LUZ ESPÍRITA
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A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

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A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 7 Empty Re: A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 14, 2014 9:03 pm

Embora tenha renunciado ao que lhe oferecíamos,'5 ele não retrucou nem tentou argumentar que os reinos lhe pertenciam.
Afinal de contas, todos os reinos e domínios do mundo se submetem à nossa férula, e não há nada, nenhuma área que não controlamos directamente."
— Meu Deus! — pensei, em minha pequenez...
Como enfrentar essa ambição e esse esquema de poder que se apresenta diante de nós?
A situação se afigurava tão grave que ensaiei algumas lágrimas, quase começando a chorar.
Jamar me tocou, dessa vez com mais veemência, impelindo-me ao uso da razão.
E falou baixinho:
— Não precisamos de emoções aqui!
Você só foi admitido em nossa equipe devido a sua capacidade reflexiva, ao seu bom senso, ao uso que faz da razão.
Não demonstre fraqueza jamais.
Estamos sob a tutela do Cordeiro e do espírito Verdade, não se esqueça.
Imediatamente me recompus, embora ainda estivesse sob o impacto dos planos daquelas mentes diabólicas.
Agora não via apenas a forma astral daqueles seres hediondos, seu esquema de domínio e poder parecia não ter limites.
Ainda imerso em minhas reflexões, pude ouvir a voz de outro daimon:
— E se estão chocados com essa breve descrição de nosso planeamento e nosso comando em todas as áreas da civilização, esperem para ouvir nosso especialista em política, economia e guerras, o número 2.
Olhando-nos com aquele olhar que externava candura, compaixão e magnetismo ilimitado, outro dragão se pôs a falar:
— Eu sou dos daimons que mais actua na mente dos habitantes do mundo.
Sou especialista em religião, na hipnose causada pelas crenças, pelas doutrinas e pela manipulação do medo na mente das pessoas.
Sob meu comando estão mais de 10 mil especialistas em crenças, crendices, religiosidade e anseios de espiritualidade, das formas mais esotéricas e excêntricas às mais contemporâneas.
Há nada menos que 28 agentes meus no Vaticano; um, em particular, temporariamente materializado em meio à mais alta cúpula dos cardeais.
Entre meus enviados, tenho 35 dos melhores doutores em teologia, conhecedores profundos das palavras da Bíblia e notadamente do Evangelho, os quais actuam lado a lado com os maiores expoentes da cristandade; de maneira especial, junto dos que disputam a salvação entre si.
São 1,3 mil ministros do pensamento religioso imiscuídos entre os representantes de cultos considerados exóticos, bem como entre esotéricos e neopentecostais.
Ultrapassam a marca de 1,5 mil os espíritos peritos em culturas e religiões tipicamente orientais.
Além disso, disponho também de vasto arsenal de médiuns e doadores de energias, a fim de que possamos promover curas, milagres e prodígios de natureza variada,'6 fenómenos considerados sobrenaturais pela estupidez humana.
"Nesse sentido, meu domínio e especialidade abrange a fé, a crença, o coração e a mente de bilhões de pessoas.
Não preciso estar jungido a todas as igrejas e religiões.
Meus representantes apenas irradiam seus pensamentos na direcção dos dirigentes religiosos e estes se incumbem de fazer o resto.
São formadores de opinião, e, por isso, munimos nossos parceiros no mundo físico de todo o magnetismo e poder de acção.
Nossos aliados constituem os que se submeteram a processos iniciáticos diversos e têm suas mentes voltadas para acreditar em rituais de toda sorte, em iniciações e ritos de passagem para contactar dimensões paralelas.
Rituais do fogo, das pedras, de tudo o que puderem criar e imaginar; em resumo, qualquer elemento que prenda sua atenção e consuma seus esforços, sem que leve necessariamente a nenhuma melhoria ou mudança apreciável.
"Desse modo, as mentes se atêm a crenças impostas por interpretações sectárias e restritivas de textos considerados sagrados.
Colocamos todas as igrejas e movimentos de renovação sob nosso domínio e infiltramos nossos representantes dentro das maiores e mais expressivas comunidades religiosas da actualidade.
Minha política é multiplicar o número de fiéis, pois eles são fiéis às interpretações de sua religião, e não ao sistema do Cordeiro.17
"Atrairemos personalidades, pessoas com dinheiro, veneradas pelo público, e os crentes se alegrarão por ter essas pessoas convertidas à sua religião.
Mas é apenas uma ilusão que alimentamos em torno de suas crenças e de seu sistema religioso.
Temos todo este movimento que se diz cristão sob nossa administração.
Meus ministros e embaixadores entram e saem de suas igrejas como se fossem anjos, trajando a vestimenta que os próprios fiéis e sacerdotes forjam para eles.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 14, 2014 9:04 pm

"Como poderão vencer um poder que em tudo se infiltra?
Como vencer algo que está entranhado no âmago da própria estrutura religiosa, que julgam ser a maior expressão da verdade?
Como combater algo invisível, impalpável, que actua além da imaginação e das crenças de todos?
"Um dos nossos planos que mais trazem resultado entre os dirigentes religiosos é fazer com que a sede de dinheiro, a apetite por templos luxuosos e, em última análise, toda a estrutura económica dos seguidores do Cordeiro estejam acima de seu apreço por quem afirmam ser seu mestre e senhor.
Os representantes religiosos não abrirão mão do poder do dinheiro, do dízimo, das ofertas cada vez mais altas.
Jamais conceberão que adulteraram o nome que para eles é considerado sagrado, grafando-o de maneira diferente.
Em vez de Jesus, terão inscrita em suas testas a palavra Jesus.
"Porém, essa é apenas uma faceta de minha acção.
Temos outros segmentos do nosso poder entre os seguidores do Cordeiro.
Aos olhos do povo, o fogo do Espírito Santo é que protagoniza os movimentos de renovação, em encontros festivos onde apresentadores, oradores, sacerdotes e cantores são aplaudidos e se enganam a ponto de pensar que seu Cristo está sendo louvado e glorificado quando, na verdade, são os homens que estão nos palcos — e seus respectivos egos — que recolhem os aplausos, o louvor e a glória.
Isso faz com que os fiéis julguem estar imersos numa onda de espiritualidade, de santidade; mas, em seu dia a dia, isso se reflectirá na adopção de posturas radicais e fundamentalistas, permeadas por disputas acirradas acerca de quem receberá o galardão divino e a quem está reservado o paraíso.
"Como se vê, eu cumpro o papel do Espírito Santo, e, sem mim, muitas façanhas não seriam realizadas.
Eu baptizo, eu liberto, eu curo, eu resolvo qualquer problema que os meus fiéis queiram transferir para o âmbito divino.
"Eu posso ser Krishna, posso me passar pela Deusa Mãe, projectar-me como Jesus ou manifestar-me como qualquer dos mestres ascensionados.
Se desejarem, apresento-me como Bezerra de Menezes, Santo Agostinho ou como o espírito de qualquer padre, freira ou expoente na área mediúnica.
Posso falar palavras mansas, tocar nos corações, despertar as pessoas para a sensibilidade.
Quem sabe possa me passar por qualquer mentor e jamais ser descoberto por seus médiuns?
Como trabalho em cima de suas próprias crenças e pretensões de santidade, isso não é difícil.
Sou eu quem formo os missionários da religião.
Sou o responsável pelos símbolos e práticas exteriores que camuflam a falta de espiritualidade."
E, com um leve sorriso de ironia, dando-nos a impressão de que dominava tudo nessa área, continuou:
— Especializei-me nas comunicações de ordem metafísica, mediúnica, telepática.
Por isso mesmo, conto com mais de mil auxiliares directos, os quais têm acesso irrestrito à superfície, disfarçados como emissários do bem, orientadores espirituais e espíritos de renome, consagrados pelo orgulho dos pretensos representantes do Cordeiro.
Sou o responsável pelas aparições de alguns santos, pela formação da fé em comunidades religiosas místicas.
Em matéria de religião, eu sou realmente o maior.
Enfim, eu sou deus.
O Deus do universo é um; eu, porém, sou o deus das religiões."
Os planos dos dragões davam mostras de abranger todos os sectores da vida planetária, da sociedade mundial.
No entanto, ainda faltavam se apresentar dois dos soberanos, como se auto denominavam.
E estávamos longe de conhecer, em toda a extensão, o raio de acção desses seres míticos, lendários, luciferinos.
Além daquilo que nos apresentavam, certamente havia uma face muito maior que escondiam; algo transcendente a tudo o que pudéssemos imaginar.
Como mais tarde ficamos sabendo, nem de longe tivemos a oportunidade de conhecer as mentes do maioral dos maiorais e do conselho sob seu jugo, isto é, os 666 seres que formavam o grupo dos remanescentes.
Nada sabíamos sobre a ciência e os arquivos milenares do poderoso concílio dos dragões; sobre quais conhecimentos tinham arquivados em seus bancos de dados, ou ainda, qual seria a identidade do número um em poder.
Contudo, já sabíamos o suficiente sobre seus projectos e sua forma de agir.
Joseph Gleber nos havia dito, assim como Jamar, que nenhum espírito de nossa categoria tinha autoridade moral para lidar com esses seres milenares.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 14, 2014 9:04 pm

Somente o Cristo e seus prepostos mais directos detinham o poder e o conhecimento, a ascendência moral sobre os degredados, pois fora ele, o administrador do nosso sistema e do nosso mundo, que deu a ordem de alojá-los nas dimensões sombrias, as quais funcionariam como cadeias eternas até o dia do juízo, que se aproximava.
Nenhum médium, nenhum agrupamento mediúnico, nenhum dos mentores conhecidos, por mais elevados que fossem, tinham condições morais e bagagem de conhecimentos suficientes para lidar com essas criaturas.
Somente agora entendíamos por quê.
Ao se apresentarem a nós, pudemos vislumbrar algo de seu conhecimento, de sua técnica, do fantástico império que os dragões ostentavam na dimensão em que estavam proscritos por decreto divino.
Também pudemos, a partir daí, compreender um pouco mais da grandeza espiritual do Cristo, o Cordeiro divino, sua justiça e seu Reino.
Portanto, éramos ali simples emissários, com uma mensagem exclusiva e única; mas dependíamos totalmente de uma instância superior, sob a tutela do espírito Verdade, para estabelecer contacto com esses seres luciferinos, conforme pudemos constatar em nosso primeiro encontro face a face.
Em meio a minhas reflexões, apresentou-se o penúltimo dos dragões, o daimon número 2.
Cabelos longos e olhos negros, envolto numa aura de uma negritude quase material, emergia de reflexos de cor violeta que rebrilhavam a partir de si, envolvendo os demais do concílio de tal maneira que sua ascendência sobre os demais ficava patente.
Fiquei a imaginar como seria, então, o maioral, o número 1 do concilio luciferino, do qual não tínhamos a menor notícia.
O segundo em poder aproximou-se de nosso grupo, rondando-nos como uma fera ronda sua presa, embora sua aparência angelical, que contrastava com sua aura de irradiações violáceas.
Seu rosto apresentava um brilho semelhante ao do ouro, e suas vestes longas, de beleza incomparável, pareciam tecidas em fios de ouro, enquanto trazia cingido ao peito dois cinturões que se entrecruzavam, formando uma indumentária digna dos deuses da antiguidade. Somente ele, entre todos os outros, pronunciou-se a respeito de si mesmo com tal majestade ou altivez:
— Sou Enlil,'8 ou também podem me chamar de Lúcius, conforme se referiam a mim no passado.
Sou também Marduque, Moriat, Lilith19 e Baal; não importa como me denominam suas tradições.
Sem nossa contribuição, seu mundo e seus habitantes ainda estariam arrastando-se sobre o solo do planeta.
Somos o mal necessário.
Somos os Eloins, aqueles que mudamos para sempre a face do planeta e formamos o homem do limo, dos elementos oferecidos pela Mãe Terra, conforme a chamavam os antigos iniciados.
Somos a força que Tiamat20 conheceu e que forjou o progresso da sua civilização.
Auxiliamos a natureza a dar o salto que definiu o progresso dos humanóides de Tiamat, da sua Terra, do seu mundo.
Nossa ciência foi a força que os impulsionou rumo às estrelas; fomos nós quem engendramos povos e etnias, quem dividimos os homens em nações, quem criamos as línguas e demos origens às mais diferentes culturas.
Aqui habitamos desde que em seu mundo havia apenas um super continente.
"Antes que os oceanos se definissem, já visitávamos seu mundo; antes que surgisse a primeira roda, aí estávamos nós.
Erguemos suas pirâmides e andamos entre os sábios do Nilo com o nome de Rá.
Fomos nós quem os alimentamos, ensinamos a agricultura, os iniciamos na ciência de ver os astros, contamos o tempo e as estrelas; somos nós os deuses da sua história.
Vimos os homens se refugiarem nas cavernas; erguemos as primeiras cidades entre as planícies da África e da Suméria.
Somos aqueles que estivemos lado a lado com vocês até o momento em que suportaram caminhar sozinhos pelas paisagens da superfície, quando formaram, então, seus redutos, a que chamam civilização.
Fomos banidos de sua memória, e a lembrança de nossa raça subsiste em sua história apenas como uma lenda ou um mito.
Somos os nefilins.
"Eu sou o número 2, o senhor da guerra.
Ao longo das eras, aprofundei-me nas artimanhas da política, no conhecimento das tácticas de guerra.
Auxiliei de perto Cipião, o Africano; inspirei as empreitadas de Alexandre, o Grande; sou eu quem estive face a face com Moisés em alguns momentos de suas vitórias e suas derrotas.
Fui eu quem agi entre o Tigre e o Eufrates, no Eden, e forjei ali a civilização que deu origem aos povos da actualidade.
Minha é a Terra e todo o sistema político e económico sobre o qual se assenta sua civilização.
Meus ministros e minhas legiões se espalham em todas as latitudes, em todas os continentes e se infiltram por caminhos que vocês jamais sonharão.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 14, 2014 9:04 pm

"Quando abandonarmos seu mundo, falarão de nós; embora como uma lenda, falarão, pois sem nosso concurso não passariam de símios e selvagens.
Nossa foi a ciência que gerou o homem novo; sob nossos auspícios foi modificada sua genética e demos vida e fôlego, alma e inteligência ao homem de Tiamat.
"Hoje, meus tentáculos se estendem pelos gabinetes dos governos da Terra.
Nossa marca está presente até na forma como seus governantes se cumprimentam, pois juntos executamos as ordens do maioral. Inspirando seus governantes, formaremos o governo único mundial e, assim, teremos seu mundo mais intensamente sujeito ao jugo dos poderosos dragões.
Nossa política, mesmo depois que voarmos para as estrelas, será lembrada e, como uma semente, frutificará e se entranhará em suas almas.
Então seremos recordados como os majestosos deuses de todas as épocas.
Tudo em sua civilização tem o dedo, o toque, a mão dos daimons invencíveis.
"Sua economia marcha segundo os propósitos ditados pelos dragões, pois somos mestres em fomentar crises.
A economia do mundo me pertence, e, através de meus auxiliares no mundo, das corporações, dos donos do dinheiro e da influência, alçamos ao topo da pirâmide exactamente aqueles que desejamos, elegendo nossos iniciados e agentes.
Sou eu quem fomenta a guerra.
Sou o senhor da guerra, da economia, da política.
Precisamente neste instante, quando o mundo está às voltas com abalos na economia europeia,21 nem imaginam o tamanho do rombo que se alastra pelos países ao redor do globo, que tentam mascarar a situação dominando as notícias e os noticiários.
Entretanto, nós é que dominamos tudo e todos.
Formigas, míseros insectos que são, existem para serem pisados e esmagados conforme convém aos soberanos.
Não se apercebem de sua pequenez e insignificância ante o poder vibratório supremo.
"Somos nós os arquitectos da desgraça e os campeões da salvação.
Pois adoptamos como estratégia o fomento de crises para que a população desgraçada, miserável e despedaçada implore por todos os meios a solução.
E a solução sempre virá.
de modo a introduzir algo que diminua a autonomia e a liberdade dos povos.
"Em meus planos desenvolvemos, junto com os donos do mundo entre os encarnados, a ideia de um governo planetário único, o que favorecerá o domínio total da população através de governantes indicados, e não votados.
Haverá uma moeda única, que já está em experimento, bem como outras maneiras de unir as nações do planeta, que abdicarão gradativamente da autonomia e da soberania nacional.
Em nossos testes com a política e o povo, trabalhamos em prol do nascimento de uma igreja que seja universal e promova a união das demais, a fim de que as ideias sejam disseminadas de forma mais fácil e abrangente.
"Permeando tudo isso, estão a tecnologia, que ganha terreno rapidamente entre os viventes, e as experiências que temos promovido em mídias como televisão, internet e todo o arsenal que levamos a efeito, por meio das inovações em matéria de comunicação, sobretudo no âmbito do ciberespaço.
Governos, empresas e o povo, de modo geral, pouco a pouco cedem ao nosso comando.
Através de técnicas como controle mental, hipnose colectiva e indução das multidões, expandem-se as conquistas que obedecem aos propósitos dos donos do mundo, sob nossa inspiração.
"Mediante o auxílio de nosso daimon que domina a tecnologia, finalmente assistiremos ao advento de nossa marca, o selo do domínio total nas mãos e nas testas de todos aqueles que serão nossos dependentes integrais e que se deixarão seduzir por nossa promessa de um mundo melhor e globalizado.
Muito em breve, ninguém no planeta, nas nações mais desenvolvidas e naquelas que emergem da miséria e da pobreza conseguirá comprar ou vender sem que tenha sob a epiderme nosso selo, nosso número, nosso nome.
Algo discreto, quase invisível, mas acachapante.
Invisível como nossa organização, invisível como nossos aliados, secreto como as instituições que nos representam no planeta, o símbolo de nossa dominação oferecerá segurança, e com ele se poderão abrir portas e facilitar operações financeiras, as pessoas poderão tornar-se onliners, conectadas ao ciberespaço e ao reinado dos soberanos.
Eis a nossa marca; a marca da besta.22
"Apesar e acima de tudo, dominaremos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 14, 2014 9:04 pm

Não obstante os avanços técnicos, a popularização da informática e o desenvolvimento da tecnologia, a ilusão criada e mantida por nós será o selo de dependência de toda a gente.
Os governos, as corporações e empresas mapearão constantemente os indivíduos através de um simples e quase invisível selo; uma espécie de chip implantado em cada cidadão.
E isso não está nada longe de se tornar trivial.
Nosso profeta já vive entre vocês; nosso representante não mais será um homem, porém uma organização, que falará em nosso nome, em nome de Deus, e se apresentará à cristandade com poder de deus, realizando milagres à vista dos homens 23 mais simples e de fé menos exigente.
"Um novo Golem24 está sendo preparado nos países do velho continente, e ele será levado ao poder através da indicação de diversos governos, e muitos povos ele dominará.
E o anticristo caminhará novamente entre a população e estará conectado numa rede global com nossas ideias e nosso concílio.
"A despeito de todos os acontecimentos, permaneceremos invisíveis, oferecendo um mundo novo, mas perante o sacrifício de muitos.
A população deve necessariamente diminuir.
Eventos que culminarão no encolhimento do contingente populacional estão em pleno desenrolar — tais como os experimentos científicos com o clima e a saúde pública, desenvolvendo vírus e bactérias — e acarretarão a redução da quantidade de miseráveis filhos de Eva na superfície do planeta.
"Muitas guerras da actualidade são laboratórios, são como tubos de ensaio, que engendramos para possibilitar os testes experimentais que algumas nações executam com os habitantes e a natureza do seu mundo, ou seja, com o sistema de vida sobre o qual se apoia sua civilização.
Sob a bandeira do combate ao terrorismo, por exemplo, faremos com que alguns países sejam aniquilados mediante experimentos químicos e biológicos, colimando que a concentração de poder nas mãos das indústrias bélica e petroquímica seja levada ao máximo grau, como desde já se configura no mapa da política internacional.
"Como se pode notar, quem reina sobre a Terra somos nós, os dragões soberanos, o poder vibratório supremo.
O mundo nos pertence, e embora saibamos que nosso tempo em seu solo é pouco, estamos confiantes no sucesso.
Ora, em meio às revoluções, às crises mundiais, económicas e políticas, às comoções sociais e individuais de toda ordem, o pequeno grupo que pretende renovar o planeta se verá absorto a tal ponto, que dificilmente levará adiante a obra de renovação das consciências e da humanidade.
Nenhuma fé se sustentará diante da crise global que se avizinha.
Nenhuma mensagem se manterá com a instauração de ameaças que agravem o medo da morte tanto quanto o temor de perder a posição social arduamente conquistada ou o status que muitos ostentam, no mundo de ilusão no qual se inserem.
"Os missionários do pensamento progressista retrocederão ou farão pactos connosco, com nossas ideias; os seguidores do Cordeiro combaterão ainda mais tenazmente entre si; os espiritualistas se perderão em meio às tempestades emocionais desencadeadas pelos dramas colectivos, e a salvação será provida por nós.
Digladiarão de tal maneira que ninguém desconfiará do fato de estarmos por trás, coordenando toda política, todo poder e recurso que o mundo emprega para manter-se no aparente equilíbrio a que estão acostumados."
O representante dos maiorais, o número 2 no poder daquele concílio tenebroso, calou-se, após a longa exposição, como se desse um tempo para digerirmos o que todos falaram.
Antes que outro de nós se manifestasse, Jamar tomou a dianteira, perguntando:
— E por que vocês se expõem a nós dessa maneira, revelando seus planos?
Não temem que possamos desmascará-los, levando a público o plano de domínio dos dragões?
Não pensam no risco de anunciarmos ao mundo a sua artimanha, enfraquecendo-os?
O número 2, que se apresentou como Lúcius, entre tantos outros nomes, falou pausadamente, numa tentativa de demonstrar superioridade:
— Não tememos que isso ocorra, pois seus agentes encarnados não acreditam em nós.
Na verdade, não acreditam nem sequer nas convicções que dizem professar, em sua doutrina e seus ideais, quanto mais em seres lendários, cuja existência, segundo aprenderam, não passa de uma invenção, uma alegoria fantasiosa criada para impressionar indivíduos de educação espiritual primária.
Não tememos.
Entretanto, mesmo na hipótese de nos levarem a sério, que poderão fazer contra um poder invisível e monstruoso, conforme provavelmente vocês nos definem?
Nada! Rigorosamente nada!
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 14, 2014 9:05 pm

"Não restringimos nosso campo de acção a questões religiosas ou exclusivamente espirituais.
Nossa influência — que norteia por completo sua humanidade há milénios! — incide sobre os sistemas de vida, a política cósmica e o paradigma de pensamento e existência.
Em face disso, duvido que seus agentes no mundo físico consigam combatê-la.
Eles próprios estão enquadrados no esquema dos daimons, lutam entre si, isolando-se uns dos outros com a ideia de que somente eles estão com a razão e doutrinariamente correctos.
Por que temer aqueles que trabalham sem união?
Por que esperar uma acção conjunta daqueles que se julgam os melhores e nem sequer se encontram para discutir as diferenças e os pontos em comum, ou jamais falam de assuntos delicados por medo de terem sua posição abalada?
Seus 'missionários' estão desvitalizados de tanto digladiar-se.
Disputam que mentor é o mais iluminado ou doutrinário, qual dentre eles está obsediado e, ainda, quem está mistificando.
Sinceramente, guardião:
não vejo por que temer um movimento a cindir-se em suas estruturas, tal como o de vocês, que afirmam servir ao Cordeiro."
Antes que o daimon pudesse continuar, um símbolo foi avistado tremeluzindo sobre nossas cabeças.
Somente alguns minutos depois soubemos se tratar da marca do maioral dos dragões.
No entanto, o revolutear das serpentes identificando o número 1 do poder vibratório supremo imediatamente causou certo incómodo em todos nós e mais ainda, pânico entre os seis representantes do concílio.
Uma voz ressoou pelo recinto, trazendo um quê de mistério, uma aura de ódio e um misto de desprezo e ferocidade:
— Número 2!
Eu não o proibi de atacar o comboio dos guardiões?
Você sabe o que significa desobedecer a uma ordem minha? — trovejou a voz, que parecia vir de todos os recantos possíveis, enquanto Anton e Jamar davam um pulo para trás, como se houvessem tomado um choque.
Pai João imediatamente entrou em contacto com o aeróbus, unindo-se às mentes de Jamar e Anton, visando checar a situação em torno da nossa base de apoio naquela dimensão.
Enquanto isso tudo ocorria numa fracção de segundo, a conversa entre os dois representantes do poder continuou, de maneira tensa:
— Eu não disse que cumpriria suas ordens em todas as minúcias.
Chamei de volta nossas tropas, os espectros, assim como você chamou os chefes de legião, mas como sou aqui um dos maiores representantes do poder... — antes de prosseguir, foi interrompido pela fúria do maioral:
— Um dos maiores, bem disse, mas somente eu sou o maioral!
Dê ordens imediatamente para a retirada do contingente de espíritos.
Ou você por acaso ignora o alcance do poder de que estão investidos os guardiões que nos visitam?
— Parece que você, sendo o maioral, teme os invasores, que estão, tanto em número quanto em poder de fogo, em desvantagem em relação a nós — respondeu ironicamente o número 2, contestando o maioral, que não podia ver.
— Obedeça-me, miserável do segundo escalão, ou não viverá mais para ver a desgraça que provocou.
Curve-se à minha autoridade, já!
Enquanto se processava o embate entre ambos, os demais representantes do poder vibratório supremo reverenciavam a manifestação do maioral, que se mostrava irado.
O número 2 se insurgira contra ele, tomando as rédeas nas mãos e contrariando as regras de respeito mútuo quando fossem visitados pelos representantes da divina justiça.
Talvez querendo se impor à frente do concílio, assim como diante de nós, que os visitávamos pela primeira vez, o segundo no poder queria fazer-se respeitar pelo maioral a qualquer custo:
— E se eu me recusar a cumprir suas ordens?
Gomo fará para reorganizar todo o concílio?
— Conhece muito bem o tipo de punição que lhe posso impingir, miserável!
Suportei sua arrogância por séculos e milénios, mas nem você sabe por que foi tolerado entre os maiorais, no concílio dos poderosos.
Não ignora que posso implodir seu corpo mental e sua estrutura externa a qualquer momento, se assim eu o desejar — ameaçou a voz naquele ambiente, que exibia diversas tonalidades de vermelho e violeta, reverberando em todo lugar as radiações da raiva daquele que permanecia invisível a todos.
— Diga-me, então, como fará para me substituir no papel que desempenho entre os mortais, na frente de combate?
Não será tão simples assim livrar-se de mim.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 14, 2014 9:05 pm

Suas palavras nem sempre reflectem seu poder e sua autoridade.
Começo a pensar que você fala muito mais do que pode... — aventurou-se o número 2, num desafio sem precedentes ao maioral.
Ainda que por fora parecesse tremer, não havia mais como voltar atrás; não cederia novamente perante os escalões inferiores dos soberanos.
Num átimo foi avistado no ambiente um fenómeno que mais se assemelhava a um relâmpago, e que envolveu o número 2 subitamente, arrebatando-o de nossa presença, como se tivesse sido transportado a outro lugar ou outra dimensão.
Os demais do concílio estavam atónitos, pois ficou patente o poder do maioral entre os maiorais.
O número 2 desaparecera, e ninguém podia, naquele momento, saber exactamente aonde fora levado.
Nada, nenhum rastro energético sequer fora deixado para trás.
E, como se nada houvesse acontecido, a voz do maioral foi ouvida por todos nós; aliás, não uma voz, mas uma risada sinistra, que se materializou em meio a todos:
— É mais fácil acreditar no meu poder agora, guardiões? — indagou a misteriosa voz, que vinha de outro lugar ou outra dimensão.
Instintivamente, olhei para Jamar e Anton, que pareciam estar em semi-transe, comunicando-se com o pessoal que ficara no aeróbus, embora não perdessem de vista o que ocorria ali, na super fortaleza dos daimons.
— Você é muito astuto, seja lá quem for! — respondeu Jamar.
— Por isso sou o maioral entre os maiorais, sou o grande, o único; por isso, meu símbolo é a serpente.
A astúcia, a inteligência e a perspicácia são características de meu ser.
— E podemos saber quem é, ou se manterá ao abrigo, em anonimato, escondendo-se dos demais?
— Não pertenço à sua espécie ou ao seu mundo.
Isto lhe basta; é o suficiente para que se dirija a mim.
— Importa, na realidade, é que encontremos uma forma de nos comunicar, de falar ao maioral.
Já que eu e meus amigos estamos em seus domínios, talvez seja de bom-tom que nos apresentássemos, não é mesmo?
— Nada disso, guardião.
Eu sei muito bem que vocês manejam as palavras com maestria.
Sou de uma forma existencial diferente da sua, tenha isso como verdade ou não.
O que você ouve é apenas uma projecção que faço para a dimensão em que se encontram.
— E se eu lhe disser que sei muito mais sobre você do que imagina?
Se eu lhe dissesse que sua identidade não é assim tão ignorada por nós? — Anton intrometeu-se na conversa.
— Então eu contaria com a ética dos representantes do Cordeiro, pois sei muito bem que vocês jamais agem como nós, os dragões.
Ademais, não posso sair do meu conjunto espaço-tempo ou da minha dimensão quando eu queira — o maioral escapou pela tangente, tentando não focar a atenção em sua identidade.
— Não se preocupe, chefe supremo dos dragões.
Nossa vinda aqui não significa intromissão em sua política, embora vocês tenham descumprido o trato de não agressão para com os representantes da justiça.
Venho em nome do governo espiritual do planeta.
Não vamos trair seu anonimato.
Nós nos entreolhamos enquanto Anton falava com o maioral, sem divisar sua face ou aparência.
Ficamos pensando como ele saberia da identidade do daimon.
Mas ali não era hora para perguntarmos.
Tínhamos pouco tempo à disposição.
— Trazemos para vocês o ultimato do governo oculto do mundo.
O tempo concedido pelo justo juiz está se esgotando.
O prazo que lhes foi dado para permanecerem no mundo chamado Terra não mais será dilatado.
Fecha-se um ciclo, a de que o planeta adentre a fase de regeneração.
As potências ocultas do mundo determinaram que nova época de degredo se inicia, e vocês precisam enfrentar o tribunal de suas consciências e o tribunal da justiça superior, que governa tudo e todos no âmbito da vida planetária.
Uma risada ainda mais sinistra que a anterior se ouviu, enquanto os cinco dragões que ali permaneceram começaram a se mover de um lado para outro, como se a mensagem tão simples anunciada por Anton desencadeasse alguma lembrança em suas mentes. Movimentavam-se desordenadamente no ambiente.
— Trago, portanto, o aviso, o decreto dos Imortais de que seu tempo acabou na Terra.
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A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 7 Empty Re: A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 14, 2014 9:05 pm

É hora de deixar que os humanos do planeta ajam por si sós, sem a influência nefasta de sua organização, do poder vibratório supremo.
Caso deseje amenizar as provas que os aguardam no futuro, podem contribuir com as equipes de reurbanização da dimensão extra física, dando ordens para que seus subordinados não causem empecilho aos discípulos do Cordeiro, que, desde já, descem ao abismo para começar o projecto de desinfecção dos ambientes infelizes.
"Por sua vez, saibam, poderosos dragões, que o Cordeiro não mais se manifestará como o meigo e humilde rabi da Galileia, mas, agora, sob a roupagem de governador espiritual do mundo, prepara-se para que o Reino seja definitivamente estabelecido no planeta Terra, em todas as dimensões de sua aura."
— O Altíssimo não poderá nos destruir — falou a voz nitidamente diferenciada do número 1.
Ele nos deu este mundo por habitação e esta dimensão como reino.
Como poderá tirar de nós aquilo que ele mesmo determinou?
Ou não respeitará a sua própria lei?
— Você já está informado, maioral.
A partir deste momento, os reinos do mundo não mais lhe pertencem e foram transferidos para a jurisdição do Cordeiro, o Cristo planetário.
Começa agora, nesta época, o período de juízo.
Primeiro os espíritos da Terra serão catalogados, alistados e seleccionados, enquanto vocês, do poderoso concílio, terão um pouco de tempo, muito pouco, para reflectir e observar como a política do Cordeiro de Deus se instala no orbe.
Verão seus servidores, sua milícia, seus supostos ministros serem encaminhados, um a um, ao supremo tribunal da justiça sideral.
Visitantes das estrelas já se aproximam para auxiliar no processo selectivo em andamento.
Portanto, resta-lhe pouquíssimo tempo, querubim, chefe supremo dos dragões.
— Basta! — exclamou o maioral, de maneira tão enfática que deixou claro que algo seria feito por parte do concílio dos dragões de modo a impedir que saíssemos dali.
Entrementes, recebemos ordens de voltar ao comboio que servia de base para nossa expedição.
O poder dos dragões então se reuniu — de mãos dadas, como se a juntassem forças —, excepto o número 2, que ninguém sabia para onde fora relegado pela ira do maioral.
Apesar do desígnio contrário dos daimons, saímos do ambiente, desmaterializando-nos.
Rematerializamo-nos directamente dentro do campo de forças que envolvia o aeróbus, no cimo da montanha localizada na dimensão sombria, de matéria negra; o universo dos maiorais.
Não fiquei sabendo, naquela hora, de quem foi a força mental que nos retirou do ambiente onde corríamos seríssimo risco, de qualquer forma, foi um lance decisivo.
Nesse exacto momento, tão logo avistamos as tropas dos guardiões em prontidão e, do lado oposto, os milhares de asseclas do poder sombrio dos daimons, foi que vimos algo assustador.
De todos os lados, subindo pelas encostas e vindo do alto em equipamentos de voo, ou mesmo levitando nos fluidos densos daquela dimensão desconhecida, estavam os chefes de legião, assim como seus soldados mais temíveis, os espectros; e, à frente de todos, o famigerado número 2 da organização dos dragões.
Ao que tudo indica, foi obrigado pelo chefe dos soberanos a ficar na dianteira da coluna de ataque ao aeróbus.
De alguma maneira, o maioral possivelmente intuiu que algo medonho iria acontecer e, provavelmente como punição, colocou o número 2, na frente do campo de batalha, algo que jamais, em qualquer outro tempo, havia sido feito.
Os daimons, eminentes estrategistas, atribuíam aos chefes e subchefes de legião a função de se expor no corpo a corpo, ao invés de se colocarem eles próprios a descoberto.
— Atacar!!
Os seres hediondos de aspecto grosseiro, armados até os dentes com espadas e outros artefactos, atiraram-se ao vento e, sem aparentar medo algum, desceram sobre o aeróbus, num misto de caos, terror, maldade e primitivismo, como eu nunca vira até então.
Alarido infernal se fez ouvir, como se asas de milhares de morcegos estivessem se movimentando, e o som de animais, rugindo como feras, envolveu o ambiente até então apenas estranho, mas que se transformara em algo completamente agressivo.
O cheiro de amónia e o rasto de algum gás de odor nauseabundo emprestou ao ar uma característica inconfundível.
A pouca luz foi obscurecida pela quantidade de seres, de espíritos se entrechocando e combatendo corpo a corpo com os guardiões, que assumiram a frente de batalha.
Jamar e Anton comandavam aquele destacamento com toda sua pujança, bramindo no último momento suas espadas e revestindo-se, ali mesmo, do aspecto que tinham em suas dimensões de origem.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 14, 2014 9:05 pm

Como anjos vingadores,25 rompiam as defesas energéticas das entidades corruptas e criminosas, causando enorme estrago nas fileiras inimigas.
Watab criava enorme confusão em meio aos espíritos desordeiros e aos chefes de legião.
Espadas cintilantes, feitas de material desconhecido por nós, simples espíritos em aprendizado, cortavam o espaço, erguendo campos de protecção potentíssimos, que impediam que os espectros nos atingissem.
De repente, Pai João e Tupinambá deram-se as mãos e, fechando os olhos, pronunciaram palavras que pareceriam cabalísticas ao simples mortal, mas que, na verdade, actuavam reunindo a força extra física dos fluidos daquela dimensão, mesmo sendo muito densos.
Em seguida, uma onda de energia irradiou-se a partir dos dois, ampliando-se cada vez mais, até atingir a primeira leva de seres infernais, que foram arremessados de suas máquinas de guerra ou caíram estatelados no chão, desmaiados diante da força descomunal desencadeada por ambos os espíritos.
As baterias de plasma do aeróbus foram exigidas ao máximo, enquanto nós, os aprendizes — eu, Saldanha, Dante, Júlio Verne e Voltz — nos recolhemos ao interior do veículo, aguardando as orientações de Jamar e Anton, que nos pediram reclusão.
Confesso que temi por nossa segurança.
As forças do inferno se revoltavam contra nossa presença ali.
Subitamente, Anton deu um grito e fez um sinal para que Jamar perseguisse o número 2.
Ele deveria ser capturado, uma vez que descumprira o trato preestabelecido pela justiça sideral.
Anton revoluteou acima do aeróbus, formando, com sua espada chamejante, ondas e mais ondas de energia, que ribombavam ao redor, operando grande movimentação por onde passasse.
O caos se estabelecera.
Os espectros, enfurecidos, se atiravam sobre os guardiões, procurando sugar-lhes as reservas energéticas, embora estes estivessem com seus potentes campos de defesa erguidos.
Os guerreiros de Anton e Jamar voavam entre montanhas, grutas e árvores retorcidas, armando emboscadas nos entroncamentos energéticos daquela dimensão.
O número 2 bateu em retirada, ao ver que Jamar ia a seu encalço.
Buscou cercar-se dos mais temíveis chefes de legião, escolhidos a dedo, e demandou para lugares ermos da dimensão sombria.
O guardião da noite não desistiu, nem foi abatido, em razão do ardor na luta.
No meio de todos, corriam aqui e ali, sem rumo certo, alguns espíritos desordeiros, os mais acanhados na hierarquia do inferno dantesco, na tentativa de romper os campos de defesa do aeróbus.
Foi quando Kiev advertiu:
— Nossas reservas de plasma não aguentarão muito tempo e, então, nossas defesas energéticas serão rompidas.
Anton terá de tomar alguma providência urgente.
Jamar deslizava pelos fluidos ambientes, acompanhado por seis guardiões, que o seguiam instintivamente, sem que ele desse ordens para isso.
No topo da fortaleza dos daimons, arrebentavam, com a energia que emitiam de si, a formação dos espectros, numa explosão de fogo e fuligem, que estes seres exalavam quando tinham suas defesas energéticas violadas.
Um deles inclinou-se em voo rasante contra a espada reluzente de Jamar, sem saber o dano que causaria a si mesmo.
Assim que tocou o fiel da espada, forjada em material de uma dimensão superior, teve seu corpo quase material rasgado como papel diante de uma lâmina afiadíssima; logo depois, ouviu-se a explosão característica da transferência da estranha criatura para outros planos.
A arma, na verdade, era um artefacto de potentíssima vibração, capaz de abrir uma brecha dimensional, transportando quem quer que nela tocasse para outra equação espacial.
Somente os guardiões saberiam dizer onde agora se encontrava a infeliz criatura.
O pequeno destacamento de guardiões que acompanhava Jamar na perseguição ao número 2 continuava seu percurso, iluminados como relâmpago, com suas vestes fluídicas reflectindo as alturas das quais procediam, enquanto a matéria negra daquele mundo ribombava, cortada pelos elementos subtis de suas vestimentas.
Um rastro de claridade ofuscante foi avistado nos elementos constituintes da atmosfera infecta.
Ao redor, espíritos de todas as estirpes da horda que assessorava o daimon número 2 dissolviam-se em meio aos arcos de luz formados pelas espadas dos guardiões que auxiliavam Jamar.
Um dos guardiões mais próximos do especialista da noite teve seu lado esquerdo rasgado pela garra de um espectro, que marcou profundamente seu perispírito com o impacto energético.
Ninguém ali estava incólume ao ataque da oposição.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 14, 2014 9:06 pm

Tudo dependeria da estratégia empregada, da habilidade de cada lado e da frequência energética em que cada um vibrava.
Porém, como estavam todos numa mesma dimensão, havia o risco de se ferirem no combate corpo a corpo, em um mundo de semi-matéria ou beirando à materialidade, como aquele onde se movimentavam.
Trilhas de fumaça esverdeada com nuances roxas formavam um rastro por onde os demónios ou seres infelizes passavam.
A perseguição era atroz.
Logo acima do local onde se encontravam, os cinco daimons remanescentes viram o que ocorria com o número 2.
Mais por temerem a descoberta dos seus locais secretos de refúgio do que por qualquer sentimento de solidariedade, resolveram se intrometer na luta.
Viram também o diminuto grupo de guardiões que auxiliava Jamar e calcularam, de forma equivocada, que seriam vitoriosos naquele confronto.
Desconsideraram, contudo, a especialidade do guardião da noite e de seu cortejo de espíritos, que, como anjos vingadores, deslizavam junto com seu comandante pelos fluidos densos do ambiente, rasgando a escuridão da matéria.
Soltando um grito de guerra que há muito tempo nenhum mortal ouvia sobre a terra do desterro, mergulharam em batalha renhida.
Com uns poucos auxiliares, guinchando e rugindo, os daimons atacaram o pequeno grupo de guardiões, revirando no ar, remexendo com suas espadas inflamadas — ou com um equipamento que se aproximava dessa descrição —, como se fossem rasgar a indumentária extra física dos emissários do Cordeiro.
Como asas negras e de cores dificilmente descritíveis pelos habitantes do mundo, seus reflexos na atmosfera poderiam causar espanto e horror a qualquer encarnado.
Braços abertos, mãos empunhando o material astral que lhes servia de arma, caíram em direcção ao grupo de sentinelas.
Quatro dos novos perseguidores acuaram dois guerreiros de Jamar, como se pudessem matá-los com suas armas de efeito electromagnético.
Enrodilharam-se os quatro daimons, arremetendo de um lado a outro os dois guardiões, até que foram pegos de surpresa, pois estes se desmaterializaram diante deles.
Então, viram-se enroscados, rodopiando e retalhando uns aos outros.
Os guardiões se rematerializaram mais acima, observando como os quatro daimons digladiavam entre si, no fervor da batalha, até que se deram conta de que estavam lutando uns contra os outros.
O estrago causado foi muito sério, a ponto de decidirem aquietar-se.
Poderiam ser óptimos estrategistas, exímios campeões da guerra e das artimanhas, mas da luta corpo a corpo, pouco sabiam.
Eram um verdadeiro fiasco, uma vez que há milénios ficaram apenas maquinando tácticas e avaliando resultados, enquanto seus asseclas assumiam a dianteira dos combates sob seu mando.
Talvez tivessem agora de ouvir a repreensão do número 1, que, com certeza, não lhes perdoaria por se exporem assim, tão abertamente, numa briga inútil.
O outro daimon deteve seu voo rasante ainda em tempo de notar o que ocorria, evitando, assim, o comprometimento mais intenso na luta que se passara.
Três feras, entre os espectros mais especializados, arremessavam explosivos à frente dos guardiões, de uma distância considerável, os quais foram rebatidos com extrema esperteza e habilidade.
Após se desviarem das bolas de energia concentrada, os guardiões as arremessavam de volta, causando grande alvoroço entre as bestas assassinas, embora dois dos sentinelas e o próprio Jamar tivessem se chamuscado nas irradiações detonadas nas proximidades, ao atravessarem as bolas.
Antes que Jamar pudesse avançar mais, rumo ao número 2 dos daimons, foi atingido por três espíritos que se escondiam em algum recanto obscuro daquele mundo de degredados.
Jogaram-se sobre o especialista da noite com suas garras afiadas, destroçando-lhe as vestes e marcando sua epiderme espiritual com golpes fortíssimos, cujo resultado foi semelhante à marca que projécteis deixam na pele humana, ao atingi-la.
Jamar não tinha tempo para cuidar de si naquele momento, ou perderia para sempre o daimon, que fugia por caminhos escuros e vales sulcados na escuridão.
O guardião rodopiou no ar, se assim poderia me referir aos elementos que se dispersaram na atmosfera, e o reflexo de sua aura, como asas em fogo, dilacerou a pele ressequida dos infelizes filhos da escuridão.
Flamejante, irradiou ainda mais sua aura, e as emanações luminosas, de forte magnetismo, promoveram um impacto violento nos corpos semi-materiais dos miseráveis do abismo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 14, 2014 9:06 pm

Sua espada causou efeito ainda maior, pois, ao bramila, nova horda de seres demoníacos a serviço dos dragões foi despachada para outra dimensão, na qual, decerto, aguardariam o veredicto da justiça divina e teriam de enfrentar-se, até que fossem deportados definitivamente do orbe terrestre.
A explosão de fumaça negra assinalou a derrocada daqueles seres vândalos e sua transferência para uma região ignota da espiritualidade.
Jamar suava como atleta em meio a uma corrida.
Mas não deu tréguas ao número 2, que finalmente se vira sozinho na fuga enlouquecida que empreendera.
Em sua mente, não saberia dizer se a punição pretendida pelo número 1 era exactamente isso que estava ocorrendo ou algo ainda pior.
Sabia, sim, que não estava conseguindo escapar do anjo vingador que o guardião representava naquele momento.
Parecia que seu fim chegara e que seria um fim que ele nem sequer conseguia adivinhar, pois nunca antes sofrera uma perseguição tão obstinada em seu próprio território.
E o número 1 mantinha-se escondido, aquele miserável, ao qual odiava cada vez mais intensamente, com todas as forças represadas em sua alma.
Seu status perante os demais daimons estava para sempre abalado.
Um dos poderosos chefes de legião, de prontidão na fortaleza dos dragões, viu, boquiaberto e sem acreditar, como o rastro de seus maiores guerreiros cortava a escuridão da matéria negra daquele mundo e, como se fosse o ruído de uma revoada de morcegos ou outro bicho qualquer, ouviu como seus mais fiéis combatentes foram um a um transferidos para a dimensão paralela ainda ignorada, para onde o guardião da noite os remetia.
Os gemidos e o grasnar das feras assassinas que o serviam aumentavam mais e mais, denotando que algo descomunal acontecia com um dos deuses, o número 2 em poder.
Inquieto, insatisfeito e cheio de ira contra o chefe dos guardiões, o espectro de alta patente arremessou-se pelos ares, abrindo seu manto escarlate como se fossem asas poderosas, a fim de intervir na luta encarniçada e proteger aquele que aprendera a venerar há séculos.
Pairou sobre o cume de um monte segurando sua arma na mão direita e proferindo um brado de guerra, que aprendera nos tempos da antiga Babilónia.
Logo se jogou como um relâmpago sobre o local onde estava Jamar e seu grupo de especialistas na perseguição ao segundo maioral.
Mas algo assustador aconteceu.
Algo mais ofuscante do que seu rastro magnético, mais potente do que todas as forças dos daimons em conjunto o deteve, de tal forma que sua velocidade foi barrada instantaneamente por uma explosão de claridade que brilhava como um sol, explodindo e irradiando-se por todos os lados, somente não ofuscando a visão dos guardiões, que nem mesmo olharam para a fonte de luz e o feixe de forças, que, de súbito, se materializou naquela região.
Em pânico, o chefe de legião segurou ainda mais firme sua arma, porém não teve como focar a visão diante de tamanha luminosidade, como se tivesse havido uma explosão atómica, tal a intensidade com que esta se mostrava e a derrota que causava nas fileiras inimigas, representadas pelas legiões do poder vibratório supremo naquele mundo.
O fenómeno ofuscou a luz dos próprios guardiões, empalideceu os poucos reflexos luminosos resultantes do entrechoque da antimatéria daquele plano com a matéria quintessenciada característica dos guardiões.
Montanhas, florestas retorcidas e todo o conjunto arquitectónico que um dia estiveram presentes naquela região foram obliterados pelo fulgor repentino irradiado de um foco comum, se bem que de procedência ainda ignorada.
O chefe das legiões luciferinas cobriu-se com seu manto, embora essa acção de nada adiantasse para se livrar da luz que a tudo ofuscava.
Ao longe, os quatro daimons caíram de sua posição, como objectos pesados; sem prumo e sem rumo, perderam-se em meio às excrescências da geografia astral, como outro espírito qualquer.
Aqueles que estavam mais além, próximos ao aeróbus, quase vencendo as resistências dos guardiões, caíram de uma só vez sobre a superfície, como se fossem atirados por um poder invisível.
Em completo pavor diante do desconhecido, as falanges dos daimons ficaram atordoadas diante da manifestação que nem mesmo pelos guardiões foi compreendida de imediato. De uma coisa Jamar sabia, no entanto.
Ele não desistiria de capturar o número 2 das organizações do abismo, o segundo poder vibratório supremo do impiedoso concílio dos dragões.
E assim o fez.
Seguiu seu instinto até acuar um dos maiores responsáveis pela desgraça da humanidade durante séculos e mais séculos; nada menos do que a mente assassina que arquitectara os mais hediondos actos, os maiores crimes de lesa-humanidade.
Uma vez que lhe fora dada tal incumbência, o guardião da noite desejava ardentemente conduzir o senhor da guerra aos dignos representantes da justiça sideral no planeta.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 14, 2014 9:06 pm

Antes que pudessem distinguir de onde procedia a estranha irradiação, que mais se assemelhava à explosão de uma bomba atómica, os chefes de legião caíram um a um, perdendo seu equilíbrio durante a batalha.
O número 1 entre os maiorais, ao longe, tremia e temia que aquilo que se processava ali já fosse o resultado do pronunciamento divino que punha termo a seu governo inumano.
Sentia-se impotente e acompanhara à distância, através de equipamentos de observação, todos os lances do conflito entre suas legiões e os emissários do governo oculto do mundo.
Assim sendo, vira o momento exacto em que o estranho fenómeno se manifestara em seu domínio, no qual ele se considerava senhor e deus.
Tudo isso se passou em uma fracção de segundo; num átimo de tempo.
O número 1 tentou fugir de sua fortaleza inexpugnável, alojada num recanto obscuro e ignorado das prisões eternas, a dimensão sombria, mas sentiu-se impotente para qualquer acção.
O fogo dos céus ofuscava inclusive o local onde estava, e, por mais poderoso que se sentisse, era completamente impossível colocar-se ao abrigo da luminosidade que atingia seu espírito.
Labaredas ardentes consumiam seu interior e, conforme deduzia, o de todos os representantes do concílio tenebroso.
O número 2 preparou-se para ser absorvido pelo portal dimensional activado pela espada flamejante de Jamar, quando este o agarrou em suas mãos potentes, como um homem de guerra, levantando o poderoso dragão com a força e a coragem de sua alma inflamada pelo dever.
— Você vai comigo, daimon!
Haja o que houver, enfrentará a justiça divina e terá de responder pelos seus actos.
Assim eu prometo, em nome do Altíssimo!
As palavras do guardião devassaram a alma do poderoso daimon, que, com a aparência angelical, como se fora um espírito da mais alta hierarquia, viu-se arrastado de seu covil para enfrentar a luz imortal que ali surgira.
Fora obrigado a ver suas pretensões ruírem e seu império desfalecer aos pés de algum poder que não saberia definir.
Jamar levantou voo tendo seguro em suas mãos o representante dos dragões, quando um sonido de trombeta repercutiu em toda a dimensão onde estavam os guardiões.
O som penetrava no âmago dos espíritos sombrios, trazendo à tona os arquivos impressos em suas almas desde os milénios em que estavam acorrentados às profundezas do abismo.
Lembranças do pretérito, lutas inglórias e vitórias, derrotas e lágrimas, crimes e castigos praticados ao longo dos milénios eclodiram na mente dos poderosos senhores que imperavam naqueles domínios.
Seus súbditos viram emergir de sua memória espiritual visões de cada ato perpetrado em nome de um império do mal, em favor de uma política inumana. Suas almas não suportavam o peso das recordações, que desencadeavam reacções de desespero no momento único, no minuto em que soaram as trombetas, ouvidas por todos.
Os guardiões se juntaram. Jamar procurou imediatamente sua comitiva, que estava reunida com Anton.
Quanto ao daimon que estava sendo transportado, foi posto no chão, como estrela que caíra, como guerreiro vencido esperando alguma coisa que viesse colocar fim à sua relativa imortalidade.
— Algo de muito intrigante está acontecendo — falou Kiev, referindo-se ao fenómeno fulgurante que ocorria perante todos.
— Aguardemos — respondeu Anton solene, olhando em torno e verificando que todos estavam presentes.
Estropiados, cansados, marcados pelo calor da batalha, estavam todos ali, os representantes da justiça divina.
— Com certeza é uma intervenção do Alto — tornou a comentar Anton.
Vamos dar nossas mãos e orar.
Ninguém esperava algo assim do guardião.
Mas ele pressentira que alguém muito mais elevado chegara, interferindo no sistema de vida e poder dos dragões.
E, assim, oramos todos, como orávamos quando éramos criança.26
Os daimons, arrastando-se pela paisagem de seu mundo, reuniram-se no pavilhão, faltando somente o número 2, que ficara cativo dos guardiões, além, é claro, do número 1, que permanecia com a identidade oculta mesmo após a intervenção superior.
Um longo silêncio dominou o ambiente.
Longo o suficiente para que a luz irradiasse por todos os recantos da dimensão sombria, iluminando tudo ao redor, cada reentrância, cada recôndito antes obscuro, inclusive cada mente inquieta, criminosa ou arquitecta dos maiores horrores da humanidade.
O número 2 tentou a todo custo reunir forças para fugir, enquanto nossa equipe orava em sintonia com a mente poderosa que nos visitava.
Mas, num átimo, desmoronou sobre a superfície, quase sem fôlego, mal conseguindo esboçar um pedido de socorro.
Aquela, sim, era sua punição por haver enfrentado a fúria do número 1 e desprezado o acordo tácito e histórico com as forças dos poderosos guardiões.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 14, 2014 9:06 pm

Assim ele acreditava.
Os demais daimons, onde quer que estivessem, não conseguiram esboçar qualquer reacção diante do desfecho do combate. O número 1, o maioral, acuado na pretendida inexpugnabilidade do covil onde se refugiara, silenciou qualquer manifestação.
— Eu sou Miguel, o príncipe dos exércitos! — anunciou a voz que retumbava em meio ao fenómeno que irradiava luz.
Ninguém via sua forma, mas todos, absolutamente todos ouviam a voz, dotada de autoridade quase sobrenatural.
Os capitães dos exércitos de espectros, os chefes de legião e toda a horda ali presente; os mais importantes espíritos da hierarquia dos dragões escutaram o pronunciamento.
Imóveis, não conseguiam insinuar qualquer reacção, inclusive os daimons, que também ouviam aquela mensagem possante de suas fortalezas pretendidamente invencíveis.
Como raios potentíssimos, como flechas que rasgavam suas almas, as palavras chegaram aos ouvidos dos integrantes do poder vibratório supremo dos dragões:
— Tão logo foi promulgada a ordem do Altíssimo, vim e aqui estou para intervir em nome da justiça soberana.
Vosso tempo é chegado e vosso limite foi ultrapassado ao afrontardes os representantes do Cordeiro.
Por isso fostes pesados na balança e achados em falta, e vosso reino, a partir de agora, fica dividido,27 de forma que tudo o que fizerdes para unir-vos será em vão, até que o supremo juiz determine o término de vossa trajectória neste mundo.
Levarei comigo um dos vossos maiorais, a fim de que veja por si mesmo os domínios do Eterno.
Terá a bênção de poder vislumbrar o reino do Cordeiro de Deus, que, desde este momento, detém em suas mãos o poder, o domínio e a majestade, competindo a Ele, exclusivamente, determinar para vós, os filhos rebeldes da casa do Pai, o destino de cada um, de acordo com os feitos e as obras praticadas ao longo das eras.
Enquanto isso, o número 2 do concílio dos dragões elevou-se lentamente ao alto, rumo ao foco de luz imorredoura irradiado pela presença de Miguel, que, segundo se apresentara, era o príncipe dos exércitos celestiais, ou seja, das regiões superiores da vida planetária.
Um rugido forte, de agonia, foi a última coisa que ouvimos do poderoso dragão, que ora capitulava, certamente por não suportar a visão estonteante e incrivelmente arrebatadora do emissário do governo oculto do planeta.
Subiu, atraído pelo magnetismo do iluminado espírito, o qual nenhum de nós podia ver, embora ouvíssemos sua voz inconfundível.
Uma forma fulgurante foi apenas o que conseguimos divisar, à medida que o daimon era absorvido pela luz indescritível de Miguel.
E ante o nosso espanto e o espanto — na verdade, a perplexidade — de todos os seres habitantes daquela dimensão, a voz falou ainda mais:
— Assim que vosso representante tiver visto e ouvido aquilo que ainda não é permitido aos ouvidos e olhos humanos perceberem, ele retornará com a marca das fulgurações do reino indelével em sua alma, para compartilhar convosco.
Aí, sim, novamente sereis visitados; somente depois é que tereis o pronunciamento do Cordeiro, que vos aparecerá uma vez mais, a fim de vos conduzir às novas moradas da casa do Pai.
"Aguardai os tempos novos, pois os reinos do mundo pertencem ao nosso Deus e ao seu Cristo, a quem reverenciamos em nome do Todo-Sábio."
E antes que pudéssemos fazer qualquer coisa ou tomar qualquer atitude, um foco de luz se destacou do clarão maior e um raio veio em direcção ao aeróbus, envolvendo o veiculo e a cada um de nós em luminosidade revitalizadora.
Kiev gritou ao perceber o que sucedera:
— Nossas reservas de energias estão completamente restabelecidas!
Podemos sair dessa dimensão imediatamente.
Anton, ouvindo a novidade, levantou-se da posição em que se encontrava, juntamente com Jamar, e deu ordens para que todos retornassem ao abrigo do veículo que nos servira como apoio.
Voltaríamos à nossa metrópole, ainda um tanto atordoados ou embevecidos pelo impacto da presença do espírito que iluminava o mundo de trevas ao derredor.
Enquanto não entramos no aeróbus, e nem um minuto antes que nos elevássemos na atmosfera daquele mundo, rompendo a película de protecção da dimensão classificada como "prisões eternas", o espírito não se afastou de sua posição, atingindo tudo ao redor com as reverberações do seu fulgor.
Olhando pelas aberturas laterais do aeróbus, pudemos ver como um rastro de luz partia em direcção às alturas.
Um cometa cintilante, com sua luz milhões de vezes mais forte do que tudo que conhecíamos, atravessou a imensidade, levando ao reino dos Imortais um dos maiores representantes dos poderes da escuridão.
Pela primeira vez, vi lágrimas escorrerem dos olhos de Jamar e Anton.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 14, 2014 9:06 pm

Nenhum de nós, em momento algum, interrompeu aquele silêncio, que definia momentos da mais pura espiritualidade, jamais vividos por qualquer um de nós.
Realmente, deparamos frente a frente com um dos Imortais, aqueles que se libertaram da roda das encarnações ou da erraticidade.
Um espírito, representante máximo dos seres sublimes que governam os destinos da nossa Terra.
Banhados na luz dos céus, com as claridades do mundo espiritual, sentindo-nos refrescados e regenerados pelas preces de gratidão ao Cordeiro, regressamos ao lar de nossas esperanças, fortalecidos pela convicção de que estamos amparados em nossas lutas e nossos desafios pela libertação das consciências que compõem a humanidade da casa planetária.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Set 14, 2014 9:07 pm

ANTON E JAMAR, mais uma vez, desceram suavemente sobre uma das colinas do Vaticano, olhando a multidão que se reunia na Praça de São Pedro.
Watab e Kiev abriram voo rasante sobre as cidades do continente sul-americano, como se fossem águias poderosas a observar de longe a morada dos homens.
Passando bem alto sobre a Europa, Zura e os legionários sob o comando de Maria de Nazaré deslocavam-se nas alturas, passando por cima de cidades milenares como Londres, Paris, Bruxelas, Moscovo e outras mais que encontravam em suas tarefas pelo mundo.
Em todo lugar na dimensão extra física, espíritos vinculados à política do Cordeiro iam e vinham de um recanto a outro do globo, concorrendo para a higienização da esfera extra física do planeta.
Legiões de seres iluminados, sob a tutela do Cristo e seus emissários, promoviam a retirada da atmosfera, de modo gradativo, de vários espíritos que desencarnavam em massa, levando-os para serem abrigados pelos poderosos guardiões, que já preparavam a população desencarnada do mundo para a transmigração geral que se avizinhava.
Outras legiões de seres tutelados pela política do Reino irradiavam seu pensamento, de forma a promover a retirada de almas perdidas e em sofrimento das furnas umbralinas, que estavam sofrendo a limpeza energética necessária para que instituições socorristas fossem ali erguidas, em nome da era de regeneração.
Enquanto isso, Jamar e Anton aguardavam as ordens de Miguel, o príncipe dos exércitos, para entrar em acção, com as delegações de espíritos altamente especializados, nos momentos graves que aguardavam o planeta neste início de era, no alvorecer da nova humanidade.
Outros espíritos se juntaram a eles próximo ao monte Campidoglio,28 sobrevoando o Rio Tibre.
Depois de passarem velozmente sobre a Capela Sistina, abriram o voo numa curva descendente e pousaram perto dos dois representantes da justiça superior.
Como pára-quedistas, aterrissaram ao lado de Anton, que os aguardava solenemente.
Esperavam as ordens do Alto, enquanto analisavam novas tarefas junto aos governos do mundo.
Ali esperaram até o próximo lance do combate, que seria definido nos bastidores da vida.
Lá embaixo, o povo se reunia, acotovelando-se para receber a bênção do sumo pontífice.
E, do alto, os emissários do Eterno os viam, não como os outros humanos os percebiam, mas como eram na verdade — filhos de Deus, temporariamente prisioneiros da carne, da ilusão dos sentidos e do maia; mas, assim mesmo, filhos do Altíssimo.
E o mundo abaixo, um grande útero que gerava a nova humanidade, a nova civilização do terceiro milénio.
Notando o olhar significativo de Anton, tanto quanto seu pensamento, Jamar falou, acentuando cada palavra:
— Mas será um milénio de muito trabalho, meu amigo.
Teremos de reconstruir tudo aquilo que conseguimos desprezar e destruir no passado, na história do mundo.
Quem pensa que será um milénio de paz está enganado.
Aguardam-nos muitas lutas, muitos dramas e muito trabalho na reconstrução do mundo.
Pensando melhor, talvez seja de paz; não a paz do mundo, mas a paz do Cristo:
"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou.
Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turve o vosso coração, nem se atemorize".29
Ajoelharam-se os guerreiros em oração, dando-se as mãos.
Alvíssima luz iluminou suas frontes, enquanto, num lugar qualquer do planeta, uma pequena flor desabrochava, e, em uma igrejinha num recanto ignoto, a luz do sol iluminava a cruz, que relembrava a vitória maior sobre as dores e os sofrimentos humanos.
Os guardiões sobressaíam na paisagem extra física, cintilando a luz dos astros da imensidade.
Mais além, em outro país, num salão fartamente iluminado por luminárias resplandecentes e riquíssimas, vestidos de fraques elegantíssimos, dois seres traziam nos olhos o sinal inconfundível de sua procedência.
Eram aparições, apenas fantasmas materializados temporariamente, agindo na surdina, pensando estar distantes dos olhos dos poderosos guardiões.
Ali, preparavam mais uma reunião do Clube Bilderberg.
Dois dos mais sombrios representantes do poder vibratório supremo engendravam as ideias para uma nova ordem mundial, sob a tutela dos daimons, ensaiavam mais um lance na economia mundial e arquitectavam quem os representaria na guerra que os donos do mundo pretendiam patrocinar — os senhores da guerra.
Os dragões não descansavam jamais; mesmo com seu império dividido, esfacelado seu poder e abatido seu orgulho, apenas adiavam o momento em que deveriam enfrentar a justiça soberana.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 15, 2014 9:26 pm

E houve guerra no céu.
Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão.
E o dragão e os seus anjos batalhavam, mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus.
Apocalipse 12:7-8

Nesse tempo se levantará Miguel, o grande príncipe que protege os filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo.
Mas nesse tempo livrar-se-á teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro.
Daniel 12:1

Por ganância farão de vós negócio, com palavras fingidas.
Para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme.
Pois se Deus não poupou os anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo.
2 Pedro 2: 3 -4

No orgulho do teu coração, tu dizes:
Eu sou Deus,30 sobre a cadeira de Deus me assento no meio dos mares (sendo tu homem, e não Deus), e estimas o teu coração como se fora o coração de Deus. (...)
Visto que estimas o teu coração, como se fora o coração de Deus, eu trarei sobre ti estrangeiros, os mais formidáveis dentre as nações, os quais desembainharão as suas espadas contra a formosura da tua sabedoria, e mancharão o teu resplendor.
A cova te farão descer, e morrerás da morte dos feridos no meio dos mares.
Dirás então diante daquele que te matar:
Eu sou deus?
Tu serás homem, e não Deus, na mão do que te trespassa.
Ezequiel 28:2,6-9

Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e diz-lhe:
Assim diz o Senhor Deus:
Tu és o selo da perfeição, cheio de sabedoria, e perfeito em formosura.
Estavas no Éden, jardim de Deus -, cobrias-te de toda pedra preciosa:
o sárdio, o topázio, o diamante, o berilo, o ónix, o jaspe, a safira, o carbúnculo e a esmeralda.
Os teus engastes e ornamentos eram feitos de ouro, no dia em que foste criado foram eles preparados.
Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; estavas no monte santo de Deus, andavas entre as pedras afogueadas.
Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti.
Na multiplicação do teu comércio se encheu o teu interior de violência, e pecastes, pelo que te lançarei profanado fora do monte de Deus, e te farei perecer, ó querubim protector, entre pedras afogueadas.
Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor.
Por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que te contemplem.
Pela multidão das tuas iniquidades, pela injustiça do teu comércio profanaste os teus santuários.
Eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo que te consumiu, e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te contemplam.
Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti, chegaste a um fim horrível e não mais existirás.
Ezequiel 28:12-19

1 Cf. 1Pe3:l8-20;4:6.
2 "São ondas furiosas do mar, espumando as suas próprias sujidades, estrelas errantes, para as quais tem sido eternamente reservada à escuridão das trevas" (Jd 1:13).
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 15, 2014 9:26 pm

3 Ap 20:1-3.
4 Cf. Jd 1:6; Ap 20:7 etc.
5 O autor refere-se a passagem registada no primeiro volume da trilogia O reino das sombras.
(PINHEIRO, Robson. Pelo espírito Ângelo Inácio. Legião. 6a ed. Contagem: Casa dos Espíritos, 2006, cap. "A entidade", p. 424S).

6 Cf. Mt7:15.
7 2C0 11:14.

8 "Legião é o meu nome, pois somos muitos" [/](Mc 5:9).
9 Baal. mais tarde Belial, recebe dezenas de referências no Antigo Testamento (Jz 6:28; 1Sm 10:27; 2Sm 20:1; 1Rs 21:13; 2Cr 13:7¡ Pv 6:12 etc), sempre como síntese dos princípios opostos à política divina e de Jesus.
Paulo de Tarso, erudito em matéria de judaísmo, também o menciona
(Rm 11:14; 2CO 6:15).

10 Divindade protectora da Babilónia, Marduque ou Marduck aparece como Merodaque nos textos hebreus.
(cf. 2Rs 20:12; 25:57; Is 39:1; Jr 50:2; 52:31).

11 Referência clara ao que assevera a profecia apocalíptica:
"para que ninguém pudesse comprar ou vender, senão aquele que tivesse o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome"
(Ap 13:17).

12 "Este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e agora já está no mundo" (1J0 4:3).
Anticristo é um termo tipicamente joanino[/] (1J0 2: 18,22; 2J0 1:7), [ib]a que Paulo faz alusão[/i] (2Tm3:1).

13 Premissas levianas e generalizações como esta — "suicídios são cometidos por fracos de espírito" — ocorrem fartamente ao longo da fala dos sete daimons em toda a obra, e especialmente neste capítulo.
Evidentemente, são expressões de seu pensamento muitas vezes delirante e megalomaníaco, que colore a realidade a seu gosto.
Com o objectivo de retratar sua visão de mundo com a máxima fidelidade possível, tais elementos do discurso são mantidos, o que de modo algum implica sanção do autor da obra a essa perspectiva dos factos.
Nesse mesmo sentido, as notas que assinalam a concordância de alguns pontos do discurso dos personagens com passagens bíblicas são menos corroborações às suas afirmativas que amostras irrefutáveis de que o Cordeiro e seus emissários já alertaram sobre as artimanhas das trevas.
Visam, portanto, demonstrar quão patente é a condução dos destinos do planeta exercida pelo governador espiritual do mundo — pois antecipou tácticas e engodos de "Satanás", além de toda espécie de eventos drásticos que acometeria a comunidade terrena —, bem como auxiliar os modernos adeptos da Boa Nova a compreender o alcance de diversos trechos das Escrituras, que, de outro modo, talvez fossem considerados nebulosos ou ganhassem interpretação empobrecida.


14 Mt4:9.
15 Cf. Mt4:10.

16 O Novo Testamento já adverte sobre certas curas: "pois se levantarão falsos Cristos, e falsos profetas, e farão sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos" (Mc 13:22).
Várias são as menções sobre o assunto (Mt 24:24; 2Ts 2:9; Ap 13:13; 16:4; 19:20), e Mateus associa claramente feitos miraculosos questionáveis a religiosos e cristãos (Mt 7:22)
O antagonismo entre a prática religiosa radical e as atitudes inspiradas por Jesus é alvo de seu combate desde seus dias da Judeia:
"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito, e depois de o terdes feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós"
(Mt 23:15).
Todo esse capítulo de Mateus regista o discurso com duras repreensões que Jesus endereça aos fariseus, que constituíam a elite religiosa de sua época.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 15, 2014 9:28 pm

18 Divindade suméria, Enlil era associado ao ar, o senhor do vento.
Após disputas com seu meio-irmão Enki, abriga-se no submundo.
Há quem defenda a correspondência de Enlil com o personagem bíblico Enaque[/] (cf. Nm 13:228; Js 15:13-14,; 21:11; Jz 1:20), [i]que origina os gigantes:
"O povo é grande e alto, filhos dos enaquins, que tu conheces e de quem já ouvistes dizer: Quem poderá enfrentar os filhos de Enaque?"
(Dt 9:2).
Contudo, há forte corrente que associa Enlil ao deus hebreu Yahweh, "zeloso" (Ex 20:5; Dt 4:24 etc), cheio de "ciúmes" (Dt 32:21; Ez 16:38,42; Tg4:5) e grande nas batalhas (cf. Ex 13:18; Dt 20:1; Js 4:13 etc.)

19 Deusa relacionada à morte e às tempestades, segundo o panteão mesopotâmico, especula-se se pode corresponder à alusão do livro de Isaías (Is 34:13-15), em que figura, nas traduções mais modernas, como coruja (King James Version) ou animais nocturnos (João Ferreira de Almeida).
Talvez sincretizada com uma espécie de demónio durante o cativeiro dos hebreus na Babilónia, perdeu progressivamente sua importância no culto.

20 Do panteão babilónico, deus representado por uma serpente do mar e, às vezes, pelo dragão.
Parece ter sido também o nome da Terra em formação, segundo algumas culturas, daí a aplicação que o personagem dá ao termo.


21 Na ocasião em que este livro é lançado, a Europa se arrasta numa crise de solvência, sem precedentes na história da chamada zona do euro, a moeda comum adoptada por grande parte dos países do continente.
Durante a crise, que se instaura desde 2008-2009 e eclode nos primeiros momentos de 2010, surge com força na imprensa a sigla PiGS (do inglês, porcos) como forma de designar os países cujos patamares de endividamento público em relação ao PIB ultrapassam com larga folga os limites recomendáveis.
São eles Portugal, Itália, Grécia e Espanha.
Posteriormente, a imprensa cunha PIIGGS, acrescentando ao acrónimo Irlanda e Grã-Bretanha.


22 Cf.Ap13:16-18.

23 Clara referência à profecia apocalíptica da ressurreição da besta ou da segunda besta:
"Então vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro, mas falava como dragão.(...)
E fez grandes sinais, de maneira que até fogo fazia descer do céu à terra, à vista dos homens"

(Ap 13:11.13; grifo nosso).

24 "Golem é um ser artificial mítico, associado à tradição mística do judaísmo, particularmente à cabala, que pode ser trazido à vida através de um processo mágico.
O golemé uma possível inspiração para outros seres criados artificialmente, tal como o homunculus na alquimia e o moderno Frankenstein
(obra de Mary Shelley I (...)
A palavra golem na Bíblia serve para se referir a um embrião ou substância incompleta: o Salmo 139:16 usa a palavra 'gal'mi", significando 'minha substância ainda informe'.
" (Fonte: http:pt.wikipedia.org/wiki/.)

25 A comparação dos guardiões superiores com anjos vingadores pode causar espanto.
Contudo, tendo em vista o enredo, os artifícios literários e, sobretudo, o contexto em que a trama se desenvolve, faz todo o sentido invocar a figura dos anjos bíblicos, principalmente do Apocalipse, que servem a Deus em nome da justiça.
Há fartos exemplos dessa categoria de emissários divinos no livro profético, dos quais citamos:
"Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão"[/] (Ap 12:7);
[i]"Outro anjo saiu do templo, que está no céu, o qual também tinha uma foice afiada"
(14:17);
"Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, (...) beberá do vinho da ira de Deus, (...).
E será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro"
(14:9-1o).
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 15, 2014 9:28 pm

26 "Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus" (Mt 18:3; grifo nosso).

27Cf. Dn 5:25-28.
28 Nome de uma das sete célebres colinas de Roma, costuma ser traduzido para o português como Capitólio ou Capitolino, não obstante, optamos por manter a forma original italiana escolhida pelo autor espiritual.

29 Jo 14:27.
30 "Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, os vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal" (Gn 3:5).
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 15, 2014 9:29 pm

P O S F Á C I O
por Leonardo Mõller - EDITOR

ALGUNS AFIRMAM ver na trilogia O reino das sombras apenas trevas, a acção do mal.
Outros, mais impiedosos, acreditam ser nossa intenção divulgar o mal; não bastando a incapacidade de ver e distinguir com clareza, ainda se aventuram a fomentar a ilusão de que os volumes teriam por objectivo nada mais que amedrontar, causando espécie ou inflamando desavisados, pobres leitores indefesos.
Não se deixe enganar.
A pretexto de proteger os adeptos do espiritismo e os que se interessam pelos temas que discute, desejam mesmo é fazer o que têm feito desde as civilizações da Antiguidade, passando pelo judaísmo da época do Messias e culminando no advento do clero e do papado medievais.
Querem controlar o que se lê, declarando que isso ou aquilo não deveria ser publicado, que os indivíduos "não estão preparados" ou que as sombras assustam, afugentam fiéis.
"É preciso falar da luz!
Afinal, defendem, é na luz que estão os seguidores do Mestre, os espíritos verdadeiramente superiores e, sobretudo, comprometidos com a causa do Evangelho".
Falácias e mais falácias, teorias levianas e descartáveis, caso não fossem perigosas e denunciassem atitude pretensiosa, calculada e pertinaz, que é preciso erradicar dos círculos religiosos — e humanos, por extensão —, sob pena de prevalecer o atavismo e a força retrógrada que representam os porta-vozes desse discurso abstruso, ultrapassado e reaccionário.
Este artigo tem por objectivo refutar tais críticas que a obra tem recebido, demonstrando por que não se fundamentam, bem como ressaltar a importância da disseminação de conteúdos como os que procura trazer à tona, que têm sido sobejamente comprovados segundo o critério e a observação da universalidade do ensino dos espíritos.1
Em primeiro lugar, a proposta de Ângelo Inácio está muito clara já no parágrafo inicial do prefácio de Legião, o volume de abertura da série.
Escreve o autor espiritual:
Sombra e luz, escuridão e claridade.
Essa realidade dupla forma o interior do ser humano, que tenta negar-se a cada dia, enganando-se.
A maioria das pessoas quer ser apenas luz.
Recusam-se a identificar a sombra que faz parte delas.
Religiosos de um modo geral falam de um lado sombrio, diabólico, umbralino, como se esse lado escuro fosse algo externo, ruim, execrável.
Até quando negar a realidade íntima?
Até quando adiar o conhecimento do mundo interno?
Várias tentativas foram realizadas para conscientizar o homem terreno de que as chamadas trevas exteriores são apenas o reflexo do que existe dentro dele.1
Ora, a proposição que apresenta é tão cristalina que quase dispensa comentários, embora incite desenvolvimentos.
Desconsiderar seu lado sombrio é encastelar-se na pretensão e no orgulho, está provado que só é possível superá-lo à medida que o integramos à personalidade e, só então, passamos a modificá-lo ou educá-lo em suas aplicações.
Se esconder o mal ou não falar nele fosse recomendado por alguém como forma de vencer os obstáculos, estaríamos fadados, por imperativo de coerência, a extinguir ao menos três instituições basilares da sociedade moderna.
São elas:
a) o poder judiciário, onde buscamos reparação para os erros e actos criminosos;
b) a corporação policial, que visa à repressão do crime e da desordem;
c) as corregedorias, que apuram distorções na conduta dessas mesmas formas de poder.
Deixando o âmbito social, e tratando da esfera privada ou subjectiva, deveríamos fechar consultórios psicológicos e destituir Freud, o pai da psicanálise.
Afinal, falar dos traumas, inquietações e infortúnios deixaria de ser instrumento válido para esquadrinhar os conflitos e infelicidades da alma humana.
Só mereceriam atenção as alegrias e os gracejos da existência.
Como se não bastasse, ao rejeitar a abordagem das sombras internas, os defensores do religiosismo piegas renegam Junge um dos principais pilares da psicologia analítica, que sintetiza na individuação — processo de tomada de consciência do lado sombra ou desconhecido, que gradativamente se integra ao eu — aquilo que, em última análise, a doutrina espírita nomeia como evolução e, talvez em outros círculos, seja chamado de crescimento pessoal.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 15, 2014 9:29 pm

É de uma pobreza pueril e delirante o mundo fantasioso que a teoria de só falar da luz acarretaria, caso fosse levada a sério ao menos por aqueles que a advogam.
Para quem rejeita argumentos extramuros a fim de rebater a visão digna de Pollyanna, vale recordar duas passagens da Codificação, que ilustram muito bem o posicionamento das inteligências que compõem a falange do espírito Verdade a respeito da difusão e do conhecimento do mal e de suas manifestações.
A primeira delas, a célebre regra de ouro transcrita por Kardec no texto intitulado Advento do espírito de Verdade:
"Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo".3
Em nenhuma linha, escrita antes ou depois desta, restringe-se o alcance da ordem "instruí-vos" apenas aos domínios do chamado bem, tampouco se circunscreve sua validade ao território das benesses e da ingenuidade.
Não? muito pelo contrário.
Certamente porque, diferentemente de alguns, arautos da candura e da superficialidade, os espíritos superiores conhecem a natureza humana; não têm motivo para disfarçar o fato de que todos temos o passado — e o presente! — marcado por traços de barbárie e malvadeza.
Também não vêem necessidade de que escondamos tal realidade atrás de máscaras de evangelizadores abnegados ou de pregadores que falam de virtudes como paz, perdão e amor com uma intimidade simulada e inverosímil, pessoas que amam até que lhes pisem o calo, que acreditam perdoar através do sufocamento da mágoa e do rancor, que declaram não sentir; que saúdam a plateia com chavões como "Que a paz de Jesus permaneça em nossos corações" porque, talvez, não se disponham a assumir que a paz de Jesus não está dentro de si, pois que ainda reclama ser construída.
Mais fácil é permanecer numa situação ilusória, alegando que a paz já existe, do que reconhecer quanto estamos distantes dela, quanto parecemos mais fariseus e escribas que discípulos e apóstolos, quanto há por fazer, dentro de nós, em matéria de Evangelho. Não estamos em paz! Que acordem e leiam os jornais.
Agora, se é paz que querem, nunca é demais lembrar a assertiva de Jesus, que não deixa margem para dúvidas:
"Não penseis que vim trazer paz à terra.
Não vim trazer paz, mas espada".4
Da mesma forma, o Messias é taxativo ao alertar aqueles que se orgulham de sua própria humildade: "Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os doentes.
Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores".5
Clara é a ironia implícita de que, na verdade, não existem sãos ou justos, mas sim aqueles que como tais se consideram, uma vez que a mensagem do Evangelho é verdadeiramente útil a toda a humanidade.
Entre diversas passagens que esclarecem a óptica dos emissários do Senhor acerca da importância se de desvendar o erro, o mal e suas consequências nefastas, destacamos esta outra, produto da psicografia do espírito São Luís.
Decerto, a ninguém é defeso ver o mal, quando ele existe.
Fora mesmo inconveniente ver em toda a parte só o bem. Semelhante ilusão prejudicaria o progresso.
(...) Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode constituir um dever, pois mais vale caia um homem, do que virem muitos a ser suas vítimas.6
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 15, 2014 9:29 pm

ESTREITAMENTE LIGADO à questão anterior, há outro ponto que chama a atenção quando se escutam censuras à trilogia concluída neste tomo, entre outras obras de género pertinente ao escopo desta análise.
Diz respeito à leitura obtusa que fazem esses mesmos críticos ao afirmar que os textos se prendem, quase que na totalidade, em descrições de processos enfermiços, de planos sombrios e paisagens da escuridão ou subcrosta, o que denota a origem supostamente malévola — e até apócrifa, ao se pretender espírita — das palavras neles encontradas.
Ignoro como chegaram a essa conclusão.
Aliás, aventuro sondar-lhe a causa.
Elaboram-na, possivelmente, com base em raciocínios equivalentes aos que exponho a seguir.
Imagine um simpósio de medicina com o objectivo de investigar alguma enfermidade a fundo, perscrutando-lhe a sintomatologia e a etiologia, sobretudo caso os recursos terapêuticos para tratá-la estejam em fase de desenvolvimento.
É correcto depreender, de acordo com a lógica de Chapeuzinho Vermelho, que os médicos participantes estão interessados em protelar a descoberta da cura, em prorrogar os efeitos daquela doença; afinal, conhecendo seus pormenores, poderão maximizar suas manifestações e consequências nos pacientes.
É semelhante mentalidade dedutiva que está por trás de um discurso que supostamente visa à difusão do bem, simplesmente empurrando para debaixo do tapete o mal, os conflitos dele decorrentes e as ferramentas usadas por seus representantes.
Agora, o aspecto central que me leva a caracterizar como obtusa tal leitura é porque passou despercebido desses críticos o pano de fundo sobre o qual se desenrolam os acontecimentos em Legião, Senhores da escuridão e, finalmente, A marca da besta.
Ora, ao desvendar os recônditos da escuridão, trazendo-lhes a público, e também ao descrever minúcias da organização e da política dos maiorais das sombras, o espírito Ângelo Inácio mostra claramente que o mal não fica oculto, onde quer que se encontre; que as falanges do bem penetram até no mais vil porão do planeta para levar a luz — agora sim! — e "abrir os olhos aos cegos".7
É o cumprimento sumário das palavras com que o espírito Verdade encerra o texto já citado — "Irmãos! nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade"8 —, assertiva ou que constitui das máximas mais populares do apóstolo Paulo: "somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou".9
Somente não percebe essa proposta nada subtil das narrativas empreendidas nesta trilogia quem não quer, pois se são os guardiões que conduzem toda a experiência relatada, a serviço de elevados prepostos do Alto, como poderia se identificar nelas apenas a negrura, a baixeza, o pessimismo?
A vitória do bem acaso é menos pungente porque o autor examina os detalhes do adversário, revelando sua estratégia no intuito de enfraquecê-lo?
Ao longo do texto, é cabal a demonstração da superioridade que a política divina, resumida em práticas e preceitos do Evangelho de Jesus, detém sobre os articuladores da maldade.
Leia-se apenas o último capítulo de Senhores da escuridão e veja-se se é possível afirmar o contrário.
Mas há quem tenha uma prevenção, uma concepção previamente elaborada, e por isso não se contente em asseverar infâmias, mas revestem seu gesto com ares de zelo pela pureza doutrinária — leia-se:
patrulhamento doutrinário. Intentam nada mais que confundir, deturpar; em suma, impedir a propagação do conhecimento e da verdade.
Isto é, fazer perdurar o quanto possam a segregação entre trabalhadores e assistidos, entre supostos praticantes da caridade, de um lado, e beneficiários a reclamar consolo, de outro.
E ainda:
pretendem conservar o estado de coisas em que a um selecto grupo de privilegiados é dado debater os princípios da fé, enquanto à massa se concedem migalhas de saber, devidamente filtradas e sancionadas pelo crivo doutrinário, isto é, por um concílio de pseudo-sacerdotes, que se julgam capacitados a determinar o que o povo está preparado ou não para saber.
Há um sinal comum que permite identificar todos esses religiosos de carteirinha, que almejam converter os estudiosos da filosofia espírita, quanto possam, em eternos fieis a engrossar as fileiras das palestras e dos passes do centro espírita.
Para eles, todas as obras mais recentes do espiritismo devem ser, a priori, rejeitadas.
Tão-somente porque são novas, e o novo é para ser posto em observação até que se torne velho — ou obsoleto.
Exagero?
Então por que será que as instituições do espiritismo brasileiro, de norte a sul, têm amplo predomínio de pessoas acima de seus 50 ou 60 anos de idade?
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A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro - Página 7 Empty Re: A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 15, 2014 9:29 pm

Nada contra a maturidade e a experiência, que, com efeito, têm muito a acrescentar.
Entretanto, Deus pôs o jovem ao lado do idoso no planeta porque a jovialidade e a renovação são elementos tão essenciais quanto a maturidade e a experiência.
No aspecto propriamente doutrinário, a sistemática levada a cabo pelo conservadorismo é nefasta e, graças a Deus, insustentável, tanto à luz da filosofia espírita e da produção histórica quanto diante dos avanços tecnológicos na área da comunicação, que têm quebrado sucessivas barreiras e obstáculos ao conhecimento.
Elejo o aspecto histórico para demonstrar o prejuízo que semelhante óptica lança sobre o mais caro dos princípios científicos do espiritismo:
o controle universal do ensino dos espíritos.10
Essa proposição reza que espíritos diferentes, através de médiuns estranhos entre si, devem dar comunicações iguais, se não na forma, ao menos no conteúdo.
Ou seja, se confrontarmos as comunicações espíritas, podemos lhes extrair elementos comuns, e são estes os que devem ser admitidos no corpo filosófico do espiritismo.
Foi atendendo a esse critério crucial da ciência espírita que Kardec elaborou as obras da Codificação.
Ao contrário do que fazia aquele em quem dizem se inspirar, os censores da profana inquisição substituíram a ferramenta kardequiana pela seguinte proposição:
Se não está nas obras de Chico Xavier, especialmente em André Luíz e Emmanuel — nesta ordem, a despeito de este ser o mentor e aquele, um repórter —, é porque não corresponde à verdade.
Derrogaram o critério que possibilita submeter qualquer comunicação mediúnica à prova — e mais, que dá ao espiritismo o status de ciência — pela "lógica" que fecha a porta à inovação e deita fora a chave das janelas que poderiam arejar conceitos arcaicos e embolorados.
Em vez de universalidade, pregam confronto com a obra do maior médium espírita; ao invés de valorização do conteúdo da comunicação, fazem análise centrada no nome de espíritos e, mais grave, de médiuns, os quais Kardec nem sequer citou.11
À parte a discussão que se possa fazer sobre o absurdo intrínseco a essa prática, que infelizmente foge ao objectivo deste artigo, e dos elogios justíssimos que a obra do notável médium mineiro possa merecer, não se pode ignorar uma verdade histórica que, por si só, faz desmoronar o formalismo a que se entregaram os doutores da lei reencarnados no movimento espírita. Trata-se das inúmeras evidências e depoimentos, fartamente documentados — e que até deveriam ser lembrados por muitos —, de que o advento do médium mineiro foi cercado de desconfiança, cepticismo e críticas; até determinado momento, foi amplamente rejeitado, dentro e fora do movimento espírita.
Nas décadas de 20, 30 e 40 do século XX, Chico Xavier surgiu como um autor controvertido, que trazia notícias polémicas, como a existência de uma colónia espiritual em tudo semelhante às cidades da Terra, com estruturas de governo, aparatos e pessoal de segurança, rádio e sistemas de comunicação, assim como ameaças à ordem e à estabilidade com práticas que deviam ser duramente reprimidas, como corrupção, favorecimento e contrabando.
A obra inaugural do espírito André Luíz, Nosso lar, datada de 1944, que viria a ser a obra espírita mais conhecida e o marco da consagração do grande médium de Pedro Leopoldo, nasceu como um título polémico, surgiu como revelação inédita, que punha em xeque as convicções reinantes da ortodoxia espírita de então e, acima de tudo, acabou por revolucionar a visão que se tinha da realidade extra física.
Isso para nos atermos ao exemplo mais fácil, nem por isso o único.
Yvonne Pereira, com seu Memórias de um suicida — o mais completo dos livros mediúnicos, segundo o mesmo Chico Xavier —, escandalizou a comunidade espírita ao anunciar, entre outras tantas novidades, a invenção da televisão, embora tenha conservado em seu poder a psicografia, que aguardou mais de 15 anos pela publicação, por decisão da própria Yvonne.
Sendo assim, não posso deixar de perguntar:
como ficariam tais revelações, se tudo que escrevessem esses médiuns tivesse que se ater às informações já disponíveis, aos escritos anteriores?
É a condenação sumária do progresso, como bem querem os maiorais das trevas, que encontram ressonância em dignos representantes seus, bem plantados à sombra do Evangelho e da religião.
Para o contentamento dos legítimos adeptos da filosofia espírita, Jesus já foi claro ao ilustrar, nesta parábola tanto quanto noutras passagens, seu desprezo pelos religiosos e fanáticos de todos os tempos, amantes do formalismo e dos procedimentos exteriores:
Muitos me dirão naquele dia:
Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome?
e em teu nome não expulsamos demónios?
e em teu nome não fizemos muitos milagres?
Então lhes direi abertamente:
Nunca vos conheci.
Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade!12
A insistência da expressão "em teu nome", que salta à boca dos que reclamam benesses ao Senhor, deixa bem claro de quem se trata.
Sim, são os religiosos, os que fazem tudo o que fazem em nome de Deus.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 15, 2014 9:29 pm

ALÉM DESSES ENGANOS, há outro, frequentemente cometido por apaixonados pela devoção e pelas práticas religiosas, em detrimento do esclarecimento.
É hora de enxergar a realidade: os espíritos verdadeiramente superiores não estão no "paraíso", isto é, não estão vivendo na luz, nas dimensões mais altas, enquanto a multidão do planeta sofre, clama, estertora.
Gomo poderiam esses, os autênticos seguidores de Jesus, agir de modo oposto à trajectória da vida de seu mestre?
A vida de todos os grandes missionários que pela Terra passaram foi vivida em meio às lágrimas, às tormentas e angústias de quem precisa de alento.
Ora, como diz um amigo espiritual:
O céu está vazio!
Vejam-se os exemplos, fartos na história, nos textos sagrados e na literatura espírita.
A ideia de que a vida de trabalho e sofrimento pertence à fase terrena e que, após a morte, tendo se submetido com a devida resignação às agruras mundanas, as almas verdadeiramente puras serão salvas e içadas aos altiplanos celestiais nada mais é do que a tradução mais simplória da mentalidade católica e medieval, no que tinha de pior, isto é, na vertente popular, ou vendida à massa ignorante, privada do acesso à cultura.
Odiar o mundo como o mais perfeito asceta — eis o que devotos de todos os tempos sempre difundiram.
Em franca contradição com a visão de mundo espírita, que reconcilia o ser humano com a beleza, a satisfação, o prazer de viver e estar no mundo, usufruindo seus bens.13
Inspirados pelas verdades traduzidas nas palavras do apóstolo Paulo que reproduzimos a seguir, cresçamos, amadureçamos, dando assim cumprimento ao papel da doutrina espírita, em sua mais nobre aspiração.
É uma escolha que nos cabe fazer, conforme esclarece o missionário de Tarso:
"Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino, raciocinava como menino.
Mas logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino".14
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Set 15, 2014 9:30 pm

PARA INTRIGAR ainda mais os que querem prosélitos em vez de consciências livres e pensantes, capazes de tomar as rédeas da vida em suas mãos e viver com autonomia, fica aqui uma última reflexão, ou um último dado, na verdade, a fim de corroborar esta argumentação.
Dediquemos um instante a meditar sobre o livro Apocalipse. Atribuído a João, o evangelista, é um dos muitos livros que contêm revelações, escritos nas primeiras décadas ou séculos da era cristã.
É o único a fazer parte do cânone, entretanto; embora se debata sua autoria, os especialistas tendem a concordar que "não se pode duvidar de sua canonicidade".15
Ainda que mal compreendido e provavelmente menos estudado, em relação aos demais livros bíblicos, sobretudo do Novo Testamento, o Apocalipse é sintetizado como "a grande epopeia da esperança cristã, o canto de triunfo da Igreja perseguida".16
Mesmo envolvido em certa aura de mistério, devido a sua linguagem altamente simbólica, o livro é a concretização das promessas da nova Jerusalém, "um novo céu e uma nova terra",17 um planeta renovado pela força do amor.
Há outra peculiaridade do livro profético em relação aos demais que compõem as Escrituras.
É o único cuja revelação é atribuída ao próprio Cristo,'8 colocando-se seu autor apenas como aquele que atesta tudo o que lhe foi mostrado.'9
Pois bem, com todas essas características singulares, para o que interessa ao âmbito da discussão que se apresenta aqui, perguntamos:
quantas partes do Apocalipse será que apresentam admoestações aos seguidores da mensagem sublime ou falam de abalos, tormentas, guerras, batalhas; dores do parto dessa nova Jerusalém?
Dos 22 capítulos do livro, nada menos que 15 discorrem sobre tais aspectos,20 restando apenas 7 deles em que se fala da mensagem suave, da benesse, do sublime.
Em alguns destes, procura-se estabelecer o Cordeiro como a figura soberana,21 o único que tem autoridade para "abrir os seus selos",22 conduzindo os destinos da humanidade e decifrando as visões do apóstolo.
Em outros, fala-se da recompensa reservada aos servidores fiéis, que triunfarão23 e receberão julgamento justo24 e, finalmente, descreve-se o futuro estado de coisas, a nova Terra.25
E, então, é possível ainda nutrir alguma ilusão a respeito da construção do reino de Deus na Terra?
Essa, a missão a que o espiritismo conclama a todos!
Eis a obra, que requer trabalhadores que tenham os pés bem calcados no chão; que estejam dispostos a arregaçar as mangas, sem reservas, e despir-se da atitude mística de que falar do mal é atraí-lo, quando, em verdade, trata-se de descortinar seus mistérios e esmiuçar suas nuances, a fim de destruir um de seus alimentos predilectos:
a ignorância.


1 Um dos textos mais admiráveis, coesos e vibrantes de Kardec, que demonstra toda a pujança de seu raciocínio e da visão que desenvolveu acerca da missão do espírito Verdade, intitula-se Controle universal do ensino dos espíritos.
Merece ser lido e relido na íntegra, não obstante, reproduzimos o enunciado do princípio que estabelece:
"Uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos:
a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares"

(KARDEC, A. O Evangelho segundo o espiritismo. 120aed. Rio de Janeiro: FEB, 2002, p. 31).
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