LUZ ESPÍRITA
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“DEIXE-ME VIVER” - Luiz Sérgio / Irene Pacheco Machado

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 15, 2011 11:03 pm

Tatiana respondeu:
- Antes não podíamos ter filhos, estávamos estudando.
Agora temos estabilidade financeira para recebê-la.

Mas Mariana não acreditava nos futuros pais.
Temia sofrer novamente.
E assim a nossa equipa acompanhava a luta daqueles espíritos.

Mariana ia retornar ao corpo físico e seus pais a aguardavam ansiosos.
Enfim, chegou o dia. Tudo certo.

Nós éramos só emoção, principalmente quando Mariana foi ligada pelos construtores divinos ao útero de Tatiana.

Este grande guardião a acolheu com tal carinho, que até os encarregados deste belo trabalho sentiram-se intrusos.

Agora era o corpo físico de Tatiana que iria abrigar o corpo perispiritual de Mariana e, junto a ele, iniciar a criação de um novo corpo físico.

A forma reduzida de Mariana já interpenetrava o perispírito de Tatiana. Iniciara-se a grande jornada.

Todo este trabalho era seguido de perto por excelentes técnicos da reencarnação.

Mariana alojara-se no útero materno e seria alimentada por Tatiana.
A forma diminuta de Mariana era o modelo para o seu futuro corpo carnal.

A máquina física da mulher possui elementos tão valiosos que ela deveria sentir-se uma deusa, a deusa da reprodução.

Infelizmente, muitas mulheres não se conhecem, julgam que os órgãos genitais são os órgãos do prazer, somente.

Um dia a mulher vai-se conhecer melhor e se fazer respeitada.

Voltamos a olhar o corpo reduzido de Mariana no interior do valioso útero materno;
ele guardava com carinho a minúscula forma e desde o momento que esta se alojou nele, foi recebendo as energias necessárias para o seu crescimento intra-uterino.

Observando a parte física, presenciamos o molde começando a tomar consistência - era o físico que estava sendo formado, graças ao poder do Criador.

Na volta de Mariana, compreendemos a bondade de Deus:
ali, naquele pequeno corpo, encontrava-se uma chama de vida e graças a ela logo estaria em condição de recomeçar.

O espírito não retroage, mas a forma física, sim, e Mariana voltou a ser infinitamente pequena para galgar a glória do renascimento.

- Meu Deus, que maravilha! exclamei, extasiado, diante do milagre da vida.
Desde o instante do ligamento, o corpo de Tatiana fornecia os elementos necessários ao corpo e ao espírito de Mariana.

E o embrião, todo iluminado, iniciava uma longa caminhada.
Realizada a sublime ligação pelos técnicos divinos, nada mais nos prendia ali. Retiramo-nos.

- Posso acompanhar esta gravidez?
Será que Tatiana não vai abortar novamente? perguntei à doutora Isis.
- Acho que não.
Ela e o marido esperam ansiosos a chegada de um filho.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 16, 2011 9:24 pm

- Mas ela já praticou o aborto.
- Sim, mas agora é diferente, pois aguardam ansiosamente essa gravidez.

- Irmã, como o ser encarnado desconhece o transtorno que ele causa à espiritualidade quando pratica o aborto!
- É mesmo. Poucos possuem sensibilidade para compreender o valor da vida.

Deixamos a casa de Tatiana e aproveitamos para prestar auxílio nas casas abortivas, que são verdadeiros matadouros.
Quem pratica o aborto terá de pagar ceitil por ceitil.

Estávamos trabalhando, quando chamados fomos até a espiritualidade.

Na Colónia dos Rejeitados, a doutora Isis nos esclareceu:
- Luiz Sérgio, precisamos prestar auxílio à Tatiana, pois ela está em vias de abortar.

- Ela não quer a criança? interroguei, apreensivo.
- Não é isso, irmão.
Devido à violência dos dois abortos anteriores, o cordão umbilical está apresentando um quadro que pode dificultar o andamento da gestação.

Iremos em auxílio à Tatiana e recordei que a sua equipe de estudos talvez desejasse estar presente.

- Obrigado, irmã, serei eternamente grato.

E assim fomos para a casa de Tatiana, onde a encontramos muito bem, com sua gravidez no quinto mês.

Quando Tatiana se deitou, os médicos aproveitaram para prestar socorro, e qual não foi a minha surpresa ao constatarem que no cordão umbilical havia um nó, impedindo a circulação do sangue, portanto, prejudicando o desenvolvimento da gestação.

Com grande conhecimento e habilidade, foi o cordão afrouxado pelos médicos, voltando ao normal.

Mas a doutora Ellen falou a Isis:
- Agora impedimos, mas o cordão umbilical de Mariana foi atingido nos abortos anteriores, sendo esta a causa deste nó cego.
O cordão umbilical está dilatado, bastante flexível, e quando o feto se movimenta, pode ocorrer o nó.

- Explique-me, doutora, solicitei à irmã Ellen.
- No momento do aborto o feto se debate, desesperado, e nessa luta o cordão tenta protegê-lo e se dilata.

Numa nova gravidez, ele apresenta esta anomalia, que põe em risco a gestação.
Mas também pode ocorrer com mulheres que não praticaram o aborto.

São crianças que não desejam reencarnar, e no esforço para se desprenderem do físico, afrouxam o cordão e este pode sofrer os chamados nós cegos, muito raros de acontecer naquelas que nunca abortaram, porém com certa frequência em mulheres que já passaram por essa experiência.

Olhei Mariana no útero de Tatiana e fiquei contente por Ellen ter desfeito o nó umbilical que poderia interromper a gestação.

- Será que não ocorrerá novamente?
- Esperamos que não, e se acontecer, queira Deus cheguemos a tempo.

Dali saímos e, com o coração repleto de preocupação, pedi a Deus por Tatiana e Mariana:
"desejo, Senhor, vê-las unidas como mãe e filha".

As lágrimas acariciavam meu rosto, mas o meu Espírito confiava no poder de Deus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 16, 2011 9:24 pm

Capítulo XII - BANHO DE LUZES

A MÁQUINA HUMANA


Se o encarnado buscasse as verdades espirituais, não viveria nas trevas da ignorância.

Quem conhece as consequências de um aborto jamais o comete.
Por falta de esclarecimento muitos males acontecem na Terra - o aborto, um deles.

Quantos casais planeiam a chegada do bebé, entretanto, quando a criança não está nos seus planos, é expulsa de maneira cruel através do assassinato.

Já de volta à Colónia dos Rejeitados, fui com meu grupo até o auditório onde uma plateia muito estranha ouvia atentamente uma prelecção de Olavo.

Olhei aqueles corpos, sem encontrar palavras para descrevê-los.
Alguns espíritos, bem deformados, possuíam rosto de criança e corpo de adulto;
outros, corpo de criança com braços e pernas de adulto.

Olavo tecia comentários sobre o porquê de o homem se dizer dono de si mesmo, sempre pronto a rebelar-se contra a sociedade, dizendo-se livre, porém, na hora da verdade, tudo fazendo para não assumir os factos:
- O desejo está em oposição às tendências morais.

A mulher só pratica o aborto quando se sente incapaz de assumir uma vida, sendo esta a causa de muitas buscarem ajuda nas clínicas abortivas.

Mas os abortados precisam conscientizar-se de que o aborto é um ato físico e o espírito não deve ficar reavivando os factos tristes que enfrentou.

Sei que carrega no corpo a chaga da rejeição, mas nem por isso deve considerar-se rejeitado.
Cada cérebro é uma casa, um mundo, enfim, um universo, e somente seu dono pode arrumá-la.

Se ficarmos ornamentando nossa casa, nosso mundo, com os enfeites da revolta, da vingança, do ódio, teremos um cérebro perturbado e uma casa mental em desalinho, fugindo do universo de Deus.

Sabemos que no momento do violento aborto o cérebro, defendendo-se, deseja, em alguns segundos apenas, dar outra vez nova modelagem ao corpo.

Nesse desespero ocorrem as anomalias da forma perispiritual.

Não esqueçamos que, para chegar à condição de feto, tivemos de aprender a nos concentrar de tal modo que, por vontade própria, déssemos ao corpo perispiritual a forma diminuta.

Olavo mudou o tom da voz, falando suave e pausadamente:
- Agora, neste auditório, vamos olhar as lâmpadas que se encontram no tecto e vamos dar um novo colorido à nossa casa mental.

Vamos, ainda, buscar no inconsciente o apagador e, depois de ter retirado da nossa mente os factos cruéis já vividos, vamos fazer crescer a vontade da cura e plasmar com amor um corpo perfeito para nós.

Vamos fixar as lâmpadas e agora, como se fôssemos pintores, tocar cada parte do nosso corpo, dando-lhe as formas das quais ele precisa.

Estabeleceu-se completo silêncio.
As luzes ganharam uma nova irradiação e todos aqueles espíritos, de olhos bem abertos, fixavam as lâmpadas para depois cerrarem os olhos e pouco a pouco foram moldando, cada qual, um novo corpo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 16, 2011 9:25 pm

Quando olhei novamente aqueles corpos, antes tão deformados, pude constatar que agora voltavam a possuir uma forma mais equilibrada.

Olavo parabenizou-os:
- Conseguiram!
De hoje em diante todos sabem que a chave da felicidade se encontra dentro de nós e que, para viver em paz, precisamos amar a Deus e ao próximo.

Muitos não conseguiram conter o pranto, tal a emoção que os dominava, ao perceberem que a cura havia-se operado.

Terminada a sessão de terapia, vários enfermeiros foram retirando os irmãos.
Não eram mais crianças, eram espíritos que haviam retomado à sua antiga roupagem perispiritual.

Acerquei-me de Hápila e indaguei:
- Será que o ódio acabou?
- Acho que não, ainda terão de buscar novos tratamentos.

- Irmão, até que foi fácil o retomo a forma antiga...
- Sim, Sérgio. Pode ter-nos parecido fácil, mas não sabemos quantas sessões de terapia eles tiveram com Olavo.

Enquanto nós dois conversávamos, Olavo aproximou-se.

- Como passam, garotos?
- Graças a Deus, muito bem.
- Por que a visita, desejam algo?
- Estamos aqui em estudo e ficamos boquiabertos com o que ocorreu neste recinto.

- De quantas sessões eles precisaram?
- Não sei, foram tantas, que perderia meu precioso tempo se fosse contá-las.

O importante é que cada qual buscou no interior da alma os elementos psíquicos adquiridos ao longo da vida uterina, procurando descobrir quais foram os acontecimentos que mais o marcaram, se a redução da forma física ou, principalmente, a violência da hora do aborto.

- O que faz para ganhar a confiança desses doentes, irmão?
- Acho, Luiz Sérgio, que eles enxergam em mim um defensor da verdade e notam a minha inquebrantável fé na razão.

Além do mais, sempre gostei de crianças.
Durante vários anos, quando encarnado, trabalhei numa clínica neurológica para crianças.

Hoje usei o sono hipnótico, fazendo-os recordar as circunstâncias que deram origem às suas deformações perispirituais.
ó isso foi feito, meu amigo.

- Eles voltarão a reencarnar através da mesma mãe?
- Penso que não, nem acho prudente recolocarmos alguém que já sofreu tanto ao lado dos seus algozes.

Pode parecer benéfico para ambas as partes, mas, como estudioso do inconsciente, acho injusto tal procedimento.

Foi gratificante observar a felicidade daqueles espíritos antes tão deformados.
A violência na Terra, a cada instante, faz tombar uma vítima.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 16, 2011 9:25 pm

Os anos passam, mas o mundo interior de cada homem não muda, talvez porque em cada ser exista um universo ainda com regiões desconhecidas da própria ciência.

- Sabemos que o irmão sofreu muito quando encarnado e o seu país vivia momentos difíceis.
Como conseguia manter seu equilíbrio?

- Convivendo com desequilibrados, sentia-me um rei, mesmo com todas as dores por que passei, não só com os bisturis e os médicos, como também em ver o meu país dominado.

A doença cruel, que ia corroendo-me pouco a pouco, era a companhia diária.
Mas tudo teve um fim.
Entretanto, a separação da pátria amada foi o pior.

Sou um homem que sempre acreditou no ser humano e luta para que todos sejam felizes.
Quando o inimigo batia à minha porta, eu via nele a outra face, aquela oculta dele mesmo.
Graças a Deus, de ninguém guardei mágoas.

- Irmão, porque a mulher pratica o aborto?
- Ela é levada pelos preconceitos internos.

- Pode explicar melhor?
- Sim, meu amigo. Por mais que a mulher se diga dona do seu corpo, ela ainda não o conhece, e por não conhecê-lo, dele abusa.

Quando percebe que não pode controlar a natalidade, a não ser através de métodos anticoncepcionais, vê-se incapacitada.

Por mais que pretenda, não consegue ser sexualmente igual ao homem.
Para dominar seu corpo, terá de lhe amortecer as funções.

Ela me recorda os obesos:
querem emagrecer sem parar de comer.
No dia em que a mulher enriquecer sua mente, será dona de seu corpo.

Diz-se liberada, mas é prisioneira dos preconceitos.
Arraigada aos preconceitos do passado, continua a ser um objecto usado e descartado.

A mulher inteligente obtém primeiro sua liberdade intelectual, depois a profissional, para depois fazer a escolha do que deseja realmente na sua condição de fêmea.

Acredito mesmo que uma mulher inteligente e realizada profissionalmente jamais praticará o aborto.
Quem o pratica hoje em dia são as mais jovens, por temerem as consequências dos seus actos.

Dizem-se liberadas, mas as de hoje são mais retrógradas do que as de ontem, pois fazem e não assumem.

Antigamente os jovens não cometiam tantos erros, pois as vezes que eram imprudentes assumiam o que faziam. Hoje, não.

A juventude liberada está por demais medrosa.
Também praticam o aborto as domésticas, que vivem para servir, mas não vivem felizes, e para elas um filho a mais é trabalho aumentado.

Há também as mulheres de baixa renda que temem a gravidez, porque não vêem meios de criar um filho.

Portanto, encaramos o aborto como um facto social.
A mulher só o pratica porque ainda se julga um ser pequeno.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 16, 2011 9:25 pm

A mulher superior, equilibrada, não mata, busca nas fibras do seu organismo físico os elementos que poderão ajudar a sua alma no instante em que terá de viver este momento novo, porque o seu organismo está recebendo outra vida: um filho.

Se esta mulher já está realizada intelectual e profissionalmente, acredito que jamais pensará em matar.

Porém, a mulher-objecto, que só serve de forma de prazer ao macho, esta mulher não lhe quer bem, é ser perigoso, porque perigosos são todos os seres pequenos que rastejam sob os pés dos homens, e ela, na primeira oportunidade, usará o ferrão.

Ela, a mulher-objecto, não possui ainda a base do equilíbrio.
Portanto, Luiz, todas as mulheres que abortam precisam fazer análise;
ainda não se descobriram, algumas nem sabem o que é ser mulher.

As verdadeiras mulheres possuem o instinto materno, elas são os grandes vultos da Humanidade.

- Mas, Olavo, hoje, em alguns países, pratica-se mais o aborto do que nascem crianças.

- Tem razão.
Nunca se viu tanta mulher sem comportamento;
despem-se, drogam-se, prostituem-se, sem vacilar.

Elas ainda julgam que a igualdade de direitos está no sexo e esquecem que as grandes mulheres e os grandes homens fizeram a História através da inteligência e do sentimento.

Hoje a menina deita-se com o companheiro porque está na moda, e não por se completar nele.

Resultado: homens e mulheres repletos de neuroses.

- Estou abismado, Olavo, sempre o julguei um defensor das livres atitudes, achando que o homem, para ser feliz, tem de fazer tudo que julga certo.

- Pelo visto, conhece-me pouco.
Sou a favor da liberdade da alma.
Não acho certo, para livrar-se de algo, ficarmos prisioneiros de outra coisa.

Isto é transferência de responsabilidade.
Só devemos dar o passo se a perna estiver firme.
Não sou adepto dos tombos, acho que o homem precisa ficar forte para saber andar, ou pular.

Um bom psicólogo tem de ajudar o homem a se libertar das amarras, das neuroses, e não descartar uma, adquirindo outras.

O sexo hoje é cantado em versos;
fala-se de sexo como se ele estivesse exposto em uma vitrine, e não como se deve falar:
de algo puro e natural, cujo respeito o homem ainda não lhe dá.

- O senhor é contra a nudez?
- Jamais serei contra a nudez.
Se ela fosse pecaminosa, nós não viríamos ao mundo nus.

Só não é bom para a mente humana usarmos o nu como se fosse um aperitivo para ser tomado antes de qualquer banquete.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 16, 2011 9:26 pm

O nu é uma das expressões mais singelas da nossa alma;
quando a veste de seda ou linho se desfaz, surgindo o corpo, fica defronte dos nossos olhos a máquina física, comandada por uma inteligência chamada espírito.

Se nós, envergonhados, cobrimos as partes íntimas, é a nossa alma que não deseja se mostrar.

Mas se caminhamos livremente, sem nos envergonharmos, é a nossa alma que já se despiu dos preconceitos e também confia nos olhos que a vêem.

Está vendo, Sérgio, não somos contra a nudez, somos contra as fantasias que o homem carrega na alma e que a fazem por demais maldosa.

Mas chegará o dia em que na Terra todos os homens irão se respeitar.

Dizem os livros espirituais que o homem encontrará a fonte e, ao se banhar, conhecerá a sua verdadeira personalidade;
aí, sim, a Terra será composta de verdadeiros homens, os que já passaram por ela e souberam viver em espírito.

O "papo" estava óptimo, mas Josef veio buscar Olavo;
em outra ala sua presença era requisitada.

Despediu-se, dizendo-me:
- Sérgio, fite bem o seu corpo, nele estão marcadas as partes importantes, e através delas é que nós paramos ou prosseguimos.

O corpo é máquina, o espírito também, pois quando uma pára, a outra comanda, portanto, ninguém deve sentir-se incapaz.

Deus ofertou-nos a inteligência para que não deixemos as nossas máquinas pararem por incompetência.
Até mais.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 16, 2011 9:26 pm

Capítulo XIII - A MENSAGEM DE DEUS AOS DUROS DE CORAÇÃO

Terminada a palestra de Olavo, fez-se pequeno intervalo, que aproveitamos para colocar o pensamento em dia.

Estávamos fixando na tela mental os assuntos que gostaríamos de saber, se tivéssemos oportunidade de perguntar ao próximo orador, quando soou o sinal característico do reinício das aulas.

Deu entrada no recinto um simpático senhor, aparentando meia-idade;
a luz que dele partia era tranquilizante.
Ao fitá-lo, nossos espíritos sentiam-se reconfortados.

Sua voz suave ressoava na plateia, elevando-nos até o Pai:
- Que Deus, Criador incriado de todo o Universo, derrame sobre Seus filhos as energias mais puras, para um crescimento espiritual que lhes trará paz.

O homem, apesar dos chamados divinos, ainda reluta em abraçar Deus e o seu próximo, por isso a dor e o desespero lhe fazem companhia.

Mas como fazer para levar aos duros de coração a mensagem de Deus, mesmo sabendo que só ela nos pode curar?

Quantos irmãos padecem de doenças terrenas, muitas contraídas por eles mesmos, devido à falta de conhecimento das coisas de Deus?

Quantas criaturas dementadas buscam fugir da realidade, porque esta não lhes apresenta condições de uma vida fácil?

A Terra vive momentos difíceis, a loucura apossa-se das mentes fracas e vazias e a ociosidade leva o homem a fugir da sociedade, que cobra de cada um uma atitude digna.

Hoje a sociedade sofre ao ver as famílias lutando para salvar seus filhos e estes se prostituindo, praticando delitos, dominados pelo alcoolismo e pelo tóxico.

Mesmo assim, os pais ainda temem aproximar-se de uma fonte de esclarecimento e luz: a Doutrina Espírita.

Encontramos o ébrio tombado na sarjeta, a menina se prostituindo, o viciado trancado nas celas de uma prisão.

- Quem pode salvar o homem - continuou o orador – é a família e esta tem de encontrar nas Casas Espíritas a verdade e o amor.

Hoje, no ano de 1989, ainda notamos falhas no Direito Penal, porque cada cidadão carrega, dentro de si, um universo de glórias ou de fracassos.

Cada delinquente precisa de tratamento médico, principalmente de um bom psiquiatra.
Julga-se o homem, mas esquece-se de curar sua alma, e é esta que se encontra doente.

com pesar, visitamos os cárceres, superlotados de criaturas que mais parecem feras, mas, como nós, filhos de Deus, ansiosos por momentos de felicidade.

Não existem bandidos, existem, sim, banidos da sociedade, que não necessitam de grades, mas de bons médicos, psicólogos, sociólogos e juristas.

Enquanto o homem prender e maltratar outro homem, a violência dominará a Terra.
O criminoso é um doente – absurdo será maltratá-lo.

Ele deve receber adequado tratamento e ser posto simplesmente na impossibilidade de causar dano, mas não como estão fazendo hoje:
superlotando prisões, nada fazendo pela alma doente.

O pior criminoso tem uma luz de bondade, pois também é filho de Deus.
Precisam, as autoridades do mundo físico, unir a ciência médica à ciência penal, só assim conseguirão fazer cessar as violências.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 16, 2011 9:26 pm

No dia em que se conhecer melhor o homem, a justiça reinará na Terra.
A Doutrina Espírita tem tudo para ajudar o ser, ela é o Consolador prometido por Jesus.
A Doutrina Espírita nos ensina a virar pelo avesso a nossa alma e tentar limpá-la.

Ela dá ao homem o conhecimento de si mesmo;
ela não critica o próximo, mas nos toma severos connosco mesmos.

Quem tiver a felicidade de descobri-la e colocá-la no coração espantará os monstros da imperfeição.

Quem está encarnado está sujeito a praticar delitos, por isso disse Jesus: orai e vigiai.

O homem pouco conhece de si mesmo, mas a Doutrina Espírita ensina-o a descobrir-se.
No dia em que ela dominar a Terra, não teremos mais prisões, cada um cuidará de aperfeiçoar-se na bondade.

Enquanto a Terra não se tomar espírita, cada casa, cada núcleo familiar tem por dever caminhar junto à ciência.

Não podemos, de maneira alguma, cair nos erros das antigas instituições que, julgando-se donas da verdade, atacavam quem não as compreendessem e pecavam pelo fanatismo.

Hoje, os espíritas, mais que nunca, necessitam pregar a verdade, não apegados ao mediunismo, mas dando a Deus o que é de Deus e a César o que é de César.

Os espíritas precisam conviver com os dramas da sociedade.
A Casa Espírita tem de ser transformada em um hospital de Deus.

A Doutrina não perecerá se os seus adeptos forem fiéis aos ensinamentos do Cristo e da Codificação.

Preciso é que não fiquemos para trás, horrorizados com os factos que hoje ocorrem.
Devemos enfrentá-los, usando os esclarecimentos evangélicos como escudo, sem jamais nos julgar sábios, ou santos.

O espírita moderno precisa conviver junto aos sofredores, reflectindo a bondade divina nos seus actos.

Ele não precisa vestir-se de preto nem ter aparência fúnebre;
só precisa adorar a verdade e lutar por ela.

- Hoje aqui me encontro enlaçando, com todos os presentes, o meu coração, em prol da Humanidade, principalmente com todos os jovens que hoje fogem dos compromissos e buscam os vícios.

Não os condeno, apenas peço aos encarregados que os assistam, educadores ou pais - médicos ou juristas, que recordem que em cada homem existe uma alma que sofre e sonha, e que não é totalmente má, somente precisa de tratamento e amor.

O jovem, ao se drogar, está em busca de algo;
a mulher, ao abortar, julga livrar-se de algo que a atrapalha.

Ambos são doentes precisando de amor e esclarecimentos, mas nem por isso devem receber de um espírita uma crítica sequer;
eles precisam de nós e as Casas Espíritas precisam urgentemente esquecer um pouco os espíritos e dirigir-se aos encarnados.

Eles estão necessitados demais.
O Centro Espírita que fica prestando ajuda apenas aos espíritos sofredores e nada faz pelo encarnado está longe da sua tarefa.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 16, 2011 9:26 pm

Precisamos auxiliar o encarnado para que ele não dê trabalho quando desencarnar.

Os espíritos ajudam os homens a conquistar a paz do seu próximo e os homens cooperam com os espíritos com suas preces e com seu trabalho em prol dos espíritos doentes.

Para o tratamento das obsessões, dia especial, com médiuns preparados;
para estudo mediúnico, contacto com espíritos escolhidos pelos mentores da Casa, quando os recém-desencarnados são levados para as Casas transitórias.

Ninguém deve colocar um médium iniciante para auxiliar um obsessor.
Não devemos confundir obsessor com espírito doente.

A Casa que desejar acompanhar o avanço do mundo moderno tem de lutar pela reforma íntima de cada um, porque as doenças mentais crescem à medida que o homem vai correndo atrás dos bens temporais e se apega à avareza.

O espírita precisa jogar fora a veste corroída de orgulho e vaidade, pegar a charrua do trabalho e do desprendimento e cantar a canção do amor.

O espírita precisa conscientizar-se do real valor do espírito, para não cair nos erros das outras religiões, que se perderam e caducaram por ter desejado ultrapassar a privacidade do homem, tolhendo a sua liberdade.

Deus, perfeito como é, dá a cada filho o livre-arbítrio.
Condenar, amedrontar, castigar, tudo isso não passa de pobreza de sentimentos.
O bom espírita não atira pedras e, sim, flores, por conhecer a lei do retomo.

Uma Casa Espírita precisa de pessoas capazes de lidar com os mais sérios problemas e atender a todos com solicitude, respeito, prudência e sigilo.

Cada caso é um caso;
as dores são dores, não importa como estão sendo suportadas.

Ao termos contacto com um doente, devemos demonstrar-lhe amor e carinho e, com cuidado, oferecer-lhe ocupação.

Nada melhor que a terapia do trabalho para uma alma enferma.
Não esquecer de incentivar no iniciante o estudo da Doutrina, porque só ela pode nele incutir, para sempre, o extremado amor à verdade.

Para um bom espírita não existem pessoas totalmente perversas, todos somos génios do bem ou do mal, mas todos saídos da inteligência do Todo-Poderoso.

O Espiritismo é tão velho quanto a Terra, mas graças a Jesus ele se consolidou nas Suas pegadas de fé, amor e caridade.

Jesus, o Médium de Deus, deixou-nos o exemplo de como se deve tratar os coxos, cegos e dementados, e também como se deve portar um médium evangelizado:
é só voltarmos as folhas da História e nos defrontarmos com os factos mediúnicos marcados nos Evangelhos, todos eles repletos de equilíbrio e disciplina.

Depois, o Codificador lapidou o Espiritismo e entregou ao mundo a Doutrina Espírita, diamante da verdade e da paz.

Ninguém mais nega os fenómenos espirituais;
podem discordar deles, mas sabem, e como sabem!
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 16, 2011 9:27 pm

Que eles existem.
Muitos comparam as Casas Espíritas aos cemitérios:
sabem que eles existem mas não gostam de visitá-los;
é, para suas almas materialistas, verdade muito dura.

- Estou aqui, neste anfiteatro, junto a vocês, pedindo a Deus por todos e tentando oferecer a cada trabalhador do mundo físico um pouco das minhas experiências, desejando que a Terra cresça em direcção a Deus, e que em cada estação divina Casa Espírita - existam criaturas sabendo orientar aqueles que longe se encontram das verdades espirituais.

O Espiritismo tem de acompanhar o avanço da ciência e hoje, com o progresso da tecnologia, não se concebe os espíritas estáticos somente sentados em mesas mediúnicas, desejando doutrinar espíritos desencarnados, enquanto a cada segundo desencarnam pessoas de maneira cruel, e muitas sem qualquer preparo espiritual.

Devemos amparar a criança, o jovem, enfim, o ser humano, apresentar-lhes Cristo, não de maneira autoritária, nem fanática, mas vivendo cada espírita de um modo diferente da vida que vivem os homens apegados à matéria, longe da avareza, da bebida, do fumo e dos desvios sexuais.

O espírita tem por obrigação tomar-se um ser evangelizado em casa, na rua e no trabalho, não usando as palavras para doutrinar, mas sendo um exemplo de vida para todos os que dele se aproximam.

O espírita que só vai ao Centro no dia de reunião de seu grupo está na Doutrina, mas ela ainda não entrou no seu coração.

Os "mortos" precisam dos "vivos", mas hoje os "vivos" precisam uns dos outros para não morrerem de dor e solidão.

Quem só frequenta os grupos mediúnicos precisa perguntar, na Casa, onde ela está necessitando de ajuda e, nesta, devem existir grupos de trabalhos manuais, artesanato, pintura, teatro, biblioteca.

O serviço social deve receber de todos os frequentadores um carinho especial.
Casa sem caridade é Casa sem alicerce.

Médiuns espíritas:
lutem por uma vida doutrinária e tenham a certeza de que o Cristo está onde a mão ampara, cura e levanta.
Que Deus nos abençoe, hoje e sempre. César.

Aquela voz ficou por muito tempo em meus ouvidos.
Quanta sabedoria!

Só me retirei quando Hápila voltou-me à realidade:
Sérgio, na enfermaria oito teremos uma aula sobre aborto.

- Obrigado, amigo.
Levantei-me e, juntos, dirigimo-nos até o local.

Enquanto não chegávamos, trocamos ideias, e foi o meu amigo quem falou primeiro:
- O irmão César, com conhecimento, mostra-nos a obrigação que temos com o nosso espírito, que não podemos negligenciá-lo.

No caminho da evolução não existem atalhos, todos temos de lutar pela perfeição e todos estão propensos aos erros, sendo esta a causa por que nunca devemos censurar alguém.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 17, 2011 10:05 pm

Recordo o irmão Jacó:
"Na longa estrada das reencarnações, posso ter errado no passado, podendo errar no presente e no futuro.

Por isso, a ninguém devo condenar".
Pela palestra sentimos que em cada homem está um pouco de bondade e de imperfeição, mas todos precisamos do farol divino:
a fé, a esperança e a caridade, para não nos perdermos nesta imensa estrada da vida.

Devemos buscar no próximo a bondade latente em cada espírito, e tudo fazer para compreendê-lo, como sempre procuramos compreender e nos perdoar.

Quando defronto com confrades espíritas tão duros no julgamento de irmãos, recordo que Jesus, perfeição divina, disse aos apóstolos:
não vim para julgar e, sim, esclarecer.

No dia em que os espíritas falarem menos e exemplificarem mais, veremos nos Centros Espíritas almas renovadas.

A Terceira Revelação é a arca de Noé que veio à Terra esclarecer o homem sobre a morte e ensinar que todos temos por obrigação atingir o estágio do amor duplo - a Deus e ao próximo.

Assim, chegamos.
Os outros já nos esperavam na enfermaria.

Havia vários espíritos.
Algumas crianças estavam sentadas nas camas, outras pareciam dormir.

Encontramos a doutora Isis, que mostrou algo que vira anteriormente e muito me marcara:
alguns tinham o tronco de criança e a outra parte de adulto;
outros, a mão direita de adulto, a esquerda de criança.

Corpos mutilados, tudo isso por causa do aborto.
Os médicos davam passes e aplicavam sonoterapia nos doentes, mas eles continuavam indiferentes, olhavam ao redor, mas distantes se encontravam.

A médica aproximou-se de Gustavo, que tinha a face adulta e o corpo de criança.

- Como vai, Gustavo?
- Óptimo, irmã Isis.
Estou querendo voltar para minha Colónia, onde deixei muitos amigos.

- Isso depende unicamente de você, irmão. Vamos ao exercício.
Se conseguir voltar à forma adulta, logo estará na sua colónia de origem.

- Só com uma promessa:
não quero mais saber de reencarnação;
se vocês teimarem em me levar de volta ao plano físico, fico assim mesmo como estou.

Odeio Andréa e Paulo, que vocês escolheram para serem meus pais.

Nisso, Jacó adentrou o recinto e foi-se aproximando, dizendo:
- Não quero acreditar que o meu amigo diga tão feia palavra - ódio - que um dia será retirada do dicionário.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 17, 2011 10:05 pm

Todos nós o cumprimentamos em coro:
- Como vai, irmão Jacó?
- Muito bem, irmãozinhos.
Só não estou melhor porque o meu amigo Gustavo está alimentando ódio em seu coração.

- Irmão Jacó, sabe o que fizeram os meus futuros pais?
Assassinaram o corpo que ia me servir na terra e ainda me perturbaram o espírito.

- Sei disso, mas é o irmão que irá ajudá-los.
Nada melhor que um filho para dar aos pais lições que nem a vida apaga.

- Gosto muito do senhor, irmão Jacó, mas já decidi:
não quero mais saber de Andréa e Paulo!

- Só vim visitar você, não pertenço a este departamento.
Vivo no plano físico lutando pela não-violência e, sendo o aborto uma violência contra os projectos divinos da procriação, sempre oro por todos os que o praticam.

- Então o senhor tem piedade de quem pratica o aborto e não das suas vítimas?
- Gustavo, oro pela união de todos os filhos de Deus, principalmente os mais pecadores.
E aquele que pratica o aborto é um ser que em nada crê, nem em Deus, portanto, é muito infeliz.

Aproximei-me de Jacó e falei:
- Irmão, gosto demais do senhor e fico feliz em vê-lo aqui, não sabia que estava trabalhando nesta Colónia.

- Sérgio, estou em todos os lugares onde o espinho implacável do ódio deseja ferir a alma, e nesta Colónia os rejeitados fermentam o ódio nos corações.

Os que praticam o aborto não amam nem a si mesmos, portanto, irmão, é ódio gerando ódio.
Aqui venho sempre ajudar Camila, faço muito pouco, mas faço com o coração repleto de amor ao meu próximo.

Contemplei aquela figura linda e inesquecível.
Para cada ser da Humanidade Jacó é uma bandeira branca de luz e paz;
onde chega, o perfume do amor invade todos os corações.

A nossa turma ficou só observando o diálogo entre ele e Gustavo, digno de ser narrado, mas infelizmente não tive permissão, somente quando Gustavo, em lágrimas, abraçou o querido velho, dizendo:
- Está bem, ajude-me a voltar à forma antiga.

E Jacó, em posição de lótus, à frente de Gustavo na mesma posição, iniciou o trabalho mental.
Jacó, de mãos juntas sobre o peito, cabeça baixa, orava em silêncio.
Gustavo, também na mesma posição, tentava entrar em sintonia.

Começou Jacó a falar, num tom de voz dulcíssimo.
Sua voz era tão suave que receei também entrar em estado hipnótico.

- Gustavo, a roseira perdoa a mão do jardineiro que lhe furta a rosa perfumada;
a terra não reclama paternidade quando o agricultor a abandona, levando os cereais;
os pais não amaldiçoam os filhos quando saem de casa para construir um novo lar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 17, 2011 10:05 pm

A vida só tem valor se a colorimos de perdão.

Neste instante, vamos buscar, na nossa casa mental, o médico que ganhou de Deus o diploma da vida e optou pela morte; que ele possa ser tocado na sua consciência e compreenda o mal que pratica contra inocentes criaturas;
que os aborteiros recebam de nós uma chuva de amor e perdão; que nas suas consciências brote a semente do amor.

Vamos buscar Paulo e Andréa e dizer-lhes que nada se compara à missão dos pais;
que, interrompendo uma gravidez, eles estão retardando o momento glorioso de apertar um filho nos braços.

Observava Gustavo, enquanto Jacó prosseguia.
Seus olhos pareciam divisar os momentos dramáticos do seu contacto com o corpo de sua mãe.

O olhar foi ficando duro.
Jacó só falava em perdão.
À medida que foi falando, Gustavo foi também relaxando e adquirindo um novo olhar, menos vago e mais lúcido.

Eu estava emocionadíssimo, mas tinha de fazer muita força para não atrapalhar o trabalho.

Jacó acrescentou:
- Mantenha o pensamento em Deus, firme nele os seus propósitos e busque recordar-se do seu corpo na forma adulta, sem deformação;
busque o Gustavo homem ou o Gustavo criança, irmão.

Em poucos segundos Gustavo se nos apresentou um belo jovem de seus vinte e sete anos;
não saíra da posição inicial, apenas crescera ali na frente de Jacó, recebendo farta carga magnética não só do irmão-paz, como de todos nós que ali estávamos.

A operação foi longa e me pareceu complicada, tanto que para realizá-la contamos com Jacó, que na última encarnação foi um líder hindu, conhecedor do magnetismo humano.

Gustavo, de tanto esforço, caiu desmaiado, sendo socorrido pelos enfermeiros da casa.

Afastamo-nos.
Olhei para o irmão Jacó, que parecia estático, nem um músculo mexia, mesmo com o rebuliço do momento:
nós saindo e Gustavo sendo socorrido.

Desejava muito falar com ele, mas a porta fechou-se e nós tivemos de seguir os nossos instrutores.

Assombrado com o que presenciara, perguntei:
- Ele sempre faz esse trabalho?
- Não, só quando os médicos não conseguem curar o abortado, aí mandamos buscá-lo.

Como os encarnados nada conhecem do plano espiritual, não sabem o trabalho que dão ao praticarem actos contrários às leis de Deus. Querem aproveitar a vida, coitados!

Um dia terão de pagar ceitil por ceitil.
- Gustavo volta logo? perguntei, ainda.
- Não. Sofreu duas reduções perispirituais, muito perto uma da outra, não sendo bom para o seu espírito.
Terá de esperar um bom tempo para retornar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 17, 2011 10:05 pm

- Mas há abortado que retorna em seguida.
- Sim, quando ele mesmo não reluta, o que não foi o caso de Gustavo.

Calei-me, emocionado, ao recordar o nosso Jacó rompendo a barreira do ódio e mais uma vez saindo vitorioso.
Ainda bem que na Terra existem homens como ele, que passam pelo plano físico e só deixam lembranças de hombridade.

As lágrimas corriam em meu rosto;
elas eram gotas do coração, repleto de alegria pelo mundo que encontrei e que hoje tanto me ensina sobre o amor.

Isis, vendo-me emocionado, teceu algumas considerações sobre o ocorrido, comentando o mal uso de um diploma e o que terá de pagar quem abusou do seu dom.

- Irmã, objectei por minha vez, o sofrimento não será maior que a maldade que ele pratica.
- Engana-se, Luiz, o remorso de uma alma é o pior inferno, e um dia eles o sentirão.

Chegamos diante da porta de entrada do auditório, onde grande número de companheiros ali se encontravam.

Isis cumprimentou alguns deles e entrou, ficando junto aos instrutores.
Fomos também entrando devagar.

Era um belo anfiteatro, dos mais modernos. Encontrava-me um pouco triste, não tirando da lembrança a cena de Gustavo e Jacó.

Irmã Carmelita iniciou a prece, que parecia dirigida a mim.

Senti-me bem mais equilibrado, podendo ouvir o médico designado para a palestra:
- Irmãos, nobres instituições prestam serviço aos necessitados, aos tristes, aos sofridos, mas precisamos dos encarnados para trazermos o doente até as colónias de socorro, sendo este o motivo de organizarmos equipes para actuarem junto aos grupos espíritas, levando os recém-desencarnados a fim de serem encaminhados ao devido tratamento.

Necessitamos dos ambientes evangelizados para os primeiros socorros, elucidando as Casas Espíritas que esse tipo de atendimento precisa contar com a bondade de cada médium humilde.

Poderemos não buscar a participação deles, mas os desencarnados por acidente ou outra maneira violenta pedem trabalho especializado dos médiuns encarnados.

É uma transfusão de energia.
Os trabalhos mediúnicos devem obedecer a uma disciplina de amor e os obreiros ser esclarecidos sobre o grande valor que eles têm.

Não se concebe uma mentalidade dogmática ou mística para os espíritas.

Todos os que efectuarem um trabalho no mundo físico devem orientar seus companheiros sobre o real valor dos trabalhos mediúnicos e estes, no momento, precisam ser de ajuda aos recém-desencarnados O homem está desencarnando mal, sendo esta a causa dos nossos cursos.

Ele parou, para logo depois continuar:
- Muitos julgam que somos contra a psicofonia, incorporação, enfim, a manifestação dos espíritos.

Não é isso, não. O que os departamentos de socorro pedem às Casas Espíritas é auxílio aos recém-desencarnados.

Quanto aos grupos mediúnicos onde o estudo da mediunidade se efectua, jamais irão terminar.
Fiquei quietinho na minha cadeira, louco para fazer perguntas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 17, 2011 10:06 pm

Mas ele continuou:
- As caravanas de socorro descem à Crosta a todo momento e esperam que cada Casa Espírita crie pelo menos um grupo de socorro, para se tornar um hospital de Deus.

Precisamos orientar bem os frequentadores dos Centros Espíritas que desejam desenvolver as percepções mediúnicas, mas somente aguardam expressões fenoménicas, supondo erroneamente que as forças espirituais permaneçam circunscritas ao puro mecanismo de forças cegas e fatais, sem qualquer preparação, disciplina e construtividade;
que desejam a clarividência, a clariaudiência, enfim, todos os dons mediúnicos, mas ainda não dominam todos os impulsos inferiores.

Por isso, o caminho da mediunidade é longo e requer do caminhante muitas renúncias e muito aprendizado.

Se no plano físico temos de respeitar leis que traçam linhas de controlo aos incapazes, por que o plano espiritual estaria à mercê de criaturas sem preparo?

Para que o homem não caia no ridículo, a Casa Espírita precisa orientá-lo na verdade kardequiana;
caso contrário, não teremos médiuns com Jesus e, sim, mediunismo.

O estudo da Doutrina evangeliza o homem e este, à medida que se aprofunda na vida do Cristo, vai procurando mudar, matar o homem materialista, e tornando-se um verdadeiro espírita.

Porque, se desejarmos apenas o fenómeno, ele nada vai acrescentar de útil à nossa evolução.

O desenvolvimento desequilibrado dos fenómenos pode ser tão destruidor para o espírito, como o tóxico que mata os centros da vida física.

Nada melhor do que caminhar em terreno conhecido;
para que isso aconteça, não vamos correr atrás da mediunidade, ela é facto natural, é uma expressão do espírito imortal, mas exercê-la com Jesus requer que tenhamos condições sadias, que tudo façamos para nos melhorar, deixando os planos inferiores da vaidade, da avareza, do ódio etc., buscando a reforma íntima para que o céu brilhe em nossa alma.

Essa a razão de lutarmos pelos grupos de socorro, onde o estudo e a ajuda aos desencarnados vai pouco a pouco mudando o comportamento do homem.

Colocar um médium iniciante em contacto com a espiritualidade inferior é falta de respeito aos dois;
o encarnado necessita ser doutrinado para doutrinar.

O melhor é colocá-lo junto aos recém-desencarnados, para que tenha condição de ajudar e ser ajudado.

E este método não provoca o desenvolvimento prematuro, ele aprimora os sentimentos, equilibra e abre a porta dos novos conhecimentos.

Não queira um médium iniciante transformar o próximo;
ele primeiro terá de se transformar em um operário de Jesus, afastando de si o egoísmo e a vaidade.

Um bom espírita deve afastar o verbalismo sem obras e lutar pela reforma íntima, vivendo em Cristo na paciência, na renúncia de cada dia, na prática da caridade, no perdão às ofensas.

Ninguém serve de intermediário com a alma repleta de egoísmo, principalmente se deseja tornar-se médium com Jesus.

Os espíritos superiores não podem manifestar-se por um aparelho repleto de defeitos, que são as imperfeições dos médiuns.

Todos devem buscar uma Casa Espírita quando pressentem possuir dons mediúnicos que precisam ser educados.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 17, 2011 10:06 pm

Sozinhos, nos lares, os médiuns são mais facilmente iludidos, e depois, só convivendo em comunidade somos testados na paciência e na perseverança e saberemos o quanto ainda somos imperfeitos.

Devemos conscientizar-mos de que os fenómenos são fenómenos, mas o espírito é tudo e precisa ser respeitado.

Todos somos médiuns, mas pouquíssimos os escolhidos para tarefas missionárias.

E, num gesto expressivo, acentuou:
- Os espíritos que trabalham na Crosta devem esforçar-se para levar aos encarnados as verdades divinas.

Graças à Doutrina Espírita, tudo se torna mais fácil.

Ela ensina o homem a não praticar actos contrários às leis de Deus, por isso os seus operários, os espíritas, precisam saber distinguir o doente espiritual do obsessor cruel;
precisamos de muita atenção, prudência e carinho.

É fácil diferençar um do outro: o doente perispiritual não é mau, é somente sofredor;
o obsessor está ligado ao obsidiado às vezes por anos e anos a fio, e para separa-los necessitamos de muito amor e conhecimento.

É uma cura demorada, porque, em geral, quase todos os casos de obsessão que ocorrem no plano físico constituem problemas dolorosos e difíceis de serem curados.

Esta a causa de merecer da Casa Espírita uma assistência fraterna e paciente, porque a obsessão não se trata somente em uma sessão mediúnica.

Leva tempo para conseguirmos separar, sem violentar, e ainda mais evangelizar obsessor e obsidiado.

Não sendo assim, é como dor de dente:
se não tratar o dente, a dor volta.

É um trabalho de amor a ser realizado em clima de perseverança serena, equilibrada, de modo a que o tempo não conte.

Em trabalho de desobsessão na Doutrina Espírita não existe milagre de transformações repentinas;
o grupo recebe uma terra repleta de detritos e, com paciência, vai trabalhando até o momento do plantio.

Tarefa difícil, mas dignos são os seus trabalhadores.
Futuramente, todos os Centros Espíritas terão somente um dia da semana para o tratamento da desobsessão.

Em grupos mediúnicos ficarão somente os atendimentos espirituais aos recém-desencarnados ou alguns doentes espirituais, como ovóides, abortados, suicidas.

- Desejamos a todos muito equilíbrio no trabalho que realizarão no plano físico e que cada um recorde que feliz é aquele que ouve o chamado do Pai, levanta e anda em direcção aos que precisam.

Que Deus nos abençoe e que Jesus esteja ao nosso lado em todos os nossos momentos, principalmente nas horas mais difíceis.

João Nascimento.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 17, 2011 10:06 pm

Capítulo XIV - VÍTIMAS INOCENTES

Aquela palestra me tocou o coração.

Nascimento, quando encarnado, foi um digno representante da Doutrina Espírita e hoje luta pelos grupos mediúnicos com Jesus.

Ofereceu-nos grandes lições de amor e ninguém melhor que ele para transmiti-las.

Ao deixarmos o auditório, eu como ninguém desejava falar, queria ficar sozinho para anotar o que ouvira e formular algumas perguntas para a próxima aula.
Isso feito, voltei ao trabalho.

Entramos em uma enfermaria, onde os abortados recebiam tratamento.
Um bebé tinha sido socorrido naquelas horas e apresentava em seu corpo perispiritual uma chaga viva de sofrimentos.

Abnegados espíritos procuravam tratar aqueles farrapos humanos, vítimas de uma sociedade sem Deus.

Vários assuntos ali foram abordados sobre as vítimas indefesas do aborto.
Sim, indefesas, porque se fala tanto em direitos humanos e ninguém levanta a voz contra os carrascos aborteiros.

Sabemos que muitos deles se escondem em luxuosas clínicas e hospitais bem aparelhados.

Estes locais são pontos negros na nossa sociedade e não existe, no vocabulário, palavra para classificar os matadores de esperanças, que se esquecem de que hospital é sinónimo de socorro e amor.

Fui o primeiro a me retirar, Ísis, aproximando-se de mim, falou:
- Luiz, agora vamos até outro departamento. Lá receberemos outras aulas.

Olhei-a com carinho, acompanhando-a em silêncio.
Quando adentramos o Departamento Um - cuja arquitectura lembra o Teatro Municipal do Rio de Janeiro, tal a sua beleza e cuidado - A curiosidade já se alojara em meu espírito e, com certa impaciência, a tudo examinava.

No auditório deu entrada um espírito cujo perfume tomou conta do recinto.

Fez uma bela prece e em seguida passou a exibir filmes sobre os últimos acontecimentos no plano físico:
a promiscuidade do sexo, a má situação dos domínios carcerários, o aumento assustador, em certa cidade do País, do homossexualismo, da droga e do álcool, dos sequestros e do tema deste livro:
o aborto, que foi o principal assunto, pois o irmão nos mostrou seu crescimento nos últimos anos, sendo o Brasil recordista mundial desse covarde crime.

No mundo, a cada momento, tombam várias vítimas do aborto.

No Brasil, quatro a cinco milhões de brasileiros praticam, por ano, esse terrível crime, onde o número de interrupções de gravidez é maior do que a taxa anual de nascimento, sendo esta a causa da espiritualidade se encontrar sobremaneira preocupada.

Grande parte do trabalho do Departamento da Reencarnação, ultimamente, vem sendo desfeito pela falta de amor que reina no mundo, onde estão sendo praticados, anualmente, cinquenta milhões de abortos.

Não só interrompem a gravidez, como muitas vezes inutilizam as mulheres, que desencarnam ou ficam com sequelas, como tumores ou perda de fertilidade.

As grandes vítimas do aborto são a criança e a mãe.
Foi registado o número de desencarnes que se dá por mês, por dia, por hora e por minuto, e mais as formas usadas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 17, 2011 10:07 pm

Vários filmes foram projectados e a plateia, em silêncio, a tudo assistia.
Como pode um médico esquecer-se da sua missão de salvar vidas e se propor a interrompê-las sem piedade?

Essas criaturas não crêem em Deus nem em si próprias, porque se parassem para pensar, veriam que nada compensa ir contra as leis de Deus.

É, irmãos, ninguém sacrifica tantas vidas quanto uma aborteira ou um aborteiro.
São crimes dos quais a imprensa não fala e pouquíssimos chegam ao conhecimento da justiça terrena.

No entanto, a cada crime praticado, apaga-se uma estrela de bênção no caminho daqueles que matam por desamor.

Hoje, com a liberação do sexo, os casais não se juntam por amor e sim por divertimento.

Mas sexo não é desporto nem diversão, sexo é a plenitude do relacionamento homem-mulher;
é o momento em que eles chegam ao máximo na troca de energias.

O que vemos hoje:
casais iniciando um namoro através da relação sexual, sem conhecer um ao outro.

Por isso o Brasil de hoje carrega um troféu tão deprimente:
"campeão mundial do aborto" e ainda a probabilidade de contar com futura esterilidade dos casais, quando sabemos que toda a natureza brasileira é rica de fluidos magnéticos, fluidos estes preparados por Jesus para maior oxigenação do País, principalmente quando o mundo sofrer as consequências da própria violência do homem.

Algumas guerras se aproximam, e quem irá sofrer mais essa violência? A Natureza.

Para nós, a mulher é uma obra importante da ecologia, porque é através dela que se faz o transporte plano espiritual – plano físico.

Gritos se ouvem em defesa da ecologia e dos direitos humanos, e Presenciamos a mulher sendo violentada pelos meios de comunicação, onde ela é apenas um objecto, nada além disso.

Porém não falam em direitos humanos, quando se mata sem piedade um inocente ser: o abortado.

Disso tudo, o mais triste é que os pais, por vaidade, também cooperam com esses assassinatos.

Para socorrer um desses casos, convidados fomos pela equipe a descermos ao plano físico.

Uma jovem necessitava de auxílio.
Pela manhã, cedinho, adentramos a casa de Esmeralda, um desses ricos palacetes, todo adornado de obras de arte.

Na suíte da jovem nada faltava:
televisão, vídeo, aparelho de som, computador, teclado electrónico, violão, vídeo game, enfim, o quarto de uma abastada jovem moderna. Quase de tudo possuía, mas o mais importante faltava: Cristo.

O conforto é merecido, mas o jovem precisa de muito mais que conforto, ele precisa de Deus, de fé, para não deixar perder a oportunidade da vida.

Esmeralda chorava baixinho, desesperada.
Alisei seu cabelo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 17, 2011 10:07 pm

Estava pensando naquele dia em contar à mãe que estava grávida de cinco meses, e pedia coragem, muita coragem.
Ficamos orando por ela, quando resolveu enfrentar os pais.

Acompanhamo-la até o quarto de sua progenitora, que ainda dormia, apesar da hora:
meio-dia e meia.

Mesmo assim, foi despertada pela filha.
À medida que Esmeralda expunha sua situação, a mãe empalidecia.

- Como pôde fazer isso comigo, que sempre lhe dei tudo o que queria? O que lhe falta, menina?

Esmeralda suplicou:
- Por favor, mãe, compreenda, estou esperando um filho, preciso de ajuda.
- Você fala isso como se fosse fácil aceitar.
Esquece a nossa posição social?
Ora, Esmeralda, como podemos receber essa criança, cujo pai é um pobretão?

- Mãe, por favor, me ajude!
- Claro que Vou ajudá-la, Vou telefonar para alguns amigos.
Eles me indicarão uma boa clínica e logo você estará livre.

Esmeralda dali saiu, batendo a porta e partindo à procura de Célio, o namorado.
A mãe pegou o telefone e iniciou a busca de uma "boa" clínica, ajudada por influentes amigos.

Esmeralda buscou em Célio um apoio, mas este lhe perguntou:
- Tem certeza de que o filho é meu?
Você sempre teve vários namorados, por que só eu posso ser o pai?

- Célio, há seis meses só estou com você, como pode fazer tal pergunta?
- Desculpe, mas custo a acreditar que me foi fiel, quando sei o quanto você é solicitada pela turma.

Esmeralda, coitada, apavorada com as palavras duras do namorado, voltou correndo para os braços da mãe.

Esta a esperava, acompanhada do marido, com argumentos fortes de "moral", levaram a jovem a famosa clínica de aborto, e nós, por mais que fizéssemos, não conseguíamos mudar a mente daquelas pessoas tão envolvidas e obcecadas pelas aparências sociais..

Esmeralda, nas mãos de capacitado médico, devolvia aquele espírito ao Departamento da Reencarnação, não sabendo o mal que estava praticando à criança e a ela própria.

Muitas lágrimas rolaram daqueles olhinhos.
Por dinheiro, um profissional rasgava o seu diploma de médico, ou melhor, apodrecia-o, com um gesto tão cruel e mercenário.

De repente, aconteceu o inesperado:
o coração de Esmeralda estava falhando.

Ela era portadora de uma isquemia silenciosa, vindo a desencarnar junto ao filho. Houve correria, desespero, e nós ali, tentando também fazer alguma coisa.
Não foi possível.
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“DEIXE-ME VIVER” - Luiz Sérgio / Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: “DEIXE-ME VIVER” - Luiz Sérgio / Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 17, 2011 10:07 pm

O abortado era do sexo masculino e com o choque do aborto desfaleceu;
mesmo sendo retirado pelos técnicos, não dava sinal de vida, tal a sua perturbação.

E Esmeralda, completamente aturdida, não conseguia deixar o corpo físico.
A morte, para aquela menina, era mais que morte, era o fim.

Longe de se preocupar com a filha, a mãe pedia ao médico:
- Pelo amor de Deus, doutor, evitemos o escândalo!
Ninguém pode saber que ela morreu de aborto!

Era exactamente isso o que o médico queria.

- Pois não!
Vamos transportá-la para um dos quartos da clínica e o registo dirá que ela deu entrada com problemas cardíacos.

A mãe respirou, aliviada, principalmente quando viu a criança ser atirada na cesta de lixo.

- Não acredito - falei - que esta mulher vá esquecer esta cena:
a filha desencarnada, tendo no semblante reflectida a dor do abandono, e o neto jogado fora, todo sujo de sangue, junto com gazes e algodões.

Meu Deus, quanta maldade!...
Como é possível os pais darem tanto conforto a um filho e quando este mais precisa, eles falharem?

Doutor Leocádio, médico da nossa equipe, com carinho apoiou-se em meu ombro, dizendo:
Vamos bem ora.
Pouco fizemos, mas tentamos, não é Verdade?

- E Esmeralda, vai ficar aí, debatendo-se dessa maneira?
- Não somos técnicos de desencarne, logo irão chegar e verão o que podem fazer.
Queira Deus Esmeralda se recupere, é boa menina, só mal-educada.

- É, irmão, as Escrituras nos dizem que a transição está próxima e com ela chegarão mais sofrimentos e inquietações.

Por isso os mensageiros pedem aos encarnados a formação de núcleos espiritistas sérios, para que as verdades divinas permaneçam, e que resistam às guerras destruidoras e à confusão que vai reinar no coração dos homens.

Enquanto as criaturas ficarem longe do Cristo, vamos assistir ao que está acontecendo:
jovens se suicidando, o tóxico tomando conta das criaturas.

É com pesar que defrontamos com pais e filhos drogando-se, embriagando-se, dizendo aproveitar a vida.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 18, 2011 9:23 pm

- Até quando o homem matará o próprio homem?

O médico me respondeu:
- Até entender que a moeda de César não compra a paz das consciências.

Virei para trás;
o corpinho do feto apresentava-se muito machucado mas o seu espírito estava sendo levado nos braços da doutora Mariane, em completa inconsciência.

Detive-me a olhar a bela e grã-fina clínica deste meu Brasil, que coopera para que ele seja, vergonhosamente, o campeão mundial do aborto.

Que Deus tenha piedade de todos.
Despedíamo-nos da equipa médica espiritual, quando doutor Márcio Bittencourt chegou acompanhado de Lélis, uma bela jovem de vinte anos, que nos foi apresentada.

- Seja bem-vinda! saudei-a.
Ela me sorriu com simpatia.
- Estou aqui porque necessito trabalhar, adoro crianças!
- É mesmo? Estou às suas ordens, falei, aproximando-me de olhos fechados.

Carinhosamente, beijou-me a testa, dizendo:
- Eu amo você.
Confesso que fiquei sem graça.
Pensava assustá-la, mas foi ela quem me deixou encabulado.

- Desculpe, irmã, sou muito brincalhão.
- Não sei porque você me pede desculpa.
O Cristo não nos ensinou o amor e o respeito?
Ao abraçá-lo, só um pouco, pude lhe demonstrar o quanto lhe quero.

- Que bom que você chegou, vamo-nos tornar óptimos amigos.
Nisso, Hápila nos chamou:
- Vamos até uma Casa Espírita, onde estamos sendo esperados.

E assim deixamos para trás o matadouro cruel e aportamos no local indicado por Hápila.
Fomos recebidos pelo chefe da segurança, que nos encaminhou à sala de recuperação, uma sala circular, com bancos azuis.

Ao sentarmos, uma brisa perfumada deu-nos as boas-vindas.
Fui ficando sonolento.
Pareceu-me que dali partimos para longe, mas ao acordar tudo estava normal como antes.

Lélis demorou a abrir os olhos.
Eu, mais curioso, a tudo examinava.
O som de uma campainha quebrou o silêncio e nos levantamos.

Senti-me mais tranquilo também.
Dali nos dirigimos a um grupo daquela Casa, onde iríamos trabalhar na parte da tarde.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 18, 2011 9:23 pm

Chegado o momento, analisamos os médiuns;
estes, muito bem equilibrados, aguardavam o início do trabalho.
Alguns abortados iriam ser socorridos.

Na hora determinada, vi entrar os espíritos, corpos de crianças, cabeças de homens, e homens enfurecidos que desejavam jogar os médiuns no chão.

Mas, imperturbáveis, nem sequer a respiração destes tomou-se ofegante.

Era a mediunidade com Jesus em acção.
À medida que os espíritos daquela Casa trabalhavam, os abortados iam ficando calmos e muitos deles foram levados para as colónias de origem.

Alguns, porém, nem ouviam as prelecções, tão grande o ódio que guardavam dentro de si.

- Para onde esses vão?
- Para junto das famílias que os "mataram".
- Mas eles já não foram socorridos?
- Sim, mas depende da vontade deles serem levados para as colónias socorristas ou ficarem junto aos seus algozes, atormentando-os.

- Até quando?
- Até o dia em que desejarem deixar suas vítimas.
Por isso existem grupos como este, para auxiliá-los a voltar ao mundo espiritual e preparar o retorno à carne.

- Para serem novamente abortados?
O dirigente olhou-me, meio assustado.

- Irmão, temos de confiar no amanhã.
Se hoje as mulheres entregam-se à volúpia do sexo, queremos crer que no futuro elas cumprirão com o dever de fêmeas.

Terão consciência de que o amor é muito mais forte que o prazer e que a criatura só é feliz se unir o prazer ao amor.

Esse dia surgirá nas consciências das criaturas, filhas de Deus, como um clarão divino, e todos serão salvos sobrepujando a matéria.

- Assim esperamos, dissemos todos, despedindo-nos.

# 1) À época do recebimento deste livro - 1989 - ainda não havia ocorrido a Guerra do Golfo Pérsico, que violentou brutalmente a Natureza.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 18, 2011 9:23 pm

Capítulo XV - YVES, MAIS UMA VÍTIMA DO MATERIALISMO

Daquela sala fomos levados a outra, onde alguns irmãos nos esperavam.

A doutora Kelly iniciou a explanação sobre um filme feito pela espiritualidade, retratando o mais recente método abortivo.

Doutor Misael acrescentou alguns factos novos.
Presenciávamos os mais terríveis meios de se interromper uma gravidez.

Ouvíamos, boquiabertos, chegando à conclusão de que o homem aprimora-se cada vez mais para matar sem piedade.

Terminada a reunião, ganhamos a rua e nos dirigimos a uma recém-inaugurada clínica abortiva, equipada com os mais modernos aparelhos.

Na sala de espera estava uma jovem, que acabara de chegar.
Olhei-a. Deveria ter uns dezasseis anos.
Jovem, muito jovem. Parecia muito nervosa.

Aproximei-me, tentando entrar em sua casa mental e lhe pedi:
"pelo amor de Deus, não mate seu filho, ele é um pedaço do seu corpo físico e o prolongamento do seu espírito".

Ela começou a chorar, pensando mesmo em sair dali e voltar para casa.

Nisso, entrou o namorado:
um senhor de seus quarenta e cinco anos que, carinhosamente, ficou ao seu lado.

- Querido, estou pensando seriamente:
será que não seria melhor deixar a criança nascer?

- Está louca, menina?
Esquece que tenho família e posição social?
E seus pais, como aceitariam um filho nosso, sendo eu um membro da família?
Sua irmã não suportaria o golpe.

- Mas nós nos amamos!... falou a menina.
- É, querida, mas o amor não é tudo, principalmente quando temos muitas adversidades para ultrapassar.

Eu continuava intuindo a garota, mas os argumentos do seu namorado foram mais fortes do que os meus.

Ele era o príncipe encantado de Isabelle e, aqui, o Luiz Sérgio, apenas um trabalhador do Senhor.

Chegou a vez da garota. com que discrição as coisas ocorriam!...
A que estava lá dentro saiu por outra porta e só chegou na ante-sala outra paciente após Isabelle ter entrado.

Uma clínica muito sigilosa.

Quando a nossa menina adentrou a sala cirúrgica, o doutor Zeus e a doutora Kelly tentaram ainda sensibilizar o coração do médico, mas ele, materialista ferrenho, só pensava na quantia que iria receber.

O ser humano nada representava para aquele homem, que um dia prestou juramento a Deus pela grandeza da sua profissão.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 18, 2011 9:24 pm

Era ali um assassino cruel, muito mais cruel e perigoso que um salteador.
Todos nós orávamos quando ele, com sua auxiliar, iniciou o trabalho.

Tentamos de tudo, mas as drogas e os aparelhos utilizados pelo clínico, com seu coração repleto de indiferença, foram mais fortes.

Pesarosos, assistimos a mais uma tocante cena.
O feto se encolhia todo, chegando a chorar.

Doutora Kelly, com seu conhecimento, tentava protege-lo, mas o espírito que habitava aquele corpo de criança sofria uma transformação - do medo que sentia, no início do aborto, passou a alimentar um ódio terrível.

Por mais que os técnicos tentassem, não conseguiam retirar o reencarnante. O corpo físico foi jogado fora, mas, colado ao útero de Isabelle, permanecia o espírito do abortado.

Um processo hemorrágico teve início e dava trabalho, muito trabalho.
Como não conseguíramos salvar a criança, tentávamos salvar a jovem.

Ela estava muito mal.
Outros médicos da clínica deram entrada na sala, mas quem a salvou foram Kelly, Misael e Zeus.

O cunhado mau carácter encontrava-se desesperado, não pela menina, mas temeroso de um escândalo.
Sentia-me nervoso, muito nervoso, só me acalmando quando vi Isabelle fora de perigo.

Ela ainda ficou ali algumas horas.
Quanto ao espírito, recusava-se a ser reconduzido para a espiritualidade.
Era uma inteligência adulta num corpo fetal.

Perguntei a Zeus:
- O que vai acontecer com os dois?
- A garota vai ficar muito doente, pois o nosso irmãozinho reluta em abandoná-la, respondeu.

- Mas não podemos forçá-lo?
- Não, não podemos.
O que nos é permitido fazer é dar uma assistência aos dois por um período mais longo.
Não deixaremos Isabelle, iremos acompanhá-la, tentando retirar o irmãozinho do seu útero.

- Que espírito boboca, desejar ficar colado em quem não lhe quer!...
- É muito fácil, Luiz, julgar alguém;
o difícil é viver uma situação desta.

- Deus me livre!
A menina ainda sangrava, mas foi considerada fora de perigo e levada para casa.

Eu, Lélis e Misael fomos designados a lhe prestar auxílio e, quando chegamos à bela casa, percebemos que não seria difícil para Isabelle ficar em repouso por vários dias:
os pais encontravam-se viajando para a Europa e ela mais dois irmãos estavam sozinhos com os empregados.
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