LUZ ESPÍRITA
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“DEIXE-ME VIVER” - Luiz Sérgio / Irene Pacheco Machado

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“DEIXE-ME VIVER” - Luiz Sérgio / Irene Pacheco Machado - Página 4 Empty Re: “DEIXE-ME VIVER” - Luiz Sérgio / Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 18, 2011 9:24 pm

O querido cunhado lhe prestaria as devidas atenções e tudo bem.

Tendo colada a seu corpo uma mente perturbada, Isabelle começou a apresentar desequilíbrio emocional, chorando, quebrando tudo, acusando o cunhado.

Não esqueçamos que ela só tinha dezasseis anos.
Médicos foram chamados, exames pedidos, resultado:
um pouco de anemia e cansaço mental.

Mas Isabelle piorava cada vez mais.
Ouvia a voz do filho lhe dizendo: assassina! assassina!
Ela nem mais dormia.

Nós três orávamos, enquanto Zeus cuidava do perispírito do abortado e da saúde de Isabelle, mas, no estado em que se encontrava, o tratamento pouco êxito alcançava.

Já se passara uma semana, quando me propus a intervir da minha maneira.

Encostei-me no abortado, que aqui chamarei de Yves, e lhe falei:
- Companheiro, não vê que está perdendo tempo colado em uma matéria que lhe rejeita, quando no mundo espiritual será tratado, amado e resguardado?

Não percebe que está perdendo precioso tempo?
Nós, hoje, vamos embora e você ficará lutando com esse corpo fetal para permanecer ao lado de sua mãe, quando ela não lhe quer.
Dia mais, dia menos, será retirado daí e chorará pelo tempo perdido.

- Não sairei, Vou matá-la, como fez comigo!
- Deixe disso, Yves, você é o único prejudicado.
Hoje Isabelle está doente, mas logo vai receber tratamento físico e espiritual e ficará boa.
Quanto a você, já perdeu um bom tempo.

- Engana-se, ninguém conseguirá tirar-me daqui.
Vou sugá-la até o último fluido.
Sei de vários casos como o meu, em que a mulher nunca mais foi feliz.

- É justo fazer isso?
Um crime não justifica outro.
Deixe Isabelle e vamos voltar à colónia divina.

Quando dei por encerrado o diálogo, Yves parecia uma bola, de tão encolhido, e em Isabelle ocorreu outra hemorragia, sendo levada às pressas ao hospital e, mais uma vez, o poder do cunhado abafou o escândalo.

Ficou vários dias internada e nós tentando ajudá-la, bem como ao Yves.

Mas os dois relutavam em receber ajuda.
O ódio pelo cunhado era tanto que Isabelle só desejava morrer, dificultando o nosso trabalho.

Zeus muito fez por aqueles dois sofridos espíritos.
Isabelle morria a cada dia e os mais capacitados médicos não compreendiam o que estava acontecendo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 18, 2011 9:24 pm

Foi então que Lélis, aproximando-se do útero de Isabelle, começou a fundir-se nele.
De pronto percebemos que Yves já não se encontrava no útero de Isabelle e, sim, no útero de Lélis.

Zeus aproveitou esse momento para adormecê-lo e, num átimo, Lélis partiu com Zeus, ficando somente eu e Misael, que dava passe em Isabelle.

Aquela garota, menina ainda, já vivia tão triste realidade.
Misael cuidava de Isabelle, quando o médico encarnado entrou.

Que surpresa!
A menina estava bem, muito bem.
Convidado fui a me retirar.

Lá fora, perguntei ao médico Misael:
- O que será dessa menina?
Queira Deus não pratique outro aborto.

- Não acontecerá.
Jamais ela terá outro filho, ficou estéril.
- Quê? Você está falando sério?

Ele não me respondeu, só me enlaçou os ombros e ganhamos a rua, deixando para trás um facto comum que actualmente enfrenta a sociedade, mas que, por comodismo, ignora;
um facto doloroso de liberdade sexual, quando as jovens nem percebem que estão sendo usadas e jogadas fora.

Nunca a mulher foi tão ultrajada como hoje, nem no tempo de Moisés.
Mas muitas jovens acham que estão "abafando", vivendo a vida. O que fazer?

Apresentar Cristo para a família, fazendo com que ela descubra as verdades espirituais.
Nos nossos dias o que os pais mais fazem é levar seus filhos para o caminho do materialismo.

Se eles não mudarem urgentemente o seu relacionamento com os filhos, teremos sempre casos como este para narrar.

Os jovens ficam sem rumo quando os pais deixam de ser os seus heróis.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 18, 2011 9:25 pm

Capítulo XVI - "NÃO MATARÁS"

- Porque a preocupação? interrogou-me Misael, vendo-me pensativo.

- Amigo, estava pensando como os encarnados são injustos.
Vivem dizendo que não são ajudados, enquanto a espiritualidade tanto se esforça pela felicidade deles.
Veja a Lélis o que fez por Isabelle.

Misael nada mais falou, apenas tocou suavemente em meus ombros.

- E agora, aonde iremos?
- Juntar-nos aos outros no auditório da Casa Espírita.

Confesso que me achava muito triste.
Não me conformo dessas meninas dormirem hoje com um, amanhã com outro, sem temer as consequências.
A sorte é que a mocidade passa rápido, mas enquanto isso irão semeando espinhos nas suas estradas.

Ao chegarmos, lá estavam os outros irmãos:
Aloísio, Amintas, Hápila e doutora Kelly.
Sentei-me ao lado de Aloísio.

- Luiz, parece que você viu um fantasma!.., disse-me, sorrindo.
- E vi. O fantasma do ódio e da inconsequência.

O auditório estava lotado.
Todos respeitosos e sérios junto aos abortados.
Sem demora entrou o palestrante: doutor Antero.

A plateia, silenciosa, embevecia-se com as palavras do querido Espírito:
- Deus, Criador incriado de todo o Universo, um dia criou o homem.
Todo cuidado foi tomado, e com que carinho o Pai plantou a semente da vida!

Recordemos esta bela parábola, em Mateus, Capítulo 21, v.33:
Havia um proprietário, que plantou uma vinha, circundou-a com uma paliçada, cavou nela um lagar e edificou uma torre, e entregou-a a uns lavradores e saiu do país.

Estas palavras de Jesus levam-nos a buscar em Isaías, Capítulo 5, V. 1-2:
Cantarei ao meu bem amado o cântico do meu parente sobre a sua vinha.

O meu amado adquiriu uma vinha, plantada numa colina fertilíssima.

Cercou-a duma sebe e tirou dela as pedras, plantou-a de cepas escolhidas, edificou uma torre no meio, construiu na mesma torre um lagar;
esperava que desse boas uvas, mas produziu labruscas.

Vejam como as Escrituras precisam ser analisadas, só assim a Doutrina Espírita será compreendida.

No Livro dos Espíritos encontramos, nos Prolegómenos:
Porás no cabeçalho do livro a cepa que te desenhamos, porque é o emblema do trabalho do Criador.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 18, 2011 9:25 pm

Aí se acham reunidos todos os principais elementos que melhor podem representar o corpo e o espírito.

O corpo é a cepa;
o espírito, o licor;
a matéria, o bago.

Juntando esses preceitos, percebemos que em todos eles encontramos uma só verdade:
os cuidados tomados pelo Criador com Sua grande obra: o Ser.

Só mudam os nomes dados ao corpo e ao espírito, mas a verdade é uma só:
Deus, ao criar o espírito, providenciou as defesas "tomado de cuidados".

O lagar consistia numa pedra com inclinação, cavando-se num plano mais baixo, local por onde escorria o vinho.

Em O Livro dos Espíritos a cepa é o corpo - matéria;
o espírito é o vinho. Isaías tenta nos mostrar o início da evolução.

O lagar é uma pedra, mas nela está o vinho, o espírito;
é cercado pela torre (aí está o Planeta), construído para habitação dos vinhateiros (as criaturas).

Como podemos perceber, Deus tomou mil cuidados ao criar o ser.

O espírito, formado da quintessência dos fluidos existentes no Universo, percorre o reino mineral - quando a chama eterna dorme na pedra o sono preparatório para uma longa caminhada.

Depois, no reino vegetal - entre folhas, flores e frutos, ela ainda sonha, já se sente útil, doando ao mundo o que tem de bom.

No reino animal, o ser criado já se prepara para rastejar, andar, saltar, voar.

Nesse reino a chama eterna se prepara para ser homem; desenvolvendo a capacidade de equilíbrio, o movimento muscular, tenta libertar-se da força da gravidade.

Aprende a rastejar, andar, nadar e voar.
Depois chega ao reino hominal onde, após muito aprender, recebe o diploma do livre-arbítrio.
Como vêem, quantos cuidados tomou Deus para com as Suas criaturas!

Por isso Jesus pronunciou esta bela parábola:
Olhai as aves do céu. Mateus, CapítuloVI, w. 25 a 27:
Não andeis cuidadosos da vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem para o vosso corpo, o que vestireis.

Não é mais a alma do que a comida, e o corpo do que o vestido?
Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem fazem provimentos nos celeiros, e contudo vosso Pai celestial as sustenta.

Porventura não sois mais do que elas?
E qual de vós, com as suas preocupações, pode acrescentar um côvado à sua estatura?

Aqui, Jesus é muito explícito, quando mostra aos homens o quanto ele é importante para Deus, pois já possui inteligência e a ave ainda está aprendendo a voar e a andar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 18, 2011 9:25 pm

O homem, que já passou pelos diversos reinos, ainda reluta em embelezar sua alma;
embora já possuindo inteligência, ainda é inculto em sabedoria e por isso não pode acrescentar um côvado à sua estatura, principalmente a espiritual.

O crescimento espiritual é feito de renúncias e muito amor. Hoje o homem mata os seus primeiros sonhos, quando não respeita Deus nem as Suas criaturas.

Precisamos valorizar o homem, dizer-lhe o quanto é importante para Deus e que não pode, por isso mesmo, jogar fora as oportunidades.

- Hoje - continuou o nosso irmão palestrante - inconsequentes médicos, que recebem a tarefa de salvar vidas, fundam clínicas da morte, apenas por míseras moedas;
mulheres, que um dia foram escolhidas por Deus para fecundar no seu corpo outros corpos, matam sem compaixão.

A mulher tem a tarefa de transportar os espíritos que precisam reencarnar e ai daquelas que jogam fora essa oportunidade!
O trabalho dos departamentos espirituais tem de ser respeitado.

Estamos aqui para que os espíritos psicógrafos digam aos seus leitores:
lutem contra o assassinato desumano que ocorre todos os dias, bem junto a vocês.

O corpo do homem é também importante, ele foi preparado para vestir o espírito que retoma à terra.

Porque destruí-lo?
Será que os médicos aborteiros ou as curiosas conhecem a beleza dos corpos humanos?

Será que eles sabem que um feto tem vários corpos?
E o trabalho que dá ajuntá-los para uma longa viagem?
O corpo material é o corpo orgânico, sujeito à morte.

O corpo espiritual é semi-material, com energias e fluidos, destinado a ligar o espírito ao corpo, mas que se transforma após a morte.

Este corpo, chamado perispírito, pode ficar deformado pelos abusos do espírito;
também pode sofrer modificações exigidas por futuras encarnações, para adaptar-se às novas formas e às novas determinações genéticas e hereditárias.

É no perispírito que se encontram os centros de força que organizam o corpo material.
O perispírito é uma usina energética;
é dele que partem os fluidos espirituais.

Destruir esses corpos, separando-os através do aborto, é violentar um trabalho divino, é rasgar inúmeras páginas do livro da vida.

Se o homem buscar as verdades espirituais, tornar-se-á menos inconsequente.
O que se vê, hoje em dia, é difícil de acreditar:
muitos homens matam, roubam, traem, apenas para servirem a si mesmos.

Será que eles ignoram que um dia terão de prestar contas?

E ai daqueles que não aproveitarem bem a encarnação! O Senhor tornará à terra para levar Consigo os que tiverem permanecido fiéis às leis divinas, e uma delas é:
"não matarás".
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 18, 2011 9:26 pm

Com a liberação do sexo, está-se tornando mais difícil a reencarnação Os casais, distanciados do amor, apenas se juntam para satisfazer o desejo, desejo este muitas vezes forjado por estimulantes.

Como preparar a descida de um espírito em vasos tão infectados pela falta de moral e de amor?
Como fazer germinar em um ventre materno uma semente divina, quando esse ventre está bem longe de ser a manjedoura de Deus?

Precisamos orientar as Casas Espíritas, pedindo aos seus dirigentes que promovam campanhas esclarecedoras sobre o aborto.

- Queríamos que os encarnados soubessem - prosseguiu - que a conjugação entre os corpos espiritual e físico não se faz ao acaso, depende de um trabalho imenso, ainda desconhecido pelos homens.

Não adianta algumas mulheres gritarem que são donas do seu corpo.
Nenhum espírito é ligado a uma mulher sem uma atracção específica.

Não podemos esquecer que o espírito reencarnante sofre várias alterações, não somente na sua organização perispiritual, como no seu espírito.

Para retornar o espírito à carne, seu corpo perispiritual sofre um processo de redução, de concentração, para um perfeito encolhimento.

Isso tudo ocorre não por acaso, mas obedecendo a leis.
O ser formado jamais estaria alojado no ventre materno em consequência de um acaso biológico, e muito menos o seu pólo sexual.

O espírito é o soberano que precisa reinar no útero nove meses, onde aproveita os potenciais genéticos dos pais, porém ele é o grande rei.

Por isso mesmo o espírito, sendo expulso pela mãe através do aborto, poderá ficar colado ao perispírito materno, levando a mãe ao desequilíbrio.

O aborto é um crime perverso que deixa gravada na consciência de quem o pratica uma tarja negra de remorsos.

Queira Deus os homens lutem pela paz, principalmente a paz da consciência.

O sexo não é pecaminoso;
condenável é o excesso, o abuso, a falta de respeito às leis morais estabelecidas por Deus.

O sexo é necessário para que se opere a renovação dos seres que desencarnam, mas brincar com ele é como colocar uma arma em mãos infantis:
sérias consequências advirão.

Oramos para que o homem, principalmente a laboriosa classe médica, se levante em defesa dos inocentes, para que seus corpos não mais enfeitem as cestas de lixo.

Ninguém recebe uma tarefa para jogá-la fora, lembremo-nos disso.
Que Deus nos ampare nesta missão de amor e luta. Felicidades.
Meus olhos percorreram o recinto.

Fitei meus companheiros e pensei:
"como deve ser triste ser assassinado pelos próprios pais!"

É difícil imaginar que Deus criou um ser simples e inocente e ele se perdeu, inebriado, no mar infinito do materialismo.

- É, Luiz Sérgio - falou o jovem Aloísio, interrompendo meus pensamentos.
Hoje o que mais se vê são homens duros e maus, que parecem inclinados só a matar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 19, 2011 9:18 pm

Às vezes observo o trânsito:
as pessoas, como se enlouquecidas ao volante, não dirigem o carro, este é que as domina;
manobram perigosamente, xingam, ultrapassam no momento errado, enfim, ninguém é irmão no trânsito, é a lei da vantagem e do grito.

Concordei com o que dizia e depois indaguei:
- Como foi o seu desencarne?

Ele sorriu.
- Não foi no trânsito, não.
Desencarnei em um desastre de avião.

Calei-me.
Entendi que não desejava recordar e, para mim, amigo é um relicário, cuja chave se chama respeito.

- Compreendendo teu silêncio, Hápila falou:
- Ainda bem que sou seu amigo.
Mas o que achou da palestra, Luiz Sérgio?

- Muito boa, boa até demais, não mereço tanto.
- Olhe a falta de humildade!...
Dizem sempre os mentores:
aquele que proclama humildade é porque o orgulho mora no seu coração.

Sorrimos.
Amintas aduziu, com grande propriedade:
- Comovemo-nos diante de grandes tragédias, assassinatos, conflitos, assaltos, sequestros, todavia um crime desumano existe:
o aborto, porque é praticado no silêncio de um lar;
no mais das vezes, é de dentro dele que parte a ideia do crime a inocentes seres cujos braços frágeis não podem defender-se.

Eles ainda não falam, não gritam, apenas sofrem, ainda mais porque quem os mata são sempre os que deveriam amá-los: seus pais, sua família.

É mesmo, amigo.
Onde andam os defensores dos direitos humanos?

O Brasil logo será reconhecido como campeão mundial do aborto.

E quem vai levantar a taça covarde e suja de sangue?

- O povo brasileiro - respondeu doutora Kelly.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 19, 2011 9:18 pm

Capítulo XVII - A INFLUÊNCIA DE FABRÍCIO SOBRE A MÃE

Saí, cabisbaixo, não me conformando com o descaso do povo brasileiro, referente à matança dos fetos, embriões divinos que precisam voltar ao mundo físico para completar o ciclo da vida.

Por que tamanha indiferença, quando tanto se fala em preservação da Natureza?

Defendem a ecologia, os direitos humanos, os direitos sindicais, os direitos do consumidor, mas poucos levantam a voz em defesa do feto, da criança do amanhã.

As aborteiras quase não existem mais.
Hoje os abortos estão sendo efectuados em clínicas bem instaladas e por médicos que um dia juraram salvar vidas.

Não me conformo com a ganância do homem e com a decadência da mulher, quando elas nasceram com a responsabilidade de fazer dos seus filhos homens de bem e não o que estamos presenciando.

Factos tristes, muito tristes:
a mulher mata sem piedade quem dela tanto precisa.

Quando Deus lhe ofertou o mérito da maternidade, foi por desejar uma cooperadora, por isso ela conta com o auxílio divino.

As mães têm a missão de gravar na alma humana a bondade de Deus.
A mulher que aborta está fracassando em sua tarefa divina.
Assassinando o próprio filho, ela está matando as esperanças de Deus.

Aloísio chamou-me à realidade:
- Luiz, por que a tristeza?

Olhei-o com carinho e apenas sacudi a cabeça.
Não queria falar, sentia uma vontade muito grande de chorar.

Doutora Kelly convidou-nos a retornar ao Departamento da Reencarnação, onde Fabrício se preparava para retornar à carne.

Chegamos logo, sendo recebidos por Constança, uma simpática irmã, cujo perfume sentimos ao nos aproximar:
- Sejam bem-vindos!
- Muito trabalho, irmã? Perguntou doutora Kelly.

- Sim, ainda mais porque hoje o ser humano encarnado não deseja assumir responsabilidades e um filho é mais que uma responsabilidade, é a renúncia da própria vida e poucos pensam nos outros.

Mas sei que vieram acompanhar o irmão Fabrício no difícil caminhar da reencarnação. Vamos até ele?
Seguimos a irmã, que levitava, assemelhando-se a um anjo das histórias religiosas.

Não me contive, acercando-me dela:
- Sabe, irmã, que é linda demais?
- Os seus olhos é que plasmam beleza em mim.

Sou-lhe grata por isso.
Continuou andando.
O sorriso era a moldura do seu lindo rosto.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 19, 2011 9:18 pm

Encontramos Fabrício reclinado em uma cadeira.
Levantou-se, cumprimentando-nos.

Doutora Kelly falou-lhe:
- Estamos prontos a acompanhá-lo.

O Luiz Sérgio precisa escrever um livro esclarecedor e achamos prudente narrar o seu reencarne.

- Irmã, não desejo reencarnar, já avisei os irmãos do Departamento que a família escolhida para me abrigar não me deseja, é inútil insistir.

- Não temos autoridade para julgar o seu caso, aqui estamos como aprendizes, respondeu Misael.

Nisso, Constança, acercando-se dele, falou:
- Hoje, irmãozinho, teremos outro encontro com seus futuros pais.
Lembre-se de tudo o que aprendeu aqui.

Inclinando-se, em total respeito, respondeu:
- Mesmo contrariado, estarei na sala dez, esperando-os.

- Agradecemos, Fabrício, e lhe desejamos muita paz.
Constança afastou-se e nós a acompanhamos.
Confesso que me encontrava já impaciente, não vendo a hora do tal encontro.

Mas ainda tivemos de assistir a várias aulas até o esperado momento.
Ao chegarmos à sala dez, uma música suave energizava o ambiente, assim como a luz verde-água.

Fabrício já aguardava os futuros pais.
Em determinado momento, vimo-los entrar, meio assustados, em desdobramento perispiritual.

Percebemos o olhar de amor de Fabrício para Marina, a jovem de dezoito anos, que estava diante dele.
O jovem que a acompanhava, Rogério, olhou-o com indiferença.

Constança interveio:
- Queridos Rogério e Marina, qualquer relação sexual tem por fim um compromisso e o de vocês é receber Fabrício como filho.

Rogério gritou:
- Filho? Nem pensem nisso! Estamos é aproveitando a vida.
- Muito certo. São jovens, podem aproveitar a vida, mas o sexo não é parque de diversões.

Sexo é um elemento precioso na máquina da vida.
Podemos mesmo dizer que é um órgão divino, muito respeitado por Deus, por ser através do seu trabalho que se fazem as ligações entre o plano espiritual e o plano físico.

O sexo não é só o prazer, é luz que, projectada equilibradamente, forma um caminho para os espíritos prosseguirem viagem.

- Já estivemos muitas vezes aqui e vocês não desistem, não é mesmo? falou Marina.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 19, 2011 9:19 pm

- Como desistir, se todos estão ligados pelos fios dos compromissos pretéritos?
Não somos nós nem Deus que desejamos o seu reencontro.
Fabrício pertence à família de vocês, por isso estamos aqui, apenas para aproximá-los.

Há muito vocês estão tentando acertar.
Na última encarnação ele foi seu pai, Marina.
Na penúltima o irmão de Rogério. Por que agora o rejeitam? indagou Constança.

- Simplesmente, porque não queremos filhos - respondeu Rogério que, olhando para Fabrício, perguntou-lhe:
- E tu, queres ser nosso filho?
- Não. Prefiro ficar aqui, onde tenho amigos.

- Está vendo, senhora? Nem ele deseja reencarnar.
Estávamos assistindo à entrevista daqueles seres que precisavam estar unidos pelos laços familiares.

Sei que depois de muitos minutos Constança convenceu o casal a receber Fabrício e ficou acertada a volta do irmão pelo ventre de Marina.

Falei para Aloísio:
- Isso não vai dar certo, outro abortado...

- Oh, Luiz, nem pense nisso!
Encontros como este existiram muitos e sempre Rogério e Marina relutavam em receber Fabrício, mesmo dizendo sim a Constança.

Chegado o grande dia, Presenciamos a luta do espírito desencarnado para se despojar de certos fluidos do mundo espiritual e assimilar outros do plano físico.

Um trabalho imenso da espiritualidade.

Tudo preparado:
o mapa da vida física de Fabrício e o adormecimento da sua mente, depois a redução perispiritual.

Os construtores, com os técnicos, entregaram Fabrício, mais uma vez, à equipe da reencarnação.

Ele agora era um ovo, desenvolvendo-se no útero de Marina.
Alojado naquele ventre jovem, iniciava a sua vida fetal.

Como toda gravidez inesperada, ocorreram comentários, assombro, revolta e o desejo de impedi-la.

Mas, graças a Deus, Marina e Rogério resolveram aceitar Fabrício como filho e ele ali estava protegido pelo sentimento da mãe.

Íamos agora para outro trabalho, quando doutora Isis foi chamada para prestar socorro à Marina.
Encontramo-la deitada, pálida, ou melhor, cadavérica.

Perguntei a Constança, que ali já havia chegado:
- O que aconteceu?
- A irmã está com suspeita de hepatite.

Misael aplicou-lhe passes magnéticos, detendo-se, particularmente, na região do fígado.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 19, 2011 9:19 pm

- Como contraiu tal enfermidade? indaguei.

Doutora Kelly respondeu:
- A mulher grávida, além de abrigar o corpo orgânico do espírito reencarnante, dele recebe também as vibrações mentais.

A mulher se funde com o espírito do filho. Recordemo-nos das árvores enxertadas, é caso semelhante.

Nos nove meses de gestação, a mulher grávida quase perde a personalidade.
Muitas vezes os pensamentos são do ser que ela abriga em seu ventre.

- E ela, não influência o feto? perguntei.

- Sim, é uma permuta de sentimentos.
Assim como Marina actua na formação do corpo físico de Fabrício, ele também actua no dela e a doença de Marina é proveniente da hepatite de Fabrício, que foi impressa na mente de Marina.

Não só os corpos estão ligados;
as mentes de ambos também.

A partir desse instante, Isis iniciou a dispersão mental, para aliviar a doença de Marina.

Eu prestava muita atenção ao quadro clínico, quando foi projectada, sobre a mente de Fabrício, a cura da doença que motivou o seu desencarne: a hepatite.

Os pais de Marina, já gostando do neto, tudo faziam pela recuperação da filha.

Tanto que, mesmo sendo orgulhosos, e um tanto inconformados de a filha casar-se grávida, agora só queriam a saúde de Marina.

Testemunhamos a cura de uma doença espiritual.
A hepatite de Marina era, na verdade, a projecção da mente de Fabrício.

E o médico do mundo físico estudou muitas horas o fenómeno vivido pela paciente Marina que, de uma hora para outra, ficou curada, não encontrando explicação para o "milagre".

Pude, então, perceber por que muitas mulheres mudam tanto no período da gravidez.

É como se elas adquirissem uma dupla personalidade.
E feliz da mulher que abrigar em seu ventre uma criança portadora de bons sentimentos!

Ficamos mais uns dias observando o caso e Presenciamos a alegria de Marina à espera do filho.

Rogério desejou casar-se, mas os pais fizeram ver-lhe que o importante em um relacionamento é o amor e o respeito.

Forçar dois jovens a iniciar uma vida a dois somente para prestar contas à sociedade é ser mais hipócrita do que essa sociedade, que cobra santidade, quando assiste com indiferença aos mais baixos actos de maldade, como sequestros, assassinatos, exploração de menores, prostituição, aborto, criança abandonada, velhos carentes de amor, corrupção.

Aqueles pais eram gente com "G" maiúsculo, respeitadores da sagrada família aqui na terra.
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“DEIXE-ME VIVER” - Luiz Sérgio / Irene Pacheco Machado - Página 4 Empty Re: “DEIXE-ME VIVER” - Luiz Sérgio / Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 19, 2011 9:19 pm

Com pais como esses, Marina e Rogério um dia iriam ter um lar alicerçado no amor e no respeito, como foram criados.

Muitas vezes os pais obrigam as crianças a se casar, quando elas, de há muito, "mantêm" o casamento.

Saímos daquela casa, desejando que Fabrício fosse um bom filho e Marina, uma digna mãe.

- Isis, já falei sobre as gestantes que enjoam em outro livro meu.
Queria que você nos elucidasse a respeito desse desconforto orgânico.

Isis, sorrindo, respondeu:
- Isso ocorre possivelmente de um desequilíbrio espiritual.
Quando mãe e filho estão vivendo em sintonia, isso não acontece.

Mas se o filho não desejar comer mamão, por exemplo, e a mãe sim, aí vem o enjoo.

É mais um factor mental.
Os dois precisam viver em harmonia.

Se o espírito do reencarnante jogar emanações desequilibradas sobre o organismo materno, este, ao absorvê-lo, se desequilibra e vêm as náuseas.

A mulher que não enjoa, ou tem um domínio maior sobre o reencarnante ou vivem os dois num mar de harmonia;
mesmo quando o reencarnante deseja comer jiló, que ela detesta, ela come para que o filho se sinta feliz e vice-versa. Um completa o outro.

Conheci um caso em que os dois não combinavam quanto à alimentação mas, mesmo assim, a gravidez foi tranquila, os dois eram espíritos amigos.

- Complicado, não, Ísis?
- Luiz, para tudo se faz curso, para ter um filho, não.
Muitas mulheres recebem um filho sem preparo algum.
Só na espiritualidade existe essa preocupação.

As casas religiosas e as autoridades deveriam tomar rotineiros os cursos para casamento e recebimento de filhos, quando o jovem e a jovem completassem idade para isso.

- Porquê, Isis?
- Simplesmente, porque estão brincando com o casamento e com a maternidade.
O que mais se vê, hoje em dia, é casamento desfeito e criança abandonada, mesmo em casas confortáveis.

Muitos pais não querem sacrificar-se pelos filhos e mais tarde colherão lágrimas e desespero.

Fico muito triste quando vejo bebés mal cuidados.
Como sofrem pelas fraldas sujas e molhadas, pela preguiça dos pais!

Não esterilizando os utensílios do bebé, sucedem-se as diarreias que levam à desidratação;
os bebés são entregues a serviçais sem preparo, porque as mães desejam viver comodamente e nada fazem pelo bem dos filhos.

As assaduras são constantes, porque as mães não sabem que têm de lavar os órgãos genitais após a urina e a defecação.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 19, 2011 9:20 pm

As sopas das crianças são compradas em supermercados ou mal feitas, sem o mínimo capricho, porque perfeição é tempo e muitas mulheres não têm tempo para os filhos.

As crianças sofrem e nós junto a elas.

- Pode dizer-nos, Isis, o que torna uma criança feliz?

- Vou dizer, contrariamente, o que faz um filho infeliz e o leva à marginalidade:
faça-o sentir-se rejeitado, inferior e desprezado;
bata em seu filho a qualquer momento, mostrando que você é o chefe;

não mantenha disciplina; não lhe dê ocupação;
minta para ele; briguem, pai e mãe, diante do filho;
critique o vizinho, os sogros, os amigos;

vá contra o professor por tentar educar seu filho;
deixe-o à frente da televisão, diante de filmes violentos e com cenas de sexo;

deixe-o longe da religião;
não procure saber quem são os amigos do seu filho;

deixe-o ficar na rua até altas horas da noite;
consinta que trate mal os empregados;
furte alguma coisa diante dele; seja áspero com as pessoas;

não dê amor e compreensão ao seu filho;
não o leve a passeios, ao cinema, ao teatro, aos concertos, não o ensine a amar a música e a Natureza.

Presenteie-o com brinquedos violentos, mande-o revidar as ofensas e quando brigar, aplauda-o, principalmente quando bater nos amigos;

diga-lhe que precisa pisar nos outros para vencer na vida;
não o apresente ao Cristo;
deixe-o fazer o que deseja, mesmo ferindo os outros;

xingue-o com palavrões;
seja avaro com o alimento que ele come;
cobre dele tudo o que você faz ou fez por ele, enfim, Luiz, tudo isso leva uma criança à marginalidade.

Aí, coitada, os pais falharam na sua educação!
- Isis, você luta pelo direito da criança, não é mesmo?
- Lutamos pela felicidade do ser e ninguém pode ser feliz ao lado da marginalidade.

A criança mal-educada hoje será o desajustado de amanhã.

Precisamos criar cursos em colégios, faculdades, Centros Espíritas, centros comunitários e outras entidades sobre o casamento e a criação de filhos, porque se continuarmos assim como estamos o mundo vai chorar mais ainda do que está chorando agora.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 19, 2011 9:21 pm

Capítulo XVIII - A SÚPLICA DOS ABORTADOS

Após breve pausa, continuei a conversa com doutora Ísis:
- Desculpe-me, mas é certo forçar os filhos a adoptar uma religião?

- Forçar, não.
Entretanto, está constatado que os delinquentes vieram de lares sem o Cristo.
A família tem de dar ao filho exemplos cristãos.

De nada adianta obrigá-los a ir à missa, aos cultos, às reuniões espíritas, se em casa falamos palavrões, tratamos mal os serviçais, não gostamos dos sogros, somos avaros, enfim, vivemos longe dos ensinamentos cristãos.

A família tem por obrigação colocar no coração das crianças os reais valores da vida.
Um casal que não lesa a sociedade e respeita as leis dificilmente terá um filho delinquente.

Pequenas mentiras maternas deixam marcas terríveis na personalidade de uma criança.
Somente os nobres exemplos familiares poderão cultivar nos filhos os valores morais que levam o homem à vitória.

É obrigação dos pais ajudar os filhos a desenvolver um carácter elevado e nobre, que permanecerá para a vida eterna.

Por isso, Luiz Sérgio, poucos possuem a coragem de educar um filho, achando mais fácil interromper uma vida, buscando o aborto como solução.

- Como pediatra, a irmã deve presenciar tristes casos, não é verdade?
- Sim, meu amigo.
Por isso estou-lhe dizendo que são de grande proveito cursos preparatórios para o casamento e para o recebimento de um filho.

- Por que as Casas Espíritas não iniciam tais cursos?
Não deixa de ser um tipo de evangelização.

- Tem razão. Esperamos que parta da Casa Espírita esse trabalho tão útil à felicidade do ser humano.

Interrompemos a conversa, porque fomos chamados por Antónia, que no departamento dezasseis nos aguardava.

Para lá nos dirigimos e qual não foi a nossa surpresa quando reencontramos os que, junto a outros médicos, prestavam auxílio a Lélis, que me pareceu adormecida.

- O que aconteceu?
Ela está doente? perguntei ao doutor Zeus.
- Sim. Ao decidir desligar o abortado de sua mãe, Lélis sofreu um choque.

- Choque? Então por que fez isso?
Imaginei que ela tivesse conhecimento desse método socorrista...
- E tem. Lélis juntou-se a nós para efectuar tal trabalho.

Confesso que não entendi, mas me calei.
Lélis ressonava e, com espanto, percebemos que o abortado ainda estava ligado a ela;
o feto abrigava-se no ventre de Lélis em busca de protecção.

Aí, os médicos iniciaram a separação, aplicando passes em Lélis e em Yves, o abortado.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 19, 2011 9:21 pm

Ele adormeceu e foi sendo afastado carinhosamente.
Era uma operação de amor, não uma cesariana.
Yves foi retirado de Lélis.

Ele, que estivera no ventre de Isabelle durante três meses, tinha uns oito centímetros e pesava menos de meio quilo, isto é, quando ligado ao físico.

Foi projectado um filme sobre o aborto de Yves e percebemos que ele já estava engordando, e um dos trabalhos dos médicos foi apagar esta programação da mente de Yves.

Na redução perispiritual é feita uma preparação para o espírito, que fica gravada na sua casa mental, principalmente a hora do parto.

No momento do aborto, quando a mulher inicia as contracções, a mente do reencarnante julga que está na hora de buscar as membranas que rodeiam o colo do útero materno, através do qual ele terá de passar, e tenta ganhar o espaço existente, da pélvis da mãe.

Quando ele transpõe as frágeis membranas, percebe que ainda não possui forças para vencer todos os obstáculos e se desespera, gritando por socorro.

Enquanto isso, o colo do útero se encurta e se dilata, porque é forçado e, não, natural.
Contrai-se mais fortemente o fundo do que o colo permite, de tal forma que chega a maltratar o feto.

Tudo isso leva o abortado ao desespero.
Agora os médicos espirituais tentavam apagar tais cenas da tela mental de Yves.

Enquanto se trava uma luta imensa para ajudar um espírito rejeitado, a mulher muitas vezes já está no segundo ou terceiro aborto.

Senti por Lélis um grande amor.
Bendito o espírito que trabalha unicamente para ajudar o seu próximo!

Yves foi levado para um departamento de recuperação e Lélis ali ainda permaneceria algumas horas.

Retiramo-nos.
Saí na frente do grupo.
Queria respirar.

Pensava:
"um aborteiro não imagina o que o espera no mundo espiritual".
Ninguém deve atrapalhar as programações reencarnatórias, e o nascimento de uma criança é, para a espiritualidade, um momento de amor e respeito.

- Pobre Yves, quanta luta para renascer!
Por quanto tempo ainda ficará perturbado? pensei em voz alta.
- Esperamos que muito breve esteja apto a retornar, respondeu-me Kelly.

- Vocês vão mandá-lo de volta àquela casa de loucos?
- Luiz, Yves precisa de Isabelle e ela dele.
Queira Deus desta vez ela encontre um parceiro digno, que a ampare e ame.

Nada retruquei.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 19, 2011 9:22 pm

Quando alcancei o jardim, um grupo de abortados cantava esta canção:
"Não me mate, não, Não me mate, não.
Preciso viver, Preciso viver.
Dê-me sua mão, Mãezinha.
Por que não me querer?

Sou tão pequeno...Preciso tanto
Do seu ventre de mulher...
Não me mate, não,
Deixe-me viver,
Sou um pedaço do seu ser.

Tudo me parece noite,
Não me faça sofrer.
Porque me quer maltratar?

Só quero nascer, Venha me ajudar.
Estou cansado de chamar o seu nome.
Só quero ficar ao seu lado, Mãezinha.
Minha estrela polar, ilumine o meu cajado,
Na bondade do seu olhar.

Não deixe ninguém me matar,
Me abrigue em seu lar, Mãezinha."


Espíritos deformados pelo aborto cantavam esta súplica e toda a nossa equipe deixou cair lágrimas de tristeza por um mundo tão materialista, que ainda mata sem piedade os sonhos do próximo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 20, 2011 11:01 pm

Capítulo XIX - REENCARNES PARA A RENOVAÇÃO DA TERRA

- Um aborteiro sequer imagina o mal que está fazendo ao seu próximo e a si mesmo.

Bastava lembrar que, se sua mãe o tivesse abortado, não estaria vivendo a oportunidade da encarnação.

Aloísio, ao falar estas palavras, pareceu-me bastante triste.

Toquei em seu ombro:
- Querido irmão, não esqueçamos que todos nós teremos de prestar contas dos nossos actos e a um aborteiro muito será cobrado, principalmente se ele um dia jurou perante Deus defender a vida.

Mas até lá ele causará muitas dores.
Enquanto conversávamos, Misael informou-nos que iríamos a outra colónia reencarnacionista.

Nem sei o que senti, mas se isso ocorresse antes eu iria gritar de alegria;
mas no momento sentia-me muito preocupado com o rumo que os seres encarnados estão dando à própria vida.

Não demoramos a chegar.
A Colónia era muito bonita, florida, clara, muito luminosa mesmo.
Fomos levados ao departamento onde Antero e Anita nos aguardavam.

Muito gentis, levaram-nos até o auditório, que já se encontrava quase lotado. Uma melodia lindíssima imantava o ambiente.

Fizemos uma prece e no palco um irmão iniciou a palestra:
- Deus seja louvado, irmãos. Feliz do homem digno que é chamado filho do Senhor, Bondade suprema que nos criou simples e inocentes e ainda nos ofertou a liberdade, liberdade esta que ainda não sabemos desfrutar sem cometer injustiças, e uma das mais terríveis é o assassinato.

O homem participa das coisas de Deus, mas não é Deus, por ser Ele uno, indivisível, eternamente justo, força e luz do Universo.

Mas, como filho de Deus, precisa buscar a Sua semelhança e isso só ocorre com a perfeição, que se distancia do homem rude, mau, egoísta, avaro e orgulhoso.

Todavia Deus crê em nós, por isso manda os Seus mensageiros nos ensinarem o Caminho, a Verdade e a Vida.

O maior deles foi o nosso irmão Jesus.
Quantos ensinamentos, contudo ainda não os assimilamos.

Vivemos atrás de fenómenos e gurus, quando o Filho de Deus, que Se fez homem, ensinou-nos o amor duplo.

Mesmo assim ainda falhamos, ainda ignoramos o Evangelho divino e os erros se acumulam em nossas fichas cármicas.

Dentre as maiores violências contra a lei de Deus está o assassinato, e o mais frio e o mais covarde tem o nome de aborto, visto que o renascimento na matéria é de vital importância para o rápido crescimento espiritual.

Em razão de ser o corpo de carne um dos mais valorosos vínculos no caminho longo da evolução, a encarnação é valiosa dádiva aos espíritos aflitos e desesperados.

Eles necessitam da escola física e buscam o corpo material para resgatar suas faltas pregressas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 20, 2011 11:02 pm

- Preocupados - continuou - com as rejeições que vêm ocorrendo em relação à gravidez, o Plano mais Alto buscou um meio de amenizar a violência praticada contra esses espíritos que precisam de um corpo carnal.

Portanto, hoje, no ano de 1989, não se concebe que uma mulher engravide quando não deseja, a não ser quando estuprada.

Vários métodos de limitação de filhos foram descobertos.

A ciência deu à mulher meios de evitar a gravidez.
Uns alegam razões económicas, outros, deficiências educativas ou doenças físicas.

Muito justo.
Deus conhece a limitação dos Seus filhos.

Porém, diante de tantos métodos anticoncepcionais, como admitir a mulher engravidar, para depois recusar a criança, buscando soluções violentas para interromper uma gravidez?

Não compreendemos essas atitudes, principalmente partindo das mães, mulheres escolhidas por Deus para serem o vínculo desse transporte abençoado, pois graças a ele a Terra se renova.

Aniquilar a mulher é como matar as sementes, dificultar o florescimento da Terra, quando sabemos que no plano espiritual existem espíritos que necessitam reencarnar com certa urgência, espíritos por demais carentes de um corpo físico.

- Quão selvagem e indigno é aquele que, sem piedade, diz não a um desses irmãos!

O homem precisa conscientizar-se de que a sua vida física é transitória, que logo estará na pátria espiritual e terá de colocar a sua consciência no altar de Deus e bem-aventurado será ele, se ela estiver em paz.

Que os casais busquem os métodos de limitação de filhos, mas que, urgentemente, cesse o fogo ardente e injusto do aborto.

O homem encarnado precisa saber que, ao consentir no aborto, está plantando um campo de dor e desespero, seja no plano físico, seja no mundo espiritual.

Muitos espíritos conseguem ter assistência, mas existe também o Vale do Aborto, onde organizações das trevas manipulam esses espíritos revoltados.

Dominados pelo ódio, acercam-se dos pais que os repudiaram no plano físico, que os eliminaram dos lares terrenos, para torturá-los, seja quando encarnados, seja quando desencarnados.

As mulheres, principalmente, que expulsam através do aborto um filho, ignoram o pavoroso inferno de sofrimento que as espera quando, após a desencarnação, esses espíritos aos quais negaram um corpo vêm cobrar-lhes o prometido.

Essas organizações contam com a participação de mentes ligadas a perversões sexuais.

Elas são cruéis;
espíritos tenebrosos acercam-se das mulheres, provocando dolorosas enfermidades.

Muitas vezes alguns se arrependem e buscam os núcleos reencarnatórios para voltar a esses lares, onde foram rejeitados, em condições desumanas: deformados e retardados mentais.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 20, 2011 11:02 pm

Porque muitos casais hoje matam?
Porque dizem que não está na época de receberem esses filhos.
Mas quando acham que já é tempo, a semente se encontra deformada.

- Prestem atenção:
em certos casos, o espírito pode levar anos a fio para conseguir reencarnar, mas quando isso ocorrer, os pais poderão ter filhos problemáticos.

Serão sementes que plantaram nesta ou em encarnações passadas e que terão de vê-las germinar.
O sexo não é divertimento, é compromisso, e queira Deus todos adquiram consciência desse facto.

O aborto é o mais covarde crime que hoje se pratica no mundo físico e, com pesar, sabemos que aumenta a cada instante.

Precisamos alertar toda a Humanidade que ela está na Terra para exaltar a lei do amor e ninguém merece mais ser amado do que aquele que implora um corpo de carne para cumprir suas tarefas reencarnatórias.

Vamos, meus amigos, ajudar uns aos outros!
A plateia, estática, ouviu o irmão Lucindo.

Ele se retirou e nós ali ainda ficamos, pensativos, sobre tudo o que ouvimos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 20, 2011 11:02 pm

Capítulo XX - No ASTRAL INFERIOR

O VALE DA REVOLTA


- Sérgio, agora vamos dar uma chegada ao Vale da Revolta, convidou-nos Isis.

Agradeci e a acompanhei em silêncio.
Juntamo-nos aos outros e ganhamos estrada.
À medida que nos aproximávamos do Vale, a vibração ia caindo.

Era sufocante.
Andávamos com dificuldade.
Uma neblina enfeava a paisagem.

O ruído do vento pareceu-me propício para abafar os gritos estridentes.

À certa altura, dentro da neblina, apareceu um ponto luminoso.
Destacou-se, então, uma pequena cabana, onde frei Quirino nos aguardava.

Ele e outros espíritos eram os guardiões do lugar.
A pequena casa, toda iluminada, era como uma estrelinha em noite tormentosa.
Ficamos por algumas horas e nos retiramos com suas bênçãos de paz.

- Os trevosos não os molestam? indaguei a Kelly.
- Não, ao contrário, respeitam-nos.

Muitos, cansados de sofrer, aqui vêm pedir ajuda.
Esta casa é um pequeno hospital.

Andamos ainda mais um pouco, enfrentando uma atmosfera asfixiante.

De longe avistamos o Vale.
Casas corroídas pelo tempo e praças sem jardins davam a impressão de uma cidade fantasma ou bombardeada.

Chegamos a passos lentos e só então compreendi por que na casa de frei Quirino recebemos um tratamento de luz, que revestia os nossos perispíritos de uma matéria grosseira, capaz de nos proteger na tarefa que íamos desempenhar.

Até os outros companheiros me pareceram estranhos.
Entramos na cidade, ou melhor, na vila.

Pelas ruas encontramos mulheres correndo como loucas, com os cabelos em desalinho.
Estavam grávidas e víamos o feto como se galopasse dentro dos seus ventres.

O mau cheiro era terrível e o nosso caminhar, muito penoso.
Era como se estivéssemos atolados na lama.
Aquela cidade parecia gelatinosa.

- Como surgiu este lugar? indaguei.
Não creio que tenha sido obra de Deus!
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 20, 2011 11:03 pm

- Claro que não.
Esta cidade é composta de emanações inferiores, portanto, de acordo com os espíritos culposos que aqui se encontram.

Saiba, Sérgio, que eles não foram trazidos para cá e, sim, atraídos pela vibração perispiritual de cada um.

"Que lugar tenebroso", pensei.
Encontramos um senhor de seus quarenta anos, com o perispírito todo deformado.

Mais parecia um cabide de espíritos, tamanha a quantidade de irmãos que nele se grudaram.

Completamente dementado, gritava:
- Eu sou o doutor ..., deixem-me em paz, seus vampiros sujos!

Assim era aquela vila:
morada de mentes perturbadas, cujos perispíritos eram compostos de toxinas, formando uma crosta ácida e viscosa, que os alucinava.

Passávamos por eles, mas não éramos percebidos.
Nossa equipa orava em silêncio.

Quando pude falar, perguntei:
- Este vale é composto só de aborteiros?
- Sim, e de algumas mulheres e homens que, sem piedade, abusaram do direito de possuir um corpo físico.

- Mas é terrível este lugar!
Igual a este só o Vale dos Suicidas.

- Tem razão, Sérgio, são os mais tenebrosos lugares do astral inferior, decorrentes dos crimes contra a vida.

Os aborteiros são os piores inimigos da vida, cruéis exterminadores dos sonhos daqueles que aspiram a reencarnar.

Calei-me. Meu coração sofria ao presenciar o horror em que vive um aborteiro no mundo espiritual.
Bem perto de nós, debatia-se, envolto por dez espíritos obsessores, um aborteiro, que chamarei de Célio.

Tentamos ajudá-lo, mas sua forma, que não podemos dizer humana, tal a deformação perispiritual, toda gelatinosa, arrastava-se pelo solo negro e viscoso, movendo-se com dificuldade, ainda mais por carregar junto a si seus verdugos, também muitos deles ainda na forma fetal, no ponto da interrupção da gravidez.

Em Célio só havia a fisionomia sofredora, o resto do seu corpo não mais possuía forma humana.

Destacava-se nele o semblante sofredor.
Mais parecia um verme, lutando para se livrar dos seus verdugos, que lhe sugavam sem piedade.

Célio me pareceu um enorme feto, tendo a cabeça humana deformada, e, colado nele, as suas vítimas.

Assim como Célio, ali estavam vários outros aborteiros que contribuíram não só para retardar o plano de Deus para a reencarnação, como também prejudicaram seus próprios corpos.

- Quem diria que o grande e famoso médico do passado hoje é uma massa gelatinosa de emanações repugnantes!
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 20, 2011 11:03 pm

O seu perispírito deformado é tão indefeso quanto ontem eram as suas vítimas! - murmurei, perplexo.

Assim, fomos varando aquelas ruas, onde os seres se arrastavam no solo escuro e escorregadio, muitos ainda levando as suas vítimas que não os perdoavam.

Olhei para o solo e de graças a Deus por volitar.
Nossos pés não tocavam aquela massa infecta do astral inferior.

Perguntei a Misael:
- E aquelas mulheres?
Não estão deformadas...

- Elas também foram vítimas, mesmo assim estão sofrendo muito.

"Que lugar estranho, muito estranho.
Aqui é pior que o inferno", pensei.

- Eles serão socorridos?
- Quando se reequilibrarem mentalmente. Só eles mesmos poderão nutrir positivamente os seus perispíritos.

Não se esqueça de que a aura espiritual é que capta a luz do mais alto e uma mente ligada ao ódio não se alimenta de luz, e sim de vibrações baixas.

É como se suas rodas energéticas estivessem queimadas, pois eles apenas se alimentam da violência do astral inferior.

O perispírito vai ficando necrosado pelo desequilíbrio do espírito e a veste, que nos espíritos bons é luminosa, nesses verdugos é ácida, viscosa e informe.

Enquanto conversávamos, uma ave horrível passou sobre nós, em voo rasante.
- Que bicho é esse?!... perguntei, assustado.

Zeus respondeu:
- São as aves das zonas inferiores.

- Perdoe-me a pergunta, mas nessa ave existe um espírito em evolução, como notamos nas várias espécies dos reinos da Natureza?

De Misael veio a resposta:
- Não, não existe.
Deus seria injusto se colocasse uma centelha de luz num ser tão horripilante.

- Mas elas são aves...
- Essas aves foram criadas pelas mentes humanas e têm vida curta.

Elas são formas-pensamentos, mas que prestam um real serviço a estes espíritos, pois são elas que, para sobreviverem, necessitam absorver as sujeiras dos seus perispíritos.

Estas toxinas que causam dores e dificultam os seus movimentos alimentam estas aves, como outras mais.
Como vê, elas, mesmo possuindo forma horrível, são úteis a este vale.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 20, 2011 11:04 pm

- Meu Deus, quanto sofrimento!
Até parece o inferno.
- O inferno não existe.
Aqui eles recebem auxílio, pois não há penas eternas.

- Irmão, quanto tempo demoram neste sofrimento?
- Só o tempo de drenar os fluidos negativos que se aderiram ao perispírito.
- E os nossos técnicos não podem fazer isso para aliviar o sofrimento deles?
-Não. Os técnicos só podem ajudá-los na hora certa, quando eles merecem.

- Coitados! E quando isso ocorrerá?
- Luiz, Deus é bom, tanto é que eles, os gananciosos, cruéis verdugos de anjos, recebem auxílio do Pai, neste vale.
Por isso, Sérgio, estamos aqui, para tentar levar alguns para os hospitais.

Fiquei meio sem jeito!
- Tem razão, Deus não desampara Seus filhos, nós é que ainda não entendemos Seus desígnios.
Notei amigo, que uns estão piores que outros.

- Muitos chegam a um pior aspecto de deformação por praticar maior número de abortos.
Célio chegou a fazer cinquenta por dia.

- Quê? Cinquenta? É matar demais!

Nisso, avistamos Leocádio.
Era uma larva humana e junto a ele vários rostos deformados.
Leocádio xingava demais.

Era bem visível em sua fisionomia as torturas que sofrerá, mas mesmo assim não parava de esbracejar:
- Se preciso for, voltarei a matá-los, a todos, seus fetos imundos!
Deixem-me em paz, estou cansado de tê-los junto a mim!

Isis, aproximando-se de Leocádio, foi chamando pelo nome um por um dos abortados e eles foram desprendendo-se da massa gelatinosa, como quando se joga insecticida numa planta e caem os parasitas.

Assim também foram caindo sobre o aparelho que Isis tinha nas mãos.
Ela conseguiu retirar de Leocádio uns vinte espíritos, que fez adormecer com amor.

Leocádio, com voz orgulhosa, falou:
- Obrigado, colega.
Agora, ajude-me a voltar a ter um corpo humano.

Não sei por que Deus permitiu que esses fetos imundos me atormentassem tanto.
Só fiz o que os pais me pediram, nada mais.

Sou um profissional, montei uma das melhores clínicas abortivas, na Grande São Paulo, dando todo conforto à gestante.

Não acha mais nobre tirarmos as mulheres das mãos das curiosas aborteiras?
Na clínica, a mulher recebe toda assistência, o que não acontece em casas de curiosas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 20, 2011 11:04 pm

Agora, não sei por quê, vejo-me junto a esses fetos malcheirosos.
Eu, o doutor Leocádio, eminente médico brasileiro...

- Irmão, como médicos, temos por dever lutar pela vida e o irmão, quando escolheu a sua profissão de médico, bem sabia que teria de consagrar o seu trabalho à saúde e ao prolongamento da vida física de seus pacientes.

Interromper uma gravidez é extinguir vida humana em sua fase embrionária, é tolher o plano divino, que prepara as almas para cumprir sua etapa no mundo físico.

- Pensei que fosse médica, mas pelo visto é mais uma fanática religiosa.
- Engana-se, irmão, sou uma filha de Deus que se esforça para servir a todos os que de mim precisam.

- Deixemos de conversa e me ajude.
Quero só a forma humana.
- Sobre isso nada posso fazer, o seu corpo está deformado pelo ódio no seu coração, e ele é o seu cirurgião plástico.

Por enquanto, o irmão não tem condição de moldar um novo corpo humano.
Até lá, será prisioneiro dessas terríveis deformações perispirituais.

Não será Deus, nem seremos nós, os médicos mensageiros, que iremos livrar-lhe dessas lesões perispirituais.

O seu corpo verdadeiro, o criado por Deus, está latente dentro dessas deformações.
Só depende do seu coração ressuscitá-lo.

- Mas eu não suporto mais este sofrimento...
- A quantos espíritos o irmão negou um corpo?
Por isso hoje o seu é esta massa gelatinosa, composta de fluidos repugnantes.
Se ficar livre do orgulho, os fluidos divinos logo o envolverão.

Isis afastou-se, levando consigo os espíritos que antes atormentavam Leocádio para que frei Quirino pudesse ajudá-los até a chegada de socorro.

Assim, muitos espíritos foram separados dos seus algozes, mas nem por isso se sentiram reconfortados.

Pensei que iríamos voltar, mas o grupo adentrou um pátio também de feio aspecto.
Fomos recebidos por Coral, uma estranha mulher que ali prestava auxílio.

Não era espírito evoluído, mas se propusera a ajudar os outros.

Recebeu-nos com respeito.
Os seus auxiliares eram todos mulheres que passaram por aquele vale composto de aborteiros e mães assassinas.

Coral nos contou sua vida:
fora enfermeira e, por dinheiro, praticara abortos.
Quando desencarnou foi para o vale, onde conheceu a verdadeira dor.

Ao se ver livre de algumas aderências espirituais, se propôs a ajudar os outros e dali não mais saiu.
Ela, com sua equipa, prestava auxílio e, quando os sofrimentos aumentavam, pedia socorro.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 20, 2011 11:05 pm

Por isso ali estávamos.
Coral caminhava com dificuldade e falava com a língua enrolada, mesmo assim já estava trabalhando para Deus.

Levou-nos a um pavilhão, onde vários espíritos, completamente deformados, gritavam e brigavam entre si.

Zeus, Misael e Kelly prestavam auxílio, retirando os fluidos negativos daqueles perispíritos sem forma.

Para se aproximarem daqueles aborteiros, os nossos médicos se revestiram de um jaleco da cor violeta.

À medida que eram cuidados, eles vomitavam sobre os médicos e estes, com carinho, iam-lhes aliviando os sofrimentos.

Nós, os não-médicos, orávamos em silêncio, juntamente com Coral e seus auxiliares.
Éramos almas irmanadas, lutando para caminhar na estrada estreita de Jesus.

Mais tarde, fomos convidados a nos retirar, ficando somente os médicos.
Lá fora, não pude deixar de olhar aqueles seres disformes, quase que rolando no charco infecto.

Aquele local mais parecia um pântano da dor:
nada de flores nem frutos nem água, só a dor e o desespero.

- Será que aqui tudo é sempre assim, nublado e sem sol, Hápila?
- Dizem que sim.

Nesse momento, passou por nós uma revoada de aves gigantescas, cujo ruído assustou os aborteiros.

Levantei os olhos, para melhor analisá-las.

Um dos trabalhadores daquele vale esclareceu-nos:
- Elas recolhem os miasmas pesados;
são os sanitaristas deste lugar.

Os habitantes daqui não são portadores de bons fluidos, que fazem germinar as sementes e colorir os jardins de flores.

Precisamos destas aves para a limpeza mental de toda a área.
Acreditamos que um dia este vale será transformado em uma colónia de socorro.

- O que é preciso para que isso aconteça? perguntei.

Logo veio a resposta:
- Que os encarnados se conscientizem de que ninguém pode retardar o plano de Deus.

É necessário abolir os abortos da face da Terra.
Só assim não teremos os vales de sofrimento.

- Estarei, irmão, orando para que Deus nos ajude a incendiar com a chama do amor todos os lugares tenebrosos dos mundos físico e espiritual.

Abri as Escrituras e caiu Miquéias, Cap. VI: Caminho da Salvação.
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