DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Seria, então, de temer que uma instrução muito resumida provocasse experiências levianas e das quais se poderia ter motivo de arrependimento.
Essas são situações com as quais não é nem conveniente nem prudente brincar, e prestaríamos um mau serviço ao colocá-las à disposição do primeiro curioso que julgasse divertir-se ao conversar com os mortos.
Nós nos dirigimos às pessoas que vêem no Espiritismo um objectivo sério, que compreendem toda a sua importância e não fazem das comunicações com o mundo invisível um passatempo.
Publicamos uma Instrução Prática com o objectivo de guiar os médiuns;
essa obra está esgotada e, embora feita com um objectivo eminentemente elucidativo e sério, não a reimprimiremos, porque não a achamos suficiente para esclarecer todas as dificuldades que podem ocorrer.
Nós a substituímos por esta, na qual reunimos todos os dados de uma longa experiência e de um estudo consciente, que contribuirá, pelo menos é o que esperamos, para dar ao Espiritismo um carácter sério, que é sua essência, e para evitar que ele seja visto como um objecto de ocupação frívola e um divertimento.
A essas considerações acrescentamos uma muito importante:
a péssima impressão que produz nas pessoas iniciantes ou mal preparadas as deduções que tiram de experiências feitas levianamente e sem conhecimento;
elas têm o inconveniente de dar uma ideia muito falsa do mundo dos Espíritos e de se prestar à zombaria e a uma crítica, nesses casos, procedente;
é por isso que os incrédulos saem dessas reuniões mais descrentes e pouco dispostos a ver no Espiritismo algo sério.
A ignorância e a leviandade de alguns médiuns causaram à opinião de muitas pessoas mais danos do que se crê.
O Espiritismo fez grandes progressos desde alguns anos, mas fez um progresso imenso desde que entrou no caminho filosófico e passou a ser apreciado por pessoas esclarecidas. Hoje, deixou de ser visto como espectáculo;
é uma doutrina da qual não riem mais os que zombavam das mesas girantes.
Ao fazer esforços para conduzi-lo e mantê-lo nesse terreno, temos a convicção de conquistar-lhe mais seguidores úteis do que provocássemos, sem razão nenhuma, manifestações passíveis de abusos.
Temos a prova disso todos os dias pelo número dos que se tornaram espíritas apenas com a leitura de O Livro dos Espíritos 1.
Após termos exposto a parte filosófica da ciência espírita em O Livro dos Espíritos, apresentamos nesta obra a parte prática para o uso dos que querem se ocupar das manifestações, seja para si mesmos ou para se darem conta dos fenómenos que podem observar.
Nela trataremos dos obstáculos que podem ser encontrados e do modo de evitá-los.
Essas duas obras, embora façam sequência uma à outra, são até certo ponto independentes.
Recomendamos ler primeiro O Livros dos Espíritos, porque contém os princípios fundamentais, sem os quais algumas partes desta obra seriam dificilmente compreendidas.
Alterações importantes foram feitas na segunda edição, muito mais completa do que a primeira.
Ela foi corrigida com cuidado particular pelos Espíritos, que acrescentaram um grande número de observações e de instruções do mais alto interesse.
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Seria, então, de temer que uma instrução muito resumida provocasse experiências levianas e das quais se poderia ter motivo de arrependimento.
Essas são situações com as quais não é nem conveniente nem prudente brincar, e prestaríamos um mau serviço ao colocá-las à disposição do primeiro curioso que julgasse divertir-se ao conversar com os mortos.
Nós nos dirigimos às pessoas que vêem no Espiritismo um objectivo sério, que compreendem toda a sua importância e não fazem das comunicações com o mundo invisível um passatempo.
Publicamos uma Instrução Prática com o objectivo de guiar os médiuns;
essa obra está esgotada e, embora feita com um objectivo eminentemente elucidativo e sério, não a reimprimiremos, porque não a achamos suficiente para esclarecer todas as dificuldades que podem ocorrer.
Nós a substituímos por esta, na qual reunimos todos os dados de uma longa experiência e de um estudo consciente, que contribuirá, pelo menos é o que esperamos, para dar ao Espiritismo um carácter sério, que é sua essência, e para evitar que ele seja visto como um objecto de ocupação frívola e um divertimento.
A essas considerações acrescentamos uma muito importante:
a péssima impressão que produz nas pessoas iniciantes ou mal preparadas as deduções que tiram de experiências feitas levianamente e sem conhecimento;
elas têm o inconveniente de dar uma ideia muito falsa do mundo dos Espíritos e de se prestar à zombaria e a uma crítica, nesses casos, procedente;
é por isso que os incrédulos saem dessas reuniões mais descrentes e pouco dispostos a ver no Espiritismo algo sério.
A ignorância e a leviandade de alguns médiuns causaram à opinião de muitas pessoas mais danos do que se crê.
O Espiritismo fez grandes progressos desde alguns anos, mas fez um progresso imenso desde que entrou no caminho filosófico e passou a ser apreciado por pessoas esclarecidas. Hoje, deixou de ser visto como espectáculo;
é uma doutrina da qual não riem mais os que zombavam das mesas girantes.
Ao fazer esforços para conduzi-lo e mantê-lo nesse terreno, temos a convicção de conquistar-lhe mais seguidores úteis do que provocássemos, sem razão nenhuma, manifestações passíveis de abusos.
Temos a prova disso todos os dias pelo número dos que se tornaram espíritas apenas com a leitura de O Livro dos Espíritos 1.
Após termos exposto a parte filosófica da ciência espírita em O Livro dos Espíritos, apresentamos nesta obra a parte prática para o uso dos que querem se ocupar das manifestações, seja para si mesmos ou para se darem conta dos fenómenos que podem observar.
Nela trataremos dos obstáculos que podem ser encontrados e do modo de evitá-los.
Essas duas obras, embora façam sequência uma à outra, são até certo ponto independentes.
Recomendamos ler primeiro O Livros dos Espíritos, porque contém os princípios fundamentais, sem os quais algumas partes desta obra seriam dificilmente compreendidas.
Alterações importantes foram feitas na segunda edição, muito mais completa do que a primeira.
Ela foi corrigida com cuidado particular pelos Espíritos, que acrescentaram um grande número de observações e de instruções do mais alto interesse.
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Ave sem Ninho- Mensagens : 126609
Data de inscrição : 07/11/2010
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Como eles revisaram tudo, aprovaram ou modificaram à sua vontade, pode-se dizer que, em grande parte, a obra é deles, visto que sua intervenção não se limitou apenas a alguns artigos assinados;
[i]indicamos os seus nomes somente quando nos pareceu necessário para caracterizar algumas citações um pouco extensas, emanadas deles textualmente, porque senão seria necessário citá-los quase a cada página, notadamente em todas as respostas dadas às questões propostas, o que não nos pareceu útil.
Os nomes, como foi dito, pouco importam em semelhante matéria; o essencial é que o conjunto do trabalho responda ao objectivo a que nos propusemos.
Como acrescentamos muitas informações e muitos capítulos inteiros, suprimimos alguns outros que estavam em duplicidade, entre eles a Escala Espírita, que já se encontra em O Livro dos Espíritos.
Suprimimos igualmente do Vocabulário, o que não se ajustava ao plano desta obra e que se encontra utilmente substituído por informações mais práticas.
Desde a segunda edição não houve mais alterações no texto.
* Espiritismo: doutrina fundada sobre a crença na existência dos Espíritos e em suas manifestações (Nota do Editor).
** Espírita: todo aquele que aceita a Doutrina Espírita baseada nos ensinamentos morais do Cristo, que trata da inter-relação do mundo corpóreo com os Espíritos, a reencarnação, as vidas sucessivas e os mundos evolutivos, conforme a codificação de Allan Kardec das instruções que lhe deram os Espíritos (N.E.).
*** Espírito: no sentido especial da Doutrina Espírita, os Espíritos são os seres inteligentes da criação, que povoam o universo fora do mundo material e que constituem o mundo invisível.
Não são seres de uma criação particular, mas as almas daqueles que viveram sobre a Terra ou em outras esferas e que deixaram seu envoltório corporal (N.E.).
**** Médium: (do latim médium, meio, intermediário).
Pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e os homens (N.E.).
* Mediunidade: dom dos médiuns.
Sinónimo de medianimidade.
Essas duas palavras são frequentemente empregadas indiferentemente;
se se quiser fazer uma distinção, pode dizer que mediunidade tem um sentido mais geral, e medianimidade, um sentido mais restrito.
Ele tem o dom da mediunidade.
A medianimidade mecânica (N.E.).
1 - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. São Paulo: Petit Editora (N.E.).
§.§.§- O-canto-da-ave
Como eles revisaram tudo, aprovaram ou modificaram à sua vontade, pode-se dizer que, em grande parte, a obra é deles, visto que sua intervenção não se limitou apenas a alguns artigos assinados;
[i]indicamos os seus nomes somente quando nos pareceu necessário para caracterizar algumas citações um pouco extensas, emanadas deles textualmente, porque senão seria necessário citá-los quase a cada página, notadamente em todas as respostas dadas às questões propostas, o que não nos pareceu útil.
Os nomes, como foi dito, pouco importam em semelhante matéria; o essencial é que o conjunto do trabalho responda ao objectivo a que nos propusemos.
Como acrescentamos muitas informações e muitos capítulos inteiros, suprimimos alguns outros que estavam em duplicidade, entre eles a Escala Espírita, que já se encontra em O Livro dos Espíritos.
Suprimimos igualmente do Vocabulário, o que não se ajustava ao plano desta obra e que se encontra utilmente substituído por informações mais práticas.
Desde a segunda edição não houve mais alterações no texto.
* Espiritismo: doutrina fundada sobre a crença na existência dos Espíritos e em suas manifestações (Nota do Editor).
** Espírita: todo aquele que aceita a Doutrina Espírita baseada nos ensinamentos morais do Cristo, que trata da inter-relação do mundo corpóreo com os Espíritos, a reencarnação, as vidas sucessivas e os mundos evolutivos, conforme a codificação de Allan Kardec das instruções que lhe deram os Espíritos (N.E.).
*** Espírito: no sentido especial da Doutrina Espírita, os Espíritos são os seres inteligentes da criação, que povoam o universo fora do mundo material e que constituem o mundo invisível.
Não são seres de uma criação particular, mas as almas daqueles que viveram sobre a Terra ou em outras esferas e que deixaram seu envoltório corporal (N.E.).
**** Médium: (do latim médium, meio, intermediário).
Pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e os homens (N.E.).
* Mediunidade: dom dos médiuns.
Sinónimo de medianimidade.
Essas duas palavras são frequentemente empregadas indiferentemente;
se se quiser fazer uma distinção, pode dizer que mediunidade tem um sentido mais geral, e medianimidade, um sentido mais restrito.
Ele tem o dom da mediunidade.
A medianimidade mecânica (N.E.).
1 - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. São Paulo: Petit Editora (N.E.).
§.§.§- O-canto-da-ave
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
O Evangelho Segundo o Espiritismo
PREFÁCIO
Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, como um imenso exército que se move desde que dele recebeu a ordem, espalham-se sobre toda a superfície da Terra;
semelhantes às estrelas resplandecentes, eles vêm iluminar a estrada e abrir os olhos dos cegos.
Eu vos digo, em verdade, são chegados os tempos em que todas as coisas devem ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, envergonhar os orgulhosos e glorificar os justos.
As grandes vozes do Céu ressoam como o som do clarim, e os coros dos anjos se reúnem. Homens, nós vos convidamos para o divino concerto;
que vossas mãos peguem a lira;
que vossas vozes se unam, e que, em um hino sagrado, elas se propaguem e vibrem em toda a extensão do Universo.
Homens, irmãos que nós amamos, estamos próximos de vós;
amai-vos também uns aos outros e dizei, do fundo do vosso coração, fazendo as vontades do Pai que está no Céu:
Senhor! Senhor! e podereis entrar no reino dos Céus.
O Espírito de Verdade
Nota: A instrução acima, transmitida por via mediúnica, resume ao mesmo tempo o verdadeiro carácter do Espiritismo e o objectivo desta obra;
eis porque ela foi colocada aqui como prefácio.
INTRODUÇÃO
I. Objectivo desta obra.
As matérias contidas nos Evangelhos podem ser divididas em cinco partes:
os aptos comuns da vida do Cristo, os milagres, as predições, as palavras que serviram para o estabelecimento dos dogmas da Igreja e o ensinamento moral.
Se as quatro primeiras partes foram objecto de controvérsias, a última permaneceu inatacável.
Diante desse código divino, a própria incredulidade se inclina;
é o território onde todos os cultos podem se encontrar, a bandeira sob a qual todos podem se abrigar, quaisquer que sejam as suas crenças, porque ela jamais foi o motivo das disputas religiosas, levantadas sempre, e por toda a parte, por questões de dogma.(1)
Aliás, se o discutissem, as seitas nele teriam encontrado sua própria condenação, porque a maior parte se apega mais à parte mística que à parte moral, que exige a reforma de si mesmo.
Para os homens, em particular, é uma regra de conduta abrangendo todas as circunstâncias da vida privada ou pública, o princípio de todas as relações sociais fundadas sobre a mais rigorosa justiça;
é, enfim, e acima de tudo, o caminho infalível da felicidade que há de vir, é levantar uma ponta do véu, que oculta a vida futura.
É essa parte que será o objecto exclusivo desta obra.
Todo o mundo admira a moral evangélica, proclama a sua sublimidade e necessidade, mas muitos o fazem por confiança no que ouviram falar sobre ela ou pela fé em algumas máximas que se transformaram em provérbios;
porém, poucos a conhecem a fundo, menos ainda a compreendem e sabem deduzir as suas consequências.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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A razão disso está, em grande parte, na dificuldade que a leitura do Evangelho apresenta:[i] entendimento muito difícil para um grande número de pessoas.
A forma alegórica, o misticismo intencional da linguagem fazem com que a maioria o leia por desencargo de consciência e por dever, como lêem as preces, quer dizer, sem proveito.
Os preceitos de moral, disseminados aqui e ali, misturados a grande quantidade de outras narrativas, passam despercebidos;
torna-se, então, impossível compreendê-los no todo, e deles fazer o objecto de uma leitura e de uma meditação distintas.
É verdade que foram feitos tratados de moral evangélica, mas a apresentação, em estilo literário moderno, retirou a singeleza primitiva que lhe dava, ao mesmo tempo, o encanto e a autenticidade.
Ocorreu o mesmo com sentenças isoladas, reduzidas à sua mais simples expressão proverbial;
são apenas preceitos que perdem uma parte do seu valor e do seu interesse, pela ausência de detalhes e das circunstâncias em que foram emitidos.
Para evitar esses inconvenientes, reunimos nesta obra os artigos que podem constituir, propriamente falando, um código de moral universal, sem distinção de culto.
Nas citações conservamos tudo o que era útil ao desenvolvimento da ideia, retirando apenas as partes estranhas ao assunto.
Além disso, respeitamos, escrupulosamente, a tradução original de Sacy,(2) assim como a divisão por versículos.
Porém, em lugar de nos prendermos a uma ordem cronológica impossível, e sem vantagem real em semelhante assunto, as máximas foram agrupadas e classificadas metodicamente segundo sua natureza, de maneira que elas se deduzissem, tanto quanto possível, umas das outras.
A relação dos números de ordem dos capítulos e dos versículos permite recorrer à classificação comum, caso seja necessário.
Esse seria, simplesmente, um trabalho material que, sozinho, teria apenas uma utilidade secundária;
o essencial era colocá-lo à disposição de todos, pela explicação das passagens obscuras e o desenvolvimento de todas as consequências, com vistas à sua aplicação às diferentes situações da vida.
Isso é o que tentamos fazer com a ajuda dos bons espíritos que nos assistem.
Muitos pontos do Evangelho, da Bíblia e dos autores sacros em geral são incompreensíveis, alguns até parecem irracionais pela ausência de um meio que permita compreender o seu verdadeiro sentido.
Esse meio de compreensão encontra-se integralmente no Espiritismo, como já puderam se convencer aqueles que o estudaram com seriedade, e como se reconhecerá, ainda melhor, mais tarde.
O Espiritismo se encontra por toda a parte na Antiguidade e em todas as épocas da humanidade.
Em todas as regiões acham-se vestígios dele nos escritos, nas crenças e nos monumentos;
é por isso que, se a Doutrina Espírita abre novos horizontes para o futuro, também lança uma luz não menos elucidativa sobre os mistérios do passado.
Como complemento de cada preceito, juntamos algumas instruções escolhidas entre aquelas que foram ditadas pelos espíritos, em diversos países e por intermédio de diferentes médiuns.
Se essas instruções saíssem de uma única fonte, poderiam sofrer uma interferência pessoal ou do meio em que foram dadas, enquanto que a diversidade das suas origens prova que os espíritos dão seus ensinamentos por toda a parte, e que, sob esse aspecto, não há ninguém privilegiado.(3)
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A razão disso está, em grande parte, na dificuldade que a leitura do Evangelho apresenta:[i] entendimento muito difícil para um grande número de pessoas.
A forma alegórica, o misticismo intencional da linguagem fazem com que a maioria o leia por desencargo de consciência e por dever, como lêem as preces, quer dizer, sem proveito.
Os preceitos de moral, disseminados aqui e ali, misturados a grande quantidade de outras narrativas, passam despercebidos;
torna-se, então, impossível compreendê-los no todo, e deles fazer o objecto de uma leitura e de uma meditação distintas.
É verdade que foram feitos tratados de moral evangélica, mas a apresentação, em estilo literário moderno, retirou a singeleza primitiva que lhe dava, ao mesmo tempo, o encanto e a autenticidade.
Ocorreu o mesmo com sentenças isoladas, reduzidas à sua mais simples expressão proverbial;
são apenas preceitos que perdem uma parte do seu valor e do seu interesse, pela ausência de detalhes e das circunstâncias em que foram emitidos.
Para evitar esses inconvenientes, reunimos nesta obra os artigos que podem constituir, propriamente falando, um código de moral universal, sem distinção de culto.
Nas citações conservamos tudo o que era útil ao desenvolvimento da ideia, retirando apenas as partes estranhas ao assunto.
Além disso, respeitamos, escrupulosamente, a tradução original de Sacy,(2) assim como a divisão por versículos.
Porém, em lugar de nos prendermos a uma ordem cronológica impossível, e sem vantagem real em semelhante assunto, as máximas foram agrupadas e classificadas metodicamente segundo sua natureza, de maneira que elas se deduzissem, tanto quanto possível, umas das outras.
A relação dos números de ordem dos capítulos e dos versículos permite recorrer à classificação comum, caso seja necessário.
Esse seria, simplesmente, um trabalho material que, sozinho, teria apenas uma utilidade secundária;
o essencial era colocá-lo à disposição de todos, pela explicação das passagens obscuras e o desenvolvimento de todas as consequências, com vistas à sua aplicação às diferentes situações da vida.
Isso é o que tentamos fazer com a ajuda dos bons espíritos que nos assistem.
Muitos pontos do Evangelho, da Bíblia e dos autores sacros em geral são incompreensíveis, alguns até parecem irracionais pela ausência de um meio que permita compreender o seu verdadeiro sentido.
Esse meio de compreensão encontra-se integralmente no Espiritismo, como já puderam se convencer aqueles que o estudaram com seriedade, e como se reconhecerá, ainda melhor, mais tarde.
O Espiritismo se encontra por toda a parte na Antiguidade e em todas as épocas da humanidade.
Em todas as regiões acham-se vestígios dele nos escritos, nas crenças e nos monumentos;
é por isso que, se a Doutrina Espírita abre novos horizontes para o futuro, também lança uma luz não menos elucidativa sobre os mistérios do passado.
Como complemento de cada preceito, juntamos algumas instruções escolhidas entre aquelas que foram ditadas pelos espíritos, em diversos países e por intermédio de diferentes médiuns.
Se essas instruções saíssem de uma única fonte, poderiam sofrer uma interferência pessoal ou do meio em que foram dadas, enquanto que a diversidade das suas origens prova que os espíritos dão seus ensinamentos por toda a parte, e que, sob esse aspecto, não há ninguém privilegiado.(3)
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Esta obra é para o uso de todo o mundo, nela cada um pode buscar os meios de adequar sua conduta à moral do Cristo.
Além disso, os espíritas aqui encontrarão as aplicações que mais especialmente lhes dizem respeito.
Graças às relações estabelecidas, de uma forma permanente, entre os homens e o mundo invisível, daqui em diante a lei evangélica, ensinada para todas as nações pelos próprios espíritos, não será mais letra morta, porque cada um a compreender á, e será incessantemente solicitado, pelos conselhos dos seus guias espirituais, a colocá-la em prática.
As instruções dos espíritos são, verdadeiramente, as vozes do céu que vêm esclarecer os homens e convidá-los para a prática do Evangelho.
II. Autoridade da Doutrina Espírita
Controle universal do ensinamento dos espíritos Se a Doutrina Espírita fosse uma concepção puramente humana, só teria por garantia os conhecimentos daquele que a tivesse concebido.
Ora, aqui na Terra, ninguém poderia ter a justificada pretensão de possuir, só para ele, a verdade absoluta.
Se os espíritos que revelaram o Espiritismo se tivessem manifestado a um único homem, nada asseguraria a origem da Doutrina, porquanto seria preciso acreditar que ele havia recebido os ensinamentos desses espíritos sem outra garantia que a sua palavra.
Admitindo-se da sua parte uma perfeita sinceridade, ele poderia, no máximo, convencer as pessoas do seu círculo de amizades e conquistar adeptos, mas jamais alcançaria reunir todo o mundo.
Deus quis que a nova revelação chegasse aos homens por um caminho mais rápido e mais autêntico; eis por que Ele encarregou os espíritos de levá-la de um pólo ao outro da Terra, manifestando-se em todos os lugares, sem dar a pessoa alguma o privilégio exclusivo de ouvir sua palavra.
Um homem pode ser enganado, enganar a si mesmo, mas não pode ser assim quando milhões de pessoas vêem e ouvem a mesma coisa:
isso é uma garantia para cada um e para todos.
Aliás, pode-se fazer desaparecer um homem, mas não se faz desaparecer multidões;
podem-se queimar livros, mas não se podem queimar os espíritos;
ora, mesmo queimando-se todos os livros, a fonte da Doutrina não deixaria de ser inesgotável porque ela não está sobre a Terra, surge de todos os lugares, e cada um de nós pode beber nessa fonte.
Na falta de homens para difundi-la, sempre haverá os espíritos, que alcançam todo o mundo e aos quais pessoa alguma pode atingir.
Portanto, na realidade, são os próprios espíritos que fazem a propaganda, com a ajuda de inumeráveis médiuns que aparecem de todos os lados.
Se houvesse apenas um único intérprete, por mais favorecido que fosse, o Espiritismo mal seria conhecido; esse mesmo intérprete, de qualquer classe a que pertencesse, teria sido objecto de prevenções por parte de muitas pessoas;
nem todas as nações o teriam aceitado, enquanto que os espíritos, comunicando-se em todos os lugares, com todos os povos, com todas as seitas(4) e todos os grupos, são aceitos por todos.
O Espiritismo não tem nacionalidade, está fora de todos os cultos particulares;
não é imposto por nenhuma classe da sociedade, pois cada um pode receber instruções de seus parentes e de seus amigos de além-túmulo.
Era necessário que assim fosse para que ele pudesse chamar todos os homens para a fraternidade;
se ele não fosse colocado em um terreno neutro, teria mantido as desavenças em lugar de apaziguá-las.
Continua...
Esta obra é para o uso de todo o mundo, nela cada um pode buscar os meios de adequar sua conduta à moral do Cristo.
Além disso, os espíritas aqui encontrarão as aplicações que mais especialmente lhes dizem respeito.
Graças às relações estabelecidas, de uma forma permanente, entre os homens e o mundo invisível, daqui em diante a lei evangélica, ensinada para todas as nações pelos próprios espíritos, não será mais letra morta, porque cada um a compreender á, e será incessantemente solicitado, pelos conselhos dos seus guias espirituais, a colocá-la em prática.
As instruções dos espíritos são, verdadeiramente, as vozes do céu que vêm esclarecer os homens e convidá-los para a prática do Evangelho.
II. Autoridade da Doutrina Espírita
Controle universal do ensinamento dos espíritos Se a Doutrina Espírita fosse uma concepção puramente humana, só teria por garantia os conhecimentos daquele que a tivesse concebido.
Ora, aqui na Terra, ninguém poderia ter a justificada pretensão de possuir, só para ele, a verdade absoluta.
Se os espíritos que revelaram o Espiritismo se tivessem manifestado a um único homem, nada asseguraria a origem da Doutrina, porquanto seria preciso acreditar que ele havia recebido os ensinamentos desses espíritos sem outra garantia que a sua palavra.
Admitindo-se da sua parte uma perfeita sinceridade, ele poderia, no máximo, convencer as pessoas do seu círculo de amizades e conquistar adeptos, mas jamais alcançaria reunir todo o mundo.
Deus quis que a nova revelação chegasse aos homens por um caminho mais rápido e mais autêntico; eis por que Ele encarregou os espíritos de levá-la de um pólo ao outro da Terra, manifestando-se em todos os lugares, sem dar a pessoa alguma o privilégio exclusivo de ouvir sua palavra.
Um homem pode ser enganado, enganar a si mesmo, mas não pode ser assim quando milhões de pessoas vêem e ouvem a mesma coisa:
isso é uma garantia para cada um e para todos.
Aliás, pode-se fazer desaparecer um homem, mas não se faz desaparecer multidões;
podem-se queimar livros, mas não se podem queimar os espíritos;
ora, mesmo queimando-se todos os livros, a fonte da Doutrina não deixaria de ser inesgotável porque ela não está sobre a Terra, surge de todos os lugares, e cada um de nós pode beber nessa fonte.
Na falta de homens para difundi-la, sempre haverá os espíritos, que alcançam todo o mundo e aos quais pessoa alguma pode atingir.
Portanto, na realidade, são os próprios espíritos que fazem a propaganda, com a ajuda de inumeráveis médiuns que aparecem de todos os lados.
Se houvesse apenas um único intérprete, por mais favorecido que fosse, o Espiritismo mal seria conhecido; esse mesmo intérprete, de qualquer classe a que pertencesse, teria sido objecto de prevenções por parte de muitas pessoas;
nem todas as nações o teriam aceitado, enquanto que os espíritos, comunicando-se em todos os lugares, com todos os povos, com todas as seitas(4) e todos os grupos, são aceitos por todos.
O Espiritismo não tem nacionalidade, está fora de todos os cultos particulares;
não é imposto por nenhuma classe da sociedade, pois cada um pode receber instruções de seus parentes e de seus amigos de além-túmulo.
Era necessário que assim fosse para que ele pudesse chamar todos os homens para a fraternidade;
se ele não fosse colocado em um terreno neutro, teria mantido as desavenças em lugar de apaziguá-las.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Esta universalidade no ensino dos espíritos fez a força do Espiritismo, e nela também está a causa da sua rápida propagação;
enquanto a voz de um único homem, mesmo com a ajuda da imprensa, levaria séculos antes de chegar aos ouvidos de todos.
Eis que milhares de vozes se fazem ouvir, simultaneamente, sobre todos os pontos da Terra para proclamar os mesmos princípios, e transmiti-los aos mais ignorantes como aos mais sábios, a fim de que ninguém seja excluído.
É uma vantagem da qual nenhuma das doutrinas, que apareceram até hoje, tem desfrutado.
Portanto, se o Espiritismo é uma verdade, ele não teme o malquerer dos homens, nem as revoluções morais, nem as perturbações físicas do globo, porque nenhuma dessas coisas pode atingir os espíritos.
Essa, porém, não é a única vantagem que resulta dessa posição excepcional;
nela o Espiritismo encontra uma garantia poderosa contra as divisões que poderiam surgir, seja pela ambição de alguns, seja pelas contradições de certos espíritos.
Essas contradições, seguramente, são um obstáculo, mas trazem em si o remédio ao lado do mal.
Sabe-se que os espíritos, em consequência da diferença que existe entre seus conhecimentos, estão longe de possuir toda a verdade;
que não é dado a todos penetrar certos mistérios;
que o seu saber é proporcional à sua depuração;
que os espíritos comuns não sabem mais que os homens, podem até saber menos que certos homens.
Que há entre eles, assim como entre os homens, os presunçosos e os falsos sábios, que crêem saber o que na realidade não sabem;
os sistemáticos, que tomam suas ideias como sendo a verdade, e, enfim, os espíritos de ordem mais elevada, aqueles completamente desmaterializados e que são os únicos despojados das ideias e dos preconceitos terrenos.
Porém, sabe-se, também, que os espíritos enganadores não têm escrúpulos de se utilizarem de nomes que não são os seus, para fazerem aceitar suas ideias fantasiosas, quiméricas.
Daí resulta que, para tudo aquilo que está fora do ensino exclusivamente moral, as revelações que cada um pode obter têm um carácter individual, sem autenticidade;
que essas revelações devem ser consideradas como opiniões pessoais deste ou daquele espírito, e que seria uma imprudência aceitá-las e promulgá-las levianamente como verdades absolutas.
Sem a menor dúvida, o primeiro exame ao qual é preciso submeter, sem excepção, tudo o que vem dos espíritos é o da razão.
Toda teoria que se apresente em contradição evidente com o bom senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos que se possui, deve ser rejeitada, ainda que seja assinada por um nome respeitável.
Esse controle, porém, em muitos casos é incompleto, por causa da insuficiência de conhecimentos de certas pessoas, e da tendência de muitos em considerar, como único juiz da verdade, o seu próprio julgamento.
Em semelhantes casos, o que fazem os homens que não têm uma confiança absoluta em si mesmos?
Eles aceitam a opinião do maior número de pessoas, a opinião da maioria é o seu guia.
Assim também deve ser no que diz respeito ao ensino dos espíritos, porquanto eles mesmos nos fornecem os meios.
A concordância nos ensinamentos dos espíritos é, portanto, o melhor controle, mas ainda é preciso que ela seja feita dentro de certas condições.
Continua...
Esta universalidade no ensino dos espíritos fez a força do Espiritismo, e nela também está a causa da sua rápida propagação;
enquanto a voz de um único homem, mesmo com a ajuda da imprensa, levaria séculos antes de chegar aos ouvidos de todos.
Eis que milhares de vozes se fazem ouvir, simultaneamente, sobre todos os pontos da Terra para proclamar os mesmos princípios, e transmiti-los aos mais ignorantes como aos mais sábios, a fim de que ninguém seja excluído.
É uma vantagem da qual nenhuma das doutrinas, que apareceram até hoje, tem desfrutado.
Portanto, se o Espiritismo é uma verdade, ele não teme o malquerer dos homens, nem as revoluções morais, nem as perturbações físicas do globo, porque nenhuma dessas coisas pode atingir os espíritos.
Essa, porém, não é a única vantagem que resulta dessa posição excepcional;
nela o Espiritismo encontra uma garantia poderosa contra as divisões que poderiam surgir, seja pela ambição de alguns, seja pelas contradições de certos espíritos.
Essas contradições, seguramente, são um obstáculo, mas trazem em si o remédio ao lado do mal.
Sabe-se que os espíritos, em consequência da diferença que existe entre seus conhecimentos, estão longe de possuir toda a verdade;
que não é dado a todos penetrar certos mistérios;
que o seu saber é proporcional à sua depuração;
que os espíritos comuns não sabem mais que os homens, podem até saber menos que certos homens.
Que há entre eles, assim como entre os homens, os presunçosos e os falsos sábios, que crêem saber o que na realidade não sabem;
os sistemáticos, que tomam suas ideias como sendo a verdade, e, enfim, os espíritos de ordem mais elevada, aqueles completamente desmaterializados e que são os únicos despojados das ideias e dos preconceitos terrenos.
Porém, sabe-se, também, que os espíritos enganadores não têm escrúpulos de se utilizarem de nomes que não são os seus, para fazerem aceitar suas ideias fantasiosas, quiméricas.
Daí resulta que, para tudo aquilo que está fora do ensino exclusivamente moral, as revelações que cada um pode obter têm um carácter individual, sem autenticidade;
que essas revelações devem ser consideradas como opiniões pessoais deste ou daquele espírito, e que seria uma imprudência aceitá-las e promulgá-las levianamente como verdades absolutas.
Sem a menor dúvida, o primeiro exame ao qual é preciso submeter, sem excepção, tudo o que vem dos espíritos é o da razão.
Toda teoria que se apresente em contradição evidente com o bom senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos que se possui, deve ser rejeitada, ainda que seja assinada por um nome respeitável.
Esse controle, porém, em muitos casos é incompleto, por causa da insuficiência de conhecimentos de certas pessoas, e da tendência de muitos em considerar, como único juiz da verdade, o seu próprio julgamento.
Em semelhantes casos, o que fazem os homens que não têm uma confiança absoluta em si mesmos?
Eles aceitam a opinião do maior número de pessoas, a opinião da maioria é o seu guia.
Assim também deve ser no que diz respeito ao ensino dos espíritos, porquanto eles mesmos nos fornecem os meios.
A concordância nos ensinamentos dos espíritos é, portanto, o melhor controle, mas ainda é preciso que ela seja feita dentro de certas condições.
Continua...
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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A menos segura de todas é quando um médium interroga, ele mesmo, vários espíritos sobre um ponto duvidoso;
é claro que, se ele estiver sob o domínio de uma obsessão,(5) ou em relação com um espírito enganador, este espírito pode-lhe dizer a mesma coisa sob nomes diferentes.
Também não há uma garantia absoluta na concordância que se pode obter pelos médiuns de um mesmo Centro, pois todos podem estar sofrendo a mesma influência.
A única garantia séria do ensinamento dos espíritos está na concordância que existe entre as revelações feitas espontaneamente, por intermédio de um grande número de médiuns estranhos uns aos outros, e em diversos lugares.
Entende-se perfeitamente que aqui não se trata de comunicações referentes a interesses secundários, mas das que dizem respeito aos próprios princípios da Doutrina.
A experiência prova que, quando um princípio novo deve ser divulgado, ele é ensinado espontaneamente, em diferentes pontos ao mesmo tempo, e de uma maneira idêntica, caso não seja pela forma, pelo menos o será pelo conteúdo.
Portanto, se agradar a um espírito formular um sistema excêntrico, baseado unicamente em suas ideias e fora da verdade, pode-se ficar certo de que esse sistema permanecerá circunscrito, e cairá diante da unanimidade das instruções dadas de todas as partes, conforme os inúmeros exemplos têm demonstrado.
É esta unanimidade que fez cair todas as teorias parciais que apareceram na origem do Espiritismo, quando cada um explicava os fenómenos à sua maneira, e antes que se conhecessem as leis que regem as relações entre o mundo visível e o invisível.
Esta é a base em que nos apoiamos, quando formulamos um princípio da Doutrina.
Não é porque ele está de acordo com as nossas ideias que nós o consideramos como verdadeiro.
Não nos colocamos, em absoluto, como juiz supremo da verdade e nem dizemos a pessoa alguma:
Acreditem em tal coisa, pois estamos lhes dizendo.
A nossa opinião, aos nossos próprios olhos, é simplesmente uma opinião pessoal, que pode ser falsa ou verdadeira, porque nós não somos mais infalíveis que ninguém.
Não é porque um princípio nos é ensinado que devemos considerá-lo como verdadeiro, mas porque ele recebeu aprovação unânime.
Na nossa posição, recebendo comunicações de quase mil Centros Espíritas sérios, disseminados pelos diversos pontos do globo, temos condições de ver os princípios sobre os quais essa concordância se estabelece;
essa observação é que nos guia até hoje, e igualmente nos guiará nos novos campos que o Espiritismo será chamado a explorar.
Foi assim que, estudando atentamente as comunicações vindas de diversos lugares, tanto da França quanto do estrangeiro, nós reconhecemos, na natureza toda especial das revelações, que há tendência a entrar em uma nova estrada, e que é chegado o momento de dar um passo adiante.
Essas revelações, às vezes feitas com meios-termos, frequentemente passaram despercebidas por muitos daqueles que as têm obtido;
muitos outros acreditaram ser os únicos a obtê-las.
Tomadas isoladamente, elas seriam sem valor para nós, somente a coincidência lhes dá a seriedade.
Depois, quando chegar o momento de levá-las à luz da publicidade, cada um então se lembrará de haver recebido instruções com o mesmo conteúdo.
É este movimento geral que nós observamos, que estudamos, com a assistência dos nossos guias espirituais, e que nos ajuda a julgar a oportunidade que existe, para nós, de fazermos ou não uma coisa.
Continua...
A menos segura de todas é quando um médium interroga, ele mesmo, vários espíritos sobre um ponto duvidoso;
é claro que, se ele estiver sob o domínio de uma obsessão,(5) ou em relação com um espírito enganador, este espírito pode-lhe dizer a mesma coisa sob nomes diferentes.
Também não há uma garantia absoluta na concordância que se pode obter pelos médiuns de um mesmo Centro, pois todos podem estar sofrendo a mesma influência.
A única garantia séria do ensinamento dos espíritos está na concordância que existe entre as revelações feitas espontaneamente, por intermédio de um grande número de médiuns estranhos uns aos outros, e em diversos lugares.
Entende-se perfeitamente que aqui não se trata de comunicações referentes a interesses secundários, mas das que dizem respeito aos próprios princípios da Doutrina.
A experiência prova que, quando um princípio novo deve ser divulgado, ele é ensinado espontaneamente, em diferentes pontos ao mesmo tempo, e de uma maneira idêntica, caso não seja pela forma, pelo menos o será pelo conteúdo.
Portanto, se agradar a um espírito formular um sistema excêntrico, baseado unicamente em suas ideias e fora da verdade, pode-se ficar certo de que esse sistema permanecerá circunscrito, e cairá diante da unanimidade das instruções dadas de todas as partes, conforme os inúmeros exemplos têm demonstrado.
É esta unanimidade que fez cair todas as teorias parciais que apareceram na origem do Espiritismo, quando cada um explicava os fenómenos à sua maneira, e antes que se conhecessem as leis que regem as relações entre o mundo visível e o invisível.
Esta é a base em que nos apoiamos, quando formulamos um princípio da Doutrina.
Não é porque ele está de acordo com as nossas ideias que nós o consideramos como verdadeiro.
Não nos colocamos, em absoluto, como juiz supremo da verdade e nem dizemos a pessoa alguma:
Acreditem em tal coisa, pois estamos lhes dizendo.
A nossa opinião, aos nossos próprios olhos, é simplesmente uma opinião pessoal, que pode ser falsa ou verdadeira, porque nós não somos mais infalíveis que ninguém.
Não é porque um princípio nos é ensinado que devemos considerá-lo como verdadeiro, mas porque ele recebeu aprovação unânime.
Na nossa posição, recebendo comunicações de quase mil Centros Espíritas sérios, disseminados pelos diversos pontos do globo, temos condições de ver os princípios sobre os quais essa concordância se estabelece;
essa observação é que nos guia até hoje, e igualmente nos guiará nos novos campos que o Espiritismo será chamado a explorar.
Foi assim que, estudando atentamente as comunicações vindas de diversos lugares, tanto da França quanto do estrangeiro, nós reconhecemos, na natureza toda especial das revelações, que há tendência a entrar em uma nova estrada, e que é chegado o momento de dar um passo adiante.
Essas revelações, às vezes feitas com meios-termos, frequentemente passaram despercebidas por muitos daqueles que as têm obtido;
muitos outros acreditaram ser os únicos a obtê-las.
Tomadas isoladamente, elas seriam sem valor para nós, somente a coincidência lhes dá a seriedade.
Depois, quando chegar o momento de levá-las à luz da publicidade, cada um então se lembrará de haver recebido instruções com o mesmo conteúdo.
É este movimento geral que nós observamos, que estudamos, com a assistência dos nossos guias espirituais, e que nos ajuda a julgar a oportunidade que existe, para nós, de fazermos ou não uma coisa.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Esse controle universal é uma garantia para a unidade vindoura do Espiritismo, e ele anulará todas as teorias contraditórias.
É assim que, no futuro, se encontrará o critério da verdade.
O que fez o sucesso da doutrina formulada no O Livro dos Espíritos e no O Livro dos Médiuns é que em toda a parte cada um pôde receber directamente dos espíritos a confirmação do que eles contêm.
Se, de todos os lados, os espíritos viessem contradizê-los, depois de algum tempo esses livros teriam sofrido o mesmo destino de todas as concepções fantásticas;
nem o apoio da imprensa poderia salvá-los do naufrágio, enquanto que, mesmo privados desse apoio, eles abriram os seus caminhos e avançaram rapidamente, porquanto tiveram o amparo dos espíritos, dos quais a boa vontade muito compensou o malquerer dos homens.
Assim acontecerá com todas as ideias que, emanando dos espíritos ou dos homens não puderem suportar a prova desse controle cujo poder nenhuma pessoa pode contestar.
Vamos supor que agrade a certos espíritos ditar, sob um título qualquer, um livro em sentido contrário;
suponhamos mesmo que, com uma intenção hostil, objectivando desacreditar a Doutrina, a malevolência fizesse surgir comunicações apócrifas, isto é, falsas.
Que influência poderiam ter esses escritos, se eles são desmentidos de todos os lados pelos espíritos?
É a adesão dos espíritos que precisaria ser assegurada antes de lançar um sistema em nome deles.
Do sistema de um só ao de todos, há a distância que vai da unidade ao infinito.
O que podem, até mesmo, todos os argumentos dos detractores sobre a opinião das multidões, quando milhões de vozes amigas, provenientes do espaço, vêm de todas as partes do Universo, e no meio de cada família, para contradizê-los?
A experiência, em relação a esse assunto, já não confirmou a teoria?
Em que são transformadas todas essas publicações que deveriam, supostamente, destruir o Espiritismo?
Qual foi aquele que conseguiu diminuir a sua marcha?
Até o presente não se havia examinado a questão sob esse ponto de vista, um dos mais graves, sem dúvida alguma;
cada um contou consigo mesmo, sem contar com os espíritos.
O princípio da concordância é ainda uma garantia contra as alterações que o Espiritismo poderia sofrer pelas seitas que quisessem apoderar-se dele e acomodá-lo à sua vontade.
Quem quer que tentasse desviá-lo do seu objectivo providencial, fracassaria, pela simples razão de que os espíritos, pela universalidade dos seus ensinamentos, farão tombar qualquer modificação que se afaste da verdade.
De tudo isso ressalta uma verdade capital, a de que aquele que quisesse colocar-se contra a corrente de ideias, estabelecida e sancionada, bem poderia causar uma pequena perturbação local e momentânea, mas jamais dominar o conjunto, mesmo no presente, e ainda menos no futuro.
Disso ainda resulta que as instruções dadas pelos espíritos sobre pontos da Doutrina ainda não elucidados, não se tornaram lei, tanto é que elas ficaram isoladas;
e que, por conseguinte, só devem ser aceitas sob todas as reservas e a título de esclarecimento.
Daí a necessidade de usar da maior prudência na sua publicação;
e, no caso em que se acredita que se deve publicá-las, é importante apresentá-las como opiniões individuais, mais ou menos prováveis, havendo, porém, em todos os casos, necessidade de confirmação.
Continua...
Esse controle universal é uma garantia para a unidade vindoura do Espiritismo, e ele anulará todas as teorias contraditórias.
É assim que, no futuro, se encontrará o critério da verdade.
O que fez o sucesso da doutrina formulada no O Livro dos Espíritos e no O Livro dos Médiuns é que em toda a parte cada um pôde receber directamente dos espíritos a confirmação do que eles contêm.
Se, de todos os lados, os espíritos viessem contradizê-los, depois de algum tempo esses livros teriam sofrido o mesmo destino de todas as concepções fantásticas;
nem o apoio da imprensa poderia salvá-los do naufrágio, enquanto que, mesmo privados desse apoio, eles abriram os seus caminhos e avançaram rapidamente, porquanto tiveram o amparo dos espíritos, dos quais a boa vontade muito compensou o malquerer dos homens.
Assim acontecerá com todas as ideias que, emanando dos espíritos ou dos homens não puderem suportar a prova desse controle cujo poder nenhuma pessoa pode contestar.
Vamos supor que agrade a certos espíritos ditar, sob um título qualquer, um livro em sentido contrário;
suponhamos mesmo que, com uma intenção hostil, objectivando desacreditar a Doutrina, a malevolência fizesse surgir comunicações apócrifas, isto é, falsas.
Que influência poderiam ter esses escritos, se eles são desmentidos de todos os lados pelos espíritos?
É a adesão dos espíritos que precisaria ser assegurada antes de lançar um sistema em nome deles.
Do sistema de um só ao de todos, há a distância que vai da unidade ao infinito.
O que podem, até mesmo, todos os argumentos dos detractores sobre a opinião das multidões, quando milhões de vozes amigas, provenientes do espaço, vêm de todas as partes do Universo, e no meio de cada família, para contradizê-los?
A experiência, em relação a esse assunto, já não confirmou a teoria?
Em que são transformadas todas essas publicações que deveriam, supostamente, destruir o Espiritismo?
Qual foi aquele que conseguiu diminuir a sua marcha?
Até o presente não se havia examinado a questão sob esse ponto de vista, um dos mais graves, sem dúvida alguma;
cada um contou consigo mesmo, sem contar com os espíritos.
O princípio da concordância é ainda uma garantia contra as alterações que o Espiritismo poderia sofrer pelas seitas que quisessem apoderar-se dele e acomodá-lo à sua vontade.
Quem quer que tentasse desviá-lo do seu objectivo providencial, fracassaria, pela simples razão de que os espíritos, pela universalidade dos seus ensinamentos, farão tombar qualquer modificação que se afaste da verdade.
De tudo isso ressalta uma verdade capital, a de que aquele que quisesse colocar-se contra a corrente de ideias, estabelecida e sancionada, bem poderia causar uma pequena perturbação local e momentânea, mas jamais dominar o conjunto, mesmo no presente, e ainda menos no futuro.
Disso ainda resulta que as instruções dadas pelos espíritos sobre pontos da Doutrina ainda não elucidados, não se tornaram lei, tanto é que elas ficaram isoladas;
e que, por conseguinte, só devem ser aceitas sob todas as reservas e a título de esclarecimento.
Daí a necessidade de usar da maior prudência na sua publicação;
e, no caso em que se acredita que se deve publicá-las, é importante apresentá-las como opiniões individuais, mais ou menos prováveis, havendo, porém, em todos os casos, necessidade de confirmação.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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É essa confirmação que se deve aguardar, antes de apresentar um princípio como verdade absoluta, se não se deseja ser acusado de leviandade ou de credulidade irreflectida.
Os espíritos superiores procedem com uma extrema sabedoria nas suas revelações;
eles só abordam gradualmente as grandes questões da Doutrina, à medida que a inteligência está apta a compreender as verdades de uma ordem mais elevada, e que as circunstâncias são propícias para a emissão de uma nova ideia.
Eis por que, eles não disseram tudo desde o início, e ainda hoje não o fizeram, não cedendo jamais à impaciência de pessoas muito apressadas que querem colher os frutos antes de estarem maduros.
Portanto, seria supérfluo querer antecipar o tempo determinado para cada coisa pela Providência, porque, então, os espíritos verdadeiramente sérios recusariam sua ajuda;
no entanto, os espíritos levianos, pouco se preocupando com a verdade, respondem a tudo;
é por essa razão que, sobre todas as questões prematuras, sempre há respostas contraditórias.
Os princípios acima não são as resultantes de uma teoria pessoal, mas a consequência das condições nas quais os espíritos se manifestam.
É evidente que, se um espírito diz uma coisa de um lado, enquanto milhões de espíritos dizem o contrário de outros lugares, a presunção da verdade não pode estar com aquele que é o único ou quase único com tal opinião.
Ora, pretender ter razão sozinho, contra todos, seria tão ilógico da parte de um espírito quanto da parte dos homens.
Os espíritos verdadeiramente sábios, se não se sentem suficientemente esclarecidos sobre uma questão, nunca a resolvem de uma maneira absoluta;
declaram que a tratam apenas do seu ponto de vista e eles mesmos aconselham esperar a confirmação.
Por mais que uma ideia seja grande, bela e justa, é impossível que ela, desde o início, concentre todas as opiniões.
Os conflitos dela resultantes são a consequência inevitável do movimento que se desenvolve;
eles são mesmo necessários para melhor fazer ressaltar a verdade, e é útil que aconteçam logo no início do movimento para que as ideias falsas sejam logo afastadas.
Os espíritas que a esse respeito possuem algum temor devem, portanto, ficar tranquilos.
Todas as pretensões isoladas cairão, pela força das coisas, diante do grande e poderoso critério da concordância universal.
Não é pela opinião de um homem que os outros se congraçarão, mas pela voz unânime dos espíritos.
Não será um homem, muito menos nós ou qualquer outro, que fundará a ortodoxia(6) espírita;
também não será um espírito, vindo se impor a quem quer que seja:
será a universalidade dos espíritos comunicando-se em toda a Terra por ordem de Deus;
aí está o carácter essencial da Doutrina Espírita, a sua força, a sua autoridade. Deus quis que a sua lei fosse assentada sobre uma base inabalável, foi por isso que Ele não a colocou sobre a cabeça frágil de uma única pessoa.
É diante desse poderoso areópago,(7) que não conhece nem as sociedades secretas, nem as rivalidades invejosas, nem as seitas, nem as nações, que virão se quebrar todas as oposições, todas as ambições, todas as pretensões à supremacia individual;
é diante dele que nós mesmos nos quebraríamos se quiséssemos substituir, pelas nossas próprias ideias, os seus decretos soberanos.
Só ele decidirá todas as questões litigiosas, fará calar os dissidentes e dará, ou não, razão a quem de direito.
Continua...
É essa confirmação que se deve aguardar, antes de apresentar um princípio como verdade absoluta, se não se deseja ser acusado de leviandade ou de credulidade irreflectida.
Os espíritos superiores procedem com uma extrema sabedoria nas suas revelações;
eles só abordam gradualmente as grandes questões da Doutrina, à medida que a inteligência está apta a compreender as verdades de uma ordem mais elevada, e que as circunstâncias são propícias para a emissão de uma nova ideia.
Eis por que, eles não disseram tudo desde o início, e ainda hoje não o fizeram, não cedendo jamais à impaciência de pessoas muito apressadas que querem colher os frutos antes de estarem maduros.
Portanto, seria supérfluo querer antecipar o tempo determinado para cada coisa pela Providência, porque, então, os espíritos verdadeiramente sérios recusariam sua ajuda;
no entanto, os espíritos levianos, pouco se preocupando com a verdade, respondem a tudo;
é por essa razão que, sobre todas as questões prematuras, sempre há respostas contraditórias.
Os princípios acima não são as resultantes de uma teoria pessoal, mas a consequência das condições nas quais os espíritos se manifestam.
É evidente que, se um espírito diz uma coisa de um lado, enquanto milhões de espíritos dizem o contrário de outros lugares, a presunção da verdade não pode estar com aquele que é o único ou quase único com tal opinião.
Ora, pretender ter razão sozinho, contra todos, seria tão ilógico da parte de um espírito quanto da parte dos homens.
Os espíritos verdadeiramente sábios, se não se sentem suficientemente esclarecidos sobre uma questão, nunca a resolvem de uma maneira absoluta;
declaram que a tratam apenas do seu ponto de vista e eles mesmos aconselham esperar a confirmação.
Por mais que uma ideia seja grande, bela e justa, é impossível que ela, desde o início, concentre todas as opiniões.
Os conflitos dela resultantes são a consequência inevitável do movimento que se desenvolve;
eles são mesmo necessários para melhor fazer ressaltar a verdade, e é útil que aconteçam logo no início do movimento para que as ideias falsas sejam logo afastadas.
Os espíritas que a esse respeito possuem algum temor devem, portanto, ficar tranquilos.
Todas as pretensões isoladas cairão, pela força das coisas, diante do grande e poderoso critério da concordância universal.
Não é pela opinião de um homem que os outros se congraçarão, mas pela voz unânime dos espíritos.
Não será um homem, muito menos nós ou qualquer outro, que fundará a ortodoxia(6) espírita;
também não será um espírito, vindo se impor a quem quer que seja:
será a universalidade dos espíritos comunicando-se em toda a Terra por ordem de Deus;
aí está o carácter essencial da Doutrina Espírita, a sua força, a sua autoridade. Deus quis que a sua lei fosse assentada sobre uma base inabalável, foi por isso que Ele não a colocou sobre a cabeça frágil de uma única pessoa.
É diante desse poderoso areópago,(7) que não conhece nem as sociedades secretas, nem as rivalidades invejosas, nem as seitas, nem as nações, que virão se quebrar todas as oposições, todas as ambições, todas as pretensões à supremacia individual;
é diante dele que nós mesmos nos quebraríamos se quiséssemos substituir, pelas nossas próprias ideias, os seus decretos soberanos.
Só ele decidirá todas as questões litigiosas, fará calar os dissidentes e dará, ou não, razão a quem de direito.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
Continua...
Diante desse grandioso acordo de todas as vozes do céu, o que pode a opinião de um homem ou de um espírito?
Menos que a gota d'água que se perde no oceano, menos que a voz de uma criança abafada pela tempestade.
A opinião universal, eis, portanto, o juiz supremo, aquele que fala em última instância.
Ela se forma de todas as opiniões individuais;
se uma delas é verdadeira, só tem um peso relativo na balança, se é falsa, não pode levar vantagem sobre todas as outras.
Nesse imenso concurso, as individualidades se apagam, o que é um novo revés para o orgulho humano.
Esse conjunto harmonioso já se delineia.
Ora, este século não passará sem que ele resplandeça em todo o seu esplendor, de maneira a anular todas as incertezas;
porque daqui para a frente vozes poderosas terão recebido a missão de se fazerem ouvir, para reunir os homens sob a mesma bandeira, desde que o campo esteja suficientemente preparado.
Enquanto espera, aquele que hesita entre dois sistemas opostos pode observar em que sentido se forma a opinião geral, este é o indício certo do sentido em que se pronuncia a maioria dos espíritos, nos diversos pontos em que se comunicam;
é um sinal também certo de qual dos dois sistemas irá prevalecer.
III. Notícias Históricas
Para compreender melhor algumas passagens dos Evangelhos, é necessário conhecer o valor de certas palavras, que neles são empregadas frequentemente e que caracterizam a situação da sociedade judaica e dos costumes naquela época.
Essas palavras, não tendo mais, para nós, o mesmo sentido, muitas vezes foram mal interpretadas e, por isso mesmo, criaram muitas dúvidas.
A compreensão do seu significado explica, além disso, o verdadeiro sentido de certas máximas que, à primeira vista, parecem estranhas.
Samaritanos. Após o cisma das dez tribos, Samaria tornou-se a capital do reino dissidente de Israel.
Destruída e reconstruída muitas vezes, ela foi, sob o Império Romano, a capital da Samaria, uma das quatro divisões da Palestina.
Herodes,( 8 ) chamado o Grande, embelezou-a com sumptuosos monumentos e, para agradar a Augusto, deu a ela o nome de Augusta, em grego Sebaste.
Os samaritanos quase sempre estiveram em guerra com os reis de Judá;(9)
uma aversão profunda, datando da separação, perpetuou-se entre os dois povos, que abandonaram todas as relações recíprocas.
Os samaritanos, para tornar a separação mais profunda e não terem de ir a Jerusalém para a celebração das festas religiosas, construíram um templo particular e adoptaram certas reformas;
admitiam somente o Pentateuco,(10) contendo a lei de Moisés, e rejeitavam todos os livros que lhe foram anexados posteriormente.
Seus livros sagrados eram escritos em caracteres hebreus da mais alta antiguidade.
Aos olhos dos judeus ortodoxos eles eram heréticos;(11)
isto é, contrários à doutrina estabelecida, e, por isso mesmo, desprezados, amaldiçoados e perseguidos.
Portanto, o antagonismo das duas nações tinha por único princípio a divergência de opiniões religiosas, ainda que suas crenças tivessem a mesma origem;
eram os protestantes daquela época.
Actualmente, ainda se encontram samaritanos em algumas regiões do Levante(12) particularmente em Nabulus e Jafa.(13)
Eles seguem a lei de Moisés com mais rigor que os outros judeus e só celebram casamentos entre eles.
Continua...
Diante desse grandioso acordo de todas as vozes do céu, o que pode a opinião de um homem ou de um espírito?
Menos que a gota d'água que se perde no oceano, menos que a voz de uma criança abafada pela tempestade.
A opinião universal, eis, portanto, o juiz supremo, aquele que fala em última instância.
Ela se forma de todas as opiniões individuais;
se uma delas é verdadeira, só tem um peso relativo na balança, se é falsa, não pode levar vantagem sobre todas as outras.
Nesse imenso concurso, as individualidades se apagam, o que é um novo revés para o orgulho humano.
Esse conjunto harmonioso já se delineia.
Ora, este século não passará sem que ele resplandeça em todo o seu esplendor, de maneira a anular todas as incertezas;
porque daqui para a frente vozes poderosas terão recebido a missão de se fazerem ouvir, para reunir os homens sob a mesma bandeira, desde que o campo esteja suficientemente preparado.
Enquanto espera, aquele que hesita entre dois sistemas opostos pode observar em que sentido se forma a opinião geral, este é o indício certo do sentido em que se pronuncia a maioria dos espíritos, nos diversos pontos em que se comunicam;
é um sinal também certo de qual dos dois sistemas irá prevalecer.
III. Notícias Históricas
Para compreender melhor algumas passagens dos Evangelhos, é necessário conhecer o valor de certas palavras, que neles são empregadas frequentemente e que caracterizam a situação da sociedade judaica e dos costumes naquela época.
Essas palavras, não tendo mais, para nós, o mesmo sentido, muitas vezes foram mal interpretadas e, por isso mesmo, criaram muitas dúvidas.
A compreensão do seu significado explica, além disso, o verdadeiro sentido de certas máximas que, à primeira vista, parecem estranhas.
Samaritanos. Após o cisma das dez tribos, Samaria tornou-se a capital do reino dissidente de Israel.
Destruída e reconstruída muitas vezes, ela foi, sob o Império Romano, a capital da Samaria, uma das quatro divisões da Palestina.
Herodes,( 8 ) chamado o Grande, embelezou-a com sumptuosos monumentos e, para agradar a Augusto, deu a ela o nome de Augusta, em grego Sebaste.
Os samaritanos quase sempre estiveram em guerra com os reis de Judá;(9)
uma aversão profunda, datando da separação, perpetuou-se entre os dois povos, que abandonaram todas as relações recíprocas.
Os samaritanos, para tornar a separação mais profunda e não terem de ir a Jerusalém para a celebração das festas religiosas, construíram um templo particular e adoptaram certas reformas;
admitiam somente o Pentateuco,(10) contendo a lei de Moisés, e rejeitavam todos os livros que lhe foram anexados posteriormente.
Seus livros sagrados eram escritos em caracteres hebreus da mais alta antiguidade.
Aos olhos dos judeus ortodoxos eles eram heréticos;(11)
isto é, contrários à doutrina estabelecida, e, por isso mesmo, desprezados, amaldiçoados e perseguidos.
Portanto, o antagonismo das duas nações tinha por único princípio a divergência de opiniões religiosas, ainda que suas crenças tivessem a mesma origem;
eram os protestantes daquela época.
Actualmente, ainda se encontram samaritanos em algumas regiões do Levante(12) particularmente em Nabulus e Jafa.(13)
Eles seguem a lei de Moisés com mais rigor que os outros judeus e só celebram casamentos entre eles.
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Nazarenos. Na antiga lei, este era o nome dado aos judeus que faziam voto de se conservarem em pureza perfeita por toda a vida ou por algum tempo.
Eles se obrigavam à castidade, à abstinência de bebidas alcoólicas e à conservação da sua cabeleira.
Sansão,(14) Samuel(15) e João Baptista(16) eram nazarenos.
Mais tarde, os judeus deram esse nome aos cristãos, por alusão a Jesus de Nazaré.
Esse também foi o nome de uma seita herética dos primeiros séculos da era cristã que, da mesma forma que os ebionitas,(17) dos quais eles adoptaram certos princípios, misturava as práticas do mosaísmo, isto é, das leis de Moisés, aos dogmas cristãos.
Essa seita desapareceu no quarto século.
Publicanos. Assim eram chamados, na Roma antiga, os cavalheiros arrendatários das taxas públicas, encarregados da cobrança dos impostos e das rendas de toda a natureza, fosse na própria Roma, fosse em outras partes do Império.
Eram semelhantes aos cobradores de impostos gerais e aos contratantes do antigo regime na França, e aos que ainda existem em certas regiões.
Os riscos que corriam faziam com que se fechassem os olhos às riquezas que, muitas vezes, eles adquiriam, e que, para muitos deles, eram o produto de cobranças e de benefícios escandalosos.
Mais tarde, o nome publicano se estendeu a todos aqueles que tinham a administração do dinheiro público e aos agentes subalternos.
Actualmente, esse nome é mal interpretado e serve para designar os financistas e agentes de negócios pouco escrupulosos.
Algumas vezes se diz:
"ávido como um publicano, rico como um publicano", em relação a fortunas de origem duvidosa.
O que os judeus aceitaram com mais dificuldade, durante a dominação romana, e o que mais irritação causou entre eles, foi a cobrança de impostos.
Esse facto originou muitas revoltas e se transformou em uma questão religiosa, pois a encaravam como contrária à lei.
Formou-se até um partido poderoso, à frente do qual estava um certo Judas, chamado o Gaulonita, que tinha como princípio o não-pagamento dos impostos.
Os judeus, portanto, tinham horror a essa cobrança e a todos aqueles que eram encarregados de efectuá-la, daí a sua aversão pelos publicanos de todas as categorias, entre os quais podiam encontrar-se pessoas muito estimáveis, mas que, em razão das suas funções, eram desprezadas, assim como aqueles que se relacionavam com eles, todos merecedores da mesma reprovação.
Os judeus distintos acreditavam que se comprometiam, se tivessem relações de intimidade com eles.
Peageiros: eram os cobradores de baixa categoria, encarregados, principalmente, da cobrança do direito de entrada nas cidades, ou seja, o pedágio.
Suas funções correspondiam, mais ou menos, às dos alfandegários e dos cobradores de taxas sobre mercadorias, e recebiam a mesma reprovação que os publicanos em geral.
É por essa razão que, no Evangelho, encontra-se frequentemente o nome publicano ligado ao de pessoas de má vida;
esta classificação não se referia a devassos nem a vagabundos;
era um termo de menosprezo, sinónimo de pessoas de má companhia, indignas de se relacionarem com pessoas de bem.
Continua...
Nazarenos. Na antiga lei, este era o nome dado aos judeus que faziam voto de se conservarem em pureza perfeita por toda a vida ou por algum tempo.
Eles se obrigavam à castidade, à abstinência de bebidas alcoólicas e à conservação da sua cabeleira.
Sansão,(14) Samuel(15) e João Baptista(16) eram nazarenos.
Mais tarde, os judeus deram esse nome aos cristãos, por alusão a Jesus de Nazaré.
Esse também foi o nome de uma seita herética dos primeiros séculos da era cristã que, da mesma forma que os ebionitas,(17) dos quais eles adoptaram certos princípios, misturava as práticas do mosaísmo, isto é, das leis de Moisés, aos dogmas cristãos.
Essa seita desapareceu no quarto século.
Publicanos. Assim eram chamados, na Roma antiga, os cavalheiros arrendatários das taxas públicas, encarregados da cobrança dos impostos e das rendas de toda a natureza, fosse na própria Roma, fosse em outras partes do Império.
Eram semelhantes aos cobradores de impostos gerais e aos contratantes do antigo regime na França, e aos que ainda existem em certas regiões.
Os riscos que corriam faziam com que se fechassem os olhos às riquezas que, muitas vezes, eles adquiriam, e que, para muitos deles, eram o produto de cobranças e de benefícios escandalosos.
Mais tarde, o nome publicano se estendeu a todos aqueles que tinham a administração do dinheiro público e aos agentes subalternos.
Actualmente, esse nome é mal interpretado e serve para designar os financistas e agentes de negócios pouco escrupulosos.
Algumas vezes se diz:
"ávido como um publicano, rico como um publicano", em relação a fortunas de origem duvidosa.
O que os judeus aceitaram com mais dificuldade, durante a dominação romana, e o que mais irritação causou entre eles, foi a cobrança de impostos.
Esse facto originou muitas revoltas e se transformou em uma questão religiosa, pois a encaravam como contrária à lei.
Formou-se até um partido poderoso, à frente do qual estava um certo Judas, chamado o Gaulonita, que tinha como princípio o não-pagamento dos impostos.
Os judeus, portanto, tinham horror a essa cobrança e a todos aqueles que eram encarregados de efectuá-la, daí a sua aversão pelos publicanos de todas as categorias, entre os quais podiam encontrar-se pessoas muito estimáveis, mas que, em razão das suas funções, eram desprezadas, assim como aqueles que se relacionavam com eles, todos merecedores da mesma reprovação.
Os judeus distintos acreditavam que se comprometiam, se tivessem relações de intimidade com eles.
Peageiros: eram os cobradores de baixa categoria, encarregados, principalmente, da cobrança do direito de entrada nas cidades, ou seja, o pedágio.
Suas funções correspondiam, mais ou menos, às dos alfandegários e dos cobradores de taxas sobre mercadorias, e recebiam a mesma reprovação que os publicanos em geral.
É por essa razão que, no Evangelho, encontra-se frequentemente o nome publicano ligado ao de pessoas de má vida;
esta classificação não se referia a devassos nem a vagabundos;
era um termo de menosprezo, sinónimo de pessoas de má companhia, indignas de se relacionarem com pessoas de bem.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Fariseu, do hebraico parasch = divisão, separação.
A tradição constituía uma parte importante da teologia(18) judaica;
consistia na reunião de sucessivas interpretações dadas sobre o significado das Escrituras(19) e que haviam se transformado em artigos de dogma.
Entre os doutores, isso era motivo de discussões intermináveis, na maior parte das vezes sobre simples questões de palavras ou de formas, no género das disputas teológicas e das subtilezas da escolástica(20) da Idade Média.
Daí nasceram diferentes seitas que pretendiam, cada uma delas, ser a dona absoluta da verdade, e, como quase sempre acontece, se detestavam cordialmente umas às outras.
Entre essas seitas, a mais influente era a dos fariseus, que teve por chefe Hillel, doutor judeu nascido na Babilónia, fundador de uma escola célebre onde se ensinava que a fé só era dada pelas Escrituras.
Sua origem remonta ao ano 180 ou 200 a.C. Os fariseus foram perseguidos em diversas épocas, notadamente na época de Hircano,(21) soberano pontífice e rei dos judeus, Aristóbulo(22) e Alexandre,(23) rei da Síria.
Entretanto, tendo este último lhes devolvido suas honras e seus bens, os fariseus retomaram o seu poder e o conservaram até a ruína de Jerusalém,(24) no ano 70 da era cristã, época em que seu nome desapareceu em consequência da dispersão dos judeus.
Os fariseus tinham uma parte activa nas controvérsias religiosas.
Cumpridores servis das práticas exteriores do culto e das cerimónias, cheios de um zelo ardoroso de proselitismo,(25) inimigos dos inovadores, eles simulavam uma grande severidade de princípios;
mas, sob as aparências de uma devoção meticulosa, escondiam costumes devassos, muito orgulho e, acima de tudo, um desejo excessivo de dominação.
A religião, para eles, era mais um meio de subirem na vida que o objecto de uma fé sincera.
Da virtude só possuíam a aparência e a ostentação, mas com isso exerciam uma grande influência sobre o povo, aos olhos do qual passavam por santas criaturas;
eis por que eram muito poderosos em Jerusalém.
Acreditavam, ou pelo menos diziam acreditar na Providência, na imortalidade da alma, na eternidade das penas e na ressurreição dos mortos.
(Cap. IV, item 4.)
Jesus, que acima de tudo prezava a simplicidade e as qualidades do coração, que preferia na lei o espírito que vivifica à letra que mata, dedicou-se, durante toda a sua missão, a desmascarar essa hipocrisia e, em consequência do seu procedimento, fez inimigos obstinados entre os fariseus.
Foi por esse motivo que eles se uniram aos príncipes dos sacerdotes para amotinar o povo contra Jesus e fazê-lo morrer.
Escribas: nome dado, a princípio, aos secretários dos reis de Judá, e a certos intendentes dos exércitos judeus;
mais tarde, essa designação foi aplicada especialmente aos doutores que ensinavam a lei de Moisés e a interpretavam para o povo.
Tinham ideias comuns com os fariseus e com eles partilhavam os princípios e a antipatia contra os inovadores;
por isso Jesus os reúne na mesma reprovação.
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Fariseu, do hebraico parasch = divisão, separação.
A tradição constituía uma parte importante da teologia(18) judaica;
consistia na reunião de sucessivas interpretações dadas sobre o significado das Escrituras(19) e que haviam se transformado em artigos de dogma.
Entre os doutores, isso era motivo de discussões intermináveis, na maior parte das vezes sobre simples questões de palavras ou de formas, no género das disputas teológicas e das subtilezas da escolástica(20) da Idade Média.
Daí nasceram diferentes seitas que pretendiam, cada uma delas, ser a dona absoluta da verdade, e, como quase sempre acontece, se detestavam cordialmente umas às outras.
Entre essas seitas, a mais influente era a dos fariseus, que teve por chefe Hillel, doutor judeu nascido na Babilónia, fundador de uma escola célebre onde se ensinava que a fé só era dada pelas Escrituras.
Sua origem remonta ao ano 180 ou 200 a.C. Os fariseus foram perseguidos em diversas épocas, notadamente na época de Hircano,(21) soberano pontífice e rei dos judeus, Aristóbulo(22) e Alexandre,(23) rei da Síria.
Entretanto, tendo este último lhes devolvido suas honras e seus bens, os fariseus retomaram o seu poder e o conservaram até a ruína de Jerusalém,(24) no ano 70 da era cristã, época em que seu nome desapareceu em consequência da dispersão dos judeus.
Os fariseus tinham uma parte activa nas controvérsias religiosas.
Cumpridores servis das práticas exteriores do culto e das cerimónias, cheios de um zelo ardoroso de proselitismo,(25) inimigos dos inovadores, eles simulavam uma grande severidade de princípios;
mas, sob as aparências de uma devoção meticulosa, escondiam costumes devassos, muito orgulho e, acima de tudo, um desejo excessivo de dominação.
A religião, para eles, era mais um meio de subirem na vida que o objecto de uma fé sincera.
Da virtude só possuíam a aparência e a ostentação, mas com isso exerciam uma grande influência sobre o povo, aos olhos do qual passavam por santas criaturas;
eis por que eram muito poderosos em Jerusalém.
Acreditavam, ou pelo menos diziam acreditar na Providência, na imortalidade da alma, na eternidade das penas e na ressurreição dos mortos.
(Cap. IV, item 4.)
Jesus, que acima de tudo prezava a simplicidade e as qualidades do coração, que preferia na lei o espírito que vivifica à letra que mata, dedicou-se, durante toda a sua missão, a desmascarar essa hipocrisia e, em consequência do seu procedimento, fez inimigos obstinados entre os fariseus.
Foi por esse motivo que eles se uniram aos príncipes dos sacerdotes para amotinar o povo contra Jesus e fazê-lo morrer.
Escribas: nome dado, a princípio, aos secretários dos reis de Judá, e a certos intendentes dos exércitos judeus;
mais tarde, essa designação foi aplicada especialmente aos doutores que ensinavam a lei de Moisés e a interpretavam para o povo.
Tinham ideias comuns com os fariseus e com eles partilhavam os princípios e a antipatia contra os inovadores;
por isso Jesus os reúne na mesma reprovação.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Sinagoga, do grego synagogé = reunião, assembleia, congregação.
Na Judeia havia apenas um Templo, o de Salomão,(26) em Jerusalém, onde se celebravam as grandes cerimónias do culto.
Os judeus se dirigiam a ele todos os anos, em peregrinação, para as principais festas como a da Páscoa,(27) a da Dedicação(28) e a dos Tabernáculos.(29)
Foi nessas ocasiões que Jesus fez várias viagens a Jerusalém.
As outras cidades não tinham templos, mas sim sinagogas, edifícios onde os judeus se reuniam aos sábados para fazer as preces públicas, sob a direcção dos anciãos, dos escribas ou doutores da lei.
Ali também se faziam leituras, tiradas dos livros sagrados, seguidas de explicações e comentários, dos quais qualquer pessoa podia participar;
eis por que Jesus, sem ser sacerdote, ensinava aos sábados na sinagoga.
Desde a ruína de Jerusalém e a dispersão dos judeus, as sinagogas passaram a lhes servir de templo para a celebração dos cultos nas cidades em que habitavam.
Saduceus: seita judia que se formou por volta de 248 a.C.;
assim nomeada devido a Sadoc, seu fundador.
Os saduceus não acreditavam nem na imortalidade da alma, nem na ressurreição, nem nos bons e maus anjos.
Entretanto, acreditavam em Deus, mas não esperavam nada após a morte, somente o serviam em vista de recompensas temporais que, segundo a crença que tinham, era ao que se limitava sua Providência.
A satisfação dos sentidos era para eles o objectivo essencial da vida.
Quanto às Escrituras, os saduceus se prendiam ao texto da antiga lei, não admitindo nem a tradição, nem nenhuma interpretação;
colocavam as boas obras e a execução pura e simples da lei acima das práticas exteriores do culto.
Eram, como podemos ver, os materialistas, os deístas(30) e os sensualistas daquela época.
Essa seita era pouco numerosa, mas contava com personagens importantes, e se tornou um partido político constantemente oposto aos fariseus.
Essénios ou Esseus: seita judia fundada por volta do ano 150 a.C., no tempo dos macabeus,(31) e cujos membros, que habitavam em prédios semelhantes a mosteiros, formavam entre eles uma espécie de associação moral e religiosa.
Distinguiam-se por hábitos tranquilos e virtudes austeras, ensinavam o amor a Deus e ao próximo, a imortalidade da alma e acreditavam na ressurreição.
Eram celibatários, condenavam a escravidão e a guerra, partilhavam seus bens em comum e se dedicavam à agricultura.
Opostos aos sensuais saduceus, que negavam a imortalidade, e aos fariseus, rígidos por suas práticas exteriores e entre os quais a virtude era só aparente, eles não tomavam parte alguma nas querelas que dividiam essas duas seitas.
Seu género de vida os aproximava dos primeiros cristãos, e os princípios de moral que professavam fizeram com que algumas pessoas pensassem que Jesus fez parte dessa seita, antes de iniciar a sua missão pública.
O que é certo é que Ele deve tê-la conhecido, mas nada prova que se filiou a ela, e tudo o que se escreveu a esse respeito é hipotético.(32)
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Sinagoga, do grego synagogé = reunião, assembleia, congregação.
Na Judeia havia apenas um Templo, o de Salomão,(26) em Jerusalém, onde se celebravam as grandes cerimónias do culto.
Os judeus se dirigiam a ele todos os anos, em peregrinação, para as principais festas como a da Páscoa,(27) a da Dedicação(28) e a dos Tabernáculos.(29)
Foi nessas ocasiões que Jesus fez várias viagens a Jerusalém.
As outras cidades não tinham templos, mas sim sinagogas, edifícios onde os judeus se reuniam aos sábados para fazer as preces públicas, sob a direcção dos anciãos, dos escribas ou doutores da lei.
Ali também se faziam leituras, tiradas dos livros sagrados, seguidas de explicações e comentários, dos quais qualquer pessoa podia participar;
eis por que Jesus, sem ser sacerdote, ensinava aos sábados na sinagoga.
Desde a ruína de Jerusalém e a dispersão dos judeus, as sinagogas passaram a lhes servir de templo para a celebração dos cultos nas cidades em que habitavam.
Saduceus: seita judia que se formou por volta de 248 a.C.;
assim nomeada devido a Sadoc, seu fundador.
Os saduceus não acreditavam nem na imortalidade da alma, nem na ressurreição, nem nos bons e maus anjos.
Entretanto, acreditavam em Deus, mas não esperavam nada após a morte, somente o serviam em vista de recompensas temporais que, segundo a crença que tinham, era ao que se limitava sua Providência.
A satisfação dos sentidos era para eles o objectivo essencial da vida.
Quanto às Escrituras, os saduceus se prendiam ao texto da antiga lei, não admitindo nem a tradição, nem nenhuma interpretação;
colocavam as boas obras e a execução pura e simples da lei acima das práticas exteriores do culto.
Eram, como podemos ver, os materialistas, os deístas(30) e os sensualistas daquela época.
Essa seita era pouco numerosa, mas contava com personagens importantes, e se tornou um partido político constantemente oposto aos fariseus.
Essénios ou Esseus: seita judia fundada por volta do ano 150 a.C., no tempo dos macabeus,(31) e cujos membros, que habitavam em prédios semelhantes a mosteiros, formavam entre eles uma espécie de associação moral e religiosa.
Distinguiam-se por hábitos tranquilos e virtudes austeras, ensinavam o amor a Deus e ao próximo, a imortalidade da alma e acreditavam na ressurreição.
Eram celibatários, condenavam a escravidão e a guerra, partilhavam seus bens em comum e se dedicavam à agricultura.
Opostos aos sensuais saduceus, que negavam a imortalidade, e aos fariseus, rígidos por suas práticas exteriores e entre os quais a virtude era só aparente, eles não tomavam parte alguma nas querelas que dividiam essas duas seitas.
Seu género de vida os aproximava dos primeiros cristãos, e os princípios de moral que professavam fizeram com que algumas pessoas pensassem que Jesus fez parte dessa seita, antes de iniciar a sua missão pública.
O que é certo é que Ele deve tê-la conhecido, mas nada prova que se filiou a ela, e tudo o que se escreveu a esse respeito é hipotético.(32)
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Terapeutas, do grego thérapeutai, derivado do verbo therapeuein, servir, curar, significa:
servidores de Deus ou curadores; eram sectários judeus, contemporâneos do Cristo, estabelecidos principalmente em Alexandria, no Egipto.
Tinham grande relação com os essénios, dos quais professavam os princípios e igualmente adoptavam a prática de todas as virtudes.
Sua alimentação era extremamente frugal;
voltados para o celibato, a contemplação e a vida solitária, formavam uma verdadeira ordem religiosa.
Filon, filósofo judeu platónico de Alexandria, foi o primeiro a falar dos terapeutas, considerando-os como uma seita judaica.
Eusébio, São Jerónimo e outros Pais da Igreja(33) pensam que eles eram cristãos.
Quer fossem judeus ou cristãos, é evidente que, da mesma forma que os essénios, eles representavam um traço de união entre o judaísmo e o cristianismo.
IV. Sócrates e Platão, Precursores da Ideia Cristã e do Espiritismo
Supondo-se que Jesus conheceu a seita dos essénios, seria errado concluir-se que foi dela que Ele tirou a sua doutrina, e que, se tivesse vivido em outro meio, teria professado outros princípios.
As grandes ideias nunca aparecem subitamente;
aquelas que têm por base a verdade, sempre apresentam precursores que lhes preparam parcialmente o caminho.
Depois, quando os tempos são chegados, Deus envia um homem com a missão de resumir, coordenar e completar esses elementos esparsos, e com eles formar uma base.
Desta maneira, não chegando bruscamente, ela encontra, ao aparecer, espíritos inteiramente dispostos a aceitá-la.
Assim ocorreu com a ideia cristã, que foi pressentida muitos séculos antes de Jesus e dos essénios e da qual Sócrates(34) e Platão(35) foram os principais precursores.
Sócrates, da mesma forma que o Cristo, nada escreveu, ou, pelo menos, não deixou nenhum escrito.
Como o Cristo, teve a morte dos criminosos, vítima do fanatismo, por haver atacado as crenças existentes e posto a virtude real acima da hipocrisia e da aparência das formas, em uma palavra, por haver combatido os preconceitos religiosos.
Como Jesus, foi acusado pelos fariseus de corromper o povo com os seus ensinamentos.
Sócrates também foi acusado pelos fariseus do seu tempo "porque eles existiram em todas as épocas" de corromper a juventude, ao proclamar o dogma da unidade de Deus, a imortalidade da alma e a vida futura.
Assim como nós conhecemos a doutrina de Jesus somente pelos escritos de seus discípulos, conhecemos a de Sócrates pelos escritos do seu discípulo Platão.
Cremos que será útil resumir aqui os pontos mais importantes da doutrina socrática para demonstrar a sua concordância com os princípios do Cristianismo.
Àqueles que olharem este paralelo como uma profanação, e considerarem que não pode haver semelhança entre a doutrina de um pagão e a de Cristo, responderemos que a doutrina de Sócrates não era pagã, porquanto ela possuía como objectivo combater o paganismo;
que a doutrina de Jesus, mais completa e mais depurada que a de Sócrates, nada tem a perder com a comparação;
que a grandeza de missão divina do Cristo não poderia ser diminuída e que a história não pode ser sufocada.
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Terapeutas, do grego thérapeutai, derivado do verbo therapeuein, servir, curar, significa:
servidores de Deus ou curadores; eram sectários judeus, contemporâneos do Cristo, estabelecidos principalmente em Alexandria, no Egipto.
Tinham grande relação com os essénios, dos quais professavam os princípios e igualmente adoptavam a prática de todas as virtudes.
Sua alimentação era extremamente frugal;
voltados para o celibato, a contemplação e a vida solitária, formavam uma verdadeira ordem religiosa.
Filon, filósofo judeu platónico de Alexandria, foi o primeiro a falar dos terapeutas, considerando-os como uma seita judaica.
Eusébio, São Jerónimo e outros Pais da Igreja(33) pensam que eles eram cristãos.
Quer fossem judeus ou cristãos, é evidente que, da mesma forma que os essénios, eles representavam um traço de união entre o judaísmo e o cristianismo.
IV. Sócrates e Platão, Precursores da Ideia Cristã e do Espiritismo
Supondo-se que Jesus conheceu a seita dos essénios, seria errado concluir-se que foi dela que Ele tirou a sua doutrina, e que, se tivesse vivido em outro meio, teria professado outros princípios.
As grandes ideias nunca aparecem subitamente;
aquelas que têm por base a verdade, sempre apresentam precursores que lhes preparam parcialmente o caminho.
Depois, quando os tempos são chegados, Deus envia um homem com a missão de resumir, coordenar e completar esses elementos esparsos, e com eles formar uma base.
Desta maneira, não chegando bruscamente, ela encontra, ao aparecer, espíritos inteiramente dispostos a aceitá-la.
Assim ocorreu com a ideia cristã, que foi pressentida muitos séculos antes de Jesus e dos essénios e da qual Sócrates(34) e Platão(35) foram os principais precursores.
Sócrates, da mesma forma que o Cristo, nada escreveu, ou, pelo menos, não deixou nenhum escrito.
Como o Cristo, teve a morte dos criminosos, vítima do fanatismo, por haver atacado as crenças existentes e posto a virtude real acima da hipocrisia e da aparência das formas, em uma palavra, por haver combatido os preconceitos religiosos.
Como Jesus, foi acusado pelos fariseus de corromper o povo com os seus ensinamentos.
Sócrates também foi acusado pelos fariseus do seu tempo "porque eles existiram em todas as épocas" de corromper a juventude, ao proclamar o dogma da unidade de Deus, a imortalidade da alma e a vida futura.
Assim como nós conhecemos a doutrina de Jesus somente pelos escritos de seus discípulos, conhecemos a de Sócrates pelos escritos do seu discípulo Platão.
Cremos que será útil resumir aqui os pontos mais importantes da doutrina socrática para demonstrar a sua concordância com os princípios do Cristianismo.
Àqueles que olharem este paralelo como uma profanação, e considerarem que não pode haver semelhança entre a doutrina de um pagão e a de Cristo, responderemos que a doutrina de Sócrates não era pagã, porquanto ela possuía como objectivo combater o paganismo;
que a doutrina de Jesus, mais completa e mais depurada que a de Sócrates, nada tem a perder com a comparação;
que a grandeza de missão divina do Cristo não poderia ser diminuída e que a história não pode ser sufocada.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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O homem chegou a um ponto em que a luz sai por si mesma de debaixo do alqueire,(36) e ele está pronto para olhá-la de frente, tanto pior para aqueles que não ousarem abrir os olhos.
É chegado o tempo de encarar as coisas amplamente, do alto, e não sob o ponto de vista mesquinho e estreito dos interesses de seitas e de castas.
Por outro lado, estas citações provarão que, se Sócrates e Platão pressentiram a ideia cristã, encontra-se, igualmente, na sua doutrina os princípios fundamentais do Espiritismo.
Resumo da Doutrina de Sócrates e Platão
I. O homem é uma alma encarnada.
Antes da sua encarnação ela existia unida aos tipos primordiais, às ideias da verdade, do bem e do belo;
encarnando, separou-se deles, e, lembrando-se do seu passado ela fica mais ou menos atormentada pelo desejo de a ele voltar.
Não se pode explicar mais claramente a diferença e a independência entre o princípio inteligente, ou seja, a alma, e o princípio material, isto é, o corpo.
Além disso, é a doutrina da preexistência da alma, da vaga intuição que ela conserva de um outro mundo ao qual ela aspira, da sua sobrevivência ao corpo, da sua saída do mundo espiritual para encarnar e da sua volta a esse mesmo mundo após a morte, é, enfim, o gérmen da doutrina dos anjos decaídos.
II. A alma se extravia e se perturba quando se serve do corpo para estudar qualquer assunto;
tem vertigens como se estivesse ébria, porque ela se liga a coisas que são, por sua natureza, sujeitas a mudanças;
ao passo que, quando contempla sua própria essência, ela se volta para o que é puro, eterno, imortal, e, sendo da mesma natureza, aí permanece ligada tanto tempo quanto possa.
Então, findam as suas perturbações, porque ela está unida ao que é imutável, e a esse estado de alma é o que se chama sabedoria.[/i]
Assim, ilude-se o homem que considera as coisas por baixo, terra-a-terra, sob o ponto de vista material;
para apreciá-las com precisão, é preciso vê-las do alto, isto é, do ponto de vista espiritual.
Portanto, o verdadeiro sábio deve, de algum modo, isolar a alma do corpo, para ver com os olhos do espírito.
É isso que o Espiritismo ensina.
(Cap. II, item 5.)
III. Enquanto tivermos o nosso corpo, e a alma se encontrar mergulhada nessa corrupção, jamais, possuiremos o objecto dos nossos desejos: a verdade.
De facto, o corpo nos oferece mil obstáculos pela necessidade que temos de cuidar dele;
além disso, ele nos enche de desejos, de apetites, de temores, de mil quimeras e de mil tolices, de maneira que, com ele, é impossível sermos sábios ao menos por um instante, porém, se é impossível conhecer alguma coisa com pureza, enquanto a alma está unida ao corpo, de duas coisas temos que concluir por uma:
ou não se conhecer á jamais a verdade, ou ela só será conhecida após a morte.
Libertos da loucura do corpo, então conversaremos, é lógico que se espere, com homens igualmente livres, e conheceremos, por nós mesmos, a essência das coisas.
Eis por que os verdadeiros filósofos se preparam para morrer, e a morte não lhes parece, de maneira alguma, temível.
(O Céu e o Inferno, 1a parte, cap. II; 2a parte, cap. I.)
Continua...
O homem chegou a um ponto em que a luz sai por si mesma de debaixo do alqueire,(36) e ele está pronto para olhá-la de frente, tanto pior para aqueles que não ousarem abrir os olhos.
É chegado o tempo de encarar as coisas amplamente, do alto, e não sob o ponto de vista mesquinho e estreito dos interesses de seitas e de castas.
Por outro lado, estas citações provarão que, se Sócrates e Platão pressentiram a ideia cristã, encontra-se, igualmente, na sua doutrina os princípios fundamentais do Espiritismo.
Resumo da Doutrina de Sócrates e Platão
I. O homem é uma alma encarnada.
Antes da sua encarnação ela existia unida aos tipos primordiais, às ideias da verdade, do bem e do belo;
encarnando, separou-se deles, e, lembrando-se do seu passado ela fica mais ou menos atormentada pelo desejo de a ele voltar.
Não se pode explicar mais claramente a diferença e a independência entre o princípio inteligente, ou seja, a alma, e o princípio material, isto é, o corpo.
Além disso, é a doutrina da preexistência da alma, da vaga intuição que ela conserva de um outro mundo ao qual ela aspira, da sua sobrevivência ao corpo, da sua saída do mundo espiritual para encarnar e da sua volta a esse mesmo mundo após a morte, é, enfim, o gérmen da doutrina dos anjos decaídos.
II. A alma se extravia e se perturba quando se serve do corpo para estudar qualquer assunto;
tem vertigens como se estivesse ébria, porque ela se liga a coisas que são, por sua natureza, sujeitas a mudanças;
ao passo que, quando contempla sua própria essência, ela se volta para o que é puro, eterno, imortal, e, sendo da mesma natureza, aí permanece ligada tanto tempo quanto possa.
Então, findam as suas perturbações, porque ela está unida ao que é imutável, e a esse estado de alma é o que se chama sabedoria.[/i]
Assim, ilude-se o homem que considera as coisas por baixo, terra-a-terra, sob o ponto de vista material;
para apreciá-las com precisão, é preciso vê-las do alto, isto é, do ponto de vista espiritual.
Portanto, o verdadeiro sábio deve, de algum modo, isolar a alma do corpo, para ver com os olhos do espírito.
É isso que o Espiritismo ensina.
(Cap. II, item 5.)
III. Enquanto tivermos o nosso corpo, e a alma se encontrar mergulhada nessa corrupção, jamais, possuiremos o objecto dos nossos desejos: a verdade.
De facto, o corpo nos oferece mil obstáculos pela necessidade que temos de cuidar dele;
além disso, ele nos enche de desejos, de apetites, de temores, de mil quimeras e de mil tolices, de maneira que, com ele, é impossível sermos sábios ao menos por um instante, porém, se é impossível conhecer alguma coisa com pureza, enquanto a alma está unida ao corpo, de duas coisas temos que concluir por uma:
ou não se conhecer á jamais a verdade, ou ela só será conhecida após a morte.
Libertos da loucura do corpo, então conversaremos, é lógico que se espere, com homens igualmente livres, e conheceremos, por nós mesmos, a essência das coisas.
Eis por que os verdadeiros filósofos se preparam para morrer, e a morte não lhes parece, de maneira alguma, temível.
(O Céu e o Inferno, 1a parte, cap. II; 2a parte, cap. I.)
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Aqui temos o princípio das faculdades da alma, obscurecidas por terem como intermediários os órgãos corporais, e o da expansão dessas faculdades após a morte.
Trata-se, porém, das almas de elite, já depuradas, não ocorre o mesmo com as almas impuras.
IV. A alma impura, nesse estado, está entorpecida e é arrastada novamente para o mundo visível pelo horror do que é invisível e imaterial.
Então, ela perambula, segundo dizem, ao redor dos monumentos e dos túmulos, perto dos quais se tem visto, às vezes, fantasmas tenebrosos, como devem ser as imagens das almas que deixaram o corpo sem estarem inteiramente puras, e que ainda conservam alguma coisa da forma material, o que faz com que os olhos humanos possam percebê-las.
Não são as almas dos bons, mas as dos maus que são forçadas a vagar nesses lugares, onde carregam as penas de sua vida passada, e onde continuam a vagar até que os desejos inerentes à forma material, que os atraem, as devolvam a um outro corpo, e então elas retomam, sem dúvida, os mesmos costumes que, durante sua vida anterior, eram motivo de suas predilecções.
Não é somente o princípio da reencarnação que aqui está claramente expresso;
o estado das almas que ainda estão sob o domínio da matéria também é descrito tal como o Espiritismo o demonstra nas evocações.(37)
E há mais, ali se diz que a reencarnação em um corpo material é uma consequência da impureza da alma, enquanto as almas purificadas estão livres dela.
O Espiritismo não diz outra coisa;
somente acrescenta que a alma que tomou boas resoluções na erraticidade,(38) e que adquiriu conhecimentos, traz, ao nascer, menos defeitos, mais virtudes e mais ideias intuitivas do que as que possuía em sua existência anterior, e que assim cada existência marca um progresso intelectual e moral para ela.
(O Céu e o Inferno, 2a parte, "Exemplos")
V. Após nossa morte, o génio (daimon, demónio), que nos havia sido designado durante a vida, nos leva a um lugar onde se reúnem todos aqueles que devem ser conduzidos ao Hades,(39) para ali serem julgados.
As almas, após terem permanecido no Hades o tempo necessário, são reconduzidas a esta vida por numerosos e longos períodos.
Esta é a doutrina dos Anjos Guardiães ou Espíritos Protectores, e das reencarnações sucessivas, após intervalos mais ou menos longos na erraticidade.
VI. Os demónios ocupam o espaço que separa o céu da Terra; são o elo que une o Grande Todo a si mesmo.
A divindade não entra nunca em comunicação directa com o homem;
é por intermédio dos demónios que os deuses se relacionam e conversam com ele, seja durante a vigília, seja durante o sono.
A palavra daimon, da qual se originou demónio, não era levada em mau sentido na antiguidade como o é nos tempos modernos;
o termo não designava, de forma alguma, seres malfazejos, mas os seres em geral, entre os quais se distinguiam os espíritos superiores, chamados deuses, e os espíritos menos elevados, ou demónios propriamente ditos, que se comunicavam directamente com os homens.
O Espiritismo também diz que os espíritos povoam o espaço;
que Deus só se comunica com os homens por intermédio dos espíritos puros, encarregados de transmitir suas vontades;
que os espíritos se comunicam com eles durante o estado de vigília e durante o sono.
Se substituirmos a palavra demónio pela palavra espírito, teremos a Doutrina Espírita, se a substituirmos pela palavra anjo, teremos a doutrina cristã.
Continua...
Aqui temos o princípio das faculdades da alma, obscurecidas por terem como intermediários os órgãos corporais, e o da expansão dessas faculdades após a morte.
Trata-se, porém, das almas de elite, já depuradas, não ocorre o mesmo com as almas impuras.
IV. A alma impura, nesse estado, está entorpecida e é arrastada novamente para o mundo visível pelo horror do que é invisível e imaterial.
Então, ela perambula, segundo dizem, ao redor dos monumentos e dos túmulos, perto dos quais se tem visto, às vezes, fantasmas tenebrosos, como devem ser as imagens das almas que deixaram o corpo sem estarem inteiramente puras, e que ainda conservam alguma coisa da forma material, o que faz com que os olhos humanos possam percebê-las.
Não são as almas dos bons, mas as dos maus que são forçadas a vagar nesses lugares, onde carregam as penas de sua vida passada, e onde continuam a vagar até que os desejos inerentes à forma material, que os atraem, as devolvam a um outro corpo, e então elas retomam, sem dúvida, os mesmos costumes que, durante sua vida anterior, eram motivo de suas predilecções.
Não é somente o princípio da reencarnação que aqui está claramente expresso;
o estado das almas que ainda estão sob o domínio da matéria também é descrito tal como o Espiritismo o demonstra nas evocações.(37)
E há mais, ali se diz que a reencarnação em um corpo material é uma consequência da impureza da alma, enquanto as almas purificadas estão livres dela.
O Espiritismo não diz outra coisa;
somente acrescenta que a alma que tomou boas resoluções na erraticidade,(38) e que adquiriu conhecimentos, traz, ao nascer, menos defeitos, mais virtudes e mais ideias intuitivas do que as que possuía em sua existência anterior, e que assim cada existência marca um progresso intelectual e moral para ela.
(O Céu e o Inferno, 2a parte, "Exemplos")
V. Após nossa morte, o génio (daimon, demónio), que nos havia sido designado durante a vida, nos leva a um lugar onde se reúnem todos aqueles que devem ser conduzidos ao Hades,(39) para ali serem julgados.
As almas, após terem permanecido no Hades o tempo necessário, são reconduzidas a esta vida por numerosos e longos períodos.
Esta é a doutrina dos Anjos Guardiães ou Espíritos Protectores, e das reencarnações sucessivas, após intervalos mais ou menos longos na erraticidade.
VI. Os demónios ocupam o espaço que separa o céu da Terra; são o elo que une o Grande Todo a si mesmo.
A divindade não entra nunca em comunicação directa com o homem;
é por intermédio dos demónios que os deuses se relacionam e conversam com ele, seja durante a vigília, seja durante o sono.
A palavra daimon, da qual se originou demónio, não era levada em mau sentido na antiguidade como o é nos tempos modernos;
o termo não designava, de forma alguma, seres malfazejos, mas os seres em geral, entre os quais se distinguiam os espíritos superiores, chamados deuses, e os espíritos menos elevados, ou demónios propriamente ditos, que se comunicavam directamente com os homens.
O Espiritismo também diz que os espíritos povoam o espaço;
que Deus só se comunica com os homens por intermédio dos espíritos puros, encarregados de transmitir suas vontades;
que os espíritos se comunicam com eles durante o estado de vigília e durante o sono.
Se substituirmos a palavra demónio pela palavra espírito, teremos a Doutrina Espírita, se a substituirmos pela palavra anjo, teremos a doutrina cristã.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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VII. A preocupação constante do filósofo (tal como Sócrates e Platão a compreendiam) é a de tomar o maior cuidado com a alma, e menos com esta vida, que não representa mais que um instante perante a eternidade.
Se a alma é imortal, não é sábio viver tendo em vista a eternidade?
O Cristianismo e o Espiritismo ensinam a mesma coisa.
VIII. Se a alma é imaterial, ela deve passar, após esta vida, para um mundo igualmente invisível e imaterial, da mesma forma que o corpo, ao se decompor, retorna à matéria.
Somente importa distinguir bem a alma pura, verdadeiramente imaterial, que se alimenta, como Deus, da Ciência e de pensamentos, da alma mais ou menos manchada de impurezas materiais que a impedem de se elevar ao divino, e a retêm nos lugares da sua estada terrestre.
Sócrates e Platão, como se vê, compreendiam perfeitamente os diferentes graus de desmaterialização da alma;
eles insistem na diferença de situação que resulta para ela da sua maior ou menor pureza.
O que eles dizem por intuição, o Espiritismo o prova pelos numerosos exemplos que apresenta aos nossos olhos.
(O Céu e o Inferno, 2a parte.)
IX. Se a morte fosse a dissolução integral do homem, isso seria uma grande vantagem para os maus;
após a morte eles se livrariam, ao mesmo tempo, de seu corpo, de sua alma e de seus vícios.
Aquele que adornou sua alma, não com enfeites estranhos, mas com aqueles que lhe são próprios, somente poderá aguardar tranquilamente a hora da sua partida para o outro mundo.
Em outras palavras, isto equivale a dizer que o materialismo, que proclama o nada após a morte, seria a anulação de toda a responsabilidade moral posterior, e, por consequência, um incentivo ao mal;
que as pessoas más têm tudo a ganhar com o nada;
que somente aquele que se livrou de seus vícios, e se enriqueceu de virtudes, pode esperar, tranquilamente, o despertar na outra vida.
O Espiritismo nos mostra, pelos exemplos que diariamente põe diante de nós, quanto é penoso para os maus a passagem de uma vida para a outra, a entrada na vida futura.
(O Céu e o Inferno, 2a parte, cap. I.)
X. O corpo conserva os vestígios bem marcados dos cuidados que se tomou com ele ou dos acidentes que sofreu.
O mesmo ocorre com a alma;
quando ela se liberta do corpo, traz os traços evidentes do seu carácter, das suas afeições e as impressões que cada um dos aptos da sua vida lhe deixou.
Assim, o maior mal que pode acontecer a um homem, é ir para o outro mundo com a alma carregada de crimes.
Tu vês, Cálicles, que nem tu, nem Pólus, nem Gorgias, saberiam provar que se deve levar uma outra vida que nos será útil quando formos para lá.
De tantas opiniões diversas, a única que permanece inabalável é a de que mais vale receber que cometer uma injustiça, e que, acima de todas as coisas, devemos nos dedicar, não a parecer, mas a ser um homem de bem.
(Diálogos de Sócrates com seus discípulos, na prisão.)
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VII. A preocupação constante do filósofo (tal como Sócrates e Platão a compreendiam) é a de tomar o maior cuidado com a alma, e menos com esta vida, que não representa mais que um instante perante a eternidade.
Se a alma é imortal, não é sábio viver tendo em vista a eternidade?
O Cristianismo e o Espiritismo ensinam a mesma coisa.
VIII. Se a alma é imaterial, ela deve passar, após esta vida, para um mundo igualmente invisível e imaterial, da mesma forma que o corpo, ao se decompor, retorna à matéria.
Somente importa distinguir bem a alma pura, verdadeiramente imaterial, que se alimenta, como Deus, da Ciência e de pensamentos, da alma mais ou menos manchada de impurezas materiais que a impedem de se elevar ao divino, e a retêm nos lugares da sua estada terrestre.
Sócrates e Platão, como se vê, compreendiam perfeitamente os diferentes graus de desmaterialização da alma;
eles insistem na diferença de situação que resulta para ela da sua maior ou menor pureza.
O que eles dizem por intuição, o Espiritismo o prova pelos numerosos exemplos que apresenta aos nossos olhos.
(O Céu e o Inferno, 2a parte.)
IX. Se a morte fosse a dissolução integral do homem, isso seria uma grande vantagem para os maus;
após a morte eles se livrariam, ao mesmo tempo, de seu corpo, de sua alma e de seus vícios.
Aquele que adornou sua alma, não com enfeites estranhos, mas com aqueles que lhe são próprios, somente poderá aguardar tranquilamente a hora da sua partida para o outro mundo.
Em outras palavras, isto equivale a dizer que o materialismo, que proclama o nada após a morte, seria a anulação de toda a responsabilidade moral posterior, e, por consequência, um incentivo ao mal;
que as pessoas más têm tudo a ganhar com o nada;
que somente aquele que se livrou de seus vícios, e se enriqueceu de virtudes, pode esperar, tranquilamente, o despertar na outra vida.
O Espiritismo nos mostra, pelos exemplos que diariamente põe diante de nós, quanto é penoso para os maus a passagem de uma vida para a outra, a entrada na vida futura.
(O Céu e o Inferno, 2a parte, cap. I.)
X. O corpo conserva os vestígios bem marcados dos cuidados que se tomou com ele ou dos acidentes que sofreu.
O mesmo ocorre com a alma;
quando ela se liberta do corpo, traz os traços evidentes do seu carácter, das suas afeições e as impressões que cada um dos aptos da sua vida lhe deixou.
Assim, o maior mal que pode acontecer a um homem, é ir para o outro mundo com a alma carregada de crimes.
Tu vês, Cálicles, que nem tu, nem Pólus, nem Gorgias, saberiam provar que se deve levar uma outra vida que nos será útil quando formos para lá.
De tantas opiniões diversas, a única que permanece inabalável é a de que mais vale receber que cometer uma injustiça, e que, acima de todas as coisas, devemos nos dedicar, não a parecer, mas a ser um homem de bem.
(Diálogos de Sócrates com seus discípulos, na prisão.)
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Aqui encontramos este outro ponto capital, confirmado actualmente pela experiência, o de que a alma não depurada conserva as ideias, as tendências, o carácter e as paixões que ela possuía na Terra.
Esta máxima:
"Mais vale receber que cometer uma injustiça" não é totalmente cristã?
É o mesmo pensamento que Jesus exprime nestas palavras:
"Se alguém te bater em uma face, oferece-lhe também a outra".
(Cap. XII, itens 7 e 8.)
XI. De duas coisas, uma: ou a morte é uma destruição absoluta ou é a passagem da alma para outro lugar.
Se tudo deve se extinguir, a morte será como uma dessas raras noites que nós passamos sem sonhar e sem nenhuma consciência de nós mesmos.
Mas se a morte é somente uma mudança de morada, a passagem para um lugar onde os mortos devem se reunir, que felicidade é para nós ali reencontrarmos os nossos conhecidos!
Meu maior prazer seria examinar de perto os habitantes dessa morada e de distinguir, como aqui, aqueles que são sábios daqueles que acreditam ser, mas não o são.
Mas é chegado o tempo de nos separarmos, eu para morrer, vocês para viverem.
(Sócrates e os seus juízes.)
Segundo Sócrates, os homens que viveram na Terra se reencontram após a morte e se reconhecem.
O Espiritismo nos mostra que as relações que entre eles se estabeleceram continuam, de tal forma que a morte não é uma interrupção, nem uma cessação da vida, mas uma transformação, sem solução de continuidade.
Se Sócrates e Platão tivessem conhecido os ensinamentos que Cristo daria quinhentos anos mais tarde, e aqueles que os espíritos agora nos dão, não teriam falado de maneira diferente.
Nisso não há nada que possa surpreender, se considerarmos que as grandes verdades são eternas, e que os espíritos adiantados tiveram conhecimento delas antes de virem encarnar na Terra, para onde as trouxeram;
que Sócrates, Platão e os grandes filósofos de seu tempo, mais tarde puderam fazer parte do número daqueles que secundaram Cristo na sua divina missão, e que eles foram escolhidos precisamente porque já compreendiam, mais que os outros, seus sublimes ensinamentos;
e que eles podem, enfim, fazer parte, actualmente, do grupo de espíritos encarregados de vir ensinar as mesmas verdades aos homens.
XII. Jamais se deve retribuir injustiça com injustiça, nem fazer o mal a ninguém, qualquer que seja o mal que nos tenham feito.
Poucas pessoas, entretanto, admitem esse princípio, e as que não concordam com ele, só podem desprezar-se umas às outras.
Não é esse o princípio da caridade que nos ensina a não retribuir o mal com o mal e a perdoar os nossos inimigos?
XIII. É pelos frutos que se reconhece a árvore.
É preciso qualificar cada acção de acordo com os seus efeitos;
chamá-la de má quando suas consequências forem más, e de boa quando dessa acção nascer o bem.
Esta máxima: "É pelos frutos que se reconhece a árvore" encontra-se repetida, textualmente, várias vezes no Evangelho.
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Aqui encontramos este outro ponto capital, confirmado actualmente pela experiência, o de que a alma não depurada conserva as ideias, as tendências, o carácter e as paixões que ela possuía na Terra.
Esta máxima:
"Mais vale receber que cometer uma injustiça" não é totalmente cristã?
É o mesmo pensamento que Jesus exprime nestas palavras:
"Se alguém te bater em uma face, oferece-lhe também a outra".
(Cap. XII, itens 7 e 8.)
XI. De duas coisas, uma: ou a morte é uma destruição absoluta ou é a passagem da alma para outro lugar.
Se tudo deve se extinguir, a morte será como uma dessas raras noites que nós passamos sem sonhar e sem nenhuma consciência de nós mesmos.
Mas se a morte é somente uma mudança de morada, a passagem para um lugar onde os mortos devem se reunir, que felicidade é para nós ali reencontrarmos os nossos conhecidos!
Meu maior prazer seria examinar de perto os habitantes dessa morada e de distinguir, como aqui, aqueles que são sábios daqueles que acreditam ser, mas não o são.
Mas é chegado o tempo de nos separarmos, eu para morrer, vocês para viverem.
(Sócrates e os seus juízes.)
Segundo Sócrates, os homens que viveram na Terra se reencontram após a morte e se reconhecem.
O Espiritismo nos mostra que as relações que entre eles se estabeleceram continuam, de tal forma que a morte não é uma interrupção, nem uma cessação da vida, mas uma transformação, sem solução de continuidade.
Se Sócrates e Platão tivessem conhecido os ensinamentos que Cristo daria quinhentos anos mais tarde, e aqueles que os espíritos agora nos dão, não teriam falado de maneira diferente.
Nisso não há nada que possa surpreender, se considerarmos que as grandes verdades são eternas, e que os espíritos adiantados tiveram conhecimento delas antes de virem encarnar na Terra, para onde as trouxeram;
que Sócrates, Platão e os grandes filósofos de seu tempo, mais tarde puderam fazer parte do número daqueles que secundaram Cristo na sua divina missão, e que eles foram escolhidos precisamente porque já compreendiam, mais que os outros, seus sublimes ensinamentos;
e que eles podem, enfim, fazer parte, actualmente, do grupo de espíritos encarregados de vir ensinar as mesmas verdades aos homens.
XII. Jamais se deve retribuir injustiça com injustiça, nem fazer o mal a ninguém, qualquer que seja o mal que nos tenham feito.
Poucas pessoas, entretanto, admitem esse princípio, e as que não concordam com ele, só podem desprezar-se umas às outras.
Não é esse o princípio da caridade que nos ensina a não retribuir o mal com o mal e a perdoar os nossos inimigos?
XIII. É pelos frutos que se reconhece a árvore.
É preciso qualificar cada acção de acordo com os seus efeitos;
chamá-la de má quando suas consequências forem más, e de boa quando dessa acção nascer o bem.
Esta máxima: "É pelos frutos que se reconhece a árvore" encontra-se repetida, textualmente, várias vezes no Evangelho.
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XIV. A riqueza é um grande perigo.
Todo homem que ama a riqueza não ama nem a si nem ao que é seu, mas a uma coisa que lhe é mais estranha ainda do que aquilo que lhe pertence.
(Cap. XVI.)
XV. As mais belas preces e os mais belos sacrifícios agradam menos à Divindade do que uma alma virtuosa que se esforça para assemelhar-se a ela.
Seria algo muito grave se os deuses dessem mais atenção às nossas oferendas do que à nossa alma;
se assim fosse, os maiores culpados poderiam tornar os deuses favoráveis a eles.
Mas não, porquanto só são verdadeiramente sábios e justos aqueles que, por suas palavras e por seus aptos, se absolvam do que devem aos deuses e aos homens.
(Cap. X, itens 7 e 8.)
XVI. Chamo de homem vicioso esse amante vulgar que ama o corpo mais do que a alma.
O amor está por toda a parte na Natureza e nos convida a exercer a nossa inteligência;
nós o encontramos até no movimento dos astros.
É o amor que adorna a Natureza com seus ricos tapetes verdes;
ele se enfeita e fixa sua morada lá onde encontra flores e perfumes.
É ainda o amor que dá paz aos homens, calma ao mar, silêncio aos ventos e sono à dor.
O amor, que deve unir os homens por um laço fraterno, é uma consequência dessa teoria de Platão sobre o amor universal, como lei da Natureza.
Quando Sócrates disse que "o amor não é um deus nem um mortal, mas um grande demónio", isto é, um grande espírito presidindo ao amor universal, essas palavras lhe foram atribuídas como crime.
XVII. Não se pode ensinar a virtude;
ela vem por um dom de Deus para aqueles que a possuem.
Isso é quase a doutrina cristã sobre a ajuda divina;
mas se a virtude é um dom de Deus, é um favor, então pode-se perguntar porque não foi concedida a todas as pessoas.
Por um outro lado, se ela é um dom, não traz nenhum mérito para aquele que a possui.
O Espiritismo é mais claro, ele diz que aquele que possui a virtude consegue adquiri-la por seus esforços nas sucessivas existências, livrando-se pouco a pouco das suas imperfeições.
A ajuda divina é a força com que Deus favorece toda criatura de boa vontade para se livrar do mal e para fazer o bem.
XVIII. Existe uma disposição natural em cada um de nós para percebermos muito mais os defeitos dos outros do que os nossos.
O Evangelho diz: "Vês o argueiro no olho do teu irmão e não vês a trave no teu."
(Cap. X, itens 9 e 10.)
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XIV. A riqueza é um grande perigo.
Todo homem que ama a riqueza não ama nem a si nem ao que é seu, mas a uma coisa que lhe é mais estranha ainda do que aquilo que lhe pertence.
(Cap. XVI.)
XV. As mais belas preces e os mais belos sacrifícios agradam menos à Divindade do que uma alma virtuosa que se esforça para assemelhar-se a ela.
Seria algo muito grave se os deuses dessem mais atenção às nossas oferendas do que à nossa alma;
se assim fosse, os maiores culpados poderiam tornar os deuses favoráveis a eles.
Mas não, porquanto só são verdadeiramente sábios e justos aqueles que, por suas palavras e por seus aptos, se absolvam do que devem aos deuses e aos homens.
(Cap. X, itens 7 e 8.)
XVI. Chamo de homem vicioso esse amante vulgar que ama o corpo mais do que a alma.
O amor está por toda a parte na Natureza e nos convida a exercer a nossa inteligência;
nós o encontramos até no movimento dos astros.
É o amor que adorna a Natureza com seus ricos tapetes verdes;
ele se enfeita e fixa sua morada lá onde encontra flores e perfumes.
É ainda o amor que dá paz aos homens, calma ao mar, silêncio aos ventos e sono à dor.
O amor, que deve unir os homens por um laço fraterno, é uma consequência dessa teoria de Platão sobre o amor universal, como lei da Natureza.
Quando Sócrates disse que "o amor não é um deus nem um mortal, mas um grande demónio", isto é, um grande espírito presidindo ao amor universal, essas palavras lhe foram atribuídas como crime.
XVII. Não se pode ensinar a virtude;
ela vem por um dom de Deus para aqueles que a possuem.
Isso é quase a doutrina cristã sobre a ajuda divina;
mas se a virtude é um dom de Deus, é um favor, então pode-se perguntar porque não foi concedida a todas as pessoas.
Por um outro lado, se ela é um dom, não traz nenhum mérito para aquele que a possui.
O Espiritismo é mais claro, ele diz que aquele que possui a virtude consegue adquiri-la por seus esforços nas sucessivas existências, livrando-se pouco a pouco das suas imperfeições.
A ajuda divina é a força com que Deus favorece toda criatura de boa vontade para se livrar do mal e para fazer o bem.
XVIII. Existe uma disposição natural em cada um de nós para percebermos muito mais os defeitos dos outros do que os nossos.
O Evangelho diz: "Vês o argueiro no olho do teu irmão e não vês a trave no teu."
(Cap. X, itens 9 e 10.)
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XIX. Se os médicos fracassam na maior parte das doenças, é porque tratam o corpo sem a alma, e porque, o todo não estando em bom estado, é impossível que a parte esteja bem.
O Espiritismo explica as relações que existem entre a alma e o corpo, e prova que existe a reacção incessante de um sobre o outro.
Ele abre, assim, um novo caminho para a Ciência, mostrando-lhe a verdadeira causa de certas afecções e dando-lhe os meios de combatê-las.
Quando a Ciência se der conta da acção do elemento espiritual no organismo ela fracassará muito menos.
XX. Todos os homens, a partir da infância, fazem mais o mal do que o bem.
Estas palavras de Sócrates se referem à importante questão da predominância do mal sobre a Terra, questão insolúvel sem o conhecimento da pluralidade dos mundos e da destinação da Terra, onde habita apenas uma pequena fracção da humanidade.
Só o Espiritismo dá a esse assunto uma solução, que está desenvolvida mais adiante, nos capítulos II, III e V.
XXI. A sabedoria está em não acreditares que sabes o que não sabes.
Isto se destina às pessoas que criticam as coisas que, muitas vezes, desconhecem inteiramente.
Platão completa este pensamento de Sócrates dizendo:
Tentemos, inicialmente, se possível, torná-los mais honestos nas palavras;
se não o conseguirmos, não nos preocupemos mais com eles e busquemos apenas a verdade.
Tratemos de nos instruir, mas não nos aborreçamos."
É assim que devem agir os espíritas com relação aos seus contraditores de boa ou de má-fé.
Se Platão vivesse nos dias de hoje, encontraria as coisas parecidas com as de seu tempo e poderia usar a mesma linguagem;
Sócrates também acharia pessoas que zombariam da sua crença nos espíritos e o chamariam de louco, assim como ao seu discípulo, Platão.
Foi por haver professado esses princípios que Sócrates foi inicialmente ridicularizado, depois, acusado de impiedade e condenado a beber cicuta, um veneno.
Tanto isto é certo que as novas grandes verdades, ao levantarem contra si os interesses e os preconceitos que elas contrariam, não podem ser estabelecidas sem lutas e sem fazer mártires.
(1) Dogma: ponto fundamental e indiscutível de uma doutrina religiosa ou de qualquer doutrina ou sistema; proposição apresentada e aceita como incontestável e indiscutível.
Na Igreja Católica Apostólica Romana, é o ponto de doutrina já por ela definido como expressão legítima e necessária da sua fé.
(Nota da Tradutora.)
(2) Sacy ou Saci: como ficou conhecido o escritor e teólogo Louis-Isaac Lemaistre, autor de uma célebre tradução francesa da Bíblia, que suscitou violentas polémicas.
Nasceu em Paris, em 1613 e desencarnou em Pomponne, em 1684. (N.T.)
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XIX. Se os médicos fracassam na maior parte das doenças, é porque tratam o corpo sem a alma, e porque, o todo não estando em bom estado, é impossível que a parte esteja bem.
O Espiritismo explica as relações que existem entre a alma e o corpo, e prova que existe a reacção incessante de um sobre o outro.
Ele abre, assim, um novo caminho para a Ciência, mostrando-lhe a verdadeira causa de certas afecções e dando-lhe os meios de combatê-las.
Quando a Ciência se der conta da acção do elemento espiritual no organismo ela fracassará muito menos.
XX. Todos os homens, a partir da infância, fazem mais o mal do que o bem.
Estas palavras de Sócrates se referem à importante questão da predominância do mal sobre a Terra, questão insolúvel sem o conhecimento da pluralidade dos mundos e da destinação da Terra, onde habita apenas uma pequena fracção da humanidade.
Só o Espiritismo dá a esse assunto uma solução, que está desenvolvida mais adiante, nos capítulos II, III e V.
XXI. A sabedoria está em não acreditares que sabes o que não sabes.
Isto se destina às pessoas que criticam as coisas que, muitas vezes, desconhecem inteiramente.
Platão completa este pensamento de Sócrates dizendo:
Tentemos, inicialmente, se possível, torná-los mais honestos nas palavras;
se não o conseguirmos, não nos preocupemos mais com eles e busquemos apenas a verdade.
Tratemos de nos instruir, mas não nos aborreçamos."
É assim que devem agir os espíritas com relação aos seus contraditores de boa ou de má-fé.
Se Platão vivesse nos dias de hoje, encontraria as coisas parecidas com as de seu tempo e poderia usar a mesma linguagem;
Sócrates também acharia pessoas que zombariam da sua crença nos espíritos e o chamariam de louco, assim como ao seu discípulo, Platão.
Foi por haver professado esses princípios que Sócrates foi inicialmente ridicularizado, depois, acusado de impiedade e condenado a beber cicuta, um veneno.
Tanto isto é certo que as novas grandes verdades, ao levantarem contra si os interesses e os preconceitos que elas contrariam, não podem ser estabelecidas sem lutas e sem fazer mártires.
(1) Dogma: ponto fundamental e indiscutível de uma doutrina religiosa ou de qualquer doutrina ou sistema; proposição apresentada e aceita como incontestável e indiscutível.
Na Igreja Católica Apostólica Romana, é o ponto de doutrina já por ela definido como expressão legítima e necessária da sua fé.
(Nota da Tradutora.)
(2) Sacy ou Saci: como ficou conhecido o escritor e teólogo Louis-Isaac Lemaistre, autor de uma célebre tradução francesa da Bíblia, que suscitou violentas polémicas.
Nasceu em Paris, em 1613 e desencarnou em Pomponne, em 1684. (N.T.)
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(3) Nota de Kardec: Poderíamos, sem dúvida, dar sobre cada assunto um número maior de comunicações obtidas em inúmeras outras cidades e Centros Espíritas além dos que citamos, mas devemos, antes de tudo, evitar a monotonia das repetições inúteis, e limitar nossa escolha àquelas que, pela essência e pela forma, combinam mais especialmente com o plano desta obra, reservando, para publicações posteriores, as que não puderam ser aqui incluídas.
Quanto aos médiuns, evitamos nomeá-los; na maior parte, foi a pedido deles mesmos que não foram designados, portanto não convinha fazer excepções.
Aliás, os nomes dos médiuns não teriam acrescentado nenhum valor à obra dos espíritos, isso seria apenas a satisfação do amor-próprio com a qual os médiuns, verdadeiramente sérios, não se preocupam de modo nenhum;
eles compreendem que, sendo o seu papel puramente passivo, o valor das comunicações não realça em nada o seu mérito pessoal, e que seria infantil tirar vantagem de um trabalho de inteligência ao qual só prestaram um concurso mecânico.
(4) Seita: denomina-se seita ao conjunto de pessoas que professam a mesma doutrina. (N.T.)
(5) Estar "sob o domínio de uma obsessão": estar sob a acção dominante que certos espíritos inferiores podem exercer sobre os encarnados. (N.T.)
(6) Ortodoxia: absoluta conformidade de uma opinião com uma doutrina;
fiel e exacto cumprimento dessa doutrina. (N.T.)
(7) Areópago: assim se denominava o tribunal supremo de Atenas;
assembleia de juízes, sábios, literatos, etc. (N.T.)
(8) Herodes, o Grande: nasceu em Ascalão, no ano 73 e desencarnou em Jerusalém, no ano 4 a.C.
Foi rei dos judeus de 40 a 4 a.C. e pai de Herodes Antipas. (N.T.)
(9) Judá: reino formado pelas tribos de Judá e Benjamin e que ocupava a parte meridional da Palestina;
constituído cerca de 931 a.C. e destruído em 586 a.C. (N.T.)
(10) Pentateuco ou os Cinco Livros de Moisés, escritos em hebreu arcaico, são os primeiros da Bíblia, a saber:
o Génesis que narra a criação do Universo e do género humano até a formação do povo de Israel (hebreus) e sua estada no Egipto;
o Êxodo, que narra a saída dos israelitas do Egipto, conduzidos por Moisés;
o Levítico ou Livro das Prescrições Religiosas;
o Números, que conta a história dos hebreus a partir da estada junto ao Monte Sinai até a chegada à Terra Santa (Palestina) e o Deuteronómio, ou segunda lei, promulgada no fim da jornada no deserto. (N.T.)
(11) Herético: o mesmo que herege, ou seja, aquele que professa doutrina contrária ao que foi definido pela Igreja como sendo matéria de fé. (N.T.)
(12) Levante: nome dado ao conjunto de países da costa oriental do mar Mediterrâneo: Turquia, Síria, Líbano, Israel e Egipto. (N.T.)
(13) Nabulus e Jafa: cidades de Israel. (N.T.)
(14) Sansão: juiz dos hebreus (séc. XII a.C.);
diz a lenda que a força descomunal que ele possuía era devida aos seus longos cabelos, e que Dalila, uma cortesã, para poder entregá-lo aos seus inimigos, sem que Sansão tivesse meios de defesa, cortou sua cabeleira enquanto ele estava adormecido. (N.T.)
Continua...
(3) Nota de Kardec: Poderíamos, sem dúvida, dar sobre cada assunto um número maior de comunicações obtidas em inúmeras outras cidades e Centros Espíritas além dos que citamos, mas devemos, antes de tudo, evitar a monotonia das repetições inúteis, e limitar nossa escolha àquelas que, pela essência e pela forma, combinam mais especialmente com o plano desta obra, reservando, para publicações posteriores, as que não puderam ser aqui incluídas.
Quanto aos médiuns, evitamos nomeá-los; na maior parte, foi a pedido deles mesmos que não foram designados, portanto não convinha fazer excepções.
Aliás, os nomes dos médiuns não teriam acrescentado nenhum valor à obra dos espíritos, isso seria apenas a satisfação do amor-próprio com a qual os médiuns, verdadeiramente sérios, não se preocupam de modo nenhum;
eles compreendem que, sendo o seu papel puramente passivo, o valor das comunicações não realça em nada o seu mérito pessoal, e que seria infantil tirar vantagem de um trabalho de inteligência ao qual só prestaram um concurso mecânico.
(4) Seita: denomina-se seita ao conjunto de pessoas que professam a mesma doutrina. (N.T.)
(5) Estar "sob o domínio de uma obsessão": estar sob a acção dominante que certos espíritos inferiores podem exercer sobre os encarnados. (N.T.)
(6) Ortodoxia: absoluta conformidade de uma opinião com uma doutrina;
fiel e exacto cumprimento dessa doutrina. (N.T.)
(7) Areópago: assim se denominava o tribunal supremo de Atenas;
assembleia de juízes, sábios, literatos, etc. (N.T.)
(8) Herodes, o Grande: nasceu em Ascalão, no ano 73 e desencarnou em Jerusalém, no ano 4 a.C.
Foi rei dos judeus de 40 a 4 a.C. e pai de Herodes Antipas. (N.T.)
(9) Judá: reino formado pelas tribos de Judá e Benjamin e que ocupava a parte meridional da Palestina;
constituído cerca de 931 a.C. e destruído em 586 a.C. (N.T.)
(10) Pentateuco ou os Cinco Livros de Moisés, escritos em hebreu arcaico, são os primeiros da Bíblia, a saber:
o Génesis que narra a criação do Universo e do género humano até a formação do povo de Israel (hebreus) e sua estada no Egipto;
o Êxodo, que narra a saída dos israelitas do Egipto, conduzidos por Moisés;
o Levítico ou Livro das Prescrições Religiosas;
o Números, que conta a história dos hebreus a partir da estada junto ao Monte Sinai até a chegada à Terra Santa (Palestina) e o Deuteronómio, ou segunda lei, promulgada no fim da jornada no deserto. (N.T.)
(11) Herético: o mesmo que herege, ou seja, aquele que professa doutrina contrária ao que foi definido pela Igreja como sendo matéria de fé. (N.T.)
(12) Levante: nome dado ao conjunto de países da costa oriental do mar Mediterrâneo: Turquia, Síria, Líbano, Israel e Egipto. (N.T.)
(13) Nabulus e Jafa: cidades de Israel. (N.T.)
(14) Sansão: juiz dos hebreus (séc. XII a.C.);
diz a lenda que a força descomunal que ele possuía era devida aos seus longos cabelos, e que Dalila, uma cortesã, para poder entregá-lo aos seus inimigos, sem que Sansão tivesse meios de defesa, cortou sua cabeleira enquanto ele estava adormecido. (N.T.)
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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(15) Samuel: profeta e juiz de Israel, (séc. XI a.C.) (N.T.)
(16) João Baptista: chamado Precursor, filho de Zacarias e Isabel, baptizou Jesus e designou-o como o Messias, foi decapitado a mando de Herodes Antipas no ano 28 ou 29 d.C. (N.T.)
(17) Ebionitas: Seita do séc. I d.C. que, embora reconhecessem Jesus como o Messias, negavam a sua divindade e pretendiam que só os pobres seriam salvos. (N.T.)
(18) Teologia: estudo das questões referentes à verdade religiosa;
ao conhecimento da divindade: de seus atributos e relações com o mundo e com os homens. (N.T.)
(19) Escrituras: o Antigo e o Novo Testamento. (N.T.)
(20) Escolástica: ensino filosófico, caracterizado sobretudo pelo problema da relação entre a fé e a razão, seguido nas escolas de teologia da Idade média, e que se manteve em alguns estabelecimentos até o fim do séc. XVII. (N.T.)
(21) Hircano I: príncipe dos judeus de 135 a 105 a.C., ano de sua morte; foi sucessor de seu pai, Simão Macabeu. (N.T.)
(22) Aristóbulo: rei da Judeia, reinou de 107 a 106 a.C. (N.T.)
(23) Alexandre: temos dois reis da Síria com este nome.
Alexandre Balas, que reinou de 151 a 147 a.C. e Alexandre Zabinas que reinou de 126 a 122 a.C., não sabemos a qual dos dois o autor se refere. (N.T.)
(24) Durante o reinado do imperador romano Vespasiano, que durou de 69 a 79 d.C., seu filho, Tito Flávio Sabino Vespasiano, comandando o exército romano, no ano 70, tomou e arruinou Jerusalém, queimando o famoso Templo que Salomão mandou edificar, e a maior parte dos edifícios da cidade, que ficou quase inteiramente destruída.
Tito também foi imperador durante o período de 79 a 81. (N.T.)
(25) Proselitismo: actividade diligente em fazer prosélitos, isto é, convencer indivíduos a adoptar uma outra religião. (N.T.)
(26) Templo de Salomão, como ficou conhecido, foi o Templo que Salomão, rei dos israelitas, mandou edificar em Jerusalém e que levou sete anos sendo construído.
Salomão, filho e sucessor do rei Davi, nasceu em Jerusalém e começou a reinar aos vinte anos de idade, por volta de 970 a.C.
Seu reinado durou quarenta anos e ele consagrou-se inteiramente à administração e ao embelezamento do seu reino;
sua sabedoria tornou-se famosa em todo o Oriente.
Salomão faleceu em 931 a.C. (N.T.)
(27) Festa da Páscoa: a primeira das três festas anuais a que deveriam comparecer todos os homens.
Foi instituída no Egipto para comemorar a redenção de Israel. (N.T.)
(28) Festa da Dedicação: festa criada por Judas Macabeu, no ano de 165 a.C., para comemorar a purificação e a renovação do Templo que, três anos antes, havia sido profanado pelos gregos. (N.T.)
(29) Festa dos Tabernáculos: uma das três grandes solenidades hebraicas, celebrada depois das colheitas, sob tendas ou abrigos formados pela ramagem das árvores, em memória do acampamento no deserto, após a saída do Egipto. (N.T.)
Continua...
(15) Samuel: profeta e juiz de Israel, (séc. XI a.C.) (N.T.)
(16) João Baptista: chamado Precursor, filho de Zacarias e Isabel, baptizou Jesus e designou-o como o Messias, foi decapitado a mando de Herodes Antipas no ano 28 ou 29 d.C. (N.T.)
(17) Ebionitas: Seita do séc. I d.C. que, embora reconhecessem Jesus como o Messias, negavam a sua divindade e pretendiam que só os pobres seriam salvos. (N.T.)
(18) Teologia: estudo das questões referentes à verdade religiosa;
ao conhecimento da divindade: de seus atributos e relações com o mundo e com os homens. (N.T.)
(19) Escrituras: o Antigo e o Novo Testamento. (N.T.)
(20) Escolástica: ensino filosófico, caracterizado sobretudo pelo problema da relação entre a fé e a razão, seguido nas escolas de teologia da Idade média, e que se manteve em alguns estabelecimentos até o fim do séc. XVII. (N.T.)
(21) Hircano I: príncipe dos judeus de 135 a 105 a.C., ano de sua morte; foi sucessor de seu pai, Simão Macabeu. (N.T.)
(22) Aristóbulo: rei da Judeia, reinou de 107 a 106 a.C. (N.T.)
(23) Alexandre: temos dois reis da Síria com este nome.
Alexandre Balas, que reinou de 151 a 147 a.C. e Alexandre Zabinas que reinou de 126 a 122 a.C., não sabemos a qual dos dois o autor se refere. (N.T.)
(24) Durante o reinado do imperador romano Vespasiano, que durou de 69 a 79 d.C., seu filho, Tito Flávio Sabino Vespasiano, comandando o exército romano, no ano 70, tomou e arruinou Jerusalém, queimando o famoso Templo que Salomão mandou edificar, e a maior parte dos edifícios da cidade, que ficou quase inteiramente destruída.
Tito também foi imperador durante o período de 79 a 81. (N.T.)
(25) Proselitismo: actividade diligente em fazer prosélitos, isto é, convencer indivíduos a adoptar uma outra religião. (N.T.)
(26) Templo de Salomão, como ficou conhecido, foi o Templo que Salomão, rei dos israelitas, mandou edificar em Jerusalém e que levou sete anos sendo construído.
Salomão, filho e sucessor do rei Davi, nasceu em Jerusalém e começou a reinar aos vinte anos de idade, por volta de 970 a.C.
Seu reinado durou quarenta anos e ele consagrou-se inteiramente à administração e ao embelezamento do seu reino;
sua sabedoria tornou-se famosa em todo o Oriente.
Salomão faleceu em 931 a.C. (N.T.)
(27) Festa da Páscoa: a primeira das três festas anuais a que deveriam comparecer todos os homens.
Foi instituída no Egipto para comemorar a redenção de Israel. (N.T.)
(28) Festa da Dedicação: festa criada por Judas Macabeu, no ano de 165 a.C., para comemorar a purificação e a renovação do Templo que, três anos antes, havia sido profanado pelos gregos. (N.T.)
(29) Festa dos Tabernáculos: uma das três grandes solenidades hebraicas, celebrada depois das colheitas, sob tendas ou abrigos formados pela ramagem das árvores, em memória do acampamento no deserto, após a saída do Egipto. (N.T.)
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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(30) Deísta: aquele que crê em Deus, mas não aceita religião nem culto. (N.T.)
(31) Macabeus: nome de uma família que governou a Judeia desde o ano de 166 até 37 a.C., também denominada asmoneus.
(N.T. conforme John D. Daris in Dicionário da Bíblia, Casa Publicadora Baptista.)
(32) Nota de Kardec: A Morte de Jesus, livro supostamente escrito por um irmão essénio, completamente apócrifo, cujo objectivo é servir a uma opinião e que traz em si mesmo a prova da sua origem moderna.
(33) Pais da Igreja: doutores da Igreja, padres de grande cultura, cujos escritos fizeram regra em matéria de fé. (N.T.)
(34) Sócrates: ilustre filósofo grego (Ática, 470; Antes, 399 a.C.), dedicou-se ao estudo moral do homem.
Acusado de impiedade foi preso e condenado a envenenar-se com cicuta. (N.T.)
(35) Platão: filósofo grego, discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles (Atenas, 428 ou 427 - Atenas, 348 ou 347 a.C.)
Escreveu os Diálogos, através dos quais os dados a respeito da personalidade e da filosofia de Sócrates chegaram até nós. (N.T.)
(36) Alqueire: antiga unidade de medida de capacidade para cereais, de conteúdo variável segundo a região (mais ou menos 13 litros), cujo recipiente podia ser feito em barro ou em madeira, em forma de caixa, daí a expressão "não colocar a candeia debaixo do alqueire". (N.T.)
(37) Evocação é o acto de evocar, isto é, chamar por um espírito para que ele se manifeste.
Não confundir com invocar, que é pedir, rogar, suplicar protecção ou auxílio.
Por intermédio da prece, invoca-se um poder superior, invoca-se Deus. (N.T.)
(38) Denomina-se erraticidade ao estado dos espíritos não encarnados, ou errantes, ou erráticos, durante os intervalos de suas diversas existências corporais.
Ver O Livro dos Espíritos, cap. VI, perguntas 223 a 233. (N.T.)
(39) Hades ou Ades: divindade grega dos infernos, esposo de Prosérpina.
Assim também se denomina a residência dos mortos, os infernos. (N.T.)
§.§.§- O-canto-da-ave
(30) Deísta: aquele que crê em Deus, mas não aceita religião nem culto. (N.T.)
(31) Macabeus: nome de uma família que governou a Judeia desde o ano de 166 até 37 a.C., também denominada asmoneus.
(N.T. conforme John D. Daris in Dicionário da Bíblia, Casa Publicadora Baptista.)
(32) Nota de Kardec: A Morte de Jesus, livro supostamente escrito por um irmão essénio, completamente apócrifo, cujo objectivo é servir a uma opinião e que traz em si mesmo a prova da sua origem moderna.
(33) Pais da Igreja: doutores da Igreja, padres de grande cultura, cujos escritos fizeram regra em matéria de fé. (N.T.)
(34) Sócrates: ilustre filósofo grego (Ática, 470; Antes, 399 a.C.), dedicou-se ao estudo moral do homem.
Acusado de impiedade foi preso e condenado a envenenar-se com cicuta. (N.T.)
(35) Platão: filósofo grego, discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles (Atenas, 428 ou 427 - Atenas, 348 ou 347 a.C.)
Escreveu os Diálogos, através dos quais os dados a respeito da personalidade e da filosofia de Sócrates chegaram até nós. (N.T.)
(36) Alqueire: antiga unidade de medida de capacidade para cereais, de conteúdo variável segundo a região (mais ou menos 13 litros), cujo recipiente podia ser feito em barro ou em madeira, em forma de caixa, daí a expressão "não colocar a candeia debaixo do alqueire". (N.T.)
(37) Evocação é o acto de evocar, isto é, chamar por um espírito para que ele se manifeste.
Não confundir com invocar, que é pedir, rogar, suplicar protecção ou auxílio.
Por intermédio da prece, invoca-se um poder superior, invoca-se Deus. (N.T.)
(38) Denomina-se erraticidade ao estado dos espíritos não encarnados, ou errantes, ou erráticos, durante os intervalos de suas diversas existências corporais.
Ver O Livro dos Espíritos, cap. VI, perguntas 223 a 233. (N.T.)
(39) Hades ou Ades: divindade grega dos infernos, esposo de Prosérpina.
Assim também se denomina a residência dos mortos, os infernos. (N.T.)
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
O Céu e o Inferno
P R I M E I R A P A R T E
Doutrina
C A P Í T U L O I
O porvir e o nada
1. Vivemos, pensamos e operamos — eis o que é positivo.
E que morremos, não é menos certo.
Mas, deixando a Terra, para onde vamos?
Que seremos após a morte?
Estaremos melhor ou pior?
Existiremos ou não?
Ser ou não ser, tal a alternativa.
Para sempre ou para nunca mais; ou tudo ou nada:
Viveremos eternamente, ou tudo se aniquilará de vez?
É uma tese, essa, que se impõe.
Todo homem experimenta a necessidade de viver, de gozar, de amar e ser feliz.
Dizei ao moribundo que ele viverá ainda; que a sua hora é retardada;
dizei-lhe sobretudo que será mais feliz do que porventura o tenha sido, e o seu coração rejubilará.
Mas, de que serviriam essas aspirações de felicidade, se um leve sopro pudesse dissipá-las?
Haverá algo de mais desesperador do que esse pensamento da destruição absoluta?
Afeições caras, inteligência, progresso, saber laboriosamente adquiridos, tudo despedaçado, tudo perdido!
De nada nos serviria, portanto, qualquer esforço no sofreamento das paixões, de fadiga para nos ilustrarmos, de devotamento à causa do progresso, desde que de tudo isso nada aproveitássemos, predominando o pensamento de que amanhã mesmo, talvez, de nada nos serviria tudo isso.
Se assim fora, a sorte do homem seria cem vezes pior que a do bruto, porque este vive inteiramente do presente na satisfação dos seus apetites materiais, sem aspiração para o futuro.
Diz-nos uma secreta intuição, porém, que isso não é possível.
2. Pela crença em o nada, o homem concentra todos os seus pensamentos, forçosamente, na vida presente.
Logicamente não se explicaria a preocupação de um futuro que se não espera.
Esta preocupação exclusiva do presente conduz o homem a pensar em si, de preferência a tudo:
é, pois, o mais poderoso estimulo ao egoísmo, e o incrédulo é consequente quando chega à seguinte conclusão:
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Gozemos enquanto aqui estamos;
gozemos o mais possível, pois que connosco tudo se acaba;
gozemos depressa, porque não sabemos quanto tempo existiremos.
Ainda consequente é esta outra conclusão, aliás mais grave para a sociedade:
Gozemos apesar de tudo, gozemos de qualquer modo, cada qual por si;
a felicidade neste mundo é do mais astuto.
E se o respeito humano contém a alguns seres, que freio haverá para os que nada temem?
Acreditam estes últimos que as leis humanas não atingem senão os ineptos e assim empregam todo o seu engenho no melhor meio de a elas se esquivarem.
Se há doutrina insensata e anti-social, é, seguramente, o niilismo que rompe os verdadeiros laços de solidariedade e fraternidade, em que se fundam as relações sociais.
3. Suponhamos que, por uma circunstância qualquer, todo um povo adquire a certeza de que em oito dias, num mês, ou num ano será aniquilado;
que nem um só indivíduo lhe sobreviverá, como de sua existência não sobreviverá nem um só traço:
Que fará esse povo condenado, aguardando o extermínio?
Trabalhará pela causa do seu progresso, da sua instrução?
Entregar-se-á ao trabalho para viver?
Respeitará os direitos, os bens, a vida do seu semelhante?
Submeter-se-á a qualquer lei ou autoridade por mais legítima que seja, mesmo a paterna?
Haverá para ele, nessa emergência, qualquer dever?
Certo que não. Pois bem!
O que se não dá colectivamente, a doutrina do niilismo realiza todos os dias isoladamente, individualmente.
E se as consequências não são desastrosas tanto quanto poderiam ser, é, em primeiro lugar, porque na maioria dos incrédulos há mais jactância que verdadeira incredulidade, mais dúvida que convicção — possuindo eles mais medo do nada do que pretendem aparentar — o qualificativo de espíritos fortes lisonjeia-lhes a vaidade e o amor-próprio;
em segundo lugar, porque os incrédulos absolutos se contam por ínfima minoria, e sentem a seu pesar os ascendentes da opinião contrária, mantidos por uma força material.
Torne-se, não obstante, absoluta a incredulidade da maioria, e a sociedade entrará em dissolução.
Eis ao que tende a propagação da doutrina niilista. 1
Fossem, porém, quais fossem as suas consequências, uma vez que se impusesse como verdadeira, seria preciso aceitá-la, e nem sistemas contrários, nem a ideia dos males resultantes poderiam obstar-lhe a existência.
Continua...
Gozemos enquanto aqui estamos;
gozemos o mais possível, pois que connosco tudo se acaba;
gozemos depressa, porque não sabemos quanto tempo existiremos.
Ainda consequente é esta outra conclusão, aliás mais grave para a sociedade:
Gozemos apesar de tudo, gozemos de qualquer modo, cada qual por si;
a felicidade neste mundo é do mais astuto.
E se o respeito humano contém a alguns seres, que freio haverá para os que nada temem?
Acreditam estes últimos que as leis humanas não atingem senão os ineptos e assim empregam todo o seu engenho no melhor meio de a elas se esquivarem.
Se há doutrina insensata e anti-social, é, seguramente, o niilismo que rompe os verdadeiros laços de solidariedade e fraternidade, em que se fundam as relações sociais.
3. Suponhamos que, por uma circunstância qualquer, todo um povo adquire a certeza de que em oito dias, num mês, ou num ano será aniquilado;
que nem um só indivíduo lhe sobreviverá, como de sua existência não sobreviverá nem um só traço:
Que fará esse povo condenado, aguardando o extermínio?
Trabalhará pela causa do seu progresso, da sua instrução?
Entregar-se-á ao trabalho para viver?
Respeitará os direitos, os bens, a vida do seu semelhante?
Submeter-se-á a qualquer lei ou autoridade por mais legítima que seja, mesmo a paterna?
Haverá para ele, nessa emergência, qualquer dever?
Certo que não. Pois bem!
O que se não dá colectivamente, a doutrina do niilismo realiza todos os dias isoladamente, individualmente.
E se as consequências não são desastrosas tanto quanto poderiam ser, é, em primeiro lugar, porque na maioria dos incrédulos há mais jactância que verdadeira incredulidade, mais dúvida que convicção — possuindo eles mais medo do nada do que pretendem aparentar — o qualificativo de espíritos fortes lisonjeia-lhes a vaidade e o amor-próprio;
em segundo lugar, porque os incrédulos absolutos se contam por ínfima minoria, e sentem a seu pesar os ascendentes da opinião contrária, mantidos por uma força material.
Torne-se, não obstante, absoluta a incredulidade da maioria, e a sociedade entrará em dissolução.
Eis ao que tende a propagação da doutrina niilista. 1
Fossem, porém, quais fossem as suas consequências, uma vez que se impusesse como verdadeira, seria preciso aceitá-la, e nem sistemas contrários, nem a ideia dos males resultantes poderiam obstar-lhe a existência.
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