ARTIGOS DIVERSOS II
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O CANCRO PELO VISÃO ESPIRIRUAL - PARTE 02
O veneno fluídico reage de forma especifica em cada corpo físico, dependendo dos antepassados biológicos herdados de cada família, o corpo revela no mundo físico a evolução espiritual do interior do espírito que o comanda, mesmo dependendo das condições hereditárias, temos que também considerar as forças espirituais que podem modificar o corpo físico, cumprindo a lei de acção e reacção, ou o carma.
Cada corpo físico tem uma reacção de acordo com a evolução espiritual de cada espírito, e de modo diferente de se manifestar no corpo tanto na saúde, como na doença, desta forma a uma variação de um tumor canceroso em diversos seres humanos, variando a sua maior ou menor influência venenosa e mental, e a resistência biológica, que também fica sob o comando psíquico, emocional, e psicológico do doente.
Na intimidade do espírito e que tem início os venenos mentais, que perturbam o ritmo e a união das células, no corpo humano, e também se distinguem a natureza, e a frequência e a qualidade das suas energias, que agem profundamente no centro da mente do espírito e em seu corpo físico.
A força mental subtil que modela o pensamento é muito superior, à energia astral mais densa, que manifesta o sentimento ou a emoção, os médicos reconhecem que a força nervosa do ser humano é superior à sua força muscular, é a mente superando a força física.
Por esse motivo que durante a enfermidade, seja uma simples gastrite, ou o temido câncer, o raciocínio, a emoção, e a resistência psíquica de cada doente, apresenta consideráveis diferenças, e variam nas reacções entre si.
O ser humano mais espiritualizado e de raciocínio apurado enfrenta o seu sofrimento de forma criteriosa e sem desespero, e o ser humano mais materialista e emotivo enfrenta a dor num, desespero incontrolável, devido sua alta tensão nervosa, e psíquica, mostrando total descontrole mental e psicológico.
Por Vanderlei Bacic de Araujo
Espiritualista e espiritualizado na filosofia desde 1968.
*Fonte: Mensagens de Luz
§.§.§- Ave sem Ninho
Cada corpo físico tem uma reacção de acordo com a evolução espiritual de cada espírito, e de modo diferente de se manifestar no corpo tanto na saúde, como na doença, desta forma a uma variação de um tumor canceroso em diversos seres humanos, variando a sua maior ou menor influência venenosa e mental, e a resistência biológica, que também fica sob o comando psíquico, emocional, e psicológico do doente.
Na intimidade do espírito e que tem início os venenos mentais, que perturbam o ritmo e a união das células, no corpo humano, e também se distinguem a natureza, e a frequência e a qualidade das suas energias, que agem profundamente no centro da mente do espírito e em seu corpo físico.
A força mental subtil que modela o pensamento é muito superior, à energia astral mais densa, que manifesta o sentimento ou a emoção, os médicos reconhecem que a força nervosa do ser humano é superior à sua força muscular, é a mente superando a força física.
Por esse motivo que durante a enfermidade, seja uma simples gastrite, ou o temido câncer, o raciocínio, a emoção, e a resistência psíquica de cada doente, apresenta consideráveis diferenças, e variam nas reacções entre si.
O ser humano mais espiritualizado e de raciocínio apurado enfrenta o seu sofrimento de forma criteriosa e sem desespero, e o ser humano mais materialista e emotivo enfrenta a dor num, desespero incontrolável, devido sua alta tensão nervosa, e psíquica, mostrando total descontrole mental e psicológico.
Por Vanderlei Bacic de Araujo
Espiritualista e espiritualizado na filosofia desde 1968.
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O CANCRO PELA VISÃO ESPIRITUAL - PARTE 03
As energias superiores que actuam no mundo oculto da criatura humana, é uma força magnética de sustentação do sistema atómico do corpo físico, mantendo unidas e proporcionando uma tranquila pulsação de vida, mais para isso o espírito tem que manter o equilíbrio harmonioso, nestas condições a saúde física em um estado de magnífico ajuste orgânico, e o ser humano não sente nem ouve o seu pulsar de vida, o ritmo e suave e harmonioso do funcionamento de todos os órgãos e suas funções.
Pelo funcionamento harmónico não perturbam a consciência em vigília, porque o espírito não esta vivendo mentalmente sua acção do desânimo, a inquietação ou a angústia, estes estados emocionais geram a desarmonia do espírito a reflectir em seu físico.
O cancro surge na forma de tumores, desvitaliza o sistema linfático, nervoso, ósseo ou sanguíneo, não é apenas um sintoma isolado do organismo, a sua virulência mantém uma grande relação com o tipo psíquico do doente, a doença do câncer aumenta pelo descontrole mental, e emocional e sua forma de viver, que abalam o campo bioenergético do corpo humano, lesando o sistema vital de defesa, atacando um órgão ou sistema orgânico mais fraco.
A causa do cancro, deve ser procurada no campo original do espírito, e na base de suas actividades mentais e emocionais, o espírito é o senhor exclusivo e o responsável pela harmonia e funcionamento de todo o universo de células do seu corpo físico, que faz parte integral com o espírito seu dono.
Mesmo o senso instintivo e actividades orgânicas do corpo físico, e que se tem à ideia que funciona sem o conhecimento do espírito, como suas actividades de nutrir-se andar e respirar, não é um acontecimento que o ser humano age igual a uma máquina automaticamente, pois a sua harmonia e funcionamento ainda dependem do melhor contacto com o espírito e seu corpo físico, mesmo que a mente física não consegue registar essa acção, igual ao sentimento de dor, corte, ou lesão física.
Por Vanderlei Bacic de Araujo
Espiritualista e espiritualizado na filosofia desde 1968.
*Fonte: Mensagens de Luz
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Celibato e castidade
É possível seguir Jesus, evidentemente nos limites que o nosso estágio evolutivo actual permite, não sendo celibatário?
Perfeitamente, por que não? Kardec, por exemplo, era casado.
E muito bem-casado com Amélie Boudet, o que não o impediu, mas, muito pelo contrário, o sustentou na luta pela codificação e divulgação da Doutrina Espírita, revivendo o Cristianismo na sua pureza doutrinária. Portanto, ele seguiu Jesus sem ser celibatário.
Mudemos o enfoque.
É possível seguir Jesus não sendo casto, considerando, da mesma forma, os limites que nossa evolução actual nos enseja?
Não. Não é possível.
E não é possível porque castidade, ao contrário do que muitos pensam, não se refere simplesmente à ausência de relacionamento sexual, mas sim de uma pureza interior que vai muito além da abstinência de sexo.
Por essa pureza interior passa o bom emprego do sexo, onde um não transforma o outro no objecto de satisfação de seus instintos, mas onde uma pessoa se completa e completa a outra dentro de um clima de bem-querer onde só é possível ser feliz mergulhado na felicidade que emana do outro, e cujo autor somos cada um de nós.
Jesus, muito além de celibatário, era casto.
Sua pureza moral não pode ser seguida com uma simples ausência da actividade sexual que muitas vezes leva o indivíduo ao desequilíbrio emocional, a exemplo de uma gigantesca represa que, quanto mais é contida, mais corre o risco de se romper na pedofilia, no estupro e tantos outros crimes que o sexo reprimido e desequilibrado enseja.
Chico Xavier e Divaldo Franco, para tomarmos exemplos dentro da Doutrina Espírita, optaram pelo celibato, face aos inúmeros compromissos que trouxeram junto à família espiritual de nosso planeta.
Só que não ficaram apenas no celibato.
Viveu o primeiro e vive o segundo também a castidade que a evolução alcançada pelos dois permite.
Albert Schweitzer era casado e casto.
E exactamente por ser casto foi capaz de se entregar a tratar de leprosos no continente africano; a não pisar sobre uma simples flor silvestre por respeitar-lhe a existência e o direito à vida; a amar profundamente aos animais por entendê-los como criaturas de Deus e com o direito a viver, enquanto presenciamos motoristas insensíveis direccionando o veículo que dirigem, de forma irresponsável, para cima de uma pomba que busca o seu alimento numa via pública ou em direcção a um cachorro abandonado de rua pelo simples prazer de tirar uma vida!
Dia desses presenciei um motorista em alta velocidade na área urbana gritando com um cachorro que quase foi atropelado impiedosamente ao atravessar de um lado para o outro daquela via, como se o animal tivesse consciência de que atravessava uma rua.
Poderia muito bem ter feito o mesmo com uma criança ou com um idoso com dificuldades de locomoção.
Esse último não tem a castidade para seguir Jesus, por enquanto.
Martin Luther King Jr. era casado e casto para seguir Jesus a ponto de entregar a sua própria vida defendendo os direitos de nossos irmãos de cor de pele diferente da branca, como se esse tecido superficial que reveste nosso corpo não estivesse destinado à morte como todos os outros, mais dia, menos dia!
Ele teve a castidade suficiente para seguir Jesus.
É impossível falar sobre celibato ou castidade sem que o tema sexo nos venha à mente.
O que será que a Doutrina Espírita pode nos orientar a respeito?
Vejamos as lições de Emmanuel contida no livro O Consolador, questão 184:
Não devemos esquecer que o amor sexual deve ser entendido como o impulso da vida que conduz o homem às grandes realizações do amor divino, através da progressividade de sua espiritualização no devotamento e nos sacrifícios.
Haveis de observar que Deus não extermina as paixões dos homens, mas fá-las evoluir, convertendo-as pela dor em sagrados patrimónios da alma, competindo às criaturas dominar o coração, guiar os impulsos, orientar as tendências, na evolução sublime dos seus sentimentos.
Examinando-se, ainda, o elevado coeficiente de viciação do amor sexual, que os homens criaram para os seus destinos, somos obrigados a ponderar que, se muitos contraem débitos penosos, entre os excessos da fortuna, da inteligência e do poder, outros o fazem pelo sexo, abusando de um dos mais sagrados pontos de referência de sua vida.
Depreende-se, pois, que, ao invés da educação sexual pela satisfação dos instintos, é imprescindível que os homens eduquem sua alma para a compreensão sagrada do sexo.
Quando tivermos conseguido essa compreensão sagrada, o celibato será uma condição absolutamente dispensável em todo aquele que decidir seguir Jesus, pois que terá se iniciado no estado da castidade indispensável para segui- lo.
RICARDO ORESTES FORNI
§.§.§- Ave sem Ninho
Perfeitamente, por que não? Kardec, por exemplo, era casado.
E muito bem-casado com Amélie Boudet, o que não o impediu, mas, muito pelo contrário, o sustentou na luta pela codificação e divulgação da Doutrina Espírita, revivendo o Cristianismo na sua pureza doutrinária. Portanto, ele seguiu Jesus sem ser celibatário.
Mudemos o enfoque.
É possível seguir Jesus não sendo casto, considerando, da mesma forma, os limites que nossa evolução actual nos enseja?
Não. Não é possível.
E não é possível porque castidade, ao contrário do que muitos pensam, não se refere simplesmente à ausência de relacionamento sexual, mas sim de uma pureza interior que vai muito além da abstinência de sexo.
Por essa pureza interior passa o bom emprego do sexo, onde um não transforma o outro no objecto de satisfação de seus instintos, mas onde uma pessoa se completa e completa a outra dentro de um clima de bem-querer onde só é possível ser feliz mergulhado na felicidade que emana do outro, e cujo autor somos cada um de nós.
Jesus, muito além de celibatário, era casto.
Sua pureza moral não pode ser seguida com uma simples ausência da actividade sexual que muitas vezes leva o indivíduo ao desequilíbrio emocional, a exemplo de uma gigantesca represa que, quanto mais é contida, mais corre o risco de se romper na pedofilia, no estupro e tantos outros crimes que o sexo reprimido e desequilibrado enseja.
Chico Xavier e Divaldo Franco, para tomarmos exemplos dentro da Doutrina Espírita, optaram pelo celibato, face aos inúmeros compromissos que trouxeram junto à família espiritual de nosso planeta.
Só que não ficaram apenas no celibato.
Viveu o primeiro e vive o segundo também a castidade que a evolução alcançada pelos dois permite.
Albert Schweitzer era casado e casto.
E exactamente por ser casto foi capaz de se entregar a tratar de leprosos no continente africano; a não pisar sobre uma simples flor silvestre por respeitar-lhe a existência e o direito à vida; a amar profundamente aos animais por entendê-los como criaturas de Deus e com o direito a viver, enquanto presenciamos motoristas insensíveis direccionando o veículo que dirigem, de forma irresponsável, para cima de uma pomba que busca o seu alimento numa via pública ou em direcção a um cachorro abandonado de rua pelo simples prazer de tirar uma vida!
Dia desses presenciei um motorista em alta velocidade na área urbana gritando com um cachorro que quase foi atropelado impiedosamente ao atravessar de um lado para o outro daquela via, como se o animal tivesse consciência de que atravessava uma rua.
Poderia muito bem ter feito o mesmo com uma criança ou com um idoso com dificuldades de locomoção.
Esse último não tem a castidade para seguir Jesus, por enquanto.
Martin Luther King Jr. era casado e casto para seguir Jesus a ponto de entregar a sua própria vida defendendo os direitos de nossos irmãos de cor de pele diferente da branca, como se esse tecido superficial que reveste nosso corpo não estivesse destinado à morte como todos os outros, mais dia, menos dia!
Ele teve a castidade suficiente para seguir Jesus.
É impossível falar sobre celibato ou castidade sem que o tema sexo nos venha à mente.
O que será que a Doutrina Espírita pode nos orientar a respeito?
Vejamos as lições de Emmanuel contida no livro O Consolador, questão 184:
Não devemos esquecer que o amor sexual deve ser entendido como o impulso da vida que conduz o homem às grandes realizações do amor divino, através da progressividade de sua espiritualização no devotamento e nos sacrifícios.
Haveis de observar que Deus não extermina as paixões dos homens, mas fá-las evoluir, convertendo-as pela dor em sagrados patrimónios da alma, competindo às criaturas dominar o coração, guiar os impulsos, orientar as tendências, na evolução sublime dos seus sentimentos.
Examinando-se, ainda, o elevado coeficiente de viciação do amor sexual, que os homens criaram para os seus destinos, somos obrigados a ponderar que, se muitos contraem débitos penosos, entre os excessos da fortuna, da inteligência e do poder, outros o fazem pelo sexo, abusando de um dos mais sagrados pontos de referência de sua vida.
Depreende-se, pois, que, ao invés da educação sexual pela satisfação dos instintos, é imprescindível que os homens eduquem sua alma para a compreensão sagrada do sexo.
Quando tivermos conseguido essa compreensão sagrada, o celibato será uma condição absolutamente dispensável em todo aquele que decidir seguir Jesus, pois que terá se iniciado no estado da castidade indispensável para segui- lo.
RICARDO ORESTES FORNI
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Nas armadilhas da própria vaidade
– Orson Peter Carrara
A amiga Danielle Antunes, de Bauru (SP), localizou a pérola abaixo que coloco à apreciação dos leitores.
Ela está na lucidez e coerência do grande pensador espírita J. Herculano Pires.
A transcrição é parcial e está no final da Apresentação feita por Herculano na 21ª. edição (outubro de 2003) do livro A Génese, de Kardec, com tradução de Victor T. Pacheco, na edição da LAKE.
A citada apresentação, assinada por Herculano, está com o título Notícia sobre o livro – A revelação do mundo, e no final com o subtítulo Evolução do
Espiritismo encontramos essa preciosidade de raciocínio e advertência (datado de outubro de 1977), que deve merecer nossa máxima atenção, até para efeito de uma auto-análise do que estamos vivendo e fazendo com o Espiritismo:
“(...) Não é através de pretensas revelações mediúnicas de espíritos e médiuns invigilantes e vaidosos, nem de percepções de videntes convencidos de suposta investidura missionária, e muito menos de reformas idealizadas por cientistas improvisados, que revelam ignorar o próprio sentido da doutrina, que se fará o progresso do Espiritismo.
Esse progresso só será possível depois que os adeptos sensatos consigam compreender a posição do Espiritismo no panorama geral da Cultura.
Os adeptos demasiado entusiastas, como advertiu Kardec, são mais perniciosos ao Espiritismo do que os seus adversários.
Estão sujeitos a cair facilmente nas armadilhas da sua própria vaidade e desfigurar a doutrina com proposições ridicularizante.
Precisamos acordar para esta desoladora verdade:
o Espiritismo é ainda o Grande Desconhecido, até mesmo dos espíritas que pensam havê-lo dominado completamente.
Por isso, os espíritas dotados de humildade suficiente para reconhecer a sua incompetência espiritual e intelectual para tanto, servem melhor à doutrina e a preservam das deturpações dos vigilantes.
O Espiritismo é o alicerce de uma nova Civilização, a plataforma das futuras conquistas da Humanidade.
Precisamos estudá-lo com o respeito devido às obras-primas do saber humano, todas elas sempre orientadas por génios da cultura, sob a assistência constante dos Espíritos Superiores que velam pela evolução planetária.
Quem se julga capaz de reformular uma dessas obras acaba sempre cometendo uma profanação.
Tratemos de aprofundar o nosso precário conhecimento Espírita e nunca nos atreveremos a profanar a obra genial de Allan Kardec.”
Parece-nos que o texto dispensa maiores acréscimos.
Ele aí está para nossa reflexão.
§.§.§- Ave sem Ninho
A amiga Danielle Antunes, de Bauru (SP), localizou a pérola abaixo que coloco à apreciação dos leitores.
Ela está na lucidez e coerência do grande pensador espírita J. Herculano Pires.
A transcrição é parcial e está no final da Apresentação feita por Herculano na 21ª. edição (outubro de 2003) do livro A Génese, de Kardec, com tradução de Victor T. Pacheco, na edição da LAKE.
A citada apresentação, assinada por Herculano, está com o título Notícia sobre o livro – A revelação do mundo, e no final com o subtítulo Evolução do
Espiritismo encontramos essa preciosidade de raciocínio e advertência (datado de outubro de 1977), que deve merecer nossa máxima atenção, até para efeito de uma auto-análise do que estamos vivendo e fazendo com o Espiritismo:
“(...) Não é através de pretensas revelações mediúnicas de espíritos e médiuns invigilantes e vaidosos, nem de percepções de videntes convencidos de suposta investidura missionária, e muito menos de reformas idealizadas por cientistas improvisados, que revelam ignorar o próprio sentido da doutrina, que se fará o progresso do Espiritismo.
Esse progresso só será possível depois que os adeptos sensatos consigam compreender a posição do Espiritismo no panorama geral da Cultura.
Os adeptos demasiado entusiastas, como advertiu Kardec, são mais perniciosos ao Espiritismo do que os seus adversários.
Estão sujeitos a cair facilmente nas armadilhas da sua própria vaidade e desfigurar a doutrina com proposições ridicularizante.
Precisamos acordar para esta desoladora verdade:
o Espiritismo é ainda o Grande Desconhecido, até mesmo dos espíritas que pensam havê-lo dominado completamente.
Por isso, os espíritas dotados de humildade suficiente para reconhecer a sua incompetência espiritual e intelectual para tanto, servem melhor à doutrina e a preservam das deturpações dos vigilantes.
O Espiritismo é o alicerce de uma nova Civilização, a plataforma das futuras conquistas da Humanidade.
Precisamos estudá-lo com o respeito devido às obras-primas do saber humano, todas elas sempre orientadas por génios da cultura, sob a assistência constante dos Espíritos Superiores que velam pela evolução planetária.
Quem se julga capaz de reformular uma dessas obras acaba sempre cometendo uma profanação.
Tratemos de aprofundar o nosso precário conhecimento Espírita e nunca nos atreveremos a profanar a obra genial de Allan Kardec.”
Parece-nos que o texto dispensa maiores acréscimos.
Ele aí está para nossa reflexão.
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“AMOR ABNEGADO”
SÓ COMPREENDE-O OS CORAÇÕES PUROS, LIVRES DE JULGAMENTOS E DE PAIXÕES
Nesta época banalizada, todo mundo ama a todo mundo, por palavras.
Até que esse amor signifique carinho, cuidado ou doação desinteressada.
Até que esse amor signifique renúncia, abnegação ou sacrifício misericordioso.
Ainda assim, todos julgam a todos, mas não fazem uso de suas vestes, nem calçam suas sandálias, para trilharem o caminho do outro, nem ao menos se prontificam executar as mesmas tarefas do outro, para poderem compreender que todos são iguais, em defeitos e qualidades, que todos buscam acertar e crescer, sem contudo, conseguirem se desvencilhar com efeito, das fraquezas humanas, destrutivas e perniciosas.
Do amor abnegado, só compreende-o os corações puros, livres de julgamentos e de paixões.
O que a humanidade mais precisa, em todos os tempos, é a verdadeira união, o verdadeiro sentido do Bem, irmanando a Todos, abolindo os mais baixos sentimentos para fora das mentes e dos corações.
A prática do Amor, tarefa difícil, vai para além das aparências e para além da verbalização deste.
É acto solidário, que une os seres fraternalmente e alavancam o Progresso das pessoas, das nações e dos mundos.
Sejam vocês esse fio condutor de Amor, sejam vocês os primeiros a abolirem os julgamentos sobre os outros.
Para que tudo mude e se renove, é necessário mudança e renovação no íntimo de cada um.
Em época de futilidades, a que é dado ao homem encarnado deste momento, resgatem ora a essência que os faz humanos, resgatem os princípios para os quais foram criados.
Reaprendam os ensinamentos de Nosso Mestre, amando a todos como a vocês mesmos.
E quanto aos julgamentos, os deleguem aos doutores das leis terrenas (para que executem as leis terrenas), uma vez que no Universo da Criação, a única e poderosa verdade é o Amor, Força Motriz de aproximação com o Pai.
Rochester.
§.§.§- Ave sem Ninho
Nesta época banalizada, todo mundo ama a todo mundo, por palavras.
Até que esse amor signifique carinho, cuidado ou doação desinteressada.
Até que esse amor signifique renúncia, abnegação ou sacrifício misericordioso.
Ainda assim, todos julgam a todos, mas não fazem uso de suas vestes, nem calçam suas sandálias, para trilharem o caminho do outro, nem ao menos se prontificam executar as mesmas tarefas do outro, para poderem compreender que todos são iguais, em defeitos e qualidades, que todos buscam acertar e crescer, sem contudo, conseguirem se desvencilhar com efeito, das fraquezas humanas, destrutivas e perniciosas.
Do amor abnegado, só compreende-o os corações puros, livres de julgamentos e de paixões.
O que a humanidade mais precisa, em todos os tempos, é a verdadeira união, o verdadeiro sentido do Bem, irmanando a Todos, abolindo os mais baixos sentimentos para fora das mentes e dos corações.
A prática do Amor, tarefa difícil, vai para além das aparências e para além da verbalização deste.
É acto solidário, que une os seres fraternalmente e alavancam o Progresso das pessoas, das nações e dos mundos.
Sejam vocês esse fio condutor de Amor, sejam vocês os primeiros a abolirem os julgamentos sobre os outros.
Para que tudo mude e se renove, é necessário mudança e renovação no íntimo de cada um.
Em época de futilidades, a que é dado ao homem encarnado deste momento, resgatem ora a essência que os faz humanos, resgatem os princípios para os quais foram criados.
Reaprendam os ensinamentos de Nosso Mestre, amando a todos como a vocês mesmos.
E quanto aos julgamentos, os deleguem aos doutores das leis terrenas (para que executem as leis terrenas), uma vez que no Universo da Criação, a única e poderosa verdade é o Amor, Força Motriz de aproximação com o Pai.
Rochester.
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Reflexões sobre a dualidade da vida
As atribulações do quotidiano dificultam que encontremos momentos de reflexão sobre nossas vidas.
Somos por essência Espírito, contudo fixamos nossas atenções prioritariamente no corpo, já que é de fácil percepção.
Essa visão quase que exclusiva para a vida material afasta-nos daquilo que é eterno e, por conseguinte, mais importante: o Espírito.
Não há como dissociar esses dois elementos que ao longo das nossas existências se completam.
Em João, 6:63, temos:
“O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos digo são espírito e vida”, corroborando nossa assertiva.
Somente após o desencarne é que o Espírito se liberta, e, sendo imortal, segue sua caminhada em outra dimensão até que tenha uma nova oportunidade para retornar a uma nova vida corpórea.
Seria injusto de nossa parte entender que Deus, inteligência Suprema, desse-nos uma única vida e após a morte tudo acabasse?...
Como explicar a Justiça Divina quando aqueles que praticaram o mal de forma incessante teriam o mesmo direito e fim daqueloutros que se doaram na prática do bem, abdicando de seus interesses pessoais em cumprimento aos ensinamentos de Jesus?
Quais seriam então os critérios para uns serem beneficiados e outros não?
Se assim fosse seria Deus justo?
À luz da razão, essas perguntas já nasceram respondidas...
Referindo-se ao homem, o escritor Rodolfo Calligaris afirma no livro As Leis Morais, Cap. 28:
É verdade, sim, que o seu progresso moral se acha muito aquém do fabuloso progresso intelectual a que chegou, e daí porque prevalece em nossos dias uma ciência sem consciência, valendo-se, não poucos, de suas aquisições culturais, apenas para a prática do mal”.
Em se tratando do soerguimento moral, devemos atentar para os princípios que devem nortear nossas condutas, a fim de que o Espírito alcance patamares elevados.
Dentre elas, a prática da indulgência, do perdão, do amor e da caridade.
N’O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. VI, item 5, encontramos:
“(...) Espíritas; amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo.
Todas as verdades se encontram no Cristianismo; os erros que nele se enraizaram são de origem humana; e eis que, de além-túmulo, que acreditáveis vazios, vozes vos clamam:
Irmãos! Nada perece.
Jesus Cristo é o vencedor do mal; sede os vencedores da impiedade!“; “(...) Orai e acreditai!
Pois a morte é a ressurreição e a vida é a prova escolhida durante a qual vossas virtudes cultivadas devem crescer e se desenvolver, como o cedro”.
Pela Lei do Progresso devemos seguir os preceitos ético-morais, pilares necessários para a nossa vida em sociedade.
Quando vivenciarmos a fraternidade entre irmãos, estaremos no caminho da Luz deixado por Cristo, para que não nos desviemos do rumo da nossa estrada evolutiva...
(A menor distância entre um objectivo e sua concretização é o primeiro passo.)
§.§.§- Ave sem Ninho
Somos por essência Espírito, contudo fixamos nossas atenções prioritariamente no corpo, já que é de fácil percepção.
Essa visão quase que exclusiva para a vida material afasta-nos daquilo que é eterno e, por conseguinte, mais importante: o Espírito.
Não há como dissociar esses dois elementos que ao longo das nossas existências se completam.
Em João, 6:63, temos:
“O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos digo são espírito e vida”, corroborando nossa assertiva.
Somente após o desencarne é que o Espírito se liberta, e, sendo imortal, segue sua caminhada em outra dimensão até que tenha uma nova oportunidade para retornar a uma nova vida corpórea.
Seria injusto de nossa parte entender que Deus, inteligência Suprema, desse-nos uma única vida e após a morte tudo acabasse?...
Como explicar a Justiça Divina quando aqueles que praticaram o mal de forma incessante teriam o mesmo direito e fim daqueloutros que se doaram na prática do bem, abdicando de seus interesses pessoais em cumprimento aos ensinamentos de Jesus?
Quais seriam então os critérios para uns serem beneficiados e outros não?
Se assim fosse seria Deus justo?
À luz da razão, essas perguntas já nasceram respondidas...
Referindo-se ao homem, o escritor Rodolfo Calligaris afirma no livro As Leis Morais, Cap. 28:
É verdade, sim, que o seu progresso moral se acha muito aquém do fabuloso progresso intelectual a que chegou, e daí porque prevalece em nossos dias uma ciência sem consciência, valendo-se, não poucos, de suas aquisições culturais, apenas para a prática do mal”.
Em se tratando do soerguimento moral, devemos atentar para os princípios que devem nortear nossas condutas, a fim de que o Espírito alcance patamares elevados.
Dentre elas, a prática da indulgência, do perdão, do amor e da caridade.
N’O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. VI, item 5, encontramos:
“(...) Espíritas; amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo.
Todas as verdades se encontram no Cristianismo; os erros que nele se enraizaram são de origem humana; e eis que, de além-túmulo, que acreditáveis vazios, vozes vos clamam:
Irmãos! Nada perece.
Jesus Cristo é o vencedor do mal; sede os vencedores da impiedade!“; “(...) Orai e acreditai!
Pois a morte é a ressurreição e a vida é a prova escolhida durante a qual vossas virtudes cultivadas devem crescer e se desenvolver, como o cedro”.
Pela Lei do Progresso devemos seguir os preceitos ético-morais, pilares necessários para a nossa vida em sociedade.
Quando vivenciarmos a fraternidade entre irmãos, estaremos no caminho da Luz deixado por Cristo, para que não nos desviemos do rumo da nossa estrada evolutiva...
(A menor distância entre um objectivo e sua concretização é o primeiro passo.)
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Perante a Codificação Kardequiana
A Codificação Kardequiana orienta o homem para o “construir-se”, de dentro para fora.
Com semelhante afirmativa numerosas legendas repontam do plano individual, ampliando os distritos do mundo interior para a reestruturação da personalidade, ante o continuísmo da vida.
Edificação íntima, em cujo levantamento a criatura pode concluir de maneira instintiva:
- Deus é nosso Pai, mas a certeza disso não me exonera da responsabilidade de burilar-me, trabalhar e viver;
- moro presentemente na Terra, com a obrigação de compartilhar-lhe o progresso; entretanto, na essência, sou um espírito eterno, evoluindo na direcção da Imortalidade;
- atravesso actualmente caminhos determinados pela Lei da causa e efeito; contudo, já sei que desfruto o privilégio de renovar o próprio destino pelo uso sensato da liberdade de escolha;
- travo duras batalhas no campo externo, mas compreendo que a maior de todas elas é a que sustento, dia por dia, no campo íntimo, procurando a vitória sobre mim mesmo;
- possuo a família do coração; todavia em todos os seres da estrada, encontro irmãos verdadeiros, componentes da família maior a que todos pertencemos - a Humanidade;
- sofro desafios e obstáculos, nas vias planetárias, porém guardo a certeza de que a alegria imperecível é a meta que me cabe atingir;
- desilusões de provas me assaltam comummente a senda diária; no entanto, reconheço que preciso aceitá-las por lições valiosas, necessárias, aliás, à minha própria formação espiritual, na academia da experiência;
- o mundo por vezes passa por transições inesperadas e rudes, todavia, tenho a paz imutável, no âmago do ser;
- o tempo é a minha herança incorruptível;
- a morte ser-me-á simplesmente estreito corredor para o outro lado da vida.
Revela-nos Jesus que o Reino de Deus está dentro de nós, e Allan Kardec complementa-lhe a obra ensinando-nos a desentranhá-lo, através de acção e discernimento, serviço e amor, a fim de que o homem sublimado consiga sublimar a Terra para que a Terra, por fora e por dentro, se incorpore, em espírito e verdade, ao Reino dos Céus.
Do livro Doutrina de Luz, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
§.§.§- Ave sem Ninho
Com semelhante afirmativa numerosas legendas repontam do plano individual, ampliando os distritos do mundo interior para a reestruturação da personalidade, ante o continuísmo da vida.
Edificação íntima, em cujo levantamento a criatura pode concluir de maneira instintiva:
- Deus é nosso Pai, mas a certeza disso não me exonera da responsabilidade de burilar-me, trabalhar e viver;
- moro presentemente na Terra, com a obrigação de compartilhar-lhe o progresso; entretanto, na essência, sou um espírito eterno, evoluindo na direcção da Imortalidade;
- atravesso actualmente caminhos determinados pela Lei da causa e efeito; contudo, já sei que desfruto o privilégio de renovar o próprio destino pelo uso sensato da liberdade de escolha;
- travo duras batalhas no campo externo, mas compreendo que a maior de todas elas é a que sustento, dia por dia, no campo íntimo, procurando a vitória sobre mim mesmo;
- possuo a família do coração; todavia em todos os seres da estrada, encontro irmãos verdadeiros, componentes da família maior a que todos pertencemos - a Humanidade;
- sofro desafios e obstáculos, nas vias planetárias, porém guardo a certeza de que a alegria imperecível é a meta que me cabe atingir;
- desilusões de provas me assaltam comummente a senda diária; no entanto, reconheço que preciso aceitá-las por lições valiosas, necessárias, aliás, à minha própria formação espiritual, na academia da experiência;
- o mundo por vezes passa por transições inesperadas e rudes, todavia, tenho a paz imutável, no âmago do ser;
- o tempo é a minha herança incorruptível;
- a morte ser-me-á simplesmente estreito corredor para o outro lado da vida.
Revela-nos Jesus que o Reino de Deus está dentro de nós, e Allan Kardec complementa-lhe a obra ensinando-nos a desentranhá-lo, através de acção e discernimento, serviço e amor, a fim de que o homem sublimado consiga sublimar a Terra para que a Terra, por fora e por dentro, se incorpore, em espírito e verdade, ao Reino dos Céus.
Do livro Doutrina de Luz, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
§.§.§- Ave sem Ninho
Ave sem Ninho- Mensagens : 126659
Data de inscrição : 07/11/2010
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Localização : Porto - Portugal
Candeia
Dizem que as coisas são mais difíceis para começar, mas depois deslancham.
Assim foram também os encontros com a menina ruiva.
Bastava entrar em sintonia, canalizar boas energias e meditar profundamente que logo era transportado ao seu encontro.
Assim me vi envolto a um denso nevoeiro.
Não estava escuro demais ou muito claro, apenas não era possível ver nada que estivesse a mais de um metro de distância.
Pela experiência que havia adquirido nos diversos encontros com a “menina-de-olhos-de-estrelas” sabia que nada era por acaso.
Por certo, naquela névoa teria de haver algum propósito, algum significado. Como nada podia ser visto, tentei ouvi-la.
Chamei-a:
– Christina!
Você está aqui?
– Sim – respondeu ela.
Sua voz estava tão próxima que parecia que eu poderia tocá-la, se esticasse minha mão.
Comentei:
– Que cerração, não?
– Sim. A Terra ainda está envolta à densa camada de nevoeiro em sua actual fase de desenvolvimento espiritual...
Sua voz pareceu-me um pouco triste.
Logo percebi que tinha razão em relação àquele nevoeiro: seria mais um aprendizado.
Agucei mais a minha mente e percepção para absorver o que viria pela frente.
Esfreguei meus olhos e consegui vê-la, quase em minha frente, a pouco mais de braço de distância.
Logicamente, a primeira coisa que vi faiscando na névoa opaca eram aquelas duas centelhas estelares que eram os seus olhos, em tom branco-violeta-prateado.
Depois consegui enxergar o seu rosto emoldurado por suas madeixas vermelho-rosáceas.
Ela esboçava um lindo sorriso e percebi que me enganara a respeito da tristeza em sua voz, ou então o que imaginara ser tristeza era apenas a seriedade que o assunto impunha.
Ela prosseguiu:
– Foi por isso, por essa névoa que foi escrito sobre a candeia...
Percebi a associação e entendi que ela se referia à parábola evangélica:
“não coloque a candeia debaixo do alqueire, mas, sim, sobre o candeeiro”, se bem me recordava as palavras lidas outrora...
Indaguei-a:
– Mas se a candeia deve ser posta acima, a fim de iluminar as trevas da ignorância, por que dizer tudo em parábolas de difícil interpretação?
A menina ruiva apertou os olhos, mirando-me fixamente, parecendo gostar da pergunta, esboçando um sorriso enigmático.
Disse:
– A parábola é muito democrática.
Ela informa proporcionalmente ao entendimento da pessoa.
– Entendo...
Então há algo de esotérico nos ensinamentos do Mestre?
– De maneira alguma.
Seu ensinamento é claro, transparente e para todos.
O que difere é o grau de compreensão do aprendiz, apenas.
Você acha que poderíamos ensinar, por exemplo, física quântica a alunos do jardim de infância?
De certo que não entenderiam nada.
Por isso que o Mestre contava suas parábolas.
Se o aluno estava em um grau de aperfeiçoamento baixo entenderia a história ao pé da letra, ao passo que um aluno avançado entenderia o sentido figurado, leria nas entrelinhas.
Assim, todos poderiam tirar o proveito que lhes cabiam do mesmo ensinamento.
Porém, apenas o conhecimento não basta.
Ainda há um componente essencial ao aprendizado.
Sabe qual é?
Tentei buscar no fundo de minha alma a resposta:
“Qual seria este componente essencial?”
Então pensei:
“Qual seria a coisa mais essencial do Universo?
Qual era a mais essencial ‘substância’ com a qual o próprio Deus era composto?”
A resposta me surgiu óbvia:
– O amor?
A menina se iluminou em um radiante sorriso.
– Muito bem!
O amor é o componente essencial.
O produto do aprendizado, ou seja, do conhecimento, com o amor, resulta o que o Mestre tinha em abundância: SABEDORIA!
Marco Melo é estudante de Jornalismo, trabalha com design gráfico e diagramação na Editora EME.
§.§.§- Ave sem Ninho
Assim foram também os encontros com a menina ruiva.
Bastava entrar em sintonia, canalizar boas energias e meditar profundamente que logo era transportado ao seu encontro.
Assim me vi envolto a um denso nevoeiro.
Não estava escuro demais ou muito claro, apenas não era possível ver nada que estivesse a mais de um metro de distância.
Pela experiência que havia adquirido nos diversos encontros com a “menina-de-olhos-de-estrelas” sabia que nada era por acaso.
Por certo, naquela névoa teria de haver algum propósito, algum significado. Como nada podia ser visto, tentei ouvi-la.
Chamei-a:
– Christina!
Você está aqui?
– Sim – respondeu ela.
Sua voz estava tão próxima que parecia que eu poderia tocá-la, se esticasse minha mão.
Comentei:
– Que cerração, não?
– Sim. A Terra ainda está envolta à densa camada de nevoeiro em sua actual fase de desenvolvimento espiritual...
Sua voz pareceu-me um pouco triste.
Logo percebi que tinha razão em relação àquele nevoeiro: seria mais um aprendizado.
Agucei mais a minha mente e percepção para absorver o que viria pela frente.
Esfreguei meus olhos e consegui vê-la, quase em minha frente, a pouco mais de braço de distância.
Logicamente, a primeira coisa que vi faiscando na névoa opaca eram aquelas duas centelhas estelares que eram os seus olhos, em tom branco-violeta-prateado.
Depois consegui enxergar o seu rosto emoldurado por suas madeixas vermelho-rosáceas.
Ela esboçava um lindo sorriso e percebi que me enganara a respeito da tristeza em sua voz, ou então o que imaginara ser tristeza era apenas a seriedade que o assunto impunha.
Ela prosseguiu:
– Foi por isso, por essa névoa que foi escrito sobre a candeia...
Percebi a associação e entendi que ela se referia à parábola evangélica:
“não coloque a candeia debaixo do alqueire, mas, sim, sobre o candeeiro”, se bem me recordava as palavras lidas outrora...
Indaguei-a:
– Mas se a candeia deve ser posta acima, a fim de iluminar as trevas da ignorância, por que dizer tudo em parábolas de difícil interpretação?
A menina ruiva apertou os olhos, mirando-me fixamente, parecendo gostar da pergunta, esboçando um sorriso enigmático.
Disse:
– A parábola é muito democrática.
Ela informa proporcionalmente ao entendimento da pessoa.
– Entendo...
Então há algo de esotérico nos ensinamentos do Mestre?
– De maneira alguma.
Seu ensinamento é claro, transparente e para todos.
O que difere é o grau de compreensão do aprendiz, apenas.
Você acha que poderíamos ensinar, por exemplo, física quântica a alunos do jardim de infância?
De certo que não entenderiam nada.
Por isso que o Mestre contava suas parábolas.
Se o aluno estava em um grau de aperfeiçoamento baixo entenderia a história ao pé da letra, ao passo que um aluno avançado entenderia o sentido figurado, leria nas entrelinhas.
Assim, todos poderiam tirar o proveito que lhes cabiam do mesmo ensinamento.
Porém, apenas o conhecimento não basta.
Ainda há um componente essencial ao aprendizado.
Sabe qual é?
Tentei buscar no fundo de minha alma a resposta:
“Qual seria este componente essencial?”
Então pensei:
“Qual seria a coisa mais essencial do Universo?
Qual era a mais essencial ‘substância’ com a qual o próprio Deus era composto?”
A resposta me surgiu óbvia:
– O amor?
A menina se iluminou em um radiante sorriso.
– Muito bem!
O amor é o componente essencial.
O produto do aprendizado, ou seja, do conhecimento, com o amor, resulta o que o Mestre tinha em abundância: SABEDORIA!
Marco Melo é estudante de Jornalismo, trabalha com design gráfico e diagramação na Editora EME.
§.§.§- Ave sem Ninho
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Data de inscrição : 07/11/2010
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Localização : Porto - Portugal
Apreciar o mundo natural
Eu penso renovar o homem usando borboletas
Manoel de Barros
Em um mundo dirigido por tecnologias e a vida acontecendo principalmente nas cidades, nos ambientes artificiais, aprender o amor pela natureza é uma questão-chave na educação da criança.
A criança em contacto com a natureza aprende desde cedo que apreciar o mundo natural faz parte de um viver alegre, saudável e criativo.
Quando os pais realizam acções quotidianas que evidenciam o meio ambiente, os filhos têm mais chance de integrar ao próprio modo de ser a atitude da sustentabilidade, tornando-se com isso pessoas sensibilizadas para a conservação da natureza.
Desde meninazinha, cultivo um sentimento de árvores e de bichos.
Venho de um Paraná de terra roxa, de arroios com sapos, casinhas de madeira cercadas por matas altas.
Meu pai teve uma fazenda com nome de Nossa Senhora, onde eu cresci.
Criei-me nas árvores dos pomares entre goiabas, laranjas, bichinhos do ar e do chão, o refúgio seguro no bosque próximo à estrada poeirenta no verão, pão caseiro, chá de sabugueiro.
Adulta, quando me sinto desorientada, aprisionada no receio, na tristeza, recorro à memória da fazenda de pinheiros, o cheiro de funcho, as abelhas sem ferrão sobrevoando o pasto açucarado de flores alaranjadas.
As galinhas até hoje me reanimam; as vozes mansas dos humildes da roça dão-me ânimo para reacender o apreço pelos dias, apesar das inúmeras tentações no caminho…
Tenho comigo (e compartilho isso nas escolas, nos grupos de pais, nas reuniões com professores, nos diálogos com pediatras e interessados na infância de modo geral):
é muito importante que as crianças, desde bebés, aprendam a se maravilhar com a natureza, pondo-se em contacto com as árvores das ruas, os parques, os jardins, as trilhas nas matas, os ensaios com animais de estimação, o brincar livre nas praças, o encanto com a roseira no quintal, morango em vaso na varanda, o gato enrolado no tapete da sala, um pouco de lama no sítio…
É o amor pela natureza que nos leva no dia a dia a contribuir para a preservação do mundo natural.
Esse tipo de conduta traz alegria, segurança, e beneficia todos que estão à nossa volta.
Abraços, boa semana!
Notinha
Algumas atitudes que estimulam na criança o amor e respeito pela natureza: ter plantas em casa; cultivar uma horta em casa; demonstrar amor pelos animais de estimação; tratar insectos e lagartixas com naturalidade, ensinando a criança a compreender que tudo tem um propósito nos ecossistemas; reciclar o lixo; evitar desperdício e atitudes de consumo sem sentido; criar brincadeiras nos passeios pela natureza; visitar parques e jardins botânicos com regularidade; fazer trilhas na mata; fazer passeios nos dias chuvosos etc.
*Uma ressalva: não basta ter plantas, cultivar horta ou ter animais em casa.
É preciso que a criança seja incentivada a manter contacto regular com essas coisas e, gradativamente, assumir pequenas tarefas, ajudando a regar as plantas, por exemplo.
§.§.§- Ave sem Ninho
Manoel de Barros
Em um mundo dirigido por tecnologias e a vida acontecendo principalmente nas cidades, nos ambientes artificiais, aprender o amor pela natureza é uma questão-chave na educação da criança.
A criança em contacto com a natureza aprende desde cedo que apreciar o mundo natural faz parte de um viver alegre, saudável e criativo.
Quando os pais realizam acções quotidianas que evidenciam o meio ambiente, os filhos têm mais chance de integrar ao próprio modo de ser a atitude da sustentabilidade, tornando-se com isso pessoas sensibilizadas para a conservação da natureza.
Desde meninazinha, cultivo um sentimento de árvores e de bichos.
Venho de um Paraná de terra roxa, de arroios com sapos, casinhas de madeira cercadas por matas altas.
Meu pai teve uma fazenda com nome de Nossa Senhora, onde eu cresci.
Criei-me nas árvores dos pomares entre goiabas, laranjas, bichinhos do ar e do chão, o refúgio seguro no bosque próximo à estrada poeirenta no verão, pão caseiro, chá de sabugueiro.
Adulta, quando me sinto desorientada, aprisionada no receio, na tristeza, recorro à memória da fazenda de pinheiros, o cheiro de funcho, as abelhas sem ferrão sobrevoando o pasto açucarado de flores alaranjadas.
As galinhas até hoje me reanimam; as vozes mansas dos humildes da roça dão-me ânimo para reacender o apreço pelos dias, apesar das inúmeras tentações no caminho…
Tenho comigo (e compartilho isso nas escolas, nos grupos de pais, nas reuniões com professores, nos diálogos com pediatras e interessados na infância de modo geral):
é muito importante que as crianças, desde bebés, aprendam a se maravilhar com a natureza, pondo-se em contacto com as árvores das ruas, os parques, os jardins, as trilhas nas matas, os ensaios com animais de estimação, o brincar livre nas praças, o encanto com a roseira no quintal, morango em vaso na varanda, o gato enrolado no tapete da sala, um pouco de lama no sítio…
É o amor pela natureza que nos leva no dia a dia a contribuir para a preservação do mundo natural.
Esse tipo de conduta traz alegria, segurança, e beneficia todos que estão à nossa volta.
Abraços, boa semana!
Notinha
Algumas atitudes que estimulam na criança o amor e respeito pela natureza: ter plantas em casa; cultivar uma horta em casa; demonstrar amor pelos animais de estimação; tratar insectos e lagartixas com naturalidade, ensinando a criança a compreender que tudo tem um propósito nos ecossistemas; reciclar o lixo; evitar desperdício e atitudes de consumo sem sentido; criar brincadeiras nos passeios pela natureza; visitar parques e jardins botânicos com regularidade; fazer trilhas na mata; fazer passeios nos dias chuvosos etc.
*Uma ressalva: não basta ter plantas, cultivar horta ou ter animais em casa.
É preciso que a criança seja incentivada a manter contacto regular com essas coisas e, gradativamente, assumir pequenas tarefas, ajudando a regar as plantas, por exemplo.
§.§.§- Ave sem Ninho
Ave sem Ninho- Mensagens : 126659
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Doutores em amor
Nós, iniciantes aprendizes na arte e na ciência de amar, faladores teóricos da sabedoria do Evangelho e tímidos ou receosos praticantes do amor trazido ao planeta pelo Mestre da Humanidade, temos mesmo muito que aprender até que nos capacitemos devidamente aos caminhos da iluminação interior.
Pelo menos, todavia, já estamos a caminho.
Estamos aprendendo e de tanto falar, comentar, escrever, vamos gradativamente assimilando as questões.
A expressão “doutores em amor” foi usada por Lúcius, na psicografia de André Luiz Ruiz, no livro Herdeiros do Novo Mundo, mais um clássico da lavra do competente autor espiritual e boa sintonia do médium, na edição do IDE.
A citação está no capítulo 12 – Dúvidas e Orientações, e consta da página 129 da 1ª edição.
No citado capítulo o autor relata o caso de dois trabalhadores de uma instituição religiosa que resolveram unir as próprias vidas nos caminhos do afecto após o homem enviuvar, sendo a moça bem mais jovem e economicamente mais necessitada.
Pronto! Foi o suficiente para o desabrochar dos estiletes metais de inveja, de crítica e condenação, especialmente dos numerosos “doutores em amor” que usavam da tribuna para falar de amor ao próximo ou de senhoras ditas pulcras, conforme citado no próprio texto, detentores todos apenas do conteúdo intelectual e ainda distantes da prática autêntica do amor.
Convenhamos, ainda somos assim.
Mesmo em nossas instituições.
O exemplo citado no capítulo ocorreu numa instituição espírita!
A moça, no caso citado, teve que se afastar das reuniões públicas face à hostilidade silenciosa e maldosa da condenação que julga com crueldade.
E isto, como se sabe, afecta directamente o ambiente de trabalho, tão carinhosamente preparado pelos espíritos benfeitores de toda instituição que se dedica ao bem, com prejuízos evidentes e gradativos que abrem caminho às inteligências ainda voltadas ao combate da luz.
É... Temos todos muito que aprender.
Ainda somos muito teóricos, fazemos citações de capítulos, páginas, autor, etc.
Mas nos corroemos por dentro com egoísmo feroz nas tentativas de impor e condenar.
Nas lamentáveis lutas internas das instituições – religiosas ou não –, ainda travadas com disputas de cargos ou pontos de vista, fica evidente na indicação do autor espiritual no mesmo capítulo que “(...) a luta do presente é a do indivíduo mudar-se a si mesmo para auxiliar na mudança do todo (..)”.
E continua no capítulo seguinte:
“(...) A Misericórdia nos convoca a modificar nossos sentimentos (...)”.
Eis a solução para inúmeros desafios defrontados diariamente em nossa realidade quotidiana, seja na vida familiar ou colectiva, na profissão ou nos trabalhos e ideais a que nos entregamos.
Algo para pensar seriamente.
Aliás, fica a dica do livro, uma obra notável!
§.§.§- Ave sem Ninho
Pelo menos, todavia, já estamos a caminho.
Estamos aprendendo e de tanto falar, comentar, escrever, vamos gradativamente assimilando as questões.
A expressão “doutores em amor” foi usada por Lúcius, na psicografia de André Luiz Ruiz, no livro Herdeiros do Novo Mundo, mais um clássico da lavra do competente autor espiritual e boa sintonia do médium, na edição do IDE.
A citação está no capítulo 12 – Dúvidas e Orientações, e consta da página 129 da 1ª edição.
No citado capítulo o autor relata o caso de dois trabalhadores de uma instituição religiosa que resolveram unir as próprias vidas nos caminhos do afecto após o homem enviuvar, sendo a moça bem mais jovem e economicamente mais necessitada.
Pronto! Foi o suficiente para o desabrochar dos estiletes metais de inveja, de crítica e condenação, especialmente dos numerosos “doutores em amor” que usavam da tribuna para falar de amor ao próximo ou de senhoras ditas pulcras, conforme citado no próprio texto, detentores todos apenas do conteúdo intelectual e ainda distantes da prática autêntica do amor.
Convenhamos, ainda somos assim.
Mesmo em nossas instituições.
O exemplo citado no capítulo ocorreu numa instituição espírita!
A moça, no caso citado, teve que se afastar das reuniões públicas face à hostilidade silenciosa e maldosa da condenação que julga com crueldade.
E isto, como se sabe, afecta directamente o ambiente de trabalho, tão carinhosamente preparado pelos espíritos benfeitores de toda instituição que se dedica ao bem, com prejuízos evidentes e gradativos que abrem caminho às inteligências ainda voltadas ao combate da luz.
É... Temos todos muito que aprender.
Ainda somos muito teóricos, fazemos citações de capítulos, páginas, autor, etc.
Mas nos corroemos por dentro com egoísmo feroz nas tentativas de impor e condenar.
Nas lamentáveis lutas internas das instituições – religiosas ou não –, ainda travadas com disputas de cargos ou pontos de vista, fica evidente na indicação do autor espiritual no mesmo capítulo que “(...) a luta do presente é a do indivíduo mudar-se a si mesmo para auxiliar na mudança do todo (..)”.
E continua no capítulo seguinte:
“(...) A Misericórdia nos convoca a modificar nossos sentimentos (...)”.
Eis a solução para inúmeros desafios defrontados diariamente em nossa realidade quotidiana, seja na vida familiar ou colectiva, na profissão ou nos trabalhos e ideais a que nos entregamos.
Algo para pensar seriamente.
Aliás, fica a dica do livro, uma obra notável!
§.§.§- Ave sem Ninho
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Cristianismo, esperança sublime
Jesus é o mais notável Ser da humanidade.
Sua vida e obra são as mais comentadas dentre todas as que já passaram pela civilização através dos tempos.
Na Terra, foi demonstração sublime de amor puro e desinteressado que se deu a conhecer.
O Ser Divino, o filho mais próximo de Deus, revestiu-se do corpo da matéria por amor e viveu entre os encarnados cumprindo com sabedoria a missão para a qual veio ao mundo físico.
Vivendo em uma época em que predominava a ignorância em forma de sombra individual e colectiva, qual ocorre nestes dias, embora em menor escala, Jesus cindiu o lado escuro da sociedade e das criaturas, iluminando as consciências com a proposta de libertação pelo conhecimento da verdade e integração nos postulados soberanos do amor.
Incompreendido, assediado pela astúcia e perversidade, perseguido, jamais se deixou vencer ou descuidar-se do objectivo para o qual veio, conseguindo perturbar os adversários inclementes com respostas sóbrias e lúcidas calcadas no reino de Deus cujas fronteiras se ampliavam, agasalhando todos os seres humanos sedentos de justiça, famintos de paz, carentes de amor.
Jesus pregou, orou e curou.
Incansável em Suas demonstrações de fé revelou a vida futura, respeitando e compreendendo o grau de adiantamento dos povos, no dever sagrado de desvendar o véu que encobria a verdade.
Mas, devido a esse adiantamento ser ainda pequeno naquela época, poucos o compreenderam e, ainda hoje, muitos não conseguem assimilar Suas palavras para não ter de reformular seu coração para o bem e aceitar o próximo como legítimo irmão.
O Mestre, no campo supremo das últimas horas terrestres, mostrava-se absoluto senhor de si, ensinando-nos a sublime identificação com os propósitos de Deus como o mais avançado recurso de domínio próprio.
Sabendo de tudo o que iria acontecer, que era chegada a Sua hora, apossou-se D’Ele um desejo ardente de estar com o Pai.
Suas palavras se tornavam cada vez mais doces e ternas.
Seu semblante resplandecia como jamais os discípulos o tinham visto.
A claridade brilhante que o transfigurava irradiava-se à sua volta.
Os discípulos observavam fascinados o Mestre, atentos para não deixar escapar nenhuma de suas palavras.
Contudo, ainda não conseguiam entender a verdadeira dimensão do que estava acontecendo.
Sentiam que Jesus lhes falava de Sua pátria de luz e que queria transmitir-lhes algo que pudesse enriquecer suas pobres vidas.
Nenhum deles ousava interrompê-lo.
Então, num magnífico elo de amor intercede por Si, por eles e por nós.
Ele sabia que diante dos acontecimentos que estavam por vir, ficariam inseguros, temerosos, pois se Ele, Jesus, o escolhido por Deus, tinha sido incompreendido, o que iria acontecer com eles, seus seguidores?
Certamente, naquele momento, todos iriam se sentir fracos e desamparados.
Necessitava, pois, encorajá-los não somente com palavras, mas com o seu imenso amor, prevenindo-os das dificuldades pelas quais iriam passar após a Sua partida.
Na verdade Jesus estava anunciando sacrifícios e sofrimentos, não somente para eles, mas para todos que estivessem dispostos a seguir Seus ensinamentos.
Entretanto, deixava claro que apesar das dificuldades nunca estariam sós; jamais lhes faltaria o amparo, a consolação, suplicando ao Pai que os santificasse na condição humana.
Anunciava sacrifícios e sofrimentos, mas nunca estariam órfãos.
Seriam convocados a interrogatórios humilhantes, contudo, não lhes faltaria inspiração.
Seguiriam atribulados, mas não angustiados; perseguidos, mas nunca desamparados.
Receberiam golpes e decepções, mas não lhes seriam negadas a esperança e o conforto.
Sofreriam flagelos no mundo, no entanto, suas dores abasteceriam os celeiros da graça e da consolação dos aflitos.
O Senhor não prometeu aos companheiros senão continuado esforço contra as sombras até a vitória final do bem.
Por isso, o discípulo do Evangelho não deve esperar repouso quando o Mestre continua absorvido no espírito de serviço.
Sua vida e obra são as mais comentadas dentre todas as que já passaram pela civilização através dos tempos.
Na Terra, foi demonstração sublime de amor puro e desinteressado que se deu a conhecer.
O Ser Divino, o filho mais próximo de Deus, revestiu-se do corpo da matéria por amor e viveu entre os encarnados cumprindo com sabedoria a missão para a qual veio ao mundo físico.
Vivendo em uma época em que predominava a ignorância em forma de sombra individual e colectiva, qual ocorre nestes dias, embora em menor escala, Jesus cindiu o lado escuro da sociedade e das criaturas, iluminando as consciências com a proposta de libertação pelo conhecimento da verdade e integração nos postulados soberanos do amor.
Incompreendido, assediado pela astúcia e perversidade, perseguido, jamais se deixou vencer ou descuidar-se do objectivo para o qual veio, conseguindo perturbar os adversários inclementes com respostas sóbrias e lúcidas calcadas no reino de Deus cujas fronteiras se ampliavam, agasalhando todos os seres humanos sedentos de justiça, famintos de paz, carentes de amor.
Jesus pregou, orou e curou.
Incansável em Suas demonstrações de fé revelou a vida futura, respeitando e compreendendo o grau de adiantamento dos povos, no dever sagrado de desvendar o véu que encobria a verdade.
Mas, devido a esse adiantamento ser ainda pequeno naquela época, poucos o compreenderam e, ainda hoje, muitos não conseguem assimilar Suas palavras para não ter de reformular seu coração para o bem e aceitar o próximo como legítimo irmão.
O Mestre, no campo supremo das últimas horas terrestres, mostrava-se absoluto senhor de si, ensinando-nos a sublime identificação com os propósitos de Deus como o mais avançado recurso de domínio próprio.
Sabendo de tudo o que iria acontecer, que era chegada a Sua hora, apossou-se D’Ele um desejo ardente de estar com o Pai.
Suas palavras se tornavam cada vez mais doces e ternas.
Seu semblante resplandecia como jamais os discípulos o tinham visto.
A claridade brilhante que o transfigurava irradiava-se à sua volta.
Os discípulos observavam fascinados o Mestre, atentos para não deixar escapar nenhuma de suas palavras.
Contudo, ainda não conseguiam entender a verdadeira dimensão do que estava acontecendo.
Sentiam que Jesus lhes falava de Sua pátria de luz e que queria transmitir-lhes algo que pudesse enriquecer suas pobres vidas.
Nenhum deles ousava interrompê-lo.
Então, num magnífico elo de amor intercede por Si, por eles e por nós.
Ele sabia que diante dos acontecimentos que estavam por vir, ficariam inseguros, temerosos, pois se Ele, Jesus, o escolhido por Deus, tinha sido incompreendido, o que iria acontecer com eles, seus seguidores?
Certamente, naquele momento, todos iriam se sentir fracos e desamparados.
Necessitava, pois, encorajá-los não somente com palavras, mas com o seu imenso amor, prevenindo-os das dificuldades pelas quais iriam passar após a Sua partida.
Na verdade Jesus estava anunciando sacrifícios e sofrimentos, não somente para eles, mas para todos que estivessem dispostos a seguir Seus ensinamentos.
Entretanto, deixava claro que apesar das dificuldades nunca estariam sós; jamais lhes faltaria o amparo, a consolação, suplicando ao Pai que os santificasse na condição humana.
Anunciava sacrifícios e sofrimentos, mas nunca estariam órfãos.
Seriam convocados a interrogatórios humilhantes, contudo, não lhes faltaria inspiração.
Seguiriam atribulados, mas não angustiados; perseguidos, mas nunca desamparados.
Receberiam golpes e decepções, mas não lhes seriam negadas a esperança e o conforto.
Sofreriam flagelos no mundo, no entanto, suas dores abasteceriam os celeiros da graça e da consolação dos aflitos.
O Senhor não prometeu aos companheiros senão continuado esforço contra as sombras até a vitória final do bem.
Por isso, o discípulo do Evangelho não deve esperar repouso quando o Mestre continua absorvido no espírito de serviço.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS II
Ele não veio nos livrar das faltas, mas ensinar-nos o caminho para superá-las.
Não veio tomar sobre seus ombros os encargos de nossas transgressões, mas indicar-nos por meio das palavras edificantes dos Evangelhos como aprimorar nossas qualidades e aproximar-nos da perfeição possível.
É impossível aguardar em Cristo um doador de vida fácil.
Ninguém se aproxime dele sem o desejo sincero de aprender a melhorar-se.
Se o Cristianismo é esperança sublime, amor celeste e fé restauradora, é também sacrifício e aperfeiçoamento incessante.
De nada vale partirmos do planeta se ainda nossos males não foram exterminados convenientemente.
Podemos trocar de residência, mas a mudança é quase nada se nossas feridas nos acompanharem.
Somos discípulos de Jesus e sabemos que todo aquele que serve o Senhor será forte candidato a habitar mundos melhores.
Muitas são as moradas do Pai e um dia poderemos fazer parte delas.
Mundos melhores a esperar por nós, mas, para que possamos habitá-los, teremos que passar por transformações e nenhuma delas ocorrerá sem sacrifícios e com alguns momentos de desajustes.
Depois do Sermão do Cenáculo, os apóstolos ficaram encarregados de preparar as gerações, ainda que houvesse muito a ser dito.
O Espírito da Verdade ficaria encarregado dessa missão e os benfeitores invisíveis estariam sempre com todos que quisessem receber os ensinamentos.
E é por isso que a Doutrina Espírita, na condição de Evangelho Redivivo, traça orientação clara e segura que nos traz esperança e consolo e, principalmente, a nos guiar, educando nossos sentimentos de solidariedade, fraternidade, para que sejamos um, em sintonia com os desígnios do Supremo Senhor.
Tantos séculos após a morte do Cristo, legiões de Espíritos permanecem ensinando aos seus irmãos da Terra a Lei de progresso, realizando a promessa de Jesus, restaurando a Sua doutrina.
O Espiritismo dá-nos a chave do Evangelho, trazendo moral superior definitiva, espalhando a verdade sobre os povos para que ninguém a possa destruir.
Não é mais um homem, não é mais um grupo de apóstolos que se encarrega de fazê-la conhecida da humanidade.
As vozes dos Espíritos proclamam-na sobre todos os pontos do mundo.
Assim, a moral espírita edifica-se sobre os testemunhos de milhões de almas em todos os lugares, através dos médiuns que vêm revelar a vida além-túmulo, desvendando suas sensações, alegrias e dor.
Quando a mediunidade avança com o Evangelho, harmonizando-se com ele na plenitude do seu ideal, abre-se então como uma flor que vai despertando, transformando, perfumando onde quer que esteja, educando suas forças, disciplinando todos os impulsos na ordem divina de amar.
No Evangelho de Mateus, capítulo dez, versículo trinta e oito, Jesus nos diz:
“E quem não tomar a sua cruz, e não seguir após mim, não é digno de mim”.
Seguir os passos do Mestre requer renúncia, dedicação, entrega e esforço.
Assim sendo, cada um de nós deve estar ciente da sua tarefa no mundo, tomando a sua cruz, carregando-a com amor incondicional, para que dessa maneira possamos superar os desafios, renovando-nos espiritualmente.
Nenhum de nós procure destaque injustificável.
Na dirceção ou na subalternidade, basta-nos o privilégio de cumprir o dever que a vida nos assinala, discernindo e elucidando, auxiliando e amparando sempre.
O coração, motor da vida, trabalha oculto, e Deus que é para nós o Anónimo Divino palpita em cada ser sem jamais individualizar-se na luz do bem.
Bibliografia:
HENRIQUES, Sonia Tozzi – ditado pelo Espírito Luiz Ricardo – Sob a luz do Evangelho – Editora Panorama – São Paulo / SP - 2002 – página 9.
DENIS, Léon – Depois da Morte – 28ª edição – Editora FEB – Brasília /DF – 2008 – páginas 240 e 314.
§.§.§- Ave sem Ninho
Não veio tomar sobre seus ombros os encargos de nossas transgressões, mas indicar-nos por meio das palavras edificantes dos Evangelhos como aprimorar nossas qualidades e aproximar-nos da perfeição possível.
É impossível aguardar em Cristo um doador de vida fácil.
Ninguém se aproxime dele sem o desejo sincero de aprender a melhorar-se.
Se o Cristianismo é esperança sublime, amor celeste e fé restauradora, é também sacrifício e aperfeiçoamento incessante.
De nada vale partirmos do planeta se ainda nossos males não foram exterminados convenientemente.
Podemos trocar de residência, mas a mudança é quase nada se nossas feridas nos acompanharem.
Somos discípulos de Jesus e sabemos que todo aquele que serve o Senhor será forte candidato a habitar mundos melhores.
Muitas são as moradas do Pai e um dia poderemos fazer parte delas.
Mundos melhores a esperar por nós, mas, para que possamos habitá-los, teremos que passar por transformações e nenhuma delas ocorrerá sem sacrifícios e com alguns momentos de desajustes.
Depois do Sermão do Cenáculo, os apóstolos ficaram encarregados de preparar as gerações, ainda que houvesse muito a ser dito.
O Espírito da Verdade ficaria encarregado dessa missão e os benfeitores invisíveis estariam sempre com todos que quisessem receber os ensinamentos.
E é por isso que a Doutrina Espírita, na condição de Evangelho Redivivo, traça orientação clara e segura que nos traz esperança e consolo e, principalmente, a nos guiar, educando nossos sentimentos de solidariedade, fraternidade, para que sejamos um, em sintonia com os desígnios do Supremo Senhor.
Tantos séculos após a morte do Cristo, legiões de Espíritos permanecem ensinando aos seus irmãos da Terra a Lei de progresso, realizando a promessa de Jesus, restaurando a Sua doutrina.
O Espiritismo dá-nos a chave do Evangelho, trazendo moral superior definitiva, espalhando a verdade sobre os povos para que ninguém a possa destruir.
Não é mais um homem, não é mais um grupo de apóstolos que se encarrega de fazê-la conhecida da humanidade.
As vozes dos Espíritos proclamam-na sobre todos os pontos do mundo.
Assim, a moral espírita edifica-se sobre os testemunhos de milhões de almas em todos os lugares, através dos médiuns que vêm revelar a vida além-túmulo, desvendando suas sensações, alegrias e dor.
Quando a mediunidade avança com o Evangelho, harmonizando-se com ele na plenitude do seu ideal, abre-se então como uma flor que vai despertando, transformando, perfumando onde quer que esteja, educando suas forças, disciplinando todos os impulsos na ordem divina de amar.
No Evangelho de Mateus, capítulo dez, versículo trinta e oito, Jesus nos diz:
“E quem não tomar a sua cruz, e não seguir após mim, não é digno de mim”.
Seguir os passos do Mestre requer renúncia, dedicação, entrega e esforço.
Assim sendo, cada um de nós deve estar ciente da sua tarefa no mundo, tomando a sua cruz, carregando-a com amor incondicional, para que dessa maneira possamos superar os desafios, renovando-nos espiritualmente.
Nenhum de nós procure destaque injustificável.
Na dirceção ou na subalternidade, basta-nos o privilégio de cumprir o dever que a vida nos assinala, discernindo e elucidando, auxiliando e amparando sempre.
O coração, motor da vida, trabalha oculto, e Deus que é para nós o Anónimo Divino palpita em cada ser sem jamais individualizar-se na luz do bem.
Bibliografia:
HENRIQUES, Sonia Tozzi – ditado pelo Espírito Luiz Ricardo – Sob a luz do Evangelho – Editora Panorama – São Paulo / SP - 2002 – página 9.
DENIS, Léon – Depois da Morte – 28ª edição – Editora FEB – Brasília /DF – 2008 – páginas 240 e 314.
§.§.§- Ave sem Ninho
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Unificação: uma reflexão
Quem quiser ser o maior, que seja o menor entre os servos. (Jesus)
Em todos os tempos da evolução da humanidade, o homem para melhor viver e alcançar seus objectivos necessitou de seus semelhantes; verificou através do ensaio e das experiências, meios de como alcançar o sucesso nos seus projectos; percebeu que o auxílio do outro e sua colaboração tornavam mais fácil a vida e a convivência.
No entanto, antes que esta aglomeração de pessoas diferentes venha a se constituir um grupo unido e cooperativo, o sentimento de fraternidade deveria embasar as atitudes, para tal, a liberdade de pensamentos e de opiniões surgiria como ponto de partida para a convivência saudável.
“A união é a força soberana que baixa a Terra, a fraternidade é a simpatia da união...;
Precisais ser unidos para serdes fortes e serdes fortes para fundar uma instituição que não repousa senão sobre a verdade, tornada tão tocante e admirável, tão simples e tão sublime...”
Allan Kardec [1]
Para obter tal unidade de pensamento, foi preciso entender que divergir em ideias, não representa desunião, e sim, com indulgência e solidariedade, compreender que são através das divergências que se aprimoram as ideias, e é através de opiniões individuais que se conclui a ideia principal, sendo que união fortalecida entre pessoas, é convergir no interesse e no bem de todos.
“União, desse modo, para nós, não significa imposição do recurso interpretativo, mas, acima de tudo, entendimento mútuo de nossas necessidades, com o serviço da cooperação actuante, a partir do respeito que devemos uns aos outros.”.
Emmanuel[2]
Verificamos que o apelo dos grandes emissários do alto, começando por Jesus, chegando aos dias de hoje por Bezerra de Menezes e outros - só será possível se a União estiver instalada no seio de um grupo de pessoas; entre eles deve imperar respeito, consideração, companheirismo, confiança e honestidade.
“Sem caridade não há salvação – sem fraternidade não pode haver União.”
Allan Kardec[3]
A Doutrina Espírita, neste momento decisivo de evolução da Terra possui, em grande parte, adeptos conscientes dos conhecimentos já adquiridos.
Em contrapartida, os vícios morais ainda presentes são significativos, mas deverão ceder lugar em beneficio da ideia de União e Unificação do Espiritismo, evitando desta forma, que estas imperfeições venham a interferir nos objectivos do movimento espírita, produzindo interpretações desalinhadas com a Doutrina.
O poder, o ter, a disputa, a imposição de ideias e directrizes materialistas e sofistas, constituem-se entraves infelizes e danosos do processo evolutivo da Unificação; muitas vezes passam desapercebidos, sem análise, e corroem os sentimentos dos mais simples.
Em decorrência dos diversos níveis de consciência, o entendimento dos objectivos unificadores, nem sempre são compreendidos pelos espíritas engajados nas instituições, onde na maioria vemos a triste imposição de ideias individualizadas e disciplinadoras... “...não nos é lícito impor a proposta espírita libertadora ou não nos compete violentar consciência alguma”[4], correndo o risco de cercear acções nobres, com o objectivo de obter resultados positivos, dizendo-se assim, com um entendimento equivocado, estar cumprindo a ideia de Unificação.
Companheiros “...que se elegeram ou foram eleitos lideres por si mesmos, ...vêm-se desviando dos conteúdos insofismáveis da Doutrina Espírita
... A presunção e a soberba elegem delineamento e condutas que recordam aqueles formulados pelos antigos sacerdotes, e que ora pretendem se encarreguem de definir os rumos que devem ser tomados pelo movimento...
Apegam-se ao poder, como se fossem insubstituíveis... ...ameaçam a unidade do corpo doutrinário, olvidando-se daqueles que não possuem títulos terrestres, mas que são, pobres de espírito, simples e puros de coração, em elitismo injustificável.
Escasseiam o amor, a compaixão e a caridade. Críticas sórdidas, perseguições públicas, malquerenças grassam...” [5]
Assim a Unificação só será concretizada, se a união dos diversos grupos de pessoas, tenham por base virtudes indispensáveis que atendam ao colectivo, e o bem de todos.
Conforme Allan Kardec “um dos maiores obstáculos capazes de retardar a propagação da Doutrina seria a falta de unidade"[6] e que “somente do conjunto e da comparação de todos os resultados parciais podiam resultar a Unidade.”[7]
Em todos os tempos da evolução da humanidade, o homem para melhor viver e alcançar seus objectivos necessitou de seus semelhantes; verificou através do ensaio e das experiências, meios de como alcançar o sucesso nos seus projectos; percebeu que o auxílio do outro e sua colaboração tornavam mais fácil a vida e a convivência.
No entanto, antes que esta aglomeração de pessoas diferentes venha a se constituir um grupo unido e cooperativo, o sentimento de fraternidade deveria embasar as atitudes, para tal, a liberdade de pensamentos e de opiniões surgiria como ponto de partida para a convivência saudável.
“A união é a força soberana que baixa a Terra, a fraternidade é a simpatia da união...;
Precisais ser unidos para serdes fortes e serdes fortes para fundar uma instituição que não repousa senão sobre a verdade, tornada tão tocante e admirável, tão simples e tão sublime...”
Allan Kardec [1]
Para obter tal unidade de pensamento, foi preciso entender que divergir em ideias, não representa desunião, e sim, com indulgência e solidariedade, compreender que são através das divergências que se aprimoram as ideias, e é através de opiniões individuais que se conclui a ideia principal, sendo que união fortalecida entre pessoas, é convergir no interesse e no bem de todos.
“União, desse modo, para nós, não significa imposição do recurso interpretativo, mas, acima de tudo, entendimento mútuo de nossas necessidades, com o serviço da cooperação actuante, a partir do respeito que devemos uns aos outros.”.
Emmanuel[2]
Verificamos que o apelo dos grandes emissários do alto, começando por Jesus, chegando aos dias de hoje por Bezerra de Menezes e outros - só será possível se a União estiver instalada no seio de um grupo de pessoas; entre eles deve imperar respeito, consideração, companheirismo, confiança e honestidade.
“Sem caridade não há salvação – sem fraternidade não pode haver União.”
Allan Kardec[3]
A Doutrina Espírita, neste momento decisivo de evolução da Terra possui, em grande parte, adeptos conscientes dos conhecimentos já adquiridos.
Em contrapartida, os vícios morais ainda presentes são significativos, mas deverão ceder lugar em beneficio da ideia de União e Unificação do Espiritismo, evitando desta forma, que estas imperfeições venham a interferir nos objectivos do movimento espírita, produzindo interpretações desalinhadas com a Doutrina.
O poder, o ter, a disputa, a imposição de ideias e directrizes materialistas e sofistas, constituem-se entraves infelizes e danosos do processo evolutivo da Unificação; muitas vezes passam desapercebidos, sem análise, e corroem os sentimentos dos mais simples.
Em decorrência dos diversos níveis de consciência, o entendimento dos objectivos unificadores, nem sempre são compreendidos pelos espíritas engajados nas instituições, onde na maioria vemos a triste imposição de ideias individualizadas e disciplinadoras... “...não nos é lícito impor a proposta espírita libertadora ou não nos compete violentar consciência alguma”[4], correndo o risco de cercear acções nobres, com o objectivo de obter resultados positivos, dizendo-se assim, com um entendimento equivocado, estar cumprindo a ideia de Unificação.
Companheiros “...que se elegeram ou foram eleitos lideres por si mesmos, ...vêm-se desviando dos conteúdos insofismáveis da Doutrina Espírita
... A presunção e a soberba elegem delineamento e condutas que recordam aqueles formulados pelos antigos sacerdotes, e que ora pretendem se encarreguem de definir os rumos que devem ser tomados pelo movimento...
Apegam-se ao poder, como se fossem insubstituíveis... ...ameaçam a unidade do corpo doutrinário, olvidando-se daqueles que não possuem títulos terrestres, mas que são, pobres de espírito, simples e puros de coração, em elitismo injustificável.
Escasseiam o amor, a compaixão e a caridade. Críticas sórdidas, perseguições públicas, malquerenças grassam...” [5]
Assim a Unificação só será concretizada, se a união dos diversos grupos de pessoas, tenham por base virtudes indispensáveis que atendam ao colectivo, e o bem de todos.
Conforme Allan Kardec “um dos maiores obstáculos capazes de retardar a propagação da Doutrina seria a falta de unidade"[6] e que “somente do conjunto e da comparação de todos os resultados parciais podiam resultar a Unidade.”[7]
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Re: ARTIGOS DIVERSOS II
Lembremos que o Codificador alerta que, para que houvesse a homogeneidade na Unidade de ideias seria preciso a existência de grupos distintos, mas com os mesmos ideais.
“...a União dos Grupos, Centros ou Sociedades Espíritas que, preservando a sua autonomia e liberdade de acção, conjugam esforços e somam experiências, objectivando o mesmo fim."
Kardec reafirmando a importância de vivenciar a doutrina espírita em todas as instâncias da vida, indica o caminho da fraternidade para superar os entraves e construir a união e a unificação espírita:
“... os centros que se acharem penetrados do verdadeiro espírito do Espiritismo deverão estender as mãos uns aos outros, fraternalmente, e unir-se para combater os inimigos comuns: a incredulidade e o fanatismo.”[8]
Para que possam se desenvencilhar das ideias equivocados e distorcidas, aos que professam os ideais da Codificação, Bezerra de Menezes[9] ensina que “- É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec, ...sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios” , corrigindo posturas, tendo o entendimento e a compreensão do que é difundido, estando harmónico com as directrizes de Unificação de Kardec.
Estamos na Nova Era e neste momento “...essa adesão, comprovando a unidade dos princípios, será, além do mais, o laço que unirá os adeptos numa grande família, sem distinção de nacionalidades, sob o império de uma mesma fé, de uma comunhão de pensamentos, de modos de ver e de aspirações. ” (Kardec, Allan)[10]
Conclusão - Assim atendendo à programação evolutiva de nossa Terra, auxiliando com o esforço auto-iluminativo, já consciente da Filosofia Espírita, razão e amor, Jesus e Kardec, sentindo-nos trabalhadores da Última Hora, com o dever de difundir a Doutrina Espírita – Consolador Prometido – faculta-nos procurar manter a Unidade e a Unificação Doutrinária.
Para tal, todos os trabalhadores da Seara do Mestre devem ter em mente a necessidade de acolher, e entender o outro em seus diferentes pensares.
Que as ideias não sejam impeditivos da fraternidade e do amor que deve vigir em nossas células espíritas, bem como no nosso movimento.
Que seja o nosso pensamento Unir em um mesmo objectivo, abdicando a postura do “eu” e multiplicar o “nosso”, para que a prática da “fraternidade”, seja a principal virtude, elo fortalecedor da sociedade.
Se esta “virtude” não estiver implantada entre os espíritas, seguidores dos ensinamentos de Jesus, a ideia de União e de Unificação da Doutrina Espírita, será uma simples ideia utópica.
Nesta perspectiva a unificação dos espíritas deve se concretizar pela fraternidade, indo além do patamar das ideias e do conhecimento, mas principalmente pela vivência do amor incondicional.
“... temos que lograr a Unificação, mas essa Unificação dependerá muito da nossa União de uns com os outros como pessoas que somos.
Se não formos capazes de nos tolerar uns aos outros, as Instituições que dirigimos não se vincularão uma às outras, por que as instituições, de alguma forma, são as pessoas que as dirige...” [11]
“Quem quiser ser o maior, que seja o menor entre os servos”. (Jesus)
[1] Allan Kardec/ Allan Kardec/ Revista Espírita, Número 11, nov. 1862, pag. 474
[2] Reunião pública de 7/10/60, Questão nº 334 (Seara dos Médiuns, 73, FCXavier, edição FEB)
[3] Kardec, Allan – A Prece Segundo o Evangelho, pag. 11 a 23 - FEB
[4] MENEZES, Bezerra (Mensagem recebida pelo médium Francisco Candido Xavier em reunião da Comunhão Espírita Cristã, em 0/4/1963-Uberaba-MG). Revista Reformador, FEB/ Ano 93, n° 1761. Rio de Janeiro Dezembro/1975, pág. 275
[5] Carvalho, Vianna de – Divaldo Franco, Espiritismo e Vida-Cap. 11
[6] (Kardec, Obras Póstumas, Projeto 1868)
[7] Kardec, Allan - Obras Póstumas Comissão Central – Item IV: o permanente fortalecimento e aprimoramento das suas atividades e do Movimento Espírita em geral. (CEI - Conselho Espírita Internacional)
[8] Kardec, Allan - Obras Póstumas – Constituição do Espiritismo – Item VI pág. 438. Ed. FEB: Rio de Janeiro/ RJ 2005.
[9] FRANCO, Divaldo P. Mensagem de Bezerra de Menezes, - “Unificação”, R. Ref. dez/1975-ago/2001
[10] Kardec, Allan - Obras Póstumas – Constituição do Espiritismo – Item VIII, pág. 444 Ed. FEB: Rio de Janeiro/ RJ 2005.
[11] Encontro com Divaldo Franco – Reformador- Revista de Espiritismo Cristão. Maio, 2005 n° 2114-A Anexo III.
Nota da Redacção:
Este artigo foi elaborado por Paulo Salerno e seus companheiros do Grupo de Estudo da Doutrina Espírita-GEDE, da Sociedade Espírita Luz, Paz e Caridade, de Porto Alegre (RS).
§.§.§- Ave sem Ninho
“...a União dos Grupos, Centros ou Sociedades Espíritas que, preservando a sua autonomia e liberdade de acção, conjugam esforços e somam experiências, objectivando o mesmo fim."
Kardec reafirmando a importância de vivenciar a doutrina espírita em todas as instâncias da vida, indica o caminho da fraternidade para superar os entraves e construir a união e a unificação espírita:
“... os centros que se acharem penetrados do verdadeiro espírito do Espiritismo deverão estender as mãos uns aos outros, fraternalmente, e unir-se para combater os inimigos comuns: a incredulidade e o fanatismo.”[8]
Para que possam se desenvencilhar das ideias equivocados e distorcidas, aos que professam os ideais da Codificação, Bezerra de Menezes[9] ensina que “- É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec, ...sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios” , corrigindo posturas, tendo o entendimento e a compreensão do que é difundido, estando harmónico com as directrizes de Unificação de Kardec.
Estamos na Nova Era e neste momento “...essa adesão, comprovando a unidade dos princípios, será, além do mais, o laço que unirá os adeptos numa grande família, sem distinção de nacionalidades, sob o império de uma mesma fé, de uma comunhão de pensamentos, de modos de ver e de aspirações. ” (Kardec, Allan)[10]
Conclusão - Assim atendendo à programação evolutiva de nossa Terra, auxiliando com o esforço auto-iluminativo, já consciente da Filosofia Espírita, razão e amor, Jesus e Kardec, sentindo-nos trabalhadores da Última Hora, com o dever de difundir a Doutrina Espírita – Consolador Prometido – faculta-nos procurar manter a Unidade e a Unificação Doutrinária.
Para tal, todos os trabalhadores da Seara do Mestre devem ter em mente a necessidade de acolher, e entender o outro em seus diferentes pensares.
Que as ideias não sejam impeditivos da fraternidade e do amor que deve vigir em nossas células espíritas, bem como no nosso movimento.
Que seja o nosso pensamento Unir em um mesmo objectivo, abdicando a postura do “eu” e multiplicar o “nosso”, para que a prática da “fraternidade”, seja a principal virtude, elo fortalecedor da sociedade.
Se esta “virtude” não estiver implantada entre os espíritas, seguidores dos ensinamentos de Jesus, a ideia de União e de Unificação da Doutrina Espírita, será uma simples ideia utópica.
Nesta perspectiva a unificação dos espíritas deve se concretizar pela fraternidade, indo além do patamar das ideias e do conhecimento, mas principalmente pela vivência do amor incondicional.
“... temos que lograr a Unificação, mas essa Unificação dependerá muito da nossa União de uns com os outros como pessoas que somos.
Se não formos capazes de nos tolerar uns aos outros, as Instituições que dirigimos não se vincularão uma às outras, por que as instituições, de alguma forma, são as pessoas que as dirige...” [11]
“Quem quiser ser o maior, que seja o menor entre os servos”. (Jesus)
[1] Allan Kardec/ Allan Kardec/ Revista Espírita, Número 11, nov. 1862, pag. 474
[2] Reunião pública de 7/10/60, Questão nº 334 (Seara dos Médiuns, 73, FCXavier, edição FEB)
[3] Kardec, Allan – A Prece Segundo o Evangelho, pag. 11 a 23 - FEB
[4] MENEZES, Bezerra (Mensagem recebida pelo médium Francisco Candido Xavier em reunião da Comunhão Espírita Cristã, em 0/4/1963-Uberaba-MG). Revista Reformador, FEB/ Ano 93, n° 1761. Rio de Janeiro Dezembro/1975, pág. 275
[5] Carvalho, Vianna de – Divaldo Franco, Espiritismo e Vida-Cap. 11
[6] (Kardec, Obras Póstumas, Projeto 1868)
[7] Kardec, Allan - Obras Póstumas Comissão Central – Item IV: o permanente fortalecimento e aprimoramento das suas atividades e do Movimento Espírita em geral. (CEI - Conselho Espírita Internacional)
[8] Kardec, Allan - Obras Póstumas – Constituição do Espiritismo – Item VI pág. 438. Ed. FEB: Rio de Janeiro/ RJ 2005.
[9] FRANCO, Divaldo P. Mensagem de Bezerra de Menezes, - “Unificação”, R. Ref. dez/1975-ago/2001
[10] Kardec, Allan - Obras Póstumas – Constituição do Espiritismo – Item VIII, pág. 444 Ed. FEB: Rio de Janeiro/ RJ 2005.
[11] Encontro com Divaldo Franco – Reformador- Revista de Espiritismo Cristão. Maio, 2005 n° 2114-A Anexo III.
Nota da Redacção:
Este artigo foi elaborado por Paulo Salerno e seus companheiros do Grupo de Estudo da Doutrina Espírita-GEDE, da Sociedade Espírita Luz, Paz e Caridade, de Porto Alegre (RS).
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Reflexões sobre a busca pela fé
“E, com toda a certeza eu vos asseguro, que se qualquer pessoa ordenar a este monte: Levanta-te e lança-te no mar, e não houver dúvida em seu coração, mas crer que se realizará o que pede, assim lhe será feito.”
(Marcos, 11:23.)
Em nossa condição de enclausurados no vale sombrio das próprias dívidas, não nos detenhamos na forma exterior do ensinamento do Mestre, e sim, apliquemos a sua beleza ao nosso próprio mundo interno.
Encontramos na fé a força que nasce da própria alma, a certeza instintiva na sabedoria de Deus palpitando em nós, vibrando em todas as coisas, transformando-a em instrumento de renovação do nosso caminho, utilizando-a na obra paciente do amor e construindo nova senda a elevar-nos para os cimos da vida.
Nela recuperamos a força que irradia como energia operante e, por isso, conseguiremos remover as montanhas das dificuldades, aplainando as arestas dos conflitos e minando as resistências que se opõem à marcha do progresso.
Para que possamos movimentá-la no plano exterior, é imprescindível possuí-la mesmo que, na diminuta proporção de uma semente de mostarda, tenhamos de lavrar a terra seca e empedrada do nosso mundo interior, para ambientar em nosso coração essa planta divina.
Jesus, o meigo Rabi, em Seu ensinamento, toma a semente minúscula da mostarda para nos dizer que sem reconhecimento de nossa própria pequenez à frente do eterno amor e da sabedoria, não conseguiremos juntar o tesouro do entendimento e da confiança que a fé consolida em si mesma.
Assim, é necessário alterarmos a paisagem da nossa vida íntima, para que a fé viva nasça e se desenvolva em nossos destinos, para não sermos vítimas das serpentes traiçoeiras e vermes daninhos que ameaçam a sementeira da elevação por todos os lados, tentando sufocar os pequenos impulsos no bem.
Disse o Mestre:
“Se tiverdes a fé do tamanho de um grão de mostarda, podereis transportar montanhas.” (Mateus, 17: 20.).
Deste modo, aproveitemos a luta e as dificuldades que a experiência nos oferece a cada dia, habilitando-nos a converter as sombras de nossa animalidade em divina luz da espiritualidade, para a ascensão à vida imortal.
O aviso do “Siga-me” é indiscutível.
Entretanto, oscilamos em matéria de fé por não Lhe acatarmos o conselho.
Buscamos Jesus em cultos, sinagogas, templos...
No entanto, é em nós, em nosso templo íntimo, que precisamos encontrá-lo.
Mesmo quando amargurados nos embaraços da existência, é necessário relembrarmos da mensagem dEle:
“Quem quiser caminhar nos Meus passos, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.” (Mateus, 16: 24).
De acordo com O Evangelho segundo o Espiritismo, no capítulo XIX, Item 8, Allan Kardec esclarece:
“a fé necessita de uma base, que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer e, para crer, não basta ver, é preciso, sobretudo, compreender”.
Podemos, então, perceber que a fé sincera é contagiosa, enquanto que a fé aparente apenas usa palavras que deixam o frio e a indiferença quem as ouve.
Na actualidade dolorosa que vivenciamos, invocamos a cooperação do Cristo e o socorro sempre vem, porque Sua misericórdia é infinita e, assim, vencida a dificuldade, encontramos a oportunidade de fortalecer a fé, pois novos obstáculos virão para o nosso crescimento.
E será através desses desafios que poderemos nos educar, permanecendo confiantes, sustentando a fé, a esperança e a caridade, porque a esperança reside em um coração que crê e confia em Jesus e a caridade somente poderá ser praticada quando tivermos o verdadeiro sentimento de amor ao próximo, formando assim, uma trindade inseparável.
Em vista disso, se tivermos fé e com ela buscarmos ultrapassar as dificuldades, triunfaremos, porque o amor coopera com ela para demolir barreiras, destruir domínios, aniquilar empecilhos e retirar obstáculos.
A missão de Jesus foi reviver nos corações esse sentimento, para que as almas cheguem às alturas do amor de Deus, alcancem o tesouro da fraternidade.
No livro O Consolador, o benfeitor espiritual Emmanuel elucida na pergunta 354:
“ter fé, é aguardar no coração a luminosa certeza em Deus, certeza que ultrapassa o âmbito da crença religiosa, fazendo o coração repousar numa energia constante de realização divina da personalidade.
Conseguir a fé é alcançar a possibilidade de não mais dizer “eu creio”, mas afirmar “eu sei”, com todos os valores da razão tocados pela luz do sentimento... traduzindo a certeza na assistência de Deus, exprimindo a confiança que sabe enfrentar todas as lutas e problemas, com a luz Divina no coração, significando a humildade redentora que edifica no íntimo do Espírito a disposição sincera do discípulo, relativamente ao “faça-se no escravo a vontade do Senhor.”
Que nossos corações, no solo das experiências da Terra, possam copiar-lhe o impulso da simplicidade e serviço, e a nossa existência será testemunho claro da grandeza Divina, cuja sublimidade passaremos a reflectir com a humildade viva do grão de mostarda que, atirado à solidão da terra, saberá vencer, desabrochar, florir e cooperar na extensão da glória de Deus.
Fé não é privilégio de alguns, mas, dom precioso concedido a todos pelo Pai.
Bibliografia:
SCHUTEL, Cairbar – Parábolas e Ensinos de Jesus – 13ª edição – Matão /SP –Editora O Clarim- 1993 – Fé e Amor.
RIBEIRO, Cesar Saulo - coordenação – O Evangelho por Emmanuel Segundo Lucas – 1ª edição – Brasília/DF – Editora FEB – 2015 – páginas 94 e 104.
Ribeiro, Cesar Saulo – coordenação – O Evangelho por Emmanuel Segundo Mateus – 1ª edição – Brasília/DF – Editora FEB – 2016 – páginas 426 e 428.
§.§.§- Ave sem Ninho
(Marcos, 11:23.)
Em nossa condição de enclausurados no vale sombrio das próprias dívidas, não nos detenhamos na forma exterior do ensinamento do Mestre, e sim, apliquemos a sua beleza ao nosso próprio mundo interno.
Encontramos na fé a força que nasce da própria alma, a certeza instintiva na sabedoria de Deus palpitando em nós, vibrando em todas as coisas, transformando-a em instrumento de renovação do nosso caminho, utilizando-a na obra paciente do amor e construindo nova senda a elevar-nos para os cimos da vida.
Nela recuperamos a força que irradia como energia operante e, por isso, conseguiremos remover as montanhas das dificuldades, aplainando as arestas dos conflitos e minando as resistências que se opõem à marcha do progresso.
Para que possamos movimentá-la no plano exterior, é imprescindível possuí-la mesmo que, na diminuta proporção de uma semente de mostarda, tenhamos de lavrar a terra seca e empedrada do nosso mundo interior, para ambientar em nosso coração essa planta divina.
Jesus, o meigo Rabi, em Seu ensinamento, toma a semente minúscula da mostarda para nos dizer que sem reconhecimento de nossa própria pequenez à frente do eterno amor e da sabedoria, não conseguiremos juntar o tesouro do entendimento e da confiança que a fé consolida em si mesma.
Assim, é necessário alterarmos a paisagem da nossa vida íntima, para que a fé viva nasça e se desenvolva em nossos destinos, para não sermos vítimas das serpentes traiçoeiras e vermes daninhos que ameaçam a sementeira da elevação por todos os lados, tentando sufocar os pequenos impulsos no bem.
Disse o Mestre:
“Se tiverdes a fé do tamanho de um grão de mostarda, podereis transportar montanhas.” (Mateus, 17: 20.).
Deste modo, aproveitemos a luta e as dificuldades que a experiência nos oferece a cada dia, habilitando-nos a converter as sombras de nossa animalidade em divina luz da espiritualidade, para a ascensão à vida imortal.
O aviso do “Siga-me” é indiscutível.
Entretanto, oscilamos em matéria de fé por não Lhe acatarmos o conselho.
Buscamos Jesus em cultos, sinagogas, templos...
No entanto, é em nós, em nosso templo íntimo, que precisamos encontrá-lo.
Mesmo quando amargurados nos embaraços da existência, é necessário relembrarmos da mensagem dEle:
“Quem quiser caminhar nos Meus passos, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.” (Mateus, 16: 24).
De acordo com O Evangelho segundo o Espiritismo, no capítulo XIX, Item 8, Allan Kardec esclarece:
“a fé necessita de uma base, que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer e, para crer, não basta ver, é preciso, sobretudo, compreender”.
Podemos, então, perceber que a fé sincera é contagiosa, enquanto que a fé aparente apenas usa palavras que deixam o frio e a indiferença quem as ouve.
Na actualidade dolorosa que vivenciamos, invocamos a cooperação do Cristo e o socorro sempre vem, porque Sua misericórdia é infinita e, assim, vencida a dificuldade, encontramos a oportunidade de fortalecer a fé, pois novos obstáculos virão para o nosso crescimento.
E será através desses desafios que poderemos nos educar, permanecendo confiantes, sustentando a fé, a esperança e a caridade, porque a esperança reside em um coração que crê e confia em Jesus e a caridade somente poderá ser praticada quando tivermos o verdadeiro sentimento de amor ao próximo, formando assim, uma trindade inseparável.
Em vista disso, se tivermos fé e com ela buscarmos ultrapassar as dificuldades, triunfaremos, porque o amor coopera com ela para demolir barreiras, destruir domínios, aniquilar empecilhos e retirar obstáculos.
A missão de Jesus foi reviver nos corações esse sentimento, para que as almas cheguem às alturas do amor de Deus, alcancem o tesouro da fraternidade.
No livro O Consolador, o benfeitor espiritual Emmanuel elucida na pergunta 354:
“ter fé, é aguardar no coração a luminosa certeza em Deus, certeza que ultrapassa o âmbito da crença religiosa, fazendo o coração repousar numa energia constante de realização divina da personalidade.
Conseguir a fé é alcançar a possibilidade de não mais dizer “eu creio”, mas afirmar “eu sei”, com todos os valores da razão tocados pela luz do sentimento... traduzindo a certeza na assistência de Deus, exprimindo a confiança que sabe enfrentar todas as lutas e problemas, com a luz Divina no coração, significando a humildade redentora que edifica no íntimo do Espírito a disposição sincera do discípulo, relativamente ao “faça-se no escravo a vontade do Senhor.”
Que nossos corações, no solo das experiências da Terra, possam copiar-lhe o impulso da simplicidade e serviço, e a nossa existência será testemunho claro da grandeza Divina, cuja sublimidade passaremos a reflectir com a humildade viva do grão de mostarda que, atirado à solidão da terra, saberá vencer, desabrochar, florir e cooperar na extensão da glória de Deus.
Fé não é privilégio de alguns, mas, dom precioso concedido a todos pelo Pai.
Bibliografia:
SCHUTEL, Cairbar – Parábolas e Ensinos de Jesus – 13ª edição – Matão /SP –Editora O Clarim- 1993 – Fé e Amor.
RIBEIRO, Cesar Saulo - coordenação – O Evangelho por Emmanuel Segundo Lucas – 1ª edição – Brasília/DF – Editora FEB – 2015 – páginas 94 e 104.
Ribeiro, Cesar Saulo – coordenação – O Evangelho por Emmanuel Segundo Mateus – 1ª edição – Brasília/DF – Editora FEB – 2016 – páginas 426 e 428.
§.§.§- Ave sem Ninho
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A OBSESSÃO
- Relato de casos tratados num centro espírita, as influenciações de parte de espíritos inferiores, os meios de cura. -
A conselho de orientadores experimentados, o agrupamento a que Alexandre emprestava preciosa colaboração reunia-se, em noites previamente determinadas, para atender aos casos de obsessão.
Era necessário reduzir, tanto quanto possível, a heterogeneidade vibratória do ambiente, o que compelia a direcção da casa a limitar o número de encarnados nos serviços de benefício espiritual.
Semelhante capítulo de nossas actividades impressionava-me fortemente, razão por que, depois de obter a permissão de Alexandre para acompanhá-lo ao trabalho, interroguei-o com a curiosidade de sempre:
– Todo obsidiado é um médium, na acepção legítima do termo?
O instrutor sorriu e considerou:
– Médiuns, meu amigo, inclusive nós outros, os desencarnados, todos o somos, em vista de sermos intermediários do bem que procede de mais alto, quando nos elevamos, ou portadores do mal, colhido nas zonas inferiores, quando caímos em desequilíbrio.
O obsidiado, porém, acima de médium de energias perturbadas, é quase sempre um enfermo, representando uma legião de doentes invisíveis ao olhar humano.
Por isto mesmo, constitui, em todas as circunstâncias, um caso especial, exigindo muita atenção, prudência e carinho.
Lembrando as conversações ouvidas entre os companheiros encarnados, cooperadores assíduos do esforço de Alexandre e outros instrutores, acrescentei:
– Pelo que me diz, compreendo as dificuldades que envolvem os problemas alusivos à cura; entretanto, recordo-me do optimismo com que nossos amigos comentam a posição dos obsidiados que serão trazidos a tratamento...
O generoso mentor fixou um sorriso paternal e observou:
– Eles, por enquanto, não podem ver senão o ato presente do drama multissecular de cada um.
Não ponderam que obsidiado e obsessor são duas almas a chegarem de muito longe, extremamente ligadas nas perturbações que lhes são peculiares.
Nossos irmãos na carne procedem acertadamente entregando-se ao trabalho com alegria, porque de todo esforço nobre resulta um bem que fica indestrutível na esfera espiritual; no entanto, deveriam ser comedidos nas promessas de melhoras imediatas, no campo físico, e, de modo algum, deveriam formular julgamento prematuro em cada caso, porquanto é muito difícil identificar a verdadeira vítima com a visão circunscrita do corpo terrestre.
Depois de pequena pausa, continuou:
– Também observei o exagerado optimismo dos companheiros, vendo que alguns deles, mais levianos, chegavam a fazer promessas formais de cura às famílias dos enfermos.
Claro que serão enormes os benefícios a serem colhidos pelos doentes; todavia, se devemos estimar o bom ânimo, cumpre-nos desaprovar o entusiasmo desequilibrado e sem rumo.
– Já conhece todos os casos? – indaguei.
– Todos – respondeu Alexandre, sem hesitar.
Dos cinco que constituirão o motivo da próxima reunião, apenas uma jovem revela possibilidades de melhoras mais ou menos rápidas.
Os demais comparecerão simplesmente para socorro, evitando agravo nas provas necessárias.
Considerando muito interessante a menção especial que se fazia, perguntei:
– Gozará a jovem de protecção diferente?
O instrutor sorriu e esclareceu:
– Não se trata de protecção, mas de esforço próprio.
O obsidiado, além de enfermo, representante de outros enfermos, quase sempre é também uma criatura repleta de torturantes problemas espirituais.
Se lhe falta vontade firme para a auto-educação, para a disciplina de si mesma, é quase certo que prolongará sua condição dolorosa além da morte.
Que acontece a um homem indiferente ao governo do próprio lar?
Indubitavelmente será assediado por mil e uma questões, no curso de cada dia, e acabará vencido, convertendo-se em joguete das circunstâncias.
A conselho de orientadores experimentados, o agrupamento a que Alexandre emprestava preciosa colaboração reunia-se, em noites previamente determinadas, para atender aos casos de obsessão.
Era necessário reduzir, tanto quanto possível, a heterogeneidade vibratória do ambiente, o que compelia a direcção da casa a limitar o número de encarnados nos serviços de benefício espiritual.
Semelhante capítulo de nossas actividades impressionava-me fortemente, razão por que, depois de obter a permissão de Alexandre para acompanhá-lo ao trabalho, interroguei-o com a curiosidade de sempre:
– Todo obsidiado é um médium, na acepção legítima do termo?
O instrutor sorriu e considerou:
– Médiuns, meu amigo, inclusive nós outros, os desencarnados, todos o somos, em vista de sermos intermediários do bem que procede de mais alto, quando nos elevamos, ou portadores do mal, colhido nas zonas inferiores, quando caímos em desequilíbrio.
O obsidiado, porém, acima de médium de energias perturbadas, é quase sempre um enfermo, representando uma legião de doentes invisíveis ao olhar humano.
Por isto mesmo, constitui, em todas as circunstâncias, um caso especial, exigindo muita atenção, prudência e carinho.
Lembrando as conversações ouvidas entre os companheiros encarnados, cooperadores assíduos do esforço de Alexandre e outros instrutores, acrescentei:
– Pelo que me diz, compreendo as dificuldades que envolvem os problemas alusivos à cura; entretanto, recordo-me do optimismo com que nossos amigos comentam a posição dos obsidiados que serão trazidos a tratamento...
O generoso mentor fixou um sorriso paternal e observou:
– Eles, por enquanto, não podem ver senão o ato presente do drama multissecular de cada um.
Não ponderam que obsidiado e obsessor são duas almas a chegarem de muito longe, extremamente ligadas nas perturbações que lhes são peculiares.
Nossos irmãos na carne procedem acertadamente entregando-se ao trabalho com alegria, porque de todo esforço nobre resulta um bem que fica indestrutível na esfera espiritual; no entanto, deveriam ser comedidos nas promessas de melhoras imediatas, no campo físico, e, de modo algum, deveriam formular julgamento prematuro em cada caso, porquanto é muito difícil identificar a verdadeira vítima com a visão circunscrita do corpo terrestre.
Depois de pequena pausa, continuou:
– Também observei o exagerado optimismo dos companheiros, vendo que alguns deles, mais levianos, chegavam a fazer promessas formais de cura às famílias dos enfermos.
Claro que serão enormes os benefícios a serem colhidos pelos doentes; todavia, se devemos estimar o bom ânimo, cumpre-nos desaprovar o entusiasmo desequilibrado e sem rumo.
– Já conhece todos os casos? – indaguei.
– Todos – respondeu Alexandre, sem hesitar.
Dos cinco que constituirão o motivo da próxima reunião, apenas uma jovem revela possibilidades de melhoras mais ou menos rápidas.
Os demais comparecerão simplesmente para socorro, evitando agravo nas provas necessárias.
Considerando muito interessante a menção especial que se fazia, perguntei:
– Gozará a jovem de protecção diferente?
O instrutor sorriu e esclareceu:
– Não se trata de protecção, mas de esforço próprio.
O obsidiado, além de enfermo, representante de outros enfermos, quase sempre é também uma criatura repleta de torturantes problemas espirituais.
Se lhe falta vontade firme para a auto-educação, para a disciplina de si mesma, é quase certo que prolongará sua condição dolorosa além da morte.
Que acontece a um homem indiferente ao governo do próprio lar?
Indubitavelmente será assediado por mil e uma questões, no curso de cada dia, e acabará vencido, convertendo-se em joguete das circunstâncias.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS II
Imagine agora que esse homem indiferente esteja cercado de inimigos que ele mesmo criou, adversários que lhe espreitam os menores gestos, tomados de sinistros propósitos, na maioria das vezes...
Se não desperta para as realidades da situação, empunhando as armas da resistência e valendo-se do auxílio exterior que lhe é prestado pelos amigos, é razoável que permaneça esmagado.
Esta, a definição da maior percentagem dos casos espirituais de que estamos tratando.
Não representa, porém, a característica exclusiva das obsessões de ordem geral.
Existem igualmente os processos laboriosos de resgate, em que, depois de afastados os elementos da perturbação e da sombra, perseveram as situações expiatórias.
Em todos os acontecimentos dessa espécie, porém, não se pode prescindir da adesão dos interessados directos na cura.
Se o obsidiado está satisfeito na posição de desequilíbrio, há que esperar o término de sua cegueira, a redução da rebeldia que lhe é própria ou o afastamento da ignorância que lhe oculta a compreensão da verdade.
Ante obstáculos dessa natureza, embora sejamos chamados com fervor por aqueles que amam particularmente os enfermos, nada podemos fazer, senão semear o bem para a colheita do futuro, sem qualquer expectativa de proveito imediato.
O instrutor imprimiu ligeiro intervalo à conversação, e, porque visse minha necessidade de esclarecimento, prosseguiu:
– A jovem a que me referi está procurando a restauração das forças psíquicas, por si mesma; tem lutado incessantemente contra as investidas de entidades malignas, mobilizando todos os recursos de que dispõe no campo da prece, do auto-domínio, da meditação.
Não está esperando o milagre da cura sem esforço e, não obstante terrivelmente perseguida por seres inferiores, vem aproveitando toda espécie de ajuda que os amigos de nosso plano projectam em seu círculo pessoal.
A diferença, pois, entre ela e os outros, é a de que, empregando as próprias energias, entrará, embora vagarosamente, em contacto com a nossa corrente auxiliadora, ao passo que os demais continuarão, ao que tudo faz crer, na impassibilidade dos que abandonam voluntariamente a luta edificante.
Compreendi a elucidação e esperei a noite de socorro aos obsidiados, como Alexandre designava esse género de serviço.
Não decorreram muitos dias e, em companhia do instrutor, penetrei, sumamente interessado, O conhecido recinto.
O pessoal estava agora reduzido.
Em redor da mesa, reuniam–se tão somente dois médiuns, seis irmãos experimentados no conhecimento e prática de problemas espirituais e os obsidiados em tratamento.
Os enfermos, em número de cinco, apresentavam características especiais.
Dois deles, uma senhora relativamente jovem e um cavalheiro maduro, demonstravam enorme agitação; dois outros, ambos moços e irmãos pelo sangue, pareciam completamente imbecilizados, e, por último, observamos a jovem a que Alexandre se referira, que se controlava com esforço, ante o assédio de que era vítima.
As entidades inferiores que rodeavam os doentes compareciam em grande número.
Nenhuma delas nos registava a presença, em virtude do baixo padrão vibratório em que se mantinham, mas se sentiam à vontade, no contacto com os companheiros encarnados.
Permutavam impressões, entre si, com grande interesse, e através das conversações deixavam perceber seus terríveis projectos de ataque e vingança.
Seguia-lhes atentamente a movimentação, quando fui surpreendido com a chegada de dois amigos de nosso plano, para os quais olharam os obsessores, com certo receio.
– São nossos intérpretes junto das entidades perseguidoras – exclamou Alexandre, elucidando-me.
– Em virtude da condição em que se encontram, podem ser percebidos por elas e manter estreita ligação connosco, ao mesmo tempo.
Se não desperta para as realidades da situação, empunhando as armas da resistência e valendo-se do auxílio exterior que lhe é prestado pelos amigos, é razoável que permaneça esmagado.
Esta, a definição da maior percentagem dos casos espirituais de que estamos tratando.
Não representa, porém, a característica exclusiva das obsessões de ordem geral.
Existem igualmente os processos laboriosos de resgate, em que, depois de afastados os elementos da perturbação e da sombra, perseveram as situações expiatórias.
Em todos os acontecimentos dessa espécie, porém, não se pode prescindir da adesão dos interessados directos na cura.
Se o obsidiado está satisfeito na posição de desequilíbrio, há que esperar o término de sua cegueira, a redução da rebeldia que lhe é própria ou o afastamento da ignorância que lhe oculta a compreensão da verdade.
Ante obstáculos dessa natureza, embora sejamos chamados com fervor por aqueles que amam particularmente os enfermos, nada podemos fazer, senão semear o bem para a colheita do futuro, sem qualquer expectativa de proveito imediato.
O instrutor imprimiu ligeiro intervalo à conversação, e, porque visse minha necessidade de esclarecimento, prosseguiu:
– A jovem a que me referi está procurando a restauração das forças psíquicas, por si mesma; tem lutado incessantemente contra as investidas de entidades malignas, mobilizando todos os recursos de que dispõe no campo da prece, do auto-domínio, da meditação.
Não está esperando o milagre da cura sem esforço e, não obstante terrivelmente perseguida por seres inferiores, vem aproveitando toda espécie de ajuda que os amigos de nosso plano projectam em seu círculo pessoal.
A diferença, pois, entre ela e os outros, é a de que, empregando as próprias energias, entrará, embora vagarosamente, em contacto com a nossa corrente auxiliadora, ao passo que os demais continuarão, ao que tudo faz crer, na impassibilidade dos que abandonam voluntariamente a luta edificante.
Compreendi a elucidação e esperei a noite de socorro aos obsidiados, como Alexandre designava esse género de serviço.
Não decorreram muitos dias e, em companhia do instrutor, penetrei, sumamente interessado, O conhecido recinto.
O pessoal estava agora reduzido.
Em redor da mesa, reuniam–se tão somente dois médiuns, seis irmãos experimentados no conhecimento e prática de problemas espirituais e os obsidiados em tratamento.
Os enfermos, em número de cinco, apresentavam características especiais.
Dois deles, uma senhora relativamente jovem e um cavalheiro maduro, demonstravam enorme agitação; dois outros, ambos moços e irmãos pelo sangue, pareciam completamente imbecilizados, e, por último, observamos a jovem a que Alexandre se referira, que se controlava com esforço, ante o assédio de que era vítima.
As entidades inferiores que rodeavam os doentes compareciam em grande número.
Nenhuma delas nos registava a presença, em virtude do baixo padrão vibratório em que se mantinham, mas se sentiam à vontade, no contacto com os companheiros encarnados.
Permutavam impressões, entre si, com grande interesse, e através das conversações deixavam perceber seus terríveis projectos de ataque e vingança.
Seguia-lhes atentamente a movimentação, quando fui surpreendido com a chegada de dois amigos de nosso plano, para os quais olharam os obsessores, com certo receio.
– São nossos intérpretes junto das entidades perseguidoras – exclamou Alexandre, elucidando-me.
– Em virtude da condição em que se encontram, podem ser percebidos por elas e manter estreita ligação connosco, ao mesmo tempo.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS II
Assinalando a serenidade com que sorriam para nós, sem partilharem de entendimento directo com os instrutores de nossa esfera, ali presentes, ouvi o meu orientador explicar:
– Já se encontram de posse das instruções precisas aos trabalhos da noite.
As criaturas desencarnadas, que se congregavam ali em dolorosa perturbação, rectificaram, de algum modo, a linguagem que lhes era própria, ao avistarem os dois missionários.
Verifiquei, pela modificação havida, que ambos eram já conhecidos de todas.
Um dos obsessores, evidentemente cruel, falou em tom discreto a um dos companheiros.
– Estão chegando os pregadores.
Oxalá não nos venham com maiores exigências.
– Não sei o que desejam estes ministros – respondeu o interlocutor, algo irónico –, porque, afinal de contas, conselho e água dão-se a quem pede.
– Parece-me que convidaram os da mesa a cansar-nos até ao esquecimento de nossos propósitos de fazer justiça pelas próprias mãos.
– Palavras o vento leva – aduziu o outro.
A essa altura, os novos amigos entravam em palestra com as entidades da sombra.
Um deles dirigiu-se a uma senhora desencarnada, em tristes condições, que se ligava a um dos obsidiados em posição de idiotia, e falou-lhe, bondoso:
– Com que então, minha irmã parece melhorada, mais forte! Ainda bem!
Ela explodiu em crise de pranto.
Todavia, prosseguiu o missionário, sem qualquer inquietude:
– Acalme-se!
A vingança agrava os crimes cometidos.
Para restabelecer a felicidade perdida, minha amiga, é necessário esquecer todo o mal.
Enquanto abrigar pensamentos de Ódio, não poderá atingir as melhoras que deseja.
A cólera perseverante constitui estado permanente de destruição.
Não conseguirá articular os elementos da paz íntima, até que perdoe de coração.
– É quase impossível – respondeu a interpelada –, este homem afrontou meu ideal de mulher, lançou-me à corrupção, escarneceu de minha sorte, transformou-me o destino em corrente de males.
Não será justo que pague agora?
Não apregoam que o Pai é justo?
Eu não vejo, porém, o Pai e preciso fazer justiça, usando minhas próprias forças.
E, porque o doutrinador desencarnado a fitasse, compadecido, murmurou:
– E se fosse o senhor a mulher?
Ponha-se no meu caso e pense como procederia.
Prontificar-se-ia a desculpar os malvados que lhe atiraram lama ao coração?
Cerraria as portas da memória, a ponto de anestesiar os mais belos sentimentos do carácter?
Não acredito.
O senhor reagiria como estou reagindo.
Há condições para perdoar.
E as condições que eu imponho, na qualidade de vítima, são as de que o meu verdugo experimente também o sarcasmo da sorte.
Ele infelicitou-me e voltou ao mundo.
Preparou-se para uma vida regalada de considerações sociais.
Titulou-se para conquistar a estima alheia.
E o que me deve?
Também eu, noutro tempo, não era digna de respeito geral?
Não me candidatara a uma existência laboriosa e honesta, com o firme propósito de servir a Deus?
Acompanhava a discussão com forte interesse, admirando o individualismo que caracteriza cada criatura, ainda mesmo além da morte do corpo.
– Já se encontram de posse das instruções precisas aos trabalhos da noite.
As criaturas desencarnadas, que se congregavam ali em dolorosa perturbação, rectificaram, de algum modo, a linguagem que lhes era própria, ao avistarem os dois missionários.
Verifiquei, pela modificação havida, que ambos eram já conhecidos de todas.
Um dos obsessores, evidentemente cruel, falou em tom discreto a um dos companheiros.
– Estão chegando os pregadores.
Oxalá não nos venham com maiores exigências.
– Não sei o que desejam estes ministros – respondeu o interlocutor, algo irónico –, porque, afinal de contas, conselho e água dão-se a quem pede.
– Parece-me que convidaram os da mesa a cansar-nos até ao esquecimento de nossos propósitos de fazer justiça pelas próprias mãos.
– Palavras o vento leva – aduziu o outro.
A essa altura, os novos amigos entravam em palestra com as entidades da sombra.
Um deles dirigiu-se a uma senhora desencarnada, em tristes condições, que se ligava a um dos obsidiados em posição de idiotia, e falou-lhe, bondoso:
– Com que então, minha irmã parece melhorada, mais forte! Ainda bem!
Ela explodiu em crise de pranto.
Todavia, prosseguiu o missionário, sem qualquer inquietude:
– Acalme-se!
A vingança agrava os crimes cometidos.
Para restabelecer a felicidade perdida, minha amiga, é necessário esquecer todo o mal.
Enquanto abrigar pensamentos de Ódio, não poderá atingir as melhoras que deseja.
A cólera perseverante constitui estado permanente de destruição.
Não conseguirá articular os elementos da paz íntima, até que perdoe de coração.
– É quase impossível – respondeu a interpelada –, este homem afrontou meu ideal de mulher, lançou-me à corrupção, escarneceu de minha sorte, transformou-me o destino em corrente de males.
Não será justo que pague agora?
Não apregoam que o Pai é justo?
Eu não vejo, porém, o Pai e preciso fazer justiça, usando minhas próprias forças.
E, porque o doutrinador desencarnado a fitasse, compadecido, murmurou:
– E se fosse o senhor a mulher?
Ponha-se no meu caso e pense como procederia.
Prontificar-se-ia a desculpar os malvados que lhe atiraram lama ao coração?
Cerraria as portas da memória, a ponto de anestesiar os mais belos sentimentos do carácter?
Não acredito.
O senhor reagiria como estou reagindo.
Há condições para perdoar.
E as condições que eu imponho, na qualidade de vítima, são as de que o meu verdugo experimente também o sarcasmo da sorte.
Ele infelicitou-me e voltou ao mundo.
Preparou-se para uma vida regalada de considerações sociais.
Titulou-se para conquistar a estima alheia.
E o que me deve?
Também eu, noutro tempo, não era digna de respeito geral?
Não me candidatara a uma existência laboriosa e honesta, com o firme propósito de servir a Deus?
Acompanhava a discussão com forte interesse, admirando o individualismo que caracteriza cada criatura, ainda mesmo além da morte do corpo.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS II
O intérprete de nossa esfera, contemplando-a, sem irritação, observou:
– Todas as suas considerações, minha amiga, são aparentemente muito respeitáveis.
Todavia, em todos os desastres que nos ocorram, devemos examinar serenamente a percentagem de nossa co-participação.
Apenas em situações raríssimas, poderíamos exibir, de facto, o título de vítimas.
Na maioria dos acontecimentos dessa natureza, porém, temos a nossa parte de culpa.
Não podemos evitar que a ave de rapina cruze os ares, sobre a nossa fronte, mas podemos impedir que faça ninho em nossa cabeça.
Nesse ponto, a interlocutora, parecendo melindrada, acentuou asperamente:
– Suas palavras são filhas da pregação religiosa, mas eu estou à procura da justiça... – e com riso irónico, terminava:
– Aliás, da justiça apregoada por Jesus.
O missionário não se exaltou ante o sarcasmo do gesto que acompanhou a observação ingrata e disse-lhe, bondoso:
– A justiça! Quantos crimes se praticam no mundo em seu nome!
Quantos homens e mulheres, que, em procurando fazer justiça sobre si mesmos, nada mais fazem que incentivar a tirania do “eu”?
Refere-se a irmã ao Divino Mestre.
Que espécie de justiça reclamou o Senhor para Ele, quando vergava sobre a cruz?
Nesse sentido, minha amiga, o Cristo nos deixou normas de que não deveremos esquecer.
O Mestre mantinha-se vigilante em todos os actos alusivos à justiça para os outros.
Defendeu os interesses espirituais da colectividade, até a suprema renunciação; entretanto, quando surgiu a ocasião do seu julgamento, guardou silêncio e conformação até ao fim.
Naturalmente não desejou o Mestre, com semelhante atitude, desconsiderar o serviço sagrado dos juízes rectos, no mundo carnal, mas preferiu adoptá-la, estabelecendo o padrão de prudência para todos os discípulos de seu Evangelho, nas mais diferentes situações.
Ao se tratar de interesses alheios, minha irmã, devemos ser rápidos na justificação legítima; entretanto, quando os assuntos difíceis e dolorosos nos envolvem o “eu”, convém moderar todos os impulsos de reivindicação.
Nem sempre a nossa visão incompleta nos deixa perceber a altura da divida que nos é própria.
E, na dúvida, é lícita a abstenção.
Acredita que Jesus tivesse algum débito para merecer a sentença condenatória?
Ele conhecia o crime que se praticava, possuía sólidas razões para reclamar o socorro das leis; no entanto, preferiu silenciar e passar, esperando-nos no campo da compreensão legítima.
É que o Mestre, acima do “olho por olho” das antigas disposições da lei, ensinou o “amai-vos uns aos outros”, praticando-o invariavelmente.
Confirmou a legalidade da justiça, mas proclamou a divindade do amor.
Demonstrou que será sempre heroísmo o acto de defender os que merecem, mas se absteve de fazer justiça a si mesmo, para que os aprendizes da sua doutrina estimassem a prudência humana e a fidelidade divina, nos problemas graves da personalidade, fugindo aos desvarios que as paixões do “eu” podem desencadear nos caminhos do mundo.
A interlocutora, em face da argumentação veemente e bela, emudeceu, fortemente impressionada.
E Alexandre, que seguia, também comovido, as explicações do intérprete, observou-me:
– O trabalho de esclarecimento espiritual, depois da morte, entre as criaturas, exige de nós outros muita atenção e carinho.
É preciso saber semear na “terra abandonada” dos corações desiludidos, que se afastam da Crosta sob tempestades de ódio e angústia desconhecida.
Diz o Livro Sagrado que no princípio era o Verbo...
Também aqui, diante do caos desolado dos Espíritos infelizes, é necessário utilizar o verbo no princípio da verdadeira iluminação.
Não podemos criar sem amor, e somente quando nos preparamos devidamente, edificaremos com êxito para a vida eterna.
– Todas as suas considerações, minha amiga, são aparentemente muito respeitáveis.
Todavia, em todos os desastres que nos ocorram, devemos examinar serenamente a percentagem de nossa co-participação.
Apenas em situações raríssimas, poderíamos exibir, de facto, o título de vítimas.
Na maioria dos acontecimentos dessa natureza, porém, temos a nossa parte de culpa.
Não podemos evitar que a ave de rapina cruze os ares, sobre a nossa fronte, mas podemos impedir que faça ninho em nossa cabeça.
Nesse ponto, a interlocutora, parecendo melindrada, acentuou asperamente:
– Suas palavras são filhas da pregação religiosa, mas eu estou à procura da justiça... – e com riso irónico, terminava:
– Aliás, da justiça apregoada por Jesus.
O missionário não se exaltou ante o sarcasmo do gesto que acompanhou a observação ingrata e disse-lhe, bondoso:
– A justiça! Quantos crimes se praticam no mundo em seu nome!
Quantos homens e mulheres, que, em procurando fazer justiça sobre si mesmos, nada mais fazem que incentivar a tirania do “eu”?
Refere-se a irmã ao Divino Mestre.
Que espécie de justiça reclamou o Senhor para Ele, quando vergava sobre a cruz?
Nesse sentido, minha amiga, o Cristo nos deixou normas de que não deveremos esquecer.
O Mestre mantinha-se vigilante em todos os actos alusivos à justiça para os outros.
Defendeu os interesses espirituais da colectividade, até a suprema renunciação; entretanto, quando surgiu a ocasião do seu julgamento, guardou silêncio e conformação até ao fim.
Naturalmente não desejou o Mestre, com semelhante atitude, desconsiderar o serviço sagrado dos juízes rectos, no mundo carnal, mas preferiu adoptá-la, estabelecendo o padrão de prudência para todos os discípulos de seu Evangelho, nas mais diferentes situações.
Ao se tratar de interesses alheios, minha irmã, devemos ser rápidos na justificação legítima; entretanto, quando os assuntos difíceis e dolorosos nos envolvem o “eu”, convém moderar todos os impulsos de reivindicação.
Nem sempre a nossa visão incompleta nos deixa perceber a altura da divida que nos é própria.
E, na dúvida, é lícita a abstenção.
Acredita que Jesus tivesse algum débito para merecer a sentença condenatória?
Ele conhecia o crime que se praticava, possuía sólidas razões para reclamar o socorro das leis; no entanto, preferiu silenciar e passar, esperando-nos no campo da compreensão legítima.
É que o Mestre, acima do “olho por olho” das antigas disposições da lei, ensinou o “amai-vos uns aos outros”, praticando-o invariavelmente.
Confirmou a legalidade da justiça, mas proclamou a divindade do amor.
Demonstrou que será sempre heroísmo o acto de defender os que merecem, mas se absteve de fazer justiça a si mesmo, para que os aprendizes da sua doutrina estimassem a prudência humana e a fidelidade divina, nos problemas graves da personalidade, fugindo aos desvarios que as paixões do “eu” podem desencadear nos caminhos do mundo.
A interlocutora, em face da argumentação veemente e bela, emudeceu, fortemente impressionada.
E Alexandre, que seguia, também comovido, as explicações do intérprete, observou-me:
– O trabalho de esclarecimento espiritual, depois da morte, entre as criaturas, exige de nós outros muita atenção e carinho.
É preciso saber semear na “terra abandonada” dos corações desiludidos, que se afastam da Crosta sob tempestades de ódio e angústia desconhecida.
Diz o Livro Sagrado que no princípio era o Verbo...
Também aqui, diante do caos desolado dos Espíritos infelizes, é necessário utilizar o verbo no princípio da verdadeira iluminação.
Não podemos criar sem amor, e somente quando nos preparamos devidamente, edificaremos com êxito para a vida eterna.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS II
Silenciando a entidade que fora criteriosamente advertida, passei a observar a senhora, ainda jovem, que se mostrava sob irritação forte, no recinto, preocupando os amigos encarnados.
Diversos perseguidores, invisíveis à perquirição terrestre, mantinham–se ao lado dela, impondo-lhe terríveis perturbações, mas de todos eles sobressaia um obsessor infeliz, de maneiras cruéis.
Colara-se-lhe ao corpo, em toda a sua extensão, dominando-lhe todos os centros de energia orgânica.
Identificava a luta da vítima, que buscava resistir, quase inutilmente.
Meu bondoso orientador percebeu-me a estranheza e explicou:
– Este, André, representa um caso de possessão completa.
E, dirigindo-se ao intérprete que argumentava momentos antes, recomendou-lhe estabelecer ligeiro diálogo com o perseguidor temível, para que eu ajuizasse quanto ao assunto.
Sentindo-se tocado pela destra carinhosa do nosso companheiro, o infortunado gritou:
– Não! Não! Não me venha ensinar o caminho do Céu!
Conheço minha situação e ninguém pode deter o meu braço vingador!...
– Não desejamos forçá-lo, meu irmão – acentuou o amigo com serenidade evangélica –, tranquilize-se!
Enquanto alimentar propósitos de vingança, será castigado por si mesmo.
Ninguém o molesta, senão a própria consciência; as algemas que o prendem à inquietude e à dor foram fabricadas pelas suas próprias mãos!
– Nunca! – bradou o desventurado – nunca! E ela?
O Fez acompanhar a pergunta de horrível expressão e continuou:
– O senhor que prega a virtude justifica a escravidão de homens livres?
Acredita no direito de construir senzalas para humilhar os filhos do mesmo Deus?
Esta mulher foi perversa para nós todos.
Além de meu esforço vingador, vibram de ódio outros corações que não a deixam descansar.
Persegui-la-emos onde for.
Esboçou um gesto sinistro e prosseguiu:
– Por simples capricho, ela vendeu minha esposa e meus filhos!
Não é justo que sofra até que mos restitua?
Será crível que Jesus, o Salvador por excelência, aplaudisse o cativeiro?
O nosso intérprete, muito calmo, obtemperou:
– O Mestre não aprovaria a escravidão; contudo, meu amigo, recomendou-nos o perdão recíproco, sem o qual nunca nos desenvencilharemos do cipoal de nossas faltas.
Qual de nós, antigos hóspedes da carne, conseguirá exibir um passado sem crimes?
Neste momento, seus olhos revelam a culpa de uma irmã infeliz.
Sua alma, entretanto, meu irmão, permanece desvairada pelo furacão da revolta.
Sua memória está consequentemente desequilibrada e ainda não pode reapossar-se das lembranças totais que lhe dizem respeito.
Não lhe sendo possível recordar o pretérito, com exactidão, não seria mais razoável esperar, em seu caso, pelo Justo Juiz?
Como julgar e executar alguém, pelas próprias mãos, se ainda não pode avaliar a extensão dos seus próprios débitos?
O revoltado parecia chocar-se ante os argumentos ouvidos, mas, longe de capitular em sua posição de perseguidor, respondeu asperamente:
– Para os mais fracos, suas observações serão valiosas.
Não para mim, porém, que conheço as subtilezas dos pregadores de sua esfera.
Não abandonarei meus propósitos.
Minha situação não se resolverá com simples palavras.
Nosso companheiro, compreendendo o endurecimento do antagonista e apiedando-se-lhe da ignorância, continuou, em tom fraterno:
– Não se trata de subtileza e sim de bom senso.
Diversos perseguidores, invisíveis à perquirição terrestre, mantinham–se ao lado dela, impondo-lhe terríveis perturbações, mas de todos eles sobressaia um obsessor infeliz, de maneiras cruéis.
Colara-se-lhe ao corpo, em toda a sua extensão, dominando-lhe todos os centros de energia orgânica.
Identificava a luta da vítima, que buscava resistir, quase inutilmente.
Meu bondoso orientador percebeu-me a estranheza e explicou:
– Este, André, representa um caso de possessão completa.
E, dirigindo-se ao intérprete que argumentava momentos antes, recomendou-lhe estabelecer ligeiro diálogo com o perseguidor temível, para que eu ajuizasse quanto ao assunto.
Sentindo-se tocado pela destra carinhosa do nosso companheiro, o infortunado gritou:
– Não! Não! Não me venha ensinar o caminho do Céu!
Conheço minha situação e ninguém pode deter o meu braço vingador!...
– Não desejamos forçá-lo, meu irmão – acentuou o amigo com serenidade evangélica –, tranquilize-se!
Enquanto alimentar propósitos de vingança, será castigado por si mesmo.
Ninguém o molesta, senão a própria consciência; as algemas que o prendem à inquietude e à dor foram fabricadas pelas suas próprias mãos!
– Nunca! – bradou o desventurado – nunca! E ela?
O Fez acompanhar a pergunta de horrível expressão e continuou:
– O senhor que prega a virtude justifica a escravidão de homens livres?
Acredita no direito de construir senzalas para humilhar os filhos do mesmo Deus?
Esta mulher foi perversa para nós todos.
Além de meu esforço vingador, vibram de ódio outros corações que não a deixam descansar.
Persegui-la-emos onde for.
Esboçou um gesto sinistro e prosseguiu:
– Por simples capricho, ela vendeu minha esposa e meus filhos!
Não é justo que sofra até que mos restitua?
Será crível que Jesus, o Salvador por excelência, aplaudisse o cativeiro?
O nosso intérprete, muito calmo, obtemperou:
– O Mestre não aprovaria a escravidão; contudo, meu amigo, recomendou-nos o perdão recíproco, sem o qual nunca nos desenvencilharemos do cipoal de nossas faltas.
Qual de nós, antigos hóspedes da carne, conseguirá exibir um passado sem crimes?
Neste momento, seus olhos revelam a culpa de uma irmã infeliz.
Sua alma, entretanto, meu irmão, permanece desvairada pelo furacão da revolta.
Sua memória está consequentemente desequilibrada e ainda não pode reapossar-se das lembranças totais que lhe dizem respeito.
Não lhe sendo possível recordar o pretérito, com exactidão, não seria mais razoável esperar, em seu caso, pelo Justo Juiz?
Como julgar e executar alguém, pelas próprias mãos, se ainda não pode avaliar a extensão dos seus próprios débitos?
O revoltado parecia chocar-se ante os argumentos ouvidos, mas, longe de capitular em sua posição de perseguidor, respondeu asperamente:
– Para os mais fracos, suas observações serão valiosas.
Não para mim, porém, que conheço as subtilezas dos pregadores de sua esfera.
Não abandonarei meus propósitos.
Minha situação não se resolverá com simples palavras.
Nosso companheiro, compreendendo o endurecimento do antagonista e apiedando-se-lhe da ignorância, continuou, em tom fraterno:
– Não se trata de subtileza e sim de bom senso.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS II
Aliás, não desejo retirar-lhe as razões de natureza individualista, mesmo porque vigorosos laços unem-lhe a influenciação à mente da vítima.
Entretanto, apelo para os sentimentos nobres que ainda vibram em seu coração, fazendo-lhe reconhecer que, sem as desculpas recíprocas, não liquidaremos nossos débitos.
Em geral, o credor exigente é cego para com os próprios compromissos.
A sua reclamação, na essência, deve ser legítima; no entanto, é estranhável o seu processo de cobrança, no qual não descubro qualquer vantagem, visto que suas actividades de vingador, além de aprofundar suas chagas íntimas, tornam-no antipático aos olhos de todos os companheiros.
Ferido talvez, mais fundamente, em sua vaidade, o obsessor calou-se, enquanto o intérprete se voltava para nós outros, indagando de meu orientador quanto à conveniência de ajudar-se magneticamente ao infeliz, a fim de que as reminiscências dele pudessem abranger alguns quadros do passado distante.
Alexandre, todavia, considerou:
– Não seria oportuno dilatar-lhe as lembranças.
Não conseguiria compreender.
Antes de maior auxílio ao seu entendimento, é necessário que sofra.
Aproveitando a pausa mais longa que se fizera entre todos, observei detidamente a pobre obsidiada.
Cercada de entidades agressivas, seu corpo tornara-se como que a habitação do perseguidor mais cruel.
Ele ocupava-lhe o organismo desde o crânio até os pés, impondo-lhe tremendas reacções em todos os centros de energia celular.
Fios tenuíssimos, mas vigorosos, uniam-nos ambos, e, ao passo que o obsessor nos apresentava Um quadro psicológico de satânica lucidez, a desventurada mulher mostrava aos colaboradores encarnados a imagem oposta, revelando angústia e inconsciência.
– “Salvem–me do demónio!
Salvem–me do demónio! – gritava sem cessar, comovendo os companheiros em torno da mesa humilde – Oh! Meu Deus, quando terminará meu suplicio?”
Olhos desmesuradamente abertos, como a fixar os inimigos invisíveis à observação comum, bradava angustiosamente, após ligeiros instantes de silêncio:
– “Chegaram todos do inferno!
Estão aqui! Estão aqui! Ai! Ai!”
Seus gemidos semelhavam–se a longos silvos estertorosos.
Atendendo-me à expectação, esclareceu o instrutor:
– Esta jovem senhora apresenta doloroso caso de possessão.
Desde a infância, era perseguida pelos adversários tenazes de outro tempo.
Na vida de solteira, porém, no ambiente de protecção dos pais, ela conseguiu, de algum modo, subtrair-se à integral influenciação dos inimigos persistentes, embora lhes sentisse a actuação de maneira menos perceptível.
Sobrevindo, no entanto, as responsabilidades do matrimónio, em que, na maioria das vezes, a mulher recebe maior quinhão de sacrifícios, não pôde mais resistir.
Logo após o nascimento do primeiro filhinho, caiu em prostração mais intensa, oferecendo oportunidade aos desalmados perseguidores e, desde então, experimenta penosas provas.
Ia expor novas questões que o assunto suscitava, mas o instrutor amigo fez-me ver que a reunião de auxílio, por parte dos encarnados, teria início naquele mesmo instante.
Precisávamos manter o concurso vigilante da fraternidade.
Observei, agradavelmente surpreendido, as emissões magnéticas dos que se reuniam ali, em tarefa de socorro, movidos pelo mais santo impulso de caridade redentora.
Nossos técnicos em cooperação avançada valiam–se do fluxo abundante de forças benéficas, improvisando admiráveis recursos de assistência, não só aos obsidiados, mas também aos infelizes perseguidores.
De todos os enfermos psíquicos, somente a jovem resoluta a que nos referimos conseguia aproveitar nosso auxílio cem por cento.
Entretanto, apelo para os sentimentos nobres que ainda vibram em seu coração, fazendo-lhe reconhecer que, sem as desculpas recíprocas, não liquidaremos nossos débitos.
Em geral, o credor exigente é cego para com os próprios compromissos.
A sua reclamação, na essência, deve ser legítima; no entanto, é estranhável o seu processo de cobrança, no qual não descubro qualquer vantagem, visto que suas actividades de vingador, além de aprofundar suas chagas íntimas, tornam-no antipático aos olhos de todos os companheiros.
Ferido talvez, mais fundamente, em sua vaidade, o obsessor calou-se, enquanto o intérprete se voltava para nós outros, indagando de meu orientador quanto à conveniência de ajudar-se magneticamente ao infeliz, a fim de que as reminiscências dele pudessem abranger alguns quadros do passado distante.
Alexandre, todavia, considerou:
– Não seria oportuno dilatar-lhe as lembranças.
Não conseguiria compreender.
Antes de maior auxílio ao seu entendimento, é necessário que sofra.
Aproveitando a pausa mais longa que se fizera entre todos, observei detidamente a pobre obsidiada.
Cercada de entidades agressivas, seu corpo tornara-se como que a habitação do perseguidor mais cruel.
Ele ocupava-lhe o organismo desde o crânio até os pés, impondo-lhe tremendas reacções em todos os centros de energia celular.
Fios tenuíssimos, mas vigorosos, uniam-nos ambos, e, ao passo que o obsessor nos apresentava Um quadro psicológico de satânica lucidez, a desventurada mulher mostrava aos colaboradores encarnados a imagem oposta, revelando angústia e inconsciência.
– “Salvem–me do demónio!
Salvem–me do demónio! – gritava sem cessar, comovendo os companheiros em torno da mesa humilde – Oh! Meu Deus, quando terminará meu suplicio?”
Olhos desmesuradamente abertos, como a fixar os inimigos invisíveis à observação comum, bradava angustiosamente, após ligeiros instantes de silêncio:
– “Chegaram todos do inferno!
Estão aqui! Estão aqui! Ai! Ai!”
Seus gemidos semelhavam–se a longos silvos estertorosos.
Atendendo-me à expectação, esclareceu o instrutor:
– Esta jovem senhora apresenta doloroso caso de possessão.
Desde a infância, era perseguida pelos adversários tenazes de outro tempo.
Na vida de solteira, porém, no ambiente de protecção dos pais, ela conseguiu, de algum modo, subtrair-se à integral influenciação dos inimigos persistentes, embora lhes sentisse a actuação de maneira menos perceptível.
Sobrevindo, no entanto, as responsabilidades do matrimónio, em que, na maioria das vezes, a mulher recebe maior quinhão de sacrifícios, não pôde mais resistir.
Logo após o nascimento do primeiro filhinho, caiu em prostração mais intensa, oferecendo oportunidade aos desalmados perseguidores e, desde então, experimenta penosas provas.
Ia expor novas questões que o assunto suscitava, mas o instrutor amigo fez-me ver que a reunião de auxílio, por parte dos encarnados, teria início naquele mesmo instante.
Precisávamos manter o concurso vigilante da fraternidade.
Observei, agradavelmente surpreendido, as emissões magnéticas dos que se reuniam ali, em tarefa de socorro, movidos pelo mais santo impulso de caridade redentora.
Nossos técnicos em cooperação avançada valiam–se do fluxo abundante de forças benéficas, improvisando admiráveis recursos de assistência, não só aos obsidiados, mas também aos infelizes perseguidores.
De todos os enfermos psíquicos, somente a jovem resoluta a que nos referimos conseguia aproveitar nosso auxílio cem por cento.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS II
Identificava-lhe o valoroso esforço para reagir contra o assédio dos perigosos elementos que a cercavam.
Envolvida na corrente de nossas vibrações fraternas, recuperara normalidade orgânica absoluta, embora em carácter temporário.
Sentia-se tranquila, quase feliz.
Apesar de manter-se em trabalho activo, Alexandre chamou-me a atenção, assinalando o facto.
– Esta irmã – disse o orientador – permanece, de facto, no caminho da cura.
Percebeu a tempo que a medicação, qualquer que seja, não é tudo no problema da necessária restauração do equilíbrio físico.
Já sabe que o socorro de nossa parte representa material que deve ser aproveitado pelo enfermo desejoso de restabelecer-se.
Por isso mesmo, desenvolve toda a sua capacidade de resistência, colaborando connosco no interesse próprio. Observe.
Efectivamente, sentindo-se amparada pela nossa extensa rede de vibrações protectoras, a jovem emitia vigoroso fluxo de energias mentais, expelindo todas as ideias malsãs que os desventurados obsessores lhe haviam depositado na mente, absorvendo, em seguida, os pensamentos regeneradores e construtivos que a nossa influenciação lhe oferecia.
Aprovando-me o minucioso exame com um gesto significativo, Alexandre tornou a dizer:
– Apenas o doente convertido voluntariamente em médico de si mesmo atinge a cura positiva.
No doloroso quadro das obsessões, o princípio é análogo.
Se a vítima capitula sem condições, ante o adversário, entrega-se-lhe totalmente e torna-se possessa, após transformar-se em autómato à mercê do perseguidor.
Se possuir vontade frágil e indecisa, habitua-se à persistente
actuação dos verdugos e vicia-se no circulo de irregularidades de muito difícil corrigenda, porquanto se converte, aos poucos, em polos de vigorosa atracção mental aos próprios algozes.
Em tais casos, nossas actividades de assistência estão quase circunscritas a meros trabalhos de socorro, objectivando resultados longínquos.
Quando encontramos, porém, o enfermo interessado na própria cura, valendo-se de nossos recursos para aplicá-los à edificação interna, então podemos prever triunfos imediatos.
Calando-se o instrutor, prossegui observando os serviços que se desenrolavam no recinto.
O doutrinador encarnado, companheiro de grande e bela sinceridade, era o centro dum quadro singular.
Seu tórax convertera-se num foco irradiante, e cada palavra que lhe saía dos lábios semelhava-se a um jacto de luz alcançando directamente o alvo, fosse ele os ouvidos perturbados dos enfermos ou o coração dos perseguidores cruéis.
Suas palavras eram, com efeito, de uma simplicidade encantadora, mas a substância sentimental de cada uma assombrava pela sublimidade, elevação e beleza.
Reparando-me a estupefacção, Alexandre veio em meu socorro, esclarecendo:
– Estamos aqui numa escola espiritual.
O doutrinador humano encarrega-se de transmitir as lições.
Você pode registar, porém, que, para ensinar com êxito, não basta conhecer as matérias do aprendizado e ministrá-las.
Antes de tudo, é preciso senti-las e viver-lhes a substancialidade no coração.
O homem que apregoa o bem deve praticá-lo, se não deseja que as suas palavras sejam carregadas pelo vento, como simples eco dum tambor vazio.
O companheiro que ensina a virtude, vivendo-lhe as grandezas em si mesmo, tem o verbo carregado de magnetismo positivo, estabelecendo edificações espirituais nas almas que o ouvem.
Sem essa característica, a doutrinação, quase sempre, é vã.
Vendo o quadro expressivo, analisado pelos esclarecimentos do instrutor, compreendi que o contágio pelo exemplo não constitui fenómeno puramente ideológico, mas, sim, que é um fato cientifico nas manifestações magnético-mentais.
Com excepção da pobre irmã, que se encontrava possessa, os demais obsidiados, naqueles momentos, ficavam livres da influência directa dos perseguidores; entretanto, menos a jovem que reagia valorosamente, os outros apresentavam singular inquietude, ansiosos de se reunirem de novo ao campo de atracção dos algozes.
Envolvida na corrente de nossas vibrações fraternas, recuperara normalidade orgânica absoluta, embora em carácter temporário.
Sentia-se tranquila, quase feliz.
Apesar de manter-se em trabalho activo, Alexandre chamou-me a atenção, assinalando o facto.
– Esta irmã – disse o orientador – permanece, de facto, no caminho da cura.
Percebeu a tempo que a medicação, qualquer que seja, não é tudo no problema da necessária restauração do equilíbrio físico.
Já sabe que o socorro de nossa parte representa material que deve ser aproveitado pelo enfermo desejoso de restabelecer-se.
Por isso mesmo, desenvolve toda a sua capacidade de resistência, colaborando connosco no interesse próprio. Observe.
Efectivamente, sentindo-se amparada pela nossa extensa rede de vibrações protectoras, a jovem emitia vigoroso fluxo de energias mentais, expelindo todas as ideias malsãs que os desventurados obsessores lhe haviam depositado na mente, absorvendo, em seguida, os pensamentos regeneradores e construtivos que a nossa influenciação lhe oferecia.
Aprovando-me o minucioso exame com um gesto significativo, Alexandre tornou a dizer:
– Apenas o doente convertido voluntariamente em médico de si mesmo atinge a cura positiva.
No doloroso quadro das obsessões, o princípio é análogo.
Se a vítima capitula sem condições, ante o adversário, entrega-se-lhe totalmente e torna-se possessa, após transformar-se em autómato à mercê do perseguidor.
Se possuir vontade frágil e indecisa, habitua-se à persistente
actuação dos verdugos e vicia-se no circulo de irregularidades de muito difícil corrigenda, porquanto se converte, aos poucos, em polos de vigorosa atracção mental aos próprios algozes.
Em tais casos, nossas actividades de assistência estão quase circunscritas a meros trabalhos de socorro, objectivando resultados longínquos.
Quando encontramos, porém, o enfermo interessado na própria cura, valendo-se de nossos recursos para aplicá-los à edificação interna, então podemos prever triunfos imediatos.
Calando-se o instrutor, prossegui observando os serviços que se desenrolavam no recinto.
O doutrinador encarnado, companheiro de grande e bela sinceridade, era o centro dum quadro singular.
Seu tórax convertera-se num foco irradiante, e cada palavra que lhe saía dos lábios semelhava-se a um jacto de luz alcançando directamente o alvo, fosse ele os ouvidos perturbados dos enfermos ou o coração dos perseguidores cruéis.
Suas palavras eram, com efeito, de uma simplicidade encantadora, mas a substância sentimental de cada uma assombrava pela sublimidade, elevação e beleza.
Reparando-me a estupefacção, Alexandre veio em meu socorro, esclarecendo:
– Estamos aqui numa escola espiritual.
O doutrinador humano encarrega-se de transmitir as lições.
Você pode registar, porém, que, para ensinar com êxito, não basta conhecer as matérias do aprendizado e ministrá-las.
Antes de tudo, é preciso senti-las e viver-lhes a substancialidade no coração.
O homem que apregoa o bem deve praticá-lo, se não deseja que as suas palavras sejam carregadas pelo vento, como simples eco dum tambor vazio.
O companheiro que ensina a virtude, vivendo-lhe as grandezas em si mesmo, tem o verbo carregado de magnetismo positivo, estabelecendo edificações espirituais nas almas que o ouvem.
Sem essa característica, a doutrinação, quase sempre, é vã.
Vendo o quadro expressivo, analisado pelos esclarecimentos do instrutor, compreendi que o contágio pelo exemplo não constitui fenómeno puramente ideológico, mas, sim, que é um fato cientifico nas manifestações magnético-mentais.
Com excepção da pobre irmã, que se encontrava possessa, os demais obsidiados, naqueles momentos, ficavam livres da influência directa dos perseguidores; entretanto, menos a jovem que reagia valorosamente, os outros apresentavam singular inquietude, ansiosos de se reunirem de novo ao campo de atracção dos algozes.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS II
Auxiliares nossos haviam arrebatado os verdugos, expulsando-os daqueles corpos enfermos e atormentados; todavia, os interessados nas melhoras físico-psíquicas primavam pela ausência íntima, conservando-se a longa distância espiritual dos ensinamentos que o doutrinador encarnado, ao influxo dos mentores de Mais Alto, ministrava com admirável sentimento.
A atitude deles era de insatisfação e ansiedade.
Dir-se-ia que não suportavam a separação dos obsessores invisíveis.
Habituado a enfermos que, pelo menos aparentemente, demonstravam desejo de cura, estranhei a posição mental daqueles que se reuniam em pequenino grupo, à nossa frente, tão lamentavelmente desinteressados do remédio que a Espiritualidade lhes oferecia, por amor.
Alexandre percebeu-me a surpresa e observou-me:
– Em geral, noventa por cento dos casos de obsessão que se verificam na Crosta, constituem problemas dolorosos e intricados.
Quase sempre, o obsidiado padece de lastimável cegueira, com relação à própria enfermidade.
E, porque não atende ao chamamento da verdade pela cristalização personalista, torna-se presa fácil e inconsciente, embora responsável, de perigosos inimigos das zonas de actividades grosseiras.
Comumente, verificam–se casos dessa natureza, em vista de ligações vigorosas e profundas pela afectividade mal dirigida ou pelos detestáveis laços do Ódio que, em todas as circunstâncias, é a confiança desequilibrada convertida em monstro.
O orientador amigo fez longa pausa, verificando os trabalhos em curso, mas como quem desejasse socorrer-me, com lições inesquecíveis na luta prática, prosseguiu, apesar das absorventes obrigações da hora:
– Por este motivo, André, ainda mesmo para o psiquiatra esclarecido à luz do Espiritismo cristão, a maioria dos casos desta ordem é francamente desconcertante.
Em virtude dos ascendentes sentimentais, cada problema destes exige solução diferente.
Além disso, importa notar que os nossos companheiros encarnados observam somente uma face da questão, quando cada processo desse teor se caracteriza por aspectos infinitos, com vistas ao passado dos protagonistas encarnados e desencarnados.
Diante do obsidiado, fixam apenas um imperativo imediato:
o afastamento do obsessor.
Mas, como rebentar, de um instante para outro, algemas seculares, forjadas nos compromissos recíprocos da vida em comum?
Como separar seres que se agarram uns aos outros, ansiosamente, por compreenderem que na dor de semelhante união permanece o preço do resgate indispensável?
Efectivamente, não faltam os casos, raros embora, de libertação quase instantânea.
Ai, porém, vemos o fim de laborioso processo redentor, ou então encontramos o doente que, de facto, faz violência a si mesmo, a fim de abreviar a cura necessária.
Examinando a extensão dos obstáculos ao restabelecimento completo dos enfermos psíquicos, considerei:
– Depreende-se então que...
Alexandre, porém, não me deixou terminar.
Cortando-me a frase inoportuna, respondeu:
– Já sei o que vai dizer.
Verificando as dificuldades que relaciono para o seu aprendizado natural, você pergunta se não será infrutífero o nosso trabalho e se não será melhor entregar o obsidiado à própria sorte.
Esta observação, contudo, é um contra-senso.
Se você estivesse na Terra, ainda na carne, e visse um filho amado, em condições pré-agónicas, totalmente desenganado pela medicina humana, teria coragem de abandoná-lo ao sabor das circunstâncias?
Não confiaria nalgum recurso inesperado da Providência Divina?
Não aguardaria, ansioso, a manifestação favorável da Natureza?
Quem está firmemente no âmago do coração de um homem, nosso irmão, para dizer, com certeza matemática, se ele vai reagir contra o mal ou deixar de fazê-lo, se pretende o repouso ou o trabalho activo?
A atitude deles era de insatisfação e ansiedade.
Dir-se-ia que não suportavam a separação dos obsessores invisíveis.
Habituado a enfermos que, pelo menos aparentemente, demonstravam desejo de cura, estranhei a posição mental daqueles que se reuniam em pequenino grupo, à nossa frente, tão lamentavelmente desinteressados do remédio que a Espiritualidade lhes oferecia, por amor.
Alexandre percebeu-me a surpresa e observou-me:
– Em geral, noventa por cento dos casos de obsessão que se verificam na Crosta, constituem problemas dolorosos e intricados.
Quase sempre, o obsidiado padece de lastimável cegueira, com relação à própria enfermidade.
E, porque não atende ao chamamento da verdade pela cristalização personalista, torna-se presa fácil e inconsciente, embora responsável, de perigosos inimigos das zonas de actividades grosseiras.
Comumente, verificam–se casos dessa natureza, em vista de ligações vigorosas e profundas pela afectividade mal dirigida ou pelos detestáveis laços do Ódio que, em todas as circunstâncias, é a confiança desequilibrada convertida em monstro.
O orientador amigo fez longa pausa, verificando os trabalhos em curso, mas como quem desejasse socorrer-me, com lições inesquecíveis na luta prática, prosseguiu, apesar das absorventes obrigações da hora:
– Por este motivo, André, ainda mesmo para o psiquiatra esclarecido à luz do Espiritismo cristão, a maioria dos casos desta ordem é francamente desconcertante.
Em virtude dos ascendentes sentimentais, cada problema destes exige solução diferente.
Além disso, importa notar que os nossos companheiros encarnados observam somente uma face da questão, quando cada processo desse teor se caracteriza por aspectos infinitos, com vistas ao passado dos protagonistas encarnados e desencarnados.
Diante do obsidiado, fixam apenas um imperativo imediato:
o afastamento do obsessor.
Mas, como rebentar, de um instante para outro, algemas seculares, forjadas nos compromissos recíprocos da vida em comum?
Como separar seres que se agarram uns aos outros, ansiosamente, por compreenderem que na dor de semelhante união permanece o preço do resgate indispensável?
Efectivamente, não faltam os casos, raros embora, de libertação quase instantânea.
Ai, porém, vemos o fim de laborioso processo redentor, ou então encontramos o doente que, de facto, faz violência a si mesmo, a fim de abreviar a cura necessária.
Examinando a extensão dos obstáculos ao restabelecimento completo dos enfermos psíquicos, considerei:
– Depreende-se então que...
Alexandre, porém, não me deixou terminar.
Cortando-me a frase inoportuna, respondeu:
– Já sei o que vai dizer.
Verificando as dificuldades que relaciono para o seu aprendizado natural, você pergunta se não será infrutífero o nosso trabalho e se não será melhor entregar o obsidiado à própria sorte.
Esta observação, contudo, é um contra-senso.
Se você estivesse na Terra, ainda na carne, e visse um filho amado, em condições pré-agónicas, totalmente desenganado pela medicina humana, teria coragem de abandoná-lo ao sabor das circunstâncias?
Não confiaria nalgum recurso inesperado da Providência Divina?
Não aguardaria, ansioso, a manifestação favorável da Natureza?
Quem está firmemente no âmago do coração de um homem, nosso irmão, para dizer, com certeza matemática, se ele vai reagir contra o mal ou deixar de fazê-lo, se pretende o repouso ou o trabalho activo?
Ave sem Ninho- Mensagens : 126659
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: ARTIGOS DIVERSOS II
Não podemos, desse modo, mobilizar qualquer argumento intelectual para fugir ao nosso dever de assistência fraterna ao ignorante e sofredor.
Urge atender à nossa parte de obrigação imediata, compreendendo que a construção do amor é também uma obra de tempo.
Nenhuma palavra, nenhum gesto ou pensamento, nos serviços do bem, permanece perdido.
Compreendi a nobreza da observação e mantive-me em silêncio.
E porque o meu orientador voltasse a cooperar activamente nos trabalhos em andamento, passei a examinar os doentes psíquicos, enquanto o doutrinador terreno prosseguia em sua luminosa tarefa de evangelização.
A jovem que reagia contra a perigosa actuação dos habitantes das sombras, demonstrava regular normalidade em seu aparelho fisiológico.
Semelhava-se a alguém que movimentava todas as possibilidades da defensiva para conservar intacto o equilíbrio da própria casa; entretanto, os demais exibiam lamentáveis condições orgânicas.
A desventurada possessa apresentava sérias perturbações, desde o cérebro até os nervos lombares e sacros, demonstrando completa desorganização do centro da sensibilidade, além de lastimável relaxamento das fibras motoras.
Tais desequilíbrios não se caracterizavam apenas no sistema nervoso, mas igualmente nas glândulas em geral e nos mais diversos órgãos.
Nos demais obsidiados, os fenómenos de degradação física não eram menores.
Dois deles revelavam estranhas intoxicações no fígado e rins.
Outro mostrava singular desequilíbrio do coração e pulmões, tendendo à insuficiência cardíaca em conúbio com a pré-tuberculose avançada.
Enquanto examinava, atento, aqueles inquietantes quadros clínicos, o orientador encarnado da assembleia, fazendo-se intérprete de grandes benfeitores do nosso plano de acção, espalhava o amor cristão e a sabedoria evangélica, a longos jorros, efectuando, com extrema fidelidade ao Cristo, a semeadura da caridade, da luz, do perdão.
Desejando a minha elevação nas actividades construtivas, Alexandre aproximou-se de mim e observou:
– Repare no serviço de fraternidade legítima.
Não temos o milagre das transformações repentinas, nem a promoção imediata, aos planos mais elevados, dos que se demoram no campo inferior.
A tarefa é de sementeira, de cuidado, persistência e vigilância.
Não se quebram grilhões de muitos séculos num instante, nem se edifica uma cidade num dia.
É indispensável desgastar as algemas do mal, com perseverança, e praticar o bem, com ânimo evangélico.
Os serviços iam a termo.
Percebendo que o meu instrutor voltava à nossa conversação mais fácil, expus-lhe as minhas observações, perguntando, em seguida:
– Ante os distúrbios fisiológicos que me foi dado verificar nos enfermos psíquicos, devo considerá-los como doentes do corpo também?
– Perfeitamente – asseverou o instrutor –, o desequilíbrio da mente pode determinar a perturbação geral das células orgânicas.
É por este motivo que as obsessões, quase sempre, se acompanham de característicos muito dolorosos.
As intoxicações da alma determinam as moléstias do corpo.
Antes que eu pudesse voltar a perguntas, percebi que a reunião estava sendo definitivamente encerrada, por parte dos amigos da Crosta.
Interrompera-se a cadeia magnética defensiva.
Notei, surpreendido, que a jovem resoluta e firme na fé alcançara melhoras consideráveis, enquanto a possessa ia retirar-se com a situação inalterada.
Reparei os três outros enfermos.
Urge atender à nossa parte de obrigação imediata, compreendendo que a construção do amor é também uma obra de tempo.
Nenhuma palavra, nenhum gesto ou pensamento, nos serviços do bem, permanece perdido.
Compreendi a nobreza da observação e mantive-me em silêncio.
E porque o meu orientador voltasse a cooperar activamente nos trabalhos em andamento, passei a examinar os doentes psíquicos, enquanto o doutrinador terreno prosseguia em sua luminosa tarefa de evangelização.
A jovem que reagia contra a perigosa actuação dos habitantes das sombras, demonstrava regular normalidade em seu aparelho fisiológico.
Semelhava-se a alguém que movimentava todas as possibilidades da defensiva para conservar intacto o equilíbrio da própria casa; entretanto, os demais exibiam lamentáveis condições orgânicas.
A desventurada possessa apresentava sérias perturbações, desde o cérebro até os nervos lombares e sacros, demonstrando completa desorganização do centro da sensibilidade, além de lastimável relaxamento das fibras motoras.
Tais desequilíbrios não se caracterizavam apenas no sistema nervoso, mas igualmente nas glândulas em geral e nos mais diversos órgãos.
Nos demais obsidiados, os fenómenos de degradação física não eram menores.
Dois deles revelavam estranhas intoxicações no fígado e rins.
Outro mostrava singular desequilíbrio do coração e pulmões, tendendo à insuficiência cardíaca em conúbio com a pré-tuberculose avançada.
Enquanto examinava, atento, aqueles inquietantes quadros clínicos, o orientador encarnado da assembleia, fazendo-se intérprete de grandes benfeitores do nosso plano de acção, espalhava o amor cristão e a sabedoria evangélica, a longos jorros, efectuando, com extrema fidelidade ao Cristo, a semeadura da caridade, da luz, do perdão.
Desejando a minha elevação nas actividades construtivas, Alexandre aproximou-se de mim e observou:
– Repare no serviço de fraternidade legítima.
Não temos o milagre das transformações repentinas, nem a promoção imediata, aos planos mais elevados, dos que se demoram no campo inferior.
A tarefa é de sementeira, de cuidado, persistência e vigilância.
Não se quebram grilhões de muitos séculos num instante, nem se edifica uma cidade num dia.
É indispensável desgastar as algemas do mal, com perseverança, e praticar o bem, com ânimo evangélico.
Os serviços iam a termo.
Percebendo que o meu instrutor voltava à nossa conversação mais fácil, expus-lhe as minhas observações, perguntando, em seguida:
– Ante os distúrbios fisiológicos que me foi dado verificar nos enfermos psíquicos, devo considerá-los como doentes do corpo também?
– Perfeitamente – asseverou o instrutor –, o desequilíbrio da mente pode determinar a perturbação geral das células orgânicas.
É por este motivo que as obsessões, quase sempre, se acompanham de característicos muito dolorosos.
As intoxicações da alma determinam as moléstias do corpo.
Antes que eu pudesse voltar a perguntas, percebi que a reunião estava sendo definitivamente encerrada, por parte dos amigos da Crosta.
Interrompera-se a cadeia magnética defensiva.
Notei, surpreendido, que a jovem resoluta e firme na fé alcançara melhoras consideráveis, enquanto a possessa ia retirar-se com a situação inalterada.
Reparei os três outros enfermos.
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Re: ARTIGOS DIVERSOS II
Tão logo se quebrou a corrente de vibrações benéficas, ali estabelecida, voltaram a atrair intensamente os verdugos invisíveis, a cuja influenciação se haviam habituado, demonstrando escasso aproveitamento.
Valendo-me da hora, acerquei-me de Alexandre, para não perder as suas lições alusivas ao assunto, e indaguei:
– Como atingir as conclusões finais, no tratamento aos obsidiados?
Ele sorriu e respondeu:
– Em todas as nossas actividades de socorro há sempre imenso proveito, ainda mesmo quando a sua extensão não seja perceptível ao olhar comum.
E qualquer doente dessa natureza que se disponha a cooperar connosco, em benefício próprio, colaborando decididamente na restauração de suas actividades mentais, regenerando-se à luz da vida renovada no Cristo, pode esperar o restabelecimento da saúde relativa do corpo terrestre.
Quando a criatura, todavia, roga a assistência de Jesus com os lábios, sem abrir o coração à influência divina, não deve aguardar milagres de nossa colaboração, Podemos ajudar, socorrer, contribuir, esclarecer; não é, porém, possível improvisar recursos, cuja organização é trabalho exclusivo dos interessados.
– Penaliza-me, porém, o quadro clínico dos obsidiados infelizes – considerei, sob forte impressão.
– Quão dolorosa a condição física de cada um!
– Sim, sim! – revidou o instrutor – o problema da responsabilidade não se circunscreve a palavras.
É questão vital no caminho da vida.
Preservando os seus filhos contra os perigos do rebaixamento, criou Deus o aparelhamento das luzes religiosas, acordando as almas para a glorificação imortal.
Raros homens, entretanto, se dispõem a respeitar os desígnios da Religião, olvidando, voluntariamente, que as menores quedas e mínimas viciações ficam impressas na alma, exigindo rectificação.
Você está observando aqui alguns pobres obsidiados em processo positivo de tratamento, mas esquece que inúmeras criaturas, ainda na carne, não obstante informadas pela Religião quanto às necessidades do espírito, se deixam empolgar pelo apego vicioso ao campo de sensações de vária ordem, contraindo débitos, assumindo compromissos pesados e arrastando companheiros outros em suas aventuras menos dignas, forjando laços fortes para os dolorosos dramas de obsessão do futuro.
E, depois de sorrir paternalmente, acrescentou:
– Que deseja você?
É certo que devemos trabalhar tanto quanto esteja ao nosso alcance, pelo bem do próximo; todavia, não podemos exonerar os nossos semelhantes das obrigações contraídas.
O servo fiel não é aquele que chora ao contemplar as desventuras alheias, nem o que as observa, de modo impassível, a pretexto de não interferir no labor da justiça.
O sentimentalismo doentio e a frieza correta não edificam o bem.
O bom trabalhador é o que ajuda, sem fugir ao equilíbrio necessário, construindo todo o trabalho benéfico que esteja ao seu alcance, consciente de que o seu esforço traduz a Vontade Divina.
Alexandre não podia ser mais claro.
Compreendi-lhe o esclarecimento instrutivo, mas, notando a saída dos enfermos, sob o amparo vigilante dos familiares, que os aguardavam à porta, voltei a indagar:
– Meu amigo, e se conseguíssemos o afastamento definitivo dos perseguidores implacáveis?
Na qualidade de antigo médico do mundo, reconheço que estes doentes psíquicos não trazem as enfermidades, de que são portadores, circunscritas à mente.
Com excepção da jovem que reage valorosamente, os demais revelam estranhos desequilíbrios do sistema nervoso, com distúrbios no coração, fígado, rins e pulmões.
Admitamos que fosse obtida a conversão dos verdugos que os atormentam.
Valendo-me da hora, acerquei-me de Alexandre, para não perder as suas lições alusivas ao assunto, e indaguei:
– Como atingir as conclusões finais, no tratamento aos obsidiados?
Ele sorriu e respondeu:
– Em todas as nossas actividades de socorro há sempre imenso proveito, ainda mesmo quando a sua extensão não seja perceptível ao olhar comum.
E qualquer doente dessa natureza que se disponha a cooperar connosco, em benefício próprio, colaborando decididamente na restauração de suas actividades mentais, regenerando-se à luz da vida renovada no Cristo, pode esperar o restabelecimento da saúde relativa do corpo terrestre.
Quando a criatura, todavia, roga a assistência de Jesus com os lábios, sem abrir o coração à influência divina, não deve aguardar milagres de nossa colaboração, Podemos ajudar, socorrer, contribuir, esclarecer; não é, porém, possível improvisar recursos, cuja organização é trabalho exclusivo dos interessados.
– Penaliza-me, porém, o quadro clínico dos obsidiados infelizes – considerei, sob forte impressão.
– Quão dolorosa a condição física de cada um!
– Sim, sim! – revidou o instrutor – o problema da responsabilidade não se circunscreve a palavras.
É questão vital no caminho da vida.
Preservando os seus filhos contra os perigos do rebaixamento, criou Deus o aparelhamento das luzes religiosas, acordando as almas para a glorificação imortal.
Raros homens, entretanto, se dispõem a respeitar os desígnios da Religião, olvidando, voluntariamente, que as menores quedas e mínimas viciações ficam impressas na alma, exigindo rectificação.
Você está observando aqui alguns pobres obsidiados em processo positivo de tratamento, mas esquece que inúmeras criaturas, ainda na carne, não obstante informadas pela Religião quanto às necessidades do espírito, se deixam empolgar pelo apego vicioso ao campo de sensações de vária ordem, contraindo débitos, assumindo compromissos pesados e arrastando companheiros outros em suas aventuras menos dignas, forjando laços fortes para os dolorosos dramas de obsessão do futuro.
E, depois de sorrir paternalmente, acrescentou:
– Que deseja você?
É certo que devemos trabalhar tanto quanto esteja ao nosso alcance, pelo bem do próximo; todavia, não podemos exonerar os nossos semelhantes das obrigações contraídas.
O servo fiel não é aquele que chora ao contemplar as desventuras alheias, nem o que as observa, de modo impassível, a pretexto de não interferir no labor da justiça.
O sentimentalismo doentio e a frieza correta não edificam o bem.
O bom trabalhador é o que ajuda, sem fugir ao equilíbrio necessário, construindo todo o trabalho benéfico que esteja ao seu alcance, consciente de que o seu esforço traduz a Vontade Divina.
Alexandre não podia ser mais claro.
Compreendi-lhe o esclarecimento instrutivo, mas, notando a saída dos enfermos, sob o amparo vigilante dos familiares, que os aguardavam à porta, voltei a indagar:
– Meu amigo, e se conseguíssemos o afastamento definitivo dos perseguidores implacáveis?
Na qualidade de antigo médico do mundo, reconheço que estes doentes psíquicos não trazem as enfermidades, de que são portadores, circunscritas à mente.
Com excepção da jovem que reage valorosamente, os demais revelam estranhos desequilíbrios do sistema nervoso, com distúrbios no coração, fígado, rins e pulmões.
Admitamos que fosse obtida a conversão dos verdugos que os atormentam.
Ave sem Ninho- Mensagens : 126659
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