DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Tal diversidade de linguagem não se pode explicar senão pela diversidade das Inteligências que se manifestam.
E essas Inteligências estão na Humanidade ou fora da Humanidade?
Este o ponto a esclarecer-se e cuja explicação se encontrará completa nesta obra, como a deram os próprios Espíritos.
Eis, pois, efeitos patentes, que se produzem fora do círculo habitual das nossas observações;
que não ocorrem misteriosamente, mas, ao contrário, à luz meridiana, que toda gente pode ver e comprovar;
que não constituem privilégio de um único indivíduo e que milhares de pessoas repetem todos os dias.
Esses efeitos têm necessariamente uma causa e, do momento que denotam a acção de uma inteligência e de uma vontade, saem do domínio puramente físico.
Muitas teorias foram engendradas a este respeito.
Examiná-las-emos dentro em pouco e veremos se são capazes de oferecer a explicação de todos os fatos que se observam.
Admitamos, enquanto não chegamos até lá, a existência de seres distintos dos humanos, pois que esta é a explicação ministrada pelas Inteligências que se manifestam, e vejamos o que eles nos dizem.
VI
Conforme notamos acima, os próprios seres que se comunicam se designam a si mesmos pelo nome de Espíritos ou Génios, declarando, alguns, pelo menos, terem pertencido a homens que viveram na Terra.
Eles compõem o mundo espiritual, como nós constituímos o mundo corporal durante a vida terrena.
Vamos resumir, em poucas palavras, os pontos principais da doutrina que nos transmitiram, a fim de mais facilmente respondermos a certas objecções.
“Deus é eterno, imutável, imaterial, único, omnipotente, soberanamente justo e bom.
“Criou o Universo, que abrange todos os seres animados, e inanimados, materiais e imateriais.
“Os seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os seres imateriais, o mundo invisível ou espírita, isto é, dos Espíritos.
“O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo.
“O mundo corporal é secundário; poderia deixar de existir, ou não ter jamais existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo espírita.
“Os Espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível, cuja destruição pela morte lhes restitui a liberdade.
“Entre as diferentes espécies de seres corpóreos, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos Espíritos que chegaram a certo grau de desenvolvimento, dando-lhe superioridade moral e intelectual sobre as outras.
“A alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório.
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Tal diversidade de linguagem não se pode explicar senão pela diversidade das Inteligências que se manifestam.
E essas Inteligências estão na Humanidade ou fora da Humanidade?
Este o ponto a esclarecer-se e cuja explicação se encontrará completa nesta obra, como a deram os próprios Espíritos.
Eis, pois, efeitos patentes, que se produzem fora do círculo habitual das nossas observações;
que não ocorrem misteriosamente, mas, ao contrário, à luz meridiana, que toda gente pode ver e comprovar;
que não constituem privilégio de um único indivíduo e que milhares de pessoas repetem todos os dias.
Esses efeitos têm necessariamente uma causa e, do momento que denotam a acção de uma inteligência e de uma vontade, saem do domínio puramente físico.
Muitas teorias foram engendradas a este respeito.
Examiná-las-emos dentro em pouco e veremos se são capazes de oferecer a explicação de todos os fatos que se observam.
Admitamos, enquanto não chegamos até lá, a existência de seres distintos dos humanos, pois que esta é a explicação ministrada pelas Inteligências que se manifestam, e vejamos o que eles nos dizem.
VI
Conforme notamos acima, os próprios seres que se comunicam se designam a si mesmos pelo nome de Espíritos ou Génios, declarando, alguns, pelo menos, terem pertencido a homens que viveram na Terra.
Eles compõem o mundo espiritual, como nós constituímos o mundo corporal durante a vida terrena.
Vamos resumir, em poucas palavras, os pontos principais da doutrina que nos transmitiram, a fim de mais facilmente respondermos a certas objecções.
“Deus é eterno, imutável, imaterial, único, omnipotente, soberanamente justo e bom.
“Criou o Universo, que abrange todos os seres animados, e inanimados, materiais e imateriais.
“Os seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os seres imateriais, o mundo invisível ou espírita, isto é, dos Espíritos.
“O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo.
“O mundo corporal é secundário; poderia deixar de existir, ou não ter jamais existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo espírita.
“Os Espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível, cuja destruição pela morte lhes restitui a liberdade.
“Entre as diferentes espécies de seres corpóreos, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos Espíritos que chegaram a certo grau de desenvolvimento, dando-lhe superioridade moral e intelectual sobre as outras.
“A alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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“Há no homem três coisas:
1º, o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital;
2º, a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo;
3º, o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.
“Tem assim o homem duas naturezas: pelo corpo, participa da natureza dos animais, cujos instintos lhe são comuns; pela alma, participa da natureza dos Espíritos.
“O laço ou perispírito, que prende ao corpo o Espírito, é uma espécie de envoltório semi-material.
A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro.
O Espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, porém que pode tornar-se acidentalmente visível e mesmo tangível, como sucede no fenómeno das aparições.
“O Espírito não é, pois, um ser abstracto, indefinido, só possível de conceber-se pelo pensamento.
É um ser real, circunscrito, que, em certo casos, se torna apreciável pela vista, pelo ouvido e pelo tacto.
“Os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais, nem em poder, nem em inteligência, nem em saber, nem em moralidade.
Os da primeira ordem são os Espíritos superiores, que se distinguem dos outros pela sua perfeição, seus conhecimentos, sua proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e por seu amor do bem: são os anjos ou puros Espíritos.
Os das outras classes se acham cada vez mais distanciados dessa perfeição, mostrando-se os das categorias inferiores, na sua maioria, eivados das nossas paixões:
o ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho, etc.
Comprazem-se no mal.
Há também, entre os inferiores, os que não são nem muito bons nem muito maus, antes perturbadores e enredadores, do que perversos.
A malícia e as inconsequências parecem ser o que neles predomina.
São os Espíritos estúrdios ou levianos.
“Os Espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria.
Todos se melhoram passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita.
Esta melhora se efectua por meio da encarnação, que é imposta a uns como expiação, a outros como missão.
A vida material é uma prova que lhes cumpre sofrer repetidamente, até que hajam atingido a absoluta perfeição moral.
“Deixando o corpo, a alma volve ao mundo dos Espíritos, donde saíra, para passar por nova existência material, após um lapso de tempo mais ou menos longo, durante o qual permanece em estado de Espírito errante. 1
“Tendo o Espírito que passar por muitas encarnações, segue-se que todos nós temos tido muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas, quer na Terra, quer em outros mundos.
“A encarnação dos Espíritos se dá sempre na espécie humana;
seria erro acreditar-se que a alma ou Espírito possa encarnar no corpo de um animal.
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“Há no homem três coisas:
1º, o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital;
2º, a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo;
3º, o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.
“Tem assim o homem duas naturezas: pelo corpo, participa da natureza dos animais, cujos instintos lhe são comuns; pela alma, participa da natureza dos Espíritos.
“O laço ou perispírito, que prende ao corpo o Espírito, é uma espécie de envoltório semi-material.
A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro.
O Espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, porém que pode tornar-se acidentalmente visível e mesmo tangível, como sucede no fenómeno das aparições.
“O Espírito não é, pois, um ser abstracto, indefinido, só possível de conceber-se pelo pensamento.
É um ser real, circunscrito, que, em certo casos, se torna apreciável pela vista, pelo ouvido e pelo tacto.
“Os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais, nem em poder, nem em inteligência, nem em saber, nem em moralidade.
Os da primeira ordem são os Espíritos superiores, que se distinguem dos outros pela sua perfeição, seus conhecimentos, sua proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e por seu amor do bem: são os anjos ou puros Espíritos.
Os das outras classes se acham cada vez mais distanciados dessa perfeição, mostrando-se os das categorias inferiores, na sua maioria, eivados das nossas paixões:
o ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho, etc.
Comprazem-se no mal.
Há também, entre os inferiores, os que não são nem muito bons nem muito maus, antes perturbadores e enredadores, do que perversos.
A malícia e as inconsequências parecem ser o que neles predomina.
São os Espíritos estúrdios ou levianos.
“Os Espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria.
Todos se melhoram passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita.
Esta melhora se efectua por meio da encarnação, que é imposta a uns como expiação, a outros como missão.
A vida material é uma prova que lhes cumpre sofrer repetidamente, até que hajam atingido a absoluta perfeição moral.
“Deixando o corpo, a alma volve ao mundo dos Espíritos, donde saíra, para passar por nova existência material, após um lapso de tempo mais ou menos longo, durante o qual permanece em estado de Espírito errante. 1
“Tendo o Espírito que passar por muitas encarnações, segue-se que todos nós temos tido muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas, quer na Terra, quer em outros mundos.
“A encarnação dos Espíritos se dá sempre na espécie humana;
seria erro acreditar-se que a alma ou Espírito possa encarnar no corpo de um animal.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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“As diferentes existências corpóreas do Espírito são sempre progressivas e nunca regressivas;
mas, a rapidez do seu progresso depende dos esforços que faça para chegar à perfeição.
“As qualidades da alma são as do Espírito que está encarnado em nós; assim, o homem de bem é a encarnação de um bom Espírito, o homem perverso a de um Espírito impuro.
“A alma possuía sua individualidade antes de encarnar;
conserva-a depois de se haver separado do corpo.
“Na sua volta ao mundo dos Espíritos, encontra ela todos aqueles que conhecera na Terra, e todas as suas existências anteriores se lhe desenham na memória, com a lembrança de todo bem e de todo mal que fez.
1 Há entre esta doutrina da reencarnação e a da metempsicose, como a admitem certas seitas, uma diferença característica, que é explicada no curso da presente obra.
“O Espírito encarnado se acha sob a influência da matéria;
o homem que vence esta influência, pela elevação e depuração de sua alma, se aproxima dos bons Espíritos, em cuja companhia um dia estará.
Aquele que se deixa dominar pelas más paixões, e põe todas as suas alegrias na satisfação dos apetites grosseiros, se aproxima dos Espíritos impuros, dando preponderância à sua natureza animal.
“Os Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do Universo.
“Os não encarnados ou errantes não ocupam uma região determinada e circunscrita;
estão por toda parte no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando-nos de contínuo.
É toda uma população invisível, a mover-se em torno de nós.
“Os Espíritos exercem incessante acção sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico.
Actuam sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das potências da Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenómenos até então inexplicados ou mal explicados e que não encontram explicação racional senão no Espiritismo.
“As relações dos Espíritos com os homens são constantes.[i]
Os bons Espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação.
Os maus nos impelem para o mal:
[i]é-lhes um gozo ver-nos sucumbir e assemelhar-nos a eles.
“As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas.
As ocultas se verificam pela influência boa ou má que exercem sobre nós, à nossa revelia.
Cabe ao nosso juízo discernir as boas das más inspirações.
As comunicações ostensivas se dão por meio da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, quase sempre pelos médiuns que lhes servem de instrumentos.
Continua...
“As diferentes existências corpóreas do Espírito são sempre progressivas e nunca regressivas;
mas, a rapidez do seu progresso depende dos esforços que faça para chegar à perfeição.
“As qualidades da alma são as do Espírito que está encarnado em nós; assim, o homem de bem é a encarnação de um bom Espírito, o homem perverso a de um Espírito impuro.
“A alma possuía sua individualidade antes de encarnar;
conserva-a depois de se haver separado do corpo.
“Na sua volta ao mundo dos Espíritos, encontra ela todos aqueles que conhecera na Terra, e todas as suas existências anteriores se lhe desenham na memória, com a lembrança de todo bem e de todo mal que fez.
1 Há entre esta doutrina da reencarnação e a da metempsicose, como a admitem certas seitas, uma diferença característica, que é explicada no curso da presente obra.
“O Espírito encarnado se acha sob a influência da matéria;
o homem que vence esta influência, pela elevação e depuração de sua alma, se aproxima dos bons Espíritos, em cuja companhia um dia estará.
Aquele que se deixa dominar pelas más paixões, e põe todas as suas alegrias na satisfação dos apetites grosseiros, se aproxima dos Espíritos impuros, dando preponderância à sua natureza animal.
“Os Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do Universo.
“Os não encarnados ou errantes não ocupam uma região determinada e circunscrita;
estão por toda parte no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando-nos de contínuo.
É toda uma população invisível, a mover-se em torno de nós.
“Os Espíritos exercem incessante acção sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico.
Actuam sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das potências da Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenómenos até então inexplicados ou mal explicados e que não encontram explicação racional senão no Espiritismo.
“As relações dos Espíritos com os homens são constantes.[i]
Os bons Espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação.
Os maus nos impelem para o mal:
[i]é-lhes um gozo ver-nos sucumbir e assemelhar-nos a eles.
“As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas.
As ocultas se verificam pela influência boa ou má que exercem sobre nós, à nossa revelia.
Cabe ao nosso juízo discernir as boas das más inspirações.
As comunicações ostensivas se dão por meio da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, quase sempre pelos médiuns que lhes servem de instrumentos.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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“Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou mediante evocação.
“Podem evocar-se todos os Espíritos:
os que animaram homens obscuros, como os das personagens mais ilustres, seja qual for a época em que tenham vivido;
os de nossos parentes, amigos, ou inimigos, e obter-se deles, por comunicações escritas ou verbais, conselhos, informações sobre a situação em que se encontram no Além, sobre o que pensam a nosso respeito, assim como as revelações que lhes sejam permitidas fazer-nos.
“Os Espíritos são atraídos na razão da simpatia que lhes inspire a natureza moral do meio que os evoca.
Os Espíritos superiores se comprazem nas reuniões sérias, onde predominam o amor do bem e o desejo sincero, por parte dos que as compõem, de se instruírem e melhorarem.
A presença deles afasta os Espíritos inferiores que, inversamente, encontram livre acesso e podem obrar com toda a liberdade entre pessoas frívolas ou impelidas unicamente pela curiosidade e onde quer que existam maus instintos.
Longe de se obterem bons conselhos, ou informações úteis, deles só se devem esperar futilidades, mentiras, gracejos de mau gosto, ou mistificações, pois que muitas vezes tomam nomes venerados, a fim de melhor induzirem ao erro.
“Distinguir os bons dos maus Espíritos é extremamente fácil.
Os Espíritos superiores usam constantemente de linguagem digna, nobre, repassada da mais alta moralidade, escumada de qualquer paixão inferior;
a mais pura sabedoria lhes transparece dos conselhos, que objectivam sempre o nosso melhoramento e o bem da Humanidade.
A dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconsequente, amiúde trivial e até grosseira.
Se, por vezes, dizem alguma coisa boa e verdadeira, muito mais vezes dizem falsidades e absurdos, por malícia ou ignorância.
Zombam da credulidade dos homens e se divertem à custa dos que os interrogam, lisonjeando-lhes a vaidade, alimentando-lhes os desejos com falazes esperanças.
Em resumo, as comunicações sérias, na mais ampla acepção do termo, só são dadas nos centros sérios, onde reine íntima comunhão de pensamentos, tendo em vista o bem.
“A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica:
Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal.
Neste princípio encontra o homem uma regra universal de proceder, mesmo para as suas menores acções.
“Ensinam-nos que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões que nos aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria;
que o homem que, já neste mundo, se desliga da matéria, desprezando as futilidades mundanas e amando o próximo, se avizinha da natureza espiritual;
que cada um deve tornar-se útil, de acordo com as faculdades e os meios que Deus lhe pôs nas mãos para experimentá-lo;
que o Forte e o Poderoso devem amparo e protecção ao Fraco, porquanto transgride a Lei de Deus aquele que abusa da força e do poder para oprimir o seu semelhante.
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“Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou mediante evocação.
“Podem evocar-se todos os Espíritos:
os que animaram homens obscuros, como os das personagens mais ilustres, seja qual for a época em que tenham vivido;
os de nossos parentes, amigos, ou inimigos, e obter-se deles, por comunicações escritas ou verbais, conselhos, informações sobre a situação em que se encontram no Além, sobre o que pensam a nosso respeito, assim como as revelações que lhes sejam permitidas fazer-nos.
“Os Espíritos são atraídos na razão da simpatia que lhes inspire a natureza moral do meio que os evoca.
Os Espíritos superiores se comprazem nas reuniões sérias, onde predominam o amor do bem e o desejo sincero, por parte dos que as compõem, de se instruírem e melhorarem.
A presença deles afasta os Espíritos inferiores que, inversamente, encontram livre acesso e podem obrar com toda a liberdade entre pessoas frívolas ou impelidas unicamente pela curiosidade e onde quer que existam maus instintos.
Longe de se obterem bons conselhos, ou informações úteis, deles só se devem esperar futilidades, mentiras, gracejos de mau gosto, ou mistificações, pois que muitas vezes tomam nomes venerados, a fim de melhor induzirem ao erro.
“Distinguir os bons dos maus Espíritos é extremamente fácil.
Os Espíritos superiores usam constantemente de linguagem digna, nobre, repassada da mais alta moralidade, escumada de qualquer paixão inferior;
a mais pura sabedoria lhes transparece dos conselhos, que objectivam sempre o nosso melhoramento e o bem da Humanidade.
A dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconsequente, amiúde trivial e até grosseira.
Se, por vezes, dizem alguma coisa boa e verdadeira, muito mais vezes dizem falsidades e absurdos, por malícia ou ignorância.
Zombam da credulidade dos homens e se divertem à custa dos que os interrogam, lisonjeando-lhes a vaidade, alimentando-lhes os desejos com falazes esperanças.
Em resumo, as comunicações sérias, na mais ampla acepção do termo, só são dadas nos centros sérios, onde reine íntima comunhão de pensamentos, tendo em vista o bem.
“A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica:
Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal.
Neste princípio encontra o homem uma regra universal de proceder, mesmo para as suas menores acções.
“Ensinam-nos que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões que nos aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria;
que o homem que, já neste mundo, se desliga da matéria, desprezando as futilidades mundanas e amando o próximo, se avizinha da natureza espiritual;
que cada um deve tornar-se útil, de acordo com as faculdades e os meios que Deus lhe pôs nas mãos para experimentá-lo;
que o Forte e o Poderoso devem amparo e protecção ao Fraco, porquanto transgride a Lei de Deus aquele que abusa da força e do poder para oprimir o seu semelhante.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Ensinam, finalmente, que, no mundo dos Espíritos, nada podendo estar oculto, o hipócrita será desmascarado e patenteadas todas as suas torpezas;
que a presença inevitável, e de todos os instantes, daqueles para com quem houvermos procedido mal constitui um dos castigos que nos estão reservados;
que ao estado de inferioridade e superioridade dos Espíritos correspondem penas e gozos desconhecidos na Terra.
“Mas, ensinam também não haver faltas irremissíveis, que a expiação não possa apagar.
Meio de consegui-lo encontra o homem nas diferentes existências que lhe permitem avançar, conformemente aos seus desejos e esforços, na senda do progresso, para a perfeição, que é o seu destino final.”
Este o resumo da Doutrina Espírita, como resulta dos ensinamentos dados pelos Espíritos superiores.
Vejamos agora as objecções que se lhe contrapõem.
VII
Para muita gente, a oposição das corporações científicas constitui, senão uma prova, pelo menos forte presunção contra o que quer que seja.
Não somos dos que se insurgem contra os sábios, pois não queremos dar azo a que de nós digam que escouceamos.
Temo-los, ao contrário, em grande apreço e muito honrado nos julgaríamos se fôssemos contados entre eles.
Suas opiniões, porém, não podem representar, em todas as circunstâncias, uma sentença irrevogável.
Desde que a Ciência sai da observação material dos factos, em se tratando de os apreciar e explicar, o campo está aberto às conjecturas.
Cada um arquitecta o seu sistemazinho, disposto a sustentá-lo com fervor, para fazê-lo prevalecer.
Não vemos todos os dias as mais opostas opiniões serem alternativamente preconizadas e rejeitadas, ora repelidas como erros absurdos, para logo depois aparecerem proclamadas como verdades incontestáveis?
Os factos, eis o verdadeiro critério dos nossos juízos, o argumento sem réplica.
Na ausência dos factos, a dúvida se justifica no homem ponderado.
Com relação às coisas notórias, a opinião dos sábios é, com toda razão, fidedigna, porquanto eles sabem mais e melhor do que o vulgo.
Mas, no tocante a princípios novos, a coisas desconhecidas, essa opinião quase nunca é mais do que hipotética, por isso que eles não se acham, menos que os outros, sujeitos a preconceitos.
Direi mesmo que o sábio tem mais prejuízos que qualquer outro, porque uma propensão natural o leva a subordinar tudo ao ponto de vista donde mais aprofundou os seus conhecimentos:
o matemático não vê prova senão numa demonstração algébrica, o químico refere tudo à acção dos elementos, etc.
Aquele que se fez especialista prende todas as suas ideias à especialidade que adoptou.
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Ensinam, finalmente, que, no mundo dos Espíritos, nada podendo estar oculto, o hipócrita será desmascarado e patenteadas todas as suas torpezas;
que a presença inevitável, e de todos os instantes, daqueles para com quem houvermos procedido mal constitui um dos castigos que nos estão reservados;
que ao estado de inferioridade e superioridade dos Espíritos correspondem penas e gozos desconhecidos na Terra.
“Mas, ensinam também não haver faltas irremissíveis, que a expiação não possa apagar.
Meio de consegui-lo encontra o homem nas diferentes existências que lhe permitem avançar, conformemente aos seus desejos e esforços, na senda do progresso, para a perfeição, que é o seu destino final.”
Este o resumo da Doutrina Espírita, como resulta dos ensinamentos dados pelos Espíritos superiores.
Vejamos agora as objecções que se lhe contrapõem.
VII
Para muita gente, a oposição das corporações científicas constitui, senão uma prova, pelo menos forte presunção contra o que quer que seja.
Não somos dos que se insurgem contra os sábios, pois não queremos dar azo a que de nós digam que escouceamos.
Temo-los, ao contrário, em grande apreço e muito honrado nos julgaríamos se fôssemos contados entre eles.
Suas opiniões, porém, não podem representar, em todas as circunstâncias, uma sentença irrevogável.
Desde que a Ciência sai da observação material dos factos, em se tratando de os apreciar e explicar, o campo está aberto às conjecturas.
Cada um arquitecta o seu sistemazinho, disposto a sustentá-lo com fervor, para fazê-lo prevalecer.
Não vemos todos os dias as mais opostas opiniões serem alternativamente preconizadas e rejeitadas, ora repelidas como erros absurdos, para logo depois aparecerem proclamadas como verdades incontestáveis?
Os factos, eis o verdadeiro critério dos nossos juízos, o argumento sem réplica.
Na ausência dos factos, a dúvida se justifica no homem ponderado.
Com relação às coisas notórias, a opinião dos sábios é, com toda razão, fidedigna, porquanto eles sabem mais e melhor do que o vulgo.
Mas, no tocante a princípios novos, a coisas desconhecidas, essa opinião quase nunca é mais do que hipotética, por isso que eles não se acham, menos que os outros, sujeitos a preconceitos.
Direi mesmo que o sábio tem mais prejuízos que qualquer outro, porque uma propensão natural o leva a subordinar tudo ao ponto de vista donde mais aprofundou os seus conhecimentos:
o matemático não vê prova senão numa demonstração algébrica, o químico refere tudo à acção dos elementos, etc.
Aquele que se fez especialista prende todas as suas ideias à especialidade que adoptou.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Tirai-o daí e o vereis quase sempre desarrazoar, por querer submeter tudo ao mesmo cadinho: consequência da fraqueza humana.
Assim, pois, consultarei, do melhor grado e com a maior confiança, um químico sobre uma questão de análise, um físico sobre a potência eléctrica, um mecânico sobre uma força motriz.
Hão de eles, porém, permitir-me, sem que isto afecte a estima a que lhes dá direito o seu saber especial, que eu não tenha em melhor conta suas opiniões negativas acerca do Espiritismo, do que o parecer de um arquitecto sobre uma questão de música.
As ciências ordinárias assentam nas propriedades da matéria, que se pode experimentar e manipular livremente;
os fenómenos espíritas repousam na acção de inteligências dotadas de vontade própria e que nos provam a cada instante não se acharem subordinadas aos nossos caprichos.
As observações não podem, portanto, ser feitas da mesma forma; requerem condições especiais e outro ponto de partida.
Querer submetê-las aos processos comuns de investigação é estabelecer analogias que não existem.
A Ciência, propriamente dita, é, pois, como ciência, incompetente para se pronunciar na questão do Espiritismo:
não tem que se ocupar com isso e qualquer que seja o seu julgamento, favorável ou não, nenhum peso poderá ter.
O Espiritismo é o resultado de uma convicção pessoal, que os sábios, como indivíduos, podem adquirir, abstracção feita da qualidade de sábios.
Pretender deferir a questão à Ciência equivaleria a querer que a existência ou não da alma fosse decidida por uma assembleia de físicos ou de astrónomos.
Com efeito, o Espiritismo está todo na existência da alma e no seu estado depois da morte.
Ora, é soberanamente ilógico imaginar-se que um homem deva ser grande psicologista, porque é eminente matemático ou notável anatomista.
Dissecando o corpo humano, o anatomista procura a alma e, porque não a encontra, debaixo do seu escalpelo, como encontra um nervo, ou porque não a vê evolar-se como um gás, conclui que ela não existe, colocado num ponto de vista exclusivamente material.
Segue-se que tenha razão contra a opinião universal?
Não. Vedes, portanto, que o Espiritismo não é da alçada da Ciência.
Quando as crenças espíritas se houverem vulgarizado, quando estiverem aceites pelas massas humanas (e, a julgar pela rapidez com que se propagam, esse tempo não vem longe), com elas se dará o que tem acontecido a todas as ideias novas que hão encontrado oposição:
os sábios se renderão à evidência.
Lá chegarão, individualmente, pela força das coisas.
Até então será intempestivo desviá-los de seus trabalhos especiais, para obrigá-los a se ocuparem com um assunto estranho, que não lhes está nem nas atribuições, nem no programa.
Enquanto isso não se verifica, os que, sem estudo prévio e aprofundado da matéria, se pronunciam pela negativa e escarnecem de quem não lhes subscreve o conceito, esquecem que o mesmo se deu com a maior parte das grandes descobertas que fazem honra à Humanidade.
Continua...
Tirai-o daí e o vereis quase sempre desarrazoar, por querer submeter tudo ao mesmo cadinho: consequência da fraqueza humana.
Assim, pois, consultarei, do melhor grado e com a maior confiança, um químico sobre uma questão de análise, um físico sobre a potência eléctrica, um mecânico sobre uma força motriz.
Hão de eles, porém, permitir-me, sem que isto afecte a estima a que lhes dá direito o seu saber especial, que eu não tenha em melhor conta suas opiniões negativas acerca do Espiritismo, do que o parecer de um arquitecto sobre uma questão de música.
As ciências ordinárias assentam nas propriedades da matéria, que se pode experimentar e manipular livremente;
os fenómenos espíritas repousam na acção de inteligências dotadas de vontade própria e que nos provam a cada instante não se acharem subordinadas aos nossos caprichos.
As observações não podem, portanto, ser feitas da mesma forma; requerem condições especiais e outro ponto de partida.
Querer submetê-las aos processos comuns de investigação é estabelecer analogias que não existem.
A Ciência, propriamente dita, é, pois, como ciência, incompetente para se pronunciar na questão do Espiritismo:
não tem que se ocupar com isso e qualquer que seja o seu julgamento, favorável ou não, nenhum peso poderá ter.
O Espiritismo é o resultado de uma convicção pessoal, que os sábios, como indivíduos, podem adquirir, abstracção feita da qualidade de sábios.
Pretender deferir a questão à Ciência equivaleria a querer que a existência ou não da alma fosse decidida por uma assembleia de físicos ou de astrónomos.
Com efeito, o Espiritismo está todo na existência da alma e no seu estado depois da morte.
Ora, é soberanamente ilógico imaginar-se que um homem deva ser grande psicologista, porque é eminente matemático ou notável anatomista.
Dissecando o corpo humano, o anatomista procura a alma e, porque não a encontra, debaixo do seu escalpelo, como encontra um nervo, ou porque não a vê evolar-se como um gás, conclui que ela não existe, colocado num ponto de vista exclusivamente material.
Segue-se que tenha razão contra a opinião universal?
Não. Vedes, portanto, que o Espiritismo não é da alçada da Ciência.
Quando as crenças espíritas se houverem vulgarizado, quando estiverem aceites pelas massas humanas (e, a julgar pela rapidez com que se propagam, esse tempo não vem longe), com elas se dará o que tem acontecido a todas as ideias novas que hão encontrado oposição:
os sábios se renderão à evidência.
Lá chegarão, individualmente, pela força das coisas.
Até então será intempestivo desviá-los de seus trabalhos especiais, para obrigá-los a se ocuparem com um assunto estranho, que não lhes está nem nas atribuições, nem no programa.
Enquanto isso não se verifica, os que, sem estudo prévio e aprofundado da matéria, se pronunciam pela negativa e escarnecem de quem não lhes subscreve o conceito, esquecem que o mesmo se deu com a maior parte das grandes descobertas que fazem honra à Humanidade.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Expõem-se a ver seus nomes alongando a lista dos ilustres proscritores das ideias novas e inscritos a par dos membros da douta assembleia que, em 1752, acolheu com retumbante gargalhada a memória de Franklin sobre os pára-raios, julgando-a indigna de figurar entre as comunicações que lhe eram dirigidas;
e dos daquela outra que ocasionou perder a França as vantagens da iniciativa da marinha a vapor, declarando o sistema de Fulton um sonho irrealizável.
Entretanto, essas eram questões da alçada daquelas corporações.
Ora, se tais assembleias, que contavam em seu seio a nata dos sábios do mundo, só tiveram a zombaria e o sarcasmo para ideias que elas não percebiam, ideias que, alguns anos mais tarde, revolucionaram a ciência, os costumes e a indústria, como esperar que uma questão, alheia aos trabalhos que lhes são habituais, alcance hoje das suas congéneres melhor acolhimento?
Esses erros de alguns homens eminentes, se bem que deploráveis, atenta a memória deles, de nenhum modo poderiam privá-los dos títulos que a outros respeitos conquistaram à nossa estima;
mas, será precisa a posse de um diploma oficial para se ter bom-senso?~
Dar-se-á que fora das cátedras académicas só se encontrem tolos e imbecis?
Dignem-se de lançar os olhos para os adeptos da Doutrina Espírita e digam se só com ignorantes deparam e se a imensa legião de homens de mérito que a têm abraçado autoriza seja ela atirada ao rol das crendices de simplórios.
O carácter e o saber desses homens dão peso a esta proposição:
pois que eles afirmam, forçoso é reconhecer que alguma coisa há.
Repetimos mais uma vez que, se os factos a que aludimos se houvessem reduzido ao movimento mecânico dos corpos, a indagação da causa física desse fenómeno caberia no domínio da Ciência;
porém, desde que se trata de uma manifestação que se produz com exclusão das leis da Humanidade, ela escapa à competência da ciência material, visto não poder explicar-se por algarismos, nem por uma força mecânica.
Quando surge um facto novo, que não guarda relação com alguma ciência conhecida, o sábio, para estudá-lo, tem que abstrair da sua ciência e dizer a si mesmo que o que se lhe oferece constitui um estudo novo, impossível de ser feito com ideias preconcebidas.
O homem que julga infalível a sua razão está bem perto do erro.
Mesmo aqueles, cujas ideias são as mais falsas, se apoiam na sua própria razão e é por isso que rejeitam tudo o que lhes parece impossível.
Os que outrora repeliram as admiráveis descobertas de que a Humanidade se honra, todos endereçavam seus apelos a esse juiz, para repeli-las.
O que se chama razão não é muitas vezes senão orgulho disfarçado e quem quer que se considere infalível apresenta-se como igual a Deus.
Dirigimo-nos, pois, aos ponderados, que duvidam do que não viram, mas que, julgando do futuro pelo passado, não crêem que o homem haja chegado ao apogeu, nem que a Natureza lhe tenha facultado ler a última página do seu livro.
VIII
Acrescentemos que o estudo de uma doutrina, qual a Doutrina Espírita, que nos lança de súbito numa ordem de coisas tão nova quão grande, só pode ser feito com utilidade por homens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado.
Não sabemos como dar esses qualificativos aos que julgam a priori, levianamente, sem tudo ter visto;
que não imprimem a seus estudos a continuidade, a regularidade e o recolhimento indispensáveis.
Continua...
Expõem-se a ver seus nomes alongando a lista dos ilustres proscritores das ideias novas e inscritos a par dos membros da douta assembleia que, em 1752, acolheu com retumbante gargalhada a memória de Franklin sobre os pára-raios, julgando-a indigna de figurar entre as comunicações que lhe eram dirigidas;
e dos daquela outra que ocasionou perder a França as vantagens da iniciativa da marinha a vapor, declarando o sistema de Fulton um sonho irrealizável.
Entretanto, essas eram questões da alçada daquelas corporações.
Ora, se tais assembleias, que contavam em seu seio a nata dos sábios do mundo, só tiveram a zombaria e o sarcasmo para ideias que elas não percebiam, ideias que, alguns anos mais tarde, revolucionaram a ciência, os costumes e a indústria, como esperar que uma questão, alheia aos trabalhos que lhes são habituais, alcance hoje das suas congéneres melhor acolhimento?
Esses erros de alguns homens eminentes, se bem que deploráveis, atenta a memória deles, de nenhum modo poderiam privá-los dos títulos que a outros respeitos conquistaram à nossa estima;
mas, será precisa a posse de um diploma oficial para se ter bom-senso?~
Dar-se-á que fora das cátedras académicas só se encontrem tolos e imbecis?
Dignem-se de lançar os olhos para os adeptos da Doutrina Espírita e digam se só com ignorantes deparam e se a imensa legião de homens de mérito que a têm abraçado autoriza seja ela atirada ao rol das crendices de simplórios.
O carácter e o saber desses homens dão peso a esta proposição:
pois que eles afirmam, forçoso é reconhecer que alguma coisa há.
Repetimos mais uma vez que, se os factos a que aludimos se houvessem reduzido ao movimento mecânico dos corpos, a indagação da causa física desse fenómeno caberia no domínio da Ciência;
porém, desde que se trata de uma manifestação que se produz com exclusão das leis da Humanidade, ela escapa à competência da ciência material, visto não poder explicar-se por algarismos, nem por uma força mecânica.
Quando surge um facto novo, que não guarda relação com alguma ciência conhecida, o sábio, para estudá-lo, tem que abstrair da sua ciência e dizer a si mesmo que o que se lhe oferece constitui um estudo novo, impossível de ser feito com ideias preconcebidas.
O homem que julga infalível a sua razão está bem perto do erro.
Mesmo aqueles, cujas ideias são as mais falsas, se apoiam na sua própria razão e é por isso que rejeitam tudo o que lhes parece impossível.
Os que outrora repeliram as admiráveis descobertas de que a Humanidade se honra, todos endereçavam seus apelos a esse juiz, para repeli-las.
O que se chama razão não é muitas vezes senão orgulho disfarçado e quem quer que se considere infalível apresenta-se como igual a Deus.
Dirigimo-nos, pois, aos ponderados, que duvidam do que não viram, mas que, julgando do futuro pelo passado, não crêem que o homem haja chegado ao apogeu, nem que a Natureza lhe tenha facultado ler a última página do seu livro.
VIII
Acrescentemos que o estudo de uma doutrina, qual a Doutrina Espírita, que nos lança de súbito numa ordem de coisas tão nova quão grande, só pode ser feito com utilidade por homens sérios, perseverantes, livres de prevenções e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado.
Não sabemos como dar esses qualificativos aos que julgam a priori, levianamente, sem tudo ter visto;
que não imprimem a seus estudos a continuidade, a regularidade e o recolhimento indispensáveis.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Ainda menos saberíamos dá-los a alguns que, para não decaírem da reputação de homens de espírito, se afadigam por achar um lado burlesco nas coisas mais verdadeiras, ou tidas como tais por pessoas cujo saber, carácter e convicções lhes dão direito à consideração de quem quer que se preze de bem-educado.
Abstenham-se, portanto, os que entendem não serem dignos de sua atenção os factos.
Ninguém pensa em lhes violentar a crença; concordem, pois, em respeitar a dos outros.
O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá.
Será de admirar que muitas vezes não se obtenha nenhuma resposta sensata a questões de si mesmas graves, quando propostas ao acaso e à queima-roupa, em meio de uma aluvião de outras extravagantes?
Demais, sucede frequentemente que, por complexa, uma questão, para ser elucidada, exige a solução de outras preliminares ou complementares.
Quem deseje tornar-se versado numa ciência tem que a estudar metodicamente, começando pelo princípio e acompanhando o encadeamento e o desenvolvimento das ideias.
Que adiantará àquele que, ao acaso, dirigir a um sábio perguntas acerca de uma ciência cujas primeiras palavras ignore?
Poderá o próprio sábio, por maior que seja a sua boa vontade, dar-lhe resposta satisfatória?
A resposta isolada, que der, será forçosamente incompleta e quase sempre, por isso mesmo, ininteligível, ou parecerá absurda e contraditória.
O mesmo ocorre em nossas relações com os Espíritos.
Quem quiser com eles instruir-se tem que com eles fazer um curso;
mas, exactamente como se procede entre nós, deverá escolher seus professores e trabalhar com assiduidade.
Dissemos que os Espíritos superiores somente às sessões sérias acorrem, sobretudo às em que reina perfeita comunhão de pensamentos e de sentimentos para o bem.
A leviandade e as questões ociosas os afastam, como, entre os homens, afastam as pessoas criteriosas;
o campo fica, então, livre à turba dos Espíritos mentirosos e frívolos, sempre à espreita de ocasiões propícias para zombarem de nós e se divertirem à nossa custa.
Que é o que se dará com uma questão grave em reuniões de tal ordem?
Será respondida;
mas, por quem?
Acontece como se a um bando de levianos, que estejam a divertir-se, propusésseis estas questões:
Que é a alma?
Que é a morte? e outras tão recreativas quanto essas.
Se quereis respostas sisudas, haveis de comportar-vos com toda a sisudeza, na mais ampla acepção do termo, e de preencher todas as condições reclamadas.
Só assim obtereis grandes coisas.
Sede, além do mais, laboriosos e perseverantes nos vossos estudos, sem o que os Espíritos superiores vos abandonarão, como faz um professor com os discípulos negligentes.
Continua...
Ainda menos saberíamos dá-los a alguns que, para não decaírem da reputação de homens de espírito, se afadigam por achar um lado burlesco nas coisas mais verdadeiras, ou tidas como tais por pessoas cujo saber, carácter e convicções lhes dão direito à consideração de quem quer que se preze de bem-educado.
Abstenham-se, portanto, os que entendem não serem dignos de sua atenção os factos.
Ninguém pensa em lhes violentar a crença; concordem, pois, em respeitar a dos outros.
O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá.
Será de admirar que muitas vezes não se obtenha nenhuma resposta sensata a questões de si mesmas graves, quando propostas ao acaso e à queima-roupa, em meio de uma aluvião de outras extravagantes?
Demais, sucede frequentemente que, por complexa, uma questão, para ser elucidada, exige a solução de outras preliminares ou complementares.
Quem deseje tornar-se versado numa ciência tem que a estudar metodicamente, começando pelo princípio e acompanhando o encadeamento e o desenvolvimento das ideias.
Que adiantará àquele que, ao acaso, dirigir a um sábio perguntas acerca de uma ciência cujas primeiras palavras ignore?
Poderá o próprio sábio, por maior que seja a sua boa vontade, dar-lhe resposta satisfatória?
A resposta isolada, que der, será forçosamente incompleta e quase sempre, por isso mesmo, ininteligível, ou parecerá absurda e contraditória.
O mesmo ocorre em nossas relações com os Espíritos.
Quem quiser com eles instruir-se tem que com eles fazer um curso;
mas, exactamente como se procede entre nós, deverá escolher seus professores e trabalhar com assiduidade.
Dissemos que os Espíritos superiores somente às sessões sérias acorrem, sobretudo às em que reina perfeita comunhão de pensamentos e de sentimentos para o bem.
A leviandade e as questões ociosas os afastam, como, entre os homens, afastam as pessoas criteriosas;
o campo fica, então, livre à turba dos Espíritos mentirosos e frívolos, sempre à espreita de ocasiões propícias para zombarem de nós e se divertirem à nossa custa.
Que é o que se dará com uma questão grave em reuniões de tal ordem?
Será respondida;
mas, por quem?
Acontece como se a um bando de levianos, que estejam a divertir-se, propusésseis estas questões:
Que é a alma?
Que é a morte? e outras tão recreativas quanto essas.
Se quereis respostas sisudas, haveis de comportar-vos com toda a sisudeza, na mais ampla acepção do termo, e de preencher todas as condições reclamadas.
Só assim obtereis grandes coisas.
Sede, além do mais, laboriosos e perseverantes nos vossos estudos, sem o que os Espíritos superiores vos abandonarão, como faz um professor com os discípulos negligentes.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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IX
O movimento dos objectos é um facto incontestável.
A questão está em saber se, nesse movimento, há ou não uma manifestação inteligente e, em caso de afirmativa, qual a origem dessa manifestação.
Não falamos do movimento inteligente de certos objectos, nem das comunicações verbais, nem das que o médium escreve directamente.
Este género de manifestações, evidente para os que viram e aprofundaram o assunto, não se mostra, à primeira vista, bastante independente da vontade, para firmar a convicção de um observador novato.
Não trataremos, portanto, senão da escrita obtida com o auxílio de um objecto qualquer munido de um lápis, como cesta, prancheta, etc.
A maneira pela qual os dedos do médium repousam sobre os objectos desafia, como atrás dissemos, a mais consumada destreza de sua parte no intervir, de qualquer modo, em o traçar das letras.
Mas, admitamos que a alguém, dotado de maravilhosa habilidade, seja isso possível e que esse alguém consiga iludir o olhar do observador;
como explicar a natureza das respostas, quando se apresentam fora do quadro das ideias e conhecimentos do médium?
E note-se que não se trata de respostas monossilábicas, porém, muitas vezes, de numerosas páginas escritas com admirável rapidez, quer espontaneamente, quer sobre determinado assunto.
De sob os dedos do médium menos versado em literatura, surgem de quando em quando poesias de impecáveis sublimidade e pureza, que os melhores poetas humanos não se dignariam de subscrever.
O que ainda torna mais estranhos esses factos é que ocorrem por toda parte e que os médiuns se multiplicam ao infinito.
São eles reais ou não?
Para esta pergunta só temos uma resposta:
vede e observai;
não vos faltarão ocasiões de fazê-lo;
mas, sobretudo, observai repetidamente, por longo tempo e de acordo com as condições exigidas.
Que respondem a essa evidência os antagonistas? — Sois vítimas do charlatanismo ou joguete de uma ilusão.
Diremos, primeiramente, que a palavra charlatanismo não cabe onde não há proveito.
Os charlatães não fazem grátis o seu ofício.
Seria, quando muito, uma mistificação.
Mas, por que singular coincidência esses mistificadores se achariam acordes, de um extremo a outro do mundo, para proceder do mesmo modo, produzir os mesmos efeitos e dar, sobre os mesmos assuntos e em línguas diversas, respostas idênticas, senão quanto à forma, pelo menos quanto ao sentido?
Como compreender-se que pessoas austeras, honradas, instruídas se prestassem a tais manejos?
Continua...
IX
O movimento dos objectos é um facto incontestável.
A questão está em saber se, nesse movimento, há ou não uma manifestação inteligente e, em caso de afirmativa, qual a origem dessa manifestação.
Não falamos do movimento inteligente de certos objectos, nem das comunicações verbais, nem das que o médium escreve directamente.
Este género de manifestações, evidente para os que viram e aprofundaram o assunto, não se mostra, à primeira vista, bastante independente da vontade, para firmar a convicção de um observador novato.
Não trataremos, portanto, senão da escrita obtida com o auxílio de um objecto qualquer munido de um lápis, como cesta, prancheta, etc.
A maneira pela qual os dedos do médium repousam sobre os objectos desafia, como atrás dissemos, a mais consumada destreza de sua parte no intervir, de qualquer modo, em o traçar das letras.
Mas, admitamos que a alguém, dotado de maravilhosa habilidade, seja isso possível e que esse alguém consiga iludir o olhar do observador;
como explicar a natureza das respostas, quando se apresentam fora do quadro das ideias e conhecimentos do médium?
E note-se que não se trata de respostas monossilábicas, porém, muitas vezes, de numerosas páginas escritas com admirável rapidez, quer espontaneamente, quer sobre determinado assunto.
De sob os dedos do médium menos versado em literatura, surgem de quando em quando poesias de impecáveis sublimidade e pureza, que os melhores poetas humanos não se dignariam de subscrever.
O que ainda torna mais estranhos esses factos é que ocorrem por toda parte e que os médiuns se multiplicam ao infinito.
São eles reais ou não?
Para esta pergunta só temos uma resposta:
vede e observai;
não vos faltarão ocasiões de fazê-lo;
mas, sobretudo, observai repetidamente, por longo tempo e de acordo com as condições exigidas.
Que respondem a essa evidência os antagonistas? — Sois vítimas do charlatanismo ou joguete de uma ilusão.
Diremos, primeiramente, que a palavra charlatanismo não cabe onde não há proveito.
Os charlatães não fazem grátis o seu ofício.
Seria, quando muito, uma mistificação.
Mas, por que singular coincidência esses mistificadores se achariam acordes, de um extremo a outro do mundo, para proceder do mesmo modo, produzir os mesmos efeitos e dar, sobre os mesmos assuntos e em línguas diversas, respostas idênticas, senão quanto à forma, pelo menos quanto ao sentido?
Como compreender-se que pessoas austeras, honradas, instruídas se prestassem a tais manejos?
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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E com que fim?
Como achar em crianças a paciência e a habilidade necessárias a tais resultados?
Porque, se os médiuns não são instrumentos passivos, indispensáveis se lhes fazem habilidade e conhecimentos incompatíveis com a idade infantil e com certas posições sociais.
Dizem então que, se não há fraude, pode haver ilusão de ambos os lados.
Em boa lógica, a qualidade das testemunhas é de alguma importância.
Ora, é aqui o caso de perguntarmos se a Doutrina Espírita, que já conta milhões de adeptos, só os recruta entre os ignorantes?
Os fenómenos em que ela se baseia são tão extraordinários que concebemos a existência da dúvida. O que, porém, não podemos admitir é a pretensão de alguns incrédulos, a de terem o monopólio do bom-senso e que, sem guardarem as conveniências e respeitarem o valor moral de seus adversários, tachem, com desplante, de ineptos os que lhes não seguem o parecer.
Aos olhos de qualquer pessoa judiciosa, a opinião das que, esclarecidas, observaram durante muito tempo, estudaram e meditaram uma coisa, constituirá sempre, quando não uma prova, uma presunção, no mínimo, a seu favor, visto ter logrado prender a atenção de homens respeitáveis, que não tinham interesse algum em propagar erros nem tempo a perder com futilidades.
X
Entre as objecções, algumas há das mais especiosas, ao menos na aparência, porque tiradas da observação e feitas por pessoas respeitáveis.
A uma delas serve de base a linguagem de certos Espíritos, que não parece digna da elevação atribuída a seres sobrenaturais.
Quem se reportar ao resumo da doutrina acima apresentado, verá que os próprios Espíritos nos ensinam não haver entre eles igualdade de conhecimentos nem de qualidades morais, e que não se deve tomar ao pé da letra tudo quanto dizem.
Às pessoas sensatas incumbe separar o bom do mau.
Indubitavelmente, os que desse facto deduzem que só se comunicam connosco seres malfazejos, cuja única ocupação consista em nos mistificar, não conhecem as comunicações que se recebem nas reuniões onde só se manifestam Espíritos superiores; do contrário, assim não pensariam.
É de lamentar que o acaso os tenha servido tão mal, que apenas lhes haja mostrado o lado mau do mundo espírita, pois nos repugna supor que uma tendência simpática atraia para eles, em vez dos bons Espíritos, os maus, os mentirosos, ou aqueles cuja linguagem é de revoltante grosseria.
Poder-se-ia, quando muito, deduzir daí que a solidez dos princípios dessas pessoas não é bastante forte para preservá-las do mal e que;
achando certo prazer em lhes satisfazerem a curiosidade, os maus Espíritos disso se aproveitam para se aproximar delas, enquanto os bons se afastam.
Julgar a questão dos Espíritos por esses fatos seria tão pouco lógico, quanto julgar do carácter de um povo pelo que se diz e faz numa reunião de desatinados ou de gente de má nota, com os quais não entretêm relações as pessoas circunspectas nem as sensatas.
Os que assim julgam se colocam na situação do estrangeiro que, chegando a uma grande capital pelo mais abjecto dos seus arrabaldes, julgasse de todos os habitantes pelos costumes e linguagem desse bairro ínfimo.
No mundo dos Espíritos também há uma sociedade boa e uma sociedade má;
dignem-se, os que daquele modo se pronunciam, de estudar o que se passa entre os Espíritos de escol e se convencerão de que a cidade celeste não contém apenas a escória popular.
Continua...
E com que fim?
Como achar em crianças a paciência e a habilidade necessárias a tais resultados?
Porque, se os médiuns não são instrumentos passivos, indispensáveis se lhes fazem habilidade e conhecimentos incompatíveis com a idade infantil e com certas posições sociais.
Dizem então que, se não há fraude, pode haver ilusão de ambos os lados.
Em boa lógica, a qualidade das testemunhas é de alguma importância.
Ora, é aqui o caso de perguntarmos se a Doutrina Espírita, que já conta milhões de adeptos, só os recruta entre os ignorantes?
Os fenómenos em que ela se baseia são tão extraordinários que concebemos a existência da dúvida. O que, porém, não podemos admitir é a pretensão de alguns incrédulos, a de terem o monopólio do bom-senso e que, sem guardarem as conveniências e respeitarem o valor moral de seus adversários, tachem, com desplante, de ineptos os que lhes não seguem o parecer.
Aos olhos de qualquer pessoa judiciosa, a opinião das que, esclarecidas, observaram durante muito tempo, estudaram e meditaram uma coisa, constituirá sempre, quando não uma prova, uma presunção, no mínimo, a seu favor, visto ter logrado prender a atenção de homens respeitáveis, que não tinham interesse algum em propagar erros nem tempo a perder com futilidades.
X
Entre as objecções, algumas há das mais especiosas, ao menos na aparência, porque tiradas da observação e feitas por pessoas respeitáveis.
A uma delas serve de base a linguagem de certos Espíritos, que não parece digna da elevação atribuída a seres sobrenaturais.
Quem se reportar ao resumo da doutrina acima apresentado, verá que os próprios Espíritos nos ensinam não haver entre eles igualdade de conhecimentos nem de qualidades morais, e que não se deve tomar ao pé da letra tudo quanto dizem.
Às pessoas sensatas incumbe separar o bom do mau.
Indubitavelmente, os que desse facto deduzem que só se comunicam connosco seres malfazejos, cuja única ocupação consista em nos mistificar, não conhecem as comunicações que se recebem nas reuniões onde só se manifestam Espíritos superiores; do contrário, assim não pensariam.
É de lamentar que o acaso os tenha servido tão mal, que apenas lhes haja mostrado o lado mau do mundo espírita, pois nos repugna supor que uma tendência simpática atraia para eles, em vez dos bons Espíritos, os maus, os mentirosos, ou aqueles cuja linguagem é de revoltante grosseria.
Poder-se-ia, quando muito, deduzir daí que a solidez dos princípios dessas pessoas não é bastante forte para preservá-las do mal e que;
achando certo prazer em lhes satisfazerem a curiosidade, os maus Espíritos disso se aproveitam para se aproximar delas, enquanto os bons se afastam.
Julgar a questão dos Espíritos por esses fatos seria tão pouco lógico, quanto julgar do carácter de um povo pelo que se diz e faz numa reunião de desatinados ou de gente de má nota, com os quais não entretêm relações as pessoas circunspectas nem as sensatas.
Os que assim julgam se colocam na situação do estrangeiro que, chegando a uma grande capital pelo mais abjecto dos seus arrabaldes, julgasse de todos os habitantes pelos costumes e linguagem desse bairro ínfimo.
No mundo dos Espíritos também há uma sociedade boa e uma sociedade má;
dignem-se, os que daquele modo se pronunciam, de estudar o que se passa entre os Espíritos de escol e se convencerão de que a cidade celeste não contém apenas a escória popular.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Perguntam eles: os Espíritos de escol descem até nós?
Responderemos:
Não fiqueis no subúrbio;
vede, observai e julgareis;
os factos aí estão para todo o mundo.
A menos que lhes sejam aplicáveis estas palavras de Jesus:
Têm olhos e não vêem; têm ouvidos e não ouvem.
Como variante dessa opinião, temos a dos que não vêem, nas comunicações espíritas e em todos os factos materiais a que elas dão lugar, mais do que a intervenção de uma potência diabólica, novo Proteu que revestiria todas as formas, para melhor nos enganar.
Não a julgamos susceptível de exame sério, por isso não nos demoramos em considerá-la.
Aliás, ela está refutada pelo que acabamos de dizer.
Acrescentaremos, tão-somente, que, se assim fosse, forçoso seria convir em que o diabo é às vezes bastante criterioso e ponderado, sobretudo muito moral;
ou, então, em que também há bons diabos.
Efectivamente, como acreditar que Deus só ao Espírito do mal permita que se manifeste, para perder-nos, sem nos dar por contrapeso os conselhos dos bons Espíritos?
Se ele não o pode fazer, não é omnipotente;
se pode e não o faz, desmente a sua bondade.
Ambas as suposições seriam blasfemas.
Note-se que admitir a comunicação dos maus Espíritos é reconhecer o princípio das manifestações.
Ora, se elas se dão, não pode deixar de ser com a permissão de Deus.
Como, então, se há de acreditar, sem impiedade, que Ele só permita o mal, com exclusão do bem?
Semelhante doutrina é contrária às mais simples noções do bom-senso e da Religião.
XI
Esquisito é, acrescentam, que só se fale dos Espíritos de personagens conhecidas e perguntam por que são eles os únicos a se manifestarem.
Há ainda aqui um erro, oriundo, como tantos outros, de superficial observação.
Dentre os Espíritos que vêm espontaneamente, muito maior é, para nós, o número dos desconhecidos do que o dos ilustres, designando-se aqueles por um nome qualquer, muitas vezes por um nome alegórico ou característico.
Quanto aos que se evocam, desde que não se trate de parente ou amigo, é muito natural nos dirijamos aos que conhecemos, de preferência a chamar pelos que nos são desconhecidos.
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Perguntam eles: os Espíritos de escol descem até nós?
Responderemos:
Não fiqueis no subúrbio;
vede, observai e julgareis;
os factos aí estão para todo o mundo.
A menos que lhes sejam aplicáveis estas palavras de Jesus:
Têm olhos e não vêem; têm ouvidos e não ouvem.
Como variante dessa opinião, temos a dos que não vêem, nas comunicações espíritas e em todos os factos materiais a que elas dão lugar, mais do que a intervenção de uma potência diabólica, novo Proteu que revestiria todas as formas, para melhor nos enganar.
Não a julgamos susceptível de exame sério, por isso não nos demoramos em considerá-la.
Aliás, ela está refutada pelo que acabamos de dizer.
Acrescentaremos, tão-somente, que, se assim fosse, forçoso seria convir em que o diabo é às vezes bastante criterioso e ponderado, sobretudo muito moral;
ou, então, em que também há bons diabos.
Efectivamente, como acreditar que Deus só ao Espírito do mal permita que se manifeste, para perder-nos, sem nos dar por contrapeso os conselhos dos bons Espíritos?
Se ele não o pode fazer, não é omnipotente;
se pode e não o faz, desmente a sua bondade.
Ambas as suposições seriam blasfemas.
Note-se que admitir a comunicação dos maus Espíritos é reconhecer o princípio das manifestações.
Ora, se elas se dão, não pode deixar de ser com a permissão de Deus.
Como, então, se há de acreditar, sem impiedade, que Ele só permita o mal, com exclusão do bem?
Semelhante doutrina é contrária às mais simples noções do bom-senso e da Religião.
XI
Esquisito é, acrescentam, que só se fale dos Espíritos de personagens conhecidas e perguntam por que são eles os únicos a se manifestarem.
Há ainda aqui um erro, oriundo, como tantos outros, de superficial observação.
Dentre os Espíritos que vêm espontaneamente, muito maior é, para nós, o número dos desconhecidos do que o dos ilustres, designando-se aqueles por um nome qualquer, muitas vezes por um nome alegórico ou característico.
Quanto aos que se evocam, desde que não se trate de parente ou amigo, é muito natural nos dirijamos aos que conhecemos, de preferência a chamar pelos que nos são desconhecidos.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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O nome das personagens ilustres atrai mais a atenção, por isso é que são notadas.
Acham também singular que os Espíritos dos homens eminentes acudam familiarmente ao nosso chamado e se ocupem, às vezes, com coisas insignificantes, comparadas com as de que cogitavam durante a vida.
Nada aí há de surpreendente para os que sabem que a autoridade, ou a consideração de que tais homens gozaram neste mundo, nenhuma supremacia lhes dá no mundo espírita.
Nisto, os Espíritos confirmam estas palavras do Evangelho:
“Os grandes serão rebaixados e os pequenos serão elevados”, devendo esta sentença entender-se com relação à categoria em que cada um de nós se achará entre eles.
É assim que aquele que foi primeiro na Terra pode vir a ser lá um dos últimos.
Aquele diante de quem curvávamos aqui a cabeça pode, portanto, vir falar-nos como o mais humilde operário, pois que deixou, com a vida terrena, toda a sua grandeza, e o mais poderoso monarca pode achar-se lá muito abaixo do último dos seus soldados.
XII
Um facto demonstrado pela observação e confirmado pelos próprios Espíritos é o de que os Espíritos inferiores muitas vezes usurpam nomes conhecidos e respeitados.
Quem pode, pois, afirmar que os que dizem ter sido, por exemplo, Sócrates, Júlio César, Carlos Magno, Fénelon, Napoleão, Washington, etc., tenham realmente animado essas personagens?
Esta dúvida existe mesmo entre alguns adeptos fervorosos da Doutrina Espírita, os quais admitem a intervenção e a manifestação dos Espíritos, mas inquirem como se lhes pode comprovar a identidade.
Semelhante prova é, de facto, bem difícil de produzir-se.
Conquanto, porém, não o possa ser de modo tão autêntico como por uma certidão de registo civil, pode-o ao menos por presunção, segundo certos indícios.
Quando se manifesta o Espírito de alguém que conhecemos pessoalmente, de um parente ou de um amigo, por exemplo, mormente se há pouco tempo que morreu, sucede geralmente que sua linguagem se revela de perfeito acordo com o carácter que tinha aos nossos olhos, quando vivo.
Já isso constitui indício de identidade.
Não mais, entretanto, há lugar para dúvidas, desde que o Espírito fala de coisas particulares, lembra acontecimentos de família, sabidos unicamente do seu interlocutor.
Um filho não se enganará, decerto, com a linguagem de seu pai ou de sua mãe, nem pais haverão que se equivoquem quanto à de um filho.
Neste género de evocações, passam-se às vezes coisas íntimas verdadeiramente empolgantes, de natureza a convencerem o maior incrédulo.
O mais obstinado céptico fica, não raro, aterrado com as inesperadas revelações que lhe são feitas.
Outra circunstância muito característica acode em apoio da identidade.
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O nome das personagens ilustres atrai mais a atenção, por isso é que são notadas.
Acham também singular que os Espíritos dos homens eminentes acudam familiarmente ao nosso chamado e se ocupem, às vezes, com coisas insignificantes, comparadas com as de que cogitavam durante a vida.
Nada aí há de surpreendente para os que sabem que a autoridade, ou a consideração de que tais homens gozaram neste mundo, nenhuma supremacia lhes dá no mundo espírita.
Nisto, os Espíritos confirmam estas palavras do Evangelho:
“Os grandes serão rebaixados e os pequenos serão elevados”, devendo esta sentença entender-se com relação à categoria em que cada um de nós se achará entre eles.
É assim que aquele que foi primeiro na Terra pode vir a ser lá um dos últimos.
Aquele diante de quem curvávamos aqui a cabeça pode, portanto, vir falar-nos como o mais humilde operário, pois que deixou, com a vida terrena, toda a sua grandeza, e o mais poderoso monarca pode achar-se lá muito abaixo do último dos seus soldados.
XII
Um facto demonstrado pela observação e confirmado pelos próprios Espíritos é o de que os Espíritos inferiores muitas vezes usurpam nomes conhecidos e respeitados.
Quem pode, pois, afirmar que os que dizem ter sido, por exemplo, Sócrates, Júlio César, Carlos Magno, Fénelon, Napoleão, Washington, etc., tenham realmente animado essas personagens?
Esta dúvida existe mesmo entre alguns adeptos fervorosos da Doutrina Espírita, os quais admitem a intervenção e a manifestação dos Espíritos, mas inquirem como se lhes pode comprovar a identidade.
Semelhante prova é, de facto, bem difícil de produzir-se.
Conquanto, porém, não o possa ser de modo tão autêntico como por uma certidão de registo civil, pode-o ao menos por presunção, segundo certos indícios.
Quando se manifesta o Espírito de alguém que conhecemos pessoalmente, de um parente ou de um amigo, por exemplo, mormente se há pouco tempo que morreu, sucede geralmente que sua linguagem se revela de perfeito acordo com o carácter que tinha aos nossos olhos, quando vivo.
Já isso constitui indício de identidade.
Não mais, entretanto, há lugar para dúvidas, desde que o Espírito fala de coisas particulares, lembra acontecimentos de família, sabidos unicamente do seu interlocutor.
Um filho não se enganará, decerto, com a linguagem de seu pai ou de sua mãe, nem pais haverão que se equivoquem quanto à de um filho.
Neste género de evocações, passam-se às vezes coisas íntimas verdadeiramente empolgantes, de natureza a convencerem o maior incrédulo.
O mais obstinado céptico fica, não raro, aterrado com as inesperadas revelações que lhe são feitas.
Outra circunstância muito característica acode em apoio da identidade.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Dissemos que a caligrafia do médium muda, em geral, quando outro passa a ser o Espírito evocado e que a caligrafia é sempre a mesma quando o mesmo Espírito se apresenta.
Tem-se verificado inúmeras vezes, sobretudo se se trata de pessoas mortas recentemente, que a escrita denota flagrante semelhança com a dessa pessoa em vida.
Assinaturas se hão obtido de exactidão perfeita.
Longe estamos, todavia, de querer apontar esse fato como regra e menos ainda como regra constante.
Mencionamo-lo apenas como digno de nota.
Só os Espíritos que atingiram certo grau de purificação se acham libertos de toda influência corporal.
Quando ainda não estão completamente desmaterializados (é a expressão de que usam) conservam a maior parte das ideias, dos pendores e até das manias que tinham na Terra, o que também constitui um meio de reconhecimento, ao qual igualmente se chega por uma imensidade de factos minuciosos,
que só uma observação acurada e detida pode revelar.
Vêem-se escritores a discutir suas próprias obras ou doutrinas, a aprovar ou condenar certas partes delas;
outros a lembrar circunstâncias ignoradas, ou quase desconhecidas de suas vidas ou de suas mortes, toda sorte de particularidades, enfim, que são, quando nada, provas morais de identidade, únicas invocáveis, tratando-se de coisas abstractas.
Ora, se a identidade de um Espírito evocado pode, até certo ponto, ser estabelecida em alguns casos, razão não há para que não o seja em outros;
e se, com relação a pessoas, cuja morte data de muito tempo, não se têm os mesmos meios de verificação, resta sempre o da linguagem e do carácter, porquanto, inquestionavelmente, o Espírito de um homem de bem não falará como o de um perverso ou de um devasso.
Quanto aos Espíritos que se apropriam de nomes respeitáveis, esses se traem logo pela linguagem que empregam e pelas máximas que formulam.
Um que se dissesse Fénelon, por exemplo, e que, ainda quando apenas acidentalmente ofendesse o bom-senso e a moral, mostraria, por esse simples facto, o embuste.
Se, ao contrário, forem sempre puros os pensamentos que exprima, sem contradições e constantemente à altura do carácter de Fénelon, não há motivo para que se duvide da sua identidade.
De outra forma, havíamos de supor que um Espírito que só prega o bem é capaz de mentir conscientemente e, ainda mais, sem utilidade alguma.
A experiência nos ensina que os Espíritos da mesma categoria, do mesmo carácter e possuídos dos mesmos sentimentos formam grupos e famílias.
Ora, incalculável é o número dos Espíritos e longe estamos de conhecê-los a todos;
a maior parte deles não têm mesmo nomes para nós.
Nada, pois, impede que um Espírito da categoria de Fénelon venha em seu lugar, muitas vezes até como seu mandatário.
Apresenta-se então com o seu nome, porque lhe é idêntico e pode substituí-lo e ainda porque precisamos de um nome para fixar as nossas ideias.
Mas, que importa, afinal, seja um Espírito, realmente ou não, o de Fénelon?
Desde que tudo o que ele diz é bom e que fala como o teria feito o próprio Fénelon, é um bom Espírito.
Indiferente é o nome pelo qual se dá a conhecer, não passando muitas vezes de um meio de que lança mão para nos fixar as ideias.
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Dissemos que a caligrafia do médium muda, em geral, quando outro passa a ser o Espírito evocado e que a caligrafia é sempre a mesma quando o mesmo Espírito se apresenta.
Tem-se verificado inúmeras vezes, sobretudo se se trata de pessoas mortas recentemente, que a escrita denota flagrante semelhança com a dessa pessoa em vida.
Assinaturas se hão obtido de exactidão perfeita.
Longe estamos, todavia, de querer apontar esse fato como regra e menos ainda como regra constante.
Mencionamo-lo apenas como digno de nota.
Só os Espíritos que atingiram certo grau de purificação se acham libertos de toda influência corporal.
Quando ainda não estão completamente desmaterializados (é a expressão de que usam) conservam a maior parte das ideias, dos pendores e até das manias que tinham na Terra, o que também constitui um meio de reconhecimento, ao qual igualmente se chega por uma imensidade de factos minuciosos,
que só uma observação acurada e detida pode revelar.
Vêem-se escritores a discutir suas próprias obras ou doutrinas, a aprovar ou condenar certas partes delas;
outros a lembrar circunstâncias ignoradas, ou quase desconhecidas de suas vidas ou de suas mortes, toda sorte de particularidades, enfim, que são, quando nada, provas morais de identidade, únicas invocáveis, tratando-se de coisas abstractas.
Ora, se a identidade de um Espírito evocado pode, até certo ponto, ser estabelecida em alguns casos, razão não há para que não o seja em outros;
e se, com relação a pessoas, cuja morte data de muito tempo, não se têm os mesmos meios de verificação, resta sempre o da linguagem e do carácter, porquanto, inquestionavelmente, o Espírito de um homem de bem não falará como o de um perverso ou de um devasso.
Quanto aos Espíritos que se apropriam de nomes respeitáveis, esses se traem logo pela linguagem que empregam e pelas máximas que formulam.
Um que se dissesse Fénelon, por exemplo, e que, ainda quando apenas acidentalmente ofendesse o bom-senso e a moral, mostraria, por esse simples facto, o embuste.
Se, ao contrário, forem sempre puros os pensamentos que exprima, sem contradições e constantemente à altura do carácter de Fénelon, não há motivo para que se duvide da sua identidade.
De outra forma, havíamos de supor que um Espírito que só prega o bem é capaz de mentir conscientemente e, ainda mais, sem utilidade alguma.
A experiência nos ensina que os Espíritos da mesma categoria, do mesmo carácter e possuídos dos mesmos sentimentos formam grupos e famílias.
Ora, incalculável é o número dos Espíritos e longe estamos de conhecê-los a todos;
a maior parte deles não têm mesmo nomes para nós.
Nada, pois, impede que um Espírito da categoria de Fénelon venha em seu lugar, muitas vezes até como seu mandatário.
Apresenta-se então com o seu nome, porque lhe é idêntico e pode substituí-lo e ainda porque precisamos de um nome para fixar as nossas ideias.
Mas, que importa, afinal, seja um Espírito, realmente ou não, o de Fénelon?
Desde que tudo o que ele diz é bom e que fala como o teria feito o próprio Fénelon, é um bom Espírito.
Indiferente é o nome pelo qual se dá a conhecer, não passando muitas vezes de um meio de que lança mão para nos fixar as ideias.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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O mesmo, entretanto, não é admissível nas evocações íntimas;
mas, aí, como dissemos há pouco, se consegue estabelecer a identidade por provas de certo modo patentes.
Inegavelmente a substituição dos Espíritos pode dar lugar a uma porção de equívocos, ocasionar erros e, amiúde, mistificações.
Essa é uma das dificuldades do Espiritismo prático.
Nunca, porém, dissemos que esta ciência fosse fácil, nem que se pudesse aprendê-la brincando, o que, aliás, não é possível, qualquer que seja a ciência.
Jamais teremos repetido bastante que ela demanda estudo assíduo e por vezes muito prolongado.
Não sendo lícito provocarem-se os factos, tem-se que esperar que eles se apresentem por si mesmos.
Frequentemente ocorrem por efeito de circunstâncias em que se não pensa.
Para o observador atento e paciente os factos abundam, por isso que ele descobre milhares de matizes característicos, que são verdadeiros raios de luz.
O mesmo se dá com as ciências comuns.
Ao passo que o homem superficial não vê numa flor mais do que uma forma elegante, o sábio descobre nela tesouros para o pensamento.
XIII
As observações que aí ficam nos levam a dizer alguma coisa acerca de outra dificuldade, a da divergência que se nota na linguagem dos Espíritos.
Diferindo estes muito uns dos outros, do ponto de vista dos conhecimentos e da moralidade, é evidente que uma questão pode ser por eles resolvida em sentidos opostos, conforme a categoria que ocupam, exactamente como sucederia, entre os homens, se a propusessem ora a um sábio, ora a um ignorante, ora a um gracejador de mau gosto.
O ponto essencial, temo-lo dito, é sabermos a quem nos dirigimos.
Mas, ponderam, como se explica que os tidos por Espíritos de ordem superior nem sempre estejam de acordo?
Diremos, em primeiro lugar, que, independentemente da causa que vimos de assinalar, outras há de molde a exercerem certa influência sobre a natureza das respostas, abstracção feita da probidade dos Espíritos.
Este é um ponto capital, cuja explicação alcançaremos pelo estudo.
Por isso é que dizemos que estes estudos requerem atenção demorada, observação profunda e, sobretudo, como aliás o exigem todas as ciências humanas, continuidade e perseverança.
Anos são precisos para formar-se um médico medíocre e três quartas partes da vida para chegar-se a ser um sábio.
Como pretender-se em algumas horas adquirir a Ciência do Infinito?
Ninguém, pois, se iluda:
o estudo do Espiritismo é imenso;
interessa a todas as questões da metafísica e da ordem social;
é um mundo que se abre diante de nós.
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O mesmo, entretanto, não é admissível nas evocações íntimas;
mas, aí, como dissemos há pouco, se consegue estabelecer a identidade por provas de certo modo patentes.
Inegavelmente a substituição dos Espíritos pode dar lugar a uma porção de equívocos, ocasionar erros e, amiúde, mistificações.
Essa é uma das dificuldades do Espiritismo prático.
Nunca, porém, dissemos que esta ciência fosse fácil, nem que se pudesse aprendê-la brincando, o que, aliás, não é possível, qualquer que seja a ciência.
Jamais teremos repetido bastante que ela demanda estudo assíduo e por vezes muito prolongado.
Não sendo lícito provocarem-se os factos, tem-se que esperar que eles se apresentem por si mesmos.
Frequentemente ocorrem por efeito de circunstâncias em que se não pensa.
Para o observador atento e paciente os factos abundam, por isso que ele descobre milhares de matizes característicos, que são verdadeiros raios de luz.
O mesmo se dá com as ciências comuns.
Ao passo que o homem superficial não vê numa flor mais do que uma forma elegante, o sábio descobre nela tesouros para o pensamento.
XIII
As observações que aí ficam nos levam a dizer alguma coisa acerca de outra dificuldade, a da divergência que se nota na linguagem dos Espíritos.
Diferindo estes muito uns dos outros, do ponto de vista dos conhecimentos e da moralidade, é evidente que uma questão pode ser por eles resolvida em sentidos opostos, conforme a categoria que ocupam, exactamente como sucederia, entre os homens, se a propusessem ora a um sábio, ora a um ignorante, ora a um gracejador de mau gosto.
O ponto essencial, temo-lo dito, é sabermos a quem nos dirigimos.
Mas, ponderam, como se explica que os tidos por Espíritos de ordem superior nem sempre estejam de acordo?
Diremos, em primeiro lugar, que, independentemente da causa que vimos de assinalar, outras há de molde a exercerem certa influência sobre a natureza das respostas, abstracção feita da probidade dos Espíritos.
Este é um ponto capital, cuja explicação alcançaremos pelo estudo.
Por isso é que dizemos que estes estudos requerem atenção demorada, observação profunda e, sobretudo, como aliás o exigem todas as ciências humanas, continuidade e perseverança.
Anos são precisos para formar-se um médico medíocre e três quartas partes da vida para chegar-se a ser um sábio.
Como pretender-se em algumas horas adquirir a Ciência do Infinito?
Ninguém, pois, se iluda:
o estudo do Espiritismo é imenso;
interessa a todas as questões da metafísica e da ordem social;
é um mundo que se abre diante de nós.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Será de admirar que o efectuá-lo demande tempo, muito tempo mesmo?
A contradição, demais, nem sempre é tão real quanto possa parecer.
Não vemos todos os dias homens que professam a mesma ciência divergirem na definição que dão de uma coisa, quer empreguem termos diferentes, quer a encarem de pontos de vista diversos, embora seja sempre a mesma a ideia fundamental?
Conte quem puder as definições que se têm dado de gramática!
Acrescentaremos que a forma da resposta depende muitas vezes da forma da questão.
Pueril, portanto, seria apontar contradição onde frequentemente só há diferença de palavras.
Os Espíritos superiores não se preocupam absolutamente com a forma.
Para eles, o fundo do pensamento é tudo.
Tomemos, por exemplo, a definição de alma.
Carecendo este termo de uma acepção invariável, compreende-se que os Espíritos, como nós, divirjam na definição que dela dêem:
um poderá dizer que é o princípio da vida, outro chamar-lhe centelha anímica, um terceiro afirmar que ela é interna, que é externa, etc., tendo todos razão, cada um do seu ponto de vista.
Poder-se-á mesmo crer que alguns deles professem doutrinas materialistas e, todavia, não ser assim.
Outro tanto acontece relativamente a Deus.
Será: o princípio de todas as coisas, o criador do Universo, a inteligência suprema, o infinito, o grande Espírito, etc., etc.
Em definitivo, será sempre Deus.
Citemos, finalmente, a classificação dos Espíritos.
Eles formam uma série ininterrupta, desde o mais ínfimo grau até o grau superior.
A classificação é, pois, arbitrária.
Um, agrupá-los-á em três classes, outro em cinco, dez ou vinte, à vontade, sem que nenhum esteja em erro.
Todas as ciências humanas nos oferecem idênticos exemplos.
Cada sábio tem o seu sistema;
os sistemas mudam, a Ciência, porém, não muda.
Aprenda-se a botânica pelo sistema de Linneu, ou pelo de Jussieu, ou pelo de Tournefort, nem por isso se saberá menos botânica.
Deixemos, conseguintemente, de emprestar a coisas de pura convenção mais importância do que merecem, para só nos atermos ao que é verdadeiramente importante e, não raro, a reflexão fará se descubra, no que pareça disparate, uma similitude que escapara a um primeiro exame.
XIV
Passaríamos de longe pela objecção que fazem alguns cépticos, a propósito das faltas ortográficas que certos Espíritos cometem, se ela não oferecesse margem a uma observação essencial.
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Será de admirar que o efectuá-lo demande tempo, muito tempo mesmo?
A contradição, demais, nem sempre é tão real quanto possa parecer.
Não vemos todos os dias homens que professam a mesma ciência divergirem na definição que dão de uma coisa, quer empreguem termos diferentes, quer a encarem de pontos de vista diversos, embora seja sempre a mesma a ideia fundamental?
Conte quem puder as definições que se têm dado de gramática!
Acrescentaremos que a forma da resposta depende muitas vezes da forma da questão.
Pueril, portanto, seria apontar contradição onde frequentemente só há diferença de palavras.
Os Espíritos superiores não se preocupam absolutamente com a forma.
Para eles, o fundo do pensamento é tudo.
Tomemos, por exemplo, a definição de alma.
Carecendo este termo de uma acepção invariável, compreende-se que os Espíritos, como nós, divirjam na definição que dela dêem:
um poderá dizer que é o princípio da vida, outro chamar-lhe centelha anímica, um terceiro afirmar que ela é interna, que é externa, etc., tendo todos razão, cada um do seu ponto de vista.
Poder-se-á mesmo crer que alguns deles professem doutrinas materialistas e, todavia, não ser assim.
Outro tanto acontece relativamente a Deus.
Será: o princípio de todas as coisas, o criador do Universo, a inteligência suprema, o infinito, o grande Espírito, etc., etc.
Em definitivo, será sempre Deus.
Citemos, finalmente, a classificação dos Espíritos.
Eles formam uma série ininterrupta, desde o mais ínfimo grau até o grau superior.
A classificação é, pois, arbitrária.
Um, agrupá-los-á em três classes, outro em cinco, dez ou vinte, à vontade, sem que nenhum esteja em erro.
Todas as ciências humanas nos oferecem idênticos exemplos.
Cada sábio tem o seu sistema;
os sistemas mudam, a Ciência, porém, não muda.
Aprenda-se a botânica pelo sistema de Linneu, ou pelo de Jussieu, ou pelo de Tournefort, nem por isso se saberá menos botânica.
Deixemos, conseguintemente, de emprestar a coisas de pura convenção mais importância do que merecem, para só nos atermos ao que é verdadeiramente importante e, não raro, a reflexão fará se descubra, no que pareça disparate, uma similitude que escapara a um primeiro exame.
XIV
Passaríamos de longe pela objecção que fazem alguns cépticos, a propósito das faltas ortográficas que certos Espíritos cometem, se ela não oferecesse margem a uma observação essencial.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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A ortografia deles, cumpre dizê-lo, nem sempre é irreprochável;
mas, grande escassez de razões seria mister para se fazer disso objecto de crítica séria, dizendo que, visto saberem tudo, os Espíritos devem saber ortografia.
Poderíamos opor-lhes os múltiplos pecados desse género cometidos por mais de um sábio da Terra, o que, entretanto, em nada lhes diminui o mérito.
Há, porém, no facto, uma questão mais grave.
Para os Espíritos, principalmente para os Espíritos superiores, a ideia é tudo, a forma nada vale.
Livres da matéria, a linguagem de que usam entre si é rápida como o pensamento, porquanto são os próprios pensamentos que se comunicam sem intermediário.
Muito pouco à vontade hão de eles se sentirem, quando obrigados, para se comunicarem connosco, a utilizarem-se das formas longas e embaraçosas da linguagem humana e a lutarem com a insuficiência e a imperfeição dessa linguagem, para exprimirem todas as ideias.
É o que eles próprios declaram.
Por isso mesmo, bastante curiosos são os meios de que se servem com frequência para obviarem a esse inconveniente.
O mesmo se daria connosco, se houvéssemos de exprimir-nos num idioma de vocábulos e fraseados mais longos e de maior pobreza de expressões do que o de que usamos.
É o embaraço que experimenta o homem de génio, para quem constitui motivo de impaciência a lentidão da sua pena sempre muito atrasada no lhe acompanhar o pensamento.
Compreende-se, diante disto, que os Espíritos liguem pouca importância à puerilidade da ortografia, mormente quando se trata de ensino profundo e grave.
Já não é maravilhoso que se exprimam indiferentemente em todas as línguas e que as entendam todas?
Não se conclua daí, todavia, que desconheçam a correcção convencional da linguagem.
Observam-na, quando necessário.
Assim é, por exemplo, que a poesia por eles ditada desafiaria quase sempre a crítica do mais meticuloso purista, a despeito da ignorância do médium.
XV
Há também pessoas que vêem perigo por toda parte e em tudo o que não conhecem.
Daí a pressa com que, do facto de haverem perdido a razão alguns dos que se entregaram a estes estudos, tiram conclusões desfavoráveis ao Espiritismo.
Como é que homens sensatos enxergam nisto uma objecção valiosa?
Não se dá o mesmo com todas as preocupações de ordem intelectual que empolguem um cérebro fraco?
Quem será capaz de precisar quantos loucos e maníacos os estudos da matemática, da medicina, da música, da filosofia e outros têm produzido?
Dever-se-ia, em consequência, banir esses estudos?
Continua...
A ortografia deles, cumpre dizê-lo, nem sempre é irreprochável;
mas, grande escassez de razões seria mister para se fazer disso objecto de crítica séria, dizendo que, visto saberem tudo, os Espíritos devem saber ortografia.
Poderíamos opor-lhes os múltiplos pecados desse género cometidos por mais de um sábio da Terra, o que, entretanto, em nada lhes diminui o mérito.
Há, porém, no facto, uma questão mais grave.
Para os Espíritos, principalmente para os Espíritos superiores, a ideia é tudo, a forma nada vale.
Livres da matéria, a linguagem de que usam entre si é rápida como o pensamento, porquanto são os próprios pensamentos que se comunicam sem intermediário.
Muito pouco à vontade hão de eles se sentirem, quando obrigados, para se comunicarem connosco, a utilizarem-se das formas longas e embaraçosas da linguagem humana e a lutarem com a insuficiência e a imperfeição dessa linguagem, para exprimirem todas as ideias.
É o que eles próprios declaram.
Por isso mesmo, bastante curiosos são os meios de que se servem com frequência para obviarem a esse inconveniente.
O mesmo se daria connosco, se houvéssemos de exprimir-nos num idioma de vocábulos e fraseados mais longos e de maior pobreza de expressões do que o de que usamos.
É o embaraço que experimenta o homem de génio, para quem constitui motivo de impaciência a lentidão da sua pena sempre muito atrasada no lhe acompanhar o pensamento.
Compreende-se, diante disto, que os Espíritos liguem pouca importância à puerilidade da ortografia, mormente quando se trata de ensino profundo e grave.
Já não é maravilhoso que se exprimam indiferentemente em todas as línguas e que as entendam todas?
Não se conclua daí, todavia, que desconheçam a correcção convencional da linguagem.
Observam-na, quando necessário.
Assim é, por exemplo, que a poesia por eles ditada desafiaria quase sempre a crítica do mais meticuloso purista, a despeito da ignorância do médium.
XV
Há também pessoas que vêem perigo por toda parte e em tudo o que não conhecem.
Daí a pressa com que, do facto de haverem perdido a razão alguns dos que se entregaram a estes estudos, tiram conclusões desfavoráveis ao Espiritismo.
Como é que homens sensatos enxergam nisto uma objecção valiosa?
Não se dá o mesmo com todas as preocupações de ordem intelectual que empolguem um cérebro fraco?
Quem será capaz de precisar quantos loucos e maníacos os estudos da matemática, da medicina, da música, da filosofia e outros têm produzido?
Dever-se-ia, em consequência, banir esses estudos?
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Que prova isso?
Nos trabalhos corporais, estropiam-se os braços e as pernas, que são os instrumentos da acção material;
nos trabalhos da inteligência, estropia-se o cérebro, que é o do pensamento.
Mas, por se haver quebrado o instrumento, não se segue que o mesmo tenha acontecido ao Espírito.
Este permanece intacto e, desde que se liberte da matéria, gozará, tanto quanto qualquer outro, da plenitude das suas faculdades.
No seu género, ele é, como homem, um mártir do trabalho.
Todas as grandes preocupações do espírito podem ocasionar a loucura:
as ciências, as artes e até a religião lhe fornecem contingentes.
A loucura tem como causa primária uma predisposição orgânica do cérebro, que o torna mais ou menos acessível a certas impressões.
Dada a predisposição para a loucura, esta tomará o carácter de preocupação principal, que então se muda em ideia fixa, podendo tanto ser a dos Espíritos, em quem com eles se ocupou, como a de Deus, dos anjos, do diabo, da fortuna, do poder, de uma arte, de uma ciência, da maternidade, de um sistema político ou social.
Provavelmente, o louco religioso se houvera tornado um louco espírita, se o Espiritismo fora a sua preocupação dominante, do mesmo modo que o louco espírita o seria sob outra forma, de acordo com as circunstâncias.
Digo, pois, que o Espiritismo não tem privilégio algum a esse respeito.
Vou mais longe:
digo que, bem compreendido, ele é um preservativo contra a loucura.
Entre as causas mais comuns de sobreexcitação cerebral, devem contar-se as decepções, os infortúnios, as afeições contrariadas, que, ao mesmo tempo, são as causas mais frequentes de suicídio.
Ora, o verdadeiro espírita vê as coisas deste mundo de um ponto de vista tão elevado;
elas lhe parecem tão pequenas, tão mesquinhas, a par do futuro que o aguarda;
a vida se lhe mostra tão curta, tão fugaz, que, aos seus olhos, as tribulações não passam de incidentes desagradáveis, no curso de uma viagem.
O que, em outro, produziria violenta emoção, mediocremente o afecta.
Demais, ele sabe que as amarguras da vida são provas úteis ao seu adiantamento, se as sofrer sem murmurar, porque será recompensado na medida da coragem com que as houver suportado.
Suas convicções lhe dão, assim, uma resignação que o preserva do desespero e, por conseguinte, de uma causa permanente de loucura e suicídio.
Conhece também, pelo espectáculo que as comunicações com os Espíritos lhe proporcionam, qual a sorte dos que voluntariamente abreviam seus dias e esse quadro é bem de molde a fazê-lo reflectir, tanto que a cifra muito considerável já ascende o número dos que foram detidos em meio desse declive funesto.
Continua...
Que prova isso?
Nos trabalhos corporais, estropiam-se os braços e as pernas, que são os instrumentos da acção material;
nos trabalhos da inteligência, estropia-se o cérebro, que é o do pensamento.
Mas, por se haver quebrado o instrumento, não se segue que o mesmo tenha acontecido ao Espírito.
Este permanece intacto e, desde que se liberte da matéria, gozará, tanto quanto qualquer outro, da plenitude das suas faculdades.
No seu género, ele é, como homem, um mártir do trabalho.
Todas as grandes preocupações do espírito podem ocasionar a loucura:
as ciências, as artes e até a religião lhe fornecem contingentes.
A loucura tem como causa primária uma predisposição orgânica do cérebro, que o torna mais ou menos acessível a certas impressões.
Dada a predisposição para a loucura, esta tomará o carácter de preocupação principal, que então se muda em ideia fixa, podendo tanto ser a dos Espíritos, em quem com eles se ocupou, como a de Deus, dos anjos, do diabo, da fortuna, do poder, de uma arte, de uma ciência, da maternidade, de um sistema político ou social.
Provavelmente, o louco religioso se houvera tornado um louco espírita, se o Espiritismo fora a sua preocupação dominante, do mesmo modo que o louco espírita o seria sob outra forma, de acordo com as circunstâncias.
Digo, pois, que o Espiritismo não tem privilégio algum a esse respeito.
Vou mais longe:
digo que, bem compreendido, ele é um preservativo contra a loucura.
Entre as causas mais comuns de sobreexcitação cerebral, devem contar-se as decepções, os infortúnios, as afeições contrariadas, que, ao mesmo tempo, são as causas mais frequentes de suicídio.
Ora, o verdadeiro espírita vê as coisas deste mundo de um ponto de vista tão elevado;
elas lhe parecem tão pequenas, tão mesquinhas, a par do futuro que o aguarda;
a vida se lhe mostra tão curta, tão fugaz, que, aos seus olhos, as tribulações não passam de incidentes desagradáveis, no curso de uma viagem.
O que, em outro, produziria violenta emoção, mediocremente o afecta.
Demais, ele sabe que as amarguras da vida são provas úteis ao seu adiantamento, se as sofrer sem murmurar, porque será recompensado na medida da coragem com que as houver suportado.
Suas convicções lhe dão, assim, uma resignação que o preserva do desespero e, por conseguinte, de uma causa permanente de loucura e suicídio.
Conhece também, pelo espectáculo que as comunicações com os Espíritos lhe proporcionam, qual a sorte dos que voluntariamente abreviam seus dias e esse quadro é bem de molde a fazê-lo reflectir, tanto que a cifra muito considerável já ascende o número dos que foram detidos em meio desse declive funesto.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
Continua...
Este é um dos resultados do Espiritismo.
Riam quanto queiram os incrédulos. Desejo-lhes as consolações que ele prodigaliza a todos os que se hão dado ao trabalho de lhe sondar as misteriosas profundezas.
Cumpre também colocar entre as causas da loucura o pavor, sendo que o do diabo já desequilibrou mais de um cérebro.
Quantas vítimas não têm feito os que abalam imaginações fracas com esse quadro, que cada vez mais pavoroso se esforçam por tornar, mediante horríveis pormenores?
O diabo, dizem, só mete medo a crianças, é um freio para fazê-las ajuizadas.
Sim, é, do mesmo modo que o papão e o lobisomem.
Quando, porém, elas deixam de ter medo, estão piores do que dantes.
E, para alcançar-se tão belo resultado, não se levam em conta as inúmeras epilepsias causadas pelo abalo de cérebros delicados.
Bem frágil seria a religião se, por não infundir terror, sua força pudesse ficar comprometida.
Felizmente, assim não é.
De outros meios dispõe ela para actuar sobre as almas.
Mais eficazes e mais sérios são os que o Espiritismo lhe faculta, desde que ela os saiba utilizar.
Ele mostra a realidade das coisas e só com isso neutraliza os funestos efeitos de um temor exagerado.
XVI
Resta-nos ainda examinar duas objecções, únicas que realmente merecem este nome, porque se baseiam em teorias racionais.
Ambas admitem a realidade de todos os fenómenos materiais e morais, mas excluem a intervenção dos Espíritos.
Segundo a primeira dessas teorias, todas as manifestações atribuídas aos Espíritos não seriam mais do que efeitos magnéticos.
Os médiuns se achariam num estado a que se poderia chamar sonambulismo desperto, fenómeno de que podem dar testemunho todos os que hão estudado o magnetismo.
Nesse estado, as faculdades intelectuais adquirem um desenvolvimento anormal;
o círculo das operações intuitivas se amplia para além das raias da nossa concepção ordinária.
Assim sendo, o médium tiraria de si mesmo e por efeito da sua lucidez tudo o que diz e todas as noções que transmite, mesmo sobre os assuntos que mais estranhos lhe sejam, quando no estado habitual.
Não seremos nós quem conteste o poder do sonambulismo, cujos prodígios observamos, estudando-lhe todas as fases durante mais de trinta e cinco anos.
Concordamos em que, efectivamente, muitas manifestações espíritas são explicáveis por esse meio.
Contudo, uma observação cuidadosa e prolongada mostra grande cópia de factos em que a intervenção do médium, a não ser como instrumento passivo, é materialmente impossível.
Continua...
Este é um dos resultados do Espiritismo.
Riam quanto queiram os incrédulos. Desejo-lhes as consolações que ele prodigaliza a todos os que se hão dado ao trabalho de lhe sondar as misteriosas profundezas.
Cumpre também colocar entre as causas da loucura o pavor, sendo que o do diabo já desequilibrou mais de um cérebro.
Quantas vítimas não têm feito os que abalam imaginações fracas com esse quadro, que cada vez mais pavoroso se esforçam por tornar, mediante horríveis pormenores?
O diabo, dizem, só mete medo a crianças, é um freio para fazê-las ajuizadas.
Sim, é, do mesmo modo que o papão e o lobisomem.
Quando, porém, elas deixam de ter medo, estão piores do que dantes.
E, para alcançar-se tão belo resultado, não se levam em conta as inúmeras epilepsias causadas pelo abalo de cérebros delicados.
Bem frágil seria a religião se, por não infundir terror, sua força pudesse ficar comprometida.
Felizmente, assim não é.
De outros meios dispõe ela para actuar sobre as almas.
Mais eficazes e mais sérios são os que o Espiritismo lhe faculta, desde que ela os saiba utilizar.
Ele mostra a realidade das coisas e só com isso neutraliza os funestos efeitos de um temor exagerado.
XVI
Resta-nos ainda examinar duas objecções, únicas que realmente merecem este nome, porque se baseiam em teorias racionais.
Ambas admitem a realidade de todos os fenómenos materiais e morais, mas excluem a intervenção dos Espíritos.
Segundo a primeira dessas teorias, todas as manifestações atribuídas aos Espíritos não seriam mais do que efeitos magnéticos.
Os médiuns se achariam num estado a que se poderia chamar sonambulismo desperto, fenómeno de que podem dar testemunho todos os que hão estudado o magnetismo.
Nesse estado, as faculdades intelectuais adquirem um desenvolvimento anormal;
o círculo das operações intuitivas se amplia para além das raias da nossa concepção ordinária.
Assim sendo, o médium tiraria de si mesmo e por efeito da sua lucidez tudo o que diz e todas as noções que transmite, mesmo sobre os assuntos que mais estranhos lhe sejam, quando no estado habitual.
Não seremos nós quem conteste o poder do sonambulismo, cujos prodígios observamos, estudando-lhe todas as fases durante mais de trinta e cinco anos.
Concordamos em que, efectivamente, muitas manifestações espíritas são explicáveis por esse meio.
Contudo, uma observação cuidadosa e prolongada mostra grande cópia de factos em que a intervenção do médium, a não ser como instrumento passivo, é materialmente impossível.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Aos que partilham dessa opinião, como aos outros, diremos:
“Vede e observai, porque certamente ainda não vistes tudo.”
Opor-lhes-emos, em seguida, duas considerações tiradas da própria doutrina deles.
Donde veio a teoria espírita?
É um sistema imaginado por alguns homens para explicar os factos?
De modo algum. Quem então a revelou?
Precisamente esses mesmos médiuns cuja lucidez exaltais.
Ora, se essa lucidez é tal como a supondes, por que teriam eles atribuído aos Espíritos o que em si mesmos hauriam?
Como teriam dado, sobre a natureza dessas inteligências extra-humanas, as informações precisas, lógicas e tão sublimes, que conhecemos?
Uma de duas:
ou eles são lúcidos, ou não o são.
Se o são e se se pode confiar na sua veracidade, não haveria meio de admitir-se, sem contradição, que não estejam com a verdade.
Em segundo lugar, se todos os fenómenos promanassem do médium, seriam sempre idênticos num determinado indivíduo;
jamais se veria a mesma pessoa usar de uma linguagem disparatada, nem exprimir alternativamente as coisas mais contraditórias.
Esta falta de unidade nas manifestações obtidas pelo mesmo médium prova a diversidade das fontes.
Ora, desde que não as podemos encontrar todas nele, forçoso é que as procuremos fora dele.
Segundo outra opinião, o médium é a única fonte produtora de todas as manifestações;
mas, em vez de extraí-las de si mesmo, como o pretendem os partidários da teoria sonambúlica, ele as toma ao meio ambiente.
O médium será então uma espécie de espelho a reflectir todas as ideias, todos os pensamentos e todos os conhecimentos das pessoas que o cercam;
nada diria que não fosse conhecido, pelo menos, de algumas destas.
Não é lícito negar-se, e isso constitui mesmo um princípio da doutrina, a influência que os assistentes exercem sobre a natureza das manifestações.
Esta influência, no entanto, difere muito da que supõem existir, e, dela à que faria do médium um eco dos pensamentos daqueles que o rodeiam, vai grande distância, porquanto milhares de factos demonstram o contrário.
Há, pois, nessa maneira de pensar, grave erro, que uma vez mais prova o perigo das conclusões prematuras.
Sendo-lhes impossível negar a realidade de um fenómeno que a ciência vulgar não pode explicar e não querendo admitir a presença dos Espíritos, os que assim opinam o explicam a seu modo. Seria especiosa a teoria que sustentam, se pudesse abranger todos os factos.
Tal, entretanto, não se dá.
Continua...
Aos que partilham dessa opinião, como aos outros, diremos:
“Vede e observai, porque certamente ainda não vistes tudo.”
Opor-lhes-emos, em seguida, duas considerações tiradas da própria doutrina deles.
Donde veio a teoria espírita?
É um sistema imaginado por alguns homens para explicar os factos?
De modo algum. Quem então a revelou?
Precisamente esses mesmos médiuns cuja lucidez exaltais.
Ora, se essa lucidez é tal como a supondes, por que teriam eles atribuído aos Espíritos o que em si mesmos hauriam?
Como teriam dado, sobre a natureza dessas inteligências extra-humanas, as informações precisas, lógicas e tão sublimes, que conhecemos?
Uma de duas:
ou eles são lúcidos, ou não o são.
Se o são e se se pode confiar na sua veracidade, não haveria meio de admitir-se, sem contradição, que não estejam com a verdade.
Em segundo lugar, se todos os fenómenos promanassem do médium, seriam sempre idênticos num determinado indivíduo;
jamais se veria a mesma pessoa usar de uma linguagem disparatada, nem exprimir alternativamente as coisas mais contraditórias.
Esta falta de unidade nas manifestações obtidas pelo mesmo médium prova a diversidade das fontes.
Ora, desde que não as podemos encontrar todas nele, forçoso é que as procuremos fora dele.
Segundo outra opinião, o médium é a única fonte produtora de todas as manifestações;
mas, em vez de extraí-las de si mesmo, como o pretendem os partidários da teoria sonambúlica, ele as toma ao meio ambiente.
O médium será então uma espécie de espelho a reflectir todas as ideias, todos os pensamentos e todos os conhecimentos das pessoas que o cercam;
nada diria que não fosse conhecido, pelo menos, de algumas destas.
Não é lícito negar-se, e isso constitui mesmo um princípio da doutrina, a influência que os assistentes exercem sobre a natureza das manifestações.
Esta influência, no entanto, difere muito da que supõem existir, e, dela à que faria do médium um eco dos pensamentos daqueles que o rodeiam, vai grande distância, porquanto milhares de factos demonstram o contrário.
Há, pois, nessa maneira de pensar, grave erro, que uma vez mais prova o perigo das conclusões prematuras.
Sendo-lhes impossível negar a realidade de um fenómeno que a ciência vulgar não pode explicar e não querendo admitir a presença dos Espíritos, os que assim opinam o explicam a seu modo. Seria especiosa a teoria que sustentam, se pudesse abranger todos os factos.
Tal, entretanto, não se dá.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Quando se lhes demonstra, até à evidência, que certas comunicações do médium são completamente estranhas aos pensamentos, aos conhecimentos, às opiniões mesmo de todos os assistentes, que essas comunicações frequentemente são espontâneas e contradizem todas as ideias preconcebidas, ah! eles não se embaraçam com tão pouca coisa.
Respondem que a irradiação vai muito além do círculo imediato que nos envolve;
o médium é o reflexo de toda a Humanidade, de tal sorte que, se as inspirações não lhe vêm dos que se acham a seu lado, ele as vai beber fora, na cidade, no país, em todo o globo e até nas outras esferas.
Não me parece que em semelhante teoria se encontre explicação mais simples e mais provável que a do Espiritismo, visto que ela se baseia numa causa bem mais maravilhosa.
A ideia de que seres que povoam os espaços e que, em contacto connosco, nos comunicam seus pensamentos, nada tem que choque mais a razão do que a suposição dessa irradiação universal, vindo, de todos os pontos do Universo, concentrar-se no cérebro de um indivíduo.
Ainda uma vez, e este é ponto capital sobre que nunca insistiremos bastante:
a teoria sonambúlica e a que se poderia chamar reflectiva foram imaginadas por alguns homens;
são opiniões individuais, criadas para explicar um facto, ao passo que a Doutrina dos Espíritos não é de concepção humana.
Foi ditada pelas próprias inteligências que se manifestam, quando ninguém disso cogitava, quando até a opinião geral a repelia.
Ora, perguntamos, onde foram os médiuns beber uma doutrina que não passava pelo pensamento de ninguém na Terra?
Perguntamos ainda mais:
por que estranha coincidência milhares de médiuns espalhados por todos os pontos do globo terráqueo, e que jamais se viram, acordaram em dizer a mesma coisa?
Se o primeiro médium que apareceu na França sofreu a influência de opiniões já aceitas na América, por que singularidade foi ele buscá-las a 2.000 léguas além-mar e no seio de um povo tão diferente pelos costumes e pela linguagem, em vez de as tomar ao seu derredor?
Também ainda há outra circunstância em que não se tem atentado muito.
As primeiras manifestações, na França, como na América, não se verificaram por meio da escrita nem da palavra, e, sim, por pancadas concordantes com as letras do alfabeto e formando palavras e frases.
Foi por esse meio que as inteligências, autoras das manifestações, se declararam Espíritos.
Ora, dado se pudesse supor a intervenção do pensamento dos médiuns nas comunicações verbais ou escritas, outro tanto não seria lícito fazer-se com relação às pancadas, cuja significação não podia ser conhecida de antemão.
Poderíamos citar inúmeros factos que demonstram, na inteligência que se manifesta, uma individualidade evidente e uma absoluta independência de vontade.
Recomendamos, portanto, aos dissidentes, observação mais cuidadosa e, se quiserem estudar bem, sem prevenções, e não formular conclusões antes de terem visto tudo, reconhecerão a impotência de sua teoria para tudo explicar.
Continua...
Quando se lhes demonstra, até à evidência, que certas comunicações do médium são completamente estranhas aos pensamentos, aos conhecimentos, às opiniões mesmo de todos os assistentes, que essas comunicações frequentemente são espontâneas e contradizem todas as ideias preconcebidas, ah! eles não se embaraçam com tão pouca coisa.
Respondem que a irradiação vai muito além do círculo imediato que nos envolve;
o médium é o reflexo de toda a Humanidade, de tal sorte que, se as inspirações não lhe vêm dos que se acham a seu lado, ele as vai beber fora, na cidade, no país, em todo o globo e até nas outras esferas.
Não me parece que em semelhante teoria se encontre explicação mais simples e mais provável que a do Espiritismo, visto que ela se baseia numa causa bem mais maravilhosa.
A ideia de que seres que povoam os espaços e que, em contacto connosco, nos comunicam seus pensamentos, nada tem que choque mais a razão do que a suposição dessa irradiação universal, vindo, de todos os pontos do Universo, concentrar-se no cérebro de um indivíduo.
Ainda uma vez, e este é ponto capital sobre que nunca insistiremos bastante:
a teoria sonambúlica e a que se poderia chamar reflectiva foram imaginadas por alguns homens;
são opiniões individuais, criadas para explicar um facto, ao passo que a Doutrina dos Espíritos não é de concepção humana.
Foi ditada pelas próprias inteligências que se manifestam, quando ninguém disso cogitava, quando até a opinião geral a repelia.
Ora, perguntamos, onde foram os médiuns beber uma doutrina que não passava pelo pensamento de ninguém na Terra?
Perguntamos ainda mais:
por que estranha coincidência milhares de médiuns espalhados por todos os pontos do globo terráqueo, e que jamais se viram, acordaram em dizer a mesma coisa?
Se o primeiro médium que apareceu na França sofreu a influência de opiniões já aceitas na América, por que singularidade foi ele buscá-las a 2.000 léguas além-mar e no seio de um povo tão diferente pelos costumes e pela linguagem, em vez de as tomar ao seu derredor?
Também ainda há outra circunstância em que não se tem atentado muito.
As primeiras manifestações, na França, como na América, não se verificaram por meio da escrita nem da palavra, e, sim, por pancadas concordantes com as letras do alfabeto e formando palavras e frases.
Foi por esse meio que as inteligências, autoras das manifestações, se declararam Espíritos.
Ora, dado se pudesse supor a intervenção do pensamento dos médiuns nas comunicações verbais ou escritas, outro tanto não seria lícito fazer-se com relação às pancadas, cuja significação não podia ser conhecida de antemão.
Poderíamos citar inúmeros factos que demonstram, na inteligência que se manifesta, uma individualidade evidente e uma absoluta independência de vontade.
Recomendamos, portanto, aos dissidentes, observação mais cuidadosa e, se quiserem estudar bem, sem prevenções, e não formular conclusões antes de terem visto tudo, reconhecerão a impotência de sua teoria para tudo explicar.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Limitar-nos-emos a propor as questões seguintes:
Por que é que a inteligência que se manifesta, qualquer que ela seja, recusa responder a certas perguntas sobre assuntos perfeitamente conhecidos, como, por exemplo, sobre o nome ou a idade do interlocutor, sobre o que ele tem na mão, o que fez na véspera, o que pensa fazer no dia seguinte, etc.?
Se o médium fosse o espelho do pensamento dos assistentes, nada lhe seria mais fácil do que responder.
A esse argumento retrucam os adversários, perguntando, a seu turno, por que os Espíritos, que devem saber tudo, não podem dizer coisa tão simples, de acordo com o axioma:
Quem pode o mais pode o menos, e daí concluem que não são os Espíritos os que respondem.
Se um ignorante ou um zombador, apresentando-se a uma douta assembleia, perguntasse, por exemplo, por que é dia às doze horas, acreditará alguém que ela se daria o incómodo de responder seriamente e fora lógico que, do seu silêncio ou das zombarias com que pagasse ao interrogante, se concluísse serem tolos os seus membros?
Ora, exactamente porque os Espíritos são superiores, é que não respondem a questões ociosas ou ridículas e não consentem em ir para a berlinda;
é por isso que se calam ou declaram que só se ocupam com coisas sérias.
Perguntaremos, finalmente, por que é que os Espíritos vêm e vão-se, muitas vezes, em dado momento e, passado este, não há pedidos, nem súplicas que os façam voltar?
Se o médium obrasse unicamente por impulsão mental dos assistentes, é claro que, em tal circunstância, o concurso de todas as vontades reunidas haveria de estimular-lhe a clarividência.
Desde, portanto, que não cede ao desejo da assembleia, corroborado pela própria vontade dele, é que o médium obedece a uma influência que lhe é estranha e aos que o cercam, influência que, por esse simples facto, testifica da sua independência e da sua individualidade.
O cepticismo, no tocante à Doutrina Espírita, quando não resulta de uma oposição sistemática por interesse, origina-se quase sempre do conhecimento incompleto dos factos, o que não obsta a que alguns cortem a questão como se a conhecessem a fundo.
Pode-se ter muito atilamento, muita instrução mesmo, e carecer-se de bom-senso.
Ora, o primeiro indício da falta de bom-senso está em crer alguém infalível o seu juízo.
Muita gente também há para quem as manifestações espíritas nada mais são do que objecto de curiosidade.
Confiamos em que, lendo este livro, encontrarão nesses extraordinários fenómenos alguma coisa mais do que simples passatempo.
A ciência espírita compreende duas partes:
experimental uma, relativa às manifestações em geral;
filosófica, outra, relativa às manifestações inteligentes.
Aquele que apenas haja observado a primeira se acha na posição de quem não conhecesse a Física senão por experiências recreativas, sem haver penetrado no âmago da ciência.
A verdadeira Doutrina Espírita está no ensino que os Espíritos deram, e os conhecimentos que esse ensino comporta são por demais profundos e extensos para serem adquiridos de qualquer modo, que não por um estudo perseverante, feito no silêncio e no recolhimento.
Continua...
Limitar-nos-emos a propor as questões seguintes:
Por que é que a inteligência que se manifesta, qualquer que ela seja, recusa responder a certas perguntas sobre assuntos perfeitamente conhecidos, como, por exemplo, sobre o nome ou a idade do interlocutor, sobre o que ele tem na mão, o que fez na véspera, o que pensa fazer no dia seguinte, etc.?
Se o médium fosse o espelho do pensamento dos assistentes, nada lhe seria mais fácil do que responder.
A esse argumento retrucam os adversários, perguntando, a seu turno, por que os Espíritos, que devem saber tudo, não podem dizer coisa tão simples, de acordo com o axioma:
Quem pode o mais pode o menos, e daí concluem que não são os Espíritos os que respondem.
Se um ignorante ou um zombador, apresentando-se a uma douta assembleia, perguntasse, por exemplo, por que é dia às doze horas, acreditará alguém que ela se daria o incómodo de responder seriamente e fora lógico que, do seu silêncio ou das zombarias com que pagasse ao interrogante, se concluísse serem tolos os seus membros?
Ora, exactamente porque os Espíritos são superiores, é que não respondem a questões ociosas ou ridículas e não consentem em ir para a berlinda;
é por isso que se calam ou declaram que só se ocupam com coisas sérias.
Perguntaremos, finalmente, por que é que os Espíritos vêm e vão-se, muitas vezes, em dado momento e, passado este, não há pedidos, nem súplicas que os façam voltar?
Se o médium obrasse unicamente por impulsão mental dos assistentes, é claro que, em tal circunstância, o concurso de todas as vontades reunidas haveria de estimular-lhe a clarividência.
Desde, portanto, que não cede ao desejo da assembleia, corroborado pela própria vontade dele, é que o médium obedece a uma influência que lhe é estranha e aos que o cercam, influência que, por esse simples facto, testifica da sua independência e da sua individualidade.
O cepticismo, no tocante à Doutrina Espírita, quando não resulta de uma oposição sistemática por interesse, origina-se quase sempre do conhecimento incompleto dos factos, o que não obsta a que alguns cortem a questão como se a conhecessem a fundo.
Pode-se ter muito atilamento, muita instrução mesmo, e carecer-se de bom-senso.
Ora, o primeiro indício da falta de bom-senso está em crer alguém infalível o seu juízo.
Muita gente também há para quem as manifestações espíritas nada mais são do que objecto de curiosidade.
Confiamos em que, lendo este livro, encontrarão nesses extraordinários fenómenos alguma coisa mais do que simples passatempo.
A ciência espírita compreende duas partes:
experimental uma, relativa às manifestações em geral;
filosófica, outra, relativa às manifestações inteligentes.
Aquele que apenas haja observado a primeira se acha na posição de quem não conhecesse a Física senão por experiências recreativas, sem haver penetrado no âmago da ciência.
A verdadeira Doutrina Espírita está no ensino que os Espíritos deram, e os conhecimentos que esse ensino comporta são por demais profundos e extensos para serem adquiridos de qualquer modo, que não por um estudo perseverante, feito no silêncio e no recolhimento.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Porque, só dentro desta condição se pode observar um número infinito de factos e particularidades que passam despercebidos ao observador superficial, e firmar opinião.
Não produzisse este livro outro resultado além do de mostrar o lado sério da questão e de provocar estudos neste sentido e rejubilaríamos por haver sido eleito para executar uma obra em que, aliás, nenhum mérito pessoal pretendemos ter, pois que os princípios nela exarados não são de criação nossa.
O mérito que apresenta cabe todo aos Espíritos que a ditaram.
Esperamos que dará outro resultado, o de guiar os homens que desejem esclarecer-se, mostrando-lhes, nestes estudos, um fim grande e sublime: o do progresso individual e social e o de lhes indicar o caminho que conduz a esse fim.
Concluamos, fazendo uma última consideração.
Alguns astrónomos, sondando o espaço, encontraram, na distribuição dos corpos celestes, lacunas não justificadas e em desacordo com as leis do conjunto.
Suspeitaram que essas lacunas deviam estar preenchidas por globos que lhes tinham escapado à observação.
De outro lado, observaram certos efeitos, cuja causa lhes era desconhecida e disseram:
Deve haver ali um mundo, porquanto esta lacuna não pode existir e estes efeitos hão de ter uma causa.
Julgando então da causa pelo efeito, conseguiram calcular-lhe os elementos e mais tarde os factos lhes vieram confirmar as previsões.
Apliquemos este raciocínio a outra ordem de ideias.
Se se observa a série dos seres, descobre-se que eles formam uma cadeia sem solução de continuidade, desde a matéria bruta até o homem mais inteligente.
Porém, entre o homem e Deus, alfa e ómega de todas as coisas, que imensa lacuna!
Será racional pensar-se que no homem terminam os anéis dessa cadeia e que ele transponha sem transição a distância que o separa do infinito?
A razão nos diz que entre o homem e Deus outros elos necessariamente haverá, como disse aos astrónomos que, entre os mundos conhecidos, outros haveria, desconhecidos.
Que filosofia já preencheu essa lacuna?
O Espiritismo no-la mostra preenchida pelos seres de todas as ordens do mundo invisível e estes seres não são mais do que os Espíritos dos homens, nos diferentes graus que levam à perfeição.
Tudo então se liga, tudo se encadeia, desde o alfa até o ómega.
Vós, que negais a existência dos Espíritos, preenchei o vácuo que eles ocupam.
E vós, que rides deles, ousai rir das obras de Deus e da sua omnipotência!
ALLAN KARDEC.
Continua...
Porque, só dentro desta condição se pode observar um número infinito de factos e particularidades que passam despercebidos ao observador superficial, e firmar opinião.
Não produzisse este livro outro resultado além do de mostrar o lado sério da questão e de provocar estudos neste sentido e rejubilaríamos por haver sido eleito para executar uma obra em que, aliás, nenhum mérito pessoal pretendemos ter, pois que os princípios nela exarados não são de criação nossa.
O mérito que apresenta cabe todo aos Espíritos que a ditaram.
Esperamos que dará outro resultado, o de guiar os homens que desejem esclarecer-se, mostrando-lhes, nestes estudos, um fim grande e sublime: o do progresso individual e social e o de lhes indicar o caminho que conduz a esse fim.
Concluamos, fazendo uma última consideração.
Alguns astrónomos, sondando o espaço, encontraram, na distribuição dos corpos celestes, lacunas não justificadas e em desacordo com as leis do conjunto.
Suspeitaram que essas lacunas deviam estar preenchidas por globos que lhes tinham escapado à observação.
De outro lado, observaram certos efeitos, cuja causa lhes era desconhecida e disseram:
Deve haver ali um mundo, porquanto esta lacuna não pode existir e estes efeitos hão de ter uma causa.
Julgando então da causa pelo efeito, conseguiram calcular-lhe os elementos e mais tarde os factos lhes vieram confirmar as previsões.
Apliquemos este raciocínio a outra ordem de ideias.
Se se observa a série dos seres, descobre-se que eles formam uma cadeia sem solução de continuidade, desde a matéria bruta até o homem mais inteligente.
Porém, entre o homem e Deus, alfa e ómega de todas as coisas, que imensa lacuna!
Será racional pensar-se que no homem terminam os anéis dessa cadeia e que ele transponha sem transição a distância que o separa do infinito?
A razão nos diz que entre o homem e Deus outros elos necessariamente haverá, como disse aos astrónomos que, entre os mundos conhecidos, outros haveria, desconhecidos.
Que filosofia já preencheu essa lacuna?
O Espiritismo no-la mostra preenchida pelos seres de todas as ordens do mundo invisível e estes seres não são mais do que os Espíritos dos homens, nos diferentes graus que levam à perfeição.
Tudo então se liga, tudo se encadeia, desde o alfa até o ómega.
Vós, que negais a existência dos Espíritos, preenchei o vácuo que eles ocupam.
E vós, que rides deles, ousai rir das obras de Deus e da sua omnipotência!
ALLAN KARDEC.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Prolegómenos
Fenómenos alheios às leis da ciência humana se dão por toda parte, revelando na causa que os produz a acção de uma vontade livre e inteligente.
A razão diz que um efeito inteligente há de ter como causa uma força inteligente e os fatos hão provado que essa força é capaz de entrar em comunicação com os homens por meio de sinais materiais.
Interrogada acerca da sua natureza, essa força declarou pertencer ao mundo dos seres espirituais que se despojaram do invólucro corporal do homem.
Assim é que foi revelada a Doutrina dos Espíritos.
As comunicações entre o mundo espírita e o mundo corpóreo estão na ordem natural das coisas e não constituem fato sobrenatural, tanto que de tais comunicações se acham vestígios entre todos os povos e em todas as épocas.
Hoje se generalizaram e tornaram patentes a todos.
Os Espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.
Este livro é o repositório de seus ensinos.
Foi escrito por ordem e mediante ditado de Espíritos superiores, para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, isenta dos preconceitos do espírito de sistema.
Nada contém que não seja a expressão do pensamento deles e que não tenha sido por eles examinado.
Só a ordem e a distribuição metódica das matérias, assim como as notas e a forma de algumas partes da redacção constituem obra daquele que recebeu a missão de os publicar.
Em o número dos Espíritos que concorreram para a execução desta obra, muitos se contam que viveram, em épocas diversas, na Terra, onde pregaram e praticaram a virtude e a sabedoria.
Outros, pelos seus nomes, não pertencem a nenhuma personagem, cuja lembrança a História guarde, mas cuja elevação é atestada pela pureza de seus ensinamentos e pela união em que se acham com os que usam de nomes venerados.
Eis em que termos nos deram, por escrito e por muitos médiuns, a missão de escrever este livro:
“Ocupa-te, cheio de zelo e perseverança, do trabalho que empreendeste com o nosso concurso, pois esse trabalho é nosso.
Nele pusemos as bases de um novo edifício que se eleva e que um dia há de reunir todos os homens num mesmo sentimento de amor e caridade.
Mas, antes de o divulgares, revê-lo-e-mos juntos, a fim de lhe verificarmos todas as minúcias.
“Estaremos contigo sempre que o pedires, para te ajudarmos nos teus trabalhos, porquanto esta é apenas uma parte da missão que te está confiada e que já um de nós te revelou.
“Entre os ensinos que te são dados, alguns há que deves guardar para ti somente, até nova ordem.
Quando chegar o momento de os publicares, nós to diremos.
Enquanto esperas, medita sobre eles, a fim de estares pronto quando te dissermos.
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Prolegómenos
Fenómenos alheios às leis da ciência humana se dão por toda parte, revelando na causa que os produz a acção de uma vontade livre e inteligente.
A razão diz que um efeito inteligente há de ter como causa uma força inteligente e os fatos hão provado que essa força é capaz de entrar em comunicação com os homens por meio de sinais materiais.
Interrogada acerca da sua natureza, essa força declarou pertencer ao mundo dos seres espirituais que se despojaram do invólucro corporal do homem.
Assim é que foi revelada a Doutrina dos Espíritos.
As comunicações entre o mundo espírita e o mundo corpóreo estão na ordem natural das coisas e não constituem fato sobrenatural, tanto que de tais comunicações se acham vestígios entre todos os povos e em todas as épocas.
Hoje se generalizaram e tornaram patentes a todos.
Os Espíritos anunciam que chegaram os tempos marcados pela Providência para uma manifestação universal e que, sendo eles os ministros de Deus e os agentes de sua vontade, têm por missão instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.
Este livro é o repositório de seus ensinos.
Foi escrito por ordem e mediante ditado de Espíritos superiores, para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, isenta dos preconceitos do espírito de sistema.
Nada contém que não seja a expressão do pensamento deles e que não tenha sido por eles examinado.
Só a ordem e a distribuição metódica das matérias, assim como as notas e a forma de algumas partes da redacção constituem obra daquele que recebeu a missão de os publicar.
Em o número dos Espíritos que concorreram para a execução desta obra, muitos se contam que viveram, em épocas diversas, na Terra, onde pregaram e praticaram a virtude e a sabedoria.
Outros, pelos seus nomes, não pertencem a nenhuma personagem, cuja lembrança a História guarde, mas cuja elevação é atestada pela pureza de seus ensinamentos e pela união em que se acham com os que usam de nomes venerados.
Eis em que termos nos deram, por escrito e por muitos médiuns, a missão de escrever este livro:
“Ocupa-te, cheio de zelo e perseverança, do trabalho que empreendeste com o nosso concurso, pois esse trabalho é nosso.
Nele pusemos as bases de um novo edifício que se eleva e que um dia há de reunir todos os homens num mesmo sentimento de amor e caridade.
Mas, antes de o divulgares, revê-lo-e-mos juntos, a fim de lhe verificarmos todas as minúcias.
“Estaremos contigo sempre que o pedires, para te ajudarmos nos teus trabalhos, porquanto esta é apenas uma parte da missão que te está confiada e que já um de nós te revelou.
“Entre os ensinos que te são dados, alguns há que deves guardar para ti somente, até nova ordem.
Quando chegar o momento de os publicares, nós to diremos.
Enquanto esperas, medita sobre eles, a fim de estares pronto quando te dissermos.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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“Porás no cabeçalho do livro a cepa que te desenhamos 1, porque é o emblema do trabalho do Criador.
Aí se acham reunidos todos os princípios materiais que melhor podem representar o corpo e o espírito.
O corpo é a cepa;
o espírito é o licor;
a alma ou espírito ligado à matéria é o bago.
O homem quintessência o espírito pelo trabalho e tu sabes que só mediante o trabalho do corpo o Espírito adquire conhecimentos.
“Não te deixes desanimar pela crítica.
Encontrarás contraditores encarniçados, sobretudo entre os que têm interesse nos abusos.
Encontrá-los-ás mesmo entre os Espíritos, por isso que os que ainda não estão completamente desmaterializados procuram frequentemente semear a dúvida por malícia ou ignorância.
Prossegue sempre.
Crê em Deus e caminha com confiança: aqui estaremos para te amparar e vem próximo o tempo em que a Verdade brilhará de todos os lados.
“A vaidade de certos homens, que julgam saber tudo e tudo querem explicar a seu modo, dará nascimento a opiniões dissidentes.
Mas, todos os que tiverem em vista o grande princípio de Jesus se confundirão num só sentimento:
o do amor do bem e se unirão por um laço fraterno, que prenderá o mundo inteiro.
Estes deixarão de lado as miseráveis questões de palavras, para só se ocuparem com o que é essencial.
E a doutrina será sempre a mesma, quanto ao fundo, para todos os que receberem comunicações de Espíritos superiores.
“Com a perseverança é que chegarás a colher os frutos de teus trabalhos.
O prazer que experimentarás, vendo a doutrina propagar-se e bem compreendida, será uma recompensa, cujo valor integral conhecerás, talvez mais no futuro do que no presente.
Não te inquietes, pois, com os espinhos e as pedras que os incrédulos ou os maus acumularão no teu caminho.
Conserva a confiança:
com ela chegarás ao fim e merecerás ser sempre ajudado.
“Lembra-te de que os Bons Espíritos só dispensam assistência aos que servem a Deus com humildade e desinteresse e que repudiam a todo aquele que busca na senda do Céu um degrau para conquistar as coisas da Terra;
que se afastam do orgulhoso e do ambicioso.
O orgulho e a ambição serão sempre uma barreira erguida entre o homem e Deus.
São um véu lançado sobre as claridades celestes, e Deus não pode servir-se do cego para fazer perceptível a luz.”
São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, O Espírito de Verdade, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedenborg, etc., etc.
1 A cepa que se vê na pág. 68 é o fac-símile da que os Espíritos desenharam.
§.§.§- O-canto-da-ave
“Porás no cabeçalho do livro a cepa que te desenhamos 1, porque é o emblema do trabalho do Criador.
Aí se acham reunidos todos os princípios materiais que melhor podem representar o corpo e o espírito.
O corpo é a cepa;
o espírito é o licor;
a alma ou espírito ligado à matéria é o bago.
O homem quintessência o espírito pelo trabalho e tu sabes que só mediante o trabalho do corpo o Espírito adquire conhecimentos.
“Não te deixes desanimar pela crítica.
Encontrarás contraditores encarniçados, sobretudo entre os que têm interesse nos abusos.
Encontrá-los-ás mesmo entre os Espíritos, por isso que os que ainda não estão completamente desmaterializados procuram frequentemente semear a dúvida por malícia ou ignorância.
Prossegue sempre.
Crê em Deus e caminha com confiança: aqui estaremos para te amparar e vem próximo o tempo em que a Verdade brilhará de todos os lados.
“A vaidade de certos homens, que julgam saber tudo e tudo querem explicar a seu modo, dará nascimento a opiniões dissidentes.
Mas, todos os que tiverem em vista o grande princípio de Jesus se confundirão num só sentimento:
o do amor do bem e se unirão por um laço fraterno, que prenderá o mundo inteiro.
Estes deixarão de lado as miseráveis questões de palavras, para só se ocuparem com o que é essencial.
E a doutrina será sempre a mesma, quanto ao fundo, para todos os que receberem comunicações de Espíritos superiores.
“Com a perseverança é que chegarás a colher os frutos de teus trabalhos.
O prazer que experimentarás, vendo a doutrina propagar-se e bem compreendida, será uma recompensa, cujo valor integral conhecerás, talvez mais no futuro do que no presente.
Não te inquietes, pois, com os espinhos e as pedras que os incrédulos ou os maus acumularão no teu caminho.
Conserva a confiança:
com ela chegarás ao fim e merecerás ser sempre ajudado.
“Lembra-te de que os Bons Espíritos só dispensam assistência aos que servem a Deus com humildade e desinteresse e que repudiam a todo aquele que busca na senda do Céu um degrau para conquistar as coisas da Terra;
que se afastam do orgulhoso e do ambicioso.
O orgulho e a ambição serão sempre uma barreira erguida entre o homem e Deus.
São um véu lançado sobre as claridades celestes, e Deus não pode servir-se do cego para fazer perceptível a luz.”
São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, O Espírito de Verdade, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedenborg, etc., etc.
1 A cepa que se vê na pág. 68 é o fac-símile da que os Espíritos desenharam.
§.§.§- O-canto-da-ave
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
O LIVRO DOS MÉDIUNS
I N T R O D U Ç Ã O
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA
A experiência nos confirma todos os dias que as dificuldades e as decepções que encontramos na prática do Espiritismo* têm sua origem na ignorância dos princípios dessa ciência, e estamos felizes por constatar que o trabalho que temos feito para precaver os seus seguidores sobre as dificuldades desse
aprendizado produziu seus frutos, e muitos devem à leitura desta obra tê-las evitado.
Um desejo bastante natural dos espíritas** é entrar em comunicação com os Espíritos***;
é para lhes aplainar o caminho que se destina esta obra, ao fazer com que aproveitem o fruto de nossos longos e trabalhosos estudos, porque faríamos uma ideia muito errónea se pensássemos que, para ser um especialista nessa matéria, bastaria saber colocar os dedos sobre uma mesa para fazê-la girar ou ter um lápis para escrever.
Estaríamos igualmente enganados se acreditássemos encontrar nesta obra uma receita universal e infalível para formar médiuns.
Ainda que em cada um haja o germe das qualidades necessárias para tornar-se médium****, essas qualidades existem em estágios muito diferentes, e seu desenvolvimento possui causas que não dependem de ninguém fazê-las desabrochar.
As regras da poesia, da pintura e da música não fazem poetas, nem pintores, nem músicos que não tenham o génio dessas artes:
elas guiam os que possuem essas faculdades naturais.[i]
Ocorre o mesmo com este trabalho;
[i]seu objectivo é indicar os meios de desenvolver as mediunidades* tanto quanto o permitam as disposições de cada um e, principalmente, de orientá-las com segurança quando a faculdade existe.
Mas esse não é o objectivo único a que nos propusemos.
Além dos médiuns propriamente ditos, há uma multidão de pessoas, que aumenta todos os dias, que se ocupam das manifestações espíritas;
guiá-las em suas observações, assinalar-lhes os obstáculos que podem e devem necessariamente encontrar numa nova ciência, iniciá-las na maneira de conversar com os Espíritos, indicar-lhes os meios de ter boas comunicações, é esse o campo que devemos abranger sob pena de fazermos algo incompleto.
Não será, portanto, surpreendente encontrar em nosso trabalho esclarecimentos que, à primeira vista, parecerão estranhos:
a experiência mostrará sua utilidade.
Depois de tê-lo estudado com cuidado, poderemos compreender as manifestações e a linguagem de alguns Espíritos, que nos parecerão menos estranhas.
Como instrução prática, não se destina exclusivamente aos médiuns, mas a todos que observam os fenómenos espíritas e lidam com eles.
Algumas pessoas desejariam que publicássemos um manual prático mais resumido, contendo em poucas palavras a indicação dos processos a seguir para se comunicar com os Espíritos;
imaginam que um livro dessa natureza, podendo ser distribuído em profusão por um preço baixo, seria um factor poderoso de propaganda, multiplicando os médiuns.
Quanto a nós, vemos uma obra desse teor mais nociva do que útil, pelo menos para o momento.
A prática do Espiritismo requer alguns cuidados e não está isenta de inconvenientes que só um estudo sério e completo pode prevenir.
Continua...
Última edição por O_Canto_da_Ave em Sex Nov 12, 2010 11:26 pm, editado 1 vez(es)
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