LUZ ESPÍRITA
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A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

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A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 09, 2014 8:45 pm

Direccionando o foco da atenção para o centro do poder entre os ditadores do abismo, outro espírito, após o longo silêncio que se seguiu à fala de Anton, tomou a palavra para perguntar:
— Será que o representante do poder entre os dragões, exímio especialista na comunicação, tem a seu dispor todo o arsenal de poder e os especialistas que alegam hoje servi-los, tanto nesta dimensão quanto entre os encarnados?
— Com certeza, nisso eles não estão mentindo.
O comando central dos guardiões já detectou diversos pontos de convergência no mundo, onde seres e recursos que servem aos espíritos da oposição estão reunindo forças, como ponto de apoio para suas investidas contra a civilização e o progresso do mundo.
Mas, mesmo diante de todo o arsenal representado inclusive pelos avanços tecnológicos que emergem neste início de século — muitos dos quais têm sido postos a serviço das inteligências sombrias —, não podemos esquecer que o direccionamento espiritual do planeta está sob o patrocínio do Cristo.
Outro espírito, especialista em biologia e exobiologia, perguntou, visivelmente interessado no seu campo de pesquisa:
— Minha pergunta é directamente relacionada aos dragões.
Queria saber se hoje, isto é, no século XXI, ainda haverá condições de os seres que se intitulam dragões reencarnarem no planeta Terra, ou definitivamente não haverá mais oportunidades para eles?
— Sinceramente, meu caro — voltou a falar Anton —, diante das graves mudanças que têm ocorrido no ambiente extra físico, oriundas principalmente do processo de reurbanização em andamento, bem como da urgência da mensagem que levamos a esses seres nas dimensões mais sombrias da erraticidade, é forçoso concluir que não há mais tempo para reencarnarem através das mães da Terra.
Chegou a hora do juízo, e não há mais lugar para a reencarnação dos dragões.
O momento é de organizar a vida planetária tanto de um quando do outro lado da vida, a fim de preparar a humanidade para as transformações correntes, e que em breve serão mais rigorosas.
Esses seres hediondos, agora, devem tão-somente esperar pela justiça divina, que os desalojará do seio do orbe e os localizará em mundos compatíveis com seu estado íntimo e evolutivo.
"O momento da misericórdia já passou para esses seres, que logo deverão enfrentar os tribunais da justiça soberana, os quais definem, segundo as leis cósmicas:
'a cada um segundo suas obras'.10
Não adianta mascarar a situação dos dragões e de seus mais dilectos representantes, eles mesmos já sabem, ainda que por intuição, que não mais lhes resta oportunidade no planeta Terra, conforme está dito no livro considerado sagrado pelos cristãos:
'Pelo que alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais.
Ai dos que habitam na terra e no mar, porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que pouco tempo lhe resta'."11
— Como podemos ver a situação das pessoas no século actual, diante dos avanços da tecnologia?
Preocupo-me sobretudo no que se refere à internet e às possibilidades que ela coloca à disposição.
Quais são os possíveis transtornos causados pelo mau uso da internet?
Existe um perigo real rondando aqueles que se entregam ao seu uso indiscriminado?
Anton, respirando fundo, como a escolher as palavras certas para a resposta que pretendia dar, olhou-nos com visível preocupação quanto ao alcance da pergunta.
— Na actualidade, levando-se em consideração o sistema no qual se baseia a civilização, as comunidades espalhadas em todo o globo dependem de tecnologias de ponta, dos avanços da telemática e das técnicas mais modernas de comunicação para sustentar sua infra-estrutura.
Desde o tráfego de aeronaves ao arsenal de computadores que mantêm o sistema bancário e financeiro operando, passando pela administração dos países e da vida de biliões de cidadãos — praticamente nada hoje funcionaria sem o uso de tais ferramentas.
Há inúmeros exemplos: os sistemas que controlam a qualidade do meio ambiente, os hospitais e suas redes críticas; muitíssimos outros sectores da vida civilizada não podem prescindir do esquema avançado da tecnologia, particularmente da internet.
"Noutro âmbito, as pesquisas científicas mais minuciosas estão totalmente dependentes da técnica desenvolvida especialmente depois da segunda metade do século XX.
Notamos acentuada evolução nos sistemas informáticos, os quais proporcionaram o advento da informação, do controle rigoroso, do processamento de dados em larga escala, e é o desenvolvimento de novas tecnologias que possibilita o estilo de vida contemporâneo.
Desse modo, as relações humanas globalizaram-se, internacionalizaram-se a tal ponto que se torna impossível imaginar, no actual estágio da humanidade, uma forma de se viver sem o uso da internet e da informática, que a cada dia dá passos mais avançados em torno de novas e diversificadas descobertas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 09, 2014 8:45 pm

"Mas essa revolução do conhecimento, da informação e da inteligência humana não passa incólume diante da acção de espíritos muito mais experientes do que os homens encarnados.
Sob esse prisma, buscamos estudar como a hipnose e a indução magnética estão se tornando também cada vez mais difundidas e globalizadas, usando os recursos da mídia, da tecnologia e do ciberespaço.
Não há como circunscrever a actuação dos espíritos das sombras, e, lamentavelmente, vemos avançar também as modernas técnicas de obsessão, com o aparecimento da internet e dos meios de comunicação mais modernos.
O uso de drogas virtuais,12 a dependência crónica de salas de bate-papo, chats, redes sociais, entre outras ferramentas, têm contribuído também para a derrocada dos valores morais, éticos e humanitários, pois, através desses mecanismos, os lares são invadidos, perde-se a privacidade, e o domínio das mentes torna-se algo muito mais real do que nos filmes de ficção.
"E espero que minhas palavras sejam entendidas, pois não estamos depreciando o recurso em si, num discurso retrógrado, mas sim chamando a atenção para o modo como tem sido empregado, muitas vezes inadvertidamente.
"A verdade é que não podemos ser ingénuos a ponto de imaginar que os humanos usam a alta tecnologia sozinhos, isolados, sem a presença de seres extra corpóreos que se infiltram em seus pensamentos, emoções e sentimentos, lançando mão das mais modernas técnicas de transmissão de ideias e manipulação mental.
São as modernas obsessões, as obsessões do ciberespaço, ou técnicas avançadas de manipulação das massas, presentes no dia a dia dos encarnados.
Por isso, há que desenvolver o bom senso ao lidar com essas mídias.
Somente há alguns anos os encarnados têm se deixado inebriar em suas redes mais subtis de entretenimento, prazer ou conhecimento; porém, os espíritos da oposição há muito já conhecem essas técnicas.
Se, para os encarnados, constituem o que existe de mais actual, para os espíritos, representa algo trivial, com que já estamos familiarizados há bastante tempo.
"Assim sendo, cabe-nos inspirar os seres na Terra para o uso decente, ético e comedido daqueles instrumentos que a cada dia chegam ao seu domicílio, no plano físico, a fim de que desenvolvam a sabedoria de usar sem abusar, tampouco se transformarem em dependentes virtuais ou tecnológicos.
Trata-se de não se tornarem seres castrados em sua inteligência e altamente manipuláveis, tanto por encarnados quanto por desencarnados imprevidentes e descomprometidos com os ideais cósmicos do Evangelho e do Cordeiro."
A reunião não poderia se estender mais, pois precisávamos atentar para outras actividades.
Anton nos propôs reuniões entre as actividades, assim teríamos condições de nos manter informados e entrar em detalhes sobre as variadas questões que suscitavam nossa curiosidade.
Deixamos o ambiente do aeróbus e demandamos o trabalho com a urgência que nos era solicitada.
Tão logo deu por encerrada a reunião, Anton ordenou disparar-se o alarme no acampamento dos guardiões.
De diversos locais, exércitos de espectros se aproximavam.
Por enquanto, não corríamos nenhum perigo, porém, não podíamos abusar da sorte.
Estávamos em território inimigo, e, ali, os dragões eram os senhores absolutos.
Eram o poder vibratório supremo de todos os domínios do abismo.

1 Poucas, mas significativas vezes, a palavra reino aparece fora das expressões reino de Deus ou reino dos céus no Evangelho.
Como se pôde apurar, os guardiões interpretam o termo como alusivo à política do Cordeiro.
Os versículos a seguir abonam essa visão:
"E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino", "E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações.
Então virá o fim"
(Mt 9:35; 24:14; grifos nossos).

2 Vale repetir a célebre máxima do espírito Verdade, já citada nesta obra:
"de ordinário, são os espíritos que vos dirigem"

(KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. 1ª ed. esp. Rio de Janeiro: FEB, 2005, item 459, p. 306).

3 A lógica subjacente ao raciocínio do interlocutor é análoga àquela que levou o espírito André Luíz — provavelmente o autor que na actualidade goza de mais prestígio entre os espíritas de modo geral — a formular a seguinte assertiva:
"seus pensamentos revelam suas companhias espirituais"

(XAVIER, F. C. Pelo espírito André Luíz. Agenda cristã. Rio de Janeiro: FEB, 1998. cap. 32, p. 103).
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 09, 2014 8:46 pm

4 É tentador reportar-se, ainda que de modo recorrente, a um dos textos fundamentais, mais caros à visão espírita de mundo, que encerra grande parte das premissas necessárias para compreender desde a mais simples descrição da realidade extra física até os pormenores da interacção dos espíritos com o mundo corpóreo:
"Tendes muitos deles [espíritos] de contínuo a vosso lado, observando-vos e sobre vós actuando, sem o perceberdes, pois que os Espíritos são uma das potências da natureza e os instrumentos de que Deus se serve para execução de seus desígnios providenciais'

(KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. 1a ed. esp. Rio de Janeiro: FEB, 2005, item 87, p. 112-113).

5 Mc 13:32.
6 Mt 24; Mc 13; Lc 21:5-35.
7 Mt 24:8; similar em Mc 13:8.

8 Extremamente pertinente a observação do personagem, pois a atracção que o discurso de fim do mundo exerce é patente.
Entre outros factos que ilustram essa comoção, pode-se citar a visão corrente sobre o livro bíblico do Apocalipse — título cujo significado é revelação, mas que normalmente é tido como sinónimo de fim do mundo, erroneamente, ganhando cunho de texto que prevê a hecatombe planetária.


9 Ap20:3.

10 Mt l6:27; Mc l3:34; Rm 2:6; Ap 2:23; 22:12.
11 Ap 12:12 (grifo nosso).

12 As chamadas drogas virtuais são objecto de análise no capítulo 1º.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 09, 2014 8:46 pm

Capítulo 6 - Salto entre as dimensões
"Conheço um homem em Cristo que há quatorze anos foi arrebatado até o terceiro céu.
Se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei, Deus o sabe.
E sei que o tal homem - se no corpo se fora do corpo, não sei, Deus o sabe. - foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir."

2 Coríntios 12:2-4


Os CALENDÁRIOS do planeta Terra marcavam o início de um novo ano, quando nos bastidores da vida transcorriam estes acontecimentos.
E a maioria dos habitantes do mundo, envolvida com a vida social, as futilidades e dissabores comuns aos encarnados, nem sequer imaginava que factos importantes se desenrolavam em outra dimensão do universo.
Acontecimentos que representavam muito para o destino da quase totalidade dos espíritos cujas vidas estavam ligadas à evolução do planeta Terra.
Os dirigentes das nações, com raras excepções de alguns líderes, nem ao menos sabiam da existência de outras dimensões — ou evitavam pensar nisso.
A maioria dos representantes do Cordeiro no mundo já sentia que algo diferente se passava em seu planeta, simplesmente pela observação dos factos, das notícias do dia a dia, que cada vez mais assustavam a população ou despertavam sérias reflexões naquelas pessoas dadas ao pensamento filosófico.
Poucos sabiam da existência de um plano extra físico ou de outra dimensão, mas ainda assim esse conhecimento era irrisório, diante da multiplicidade de acontecimentos que estavam em curso.
Tacteavam, no que dizia respeito ao conhecimento espiritual e à vida em outras dimensões.
E aqueles que sabiam e aceitavam a existência de outro factor dimensional não tinham conhecimento especializado, científico, que lhes trouxesse minúcias a respeito dos mundos fora dos limites vibracionais do planeta Terra.
Por outro lado, os dirigentes espirituais encarnados, de qualquer religião, estavam mergulhados em seus pontos de vista a respeito de suas acanhadas verdades, muito ocupados com a disputa sobre quem detinha o conhecimento pleno ou verdadeiro da vida espiritual. Eram pessoas boas, mas estavam perdidos na política interna de seus movimentos.
E momentaneamente incapazes de perceber a movimentação intensa que se passava nos bastidores da vida e que definiria o destino do mundo chamado Terra.
Depois é que algum conhecimento veio inspirar os terrestres, aqueles que estavam preparados para abordar outra perspectiva do contacto extra físico; depois é que novos conhecimentos foram levados aos estudiosos da vida em outras dimensões; mais tarde é que seriam abertos os olhos de tanta gente sobre o sistema de poder dos magos negros, cientistas e toda a estrutura de uma vida intensa e activa, muito além dos modelos antes concebidos pelos estudiosos da vida no Além.
E, ainda mais, quando a vida no chamado Além ficara muito mais agitada, muito mais complexa e os problemas do mundo foram apresentados como intimamente ligados a todo um universo vivo e vibrátil...
Aí sim, começou a haver uma esperança maior.
Esperança de que os escolhidos do Cordeiro, seus representantes no mundo finalmente pudessem despertar para a importância de sua acção na transformação do planeta.
Uma nova consciência estava sendo elaborada, novas responsabilidades eram trazidas à tona, enquanto um novo mundo estava sendo parido, gerado nas cinzas do velho, embora com dores de pano análogas àquelas que uma mulher enfrenta ao dar à luz um novo homem.
Nesses dias, em que nos bastidores da vida ocorriam importantes mudanças e, no palco do mundo, os humanos da Terra presenciavam a mudança geral que se processava no sistema vivo do planeta, os guardiões, os amigos da humanidade, entram em acção.
Os ditadores do submundo entram em cena mais uma vez, na tentativa de deflagrar uma guerra total e, de repente, os amigos da humanidade aparecem no palco dos acontecimentos.
Enquanto isso, abre-se uma porta dimensional para a abordagem do sistema de poder dos inimigos do mundo e do progresso — sem que a maioria dos habitantes do planeta o suspeitasse.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 09, 2014 8:46 pm

RELATOS DE RAUL

MEU ESPÍRITO
pairava acima do corpo.
Apoiado por mãos invisíveis, voava, como se estivesse entre o sonho e a realidade.
Asas imperceptíveis pareciam sustentar-me nessa mudança de vibração até que fui, aos poucos, libertando-me do peso da substância material que representava o meu corpo.
E meu espírito passou a reflectir os mesmos contornos observados em meu corpo físico, porém mais delgado, mais afinado com o universo no qual eu me projectava.
Era um mundo mental, uma espécie de universo paralelo, que vibrava numa frequência ligeiramente diferente daquela onde repousava meu corpo.
Havia outros seres, outras sensações, eram criaturas que se movimentavam com seus outros corpos, diferentes do meu, mais ágeis, mais energéticos e menos substanciais, no que concerne aos componentes materiais.
Como fantasmas, os percebi ainda quando entrava em estado alterado de consciência.
Seus impulsos mentais e suas emoções atingiram meu espírito num ritmo já conhecido por mim, numa frequência a que eu já estava acostumado.
Porém, pareciam querer de mim algo que eu ainda não sabia definir ou ao menos não tinha a mais leve intuição do que seria.
Pelo menos ainda não.
Os impulsos mentais pareciam se repetir num certo diapasão, embora o ritmo ficasse mais e mais intenso.
Em mim, era como se causasse uma ressonância que não saberia definir.
Aliás, eu nunca sabia definir esse tipo de impulso ou essa digital energética que constantemente se repetia, como vinha se repetindo há muitos anos em minhas experiências extra-físicas, em mundos pouco conhecidos e dificilmente analisáveis.
Com muito esforço mental, consegui apagar de minha mente a ideia e a sensação de um cansaço que teimava em imprimir a sua marca.
Lenta, inexoravelmente, abandonei a caverna de tecidos, músculos e ossos que me prendia o espírito ao mundo dos mortais.
Embora todo o esforço da memória celular, da força quase gravitacional que o corpo exercia sobre minha mente, as células cinzentas do cérebro foram incapazes e impotentes para reter meu espírito, que se desprendia a despeito dessa força de atracção exercida pelo escafandro de carne.
A matéria animal, com a qual eu convivia em simbiose profunda, gradativamente cedia, como cedera outras tantas vezes em que eu recebia o influxo de consciências que habitavam dimensões paralelas da vida universal.
O cérebro manteve os processos químicos e eléctricos necessários para sustentar a vida orgânica activa com uma cota mínima de vitalidade; os sulcos cerebrais que coordenavam a estrutura animal do meu corpo físico emitiram impulsos eléctricos, accionando o sistema nervoso, que passou a funcionar em regime de urgência para a manutenção da fisiologia do corpo.
Eu despertava para uma nova etapa de vivência fora dos limites vibracionais impostos pelas leis da física.
Meu espírito extraiu todo o néctar dessas experiências vividas muito além da imaginação dos homens comuns do planeta.
Eu despertava para o trabalho, para a acção, num universo diferente, mas, para mim, cada vez mais familiar, sob o comando de consciências extra-físicas que colaboravam com aqueles que orientavam os destinos da humanidade do planeta Terra.
Agora eu era Raul, não mais a personalidade cheia de limitações que caminhava pelas ruas do mundo.
Aqui, ou melhor, neste aqui e agora, onde me movimentava, outros sentidos, outras faculdades e novas habilidades que eram despertadas em meu corpo espiritual faziam de mim um colaborador íntimo daqueles que me chamaram para a grande batalha espiritual.
Assim que me estabilizei fora do corpo, configurando minha aparência de acordo com a necessidade do trabalho, fiquei sabendo que os impulsos mentais vinham dos poderosos guardiões ou sentinelas, com os quais me achava ligado numa amizade indissolúvel.
A hipnose exercida pelo cérebro físico, que causava a ilusão dos sentidos, já não tinha força sobre mim, fora do corpo.
Aliás, eu sabia, como sempre soubera, que aquele corpo não era eu. Era apenas uma prótese material descartável, usada por mim a fim de me relacionar com amigos, parentes e a sociedade do mundo durante o intervalo de tempo a que chamamos vida.
Os impulsos mentais vinham cada vez mais intensos e traziam informações cujos inúmeros detalhes antes, dentro do corpo físico, eu não teria condições de perceber ou apreender em suas minúcias e complexidades.
Era como uma avalanche de conhecimento que vinha em bloco, sendo liberada em minha memória extra física fora dos limites vibracionais do corpo que me servia de instrumento temporário.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 09, 2014 8:46 pm

Em meio ao nevoeiro de fluidos que me envolvia; em meio às névoas de lembranças que se estabilizavam junto com o conhecimento arquivado na memória espiritual, extra física, mental, surgia um ser, um rosto, que se apresentava aos olhos da minha mente através daqueles outros sentidos, os quais não poderiam ser expressos pelo cérebro que ficara prisioneiro na roupagem física.
Pouco a pouco foram tomando corpo os contornos de um homem, um espírito de feições fortes, graves, mas amigo.
Também se formava lentamente, mas de maneira a não deixar dúvidas sobre o lugar onde eu estava, o ambiente do centro de comando de uma das bases dos guardiões, já conhecida por mim desde um período anterior à última existência física.
Watab era um espírito estrategista, táctico e líder de uma equipe de especialistas em estratégias de guerra, sob o comando maior do Cordeiro.
Enfim, ele era um dos seres vinculados directamente às instâncias da justiça divina.
Quando entrava em acção nas regiões profundas da subcrosta ou do abismo, seu rosto marcante e sua postura quase imóvel conferiam-lhe um aspecto muito semelhante ao de um lince.
Por tudo que conheço a seu respeito, posso dizer que Watab é extremamente zeloso com a tarefa que lhe compete, tanto quanto cioso ao defender os princípios éticos do Reino.
Dava-me a impressão de que não se deixava guiar pelas emoções, como muitas vezes nós, encarnados, fazemos.
Sempre o vi adoptar medidas com base em avaliações frias e exactas dos factos em jogo, e não em interpretações que colorem os eventos a ponto de adulterá-los.
Talvez essa sua capacidade o fizesse um dos mais destacados guardiões e líder nato.
Assim que me vi fora do corpo, tentei ser delicado e respeitoso ao máximo com o guardião, com quem muito aprendi acerca dos perigos que vez ou outra nos rondavam no decorrer de nossas actividades no mundo.
— Não perca tempo com formalidades, Raul — declarou, com a potência de voz que lhe era comum em períodos como aquele, de investidas mais intensas.
Afinal, somos amigos e estamos no mesmo time.
— Você está exagerando — falei de forma a não deixar dúvida sobre minha consideração para com ele.
Watab fez uma mesura enquanto se virava para os instrumentos que tomavam toda a extensão da cabine de comando do aeróbus, para onde me conduziu após minha mudança de vibração, durante o desdobramento.
O veículo apresentava-se a minha visão como algo imenso, uma criação da técnica sideral dos guardiões.
Watab monitorava tudo ao redor.
Depois de dar algumas ordens a outros espíritos de plantão — engenheiros, técnicos, especialistas em cibernética e outros que trabalhavam no interior do aeróbus —, organizou pessoalmente a partida do veículo astral que nos abrigava.
Até então eu não tinha percebido em que região daquela dimensão estávamos ancorados.
— Desde que começamos a enfrentar mais directamente os seres que dominam as regiões sombrias, os senhores da escuridão e os ditadores implacáveis do abismo, tivemos de adoptar medidas de segurança extremas e bastante necessárias tanto para proteger os médiuns que servem connosco desdobrados, quanto para nossa própria segurança.
Espíritos especialmente treinados foram remanejados em suas funções, a fim de dar apoio aos destacamentos de guardiões.
Temos recebido ordens directamente da administração espiritual do planeta, com o intuito de movimentarmos os recursos para a grande transformação que se aproxima.
Watab parecia ter a mente ligada por fios invisíveis à dos outros guardiões, pois aparentava um quase transe ao pronunciar aquelas palavras.
— Temos na actualidade um considerável número de guardiões e especialistas do plano extra físico monitorando todos os departamentos da vida planetária, de maneira especial os gabinetes dos governos do mundo.
Infelizmente, porém, nem sempre conseguimos realizar nossas tarefas de maneira proveitosa, pois além de sermos ainda humanos, mesmo nesta dimensão e nas outras por onde transitamos, contamos com as dificuldades criadas e mantidas por inúmeras pessoas que, no plano físico, dizem ser nossos aliados.
Isso nos faz procurar noutros campos agentes mais decididos, digamos assim, e assim prepará-los para as tarefas em andamento nos bastidores da vida.
— Por enquanto, os guardiões só podem trabalhar então em questões mais gerais, ou melhor, de abrangência planetária, não é mesmo? — perguntei, sem qualquer embaraço.
Vocês têm de concentrar a atenção e a acção nos focos de poder dos dragões e seus aliados, uma vez que tais focos são de natureza impiedosa e maligna.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 09, 2014 8:47 pm

Como conciliar essa necessidade às dos diversos agrupamentos no plano físico, que do mesmo modo reclamam a intervenção mais directa dos guardiões?
— Que podemos fazer, Raul?
A Terra já está em franco processo de mudança para outra etapa de sua evolução.
Temos de deixar que guardiões menos experimentados tomem conta desses núcleos, embora estes também sejam importantes para o momento evolutivo da humanidade.
Recebem assistência conforme a importância do papel que desempenham nesta hora de decisões para o destino dos humanos do planeta.
Enquanto não dispusermos de mais gente especializada, temos de lançar mão desse contingente de trabalhadores.
— Consigo avaliar a enorme demanda de pessoal especializado e as dificuldades que vocês enfrentam do lado de cá — falei, referindo-me aos trabalhos e à rotina dos guardiões nas dimensões paralelas do planeta Terra.
Além de médiuns com boa vontade, precisam de pessoas que se instruam e se preparem como numa escola de oficiais, para trabalharem como auxiliares seus.
Puxa — enfatizei —, isso não deve ser fácil!
— Mas não é somente isso, Raul — respondeu Watab.
Não basta ter gente que se prepare, em termos de conhecimento.
Para trabalharem directamente ligadas à nossa equipe, é preciso pessoas que sejam menos místicas, não dadas ao fanatismo religioso ou espiritual.
Isso sim é um desafio.
Queremos e necessitamos de seres humanos que tenham os pés bem fincados no chão, embora o espírito ligado às estrelas.
Essa situação peculiar torna nossa busca por parceiros algo semelhante a encontrar alguém num labirinto.
— Ou uma agulha num palheiro... — completei o pensamento do guardião.
E, após olhar para mim com uma ternura de que eu jamais o imaginava possuidor, Watab falou, abraçando-me, como a um velho amigo:
— Bem, meu caro, temos muito que fazer.
Como dizem os espíritos espíritas, o tempo urge, e precisamos trabalhar.
Os comandos dos guardiões receberam ordens para investigar mais a fundo os planos dos dragões e levar até eles a mensagem final dos dirigentes espirituais do mundo.
Parece que as coisas vão piorar um pouco antes de melhorar...
Fiquei mudo diante das observações do guardião.
Watab pronunciou suas palavras como se estivesse prevendo alguma coisa grave ou como se soubesse de algo mais que não me revelava naquele momento.
Talvez para descontrair o clima, acrescentou, num misto de ironia e filosofia, como era próprio deste amigo:
— Quando penso na movimentação que está ocorrendo no submundo e no abismo, não há como não associá-la ao ditado da Terra:
os marinheiros já se preparam para abandonar o navio, acreditando que ele irá afundar...
E, completando o raciocínio, comentou:
— Mas enquanto nosso general estiver com o leme nas mãos, isso não acontecerá.
No máximo enfrentaremos a ressaca, as tempestades, mas confiamos plenamente na direcção para a qual é conduzido o barco terrestre, sob as mãos poderosas dos oficiais que assessoram nosso comandante maior.
Fiquei pensando por quanto tempo nós, os encarnados, poderíamos contemplar o quadro aparentemente pacífico que ora se vê no plano físico.
Que crimes hediondos teriam cometido os dragões em seus mundos de origem para que sofressem o desterro para cá?
E mais ainda:
que planejavam aqueles espíritos milenares a fim de levar nosso orbe ao mesmo destino e às mesmas ocorrências que precipitaram sua expulsão no pretérito?
Watab, provavelmente percebendo meus pensamentos, falou de maneira a não deixar dúvidas quanto às próximas acções dos guardiões:
— Está na hora de sairmos da defensiva, meu amigo.
Devemos enfrentar os ditadores do submundo, os dragões, e encarar a realidade, embora nem sempre essa realidade agrade a todo mundo.
Vamos penetrar no círculo do poder dos dirigentes da dimensão sombria.
Depois de reflectir durante um quarto de hora e após intensos momentos de trabalho difícil na central de comunicações do aeróbus, aproveitei para encerrar uma discussão acalorada com Voltz, um dos amigos que viera com Watab me buscar e que por um bom tempo estivera em silêncio em alguma cabine do veículo astral.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 09, 2014 8:47 pm

Fiquei sabendo da captura do espectro, conforme Voltz me deixara a par.
Eu não conseguia imaginar nenhuma solução convencional para lidar com o prisioneiro, sobretudo porque vários recursos haviam sido tentados, sem sucesso, segundo me informou.
Teríamos de extrair do espectro o máximo possível de informações, e foi para isso que me chamaram:
eu serviria de isca para o espírito que estivera a serviço dos dragões.
No entanto, isso era algo complicado, pois que são seres de índole vampiresca, no mais legítimo e amplo sentido da palavra.
Vivem nas profundezas e formam o serviço secreto ou a polícia negra dos dragões; os mais graduados tornam-se chefes de legião ou passam a constituir a segurança pessoal dos ditadores.
Contudo, sabíamos muito pouco a respeito de sua natureza mais íntima.
Um comando especial dos guardiões detectara alguns espectros disfarçados nos gabinetes de governos de algumas nações da Terra.
De alguma forma, eles viviam uma vida diferente, em corpos mais ou menos materiais ou etéricos; contudo, de uma substância diferente, que desafiava os conhecimentos dos próprios guardiões.
Não tínhamos muitas notícias, na actualidade, de algum ser vivo que pudesse sobreviver fora do seu ambiente natural, da sua dimensão, com corpos emprestados, roubados ou de uma natureza estranha e diferente.
Mas algo se passava com os espectros que não entendíamos ainda.
Procuramos nos arquivos mais antigos e conseguimos ligeiras observações a respeito de seres das sombras que povoavam o imaginário das pessoas, principalmente na Idade Média.
Mas detalhes sobre sua actuação e forma de existência, não detínhamos.
Também ocorria que os espectros, devido a seu carácter de vampiros, sentiam-se atraídos pelos humanos mortais, que constituíam fonte inesgotável de fluidos mais densos, úteis como alimento para os seres das sombras.
Embora fossem, em sua grande maioria — ou, quem sabe, apenas sua elite — remanescentes dos espíritos banidos junto com os dragões, não eram os arquitectos dos planos criminosos dos auto intitulados dragões.
Por mais graduados que fossem, não passavam de executores das ordens soberanas.
O que não quer dizer que não formassem uma potência ameaçadora e digna de todo o respeito, um exército devidamente preparado e capaz, cujo potencial não era nada desprezível.
Ao raciocinar sobre esses elementos, finalmente entendi por que os guardiões me convocaram a esta etapa das actividades, lidando com o caso de maneira a oferecer-me como isca fluídica ao espectro capturado.
Mas eu não queria saber de esperar.
Não era meu feitio ficar de braços cruzados aguardando pesquisas, reacções e descobertas a respeito da infeliz criatura.
Queria a todo custo entrar em acção — imediatamente.
Já que estava por ali, enquanto o tal espectro farejava, por assim dizer, o rastro fluídico que eu deixava no ambiente, como encarnado desdobrado noutra dimensão, eu agiria.
Entrei em contacto com Jamar através de uma breve comunicação psíquica, já que ele não estava dentro do aeróbus e eu, até onde sabia, não tinha autorização para sair de dentro do veículo, ao menos naquele momento.
Voltz me encarou por alguns momentos com uma ruga expressiva no rosto, como a dizer que sabia o que eu pensava.
Mas eu, sinceramente, tinha certeza de que ele não sabia.
Era apenas um jogo da parte dele.
Aprendi com Jamar e alguns guardiões a ocultar meus pensamentos da intrusão de qualquer ser, com excepção daqueles advindos de um âmbito superior de existência, o que não era o caso da maior parte dos guardiões, tampouco de Voltz.
Em última análise, seu plano para me deter ou impedir qualquer gesto de minha parte não funcionou.
Eu estava determinado.
Sorri para ele de forma que ficasse bem patente minha intenção de entrar em campo.
Voltz sabia que eu recebera carta branca, aliás, uma identificação energética que me deixava à vontade para agir, caso fosse necessário, não obstante minhas decisões estivessem totalmente subordinadas aos Imortais e seus representantes devidamente constituídos naquela dimensão.
Aquela espécie de passaporte energético me havia sido entregue pessoalmente por Watab, a mando dos Imortais.
Voltz, portanto, não podia ignorar essa realidade, embora mantivesse sua convicção de que eu era dado a atitudes "impulsivas e impensadas", conforme ele dizia.
Para ele, tudo devia ser analisado, meditado e cautelosamente planejado; é lógico que divergíamos a toda hora.
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A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 09, 2014 8:47 pm

No final das contas, importava é que, mesmo sendo desencarnado e tendo percebido meu ímpeto de agir, ele não tiraria uma única palavra de minha boca.
Jamais! Não ficaria sabendo dos meus planos em relação ao espectro.
0 pedido que apresentei a Jamar por meio do contacto psíquico havia obtido resposta favorável.
Poderia ir ao compartimento do aeróbus onde se encontrava a entidade criminosa.
É claro que eu não revelaria minha intenção para Voltz, nem mesmo para Watab.
Não por falta de confiança neles; muito pelo contrário.
Era porque nem eu mesmo sabia ao certo o que ia fazer.
Queria, sobretudo, encarar o tal ser, observá-lo cara a cara, e disso eu não estava disposto a abrir mão.
Ainda que isso implicasse correr perigo, já que eram seres ameaçadores.
Tomei a direcção apontada por Voltz, que se sentia impotente para me deter.
Talvez ele procurasse Watab quando eu me distanciasse.
Mas, então, diante de minha insistência, ele cedeu, indicando o local onde se encontrava o dito espírito.
0 identificador do aeróbus, um tipo de equipamento interno de segurança, irradiava um código especial, modificado a cada 5 minutos, a fim de evitar que o veículo fosse capturado ou invadido por inteligências sombrias desautorizadas.
Tão logo alcancei o andar superior do aeróbus percebi que o veículo estava atulhado de guardiões, desde caças astecas até índios de aparência apache, além de outros tantos espíritos, especialistas em diversas áreas.
Assustei-me, a princípio, mas parece que os tais espíritos percebiam a irradiação do código de segurança ou identidade energética
que me havia sido dado e, assim, deixavam-me passar.
Sentia-me um verdadeiro ET no meio deles.
Logo virei o foco das atenções, talvez porque eu fosse o único passageiro encarnado no veículo astral ou, quem sabe, porque destoasse completamente da natureza daquela dimensão.
A presença de encarnados em desdobramento era normalmente vedada naquele universo paralelo.
Porém, no meu caso, eu seria uma isca, e não um combatente junto aos guardiões.
Deveria ser uma participação mais passiva, a minha.
Apenas deveria.
Mas, se assim fosse, não seria eu; seria um autómato a serviço dos espíritos, e jamais admitiria ou me conformaria com semelhante papel.
Peguei uma esteira rolante dentro do aeróbus, visando adiantar-me em meus planos e evitar esbarrões e outros constrangimentos no caminho até a cela de segurança máxima.
Senti que os olhares de todos repousavam sobre mim, como que a me medir, à proporção que eu avançava.
Eu já conhecia um ou outro guardião, de algumas tarefas anteriores na subcrosta e no abismo, entretanto a maioria era de espíritos de alta patente, especialistas dos guardiões estranhos a mim — o que, possivelmente, era recíproco.
Então, estávamos mais ou menos em pé de igualdade.
De repente, fui detido por um dos especialistas, que montava guarda junto ao portal de acesso a um sector que eu deveria atravessar para atingir meu objectivo.
Meu coração extra físico bateu depressa, aumentando o seu ritmo.
O espírito passou em torno de mim um aparelho que julguei ser um rastreador de impulsos do sistema de identificação.
Parei meu percurso imediatamente, aguardando ser detido por ele.
Mas nada disso aconteceu.
Minha identidade energética fora lida de modo adequado, e o especialista com cara de militar mal-humorado me concedeu passagem, sem mais delongas.
Foi aí que aconteceu algo que me deu novo impulso para executar meus planos e, quem sabe, ser mais arrojado ainda.
Passei diante de uma tela de observação óptica do aeróbus e vi outro veículo se aproximando do nosso.
Era um comboio de formato diferente.
Uma esfera azul-escura, que reflectia as inúmeras partículas da matéria negra daquela dimensão onde nos encontrávamos.
Logo reconheci tratar-se de um aeróbus característico dos guardiões superiores, pois assim me explicaram Anton e Jamar, noutra ocasião.
Aquele tipo de veículo era usado em casos de emergência, para missões nas regiões mais profundas do que as profundezas conhecidas.
Soube, então, que algo estava acontecendo de excepcional, senão o comando central lunar dos guardiões não enviaria o estranho aeróbus àquele lugar, e exactamente naquele momento, em que os guardiões se preparavam para penetrar definitivamente o domínio impiedoso dos poderosos dragões.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 09, 2014 8:47 pm

Mexi instintivamente em algumas teclas abaixo do sistema ótico do aeróbus e subitamente a imagem da nave esférica aumentou significativamente.
Era uma sorte o fato de ter acertado.
Mas não foi intencional; fora apenas curiosidade de minha parte.
A partir desse ponto, minhas dúvidas e deduções também cresceram de forma significativa, pois identifiquei um emblema no aeróbus que já me era familiar de experiências anteriores.
Era o sinal de que ali estavam espíritos de escol; eu diria mesmo que algum dos Imortais viera pessoalmente para alguma actividade naquelas paragens.
O símbolo irradiava sua frequência energética inconfundível em todas as direcções.
Era público e notório para todos ali que os Imortais só intervinham pessoalmente caso a situação ficasse mais complexa do que os guardiões mais experientes pudessem resolver.
Ou, ainda, se um alarme geral no sistema de vida do planeta fosse accionado, a partir do governo oculto do mundo.
Salvo tais circunstâncias extraordinárias, eles, os guardiões, seriam os únicos responsáveis por interferir directamente nas regiões de matéria grosseira ou nas dimensões mais densas da vida no planeta Terra.
Entretanto, ali estava o símbolo clássico que nos fora revelado, atestando a presença dos Imortais.
Ou seja:
algo insólito sucedia, de que não tínhamos sido informados — ainda.
Para muitos espíritos, os Imortais estariam em regiões superiores governando ou administrando os destinos do mundo, decerto do alto de seus tronos celestiais.
Mas não para mim.
Por experiência própria, sabia muito bem que eles frequentemente serviam em regiões inferiores, disfarçados numa aparência pouco usual para os espíritos comuns como nós, e certamente inusitada, segundo as concepções tradicionais.
Eu recebera um treinamento especial em algumas bases dos guardiões no período entre vidas.
Fiquei sob a tutela directa de Jamar, internado em regiões aonde a luz do Sol jamais chegava, nem mesmo se avistavam esferas elevadas da espiritualidade.
Ali, desenvolvi algumas habilidades, entre elas, a de detectar perigos iminentes por meio do rastreamento psíquico e emocional.
Sabia como identificar de forma imediata a presença de espíritos das sombras camuflados, tanto quanto tentando se passar por entidades iluminadas, ou mesmo envoltos em mantos de invisibilidade.
Militei longo período numa organização subversiva na subcrosta como agente duplo a serviço dos guardiões, e ali foi onde mais me inspirei e aprendi a forma como os seres denominados senhores da escuridão e alguns de seus cientistas agem e operam, às ocultas, engendrando as maiores maquinações e infâmias.
A esfera de material astral do aeróbus trazia o sinal característico da acção dos Imortais, facto que talvez pudesse permanecer oculto para alguns dos espíritos ali presentes.
Como já disse, minhas experiências no período entre vidas parecem ter apurado em mim um sentido especial para as acções de camuflagem, as intrigas de obsessores e a detecção de perigos ou situações emergênciais.
Para mim, era perfeitamente claro que a visão do aeróbus estranho naquelas paisagens devia-se à acção singular de Joseph Gleber.
Por certo, tratava-se da interferência dele e de algumas outras consciências mais esclarecidas, orientadores evolutivos da humanidade.
Considerei até que esse era o motivo dos guardiões adiarem um pouco qualquer acção junto ao espectro capturado, esperando uma decisão mais clara e activa por parte dos Imortais.
Anton e Jamar eram guardiões de um escalão superior, e dos melhores e mais destacados representantes da segurança planetária.
Sem dúvida, dos espíritos mais competentes que os Imortais poderiam ter escolhido, aos quais designar tarefas como as que se apresentavam.
Porém, algo mais estava acontecendo, num terreno, para mim, difícil de compreender.
Formulei esse raciocínio em virtude da presença de espíritos como Dante, Edgar Cayce, Ranieri e outros mais, que eu sabia terem especialidades diferentes daquelas até então observadas por mim em outras excursões.
Cheguei à conclusão de que não era mesmo casual que estivessem tão envolvidos naquela empreitada.
Também a presença de Saldanha me deixou intrigado, pois ele fora no passado um dos servos mais atenciosos e especializados dos dragões, e havia sido resgatado pela equipe da qual fazia parte o espírito André Luíz, ainda no século XX.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 09, 2014 8:47 pm

A presença dele junto à equipe me dizia de algo mais intenso nas regiões profundas.
De todo modo, mantive um silêncio profundo sobre minhas reflexões.
Nada disse a respeito, nem mesmo a Watab, com quem eu tinha mais facilidade de comunicação e uma amizade antiga.
E agora, um aeróbus dos Imortais provocou em mim essa associação de ideias que só poderia me levar a pensar que Joseph Gleber e outros representantes da Vida Maior estivessem intervindo pessoalmente por sugestão ou ordem do governo oculto do mundo.
Esse torpor dominava meus pensamentos enquanto me dirigia quase sem raciocinar para o alvo de minhas acções.
Minha mente divagou por caminhos que nem sei direito precisar, de tantas reflexões que emergiram de meu âmago.
Enfim, detectava algo muito importante nos acontecimentos da dimensão extra física.
E, além disso, um perigo, um perigo iminente rondava meus sentidos, de tal maneira que tomava corpo formidável em meu psiquismo.
Era o alerta íntimo que soava.
Dei uma risada de puro nervosismo.
Os espíritos que estavam de prontidão no próximo posto de vigilância do aeróbus pareciam não confiar em mim.
Sabiam que esta parte do veículo astral era vedada a encarnados desdobrados.
E mesmo a outros seres desencarnados, inclusive guardiões, sem autorização expressa de Anton ou Jamar.
Peguei um equipamento minúsculo, que mais parecia uma cápsula de algum medicamento da farmacopeia terrestre, e coloquei-o sobre a mesa à minha frente.
Atrás dela — do outro lado, portanto, como ocorre num balcão de atendimento — encontravam-se os três guardas daquela ala.
A cápsula abriu-se sozinha, como se um controle remoto tivesse dado algum impulso para o estranho artefacto.
De dentro dela, surgiu um objecto minúsculo, em forma de cristal cintilante, que projectou uma imagem tridimensional, uma espécie de holograma, diante dos guardiões.
Era o sistema de identificação que eu trazia comigo o tempo todo, até então disfarçado dentro da roupa de matéria extra física com a qual me vestia.
O guardião que estava no comando daquele compartimento era alto, magro e lembrava um oficial da ss, com seu uniforme militar imponente.
Deixei passar em minha mente certo pensamento de zombaria ou desdém por seu porte, que me parecia um tanto caricatural.
Imediatamente o guardião enrubesceu, talvez sentindo sua autoridade contestada, e então se empertigou, como a dar-me uma ideia da importância de sua tarefa.
Contudo, ignorei deliberadamente a mensagem subliminar do gesto.
Retirando aquele bloqueio mental que aprendera com Jamar, resolvi brincar mais ainda com meus pensamentos, com o objectivo de deixá-lo desconcertado.
Aí, sim, o guardião ficou inquieto, sem lugar.
Remexia o equipamento de identificação, agora em suas mãos, com incontido nervosismo.
Sorri um sorriso maroto, mostrando-lhe que sabia que ele lera meus pensamentos.
Foi proposital, apenas para deixar o guardião ainda mais atrapalhado. Nada sério.
Assim que o material do micro equipamento foi accionado e O holograma apresentado diante dos olhos atentos e desconcertados do guardião, ele me liberou.
Uma série de símbolos foi exibida pelo holograma, e logo depois se apagou.
— Certo, Sr. Raul — falou com voz potente e máscula o guardião.
Quase ri dele, de tão engraçado que se afigurou para mim.
Mas me contive, pois vira há pouco que Joseph Gleber, um dos Imortais, estava por ali, e dele eu jamais conseguiria esconder meus pensamentos, como fazia com os guardiões.
E ele, empertigado, evitando comentar meus pensamentos anteriores, dirigiu-se, então, a seus dois companheiros:
— O Sr. Raul está autorizado a entrar na cabine do espectro durante apenas dois minutos.
Mas deverá ter o cuidado de não se aproximar demasiado dele, pois o senhor está ainda encarnado e é um alvo fácil para este ser.
O senhor deverá contacta-lo por um sistema de comunicação de áudio e vídeo.
—Você acha que vim até aqui para falar com o espectro por meio de um videofone?
Você sabe o quanto investi neste encontro para me deter diante de um equipamento que de nada serve a não ser para distanciar-nos ainda mais?
— Senhor! — falou o guardião, quase engasgado.
— Seria um suicídio se o senhor se aproximasse do espectro, assim...
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 09, 2014 8:48 pm

— Deixe o "senhor" de lado, homem — falei, teatralizando uma repentina euforia e abraçando o guardião com o intuito de deixá-lo ainda mais desconcertado.
— Sr. Raul...
O senhor sabe que sou desencarnado e estou a serviço dos Imortais.
Por favor, meu senhor.
— Deixe para lá, guardião!
Você não entende de brincadeiras.
Afinal, há quanto tempo você está desencarnado?
— Há mais de 50 anos, sir — respondeu, denunciando sua formação cultural.
— Entendo agora porque está tão desconcertado com minhas brincadeiras.
Mas deixe de lado tudo isso.
Facto é que vou entrar na cabine e não abro mão disso.
Sei também do risco que corro; então, destaque alguns guardiões para entrar comigo na cela de segurança máxima.
Quero enfrentar cara a cara este tal espectro.
Parece que o guardião envelheceu alguns anos em apenas poucos minutos.
Ficou sisudo com minha determinação.
— O senhor sabe... — não conseguiu terminar a sentença, pois o interrompi mais uma vez:
— "Senhor" que nada, guardião.
Me chame de você.
Afinal, somos companheiros de trabalho.
— Sim, senhor...
É que o senhor, aliás, você traz o símbolo de identificação que lhe foi dado pelos Imortais, o que lhe abre muitas possibilidades.
E, concluindo o pensamento interrompido por mim:
— Você sabe, Raul, que está arriscando a própria vida no contacto directo com o espectro.
Lamentavelmente, a identidade energética que trouxe não me permite proibi-lo.
Colocarei 10 guardiões de plantão e mesmo assim lhe asseguro que não serão suficientes, caso o espectro resolva agir com a crueldade que o caracteriza.
Espero que se lembre do meu alerta.
"Além dessas providências, eu mesmo accionarei um campo energético de dimensão superior para evitar a fuga do espectro ou o destroçamento de seu corpo espiritual por parte dele.
Se ele conseguir romper o campo, saiba que você está perdido, ou melhor, desencarnado, e com possibilidade de ter os elementos subtis do seu perispirito completamente esgotados pela acção do ser medonho."
— Tudo bem — respondi com ar de trivialidade.
— O que estamos esperando, então?
O guardião instruiu os demais sob seu comando e accionou um contingente de especialistas para montar guarda do lado de fora da cela energética.
Segundo depreendia daquilo tudo, uma situação de risco devidamente planejado era a única alternativa restante para abordar aquele ser enigmático e perigoso, uma vez que os métodos usados anteriormente pelos guardiões não surtiram resultado.
E deduzi isso sem que Watab ou qualquer outro precisasse me dizer.
Afinal, por que outro motivo ele teria me recrutado para uma acção fora do corpo naquela dimensão, tipicamente vedada aos encarnados?
Sempre acreditei que jamais se poderia convencer um espectro ou algum dos chefes de legião com atitudes discretas ou que dessem a impressão de muita sensatez.
De acordo com o que pensava, ao contrário, era necessário perturbá-los, incomodá-los ao extremo num enfrentamento de forças, sem demonstrar a mínima condescendência, muito menos receio ou medo.
O guardião me conduziu pelo departamento do aeróbus que levaria à tal cela.
Composto por várias galerias, fez-me rever a noção que tinha, até então, da dimensão do veículo dos guardiões.
E assim me intrometi por aqueles lugares, cujo acesso era proibido a quase todos.
Em completo silêncio, atravessamos o ambiente.
Reparei que a galeria que constituía a prisão energética era protegida por diversos campos sobrepostos de correntes de magnetismo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 09, 2014 8:48 pm

Barreiras vibratórias de um continuum superior envolviam a cela propriamente dita.
No centro do salão, havia uma célula de energia de formato esférico.
Brilhava em diversas cores, e, dentro dela, a fera, o espectro.
A esfera era à prova de fuga, mas tinha sobretudo a função de isolar as emissões magnéticas da criatura aprisionada, impedindo que pudesse sugar qualquer tipo de energia dos espíritos ali actuantes.
Ainda a caminho da esfera de energia, Kiev Popovinsk, o guardião de que entrementes descobri o nome, deu ordem para o psicampo ser desligado por alguns instantes.
Somente então me dei conta de que o espectro estava encerrado dentro de outro campo no interior daquele no qual me encontrava.
Portanto, eram duas esferas de energia, uma dentro da outra.
Eu e os 10 guardiões ficamos dentro da esfera externa, ou melhor, um portal nesta se abriu, e, ao se fechar, ficamos entre ambas.
Deparei com ele agachado, numa atitude que poucas vezes vira, por parte de espíritos a serviços dos dragões, embora nunca antes tivesse me aproximado tanto de um chefe de legião.
De repente, assim que penetrei a célula externa de energia, o espírito tresloucado pareceu despertar de algum transe que talvez eu tenha interrompido.
Avançou como um projéctil em minha direcção, farejando como um cão caçador.
Urrava, emitia sons incompreensíveis, tentando derrubar a barreira energética que se interpunha entre ele e nós.
Os 10 guardiões tentaram me envolver, mas eu os detive de forma enfática.
Eu queria atiçar a fera.
O espectro babava, deixando cair da boca uma saliva com odor fétido.
Os cabelos e a pele extremamente brancos, sem vitalidade, eriçavam-se à minha aproximação.
Rodeei a esfera, encarando-o e provocando-o.
Subitamente — não sei como ele o conseguiu, sem que eu o visse romper a barreira energética —, senti como se um punho invisível me jogasse ao lado oposto.
Uma violência que nunca vira antes por parte de um ser desencarnado.
Caí ao chão e fui erguido por um dos guardiões, que me pediu para retornar ao meu lugar de origem dentro do aeróbus.
Eu estava determinado.
Mesmo sentindo dores em meu corpo astral, depois da violência que eu não soube como ocorreu, aproximei-me mais uma vez da célula interna de força, que continha a fera.
O espectro urrava furiosamente, erguendo ligeiramente a cabeça, enquanto as narinas me farejavam.
Os guardiões, portando armas eléctricas de alta potência, aproximaram-se de mim, tentando evitar minha acção.
Mas agi de forma que nem eles esperavam.
Joguei-me sobre a esfera de energia, sabendo, é claro, que não a transpassaria.
Fui exactamente ao local onde o espectro estava, do outro lado da barreira invisível.
Ele debatia-se como louco, pois com certeza sentira o cheiro do fluido vital que me animava, como encarnado.
Consegui provocá-lo, mas não somente isso, o espectro entrara numa crise sem precedentes.
Uma crise nervosa ou de outra natureza que eu não sabia definir.
Seus olhos, até então de uma brancura quase assustadora, passaram a um vermelho fosco, ao passo que seus cabelos e pele ficaram, de repente, arroxeados, como se veias salientes quase estourassem, rompendo a epiderme do corpo astral da besta.
Foi neste ponto que soou o alarme.
O guardião Kiev interferiu imediatamente, dando ordens para os 10 outros que me acompanhavam me retirarem de lá imediatamente, mesmo contra a minha vontade.
Mal fui arrancado da minha posição, esperneando e gritando, sendo literalmente carregado por dois dos guardiões, o espectro imediatamente rompeu a célula que o envolvia, no segundo exacto em que fui levado pelos amigos guardiões.
Mas tão logo a entrecruzou, caiu ao chão, quase sem fôlego.
A crise se instalara de vez.
Kiev, ofegante e rompendo o silêncio dos pensamentos, falou:
— Minha Deus do céu!...
Quase perdemos você, Raul!
As palavras que saíam da boca do guardião pareciam reflectir seu nervosismo.
— Você é louco!...
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Mensagem  Ave sem Ninho Ter Set 09, 2014 8:48 pm

Com certeza nos chamarão a atenção por havermos permitido sua entrada aqui.
Ai, minha Deus...
Se não fosse o perigo real, diria que Kiev estava encenando.
Mas não!
Eu realmente transpus os limites; não poderia negar.
Enquanto a fera se debatia, em convulsão, fui conduzido a outro cómodo do aeróbus, onde recebi ajuda médica.
O novo lugar era similar a uma enfermaria da Terra, e fui muito bem atendido, embora os espíritos que ali trabalhassem, os quais julguei fossem médicos, estavam com a cara amarrada, pois a minha acção junto ao espectro logo foi comentada entre os guardiões.
Gomo fogo num rastro de pólvora, a notícia da crise em que entrara a fera se alastrou rapidamente pelo aeróbus.
Comecei a temer pela reacção dos guardiões, mas principalmente de Jamar e Anton, ainda mais no momento em que os Imortais estavam por ali, naquelas imediações, embora eu não soubesse exactamente em que dimensão nos encontrávamos.
Desmaiei sobre a maca, exausto.
Fiquei numa inconsciência profunda.
Quando acordei, vi a cara de um dos espíritos que serviam naquele local que eu julgava ser a enfermaria.
Afinal, eu ainda não voltara para o corpo físico.
Permanecia desdobrado.
— Olá, meu amigo — falei para o espírito à minha frente.
Sabe por quanto tempo dormi?
Digo, dormi fora do corpo?
— Se eu fosse você, me preocuparia com outras coisas mais urgentes e importantes.
— É, mas eu tenho de começar nosso diálogo de alguma maneira.
Com o que eu deveria me preocupar, afinal?
— Talvez com a situação de seu corpo espiritual, quem sabe?
Gomo ele ficou depois do enfrentamento da fera assassina, o espectro — falou rabugento o espírito.
—Acho que você está super estimando a situação, pois não estou sentindo nada — eu mentia.
— Não sei como você não sente dores, pois o impacto energético produzido pelo espectro foi violentíssimo.
E, depois de me olhar de maneira significativa, porém não menos sisudo, continuou:
— Pelo menos ficamos sabendo de algumas habilidades desse ser, que mal conhecíamos.
— E ele, como está?
A última coisa de que me lembro foi de vê-lo no chão espumando feito doido.
— Bom, creio que você conseguiu alcançar alguma coisa com a sua loucura, além de não somente pôr em risco sua vida, mas também deixar os guardiões numa situação difícil.
Nem quis continuar a conversa com o tal espírito; era demais para mim.
Ora, conversar com alguém tão mal-humorado?
Não tinha paciência para isso.
Não estávamos trabalhando juntos, afinal de contas?
Para que tanta rabugice?
— Quero falar imediatamente com Kiev — disse num tom firme, embora as dores que eu sentia por todo o corpo espiritual.
Jamais admitiria para aquele espírito que estava sentindo aquelas dores horríveis.
Jamais! Morreria mil vezes, mas diria que tudo estava bem.
— Não se preocupe, amigo, você receberá a visita do oficial dos guardiões a qualquer momento.
Ele já se comunicou connosco e está a caminho.
Logo passei a esperar outro encontro do mesmo estilo, em que predominassem reclamações e coisas semelhantes.
Mal o guardião entrou, porém, foi falando como se fôssemos velhos amigos, o que me causou estranheza, pois suas reacções anteriores diziam do incómodo que sentia com minhas brincadeiras e minha presença.
— Camarada Raul, você nem imagina o que aconteceu! — falou eufórico o guardião Kiev.
O espectro entrou numa espécie de crise quando você o provocou.
Ele trazia um bloqueio mental feito pelos próprios soberanos, como ele denomina os dragões, e esse bloqueio foi rompido com as convulsões e a crise nervosa a que se entregou.
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— Como assim? — fingi um interesse repentino, como se o assunto acabasse de me cativar a atenção e realmente eu não sentisse dores em toda a estrutura do meu corpo perispiritual.
— O bloqueio hipnótico, ou seja lá de que natureza for, assegurava que o espectro não revelaria nenhum pormenor a respeito de sua própria realidade íntima, tampouco sobre a estrutura de poder dos dragões.
"Sabíamos apenas que esses seres são vampiros astrais, mas nada além disso, pois certas regiões do plano extra físico são vedadas tanto para vocês, encarnados, quanto para a maior parte de nós, desencarnados.
Talvez por isso não tenhamos muitas informações sobre a natureza das feras, como ficou conhecida a horda de espectros.
Contudo, tendo em vista serem atraídos de modo quase instintivo e irresistível pelo fluido vital dos encarnados, bem como por eventuais resíduos de vitalidade impregnados tanto em corpos espirituais quanto etéricos, ao encontrar você e enfrentá-lo, sem conseguir atingi-lo como desejava, o espectro entrou numa espécie de crise, que desestruturou todo o seu psiquismo.
Algo semelhante a uma crise de abstinência, que acomete dependentes químicos."
Naturalmente, continuava fazendo silêncio sobre as dores que sentia.
Deixava o guardião pensar que eu não fora atingido, embora mal me movimentasse na maca.
Ele continuou:
— Após as convulsões do ex-chefe de legião, formamos um campo sobreposto de energias de uma dimensão superior e o transportamos ao sector de exopsicologia, ciência voltada exclusivamente para o estudo de entidades pouco conhecidas da dimensão extra física. Bem, o inesperado aconteceu com a entidade.
O espectro abriu-se à abordagem dos guardiões especialistas da área psicológica e está agora sob os cuidados dos nossos cientistas.
Em resumo — falou respirando, quase aliviado —, embora você tenha se portado de forma inadmissível — enfatizou ao máximo a última palavra — de acordo com nosso código de conduta, os resultados foram óptimos!
Sorri também aliviado, pois eu mesmo, àquela altura, ainda mais depois da repreensão do enfermeiro ou médico, estava inseguro quanto ao desfecho da minha iniciativa.
Se surtisse algum efeito positivo, óptimo, mas era forçoso reconhecer que eu agira totalmente baseado na intuição ou em algo até mais primário, instintivo, e não em algum raciocínio prévio.
— Pois é, Raul, agora você será levado ao corpo físico novamente.
Eu mesmo me incumbirei disso.
Eu o acompanho.
E, remexendo na maca, falei, arrancando forças de meu âmago:
— Não. Nada disso!
Preciso falar com os Imortais.
Sei que Joseph Gleber está por aqui.
Tenho algumas impressões que preciso compartilhar com ele.
— Por aqui? — perguntou Kiev, sem saber nada a respeito.
Mas aqui só estamos os guardiões.
E, de mais a mais, que farão os Imortais aqui, nestas regiões sombrias e densas, onde mal conseguimos nos locomover?
— Então o aeróbus está assim tão vibratóriamente adensado por estar em regiões inferiores?
— perguntei, pois de fato ignorava onde nos situávamos.
Fora transferido directamente para dentro do aeróbus, uma base dos guardiões, de maneira que não tive tempo de examinar as redondezas, minuciosamente.
Ao indagar sobre nossa localização, Kiev Popovinsk gaguejou:
— Bem, apenas me referi a essas regiões sombrias como figura de linguagem... — contemporizou o guardião.
Você sabe que temos diversas bases de apoio na subcrosta, no abismo e em outras paragens de difícil acesso.
— Não importa — continuei insistindo.
Vi com meus próprios olhos o comboio com o símbolo dos Imortais chegando aqui perto, minutos antes de abordar o espectro.
Tenho certeza de que Joseph ou outro representante superior do Cordeiro está por aqui.
Quero falar com ele imediatamente.
— Mas você não pode fazer isso, camarada!
Sabe muito bem que não podemos interferir em nenhuma reunião da nossa liderança.
Não sei onde arranjei forças.
Ao perceber que Kiev não me levaria aonde desejava, desci da maca num só pulo.
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A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 10, 2014 8:50 pm

Boquiaberto, ele só reagiu quando me pus para fora da enfermaria, o que lhe causou surpresa e inquietação, vendo-se obrigado a me perseguir pelos corredores do aeróbus.
Talvez se acostumando com meu jeito de ser e agir, tenha se conformado com o facto de que eu não voltaria para o corpo de forma alguma sem antes falar com os representantes da justiça sideral.
Eu caminhava, agora, já nem percebendo o incómodo das dores, quase em disparada pelas galerias do veículo astral.
Na verdade, eu nem ao menos sabia onde estava ou como me localizar dentro do aeróbus.
Não tinha noção para que lado deveria me dirigir, porém queria causar uma reacção no guardião, pois tinha certeza de que algo mais sério acontecia ali.
— Pare, Raul!
Pare imediatamente — gritou Kiev, esbaforido.
Eu falarei com Jamar e Anton a respeito.
Vou pedir autorização para você participar da tal reunião.
Parei os passos de supetão, aguardando as providências do oficial Kiev.
Ele me mediu de cima a baixo com um olhar de reprovação, mas um tanto dúbio; era como se escondesse algo, como se me admirasse, de algum modo.
Um esboço de sorriso pôde ser percebido em sua boca, e os olhos do guardião brilharam de forma especial quando o encarei frente a frente, determinado a cumprir minha vontade.
— Você parece ter sido treinado pela escola dos guardiões!
Deus me livre de alguém assim como você, Raul!...
—Você vai ou não entrar em contacto com a liderança dos guardiões?
Estou esperando!
Falei quase sério demais, cruzando os braços e ao mesmo tempo batendo o pé direito no chão do aeróbus, num típico gesto de impaciência.
Kiev esboçou uma reacção muito humana:
— Meu Deus, livrai-me desse médium desordeiro.
Agora quer dar uma de meu superior!...
— Você sabe que não sou superior a ninguém aqui, Kiev, mas também não ignora que trago a identidade energética que me dá carta branca, ao menos aqui dentro deste veículo.
Soprando e fazendo cara feia, que mais parecia um teatro para me impressionar, Kiev accionou um aparelho de comunicação e conversou com alguém mais distante.
Depois de breve tempo, que para mim soava longo demais, o guardião retomou a fala:
— Pois é melhor você se preparar intimamente.
Jamar disse para levá-lo até determinada sala, onde você poderá aguardar a reunião terminar.
Eles estão recebendo instruções dos Imortais.
E, apresentando uma ruga de dúvida na testa, Kiev me perguntou:
— Como você fica sabendo de tanta coisa assim?
Nem mesmo eu sabia que havia um comando dos Imortais por aqui!
— São coisas que se aprende quando se está a serviço de pessoas como Jamar e Anton; só isso — respondi, brincando com ele para variar.
— Vamos, então, meu amigo — falou descontraído novamente.
Vamos subir até outro andar do aeróbus.
Temos de transpor alguns decks antes de chegar ao destino.
Mas lhe peço encarecidamente que fique aguardando na antessala, combinado?
Jamais entre no ambiente da reunião sem ser convidado.
— Sim, eu sei como são essas coisas.
Não se preocupe.
Afinal, eu sou um médium comportadíssimo...
— disse, evidentemente sem convencer Kiev, que ria agora do meu jeito, embora estivesse realmente preocupado com o modo como eu procederia.
Chegamos a um local do aeróbus em que eu nunca estivera.
Aliás, era um lugar igualmente vedado a encarnados desdobrados, assim como a câmara de segurança máxima.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 10, 2014 8:50 pm

Tratava-se de amplo pavilhão, decorado com esmero, mas sem luxo.
Extremo bom gosto e sobriedade parecem ter norteado quem compôs o ambiente.
Três guardiões estavam a postos na antessala do local onde supostamente acontecia uma reunião importante entre os guardiões superiores e os Imortais.
O silêncio era constrangedor.
Olhei para os três guardiões e eles retribuíram o olhar, meneando a cabeça, embora com ar de seriedade e certa reverência.
Kiev aproximou-se deles e conversou de forma que eu não ouvisse.
Em contrapartida, eles também não podiam saber o que eu pensava.
Aguardei por alguns momentos quieto, sentado numa poltrona confortabilíssima que flutuava sobre uma base invisível, pelo menos para mim.
A sensação era incrível.
Quando Kiev saiu do ambiente, deixando-nos a sós, os guardiões e eu, resolvi levantar-me para reconhecer melhor o lugar.
Andei de um lado para outro, examinando aparelhos que estavam embutidos na lateral da antessala, causando certa inquietação nos guardiões.
Olhei atentamente a abertura que fazia as vezes de porta e notei que era feita apenas de energia, e não de algum material sólido da matéria extra física.
Tudo isso meus olhos perceberam num relance, sem dar a entender aos guardiões a minha intenção.
Esperei longo tempo mexendo aqui e acolá, accionando um videofone, enquanto um dos guardiões, sempre em silêncio, acompanhava-me há dois ou três passos.
Ele não largava do meu pé.
Bastava eu tocar em alguma coisa, em qualquer equipamento, para ele tirar delicadamente minha mão do lugar e olhar para mim, entre austero e cómico.
Certamente Kiev os avisara sobre meu jeito, digamos, irreverente.
Caminhei devagar até a abertura que separava a antessala do local onde a reunião ocorria.
Se houvesse ali algum dos Imortais — e havia —, não era segredo para eles o que se passava, pois não havia como esconder deles minhas intenções e pensamentos.
E se sabiam e nada faziam para impedir-me, é porque não achavam nada demais eu fazer o que planeava.
Mas os guardiões nada sabiam.
Fui seguido de perto, agora pelos três guardiões, que procuravam abortar a mínima intenção de invadir o cómodo anexo e garantir que eu não fizesse qualquer estripulia.
Em minha inocente caminhada em círculos, fingi de repente que retornava, virando-me na direcção oposta ao portal de acesso à sala principal.
Tão logo os guardiões atrás de mim viraram as costas, pensando que eu os seguiria, atirei-me num pulo para dentro da abertura energética, penetrando no ambiente sem que eles pudessem fazer qualquer coisa para me impedir.
Quase houve um tumulto.
Os três se precipitaram logo em seguida, atrás de mim, interrompendo a reunião abruptamente.
Ficaram parados em sentido de pose militar, diante dos espíritos ali presentes.
Quase dei uma gargalhada, não fosse o olhar reprovador de Anton e Joseph Gleber.
Jamar preferiu virar o rosto e adivinhei um sorriso dificilmente contido em sua expressão.
Acho que ele já sabia que eu iria entrar de qualquer jeito.
Antes que alguém falasse alguma coisa, me adiantei:
— Desculpe, gente, mas eu não consegui me segurar — disparei a falar.
Observei o veículo com o símbolo dos Imortais e resolvi procurar vocês.
Eu não quero ficar de fora, seja lá do que for que estejam planeando.
— Raul, se comporte! — falou Joseph, repentinamente me interrompendo.
Com um olhar significativo, Anton dispensou os três guardiões, que regressaram à antessala.
— Eles não tiveram nenhuma responsabilidade sobre o que ocorreu — falei para Anton.
Eu os enganei e entrei sem que pudessem me impedir.
Jamar interferiu de maneira a suavizar o clima, que parecia querer ficar tenso:
— Você pode tê-los enganado, mas não a nós, Raul.
Já o conhecemos o bastante; aliás, quem lhe disse que não esperávamos de você exactamente as reacções que teve?
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 10, 2014 8:50 pm

Fiquei agora atónito.
Pois então Jamar e Anton permitiram minha vinda aqui exactamente porque sabiam que eu teria estas reacções?
Então haviam previsto tudo, e eu é que estava enganado, pensando que agia no limite da criatividade, da contravenção?
Detendo a avalanche de pensamentos que desciam à minha mente, fui interrompido quase bruscamente:
— Você não falou para mais ninguém que estávamos reunidos aqui, não é, Raul?
— Só para Kiev, embora ele não tenha acreditado que os Imortais estivessem por aqui.
Havia mais gente na reunião.
Dante, Pai João, Júlio Verne, Saldanha, Zura, o guardião representante da Legião de Maria, bem como Zarthú, o Indiano, e outros mais.
Anton levantou-se, já que eu interrompera a reunião, e falou para mim, sem deixar transparecer qualquer emoção:
— Parece que você abusou da liberdade que lhe concedemos, meu amigo.
Usou sua identidade energética de forma a obter dos guardiões um salvo-conduto, ao passo que era para ser usada apenas em caso de necessidade extrema.
Ouvi a respeito de sua acção junto ao espectro.
Colocou em risco sua vida de maneira irresponsável — falou num tom severo, que não deixava dúvidas quanto à intenção de repreender minhas acções.
Engoli em seco, pois não me atrevia a questionar espíritos daquela categoria.
Joseph adiantou-se, levantando-se e colocando a mão espalmada sobre minha cabeça, visando actuar sobre minha estrutura perispiritual.
Imediatamente, as dores cessaram, ainda que restasse ligeiro incómodo na região do estômago.
Em silêncio, sentou-se novamente; só depois falou, para todos ouvirem, dirigindo-se a mim:
— Estamos num momento grave, Raul; embora sua acção tenha redundado em benefício para nossos projectos, não foi assim que lhe ensinamos.
Creio que meu irmão tenha extrapolado ao ponto de provocar certo rebuliço entre a equipe dos guardiões.
Não precisava ser dessa forma.
E, dando certo tempo para eu digerir o que falara, olhou sério para mim, com aqueles olhos claros, porém de uma profundidade imensurável.
Senti que estava devassando minha alma.
Todos ficaram em silêncio, inclusive os representantes máximos dos guardiões.
— Vou retirar sua identidade energética, de modo que não terá mais plena liberdade.
Doravante deverá se reportar a Jamar e Anton directamente.
— Sim, Joseph! — falei com voz baixa e o coração disparado diante da determinação do orientador espiritual.
Desculpe!
— Não temos tempo para desculpas, meu irmão!
Temos muito a fazer.
Portanto, já que entrou sem permissão, fique por aqui e entenderá o que se passa, embora tenha chegado depois de já havermos tratado de boa parte do assunto que nos trouxe até esta dimensão.
Jamar e João Cobú poderão deixá-lo a par do que conversamos, posteriormente.
E, como que ignorando o que aconteceu, continuou a conversa que interrompera quando cheguei.
Zarthú observou-me de relance, com uma expressão no olhar que mais parecia ser paternal do que de repreensão.
Quase como se dissesse:
"Eu esperava isso mesmo de você".
Afinal, ele me conhecia muito bem e eu jamais admitiria ficar de braços cruzados diante de alguma coisa importante que ocorria nos bastidores da vida.
Queria trabalhar, participar, interferir, enfim.
Continuando a conversa entre eles, Joseph falou, em tom mais sério do que de costume, que eu desconhecia:
— Temos connosco informações preciosas advindas de esferas mais altas da espiritualidade.
Vocês sabem que há bem pouco tempo foram captados pensamentos de um nível superior da existência, com o qual ainda não estamos habituados a lidar.
São mensagens oriundas dos espíritos sublimes que orientam a evolução no planeta Terra, isto é, o governo espiritual do mundo.
Esses seres existem e vibram numa estrutura especial e cósmica, que não temos como definir, por falta de elementos de comparação.
Afinal, ainda não adentramos os domínios da espiritualidade e da angelitude.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 10, 2014 8:50 pm

Na dimensão em que vivem, são regidos por outra equação de tempo e por conceitos que começamos a tactear, em matéria de conhecimento.
Respirando mais profundamente, o elevado amigo continuou:
— Bem, meus irmãos, o certo é que já foi dado o alarme geral, aquilo que aguardamos desde muito tempo.
Começou o grande momento que muitos videntes, profetas e sensitivos anunciaram desde os tempos antigos.
A partir dessa mensagem, recebida pelos luminares da vida maior e também pelo comando supremo dos guardiões, avistaram-se milhares de seres de hierarquia superior movimentando-se na atmosfera terrestre, a fim de começar os preparativos para a grande mudança, que hoje está em pleno andamento.
Levantei a mão para pedir uma oportunidade de perguntar, embora os espíritos estivessem todos atentos e não tenha visto nenhum deles pretendendo interromper o Imortal.
Joseph meneou a cabeça, num gesto de carinho:
— Que essa mensagem significa, para vocês que estão de posse de uma consciência mais ampla?
Em outras palavras, queria saber quanto tempo temos no mundo antes que ocorra essa transformação geral para um mundo melhor.
— Sinceramente, meu irmão — respondeu o espírito a mim, porém senti que se dirigia também aos demais ali presentes —, o factor tempo é muito diferente de acordo com a dimensão em que se posiciona o espírito temporariamente.
Sabemos apenas que temos uma tarefa hercúlea à frente, para a qual devemos arregimentar muitos companheiros, a fim de preparar o mundo para esta fase de transformação intensa que atravessará a partir de então.
"Primeiro, teremos as mudanças e os tremores internos, que farão eclodir elementos antes insuspeitos.
Instituições diversas, governos e agremiações religiosas sofrerão abalos em seus alicerces, a fim de que venham à tona valores desconhecidos, porém necessários à tomada de posição e de consciência diante do que virá.
Muito embora isso não possa ser medido de acordo com um cômputo de tempo previamente estabelecido, é inquestionável que a engrenagem já foi posta em andamento; as reviravoltas estão em pleno ritmo de ascensão.
Constituirão o teste final para determinar quem ficará e quem partirá da nave cósmica chamada Terra.
As religiões e os sistemas filosóficos igualmente se ressentirão, como todas as instituições que representam pensamentos, filosofias e políticas.
A acção saneadora definirá os valores eternos e fará com que apareçam os líderes futuros de um movimento renovador.
Indivíduos que não estejam adequadamente preparados não encontrarão mais lugar em tais institutos da sociedade, sobretudo aqueles que estão desperdiçando o tempo alheio ou brincando com os valores morais, éticos e espirituais, prejudicando o próximo com sua conduta.
"Para isso temos de nos preparar, pois não recebemos do Alto um período exacto de tempo, previamente estabelecido, em que ocorrerão tais modificações.
Este é o estágio inicial da melhoria do ambiente terrestre a que se convencionou chamar juízo.
Pode até parecer que estamos numa fase crítica em nossas instituições do mundo, mas é que já assistimos aos primeiros lances dessas mudanças.
Aos olhos daqueles que contemplam a realidade segundo o contexto da vida universal, parece apenas um momento crítico em que a poeira se levanta para revelar, logo depois, aquilo que está por baixo:
tanto o joio, que será lançado ao fogo, quanto o trigo, que deverá amadurecer para a colheita divina.
"Concomitantemente com essas mudanças que classifiquei de internas, que afectarão organizações religiosas, governamentais e filosóficas, entre outras existentes no mundo, há as transformações do próprio globo terrestre, que se encontra numa fase madura, no que concerne à sua idade geológica.
A Terra se revolve e a natureza do mundo se modifica, tanto para expulsar de seu seio elementos nocivos e perniciosos que não farão jus ao status espiritual da nova humanidade, quanto para preparar o próprio solo do planeta, que gradualmente se estabilizará.
Assim, oferecerá condições mais propícias à morada de seres capacitados a viver numa comunidade fraternal e mais justa."
Após as explicações de Joseph, que francamente foram mais elucidativas e detalhadas do que eu esperava, o amigo concedeu uns instantes, talvez para que nós digeríssemos o conteúdo de sua fala.
Logo prosseguiu, retomando o assunto que o trouxe até nós.
Os membros da delegação que viera ao encontro dos guardiões estavam sentados ali, um ao lado do outro.
O especialista da noite, Jamar, colocara-se ao lado de Anton, aquele que representava os guardiões superiores do primeiro escalão do comando planetário.
Sentados em poltronas anatómicas estavam Júlio Verne, Dante e Voltz, os quais seguiam atentamente a fala de Joseph Gleber.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 10, 2014 8:51 pm

Os demais pareciam se sentir melhor em pé, observando os mínimos detalhes da conversa.
Zarthú e Zura estavam ao lado do amigo Joseph, e, diante de todos, uma mesa repleta de diagramas.
Em três dimensões, mostravam, numa tela finíssima, o esquema das localidades e das dimensões onde a equipe de guardiões se movimentava.
Nunca soube que seria possível um mapeamento assim, tão detalhado, das regiões do mundo extra físico.
O rosto de Joseph Gleber adquirira um ar grave enquanto Zura irradiava uma frieza impessoal.
Afinal, ele era um dos coordenadores da Legião de Maria, que serviam na obscuridade dos ambientes umbralinos e das regiões abissais.
Nada melhor a esperar de sua aparência.
O Imortal parecia extremamente controlado em todos os seus movimentos — controlado até demais para meu gosto, mas não ousei externar o que pensava.
E nem precisava.
Um simples olhar de Zarthú e Zura e pude perceber que eles sabiam o que se passava em minha mente.
Além destes, encontravam-se no recinto, em volta da mesa com os instrumentos de mapeamento, Pai João, Ângelo — que não desgrudava de mim — e, mais além, num canto e quietos em seus lugares, impassíveis, Watab e alguns especialistas da ciência sideral trazidos por ele.
Irradiando-se sobre a mesa, numa projecção holográfica de qualidade visual surpreendente, as imagens dos locais em análise, que foram cedidas por iluminados espíritos que dirigem os destinos do mundo.
Enfim, eu estava ali, um zé-ninguém, em meio aos mais experientes espíritos, especialistas, técnicos e peritos em cibernética, matemáticos e demais espíritos ligados à logística de todo empreendimento nas zonas inferiores.
Evidentemente, uma acção daquele porte exigia a participação de seres competentes e com extrema especialização. Somente eu estava ali como penetra.
E como me senti pequeno diante de toda aquela gente.
Começava a me arrepender de haver invadido a privacidade daquela reunião.
Meus pensamentos enveredaram por um turbilhão desenfreado ao pensar nos momentos críticos da humanidade, neste início de milénio e de era.
Na testa de Ângelo Inácio, formou-se uma fina rede de gotículas de suor, um sinal evidente de sua agitação interior ante a gravidade dos acontecimentos.
No íntimo de seu espírito, todos ali se davam conta do ambiente onde se encontravam, da dimensão com vibração baixíssima na qual deveriam agir.
Porém, talvez, conscientemente, nem pensassem em que lugar estavam, em qual mundo se encontravam.
Quanto a mim, esforcei-me para sacudir de dentro de mim pensamentos nostálgicos quase tristonhos, diante de acontecimentos tão importantes para a humanidade.
Foi nesse momento que Joseph Gleber falou:
— Trago aqui comigo a localização do bioma no qual estão inseridos os dragões.
Eles se intitulam poder vibratório supremo e outros nomes pomposos, que julgam apropriados para alimentar sua megalomania.
Os Imortais do governo oculto do mundo têm conhecimento pleno das regiões inferiores, muito mais do que nós.
Passo a vocês, guardiões, a responsabilidade de usarem deste documento com o máximo de respeito por aqueles que nos dirigem de dimensões das quais nem sequer temos informações precisas.
"Sabemos que essa concessão somente está sendo oferecida porque os lendários dragões precisam ser avisados de que seu tempo está prestes a se esgotar.
A justiça divina jamais toma qualquer atitude sem antes dar mostras claras do que fará.
A transparência em todas as nossas acções deve ser um símbolo das claridades das dimensões superiores.
Confio a vocês estes documentos, mapas e roteiros.
Mas tenham cuidado — enfatizou Joseph Gleber —, pois não devem interferir no sistema de vida dos soberanos desses domínios.
Somente o Cristo planetário e seus prepostos têm condições morais e autoridade suficiente para agir ali.
Enquanto todos desempenharem as tarefas sem pretensões de estarem investidos de um poder que não nos foi concedido, estarão a salvo.
Do contrário, poderão despertar energias represadas e a fúria de elementos que somente o Cristo conseguiu conter nas cadeias eternas, às quais foram submetidos e confinados ao longo dos últimos milénios da civilização."
Após as palavras de Joseph, assim que repassou os mapas e documentos ofertados pelos espíritos superiores, Zarthú tomou a palavra:
— Temos de cuidar para que nossas acções nesse bioma não afectem o sistema de vida na superfície.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 10, 2014 8:51 pm

Qualquer atitude que pareça hostil aos senhores desse sistema de vida, aos dragões, e eles poderão irradiar seu poder, sua influência, numa represália aos povos da superfície.
Portanto, deixemos aos prepostos do Senhor aquilo que compete a eles e, quanto a nós, façamos apenas nosso papel de auxiliares indirectos na grande transformação que temos pela frente.
Zura, tomando a palavra, acrescentou:
— Tivemos notícias de que guardiões que trabalham em âmbito cósmico, envolvidos nos sistemas de transporte e transmigração de almas entre mundos, estão ampliando suas posições.
- É que um novo elemento entra em acção nas proximidades do planeta Terra.
Irmãos das estrelas, que até então estiveram observando o panorama terrestre, e que de maneira alguma interferem na vida e no sistema vivo do planeta, apresentaram-se ao governo oculto do mundo para ajudar, em caso de necessidade.
— Sim, já estamos treinando nossos especialistas — acrescentou Anton — com esses emissários de outros mundos.
Pois eles têm vasta experiência no trato com transmigrações planetárias e expurgos gerais, e hoje já prestam serviço em nossas bases, auxiliando nossos guardiões com seu conhecimento e estrutura.
Todavia, esclarecem sempre que compete a nós, os espíritos vinculados à Terra, resolver os problemas enfrentados por nós, solucionar os dilemas milenares que permeiam nossa civilização.
Outros espíritos se pronunciaram.
Calei-me, pois era apenas um intruso naquela reunião de seres mais experientes.
Estava na hora de retornar ao meu corpo físico, que repousava entre lençóis e travesseiros, para, então, continuar minha parte, retomar meu papel na grande trama da vida, no palco abençoado da vida física, com todas as limitações que o corpo me impunha.
Jamar olhou para mim, deixando transparecer doçura e carinho no olhar.
Com certeza, percebeu que me arrependi de haver me lançado daquela forma tão abrupta sobre um assunto que dizia respeito apenas àqueles que detinham autoridade moral para administrar os destinos da humanidade.
Senti-me flutuar entre os fluidos que permeavam as dimensões.
Minha mente vagava voando entre mundos, quando me vi arrastado por forças descomunais para dentro do escafandro carnal, ao qual estava vinculado de maneira definitiva, até o momento que fosse chamado para servir, como espírito, junto aos amigos de outra dimensão.
O cérebro físico absorveu os conteúdos da memória extra física; as conexões com o sistema nervoso se incumbiram de amortecer as cenas daquele encontro.
Apenas agora, sob a acção de um benfeitor e amigo, vem à tona uma parcela de recordação desses eventos, que marcaram para sempre minha vida mental e determinaram minhas atitudes, a partir de então.
Acordei, abri os olhos e me vi num recanto abençoado, o meu lar.
Em momentos como aquele é que eu reconhecia o acerto do conselho de Zarthú, de que eu deveria morar sozinho em minha vida física actual.
Precisava ficar só a maior parte do tempo, pois não conseguiria de forma alguma silenciar as emoções e os pensamentos após os desdobramentos, caso tivesse alguém lado a lado, o tempo todo, por melhor que fosse a companhia.
A volta ao meu lar, ao corpo, era a oportunidade abençoada de conviver comigo mesmo, com as minhas coisas, com tudo à minha volta, e uma tentativa, também, de ficar mais tempo inserido no mundo físico, sem confundir as duas dimensões da vida.
Eu precisava de certa cota de solidão.
Conviver comigo mesmo, sem interferências, intensamente.
Fiz uma prece de agradecimento por habitar um lugar seguro e tranquilo, livre de formas-pensamento de outras pessoas, e resolvi me levantar para observar a noite, que, naquele momento em especial, estava pontilhada de estrelas, como a minha vida, pontilhada de estrelas dos amigos invisíveis, aos quais dedico minha vida e minhas forças, esperando novamente que me chamem para novas oportunidades de trabalho.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 10, 2014 8:51 pm

Capítulo 7 - Obsessões modernas
"Filhinhos, esta é a última hora, e como ouvistes que vem o anticristo, já muito anticristos têm surgido, pelo que conhecemos que é última hora."

1 João 2:18

"Por ganância farão de vós negócio, com palavras fingidas."
2 Pedro 2:3

A REUNIÃO ocorreu num ambiente previamente preparado do laboratório que agora servia de apoio para nossa equipe.
Jamar, Edgar Cayce, Watab, eu e mais de 60 outros espíritos nos reuníamos ali, procurando ouvir as explanações de Pai João de Amanda, que nos auxiliava com respostas às inúmeras perguntas que haviam surgido a partir do contacto com o sistema de poder no abismo, bem como ao reflectir sobre seus métodos de acção sobre encarnados e desencarnados do planeta Terra.
O tema escolhido por nós eram as obsessões complexas, tendo em vista tantas formas novas — e outras, nem tão novas, porém mais refinadas — que os habitantes das sombras estavam usando para influenciar os homens no mundo.
Em meio aos equipamentos que encontramos e que os guardiões estavam estudando para avaliar o grau de desenvolvimento tecnológico alcançado pelos seres da oposição, nos acomodamos.
Dos espíritos presentes, Pai João parecia o mais envolvido com o pensamento dos Imortais que nos dirigiam de mais alto. Talvez ele fosse uma ponte ou um dos instrumentos mais sensíveis utilizados pelos benfeitores da humanidade a fim de nos conduzir e nos instruir.
Assim que ele assumiu um lugar à frente do nosso grupo, foi logo interpelado a respeito do assunto escolhido como tema de nossa conversa:
— Verificamos nessas regiões do mundo extra físico um esquema muito bem elaborado, sofisticado, até, no que tange aos processos de obsessão.
Como você vê a questão do vampirismo, da forma invulgar como a encontramos nesta dimensão?
— perguntou um dos guardiões, mais interessado em seu trabalho junto aos encarnados.
Apreciando a pergunta do espírito, Pai João demonstrou satisfação já no primeiro questionamento.
Talvez devido à abrangência do assunto e sua importância vital para a situação das pessoas em geral, mas principalmente daqueles envolvidos na prática da mediunidade.
Respirando fundo, João Cobú respondeu:
— O vampirismo não é um método simples de obsessão, uma vez que envolve uma intenção com requintes de crueldade por parte do espírito que o pratica.
Eu também o classificaria como processo de extrema complexidade devido principalmente a certos factores que envolvem esse tipo específico de obsessão.
Por exemplo, o roubo de energia vital, ectoplasma e outros recursos anímicos da vítima ou alvo mental.
Sem nos reportarmos aos vampiros modernos entre os encarnados, os quais se auto-obsidiam, podemos entender que, na dimensão em que nos encontramos, o processo de vampirismo energético se difere do chamado parasitismo exactamente pelo requinte, pela crueldade e extrema habilidade de seus artífices, que os tornam perigosíssimos para a sociedade de encarnados e desencarnados.
"Convencionalmente, vampirismo é o processo levado a cabo pelo espírito que se nutre de energias alheias ou as rouba com um propósito mais específico, seja para alimentar certas sensações próprias do corpo físico, perdido por ocasião da morte, seja para abastecer laboratórios de tecnologia astral, usando-as como combustível.
Entretanto, o que descobrimos em nossas incursões à dimensão sombria foi algo mais complexo do que esse tipo de vampirismo, que, embora possa adquirir contornos graves, já é velho conhecido dos amigos espíritas e espiritualistas, nem que seja com outros nomes.
"Se formos analisar apenas o fenómeno de perdas e roubos energéticos, podemos verificar, meus filhos, que o vampirismo é o prosseguimento natural do parasitismo.
Contudo, ao encontrarmos seres especializados no roubo de energias de natureza emocional e mental tanto quanto de conteúdo vital ou ectoplásmico, torna-se muito claro que a intensidade da acção infernal observada no vampirismo é directamente proporcional à inteligência, à determinação e à consciência do espírito que pratica tal atrocidade, ou mesmo daqueles que a patrocinam.
Há intenção consciente, deliberada e exercício de vontade firme ao perpetrar o mal.
Portanto, essa intenção dos malfeitores aliada à tecnologia astral disponível é que ditará o grau de complexidade alcançado."
Parecia muito conteúdo para a primeira resposta; entretanto, já sabíamos como as respostas dos Imortais — neste caso, canalizadas por João Cobú — vinham com grande número de informações.
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A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 4 Empty Re: A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 10, 2014 8:52 pm

Outro espírito manifestou-se, comum questionamento derivado do que Pai João respondera:
— Quando os malfeitores astrais se utilizam de tecnologia para roubar energias de seus alvos ou vitimas, com que propósito eles a usam?
Isto é, por qual razão, já que podem fazê-lo apenas sugando-as mental e fluidicamente?
Mais uma vez, Pai João parecia satisfeito com a pergunta de seu interlocutor, que demonstrava sensível interesse no assunto.
— Sabe, meu filho, conforme disse certa vez um dos Imortais, as trevas estão cada vez mais se especializando e actualizando seus métodos de abordagem nos complexos mecanismos das obsessões.
Considerando essa modernização por parte dos habitantes do mundo oculto, até mesmo as obsessões mais simples são levadas a efeito com algum requinte ou inovação por parte de entidades mais inteligentes.
Quando vemos o emprego de tecnologia astral ou extra física, especialmente nas acções de vampirismo, esses engenhos electrónicos e tecnológicos desenvolvidos nas regiões do astral inferior, de modo geral, têm como finalidade interferir no sistema nervoso das vítimas, na área da sensibilidade, visando favorecer o roubo de vitalidade ou ectoplasma.
Os centros nervosos atingidos e manipulados com os artefactos tecnológicos permanecem sofrendo influência depois de efectuado o roubo.
Ou seja, mesmo com o afastamento do obsessor, as funções neurológicas dos humanos vitimados continuam prejudicadas.
"Dessa forma, mesmo que alguns processos obsessivos tenham sido solucionados em reuniões mediúnicas, não significa que a pessoa-alvo saia ilesa da acção levada a cabo pelo espírito das sombras.
Em casos graves ou que requereram longo tempo para resolução, chegamos a observar paralisias progressivas, tiques nervosos mais ou menos permanentes, atrofias e hemiplegias, além de outras síndromes dolorosas, que permanecem ocorrendo mesmo depois de afastado o obsessor que usou do requintado método de vampirismo com sua vítima.
Reiteramos:
nem sempre os efeitos cessam imediatamente após ser abordado o autor espiritual do processo obsessivo.
Eis como se faz sentir a crueldade do vampiro.
Ele não se contenta em roubar energias e ectoplasma de seu alvo, da criatura humana que ele vampiriza; além disso, promove um desequilíbrio mais profundo na estrutura emocional, mental e nervosa da pessoa."
— Então, mesmo depois de ser atendida numa reunião mediúnica especializada no trato com obsessões complexas, a pessoa pode continuar sentindo intensamente os males suscitados como efeito desses aparelhos e da acção do antigo verdugo?
— Perfeitamente — tornou Pai João.
E, muitas vezes, esses aparelhos são retirados, mas não integralmente.
Vocês puderam observar como o desenvolvimento da nanotecnologia astral está a anos-luz de distância da mesma especialidade no mundo físico.
Muitos artefactos, embora bizarros em sua estrutura etérica-astral, agem mesmo depois de desligados, porque restam elementos que desencadeiam perturbações na delicada estrutura nervosa das pessoas.
Como nossos companheiros encarnados, em sua grande maioria, não têm formação científica, tampouco dominam tecnologia ou detêm informações minuciosas a respeito, acham que basta remover o aparato e os sintomas cessarão.
No entanto, menosprezam a engenhosidade desses equipamentos, que, uma vez implantados pelos vampiros de energias, liberam outras centenas ou milhares de aparelhículos, que passam a ter uma existência parasitária, ligando-se às células nervosas, às sinapses, às células sanguíneas e outros alvos, cuja estrutura os encarnados que trabalham em reuniões mediúnicas raramente conhecem.
— Então é até certo ponto inócua, ou ao menos ineficaz, fazer apenas uma abordagem do caso. ainda que em uma reunião mediúnica especializada, sem acompanhamento do indivíduo, como ocorre em diversas reuniões em que se utilizam técnicas consideradas avançadas?
Haveria algo mais a ser feito para liberar as vítimas da acção nefasta dessas engenhosidades?
— Claro que existem recursos muito eficazes.
Porém, grande parte, se não a maioria das pessoas que emprega a apometria, acredita que somente o estalar de dedos e a acção pontual deste ou daquele grupo de médiuns basta para livrar o consulente dos efeitos perturbadores do vampirismo ou de outro tipo complexo de obsessão.
Em tese, meu filho — continuou o pai-velho — fazer desobsessão por correntes magnéticas, por apometria ou qualquer outro instrumento ou método só adianta se vier acompanhada de uma abordagem mais intensa através do magnetismo.
Ainda se deve levar em conta a necessidade de que as pessoas que pretendem fazer a desobsessão tenham ascendência moral sobre os espíritos a serem tratados.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 10, 2014 8:52 pm

"A pessoa que passa por um tratamento através das técnicas da apometria, mesmo bem orientada e realizada por pessoa idónea, precisa submeter-se a um tratamento com passes magnéticos.
Aí, sim, haverá sucesso, pois os passes agirão na intimidade das células nervosas, no sistema linfático e até mesmo no nível subatómico.
Na mão de pessoas que conhecem o processo, que estejam sintonizadas com os Imortais pelo coração e pela constante busca de conhecimento e de aprimoramento, o magnetismo é o maior auxiliar, se não o melhor instrumento na acção contra as obsessões complexas.
Através dos passes magnéticos aplicados na pessoa em tratamento, não somente pode ser destruída grande parte dos aparelhos usados pelos vampiros astrais — frequentemente mais superficiais, não entranhados no sistema nervoso da 'vítima'1 —, como os artefactos podem entrar em curto-circuito, coibindo os efeitos secundários do próprio vampirismo e de outras patologias obsessivas.
Além de tudo isso, a pessoa submetida à aplicação do magnetismo pode ter recomposta sua vitalidade, restaurado o ectoplasma, em deficit por causa do processo de roubo vital, e, em muitos casos, pode ter reconstituída a fisiologia astral, reconfigurando-se sua estrutura psicobiofísica.
Somente a acção conjunta desses diversos instrumentos poderá favorecer a melhoria da qualidade de vida do consulente.
"A apometria sozinha, sem o concurso do magnetismo — que, afinal, é a mãe, a fonte da qual se originam todas as técnicas, inclusive a apometria —, sem dúvida pode realizar algo, mas ficará incompleta, caso o indivíduo não se submeta a uma abordagem magnética correcta.
E olhe, filho, que mesmo assim, lançando mão desses recursos que temos à disposição, em alguns casos não se pode prescindir de apoio médico e psicológico para quem se fez vítima ou alvo mental de obsessões complexas."
Parece que Pai João aproveitou a resposta ao guardião a fim de deixar uma dica para aqueles que desejam se aprimorar no contacto com os aspectos mais complexos da problemática obsessiva.
Antes mesmo que outro guardião tentasse alguma pergunta, nosso amigo prosseguiu, dando ênfase ao novo aspecto que apresentava:
— No mundo dos encarnados, os mitos que envolvem os vampiros tiveram sua origem na antiga Transilvânia, nas tradições da magia ou em contos germânicos.
Esse tema vem seduzindo milhões de pessoas e polarizando as atenções ao redor do mundo, já desde o final do século XX, e ainda com mais força no início deste século, pois chegou a hora de levar um pouco mais de conhecimento à população.
Assim, quando pensamos que a linguagem espiritualista ou espiritista ortodoxa poderia afugentar pessoas, ou meramente causar restrição em certos círculos, têm vindo contribuições através da literatura chamada de ficção e de outras mídias, a fim de começar a dar ciência ao maior número possível de pessoas acerca de como se dão tais fatos nos bastidores da vida.
"Considerando o antigo mito, os vampiros seriam caracterizados por dois aspectos.
O primeiro e mais comum, apresentarem-se como mortos-vivos que não podem viver à luz do dia e se alimentam do sangue humano, por toda a eternidade.
A segunda versão os tem na conta de enviados do diabo ou do demónio, com objectivo mais definido do que os vampiros da categoria anterior, dos contos que ilustram os livros.
No fundo, o mito não deturpa a realidade.
"Temos observado que o primeiro tipo de vampirismo, embora de extrema complexidade, reflecte a sede de vitalidade de determinados espíritos, que procuram se manter por meio do roubo de seu alvo mental.
Sugam-lhe as reservas energéticas e, desse modo, conseguem sentir todas as sensações que o encarnado sente, como prazer sensorial, físico, sexual e outros tipos de paixões das quais ainda não se desenvencilharam.
Esses são os vampiros mais comuns; em muitos casos, são tratados em reuniões de desobsessão.
"Mas há também os vampiros especializados, como a categoria representada pelos espectros, a elite da guarda dos dragões.
Esses sim, seriam comparados àqueles que as histórias classificam como enviados directos do diabo.
Dificilmente encontramos agrupamentos especializados em lidar com tal espécie de vampiros astrais, que detêm não somente o conhecimento, como um refinamento muito específico na forma como actuam.
"Em primeiro lugar, capturam duplos etéricos para serem tratados, elaborados e encerrados em potentes campos de força, coisa que somente poucos espíritos da categoria dos dragões e seus prepostos sabem fazer.2
Esse conhecimento é tão invulgar, tão pouco difundido, mesmo entre as comunidades das trevas, que uma pequena minoria de seres do abismo é que realmente monopoliza a técnica.
Aprisionado o duplo etérico por meio desse método, o corpo físico do encarnado pode sofrer a morte, e, ainda assim, a contraparte etérica não se dissolve, resistindo por dilatado período de tempo.
Após essa extorsão, essa apropriação indébita e criminosa, os seres especializados assumem o duplo capturado, acoplando-se nele e moldando-o segundo sua vontade, sujeitando-o à força do pensamento que gerou o processo.
"Surge, então, outro aspecto, que não podemos ignorar.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 10, 2014 8:52 pm

Além do roubo do corpo etérico ou vital empregando mecanismos para lá de intricados — que não vem ao caso examinar agora —, o sujeito, o vampiro ousa apropriar-se da identidade energética do seu alvo e vítima.
Os técnicos realizam aquilo que denominaram de fotografia mental antes de promover a morte da vítima, registando em imagens as memórias arquivadas no corpo espiritual do ser, para em seguida as transferir, por processo hipnótico, ao espírito que faz a vez de vampiro.
De posse dessas memórias, dos registos energéticos e emocionais de sua vítima, o ser hediondo materializa-se na Terra, entre os encarnados, uma vez que o duplo etérico é formado de puro ectoplasma.
Desponta no mundo algo pouco estudado pelos espíritas, mas já ventilado por Allan Kardec:
as aparições tangíveis ou agêneres.3
No caso referido, não são nada mais, nada menos do que vampiros, na mais exacta acepção do termo e na sua mais ampla significação.
É a arte de produzir aparições tangíveis aprimorada e levada às últimas consequências, a serviço dos donos da maldade."
Diante das palavras de Pai João, que nos deixou impressionados com o alcance desse tipo mais específico de vampirismo, eu mesmo resolvi perguntar, antes que outro guardião o fizesse:
— Então, as lendas do passado medieval, por exemplo, que falavam de espíritos íncubos e súcubos — espécie de demónios que visavam ter relações sexuais com os humanos —, não estão totalmente destituídas de verdade?
— É certo, meu filho — começou o pai-velho —, que na Idade Média as motivações desses seres eram outras, pois o mundo não oferecia a eles elementos mais instigantes do que oferece hoje.
Nos tempos actuais, os indivíduos que adquirem tangibilidade são confundidos com os homens a ponto de ocuparem lugares cobiçados nos gabinetes governamentais da Terra, nas grandes corporações e instituições do mundo.
Agem às escondidas, sem que meus filhos encarnados sequer suspeitem tratar-se de espíritos tangíveis, mas não encarnados; agéneres, portanto.
Agem de modo diferente de como actuavam há alguns séculos, mas, mesmo assim, com o objectivo de saciar suas paixões, aplacar sua sede de poder, influenciar os grupos e líderes do mundo, uma vez que sabem que lhes resta muito pouco tempo na psicosfera terrena.
Eis por que se utilizam de todo o conhecimento, de toda a engenhosidade de que são conhecedores, a fim de levar avante seus planos de domínio.
Desta vez, antes mesmo que eu formulasse outra pergunta, outro espírito se dirigiu a Pai João numa ansiedade inigualável por obter mais conhecimento sobre o fenómeno.
— Como os espíritos superiores fazem para combater esse tipo de fenómeno, como a materialização directa de entidades perversas, uma vez que estes agem de forma directa, quase humana e material, e os benfeitores contam apenas com a intuição?
Refiro-me ao caso de algum agénere se infiltrar, por exemplo, entre os representantes das Nações Unidas, roubando a identidade de algum diplomata, tendo, assim, enormes possibilidades diante de si.
Pai João parece ter gostado da pergunta do nosso amigo, pois esboçou um sorriso amplo e, logo em seguida, respondeu:
— Bem, meu filho, o Alto conta com diversos recursos, inclusive a condição de também promover materializações, de usar essa possibilidade que o fenómeno oferece para materializar-se temporariamente no mundo e também apresentar suas ideias aos órgãos onde convém actuar.
Isso é uma possibilidade, embora não precisemos usar artifícios análogos ao roubo de duplos etéricos, é evidente.
Contamos com nossos médiuns doadores dos dois lados da vida.
Todavia, essa não é uma prática corriqueira, nem do nosso lado nem do lado da oposição, muito embora na actualidade temos observado bom número de ensaios, por parte de entidades sombrias, visando se infiltrar entre os encarnados da forma como descrevi.
"De todo modo, diversos representantes nossos estão encarnados no mundo;
através deles, como instrumentos nossos, exalamos nossas ideias de progresso, respeito, fraternidade e outras que nos convêm, de acordo com a política do Cordeiro de Deus.
Mas, se for necessário, com certeza o Alto pode muito bem empregar o recurso dos agéneres, uma vez que está dentro das leis naturais, embora pouco pesquisadas pelos irmãos espíritas e espiritualistas.
"No passado, muitos povos foram visitados por representantes do mundo oculto, materializados como agéneres, que os visitaram e conviveram com os homens sem que suspeitassem estar recebendo seres elevados, temporariamente materializados.
A Bíblia é cheia de referências a esse respeito, e o próprio apóstolo Paulo nos fala, em sua carta aos Hebreus:
'Não vos esqueçais da hospitalidade, pois por ela alguns, sem o saber, hospedaram anjos'."4
A resposta não poderia ser mais simples e, igualmente, completa. Isso nos inspirou a pedir mais informações e aprofundarmos o assunto.
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