LUZ ESPÍRITA
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Artigos sobre a Mediunidade

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 8 Empty Re: Artigos sobre a Mediunidade

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 09, 2011 10:35 pm

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Ernesto Bozzano, o extraordinário espírita italiano, diz-nos que a crença imortalista nasceu da experiência mediúnica.

Durante o período do pleistoceno médio, quando as glaciações se abateram sobre os continentes, o homem do N. foi obrigado a viver em cavernas, para se abrigar do frio.

No interior delas, combalido pela falta de alimentos e pelas doenças que deviam grassar na promiscuidade reinante, houve a culminação de uma série de factos mediúnicos que de algum tempo vinham acontecendo no seio dos inúmeros ramos neandertalenses:
a ectoplasmia e demais formas de comunicação mediúnica.

Assim, diz Bozzano, os sonhos premonitórios, as visões de Espíritos, a audição da voz dos mortos, inclusive nos fenómenos de voz directa - e a materialização de Espíritos, foram factos concretos, que levaram o homem primitivo à crença na continuação da vida após a morte.

Directamente dos médiuns neandertalenses surgiram os feiticeiros, ancestrais dos sacerdotes de todas as religiões.

A invocação dos mortos

Durante toda a antiguidade, numa herança directa dos períodos pré-históricos, encontramos a evocação dos mortos como um facto corriqueiro no seio dos povos.

Existia, também, todo um ritualismo voltado para o aplacamento e conquista da simpatia dos Espíritos dos mortos.
Entre vários povos, os Espíritos dos ancestrais eram cultuados em altares domésticos como divindades menores.

Baseado no trato com os mortos ou tendo este facto como revelação maior, surgiram os "famosos" mistérios da antiguidade.

A própria religião hebraica, da qual nossas crenças derivam, se baseou amplamente na mediunidade dos profetas, chegando a existir, conforme nos informa o Livro de Samuel, uma escola de profetas, onde os médiuns aprendiam os segredos da sua actividade.

Os profetas eram usados pelo povo para consultas semelhantes às que se fazem hoje a cartomantes, videntes, etc., pelas quais recebiam pagamento, daí a perseguição sistemática aos que não fossem da classe.

Os gregos usaram muito a mediunidade profética exacerbada por factores químicos, em Delfos.

Com o surgimento do Cristianismo, a mediunidade foi amplamente usada pelos seus profitentes.
O que caracterizava o trato mediúnico na comunidade cristã das origens era a absoluta ignorância do fenómeno e suas leis.

As reuniões eram, muitas vezes, um verdadeiro pandemónio, semelhantes as dos pentecostais e da corrente carismática do Catolicismo actual, inclusive, inúmeras "heresias" surgiram em tornos dos médiuns e das revelações dos seus guias, então denominados "Espírito Santo", sendo um dos factores para as proibições conciliares a respeito do uso da mediunidade.

Durante o obscurantismo da Idade Média, vários médiuns foram queimados nas fogueiras, ou morreram sob torturas brutais, nas prisões oficiais, por injunções do Santo Ofício, enquanto a mediunidade resplandecia no seio da comunidade de padres e freiras, produzindo notáveis demonstrações da assistência constante do mundo espiritual.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 09, 2011 10:35 pm

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Na idade moderna o trato com os Espíritos produziu médiuns como Swedenborg, Andrew Jackson Davis, Campbell e MacDonald e os fenómenos na congregação de Edward Irving.

Também podemos falar nos célebres possessos, que produziam fenómenos diversos e impressionantes.

3. REVIVESCÊNCIA MEDIÚNICA
Hydesville e os fenómenos mediúnicos

As irmãs Fox foram o ponto de partida de uma ofensiva dos Espíritos para chamar a atenção geral para a problemática da imortalidade.

O Espírito Charles Rosma foi o pioneiro deste trabalho, e Isaac Post pode ser considerado uma antecipação de Kardec, já que teve o honroso privilégio de ter recebido, na nova idade do mediunismo, a primeira comunicação longa e coerente, de um Espírito, por via tiptológica.

Da mesma forma, a família Koons, contemporânea dos Fox, foi a precursora do mediunismo cientificamente conduzido, graças às indicações dos Espíritos, e o seu "Condensador Ectoplásmico," que nunca mais foi reproduzido.

Durante o período imediatamente antes de Kardec, a mediunidade floresceu de maneira extraordinária.

Médiuns de ectoplasmia surgiram e sofreram, mas foram as humildes mesas girantes que, impulsionadas pelos Espíritos, fizeram um trabalho extraordinário de divulgação da mediunidade.

Foi graças a elas que Madame de Girardin conseguiu atrair a atenção de pessoas notáveis como o escritor e poeta Victor Hugo.

Também foram as mesas que iniciaram Allan Kardec, dando o primeiro impulso para a sua vocação missionária.

Finalmente, não podemos deixar de lembrar que aqui no Brasil, mais especificamente em Mata de S. João, no interior da Bahia, antes das irmãs Fox, a policia foi accionada para fechar uma casa onde pessoas se reuniam para falar com os mortos.

Conclusão:

Em rápidas pinceladas, procuramos mostrar que a comunicação com os mortos tem sido constante na história da Humanidade.

Tal actividade, entretanto, sempre se desenvolveu de maneira anárquica, já que havia uma completa ignorância das leis que regem a mediunidade.

Nem os famosos iniciados sabiam muito a respeito do assunto.

Somente após o surgimento de "O Livro dos Médiuns", de A. Kardec, a mediunidade passou a ser usada de forma coerente e lógica, para permitir um contacto profundo e proveitoso com o Mundo Espiritual.

Revista "Presença Espírita", jan. /fev. de 1986.

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 8 Empty Ética Mediúnica

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Fev 10, 2011 10:47 pm

Odilon Fernandes (espírito)

Na lida com os desencarnados, o médium necessita saber que está lidando com espíritos fora do corpo, homens sem o seu veículo físico de manifestação a quem a morte não santificou e nem alterou, de imediato, a natureza de seus pensamentos.

Entre encarnados e desencarnados deve se estabelecer uma parceria consciente com objectivos que transcendem todo e qualquer interesse material.

Os Espíritos, habitando as dimensões do Invisível, continuam interessados no progresso do planeta - não se trata apenas do propósito de cooperar com Jesus na evolução da Humanidade;
trata-se igualmente de melhorar a psicosfera do orbe terrestre e as condições de vida nele existentes, posto que, com raras excepções, todos haverão de tomar o caminho da reencarnação.

Os médiuns afeitos ao serviço do Bem, estão trabalhando sobre a Terra para continuarem trabalhando no Mundo Espiritual, porquanto a vida de Além-Túmulo, para todos os homens, é a sequência natural do que estejam fazendo.

Médiuns apenas com a aparência de devotamento, movidos por interesses estritamente pessoais, haverão de se decepcionar profundamente, quando a liberação do corpo de carne os colocar em confronto com a própria consciência.

Ser médium não é uma condição especial para a criatura encarnada, no entanto pode tornar-se pelo modo com que encare a tarefa que está sendo chamada a desempenhar - sem dúvida, trata-se para o homem de uma das melhores oportunidades de crescimento espiritual que a Lei está lhe conferindo, ao longo de suas múltiplas experiências reencarnatórias.

O médium, portanto, deveria encarar com maior responsabilidade o compromisso, lutando por um melhor aproveitamento do tempo.

Condição mediúnica desprezada assemelha-se ao talento enterrado da parábola de Jesus...

Os que se revela indiferentes diante de seus dons medianímicos, sejam eles expressivos ou não, anularão em si mesmos excelente oportunidade de trabalho;
quem faz questão de cultivar-se mediunicamente, estabelece importantes vínculos mentais dom a Espiritualidade, e a ideia de sua própria sobrevivência constantemente o influência em suas decisões.

Em ser médium, o médium só tem a lucrar, desde, é claro, que não utilize as suas faculdades espirituais para a sua satisfação material - sim, porquanto existem medianeiros que subordinam os interesses da mediunidade que são eternos, aos de natureza temporária.

Companheiros que, por desconhecerem a ética que impera na mediunidade, permitam uma companhia espiritual saudável por espíritos interesseiros e levianos.

A mediunidade, por assim dizer, é um terreno que será ocupado - no espaço psíquico do medianeiro - por espíritos que lhe reclamarão a posse para o Bem ou para o Mal.

A protecção espiritual destinada aos médiuns, na supervisão de suas actividades, actua com base na sinceridade dos seus propósitos;
medianeiros que atraiam a influência dos espíritos ignorantes, não oferecerão sintonia aos que, por seu intermédio, desejam desenvolver um trabalho sério e de consequências benéficas para a Humanidade.

Sem o que chamaríamos de moral mediúnica, a mediunidade jamais será exercida de modo responsável.

(Carlos Baccelli pelo Espírito Odilon Fernandes no livro ."Conversando com os Médiuns")

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 8 Empty Evocações, o certo e o errado

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Fev 11, 2011 10:58 pm

Josué de Freitas

As evocações dos Espíritos podem causar danos aos evocadores.
CERTO
- Os grupos inexperientes podem ter dificuldades com os Espíritos evocados, caso eles sejam de natureza má.

Por isso, é aconselhável evitar-se por um certo tempo as práticas evocatórias, até que já esteja garantida uma condição moral mínima e uma certa experiência no relacionamento com o mundo invisível.

Allan Kardec evocava Espíritos porque era missionário e tinha que preparar a Codificação.
ERRADO
- Em nenhum momento o Codificador ou os Espíritos que trabalhavam com ele deixaram transparecer tal ideia.

Na prática do Espiritismo kardequiano as evocações são uma rotina que se liga ao tratamento da obsessão, às pesquisas mediúnicas e à busca de informações sobre a situação de certas entidades no mundo invisível.

Por causa da evolução da humanidade, hoje não são mais necessárias as evocações.
ERRADO
- Aqueles que afirmam tal coisa, geralmente são adeptos que não trabalham em centros espíritas, nem possuem noção dos métodos utilizados para atenderem a necessidade da massa sofredora.

No Brasil há muitos teóricos dando opiniões em sectores dos quais não possuem qualquer conhecimento prático.
Há várias situações em que a evocação, quando bem utilizada, produz benefícios salutares.

Nas evocações, o telefone toca daqui para lá e não de lá para cá.
EM TERMOS
- Este slogan foi criado por Francisco Cândido Xavier para justificar a impossibilidade de atender o grande número de pessoas que o procuravam, solicitando mensagem da parentela desencarnada.

Nada tem a ver com as evocações.

Só devemos evocar os Espírito em condição de muito respeito.
CERTO
- Aliás, não se deve praticar Espiritismo sem o posicionamento moral sadio.

A Doutrina é fonte de abençoadas realizações mas pode tornar-se causa de graves contaminações obsessivas.

Nunca são demais as medidas que possam prevenir a obsessão e a interferência nos trabalhos de Espíritos obsessores.

Não se pode fazer evocações visando interesses particulares.
EM TERMOS
- Kardec não nos aconselha fazermos evocações para atender a interesses materialistas.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Fev 11, 2011 10:59 pm

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Mas diz que é perfeitamente possível solicitar informações sobre a situação de desencarnados para confortar parentes em estado de sofrimento.
Hoje, há no país vários grupos que produzem mensagem semelhantes às de Chico Xavier.
Exageros à parte, é mais um serviço que a Doutrina presta no sentido de confortar e esclarecer quem sofre.

Não precisamos fazer evocação oral, porque nós já a fazemos mentalmente.
ERRADO
- Raciocínio simplista, que não encontra fundamento na Codificação.

Ninguém pode ter certeza que o pensamento de alguém seja capaz de gerar a condição vibratória e moral para que o evocado atenda seu desejo.
Kardec mostra que em alguns casos essa evocação mental acontece, mas não se trata de uma regra geral.
Ele aconselha, inclusive, que se evoque com muito fervor para que a manifestação aconteça.

Há factores que devem ser levados em consideração para o sucesso das evocações.
CERTO
- São eles: a condição moral da pessoa ou grupo que evoca, o local onde ela evoca e a finalidade da evocação.

Alguém sem a condição moral mínima para realizar trabalhos práticos, pode sofrer influência de Espíritos menos esclarecidos ou galhofeiros.
Haverá menos possibilidade disso acontecer com espíritas melhorados.

Os Espíritos podem não atender nosso chamado.
CERTO
- Existem duas causas para um Espírito não atender a evocação.

Uma delas, se prende à sua própria situação no plano invisível.
Ele pode estar ocupado com alguma missão ou tarefa;
pode estar encarnado;
ou simplesmente não desejar se manifestar.

A outra, se prende aos evocadores.
A condição do evocador pode não ser ideal;
o meio onde está sendo feita a evocação, inadequado;
uma finalidade fútil etc.


Para as evocações são necessários médiuns especiais.
EM TERMOS
- A teoria de O Livro dos Médiuns explica que para respostas precisas, são necessários médiuns positivos e eles são raros.

Mas, para se atender às evocações, basta que contemos com médiuns flexíveis, mais facilmente encontrados.
Em termos práticos o que se sabe é que deve haver uma certa afinidade fluídica entre o Espírito e o médium.

A condição de um médium permite que ele atenda manifestações que variam dentro de uma determinada faixa.
Alguns deles, por um posicionamento mental inadequado ou por causa de sua característica de personalidade, tende a receber só um tipo de desencarnado.

O Codificador mostra que esta não é uma situação normal.
Uma equipe de cinco ou seis médiuns educados, oferecerá possibilidades para se realizar quase todos os tipos de evocações, menos as de respostas precisas.

Chico Xavier é um médium positivo que se presta e este tipo de actividade.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Fev 11, 2011 10:59 pm

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As manifestações espontâneas são menos perigosas que as evocações.
ERRADO
- Allan Kardec mostra justamente o contrário.

Ele diz que a evocação traça laços entre o evocador e o evocado, que impedem ou pelo menos limitam a interferência de um mistificador.

O Codificador preferia trabalhar com as evocações.

Allan Kardec desprezava as manifestações espontâneas porque elas não tinham valor de autenticidade.
ERRADO
- Allan Kardec dizia que os grupos deveriam trabalhar com os dois métodos, pois deixar de praticar um deles só traria desvantagens para a sociedade.

Há belas coisas que se consegue com as comunicações livres e outras que não se pode fazer sem as evocações.

Uma sociedade madura, trabalha com a espontaneidade das comunicações e utiliza as evocações quando são necessárias.

Não é sempre que os Espíritos estão às nossas ordens.
CERTO
- A liberdade de evocarmos os Espíritos não quer dizer que eles estejam às nossas ordens.

Devemos fazer as evocações nominais com humildade, sem nada exigir.

Não temos domínio sobre o mundo invisível que, malgrado nosso, tem suas próprias leis.

Evocamos nominalmente e aguardamos a acção dos instructores espirituais.

Se o Espírito não vier, deve ter havido um motivo justo para isso.

Se a equipe quiser saber a causa, peça que um dos amigos invisíveis esclareça.

Seria bem tolo aquele que acreditasse ter os Espíritos sob o seu jugo.

A superioridade moral é imprescindível para as evocações.
CERTO
- A superioridade moral não significa um estado de santidade.

Mas é preciso sermos moralmente ao menos melhores que os homens comuns.

De outro modo, não haverá autoridade para falar com os Espíritos.

Essa condição não é necessária só para as práticas evocativas, mas é também de relevante importância no relacionamento com as manifestações espontâneas, com o público encarnado etc.

A moral é factor preponderante no sucesso das actividades espíritas.

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 8 Empty Re: Artigos sobre a Mediunidade

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Fev 11, 2011 11:00 pm

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Emmanuel proibiu as evocações.
ERRADO
- Ninguém disse que ele proibiu as evocações.

O que os estudos demonstraram é que sua opinião, embora respeitável, contraria as instrucções da Codificação e o que o próprio Kardec pensava sobre o assunto.

Quem criou essa ideia de que alguém teria dito que Emmanuel proibira as práticas evocatórias foi o articulista mineiro Jarbas Leone Varanda, num artigo em que procurava defender o Espírito, publicada na revista Reformador, editada pela Federação Espírita Brasileira.

Chico disse que não se sente em condições morais para evocar os Espíritos.
CERTO
- Stig Roland Ibsen, livreiro em São Paulo, afirmou ter ouvido do médium esta afirmativa.

Se foi isso que Chico disse, tal facto deve ter se dado em virtude de sua conhecida humildade.

Uma posição pessoal, respeitável a toda prova, mas que não deve se tornar regra para os praticantes do Espiritismo.

Os artigos sobre evocações são uma acção das trevas visando atingir o trabalho do médium Francisco Cândido Xavier.
ERRADO
- Quem lançou esta ideia no movimento foram dois apaixonados admiradores de Chico Xavier, Jarbas Leone Varanda e João Cuin, ambos moradores de Uberaba, MG.

Como a análise da mensagens que falam sobre o assunto no livro O Consolador mostrava uma patente contradição doutrinária entre o espírito que assinou Emmanuel e Kardec, eles tomaram o trabalho como uma ofensa ao médium e passaram a dizer o médium estava sendo alvo do mal.

Emmanuel disse para não evocarmos Espíritos porque ele achava que o movimento não tinha condição para essas práticas.
ERRADO
- Ele disse que não aconselhava a evocação em circunstância alguma.

Não explicou nada sobre a situação do movimento.

Pode ser que estivesse fazendo uma previsão sobre o futuro.

Mas, ao que se sabe, tal entidade nada fez para mudar o estado primário das práticas que, desde sua manifestação, mantém-se com a mesma mentalidade.

Se fosse uma questão de condição moral e experimental, o Espírito deveria ter mostrado onde estavam as deficiências e quais seriam os meios para saná-las.

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 8 Empty Faculdades em Estudo - Catalepsia e Letargia

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Fev 12, 2011 9:59 pm

Ivone do Amaral Pereira

"A letargia e a catalepsia derivam do mesmo principio, que é a perda temporária da sensibilidade e do movimento, por uma causa biológica ainda inexplicada.

Diferem uma da outra, em que, na letargia, a suspensão das forças vitais é geral e dá ao corpo todas as aparências da morte;
na catalepsia fica localizada, podendo atingir uma parte mais ou menos extensa do corpo, de sorte a permitir que a inteligência se manifeste livremente, o que a torna inconfundível com a morte.

A letargia é sempre natural;
a catalepsia é por vezes magnética."
Allan Kardec.

Por sua vez, respondendo a uma pergunta que lhe fizemos acerca de determinados fenómenos espíritas, o venerável Espírito Bezerra de Menezes disse-nos o seguinte, pequena lição que colocamos à disposição do leitor para observação e meditação:
- Podereis dizer-nos algo sobre a catalepsia e a letargia? - perguntamos - pois o que conhecemos a respeito é pouco satisfatório.

E benemérita Entidade respondeu:
- Quem for atento ao edificante estudo das Escrituras Cristãs encontrará em o Novo Testamento de N. S. Jesus Cristo, exactamente nos capítulos IX, de Mateus;
V, de Marcos; VIII de Lucas, e XI, de João, versão do Padre Antonio Pereira de Figueiredo, a excelente descrição dos fenómenos de catalepsia (talvez os fenómenos sejam, de preferência, de letargia, segundo as analises dos compêndios espíritas acima citados) ocorridos no círculo messiânico e registados pelos quatro cronistas do Evangelho, lembrando ainda o caso, igualmente empolgante, do filho da viúva de Naim, caso que nada mais seria do que a mesma letargia, ou catalepsia.

A ciência moderna oficial, a Medicina, conhece a catalepsia e a letargia, classifica-as, mas não se interessa por elas, talvez percebendo não ser da sua alçada o facto de curá-las.

A ciência psíquica, no entanto, assim também a Doutrina Espírita, não só as conhecem como se interessam grandemente por elas, pois que as estudam, tirando delas grandes ensinamentos e revelações em torno da alma humana, e por isso podem curá-las e até evitá-las, ao mesmo tempo que também poderão provocá-las, contorná-las, dirigi-las, orientá-las e delas extrair conhecimentos esplendentes para a instrução cientifico-transcendente a beneficio da Humanidade.

Se os adeptos encarnados dessa grande revelação celeste - a Doutrina Espírita - não curam, no presente momento, as crises catalépticas do próximo, as quais até mesmo uma obsessão poderá provocar, será porque elas são raras ou, pelo menos, ignoradas, ou porque, lamentavelmente, se descuram da instrução doutrinária necessária à habilitação para o importante certame.

A catalepsia, tal como a letargia, não é uma enfermidade física, mas uma faculdade que, como qualquer outra faculdade medianímica incipiente ou incompreendida, ainda descurada e mal orientada, se torna prejudicial ao seu possuidor.

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 8 Empty Re: Artigos sobre a Mediunidade

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Fev 12, 2011 10:00 pm

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Como as demais faculdades suas companheiras, a catalepsia e a letargia, também poderão ser exploradas pela mistificação e pela obsessão de inimigos e perseguidores invisíveis, degenerando então em um estado mórbido do Perispírito, tendência viciosa das vibrações perispirituais para o aniquilamento, as quais se recolhem e se fecham em si mesmas como a planta sensitiva ao ser tocada, negando-se às expansões necessárias ao bom funcionamento do consorcio físico-psíquico, o que arrasta uma como neutralidade do fluido vital, dando em resultado o estado de anestesia geral ou parcial, a perda da sensibilidade, quando todos os sintomas da morte e até mesmo o inicio da decomposição física se apresentam, e somente a consciência estará vigilante, visto que esta, fagulha da Mente Divina animando a criatura, jamais se deterá num aniquilamento, mesmo temporário.

Tanto a catalepsia como a letargia, pois elas são faculdades gémeas, se espontâneas (pois elas poderão ser também provocadas e dirigidas, uma vez que a personalidade humana é rica de poderes espirituais, sendo, como foi, criada à imagem e semelhança de Deus), se espontâneas, serão, portanto, um como vicio que impõe o acontecimento, como os casos de animismo nas demais faculdades mediúnicas, vicio que, mais melindroso que os outros lembrados, se a tempo não for corrigido, poderá acarretar consequências imprevisíveis, tais como a morte total da organização física, a loucura, dado que as células cerebrais, se atingidas frequentemente e por demasiado tempo, poderão levar à obsessão, ao suicídio, ao homicídio e a graves enfermidades nervosas:
esgotamento, depressão, alucinações, etc.

Mas, uma vez contornadas por tratamento psíquico adequado, transformar-se-ão em faculdades anímicas importantes, capazes de altas realizações supra-normais, consoante a prática o tem demonstrado, fornecendo aos estudiosos e observadores dos factos mediúnicos vasto campo de elucidação científica-transcendental.

Entretanto, se os adeptos da grande doutrina da imortalidade - os espíritas - não sabem, conscientemente, ou não querem resolver os intrincados problemas oferecidos pela catalepsia e sua irmã gémea, a letargia (eles, os espíritas, não se preocupam com esses fenómenos), sem o quererem e o saberem corrigem a sua possibilidade de expansão com o cultivo geral da mediunidade comum, visto que, ao contacto das correntes vibratórias magnéticas constantes, e o suprimento das forças vitais próprias dos fenómenos mediúnicos mais conhecidos, aquele vicio, se ameaça, será corrigido, podendo, não obstante, a faculdade cataléptica ser orientada inteligentemente para fins dignificantes a bens a bem da evolução do seu possuidor e da colectividade. de outro modo, o tratamento magnético através dos passes, em particular os passes ditos espirituais, aplicados por médium idóneos e não por magnetizadores, e a intervenção oculta, mas eficiente, dos mestres da Espiritualidade, têm evitado que a catalepsia e a letargia se propaguem entre os homens com feição de calamidade, daí advindo a relativa raridade, espontânea, de tais fenómenos nos dias presentes.

E essa nossa assertiva também revela que todas as criaturas mais ou menos possuem em germe as ditas faculdades e as poderão dirigir à própria vontade, se conhecedoras dos seus fundamentos, uma vez que nenhum filho de Deus jamais foi agraciado com predilecções ou menosprezado com desatenções pela obra da Criação.

Dos casos citados nos Evangelhos cristãos, todavia, destaca-se o de Lázaro pela sua estranha particularidade.

Aí vemos um estado cataléptico super-agudo, porque espontâneo, relaxamento dos elos vitais pela depressão causada por uma enfermidade, facto patológico, portanto, provando o desejo incontido que o Espírito encarnado tinha de deixar a matéria para alçar-se ao infinito, e onde o próprio fluido vital, que anima os organismos vivos, se encontrava quase totalmente extinto, e cujos liames magnéticos do Perispírito em direcção à carne se encontravam de tal forma frágeis, danificados pelo enfraquecimento das vibrações e da vontade (Lázaro já cheirava mal, o que é frequente em casos de crises catalépticas agudas, mesmo se provocadas, quando o paciente poderá até mesmo ser sepultado vivo, ou antes, não de todo no estado de cadáver), que fora necessário, com efeito o poder restaurador de uma alma virtuosa como a do Nazareno para se impor ao facto, substituir as células já corrompidas, renovar a vitalidade animal, fortalecer liames magnéticos com o seu poderoso magnetismo em acção.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Fev 12, 2011 10:01 pm

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Na filha de Jairo, porém, e no filho da viúva de Naim as forças vitais se encontravam já em desorganização adiantada, e não fora o concurso dos liames magnéticos ainda aproveitáveis e as reservas vitais conservadas pelo Perispírito nas constituições físicas robustas (o Perispírito age qual um reservatório de forças vitais e os laços magnéticos são os agentes transmissores que suprem a organização física) e se não fossem aquelas reservas Jesus não se abalaria à cura porque esta seria impossível.

Muitos homens e até crianças assim têm desencarnado.

E se tal acontece antes da época prevista pela programação da Lei de Criação, nova existência corpórea os reclamará para o cumprimento dos deveres assumidos e, portanto, para a continuação da própria evolução.

"Por que tal coisa é possível sob as vistas da harmoniosa lei da Criação?
Que culpa tem o homem de sofrer tais ou quais acidentes se não é ele quem os provoca e que se e que se realizam, muitas vezes, à revelia da sua vontade?


A resposta será então a seguinte:
"Tais acidentes são próprios do carreiro da evolução, e enquanto o homem não se integrar de boamente na sua condição de ser divino, vibrando satisfatoriamente no âmbito das expansões sublimes da Natureza mecanicamente estará sujeito a esses e demais distúrbios.

Segue-se que, para a lei da Criação, a chamada morte não só não existe como é considerada fenómeno natural, absolutamente destituído da importância que os homens lhe atribuem, excepção feita aos casos de suicídio e homicídio.

A morte natural, então, em muitos casos será um acidente facilmente reparável e não repercutirá com os foros de anormalidade como acontece entre os homens.

De outro modo, sendo a catalepsia e a letargia uma faculdade, património psíquico da criatura e não propriamente uma enfermidade, compreender-se-á que nem sempre a sua acção comprova inferioridade do seu possuidor, pois que, uma vez adestradas, ambas poderão prestar excelentes serviços à causa do bem, tais como as demais faculdades mediúnicas, que, não adestradas, servem de pasto a terríveis obsessões, que infelicitam a sociedade, e quando bem compreendidas e dirigidas atingirão feição sublime.

Não se poderá afirmar, entretanto, que o próprio homem, ou a sua mente, a sua vontade, o seu pensamento, se encontrem isentos de responsabilidade no caso vertente, tanto na acção negativa como na positiva, ou seja, tanto nas manifestações prejudiciais como nas úteis e beneméritas.

"Um Espírito encarnado, por exemplo, já evolvido, ou apenas de boa vontade, senhor das próprias vibrações, poderá cair em transe cataléptico, ou letárgico, voluntariamente( 1), alçar-se ao Espaço para desfrutar o consolador convívio dos amigos espirituais mais intensamente, dedicar-se a estudos profundos, colaborar com o Bem e depois retornar à carne, reanimado e apto a excelentes realizações.

Não obstante, homens comuns ou inferiores poderão cair nos mesmos transes, conviver com entidades espirituais inferiores como eles e retornar obsidiados, predispostos aos maus actos e até inclinados ao homicídio e ao suicídio.

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 8 Empty Re: Artigos sobre a Mediunidade

Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Fev 12, 2011 10:01 pm

Continua...

Um distúrbio vibratório poderá ter várias causas, e uma delas será o próprio suicídio em passada existência.

Um distúrbio vibratório agudo poderá ocasionar um estado patológico, um transe cataléptico, tal o médium comum que, quando esgotado ou desatento da própria higiene mental ou moral (queda de vibrações e, portanto, distúrbio vibratório), dará possibilidade às mistificações do animismo e à obsessão.

Nesse caso, no entanto, o transe cataléptico trará feição de enfermidade grave, embora não o seja propriamente e será interpretado como ataques incuráveis, indefiníveis, etc.

O alcoólatra poderá renascer predisposto à catalepsia porque o álcool lhe viciou as vibrações, anestesiando-as, o mesmo acontecendo aos viciados em entorpecentes, todos considerados suicidas pelos códigos da Criação.

Em ambos os casos a terapêutica psíquica bem aplicada, mormente a renovação mental, influindo poderosamente no sistema de vibrações nervosas, será de excelentes resultados para a corrigenda do distúrbio, enquanto que a actuação espírita abrirá novos horizontes para o porvir daquele distúrbio, que evoluirá para o seu justo plano de faculdade anímica.

E tudo isso, fazendo parte de uma expiação, porque será o efeito grave de causas graves, também assinalará o estado de evolução, visto que, se o indivíduo fosse realmente superior, estaria isento de padecer os contratempos que acima descrevemos.

Todavia, repetimos, tanto a catalepsia quanto a letargia, uma vez bem compreendidas e dirigidas, quer pelos homens quer pelos Espíritos Superiores, transformar-se-ão em faculdades preciosas, conquanto raras e mesmo perigosas, pois que ambas podem causar o desenlace físico do seu paciente se uma assistência espiritual poderosa não o resguardar de possíveis acidentes.

A letargia, contudo, presta-se mais à acção do seu possuidor no plano espiritual.

Ao despertar o paciente trará apenas intuições, às vezes úteis e preciosas, das instruções que recebeu e sua aplicação nos ambientes terrenos.

É faculdade comum aos génios e sábios, sem contudo constituir privilégio, agindo sem que eles próprios dela se apercebam, porque se efectivam durante o sono e sob a vigilância de Espíritos prepostos ao caso.

"A provocação desses fenómenos nada mais é que a acção magnética anestesiando as forças vibratórias até o estado agudo, e anulando, por assim dizer, os fluidos vitais, ocasionando a chamada morte aparente, por suspender-lhe, momentaneamente, a sensibilidade, as correntes de comunicação com o corpo carnal, qual ocorre no fenómeno espontâneo, se bem que este possa ocupar um agente oculto, espiritual, de elevada ou inferior categoria.

Se, no entanto, o fenómeno espontâneo se apresentar frequentemente e de forma obsessiva, a cura será inteiramente moral e psíquica, com a aproximação do paciente aos princípios nobres do Evangelho moralizador e ao cultivo da faculdade sob normas espíritas ou magnéticas legitimas, até ao seu pleno florescimento nos campos mediúnicos. O tratamento físico medicinal, atingindo o sistema neuro-vegetativo, fortalecendo o sistema nervoso com a aplicação de fortificantes, etc., também será de importância valiosa, visto que a escassez de fluidos vitais poderá incentivar o acontecimento, emprestando-lhe feição de enfermidade.

Recordações da Mediunidade, recomendações do dr. Bezerra de Menezes.

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 8 Empty Mediunidade - Conceitos e Características

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Fev 13, 2011 10:37 pm

João Neves

O estudo de uma faculdade de natureza biológica ou psíquica tanto mais eficiente se revela quanto maiores oportunidades tem o investigador de processá-lo ao natural, na vivência e movimentação dos indivíduos que detêm a faculdade de estudar.

E tais oportunidades, com relação à mediunidade Allan Kardec as teve ou as criou, aproveitando-as magistralmente para compor O Livro dos Médiuns, de onde se extrai a admirável síntese conceptual com que ele, o Codificador abre o capítulo XIV da obra:
"Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse facto, médium..."

Nesta colocação, o verbo sentir expressa a ideia básica sobre a mediunidade:
um sentido psíquico, de ordem paranormal, capaz de ampliar o alcance perceptivo do ser, conferindo-lhe uma aptidão para servir de instrumento para a comunicação dos Espíritos com os homens, estabelecendo uma ponte entre realidades vibratórias diferentes.

Avançando em seus apontamentos o mestre leonês elucida:
"...Essa faculdade é inerente ao homem;
não se constitui, portanto, privilégio exclusivo.


Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuem alguns rudimentos.
Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns.

Todavia, usualmente, assim só se classificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva..."

Esta declaração não tira a clareza da conceituação de Kardec pois, o que ele pretendeu, foi estabelecer, didacticamente, uma linha demarcatória entre os indivíduos que agem mediunicamente no campo objectivo, expressando nitidamente a intenção e o pensamento dos Espíritos, e aqueloutros que agem mediunicamente num campo preponderantemente subjectivo expressando a contribuição espiritual de forma imprecisa, subjacente.

Há, portanto, dois níveis bem definidos de mediunidades:
um, ostensivo, explícito e bem caracterizado em que o pensamento dos Espíritos comunicantes - apesar das influências do médium - pode sobrepor-se ao deste, e outro, discreto, velado, a manifestar-se no campo da inspiração em que o pensamento incidente se mescla ao do médium sem sobrelevar-se ao mesmo.

A mediunidade ostensiva - podemos chamá-la, também, de dinâmica pelos poderosos circuitos de força que dá origem - é uma outorga, uma prova que o médium pode elevar à categoria de missão pela forma dedicada e responsável como exerce o seu mediunato.

Trata-se de um compromisso assumido com a própria consciência para resgate de faltas ou abertura de novos roteiros evolutivos.

O Perispírito do reencarnante candidato à mediunidade é trabalhado pelos Benfeitores Espirituais, na fase preparatória que antecede à reencarnação no sentido de ajustar-se-lhes as estruturas para que, no momento próprio, abram-se ou ampliem-se as percepções extra-físicas.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Fev 13, 2011 10:38 pm

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O ser como que é adestrado para a tarefa que o espera;
ele se apropria de um ferramental de que necessita para se reajustar com a Vida.

Algumas vezes, o tipo de vida que levou antes da encarnação como médium - abalos emocionais intensos, pressões espirituais decorrentes de processos obsessivos, além de outros factores - promove as aberturas psíquicas responsáveis pelos registos mediúnicos de então:
é como se a Lei Divina colocasse na dor decorrentes de aflições e quedas o princípio qualitativo, automático, regularizador da evolução do ser que se movimenta nas marchas e contramarchas da evolução.

Se tomarmos, à guisa de exemplo, a psicografia e a psicofonia, que são as formas mais comuns de mediunidade de efeitos intelectuais, veremos que, médiuns ostensivos, dadas as características de maior expansibilidade e magnetização especial de seus perispíritos, operarão por contacto perispiritual directo com os Espíritos comunicantes, expressando objectivamente as ideias desses comunicantes.

Veremos ainda que, conforme a maior ou menor intensidade da imantação ou independência em relação aos implementos físicos, farão transes automáticos - mecânicos em psicografia e inconscientes em psicofonia - semi-mecânicos em psicografia e conscientes em psicofonia.

Já com o nível de mediunidade discreto ou velado - podemos ainda chamá-lo de estático - o que ocorre é uma inspiração.

O médium age captando, tão somente, as correntes do pensamento do espírito comunicante, absorvendo-as e entrelaçando-as com as suas próprias ideias.

Que a inspiração corresponde a esse nível de mediunidade, pode depreender-se do pensamento de Kardec no seu estudo sobre os médiuns inspirados, quando assim se expressou:
"...A inspiração nos vem dos Espíritos que nos influenciam...
Ela se aplica em todas as circunstâncias da vida, às resoluções que devamos tomar.
Sob esse aspecto, pode-se dizer que todos são médiuns..."


Podemos afirmar ainda que essa mediunidade estática se expressa de forma particular e especial na sintonia com o anjo guardião e, por intermédio dele, com os espíritos familiares e protectores.

Pelo menos, parece ser este o plano divino para que as forças mediúnicas do homem sejam accionadas naturalmente, clareando as suas rotas evolutivas;
e isto dizemos com os Espíritos que ditaram a Codificação, haja vista as lúcidas palavras de Santo Agostinho e São Luiz, na questão 495 de O Livro dos Espíritos:

Não receeis afadigar-nos com as vossas perguntas:
ao contrário, procurai sempre estar em relação connosco.


Sereis mais fortes e mais felizes.
São essas comunicações de cada um com o seu Espírito familiar que fazem sejam médiuns todos os homens.

A tais palavras mais tarde, o Espírito Channing, nas Dissertações do cap.XXXI de O Livro dos Médiuns, aditaria:
"Escutai essa voz interior, esse bom génio que incessantemente vos fala e chegareis a ouvir o vosso anjo guardião...

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 8 Empty Re: Artigos sobre a Mediunidade

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Fev 13, 2011 10:39 pm

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Repito:
a voz interior que vos fala ao coração é a dos Bons Espíritos e é desse ponto de vista que todos são médiuns.

Kardec conclui a sua belíssima definição sobre os médiuns, afirmando:
...É de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela da mesma maneira em todos.

Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenómenos desta ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações.

Se a mediunidade mostra-se variada no tocante à intensidade, ainda mais diversificada se revela sob o aspecto das formas, modalidades e tipos de fenómenos que propicia.

Paulo dizia:
"Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito.

Ora, investido o médium de determinadas características e apto para certas mediunidades jamais conseguirá reduzir outras se a sua natureza não o permitir, assim sendo, a especificidade de cada médium faz com que não existam médiuns nem mediunidades iguais.

Um outro dado que se pode inferir da definição de Kardec é a natureza orgânica da mediunidade.
Quando isto se afirma não se pretende alijar o espírito ou colocá-lo à margem do processo mediúnico.

Porventura não dependem as estruturas psicobiofísicas do homem da sua realidade espiritual?

Com a mediunidade se dá o mesmo;
ela é uma faculdade do espírito que se define e se delineia nas estruturas do Perispírito para emergir na organização física onde está plantada.

Imprescindível, portanto, organizações perispiritual e celular compatíveis a fim de que a mesma se manifeste como fenómeno.

Semelhantes organizações, o próprio trabalho mediúnico as desenvolve e aprimora, podendo-se afirmar que a mediunidade é, além do mais, evolutiva.

Imaginemos, didacticamente, que a uma pessoa, num dado momento de sua evolução, seja outorgada uma organização adequada ao exercício mediúnico ostensivo:
O aproveitamento desta oportunidade, através do uso responsável e equilibrado da concessão, acabará por aperfeiçoar os seus equipamentos de registo, adequando-os, ainda mais, para o trabalho em novas expressões com vistas ao futuro.

Revista "Presença Espírita", set./out. de 1992.

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 8 Empty Mediunidade de Prova

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Fev 14, 2011 10:39 pm

Aureliano Alves Netto

A mediunidade é ensejo de serviço e aprimoramento, resgate e solução.
Emmanuel

Quando Arigó foi tragicamente vitimado num desastre automobilístico alguém nos manifestou sua estranheza:
- Pois quê! Não era um médium prodigioso?
- Era, sim -
respondemos -, mas isso não lhe conferia nenhum privilégio. O acidente fazia parte de sua provação.
Agora está liberto.


O diálogo sugeriu-nos esta crónica:
Mediunidade, segundo alguns autores, é faculdade psíquica paranormal latente em todo indivíduo;
e, na opinião de outros, faculdade de origem exclusivamente fisiológica.


O escritor espírita argentino Natálio Ceccarini entende que a mediunidade não é uma aptidão orgânica e sim um "atributo da alma que se exterioriza através do mecanismo mental, organização psíquica, sistema nervoso do dotado".

Porém, a nosso ver, a melhor definição é a de Emmanuel:
"Sendo a luz que brilha na carne, a mediunidade é atributo do Espírito, património da alma imortal".

A bem dizer, o fenómeno mediúnico surgiu com o próprio aparecimento do homem sobre a Terra.
Entretanto, somente após o advento do Espiritismo passou a ter sua adequada conceituação e ser objecto de estudo científico e prática metodizada, em âmbito universal.

Em O Livro dos Médiuns, ensina Kardec.
- "Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse facto, médium.
Essa faculdade é inerente ao homem;
não constitui, portanto, um privilégio exclusivo.

Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos.
Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns.

Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva".


Difícil, senão impossível, o escalonamento rigoroso das categorias de médiuns, em virtude da imensa variedade dos fenómenos.
De modo genérico, no entanto, parece-nos que, excepto alguns poucos Missionários como Antúlio, Crispa, Buda e Pitágoras, portadores da chamada "mediunidade natural", ou mais propriamente, do dom da intuição Pura, todos os demais que estabelecem intercâmbio espiritual com o "outro mundo" apenas exercitam a mediunidade de prova.

Estas palavras de Emmanuel fortalecem nosso ponto de vista:
- "Os médiuns, na sua generalidade, não são missionários, na acepção comum do termo:
são almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram sobremaneira o curse das leis divinas e que resgatam sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso.

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 8 Empty Re: Artigos sobre a Mediunidade

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Fev 14, 2011 10:39 pm

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O seu pretérito, muitas vezes, se encontra enodoado de graves deslizes e de erros clamorosos.

Quase sempre são espíritos que tombaram dos cumes sociais pelo abuso do poder, da autoridade, da fortuna e da inteligência, e que regressam ao orbe terráqueo para se sacrificarem em favor do grande número de almas que se desviaram das sendas luminosas da fé, da caridade e da virtude".


Em seu livro A vida de Ultratumba, Rufina Noeggerath regista esta comunicação ditada pelo Espírito Henrique Delaage:
- "A mediunidade não é um dom na acepção comum da palavra;
tão pouco é um privilégio.

Cada pessoa vem à Terra com uma faculdade mediúnica determinada, inerente à sua natureza, para ter a possibilidade de se comunicar com os desencarnados que, por seu passado, seu presente, e, melhor ainda por seu futuro, estão enlaçados aos mortais".


A mediunidade constitui-se pois, num instrumento de trabalho para aqueles que retornam à vida corporal as mais das vezes em serviço de reajustamento.

Mas, representa, ao mesmo tempo, uma faca de dois gumes. Dotado de livre arbítrio, o reencarnado tanto pode utilizar proficuamente esse instrumento de trabalho, como deixá-lo desaproveitado a enferrujar ou transformá-lo em arma de destruição.

Assim é que vemos médiuns íntegros ciosos do seu mediunato como Chico Xavier e Divaldo Franco, para e, numerar apenas os mais conhecidos.
Esses estão cumprindo bem a tarefa.

Contudo, sem se julgarem isentos das sanções determinadas pela Lei de Causa e Efeito.

Em contrapartida, há lamentavelmente outros cujos nomes nem é bom citar, que, ou sempre foram mercenários, ou degeneraram depois de uma actividade honesta e proveitosa.

De qualquer maneira, o certo é que a lei não poderá deixar de ser cumprida fielmente: a cada um, segundo o seu merecimento.

(Revista Internacional de Espiritismo – Agosto de 1972)

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 8 Empty Mediunidade e a Evolução do Psiquismo

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Fev 15, 2011 10:39 pm

Jorge Ândrea dos Santos

A dinâmica mediúnica revela um estado alterado de consciência;
portanto, um autêntico estado de transe.

Transes existem de vaiada natureza, razão porque devemos estar atentos para as devidas distinções e avaliações.

Assim é que podemos presenciar os transes ligados a ausência de oxigénio no sangue (anóxia), as doses oscilantes de glicose no sangue comuns dos diabéticos, além de outros transes causados por distúrbios metabólicos.

Também substâncias farmacológicas, tais como álcool, drogas diversas ([i]cocaína, maconha, heroína, etc.
) são desencadeadoras de tal processo.

Ainda mais, estão inclusos nestes parâmetros o transe hipnótico e aqueles observados nas distonias mentais (epilepsia, histeria, etc.).

O transe mediúnico, por ser condição fisiológica e absolutamente hígida, ou seja, saudável, necessita de avaliações e apreciações cuidadosas, a fim de não ser confundido com outros sectores, principalmente o patológico, aliás o que já deu margem a intensos desencontros.

A dinâmica mediúnica, por se desenvolver em vários sectores do psiquismo humano, é fenómeno de extrema complexidade, onde muitas nuances nos escapam.

‘Quando a entidade espiritual procura comunicar-se com a organização psíquica do médium, ambos em sintonia buscam entrosamento.

De um lado, o Espírito (vontade-apelo), do outro, o médium (vontade-resposta), a fim de que o mecanismo de ideacção possa desencadear-se, nos diz André Luiz.

Inicialmente os campos de entrosamento se fazem através das respectivas zonas perispirituais - irradiações perispirituais do Espírito e recepção perispiritual do médium - que, assim enredados, dirigem-se aos campos físicos do receptor para as devidas elaborações psicológicas.

Dessa forma, haverá necessidade de transformações nos respectivos campos do psiquismo.

As energias vindas da dimensão hiperfísica (campos perispirituais) sofrerão transformações no psiquismo do médium, a fim de que o processo intelectivo se instale fornecendo a informação - mensagem.

Ante as informações espirituais, principalmente de A. Luiz, e os estudos realizados em França pelo dr. Thiebault, a glândula pineal está sendo novamente reconhecida como elemento valoroso nos processos nobres do psiquismo.

Não seria apenas uma glândula passageira a controlar o sexo nos primeiros anos de vida, com posterior apagamento funcional, mas uma unidade endócrina de grande valor a responder por autêntico campo de filtragem, onde os dígitos de características perispirituais (dimensão hiperfísica) fossem transformados e adaptados para as recepções neuroniais da base cerebral (tálamo e hipotálamo).

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 8 Empty Re: Artigos sobre a Mediunidade

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Fev 15, 2011 10:40 pm

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Daí as impulsões seriam direccionadas para a região cortical onde a intelecção se processará, proporcionando condições para o nosso entendimento intelectual. É bem possível que as coisas se passem dessa forma, acompanhando processos subtis, e ainda não definidos, de neuro-transmissão.

Assim, a impulsão perispiritual da entidade perispiritual, captada pelo perispírito do médium, em acoplagem de mútua aceitação, passaria aos campos físicos da intelecção, após processo de selecção e autocrítica realizado nos campos perispirituais do médium ou zona inconsciente.

Este processo selectivo e auto-crítico estaria relacionado ao grau de moralização do médium, cuja elaboração se faria, compreensivelmente, sem a análise ou conhecimento da zona consciente.

É como se fora um mecanismo de automatismo inconsciente.

O médium moralizado e ajustado jamais deixará passar a mensagem em termos grosseiros e agressivos.
As rectificações serão elaboradas sem modificações da essência das mensagens, porém demonstrando o "colorido" do médium.

Não haveria inserções anímicas do próprio médium, mas uma filtragem de ajuste a demonstrar as características individuais que o receptor possui.
As mais perfeitas e ajustadas mensagens, sempre mostram o "selo" da máquina onde foram operadas.

Com isso, jamais queremos dizer que o fenómeno autêntico seja combinado com factores anímicos do médium, embora existindo mensagens que demonstram tais condições.

Isso vem mostrar a importância do estudo da Doutrina Espírita, por ter sido quem melhor elaborou as condições de exercício da mediunidade, como um dos adequados caminhos de evolução psicológica.
Exercício de mediunidade será o constante impulso de aperfeiçoamento a buscar todas as angulações no bem.

Nessa síntese, tentativa de descrição do fenómeno mediúnico, conhecido, comumente, como sendo mediunidade de incorporação (termo inadequado), são imensas e incontáveis as variações que, por sua vez, estariam atadas aos biótipo psicológicos de cada ser.

Conforme as zonas dos centros corticais (no cérebro) que fossem mais solicitados, teríamos as variações mediúnicas reflectidas nas conhecidas psicografias, psicofonias (zonas da linguagem), vidência (centro visuais) e tantas outras modalidades onde as activações de locais específicos se mostrem mais contundentes.

Como não existem, no panorama da vida, posições estáticas, a dinâmica mediúnica avança em constante desenvolvimento, onde o processo de incorporação em suas variedades - consciente, semiconsciente e inconsciente - estarão na dependência da solicitação e dominância do comunicante (entidade espiritual).

Desse modo, o processo mediúnico vai sendo como que, a pouco e pouco, substituído, sem apagamento definitivo, por mecanismo em que o próprio médium tem uma actuação mais dominante e efectiva.

Na mediunidade de incorporação, a irradiação da entidade espiritual que se comunica é bem mais activa do que a posição do médium, que se torna mais passiva.

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 8 Empty Re: Artigos sobre a Mediunidade

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Fev 15, 2011 10:41 pm

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Esta condição pode ser denominada de mediunidade receptiva - o médium com sua passividade recebe o que lhe é imposto pelo comunicante.

No segundo caso, onde o médium exerceria, pela sua vontade, uma espécie de procura sobre as condições dos seus porquês, ele impõe, mesmo de modo inconsciente, forte carga afectiva-emocional, o que propiciaria alargamento e ampliação de suas antenas mediúnicas (campo de irradiação perispiritual).

Com isso, passaria a trafegar nas correntes superiores de pensamento, buscando ideias mais precisas na definição das suas inquirições.
Neste caso, teríamos a outra variedade mediúnica que poderíamos chamar de mediunidade captativa.

A região cerebral mais adequada a tal cometimento seria a dos lobos frontais, onde centros nervosos específicos devem existir em virtude de suas apuradas funções, ao lado da ajuda e activação do hemisfério cerebral direito;
enquanto que, no outro tipo mediúnico (processo receptivo), as zonas do centro cerebral seriam as mais solicitadas.

No mecanismo receptivo prepondera o processo analítico, no mecanismo captativo o processo sintético;
no receptivo, portanto, o intelecto, no captativo a intuição.

Hoje temos como assertiva que o lado esquerdo do cérebro, onde existem os centros de linguagem, é região da programação racional, dos factos analíticos que compõem o nosso dia-a-dia da pesquisa inteletiva.

O lado direito do cérebro estaria ligado aos processos criativos, imaginativos, aos dons artísticos e todos os componentes da intuição.

Desse modo, o factor evolutivo que acompanha a vida na sua eterna busca do Infinito também estaria presente na dinâmica mediúnica, onde a variedade denominada incorporação, de características analíticas, iria avançando para uma posição mais abrangente de totalidade, de síntese, a desembocar nos factores da intuição.

Será bem lógico de compreender-se que os degraus evolutivos terão de ser experienciados, e que não se pode ter as antenas da intuição activadas e bem ajustadas se não houver passagem pelos degraus das posições analíticas que, por sua vez, em esgotando os potenciais por maturação de vivências, despertariam no degrau superior, onde a intuição mostra uma nova gleba a ser trabalhada e elaborada.

A mediunidade que vem acompanhando o homem, através das conhecidas civilizações se irá beneficiando dos imensos factores aquisitivos, reconhecidos no dia-a-dia pelas pesquisas da ciência e da filosofia.

Esta última, por sua vez, oferece no desfile dos pensamentos as condições éticas para um estado de religiosidade.

Assim, o homem inquieto dos dias presentes, na busca de seu próprio estado de religiosidade, não mais atende moldes religiosos constituídos de aparatos externos, mas, sim, a busca de um Deus na intimidade de sua própria consciência.

Revista "Presença Espírita", jan./fev.de 1994

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 8 Empty Mediunidade e Juventude

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 16, 2011 9:55 pm

Mauro Quintella

Na nossa avaliação um dos capítulos mais bonitos e simbólicos da história do Espiritismo é a participação de elementos jovens no processo de codificação da Doutrina.

Como registam as pesquisas espíritas, Allan Kardec contou com a colaboração especial de 4 jovens sensitivas na confecção da primeira edição de O LIVRO DOS ESPÍRITOS.

Segundo a tradição histórica, essas corajosas vanguardeiras da mediunidade encontravam-se entre a adolescência e as primeiras clarinadas da juventude e chamavam-se Julie Baudin, Caroline Baudin, Ruth Japhet e Aline Carlotti.

Aparentando muita preocupação com a segurança (física, psicológica e espiritual) de suas colaboradoras, Kardec sempre as deixou envoltas em um véu de semi-anonimato, pois o preconceito contra a mulher ainda era monstruoso naquela época.

Para se ter um ideia dessa realidade, basta lembrar que 129 operárias americanas foram queimadas vivas dentro de uma fábrica, pelo crime de reivindicarem salários iguais aos dos homens, a apenas 41 dias do lançamento de O Livro dos Espíritos.

E, além de mulheres, as tuteladas do Mestre de Lyon ainda eram jovens e paranormais!
Um prato cheio para a mentalidade vitoriana dessa época.

Essa acertada preservação, todavia, fez com que pouquíssimos dados sobre as quatro moças chegassem ao século XX. Principalmente no que diz respeito às suas histórias pessoais.

No aspecto formal, suas participações foram, sinteticamente, as seguintes:
Julie e Caroline Baudin, psicografaram a quase totalidade das questões de O Livro dos Espíritos nas reuniões familiares dirigidas por seus pais e assistidas pelo Codificador (1);

Ruth Japhet foi a medianeira responsável pela revisão completa do texto, incluindo adições (2);

Aline Carlotti fez parte do grupo de médiuns através do qual Kardec referendou as questões mais espinhosas do livro, fazendo uso da concordância dos ensinos (3).


Há cerca de três anos, foi editada uma obra que nos permite conhecer alguns dados a mais sobre a vida dessas moças.
Seu nome é O Livro dos Espíritos E sua Tradição Histórica e Lendária, escrita por Silvino Canuto de Abreu e editada pelo Lar da Família Universal, através das edições LFU (Rua Guaricanga, nº 357, São Paulo, capital.)

Canuto de Abreu dispensa apresentação como historiador espírita (para quem não o conhece há uma ficha biográfica no inicio do livro).

Essa obra póstuma é uma compilação dos artigos que ele escreveu no jornal UNIFICAÇÃO da USE - União das Sociedades Espíritas do Estado de S. Paulo, de abril de 1953 a junho de 1954, contando, de forma romanceada, como teria sido o 18 de abril de 1857, além de outros detalhes sobre o circulo de amigos e discípulos de Kardec.

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Artigos sobre a Mediunidade - Página 8 Empty Re: Artigos sobre a Mediunidade

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 16, 2011 9:57 pm

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Esses textos permaneciam inéditos em livro.

O opúsculo, contudo não esclarece em que fontes Canuto colheu algumas informações, até então desconhecidas.

Essa resposta pode ser encontrada numa biografia do confrade paulista, contida na colectânea PERSONAGENS DO ESPIRITISMO de Antonio de Souza Lucena e Paulo Alves Godoy:
"Ao longo de sua vida laboriosa e de suas numerosas viagens ao exterior, conseguiu amealhar livros e documentos raros, formando imensa biblioteca.

Durante a II Grande Guerra Mundial, quando os exércitos alemães que invadiram a França, tornou-se depositário de alguns documentos históricos que estavam em poder da Sociedade que dirigia os destinos do Espiritismo naquela importante nação europeia"
(4).

Com o conhecimento desses factos, fica mais clara a mensagem do Espírito Emmanuel, psicografada pelo médium Francisco C. Xavier e dirigida a Canuto, reproduzida no inicio de A TRADIÇÃO HISTÓRICA E LENDÁRIA, a título de abonação transcendental:
"As tuas anotações, quanto à história dos pioneiros do Espiritismo, não constituem obra do acaso e sim tarefa de elevado alcance moral para a causa que pretendemos defender.

Não definem mero arranjo literário para alimentar os caprichos de leitores famintos de novidade e emoção, nem compõem tecitura de fios dourados de ficção, objectivando efeitos especiais em nossos arraiais doutrinários.

A tua obra é a revivescencia de lembranças, que os soldados e operários de nosso movimento não podem esquecer sob as cinzas, de modo a içarem, cada vez mais alto, o estandarte luminoso da Nova Revelação, confiado aos homens para a glorificação de nossos mais elevados destinos.

Imprescindível te mostres digno de tão sagrado depósito, espalhando-lhe as cintilações com todos os trabalhadores da Doutrina de amor e luz que à quase um século vem despertando a consciência da Humanidade..."


Por isso acreditamos que essa obra do Dr. Canuto é leitura indispensável para todos aqueles que se interessam pelo aspecto histórico do Espiritismo.

Dentre outros importantes relatos da epopéia kardequiana, é nela que vamos encontrar várias informações inéditas e especificas sobre nossas jovens e vanguardistas confreiras:
* suas idades exactas (Julie, 15 anos; Caroline, 18; Ruth e Aline, 20 anos);
* a descrição física de Caroline e Ruth;
* dados sobre a infância das meninas Baudin e da senhorita Japhet;

a amizade das três moças;
revelações sobre encarnações passadas de Julie, Caroline e Ruth;

O noivado de Mademoiselle Japhet
(5);
a falsa neuropatia de Ruth, acertadamente definida pelo sr. Roustan como "pura influência das almas desencarnadas".

Canuto também conta detalhes acerca de uma outra jovem médium, muito importante para a história do Espiritismo:
Ermance Dufaux de apenas 16 anos.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 16, 2011 9:58 pm

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Natural de Fontainebleau e filha de um triticultor e vinhateiro de abastadas posses, Ermance, aos 12 anos, também foi vitima de uma nevropatia, definida pelo médico Clever de Maldigny, de Versalhes, como "mediunidade", uma doença contagiosa (sic) importada da América.

Uma semana depois do diagnóstico, a família Dufaux, procurando a cura da mocinha, recebeu a visita do magnetizador Marquês de Mirvile.

Estimulada pelo pesquisador, Ermance entrou em transe mediúnico e recebeu sua primeira mensagem psicográfica, assinada por Luís IX, Rei de França, canonizado pela Igreja em 1297 e antepassado de Mirvile.

Em 1855, aos 14 anos, já totalmente reequilibrada e com a mediunidade integrada em sua vida, Mlle. Dufaux publicou, através do editor Meluu, de Paris, o livro A HISTÓRIA DE JOANNA D’ARC DITADA POR ELA MESMA, de autoria do Espírito Joanna D’Arc.

Segundo Canuto, Ermance e seus pais, convidados e trazidos por Me. de Plainemaison, conheceram Kardec na noite de 18 de abril de 1857, ao comparecerem à pequena recepção festiva organizada pelo Codificador em seus apartamentos, com a finalidade de comemorar o lançamento de O LIVRO DOS ESPÍRITOS.

No final dessa reunião, a jovem paranormal recebeu bela página do Espírito São Luís, que se tornaria, a partir de então, uma espécie de supervisor espiritual dos trabalhos experimentais de Allan Kardec.

No final daquele ano, a médium receberia outra importante mensagem, estimulando o Mestre a prosseguir no ideal de lançar um periódico espírita.

Em 1858, o sr. Dufaux, pai da sensitiva, ajudaria Rivail a conseguir a autorização legal para o funcionamento da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, onde Ermance actuou como médium principal durante algum tempo (6).

Depois dessa fase, parece que a família voltou a Fontainebleau, pois a última psicografia da srta. Dufaux, recebida na Sociedade Espírita, foi publicada na Revista Espírita em novembro de 1858.

Canuto revela em seu livro que Ermance de La Jonchére Dufaux colaborou como médium na elaboração da 2ª edição de O LIVRO DOS ESPÍRITOS que foi revista, reestruturada, ampliada e divulgada pelo Codificador em março de 1860.

Em junho, também é reeditada a obra A HISTÓRIA DE JOANNA D’ARC DITADA POR ELA MESMA pela Livraria Ledoyen, de Paris.
O Mestre de Lyon saúda o facto com alegria e entusiasmo na Revista.

No Auto-de-fé de Barcelona, promovido pela Inquisição espanhola em 1861, vários exemplares desse livro foram queimados junto com as obras de Kardec.

Por tudo isso, não faz sentido o comportamento de alguns dirigentes espíritas que vedam - radicalmente - o acesso de jovens às reuniões mediúnicas.

É lógico que a decisão de autorizar um rapaz ou uma moça, na adolescência ou saindo dela, a frequentar um grupo mediúnico é uma coisa que deve ser muito bem pensada e avaliada.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 16, 2011 9:59 pm

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Principalmente no que diz respeito à real necessidade e capacidade física e psíquica dos postulantes, pois sabemos que essa fase da vida é relativamente complicada, em decorrência de automatismos biológicos e psicológicos que a caracterizam.

Além disso, existem as obrigações escolares e, muita vezes, de forma paralela, a necessidade do trabalho remunerado, tomando todo o tempo diário do indivíduo.

Há também a influência dos namoros, grupos sociais (tribos ou galeras), diversões, agremiações políticas e outras variadas formas de pressão psicossocial.
Sem falar na compulsão da simples curiosidade (7).

Contudo, medida bem diferente é baixar uma norma padrão, simplesmente proibindo (ou dificultando em demasia - o que é quase a mesma coisa) a presença de qualquer jovem nas reuniões mediúnicas, inviabilizando o inicio da tarefa daqueles que realmente apresentam sensibilidade acentuada e precisam trabalhar mediunicamente para não deixarem suas instrumentações psíquicas desassistidas.

O jovem paranormal deve receber estímulo e atenção e não desconfiança e indiferença por apresentar sintomatologia mediúnica.
Aliás, nem todos os adultos estão isentos dos mesmos cuidados, pois, segundo Kardec, "há crianças de doze anos a quem tal coisa afectará menos do que a algumas pessoas já feitas" (8).

Em O LIVRO DOS MÉDIUNS, os espíritos superiores afirmaram que não há idade precisa para o inicio da prática mediúnica, pois tudo depende do desenvolvimento físico e, mais ainda, do desenvolvimento moral (9).

Na actualidade, Divaldo P.Franco ousou ser mais pragmático:
"Parece-me que, a partir dos quinze anos, aos dezasseis, teremos uma idade, senão ideal, pelo menos propiciatória para que o jovem, que participa de nossas actividades doutrinárias no movimento da sua idade, possa também compartilhar das experiências mediúnicas..." (10).

Levando em consideração todos esses factores, o dirigente doutrinariamente bem preparado deve analisar profundamente cada caso, de maneira diferenciada.
É tudo uma questão de bom-senso.
E acompanhamento...

Que, porém, jamais se esconda do jovem que mediunidade é responsabilidade a mais em suas vidas.

Ou, como disse o Espírito Ivan de Albuquerque, pela psicografia do sensitivo José Raul Teixeira, que também se iniciou muito jovem na tribuna espírita e na mediunidade:
"Se, no estuário da juventude, o apelo mediúnico te chega, não lamentes a perda da folgança, suposta própria da idade.
Mantém-te alegre e prazenteiro, guardando-te, inobstante, no bojo da responsável conduta, que não deixará que te percas pelos dédalos da loucura que são próprias não da mocidade, porém de todos os indivíduos estúrdios e irreflectidos, em qualquer fase etária em que estejam"
(11).

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Fev 16, 2011 9:59 pm

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NOTAS:

1. REVISTA ESPÍRITA, 1858, JAN. P.35, EDICEL;
2. IBIDEM;

3. O MESTRE CITA ESSA ÚLTIMA CHECAGEM EM OBRAS PÓSTUMAS, P.270 (26ªEDIÇÃO DA FEB).

ALINE ERA FILHA DE SR. CARLOTTI, UM DOS INICIADORES DE KARDEC NAS COISAS DO INVISÍVEL.

EM OBRAS PÓSTUMAS HÁ UMA MENSAGEM DO ESPÍRITO DE VERDADE, RECEBIDA PELA SRTA.CARLOTTI (PAG.281, DA EDIÇÃO CITADA).

MAIS DETALHES SOBRE O PRINCIPIO DA VERIFICAÇÃO UNIVERSAL PODEM SER ENCONTRADOS NA INTRODUÇÃO(II) DO EV.SEG.O ESP.;

4. P.206,ED.FEESP;
5. ATRAVÉS DE OBRAS PÓSTUMAS (P.271, EDIÇÃO CITADA), JÁ SABÍAMOS DO CASAMENTO DAS MENINAS BAUDIN, MAS DESCONHECÍAMOS O DE RUTH.

ESSES EVENTOS EXPLICAM O DESAPARECIMENTO PÚBLICO DE TÃO GRANDIOSAS MÉDIUNS.

6. COM A SAÍDA DE ERMANCE, SÃO LUÍS PASSOU A UTILIZAR-SE DE OUTROS INTERMEDIÁRIOS, DENTRE OS QUAIS SR.ROSE, SRTA.HUET, SR.COLIN E SRA.COSTEL.

7. A PRÁTICA DO ESPIRITISMO DEMANDA MUITO TACTO, PARA A INUTILIZAÇÃO DAS TRAMAS DOS ESPÍRITOS ENGANADORES.

SE ESTES ILUDEM HOMENS FEITOS, CLARO QUE A INFÂNCIA E A JUVENTUDE MAIS EXPOSTAS SE ACHAM A SER VITIMAS DELES.

AS EVOCAÇÕES FEITAS ESTOUVADAMENTE E POR GRACEJO CONSTITUEM VERDADEIRA PROFANAÇÃO, QUE FACILITA O ACESSO AOS ESPÍRITOS ZOMBETEIROS, OU MALFAZEJOS"
(O LIVRO DOS MÉDIUNS, CAP.XVIII, ITEM 222).

8. O LIVRO DOS MÉDIUNS, CAP.XVIII, ITEM 221, 8ª PERGUNTA.
9. IBIDEM
10. PALAVRAS DE LUZ, PAG.47, EDIÇÃO FEB.

11. CÂNTICO DA JUVENTUDE, PAG "JUVENTUDE E MEDIUNIDADE", EDITORA FRÁTER.

IVAN DE ALBUQUERQUE FOI UM JOVEM ORADOR ESPÍRITA, MORTO EM ACIDENTE FERROVIÁRIO.

Revista Espírita Allan Kardec Nº 27, ano VII.

§.§.§- O-canto-da-ave
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Fev 17, 2011 11:05 pm

José Ferraz

Um grande número de indivíduos procura o Centro Espírita com um diagnóstico próprio ou de terceiros, afirmando que a mediunidade está atrapalhando suas vidas e lhes causando sérios problemas.

Desfilam queixas e lamentações sem nenhum cabimento asseverando uns que se fosse para libertá-los dos vexames, estariam prontos para iniciar o desenvolvimento da faculdade de que se dizem portadores;
outros, todavia, numa atitude irreverente, preferem solicitar pura e simplesmente uma fórmula milagrosa, a fim de se livrarem, segundo eles, dessa doença que lhes está a impingir sofrimentos injustos.

Terminam, via de regra, com a seguinte frase:
"Nunca pedi a Deus tal faculdade"...

Torna-se necessário esclarecer de imediato que a mediunidade nunca foi factor de desditas e nem tampouco, o querer desenvolvê-la ou deixar de fazê-lo que propiciará a alguém liberar-se dos compromissos pessoais assumidos no âmbito moral-espiritual.

Para que fique bem claro, a faculdade medianímica é o meio, um instrumento de trabalho, capaz de produzir quando utilizada para o bem do semelhante sem qualquer interesse preconcebido, o ressarcimento de pesados débitos do Espírito encarnado catalogados na contabilidade Divina.

Todos os males que assinalam os indivíduos têm suas matrizes no cerne da alma.
As realizações positivas ou negativas estão impressas na tecelagem subtil do perispírito.

Ali se encontram os registos da boa ou má utilização que se fazem dos patrimónios que a Vida nos concede.

O mau uso desses valores fica regido pelas consequências dos actos do homem, obrigando-o, para efeito de reeducação, a ser o seu próprio herdeiro.
Daí, o conceito espírita de que ninguém sofre injustamente, nem por imposição da Divindade.

Portanto, esses que se fazem passar hoje, como vítimas, são facilmente identificados, embora estejam numa nova indumentária carnal.

Como a individualidade não se destrói na sepultura, eles retornam ao palco da vida física com a finalidade de se submeterem ao impositivo do progresso.

São os trânsfugas da Lei Divina, procurando fugir de si mesmos, atormentados por um passado culposo e um presente vazio de realizações na prática do bem.

Injustamente transferem para a mediunidade o motivo das suas frustrações e infelicidades. . .

Pergunta-se, então:
são todos, os que assim sofrem, realmente médiuns, na acepção exacta da palavra?
Precisam desenvolver de pronto a faculdade que existe latente em todos eles?


Obviamente, a resposta é uma negativa.
A maioria desses indivíduos é constituída de almas acicatadas por profundas ulcerações morais.

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