DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Entre nós não existe o salutar e necessário hábito de avaliar as comunicações, conforme instruía Kardec.
Os Espíritos manifestam-se e quase sempre não portam qualquer mensagem de significativo conteúdo filosófico ou doutrinário.
Comunicam-se, às vezes, simplesmente para dizer:
"Boa noite. Estou aqui para trazer paz e conforto!".
Este tipo de mensagem se repete por sessões seguidas, sem que o Espírito comunicante apresente qualquer ideia mais elevada.
Mas as pessoas se habituaram a isso e continuaram batendo na mesma tecla durante anos.
É cómodo e dá a impressão de que o médium está participando do trabalho mediúnico, quando na verdade não está produzindo nada de útil.
Allan Kardec recomendou que se desse preferência ao desenvolvimento da psicografia, mas infelizmente não foi ouvido.
Como começar
Não há qualquer mistério para se dar início ao trabalho de psicografia.
Basta que se tome um lápis e se coloque na posição de escrever.
De preferência, que este trabalho seja desenvolvido no centro espírita onde a pessoa frequenta.
O ambiente residencial nem sempre oferece as condições de recolhimento suficientes para esse tipo de trabalho.
Essas actividades mediúnicas devem ter uma regularidade, pois de outro modo não haverá o processo de aprendizado, seguido do aperfeiçoamento.
A seguir, vamos comentar algumas recomendações do Codificador, quanto ao exercício da psicografia, que precisam ser observadas pelos grupos mediúnicos, mormente quando estão iniciando.
Em primeiro lugar, é preciso se desembaraçar de tudo o que se constitua em impedimento para a movimentação das mãos.
A ponta do lápis deve manter-se apoiada no papel, mas sem oferecer resistência aos movimentos.
Mesmo a mão não deve se apoiar inteiramente no papel.
Para a escrita mediúnica é indiferente que se use caneta ou lápis, sendo livre a escolha.
Kardec recomenda que no início o treinamento seja realizado diariamente.
Porém, como temos hoje uma vida muito atribulada, convém que a frequência seja diminuída para um período de uma a duas vezes na semana.
O tempo de tentativa para se obter a escrita mediúnica psicográfica não deverá ultrapassar seis meses.
Depois dessa fase de experimentos, se a pessoa nada conseguir, ou se as mensagens vindas através dela não apresentar utilidade maior, convém abandonar o exercício da escrita e dedicar-se a outras tarefas na casa espírita.
Que a prece de abertura seja sempre feita em nome de Deus e dos bons Espíritos.
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Entre nós não existe o salutar e necessário hábito de avaliar as comunicações, conforme instruía Kardec.
Os Espíritos manifestam-se e quase sempre não portam qualquer mensagem de significativo conteúdo filosófico ou doutrinário.
Comunicam-se, às vezes, simplesmente para dizer:
"Boa noite. Estou aqui para trazer paz e conforto!".
Este tipo de mensagem se repete por sessões seguidas, sem que o Espírito comunicante apresente qualquer ideia mais elevada.
Mas as pessoas se habituaram a isso e continuaram batendo na mesma tecla durante anos.
É cómodo e dá a impressão de que o médium está participando do trabalho mediúnico, quando na verdade não está produzindo nada de útil.
Allan Kardec recomendou que se desse preferência ao desenvolvimento da psicografia, mas infelizmente não foi ouvido.
Como começar
Não há qualquer mistério para se dar início ao trabalho de psicografia.
Basta que se tome um lápis e se coloque na posição de escrever.
De preferência, que este trabalho seja desenvolvido no centro espírita onde a pessoa frequenta.
O ambiente residencial nem sempre oferece as condições de recolhimento suficientes para esse tipo de trabalho.
Essas actividades mediúnicas devem ter uma regularidade, pois de outro modo não haverá o processo de aprendizado, seguido do aperfeiçoamento.
A seguir, vamos comentar algumas recomendações do Codificador, quanto ao exercício da psicografia, que precisam ser observadas pelos grupos mediúnicos, mormente quando estão iniciando.
Em primeiro lugar, é preciso se desembaraçar de tudo o que se constitua em impedimento para a movimentação das mãos.
A ponta do lápis deve manter-se apoiada no papel, mas sem oferecer resistência aos movimentos.
Mesmo a mão não deve se apoiar inteiramente no papel.
Para a escrita mediúnica é indiferente que se use caneta ou lápis, sendo livre a escolha.
Kardec recomenda que no início o treinamento seja realizado diariamente.
Porém, como temos hoje uma vida muito atribulada, convém que a frequência seja diminuída para um período de uma a duas vezes na semana.
O tempo de tentativa para se obter a escrita mediúnica psicográfica não deverá ultrapassar seis meses.
Depois dessa fase de experimentos, se a pessoa nada conseguir, ou se as mensagens vindas através dela não apresentar utilidade maior, convém abandonar o exercício da escrita e dedicar-se a outras tarefas na casa espírita.
Que a prece de abertura seja sempre feita em nome de Deus e dos bons Espíritos.
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Ave sem Ninho- Mensagens : 126629
Data de inscrição : 07/11/2010
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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É bom que o médium em exercício comece seu trabalho dessa forma:
"Rogo a Deus todo-poderoso permitir a um bom Espírito vir comunicar-se connosco, transmitindo-nos seus pensamentos.
Rogo também a meu anjo guardião que me assista e que afaste de mim os Espíritos mal intencionados".
A partir desse momento, aguarda-se que um Espírito se manifeste.
Nos médiuns intuitivos, surgem ideias bruscamente, que podem ser passadas para o papel com facilidade.
Nos semi-mecânicos, observa-se alguns pequenos movimentos involuntários das mãos, acompanhados ou não das ideias a serem transcritas.
Há casos em que o Espírito desenha rabiscos sem sentido, ou escrevem palavras sem qualquer significado porém, tais coisas costumam cessar com o desenvolvimento progressivo da faculdade.
Com o tempo, aparecerão escritos mais consistentes e que poderão ser analisados dentro da razão e do bom senso.
Quando formular as primeiras perguntas aos Espíritos, que elas sejam feitas de forma simples, de modo que a entidade comunicante possa respondê-las com um Sim ou Não.
É importante que as perguntas sejam objectivas e respeitosas, demonstrando carinho ao Espírito que vem cuidar do exercício da faculdade.
À medida que progride a mediunidade, as respostas serão mais objectivas e completas.
Porém, sugere-se que esta prática seja feita depois de um certo tempo de treino, com cautela para que não seja porta aberta aos Espíritos brincalhões.
A reunião mediúnica de psicografia deverá ter o recolhimento necessário, atendendo todas as normas para o exercício da psicofonia, no que diz respeito à admissão de médiuns para a tarefa.
Normalmente, entre dez pessoas, três escrevem facilmente sob a influência espiritual.
O desenvolvimento em grupo é muito mais rápido do que o individual.
Isso acontece porque a corrente magnética formada pelas individualidades facilita as actividades mediúnicas e oferece aos Espíritos comunicantes uma grande variedade de elementos, apropriados ao sucesso do intento.
Que o iniciante seja informado que deve desenvolver o texto como uma espécie de redacção sobre um assunto que julgar útil e que lhe surgir na mente naquele momento.
Que ele não se preocupe tanto com a forma, nem com o que está escrevendo.
O conteúdo dos trabalhos será examinado e revisado mais tarde pelo médium e pelo responsável da sessão.
A publicação de mensagens precisa de cuidados extras.
Só se publicará textos, seja em forma de mensagens ou livros, quando eles forem considerados idóneos e úteis às pessoas em geral.
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É bom que o médium em exercício comece seu trabalho dessa forma:
"Rogo a Deus todo-poderoso permitir a um bom Espírito vir comunicar-se connosco, transmitindo-nos seus pensamentos.
Rogo também a meu anjo guardião que me assista e que afaste de mim os Espíritos mal intencionados".
A partir desse momento, aguarda-se que um Espírito se manifeste.
Nos médiuns intuitivos, surgem ideias bruscamente, que podem ser passadas para o papel com facilidade.
Nos semi-mecânicos, observa-se alguns pequenos movimentos involuntários das mãos, acompanhados ou não das ideias a serem transcritas.
Há casos em que o Espírito desenha rabiscos sem sentido, ou escrevem palavras sem qualquer significado porém, tais coisas costumam cessar com o desenvolvimento progressivo da faculdade.
Com o tempo, aparecerão escritos mais consistentes e que poderão ser analisados dentro da razão e do bom senso.
Quando formular as primeiras perguntas aos Espíritos, que elas sejam feitas de forma simples, de modo que a entidade comunicante possa respondê-las com um Sim ou Não.
É importante que as perguntas sejam objectivas e respeitosas, demonstrando carinho ao Espírito que vem cuidar do exercício da faculdade.
À medida que progride a mediunidade, as respostas serão mais objectivas e completas.
Porém, sugere-se que esta prática seja feita depois de um certo tempo de treino, com cautela para que não seja porta aberta aos Espíritos brincalhões.
A reunião mediúnica de psicografia deverá ter o recolhimento necessário, atendendo todas as normas para o exercício da psicofonia, no que diz respeito à admissão de médiuns para a tarefa.
Normalmente, entre dez pessoas, três escrevem facilmente sob a influência espiritual.
O desenvolvimento em grupo é muito mais rápido do que o individual.
Isso acontece porque a corrente magnética formada pelas individualidades facilita as actividades mediúnicas e oferece aos Espíritos comunicantes uma grande variedade de elementos, apropriados ao sucesso do intento.
Que o iniciante seja informado que deve desenvolver o texto como uma espécie de redacção sobre um assunto que julgar útil e que lhe surgir na mente naquele momento.
Que ele não se preocupe tanto com a forma, nem com o que está escrevendo.
O conteúdo dos trabalhos será examinado e revisado mais tarde pelo médium e pelo responsável da sessão.
A publicação de mensagens precisa de cuidados extras.
Só se publicará textos, seja em forma de mensagens ou livros, quando eles forem considerados idóneos e úteis às pessoas em geral.
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A ortografia deverá ser corrigida, de modo que fique inteligível, cuidando-se, no entanto, para que não sejam modificados os pensamentos do Espírito.
É importante recordar que na fase primária de exercícios, os Espíritos comunicantes são de uma ordem menos elevada.
Portanto, não se deve pedir a eles que dêem qualquer tipo de informação que não esteja a seu alcance.
Todo Espírito que nas comunicações de iniciantes se enfeite com nome venerado é de origem suspeita.
O capítulo XVII de O Livro dos Médiuns deverá ser estudado minuciosamente para se evitar o domínio dos maus Espíritos nas sessões de iniciação.
Importante observar que todo aquele que inicia seu treinamento de escrita com o preconcebido conceito de que tem uma missão nessa área ou então de que os Espíritos vão dirigir sua mão para escrever, terá grande possibilidade de ter sua tarefa fracassada, quer seja pela não evolução do processo, quer seja pela contaminação por Espíritos malfazejos e mentirosos.
Os bons Espíritos agirão no campo mental do médium e levarão em conta sua boa disposição em servir, aliada à sua condição de moralidade.
Dedicação, sinceridade, humildade, altruísmo e acima de tudo amor ao trabalho de Jesus são as marcas.
Como começar
1. Nos casos de mediunidade semi-mecânica ou intuitiva, o médium tem consciência do que escreve.
A princípio, é levado naturalmente a duvidar de sua faculdade.
Não sabe se a escrita é dele ou do Espírito que comunica.
Mas ele não deve absolutamente inquietar-se com isso e deve prosseguir, apesar da dúvida.
Observando seus escritos, vai notar que muitas ideias que estão neles, não são suas.
Com o tempo, ganhará confiança e a mediunidade triunfará.
2. Nas primeiras sessões, quando o médium hesitar frente a um pensamento, sem saber se é dele ou do Espírito, ele deverá escrevê-lo.
A experiência mais tarde lhe ensinará a fazer a distinção.
Há situações em que é desnecessário saber se o pensamento é do médium ou do Espírito.
Desde que produza boas obras, que é o que importa, deve agradecer seu guia oculto, que lhe sugerirá outras ideias.
3. Os médiuns novatos, durante sua fase de aprendizado, não podem dispensar a assistência de dirigentes ou médiuns mais experientes.
Espíritos inferiores costumam armar ciladas para prejudicar o desenvolvimento das faculdades mediúnicas dos interessados.
Um médium presunçoso não demorará muito a ser enganado por entidades mentirosas que, no começo da tarefa mediúnica, costumam ficar à sua volta.
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A ortografia deverá ser corrigida, de modo que fique inteligível, cuidando-se, no entanto, para que não sejam modificados os pensamentos do Espírito.
É importante recordar que na fase primária de exercícios, os Espíritos comunicantes são de uma ordem menos elevada.
Portanto, não se deve pedir a eles que dêem qualquer tipo de informação que não esteja a seu alcance.
Todo Espírito que nas comunicações de iniciantes se enfeite com nome venerado é de origem suspeita.
O capítulo XVII de O Livro dos Médiuns deverá ser estudado minuciosamente para se evitar o domínio dos maus Espíritos nas sessões de iniciação.
Importante observar que todo aquele que inicia seu treinamento de escrita com o preconcebido conceito de que tem uma missão nessa área ou então de que os Espíritos vão dirigir sua mão para escrever, terá grande possibilidade de ter sua tarefa fracassada, quer seja pela não evolução do processo, quer seja pela contaminação por Espíritos malfazejos e mentirosos.
Os bons Espíritos agirão no campo mental do médium e levarão em conta sua boa disposição em servir, aliada à sua condição de moralidade.
Dedicação, sinceridade, humildade, altruísmo e acima de tudo amor ao trabalho de Jesus são as marcas.
Como começar
1. Nos casos de mediunidade semi-mecânica ou intuitiva, o médium tem consciência do que escreve.
A princípio, é levado naturalmente a duvidar de sua faculdade.
Não sabe se a escrita é dele ou do Espírito que comunica.
Mas ele não deve absolutamente inquietar-se com isso e deve prosseguir, apesar da dúvida.
Observando seus escritos, vai notar que muitas ideias que estão neles, não são suas.
Com o tempo, ganhará confiança e a mediunidade triunfará.
2. Nas primeiras sessões, quando o médium hesitar frente a um pensamento, sem saber se é dele ou do Espírito, ele deverá escrevê-lo.
A experiência mais tarde lhe ensinará a fazer a distinção.
Há situações em que é desnecessário saber se o pensamento é do médium ou do Espírito.
Desde que produza boas obras, que é o que importa, deve agradecer seu guia oculto, que lhe sugerirá outras ideias.
3. Os médiuns novatos, durante sua fase de aprendizado, não podem dispensar a assistência de dirigentes ou médiuns mais experientes.
Espíritos inferiores costumam armar ciladas para prejudicar o desenvolvimento das faculdades mediúnicas dos interessados.
Um médium presunçoso não demorará muito a ser enganado por entidades mentirosas que, no começo da tarefa mediúnica, costumam ficar à sua volta.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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4. Uma vez desenvolvida a faculdade mediúnica, aconselha-se que o médium não abuse dela.
Que discipline seu trabalho e que ele seja sustentado pela acção no serviço ao próximo, pelo estudo, pela meditação e por preces constantes.
A psicografia, assim como outras formas de prática mediúnica, deve ser utilizada somente em momentos oportunos e nunca por simples curiosidade ou interesse particular.
O entusiasmo que toma conta de alguns novatos pode levá-los a ficar sob a influência de Espíritos mistificadores.
5. É conveniente que o médium ou a equipe de médiuns tenham dias e horários especificados para realizar seus trabalhos mediúnicos.
Isso facilitará o recolhimento e proporcionará aos Espíritos comunicantes melhores disposições para as manifestações.
6. As mensagens destinadas ao grupo ou que sejam de interesse geral devem ser divulgadas para que os ensinamentos dos Espíritos tornem-se conhecidos.
Os Espíritos amigos costumam afastar-se dos médiuns que não revelam as lições por eles transmitidas e os deixam entregues a entidades mistificadoras.
Texto de Allan Kardec - Revista Espírita, abril, 1864
“Sabe-se que os Espíritos, por força da diferença existente em suas capacidades, estão longe de estar individualmente na posse de toda a verdade;
que nem a todos é dado penetrar certos mistérios;
que seu saber é proporcional à sua depuração;
que os Espíritos vulgares não sabem mais que os homens e até menos que certos homens;
que entre eles, como entre estes, há presunçosos e pseudo-sábios, que crêem saber o que não sabem, sistemáticos que tomam suas ideias como verdades;
enfim, que os Espíritos de ordem mais elevada, os que estão completamente desmaterializados, são os únicos despojados das ideias e preconceitos terrenos.
Mas sabe-se, também, que os Espíritos enganadores não têm escrúpulos em esconder-se sob nomes de empréstimo, para fazerem aceitas suas utopias.
Disso resulta que, para tudo o quanto esteja fora do ensino exclusivamente moral, as revelações que cada um pode obter têm um carácter individual, sem autenticidade;
que devem ser consideradas como opiniões pessoais de tal ou ”qual Espírito, e que seria imprudente aceitá-las e promulgá-las levianamente como verdades absolutas".
"O primeiro controlo é, sem contradita, o da razão, ao qual é necessário submeter, sem excepção, tudo o que vem dos Espíritos.
Toda teoria em contradição manifesta com o bom senso, com uma lógica rigorosa, e com os dados positivos que possuímos, por mais respeitável que seja o nome que a assine, deve ser rejeitada".
4. Uma vez desenvolvida a faculdade mediúnica, aconselha-se que o médium não abuse dela.
Que discipline seu trabalho e que ele seja sustentado pela acção no serviço ao próximo, pelo estudo, pela meditação e por preces constantes.
A psicografia, assim como outras formas de prática mediúnica, deve ser utilizada somente em momentos oportunos e nunca por simples curiosidade ou interesse particular.
O entusiasmo que toma conta de alguns novatos pode levá-los a ficar sob a influência de Espíritos mistificadores.
5. É conveniente que o médium ou a equipe de médiuns tenham dias e horários especificados para realizar seus trabalhos mediúnicos.
Isso facilitará o recolhimento e proporcionará aos Espíritos comunicantes melhores disposições para as manifestações.
6. As mensagens destinadas ao grupo ou que sejam de interesse geral devem ser divulgadas para que os ensinamentos dos Espíritos tornem-se conhecidos.
Os Espíritos amigos costumam afastar-se dos médiuns que não revelam as lições por eles transmitidas e os deixam entregues a entidades mistificadoras.
Texto de Allan Kardec - Revista Espírita, abril, 1864
“Sabe-se que os Espíritos, por força da diferença existente em suas capacidades, estão longe de estar individualmente na posse de toda a verdade;
que nem a todos é dado penetrar certos mistérios;
que seu saber é proporcional à sua depuração;
que os Espíritos vulgares não sabem mais que os homens e até menos que certos homens;
que entre eles, como entre estes, há presunçosos e pseudo-sábios, que crêem saber o que não sabem, sistemáticos que tomam suas ideias como verdades;
enfim, que os Espíritos de ordem mais elevada, os que estão completamente desmaterializados, são os únicos despojados das ideias e preconceitos terrenos.
Mas sabe-se, também, que os Espíritos enganadores não têm escrúpulos em esconder-se sob nomes de empréstimo, para fazerem aceitas suas utopias.
Disso resulta que, para tudo o quanto esteja fora do ensino exclusivamente moral, as revelações que cada um pode obter têm um carácter individual, sem autenticidade;
que devem ser consideradas como opiniões pessoais de tal ou ”qual Espírito, e que seria imprudente aceitá-las e promulgá-las levianamente como verdades absolutas".
"O primeiro controlo é, sem contradita, o da razão, ao qual é necessário submeter, sem excepção, tudo o que vem dos Espíritos.
Toda teoria em contradição manifesta com o bom senso, com uma lógica rigorosa, e com os dados positivos que possuímos, por mais respeitável que seja o nome que a assine, deve ser rejeitada".
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Expressão Filosófica do Espiritismo
Expressão Filosófica do Espiritismo
O lastro experimental, com a apresentação de factos comprobatórios, ainda é uma necessidade, pois estamos muito longe, por enquanto, daquele estágio evolutivo em que a mediunidade ficará no puro domínio da intuição, como diz a própria Doutrina.
Será uma expressão muito elevada em função, porém do tempo e do melhoramento espiritual do ser humano.
Claro que a prática mediúnica, como geralmente falamos, precisa de condições básicas:
honestidade pessoal, perseverança, lucidez e prudência do verdadeiro espírito científico.
A mediunidade exercitada a esmo, embora bem intencionada, como acontece muitas vezes, tem os seus riscos.
Então, sem perder de vista o valor do estudo filosófico, a que Kardec atribui influência decisiva, é lógico entender que o aspecto mediúnico sempre teve e tem o seu momento de necessidade e relevância, seja pelo consolo das mensagens, seja pelos elementos de estudo e reflexões que oferece.
Mas o Espiritismo não se contém todo ele no campo mediúnico, conquanto este lhe tenha servido de ponto de partida, como se sabe.
O fenómeno por si só não nos levaria a consequências profundas, ou seria apenas objecto de observação ou motivo de deslumbramento, sem a formulação filosófica.
Justamente por isso – repetimos kardec – "a força do Espiritismo está em sua filosofia".
E por que não está no facto mediúnico?
Porque o facto prova e convence objectivamente, não há dúvida, porém não elucida os problemas mais graves de nossa vida, por si mesmo, se não tomar a direcção filosófica que conduz à inquirição das causas, dos porquês e das consequências.
A comunicação dos espíritos demonstra praticamente a sobrevivência da alma "após a morte".
É o elemento básico.
Mas é preciso partir daí para as indagações que compreendem essencialmente o destino humano e as consequências morais do Espiritismo.
A esta altura já é esfera da filosofia e a força do Espiritismo – não faz mal insistir neste ponto – está exactamente nesse corpo de princípios em cuja homogeneidade e coerência, encontramos respostas às mais complexas e momentosas questões de nossa vida:
a existência de Deus, a justiça divina e as desigualdades morais, intelectuais e sociais, livre arbítrio e determinismo, a reparação do mal pelas provas, o reajuste de compromissos do passado através das experiências reencarnatórias.
São temas de reflexão filosófica.
Entretanto, a Doutrina estaria incompleta e não decorressem daí as consequências morais com que nos defrontamos a cada passo.
Quem, por exemplo, gosta apenas de ver sessões mediúnicas, porque acha interessante ouvir os conselhos dos espíritos ou conversar com os médiuns, mas não vai além desse hábito, que se transforma em rotina com o decorrer do tempo, naturalmente não tem uma visão global do ensino Espírita.
Conhece o Espiritismo apenas pela parte fenoménica, que é muito rica de lições e sempre temo que oferecer para estudo e meditação, porém não abre horizonte mais amplo a respeito das leis e causas, a que o fenómeno está sujeito.
Há pessoas, por exemplo, que se interessam muito pelo lado experimental do Espiritismo e fazem realmente estudos sérios, mas encaram o fenómeno do intercâmbio entre dois mundos com a mesma neutralidade ou frieza com que os especialistas lidam com os fenómenos da Física ou da Electrónica, e assim, por diante.
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O lastro experimental, com a apresentação de factos comprobatórios, ainda é uma necessidade, pois estamos muito longe, por enquanto, daquele estágio evolutivo em que a mediunidade ficará no puro domínio da intuição, como diz a própria Doutrina.
Será uma expressão muito elevada em função, porém do tempo e do melhoramento espiritual do ser humano.
Claro que a prática mediúnica, como geralmente falamos, precisa de condições básicas:
honestidade pessoal, perseverança, lucidez e prudência do verdadeiro espírito científico.
A mediunidade exercitada a esmo, embora bem intencionada, como acontece muitas vezes, tem os seus riscos.
Então, sem perder de vista o valor do estudo filosófico, a que Kardec atribui influência decisiva, é lógico entender que o aspecto mediúnico sempre teve e tem o seu momento de necessidade e relevância, seja pelo consolo das mensagens, seja pelos elementos de estudo e reflexões que oferece.
Mas o Espiritismo não se contém todo ele no campo mediúnico, conquanto este lhe tenha servido de ponto de partida, como se sabe.
O fenómeno por si só não nos levaria a consequências profundas, ou seria apenas objecto de observação ou motivo de deslumbramento, sem a formulação filosófica.
Justamente por isso – repetimos kardec – "a força do Espiritismo está em sua filosofia".
E por que não está no facto mediúnico?
Porque o facto prova e convence objectivamente, não há dúvida, porém não elucida os problemas mais graves de nossa vida, por si mesmo, se não tomar a direcção filosófica que conduz à inquirição das causas, dos porquês e das consequências.
A comunicação dos espíritos demonstra praticamente a sobrevivência da alma "após a morte".
É o elemento básico.
Mas é preciso partir daí para as indagações que compreendem essencialmente o destino humano e as consequências morais do Espiritismo.
A esta altura já é esfera da filosofia e a força do Espiritismo – não faz mal insistir neste ponto – está exactamente nesse corpo de princípios em cuja homogeneidade e coerência, encontramos respostas às mais complexas e momentosas questões de nossa vida:
a existência de Deus, a justiça divina e as desigualdades morais, intelectuais e sociais, livre arbítrio e determinismo, a reparação do mal pelas provas, o reajuste de compromissos do passado através das experiências reencarnatórias.
São temas de reflexão filosófica.
Entretanto, a Doutrina estaria incompleta e não decorressem daí as consequências morais com que nos defrontamos a cada passo.
Quem, por exemplo, gosta apenas de ver sessões mediúnicas, porque acha interessante ouvir os conselhos dos espíritos ou conversar com os médiuns, mas não vai além desse hábito, que se transforma em rotina com o decorrer do tempo, naturalmente não tem uma visão global do ensino Espírita.
Conhece o Espiritismo apenas pela parte fenoménica, que é muito rica de lições e sempre temo que oferecer para estudo e meditação, porém não abre horizonte mais amplo a respeito das leis e causas, a que o fenómeno está sujeito.
Há pessoas, por exemplo, que se interessam muito pelo lado experimental do Espiritismo e fazem realmente estudos sérios, mas encaram o fenómeno do intercâmbio entre dois mundos com a mesma neutralidade ou frieza com que os especialistas lidam com os fenómenos da Física ou da Electrónica, e assim, por diante.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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A preocupação é exclusivamente com o fenómeno puro e simples.
E daí?... Que resulta de tudo isso?
Sim, o fenómeno da comunicação entre vivos e mortos é neutro até certo ponto, uma vez que sempre ocorreu no mundo, muito antes das civilizações e, portanto, do Espiritismo.
E pode ser observado e registado em ambientes não espíritas como também pode ser discutidos à luz de critérios diversos, nas áreas da Parapsicologia, Psiquiatria, Antropologia, etc., sem nenhuma cogitação quanto às causas e consequências.
Se o psiquiatra se volta para a procura da anormalidade, já o antropólogo vê o fenómeno dentro de um contexto cultural sem implicações de ordem transcendental, como se costuma dizer.
Quando, porém, o fenómeno está situado no contexto espírita, já não é tão neutro, porque assume um valor moral muito especial e, por isso mesmo, não pode ser considerado indiferentemente, como se estivesse em laboratório de Física ou Química.
O facto de o espírito entrar em comunicação com o nosso mundo pela via mediúnica já pressupõe muita responsabilidade para o médium e também para quantos tenham de lidar com esse tipo de trabalho.
Há necessidade, portanto, de um preparo moral indispensável.
Já se vê que a situação, agora, é bem diferente.
E porque, finalmente, o Espiritismo engloba o facto mediúnico numa contextura filosófica de consequências tão acentuadas?
Exactamente porque a verificação de que os mortos continuam vivos e vêm até nós, identificando-se, interferindo-se, interferindo em nossos actos, "chorando as suas mágoas" ou trazendo alegria e esperança, confirma a tese capital de que a vida continua no tempo e no espaço.
Partimos daí, desse princípio essencial, para a especulação filosófica das origens e do chamado sobrenatural.
O próprio impulso da sede de saber nos leva a propor questões dessa natureza:
que significa esse intercâmbio em nossa vida?
Qual o ponto inicial, a causa primária dessa força ou inteligência aparentemente misteriosa?
Que benefício poderá esse tipo de conhecimento trazer para a humanidade?
Começamos a sentir o conteúdo ético e filosófico do Espiritismo desde o momento em que lhe avaliamos a profundidade e a integridade como Doutrina capaz de corresponder às nossas preocupações com o desconhecido e o nosso destino.
Mas a especulação filosófica, embora necessária e valiosa, ainda não é suficiente para atender satisfatoriamente às necessidades do ser humano quando desperta para os problemas espirituais;
torna-se necessário, senão indispensável, além deste passo no conhecimento, procurar as consequências dos princípios espíritas na vivência individual e colectiva.
E aí, principalmente, que se sente força do Espiritismo em sua filosofia.
Deolindo Amorim
§.§.§- O-canto-da-ave
A preocupação é exclusivamente com o fenómeno puro e simples.
E daí?... Que resulta de tudo isso?
Sim, o fenómeno da comunicação entre vivos e mortos é neutro até certo ponto, uma vez que sempre ocorreu no mundo, muito antes das civilizações e, portanto, do Espiritismo.
E pode ser observado e registado em ambientes não espíritas como também pode ser discutidos à luz de critérios diversos, nas áreas da Parapsicologia, Psiquiatria, Antropologia, etc., sem nenhuma cogitação quanto às causas e consequências.
Se o psiquiatra se volta para a procura da anormalidade, já o antropólogo vê o fenómeno dentro de um contexto cultural sem implicações de ordem transcendental, como se costuma dizer.
Quando, porém, o fenómeno está situado no contexto espírita, já não é tão neutro, porque assume um valor moral muito especial e, por isso mesmo, não pode ser considerado indiferentemente, como se estivesse em laboratório de Física ou Química.
O facto de o espírito entrar em comunicação com o nosso mundo pela via mediúnica já pressupõe muita responsabilidade para o médium e também para quantos tenham de lidar com esse tipo de trabalho.
Há necessidade, portanto, de um preparo moral indispensável.
Já se vê que a situação, agora, é bem diferente.
E porque, finalmente, o Espiritismo engloba o facto mediúnico numa contextura filosófica de consequências tão acentuadas?
Exactamente porque a verificação de que os mortos continuam vivos e vêm até nós, identificando-se, interferindo-se, interferindo em nossos actos, "chorando as suas mágoas" ou trazendo alegria e esperança, confirma a tese capital de que a vida continua no tempo e no espaço.
Partimos daí, desse princípio essencial, para a especulação filosófica das origens e do chamado sobrenatural.
O próprio impulso da sede de saber nos leva a propor questões dessa natureza:
que significa esse intercâmbio em nossa vida?
Qual o ponto inicial, a causa primária dessa força ou inteligência aparentemente misteriosa?
Que benefício poderá esse tipo de conhecimento trazer para a humanidade?
Começamos a sentir o conteúdo ético e filosófico do Espiritismo desde o momento em que lhe avaliamos a profundidade e a integridade como Doutrina capaz de corresponder às nossas preocupações com o desconhecido e o nosso destino.
Mas a especulação filosófica, embora necessária e valiosa, ainda não é suficiente para atender satisfatoriamente às necessidades do ser humano quando desperta para os problemas espirituais;
torna-se necessário, senão indispensável, além deste passo no conhecimento, procurar as consequências dos princípios espíritas na vivência individual e colectiva.
E aí, principalmente, que se sente força do Espiritismo em sua filosofia.
Deolindo Amorim
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AGONIA DAS RELIGIÕES
AGONIA DAS RELIGIÕES
INTRODUÇÃO - TEMPOS DE AGONIA
O desenvolvimento da humanidade tem sido marcado por fases de agonia e de morte, seguidas de fases mais duradouras de ressurreição e reconstrução.
As forças que determinam essa espantosa sucessão encontram-se na própria criatura humana.
Seria inútil buscarmos urna explicação celeste, fundada nos pressupostos da Ira de Deus ou da Justiça Divina, como seria inútil procurarmos enquadrá-la nas brilhantes teorias relativas à influência dos ritmos telúricos.
A própria doutrina aristotélica da geração e corrupção não poderia dar-nos os elementos concretos do fenómeno.
Segundo Toynbee, as civilizações se desenvolvem nas linhas conceptuais de uma religião fundamenta/centram em agonia quando se esvai o poder vital dessas religiões.
A relação sociedade-religião parece perfeitamente válida, mas não nos oferece o segredo dessa estranha mecânica da agonia.
Os processos sócio-culturais de cada civilização têm a sua fonte no homem, pois a sociedade se apresenta objectivamente como um conglomerado humano.
Parece evidente que o ritmo agónico deve estar ligado às entranhas e ao psiquismo do homem.
Como estamos vivendo, agora, precisamente numa das curvas agudas desse ritmo - talvez a mais aguda par que já passou a humanidade - o momento é propício para examinarmos o fenómeno ao vivo, tocando com os dedos as seus elementos determinantes.
A agonia actual das religiões é geralmente considerada como resultante da situação crítica da sociedade em seu acelerada desenvolvimento tecnológico.
0 mundo do supérfluo, em contradição com o mundo da escassez, na estrutura social em que vivemos, levaria a civilização actual a um beco sem saída.
As religiões agonizam porque o hedonismo social e o correspondente pedantismo cultural esvaziaram igualmente as arcas de tesouros metálicos dos ricos, os baús de crenças e crendices dos pobres, as esperanças de sucesso das camadas medianas da sociedade, as fontes de riqueza do planeta e até mesmo o balaio de sonhos da Lua e as esperanças de um céu convertido em frios desertos siderais em que rolam mundos áridos e despovoados.
Inverte-se a tese de Toynbee.
As religiões seriam produzidas e mantidas pelas civilizações, como o mel pelas comunidades das abelhas.
Deus, filho do homem, está morto, segundo constatam os teólogos mais avançados.
E enquanto os religiosos voltam a matar-se reciprocamente em nome do deus morto, as grandes potências da civilização sem perspectivas preparam os funerais atómicos da Terra.
A opressão estatal esmaga o homem nas áreas capitalistas e socialistas.
O Leviatã de Hobbes ameaça o mar, a terra e o céu.
Como decifrarmos o enigma destes tempos apocalípticos, quando o próprio acto de pensar parece estar sujeito a controles telepáticos?
Os defensores da liberdade transformam-se em terroristas e sequestradores ou em líricos distribuidores de flores murchas, embalsamadas nas palavras mortas de paz e amor.
A inocência das crianças desaparece na voragem da criminalidade infantil.
Continua...
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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E os velhos alquebrados, de olhos vazios, não encontram mais nos templos os signos da fé que os embalou na infância, na adolescência, na mocidade e na maturidade.
Os padres sem batinas e as freiras sem hábitos, os monges sem escapulários e os santos cassados em sua santidade já não podem consolar os crentes.
O que acontece para que tudo se subverta dessa maneira total e violenta?
Foi a morte de Deus que esvaziou o mundo ou foi o vazio do mundo que matou Deus?
As estruturas sociais são coercitivas.
Do clã à tribo e à horda, e desta à civilização, a lei do aglomerado humano é uma só, mas se desenvolve num ritmo de pressão crescente.
A coerção aumenta na razão directa da estruturação.
Da cabana do pagé à sacristia a religião segue esse mesmo ritmo.
A massificação do homem na saciedade moderna fez o caminho de retorno sobre as conquistas do individualismo ateniense.
Esparta suprimiu Atenas.
0 sonho frustrado da República de Platão já prenunciava o Leviatã de Hobbes.
O desenvolvimento tecnológico aumentou a pressão social sabre o homem, como o desenvolvimento da institucionalização religiosa gerou o totalitarismo eclesiástico das grandes civilizações orientais, leviatãs teocráticas, e forjou a engrenagem férrea do milénio medieval.
Os sonhos da Renascença, um instante para respirar, apagaram-se impotentes nas garras de aço da tecnologia contemporânea.
A torques social da moral e da religião esmagou as gerações em nome da utopia conjugada de liberdade e civilização.
O desespero existencial de Kierkegaard e a náusea de Sartre foram os frutos amargos da escamoteação da natureza humana pela hipocrisia farisaica dos formalismos sociais e religiosos.
O homem formalizado perdeu a naturalidade e só teve uma saída para a sua angústia existencial: matar Deus e rebelar-se contra a sociedade.
O facto não é novo.
Repetiu-se na História, com os episódios de repressão violenta dos rebelados nas civilizações teocráticas e massivas do Egipto faraónico, da Mesopotâmia, de Israel com suas leis de pureza, da Idade Média e da Era Vitoriana na Inglaterra.
Os libertinos medievais, a prostituição romana, o nudismo de comunidades religiosas que buscavam o estado de graça do paraíso perdido, o deslumbramento da Europa do Século XVI ante a suposta liberdade absoluta dos selvagens da América são antecedentes da era pornográfica que assinala a libertinagem do nosso tempo.
Bastam esses factos para podermos tocar com os dedos a fímbria da verdade.
Em Os Demónios de Loudun, Aldous Huxley oferece-nos um quadro portentoso das medidas eclesiásticas e das providências estatais, na Europa dos séculos XVI e XVII, com repercussões no Século XVIII, para aliviar a pressão moral e religiosa no caldeirão social.
Informa Huxley:
"Os prelados franceses e alemães estavam acostumados a receber o cullagium de todos os padres e informavam àqueles que não tinham concubinas que poderiam tê-las, se quisessem, mas que deveriam pagar para isso uma licença, e mais, que essa licença deveria ser paga mesmo pelos que não as tivessem."
O celibato forçado explodia de tal maneira que era conveniente regulamentá-lo, a fim de salvar-se pelo menos a aparência de santidade dos clérigos.
Continua...
E os velhos alquebrados, de olhos vazios, não encontram mais nos templos os signos da fé que os embalou na infância, na adolescência, na mocidade e na maturidade.
Os padres sem batinas e as freiras sem hábitos, os monges sem escapulários e os santos cassados em sua santidade já não podem consolar os crentes.
O que acontece para que tudo se subverta dessa maneira total e violenta?
Foi a morte de Deus que esvaziou o mundo ou foi o vazio do mundo que matou Deus?
As estruturas sociais são coercitivas.
Do clã à tribo e à horda, e desta à civilização, a lei do aglomerado humano é uma só, mas se desenvolve num ritmo de pressão crescente.
A coerção aumenta na razão directa da estruturação.
Da cabana do pagé à sacristia a religião segue esse mesmo ritmo.
A massificação do homem na saciedade moderna fez o caminho de retorno sobre as conquistas do individualismo ateniense.
Esparta suprimiu Atenas.
0 sonho frustrado da República de Platão já prenunciava o Leviatã de Hobbes.
O desenvolvimento tecnológico aumentou a pressão social sabre o homem, como o desenvolvimento da institucionalização religiosa gerou o totalitarismo eclesiástico das grandes civilizações orientais, leviatãs teocráticas, e forjou a engrenagem férrea do milénio medieval.
Os sonhos da Renascença, um instante para respirar, apagaram-se impotentes nas garras de aço da tecnologia contemporânea.
A torques social da moral e da religião esmagou as gerações em nome da utopia conjugada de liberdade e civilização.
O desespero existencial de Kierkegaard e a náusea de Sartre foram os frutos amargos da escamoteação da natureza humana pela hipocrisia farisaica dos formalismos sociais e religiosos.
O homem formalizado perdeu a naturalidade e só teve uma saída para a sua angústia existencial: matar Deus e rebelar-se contra a sociedade.
O facto não é novo.
Repetiu-se na História, com os episódios de repressão violenta dos rebelados nas civilizações teocráticas e massivas do Egipto faraónico, da Mesopotâmia, de Israel com suas leis de pureza, da Idade Média e da Era Vitoriana na Inglaterra.
Os libertinos medievais, a prostituição romana, o nudismo de comunidades religiosas que buscavam o estado de graça do paraíso perdido, o deslumbramento da Europa do Século XVI ante a suposta liberdade absoluta dos selvagens da América são antecedentes da era pornográfica que assinala a libertinagem do nosso tempo.
Bastam esses factos para podermos tocar com os dedos a fímbria da verdade.
Em Os Demónios de Loudun, Aldous Huxley oferece-nos um quadro portentoso das medidas eclesiásticas e das providências estatais, na Europa dos séculos XVI e XVII, com repercussões no Século XVIII, para aliviar a pressão moral e religiosa no caldeirão social.
Informa Huxley:
"Os prelados franceses e alemães estavam acostumados a receber o cullagium de todos os padres e informavam àqueles que não tinham concubinas que poderiam tê-las, se quisessem, mas que deveriam pagar para isso uma licença, e mais, que essa licença deveria ser paga mesmo pelos que não as tivessem."
O celibato forçado explodia de tal maneira que era conveniente regulamentá-lo, a fim de salvar-se pelo menos a aparência de santidade dos clérigos.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Numa das notas de seu dicionário, Bayle conta como o Senado de Veneza tolerava os escândalos do clero para desprestigiá-lo na opinião pública, em favor das conveniências do Estado.
A deformação da criatura humana pelas exigências antinaturais das religiões dá-nos a chave do processo cíclico da morte das civilizações.
Isso não quer dizer que tenha-mos de aceitar as teorias actuais de uma psicologia libertina, mas que devemos compreender o erro e o perigo das repressões extremas em nome da moral e das religiões.
Podemos compreender claramente que esse extremismo equivale á medicação de disfarce, que esconde o mal permitindo o seu desenvolvimento secreto no organismo social.
A Inglaterra da moral vitoriana está hoje a braços com a explosão de situações incontroláveis.
O seu Parlamento majestoso é levado á adopção de leis e medidas deletérias, como as referentes aos problemas da homossexualidade juvenil.
O ministério dos ciclos agónicos é facilmente decifrado quando levantamos a máscara de hipocrisia das sociedades antinaturais.
O mesmo se dá no tocante ás religiões repressivas, que acabam vencidas pela rebelião dos instintos naturais, agonizando no descrédito ou sendo substituídas por outras.
Acusa-se o Cristianismo de ser o responsável pela universalização da hipocrisia, mas os próprios evangelhos atestam a atitude racional do Cristo em face dos que pretendiam lapidar a mulher adúltera.
No caso de Zaqueu, o Cristo aceita a sua hospitalidade quando ele promete devolver aos pobres o fruto impuro dos seus roubos.
Madalena arrependida tornou-se a seguidora dedicada e a escolhida para ser a primeira a vê-lo depois da ressurreição.
Não há dúvida que os excessos repressivos do Cristianismo não foram determinados pelo Cristo mas pelos seus apóstolos judeus, contaminados pela hipocrisia farisaica e de outras seitas judaicas.
O Apóstolo Paulo, o que melhor compreendeu a posição do Cristo em tantos aspectos, não conseguiu escapar aos prejuízos do judaísmo, de sua formação
judaica, quando se referia aos processos de repressão, tornando-os ainda mais agudos na religião nascente.
Explica-se a atitude paulina ante as abusos e excessos das religiões pagãs, mitológicas, em que as práticas fálicas, os rituais dionisíacos, toda a herança da velha Suméria, da Mesopotâmia, da libertinagem da Grécia e de Roma contaminavam as ingénuas comunidades cristãs, ameaçando com os seus excessos os princípios espirituais da religião nascente.
Paulo, extremamente zeloso, apegava-se aos resíduos da sua formação farisaica, agindo com violência para impedir que os cristãos retornassem às práticas da irresponsabilidade moral.
Mas há enorme distância entre as mediadas enérgicas de Paulo, que não usava a máscara da hipocrisia, e as medidas repressivas que mais tarde judaizaram as religiões cristãs.
Ele, que combateu sem cessar os apóstolos judaizantes, incidiu no mesmo erro que tanto condenara, mas justificado pelas circunstâncias de uma época de ignorância e de costumes geralmente condenáveis.
Continua...
Numa das notas de seu dicionário, Bayle conta como o Senado de Veneza tolerava os escândalos do clero para desprestigiá-lo na opinião pública, em favor das conveniências do Estado.
A deformação da criatura humana pelas exigências antinaturais das religiões dá-nos a chave do processo cíclico da morte das civilizações.
Isso não quer dizer que tenha-mos de aceitar as teorias actuais de uma psicologia libertina, mas que devemos compreender o erro e o perigo das repressões extremas em nome da moral e das religiões.
Podemos compreender claramente que esse extremismo equivale á medicação de disfarce, que esconde o mal permitindo o seu desenvolvimento secreto no organismo social.
A Inglaterra da moral vitoriana está hoje a braços com a explosão de situações incontroláveis.
O seu Parlamento majestoso é levado á adopção de leis e medidas deletérias, como as referentes aos problemas da homossexualidade juvenil.
O ministério dos ciclos agónicos é facilmente decifrado quando levantamos a máscara de hipocrisia das sociedades antinaturais.
O mesmo se dá no tocante ás religiões repressivas, que acabam vencidas pela rebelião dos instintos naturais, agonizando no descrédito ou sendo substituídas por outras.
Acusa-se o Cristianismo de ser o responsável pela universalização da hipocrisia, mas os próprios evangelhos atestam a atitude racional do Cristo em face dos que pretendiam lapidar a mulher adúltera.
No caso de Zaqueu, o Cristo aceita a sua hospitalidade quando ele promete devolver aos pobres o fruto impuro dos seus roubos.
Madalena arrependida tornou-se a seguidora dedicada e a escolhida para ser a primeira a vê-lo depois da ressurreição.
Não há dúvida que os excessos repressivos do Cristianismo não foram determinados pelo Cristo mas pelos seus apóstolos judeus, contaminados pela hipocrisia farisaica e de outras seitas judaicas.
O Apóstolo Paulo, o que melhor compreendeu a posição do Cristo em tantos aspectos, não conseguiu escapar aos prejuízos do judaísmo, de sua formação
judaica, quando se referia aos processos de repressão, tornando-os ainda mais agudos na religião nascente.
Explica-se a atitude paulina ante as abusos e excessos das religiões pagãs, mitológicas, em que as práticas fálicas, os rituais dionisíacos, toda a herança da velha Suméria, da Mesopotâmia, da libertinagem da Grécia e de Roma contaminavam as ingénuas comunidades cristãs, ameaçando com os seus excessos os princípios espirituais da religião nascente.
Paulo, extremamente zeloso, apegava-se aos resíduos da sua formação farisaica, agindo com violência para impedir que os cristãos retornassem às práticas da irresponsabilidade moral.
Mas há enorme distância entre as mediadas enérgicas de Paulo, que não usava a máscara da hipocrisia, e as medidas repressivas que mais tarde judaizaram as religiões cristãs.
Ele, que combateu sem cessar os apóstolos judaizantes, incidiu no mesmo erro que tanto condenara, mas justificado pelas circunstâncias de uma época de ignorância e de costumes geralmente condenáveis.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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O ponto crucial do problema religioso chama-se hipocrisia.
E a hipocrisia resulta das atitudes egoístas, da falta de compreensão do verdadeiro sentido da Religião, que é caminho e não ponto de chegada da espiritualização do homem.
Os religiosos que pretendem atingir a santidade do dia para a noite, que se revestem de pureza exterior, encobrindo a podridão interior, são as hipócritas condenados veementemente no Evangelho.
A solução desse grave problema, que responde pela morte cíclica das civilizações, está na compreensão da verdadeira natureza do homem, do processo natural do seu desenvolvimento espiritual.
Os artifícios purificadores só servem para mascarar os indivíduos pretensiosos.
As práticas ascéticas não podem ser forçadas.
As paixões e os instintos do homem são manifestações de forças vitais que, sob o controle da razão e do sentimento, podem e devem guiar o espírito nos rumos da transcendência.
Repetimos agora os ciclos agónicos do Oriente, da Grécia e Roma, de Israel, da Europa Medieval.
A explosão pornográfica sobrepõe-se aos instintos vitais e aos controles sociais.
E a agonia das religiões anuncia a morte da civilização tecnológica.
Não obstante, há uma esperança para a brilhante civilização condenada.
As forças do espírito reagem contra a derrocada moral.
Como na queda de Bizâncio, enquanto os clérigos cantam e pregam em meio à derrocada há vigias de uma nova era espreitando o futuro nas almenaras.
E o que procuro demonstrar neste livro, num rápido confronto das estruturas envelhecidas com as novas estruturas que nascem da própria terra, sob os nossos pés.
Poluída, envenenada, devastada, ameaçada, a Terra dos Homens, nossa mãe, convida-nos a subir com Saint-Exupéry para novas dimensões de uma realidade em que estamos perdidos.
Fonte: http://www.espirito.org.br/portal/download/pdf/agonia-das-religioes.pdf
§.§.§- O-canto-da-ave
O ponto crucial do problema religioso chama-se hipocrisia.
E a hipocrisia resulta das atitudes egoístas, da falta de compreensão do verdadeiro sentido da Religião, que é caminho e não ponto de chegada da espiritualização do homem.
Os religiosos que pretendem atingir a santidade do dia para a noite, que se revestem de pureza exterior, encobrindo a podridão interior, são as hipócritas condenados veementemente no Evangelho.
A solução desse grave problema, que responde pela morte cíclica das civilizações, está na compreensão da verdadeira natureza do homem, do processo natural do seu desenvolvimento espiritual.
Os artifícios purificadores só servem para mascarar os indivíduos pretensiosos.
As práticas ascéticas não podem ser forçadas.
As paixões e os instintos do homem são manifestações de forças vitais que, sob o controle da razão e do sentimento, podem e devem guiar o espírito nos rumos da transcendência.
Repetimos agora os ciclos agónicos do Oriente, da Grécia e Roma, de Israel, da Europa Medieval.
A explosão pornográfica sobrepõe-se aos instintos vitais e aos controles sociais.
E a agonia das religiões anuncia a morte da civilização tecnológica.
Não obstante, há uma esperança para a brilhante civilização condenada.
As forças do espírito reagem contra a derrocada moral.
Como na queda de Bizâncio, enquanto os clérigos cantam e pregam em meio à derrocada há vigias de uma nova era espreitando o futuro nas almenaras.
E o que procuro demonstrar neste livro, num rápido confronto das estruturas envelhecidas com as novas estruturas que nascem da própria terra, sob os nossos pés.
Poluída, envenenada, devastada, ameaçada, a Terra dos Homens, nossa mãe, convida-nos a subir com Saint-Exupéry para novas dimensões de uma realidade em que estamos perdidos.
Fonte: http://www.espirito.org.br/portal/download/pdf/agonia-das-religioes.pdf
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REVISÃO DO CRISTIANISMO
REVISÃO DO CRISTIANISMO
Admitimos que a causa original do nascimento do Cristianismo foi a iniciativa de Jesus Nazareno, que viveu na Palestina em tempos de Augusto e de Tibério.
Os textos não nos ensinam grande coisa sobre ele, mas pelo menos nos mostram que era um homem real e não representa um agregado de mitos e símbolos, que figura na linha dos profetas de Israel, tendo-se dedicado a anunciar a próxima realização das esperanças do seu povo.
Acreditava perceber o raiar do Dia de Iavé e sentir os primeiros frémitos da palingenesia que os judeus chamavam O Reino ou Reino de Deus.
Ao saber isso, sabemos também que Jesus não desejava trabalhar por um futuro longínquo, que ele nem previu nem desejou a Igreja Cristã, que ele não foi um fundador de religião, nem mesmo um reformador religioso.
CHARLES GUIGNEBERT (Le Christ)
HÁ UM ABISMO entre o Cristo e o Cristianismo, tão grande quanto o abismo existente entre Jesus de Nazaré, filho de José e Maria, nascido em Nazaré, na Galileia, e Jesus Cristo, nascido da Constelação da Virgem, na Cidade do Rei Davi em Belém da Judeia, segundo o mito hebraico do Messias.
Por isso a Civilização Cristã, nascida em sangue e em sangue alimentada, não possui o Espírito de Jesus, mas o corpo mitológico do Cristo, morto e exangue.
Por isso o Padre Alta estabeleceu, em Paris, a diferença entre o Cristianismo do Cristo e o dos seus vigários.
Não podemos condenar o processo histórico, que brotou, rude e impulsivo, das condições humanas de civilizações agrárias e pastoris, mas não é justo que o conservemos em nosso tempo de abertura para novas dimensões da realidade humana e da realidade cósmica.
O Mahatma Gandi exclamou, ao ler os Evangelhos: "Como pode uma árvore como esta dar os frutos que conhecemos?"
Kalil Gibran Kalil viu Jesus de Nazaré encontrar-se com o Jesus dos Cristãos numa colina do Líbano, onde conversaram, e Jesus de Nazaré retirar-se murmurando:
"Não podemos nos entender.
Melanchton assustou-se com a depuração da Reforma e perguntou a Lutero:
"Se tiras tudo dos Cristãos, o que lhes pretendes dar?"
Lutero respondeu: "Cristo."
As actuais Teologias da Morte de Deus, nascidas da loucura de Nietsche, provam a razão de Lutero.
A Nova Teologia do Padre Teilhard de Chardian oferece-nos os rumos da renovação.
E o Papa João XXIII, um camponês que voltou ao campo, tentou limpar a seara.
E tempo de compreendermos que Jesus de Nazaré não voltou das nuvens de Betânia, mas em espírito e verdade, para conduzir-nos a toda a Verdade Prometida.
O Autor
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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I - A DESCOBERTA DO CRISTO
Na Galileia dos Gentios, sob o domínio romano de Israel, as esperanças judaicas do Messias cumpriram-se de maneira estranha e decepcionante.
Nasceu o menino Jesus em Nazaré, na extrema pobreza da casa de um carpinteiro, próximo à Decápolis impura, as dez cidades gregas que maculavam a pureza sagrada da terra que Iavé cedera ao seu povo.
Era penoso para os judeus aceitarem esse desígnio do Senhor, que mais uma vez lhes impunha terrível humilhação.
José, o carpinteiro, casara-se com uma jovem de família pobre e obscura, com pretensas ligações à linhagem de Davi.
Jesus devia nascer em Belém de Judá, a Cidade do Rei cantor, poeta e aventureiro.
E devia chamar-se Emmanuel segundo as profecias.
Iavé certamente castigava os judeus pela infidelidade do seu povo, que deixara a águia romana pousar no Monte Sião.
Toda a heróica tradição de Israel se afogava na traição à aliança divina da raça pura, do povo eleito, com o poder impuro de César.
A decepção dos judeus aumentava ante a desairosa situação social de José, velho e alquebrado artesão, casado com uma jovem que já lhe dera vários filhos.
Jesus não gozava sequer das prerrogativas de primogénito.
Herodes, o Grande, que se contentara, no ajuste com os romanos, a dominar apenas a Galileia e além disso construíra o seu palácio sobre a temível impureza das terras de um cemitério, tremeu ante esse novo desafio aos brios da raça e condenou os que aceitavam esse nascimento espúrio como sendo o do Messias de Israel.
Era necessário, para sua própria segurança, desfazer esse engano.
O menino intruso devia ser sacrificado, e para isso bastava recorrer às alegorias bíblicas e espalhar a lenda da matança dos inocentes.
Nos tempos mitológicos em que se encontravam era comum tomar-se a Nuvem por Juno.
Mas o menino, que nascera de maneira incomum, filho de família pobre (e por isso suspeita), cresceu revelando inteligência excepcional que provocava a admiração do povo.
Submetido à sabatina ritual dos rabinos do Templo de Jerusalém, para receber a bênção da virilidade, assombrara os doutores da Lei com o seu conhecimento precoce.
Mas esse brilho fugaz era insuficiente para lhe garantir a fama messiânica.
Logo mais ele se mostrava integrado na família humilde à condição inferior e aprendendo com o velho pai a profissão a que se dedicaria.
Não obstante, para prevenção de dificuldades futuras, as raposas herodianas incumbiram-se de propalar a lenda da violação da honra conjugal de Maria pelo legionário Pantera.
Com esse golpe decisivo, o perigo messiânico ficava definitivamente anulado.
Não seria possível que o povo aceitasse a qualificação messiânica para um bastardo.
Defendido pela humilhação da sua posição social e pelas próprias confusões que teciam a seu respeito, Jesus crescia e se preparava na obscuridade, para o cumprimento da sua missão.
Continua...
I - A DESCOBERTA DO CRISTO
Na Galileia dos Gentios, sob o domínio romano de Israel, as esperanças judaicas do Messias cumpriram-se de maneira estranha e decepcionante.
Nasceu o menino Jesus em Nazaré, na extrema pobreza da casa de um carpinteiro, próximo à Decápolis impura, as dez cidades gregas que maculavam a pureza sagrada da terra que Iavé cedera ao seu povo.
Era penoso para os judeus aceitarem esse desígnio do Senhor, que mais uma vez lhes impunha terrível humilhação.
José, o carpinteiro, casara-se com uma jovem de família pobre e obscura, com pretensas ligações à linhagem de Davi.
Jesus devia nascer em Belém de Judá, a Cidade do Rei cantor, poeta e aventureiro.
E devia chamar-se Emmanuel segundo as profecias.
Iavé certamente castigava os judeus pela infidelidade do seu povo, que deixara a águia romana pousar no Monte Sião.
Toda a heróica tradição de Israel se afogava na traição à aliança divina da raça pura, do povo eleito, com o poder impuro de César.
A decepção dos judeus aumentava ante a desairosa situação social de José, velho e alquebrado artesão, casado com uma jovem que já lhe dera vários filhos.
Jesus não gozava sequer das prerrogativas de primogénito.
Herodes, o Grande, que se contentara, no ajuste com os romanos, a dominar apenas a Galileia e além disso construíra o seu palácio sobre a temível impureza das terras de um cemitério, tremeu ante esse novo desafio aos brios da raça e condenou os que aceitavam esse nascimento espúrio como sendo o do Messias de Israel.
Era necessário, para sua própria segurança, desfazer esse engano.
O menino intruso devia ser sacrificado, e para isso bastava recorrer às alegorias bíblicas e espalhar a lenda da matança dos inocentes.
Nos tempos mitológicos em que se encontravam era comum tomar-se a Nuvem por Juno.
Mas o menino, que nascera de maneira incomum, filho de família pobre (e por isso suspeita), cresceu revelando inteligência excepcional que provocava a admiração do povo.
Submetido à sabatina ritual dos rabinos do Templo de Jerusalém, para receber a bênção da virilidade, assombrara os doutores da Lei com o seu conhecimento precoce.
Mas esse brilho fugaz era insuficiente para lhe garantir a fama messiânica.
Logo mais ele se mostrava integrado na família humilde à condição inferior e aprendendo com o velho pai a profissão a que se dedicaria.
Não obstante, para prevenção de dificuldades futuras, as raposas herodianas incumbiram-se de propalar a lenda da violação da honra conjugal de Maria pelo legionário Pantera.
Com esse golpe decisivo, o perigo messiânico ficava definitivamente anulado.
Não seria possível que o povo aceitasse a qualificação messiânica para um bastardo.
Defendido pela humilhação da sua posição social e pelas próprias confusões que teciam a seu respeito, Jesus crescia e se preparava na obscuridade, para o cumprimento da sua missão.
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Quando se sentiu integrado na cultura hebraica, senhor das escrituras e das tradições da raça, iniciou as suas actividades públicas.
Sua própria família então se revoltou contra o perigoso atrevimento daquele jovem delirante.
Sua mãe e seus irmãos, como relatam os Evangelhos, tentaram fazê-lo voltar para casa e a oficina rústica do pai.
Foi então que seu primo, João, o Baptista, que já antecipara o seu trabalho messiânico, preparou-lhe as veredas da sua semeadura revolucionária.
Na própria Galileia, Jesus encontrou os seus primeiros discípulos.
Homens humildes, mas cheios de fé, de esperança, dispuseram-se a segui-Lo.
Era difícil lutar com aqueles voluntários de uma causa cujo alcance não podiam compreender.
Mas eram eles os companheiros e servidores com que podia contar.
Suas atitudes claras e enérgicas, seus princípios racionais, desprovidos das superstições rituais da tradição, assustavam e muitas vezes aturdiam aquelas almas sedentas de luz e de prodígios messiânicos.
Sua popularidade cresceu rapidamente no seio de um povo que sofria com o jugo romano, a infiltração constante e irreprimível dos costumes pagãos nas classes dominantes, sob a complacência covarde de um rabinato embriagado pelos interesses imediatistas.
Renasceram então as antigas lendas a seu respeito.
Os que o aceitavam, levados pelas aspirações messiânicas, propalavam histórias absurdas sobre a sua infância e adolescência obscuras, com o entusiasmo fanático da ignorância do clima mitológico da época.
Os que a ele se opunham, atrelados ao carro dos interesses romanos e dos seus aliados judeus, ressuscitavam as lendas do seu nascimento vergonhoso e das suas relações secretas com Satanás e com ordens ocultistas mágicas, como a dos Essénios, geralmente temidas pelas atrocidades que praticavam em seus redutos indevassáveis.
A figura humana de Jesus de Nazaré, o jovem reformador do Judaísmo, que pregava o amor e a fraternidade entre os homens, ia rapidamente se transfigurando num mito contraditório, ora de semblante celeste e atitudes meigas, ora de rosto irado e chicote em punho.
Os discípulos procuravam enquadrá-lo nas profecias bíblicas, certos da sua condição messiânica.
A mentalidade mítica, profundamente diversa da mentalidade racional que ele encarnava, naquela fase de transição histórica e cultural, aceitava mais facilmente a profecia como realidade dos próprios factos reais.
O sentido de suas palavras, e até mesmo das expressões alegóricas, de que às vezes se servia, para se fazer mais compreensível, eram entendidas de maneiras diversas, segundo a capacidade de compreensão de certos indivíduos ou grupos.
Esse é um processo de deformação bastante comum nos tempos de ignorância e que hoje se repete nos meios e regiões ainda não atingidos pelo progresso.
Os fenómenos de fanatismo religioso e misticismo popular, ainda em nossos dias, revelam a mecânica emocional dessas estranhas e não raro bárbaras metamorfoses da interpretação popular de ensinos racionais e de factos comuns transformados em acontecimentos misteriosos.
Continua...
Quando se sentiu integrado na cultura hebraica, senhor das escrituras e das tradições da raça, iniciou as suas actividades públicas.
Sua própria família então se revoltou contra o perigoso atrevimento daquele jovem delirante.
Sua mãe e seus irmãos, como relatam os Evangelhos, tentaram fazê-lo voltar para casa e a oficina rústica do pai.
Foi então que seu primo, João, o Baptista, que já antecipara o seu trabalho messiânico, preparou-lhe as veredas da sua semeadura revolucionária.
Na própria Galileia, Jesus encontrou os seus primeiros discípulos.
Homens humildes, mas cheios de fé, de esperança, dispuseram-se a segui-Lo.
Era difícil lutar com aqueles voluntários de uma causa cujo alcance não podiam compreender.
Mas eram eles os companheiros e servidores com que podia contar.
Suas atitudes claras e enérgicas, seus princípios racionais, desprovidos das superstições rituais da tradição, assustavam e muitas vezes aturdiam aquelas almas sedentas de luz e de prodígios messiânicos.
Sua popularidade cresceu rapidamente no seio de um povo que sofria com o jugo romano, a infiltração constante e irreprimível dos costumes pagãos nas classes dominantes, sob a complacência covarde de um rabinato embriagado pelos interesses imediatistas.
Renasceram então as antigas lendas a seu respeito.
Os que o aceitavam, levados pelas aspirações messiânicas, propalavam histórias absurdas sobre a sua infância e adolescência obscuras, com o entusiasmo fanático da ignorância do clima mitológico da época.
Os que a ele se opunham, atrelados ao carro dos interesses romanos e dos seus aliados judeus, ressuscitavam as lendas do seu nascimento vergonhoso e das suas relações secretas com Satanás e com ordens ocultistas mágicas, como a dos Essénios, geralmente temidas pelas atrocidades que praticavam em seus redutos indevassáveis.
A figura humana de Jesus de Nazaré, o jovem reformador do Judaísmo, que pregava o amor e a fraternidade entre os homens, ia rapidamente se transfigurando num mito contraditório, ora de semblante celeste e atitudes meigas, ora de rosto irado e chicote em punho.
Os discípulos procuravam enquadrá-lo nas profecias bíblicas, certos da sua condição messiânica.
A mentalidade mítica, profundamente diversa da mentalidade racional que ele encarnava, naquela fase de transição histórica e cultural, aceitava mais facilmente a profecia como realidade dos próprios factos reais.
O sentido de suas palavras, e até mesmo das expressões alegóricas, de que às vezes se servia, para se fazer mais compreensível, eram entendidas de maneiras diversas, segundo a capacidade de compreensão de certos indivíduos ou grupos.
Esse é um processo de deformação bastante comum nos tempos de ignorância e que hoje se repete nos meios e regiões ainda não atingidos pelo progresso.
Os fenómenos de fanatismo religioso e misticismo popular, ainda em nossos dias, revelam a mecânica emocional dessas estranhas e não raro bárbaras metamorfoses da interpretação popular de ensinos racionais e de factos comuns transformados em acontecimentos misteriosos.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
Continua...
Por exemplo: quando Jesus se comparava lucidamente ao cordeiro dos sacrifícios rituais no Templo, pois sabia que pagaria com sangue a sua audácia, os ouvintes entendiam que ele afirmava o poder mágico e redentor do seu sangue.
Quando o Baptista aludia ao símbolo de pureza da pomba branca, que descia sobre os que se baptizavam, os ouvintes extasiados tinham a visão mental da pomba pairando sobre a cabeça do Messias.
Mais tarde, na elaboração tardia dos textos evangélicos, em tempos e lugares diferentes, com os dados fornecidos pelas logias (anotações de apóstolos e discípulos) ou mesmo de informações orais deturpadas pelo tempo, transfiguradas pelo sentimento de veneração que crescera através dos anos, os elementos míticos se infiltravam no relato, amoldando a realidade distante às condições mitológicas da época.
Assim se forjou, naturalmente, no processo sócio-cultural submetido às condições da evolução histórica, a Nova Mitologia do Cristianismo, em que o próprio mito bíblico do Messias judeu foi coberto pela máscara grega do mito de Cristo.
Os discípulos gregos de Jesus, por força da própria predominância da cultura grega sobre a hebraica, deram a Jesus um nome grego que ele jamais tivera, e que passaria a designar no futuro a sua doutrina.
A redacção dos Evangelhos em grego sancionaria esse processo, que se firmaria definitivamente na elaboração posterior da teologia cristã.
A assimilação das doutrinas de Platão, por Santo Agostinho, e de Aristóteles por São Tomás de Aquino, dariam a última demão no edifício grego do Cristianismo.
O Evangelho de João, último a ser escrito, adoptando de início o mito grego do Verbo, herdado da cultura egípcia, é uma das provas mais flagrantes dessa helenização do Cristianismo.
Os estudos e as pesquisas de tipo universitário, independentes da Igreja, desde Renan a Guignebert, paralelamente com as pesquisas e estudos espíritas, promoveram em nosso tempo, a partir de meados do Século 19, a revisão universal do Cristianismo.
Renan e Kardec iniciaram essa revisão na mesma época, na segunda metade do século passado, tendo Kardec uma precedência de dez anos e pouco sobre Renan no trato do assunto.
Em "Obras Póstumas", de Kardec, os espíritos avisam este que o livro de Renan o ajudará na difícil tarefa de restabelecer a verdade sobre o Cristianismo.
http://www.espirito.org.br/portal/download/pdf/revisao-do-cristianismo.pdf
§.§.§- O-canto-da-ave
Por exemplo: quando Jesus se comparava lucidamente ao cordeiro dos sacrifícios rituais no Templo, pois sabia que pagaria com sangue a sua audácia, os ouvintes entendiam que ele afirmava o poder mágico e redentor do seu sangue.
Quando o Baptista aludia ao símbolo de pureza da pomba branca, que descia sobre os que se baptizavam, os ouvintes extasiados tinham a visão mental da pomba pairando sobre a cabeça do Messias.
Mais tarde, na elaboração tardia dos textos evangélicos, em tempos e lugares diferentes, com os dados fornecidos pelas logias (anotações de apóstolos e discípulos) ou mesmo de informações orais deturpadas pelo tempo, transfiguradas pelo sentimento de veneração que crescera através dos anos, os elementos míticos se infiltravam no relato, amoldando a realidade distante às condições mitológicas da época.
Assim se forjou, naturalmente, no processo sócio-cultural submetido às condições da evolução histórica, a Nova Mitologia do Cristianismo, em que o próprio mito bíblico do Messias judeu foi coberto pela máscara grega do mito de Cristo.
Os discípulos gregos de Jesus, por força da própria predominância da cultura grega sobre a hebraica, deram a Jesus um nome grego que ele jamais tivera, e que passaria a designar no futuro a sua doutrina.
A redacção dos Evangelhos em grego sancionaria esse processo, que se firmaria definitivamente na elaboração posterior da teologia cristã.
A assimilação das doutrinas de Platão, por Santo Agostinho, e de Aristóteles por São Tomás de Aquino, dariam a última demão no edifício grego do Cristianismo.
O Evangelho de João, último a ser escrito, adoptando de início o mito grego do Verbo, herdado da cultura egípcia, é uma das provas mais flagrantes dessa helenização do Cristianismo.
Os estudos e as pesquisas de tipo universitário, independentes da Igreja, desde Renan a Guignebert, paralelamente com as pesquisas e estudos espíritas, promoveram em nosso tempo, a partir de meados do Século 19, a revisão universal do Cristianismo.
Renan e Kardec iniciaram essa revisão na mesma época, na segunda metade do século passado, tendo Kardec uma precedência de dez anos e pouco sobre Renan no trato do assunto.
Em "Obras Póstumas", de Kardec, os espíritos avisam este que o livro de Renan o ajudará na difícil tarefa de restabelecer a verdade sobre o Cristianismo.
http://www.espirito.org.br/portal/download/pdf/revisao-do-cristianismo.pdf
§.§.§- O-canto-da-ave
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NA HORA DO TESTEMUNHO
NA HORA DO TESTEMUNHO
Este volume é dedicado a todos os que souberem ser dignos na hora do testemunho
— demonstrando a sua firmeza de convicção.
— rejeitando o crime da profanação.
— não se omitindo em face da traição,
— exigindo o respeito à Codificação,
— resistindo ao conluio da adulteração.
Aos que se entregaram às sugestões inferiores, à vaidade pessoal e aos interesses institucionais, pensando servir à Causa ao agradar aos homens - a nossa piedade e a nossa prece.
Aos trânsfugas que desertaram e hoje clamam por esquecimento, a nossa advertência quanto aos perigos do futuro.
NA HORA DO TESTEMUNHO
(RUDMAR AUGUSTO)
A crista do galo marca, ponteiro do desafio, a hora amarga da Arca - profanação de gentio.
Sangue e fogo no esplendor da aurora de um nova dia.
Pilatos lava o favor nas águas da covardia.
Canta o galo, canta o galo, terceira vez ele canta.
Pedro sente trespassá-lo três golpes de espada santa.
Pesqueiros da Galileia, num mar de cinza e de rosa, lembram no céu da Judeia a pesca miraculosa.
A hora da Loba - Roma que devorou os rabinos.
Ninguém a vence nem doma no entrançar dos destinos.
Na hora do testemunho rompe-se o véu do sacrário.
Tremem as mãos sobre o punho da espada do legionário.
Na amargura e na mudez da noite das agonias, Pedro chora a sua vez e ouvem-se litanias.
A Loba dorme saciada digerindo os seus rabinos.
Sobre a túnica sagrada completam-se os desatinos:
- O esquadrão legionário joga dados no Calvário.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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OS TEXTOS DE KARDEC
(FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER)
A sua veemência e sinceridade, na defesa da Obra de Allan Kardec, me fez pensar muito no cuidado que todos nós, os espíritas, devemos ter na preservação dos textos referidos, sob pena de criarmos dificuldades insuperáveis para nós mesmos, agora e no futuro.
Meditando nisso, sou eu quem me sinto honrado em enviar-lhe estas publicações, no intuito de demonstrarmos em livro-documentário a elevação da sua defesa e o meu respeito no tocante à Codificação kardeciana, que nos cabe endereçar ao futuro tão autêntica quanto nos seja possível.
No caso de ser levado adiante o lançamento de um livro nessas directrizes, o prezado professor poderá usar, ou apresentar no contexto do volume, qualquer trecho ou a total correspondência que lhe tenho enviado sobre o assunto, pois isso poderá clarear a atitude que tomei.
CONVICÇÃO DOUTRINARIA
(IRMÃO SAULO)
Nesta antevéspera de mais um aniversário do Livro dos Espíritos, que transcorrerá no próximo domingo, é necessário lembrarmos a importância de constante vigilância na preservação e defesa das obras fundamentais da Doutrina.
E isso só pode haver se os espíritas estiverem convictos do valor e da significação espiritual e cultural dessas obras.
Infelizmente não foi o que se viu no recente episódio de adulteração de O Evangelho Segundo o Espiritismo, com a venda total da edição ao público desprevenido e a sustentação pública da adulteração pela própria Federação Espírita do Estado.
O que então se viu foi uma demonstração alarmante de falta de convicção doutrinária de parte dos responsáveis pela tradicional instituição.
Essa falta de convicção e de zelo pela Doutrina é o resultado de muitos anos de infiltração de princípios estranhos nos próprios cursos de Espiritismo dados pela Federação e por numerosas entidades a ela filiadas.
O ensino deturpado só poderia levar o meio espírita à desfiguração dos textos de Kardec.
No plano cultural, a adulteração é um crime que só pode ser desculpado pela ignorância.
No plano espiritual é a profanação da verdade revelada.
E em ambos os planos, mas particularmente no moral, a adulteração é um acto de traição.
Mas todas essas qualificações se reduzem apenas a uma a ignorância quando o procedimento revela, em sua própria forma e nas tentativas de sua justificação, o mais lamentável desconhecimento do próprio sentido dos trechos adulterados.
Chico Xavier, que tentaram envolver nesse processo lamentável, tomou posição clara e definida em defesa da inviolabilidade dos textos de Kardec.
Mas como persistiram os realizadores da façanha em apontá-lo como envolvido, o famoso e querido médium solicitou a publicação de um livro-documentário, a fim de que não se possa, no presente e no futuro, continuar a citá-lo como implicado na questão.
Houve também os que reconheceram o erro cometido e se opuseram ao prosseguimento do plano adulterador, que pretendia desfigurar toda a Codificação do Espiritismo, segundo documentos oficialmente divulgados.
A atitude de Chico Xavier e desses poucos (pouquíssimos) que tiveram a coragem de penitenciar-se, contrasta com a falta de convicção da maioria dos chamados lideres espíritas que se omitiram e calaram diante do aviltamento de sua própria doutrina.
O sintoma evidente de insensibilidade decepcionou todos os espíritas sinceros.
Continua...
OS TEXTOS DE KARDEC
(FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER)
A sua veemência e sinceridade, na defesa da Obra de Allan Kardec, me fez pensar muito no cuidado que todos nós, os espíritas, devemos ter na preservação dos textos referidos, sob pena de criarmos dificuldades insuperáveis para nós mesmos, agora e no futuro.
Meditando nisso, sou eu quem me sinto honrado em enviar-lhe estas publicações, no intuito de demonstrarmos em livro-documentário a elevação da sua defesa e o meu respeito no tocante à Codificação kardeciana, que nos cabe endereçar ao futuro tão autêntica quanto nos seja possível.
No caso de ser levado adiante o lançamento de um livro nessas directrizes, o prezado professor poderá usar, ou apresentar no contexto do volume, qualquer trecho ou a total correspondência que lhe tenho enviado sobre o assunto, pois isso poderá clarear a atitude que tomei.
CONVICÇÃO DOUTRINARIA
(IRMÃO SAULO)
Nesta antevéspera de mais um aniversário do Livro dos Espíritos, que transcorrerá no próximo domingo, é necessário lembrarmos a importância de constante vigilância na preservação e defesa das obras fundamentais da Doutrina.
E isso só pode haver se os espíritas estiverem convictos do valor e da significação espiritual e cultural dessas obras.
Infelizmente não foi o que se viu no recente episódio de adulteração de O Evangelho Segundo o Espiritismo, com a venda total da edição ao público desprevenido e a sustentação pública da adulteração pela própria Federação Espírita do Estado.
O que então se viu foi uma demonstração alarmante de falta de convicção doutrinária de parte dos responsáveis pela tradicional instituição.
Essa falta de convicção e de zelo pela Doutrina é o resultado de muitos anos de infiltração de princípios estranhos nos próprios cursos de Espiritismo dados pela Federação e por numerosas entidades a ela filiadas.
O ensino deturpado só poderia levar o meio espírita à desfiguração dos textos de Kardec.
No plano cultural, a adulteração é um crime que só pode ser desculpado pela ignorância.
No plano espiritual é a profanação da verdade revelada.
E em ambos os planos, mas particularmente no moral, a adulteração é um acto de traição.
Mas todas essas qualificações se reduzem apenas a uma a ignorância quando o procedimento revela, em sua própria forma e nas tentativas de sua justificação, o mais lamentável desconhecimento do próprio sentido dos trechos adulterados.
Chico Xavier, que tentaram envolver nesse processo lamentável, tomou posição clara e definida em defesa da inviolabilidade dos textos de Kardec.
Mas como persistiram os realizadores da façanha em apontá-lo como envolvido, o famoso e querido médium solicitou a publicação de um livro-documentário, a fim de que não se possa, no presente e no futuro, continuar a citá-lo como implicado na questão.
Houve também os que reconheceram o erro cometido e se opuseram ao prosseguimento do plano adulterador, que pretendia desfigurar toda a Codificação do Espiritismo, segundo documentos oficialmente divulgados.
A atitude de Chico Xavier e desses poucos (pouquíssimos) que tiveram a coragem de penitenciar-se, contrasta com a falta de convicção da maioria dos chamados lideres espíritas que se omitiram e calaram diante do aviltamento de sua própria doutrina.
O sintoma evidente de insensibilidade decepcionou todos os espíritas sinceros.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
Continua...
E mais grave se torna quando sabemos que a Doutrina Espírita não foi elaborada por Kardec, mas pelos Espíritos Superiores, sob a orientação constante do Espírito da Verdade (nome derivado dos textos evangélicos) e sob a égide do próprio Cristo, segundo a sua promessa registada pelos evangelistas, particularmente no Evangelho de João.
O remédio contra esse estado mórbido depende de medidas que não foram tomadas:
o afastamento dos responsáveis pela adulteração dos cargos directivos da instituição;
a reformulação imediata dos cursos de doutrina e de médiuns, com exclusão dos livros, folhetos e apostilas adulterantes;
o retorno imediato aos livros básicos de Kardec como únicas fontes legítimas de ensino espírita;
o reconhecimento da posição subsidiária das obras de André Luiz, hoje super postas às de Kardec;
a condenação e exclusão total das obras de mistificação ou de mistura indébita de doutrinas estranhas.
Enquanto isso não for feito, as raízes amargas da adulteração continuarão a fermentar no meio espírita e a alimentar a vaidade de pretensos instrutores e mestres.
Temos de escolher entre ser espíritas ou ser mistificadores da doutrina.
NA HORA DO TESTEMUNHO
Este é um livro diferente na bibliografia espírita.
O testemunho de uma hora amarga, precisamente da hora em que os espíritas brasileiros, muito confiantes na solidez do seu movimento doutrinário, foram chamados a dar testemunho de sua convicção espírita.
O desafio não partiu de nenhuma pressão externa, mas do próprio meio espírita.
Acostumados a encarar o Espiritismo, no seu aspecto religioso, como o Cristianismo Redivivo, renascido em espírito e verdade, depurado das infiltrações pagãs e judaicas, viram-se de súbito ameaçados de deformações internas, promovidas nos próprios textos fundamentais da Doutrina pela Federação Espírita do Estado de São Paulo, até então considerada coma a principal guardiã da pureza doutrinaria em todo o Brasil.
E o que mais assustava era que os elementos incumbidos da renovação dos textos diziam-se autorizados pelo médium Francisco Cândido Xavier, exemplo de fidelidade e dedicação à Doutrina.
O desafio colhera de surpresa a todos, com o lançamento abrupto de uma edição adulterada de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.
A Federação autorizara o seu Departamento do Livro a realizar a façanha.
E o departamento tomara as devidas cautelas realizando seus trabalhos entre quatro paredes.
Essa técnica anti-espírita desnorteara a todas.
O livro surgia de um golpe, como um facto consumado, numa edição de trinta mil exemplares, em parte já vendida antecipadamente a vários Centros e Grupos Espíritas.
Continua...
E mais grave se torna quando sabemos que a Doutrina Espírita não foi elaborada por Kardec, mas pelos Espíritos Superiores, sob a orientação constante do Espírito da Verdade (nome derivado dos textos evangélicos) e sob a égide do próprio Cristo, segundo a sua promessa registada pelos evangelistas, particularmente no Evangelho de João.
O remédio contra esse estado mórbido depende de medidas que não foram tomadas:
o afastamento dos responsáveis pela adulteração dos cargos directivos da instituição;
a reformulação imediata dos cursos de doutrina e de médiuns, com exclusão dos livros, folhetos e apostilas adulterantes;
o retorno imediato aos livros básicos de Kardec como únicas fontes legítimas de ensino espírita;
o reconhecimento da posição subsidiária das obras de André Luiz, hoje super postas às de Kardec;
a condenação e exclusão total das obras de mistificação ou de mistura indébita de doutrinas estranhas.
Enquanto isso não for feito, as raízes amargas da adulteração continuarão a fermentar no meio espírita e a alimentar a vaidade de pretensos instrutores e mestres.
Temos de escolher entre ser espíritas ou ser mistificadores da doutrina.
NA HORA DO TESTEMUNHO
Este é um livro diferente na bibliografia espírita.
O testemunho de uma hora amarga, precisamente da hora em que os espíritas brasileiros, muito confiantes na solidez do seu movimento doutrinário, foram chamados a dar testemunho de sua convicção espírita.
O desafio não partiu de nenhuma pressão externa, mas do próprio meio espírita.
Acostumados a encarar o Espiritismo, no seu aspecto religioso, como o Cristianismo Redivivo, renascido em espírito e verdade, depurado das infiltrações pagãs e judaicas, viram-se de súbito ameaçados de deformações internas, promovidas nos próprios textos fundamentais da Doutrina pela Federação Espírita do Estado de São Paulo, até então considerada coma a principal guardiã da pureza doutrinaria em todo o Brasil.
E o que mais assustava era que os elementos incumbidos da renovação dos textos diziam-se autorizados pelo médium Francisco Cândido Xavier, exemplo de fidelidade e dedicação à Doutrina.
O desafio colhera de surpresa a todos, com o lançamento abrupto de uma edição adulterada de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.
A Federação autorizara o seu Departamento do Livro a realizar a façanha.
E o departamento tomara as devidas cautelas realizando seus trabalhos entre quatro paredes.
Essa técnica anti-espírita desnorteara a todas.
O livro surgia de um golpe, como um facto consumado, numa edição de trinta mil exemplares, em parte já vendida antecipadamente a vários Centros e Grupos Espíritas.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Os cursos doutrinários ministrados pela Federação e outras instituições são orientados por obras escritas par pessoas que pretendem superar Kardec e misturam ideias pessoais de elementos de variadas correntes espiritualistas.
O beatismo elemento residual de nossa formação religiosa nacional, não é combatido mas estimulado por esses cursos sincréticos.
A incompreensão da natureza especificamente científica e cultural do Espiritismo é alarmante.
O religiosismo popular, o interesse pelo sobrenatural, o apelo à emoção ao invés do estímulo à razão nas palestras e pregações asfixiam os elementos culturais no meio espírita.
A pretensão a mestres e orientadores estufa a vaidade daqueles que pretendem assumir posições de liderança.
A vaidade dos líderes afasta-os do estudo sério e humilde da Doutrina.
Verificou-se que a adulteração resultou principalmente da falta de compreensão do conceito do bem e do mal no Espiritismo, onde esses conceitos são definidos de maneira clara e precisa.
A adulteração, propondo-se a "actualizar a linguagem doutrinária", girou em torno de expressões evangélicas e kardecianas não compreendidas, e que foram substituídas por expressões ambíguas.
Como o Espiritismo considera o homem essencialmente bom, os reformadores ingénuos resolveram suprimir dos textos qualquer expressão considerada "maldosa".
Por exemplo: a expressão evangélica "Amai aos vossos inimigos", carregada de grande poder expressivo e grande força de comunicação, foi substituída por "Amai aos que não vos amam", que é tola e vazia.
A expressão "espíritos maus" foi substituída pela expressão "espíritos menos bons", que além de sua flagrante irrealidade anula o conceito de "mau", com chocante desactualização e flagrante contradição a princípios doutrinários básicos.
Além dessas tolices, que comprometem o rigor e o equilíbrio do texto kardeciano, tornando-o alheio à realidade existencial evidente (mormente nesta hora de atrocidades sem limites que estamos vivendo) houve a aplicação ao texto de termos científicos inadequados.
Os adulteradores mostraram-se ignorantes do princípio doutrinário da bondade inata do homem como potência (bondade a se desenvolver no processo evolutivo, potência do bem a se transformar em ato através das experiências.)
A adulteração foi uma triste demonstração de ignorância e de beatismo religioso tipicamente anti-cultural.
Esse primarismo entretanto, abria um precedente perigoso e tinha de ser repelido por todos os espíritos convictos.
Nesse passo iríamos à desfiguração total do Espiritismo, repetindo todo o processo histórico de deformação do Cristianismo, transformado, por ignorância e conveniências imediatistas, num tipo de paganismo idólatra e obscurantista.
A importância deste livro está na reacção cultural a essas agressões primárias à doutrina, com a reafirmação da virilidade cultural do Espiritismo, da limpidez racional dos seus textos, da sua posição de balizador da futuro espiritual do homem, posição essa perfeitamente confirmada pelo avanço científico e cultural do nossa tempo, no esquema preciso apresentado pela Doutrina há mais de um século.
Por outro lado, este livro mostra a necessidade imperiosa de se recolocar o problema espírita em seus verdadeiros termos, sob pena de agirmos no campo doutrinário como simples macaco em loja de louças.
Continua...
Os cursos doutrinários ministrados pela Federação e outras instituições são orientados por obras escritas par pessoas que pretendem superar Kardec e misturam ideias pessoais de elementos de variadas correntes espiritualistas.
O beatismo elemento residual de nossa formação religiosa nacional, não é combatido mas estimulado por esses cursos sincréticos.
A incompreensão da natureza especificamente científica e cultural do Espiritismo é alarmante.
O religiosismo popular, o interesse pelo sobrenatural, o apelo à emoção ao invés do estímulo à razão nas palestras e pregações asfixiam os elementos culturais no meio espírita.
A pretensão a mestres e orientadores estufa a vaidade daqueles que pretendem assumir posições de liderança.
A vaidade dos líderes afasta-os do estudo sério e humilde da Doutrina.
Verificou-se que a adulteração resultou principalmente da falta de compreensão do conceito do bem e do mal no Espiritismo, onde esses conceitos são definidos de maneira clara e precisa.
A adulteração, propondo-se a "actualizar a linguagem doutrinária", girou em torno de expressões evangélicas e kardecianas não compreendidas, e que foram substituídas por expressões ambíguas.
Como o Espiritismo considera o homem essencialmente bom, os reformadores ingénuos resolveram suprimir dos textos qualquer expressão considerada "maldosa".
Por exemplo: a expressão evangélica "Amai aos vossos inimigos", carregada de grande poder expressivo e grande força de comunicação, foi substituída por "Amai aos que não vos amam", que é tola e vazia.
A expressão "espíritos maus" foi substituída pela expressão "espíritos menos bons", que além de sua flagrante irrealidade anula o conceito de "mau", com chocante desactualização e flagrante contradição a princípios doutrinários básicos.
Além dessas tolices, que comprometem o rigor e o equilíbrio do texto kardeciano, tornando-o alheio à realidade existencial evidente (mormente nesta hora de atrocidades sem limites que estamos vivendo) houve a aplicação ao texto de termos científicos inadequados.
Os adulteradores mostraram-se ignorantes do princípio doutrinário da bondade inata do homem como potência (bondade a se desenvolver no processo evolutivo, potência do bem a se transformar em ato através das experiências.)
A adulteração foi uma triste demonstração de ignorância e de beatismo religioso tipicamente anti-cultural.
Esse primarismo entretanto, abria um precedente perigoso e tinha de ser repelido por todos os espíritos convictos.
Nesse passo iríamos à desfiguração total do Espiritismo, repetindo todo o processo histórico de deformação do Cristianismo, transformado, por ignorância e conveniências imediatistas, num tipo de paganismo idólatra e obscurantista.
A importância deste livro está na reacção cultural a essas agressões primárias à doutrina, com a reafirmação da virilidade cultural do Espiritismo, da limpidez racional dos seus textos, da sua posição de balizador da futuro espiritual do homem, posição essa perfeitamente confirmada pelo avanço científico e cultural do nossa tempo, no esquema preciso apresentado pela Doutrina há mais de um século.
Por outro lado, este livro mostra a necessidade imperiosa de se recolocar o problema espírita em seus verdadeiros termos, sob pena de agirmos no campo doutrinário como simples macaco em loja de louças.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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ANTES DO CANTAR DO GALO
(J. HERCULANO PIRES)
Ser fiel à Verdade, saber respeitá-la e fazer-se humilde perante ela são as três pedras de tropeço do homem na Terra.
Podemos conhecer a Verdade e proclamá-la, procurar vivê-la e comunicá-la aos outros, mas ter a coragem de sustentá-la nos momentos de crise é quase um privilégio no mundo das vaidades e mentiras terrenas.
Por isso os grandes Mestres têm sempre de provar a taça de fel do abandono, como Jesus no Horto, enfrentando sozinho a vigília da traição, ou no Calvário, suportando no abandono a crucificação.
Quase dois milénios passados, um dos mais lúcidos discípulos do Mestre, no dizer de Emmanuel, suportaria em Paris a solidão dos que amam a Verdade e a ela se consagram.
A vida de Allan Kardec é o espectáculo da solidão do homem que toca a fímbria da Verdade e tem de suportar sozinho as consequências da sua audácia.
Quando a estudamos espanta-nos a terrível solidão em que viveu e lutou, compreendendo só ele, inteiramente só, a grandeza da obra que realizava.
Teve dezenas de companheiros, centenas de colaboradores, milhares de adeptos.
Mas só ele compreendia a Doutrina que anunciava ao mundo.
A beira da sua tumba, no discurso de exaltação que lhe fazia, Camille Flamarion, discípulo dos mais ardorosos, acusou-o de ter feito "obra um tanto pessoal", revelando não haver compreendido o seu sacrifício e a significação da sua obra.
Após a sua morte, os que deviam dar continuidade ao seu trabalho se entregaram a disputas bizantinas em torno de questões acessórias.
E logo mais surgiram os críticos dos seus ensinos, procurando adaptá-los às conveniências circunstanciais.
Em 1925, quando se reuniu em Paris o Congresso Espiritualista Internacional, o próprio Kardec, através de comunicações mediúnicas, teve de forçar Léon Denis, já velho e cego, a sair de Tours, na província, para defender o Espiritismo dos enxertos que lhe pretendiam fazer os representantes de várias tendências, com a aceitação ingénua de ilustres mas desprevenidos militantes espíritas.
Todos eles professavam inabalável fidelidade à Doutrina, mas concordavam com a tese de que esta devia avançar dos limites kardecianos.
Denis foi o baluarte da resistência e venceu a batalha, mas sozinho, também ele solitário.
Transcorridas 75 anos, teríamos de assistir em São Paulo, a praça forte da Verdade Espírita no Brasil e no Mundo, a uma nova e espantosa demonstração da solidão de Kardec.
Adeptos da Doutrina, que através de muitos anos pareciam-lhe extremamente fiéis, repetiram o episódio evangélico das três negações de Pedro, enquanto a obra de Kardec — o Evangelho Ressuscitado em espírito e verdade - era crucificado no calvário da incompreensão humana.
Antes do cantar do galo, no intermúndio frio e nevoento da madrugada, entre a noite agonizante e o dia que lutava para nascer, os discípulos que se diziam fiéis até à morte negaram e sustentaram a sua negação, ao som metálico das moedas de Judas.
Se não fosse a reacção de um pequeno grupo, também solitário e sem forças, pouco a pouco apoiado por outros, a obra de Kardec estaria hoje inteiramente deformada em traduções oficiais da Federação Espírita do Estado de São Paulo.
Continua...
ANTES DO CANTAR DO GALO
(J. HERCULANO PIRES)
Ser fiel à Verdade, saber respeitá-la e fazer-se humilde perante ela são as três pedras de tropeço do homem na Terra.
Podemos conhecer a Verdade e proclamá-la, procurar vivê-la e comunicá-la aos outros, mas ter a coragem de sustentá-la nos momentos de crise é quase um privilégio no mundo das vaidades e mentiras terrenas.
Por isso os grandes Mestres têm sempre de provar a taça de fel do abandono, como Jesus no Horto, enfrentando sozinho a vigília da traição, ou no Calvário, suportando no abandono a crucificação.
Quase dois milénios passados, um dos mais lúcidos discípulos do Mestre, no dizer de Emmanuel, suportaria em Paris a solidão dos que amam a Verdade e a ela se consagram.
A vida de Allan Kardec é o espectáculo da solidão do homem que toca a fímbria da Verdade e tem de suportar sozinho as consequências da sua audácia.
Quando a estudamos espanta-nos a terrível solidão em que viveu e lutou, compreendendo só ele, inteiramente só, a grandeza da obra que realizava.
Teve dezenas de companheiros, centenas de colaboradores, milhares de adeptos.
Mas só ele compreendia a Doutrina que anunciava ao mundo.
A beira da sua tumba, no discurso de exaltação que lhe fazia, Camille Flamarion, discípulo dos mais ardorosos, acusou-o de ter feito "obra um tanto pessoal", revelando não haver compreendido o seu sacrifício e a significação da sua obra.
Após a sua morte, os que deviam dar continuidade ao seu trabalho se entregaram a disputas bizantinas em torno de questões acessórias.
E logo mais surgiram os críticos dos seus ensinos, procurando adaptá-los às conveniências circunstanciais.
Em 1925, quando se reuniu em Paris o Congresso Espiritualista Internacional, o próprio Kardec, através de comunicações mediúnicas, teve de forçar Léon Denis, já velho e cego, a sair de Tours, na província, para defender o Espiritismo dos enxertos que lhe pretendiam fazer os representantes de várias tendências, com a aceitação ingénua de ilustres mas desprevenidos militantes espíritas.
Todos eles professavam inabalável fidelidade à Doutrina, mas concordavam com a tese de que esta devia avançar dos limites kardecianos.
Denis foi o baluarte da resistência e venceu a batalha, mas sozinho, também ele solitário.
Transcorridas 75 anos, teríamos de assistir em São Paulo, a praça forte da Verdade Espírita no Brasil e no Mundo, a uma nova e espantosa demonstração da solidão de Kardec.
Adeptos da Doutrina, que através de muitos anos pareciam-lhe extremamente fiéis, repetiram o episódio evangélico das três negações de Pedro, enquanto a obra de Kardec — o Evangelho Ressuscitado em espírito e verdade - era crucificado no calvário da incompreensão humana.
Antes do cantar do galo, no intermúndio frio e nevoento da madrugada, entre a noite agonizante e o dia que lutava para nascer, os discípulos que se diziam fiéis até à morte negaram e sustentaram a sua negação, ao som metálico das moedas de Judas.
Se não fosse a reacção de um pequeno grupo, também solitário e sem forças, pouco a pouco apoiado por outros, a obra de Kardec estaria hoje inteiramente deformada em traduções oficiais da Federação Espírita do Estado de São Paulo.
Continua...
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
Continua...
Nada menos de 30 mil exemplares de O Evangelho Segundo o Espiritismo foram postos em circulação no meio espírita brasileiro, numa pseudo tradução em que se pretendia corrigir expressões da redacção original de Kardec, sem o menor respeito pela cultura e o rigor metodológico do Mestre.
Foram inúteis os apelos - em documentos pessoais, cheios de explicações minuciosas, dirigidos aos responsáveis pela instituição para que essa edição fraudulenta não fosse posta em circulação.
As moedas de Judas soaram mais alto.
A instituição preferiu a traição à Doutrina ao prejuízo monetário que teria de sofrer para manter-se fiel à Verdade.
E mais tarde, perante o Congresso Espírita Estadual, que felizmente condenou por unanimidade a adulteração, o presidente da referida instituição vangloriou-se de haver sido esgotada a edição.
E o responsável directo pela tradução, em carta dirigida à Mesa, acusou o médium Francisco Cândido Xavier de co-responsável pela adulteração, colocando-o mesmo na posição de autor intelectual do processo.
Explica-se a rejeição do Congresso pela veemência da repercussão dos protestos contra a fraude, que já então ecoavam por todo o Brasil e até mesmo no Exterior.
Acusaram-nos de violência, de falta de tolerância e de espírito de fraternidade, de provocar um escândalo pernicioso ao bom nome do movimento espírita, mas esqueceram-se da indignação que sempre, em todos os tempos, os crimes contra a Verdade desencadearam no mundo.
Só os espíritos apáticos, indiferentes ou acomodatícios, podem conter o seu ímpeto ante crimes vandálicos dessa espécie.
Dóceis criaturas lembraram que podíamos, através de entendimentos prévios e cordiais, impedir a adulteração.
Não sabiam, por certo, que o crime havia sido planeado e praticado entre quatro paredes, de maneira que nós, os que o denunciamos, só pudemos fazê-lo quando ele já estava consumado, com a edição adulterada exposta à venda nas livrarias e grande parte já vendida antecipadamente.
Só nos restava a denúncia pública e veemente, no cumprimento do dever de advertir o público, livrando os ingénuos do engodo planeado.
Já decorreu mais de um ano dessa ocorrência desastrosa ainda não é possível avaliar-se o prejuízo causado no meio espírita pela circulação desses trinta mil volumes adulterados da obra básica da Religião Espírita, num país em que o Espiritismo tomou sobretudo uma feição religiosa.
O silêncio absoluto da maioria da imprensa espírita e particularmente dos chamados líderes espíritas, em todo o Brasil, provou de sobejo o desconhecimento generalizado da Doutrina Espírita pelos pseudo-corifeus do Espiritismo em nossa terra.
Cansamos de receber apelos de tolerância, de fraternidade, de caridade cristã, como se acaso fossemos os promotores do escândalo, os responsáveis pela situação desastrosa criada no meio doutrinário.
A falta de compreensão do valor, da significação, da importância cultural e histórica da obra de Kardec transparecia em todas essas solicitações angustiadas de candidatos à angelitude precoce.
Chegou o momento em que o médium Chico Xavier, apresentado pelos adulteradores como o Pedro arrependido, viu-se obrigado a romper o seu silêncio para declarar, alto e bom som, que não participara do conluio e estava decisivamente contra a deturpação dos textos básicos da Doutrina.
Essa atitude de Chico Xavier lavou as Estrebarias de Álgias, mas até hoje existem criaturas angélicas que não acreditam na sua posição decisiva.
Continua...
Nada menos de 30 mil exemplares de O Evangelho Segundo o Espiritismo foram postos em circulação no meio espírita brasileiro, numa pseudo tradução em que se pretendia corrigir expressões da redacção original de Kardec, sem o menor respeito pela cultura e o rigor metodológico do Mestre.
Foram inúteis os apelos - em documentos pessoais, cheios de explicações minuciosas, dirigidos aos responsáveis pela instituição para que essa edição fraudulenta não fosse posta em circulação.
As moedas de Judas soaram mais alto.
A instituição preferiu a traição à Doutrina ao prejuízo monetário que teria de sofrer para manter-se fiel à Verdade.
E mais tarde, perante o Congresso Espírita Estadual, que felizmente condenou por unanimidade a adulteração, o presidente da referida instituição vangloriou-se de haver sido esgotada a edição.
E o responsável directo pela tradução, em carta dirigida à Mesa, acusou o médium Francisco Cândido Xavier de co-responsável pela adulteração, colocando-o mesmo na posição de autor intelectual do processo.
Explica-se a rejeição do Congresso pela veemência da repercussão dos protestos contra a fraude, que já então ecoavam por todo o Brasil e até mesmo no Exterior.
Acusaram-nos de violência, de falta de tolerância e de espírito de fraternidade, de provocar um escândalo pernicioso ao bom nome do movimento espírita, mas esqueceram-se da indignação que sempre, em todos os tempos, os crimes contra a Verdade desencadearam no mundo.
Só os espíritos apáticos, indiferentes ou acomodatícios, podem conter o seu ímpeto ante crimes vandálicos dessa espécie.
Dóceis criaturas lembraram que podíamos, através de entendimentos prévios e cordiais, impedir a adulteração.
Não sabiam, por certo, que o crime havia sido planeado e praticado entre quatro paredes, de maneira que nós, os que o denunciamos, só pudemos fazê-lo quando ele já estava consumado, com a edição adulterada exposta à venda nas livrarias e grande parte já vendida antecipadamente.
Só nos restava a denúncia pública e veemente, no cumprimento do dever de advertir o público, livrando os ingénuos do engodo planeado.
Já decorreu mais de um ano dessa ocorrência desastrosa ainda não é possível avaliar-se o prejuízo causado no meio espírita pela circulação desses trinta mil volumes adulterados da obra básica da Religião Espírita, num país em que o Espiritismo tomou sobretudo uma feição religiosa.
O silêncio absoluto da maioria da imprensa espírita e particularmente dos chamados líderes espíritas, em todo o Brasil, provou de sobejo o desconhecimento generalizado da Doutrina Espírita pelos pseudo-corifeus do Espiritismo em nossa terra.
Cansamos de receber apelos de tolerância, de fraternidade, de caridade cristã, como se acaso fossemos os promotores do escândalo, os responsáveis pela situação desastrosa criada no meio doutrinário.
A falta de compreensão do valor, da significação, da importância cultural e histórica da obra de Kardec transparecia em todas essas solicitações angustiadas de candidatos à angelitude precoce.
Chegou o momento em que o médium Chico Xavier, apresentado pelos adulteradores como o Pedro arrependido, viu-se obrigado a romper o seu silêncio para declarar, alto e bom som, que não participara do conluio e estava decisivamente contra a deturpação dos textos básicos da Doutrina.
Essa atitude de Chico Xavier lavou as Estrebarias de Álgias, mas até hoje existem criaturas angélicas que não acreditam na sua posição decisiva.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Daí a iniciativa dele, dele mesmo, Chico Xavier, como se constata de maneira inegável neste volume, de solicitar-nos a publicação de um livro em que os factos ficassem bem definidos.
O livro aqui está, como salvaguarda do futuro, segundo Chico deseja.
Os leitores verão que a posição do médium contrasta com a nossa.
Chico se pronuncia como intérprete dos Espíritos.
Nós falamos por nós, coma criaturas humanas indignadas ante a falta de respeito pela obra de Kardec, ante o atrevimento inconcebível dos que aceitaram os alvitres das trevas para corrigir de maneira bastarda os textos puros do Mestre.
Não podemos admitir candidamente que os dirigentes de uma instituição até então respeitável, não obstante os seus deslizes doutrinários, tenham sido os promotores desse atentado à Doutrina.
O dever impostergável de todos eles, consignado nos próprios estatutos da entidade, é o de propagar a Doutrina em sua pureza e defende-la.
Não sabemos o que ainda fazem, depois dessa queda injustificável, no desempenho dos cargos em que permanecem impassíveis, como se nada tivesse acontecido.
Chico Xavier não diria isso, porque os Espíritos não interferem nas questões de nossa responsabilidade humana, e Chico é um instrumento deles na Terra.
Mas nós dizemos, não podemos calar, temos o dever de zelar pela dignidade do movimento doutrinário.
Se não mantivermos a ética espírita acima da ética mundana, mas, pelo contrário, a colocarmos abaixo, a pretexto de que no Espiritismo o princípio de fraternidade cobre todos os aleijões, estaremos reduzindo a Doutrina à condição amoral de uma cobertura para a irresponsabilidade.
Os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade do Espiritismo resultam, como Kardec acentuou, no senso da responsabilidade individual e de grupo, ambos intransferíveis.
Aqueles que falharam nos deveres de que foram investidos, a ponto de conspurcarem as obras fundamentais, os alicerces conceptuais da ética espírita, só têm um caminho a seguir: a renúncia aos seus cargos, para que outros mais capazes possam refazer os erros por eles praticados.
E, se não entenderem o seu dever nesse sentido, devem ser advertidos pela corporação, sob pena da desmoralização desta.
QUESTÃO DE ÉTICA
Sem a observância activa e vigilante dos princípios éticos que o informam, nenhum movimento cultural pode subsistir, pois estará minado em suas bases pela irresponsabilidade dos adeptos.
O que se evidenciou, no caso da adulteração, desta vez de maneira ameaçadora e até mesmo arrasadora, foi o estado de alienação em que caiu a comunidade espírita no tocante às suas responsabilidades doutrinárias.
Este não é um problema superficial, que possamos simplesmente ignorar.
É um problema da mais alta gravidade para todas as organizações humanas.
O que a ética espírita nos ensina é que não devemos confundir o erro com quem o cometeu.
Esse é um princípio superior de ética.
Perdoamos o autor ou autores do erro, mas não podemos tolerar o erro. Este tem de ser corrigido.
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Daí a iniciativa dele, dele mesmo, Chico Xavier, como se constata de maneira inegável neste volume, de solicitar-nos a publicação de um livro em que os factos ficassem bem definidos.
O livro aqui está, como salvaguarda do futuro, segundo Chico deseja.
Os leitores verão que a posição do médium contrasta com a nossa.
Chico se pronuncia como intérprete dos Espíritos.
Nós falamos por nós, coma criaturas humanas indignadas ante a falta de respeito pela obra de Kardec, ante o atrevimento inconcebível dos que aceitaram os alvitres das trevas para corrigir de maneira bastarda os textos puros do Mestre.
Não podemos admitir candidamente que os dirigentes de uma instituição até então respeitável, não obstante os seus deslizes doutrinários, tenham sido os promotores desse atentado à Doutrina.
O dever impostergável de todos eles, consignado nos próprios estatutos da entidade, é o de propagar a Doutrina em sua pureza e defende-la.
Não sabemos o que ainda fazem, depois dessa queda injustificável, no desempenho dos cargos em que permanecem impassíveis, como se nada tivesse acontecido.
Chico Xavier não diria isso, porque os Espíritos não interferem nas questões de nossa responsabilidade humana, e Chico é um instrumento deles na Terra.
Mas nós dizemos, não podemos calar, temos o dever de zelar pela dignidade do movimento doutrinário.
Se não mantivermos a ética espírita acima da ética mundana, mas, pelo contrário, a colocarmos abaixo, a pretexto de que no Espiritismo o princípio de fraternidade cobre todos os aleijões, estaremos reduzindo a Doutrina à condição amoral de uma cobertura para a irresponsabilidade.
Os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade do Espiritismo resultam, como Kardec acentuou, no senso da responsabilidade individual e de grupo, ambos intransferíveis.
Aqueles que falharam nos deveres de que foram investidos, a ponto de conspurcarem as obras fundamentais, os alicerces conceptuais da ética espírita, só têm um caminho a seguir: a renúncia aos seus cargos, para que outros mais capazes possam refazer os erros por eles praticados.
E, se não entenderem o seu dever nesse sentido, devem ser advertidos pela corporação, sob pena da desmoralização desta.
QUESTÃO DE ÉTICA
Sem a observância activa e vigilante dos princípios éticos que o informam, nenhum movimento cultural pode subsistir, pois estará minado em suas bases pela irresponsabilidade dos adeptos.
O que se evidenciou, no caso da adulteração, desta vez de maneira ameaçadora e até mesmo arrasadora, foi o estado de alienação em que caiu a comunidade espírita no tocante às suas responsabilidades doutrinárias.
Este não é um problema superficial, que possamos simplesmente ignorar.
É um problema da mais alta gravidade para todas as organizações humanas.
O que a ética espírita nos ensina é que não devemos confundir o erro com quem o cometeu.
Esse é um princípio superior de ética.
Perdoamos o autor ou autores do erro, mas não podemos tolerar o erro. Este tem de ser corrigido.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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E os autores que não revelaram sensibilidade suficiente para se penitenciarem devem ser corrigidos, sob pena de estimularmos o erro e criarmos no meio doutrinário um clima de indignidade geral.
Chico Xavier deu-nos uma prova eloquente desse procedimento.
Envolvido indebitamente no caso da adulteração, por haver sugerido uma modificação em tradução que lhe parecia embaraçosa, sentiu-se responsável pelo crime e assumiu de pronto a sua responsabilidade total.
Logo mais passado o estado emocional que o confundira, ao tomar consciência da distância que havia entre a sua sugestão e a intenção dos adulteradores, voltou a público para condenar a desfiguração dos textos kardecianos e rectificar a sua posição.
Jamais ele podia ter pensado em admitir a adulteração, pois com isso negaria todo o seu passado de cerca de meio século de fidelidade e respeito absoluto a Kardec.
O exemplo da desfiguração do Cristianismo é suficiente para nos mostrar os perigos a que fomos expostos.
Essa desfiguração foi tão profunda que levou as igrejas a transformarem Jesus em mito e promoverem perseguições e matanças vandálicas em nome do Mestre e de Deus.
Não basta esse terrível exemplo histórico, essa catástrofe moral que redundou na expansão do ateísmo e do materialismo na Terra, para advertir os espíritas, que se colocam sob a égide do Espírito da Verdade, quanto ao perigo da frouxidão moral no campo doutrinário?
Queremos, por comodismo e em nome de interesses imediatistas, deixar que a irresponsabilidade deturpe também o Cristianismo Redivivo que o Espiritismo nos traz, mergulhando novamente a Terra em milénios de trevas?
Se não lutarmos pela intangibilidade e a pureza da Doutrina, o que é que desejamos divulgar, oferecer, ensinar aos outros, pessoalmente e através de nossas instituições?
As nossas ideias imprecisas e muitas vezes absurdas, as nossas pretensões orgulhosas, a pseudo-sabedoria da nossa vaidade, as nossas lamentáveis deficiências em todos os sentidos?
VAIDADE DAS VAIDADES
Os pretensos reformadores de Kardec nem sequer conhecem a sua obra, não penetraram ainda no conhecimento da harmoniosa estrutura da Doutrina e com isso não revelam a mínima condição cultural, intelectual e espiritual para suas tentativas de superação doutrinária.
Só as criaturas simples, ingénuas, ignorantes ou fascinadas pela sua própria vaidade, pela obtusidade da sua auto-suficiência, aceitam e propagam as falsas teorias elaboradas por esses adoradores de si mesmos, incapazes de um mínimo de auto-crítica.
Eles enxameiam no mundo e fazem apóstolos da mentira e da ilusão por toda parte, pois a vaidade humana se alimenta sempre da pretensão descabida de superioridade, num planeta de provas e expiações em que somos criaturas inferiores, extremamente necessitadas dos ensinos que rejeitamos.
E preciso que pelo menos esse proveito nos sobre do episódio da adulteração, em que tantas almas felinas tiraram a pele de ovelha para revelar a sua verdadeira condição.
É preciso aprendermos a respeitar a Doutrina Espírita como a dádiva celeste que Jesus nos prometeu e nos enviou na hora precisa, no momento em que o nosso pobre mundo se preparava para um avanço decisivo na superação das suas condições de indigente do Cosmos.
Continua...
E os autores que não revelaram sensibilidade suficiente para se penitenciarem devem ser corrigidos, sob pena de estimularmos o erro e criarmos no meio doutrinário um clima de indignidade geral.
Chico Xavier deu-nos uma prova eloquente desse procedimento.
Envolvido indebitamente no caso da adulteração, por haver sugerido uma modificação em tradução que lhe parecia embaraçosa, sentiu-se responsável pelo crime e assumiu de pronto a sua responsabilidade total.
Logo mais passado o estado emocional que o confundira, ao tomar consciência da distância que havia entre a sua sugestão e a intenção dos adulteradores, voltou a público para condenar a desfiguração dos textos kardecianos e rectificar a sua posição.
Jamais ele podia ter pensado em admitir a adulteração, pois com isso negaria todo o seu passado de cerca de meio século de fidelidade e respeito absoluto a Kardec.
O exemplo da desfiguração do Cristianismo é suficiente para nos mostrar os perigos a que fomos expostos.
Essa desfiguração foi tão profunda que levou as igrejas a transformarem Jesus em mito e promoverem perseguições e matanças vandálicas em nome do Mestre e de Deus.
Não basta esse terrível exemplo histórico, essa catástrofe moral que redundou na expansão do ateísmo e do materialismo na Terra, para advertir os espíritas, que se colocam sob a égide do Espírito da Verdade, quanto ao perigo da frouxidão moral no campo doutrinário?
Queremos, por comodismo e em nome de interesses imediatistas, deixar que a irresponsabilidade deturpe também o Cristianismo Redivivo que o Espiritismo nos traz, mergulhando novamente a Terra em milénios de trevas?
Se não lutarmos pela intangibilidade e a pureza da Doutrina, o que é que desejamos divulgar, oferecer, ensinar aos outros, pessoalmente e através de nossas instituições?
As nossas ideias imprecisas e muitas vezes absurdas, as nossas pretensões orgulhosas, a pseudo-sabedoria da nossa vaidade, as nossas lamentáveis deficiências em todos os sentidos?
VAIDADE DAS VAIDADES
Os pretensos reformadores de Kardec nem sequer conhecem a sua obra, não penetraram ainda no conhecimento da harmoniosa estrutura da Doutrina e com isso não revelam a mínima condição cultural, intelectual e espiritual para suas tentativas de superação doutrinária.
Só as criaturas simples, ingénuas, ignorantes ou fascinadas pela sua própria vaidade, pela obtusidade da sua auto-suficiência, aceitam e propagam as falsas teorias elaboradas por esses adoradores de si mesmos, incapazes de um mínimo de auto-crítica.
Eles enxameiam no mundo e fazem apóstolos da mentira e da ilusão por toda parte, pois a vaidade humana se alimenta sempre da pretensão descabida de superioridade, num planeta de provas e expiações em que somos criaturas inferiores, extremamente necessitadas dos ensinos que rejeitamos.
E preciso que pelo menos esse proveito nos sobre do episódio da adulteração, em que tantas almas felinas tiraram a pele de ovelha para revelar a sua verdadeira condição.
É preciso aprendermos a respeitar a Doutrina Espírita como a dádiva celeste que Jesus nos prometeu e nos enviou na hora precisa, no momento em que o nosso pobre mundo se preparava para um avanço decisivo na superação das suas condições de indigente do Cosmos.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
Continua...
Quem tem autoridade para corrigir Jesus, Kardec e o Espírito da Verdade entre nós?
Qual o missionário de sabedoria infusa que apareceu na Terra para nos provar que os ensinos do evangelho proclamados pelo Espiritismo devem ser substituídas por fábulas (como diz o Apóstolo Paulo) forjadas por este ou aquele indivíduo enfatuado e pretensioso?
O avanço das Ciências e da Cultura Geral em nosso século nada mais fizeram até agora do que confirmar, sem o saber, os princípios fundamentais da Doutrina Espírita.
Onde está o ponto em que a Doutrina foi ultrapassada pelas concepções contemporâneas?
Se tivéssemos hoje na Terra um missionário divino capaz de abrir novas perspectivas no campo doutrinário, a primeira coisa que ele faria, e que o legitimaria aos olhos das pessoas de bom senso, era empunhar de novo o chicote do Messias para expulsar os vendilhões do Templo.
Não podemos ser tão néscios ao ponto de relegarmos ao arquivo do passado essa Doutrina que antecipou toda a evolução actual do saber humano em nosso tempo, só porque alguns pretensiosos reclamam vaidosamente o direito de deformar a Doutrina em nome do progresso.
O progresso não é deformação, mas aprimoramento.
E onde está aquela teoria, aquela doutrina, aquela sabedoria que se sobrepõe à que o Espiritismo nos oferece?
Que o episódio negro da adulteração nos sirva para mostrar a que situações ridículas e insustentáveis podem levar-nos a falta de vigilância e humildade, de oração e estudo.
Precisamos de estudar Kardec intensamente, de assimilar os ensinos das obras básicas, de mergulhar nas páginas de ouro da "Revista Espírita", não apenas lendo-as, mas meditando-as, aprofundando-as, redescobrindo nelas todo o tesouro de experiências, exemplos, ensinos e moralidade que Kardec nos deixou.
Mas antes de mais nada precisamos de humildade para entrar no Templo da Verdade sem a fátua arrogância de pigmeus que se julgam gigantes.
Precisamos de respeito pelo trabalho de um homem que viveu na Terra atento à cultura humana, assenhoreando-se dela para depois se entregar à pesada missão de nos livrar da ignorância vaidosa e das trevas das falsas doutrinas de homens ignorantes e orgulhosos.
Ao estender as mãos para tocar num livro doutrinário devemos perguntar a nós mesmos qual é a nossa intenção, a nosso estado íntimo.
Porque, se não fizermos isso com respeito e humildade, poderemos cair na armadilha das adulterações, que está sempre aberta aos nossos pés inseguros.
E não tenhamos dúvidas de que a omissão, em assuntos de tão profunda gravidade, que se refere ao nosso próprio destino e ao destina do mundo, é crime de cumplicidade.
As pessoas, as instituições, as publicações que se omitiram na hora crucial da adulteração incidiram irremediavelmente na participação do crime, inscreveram seus nomes na lista dos omissos.
Quem assume responsabilidades de divulgação e orientação no campo doutrinário não pode esconder a cabeça na areia quando a tempestade ruge.
Essa imperdoável covardia é sempre assinalada com a marca indelével de Caim.
Em qualquer sector das actividades humanas a fidelidade a normas e princípios é dever indeclinável de todos.
Qual o estranho motivo que livraria os espíritas, integradas no mais alto sector dessas actividades, o da propagação e sustentação da Verdade, da pesada responsabilidade que falava Léon Denis?
Continua...
Quem tem autoridade para corrigir Jesus, Kardec e o Espírito da Verdade entre nós?
Qual o missionário de sabedoria infusa que apareceu na Terra para nos provar que os ensinos do evangelho proclamados pelo Espiritismo devem ser substituídas por fábulas (como diz o Apóstolo Paulo) forjadas por este ou aquele indivíduo enfatuado e pretensioso?
O avanço das Ciências e da Cultura Geral em nosso século nada mais fizeram até agora do que confirmar, sem o saber, os princípios fundamentais da Doutrina Espírita.
Onde está o ponto em que a Doutrina foi ultrapassada pelas concepções contemporâneas?
Se tivéssemos hoje na Terra um missionário divino capaz de abrir novas perspectivas no campo doutrinário, a primeira coisa que ele faria, e que o legitimaria aos olhos das pessoas de bom senso, era empunhar de novo o chicote do Messias para expulsar os vendilhões do Templo.
Não podemos ser tão néscios ao ponto de relegarmos ao arquivo do passado essa Doutrina que antecipou toda a evolução actual do saber humano em nosso tempo, só porque alguns pretensiosos reclamam vaidosamente o direito de deformar a Doutrina em nome do progresso.
O progresso não é deformação, mas aprimoramento.
E onde está aquela teoria, aquela doutrina, aquela sabedoria que se sobrepõe à que o Espiritismo nos oferece?
Que o episódio negro da adulteração nos sirva para mostrar a que situações ridículas e insustentáveis podem levar-nos a falta de vigilância e humildade, de oração e estudo.
Precisamos de estudar Kardec intensamente, de assimilar os ensinos das obras básicas, de mergulhar nas páginas de ouro da "Revista Espírita", não apenas lendo-as, mas meditando-as, aprofundando-as, redescobrindo nelas todo o tesouro de experiências, exemplos, ensinos e moralidade que Kardec nos deixou.
Mas antes de mais nada precisamos de humildade para entrar no Templo da Verdade sem a fátua arrogância de pigmeus que se julgam gigantes.
Precisamos de respeito pelo trabalho de um homem que viveu na Terra atento à cultura humana, assenhoreando-se dela para depois se entregar à pesada missão de nos livrar da ignorância vaidosa e das trevas das falsas doutrinas de homens ignorantes e orgulhosos.
Ao estender as mãos para tocar num livro doutrinário devemos perguntar a nós mesmos qual é a nossa intenção, a nosso estado íntimo.
Porque, se não fizermos isso com respeito e humildade, poderemos cair na armadilha das adulterações, que está sempre aberta aos nossos pés inseguros.
E não tenhamos dúvidas de que a omissão, em assuntos de tão profunda gravidade, que se refere ao nosso próprio destino e ao destina do mundo, é crime de cumplicidade.
As pessoas, as instituições, as publicações que se omitiram na hora crucial da adulteração incidiram irremediavelmente na participação do crime, inscreveram seus nomes na lista dos omissos.
Quem assume responsabilidades de divulgação e orientação no campo doutrinário não pode esconder a cabeça na areia quando a tempestade ruge.
Essa imperdoável covardia é sempre assinalada com a marca indelével de Caim.
Em qualquer sector das actividades humanas a fidelidade a normas e princípios é dever indeclinável de todos.
Qual o estranho motivo que livraria os espíritas, integradas no mais alto sector dessas actividades, o da propagação e sustentação da Verdade, da pesada responsabilidade que falava Léon Denis?
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Seriamos tolos e simplórios se pensasse-mos que no Espiritismo estamos de mãos livres, sem a obrigação explícita e o dever inalienável de respeitá-lo e defendê-lo?[/i]
Embora não tenhamos a intenção de ferir ninguém, sabemos que são duras estas explicações que não são nossas, mas do próprio Cristo, quando lembrou aos fariseus que o fato de saber a verdade os condenava, porque em seu lugar ensinavam e sustentavam a mentira.
Fomos acusado de intransigente.
Pode alguém transigir com o erro sem dele participar?
Fomos acusado de ortodoxa.
Mas ortodoxia quer dizer "doutrina certa" e a heterodoxia, largamente pregada em nosso meio em nome de uma falsa tolerância quer dizer "mistura de doutrinas, confusão de princípios, colcha de retalhos".
Mas nos julgamos puros nem santos e muito menos sábios. Todos nós, que nos reunimos para repelir a adulteração, só tivemos em vista a pureza, a santidade e a sabedoria da doutrina que professamos.
Somos apenas fiéis, conscientes de nossas responsabilidades doutrinárias e contrários a todas as formas de aviltamento do Espiritismo.
E isso porquê?
Porque a Doutrina Espírita é o Código do Futuro, elaborada para melhorar o homem e o mundo.
Não nasceu da cabeça de um homem, de uma corporação científica ou de uma escala filosófica, e muito menos de um colégio de teólogos, mas da realidade natural dos factos, dos fenómenos rejeitados pelos materialistas mas hoje aceitos e integrados por eles mesmos na realidade científica mais avançada.
Não se constitui de preceitos, normas, dogmas, axiomas, mas de princípios ou leis que se impuseram à pesquisa científica mais rigorosa, de laboratório e de campo.
Essas pesquisas não são apenas as de Kardec, mas as realizadas por cientistas eminentes nos meios universitários de todo o mundo, em geral iniciadas com o propósito de negar as conclusões de Kardec mas sempre confirmando-as.
Trata-se, pois, de um património cultural que se formou na sequência do desenvolvimento da cultura, bem enquadrada na História e na Teoria do Conhecimento.
Podemos mesmo dizer que as conclusões da Doutrina Espírita não são postulados, mas factos.
São os factos, sempre à disposição dos que pretenderem revisá-los, ou negá-los ou mesmo contraditá-los, que constituem a base do Espiritismo.
Diante de um património cultural assim sólido e até hoje inabalável em todas as suas dimensões, como podemos admitir que pessoas ou grupos inscientes se atrevam a alterar, modificar, corrigir pretensiosamente aquilo que não estão sequer à altura de bem compreender?
Essa a justificativa legítima da nossa indignação ante o atentado inqualificável da adulteração que se pretendia realizar, abrangendo toda a estrutura doutrinária.
Precisávamos não ter convicção, nem certeza do que admitimos, para aceitar de espinha curvada as pretensões alucinadas desta ou daquela instituição doutrinária.
Nem Jesus agiu com mansidão ante a petulância dos fariseus vaidosos.
Nem Paulo usou de tolerância conivente com os que, já no seu tempo, aviltavam o Cristianismo.
Continua...
Seriamos tolos e simplórios se pensasse-mos que no Espiritismo estamos de mãos livres, sem a obrigação explícita e o dever inalienável de respeitá-lo e defendê-lo?[/i]
Embora não tenhamos a intenção de ferir ninguém, sabemos que são duras estas explicações que não são nossas, mas do próprio Cristo, quando lembrou aos fariseus que o fato de saber a verdade os condenava, porque em seu lugar ensinavam e sustentavam a mentira.
Fomos acusado de intransigente.
Pode alguém transigir com o erro sem dele participar?
Fomos acusado de ortodoxa.
Mas ortodoxia quer dizer "doutrina certa" e a heterodoxia, largamente pregada em nosso meio em nome de uma falsa tolerância quer dizer "mistura de doutrinas, confusão de princípios, colcha de retalhos".
Mas nos julgamos puros nem santos e muito menos sábios. Todos nós, que nos reunimos para repelir a adulteração, só tivemos em vista a pureza, a santidade e a sabedoria da doutrina que professamos.
Somos apenas fiéis, conscientes de nossas responsabilidades doutrinárias e contrários a todas as formas de aviltamento do Espiritismo.
E isso porquê?
Porque a Doutrina Espírita é o Código do Futuro, elaborada para melhorar o homem e o mundo.
Não nasceu da cabeça de um homem, de uma corporação científica ou de uma escala filosófica, e muito menos de um colégio de teólogos, mas da realidade natural dos factos, dos fenómenos rejeitados pelos materialistas mas hoje aceitos e integrados por eles mesmos na realidade científica mais avançada.
Não se constitui de preceitos, normas, dogmas, axiomas, mas de princípios ou leis que se impuseram à pesquisa científica mais rigorosa, de laboratório e de campo.
Essas pesquisas não são apenas as de Kardec, mas as realizadas por cientistas eminentes nos meios universitários de todo o mundo, em geral iniciadas com o propósito de negar as conclusões de Kardec mas sempre confirmando-as.
Trata-se, pois, de um património cultural que se formou na sequência do desenvolvimento da cultura, bem enquadrada na História e na Teoria do Conhecimento.
Podemos mesmo dizer que as conclusões da Doutrina Espírita não são postulados, mas factos.
São os factos, sempre à disposição dos que pretenderem revisá-los, ou negá-los ou mesmo contraditá-los, que constituem a base do Espiritismo.
Diante de um património cultural assim sólido e até hoje inabalável em todas as suas dimensões, como podemos admitir que pessoas ou grupos inscientes se atrevam a alterar, modificar, corrigir pretensiosamente aquilo que não estão sequer à altura de bem compreender?
Essa a justificativa legítima da nossa indignação ante o atentado inqualificável da adulteração que se pretendia realizar, abrangendo toda a estrutura doutrinária.
Precisávamos não ter convicção, nem certeza do que admitimos, para aceitar de espinha curvada as pretensões alucinadas desta ou daquela instituição doutrinária.
Nem Jesus agiu com mansidão ante a petulância dos fariseus vaidosos.
Nem Paulo usou de tolerância conivente com os que, já no seu tempo, aviltavam o Cristianismo.
Continua...
Ave sem Ninho- Mensagens : 126629
Data de inscrição : 07/11/2010
Idade : 68
Localização : Porto - Portugal
Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
Continua...
Nem Kardec deixou de defender a Doutrina em nome de um falso conceito de fraternidade, e defende-la com firmeza e energia, empregando as palavras devidas.
As sensitivas que murcham ao ser tocadas não são flores do jardim espírita.
Porque o Espiritismo requer virilidade e franqueza dos seus adeptos, o sim, sim e não, não do Evangelho, para impor-se neste mundo de ambiguidades e comodismos.
Aqui está, pois, o livro que faltava em nossa bibliografia espírita sobre o caso da adulteração.
Não é um livro de ódio ou ressentimento, mas de lealdade e amor.
O amor não é capa de ilusões, não deve acossar o erro mas defender e sustentar a Verdade, custe o que custar, para o bem de todos, adversários e companheiros.
Amor e Verdade são as duas faces de Deus, que conformam o rosto divino aos olhos dos que sabem e podem encará-lo.
CHICO XAVIER PEDE UM LIVRO
CRÓNICAS DA HORA AMARGA
(J. HERCULANO PIRES)
Chico Xavier, que nos deu tantos livros, envia-nos de Uberaba um pedido angustioso.
Quer que publiquemos um livro sobre o caso da adulteração, autorizando-nos a transcrever nesse volume as mensagens psicográficas que recebeu e foram por nós publicadas, com os comentários habituais, na secção conjunta que mantemos no DIÁRIO DE S. PAULO.
Faz mais: manda-nos ele mesmo o recorte dessas publicações, que retirara de um volume a sair - em que os agraciados com os seus direitos autorais certamente não se sentiriam bem.
A piedade da médium revela-se de maneira espantosa nesse gesto.
Não nega os direitos à instituição, mas retira dos originais mediúnicos as peças incómodas e as envia às nossas mãos, que não se queimarão com elas.
As mensagens e crónicas que o leitor encontrará nesta parte do livro foram publicadas na fase de amargas decepções, em que nos víamos obrigados, por dever de ofício e de consciência, a lutar contra os desvios de antigos companheiros.
Mantendo no DIÁRIO DE SÃO PAULO, há mais de trinta anos, uma secção de crónicas espíritas, nos primeiros quinze anos de publicação diária e posteriormente semanais, não podíamos supor que um dia essa secção fosse utilizada de maneira tão amarga.
Não enfrentávamos os adversários habituais da Doutrina, que haviam transferido a sua acção demolidora às mãos de companheiros de uma instituição em que depositávamos confiança.
As mensagens vinham a propósito, embora disfarçadas no amor e na piedade dos espíritos comunicantes.
Cabia-nos a função de quebrar as nozes e revelar o amargor de seus frutos.
Chico Xavier se mantinha em silêncio, aturdido, como nos escreveria mais tarde, ante o que se passava, e até mesmo com a tentativa dos adulteradores, de envolvê-lo como autor intelectual da profanação iniciada, como parte de um extenso programa demolidor que atingiria toda a obra de Allan Kardec, do Espírito da Verdade e do próprio Cristo.
Continua...
Nem Kardec deixou de defender a Doutrina em nome de um falso conceito de fraternidade, e defende-la com firmeza e energia, empregando as palavras devidas.
As sensitivas que murcham ao ser tocadas não são flores do jardim espírita.
Porque o Espiritismo requer virilidade e franqueza dos seus adeptos, o sim, sim e não, não do Evangelho, para impor-se neste mundo de ambiguidades e comodismos.
Aqui está, pois, o livro que faltava em nossa bibliografia espírita sobre o caso da adulteração.
Não é um livro de ódio ou ressentimento, mas de lealdade e amor.
O amor não é capa de ilusões, não deve acossar o erro mas defender e sustentar a Verdade, custe o que custar, para o bem de todos, adversários e companheiros.
Amor e Verdade são as duas faces de Deus, que conformam o rosto divino aos olhos dos que sabem e podem encará-lo.
CHICO XAVIER PEDE UM LIVRO
CRÓNICAS DA HORA AMARGA
(J. HERCULANO PIRES)
Chico Xavier, que nos deu tantos livros, envia-nos de Uberaba um pedido angustioso.
Quer que publiquemos um livro sobre o caso da adulteração, autorizando-nos a transcrever nesse volume as mensagens psicográficas que recebeu e foram por nós publicadas, com os comentários habituais, na secção conjunta que mantemos no DIÁRIO DE S. PAULO.
Faz mais: manda-nos ele mesmo o recorte dessas publicações, que retirara de um volume a sair - em que os agraciados com os seus direitos autorais certamente não se sentiriam bem.
A piedade da médium revela-se de maneira espantosa nesse gesto.
Não nega os direitos à instituição, mas retira dos originais mediúnicos as peças incómodas e as envia às nossas mãos, que não se queimarão com elas.
As mensagens e crónicas que o leitor encontrará nesta parte do livro foram publicadas na fase de amargas decepções, em que nos víamos obrigados, por dever de ofício e de consciência, a lutar contra os desvios de antigos companheiros.
Mantendo no DIÁRIO DE SÃO PAULO, há mais de trinta anos, uma secção de crónicas espíritas, nos primeiros quinze anos de publicação diária e posteriormente semanais, não podíamos supor que um dia essa secção fosse utilizada de maneira tão amarga.
Não enfrentávamos os adversários habituais da Doutrina, que haviam transferido a sua acção demolidora às mãos de companheiros de uma instituição em que depositávamos confiança.
As mensagens vinham a propósito, embora disfarçadas no amor e na piedade dos espíritos comunicantes.
Cabia-nos a função de quebrar as nozes e revelar o amargor de seus frutos.
Chico Xavier se mantinha em silêncio, aturdido, como nos escreveria mais tarde, ante o que se passava, e até mesmo com a tentativa dos adulteradores, de envolvê-lo como autor intelectual da profanação iniciada, como parte de um extenso programa demolidor que atingiria toda a obra de Allan Kardec, do Espírito da Verdade e do próprio Cristo.
Continua...
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