LUZ ESPÍRITA
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O que é a Doutrina

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 30, 2012 9:44 am

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2 - Krishna

Continuando nosso estudo em torno de algumas doutrinas espiritualistas da antiguidade, devemos lembrar o grande pensador brâmane, Krishna, que foi o inspirador das crenças dos indus.

Através de sua doutrina, verificamos que a imortalidade da alma, as vidas sucessivas, a lei de causa e efeito, faziam parte dos seus ensinos.

A doutrina de Krishna se contém inteirinha no Bhagavad-Gita, que é um dos hinos do Mahabhárata e, por sinal, a mais bela e profunda mensagem de filosofia que nos legou a antiguidade.

"O corpo – dizia ele – envoltório da alma que aí faz sua morada, é uma coisa finita;
porém a alma que o habita é imortal, imponderável e eterna".


Esses ensinos nos mostram a imortalidade da alma como princípio básico, e que a vida do corpo é transitória.

"Todo renascimento, feliz ou desgraçado, é uma consequência das obras praticadas em vidas anteriores."

Aí está patente a lei de causa e efeito.
Colhemos o fruto oriundo da semente que lançamos.

Com referência à reencarnação, dizia ele:
"Tanto eu como vós temos tido vários nascimentos.
Os meus, só de mim são conhecidos, porém vós nem mesmo os vossos conheceis."


Ao que parece, Krishna, em decorrência de sua evolução, lembrava-se das encarnações pretéritas.

Ainda, sobre reencarnação, devemos citar mais este ensinamento:
"Como a gente tira do corpo as roupas usadas e as substitui por outras novas e melhores, assim, também, o habitante do corpo (Espírito), tendo abandonado a velha morada mortal, entra em outra nova e recém-preparada para ele."

Sobre a moral, pregava Krishna:
"Os males com que afligimos o próximo nos perseguem, assim como a sombra segue o corpo."

"As obras inspiradas pelo amor dos nossos semelhantes são as que mais pesarão na balança celeste."

"O homem virtuoso é semelhante a uma árvore gigantesca, cuja sombra benéfica permite frescura e vida às plantas que a cercam".

"Se convives com os bons, teus exemplos serão inúteis;
não temas habitar entre os maus para os reconduzir ao bem."


São ensinamentos que muito se assemelham aos de Jesus, porquanto fora Krishna um de seus enviados.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Mar 30, 2012 9:45 am

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3 - Buda

Outro missionário que veio ao mundo para trazer ensinos de amor e de perdão foi Buda, cujo nome verdadeiro era Gautama Sáquia Muni (Gautama é o nome étnico e designa o clã a que pertencia Buda.
Quanto a Sáquia Muni designa
"o santo oriundo dos Sáquias" – família de guerreiros).

Buda viveu cerca de 600 anos a.C.
Renunciou às grandezas, à vida faustosa para isolar-se nas florestas, às margens dos grandes rios asiáticos, em profunda meditação e estudo, durante sete anos, reaparecendo, depois, para pregar a necessidade de se praticar o bem, porque "o bem – dizia ele – é o fim supremo da natureza."

Sobre reencarnação disse:

"O que é que julgais, ó discípulos, seja maior:
a água do vasto oceano, ou as lágrimas que vertestes, quando, na longa jornada, errastes ao acaso, de renascimento em renascimento, unidos àquilo que odiastes, separados daquilo que amastes?

Uma vida curta, uma vida longa, um estado mórbido, uma boa saúde, o poder, a fraqueza, a fortuna, a pobreza, a ciência, a ignorância... tudo isso depende de actos cometidos em anteriores existências."

"As almas não penetram no ‘mundo das formas’ senão para trabalhar no complemento da sua obra de aperfeiçoamento e elevação.
Podem realizar isso pelos Upanichades e completá-lo pelo Purana ou amor."

(Os Upanishades são tratados de mística hindu, que se reportam aos Vedas, especialmente ao Yadjur-Veda).

"A ciência e o amor são dois factores essenciais do Universo.
Enquanto não os adquirir, o ser está condenado a prosseguir na série de reencarnações terrestres."


Sobre os males decorrentes da ignorância, devemos citar este outro ensino, que está sempre atualizado:

"A ignorância é o mal soberano de que decorrem o sofrimento e a miséria humana.
O conhecimento é o principal meio para se adquirir a elevação da vida material e espiritual."


É interessante notar haver Buda colocado o conhecimento como base da elevação espiritual, o que atesta a importância dada, já naquela época, ao estudo das ciências da alma e, consequentemente, do princípio das coisas, para a realização desse desiderato.

Podíamos falar ainda mais sobre este grande missionário, mas, dada a exiguidade de espaço, limitamo-nos, apenas, a estas citações, concluindo com a afirmativa de que a doutrina de Buda é toda de amor e caridade, oferecendo, assim, profunda analogia com os ensinos legados por Jesus.

Devemos lembrar, também, de três outras figuras importantes no mundo Oriental, que foram Lao-Tseu, Mêncio e Confúcio.

O primeiro, apresenta o Livro da Razão Suprema, estabelecendo elevados princípios morais;
o segundo, em seu Tratado de Moral, concita os homens à boa conduta, e, o terceiro, trouxe a grande máxima:
– "Não façais aos outros o que não quereis que eles vos façam."

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Mar 31, 2012 8:39 am

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4 - Sócrates e Platão

Sócrates, como o Cristo, nada escreveu.
O que sabemos, hoje, a respeito de sua doutrina, foi escrito por Platão, seu discípulo.

Morreu condenado a tomar cicuta, por haver atacado as crenças da época e colocado a virtude acima da hipocrisia.

Combateu, de corpo e alma, os preconceitos religiosos como o fez Jesus, a quem os fariseus também acusaram de corromper o povo.

Como nosso objectivo principal é trazer, através destas páginas, um pouco de conhecimento, não só do Espiritismo, mas também de mais algumas doutrinas espiritualistas, que nos foram legadas por aqueles que antecederam o Cristo, não podemos deixar de inserir, aqui, alguns tópicos da doutrina de Sócrates e Platão, que servirão para mostrar a grande semelhança com os ensinos que nos dão os Espíritos.

Vejamos:

"O homem é uma alma encarnada.
Antes da sua encarnação, existia unida aos tipos primordiais, às ideias do verdadeiro, do bem e do belo;
separa-se deles encarnando, e, recordando seu passado, é mais ou menos atormentada pelo desejo de voltar a ele."


Aqui vemos a distinção entre o espírito e a matéria, o que nos mostra o princípio da preexistência da alma antes de reencarnar, guardando intuição do mundo espiritual.

Está, desta forma, bem expressa a reencarnação.

E, continuando, vamos citar vários outros trechos desta doutrina, que servem para aclarar nosso espírito na compreensão de que há um grande paralelo entre ela, a do Cristo e o Espiritismo, embora seja esta mais completa, mas, de qualquer forma, Sócrates e Platão, no dizer de Kardec, pressentiram a ideia cristã através de seus escritos.

"A alma – diziam eles – se transvia e perturba, quando se serve do corpo para considerar qualquer objecto;
tem vertigem como se estivesse ébria, porque se prende a coisas que estão, por sua natureza, sujeitas a mudanças;
ao passo que, quando contempla sua própria essência, dirige-se para o que é puro, eterno, imortal, e, sendo ela dessa natureza, permanece aí ligada, por tanto tempo quanto possa.

Cessam, então, os seus transviamentos, pois está unida ao que é imutável e a esse estado da alma é que se chama sabedoria."


"Após a morte, o génio (daimon, demónio), que nos fora designado durante a vida, leva-nos a um lugar onde se reúnem todos os que têm de ser conduzidos ao Hades, para serem julgados.

As almas, depois de haverem estado no Hades o tempo necessário, são reconduzidas a esta vida em múltiplos e longos períodos."

"Os demónios ocupam o espaço que separa o céu da terra;
constituem o laço que une o Grande Todo a si mesmo.

Não entrando nunca a divindade em comunicação directa com o homem, é por intermédio dos demónios que os deuses entram em contacto e se entretêm com eles, quer durante a vigília, quer durante o sono."

"A preocupação constante do filósofo é a de tomar o maior cuidado com a alma, menos pelo que respeita a esta vida, que não dura mais que um instante, do que tendo em vista a eternidade.

Desde que a alma é imortal, não será prudente viver visando à eternidade?"

"Se a alma é imaterial, tem que passar, após esta vida, a um mundo igualmente invisível e imaterial, do mesmo modo que o corpo, decompondo-se, volta à matéria.

Muito importa no entanto distinguir bem a alma pura, verdadeiramente imaterial, que se alimente, como Deus, de ciência e pensamentos, da alma mais ou menos maculada de impurezas materiais, que a impedem de elevar-se para o divino e a retém nos lugares da sua estada na terra."

"Se a morte fosse a dissolução completa do homem, muito ganhariam com a morte os maus, pois se veriam livres, ao mesmo tempo, do corpo, da alma e dos vícios.

Aquele que guarnecer a alma, não de ornamentos estranhos, mas com os que lhes são próprios, só esse poderá aguardar tranquilamente a hora da sua partida para o outro mundo."

"O corpo conserva bem impressos os vestígios dos cuidados de que foi objecto e dos acidentes que sofre.
Dá-se o mesmo com a alma.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Mar 31, 2012 8:40 am

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Quando despida do corpo, ela guarda evidentes os traços de seu carácter, de suas afeições e as marcas que lhe deixaram todos os atos de sua vida.

Assim, a maior desgraça que pode acontecer ao homem é ir para outro mundo com a alma carregada de crimes.

Vês, Cálicles, que nem tu, nem Pólux, nem Górgias podereis provar que devamos levar outra vida que nos seja útil quando estejamos do outro lado.

De tantas opiniões diversas, a única que permanece inabalável é a que mais vale receber do que cometer uma injustiça e que, acima de tudo, devemos cuidar, não de parecer, mas de ser homem de bem."

"De duas uma: ou a morte é uma destruição absoluta, ou é passagem da alma para outro lugar.

Se tudo tem que se extinguir, a morte será como uma dessas raras noites que passamos sem sonho e sem nenhuma consciência de nós mesmos.

Porém, se a morte é apenas uma mudança de morada, a passagem para o lugar onde os mortos se têm de reunir, que felicidade a de encontrarmos lá aqueles a quem conhecemos!

O meu maior prazer seria examinar de perto os habitantes dessa outra morada e de distinguir lá, como aqui, os que são dignos dos que se julgam tais e não o são.

Mas, é tempo de nos separarmos, eu para morrer, vós para viverdes,"

"Nunca se deve retribuir com outra injustiça, nem fazer mal a ninguém, seja qual for o dano que nos hajam causado.

Poucos, no entanto, serão os que admitem este princípio e os que se desentenderem a tal respeito nada farão mais, sem dúvida, do que votarem uns aos outros mútuo desprezo."

"É pelos frutos que se conhece a árvore.
Toda acção deve ser qualificada pelo que produz:
qualificá-la de má, quando dela provenha o mal;
de boa, quando dê origem ao bem."


"A riqueza é um grande perigo.
Todo homem que ama a riqueza não ama a si mesmo, nem ao que é seu;
ama a uma coisa que lhe é ainda estranha do que o que lhe pertence."

"É disposição natural em todos nós a de nos apercebermos muito menos dos nossos defeitos, do que nos de outrem."

"Se os médicos são mal sucedidos, tratando da maior parte das moléstias, é que tratam do corpo sem tratarem da alma.
Ora, não se achando o todo em bom estado, impossível é que uma parte dele passa bem."

"Todos os homens, a partir da infância, muito mais fazem de mal do que de bem."

Conforme acabamos de ver, estes ensinos, que foram difundidos quase quinhentos anos antes do Cristo, encerram grandes verdades que, no século XIX, foram confirmadas pelo Consolador Prometido, personificado na Doutrina Espírita, a qual representa, há mais de um século, o Cristianismo Redivivo.

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Mar 31, 2012 8:40 am

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Fenómenos mediúnicos dentro da Bíblia

Capítulo
3

Desde que os Espíritos alcançaram condição para prosseguir na sua caminhada evolutiva, através das múltiplas reencarnações, na espécie humana, o homem há recebido, pela intuição ou por outros meios que lhe facultam os sentidos, comunicações do plano espiritual.

Quando manuseamos a Bíblia, livro considerado sagrado pelas religiões cristãs, encontramos nela expressos inúmeros fenómenos mediúnicos, fenómenos esses classificados, hoje, nas mais variadas categorias.

1 - Voz directa

Este fenómeno encontramos relatado em Êxodo, 20:18, que diz:
"Todo o povo, porém, ouvia as vozes e via os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte fumegando:
e amedrontado e abalado com o pavor parou longe."


Em Apocalipse, 1:10, lemos:
"Eu fui arrebatado em espírito um dia de domingo, e ouvi por detrás de mim uma grande voz como de trombeta"...

2 - Materialização

A luta de Jacob com um Espírito é um fenómeno típico de materialização, pois esta só poderia realizar-se na condição do relato bíblico, se o Espírito contendor se encontrasse materializado
(Gen. 32:24).

3 - Pneumatografia ou escrita directa

Por ocasião em que se realizava um banquete oferecido pelo rei Balthazar, ao qual compareceram mais de mil pessoas da corte, no momento em que bebiam vinho e louvavam os deuses, apareceram dedos que escreviam de fronte do candieiro, na superfície da parede da sala do rei, o qual via os movimentos da mão que escrevia
(Daniel, 5:5).

4 - Transporte

O profeta Elias alimentou-se, graças a um anjo que lhe depositava, ao lado, pão cozido debaixo de cinza
(Reis III, 19:5,6).

5 - Levitação

Em Ezequiel, 3:14, lemos o seguinte:
"Também o Espírito me levantou e me levou consigo;
e eu me fui cheio de amargura, na indignação do meu Espírito;
porém a mão do Senhor estava comigo, confortando-me."


Felipe é levado, também, pelo Espírito do Senhor, após receber o baptismo
(Atos, 5: 39).

Estes factos enquadram-se, perfeitamente, na classe dos fenómenos de levitação e transporte, obtidos, no século passado, pelo notável médium Daniel D. Home e outros.

6 - Transe

No cap. 15:12 e 13, do Génese, encontramos o seguinte facto:
"Ao pôr do sol, vem um profundo sono sobre Abraão, e um horror grande e tenebroso o acometeu, e lhe foi dito:
saiba desde agora que tua posteridade será peregrina numa terra estrangeira, e será reduzida à escravidão, e aflita por quatrocentos anos."


Daniel também cai em transe e tem visão
(Daniel 8:18).

Saulo, a caminho de Damasco, cai em transe e ouve a voz do Senhor
(Atos, 9:3 e seguintes).

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Mar 31, 2012 8:41 am

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7 - Mediunidade auditiva

Moisés, no monte Sinai, ouve a voz dos Espíritos, julgando ser a do próprio Deus.
(Êxodo, 19:29,20).

Jesus, por ocasião do baptismo no rio Jordão, ouve uma voz que lhe diz:
"Tu és aquele meu filho especialmente amado;
em ti é que tenho posto toda a minha complacência."


Em João, 12:28, lemos:
"Pai glorifica o teu nome.
Então veio esta voz do céu – "Eu não só o tenho já glorificado, mas ainda segunda vez o glorificarei."


Todos esses factos comprovam a mediunidade auditiva, tão comum em nossos dias.

8 - Mediunidade curadora

Ao tempo do Cristo, a mediunidade curadora disseminou-se por entre os discípulos, que produziam curas, algumas, pela imposição das próprias mãos, outras, através de objectos magnetizados.

Em Atos, 19:11 e 12, encontramos o relato de que lenços e aventais pertencentes a Paulo eram aplicados aos doentes e possessos, e, graças a acção magnética desses objectos, ficavam curados.

As curas à distância também foram realizadas.
O criado do Centurião de Cafarnaum e o filho de um régulo foram curados
(Mateus, 8:5,13; e João, 4:47, 54).

Jesus recomendara, quando esteve entre nós, que curássemos.

Dizia ele:
"Curai os enfermos, expulsai os maus Espíritos, dai de graça o que de graça recebestes."
(Mateus, 10:8, Lucas 9,2 e 10:9).

É em cumprimento desse preceito que o Espiritismo, além de ser uma obra de educação, procura dar atendimento aos enfermos do corpo e da alma, com a ajuda dos abnegados irmãos espirituais, que se servem dos médiuns passistas, receitistas, doutrinadores e de todos os que, de boa vontade, trabalham em prol da construção de um mundo melhor.

9 - Outras formas de mediunidade

Encontramos, ainda, na Bíblia, Saul consultando o Espírito de Samuel, na gruta de Endor.

Moisés conduzia o povo hebreu, no deserto, acompanhado por uma labareda que seguia à sua frente.

Jeremias o profeta da paz era médium de incorporação.
Quando o Espírito o tomava, pregava contra a guerra aos exércitos de Nabucodonosor.

É interessante notar que as práticas mediúnicas, daquele tempo, eram semelhantes às de nossos dias.
Para a formação do ambiente, alguns profetas (médiuns) exigiam a música.

Assim o profeta Eliseu, para profetizar, reclamava um bom harpista.
David afasta os Espíritos obsessores de Saul, tangendo sua harpa.

Podíamos citar ainda muitos outros factos, que se acham registados no antigo Testamento, os quais provam, de sobejo, que os fenómenos mediúnicos sempre ocorreram, desde a mais remota antiguidade, mas não é necessário;
estes já bastam para provar que a Bíblia é um repositório de mediunismo.

A vontade dos guias era, naquele tempo, transmitida ao povo através dos profetas videntes, audientes e inspirados, que vieram à Terra na qualidade de missionários do Cristo.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 01, 2012 9:10 am

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As irmãs Fox e os fenómenos de Hysdesville

Capítulo 4

Foi num pequeno vilarejo do estado de New York que se deram, no século XIX, os mais extraordinários episódios, provocados pelo plano espiritual.

Trata-se de Hydesville, que fica situada cerca de vinte milhas de Rochester.
Naquela época, era constituída por grupos de casas de madeira, quase todas de tipo humilde.

No dia 11 de dezembro de 1847, John Fox, pertencente à igreja Metodista, alugou uma dessas casas, para residir com a família, que se compunha, além da esposa Margareth Fox, de mais três filhas:
Kat, de onze anos; Margareth, de quatorze, e Leah, que residia em Rochester, onde leccionava música.

No ano seguinte, isto é, em 1848, começaram os ruídos de arranhaduras, que se foram intensificando, cada vez mais, a ponto de a família Fox não ter mais sossego, dentro de casa.

Esses "raps" começaram a ser notados, com mais frequência, a partir de meados de março daquele ano.

As meninas, diante de tanto barulho, ficavam tão alarmadas que não queriam mais dormir sozinhas.
Investigações de toda natureza foram realizadas por seus pais, mas nada conseguiram descobrir.
Os fenómenos eram mesmo estranhos.

Finalmente, na noite de 31 de março, houve uma saraivada de sons muitos altos e continuados.
Kat Fox, na sua inocência de criança, desafiou a força invisível para que repetisse os estalos de seus dedos, no que foi imitada.

Depois, Kat dobrou os dedos, sem fazer ruído, e o arranhão respondia.
Ficou, dessa forma, constatado que, aquela força estranha, não só ouvia, como também via.

Sua mãe teve então a ideia de fazer algumas perguntas, cujas respostas foram dadas por meio de pancadas.

"Sois um ser humano?" perguntou Mrs. Margareth.
Não houve resposta.

"Sois um Espírito? Se sois batei duas pancadas."
Duas pancadas foram dadas pelo Espírito.

Estava, assim, estabelecida a telegrafia espiritual, naquela memorável noite de 31 de março de 1848.

Foi um vizinho dos Fox, de nome Duesler, que teve, pela primeira vez, a genial ideia de usar alfabeto para obter as respostas por meio de arranhões nas letras.

Dessa forma, revelou-se que o Espírito batedor fora Charles B. Rosma, mascate assassinado, havia cinco anos, pelo antigo inquilino daquela casa, e que seu corpo se encontrava sepultado no porão.

Mais tarde, pelo depoimento prestado por Lucretia Pulver, que fora empregada de Mr. e Mrs. Bell, que ocuparam a casa, havia quatro anos, soube-se que, realmente, ali esteve um mascate, o qual passou a noite com suas mercadorias.

Nessa noite seus patrões disseram-lhe que podia ir para casa.

Diz ela:
"Eu queria comprar apenas umas coisas do mascate, mas não tinha dinheiro comigo;
ele disse que me procuraria em nossa casa na manhã seguinte e mas venderia.
Nunca mais o vi. Cerca de três dias depois eles me procuraram para voltar. Assim voltei..."

"Pouco tempo depois Mrs. Bell me deu um dedal, que disse haver comprado do mascate.
Cerca de três meses depois eu a visitei e ela me disse que o mascate havia voltado e me mostrou outro dedal, que disse ter comprado a ele.
Mostrou-me outras coisas que disse também tinham sido compradas a ele."


Como se vê pelo depoimento de Lucretia Pulver, Charles B. Rosma foi, realmente, o mascate assassinado e sepultado naquela casa.

Cinquenta e seis anos mais tarde, isto é, em 1904, encontrou-se o esqueleto de um homem na parede da casa que fora ocupada pelos Fox.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 01, 2012 9:11 am

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Primitivamente, o criminoso teria sepultado Rosma no porão, mas temendo fosse descoberto, transportou-o para a parede, lugar que julgava mais seguro.
Daí porque, nas escavações procedidas na sepultura original, foram encontrados apenas alguns vestígios deixados pelo cadáver.

Quanto a identidade do morto, paira certa dúvida.
É possível que seu verdadeiro nome fosse outro.

Como sabemos, muitas vezes são transmitidas mensagens correctas, associadas a nomes trocados.

No caso em questão, os Espíritos que dirigiam esses fenómenos não teriam permitido fosse pelo Espírito de Rosma revelada sua verdadeira identidade, como se depreende pelas respostas dadas a algumas perguntas a ele formuladas.

Quando Duesler perguntou:
"Foi assassinado?" Resposta afirmativa.
"Seu assassino pode ser levado ao tribunal?" Nenhuma resposta.

"Pode ser punido por lei?" Nenhuma resposta.
"Se seu assassino não pode ser punido por lei, dê sinais." As batidas foram claras.
Isto significa que nem tudo os Espíritos podem revelar.

Possivelmente, o nome dado pelo Espírito, Charles B. Rosma, fosse puramente convencional para que não levassem seu verdadeiro assassino à barra dos tribunais.

De qualquer forma, o facto chamou a atenção dos homens de ciência da época, constituindo-se, em 1851, em New York, uma comissão, sob a presidência de John Worth Edmonds, para estudar os fenómenos.

A 1.º de agosto de 1853, o "New York Courier" publicava os primeiros trabalhos dessa comissão, o que provocou grande espanto nos meios culturais de então.
Cinco dias depois, isto é, a 6-8-53, declarava o juiz Edmonds no jornal "New York Herald", o seguinte:
"Comecei a investigação convencido do insucesso e disposto a torná-la pública no caso de uma impostura.
Mas chegando a conclusão diferente, mostro-me no dever de declarar os resultados seguros de minhas pesquisas."


É interessante observar que o próprio juiz Edmonds tornou-se também médium.

Sua filha Laura, de apenas nove anos de idade, desenvolveu a rara faculdade denominada poliglota ou xenoglossia, chegando a falar nove ou dez línguas, que lhe eram desconhecidas.

Dos Estados Unidos, o movimento espiritualista espalhou-se pela Europa, recrutando, preferentemente, os homens mais ilustres da época.

Estava, assim, lançada, pelo plano espiritual, a base para a Codificação do Espiritismo, que seria, dentro de poucos anos, realizada pelo insigne missionário Allan Kardec.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 01, 2012 9:11 am

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Allan Kardec e sua obra

Capítulo
5

O que é a Doutrina - Página 24 KardecHippolyte Léon Denizard Rivail – Allan Kardecnasceu na cidade de Lyon, na França, a 3 de outubro de 1804.

Iniciou os estudos na sua terra natal.
Aos doze anos de idade foi para Yverdun, na Suíça, onde, sob a direção do célebre professor Pestalozzi, aprimorou seus conhecimentos, chegando mesmo a substituir, muitas vezes, o grande mestre, quando este se afastava do instituto, para atender a outros compromissos, fora.

Kardec fez, também, um curso de línguas.
Conhecia o alemão, o inglês, o italiano, o espanhol, o holandês e possuía ainda sólida cultura científica.

Publicou vários trabalhos importantes, na época, tais como:
"Curso Prático de Aritmética", "Gramática Francesa Clássica", "Manual de Exames para os títulos de capacidade", "Programa dos cursos usuais de Química, Física, Astronomia e Fisiologia", "Catecismo Gramatical da língua francesa para os iniciantes do idioma" e outros trabalhos didácticos.

Além dessas obras, citaremos as da Codificação espírita, que são as seguintes:

Em 18 de abril de 1857 – O Livro dos Espíritos.
Em janeiro de 1861 – O Livro dos Médiuns.

Em abril de 1864 – O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Em agosto de 1865 – O Céu e o Inferno.
Em janeiro de 1868 – A Génese.

Estas cinco obras constituem o chamado Pentateuco espírita.

Kardec escreveu, ainda, "O que é o Espiritismo", "O Principiante Espírita" e "Obras Póstumas", que foram publicadas após sua morte.
Fundou também a "Revue Spirite", em janeiro de 1858, que editou até o ano de 1869.

Os Espíritos revelaram que Allan Kardec vivera, em uma de suas encarnações, na Gália, e seu nome era o pseudónimo por ele usado agora, e que em outra encarnação, fora João Huss, condenado a 6 de fevereiro de 1415 e executado nas fogueiras da inquisição, porque pregava contra a injustiça daqueles que detinham o poder nas mãos.

Em 1854, Kardec ouvira falar das chamadas mesas girantes.
Seu amigo Fortier, que estudava magnetismo, disse-lhe que acabava de descobrir uma nova propriedade magnética:
as mesas, além de girarem, também respondiam perguntas a elas formuladas.

Kardec revida esta afirmativa, dizendo:
"Só acreditarei se me provarem que as mesas têm um cérebro para pensar e nervos para sentir.
Enquanto isso, permita-me considerar esse facto como uma história fabulosa".


Carlotti, outro amigo seu, faz-lhe referência sobre a comunicação dos Espíritos;
o Mestre torna-se, agora, interessado no assunto.

Vai a casa da Sra. Planemaison e, através de sua mediunidade de efeitos físicos, verifica que, realmente, as mesas falam.
Rende-se ele à evidência dos factos. Mas não parou aí.

Viu nesse passatempo alguma coisa de importante.
Precisava investigar e descobrir as causas que davam origem a esses interessantes fenómenos.

Através da faculdade das meninas Baudin, viu a escrita por intermédio da cesta.
Por esse processo eram dadas respostas, com exactidão, às perguntas formuladas aos Espíritos.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 01, 2012 9:12 am

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Não havia dúvida:
estava mesmo diante de um facto novo, que merecia carinhoso estudo.

Passou, então, a fazer observações através do método experimental, pois havia percebido que os fenómenos eram produzidos pelos Espíritos dos que já viveram na Terra.

E, assim, pelas informações prestadas por essas entidades comunicantes, Allan Kardec escreveu "O Livro dos Espíritos", obra básica da doutrina Espírita.

Acresce esclarecer, ainda, que essa monumental obra não foi concebida por um filósofo ou ditada por um Espírito:
ela é o resultado das revelações de muitos Espíritos, todas concordantes, vindas por diferentes médiuns, em lugares diversos.

Essas comunicações passavam pelo crivo da razão do Codificador, que as analisava, comparava, discutia e só as aceitava depois de verificar que se achavam isentas de quaisquer dúvidas.

Allan Kardec recebeu a notícia de que estava encarregado da Codificação, pela médium Srta. Japhet, tendo seu guia lhe dito:
"Não haverá diversas religiões nem há mister senão de uma, que é a verdadeira, grande e digna do Criador...
Seus primeiros fundamentos já foram lançados..."

"Haverá muitas ruínas e desolações;
são chegados os tempos para a renovação da humanidade."


Como se vê, Kardec fora, realmente, escolhido pelo Cristo para o cumprimento da sublime missão de codificar o Espiritismo.

E a escolha não poderia deixar de ser esta, uma vez que o Mestre possuía todas as qualidades indispensáveis ao cumprimento dessa grande e árdua tarefa.

Além de filósofo, benfeitor e idealista, era dotado de um coração boníssimo, o que lhe dava condição para o cumprimento do lema da Doutrina nascente:
Fora da caridade não há salvação.

Por motivo de um aneurisma e esgotado pelo exaustivo trabalho realizado em tão pouco tempo, o grande missionário de Lyon veio a desencarnar no dia 31 de março de 1869.

À beira da sua sepultura, Flammarion, seu fiel seguidor, pronunciou estas palavras:
"Ele porém era o que eu denominarei simplesmente o bom senso encarnado".

Concluindo este capítulo, em o qual apreciamos rapidamente a obra incomparável de Kardec, lembremos de que ele não morrera, passara para a espiritualidade após cumprir a gloriosa missão que lhe fora confiada, legando à posteridade a imortal obra da Codificação, segundo os planos traçados por Jesus, director de nosso Orbe.

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Abr 01, 2012 9:13 am

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Flammarion, Denis e Delanne, fiéis continuadores da obra de Kardec

Capítulo
6

Na segunda edição da presente obra, deliberamos acrescentar, nesta sua Primeira Parte, mais um Capítulo, o 6, e, para integrá-lo, escolhemos três personagens que, pelos trabalhos por eles realizados em prol da então Doutrina nascente, trabalhos esses que abrangem o campo filosófico-científico-religioso, do Espiritismo, merecem destaque especial, não só pela vasta produção literária, desses três abnegados missionários do Cristo, mas, principalmente, por terem sido eles fiéis continuadores da obra de Allan Kardec.

O que é a Doutrina - Página 24 Camille - Camille Flammariono explorador e revelador dos céus – foi quem popularizou a Astronomia, tendo recebido, na época, o Prémio Motion, da Academia Francesa.

Suas obras foram traduzidas em quase todas as línguas, existindo, também, na França, centenas de Grupos Espíritas, que levam seu nome.

No Brasil, onde sua figura, como espírita e astrônomo, é bastante conhecida, existe um Observatório localizado na cidade de Matias Barbosa (MG), que tem seu nome.

Flammarion foi, sem dúvida alguma, um desses espíritos que, de quando em vez, reencarnam em nosso orbe, a fim de auxiliar seus irmãos em experiência a darem mais um passo rumo ao infinito.

Mas, no seu caso, temos mais alguma coisa a acrescentar:
ele fazia parte, também, do mesmo grupo de Espíritos que integrava Kardec e, por isso, sua vinda à Terra se deu na mesma época em que viera o mestre lionés, a fim de tomar parte, aqui, da equipe da Terceira Revelação liderada por ele, desempenhando tarefa definida no campo da astronomia.

Eis por que, no seu trabalho, notadamente no que versa sobre a Uranografia Geral, procurou demonstrar que Deus não criara mundos somente para adornar o espaço infinito ou para deleitar nossas vistas, mas também para servir de habitat a outras criaturas que passam por eles, na trajetória infinita de sua evolução.

Desde muito cedo Flammarion já se interessava pelo estudo dos astros.

Quando ainda jovem, pois contava apenas vinte anos de idade, publicou seu primeiro livro intitulado "A pluralidade dos mundos habitados", que chamou a atenção dos sábios e cientistas da época.

Mas não parou aí.
Escreveu muitos outros trabalhos, quase todos abordando assuntos ligados à sobrevivência da alma após sua desencarnação, trabalhos esses que atestam ter sido ele, realmente, um dos fiéis continuadores da monumental obra de Kardec.

Para o conhecimento dos leitores, citamos, ainda, "Deus na Natureza", que é um estudo profundo de todos os fenómenos naturais;
"O Desconhecido e os Problemas Psíquicos", "Urânia", "As Casas Mal Assombradas", "A Morte e seus Mistérios", dividida em três volumes, que foi terminada quando o autor completava oitenta anos de idade, além de "Sonhos Estelares" e outros trabalhos referentes à Astronomia, que foram, também, traduzidos para línguas estrangeiras.

À beira do túmulo de Kardec, quando o mestre baixava à sepultura, Flammarion proferiu o célebre discurso, que se acha inserido no livro "Obras Póstumas", exaltando a figura incomparável daquele que legara à posteridade a consoladora Doutrina ditada pelos Espíritos, pronunciando, na oportunidade, a conhecida frase:
"Ele, porém, era o que eu denominarei simplesmente o bom senso encarnado".

Camille Flammarion nasceu no dia 21 de fevereiro de 1842, em Montigny, França, e desencarnou em junho de 1925, com a idade de 83 anos.

O que é a Doutrina - Página 24 Denis - Léon Deniso apóstolo do Espiritismo – contava apenas onze anos de idade quando Kardec publicou a primeira edição de "O Livro dos Espíritos".

Ele fazia parte, também, da equipe da Terceira Revelação, e viera à Terra para complementar e divulgar os ensinos já enfeixados na Codificação Kardequiana.

Suas obras, quase todas de cunho filosófico-religioso, sintetizam, de maneira extraordinária, seus conhecimentos, embora tenha sido um autodidacta, de origem modesta, sem nenhum curso regular.

Quando ainda muito moço, revelou-se inclinado para a Filosofia e as letras, tendo estudado todas as obras de Allan Kardec, nas quais encontrou subsídios para o aprimoramento de seu Espírito, preparando-se, dessa forma, para o fiel cumprimento da meritória missão que trouxera como seu continuador, de quem se tornou fiel discípulo.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 02, 2012 9:46 am

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Vale a pena transcrever, aqui, o belo trecho de sua obra "O Problema do Ser, do Destino e da Dor", através do qual diz ele:
"Dia virá, em que todos os pequenos sistemas acanhados e envelhecidos, se fundirão numa síntese abrangendo todos os reinos da ideia.

Ciências, filosofias, religiões, divididas hoje, reunir-se-ão na luz, e será então a vida, o esplendor do Espírito, o reinado do Conhecimento.

Neste acordo magnífico, as ciências fornecerão a precisão e o método na ordem dos factos;
as filosofias, o rigor de suas deduções lógicas;
a poesia, a irradiação de suas luzes e a magia de suas cores;
a religião juntar-lhe-á as qualidades do sentimento e a noção da estética elevada.

Assim, realizar-se-á a beleza na força e na unidade do pensamento.

A alma orientar-se-á para os mais altos cimos, mantendo ao mesmo tempo o equilíbrio de relação necessário para regular a marcha paralela e ritmada da inteligência e da consciência na sua ascensão para a conquista do Bem e da Verdade".


Léon Denis, durante sua preciosa existência terrestre, proferiu inúmeros discursos doutrinários, de rara beleza, em Congressos Internacionais.

Em 1889, tomou parte no II Congresso Espírita Internacional, tendo participado, também, do Congresso Espírita de Bruxelas – Bélgica – onde representou o movimento espírita da França e do Brasil.

Em 1925, foi aclamado Presidente do Congresso Espírita Internacional, realizado em Paris, do qual saiu a Federação Espírita Internacional, transferida para Inglaterra, em 1948.

Léon Denis deixou, ainda, numerosos trabalhos esparsos, tais como conferências, artigos, declarações, etc., muitos dos quais não foram publicados além de seus nove livros, que alinhamos a seguir:
"No Invisível", "Depois da Morte", "O Porquê da Vida", "O Grande Enigma", "Cristianismo e Espiritismo", "Joana D’Arc, Médium", "O Mundo Invisível e a Guerra", "O Génio Celta e o Mundo Invisível" e "O Problema do Ser, do Destino e da Dor", obras essas que se vinculam à Codificação de Kardec, porquanto estava ele profundamente identificado com o mestre lionês.

Assim, através dessa preciosa literatura espírita que nos legara, o Espiritismo foi amplamente divulgado, não só nos países da Europa, mas principalmente entre os povos latino-americanos.

Antes, porém, de encerrarmos estas ligeiras notas sobre o apreciado escritor espírita francês, convém esclarecer, ainda, que Léon Denis teve estreita ligação com a Federação Espírita Brasileira, tendo sido, a partir de 1901, aprovada, por unanimidade, sua indicação para sócio Distinto e Presidente Honorário da FEB, passando a responder, também, pela representação permanente da Casa de Ismael na França e em outros países do continente europeu.

Léon Denis nasceu em Foug, França, no dia 1.º de janeiro de 1846 e desencarnou no dia 12 de abril de 1927, em Tours, com 81 anos de idade.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 02, 2012 9:47 am

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Síntese de
"O Livro dos Espíritos"

Capítulo
7

Parte PrimeiraDas Causas Primárias

Capítulo
I –

De Deus

1 - Deus e o infinito.
2 - Provas da existência de Deus.
3 - Atributos da Divindade.
4 - Panteísmo.

1 Deus e o infinito

Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.
Será Deus o infinito?

Tudo o que é desconhecido é infinito, mas essa definição é incompleta.
A linguagem humana é insuficiente para definir o que está acima de seus conhecimentos.

2 Prova da existência de Deus

A prova da existência de Deus se encontra nas obras da Criação.
O Universo existe, logo tem uma causa.

Essa causa é Deus.
A sua obra é o efeito.

O sentimento íntimo que temos da existência de Deus é uma prova de que ele existe.
Esse sentimento é inato também nos povos selvagens.

Nas propriedades íntimas da matéria não se pode encontrar a causa primária de todas as coisas, pois se assim fosse estaríamos tomando o efeito pela causa, porquanto essas propriedades são também um efeito que há de ter uma causa.

Atribuir a formação primária a uma formação fortuita da matéria ou ao acaso, é outro absurdo.
Pela obra se conhece o autor.

Não podendo nenhum ser humano criar o que a Natureza produz, há de se atribuir a causa primária a uma inteligência superior à Humanidade – Deus.

3 Atributos da divindade

O homem não pode compreender a natureza íntima de Deus, pois falta-lhe, para isso, o sentido próprio.
Quando alcançar a perfeição, isto é, quando não tiver mais seu Espírito obscurecido pela matéria, poderá ele ver e compreender Deus.

Sabemos que Deus é eterno, porque não teve princípio;
que é imutável, porque não está sujeito a mudanças;
que é imaterial, pois difere de tudo o que é matéria, e, finalmente, que é único, omnipotente, soberanamente justo e bom.


Se muitos deuses houvesse deixaria de ser omnipotente, pois algo haveria mais poderoso.

A sabedoria providencial das leis divinas se revela em todas as coisas, o que nos permite não duvidar da justiça, nem da bondade de Deus.

4 Panteísmo

Dizer-se que Deus é a resultante de todas as forças e de todas as inteligências do Universo, reunidas, é negar a sua existência, porquanto seria efeito e não causa.

Admitindo-se que todos os seres e todos os mundos são partes da Divindade, está se fazendo de Deus um ser material, sujeito a evolução, o que vem de encontro ao atributo imutabilidade.

A escola Panteísta, confunde o Criador com a criatura, como o faria quem pretendesse que engenhosa máquina fosse parte integrante de quem a construiu.

A inteligência de Deus se revela em suas obras, mas, as obras de Deus não são o próprio Deus, como o quadro não é o pintor que o executou.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 02, 2012 9:47 am

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Capítulo II –

Dos elementos gerais do Universo

1 - Conhecimento do princípio das coisas.
2 - Espírito e matéria.
3 - Propriedades da matéria.
4 - Espaço universal.

1 Conhecimento do princípio das coisas

O conhecimento do princípio das coisas é dado ao homem gradativamente, à medida que ele se depura e que outras faculdades vão surgindo nele.
Pelas investigações científicas, o homem vai penetrando nos segredos da natureza.

Às vezes, Deus permite revelações que estão além dos conhecimentos normais da ciência.
Por essas revelações o homem adquire, dentro de certos limites, o conhecimento do seu passado e do seu futuro.

2 Espírito e matéria

Se a matéria existe desde toda a eternidade, ou se foi criada depois, só Deus o sabe.
Mas, de uma coisa estejamos certos:
Deus nunca esteve inactivo.
Criou e cria sempre.


A matéria não é somente o que tem extensão, o que é capaz de nos impressionar os sentidos;
ela existe em estado ainda desconhecido.

Embora seja etérea e subtil, que nenhuma impressão cause aos nossos sentidos, não deixa de ser matéria.

A matéria é o agente, o intermediário com o auxílio do qual e sobre o qual actua o Espírito, exercendo sua acção.

O Espírito, princípio inteligente do Universo, independe da matéria.
São distintas uma do outro.

Entretanto, pode se conceber o Espírito sem a matéria e a matéria sem o Espírito, isto é, pelo pensamento.

No Universo há dois elementos gerais:
a matéria e o Espírito.

Deus, Espírito e matéria
constituem o princípio de tudo o que existe – a trindade universal.

O fluido eléctrico e o magnético são modificações do fluido universal, que é a matéria mais subtil e que se pode considerar independente.

A matéria e o princípio inteligente estão subordinados a uma inteligência suprema – Deus.

3 Propriedades da matéria

A ponderabilidade não é considerada atributo do fluido universal.
Este é imponderável, mas nem por isso deixa de ser o princípio da matéria pesada.

As modificações que sofrem as moléculas elementares da matéria dão origem às diversas propriedades destas, cujas modificações se dão por efeito da sua união, em circunstâncias especiais.

O oxigénio, o carbono, o azoto, enfim todos os corpos considerados simples, são meras modificações de uma substância primitiva.
A força e o movimento são duas propriedades inerentes à matéria.

As demais propriedades são efeitos secundários, que variam conforme a disposição das moléculas:
um corpo opaco pode se tornar transparente e vice-versa.

A forma das moléculas pode ser constante ou variável.

A das moléculas elementares primitivas é constante, porém a das moléculas secundárias, que são aglomerações das primeiras, é variável.
Daí porque há diversidade na natureza.

4 Espaço

O espaço universal não tem limites.
Supondo-se limitado, o que haverá além de seus limites?

Não há vazio em a natureza.
Em parte alguma do espaço universal há vácuo absoluto.
O que parece vazio está ocupado por matéria que escapa aos nossos sentidos e instrumentos.

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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Abr 02, 2012 9:47 am

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Capítulo III –

Da Criação

1 - Formação dos mundos.
2 - Formação dos seres vivos.
3 - Povoamento da Terra. Adão.

4 - Diversidade das raças humanas.
5 - Pluralidade dos mundos.
6 - Considerações e concordâncias bíblicas no tocante à criação.

1 Formação dos mundos

O Universo abrange todos os mundos, visíveis e invisíveis, todos os seres animados e inanimados, todos os astros e os fluidos que enchem o espaço infinito.

O universo foi criado pela vontade de Deus, através da condensação da matéria.

Não se pode conhecer o tempo que dura a formação dos mundos, nem quando desaparecerão, mas é certo que Deus os renova como renova os seres vivos.

2 Formação dos seres vivos

Quando a Terra atingiu as condições necessárias ao aparecimento da vida, surgiram então os primeiros seres vivos que aguardavam em estado de germens.
Os princípios orgânicos se congregaram e se multiplicaram, cada um segundo sua espécie.

Esses elementos orgânicos se encontravam em estado fluídico, no espaço ou em outros planetas, à espera da criação da Terra para começar aí existência nova.

A espécie humana também veio a seu tempo.
A época do aparecimento do homem e de outros seres vivos não se pode determinar com exactidão.

3 Povoamento da Terra. Adão

A espécie humana não começou por um único homem.
Kardec, comentando a resposta dada pelos Espíritos sobre o povoamento da Terra e a época em que viveu Adão (4000 anos a.C.), entre outras coisas diz:

"As leis da Natureza se opõem a que os progressos da humanidade, comparados muito tempo antes do Cristo, se tenham realizado em alguns séculos, como houvera sucedido se o homem não existisse na Terra senão a partir da época indicada para a existência de Adão.

Muitos, com muita razão, consideram Adão um mito ou uma alegoria que personifica as primeiras idades do mundo".


4 Diversidade das raças humanas

O clima, a vida e os costumes influíram na diversidade das raças.

Em várias épocas o homem surgiu em diferentes pontos do globo, mas constituindo sempre a mesma espécie.
Daí porque se diz que todos os homens são irmãos em Deus.

5 Pluralidade dos mundos

Em todos os mundos, quando alcançam condições favoráveis à vida, ela aparece.
Há mundos inferiores e superiores à Terra.

Dizer-se que somente a Terra é habitada, é duvidar-se da sabedoria de Deus, que não faz coisa alguma inútil.

A constituição física dos diferentes mundos não se assemelha.
Cada ser que os habita possui uma organização própria ao ambiente, como os peixes possuem um organismo adequado à vida debaixo das águas.

Os mundos mais afastados do Sol não ficam privados da luz e do calor.
Há outras fontes, como a eletricidade, por exemplo, que exercem importante papel nesse sentido.

6 Considerações sobre a criação

Diz a Bíblia que o homem foi o último a ser criado.

Com efeito, pelos arquivos encontrados na Terra, a ciência descobriu a ordem em que surgiram os seres vivos, ordem essa mais ou menos de acordo com o que relata o Génese de Moisés.

Por outro lado, há profunda divergência na maneira miraculosa como foi executado o trabalho da criação, pois ao invés de ser realizado em alguns dias, levou alguns milhões de anos, conforme as leis que regem os fenómenos da natureza.

Mas, de qualquer forma, Deus não ficou sendo menos poderoso.
Sua vontade se fez sentir para a realização da grande obra, embora o prazo tenha sido dilatado, grandemente.

E o homem, de acordo com a ciência, realmente surgiu em último lugar.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 03, 2012 10:52 am

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Capítulo IV –

Do princípio vital

1 - Seres orgânicos.
2 - A vida e a morte.
3 - Inteligência e instinto.

1 Seres orgânicos e inorgânicos

Os seres orgânicos nascem, crescem, reproduzem-se por si mesmos e morrem.
A essa classe pertencem o homem, os animais e as plantas.

Os inorgânicos não têm vida própria e se formam pela agregação de matéria.
São os minerais, a água, o ar, etc.

É a mesma força que une os elementos dos corpos orgânicos e inorgânicos.
Essa força é regida pela lei da atracção.

Nos corpos orgânicos, a matéria se acha animalizada, através de sua união com o princípio vital, que dá vida a todos os seres que o absorvem e assimilam.

Esse fluido se modifica segundo a espécie a que constitui.
É ele que lhe dá movimento e actividade e o distingue da matéria inerte.

2 A vida e a morte

A morte dos seres orgânicos se dá quando há esgotamento dos órgãos que os constituem.

O princípio vital dos seres orgânicos, quando estes morrem, volta à massa de onde saiu, porém, a matéria inerte se decompõe e vai formar novos organismos.

A quantidade de fluido vital varia de acordo com o indivíduo.
Alguns há que se acham saturados desse fluido, enquanto outros possuem somente o necessário para viver.

Ele se transmite de um indivíduo a outro.
Na transmissão do passe, por exemplo, ocorre esse fenómeno.

3 Inteligência e instinto

Será a inteligência atributo do princípio vital?
Não, pois as plantas vivem e não pensam.

A inteligência e a matéria são independentes.
É preciso que o Espírito se una à matéria animalizada para intelectualizá-la.

Dependerá o instinto da inteligência?
Não, o instinto é uma espécie de inteligência sem raciocínio, porém não se pode estabelecer uma linha de separação entre ambos, pois sempre se confundem.

No homem existe, mas ele o despreza.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 03, 2012 10:53 am

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Do Mundo dos Espíritos
Parte Segunda –

Capítulo I – Dos Espíritos

1 Origem e natureza dos Espíritos.
2 Mundo normal primitivo.
3 Forma e ubiquidade dos Espíritos.
4 Perispíritos.

5 Diferentes ordens de Espíritos.
6 Escala espírita.
7 Progresso dos Espíritos.
8 Anjos e demónios.

1 Origem e natureza dos Espíritos

Os Espíritos são seres inteligentes da Criação; povoam o Universo.
Foram criados por Deus, porém quando e como ninguém sabe.
São eles individualização do princípio inteligente, como os corpos são do princípio material.

Sua Criação é permanente, isto é, Deus jamais deixou de os criar, mas sua origem ainda constitui mistério.
O que sabemos é que a existência dos Espíritos não tem fim.

2 Mundo normal primitivo

Os espíritos são inteligências incorpóreas que formam um mundo à parte – o mundo dos Espíritos.

Embora seja o mundo dos Espíritos independente do mundo corporal, existe perfeita correlação entre ambos, portanto reagem um sobre outro.

Daí porque os Espíritos estão por toda parte servindo de instrumento de que Deus se utiliza para a execução de seus desígnios.

3 Forma e ubiquidade dos Espíritos

Os Espíritos não têm forma determinada, a não ser para eles próprios.
Uma chama, um clarão ou uma centelha podem definir o Espírito.

Essa chama ou clarão, que vai do colorido escuro e opaco a uma cor brilhante, qual a do rubi, é inerente ao seu grau de adiantamento.

Os Espíritos percorrem o espaço com a rapidez do pensamento e podem, se o quiserem, inteirar-se da distância percorrida.
A matéria não lhes opõe obstáculo: passam através de tudo.

Quanto ao chamado dom da ubiquidade, o Espírito não pode dividir-se, ou existir em muitos pontos ao mesmo tempo.

Ocorre, entretanto, que cada um é um centro de irradiação para diversos lugares diferentes, como o Sol irradia para todos os recantos da Terra sem dividir-se.

A força de irradiação de cada Espírito depende do grau de sua pureza.

4 Perispírito

O Espírito encontra-se envolto numa substância vaporosa que se denomina perispírito, por meio da qual se eleva na atmosfera e transporta-se aonde queira.

Esse invólucro tira ele do fluido universal de cada globo e lhe dá a forma que deseja.

Daí porque, passando de um mundo para outro, o Espírito muda de envoltório, como mudamos de roupa.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 03, 2012 10:53 am

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5 Diferentes ordens de Espíritos

Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição a que alcançaram.
São três as principais ordens:
à primeira, pertencem os Espíritos puros, isto é, os que já atingiram a perfeição máxima;

à segunda, os que chegaram ao meio da escala, nos quais já predomina o desejo do bem, e à terceira, pertencem os Espíritos imperfeitos.
Nestes, predominam a ignorância, o desejo do mal e todas as paixões más.

6 Escala Espírita

A classificação dos Espíritos se baseia no seu grau de adiantamento, nas qualidades que adquiriram e nas imperfeições de que ainda terão de se despojar.

a) Terceira ordem.
Espíritos imperfeitos, nos quais predomina a matéria sobre o Espírito.
São ignorantes, orgulhosos, vaidosos, egoístas, enfim, propensos ao mal.

b) Segunda ordem.
Bons Espíritos, nestes predomina o Espírito sobre a matéria;
sentem o desejo do bem. Não estando ainda completamente desmaterializados, conservam os traços da existência corporal, tanto na forma da linguagem, quanto nos hábitos.

c) Primeira ordem.
Espíritos puros, isto é, não há neles nenhuma influência.
São dotados de uma superioridade moral e intelectual absoluta, com relação aos espíritos de outras ordens.

Já percorreram todos os graus da escala evolutiva não tendo mais necessidade da reencarnação.
Gozam, por isso, de inalterável felicidade.

7 Progresso dos Espíritos

Os Espíritos melhoram-se por si mesmos, passando de uma ordem inferior para outra mais elevada.

Deus os criou simples e ignorantes e a cada um deu determinada missão com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição pelo conhecimento da verdade.

Passando pelas provas que Deus lhes impõe é que chegam a adquirir os necessários conhecimentos para a eterna felicidade.

Os que aceitam submissos essas provas, chegam mais depressa à meta que lhes foi assinada.

Aqueles, porém, que só as suportam murmurando, pela falta em que desse modo incorrem, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade.

Todos os Espíritos se tornarão perfeitos.

Uns, alcançam mais ou menos rápido o estado de perfeição;
outros, demoram mais a alcançar esse estado, mas, de qualquer forma, todos evoluem.

Às vezes podem permanecer, por longo tempo, estacionários, mas não retrogradam.

Os Espíritos não estão isentos das provas que lhes cumpre sofrer, pois se Deus os houvesse criado perfeitos, nenhum mérito teriam para gozar dos benefícios dessa perfeição.

Assim, todos passam pela fieira da ignorância, mas pelo trabalho realizado, através das múltiplas reencarnações, atingirão o estado de felicidade.

Os Espíritos adquirem consciência de si mesmos à medida que o livre-arbítrio se desenvolve.

Por essa razão há Espíritos que, desde o princípio, fazendo uso de seu livre-arbítrio, seguem o caminho do bem;
outros há que permanecem por longo tempo votados ao mal, mas, mesmo assim, Deus olha de igual maneira para os que se transviaram e para outros, e a todos ama com o mesmo coração.

8 Anjos e demónios

Os seres chamados anjos, arcanjos e serafins, não formam uma categoria especial;
são eles Espíritos puros que atingiriam o mais alto grau da escala e reúnem todas as perfeições.

Não foram criados perfeitos, mas, sim, dotados da faculdade de evoluir, como os demais Espíritos.
A palavra anjo significa "génio" e serve para designar todos os seres, bons ou maus, que estão fora da humanidade.

Daí porque se diz:
o anjo bom e o anjo mau;
o anjo de luz e o anjo das trevas.


A palavra demónio deriva do termo grego daimon, e não implica a ideia de Espírito mau;
significa génio, inteligência, e se aplica aos seres incorpóreos, bons ou maus, indistintamente.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 03, 2012 10:54 am

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Capítulo II –

Da encarnação dos Espíritos

1 Objectivo da encarnação.
2 A alma.
3 Materialismo.

1 Objectivo da encarnação

O objectivo da encarnação dos Espíritos é para que eles alcancem a perfeição.
Para uns, é expiação;
para outros missão.


Mesmo que um Espírito, desde o princípio, tenha seguido o caminho do bem, há necessidade da encarnação para que se instrua nas lutas e tribulações da vida corporal, adquirindo, consequentemente, méritos.

2 A alma

A alma é um Espírito encarnado. O laço que liga a alma ao corpo é semi-material, isto é, de natureza intermédia entre o Espírito e o corpo. Por meio desse laço é que ele atua na matéria.

O homem é formado de três partes:
1. o corpo, que é análogo ao dos animais;
2. a alma, Espírito encarnado, que tem no corpo sua habitação;
3. o princípio intermediário, ou perispírito, que serve de primeiro envoltório ao Espírito e liga a alma ao corpo.

O corpo pode existir sem a alma, mas, desde que cesse a vida deste, a alma o abandona.

A vida orgânica pode animar um corpo sem alma, mas a alma não pode habitar um corpo sem vida orgânica.

Um Espírito não pode encarnar, ao mesmo tempo, em dois corpos, pois ele é indivisível.

A teoria de que a alma pode se subdividir em tantas partes quantos são os músculos e presidir assim a cada uma das funções do corpo, tem razão de ser, desde que se considere por alma o fluido vital, mas no caso de se entender por alma o Espírito encarnado, essa teoria é errónea, pois ele imprime o movimento aos órgãos do corpo servindo-se do fluido intermediário, sem, entretanto, se subdividir.

Como o Espírito é uno, está todo na criança como no adulto.
Os órgãos das manifestações da alma, é que se desenvolvem e se completam.

A alma não tem no corpo sede determinada, porém, nos grandes génios, em todos os que pensam muito, ela reside mais particularmente na cabeça;
aqueles que muito sentem e cujas acções têm todas por objecto a Humanidade, a alma ocupa principalmente o coração.

3 Materialismo

Todos os que se aprofundam nas ciências da Natureza, como os anatomistas, os fisiologistas, etc., só fazem referência ao que vêem.

Não admitem, pelo orgulho, que haja algo acima de seu entendimento.
Por esse motivo são levados, muitas vezes, ao materialismo.

Graças à Terceira Revelação, a maioria dos homens de ciência da actualidade já se tornou espiritualista.

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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Abr 03, 2012 10:55 am

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Capítulo III –

Da volta do Espírito, extinta a vida corpórea, à vida espiritual

1 A alma após a morte; sua individualidade. Vida eterna.
2 Separação da alma e do corpo.
3 Perturbação espiritual.

1 A alma após a morte

Após a desencarnação, a alma volta a ser Espírito, isto é, volve ao mundo dos Espíritos de onde se aparta momentaneamente, conservando sua individualidade e o fluido que lhe é próprio, haurido na atmosfera do seu planeta.

Leva consigo a lembrança e o desejo de ir para um mundo melhor, lembrança essa cheia de doçura ou amargor, conforme o uso que fez da vida.

Temos prova de que a alma conserva sua individualidade após a morte, pelas comunicações que dela recebemos.

2 separação da alma e do corpo

Será dolorosa a separação da alma e do corpo?
Não; o corpo quase sempre sofre mais durante a vida do que no momento da morte.

Essa separação se opera pela ruptura dos laços que a retinha ligada ao corpo;
não se processa instantaneamente;
é lenta e gradativa, de acordo com o grau de evolução a que alcançou o Espírito durante sua vida terrena.


Ocorre, muitas vezes, que a separação da alma e do corpo se dá mesmo antes da cessação completa da vida orgânica.

Na agonia, a alma, alguma vezes, já tem deixado o corpo;
nada mais há que a vida orgânica.

O corpo é a máquina que o coração põe em movimento.
Existe enquanto o coração faz circular o sangue nas veias, para o que não necessita da alma.

Dependendo do grau de adiantamento, a alma sente que se desfazem os laços que a prendem ao corpo, auxiliando mesmo para desfazê-los inteiramente, pois o futuro desdobra-se diante de si e já goza, por antecipação, do estado de Espírito.

Pode ela encontrar-se com os que conheceu na Terra, dependendo da afeição que lhes votava.

Vê os que estão na erraticidade, como vê os encarnados e os vai visitar.

Nos casos de morte violenta e acidental, isto é, quando a desencarnação não resulta da extinção gradual das forças vitais, os laços que prendem o corpo ao perispírito são mais tenazes e, consequentemente, mais demorado o desprendimento completo.

3 Perturbação espiritual

A alma após deixar o corpo passa algum tempo em estado de perturbação, porém esse estado depende da elevação de cada um.

Aquele que já se encontra purificado, se reconhece quase imediatamente, pois que se libertou da matéria antes que cessasse a vida do corpo.

O conhecimento do Espiritismo exerce grande influência sobre a duração do estado de perturbação, pois o espírita já compreende antecipadamente sua situação.

Entretanto, a prática do bem e a consciência pura são o que maior influência exercem.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 04, 2012 9:50 am

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Capítulo IV –

Da pluralidade das existências

1 A reencarnação.
2 Justiça da reencarnação.
3 Encarnação nos diferentes mundos.

4 Transmigração progressiva.
5 Sorte das crianças após a morte.
6 Sexos nos Espíritos.

7 Parentesco, filiação.
8 Parecenças físicas e morais.
9 Ideias inatas.

1 A reencarnação

A alma que não se depurou durante a vida corpórea, sofre a prova de uma nova existência, durante a qual dá mais um passo na senda do progresso.
É por essa razão que passamos por muitas existências.

O objectivo da reencarnação é a expiação e o melhoramento progressivo da Humanidade.
Desde que o Espírito se ache limpo de todas as impurezas, não tem mais necessidade das provas da vida corporal, alcançando, então, o estado de Espírito bem-aventurado; puro Espírito.

2 Justiça da reencarnação

A justiça de Deus se manifesta na reencarnação, pois é através dela que os Espíritos tendem para a perfeição;
Deus lhes faculta esse meio para alcançá-la, proporcionando-lhes as provas da vida corporal.

A doutrina da reencarnação é a única que corresponde à ideia que formamos da justiça de Deus;
é a única que pode explicar o futuro e firmar as nossas esperanças, pois que oferece os meios de resgatarmos os nossos erros por meio de novas provações.

Os Espíritos a ensinam e a razão no-la indica.

3 Encarnação nos diferentes mundos

Não é somente na Terra que reencarnamos;
podemos viver em mundos diferentes.

As que aqui passamos não são as primeiras nem as últimas;
são, porém, as mais materiais e das mais distantes da perfeição.

A alma pode viver muitas vezes no mesmo globo e só passar a reencarnar em mundos superiores quando haja alcançado condição suficiente para tal.

Embora tenhamos vivido em outros mundos, podemos voltar a este, mesmo que não tenhamos nenhuma vantagem particular, a menos que seja em missão, caso em que progredimos como em qualquer outro planeta, pois todos os mundos são solidários:
o que se faz num faz-se noutro.

Há muitos Espíritos que reencarnam na Terra pela primeira vez, e em graus diversos de adiantamento.

Para alcançar a perfeição e a suprema felicidade, não é necessário o Espírito passar pela fieira de todos os mundos existentes no Universo;
muitos são os mundos correspondentes a cada grau da respectiva escala e nenhuma coisa nova aprenderia nos outros do mesmo grau.

A pluralidade de suas existências em um mesmo globo tem por fim, de cada vez, ocupar posição diferente das anteriores e nessas diversas posições se lhe deparam outras tantas ocasiões de adquirir experiências.

Um Espírito pode reencarnar em um mundo relativamente inferior ao em que já viveu, quando em missão, com o objectivo de auxiliar o progresso.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 04, 2012 9:50 am

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As tribulações de tal existência proporcionam-lhe meio de se adiantar.
Se, portanto, falir nessa missão, terá de recomeçar de novo.

Os Espíritos que habitam os diversos mundos são de diferentes categorias, tal como ocorre na Terra.

Ao passarem deste para outro planeta, a inteligência não se perde, porém pode acontecer que não disponham dos meios para manifestá-la, dependendo isto da sua superioridade e das condições do corpo que tomarem.

Os Espíritos que habitam os diversos mundos têm corpos semelhantes aos nossos;
precisam eles da matéria para atuar sobre a matéria.

Esse envoltório é mais ou menos material, de acordo com o grau de pureza a que chegaram.

O estado físico e moral dos diferentes mundos não nos é dado saber, porquanto tal revelação poderia nos perturbar, pois não temos ainda condição de compreender.

Indo de um mundo para outro, o Espírito passa por uma espécie de infância, isto é, por uma transformação necessária, mas não é em toda parte tão obtusa como na Terra.

O Espírito nem sempre pode pedir para reencarnar neste ou naquele mundo, mas, se houver mérito, poderá solicitá-lo.
Se ele nada pedir, o que determina o mundo em que deve reencarnar é seu grau de elevação.

Todos os mundos estão sujeitos à lei do progresso, daí porque o estado físico e moral dos seres vivos não é perpétuamente o mesmo nesses mundos.

Há mundos onde os Espíritos só têm por envoltório o perispírito.
Esse envoltório se torna tão etéreo que, para nós, é como se não existisse.

Esse o estado dos Espíritos puros.

A substância que constitui o perispírito não é a mesma em todos os mundos.
Passando de um mundo a outro, o Espírito se reveste da matéria própria desse outro, operando-se, porém, a mudança com a rapidez do relâmpago.

Os Espíritos puros habitam certos mundos, mas não lhes ficam presos, como os homens à Terra;
podem, melhor do que os outros, estar em toda parte.

4 Transmigrações progressivas

Para os Espíritos também há infância.
Em sua origem a vida é apenas instintiva.
A inteligência só pouco a pouco vai se desenvolvendo.

Os nossos selvagens, por exemplo, são almas no estado de infância relativa, pois são desenvolvidos, visto que já nutrem paixões.
As paixões são sinal de desenvolvimento, mas não de perfeição.

São sinal de actividade e de consciência do eu.
Na alma primitiva, a inteligência e a vida se acham no estado de gérmen.

A vida do Espírito, em seu conjunto, apresenta as mesmas fases que observamos na vida corporal.

Ele passa gradualmente do estado de embrião ao de infância, para chegar, percorrendo sucessivos períodos, ao de adulto, que é o da perfeição, com a diferença de que, para o Espírito, não há declínio, nem decrepitude, como na vida corporal;
que sua vida, que teve começo, não terá fim;

que imenso tempo lhe é necessário, de nosso ponto de vista, para passar da infância espírita ao completo desenvolvimento;
e que seu progresso se realiza, não num único mundo, mas vivendo ele em mundos diversos.


Todo Espírito para alcançar a perfeição tem de passar por vários graus intermediários.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 04, 2012 9:50 am

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Dá-se com ele o que se verifica com a criança que, por mais precoce que seja, tem que passar pela juventude antes de chegar à idade da madureza;
e também com o enfermo que, para recobrar a saúde, tem que passar pela convalescença.

Demais, ao Espírito cumpre progredir em ciência e em moral.
Se somente se adiantou num sentido, importa se adiante em outro.

Pode ele reduzir as dificuldades do caminho através do próprio esforço, porém nunca descer mais baixo do que esteja actualmente, a não ser com relação à posição social, mas, como Espírito, não.

Em nova encarnação, a alma de um homem de bem não pode animar o corpo de um celerado, visto que não se degenera.

Por outro lado, a alma de um perverso pode tornar-se a de um homem de bem, se se arrependeu.

A marcha dos Espíritos é progressiva, jamais retrograda.

A possibilidade de se melhorarem em outras existências não é motivo para que certas pessoas perseverem no mal, embora um Espírito imperfeito pense assim durante a sua vida corporal;
mas liberto que se veja da matéria pensará de outro modo, pois logo verificará que fez cálculo errado e, então, sentimento oposto a esse trará ele para sua nova existência.

O Espírito influi sobre o corpo para que a alma se melhore, isto porque o Espírito é tudo;
o corpo é simples veste que apodrece.

5 Sorte das crianças depois da morte

O Espírito de uma criança que morre em tenra idade, algumas vezes é mais adiantado do que o de um adulto, pois ela pode ter vivido muito mais e, em consequência disso, tenha adquirido maior soma de experiências.

Assim, o Espírito de uma criança pode ser mais adiantado que o de seu pai.

Se uma criança desencarna em tenra idade, não tendo por esse motivo praticado o bem nem o mal, Deus não a isenta das provas que tenha de padecer.

A vida curta de uma criança representa para seu Espírito o complemento de existência precedentemente interrompida antes do momento em que devera terminar.

Pode também a sua morte constituir provação ou expiação para os pais.

A criança que morre pequenina recomeça outra existência.

6 Sexo dos Espíritos

Os Espíritos não têm sexo, pois que o sexo depende da organização.

Há entre eles amor e simpatia baseados na concordância de sentimentos.
Em novas experiências, o Espírito que animou o corpo de um homem pode animar o de uma mulher e vice-versa.

A preferência de cada um pouco importa;
tudo depende das provas por que tenha de passar em nova existência.

7 Parentescos e filiação

Os pais transmitem aos filhos apenas a vida animal, pois que a alma é indivisível.
Um pai obtuso pode ter filhos inteligentes e vice-versa.

A sucessão das existências corporais estabelece entre os Espíritos ligações que remontam a suas existências anteriores.
Daí a simpatia que existe entre nós e certos Espíritos.

Os laços da família não são destruídos pela doutrina da reencarnação, como pensam alguns;
pelo contrário, são distendidos.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 04, 2012 9:51 am

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Essa doutrina amplia os deveres de fraternidade, pois entre os nossos servos pode encontrar-se um Espírito a quem tenhamos estado presos pelos laços da consanguinidade.

Embora os Espíritos não procedam uns dos outros, nem por isso menos afeição consagram aos que lhes estão ligados pelos elos da família, dado que, muitas vezes, eles são atraídos para tal ou qual família pela simpatia ou pelos laços que anteriormente se estabeleceram.

8 Parecenças físicas e morais

Os pais transmitem aos filhos somente a parecença física.
As parecenças morais derivam de que uns e outros são Espíritos simpáticos que, reciprocamente, se atraíram pela analogia dos pendores.

O corpo deriva do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito.
Entre os descendentes das raças apenas há consanguinidade.

Os pais exercem, porém, grande influência sobre os filhos depois do nascimento destes, pois é sua missão desenvolver os Espíritos dos filhos pela educação.

Tornar-se-ão culpados se vierem a falir no seu desempenho.

Não é raro que mau Espírito peça lhe sejam dados bons pais, na esperança de que seus conselhos o encaminhem por melhor senda e muitas vezes Deus lhe concede o que deseja.

Os pais podem melhorar o Espírito do filho que lhes nasceu e está confiado.
Esse é seu dever.

Os maus filhos são uma prova para os pais.

A semelhança de carácter, que muitas vezes existe entre dois irmãos, tem por consequência a simpatia que aproxima seus Espíritos.

Entretanto, não é regra geral que sejam simpáticos os Espíritos dos gémeos.
Acontece também que Espíritos maus entendam de lutar juntos no palco da vida.

Os Espíritos quase sempre se agrupam em famílias, formando-as pela analogia de seus pendores mais ou menos puros, conforme a elevação que tenham alcançado.

Um povo é uma grande família formada pela união de Espíritos simpáticos.

Na tendência que apresentam os membros dessas famílias para se unirem, é que está a origem da semelhança que, existindo entre os indivíduos, constitui o carácter distintivo de cada povo.

Em novas existências o Espírito conserva os traços do carácter moral de suas existências anteriores, mas, melhorando-se, ele muda.

Sendo o Espírito sempre o mesmo, nas diversas encarnações, podem existir certas analogias entre as suas manifestações, se bem que modificadas pelos hábitos da posição que ocupe, até que um aperfeiçoamento notável lhe haja mudado completamente o carácter, porquanto, de orgulhoso e mau, pode tornar-se humilde e bondoso, se se arrependeu.

O novo corpo que o Espírito toma nenhuma relação tem com o que foi anteriormente destruído.
Entretanto, o Espírito se reflecte no corpo.

Sem dúvida que este é unicamente matéria, porém, nada obstante, se modela pelas capacidades do Espírito, que lhe imprime certo cunho, sobretudo no rosto, pelo que é verdadeiro dizer-se que os olhos são o espelho da alma.

9 Ideias inatas

Reencarnando, o Espírito guarda vaga lembrança das existências anteriores, que lhe dão o que se chama ideias inatas.
Os conhecimentos que o Espírito adquire em cada existência jamais se perdem.

Liberto da matéria, sempre os tem presentes.

Durante a encarnação, esquece-os em parte, porém a intuição que deles conserva lhe auxilia o progresso.
Em cada nova existência, o ponto de partida para o Espírito é o em que, na existência precedente, ele ficou.

A origem das faculdades extraordinárias dos indivíduos é a lembrança do passado.

O corpo muda;
o Espírito porém não muda.

Mudando de corpo pode perder algumas faculdades intelectuais, desde que conspurcou sua inteligência ou a utilizou mal.

Além disso, uma faculdade qualquer pode permanecer adormecida durante uma existência, porque o Espírito quer exercitar outra que nenhuma relação tem com aquela.

O sentimento instintivo que o homem, mesmo quando selvagem, possui da existência de Deus é uma lembrança que ele conserva do que sabia como Espírito, antes de encarnar.

O mesmo ocorre com outras crenças relativas à Doutrina Espírita que se observa em todos os povos, pois esta Doutrina é tão antiga quanto o mundo.

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Abr 04, 2012 9:51 am

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Das Leis Morais

Parte terceira

Capítulo I –

Da lei divina ou natural

1 Caracteres da lei natural.
2 Origem e conhecimento da lei natural.
3 O bem e o mal.
4 Divisão da lei natural.

1 Caracteres da lei natural

A lei natural é lei de Deus.

É a única verdadeira para a felicidade do homem.
Indica-lhe o que deve fazer ou deixar de fazer e ele só é infeliz quando dela se afasta.

Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o autor de tudo.
Para que o homem possa aprofundar-se nas leis de Deus é preciso muitas existências.

Entre as leis divinas, umas regulam o movimento e as relações da matéria bruta:
as leis físicas, cujo estudo pertence ao domínio da Ciência.

As outras dizem respeito especialmente ao homem considerado em si mesmo e nas suas relações com Deus e com seus semelhantes.

Contém as regras da vida do corpo, bem como as da vida da alma: são as leis morais.

2 Origem e conhecimento da lei natural

Todos podem conhecer a lei de Deus, mas nem todos a compreendem.
Os homens de bem e os que se decidem a investigá-la são os que melhor a compreendem.

Todos, entretanto, a compreenderão um dia, porquanto forçoso é que o progresso se efectue.
A alma compreende a lei de Deus de acordo com o grau de perfeição que tenha atingido e dela guarda a intuição quando unida ao corpo.

Essa lei está escrita na consciência do homem.

Como ele a esquece e despreza, Deus a lembra através de seus missionários, que são Espíritos superiores que se encarnam na Terra, com a missão de fazer progredir a humanidade.

O carácter do verdadeiro profeta é ser um homem de bem, inspirado por Deus.
Podemos reconhecê-lo pelas suas palavras e pelos actos.

Impossível é que Deus se sirva da boca de um mentiroso para ensinar a verdade.
Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a humanidade pode aspirar na Terra.

Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito divino o animava.

Jesus pregava amiúde, na sua linguagem, alegorias e parábolas, porque falava de conformidade com os tempos e os lugares.

Faz-se mister, agora, que a verdade se torne inteligível para todo mundo, daí porque vieram os Espíritos trazer o ensino claro e sem equívocos, para que ninguém possa pretextar ignorância e para que todos o possam julgar e apreciar com a razão.

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