Artigos sobre a Mediunidade
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Re: Artigos sobre a Mediunidade
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Poderemos tirar várias reflexões dessa parábola, mas nos restringiremos ao assunto deste estudo.
Uma pergunta nos vem à mente:
se não acreditassem na comunicação entre os dois planos, por que então o rico pede a Abraão para enviar Lázaro para alertar a seus irmãos?
Da análise da resposta de Abraão podemos dizer que há a possibilidade da comunicação, entretanto, ela é completamente inútil, pois se nem aos vivos as pessoas deram ouvidos, que dirá aos mortos.
Facto incontestável, que vem acontecendo até nos dias de hoje, já que a grande maioria prefere ignorar a comunicação dos mortos, que vêm nos alertar para que transformemos as nossas acções, de modo que beneficiem ao nosso próximo, a fim de evitar que, depois da morte física, tenhamos que ir para um lugar de tormentos.
A expressão “mesmo que um dos mortos ressuscite” significa que mesmo que algum dos mortos ressuscite na sua condição espiritual, para se comunicar, que eles não se convenceriam.
Mas alguém pode objectar dizendo que esse texto implica na necessidade de uma ressurreição corpórea para que ocorra esta comunicação.
Isto é um subterfúgio, já que na própria Bíblia encontramos indícios de que o termo ressurreição também era usado para indicar a influência dos mortos sobre os vivos, conforme podemos confirmar no seguinte passo:
“Alguns diziam:
- ‘João Baptista ressuscitou dos mortos.
É por isso que os poderes agem nesse homem’”.
(Mt 14,2; Mc 6,14).
Quem já teve a oportunidade de ler a Bíblia, pelo menos uma vez, percebe que ela está recheada de narrativas com aparições de anjos.
Na ocasião da ressurreição de Jesus algumas delas nos dão conta do aparecimento, junto ao sepulcro, de “anjos vestidos de branco” (Jo 20,12; Mt 28,2), enquanto que outras nos dizem ser “homens vestidos de branco” (Lc 24,4; Mc 16,5).
Demonstrando que anjos, na verdade, são espíritos humanos de pessoas desencarnadas.
Até mesmo os nomes dos anjos são nomes dados a seres humanos: Gabriel, Rafael, Miguel, etc.
Vejamos se isso é coerente.
Nesse tempo, o rei Herodes começou a perseguir alguns membros da Igreja, e mandou matar à espada Tiago, irmão de João.
Vendo que isso agradava aos judeus, decidiu prender também Pedro.
Eram os dias da festa dos pães sem fermento.
Depois de o prender, colocou-o na prisão e o confiou à guarda de quatro grupos de quatro soldados cada um.
Herodes tinha a intenção de apresentar Pedro ao povo logo depois da festa da Páscoa.
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Poderemos tirar várias reflexões dessa parábola, mas nos restringiremos ao assunto deste estudo.
Uma pergunta nos vem à mente:
se não acreditassem na comunicação entre os dois planos, por que então o rico pede a Abraão para enviar Lázaro para alertar a seus irmãos?
Da análise da resposta de Abraão podemos dizer que há a possibilidade da comunicação, entretanto, ela é completamente inútil, pois se nem aos vivos as pessoas deram ouvidos, que dirá aos mortos.
Facto incontestável, que vem acontecendo até nos dias de hoje, já que a grande maioria prefere ignorar a comunicação dos mortos, que vêm nos alertar para que transformemos as nossas acções, de modo que beneficiem ao nosso próximo, a fim de evitar que, depois da morte física, tenhamos que ir para um lugar de tormentos.
A expressão “mesmo que um dos mortos ressuscite” significa que mesmo que algum dos mortos ressuscite na sua condição espiritual, para se comunicar, que eles não se convenceriam.
Mas alguém pode objectar dizendo que esse texto implica na necessidade de uma ressurreição corpórea para que ocorra esta comunicação.
Isto é um subterfúgio, já que na própria Bíblia encontramos indícios de que o termo ressurreição também era usado para indicar a influência dos mortos sobre os vivos, conforme podemos confirmar no seguinte passo:
“Alguns diziam:
- ‘João Baptista ressuscitou dos mortos.
É por isso que os poderes agem nesse homem’”.
(Mt 14,2; Mc 6,14).
Quem já teve a oportunidade de ler a Bíblia, pelo menos uma vez, percebe que ela está recheada de narrativas com aparições de anjos.
Na ocasião da ressurreição de Jesus algumas delas nos dão conta do aparecimento, junto ao sepulcro, de “anjos vestidos de branco” (Jo 20,12; Mt 28,2), enquanto que outras nos dizem ser “homens vestidos de branco” (Lc 24,4; Mc 16,5).
Demonstrando que anjos, na verdade, são espíritos humanos de pessoas desencarnadas.
Até mesmo os nomes dos anjos são nomes dados a seres humanos: Gabriel, Rafael, Miguel, etc.
Vejamos se isso é coerente.
Nesse tempo, o rei Herodes começou a perseguir alguns membros da Igreja, e mandou matar à espada Tiago, irmão de João.
Vendo que isso agradava aos judeus, decidiu prender também Pedro.
Eram os dias da festa dos pães sem fermento.
Depois de o prender, colocou-o na prisão e o confiou à guarda de quatro grupos de quatro soldados cada um.
Herodes tinha a intenção de apresentar Pedro ao povo logo depois da festa da Páscoa.
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Ave sem Ninho- Mensagens : 126619
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Re: Artigos sobre a Mediunidade
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Pedro estava vigiado na prisão, mas a oração fervorosa da Igreja subia continuamente até Deus, intercedendo em favor dele.
Herodes estava para apresentar Pedro.
Nessa mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados.
Estava preso com duas correntes, e os guardas vigiavam a porta da prisão.
De repente, apareceu o anjo do Senhor, e a cela ficou toda iluminada.
O anjo tocou o ombro de Pedro, o acordou, e lhe disse:
- "Levante-se depressa."
As correntes caíram das mãos de Pedro.
E o anjo continuou:
- "Aperte o cinto e calce as sandálias."
Pedro obedeceu, e o anjo lhe disse:
- "Ponha a capa e venha comigo."
Pedro acompanhou o anjo, sem saber se era mesmo realidade o que o anjo estava fazendo, pois achava que tudo isso era uma visão.
Depois de passarem pela primeira e segunda guarda, chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade.
O portão se abriu sozinho.
Eles saíram, entraram numa rua, e logo depois o anjo o deixou.
Então Pedro caiu em si e disse:
- "Agora sei que o Senhor de facto enviou o seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu queria me fazer."
Pedro então reflectiu e foi para a casa de Maria, mãe de João, também chamado Marcos, onde muitos se haviam reunido para rezar.
Bateu à porta, e uma empregada, chamada Rosa, foi abrir.
A empregada reconheceu a voz de Pedro, mas sua alegria foi tanta que, em vez de abrir a porta, entrou correndo para contar que Pedro estava ali, junto à porta.
Os presentes disseram:
- "Você está ficando louca!"
Mas ela insistia.
Eles disseram:
- "Então deve ser o seu anjo!"
Pedro, entretanto, continuava a bater.
Por fim, eles abriram a porta: era Pedro mesmo.
E eles ficaram sem palavras.
(At 12,1-16).
Com a prisão de Pedro, por Herodes, todos já esperavam que aconteceria com ele o mesmo destino de Tiago, seria morto.
Mas um anjo o solta.
Ele se dirige à casa onde os outros estavam reunidos, bate à porta.
Continua...
Pedro estava vigiado na prisão, mas a oração fervorosa da Igreja subia continuamente até Deus, intercedendo em favor dele.
Herodes estava para apresentar Pedro.
Nessa mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados.
Estava preso com duas correntes, e os guardas vigiavam a porta da prisão.
De repente, apareceu o anjo do Senhor, e a cela ficou toda iluminada.
O anjo tocou o ombro de Pedro, o acordou, e lhe disse:
- "Levante-se depressa."
As correntes caíram das mãos de Pedro.
E o anjo continuou:
- "Aperte o cinto e calce as sandálias."
Pedro obedeceu, e o anjo lhe disse:
- "Ponha a capa e venha comigo."
Pedro acompanhou o anjo, sem saber se era mesmo realidade o que o anjo estava fazendo, pois achava que tudo isso era uma visão.
Depois de passarem pela primeira e segunda guarda, chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade.
O portão se abriu sozinho.
Eles saíram, entraram numa rua, e logo depois o anjo o deixou.
Então Pedro caiu em si e disse:
- "Agora sei que o Senhor de facto enviou o seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu queria me fazer."
Pedro então reflectiu e foi para a casa de Maria, mãe de João, também chamado Marcos, onde muitos se haviam reunido para rezar.
Bateu à porta, e uma empregada, chamada Rosa, foi abrir.
A empregada reconheceu a voz de Pedro, mas sua alegria foi tanta que, em vez de abrir a porta, entrou correndo para contar que Pedro estava ali, junto à porta.
Os presentes disseram:
- "Você está ficando louca!"
Mas ela insistia.
Eles disseram:
- "Então deve ser o seu anjo!"
Pedro, entretanto, continuava a bater.
Por fim, eles abriram a porta: era Pedro mesmo.
E eles ficaram sem palavras.
(At 12,1-16).
Com a prisão de Pedro, por Herodes, todos já esperavam que aconteceria com ele o mesmo destino de Tiago, seria morto.
Mas um anjo o solta.
Ele se dirige à casa onde os outros estavam reunidos, bate à porta.
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Re: Artigos sobre a Mediunidade
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Rosa, que atende a porta, reconhece a voz de Pedro, espavorida corre para dentro a fim de contar aos outros.
Entretanto, como supunham que Pedro havia morrido disseram a ela:
- “Então deve ser o seu anjo”.
Isso vem dizer exactamente o que estamos querendo concluir, que anjo, na verdade, é um espírito de um ser humano que morreu, o que não contradiz a narrativa, antes ao contrário, lhe é extremamente coerente.
Conclusão:
Ao que podemos concluir, sem sombra de dúvidas, é que realmente a comunicação com os mortos está comprovada pela Bíblia, por mais que se esforcem em querer tirar dela esse facto.
Apenas para reforçar tudo o quanto já dissemos do que encontramos na Bíblia, poderemos ainda enumerar as pesquisas que estão sendo realizadas sobre a comunicação dos espíritos por aparelhos electrónicos:
a Transcomunicação Instrumental – TCI.
Buscamos comprovar com isso que, conforme o dissemos no início, tais ocorrências, são de ordem natural, dentro, portanto, das leis da natureza, que acontecem até os dias de hoje e que elas vêm despertando grande interesse por parte de inúmeros pesquisadores descompromissados com dogmas religiosos.
A pesquisadora Sonia Rinaldi, em seu livro Espírito – O desafio da Comprovação, traz gravações de vozes paranormais.
Muitas possuem a particularidade de terem sido gravadas também, e simultaneamente, no lado reverso da gravação normal.
Isso vem colocar as coisas num nível bem próximo da prova científica, pois ainda não existe tecnologia humana para produzir gravações desse tipo.
Resta-nos esperar que cientistas, menos compromissados com dogmas religiosos, se disponham a realizar essas pesquisas com o rigor científico, com todo o controle e instrumentação técnica necessária para se chegar a uma conclusão final e definitiva.
§.§.§- O-canto-da-ave
Rosa, que atende a porta, reconhece a voz de Pedro, espavorida corre para dentro a fim de contar aos outros.
Entretanto, como supunham que Pedro havia morrido disseram a ela:
- “Então deve ser o seu anjo”.
Isso vem dizer exactamente o que estamos querendo concluir, que anjo, na verdade, é um espírito de um ser humano que morreu, o que não contradiz a narrativa, antes ao contrário, lhe é extremamente coerente.
Conclusão:
Ao que podemos concluir, sem sombra de dúvidas, é que realmente a comunicação com os mortos está comprovada pela Bíblia, por mais que se esforcem em querer tirar dela esse facto.
Apenas para reforçar tudo o quanto já dissemos do que encontramos na Bíblia, poderemos ainda enumerar as pesquisas que estão sendo realizadas sobre a comunicação dos espíritos por aparelhos electrónicos:
a Transcomunicação Instrumental – TCI.
Buscamos comprovar com isso que, conforme o dissemos no início, tais ocorrências, são de ordem natural, dentro, portanto, das leis da natureza, que acontecem até os dias de hoje e que elas vêm despertando grande interesse por parte de inúmeros pesquisadores descompromissados com dogmas religiosos.
A pesquisadora Sonia Rinaldi, em seu livro Espírito – O desafio da Comprovação, traz gravações de vozes paranormais.
Muitas possuem a particularidade de terem sido gravadas também, e simultaneamente, no lado reverso da gravação normal.
Isso vem colocar as coisas num nível bem próximo da prova científica, pois ainda não existe tecnologia humana para produzir gravações desse tipo.
Resta-nos esperar que cientistas, menos compromissados com dogmas religiosos, se disponham a realizar essas pesquisas com o rigor científico, com todo o controle e instrumentação técnica necessária para se chegar a uma conclusão final e definitiva.
§.§.§- O-canto-da-ave
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Vidência e Clarividência
Vidência e Clarividência
Jáder Sampaio
Uma Revisão Compreensiva dos Termos na Obra de Kardec
1. Introdução
Estávamos lendo o livro "No Invisível", de Léon Denis, em nosso grupo mediúnico, quando o texto nos remeteu a uma questão recorrente:
afinal, qual é a diferença entre a faculdade dos médiuns videntes e a clarividência?
O presente trabalho é um esforço para responder a esta questão a partir de algumas premissas:
* Os conceitos se acham ambientados dentro da obra de cada autor, e podem variar leve ou notadamente quando analisado em obras de autores diferentes, e até mesmo em livros diferentes do mesmo autor.
* No estudo do Espiritismo precisamos conhecer bem a terminologia empregada pelos seus principais contribuintes, a começar de Allan Kardec e dos clássicos, a fim de não confundirmos seu emprego.
* O termo clarividência não foi criado por Kardec, embora tenha sido redefinido pelo codificador diante dos estudos dos fenómenos espirituais.
Isto nos obriga a conhecer os significados que se encontram em teorias não espíritas, especialmente as que antecederam o Espiritismo e influenciaram o codificador.
Este artigo é um excerto de um trabalho maior que publicaremos ainda este ano, nos anais de nosso grupo de estudos, mas estamos enviando a parte referente a Allan Kardec ao GEAE em função da pergunta que o leitor Néventon Vargas publicou no boletim número 318.
2. Definição e Fenómenos de Clarividência
O termo clarividência surge pela primeira vez com seu sentido próprio na parte de "O Livro dos Espíritos" que trata da emancipação da alma.
Na questão 402, Kardec trata de uma "espécie de clarividência" que acontece durante os sonhos, onde a alma tem a faculdade de perceber eventos que acontecem em outros lugares.
Neste ponto, portanto, ele emprega o termo como uma faculdade de ver à distância sem o emprego dos olhos.
Os sonâmbulos seriam capazes deste fenómeno devido à faculdade de afastamento da alma de seu respectivo corpo seguida da possibilidade de locomoção da mesma.
(q. 432)
Pouco depois, na questão 428, ele indaga aos espíritos sobre a "clarividência sonambúlica".
Ele certamente se refere à faculdade já bastante descrita na literatura que trata do sonambulismo magnético, que, na questão 426, os espíritos consideraram equivalente ao sonambulismo natural, com a diferença de ter sido provocado.
Continua...
Jáder Sampaio
Uma Revisão Compreensiva dos Termos na Obra de Kardec
1. Introdução
Estávamos lendo o livro "No Invisível", de Léon Denis, em nosso grupo mediúnico, quando o texto nos remeteu a uma questão recorrente:
afinal, qual é a diferença entre a faculdade dos médiuns videntes e a clarividência?
O presente trabalho é um esforço para responder a esta questão a partir de algumas premissas:
* Os conceitos se acham ambientados dentro da obra de cada autor, e podem variar leve ou notadamente quando analisado em obras de autores diferentes, e até mesmo em livros diferentes do mesmo autor.
* No estudo do Espiritismo precisamos conhecer bem a terminologia empregada pelos seus principais contribuintes, a começar de Allan Kardec e dos clássicos, a fim de não confundirmos seu emprego.
* O termo clarividência não foi criado por Kardec, embora tenha sido redefinido pelo codificador diante dos estudos dos fenómenos espirituais.
Isto nos obriga a conhecer os significados que se encontram em teorias não espíritas, especialmente as que antecederam o Espiritismo e influenciaram o codificador.
Este artigo é um excerto de um trabalho maior que publicaremos ainda este ano, nos anais de nosso grupo de estudos, mas estamos enviando a parte referente a Allan Kardec ao GEAE em função da pergunta que o leitor Néventon Vargas publicou no boletim número 318.
2. Definição e Fenómenos de Clarividência
O termo clarividência surge pela primeira vez com seu sentido próprio na parte de "O Livro dos Espíritos" que trata da emancipação da alma.
Na questão 402, Kardec trata de uma "espécie de clarividência" que acontece durante os sonhos, onde a alma tem a faculdade de perceber eventos que acontecem em outros lugares.
Neste ponto, portanto, ele emprega o termo como uma faculdade de ver à distância sem o emprego dos olhos.
Os sonâmbulos seriam capazes deste fenómeno devido à faculdade de afastamento da alma de seu respectivo corpo seguida da possibilidade de locomoção da mesma.
(q. 432)
Pouco depois, na questão 428, ele indaga aos espíritos sobre a "clarividência sonambúlica".
Ele certamente se refere à faculdade já bastante descrita na literatura que trata do sonambulismo magnético, que, na questão 426, os espíritos consideraram equivalente ao sonambulismo natural, com a diferença de ter sido provocado.
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Ave sem Ninho- Mensagens : 126619
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Re: Artigos sobre a Mediunidade
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Os espíritos lhe respondem que as duas faculdades possuem uma mesma causa:
a percepção visual é realizada directamente pela alma do clarividente.
Logo a seguir, Kardec pergunta sobre os outros fenómenos da clarividência sonambúlica (q. 429) como a visão através dos corpos opacos e a transposição dos sentidos.
Os espíritos reafirmam que os clarividentes vêem afastados de seus corpos, e que a impressão que afirmam de estarem "vendo" por alguma parte do corpo, reside na crença que possuem que precisam deste para perceberem os objectos.
A existência da faculdade sonambúlica não assegura a veracidade de todas as informações obtidas neste estado, com o que concordam os espíritos (q. 430).
Dando continuidade à linha de indagações sobre o sonambulismo, Kardec pergunta de onde se originam os conhecimentos apresentados pelos sonâmbulos que eles não possuem em estado de vigília e que não se explicam directamente pela percepção sonambúlica.
Os espíritos argumentam que em estado de emancipação, os sonâmbulos podem acessar conhecimentos que lhes são próprios, originários de existências anteriores, ou de outros espíritos com quem comunicam-se (q. 431).
Faz sentido, então, questionar se todos os sonâmbulos são médiuns sonambúlicos, distinção esta que Kardec aprofundará em "O Livro dos Médiuns".
Ainda em "O Livro dos Espíritos", afirma-se que a maioria dos sonâmbulos vê os espíritos, mas que muitos deles podem crer que se trate de pessoas encarnadas, por lhes ser estranha a ideia de seres espirituais.
3. Êxtase e Clarividência
Kardec distingue os fenómenos sonambúlicos do êxtase e da dupla vista.
O êxtase seria um sonambulismo profundo.
Neste estado ocorreria o contacto com espíritos etéreos, o que causa as impressões geralmente registadas pelos santos.
Na questão 455 encontra-se a seguinte descrição:
"Cerca-o então resplendente e desusado fulgor, inebriam-no harmonias que na Terra se desconhecem, indefinível bem-estar o invade:
goza antecipadamente da beatitude celeste e bem se pode dizer que pousa um pé no limiar da eternidade.
No estado de êxtase, o aniquilamento do corpo é quase completo.
Fica-lhe somente, pode-se dizer, a vida orgânica.
Sente-se que a alma se lhe acha presa unicamente por um fio, que mais um pequenino esforço quebraria sem remissão.
Nesse estado, desaparecem todos os pensamentos terrestres, cedendo lugar ao sentimento apurado, que constitui a essência mesma do nosso ser imaterial"
Continua...
Os espíritos lhe respondem que as duas faculdades possuem uma mesma causa:
a percepção visual é realizada directamente pela alma do clarividente.
Logo a seguir, Kardec pergunta sobre os outros fenómenos da clarividência sonambúlica (q. 429) como a visão através dos corpos opacos e a transposição dos sentidos.
Os espíritos reafirmam que os clarividentes vêem afastados de seus corpos, e que a impressão que afirmam de estarem "vendo" por alguma parte do corpo, reside na crença que possuem que precisam deste para perceberem os objectos.
A existência da faculdade sonambúlica não assegura a veracidade de todas as informações obtidas neste estado, com o que concordam os espíritos (q. 430).
Dando continuidade à linha de indagações sobre o sonambulismo, Kardec pergunta de onde se originam os conhecimentos apresentados pelos sonâmbulos que eles não possuem em estado de vigília e que não se explicam directamente pela percepção sonambúlica.
Os espíritos argumentam que em estado de emancipação, os sonâmbulos podem acessar conhecimentos que lhes são próprios, originários de existências anteriores, ou de outros espíritos com quem comunicam-se (q. 431).
Faz sentido, então, questionar se todos os sonâmbulos são médiuns sonambúlicos, distinção esta que Kardec aprofundará em "O Livro dos Médiuns".
Ainda em "O Livro dos Espíritos", afirma-se que a maioria dos sonâmbulos vê os espíritos, mas que muitos deles podem crer que se trate de pessoas encarnadas, por lhes ser estranha a ideia de seres espirituais.
3. Êxtase e Clarividência
Kardec distingue os fenómenos sonambúlicos do êxtase e da dupla vista.
O êxtase seria um sonambulismo profundo.
Neste estado ocorreria o contacto com espíritos etéreos, o que causa as impressões geralmente registadas pelos santos.
Na questão 455 encontra-se a seguinte descrição:
"Cerca-o então resplendente e desusado fulgor, inebriam-no harmonias que na Terra se desconhecem, indefinível bem-estar o invade:
goza antecipadamente da beatitude celeste e bem se pode dizer que pousa um pé no limiar da eternidade.
No estado de êxtase, o aniquilamento do corpo é quase completo.
Fica-lhe somente, pode-se dizer, a vida orgânica.
Sente-se que a alma se lhe acha presa unicamente por um fio, que mais um pequenino esforço quebraria sem remissão.
Nesse estado, desaparecem todos os pensamentos terrestres, cedendo lugar ao sentimento apurado, que constitui a essência mesma do nosso ser imaterial"
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Re: Artigos sobre a Mediunidade
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Kardec, entretanto, admite que muitas vezes o extático é vítima da sua própria excitação, fazendo descrições pouco exactas e pouco verosímeis, podendo chegar a ser dominados por espíritos inferiores que se aproveitam da sua condição.
Êxtase, portanto, é um estado sonambúlico profundo caracterizado pela perda ou extrema redução da consciência dos eventos que acontecem ao redor do extático, alterações emocionais e um certo sentimento de "sagrado", onde o mecanismo básico é a emancipação da alma.
4. Lucidez e Clarividência
No livro "Definições Espíritas", Kardec define a clarividência como a "faculdade de ver sem o concurso da visão" e logo depois como "percepção sem o concurso dos sentidos".
Posteriormente Kardec distingue clarividência de lucidez, da seguinte forma:
"A palavra clarividência é mais genérica; lucidez se diz mais particularmente da clarividência sonambúlica."
(KARDEC, 1997. p. 85)
5. Dupla Vista e Clarividência
A dupla vista, ao contrário, seria a faculdade de perceber pelos olhos da alma, sem que para tal, seja necessário o estado sonambúlico, em outros termos, sem que o percipiente entre em transe profundo.
A dupla vista seria uma faculdade permanente das pessoas que a possuem, embora não estejam continuamente em exercício da mesma.
(q. 448)
É uma faculdade que se manifesta de forma espontânea, embora a vontade de quem a possui tenha um papel em seu mecanismo e possa desenvolver-se com o exercício.
Da mesma forma que a mediunidade, há organismos que são refractários a esta faculdade, e a hereditariedade parece desempenhar algum papel na transmissão da mesma.
Kardec fez uma descrição das alterações psicofísicas que o portador da dupla vista ou segunda vista costuma apresentar (q. 455):
"No momento em que o fenómeno da segunda vista se produz, o estado físico do indivíduo se acha sensivelmente modificado.
O olhar apresenta alguma coisa de vago.
Ele olha sem ver.
Toda a sua fisionomia reflecte uma como exaltação.
Nota-se que os órgãos visuais se conservam alheios ao fenómeno, pelo facto de a visão persistir, mau grado à oclusão dos olhos.
Aos dotados desta faculdade ela se afigura tão natural, como a que todos temos de ver.
Consideram-na um atributo de seus próprios seres, que em nada lhes parecem excepcionais.
De ordinário, o esquecimento se segue a essa lucidez passageira, cuja lembrança, tornando-se cada vez mais vaga, acaba por desaparecer, como a de um sonho. O poder da vista dupla varia, indo desde a sensação confusa até a percepção clara e nítida das coisas presentes ou ausentes."
Continua...
Kardec, entretanto, admite que muitas vezes o extático é vítima da sua própria excitação, fazendo descrições pouco exactas e pouco verosímeis, podendo chegar a ser dominados por espíritos inferiores que se aproveitam da sua condição.
Êxtase, portanto, é um estado sonambúlico profundo caracterizado pela perda ou extrema redução da consciência dos eventos que acontecem ao redor do extático, alterações emocionais e um certo sentimento de "sagrado", onde o mecanismo básico é a emancipação da alma.
4. Lucidez e Clarividência
No livro "Definições Espíritas", Kardec define a clarividência como a "faculdade de ver sem o concurso da visão" e logo depois como "percepção sem o concurso dos sentidos".
Posteriormente Kardec distingue clarividência de lucidez, da seguinte forma:
"A palavra clarividência é mais genérica; lucidez se diz mais particularmente da clarividência sonambúlica."
(KARDEC, 1997. p. 85)
5. Dupla Vista e Clarividência
A dupla vista, ao contrário, seria a faculdade de perceber pelos olhos da alma, sem que para tal, seja necessário o estado sonambúlico, em outros termos, sem que o percipiente entre em transe profundo.
A dupla vista seria uma faculdade permanente das pessoas que a possuem, embora não estejam continuamente em exercício da mesma.
(q. 448)
É uma faculdade que se manifesta de forma espontânea, embora a vontade de quem a possui tenha um papel em seu mecanismo e possa desenvolver-se com o exercício.
Da mesma forma que a mediunidade, há organismos que são refractários a esta faculdade, e a hereditariedade parece desempenhar algum papel na transmissão da mesma.
Kardec fez uma descrição das alterações psicofísicas que o portador da dupla vista ou segunda vista costuma apresentar (q. 455):
"No momento em que o fenómeno da segunda vista se produz, o estado físico do indivíduo se acha sensivelmente modificado.
O olhar apresenta alguma coisa de vago.
Ele olha sem ver.
Toda a sua fisionomia reflecte uma como exaltação.
Nota-se que os órgãos visuais se conservam alheios ao fenómeno, pelo facto de a visão persistir, mau grado à oclusão dos olhos.
Aos dotados desta faculdade ela se afigura tão natural, como a que todos temos de ver.
Consideram-na um atributo de seus próprios seres, que em nada lhes parecem excepcionais.
De ordinário, o esquecimento se segue a essa lucidez passageira, cuja lembrança, tornando-se cada vez mais vaga, acaba por desaparecer, como a de um sonho. O poder da vista dupla varia, indo desde a sensação confusa até a percepção clara e nítida das coisas presentes ou ausentes."
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Re: Artigos sobre a Mediunidade
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Kardec, em suas "Obras Póstumas" (1978, p. 101) faz uma afirmação preciosa para a distinção entre dupla vista e clarividência, que consideramos por bem transcrever:
- "No sonambulismo, a clarividência deriva da mesma causa;
a diferença está em que, nesse estado, ela é isolada, independe da vista corporal, ao passo que é simultânea nos que dessa faculdade são dotados em estado de vigília."
É importante frisar que em Kardec o sonambulismo natural, o sonambulismo provocado ou magnético, o êxtase e a dupla vista são faculdades que possuem o mesmo mecanismo: a emancipação da alma.
A clarividência seria um fenómeno passível de ocorrer nos dois primeiros estados.
Embora a clarividência seja um fenómeno predominantemente anímico, há a possibilidade de ocorrerem percepções do mundo dos espíritos, ou seja, de sua associação com faculdades mediúnicas.
Para evitar confusão, consideramos adequado o emprego do termo clarividência mediúnica.
6. Médiuns Videntes e Dupla Vista
Em "O livro dos médiuns" (parágrafo 167), Kardec considera como médiuns videntes as pessoas dotadas da capacidade de ver os espíritos.
Nesta categoria temos os médiuns capazes de ver os espíritos em estado de vigília e os que apenas a possuem em estado sonambúlico ou próximo deste.
A faculdade não é permanente, estando quase sempre associada a uma crise passageira.
Podemos substituir o termo crise por transe, entendendo que por crise passageira o autor se refere aos chamados estados sub-hipnoidais ou de transe superficial.
As pessoas dotadas de dupla-vista podem ser consideradas médiuns videntes, as que percebem os espíritos durante os sonhos, não.
As aparições acidentais e espontâneas não configuram a existência desta faculdade, que permite ver qualquer espírito que se apresente.
Kardec afirma que este tipo de médiuns julga ver os espíritos com os olhos, mas tanto os vêem com olhos fechados quanto com olhos abertos.
A faculdade pode ser desenvolvida, mas Kardec recomenda que não se provoque este tipo de faculdade, para que o suposto médium não se torne joguete da sua imaginação.
Ele considera prudente não dar crédito senão ante provas positivas, como "a exactidão no retratar Espíritos que o médium jamais conheceu quando encarnados".
Ao advogar a possibilidade de desenvolvimento da faculdade, entendemos que Kardec se refere às pessoas já dotadas da mesma, e não da errónea ideia de desenvolvimento da mediunidade em quem quer que seja.
7. Médiuns Sonambúlicos e Clarividência
Curiosamente, Allan Kardec distingue em duas classes de médiuns os médiuns videntes e os médiuns sonambúlicos.
Ele justifica esta classificação dizendo que sonambulismo e mediunidade são "duas ordens de fenómenos que frequentemente se acham reunidos".
(parágrafo 172)
...o Espírito que se comunica com um médium comum também o pode fazer com um sonâmbulo;
dá-se mesmo que, muitas vezes, o estado de emancipação da alma facilita essa comunicação.
Muitos sonâmbulos vêem perfeitamente os Espíritos e os descrevem com tanta precisão, como os médiuns videntes.
Continua...
Kardec, em suas "Obras Póstumas" (1978, p. 101) faz uma afirmação preciosa para a distinção entre dupla vista e clarividência, que consideramos por bem transcrever:
- "No sonambulismo, a clarividência deriva da mesma causa;
a diferença está em que, nesse estado, ela é isolada, independe da vista corporal, ao passo que é simultânea nos que dessa faculdade são dotados em estado de vigília."
É importante frisar que em Kardec o sonambulismo natural, o sonambulismo provocado ou magnético, o êxtase e a dupla vista são faculdades que possuem o mesmo mecanismo: a emancipação da alma.
A clarividência seria um fenómeno passível de ocorrer nos dois primeiros estados.
Embora a clarividência seja um fenómeno predominantemente anímico, há a possibilidade de ocorrerem percepções do mundo dos espíritos, ou seja, de sua associação com faculdades mediúnicas.
Para evitar confusão, consideramos adequado o emprego do termo clarividência mediúnica.
6. Médiuns Videntes e Dupla Vista
Em "O livro dos médiuns" (parágrafo 167), Kardec considera como médiuns videntes as pessoas dotadas da capacidade de ver os espíritos.
Nesta categoria temos os médiuns capazes de ver os espíritos em estado de vigília e os que apenas a possuem em estado sonambúlico ou próximo deste.
A faculdade não é permanente, estando quase sempre associada a uma crise passageira.
Podemos substituir o termo crise por transe, entendendo que por crise passageira o autor se refere aos chamados estados sub-hipnoidais ou de transe superficial.
As pessoas dotadas de dupla-vista podem ser consideradas médiuns videntes, as que percebem os espíritos durante os sonhos, não.
As aparições acidentais e espontâneas não configuram a existência desta faculdade, que permite ver qualquer espírito que se apresente.
Kardec afirma que este tipo de médiuns julga ver os espíritos com os olhos, mas tanto os vêem com olhos fechados quanto com olhos abertos.
A faculdade pode ser desenvolvida, mas Kardec recomenda que não se provoque este tipo de faculdade, para que o suposto médium não se torne joguete da sua imaginação.
Ele considera prudente não dar crédito senão ante provas positivas, como "a exactidão no retratar Espíritos que o médium jamais conheceu quando encarnados".
Ao advogar a possibilidade de desenvolvimento da faculdade, entendemos que Kardec se refere às pessoas já dotadas da mesma, e não da errónea ideia de desenvolvimento da mediunidade em quem quer que seja.
7. Médiuns Sonambúlicos e Clarividência
Curiosamente, Allan Kardec distingue em duas classes de médiuns os médiuns videntes e os médiuns sonambúlicos.
Ele justifica esta classificação dizendo que sonambulismo e mediunidade são "duas ordens de fenómenos que frequentemente se acham reunidos".
(parágrafo 172)
...o Espírito que se comunica com um médium comum também o pode fazer com um sonâmbulo;
dá-se mesmo que, muitas vezes, o estado de emancipação da alma facilita essa comunicação.
Muitos sonâmbulos vêem perfeitamente os Espíritos e os descrevem com tanta precisão, como os médiuns videntes.
Continua...
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Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
8. Conclusões: Vidência e Clarividência em Allan Kardec
Com as informações até então encontradas, concluímos que a distinção entre vidência e clarividência na obra de Allan Kardec pode ser explicada a partir do esquema abaixo:
Estado de Consciência
Fenómenos Anímicos
Fenómenos Mediúnicos
Mecanismo Geral
Transe Profundo (estado sonambúlico e de êxtase, em terminologia kardequiana)
Clarividência sonambúlica ou lucidez
Clarividência mediúnica
Emancipação da alma
Transe Superficial (crise passageira, em terminologia kardequiana)
Dupla vista
Vidência mediúnica
Emancipação da alma
Concluímos, portanto, que a chave da distinção entre a clarividência e a vidência mediúnicas, encontrada na obra kardequiana, reside na extensão do transe mediúnico.
O leitor da obra de Kardec deve cuidar-se também para não confundir clarividência com mediunidade, uma vez que ele emprega o termo em sentido amplo, podendo referir-se a fenómenos anímicos como a visão à distância sem o emprego dos olhos, visão através de corpos opacos e "transposição de sentidos" (que seria uma impressão do sonâmbulo, e não uma descrição do mecanismo do fenómeno, que é, em última ordem, a emancipação da alma).
A relação entre clarividência e mediunidade fica bem ilustrada com o auxílio da figura abaixo:
9. Fontes Bibliográficas
* AMADOU, Robert. Parapsicologia. São Paulo: Mestre Jou, 1966.
* ANDRADE, Hernani G. Parapsicologia experimental. São Paulo: Pensamento, s.n.
* ANDRÉ LUIZ. Mecanismos da mediunidade. Rio de Janeiro: FEB, 1977. [Psicografado por XAVIER, Francisco Cândido]
* ______ Nos domínios da mediunidade. Rio de Janeiro: FEB, 1979. . [Psicografado por XAVIER, Francisco Cândido]
* DELANNE, Gabriel. O espiritismo perante a ciência. Rio de Janeiro: FEB, 1993.
* ______ A alma é imortal. Rio de Janeiro: FEB, 1978.
* KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. [online] Rio de Janeiro: FEB, edição electrónica, 1995.
* ______ O livro dos médiuns. [online] Rio de Janeiro: FEB, edição electrónica, 1996.
* ______ Definições espíritas. Niterói - R.J.: Lachâtre, 1997.
* ______ Obras póstumas. Rio de Janeiro: FEB, 1978. ["Causa e natureza da clarividência sonambúlica" e "A segunda vista"]
* MIRANDA, Hermínio. Clarividência in: Diversidade dos carismas. (vol. 1). Niterói - RJ: Arte e Cultura, 1991. [Actualmente publicado pela Lachâtre]
* PERALVA, Martins. Clarividência e clariaudiência. In: Estudando a mediunidade. Rio de Janeiro: FEB, 1981.
* PIRES, J. Herculano. Parapsicologia hoje e amanhã. São Paulo: Edicel, 1987.
* RUSH, Joseph. Parapsychology: a historical perspective. In: EDGE, Hoyt et al. Foundations of parapsychology. Boston: Routledge & Kegan Paul, 1986.
* SANTOS, Jorge Andréa. Nos alicerces do inconsciente. Rio de Janeiro: Fon Fon e Selecta, 1980
(Publicado no Boletim GEAE Número 329 de 26 de janeiro de 1999)
§.§.§- O-canto-da-ave
8. Conclusões: Vidência e Clarividência em Allan Kardec
Com as informações até então encontradas, concluímos que a distinção entre vidência e clarividência na obra de Allan Kardec pode ser explicada a partir do esquema abaixo:
Estado de Consciência
Fenómenos Anímicos
Fenómenos Mediúnicos
Mecanismo Geral
Transe Profundo (estado sonambúlico e de êxtase, em terminologia kardequiana)
Clarividência sonambúlica ou lucidez
Clarividência mediúnica
Emancipação da alma
Transe Superficial (crise passageira, em terminologia kardequiana)
Dupla vista
Vidência mediúnica
Emancipação da alma
Concluímos, portanto, que a chave da distinção entre a clarividência e a vidência mediúnicas, encontrada na obra kardequiana, reside na extensão do transe mediúnico.
O leitor da obra de Kardec deve cuidar-se também para não confundir clarividência com mediunidade, uma vez que ele emprega o termo em sentido amplo, podendo referir-se a fenómenos anímicos como a visão à distância sem o emprego dos olhos, visão através de corpos opacos e "transposição de sentidos" (que seria uma impressão do sonâmbulo, e não uma descrição do mecanismo do fenómeno, que é, em última ordem, a emancipação da alma).
A relação entre clarividência e mediunidade fica bem ilustrada com o auxílio da figura abaixo:
9. Fontes Bibliográficas
* AMADOU, Robert. Parapsicologia. São Paulo: Mestre Jou, 1966.
* ANDRADE, Hernani G. Parapsicologia experimental. São Paulo: Pensamento, s.n.
* ANDRÉ LUIZ. Mecanismos da mediunidade. Rio de Janeiro: FEB, 1977. [Psicografado por XAVIER, Francisco Cândido]
* ______ Nos domínios da mediunidade. Rio de Janeiro: FEB, 1979. . [Psicografado por XAVIER, Francisco Cândido]
* DELANNE, Gabriel. O espiritismo perante a ciência. Rio de Janeiro: FEB, 1993.
* ______ A alma é imortal. Rio de Janeiro: FEB, 1978.
* KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. [online] Rio de Janeiro: FEB, edição electrónica, 1995.
* ______ O livro dos médiuns. [online] Rio de Janeiro: FEB, edição electrónica, 1996.
* ______ Definições espíritas. Niterói - R.J.: Lachâtre, 1997.
* ______ Obras póstumas. Rio de Janeiro: FEB, 1978. ["Causa e natureza da clarividência sonambúlica" e "A segunda vista"]
* MIRANDA, Hermínio. Clarividência in: Diversidade dos carismas. (vol. 1). Niterói - RJ: Arte e Cultura, 1991. [Actualmente publicado pela Lachâtre]
* PERALVA, Martins. Clarividência e clariaudiência. In: Estudando a mediunidade. Rio de Janeiro: FEB, 1981.
* PIRES, J. Herculano. Parapsicologia hoje e amanhã. São Paulo: Edicel, 1987.
* RUSH, Joseph. Parapsychology: a historical perspective. In: EDGE, Hoyt et al. Foundations of parapsychology. Boston: Routledge & Kegan Paul, 1986.
* SANTOS, Jorge Andréa. Nos alicerces do inconsciente. Rio de Janeiro: Fon Fon e Selecta, 1980
(Publicado no Boletim GEAE Número 329 de 26 de janeiro de 1999)
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Efeitos Físicos
Efeitos Físicos
Ary A. Marques
Embora os espíritos não possuam corpo físico, não podendo por isso mesmo agir na matéria, em determinadas circunstâncias eles podem utilizar o ectoplasma dos médiuns de efeitos físicos e se materializarem, podendo ainda falar através da voz directa com o uso de megafones, tocar violão e intervir na matéria como se estivessem encarnados.
Tive oportunidade, por inúmeras vezes, de participar de reuniões de efeitos físicos, quando pude ver espíritos materializados (alguns até luminosos, como se fossem verdadeiros abat-jours), ouvir orientações pela voz directa, receber via aérea rosas como presente, perceber a vitrola levitando por sobre nossas cabeças, tocando sem estar ligadas a tomada alguma, perceber o violão pintado com tinta luminescente também levitar por sobre o público e assistir ao transporte de medicamentos, flores ou livros de outro ambiente para o que nos achávamos.
Essas reuniões, todas elas feitas sob um controle absoluto, obrigavam o médium ou os médiuns a ficarem algemados (ficando a chave da algema com um dos assistentes), de olhos vendados e isolados numa cabine.
Muitas vezes, ao final da reunião, o médium aparecia fora da cabine, sem as algemas ou às vezes com as algemas.
Os médiuns de efeitos físicos sofrem muito durante as reuniões, sendo muito afectados quando os assistentes não cumprem as determinações da direcção para não comerem carne ou não beberem bebidas alcoólicas.
As reuniões de efeitos físicos eram realizadas na Cabana do Pai Preto, hoje Educandário Espírita Cristão Simão Preto, na Fazenda da Juta, em Santo André. Outras vezes, eram feitas na Vila Gustavo, ou ainda em outras localidades.
As reuniões que participei tinham como médium principal o Sr. António Alves Feitosa, e como dirigente do Grupo o companheiro Ernani Clare, já desencarnado.
Posteriormente, funcionaram como médiuns os companheiros Waldemar Xandó de Oliveira e Rodolfo Cordeiro de Almeida, também desencarnados.
Dentre os fenómenos que presenciei, vi várias vezes a materialização de espíritos como Padre Zabeu, Irmão Adri Caramuru e outros.
Recebi inúmeras orientações pela voz directa.
Acompanhei vários fenómenos de levitação.
Assisti por várias vezes o enrolamento de disco de vitrola pelo espírito.
O disco era apresentado ao espírito inteirinho, e instantaneamente, passando o mesmo pelo peito luminoso, o disco ficava como um bijou enrolado, muito embora mantivesse intactas as estrias.
Um desses discos me foi presenteado pelo companheiro Waldemar Xandó de Oliveira, antes do seu desencarne.
O disco em questão foi enrolado pelo espírito na minha presença, e dado àquele companheiro como presente pelo espírito.
Eu cheguei a ser secretário do Grupo, e cheguei a escrever as actas das reuniões com descrição dos fenómenos ocorridos.
Posteriormente, fui substituído pelo companheiro Renaldo Sterkele.
Ainda guardo um folheto do Grupo, com resumo de algumas reuniões e a transcrição das respectivas actas.
Ainda como complemento das observações acima transcritas, quero deixar aqui consignado minha experiência de quando eu era garoto de cerca de 9 anos de idade e morava na cidade de Alfenas, Minas Gerais.
Uma das casas em que moramos lá em Alfenas, era casa mal assombrada.
Havia ruídos durante a noite, como se arrastassem cadeiras, como se quebrassem todos os pratos da casa na pia, e quando a gente ia ver tudo estava em ordem, sem nenhum sinal de pratos quebrados ou de cadeiras.
Naquele tempo o meu primo Wilson morava em nossa casa.
O papai gostava de sair a noite para jogar cartas no Casino, e ficava eu, mamãe, meu primo e meus irmãos menores.
Tínhamos muito medo.
Certa vez, o barulho foi tão forte que mamãe saiu com o Wilson em busca do papai, e deixou-me só com meus irmãos, o que me fez ficar tremendo, de cabeça coberta por um lençol, até que os mesmos voltassem.
Após a nossa saída da casa, depois de uma sessão espírita, ficamos sabendo que quem produzia aqueles barulhos eram duas irmãs solteironas que haviam morado lá anteriormente, e que como espíritos ainda julgavam ser donos do imóvel faziam aquela bulha toda.
Creio que um dos presentes deveria, talvez, ter mediunidade de efeitos físicos, pois do contrário não seria possível a sua manifestação na matéria.
(Publicado no Boletim GEAE Número 457 de 10 de junho de 2003)
§.§.§- O-canto-da-ave
Ary A. Marques
Embora os espíritos não possuam corpo físico, não podendo por isso mesmo agir na matéria, em determinadas circunstâncias eles podem utilizar o ectoplasma dos médiuns de efeitos físicos e se materializarem, podendo ainda falar através da voz directa com o uso de megafones, tocar violão e intervir na matéria como se estivessem encarnados.
Tive oportunidade, por inúmeras vezes, de participar de reuniões de efeitos físicos, quando pude ver espíritos materializados (alguns até luminosos, como se fossem verdadeiros abat-jours), ouvir orientações pela voz directa, receber via aérea rosas como presente, perceber a vitrola levitando por sobre nossas cabeças, tocando sem estar ligadas a tomada alguma, perceber o violão pintado com tinta luminescente também levitar por sobre o público e assistir ao transporte de medicamentos, flores ou livros de outro ambiente para o que nos achávamos.
Essas reuniões, todas elas feitas sob um controle absoluto, obrigavam o médium ou os médiuns a ficarem algemados (ficando a chave da algema com um dos assistentes), de olhos vendados e isolados numa cabine.
Muitas vezes, ao final da reunião, o médium aparecia fora da cabine, sem as algemas ou às vezes com as algemas.
Os médiuns de efeitos físicos sofrem muito durante as reuniões, sendo muito afectados quando os assistentes não cumprem as determinações da direcção para não comerem carne ou não beberem bebidas alcoólicas.
As reuniões de efeitos físicos eram realizadas na Cabana do Pai Preto, hoje Educandário Espírita Cristão Simão Preto, na Fazenda da Juta, em Santo André. Outras vezes, eram feitas na Vila Gustavo, ou ainda em outras localidades.
As reuniões que participei tinham como médium principal o Sr. António Alves Feitosa, e como dirigente do Grupo o companheiro Ernani Clare, já desencarnado.
Posteriormente, funcionaram como médiuns os companheiros Waldemar Xandó de Oliveira e Rodolfo Cordeiro de Almeida, também desencarnados.
Dentre os fenómenos que presenciei, vi várias vezes a materialização de espíritos como Padre Zabeu, Irmão Adri Caramuru e outros.
Recebi inúmeras orientações pela voz directa.
Acompanhei vários fenómenos de levitação.
Assisti por várias vezes o enrolamento de disco de vitrola pelo espírito.
O disco era apresentado ao espírito inteirinho, e instantaneamente, passando o mesmo pelo peito luminoso, o disco ficava como um bijou enrolado, muito embora mantivesse intactas as estrias.
Um desses discos me foi presenteado pelo companheiro Waldemar Xandó de Oliveira, antes do seu desencarne.
O disco em questão foi enrolado pelo espírito na minha presença, e dado àquele companheiro como presente pelo espírito.
Eu cheguei a ser secretário do Grupo, e cheguei a escrever as actas das reuniões com descrição dos fenómenos ocorridos.
Posteriormente, fui substituído pelo companheiro Renaldo Sterkele.
Ainda guardo um folheto do Grupo, com resumo de algumas reuniões e a transcrição das respectivas actas.
Ainda como complemento das observações acima transcritas, quero deixar aqui consignado minha experiência de quando eu era garoto de cerca de 9 anos de idade e morava na cidade de Alfenas, Minas Gerais.
Uma das casas em que moramos lá em Alfenas, era casa mal assombrada.
Havia ruídos durante a noite, como se arrastassem cadeiras, como se quebrassem todos os pratos da casa na pia, e quando a gente ia ver tudo estava em ordem, sem nenhum sinal de pratos quebrados ou de cadeiras.
Naquele tempo o meu primo Wilson morava em nossa casa.
O papai gostava de sair a noite para jogar cartas no Casino, e ficava eu, mamãe, meu primo e meus irmãos menores.
Tínhamos muito medo.
Certa vez, o barulho foi tão forte que mamãe saiu com o Wilson em busca do papai, e deixou-me só com meus irmãos, o que me fez ficar tremendo, de cabeça coberta por um lençol, até que os mesmos voltassem.
Após a nossa saída da casa, depois de uma sessão espírita, ficamos sabendo que quem produzia aqueles barulhos eram duas irmãs solteironas que haviam morado lá anteriormente, e que como espíritos ainda julgavam ser donos do imóvel faziam aquela bulha toda.
Creio que um dos presentes deveria, talvez, ter mediunidade de efeitos físicos, pois do contrário não seria possível a sua manifestação na matéria.
(Publicado no Boletim GEAE Número 457 de 10 de junho de 2003)
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Localização : Porto - Portugal
Perante a Mediunidade
Perante a Mediunidade
A predisposição mediúnica é atributo do Espírito que o corpo reveste de células, a fim de propiciar o intercâmbio entre os seres que estagiam em áreas de vibrações diferentes, especialmente os desencarnados relacionando-se com os encarnados ou estes últimos com os seus pares.
À semelhança da inteligência que tem suas raízes no ser imortal e se expressa través dos neurónios cerebrais, apresenta-se a mediunidade sob um elenco amplo de características e tipos.
Ostensiva em alguns indivíduos prescinde das qualidades morais do seu portador, tornando o fenómeno cristalino, espontâneo, que irrompe de maneira, não raro, violenta, até que a educação necessária discipline o seu fluxo e exteriorização.
Inerente a todos os homens e mulheres, pode surgir ténue e subtil, que o exercício bem direccionado termina por ampliar-lhe a área psíquica de captação.
Seja, porém, sob qual aspecto se manifeste, objectiva a comprovação da imortalidade do ser e oferece o contributo valioso de desvendar a vida além do túmulo, propiciando a compreensão da realidade do mundo causal, assim como as implicações do seu comportamento moral em relação a si mesmo, ao próximo e à Vida.
A mediunidade, no passado, predominava na intimidade dos santuários, oferecendo preciosos parâmetros para que os seres humanos se conduzissem com equilíbrio, e, lentamente, se identificassem com o mundo soberano e triunfador da sobrevivência.
À medida, porém, que os tempos evoluíram, libertou-se da indumentária das superstições que a vestiam, passando pelo profetismo, pelas revelações, para ocupar o lugar de sentido parafísico incorporado aos sensoriais, dando surgimento ao ser transpessoal, paranormal.
Não obstante todas as conquistas do pensamento científico e filosófico com que a Doutrina Espírita a vem desvelando, permanece teimosamente ignorada por grande número de pessoas, quando não é confundida com alucinações patológicas, por determinadas áreas do preconceito académico, ou fenómeno sobrenatural, capaz de realizar milagres, tornando-se mítica pela visão distorcida do fanatismo.
A mediunidade prossegue, desse modo, desafiando os interessados e estudiosos do ser humano, a fim de ocupar o lugar que merece e lhe está reservado no contexto das conquistas paranormais da actualidade.
Neutra, sob o ponto de vista ético, pode apresentar-se exuberante em indivíduos destituídos de carácter saudável e sentimentos elevados, tanto quanto subtil e quase inapercebida em pessoas ricas de valores morais e qualidades superiores da conduta.
Apresentando-se fecunda, não significa, necessariamente, que o seu portador seja Espírito nobre ou missionário com sacerdócio relevante.
Da mesma maneira, ao externar-se subtilmente, não implica ser destituída de objectivo ou significado.
Em ambos os casos pode ser tida como instrumento hábil de serviço, facultando o crescimento interior do medianeiro, que a deve dignificar mediante exemplos salutares de elevação de princípios, tanto quanto de conduta assinalada pelo amor, pela solidariedade humana, pela dedicação aos postulados do Bem.
O exercício sistemático das forças físicas, o hábito edificante da oração e da meditação, o equilíbrio mental sustentado pelos bons pensamentos constituem os equipamentos valiosos para que alcance a superior finalidade para a qual é concedida ao ser humano, que a incorporará ao seu quotidiano como recurso-luz para a felicidade.
Nabucodonosor, rei da Assíria, perverso e venal, apresentava mediunidade atormentada, que o tornava obsidiado periodicamente.
Tirésias, na Grécia, era instrumento dos seres espirituais, vivendo com equidade e justiça.
Os profetas hebreus, na austeridade da conduta que se impunham, sintonizavam com o Mundo Maior, de onde recebiam inspiração e directrizes para a sua e as épocas futuras.
Jesus, o Excelente Médium de Deus, tornou-se o exemplo máximo de como se deve conduzir todo aquele que se faz ponte entre o mundo espiritual e o físico.
Médiuns, todos o somos em ambos os planos da vida, cabendo a cada um adaptar-se à faculdade e aprimorá-la, para servir com dignidade, construindo a sociedade que realize a perfeita identidade com o mundo espiritual embora se encontre mergulhado no escafandro carnal.
A mediunidade prossegue desafiando os interessados e estudiosos do ser humano...
Manoel Philomeno de Miranda
§.§.§- O-canto-da-ave
A predisposição mediúnica é atributo do Espírito que o corpo reveste de células, a fim de propiciar o intercâmbio entre os seres que estagiam em áreas de vibrações diferentes, especialmente os desencarnados relacionando-se com os encarnados ou estes últimos com os seus pares.
À semelhança da inteligência que tem suas raízes no ser imortal e se expressa través dos neurónios cerebrais, apresenta-se a mediunidade sob um elenco amplo de características e tipos.
Ostensiva em alguns indivíduos prescinde das qualidades morais do seu portador, tornando o fenómeno cristalino, espontâneo, que irrompe de maneira, não raro, violenta, até que a educação necessária discipline o seu fluxo e exteriorização.
Inerente a todos os homens e mulheres, pode surgir ténue e subtil, que o exercício bem direccionado termina por ampliar-lhe a área psíquica de captação.
Seja, porém, sob qual aspecto se manifeste, objectiva a comprovação da imortalidade do ser e oferece o contributo valioso de desvendar a vida além do túmulo, propiciando a compreensão da realidade do mundo causal, assim como as implicações do seu comportamento moral em relação a si mesmo, ao próximo e à Vida.
A mediunidade, no passado, predominava na intimidade dos santuários, oferecendo preciosos parâmetros para que os seres humanos se conduzissem com equilíbrio, e, lentamente, se identificassem com o mundo soberano e triunfador da sobrevivência.
À medida, porém, que os tempos evoluíram, libertou-se da indumentária das superstições que a vestiam, passando pelo profetismo, pelas revelações, para ocupar o lugar de sentido parafísico incorporado aos sensoriais, dando surgimento ao ser transpessoal, paranormal.
Não obstante todas as conquistas do pensamento científico e filosófico com que a Doutrina Espírita a vem desvelando, permanece teimosamente ignorada por grande número de pessoas, quando não é confundida com alucinações patológicas, por determinadas áreas do preconceito académico, ou fenómeno sobrenatural, capaz de realizar milagres, tornando-se mítica pela visão distorcida do fanatismo.
A mediunidade prossegue, desse modo, desafiando os interessados e estudiosos do ser humano, a fim de ocupar o lugar que merece e lhe está reservado no contexto das conquistas paranormais da actualidade.
Neutra, sob o ponto de vista ético, pode apresentar-se exuberante em indivíduos destituídos de carácter saudável e sentimentos elevados, tanto quanto subtil e quase inapercebida em pessoas ricas de valores morais e qualidades superiores da conduta.
Apresentando-se fecunda, não significa, necessariamente, que o seu portador seja Espírito nobre ou missionário com sacerdócio relevante.
Da mesma maneira, ao externar-se subtilmente, não implica ser destituída de objectivo ou significado.
Em ambos os casos pode ser tida como instrumento hábil de serviço, facultando o crescimento interior do medianeiro, que a deve dignificar mediante exemplos salutares de elevação de princípios, tanto quanto de conduta assinalada pelo amor, pela solidariedade humana, pela dedicação aos postulados do Bem.
O exercício sistemático das forças físicas, o hábito edificante da oração e da meditação, o equilíbrio mental sustentado pelos bons pensamentos constituem os equipamentos valiosos para que alcance a superior finalidade para a qual é concedida ao ser humano, que a incorporará ao seu quotidiano como recurso-luz para a felicidade.
Nabucodonosor, rei da Assíria, perverso e venal, apresentava mediunidade atormentada, que o tornava obsidiado periodicamente.
Tirésias, na Grécia, era instrumento dos seres espirituais, vivendo com equidade e justiça.
Os profetas hebreus, na austeridade da conduta que se impunham, sintonizavam com o Mundo Maior, de onde recebiam inspiração e directrizes para a sua e as épocas futuras.
Jesus, o Excelente Médium de Deus, tornou-se o exemplo máximo de como se deve conduzir todo aquele que se faz ponte entre o mundo espiritual e o físico.
Médiuns, todos o somos em ambos os planos da vida, cabendo a cada um adaptar-se à faculdade e aprimorá-la, para servir com dignidade, construindo a sociedade que realize a perfeita identidade com o mundo espiritual embora se encontre mergulhado no escafandro carnal.
A mediunidade prossegue desafiando os interessados e estudiosos do ser humano...
Manoel Philomeno de Miranda
§.§.§- O-canto-da-ave
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Mediunidade no tempo de Jesus
Mediunidade no tempo de Jesus
Paulo da Silva Neto Sobrinho
“Se alguém julga ser profeta ou inspirado pelo Espírito, reconheça um mandamento do Senhor nas coisas que estou escrevendo para vocês”
(PAULO, aos coríntios).
Introdução:
A mediunidade é uma faculdade humana que consiste na sintonia espiritual entre dois seres.
Normalmente, a usamos para designar a influência de um Espírito desencarnado sobre um encarnado, entretanto, julgamos que, acima de tudo, por se tratar de uma aquisição do Espírito imortal, pouco importa a situação em que se encontram esses dois seres, para que se processe a ligação espiritual entre eles.
É comum que ataques ao Espiritismo ocorram por conta desse “dom”, como se ele viesse a acontecer exclusivamente em nosso meio.
Ledo engano, pois, conforme já o dissemos, é uma faculdade humana, e assim sendo, todos a possuem, variando apenas quanto ao seu grau.
Os detractores querem, por todos os meios, fazer com que as pessoas acreditem que isso é coisa nova, mas podemos provar que a mediunidade não é coisa nova e que até mesmo Jesus dela pode nos dar notícias.
É o que veremos a seguir.
A mediunidade e Jesus
Quando Jesus recomenda a seus doze discípulos a divulgação de que o “reino do Céu está próximo” fica evidenciado, aos que estudaram ou vivenciam esse fenómeno, que o Mestre estava falando mesmo era da faculdade mediúnica.
Entretanto, por conta dos tradutores ou dos teólogos, essa realidade ficou comprometida no texto bíblico.
Entretanto, como é impossível “tapar o sol com uma peneira”, podemos perfeitamente identificá-la, apesar de todo o esforço para escondê-la.
O evangelista Mateus narra o seguinte:
- “Eis que eu envio vocês como ovelhas no meio de lobos.
Portanto, sejam prudentes como as serpentes e simples como as pombas.
Tenham cuidado com os homens, porque eles entregarão vocês aos tribunais e açoitarão vocês nas sinagogas deles.
Vocês vão ser levados diante de governadores e reis, por minha causa, a fim de serem testemunhas para eles e para as nações.
Quando entregarem vocês, não fiquem preocupados como ou com aquilo que vocês vão falar, porque, nessa hora, será sugerido a vocês o que vocês devem dizer.
Com efeito, não serão vocês que irão falar, e sim o Espírito do Pai de vocês é quem falará através de vocês”.
(10,16-20).
A primeira observação que faremos é que por ter tentado a Eva, dizem que a serpente seria o próprio satanás, entretanto, isso fica estranho, porquanto o próprio Jesus nos recomenda sermos prudentes como as serpentes.
Continua...
Paulo da Silva Neto Sobrinho
“Se alguém julga ser profeta ou inspirado pelo Espírito, reconheça um mandamento do Senhor nas coisas que estou escrevendo para vocês”
(PAULO, aos coríntios).
Introdução:
A mediunidade é uma faculdade humana que consiste na sintonia espiritual entre dois seres.
Normalmente, a usamos para designar a influência de um Espírito desencarnado sobre um encarnado, entretanto, julgamos que, acima de tudo, por se tratar de uma aquisição do Espírito imortal, pouco importa a situação em que se encontram esses dois seres, para que se processe a ligação espiritual entre eles.
É comum que ataques ao Espiritismo ocorram por conta desse “dom”, como se ele viesse a acontecer exclusivamente em nosso meio.
Ledo engano, pois, conforme já o dissemos, é uma faculdade humana, e assim sendo, todos a possuem, variando apenas quanto ao seu grau.
Os detractores querem, por todos os meios, fazer com que as pessoas acreditem que isso é coisa nova, mas podemos provar que a mediunidade não é coisa nova e que até mesmo Jesus dela pode nos dar notícias.
É o que veremos a seguir.
A mediunidade e Jesus
Quando Jesus recomenda a seus doze discípulos a divulgação de que o “reino do Céu está próximo” fica evidenciado, aos que estudaram ou vivenciam esse fenómeno, que o Mestre estava falando mesmo era da faculdade mediúnica.
Entretanto, por conta dos tradutores ou dos teólogos, essa realidade ficou comprometida no texto bíblico.
Entretanto, como é impossível “tapar o sol com uma peneira”, podemos perfeitamente identificá-la, apesar de todo o esforço para escondê-la.
O evangelista Mateus narra o seguinte:
- “Eis que eu envio vocês como ovelhas no meio de lobos.
Portanto, sejam prudentes como as serpentes e simples como as pombas.
Tenham cuidado com os homens, porque eles entregarão vocês aos tribunais e açoitarão vocês nas sinagogas deles.
Vocês vão ser levados diante de governadores e reis, por minha causa, a fim de serem testemunhas para eles e para as nações.
Quando entregarem vocês, não fiquem preocupados como ou com aquilo que vocês vão falar, porque, nessa hora, será sugerido a vocês o que vocês devem dizer.
Com efeito, não serão vocês que irão falar, e sim o Espírito do Pai de vocês é quem falará através de vocês”.
(10,16-20).
A primeira observação que faremos é que por ter tentado a Eva, dizem que a serpente seria o próprio satanás, entretanto, isso fica estranho, porquanto o próprio Jesus nos recomenda sermos prudentes como as serpentes.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126619
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Re: Artigos sobre a Mediunidade
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Esse facto demonstra que tal associação é apenas fruto do dogmatismo que só produz o fanatismo religioso.
Essa fala de Jesus é inequívoca quanto ao fenómeno mediúnico:
“não fiquem preocupados como ou com aquilo que vocês vão falar, porque, nessa hora, será sugerido a vocês”, e arremata:
“Com efeito, não serão vocês que irão falar, e sim o Espírito do Pai de vocês é quem falará através de vocês”.
A tentativa de esconder o fenómeno fica por conta da expressão “o Espírito do Pai”, quando a realidade é “um Espírito do Pai” a mudança do artigo indefinido para o artigo definido tem como objectivo principal desvirtuar a fenomenologia em primeiro plano e em segundo, mais um ajuste de texto bíblico para apoiar a trindade divina copiada dos povos pagãos.
O filósofo e teólogo Carlos Torres Pastorino abordando a questão da mudança do artigo, diz:
- “...Novamente sem artigo.
Repisamos:
a língua grega não possuía artigos indefinidos.
Quando a palavra era determinada, empregava-se o artigo definido ‘ho, he, to’.
Quando era indeterminada (caso em que nós empregamos o artigo indefinido), o grego deixava a palavra sem artigo.
Então quando não aparece em grego o artigo, temos que colocar, em português, o artigo indefinido:
UM espírito santo, e nunca traduzir com o definido: O espírito santo”.
(Sabedoria do Evangelho, volume 1, pág 43).
Se sustentarmos a expressão “o Espírito do Pai” teremos forçosamente que admitir que o próprio Deus venha a se manifestar num ser humano.
Pensamento absurdo como esse só pode ser pela falta de compreensão da grandeza de Deus.
Dizem os cientistas que no cosmo há 100 biliões de galáxias, cada uma delas com cerca de 100 bilhões de estrelas, fazendo do Universo uma coisa fora do alcance de nossa limitada imaginação, mas, mesmo que a custa de um grande esforço, vamos imaginar tamanha grandeza.
Bom, façamos agora a pergunta:
- o que criou tudo isso?
Diante disso, admitir que esse ser possa estar pessoalmente inspirando uma pessoa é fora de proposto, coisa aceitável a de povos primitivos, cujos conhecimentos não lhes permitem ir mais longe, por restrição imposta pelo seu hábitat.
A mediunidade no apostolado
Um facto, que reputamos como de inquestionável ocorrência da mediunidade, aconteceu logo depois da morte de Jesus, quando os discípulos reunidos receberam “como que línguas de fogo” e começaram a falar em línguas, de tal sorte que, apesar da heterogeneidade do povo que os ouvia, cada um entendia o que falavam em sua própria língua.
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Esse facto demonstra que tal associação é apenas fruto do dogmatismo que só produz o fanatismo religioso.
Essa fala de Jesus é inequívoca quanto ao fenómeno mediúnico:
“não fiquem preocupados como ou com aquilo que vocês vão falar, porque, nessa hora, será sugerido a vocês”, e arremata:
“Com efeito, não serão vocês que irão falar, e sim o Espírito do Pai de vocês é quem falará através de vocês”.
A tentativa de esconder o fenómeno fica por conta da expressão “o Espírito do Pai”, quando a realidade é “um Espírito do Pai” a mudança do artigo indefinido para o artigo definido tem como objectivo principal desvirtuar a fenomenologia em primeiro plano e em segundo, mais um ajuste de texto bíblico para apoiar a trindade divina copiada dos povos pagãos.
O filósofo e teólogo Carlos Torres Pastorino abordando a questão da mudança do artigo, diz:
- “...Novamente sem artigo.
Repisamos:
a língua grega não possuía artigos indefinidos.
Quando a palavra era determinada, empregava-se o artigo definido ‘ho, he, to’.
Quando era indeterminada (caso em que nós empregamos o artigo indefinido), o grego deixava a palavra sem artigo.
Então quando não aparece em grego o artigo, temos que colocar, em português, o artigo indefinido:
UM espírito santo, e nunca traduzir com o definido: O espírito santo”.
(Sabedoria do Evangelho, volume 1, pág 43).
Se sustentarmos a expressão “o Espírito do Pai” teremos forçosamente que admitir que o próprio Deus venha a se manifestar num ser humano.
Pensamento absurdo como esse só pode ser pela falta de compreensão da grandeza de Deus.
Dizem os cientistas que no cosmo há 100 biliões de galáxias, cada uma delas com cerca de 100 bilhões de estrelas, fazendo do Universo uma coisa fora do alcance de nossa limitada imaginação, mas, mesmo que a custa de um grande esforço, vamos imaginar tamanha grandeza.
Bom, façamos agora a pergunta:
- o que criou tudo isso?
Diante disso, admitir que esse ser possa estar pessoalmente inspirando uma pessoa é fora de proposto, coisa aceitável a de povos primitivos, cujos conhecimentos não lhes permitem ir mais longe, por restrição imposta pelo seu hábitat.
A mediunidade no apostolado
Um facto, que reputamos como de inquestionável ocorrência da mediunidade, aconteceu logo depois da morte de Jesus, quando os discípulos reunidos receberam “como que línguas de fogo” e começaram a falar em línguas, de tal sorte que, apesar da heterogeneidade do povo que os ouvia, cada um entendia o que falavam em sua própria língua.
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Re: Artigos sobre a Mediunidade
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Facto extraordinário registado no livro Actos dos Apóstolos, desta forma:
- “Quando chegou o dia de Pentecostes, todos eles estavam reunidos no mesmo lugar.
De repente, veio do céu um barulho como o sopro de um forte vendaval, e encheu a casa onde eles se encontravam.
Apareceram então umas como línguas de fogo, que se espalharam e foram pousar sobre cada um deles.
Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem.
Acontece que em Jerusalém moravam judeus devotos de todas as nações do mundo.
Quando ouviram o barulho, todos se reuniram e ficaram confusos, pois cada um ouvia, na sua própria língua, os discípulos falarem”.
(Atos 2, 1-6).
Aqui podemos identificar o fenómeno mediúnico conhecido como xenoglossia, que na definição do Aurélio é:
A fala espontânea em língua(s) que não fora(m) previamente aprendida(s).
Mas, como da vez anterior, tentam mudar o sentido, para isso alteram o artigo indefinido para o definido, quando a realidade seria exatamente que estavam “replectos de um Espírito santo (bom)”.
Facto semelhante aconteceu, um pouco mais tarde, nomeado como o Pentecostes dos pagãos:
“Pedro ainda estava falando, quando o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a Palavra.
Os fiéis de origem judaica, que tinham ido com Pedro, ficaram admirados de que o dom do Espírito Santo também fosse derramado sobre os pagãos.
De facto, eles os ouviam falar em línguas estranhas e louvar a grandeza de Deus...”
(At 10, 44-46).
Episódio que confirma que “Deus não faz acepção de pessoas” (At 10,34), daí podermos estender à mediunidade como uma faculdade exclusiva a um determinado grupo religioso, mas existindo em todos segmentos em suas expressões de religiosidade.
A mediunidade como era “transmitida”
A bem da verdade não há como ninguém transmitir a mediunidade para outra pessoa, entretanto, pelos relatos bíblicos, a imposição das mãos fazia com que houvesse sua eclosão, óbvio que naqueles que a possuíam em estado latente.
Vejamos algumas situações em que isso ocorreu.
Em Atos 8, 17-18:
“Então Pedro e João impuseram as mãos sobre os samaritanos, e eles receberam o Espírito Santo.
Simão viu que o Espírito Santo era comunicado através da imposição das mãos.
Dêem para mim também esse poder, a fim de que receba o Espírito todo aquele sobre o qual eu impuser as mãos”.
Simão era um mago que, com suas artes mágicas, deixava o povo da região de Samaria maravilhado.
Continua...
Facto extraordinário registado no livro Actos dos Apóstolos, desta forma:
- “Quando chegou o dia de Pentecostes, todos eles estavam reunidos no mesmo lugar.
De repente, veio do céu um barulho como o sopro de um forte vendaval, e encheu a casa onde eles se encontravam.
Apareceram então umas como línguas de fogo, que se espalharam e foram pousar sobre cada um deles.
Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem.
Acontece que em Jerusalém moravam judeus devotos de todas as nações do mundo.
Quando ouviram o barulho, todos se reuniram e ficaram confusos, pois cada um ouvia, na sua própria língua, os discípulos falarem”.
(Atos 2, 1-6).
Aqui podemos identificar o fenómeno mediúnico conhecido como xenoglossia, que na definição do Aurélio é:
A fala espontânea em língua(s) que não fora(m) previamente aprendida(s).
Mas, como da vez anterior, tentam mudar o sentido, para isso alteram o artigo indefinido para o definido, quando a realidade seria exatamente que estavam “replectos de um Espírito santo (bom)”.
Facto semelhante aconteceu, um pouco mais tarde, nomeado como o Pentecostes dos pagãos:
“Pedro ainda estava falando, quando o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a Palavra.
Os fiéis de origem judaica, que tinham ido com Pedro, ficaram admirados de que o dom do Espírito Santo também fosse derramado sobre os pagãos.
De facto, eles os ouviam falar em línguas estranhas e louvar a grandeza de Deus...”
(At 10, 44-46).
Episódio que confirma que “Deus não faz acepção de pessoas” (At 10,34), daí podermos estender à mediunidade como uma faculdade exclusiva a um determinado grupo religioso, mas existindo em todos segmentos em suas expressões de religiosidade.
A mediunidade como era “transmitida”
A bem da verdade não há como ninguém transmitir a mediunidade para outra pessoa, entretanto, pelos relatos bíblicos, a imposição das mãos fazia com que houvesse sua eclosão, óbvio que naqueles que a possuíam em estado latente.
Vejamos algumas situações em que isso ocorreu.
Em Atos 8, 17-18:
“Então Pedro e João impuseram as mãos sobre os samaritanos, e eles receberam o Espírito Santo.
Simão viu que o Espírito Santo era comunicado através da imposição das mãos.
Dêem para mim também esse poder, a fim de que receba o Espírito todo aquele sobre o qual eu impuser as mãos”.
Simão era um mago que, com suas artes mágicas, deixava o povo da região de Samaria maravilhado.
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Re: Artigos sobre a Mediunidade
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Mas, ao ver o “poder” de Pedro e João, ficou impressionado com o que fizeram, daí lhes oferece dinheiro a fim de que dessem a ele esse poder, para que sobre todos os que ele impusesse as mãos, também recebessem o Espírito Santo.
Em Atos 19, 1-7:
“Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo atravessou as regiões mais altas e chegou a Éfeso.
Encontrou aí alguns discípulos, e perguntou-lhes:
‘Quando vocês abraçaram a fé receberam o Espírito Santo?’
Eles responderam:
‘Nós nem sequer ouvimos falar que existe um Espírito Santo’.
Paulo perguntou:
‘Que baptismo vocês receberam?’
Eles responderam:
‘O baptismo de João’.
Então Paulo explicou:
‘João baptizava como sinal de arrependimento e pedia que o povo acreditasse naquele que devia vir depois dele, isto é, em Jesus’.
Ao ouvir isso, eles se fizeram baptizar em nome do Senhor Jesus.
Logo que Paulo lhes impôs as mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles, e começaram a falar em línguas e a profetizar.
Eram, ao todo, doze homens”.
Será que podemos entender que o baptismo de Jesus é “receber o Espírito Santo”, conseguido pela imposição das mãos?
[i]A narrativa nos leva a aceitar essa hipótese, apenas mantemos a ressalva feita anteriormente quanto à expressão [b9“o Espírito Santo”.[/b]
A mediunidade como os dons do Espírito
Na estrada de Damasco, Paulo, que até então perseguia os cristãos, numa ocorrência transcendente, se encontra com Jesus, passando, a partir daí, a segui-lo.
Durante o seu apostolado se comunicava directamente com o Espírito de Jesus, demonstrando sua incontestável mediunidade.
Aliás, o apóstolo Paulo foi quem mais entendeu do fenómeno mediúnico, tanto que existem recomendações preciosas de sua parte aos agrupamentos cristãos de então.
Ele o chamava de “dons do Espírito”.
“Sobre os dons do Espírito, irmãos, não quero que vocês fiquem na ignorância” (1Cor 12,1), mostrando-se interessado em que todos pudessem conhecer tais fenómenos.
E esclarece o apóstolo dos gentios:
- “Existem dons diferentes, mas o Espírito é o mesmo;
diferentes serviços, mas o Senhor é o mesmo;
diferentes modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos.
Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos.
Continua...
Mas, ao ver o “poder” de Pedro e João, ficou impressionado com o que fizeram, daí lhes oferece dinheiro a fim de que dessem a ele esse poder, para que sobre todos os que ele impusesse as mãos, também recebessem o Espírito Santo.
Em Atos 19, 1-7:
“Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo atravessou as regiões mais altas e chegou a Éfeso.
Encontrou aí alguns discípulos, e perguntou-lhes:
‘Quando vocês abraçaram a fé receberam o Espírito Santo?’
Eles responderam:
‘Nós nem sequer ouvimos falar que existe um Espírito Santo’.
Paulo perguntou:
‘Que baptismo vocês receberam?’
Eles responderam:
‘O baptismo de João’.
Então Paulo explicou:
‘João baptizava como sinal de arrependimento e pedia que o povo acreditasse naquele que devia vir depois dele, isto é, em Jesus’.
Ao ouvir isso, eles se fizeram baptizar em nome do Senhor Jesus.
Logo que Paulo lhes impôs as mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles, e começaram a falar em línguas e a profetizar.
Eram, ao todo, doze homens”.
Será que podemos entender que o baptismo de Jesus é “receber o Espírito Santo”, conseguido pela imposição das mãos?
[i]A narrativa nos leva a aceitar essa hipótese, apenas mantemos a ressalva feita anteriormente quanto à expressão [b9“o Espírito Santo”.[/b]
A mediunidade como os dons do Espírito
Na estrada de Damasco, Paulo, que até então perseguia os cristãos, numa ocorrência transcendente, se encontra com Jesus, passando, a partir daí, a segui-lo.
Durante o seu apostolado se comunicava directamente com o Espírito de Jesus, demonstrando sua incontestável mediunidade.
Aliás, o apóstolo Paulo foi quem mais entendeu do fenómeno mediúnico, tanto que existem recomendações preciosas de sua parte aos agrupamentos cristãos de então.
Ele o chamava de “dons do Espírito”.
“Sobre os dons do Espírito, irmãos, não quero que vocês fiquem na ignorância” (1Cor 12,1), mostrando-se interessado em que todos pudessem conhecer tais fenómenos.
E esclarece o apóstolo dos gentios:
- “Existem dons diferentes, mas o Espírito é o mesmo;
diferentes serviços, mas o Senhor é o mesmo;
diferentes modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos.
Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos.
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Re: Artigos sobre a Mediunidade
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A um, o Espírito dá a palavra de sabedoria;
a outro, a palavra de ciência segundo o mesmo Espírito;
a outro, o mesmo Espírito dá a fé;
a outro ainda, o único e mesmo Espírito concede o dom das curas;
a outro, o poder de fazer milagres;
a outro, a profecia;
a outro, o discernimento dos espíritos;
a outro, o dom de falar em línguas;
a outro ainda, o dom de as interpretar.
Mas é o único e mesmo Espírito quem realiza tudo isso, distribuindo os seus dons a cada um, conforme ele quer”.
(1 Cor 12,4-11).
Novamente, mudando-se “o Espírito” para “um Espírito”, estaremos diante da faculdade mediúnica, basta “ter olhos de ver”.
Ao que parece, naquela época, os médiuns se preocupavam mais com a xenoglossia Paulo para desfazer esse engano novamente faz outras recomendações aos coríntios
(1Cor 14,1-25).
Disse ele:
- “...aspirem aos dons do Espírito, principalmente à profecia.
Pois aquele que fala em línguas não fala aos homens, mas a Deus.
Ninguém o entende, pois ele, em espírito, diz coisas incompreensíveis.
Mas aquele que profetiza fala aos homens:
edifica, exorta, consola.
Aquele que fala em línguas edifica a si mesmo, ao passo que aquele que profetiza edifica a assembléia.
Eu desejo que vocês todos falem em línguas, mas prefiro que profetizem.
Aquele que profetiza é maior do que aquele que fala em línguas, a menos que este mesmo as interprete, para que a assembléia seja edificada...”.
Conclusão:
Como apregoa a Doutrina Espírita o fenómeno mediúnico nada mais é que uma ocorrência de ordem natural.
Podemos identificá-lo desde os mais remotos tempos da humanidade, e não poderia ser diferente, pois, em se tratando de uma manifestação de uma faculdade humana, deverá ser mesmo tão velha quanto a permanência do homem aqui na Terra.
Mas, infelizmente, a intolerância religiosa, a ignorância e, por vezes, a má vontade, não permitiu que fosse divulgada da forma correcta, ficando mais por conta de uma ocorrência sobrenatural, que só acontecia a uns poucos privilegiados.
Coube ao Espiritismo a desmistificação desse fenómeno, bem como a sua explicação racional.
Kardec nos deixou um legado importantíssimo para todos que possam se interessar pelo assunto, quando lança O Livro dos Médiuns, que recomendamos aos que buscam o conhecimento dessa fenomenologia, ainda muito incompreendida em nossos dias.
§.§.§- O-canto-da-ave
A um, o Espírito dá a palavra de sabedoria;
a outro, a palavra de ciência segundo o mesmo Espírito;
a outro, o mesmo Espírito dá a fé;
a outro ainda, o único e mesmo Espírito concede o dom das curas;
a outro, o poder de fazer milagres;
a outro, a profecia;
a outro, o discernimento dos espíritos;
a outro, o dom de falar em línguas;
a outro ainda, o dom de as interpretar.
Mas é o único e mesmo Espírito quem realiza tudo isso, distribuindo os seus dons a cada um, conforme ele quer”.
(1 Cor 12,4-11).
Novamente, mudando-se “o Espírito” para “um Espírito”, estaremos diante da faculdade mediúnica, basta “ter olhos de ver”.
Ao que parece, naquela época, os médiuns se preocupavam mais com a xenoglossia Paulo para desfazer esse engano novamente faz outras recomendações aos coríntios
(1Cor 14,1-25).
Disse ele:
- “...aspirem aos dons do Espírito, principalmente à profecia.
Pois aquele que fala em línguas não fala aos homens, mas a Deus.
Ninguém o entende, pois ele, em espírito, diz coisas incompreensíveis.
Mas aquele que profetiza fala aos homens:
edifica, exorta, consola.
Aquele que fala em línguas edifica a si mesmo, ao passo que aquele que profetiza edifica a assembléia.
Eu desejo que vocês todos falem em línguas, mas prefiro que profetizem.
Aquele que profetiza é maior do que aquele que fala em línguas, a menos que este mesmo as interprete, para que a assembléia seja edificada...”.
Conclusão:
Como apregoa a Doutrina Espírita o fenómeno mediúnico nada mais é que uma ocorrência de ordem natural.
Podemos identificá-lo desde os mais remotos tempos da humanidade, e não poderia ser diferente, pois, em se tratando de uma manifestação de uma faculdade humana, deverá ser mesmo tão velha quanto a permanência do homem aqui na Terra.
Mas, infelizmente, a intolerância religiosa, a ignorância e, por vezes, a má vontade, não permitiu que fosse divulgada da forma correcta, ficando mais por conta de uma ocorrência sobrenatural, que só acontecia a uns poucos privilegiados.
Coube ao Espiritismo a desmistificação desse fenómeno, bem como a sua explicação racional.
Kardec nos deixou um legado importantíssimo para todos que possam se interessar pelo assunto, quando lança O Livro dos Médiuns, que recomendamos aos que buscam o conhecimento dessa fenomenologia, ainda muito incompreendida em nossos dias.
§.§.§- O-canto-da-ave
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Vinte e seis maneiras de identificar se uma comunicação provém de um bom espírito
Vinte e seis maneiras de identificar se uma comunicação provém de um bom espírito
Centro de Estudos Espíritas Paulo Apóstolo
Seja você espírita ou não, provavelmente, já se viu em determinada situação em que alguém lhe transmitiu alguma "mensagem", recebida por algum médium, adivinho ou "sensitivo", tendo você como especial destinatário.
É muito provável, também, você conhecer pessoas que andam consultando e recebendo instruções de espíritos por aí, na intenção de obter soluções rápidas para seus problemas ou aflições.
Há também o caso daquele seu vizinho que "recebe" tal e qual entidade e "trabalha" em casa mesmo.
Pois bem, você deve ter ficado em dúvida, sem saber discernir o conteúdo dessas mensagens.
Teria sido proveniente de um espírito mesmo?
Ou então, no mínimo, teria esse espírito uma índole moral superior capaz de merecer a sua confiança?
Levando ainda essa questão para o campo estritamente psíquico, da influenciação espiritual, a que todos estamos sujeitos e que ocorre inconscientemente, na rotina de nossas vidas, podemos observar a natureza de nossas próprias cogitações mentais.
O que estamos cogitando?
Seja o que for, será algo digno de alguém preocupado com a auto-educação espiritual?
Respostas para dúvidas mediúnicas estão na obra de Allan Kardec
O codificador do espiritismo, Allan Kardec, em sua obra O Livro dos Médiuns, deixou tudo isso muito bem claro e, para os estudiosos da doutrina, o que falamos aqui não é nenhuma novidade.
Mas, para quem está chegando agora e para os que se interessam em recapitular o aprendido, aqui vão 26 maneiras de identificar se uma comunicação é proveniente de um espírito superior ou não:
1. Não há outro critério para discernir o valor dos espíritos senão o bom-senso.
2. Conhecemos os espíritos pela sua linguagem e pelos seus conselhos, ou seja, pelos sentimentos que inspiram e os conselhos que dão.
3. Uma vez admitido que os bons espíritos não podem dizer e fazer senão o bem, tudo o que for mau não pode provir de um bom espírito.
4. A linguagem dos espíritos superiores é sempre digna, nobre e elevada, sem mistura de trivialidades.
Dizem tudo com simplicidade e modéstia, não se gabam jamais, não exibem seu saber nem a sua posição entre os outros.
A linguagem dos espíritos inferiores ou vulgares tem sempre algum reflexo das paixões humanas.
Toda expressão que indique baixeza, presunção, arrogância, fanfarrice, acrimônia, é indício característico de inferioridade, ou de fraude se o espírito se apresenta sob um nome respeitável e venerado.
Continua...
Centro de Estudos Espíritas Paulo Apóstolo
Seja você espírita ou não, provavelmente, já se viu em determinada situação em que alguém lhe transmitiu alguma "mensagem", recebida por algum médium, adivinho ou "sensitivo", tendo você como especial destinatário.
É muito provável, também, você conhecer pessoas que andam consultando e recebendo instruções de espíritos por aí, na intenção de obter soluções rápidas para seus problemas ou aflições.
Há também o caso daquele seu vizinho que "recebe" tal e qual entidade e "trabalha" em casa mesmo.
Pois bem, você deve ter ficado em dúvida, sem saber discernir o conteúdo dessas mensagens.
Teria sido proveniente de um espírito mesmo?
Ou então, no mínimo, teria esse espírito uma índole moral superior capaz de merecer a sua confiança?
Levando ainda essa questão para o campo estritamente psíquico, da influenciação espiritual, a que todos estamos sujeitos e que ocorre inconscientemente, na rotina de nossas vidas, podemos observar a natureza de nossas próprias cogitações mentais.
O que estamos cogitando?
Seja o que for, será algo digno de alguém preocupado com a auto-educação espiritual?
Respostas para dúvidas mediúnicas estão na obra de Allan Kardec
O codificador do espiritismo, Allan Kardec, em sua obra O Livro dos Médiuns, deixou tudo isso muito bem claro e, para os estudiosos da doutrina, o que falamos aqui não é nenhuma novidade.
Mas, para quem está chegando agora e para os que se interessam em recapitular o aprendido, aqui vão 26 maneiras de identificar se uma comunicação é proveniente de um espírito superior ou não:
1. Não há outro critério para discernir o valor dos espíritos senão o bom-senso.
2. Conhecemos os espíritos pela sua linguagem e pelos seus conselhos, ou seja, pelos sentimentos que inspiram e os conselhos que dão.
3. Uma vez admitido que os bons espíritos não podem dizer e fazer senão o bem, tudo o que for mau não pode provir de um bom espírito.
4. A linguagem dos espíritos superiores é sempre digna, nobre e elevada, sem mistura de trivialidades.
Dizem tudo com simplicidade e modéstia, não se gabam jamais, não exibem seu saber nem a sua posição entre os outros.
A linguagem dos espíritos inferiores ou vulgares tem sempre algum reflexo das paixões humanas.
Toda expressão que indique baixeza, presunção, arrogância, fanfarrice, acrimônia, é indício característico de inferioridade, ou de fraude se o espírito se apresenta sob um nome respeitável e venerado.
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Re: Artigos sobre a Mediunidade
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5. Não é pela forma material e nem pela correcção do estilo que se julga um espírito mas, sim, sondando-lhe o íntimo, esquadrinhando suas palavras, pesando-as friamente, maduramente e sem prevenção.
Todo desvio de lógica, razão e de sabedoria, não pode deixar dúvida quanto à sua origem, qualquer que seja o nome com o qual se vista a entidade espiritual comunicante.
6. A linguagem dos espíritos elevados é sempre idêntica, senão quanto à forma, pelo menos quanto ao fundo.
Não são contraditórios.
7. Os bons espíritos não dizem senão o que sabem, calam-se ou confessam sua ignorância sobre o que não sabem.
Os maus falam de tudo com segurança, sem se preocuparem com a verdade.
Toda heresia científica notória, todo princípio que choque o bom-senso, mostra a fraude se o espírito se diz esclarecido.
8. É fácil reconhecer os espíritos levianos pela facilidade com que predizem o futuro e precisam factos materiais que não nos é dado conhecer.
Os bons espíritos podem fazer pressentir as coisas futuras quando esse conhecimento for útil, mas não precisam jamais as datas:
todo anúncio de acontecimento com época fixada é indício de uma mistificação.
9. Os espíritos elevados se exprimem de maneira simples, sem prolixidade.
Seu estilo é conciso, sem excluir a poesia de ideias, de expressões sempre inteligíveis e ao alcance de todos, sem exigir esforço para ser compreendido.
Têm a arte de dizerem muitas coisas com poucas palavras, porque cada palavra tem sua importância.
Os espíritos inferiores, ou falsos sábios, escondem sob a presunção e ênfase o vazio dos pensamentos.
Sua linguagem, frequentemente, é pretensiosa, ridícula, ou obscura à força de querer parecer profunda.
Mas não é.
10. Os bons espíritos jamais ordenam: não se impõem, aconselham e, se não são escutados, se retiram.
Os maus são imperiosos, dão ordens, querem ser obedecidos e permanecem mesmo assim.
Todo espírito que se impõe, trai sua origem.
São exclusivos e absolutos em suas opiniões, e pretender ter, só eles, o privilégio da verdade.
Exigem uma crença cega e não apelam à razão, porque sabem que a razão os desmascariam.
11. Os bons espíritos não lisonjeiam.
Aprovam quando se faz o bem, mas sempre com reservas.
Os maus dão elogios exagerados, estimulam o orgulho e a vaidade, pregando a humildade, e procuram exaltar a importância pessoal daqueles a quem desejam captar.
12. Os espíritos superiores estão acima das puerilidades da forma e em todas as coisas.
Só os espíritos vulgares podem dar importância a detalhes mesquinhos, incompatíveis com as ideias verdadeiramente elevadas.
Toda prescrição meticulosa é um sinal certo de inferioridade e de fraude da parte de um espírito que toma um nome importante.
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5. Não é pela forma material e nem pela correcção do estilo que se julga um espírito mas, sim, sondando-lhe o íntimo, esquadrinhando suas palavras, pesando-as friamente, maduramente e sem prevenção.
Todo desvio de lógica, razão e de sabedoria, não pode deixar dúvida quanto à sua origem, qualquer que seja o nome com o qual se vista a entidade espiritual comunicante.
6. A linguagem dos espíritos elevados é sempre idêntica, senão quanto à forma, pelo menos quanto ao fundo.
Não são contraditórios.
7. Os bons espíritos não dizem senão o que sabem, calam-se ou confessam sua ignorância sobre o que não sabem.
Os maus falam de tudo com segurança, sem se preocuparem com a verdade.
Toda heresia científica notória, todo princípio que choque o bom-senso, mostra a fraude se o espírito se diz esclarecido.
8. É fácil reconhecer os espíritos levianos pela facilidade com que predizem o futuro e precisam factos materiais que não nos é dado conhecer.
Os bons espíritos podem fazer pressentir as coisas futuras quando esse conhecimento for útil, mas não precisam jamais as datas:
todo anúncio de acontecimento com época fixada é indício de uma mistificação.
9. Os espíritos elevados se exprimem de maneira simples, sem prolixidade.
Seu estilo é conciso, sem excluir a poesia de ideias, de expressões sempre inteligíveis e ao alcance de todos, sem exigir esforço para ser compreendido.
Têm a arte de dizerem muitas coisas com poucas palavras, porque cada palavra tem sua importância.
Os espíritos inferiores, ou falsos sábios, escondem sob a presunção e ênfase o vazio dos pensamentos.
Sua linguagem, frequentemente, é pretensiosa, ridícula, ou obscura à força de querer parecer profunda.
Mas não é.
10. Os bons espíritos jamais ordenam: não se impõem, aconselham e, se não são escutados, se retiram.
Os maus são imperiosos, dão ordens, querem ser obedecidos e permanecem mesmo assim.
Todo espírito que se impõe, trai sua origem.
São exclusivos e absolutos em suas opiniões, e pretender ter, só eles, o privilégio da verdade.
Exigem uma crença cega e não apelam à razão, porque sabem que a razão os desmascariam.
11. Os bons espíritos não lisonjeiam.
Aprovam quando se faz o bem, mas sempre com reservas.
Os maus dão elogios exagerados, estimulam o orgulho e a vaidade, pregando a humildade, e procuram exaltar a importância pessoal daqueles a quem desejam captar.
12. Os espíritos superiores estão acima das puerilidades da forma e em todas as coisas.
Só os espíritos vulgares podem dar importância a detalhes mesquinhos, incompatíveis com as ideias verdadeiramente elevadas.
Toda prescrição meticulosa é um sinal certo de inferioridade e de fraude da parte de um espírito que toma um nome importante.
Continua...
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Re: Artigos sobre a Mediunidade
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13. Desconfie dos nomes bizarros e ridículos que tomam certos espíritos que querem se impor à credulidade.
Seria soberanamente absurdo tomar esses nomes a sério.
14. Desconfie também dos espíritos que se apresentam muito facilmente com nomes extremamente venerados e não aceite suas palavras senão com a maior reserva.
Neste caso é necessário um controle severo e indispensável, porque, frequentemente, é uma máscara que tomam para fazer crer em pretendidas relações íntimas com os espíritos excepcionais.
Por esse meio afagam a vaidade do médium e dela se aproveitam para induzi-lo, constantemente, a diligências lamentáveis ou ridículas.
15. Os bons espíritos são muito escrupulosos sobre as atitudes que podem aconselhar.
Em todos os casos, não aconselham jamais se não houver um objectivo sério eminentemente útil.
Deve-se considerar como suspeitas todas as que não tiverem esse carácter, ou não estiverem de acordo com a razão.
É ainda necessário reflectir maduramente todo conselho recebido para não correr o risco de expor-se a mistificações desagradáveis.
16. Os bons espíritos podem também serem reconhecidos pela sua prudente reserva sobre todas as coisas que podem comprometer.
Repugna-lhes revelar o mal.
Os espíritos levianos ou malévolos se comprazem em faze-lo realçar.
Enquanto que os bons procuram suavizar os erros e pregam a indulgência, os maus os exageram e sopram a cizânia por meio de insinuações pérfidas.
17. Os bons espíritos prescrevem unicamente o bem.
Toda máxima, todo conselho que não esteja estritamente conforme a pura caridade evangélica, não pode ser obra dos bons espíritos.
18. Os bons espíritos não aconselham jamais senão coisas perfeitamente racionais.
Toda recomendação que se afaste da recta linha do bom-senso ou das leis imutáveis da natureza, acusa um espírito limitado e, por consequência, pouco digno de confiança.
19. Os espíritos maus ou simplesmente imperfeitos se traem ainda por sinais materiais ante os quais a ninguém poderiam enganar.
Sua acção sobre o médium é algumas vezes violenta, nele provocando movimentos bruscos e sacudidos, uma agitação febril e convulsiva, que se choca com a calma e a doçura dos bons espíritos.
20. Os espíritos imperfeitos, frequentemente, aproveitam os meios de comunicação de que dispõem para dar pérfidos conselhos.
Excitam a desconfiança e animosidade contra aqueles que lhe são antipáticos, os que podem desmascarar suas imposturas são, sobretudo, o objecto de sua repreensão.
Os homens fracos são seu alvo para os induzir ao mal.
Empregando, sucessivamente, os sofismas, os sarcasmos, as injúrias e até sinais materiais de seu poder oculto para melhor convencer, procuram desviá-los da senda da verdade.
Continua...
13. Desconfie dos nomes bizarros e ridículos que tomam certos espíritos que querem se impor à credulidade.
Seria soberanamente absurdo tomar esses nomes a sério.
14. Desconfie também dos espíritos que se apresentam muito facilmente com nomes extremamente venerados e não aceite suas palavras senão com a maior reserva.
Neste caso é necessário um controle severo e indispensável, porque, frequentemente, é uma máscara que tomam para fazer crer em pretendidas relações íntimas com os espíritos excepcionais.
Por esse meio afagam a vaidade do médium e dela se aproveitam para induzi-lo, constantemente, a diligências lamentáveis ou ridículas.
15. Os bons espíritos são muito escrupulosos sobre as atitudes que podem aconselhar.
Em todos os casos, não aconselham jamais se não houver um objectivo sério eminentemente útil.
Deve-se considerar como suspeitas todas as que não tiverem esse carácter, ou não estiverem de acordo com a razão.
É ainda necessário reflectir maduramente todo conselho recebido para não correr o risco de expor-se a mistificações desagradáveis.
16. Os bons espíritos podem também serem reconhecidos pela sua prudente reserva sobre todas as coisas que podem comprometer.
Repugna-lhes revelar o mal.
Os espíritos levianos ou malévolos se comprazem em faze-lo realçar.
Enquanto que os bons procuram suavizar os erros e pregam a indulgência, os maus os exageram e sopram a cizânia por meio de insinuações pérfidas.
17. Os bons espíritos prescrevem unicamente o bem.
Toda máxima, todo conselho que não esteja estritamente conforme a pura caridade evangélica, não pode ser obra dos bons espíritos.
18. Os bons espíritos não aconselham jamais senão coisas perfeitamente racionais.
Toda recomendação que se afaste da recta linha do bom-senso ou das leis imutáveis da natureza, acusa um espírito limitado e, por consequência, pouco digno de confiança.
19. Os espíritos maus ou simplesmente imperfeitos se traem ainda por sinais materiais ante os quais a ninguém poderiam enganar.
Sua acção sobre o médium é algumas vezes violenta, nele provocando movimentos bruscos e sacudidos, uma agitação febril e convulsiva, que se choca com a calma e a doçura dos bons espíritos.
20. Os espíritos imperfeitos, frequentemente, aproveitam os meios de comunicação de que dispõem para dar pérfidos conselhos.
Excitam a desconfiança e animosidade contra aqueles que lhe são antipáticos, os que podem desmascarar suas imposturas são, sobretudo, o objecto de sua repreensão.
Os homens fracos são seu alvo para os induzir ao mal.
Empregando, sucessivamente, os sofismas, os sarcasmos, as injúrias e até sinais materiais de seu poder oculto para melhor convencer, procuram desviá-los da senda da verdade.
Continua...
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Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
21. O espírito de homens que tiveram, na Terra, uma preocupação única, material ou moral, se não estão libertos da influência da matéria, estão ainda sob o império das ideias terrestres, e carregam consigo uma parte de preconceitos, de predilecções e mesmo de manias que tinham neste mundo.
O que é fácil de se reconhecer pela sua linguagem.
22. Os conhecimentos com os quais certos espíritos se adornam, com uma espécie de ostentação, não são um sinal de sua superioridade.
A inalterável pureza dos sentimentos morais é, a esse respeito, a verdadeira prova de sua superioridade moral.
23. Não basta interrogar um espírito para conhecer a verdade.
É preciso, antes de tudo, saber a quem se dirige, porque os espíritos inferiores, ignorantes eles mesmos, tratam com frivolidade as questões mais sérias.
Também não basta que um espírito tenha tido um grande nome na Terra, para ter, no mundo espírita, a soberana ciência.
Só a virtude pode, em purificando-o, aproximá-lo de Deus e desenvolver seus conhecimentos.
24. Da parte dos espíritos superiores, o gracejo, frequentemente, é fino e picante, mas jamais é trivial.
Entre os espíritos gracejadores que não são grosseiros, a sátira mordaz é sempre muito oportuna.
25. Estudando-se com cuidado o carácter dos espíritos que se apresentam, sobretudo do ponto de vista moral, se reconhece sua natureza e o grau de confiança que se lhe pode conceder.
O bom-senso não poderia enganar.
26. Para julgar os espíritos, como para julgar os homens, é preciso saber primeiro julgar a si mesmo.
Infelizmente, há muitas pessoas que tomam sua opinião pessoal por medida exclusiva do bom e do mau, do verdadeiro e do falso.
Tudo o que contradiga sua maneira de ver, suas ideias, o sistema que conceberam ou adoptaram, é mau aos seus olhos.
A tais pessoas, evidentemente, falta a primeira qualidade para uma justa apreciação:
a rectidão do julgamento.
Mas disso não suspeitam.
É o defeito sobre o qual mais nos iludimos.
Acreditamos que tendo essas considerações em mente, fica bem mais fácil discernirmos a qualidade de nossos próprios pensamentos e também nos precavermos de tanta charlatanice que anda deturpando a essência esclarecedora do espiritismo por aí.
§.§.§- O-canto-da-ave
21. O espírito de homens que tiveram, na Terra, uma preocupação única, material ou moral, se não estão libertos da influência da matéria, estão ainda sob o império das ideias terrestres, e carregam consigo uma parte de preconceitos, de predilecções e mesmo de manias que tinham neste mundo.
O que é fácil de se reconhecer pela sua linguagem.
22. Os conhecimentos com os quais certos espíritos se adornam, com uma espécie de ostentação, não são um sinal de sua superioridade.
A inalterável pureza dos sentimentos morais é, a esse respeito, a verdadeira prova de sua superioridade moral.
23. Não basta interrogar um espírito para conhecer a verdade.
É preciso, antes de tudo, saber a quem se dirige, porque os espíritos inferiores, ignorantes eles mesmos, tratam com frivolidade as questões mais sérias.
Também não basta que um espírito tenha tido um grande nome na Terra, para ter, no mundo espírita, a soberana ciência.
Só a virtude pode, em purificando-o, aproximá-lo de Deus e desenvolver seus conhecimentos.
24. Da parte dos espíritos superiores, o gracejo, frequentemente, é fino e picante, mas jamais é trivial.
Entre os espíritos gracejadores que não são grosseiros, a sátira mordaz é sempre muito oportuna.
25. Estudando-se com cuidado o carácter dos espíritos que se apresentam, sobretudo do ponto de vista moral, se reconhece sua natureza e o grau de confiança que se lhe pode conceder.
O bom-senso não poderia enganar.
26. Para julgar os espíritos, como para julgar os homens, é preciso saber primeiro julgar a si mesmo.
Infelizmente, há muitas pessoas que tomam sua opinião pessoal por medida exclusiva do bom e do mau, do verdadeiro e do falso.
Tudo o que contradiga sua maneira de ver, suas ideias, o sistema que conceberam ou adoptaram, é mau aos seus olhos.
A tais pessoas, evidentemente, falta a primeira qualidade para uma justa apreciação:
a rectidão do julgamento.
Mas disso não suspeitam.
É o defeito sobre o qual mais nos iludimos.
Acreditamos que tendo essas considerações em mente, fica bem mais fácil discernirmos a qualidade de nossos próprios pensamentos e também nos precavermos de tanta charlatanice que anda deturpando a essência esclarecedora do espiritismo por aí.
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As Lições da Introdução d'O Livro dos Médiuns
As Lições da Introdução d'O Livro dos Médiuns
Abel Sidney
O Livro dos Médiuns é uma dessas obras que merece um estudo acurado, profundo, o que nos exige, por certo, doses maiores de dedicação e constância.
Não é, definitivamente, um livro de leitura digestiva, desses para se ler nas horas vagas.
É um livro de estudo e pesquisa.
E como tal como deve ser lido, estudado e meditado.
A sua Introdução guarda preciosas lições, a começar pela definição do carácter da obra.
Kardec imprime-lhe a feição de "estudo sério e completo".
O sério se contrapõe à leviandade com que a mediunidade era tratada em seu tempo (e também no nosso!);
o completo refere-se à busca de se estudar por todos os ângulos este tema tão complexo, que é a mediunidade, sem que isso signifique a verdade total ou a última palavra.
Fosse filho de uma cultura utilitarista e mercantilista, como a americana, e Kardec poderia ter caído na doce tentação de publicar um "resumido manual prático, que em poucas palavras desse a indicação dos processos a seguir, a fim de entrar em comunicação com os espíritos".
Entretanto, fosse por ter a exacta noção de sua responsabilidade com a Doutrina que estava a edificar;
fosse pelo espírito filosófico e cultural francês, que exige profundidade do pensador, decidiu ele evitar "experiências feitas levianamente" que poderiam ocorrer, caso um pequeno manual de como comunicar-se com os mortos fosse publicado.
Publicara ele, antes dessa obra, um pequeno livro chamado Instrução Prática, que fora o embrião, o alicerce da definitiva obra que seria erguida.
Esgotada a edição, ele não a reeditou, por considerá-la "insuficiente para esclarecer todas as dificuldades que se podem apresentar" no trato com as manifestações espirituais.
O Livro dos Médiuns, fruto de "uma longa experiência e um estudo consciencioso", fora, pois, o sucessor natural das primeiras instruções.
O carácter da obra, anota Kardec na linha seguinte, é o de seriedade, tendo ela por fim "desviar toda ideia de preocupação frívola ou de divertimento" daqueles que lidam com o Invisível.
Quando Kardec comenta sobre "a má impressão" causada por "experiências realizadas levianamente e sem conhecimento de causa", o que permitiria "os ataques da zombaria e de uma crítica por vezes fundamentada", ele se referia aos médiuns do seu tempo, que ao se exporem publicamente, em reuniões sem a devida seriedade, causavam um duplo mal:
os incrédulos não se convenciam dos factos e também não se inclinavam "a ver o lado sério do Espiritismo".
A actualidade do alerta do codificador pode ser percebida em outras atitudes nossas, no movimento espírita.
Continua...
Abel Sidney
O Livro dos Médiuns é uma dessas obras que merece um estudo acurado, profundo, o que nos exige, por certo, doses maiores de dedicação e constância.
Não é, definitivamente, um livro de leitura digestiva, desses para se ler nas horas vagas.
É um livro de estudo e pesquisa.
E como tal como deve ser lido, estudado e meditado.
A sua Introdução guarda preciosas lições, a começar pela definição do carácter da obra.
Kardec imprime-lhe a feição de "estudo sério e completo".
O sério se contrapõe à leviandade com que a mediunidade era tratada em seu tempo (e também no nosso!);
o completo refere-se à busca de se estudar por todos os ângulos este tema tão complexo, que é a mediunidade, sem que isso signifique a verdade total ou a última palavra.
Fosse filho de uma cultura utilitarista e mercantilista, como a americana, e Kardec poderia ter caído na doce tentação de publicar um "resumido manual prático, que em poucas palavras desse a indicação dos processos a seguir, a fim de entrar em comunicação com os espíritos".
Entretanto, fosse por ter a exacta noção de sua responsabilidade com a Doutrina que estava a edificar;
fosse pelo espírito filosófico e cultural francês, que exige profundidade do pensador, decidiu ele evitar "experiências feitas levianamente" que poderiam ocorrer, caso um pequeno manual de como comunicar-se com os mortos fosse publicado.
Publicara ele, antes dessa obra, um pequeno livro chamado Instrução Prática, que fora o embrião, o alicerce da definitiva obra que seria erguida.
Esgotada a edição, ele não a reeditou, por considerá-la "insuficiente para esclarecer todas as dificuldades que se podem apresentar" no trato com as manifestações espirituais.
O Livro dos Médiuns, fruto de "uma longa experiência e um estudo consciencioso", fora, pois, o sucessor natural das primeiras instruções.
O carácter da obra, anota Kardec na linha seguinte, é o de seriedade, tendo ela por fim "desviar toda ideia de preocupação frívola ou de divertimento" daqueles que lidam com o Invisível.
Quando Kardec comenta sobre "a má impressão" causada por "experiências realizadas levianamente e sem conhecimento de causa", o que permitiria "os ataques da zombaria e de uma crítica por vezes fundamentada", ele se referia aos médiuns do seu tempo, que ao se exporem publicamente, em reuniões sem a devida seriedade, causavam um duplo mal:
os incrédulos não se convenciam dos factos e também não se inclinavam "a ver o lado sério do Espiritismo".
A actualidade do alerta do codificador pode ser percebida em outras atitudes nossas, no movimento espírita.
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Re: Artigos sobre a Mediunidade
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Trata-se da exposição dos dons mediúnicos notadamente da pintura mediúnica e da cura dita espiritual, que longe de convencer os cépticos, desperta-lhes o senso crítico, por tratar-se, lamentavelmente, mais de um espectáculo do que propriamente da busca da comprovação da imortalidade da alma, o que aliás, já está suficientemente demonstrada, dispensando-se efeitos pirotécnicos para tanto.
Não por acaso, aponta Kardec, o progresso alcançado pelo Espiritismo nos seus primeiros anos de difusão deveu-se à sua apreciação "por gente esclarecida", pelo facto da Doutrina ter adentrado pelo "caminho da Filosofia".
A conquista de "partidários valiosos" estaria mais no terreno da reflexão e da busca, próprios da Filosofia, do que na provocação das manifestações mediúnicas, que como simples fenómeno pode não suscitar, de imediato, quaisquer reflexões morais ou filosóficas.
O "número de adeptos feitos só com a leitura de O Livro dos Espíritos" é um atestado do que foi exposto anteriormente.
E aqui cabe mais um alerta, desta vez nosso:
a sofreguidão de muitos companheiros de conquistar adeptos através da oferta de livros supostamente espíritas.
Refiro-me aos tantos recentes lançamentos de "romances mediúnicos" de conteúdo duvidoso, embora de enredo fácil e adocicado.
Não se deveria confundir a leitura acessível dos romances espíritas de bom conteúdo e procedência legítima com os citados romances, os quais podem entreter e sensibilizar, mas não educam, por não despertar reflexões profundas, além de trazerem, dissimulados, conceitos erróneos sobre alguns dos pontos básicos da Doutrina.
Nos parágrafos finais desta Introdução Kardec tributa aos espíritos a realização da obra.
Em suas palavras:
"...como tudo reviram, aprovando ou modificando à vontade, pode-se dizer que, em grande parte, esta é uma obra deles, de vez que a sua intervenção não ficou limitada a alguns artigos assinados."
Podemos afirmar que O Livro dos Médiuns é um trabalho feito a muitas mãos.
Mas o pedreiro, se podemos utilizar tal analogia, é de facto Allan Kardec.
Os engenheiros, os consultores, estiveram presentes, dando cada qual sua quota de orientação e trabalho.
Os tijolos, assentados e reassentados, custou muito do seu suor.
E se podemos tomar as palavras de Edison, o inventor da lâmpada eléctrica, diríamos que no seu trabalho a inspiração ocupava apenas uma parte, devendo-se o restante à sua transpiração...
O seu labor intelectual não conhecia limites, desafiando o cansaço e as doenças que o acometiam.
A sua produção literária e as outras actividades paralelas desenvolvidas nos quinze anos (1854-1869) que se dedicou à causa espírita atesta a fenomenal capacidade de trabalho deste missionário.
O seu exemplo nos atesta que não podemos dispensar o trabalho constante, a pesquisa e o estudo permanente, a busca da renovação espiritual e a luta pela própria transformação íntima.
Nota: todas as citações entre aspas foram colhidas na Introdução de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, tradução de Júlio Abreu Filho, edição Círculo do Livro.
§.§.§- O-canto-da-ave
Trata-se da exposição dos dons mediúnicos notadamente da pintura mediúnica e da cura dita espiritual, que longe de convencer os cépticos, desperta-lhes o senso crítico, por tratar-se, lamentavelmente, mais de um espectáculo do que propriamente da busca da comprovação da imortalidade da alma, o que aliás, já está suficientemente demonstrada, dispensando-se efeitos pirotécnicos para tanto.
Não por acaso, aponta Kardec, o progresso alcançado pelo Espiritismo nos seus primeiros anos de difusão deveu-se à sua apreciação "por gente esclarecida", pelo facto da Doutrina ter adentrado pelo "caminho da Filosofia".
A conquista de "partidários valiosos" estaria mais no terreno da reflexão e da busca, próprios da Filosofia, do que na provocação das manifestações mediúnicas, que como simples fenómeno pode não suscitar, de imediato, quaisquer reflexões morais ou filosóficas.
O "número de adeptos feitos só com a leitura de O Livro dos Espíritos" é um atestado do que foi exposto anteriormente.
E aqui cabe mais um alerta, desta vez nosso:
a sofreguidão de muitos companheiros de conquistar adeptos através da oferta de livros supostamente espíritas.
Refiro-me aos tantos recentes lançamentos de "romances mediúnicos" de conteúdo duvidoso, embora de enredo fácil e adocicado.
Não se deveria confundir a leitura acessível dos romances espíritas de bom conteúdo e procedência legítima com os citados romances, os quais podem entreter e sensibilizar, mas não educam, por não despertar reflexões profundas, além de trazerem, dissimulados, conceitos erróneos sobre alguns dos pontos básicos da Doutrina.
Nos parágrafos finais desta Introdução Kardec tributa aos espíritos a realização da obra.
Em suas palavras:
"...como tudo reviram, aprovando ou modificando à vontade, pode-se dizer que, em grande parte, esta é uma obra deles, de vez que a sua intervenção não ficou limitada a alguns artigos assinados."
Podemos afirmar que O Livro dos Médiuns é um trabalho feito a muitas mãos.
Mas o pedreiro, se podemos utilizar tal analogia, é de facto Allan Kardec.
Os engenheiros, os consultores, estiveram presentes, dando cada qual sua quota de orientação e trabalho.
Os tijolos, assentados e reassentados, custou muito do seu suor.
E se podemos tomar as palavras de Edison, o inventor da lâmpada eléctrica, diríamos que no seu trabalho a inspiração ocupava apenas uma parte, devendo-se o restante à sua transpiração...
O seu labor intelectual não conhecia limites, desafiando o cansaço e as doenças que o acometiam.
A sua produção literária e as outras actividades paralelas desenvolvidas nos quinze anos (1854-1869) que se dedicou à causa espírita atesta a fenomenal capacidade de trabalho deste missionário.
O seu exemplo nos atesta que não podemos dispensar o trabalho constante, a pesquisa e o estudo permanente, a busca da renovação espiritual e a luta pela própria transformação íntima.
Nota: todas as citações entre aspas foram colhidas na Introdução de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, tradução de Júlio Abreu Filho, edição Círculo do Livro.
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Volta a Moda a Crença na Comunicação com os Mortos
Volta a Moda a Crença na Comunicação com os Mortos
Robert Chapman
A vida e a morte, a insondável passagem de uma para a outra e além, sempre exerceram irresistível fascínio sobre o homem.
Isto deu origem a teologias, cosmologias, filosofias, e até belas obras de arte, como o famoso monólogo de Hamlet.
Mas também teve ramificações menos racionais, como a crença na comunicação com o que se convencionou chamar de «Espíritos desencarnados».
Periodicamente, em particular nas épocas de crise de valores, essas crenças voltam à moda, devido ao apelo fácil da experiência exótica, do contacto com o desconhecido.
É o que parece estar acontecendo agora, em todo o mundo.
Na verdade, há quem afirme que menos racional não significa exactamente inexistente, ou impossível.
Quem pode imaginar, pergunta-se, o que existirá para, além das fronteiras da morte?
O veredicto da ciência, até agora, tem sido um só:
lá só existe o nada.
Mas as religiões discordam.
Robert Chapman, redactor de assuntos científicos do «Sunday Express» e não muito céptico em relação à crença, resolveu examinar mais detidamente o trabalho de um médium bastante conceituado em seu país, e revelam, nesta série de reportagens, os resultados de sua pesquisa.
Na escuridão do quarto onde se realizava a sessão, ouvi uma voz murmurar.
Parecia de mulher.
Não a identifiquei como de alguém a quem houvesse conhecido algum dia, mas estava intrigado pelo simples facto de ouvi-la, e me inclinei para frente, quase sem respirar.
Haviam-me dito que era a voz de minha mãe, falecida cerca de 15 anos atrás.
E se era minha mãe mesmo quem estava falando, tratava-se de um momento pelo qual eu esperara durante muito tempo, porque em vida ela tivera fortes tendências espíritas, e eu sempre sentira que ela tentaria se comunicar comigo, se pudesse fazê-lo.
Mas eu não estava ainda convencido.
Outra Vida
O leitor acredita que é possível comunicar-se com os mortos?
Milhões de pessoas acreditam.
E muitos crêem também que os Espíritos dos que partiram estão dispostos a desempenhar sua parte numa comunicação bilateral.
A crença de que a morte é apenas outra forma de vida parece aumentar dia a dia, especialmente entre os jovens.
E quanto aos esforços para estabelecer contacto com o "outro lado" - diz a Associação Espiritualista da Grã-Bretanha -, a Inglaterra é encarada pelos outros países como o lugar onde tudo isso acontece.
Continua...
Robert Chapman
A vida e a morte, a insondável passagem de uma para a outra e além, sempre exerceram irresistível fascínio sobre o homem.
Isto deu origem a teologias, cosmologias, filosofias, e até belas obras de arte, como o famoso monólogo de Hamlet.
Mas também teve ramificações menos racionais, como a crença na comunicação com o que se convencionou chamar de «Espíritos desencarnados».
Periodicamente, em particular nas épocas de crise de valores, essas crenças voltam à moda, devido ao apelo fácil da experiência exótica, do contacto com o desconhecido.
É o que parece estar acontecendo agora, em todo o mundo.
Na verdade, há quem afirme que menos racional não significa exactamente inexistente, ou impossível.
Quem pode imaginar, pergunta-se, o que existirá para, além das fronteiras da morte?
O veredicto da ciência, até agora, tem sido um só:
lá só existe o nada.
Mas as religiões discordam.
Robert Chapman, redactor de assuntos científicos do «Sunday Express» e não muito céptico em relação à crença, resolveu examinar mais detidamente o trabalho de um médium bastante conceituado em seu país, e revelam, nesta série de reportagens, os resultados de sua pesquisa.
Na escuridão do quarto onde se realizava a sessão, ouvi uma voz murmurar.
Parecia de mulher.
Não a identifiquei como de alguém a quem houvesse conhecido algum dia, mas estava intrigado pelo simples facto de ouvi-la, e me inclinei para frente, quase sem respirar.
Haviam-me dito que era a voz de minha mãe, falecida cerca de 15 anos atrás.
E se era minha mãe mesmo quem estava falando, tratava-se de um momento pelo qual eu esperara durante muito tempo, porque em vida ela tivera fortes tendências espíritas, e eu sempre sentira que ela tentaria se comunicar comigo, se pudesse fazê-lo.
Mas eu não estava ainda convencido.
Outra Vida
O leitor acredita que é possível comunicar-se com os mortos?
Milhões de pessoas acreditam.
E muitos crêem também que os Espíritos dos que partiram estão dispostos a desempenhar sua parte numa comunicação bilateral.
A crença de que a morte é apenas outra forma de vida parece aumentar dia a dia, especialmente entre os jovens.
E quanto aos esforços para estabelecer contacto com o "outro lado" - diz a Associação Espiritualista da Grã-Bretanha -, a Inglaterra é encarada pelos outros países como o lugar onde tudo isso acontece.
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Re: Artigos sobre a Mediunidade
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Os canadenses e norte-americanos, em particular, acorrem à Grã-Bretanha para assistir a sessões com os médiuns ingleses, diz o Sr. Tom Johanson, secretário da associação.
No ano passado, um número recorde de 15 mil pessoas, de todas as nacionalidades, assistiu a sessões espiritualistas organizadas pela entidade em Londres.
- O Espiritualismo foi encarado durante muito tempo como uma espécie de hobby mórbido para os velhos - diz o Sr. Johanson.
- Mas tudo isso passou.
Desde a guerra tem havido um interesse cada vez maior em nosso trabalho, e é fantástico o número de jovens que vemos em nossas sessões de hoje.
Conspiração
Mas que está havendo?
Será que as pessoas que assistem a essas sessões, ou procurem os médiuns, em particular, conseguem realmente alguma comunicação com os seres amados que já morreram?
Ou tudo não passa de uma vasta conspiração, mesmo que não intencional, para lograr os crédulos?
Até onde uma pessoa alheia ao meio pode ir ao exame dos mistérios de uma sala onde se realiza uma sessão espírita?
Por onde começar?
Existem mais de cinco mil médiuns praticantes na Grã-Bretanha, e entre eles deve haver alguns cujos padrões de honestidade são duvidosos.
Assim, quando comecei minhas pesquisas, me pareceu melhor concentrar-me no trabalho de um médium bem conceituado.
E o que aconteceu a seguir é à base desta reportagem.
Experiência
Não me surpreendia de modo algum o facto de que, se era possível a comunicação com o "outro lado", a pessoa que entraria em contacto comigo fosse minha mãe.
Certa noite, há muitos anos, despertei pensando que a via ao lado de minha cama.
Foi uma experiência atemorizante e espantosa.
Eu não conseguia me mover;
podia apenas ficar olhando aquele rosto familiar, tão vivido diante de mim, até que ela se diluiu no nada.
Expliquei imediatamente esse incidente, em termos racionais, como uma extensão semiconsciente de um sonho do qual despertara de súbito, embora na verdade não pudesse me lembrar de haver sonhado.
Mas a voz que me falava na sessão era real, no sentido de que não apenas a ouvi, como a gravei em fita magnética.
Foi uma das muitas vozes, supostamente pertencentes a Espíritos desencarnados, que ouvi durante os meses que passei fazendo pesquisas espíritas, como membro de um "centro" que se reunia regularmente na casa do Sr. Leslie Flint, um dos mais conhecidos médiuns da Grã-Bretanha.
Continua...
Os canadenses e norte-americanos, em particular, acorrem à Grã-Bretanha para assistir a sessões com os médiuns ingleses, diz o Sr. Tom Johanson, secretário da associação.
No ano passado, um número recorde de 15 mil pessoas, de todas as nacionalidades, assistiu a sessões espiritualistas organizadas pela entidade em Londres.
- O Espiritualismo foi encarado durante muito tempo como uma espécie de hobby mórbido para os velhos - diz o Sr. Johanson.
- Mas tudo isso passou.
Desde a guerra tem havido um interesse cada vez maior em nosso trabalho, e é fantástico o número de jovens que vemos em nossas sessões de hoje.
Conspiração
Mas que está havendo?
Será que as pessoas que assistem a essas sessões, ou procurem os médiuns, em particular, conseguem realmente alguma comunicação com os seres amados que já morreram?
Ou tudo não passa de uma vasta conspiração, mesmo que não intencional, para lograr os crédulos?
Até onde uma pessoa alheia ao meio pode ir ao exame dos mistérios de uma sala onde se realiza uma sessão espírita?
Por onde começar?
Existem mais de cinco mil médiuns praticantes na Grã-Bretanha, e entre eles deve haver alguns cujos padrões de honestidade são duvidosos.
Assim, quando comecei minhas pesquisas, me pareceu melhor concentrar-me no trabalho de um médium bem conceituado.
E o que aconteceu a seguir é à base desta reportagem.
Experiência
Não me surpreendia de modo algum o facto de que, se era possível a comunicação com o "outro lado", a pessoa que entraria em contacto comigo fosse minha mãe.
Certa noite, há muitos anos, despertei pensando que a via ao lado de minha cama.
Foi uma experiência atemorizante e espantosa.
Eu não conseguia me mover;
podia apenas ficar olhando aquele rosto familiar, tão vivido diante de mim, até que ela se diluiu no nada.
Expliquei imediatamente esse incidente, em termos racionais, como uma extensão semiconsciente de um sonho do qual despertara de súbito, embora na verdade não pudesse me lembrar de haver sonhado.
Mas a voz que me falava na sessão era real, no sentido de que não apenas a ouvi, como a gravei em fita magnética.
Foi uma das muitas vozes, supostamente pertencentes a Espíritos desencarnados, que ouvi durante os meses que passei fazendo pesquisas espíritas, como membro de um "centro" que se reunia regularmente na casa do Sr. Leslie Flint, um dos mais conhecidos médiuns da Grã-Bretanha.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126619
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
Continua...
A sessão tivera início com algumas observações introdutórias feitas por "Mickey", o guia do médium.
Devo esclarecer que um dos aspectos das sessões que o novato tende a achar enigmático é o facto de que ele não pode estabelecer contacto imediato, directo, com a pessoa a quem deseja falar e ouvir.
Há sempre dois intermediários:
o médium humano e o "guia" no mundo espiritual.
O médium não pode simplesmente pedir ao parente morto do consulente que se apresente.
Isso tem de ser feito por intermédio do guia.
Espírito Com Humor
E quando o Espírito-guia se intrometeu com a observação:
- Sua mãe está aqui com a irmã dela, Lilly, e o marido desta.
Infelizmente, não se falou mais nada de Lilly, mas a simples menção de seu nome era significativa, porque minha mãe tivera uma irmã, com a qual tinha grande afinidade:
Como a tia Lilly vivia distante, no campo, nós não a víamos com muita frequência, e duvido que eu a tenha mencionado algum dia fora da família.
Senti também que o "outro lado" marcou um excelente ponto quando, buscando assuntos que pudessem apresentar boa evidência, eu perguntei à minha mãe se lembrava do índio.
Para minha surpresa, o Espírito-guia respondeu que ela estava sorrindo, como se tratasse de uma piada.
- É uma grande piada - admiti.
O guia (após uma prolongada pausa), comentou:
- Não consigo entender isso...
Não pode ser uma bicicleta, pode?
E eu:
- Sim.
- Porque ela está falando de uma bicicleta motorizada.
Está dizendo: "É o índio a que ele se refere, não é um homem."
Achei que a coisa estava indo muito bem, parecia uma prova maior do que se poderia esperar normalmente.
Infelizmente, "mamãe" não pôde se lembrar a quem a antiga motocicleta índio pertencera, mas talvez isso não fosse de surpreender, uma vez que eu estava mergulhando uns 50 anos atrás na história da família.
Fiquei desapontado, no entanto, por ela não ter sabido responder imediatamente à pergunta seguinte, que eu guardara como argumento decisivo:
- Que vem depois das letras O. U.? - perguntei.
A pergunta pareceu causar alguma consternação no "outra lado".
Houve um bocado de murmúrios e discussões espirituais, mas eventualmente ficou decidido, com alguns "sopros", que as letras eram do número de registo do único carro que minha mãe possuíra, e que ela mantivera até o início da guerra.
Continua...
A sessão tivera início com algumas observações introdutórias feitas por "Mickey", o guia do médium.
Devo esclarecer que um dos aspectos das sessões que o novato tende a achar enigmático é o facto de que ele não pode estabelecer contacto imediato, directo, com a pessoa a quem deseja falar e ouvir.
Há sempre dois intermediários:
o médium humano e o "guia" no mundo espiritual.
O médium não pode simplesmente pedir ao parente morto do consulente que se apresente.
Isso tem de ser feito por intermédio do guia.
Espírito Com Humor
E quando o Espírito-guia se intrometeu com a observação:
- Sua mãe está aqui com a irmã dela, Lilly, e o marido desta.
Infelizmente, não se falou mais nada de Lilly, mas a simples menção de seu nome era significativa, porque minha mãe tivera uma irmã, com a qual tinha grande afinidade:
Como a tia Lilly vivia distante, no campo, nós não a víamos com muita frequência, e duvido que eu a tenha mencionado algum dia fora da família.
Senti também que o "outro lado" marcou um excelente ponto quando, buscando assuntos que pudessem apresentar boa evidência, eu perguntei à minha mãe se lembrava do índio.
Para minha surpresa, o Espírito-guia respondeu que ela estava sorrindo, como se tratasse de uma piada.
- É uma grande piada - admiti.
O guia (após uma prolongada pausa), comentou:
- Não consigo entender isso...
Não pode ser uma bicicleta, pode?
E eu:
- Sim.
- Porque ela está falando de uma bicicleta motorizada.
Está dizendo: "É o índio a que ele se refere, não é um homem."
Achei que a coisa estava indo muito bem, parecia uma prova maior do que se poderia esperar normalmente.
Infelizmente, "mamãe" não pôde se lembrar a quem a antiga motocicleta índio pertencera, mas talvez isso não fosse de surpreender, uma vez que eu estava mergulhando uns 50 anos atrás na história da família.
Fiquei desapontado, no entanto, por ela não ter sabido responder imediatamente à pergunta seguinte, que eu guardara como argumento decisivo:
- Que vem depois das letras O. U.? - perguntei.
A pergunta pareceu causar alguma consternação no "outra lado".
Houve um bocado de murmúrios e discussões espirituais, mas eventualmente ficou decidido, com alguns "sopros", que as letras eram do número de registo do único carro que minha mãe possuíra, e que ela mantivera até o início da guerra.
Continua...
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Localização : Porto - Portugal
Re: Artigos sobre a Mediunidade
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As letras O.U. eram seguidas por quatro algarismos conhecidos de todos em nossa família e de muitos amigos que rodavam no carro.
Se o "outro lado" houvesse dito os números sem hesitação, eu creio que teria instantaneamente confirmada minha crença na sobrevivência da personalidade humana após a morte.
Mas o carro se quebrara havia mais de 30 anos;
eu mesmo o levara para o ferro-velho, de modo que talvez fosse injusto esperar uma resposta rápida, embora me digam que ainda posso recebê-la.
"Mickey" parecia ser um Espírito particularmente espirituoso, dotado de um agudo senso de humor.
Disse que havia muita gente com minha mãe, à espera, no "outro lado", e que faria o possível para ajudá-los a comunicar-se.
Falando com uma voz aguda de menino, o guia declarou correctamente que minha mãe morrera de câncer, e que a família vivera em Beckenham, Kent.
E, o que era mais objectivo, disse o nome pelo qual minha mãe sempre me chamara, e que não me lembro tenha sido usado regularmente por outra pessoa.
Seguiram-se algumas observações gerais, que, embora combinassem inteiramente com as circunstâncias de minha família, poderiam combinar-se igualmente com as de outras pessoas.
Feliz Aniversário
Meus pais haviam deixado Beckenham desde que a casa da família fora bombardeada, nos primeiros dias da guerra, e minha mãe morrera num hospital, a quilómetros de distância de lá.
Parecia um começo bastante bom para o "outro lado".
A voz de "mamãe" soava chã, sem fôlego, e incaracterística, mas ela parecia saber que eu planeava fazer uma visita a meu pai, o que era estranho, pois só o vejo muito raramente.
Ela disse que ele "não mudara muito, e estava com dificuldades para mover-se" (o que era verdade).
Mas fiquei intrigado pela referência que fez ao funeral (presumivelmente o dela mesma) como tendo sido num "dia tão horrível, como choveu!" - uma vez que eu me lembrava nitidamente das flores na grama defronte à cálida luz do sol.
- Venho vê-lo muito - disse a voz, convulsivamente.
E acrescentou:
- A propósito, feliz aniversário.
É muito cedo ainda, não é?
Caso eu não tenha oportunidade no dia, posso muito bem lhe desejar feliz aniversário agora.
Na época, estávamos a menos de três semanas de meu aniversário, embora eu não houvesse mencionado isso ou qualquer outra coisa de minha vida pessoal a ninguém do centro de Flint.
A observação seguinte, no entanto, parecia inteiramente fora de propósito:
- Lembra-se dos frangos? - perguntou a voz, que supostamente era de minha mãe.
Continua...
As letras O.U. eram seguidas por quatro algarismos conhecidos de todos em nossa família e de muitos amigos que rodavam no carro.
Se o "outro lado" houvesse dito os números sem hesitação, eu creio que teria instantaneamente confirmada minha crença na sobrevivência da personalidade humana após a morte.
Mas o carro se quebrara havia mais de 30 anos;
eu mesmo o levara para o ferro-velho, de modo que talvez fosse injusto esperar uma resposta rápida, embora me digam que ainda posso recebê-la.
"Mickey" parecia ser um Espírito particularmente espirituoso, dotado de um agudo senso de humor.
Disse que havia muita gente com minha mãe, à espera, no "outro lado", e que faria o possível para ajudá-los a comunicar-se.
Falando com uma voz aguda de menino, o guia declarou correctamente que minha mãe morrera de câncer, e que a família vivera em Beckenham, Kent.
E, o que era mais objectivo, disse o nome pelo qual minha mãe sempre me chamara, e que não me lembro tenha sido usado regularmente por outra pessoa.
Seguiram-se algumas observações gerais, que, embora combinassem inteiramente com as circunstâncias de minha família, poderiam combinar-se igualmente com as de outras pessoas.
Feliz Aniversário
Meus pais haviam deixado Beckenham desde que a casa da família fora bombardeada, nos primeiros dias da guerra, e minha mãe morrera num hospital, a quilómetros de distância de lá.
Parecia um começo bastante bom para o "outro lado".
A voz de "mamãe" soava chã, sem fôlego, e incaracterística, mas ela parecia saber que eu planeava fazer uma visita a meu pai, o que era estranho, pois só o vejo muito raramente.
Ela disse que ele "não mudara muito, e estava com dificuldades para mover-se" (o que era verdade).
Mas fiquei intrigado pela referência que fez ao funeral (presumivelmente o dela mesma) como tendo sido num "dia tão horrível, como choveu!" - uma vez que eu me lembrava nitidamente das flores na grama defronte à cálida luz do sol.
- Venho vê-lo muito - disse a voz, convulsivamente.
E acrescentou:
- A propósito, feliz aniversário.
É muito cedo ainda, não é?
Caso eu não tenha oportunidade no dia, posso muito bem lhe desejar feliz aniversário agora.
Na época, estávamos a menos de três semanas de meu aniversário, embora eu não houvesse mencionado isso ou qualquer outra coisa de minha vida pessoal a ninguém do centro de Flint.
A observação seguinte, no entanto, parecia inteiramente fora de propósito:
- Lembra-se dos frangos? - perguntou a voz, que supostamente era de minha mãe.
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