LUZ ESPÍRITA
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A Ciência confirma o Espiritismo?

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 15, 2013 8:47 pm

Toda vez que prestarmos um serviço fraterno a quem quer que seja, se, no íntimo, nosso coração aceitar o agradecimento sincero da boca do beneficiado, que nossas palavras e a expressão de nosso rosto não traiam essa nossa fraqueza e saibamos, sabedores da vontade do Pai, retrucar com simplicidade:
"somos nós que agradecemos pela oportunidade de sermos úteis".

Martelemos esse entendimento em nossa mente até que ela ali se fixe, pois ele reflecte a mais pura realidade.
Cada pessoa que, aparentemente, necessita de nossa ajuda, está, na realidade, a nos ajudar, pois é ajudando a quem necessita que resgatamos nossas dívidas para com a harmonia do Universo.

No movimento espírita não procuremos um lugar de honra.
Quem fica na memória do povo não é aquele alto dirigente de grande instituição, mas, antes, o outro, humilde trabalhador da seara de Jesus.

Não estamos falando em tese, estamos?
Aprendamos com o passado para sabermos evitar a repetição de nossos erros.

Lembremo-nos sempre do que Jesus nos ensinou:
"aquele que quiser tornar-se o maior, seja vosso servo; e, aquele que quiser ser o primeiro entre vós seja vosso escravo".

Mistérios Ocultos aos Doutos e aos Prudentes

Disse, então, Jesus estas palavras:
"Graças te rendo, meu Pai, Senhor do céu e da Terra, por haveres ocultado estas coisas aos doutos e aos prudentes e por as teres revelado aos simples e aos pequenos."
(Mateus, XI, 25.)

Na sequência de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec interpreta as palavras de Jesus na passagem acima transcrita, identificando os doutos e prudentes da fala do Mestre com os "orgulhosos, envaidecidos do seu saber mundano, os quais se julgam prudentes porque negam e tratam a Deus de igual para igual, quando não se recusam a admiti-lo, porquanto, na antiguidade, douto era sinónimo de sábio".

Mais adiante, ele, também, associa aos doutos da fala de Jesus, os incrédulos, que exigem provas das propostas espíritas do modo que lhes convém, jamais descendo do pedestal a que se alçam para, humildemente, investigar os factos e concluírem por eles mesmos o que não aceitam quando proveniente do raciocínio alheio.

Julgam estarem correctos pelo fato de assunto de tal importância demandar prudência.
Como se sermos prudentes significasse tudo fazermos segundo nossos critérios, tomando os mesmos como infalíveis e aplicáveis a quaisquer problemas.

Sejam, portanto, os que se recusam por completo a considerar as questões espíritas ou aqueles que apenas concedem considerá-las segundo seus critérios de análise, todos podem ser relacionados com os doutos e prudentes da fala do Mestre.

Não é a verdade que se esconde deles mas antes eles que, não aceitando a verdade quando a mesma é proclamada por outros, tampouco procuram investigar o que é afirmado, em postura orgulhosa que lhes fecha os olhos ao saber.

No mundo actual ainda encontramos as duas espécies de posturas mencionadas.
Entre os primeiros estão, por exemplo, os que se põem a provocar os espíritas perguntando o porque de não se demonstrar os fatos mediúnicos na TV.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 15, 2013 8:47 pm

Por mais que se lhes explique que os Espíritos sérios não se prestam a espectáculos, convidando-os a investigar os fenómenos onde o mesmo habitualmente ocorre, fingem que nada ouvem, repisando cansativamente na mesma tecla.

No segundo grupo vemos certos autoproclamados investigadores da parapsicologia, que montam experiências segundo suas próprias ideias com o intuito de provar que os fatos espíritas são uma fraude.

Ora, mesmo em se aceitando que tais experiências sejam honestas, devemos ponderar quanto ao tipo de Espírito que se prestará a tais experiências.

Serão Espíritos interessados na evolução humana?
Pelas conclusões a que tais pesquisadores chegam, acreditamos que não.

Afinal, se levarmos ao pé da letra tais conclusões, tudo o que podemos aceitar como válido é matéria, algo que a própria ciência já aceita não corresponder à realidade.

Como pudemos ver em nosso estudo das duas sendas da humildade, os verdadeiros sábios são humildes.
Então, que sábios são esses a quem a verdade é ocultada?

Uma breve leitura da Escala Espírita nos fornece a resposta a essa indagação.

Na Oitava Classe da Terceira Ordem (Espíritos Imperfeitos), encontramos:
Espíritos Pseudo-Sábios - Dispõem de conhecimentos bastante amplos, porém, crêem saber mais do que realmente sabem.

Tendo realizado alguns progressos sob diversos pontos de vista, a linguagem deles aparenta um cunho de seriedade, de natureza a iludir com respeito às suas capacidades e luzes.

Mas, em geral, isso não passa de reflexo dos preconceitos e ideias sistemáticas que nutriam na vida terrena.
É uma mistura de algumas verdades com os erros mais polpudos, através dos quais penetram a presunção, o orgulho, o ciúme e a obstinação, de que ainda não puderam despir-se.

Bibliografia

OLIVEIRA, Therezinha. Na Luz do Evangelho. Campinas: Editora Allan Kardec, 2004.

PASTORINO, Carlos Torres. A Sabedoria do Evangelho. Rio de Janeiro: Sabedoria, 1965.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112ª Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1996.
Id. O Livro dos Espíritos. 76 Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995.

KFOURI, Lúcia Amaral. Um Homem chamado Einstein. In Tribuna Espírita, Ano XX!!, no 123, Jan/Fev 2005. João Pessoa.
ZENGO, Zakeu A. A Bíblia é Confiável, apesar de Tudo.
Obtido de http://www.zzengo.hpg.ig.com.br/biblia_ciencia.htm em 13 de março de 2005.

A Bíblia Sagrada. Versão de João Ferreira de Almeida, Revista e Actualizada.
Obtido de http://www.bibliaonline.org em 22 de julho de 2004.

Bíblia Sagrada. Tradução dos Monges de Maredsous. 112ª Ed. São Paulo: Ave Mara, 1997.
Bíblia Sagrada. Tradução do Padre António Pereira de Figueiredo. Barsa, 1967.

Newton, Pai da Física Moderna. Série Génios da Ciência. Scientific American Brasil. São Paulo: Ediouro, 2005.
Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 2ª. Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986

Versões da Bíblia.
Obtido de http://www.pilb.hpg.ig.com.br/versoesBiblias.htm em 13 de março de 2005.

http://www.ieja.org/portugues/p_index.htm

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 16, 2013 8:41 pm

.. Renato Costa > As causas do Instinto: terá chegado a hora de sabê-las?

Artigos


Novos Elementos de Observação Disponíveis nos permitem dar um Passo Adiante em uma Linha de Raciocínio do Codificador

Ao longo dos Itens 12 a 16 do Capítulo III de A Génese, Allan Kardec desenvolve uma linha de raciocínio sobre as causas do instinto, terminando, no item 17, com a seguinte afirmação:
"Todas essas maneiras de considerar o instinto são forçosamente hipotéticas e nenhuma apresenta carácter seguro de autenticidade, para ser tida como solução definitiva.

A questão, sem dúvida, será resolvida um dia, quando se houverem reunido os elementos de observação que ainda faltam.
Até lá, temos que limitar-nos a submeter as diversas opiniões ao cadinho da razão e da lógica e esperar que a luz se faça.

A solução que mais se aproxima da verdade será decerto a que melhor condiga com os atributos de Deus, isto é, com a bondade suprema e a suprema justiça".

Nosso objectivo neste trabalho é mostrar evidências sugerindo já haverem sido acumulados os elementos que faltavam para resolver a questão.

Não nos sentimos à vontade, entretanto, para continuar, sem primeiro louvarmos Allan Kardec pela observação final, fruto de sua sabedoria altamente inspirada pelo Alto, isto é, seja qual for a Verdade, ela sempre será a que melhor condiga "com os atributos de Deus, isto é, com a bondade suprema e a suprema justiça".

Vimos que, entre a inteligência e o instinto, existe uma ténue fronteira.
No entanto, não chamamos na ocasião a atenção do leitor para um facto que ficou patente naquele estudo, qual seja, que a acção inteligente é, em qualquer circunstância, realizada por um indivíduo para, a partir daí, se bem-sucedida, ser aprendida e repetida pelos demais membros do mesmo grupo.
Antes, portanto, de um comportamento aprendido se cristalizar na comunidade e, após isso, em uma espécie como um padrão fixo de acção "outro nome do instinto, conforme aprendemos" é mister que o mesmo tenha sido espalhado por todos seus membros.

No item 12, Capítulo III, de A Génese, falando da inteligência, Kardec diz ser ela "incontestavelmente um atributo exclusivo da alma".

Agora que acabamos de verificar ser o acto inteligente realizado pelo indivíduo, falta-nos uma chave que nos permita relacionar os conceitos de alma e de indivíduo para, a partir da compreensão de como se dá tal relação, podermos integrar o que nos diz a ciência e o que nos ensina a Codificação em um único entendimento.

Para realizarmos nosso intento, lançaremos mão, mais uma vez, da tese, proposta por André Luiz e desenvolvida por Jorge Andréa, quanto ao desenvolvimento da individualidade.

Pouco além da metade do Capítulo II de sua excelente obra intitulada Impulsos Criativos da Evolução, Jorge Andréa define o conceito de alma-grupo.
Tentaremos explicar, com citações, o conceito, para melhor podermos ver em que ele nos irá elucidar.

"Nas espécies mais simples, a energética-espiritual estaria mais presa aos seus afins;
por isso, podemos referir-nos à alma-grupo-da-espécie" um vórtice dinâmico actuante da dimensão superior, portanto, fora do tempo e do espaço, influenciando todo um conjunto de seres.

Por outros termos, um único campo vibratório controlando a espécie a que se destina.

"À medida que as espécies vão perdendo o contacto de colónia, próprio das formas mais simples, vão adquirindo relativa Individualidade e, com isso, o vórtice dinâmico, que dirige seus destinos, já consegue lapidar, na massa energética da alma-grupo-da-espécie, um verdadeiro núcleo (pequeno EU).

Desse modo, a alma-grupo, dinamismo conjunto que dirige colónias minerais, vegetais e primeiros animais, iria apresentando em seu seio, por maturação evolutiva, pequenos fulcros vorticosos, início de afirmações individuais, porém, que ainda não ousam nem podem viver fora da colónia dinâmica que lhes deu a origem e donde se nutrem".
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 16, 2013 8:41 pm

"Num determinado momento, quando a maturação desses vórtices-dinâmicos da alma-grupo atingem um grau bem maior de afirmação e vivência, tendem a romper seus laços dinâmicos com a energia que lhes deu origem e a se tornarem independentes, absorvendo o de que necessitam da "energia-mãe".

Fica, assim, a alma-grupo dispersa em núcleos próprios, afirmação de seus pequenos EUS "individualidades" e passando a ter maior libertação?.
"Esta fase liberatória das energias espirituais deve despontar nas espécies animais que tenham possibilidade do nascimento de novos aspectos psicológicos, isto é, dos primeiros vagidos emocionais e onde o mecanismo sexual se apresenta com outras tonalidades.

Com certa lógica podemos incluir esta assertiva nos animais que evidenciam, na massa nervosa, as primeiras células da futura glândula pineal e que, por seus aspectos iniciais, são conhecidos e denominados de olho pineal.
... A partir desses animais a alma-grupo, praticamente vai desaparecendo e dá margem ao nascimento das individualidades".

Podemos parar por aqui no exame do modelo proposto, para os fins que desejamos.

Sendo a inteligência, como disse Kardec, um atributo exclusivo da alma e os actos inteligentes, como se depreende dos estudos da ciência, perpetrados por indivíduos, fica claro que algo escapa ao escrutínio da ciência, o que sugere que esse algo ocorra nas dimensões espirituais.

Utilizando a explicação de Jorge Andréa, podemos depreender que, na aquisição das características comportamentais mais apropriadas para a evolução das espécies mais simples, a alma-grupo-da-espécie correspondente a cada uma trabalha nas dimensões espirituais sob a orientação dos Espíritos que lhe dirigem as acções, sendo o resultado de tal trabalho incorporado ao conhecimento da espécie como um todo.

Este entendimento explicaria o porque de certos instintos de espécies primitivas, como as danças com que as abelhas transmitem umas às outras a localização das flores de onde irão sugar o néctar, parecem dirigidos por uma inteligência superior, ao passo que imutáveis, tanto entre seus membros, como de geração para geração.

À medida que os vórtices individuais da alma-grupo-da-espécie vão se definindo e as individualidades se formando, a inteligência vai passando a ser um atributo cada vez mais observável pela ciência nos membros da correspondente espécie.

No actual estágio de entendimento espírita e científico, portanto, acreditamos já poder dar um passo adiante na linha de raciocínio deixada inconclusiva por Kardec em A Génese, no tocante à causa do instinto.

Utilizando o modelo proposto por Jorge Andréa, podemos ver os seres mais primitivos sendo dirigidos e auxiliados em grupo, sendo tão mais gerais tal direcção e tais auxílios quanto mais simples forem as necessidades de tais seres e mais rudimentares suas capacidades.

À medida que o princípio inteligente vai evoluindo, com a definição dos vórtices que irão desembocar no surgimento das individualidades, mais específicos deverão ser a direcção e o auxílio prestados a cada ser, com uma correspondente diminuição de importância da influência genérica.

A evolução, do mesmo modo, cada vez mais se processará nas dimensões materiais e menos nas espirituais.
Sabemos que todos os povos, que nada mais são que agregados de Espíritos de cultura semelhante, possuem seu protector.

Assim, sabemos, por exemplo, que Ismael, Bezerra de Menezes, Emmanuel e Joana de Ângelis, para só citar alguns, são Espíritos responsáveis pelo povo brasileiro.

Sabemos da responsabilidade de nosso amado mestre e modelo Jesus para com a raça humana e para com as demais espécies do planeta assim como da responsabilidade de outros Espíritos de alta envergadura pelas comunidades de outras tradições religiosas, das quais são eles mestres, profetas ou modelos, como Buda, Krishna, Lao Tsu , Maomé e Moisés, entre outros.

No entanto, apesar de não nos faltar a orientação geral de que necessitamos enquanto criaturas, espécie, comunidade religiosa e povo, cada um de nós ainda conta com um guia espiritual específico, que nos segue por muitas e muitas vidas, sempre paciente e sábio.

Uma analogia com nossas instituições de ensino nos parece apropriada, uma vez que as nobres organizações do plano físico nada mais são que cópias imperfeitas das que existem nas dimensões espirituais.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 16, 2013 8:42 pm

Na educação infantil uma educadora e poucas atendentes ficam cuidando de todas as crianças.
No ensino fundamental começa havendo uma educadora principal e algumas outras em actividades de apoio.
Como o avanço dos anos passa a haver um professor para cada disciplina, sendo as turmas separadas por algum critério.

Na universidade, ocorre a especialização por área académica e intensifica-se a diversidade de instrutores ao mesmo tempo em que entram em cena monitores e palestrantes de apoio.

Finalmente, na pós-graduação, além dos instrutores em cada disciplina e dos demais profissionais académicos, o aluno passa a contar com um orientador que o atende pessoalmente.

À medida que ocorre a focalização do apoio, entretanto, a rede que apoia toda a comunidade não deixa de existir, pois, tanto no ensino fundamental quanto na universidade, existem directores, vice-directores e responsáveis por este ou aquele aspecto da vida académica.

Mais atrás em nosso modesto trabalho dizíamos acreditar que o actual estágio de entendimento espírita e científico já nos permitia dar um passo adiante na linha de raciocínio deixada inconclusiva por Kardec em A Génese, com respeito à causa do instinto.

Esperamos ter sido bem-sucedidos em nosso intento.

Bibliografia
Andréa dos Santos, Jorge. Impulsos Criativos da Evolução. 3ª ed. Rio de Janeiro: Societo Lorenz, 1995.

Costa, Renato. A Ténue Fronteira. In: Revista Internacional do Espiritismo, Agosto de 2003.

Kardec, Allan. A Génese. FEB, 36 ed, 1995.
Xavier, Francisco Cândido e Vieira, Waldo. Evolução em Dois Mundos. Ditado pelo Espírito André Luiz. 13ª. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1993.

(Artigo publicado originalmente na Edição de Março de 2004 da Revista Internacional de Espiritismo)

http://www.ieja.org/portugues/p_ascausasdoinstinto.doc

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 17, 2013 8:48 pm

.. Renato Costa > A Liberdade

Artigos

PARTE 1

INTRODUÇÃO


Liberdade, liberdade!
Sofrida invocação que, ao longo dos milénios, saiu da boca de tantos perseguidos, escravizados e dominados por forças que lhes eram estranhas ou por aquelas que deles mesmos provinham em decorrência de sua insânia ou insensatez.

Invocada que foi por pobres e ricos, fracos e poderosos, seres de raças claras ou escuras, pronunciada pela boca do homem, da mulher e da criança, ainda assim, tão poucas vezes foi-lhe captada a verdadeira expressão.

O que é essa liberdade tão decantada em prosa e verso, estandarte das mais diversas lutas e inesgotável combustível de paixões que se cristalizam por vidas sem fim no coração dos homens?

A Liberdade é Lei Divina que se expressa em cada estágio de nossa evolução sob um aspecto diferente.

As condições a que o Espírito é submetido ao encarnar e ao longo de uma vida, seja a saúde física, seja a família e a sociedade onde nasce, seja sua cor, sua raça ou seu sexo, são todas decorrentes do sábio critério da Justiça Divina que lhe oferece sempre as condições mais adequadas à sua evolução espiritual e ao resgate das dívidas por ele contraídas com a harmonia cósmica.

Cada uma dessas condições se irá expressar, desde o nascimento, como um maior ou menor grau de limitação à liberdade do indivíduo.
O Capítulo X da Parte 3ª de O Livro dos Espíritos contém, nas questões 825 a 872, as diversas indagações que o espírito humano se tem colocado ao longo do tempo com respeito à Lei da Liberdade, as respostas que os nobres Espíritos da falange do Espírito da Verdade, nosso Mestre Jesus, deram a essas questões e os comentários inspirados que dedicou a esse tema o Codificador.

Por enfoque didáctico, achamos por bem abordar os aspectos da Lei da Liberdade, classificando-os de acordo com aquele componente do Espírito encarnado com que ele mais se identifica no estágio de evolução no qual se encontra.

Assim sendo, passaremos a comentar, em sequência, a Liberdade Física, a Liberdade Mental e a Liberdade Espiritual.

PARTE 2

A LIBERDADE FÍSICA


A Liberdade de Movimento

A mais primitiva de todas as formas de liberdade é a liberdade de movimento físico.
A Liberdade de Movimento a que pode o ser humano aspirar é aquela que lhe permite a constituição física e os meios de locomoção dos quais se possa utilizar.

Ao ser humano primitivo era dada a liberdade de se deslocar no plano em todas as direcções e de elevar-se ou aprofundar-se em relação ao solo, desde que tivesse um solo firme sob seus pés.

Observando a natureza, logrou cedo expandir sua liberdade de movimento, aprendendo a nadar.
Desde então, encantado com a liberdade que lhe acenava o voo das aves, sonhou por vários milénios em poder deslocar-se pelos ares, passando pelos mais diversos inventos que lhe possibilitaram experimentar em crescente intensidade a sensação máxima de liberdade de movimento a que um ser vivo pode almejar nas dimensões físicas do chamado mundo objectivo?.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 17, 2013 8:48 pm

No entanto, sempre que galgado a um grau maior de liberdade de movimento, jamais se apercebeu da preciosa jóia que se lhe havia sido depositada nas mãos.
Pelo contrário, como ocorre com tudo mais que a natureza dá, sem cobrar seu preço, o ser humano somente se dava conta da liberdade em seu poder quando, por uma ou outra razão, a mesma lhe era constrangida.

Estão submetidos ao constrangimento da liberdade física aqueles que infringiram as regras de convívio social, aqueles que ofenderam com actos ou ideias às leis ou aos fortes de uma sociedade ou, ainda, aqueles que a doença ou os defeitos congénitos privaram de locomoção.

Há que se considerar, finalmente, o constrangimento parcial da Liberdade de Movimento a que o ser humano possa estar submetido em função da classe social à qual pertence e ao poder aquisitivo que possui, factores que lhe limitarão o acesso a determinados locais de lazer ou instrução e o uso de tal ou qual meio de transporte capaz de levá-lo aonde seus próprios meios de locomoção não conseguem transportar.

O ser humano pode ser privado plena ou parcialmente de sua liberdade física em qualquer estágio de sua evolução.

O estágio em que ele se achar, no entanto, irá determinar os efeitos físicos e morais que tal provação lhe irá acarretar.

Ninguém é capaz de menosprezar o horror que deve ser estar anos a fio enjaulado em sórdida, escura e húmida prisão, acorrentado a uma parede ou preso pela imobilidade biológica em uma cama ou cadeira.

No entanto, se há quem saia de tal confinamento encharcado de ódio e desejo de vingança, há, também, os que dali saem aniquilados, verdadeiros trapos humanos, com a vontade destruída e desprovidos da vontade de viver.

Outros, finalmente, em estágio mais avançado de evolução, produzem exemplos admiráveis, transformando-se em ícones de coragem, dignidade e força de vontade.

Para mostrarmos que a perda da liberdade física pouco afecta o Espírito evoluído que a ela é submetido, traremos apenas dois testemunhos deste século, vivos e activos:
Nelson Mandela, o respeitado presidente da África do Sul, a provar que os muitos anos em que esteve preso não incutiram nele qualquer desejo de vingança ou revanche contra aqueles que o prenderam ou motivaram sua prisão.

E o genial Stephen Hawking, um dos mais brilhantes físicos teóricos do século XX, que, apesar de acometido da mais cruel doença degenerativa, que poderia tê-lo levado cedo ao desencanto e à rejeição à vida, logrou tornar-se um cientista brilhante, respeitado por toda a comunidade científica e um pensador de calibre, profundamente espiritualizado, como se vê pela sua maneira de enfrentar a doença e de se relacionar com as pessoas, apesar de assumir uma postura agnóstica declarada.

A Liberdade de Acção

Satisfeita sua condição primária de liberdade ao nível físico, enseja o homem vê-la atendida no nível imediatamente superior, qual seja, o da Liberdade de Acção.

Dado que o ser humano possa se movimentar, é esperado que ele passe a agir em relação ao ambiente que o rodeia.
Suas acções, em cada instante, serão testemunho inequívoco do bom ou do mau uso que fizer do livre arbítrio ainda incipiente que possui, comprometendo-lhe o Espírito com a inevitável colheita do que houver plantado.

A Liberdade de Acção é aquela pela qual o ser humano mais se debate, é aquela que ele mais discute.
No entanto, dentre todas, é ela a mais tolhida.

São três os tolhimentos da liberdade de acção a que pode estar submetido o ser humano.
Dois são explícitos, evidentes: a escravidão e a submissão de um povo por um outro.

O maior de todos, entretanto, e o único, a um tempo universal e que sempre existirá, é aquele que existe como decorrência natural do convívio social.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 17, 2013 8:49 pm

A Escravidão:

Os Espíritos foram bem enfáticos, nas respostas às questões 829 a 832, quanto à escravidão, afirmando ser "contrária à lei de Deus toda sujeição absoluta de um homem a outro homem".

A escravidão é aberração contrária às leis naturais e não tem atenuante que a justifique.

Perguntados os Espíritos, na questão 832 do L.E., quanto aos homens que tratam bem os seus escravos, disseram os sábios instrutores de Kardec:
"Digo que esses compreendem melhor os seus interesses.

Igual cuidado dispensam aos seus bois e cavalos, para que obtenham bom preço no mercado.
Não são tão culpados como os que maltratam os escravos, mas, nem por isso deixam de dispor deles como uma mercadoria, privando-os do direito de se pertencerem a si mesmos".

Como disseram os Espíritos na resposta à questão 829, a escravidão "desaparece com o progresso, como gradativamente desaparecerão todos os abusos".
É triste, no entanto, constatarmos a sobrevivência de tantos focos de escravidão, apesar de hoje restritos ao trabalho forçado em troca de comida e moradia, como ocorre na agricultura, na indústria e na exploração sexual.

A Submissão de um Povo:

De forma semelhante ao escravo, o ser humano pertencente a um povo que se encontra sob o domínio de outro também se acha desprovido da plena liberdade de acção de que julgaria gozar se seu povo fosse "livre".

Geralmente, são-lhe barrados o acesso a locais de lazer reservados aos dominadores e aos caminhos de ascensão social.
Mesmo não sendo a regra, como no caso do escravo, o dominado pode ainda ser forçado a trabalhar para o proveito do dominador.

Toda forma de dominação entre povos ou raças é insensata e injustificada.
Mais cruel, no entanto, parece ser aquela que sujeita a raça mais evoluída a outra que lhe sucede o passo, como vemos, com profundo pesar, ocorrendo com a milenar e espiritualizada cultura Tibetana.

O Convívio Social:

Existe, finalmente, o tolhimento da liberdade de acção que decorre de forma natural do convívio social, conforme vemos na pergunta 826 do L.E.:
"Em que condições poderia o homem gozar de absoluta liberdade?"

Respondem os Espíritos:
"Nas do eremita no deserto.
Desde que juntos dois homens, há entre eles direitos recíprocos que lhes cumpre respeitar;
não mais, portanto, qualquer deles goza de liberdade absoluta".

Em conformidade com as regras de cada sociedade, o indivíduo fruirá de maior ou menor liberdade de acção conforme a posição que ocupa na escala social.

Aos poderosos tudo lhes parecerá possível, ao passo que os mais fracos se acharão restritos a um maior ou menor leque de opções, conforme maior ou menor seja o avanço moral da organização social à qual pertencem.

Ao longo dos séculos, as diferenças de oportunidades no meio social foram um dos grandes motores das emigrações dos centros de poder para as periferias, beneficiando o desenvolvimento global do planeta, em diferentes tempos, com a latinização da Europa no apogeu do Império Romano e, nos séculos mais próximos, com a colonização europeia das Américas.

Ainda com respeito às diferenças de oportunidades existentes no meio social, não há como deixarmos de comentar que elas jamais foram entrave aos Espíritos dotados de força de vontade e determinação.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 18, 2013 8:59 pm

Tanto dentre aqueles voltados para o bem quanto entre aqueles voltados para o mal, a história está repleta de exemplos de seres nascidos em lares humildes que, com sua liberdade de acção aparentemente tolhida, lograram deixar seu nome inscrito com destaque na memória dos povos pelas grandes transformações políticas ou morais que lograram engendrar.

A inexorável marcha para frente que executa a Humanidade nos faz prever com segurança uma sociedade do futuro, moralmente evoluída, onde as poucas diferenças de poder serão aquelas consequentes do adiantamento moral e intelectual de cada um.

Da mesma forma, os constrangimentos sociais passarão a ser mínimos, pautados unicamente pela regra de respeito mútuo que a milenar sabedoria espiritual preconiza:
"Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti".

PARTE 3

A LIBERDADE MENTAL


A Liberdade de Pensar

Ao contrário do que ocorre com a liberdade física, não há quem possa tolher a outrem a liberdade de pensar.

Reportemo-nos à questão 833 de O Livro dos Espíritos:
"Haverá no homem alguma coisa que escape a todo constrangimento e pela qual goze de absoluta liberdade?"

"No pensamento goza o homem de ilimitada liberdade, pois não há como pôr-lhe peias.
Pode-se-lhe deter o voo, porém, não aniquilá-lo".

A ilimitada liberdade de pensamento de que goza o Espírito é uma formidável ferramenta com que ele forjará a qualidade de sua vida tanto no mundo material quanto de volta à pátria espiritual.

Longe de ser para todos, no entanto, bálsamo seguro a lhes minorar os sofrimentos e conduzir à inalterável harmonia, essa ilimitada liberdade de pensamento constitui para muitos, ainda atrasados no caminho evolutivo, força terrível a lhes causar as maiores atribulações.

Pensamentos levianos e viciosos geram doenças psíquicas de maior ou menor gravidade, podendo, até mesmo, apresentar graves reflexos no organismo físico.

Entre as doenças puramente psíquicas, arrolam-se as mais diversas formas de loucura e alienação mental, contando geralmente com o concurso catalisador de entidades infelizes em busca de vingança.

Entre aquelas que se constituem reflexos psíquicos sobre o organismo físico, temos as úlceras, as cardiopatias, os acidentes vasculares cerebrais e as diversas formas de tumores malignos que tanto atormentam a Humanidade.

Além dos males que o livre pensamento possa causar ao próprio indivíduo inconsequente, há, ainda, todos aqueles que ele poderá fazer a outrem.

As projecções mentais que o indivíduo atira contra seus semelhantes, tanto as que se limitam à emanação energética negativa como aquelas que se traduzem em acções físicas subsequentes, são arma temível a distribuir sofrimentos e a construir ligações cármicas negativas que só os séculos lograrão anular.

Ilimitada em seu campo de acção, a mente é qual cavalo bravio a disparar pensamentos em qualquer direcção e, como tal, deve ser conduzida com maestria pelo Espírito, para que engendre, tão-somente, pensamentos salutares.

Controlados dessa forma os pensamentos, serão eles os responsáveis pela evolução do Espírito e não pelo seu maior endividamento com a Lei.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 18, 2013 9:00 pm

A Liberdade de Expressão da Consciência

A consciência do ser humano é o conjunto de princípios éticos que acumulou ao longo de suas vidas, sendo particularmente enfatizados aqueles decorrentes de sua formação na vida em curso.

Influem, portanto, na formação da consciência, os factores família, escola, sociedade e meios de comunicação, que irão alterar, em maior ou menor grau, para melhor ou para pior, os princípios que o Espírito houver trazido de suas vidas pregressas.

Todas as acções que o ser humano desempenha ou deseja fazê-lo em uma vida são, portanto, aquelas que sua consciência lhe permite fazer.

É a consciência que dirige o livre-arbítrio.
Enquanto este lhe aponta o que ele pode fazer, aquela lhe indica o que lhe convém.

Se, como já vimos, impossível é tolher a liberdade do pensamento, o mesmo não se dá com a liberdade de expressão da consciência.

Ao longo da evolução do Planeta, tem a Humanidade testemunhado as mais diversas formas de tolhimento da liberdade de expressão da consciência.

No contexto cultural, é negada a palavra à mulher e o direito de voto ao humilde ou de raça outra que a dominante.
No contexto religioso, os que pensam de forma diversa daquela como pensa a hierarquia religiosa encastelada no poder são perseguidos e torturados, a não ser que abjurem suas ideias.

No campo político, ideológico, tantos são perseguidos, torturados e mortos por não compartilharem das ideias das classes dirigentes.

Os constrangimentos à liberdade de expressão da consciência acima relatados não estão todos, infelizmente, enterrados na História como seria de esperar, sobrevivendo em algumas sociedades em pleno limiar do século XXI, quer como produto de interpretações equivocadas de sagradas escrituras quanto como consequência de instituições políticas arcaicas e totalitárias que permanecem em países socialmente atrasados como resultado de uma geopolítica global nefasta exercida pelos governantes das nações poderosas do planeta.

Acompanhando o decorrer dos séculos, foi o tolhimento à liberdade de expressão da consciência, junto com o tolhimento à liberdade de acção, os dois grandes responsáveis pelas correntes migratórias que em tempos idos expandiram a latinidade e que, mais tarde, colonizaram a América, fazendo dos Estados Unidos, em particular, a grande super-potência que hoje é.

Quando falamos em liberdade de expressão da consciência, não dá para ignorarmos nossos irmãos do norte.
Em uma nação a cujo povo tantos defeitos e virtudes se costuma atribuir, uma virtude sobressai, altaneira e bela:
é um povo que ama a liberdade de expressão, ao ponto de ter entre seus símbolos máximos a estátua que lhe leva o nome, a Estátua da Liberdade.

Com o advento da Internet e, mais particularmente, da Internet grátis, pode-se dizer, sem medo de errar, que a Liberdade de Expressão da Consciência veio alcançar patamar nunca imaginado nesse limiar do século XXI.

Qualquer cidadão pode colocar suas ideias diante de um público universal, a um custo irrisório, sem qualquer espécie de censura.
Se, por um lado, tal Liberdade de Expressão da Consciência permitiu a divulgação de pornografia, de ideias racistas e de muita banalidade, por outro, é inegável o quanto tem ajudado na difusão da cultura, da ciência e da espiritualidade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 18, 2013 9:01 pm

Efeito da Mente Sobre o Corpo

Há de se observar neste instante que se, por um lado, o constrangimento à liberdade física, por si só, não logra afectar a liberdade mental, o recíproco não é verdadeiro.

O tolhimento à liberdade mental, seja por motivo de saúde, seja por motivo de censura à livre expressão da consciência, tem efeito imediato na liberdade física, uma vez que, sendo a mente quem determina as acções do corpo, também lhe determina os movimentos.

A Liberdade de Pensamento na Dimensão Espiritual

Os amigos espirituais têm trazido até nós o testemunho da existência das mais diversas formas de criações mentais na dimensão espiritual, indo desde as mais belas construções que jamais pôde conceber o espírito humano até os mais deprimentes e sórdidos guetos e campos de tortura que se possa imaginar.

Nas dimensões espirituais, não havendo matéria, não tem o Espírito a necessidade de usar mãos nem ferramentas, bastando projectar seu pensamento, consciente ou inconscientemente, para que a forma comece a ser percebida por ele e por aqueles que lhe compartilham a faixa vibratória com as características plásticas que lhe imprime.

É dessa forma, aliás, que os Espíritos mais desenvolvidos, conhecedores das propriedades plásticas esperadas das construções mentais das faixas vibratórias inferiores, conseguem construir "perigosas" armas para manter afastados Espíritos perturbadores, sempre que necessário.

E é dessa forma que cada Espírito ao desencarnar constrói para si o céu ou o inferno de acordo com a faixa vibracional do pensamento que emite.

PARTE 4

A LIBERDADE ESPIRITUAL


O Livre Arbítrio


Após passar pelos diversos estágios na longa caminhada que empreende para chegar de átomo a arcanjo, a criatura chega ao reino hominal, dotada de consciência e armada com a poderosa ferramenta do livre-arbítrio.

Essa ferramenta poderosa, que lhe é dada, permitir-lhe-á interferir em sua caminhada, tornando o percurso mais rápido e seguro ou mais tortuoso e demorado, em conformidade com as acções que empreender, sempre sujeitas à lei da causalidade.

O livre arbítrio de que goza o ser humano, portanto, não é total.
Se, por um lado, ele pode escolher a cada tempo qual acção irá fazer, por outro, não lhe é permitido escolher qual a consequência que a acção empreendida irá ter em sua caminhada.

Ao contrário do que ocorre com os demais graus de liberdade, portanto, não são apenas factores externos que tolhem a liberdade espiritual do ser humano, senão também seu próprio grau de evolução.

O Constrangimento Espiritual

É farta a boa literatura espírita sobre o constrangimento espiritual, mais conhecido sob o nome de Obsessão.

Esta forma de constrangimento espiritual é das mais sérias, sobretudo tendo em vista o estágio ainda predominantemente materialista das ciências médicas.

Devemos ter em mente que, da mesma forma que o constrangimento mental pode levar ao constrangimento físico, o constrangimento espiritual pode levar não só ao mental como, também, ao físico.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 19, 2013 9:12 pm

O evangelista Mateus relata como Jesus restitui a saúde física a dois endemoninhados.

"Logo que se foram, apresentaram-lhe um mudo, possuído do demónio.
O demónio foi expulso, o mudo falou e a multidão exclamava com admiração: "Jamais se viu algo semelhante em Israel."? (Mt 9: 32-33)

"Apresentaram-lhe, depois, um possesso cego e mudo.
Jesus o curou de tal modo que este falava e via." (Mt. 12:22)

Como Atingir a Liberdade Espiritual

Como atingiremos, pois, a Liberdade Espiritual, aquela que nos irá permitir a evolução do livre arbítrio?

Em determinada ocasião, estando nosso Mestre Jesus a ensinar no templo e, após muitos ali presentes terem crido Nele, Ele ensinou:
"Se permanecerdes na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos livrará" (jô:8-31-32).

E quem é discípulo de um Mestre senão aquele que se esforça por fazer tudo o que seu Mestre lhe ensinou com suas palavras e seu exemplo?

Para entendermos o que significa ser um discípulo de Jesus, socorramo-nos da sabedoria de Emmanuel, na psicografia abençoada de Chico Xavier em "Palavras de Vida Eterna":

"Glorificarás o Senhor Supremo e serás discípulo do Grande Mestre...
Contudo, não apenas porque te mostres entendido nas Divinas Escrituras...
Não somente por guardares de cor as tradições dos antepassados...
Não somente por te sustentares assíduo no culto externo...

Não apenas pelo reconforto recebido de mensageiros da Vida Superior...
Não somente por escreveres páginas brilhantes...
Não apenas porque possuas dons espirituais...

Não somente porque demonstres alevantadas aspirações...
A palavra do Evangelho é insofismável.
Glorifiquemos a Deus e converter-nos-emos em discípulos do Cristo, produzindo frutos de paz e aperfeiçoamento, regeneração e progresso, luz e misericórdia.

A semente infecunda, por mais nobre, é esperança cadaverizada no seio da terra.
Assim também, por mais ardente, a fé que não se exprime em obras de educação e de amor, redenção e bondade, é talento morto.
Se te fazes seguidor de Jesus, segue-lhe os passos.

Ajuda, ampara, consola, instrui, edifica e serve sempre".


Livre, Afinal

Elevando-se à condição de discípulo do Cristo, o ser humano não mais se deixa dominar pelas paixões inferiores, não mais se apega ao transitório, não mais magoa a vida, nem desrespeita as leis da natureza.

Tendo galgado à perfeição máxima possível em nosso orbe planetário, não mais precisará encarnar na Terra, fazendo-o somente na condição de mensageiro do Divino Mestre.

Ao contrário do que até então lhe acontecia, não mais é submetido à lei da causalidade, podendo utilizar todo mérito que acumular pelas suas acções sempre positivas em benefício de seus semelhantes.

Constitui tal feito a evolução do livre arbítrio, não mais limitado às acções, mas aplicável, também, às suas consequências.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 19, 2013 9:13 pm

PARTE 5

CONCLUSÃO


Enquanto o ser humano permanecer apegado às sensações físicas e preso à matéria procurará ele, inutilmente, encontrar a Liberdade no seu exterior:
na indulgência do juiz, na tolerância do poderoso que a sua temeridade fez desafiar, na expressão do pensamento que lhe outorga a democracia, na igualdade de direitos prometida pelo socialismo, na cura da doença que o oprime.

No entanto, somente quando despertar para a Verdade, tornando-se discípulo de Jesus, logrará ele obter a verdadeira liberdade, a Liberdade Espiritual.
E uma vez alcançada, essa Liberdade ninguém, jamais, dele conseguirá retirar.

(Estudo originalmente apresentado no Centro Espírita Titino Pires, Leopoldina, MG, em 8/9/2000)

Bibliografia

A Grande Síntese, psicografia de Pietro Ubaldi. Instituto Pietro Ubaldi, 20ª. ed., Campos dos Goitacazes, 1999.
Bíblia Sagrada, tradução dos originais mediante a versão dos Monges de Maredsous (Bélgica). Editora Ave-Maria, Ltda., 12ª. ed., São Paulo, 1997.

O Livro dos Espíritos, Allan Kardec. FEB, 77 ed., Rio de Janeiro, 1997

Painéis da Obsessão, Manoel P. de Miranda (Espírito), psicografia de Divaldo Pereira Franco, LEAL, 5ª. ed., Salvador, 1994.
Palavras de Vida Eterna, Emmanuel (Espírito), psicografia de Francisco Cândido

Xavier. CEC, 26ª. ed., Uberaba, 1999.
rsncosta@terra.com.br
http://www.ieja.org/portugues/Estudos/Artigos/p_liberdade.doc
http://www.terraespiritual.locaweb.com.br/espiritismo/artigo310.html

§.§.§- O-canto-da-ave
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 20, 2013 8:44 pm

.. Renato Costa > Magia Negra é Bobagem?

Artigos


Uma vez, há alguns anos atrás, um irmão, sério estudioso do Espiritismo, escreveu em uma lista espírita dizendo, com respeito à dita "magia negra", que não havia "arrastamento irresistível" e que, portanto, os espíritas deviam se preocupar com sua reforma íntima em lugar de "dar curso às bobagens dos outros".

Sem tirar de todo a razão do nobre irmão, enviamos à lista, na ocasião, uma mensagem contendo alguns argumentos que procuramos desenvolver abaixo, na esperança de que sejam úteis ao prezado leitor.

Falar de magia negra no meio Espírita parece um tabu.
É evidente que, se soubermos, como o Senhor Jesus, como estar no mundo sem ser do mundo, não seremos jamais vítimas de magia alguma.

Qualquer Espírita está cansado de ouvir que os Espíritos se atraem por sintonia e que somente seremos afectados por um Espírito mal-intencionado se nos sintonizarmos com ele.

Ocorre que, se todos nós fossemos capazes de manter nossa vibração elevada o tempo todo, o mundo seria um paraíso.

O problema reside justamente aí:
a maioria de nós deixa cair a guarda com muita facilidade.
E é justo por isso que, enquanto ainda somos crianças espirituais, precisamos, e muito, de auxílio.

Escutamos o notável orador e espírita exemplar Divaldo Franco dizer, em uma palestra à qual assistimos em vídeo, que qualquer um pode pegar um lenço dele e fazer com o mesmo um trabalho de magia que nada lhe afectará.

Em nosso modesto entendimento, o que Divaldo falou vale para ele mesmo e para uns poucos seres encarnados pelo mundo, não sendo, porém, de modo algum, uma fórmula que funcione com qualquer um de nós.

É evidente que, não se dando um segundo de descanso no trabalho do bem, Divaldo está permanentemente em sintonia com Joana e com outros Espíritos de escol, somente entrando em sintonia com Espíritos menos nobres em trabalhos voltados para o bem.

Assim, ele pode entrar em cada quarto do palácio do mundo, prestando o máximo de atenção no que nele ocorre, como conta tradicional historieta oriental, sem entornar o cálice de paz divina que traz em suas mãos.

O mesmo se passava com Chico, Madre Tereza, Bezerra de Menezes, Gandhi e ocorre hoje com alguns poucos encarnados espalhados pelo mundo.

Realmente, como disse o irmão que nos interpelou na ocasião, "não há arrastamento irresistível".

Acontece que, se é verdade que muitos conseguem resistir a alguns arrastamentos e, muito poucos, a todos, também é verdade que muitos mais não conseguem resistir quase nunca, a quase nenhum, se deixando, no mais das vezes, arrastar.

Não fosse assim, nosso mundo seria um Mundo Ditoso e não o Mundo de Provas e Expiações que inegavelmente é.

Aceitar que Magia voltada para o mal existe "não importa a cor que se lhe atribua" não é "dar curso às bobagens dos outros" e sim estudar, com humildade, o que as tradições de todas as culturas nos ensinam.

E o Espiritismo, o que tem a dizer a respeito?
O que é, afinal, o efeito da magia negra, senão a influência negativa sobre nós da parte de Espíritos que desejam nos prejudicar?

Reconhecer que essa influência existe é dever de todo espírita estudioso, visto ser assunto tratado fartamente nas obras da Codificação e em obras posteriores merecedoras de crédito.
Forçados que somos a reconhecer que Espíritos podem nos levar a praticar ou sofrer acções que nos prejudicam caso entrem em sintonia connosco, resta saber se a acção de tais Espíritos pode ou não ser o resultado de certos procedimentos levados a efeito por encarnados aos quais se dá o nome de "magia negra".
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 20, 2013 8:44 pm

Em O Livro dos Espíritos o assunto é abordado na questão 549, em secção à qual Kardec deu o nome de "Pactos":
549. Algo de verdade haverá nos pactos com os maus Espíritos?
Não, não há pactos.
Há, porém, naturezas más que simpatizam com os maus Espíritos.

Por exemplo: queres atormentar o teu vizinho e não sabes como hás-de fazer.
Chamas então por Espíritos inferiores que, como tu, só querem o mal e que, para te ajudarem, exigem que também os sirvas em seus maus desígnios.

Mas, não se segue que o teu vizinho não possa livrar-se deles por meio de uma conjuração oposta e pela acção da sua vontade.
Aquele que intenta praticar uma acção má, pelo simples facto de alimentar essa intenção, chama em seu auxílio maus Espíritos, aos quais fica então obrigado a servir, porque dele também precisam esses Espíritos, para o mal que queiram fazer.

Nisto é que consiste o pacto.
O facto de o homem ficar, às vezes, na dependência dos Espíritos inferiores nasce de se entregar aos maus pensamentos que estes lhe sugerem e não de estipulação quaisquer que com eles faça.

O pacto, no sentido vulgar do termo, é uma alegoria representativa da simpatia existente entre um indivíduo de natureza má e Espíritos malfazejos.

Como podemos ver, pelo esclarecimento dos instrutores espirituais, rituais porventura utilizados nos procedimentos de magia negra são de menor ou de nenhuma importância, resumindo-se o que ocorre à questão da sintonia.
Encarnados que vibram no mal se vinculam a desencarnados que vibram nas mesmas frequências, ajudando-se uns aos outros na prática das más acções.

Todo espírita sabe que os desencarnados agem como agiam quando encarnados.
Portanto, se um líder de uma organização criminosa, que tratava seus comandados a ferro e a fogo, vem a desencarnar, é evidente que continuará agindo da mesma forma quando, desencarnado, se vincular a encarnados no serviço do mal, causando um evidente problema para os que a ele se vincularem.

Mesmo não tendo sido líder na criminalidade terrena, um desencarnado que se compraz em prejudicar pessoas a quem não conhece é sempre um Espírito emocionalmente desequilibrado e com força de vontade mal orientada, constituindo-se em parceiro perturbador para quem a ele se associa.

Logo, aqueles que praticam a chamada "magia negra" acabam, no mais das vezes, sendo as principais "vítimas" de suas próprias acções equivocadas.

Assim, se, por um lado, devemos saber manter a guarda levantada contra as investidas de Espíritos perturbadores, vinculados ou não a encarnados que nos desejem mal, por outro, devemos sempre orar por eles, sabedores de que, no mais das vezes, estão, uns e outros, em situação muito mais difícil que nós e precisando muito do nosso auxílio, mesmo crendo, na sua ignorância, serem eles nossos algozes.

O amável leitor poderia, a esta altura, nos perguntar:
"E como posso eu manter a guarda levantada contra as investidas de Espíritos perturbadores"?
Na resposta dos Espíritos a Kardec, eles falam de "conjuração oposta". O que é isso??

Meus bons amigos, a Codificação é clara quando insiste na necessidade da reforma íntima, da oração e da prática da caridade cristã.

"Levantar a guarda" é isso:
esforçarmo-nos para sermos um pouco melhores dia após dia, desenvolvendo em nós as virtudes cristãs da tolerância, da paciência, da humildade, da caridade e de outras mais que tão bem conhecemos e esperamos dos outros, mas as quais nos falta desenvolver em nós.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 20, 2013 8:45 pm

Fazer uma "conjuração oposta" é chamar em nosso auxílio nossos guias espirituais ou os Espíritos protectores da casa espírita à qual nos vinculamos, pedindo a eles que nos inspirem em nossos actos e palavras, desse modo nos protegendo das investidas do mal.

"Orai e vigiai para não caírdes em tentação", foi o ensinamento que o Mestre nos deixou.
Sigamos o ensinamento de Jesus com confiança, mesmo sabendo que ainda somos crianças espirituais e que, por isso, seremos ainda tentados muitas vezes.

O importante é não desistirmos jamais.

Bibliografia

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 76 ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995.

Artigo publicado originalmente na Revista Internacional de Espiritismo, Ano LXXX, no 12, Janeiro de 2006

http://www.ieja.org/portugues/p_index.htm

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 21, 2013 8:59 pm

.. Renato Costa > Não Saiba a Vossa Mão Esquerda o que Dê a Vossa Mão Direita

Artigos


Não Saiba a Vossa Mão Esquerda o que Dê a Vossa Mão Direita

O Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo XIII

Praticar o Bem sem Ostentação

Os Capítulos 5 a 7 do Evangelho de Mateus relatam o chamado Sermão da Montanha, monumental ensinamento que o Mestre nos legou e que, por si só, representa um completo manual para atingirmos a perfeição.

No Capítulo VI, o evangelista nos relata as seguintes palavras de Jesus:
Tende cuidado em não praticar as boas obras diante dos homens, para serem vistas, pois, do contrário, não recebereis recompensa de vosso Pai que está nos céus.
- Assim, quando derdes esmola, não trombeteeis, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens.

Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa.
Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita;
- a fim de que a esmola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará. - (Mateus, VI, 1 a 4)

Fazer o Bem sem Ostentação é o título que Kardec escolheu para comentar a passagem acima.
Disse ele:
A beneficência praticada sem ostentação tem duplo mérito.

Além de ser caridade material, é caridade moral, visto que resguarda a susceptibilidade do beneficiado, faz-lhe aceitar o benefício, sem que seu amor-próprio se ressinta e salvaguardando-lhe a dignidade de homem, porquanto aceitar um serviço é coisa bem diversa de receber uma esmola.

Ora, converter em esmola o serviço, pela maneira de prestá-lo, é humilhar o que o recebe, e, em humilhar a outrem, há sempre orgulho e maldade.
A verdadeira caridade, ao contrário, é delicada e engenhosa no dissimular o benefício, no evitar até as simples aparências capazes de melindrar, dado que todo atrito moral aumenta o sofrimento que se origina da necessidade.

Ela sabe encontrar palavras brandas e afáveis que colocam o beneficiado à vontade em presença do benfeitor, ao passo que a caridade orgulhosa o esmaga.
A verdadeira generosidade adquire toda a sublimidade, quando o benfeitor, invertendo os papéis, acha meios de figurar como beneficiado diante daquele a quem presta serviço.

Eis o que significam estas palavras:
"Não saiba a mão esquerda o que dá a direita."

Na prática da beneficência devemos nos vestir, deslocar e comportar com simplicidade, de modo a reduzir, o mais que possível, a aparência de distância social entre nós e aqueles que beneficiamos.
Devemos olhar nos olhos das pessoas, oferecer a elas nossas mãos, em relação afectuosa, levá-las a nos ver não como seres iluminados que desceram à Terra, mas como seus iguais que têm um pouco sobrando que lhes pode ser dado.

Tal percepção é a mera expressão da verdade, pois, se temos condição de ajudar e se outros necessitam de auxílio, tanto uma quanto a outra condição foram dadas pelos respectivos guias espirituais, tendo em vista a necessidade evolutiva de cada um, não sendo, de modo algum, o reflexo do mérito de uns e do demérito dos outros.

Se o que temos a dar é dinheiro, que saibamos dar cem reais com a mesma expressão no rosto que se estivéssemos a dar dez centavos, posto que se temos muito para dar, isso não nos é mais meritoso do que se pouco estivesse ao nosso alcance.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 21, 2013 8:59 pm

Fazer o Bem sem Olhar a Quem

O dito popular que escolhemos como título desta seção de nosso estudo equivale ao que Kardec utilizou no Capítulo XIII de O Evangelho Segundo o Espiritismo, qual seja:
"Convidar os Pobres e os Estropiados.
Dar sem esperar Retribuição".

Isso dizemos, posto que aquilo que o dito popular quer dizer não é que devamos desviar o olhar daqueles a quem servimos, mas, sim, que não devemos levar em consideração se nossos beneficiados são pobres ou ricos, fracos ou fortes, belos ou feios, saudáveis ou doentes.

Dar sem esperar retribuição é possível quando não fazem diferença para nós as características materiais daquele que é o objecto de nossa caridade, pois sabemos que tanto ele quanto nós somos Espíritos imortais, irmãos na caminhada rumo à perfeição.

Entender perfeitamente esta directriz requer, no entanto, que saibamos que a caridade de que estamos falando não é apenas a caridade material, uma vez que os ricos dela prescindem, mas, também e, principalmente, a caridade moral.

Desta, ao contrário daquela, necessitam ricos e pobres.

Em Instruções dos Espíritos, sob o título "A Caridade Material e a Caridade Moral", o Espírito Irmã Rosália assim define a caridade moral:
Desejo compreendais bem o que seja a caridade moral, que todos podem praticar, que nada custa, materialmente falando, porém, que é a mais difícil de exercer-se.

A caridade moral consiste em se suportarem umas às outras as criaturas e é o que menos fazeis nesse mundo inferior, onde vos achais, por agora, encarnados.

Grande mérito há, crede-me, em um homem saber calar-se, deixando fale outro mais tolo do que ele.

É um género de caridade isso. Saber ser surdo quando uma palavra zombeteira se escapa de uma boca habituada a escarnecer; não ver o sorriso de desdém com que vos recebem pessoas que, muitas vezes erradamente, se supõem acima de vós, quando na vida espírita, a única real, estão, não raro, muito abaixo, constitui merecimento, não do ponto de vista da humildade, mas do da caridade, porquanto não dar atenção ao mau proceder de outrem é caridade moral.

Essa caridade, no entanto, não deve obstar à outra.
Tende, porém, cuidado, principalmente em não tratar com desprezo o vosso semelhante.

Lembrai-vos de tudo o que já vos tenho dito: Tende presente sempre que, repelindo um pobre, talvez repilais um Espírito que vos foi caro e que, no momento, se encontra em posição inferior à vossa.

Encontrei aqui um dos pobres da Terra, a quem, por felicidade, eu pudera auxiliar algumas vezes, e ao qual, a meu turno, tenho agora de implorar auxílio.

Na prática da caridade, seja ela moral ou material, devemos ter em mente duas lições:
A primeira é aquela para a qual a Irmã Rosália nos chama a atenção, isto é, que o pobre a quem atendemos com o auxílio material pode ser um Espírito mais evoluído que nós.

Não só pode, é bom que saibamos, como deve.
Afinal, as cruzes mais pesadas são sempre entregues a quem já está preparado para suportá-las.

A segunda diz respeito à retribuição em si.
Muito poucos Espíritos encarnados no planeta estão aqui em missão.
A grande maioria de nós, talvez a quase totalidade, está nesta Terra para resgatar os erros do passado e aprender como melhor se comportar em relação ao próximo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 21, 2013 8:59 pm

Assim sendo, é necessário que estejamos conscientes, ao praticarmos a caridade, que tal atitude é, antes de tudo, em nosso próprio proveito e que aquele que parece ser nosso beneficiado nada mais é que alma caridosa que nos beneficia ao nos dar a oportunidade de servi-la.

Ao praticar a caridade, portanto, mais do que agirmos como se fossemos nós que estivéssemos recebendo a caridade, devemos estar conscientes de que é isso mesmo que de facto ocorre.

Ao final da acção caritativa o que nos cabe é agradecer a Deus pela oportunidade que tivemos de servir e não nos julgar merecedores de sua graça, posto já a termos recebido.

O Óbulo da Viúva

O erudito professor Carlos Torres Pastorino lamenta, em A Sabedoria do Evangelho, que Casas Espíritas adoptem a mesma prática que instituições religiosas e filantrópicas de outras naturezas, prestando homenagens ostensivas aos grandes benfeitores e ignorando os pequenos trabalhadores que deram a vida, de forma anónima, pela obra.

À nossa mente, neste momento, vêm os monumentos que se erguem em todo o mundo em honra ao "soldado desconhecido".

É, no mínimo, curioso que, justo na esfera militar, onde era de se esperar menos sensibilidade, a homenagem correta seja feita.

Quando será que uma instituição religiosa, ou, no caso que nos interessa, uma casa espírita, irá expor em suas paredes um quadro dedicado ao médium desconhecido?
Quando será que um historiador espírita irá dedicar um artigo ao trabalhador desconhecido?

Em nosso estágio evolutivo, nos é difícil avaliar de modo igual as doações portentosas que sustentam as despesas da casa e o trabalho, que nos parece insignificante, daquelas pessoas que prestam os pequenos serviços necessários.

Intimamente julgamos que as coisas pequenas qualquer um pode fazer, ao passo que as grandes contribuições são raras e, por isso, devem ser objecto de nosso agradecimento e das justas homenagens que ocorrem.

O ensinamento de Jesus, no entanto, nos alerta para o equívoco desse raciocínio.
Nenhum de nós sabe o quanto custa para cada pessoa o serviço que presta no Centro Espírita, só Deus o sabe.
Abstenhamo-nos, portanto, de enaltecer uns e ignorar os outros.

Façamos a nossa parte com dedicação e diligência, acreditando, de coração, que cada um estará, também, fazendo segundo suas possibilidades, não importa o quanto aquilo que fazem pareça valer aos olhos dos homens.

Lucas e Marcos relatam a passagem conhecida como "O Óbulo da Viúva" e que Kardec utilizou no desenvolvimento do Capítulo XIII de O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Relata Lucas:
Estando Jesus a observar, viu os ricos lançarem suas ofertas no gazofilácio.
Viu também certa viúva pobre lançar ali duas pequenas moedas; e disse:
Verdadeiramente, vos digo que esta viúva pobre deu mais do que todos.

Porque todos estes deram como oferta daquilo que lhes sobrava;
esta, porém, da sua pobreza deu tudo o que possuía, todo o seu sustento. (Lucas, XXI, 1 a 4)

Conforme comenta o Codificador, muitas pessoas furtam-se a praticar a caridade alegando terem pouco ou apenas o necessário para seu próprio sustento.
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A Ciência confirma o Espiritismo? - Página 10 Empty Re: A Ciência confirma o Espiritismo?

Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 22, 2013 8:55 pm

Nada poderia ser mais distante da verdade.
Como já vimos, a caridade não se restringe ao seu aspecto material, sendo possível para todos sob o aspecto moral.
Se uma pessoa carece de recursos financeiros para auxiliar aos necessitados, eis aí uma oportunidade de procurar, nos talentos de que foi aquinhoada, outros recursos para fazê-lo.

Todos nós viemos ao mundo com uma certa quantidade de talentos.
Uns são fortes, outros, belos, outros tantos, saudáveis e outros mais, inteligentes.
Este tem jeito para consertar equipamentos, aquele para reparar canos, outro para cozinhar, outro mais para costurar.

Uns cantam, outros dançam, alguns sabem representar, há quem saiba contar piadas.
Não há um só Espírito encarnado que não tenha pelo menos um talento e, sendo assim, este talento sempre poderá ser colocado a serviço dos necessitados.

No entanto, se, mesmo após muito procurar, a pessoa não reconheça em si nenhum talento escondido, ainda resta a vontade de ser útil e a ajuda da espiritualidade.

A esse respeito, transcrevemos abaixo a fala de Kardec:
Todo aquele que sinceramente deseja ser útil a seus irmãos, mil ocasiões encontrará de realizar o seu desejo.

Procure-as e elas se lhe depararão;
se não for de um modo, será de outro, porque ninguém há que, no pleno gozo de suas faculdades, não possa prestar um serviço qualquer, prodigalizar um consolo, minorar um sofrimento físico ou moral, fazer um esforço útil.

Não dispõem todos, à falta de dinheiro, do seu trabalho, do seu tempo, do seu repouso, para de tudo isso dar uma parte ao próximo?
Também aí está a dádiva do pobre, o óbolo da viúva.

Quando temos vontade de servir, a espiritualidade não nos nega auxílio, sempre nos guiando até os necessitados que estejam ao nosso alcance ajudar.

Façamos, pois, a nossa parte, nos colocando disponíveis para o serviço do bem.

Os Infortúnios Ocultos e as Grandes Desgraças

Dentre as muitas catástrofes que marcaram os últimos anos, duas se destacam pela sua violência.

A primeira se deu no dia 11 de setembro de 2001, quando o mundo todo assistiu, estarrecido, ao atentado terrorista às torres gémeas do World Trade Center, uma tragédia de enormes proporções, provocada integralmente pelo homem e que teve com saldo mais de dez mil mortos e uma escalada de violência sem igual desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

A segunda teve causa natural.
Foi no dia 26 de dezembro passado, quando ocorreu um maremoto gigantesco em consequência de um terremoto de 8,9 graus na escala Richter, com epicentro localizado no leito do mar próximo à Ilha de Sumatra, matando mais de sessenta mil pessoas em diversos países da Ásia e na costa leste da África.

Foi considerado o mais violento no planeta nos últimos 40 anos.

No Capítulo VI Parte 3ª de O Livro dos Espíritos, Kardec trata da Lei de Destruição, sendo a Questão 737 particularmente importante para o nosso estudo.

737. Com que fim fere Deus a Humanidade por meio de flagelos destruidores?
"Para fazê-la progredir mais depressa. Já não dissemos ser a destruição uma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos, que, em cada nova existência, sobem um degrau na escala do aperfeiçoamento?

Preciso é que se veja o objectivo, para que os resultados possam ser apreciados.
Somente do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem que os qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 22, 2013 8:56 pm

Essas subversões, porém, são frequentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos."

É evidente a aceleração causada pelas grandes catástrofes no resgate de dívidas contraídas no decurso de existências anteriores.
O que interessa para nosso estudo, no entanto, é outro tipo de progresso que é acelerado pelos flagelos destruidores. Trata-se do progresso da caridade na alma dos homens.

As grandes catástrofes chocam a opinião pública, tocando fundo na consciência das pessoas, pois a mídia não as omite, antes fazendo delas suas principais manchetes por dias ou semanas.

As pessoas se associam no trabalho voluntário, colectam e fornecem donativos dos mais variados, se envolvem como podem no esforço de ajudar as vítimas e reconstruir o que foi destruído.

Após os grandes flagelos vê-se, sempre, grande mobilização de recursos de toda natureza.
Em tais momentos, actos de heroísmo que, em outras circunstâncias, passariam despercebidos, acabam sendo divulgados aos quatro cantos do planeta, emocionando pessoas por toda parte, servindo de inspiração e exemplo para emulação.

Kardec nos chama a atenção, no entanto, para os infortúnios ocultos, as desgraças particulares que, apesar de dispersas e sem interesse para a mídia, formam, no todo, um volume de desgraças muitas vezes superior à soma de todos os grandes flagelos que a mídia tanto propaga.

Ser caridoso ou heróico no atendimento a um infortúnio oculto jamais será divulgado na mídia, tornando o autor mais meritório perante Deus.

Quem é caridoso de coração encontra os infortúnios ocultos à sua volta, no lar, nas ruas, no trabalho ou onde quer que seja e, tendo-o encontrado, logo se põe a serviço, procurando minimizar o sofrimento dos infortunados.

Para que possamos encontrar os infortúnios ocultos é necessário que calemos nosso ego e foquemos a atenção no próximo.
O necessitado pode estar do nosso lado todo o dia e nunca o termos percebido, pois as demandas de nossas emoções descontroladas somente permitem que vejamos nossas próprias necessidades e carências.

Aprender a ser caridoso sem a pressão emocional dos grandes flagelos requer força de vontade e dedicação.

E, sendo assim, não é de se estranhar que Kardec tenha ocupado a maior parte da seção em que fala dos infortúnios ocultos com um exemplo de como uma senhora praticava a caridade ao mesmo tempo em que exemplificava e explicava à sua filha como fazê-lo.

A esse propósito, é bom saber que...

Caridade se Ensina às Crianças

Sim, caridade se ensina, por palavras e, sobretudo, pelo exemplo.
Como as crianças não trabalham e, desse modo, não possuem dinheiro ganho com seus próprios esforços, é uma excelente oportunidade para que mostremos a elas como podem fazer caridade sem dar esmolas.

Podemos envolvê-las nas acções caritativas pedindo sua participação com trabalhos que estejam ao seu alcance, valorizando esses trabalhos e explicando o mérito dos mesmos.

Podemos envolvê-las nas preces pelos necessitados.
São muitas as maneiras de ensinarmos a caridade às crianças.

Levando as crianças a nos acompanhar em actividades caritativas passarmos a ter parâmetros com os quais poderemos comparar se os desejos que nos manifestam são justos e necessários.

Um filho que tenha consciência da existência de outras crianças que não têm o que comer é mais facilmente convencido de que não deve falar mal da comida que lhe servem, que deve comê-la com respeito, que deve orar a Deus em agradecimento por tê-la disponível e que não deve ficar pedindo guloseimas a toda hora.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 22, 2013 8:56 pm

Sabendo que há pessoas que não têm o que vestir, não se tornará um escravo da moda, sabendo se vestir com simplicidade.
Sabendo, enfim, que muitos não têm onde morar, não têm acesso a médicos quando estão doentes nem a consolo quando se sentem perturbados emocionalmente, nossos filhos serão homens de bem quando crescerem, conscientes do quanto tiveram para crescer e se educarem e, provavelmente, saberão ajudar aos necessitados sempre que os encontrarem.

Lembrando que a caridade não é apenas material mas, também, moral, devemos constantemente, pelo exemplo, principalmente, mas também, pelas palavras, ensinar às crianças a serem tolerantes, pacientes e gentis com seus colegas e amigos, em primeiro lugar, mas também com as demais pessoas com que se relacionam ao longo do dia.

Podemos ensiná-las a identificar os infortúnios ocultos de modo que saibam desde pequenos quando devem ser tolerantes, compreensivos e prestativos quando alguém com que se relacionam demonstre os sintomas de sofrimento físico ou moral.

Mais que homens de bem, se ensinarmos a nossos filhos a caridade moral, além da material, eles serão os verdadeiros cristãos de que a nossa Terra precisa para se tornar o mundo de regeneração que tanto esperamos e pelo qual tanto oramos.

Ser Caridoso não é ser Sisudo

Antes de continuarmos nosso estudo, é bom que comentemos um mal-entendido que costuma ocorrer quanto ao comportamento das pessoas caridosas.

Tanto o mendigo doente que se vê jogado a um canto da calçada, quanto o executivo elegante, mas de rosto tenso e coração descompassado, são seres humanos, Espíritos encarnados com as mesmas necessidades de afecto e compreensão.

A tão conhecida Oração de São Francisco, da qual falaremos mais à frente, dá a receita para quem deseja trilhar o caminho da caridade:
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria

Se aquele que desejamos ajudar se encontra abatido, acabrunhado, em nada ajudaremos se nos aproximarmos dele com o ar sisudo e sério.
Para enfrentar a tristeza, saibamos portar um olhar sereno, mas alegre, saibamos ter gestos cordiais, nos portar como se nos dirigíssemos a uma pessoa amiga que nos dá prazer encontrar.

Não estamos incentivando ninguém a se aproximar dos necessitados dando gargalhadas.
O sorriso, o riso e a gargalhada são diferentes intensidades da manifestação da alegria que devem ser correctamente dosadas para cada ocasião.

Pode haver ocasiões em que uma boa gargalhada seja útil assim como outras em que o máximo que convém é um leve sorriso.

Na prática da caridade, seja ela material ou moral, devemos, portanto, nos portar convenientemente a cada situação.

Abordagens padronizadas devem ser evitadas.
Avaliemos com cuidado e atenção as necessidades do irmão a quem queremos ajudar e, com base em nossa percepção e na avaliação que fizermos dessa percepção, escolhamos a abordagem mais adequada a cada caso.

A Caridade, Segundo Paulo

Na Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, o incansável apóstolo dos gentios nos fala, de modo poético e sábio, sobre a Caridade:
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.

Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência;
mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada.

Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 23, 2013 8:08 pm

A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja.
A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa.
Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor.

Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

A caridade jamais acabará.
As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará.
A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita.

Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá.
Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança.
Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança.

Hoje vemos como por um espelho, confusamente;
mas então veremos face a face.
Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido.

Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três.
Porém, a maior delas é a caridade.

A transcrição acima foi feita a partir da tradução dos originais gregos realizada pelos Monges de Maredsous.

Ela, como a Vulgata, se refere à caridade.
Ocorre que outras traduções, como a edição revisada de Almeida, utilizam, em lugar de "caridade", a palavra "amor".

Afinal, poderíamos nos perguntar, de que falava Paulo, da "caridade" ou do "amor"?
Para podermos responder a esta pergunta, é necessário recorrermos ao original.

O Amor e a Caridade

Ao recorrermos ao original grego, verificamos que a palavra utilizada é ágape.
No grego antigo havia três palavras que são traduzidas como amor.
São elas: eros, fília e ágape.

Na verdade, como veremos, são estágios evolutivos do amor.
Ao galgarmos o seguinte, não abandonamos o anterior, guardando dele, no entanto, apenas o que tem de melhor.

Eros é o amor apaixonado, o desejo intenso por alguma coisa ou alguém.
Ele é, comumente, associado ao amor sexual, mas, na realidade, é mais que isso.
Eros é o estágio primitivo, irracional do amor, correspondendo às paixões que sentimos, seja por pessoas, coisas ou ideias.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 23, 2013 8:09 pm

Eros está relacionado à satisfação pessoal, ao sentimento de realização, como, também, ao orgulho e à vaidade.
Se estacionarmos nesse estágio, nosso amor é egoísta, tudo querendo para nosso próprio prazer, nossa própria satisfação.

No entanto, se o possuirmos de forma controlada e o utilizarmos como um motor para as nobres realizações em benefício do próximo, é instrumento importante à nossa disposição, pois nos mantém vibrantes e empolgados, não nos permitindo desanimar jamais.

Estritamente, Fília se refere ao amor existente entre pais e filhos, entre familiares e entre entes próximos.
Por extensão, porém, pode ser entendido como amizade.
Ao contrário de Eros, Fília ocorre como o resultado da apreciação que temos por aqueles que nos são próximos.

É amor emocional, mas, também, racional. Como Fília se entendem, também, as lealdades que temos na família, no trabalho e na sociedade em geral.
Se nos satisfazemos com Fília e restringimos nossas acções do bem àqueles que nos são queridos, permanecemos no amor possessivo, pois, ao limitarmos nossa ajuda aos entes que nos são mais próximos, forçosamente esperaremos deles fidelidade a nós, julgando-os nossos devedores.

Estacionados nesse estágio, somente amamos nossos familiares, nossos colegas, nossa raça, nossa cor de pele, nossa religião, formando, com quem se encontra no mesmo estágio que nós, as diversas comunidades exclusivistas e sectárias que se espalham pelo mundo afora.

Entretanto, Fília pode ser usado, também, com equilíbrio e sabedoria, da mesma forma que Eros.
Basta que saibamos que todos são filhos de Deus e, portanto, nossos irmãos e irmãs, constituindo toda a humanidade uma imensa família.

Ágape se refere estritamente ao amor de Deus pelos homens e dos homens por Deus, mas pode ser entendido como o amor incondicional, o estágio final da evolução do amor.

Quem tem ágape no coração faz o bem sem ostentação, serve a todos com igual dedicação, percebe os infortúnios ocultos e age para minorá-los, assim como se empenha nas grandes desgraças com bravura e determinação.

Ensina a todos à sua volta, não tanto por palavras, mas, mormente, pelo exemplo constante.
É alegre e sereno, estando sempre pronto para o serviço do bem e a cada um se dirigindo conforme suas necessidades.

O amor ágape é paciente, bondoso.
Não tem inveja, não é orgulhoso.
Não é arrogante, nem escandaloso.
Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor.

Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O Amor Ágape em acção se chama Caridade

Como Fazer Caridade?

É possível que, a esta altura, estejamos a nos perguntar:
Existe uma receita segura de como se fazer caridade?
A resposta e essa pergunta, meus amigos, é: "Sim, existe!".
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A Ciência confirma o Espiritismo? - Página 10 Empty Re: A Ciência confirma o Espiritismo?

Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 23, 2013 8:09 pm

Segundo os registos históricos, a primeira vez que a linda prece, conhecida como "A Oração de São Francisco", apareceu, foi em 1912, na França, em uma pequena revista chamada "La Clochette" (O Sininho).

Durante certo tempo foi republicada como de autor anónimo para, mais tarde, sua autoria ter sido, aos poucos, atribuída ao pobrezinho de Assis.

Ocorre que, apesar de "A Oração de São Francisco" não constar entre as preces oficialmente reconhecidas como escritas por Francisco, a beleza e a sabedoria nela contidas sugere, a nosso ver, que um Espírito de grande adiantamento a escreveu, quer directamente, quer por psicografia.

O facto de ter sido um médium inconsciente inspirado pelo próprio Francisco de Assis nos parece uma hipótese razoável.

Vejamos, na "Oração de São Francisco", como existe uma receita completa de como praticar a caridade:
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;

Onde houver dúvida, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade;

Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.


A receita de caridade preconizada por São Francisco inclui o ato de ensinar a quem sabe menos que nós, quando nos conclama a levar fé onde houver dúvida e luz onde reinarem as trevas.

É nesse sentido que devemos entender quando nos dizem que divulgar a Doutrina Espírita é um ato de caridade.

Se soubermos, em nosso dia a dia, seguir a orientação da "Oração de São Francisco", estaremos sendo caridosos em nossos pensamentos, palavras e actos, e desenvolvendo em nós o amor ágape, que tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

Conclusão

Na questão 886 de O Livro dos Espíritos, Kardec perguntou:
Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?

Recebendo dos Espíritos a seguinte resposta:
Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.

Como vimos, a Caridade, seja ela material ou moral, deve ser feita a todos, com discrição e desprendimento.

Ela pode e deve ser ensinada a todos aqueles que estiver ao nosso alcance ensinar, com palavras, quando possível, mas, sobretudo, com nossas atitudes.

Fiscalizemos nosso pensamento, nossas palavras e acções, o tempo todo, verificando se estamos sendo caridosos.
Se constatarmos que faltamos à caridade com este ou aquele irmão, não desesperemos, fazendo o reparo na primeira oportunidade que se apresentar.
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