quando em corpos que habitam uma dimensão também diferente, no entanto, possivelmente nos localizariam.
Para isso é preciso, pois, morrer...
E a morte para os terrestres ainda parece ser algo muito doloroso.
Mas, aí, sim: em corpos diferentes daqueles de matéria bruta conseguiríamos nos comunicar com eles.
Talvez tenhamos que aprender muita coisa ainda com os terrestres, quem sabe nós e outros irmãos do espaço podemos auxiliá-los em sua caminhada...
Afinal, somos todos caminheiros da eternidade."

Fragmentos das memórias de Mnar, o capelino.

Os ACONTECIMENTOS da dimensão física sempre interessam aos habitantes de comunidades extra tísicas.
Os dois mundos vivem em um intercâmbio constante, acontecimentos verificados na Terra influenciam as opiniões de espíritos, que de uma maneira ou de outra se sentem ligados
aos eventos ocorridos no plano das formas.
Desde a Primeira Guerra Mundial que algumas comunidades de espíritos relatavam registar objectos globulares ou esféricos, cuja aparição se verificava em intervalos de tempo regulares — o que, naturalmente, despertava curiosidade quanto à procedência e às finalidades desses corpos voadores.
Transportariam espíritos de esferas superiores, cujos objetivos permaneciam incompreendidos?
Seriam produto da tecnologia extra física, visando às visitas no Umbral ou ao transporte de almas recém-desencarnadas?
A que se dedicariam esses objectos desconhecidos, observados em diversas regiões do plano espiritual?
Talvez fossem úteis no resgate de espíritos desencarnados em massa, durante a guerra...
Várias vezes aparelhos semelhantes foram vistos por habitantes de colónias espirituais, tais como Grande Coração, Vitória-Régia, Nosso Lar e outras comunidades similares, onde se abrigavam os espíritos em trânsito para esferas superiores.
Isso ocorreu notadamente após a Segunda Crise — nome dado pelos espíritos superiores à Segunda Guerra Mundial.
Cessados os combates, inúmeras vezes foram avistados nos céus do planeta esses objectos voadores, cuja velocidade e mobilidade causavam verdadeiro espanto e admiração.
Seriam aperfeiçoamento do aeróbus, veículo utilizado pelos espíritos para visitas a planos inferiores?
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jul 02, 2014 9:13 pm

Quem sabe tais objectos não viriam de colónias superiores, excursionando nas dimensões mais próximas da crosta a fim de realizar em estudos e auxiliar em de alguma forma?
Entre os espíritos, somente bem mais tarde é que tais objectos foram associados à ideia de seres extra-terrestres.
Seriam mesmo?
— Claro que isso é possível — falou o companheiro Alexandre — mas devemos entrar em contacto com a administração de nossa comunidade espiritual antes de tirarmos conclusões precipitadas.
Sabe-se que existem várias moradas na casa do Pai, o universo, todavia, temos de convir que tais avistamentos não são relatados com tanta frequência, nem entre os humanos, nem ao menos aqui, em nosso plano.
A verdade é que existe muito exagero por parte de algumas pessoas.
— Mas será que podemos obter mais detalhes a respeito desses objectos que alguns dizem observar? — perguntou Romanelli.
Creio que muita gente se beneficiará ao conhecer o assunto e poderemos nos instruir quanto a esses e outros temas tão fascinantes quanto intrigantes.
— Certamente, Romanelli, depende sobretudo de você.
De minha parte não há como acompanhá-lo em suas pesquisas, posso, contudo, apresentá-lo a alguns amigos nossos, que, aliás, ficarão muito satisfeitos em aliar-se a você nessa investigação.
— Bem, Alexandre, não é propriamente uma investigação, como você diz, mas é que realmente o assunto desperta em mim tremenda curiosidade e me entusiasma poder ampliar meus conhecimentos sobre certas coisas que, na Terra, não dispomos de recursos para conhecer.
— Desculpe-me a forma de expressão, meu amigo, mas creio que me entende.
Minha única ressalva é: vá com calma.
Como você mesmo sabe, muita gente tem se perdido, devido a ideias extravagantes.
— Mas você acha minha ideia de pesquisar sobre os OVNIS algo extravagante? — indagava Romanelli.
— Não é isso que quero dizer.
Meu alerta parte de alguém interessado em seu próprio bem-estar, em seu aprendizado como e s p í r i t o .
Lá, na Terra, entre os nossos irmãos encarnados, médiuns julgam-se protegidos e assessorados por espíritos que, segundo eles, são extra-terrestres.
Não que eu seja céptico, mas acredito firmemente que não é relevante para nós, que estamos em aprendizado na escola cósmica, se tal ou qual espírito é ou não proveniente da Terra.
Fontes do Mundo Maior afirmam que em nosso globo existem espíritos originários de pelo menos 30 planetas diferentes, em constante e gradual miscigenação com a humanidade terrena.
— Entendo o que você diz, Alexandre, especialmente se levarmos em conta que, se tais espíritos estão de facto na psicosfera da Terra, é porque não são exemplo de evolução.
Seguramente são almas experimentadas, que possuem muitos conhecimentos que ainda não conquistamos, entretanto, se observarmos a lei das afinidades...
— Creio que você me entendeu, amigo.
Chego também a pensar... — calou-se o espírito por alguns momentos.
— Pensar em quê, Alexandre?
Vamos, fale... — instigava Romanelli, cheio de ânimo.
— É que, com essa onda de ETS que invade a Terra, muitos médiuns e dirigentes de casas espíritas têm se esmerado tanto para se apresentarem como canais de comunicação entre os pretensos extra-terrestres e os humanos, que acabam caindo no ridículo.
— Já presenciei casos assim em determinadas visitas que fiz a alguns agrupamentos que afirmam ser espíritas.
O problema é mais sério do que a gente pensa, pois em essência é tudo uma tentativa frustrada de se fazer notado, de chamar a atenção para si.
Já que não obtêm projecção por seu trabalho, tentam a todo custo destacar suas actividades identificando em seus mentores supostos ETS.
— Bem, Romanelli, deixemos para lá os modismos da velha Terra.
Creio que você tem muita coisa a realizar.
Acompanhe-me e lhe apresentarei a um espírito amigo, que decididamente se interessará por suas pesquisas.
Romanelli e Alexandre se dirigiram à administração da colónia espiritual.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jul 02, 2014 9:14 pm

Diante deles, o imenso edifício que se ergue junto a uma alameda florida:
é a base da administração daquela comunidade.
Antes mesmo que penetrassem na estrutura etérica da construção, que abrigava os dirigentes locais, encontraram o amigo.
— Vejo que vem nos visitar, meu caro Alexandre.
— Sim, só que desta vez trago um companheiro muito interessado em suas pesquisas, Ângelo.
Espero que se sintam bem ao lado um do outro.
E, indicando o colega — este é o amigo Romanelli.
— Claro, Alex, que bom que você o trouxe.
Estava mesmo precisando de alguém que pudesse me auxiliar com algumas coisas urgentes.
Qual o seu interesse, Romanelli?
— Bem, na verdade me interesso por pesquisas quanto a seres extra-terrestres e sua actuação em nosso plano, ou mesmo em outros planos da Terra.
— Veio em boa hora, amigo!
Você nem imagina o que está acontecendo por aqui.
Recebemos uma espécie de contacto por parte de seres que se dizem representantes de Capela.
Creio que você já ouviu algo a respeito, não?
Alexandre, disfarçadamente interessado no conteúdo da conversa, insinuou-se.
—Acho que todo espírita já ouviu algo a respeito dos exilados de Capela, mas fazer contacto com eles, recebendo um comunicado: isso é novidade.
— Creio que várias comunidades receberam ao mesmo tempo esse contacto, que solicita resposta.
O modo como esses pedidos chegaram até nós é que foi um tanto incomum.
— Como assim? — perguntou Romanelli.
— Por acaso já ouviu algo a respeito de uma certa estação de comunicação denominada Estação Rio do Tempo?
— Seria aquela que se localiza nas proximidades do plano físico e serve de base para alguns espíritos tentarem contactar encarnados através da chamada transcomunicação instrumental?
— Vejo que está muito bem informado, meu caro — falei para Romanelli.
— Agora quem não entende nada sou eu — retrucou Alexandre.
— Mas é você mesmo que me diz que não tem interesse em pesquisas nessa área...
— Sim, mas...
— Mas se você não se actualizar acabará ficando de fora, não é? — completou Romanelli, com certo ar de deboche bem-humorado.
— Vamos, gente, fale logo; assim eu ficarei mais inquieto ainda...
— Veja bem, Alex — principiei.
Há algum tempo certos espíritos têm incentivado a tentativa de comunicação com os amigos encarnados através de aparelhos construídos com a tecnologia extra física.
Nessa procura, têm ocorrido alguns contactos muito interessantes, predominantemente através de companheiros da Alemanha.
Também os encarnados têm conseguido algo muito expressivo em suas tentativas de transcontacto, como chamam lá, na Terra.
De uns tempos para cá, entretanto, toda a rede de transcomunicação tem sofrido ataques de comunidades das trevas, intentam impedir o progresso que até agora se verifica nesse sector, tão novo e ao mesmo tempo tão atraente.
— E a tal Estação Rio do Tempo, da qual você falou?
O que tem a ver com tudo isso?
— Vá devagar, Alex!
Ocorre que os espíritos dedicados à ciência espiritual e envolvidos com esse tipo de contacto trabalham numa estação equipada com muitos aparelhos que se destinam basicamente a interferir nos meios de comunicação dos encarnados.
Aí está o drama, aquilo que atrai as inteligências sombrias.
Não obstante, deram-lhe o nome de Estação Rio do Tempo.
Após muita dedicação e aperfeiçoamento, a estação não se conectava somente com os aparelhos de televisão, rádio e vários outros, que fazem parte do quotidiano dos encarnados, como também recebia ondas de comunicação procedentes de outras regiões do espaço.
— Mas eu ouvi falar que a Estação Rio do Tempo havia se deslocado de sua base original...
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jul 02, 2014 9:14 pm

— Sim, Romanelli.
Foi também o que ouvimos falar.
Não sabemos ainda como isso se deu, mas é facto que a base de operações teve de passar por algumas m u d a n ç a s radicais, devido às investidas das sombras.
Espíritos vândalos, que pareciam querer impedir os contactos com os encarnados, através da transcomunicação, atacaram de várias maneiras.
Parece-me que os administradores da Estação a transferiram para outro lugar.
Anteriormente, localizava-se numa dimensão fronteiriça com a dos encarnados.
Mas deixando de lado os ataques e a mudança, importa é que a estação é muito conhecida por seus trabalhos prestados a diversas comunidades de espíritos.
Sendo assim, nos transmitiram recentemente a solicitação de contacto enviada por uma equipe de seres que se dizem capelinos.
Imagine que agora toda a administração da colónia está interessada em travar contacto com os tais extraterrestres.
— E onde entra você nisso tudo, Ângelo? — tornou Alexandre.
— Claro que você não desconhece minha característica principal: a curiosidade jornalística.
— Então você...
— Então fui convidado, pela administração da nossa comunidade, a presenciar o contacto e, se possível até, colher informações para, mais tarde, transmiti-las aos amigos desencarnados.
— E aos encarnados também, suponho.
— Se eu tiver uma oportunidade, não hesitarei, sem dúvida.
E, dirigindo-se ao novo companheiro — então, Romanelli, aceita ir comigo?
Já está marcado o dia e o local de encontro.
Iremos juntos à Estação Rio do Tempo!
Se você quiser, é claro.
— Aceito sem titubear.
Não deixaria passar esta oportunidade por nada deste mundo.
— E você, Alexandre, iria connosco?
— Olhe, Ângelo, para "pagar língua", como dizem na Terra, bem que gostaria, mas creio que terá de ficar para outra oportunidade.
Tarefas inadiáveis me aguardam, vim apenas apresentar Romanelli a você.
Por certo terei notícias de suas pesquisas através do próprio comentário jornalístico.
— Então não percamos tempo, Romanelli.
Há muita coisa a ser feita, e creio que você é a pessoa ideal para me assessorar.
Os preparativos consistiam em exercícios mentais, além de algumas aulas de esperanto, afinal, não saberíamos dizer com que língua os forasteiros se comunicariam connosco.
Deveríamos aprender algo na academia de nossa colónia, mesmo um tanto inseguros quanto ao que se fazia necessário estudar.
Preparávamo-nos com imensa alegria e com curiosidade insuperável.
Era uma oportunidade ímpar que se fazia presente para nós.
Mas a surpresa viria mais tarde...
Não usamos volitação para atingir o local onde estava localizada a Estação Rio do Tempo.
A dificuldade em nos locomover em regiões diferentes daquelas com as quais estávamos acostumados nos fez utilizar um comboio, uma condução estruturada em matéria da nossa dimensão e que actuava como veículo de transporte.
Era o que havia de mais moderno em nossa comunidade.
A nave se assemelhava a um balão, em sua forma e leveza.
Deslizava nos fluidos com velocidade alucinante, algo em torno de 1.500km por m i n u t o .
No interior do nosso transporte havia muito conforto, e os efeitos da velocidade não eram sentidos por nós, passageiros.
O comboio era frequentemente utilizado pelos espíritos de nossa comunidade em tarefas de auxílio e de pesquisa em planos diferentes do nosso.
A grande vantagem da utilização de veículos como esse era que não precisávamos consumir energia mental no processo de volitação.
O aparelho era movido por puro magnetismo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Jul 02, 2014 9:14 pm

Bastava seguir as linhas de força do planeta que deslizávamos rumo ao nosso destino.
Além do mais, o transporte tem a vantagem de preservarem-se as energias para a execução das próprias tarefas a que se destina cada excursão, que regularmente requeriam grande esforço de concentração.
Estávamos juntos, Romanelli, Arnaldo — um espírito que se especializara em psicologia entre os encarnados — e um membro da administração de nossa comunidade, o companheiro Alcíades, além de mim.
Com essa tripulação de quatros espíritos, dirigimo-nos às proximidades da Lua, numa região onde estava temporariamente sediada a Estação Rio do Tempo.
O silêncio entre nós era completo.
Creio que todos estávamos tentando conceber como seria o nosso primeiro contacto com os habitantes capelinos.
Nem imaginávamos o que nos aguardava.
Saindo da zona de atracção mais intensa da gravidade terrestre, sentíamo-nos mais leves.
Era como se a força de atracção gravitacional também exercesse influência sobre nossos corpos espirituais.
Afinal, nosso psicossoma ou perispírito, termo usado a definição espírita, tinha algo de material, embora de densidade bem diversa da matéria densa da Crosta.
É composto por elementos dos mais variados, e até os dias de hoje os espíritos do nosso plano permanecem sondando sua intimidade e suas particularidades.
Talvez a gravidade do planeta afectasse também as linhas de força do nosso corpo espiritual, e, agora que nos encontrávamos mais afastados da crosta planetária, tal influência diminuíra de intensidade.
Avistamos ao longe a estação que nos receberia.
Não vimos nada que se assemelhasse a um disco voador.
A estação seria uma espécie de colónia espiritual?
Não saberia dizer com exactidão.
Mas o que vimos acabou nos deixando perplexos.
Aproximamo-nos do local e fomos recebidos por um companheiro espiritual, que se apresentou com o nome de Alfred.
— Sejam bem-vindos, amigos — nos recepcionou nosso anfitrião.
— Quer dizer então que esta é a Estação Rio do Tempo? — perguntei.
— Posso dizer que esta é uma parte da estação, a que vocês podem registar neste m o m e n t o .
Na verdade, a Estação encontra-se em Marduck, numa dimensão diferente daquela em que nos encontramos.
Parte da estação, contudo, é móvel e pode se deslocar com relativa facilidade entre as dimensões, à semelhança do que ocorre com as partículas sub-atómicas, que transita entre as dimensões nos planos quânticos ou campos.
— Creio que não é minha área de entendimento — respondeu o amigo Arnaldo — todavia estamos muito interessados em compreender o papel deste posto avançado, como chamo a Estação Rio do Tempo, no que concerne ao contacto com extraterrestres.
Indicando-nos um local onde poderíamos conversar mais tranquilamente, o companheiro Alfred, que nos parecia vibrante, explicou-nos:
— Na verdade, o papel da Estação Rio do Tempo não é precisamente o de entrar em contacto com inteligências extraterrestres.
Nossa tarefa é entrar em contacto com os encarnados através da tecnologia.
Como não ignoram, em várias partes do mundo os homens têm captado comunicações em seus aparelhos de televisão, rádio e mesmo através dos computadores e demais equipamentos.
Nesse sentido, podemos afirmar com segurança que a Estação Rio do Tempo é responsável pela maior parte dos chamados transcontactos.
— Mas o que a estação tem a ver com os chamados dos capelinos? — ousei perguntar.
— Creio que, devido à tecnologia desenvolvida pelos espíritos que aqui trabalham, antigos pesquisadores e cientistas, nossos instrumentos estejam mais aptos a captar os chamados insistentes dos extraterrestres.
Mas não é esse o nosso objectivo.
Posso assegurar que nossa maior tarefa é a de acordar os homens de ciência para a realidade do espírito, através mesmo dos meios de comunicação que eles utilizam.
É claro que com isso não intentamos diminuir o valor e o trabalho dos médiuns, pretendem os auxiliar a humanidade na posse de sua consciência cósmica.
Estamos convencidos de que a transcomunicação passa por momentos graves entre seus representantes e pesquisadores na Terra, contudo temos muita esperança no futuro.
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