LUZ ESPÍRITA
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A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

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A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 3 Empty Re: A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 07, 2014 8:27 pm

O NÚMERO 2 NO PODER — bem como os demais, seus inferiores na hierarquia dos dragões — não sabia como entrar em contacto com o número 1, aquele que se autoproclamara superior e maioral entre os maiorais.
O segundo poder, como se denominava um dos dragões ou daimons,9 empreendera todos os métodos para saber a identidade do número 1 dos eleitos, mas nada.
Durante séculos usou de um artifício, um de seus secretários mais confiáveis, absolutamente leal.
Um espírito feminino, no mais amplo sentido do termo.
Essa personalidade, que lhe parecia ter jurado submissão eterna, actuava como elo entre os dragões.
Com o intuito de influenciar os demais, ele, o segundo em poder, utilizou-se dos atributos desse espírito, que se mantivera sempre na forma feminina mais perfeita que conhecera.
Na escala de poder, tradicionalmente, os maiorais conheciam apenas a identidade daqueles que estavam abaixo de si na ordem hierárquica.
Quem era imediatamente superior a cada um, ninguém sabia.
Assim, o poder número 7 não detinha a informação de quem ocupava a sexta posição, que, por sua vez, não conhecia a identidade do número 5, e assim por diante.
Isto até cerca de 2 mil anos atrás, quando ocorreu o grande evento.
Todavia, tanto ontem quanto hoje, nenhum deles tinha consciência de quem era o maioral entre os maiorais.
Apenas recebiam ordens e sabiam não poder desobedecê-las jamais.
Assim funcionava o esquema de poder das entidades sombrias, dos que se consideravam soberanos.
A mulher, aquele espírito feminino que transitava entre todos como elemento de ligação, era apenas um ser, um espírito qualquer entre os submissos, um agente classificável como participante da elite dos espectros, a guarda pessoal dos temíveis dragões.
O daimon número 2 se desapontava e lamentava que, ao longo dos milénios, o esquema do poderoso chefe dos dragões nunca fora desvendado, exposto.
Intrigava-se com os últimos acontecimentos envolvendo os guardiões do Cordeiro.
No centro do planeta Terra, na região dimensional correspondente ao chamado núcleo externo, onde se alojavam os dragões, nem mesmo as ondas de rádio e de outros meios de comunicação conseguiam fluir com facilidade.
Algo equivalente ocorria com mensagens de carácter puramente mental.
Irradiavam dos minerais certas substâncias etéricas, astrais e mesmo radioactivas que afectavam seriamente a comunicação.
Mas os guardiões desenvolviam intenso movimento, e isso preocupava o segundo do abismo.
O comando dos espectros trouxera diversos relatórios, porém não descobrira o que sucedera com os viventes que acompanharam os guardiões.
Teriam sido transferidos definitivamente de dimensão através da morte?
Isso ele ainda não sabia.
Os guardiões estavam de prontidão, e isso não seria de admirar, pois os próprios dragões sabiam que seu tempo na Terra se aproximava do fim.
O daimon 1° não podia sequer considerar a real possibilidade de os guardiões atacarem sua base e o reduto sagrado dos dragões.
Que consequências por certo devastadoras isso traria para sua ordem?
Por outro lado, uma coisa não conseguia entender.
Se os servos do Cordeiro efectivamente detinham a localização correcta do cárcere milenar imposto aos asseclas e a ele, o segundo nas trevas, por que não invadiam logo o domínio dos maiorais?
Por que toda essa movimentação e estratégia, aparentemente respeitando cada milímetro de seus territórios?
Será que se os inimigos penetrassem os limites vibracionais da dimensão que, em dada medida, correspondia ao núcleo do planeta, também ficariam prisioneiros, como ocorria com eles, os soberanos?
Caso obtivesse resposta a essas perguntas, quem sabe pudesse justificar-se perante o supremo dragão, o número 1, a respeito da própria falha?
Ou melhor, de suas várias falhas em alguns comandos de destruição a ele confiados...
O daimon havia distribuído diversos aparelhos, que rastreavam formas-pensamento de categoria superior, por lugares estratégicos, escolhidos a dedo por ele próprio.
Destinavam-se a captar ondas e formas-pensamento dos guardiões e de viventes que eventualmente os acompanhassem, mesmo naquele ambiente que não era propício à transmissão de ondas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 07, 2014 8:28 pm

Afinal, ao que indicávamos relatos dos espectros, seus aliados, alguns dos especialistas da noite, os miseráveis sentinelas do Cordeiro, haviam sido percebidos triangulando o local ou a barreira dimensional onde se estabelecera ele, o número 2.
Como conseguiram descobrir sua base tão rapidamente se ele tomava a precaução de modificá-la constantemente de lugar, ainda que dentro dos limites vibratórios impostos pela justiça sideral?
Disfarçado com o corpo artificial que lhe cedera o chefe dos dragões, ele próprio divisara o vivente que acompanhava os guardiões, embora não tivesse sido visto por este.
Claro, pois as irradiações do corpo artificial eram extremamente prejudiciais aos viventes, uma das razões pelas quais estes não podiam chegar perto de nenhum dos dragões.
A sua volta, diversas telas fluídicas, como se fossem feitas de elementos cristalinos e cintilantes, exibiam imagens dos arredores.
O daimon número 2 demonstrava a aparência artificial de um ser masculino com cabelos longos, como os teve na realidade, antes de perder a forma humanóide.
Olhos negros, totalmente negros, com toda a área equivalente à córnea coberta de um tom escuro, sem nenhum traço de brancura que pudesse lhe conferir algum ar de humanidade.
Diferentemente do maioral.
Um negrume profundo, como profunda era a escuridão de sua alma inumana.
Sete era o número de maiorais que representavam os mais de seiscentos dragões, remanescentes do grupo maior de mais de mil espíritos, cuja forma degenerara em virtude do adiamento de sua própria reencarnação durante milénios; o restante da semente.
A verdade é que, a partir de determinado momento, havia ficado tarde até mesmo para aqueles que mudaram de ideia, e então quiseram reencarnar; já não mais lhes era permitido entrar em contacto com o útero materno, na superfície.
Estava decretado: seu tempo na Terra oficialmente se esgotara.
Dali em diante, não lhes restava alternativa a não ser aguardar oportunidades futuras em novos mundos.
Um por um dos sete eram especialistas, hábeis especialistas.
Por isso foram eleitos os representantes da raça degenerada dos dragões.
Segundo em comando, o daimon sabia que coisas estranhas e decisivas estavam em andamento nas proximidades do planeta Terra e nas regiões profundas.
Algo descomunal, nunca antes visto, sem sombra de dúvida era arquitectado pelos guardiões.
Tirando-o de suas reflexões, temores e anseios, uma sirene interrompeu os pensamentos do daimon, o segundo em poder.
O sinal vinha do pavilhão dos maiorais, reconstruído após algumas derrotas significativas dos dragões.
O daimon tinha todo o tempo à disposição.
Ou queria dar essa impressão, ao se dirigir ao pavilhão principal de sua base quase lentamente.
Estrutura de matéria plasmática, coagulada num processo dificilmente concebível pelos homens comuns do planeta Terra, estendia-se à frente dele, de lado a lado da parede fluídica — ou semifluídica, de quase matéria, ou, ainda, de um tipo diferente de material, até então insuspeito dos encarnados.
Tela de proporções gigantescas erguia-se no meio do pavilhão, feito cristal limpíssimo, de menos de um milímetro de espessura.
Translúcido, reproduzia imagens da paisagem ao derredor e, ao toque de seu manipulador, poderia mostrar cenas que se passavam muito mais adiante.
Por meio desse equipamento, o daimon era capaz de observar, inclusive, o que ocorria na superfície do mundo, em gabinetes de líderes e governantes, além de poder sondar e vigiar as bases de seus comparsas, inferiores a ele na hierarquia do abismo.
Nenhum dos cinco dragões sujeitos a sua autoridade poderia furtar-se à espreita daquele que era o segundo em comando, o segundo em poder sobre toda a Terra.
O daimon ouviu o rugir ensurdecedor de enormes volumes de magma, que não poderiam afectar directamente as construções onde ele estava, tampouco a estrutura psicoetérica de seu corpo semi-artificial, muito menos sua mente diabólica.
Viu o magma do planeta e dali mesmo, à distância, contemplou as placas tectónicas, a superfície do mar, sondou cada recanto daquela dimensão do planeta para onde havia sido banido há milénios, mas que repercutiam como eras. Tocou na tela de matéria extra física e pôs-se a examinar gabinetes de alguns chefes de estado do mundo físico.
Viu seus representantes ao lado de dirigentes planetários e certificou-se de que os espectros, sua polícia secreta, estavam a postos.
Escutou o arrebentar quase destruidor das energias da natureza represadas no interior do planeta, mais próximo à região dimensional onde cumpria seu exílio.
O magma em regiões profundas se assemelhava a ondas, que arrebentavam a muitos metros de altura.
O cheiro de gases e líquidos altamente pressurizados infestava o ambiente onde o daimon se encontrava.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 07, 2014 8:28 pm

Uma ruga de preocupação pareceu se esboçar no rosto magro de aparência quase humana, porém escultural, do senhor daqueles domínios.
Sua base estava aparentemente intacta.
Fortaleza inexpugnável, de proporções arrebatadoras, dotava-se de armamento inimaginado por qualquer mortal, pois ele, o número 2, tinha a seu serviço nada menos que a nata das inteligências sombrias:
espectros, magos negros e diversos outros especialistas em ciência astral.
Assim, a invasão do perímetro sob seu comando era fato descartado.
A fortaleza fora erguida na própria matéria terrena, embora com elementos desconhecidos, radiações, energias, fluidos peculiares àqueles sítios e, portanto, ainda não manipulados pelos seres humanos encarnados ou desencarnados.
Os representantes do Cordeiro no mundo carnal provavelmente diriam ser impossível haver uma base como aquela.
"Deixe-os se enganarem", pensava o dragão.
Afinal, era extremamente útil a seus propósitos que desconhecessem os meandros de sua existência.
Ou que a tributassem ao reino da fantasia, à alucinação ou à mitologia.
Qualquer comando dos Imortais seria rechaçado imediatamente, uma vez que a estranha construção mudava constantemente de lugar, apenas alguns graus a mais ou a menos dentro da zona limítrofe dos planos quase materiais a que o daimon tinha acesso. Isso era seu maior trunfo e, conforme entendia, razão de sobra para impedir que alguém pudesse localizar a fortaleza do segundo ser, insigne representante do poderio draconino.
Talvez os outros dragões até pudessem ser interpelados pelos guardiões.
Isso, é claro, não ocorreria com o primeiro no comando, o daimon maior, cujo símbolo — a serpente — ostentava sua astúcia.
Ele, também, o segundo entre os maiorais, jamais seria pego em seu reduto.
De modo algum poderia ser acossado pelos guardiões.
A fortaleza inexpugnável que lhe servia de esconderijo era familiar apenas a ele e a alguns poucos eleitos; além, é claro, do número 1, o maioral entre os maiorais.
Deste, porém, ninguém e nenhum deles poderia se esconder.
Movimentou-se com ódio — pois ele conhecia o verdadeiro sentido da palavra ódio — quando uma luz espectral preencheu o pavilhão, e o símbolo do maior dos maiorais se fez estampar na atmosfera do ambiente.
Um sistema de comunicação fora especialmente desenvolvido para que os dragões pudessem se comunicar entre si.
Algo muito eficaz, a despeito dos obstáculos que o ambiente oferecia, e muitíssimo mais ousado do que todas as invenções humanas.
Deixou que o maioral dos dragões ficasse aguardando.
Queria impor respeito, como era digno de sua magnânima figura; como se afrontasse veladamente o comando principal.
Enquanto isso, o símbolo da serpente voluteava em todos os cómodos do gigantesco pavilhão.
Que esperasse o maioral, pois ele, o segundo em poder, também tinha orgulho a zelar e queria se fazer reconhecido, respeitado mesmo pelo supremo.
O daimon pegou um pequeno aparelho, que emitia um tipo específico de onda luminosa e sonora, a fim de chamar para perto de si alguém de sua confiança.
O ser de aparência feminina, o elo que fielmente servia aos dragões.
A figura feminina apareceu com seus contornos dificilmente imitados por qualquer mulher da Terra, da superfície.
Cabelos esvoaçantes, à semelhança dos ostentados pelos dragões, quase com vida própria.
Sorriso largo e malicioso entre lábios finos, esculpidos com esmero numa arquitectura perfeita em todos os detalhes.
O daimon desejava alguém de confiança ao falar com o maioral, ao ouvir a comunicação do chefe supremo.
A mulher aproximou-se quase reverente, curvando-se elegantemente perante aquele que era um representante do mais alto escalão.
O rosto duro do daimon, o dragão do segundo comando, irradiou-se por momentos, retribuindo o sorriso, embora soubesse do papel servil da embaixadora dos dragões, que circulava entre todos os comandos dos maiorais.
A mulher era em tudo similar a uma humana, muito embora sua personalidade enigmática fosse um tanto desconhecida dos dragões, excepto daquele que impusera sua presença.
A participação dela constituía exigência do primeiro maioral, a fim de centralizar a comunicação entre todos os representantes do poder supremo, da elite de seres odiosos.
Ele próprio, o daimon que comandava a segunda instância de poder, aquiescera quanto à necessidade de alguém com habilidade suficiente para transitar entre os diversos representantes do concílio soberano dos dragões.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 07, 2014 8:28 pm

— Recebemos o chamado do maioral — informou o daimon à figura vistosa, mas notoriamente inferior da mulher, que era especialista em traduzir as vontades dos dragões, assim como em evitar que o ânimo fraquejasse ou o clima entre eles se tornasse insustentável. Ela desempenhava função talvez comparável à de um diplomata ou à de um ministro-chefe, ao conduzir negociações e promover articulação entre as frentes de poder.
Transitava entre as diversas bases, era reconhecida e respeitada pelos espectros e há milénios não entrava em contacto directo com a raça humana — era um espírito da época da Atlântida, exilada.
Não obstante, ocupava o segundo escalão, pois era uma assessora a serviço dos daimons, os dragões.
Naquele instante em que o dragão pensava sobre a mulher que os servia, "ouviu" algo sussurrar em sua mente.
Era uma espécie de voz inarticulada, puramente mental.
— Toma o caminho mais curto, pois requisito seu serviço com urgência.
Aguardo-te para transmitir minhas directrizes.
Não podia mais ignorá-lo, agora que a voz repercutia em sua mente.
Seria a manifestação de um poder mental próprio do maioral?
Disporia ele da faculdade de imiscuir-se na mente dos dragões sob seu jugo com tal voracidade?
Tais indagações perduravam durante séculos e mais séculos na mente daquele que comandava a segunda esfera de poder, o número 2 da organização abismal.
Seguiu a passos largos, percebendo logo atrás de si a mulher, que o seguia discretamente, guardando distância respeitosa.
Respirou fundo e desapareceu em meio aos inúmeros corredores da fortificação.
Até mesmo para ele, que fora eleito uma das peças-chave no concílio dos dragões e se gabava de conhecer muitos dos mistérios da humanidade terrena e outros tantos do universo, ouvir uma voz que não a própria ressoar de modo nítido na mente nunca deixava de ser assombroso, perturbador.
Não importava a quantos quilómetros estivesse da sua base, de seu forte — ou quem sabe em que espaço dimensional estivesse —, o primeiro do comando, o número 1, sempre podia perscrutar seu psiquismo, como quisesse e quando quisesse. Isso realmente o estarrecia.
Enquanto reflectia sobre esses fatos, chegou ao ponto crítico do pavilhão, o local onde se encontrava o transmissor de ondas mentais e imagens — objecto usado pelo primeiro maioral em pessoa para falar mais detida e minuciosamente com os dignitários do concílio das trevas.
Acompanhado da figura inquietante da mulher, que o servia há tempos impensáveis para os padrões humanos, o daimon suspirou e colocou-se diante da tela de comunicação.
Aguardou que a luminosidade vermelha com a insígnia do maioral se formasse em torno do instrumento, preenchendo toda a ala onde se encontravam ele e ela.
A presença do número 1 era marcante e aterradora nesses momentos.
A mulher parecia pressentir algo; resolveu ajoelhar-se submissa atrás do daimon número 2.
No mesmo instante, ergueu-se uma espécie de anel vermelho, com dois símbolos que se misturavam e revolviam-se.
Um era a suástica; o outro era formado a partir dos braços da própria suástica, os quais se prolongavam em duas serpentes nas extremidades.
Tais símbolos conferiam um aspecto fantasmagórico ao ambiente.
Desde a época da Atlântida aquele local fora escolhido como o lugar apropriado ao estabelecimento de uma base eficiente, segura e inviolável para os senhores do submundo.
Após a catástrofe que fez com que o velho continente sucumbisse, o local fora devidamente preparado e incrustado nos recantos mais sombrios da esfera extra física para dar lugar a um refúgio.
Destinava-se a abrigar um grupo selecto de inteligências, às quais fora dado o nome de dragões.
Naturalmente, não eram dragões no sentido literal, mas simbólico — e de rico simbolismo.
A figura mitológica do dragão é dotada de asas e é capaz de voar, dominando assim o elemento ar.
Ao mesmo tempo, locomove-se pisando o chão com suas patas e, ao caminhar, mostra a autoridade que tem sobre o elemento terra.
Pode também expelir chamas, simbologia muitíssimo adequada para demonstrar o manejo e o controle que exerce em relação ao fogo.
De natureza anfíbia, é dado ao dragão mergulhar em águas salgadas, bem como em águas doces, denotando, assim, o poder de penetrar o reino aquático e manipular o elemento água conforme seus caprichos.
Como se vê, a imagem do dragão traz em seu bojo o domínio dos quatro elementos, o que significa que goza de pleno conhecimento do sistema de vida no planeta Terra.
Uma ciência aterradora, atemorizante, pois que a figura ainda transmite um carácter primitivo e assustador.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 07, 2014 8:28 pm

A simbologia é tão forte e contempla tantos aspectos que transpôs os séculos e gerações, a ponto de ser adoptada inclusive na Bíblia, tanto no Antigo Testamento13 quanto no livro profético do Apocalipse'3, ao se referir aos espíritos milenares, os antigos expatriados.
E a serpente, igualmente familiar aos habitantes do mundo, constitui na cultura ocidental um dos símbolos mais tradicionais do mal e da maldade,'4 também ligada ao ícone anterior:
"o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás",'5 como rezam algumas versões dos livros sagrados da humanidade.
Em síntese, tais imagens, como esclarece o texto bíblico, reportam-se todas aos dragões.
Espíritos milenares, advindos de outros orbes, apresentam o psiquismo severamente marcado, assinalado com a culpa que carregam em relação às graves ocorrências cósmicas de que são protagonistas.
O daimon, um dos dragões, aquele que ocupava o segundo degrau de poder, mirou a imagem que se esboçou no ambiente; embora já a tivesse observado mais de mil vezes nos últimos milénios, sempre que a via uma dor discreta, profunda, disfarçada o acometia e ameaçava eclodir.
Lampejos, depois lembranças remotas, mais ou menos vívidas, traziam à tona o passado em orbes distantes, que, muito provavelmente, não voltaria a ver.
Certo cansaço parecia abater sua alma perdida, degenerada ao máximo grau que os espíritos da Terra pudessem supor. Junto com tudo isso, porém, logo brotava um ódio profundo por toda a humanidade, que o fazia despertar.
Um desejo ardente de vingança — um clamor! — direccionado contra tudo que representasse o sistema de vida inspirado pelo Cordeiro, este sim: o grande artífice de sua desdita.
Algo tão voluptuoso, tão soberbo que se sentiu abalar além dos limites de suas forças.
Fixou o negrume de seus olhos na enorme tela que se formara diante de si, que surgira como que do nada, por cima de um aparelho de projecção.
O símbolo do maioral dos maiorais estava ali, sintetizando seu ideário, condensando todos os pormenores da política inumana cultivada por aqueles espíritos rebeldes.
Entre as serpentes, dois planetas pareciam girar ligados entre si.
Um, a terra natal dos degredados; o outro, a infeliz morada para a qual haviam sido transferidos por meio de doloroso processo, ao qual não puderam se furtar.
— Ouça a minha ordem — falou uma voz que soava mecânica.
Não se podia dizer se a voz era masculina ou feminina; era modulada de tal maneira que o som produzido não se percebia como natural.
Fora propositadamente transformada, distorcida pelo número 1 no poder, aquele considerado o soberano; "a serpente original", como diriam alguns dentre os povos do degredo.
O daimon parecia petrificado, com as feições sérias, o olhar impenetrável, enquanto a mulher atrás de si, curvada como um servo obediente, balbuciava palavras num idioma incompreensível, numa língua morta há milénios.
Como gostaria que a identidade do maioral lhe fosse revelada.
O daimon reflectia sobre essa questão toda vez que escutava aquele som quase mecânico reverberando no ambiente.
Quem seria o dono da voz insensível, que em nenhum momento ao longo destes milénios se deixara reconhecer?
Não se sabia se era um homem ou uma mulher.
Sabia-se apenas que esse ser medonho, o mais poderoso dos seres da escuridão, fora o arquitecto de todo o plano de rebelião que levara os dragões a serem expulsos de seu mundo original.'6
Mas, mesmo lá, esse ser nunca se deixara trair; já mais se mostrara abertamente.
Havia uma aura fustigante de mistério em torno de sua presença, de sua pessoa.
Ainda que essas questões passassem pelas trilhas de seu pensamento, o daimon não as externava — embora algo no ar sugerisse que o maioral, em verdade, tinha ciência do que ele, o segundo no comando, realmente pensava.
Talvez soubesse cada detalhe, cada artifício que o segundo poder usava para esconder seus mais secretos devaneios.
Como era de esperar, ele não fez qualquer menção a suas indagações perante o maioral, o poderoso dragão, o espírito da discórdia — ou, como alguns ousariam dizer, com outras palavras — o próprio diabo.
O daimon sabia que o maioral tinha condições de implodir seu corpo artificial com um só impulso mental que enviasse de sua base secreta, cuja localização nenhum dos dragões conhecia, inclusive ele próprio, o segundo.
Tinha certeza disso, pois, como perderam a conformação humanóide no decorrer dos milénios, o primeiro no comando facultou aos demais certas criações mentais artificiais extremamente semelhantes à aparência que ostentavam quando em seus mundos de origem.
Mas a oferta, que visava privar as mentes rebeldes da degeneração total, preservando-lhes a lucidez, trazia consigo alto preço a pagar.
O maioral os controlava, mesmo à distância, onde quer que se encontrassem.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 07, 2014 8:29 pm

Os corpos quase espirituais, quase materiais estavam sujeitos a receber fraco impulso mental ou mesmo mecânico, produto de algum instrumento desconhecido, e simplesmente diluir-se ou explodir.
Caso isso acontecesse, o resultado não era novidade para o daimon, que já presenciara o fato noutras ocasiões.
Degenerado ao extremo, o corpo mental, há longo tempo apartado da forma humanóide — assegurada até então de modo artificial —, acabaria por enlouquecer, perdendo o dom da razão.
Perderia, enfim, a consciência e, com ela, toda a capacidade de administrar o conhecimento arquivado nos milénios transactos.
Tudo isso cruzou sua mente numa fracção de segundo, como se o tempo houvesse se congelado.
Um imortal relativo — como eles eram, na verdade — não podia abdicar dos conhecimentos, das experiências, do trabalho; tudo acumulado na memória de seu corpo mental.
Era preciso engolir o fato de estar na mão do número 1.
Ao menos, para ele, o número 2, havia o consolo de ter todos os demais espíritos aos seus pés; a ninguém mais devia obediência nem satisfação.
— Estou ouvindo.
Fale, soberano! — respondeu, aparentando tranquilidade inimaginável para o perfil psicológico de um dragão.
Brilhava soberbamente no ambiente o símbolo da suástica, fundido ao das serpentes — traiçoeiras como só elas ao representar o psiquismo do maioral.
As imagens se movimentavam, voluteavam, inquietando intimamente o daimon e, talvez. sua companhia, a mulher posicionada, em completo silêncio, atrás dele.
De repente, o daimon pressentiu que o maioral desejava testá-lo, que se utilizara de um jogo psicológico para desestabilizar sua mente e suas emoções através das imagens projectadas, do mistério cada vez mais angustiante que envolvia a presença do chefe supremo das organizações das trevas.
O maioral era sagaz por demais, como denotava a própria serpente que o anunciava.
Era inteligentíssimo e perspicaz, portanto era natural admitir-se que conhecesse profundamente seu interlocutor, a ponto de esquadrinhar seus pensamentos e reacções.
Mas o segundo em poder não cederia assim tão facilmente; o augusto daimon jamais se curvaria diante do braço do número 1.
Arrancando forças represadas em seu interior, resistiu bravamente à armadilha psicológica do maioral.
Novamente, a voz inumana se fez ouvir, como se nada ocorresse.
— Mais uma vez os senhores da escuridão fracassaram em seu trabalho.
Os guardiões, por outro lado, têm movimentado forças em todas as direcções e com maior intensidade, enviando comandos para todas as bases vinculadas aos países e dirigentes com os quais os demais dragões mantêm relações e ingerência sobre sua política.
"Só existe uma possibilidade de distrair os guardiões e os viventes que têm actuado em prol dos representantes máximos da justiça planetária.
"Já fizemos experimentos com a economia mundial, induzindo-a tanto à fartura e ao abuso quanto às sucessivas crises, fomentadas no período anterior.
Também testamos os humanos da Terra e os representantes do Cordeiro com ameaças à sua saúde, que foram mais bombásticas no efeito provocado, como notícia, que no aspecto epidémico, propriamente.
Através de elementos subtilíssimos, invisíveis a seus olhos, logramos ocasionar agradável perturbação.
A nosso favor, temos as reacções dos filhos do Cordeiro, que não trabalham unidos, intentando cada qual parecer um missionário, em detrimento do trabalho alheio."
O daimon pareceu adivinhar os pensamentos do maioral.
Pela maneira como introduzira a situação, só restava um passo a ser dado.
Estarrecia-se frente às suas deduções.
Mesmo confiante, reconhecendo os benefícios do plano que se esboçava em sua mente, sabia que consequências muitíssimo sérias se abateriam sobre os líderes das trevas.
— Vá pessoalmente e convoque uma assembleia com os demais dragões do poder.
Precisamos desencadear uma guerra com urgência.
Abalaremos novamente as economias do mundo.
A Europa será fortemente sacudida com a crise decorrente, e o Novo Mundo a seguirá.
O Oriente, é claro, não ficará de fora dos problemas que suscitaremos.
"O mundo deve precipitar-se numa tribulação de graves proporções, a fim de distrair a atenção dos agentes da justiça divina.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 07, 2014 8:29 pm

Vamos lhes dar trabalho. Utilizemos nosso representante mais influente, que hoje exerce seu domínio num dos países por nós assistido.
"Vá até o campo vibratório e destaque os melhores espíritos projectores que integram a elite da guarda draconina, os espectros.
Auxilie-os a se projectarem no mundo dos viventes.
"É hora de repetirmos o que fizemos no passado medieval, assumindo duplos etéricos e nos tornando estáveis através desses corpos, visíveis e funcionais em meio aos comandantes das nações da Terra.
Você próprio poderá se projectar num desses veículos, fazendo-se notar como um humano, muito embora, devido à imposição feita pelo Altíssimo, não detenhamos a condição de influenciar os homens directamente.
Somente os espectros que fazem parte da nossa elite podem ser usados por nós para tal intento.
Se desejar, deixe-se catapultar para o mundo dos encarnados.
Para isso, você já sabe que criamos um artifício eficaz ao driblar as algemas magnéticas que nos tolhem a liberdade neste mundo."
O maioral concedeu breve pausa, no intuito de produzir algum resultado na mente do daimon, que o ouvia atentamente.
Queria ver esboçados a surpresa e o espanto na fisionomia do segundo poder.
Mas o daimon sabia ser forte, resistir aos lances do maioral.
E, embora não deixasse transparecer nenhuma emoção que lhe denunciasse o estado íntimo, labaredas subiam em seu interior.
Um vulcão de pensamentos, em meio à represa das emoções.
— Reúna os melhores dentre os espectros — prosseguia o soberano.
Esses indivíduos são detentores de mentes experientes, vampirizam toda e qualquer energia consciencial com a qual travam contacto.
Empregue-os como coadjuvantes seus, a fim de que se projectem em corpos etéricos.
Manipule tais corpos e use, de preferência, aqueles que estão cativos nos laboratórios localizados na esfera extra física das seguintes cidades:
Pyongyang, Jerusalém e Nova Iorque.
Encontrará elementos singulares que constituem os duplos capturados e mantidos em cativeiro por nossos aliados do submundo nessas regiões.
"Está na hora de nos mostrarmos novamente no mundo, exibindo toda a força e o império que representamos.
Já que não nos é dado acessar por nós mesmos a dimensão dos humanos, podemos nos projectar consciencialmente e manipular corpos artificiais e semi-materiais à distância, os quais, sujeitos a determinadas circunstâncias, podem ser percebidos e sentidos pelos humanos encarnados.
Afinal, são corpos de natureza etérica, mais densa, e não espiritual.
"Parta na companhia dos espectros.
Para isso, colocarei a sua disposição um veículo especial, a mais recente invenção entregue por meus asseclas.
Forjado em matéria quintessenciada da atmosfera terrestre, acrescida de outros elementos desconhecidos inclusive por você, vai atendê-lo perfeitamente em sua missão.
Desça até as coordenadas que deixarei registadas no sistema de navegação.
Lá, faça a conexão com os duplos de matéria etérica e inaugure a nova era em que os espectros voltarão a andar pelo mundo, enquanto seus corpos mentais repousarão nos nichos preparados para este fim, no campo vibratório para onde se dirigirá."
0 daimon mal conseguiu conter a respiração acelerada.
Então, o número 1 já havia arquitectado um plano de contingência.
De súbito, o símbolo sumiu, de modo surpreendente, como quando apareceu.
O senhor dos dragões, o maioral, transmitira suas instruções e não deixara alternativa; ao número 2, só restava obedecer.
Ele conhecia a história do povo da Terra, dos humanos que habitavam a superfície.
Acompanhou detalhadamente a formação da civilização e sabia muito bem como manipular as questões políticas com o objectivo de deflagrar uma guerra.
O número 1 estava certo; era preciso admitir.
Um conflito armado de grandes proporções seria suficiente para despertar as atenções dos agentes encarnados do Cordeiro, bem como para manter ocupados os representantes da justiça, os guardiões, de forma que os dragões ganhassem mais tempo para desenvolver seus planos.
O jogo cósmico havia começado.
Algo estava para acontecer, senão o maioral não haveria tomado essa decisão pessoalmente.
Supunha-se que, no momento em que irrompesse a guerra, os religiosos, os espiritualistas e demais agentes da justiça no mundo se dispersariam, pois sua história apontava para essa reacção.
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A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 3 Empty Re: A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 07, 2014 8:29 pm

Apesar de gradativamente os guardiões se aproximarem mais e mais das principais bases dos dragões, teriam de recuar se uma guerra se tornasse iminente.
Até onde chegariam os modernos seguidores do Cordeiro na eventualidade de o poder dos dragões ser descoberto e aceito entre eles como uma realidade?
E como reagiriam ante um evento verdadeiramente global, colocando fim ao aparente estado de paz que domina as nações?
Quer dizer, havia uma série de confrontos regionais em progresso, alguns com mais destaque do que outros, a depender da representatividade das peças envolvidas.
Nada muito distante do que sempre houve.
Porém, tudo poderia se desenrolar de modo bem diferente, caso a humanidade se visse em uma guerra de proporções mundiais.
A religião e os religiosos, que ainda travavam lutas entre si, arrefeceriam e regrediriam consideravelmente.
Os recentes avanços do conhecimento espiritual seriam postos em xeque e cessariam sua marcha.
Assim, a ameaça que constituem os filhos do Cordeiro seria praticamente anulada.
De modo geral, os homens gastariam seu tempo na reconstrução da civilização, e os espiritualistas, em vez de se dedicarem ao estudo aprofundado e a investirem contra o sistema dos dragões, seriam inebriados numa onda de sentimentos de caridade, empregando seu tempo para consolar os aflitos e socorrer os remanescentes da guerra.
Além disso, eles próprios se veriam perdidos em meio a tantas crises e calamidades, que certamente abalariam indefinidamente as vidas de todos.
Mas e se ele, o segundo em poder, se recusasse a aceitar as ordens do maioral?
Por alguns momentos o daimon considerou a possibilidade de não cumprir as determinações do maioral dos dragões.
E se tudo ficasse como estava?
Imediatamente uma voz ecoou no ambiente, algo fantasmagórico, assustador:
— Não se atreva a me desobedecer, daimon!
O risco para você seria grande demais.
Uma ameaça ao daimon, que de forma alguma poderia ignorá-la.
— Você morreria imediatamente.
A segunda morte, você sabe muito bem o significado.
Perderia por completo a faculdade da razão.
Seu corpo mental seria expulso do habitáculo no qual está inserido, dentro deste miserável corpo, que somente eu possuo o dom de destruir.
Você encontraria o fim de seus projectos de vida e seria recolhido ao Pavilhão da Memória, como os outros irmãos nossos que enlouqueceram.
0 daimon sentiu um calafrio percorrer-lhe o corpo artificial com o qual se conectara intensamente.
Um ódio mortal, um ódio como a humanidade nunca conhecera, tomou conta do dragão.
— Execute minhas ordens imediatamente! — ecoou a voz, perfeitamente audível agora, inclusive para a mulher, a criatura que assistia a tudo em silêncio.
Você não trairá nosso pacto; não ousará me desobedecer.
Depois disso, o silêncio foi completo, total.
0 daimon sentia-se vencido, como nunca.
Reiterando sua soberania, o governante supremo abortara a insurgência antes mesmo que o segundo em poder desse qualquer passo na direcção de concretizá-la.
Este jamais poderia opor-se ao senhor de
todos os dragões, àquele cujo poderio invadia até seus pensamentos mais íntimos.
E de quem não conhecia sequer a identidade.
Deixou o ambiente acompanhado da mulher servil, tomado de ódio, de raiva, de uma cólera em grau poucas vezes, talvez jamais experimentado contra o maioral dos dragões.
Buscou a todo custo encobrir as emoções que ameaçavam explodir, chegando à conclusão lamentável de que era inútil insurgir-se contra o chefe do concílio dos dragões.
A morte da consciência, a segunda morte, era algo odioso até a última gota — e, não obstante, uma possibilidade real, com a qual lidava há milénios.
Muitos dos seus antigos companheiros de luta perderam-se na noite escura da inconsciência ou da loucura, em decorrência de rejeitarem, por longo tempo, a reencarnação.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 07, 2014 8:29 pm

Ante a ameaça que acabara de receber, contudo, era inevitável perguntar-se: seria possível que o próprio maioral tivesse desalojado os antigos companheiros de seus corpos, lançando-os à insanidade somente pelo capricho de perpetuar-se no poder?
Este pensamento perdurou por alguns instantes a incomodar o daimon enquanto ele se dirigia ao outro aposento, a fim de convocar os demais dragões para a reunião de cúpula.
E como se permitisse demonstrar ao menos uma réstia da revolta contra o maioral, que sufocava e ardia em seu peito, deixou escapar seu protesto:
— Queria muito que o senhor tivesse a coragem de se mostrar pessoalmente para mim.
Queria, enfim, conhecê-lo.
Pois, se assim fosse, a constelação de poder dos soberanos seria muitíssimo diferente.
Uma risada macabra retumbou no ambiente, fazendo com que o daimon parasse quase sem fôlego, tamanha a fúria:
— Nessa hipótese, daimon, você não viveria muito mais tempo de posse da lucidez.
Enlouqueceria e enfrentaria a própria morte de seu corpo mental, caso soubesse quem realmente sou.
Há milhares de anos, vários espíritos vindos para o planeta Terra haviam tomado o poder, constituindo-se em baluartes da civilização.
A começar na antiga Suméria, envolveram-se de tal maneira com os habitantes primitivos do orbe terráqueo que forjaram a sociedade nascente de acordo com seu conhecimento e suas experiências.
Formaram um colégio de mais de 600 cientistas da natureza, por assim dizer, e grande número de iniciados, fomentando especialistas em todas as áreas.
Dividiram o mundo em diversos departamentos, confiados cada um a determinado grupo de seu clã, a fim de prepararem novo cenário, no qual dominariam os humanóides do terceiro planeta.
Cultivavam especial interesse por certos produtos encontrados na subcrosta e nas entranhas do globo.
A medida que o tempo passou, viram-se prisioneiros do novo mundo e, após diversas tentativas frustradas, concluíram que não seria possível retornar à pátria de origem.
Resolveram então contribuir para a fundação de diversas sociedades espalhadas pelo planeta, cada qual imprimindo seu selo, seu jeito de ser, nos novos governos e povos, que adoptaram como laboratório de uma civilização nascedoura.
Essas experiências se deram ao longo de séculos e séculos.
Pouco a pouco, o plano surtia os efeitos esperados, com excepção das experiências levadas a cabo na área da genética.
Procuravam modificar os corpos humanóides de modo a aperfeiçoá-los, visando à obtenção de melhor mão-de-obra, tanto quanto de veículos menos obsoletos para suas futuras encarnações.
Queriam desenvolver cérebros mais compatíveis com suas mentes argutas e inteligentes, quando, subitamente, por impositivo de uma força que não puderam entender — muito menos enfrentar —, viram-se confinados às profundezas do abismo, impedidos de manipular a raça humana.
Selecto grupo entre eles, os melhores da raça expatriada, decidiram então estabelecer um pacto.
Elegeram 12, representantes das melhores e mais brilhantes mentes, a fim de coordenarem suas acções por quanto tempo se fizesse necessário.
Em comparação aos humanos encarnados, bem como àqueles temporariamente fora de corpos biológicos — na chamada erraticidade —, denotavam inconfundível supremacia.
Herdeiros de técnica e saber notoriamente superiores aos dos terrestres, estavam convictos de sua plena capacidade de conquistar e reger os povos do planeta, assim como as regiões obscuras do submundo.
Entretanto, os eleitos para reinar e planear todas as acções ao longo dos séculos e milénios voltaram-se contra os demais e sobrepujaram impiedosamente os aprisionados, submetendo-os aos seus caprichos pessoais, à sua ânsia de poder e dominação.
Formaram uma potência fantástica que jamais poderia ser ignorada pelos seres do abismo, mesmo pelos compatriotas exilados.
0 tempo foi passando e muitos dentre os exilados começaram a enlouquecer, perdendo a luz da razão ou o dom de administrá-la.
Simultaneamente, seus corpos energéticos — espirituais, se assim pudessem ser definidos — começaram a degenerar em relação à conformação original e, em numerosos casos, chegavam a implodir.
Em seguida, o mental soma de cada ser que habitava esses veículos energéticos em franca decadência entrava numa espécie de colapso, transformando-se em ovóide.
Dos 12 eleitos, alguns começaram a morrer — era a segunda morte,'7 como ficou conhecida entre eles a degradação da estrutura humanóide e a consequente redução à forma ovóide.
Outros continuaram lúcidos; porém, um dos notáveis seres expatriados submeteu-os a chantagem, em virtude de ter sido preterido na eleição.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 07, 2014 8:29 pm

Tratava-se de alguém extremamente maquiavélico e calculista, detentor de grande malícia, que logrou manipular os eleitos com mais e mais êxito, de tal sorte que acabou se tornando o número 1.
Além dele, deixou somente 6 representantes.
Mentes brilhantes a seu serviço, compunham consigo um sistema de poder inigualável nas regiões do abismo.
Dos grandes trunfos que o novo maioral exibia, destacavam-se a inteligência, a crueldade e os artifícios de que dispunha, factores que não poderiam ser ignorados por ninguém.
Aos integrantes da cúpula, só restava um recurso: dividir o domínio entre si e aceitar incondicionalmente o mando exercido pelo soberano, cuja identidade permanecia secreta ao longo dos milénios.
Nunca lhes foi revelado o paradeiro das centenas de seres que perderam a razão, a lucidez.
Gradativamente, muitos espíritos, expatriados como eles, sumiram sem deixar rastros.
Mesmo com todos os esforços empregados pelo grupo dos seis subjugados ao poder, não obtiveram sucesso na tentativa de descobrir onde andavam seus ilustres conterrâneos.
Entre as hipóteses levantadas, cogitavam que a reencarnação os houvesse apanhado, inadvertidamente.
Contudo, mais provável era que, por intervenção do número 1, tivessem sido privados do convívio com a maioria.
Eis um verdadeiro mistério, que inquietava os membros do concílio de dragões.
Com largo fundamento, nutriam forte suspeita: devia haver dedo do número 1 por trás do sumiço de contingente tão grande de indivíduos.
Afinal, tratava-se das mentes mais notáveis de sua nobre casta, que os escolheram para compor a cúpula dos exilados.
Desapareceram em ritmo acelerado e intensidade espantosa.
Dos mais de 600 considerados anciãos, antigos no poder, os quais originalmente elegeram o grupo dos 12, apenas 7 vingaram, permaneceram de certa forma cieos, ou de posse da razão, da lucidez extra física.
Estes é que constituíam o actual concílio dos maiorais.
Quanto aos demais, cederam à mão impiedosa do número 1 ou, por algum mecanismo ignoto, mantinham-se perdidos e isolados em algum recanto da dimensão sombria, a prisão dimensional à qual foram confinados desde a noite profunda dos séculos.
Portanto, restavam agora sete maiorais.
De um lado, o número 1 no poder; no lado oposto, os outros.
Entre eles, grande fosso, enorme cisão na autoridade e no mando — embora houvesse gradações de poder também do segundo ao sétimo em comando.
Não obstante suas especialidades, suas experiências milenares, mantinham-se todos reféns do maioral, o daimon principal entre os dragões, até porque a lucidez do grupo era preservada, a despeito da forma ovóide, por intervenção directa do primeiro poder ou número 1, por meio da concessão dos corpos semi-artificiais de que se valiam para actuar no mundo.
O daimon penetrou rancorosamente no recinto de onde lideraria a conferência dos dragões.
Porém, não sabia que era observado por olhos que, mesmo para ele, um maioral das trevas, eram invisíveis.
Alguém a serviço dos guardiões espreitava; projectado consciencialmente em corpo mental superior, via e ouvia tudo o que se passava.
A mulher ficara de fora por ordens do número 2.
Mas o daimon não notou um leve sorriso de deboche nos lábios daquela que fazia as vezes de embaixadora entre os diversos representantes da força na escuridão.
Ela simplesmente sumiu entre os corredores da grande fortaleza considerada inexpugnável pelos senhores do poder.
Quem sabe em outro momento o daimon haveria de ter percebido o riso de desprezo, ironia ou sarcasmo que se esboçou no rosto perfeitamente esculpido da mulher que o seguia.
Mas estava profundamente enraivecido com a conversa e os recentes embates com o número 1.
E, falando consigo, mesmo sem ter segurança plena de que não era espionado pelo maior entre os dragões, pronunciou-se em voz alta:
— Eu domino as nações da Terra.
Eu sou deus entre os humanos.
Antes que eles pudessem usar a razão, eu já existia.
Antes que essas criaturas miseráveis pudessem pensar, eu já dominava.
Eu tenho o poder de mover a roda da história terrestre e fazer com que meus ministros, que acreditam dirigir suas nações, obedeçam a meu comando.
O dragão olhou a imensa abóbada na qual estava projectada a imagem de dois mundos e sentiu-se realmente no poder.
Dele dependiam os destinos do planeta Terra, conforme acreditava.
E a ele se reportariam os demais dragões, enquanto estivesse no comando do segundo poder.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 08, 2014 9:28 pm

Num átimo, resolveu sair daquele ambiente; em um instrumento pequeno, do tamanho de uma mão humana, teclou algum código secreto, chamando os espectros, sua guarda pessoal espíritos de confiança e vampiros em primeiro grau.
Deveriam seguir as coordenadas dadas pelo maioral; iriam até o campo vibratório, seja lá onde este se situasse, nas dimensões sombrias e insondáveis da escuridão.
O veículo que os esperava estava repleto de equipamentos que o daimon desconhecia.
Tudo indicava que ficariam à mercê da programação definida previamente pelo número 1.
Quando entrou na nave — espécie de aeróbus forjado em matéria escura — juntamente como cortejo de espectros, um mente-contacto foi emitido de algum lugar, talvez pelo próprio maioral dos dragões.
O aparelho colocou-se em estranho movimento.
As cores das paredes ao redor, na cabine, modificavam-se constantemente:
de vermelho-pálido para preto e, outra vez, de vermelho-intenso e para amarelo pardacento ou ocre.
O daimon apenas observava a situação, mantendo o rosto duro, para preservar a imagem perante os seus.
Enquanto era conduzido com seu séquito de criaturas infernais, de vampiros, a um arco que se abria à sua frente, engolindo-os, parecia que passavam a uma dimensão ainda mais sombria do que aquela na qual estavam acostumados a se mover, como se outra houvera ainda mais maligna do que a conhecida.
Assim que chegaram a um destino ignorado por todos a bordo do veículo de matéria escura, ouviram algum sinal automático, que exigia a identificação dos passageiros antes que pudessem desembarcar.
O daimon emitiu uma onda mental, uma forma-pensamento anteriormente combinada entre os dragões e que servia de identificação para os seres do concílio das trevas.
Impulsos mentais rastrearam a imagem emitida e abriu-se diante dele um buraco na própria estrutura do comboio que os conduzia.
Foram recebidos por uma criatura alta, com aparência muitíssimo estranha mesmo para ele, um dos donos do poder na escuridão.
Era artificial o ser, e disso não se podia duvidar.
Pelo menos na estrutura externa e no conteúdo mental — insondável.
Sem delongas o conduziu, em silêncio, a amplo espaço aberto naquela dimensão.
À sua frente surgiram diversos nichos, onde se alojavam corpos perfeitos de humanos, porém de matéria etérica.
À frente desses corpos, poltronas confortáveis, nas quais foram orientados a sentar-se por uma voz que se fez audível.
Logo receberiam instruções sobre como tomar aqueles corpos e operá-los devidamente, a fim de actuarem de modo tangível no mundo.
Ao menos, assim avisara a voz.
Arquitectavam algo semelhante ao que ocorrera na história da Terra com os chamados agéneres, se bem que agora com objectivos diferentes.
Presentemente, a tarefa a desempenhar era na esfera política das nações.
Um a um os espectros se posicionaram diante dos nichos em que se encontravam os duplos etéricos previamente preparados pelo próprio maioral.
Eis uma técnica que somente ele manejava em toda a perícia requerida e na complexidade dos detalhes a se observarem.
O número 1 era o único que dominava a manipulação de corpos etéricos para utilização entre os encarnados.
Especializados em acções daquele tipo, os espectros projectores entraram numa espécie de transe.
Tendo estudado durante séculos acerca de como valer-se de corpos emprestados e como provocar aparições tangíveis entre os humanos, eles eram peças talhadas para aquela empreitada.
Suas mentes mergulharam numa situação próxima à inconsciência e, quando despertaram, já estavam no mundo físico, semi-materializados em corpos etéricos, porém visíveis, palpáveis, ainda que com certas limitações.
Ainda que nessa condição teoricamente pudessem gozar das paixões mais vis e diabólicas, estavam a serviço dos maiorais, com funções previamente estabelecidas, a serem desempenhadas nos gabinetes de alguns países do mundo.
Antes que o número 2 em poder pudesse se projectar consciencialmente, o alarme disparou.
E todo seu plano se modificou.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 08, 2014 9:28 pm

NUM AERÓBUS QUALQUER, a caminho da instância extra física onde se achavam aprisionados
magneticamente os poderosos dragões, seguiam os guardiões e sua equipe de espíritos a serviço da justiça divina.
Servindo-se de uma das trilhas energéticas naturais do próprio planeta Terra, o veículo deslizava submetido ao impacto de forças titânicas, impulsionado por um empuxo muitíssimo maior do que aquele com o qual lidam a engenharia e a técnica dos encarnados.
O trajecto para a dimensão onde fora estabelecido o cárcere dos espíritos rebeldes era algo incompreensível, num primeiro momento.
Desde alguns milénios que os dragões foram expulsos da convivência com a humanidade, de modo que não pudessem mais influenciar de maneira directa os destinos do planeta Terra e seus habitantes.
Reencarnar?
Bem, após rejeitarem a misericórdia divina durante eras, evitando a todo custo o processo natural da reencarnação, a justiça soberana determinou que, pelo menos no planeta Terra, não mais reencarnariam.
Quando o Cordeiro expirou no madeiro do calvário, desceu literalmente às regiões obscuras do abismo, para pregar o Evangelho aos espíritos em prisão.'8
Desde então, promulgando o decreto divino para aquelas almas rebeldes e renitentes, criminosos cósmicos, não mais lhes foi permitido entrar em contacto permanente com o mundo dos chamados vivos.'9
Proporcionou-se reforço energético e magnético à dimensão para a qual foram proscritos, e, a partir de então, nunca mais reencarnariam no planeta Terra.
Somente em outros mundos, em outros biomas.
Mas o acesso ao mundo dos vivos lhes continuaria sendo franqueado, até mesmo como oportunidade de presenciarem o progresso dos povos, de se inspirarem nos conhecimentos adquiridos pela humanidade e deixados pelo Cristo.
Todavia, não em seus corpos originais.
Somente lhes seria permitido observar, vagar de um lado a outro, constatar como o avanço da sociedade e dos seres humanos, embora lento, era inexorável.
Espíritos em geral, mesmo criminosos, poderiam estabelecer contacto com os viventes encarnados de uma ou outra forma mais estreita; porém, aquela classe de seres, somente em projecções de seu corpo mental, ainda que também em franco e gradual processo de degeneração.
De tudo isso os dragões sabiam.
Para acessar a dimensão magnética denominada infernus, onde se refugiam as almas desajustadas a um grau que não se pode medir pelos parâmetros humanos, há somente uma possibilidade.
Seres de dimensões superiores devem rumar em direcção à estrela maior do sistema solar, numa velocidade muito maior que a da luz, porém menor que a do pensamento.
Tão logo se aproximem do Sol, que emite radiações espirituais de natureza sublime, e se abasteçam das poderosas energias do plasma solar, devem retornar imediatamente à Terra, com toda a força concebível e com a maior velocidade possível, embora resguardando as barreiras preestabelecidas pela justiça soberana.
Essa foi a trajectória do aeróbus, cujo modelo se construíra visando especialmente às viagens à dimensão infernus.
Descrevendo essa rota, voltou o espantoso veículo em direcção ao magma da Terra, penetrando a atmosfera por um dos entroncamentos magnéticos do planeta, em velocidade alucinante.
Abaixo dele, viam-se as formações dos continentes, as nuvens, as cidades dos homens como formigueiros humanos.
Porém, tudo isso numa fracção de segundo, pois a rapidez com que se conduziam os guardiões e sua equipe de representantes da justiça divina não permitia observar maiores detalhes.
As dimensões pareciam suceder-se umas às outras, interpenetradas, mostrando a convivência de culturas espirituais diferentes, de formas de vida distintas entre si.
Nas telas de navegação do aeróbus apareceu um lampejo, algo que se assemelhava a uma esfera e logo adquiriu a forma de uma bolha na coloração azul, um azul profundo, como o pigmento azul-da-prússia.
Rebrilhando com rajadas douradas, a esfera de energia parecia delimitar a dimensão muitíssimo especial que fora designada, por decreto divino, como morada dos dragões.
Mas não se pode compreender uma dimensão como um espaço físico convencional.
Uma dimensão ou campo poderá não ter fronteiras físicas, perceptíveis ao senso humano, aos sentidos comuns do observador.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 08, 2014 9:28 pm

Seja ela qual for, poderá ser limitada ou ilimitada conforme a percepção — de quem a examina — e a capacidade de acção dos seres que nela interagem.
Não é simples espaço físico; longe disso, trata-se de espaço de âmbito dimensional.30
Algo somente concebido e entendido em sua plenitude através de esquemas matemáticos e conceitos de física avançada.
Dentro do aeróbus, o qual não deixava de ser uma nave, porém não espacial, mas extra dimensional, Anton, Jamar, Watab e alguns outros guardiões superiores estavam atentos e com suas mentes conectadas, ligadas entre si.
Entre nós, os participantes da jornada que haviam se integrado à equipe, destacavam-se Voltz; Júlio Verne, que oferecera aos guardiões ajuda na localização das dimensões sombrias, do local do desterro; Ranieri, um dos médiuns que trabalhara directamente com Verne, período durante o qual teve oportunidade de visitar, em desdobramento, a região que demandava nosso grupo; bem como Dante, igualmente ligado àquelas paragens.
Além destes, havia Pai João de Aruanda; Saldanha, antigo representante dos dragões; mais alguns amigos espirituais e eu, como observador atento, escritor de mortos e de vivos, ou de vivos mortos, ou como queiram conceber em suas mentes de leitores de fantasmas.
À medida que nos acercávamos da esfera electromagnética, era como se ela inchasse cada vez mais.
As cores originais foram modificando-se à proporção que nos aproximávamos e, assim que o veículo encostou, por assim dizer, na superfície da esfera dimensional, ela pareceu arrebentar-se, porém absorvendo-nos para seu interior.
Enquanto isso, enorme explosão ocorreu à vista de todos, liberando extraordinária quantidade de matéria etérica ou antimatéria, que decerto constituía a estrutura por nós penetrada.
Colunas de chamas se ergueram de forma a se projectar na dimensão física, fenómeno que, naquele momento, não pude estudar, pois minha atenção estava concentrada no escopo de nossa missão: a acção entre os poderosos dragões.
Jamar adiantou-se e falou a plenos pulmões, dirigindo-se aos técnicos que conduziam o veículo:
— Fiquem atentos, vocês! — trovejou a voz potente do guardião.
Quero registados todos os fenómenos externos.
Preciso de todos os detalhes, medições e rastreamentos, pois mais tarde necessitaremos de tudo para estudos...
Não se poderia ouvir mais nada em meio ao barulho ensurdecedor provocado pelo veículo em contacto com o material daqueles planos.
Ribombando como trovões, o aeróbus balançava e se sacudia de um lado para outro enquanto os condutores faziam de tudo para frear o veículo, diminuindo-lhe soberbamente a velocidade à medida que entrava na dimensão que nos recebia.
Quando o comboio parou completamente, estávamos situados no cume de uma montanha que me fez lembrar os Alpes suíços, com um tipo de material semelhante a neve cobrindo por completo sua estrutura.
Particularmente, eu esperava encontrar ambiente totalmente adverso, com paisagens que trouxessem à tona descrições de um inferno maldito.
No entanto, surpreendi-me com a beleza do cenário que avistávamos ao redor.
Altos rochedos emolduravam um recanto que denotava ter sido preparado com esmero, embora a coisa toda não inspirasse naturalidade, mas parecesse um ambiente artificial, talvez mantido apenas por força de alguma projecção mental.
Mas era soberbo mesmo assim.
Descemos — uma das equipes do aeróbus, aqueles de nós que acompanhávamos os guardiões — e reunimo-nos em torno do veículo, após as necessárias verificações de segurança.
Foram erguidas as defesas eléctricas e providenciadas até mesmo armas pesadas, uma vez que estávamos em território dos inimigos da humanidade.
— Nenhum de vocês poderá sair de perto do nosso veículo sem minha expressa autorização — falou Anton sério, para todos nós.
O espaço dimensional onde nos encontramos é considerado traiçoeiro e poucas vezes foi visitado por agentes da justiça divina.
É um universo de espíritos rebeldes; de criminosos, no sentido mais amplo e cósmico do termo.
Não se iludam pensando que somente porque estão do lado do Cordeiro de Deus isso os coloca automaticamente em segurança.
Nenhum de nós alcançou angelitude, e precisamos estar absolutamente atentos a possíveis ciladas dos dragões e de seus astutos serviçais, a guarda pessoal e guerreira composta de espectros.
Mal Anton acabara de pronunciar essas palavras, avistamos um movimento suspeito, que se afigurava, à nossa visão, um enxame, aproximando-se de modo cada vez mais rápido, a escurecer o ambiente à volta, como se monstruosa sombra tomasse a paisagem, até então de uma beleza notável.
Pai João apresentou-se, juntamente com o mensageiro Tupinambá, que ficou de prontidão e pediu autorização a Anton para fazer descer do aeróbus seus caças, guerreiros de alta patente e especialização que trabalhavam sob seu comando.
— Que assim seja! — pronunciou Anton, o guardião.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 08, 2014 9:28 pm

Um a um desceram espíritos que envolveram o aeróbus num cinturão de segurança.
Portavam armamentos em forma de lança, forjados em uma estrutura astral e etérica que lembrava metal.
As pontas abriram-se em um leque de três pétalas longas, como se estivessem sendo activados para a acção iminente.
Raios cintilavam nessas pontas, de maneira tal que, mesmo para alguns de nossa equipe, inspirasse certo respeito.21
Pai João aproximou-se de Jamar e Anton, que, neste momento, observavam o local através de instrumentos de longo alcance, pois naquele ambiente falhava qualquer tipo de visão psíquica mais apurada.
Era um mundo de matéria negra, embora a aparência que nos surpreendeu ao chegarmos.
0 enxame avizinhava-se com voracidade, engolindo a paisagem pela qual passava ou deixando tudo devastado, possivelmente revelando a verdadeira natureza do ambiente.
De repente a estranha formação estacou seu avanço de modo tão abrupto quanto surgira; destacou-se então uma parte de si, que logo se pôs à frente, em nossa direcção.
— Ergam as baterias solares — deu a ordem Jamar, o guardião da noite.
As baterias solares eram campos de força potentíssimos, alimentados da pura energia do Sol, que se armazenara quando o aeróbus descreveu sua trajectória nas imediações do astro-rei.
O abastecimento energético com elementos de uma dimensão efectivamente superior era o maior benefício da passagem do aeróbus em torno da estrela.
Finíssima película envolveu o aeróbus, de sorte que se ergueu uma concha, uma bolha a isolar-nos do ambiente.
Como se fosse uma dimensão dentro da outra, interpenetrando-a.
Pai João foi quem primeiro identificou a criatura que se aproximava.
— Espectros, a guarda pessoal dos dragões.
— Sim! — comentou Anton, adiantando-se até a posição onde estava o chefe Tupinambá, em toda a sua imponência de guerreiro.
— Apenas oito desses seres prosseguem em nossa direcção.
Tudo indica que seja o comando de abordagem.
Muito provavelmente, querem saber do que se trata.
Um dos seres que se achegou mostrou-se em toda a sua estrutura astralina, tal qual era.
Alto, cerca de 2,10m de estatura, corpo forte, cabelos branquíssimos, albino ao ponto de a epiderme perispiritual parecer completamente sem cor, de tão opaca, esbranquiçada e sem vitalidade.
Músculos emolduravam a estranha criatura; a pele era ressequida, com enormes veias salientando-se ao longo do corpo.
Dentes protuberantes e afiados como os de felinos, alguns deles lembravam lascas, uns mais compridos que outros, e os lábios totalmente descorados, acompanhando a tonalidade desvitalizada da pele.
Como uma fera a estudar sua presa, rondou astuciosamente o campo defensivo, grasnando e pronunciando palavras incompreensíveis para mim e, talvez, para a maioria da nossa equipe.
Insinuou-se até os limites do campo de força, sem tentar rompê-lo ou tocá-lo.
Anton e Jamar também se aproximaram do contorno das barreiras solares, de maneira que ficaram frente a frente com o espectro.
As narinas da estranha criatura davam mostras de farejar algo, como acontece com os lobos das estepes quando perseguem a presa ou procuram alimento.
Quase num esgar, criando uma estranha máscara para exprimir algumas palavras, o espectro disse algo aos dois guardiões, arrastando-se nas palavras, que saíram de sua boca como um sussurro rouco, de uma cavernosidade sepulcral:
— Agentes da justiça!...
Aqui é domínio dos dragões.
Não podem intrometer-se em nossa política.
Não é nosso tempo ainda.
Que fazem em nosso mundo?
A voz arrastada e doentia lembrava o eco de um som qualquer numa caverna incrustada na montanha.
— Ao contrário, espectro — retornou Anton.
Viemos aqui por determinação do Alto.
Vá e diga aos seus superiores que chegamos e queremos uma entrevista com um dos representantes directos dos dragões.
Queremos permissão para entrar em seu domínio, em nome do Altíssimo.
Um urro de terror saiu da boca do espectro e foi ouvido por toda a planície.
Gomo um animal a criatura rugia, embora a forma humanóide e as roupas exóticas com as quais se vestia.
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A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 3 Empty Re: A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 08, 2014 9:29 pm

— Trouxeram consigo algum vivente?
Não sinto o cheiro do sangue entre vocês... — rugiu novamente!
— Por estes domínios não nos atrevemos a trazer um vivente.
Sabemos que precisamos de licença dos dragões para adentrar este mundo.
Pessoalmente, estranhei muitíssimo o pedido de autorização do chefe dos guardiões para entrar na área de actuação dos dragões.
Não fizéramos várias investidas nas regiões da subcrosta, do abismo e outras paragens infernais?
Por que precisaríamos da permissão dos dragões se estávamos a serviço da justiça divina?
Não detínhamos o direito e a autoridade para ingressar naquela região, naquele espaço dimensional?
Pai João fez um sinal para mim e entendi que deveria guardar minhas dúvidas para serem esclarecidas depois.
Continuamos como espectadores, ouvintes atentos do diálogo que se passava.
— Deixarei meus guerreiros aqui!
Enviarei uma comitiva para falar com os daimons.
Que esperem o tempo necessário — grasnou o espectro, ainda farejando alguma coisa no ar.
— De forma alguma toleraremos esperar muito — retornou Anton.
Você não entendeu, espectro!
Aguardaremos apenas determinado tempo, mas não indefinidamente.
Pedimos autorização em respeito aos domínios concedidos pelo Eterno.
Porém, temos pressa e não ficaremos à mercê de sua vontade.
Ao ouvir aquilo, a criatura ficou furiosa e pôs se a bufar, como se fosse possível tornar-se mais odiosa do que era ou mais raiva demonstrar, além daquela que nutria contra a humanidade.
Afinal, eram os remanescentes de uma linhagem humana que há muito não encontrava lugar na Terra.
Desde épocas imemoriais se definiram contra o sistema do Cordeiro e a favor da política inumana dos dragões ou daimons, conforme alguns os chamavam.
Guerreiros implacáveis, destituídos de seus corpos físicos em alguma batalha, pouco a pouco se reuniram e ao longo de milénios especializaram-se, sob o comando dos poderosos chefes de legião, a serviço dos dragões.
As informações que recebêramos a seu respeito falavam de vampiros, ladrões de energia vital e emocional, algo num nível muito mais acentuado e tenebroso do que sugeriam as lendas contadas nos mitos da humanidade.
Entre nós, os espíritos Dante e Júlio Verne detinham maiores detalhes sobre esses seres das regiões inferiores do mundo.
No momento apropriado, com certeza compartilhariam connosco suas interpretações e seu conhecimento.
Naquele momento, observamos intensa movimentação nas fileiras dos espectros.
Os seres que vieram a nosso encontro retornaram, e vimos perfeitamente quando pequeno grupo se apartou do estranho exército a serviço dos dragões.
Enquanto isso, Pai João convidou-nos a observar a paisagem em nosso entorno.
— Vejam como tudo se modifica à nossa volta — apontou o pai-velho ao derredor, deixando-nos curiosos pelo que ocorria.
A paisagem, que antes apresentava uma beleza exótica, transformou-se por completo.
Quando o enxame se achegou do local onde estávamos, à medida que passava os fluidos ambientes moldavam-se como a reflectir a fuligem e a escuridão do ambiente, talvez em conformidade com a situação íntima desses guerreiros e vampiros das regiões obscuras.
Sobre os montes, onde antes avistávamos algo similar à neve, havia uma matéria aparentemente líquida ou viscosa vertendo das montanhas, escorrendo lentamente, até atingir o vale que vislumbrávamos mais ao longe.
Escombros de construções antigas eram atingidos pela espécie de lava, que borbulhava e emitia um tipo de radiação que impedia definitivamente qualquer vegetação de vingar naqueles sítios.
Entretanto, na periferia do campo protector, que abarcava o veículo que nos transportara até ali e ligeira porção do terreno em volta, a paisagem anterior permanecia intocada.
Algo que sinceramente não combinava com todo o resto.
À distância, suponho que a visão agora se assemelhasse a nobre paisagem pintada no centro de uma tela de marrons, escarpas, lavas borbulhantes e águas lamacentas, fétidas e correntes, entre outros vários elementos.
Notei que certas formações, espécies de árvores ressecadas, retorcidas, erguiam-se aqui e acolá, de maneira inusitada.
As estruturas das construções remetiam a antigos castelos medievais, embora destruídos ou vaporizados em mais da metade, pela lava ardente que borbulhava ou escorria por toda parte.
O vespeiro de espectros indicava estar acostumado com o que via; porém, era indisfarçável a inquietude da súcia.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 08, 2014 9:29 pm

Em razão de nossa presença no ambiente, quem sabe?
Muito mais distante, com relativo esforço, avistei algo ligeiramente diferente.
Procurei sondar os detalhes, contudo não conseguia aguçar minha percepção espiritual a fim de perceber além desse ponto.
— Não adianta, Ângelo — falou João Cobú, Pai João de Aruanda.
Aqui falha o processo da visão psíquica.
Os elementos que constituem o ambiente a nossa volta não são da mesma natureza daqueles a que estamos habituados nos planos astral ou espiritual.
Estamos numa dimensão totalmente diferente, numa espécie de limbo; nesses limites vibracionais imperam leis naturais, que não guardam, contudo, relação com aquelas a que estamos familiarizados.
— Isto é o inferno? — perguntei com minha curiosidade.
— Você pode chamá-lo assim, se quiser, contanto que se cuide para não localizá-lo dentro dos limites conhecidos pelos homens do planeta Terra.
Estamos numa dimensão diferente, apenas tente imaginar isso.
O pai-velho não ofereceu mais nenhuma explicação.
Deu a entender que não era hora de entrar em detalhes e compreendi que deveria me contentar, por enquanto, com minhas observações.
Entrementes aguardávamos o retorno dos espectros, que, pelos meus cálculos, já deveriam ter voltado.
Anton e Jamar se impacientavam.
Os guerreiros comandados pelo espírito Tupinambá também se remexiam numa inquietação evidente.
Minhas percepções voltaram-se para o enxame, o exército cada vez maior dos espectros.
Um dos guardiões, Watab, apontou ao longe:
— Vejam, Anton e Jamar, parece que chegam mais e mais guerreiros vampiros.
Nossos guardiões mostravam-se incomodados com alguma coisa.
Tanto os especialistas da noite sob a orientação de Jamar, quanto os caças comandados por Tupinambá, assim como os demais guardiões começaram a movimentar-se, tamanho o desassossego, fato que eu nunca presenciei nas fileiras dos guardiões.
Neste instante, foram Voltz e Dante que deram o alarme:
— Temos de agir, Anton!
Os espectros são vampiros por natureza.
Aliás, são de um tipo espiritual muito mais perigoso do que os vampiros astrais comuns.
Estão sondando nossas fileiras para observar e sugar energias psíquicas.
Veja como aumenta substancialmente o número dos espectros a nossa volta.
Estão se alimentando!
Não podemos esperar mais.
E, sobressaindo por suas observações, Dante completou:
— Conheço com algum detalhe a espécie de seres que acampa a nosso redor.
Noutras etapas de minha vida, em existências passadas, pude visitar lugares bem inóspitos e deparei com essa classe de criminosos.
Dando um tempo para respirar, talvez para que suas lembranças retornassem ao passado, Dante prosseguiu, depois de um suspiro acentuado:
— Creio mesmo que crime é um termo que merece ser revisto urgentemente, pois não faz jus aos actos dos habitantes de uma dimensão tão sombria quanto esta.
Também a palavra sombria carece de revisão, uma vez que não estamos mergulhados em sombras físicas, perceptíveis externamente, mas em um tipo de escuridão mais profunda, densa e, sobretudo, num plano ou, caso preferiram, num universo sem luz.
É uma sombra de natureza metafísica.
— Mas e quanto aos espectros, tem algo a nos dizer?
Algo que poderia nos auxiliar no enfrentamento desses espíritos que fazem parte da guarda pessoal dos dragões?
— Algumas vezes me fiz agente duplo e pude ter acesso a diversas informações sobre eles.
Primeiro, especializaram-se nessa prática nefasta de roubo de energias de forma tão devastadora que não somente podem se alimentar de fluidos dos encarnados com os quais se deparam, mesmo desdobrados, fora de seus veículos físicos, como ainda se apropriam de emanações mais subtis de perispíritos ou corpos astrais e também etéricos; tudo isso de modo pouco usual e com apetite incrível.
Essa é a razão por que constituem forte ameaça inclusive para os desencarnados comuns.
— Sugiro que, em vez de conversarmos, façamos algo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 08, 2014 9:29 pm

Quem sabe devamos tentar uma intervenção mais activa? — comentou Jamar, sem se preocupar como suas palavras seriam interpretadas.
Contudo, elas reflectiam exactamente as cogitações de Anton, o representante máximo dos guardiões superiores.
— Vamos nos aprontar! — determinou de súbito o chefe da segurança extra física, Anton.
— Está na hora de travarmos contacto mais directo com os seres desta dimensão.
Tão logo escutei o guardião proferir suas ordens, fiquei pensativo se era essa a acção mais acertada, ao que ele retrucou:
— Não vamos invadir a dimensão em que estamos, como se fôssemos ignorar o reinado dos dragões, que, aqui, representam a autoridade.
Sei que estamos em minoria, no entanto temos de levar a mensagem do Alto aos agentes supremos do poder nesta dimensão sombria.
Por ora, atingimos apenas as franjas deste universo e quase nada sabemos a respeito das leis que imperam aqui, tampouco de seus habitantes.
Mas quanto pudermos, Ângelo, vamos penetrar neste reduto, pois para tanto temos o aval daqueles que dirigem a evolução planetária.
Galei meus pensamentos, aquietando-me intimamente, não obstante pressentisse que pisávamos um terreno inóspito, diferente e — quem sabe? — ameaçador ao extremo.
Naquela ocasião eu não sabia que os donos do poder estavam nos bastidores, manipulando cada detalhe, cada nota daquele acorde macabro, cujas origens se perdiam nos séculos passados de nosso mundo ou de outros mundos perdidos na imensidão.
Um dos espectros aproximou-se devagar dos limites da bolha energética onde nos abrigávamos.
Havia algo diferente na forma como nos olhava.
Havia nele certa inquietação, algo que eu mesmo tive dificuldade de precisar - ousaria dizer que era quase um pedido de socorro, um apelo quase imperceptível.
Assim que notei, numa fracção de segundo, a atitude do espectro, Anton olhou significativamente para Jamar, o guardião da noite.
Emitiu uma ordem mental somente percebida pelos outros especialistas de plantão, que, do interior do aeróbus, avançaram quase simultaneamente, quando de repente se fez uma abertura dimensional, um rasgo na estrutura do campo de força que nos separava do restante daquele universo estranho em meio ao desterro dos dragões.
Jamar e Anton projectaram, simultaneamente, campos de força e contenção potentíssimos — como eu jamais vira — sobre o perigoso espectro, que começou a contorcer-se dentro do súbito envoltório de energias de ordem superior, que o cobriu de imediato.
A atitude dos dois guardiões foi sentida retardadamente pela horda de espectros, que ficava mais ao longe.
Demoraram a perceber que seu líder, ou um dos seus líderes, rendera-se e havia sido capturado pelos especialistas a serviço do Cordeiro.
Jamar e Anton conduziram o espectro quase inconsciente até o interior do veículo, que servia temporariamente de base para nossa equipe.
Todos nos assustamos, com excepção de Pai João, que esboçou um sorriso discreto nos lábios, como se soubesse com antecedência o que se desenrolava ali.
Os outros, os que integrávamos a equipe, ficamos mais ou menos atónitos, momentaneamente sem entender o súbito desfecho.
Somente depois de algum tempo Anton nos explicou, em detalhes, que o espectro, na verdade, estava prestes a se converter num renegado da horda à qual pertencia.
Havia fracassado ao executar uma das ordens dadas pelos dragões, e estes não toleravam a mínima falha de seus subordinados e escravos.
Eram impiedosos; simplesmente implacáveis ao exercer o poder como ditadores da dimensão à qual estavam acorrentados.
Ao aprisioná-lo, os guardiões apenas o livraram de um destino cruel, até mesmo para um chefe de legião, como aquele espectro infeliz.
Aproveitariam a circunstância para extrair informações que ele certamente deteria, arquivadas no corpo mental.
Talvez alguns pudessem recriminar tal intenção dos guardiões, mas, para eles, o destino da humanidade estava acima de qualquer interpretação filosófica ou religiosa, acima até mesmo do moralismo e do pudor que muitos representantes do Cordeiro queriam imprimir ao trabalho.
Era uma questão de vida ou morte.
Morte de milhares ou milhões de seres humanos e interferência na vida de outras tantas vítimas do sistema impiedoso sintetizado na figura dos dragões.

1 O guardião da noite, personagem responsável pelos relatos registados pelo autor espiritual neste ponto da obra, certamente se refere às grandes guerras mundiais (1914-1918 e 1939-1945), apogeu das crises da civilização humana no século XX, segundo parece ser consenso entre os espíritos, nas observações registadas a esse respeito em obras mediúnicas diversas.

2 "(...) mas vivificado pelo Espírito:
no qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão -, os optais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé"
(1Pe 3:18-20; grifo nosso).
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 08, 2014 9:29 pm

3 "Pois ainda em pouco tempo aquele que há de vir virá, e não tardará (Hb 10:37) (grifo nosso).
Variantes da expressão destacada são largamente utilizadas na Bíblia para designar, entre outros factos, o juízo, a restauração ou a presença de Jesus (Jo 7:33; Ap 6:11; 12:12 17:10: 20:3 etc.).

4 "Em física, um buraco de verme ou buraco de minhoca é uma característica topológica hipotética do continuum espaço-tempo, a qual é em essência um 'atalho' através do espaço e do tempo.
Um buraco de verme possui ao menos duas 'bocas', as quais são conectadas a uma única 'garganta' ou tubo. (...)
O termo buraco de verme (wormhole, em inglês) foi criado pelo físico teórico estadunidense John Wheeler, em 1957" e encontra respaldo teórico na relatividade geral
(fonte: Wikipédia).

5 A título de esclarecimento, vale relembrar os postulados espíritas:
"Nem todos [espíritos], porém, vão a toda parte, por isso que há regiões interditas aos menos adiantados"

(KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. 1a ed. esp. Rio de Janeiro: FEB, 2005, item 87, p. 113).

6 Indagado sobre a natureza dessas indumentárias, Ângelo Inácio afirma ser bastante distinta — em quase nada similar, até — daquela verificada nos corpos chamados artificiais, desenvolvidos pelos magos negros e descritos nos dois primeiros volumes desta trilogia.
O mecanismo empregado e a erudição necessária à produção dos veículos que ora apresenta, reservados aos dragões, denota domínio ainda muitíssimo mais refinado e aprimorado, com raízes bem mais profundas e antigas. Infelizmente, porém, o autor espiritual alegou não ter encontrado terminologia que assinalasse adequadamente tal diferença, de modo que aplica a mesma expressão a ambos os casos, cabendo ao leitor distinguir um e outro conforme o contexto e os demais elementos narrativos.

" Ver nota 8 à p. 102,.

8 O núcleo do planeta Terra localiza-se a partir de 2.900 km abaixo da crosta, ao passo que o raio médio do globo mede em tomo de 6.370km.
Para efeito de comparação, a mais profunda das fossas oceânicas tem pouco mais de 11km.
Embora o mundo extra físico constitua dimensão paralela — e, sendo assim, medidas de tempo e espaço do plano físico têm carácter apenas relativo —, não restam dúvidas de que situar algo nas imediações no núcleo planetário equivale a dizer que o lugar é profundíssimo, no mínimo.
Caso essa informação assuste ou soe fantasiosa, vale notar que as cenas narradas neste trecho envolvem ninguém menos que o número um das trevas, e que lá se pôs com o intuito de esconder-se; portanto, sua localização não é nada trivial, mesmo entre os seus.
Além disso, segundo a codificação, os espíritos "Estão por toda parte.
Povoam infinitamente os espaços infinitos" e não se circunscrevem a regiões específicas.

(KARDEC, Allan. 0 livro dos espíritos. 1a ed. esp. Rio de Janeiro: FEB, 2005, item 87, p. 112).

9 Originalmente, a palavra daimon não tinha o significado que lhe é atribuído hoje. De acordo com a Wikipédia.
"A palavra daimon se originou com os gregos da Antiguidade; no entanto, ao longo da História, surgiram diversas descrições para esses seres.
O nome em latim é dsemon, que veio a dar o vocábulo em português demónio".
Segundo o Dicionário Houaiss da língua portuguesa (Rio de Janeiro: Objectiva, 2001), trata-se de "espírito sobrenatural que, na crença grega, apresentava uma natureza entre a mortal e a divina, freq. inspirando ou aconselhando os humanos".
Ou seja, na origem, o daimon não tinha natureza maléfica.
O filósofo ateniense Sócrates se referia frequentemente ao seu daimon como guia e conselheiro.


10 Para dirimir dúvidas a respeito do que a doutrina espírita pensa sobre demónios, vale reproduzir o seguinte trecho:
"Segundo o Espiritismo os demónios são Espíritos imperfeitos, susceptíveis de regeneração e que, colocados na base da escala, hão de nela graduar-se.
Os que por apatia, negligência, obstinação ou má vontade persistem em ficar, por mais tempo, nas classes inferiores, sofrem as consequências dessa atitude, e o hábito do mal dificulta lhes a regeneração. (...)
Deus fornece-lhes constantemente os meios [de progredir], porém, com a faculdade de aceitá-los ou recusá-los.
Se o progresso fosse obrigatório não haveria mérito"

(KARDEC, A. O céu e o inferno ou a justiça divina segundo o espiritismo. Rio de Janeiro: FEB, 2004.1 parte, cap. 9, item 21, p. 159-160, grifos nossos).
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 08, 2014 9:30 pm

11 Questionado acerca da espécie de transmissão que se dava ali, uma vez que, segundo o próprio texto, o local era desfavorável à propagação de ondas, o autor espiritual esclarece que a visão das imagens dos arredores era facilitada em virtude de serem levadas por meio de um sistema de cabeamento, análogo ao que conhecemos na Terra como fibra óptica.

12 Cf. Ne2:l3; Is 27:1; Ez 29:3.
13 Cf. Ap 12-l3:l-4,ll;20:2.
14 Cf. Gn 3:2.4; J° 26:13; SI 58:4; 91:13; Is 14:29; Jr 46:22; Mq 7:3,17; Mt 7:10; Rm 3:13 etc.

15 Ap 2 0:2.

16 Indagado sobre este ponto da narrativa, o autor esclarece que todos os indícios sugerem não serem estes espíritos de origem capelina.

17 Para discussão de ordem técnica acerca da segunda morte ou descarte do perispírito, recomenda-se a consulta ao livro Consciência.
(PINHEIRO, Robson. Pelo espírito Joseph Glebcr. Consciência. 2a ed. Contagem: Casa dos Espíritos, 2010, cap. "A morte e o morrer", p. 2578.).
i]No segundo volume da trilogia O reino das sombras, há também muito do arcabouço teórico relacionado a esse controverso conceito, em forma de narrativa e dissertação, notadamente nas partes indicadas a seguir.[/]
(PINHEIRO, Robson. Pelo espírito Ângelo Inácio. Senhores da escuridão. Contagem: Casa dos Espíritos, 2008, caps. 4 e 6, p. 202-249. 328-351).

18 Cf. 1Pe3:l8-20:4:6.
19 "Houve então uma batalha no céu: Miguel e seus anjos guerrearam contra o Dragão.
O Dragão batalhou, juntamente com seus anjos, mas foi derrotado, e não se encontrou mais um lugar para eles no céu.
Foi expulso o grande Dragão, a antiga Serpente, o chamado Diabo ou Satanás, sedutor de toda a terra habitada — foi expulso para a terra, e seus Anjos foram expulsos com ele"

(Ap 12:7-9 cf. Biblia de Jerusalén).

20 Estas explicações são extremamente esclarecedoras e enfatizam o que já foi dito anteriormente.
Quando se localiza algo na dimensão extra física, dando como referência um ponto da realidade dita objectiva — "A colónia Nosso Lar fica acima da cidade do Rio de Janeiro" ou "Sua habitação situa-se nas proximidades do núcleo planetário" —, os locais físicos apontados efectivamente não passam disso: mera referência.


21 Caso provoque algum estranhamento a descrição de armamentos usados pelos espíritos, mais do que citar os diversos exemplos na literatura mediúnica, é interessante rememorar o que declarou o codificador do espiritismo:
"Consideremos, pois, o mundo dos Espíritos como uma réplica do mundo corporal, como uma fracção da Humanidade (...):
estão sempre em nosso meio, como outrora, apenas estão atrás da cortina, e não à frente:
eis toda a diferença"

(KARDEC, A. Revista espírita (ano IX, 1866). 2A ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004,. "0 Espiritismo sem os Espíritos", abril, p. 155).
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 08, 2014 9:30 pm

Capítulo 5 - Matrix ou o poder da mídia
"(...) Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados ao redor por todo o vento da Doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia induzem ao erro."

Efésios 4:14

"Todas as nações foram enganadas pelas tuas feitiçarias."
Apocalipse 18:23

UM IMPOSITIVO da justiça divina demandava que enfrentássemos o "poder vibratório supremo" dos dragões, como diziam eles, levando-lhes o ultimato do Alto.
Diante dos factos ocorridos recentemente nesta dimensão em que estagiávamos, pedimos ao comando dos guardiões nos concedesse alguns momentos, a fim de que tivéssemos esclarecidas dúvidas referentes a apontamentos feitos pelos próprios emissários superiores acerca do assunto.
Muito embora esses ditadores do abismo trabalhassem em oposição franca e aberta aos princípios do Reino, e merecessem ser enfrentados logo, algo havia nos apontamentos que requeresse pesquisas mais detalhadas.1
Assim sendo, selecto grupo de pesquisadores e eu, como curioso acerca dos eventos que se passavam nos dois planos da vida, reunimo-nos em torno de Anton, Dante e Júlio Verne com o objectivo de formular questionamentos que, além de facultar nossa instrução, me trouxesse informações que pretendia repassar aos encarnados oportunamente.
Assim que a reunião começou, Kiev, um dos guardiões de referência, foi quem primeiro perguntou, afoito:
— Queria saber de Anton a respeito do poder exercido pelos espíritos das sombras por intermédio da imprensa e da mídia em geral, no plano dos encarnados.
Pode nos esclarecer sobre isso?
Anton não se importou com o jeito pouco cerimonioso com que o espírito o abordou, o que talvez possa soar estranho àqueles que fazem questão de rigor na observância de regras de polidez e etiqueta, especialmente no que se refere ao uso de títulos que denotam respeito às posições hierárquicas.
Ocorre que as posições hierárquicas, do lado de cá, existem tão-somente para demarcar os deveres de todos nós; em nossos relacionamentos, dispensamos os títulos e as pretensões de autoridade, bem como a pompa e o formalismo, quase sempre artificiais e com ar... arcaico e démodé, a meu ver.
Respeitamos apenas a autoridade calcada na ascendência moral e a elevação dos propósitos em favor da humanidade.
Anton, pois, respondeu com boa vontade:
— As diversas mídias existentes na actualidade são instrumentos poderosos de manipulação de massas.
Isso constitui facto público e notório, a respeito do qual nem mesmo os encarnados costumam se iludir.
Contudo, há quem se deixe levar pelas notícias, informações ou desinformações que são disseminadas pelos veículos de comunicação de massa, cuja condução está a cargo daqueles que detêm o poder dos dois lados da vida.
Não podemos ignorar a realidade de que são os espíritos que dirigem os destinos dos homens.3
"Não é novidade que, por diversas vezes, presenciamos governos e governantes sendo depostos ou assumindo o poder a partir do retrato que a imprensa fez da questão em foco no momento, seja por meio da televisão, da imprensa escrita ou do rádio; mais recentemente, com o advento e a popularização da internet, tudo sucede ainda com maior velocidade.
Mudanças decisivas como essas, que cito apenas a título de exemplo, podem esconder motivações de quem está a serviço de homens que detêm o comando da política das informações.
Ou, às vezes, tais pessoas acabam por atender a interesses de modo inconsciente, ao colocar-se como instrumento dos poderes ocultos do mundo.
"Vamos nos ater a este início de século, período em que o planeta assistiu a diversas manipulações levadas a efeito pela mídia, que revelavam o objectivo escuso de seduzir a multidão desprevenida e crédula, a fim de que levasse a sério ameaças supostamente gravíssimas, que espreitavam de perto toda a gente.
Referimo-nos agora à gripe cujo nome mudou ao menos três vezes desde que eclodiu, com velocidade tão impressionante quanto maciça foi a exposição do tema nos meios de comunicação — paradoxalmente, durante período estranhamente curto.
Da mesma forma abrupta como foi alçada à primeira página dos jornais e ocupou as principais manchetes ao redor do globo, subitamente desapareceu quase por completo, de maneira tão repentina quanto foi orquestrada.
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A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 3 Empty Re: A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 08, 2014 9:30 pm

"A chamada gripe asiática ou suína e, finalmente, HiNi foi alvo do cômputo obsessivo do total de casos, acompanhado por estatísticas diárias e 'em tempo real' — números não corroborados por nenhum órgão de imprensa, diga-se de passagem, que se contentaram em reproduzir os informes oficiais.
Apesar da perturbação que causou, a doença mereceu, nos meses subsequentes ao anúncio da vacina, apenas cobertura irrisória da imprensa. A partir de argumentos alarmistas, informações modificadas e tendenciosas, insufladas por grandes corporações, governos e detentores do poder, vimos a população ser escancaradamente manipulada, tendo sido instaurada uma espécie de neurose colectiva sem precedentes.
"Curiosamente, a suposta epidemia foi notícia durante tempo suficiente para favorecer as mesmas mega empresas que confortavelmente descobriram' a cura, o produto salvacionista patenteado e sintetizado por elas próprias, que começou a ser vendido no momento exacto em que as massas responderam ao estímulo hipnótico, passando inclusive a exigir de seus governos a encomenda e a aquisição de lotes da droga.
Que timing incrível tem a ciência farmacológica, não?
É claro que o senso mercadológico da indústria farmacêutica nada teve a ver com o fato de que o antídoto se tornou disponível logo após a doença, que surgira há pouco, haver se alastrado, embora as pesquisas medicamentosas sérias normalmente requeiram anos a fio de estudos, testes e mais testes.
Sem o saber, o povo se deixou induzir pelos veículos de comunicação, enquanto as contas bancárias dos institutos de pesquisa, dos grandes laboratórios, como também dos políticos que estavam por detrás da manipulação mental cresciam soberbamente.
"Então a doença, que constituía risco iminente, que ameaçava a vida de milhões, que estava prestes a se tornar uma epidemia mundial, assim, da noite para o dia, transformou-se em risco zero?
Ou, no mínimo, passou a ser ameaça tão irrelevante a ponto de não mais merecer cobertura da imprensa?
Será que alguém é capaz de explicar o movimento de ascensão e queda do tema gripe HiNi na mídia?
O ibope?
"Será que todos sabem que, com a saúde financeira seriamente comprometida, os grandes grupos de comunicação ao redor do mundo hoje extraem suas pautas praticamente das mesmas fontes — três ou quatro agências mundiais de notícias, que abastecem todos os veículos?
É muito mais barato remunerar essas agências do que desenvolver apuração própria, com correspondentes ao redor do globo; isso é inegável.
"Apreciando e tirando proveito da ignorância, da falta de capacidade ou do hábito de submeter tudo à avaliação, assim como da passividade mental e emocional das multidões, entidades sombrias em conluio com executivos, proprietários e accionistas dos laboratórios, governos e políticos manipulam todos que se deixam arrastar por seus eficientes métodos de persuasão midiático-magnéctica, promovendo a indução mental e a hipnose colectiva, que chega às raias da histeria.
"Em outras épocas, nem tão distantes assim, o Brasil se viu às voltas com divulgações da mídia impressa, ou irradiada através das ondas de TV e rádio, que provocaram a escalada ao poder de diversas pessoas efectivamente arregimentadas, nos bastidores da vida, por inteligências extra-físicas descompromissadas com os ideais da política divina, do Cordeiro.
"Certos governantes e personalidades em geral, que alcançam notoriedade e prestígio no conceito popular, tanto quanto aqueles que decaem e são subitamente execrados pela chamada opinião pública, constituem movimentos visivelmente oriundos da condução mental e emocional realizada pela mídia, que se traduz hoje, no plano físico, como um dos maiores centros de poder, no exercício regular da hipnose colectiva das massas."
Respirando fundo, como se desse um tempo para nossas reflexões, Anton prosseguiu:
— Lamentável é reconhecer que, mesmo entre aqueles que pretendem ser os seguidores do Cordeiro no mundo, vemos a grande maioria hipnotizada pelos encantos, conceitos e desinformações expressas através da televisão, do rádio, da mídia impressa e electrónica. Aguardemos o amadurecimento dos homens residentes do planeta Terra, a fim de que possa ser dissipado o maia — a grande ilusão da alma, segundo o hinduísmo, a ilusão insuflada aos sentidos pelo sistema vigente — e então os indivíduos acordem para a realidade que existe além do véu da fantasia e da ilusão.
Inspirado pelas palavras de Anton, que fluíam com tranquilidade da boca de quem sabia do assunto, outro espírito adiantou-se, antes que eu erguesse a mão e perguntasse:
— Mas se a mídia pode tanto assim, ou seja, se tem toda essa força, por que os espíritos superiores não assumem seus veículos com o intuito de irradiar a mensagem cristã ou espiritual para a humanidade?
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 08, 2014 9:30 pm

Desta vez foi Júlio Verne quem se insinuou, respondendo ao espírito de forma um tanto lenta, não obstante suscitasse imagens mentais vigorosas:
— Se me permite inferir, acredito que a pergunta reflicta ignorância a respeito da realidade espiritual dos habitantes da Terra — ousou o escritor, dando ênfase à sua voz, porém sem perder a tranquilidade nem aumentar o ritmo.
Nós não estamos radicados num planeta de vivências superiores, tampouco somos ainda espíritos tão poderosos e esclarecidos, evoluídos ou espiritualizados que tenhamos a nosso alcance tudo aquilo que desejamos ou julgamos ser o ideal.
Devemos observar o momento evolutivo do mundo, que, por enquanto, tem a maior parte da população em situação acanhada de esclarecimento espiritual, de amadurecimento.
Considerando-se os contingentes dos dois lados da vida, eu arriscaria dizer que mais de 70% dos habitantes da Terra situam-se em estágio crítico, no que concerne ao nível de despertamento da consciência espiritual.
Tendo em vista essa realidade nada promissora, temos pela frente muito trabalho a fazer, muitas sementes a serem lançadas e muito solo a ser regado, pelo menos por todo este restante de milénio, antes que o panorama do mundo seja favorável ou receptivo à actuação mais directa dos benfeitores da humanidade.
"Por outro lado, há que levar em conta que os espíritos que dirigem os destinos do mundo não militam sozinhos, que dependem muitíssimo de agentes e parceiros encarnados para realizar o trabalho que nos desafia a todos.
Sob esse ponto de vista, reitero o que disse nosso amigo Anton:
muitos cristãos, espíritas ou espiritualistas ainda se vêem reféns da ilusão dos sentidos, do grande maia, disputando questões menores, perdidos muitas vezes nas discussões estéreis, que não levam a nada."
O assunto dava o que pensar, mas definitivamente não era nosso objectivo entrar nas questões que envolvem o movimento cristão e espiritualista.
Mesmo assim, Júlio Verne concluiu seu pensamento:
— Até que aqueles que dizem representar o Cristo e as forças soberanas da vida acordem para a verdadeira dimensão do trabalho proposto, que exige a união de todos os agentes do bem; até que amadureçam o suficiente para perceber que a obra da qual fazem parte não pertence a este ou aquele mentor, a este ou aquele centro espírita ou agremiação religiosa, temos de actuar contemplando as limitações impostas pela morosidade deste período de despertar da consciência cósmica.
"Nossos agentes médiuns, oradores e divulgadores da mensagem de esclarecimento do espírito Verdade, por exemplo, ainda se entretém cultivando disputas entre si, ao invés de unirem forças em prol de conquistas mais ambiciosas ou produtivas, que só se podem atingir somando-se esforços, dando-se as mãos — apesar das diferenças.
Quando alguém se aventura a tocar em determinado ponto mais sensível ou controverso acerca de suas actividades, a discussão descamba para a esfera pessoal, e, de repente, adjectivos e acusações partem de cá e de lá, criando um clima delicado, que resulta no afastamento uns dos outros."
Verne continuou suas observações como alguém que vê a situação de fora, sem intrometer-se nas questões internas do movimento espírita, tecendo críticas sobre alguns comportamentos, dotadas de propósito elevado:
— Dessa forma, cada agente nosso no plano físico acaba actuando isoladamente, sozinho com seu agrupamento de entusiastas ou seguidores, em vez de se unir a outros, em favor do colectivo.
Nesse contexto, notamos que não amadureceram para ver o trabalho e a si mesmos como células de um corpo maior, ao qual todos pertencemos.
Frequentemente, gastam precioso tempo ao defender causas e pontos de vista particulares, fomentando melindres e disputas que visam provar que seu mentor e as mensagens vindas através de si são mais correctas doutrinariamente, mais esclarecidas ou mesmo mais relevantes para a conjuntura actual.
Falham ao perceber que a verdade reside na união, na soma de todos os aspectos e nuances — complementares, na realidade — que vêm através de seus companheiros de ideal, e não exclusivamente a parte minúscula, quase ínfima que trazem a lume por meio de suas próprias faculdades.
Concedendo uma pausa preciosa para entrarmos em sintonia com seu pensamento, devolveu-nos o questionamento:
— Então, sou eu que pergunto: como esperar interferência dos benfeitores da humanidade em carácter mais intenso, completo e que produza frutos mais expressivos quando verificamos o cenário em que os cristãos se movimentam?
Ao considerar a proporção dos desafios, como se queixar dos resultados se os emissários do Alto no plano físico se entregam ao império daquilo que se convencionou chamar de matrix, isto é, algo similar ao maia dos orientais?
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 08, 2014 9:30 pm

Portanto, aguardemos a maturidade e o despertar de nossos agentes, pois pessoalmente acredito, segundo procurei expor, que a hora da colheita ainda está relativamente distante, apesar do avançado da hora, no cômputo de tempo dos Imortais.
Após algum tempo de silêncio, que talvez reflectisse a preocupação de muitos de nós, ouvintes da plateia, ousei romper a situação e indagar:
— Minha dúvida refere-se ao poder das sombras sobre os meios de comunicação.
Como podemos entender que estejam tão intimamente ligados entre si e aliados no objectivo de manipular a humanidade, do modo como afirmam eles próprios, os espíritos que se dizem no poder?
Agora foi a vez de Dante assumir a palavra, depois de um silêncio razoavelmente longo.
Aliás, ele não era de se manifestar com muita frequência; mesmo assim, falou com disposição:
— Eis um facto que não deveria soar estranho para os conhecedores da mensagem do espírito Verdade, uma vez que o próprio Codificador, Allan Kardec, transcreveu o significativo pensamento dos Imortais segundo o qual, na verdade, são os espíritos que dirigem os homens, e não o contrário, repetindo ainda uma vez mais o que disse Anton.
"Basta avaliar a situação espiritual dos habitantes encarnados e desencarnados do planeta para constatar que o contingente de espíritos ignorantes, com passado complicado e adeptos de um sistema de vida oposto aos princípios do evangelho cósmico constitui, sem sombra de dúvida, a maioria numérica nos bastidores da vida.3
Junte isso à informação de que são os espíritos que dirigem os homens, segundo assevera o ilustre codificador do espiritismo, e então será forçoso deduzir que é justamente a massa de seres e inteligências sombrias que está, actualmente, a conduzir as multidões.
Evidentemente, isso não invalida a verdade oposta — de que os espíritos superiores, sob o comando de seu general, agem de maneira ininterrupta em benefício da humanidade, de seu esclarecimento e amadurecimento.
E não há como esquecer que Deus, ao qual chamamos de Grande Arquitecto, é aquele que das trevas tira luz e da ignorância faz nascer a iluminação espiritual."
Depois desse pronunciamento um tanto doutrinário, Dante prosseguiu, num tom menos sério:
— Outro aspecto a considerar — mais decorrência das afirmativas anteriores que um ponto inteiramente novo — é que existem espíritos em todos os recantos do globo, em todas as dimensões do mundo e por detrás de todas as acções humanas.4
Na terra, nos ares, no mar e em todos os sítios da natureza, os espíritos povoam, vivem, interagem e vibram numa existência que se configura como a verdadeira civilização do planeta, embora não perceptível aos olhos mortais vulgares.
"Retomo agora o argumento inicial.
Se, portanto, as atitudes humanas são desequilibradas, maldosas, insanas, não podemos concluir que a inspirá-las estejam espíritos elevados.
Pelo contrário, visualizamos na génese dos desmandos humanos o impulso de inteligências sombrias.
Sendo assim, é natural supor que o alcance das acções humanas é directamente proporcional à inteligência dos seres que as subsidiam, e vice-versa.
Isto é:
quanto mais expressivas forem as acções no mundo dos encarnados, como no caso daqueles que exercem poder temporal, maior será a capacidade das consciências que as instigam.
Faz todo o sentido: se estão em jogo objectivos mais abrangentes, mais amplos do que simples vinganças e perseguições pessoais, os seres atraídos não devem ser obsessores comuns de indivíduos e grupos, mas sim gozar de posição privilegiada nas dimensões sombrias."
A palavra de Dante foi por demais esclarecedora, principalmente para aqueles de nós que nos encontrávamos de certa forma comprometidos com as ideias espíritas.
Outro espírito se manifestou logo após, pedindo consideração sobre um tópico ainda não explorado:
— No que concerne aos diversos programas televisivos que, nos dias de hoje, transmitem a mensagem cristã sob a óptica das igrejas evangélicas:
podemos considerar que esse tipo de divulgação é um avanço?
Achei interessante a pergunta do guardião, que se expressou segundo antigas convicções pessoais.
Ele estava certo: esse tipo de mídia precisa ser analisado quando falamos sobre a divulgação de ideias que visem ao progresso da humanidade.
Anton tomou novamente a dianteira, respondendo com visível satisfação:
— É claro que podemos e devemos valorizar o pensamento veiculado de acordo com a interpretação evangélica.
Entretanto, em grande parte das vezes a mensagem difundida é de carácter consolador, enfocando questões emocionais e doutrinação religiosa.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 08, 2014 9:31 pm

O que tem seu lado positivo, é claro, porém impede de caracterizá-la, nesses casos, como de ordem eminentemente esclarecedora, pois nem sequer tem na instrução espiritual sua principal função.
Além disso, é necessário apurar a motivação daqueles que a divulgam e os meios de que se valem para tal.
De modo geral — e que fique bem claro que há honrosas excepções ao redor do globo —, pessoalmente não vejo no despertamento da consciência da humanidade o objectivo central e norteador dessas iniciativas, não obstante tragam um cunho essencialmente religioso.
Novamente foi Kiev quem se adiantou aos demais, levantando a mão e interrogando os expositores do pensamento imortal:
— Se os especialistas das sombras, que trabalham sob o comando das inteligências mais astutas, como os dragões, manipulam os meios de comunicação a partir do plano extra físico, quando teremos uma alteração substancial nessa fonte inspiradora da mídia em geral e no quadro descrito até agora?
Foi Anton, ainda, quem respondeu:
— Acreditamos firmemente que a mudança geral da humanidade já está em pleno andamento.
No entanto, ao examinar aspectos mais específicos, como a questão da mídia e do controle que sobre ela exercem pessoas, grupos e instituições, é preciso considerar o contexto em que se dá a interacção entre os seres extra corpóreos e as mentes encarnadas.
Sob esse ponto de vista mais amplo, as mudanças mais expressivas devem surgir à medida que houver amadurecimento da consciência humana.
O ritmo de transformação do planeta é algo naturalmente lento, embora já tenha iniciado.
O cômputo de tempo das esferas imortais é muitíssimo diferente daquele em vigor no mundo físico; falar de tempo linear, por si só, já se revela algo imaturo.
Quando anunciamos que os tempos são chegados, quer dizer que já começou a transformação e já se notam os eventos que marcam o início de uma era nova.
Significa também o aparecimento de uma consciência nova para a humanidade e o despertar da cidadania universal.
Mas isso tudo é um processo.
E, como disse o Cristo, o Cordeiro de Deus, há cerca de 2 mil anos:
"Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai".5
"Também há outro aspecto a se observar a fim de que se evitem situações embaraçosas e uma avalanche de missionários da agonia pregando o fim do mundo.
Na ocasião em que o Cristo anunciou, no chamado sermão profético,6 os eventos aos quais deu o nome de fim dos tempos ou tempo do fim, ele foi muito claro ao afirmar que os sinais que apontava diziam respeito apenas ao 'princípio das dores'7, e não o fim do mundo.8
Portanto, seria muito prudente se os cristãos modernos, os espíritas e espiritualistas de toda sorte, não colocassem na boca dos emissários do Alto palavras que não foram ditas.
"Nossa acção junto aos elementos discordantes que compõem a ditadura dos dragões não é algo restrito a determinado período ou possível de enquadrar em datas, segundo os calendários do mundo das formas.
Somos porta-vozes de uma mensagem muito clara para eles; todavia, convém acentuar que não estamos em condições de estabelecer prazos para a renovação da Terra.
Se nem Jesus, o administrador planetário, aventurou-se a fazê-lo!...
Eis algo que somente o Pai sabe e somente a Ele é dado administrar.
"Grande evidência de que determinado mundo começou seu processo de renovação, como ocorre com a Terra neste ponto de sua história, é o início da reurbanização extra física do orbe, com a consequente e gradativa remoção das consciências cristalizadas ou estagnadas do panorama espiritual do mundo.
Porém, é preciso notar que o intervalo necessário para que essa etapa se complete pode se estender de dezenas até centenas de anos.
O tempo é algo muitíssimo relativo, e não se pode pretender que do lado de cá, em nossa dimensão, ele seja computado do modo como regem as convenções humanas.
"Assim sendo, esperemos uma fase elástica de restabelecimento dos alicerces da civilização; um período dilatado, em que devemos todos nos unir para reconstruir o planeta que ajudamos a degradar ao longo dos séculos.
Tenhamos a certeza de que será duradouro este momento de muito trabalho antes que o dia amanheça e o mundo possa ser considerado renovado.
Até lá, temos de esvaziar os umbrais, reformar as paisagens da dimensão extra física, modificar a essência das relações sociais, promover sérias reflexões nos centros de irradiação do pensamento progressista, mudar nossa maneira de ver e agir nos meios onde o Evangelho pretende ser seguido; enfim, é enorme a luta pela frente.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 08, 2014 9:31 pm

Enquanto o governo oculto do mundo esvazia os redutos de sofrimento, desmantela as hordas de espíritos criminosos que agem no submundo, os próprios dragões são levados a analisar seu regime de governo e sua política.
"Não obstante todo esse processo, antes que venha o fim propriamente dito, segundo consta nos arquivos da espiritualidade, convém que os dragões sejam soltos por um pouco de tempo:
Lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e selou sobre ele, para que não enganasse mais as nações, até que os mil anos se completassem.
Depois disto é necessário que seja solto, por um pouco de tempo'.9
Isso nos faz pensar num conflito de grandes proporções.
Conflito de ideias, embates económicos, crises políticas e sociais que fermentarão a massa da população extra física e de encarnados com vistas a promover o amadurecimento do trigo para a época da colheita.
Temos a palavra do Cordeiro, que nos advertiu sobre tudo isso ser apenas o princípio, e não o fim do processo selectivo."
Diante das palavras de Anton, não havia como duvidar das mudanças que estão em andamento no planeta; no entanto, algo mais precisava ser esclarecido, conforme a pergunta que se seguiu, de um dos espíritos presentes:
— Podemos esperar alguma interferência nesse sistema de poder que controla os meios de comunicação ou indefinidamente teremos seres mal intencionados dominando esse importante aspecto da vida terrena?
— Nossa presença na dimensão em que se localizam os dragões — principiou Anton — já representa uma interferência no sistema de poder das inteligências extra corpóreas que pretendem controlar o mundo ou a mídia em particular.
Não podemos esquecer que, neste momento histórico, o próprio planeta está entrando numa fase geológica de actividades incomuns, consequência de transformações em sua estrutura magnética.
Campos de força da Terra experimentam intensa mudança, indicando que a própria natureza do mundo adentra a etapa de expurgo das consciências que têm se comportado como ervas daninhas, no que concerne à evolução do orbe.
Algo está ocorrendo não somente na esfera extra física, como também no âmago do globo.
Esses eventos, se naturalmente compreendidos, detêm um significado:
que as inteligências extra corpóreas que não apresentam sintonia com o novo momento no qual ingressa a humanidade serão expurgadas e o processo já se iniciou, embora os habitantes da dimensão física não estejam se apercebendo dessas ocorrências no campo vibratório espiritual do orbe.
"Portanto, o domínio das inteligências sombrias está apenas por um fio, diante das drásticas modificações em andamento, patrocinadas pelo espírito Verdade e seus prepostos.
O divino comandante das hostes celestes, Jesus, está a postos; porém, segundo a política divina, a forma de agir não é nem de longe semelhante à da oposição.
Trabalhamos levando em conta a qualidade, e não a quantidade."
Outro espírito pareceu se inspirar na pergunta que provocou as reflexões de Anton e, demonstrando nítido interesse pelo tema, bem como em auxiliar no processo de transição, indagou:
— Que se pode fazer, da parte dos encarnados que representam a política divina, para reverter esse processo de domínio dos meios de comunicação e conquistar um lugar na mídia de forma efectiva e mais activa?
Anton, que se sentia inspirado pela pergunta anterior, resumiu sua fala, emendando o seguinte raciocínio:
— Naturalmente, algumas coisas não estão sujeitas à decisão dos encarnados e se passam do lado de cá, nos bastidores da vida, por intervenção directa dos prepostos de Jesus.
No entanto, necessitamos de apoio em nossas acções a fim de executá-las em sintonia, os desencarnados e encarnados, de maneira a estabelecer a política do Reino no mundo físico.
"Antes de mais nada, acredito que os seguidores do Cristo na Terra deveriam abolir as barreiras do preconceito religioso, do sectarismo, actuando em conjunto por um mundo melhor.
Deixar de lado as diferenças e aprender a respeitá-las, alistando-se sob a bandeira da fraternidade, da igualdade e do trabalho em comunidade.
Porém, caso isso não se dê por livre opção, acredito sinceramente que, num futuro próximo, as dores colectivas pelas quais passará a humanidade farão com que os rivais se unam em benefício do colectivo — embora certamente não precisasse ser assim.
Ainda é tempo de os trabalhadores da esfera física deixarem de lado suas pretensões de santidade, seu espírito missionário e salvacionista para então se aliarem, pois breve, muito breve, todas as forças serão necessárias a fim de preservar e irradiar a mensagem do Cordeiro, em meio ao período de severas provas que se abaterão sobre as nações do mundo.
Sem união, não haverá como sobreviver na luta que se avizinha."
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