LUZ ESPÍRITA
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A Ciência confirma o Espiritismo?

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 23, 2013 8:10 pm

Não enalteçamos a caridade de um irmão em detrimento da de um outro, que nos pareça menor, uma vez que nada sabemos do que um e o outro podem dar.
Avaliemos com atenção a necessidade de cada irmão a quem vamos ajudar, para que saibamos usar, em cada caso, a abordagem mais adequada ao sucesso da empreitada.

Vamos falhar, sim, falhar muito no início.
Nosso amor ainda tem muito de Eros e de Fília.

Evoluir para o amor Ágape, identificado com a verdadeira Caridade Cristã, é o esforço que devemos fazer dia após dia.

Pode levar anos, décadas, séculos ou milénios, não faz mal.

O importante é que jamais desistamos de ser caridosos, conscientes de que, como nos ensina a Codificação:
"Fora da Caridade não há Salvação"
"Fora da Caridade, não há Verdadeiro Espírita".


Bibliografia
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112 Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1996.

Id. O Livro dos Espíritos. 76 Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995.
Id. Viagem Espírita em 1862. 3 Ed. Matão: Casa Editora O Clarim, 2000.
LOUSADA, Vinícius. Reflexão sobre a Caridade. In Revista Internacional de Espiritismo, Ano LXXX, no 01, Fevereiro de 2005.

PASTORINO, Carlos Torres. A Sabedoria do Evangelho. Rio de Janeiro: Sabedoria, 1965.
RENOUX, Christian. The Origins of the Peace Prayer of Saint Francis.
Obtido em 11 de abril de 2005 de http://www.franciscan-archive.org/franciscana/peace.html

A Bíblia Sagrada. Versão de João Ferreira de Almeida, Revista e Actualizada.
Obtido de http://www.bibliaonline.org em 22 de março de 2005.

Bíblia Sagrada. Tradução dos Monges de Maredsous. 112 Ed. São Paulo: Ave Mara, 1997.

Philosophy of Love. In The Internet Encyclopedia of Philosophy.
Obtido de http://www.utm.edu/research/iep/love.htm em 05 de abril de 2005.

Renato Costa

http://www.ieja.org/portugues/p_index.htm

Estudo apresentado no Centro Espírita Caminheiros do Bem - Nova Friburgo, RJ, em 17 de abril de 2005

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 24, 2013 9:33 pm

.. Renato Costa > Porque Sentem Dor os Animais

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Há uma questão que deixa vários irmãos e irmãs espíritas intrigados, por mais que sejam estudiosos dedicados da Codificação.

É o porquê de animais, particularmente os domésticos que convivem com o homem, passarem às vezes por tanto sofrimento.

Nem os estudiosos espíritas nem os cientistas que estudam os animais viram até hoje qualquer evidência apontando para a existência neles de consciência moral.

Os animais superiores, aqueles que estão mais adiantados na senda evolutiva, já possuem uma forma de consciência do eu, segundo as experiências feitas com algumas espécies de primatas, cetáceos e aves têm demonstrado.

Mesmo essa consciência do eu, no entanto, talvez não seja tão complexa quanto a do homem, que possui a chamada "teoria da mente", que, em poucas palavras, é essa habilidade que temos de reconhecer nos outros a mesma consciência que sabemos existir em nós, permitindo que nos comportemos de modo compatível com aquilo que nossa mente informa sobre a mente alheia.

Os estudiosos não dizem que os animais superiores por eles estudados não possuam tal estágio de consciência do eu, mas reconhecem ainda não ter ideia de como fazer tal avaliação.

Um terceiro estágio da evolução da consciência é a consciência moral, a capacidade de julgar se determinada acção é certa ou errada de acordo com as leis de Deus, também entendidas como as leis da natureza.

Segundo se depreende da Codificação e de obras subsidiárias, a conquista da consciência moral ocorre quando a alma entra no reino hominal, o que está de acordo com o estágio de conhecimento da ciência, apesar do uso de linguagens diferentes usadas para descrever o facto.

Na Bíblia, a conquista da consciência moral é descrita no mito de Adão e Eva, quando o casal primevo come do fruto da árvore da ciência do bem e do mal.

Ora, consciência moral é justamente a ciência do bem e do mal.
A alegoria bíblica pode ser entendida, portanto, como um relato de como as almas que habitavam o Éden da ingenuidade alcançaram a consciência moral, ingressando no reino hominal e, assim, se sujeitaram à Lei da Causalidade.

Ora, partindo-se da premissa de que os animais não têm consciência moral, isto é, o conhecimento do bem e do mal, é forçoso concluir que eles não são responsáveis pelos seus actos.

Sendo assim, eles não estão sujeitos à Lei da Causalidade (Causa e Efeito) e, por conseguinte, um deles não pode estar, ao sofrer, resgatando, por exemplo, a morte que causou em outros animais para se alimentar.

Antes de nos aprofundarmos na questão, gostaríamos de deixar claro uma diferença que passa despercebida por muita gente.

Que os animais na natureza sintam dor, no sentido restrito do termo, disso não há a menor dúvida.
Dor, em seu sentido restrito, é um efeito físico que serve para alertar o animal de que algo está errado em alguma parte do seu corpo, exigindo dele cuidados especiais com essa parte que é a fonte da dor.

A dor incomoda e todo animal faz o possível para se livrar dela.
Sofrimento, por sua vez, é um efeito emocional.
Por outro lado, quando falamos de dor em um ser humano, sempre associamos à dor a ideia de sofrimento, dando ao termo dor um sentido mais amplo.

Na verdade, porém, o único "animal" que conhecemos um pouco melhor é o ser humano e, por isso, temos a tendência de interpretar o comportamento das espécies animais com base naquilo que conhecemos de nós mesmos.

Quando sentimos dor, nosso rosto se contrai, nosso corpo se contorce, nossa testa se enruga, os olhos se entristecem.
Esses mesmos sintomas sendo por nós percebidos em um animal, imediatamente nos fazem concluir que o mesmo está sofrendo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 24, 2013 9:33 pm

Mas será que ele sofre do mesmo modo que nós?
Saber se um animal sofre ou não é uma questão complexa e que os profissionais que estudam as diversas espécies animais pesquisam com interesse, sem terem, até hoje chegado a qualquer conclusão definitiva.

Mesmo sem estarmos certos quanto ao que sente o animal com a dor, ainda nos resta entender a razão da dor sofrida por um animal.
A única resposta que nos vem à mente é "aprendizado", a eterna resposta para as dificuldades da vida.

Tendo em mente que o objectivo da dor é aprendizado, podemos daí depreender que, ao sentir dor ou ao ter uma parte do corpo inabilitada, o animal está desenvolvendo suas emoções, aprendendo a lidar com limitações, preparando-se para seu porvir no reino hominal.

Uma comparação que nos ocorre é com a vida profissional como a conhecemos.
Seria justo que o CRM (Conselho Regional de Medicina), por exemplo, cobrasse responsabilidade profissional ao estudante do primeiro ou segundo ano do curso de Medicina ou que o CREA (Conselho Regional de Engenharia, Arquitectura e Urbanismo) o fizesse ao estudante do primeiro ou segundo ano de Engenharia?

É certo que não.
Com base nessa comparação, é fácil ver que não é justo que as Leis de Deus cobrem responsabilidade aos animais, que estão apenas aprendendo a lidar com suas emoções.

Por melhores e mais adiantados que sejam, ainda são alunos e, como tal devem ser tratados.

Levando adiante nossa comparação, veremos que, ao estudante de Medicina ou Engenharia é dada a oportunidade de estágio onde, sem responsabilidade profissional pelo que faz, lhe é dado exercer algumas funções dos profissionais formados, sob a supervisão destes, a fim de se preparar para o exercício pleno e responsável que se espera dele após a formatura.

Assim como nenhum profissional liberal se forma sem ter feito estágio, não é de se esperar que uma alma entre no reino hominal sem ter antes estagiado em experiências similares às que viverá mais tarde, desenvolvendo habilidades básicas de como se comportar durante elas.

O amigo leitor pode perguntar, nesse ponto, porque um animal específico pode ser submetido à dor mais que um outro da mesma espécie e da mesma raça, às vezes mesmo da mesma família nuclear.

A resposta é simples: porque as espécies animais mais evoluídas já estão individualizadas.
Cada cão, gato ou cavalo é um indivíduo, em estágio específico de evolução, necessitando, portanto, de experiências próprias, não necessariamente iguais às de que necessitam seus pares.

Por ora, cremos ser o que se pode afirmar sobre o assunto.
Esperemos os avanços da ciência em seus estudos sobre o comportamento animal para que novas informações nos permitam melhor entendimento sobre a questão em pauta.

Até lá, estejamos certos de que nada, absolutamente nada, na natureza ocorre sem um propósito.
Desse modo, onde quer que vejamos uma ocorrência cuja razão de ser nos escape, saibamos que isso se deve apenas à nossa ignorância.

Artigo publicado originalmente em Aurora - Revista de Cultura Espírita, Ano XXVI, Nº 102 - 2006

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 25, 2013 10:05 pm

.. Renato Costa > A questão primeira

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Uma obra erudita geralmente é avaliada por um crítico sério após lê-la e relê-la por diversas vezes, tendo em vista que ele precisa se familiarizar, primeiramente, com o assunto abordado e com a forma como a abordagem é feita, para, depois, supridas as eventuais deficiências de conhecimento sobre o que vai analisar, ele possa fazê-lo da melhor forma possível.

Ora, todo estudioso espírita já leu e releu O Livro dos Espíritos uma infinidade de vezes, se não de ponta a ponta, pelo menos de forma livre, consultando frequentemente esta ou aquela questão, as respostas a ela dada pelos Espíritos e o comentário pertinente colocado pelo Codificador antes de passar à questão seguinte.

Pois bem, apesar de esta obra basilar da Doutrina Espírita já ter sido objecto de incontáveis estudos pelos mais diversos estudiosos de várias partes do mundo, cremos que a sua Questão Primeira contém um significado que passou despercebido até hoje para a maioria dos espíritas.

Dizemos isso porque temos ouvido a toda hora oradores e escritores respeitáveis e cultos referindo-se a Deus como "o Criador" ou "o Pai Criador", a despeito de não terem os Espíritos usado tal designação em sua resposta, facto este, a meu ver, de uma significância profunda que precisa ser mais bem entendida.

A pergunta de Kardec foi de imensa sabedoria. Intuído, como sempre, por Espíritos de grande adiantamento, o Codificador não criou restrições para a resposta, o que teria feito se tivesse perguntado "Quem é Deus?"
Em vez disso, para não condicionar a resposta, ele perguntou "Que é Deus?".

Notável resultado obteve Kardec com a sua pergunta, pois, ao responderem os Espíritos que Deus é "a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas", eles, também, deixaram claro que Deus não era localizável pelo homem em qualquer escala por ele conhecida hoje ou que venha a sê-lo no porvir.

O termo "criador", por outro lado, está associado em nosso entendimento a uma criatura, um ser que cria alguma coisa.

É assim que os agnósticos se divertem com os crentes perguntando a eles:
"Já que vocês dizem que Deus criou o Universo, nos digam quem criou Deus".

O homem primitivo, ainda habitante das cavernas ou de precários abrigos e vivendo da caça e da colecta, carecia de conhecimento sobre o porquê das coisas.

Desse modo, para ele, em sua religiosidade simples, tudo o que ele desconhecia, ele julgava ser obra directa de um deus criador.
Para ele, um deus havia criado tudo, fosse concreto ou abstracto.

Com o avanço da civilização, os homens foram, pouco a pouco, entendendo os mecanismos da natureza e verificando que as causas para tais mecanismos eram passíveis de verificação.
As religiões que haviam sido congeladas nas interpretações primitivas do porquê das coisas resistiram o mais que puderam ao avanço do conhecimento humano mas este, no fim de contas, acabou-se libertando das amarras da religião, alçando o voo próprio que até hoje teme o contacto com aquela que um dia lhe tolhia os movimentos.

Alguns religiosos, no entanto, com a mente aberta diante do avanço da ciência, procuravam encontrar nela um nicho onde lhes fosse possível colocar Deus, como se Deus pudesse ser colocado em algum lugar restrito.

Houve, pois, o tempo em que, diante da teoria da evolução de Darwin, eles não mais diziam que Deus tinha feito os animais e as plantas, mas que havia feito os mundos e a mecânica do universo.

Depois, com os avanços da astronomia e as teorias de formação de estrelas e planetas, tiveram que restringir Deus a criador das leis que governam o universo.
Mais tarde, veio a teoria do "big-bang", colocando-o como o início do universo conhecido e de suas leis, e Deus foi colocado como o criador do "big-bang".

Quanto mais avançava a ciência, mais para trás colocavam o deus "criador".
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb maio 25, 2013 10:05 pm

Quanta sabedoria, portanto, tiveram os Espíritos na sua resposta!
Causa primeira, em um universo onde todo efeito possui causa, é um conceito claro.

Antes do que é primeiro não há nada.
A causa primeira é a única causa incausada.
Não há necessidade de mudar essa definição à medida que a ciência evolui.
Ela era válida no século XIX, é válida hoje, no século XXI e o será para todo sempre.

Se nos perguntarem, portanto "que é Deus?" ou, mesmo, "quem é Deus?", saibamos responder como os Espíritos o fizeram, dizendo apenas:
"Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas".

Artigo publicado originalmente em O Espírita Fluminense, Ano L, Nº 308 Setembro/Outubro 2006

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 26, 2013 10:12 pm

.. Renato Costa > Registos indeléveis da evolução anímica

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Modelo proposto pelo neurologista americano Paul MacLean, auxilia a entender nossa história

O neurologista americano Paul MacLean é o autor da teoria segundo a qual nosso encéfalo actual reflecte a evolução que sofreu ao longo das eras.

MacLean acredita que nossa caixa craniana contenha não um, mas três encéfalos, sendo cada um deles o registo de um estágio diferente de nossa evolução.
Ele chama seu paradigma de "Encéfalo Triúnico".

Segundo ele, os três encéfalos operam como computadores biológicos interconectados, cada um com sua própria inteligência, sua própria subjectividade, seu próprio senso de espaço e tempo e sua própria memória.

Cada um dos três encéfalos é conectado aos outros dois, mas opera como um cérebro individual com capacidade própria.

O encéfalo mais antigo está situado atrás e embaixo.
O mais recente, na parte superior dianteira. O intermediário, entre eles, na parte central.

O mais antigo dos três encéfalos é o reptiliano, primitivo ou arquipálio, que MacLean também chama de "Complexo-R".
Corresponde ao cerebelo e ao tronco encefálico (mesencéfalo, ponte de Varólio e bulbo raquidiano).

É responsável pelos processos de auto-sustentação do corpo, como a respiração, o batimento cardíaco e o sono, assim como pelos rituais imutáveis de aproximação, ataque, voo e acasalamento, processos que não requerem controle consciente, mas que são essenciais à vida do animal, tanto que o encéfalo reptiliano jamais pára de funcionar, nem durante o sono profundo.

O encéfalo reptiliano não muda, não aprende com a experiência.
A ele se limita quase a totalidade do encéfalo dos répteis atuais, tendo estado presente nos répteis que precederam aos mamíferos, há cerca de 240 milhões de anos.

O encéfalo reptiliano corresponde ao comportamento mecânico, puramente instintivo.

A maioria dos mamíferos compartilha connosco o encéfalo paleomamífero (mamífero antigo), que corresponde ao sistema límbico, a parte média do encéfalo.

MacLean acredita ter ele surgido após o encéfalo reptiliano, há cerca de 60 milhões de anos, tendo sido acrescentado a este último.
Os mamíferos primitivos tinham um encéfalo constituído basicamente do encéfalo reptiliano somado ao sistema límbico.

O encéfalo paleomamífero contém o hipotálamo, o tálamo, o hipocampo e a amígdala, que são considerados responsáveis pelas emoções e instintos emocionais como comportamentos relacionados à alimentação, competição e sexo.

Essas emoções são importantes tanto para o indivíduo quanto para a espécie.
O encéfalo paleomamífero é capaz de aprender, pois retém memórias de emoções que resultam das experiências onde o animal sentiu prazer ou dor em maior ou menor grau.

O encéfalo paleomamífero responde pelo comportamento emocional.

O neocórtex, córtex ou neopálio é o encéfalo principal dos primatas, que foram dos últimos mamíferos a aparecerem.
Ele constitui cerca de cinco sextos da massa total do encéfalo humano, tendo evoluído no último milhão de anos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 26, 2013 10:12 pm

MacLean o chama de encéfalo neomamífero, o que significa mamífero recente.
Todos os mamíferos possuem neocórtex, mas somente nos primatas e cetáceos ele é particularmente importante.

Esse encéfalo neomamífero é responsável pelas funções cognitivas mais nobres, como a linguagem e o raciocínio.
O neocórtex é responsável pelo comportamento racional.

Como vimos, todos os três encéfalos colaboram para produzir o comportamento dos mamíferos e do homem, em particular, que, conforme as necessidades e circunstâncias, ora mostra-se predominantemente mecânico, ora emocional e ora racional.

Para melhor compreendermos o quanto a teoria de Maclean fala da evolução anímica, convém termos em mente a função organizadora do perispírito.

Esse corpo subtil de que dispomos e que, junto do Princípio Inteligente, do qual jamais se separa, constitui o Espírito, funciona como uma formidável memória transpessoal onde ficam registados todos os eventos por que passou o ser em suas inúmeras passagens pela vida física e os efeitos desses eventos por força da Lei da Causalidade.

Assim, se no cérebro físico encontramos um encéfalo reptiliano, por exemplo, é porque existe, no encéfalo subtil, um encéfalo reptiliano que lhe serviu de molde.

E, mais, que esse encéfalo reptiliano subtil que se acha no perispírito é registro indelével da história anímica do ser.

Seguindo nossa linha de raciocínio, poderíamos nos perguntar, a aceitarmos como válida a hipótese de evolução do homem vindo de espécies e reinos inferiores, e o porquê de não existirem no encéfalo subtil do perispírito os registos das passagens por estágio algum anterior ao de réptil.

A resposta, a nosso ver, se encontra na tese, proposta por André Luiz e desenvolvida por Jorge Andréa, de que a individualidade se define quando aparecem nos animais as primeiras células da futura glândula pineal ou epífise.

Muitos peixes e todos os répteis, aves e mamíferos hoje existentes possuem a epífise.
Tal, no entanto, pode não ter sido realidade na Era Mesozóica, quando, há 240 milhões de anos, segundo os cientistas acreditam, répteis originaram os primeiros mamíferos.

O Tuatara é um pequeno réptil, existente em algumas ilhas ao norte da Nova Zelândia, que possui um terceiro olho que se une a um primitivo corpo pineal.

Ele é um fóssil vivo, único exemplar de uma família que existe desde a Era Mesozóica, o que nos permite inferir, utilizando a tese de André Luiz e Jorge Andréa, que os répteis que originaram os mamíferos tinham uma epífise pelo menos tão rudimentar quanto a dele, levando, ainda mais, à conclusão de que nenhuma espécie na história evolutiva daqueles mesmos répteis, antes que eles se tornassem répteis, tivesse a dita glândula.

Antes do aparecimento da epífise, como explica Jorge Andréa, a alma-grupo-da-espécie tinha ascendência sobre os vórtices individuais em início de formação.
Desse modo, é natural que os registros anteriores à definição da individualidade tenham sido gravados no molde organizador da alma-grupo da espécie de onde a mesma se originou.

Daí o não estarem presentes no encéfalo triúnico actual.

Como vimos, o modelo proposto pelo neurologista MacLean é bastante elegante e útil, servindo para explicar, de um modo claro e didáctico, como ocorreu a evolução humana, desde os instintos mais primitivos da vida autónoma até o uso das actividades mais nobres da mente, a razão e a consciência, passando pela etapa intermediária de aprendizado para adaptação ao meio.

Outra característica interessante do modelo de MacLean é que ele permite que imaginemos o aparecimento de novas camadas em nosso encéfalo, à medida que formos galgando os patamares que nos levarão à perfeição.

Ao atingirmos o próximo patamar, como ocorreram nas transições anteriores, o encéfalo hoje intitulado de neomamífero deixará de abrigar as funções mais nobres da mente, passando às funções mais nobres, que certamente não serão as mesmas a que chamamos hoje de "nobres", a serem processadas em novas camadas que irão surgir.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom maio 26, 2013 10:13 pm

Com esta visão parece coincidir a constatação de que os Espíritos evoluídos são incapazes de fazer o mal.
Fazer o bem teria, quem sabe, passado a fazer parte de seus instintos.

Infelizmente, a Ciência nunca se preocupou em examinar o encéfalo dos homens e mulheres "santos" que vieram ao mundo, detendo-se exclusivamente em estudar cérebros de figuras marcantes da política, das artes ou da própria Ciência.

O exame do cérebro de um São Francisco de Assis, de uma Santa Tereza d'Ávila, de um Mahatma Gandhi ou de um Chico Xavier, teria revelado a existência de um encéfalo tetraúnico?
Teria revelado um encéfalo triúnico, mas com sete e não seis camadas no neocórtex?
Essas são perguntas cujas respostas ficamos, por ora, a ignorar.

O autor é engenheiro e expositor espírita no Rio de Janeiro/RJ.

Bibliografia

ANDRÉA DOS SANTOS, Jorge. Impulsos Criativos da Evolução. 3ª ed. Rio de Janeiro Societo Lorenz, 1995.

AMARAL, Júlio Rocha, MD e MARTINS E OLIVEIRA, Jorge MD, PhD. Limbic System: The Center of Emotions.
Obtido, em 27/01/2003, de www.epub.org.br/cm/n05/mente/limbic_i.htm

MILLER, Richard Alan. The Biological Function of the Third Eye.
Obtido, em 03/02/2003, de www.bleehoney.org/ThirdEye.htm.

SCARUFFI, Piero. Book review of Paul MacLean?s The Triune Brain in Evolution.
Obtido, em 27/01/2003. de www.thymos.com/mind/maclean.html

Triune Brain Theory Three Brains in One.
Obtido, em 01/02/2003, de www.mareshbrainsatwork.com/B2B/index.htm

Tuatara "The World"s Most Unique Reptile.
Obtido, em 01/02/2003, de www.bigjude.com/Tuatara.html.

XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Evolução e Cérebro. In: Evolução em Dois Mundos.
Ditado pelo Espírito André Luiz. 13ª ed. Rio de Janeiro ? FEB, 1993.

ZIMERMANN, Zalmino. Perispírito. Campinas ? CEAK, 2000.

Tema: EVOLUÇÃO ANÍMICA
Título: REGISTOS INDELÉVEIS DA EVOLUÇÃO ANÍMICA
Autor: Renato Costa

Texto extraído da REVISTA INTERNACIONAL DE ESPIRITISMO - ABRIL/2003
http://www.oclarim.com.br/exterior/exte_02.htm

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 27, 2013 9:42 pm

.. Renato Costa > Os diversos caminhos da Evolução Anímica

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Estudos Recentes da Inteligência não-humana ajudam-nos a Entender uma Cautelosa Nota do Codificador.

No Item 56 do Capítulo I da Segunda Parte de "O Livro dos Médiuns", diz Kardec:
"Com pequenas diferenças quanto às particularidades e excepção feita das modificações orgânicas exigidas pelo meio em o qual o ser tem que viver, a forma humana se nos depara entre os habitantes de todos os globos.
Pelo menos, é o que dizem os Espíritos."

Apesar de, logo a seguir, ter o Codificador tirado algumas ilações tendo como base a afirmação contida na primeira frase cotada, gostaríamos de chamar a atenção dos leitores para a segunda, onde ele diz "Pelo menos, é o que dizem os Espíritos".

Kardec, como todos os que estudam a Codificação sabem, não fazia nenhuma afirmação conclusiva sem antes passar a mesma pelo crivo da razão e do bom senso.
A cautela expressa na segunda frase denota claramente que tal não se havia dado com respeito à afirmação de que "a forma humana se nos depara entre os habitantes de todos os globos".

Procuraremos mostrar neste trabalho que Kardec tinha bons motivos para ter tal cautela.

* * *
Desde as mais remotas eras o homem tem percebido que determinadas espécies de animais denotam alguns comportamentos semelhantes aos humanos e que, quando nos referimos à nossa espécie, são tidos como inteligentes.

Assim foi que animais tão diversos como cães, corvos, golfinhos, papagaios, chimpanzés e corujas, entre outros, foram, ao longo dos séculos, associados a conceitos como fidelidade, esperteza, amizade, habilidade e sabedoria.

A partir do século XX a questão da "Inteligência Não Humana" começou a despertar um interesse crescente na comunidade científica, proliferando hoje em todo mundo cientistas dedicados ao estudo daquelas e de outras espécies.

Tais cientistas se dividem entre os estudiosos de Psicologia Associativa, um ramo da ciência que surgiu nos EUA na década de 20 e os estudiosos de Etologia, outro ramo da ciência, este surgido na Europa na década seguinte.

É importante frisar, com base nessa informação, que no século XIX não havia nenhum ramo da ciência dedicado especificamente ao estudo do comportamento animal, um facto que justifica a hesitação de Kardec em aceitar o que haviam dito os Espíritos a respeito da forma hominal nos diversos mundos.

No início desses estudos predominava a noção de que a inteligência animal tinha que ser comparada com a humana e avaliada a partir dela.
Com esse enfoque comparou-se o tamanho absoluto dos encéfalos das diversas espécies, o seu tamanho relativo, o quociente de encefalização e a quantidade de circunvoluções no córtex cerebral, sendo que nenhum desses métodos demonstrou ser suficientemente correto.

Hoje em dia muitos estudiosos têm defendido a tese de que inteligência é algo que não deve ser analisado entre as espécies e sim avaliado para cada uma em função dos desafios que tem por enfrentar e do modo como escolhe, dentre os conjuntos de informação de que dispõe, aquele que lhe oferece o melhor meio para enfrentar tais desafios com sucesso.

Defrontado com os inúmeros estudos hoje disponíveis que comprovam a inteligência das mais diversas espécies de animais, alguém poderia objectar quanto à sua evolução anímica, afirmando que os indivíduos que a elas pertencem fazem hoje exactamente o mesmo que faziam há séculos atrás ou mesmo desde que a história registra a sua existência.

Longe de se constituir tal afirmação em uma objecção válida, no entanto, ela denota, a nosso ver, apenas uma percepção equivocada quanto à própria evolução da inteligência humana.
O ser humano, assim como os demais animais, não denota ter feito significativa evolução em inteligência nos últimos milénios, conforme demonstra a sofisticação de escrituras e escritos filosóficos milenares das diversas tradições.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 27, 2013 9:43 pm

A evolução que houve na raça humana foi, predominantemente, de ordem científica e tecnológica, devendo-se ela, basicamente, à habilidade do homem na construção de ferramentas e ao seu domínio de uma forma complexa de comunicação, dotada de sintaxe e semântica e que é chamada de linguagem.

Para sabermos, portanto, se uma outra espécie está em condição de chegar algum dia a nível semelhante àquele onde o ser humano hoje se encontra não nos basta saber se eles possuem inteligência, mas, mais que isso, precisamos saber se os indivíduos de tal espécie têm condição de criar ferramentas e de estabelecer entre si uma forma de comunicação que mereça ser chamada de linguagem.

Ocorre, porém, que o patamar onde o homem se encontra não representa, necessariamente, um estágio obrigatório para todas as espécies.
Apesar de ser verdade que o domínio da linguagem se afigura como essencial característica evolutiva, o mesmo não se pode afirmar com respeito à habilidade para construir ferramentas.

Esta última faz-se necessária ou não, dependendo do meio onde a espécie vive e das condições que ela tem de sobreviver nesse meio.

Capacidade de comunicação complexa e muito mais são características que têm sido verificadas pelos pesquisadores como existentes em diversas espécies, havendo, entre elas, algumas que vivem na terra, outras no mar e outra, ainda, que se locomovem pelo ar.

Em artigo posterior daremos um exemplo de cada uma delas de forma a caracterizar bem essa informação.

* * *
Maria João de Deus, a querida mãezinha de nosso Chico Xavier, referiu-se aos habitantes de Saturno com as seguintes palavras:
Nada tinham de comum com os tipos da humanidade terrena, afigurando-se-me extraordinariamente feios com a sua organização animalesca, com suas membranas à guisa de asas, tão estranhas para mim, as quais lhes facultavam o poder de volitar à vontade.

Ante o seu assombro, o instrutor a esclareceu quanto às condições de vida naquele mundo e, referindo-se aos seus habitantes, disse a Maria João:
"Essas criaturas que te parecem animais egressos das plagas terrestres, onde os zoófitos encontram os seus elementos de vida, são altamente dotados de sabedoria, sensibilidade e inteligência.
Seus sentidos e percepções são muito superiores àqueles com que foram aquinhoados os homens terrenos e a preocupação máxima da sua existência é a intensificação do poder intelectual."

Nosso pequeno estudo mostrou que as espécies evoluem de forma diferente conforme o meio onde vivam e os desafios que tenham que enfrentar.
E, mais, que cada uma delas, apesar de trilhar um caminho evolutivo que lhe é próprio, chegará, um dia, ao reino hominal para alçar-se, daí, à angelitude.

Processando-se a evolução em dois mundos, sabemos que as mudanças necessárias no corpo físico se reflectem no corpo subtil e vice-versa.
Logo, o animal que vem evoluindo, há milénios, em meio líquido possui um corpo físico totalmente adaptado para o meio líquido, com tal adaptação perfeitamente reflectida em seu corpo subtil, o mesmo se podendo dizer, mutatis mutandis, do animal que vem ao longo da sua evolução, deslocando-se pelo ar.

Aquilo que Maria João percebeu em Saturno, portanto, não foi fruto de sua ilusão, mas algo perfeitamente possível de se esperar.
Sendo Saturno um imenso mundo gasoso, os seres inteligentes que lá existam têm, forçosamente, que ter seus corpos subtis adaptados ao meio.

Ao constatarmos que espécies de aves vêm evoluindo em inteligência, é válido, portanto, supor que o caminho que elas irão seguir venha a levá-las, daqui a vários milénios, a estágio semelhante.

Esperamos ter mostrado evidências bastante apontando para a conclusão de que os caminhos da evolução anímica são vários e diversos e que a forma humana que conhecemos na Terra é uma e não a única destinada a receber a alma quando de seu ingresso no reino hominal.

Saudamos, neste ponto, mais uma vez, a sábia cautela do Codificador.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg maio 27, 2013 9:43 pm

Bibliografia

Blackstock, Regina. Dolphins and Man ? Equals?
Obtida, em 15/02/2003, de http://www.polaris.net/~rblacks/dolphins.htm.

Costa, Renato. Registos Indeléveis da Evolução Anímica. In: Revista Internacional de Espiritismo. Matão: Abril de 2003.

Davies, Gareth Huw. Maybe Birdbrains are in Fact Clever.
Obtida, em 19/02/2003, de http://flatrock.org.nz/topics/animals/pigeon_spotting.htm.

Friend, Tim. Crows exceed expected intelligence levels. USA Today. Ed. 09/08/2002.

Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns. 61 Ed. FEB, 1995.

Klinowska, Margaret. Brains, Behaviour and Intelligence in Cetaceans (Whales, Dolphins and Porpoises).
Obtido, em 05/01/2003, de http://www.highnorth.no/Library/Myths/br-be-an.htm.

Marable, Kenneth. The Neurological and Environmental Basis for Differing Intelligences: A Comparison of Primate and Cetacean Mentality.
Obtido, em 05/01/2003, de http://www.msu.edu/user/marablek/whal-int.htm.

Recer, Paul. Dolphins show language-like learning. SouthCoast Today. Ed. 25/08/2000.

Xavier, Francisco Cândido. Cartas de Uma Morta. Ditado pelo Espírito Maria João de Deus. 13 Ed. LAKE, 1999.

____, _______ e Vieira, Waldo. Evolução em Dois Mundos. Ditado pelo Espírito André Luiz. 13 Ed. FEB, 1993.

(Artigo originalmente publicado pela Casa Editora O Clarim na edição de Maio da Revista Internacional de Espiritismo)

http://www.ieja.org/portugues/p_diversoscaminhos.do

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 28, 2013 9:11 pm

.. Renato Costa > Será obter a prova científica da existência de Deus uma meta alcançável pela humanidade actual?

Artigos


Qualquer espírita que não tenha tido formação científica ficará, no mínimo, surpreso se, após ler, na Parte I.

Capítulo 1 de O Livro dos Espíritos, as questões 4 a 9, que tratam das Provas da Existência de Deus, for informado de que a maior parte da comunidade científica não só não crê em Deus como sequer considera a existência ou não de Deus uma questão a ser tratada.

Antes de esclarecermos o ponto acima destacado, convém definirmos bem dois termos com significados diferentes, mas que costumam, equivocadamente, ser tratados como se sinónimos fossem, quais sejam, ateísmo e agnosticismo.

O ateu nega a existência de Deus e da realidade espiritual.
A atitude de um ateu é, portanto, negativa em relação à do crente. Já o agnóstico, este apenas afirma que não é possível hoje comprovar quer a existência, quer a não existência de Deus, sem, contudo, negar que, um dia, tal prova, a favor ou contra, possa ser encontrada.
Desse modo, se, por um lado, o ateu sempre abrirá polémica contra o crente, o agnóstico simplesmente fará saber ao crente que o assunto Deus não é para ele foco de interesse nem tema válido de discussão.

Bem, o que têm as definições acima a ver com nosso estudo?
Muito simples:
A filosofia predominante da ciência hoje em dia e desde o início do século XX é, com menores ou menores variações, o chamado Positivismo Lógico, que, como iremos ver, tem uma postura totalmente agnóstica.

O Positivismo Lógico foi uma corrente filosófica que surgiu na Áustria e na Alemanha na década de 20 do século passado, voltada à análise lógica do conhecimento científico.
O Positivismo Lógico negava qualquer sentido na filosofia tradicional e na metafísica, afirmando que muitos dos problemas então ditos filosóficos careciam até mesmo de sentido enquanto problemas.

Na década de 30, os mais importantes representantes do Positivismo Lógico migraram para os Estados Unidos, onde influenciaram consideravelmente a filosofia americana.
Pode-se dizer que, até a década de 50 do século passado, o Positivismo Lógico foi adoptado praticamente como única abordagem à filosofia da Ciência pela comunidade internacional.

Daí o porque de sua influência ainda ser tão forte hoje em dia, apesar de propostas mais flexíveis terem ganhado força posteriormente, em decorrência da própria ampliação do campo de pesquisa das ciências em direcção ao macro e ao microcosmos.

De acordo com o Positivismo Lógico, somente existem duas fontes de conhecimento:
o raciocínio lógico e a experiência empírica.

Diz o chamado Princípio da Verificabilidade que uma sentença faz sentido se e somente se ela puder ser provada verdadeira ou falsa, pelo menos em princípio, por meio de experiência.

Em outras palavras, uma sentença é significativa factualmente para uma pessoa qualquer se e somente se ela souber como verificar a proposição que tal sentença pretende expressar, isto é, se a pessoa souber quais observações poderão ser feitas que a levarão, sob certas condições definidas, a aceitar a proposição como verdadeira ou a rejeitá-la como falsa.

O sentido de uma sentença, portanto, está no conhecimento que temos das condições em que a dita sentença poderá ser provada verdadeira ou falsa.
Sentenças metafísicas são, por isso mesmo, inválidas para o Positivista Lógico, pois, para ele, não fazem sentido como sentenças. O motivo para tal é evidente.

Afinal, nenhum dos atributos normalmente relacionados ao divino pode fazer parte de uma sentença válida para o Positivismo Lógico, posto que conceitos como infinitamente justo, infinitamente bom, omnipotente e omnisciente formarão sempre proposições inverificáveis.

Indo ao cerne da questão, que é a própria ideia de Deus, vale lembrar que, como já nos ensinava a mais antiga tradição religiosa da Humanidade, a multimilenar religião hindu, Brahma, o Absoluto, é incognoscível.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter maio 28, 2013 9:11 pm

Ora, sendo incognoscível, toda afirmação que O tenha como termo é inverificável.
Como tal, Deus jamais será comprovado pela Ciência que hoje conhecemos.
Mais que isso, tal Ciência sequer considerará a busca da divindade entre as metas a que irá se dedicar.

Como dissemos, outras filosofias foram propostas para a ciência após o Positivismo Lógico, sem que nenhuma delas tenha, entretanto, prescindido da verificabilidade.

Ao contrário do que ocorria no século XIX, no entanto, a comunidade científica actual sabe que a verdade que procura provar é provisória e que será, mais tarde, reformulada ou negada pelo próprio avanço da ciência, inexoravelmente.

Tal certeza reforça mais ainda a postura agnóstica da Ciência.
Se, antes, afirmações sobre Deus eram descartadas como metafísicas, hoje, nem mesmo as teorias comprovadas, por mais que tratem com conceitos finitos e cognoscíveis, são vistas hoje como definitivas e imutáveis.

Colocando de outro modo, a comunidade científica em nossos dias sabe que não procura a verdade absoluta.
Assim sendo, uma vez que Deus é a Verdade Absoluta, não há como ela um dia O vir a encontrar.

A esse respeito, vale a pena recordarmos a questão 10 da Parte I, Capítulo 1 de O Livro dos Espíritos, que fala dos atributos da divindade.

10. Pode o Homem compreender a natureza íntima de Deus?
« Non ; c'est un sens qui lui manque.», diz a segunda Edição francesa de 1858.

O que, em bom português moderno, pode ser traduzido como:
"Não, falta-lhe entendimento para tal."

Esperamos ter deixado claro ao leitor quanto ao porque de ser o homem actual incapaz de comprovar Deus através de sua ciência.
Esperemos, portanto, pacientes, que a Humanidade terrestre se alce a patamares mais altos de evolução. Crescendo a Humanidade em entendimento, crescerá em alcance sua ciência e nova e mais abrangente será a filosofia a inspirá-la.

A esse respeito, convém dar atenção à questão seguinte de O Livro dos Espíritos e à sua sábia resposta:
11. Será dado um dia ao homem compreender o mistério da divindade?
"Quando não mais tiver o espírito obscurecido pela matéria.
Quando, pela sua perfeição, se houver aproximado de Deus, ele o verá e compreenderá.

Como vemos, não devemos esperar tal mudança para este ou para os séculos vindouros.
A Ciência, como podemos entender em nosso estágio actual de desenvolvimento, não pode prescindir de uma filosofia semelhante às que hoje adopta.

Não se trata de incapacidade intelectual.
Por mais brilhante que seja o aluno do CA, ninguém espera dele que proponha uma revolucionária teoria económica, invente um dispositivo electrónico ou encontre a cura de importante doença.

Tudo tem seu tempo na senda evolutiva.
Hoje, imersos na matéria e com nossos sentidos por ela obscurecidos, nossa percepção de Deus vem pela meditação, pela intuição, pela comunhão com o que há de melhor em nós, com o mais íntimo de nosso ser, em decorrência da reforma íntima.

Não queremos concluir nosso estudo sem pedir que o leitor atente para o facto de que estamos falando exclusivamente da prova da existência de Deus e não de provas outras concernentes aos fenómenos de natureza espiritual.

Estes, ao contrário de Deus, a Causa Primária, fazem parte da criação, são cognoscíveis e verificáveis e, sendo assim, mais dia, menos dia, a Ciência actual os logrará comprovar.

Bibliografia

-KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 77 Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1997.
-MESQUITA FILHO, Alberto. Teoria sobre o Método Científico.
- Logical Positivism. The Internet Encyclopedia of Philosophy. Junho de 2002.
URL: http://www.utm.edu/research/iep/l/logpos.htm.

-Logical Positivism. Philosophy Pages.
URL: http://www.philosophypages.com/hy/6q.htm.

-Atheism, Agnosticism, Free Thinking, Humanism etc..Religious Tolerance. Junho de 2002.
URL: http://www.religioustolerance.org/at_ag_hu.htm.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 29, 2013 8:54 pm

.. Renato Costa > Inteligência e Instinto: a ténue fronteira

Artigos


Ramos da Ciência Surgidos no Século XX Permitem Novo Entendimento quanto à fronteira entre a Inteligência e o Instinto

O tema Inteligência e Instinto é desenvolvido na Codificação da Questão 71 à Questão 75 de O Livro dos Espíritos e, com mais detalhe, do Item 11 ao Item 19 do Capítulo III de A Génese.

Por falta de espaço em um artigo desta natureza, não transcreveremos as questões, as respostas dos Espíritos e o raciocínio do Codificador, nem teceremos comentários a eles.

Uma clara compreensão de nosso trabalho, no entanto, não prescinde de tal estudo, motivo pelo qual incentivamos nosso amável leitor que não as deixe de estudar antes de prosseguir.

Como dissemos em nosso artigo de maio, publicado nesta revista, o quadro actual de conhecimento no estudo do comportamento animal é fruto da maturação de duas abordagens científicas que surgiram nas décadas de 20 e 30 do século XX, quais sejam, respectivamente, a Psicologia Associativa e a Etologia.

A primeira teve início nos EUA, com a participação de psicólogos e com enfoque nos comportamentos de exemplares de animais testados em experimentos de laboratório, associando tais comportamentos a aprendizado.

A segunda, na Europa, com a participação de zoólogos e com enfoque nos comportamentos espécie-específicos de exemplares observados em seu habitat natural, associando tais comportamentos a instintos inatos ou herdados geneticamente.

Durante um certo tempo houve acirrado debate entre os estudiosos partidários das duas abordagens, debate esse que ficou conhecido em inglês como o "the nature x nurture controversy" (a controvérsia natureza x criação).

Hoje em dia, no entanto, prevalece a noção de que o comportamento animal deva ser visto sempre segundo seus dois componentes, o instintivo e o aprendido, que aparecem, um e outro, em maior ou menor grau, conforme a circunstância que se apresenta.

Antes de prosseguirmos em nosso estudo, convém notarmos que nenhuma das duas abordagens ao estudo do comportamento animal que deram origem ao actual estágio de conhecimento científico havia ainda surgido por ocasião da Codificação.

Em consequência desse facto, tudo o que vamos falar sobre comportamento animal daqui em diante são elementos de observação de que Allan Kardec não dispunha quando escreveu na Codificação sobre inteligência e instinto.

Os termos comportamento instintivo ou comportamento inato são usados para designar os comportamentos que os etologistas entendem como herdados e controlados geneticamente, o que nós, espíritas, entenderíamos como património da alma.

É caracterizado um comportamento instintivo quando animais de uma mesma espécie seguem todos a mesma sequência de acções quando sob as mesmas condições ambientais.

Comportamentos instintivos podem ser de três tipos:
taxias, que são movimentos automáticos de um organismo, aproximando-se de um estímulo ou se afastando dele, como ocorre com os cupins em relação à luz;
reflexos, que são respostas involuntárias de um organismo frente a um estímulo, como o retrair da mão de um animal quando ela toca um objecto quente, e padrões fixos de acção (PFA) ou instintos propriamente ditos, que são padrões complexos de comportamento, porém, geralmente, inflexíveis e que envolvem todo o corpo do animal, podendo necessitar de um estímulo externo para serem disparados.

Exemplos simples são casais de aves alimentando bocas abertas (não necessariamente filhotes), reacção de medo a predadores e a resposta de fuga ou ataque de um animal frente à agressão.

Um exemplo mais complexo são os milhares de movimentos que uma aranha repete quase sem alteração cada vez que tece suas teias de aparência sempre igual.

O termo comportamento aprendido é usado para designar alterações no comportamento instintivo como resultado de experiências vividas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 29, 2013 8:55 pm

Podem ser dos seguintes tipos:
estampagem, que é um comportamento que possui componente inato e aprendido e é adquirido em um período específico e limitado de tempo na vida do organismo.

Filhotes de ganso recém-nascidos, por exemplo, identificarão como sua "mãe" (protectora) e semelhante (outro indivíduo da espécie à qual pertencem) um objecto de razoável tamanho que se mova e emita sons, desde que este for a primeira coisa que vejam junto a si no momento em que nascem e por um breve período após.

Daí em diante seguirão o objecto onde ele for.
A estampagem persiste pela vida do indivíduo.
Esse comportamento se chama de estampagem porque equivale a uma estampa gravada para sempre no indivíduo.

Somente espécies menos evoluídas estão sujeitas à estampagem;
habituação, que é uma redução em uma resposta anteriormente apresentada quando nenhuma recompensa ou punição se segue.

Se um barulho estranho for ouvido por um cão de guarda ele entra em alerta.
Se esse mesmo barulho voltar a ocorrer sistematicamente na mesma hora e nas mesmas circunstâncias, dentro de certo tempo o cão se habituará ao barulho e não mais entrará em alerta devido a ele;
condicionamento clássico, que consiste em associar uma resposta já existente a um estímulo novo ou substituto.

É uma forma importante para alterar um Padrão Fixo de Acção (Instinto) de modo ao animal poder se adequar com mais precisão a circunstâncias ambientais.
Se o dono de um cão soar um sino antes de servir a ração ao animal, este se condicionará a salivar toda vez que ouvir tocar um sino, pois terá condicionado a oferta de ração ao estímulo de ouvir o sino que, a princípio, nada tem a ver com alimentação;
condicionamento instrumental ou aprendizado por tentativa e erro, que consiste em se modificar uma resposta preexistente a um estímulo ou criar novas respostas.

Ocorre, por exemplo, quando o animal aprende quais comidas são saborosas e quais não são.
Testes de laboratório comuns para avaliar a capacidade que um animal tem de aprender por tentativa e erro são labirintos que o animal deve percorrer para receber uma recompensa, usualmente uma comida de que gosta.

Uma vez resolvido o labirinto o animal geralmente memoriza a solução e passa a ir directo até a meta, demonstrando que aprendeu uma sequência lógica e visual, e aprendizado por "Insight" ou discriminação, que é um tipo de comportamento que, indubitavelmente, requer inteligência, pois o animal deve analisar a situação, examinar quais os elementos de que dispõe e criar uma solução inteiramente nova para atingir sua meta.

Verifica-se quando, por exemplo, um chimpanzé faz uma pilha de caixas para usar como escada de modo a obter um prémio em comida pendurado fora de seu alcance, sem nunca ter visto antes essa solução.
Ou ainda, quando um corvo da Nova Caledónia dobra um pedaço de metal com seu bico para apanhar a comida no fundo de um tubo após ter observado um corvo maior ter se apossado do único pedaço curvado de metal que havia disponível e ter conseguido com o mesmo atender à mesma meta.

"A inteligência se revela por actos voluntários, reflectidos, premeditados, combinados, de acordo com a oportunidade das circunstâncias." (GE III, 12)

Agora que conhecemos os termos correctos para identificar os diversos tipos de comportamento animal é importante sabermos que o comportamento animal em cada circunstância pode ser um casamento de vários desses tipos, cada um deles participando em maior ou menor grau.

Quando um castor constrói uma barragem, por exemplo, assume-se que a solução de construir a barragem seja um padrão fixo de acção ou instinto.
Está na memória genética de sua espécie, segundo os cientistas, ou na memória anímica da espécie, segundo uma visão espírita, que a construção de barragens é uma forma de garantir a formação de um lago da profundidade conveniente para que ele possa construir sua moradia ao abrigo dos predadores e possa ter uma reserva de alimentos acessível durante o inverno, quando a superfície do lago está congelada.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua maio 29, 2013 8:55 pm

Entretanto, a constatação de se o lago precisa ou não ser aprofundado e a forma como irá construir a barragem, se necessária, assim como a escolha do material de que se irá utilizar para tal, são todos comportamentos aprendidos, parte por tentativa e erro, quando já age sozinho na fase adulta, mas parte, certamente, sob orientação de sua mãe quando mais novo.

Um outro exemplo além do castor é o das aves que constroem ninhos, sempre se adaptando aos materiais encontrados nos locais para onde se mudam e às características desses locais.

A maioria das interacções possíveis em determinado ambiente é por demais complexa para que instintos fixos delas se incumbam.
A participação do comportamento aprendido, tanto na forma de tentativa e erro como na forma de aprendizado por "insight", é, portanto, muito importante para animais que se deslocam de um para outro ambiente.

Ao contrário dos instintos, que são consolidados na espécie e passados entre as gerações, os comportamentos aprendidos requerem, para sua fixação, a manutenção por longos períodos das circunstâncias que os permitiram ou provocaram seu aparecimento.

É desse modo que comunidades de determinada espécie que migraram há séculos de uma para outra região, vão, aos poucos constituindo uma nova espécie, com instintos modificados em função da adaptação às novas condições.

A modificação de instintos a partir de comportamento aprendido, após a consolidação desse último, sugere, para os cientistas, que houve uma mudança genética na espécie e, para nós, espíritas, que mais um aprendizado foi adicionado ao seu património anímico.

Como vemos, a fronteira que separa a inteligência do instinto é bastante ténue.
Não só porque vários comportamentos que eram tidos como instintivos hoje são ditos inteligentes como pelo facto, constatado pelos estudiosos, de que os comportamentos aprendidos por tentativa e erro e por "insight", que requerem inteligência para ocorrer, podem, ao cabo de várias gerações, ser consolidados como instintos.

O instinto, portanto, ou, pelo menos, a parte dele conquistada após a definição da individualidade, pode ser visto como uma espécie de inteligência fóssil enterrada nas profundas camadas da mente.

O autor é engenheiro e expositor espírita no Rio de Janeiro

Bibliografia

Cardoso, Sílvia Helena, PhD e Sabbatini, Renato M. E., PhD. Aprendendo quem é a sua Mãe? O comportamento de Imprinting.
Obtido em março de 2003 de
http://www.epub.org.br/cm/n14/experimento/lorenz/index-lorenz_p.html.

Animal Behavior, Chapter 20. Obtido em março de 2003, de
http://clab.cecil.cc.md.us/faculty/biology1/behavior.htm.

Beaver. Canadian Wildlife Service Hinterland Who?s Who.
Obtido em junho de 2003, de http://www.cws-scf.ec.gc.ca

Costa, Renato. Os Diversos Caminhos da Evolução Anímica. In Revista Internacional do Espiritismo, Maio de 2003.

Domestic Animal Behavior.
Obtido, em março de 2003, de http://asci.uvm.edu/course/asci001/behavior.html.

Swanson David, Dr. Behavior. Obtido, em março de 2003, de
http://www.usd.edu/bol/faculty/swanson/ornith/lec16.htm.
Innate Behavior. Obtido, em março de 2003, de http://users.rcn.com

Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. FEB, 76 ed, 1995.
______, _____. A Génese. FEB, 36 ed, 1995.

Kohler?s Work on Insight Behavior. Animal Cognition Home Page.
Obtido, em março de 2003, de http://www.piegon.psy.tufts.edu/psych26/hohler.htm.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 30, 2013 8:34 pm

.. Renato Costa > Uso da mediunidade no dia-a-dia: uma reflexão

Artigos


Não resta dúvida de que, como nos ensinou a mediunidade de nosso saudoso Chico, a enxada que não trabalha enferruja.

Não resta dúvida, tampouco, que, em um país como o Brasil, em que a Doutrina Espírita está tão bem divulgada, onde existem tantas Casas Espíritas e tantas obras de caridade, onde há tantos desencantados e doentes do corpo e da alma, não faltam oportunidades de auxílio aos necessitados, encarnados e desencarnados.

Só não se envolve em actividades mediúnicas em nosso país quem não quer, é mal informado ou desconhece o factor mediúnico em nossas vidas, a mediunidade como ela realmente é.

Entretanto, situação bem diversa se dá em certos países ditos "de primeiro mundo".
Minha experiência em websites espiritualistas estrangeiros deu-me a oportunidade de travar contacto com inúmeros médiuns perturbados habitando em países onde a mediunidade deles é incompreendida e as oportunidades de auxílio que abundam no Brasil simplesmente inexistem.

Em tais países desenvolvidos não existe pobreza material, a religião existente é dogmática e estagnada e ensinamentos esotéricos desencontrados são misturados de modo comercial e confuso, em um quadro de desamparo e desalento para tais médiuns sofredores, isolados em seus conflitos e simplesmente dados como loucos ou perturbados.

Como a Justiça Divina é perfeita, não há como supor que alguém reencarne com mediunidade em tal situação sem ter como utilizá-la com bom proveito.

Desse modo, parece-me evidente que a mediunidade possa ser exercida qualitativamente a contento e em intensidade satisfatória não só em actividades tradicionalmente entendidas como mediúnicas, mas, também e, até mesmo principalmente, nas simples actividades do dia-a-dia.

Logo, um abraço amoroso pode ser uma actividade mediúnica inconsciente.
Por que razão um Espírito bom não aproveitaria tal oportunidade para beneficiar a pessoa abraçada, utilizando-se do agente do abraço como médium?

Uma prece, um pensamento carinhoso, um aperto de mão, um olhar compassivo, são tantas as formas naturais de passe que podemos dar no dia-a-dia, com o concurso de nossos mentores e guias, em um inequívoco uso de nossa mediunidade.
Quando a mãe passa a mão suavemente no cabelo de seu querido filho ou filha, não poderá ela estar usando sua mediunidade e dando um passe, apesar de inconsciente de tal facto?

Não estou sendo meramente teórico em minhas considerações.
Observo e sinto em meu dia-a-dia que estou utilizando minha mediunidade a todo o instante.
Sim, é verdade, conheço a Doutrina Espírita e isso me permite estar consciente do que faço.

No entanto, que diferença faz?
Um médium inconsciente pode ser muito eficiente como agente de cura em um abraço dado em uma pessoa doente na casa deste último.

Basta, para tanto, que, ao dar esse abraço, ele esteja em sintonia com os bons Espíritos e que encha seu coração de amor pela pessoa a quem abraça.

Concluindo minhas observações, quero dizer que é nessa linha que sempre procurei orientar os médiuns perturbados que escreviam nos websites espiritualistas estrangeiros que frequentava.

Dizia a eles que se esforçassem por ser pessoas melhores, um dia após o outro.
Que aprendessem a olhar para todos à sua volta como irmãos e irmãs.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui maio 30, 2013 8:34 pm

Que, se lhes fosse difícil perdoar a quem os ofendesse, que, pelo menos, por eles não alimentassem rancor, procurando esquecer as ofensas recebidas; que orassem por todos à sua volta;
que valorizassem os apertos de mão, os abraços, os olhares, e projectassem amor em tais comportamentos, de outra forma constituídos de simples formalidades sociais.

Dizia, finalmente, que procurassem aquele parente ou conhecido velho e doente e os visitassem, conversassem com ele, lhe trouxessem alento com sua simples presença.

É isso que queria dizer.
Costumo ler muitas vezes orientações de como usar a mediunidade que se aplicam somente no Brasil ou, no máximo, em alguns poucos lugares do planeta.

Gostaria que os irmãos e irmãs explorassem mais outras situações, mesmo porque, nada nos garante que venhamos a ter nossa próxima reencarnação neste querido País.

Que tal, então, começarmos desde agora a praticar?

O Movimento Espírita pode estar muito mais amplo e divulgado no Brasil que em outras partes do mundo, mas a Doutrina Espírita é para toda a humanidade, neste planeta e em outros mais.

É mister, portanto, que saibamos praticar os ensinamentos do Mestre, explicados com tanta clareza pelo Espiritismo, estejamos onde estejamos, quer conheçamos a Codificação de forma explícita, pela sua leitura e estudo na vida actual, quer de forma intuitiva, pelas lembranças de estudos sérios que tenhamos feito nas vidas que passaram.

(Artigo publicado originalmente no Informativo Meimei, órgão de divulgação da Sociedade Espírita Jesus Escola, de Cantagalo, RJ, Ano II, no. 2, de Fevereiro/Março de 2005)

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A Ciência confirma o Espiritismo? - Página 11 Empty Re: A Ciência confirma o Espiritismo?

Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 31, 2013 8:49 pm

..Vítor Ronaldo Costa > "Abertura dos Chacras": análise à luz dos conhecimentos espíritas

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- Irmã Clara - informou o Ministro, igualmente enlevado - já atingiu o total equilíbrio dos centros de força que irradiam ondulações luminosas e distintas.?
(André Luiz / F.C. Xavier, Entre a Terra e o Céu, cap. XXIII - FEB -)

Antes de relatarmos um fato seria oportuno relembrar a importância da obra Kardequiana e acessória, riquíssimas de informações a respeito do intercâmbio com os espíritos e as consequências morais advindas deste relacionamento, de forma a atender aos anseios da razão e dos sentimentos.

A Doutrina Espírita, na qualidade de revelação consoladora, preenche as lacunas do intelecto ávido de cultura, amplia os horizontes da razão amadurecida e contribui definitivamente para o desenvolvimento da fé raciocinada, livre de dogmas e temores infundados.

A principal característica do Espiritismo implica no fato de ter sido codificado por Allan Kardec com o concurso directo dos bons espíritos, aí residindo o diferencial com as demais doutrinas e religiões conhecidas.

O testemunho autêntico daqueles que nos antecederam na grande viagem, sem dúvida, é o grande trunfo do Espiritismo, já que as informações mediúnicas continuam acontecendo e motivando-nos ao exercício das responsabilidades assumidas no sentido de concretizar os ideais evolutivos.

Pois bem, vamos ao facto.
Certa feita, durante o intervalo de interessante seminário espírita, conversávamos animadamente sobre os temas ali desenvolvidos, quando um dos interlocutores, aproveitando uma deixa, revelou-se conhecedor do hinduísmo e dos preceitos védicos.

Citou inúmeras pérolas do acervo religioso oriental e defendeu ardentemente o desenvolvimento dos chacras, mormente o "genésico", por meio de práticas externas, como necessidade de se atingir a plenitude espiritual ainda no transcurso da existência terrena.

Lembrei-me no decorrer da conversa que, vez por outra, encontramos na imprensa, propagandas de cursos e vivências voltados para a "abertura dos chacras" por meio de práticas exaustivas e complexas, pelo menos, para o modelo de vida ocidental.

No que pese a desenvoltura demonstrada pelo companheiro afinizado com a cultura oriental, notamos da parte dele um certo desinteresse pelo cultivo do aprendizado espírita no seu todo, especialmente, o relacionado com as informações educativas contidas no "Evangelho Segundo o Espiritismo".

Tal detalhe, em princípio, não nos impressionou, pois já estamos acostumados a lidar com os cultores do intelectualismo científico e, que de antemão, consideram a doutrina ultrapassada, desvalorizando os seus aspectos filosóficos e religiosos.

Habitualmente definem posturas insensatas a favor do laicismo, ou seja, de um Espiritismo sem o Cristo.
Ao nosso ver, essa opção radical é completamente equivocada, pois rompe as ligações entre os pilares de sustentação do Espiritismo, atrofiando o seu conceito amplo de modo a torná-lo enfraquecido pela ausência do estímulo auto-transformador.

Aliás, a questão da reforma íntima tem sido refutada por tais indivíduos, pelo facto de constituir-se um objectivo bem mais difícil de ser alcançado, vez que implica no esforço de crescimento vertical do ser, resolução nem sempre fácil de ser efectivada.

É sabidamente mais cómodo para os que se julgam acima dos postulados codificadores, dar asas ao intelectualismo vazio e sem objectivo dignificante.

A esperança de evoluir espiritualmente por meio de práticas exteriores, a exemplo do uso de determinados cristais, exercícios de "abertura" dos chacras e repetição de palavras cabalísticas, a bem da verdade, não resultam em progresso moral para o ser, haja vista, o alerta do Mestre Nazareno, ressaltando a necessidade inadiável de nos submetermos aos preceitos evangélicos do amor incondicional e do perdão aos semelhantes.

Reconhecemos, no entanto, que praticar a solidariedade, o respeito ao próximo, a compreensão entre familiares e a simplicidade de atitudes são detalhes por demais elaborados para as nossas almas ainda pouco afinadas com o bem.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex maio 31, 2013 8:50 pm

O esforço pessoal no sentido de melhorar procedimentos comportamentais, para uns, torna-se uma iniciativa bem mais desafiadora do que recitar mecanicamente versículos em sânscrito, praticar rituais purificadores, bem como, forçar por antecipação a "abertura" dos vórtices energéticos.

As práticas orientalistas servem aos anseios evolutivos daqueles que se encontram reencarnados no Oriente, pois admitimos que tudo esteja subordinado ao Poder Maior e, que, portanto, obedeça a determinada gradação de valores e de experiências a serem colhidas no decorrer das vidas sucessivas.

A civilização ocidental, em princípio, é oriunda do velho Oriente, logo trás na sua memória espiritual a cultura mística adquirida em vivências pretéritas.

É preciso que se entenda existir motivos espirituais suficientes para que estejamos situados, no momento, em um país ocidental, da mesma maneira que se deve compreender a subtil atracção que sentimos pelos preceitos da boa-nova, como consequência natural de nossa iniciação religiosa anterior.

O acervo orientalista adquirido outrora teve importância inquestionável num determinado instante da nossa romagem evolutiva, pois nos permitiu definir posições espiritualistas, tornando-nos mais receptivos, por exemplo, à aceitação das verdades espíritas no momento presente.
No passado, lá no Oriente, desenvolvemos qualidades mentais e certas percepções extra-sensoriais;
porém, nos dias de hoje, aqui no Ocidente, carecemos melhor trabalhar as possibilidades latentes da mediunidade-tarefa e de nos afinizarmos com a prática do bem, de modo a permitir que o circuito evolutivo se complete e defina o esforço da reforma íntima.

Relembrar os avatares que abrilhantaram a existência terrena com ensinamentos eternos, tem um sentido especial para as nossas almas, pois reflecte a gratidão pelo muito que aprendemos com eles no passado.

Em verdade, foram aquisições básicas para o contacto posterior com a moral evangélica exposta de modo claro na codificação espírita.

Agora, enfrentamos a época da separação do joio e do trigo e nos colocamos diante de desafios bem mais expressivos, a exemplo daqueles voltados para o desabrochar das qualidades morais.
Só através da vivência amorável concretizaremos na crosta a paz tão sonhada por todos.

Por isso, antes de cogitar do desenvolvimento aleatório dos "centros de força", que o discípulo se decida pelo urgente desabrochar dos sentimentos afectivos, pois a auto-iluminação verdadeira brota na intimidade do ser, ou seja, mobiliza-se de dentro para fora à medida que ele se desvencilha do egoísmo, da vaidade e da inveja.

A melhor maneira de se desenvolver espontaneamente os chacras é buscar com todas as forças da alma o amadurecimento do senso de moralidade pela vivência do bem, caso contrário, a tentativa apressada poderá resultar em decepção e desequilíbrio energético, por conta da ausência do suporte moral.

vitorrc@brturbo.com

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jun 01, 2013 9:35 pm

...Eduardo Rodrigues da Cruz > Criacionismo, lá e aqui

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Para nós que assistimos de longe, o "criacionismo científico" (doravante apenas "criacionismo", mesmo que os dois não sejam necessariamente a mesma coisa) nos Estados Unidos é algo estranho.

Como é possível que este país, que é o mais avançado em termos científicos e tecnológicos, abrigue um movimento tão anacrónico, partidário da crença de que a terra foi feita durante um período curto, há pouco tempo atrás?

A resposta parece ser de que de alguma forma o próprio avanço da ciência tem levado a essa forma bizarra de reacção religiosa, no contexto mais geral do que tem sido chamado desde meados dos anos 90 de "guerras culturais" ou "guerras de ciência".

Mas primeiro falaremos um pouco sobre como o criacionismo se manifesta no Brasil.
Daí, sem a pretensão de originalidade, ou de sumarizar uma vez mais os aspectos principais do movimento criacionista, tentaremos discutir alguns elementos da resposta a esse enigma, também incluindo certo grau de comparação entre o caso norte-americano e o brasileiro.

Além disso, indicarei algumas lições que podemos tirar para o ensino das ciências na escola, argumentando que uma melhor compreensão das bases históricas e culturais desse movimento é sugerida para a melhoria de nosso ensino.

Ao final, e de modo mais tentativo, argumentarei em favor de um ponto de vista específico para o ensino sobre a religião em escolas privadas e públicas.

Criacionismo no Brasil: situação presente e desafios previsíveis

No momento gostaria de apresentar, em linhas gerais, o criacionismo no Brasil.
Como não há estatísticas e estudos em profundidade, muito do que está dito abaixo é hipotético.

Seria melhor de qualquer forma partir de algum material primário, como nos é fornecido pelos sites de duas sociedades brasileiras que são criacionistas.
Uma leitura mais cuidadosa desses sites revela alguns detalhes interessantes.

A primeira, a Sociedade Criacionista Brasileira estabeleceu-se em 1972 e está localizada em Brasília.
O site é muito bem construído, sugerindo uma grande vitalidade desse movimento:
há um bom número de eventos, vários deles semelhantes a congressos científicos, assim como de revistas e livros.

Seus membros mais proeminentes parecem ser adventistas do sétimo-dia, um grupo pequeno mas ligado à classe média branca brasileira.
Seu presidente é Ruy Vieira, um engenheiro com um currículo notável e também adventista.

Uma nota curiosa:
ele foi por duas gestões director científico da Fapesp, a fundação mais representativa da ortodoxia científica no Brasil! A SCB está ligada à organização mundial Answers in Genesis, e também a uma faculdade adventista em São Paulo, e não procura esconder suas conexões com o literalismo bíblico.

Em seguida, podemos mencionar a ABCP, Associação Brasileira de Pesquisa da Criação, fundada em Belo Horizonte em 1979.
Mais próxima aos evangélicos tradicionais, está ligada ao Institut for Creation Research, da Califórnia, onde o criacionismo contemporâneo ressurgiu.

Semelhantes a estas duas, outras associações e centros de divulgação do criacionismo têm se multiplicado rapidamente no Brasil basta recorrer a qualquer mecanismo de busca na Internet para conferir a crescente presença de sites criacionistas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jun 01, 2013 9:36 pm

Uma primeira percepção é que, por mais activos que os criacionistas sejam no Brasil, sua militância está restrita a certos círculos protestantes.

A questão é, o quanto isto representa?
Minha suspeita é a de que, se no momento não há ainda um grande impacto público, esta situação pode mudar no futuro.
A razão para tanto é que esses círculos estão crescendo em número, também entre a classe média de nível universitário.

Mesmo que essas pessoas não estejam militando a favor do criacionismo em seus círculos profissionais, não há nenhuma garantia que, em face de novos desafios, elas tornar-se-ão, ou não, mais activas no âmbito público.

Se assim for, como elas se apresentariam?
No presente elas estão sendo doutrinadas com pequenos livretos, ou outros materiais com finalidades apologéticas, que apresentam respostas prontas para argumentos-padrão encontrados em livros-texto sobre a teoria darwiniana.

O que isto significa?
Em termos académicos, palavras como dogma, catecismo e doutrinação são razoavelmente neutras se adequadamente usadas.

Mas quando aplicadas aos textos criacionistas, elas podem ser vistas em termos pejorativos.
Esses termos passam a representar o que não deve ter lugar no desenvolvimento do aluno, a antítese da educação emancipatória e do método científico.

Pior ainda: sabemos que um ensino de estilo doutrinário na escola pública é normalmente recebido com aborrecimento e indiferença pelos alunos.
Entretanto, por causa do contexto entusiasta e fervoroso do ensinamento criacionista, os educandos decoram gulosamente tais argumentos e estão sempre prontos a brandi-los quando encontram uma polémica.

Ao invés de uma busca comum pela melhor representação do cosmos, este ensinamento apenas exacerba a postura "nós" e "eles".
Como o material criacionista é basicamente importado dos Estados Unidos, o resquício de sofisticação que possuía originalmente perdeu-se em seu caminho para o Brasil, e assim o criacionismo ensinado em algumas escolas dominicais (ou contextos similares) é ainda mais marcado pela doutrinação.

O que aconteceria se essa atitude privada passasse a imperar no domínio público, não sabemos.
Deixaremos a discussão neste ponto.

A Teoria do Plano Inteligente (IDT) é a forma de criacionismo mais nova, mais sofisticada e menos marcadamente religiosa que agora se importa dos Estados Unidos.
Contrariamente aos seus predecessores mais vulgares, seus princípios básicos são abertos ao debate científico, e há uma discussão em andamento a este respeito em muitos círculos académicos.

A despeito do que eles próprios defendem, entretanto, os proponentes da IDT colocam-se como sendo "a ponte entre ciência e religião", dificilmente escondendo a base religiosa da teoria em questão.

Até o momento, A IDT não tem se disseminado no Brasil, mas não se pode prever o futuro.
Se isto acontecer, a discussão sobre o que constitui uma ciência legítima (e consequentemente o que é adequado para os currículos de ciências nas escolas) será muito mais controversa e ambígua aos olhos do cidadão comum.

Essas dificuldades, ao invés de levarem ao escândalo e à repulsa nos meios científicos brasileiros, deveriam, ao invés, ser um bom pretexto para uma investigação científica apropriada.

Neste sentido, seria melhor agora retornarmos ao contexto norte-americano.

Criacionismo como resistência cultural

De maneira surpreendente, mas ainda assim com uma explicação racional, o criacionismo "científico" surgiu (início dos anos 60) no meio de um esforço orquestrado para promover uma escolaridade informada pelos desenvolvimentos de fronteira em ciência e tecnologia.

Este esforço, como se sabe, foi empreendido como reacção aos recentes avanços científicos soviéticos.
Muitos livros-texto de qualidade surgiram, e pela primeira vez a teoria da evolução tornou-se parte regular, em uma escala nacional, dos currículos americanos de ciências.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Jun 01, 2013 9:36 pm

A batalha que surgiu entre cristãos conservadores e cientistas de grandes centros de pesquisa, como os das universidades da costa leste dos EUA, foi catapultada para a arena pública.

Em 1981, uma corte federal declarou oficialmente o criacionismo como religião, não tendo portanto nenhum lugar em escolas públicas.
Como veremos, essa jurisprudência foi, de certa forma, uma vitória de Pirro.

Primeiro, toda a batalha foi travada em torno do que se conta como verdadeira ciência, e da separação igreja-estado.
O pano de fundo cultural não foi apreciado de maneira adequada e, diga-se de passagem, ainda não está claro na mente dos cientistas.

Uma das poucas excepções é a de um renomado biólogo, certamente um defensor da teoria evolucionária que pode ser considerado acima de qualquer suspeita.

Quando resenhava um livro de Carl Sagan, este incansável batalhador contra a pseudociência, Richard Lewontin disse o seguinte:
A batalha pela posse da consciência pública entre as explicações materiais e místicas do mundo é apenas um aspecto da história do confronto entre cultura das elites e cultura popular.
[alguma história se segue, até os anos 60, como sugerido acima]...

O resultado foi uma revolta fundamentalista, a invenção da "ciência criacionista" e a pressão popular bem-sucedida sobre comités escolares locais e agenciais estatais de aquisição de material didáctico, para revisar currículos subversivos e boicotar livros-texto blasfemos.

Em sua hybris provinciana, os intelectuais chamaram a luta entre relativistas culturais e tradicionalistas nas universidades e periódicos de pequena circulação de "Guerras culturais".

Mas a real batalha é entre a cultura tradicional daqueles que se julgam sem poder e o materialismo racionalizante do moderno Leviatan.

(Lewontin, Richard. 1997. Billions and billions of demons.
Review of The demon-haunted world: science as a candle in the dark, by Carl Sagan.
In The New York Review of Books, January 09, 1997, pgs. 5-6)

A palavra fundamentalista toca ainda em outro ponto, mal usada como é.
Ao invés de apontar, como muitos julgam hoje, para intolerância e obscurantismo, originalmente ela significava crenças mantidas de forma secular e profunda, e reverência para com a tradição.

Se nós respeitamos judeus ortodoxos, por exemplo, porque julgar os fundamentalistas de acordo com outros padrões?

A resposta aparenta ser clara:
na medida em que os últimos mantenham suas crenças para si próprios, então não haverá problema.
Este surge quando os fundamentalistas tentam inculcar essas crenças nas mentes de todos os outros em currículos escolares.

Assim a separação dos liberais entre razão pública e razão privada vem à superfície, mas com uma mudança.
Os defensores da teoria da evolução consideram seus propósitos como nobres, representantes da verdade tanto no domínio da ciência como no do bem comum, enquanto que os criacionistas são descritos como pessoas mal-intencionadas, usando os meios sujos de políticas locais.

Se o carácter duvidoso da acção política é assinalado apenas para um lado, segue-se uma representação falaciosa:
o fundamentalismo passa a ser a encarnação do mal, seus defensores tendo interesses escusos na apropriação de corações e mentes.

Assim, há ainda mais razões para banir a religião do domínio público em geral e das escolas públicas em particular.
Entretanto, não apenas esse duplo padrão esconde o carácter político das acções da corporação científica, como também empresta à separação igreja-estado uma rigidez desproporcional, ignorando diferenças locais e dando lugar a ressentimentos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jun 02, 2013 10:05 pm

Isto me leva ao segundo ponto, que é a tendência crescente de tomar essa separação como um dogma.
Na maioria dos países onde também há separação igreja-estado, na medida em que as sociedades sejam majoritariamente religiosas (como no caso do Brasil), essa separação tem fronteiras fluidas.

Isso não é de se admirar, tal é a importância que hoje se reconhece da religião na cultura.
Manter uma posição inflexível leva a um acréscimo de tensão dentro da sociedade, que se toma difícil de tolerar.

Retornaremos a estas considerações mais adiante.

Levando a sério ciência e religião

Consideramos ser problemático no presente, uma postura comum entre os opositores do criacionismo, a extensão da parte para o todo, assumindo religião como se fosse toda ela criacionista.

Essa confusão é partilhada por muitos cientistas, partidários de liberdades civis, e mesmo entre pessoas ligadas às igrejas.

Certamente a ambiguidade mesma dos criacionistas e defensores da IDT leva a esta confusão:
constituindo-se como uma mistura anacrónica de elementos do cristianismo e de elementos da biologia e da paleontologia contemporâneas, por que não serem vistos como religião?

Mas essa interpretação tem sido infeliz.
Como muitos teólogos e vários cientistas têm mostrado desde o julgamento de 1981, esta mistura impura deveria apenas significar que o criacionismo é ciência ruim e religião ainda pior.

Este é um importante ponto a ser destacado.
O conflito presente não é primariamente entre ciência e religião, mas entre boa ciência e religião de um lado e de outro suas respectivas corruptelas.

Assim sendo a proposta frequente de se erigir uma distinção clara entre ciência e religião, para que ambas possam viver melhor em seus domínios próprios (sugerida, por exemplo, em repetidas ocasiões por Stephen J. Gould) pode acabar não sendo uma solução factível.

É verdade que nem todos concordam que ciência e religião possam estar no mesmo lado quando o que está em jogo é a defesa de uma metodologia adequada e de um conhecimento robusto.
Nosso argumento, entretanto, é que esta aliança torna-se razoável quando consideramos que a teologia e as ciências da religião esclarecem nosso raciocínio quanto às conotações religiosas de qualquer empreendimento humano.

De facto, os criacionistas têm uma certa razão quando mantêm que a teoria da evolução é ensinada nas escolas não apenas como ciência "dura" mas também como uma visão de mundo, um substituto da religião.

Os próprios evolucionistas (historiadores, filósofos, biólogos, etc...) estão começando a reconhecer que as batalhas ideológicas em torno da teoria da evolução são melhor caracterizadas, não como conflitos entre ciência e religião, mas como um confronto entre visões de mundo.

Isto é verdade não apenas para o passado (por exemplo, o darwinismo social de Spencer) mas também para o presente (p.ex., a consiliência - gradual extensão do paradigma darwiniano para dar conta também das tradições religiosas e humanistas - proposta por Edward Wilson). Isto não significa que a teoria da evolução seja apenas uma construção social.

Significa mais que estamos em face dos limites da cognição humana, e do fato de que qualquer teoria de longo alcance nas ciências possui meandros metafísicos e religiosos.

O esforço neopositivista (e popperiano) de traçar uma linha clara de demarcação entre ciência e não ciência é largamente reconhecido como tendo falhado.
Não é apenas um problema de aplicações malévolas (por exemplo, eugenia), mas principalmente o de que a própria teoria presta-se a interpretações que são funcionalmente religiosas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Jun 02, 2013 10:05 pm

Assim entende-se por que a tarefa de desentranhar aspectos religiosos do ensino da evolução, apesar de ser nobre e até necessária, em última instância fica sem uma solução final.
O que está sendo proposto pode parecer herético e até detestável, mas a longo prazo pode apresentar-se como a melhor defesa contra a ameaça do criacionismo, tanto em escolas públicas como privadas.

O ensino sobre religião (para evitar a ambiguidade da expressão mais comum, "ensino religioso") é uma necessidade para a escola contemporânea, não apenas porque a religião (e as religiões) tornaram-se por demais importantes em décadas recentes para serem excluídas de currículos escolares, mas também porque todas as outras actividades humanas são de alguma forma permeadas por estruturas religiosas.

A experiência brasileira em anos recentes pode ser educativa neste momento.
Primeiro, por causa do papel proeminente que as escolas privadas cumprem na formação das elites científicas do país.

Ao invés de alguém continuar mantendo que "você pode ensinar o que quiser em seu domínio privado, contanto que não mexa nas escolas públicas", é certamente melhor perseguir apenas um único objectivo: construir a boa escola!

Segundo, a nova Constituição de 1988 oficializou a permissão do ensino de religião em escolas públicas, e isto foi recentemente normatizado na Lei de Directrizes e Bases (LDB).

Discussões interessantes e trabalho em conjunto têm ocorrido em diferentes partes do país, permitindo que se leve em consideração diferenças regionais.

Evidentemente é difícil predizer o que virá depois, mas é certamente possível ter-se um ensino significativo sobre religião, defensável na esfera pública.

Ainda temos muito o que aprender a respeito de como ensinar sobre religião no alvorecer deste novo século.

Por exemplo, muitos dos conteúdos que são propostos no Brasil salientam o componente moral da acção humana, enquanto que, como estamos vendo ao longo deste trabalho, os problemas mais interessantes parecem localizar-se no domínio cognitivo.

Questões sobre a realidade e seu conhecimento, e a formação de visões de mundo racionais, precisam vir à tona, e o mesmo vale para o ensino de ciências.

Sim, a teoria da evolução carrega uma visão de mundo em seu seio.
Entretanto, ela é plástica, e nesta plasticidade ela pode ser certamente benéfica, e não danosa a uma visão de mundo cristã.

Se a teoria da evolução é ensinada tendo em mente seu aparecimento histórico e suas nuances religiosas, ela então pode ser engajada com a religião no que esta tem de melhor, criticamente reflectida.

O resultado final é o de uma mente crítica, capaz de resistir a qualquer doutrinação cega, vinda seja do lado de uma ou outra disciplina no currículo escolar, ou do lado de interesses de lideranças religiosas.

Conclusão

Começamos este texto de uma maneira mais descritiva, indicando como um fenómeno peculiar do mundo norte-americano (o criacionismo) pode estar se espalhando para um país como o Brasil.

Mencionamos também os problemas que podem estar relacionados a esta expansão.
Para compreendê-los melhor, retomamos um pouco da história recente da controvérsia norte-americana e de suas lições.

Por outro lado, situando-nos em um contexto mais amplo, tivemos oportunidade de argumentar em favor de uma abordagem algo diferente para tal problema.
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