LUZ ESPÍRITA
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Chama Eterna - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

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Chama Eterna - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 2 Empty Re: Chama Eterna - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 16, 2020 7:49 pm

A Bíblia revela o processo da evolução do homem na Terra, tanto é que no Antigo Testamento encontramos as leis morais que lhe deram condição de codificar as leis penais.
Deus, sentindo que Seus filhos já estavam mais crescidos, ofertou-lhes o código moral como remédio salutar de vida.
A expulsão do Paraíso se deu e se dará sempre.
Sabemos que a Terra sofrerá uma mudança; dela partirão muitos que irão habitar um planeta em formação, que não sabemos se será igual à Terra quando primitiva ou até pior, conforme a condição desse planeta.
Lá, os espíritos que possuem corpos perfeitos usarão corpos formados de substâncias contidas no próprio planeta.
Tais substâncias o espírito irá, paulatinamente, aperfeiçoando.
Mas, de início, ver-se-ão com corpos imperfeitos em comparação com os que anteriormente possuíam.
Levantei a mão e perguntei:
- 0 homem, nessas condições, não sofre uma retrogradação?
- Sim, mas somente física.
Ele possui uma inteligência que está adormecida.
Rectro-agiria se ele a perdesse e tivesse de desenvolvê-la.
O evoluir é lento, o despertar é rápido.
Aí a diferença.
O corpo que cobre o espírito é como uma roupa material, comprada de acordo com as posses do indivíduo.
Se a nossa conta no banco divino está zero, temos de nos contentar em possuir uma veste disforme.
Por hoje é só.
Voltaremos ao assunto novamente; que Jesus nos ampare.
Ali fiquei pensativo, olhos lacrimejantes.
É penoso saber que um espírito pode voltar a tal condição por seus próprios actos; é terrível presenciar a queda do ser humano.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 16, 2020 7:49 pm

Capítulo 11 - OS ESTUDOS CONTINUAM
- Amigo, estamos estudando os anjos decaídos, aqueles que expulsos foram do Paraíso, mas existem outros espíritos que vivem em planetas primitivos.
Como fica a situação destes?
Saturnino citou Kardec.
- Génese, Capítulo XI, item 44:
"Com o tempo os maus partem do mundo que habitam, substituídos por espíritos melhores, vindos da erraticidade, desse mesmo mundo ou de um mundo menos adiantado, que deixaram por merecimento, e para os quais sua nova residência é uma recompensa. . ."
- O jeito é andar na linha, para não ser deportado.
O exílio deve ser horrível, principalmente porque muitas vezes vamos sozinhos, não é mesmo?
Todos riram e isso foi bom, pois estávamos muito tensos.
Nas avenidas da Faculdade distanciei-me dos outros, pois precisava dar uma chegada em casa para rever meus familiares.
Era a saudade.
Ao me aproximar do plano físico, meus olhos enterneceram-se pela Terra e dei graças a Deus por Ele me ter criado.
Nesse momento, recordei-me de Jesus, de Suas santas palavras:
Porque em verdade vos digo que o céu e a terra não passarão, até que se cumpra tudo quanto está na lei, até o último jota e o último ponto.
Mateus, Capítulo 5).
O Mestre, nesta parábola, mostra-nos o valor das leis de Deus, que terão de ser vividas por todos os Seus filhos.
Não sabemos quando, mas os espíritos estejam onde estiverem, terão de evoluir, o que só se dá com a morte do homem mau e o ressurgimento da bondade em nós.
Estejamos na terra ou no céu (erraticidade) temos de respeitar as leis de Deus.
E no Antigo Testamento, em Salmos de Davi, Capítulo 102, versículos 25 a 27:
No princípio, Senhor, fundaste a terra, e os céus são obras de tuas mãos.
Eles perecerão, mas tu permanecerás, todos eles envelhecerão como veste.
E com roupa os mudarás e serão mudados.
Ao lembrar-me dessa passagem do Antigo Testamento, observei os transeuntes e pensei:
"Meu Deus, como consegue o corpo físico, mesmo sendo uma veste pesada e frágil, tornar os homens tão orgulhosos!
Muitos deles estão convencidos de que orar e fazer caridade é tolice, acreditam que a fé enfraquece o homem."
Fui acompanhando duas meninas: narizinhos em pé, bocas bem pintadas, vestidas na onda da moda.
Passaram por dois pedintes: não deram esmola e ainda riram da sua miséria.
Elas não sabem o que é ser carente.
O mundo delas é um mundo onde os valores são materiais; nada mais lhes acrescentam os pais em suas vidas.
Apenas conversam sobre sexo, moda e noitadas.
Quando se juntaram à turma, dei em retirada.
Já que me encontrava em férias, resolvi seguir outras pessoas; estava me defrontando com a Chama Eterna em sua veste física.
Não demorou muito a aparecer um "boa pinta" fumando um baseado - acho que para lhe dar coragem - tentando abrir um carro e, para minha surpresa, ele o fez com a maior tranquilidade; puxou-o(1) e rodou com ele alguns metros, onde seu parceiro o esperava.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 16, 2020 7:50 pm

Entregou-lhe o veículo e saiu andando normalmente.
Este garoto pertencia à classe média, mas gostava de viver como rico; vestia-se também no rigor da moda, usava belos carros, comprados com dinheiro de roubo, e assim ia vivendo, ou melhor, morrendo moralmente, porém seus dias e suas noites eram de apreensões e medo.
Ele estava envelhecendo precocemente e o seu amanhã era incerto.
Voltei meu pensamento às recentes lições:
"Seria ele, meu Deus, um daqueles que serão exilados da Terra?"
Porque quem rouba acostuma-se a obter o que deseja com facilidade e nunca dará valor ao trabalho.
Utilizei a minha vinda ao plano físico para formar um paralelo entre o meu aprendizado na espiritualidade e os actos indignos do homem físico, como a sua indiferença para com a miséria humana; a maldade do ser, levando o próximo ao desespero; os torturadores e os sanguinários, enfim, aproveitei a minha visita familiar para conviver com o dia-a-dia do encarnado.
Raros, bem raros são os que se preocupam em viver condignamente no corpo físico.
Por julgarem que a vida acaba no túmulo, estão a morrer aos poucos.
Nos lares, presenciamos o desrespeito uns para com os outros, pais se agredindo, filhos desconsiderando-os.
O homem está ficando menos humano, coração endurecido, cruel e sem esperança.
Uma cena de assalto me chocou demais.
Foi quando uma jovem senhora, em seu carro, foi sequestrada por dois ladrões; apesar de haver implorado que só lhe levassem o carro, eles, animalizados, também desejavam violentá-la.
Não se comoveram.
Eu, ali, junto a outros espíritos, tudo fazia para ajudá-la, mas a sua vibração não ofereceu campo propício ao auxílio.
Mesmo assim, fizemos aparecer socorro e ela ficou apenas sem o carro e com o susto. Se nós não interferíssemos, ela seria violentada por homens munidos de inteligência, portanto, já humanizados e bem distantes do reino animal.
Seres como estes, quando a Terra ficar depurada, não poderão habitá-la.
Os seus fluidos não assimilarão os do planeta purificado.
Como podemos constatar, não é Deus quem nos expulsa, somos nós que partimos, por não termos condição de viver em um lugar que nos causa mal-estar.
Por essa razão, homens maus não conseguem viver no paraíso.
Muitos outros fatos presenciei, mas nem tudo posso hoje grafar no papel.
Jesus, o Sábio cios sábios, foi sublime quando disse:
Não vim destruir a lei, mas dar-lhe cumprimento.
E por amor a todos nós, presenteou-nos com o Sermão do Monte, onde cento e onze versículos estão em Mateus (2), para que não ficássemos em trevas.
Se pouco desses versículos nós conhecemos, menos ainda os praticamos.
O Sermão do Monte é o Código do Amor.
No dia em que ele for respeitado, a Terra será habitada só por espíritos bons; até lá, as vestes continuarão a ser trocadas, mostrando-nos a bondade infinita de Deus.
Recordando-me de Jesus, entendi a preocupação dos grandes espíritos em nos enviar seus ensinamentos, contudo o homem está cada vez mais orgulhoso.
Preparava-me para voltar à minha colónia de estudos quando me deparei com alguns amigos - os Raiozinhos de Sol - que estão empenhados em ajudar os doentes, viciados, e, com alegria, os abracei; a figura de Enoque trouxe-me paz e, mais uma vez, bem contundentes, ali apresentavam sê-me os ensinos religiosos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 16, 2020 7:50 pm

Os que dizem que os bons espíritos estão no "Céu" não crêem em Deus nem em Jesus, porque, se consultarmos as Escrituras, nos defrontaremos com espíritos iluminados fazendo-se visíveis entre os homens, e estes, muitas vezes, sem qualquer preparação.
Quem diz que só se manifestam os espíritos trevosos desconhece as Escrituras ou julga que a Terra retroage; se no passado os espíritos tinham facilidade para se comunicar, por que hoje, na era espírita, eles estariam impossibilitados?
Jesus mesmo disse que mandaria o Consolador.
Será que este Consolador não é uma plêiade de iluminados espíritos?
Veio-me à memória aquela parte deste mesmo Livro, quando um convite foi feito a uma médium e desce, ou melhor, sobe o Espírito de Samuel - como diz o Livro I, Capítulo 28, versículos 8 e 9.
Saul consulta a médium de En-Dor, e se defronta com Samuel.
Se hoje afirmam que espírito bom não pode ter contacto com os encarnados é porque ainda não descobriram a bondade do Pai.
0 Evangelho de Jesus também está repleto de manifestações mediúnicas; será que Jesus iria nos ensinar algo errado?
Enoque bateu-me no braço:
- Sempre sonhador, não é mesmo, Sérgio?
- O que estão fazendo aqui em Brasília? - perguntei.
- O de sempre, ou seja, tentando colocar na cabeça das crianças que os sonhos, para serem belos, precisam enfrentar a realidade.
Ontem, meu amigo, fomos a um show e vimos que a faixa etária de consumidores da droga está baixando cada vez mais.
Os meninos estão-se drogando com as chamadas misturas finas.
É triste olhar esses pequeninos morrendo pouco a pouco.
Sim, porque morte não é a separação do corpo físico, mas a perda da dignidade no viver.
E o que se espera de um jovem que brinca com a sua vida e com toda uma sociedade?
- É verdade que ao término do show, o que mais se via pelo chão era embalagem de desodorante? - inquiri.
- Infelizmente isto ocorreu.
Os pais precisam acompanhar os filhos menores, participar de suas vidas, viver um pouco o momento actual.
Ficar em casa em frente ao vídeo, enquanto seus filhos se suicidam, é omissão demais.
Eles precisam dos pais que devem procurar saber se seus filhos estão correndo em demasia.
Assim falando, despediu-se.
Abracei-o com carinho.
- Felicidades, amigo.
Ore por mim.
Ele me sorriu.
Aquele sorriso era o elo de uma grande amizade.
Apressei-me em voltar, mas antes contemplei a noite e entendi porque Deus cria sem cessar; é porque o homem ainda está longe da perfeição e a matéria perecível contém ainda fluidos tão pesados, que só o tempo se encarregará de mudá-los, mas, para isso, a renúncia é o remédio.
Deixei os acontecimentos terráqueos e me vi novamente no meu local de aprendizado.
Faltavam algumas horas para reiniciarmos os estudos, por isso decidi caminhar pela Faculdade, indo directo para a Alameda do Lazer, onde muitos irmãos se divertiam fazendo perguntas bíblicas.
Uma delas:
- Como se chamava o marido de Rute?
Resposta: Boaz (Rute, Capítulo 4).
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 16, 2020 7:50 pm

Aí eles começaram a recitar os provérbios do Capítulo 20:
19: O mexeriqueiro revela o segredo, portanto não te metas com quem muito abre os lábios.
15: Há ouro e abundância de pérolas, mas os lábios instruídos são joias preciosas.
11: Até a criança se dá a conhecer pelas suas acções, se o que faz é puro e recto.
Gostei do provérbio 29:
O ornato dos jovens é a sua força, e a beleza dos velhos as suas cãs.
Virei-me para sair, quando alguém recitou o versículo 9, do Capítulo 21:
Melhor é morar no canto do eirado do que junto à mulher rixosa na mesma casa.
Quantos ensinamentos a vida nos oferece!
Ali, nas alamedas da Faculdade, vi-me diante da sabedoria divina.
Deus, lutando com as nossas tendências, chamava-nos à realidade do Seu caminho.
Procurei refúgio em um banco, queria pensar, tinha necessidade de me sentir sozinho.
E assim, deixei-me ficar algumas horas não só divagando como também apreciando o movimento de toda a Faculdade.
E foi ali que os meus amigos me reencontraram.
- Estávamos já preocupados, pensando que o irmão ainda estivesse no mundo físico - falou-me Conrad.
Nada respondi, apenas me juntei a eles, pois o trabalho nos esperava.
Na sala de aula uma bela música deu-nos as boas-vindas, com as telas resplandecendo claridade.
Sara indagou-me:
- Por que você está preocupado?
Algo grave aconteceu na Crosta?
Sorri. O tempo era curto para que eu contasse o que presenciei nas poucas horas em que perambulei junto aos encarnados.
Nisso, deram entrada os nossos instrutores, fazendo a prece inicial.
Logo as telas foram oferecendo cenas extremamente vivas para os nossos olhos; os personagens bíblicos eram tão reais que tínhamos a impressão de estar assistindo a uma peça de teatro.
Não sabíamos se eles estavam junto a nós ou se nós é que havíamos regredido no tempo.
O tema fora extraído do terceiro Livro de Moisés - Levítico.
Penalizados, assistíamos aos holocaustos, aos sacrifícios dos animais, sacrifícios estes condenados pelo Senhor.
No versículo 16 do Capítulo 1:
Tirarás o papo com suas penas e o lançarás junto ao altar, para a banda do oriente, no lugar da cinza.
Atentos e muito curiosos víamos ali, no teatro vivo do passado, desfilar as oferendas aos espíritos bastante necessitados das coisas materiais.
Era, para nós que sabemos existir ainda hoje esses sacrifícios, uma revelação do porquê da existência de seitas que usam até agora essas oferendas.
Percebíamos claramente que não era o Senhor quem as cobrava, mas entidades ainda muito apegadas à matéria.
No versículo 15 do Capítulo 2:
Deitarás azeite sobre ela e, por cima, lhe porás incenso; é oferta de manjares.
Voltamos a dizer: não era o Senhor quem recebia as oferendas, porém os espíritos que daquilo necessitavam.
Observávamos, no Capítulo 4, o sacrifício pelos pecados por ignorância dos sacerdotes.
Captaram os nossos instrutores que estávamos ficando confusos.
- Por que o sacrifício dos animais era uma forma de perdoar o homem?
Resposta: Só o facto de alguém procurar o templo reconhecendo os seus erros e os colocando a público, já representava um gesto de boa vontade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 17, 2020 7:24 pm

Além do mais, nessa época, os homens, por demais rudes, precisavam de cenas fortes para serem tocados em seus corações.
Desde o instante em que o sacrifício se efectuava, o pecador tudo fazia para não ter de voltar ao sacerdote, primeiro porque ficava dispendioso e depois porque eram classificados os pecados segundo sua gravidade:
1 - o sacrifício pelos pecados de ignorância; 2 - o sacrifício pelos pecados voluntários; 3 - o sacrifício pelos pecados ocultos.
Era uma época primitiva e o povo precisava de algo que o fizesse temer a justiça divina.
Se fossem mandados orar a Deus, tempo não teriam.
Como mencionei, presenciamos muitos homens ainda utilizando o sacrifício de animais por não crerem que a prece e o Evangelho sejam um oceano de bênçãos.
Pesquisando o Levítico, encontramos a proibição das coisas impuras.
Depois de presenciarmos o "senhor" pedindo o sacrifício de animais, filhos de Deus em evolução, nos defrontamos com o mesmo "senhor" aplicando as Suas leis sobre os animais limpos e imundos.
No Capítulo 11, versículo 26:
Todo animal que tem unhas tendidas, mas o casco não dividido em dois, e não rumina, vos será imundo: qualquer que tocar neles será imundo.
Nesse Livro temos muito que aprender, principalmente no que se refere à mulher.
Capítulo 15, versículos 2 a 4:
Toda cama em que se deitar o que tiver fluxo, será imunda; e tudo que se assentar será imundo.
Pode nos parecer por demais infantil esta preocupação mas não podemos esquecer que a mulher, àquela época, era tratada como um ser muito inferior e nesse Capítulo a lei a protege.
Nos dias de fluxo menstrual elas necessitam de repouso e os homens, com seus instintos animalescos, isso não respeitavam, sendo esta a razão da advertência.
Só assim as mulheres desfrutariam de um relativo descanso.
No Capítulo 17 chega-nos a proibição do Senhor no versículo 7:
Nunca mais oferecerão os seus sacrifícios aos demónios, com os quais eles se prostituem; isso lhes será por estatuto perpétuo nas suas gerações.
Começam, então, diante de nossos olhos a aparecer os abusos:
muitos já nem iam ao templo; em casa mesmo sacrificavam os animais, fazendo as oferendas aos espíritos classificados neste versículo como demónios.
Notamos em seu versículo 9:
E não o trouxer à porta da tenda da congregação, para oferecê-lo ao Senhor, esse homem será eliminado do seu povo.
Aqui se confirmam os abusos.
Muitos fizeram altares em suas casas e amansavam a ira dos espíritos trevosos com o sangue dos animais.
E continua a advertência no versículo 14:
Porquanto a vida de toda carne é o seu sangue; por isso tenho dito aos filhos de Israel:
Não comereis o sangue de nenhuma carne, porque a vida de toda carne é o seu sangue, qualquer que o comer será eliminado.
Destacamos deste Livro várias elucidações, pois aqui o homem se depara com muitas verdades atuais. São as leis se fazendo vivas entre os homens.
Progressivamente, vários preceitos desfilaram diante de nós e feliz fiquei quando, no Capítulo 25, versículo 39, chegamos às leis a favor dos escravos:
Também se teu irmão empobrecer, estando ele contigo, e vender-se a ti, não o farás servir como escravo.
Infelizmente, encobriu-se a Bíblia de poeira e o homem esqueceu que Deus nos fez, a todos, irmãos.
Foi assim que a escravidão tomou conta da Humanidade e até hoje ainda existe a triste exploração do ser.

(1) puxar um carro = roubar.
(2) Capitulo V, "As Bem-Aventuranças", ou seja, "O Sermão da Montanha".
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 17, 2020 7:24 pm

Capítulo 12 - DEVASSANDO 0 INCONSCIENTE
Gostaria de ali ficar mais tempo, apesar de ter sido o último a sair e, quando o fazia, encontrei um amigo que estava estudando em outra sala.
Felizes ficamos.
- Como está, Carlos?
- Muito bem, principalmente depois que vim para este departamento de estudo.
- Você também está estudando o crescimento do espírito?
- Não. Estou frequentando a ala das experiências científicas.
- Que bom, amigo, sempre o considerei um óptimo médico.
- E você, tem visto os Raiozinhos de Sol?
- Estamos sempre juntos.
Carlos estou apreciando muito a minha actividade actual; você nem pode imaginar o que é acompanhar o crescimento do Espírito.
E pensar que existem irmãos negligenciando qualquer aprendizado, preferindo ficar ao lado dos encarnados, brincando com a vida deles!
Fomos ganhando o jardim.
A tarde já estava chegando, as flores balanceavam de alegria, porque a brisa divina as osculava com amor.
Olhei os pássaros e com ardor desejei que todos os homens tivessem, um dia, o coração livre do egoísmo, respeitassem a liberdade do seu próximo, como desejam ser respeitados e não aprisionassem os animais, por não serem objectos decorativos.
Quando assim pensava, um colibri pousou em meu ombro: era a manifestação de Deus em uma de Suas criaturas.
Carlos sorriu.
- Continua o mesmo, não é, Sérgio?
- Sim, às vezes desejaria até procurar um departamento específico, porque me considero muito romântico, mesmo presenciando tristes factos.
Eu gostaria que as pessoas se amassem e, infelizmente, mesmo na nossa Doutrina, aumentam as brigas e acusações.
E gente querendo engolir gente, tratando as coisas espirituais como se estas não possuíssem valores.
Está faltando Evangelho em nosso meio!
- Luiz Sérgio, o que está faltando é caridade.
Uns, porque não sabem calar diante do desprestígio; outros, porque desejam uma doutrina sem mácula.
Quem tem razão, não sei, só sei que devemos orar por todos os núcleos espíritas, onde não se encontram santos, mas espíritos comprometidos, muitas vezes até uns com os outros.
Aí surgem as briguinhas, sempre tão desagradáveis no intuito de derrubar presidente de Centro, fazendo política desrespeitosa, olvidando os valores do homem e do quanto muitos deles esqueceram de si para erguer as primeiras pedras de sua Casa.
- Carlos, você acha que são espíritos trevosos que se infiltram em nossos meios, procurando desmoralizar a Doutrina?
- O obsessor só penetra onde existe alimento para o seu espírito.
Um local que o amor ilumina, jamais viverá em trevas.
Não são poucas as igrejas que expulsam a pobreza de junto delas, e o que se vê é uma religião somente social, com poucas obras de caridade, enquanto seus interiores resplandecem de ornamentos.
Luiz Sérgio, já que estamos preocupados com o coração dos homens, vou-lhe apresentar um dos meus professores, por quem tenho grande admiração.
E, para você, que está estudando a Chama divina, que é a essência do espírito, será uma boa aula; tiraremos muitas dúvidas sobre a personalidade do ser humano.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 17, 2020 7:27 pm

- Está brincando, Carlos!
Estamos em recreio e você vai me oferecer oportunidade tão bela?
- Sim, meu amigo.
Ele costuma ficar muito tempo meditando no Campo das Hortências.
Vamos até lá?
Confesso que me senti no ar, tal era o meu contentamento.
De longe, avistamos o irmão.
Caminhava devagar, de um lado para outro e às vezes gesticulava, olhando para o céu.
- Irmão, podemos nos aproximar? - indagou-lhe Carlos.
Sem virar o rosto, respondeu:
- Com todo prazer os terei ao meu lado para uma conversa de amigo.
- Este é o Luiz Sérgio.
Parando, olhou-me fixamente nos olhos, desviando-os logo em seguida.
Mandou-nos sentar em um banco circular.
Eu já estava ficando nervoso, quando ele se dirigiu a mim:
- Se ficamos ansiosos é porque não sabemos educar a nossa alma.
Qualquer segundo de espera nos traz ansiedade, porque só desejamos receber.
O irmão não vê a hora de me ouvir, mas a curiosidade obscurece a mente, levando para o corpo o desequilíbrio.
Sempre que isso acontecer, temos de fazer esforço para não descarregar a ansiedade desequilibradamente.
Do contrário logo estaremos psiquicamente doentes por sobrecarregar as emoções.
Confesso que quase caí.
Ele, como bom observador, procurou minha mão, cumprimentando-me.
- Olavo é o meu nome.
- Irmão Olavo, viemos aqui porque estamos preocupados com o grande número de pessoas que estão se tornando neuróticas, atacando, cada vez mais, umas às outras.
- Compreendo Carlos, e vou tentar analisar essas almas no contexto espírita.
Quem ataca, traz dentro de si um vulcão de ansiedade acumulada por repressões.
E um animal que sente, a nível inconsciente, os impulsos do Id. Seu Ego o compensa, levando-o a colocar para fora as violências, que agem como defesa.
Se o homem, ao pregar a preservação da moral ou de determinada coisa, procede agressivamente, é porque dentro dele cresce um verme que no fundo da sua alma o incomoda; ao proclamar a defesa de algo, ele bem sabe que o faz porque conhece, e muito bem, a alma que pode praticá-la: ele é uma delas.
Se ele combate o adultério, por exemplo, é porque também é falível.
Daí o seu temor.
Defendendo os ideais de sua comunidade através de ataques impiedosos ao próximo, ele comprova que em sua alma não mora a convicção da verdade que alardeia.
A defesa pelo ataque enfraquece o carácter e as palavras tornam-se duras e improdutivas.
A alma é escura porque nela estão acumuladas as neuroses adquiridas em encarnações passadas, e só hoje, depois que me transferi de plano, tomei conhecimento de tamanha verdade.
A alma é escura até adquirir a luz do Espírito; e isso só conseguimos dela retirando as neuroses - companheiras inseparáveis que vão-se escondendo em nós através da cultura, do meio social e das convivências.
Na actualidade, poucos estão vivendo em espírito, principalmente os líderes, surgindo daí as injustiças, pois raros estão em condição de separar o joio do trigo, porquanto imensa maioria não tem capacidade para julgar acertadamente.
Se dentro de nós mora apenas uma alma e não um espírito, existindo nela a escuridão, esta afasta o bom senso.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 17, 2020 7:27 pm

Podemos notar que as grandes almas não vieram à Terra para julgar, mas, sim, para dar bons exemplos.
Se atacamos dizendo nos defender, afastamo-nos de quem se encontra em campo neutro.
Portanto, nada estamos fazendo para o progresso.
- Irmão, é certo revidar ofensa?
- No pobre linguajar popular, se diz cuspir, ou seja, colocar para fora.
Revidamos porque ainda não estamos limpos por dentro e o homem, quando cospe, tenta se limpar, mas jamais o conseguirá se não cuidar do seu interior.
O que nos faz sentir ofendidos é a nossa fraqueza de carácter; a ofensa nos mostra a deformação de nossa alma que se vê devassada, e nós não gostamos de despi-la nem mesmo para nós.
Assim como vestimos o nosso corpo - com vergonha de mostrar as gorduras ou os ossos - vestimos a alma com uma capa chamada hipocrisia e quando alguém põe à mostra um pedaço menos digno do nosso espaço nos revoltamos, furiosos e feridos.
Enquanto o homem possuir apenas alma, vai sentir as neuroses que nela se alojam a cada dia e vão continuar as brigas entre as criaturas, pertençam elas a qualquer meio ou religião.
Assustarmo-nos com atitudes grotescas quando elas partem de líderes é desconhecer a negritude da alma e estarmos em busca do espírito, não em nós, mas nos outros, para deles fazermos nossas muletas.
O que deve ocorrer é nos apoiarmos em nós próprios, jogando para longe as sujeiras (neuroses), procurando ganhar a liberdade de espírito.
E uma luta terrível!
O Ego, o Ide o Super-ego se entrelaçam, um querendo se libertar do outro.
Porém à medida que as neuroses aumentam, eles se comprimem cada vez mais nas cadeias profundas da alma humana.
Por mais que se estude, ainda não temos capacidade para separá-los.
Precisamos, sim, é nos dividir, somar e multiplicar em vontade, para nos libertarmos dos fantasmas criados pelas nossas fraquezas.
Calou-se um instante.
Fitei meu amigo Carlos, agradecido, principalmente porque me colocou ao lado de Olavo, um grande conhecedor da alma. Perguntei:
— Por que dia após dia vêm aumentando as chamadas neuroses, quando a Humanidade está agora muito mais cercada de conforto?
Nota mos que as crianças de lares ricos são as mais portadoras de traumas.
Como sempre, não respondeu de imediato.
Então dirigiu os olhos em minha direcção:
- Se os homens entrelaçassem a Ciência com o Espiritismo, teríamos respostas precisas para certos casos, mas à medida que vamos dilatando as nossas capacidades intelectuais, distanciamo-nos do sobrenatural e nos julgamos um deus pela facilidade de penetrar na alma alheia, principalmente quando está em desequilíbrio.
O próprio homem coloca para fora o que o está incomodando e dentre os indicados para ouvi-los, poucos os que têm conhecimento da Doutrina dos Espíritos.
Seria prático se cada médium fosse um psicólogo e se cada psicólogo se tornasse um médium.
Assim penetraríamos nos mistérios das vidas sucessivas, e seria muito mais fácil compreender os fracassos da actual existência.
Por isso eu, quando encarnado, defrontei-me com casos que quase me levaram à loucura: era a procura dos porquês, com teorias que por muitos eram criticadas.
Jamais encarei a criança como um ser distante das vontades adultas.
Combatido fui, e por mais que eu tentasse explicar o porquê da minha ideia, não encontrava no vocabulário as palavras certas.
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Chama Eterna - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 2 Empty Re: Chama Eterna - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 17, 2020 7:27 pm

Depois de desencarnado, encontrei a verdade com a reencarnação.
O espírito de uma criança já foi adulto em outra época; ao reencarnar, toma um outro corpo e à medida que nele penetra suas faculdades adormecem, uma após a outra; a memória se apaga, a consciência adormece.
0 espírito não é de criança, é de adulto adormecido, portanto, julgar que uma criança não possui personalidade é desconhecer a profundeza da alma.
Confesso que lutava, quando encarnado, para compreender as reacções infantis, muitas delas iguais às dos adultos.
E com os meus filhos descobri inúmeras verdades, que levei a público e fui muito criticado.
Ao dizer a um amigo que os bebés também se excitavam, ele me olhou como se eu tivesse enlouquecido.
0 que eu desejava era o respeito à criança.
Hoje, sinto imensamente não ter abraçado o Espiritismo na época das minhas pesquisas científicas sobre a alma humana, que é um universo belo e rico de aprendizado.
Se todos os seres procurassem em si próprios a grandeza da vida, viveriam bem longe das neuroses.
- Olavo, criança sofre muito, não?
- Sim, principalmente os filhos de neuróticos.
A criança sofre repressão e, no mesmo instante, uma liberação.
Poucos pais sabem oferecer segurança.
O jovem, ainda hoje, encara o sexo como um ato sujo e sabe que para ele nascer precisou do ato sexual.
Carlos argumentou:
- Olavo, mas hoje o sexo está sendo deturpado.
Os jovens brincam com algo digno e as meninas estão sendo desrespeitadas.
Nós que convivemos com eles, nunca os vimos tão infelizes.
- Certo, muito certo.
Não é fácil se libertar.
Há pouco mostrei aos amigos o conflito do Id, do Ego e do Superego.
Hoje, com a visão mais ampla, defronto-me com a carne aprisionando o espírito num mundo de repressões, mas com desejo de se libertar, algumas vezes covardemente, outras, desequilibradamente.
Vamos tratar agora, especificamente, da mulher.
Ela nasceu, cresceu para casar, ter filhos, cuidar da casa.
Segundo essa concepção, a mulher digna assim deveria proceder.
Mas ela está vivendo num século moderno, onde outras mulheres se dizem livres.
Esta criatura é extremamente infeliz, por estar presa aos preconceitos do ontem, vivendo no hoje reprimida e sem possuir inteligência para se libertar.
Portanto, ela é passado, presente e futuro.
Não gosta do passado, quando viveu reprimida.
Amargurada no hoje, sua alma sente, sofre, sonha e almeja no amanhã possuir coragem.
Desse modo, esse espírito vive esmagado pelas neuroses.
E um ser áspero, azedo e infeliz.
Mas a mulher que joga fora as tradições familiares e vive no hoje não se importando com o amanhã, também não se sente feliz, porque o ser precisa da experiência do ontem para crescer com inteligência no hoje, para no amanhã não chorar de remorso.
A mulher está sofrendo porque teme o lirismo como se este a tornasse fraca; e infeliz se encontra ao desejar igualar-se ao homem em liberdade sexual - uma fraqueza que os homens atuais estão tentando se livrar, isto é, os inteligentes.
As mulheres obtusas buscam-na ansiosamente, esquecendo que a liberação do ser consiste em não se sentir oprimido pelos remorsos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 17, 2020 7:28 pm

Ela deve encarar o momento com coragem, conquistando o seu espaço, mas acima de tudo, sabendo respeitar a alma de seu próximo.
A hipocrisia toma conta da sociedade, e o que a Doutrina Espírita dá ao homem é a descoberta de si mesmo; ela mostra ao ser a escuridão de sua alma mas lhe oferece condição de se libertar, pois se trata de um doutrina científica e não de proibições e castigos.
O homem, ciente de suas fraquezas, é mais apto a fortalecer-se através do estudo, que lhe possibilita conhecer o ontem, o hoje e o amanhã, sem repressões, porque nela não reside a cura, mas sim a libertação consciente.
E isto se dá com a alma de pé, jamais caída de vergonha ou medo.
Se os irmãos conhecem um pouco de hipnose, devem saber que experiências estão sendo feitas, porém são poucos os experimentadores conscienciosos.
Quando encarnado, fiz várias experiências e me deparei com factos, hoje confesso, distantes do meu conhecimento científico, mesmo dizendo aos meus alunos que tais revelações eram das profundezas da alma, desejos não realizados.
O meu lado intelectual me dizia que a alma humana continha mistérios alheios à inteligência; que aquelas lembranças tão vivas e cheias de detalhes estavam adormecidas nas profundezas da consciência, onde eu me via incapaz de atingi-las.
E muitas vezes me fiz de cobaia para não me sentir fracassado.
Mesmo desejando conhecer a alma, me vi prisioneiro do pretérito, das tradições familiares, da lei, da vida social.
0 hoje - o mundo que eu havia escolhido para buscar atingir o fundo do ser e dele tirar os detritos acumulados por fatos que o atingiriam por demais e que, liberados, podiam fazer o homem feliz - e o amanhã, o sonho da liberação consciente de todos os homens, livres das neuroses, as crianças sendo respeitadas e curadas também; porque elas, vivendo entre o Id, o Ego e o Superego, não se diferenciam do adulto.
E isto descobri sem o actual conhecimento da reencarnação.
Acreditei nas crianças por não considerá-las ignorantes, como muitos adultos as tratam; eu sempre as vi com os mesmos desejos dos adultos, tanto é que elas sentem fome e frio.
E por que não vontade própria?
Sendo assim, porque decidimos por elas?
Se eu, meus amigos, voltar hoje à terra, não quero ficar longe da Doutrina Espírita.
Preciso conhecer a alma e dar ao homem a chave do seu mundo para ele próprio se descobrir, porque só o conhecimento dá o poder.
Conhecendo a nós mesmos fugimos dos complexos, ou melhor, entramos em acordo com eles e deles nos livramos.
Quando voltar, pretendo saber enriquecer o meu vocabulário, porque o que falta ao meio científico é um pouco mais de humildade.
Muitas vezes as verdades nos chegam, mas o nosso orgulho não nos deixa tomar uma atitude que jogará fora toda uma teoria que não mais nos pertence.
A sociedade a rejeitou, todavia, ela, mesmo falha, está sendo útil a muitos doentes.
A água da fonte nasce pura, mas vai-se contaminando com as impurezas.
Muitas teorias são deturpadas pelos próprios adeptos.
Isto se deu até com o Cristianismo e vem se repetindo sempre.
Cada discípulo acrescenta uma vírgula a mais e daí a deturpação.
Muitos brincam com a alma do seu próximo, principalmente com a alma doente, muito doente.
Ele fez uma pausa e Carlos perguntou:
- Pretende reencarnar logo?
Ele sorriu.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 17, 2020 7:28 pm

- Só Deus conhece o dia exacto da "morte", mas estarei preparado, já que quando encarnado convivi com ela.
A doença tentou ferir minha alma, mas eu me distanciei do desespero, porque Deus me ofertou o saber do meu mundo interior e, quando os ventos da tristeza desejavam arquear meu espírito, refugiava-me nas regiões altas da minha alma.
Longe da dor, eu me sentia forte para viver a realidade, a morte, que os espíritas sabiamente chamam desencarne.
A separação espírito-carne, eu chamarei de desligamento.
Estudando a alma humana, vamo-nos tornando cada vez mais insensíveis, não porque a dor nos endureça, não, isso não, é que constatamos que todos os seres - uns mais que os outros - vivem a sua vida, e nem todas são tão belas nem tão más.
0 ser é que dramatiza ou aceita passivamente as suas horas de vida.
Para mim, as neuroses são testemunhas do desenvolvimento do espírito humano.
Muito sábia a Bíblia ao afirmar que no princípio vivia o homem no "paraíso".
Sempre ao estudar a alma humana, esbarrava com algo para mim inatingível.
Hoje sei: vidas passadas, existências vividas.
Levando o homem ao seu nada, me deparava com algo que me fazia buscar ainda mais os mistérios da mente.
A imaginação do paciente dava-me relatos que nada tinham a ver com o século vivido por nós; fantasias ou uma mente elástica que captava outras reacções vividas pelos antepassados, vindo de pais para filhos?
Senti que as chamadas neuroses, antes, eram estágios da Humanidade, que a vida foi levando o homem à neurose, pelos antepassados.
Cheguei perto, não foi?
A Doutrina hoje me ensinaria que as neuroses são lembranças das vivências traumáticas.
Mas como pode o analista colocá-las para fora do paciente se poucos têm conhecimento deste fato: a reencarnação?
Um dia acordei eufórico! havia descoberto que na negritude da alma havia uma luz.
A princípio falei comigo mesmo: é Deus.
Depois, à força e coragem, prossegui descobrindo factos novos que me faziam feliz, mas, pouco a pouco, minhas especulações iam contra as bases científicas.
E um estudioso, muitas vezes, tem de calar para não jogar fora todo um trabalho que, a certa altura, não mais lhe pertence.
O que descobri sobre a negritude da alma foi surpreendentemente fácil e amplo no princípio; depois, foi ficando tão intrincado e difícil, que me vi quase louco.
De um lado, havia eu descoberto algo novo na mente humana; uma fita gravada, ou melhor, um filme com toda a história do indivíduo analisado.
Achei prudente não levar a público o estudo, e este ficou perdido.
A Psicanálise tinha de alcançar um papel de importância junto à Humanidade.
Era cedo ainda e eu me senti fraco.
De um lado a fama a me comprimir o espírito que, durante a noite, voava até a espiritualidade e descobria a verdade; mas, mesmo sentindo a vontade de gritar bem alto a minha descoberta, por outro lado, o futuro também me oprimia:
não tinha certeza absoluta de que o homem carregasse junto a si um doloroso passado.
Não sabia eu como isso se dava, o porquê de estar sentindo a histeria do medo, a demência, a paranóia e a melancolia; mesmo já tendo um certo controlo sobre a minha alma, ela sofria a prisão e não me sentia com força para libertá-la.
- E o homossexualismo? - perguntei aproveitando a pausa que ele fizera.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 17, 2020 7:28 pm

- Para mim - respondeu ele - teve por base a própria sociedade.
Ela, muitas vezes, leva o ser à libertinagem e, desde que o homem é humano, ele procura o desconhecido.
Hoje ainda não possuo conhecimentos a respeito; estou estudando, mas já ouvi dizer que a causa também está no períspirito.
Ele se calou e nós, que ali estávamos apenas conversando, vimos que já era hora de nos retirarmos.
- Irmão, muito obrigado.
Nós amamos você!
Olhando-me fixamente, falou:
- Sérgio, viva bem a sua realidade.
A satisfação não se efectua pelos caminhos mais curtos nem em função das condições impostas pelo mundo exterior.
Voltei, e lhe dei um abraço de admiração por tanto saber.
Para Carlos ele falou:
- 0 médico precisa se conscientizar de que ele tem obrigação de se tornar útil, e só o conhecimento da sua área proporciona-lhe paz e poder.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 17, 2020 7:28 pm

Capítulo 13 - CÂNTICO DE MOISÉS
Eram firmes os passos de Olavo ao se retirar e nós o fitávamos com carinho.
Virei-me para Carlos, dizendo:
- Amigão, nem sei como lhe agradecer.
Foi óptima a nossa conversa.
- Luiz Sérgio, o homem, por ser ainda imperfeito, gosta de criticar a obra do seu próximo, fazendo-o geralmente sem conhecimento, apenas por julgamento próprio.
Olavo é um espírito que ainda luta para caminhar, mas merece de todos nós respeito e amor.
- Carlos, você está trabalhando no receituário mediúnico, não é mesmo?
- Sim, mas nem por isso deixo de vir até aqui receber ensinamentos bastante proveitosos como os que acabamos de obter, para espantar a vaidade.
Continuamos conversando sobre vários assuntos, e confesso que no momento de nos separarmos senti imensa tristeza.
Aquele jovem médico é um grande e querido amigo; e quem vive sem uma amizade leal?
Ao ficar sozinho, recordei-me de Olavo e disse à saudade: você é uma brisa que se faz presente em meu coração, mas não machuca mais, porque hoje eu sei o que representa o sentimento.
Já estava na hora da nossa aula e com outros irmãos me encontrei; uns, indiferentes, outros, curiosos, mas todos recebendo de Deus a oportunidade.
Sentei em meu lugar preferido e já me impacientava:
os meus colegas não chegavam.
Quando acenderam as luzes, eles deram entrada, assim como outros grupos, eu é que me havia adiantado.
Lourival, que perto de mim sentara, disse:
- Tivemos uma aula extra com alguém.
- Verdade?
Pois eu também estive com o Carlos e o Olavo falando sobre a alma.
Lourival, rindo, brincou:
- Você está muito mal, hein?
Precisando devassar o inconsciente!...
Nós estivemos com um político, falando sobre a ascensão e a queda do espírito.
Calei-me, mas no fundo a minha cuca quase deu um nó.
Por que só eu precisei conversar com Olavo, por quê?
Conrad, captando meus pensamentos, falou:
- Esqueces que trabalhas com médiuns, jovens, crianças, enfim, que tu estás em todas?
Para ajudá-los tens de penetrar no inconsciente despertando-o para as verdades de Deus.
O meu sorriso foi o meu muito obrigado.
Quando Jesus disse:
Não chameis ninguém de "louco", Ele mostrou a Sua sabedoria.
É muito triste rotular as pessoas de malucas.
Desvalorizar alguém é muita pobreza de conhecimentos evangélicos.
Todos nós só vivemos se acreditamos em nós mesmos e quando alguém procura nos jogar para baixo, precisamos ter muita fé para não sucumbir.
Quem convive com o público precisa estar ciente destas palavras de Jesus.
Chamar alguém de desequilibrado é desconhecer o amor.
Sabe por que estou dizendo isso?
Se ao cientificar-me de que somente eu fora a um médico de cuca, fiquei nervoso, imagine aquele que é taxado, a cada instante, de maluco!
Portanto, mesmo constatado um estado obsessivo em alguém, cuidado, gente! a mente humana é uma floresta cujos mistérios ainda continuam ocultos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qui Set 17, 2020 7:29 pm

Cuidado, muito cuidado! Ninguém é ainda o dono da verdade, só Jesus; e Ele usou muito bem as palavras, por conhecer nossas fraquezas.
Na tela, o Quinto Livro, Deuteronómio 32, Cântico de Moisés, versículo 2:
Goteje a minha doutrina como a chuva, destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco sobre a relva e como gotas de água sobre a relva.
Vs. 4, 5 e 6:
Suas obras são perfeitas porque todos os seus caminhos são juízo.
Deus é fidelidade e não há nele injustiça: é justo, é recto.
Procederam corruptamente contra ele já não são seus filhos, e sim suas manchas; é geração perversa e deformada.
É assim que recompensamos o Senhor, povo louco e ignorante?
Este Cântico ressoava em nossos ouvidos e presenciávamos a criação da Terra, a vinda do Espírito para compor este Planeta.
E no Cântico de Moisés nós presenciamos a sua preocupação como óptimo médium que era.
Gostaria de citar versículo por versículo, mas o tempo é curto e o dinheiro para edição dos livros muito mais.
Convido o leitor a ler todo o Cântico de Moisés.
Ainda no versículo 18, diz Moisés:
Olvidaste a Rocha que te gerou e te esqueceste do Deus que te deu o ser.
No versículo 17 continua:
Sacrifícios ofereceram aos demónios, não a Deus.
E assim fomos assistindo ao desespero de Moisés, quando deu ao homem a chave da vida, mas o ser, enraizado no erro, fingia não compreender as belezas divinas.
Nós, que estamos acompanhando a evolução do espírito, ou melhor, a sua trajectória, ficamos meio atónitos quando percebemos que ninguém erra por ignorância e sim por vontade própria.
Ali, diante do Cântico de Moisés, percebemos a paciência de Deus enviando mensagens para orientar a Humanidade, e ela, indiferente, seguindo por caminhos contrários e ainda culpando Deus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 18, 2020 7:43 pm

Capítulo 14 - O ANÚNCIO DA VINDA DO SENHOR
Os nossos orientadores ainda ficaram conversando connosco, tirando algumas de nossas dúvidas.
- Irmão, explique-nos por que no Antigo Testamento tudo surge à nossa frente sob a forma de ameaça como em Samuel II, Capítulo 24, Davi escolhe o castigo: versículos 14 e 15:
Então disse Davi a Gade:
Estou em grande angústia; porém, caiamos nas mãos do Senhor, porque muitas são as suas misericórdias; mas na mão dos homens não caia eu.
Então enviou o Senhor a peste a Israel, desde a manhã ao tempo que determinou, morreram setenta mil homens.
- Irmãozinhos, até hoje, quando algo acontece, ainda dizem: é castigo de Deus; naquela época o homem era mais ignorante, portanto, supersticioso por demais, principalmente quando tinha a consciência pesada.
Em muitas passagens podemos notar que Davi prefere a fúria do Senhor à dos homens.
Agora perguntarão:
Mas então, por que morreram tantos homens?
Hoje, no ano de 1985, presenciamos o desencarne colectivo por castigo?
Não. São espíritos que precisam passar por esse tipo de resgate.
E assim também no reino de Davi:
ele e o seu povo vieram à Terra para evoluir.
E esses factos tristes, muitas vezes nos servem de alerta.
Davi logo procurou agradar ao Senhor à maneira da época: levantando altares.
Só o facto dele ter-se lembrado que acima de qualquer poder existe algo que determina a vida e que foge às explicações científicas, isso foi considerado uma prece de arrependimento.
Deus não é malvado.
Nós é que tornamos os dias das nossas vidas negros de erros.
Vejamos no versículo 18:
Naquele mesmo dia veio Gade ter com Davi, e lhe disse:
Sobe, levante ao Senhor um altar na eira de Araúna, o Jebuseu.
Este Capítulo do livro de Samuel oferece-nos muitas pérolas evangélicas.
Veja nos versículos seguintes Davi indo até um homem do povo pedir-lhe um favor.
Quantas vezes o que julgamos uma violência divina é um chamado de Deus para as coisas do espírito!
Se hoje o poder aprisiona, imaginemos nas eras primitivas.
0 medo era o único freio e, para chegarmos aonde chegamos, ele foi usado.
Portanto, a dor quase sempre é uma lixa que embeleza o espírito, tornando-o uma peça sem aresta.
E o Artista maior, que é Deus, com que carinho nos oferece a bênção da reencarnação!
- Irmão, se o espírito foi criado simples e inocente, para Deus deve ser muito triste, muito triste, presenciar tantos espíritos ainda cobertos por uma crosta de sujeira. . .
Senti que alguns colegas continham o riso, mas os orientadores não estranharam minhas palavras.
Confesso que dessa vez nem me perturbei.
No painel, Zacarias, Capítulo 13:
Naquele dia haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para remover o pecado e a impureza.
Fiquei por último, gostaria de conversar com um dos orientadores, que logo se aproximou de mim.
- Gostou, Luiz, da aula de hoje?
- Muito boa, só. . .
- Já sei. E difícil compreender a razão de tantos cataclismos.
- E isso mesmo, irmão.
Por que naquele tempo os mensageiros se materializavam, indo até os encarnados para alertá-los?
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 18, 2020 7:43 pm

- Luiz, o Antigo Testamento é um valioso roteiro para o homem no Planeta Terra.
Se prestarmos atenção, nele encontraremos a escalada do espírito, que se inicia na Génesis, quando Deus criou o Planeta.
Voltaremos ao primeiro Capítulo da Génesis, versículo 2:
A terra, porém, era sem forma e vazia, havia trevas sobre a face do abismo, e o espírito de Deus pairava sobre as águas.
Versículo 3:
Disse Deus: Haja luz, e houve luz.
Sabemos que Deus cria a cada minuto e sendo a Terra uma das Suas obras, ela surgiu do infinitamente pequeno.
Era um carvão, que pouco a pouco vai ganhando brilho.
Assim iniciou a vida em nosso Planeta, com Jesus, como seu Governador, bem atento a tudo.
O Antigo Testamento coloca Adão e Eva como os primeiros habitantes da Terra e sobre isso já falamos.
Depois começou a luta do homem pelas coisas perecíveis.
O orgulho e a ganância afloraram nos seres novamente.
E assim iniciou a purificação por causa do desvio da chama eterna, que é o espírito do homem.
No livro Êxodo, sentimos a fúria do homem sobre o homem - era a sede do poder.
Dessa maneira, vamos encontrando Deus em cada livro do Antigo Testamento, um Deus que ameaça, um Deus que castiga.
Os ministros de Deus tinham que servir-se dos médiuns, que não eram puros, para ditar suas leis.
Por isso muitos absurdos foram registrados.
Mas Deus nunca abandonou a Terra; estava ao lado dos Seus filhos em todos os momentos, testemunhando Seu amor.
Sentindo a falta de fraternidade no povo, Deus ditou através de Seus Mensageiros, para o médium Moisés, o Decálogo, que se encontra no Capítulo 20, do Êxodo.
Mas mesmo assim o homem exercia sua força sobre os fracos.
Os poderosos eram cada vez mais duros.
Então surgiu o Levítico, que mais parece um livro de direito penal.
Vejamos no Capítulo 6, versículo 2:
Quando alguém pecar, e cometer ofensa contra o Senhor, e negar ao seu próximo o que este lhe deu em depósito, ou penhor, ou roubo, ou tiver usado de extorsão para com seu próximo...
Se formos seguindo, deparar-nos-emos com as mais surpreendentes leis.
Encontramos também leis a favor dos pobres.
Capítulo 25: Leis a favor dos servos.
- Irmão, é mesmo impressionante a preocupação de Deus!
- Vendo que poucos tinham condição de transmitir as Suas palavras, mandou para a Terra o Seu verbo vivo: Jesus.
Antes, vieram as profecias.
Em doei, Capítulo 1, versículo 10:
O campo assolado, e a terra de luto, porque o cereal está destruído, e a vida secou, as oliveiras murcharam.
Em Amos: Ameaças contra diversas nações.
Depois Abdias. Depois Jónatas.
Depois Miqueias, no Capítulo 2:
Ai dos opressores gananciosos.
Depois, Naum, no Capítulo 3:
Ai da cidade sanguinária toda cheia de mentiras e de roubo, e que não solta a sua presa.
Depois Habacuque e em Sofonias, Capítulo 1, versículo 14: Está perto o grande dia do Senhor.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 18, 2020 7:43 pm

Capítulo 2, versículo 12: Ameaças contra a Etiópia e Assíria.
Depois Ageu e Zacarias.
Em Zacarias, Luiz Sérgio, sentimos que o Pai viria até a Terra através da verdade, da vida e do caminho, no Capítulo 13:
Eliminados todos os ídolos e os profetas.
No versículo 4:
Naquele dia se sentirão envergonhados os profetas, cada um da sua visão, quando profetiza, nem mais vestirão manto de pêlos, para enganarem.
Em Malaquias, Deus, que vinha lutando para guiar a Humanidade, cientificou-Se de que só o Seu filho Jesus poderia trazer paz à Terra, e assim encerra o Antigo Testamento.
Desce então, à Terra o Governador e em nome de Deus anuncia que não vem destruir a Lei, mas fazê-la compreendida através de Seus actos de espírito puro.
O livro de Malaquias é rico e temos muito o que nele estudar.
Lê-se no Capítulo 3:
Eis que envio o meu mensageiro que preparará o caminho diante de mim, de repente virá, ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o Anjo da Aliança a quem vós desejais; eis que Ele vem, diz o Senhor dos Exércitos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 18, 2020 7:44 pm

Capítulo 15 - NO DEPARTAMENTO DA ARTE
- Irmão, o último livro do Antigo Testamento deixa bem clara a vinda de Jesus.
Ali podemos notar que o mundo espiritual e o mundo material são solidários entre si.
Temos de conhecer e respeitar as leis que regem os dois planos.
Enquanto conversávamos, Conrad veio buscar-me, pedindo desculpas por ter-nos interrompido, para dizer-me que alguém me esperava no Departamento da Arte da Faculdade.
Agradeci ao orientador que com carinho me ofertou belas horas de aprendizado e segui Conrad, ansioso para encontrar quem me esperava.
Quando lá chegamos, Pierre gentilmente veio ao nosso encontro e, com poucas palavras, deu-nos a certeza de que estávamos à frente de um gentleman.
Falava português misturado com francês.
- Desculpe amigo, havia-me esquecido de que lhe pedira uma visita - disse eu.
E que trabalhando em livros espíritas gosto de colocar os meus leitores a par de tudo o que se refere ao enobrecimento do homem, principalmente se ele é um meio de comunicação espiritual.
Sei que o irmão luta para desenvolver a mediunidade psicopictográfica, (1) e que prepara os artistas para esse trabalho.
Ele me sorriu.
- Não, irmão, não é bem isso.
Preocupo-me em tentar apagar certas imagens negativas que se faz dos artistas e venho, pouco a pouco, procurando levá-los ao plano físico para sua própria melhoria e também para ajudar o médium.
Conversando, alcançamos o interior da galeria.
Eram tantas as telas, que eu não sabia se as admirava ou ouvia o nosso amigo.
Notando o meu interesse, foi-me apresentando os melhores trabalhos e dando explicações sobre cada quadro.
Logo depois levou-me a outro local onde vários artistas desenhavam.
Notei que eles não possuíam boa vibração.
Perguntei o porquê e Pierre respondeu-me:
- Estes são doentes, que são levados aos grupos espíritas para serem tratados através das cores.
Sentia-me meio apatetado.
Há poucos minutos eu aprendia o Antigo Testamento e agora ali estava, naquele local, ao lado de pessoas muito estranhas, para não dizer "piradas"...
Pierre, sorrindo para um e para outro, apresentava-me os trabalhos e vim então a saber que também os grandes mestres da pintura, quando voltam ao mundo espiritual, se no corpo físico abusaram do seu dom, sofrem as consequências.
0 mesmo acontece com o que não exerce a medicina condignamente ou dela se aproveita.
- Irmão, eles retroagem?
- Não, mas o espírito que abusou por demais da bebida, das drogas e de outras coisas, fica meio atordoado.
Não esqueça que existe o suicida inconsciente.
E muitos deles fugiram até pelo suicídio directo.
- E como um grupo mediúnico pode ajudá-los?
- Tentamos desenvolver esse dom mediúnico, mas alguns médiuns ainda relutam, por falta de incentivo de alguns dirigentes.
O certo é criar nos centros espíritas grupos específicos de desenhos mediúnicos.
- O médium tem de ter um pouco de dom artístico?
- Facilita para o desencarnado, mas mesmo sem o possuir, muitas vezes recebe verdadeiras obras de arte, em se tratando de médium mecânico.
- Pierre, nesses grupos só vão os grandes pintores?
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Chama Eterna - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado - Página 2 Empty Re: Chama Eterna - Luiz Sérgio/Irene Pacheco Machado

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 18, 2020 7:46 pm

- Irmão, essa é a nossa maior preocupação.
Os médiuns psicopictográficos não podem ficar à espera só dos grandes nomes.
Se forem formados os grupos só para esse fim, fica mais fácil o controle, principalmente se o dirigente for humilde.
- E necessário que o dirigente possua vidência?
- Se tiver, facilitará o trabalho dos médiuns.
Aconselhamos o dirigente encarnado a não permitir que as telas sejam assinadas, principalmente as recebidas pelos médiuns iniciantes.
A não ser com a permissão do dirigente espiritual, que deve ser um espírito evangelizado.
- Evangelizado?
- Sim, irmão, os pintores precisam de dirigentes e médiuns evangelizados, porque a disciplina é um dom que embeleza a tela mental.
Para formar um grupo de psicopictoriografia, antes de tudo o presidente da casa espírita tem de considerá-lo igual a qualquer outro grupo necessitado de estudo da Doutrina e do Evangelho, possibilitando aos artistas o aprendizado da arte do amor eterno.
- Irmão, muitos não vão gostar...
- Está vendo, Luiz?
Assim como o irmão, muitos julgam o artista um desequilibrado.
Vamos dar-lhes a condição de cura, formando grupos especializados, não com o intuito de só trabalhar com grandes nomes, mas, acima de tudo, pelo real valor da ajuda mútua.
- Conhecemos um grupo que foi criado pelo irmão e já está se mantendo.
Pode narrar como se deu o início?
- Luiz, você disse bem: está se mantendo.
E verdade. 0 grupo de pintura gasta muito material e tudo o que utiliza é caro.
No início não, mas com o tempo, vai sendo necessário vender as obras para custear as actividades.
- Os médiuns não podem comprá-lo?
- Nem todos.
Muitos médiuns são pobres, porém nada os impede de fazê-lo.
Mas se o grupo for bem dirigido, logo ele terá a sua fonte de renda própria, com material de primeira, o que vem a enriquecer os trabalhos.
O irmão viu os doentes desta ala.
No início do grupo aproveitávamos a boa vontade dos médiuns e levávamos os pintores necessitados.
Eles desenvolviam os médiuns e se tratavam.
No princípio os desenhos eram feitos a lápis, depois, usou-se as cores; estas actuavam sobre o doente e várias curas se processavam.
Alguns médiuns abandonaram o grupo, por considerá-lo cansativo, mas várias curas foram efectuadas.
Os que ficaram, hoje estão felizes porque sentem que trabalham com desenvoltura, a mão mais solta.
Mesmo estando o grupo nesse estágio mais adiantado, nada nos impede de levar até lá artistas muito doentes.
0 médium humilde compreenderá que está num grupo para servir, não se importando se as suas pinturas são óptimas em um dia e de pior qualidade em outro.
- Pierre, penso eu que deve ser o mais difícil trabalho mediúnico.
Primeiro, porque quem desenha bem não vai querer receber um aprendiz.
Depois, se ele já está trabalhando com grandes pintores, não vai gostar de voltar a receber iniciantes.
- A humildade é algo que o homem tem de conquistar.
Para mim, ela é o horizonte que meus olhos buscam retractar em meu espírito, para que ele seja uma bela obra divina.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 18, 2020 7:46 pm

Após tudo isso, o que mais perguntar?
Fiquei calado, mas o nosso amigo continuou mostrando-me outras telas.
0 lugar era muito bonito e pude notar que numerosos enfermeiros ali trabalhavam.
- Luiz Sérgio, a maior dificuldade encontramos entre os artistas, principalmente se eles alcançaram a fama e até hoje são recordados como os génios da pintura.
Muitos, quando levados a um grupo, não querem obedecer o horário.
Por isso, temos de tomar atitudes enérgicas, ministrando, antes do trabalho prático, aulas sobre a Doutrina e o Evangelho.
- Pierre, eles gostam da hora do estudo?
- Alguns gostam, outros chegam a ficar irados, achando-o desnecessário.
- Por que a sua preocupação com os artistas?
- A preocupação não é minha, é de Jesus.
Ele deseja que todos nós sejamos pobres de espírito, mansos e pacíficos e que tenhamos puros os corações.
Se um mandatário, ao voltar para o plano espiritual, desejar continuar o seu trabalho, apenas ordenando, não conseguirá evoluir; pode, sim, comandar falanges obsessoras que, muitas vezes, pensando ajudar, levam alguns países à desordem.
Todos os espíritos ainda carentes de evolução, ao retornarem, têm de obedecer a uma hierarquia.
E o artista também não foge desse critério.
Quem acompanhou o desencarne de André Luiz deve recordar que ele não pôde exercer a medicina logo que voltou para a espiritualidade.
Muitos dos nossos irmãos aceitam trabalhos humildes, porém inúmeros os recusam, porque a vaidade os domina por demais.
- Pierre, um grupo de pintura deve ainda requerer médiuns evangelizados, porque se algum vaidoso receber um artista célebre e este ainda estiver precisando de humildade, como ficam as coisas?
- Muito tristes.
Quando o médium não tem a Doutrina no coração, causa ao artista bastante transtorno.
0 espírito pode transmitir ao médium vontade de tomar bebidas alcoólicas, fumar ou comer durante o trabalho.
Mas se este tiver conhecimentos doutrinários, saberá isolar essas influências negativas.
- Isso acontece em grupo bem orientado?
- Não, por essa razão é mais prudente a casa espírita criar grupos só de pinturas mediúnicas.
Além de ajudar espíritos muito vaidosos ou excêntricos, através das cores há possibilidade de acalmá-los.
Enquanto visitávamos o Departamento da Arte, muitos artistas se acercavam de Pierre para pedir que os levasse aos grupos mediúnicos para pintar.
A todos o nosso amigo dava muita atenção e prometia atendê-los.
Entramos em uma enfermaria, onde vários irmãos estavam comodamente instalados em espreguiçadeiras.
Parecia que tinham desencarnado por derrame, pois falavam com dificuldade.
Ao lado deles, terapeutas davam assistência; alguns irmãos esforçavam-se para falar.
Ali, naquele local, tudo era muito colorido; mesmo em se tratando de um hospital, as paredes, belas telas as adornavam.
Pierre conversou com o encarregado daquele sector e, quando saímos, ele me disse:
- Luiz Sérgio, esses irmãos, quando encaminhados a grupos mediúnicos, são beneficiados; vários deles voltam a fazer traços e ficam muito felizes.
Eles são levados por irmãos que se especializaram no caso de cada um deles.
- Que beleza, Pierre!
Embora famosos, iniciam fazendo rabiscos?
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 18, 2020 7:47 pm

- Sim, mas riem e gostam muito dos esboços.
- Gostaria de ver a cara dos médiuns, principalmente dos vaidosos, que só desejam receber os génios da pintura.
- O perfil de alguns desses médiuns não é nada agradável para ser retratado.
São fisionomias bem distantes da harmonia divina, esquecendo-se de que o trabalho feito por amor é uma luz que se multiplica.
Um dos doentes chamou Pierre e este, com carinho, o atendeu.
Notamos que os dois eram grandes amigos; e, quando Pierre voltou, perguntei-lhe:
- O que o fez ficar tão doente?
- Suicidou-se, respondeu.
- É mesmo? - falei, olhando aquele amigo, que me acenou sorrindo, mostrando um belo quadro na parede.
Compreendi que ele o havia pintado quando ainda no corpo físico.
Ao ganharmos o jardim, vários irmãos pintavam telas maravilhosas e pude notar que ali estavam muitos artistas conhecidos, mas nem me atrevi a chegar perto.
Pierre foi pouco a pouco me levando de volta; muitas explicações ele me ofereceu desse mundo maravilhoso das cores.
E pensei: que papel importante tem um médium com Jesus!
Ele é um enfermeiro para quem o sofredor pede ajuda.
E mediunidade disciplinada não está preocupada com o nome dos espíritos e sim com o valor do trabalho.
Se você pertence a um grupo pode notar se ele está ou não crescendo de produção.
E muito importante a gente servir, mas o mais importante mesmo é servir bem.
Despedi-me do amigo e ele ainda me disse:
- Luiz Sérgio, Deus é um grande artista; Ele, na Sua sapiência, coloriu o Universo, e o homem é uma obra de arte saída das Suas mãos.
Se há muitos quadros feios, a culpa não é do artista: é que a poeira da imperfeição os revestiu - inveja, orgulho, ódio, tintas colocadas pelo tempo.
Mas um dia, cansados da feiura, voltarão a ser limpos e surgirá a obra de Deus, que está esculpida em nossos espíritos.
O dom artístico é um meio de demonstrar a grandeza divina, portanto, todos os artistas têm de lutar para serem fiéis ao talento recebido.
Esse Departamento está repleto de irmãos que jogaram, sem critério, as tintas nas telas materiais, mas ainda mais na sua própria alma, esquecidos de embelezá-la através do amor.
Obrigado, irmão, e um abraço aos seus leitores.
Fiquei a olhá-lo, enquanto se afastava.
Ele, para mim, é uma bela tela divina, humilde companheiro.
Dei-me em retirada, e recordei o Antigo Testamento, quando Davi diz a Salomão, Capítulo 22, versículo 14:
Eis que com penoso trabalho preparei para a casa do Senhor cem mil talentos de ouro e um milhão de talentos de prata e bronze e ferro em tal abundância que nem foram pesados, também madeiras e pedras preparei, cuja quantidade podes aumentar.
Depois recitei Provérbios de Salomão, Capítulo 1, versículo 22:
Até quando, ó néscios, amareis a necedade?
E vós escarnecidos, desejareis o escárnio?
E vós loucos, aborrecereis o conhecimento?
No versículo 32:
Os néscios são mortos por seu desvio.
Aos loucos a sua impressão de bem-estar os leva à perdição.

(1) ou psicopictoriográfica, pintura feita por espírito através de médium.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 18, 2020 7:47 pm

Capítulo 16 - INTERCÂMBIO MUSICAL
-Filosofando, Sérgio? - era Conrad.
Daqui para onde vais?
- Tenho algumas horas livres.
Acho que vou descansar no meu quarto.
- Pensava em te convidar para darmos uma chegada até um local aonde preciso ir.
E muito importante para mim em função de aprendizado, por isso lembrei-me de ti.
- Obrigado, Conrad.
Vamos logo, seja lá aonde for.
Ninguém mais do que eu precisa de aprendizado.
E assim fomos caminhando.
Havia uma quantidade imensa de árvores lindíssimas; nos seus galhos, multicores pássaros, que convivem connosco sem temor.
Aqui existe liberdade.
Se lhes estendíamos as mãos, carinhosamente nelas empoleiravam-se.
Eles gozam da beleza do ambiente e sabem que nós jamais os maltrataremos.
E as flores?
Aqui são cuidadas pelo jardineiro de Deus:
Jesus, e alimentadas pelos espíritos mensageiros.
Conrad, vendo-me contemplando a natureza, disse:
- Sérgio, tu gostas muito de narrar aos teus leitores este mundo que encontraste, não é mesmo?
- Admirando as árvores, as flores e os pássaros, estou a perceber que aqui nada morre, portanto, o pássaro não teme o homem, porque este não pode atingi-lo; assim também as árvores e as flores.
Não há morte porque se vive realmente.
As vezes fico horas e horas contemplando tudo ao meu redor e quando escrevo falando em pedra, espinhos e sangue, muitos me julgam um louco.
Conrad, de que maneira você descreveria a textura das pedras?
Respondeu de imediato:
- Aveludadas.
- Aveludadas?
- Sim, elas não são iguais às da Terra.
Aqui, no plano em que nos encontramos, a característica das pedras não é diferente das terrenas, porém menos duras, parecem ocas.
Sorri, dizendo:
- Aqui as pedradas não fazem sangrar, porque quem atira pedras no próximo ainda não conseguiu chegar até aqui.
Enquanto caminhávamos, éramos saudados pelo cântico dos pássaros, o perfume das flores e o balancear das árvores; somos todos irmãos, lutando pela evolução.
Logo avistamos o local que iríamos conhecer e os nossos ouvidos, pouco a pouco, foram recebendo a dádiva de Deus: a música.
Dei uma de bom brasileiro, caminhando a balancear o corpo.
Conrad sorriu.
- Sambista, hein?. . .
- Nas horas vagas... nas horas vagas.
Amigo, sempre gostei de música; arranhava o violão, mas longe de entender bem do assunto.
Tocava para mim mesmo, pois sempre respeitei o meu próximo.
Conhecedor da minha incompetência, procurava não torturar os ouvidos alheios.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 18, 2020 7:47 pm

No Departamento da Música, alcançamos a biblioteca, repleta de obras referentes aos génios da música - encarnados e desencarnados, e lentamente fomos descobrindo o encantado mundo musical.
Em cada sala, vimos grupos de aprendizes tendo como mestres nomes conhecidos em toda a Terra.
Parei, deveras deslumbrado com os inúmeros tipos de instrumentos musicais, alguns nunca vistos por mim.
Acerquei-me de um irmão, que nos deu explicações.
- Na Terra serão fabricados alguns desses instrumentos?
- Nem todos.
Só quando ela sofrer sua transformação.
O homem encarnado ainda está longe de captar a grandeza da música celeste.
Os instrumentos eram belos demais e logo recordei de um amigo querendo tocar órgão; aqui ele ficaria maravilhado diante de tantos recursos.
Permanecemos algumas horas naquele Departamento a descobrir mais uma realidade:
quando o espírito ama o seu dom, ao voltar à vida espiritual, esquece que a terra o louva, e aqui se propõe a trabalhar.
Não existe tarefa mais bela ao que a de ajudar ao próximo.
Visitávamos um Departamento musical, com seu anfiteatro repleto de apreciadores dessa arte.
- Conrad, imagine nos planos superiores a qualidade musical!
- E mesmo, Sérgio!
Penso que para nos deliciarmos com melodias divinas precisamos estar aptos.
A nossa roupagem actual veda um pouco o poder de apreciação, por isso cada um recebe de acordo com a sua capacidade.
Notamos que os artistas tocavam instrumentos sólidos, e música verdadeira, bem melhor que a da terra, é verdade, mas tudo bem material, longe do etéreo.
"Mas eu chego lá, isso eu chego!" - pensei alto.
- Chegaremos, amigo, chegaremos - falou-me Conrad.
Vendo-me pensativo, o irmão propôs:
- Sei que, como eu, tu desejas conhecer este Departamento.
Vamos procurar Ernest.
E assim, encontramos o irmão que gentilmente nos recebeu; ele acabava de dar uma aula e seus alunos iam-se retirando. Identifiquei dois músicos, bastante respeitados na Terra, ali como aprendizes.
Pensei em perguntar algo sobre eles, mas, deixei prá lá!
- Sejam bem-vindos!
Fui informado de que os jovens irmãos estão estudando o crescimento da "chama divina", e achei interessante o relato que farão, desde a criação, à queda e ao reerguimento através das vidas sucessivas.
Ao tomarmos consciência de que nascemos do Todo Poderoso, mas, mesmo assim o nada se agregou em nós, chega-nos a vontade de fazer brilhar a chama eterna e esta vontade é a condição de vitória.
Cada ser deve procurar a fonte da vida: o conhecimento, e ele se chama Deus.
A música é um dos componentes necessários do Universo.
Ela cura, ameniza e dá paz.
- Irmão, aqui o estudo é especializado em música sacra?
- Não, Sérgio, esse sector destina-se ao estudo do melhor meio de levar inspiração musical até aqueles que, na Terra, têm vocação para compor.
Mas temos alas específicas aos que se dedicam ao canto, à música sacra, aos concertos, enfim, à enorme variedade de dons musicais existentes.
- Irmão, algo me despertou o interesse: como se faz o intercâmbio musical?
- Um grupo fica encarregado de transmitir aos compositores musicais; outro grupo se ocupa de transmitir até os encarnados.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 18, 2020 7:47 pm

Alguns captam melhor, principalmente se se esforçam através do estudo.
Aqui ninguém pára, sempre estamos mandando até a terra filamentos de música divina.
- Desculpe, irmão, mas a Terra está repleta de músicas ruins. .
- Grande parte não procede daqui e muitas são alteradas na sua transmissão.
Depois, não se esqueça de que as regiões de trevas também possuem suas músicas.
- Eu, hein?
Ele nos sorriu, despedindo-se.
Agradecidos, dali saímos.
Os meus ouvidos estavam recebendo as mais belas melodias e me senti muito feliz.
A tudo observava com grande interesse.
Conrad já conhecia aquele lugar, pois logo acercou-se dele Paloma, uma bela mulher, que ali trabalhava, à qual fui apresentado.
Indaguei-lhe, de pronto, sobre o salão que adentrávamos, ao que me respondeu:
- Aqui estão os aprendizes do canto.
- E mesmo?
E aqui que se aprende a cantar?
Irmã posso me inscrever para algumas aulas?
Preciso muito pois os meus amigos reclamam da minha falta de "tom".
Ela sorriu, respondendo:
- Desculpe, mas para o irmão chegar até aqui, faz-se necessário estagiar em várias outras classes.
Há uma selecção feita por espíritos capacitados.
Quando o irmão chegar ao pátio, procure observar como é belo o nosso colégio musical; ele possui desde pequenas escolas de música, até salas de concerto.
- O que fazer então?
Conformar-me com a minha incapacidade musical?
Paloma respondeu:
- Pelo que sei, o irmão possui muita sensibilidade, o que o leva a compor belas melodias; posso afirmar-lhe que um dia você chegará aqui.
Já está começando e desejo-lhe completo êxito.
Nesse momento, alguém cantava uma opereta.
A voz penetrou em meu espírito, e me senti flutuar; olhei para meus amigos: eles resplandeciam amor pois aquela voz transformava o ambiente.
A vibração era tão intensa que me imaginei ao lado de Deus, deliciando-me com o paraíso.
Em cada companheiro divisei um arcanjo com suas roupas de um colorido diferente, nas mais belas tonalidades.
Não posso precisar quanto tempo ali ficamos, e ao nos retirarmos estava até com vergonha de falar.
Não queria perturbar os meus amigos, pois também não queria ser perturbado.
Era tão belo o momento, que silenciosamente fiz uma prece de agradecimento a Deus, o criador da Chama Eterna.
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