LUZ ESPÍRITA
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Chama Eterna - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 19, 2020 8:13 pm

Capítulo 17 - VOLTA ÀS ESCRITURAS - LIVRO DE JÓ
Perguntei a Conrad se visitaríamos outros locais daquele Departamento.
- Não devemos abusar da hospitalidade desses grandes amigos.
Fiquei alguns minutos pensativo e não me contive:
- Conrad, esses músicos ficam aqui neste Conservatório só aprendendo música?
Eles não enfrentam o dia-a-dia da Terra?
E no Umbral, eles nem vão?
Acho estranho alguém ficar parado, aprendendo, enquanto existem milhões de mãos estendidas, pedindo socorro.
- Estás sendo injusto, Sérgio.
Eles ajudam da maneira que sabem: com a música.
Uma vez por semana reúnem-se e transmitem a todos os vales de sofrimento a mensagem da música.
A beleza é tanta, que as notas musicais formam um raio de luz brilhante, indo até os recantos trevosos.
Eles trabalham e muito, meu irmão!
A música é uma das mensagens de paz.
- Fico feliz em sabê-lo e vou informar aos meus amigos, porque, Conrad, tem muito "nego" na Terra querendo chegar aqui e se deitar nas redes da ociosidade.
- Sofrerão um grande susto, trabalho é o que não falta aqui.
E por falar nele, está na hora das nossas aulas.
Assim, deixamos o Conservatório e voltamos ao nosso Departamento.
Lá estávamos nós, agora, defronte ao nosso painel divino, onde os factos bíblicos tomam dimensão tão real, que julgamos vivê-los.
O nosso instrutor, João, relatava a beleza da vida, a força do espírito e a obrigação do homem em embelezá-lo; explicava o porquê de não precisarmos temer o sofrimento; dizia do medo que nos assalta apesar de termos conhecimento da bondade de Deus.
A Chama Divina - que é o nosso espírito - continuou João - estando em sintonia com o bem, dificilmente será atingida pelas trevas.
Luz é luz e será luz eternamente, principalmente porque ela partiu da sapiência de Deus.
Confesso que me apalpei, querendo abraçar o meu espírito, dizendo a ele:
Você é importante, cara, e tem obrigação de se tornar puro.
Meus olhos marejaram de lágrimas pensando em todos nós que negligenciamos a confiança de Deus.
No telão, o Salmo 43, versículos 2 a 4:
Por que hei-de andar eu lamentando sob a opressão dos meus inimigos?
Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem e me levem ao teu santo monte, e aos teus tabernáculos.
Então irei ao altar de Deus, de Deus que é a minha grande alegria.
Olhava a tela com carinho.
Os Salmos eram gotas de orvalho da paz em meu espírito.
Recordei-me, então, de outro salmo, que meu avô recitava quando eu ainda me encontrava hospitalizado na Colónia da Luz Divina.
E o 51, versículos 10 a 12:
Criarem mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável.
Não me expulses da tua presença nem me retires do teu Santo Espírito.
Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustenta-me com um espírito voluntário.
Ali, diante de um espírito amigo, eu, o aprendiz, me sentia à vontade; ele não era o professor, era o irmão querido que, sorrindo-me, disse:
- Luiz Sérgio, vamos prestar atenção no estudo?
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 19, 2020 8:13 pm

Já estávamos no Livro de Jó! - ele percebera que meu pensamento voava na distância.
Diante de nós as peripécias da vida de Jó:
Jó na sua opulência e Jó na miséria - cenas por demais comoventes.
No capítulo 1, versículos 20 a 22:
Então Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça e lançou-se em terra, e adorou e disse:
Nu saí do ventre de minha mãe, e nu voltarei ao Senhor;
O senhor o deu, e o Senhor o tomou;
bendito seja o nome do Senhor.
Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.
Notei algo que não percebera antes.
O nosso auditório estava repleto e estranhei a presença de vários pais, esposos, filhos, enfim, daqueles que se desesperam com a "morte" dos seus entes queridos.
Pelos seus perispíritos notava-se que eram encarnados levados até ali através do sono.
Jó, Capítulo 14, versículos 1 e 2:
"O homem, nascido da mulher, vive breve tempo, cheio de inquietação.
Nasce como a flor e murcha: foge como a sombra e não permanece."
Em Jó, pudemos sentir a beleza da vida espírita na explicação de cada versículo desse livro tão belo, repleto de paciência e humildade.
Notamos, à certa altura, que os encarnados se retiravam, ficando somente os alunos da Faculdade.
Várias outras passagens do Evangelho foram ainda explanadas.
A saída, acercamo-nos do nosso irmão João e ele, pacientemente, explicou-nos sobre os átomos, a viagem sem cessar de um para outro corpo; que os corpos vivos que hoje compõem a terra são formados da cinza dos mortos.
- Irmão - perguntei - os átomos morrem?
- Não, o que morre é o fluido vital, porque se esgota.
Desejei obter maiores informes, porém, sorrindo, respondeu:
- Só entendo, e pouco, das Escrituras.
O assunto foge dos meus conhecimentos.
Respeitamos o amigo e nos despedimos, recordando que o Universo é o perfume da vida.
Mesmo sem alguém à minha volta, não me sentia sozinho, as árvores, os pássaros e as flores faziam-me companhia e eu ia, gradativamente, compreendendo o valor de cada uma; cheguei bem perto de uma azaleia e fiquei a observá-la, pensando:
A metamorfose é a maior revelação de Deus.
Muitos de nós nos assustamos quando os livros nos revelam que Deus cria incessantemente.
E perguntamos: onde vamos parar?
Defronte da bela flor, agradeci a Deus por permitir que nada fique estacionado.
Tudo o que compõe o Universo progride.
E aqui onde me encontro, sinto Deus em mim, tal a beleza que me cerca.
Ganhei novo rumo, entrando em outra sala de aula.
Acomodei-me defronte de um painel.
Bastava apertar um botão e a instrução vinha através de filmes.
O assunto por mim consultado foi:
A terra foi habitada só pelos capelinos? A resposta:
- Não. Os anjos decaídos que aqui chegaram vieram de vários mundos de seres vivos; eram espíritos falidos.
- Nesses mundos, a constituição física é a mesma?
- Cada forma é apropriada ao meio para o qual foi chamada a viver - foi a resposta imediata.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 19, 2020 8:13 pm

- Então existem mundos onde nos defrontamos com seres deformados, os chamados etês?
- Esses mundos, onde o espírito se vê na obrigação de viver por ter-se comprometido por demais, estão distantes dos nossos olhos, portanto, poucos têm condição de ir até eles.
Perguntei:
- E eles vêm até nós?
- Sentir-se-iam como peixes fora d'água.
Eles estão vivendo nesses mundos porque Deus é bom.
Cada mundo oferece, ao ser que o habita, condição de vida.
- Os terráqueos não podem ir morar na Lua, não é mesmo?
O painel me respondeu:
- Não. Tudo obedece à lei universal de atracção magnética.
Cada mundo possui os seus fluidos, cujas combinações ainda ignorais.
Diante dessa resposta, pensei: isso somente seria possível se fosse construída uma base espacial, ou coisa semelhante, na qual pudessem ser reproduzidas as mesmas condições de vida da Terra, sejam biológicas, químicas, físicas e até sociais, ou seja, ar respirável, pressão atmosférica suportável, etc...
Apertei mais uma vez o botão e nada do painel me responder.
Julguei tê-lo estragado, mas um irmão prontamente me informou que não é permitido excedermo-nos nas perguntas, do contrário o aluno ali ficaria dia após dia.
Veja que coisa!
Eles têm toda razão!
Eu, com a minha curiosidade, dali dificilmente sairia.
- Obrigado, amigo, e até logo mais! - falei, sorrindo, porque o irmão encarregado da sala de aula olhou-me com cara de assombro, querendo dizer que não podemos abusar dos amigos.
Quando ganhei o pátio, senti vontade de pular, correr, cantar, então resolvi pegar meu violão.
Encostado a uma pedreira, cantei a musica que homenageia minha mãe:
Aliso tua face querida
Molhada de lágrimas
Tentando te consolar.
Males ninguém adivinha
Tua dor não fala, é sozinha,
Minha mãe, minha mãezinha,
Amor que não se apaga
E que me afaga
Levando-me ao infinito.
Deixei de ser granito
No teu ventre de mulher
E hoje sou teu filho onde estiver.
Mãezinha, eu não te esqueci
Vives nos castelos que eu ergui.
Mãezinha, eu não te esqueci
Vives nos castelos que ergui.
Esta música não fiz sozinho, fui ajudado por uma amiga que também trabalha com suicidas, poetisa muito amada por todos nós.
Ao terminar minha canção, Lourival já me esperava - íamos ter outra aula.
Perguntei, um tanto assustado:
- Estou atrasado?
- Não, não estás.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 19, 2020 8:14 pm

Vim te chamar por conhecer-te muito bem e saber que quando pegas o violão ficas horas a sonhar acordado.
- E verdade, amigo, então agora, depois que conheci o Departamento Musical, nada mais me segura, vou-me tornar um músico.
Não sei quando, mas que vou, vou!...
Ele balançou a cabeça.
- Luiz, tudo te faz feliz, não é?
- Sim. Procuro nas pequenas coisas as grandes e eternas alegrias.
Aqui, junto às pedras, recordei que um dia Deus me ofertou a vida e eu, rolando, transformei-me em flor; e o sol, resplandecente, beijou-me com tanta intensidade, que desfolhei; tocando o solo, me vi verme e daí ganhei o reino animal.
Acariciado por Maria de Nazaré, tornei-me criança/homem e me iniciei no jardim, não do Éden, mas na infância da humanidade.
Reparo que já perdi muitos anos, mas Deus sempre me oferta o perdão e vejo agora claramente com que carinho Ele me tem presenteado com grandes mestres, sendo o maior deles Jesus Cristo, nosso irmão Maior.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 19, 2020 8:14 pm

Capítulo 18 - CORPO - PERISPÍRITO - ESPÍRITO
Depois de várias horas, me vi novamente junto aos meus amigos.
Ia ser ministrada nova aula, ansiosamente esperada por todos nós.
João e Corina iniciaram a leitura do Evangelho.
Uma bela prece ressoou sobre o auditório respeitoso e eu me senti flutuar, era lindo demais!
Pouco a pouco as telas iam ganhando as imagens sagradas do Antigo e do Novo Testamentos.
Uma chuva de pétalas chegou até nós, limpando o nosso corpo.
Era o banho de que necessitávamos para melhor aprender os ensinamentos.
Eclesiásticos, Capítulo 5, versículo 1:
Guarda o teu pé, quando entrares na Casa de Deus; chegar-se para ouvir é melhor de que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal.
E no versículo 5:
Melhor é que não votes, do que votes e não cumpras.
Sobre este Capítulo foi-nos esclarecido acerca do comportamento do homem em sociedade, principalmente quando ele ocupa posição de destaque em casas religiosas.
Versículo 6:
Não consintas que a tua boca te faça culpado, nem digas diante do Mensageiro de Deus que foi inadvertência; por que razão se iraria Deus por causa da tua palavra, a ponto de destruir as obras de tuas mãos?
Versículo 7:
Porque, como na multidão dos sonhos há vaidade, assim também nas muitas palavras, tu, porém, temes a Deus.
Nessa passagem foi-nos mostrado o perigo das seitas onde o homem, para brilhar, tenta enganar.
Ligamos a esses ensinamentos muitos factos por nós defrontados., como por exemplo os que usam o dom da palavra para pregar o desespero e o medo.
Através deste Livro do Eclesiastes, alertaram-nos sobre o perigo do fanatismo não só religioso, mas também relativo ao poder.
Versículo 9:
O proveito da terra é para todos, até o rei se serve do campo.
Assim, nós, que estamos acompanhando o crescimento do Espírito, deparamo-nos com a necessidade de nos tornarmos bons, porque muitas vezes estamos tão preocupados em consertar o mundo, que nem percebemos que estamos falando por falar, pregando uma Doutrina diferente.
Um dia teremos de prestar contas de tudo isso.
O Consolador prometido não pode ser o espírito que amedronta e julga com severidade.´
O homem não tem ainda a sabedoria para se tornar um bom juiz, por isso as palavras devem ser bem empregadas.
Não temos o direito de ferir o nosso próximo, pois o homem que abusa do seu poder longe está de compreender o poder de Deus.
Hoje recebemos a incumbência de guiar um rebanho, não porque temos valor, mas porque Deus está-nos oferecendo a oportunidade de provar que já vencemos a vaidade.
O perfume da sabedoria é tão precioso que emudece quem o possui, portanto, só os tolos ficam nas tribunas bradando contra seus semelhantes.
Por várias horas fomos incentivados a manter sempre vigilância contra o falar, principalmente quando temos jovens junto a nós.
Não é a eloquência vazia e sim o amor que desperta um coração.
Versículo 29:
Eis o que tão somente achei: que Deus fez o homem recto, mas ele se meteu em muitas astúcias.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 19, 2020 8:14 pm

Eclesiastes, Capítulo 7 (e aqui encontramos a Doutrina Espírita).
Fomos criados simples e inocentes.
O tempo se encarregou de nos mostrar o caminho reluzente; quase todos nós optamos pelo mais tortuoso: o das quedas.
De qualquer maneira um dia chegaremos lá e então compreenderemos porque a chama é eterna.
Nesse momento, o painel, que antes expunha um tema bíblico, foi-nos mostrando outro assunto: a matéria e o espírito.
E a ligação períspirito - corpo físico.
Vimos a comunicação do espírito com o períspirito, através do fluido vital e do sistema nervoso.
Indaguei mentalmente:
O espírito está dentro do coroo físico?
Resposta: O espírito, sendo chama, luz, não pode ficar encerrado num corpo.
Ele irradia por fora.
E tão brilhante, que nenhuma matéria o retém encarcerado.
Os lugares onde ele se faz mais brilhante são o cérebro e o coração.
No primeiro, está o começo das acções, e no outro, se ama e sofre.
Fale-nos sobre essa manifestação.
Resposta: o cérebro é um instrumento do espírito e não o próprio espírito.
0 cérebro é animado por uma força denominada vida.
A vida é uma energia que se utiliza da matéria e a matéria só tem vida através dessa energia.
E o perispírito?
Resposta: Ele é o envoltório do espírito, roupa de que se utiliza o espírito até se tornar puro.
Ele é semelhante ao corpo físico, é a matriz.
Não se separa do espírito quando morre o corpo físico, pelo contrário, torna-se mais actuante.
Se há liberdade para ele, muito mais ainda para o espírito.
Ele é matéria?
Resposta: Sim, porém bem mais etérea do que a matéria física.
Pena é que aqui a aula acabou, mas graças a Deus Ele tem-nos ofertado bons mestres.
Retiramo-nos, com a certeza de que somos filhos de Deus, não importando a cor das nossas roupas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 19, 2020 8:14 pm

Capítulo 19 - JOÃO BAPTISTA E ELIAS - PÁGINA VIVA OAS VIDAS SUCESSIVAS
Por alguns momentos procurei meditar.
João e Corina iniciaram a aula sobre o Antigo Testamento e na tela surgiu a figura majestosa de Elias.
III (1) Reis, Capítulo 18, versículos 21 e 22:
Então Elias se chegou a todo povo e disse:
Até quando coxeareis entre dois pensamentos?
Se o senhor é Deus, segui-o, se é Baal, segui-o.
Porém o povo nada lhe respondeu.
Então disse Elias ao povo:
Só eu fiquei dos profetas do Senhor, e os profetas de Baal são quatrocentos e cinquenta homens.
E assim foi surgindo o diálogo de Elias com os sacerdotes.
Elias conquista a confiança do povo, usando a sua extraordinária força magnética.
Médium de efeitos físicos, orando a Deus, fez com que ocorresse o fenómeno narrado neste Capítulo 18, versículo 38:
Então, caiu fogo do Senhor e consumiu todo o holocausto e a lenha e as pedras e a terra e ainda também a água que estava no rego.
Versículo 39:
O que vendo todo o o ovo, caíram de rosto em terra e disseram:
o Senhor é Deus.
O Senhor é Deus.
Versículo 40:
Disse-lhes Elias:
Lançai mão dos profetas de Baal, que nem um só deles escape.
Lançaram mão deles; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quison, e ali os matou.
Passada, versículo por versículo, a vida de Elias, um facto me chamou a atenção - A profecia de Miqueias, (2) Capítulo 22, versículos 21 a 24:
Então saiu um espírito, e se apresentou diante do Senhor e disse:
Eu o enganarei. Perguntou o Senhor Com que?
Respondeu ele:
Sairei e serei espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas.
Disse o Senhor:
Tu o enganarás e assim prevalecerás; sai, e fá-lo assim.
Eis que o Senhor pôs o espírito mentiroso na boca de todos estes teus profetas e o Senhor falou o que é mau contra ti.
Então Zedequias, filho de Quenaaná chegou, deu uma bofetada em Miqueias e disse:
Por onde saiu de mim o Espírito do Senhor para falar a ti?
Neste Capítulo a doutrina dos espíritos está bem viva!
Só os fracos da verdade colocam o véu na letra para ocultá-la.
Esta passagem vem mostrar, a nós que labutamos na seara espírita, os espíritos sendo convertidos.
O vidente Miqueias alertava o rei de que os seus videntes estavam sendo presas de espíritos mentirosos.
O rei, contrariado com as palavras de Miqueias, enfurecido, ordena, no versículo 27:
Metei este homem no cárcere, e angustiai-o com escassez de pão e água, até que eu volte em paz.
Fiquei deveras admirado.
O Velho Testamento está repleto de comunicações espíritas; são os fanáticos religiosos que trancam a alma num corpo em decomposição, fazendo-a dormir em paz até o dia do juízo final.
Muito cómodo.
Aqui estamos defronte dos falsos profetas e da comunicação com os chamados "mortos".
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 19, 2020 8:14 pm

Neste Capítulo podemos observar que Miqueias diz aos reis Acabe e Josafá que não escutassem os profetas do reino porque estes estavam mal acompanhados.
Notamos que o profeta Zedequias, filho de Quenaaná, deu uma bofetada em Miqueias, e disse:
Por que saiu de mim o espírito do Senhor para falar a ti? (Capítulo 22, versículo 24).
Desde aquele tempo existiam falsos videntes, mal orientados.
Todos eles julgavam que os mensageiros fossem o próprio Deus.
Logo que Miqueias fica preso, ocorre a morte do rei de Israel; ele acreditou em seus profetas e não quis ouvir as palavras dos espíritos de Deus.
Aí, caídos pela dor, procuraram Elias, um profeta mais ciente das palavras de Deus.
Encontramos no Segundo Livro dos Reis, Capítulo 1, versículos 7 e 8:
Ele lhes perguntou:
Qual a aparência do homem que vos veio ao encontro e vos falou tais palavras?
Eles lhe responderam:
Era homem vestido de peles, com os lombos cingidos dum cinto de couro, então disse ele:
E Elias, o tesbita.
E quem desejar conhecer melhor Elias, leia este Segundo Livro dos Reis, ou melhor, o primeiro e o segundo.
Vamos acompanhar Elias que caminhava junto ao seu discípulo Eliseu.
Em certo momento, no Capítulo 2, versículo 11:
Indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro:
e Elias subiu ao céu num redemoinho.
Voltemos a Elias enviando os espíritos para que ocorra a tempestade com seus trovões e raios.
Ele desejava matar os sacerdotes de Baal e usou o seu dom para ganhar a confiança do povo fanático.
Agora, o mesmo Elias, defronte de um fenómeno atmosférico, teve o seu corpo físico destruído por um raio.
O que Eliseu viu foi o espírito de Elias livre do invólucro físico.
Portanto, na mesma encarnação, como Elias, ele já sentiu os primeiros reflexos das acções contrárias à sua missão.
Desencarnado Elias, voltamos a encontrar o mesmo Espírito no Novo Testamento.
Constatemos em Lucas, Capítulo 1, versículos 14 e 17:
Exultarás com isso de alegria e muitos rejubilarão com o seu nascimento.
Pois ele será grande aos olhos do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte, será cheio do Espírito Santo, desde o seio materno.
Converterá muitos filhos de Israel ao Senhor seu Deus:
e irá à sua frente, com o espírito e a virtude de Elias para atrair o coração dos pais aos filhos e os sacerdotes a sabedoria dos justos, a fim de preparar para o Senhor um povo perfeito.
Até pulei da cadeira.
Como duvidar da reencarnação, se neste Capítulo ele nos mostra que João é Elias, quando diz:
Irá à sua frente, com o Espírito e a virtude de Elias?
Diante disso, vamos procurar João Batista e o reconhecemos com os mesmos trajes de que gostava Elias.
Primeiro Livro dos Reis, Capítulo 1, versículo 7:
Era homem vestido de peles, com os lombos cingidos de cinto de couro.
Em Mateus, Capítulo 3, versículo 4:
João trazia uma veste de pelo de camelo e um cinto de couro em volta da cintura; alimentava-se de gafanhoto e mel silvestre.
O precursor de Jesus precisou do contacto com a natureza para sentir Deus.
Em uma região isolada ele encontrou seu lar e entre cavernas e rochas renunciou as diversões pela disciplina do deserto; qual Moisés entre as montanhas de Midiã, João vivia em preces a Deus, preces ensinadas por seus pais, cientes da missão do filho.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 19, 2020 8:15 pm

Não como o líder de Israel nas montanhas, porém, no além Jordão.
Dizem os livros Sagrados que suas palavras eram claras; muitos julgavam que ele fosse um dos profetas ressuscitados.
Assemelhava-se, nas maneiras e no vestir, a Elias, o antigo profeta.
Ali, à nossa frente, na tela, quase viva, a figura majestosa de João Baptista.
Nesta passagem do Evangelho, quando os escribas e fariseus pediram o baptismo, ele, João, sentiu que os mesmos não eram sinceros.
Sendo amigos dele, pensavam obter favor com o Messias prometido.
Aí as palavras de João:
Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir à ira futura? mostrando ao homem o valor da reforma íntima.
Não importa o rótulo religioso, importa sim a limpeza interior.
Os seguidores do Cristo terão de dar provas do amor ao próximo.
Assim, vamos lentamente pesquisando a vida do precursor de Jesus.
E ninguém melhor que João Baptista para nos colocar frente à frente com a reencarnação.
Elias, no corpo físico de João Baptista, fora o primeiro a anunciar a missão de Jesus, e também o primeiro a sofrer.
Apesar de ser considerado justo, mesmo assim foi trancado na prisão, porque Herodíades furiosa se encontrava com os conselhos de João Baptista; ela que, casada com Filipe, o traía com Herodes.
João, preso, dá a todos nós uma prova de fé, porque compreendia a missão do Cristo.
Enquanto os seus seguidores reclamavam que Jesus nada fazia por João, ele entendia o trabalho do Mestre.
E hoje ainda nos serve a lição:
quantos julgam que basta pronunciar o nome do Salvador para se livrar de contas passadas.
E aí encontramos em Mateus, Capítulo 11, versículo 7:
Que foste ver no deserto? Uma cana agitada pelo vento?
Esse Capítulo mostra-nos as altas canas ao lado do Jordão, agitando-se embaladas pelos ventos.
Com isso, quis dizer Jesus que João não era uma cana que se curvava facilmente; ele era a rocha da verdade.
Era Elias que voltava à terra, trazendo a todos nós as primeiras notícias sobre Jesus.
E no versículo 10:
Eis que diante da tua face envio meu anjo, que preparará diante de Ti o teu caminho.
Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu algum maior do que João Baptista.
Nunca desejou ele ser o Messias; sempre falou do poder de Jesus. João não fez milagres.
E vemos aqui neste versículo de João, Capítulo 10, versículo 41:
João não fez sinal algum, mas tudo quanto disse.
Ele era verdade.
Não foi concedido ao Baptista fazer cair fogo do céu, ou ressuscitar mortos, como fizera Elias, ou empunhar a vara do poder de Moisés em nome de Deus.
Ele, João, veio nos trazer a verdade.
Voltou à Terra como João Baptista, para aplainar o caminho para Jesus pregar o Seu Evangelho.
Aqui, nesta aula, tratamos de conhecer João Baptista, o precursor de Jesus, e aprendemos que a fé não se compra, luta-se para possuí-la; que o baptismo de João Baptista era o primeiro contacto com o nosso interior, um momento de reflexão, onde a nossa consciência era despertada para os valores morais.
João Baptista nos apresentou o baptismo do corpo falível.
O Messias nos ensinaria o baptismo do fogo, isto é, a lavagem da alma, para que ela tivesse vida eterna.
João não foi abandonado pelo Mestre; o Senhor não poderia intervir em uma lei chamada acção e reacção - o livre arbítrio.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sáb Set 19, 2020 8:16 pm

Como Elias, ele abusou da força mandando decapitar os sacerdotes de Baal; como João, ele recebeu, já adulto, o cumprimento da prova e os que o obedeceram foram decapitados ainda crianças:
foram as crianças mortas por Herodes.
Conquanto João não fora abandonado por Deus nem por Jesus, tivera sempre a companhia dos Espíritos Celestiais que lhe intuíram as profecias concernentes a Jesus.
Deus não dirige Seus filhos de maneira diversa daquela pela qual eles próprios prefeririam ser guiados.
Portanto, a reencarnação é um facto!
João não só foi o precursor de Jesus, como a página viva do livro das vidas sucessivas.
Ele era o Elias que teria de vir.
Como negar a reencarnação?
Jesus disse:
Se o quereis reconhecer, ele mesmo é o Elias que estava para vir.
Ouça aquele que tiver ouvidos de ouvir.
(Mateus, Capítulo 11, versículos 14 e 15).

(1) I ou III, conforme a Bíblia consultada. N.E.
(2) Miqueias ou Micalas, conforme a Bíblia consultada. N.E.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 20, 2020 7:06 pm

Capítulo 20 - A RESPONSABILIDADE DA MULHER
A aula havia terminado.
Sentia-me feliz, o mundo espiritual me dava a certeza do amor de Deus.
Acompanhando a vida de Elias senti a grandeza do perdão.
Quantas vezes temos negligenciado a palavra de Deus e, mesmo assim, d'Ele recebido complacência!
Jesus, o Sábio dos sábios, quis deixar bem claro que só veremos o reino de Deus se nascermos de novo.
E não só disse como também nos mostrou a maneira certa de renascermos.
Estava pensativo, quando reencontrei Carlos e Samita(1) e com eles fui saindo.
- Por que vocês dois estão aqui aprendendo as palavras de Deus? - perguntei.
- Porque somos também Seus filhos.
- Desculpe-me, é que vocês, como médicos, estão em outra área de trabalho.
- Estamos vivendo um momento muito triste para a Humanidade:
o Departamento da Reencarnação luta para levar os espíritos de volta à terra, mas os homens os impedem por causa do aborto.
- Deve ser decepcionante a gente se preparar para partir e uns, inconscientemente, dificultarem o que seria a nossa oportunidade.
Nunca o aborto foi tão praticado, não é Carlos?
- Nunca. O sexo livre está fazendo o homem perder o bom senso.
A cada dia presenciamos lamentáveis fatos devido à falta de amor.
Samita convidou-me a acompanhá-los.
Eles teriam uma aula sobre os abortados.
Confesso que tremi, porque tudo o que se relaciona com criança, emociona-me bastante, mas acompanhei-os.
O salão já estava quase repleto.
Na portaria, fui apresentado como um trabalhador do livro espírita, portanto, um repórter, que naquela conferência ficaria como um informante.
A plateia possuía vibração divina: eram os estudiosos da vida maior.
Samita me ofertou aquele sorriso, como a me dizer:
"Fica à vontade, estás entre irmãos."
Uma médica iniciou a prelecção, mostrando o funcionamento do Departamento da Reencarnação:
os espíritos indo até ele à procura da oportunidade do reencarne; as fichas sendo estudadas; as primeiras aulas sobre a necessidade da reencarnação; o que significa ir e voltar; o valor da vida; a força do espírito.
Vários irmãos não passavam das primeiras aulas, desinteressavam-se, alegando falta de força para voltar ao corpo físico, mas outros lutavam desesperadamente para conseguir o retorno.
Estes possuíam o perispírito tão frágil, que teriam de continuar com um corpo deficiente.
Notei que eram irmãos bem disformes e por mais que os grandes cientistas da Espiritualidade se esforçassem, quase nada podiam fazer, por serem lesões adquiridas por vontade própria.
Observei aqueles irmãos tratando-se para ingressarem no vestibular da vida física e pensei:
muitos deles terão a oportunidade diminuída por uma lei vergonhosa:
a do direito de matar um inocente que nem pode gritar por clemência.
Assim ficamos cientes de vários factos.
Passarei para você só um pouco do grande drama que hoje atinge o trabalho reencarnacionista.
Ao entrarmos no auditório, percebemos que as mulheres eram maioria e aos poucos meus olhos descobriam fatos novos.
No palco, vários aparelhos nunca vistos eram resguardados, à distância, por espíritos capacitados.
Os aparelhos possuíam uma aura de luz de rara beleza, imantados de vibrações.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 20, 2020 7:06 pm

A música ambiente recebera letra tirada de diversos provérbios:
9) - O coração do homem dispõe o seu caminho; mas ao Senhor pertence dirigir seus passos.
19) - Mais vale ser humilde com os mansos do que repartir despojos com os soberbos.
22) - A sabedoria é uma fonte de vida para quem a possui; a ciência dos insensatos é fatuidade.
23) - O coração sábio instruirá sua boca e acrescentará graça a seus lábios.
Palavras elegantes são favos de mel; a doçura da alma é a saúde dos ossos.
17) - Aquele que é amigo o é em todo tempo; e o irmão conhece-se nas aflições.
Ouvindo os provérbios, fui colocando as ideias em ordem.
A assistência se mantinha em absoluto silêncio.
Na hora predita, uma luz azul banhou todos os assistentes e à medida em que nos atingia, parecia uma garoa refrescante, como se fôssemos banhados por uma lavanda.
Logo depois, deu entrada um senhor de meia idade, que fez uma pregação sobre a mulher:
"Abençoados sejam os seres que já receberam do Senhor a preciosidade da vida, oportunidade que dá a cada um o direito de viver da maneira que bem desejar.
Analisando a escalada do espírito e sentindo bem palpável a sapiência de Deus, procuramos essa Chama eterna, por ser divina, e a encontramos de várias voltagens, umas quase se apagando, e outras tão iluminadas que ajudam os que se encontram sem forças.
E perguntamos:
Deus, sendo bondade, iria criar diferentes alguns dos Seus filhos?
Jamais o Senhor diferenciou um de nós.
Ele é tão justo que criou os espíritos iguais, simples e inocentes, homem e mulher, portanto, ninguém é maior do que o outro na Criação.
0 mesmo ocorre em uma família, uns são bons, outros maus; embora os pais dêem a mesma educação, uns estudam, outros negligenciam qualquer instrução.
A culpa é dos pais?
Não. A culpa é de quem fez a escolha.
Ouvimos dizer:
"Se Deus nos criou simples e inocentes e falhamos, então algo deve ter acontecido, os maus são uma obra imperfeita de Deus!"
E muito fácil combater algo que não queremos compreender.
O livre arbítrio é uma lei que os justos respeitam e os fracos adulteram, mas que Deus nos presenteou quando atingimos a maioridade.
Sendo Ele um pai bondoso, espera pacientemente que nós cheguemos ao final da estrada.
Até lá, teremos de estar sempre prestando exames e nem sempre passando com louvor.
Imaginemos uma criança sem passado, sem vidas sucessivas, crescendo junto à sua família, recebendo dela uma educação cristã, mas relutando em assimilá-la.
De quem é a culpa?
Essa criança fez a sua escolha; recordemos que todos nós já fomos uma criança de Deus, mas um dia encontramos a serpente e comemos a maçã, não porque nos obrigaram, mas porque, no decorrer da nossa evolução, fomos adquirindo tendências e, muitas vezes, não muito boas.
A serpente é a imperfeição que se faz viva em nós; e a maçã é o momento em que, acreditando no prazer do erro, vemos desintegrar a nossa roupa de pureza e nos defrontamos com nossos corpos nus e não muito belos.
Assim deixamos o "paraíso" e ganhamos a estrada da vida, ora comendo a maçã, ora roubando o pão do próximo.
E o Pai, bondoso, ainda preocupado connosco, manda-nos Seus ministros que, caridosamente, se fazem visíveis nas palavras divinas, para nos guiar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 20, 2020 7:06 pm

De outra forma, as quedas seriam mais terríveis.
Não somos obras imperfeitas de Deus!
Somos espíritos livres e, por isso, também temos o dever de arcar com as consequências dos nossos erros.
A caminhada é longa, muitos não se transviam, mas os que erram sempre encontrarão alguém para lhes indicar a maneira amena de caminhar em direcção à paz.
Cada criatura é dona do seu espírito e de seus corpos, mas nem por isso podemos ir contra a lei que nos rege:
a lei do amor, e quem ama não mata.
Por que hoje, no século XX, onde a ciência se faz presente, o homem deseja endurecer-se em relação a outrem, quando sabemos que o próximo é a continuação de nós mesmos?
E a mulher que no passado era desrespeitada, não tendo nem o direito de opinar, com o avanço do Planeta se fez dona de si mesma, em alguns aspectos, porque ainda é prisioneira do prazer.
Ela está a matar em si a mais bela missão, que é a de cooperadora do progresso da Terra.
A mulher, como uma das obras da natureza, é um solo fértil e necessário para a germinação das sementes divinas.
E dia após dia esse solo está sendo contaminado com detritos amorais, enfraquecendo-o, dificultando-o a receber boas sementes, que conduzam o Planeta a um maior progresso.
Quando a mulher foi escolhida para a bendita missão de mãe, ela bem conhecia as renúncias que teria de fazer.
Deus a nada nos obriga, mas nos coloca diante de toda a verdade.
Portanto, a mulher, que veio com a missão de cooperadora de Deus, é uma peça valiosa da natureza.
Assim como estamos poluindo os rios, as matas, as nossas reservas ecológicas, estamos também matando a mulher.
Ela está ficando poluída e em rios infectos não encontramos bons peixes.
Muitas mulheres dizem que têm o direito de dizer não à maternidade, pois são donas de seus corpos.
Certo. Não apenas donas dos seus corpos, porém ainda mais de seus espíritos, e estes precisam respeitar para serem respeitados.
Quem mata não se respeita, porque não conhece a si próprio; se conhecesse não tentaria impedir a evolução do ser.
O corpo da mulher veio diferente do corpo do homem, possuindo uma sensibilidade mais apurada; é nele que se encontra o intercâmbio da vida física com a espiritual; é através da mulher que se faz o transporte dos seres.
A mulher é a barca por onde os espíritos transitam do mundo espiritual para o físico.
Notamos que o corpo, veste do espírito, no ventre materno se vê rodeado de água, como frágil embarcação à procura de porto firme.
A mulher não é só a espécie feminina, é muito mais.
Seu corpo possui sensibilidade maior, e ela, se respeitá-lo, poderá no futuro realizar fatos que fugirão às explicações científicas.
Volto a dizer: não há diferença entre os espíritos do homem e da mulher, eles são iguais, pois são chamas eternas.
A diferença .está no corpo físico.
A mulher é de uma organização mais adiantada - não por evolução do espírito, que fique bem claro - mas pela tarefa que tem de efectuar.
Ela é o meio do qual se utiliza o Departamento da Reencarnação para trazer os espíritos à terra.
Veja bem a responsabilidade da mulher.
Ela não é um objecto para ser somente admirado ou cobiçado, é uma fonte energética cujos raios trarão benefícios se a fonte estiver pura e cristalina.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 20, 2020 7:07 pm

Veja a responsabilidade, repito, de um espírito com corpo feminino, que somente o está usando por usar, esquecido de que ao vesti-lo o fez para servir a Deus.
A mulher que, dizendo-se dona de seu destino, proprietária do seu corpo, assassina um irmão apenas porque não quer ter filhos está impedindo o progresso da vida.
Devemos valorizar a mulher, pois ela tem o direito de lutar por sua liberdade de fêmea, varando o mundo da matéria e se projectando além da vida física, em busca dos fluidos magnéticos do Planeta para compor a veste física dos seus filhos.
Se assim proceder, receberá espíritos superiores como filhos, espíritos que anseiam por ajudar a Terra.
Todavia, muitas dificuldades enfrentam porque as "incubadoras divinas" estão queimadas de vaidade.
A mulher que, ciente da sua responsabilidade, encontrar Deus através da fé e se dispuser ao serviço de Jesus terá, como teve Maria, a digna tarefa de receber um espírito em missão.
E não ficará só aí.
Ela terá de dar ao seu filho uma educação calcada no Evangelho, porque os espíritos que encarnarem nas condições de serem consideradas Espíritos mais ou menos elevados, que têm por missão servir de ponto de partida para a evolução da ciência e fornecer os materiais necessários aos inventos futuros, precisarão receber educação evangélica.
Esses espíritos, quando encarnados, terão um comportamento diferente:
quase não se alimentarão - assimilarão os elementos nutritivos que a atmosfera contém.
Por conseguinte, a mulher-mãe terá de dar ao filho educação amorosa, mas não dominadora.
“Poucas serão as escolhidas, pecamos a Deus que elas compreendam o valor da maternidade e não matem em si o germe da vida, porque a morte das esperanças é dor terrível para um espírito culposo.”
Agora vamos à nossa aula prática, onde nos defrontaremos com a dura realidade, a luta do Departamento da Reencarnação para levar à terra os espíritos, a falta de amor maternal, enfim, a realidade de uma época:
o corpo sendo adorado, mas o espírito ficando deformado pela falta de amor.

(1) Personagens mencionados no quarto livro da série Luiz Sérgio, "Na Esperança de Uma Nova Vida".
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 20, 2020 7:07 pm

Capítulo 21 - AS LIÇÕES DO RENASCER E MORRER
Ouvindo aquela palestra sobre a mulher, recordei os últimos acontecimentos terráqueos, quando os Raiozinhos de Sol se defrontaram com factos bem tristes da decadência do ser.
Nunca se viu tanto desrespeito à figura feminina!
Esta se expõe, como se fosse um artigo de baixa categoria, esquecendo que o que encanta e deixa extasiado é a beleza da alma, que se despe das imperfeições à medida que se depura.
A mulher, na sua sensibilidade, deveria perceber o ridículo de seus gestos impensados.
Estava tão absorvido em julgar, que quase perdi a exposição do mesmo médico que agora apresentava uma aula com slides.
Vimos primeiramente a chegada dos encarregados do Departamento da Reencarnação em uma cidade, ou melhor, colónia.
No centro, víamos edifícios de três andares onde operavam os sectores do departamento reencarnacionista, todos repletos de irmãos trabalhadores.
As casas, muito lindas, mais pareciam chalés todos floridos.
Nem é preciso dizer que eu me encontrava quase sem fôlego, tal a minha curiosidade.
Samita segurou-me a mão, carinhosamente; sorri-lhe, dizendo:
- Obrigado por ter-me trazido.
Sadu me sorriu.
Continuamos vendo os slides.
Um dos médicos foi até o Departamento de Pessoal e pediu a ficha 2.984.
Nome: José Garibaldi de Aquino, 24 anos.
Ultima encarnação: engenheiro.
Voltou à terra como filho de fulano de tal.
Aí apareceu um jovem casal que durante o sono era consultado pelos espíritos encarregados.
No início, eles alegaram falta de dinheiro, mas logo concordaram em receber José.
Quando consentiram foi feita a apresentação.
A jovem não aceitou José de maneira alguma - ele lhe deixou uma sensação de desespero.
Foi-nos mostrada a outra encarnação de José: ele e Lilian haviam sido inimigos; sempre brigando com ela, não deixou que o seu actual marido a desposasse, chegando mesmo a conseguir a separação dos dois.
Mais uma vez os encarregados tudo fizeram para que Lilian aceitasse José, mostrando-lhe a necessidade dessa união como mãe e filho.
Todo esse trabalho foi realizado em dois anos, até o dia em que José foi ligado ao útero de Lilian.
Esta, no início, passou muito mal; seu organismo rejeitava a vibração do antigo desafecto.
Mas Leocádio, seu marido, mostrava-se radiante.
Nesse mesmo filme, acompanhamos a luta de José, indo todos os dias ao Departamento para cuidar do seu períspirito que, pouco a pouco, ganhava a flexibilidade necessária para voltar à condição de criança.
Durante os meses de namoro de José com seus pais, os encontros eram feitos nesses chalés, onde casais capacitados instruíam-nos.
Assistimos não ao crescimento natural da criança, mas à sua regressão.
Ali estava um homem adulto que gradualmente ia adormecendo a própria consciência, facto bastante delicado e principalmente digno do nosso respeito.
Não é fácil para um espírito voltar à condição de feto; é algo muito belo, mas que exige também muita coragem.
Finalmente chegamos ao parto.
Vimos José chorando no colo de Lilian; e esta, que em dois anos aprendeu a querer-lhe, abraçava-o com amor, dizendo:
- Meu filhinho querido!
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 20, 2020 7:08 pm

Os mensageiros foram-se retirando pouco a pouco.
Mas José ainda pertencia à casa dezoito e notamos que um elo de vibração os colocaria sempre ligados.
O chalé dezoito só cessaria de emitir vibração após José ter completado sete anos de idade.
Até lá, ele receberia as orientações necessárias.
Tivemos quinze minutos de intervalo.
Como permaneci calado, Sadu estranhou.
- 0 que aconteceu, Sérgio?
Você não é de ficar quieto. . .
- E que estou a pensar: e com o bebé de proveta, como se faz?
- Da mesma maneira os pais são consultados.
O importante é quem vai ser o responsável pela hospedagem do viajante.
- E esses pais, não há perigo de incorrerem no crime do aborto, não é mesmo?. . .
- Estava demorando a dar uma das suas!
Eu já me encontrava preocupado.
Acendeu-se uma luz amarela e nos acomodamos nas respectivas cadeiras.
O mesmo médico da palestra nos apresentou um filme, onde uma senhora de trinta anos estava sendo levada à Espiritualidade para conhecer o futuro filho e, triste, constatou que, apesar de ser um espírito muito seu amigo, teria deformação perispiritual.
Essa senhora foi até o chalé quarenta e cinco e nele encontrou esse espírito cujo perispírito se encontrava bastante deformado.
Chorou ao vê-lo: os dois se reconheceram.
Voltando do sono, manteve-se mais vigilante:
tinha horror de engravidar.
Seu marido era indiferente, do tipo "tanto faz como tanto fez".
Mas Iolanda vivia intrigada; era só dormir e lá ia ela para a Colónia Divina e, no chalé, encontrava-se com seu antigo amor.
Sei que, mesmo tomando as devidas precauções, nossa amiga um dia se viu ligada a Henrique e se desesperou.
Julgando-se doente, procurou um clínico e este lhe revelou a gravidez, que já atingia o terceiro mês.
Iolanda não apresentara nenhuma alteração no ciclo menstrual e, sim, apenas algumas modificações no corpo.
Quando voltou para casa, desejou morrer; algo a desesperava. 0 marido tentou convencê-la, todavia ela não queria mais filhos.
Alegava:
- Já tenho dois!
Percebemos a dor não só de Iolanda, mais ainda do reencarnante que, já vivendo sem os fluidos da mãe, viu-se esmagado pelo desespero da mesma.
Acompanhamos Iolanda sendo violentada por um profissional sem alma.
No instante em que tentava matar o feto, este, alucinado, ia ficando sem ar; por mais que o chalé quarenta e cinco emitisse a energia do amor, o ódio o sufocava.
Foram terríveis aqueles minutos da separação de dois seres que precisavam ficar juntos.
Ao ser consumado o aborto, a entidade nos pareceu morta; ela jazia ao lado daquele material usado para o crime.
Era como se as gazes e os algodões tivessem alma, pareciam chorar.
Fixei os olhos e mais tranquilo fiquei quando percebi aquela forma fetal diminuta sendo recolhida em um aparelho apropriado e cercado do mais rigoroso cuidado.
Só que o espírito não se conformava: gemia, em desespero.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 20, 2020 7:08 pm

Se alguém olhasse aquela bola de sangue diria:
"nem estava formado"; mas nós percebíamos ali um corpo humano já completo.
Víamos o perispírito reduzido quase ao nada na esperança de ser tudo, através da oportunidade do reencarne.
Era uma vida retardada, um trabalho jogado fora por uma mulher que prometera um dia ser útil a Deus e ao próximo.
0 filme continuou e acompanhamos o feto sendo levado para o chalé e ali esperar o retorno ao normal ou outro descuido da futura mãe, para reencarnar.
Confesso que nesse instante me indaguei se ela o impediria novamente.
"Não, seria castigo demais para ele", concluí.
Voltamos a presenciar a luta dos encarregados a convencê-la a receber o filho.
Novas conversas e o entrosamento de Iolanda com o espírito.
Ela dizia:
- Não quero um filho anormal!
Mas, por fim, o aceitou de volta.
Respiramos aliviados.
Só que durou pouco: logo presenciamos mais uma vez o espírito ser impedido de nascer e desmoronar o trabalho de toda uma equipe que tem a responsabilidade de trazer um espírito à terra.
Pensei comigo: se não fosse um filme, eu gostaria de acompanhar a gestação desse espírito na Espiritualidade.
E foi com alegria que o médico nos presenteou com os fatos do seu crescimento.
De volta ao chalé, a forma reduzida recebeu um tratamento especial.
Ficou em uma encubadeira, onde paulatinamente foi voltando à forma antiga.
Nesse processo, o que mais demora é o despertar da consciência.
E muitos sofrem demais nesse período.
O médico nos mostrou lolanda no seu dia-a-dia: mulher de corpo escultura!, muito vaidosa, relutando em receber o filho simplesmente porque este vinha com um defeito físico.
Era demais para ela!
Só que o espírito que seria seu filho, no passado lhe fora muito querido e os dois erraram juntos, por isso a volta.
Ele teria de sofrer ao seu lado.
Decorrido algum tempo, lolanda foi vítima de um acidente e se tornou deficiente física.
Os seus dias se tornaram muito tristes porque o marido e os filhos não encontravam tempo para ela. lolanda às vezes chorava, julgando-se castigada, não sabendo ela que, mesmo com o filho que rejeitara, passaria pelo que passou.
Os dois, juntos, uniriam as dores e estas seriam mais brandas.
Você irá me perguntar:
como lolanda cuidaria do filho, ficando também deficiente?
Torno a dizer: um ajudaria o outro e ela não pagaria suas dívidas sozinha.
Voltou o filme a focalizar a Colónia, e Henrique, o filho rejeitado, era agora já adulto.
Já se haviam passado quinze anos, mas continuava ali na Colónia e se preparava para ser o neto de lolanda.
Queira Deus que ele o consiga.
O médico nos esclareceu:
- Temos aqui espíritos esperando há vários anos e muitos são obrigados a reencarnar em famílias estranhas, mas que com o tempo ficarão amigos dos escolhidos por Deus para reuni-los.
Muitas vezes são até adorados, mesmo não sendo parentes.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 20, 2020 7:08 pm

Pensei: é o caso de adopções; e quantos adoptam excepcionais!
O filme terminou e gentilmente fomos convidados a visitar a Colónia da Vida.
Dei um salto na cadeira, de felicidade.
São bons, muito bons, os slides, mas, pelo meu temperamento, gosto mais de assistir ao vivo.
É mais gratificante.
Só que tem um porém: será que o Sadu vai me levar?
Eu não sou médico...
Olhei os amigos suplicante.
Eles se entreolharam e me estenderam as mãos, dizendo:
- Até outro dia, irmão Luiz Sérgio.
Foi muito bom tê-lo connosco.
Nós amamos você.
Podem imaginar a minha cara de tristeza!
Eu gostaria tanto de ir com eles. . .
Mas, deixa prá lá, a gente só tem o que merece; talvez eu não seja digno de conhecer os mistérios divinos.
Fui saindo devagar, olhando os meus passos e contando-os:
- Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito...
Da porta, alguém me chamou:
- Luiz Sérgio, és esperado no Jardim da Prece.
Ia perguntar onde ficava, mas logo me foi indicado o lugar.
Saí sem ao menos agradecer, tão contente fiquei, voltando ligeiro ao me aperceber disso.
Ele sorriu, sacudindo a cabeça.
Falei:
- Perdão, amigo, às vezes esqueço os pequenos gestos.
Muito agradecido.
Qual é mesmo o seu nome?
Ele respondeu:
- Najary.
Como vocês devem calcular, meus primeiros passos eram bem ligeiros, mas logo me certifiquei de que não era necessário correr, e fui caminhando bem devagar até chegar ao local.
O jardim era indescritível.
Não encontro no vocabulário terrestre palavras para descrever tanta beleza.
As flores só faltavam falar; as rosas eram de belíssimos e raros matizes; as folhagens divinas.
Pensei: A Zildinha iria adorar algumas dessas mudas.
E anotei no meu caderninho esta pergunta: por que não temos no mundo físico tanta beleza?
Falando do jardim, esqueci-me até de ver quem estava me esperando e corri o olhar pelo pátio, onde um espelho d'água o circundava.
Os miosótis pareciam mais ainda os olhos de Maria, de tão azuis.
Eram belíssimos e compunham o círculo de água.
Dentro dele, várias flores aquáticas.
Nisso, ouvi alguém me chamar:
- Sérgio!
Virando, defrontei-me com Eliette, uma senhora de meia-idade, que me sorriu, dizendo:
- Seja bem-vindo.
Pode acompanhar-me - dali saímos, ou melhor, buscamos um bangaló que se via mais além.
Quando chegamos, já se encontrava lá uma turma de cinco pessoas.
Comigo e Eliette, sete.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 20, 2020 7:08 pm

Muito ternamente cumprimentei-os e fiquei mais feliz quando vi Sadu, Samita e Carlos.
Apertei os lábios, porque estes tremeram de emoção.
Sadu, aproximando-se, disse-me:
- Não te convidei porque não tinha autoridade para fazê-lo.
- Deixa prá lá, amigo, eu o compreendi.
E quem foi que acreditou em mim?
Respondeu Samita:
- Jesus.
- Ainda bem que Ele também meus grandes companheiros.
é meu amigo, assim como vocês,
- Continuas o mesmo, não, Sérgio?
Ali ficamos ainda alguma horas, e quando nos retiramos percebi que um dos componentes do grupo ficava sempre isolado.
Ele possuía um braço paralisado e isso me chamou a atenção.
Busquei conversar com ele e gostei muito; era portador de uma educação aprimorada e rara inteligência.
Foi um grande cientista e agora ali estava ao nosso lado.
Seu nome: Sexton.
Ele parece ter gostado de mim também, pois logo foi-me ofertando sábias lições.
Disse-me como seremos felizes no dia em que o homem se tornar um homem verdadeiro:
- Até aqui estamos buscando ser gente.
Quando purificar o seu corpo espiritual, por processos físicos e mentais, o homem não mais terá por companhia as suas formas-pensamento negativas.
Ele não será dominado pelos prazeres de alguns dos seus corpos, porque o seu espírito irá reinar, como dono absoluto.
Mesmo encarnado, o homem já vai dando trato novo ao seu próximo corpo, isto é, ao da próxima encarnação.
Se um encarnado está abusando da liberdade de viver, os seus corpos é que sofrerão as consequências.
Ao aqui chegar nada podem exigir por terem sido os arquitectos de seus corpos e cada espírito possui o seu tesouro de lembranças.
Sabemos que várias vidas já tivemos e se hoje ainda nos sentimos pesados, encontrando dificuldade para nos locomovermos, a culpa é nossa, somente nós podemos livrar-nos dos corpos pesados e defeituosos que a nossa capa mental foi confeccionando no decorrer de nossas reencarnações.
Temos conhecimento de que ao sermos criados éramos inocentes; nossos corpos eram como uma placa branca, apenas com algumas tendências, trazidas dos reinos por onde passamos, mas a nossa inteligência aprimorou-se com a liberdade. Donos dela, inicia-se o trabalho errado da nossa casamental; desequilibrada pelo orgulho, pela vaidade, pelo egoísmo, pela cólera, vai lentamente plasmando formas-pensamento, que se alojam em nosso corpo etéreo e este vai ficando coberto por sombras corporais; mas apenas sombras sem vida.
São os chamados fantasmas do nosso espírito.
Podemos perceber do quanto somos capazes e, infelizmente, usamos mal o nosso poder, motivo pelo qual até hoje nos encontramos mal vestidos, enquanto outros irmãos já ganharam a liberdade - estes permaneceram limpos, ou melhor, aos seus corpos, simples e inocentes, acrescentaram, em vez de orgulho, a bondade, o amor, a paciência, a verdade, o perdão, a humildade.
Pouco a pouco foram-se aproximando de Deus.
Outros, mesmo os falidos, puderam ficar livres desses corpos-pensamento, só foi preciso uma luta contínua pela purificação.
O ideal seria ficarmos livres da tirania dos sentidos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 20, 2020 7:09 pm

Se hoje o meu corpo está mutilado, a culpa é minha, eu me concentrei por demais nele e o moldei de maneira errada.
Minha inteligência foi usada para decompor corpos ainda latentes, ou melhor, óvulos fecundados.
Enquanto os encarregados do Departamento da Reencarnação trabalhavam, o meu invento cooperava para o não nascimento.
Tratava-se de um processo brando de matar.
Não quero justificar os meus erros, mas diante de tantos crimes hoje praticados, vejo que o meu foi primário, já que se assassina fetos ou bebés, muitos com até seis meses de vida uterina.
Quis perguntar ao meu novo amigo o porquê do braço seco.
Ele me sorriu e continuou:
- Quando plasmei o meu corpo etéreo para a próxima encarnação - que será breve - não consegui purificar o local de onde partiram vibrações contrárias às leis de Deus.
E por mais que eu tentasse, através do meu saber, no momento exacto a minha consciência ficava como anestesiada - penso eu que de vergonha.
Apesar de estudar muito e procurar conhecer os segredos dos corpos, não tenho capacidade para dar movimento a esta parte do meu corpo, onde eu próprio dispersei os fluidos divinos e nele plasmei a dor e a morte.
- Até quando o irmão ficará assim?
- Retornando à terra, terei de, através de uma vida digna, ir preparando o meu próximo corpo, o que só é possível pela prática de nobres actos.
Deus me ofertou nova oportunidade no campo médico, onde espero ajudar o homem a se tornar livre dele mesmo e, ainda encarnado, pretendo desintegrar esta forma escura e vergonhosa do meu corpo perispiritual.
Por baixo deste braço imóvel encontra-se outro: o lindo e útil, que Deus me deu.
- Então, quem tem um defeito físico está somente coberto por uma forma-pensamento que ele confeccionou através de actos indignos?
- Sim, nós a fabricamos.
E uma veste que teremos de vestir e, um dia, desvestir.
- E quem nasce perfeito e somente quando adulto vem a ficar deficiente?
- Irmão, este corpo pode ficar guardado em nossa consciência e, se nos propusermos a vesti-lo já adultos, ele sairá do nosso baú um dia, mesmo já bem antigo no plano físico.
- Desculpe mais uma pergunta: e se, no decorrer das nossas vidas, embora gravada na consciência a veste deformada, nós lutarmos para sermos bons, caridosos, amigos, enfim, humildes, esta veste não se desintegra?
- Sim, Sérgio.
Disse Jesus:
Só o amor cobre a multidão de pecados.
Nesses casos, nós já estamos preparando a nossa próxima veste e, se a velha estiver tomando espaço, ela se desintegrará.
Portanto, amigo, precisamos, e muito, de nós mesmos.
Não adianta desejarmos nos enganar.
A vida é contínua e a morte é o remédio da própria vida; ela é que dá ao espírito o passaporte para novos mundos, onde encontramos oportunidades para desintegrar os nossos corpos defeituosos e os belos ficarem mais etéreos.
Portanto morrer é viver em qualquer plano.
- Espere aí, irmão, não ria da minha pergunta, mas eu me coloco sempre no lugar dos meus amigos leitores.
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Chama Eterna - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: Chama Eterna - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 21, 2020 7:54 pm

Se nós não podemos impedir um nascimento, por que os médicos terráqueos podem impedir o espírito de voltar ao mundo espiritual, que também é um renascimento?
Ele me sorriu, olhando-me fixamente - não sei se me achando ignorante - mas logo respondeu:
- São situações diferentes.
Um, precisa nascer para purificar-se; outro, precisa voltar para se preparar para nascer de novo e Deus colocou a Medicina para cuidar do corpo físico.
Não nos esqueçamos de que ele é uma veste que precisa ser escovada, lavada e bem cuidada.
Por ser desgastável, precisa de cuidados especiais.
E sabes que mesmo sendo o corpo físico muito bem assistido por grandes médicos, na hora da morte tudo se torna inútil.
E a lei do regresso.
- Mais uma. Posso?
Ele sorriu, permitindo-me.
- E por que Deus não faz com que se torne impossível qualquer agressão ao ser que vai nascer?
- Lembra-te, Sérgio, de que o corpo físico pertence ao plano físico, e ao homem foi dado o direito de conhecê-lo.
Portanto, como pode Deus levar o homem de novo à era primitiva, quando a medicina era precária ou não existia?
Se a mãe não desejar o filho, torna-se impossível actuar a vontade divina.
E a lei democrática de Deus.
O Pai é bom, disse Jesus, mesmo sofrendo Ele não nos maltrata.
Sadu, Carlos e Samita, ao meu lado, participavam da nossa bela conversa sobre renascer e morrer.
Contemplei os meus amigos e me senti o ser mais feliz do Universo, porque Deus é meu Pai e eu jamais serei órfão.
Baixei a cabeça, cerrei os olhos e orei:
Pai, sois bondade infinita e graças ao Vosso perdão estou eu no caminho de mais um trabalho, onde tenho encontrado grandes almas.
Eu Vos amo, Senhor.
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Chama Eterna - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: Chama Eterna - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 21, 2020 7:54 pm

Capítulo 22 - DE VOLTA AO MEU PASSADO
Com que carinho fitava os meus companheiros!
Sadu, Samita e Carlos recordavam-me o início do meu trabalho junto aos Raiozinhos de Sol.
Rimos muito das minhas ratas.
E assim, chegamos ao local esperado:
um prédio enorme, de dois pavimentos.
Pensei que iríamos entrar, mas só recebi permissão para fazê-lo acompanhado do amigo Cinaro.
Compreendi que os outros teriam aulas sobre medicina.
Despedimo-nos, para nos reencontrarmos, mais tarde, na Casa da Vida.
Cinaro, que até aqui não havíamos citado, endereçou-me um sorriso meio desconfiado.
Foi o bastante para eu lhe querer bem.
- Vamos primeiro à recepção, disse.
E para lá nos dirigimos.
Ninguém havia para nos recepcionar, só um pequeno aparelho, que lembra uma calculadora.
Cinaro digitou os nossos nomes e logo a porta se abriu, surgindo à nossa frente um corredor bem longo, ladeado de portas numeradas.
Diante de uma delas, ele apertou a campainha e nos atendeu uma bela senhora, que indicou um arquivo cujas fichas nos eram fornecidas através de botões.
Cinaro perguntou-me se eu desejava saber como se efectuara a reencarnação de famílias conhecidas ou pessoas sem qualquer vínculo comigo.
Pensei, pensei e respondi:
- De pessoas estranhas - achei mais digno.
Não me sinto com o direito de abrir cofres alheios.
- Vamos, então, pedir este aqui:
Homero Estrada.
Quando a ficha nos foi entregue, Cinaro colocou-a em um computador, que foi, imediatamente, projectando o filme de Homero.
- Curioso...
Sabe, amigo, sempre julguei que nossas vidas fossem cartas marcadas.
- Explique-me.
- Por exemplo:
Luiz Sérgio, filho de Júlio e Zilda.
Com tantos anos teve sarampo, com tantos dor de dente, com tantos encontrou a namorada e com tantos morreu.
- Irmão, nós somos gente e não fantoches.
O dia-a-dia a nós pertence; poucas horas de nossas vidas são de pagamento de dívidas.
Se na Terra encontramos meios suaves de pagarmos, imaginemos junto a Deus.
Todavia, poucos transformam a moeda pesada da culpa em actos nobres de renúncia.
E assim, fomos vendo porque Homero teve de nascer na família escolhida.
Assistimos a um desenrolar de factos, todos catalogados, o que nos levou a compreender o valor de cada encarnação.
Para Homero poder voltar à carne, levou vários espíritos a pesquisas constantes dos fatos de suas vidas.
E um jogo de números onde se soma, divide, multiplica, e ainda se faz a prova dos nove para ver se tudo está certo.
Homero, em uma encarnação antes de Cristo, esteve na Grécia e lá era pastor de ovelhas.
Homem duro, aborreceu-se com seu vizinho e o matou.
Duas encarnações adiante, opôs-se a reencontrar seu desafecto.
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Chama Eterna - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 3 Empty Re: Chama Eterna - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 21, 2020 7:54 pm

Só muitos anos depois voltaram a se encontrar, mas relutaram em ser amigos.
E a outrora vítima de Homero o feriu, matando-o, não para cumprir uma lei, que muitos chamam de karma.
Se a vítima de Homero recebesse essa tarefa, Deus não seria Deus, Ele só ensina o amor e o perdão.
O inimigo de Homero vingou-se, porque também não era bom.
E Homero, mesmo tendo sido assassinado, não se viu livre do crime cometido.
- Pára aí, Cinaro.
Minha cabeça deu um nó, nem consigo mais saber onde me encontro!
Ele sorriu gostoso e continuou projectando o filme.
Vimos novamente Homero e Simplício lutando para usar o perdão.
Os dois, mais uma vez, se reencontraram fora dos meios familiares e Homero buscou, através do casamento com a filha de Simplício, a aproximação do sogro.
Simplício continuava odiando Homero, que também não via com bons olhos o feroz sogro.
Acompanhando a vida de Homero, constatamos o quanto Deus é bom, pois a paciência é uma das leis de Sua doutrina de amor.
E assim, em mais uma encarnação, os dois se defrontaram, agora como pai e filho.
Como sempre, Simplício e Homero
não se entendiam.
Mas foi no meio familiar, ora como pai e filho, ora como irmão, sogro, tio, avô, que Homero e Simplício vieram a ser bons e inseparáveis amigos.
Chorei ao presenciar aqueles dois homens, lutando um pelo outro.
Não só aquelas vidas ficaram acertando as contas; outras, que a elas se juntaram, também foram peças marcantes e, nesses reajustes, novas faltas esses espíritos cometeram.
O planeamento reencarnatório sempre procurava ajudá-los da maneira mais branda, entretanto, assim mesmo eles reclamavam das provas.
Quando terminamos de estudar a vida de Simplício e Homero, examinamos outra ficha e sentimos a grandeza de Deus e dos operários que trabalham no difícil planeamento familiar.
Ao sairmos daquele local, cujos computadores são as maravilhas do século XX, falei ao meu amigo:
- Sempre imaginei que, se eu lhe mato, amanhã, você ou outro faz-me o mesmo.
Somente hoje compreendi melhor.
Não teria sentido vivermos em um círculo vicioso.
Explique-me, se for possível: como então resgatamos a culpa de um crime ou de vários?
- Há pouco, o irmão conversou com um culpado e ele lhe mostrou a grandeza dos corpos sobrepostos.
Se lesamos alguém, o ato em si é registrado em nossa casa mental e ela expele um fluido negro que se sobrepõe a nossos corpos, principalmente ao perispírito.
Esse jugo pesado muito mal nos faz, principalmente quando nos encontramos na erraticidade - andamos com dificuldade, não conseguimos desprender-nos do mundo físico.
Portanto, é um mal-estar constante.
Aí pedimos para nos livrar desses fluidos pesados e escolhemos a prova.
Para que tudo corra de maneira a não prejudicarmos inocentes, acercamo-nos de criaturas similares, com provas iguais ou piores que as nossas.
Aqui o Departamento tem um trabalho de mestre:
busca pessoas ligadas a nós que também desejam livrar-se da dor dos remorsos.
- E quando alguém atropela uma pessoa ou a mata, quem está pagando?
- O causador do acidente, quando culposo, está contraindo dívidas futuras, principalmente se o fez embriagado, em excesso de velocidade ou por negligência.
- Agora, se eu pedi para ter uma desencarnação por acidente, não posso jamais me ver livre dos remorsos ou colocá-los em outra consciência, não é mesmo?
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 21, 2020 7:54 pm

- Claro.
- Sempre, amigo, eu relutei em aceitar tudo como pagamento de dívidas.
- A lei de causa e efeito existe, mas ela acontece de várias maneiras.
Nem tudo podemos examinar como pagamento de dívidas pretéritas
Olhando-me firmemente, convidou-me a consultar outro computador.
Quase caí: ali, um nome conhecido.
Quis evitar de examiná-lo, porém, gentilmente, colocou-me à vontade.
Orei a Deus e apertei o botão: surgiu à minha frente a minha vida!
Que eu não vou lhes contar..., somente alguns fatos já narrados em outro livro meu.
Uma sensação estranha foi-se apoderando do meu espírito.
Meu companheiro procurava ignorar minha ansiedade.
E fui pouco a pouco vivendo cada momento das minhas vidas passadas.
Numa coisa fiquei feliz: sempre fui homem!
Meus amigos, espírito não tem sexo, pois é uma chama, mas nem por isso deve ficar trocando de veste de uma para outra encarnação.
É um assunto a ser estudado.
Eu, o papai aqui, sempre fui homem; não que eu tenha algo contra as mulheres, adoro várias:
minha avó, minha mãe e muitas outras mulheres são amadas demais por mim.
Sempre fui muito imperfeito, mas o que marcou profundamente o meu perispírito foi tirar a oportunidade de uma vida física.
O pior dos crimes é matar.
E se hoje eu me encontro estudando a lei do renascimento, vejo-me diante da minha vida e pergunto:
que teria sido de mim se minha mãe me tivesse negado o direito de pagar minhas dívidas?
E se ela me tivesse abortado por seu bel prazer?
Meu Deus, como eu seria infeliz!
Hoje, graças lhe dou, Zildinha, por ter-me dado um lar onde cresci, vivi e encontrei o direito de viver eternamente livre de um remorso cruel.
Grato sou a todos aqueles que me deram as mãos amigas.
Mas o interessante de tudo isso é que todos nós desejamos conhecer o passado, mas, diante dele, ficamos petrificados, envergonhados de sermos ainda muito imperfeitos.
Minhas vidas pregressas foram-se descortinando diante de mim.
E a certo ponto eu paro.
Apareço em uma abadia onde alguns frades trabalham, ou estão tentando fugir deles mesmos.
Prestava-me a um serviço humilde, por não possuir instrução suficiente para galgar outros trabalhos.
Procedia de família modesta e a abadia era um refúgio e uma oportunidade.
Nela encontrei Pedro que logo me dispensou atenções, mas ainda que me tratasse bem, abusava da posição que ocupava.
Pedro, muito inteligente e dinâmico, fazia tudo pela abadia.
Eu senti por ele muita admiração, mas também muita inveja.
Eu o amava e o odiava ao mesmo tempo, ainda mais quando ele me fazia de criado.
Alguns abusavam igualmente da posição ocupada, más Pedro, por ser, às vezes, meu amigo, ia mais longe.
Um dia, como contei no livro Novas Mensagens, eu lhe roubei o direito de viver.
Quero frisar aqui, que com isso contraí uma grande dívida, principalmente porque ninguém chegou a descobrir.
No dia em que eu soube de tudo isto, faltou-me coragem para ir adiante.
Ao rever a cena ainda me entristeço, ficando desolado quando me defronto com a nossa seguinte encarnação: somos irmãos e Pedro não me aceita, ou melhor, procede da mesma maneira.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 21, 2020 7:54 pm

É um homem de grande inteligência, mas revoltado consigo mesmo.
E nós dois, vivendo como irmãos consanguíneos, deveríamos nos amar.
Contudo, Pedro sofria de ciúme doentio da minha ligação com nossa mãe, preparando uma jogada para me tirar a vida.
Foi pouco a pouco me envenenando, chegando antes a levar-me a uma cadeira de rodas.
Como irmãos, teríamos o ensejo de pagar uma grande dívida mas, ao contrário, Pedro se comprometeu e eu, mesmo sofrendo bastante, não quitei a minha.
Mais uma vez não conseguimos ser bons.
Minha mãe não perdoou Deus por me ver inválido e sua revolta era tanta, que Pedro não aguentou o remorso e se suicidou.
Com esse gesto, ele plasmou um corpo deformado para outra encarnação.
E não faltou, mais uma vez, outra oportunidade.
Eu e Pedro, novamente juntos, nascemos longe um do outro, mas as circunstâncias fizeram com que nos reencontrássemos na Itália, ligados por um passado trágico, não nego, mas que mesmo assim nos aproximou.
Tornamo-nos amigos.
Seu nome agora: Romano.
Éramos tão unidos que muitos nos julgavam irmãos, embora brigássemos muito; eu não aceitava a sua maneira de querer mandar e ele não aceitava as minhas brincadeiras.
Um dia Romano salvou-me a vida, mas pereceu diante de mim.
Desesperei-me, pois perdera um grande amigo.
Nessa encarnação Pedro melhorou o corpo futuro, comprometido pelo assassinato e o suicídio; possuía o corpo perispiritual somente coberto por uma camada fluídica.
Nascera com um defeito em uma perna e sofria de desmaios, chamados epilépticos.
Quem estiver me acompanhando, vai indagar: e você, Luiz Sérgio, não o assassinou também?
Sim, eu lhe tirei a vida física, mas ele também ma tirou e ainda se suicidou.
Voltamos posteriormente, nem amigos, nem irmãos; só bem mais tarde nos reencontramos.
Minha mãe era a mesma de quando fui frade, e, por mais que eu quisesse apresentá-la para Roberto como sendo bacana demais, eles não chegaram a se relacionar.
0 meu amigo do passado era um óptimo companheiro, mas ainda carregava consigo as neuroses pretéritas e muitas vezes chega-mos a discutir sobre elas.
Chegou o momento dramático das nossas vidas: a grande operação que veio para nos desligar de uma culpa longínqua.
0 carro corria velozmente, mas não tanto que me projectasse para fora no momento fatal.
Os outros nada sofreram, mas o meu grande amigo e eu sentimos a força da reencarnação.
Ele, que no passado deformara o seu corpo porque, por maldade, me levara a uma cadeira de rodas, hoje, com o choque do acidente, projectou em sua casa mental o corpo coberto de remorsos.
Ele, que no ontem causou dores terríveis em alguém, hoje vive horas bem amargas.
O meu corpo ficou estirado no asfalto, mas meu espírito se viu liberto de um violento remorso.
Eu e Roberto pagamos a última prestação.
As vezes me desespero por não conseguir ajudá-lo.
Ele se sente culpado do meu desencarne, por mais que eu tente dizer-lhe que o culpado sou eu, pois fui o primeiro a lhe causar dor.
Gostaria que Roberto procurasse se ver livre do remorso e se pusesse de pé.
Ele tem força e coragem para ganhar a liberdade.
Não existe incapacidade física quando a nossa mente está perfeita, e Roberto é um dos homens mais inteligentes que conheci.
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