LUZ ESPÍRITA
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A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 03, 2014 9:26 pm

A MARCA DA BESTA
Robson Pinheiro

por Ângelo Inácio

A Ademildes e Marcos Leão, dois grandes amigos, parceiros e grande apoio nas tarefas a mim confiadas pelos espíritos.
Agradeço pelo empenho, pelo ombro amigo, por poder contar com vocês em etapas importantes da minha vida.


LUZ NA SOMBRA
por[/] Ângelo Inácio

APÊNDICE

Capítulo 1 - Prólogo
Capítulo 2 - O prenúncio do fim,
Capítulo 3 - Os tempos do fim,
Capítulo 4 - Os maiorais do inferno,
Capítulo 5 - Matrix ou o poder da mídia,
Capítulo 6 - Salto entre as dimensões,
Capítulo 7 - Obsessões modernas,
Capítulo 8 - A génere, "Os Agéneres", segundo a Revista Espírita,
Capítulo 9 - Esclarecimentos finais,
Capítulo 10 - Os daimons,

POSFÁCIO
[i]por
Leonardo Mõller - EDITOR

ESTE É UM LIVRO que fala de luz!
Esta é a XV saga dos filhos da luz dissipando as trevas, a escuridão.
Mas este livro não foi escrito para pessoas fracas nem para religiosos que não suportam que suas verdades sejam questionadas.
Tampouco para aqueles que têm medo de encarar a realidade porque vivem fechados em suas ilusões.
É, sim, um livro que tira o véu da ilusão, que desconstrói mitos e desnuda certas crenças.
Escrevo algo que desmascara o mal e arranca o disfarce do diabo, revelando-o e colocando a descoberto a estratégia, a organização e a estrutura dos opositores da política divina.
Falo nestas páginas sobre como os representantes das forças superiores do bem levam a luz à escuridão, dissipam as trevas da ignorância espiritual e fazem claridades onde houver sombra.
Sobretudo, este é um livro escrito para quem tem coragem de se expor como agente das forças que patrocinam a evolução do mundo.
Não é para os fracos, nem para os indecisos, nem mesmo para aqueles cujas mentes estejam engessadas por uma interpretação restritiva de doutrinas, filosofias ou crendices.
Escrevo para aquele que se enquadra na categoria de livre-pensador.
Enfim, para os novos homens, para os construtores do amanhã, da XVI nova civilização.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 03, 2014 9:26 pm

Capítulo 1 Prólogo
"DISSE-ME AINDA:
Não seles as palavras da profecia deste livro, porque próximo está o tempo.

Apocalipse 22:10

"MAS QUE IMPORTA? contanto que Cristo, de qualquer modo. seja anunciado, ou por pretexto ou de verdade, nisto me regozijo, sim. e me regozijarei"
Filipenses 1:18

TRANSCORRIA o mês de fevereiro do ano de 1997.
O barulho e o som de músicas estridentes atestavam que vivíamos aquelas experiências durante o carnaval.
O médium estava em coma, sobre a maca do hospital, enquanto familiares e amigos se revezavam entre preocupações, lágrimas e cuidados com o moribundo.
Durante o período em que estava desacordado, seu espírito pairava entre as diversas formas-pensamento nas quais mergulhara.
Traumas, conflitos e medos reprimidos durante anos vieram à tona durante aquele processo, que marcaria profundamente sua vida.
De repente, durante o coma, ele sentiu uma presença; outro ser que pairava a seu lado chamava-o para tomar ciência de algo que estava muito além de sua compreensão naquele momento.
Era muito delicado aquele estado em que se encontrava.
Além das dificuldades orgânicas, as emoções desencontradas e os sentimentos que emergiam de seu psiquismo faziam daquela uma experiência singular.
Seria o ponto final de uma existência?
Espíritos abnegados haviam interferido em seu favor, a fim de que pudesse cumprir um programa previamente elaborado pelo Alto.
A entidade que se apresentava a seu lado trazia novas directrizes para o que lhe restava de vida no veículo material. Novos planos, novas propostas.
— Sua vida física encontraria seu termo aqui, conforme a programação original de sua actual existência — falou a entidade sem se identificar.
Porém, levamos seu caso a instâncias superiores por julgarmos ser mais adequado prolongar sua existência do que ter de recomeçar em novo corpo.
Demoraria muito seu processo de educação, de despertamento para a realidade do espírito, até que pudesse levar a cabo as responsabilidades que lhe foram conferidas.
Dessa forma, obtivemos permissão para uma transfusão fluídica de grande intensidade, que lhe dará mais tempo entre os encarnados.
Contudo, a duração de sua vida de penderá da qualidade e da intensidade do trabalho a ser desenvolvido.
O médium, desdobrado, mal e mal se dava conta da voz que lhe penetrava o âmago do espírito.
Não obstante, gravava cada detalhe através dos canais da intuição e da mediunidade, tomando consciência daquilo que lhe estava sendo proposto, de modo mais amplo, somente na esfera mental.
— A esta altura, depende de você a prorrogação de sua vida no corpo físico.
Precisamos de alguém que se exponha directamente, em nome de certas ideias que devem ser ventiladas.
Será necessária dedicação incondicional ao trabalho da psicografia de novos livros, que tenham como escopo divulgar verdades mais amplas e que despertem questionamentos nas mentes que entrarão em sintonia com tais mensagens.
Aceita essa incumbência?
Balbuciando mentalmente, o médium responde afirmativamente.
—Você será exposto como alguém que traiu os princípios doutrinários; será acusado de deslealdade à doutrina espírita e, em nome de algo impalpável, terá de enfrentar o julgamento daqueles que se dizem representantes da verdade.
Verá seu nome ser desprezado por muitos, enquanto amado por outros.
Lutará em meio ao fogo cruzado entre aqueles seus irmãos de ideal.
Além desse aspecto, sua saúde será muito frágil a partir de então, pois haverá de se expor em regiões densas da esfera extra física.
Receberá amparo directo, porém terá que ser forte para enfrentar as calúnias que desabarão sobre você.[/b]
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 03, 2014 9:27 pm

"De toda forma — falou a voz do Imortal —, o segredo é ter coragem e não se deixar levar pelos aplausos do mundo, das pessoas deslumbradas.
Nada de se render às fantasias e à imaginação do povo que, em algum momento, tentará envolvê-lo no culto à personalidade.
Os temas abordados através de sua mediunidade terão de ser primeiramente testados e provados tanto por você quanto pela equipe que lhe dará apoio, na retaguarda.
Primeiro, terão de provar o sabor das verdades escritas em parceria com os Imortais, depois, essas mesmas verdades serão aproveitadas por quantos estiverem maduros para absorvê-las.
Porém, não se engane: não será fácil."
Intimamente, o médium aceitava a proposta.
Mas não podia sequer verbalizar o que sentia.
Seu espírito pairava num ambiente nada familiar, no qual suas habilidades psíquicas estavam diminuídas.
Também seu corpo físico estava sob efeito de sedativos e outras drogas fortes, com as quais os médicos pretendiam prolongar sua vida.
Depois do diálogo intenso em emoções, o médium foi acoplado ao corpo físico por alguns momentos, enquanto providências mais urgentes foram tomadas para executar a referida transfusão energética.
Espíritos especialistas na área da medicina montaram ali mesmo, dentro do hospital, em segundo plano, equipamentos que os olhos mortais não podiam perceber.
Os enfermeiros de plantão sentiram uma sensação incomum, como se uma brisa acariciasse sua pele, refrescando-a e produzindo uma sensação de que algo de sobre-humano estivesse ocorrendo ali.
Realmente estava.
O movimento daquelas entidades no ambiente extra-físico do hospital fazia com que se despertassem certas intuições e percepções na equipe de enfermagem e nos médicos encarnados que ali trabalhavam.
Um arrepio, algumas vezes; em outras, a percepção de vultos, ou mesmo a impressão de que alguém mais estava se movendo, em velocidade mais alta do que a habitual.
Tudo isso era percebido no ambiente do CTI.
A noite, conduziram-se para fora do corpo dois doadores de energia vital, ou ectoplasma, a fim de que pudesse ocorrer a transfusão fluídica.
Cada um deles teve seu duplo etérico acoplado ao do médium, como se fios invisíveis se entrelaçassem a ambos.
Via-se o corpo etérico do médium hospitalizado pairar sobre seu aparelho físico.
Era semelhante a uma névoa, embora tivesse contornos delimitados; irradiava luminosidade fraca, pálida, e sobrepunha-se ao corpo carnal abatido.
Outras duas estruturas de natureza similar, igualmente desprovidas de órgãos, porém mais brilhantes ou iluminadas, puseram-se junto do corpo etérico do médium.
Fios tenuíssimos, como se fossem capilares fluídicos, conectavam os três veículos de carácter físico, porém plasmático — isto é, os duplos etéricos desdobrados.
De dentro desses fios, elementos riquíssimos em vitalidade corriam céleres para o organismo debilitado, reactivando suas propriedades, que já estavam quase exauridas.
A proporção que a transferência energética se concretizava, os chacras do duplo etérico iluminavam-se e faziam a transformação dos fluidos em vitalidade, que voltava a abastecer cada órgão e célula do corpo físico, devidamente.
Enfermeiros e médicos do espaço acorreram ao local manipulando recursos extraídos da natureza, que foram adicionados aos elementos ectoplásmicos ali transfundidos.
Gradualmente, o cosmos orgânico ganhava vitalidade, e via-se claramente que os órgãos eram energizados através dos recursos cedidos pelos doadores desdobrados.
Após mais de 10 horas de intensa actividade, um dos médicos invisíveis olhou o médium ganhando mais qualidade vital e disse:
— É hora de me acoplar inteiramente a cada célula, a cada órgão.
Preciso acelerar o processo de ressuscitamento das células físicas quase exauridas.
Meu médium quase não tinha mais condições de reactivar a vida orgânica; por pouco não haveria retorno.
O cordão de prata está por demais enfraquecido.
Vou me acoplar inteiramente a suas células e coordenar a reestruturação celular dentro de seu corpo, plenamente incorporado.
0 médico iluminou-se por completo e, concentrando sua mente, elevou-se alguns centímetros sobre o corpo do médium e sobrepôs-se ao corpo físico enfraquecido.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 03, 2014 9:27 pm

Ponto a ponto, observamos as células do perispírito do médico do espaço sendo absorvidas e justapostas às células do corpo do médium.
Era como se cada uma absorvesse ou engolisse sua correspondente astral, enquanto o psicossoma do médico do espaço moldava-se à própria forma perispiritual do médium, assumindo-lhe a configuração estética.
Ocorreu ali o fenómeno conhecido por alguns como superincorporação.1
Consistia numa justaposição das células do corpo perispiritual do desencarnado e do encarnado, nesse caso em particular visando conceder ao médium maior tempo na actual existência.
Interessados na continuidade das tarefas através do sensitivo, todos ouvimos o médico espiritual anunciar, plenamente de posse de cada átomo físico, num fenómeno somente comparável a uma materialização:
— Estou tirando meu médium daqui...
Naturalmente, os encarnados ali presentes se assustaram.
Um calafrio percorreu a espinha de todos ao sentirem que algo diferente sucedia, uma coisa tão intensamente forte e mais poderosa que a própria morte, que os médicos da Terra não conseguiram explicar.
Pensavam que a entidade do espaço tencionava tirar o médium do CTI, mas não era esse o intento.
Não era isso que queria dizer.
Ele, o elevado amigo do espaço, referia-se à retirada do médium do estágio de semi-transe que lhe antecederia a morte orgânica; seu propósito era retirá-lo do limbo entre as dimensões e coordenar, por si só, o acoplamento do espírito ao corpo físico, fortalecendo-lhe o cordão de prata e os laços encarnatórios.
Naqueles momentos em que esteve de posse total de cada célula do corpo emprestado, absorveu toda infecção, toda inflamação e todo micro organismo virulento; toda espécie de contaminação que estava prestes a determinar o fim da vida física do médium. Profundamente concentrado em aspirar os elementos daninhos à vida física, o médico do espaço absorveu em seu perispírito toda a contraparte energética e etérica da comunidade virai e bacteriana que agia sobre o corpo físico do médium.
Quando se desacoplou lentamente, outros seres da erraticidade sucederam-lhe dentro do corpo emprestado, cada um cumprindo seu papel, com a finalidade de reorganizar desde a vida orgânica, celular, até ávida emocional e mental do pupilo que retomava a encarnação, visando ao prosseguimento de suas tarefas.
Era a prorrogação do prazo de sua actual existência, uma concessão do Alto objectivando tarefas específicas no âmbito mediúnico.
Tão logo o médico se deslocou para a dimensão astral, abandonando o corpo do médium para ser trabalhado por outra entidade ainda dentro do hospital, dirigiu-se directamente para recantos naturais, junto ao mar.
Pairando sobre as águas, vimos os elementos aderidos a seu psicossoma, absorvidos do corpo do médium, serem atraídos pela natureza e dispersos em seu energismo.
Assemelhavam-se à fumaça expelida por chaminés de fábricas da Terra.
A fuligem mórbida, que era o resultado da acção das comunidades de vírus e bactérias, desprendeu-se do corpo perispiritual do médico amigo, que, a esta altura, sentia-se exausto.
Quase desfalecido, devido ao acoplamento íntimo com o corpo físico fragilizado, levitou, rumando para regiões ignotas da espiritualidade, onde certamente se retemperaria, sob as bênçãos de Maria de Nazaré, espírito que administra a misericórdia para os filhos da Terra e os filhos do Cordeiro.
No hospital, o médium acordava para nova oportunidade, que deveria preencher sua ficha de serviços e lutas renovadoras.
Após esse evento, dirigimo-nos, alguns espíritos, ao Hall dos Escritores, uma espécie de palácio em nossa metrópole, onde se reúnem tanto os espíritos que ali estagiam, ligados à arte e à literatura, quanto outros — encarnados ou não —, que nos encontramos periodicamente para deliberar a respeito de tarefas em comum na área da literatura entre os dois lados da vida.
O palacete era estruturado em material translúcido, e irradiava de cada detalhe a luz do Sol, que brilhava intensamente naquele momento.
Aguardávamos a visita de representantes do Mundo Maior, que viriam trazer novas instruções quanto ao nosso trabalho junto à Crosta.
Éramos mais de 20 espíritos directamente ligados à tarefa mediúnica.
Além daqueles que, quando encarnados, tiveram suas vidas ligadas de alguma forma à literatura e que agora ensaiavam a continuação de suas actividades ao lado de diversos médiuns, encarnados no plano físico.
Adentraram no ambiente os guardiões Jamar e Anton, que traziam deliberações do Alto.
Na Terra, o calendário marcava o primeiro de março de 1997.
— Ângelo, estamos aqui com as propostas do Alto em relação ao médium cuja vida física foi prolongada, numa demonstração da compaixão divina.
Mas. como toda concessão traz responsabilidades inerentes — falou Anton —, temos alguns apontamentos para fazer a respeito.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 03, 2014 9:27 pm

Você pediu autorização para escrever, como o fazia quando encarnado.
Pois bem. temos tanto o médium quanto a pauta a ser abordada; não poderá fugir a esses tópicos estabelecidos.
Portanto, você, como espírito, e também o médium devem ser preparados gradual e progressivamente para o objectivo maior.
— Como assim?
Não é só chegar e começar a escrever através do médium?
Que tipo de preparo devo ter?
Não bastam os anos que passei na Terra às voltas com o jornalismo e a literatura?
— Não! não bastam! — Anton foi taxativo.
Digamos: seu trabalho na Terra teve um valor incontestável no que concerne ao jornalismo e à literatura terrestre, porém aqui você será outro tipo de escritor, outra literatura deve ocupar sua mente, a partir de então.
—Não entendo...
— Se não quiser a oportunidade, temos outros interessados.
Decida-se! — interferiu Jamar, sem deixar margem a dúvidas.
— Claro, claro — respondi sem titubear.
Não poderia perder aquela oportunidade, pois a vida de morto não me caía bem; não aguentava ficar ali como alma penada me envolvendo em coisas de espiritualidade sem ter a mínima inclinação para espírito beatificado.
Qualquer coisa servia, inclusive um médium que não era lá grande coisa, uma vez que precisava ser preparado por mim.
— Assim que vocês conversarem entre si — retomou o primeiro guardião, apontando para nosso grupo de escritores do Além —, retornarão ao hospital, onde ainda se encontra o médium, e observarão seu corpo mental.
Poderão reactivar as faixas do passado espiritual, estruturadas em forma de pensamento, a fim de trabalharem mais tarde com o rapaz cuja vida foi prolongada para o serviço dos Imortais.
Portanto, agora, vocês têm de se conhecer e explorar as experiências que trazem na bagagem espiritual, com vistas a encontrar um denominador comum, em termos de espiritualidade.
As directrizes do Alto estão aqui, neste documento. Estejam à vontade para conversar e fazer seu planeamento.
Anton, o guardião, após falar de nossas incumbências junto ao médium, apresentou-me alguns espíritos que deveriam trabalhar em sintonia com aquela proposta.
No entanto, o trabalho estava planejado para se realizar ao longo de alguns anos e não imediatamente, em pouco tempo.
Juntamente com outros espíritos que se apresentariam aos poucos, teríamos alguns anos à disposição para desenvolver os temas que deveriam ser discutidos através daquele médium.
Fui apresentado a um espírito que, se eu estivesse na Terra dos encarnados, certamente classificaria como excêntrico, no mínimo.
Aqui, era tão-somente um espírito diferente, com ideias arrojadas, diferenciadas, um especialista, como se poderá ver.
Este espírito é Júlio Verne.2
— Que bom conhecê-lo — fui logo me pronunciando.
— Sempre desejei conhecer mais profundamente você e seus escritos.
Mas, agora, minha natural curiosidade se concentra em sua actuação do lado de cá da vida...
— Pois bem.
Cá estou a me retemperar no espaço, antes de minhas próximas aventuras no mundo dos que se consideram vivos — respondeu-me Júlio Verne.
Trago aqui dois pupilos, com os quais lidei mais directamente como espírito, enquanto estavam encarnados.
E me apresentou Ranieri e Voltz,3 um escritor de origem alemã.
Na companhia destes, mais alguns espíritos se apresentaram, pois juntos deveríamos compor um grupo que objectivasse transmitir algo através do médium que nos fora confiado.
Júlio Verne expôs seu pensamento de maneira clara:
— Tenho alguma experiência no estudo das estruturas dimensionais do mundo, na compreensão das esferas da vida extra física, e creio que poderei ser útil de alguma maneira.
No entanto, não trabalho sozinho e também não quero escrever nenhum livro; pretendo apenas contribuir com meu conhecimento de forma a lhe facilitar, Ângelo, o trabalho que o espera.
Trabalhei junto a Ranieri e optamos, na época, por usar de uma linguagem simbólica para discorrer a respeito da vida extra física.
- Sei, usaram de figuras de linguagem, fizeram uma espécie de parábolas modernas...
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 03, 2014 9:28 pm

— Isso mesmo.
A vida extra física não poderia ser abordada em suas minúcias no tempo em que Ranieri escreveu seus livros.
Como nosso alvo mental eram os espíritas, teríamos de adaptar certas verdades usando imagens fortes, vigorosas, porém figurativas, simbólicas, como abordamos juntos nos livros O abismo,4 Aglon e os espíritos do mar,5 entre outros.
— Parece que os espíritas não estavam nada preparados para uma abordagem mais clara, não é isso?
— E creio que ainda não estão! — respondeu Júlio Verne.
Pois mesmo hoje parece que muitos espíritas estão um tanto perdidos em fantasias, em leituras de romances que se atêm a histórias de amor e coisas semelhantes.
Contudo, se recebemos uma incumbência de instâncias superiores, vamos lá...
Por certo teremos trabalho pela frente.
Após breve pausa, Júlio Verne continuou, falando agora a respeito de seu outro médium, não espírita.
— Veja o caso de Voltz, por exemplo.
E um excelente escritor, que, quando encarnado, não teve noções de doutrina espírita; portanto, evidentemente não se utilizava do vocabulário espírita.
Associei-me mentalmente a ele na produção literária em seu país sem que ao menos se desse conta do processo mediúnico em andamento.
Ele escrevia com extrema facilidade e captava meus pensamentos.
— Mas, então, qual era o objectivo de uma parceria assim?
— É claro que estou prestes a expressar um ponto de vista com o qual muitos espíritas não concordariam.
Mas facto é que a realidade de Voltz é análoga à de inúmeros autores que, na actualidade, são considerados escritores de ficção, de fantasia.
Faz-se necessário abordar certas verdades fora do âmbito espírita, atingindo alvos distintos daqueles que estão na mira dos escritores do meio espiritualista.
Os Imortais que nos dirigem de mais amplas dimensões nos incumbiram de escrever numa linguagem apropriada a certo universo literário — digamos, mais materialista que atraísse também determinado círculo de indivíduos que não têm acesso ao vocabulário e à mensagem espírita ou, simplesmente, não sintonizam com a forma religiosa de ver alguns problemas da vida.
— Entendo... — balbuciei, já com a mente em ebulição.
Quer dizer que os dirigentes espirituais resolveram falar de algumas verdades numa linguagem romanceada ou literária sem se utilizar de um vocabulário propriamente espírita?
— Isso mesmo.
Assim, deveríamos atingir um público diferente, de maneira distinta, pouco usual entre os religiosos.
Usariam da intuição e de certas habilidades de alguns escritores da Terra, de forma a transmitir conceitos e ideias, revendo conteúdos ou paradigmas bastante difundidos.
Interferindo na conversa e na fala de Júlio Verne, Voltz complementou:
— Minha linguagem apresentava característica mais científica, no entanto não ignorava a necessidade de trabalhar com meu público alguns conceitos muito necessários para o despertar de uma nova consciência.
Na época, não podia imaginar que estava sendo usado por um espírito...
Somente bem mais tarde, nos últimos anos da existência física, ao ser diagnosticado com câncer, é que me dei conta de que havia uma força sobre-humana agindo sobre mim.
Porém, à minha volta não havia quem pudesse ouvir meus pensamentos mais íntimos, com quem eu pudesse dividir aquelas impressões.
— Nessa época, trabalhei ainda mais intensamente com Voltz — tornou a falar Júlio Verne.
— Em parceria mental e emocional, logramos desenvolver mais de 800 sinopses de livros, resumos de uma história que seria considerada ficção, mas que, no fundo, trazia o germe de uma nova mentalidade para os leitores.
Aliás, foram mais de 1 milhão de leitores, cujas mentes foram trabalhadas através dos escritos de Voltz, sem que ele próprio suspeitasse, em grande parte do tempo, que a sendo médium ao elaborar seus enredos e personagens e produzir seus textos.
— E quais ideias eram trabalhadas através de seus escritos, já que eram considerados obra de ficção?
— Pois bem — explicou Voltz.
Na verdade, percebo hoje com mais clareza, movia-me uma aspiração que me impelia a trabalhar na mente dos leitores ideias de fraternidade, do mundo futuro unido em torno do objectivo comum de evolução da humanidade.
Em minha obra parti de animais conhecidos na Terra e criei seres, geralmente baseados em criaturas terrestres e marinhas, como meio de descrever possíveis habitantes de outros mundos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 03, 2014 9:28 pm

"Na época, sem saber que era conduzido por mãos e pensamentos dos seres invisíveis, descrevi, numa história épica, de maneira romanceada, a saga da humanidade ao entrar em contacto com seres inter-galácticos.
Imaginei aquele mundo fantástico por minha conta, como acreditava na ocasião, de modo a incutir certos conceitos e tratar de temas como o convívio com as diferenças e com seres diferentes.
O entrechoque de civilizações espaciais suscitaria o despertamento do conhecimento humano em sua melhor acepção, que se pode chamar de espiritual, ao mesmo tempo proporcionando e exigindo mudança por parte dos habitantes da Terra.
Um aspecto interessante é que os personagens gozavam de faculdades psíquicas extraordinárias, que empregavam no auxílio à humanidade.
É claro que não os descrevi como médiuns; entretanto, qualquer um que meditasse um pouco mais poderia ver que seus atributos pressagiavam o momento na história em que os homens conviveriam normalmente com o invisível, com faculdades paranormais e mediúnicas.
Foi a maneira que escolhi, ou melhor, que os espíritos escolheram, sem que eu o soubesse, para enfocar certas verdades através de meus escritos."
— Ou seja, você era médium sem saber sequer o que era um médium...
Rimo-nos da situação curiosa de Voltz.
Eu, particularmente, reflecti bastante sobre quantos profissionais — roteiristas e escritores de ficção científica, romances e tantos outros estilos literários, assim como artistas de modo geral — eram usados como médiuns, sem o saberem.
Sobretudo tendo-se em vista que muitos médiuns espíritas, ou que se declaram espíritas, ainda não estavam preparados para levar uma mensagem mais universal, ou ao menos numa linguagem universal, mais abrangente, àqueles que jamais ouviram falar de espiritismo e, às vezes, nem sequer apreciam a prática religiosa.
Como essas pessoas tomariam contacto com conceitos de espiritualidade, com certas verdades universais e extremamente importantes à mudança de paradigmas a que os tempos actuais têm incitado?
Gomo receberiam notícias acerca da realidade da vida extra-física se os autores encarnados e mesmo os desencarnados ficassem restritos à linguagem e ao âmbito religiosos?
Nem sei como seriam atingidas as mentes da maioria absoluta de indivíduos ao redor do globo, que nunca escutaram a palavra espiritismo.
Talvez, os Imortais estivessem trabalhando com outros médiuns, fora do âmbito espiritualista, a fim de preparar o mundo para a transformação em larga escala que tem se operado e, em breve, deve realizar-se ainda com maior intensidade.
Absorto nesses pensamentos, quase nem percebi quando Ranieri6 se manifestou:
— Quando o reverendo Vale Owen7 escreveu seu livro mediúnico relatando a vida numa colónia espiritual — A vida além do véu —, muita gente pensou que estava delirando.
Décadas mais tarde, quando Chico Xavier publicou Nosso lar,8 muitos espíritas ortodoxos imaginaram que ele estava copiando ou plagiando a ideia de Vale Owen.
Mas, como pode notar, meu caro Ângelo, Deus suscita seus médiuns em todo lugar e fala de verdades imortais com o vocabulário apropriado ao tipo de público que deseja atingir.
Diante de tudo que era exposto pelos autores do Além — Júlio Verne, R. A. Ranieri e W. Voltz —, fiquei imaginando coisas, situações e fiz minhas deduções a partir daí.
Estes foram meus pensamentos naquela ocasião.
Que seria a verdade científica ou a verdade mediúnica, em seus estudos e abordagens?
Verdade ou ficção?
E onde começa e termina cada uma?
Até que ponto a ficção não encobriria uma realidade além-física?
Na ocasião em que Júlio Verne escreveu a respeito de uma viagem imaginária à Lua ou ao centro da Terra, e outras do género, foi duramente criticado, pois que essas coisas soavam impossíveis; verdadeiro delírio para os padrões da época.
Quando Galileu insistiu em sua teoria de que a Terra girava em torno do Sol — e não o contrário —, foi severamente repreendido e levado aos tribunais por aqueles que se julgavam únicos detentores da verdade e da religião daqueles tempos, sendo forçado a abjurar suas convicções.
Já pensou no que enfrentou Alexander Fleming ao descobrir a penicilina e ter de enfrentar os médicos, os cientistas da época que não aceitavam nem acreditavam na sua eficácia?9
Suas teorias eram ficção ou realidade?
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 03, 2014 9:28 pm

Ranieri pareceu captar meus pensamentos mais profundos e acrescentou, como a pôr lenha na fogueira de minhas conjecturas:
— Quando foi apresentada ao mundo a possibilidade de falar através dos continentes usando o equipamento chamado telégrafo, muita gente não acreditou e até os cientistas declararam ser impossível.
Você já pensou em como reagiram aqueles que viveram na época em que foi concebida e lançada a primeira televisão?
— Factos como esses — acrescentou Verne — levam-nos a cogitar se a ficção científica, em suas mais variadas abordagens, bem como os filmes com enredos que sugerem uma realidade alternativa ou espiritual, constituem mera ficção ou se, na verdade, traduzem a percepção de uma realidade que a maioria ainda desconhece.
"As séries televisivas ficcionais, a literatura não espírita e outras produções seriam tão destituídas de elementos reais e palpáveis, a ponto de não merecer crédito?
E as revelações espíritas ou mediúnicas não ortodoxas, seriam simplesmente delírio dos médiuns?
Quanto à produção de certos espíritos, seriam apenas plágio de alguém que descreveu, antes, a mesma realidade?
Ou uma forma diferente de falar a mesma coisa?"
Meus pensamentos viajavam na análise de certos contornos da experiência mediúnica.
Ranieri voltou a falar:
— Quando os espíritos, através de Chico Xavier, descreveram uma cidade no plano espiritual, os espíritas mais ortodoxos ficaram boquiabertos.
André Luíz chegou a escrever sobre alimentação no mundo dos espíritos, sobre contrabando em Nosso Lar, bem como a respeito do uso de armas eléctricas e de equipamentos de rádio destinados à comunicação dos espíritos.
A época, soou como uma obra fantasiosa; hoje, ocupa posição oposta:
plenamente aceita pelo meio espírita, é referência para análise de qualquer novo texto psicografado.
Senti como se aqueles espíritos estivessem falando para mim, Ângelo Inácio, pois os pensamentos introduzidos por suas observações suscitavam mil e uma ideias em minha cabeça.
Neste momento, antevi uma forma de trabalhar em parceria com os novos amigos, que estavam ao meu lado.
E as reflexões não paravam aí...
Júlio Verne interferiu em minhas elucubrações, de maneira a fazer calmaria em meio à tempestade intelectual que assolava minha mente.
— Quero analisar por um instante o trabalho que o aguarda. Ângelo.
Algumas de suas abordagens trarão conteúdos muito semelhantes — quase iguais, na realidade, tamanha similitude entre — aos de alguns livros editados, principalmente aqueles dos quais fui autor ou inspirador.
Refiro-me às obras de Voltz e de Ranieri.
É que almejamos falar das mesmas verdades, agora num vocabulário mais espírita ou que seja compreendido entre espíritas também, muito embora sem que outras pessoas se sintam agredidas por uma linguagem religiosa, sectarista.
Nosso trabalho em conjunto ou parceria não representará nenhuma inovação, em termos espirituais.
Quem ler Eliphas Lévi,10 por exemplo, verá teorias interessantes a respeito da magia e alta magia.
Ramatis, em Magia de redenção,11 aborda verdades antes combatidas pelos espíritas, mas que agora você poderá analisar sob novo prisma.
Nada é exactamente novo naquilo que pretendemos transmitir.
"Voltz, por sua vez, lhe oferecerá as imagens mentais daquilo que ele percebeu e presenciou na esfera extra física, facilitando assim, através das matrizes do seu pensamento, a descrição das mesmas paisagens, as quais você visitará em momento oportuno.
Apenas queremos que associe nossos pensamentos às ideias espíritas, a fim de que, uma vez amadurecidas, as mentes que lerem seus textos possam ter uma noção mais exacta daquilo que antes já falávamos, porém com vocabulário apropriado ao contexto em que escrevemos.
É hora de traduzir nossos pensamentos para a época e o público actuais."
Desta vez foi Voltz quem comentou, talvez em alusão à sua própria experiência, quando encarnado:
— Muitos escritores da chamada ficção histórica, da ficção científica e da futurâmica espacial penetraram na realidade do espírito através da intuição e trouxeram elementos preciosos para o enriquecimento do pensamento espiritual.
Ou seja. alguns autores vivenciaram certas experiências através de sonhos, desdobramentos e êxtase e. após essas vivências fora do corpo ou em estado alterado de consciência, interpretaram e colocaram no papel o resultado de suas observações.
— Falo agora baseado em minhas próprias experiências — disse Júlio Verne.
Escritores de toda parte captam de outras dimensões da vida determinada realidade, algo muito concreto e de existência objectiva.
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A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro Empty Re: A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 03, 2014 9:28 pm

Ao retornarem ao corpo físico, traduzem essa mesma realidade de acordo com o seu objectivo imediato ou sua forma natural de ver a vida e o mundo que os cerca.
Frequentemente, essa interpretação figura um tanto fantasiosa, à primeira vista, para depois se converter em algo teoricamente possível, que, de modo subsequente, ganha ares de coisa palpável, coerente, de existência comprovadamente reconhecida.
Quando descrevi a viagem à Lua ou ao centro da Terra, por exemplo, não me referia ao mero domínio do fantástico, mas a eventos que presenciei desdobrado, na época, antevendo o futuro da humanidade.
Parte deles sucederia na esfera física, outra parcela, nos planos da imortalidade.
A linguagem utilizada era a forma que escolhi, ou melhor, que escolheram para mim, culminando naquilo que se convencionou chamar ficção científica de Verne.
E, assim como me vali de Ranieri e Voltz, cada um em sua área e seu círculo de acção, a fim de dar vazão a minha inspiração e meus pensamentos, também eu recebia o estímulo directo de Dante Alighieri,12 que me impulsionava a escrever sem que eu o soubesse, dirigindo-me, em espírito, durante minhas incursões pelas esferas do mundo extra físico.
Júlio Verne abordava um assunto muito interessante e que mexia muito comigo, diante do trabalho a serviço dos Imortais, proposto por Anton.
Teríamos muito a realizar em conjunto, sem dúvida.
Antes que eu pudesse concluir meu raciocínio, porém, foi Anton quem interferiu, de volta à conversa, como que antecipando algumas questões, ambientes e factos que certamente objectivava que eu visualizasse, visitasse ou presenciasse, no momento adequado.
— Há algum tempo, os clones eram considerados ficção.
Hoje, já se percebe a possibilidade de realizar a clonagem humana.
Isso, considerando-se apenas o que se revela ao público leigo, a quem se destinam as migalhas da verdade que a mídia faz escapar.
Mas que está ocorrendo realmente no interior dos laboratórios ao redor do mundo?
Será que a clonagem humana já não foi experimentada?
E quanto à possibilidade de haver vida fora da Terra:
serão os milhares de relatos pelo mundo afora, mencionando aparições, abduções e outros fenómenos ufológicos, tão-somente fruto da imaginação de alguns?
Quem pode atestar com absoluta certeza, a não ser os espíritos superiores, que alguns governos não possuem naves e até seres capturados em eventuais acidentes com essas mesmas naves ou UFOS?
Realidade ou ficção?
Ou uma ficção que encobre a realidade?
Sem dar tempo para que me recuperasse das indagações e dos raciocínios motivados por suas palavras.
.Anton foi o porta-voz dos demais, que ali se reuniam em conversa entre amigos espirituais:
— Portanto, retomando a discussão a respeito do aspecto ficcional de livros e filmes, é preciso dizer que, muitas vezes, os espíritos intencionalmente lançam mão de certos artifícios através de médiuns-escritores ou de médiuns-artistas que não possuem vínculo ou comprometimento com qualquer doutrina.
Isso ocorre pelo simples facto de estarem isentos do patrulhamento e da rejeição imediata daqueles seus pares que se julgam soberanos defensores da verdade.
Canalizadas por meio da inspiração de escritores, autores, roteiristas e tantos outros, pouco a pouco tais obras cumprem sua tarefa junto à multidão, abrindo caminho para que, mais tarde, a realidade última seja descortinada através dos canais ortodoxos.
Aí, sim, essa verdade relativa, mesclada com o toque pessoal, artístico e imaginativo do escritor-médium, encontra a realidade final, despida dos elementos ficcionais e das interpretações pessoais.
Quando as ideias em torno de determinada questão tornam-se mais difundidas e aceitas, então o Plano Superior estabelece que seus pormenores se reconfigurem, deixando de lado os atractivos da linguagem figurada e de outros recursos da construção literária e artística, visando assumir feição mais verosímil ou verdadeira.
Comecei a compreender melhor minha tarefa junto ao médium, assim como a tarefa que o aguardava a partir dali.
Era chegada a hora de esses escritores, fantasmas para o mundo, despirem sua linguagem dos artifícios do fantástico e do ficcional de que se valeram e, assim, reelaborarem conceitos, ideias e descrições daquilo que haviam presenciado noutra época, quando não conheciam o pensamento espírita ou não puderam ser claros o suficiente.
Desejavam contribuir para a evolução do pensamento humano e, por isso, seriam aproveitados pelos dirigentes espirituais na tarefa que os esperava.
Agora, sim, Anton proporcionou-me um momento de refazimento intelectual, diante da Tempestade de ideias que havia sido despertada em mim.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 03, 2014 9:28 pm

Assim é que percebi o chamado ao trabalho como uma incumbência de seres comprometidos, sobretudo, com a verdade universal.
Minha actividade junto ao médium objectivava desbravar, ou melhor, descortinar horizontes novos ou inusitados, que pudessem compor o quadro das experiencias espirituais de muitos companheiros encarnados.
Não com a missão de trazer factos rigorosamente verdadeiros, no sentido de que estivessem ípsis litteris de acordo com cada pormenor da realidade, mas que sejam verosímeis, acima de tudo.
Ou seja:
a verosimilhança do quadro pintado nortearia o trabalho, sobrepondo-se à precisão minuciosa do enredo ou da descrição, o que, de mais a mais, soava como preciosismo descabido.
Ao escrever, seria lícito lançar mão de figuras de linguagem, de estilos diferentes, de adaptações, entrevistas, vivências pessoais, experiências que ainda não haviam sido relatadas pelos próprios autores de ficção, mas verdadeiras em seu fundo.
Envolta em tudo isso, transpareceria uma verdade maior, a essência de tudo: a realidade espiritual.
Concluí que diversas nuances poderiam ser transmitidas empregando-se recursos de linguagem a fim de descrever o panorama extra físico.
É difícil prescindir completamente desses elementos.
Em outras palavras:
parábolas e figuras narrativas eram artifícios válidos, embora fosse necessário erradicar elementos do universo estritamente fantástico, ficcional.
Ao mesmo tempo, actuando como farol e mecanismo regulador, estaria o conteúdo espiritual, ético e moral, que necessariamente sobressairia do texto, de forma verosímil.
Desta vez, foi outro espírito, que nos observava e tinha escapado à minha percepção, quem introduziu seu pensamento, como a me socorrer com suas observações:
— Veremos esses mesmos elementos de linguagem presentes na própria mensagem de Jesus — declarou o espírito, denotando que sabia exactamente o que eu pensava.
Ele pinta um quadro fantástico do fim do mundo e do breve retorno do Filho do homem.
Os fatos se sucederam da forma exacta tal qual relatou?
E, em razão disso, sua mensagem perdeu ou teve diminuída sua credibilidade?
Alguém viu o Filho do homem vir nas nuvens com poder e glória?'3
Quem registou a corte angélica que Jesus descreveu, juntando os escolhidos de um canto a outro do mundo?'4
Aqueles foram mecanismos usados por Jesus para ilustrar uma verdade mais ampla, mais interna.
Eis bons exemplos de figuras de linguagem do Evangelho, cujo objectivo nada mais é que transmitir uma mensagem e mostrar determinada realidade ainda oculta ou obscura ao pleno entendimento.
Caso nos reportemos ao último livro da Bíblia, o Apocalipse de João, aí é que proliferam ilustrações, símbolos e figuras que alcançam níveis dignos da mais pura fantasia — diria o leitor apressado ou não familiarizado com a exegese bíblica e a hermenêutica.
O próprio cristão da actualidade costuma ver no livro profético o mais impenetrável do Novo Testamento.
A bem da verdade, são recursos empregados pelo apóstolo com o intuito de ilustrar a história do mundo e enunciar a intervenção do Alto na política humana.
Parece que os benfeitores queriam me levar a assumir o compromisso com a tarefa que me aguardava junto ao médium sem qualquer objecção nem constrangimento, entretanto com a visão clara a respeito dos recursos com os quais deveria contar.
As experiências que a princípio seriam apresentadas ao médium que me serviria de instrumento, já relatadas em alguns livros, poderiam até mesmo ser rejeitadas por ele, nos primeiros momentos do transe mediúnico.
Por isso, aproveitaria sua inclinação natural para aceitar o pensamento do codificador do espiritismo e, em parceria com outros espíritos, abordaria os temas propostos sob uma óptica verosímil, embora ainda não contemplada em toda a extensão segundo se delinearia na psicografia.
A título de exemplo, examinemos o livro anterior desta trilogia O reino das sombras, intitulado Senhores da escuridão, que seria escrito anos mais tarde, ao longo de 2008.
Deve-se notar que alguns textos que compõem certos capítulos já haviam sido escritos anteriormente, em outras obras, como é o caso dos capítulos 8 e 9, respectivamente:
"Sob o signo do mal" e "Escravo da agonia".
Seu conteúdo já fora percebido, captado e interpretado pelo próprio W. Voltz, no mesmo período histórico em que ocorreram os factos relatados.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 03, 2014 9:29 pm

Por esse motivo, tais capítulos — como a totalidade dos próprios livros, em última análise — não representam nada de novo.
Não obstante, o escritor não dispunha dos elementos do conhecimento espírita para elaborar as conexões de tudo quanto percebeu com a vida espiritual.
É por esse motivo que, ao perceber a realidade extra física com que se deparou, deu asas à sua interpretação brilhante acerca de assuntos tão palpáveis e instigantes.
Embora com personagens diferentes, com implicações éticas menos abrangentes e com nuances da trama totalmente engenhosas, sob o ponto de vista estilístico, nota-se que a verdade captada é a mesma.
Minha contribuição?
Seria exactamente revelar o lado espírita da situação, dos fenómenos, do enredo, revisitando paisagens e personagens sob a orientação de Anton e seus especialistas, como Júlio Verne fez com seu pupilo, à época.
Assim como outro amigo espiritual pretende, muito em breve, escrever a versão e a visão espírita de obras como Carandiru,'5 Matrix'6 e Cidade de Deus.'7
Será que suas iniciativas serão classificadas como plágio de produções tão respeitadas e de grandeza sobejamente reconhecida, sob o aspecto estilístico e narrativo?
Ou serão esses futuros trabalhos considerados ficção, apenas porque não trazem o estilo de obras mediúnicas consagradas?
Seja como for, o contacto com este grupo de espíritos que se propõe ao trabalho conjunto, à parceria espiritual, ensinou-me a aguardar o futuro, sem pressa, com cautela ao me adiantar combatendo ideias, trabalhos e verdades levadas a público de maneira diferente daquela que aprendi.
E. como o espírito que se manifestou por último queria guardar sua identidade, conservei-o no anonimato, embora parecesse muitíssimo comprometido com as ideias espíritas, conforme suas palavras seguintes sugeriam.
— Muitos sensitivos, em todo o Brasil, têm tido experiências mediúnicas que comprovam a universalidade dos ensinos transmitidos de uma a outra latitude do planeta.
Será que essa universalidade só é possível dentro dos limites ortodoxos do movimento espírita ou as inteligências imortais realmente se comunicam e se utilizam de intérpretes os mais diversos, espíritas ou não:
escritores-médiuns, médiuns-autores, médiuns-terapeutas, médiuns-cientistas, que não pertençam exactamente ao corpo de representantes da filosofia espírita?'8
"Meditemos com efeito sobre essa realidade que supera a fantasia, a imaginação e a ficção, mas não descartemos a possibilidade de que os espíritos do Senhor não encontram barreiras para se manifestar; que grande parte do que hoje é rejeitado pelos renomados estudiosos da mediunidade e dos fenómenos espíritas pode estar recheado de mensagens e verdades, que os médiuns missionários do movimento não aceitariam psicografar.
"Antes de se aventurar a fechar questão, declarando terminantemente:
'Isso não existe!', talvez seja indicado reflectir sobre o desenvolvimento dos conceitos espíritas, que apresentam clara progressão desde as primeiras mensagens a Kardec, em 1855 — de resto, como ocorre com tudo o mais.
Além disso, há que levar em conta a possibilidade de se haver interpretado por um viés limitado ou específico algo dotado de implicações mais amplas, que escaparam ao momento da análise."
As palavras do elevado espírito encerraram as observações levadas a efeito, e com chave de ouro.
Quanto a mim, teria muito que me preparar, a partir daquele encontro.
Tudo o mais estava condicionado à forma como o médium reagiria e se comportaria diante das mensagens que receberia de nós. Restava apenas aguardar para ver os resultados.
Júlio Verne, Voltz, Ranieri e alguns benfeitores, como Pai João, Anton, Jamar e outros mais, que comporiam a equipe espiritual responsável, mostravam-se satisfeitos com os rumos que tomava o projecto.
Cumpríamos um mandato provindo de dimensões mais altas; não havia como recusar.

1 Super-incorporação é um termo, ao que tudo indica, cunhado por Ranieri, médium que se dedicou por mais de 10 anos ao estudo teórico e prático da materialização antes de apresentar tal novidade
(RANIERI, R. A. Materializações luminosas. 2a ed. São Paulo: Lake, 2005, v parte, cap. 3).
As sessões que serviram de base para seu livro contaram com a participação de médiuns notáveis, como Francisco Peixoto Lins, o Peixotinho (1905-1966), e Chico Xavier (1910-2002), entre outros, e sucederam por volta de 1950, em Pedro Leopoldo, MG.
O trabalho de Ranieri será retomado adiante, uma vez que ele figura como personagem desta obra.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 03, 2014 9:29 pm

2 Nascido na França, Jules Verne (1828—1905) é dos maiores escritores em matéria de aventura e ficção científica, considerado precursor de avanços científicos como submarino, máquinas voadoras e viagem à Lua.
Sua estreia como escritor, em 1862, com Cinco semanas em um balão, expressa bem o género ficcional tão recheado de informações socioculturais e geográficas acuradas que caracterizaria definitivamente seu estilo.
Sucesso desde a primeira obra. seu currículo está recheado de best-sellers, rendendo mais de 30 super-produções cinematográficas e quase uma centena de adaptações para TV ao longo dos anos, entre elas:
Vinte mil léguas submarinas. Viagem ao centro da Terra e A volta ao mundo em 80 dias
(fonte: Wikipédia).

3 William Voltz (1938-1984) foi escritor alemão que ganhou destaque desde sua estreia na ficção científica, em 1966.
Foi um dos escritores da colecção Perry Rhodan, sua principal obra.
Embora não tenha sido o criador da série, teve seu nome para sempre associado a ela.
A elaboração das directrizes da série, durante o período em que permaneceu como escritor-chefe, na década de 1970, e nos anos que antecederam sua morte, norteou mesmo os escritores que o sucederam, devido a sua enorme popularidade
(fonte: Wikipédia).

4 RANIERI, R. A.
Pelo espírito André Luíz. O abismo. Guaratinguetá: Edifrater, s.d.


5 RANIERI, R. A.
Pelos espíritos Júlio Verne e André Luíz. Aglon e os espíritos do mar.
Guaratinguetá: Edifrater, 1987.


6 Nascido em Belo Horizonte, MG, O médium R. A. Ranieri (1919-1989) participou activamente do movimento espírita local, inclusive convivendo com Chico Xavier, que à época residia em Pedro Leopoldo, a apenas 30 km da capital mineira.
Após curta permanência no Rio de Janeiro, a partir de 1950 radicou-se no Vale do Paraíba, SP.
Foi delegado de polícia, profissão na qual se aposentou, chegando a eleger-se prefeito de Guaratinguetá (1969-1972) e deputado estadual por São Paulo em 1974.
Pode-se acrescentar às obras de sua autoria citadas neste livro aquela que é das mais conhecidas.

(RANIERI, R. A. Pelo espírito André Luíz. Sexo além da morte. Guaratinguetá: Edifrater, s.d.).

7 Sacerdote britânico que atingiu grande projecção por seu trabalho de divulgação de ideias espíritas, George Vale Owen (1859-1931) foi tido por Arthur Conan Doyle — em seu The History of Spintualism (traduzido equivocadamente no Brasil como História do espiritismo) — como dos principais médiuns de então.
A trajectória do reverendo interessa, entre diversos aspectos, pelo facto de verificar-se que demorou mais de 10 anos para aceitar a veracidade dos fenómenos espíritas e, ainda, por haver recusado o produto financeiro de suas obras, a despeito do grande sucesso alcançado por elas.
Aos 53 anos de idade, renunciou à condução de sua paróquia e passou a dedicar-se inteiramente à difusão do espiritismo.

(fontes: http://autoresespiritasclassicos.com/; http://christianspiritualism.org).

8 UM dos livros espíritas mais conhecidos do Brasil, Nosso lar já vendeu mais de 1,5 milhão de exemplares, desde seu lançamento, em 1944, e ao longo de anos voltou a frequentar as listas de mais vendidos por semanas, por ocasião do centenário do nascimento de seu autor.
(XAVIER, Francisco Cândido. Pelo espírito André Luíz. Rio de Janeiro: FEB, 1944).

9 Escocês radicado na Inglaterra.
Alexander Fleming (1881-1955) foi o descobridor da penicilina, facto que anunciou em 1939.
Das primeiras descobertas à sintetização do antibiótico, transcorreram-se mais de 10 anos, pois não obteve reconhecimento, tampouco financiamento nos anos subsequentes à pesquisa.
A produção industrial do remédio teve início somente por volta de 1940, rendendo-lhe, junto com os químicos Florey e Chain, o Prémio Nobel de Fisiologia e Medicina de 1945.
Curiosamente, optou por não registar a patente da penicilina, por acreditar que facilitaria a difusão de tão importante ferramenta para combater inúmeras doenças que assolavam a população
(fonte: Wikipédia).


Última edição por Ave sem Ninho em Qua Set 03, 2014 9:32 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 03, 2014 9:31 pm

10 Ocultista francês, Eliphas Lévi é o pseudónimo de Alphonse Louis Constant (1810—1875).
Sua contribuição ao ocultismo — tida por alguns como a mais importante do século XIX — dá-se justamente no auge da efervescência espiritualista observada em todo o mundo, sobretudo na Europa e na América do Norte.
Sua obra mais conhecida é Dogma e ritual da alta magia.

(São Paulo: Madras, 1997). (Fonte: Wikipédia.)

11 Originalmente lançado em 1967, Magia de redenção é dos textos atribuídos a Ramatis. assinado por seu primeiro médium, que maior repercussão ganhou.
Contudo, o conjunto de sua obra é visto de forma controversa no espiritismo.

(MAES, Hercílio. Pelo espírito Ramatis. Magia de redenção. Limeira: Conhecimento, 1998).

12 Dante Alighieri (1265-1321) foi escritor, poeta e político italiano.
É considerado o primeiro e maior poeta da língua italiana.
O poema épico A divina comédia, sua obra mais importante, foi escrito nesse idioma e alcançou repercussão mesmo numa época em que era somente o latim que conferia prestígio à produção intelectual.
A divina comédia acabou por tornar-se a base da língua italiana moderna
(fonte: Wikipédia).
No Brasil, há traduções confiáveis nas editoras Nova Cultural e 34, lançadas em 2009, ambas conforme o Acordo Ortográfico (2008).

13 Cf. Mt 24:3o; Mc l3:26; Lc 21:27.
14 Cf. Mt 24:31;Mc 13:27.

15 Carandiru (BRA/ARG, 2002 , 147 min.
Dir.: Hector Babenco) é um filme baseado no best-seller brasileiro Estação Carandiru (São Paulo: Cia. das Letras, 1999), que vendeu cerca de 500 mil cópias e foi agraciado com o Prémio Jabuti.
No livro, o médico Dráuzio Varella relata suas experiências como médico na Casa de Detenção de São Paulo, célebre, entre outras razões, pelo massacre de 111 presos, ocorrido em 1992
(fonte: Wikipédia).

16 Mafra; (EUA, 1999, 136 min. Dir.: A. & L. Wachowski) é o longa-metragem que inicia e dá nome à trilogia cinematográfica que alcançou enorme sucesso de bilheteira ao redor do mundo (no total, a série lucrou mais de us$ 1,1 bilião) e recebeu quatro estatuetas do Óscar.
O filme é visto como um marco tanto na estética cinematográfica e nos efeitos especiais, como sobretudo no retrato que faz da realidade virtual, com elementos como inteligência artificial, recheado de referências à filosofia, ao ocultismo, à literatura e à mitologia, tornando-se dos grandes ícones da cultura lyberpunk
(fonte: http://en.wikipedia.org).

17 Cidade de Deus (BRA, 2002, 130 min.) é um longa dirigido por Fernando Meirelles e Kátia Lund, que alçou Meirelles à condição de director aclamado em Hollywood, após o lançamento mundial do filme, no ano seguinte.
A narrativa retrata o crime organizado e o tranco de drogas no conjunto habitacional que dá nome ao filme, situado na capital do Rio de Janeiro, e baseia-se no romance homónimo de Paulo Lins (São Paulo: Cia. das Letras, 1997), recebido pela crítica como uma das maiores obras da literatura brasileira contemporânea
(fonte: http://en.wikipedia.org).

18 Inúmeras vezes, ao longo da obra kardequiana, os espíritos conclamam toda a gente, esclarecendo que o trabalho de despertamento tem na humanidade seu alvo, e não está de modo algum circunscrito ao terreno religioso, tampouco espírita.
"O todos vós, homens de boa-fé, conscientes da vossa inferioridade em face dos mundos disseminados pelo Infinito!... lançai-vos em cruzada contra a injustiça e a iniquidade"

(KARDEC, A. O Evangelho segundo o espiritismo. 120 A ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. Grifo nosso).
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 03, 2014 9:32 pm

Capítulo 2 - O Prenúncio do fim
"Vi outro Anjo voando pelo meio do céu.
Tendo um evangelho eterno, para proclamar aos que habitam sobre a terra e a toda nação, e tribo, e língua e povo, dizendo com grande voz:
Temei a Deus e dai-lhe glória, porque é chegado a hora do seu juízo."

Apocalipse 14:6-7

O DIA ERA COMO qualquer outro do ano.
E, como de costume, uma noite profunda sucedia os acontecimentos também normais daquele dia, comum a todos os mortais.
As actividades em escritórios, fábricas, escolas e shoppings pareciam ter chegado ao termo enquanto a noite caia lentamente, quase calma, não fossem os habitantes da vida nocturna, que surgiam ou despertavam para viver experiências em grande parte inconfessáveis, favorecidas pela escuridão.
A actividade na casa espírita também dava mostras de ter-se encerrado quando os trabalhadores se dirigiam a suas residências, muitos deles cansados por partirem da jornada profissional diária directamente para aquele momento dedicado a atendimentos na instituição.
Na cidade, tudo parecia correr de forma normal, como sempre.
Viaturas lançavam-se às ruas, policiais faziam sua ronda, hospitais recebiam enfermos e feridos, e os bares, boates e demais casas nocturnas despertavam para novo expediente, no período mais concorrido.
Luzes se apagavam, outras se acendiam, e mais outras, coloridas, quase sombrias, piscavam inquietas, indicando os redutos de algum inferninho que se abria para receber os boémios da vida clandestina.
Um par de namorados trocava carícias, no enlevo de seus corações apaixonados e de seus corpos ardentes.
Enfim, era uma noite como muitas outras noites.
Os poucos bairros arborizados da capital, próximos a grande parque, iluminavam-se ao menos pelos faróis de centenas de carros e pelas luzes de suas casas nocturnas, que fervilhavam de gente, à medida que a noite assumia lentamente a feição de uma madona recheada de estrelas, rumo à madrugada, que logo sucederia o dia anterior.
Contudo, àquela hora, o calor da tarde ainda parecia se reflectir sobre o comportamento da população nocturna.
Bancas de revista, floristas, jovens perambulando em busca de aventuras; árvores que ocultavam, talvez, alguma surpresa indesejada para os transeuntes incautos ou desavisados.
Embora o aspecto social nada extraordinário, bastante igual ao de qualquer noite, algo agitava os bastidores da normalidade.
Outros sons, outras paisagens, outras imagens e personagens se movimentavam numa dimensão, por assim dizer, paralela, diferente, quase imaterial.
Mas a maioria, a quase totalidade das pessoas, não notava ou não percebia essa movimentação, esse burburinho de vozes inaudíveis ao comum dos mortais.
Era um mundo dentro do mundo, ou melhor, eram muitos mundos dentro do mundo de todo mundo.
Não havia como perceber de forma ostensiva a vida além dos limites sensoriais de toda a gente.
Não havia como.
Algo inerente à natureza humana fora concebido de forma a não permitir o encontro das dimensões de maneira intensa, palpável.
Somente sentidos especiais poderiam vislumbrar esse movimento de vida, de ondas e partículas, de mentes e emoções, além daquilo que era considerado normalidade pela maioria.
Na região central da metrópole, teve início intensa actividade.
O apartamento ficava em um prédio abandonado, nas imediações de uma grande praça, em cujo centro se encontrava uma catedral conhecida.
Um farfalhar, certo rebuliço, um grito, talvez um ruído agudo e, a seguir, um som mais sinistro ressoava no ambiente.
Movimento ligeiro, cada vez mais rápido, como se fora uma sombra com vida própria, esgueirava-se por entre as paredes do velho apartamento.
O ser movia-se de um lugar a outro como se um felino fora, perseguido por seus predadores.
Repentino silêncio se instalara; um silêncio constrangedor, que incomodava os sentidos, as percepções.
A sombra parecia agora irradiar uma luz embaçada, quase uma emanação de fuligem iluminada por ignota lamparina de uma vivenda tosca.
Logo depois, barulho infernal sucedia ao silêncio enganador.
Luz muito forte, que lembrava um holofote, parecia perseguir a sombra em cada cómodo, de cada apartamento daquele edifício central.
Algo como o reluzir de uma espada ou um relâmpago cuja luminosidade houvera sido congelada no tempo brandia de um lado a outro, enquanto a sombra se esgueirava tentando escapulir de um destino quase certo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Qua Set 03, 2014 9:33 pm

O estranho ente das trevas saiu correndo do prédio e dirigiu-se para o meio da multidão de homens e de almas.
Tentava dissipar seu rastro em meio aos transeuntes, bêbados e boémios que disputavam seus desejos inquietos com muitos outros que se vendiam, se alugavam, ou simplesmente se davam a tantos outros seres de desejos equivalentes.
Junto daquela entidade estranha, criaturas da noite se alvoroçaram; voavam atrás dela, quem sabe espantadas por algum sentido que fora accionado, percebendo o imperceptível para a maioria dos mortais.
Insectos, ratazanas, lacraias e alguns escorpiões pareciam se agitar instintivamente pelos corredores do prédio vazio, em debandada diante do farfalhar produzido pela estranha criatura.
E atrás, alguma coisa, alguém que luzia como as luzes de uma viatura, movimentando-se em intensa actividade, porém sem barulho, sem ruído, sem incomodar.
Outra presença, outro ser, movia-se por entre as paredes, cruzando a barreira da matéria...
0 ser sombrio esgueirava-se por entre as pessoas que vagavam diante da catedral.
Seu hálito mental causava arrepios naqueles em quem tocava ou que lhe percebiam, ainda que instintivamente, a presença doentia.
Ele tentava correr, quase na tentativa de levitar; mas nada.
Não conseguiria, tamanha sua falta de imaterialidade.
Devido à sua condição quase material, quem sabe? — humana, ao menos no que concerne à fisicalidade.
Ele simplesmente se arrastava num gorgorejo, uivando, sinistro como algum personagem de Stephen King.
Sua aparência esquelética lembrava a de um vampiro que há muito não saciava sua sede de sangue.
Porém, no seu caso, era sede de fluidos, de energias, de um tipo de alimento não material.
De perseguidor, agora era perseguido; não completara seu mandato, não cumprira o intento para o qual fora convocado.
Atrás de si, as luzes chamejantes, o relâmpago que se locomovia com vida própria, ou simplesmente um dos miseráveis e abomináveis guardiões do Cordeiro, pelos quais nutria intenso ódio, devido a sua impotência ao enfrentá-los.
Enfim, não divisara muito mais do que o ofuscar de um clarão; uma aberração da natureza, segundo pensava, a qual se movia perigosamente em direcção a ele, impedindo-o de cumprir sua missão.
Será que existiam anjos, conforme ouvira falar certa ocasião?
Seria aquele relâmpago maldito uma espécie de anjo do juízo, que viera para cobrar-lhe os actos criminosos cometidos em nome do seu sistema de vida?
Ou os anjos seriam apenas os odiosos sentinelas do Cordeiro?
De todo modo, não tinha tempo para digressões, pois deveria se ocultar da presença daquele ser que, em tudo, vibrava contrário aos seus planos.
Correndo, cada vez mais veloz, segundo sua capacidade de transitar em meio aos fluidos grosseiros daquela atmosfera infectada de pensamentos e desejos humanos, sentiu tocar em si algo como se fosse uma luz congelada, um instrumento do odioso perseguidor, forjado em pura luz.
Sua pele ardia ao toque do instrumento empunhado pelo sentinela.
Algo como o rasgar de suas carnes, como se carne tivera, arremetia-o à sensação de dor.
Ou seria somente seu desespero diante de alguém que lhe era, sob todas as formas, superior?
Grasnava, quase grunhia, caso assim se pudessem comparar os sons roucos, suínos, que saíam de seu arremedo de garganta.
O desespero aumentava sobremaneira.
E o perseguidor não parecia ceder.
Embora arregimentasse toda a força acumulada dentro de si, oriunda do ódio represado, mesmo assim não conseguia velocidade suficiente para escapar da perseguição.
Atravessava as pessoas como se elas fossem feitas de fumaça, embora sentisse certa resistência material na tentativa.
Aqueles que eram violados, cuja defesa energética se rompia durante a passagem do miserável ser, sentiam-se literalmente usurpados, exauridos de suas reservas energéticas.
Estremeciam, como se pressentissem algo invisível perpassando-os.
Um arrepio de medo, um medo repentino, quase material, palpável.
De repente, desfaleceu perigosamente, sem forças, embora a energia subtraída daqueles por quem passava.
Quase desmaiou, tamanho o esforço empregado para fugir da perseguição atroz.
Foi iluminado, de um momento para outro sentiu uma luz forte, ofuscante, imaterial, porém perfeitamente perceptível.
E os raios daquela luz pareciam ferir-lhe a pele ressequida, rasgando a própria sombra que vinha de dentro de si.
Homem alto, forte, de aparência maciça erguia-se, ostentando algo que se assemelhava a uma espada.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 05, 2014 9:43 pm

Diante dele, curiosamente, o ser prostrava-se defronte à igreja, nas escadarias de uma construção de ar medieval.
Algo que combinava com seu espírito, que havia estacionado no tempo, em termos evolutivos.
O guardião irradiava luz por todos os poros.
Maldita luz, que lhe cegava a alma e fazia com que lágrimas rompessem a aparente fortaleza, e emergissem de seu interior traumas milenares reprimidos no inconsciente.
Pôde ver de relance como fugiam espavoridos outros espíritos vândalos, acompanhantes ou inquilinos de seus hospedeiros humanos, e outros ainda, membros de um condomínio espiritual, engajados na disputa por uma vaga no psiquismo enfermo das pessoas que passavam.
Quase que seus parceiros humanos foram totalmente liberados de sua influência nefasta apenas sob o influxo da presença do gigante, que ofuscava sua visão espiritual.
Sem vê-la, mas sentindo os efeitos de aparição tão marcante, superior, de firmeza inabalável, debandaram as demais criaturas quase materiais, que, ao bater em retirada, devolviam liberdade temporária a seus hospedeiros vivos.
As irradiações da aura do sentinela pareciam asas formando em torno de si algo semelhante a um potente campo de forças, que se propagava acima e em torno de si.
A visão para o miserável das profundezas era a de um anjo ameaçador.
"Um querubim", diria mais tarde, "ungido pelo Cordeiro".
Já podia antever a tortura a que seria submetido pelo valente guardião — senti-la, até — quando este, decepcionando o opositor e emissário das sombras, tão-somente pronunciou:
— Estou atento às suas artimanhas.
Volte e comunique a seus chefes que estamos a caminho.
Nada, nenhum poder das profundezas nos deterá, pois somos enviados da justiça suprema, e o que tiver de vir, virá.
E não tardará!...
O juízo1 é chegado. Vá e fale aos comandantes das hostes do abismo que os tempos são chegados.
Quando o guardião virou-se, como que a despedir-se do desordeiro obsessor, este se armou de estranha e irreverente coragem e atirou-se em cima do emissário do Alto.
Logo o sentinela voltou-se, encarando-o por instantes, novamente, e as irradiações electromagnéticas de sua aura romperam de vez as últimas resistência do inimigo, que foi arremessado ao longe, caindo sobre o solo e rolando como um miserável, corvejando baixinho, chorando de ódio diante da impotência contra a força descomunal do guardião.
E este apenas se virara, sem desferir qualquer golpe no adversário espiritual.
Olhos lacrimejantes, vermelhos, e ao mesmo tempo sombrios, o espírito do mal fitava o guerreiro, cujo olhar reflectia uma luz jamais vista por ele, tamanha a força moral e a envergadura de sua forma sublime.
A tentativa fora um fracasso.
Disso ele tinha certeza.
A reacção inesperada do guardião, ao pronunciar as palavras finais, figurou a demonstração máxima de fraqueza de sua parte, o que lhe era golpe inadmissível ao ego.
Por isso, intentara o último recurso violento, fruto do mais profundo desespero.
Quedara-se, contudo, diante do gesto altivo de quem lhe era superior.
O espírito agachou-se choramingando, encurvado, confuso.
O sentinela olhou para cima, ergueu um dos braços e elevou-se a outras dimensões, deixando o espírito infeliz intimidado, ansioso, temendo escusar-se perante seus chefes hierárquicos.
O trabalho do guardião apenas começara.
Juntamente com suas hostes espirituais, vinha se preparando para o momento final, a grande batalha, o desenlace do grande conflito que se desenrolava desde milénios no panorama terreno.
Sua missão consistia em desmascarar os poderes das trevas e tornar patente o resultado da política inumana desenvolvida nos bastidores da vida.
Afinal, sem que a maioria dos homens o sinta, "de ordinário, são os espíritos que vos dirigem".2
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 05, 2014 9:44 pm

JAMAR ELEVOU-SE a outra frequência, a outra dimensão da vida.
A forma espiritual que o caracteriza assumiu tom de naturalidade diante dos seres de mesma estirpe.
Envolvido até o âmago com as questões de ordem planetária, a dedicação desse espírito à humanidade era tamanha que ele se envolvia completamente no ardor da sua tarefa, quase com santidade, não fosse seu lado humano, embora desencarnado.
Seus amigos ou companheiros de trabalho, os outros guardiões, estavam imbuídos do mesmo fervor, da mesma dedicação.
Eram especialistas no trato com entidades sombrias, principalmente aquelas ligadas aos casos complexos de obsessão entre os humanos, tais como magos negros e demais seres especializados no mal.
— E os médiuns, nossos aliados, como estão?
— perguntou Jamar a Watab, o africano.
— Estão em luta também.
Entretanto, alguns têm estado tão envolvidos com as disputas e intrigas do movimento espírita ou religioso que correm o risco de perder o foco de seu trabalho neste momento de extrema importância para os destinos do mundo.
— Sim — acrescentou outro guardião, que actua sob o comando de Zura, o oriental.
Precisamos reacender a fé de alguns companheiros nossos da dimensão física, pois parece que estão esfriando em sua dedicação.
— É, os apelos do mundo material nublam os sentidos espirituais de nossos aliados e agentes.
Acho que se desenvolvem mais durante os períodos de perseguição — acrescentou Jamar.
Os guardiões levitaram, numa espécie de voo rasante sobre a paisagem do planeta, indo de uma latitude a outra do globo em apenas alguns segundos.
Jamar apontou rumo ao Capitólio, como a ratificar o destino traçado.
Aqueles que lhe eram subordinados e os demais agentes da justiça voaram na direcção indicada.
Arremeteram para o norte e passaram sobre diversas cidades dos homens a uma velocidade alucinante, dificilmente imaginada pelos habitantes do mundo para sua própria locomoção.
Os fluidos do ambiente que atravessavam eram soprados para os lados, devido à velocidade de empuxo.
O som causado pelo voo rasante da legião de guerreiros da luz parecia o barulho de poderosas asas.
Deixaram sua marca na matéria etérica e astral, como se estivessem sulcando o céu nocturno com raios dourados, causando efeito policrómico de intensa beleza.
No entanto, esse espectáculo somente era percebido por outros espíritos que estivessem naquelas cercanias vibratórias, os quais perceberiam a legião de soldados do Cristo dirigindo-se a outro ponto de encontro, visando às observações tácticas.
As cidades abaixo deles pareciam suceder-se uma a uma, e eram percebidas como um rastro de luzes quando os espíritos poderosos as sobrevoavam.
A visão era de paisagens, dos formigueiros humanos, de árvores e florestas açoitados por um vento forte, que acima deles passava sem se deter.
Os guardiões se lançaram no espaço aéreo, deixando as sombras da noite e rumando para o outro hemisfério do planeta.
Sua aparência era como um feixe de luz iridescente, a qual rasgava as sombras e a escuridão na velocidade do pensamento.
Seu destino chegou ao fim ao avistarem o especialista Anton, que os aguardava sobre a estrutura físico-astral do Capitólio.
Milésimos antes, cruzaram com um avião que, na dimensão física, acabara de descolar do Ronald Reagan Washington National Airport, a poucos quilómetros dali, na outra margem do rio, embora de modo algum tripulantes e passageiros os percebessem.
Como soldados caindo em seus pára-quedas, os guardiões abriram o círculo do seu voo sobre os fluidos do planeta e deixaram-se pairar lentamente, mas mesmo assim numa velocidade acima da compreendida pelos mortais, até que pousaram suavemente ao lado do seu superior hierárquico.
Nenhum som se ouvia no momento do encontro daquelas almas comprometidas com a política divina.
Até que Anton e Jamar se pronunciaram sem precisar articular palavra; somente com a força de seu pensamento.
Tratava-se de comunicação mental, espécie de som do pensamento, diferente daquele ouvido na fala humana.
Era algo perceptível apenas num nível superior de actividade, noutra dimensão.
Em nada similar ao linguarar humano, deficiente por natureza para exprimir a totalidade das intenções e dos pensamentos dos espíritos encarnados.
Anton parecia brilhar mesmo sob a luz do sol, que nascia do outro lado do mundo.
Seus cabelos reluziam uma aura dourada, conferindo tom especial à sua face, que exprimia firmeza e convicção.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 05, 2014 9:44 pm

A seu lado, Jamar ardia internamente no fervor de seu trabalho e na expectativa de acontecimentos que definiriam a política do novo mundo, que estava surgindo ou renascendo das cinzas da civilização.
Gomo guardião do alto escalão, Jamar também se envolvia numa luminosidade dificilmente disfarçada.
E Watab, o africano, participava mentalmente da conversa, deixando seu psiquismo livre para ser penetrado pela força mental dos companheiros.
Altivo, o guardião da cor de ébano erguia-se, junto com os demais, observando a movimentação abaixo de si, mantendo a sintonia com os objectivos e incumbências dos quais instâncias superiores os encarregaram.
Receberam, logo após ter com outro emissário, um agente da justiça que estava de prontidão naquele continente.
Alguém que recebera a incumbência de seguir de perto os últimos acontecimentos do plano extra físico.
Ramon foi logo se pronunciando, pois trazia importantes observações a seus superiores:
— Antigos opositores a nosso trabalho foram encaminhados a locais de transição, onde são averiguados e catalogados enquanto aguardam novas determinações de instâncias superiores.
Cientistas da escuridão e alguns magos de representatividade já foram atendidos por agentes no plano físico, parceiros nossos no continente sul-americano.
Ao que tudo indica, em breve teremos um desfecho satisfatório dos últimos eventos.3
Julius Hallervorden,4 o antigo cientista da escuridão, está sendo preparado para reencarnar, e o especialista em hipnose,5 um dos espíritos mais renitentes, também é atendido em esfera próxima à Crosta e dentro em pouco deve assumir roupagem física compatível com sua necessidade.
"Porém — continuou seu relatório pessoal — temos sérias preocupações no que concerne à política nas regiões inferiores.
Os sistemas de poder estão se reconfigurando em face do que ocorreu com seus últimos líderes.
Parece que os poderosos dragões6 têm reorganizado diligentemente o poder no submundo, e, com esse intuito, acabam de convocar uma reunião urgente entre os maiorais."
Anton lançou significativo olhar a Jamar e Watab, para em seguida deixar-se penetrar novamente pelo pensamento do agente de segurança planetária Ramon:
— Todos os espíritos comprometidos com os laboratórios visitados pelos guardiões em sua jornada anterior foram expulsos do submundo, e muitos deles, conduzidos ao tratamento ou ao enfrentamento da justiça sideral.
Verificamos que as instalações do abismo tanto quanto as armadilhas psíquicas vinculadas terminaram por sucumbir, tão logo se dispersaram seus mantenedores.
Na verdade, não havia como os construtores do mundo inferior sustentarem suas obras por muito tempo, permanecendo longe delas.
Isso porque, para criá-las, basearam-se, por incrível que pareça, em matrizes de pensamento elaboradas por certos escritores da Terra, como se fossem projectos preexistentes, sobre os quais condensaram suas criações fluídicas.
A medida que foram expulsos pelos guardiões ou puseram-se a fugir, como se deu com alguns, as edificações astrais ruíram, desfazendo-se pouco a pouco. Mas...
— Fale, guardião — alguém tratou de apressá-lo.
— Bem, nossa preocupação não é exactamente com aquelas construções, mas sobretudo com o que gravamos em determinada reunião de dirigentes e especialistas do submundo.
E, dando uma pausa, como que a respirar mais fundo, Ramon entregou a Anton os relatórios compostos em matéria própria à dimensão extra física.
—Veja por si mesmo as gravações — terminou falando ao guardião maior.
Anton olhou apenas superficialmente para o objecto que tinha nas mãos e reservou-o para outra hora, quando retornasse a seu escritório ou à base central dos guardiões.
Sua mente parecia vagar ao longe diante do relatório apresentado por Ramon.
Jamar acompanhava as imagens mentais juntamente com Watab, que percebia agora com maior facilidade a tela mental de Anton ao compartilhar com ambos suas preocupações.
O momento chegara.
Alguns acontecimentos já estavam em andamento e ele tinha a certeza de que os altos representantes do governo do mundo já tomavam as medidas iniciais que compunham os planos para grande virada.
O mundo deveria se preparar urgentemente.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 05, 2014 9:44 pm

Surpreendendo Watab com um questionamento, Anton mudou bruscamente a direcção dos pensamentos:
— Tem notícias dos nossos agentes no Brasil? — perguntou o guardião.
Quase assustado pela reviravolta repentina, Watab respondeu meio lentamente:
— Bem, vejamos...
Pessoalmente tenho acompanhado alguns agentes nossos, no entanto não creio que a situação é tão promissora.
Noto com pesar que alguns têm se enredado numa ferrenha competição com outros que deveriam ser apenas seus aliados.
Não há diálogo entre aqueles que deveriam estar mais unidos como parceiros.
Alguns querem a todo custo ser reconhecidos, alcançar a tão sonhada popularidade ou, curiosamente, elevar-se na condição de missionários.
Infelizmente, temos de contar com o orgulho humano, o apetite por aplauso e reconhecimento e a competição que veladamente toma conta da mente de alguns.
Há um caso particular em que um dos nossos agentes, em vez de deixar-se levar pela intuição de seus mentores, vem tentando copiar o modelo de trabalho de outro, somente porque enxerga sucesso na tarefa que este desempenha.
Entretanto, à medida que persegue o estilo ou procura adoptar o mapa de acção do companheiro, afasta-se gradativamente das fontes de inspiração superior que deveriam lhe marcar a trajectória espiritual.
— Temos, então, de recorrer a agentes não ortodoxos, a pessoas de boa vontade que estejam em sintonia com o objectivo dos Imortais.
Lamentavelmente, a história se repete, uma vez mais — acrescentou Jamar, um tanto cabisbaixo ao escutar o amigo, decerto porque ele mesmo já havia observado tais factos e constatado sua realidade.
Rompendo os pensamentos que ameaçavam esmorecer a equipe, Anton alterou rapidamente o rumo das conversações:
— Vamos nos ater ao que se passa nas dimensões inferiores.
É necessária toda a atenção à política adoptada pelos representantes das sombras, a fim de dar ciência aos nossos parceiros encarnados acerca dos métodos usados pelos sistemas de poder inferior.
E, antes de tomar a decisão de partir dali, Anton acrescentou:
— É hora de provar a fé e a dedicação de alguns de nossos agentes.
Acontecimentos importantes definirão o papel daqueles que dizem estar do lado do Cordeiro.
Vejamos como reagirão ao fogo das provações...
Dizendo isso, voltou-se para Ramon e pediu mais detalhes a respeito das questões governamentais que envolviam certos países do mundo.
Logo após concluir a audição do relatório, que trouxe novas preocupações aos guardiões, Anton elevou-se ao alto, na companhia dos demais.
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Do OUTRO LADO DO MUNDO e numa dimensão diferente, concomitante aos acontecimentos, factos interessantes se passavam.
O espírito espião estava de pé sobre o braço direito do Cristo Redentor.
Indignado, olhava a cidade abaixo de si com uma expressão melancólica, quase deprimido, não fosse o ódio que emanava de dentro de si naquele momento.
Deslizou pelo monumento como se estivesse escorregando em algum tipo de graxa ou elemento oleoso, derrapando aqui e ali, até que, depois de muito choramingar, foi parar numa viela qualquer da cidade.
Buscava refugiar-se da perseguição implacável que sofria, levada a cabo pelo poderoso guardião.
Espécie de forte ou base de apoio de certa facção do abismo ali se fixara, dominando boa parcela da paisagem extra física da Cidade Maravilhosa.
O espírito imundo agora estava ancorado sobre um lugar cujas emanações tóxicas exalavam odor fétido, nauseabundo.
Observava raivoso os veículos que desfilavam morro abaixo; alguns policiais desciam em perseguição a qualquer bandido imbuído da disputa por uma fatia do poder naquela comunidade.
O ser estranho parecia um monturo de sujeira humana; reflectia, em sua aparência quase material, ou melhor, semi-material, inúmeras marcas de batalhas perdidas ou de confrontos com os odiosos filhos do Cordeiro.
— Desgraçados! — pensou, rememorando os últimos acontecimentos, quando pretendeu tirar a vida de um dos representantes da política divina, em actividade noutra metrópole brasileira, na ocasião.
Na tentativa frustrada de provocar o desencarne prematuro do agente da justiça superior, enfrentara directamente um dos poderosos sentinelas, que era um dos responsáveis pela segurança energética e espiritual do sujeito.
A perseguição foi inevitável, mas não havia pensado que o tal perseguidor fosse um anjo, um mensageiro de força tão superior e olhar tão penetrante quanto sua aparência reflectia.
Correra como nunca, arrastara-se e, de lance em lance, finalmente conseguiu chegar a este lugar, seguindo o rastro magnético que deixara, prevenindo algo semelhante, embora não tão assustador como fora a experiência com o guardião.
Outros espíritos imundos, de aura negra, compunham seu cortejo, porém permaneceram nas encostas do morro, escondidos em algum inferninho, agitados diante de qualquer movimento suspeito, pois temiam que a perseguição não houvesse se encerrado.
Formavam um grupo heterogéneo de espíritos vândalos, assassinos e vis, repentinamente reduzidos à metade de seu número, imensamente revoltados com sua derrota e o resultado miserável que obtiveram.
O medo fazia parte desse concerto de emoções desequilibradas.
Medo do futuro, medo da reacção dos seus superiores em hierarquia, no submundo; medo, enfim, porque, embora fossem apenas um bando desordeiro, estavam a serviço dos temíveis dominadores do abismo.
Tinham certeza de que os soberanos não seriam tão condescendentes como fora o representante do Cordeiro, o chefe dos guardiões.
Era uma derrota; terrível e implacável derrota exactamente durante uma das mais importantes investidas confiadas a si e a seus camaradas.
Em desespero, continuava a revoada de pensamentos:
— Tudo está perdido!
Nossa missão falhou, comprometi nossa posição...
Meus mais eficientes colaboradores se foram, capturados pelos sentinelas que acompanhavam o odioso filho do Cordeiro.
A esta altura, por certo foram conquistados, encerrados em algum lugar ao qual não tenho acesso.
Está tudo perdido, perdido, perdido! — gritou, finalmente.
Um forte bofetão fez com que o espírito rodopiasse, sem se dar conta do que ocorria.
Sua cabeça deu reviravoltas no ar, dando impressão de que o restante do corpo semi-material seguia a cabeça, que recebera o golpe — quem sabe? —, desferido na tentativa de arrancá-la do pescoço esquelético.
— Deixe de reclamações, seu miserável! Incompetente!
Você me causa repulsa; é uma lástima para nossa organização.
— Mas, comandante, o senhor não viu de perto o que ocorreu.
Deparei com um dos poderosos!
Rascai, o espírito que governava a cidade do alto de um dos seus morros, lembrava a figura de um animal escamoso, com uma cabeleira solta sobre os ombros, na tentativa infrutífera de imitar os soberanos.
Olhos injectados de vermelho, e a pele, mais amarela do que branca, como se fumaça de cigarros a tivesse manchado por inteiro.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 05, 2014 9:45 pm

Globos oculares pronunciados, que lhe conferiam aspecto ainda mais degradante, pareciam revolucionar-se em sua órbita, inquietos, indo de um lado a outro, talvez como sintoma de sua ansiedade.
Não era loucura; apenas inquietação.
Uma alma atormentada, dilecto representante de outros seres mais truculentos, mais atormentados ainda, de comportamento insalubre.
Indignado pelo bofetão que recebera de seu imediato, o líder do bando estava também frustrado, amedrontado.
— Você se demonstrou incapaz de cumprir as ordens que lhe transmiti, seu incompetente!
Você não é somente um miserável do escalão inferior, como também me comprometeu a posição diante de nossos soberanos.
O espírito ensaiava uma objecção.
— Se tivesse cumprido sua tarefa, com certeza seria convocado para a reunião dos representantes do poder.
Estaria agora entre os comandantes da desordem!
— Eu falhei, meu senhor!
O comandante bufava ao represar o ódio.
Se pudesse, mataria ali mesmo o infame e desafortunado serviçal.
Mas ele já era morto; não saberia como lançá-lo à escuridão mais profunda do que sua própria alma já se encontrava.
Tentou avaliar a situação, mensurar as implicações da derrota causada pelo maldito guardião, que representava a politica superior.
Rascai procurou ser imparcial em suas observações, avaliar, quem sabe objectivamente, a derrocada de seus enviados.
— Não precisava de muita especialidade para promover a morte do filho do Cordeiro.
Uma guarnição era suficiente, se equipada com recursos modernos.
Estou certo que fizeram o possível, foram valentes, é claro, mas...
Facto é que não sabíamos que o agente encarnado era protegido assim, tão directamente, pelos mensageiros celestiais.
Eles são mais poderosos, têm mais recursos, são avançados em sua técnica.
Isso, nem mesmo eu poderia imaginar.
Subestimamos muito a força e o significado do trabalho que o agente encarnado representa.
Entre resmungo e jura de vingança, concluiu dizendo, em volume menor, por entre os dentes:
— O poderio dos infames guardiões vai muito além do nosso.
Rascai voltou-se, de maneira a impor medo ou pavor ao espírito que mandara como representante seu.
Fixou os olhos do infeliz, odiando-o profundamente, mas no fundo, no fundo, sabendo claramente que o miserável não tinha como enfrentar o odioso chefe do comando celestial.
Só teve como correr, fugir espavorido.
Nada mais.
Seu ódio beirava a loucura.
Mas ele era mais astuto do que aquele débil que enviara.
— Por certo o guardião não o deixou escapar sem motivo.
Conhecendo pelo menos um pouco da política do Cordeiro, posso imaginar que ele queria que você nos trouxesse algum recado, alguma mensagem, que seja, com a sua derrota desgraçada.
— Bem, meu comandante supremo, na verdade, o chefe dos exércitos celestes me pediu que transmitisse algumas palavras àqueles que dominam o abismo.
— Ele lhe pediu?!
— Bem, podemos interpretar assim, meu senhor — choramingou o miserável espírito das profundezas.
Na verdade, ele falou algumas palavras cujo significado não entendi muito bem.
Pensei que fosse uma ameaça que sairia de sua boca, mas o que disse...
— Fale logo, espírito da miséria...
— É... — prosseguiu cabisbaixo, ainda com medo de uma provável reprimenda, que, naquela circunstância, não seria nada singela.
O guardião pediu para dizer aos nossos chefes supremos que o tempo estava acabando.
Pronunciou exactamente estas palavras:
"Volte e fale para seus chefes que estamos a caminho.
Nada, nenhum poder das profundezas nos deterá, pois somos enviados da justiça suprema, e o que tiver de vir, virá.
E não tardará!...
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 05, 2014 9:45 pm

O juízo7 é chegado.
Vá e fale aos comandantes das hostes do abismo que os tempos são chegados".
Rascal caminhou de um lado para outro irrequieto, tentando abarcar a extensão das palavras proferidas pelo guardião.
— Existe algo de anormal ocorrendo e que ignoramos — moveu-se lentamente.
Colocamos em prática uma parte do plano dos nossos soberanos ao atacarmos o médium representante do Alto.
Investimos contra três dos representantes do Cordeiro; depois, recebemos aquela revanche por parte dos guardiões.
Perdemos muitos dos nossos na batalha, mas estamos nos reorganizando agora.
O espírito arrastava-se pela atmosfera infecta do local, como uma lesma se arrasta pelo solo, pensativo, com uma angústia dificilmente disfarçada, embora seus esforços para ocultá-la.
Queria compreender a dimensão do que ocorria naquele momento.
Mas algo lhe escapava.
— Atacamos, por outro lado.
Com êxito, conseguimos reactivar nosso contacto lá na Zona da Mata mineira.
Temos trabalhado silenciosamente com alguns que se acham protegidos do Cordeiro.
Cumprimos cada detalhe da parte que nos cabe no acordo com os soberanos, em troca do domínio nesta área.
Ao menos até agora.
Nosso plano de ataque pessoal ao representante da oposição está em pleno andamento, e ele, sem o perceber, está se isolando pouco a pouco de quem poderia trazê-lo à razão.
"Mas vocês parecem amedrontados! — tentava assim passar uma ideia de segurança a seus subordinados.
A derrota de vocês foi um revés transitório, mas, caso permaneçam assim, o objectivo maior de nossa empreitada fatalmente rumará para a destruição!
Não podemos nos dar ao luxo de perder o foco central de nossa acção...
Tudo isso por causa de um miserável falho do Cordeiro?
O espírito sombrio, que correra da presença dos guardiões, respondeu ao chefe tremendo, e em pranto:
—Acho que não podemos desconsiderar a importância do inimigo.
Com certeza, meu senhor, o tal representante do Cordeiro é uma pessoa muito comum, mas as ideias por ele disseminadas, o trabalho que está por trás de sua pessoa devem justificar o apoio que vem recebendo dos guardiões...
Rascai olhou furioso para o subalterno e depois fechou o punho, levantando-o, como a desabar algum ser invisível para ele.
Conteve-se para não atirá-lo rua abaixo ou contra algum muro.
Bradou de plena frustração e temor quanto ao futuro.
Balbuciando, o espírito medroso, que trazia a notícia, preferiu arriscar mais uma vez:
— Nem sei como levar a mensagem dos guardiões até os maiorais, meu senhor; não faço ideia de como enfrentar a ira dos chefes de legião e dos soberanos...
Outro espírito, especializado em assassinato, ergueu a voz quase melancólico:
— Se ousarmos enfrentar os chefes de legião e os maiorais transmitindo-lhes a notícia trazida por este vândalo, com certeza seremos abatidos pelas mãos poderosas dos nossos superiores.
Eles não perdoam a derrota.
E aqueles que sobreviveram incólumes à perseguição dos guardiões poderão ser abatidos pela espada dos chefes maiores.
Rascai resolveu conferir o número actual de integrantes de seu pequeno exército, ou melhor, de sua milícia, sugerindo que estava inseguro quanto à possibilidade de cumprir o plano dos maiorais.
— Onde se encontra o miserável responsável pela disseminação da inveja e do ódio entre os seguidores do Cordeiro?
— Foi um dos primeiros a ser capturado pelos sentinelas da luz.
— E o outro desgraçado, que ficou de prontidão durante anos junto àqueles encarregados da divulgação das ideias antagonistas?
— Creio que este foi despachado para o abismo quando de nossa última investida.
Foi a reboque dos soldados de Apophis, acorrentado magneticamente nas regiões inferiores...
— Onde estão Leonardo, Bel, Arlchazar e Melchior?
Rascal notou apenas que seus interlocutores baixaram a cabeça, desiludidos, desanimados com a situação.
Não ousaram responder.
Não conseguia admitir que fossem vencidos pelos infames representantes da política divina.
Viu apenas que seus subordinados temiam responder-lhe, pois evitavam o confronto mais directo, sabendo de sua ira. de sua indignação.
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A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro Empty Re: A MARCA DA BESTA - Ângelo Inácio / Robson Pinheiro

Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 05, 2014 9:45 pm

Respirando fundo, quase deixando transparecer as lágrimas de profundo ódio e aviltamento, completou:
— Um trabalho simples assim...
Apenas uma morte, um assassinatozinho qualquer de um dos mais miseráveis filhos do sujeito lá de cima... e não conseguem fazer esta tarefa tão fácil.
— Quando o chefe de legião que nos aliciou descobrir que não cumprimos com suas ordens... — grasnou, desesperado, um dos espíritos vândalos.
— Crau!
Imediatamente os demais viram o infeliz sendo arremessado na parede de uma construção extra física, quedando-se à frente de todos.
— Bem, alguém — enfatizou bastante suas palavras — precisa ser o porta-voz para comunicar aos chefes de legião...
E, olhando para o próprio que fugira dos guardiões, tornando-o mais infeliz do que a infelicidade que já o consumia:
— Vá, seu desgraçado vagabundo!
Já que não conseguiu realizar sua tarefa, seja você o emissário a dar a mensagem dos guardiões aos maiorais!
— M... mas, senhor... — apenas começou a gaguejar.
Outro gesto de violência do chefe daquela súcia foi presenciado.
Alguns espíritos fecharam os olhos imediatamente, como a temer que o golpe fosse dado contra eles.
Rascai cerrou novamente o punho direito e, desta vez, para golpear fortemente o emissário da derrota, sem poupá-lo.
O pobre ser viu-se arremessado em direcção às trevas, abaixo da superfície.
Mas o gesto medonho não serviu para disfarçar o medo de todos, nem mesmo o nervosismo estampado na face de Rascai.
Entretanto, dissimular emoções que sugerissem o menor traço de fraqueza ou fragilidade era parte do teatro essencial à sobrevivência naquele mundinho marginal.
Fingindo que estava tudo sob controle absoluto, bando de espíritos começou a dar urros animalescos, feito machos a se convencerem da própria virilidade.
Logo após o gesto de Rascai, era como se comemorassem o facto de mensageiro descer vibratóriamente rumo ao castelo dos chefes de legião, os representantes dos maiorais: os dragões.
Voltando-se para um dos seus mais fiéis seguidores, embora possuído de intenso medo pelo enfrentamento dos implacáveis chefes de legião, Rascai se pronunciou:
— Vá, meu preferido — apontou o dedo solenemente para aquele aliado.
Retorne para junto do asqueroso médium, observe-o de longe, anote cada detalhe que puder e não deixe escapar nada.
Quero um mapeamento completo da vida dele, que inclua seus desejos mais secretos, suas emoções mais profundas; em resumo, todos os traumas que possa encontrar.
Seja minucioso; quero saber tudo a respeito do mensageiro dos guardiões, quero acompanhar seu rastro.
Que você seja sua sombra!
Mas cuidado: não tolerarei outra derrota.
Tenha muito cuidado com os abomináveis sentinelas.
Desesperado, o ser das profundezas saiu, emitindo sons incompreensíveis, um guinchar que lembrava algum animal das florestas.
Corria velozmente o quanto podia, ao tempo em que seus pensamentos pareciam revoadas de pássaros.
Preocupava-se, afligia-se:
como cumprir sua tarefa?
Com que forças enfrentar as espadas dos guardiões?
Em meio à malta, alguém ousou dar uma risada cínica, menos pelo alívio de não ter sido o escolhido que pelo prazer mórbido de ver alguém acossado.
Logo silenciou, porém, ante o olhar Iancinante do seu chefe imediato.
Encolheu-se num canto qualquer, pávido, esperando o bofetão ou o pontapé, repreensão que na certa receberia.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 05, 2014 9:45 pm

RASGANDO A ESCURIDÃO do submundo, o espírito infeliz desceu vibratóriamente, de modo que pôde adensar ainda mais sua estrutura astral rumo ao antro onde se alojavam alguns dos mais hediondos criminosos, os chefes de falange das organizações sombrias.
Não se deu conta de que devassava as entranhas subcrostais em meio aos elementos da natureza, literalmente atravessando as camadas de rochas e minerais, indo em direcção ao magma, mas não tão profundamente assim.
Na esfera em que se encontrava, cruzou vales obscuros, ouvindo urros de almas em desespero, possivelmente mergulhadas no causticante sofrimento motivado pela permanência vibratória em algum recanto obscuro da consciência.
Sem se deter, percebeu à sua volta gigantescos desfiladeiros forjados em meio ao relevo planetário, mas numa dimensão diferente.
Os raios solares, cada vez mais difíceis de perceber, pareciam sufocados pelas trevas da subcrosta, que se tornavam mais e mais espessas.
No entanto, à medida que escasseava a luz solar, directa, revelava-se à entidade infeliz luminosidade de aspecto artificial, como se um sol atómico ou de outra composição qualquer iluminasse fracamente aquelas bandas.
Uma luminescência de tonalidade vermelho-brilhante projectava alguns reflexos estranhos sobre a cordilheira por onde passava.
Raspando aqui e ali em alguma escarpa ou material da dimensão extra física — não obstante, penetrando com extrema facilidade a matéria física bruta do globo —, ele desceu, afundando-se em medo, angústia e dor antecipada, de maneira crescente.
Sua mente estava em ebulição.
Logo que se aproximava do alvo mental — o local onde se reuniam as inteligências mais astutas que até então conhecera —, a mudança do ambiente exerceu qualquer influência sobre suas emoções, ou, antes, as emoções dos seres que ali estagiavam determinavam alterações decisivas na paisagem astral que ora divisava.
Gomo quer que seja, deparou com estranha vegetação que se erguia do solo, em tudo diferente daquilo que tivera notícia quando encarnado, ou mesmo nas regiões umbralinas fronteiriças com a habitação humana.
Um musgo marrom-escuro com rajadas violeta se espalhava por toda parte, formando quadro inusitado, se não extravagante.
Árvores de aspecto similar a metal retorcido espalhavam seus galhos de aparência grotesca, como a enfeitar a paisagem nada elegante da região.
Vento assolador varria, de quando em vez, aquela composição surreal, sem beleza aparente.
0 mensageiro descia velozmente, escorregando aqui e ali, como um bicho se esgueira por entre os carrapichos da mata tropical densa.
Porém, ali, naquele cenário, a situação era outra.
Adentrou um ambiente cavernoso logo em seguida, registando a presença de almas desesperadas, caminhado sem rumo ou tocadas por algum infame espírito das profundezas, que as submetia ao seu domínio.
Esgueirou-se por entre rochas que dificilmente se saberia dizer se eram feitas em matéria física ou estruturadas em matéria astral — que, por falta de um termo mais apropriado, denominaremos de antimatéria.8
Quase esbarrou num grupo de seres que marchavam como soldados, ostentando uniforme excêntrico, rebuscado, até, e conduzindo outros seres em franca degeneração da forma astral, acometidos de um fenómeno conhecido como zoantropia.
Quanto mais se acercava do destino de sua peregrinação infeliz, mais e mais sombras pareciam se adensar à sua volta.
Também pressentia uma entidade quase viva, omnipresente, pulsante.
Era o medo, o ódio e o desejo de poder que emanavam da presença dos dominadores ou de seus representantes oficiais.
Entrou noutro recanto obscuro, onde assistiu a formas mentais inferiores vagando pelo ambiente, à semelhança de bolas escuras cheias de fuligem, as quais existiam como produto das emoções desconexas e descontroladas dos habitantes do local.
A sombra antes percebida ganhava vida nas paredes ao redor, adquirindo contornos de difícil descrição para qualquer escritor vivo, nas diversas dimensões da vida.
Havia vida naquelas trevas; no entanto, uma vida artificial, fria; uma vida fictícia, antinatural.
Seria essa a melhor descrição da sensação que transmitiam as trevas, no entorno dos locais por onde passava o miserável ser feito porta-voz das decepções do abismo.
Ao longe, em meio à fuligem de pensamentos que se materializavam de forma hedionda, o emissário de Rascai avistou uma luminosidade, que surgia em meio à paisagem de pesadelo.
Era uma torre, diversas torres que constituíam um intricado sistema de edifícios, que, a esta distância, parecia um monte de tijolos espalhados a esmo por alguma mente diabólica.
Quando se aproximou mais, a impressão antes observada mudara por completo.
Foi-se configurando uma aparência diferente para a construção em direcção à qual ele prosseguia.
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Mensagem  Ave sem Ninho Sex Set 05, 2014 9:46 pm

Avistou um complexo de prédios que em nada combinava com o ambiente em que estava incrustado.
Edificações modernas, mas que, disfarçadas sob a acção de algum mecanismo, inspiravam em quem se aproximasse sentimentos de agonia, morte e depressão.
Mais de perto, podia-se ver com detalhes como seus construtores se esmeraram ao estampar-lhe no aspecto externo um misto de modernidade e elementos estéticos que remontavam à arquitectura norte-americana da primeira metade do século XX.
Sorrateiramente, aproximou-se como um animal medroso, sendo recebido por elegante espírito na forma feminina.
A mulher estampava trajes e modos que lembravam as estrelas de cinema da era dourada de Hollywood, nos anos 1940 e 1950.
Gentilmente, abriu as portas do edifício e recebeu o emissário, em meio aos reflexos da luz artificial que emprestava ao lugar um ar fantasmagórico.
Nada combinava ali.
Espíritos envergando ternos clássicos e impecáveis pareciam gangsters que desfilavam aqui e acolá; chapéus e sobretudos pendurados num canto compunham o quadro interessante.
Em grupos, conversavam com voz comedida, cavernosa, gutural.
— Você estava sendo aguardado por nossos superiores! — informou a mulher encarregada da recepção.
A ligeira cintilação de seus olhos negros remetia a alguma memória distante de uma vida em que experimentara os sentimentos de humanidade, todavia, observando-os mais de perto, seus olhos modificavam-se logo, deixando transparecer uma crueldade dificilmente disfarçada.
Eram os reflexos de uma alma perturbada, submetida aos caprichos de seus donos e senhores.
— Como sabiam de minha vinda aqui?
Porventura os chefes já sabiam que seria eu o escolhido para trazer a eles a notícia?
— Nossos chefes são omnipotentes e omniscientes nas fronteiras de seu domínio — exagerou a mulher em suas observações.
Antes, porém, terá de se submeter a um exame de sua identidade energética.
Não pense que poderá adentrar este ambiente sem se identificar.
— Mas eu cheguei até aqui sem ser sequer percebido por seus guardas.
Gomo querem me identificar somente agora?
Não conhecem o super-intendente Rascai?
Foi ele quem me enviou!
— Não se engane acreditando que teve acesso ao nosso reduto sem passar por um constante e delicado sistema de rastreamento.
Em meio às cordilheiras e junto com os seres que você viu enquanto se aproximava, havia especialistas nossos camuflados graças a uma tecnologia de ponta, mas preparados para identificar e rechaçar qualquer um que não tivesse permissão para prosseguir.
Desde que você penetrou nos limites vibracionais do submundo, estamos a vigiá-lo.
Agora procederemos apenas à última análise de sua identidade energética.
Não se preocupe; não doera nada — zombou o espírito de mulher.
Desfilaram por extenso corredor ainda no andar térreo da construção, em direcção a um local que parecia ser blindado.
Uma porta altíssima se assemelhava, em sua estrutura, ao aço conhecido dos mortais na superfície.
A simples aproximação da mulher, um equipamento oculto realçou sua aura, que se tornara bem visível ao mesmo tempo em que era esquadrinhada e confrontada com os registos que ali mantinham.
De uma sala a outra, sistemas de segurança dificilmente imaginados pelos mortais foram sendo accionados um a um, a fim de liberar a entrada do mensageiro obscuro, que trazia a palavra dos guardiões.
Adentraram, por fim, novo ambiente iluminado por uma fonte artificial de energia.
Espectros,9 a polícia secreta dos chefes de legião, estavam de guarda.
Quando o espírito imundo passou entre os dois seres de aparência exótica, sentiu-se sugado, enfraquecido, roubadas que foram suas reservas vitais remanescentes.
Os espectros eram almas vampiras por definição.
Predilectos dos chefes de legião, eram vampiros de fluidos; os mais sanguinários e assassinos.
Nada semelhante se encontrava entre os homens do planeta Terra, nada que se comparasse a sua natureza.
O sub-oficial das sombras, conduzido pela mulher que o recepcionara, não teria mais nenhuma resistência caso ensaiasse uma possível revolta ou rebeldia.
Ao caminhar entre aqueles seres de característica pouco comum, abdicara das últimas reservas energéticas.
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