LUZ ESPÍRITA
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A Ciência confirma o Espiritismo?

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A Ciência confirma o Espiritismo? - Página 8 Empty Re: A Ciência confirma o Espiritismo?

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Abr 26, 2013 9:25 pm

Liquidado o Instituto, recebe determinada quantia a ele correspondente, confiando-a a um amigo comerciante.
Dias depois, esse comerciante abre falência, nada deixando aos credores.

Esses dois reveses não abatem o ânimo do casal.
Rivail e Gaby, como era conhecida Amélie na intimidade, dispõem-se a todos os sacrifícios.

Sob o lema de Rosseau "Trabalho, Solidariedade e Tolerância", recebido de Pestalozzi, na Suíça, ambos trabalham, irmanam-se no espírito de solidariedade conjugal, perdoando sempre e tolerando com resignação as duras provas da vida.

Leccionando gratuitamente a jovens franceses desfavorecidos.

Uma das inquestionáveis provas da elevada condição moral de Rivail está no facto de receber alunos pobres em sua própria casa, justamente na fase financeira mais difícil de sua vida.

Lecciona-lhes, gratuitamente, durante cinco anos, cursos de química, física, astronomia e anatomia comparada.
Esses cursos beneficiam inúmeros jovens e adolescentes franceses, encerrando exemplo vivo de amor e caridade, recebido de seu mestre Pestalozzi, remanescente em seu coração generoso.

O dedicado professor não é indiferente às grandes dificuldades desses muitos estudantes desfavorecidos.

Nessa sua difícil fase, durante o dia encarrega-se da contabilidade de três estabelecimentos comerciais.
À noite, continua trabalhando, escrevendo novas obras didácticas, traduzindo livros ingleses e alemães para editoras francesas e dando aulas particulares nos cursos de Levy-Alvarés.

Lecciona, ainda, diversas disciplinas no "Liceu Polimático", onde assume o cargo de director.

O fenómeno das "mesas girantes"

Em 1854 Rivail, com 50 anos, é um mestre respeitado, escritor reconhecido com obras didácticas adoptadas pela Universidade da França.
Equilibrado, sua mente está amadurecida e o coração sereno e compassivo, pronto para dar início ao cumprimento da missão que haveria de desempenhar.

A França, assim toda a Europa estava com a atenção voltada para os fenómenos das chamadas "mesas girantes".
Pessoas de todos os níveis culturais e sociais, indiferentemente de suas convicções religiosas, estavam às voltas com sessões em que se realizavam fenómenos de efeitos físicos.

Nessas sessões, as mesas eram movimentadas por entidades espirituais, respondendo, por códigos, às perguntas feitas pelos participantes.

Muitas pessoas sérias, orientadas por espíritos bondosos e sábios, obtinham comunicações elevadas e interessantes.
Mas em geral, esses fenómenos se davam para o divertimento dos salões parisienses, alheios para compreender a extensão do novo fenómeno.

Do cepticismo à investigação criteriosa

Foi o magnetizador Fortier quem falou ao professor Rivail sobre esses espantosos factos mediúnicos.
Outro amigo, companheiro de juventude, um corso de nome Carloti, também chamou-lhe a atenção sobre tais acontecimentos inexplicáveis.

Em razão de sua mentalidade crítica e científica, o respeitado professor manteve-se reservado e distante.
Até que um dia, no lar dos amigos sr. Pârtier e senhora Plainemaison, pela primeira vez, assiste a diversos fenómenos mediúnicos, onde as mesas saltavam e corriam, sozinhas.

O que o professor via em casa de seus amigos, repetia-se por todas as partes do mundo.
Mas os assistentes, com raras excepções, pareciam não compreender o alcance de tudo aquilo, fazendo dessas reuniões um passatempo ocioso e fútil.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 27, 2013 9:13 pm

Mais tarde, diria Allan Kardec:
"Entrevi naquelas aparentes futilidades, no passatempo que faziam daqueles fenómenos, qualquer coisa de sério, como que a revelação de uma nova lei, que tomei a mim mesmo investigar a fundo".

Assim, Rivail mudaria o rumo dos experimentos, dirigindo perguntas filosóficas, recolhendo informações, comparando-as, categorizando-as.
Em sessões especiais, utilizaria a mediunidade de duas meninas, filhas de seu amigo Boudin, Caroline e Julie, quando recebe a maior parte dos ensinamentos contidos em O Livro dos Espíritos.

O antigo druida reaparece

Através de um espírito guia da família Boudin, Rivail tomou conhecimento de que se chamara Allan Kardec, numa existência anterior, ao tempo de Júlio César, na Gália, na verdade, antigo nome do território francês.

De acordo ainda com esse espírito amigo, que se apresentava com o nome de Zéfiro, declarou ainda ser o professor Rivail um antigo sacerdote gaulês— um druida.

O próprio Zéfiro teria sido seu discípulo e companheiro de tarefas religiosas entre os gauleses.
Allan Kardec era, na hierarquia sacerdotal da época, seu superior.

Zéfiro ainda fez outra revelação:
Rivail estaria novamente nas lutas terrenas para cumprir importante missão espiritual.

Mais tarde, outros benfeitores espirituais confirmariam essa revelação.
Todos lhe prometiam auxílio, encorajavam-no e aconselhavam-no a ter perseverança e discrição,

Os druidas foram detentores de grandes conhecimentos secretos, tradicionalmente transmitidos de boca a ouvido.
Entre esses conhecimentos estavam a reencarnação, a concepção dos diferentes domínios espirituais, as diferentes categorias de espíritos, a evolução contínua do espírito, a lei de causa e efeito, entre outros.

Por ocasião do lançamento de O Livro dos Espíritos, em 1857, o professor Rivail resolveu apresentá-lo a público com o seu antigo nome gaulês — Allan Kardec.

Assim, reaparece o antigo druida, adequando conhecimentos já vivenciados e melhor apreendidos, apto a novamente transmiti-los, tornando-se verdadeiro porta-voz de uma legião de outros tantos seres espirituais, mais emancipados da ignorância espiritual que, por enquanto, ainda ensombrece a Terra.

A Doutrina Espírita revelada pela mediunidade de quatro meninas

É interessante observar que a excelência doutrinária inegável do Espiritismo, codificado por Allan Kardec deve-se, em sua quase totalidade, à mediunidade de quatro meninas.

Através da inocência e da potencialidade mediúnica dessas quatro inocentes crianças, foram trazidas à Terra explicações notáveis, questões complexíssimas das mais variadas áreas da filosofia, ciência e religião, mantendo-se irrefutáveis até os dias de hoje — sobretudo o aspecto moral. Os opositores gratuitos do Espiritismo jamais tocam neste assunto, pois trata-se de um facto difícil para se depreciar e muito menos para se refutar.

As meninas foram: Caroline e Julie Boudin (16 e 14 anos, respectivamente), Ruth Japhet e Aline Carlotti verdadeiros anjos reveladores da nova mensagem do Céu para os dias futuros.

As reuniões, a princípio, realizavam-se na intimidade da casa da família Boudin e as respostas dos espíritos eram transmitidas por meio da cesta de bico, a que se adaptava um lápis.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 27, 2013 9:13 pm

As meninas punham as mãos sobre a cesta que se movia, escrevendo mensagens, com absoluta impossibilidade sincrónica de acção dos médiuns na escrita.
Esses escritos, que deram origem a O Livro dos Espíritos, seriam, posteriormente, comparados aos de outros médiuns, todos rigorosamente escolhidos pelo codificador.

O antigo druida ressurgido teria ainda recebido comunicações da parte dos bons espíritos, através de outra menina médium: Ermance Dufaux.

Essas mensagens tiveram por objectivo encorajá-lo na realização de uma nova empreitada: A "Revista Espírita".
Ermance, aos 14 anos, psicografara um admirável livro histórico "A Vida de Joana d’Arc, Ditada por Ela Mesma", além de outras obras.

O Livro dos Espíritos: Código para uma nova fase da evolução humana

O Livro dos Espíritos causou grande repercussão na França.
Homens de ciências e artes como o astrónomo Camille Flammarion, o grande poeta Victor Hugo, os escritores Balzac e Teophile Gautier, o pensador Léon Denis, além de inúmeros outros filósofos e literatos sentiram-se atraídos pela luz da nova revelação.

O próprio imperador da França, Napoleão III, sobrinho de Napoleão Bonaparte, solicita a presença de Kardec no Palácio das Tulherias e mantém longas conversações com o codificador sobre O Livro dos Espíritos.

Esta obra é o marco inicial, a pedra fundamental do Espiritismo.
Mais do que isso, é também o código de uma nova fase da evolução humana.

Sobre O Livro dos Espíritos, explica J. Herculano Pires:
"O livro começa pela metafísica, passando em seguida à cosmologia, à psicologia, aos problemas propriamente espíritas da origem e natureza do espírito e suas ligações com o corpo, bem como aos da vida após a morte,. para chegar, com as leis morais, à sociologia e à ética e concluir, no Livro IV, com as considerações de ordem teológica sobre as penas e gozos futuros e a intervenção de Deus na vida humana."

A Revista Espírita e a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas

No dia 1.º de janeiro de 1858 surge a Revista Espírita, dirigida pessoalmente por Allan Kardec, até sua desencarnação, em 1869.

Três meses depois, é fundada a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, tendo como seu presidente espiritual o espírito de São Luís, ou Luís IX, rei da França.

Ainda neste mesmo ano, Kardec publica um pequeno livro de esclarecimentos doutrinários denominado Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas.

No ano seguinte, em 1859, mais uma obra do codificador é trazida à lume:
O que é o Espiritismo, uma introdução aos estudos da doutrina.

Viagens espíritas e a publicação de O Livro dos Médiuns

Em 1860, o antigo druida ressurgido visita diversas cidades da França.
O objectivo é esclarecer, confortar e incentivar os primeiros núcleos espíritas recém-formados.

Na noite de 19 de setembro, Kardec é recebido no Centro Espírita de Bordeaux, único existente em Lyon, uma das cidades visitadas.
À porta esperam-no Dijou, operário, chefe de oficinas, e sua esposa.

É o primeiro encontro de dirigentes espíritas da História.
A mão do grande pensador aperta vigorosamente os dedos calosos e ásperos do companheiro, a quem chama "irmão".
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Abr 27, 2013 9:13 pm

Nos primeiros dias do ano seguinte, em 1861, o infatigável missionário publica outra obra:
O Livro dos Médiuns.

Considera-o como sendo "a continuação de O Livro dos Espíritos", pois também neste, os ensinamentos pertencem aos espíritos.

Mesmo escrito há mais de 100 anos esta obra continua actualíssima e nenhuma outra, sobre a fenomenologia mediúnica, conseguiu superá-la.

Explica o codificador, na introdução:
"A prática espírita é difícil, apresenta dificuldades que somente um estudo sério e completo pode prevenir".

Ainda em setembro deste mesmo ano, Kardec viaja novamente a Sens, Macon e Lyon, constatando o desenvolvimento da doutrina, não apenas entre os instruídos e cultos, mas, também, entre os humildes e os simples de coração.
Em outubro visita Bordéus.

A reacção do clero ante o Espiritismo

O ano de 1861 ainda traz um fato desagradável na história da doutrina.
Allan Kardec envia obras espíritas à Espanha, a pedido do amigo Lachatre, livreiro de Barcelona.
A finalidade era difundir as novas ideias naquele país.

Mesmo estando pagas as taxas da alfândega espanhola, o bispo de Barcelona apreende ilicitamente trezentos volumes e os faz queimar em praça pública, como nos antigos tempos da Inquisição.

Essa atitude do clero gerou grande revolta e muitos assistentes gritaram: "Abaixo a Inquisição!".
Contudo, essa atitude intransigente contribuiu enormemente para a propaganda da doutrina.

A perseguição prosseguiu, dissimulada, mas acirradamente, por muito tempo.
O clero nunca escondeu seu desagrado com relação à mensagem espírita.

Actualmente, a Igreja Católica, através dos esforços ecuménicos do Papa João Paulo II e também em função de comissões enviadas pelo Vaticano, para observação de fenómenos paranormais e de Transcomunicação Instrumental, reconhece, em seu Novo Catecismo, a possibilidade de comunicação com as almas dos "mortos" e até permite, em alguns casos e com reservas, essas comunicações.

"O Espiritismo em sua Expressão Mais Simples"

A 15 de janeiro de 1862 aparece um pequeno livro intitulado O Espiritismo em Sua Expressão Mais Simples, também de autoria do antigo druida.
Trata-se de uma síntese da Doutrina, escrita com simplicidade, "ao alcance de qualquer inteligência", esclarece o missionário.

Este livro alcança uma repercussão intensa, cumprindo anterior previsão de um de seus guias espirituais, que afirmara:
"Este pequeno livro produzirá um efeito que não esperas...
Será difundido com grande amplitude e penetrará toda parte".

De facto, a Doutrina se espalha pela Europa, pela América, pelo norte da África, pelos países da Ásia.

As obras de Allan Kardec são traduzidas para vários idiomas.
Em pouco tempo, apenas O Espiritismo em Sua Expressão Mais Simples ganha versão para nove idiomas: alemão, inglês, português, polonês, grego moderno, italiano, espanhol, russo e croata...
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 28, 2013 9:16 pm

"Viagem Espírita de 1862"

Os espíritas de Lyon e de Bordéus, nesse mesmo ano de 1862, recebem mais uma vez a presença do codificador.
Durante os meses de setembro e outubro, sob rigoroso inverno, o missionário realiza longa excursão de divulgação dos princípios da Doutrina.

Visita vinte cidades da França, discursando cinquenta vezes, unificando o pensamento e a conduta dos espíritas.

Essa viagem originou duas publicações:
Viagem Espírita de 1862, e Refutações às Críticas contra o Espiritismo.

Em um de seus discursos, nessa sua peregrinação espírita, o antigo druida afirma:
"Homens da mais alta posição honram-me com sua visita, porém nunca, por causa deles, um proletário ficou na antecâmara.

Muitas vezes, em meu salão, o príncipe se assenta ao lado do operário.
Se se sentir humilhado, dir-lhe-ei simplesmente que não é digno de ser espírita.

Mas, sinto-me feliz em dizer, eu os vi, muitas vezes, apertarem-se as mãos, fraternalmente, e então, um pensamento me ocorria:
‘Espiritismo, eis um dos teus milagres;
este é o prenúncio de muitos outros prodígios!’"

"O Evangelho Segundo o Espiritismo"

Tratado moral dos ensinamentos de Jesus
Kardec publica, em 1864, uma pequena brochura:
Resumo da Lei dos Fenómenos Espíritas e também a obra que se consiste em verdadeiro tratado moral dos ensinamentos de Jesus: O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Inspirada e inteligentemente, o antigo druida esclarece o objectivo dessa obra notável:
"Podemos dividir as matérias contidas nos Evangelhos em cinco partes:
1) Os actos comuns da vida do Cristo;
2) Os milagres;
3) As profecias;
4) As palavras que serviram para o estabelecimento dos dogmas da igreja;
5) O ensino moral.

Se as quatro primeiras partes têm sido objecto de discussões, a última permanece inatacável.
Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva.

É o terreno em que todos os cultos podem encontrar-se, a bandeira sob a qual todos podem abrigar-se, por mais diferentes que sejam as suas crenças.

Porque nunca foi objecto de disputas religiosas, sempre e por toda parte provocadas pelos dogmas.
Se os discutissem, as seitas teriam, aliás, encontrado nele a sua própria condenação, porque a maioria delas se apegaram mais à parte mística do que à parte moral, que exige a reforma de cada um.

Para os homens, em particular, é uma regra de conduta, que abrange todas as circunstâncias da vida privada e pública, o princípio de todas as relações sociais fundadas na mais rigorosa justiça.
É, por fim, e acima de tudo, o caminho infalível da felicidade a conquistar, uma ponta do véu erguida sobre a vida futura.
É essa parte que constitui o objecto exclusivo desta obra".
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 28, 2013 9:16 pm

No Catálogo dos Livros Proibidos

Prossegue o ano de 1864.
O Espiritismo ganha vulto com extraordinária rapidez.
Dando mostras de sua intolerância, explícita no auto-de-fé de Barcelona, a Igreja Católica Romana inclui em seu Índex, ou seja, no seu Catálogo dos Livros Proibidos, as seguintes obras de Allan Kardec:
O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns e O Evangelho Segundo o Espiritismo.

O codificador não se abate.
Continua levando a bom termo sua missão, tornando-se respeitado pelo seu bom senso e conduta moral irrepreensível.

Faz uma visita à Suíça, a terra de Pestalozzi.
Regressando a Paris é chamado pelos espíritas de Bruxelas e de Antuérpia para uma visita às suas associações belgas.

"O Céu e o Inferno – A Justiça de Deus Segundo o Espiritismo"

Em agosto, de 1865, é publicado pela Livraria Espírita de Paris seu novo livro:
O Céu e o Inferno – A Justiça de Deus Segundo o Espiritismo.

Explica o codificador que o homem carrega dentro de si a necessidade de crer, mas para que essa crença satisfaça a seus anseios, ela deve corresponder às suas necessidades intelectuais.

Assim, a crença na sobrevivência do espírito e a possibilidade de comprovação de sua existência supra-material serão o primeiro ponto de contacto das diversas interpretações religiosas que igualmente proclamam essas mesmas realidades, porém, cada uma a seu modo.

Elucida Allan Kardec:
"Por instinto tem o homem a crença no futuro, mas não possuindo até agora nenhuma base certa para defini-lo, a sua imaginação fantasiou os sistemas que deram causa à diversidade de crenças.

A Doutrina Espírita sobre o futuro

Não sendo uma obra de imaginação mais ou menos arquitectada engenhosamente, porém o resultado da observação de factos materiais que se desdobram hoje à nossa vista — congraçará, como já está acontecendo, as opiniões divergentes ou hesitantes e trará gradualmente, pela força das coisas, a unidade de crenças sobre esse ponto, não já baseada em simples hipótese, mas na certeza.

A unificação feita relativamente à sorte futura das almas será o primeiro ponto de contacto dos diversos cultos, um passo imenso para a tolerância religiosa em primeiro lugar e, mais tarde, para a completa fusão".

Elevando-se, pelo pensamento, acima da humanidade

Não resistindo ao excesso de trabalho, em 1866, Allan Kardec cai enfermo.
Mesmo assim, logo que se restabelece, retorna aos seus inúmeros deveres de missionário, cuidando da Revista Espírita, dirigindo a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, respondendo às cartas provindas das localidades mais distantes do mundo, socorrendo silenciosamente os sofredores e doentes, preparando novos livros e publicações doutrinárias.

Allan Kardec passa a ser alvo de terríveis perseguições, não apenas por parte do clero, mas também, sofre a traição dos próprios companheiros.

Mas sempre a generosidade de seu coração soube suplantar a todas essas injúrias.
Seus escritos e sua conduta falam a favor de sua invariável delicadeza de linguagem, jamais ferindo ou ofendendo seus adversários.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 28, 2013 9:17 pm

Em toda e qualquer celeuma, escrita ou verbal, sua superioridade moral prevalece sobre seus contendores.

E quando se via golpeado pela injúria ou pela maledicência, quando vítima de inveja e ingratidão, ele mesmo dizia, que nessas horas dolorosas da vida, procurava se elevar, através do pensamento, acima da humanidade e se colocava, mentalmente, no mundo invisível, imaginando-se na pátria espiritual, por antecipação, tornando-se inacessível para as maldades humanas, que já não mais o atingiam.

Conta, ainda, que se habituou de tal maneira a esse exercício espiritual que a maldade dos homens nunca mais o perturbaram...

"Da parte dos Bons Espíritos"

Sua forma de praticar o bem, socorrendo os aflitos e necessitados, sempre foi oculta, conforme ensinava Jesus:
"Não saiba a vossa mão esquerda o que faz a direita".

Conta Alexandre Delanne, pai do cientista e escritor espírita Gabriel Delanne, que conhecera um pobre velhinho confinado a extrema pobreza.

Mesmo assim, em suas privações, vivia resignado, graças à leitura de uma pequena brochura de Allan Kardec, que lhe fora oferecida.

Certo dia, ao tomar conhecimento desse facto, relata Delanne, o grande missionário chorou.
E com lágrimas nos olhos, enviou uma soma em dinheiro ao pobre ancião e, além disso, vários volumes de suas obras.

Por não ter filhos, era com amor paternal que amava e amparava os pobres e os sofredores.
Visitava as moradas do infortúnio e adentrava, anonimamente e com passos resolutos, com sua companheira Gabi, ambientes onde a dor lancinava o corpo e a alma.

Visitava detentos e doentes, enviava recursos monetários às famílias necessitadas, em envelopes fechados, sem indicar a procedência.

Nos envelopes escrevia apenas:
"Da parte dos Bons Espíritos".

O continuador da obra de Kardec

Em 1867, juntamente com sua inseparável companheira, faz nova viagem a Bordéus, Orleães (a cidade que Joana D´Arc libertou dos ingleses), e Tours, realizando conferências e ensinamentos.

Em Tours acontece o encontro de Kardec com um jovem de vinte e um anos, que seria um de seus grandes discípulos e continuador de sua obra:
Léon Denis.

Um dos mais profundos pensadores espíritas, Denis deixou obras notáveis, entre elas, "O Problema do Ser do Destino e da Dor", "Depois da Morte", "Cristianismo e Espiritismo", "No Invisível", entre outras.

Seu continuador, ao estabelecer suas pesquisas e expressar sua linha de pensamento sobre as realidades da alma, afirmaria em "O Problema do Ser...":
"Adoptamos aqui os termos, as vistas os métodos de que se serviu Allan Kardec, como sendo os mais seguros, reservando-nos o acrescentar ao nosso trabalho todos os desenvolvimentos que resultaram das investigações e experiências feitas nos cinquenta anos decorridos desde o aparecimento de suas obras".
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 29, 2013 9:59 pm

A Génese

Em 1868, o grande missionário publica uma obra de grande valor científico: "A Génese
— Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo".

Nesta obra o codificador deixa o campo exclusivamente doutrinário para evidenciar as relações do Espiritismo com a ciência.
Os dados espíritas lhe servem para colocar o problema da origem planetária em termos científicos, desmistificar a distorção do Cristo sobrenatural, criado pelo Cristianismo distorcido de suas raízes simples e consoladoras, conspurcado pela enfatização super-atrofiada nos milagres e no sobrenatural.

Allan Kardec soube esclarecer, na Génese, que os fatos das manifestações espíritas nada têm de extra-humano, na verdade, é a humanidade espiritual que vem conversar com a humanidade corporal e dizer:
"Nós existimos, logo o nada não existe.
Eis o que somos e o que sereis.
O futuro vos pertence, assim como a nós.

Vosso caminho estava nas trevas, e viemos clareá-lo, e vos abrir as vistas.
Não tínheis direcção, indo ao acaso, e nós vos apontamos o objectivo.
A vida terrestre era tudo para vós, porque nada era por vós percebido, do lado de lá.

Nós viemos informar-vos, mostrando-vos a vida espiritual: a vida terrestre nada é.
Vossa visão parava no túmulo, nós vos mostramos, além dele, um horizonte esplêndido.
Ignoráveis porque sofríeis sobre a terra, agora, no sofrimento enxergais a justiça de Deus.

O bem parecia não produzir frutos, e, de agora em diante, terá um objectivo e será uma necessidade.

A fraternidade não era senão uma bela teoria, e agora assenta-se sobre uma lei da Natureza.
Sob o império da crença de que tudo acaba com a morte, a imensidade é vazia, o egoísmo reina entre vós como senhor, e vossa palavra de ordem é:
‘Cada um por si’. Com a certeza do futuro, os espaços se povoam ao infinito, o vácuo e a solidão não existem em parte alguma, a solidariedade liga todos os seres, de um lado e de outro do túmulo.

É o reino da caridade com a divisa: ‘Um por todos e todos por um’.
Enfim, alcançado o termo da vida, dizíeis um eterno adeus aos que vos são caros, enquanto que agora lhes direis: ‘Até a vista!’"

O retorno à Vida Maior

Em princípios de 1869, o grande missionário prepara-se para transferir-se de sua casa, da Rua de Sant’Ana, para a Vila Ségur.

A Sociedade de Estudos Espíritas, sempre bem conduzida pelo codificador, reorganiza-se sobre novas bases.
A "Revista Espírita" prossegue como o veículo oficial catalisador e disseminador do Espiritismo em vários países.

Allan Kardec planeja muitas coisas em favor da Doutrina. Intenciona escrever novas obras e construir uma casa-abrigo para os trabalhadores do Espiritismo que envelhecessem sem recursos.

Com as economias provenientes de suas obras pedagógicas, comprara um terreno na Avenida Ségur.

No dia 31 de março de 1869, entre 11 e 12 horas da manhã, ao atender a um visitante que lhe solicita um exemplar da "Revista Espírita", repentinamente, a velha enfermidade do coração liberta seu grandioso espírito.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 29, 2013 9:59 pm

Conclusão:

A possibilidade de ser e tornar-se cada vez mais e melhor
A mensagem espírita, bem compreendida em teoria e prática, descortina a seus adeptos um vasto horizonte religioso-filosófico-científico, proporcionando um gradativo refinamento de cogitações e consequente elevação de aspirações.

Uma educação espiritual consistente, não coercitiva, racional e consoladora — este é o legado de Allan Kardec, o antigo druida ressurgido.
Sua mensagem é destinada às gerações futuras, mais despojadas e sublimadas pela dor do milenar desengano resultante da pertinente transgressão às leis divinas.

Estas gerações compreenderão a Terceira Revelação, pois que a viverão em profundidade.
A evidência da vida extrafísica se imporá, irrefutavelmente, convergindo a humanidade para a religião interior, cósmica, referida por Jesus como a que seria vivenciada "em espírito e verdade" — unificando o rebanho disperso em torno do único Pastor.

Mesmo assim, ainda hoje, se adoptarmos por base a noção do ser pensante, como o fez Descartes, temos nos princípios essenciais do Espiritismo os meios concisos de desenvolver essa noção, desdobrá-la, pois poderemos afirmar com Léon Denis:
"O primeiro princípio do conhecimento é a ideia do Ser (Inteligência e Vida).

A ideia do ser impõe-se: Eu sou!
Esta afirmação é indiscutível.
Não podemos duvidar de nós mesmos.

Mas, esta ideia, só, não pode bastar; deve complementar-se com a ideia de acção e vida progressiva:
Eu sou e quero ser, cada vez mais e melhor!"

Ao que a voz do próprio Mestre, pelo decorrer das eras, continua a ressoar, exortando:
"Sede perfeitos, como perfeito é vosso Pai que está nos céus..."

OBRAS CONSULTADAS:

A Génese Allan Kardec Editora Lake
A Vida de Allan Kardec para as Crianças Clóvis Tavares Editora Lake

Allan Kardec Vol. I, II, e III Zeus Wantuil e Francisco Thiesen Federação Espírita Brasileira - FEB
Allan Kardec (O Druida Reencarnado) Eduardo Carvalho Monteiro Editora EME

O Céu e o Inferno Allan Kardec Editora Lake
O Evangelho Segundo o Espiritismo Allan Kardec Editora Lake

O Livro dos Espíritos Allan Kardec Editora Lake
O Livro dos Espíritos e sua Tradição Histórica e Lendária Canuto Abreu Edições LFU

O Livro dos Médiuns Allan Kardec Editora Lake
O Problema do Ser, do Destino e da Dor Léon Denis
Editora Federação Espírita Brasileira - FEB

Obras Póstumas Allan Kardec Federação Espírita Brasileira - FEB
Revista Espírita n.º 4, Abril de 1858, Allan Kardec Instituto de Difusão Espírita - IDE

Viagem Espírita em 1862 Allan Kardec Casa Editora O Clarim
CONSCIÊNCIA ESPÍRITA JORNAL CONSCIESP

www.consciesp.org.br - consciesp@consciesp.org.br

§.§.§- O-canto-da-ave
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 30, 2013 8:52 pm

.. Cláudio C. Conti > Sono, Sonambulismo, êxtase e dupla vista

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"O homem é para si mesmo um mistério vivo.
De seu ser não se conhece nem utiliza senão a superfície.

Há em sua personalidade profundezas ignoradas em que dormitam forças, conhecimentos, recordações acumuladas no curso das anteriores existências, um mundo completo de ideias, de faculdades, de energias, que o envoltório carnal oculta e apaga, mas que despertam e entram em acção no sono normal e no sono magnético."

Léon Denis; No Invisível - pg 131

O Espiritismo veio ensinar um número infinito de lições, para o ser humano, a respeito de si mesmo.

Contudo, é preciso reconhecer que esta afirmação pode causar estranheza naqueles que não têm conhecimento mais aprofundado, acreditando que o Espiritismo não passa de uma doutrina que apresenta conceitos de ordem moral, todavia, vai muito mais além, pois traz as explicações para a necessidade da aplicação destes conceitos.

Neste processo de autoconhecimento, verifica-se que em vários momentos e atitudes a que erroneamente não se credita muita importância, podem ser imprescindíveis para a manutenção da harmonia interior.

Um destes momentos é quando o corpo adormece, mas, na sua condição de espírito, o indivíduo se mantém activo.

Sono, sonambulismo, êxtase e dupla vista são fenómenos a que o espírito está sujeito e, devido ao pouco conhecimento sobre estas questões, muitas podem ser as consequências devido a uma avaliação errónea, por parte de profissionais da área médica, quando deparados com pacientes sujeitos a tais ocorrências.

Contudo, devido a semelhanças e peculiaridades de cada uma, apresentam uma certa dificuldade para o seu entendimento.

Quais seriam as semelhanças e as diferenças entre sono, sonambulismo e êxtase?
E a dupla vista estaria relacionada a esses assuntos?

Para responder a estas perguntas é preciso, primeiramente, esclarecer que todos estes fenómenos estão baseados no mesmo princípio: a emancipação da alma.

Emancipação significa libertação e que, para isso, é necessário uma predisposição do organismo físico.

Para compreendermos esta questão, é preciso uma breve introdução.
Sabemos que o ser humano é formado por 3 partes principais:
o espírito, o perispírito e o corpo físico.

Na erraticidade, isto é, na vida como espírito desencarnado, o espírito mantém o seu perispírito, portanto, o espírito sempre manterá o seu primeiro invólucro, o perispírito.

Contudo, a constituição do perispírito não é a mesma para todos os espíritos;
dependendo do seu grau de adiantamento será mais ou menos subtil.

É fácil de compreender que a quantidade de matéria que envolve o espírito proporcionará limitações para sua vida, pois o mesmo ocorre connosco, não podemos comparar a versatilidade que temos durante o inverno, quando normalmente vestimos roupas pesadas, com o verão, quando usamos roupas mais leves.
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A Ciência confirma o Espiritismo? - Página 8 Empty Re: A Ciência confirma o Espiritismo?

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 30, 2013 8:52 pm

É isto o que diz o O Livro dos Espíritos na questão 186.

186. Haverá mundos onde o Espírito, deixando de revestir corpos materiais, só tenha por envoltório o perispírito?
"Há e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo que para vós é como se não existisse.
Esse o estado dos Espíritos puros."

No momento da fecundação do óvulo, o espírito, juntamente com o perispírito se liga ao ovo presidindo, então, a formação do corpo.
Durante este processo, como é apresentado no livro A Génese, o perispírito se liga ao corpo físico molécula a molécula, pois se um está sendo moldado pelo outro, é óbvio que deva existir uma superposição exacta, um casamento perfeitos de todas as partes.

Contudo, não devemos imaginar que o espírito esteja encarcerado no corpo; a questão 141 d'O Livro dos Espíritos deixa bem claro:
141. Há alguma coisa de verdadeiro na opinião dos que pretendem que a alma é exterior ao corpo e o circunvolve?
"A alma não se acha encerrada no corpo, qual pássaro numa gaiola. Irradia e se manifesta exteriormente, como a luz através de um globo de vidro, ou como o som em torno de um centro de sonoridade.

Neste sentido se pode dizer que ela é exterior, sem que por isso constitua o envoltório do corpo.

A alma tem dois invólucros.
Um, subtil e leve: é o primeiro, ao qual chamas perispírito, outro, grosseiro, material e pesado, o corpo.
A alma é o centro de todos os envoltórios, como o gérmen em um núcleo, já o temos dito."

No outro extremo, isto é, no momento da desencarnação, quando ocorre a morte do corpo físico, ocasião em que não apresenta mais condições de ser animado pelo espírito, o processo se dá de modo inverso, ocorre o desligamento do perispírito, e o espírito está liberto da matéria densa, porém não completamente liberto, pois ainda estará revestido do seu perispírito.

Em resumo, o grau de liberdade do espírito estará relacionado com o seu grau evolutivo.
Sabemos que os espíritos manipulam os fluidos, matéria subtil, através do pensamento.

A matéria no estado de fluido é facilmente moldável, capaz de ser influenciada sob a mais leve pressão, sendo o perispírito uma condensação destes fluidos em torno da inteligência e que serve de ligação entre o espírito e a matéria densa.

Sob este prisma pode-se conduzir o seguinte raciocínio: temos, de um lado, algo tão imaterial como o espírito e na outra extremidade algo tão material como a matéria densa, então, para que possa haver uma comunicação perfeita entre estes dois extremos, podemos compreender que a composição do perispírito de um mesmo Espírito e, consequentemente, a sua densidade deva, também, variar seguindo um sistema de camadas, onde as camadas mais subtis do perispírito ficam mais próximas do Espírito, se adensando gradativamente até entrar em contacto com o corpo físico.

A camada mais exterior, a mais densa, chamada de "duplo etérico", se dissipa quando se dá a morte do corpo físico.

De volta ao assunto, todas as vezes que nos preparamos para dormir, estamos, na verdade, nos preparando para um desprendimento.

Durante o sono o espírito se liberta parcialmente do corpo físico, mantendo-se ligado pelo cordão fluídico, que funciona como um fio condutor, onde o espírito é capaz de receber e transmitir informações do e para o corpo físico que permanece dormindo.

Desta forma, mesmo com o espírito estando afastado do corpo, este não é um navio a deriva, o capitão, que no caso é o espírito, mantém o controle sobre a situação.

Isto pode até parecer muito estranho, mas o espírito tem uma grande necessidade destes momentos de libertação, não sendo nem mesmo necessário que se esteja em sono profundo, como descrito na questão 407.

407. É necessário o sono completo para a emancipação do Espírito?
"Não; basta que os sentidos entrem em torpor para que o Espírito recobre a sua liberdade.
Para se emancipar, ele se aproveita de todos os instantes de trégua que o corpo lhe concede.
Desde que haja prostração das forças vitais, o Espírito se desprende, tornando-se tanto mais livre, quanto mais fraco for o corpo."

Neste estado, que é chamado de desdobramento, o espírito poderá se deslocar livremente, o cordão fluídico não exerce nenhum impedimento, haja vista que é altamente elástico, podendo se estender a longas distâncias.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 30, 2013 8:52 pm

É preciso ter em mente que o espírito desdobrado, podendo se deslocar livremente, irá para o local que lhe interessar.

Desta forma, alguém preocupado com seu trabalho poderá, durante o sono, se ocupar de seu ofício profissional; aqueles que gostam de festas e lugares barulhentos irão, com toda certeza para boates, bares, etc.;
aqueloutros que se dedicam ao estudo, irão para locais onde estejam sendo realizadas reuniões de estudo; ainda existem aqueles que, devido ao ócio, nem saem do quarto, permanecendo ao lado do corpo em completa inércia.

Assim, além de refazer as forças do corpo, o sono é também uma grande oportunidade do espírito se encontrar com seus entes amados que já se encontram na outra esfera de acção.

É a forma de sempre nos mantermos em contacto com a verdadeira realidade, que é a vida espiritual.

Embora possa parecer estranho que se diga que quando se dorme o espírito passeia e, quando acordado, não se consegue lembrar do que aconteceu, na situação de encarnado os sentidos são muito limitados, e esta limitação é feita pelos órgãos físicos.

O indivíduo comum, aquele que não possui capacidade mediúnica exacerbada, somente consegue manter a lembrança daquilo que lhe chega por intermédio dos órgãos corporais.

É o que nos informa os espíritos na questão 403 de O Livro dos Espíritos.

403. Por que não nos lembramos sempre dos sonhos?
"Em o que chamas sono, só há o repouso do corpo, visto que o Espírito está constantemente em actividade.

Recobra, durante o sono, um pouco da sua liberdade e se corresponde com os que lhe são caros, quer neste mundo, quer em outros.
Mas, como é pesada e grosseira a matéria que compõe, o corpo dificilmente conserva as impressões que o Espírito recebeu, porque a este não chegaram por intermédio dos órgãos corporais."

Desta forma é possível usufruir os benefícios do esquecimento durante a vida terrena, pois as recordações de existências passadas poderiam comprometer o bom andamento das atribuições na presente encarnação.

Consequentemente, se fosse possível a lembrança das vivências durante o período que se encontra desdobrado, ocasiões em que pode haver uma correspondência com vidas anteriores, o espírito poderia correlacionar as pessoas com quem convive com aquelas com que já viveu, o que poderia trazer graves malefícios.

Muitos acreditam que seria muito mais fácil repararem erros cometidos anteriormente se não houvesse o esquecimento completo do passado.

Lendo os vários relatos que se encontram na literatura espírita, e considerando que a grande maioria ainda se encontra em níveis evolutivos muito parecidos, pode-se concluir que as histórias de muitos destas personagens dos livros representam o comum da humanidade.
Seria muito desgastante se fosse possível lembrar dos absurdos que foram cometidos outrora.

Contudo, para aquele que realmente acredita na necessidade de conhecer o passado, não é necessário muito esforço, basta apenas analisar sua vida actual, suas dificuldades, seja de relacionamento ou de aceitação própria, assim como suas virtudes, para ter consciência dos tipos de erros cometidos e das aquisições.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 01, 2013 8:51 pm

Assim, Leon Denis, no livro O Invisível, pg. 156 e 157, dividiu os sonhos em três tipos principais:
-Sonho ordinário - puramente cerebral, simples repercussão das disposições físicas ou preocupações morais, além do reflexo das impressões arquivadas no cérebro durante a vigília.

-Primeiro grau de desprendimento - mergulha no oceano de pensamentos e imagens, que de todo lado rolam no espaço, deles se impregna, e aí colhe impressões confusas, tem estranhas visões e inexplicáveis sonhos, podendo mesclar com reminiscências de vidas anteriores.

-Sonhos etéreos - o espírito se subtrai à vida física, desprende-se da matéria, percorre a superfície da Terra e a imensidade, onde procura os seres amados e guias espirituais.
Em resumo, há três tipos do que é considerado sonho, sendo que um deles, o último, corresponde a lembranças das vivências do espírito enquanto desdobrado.

Considerando, agora, que o espírito desdobrado esteja em condições de usufruir uma maior liberdade de acção, que seria o sonambulismo.
Estando mais liberto, o espírito terá percepções muito mais apuradas que no sonho.

Neste estado, o espírito poderá inclusive usar o seu próprio corpo para efectuar qualquer acção, neste caso é que se dá o fenómeno de sonambulismo comumente conhecido, quando a acção do espírito sobre o corpo não é o mesmo de quando está em vigília.

O processo é semelhante ao que ocorre quando um espírito atua sobre uma mesa, por exemplo, com a única diferença de que, para actuar sobre a mesa, o espírito necessita de um médium de efeitos físicos para doar fluido vital, enquanto que no sonambulismo não há esta necessidade, pois o próprio corpo já está saturado deste fluido.

Liberto de suas vestes corporais, o espírito poderá perambular livremente, com isso, poderá visitar locais e descrevê-los.

A capacidade do espírito é realmente impressionante e o estudo destas faculdades fascina, contudo, pode-se questionar o porquê não é possível usufruir destas faculdades de forma mais intensa, isto é, mantendo a consciência de tudo.

Infelizmente, a humanidade ainda não tem condições morais suficientemente desenvolvidas para usar estas faculdades.

O homem ainda utiliza seu conhecimento para benefício próprio e, muitas vezes, por meios ilícitos.
Já foi divulgado que, durante a Segunda Guerra, foram realizados experimentos com sonâmbulos para visitarem, em espírito, as defesas do inimigo e descrevê-las.

Isto seria a utilização de uma faculdade espiritual para fazer espionagem.

Poder-se-ia imaginar que, caso este processo fosse difundido e, obviamente, com total controle da situação, com certeza não tardariam as firmas de segurança especializadas em "guardas espirituais".

As seguintes questões de O Livro dos Espíritos esclarecem em maior profundidade:
432. Como se explica a visão a distância em certos sonâmbulos?
"Durante o sono, a alma não se transporta?
O mesmo se dá no sonambulismo."

433. O desenvolvimento maior ou menor da clarividência sonambúlica depende da organização física, ou só da natureza do Espírito encarnado?
"De uma e outra. Há disposições físicas que permitem ao Espírito desprender-se mais ou menos facilmente da matéria."

434. As faculdades de que goza o sonâmbulo são as que tem o Espírito depois da morte?
"Somente até certo ponto, pois cumpre se atenda à influência da matéria a que ainda se acha ligado."
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 01, 2013 8:52 pm

Analisando o sono e o sonambulismo, é possível reconhecer que existem algumas gradações com que o espírito poderá se libertar do corpo físico.

Agora, diante desta teoria, se torna mais fácil a compreensão do êxtase, que nada mais é do que um estado ainda mais liberto do que no sonambulismo.
Estando mais liberto, o espírito poderá ir a lugares mais longínquos, usufruirá maiores possibilidades de acção.

Durante o sono e o sonambulismo, o espírito transita pela Terra, podendo vivenciar experiências tanto do mundo material quanto do mundo espiritual, porém o extático é capaz de visitar mundos mais etéreos, superiores ao que vivemos, e vislumbrar as suas maravilhas e a felicidade.

Nesta condição, como diz Kardec, em O Livro dos Espíritos, pg 243:
No estado de êxtase, o aniquilamento do corpo é quase completo.

Fica-lhe somente, pode-se dizer, a vida orgânica.
Sente-se que a alma se lhe acha presa unicamente por um fio, que mais um pequenino esforço quebraria sem remissão.

Nesse estado, desaparecem todos os pensamentos terrestres, cedendo lugar ao sentimento apurado, que constitui a essência mesma do nosso ser imaterial. Inteiramente entregue a tão sublime contemplação, o extático encara a vida apenas como paragem momentânea.

Considera os bens e os males, as alegrias grosseiras e as misérias deste mundo quais incidentes fúteis de uma viagem, cujo termo tem a dita de avistar.

É fácil de compreender que esta faculdade é um pouco "perigosa", pois existe a possibilidade do espírito, diante do reconhecimento da existência de mundos onde que impera a felicidade, não querer mais retornar ao mundo de sofrimento em que se encontra, nesta situação ocorreria o desencarne do espírito.

Todavia, o estudo é de fundamental importância para se ter o conhecimento de que, terminando com a vida corpórea nesta condição, seria um caso de suicídio, com isso, não estaria ajudando em nada para viver naquele mundo, mas, na verdade, estaria se distanciando muito mais daquele mesmo mundo que gostaria de viver.

Finalmente, a dupla vista.

Sendo também um estado de desprendimento, ocorre em estado de vigília, o espírito liberto momentaneamente, é capaz de entrar em contacto com o mundo espiritual, podendo usufruir algumas de suas propriedades de espírito liberto.

Nesta condição, é capaz de ver, sentir e ouvir além das limitações impostas pelo organismo físico.

Sabemos que os sentidos pertencem ao espírito e não ao corpo físico, o corpo apenas exerce limitações ao mundo material em que se vive.
Liberto, mesmo que momentaneamente, o espírito é capaz de ver além e através dos obstáculos físicos.

CEMA - Centro Espírita Maria Angélica
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 02, 2013 9:17 pm

.. Eliza Corte > Planeamento de palestras: o fortalecimento espiritual do homem

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Planeamento de palestras

TEMA: o fortalecimento espiritual do homem

Correlacionar a 2ª epístola de Paulo a Timóteo, 2:15
Procura apresentar-te a Deus, aprovado como obreiro que não têm do que se envergonhar".

Tal qual a pérola, o aperfeiçoamento espiritual do homem dá-se por interferência de circunstância difíceis com as quais ele deve aprender e amadurecer.

Para tanto, atendamos aos deveres diários que a vida nos prescreveu, administrando-os com sabedoria e amor e, assim, adicionaremos novas parcelas de saber ao nosso fortalecimento espiritual.

O BOSQUE

Tempos atrás eu era vizinho de um médico cujo "hobby" era plantar árvores no enorme quintal de sua casa.

Às vezes, observava da minha janela o seu esforço para plantar árvores e mais árvores, todos os dias.

O que mais chamava a atenção, entretanto, era o facto de que ele jamais regava as mudas que plantava.

Passei a notar, depois de algum tempo, que suas árvores estavam demorando muito para crescer.
Certo dia, resolvi então aproximar-me do médico e perguntei se ele não tinha receio de que as árvores não crescessem, pois percebia que ele nunca as regava.

Foi quando, com um ar orgulhoso, ele me descreveu sua fantástica teoria.

Disse-me que, se regasse suas plantas, as raízes se acomodariam na superfície e ficariam sempre esperando pela água mais fácil, vinda de cima.
Como ele não as regava, as árvores demorariam mais para crescer, mas suas raízes tenderiam a migrar para o fundo, em busca da água e das várias fontes nutrientes encontradas nas camadas mais inferiores do solo.

Assim, segundo ele, as árvores teriam raízes profundas e seriam mais resistentes às intempéries, essa foi a única conversa que tive com aquele meu vizinho.

Logo depois fui morar em outro país, e nunca mais o encontrei.
Vários anos depois, ao retornar do exterior fui dar uma olhada na minha antiga residência.

Ao aproximar-me, notei um bosque que não existia antes.
Meu antigo vizinho havia realizado seu sonho!

O curioso é que aquele era um dia de um vento muito forte e gelado, em que as árvores da rua estavam arqueadas, como se não estivessem resistindo ao rigor do inverno, entretanto, ao aproximar-me do quintal do médico, notei como estavam sólidas as suas árvores: praticamente não se moviam, resistindo implacavelmente àquela ventania toda.

Que efeito curioso, pensei eu...
As adversidades pela qual aquelas árvores tinham passado, tendo sido privadas de água, pareciam tê-las beneficiado de um modo que o conforto o tratamento mais fácil jamais conseguiriam.

Todas as noites, antes de ir me deitar, dou sempre uma olhada em meus filhos, debruço-me sobre suas camas e observo como têm crescido.

Frequentemente, oro por eles.
Na maioria das vezes, peço para que suas vidas sejam fáceis:
"Meu Deus, livre meus filhos de todas as dificuldades e agressões desse mundo".
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 02, 2013 9:18 pm

Tenho pensado, entretanto, que é hora de alterar minhas orações.
Essa mudança tem a ver com o facto de que é inevitável que os ventos gelados e fortes nos atinjam e aos nossos filhos.

Sei que eles encontrarão inúmeros problemas e que, portanto, minhas orações para que as dificuldades não ocorram, têm sido ingénuas demais.
Sempre haverá uma tempestade, ocorrendo em algum lugar, portanto, pretendo mudar minhas orações.

Farei isso porque, quer nós queiramos ou não, a vida não é muito fácil.
Ao contrário do que tenho feito, passarei a orar para que meus filhos cresçam com raízes profundas, de tal forma que possam retirar energia das melhores fontes, das mais divinas, que se encontram nos locais mais remotos.

Oramos demais para termos facilidades, mas na verdade o que precisamos fazer é pedir para desenvolver raízes fortes e profundas, de tal modo que quando as tempestades chegarem e os ventos gelados soprarem, resistiremos bravamente, ao invés de sermos subjugados e varridos para longe.

Uma pérola é formada lentamente, pelo acréscimo de camadas

Uma enciclopédia descreve a formação de uma pérola da seguinte maneira:
Pérola (do latim pirula = pequena pêra), corpo redondo de madrepérola que se forma no interior de algumas conchas marinhas ou de água doce em consequência de um tumor epitelial.

Durante o alastramento das células epiteliais, elas segregam, inicialmente, como na formação da casca, uma substância córnea (conchina) e depois a madrepérola (carbonato de cálcio ortorrômbico = aragonita) em calotas concêntricas.

Uma pérola é formada com dores

Quando um corpo estranho (“grão de areia”, etc.) entra na ostra, provocando atrito com seu corpo e o ferindo, a ostra, a ostra libera uma secreção que encapsula o corpo estranho e aos poucos se forma uma preciosa pérola.

A Ostra e a Pérola

Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas.
As pérolas são feridas curadas.
Pérolas são produtos da dor, resultado da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia.

A parte interna da concha de uma ostra é uma substância lustrosa chamada nácar.
Quando um grão de areia penetra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas para proteger o corpo indefeso da ostra.

Como resultado, uma linda pérola é formada.
Uma ostra que não foi ferida, não produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.

BIBLIOGRAFIA A SER CONSULTADA:

Obras básicas da Doutrina Espírita:

O LIVRO DOS ESPÍRITOS, livro quarto, cap. II, Penas e Gozos Futuros, obra codificada por Allan Kardec.

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, cap. V, Bem-aventurados os aflitos, obra codificada por Allan Kardec.

Outras obras:
VINHA DE LUZ, mens. 53, Sementeira e ceifas, Emmanuel, FEB
PALAVRAS DA VIDA ETERNA, mens. 81, Prosseguindo, mens. 84, Divino dons, mens. 132, Diante da providência, mens. 136, Na vitória real, Emmanuel, Edição CEC

Outras fontes:
O BOSQUE, texto esparso
PARÁBOLAS PROFÉTICAS: Uma pérola é formada com dores, pág. 101, A pérola é formada lentamente pelo acréscimo de camadas.

[b]Planeamento: Eliza Corte - Centro Espírita Obreiros do Senhor[b] (CEOS)

§.§.§- O-canto-da-ave
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 03, 2013 9:46 pm

.. Mónica Corullón > O Trabalho Voluntário

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Manual elaborado para o Programa de Promoção do Voluntariado do Conselho Comunidade Solidária

Sumário :

O Voluntário...
Motivações para a Acção
O Terceiro Sector
Sentido Comunitário

Impacto do Sector Voluntário
Influências Culturais e Religiosas
Valorização e Preconceitos
Voluntários Profissionais

Voluntariado no Brasil
Programa de Estímulo ao Voluntariado no Brasil
Detalhamento das Áreas de Responsabilidades dos Núcleos

Modelo de Funcionamento dos Núcleos
Detalhamento do Programa de Capacitação
Marketing Social e Estratégia Geral de Comunicação
Estratégias Específicas de Estímulo ao Trabalho Voluntário

Protagonismo Social dos Jovens
Voluntários da Terceira Idade
Profissionais Liberais: Médicos, Arquitectos, Advogados, Psicólogos...

Voluntariado Empresarial: Motivando os funcionários
Outros Temas para Estudo e Reflexão


O VOLUNTÁRIO

"... tem o dom de se doar,... e em algum momento sente-se chamado a desenvolvê-lo..."
"... dispõe-se a fazer um trabalho sem interesse de retorno material, apenas espiritual ... ou em troca de algo intangível..."

"... através da actuação junto à sociedade, sente-se útil...
*... doa sua força de trabalho para alguma causa humana, social ou ambiental..."
"... tem um conceito mais estruturado do papel do indivíduo na sociedade ... pensa e age de maneira colectivas.."

"... coloca-se à disposição ... contribui... oferece-se sem pensar em retribuição... de livre e espontânea vontade..."
"... valoriza a satisfação pessoal de ter colaborado para tornar os outros mais felizes..."

Segundo definição das Nações Unidas, “o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte de seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de actividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos...”

Em recente estudo realizado na Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança, definiu-se o voluntário como actor social e agente de transformação, que presta serviços não remunerados em benefício da comunidade; doando seu tempo e conhecimentos, realiza um trabalho gerado pela energia de seu impulso solidário, atendendo tanto às necessidades do próximo ou aos imperativos de uma causa, como às suas próprias motivações pessoais, sejam estas de carácter religioso, cultural, filosófico, político, emocional.
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A Ciência confirma o Espiritismo? - Página 8 Empty Re: A Ciência confirma o Espiritismo?

Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 03, 2013 9:46 pm

Quando nos referimos ao voluntário contemporâneo, engajado, participante e consciente, diferenciamos também o seu grau de comprometimento:
acções mais permanentes, que implicam em maiores compromissos, requerem um determinado tipo de voluntário, e podem levá-lo inclusive a uma profissionalização voluntária”;
existem também acções pontuais, esporádicas, que mobilizam outro perfil de indivíduos.

Ao analisar os motivos que mobilizam em direcção ao trabalho voluntário, (descritos com maiores detalhes a seguir), descobrem-se, entre outros, dois componentes fundamentais:
o de cunho pessoal, a doação de tempo e esforço como resposta a uma inquietação interior que é levada à prática, e o social, a tomada de consciência dos problemas ao se enfrentar com a realidade, o que leva à luta por um ideal ou ao comprometimento com uma causa.

Altruísmo e solidariedade são valores morais socialmente constituídos, vistos como virtudes do indivíduo.

Do ponto de vista religioso acredita-se que a prática do bem salva a alma;
numa perspectiva social e política, pressupõe-se que a prática de tais valores zelará pela manutenção da ordem social e pelo progresso do homem.

A caridade (forte herança cultural e religiosa), reforçada pelo ideal, as crenças, os sistemas de valores, e o compromisso com determinadas causas, são componentes vitais do engajamento.

Não se deve esquecer, contudo, o potencial transformador que essas atitudes representam para o crescimento interior do próprio indivíduo.

MOTIVAÇÕES PARA A ACÇÃO
(sumário)

Uma das razões frequentemente apontadas para o engajamento em trabalhos voluntários é que nas actividades diárias não existem muitos desafios nem realizações, nem liberdade de acção suficiente, e nas empresas em geral não existe uma missão, apenas conveniência.

Também é comum que as pessoas realizem alguma actividade “socialmente útil”, como forma de retribuir à sociedade todo o conhecimento e experiências adquiridas ao longo da vida, ou apenas para ter uma ocupação do seu tempo livre, às vezes produto inclusive da situação de desemprego.

Outro forte motivo alegado é a necessidade interior de fazer o bem, uma satisfação íntima pelo prazer de servir, estar bem consigo mesmo beneficiando o outro, dando de si, sem esperar nada em troca.

Verificam-se certas mudanças nos padrões do voluntariado nos últimos anos.
As pessoas estão mais interessadas em se envolver em mais de uma causa, oferecendo seu trabalho voluntário em diferentes actividades.
Também atuam mais na defesa dos direitos (advocacy) e noactivismo o político.

Enquanto ainda desejam se envolver com actividades de serviço, também desejam fazer diferença através de petições, abaixo-assinados, influência nas políticas públicas, e outras formas activas de participação cívica.

É necessário considerar a crescente noção de cidadania e de defesa de direitos humanos e sociais presente na sociedade actual.

O principal diferencial das práticas filantrópicas atuais com relação ao passado reside no fato de que sua população clientela não é mais concebida como sujeitos dependentes e tutelados.
Os cidadãos engajam-se em actividades voluntárias não apenas para exercitar a caridade, mas para exercer suas cidadanias na defesa dos seus direitos e os dos outros.

Segundo documentação dos pesquisadores, o trabalho voluntário pode melhorar a auto-imagem, promover um sentimento de realização e competência e agir como um antídoto para o stress e a depressão.

De facto, alguns estudos mostram que os voluntários tendem a ser mais saudáveis e felizes e viver mais que aqueles que não o são.
Na realidade brasileira, segundo dados recolhidos na prática, voluntários de camadas socioeconómicas baixas, com problemas de inserção social, rejeição, falta de raízes devido às constantes migrações, encontram no trabalho voluntário um forte componente para conformarem sua identidade, aumentarem sua auto-estima, e se sentirem valorizados no meio social em que actuam.
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A Ciência confirma o Espiritismo? - Página 8 Empty Re: A Ciência confirma o Espiritismo?

Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 03, 2013 9:47 pm

O TERCEIRO SECTOR
(sumário)

O Terceiro Sector, espaço privilegiado para a acção voluntária, cumpre basicamente as seguintes funções:

> Iniciar novas ideias e processos.- o ambiente é propício para a inovação.
A cada momento surgem ideias sobre como fazer as coisas de modo diferente, e se possível, melhor do que antes, inovando-se em áreas onde os órgãos públicos carecem de conhecimento ou temem se aventurar.

> Influenciar políticas públicas:
organizações voluntárias podem testar novas ideias, iniciar serviços controvertidos em seus estágios iniciais, e podem exercer influência directa na formatação e promoção de políticas públicas.

> Apoiar minorias ou interesses locais: podem experimentar novas ideias com menos precaução que os governos, podem apoiar causas e interesses que seriam rejeitados por preconceitos ou interesses prioritários das maiorias.

> Promover parcerias:
Com frequência as organizações voluntárias estimulam e coordenam actividades nas quais tanto o governo como a empresa privada interagem em prol do bem público.

> Ajudar outros países: as organizações voluntárias oferecem ajuda em situações onde o auxílio dos governos seria politicamente inaceitável.

> Promover a cidadania participativa e o altruísmo - uma das mais importantes contribuições das organizações voluntárias, além do que fazem pelos seus beneficiários, é a transformação pessoal dos seus participantes voluntários.

SENTIDO COMUNITÁRIO
(sumário)

Na história europeia, a filantropia e a caridade eram predominantemente virtudes privadas.
Eram noções perpétuas, imutáveis, até certo ponto rígidas.

Já que era mais virtuoso dar do que receber, o valor da caridade provinha mais dos motivos do próprio doador do que dos efeitos da sua acção.

Nos Estados Unidos, o espírito filantrópico desenvolveu-se, mudou, floresceu e se institucionalizou de uma maneira peculiar.
A nota dominante era a preocupação com a comunidade.
Os propósitos da filantropia eram o enriquecimento da qualidade de vida das comunidades.

O foco mudou do doador para o receptor, da salvação das almas para a resolução de problemas, da consciência individual para as questões comunitárias.

Através da participação dos seus membros, esperava-se que a comunidade gerasse seus próprios benefícios, hoje em dia sendo vista cada vez menos como o alvo da generosidade do doador e cada vez mais como uma parte integrante do capital social.

No Brasil não existe uma forte tradição comunitária.
Talvez se explique historicamente pelo fato de os colonizadores aqui apartarem movidos por interesses individuais, pela ânsia do lucro rápido, para extrair as riquezas do Novo Mundo com o único objectivo de enriquecer a metrópole.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 04, 2013 8:30 pm

IMPACTO DO SECTOR VOLUNTÁRIO
(sumário)

O sector voluntário joga um papel integrador, reunindo indivíduos, grupos, instituições e inclusive países que em outros contextos poderiam estar em conflito ou competição entre si.

Assim como produz novas ideias sobre comportamento social, o sector é activo também na preservação de antigas tradições e valores da cultura.

Através da participação em actividades voluntárias, as pessoas encontram espaço para seu crescimento pessoal, para a auto-actualização segundo termo cunhado por Maslow.

O processo de se informarem, de aprimorarem seu espírito crítico, leva-os à conscientização dos problemas.
Para muitos, a acção voluntária permite a utilização de talentos, habilidades e potenciais não aproveitados no seu dia a dia profissional.

Por último, os voluntários representam um recurso latente de participação para causas ou acções de que a sociedade como um todo venha a precisar em situações de emergência, constituindo-se num enorme reservatório de energia em potencial que pode ser mobilizada em prol do bem comum.

O papel tradicional do indivíduo voluntário prestando serviços de assistência continuará corno uma importante contribuição e uma saída para o compromisso pessoal.
Este papel, porém, deve ser continuamente submetido à análise e redefinição para passar nos testes de relevância e prioridade.

INFLUÊNCIAS CULTURAIS E RELIGIOSAS
(sumário)

Quase todas as religiões, mesmo as mais novas, compartilham os ensinamentos de Jesus, Moisés, Alá e Buda, expressas na Bíblia, no Velho Testamento, no Alcorão, nos Dez Mandamentos, na Torah.

E todas elas consideram a caridade como a maior das virtudes.

Na tradição judaico-cristã, a caridade era directamente relacionada com o alívio das necessidades dos pobres, famintos, doentes (tradição do Bom Samaritano).
Já entre os gregos e romanos, o objecto da doação não eram os indivíduos necessitados, mas o público em geral, a cidade.

A intenção não era tanto aliviar o sofrimento, como enriquecer a qualidade de vida.
Este conceito grego, mais amplo, está mais intimamente relacionado com a ideia actual de instituição filantrópica.

Embora as pessoas tenham se reunido para propósitos assistenciais e solidários desde o começo dos tempos, as modernas formas associativas do esforço voluntário foram muito estimuladas pela Reforma, e seu movimento pela liberdade de associação, incentivado pela urbanização da sociedade durante a revolução industrial, e expandiram-se rapidamente no século XX.

Estas organizações foram criadas e muitas existem até hoje para preencher grande variedade de propósitos, das necessidades individuais dos seus membros a serviços mais amplos para as comunidades.

Em pesquisa recente no Brasil, Émerson Giumbelli afirma que mesmo com suas divergências, espiritismo e catolicismo são semelhantes quanto ao significado da caridade: a salvação está relacionada ao outro, e este pode ser o pobre, o necessitado ou o desvalido...

Mais do que um valor, a caridade é um mandamento, que mobiliza recursos pessoais (voluntários) e financeiros (contribuições) para acções filantrópicas, seja em instituições específicas ou nos diversos centros espíritas.
A maioria das instituições espíritas se declaram com fins assistenciais (71%), o que demonstra que a motivação religiosa e a actividade assistencial estão articuladas, a última não existindo desvinculada da primeira.

É porque a caridade faz parte da doutrina espírita que a filantropia adquire sentido.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 04, 2013 8:31 pm

Tanto a militância pelas causas sociais como o voluntariado partem de uma emoção, entre elas a indignação, ou a compaixão.
O importante ponto em comum é que ambos se transformam a si mesmos, e assim, em conjunto, os indivíduos, as comunidades, e o país caminham em direcção à confiança e à solidariedade.

É lícito pensar em politizar a acção voluntária no sentido de não perder de vista as causas reais dos problemas, possibilitando que o voluntário se transforme e transforme seu entorno, sentindo-se co-responsável pelas soluções a médio e longo prazo.

Pressente-se um esgotamento dos antigos modelos de voluntariado, ou seja, da simples acção apenas pela boa vontade, e do trabalho somente por motivos pessoais.
O trabalho voluntário enquanto exercício de cidadania deve não só procurar a defesa de direitos, mas também assumir cada vez maiores responsabilidades.

VALORIZAÇÃO E PRECONCEITOS
(sumário)

Existem na sociedade certos preconceitos, ao se ver o voluntariado não como um trabalho senão apenas como um passatempo.
Também é comum se associar o perfil do voluntário ao de senhoras desocupadas e sem especialização; às vezes, os voluntários são alvo da desconfiança dos funcionários contratados das instituições, que se sentem ameaçados em seus postos de trabalho.

Por outro lado, algumas causas sensibilizam mais a sociedade em geral, especialmente a criança doente ou deficiente, e os voluntários que se dedicam a este segmento contam com grande valorização e prestígio social pela sua escolha, dependendo do tipo de instituição ou do tamanho do projecto.

VOLUNTÁRIOS "PROFISSIONAIS"
(sumário)

Muitas organizações sem fins lucrativos ainda dizem:
“Nós não remuneramos os voluntários, portanto não podemos exigir nada deles...

Hoje se faz necessária uma mudança de atitude:
“Os voluntários precisam obter muito mais satisfação de suas realizações, exactamente porque não recebem nenhuma remuneração...

A constante transformação do voluntário, de amador bem-intencionado a membro não remunerado da equipe, profissional e treinado, é o progresso mais significativo no sector sem fins lucrativos.

A priori, as pessoas não são “voluntárias em si.
A instituição que as acolhe tem que transformá-las em voluntários, aprimorando e desenvolvendo seu impulso solidário para transformá-lo em compromisso.

É fundamental considerar o bem-estar do voluntário, sua gratificação, satisfação, felicidade e prazer ao realizar o trabalho solicitado, assim como o potencial de desenvolvimento pessoal (profissional e emocional), e sobretudo, as motivações que o levaram até a instituição.

Na relação entidades/voluntários, o espaço para a acção tem que ser um sistema motivador.

Deve existir uma política definida, conceito e objectivos claros sobre o trabalho voluntário;
objectivos específicos: resultados e metas claramente definidos para o trabalho voluntário;
sistemas de capacitação, aperfeiçoamento, avaliação, e motivação constantes;
e um sistema de informação, com indicadores de resultado, para dar retorno da acção, como uma espécie de prestação de contas dos resultados atingidos pelo esforço comum.

A maior frustração de um voluntário é a falta de organização da entidade.
Ao estudar programas voluntários, uma conclusão inevitável é que eles requerem um certo nível de suporte financeiro, especialmente para garantir a contratação de um director ou coordenador.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 04, 2013 8:31 pm

Conforme o depoimento de muitas instituições ouvidas, é recomendável que o gerenciamento do corpo de voluntários esteja em mãos de um profissional remunerado, funcionário efectivo da instituição, para garantir a continuidade dos planos, e evitar sucessivas mudanças de rumo na política do corpo de voluntários.

A chegada dos voluntários nas instituições deve ser preparada cuidadosamente:
é preciso perceber que as instituições possuem uma história, uma cultura, uma dinâmica e uma equipe que já está desenvolvendo um trabalho, o que a iniciativa da inserção do voluntário vem se somar às presentes e não procura negar o já realizado.

Mas quais são as necessidades deste pessoal não remunerado?
Que razões eles têm para permanecer na instituição?

Sua primeira e mais importante exigência é que a organização tenha uma missão clara, que dirija todas suas atitudes.
A segunda é treinamento.
Uma das maneiras mais eficazes para motivar e manter os voluntários veteranos é reconhecer sua competência utilizando-os como agentes para treinar os recém-chegados.

Por seu lado, as pessoas devem gostar do trabalho voluntário que realizam e devem ser selectivas, aceitando aqueles que melhor se encaixem nas suas habilidades e preferências.

Devem se comprometer apenas com o tempo de que realmente dispõem para executar as tarefas, e não assumir responsabilidades que não poderão cumprir.

Os voluntários se afastam da instituição quando a prática do grupo não satisfaz suas necessidades e expectativas.

Para obter os melhores esforços de uma pessoa na equipe, ela precisa:
> saber o que se espera dela
> sentir que pertence à organização
> sentir que honestamente se precisa dela

> poder partilhar o planeamento das metas do grupo em clima de liberdade
> sentir que é possível alcançar os objectivos e que os mesmos têm sentido para ela
> ter delegação de responsabilidades que desafiem suas habilidades.

Não menos importante é o fato de que o trabalho voluntário deve ser fácil para o indivíduo, o que deve priorizar a escolha por acções próximas de sua residência, para tornar acessível o seu desempenho, factor relevante, por exemplo, no recrutamento de voluntários da terceira idade.

Outrossim, a entidade deve considerar pelo menos uma ajuda de custo para cobrir despesas de material, transporte, alimentação ou outras, originadas pelo seu trabalho, e mais especialmente para voluntários de baixa renda, que não têm possibilidades de contribuição financeira.

Até onde sabemos, parece mais fácil perder um voluntário do que ganhar outro.
Portanto, uma estratégia de estímulo será sem dúvida profissionalizar esta acção não remunerada dentro da instituição. Se as ONGs quiserem atrair e manter seus voluntários, terão que utilizar a competência e os conhecimentos que eles aportam.

Precisarão lhes oferecer realizações com um propósito.
Profissionalizar o sector requer uma missão clara, aprendizado e ensino contínuos, gerência por objectivos e auto-avaliação, alto nível de exigência mas a correspondente liberdade de acção e responsabilidade pelo desempenho e pelos resultados.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 05, 2013 10:42 pm

VOLUNTARIADO NO BRASIL
(sumário)

O trabalho voluntário, as acções voluntárias e a concepção de voluntário não são temas com forte tradição de estudos ou mesmo debates na sociedade brasileira.

Historicamente este tipo de trabalho esteve vinculado actuação de damas caridosas da sociedade, essencialmente tratando-se de um trabalho feminino.

Só recentemente, nas últimas décadas, em decorrência da luta por direitos humanos, civis e sociais é que este trabalho começou a ser visto, em algumas esferas da sociedade civil, como possibilidade de acção cívica, bem como de acção voltada para o bem alheio (ou público).

A acção voluntária pode ser apenas uma ajuda informal (ao vizinho, ao colega), um esforço no sentido de consolidar o espírito comunitário, uma ajuda formal, através dos serviços sociais organizados, e/ou uma oportunidade para mudanças sociais.

No Brasil de hoje, em maior ou menor grau, estão presentes as quatro vertentes, com certa predominância da terceira.
Organizações tradicionais, especialmente as ligadas a movimentos religiosos e variadas instituições da área da saúde, vêm realizando desde há décadas importantes contribuições no aproveitamento do trabalho voluntário.

Na década de 90, o surgimento da Acção da Cidadania contra a Miséria e pela Vida, constituiu-se em facto de extrema relevância para revitalizar uma consciência adormecida na sociedade brasileira:
a solidariedade, traduzida em esforço voluntário.

A proposta da Acção pela Cidadania foi deixar de esperar por acções estruturais que não estariam ao alcance do cidadão, mas estimular o gesto imediato, o alimento para quem tem fome, partindo para acções emergenciais como um primeiro passo.

A partir deste movimento, muitos outros surgiram com a mesma proposta:
fazer com que a sociedade tome iniciativas imediatas para resolver os seus problemas e, ao mesmo tempo, pressione o Estado para que ele cumpra seu papel de formular políticas públicas.

PROGRAMA DE ESTÍMULO AO VOLUNTARIADO NO BRASIL
(sumário)

O Programa de Estímulo ao Voluntariado ora apresentado tem como objectivo geral promover o conceito e a prática da cidadania no país pela participação consciente, solidária e comprometida dos indivíduos em acções voluntárias, oferecendo canais organizados para a acção.

Seus objectivos específicos são: valorizar a imagem do voluntário, aumentar o número de indivíduos e acções voluntárias, qualificar os agentes voluntários, e produzir e socializar informações.

As duas grandes linhas estratégicas propostas contemplam inicialmente a criação de uma rede de Núcleos de Voluntários, em grandes cidades de várias regiões do país, e uma ampla campanha de marketing e comunicação, embasadas em sólidas parcerias entre os diversos atores.

Entre as actividades que estes Núcleos realizariam, destacam-se:
> o reconhecimento, a valorização e a difusão das acções voluntárias já existentes;

> a promoção do valor social do trabalho voluntário;
> a conscientização, mobilização e engajamento de novos voluntários;

> a organização da oferta e da demanda;
> a capacitação das entidades para o gerenciamento dos voluntários;

> a capacitação de voluntários em habilidades específicas;
> a realização de pesquisas sobre a realidade actual do esforço voluntário e a publicação dos resultados das acções já existentes;
> a publicação e distribuição de Manuais de Orientação gerais e específicos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 05, 2013 10:42 pm

Sugerimos que estes Núcleos promovam programas de capacitação, para aumentar o conhecimento e as habilidades das organizações sobre o recrutamento e o gerenciamento dos voluntários, e focalizem suas acções em seis áreas prioritárias:
a situação da infância, a pobreza, a saúde, a educação, o meio-ambiente e situações extraordinárias (por exemplo, prevenção de desastres naturais, preparação para Olimpíadas e outros).

Os Conselhos de cada Núcleo seriam formados por dirigentes locais de organizações que já trabalham com voluntários, considerando as especificidades de cada um, para compor um corpo directivo com “expertise” em diversas áreas temáticas, assim como em técnicas de recrutamento, selecção, treinamento, gerenciamento e reconhecimento de voluntários.

DETALHAMENTO DAS ÁREAS DE RESPONSABILIDADE DOS NÚCLEOS
(sumário)

1. informação e comunicação: pesquisa, cadastro/catálogo de oferta e demanda, banco de dados, produção de material de apoio, distribuição, divulgação, socialização de experiências bem sucedidas, insucessos e suas causas, diversas mídias.

2. acção política:
> articulação entre as organizações, intercâmbio de experiências;
> parcerias entre diversos atores (Estado, Empresa Privada, Sociedade Civil);

> fortalecimento dos mecanismos democráticos de participação (Conselhos, Fóruns);
> aspectos legais do trabalho voluntário, legislação trabalhista, estatutos, regulamentações, cumprimento das leis existentes;
> propostas de políticas públicas eficazes em relação ao desenvolvimento e seguridade sociais; exigência de sua existência e de seu cumprimento;

3. marketing; mobilização, incentivo e reconhecimento:
> promoção de mudança da imagem do trabalho voluntário frequentemente visto ainda sob o viés do antigo ranço assistencialista e como um simples passatempo, amador e desvalorizado.

> estratégias gerais de incentivo ao protagonismo social, fomentando a > construção da cidadania pela participação e ampliando a visão de comunidade;
> reconhecimento público do valor do trabalho voluntário

4. acolhida, selecção, encaminhamento, orientação:
> processo de acolhimento dos interessados em voluntariar que não sabem a quem se dirigir:
> triagem na recepção, avaliação de suas capacidades, habilidades, e potencialidades, encaminhamento selectivo de acordo com a demanda, orientação.

5. capacitação:
> capacitação dos dirigentes de instituições e dos formadores de voluntários;
> identificação e desenvolvimento das lideranças comunitárias;
> capacitação dos voluntários em conteúdos gerais, no seu papel de protagonista social, na formação de atitudes e da sua mentalidade;

> na sua postura, compromisso, responsabilidade, incluindo a transcendência, trabalhando suas motivações, limitações, frustrações;
> conhecimento, compilação e divulgação de treinamentos especializados nas áreas de saúde, educação e outras, para articulação entre entidades da área.

6. avaliação:
> processo de avaliação contínua da acção voluntária no país.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 05, 2013 10:42 pm

MODELO DE FUNCIONAMENTO DOS NÚCLEOS
(sumário)

Os Núcleos de Voluntários, para cumprir com a sua missão de incentivar, promover e organizar o trabalho voluntário no país, deverão desempenhar as seguintes funções:

1. nas relações com os voluntários
> acolhida, recepção, informações
> organização da oferta e da demanda (cadastro, banco de dados)

2. nas relações com as entidades, orientação para:
> recrutamento, selecção, encaminhamento, orientação, desligamento
> gerenciamento dos voluntários

> treinamento
> descrição das tarefas
> acompanhamento, supervisão

> avaliação
> motivação, estímulo e reconhecimento
> treinamento dos funcionários, relações com os voluntários

> aspectos legais, estatuto das instituições, relações de trabalho
> encontros e intercâmbios, seminários de formação

3. nas relações gerais com a sociedade
> planeamento comunitário
> desenvolvimento de programas preventivos e com uma atitude pró-activa na resolução dos problemas

> parcerias com todos os potenciais agentes de mudança social
> ênfase no desenvolvimento de programas de trabalho voluntário corporativo ou empresarial

4. na produção de conhecimento
> pesquisa, estatísticas, tendências
> banco de dados sobre acções voluntárias

> sistematização das experiências
> organização e socialização de bibliografia

5. na disseminação e divulgação
> comunicação: diversas mídias
> publicações; manuais específicos
> encontros, conferências e seminários públicos

6. nas relações interinstitucionais
> participação nos Fóruns sobre trabalho voluntário
> participação nas entidades associativas internacionais
> intercâmbio de experiências, conferências nacionais e internacionais
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