LUZ ESPÍRITA
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“DEIXE-ME VIVER” - Luiz Sérgio / Irene Pacheco Machado

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 13, 2011 9:50 pm

Capítulo VI - UMA AULA DE PUERICULTURA

A equipa do reencarne abrigou-se num Centro Espírita.
Naquela Casa, participamos de vários trabalhos.

Poucos compreendem o funcionamento espiritual de uma Casa Espírita, a qual podemos chamar de hospital de Deus, tal a sua função.

A cada instante é trazido para o Centro um espírito recém-desencarnado em perturbação, ou aqueles que muitas vezes relutam em sair do plano físico.

O mais comum, o que mais se vê, são os recém-desencarnados, principalmente por acidentes.

Os frequentadores das Casas Espíritas muitas vezes nem imaginam o quanto são úteis ao plano espiritual, até mesmo nas reuniões públicas.

Existem nessas reuniões espíritos capacitados que fazem a colheita dos fluidos necessários ao socorro dos doentes.

A parte espiritual não pára.
O movimento é tão intenso que chega a assustar, tantas são, hoje em dia, as mortes violentas.

- Por que, mesmo desencarnando em outro país, muitos são socorridos no Brasil? indaguei à doutora Kelly.

- Lembre-se, Sérgio, de que o Brasil foi escolhido para ser a Pátria do Evangelho e nela está a ponte que liga os dois planos.

Por isso, as Casas Espíritas precisam conscientizar-se desse trabalho;
uma mesa mediúnica presta auxílio tanto aos médiuns quanto às equipes de socorro, não sendo necessário ao espírito que se apresenta narrar o seu sofrimento;
ele simplesmente recebe do medianeiro as energias que lhe faltam.

Esses grupos são mínimos, mas de grande valia;
neles são realizadas muitas cirurgias perispirituais, verdadeiras cirurgias plásticas, com o auxílio de modestos médiuns, que, conscientes do trabalho, emprestam o seu corpo para outrem que se viu de repente longe do corpo físico.

Naquela Casa, assistimos às actividades de um grupo de cura perispiritual.
Constatamos, com alegria, que o dirigente encarnado, com seus fluidos puros, carácter recto, possuidor de elevada moral, ajudava cada médium no momento que dele se aproximava.

Na sala, silêncio completo.
Quando o dirigente passava por trás do médium, ele o ligava com o desencarnado, que projectava o pensamento no cérebro do médium.

Nesta fusão, os dois se tomavam um, beneficiando o doente.
As rodas energéticas do médium davam ao paciente o calor que ele sentia faltar.
Mesmo sem se manifestar, o desencarnado beneficiava-se com os fluidos do médium.

Nesse tipo de trabalho de socorro, o médium está muito mais ligado ao espírito manifestante do que lhe emprestando as cordas vocais.

Naquele recinto, presentes vinte e cinco médiuns, uns sessenta doentes desencarnados foram socorridos sem um ruído sequer.

Os trabalhadores anónimos tinham consciência do valor da mediunidade com Jesus.
Eles estavam praticando a mediunidade humilde, mas gloriosa.
O silêncio era sua prece, demonstrando-nos que Deus não habita no tumulto.

- Um dia, em todos os Centros, encontraremos grupos como este, de auxílio àqueles que estão partindo, às vezes de maneira violenta, comentei com Hápila.
- Luiz Sérgio, você gosta de escrever sobre mediunidade, não é mesmo? indagou Amintas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 13, 2011 9:51 pm

- Sim, procuro elucidar aqueles que muitas vezes se encontram perdidos, achando que não são médiuns e que não servem para coisa alguma.

Procuro dizer a todos os que chegam a uma Casa Espírita:
a mediunidade é linda, mas o mais belo dom é o dom de servir e todos nós podemos fazer algo pelo nosso próximo.

Feliz hoje em dia daquele que tem fé.
Quem procura uma Casa Espírita está buscando espiritualizar-se e queira Deus seja bem orientado.

Temo, irmão, pelas pessoas que sentem uma vontade louca de incorporar espíritos;
elas podem jogar a rede da mediunidade e pescar tristeza e ridículo em vez de peixes.

Certas pessoas, abusando da boa-fé dos que as consultam, não tem hesitado em profanar nomes respeitados e tomarem suspeitas uma ciência e uma doutrina que vieram para salvar e regenerar o homem.

Mediunidades desequilibradas têm afastado muitas pessoas do estudo sério do Espiritismo.

Por isso, todos nós, que assumimos uma obrigação com os livros espíritas, recebemos a incumbência de falar aos espíritas:
"cuidado, não brinquem com as dores alheias, querendo passar-se, a troco de pequenas gentilezas, por quem precisa ser respeitado: o desencarnado".

Amintas ainda me falou:
- Tem razão, existem muitos médiuns bons, ou melhor, óptimos, mas o perigo é que mediunidade não é doutrina;
todos são médiuns, uns com maior poder energético que outros, e, em vez de amar e se instruir, a maioria deseja apenas ser medianeira.

Tenho pelos verdadeiros médiuns imenso respeito.
São os novos apóstolos de Jesus, que terão ainda por muito tempo de sofrer pela verdade.

Serão difamados, acusados e mesmo assim terão de trabalhar no silêncio do seu santuário mediúnico.
Terão uma vida de renúncia, o corpo exausto, mas a consciência firme na luta pela verdade.

Bela tarefa, ainda que, frequentes vezes, dolorosa.
O médium com Jesus recebe muito pouco no plano físico.

Em compensação, tem de cumprir imperiosos deveres, sem esquecer que suas faculdades não lhe são outorgadas para uso próprio.

Para bem desempenhar seus compromissos, deve o médium aceitar as provas, saber perdoar as ofensas, que não são poucas, e esquecer as injúrias.

Sua trajectória não será talvez das mais fáceis, mas, à medida que crescer em humildade, a glória do dever cumprido atapetará o seu caminho com as flores do amor e da paz.

Feliz daquele que ao chegar do outro lado pode olhar de frente os seus mentores e dizer:
"eu venci o mundo, e o mundo não venceu a minha fé em Deus".

A história do Espiritismo está repleta de grandes médiuns e não é mais digno nós os respeitarmos do que desejar igualar-nos a eles?

Se somos bons médiuns, só o tempo irá nos responder.

Até lá, seguremos bem forte o Evangelho e os livros doutrinários e peçamos a Deus forças para nos tomarmos defensores das verdades divinas, lutando por uma mediunidade repleta da glória de uma consciência em paz.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 13, 2011 9:51 pm

Amintas foi interrompido pelo chamado da doutora Isis, a querida pediatra.

Uma criança ia ser atendida por ela.
O mal: infecção intestinal.

- Irmã, por que a criança está no Centro para tomar passe?
- É natural, Sérgio.
Os pais são espíritas e a trouxeram para ver se nós, os espíritos, fazemos alguma coisa.

Calei-me, pensando:
"o melhor era a mãe levá-la a um hospital".

A menina queimava de febre;
o passista, ao ministrar o passe, intuído pela doutora Isis, falou:
- Leve a garota ao hospital, ela precisa tomar soro, já está desidratada.

- É preciso mesmo?
- Sim, irmão.
Ela precisa de um bom médico.

O casal saiu do Centro em busca de socorro médico.

Perguntei à doutora Isis:
- A irmã não poderia ter ajudado a garotinha?

- Sim, Luiz, poderia ter actuado sobre o duplo etérico e energizado o órgão doente, mas nós, os médicos espirituais, temos de respeitar o mundo físico, onde existem os médicos encarnados.

Nem tudo podemos fazer.
E depois, esta garota está sempre acometida de problemas digestivos.

É comum os pais, quando o bebé é pequeno, desejar alimentá-lo demais e com dois meses já lhe oferecem frutas;
se estas, entretanto, não forem sadias, trarão à criança sérias consequências.

Outras vezes os adultos estão se alimentando e o bebé deseja comer.
Por graça, dão do próprio prato o alimento que não foi feito para ele.

Como oferecer a uma criança de dois meses um alimento que ela não tem condição ainda de mastigar?

Um bebé precisa é do seio materno.
É necessário conscientizar as mulheres de que não existe leite fraco, existe é falta de vontade de amamentar.

O leite materno é completo.
Ele dá condição dos órgãos prematuros desenvolverem suas importantes funções.

Por isso não é aconselhável forçar a máquina infantil com alimentos fortes da nossa mesa, não apropriados para esse delicado organismo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 13, 2011 9:51 pm

Os pais acham lindo o bebé se alimentar da comida dos adultos, mas este facto poderá levar a criança a contrair doenças futuras.

É comum, mesmo nas classes média e rica, o descaso para com as crianças.
Vemos mães limpando a boquinha do bebé com as fraldas.

O certo é tratar as crianças como somos tratados.
Nenhum adulto utiliza suas roupas íntimas para fazer a limpeza do seu rosto ou da sua boca;
existem toalhas apropriadas e os guardanapos.

Por que, sendo o bebé bem mais frágil que nós, não é respeitado?

É bem comum ver as criancinhas carregando ao pescoço, como suporte das suas chupetas, as suas fraldinhas ou as arrastando pelo chão.

Uma criança bem cuidada - e isto é um dever da família - dificilmente terá problemas intestinais.

A teoria de que não devemos cercar as crianças desses cuidados, porque ela não adquire defesas imunológicas, é conversa de quem não as ama.

Elas vão adquirindo as defesas à medida que entram em contacto com outras crianças ou com os adultos.

A doutora Ísis fez uma pausa, depois continuou:
- O que não se deve fazer é trancafiar um bebé em casa;
o primeiro contacto com pessoas estranhas ele sentirá.

Se, se colocar chupeta suja na sua boquinha, não se mantiver suas mãos limpas, roupas cuidadas, higienizá-lo no momento de mudar as fraldas, dificilmente esta criança terá saúde.

O trabalho para com a criança de hoje gera a tranquilidade no adulto do futuro.

Há dias, Sérgio, estamos cuidando de uma garotinha com séria infecção urinária, porque a mãe não fazia o asseio ao trocar suas fraldas, apenas a limpava com a própria fralda e assim as bactérias atingiram a uretra.

O trabalho com uma criança doente é muito maior que os cuidados normais que se deve ter com um bebé.
Se a criança aprender a ser limpa, dificilmente colocará as mãos sujas na boca.

Criança mal cuidada é reflexo do desleixo dos pais.
As infecções intestinais comumente são causadas pela falta de cuidado com os utensílios do bebé.

Enquanto o bebé mamar em mamadeira, esta precisa ser fervida, porque o leite penetra no bico e este fica impregnado de bactérias.

Muitas crianças adquirem até micose labial por causa disso.
- Mas existem médicos que dizem que os cuidados exagerados prejudicam o bebé, irmã Isis.

- Exagerados, sim. Mas estamos tratando dos cuidados normais.
Se o adulto não gosta de sujeira, por que o bebé tem de conviver com ela?

Uma boa mãe, aquela que renuncia a tudo nos três primeiros anos do seu filho, será recompensada pelo que fez, pois terá um filho saudável na adolescência e na idade adulta.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 13, 2011 9:52 pm

- Irmã, é tão comum as mães limparem a boca do bebé com as fraldas...
E é prejudicial mesmo?

- Não só é prejudicial como desagradável e, creio eu, se o bebé pudesse protestar, ele o faria, principalmente quando carrega ao pescoço uma peça íntima.

Os pais, quando o bebé vai crescendo, costumam deixá-lo sujo para adquirir a famosa defesa, aí começa a caída do bebé: doenças e mais doenças.

O exagero é prejudicial, mas é muito fácil constatar se estamos agindo certo ou errado.

- Irmã Ísis, sei que você sempre diz que a doença se inicia pelos pés.

Ela sorriu.
- É mesmo, meus pais já me diziam isso.
E no trato com as crianças, constatei que elas sentem por demais ao exporem seus pés no chão, principalmente nas lajotas que são frias.

- Irmã, é certo dar para um bebé um bom bife para ele chupar?
- Imagine que há adultos que dão até feijoada para seus bebés!...

Acho isso comodismo.
É mais fácil dar o que está feito do que fazer uma boa sopinha ou outro alimento, de acordo com a delicadeza de seus prematuros órgãos.

Não possuindo dentes, toma-se mais difícil a digestão do bife, podendo até engasgar-se.

E depois, o bebé fica muito tempo deitado.
Se um velho ou um doente não suporta alimentação forte, por que a criança teria de suportá-la?

- Essa criança doente que atendeu vai ter de receber um tratamento forte com antibióticos e outros remédios, pois está com infecção intestinal, não é mesmo?
- Acredito que o pediatra oriente a mãe e queira Deus ela respeite o seu filho, dando-lhe os cuidados que ele merece.

- Vamos acompanhá-los?
- Infelizmente não podemos, outros serviços pedem nossa presença.
Mas em outro momento darei uma chegada até a casa da pequena doente.

- Posso ir?
- Sim, meu amigo, pode sim.

Assim, chegamos até a sala de projecção, onde o aborto era o tema do dia.
Com pesar, constatou-se que é dele a maior incidência de morte no plano físico.
No Brasil, sua prática é enorme, ninguém pode imaginar quanto.

Naquele momento, foi projectada a prática de abortos em uma clínica caseira.
Um médico, em sua própria casa, praticava os abortos e recebia por eles alta soma.

Esse dinheiro vai parecer uma pesada corrente em seus pés na hora do desencarne;
não vale a pena o conforto do mundo físico quando nos esperam terríveis sofrimentos.

Naquele vídeo, vimos o homem que estuda para salvar vidas roubar de espíritos frágeis o direito de viver.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 13, 2011 9:52 pm

Naquele dia em que foi realizado o filme de estudo, trinta fetos foram jogados fora, com toda frieza, só naquela clínica.

E, como Pilatos, o médico apenas lavava as mãos.
Todavia, no seu perispírito, o sangue dos inocentes deixou as marcas da dor e do desespero até o dia do julgamento.

Ficamos discutindo sobre o assunto e, mais uma vez, constatamos que se mata muitas crianças no mundo, sem piedade, e no Brasil ainda pedem a liberação do aborto!...

Muitos reclamam justiça, falando de direitos humanos, no entanto, ao nosso lado, em nossos lares mesmo, negamos a um ser o direito de vir ao mundo para continuar sua evolução espiritual.

Até quando, meu Deus, o homem vai matar o seu próximo, sem piedade?

Apagado o vídeo, todos se levantaram e orei:
"Senhor, tem piedade de quem pratica o aborto, mas tem piedade maior daqueles que podem evitar esse assassinato e permanecem indiferentes, por julgarem que em um feto não existe vida.

Os aborteiros, pelo dinheiro fácil, estão violentando as leis da Natureza.

Senhor, por caridade, faz descer sobre todo o Planeta a luz do esclarecimento, para que os homens deixem nascer aqueles que se submetem a toda uma trajectória de reencarne e depois são assassinados a sangue frio por seres sem fé e sem amor.

Apieda-Te de todos nós e faz de cada homem um instrumento da Tua paz."
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 14, 2011 10:28 pm

Capítulo VII - CONIVÊNCIA DOS PAIS

Terminada a exibição dos vídeos, ainda ficamos algumas horas tecendo comentários sobre o assunto, quando um dos encarregados do socorro pediu nossa ajuda para uma jovem de dezasseis anos que naquele dia ia revelar ao namorado sua gravidez.

Kelly e Hápila logo se prontificaram a auxiliar e dali saímos em busca de Rosalinda.

Encontramo-la diante do namorado e este, assombrado, dizia:
- Eu não posso assumir essa responsabilidade, vamos dar um jeito nisso.

- Mas eu quero o meu filho!
- Então, minha querida, se vire sozinha, não conte comigo.
Estou comprando um imóvel e depois Vou para a Europa fazer mestrado.

Meus pais enlouquecem se eu falar da sua gravidez, Rosalinda.
O que eu posso fazer é conseguir a grana para você se desfazer da coisa.

Olhei os meus amigos, principalmente uma nova caravaneira que se juntara a nós: Glessi.
Ela, com a expressão de surpresa, era a imagem da preocupação.

Aproximou-se do rapaz, que nada tinha de bom no coração, e este, apesar de intuído por nós, continuava no firme propósito de assassinar o próprio filho.
Encontrava-se tranquilo com a sua decisão.

Glessi então chegou perto da garota, mas ela, sentindo-se sozinha, retrucou ao namorado:
- Arrume então a grana.
Tenho uma colega que já abortou;
pedirei a ela o endereço do médico hoje mesmo.
A que horas você me entrega o dinheiro?

- Às duas da tarde, está bem?
Aqueles dois nem pareciam já ter desfrutado algumas horas de carinho, pois conversavam com a maior frieza.

- A que ponto chega um relacionamento carnal sem amor e sem respeito, comentou Amintas.
Seguimos a mocinha e tudo fizemos para que tivesse força suficiente para enfrentar sua gravidez.

Mas ela não concebia ter um filho sem a presença paterna e ali, estirada na cama do seu belo quarto, chorava desesperadamente.

A mãe entrou e lhe perguntou:
- Porque chora, querida?
- Estou grávida e abandonada por Leandro - disse-lhe, intuída por nós.

A mãe sentou-se, tamanha a surpresa.
- O quê? Abandonada? Você é que pensa!
Ele é obrigado a se casar com você. Vou chamar o Máximo.

- Mamãe, por favor, não o quero à força.
Se ele não me ama, como posso casar-me com ele?

A mãe xingou tanto, fez tanto escândalo até a chegada do marido, que Rosalinda estava decidida a fugir de casa.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 14, 2011 10:28 pm

Pensamos:
"com o marido as coisas melhoram".
Mas que nada!

Máximo apenas não gritou, pediu para a filha e a mulher se sentarem diante dele e ponderou:
- Nada de desespero, aconteceu, aconteceu.
Eu sempre achei, filha, que você estava abusando da liberdade.

Mas quero que fique bem claro:
eu não suporto um escândalo em minha carreira pública.
A política não permite esses factos tão desagradáveis.

Precisamos, juntos, encontrar uma solução que não atrapalhe minha candidatura.
Estou preparado para as próximas eleições e não é você, minha única filha, que vai prejudicar-me.

Mesmo que Leandro desejasse casar-se, não estamos em condições de fazer uma festa à altura da nossa posição social.

E, como vocês duas estão dizendo que ele não deseja se casar, forçá-lo seria desastroso.
Isso nunca.

Tenho alguns amigos médicos que podem fazer caridosamente a interrupção desta gravidez.
Irei procurá-los e logo estaremos livres deste facto tão desagradável.
Posteriormente, vocês duas partem para a Europa e Rosalinda ficará estudando lá.

- Quer se ver livre de mim também?
- Pense como quiser, filha.
Ninguém vai atrapalhar minha projecção política.

A mãe acariciava os longos e belos cabelos da filha.
Esta chorava, por sentir o quanto estava sozinha.

Nós fizemos de tudo, mas Máximo e a esposa não queriam envolver-se em escândalo e Rosalinda estava grávida de alguém que não a queria por esposa.
Era demais para aquele orgulhoso pai.

Perguntei a Kelly:
- E vamos deixar que realizem o aborto?
- O que fazer, Luiz Sérgio?
O livre-arbítrio pertence ao homem e ninguém pode roubar-lhe esse direito.

Um dos amigos influentes de Máximo preparou em sua clínica o aborto de Rosalinda.
Na sala de espera, o olhar de ansiedade de todos nós.

Quando ela deu entrada na sala abortiva, pareceu-me que aquelas paredes choravam;
era um lugar de desespero.

Existem muitas clínicas espíritas da Falange de Maria de Nazaré que fazem plantão de socorro para salvar almas.

Porém ali, diante de nós, um médico que recebeu de Deus o dom de curar estava preparando-se para matar um indefeso ser.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 14, 2011 10:28 pm

Presenciamos o desespero do feto;
ele se debatia apavorado ao pressentir sua morte.
Rápido, muito rápido, o acto cruel.

O médico tinha muita prática.
Pena que ele, ao interromper a gravidez de Rosalinda, não pôde perceber as lágrimas nos olhos daquela forma fetal e o seu martírio.

Era uma linda menina, e como gritava apavorada.
A doutora Ísis amparou o espírito que cruelmente fora rejeitado pelos pais;
envolveu-a em seus braços e dali saiu, levando-a com carinho.

Olhei Rosalinda:
apenas uma criança e tão marcada pela vida.

Pensei:
"será que ela vai parar por aqui ou vai ainda assassinar muitos outros filhos?"

Saímos atrás de Ísis, que tudo fazia para acalmar o espírito que sofrera a rejeição;
mas ele apenas gemia, o corpo todo queimado, sentindo a cruel realidade de um aborto.

Enquanto isso, Rosalinda era cuidada pelo médico amigo de seu pai.

Ela nem imaginava que sua filha agora também recebia cuidados médicos e, como todos os abortados, sofria a pior das dores:
a da rejeição, Ísis, ajudada pelos socorristas, encaminhou-se para um Centro Espírita e lá, com a ajuda de outros médicos, foi a criança levada a um trabalho espiritual, recebendo fluidos tranquilizantes que aliviaram a queimação que sentia em seu corpo.

Perguntei ao médico do Centro até quando a criança iria ficar ali.
- Logo será levada para um hospital da erraticidade, onde aguardará nova oportunidade.
- Meu Deus, quem pratica o aborto não imagina como está infringindo as leis de Deus!
Soube que nessas clínicas fazem de trinta a quarenta abortos por dia.

- É mesmo, Luiz Sérgio, essas intervenções estão aumentando de tal maneira, que ninguém é capaz de avaliar seu crescimento.
Em nosso Centro já contamos com uma enfermaria exclusivamente para socorrer os abortados.

Em um Centro Espírita deve também existir a prece para os rejeitados.
Para você ter uma ideia, atendemos mais abortados do que suicidas.
Hoje o aborto é praticado sem piedade no mundo inteiro.

Virei-me para a garotinha e falei a Kelly:
- Gostaria de ver como se processou a sua encarnação.

O doutor Salles nos convidou a acompanhá-lo e foi passando o filme sobre Rosalinda, seu namorado Leandro e o contacto dos dois com o espírito que acabaram por rejeitar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 14, 2011 10:28 pm

- Quem é a velhinha? perguntei ao doutor Salles.
- A mãe de Máximo, avó de Rosalinda.
- A mãe dele?
- Sim. Ela adora a neta, por isso se propôs a voltar como sua filha.
Ela criou Rosalinda até os seis anos.

Vimos Leandro e Rosalinda sendo levados à espiritualidade e ela adorando o contacto com a vó.
"Que bom que a senhora vai voltar, e ainda mais como minha filha.
Lutarei pela sua felicidade".

Tudo muito certinho, os dois prontos para receberem a filha.
O contacto entre eles era de muita paz.

Assistimos à comovente despedida da avó com seu esposo, ele ainda ficaria alguns anos no mundo espiritual, entretanto ali na enfermaria dos abortados jazia um corpo de criança, todo dolorido.

Mais machucado ainda se encontrava o seu espírito por saber-se desprezado pelo filho e pela neta que adorava.

Como será o último capitulo desta história?
Não sabemos quanto tempo permanecerá no corpo de criança e se Rosalinda um dia vai conseguir ter filhos.

- Como é complicado o nascimento, muito mais que a "morte.
- Muito mais, Luiz.
No reencarne nós precisamos dos encarnados e muitos desrespeitam as leis de Deus.
No desencarne são os espíritos que esperam e ajudam os desencarnantes.

- Um dia o homem vai respeitar o feto como um ser vivente, doutor Salles?
- Não sei, não, irmão.
Hoje em dia o que mais se vê é mulher abortando, mas esperamos que haja um ponto final nestes actos tão tristes.

Pedimos permissão para ir até a casa de Rosalinda.
Encontramo-la desolada, dizendo ao pai que na hora do aborto viu sua avó virar criança e depois ficar velhinha;
que ouviu sua voz implorando:
"Rosalinda, deixe-me viver!"

O pai deixou cair uma lágrima.
Se de remorso, eu não sei, talvez de vergonha, por ser tão covarde, um escravo da posição social que ocupa, servo do orgulho.

- Rosalinda ainda vai aprontar, faltam-lhe amor e Deus em sua vida.
- Hoje em dia, Luiz, as jovens comportam-se despudoradamente diante dos homens, com roupas sumárias, desde as roupas de banho, até as de passeio;
e depois, ao sofrerem as consequências de actos impensados não possuem coragem suficiente para enfrentar a mesma sociedade que tentam agredir com seus gestos de revolta.

Muitas Rosalindas existem por aí, talvez a sua própria filha, que você, leitora, acha linda por mostrar o corpo quase nu, expondo-o ao público que não tem piedade.

É, minha gente, a liberdade excessiva está matando a pureza e, o que é mais grave, interrompendo a viagem de muitos espíritos para o plano físico.

É preciso que se façam, urgentemente, campanhas de alerta aos jovens.

Um dia eles também envelhecerão e feliz do velho que, ao trazer à lembrança o seu tempo de jovem, não tenha apenas remorso para recordar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 14, 2011 10:29 pm

Capítulo VIII - SUSTO RECOMPENSADO

- Vocês conseguem socorrer todos os espíritos dos abortados? perguntei, impressionado, à enfermeira espiritual, Salette, que trabalhava como socorrista na clínica do aborto.

- Nem todos, meu amigo.
Alguns espíritos, ao sofrerem a violência do aborto, colam-se no centro de força básico de sua mãe e, por mais que façamos para retirá-lo dali, ele reluta em abandoná-la.

- E qual a consequência dessa situação?
- A mulher se vê repleta de remorsos, vive chorando e às vezes contrai doenças de difícil diagnóstico.
Tudo fazemos, até a retirada do rejeitado, pois é ele quem mais precisa da nossa ajuda.

- Não me diga, Salette, que existem estes casos.
- E não são poucos, Luiz.
Quem busca uma clínica de aborto, na maioria das vezes, encontra sofrimento e lágrima.

Já imaginou se no Brasil for liberado este frio assassinato?
Se a lei proíbe o aborto e os homens pouco a respeitam, matam sem piedade, se for liberado então...

- Irmã, percebi que o médico jogava os fetos no lixo;
e depois, qual é o fim dado a esses pobres corpinhos?

- Uns os enterram, outros os queimam.
Mas isso nada representa comparado ao que fazem ao espírito.

Despedi-me daquela abnegada mulher e, em recolhimento, abri as Escrituras.

Caiu no Capítulo XIV, do Eclesiástico:
Bem-aventurado o homem que não deslizou pelas palavras da sua boca e que não foi torturado pelos remorsos do pecado.

Cada homem dará contas de sua vida, isto é, de tudo o que fez de bom ou de mau, diante do tribunal de Deus.
Será que quem interrompe uma vida não se detém um minuto para pensar no mal que está fazendo aos planos de Deus?

Ninguém imagina o trabalho das equipes da reencarnação, nem o tempo que levam para preparar a volta de um espírito à carne.

E aí, algumas pessoas duras de coração cortam o laço fluídico da maneira mais covarde, interrompendo a viagem de uma alma que precisa descer ao educandário da vida para prestar exame.

Recordei o cuidado dos técnicos examinando os mapas cromossómicos, a geografia dos genes nas estrias cromossómicas.

É um trabalho delicado, que o homem encarnado, por ignorância e orgulho, destrói sem piedade.

Ninguém renasce por acaso, tudo obedece às leis da Natureza e, com o nascimento, descobre-se que essas leis são ricas e delicadas.

A hereditariedade dos genes, distribuída nos cromossomas, requer dos técnicos um trabalho de amor que o encarnado não tem o direito de interromper.

A doutora Isis me chamou à realidade:
- Luiz, fomos chamados com urgência, algo terrível está para acontecer.
O Jonas está em vista de ser mais um rejeitado.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 14, 2011 10:29 pm

- Não me diga, Ísis!
- É verdade, Sérgio.
- Meu Deus, como é possível?
Porque Rebeca não quer o filho?

- Simplesmente, porque Fernando está noivo de outra.
- E o que faremos?
- O doutor Filogónio já está ao lado de Rebeca, tentando auxiliá-la.
- Queira Deus ele consiga.

Diante disso, voltamos rapidamente ao apartamento de Rebeca.
Filogónio aplicava-lhe passes;
ela chorava desesperadamente ao telefone, conversando com Fernando e este lhe dizia:
- É tão fácil se livrar de uma gravidez, e você fazendo drama!...

- Fernando, eu estou esperando um filho seu, e vai mandar-me matá-lo?
- Vocês, garotas, são engraçadas:
liberadas até certo ponto, no momento que "pinta" um filho, precisam do homem para criá-lo.
Vire-se, minha filha!
Fiquei noivo de Juliana e não quero que me procure mais.

Acabou, Rebeca.
Foi bom, enquanto durou.
Para a criança só posso dar um bom médico que tome menos cruel a interrupção da sua vida.

- Você é um monstro, Fernando! Eu o odeio!

Desligou o telefone e chorava muito.
Filogónio, com carinho, fez com que ela adormecesse e, com amor imenso, mostrou-lhe Jonas, o seu filho que, alojado, já vivia em seu ventre.

Rebeca decidiu-se:
- Não Vou abortar, preciso ter o meu filho, ele será só meu.

Saímos, aliviados.
Só Ísis não se alegrou.
- Não está contente? indaguei-lhe.

- Não. Temo pela vida de Jonas.
Rebeca, ao lado de Filogónio, está recebendo dele os fluidos da maternidade, mas o que acontecerá quando Filogónio voltar para o Departamento, onde o esperam inúmeros trabalhos?

- É mesmo, irmã, não havia pensado nisso.
Então, porque não ficamos no pé de Rebeca?
- É o que vamos fazer.

Filogónio, ao despedir-se, recomendou:
- Cuidado, amigos, o caso é delicado.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 14, 2011 10:29 pm

Passaram-se vários dias.
Rebeca encontrava-se desesperada com a separação de Fernando e este, por sua vez, nem se lembrava mais da sua existência.

Jonas já estava com três meses de vida fetal e nós não podíamos mais ficar ao seu lado.

Oramos, ao despedir-nos da mãe e do filho, e confesso que chorei de emoção ao ouvir esta prece:
- Jesus Cristo, filho de Deus, irmão querido, amparai aqueles que desencarnam, mas ajudai muito mais aqueles que retomam ao corpo físico para reiniciar a caminhada.

Ajudai, Senhor, todos nós, principalmente as mulheres que, sozinhas, precisam cuidar dos seus filhos.

Dai a todas, Senhor, a certeza da Vossa ajuda, fazendo-as perceber o quanto são importantes para Deus na sua missão silenciosa de mães.

Amparai aquelas que muitas vezes precisam de forças para não sucumbir diante do abandono a que são relegadas.

Que todas as mulheres compreendam o quanto são protegidas por Deus e que nenhuma delas ouça o lamento de um espírito lhe implorando: "mãe, deixe-me viver!"

Retiramo-nos da casa de Rebeca;
mas não demorou uma semana, recebemos novo pedido de socorro.

Encontramos Rebeca já na sala de espera de uma clínica maldita.
Tentávamos demovê-la de sua intenção, mas ela, olhar perdido no tempo, estava no duro propósito de não deixar Jonas nascer.

Quando tudo nos parecia perdido, sentei-me ao lado de Rebeca e me fiz visível.

Ao deparar comigo, assustou-se um pouco:
- Nem vi o senhor entrar!...
Sua namorada está lá dentro?

- Não, não está.
Jamais traria uma mulher a este inferno.
Todas as mulheres precisam de um jardim de flores, um altar e um coração para serem resguardadas de qualquer adversidade.

- Não estou entendendo.
Então, o que o senhor faz aqui?
- Simplesmente estou aqui em nome de Deus lhe implorando:
deixe o seu filho nascer, ele é um pedaço do seu ser.

Nisso, a megera da enfermeira anunciou:
- Senhora Rebeca... - olhou espantada para os lados, depois indagou:
- Está falando sozinha?

Assustada, Rebeca me buscou.
Não me vendo, perguntou à enfermeira:
- Não viu um moço conversando comigo?
- Está enganada, aqui não há ninguém.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 14, 2011 10:30 pm

Quando Rebeca olhou para a porta, mais uma vez me fiz visível, e lhe disse:
- Não mate, por favor!

Ela desmaiou.
O médico e a enfermeira, assustados, não quiseram mais atendê-la naquele dia.
Quando me juntei ao grupo, envergonhado da minha atitude, pedi perdão a Kelly.

Ela me advertiu:
- Hoje você pôde fazer isso, mas que seja a última vez.
Os espíritos não podem expor-se a tanto.

Rebeca voltou para casa, mas ficou muitos dias apavorada, tinha medo até do vento.
Sentindo-se sem coragem para abortar, buscou a protecção da mãe e esta, com carinho, iniciou o belo enxoval de Jonas.

Só que eu, por infringir a lei do livre-arbítrio, me vi diante de um grupo de irmãos, não para ser julgado, mas para me fazer entender que um espírito não pode assustar um encarnado.

Rebeca só não abortou Jonas, porque morreu de medo da minha aparição.
Prometi a Filogónio jamais usar a força;
mas que foi bom, isso foi!

Principalmente quando Rebeca, meses mais tarde, deu o seio para que o belo filho lhe sugasse o leite.

Os pais lhe deram a maior assistência.
Mais tarde, receberam Fernando, que fora ver o filho e desejava registá-lo.

Rebeca, demonstrando seu amor materno diante do antigo namorado, fez com que Fernando a amasse novamente e até a pedisse em casamento. Final feliz!

Dali saí, cantarolando, e encontrei Ísis.

- Doutora, estou me sentindo um verdadeiro cupido;
flechei a felicidade para Rebeca, não é mesmo?

- Não só a felicidade, mas você, Luiz, vai fazer com que Rebeca busque na Doutrina Espírita a explicação para o que aconteceu naquela clínica.

- Sabe, irmã Ísis, eu queria era fazer isso para o médico.
Pena é que só Rebeca me viu.

- Pare, Luiz, com essas brincadeiras, assim vai se tomar um duende!

- Salve-me, irmã!
Leve-me até o Hospital de Jesus, quero ser curado!

- Vamos trabalhar, irmão, outros casos nos esperam.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 14, 2011 10:30 pm

Capítulo IX - O IMPORTANTE TRABALHO DA DESOBSESSÃO

Demos mais uma chegada ao Centro Espírita e lá, no vaivém dos muitos frequentadores, percebemos como a Doutrina Espírita é o Consolador prometido por Jesus.

Com emoção, presenciamos o tratamento das obsessões, onde legiões de espíritos inferiores eram esclarecidas pelos evangelizadores espirituais.

Chegavam vampirizando os doentes, denotando-se nestes o olhar vazio, sem sonhos e realidades.

Na observação cuidadosa de um subjugado é que se nota a que ponto chega uma influenciação.

Os corpos saem do nível e os trevosos buscam as rodas energéticas e se alimentam através delas.

O espírito encarnado vai perdendo as forças e ficando à mercê dos vampiros. Observei os médiuns em trabalho:
muito bonita a tarefa desses irmãos.

Eles talvez nem imaginem como são protegidos.
Notei que os trevosos não conseguiam divisar os médiuns, para segurança dos tarefeiros de Jesus.

Deu entrada no salão o jovem Clarindo, que era levado ao consumo de litros e litros de bebida alcoólica;
foi iniciado o tratamento doutrinário, muito mais para os acompanhantes indesejáveis do que para o jovem.

Tentavam eles continuar na mesma vida que levavam antes de desencarnar e, para saciar seus vícios, juntaram-se a Clarindo condenando-o, sem piedade, à destruição.

Relutaram em entrar na câmara de passes, mas já no salão, recebendo fluidos magnéticos tranquilizadores, meio apatetados, foram-se aproximando dos encarregados do trabalho.

Estes não perderam tempo:
ligaram um aparelho no cérebro deles e numa rotação bem alta começaram a aplicar choques energéticos.

Um deles, que vamos chamar de Tarcílio, relutou enquanto pôde para não ser tratado, mas com um conhecimento muito grande daquele trabalho, os encarregados foram levando-o até um dos médiuns.

Quando Tarcílio tocou nas auras do médium, estas, como se fossem uma garra, o abraçaram e ele foi ficando anestesiado, sendo logo socorrido.

Falei a Hápila:
- Fácil este tratamento, não é mesmo?
- Sabe quantos passes esses acompanhantes já tomaram?
- Quantos?

- Vinte.
Só agora serão encaminhados para os postos de socorro.
- É mesmo?
Isto me faz lembrar de alguém que deseja pegar passarinho:
joga a comida dentro da gaiola e deixa aberta a portinha, até que ele resolva entrar.

É um trabalho repleto de paciência.
O jovem, de cabeça baixa, orava, sentindo-se outro homem, e queira Deus ele também ajude a espiritualidade, porque casa mental limpa, corpo são.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 14, 2011 10:30 pm

- Sérgio, repare bem as fisionomias das pessoas, disse Amintas.
O contacto com as entidades trevosas vai, pouco a pouco, fazendo-as adquirir as feições desses desencarnados e até assumir suas atitudes.

Nisso, entrou no salão uma senhora gritando estridentemente, segurada por alguns irmãos, não só encarnados, como desencarnados;
ela urrava, mais parecendo bicho.

Por mais que buscássemos os seus acompanhantes, não os víamos.
Até que conseguiram levá-la à cabine e o encarregado espiritual, utilizando-se de um aparelho, foi localizando no duplo etérico fisionomias retorcidas.

Confesso que me assustei.
Vou tentar narrar para vocês o que Presenciamos.

Em cada roda energética surgiam minúsculas figuras e estas iam-se alongando, deformadas, como quando jogamos uma tinta num papel e esta se espalha.

Na roda energética víamos as fisionomias nas ilações, uma gosma que se espalhava disforme.

Cada roda energética possui sua cor característica, mas quando subjugada pelos trevosos elas se misturam, e naquela irmã todas as rodas estavam subjugadas.

A fisionomia da irmã era de terror.
Os passistas usaram o mesmo tratamento.
A espiritualidade não dispunha de uma sala especial para atendimento desses casos mais graves.

Sugiro aqui que uma Casa que trabalhe com desobsessão tenha uma cabine especial, composta de alguns médiuns videntes respeitados.

Quando chegassem irmãos em tal estado de alucinação, deveriam ser encaminhados para esses departamentos, onde a espiritualidade montaria a cabine com aparelhos apropriados, capazes de operar melhor em semelhantes casos.

Mesmo assim, aqueles abnegados médiuns deram uma ajuda enorme àquela irmã e ela se acalmou.

Perguntei ao encarregado daquele passe:
-Vocês conseguiram tirar alguns daqueles subjugadores?

-Ainda não, estes casos são mais demorados.
Breve teremos salas especiais e a resposta ao atendimento será mais rápida.

- Que bom.
Acredito que quando forem criadas essas cabines especiais os espíritos encarregados da desobsessão terão melhores recursos para curar os doentes.

Gostaria de desenhar no papel a irmã e os seus acompanhantes, bem como o que estava ocorrendo diante dos nossos olhos espirituais.

Vou tentar desenhá-la com os seus algozes:
Espero que vocês compreendam o desenho.
Na verdade, este caso deixou-me muito preocupado.

Por isso, perguntei à encarregada do trabalho porque a irmã adquiriu tais companhias.

- Luiz Sérgio, ela violou as leis de Deus e, sem piedade, tirou o direito de nascer desses que hoje pedem justiça, colados ao seu corpo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 15, 2011 11:00 pm

- O quê, irmã?
Esses verdugos são os rejeitados que hoje se vingam da aborteira?
- Sim, Luiz. Ela já está sofrendo antes de desencarnar.
O que é muita sorte, pois no corpo físico toma-se mais fácil a cura.

- E nesses casos os socorristas não conseguem dar abrigo aos espíritos rejeitados?
- Não. Muitas vezes os espíritos rejeitam a ajuda e colam-se aos seus assassinos para cobrar deles o direito de viver.

Não se esqueça, Luiz Sérgio, de que nem todos os espíritos são bons, também os maus reencarnam.
Naquele caso de Marina, o espírito era familiar, de boa índole, e jamais seria um verdugo.

Mas os que vimos agora, estes não se conformam de terem sido retirados sem piedade do ventre materno.

- Meu Deus, por isso a necessidade de uma sala especial para esse trabalho.
- Veja só, irmão, aqui estava eu observando cada caso e nem imaginava que estivesse em trabalho, defrontando com antigos abortados que hoje se vingam.
A irmã alcançará a cura e queira Deus ela tenha guardado na mente os gritos de ódio das suas vítimas.

- Vimos sete irmãos, não é mesmo?
- Não, ali estava alojada uma legião de sofridos.

Observei ainda mais a irmã, que agora conversava, e busquei as fisionomias nas suas rodas energéticas.
Elas, que antes estavam assim, agora se encontravam assim:
Os corpos gelatinosos tinham desaparecido e os espíritos pareciam dormir.

- Mas eles não podem ser retirados?
- Não, ainda é cedo.
A irmã só tem quatro meses de tratamento, esperamos que ela se conscientize dos seus erros e ela mesma limpe as suas rodas energéticas.

- Mas como, irmã?
-Através de sua reforma íntima.
Se a irmã pegar o Evangelho de Jesus e buscar com humildade a renovação interior, ajudada pelos mentores da Casa, terá a cura.

- Se ela não melhorar, também não se livrará dos seus inimigos?
- O amor vence o ódio.
No dia em que a irmã descobrir o verdadeiro amor e dedicar sua vida a Deus e ao próximo, tudo se modificará e ela será novamente alguém útil à sociedade.

Até lá, sentirá o "ranger dos dentes".
O Centro Espírita fará mil coisas para auxiliar a irmã, entretanto, compete a ela curar sua alma auxiliando os espíritos enleados nas sombras da vingança.

Ela terá de cultivar o amor, ter compaixão para com todos, enfim, sofrer uma transformação divina.

Queira Deus ela se salve e que os seus algozes encontrem o caminho da paz.
Observei outros casos, mas nenhum me deixou tão impressionado.
Quando ia saindo, parei, pois os meus amigos acompanhavam o tratamento em um jovem viciado.

Encantado fiquei quando o médico espiritual tocou o cérebro do irmão;
a sede do complicado departamento mental pareceu-me também um complicado aparelho electrónico.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 15, 2011 11:01 pm

Observava-se uma substância cinzenta alojada ali.
O cérebro ainda é um mundo quase desconhecido do homem e nós, diante daquele jovem, descobrimos sua ligação com outro cérebro, o de um jovem também, mas desencarnado.

Pareciam dois cérebros idênticos. O encarnado estava tão ligado com o desencarnado que dava a impressão de um só espírito.

Buscamos as três regiões do cérebro e nelas os espíritos encarregados da cura operaram com choques magnéticos através dos passes e ali mesmo foi feita a separação mental daqueles dois espíritos.

No momento dessa separação, o jovem encarnado jogou-se ao chão, retorcendo-se como num ataque histérico.

Seu cérebro recebera energia purificada, quando acostumado estava com a ligação trevosa.
Agora o cérebro do jovem Caio trabalhava por conta própria, não mais ligado com o outro cérebro.

Pudemos observar os neurónios recebendo as sensações exteriores dos passistas e também do seu interior, da consciência.

A mente de Caio orientava todo o seu universo molecular e dela partia agora o comando.
Acreditávamos que bem depressa o equilíbrio voltaria ao espírito de Caio.

A massa cinzenta do cérebro do irmão ia paulatinamente voltando ao normal;
já não me pareceu mais doente.

Perguntei a Hápila:
- Será que ficou curado?
- Acho que ainda vai precisar de alguns passes até voltar a comandar a si mesmo.

- E o irmão que o levava ao vício?
- Será tratado, mas não se esqueça, Sérgio, de que Caio não foi levado ao vício pelo doente espiritual.
O doente é que se ligou a ele por afinidade.

Sempre na Terra existe alguém que carrega algo que irmãos desencarnados desejam para ficar mais tempo no mundo físico.
Se o encarnado procurar ser digno, esses irmãos não desejarão tanto viver na crosta da Terra.

Quem procurar viver em espírito não sofrerá a tortura da obsessão, doença tão material.
Com o correr do tempo, o homem se verá longe dela.

Diz Francisca Theresa:
"Quem se toma um operário do Senhor, fiel às Suas obras, jamais conhecerá a lágrima da obsessão."
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 15, 2011 11:01 pm

Capítulo X - MÉDIUNS - OBREIROS DE JESUS[/b]

Recordei-me de Nari, Jacó e Onor, louvando a Casa Espírita que dedica um dia da semana para o tratamento da desobsessão.

O que se deve evitar é grupo de estudo mediúnico fazendo trabalho desobsessivo com dirigentes sem preparo.

O estudo mediúnico é necessário ao médium, pois este tem de conhecer o mundo dos espíritos.

Os espíritos que são trazidos até os grupos mediúnicos não são obsessores;
a espiritualidade não coloca espíritos por demais cruéis diante de um aprendiz.

Engana-se quem imagina que receber obsessor desenvolve médium.
Há nas escolas de médiuns equipes preparadas para actuar nesses grupos.

Doentes são levados, sim, mas obedecendo a uma disciplina espiritual.
Tais grupos podem socorrer suicidas recém-desencarnados, espíritos perturbados, que não são obsessores.

Para tais casos existe um dia da semana dedicado à cura desses irmãos, que não pode ser realizado com médiuns iniciantes.

Volto a frisar: doente não é obsessor, espírito sofredor não é espírito trevoso.

Aconselho a quem dirige um grupo mediúnico tomar certos cuidados;
o espírito que está actuando sobre o médium iniciante já passou pela portaria da Casa e se ali está é porque se encontra internado no pronto-socorro de Jesus.

Se a sua Casa possui um trabalho de desobsessão semanal, os encarregados espirituais não vão se servir de isolados grupos com pessoas sem preparo.

Cuidados devem ser tomados:
não é justo um médium gritar e se retorcer, dizendo-se incorporado com um obsessor, e um doutrinador usar palavras duras para com um espírito doente que ali está buscando a cura para as suas chagas.

Na mediunidade do futuro não mais veremos tais tristes factos.
Os dirigentes se conscientizarão da responsabilidade de elucidar alguém que está chegando à Doutrina.

Como sabemos, são muito poucos os médiuns inconscientes;
sendo consciente o médium, ele tem de ter certeza que parte de outra inteligência a manifestação que se opera nele.

O que mais se vê hoje em dia é médium buscando os fenómenos e não o conhecimento.
Ao invés de trabalhar mediunicamente sem segurança, é muito melhor conscientizar o médium a não ter pressa.

O homem de carácter serve de várias maneiras e numa Casa Espírita serviço é o que não falta.

Vamos cooperar com os trabalhos da Casa, principalmente no tratamento da obsessão, onde milhares de pessoas buscam socorro.

No dia reservado a esse trabalho, um vidente pode observar os pátios repletos de espíritos sofredores ali levados pelos encarregados;
nesses dias a Casa muda de aspecto, toda ela é preparada.

Dos departamentos de socorro, chegam abnegados espíritos trazendo o seu amor e as suas experiências.

Toda a Casa se transforma num hospital de doentes mentais, as paredes ganham filtros poderosos e chapas energéticas que protegem os doentes, os enfermeiros, enfim, todos os que ali se encontram.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 15, 2011 11:01 pm

Por isso, foi escolhido pela Espiritualidade Maior um dia para tal socorro, que merece de todos os espíritos superiores respeito e carinho.

É muito necessário esse trabalho, e feliz da Casa que bem o realiza, bom seria se todos os Centros Espíritas tirassem os doutrinadores dos grupos de desenvolvimento e concentrassem em um único dia o trabalho destinado à desobsessão.

Sabemos nós que a Casa, possuindo um dia especial para esse tipo de assistência, contará sempre com espíritos capacitados, verdadeiros técnicos no assunto.

Os que gostam de doutrinar espíritos sofredores devem ser aproveitados para elucidar e doutrinar encarnados que buscam a Casa Espírita e precisam reformular o seu interior, porque o obsessor busca aquele que pensa igual a ele.

Terminado o tratamento, o doente deve ser conduzido a uma escola de evangelização, onde doutrinadores, que antes trabalhavam nos grupos tentando doutrinar obsessores, agora terão a tarefa de ajudar o homem a melhorar-se.

Tentar doutrinar obsessores é louvável.
No entanto, quando levados aos trabalhos de desobsessão, onde o médium não tem uma ligação directa com eles, são doutrinados por espíritos acostumados a este trabalho, espíritos estes de elevada condição moral.

O encarnado está mais sujeito aos deslizes da vida física e o obsessor, via de regra bastante inteligente, ao descobrir falhas no doutrinador encarnado, procura vingar-se dele, acompanhando-o até seu lar, levando-o à desarmonia.

Hoje, na Universidade Maria de Nazaré, encontramos dirigentes de Centros Espíritas em desdobramento através do sono.

São eles orientados para o perigo que vem ocorrendo com determinados grupos que invocam obsessores, para desenvolver a mediunidade daqueles que estão chegando aos Centros, muitas vezes julgando que a dor de cabeça, as doenças, as desavenças familiares são decorrentes da falta de desenvolvimento mediúnico.

Os grupos de educação mediúnica terão espíritos de escola para treinar os médiuns, e todos esses grupos darão socorro aos recém-desencarnados, tal a procura dos socorristas por grupos disciplinados.

Podem ser tentadas a psicografia, a psicofonia, a vidência, mas acima de tudo é imprescindível conscientizar o médium de que ele é um operário da obra de Jesus, com a obrigação de respeitar as verdades divinas e dar a mão ao seu semelhante.

O bom médium não é aquele que possui vários dons mediúnicos, mas o que não brinca com o Espírito Santo.
Se o médium apresentar uma faixa moral respeitável e o dirigente o conhecer muito bem, depositando nele real confiança, será aproveitado na Casa.

Os conhecedores das obras básicas formarão um grupo semanal onde se estudará e buscará instrução dos espíritos orientadores da Doutrina Espírita no Brasil.

Os dirigentes de um Centro Espírita não podem se "aposentar", precisam frequentar grupos semanais onde se faz a ligação com o Alto e onde os orientadores espirituais da Casa os manterão cientes do que se passa em todo o Centro.

Nesses grupos, o estudo da Doutrina é sublime, e os dirigentes podem também aproveitar para analisar as recentes obras psicografadas, para bem orientar os frequentadores da Casa, evitando o que vem ocorrendo:
um iniciante espírita misturando as religiões, lendo de tudo e tirando conclusões erradas, fazendo uma verdadeira salada, onde o tempero é um vinagre chamado ridículo.

Temos compromisso para com aqueles que batem à porta da Casa Espírita, portanto, devemos criar departamentos com pessoas humildes, aptas a apresentar, aos que chegam, Deus, Cristo e Caridade - que vêm a ser os mandamentos das leis de Deus, a evangelização dos espíritos e a Doutrina Espírita, reformulando o homem para viver como encarnado, mas consciente da vida espiritual.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 15, 2011 11:02 pm

Sem Deus não existe respeito, sem Cristo não existe humildade, sem Caridade não existe salvação.

Portanto, espíritas, não vamos matar os profetas, expulsá-los ou ignorá-los.
Vamos tentar compreender o que o Evangelho nos narra e diante de qualquer dúvida abraçar Jesus e compreender Kardec.

O Espiritismo é o farol a apontar o caminho.
A Doutrina é a raiz; o espírito, a árvore;
os frutos, os exemplos da caridade.

A Doutrina é Jesus em acção.
Sem Doutrina Espírita o médium é um pote sem água.
A Doutrina esclarece ao homem a razão da vida e por que devemos respeitá-la.

Um homem que brinca com a Doutrina Espírita longe se encontra de si mesmo.
Bendita luz que deu vida aos meus olhos espirituais.

Eu, ao recordar os amigos, me vi na obrigação de louvar a Deus, por ter um dia deixado Jesus vir à Terra e Ele nos ter prometido o Consolador, que hoje seca as lágrimas e leva a criatura a Deus.

Bendito Allan Kardec, que fez adormecer em si o homem letrado e famoso e fez surgir o homem verdadeiramente espiritualizado, que não temeu a crítica nem a pobreza.

Tomou-se um digno filho de Deus, trabalhador da Espiritualidade Superior na Terra.

Toda a Espiritualidade louva o Codificador, porque devido à sua inteligência, hoje o homem tem consciência de que é preciso esforçar-se para se ver livre da ignorância do materialismo.

Graças às suas obras, os médiuns não são mais chamados de feiticeiros, mas, sim, de obreiros de Jesus.

Enquanto tiver permissão, tocarei nesse assunto tão sério - Mediunidade - esperando que através dos meus livros possa eu fazer alguém feliz.

E nada infelicita mais um médium do que a insegurança.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 15, 2011 11:02 pm

Capítulo XI - NOVA OPORTUNIDADE

Voltando ao plano espiritual, buscamos novamente a Colónia dos Rejeitados e, desta vez, fomos levados até a ala dos recém-chegados.

Antes de entrar na enfermaria, recebemos passes reequilibrantes e vestimos uma roupa especial.

Olhando aqueles fetos, formas diminutas, meu coração chorou; que triste quadro!...
Alguns se encontravam protegidos por mínimas incubadoras, até do tamanho de uma caixa de fósforos, recebendo luz.

Trancafiados em um perispírito reduzido, víamos espíritos quase dementados, porque seus pais os rejeitaram, mandando-os de volta.

É como se fizéssemos um pedido pelo reembolso postal e ao chegar a encomenda nós a devolvêssemos.

Para remetê-la, foi preciso embalá-la muito bem.
E agora, era isso o que abnegados espíritos estavam tentando fazer: desempacotar o filho rejeitado.

Uns, ao receberem os primeiros socorros, recuperam-se;
outros julgam que permanecendo diminutos terão uma nova oportunidade.

Enquanto isso, os pais e os médicos irresponsáveis estão em outra...
Mas a vítima geme de revolta nas inúmeras incubadoras das maternidades espirituais.

Chegamos perto de um lindo e forte bebé;
o aborto fora realizado estando ele com cinco meses de vida fetal.

Este espírito foi muito machucado.
Juntamente com ele desencarnou a mãe, mas ela não se encontrava ali.
Por mais que os médicos tentassem despertar-lhe a consciência, ele relutava.

Encontrava-se na posição fetal, quase imobilizado;
ficava horas e horas chupando o dedo. Triste caso.

A mãe, uma jovem de dezasseis anos, gemia com a dor do remorso. Interrompeu não uma vida, mas, várias;
com seu ato impensado, rasgou inúmeras folhas do planeamento divino.

E o pior é que isto está acontecendo a cada minuto.

Fitávamos, condoídos, aquelas formas humanas resguardadas da fúria do homem, mas em cada um daqueles corações encontrava-se plasmado um rosto de mulher que, por falta de amor, os havia rejeitado.

Fui saindo devagar.
No meu coração estava uma coroa de espinhos de tristeza por tantos absurdos praticados por pessoas sem fé e sem caridade.

Os jovens estão cada vez mais livres, mas, à medida que se soltam em libertinagem, vão ficando presos de remorsos e dores.

Se o homem apalpasse o seu corpo e buscasse nos seus antepassados a verdade da vida, veria que não somos, quando encarnados, mais que um amontoado de ossos cobertos de albumina e fibrina;
a carne que aloja a nossa alma um dia terá de se decompor;

por mais seja ela embelezada e tratada, não suportará o passar do tempo;
a sua composição de oxigénio, hidrogénio, nitrogénio e carbono nada é diante do Espírito criado por Deus, composição divina retirada do Universo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 15, 2011 11:02 pm

Se o homem se auto-analisasse, não bateria tanto a cara na porta do sofrer.
É ele quem planta o seu próprio infortúnio.

Em recolhimento no jardim, ainda conservava gravada em minha mente cada cena daquela enfermaria:
dementes criaturas recebendo cuidados especiais dos espíritos abnegados, enquanto os seus algozes já se preparavam para novos crimes, sempre interferindo no plano de Deus;
o materialismo nem por um momento permite sejam tocadas as suas consciências.

A doutora Isis aproximou-se de mim e eu indaguei:
- Será que não existe um modo de gritar para o povo: "pare!
Não ultrapasse a risca divina;
poucos terão outra oportunidade"?

- Não fique assim, Sérgio, tudo terá fim um dia, principalmente a falta de respeito às leis de Deus.
Os outros companheiros ligaram-se a nós e dali rumamos ao anfiteatro, onde um irmão, que comandava uma falange de socorristas, discorria sobre o aborto.

Nas clínicas aborteiras as suas equipes trabalhavam sem cessar, estudando o porquê de os homens ainda possuírem a coragem de matar um inocente feto.

Alojado em minha cadeira, pensava:
"já imaginou se todas as mulheres tivessem a ideia de abortar?

Triste fim da Humanidade..."
A seguir, entrou o médico encarregado do socorro aos rejeitados.
Cumprimentou a plateia e esta se iluminou com a luz da sua bondade.

Esse espírito trabalha sem parar em prol daqueles que tiveram a viagem interrompida.

Olhei-o com amor e pensei:
"que bom seria se todos fossem iguais a você".
Infelizmente, há Homens e homens.

Iniciou a prelecção:
- Irmãos em Cristo. Deus, na Sua plenitude de bondade, cria incessantemente e povoa o Universo.

O homem ganhou de Deus a vida e por ela terá de lutar.
A vida é eterna, indestrutível, por ser obra divina, mas ela é dividida em etapas.

Primeiro, passamos por vários estágios e ganhamos o paraíso, que é o Universo.
Em cada reino, o espírito adquire tendências que não podemos ainda chamar de experiências.

Depois, levado é até o esclarecimento.
Continua a escalada, sempre amparado por Deus, através dos Seus ministros.

Ao sair do reino animal, alguns homens não se despojam de alguns elementos desse reino.

Mas não se justifica, já no mundo hominal, o homem alimentar as reacções de um irracional ou proceder como se ainda o fosse.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 15, 2011 11:02 pm

Não mais se justificam suas atitudes grosseiras.
Ao passar de um reino para outro, o homem conheceu o Paraíso e recebeu de Deus esclarecimentos sobre a perfeição.

Portanto, quando erra, erra por vontade própria, não por ignorância.
Deus matematicamente planejou a vida do ser nas suas escaladas evolutivas.

Culpar Deus pelos fracassos é fácil;
o difícil é assumir que somos seres sem conhecimento, sem Deus, fracos, covardes e inseguros, que precisam bater por medo de apanhar.

A covardia do homem o leva a temer os fatos da vida sem enfrentá-los.

Ao primeiro fracasso, vira as costas para as verdades e se cobre dos andrajos da incompetência e vai assassinando os sonhos e as esperanças dos seus companheiros, não se importando com as consequências, que são terríveis quando abusamos do livre-arbítrio.

Por que o homem tira a vida de seu semelhante?
Porque dentro dele a morte fez morada.

Por si só ele é um morto, quando nada espera da vida após vida por julgar a vida espiritual apenas um linguajar dos religiosos.
Parece que é um ser privilegiado.

Vai sempre obtendo vantagens e se inflando de orgulho, egoísmo e vaidade, até que a combinação de oxigénio, hidrogénio, nitrogénio, carbono e outros componentes, chamada carne, volta ao pó e ele se vê nu e perdido em um mundo que fez de tudo para ignorar.

Assim mesmo será orientado, mas a sua casa mental registou episódios marcantes pela dor que ele multiplicou sobre o Planeta.

O "ranger de dentes" será terrível.
O grito de socorro será abafado pelos fluidos do seu próprio espírito, fluidos estes pesados de egoísmo e de maldade.
Deus é mau? pergunto. Claro que não.

Temos asas e as cortamos, preferimos os pés chumbados na matéria do egoísmo e da vaidade, e nada fazemos pelo nosso crescimento.

- Agora, que fazer? continuou o orador.
Chorar pelas oportunidades relegadas pelo nosso orgulho?
Será mais fácil ouvir a Deus e andar certo.

Ele nos ofertou o Decálogo, que nos pede:
não mate, não roube, e quem pratica o aborto não só mata covardemente, como rouba o direito de um espírito viver na carne, direito que todos os falidos têm.

Ninguém vem ao corpo físico fazer turismo.
Cada ser vem ao plano material em busca do remédio da evolução para o seu espírito.

Porque lhe negar o direito da vida uterina, primeira infância, adolescência, idade adulta? Porquê?
Apenas porque queremos matá-lo, vermo-nos livres dele?
Não, meus irmãos, mil vezes, não!

Ninguém pode tirar a escada da evolução dos pés de um espírito falido;
quando ele tomba, nós tombamos juntos, e queira Deus que o homem pare, mas pare mesmo, com esta ideia de matar uma criança, que implora para nascer.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 15, 2011 11:03 pm

A criança não vem à terra somente para enfeitá-la, ela traz para cada homem uma estrela de luz e esperança e ninguém tem o direito de apagar esta chama de vida.

Se em vários países a mulher tem o direito de matar, possui também o de arcar com as consequências desse acto.

Bom trabalho.
Terminadas as palestras, voltamos à Colónia dos Rejeitados.

Procurei irmã Rosália e junto a ela percorri os belos jardins floridos, não sem antes notar que seus imensos olhos azuis estavam mais belos, combinando com o seu camisolão, também azul.

Suas lindas tranças, cor-de-mel, davam-lhe um ar divino.
Sentindo-se analisada, falou:
- Obrigada, Luiz Sérgio, pelo olhar de carinho.

- Irmã, parece uma santa, é muito bonita.
- Bondade sua. A beleza que julga ver em mim está no seu coração.
Mas, por que o irmãozinho está tão triste?

- O aborto, irmã, é um crime cruel, e como os homens o ignoram!
- É verdade, Luiz Sérgio.
As autoridades fingem ignorá-lo.

É mais fácil.
Venha comigo, Vou levá-lo a conhecer uma bela criança: Mariana.

Caminhamos até o chalé oito, onde as tias cuidavam de Mariana, que estava em preparo reencarnatório.
Ao ver Rosália, correu a lhe abraçar e as duas conversaram muito.

Rosália tentava convencer Mariana a reencarnar, mas esta dizia:
- Para que, senhora, se os meus pais não me querem?
Já tentei duas vezes...

- Mas agora será bem recebida, acredito eu.
- Espero, irmã Rosália.

Mariana nos deixou, tinha de submeter-se a tratamentos necessários ao seu retomo à carne.
- Posso ficar aqui para acompanhar a volta de Mariana?
- Sim, irmão. Teremos prazer em tê-lo connosco.

Ali mesmo, no chalé, iniciou-se a preparação da descida de Mariana.
À noite, durante o sono, seus pais, Roberto e Tatiana, eram elucidados sobre o compromisso encarnatório.

E Mariana, todas as vezes que tinha de abraçar os pais, recordava os dois momentos cruéis, quando o aborto lhe negou a vida física.

Por isso, relutava em abraçar os futuros pais, chegando a perguntar:
- Porque me querem agora, se antes tanto mal me fizeram?
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