LUZ ESPÍRITA
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Alma Gémea - Hermes / Maurício de Castro

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Alma Gémea - Hermes / Maurício de Castro - Página 8 Empty Re: Alma Gémea - Hermes / Maurício de Castro

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Fev 06, 2018 9:54 pm

EPÍLOGO
Levadas pelo ódio e pelo desespero, Paloma e Lúcia não viram outro caminho senão o da prostituição.
Não procuraram pela Quinta dos Prazeres, pois o estabelecimento pertencia à mãe de Denise, quem elas igualmente odiavam, por isso passaram a vender os corpos por pouco dinheiro, pelos guetos e vielas de Lisboa, a quem aparecesse e pagasse melhor.
Cada homem que as tocava as fazia sentir mais ódio da vida, de Isabel e, principalmente, de Denise.
Paloma, contudo, passou a gostar daquela vida de sexo fácil e era com prazer que se entregava a todos os tipos de experiências nessa área, para depois chorar horas e horas de arrependimento, sentindo-se suja e pecaminosa.
Lúcia não gostava do que fazia, mas era o único meio de ter o que comer e pagar um quarto em uma taverna no Beco das Garrafas, uma espécie de pequeno prostíbulo no subúrbio da cidade.
Quanto mais elas sofriam, mais odiavam todos, inclusive a mãe, que se negou a seguir com elas.
Anos depois, velhas e doentes, Lúcia e Paloma desencarnaram e foram para o umbral, onde passaram outras dezenas de anos até serem resgatadas por espíritos socorristas amorosos.
Um ano depois de chegar ao Brasil, Denise enviou uma carta para Isabel que, naquele momento, unida a Lúcio, emocionava-se com a leitura:
"Amada tia Isabel,
Jamais poderei pagar o que a senhora fez por mim, por Gilberto e pelo nosso pequeno e lindo Dionísio.
Ele nasceu no final do verão e já está completando três meses.
É bastante saudável e grande e sempre sorri quando conto as histórias de nossa terra natal, parecendo já conhecer todos vocês.
Como estou feliz!
Aqui vivo numa casa maravilhosa, grande, cheia de muitas janelas, parecendo a quinta onde vivi meus primeiros anos.
Adoro trabalhar com a plantação.
qui no Brasil tudo floresce e vinga com facilidade.
Vivo alegre em meio às plantações de milho, feijão e mandioca, uma raiz muito cultivada por aqui.
A fazenda é alegre e cheia de escravos e a "escravinha" Zefa me ajuda a cuidar de Dionísio e da cozinha.
Gilberto não gosta da roça, pois seu trabalho é cuidar das minas que pertencem às nossas terras.
Estamos enriquecendo cada vez mais e poderemos criar não só o Dionísio, mas todos os outros filhos que Deus nos confiar.
Às vezes, sinto remorso quando me lembro de Elvira, Paloma, Lúcia e dos pais de Gilberto, choro escondida, mas agora já não posso fazer mais nada.
Gilberto também sente saudades deles, mas logo esquece, pois diz que nunca foi tão feliz em toda existência.
Se a senhora puder, volte atrás e dê abrigo e vida digna a eles.
Diga à mamãe e à tia Elisa que as amo muito e nunca vou esquecer o amor que elas me deram na infância inesquecível.
Como tudo era bom! Hoje sou muito mais feliz, mas reconheço que tive uma infância abençoada ao lado delas, da senhora e do Maurício.
Aquela menina mimada cresceu muito nesse pouco tempo.
Aprendi a viver melhor e me tornei mais responsável, principalmente depois que Dionísio nasceu.
Ave sem Ninho
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Fev 06, 2018 9:54 pm

Quero que a senhora e o tio Lúcio sejam muito felizes e oro todas as noites para que Deus os proteja e abençoe!
Da sobrinha querida,
Denise de Menezes".
Isabel releu a carta e por fim olhou para Lúcio dizendo em murmúrio:
- Hoje sei que, embora não tenha sido tão certo o que fiz, foi o melhor para todos.
Ela não sabe, mas já fui procurar Paloma e Lúcia pessoalmente várias vezes, mas elas me odeiam e não aceitam minha ajuda.
Fico muito feliz em ter um filho como Maurício que deu amparo a Elvira e aos sogros quando eu estava envenenada pelo egoísmo.
Apesar de tudo, minha consciência está tranquila e sei que um dia, de uma forma ou de outra, iremos reparar todos os erros que cometemos nesta vida.
Como dizia Carlinhos e agora diz nosso filho Maurício, a vida não começa no berço, nem termina no túmulo, e nascemos e renascemos várias vezes para progredir e reparar todo o mal que fizemos.
Anseio por este momento.
Lúcio, olhos brilhantes de emoção por ver Isabel melhor espiritualmente, disse:
- Acredito que esse dia chegará para todos nós.
Tenho aprendido muito com meu filho e com os amigos espirituais que ele recebe e tenho a certeza de que um dia, depois de tudo isso, seremos realmente felizes.
- Nós já somos felizes, meu amor, temos um ao outro.
- Sim, somos felizes por muito nos amar, mas a felicidade só pode ser completa quando beneficia a todos os envolvidos em nossas vidas.
Temos uma felicidade relativa e vamos aproveitar agradecendo a Deus por isso, mas a felicidade verdadeira só iremos conseguir quando colocarmos no lugar tudo o que, com o nosso egoísmo e orgulho, nós tiramos.
Isabel e Lúcio beijaram-se com emoção.
Eles não viam, mas ali estavam, jogando-lhes energias prateadas, os espíritos de Raimundo, Margarida e Rosalinda.
Esta, aproximou-se de Lúcio com emoção, alisou os seus cabelos e disse:
- Hoje sei que você sempre amou Isabel, mas eu amo você mesmo assim.
Espero um dia poder compartilhar novamente de sua presença linda e acolhedora.
Que Deus os abençoe!
Naquele instante, um espírito luminoso apareceu no ambiente chamando-os:
- É preciso voltar para a Colónia. Um emissário do Plano Maior disse que é hoje que vai acontecer.
Margarida e Raimundo se emocionaram:
- Como é grande a bondade de Deus, vamos lá.
Chegaram à Colónia e foram procurar Pedro que, naquela noite, reencarnaria como filho caçula de Isabel e Lúcio.
Depois de mais de quinze anos, Isabel se veria grávida novamente.
Havia uma preocupação no ar e o mentor pediu que todos dessem as mãos e fizessem um círculo em volta de Pedro.
Assim foi feito e ele começou a orar:
"Que Deus te dê coragem para mudar o que precisará ser mudado, força para aceitar o que não poderá ser modificado e sabedoria para saber separar uma coisa da outra".
Emocionados, todos disseram:
- Que assim seja!

§.§.§- Ave sem Ninho
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