DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Embora mal, com a imperícia de quem jamais se interessara pelo assunto, procurou justificar as suas afirmações, através da observação e da experimentação.
O artigo de Engels foi publicado pela primeira vez em 1898.
Devia ter sido escrito, segundo encontramos na edição brasileira da “Dialéctica”, em 1878.
Engels criticava também os trabalhos de Crookes, Aksakoff e Zöllner.
É uma crítica violenta e irreverente, em que ele chega a considerar o Espiritismo “a mais estéril de todas as superstições.”
Como se vê, a afirmação não era, dialéctica, mas empírica, inteiramente gratuita, e o longo roteiro das experiências espíritas e metapsíquicas aí está para desmenti-la.
Mas tinha a sua razão de ser.
Podemos dizer, com Hegel, que o Zeitgeist, o espírito da época, a justificava.
O que espanta, entretanto, é que ainda hoje, quase um século depois, o artigo de Engels seja a única pauta dos que, como o Prof. Silva Mello, desejam eliminar do mundo em que vivemos, por incómoda, a realidade dos fenómenos espíritas, sem seguir, sequer, o exemplo de Engels no tocante à experimentação própria.
O DESPREZO PELA DIALÉCTICA
Dizia Engels, no artigo: “...não se pode desprezar impunemente a Dialéctica.” E dizia bem.
Senão, vejamos: observados os factos com o máximo rigor científico, através de centenas de sessões, — obtendo, inclusive, na presença de Gabriel Delanne, a célebre e impressionante materialização de Bien-Boa, na casa do general Noel, na Argélia, — Charles Richet se convence da realidade dos fenómenos, escreve o [bi]“Traité de Métapsychique”, “A Grande Esperança”[/b] e o “Sexto Sentido”, mas só concorda com a sobrevivência depois que a poderosa dialéctica de Ernesto Bozzano lhe demonstra a obscuridade das teorias que atravancam a sua própria ciência
(expressões da carta de Richet a Bozzano, publicada no número de 30 de maio de 1936, da revista londrina “Psychic News”).
Cesare Lombroso, o grande criminologista e psiquiatra, autor de severas críticas ao Espiritismo, encontra-se, não apenas em uma, mas em várias sessões realizadas em Milão, Génova e Turim, com a materialização de sua própria mãe, graças à mediunidade de Eusápia Palladino, e proclama o facto com entusiasmo e emoção, na revista milanesa “Luce e Ombra”.
Mas o Prof. Silva Mello descobre, algumas dezenas de anos mais tarde, em nosso País, que a médium era simplesmente “uma embusteira”, e afirma:
“descobriu-se que ela defraudava de maneira sistemática e com a maestria de uma velha perita na questão”.
Lombroso, como se vê, não fora mais do que um beócio, deixando-se empolgar pela emoção mais estúpida que se possa imaginar, quando tomou um boneco ou um farsante pela ressurreição da sua própria mãe!
Que se admitisse a farsa numa comédia de Hollywood, vá lá, mas na vida de um homem como Lombroso é o que de mais grotesco se possa imaginar.
A frase de Engels se aplica também, como luva, ao caso do trio H.G. Wells, Julian Huxley e G.P. Wells.
Não cometeram eles, é verdade, a gafe de negar a realidade dos fenómenos.
Pelo contrário, como o Dr.. Troise, reconheceram, prudentemente, que os factos existem e não podem ser riscados da história ou apagados com a esponja da negação.
No volume “Science of Life”, da colecção “Man's mind and behaviour”, traduzidos e publicados entre nós com os títulos “A Nossa Vida Mental”, colecção “A Ciência da Vida”, reconhecem eles: “Não podemos absolutamente rejeitar a evidência de tais fenómenos”.
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Embora mal, com a imperícia de quem jamais se interessara pelo assunto, procurou justificar as suas afirmações, através da observação e da experimentação.
O artigo de Engels foi publicado pela primeira vez em 1898.
Devia ter sido escrito, segundo encontramos na edição brasileira da “Dialéctica”, em 1878.
Engels criticava também os trabalhos de Crookes, Aksakoff e Zöllner.
É uma crítica violenta e irreverente, em que ele chega a considerar o Espiritismo “a mais estéril de todas as superstições.”
Como se vê, a afirmação não era, dialéctica, mas empírica, inteiramente gratuita, e o longo roteiro das experiências espíritas e metapsíquicas aí está para desmenti-la.
Mas tinha a sua razão de ser.
Podemos dizer, com Hegel, que o Zeitgeist, o espírito da época, a justificava.
O que espanta, entretanto, é que ainda hoje, quase um século depois, o artigo de Engels seja a única pauta dos que, como o Prof. Silva Mello, desejam eliminar do mundo em que vivemos, por incómoda, a realidade dos fenómenos espíritas, sem seguir, sequer, o exemplo de Engels no tocante à experimentação própria.
O DESPREZO PELA DIALÉCTICA
Dizia Engels, no artigo: “...não se pode desprezar impunemente a Dialéctica.” E dizia bem.
Senão, vejamos: observados os factos com o máximo rigor científico, através de centenas de sessões, — obtendo, inclusive, na presença de Gabriel Delanne, a célebre e impressionante materialização de Bien-Boa, na casa do general Noel, na Argélia, — Charles Richet se convence da realidade dos fenómenos, escreve o [bi]“Traité de Métapsychique”, “A Grande Esperança”[/b] e o “Sexto Sentido”, mas só concorda com a sobrevivência depois que a poderosa dialéctica de Ernesto Bozzano lhe demonstra a obscuridade das teorias que atravancam a sua própria ciência
(expressões da carta de Richet a Bozzano, publicada no número de 30 de maio de 1936, da revista londrina “Psychic News”).
Cesare Lombroso, o grande criminologista e psiquiatra, autor de severas críticas ao Espiritismo, encontra-se, não apenas em uma, mas em várias sessões realizadas em Milão, Génova e Turim, com a materialização de sua própria mãe, graças à mediunidade de Eusápia Palladino, e proclama o facto com entusiasmo e emoção, na revista milanesa “Luce e Ombra”.
Mas o Prof. Silva Mello descobre, algumas dezenas de anos mais tarde, em nosso País, que a médium era simplesmente “uma embusteira”, e afirma:
“descobriu-se que ela defraudava de maneira sistemática e com a maestria de uma velha perita na questão”.
Lombroso, como se vê, não fora mais do que um beócio, deixando-se empolgar pela emoção mais estúpida que se possa imaginar, quando tomou um boneco ou um farsante pela ressurreição da sua própria mãe!
Que se admitisse a farsa numa comédia de Hollywood, vá lá, mas na vida de um homem como Lombroso é o que de mais grotesco se possa imaginar.
A frase de Engels se aplica também, como luva, ao caso do trio H.G. Wells, Julian Huxley e G.P. Wells.
Não cometeram eles, é verdade, a gafe de negar a realidade dos fenómenos.
Pelo contrário, como o Dr.. Troise, reconheceram, prudentemente, que os factos existem e não podem ser riscados da história ou apagados com a esponja da negação.
No volume “Science of Life”, da colecção “Man's mind and behaviour”, traduzidos e publicados entre nós com os títulos “A Nossa Vida Mental”, colecção “A Ciência da Vida”, reconhecem eles: “Não podemos absolutamente rejeitar a evidência de tais fenómenos”.
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E acrescentam, aliás com muita oportunidade, censurando os que os negam:
“Lembremo-nos, segundo Richet, de que grandes cientistas, como Bouillaud, declararam que o telefone era ventríloqua, e cientistas ainda maiores, como Lavoisier, afirmaram decisivamente que não poderiam cair pedras do céu, pela razão muito simples de que no céu não há pedras...”
Não obstante, — ah, o desprezo pela Dialéctica! — terminaram apelando, num desesperado esforço de rejeição à tese espírita, ao “realismo” da Idade Média, para explicar os factos:
“Quando filosofámos, — dizem eles, — nas horas de recolhimento e de silêncio, talvez essa filosofia não parta unicamente de nós, mas seja o próprio Homem, na plenitude de si mesmo, que se revele através dos nossos pensamentos”.
Entenderam os leitores?
Esse Homem com “H” maiúsculo é a verdadeira ressurreição da múmia filosófica da controvérsia entre “nominalistas” e “realistas”, arrancada à força, dos baús medievais, para enfrentar a realidade fenoménica do Espiritismo, em plena era atómica.
A SOBREVIVÊNCIA CONTRA A EVOLUÇÃO
Mas não fica nisso o desprezo dos autores pela Dialéctica.
Depois desse gigantesco retrocesso histórico, afirmam eles, como se dissessem uma novidade:
“a morte do indivíduo é um dos métodos da vida” (que dúvida!).
E continuam: “Cada indivíduo é uma experiência biológica.
Cada espécie progride pela selecção, rejeição ou multiplicação dos indivíduos.
Biologicamente, a vida deixaria de continuar para diante, se os indivíduos não tivessem um fim e não fossem substituídos por outros.
A ideia da imortalidade individual é absolutamente contrária à ideia da evolução contínua”.
E logo mais, numa dessas tiradas que se repetem de boca em boca e de livro em livro, enquanto alguém não pede, como Sócrates, a definição do seu verdadeiro sentido:
“São os moços, e não os velhos, os que desejam a imortalidade pessoal”.
É pena que não mencionem a fonte desse espantoso dado estatístico, pois gostaríamos de confrontá-lo com o número de Mocidades Espíritas, Católicas, Protestantes, Teosofistas, e dos muitos outros jovens espiritualistas não filiados a nenhuma seita, por que estranho motivo não deixam o terreno exclusivamente aos velhos, monopolizadores modernos da velha aspiração humana da sobrevivência.
Dizer, além disso, que a imortalidade individual é contrária à evolução contínua, é “fazer de conta” que essa imortalidade seja biológica.
Ora, absurdo dessa monta ninguém poderia aceitar.
Como, pois, interpretar-se a atitude desses homens habituados a lidar com as coisas do pensamento, a acompanhar e divulgar os conhecimentos científicos, senão pelo desprezo à Dialéctica?
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E acrescentam, aliás com muita oportunidade, censurando os que os negam:
“Lembremo-nos, segundo Richet, de que grandes cientistas, como Bouillaud, declararam que o telefone era ventríloqua, e cientistas ainda maiores, como Lavoisier, afirmaram decisivamente que não poderiam cair pedras do céu, pela razão muito simples de que no céu não há pedras...”
Não obstante, — ah, o desprezo pela Dialéctica! — terminaram apelando, num desesperado esforço de rejeição à tese espírita, ao “realismo” da Idade Média, para explicar os factos:
“Quando filosofámos, — dizem eles, — nas horas de recolhimento e de silêncio, talvez essa filosofia não parta unicamente de nós, mas seja o próprio Homem, na plenitude de si mesmo, que se revele através dos nossos pensamentos”.
Entenderam os leitores?
Esse Homem com “H” maiúsculo é a verdadeira ressurreição da múmia filosófica da controvérsia entre “nominalistas” e “realistas”, arrancada à força, dos baús medievais, para enfrentar a realidade fenoménica do Espiritismo, em plena era atómica.
A SOBREVIVÊNCIA CONTRA A EVOLUÇÃO
Mas não fica nisso o desprezo dos autores pela Dialéctica.
Depois desse gigantesco retrocesso histórico, afirmam eles, como se dissessem uma novidade:
“a morte do indivíduo é um dos métodos da vida” (que dúvida!).
E continuam: “Cada indivíduo é uma experiência biológica.
Cada espécie progride pela selecção, rejeição ou multiplicação dos indivíduos.
Biologicamente, a vida deixaria de continuar para diante, se os indivíduos não tivessem um fim e não fossem substituídos por outros.
A ideia da imortalidade individual é absolutamente contrária à ideia da evolução contínua”.
E logo mais, numa dessas tiradas que se repetem de boca em boca e de livro em livro, enquanto alguém não pede, como Sócrates, a definição do seu verdadeiro sentido:
“São os moços, e não os velhos, os que desejam a imortalidade pessoal”.
É pena que não mencionem a fonte desse espantoso dado estatístico, pois gostaríamos de confrontá-lo com o número de Mocidades Espíritas, Católicas, Protestantes, Teosofistas, e dos muitos outros jovens espiritualistas não filiados a nenhuma seita, por que estranho motivo não deixam o terreno exclusivamente aos velhos, monopolizadores modernos da velha aspiração humana da sobrevivência.
Dizer, além disso, que a imortalidade individual é contrária à evolução contínua, é “fazer de conta” que essa imortalidade seja biológica.
Ora, absurdo dessa monta ninguém poderia aceitar.
Como, pois, interpretar-se a atitude desses homens habituados a lidar com as coisas do pensamento, a acompanhar e divulgar os conhecimentos científicos, senão pelo desprezo à Dialéctica?
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A TESE DAS "'MATERIALIZAÇÕES ROMÂNTICAS"
Não se pense, porém, que o desprezo ficou no que dissemos.
Longe disso, ele foi e vai muito além.
Quando se trata de contradizer o Espiritismo e de fatos espíritas, tudo parece permitido aos homens de ciência e aos homens de letras.
Não há fronteiras para a imaginação, nem limites para o raciocínio.
É assim que, ilustrando o volume com varias fotografias espíritas, os autores reproduzem um quadro de Tissot e o comparam à famosa fotografia da “cabeça materializada”, obtida por Notzing e madame Bisson, com a médium Eva Carriere;
para concluírem: “Antes da época dos flagrantes fotográficos, o grande pintor Tissot mostrou-nos o que acreditava ser a reencarnação de uma mulher amiga, acompanhada do seu espírito-guia;
é uma bela pintura, onde ele reproduziu a impressão de verdadeira beleza, recebida numa sessão espírita.
Os métodos mais rigorosos, que hoje se usam, já não permitem essas sublimações do testemunho visual:
as câmaras fotográficas mostram as coisas como elas se passam.
E vemos que essas figuras e rostos materializados começam pequenos e às vezes desproporcionalmente.
Quaisquer que possam ser essas figuras e faces achatadas e amarfanhadas, não são, certamente, materializações em carne e sangue humano”.
Richet escreveu o “Traité” sem aceitar a tese espírita, mas contudo jamais cometeu a heresia de dizer que as materializações eram fantoches amarfanhados.
Encontramos no “Traité” essa mesma cabeça de que se servem os Wells e Huxley, mas apresentada em outro sentido, ou seja, no bom e verdadeiro sentido que se lhe deve dar:
como uma das mais belas fotografias já obtidas, revelando e documentando, de maneira insofismável, uma das fases do processo de materialização.
Não tivéssemos essa e outras fotografias obtidas por Notzing e madame Bisson, e esses mesmos ilustres cavalheiros nos acusariam de não havermos surpreendido jamais uma das fases daquilo que chamamos “processo de materialização”.
Não teriam dúvidas em utilizar esse facto como argumento “poderoso” contra a teoria da formação progressiva do fantasma, com a matéria plástica do ectoplasma ou teleplasma.
Perguntaremos, porém, a esses ilustres divulgadores do conhecimento, se não tiveram a oportunidade de ver outras fotografias, como a médium Linda Gazzera, constantes do seu livro “Fotografias de Fantasmas”, livro em que elas figuram, não através de clichés, mas nas próprias cópias fotográficas, para que não haja dúvidas.
MAIS VALE UM PÁSSARO NA MÃO
Essas fugas pela tangente representam o método mais frequente de combate ao Espiritismo, inclusive por parte dos materialistas dialécticos.
Para os observadores serenos e sensatos, bastaria essa insistência na deturpação dos factos e na distorção do raciocínio, para comprovar a seriedade e a importância desses mesmos factos.
Aliás, ainda com Engels, encontraremos o argumento mais apropriado:
“A única questão consiste em saber se o pensamento está ou não certo, e o desprezo pela teoria é, evidentemente, a maneira mais segura de se pensar de maneira naturalista, e, consequentemente, de modo errado.”
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A TESE DAS "'MATERIALIZAÇÕES ROMÂNTICAS"
Não se pense, porém, que o desprezo ficou no que dissemos.
Longe disso, ele foi e vai muito além.
Quando se trata de contradizer o Espiritismo e de fatos espíritas, tudo parece permitido aos homens de ciência e aos homens de letras.
Não há fronteiras para a imaginação, nem limites para o raciocínio.
É assim que, ilustrando o volume com varias fotografias espíritas, os autores reproduzem um quadro de Tissot e o comparam à famosa fotografia da “cabeça materializada”, obtida por Notzing e madame Bisson, com a médium Eva Carriere;
para concluírem: “Antes da época dos flagrantes fotográficos, o grande pintor Tissot mostrou-nos o que acreditava ser a reencarnação de uma mulher amiga, acompanhada do seu espírito-guia;
é uma bela pintura, onde ele reproduziu a impressão de verdadeira beleza, recebida numa sessão espírita.
Os métodos mais rigorosos, que hoje se usam, já não permitem essas sublimações do testemunho visual:
as câmaras fotográficas mostram as coisas como elas se passam.
E vemos que essas figuras e rostos materializados começam pequenos e às vezes desproporcionalmente.
Quaisquer que possam ser essas figuras e faces achatadas e amarfanhadas, não são, certamente, materializações em carne e sangue humano”.
Richet escreveu o “Traité” sem aceitar a tese espírita, mas contudo jamais cometeu a heresia de dizer que as materializações eram fantoches amarfanhados.
Encontramos no “Traité” essa mesma cabeça de que se servem os Wells e Huxley, mas apresentada em outro sentido, ou seja, no bom e verdadeiro sentido que se lhe deve dar:
como uma das mais belas fotografias já obtidas, revelando e documentando, de maneira insofismável, uma das fases do processo de materialização.
Não tivéssemos essa e outras fotografias obtidas por Notzing e madame Bisson, e esses mesmos ilustres cavalheiros nos acusariam de não havermos surpreendido jamais uma das fases daquilo que chamamos “processo de materialização”.
Não teriam dúvidas em utilizar esse facto como argumento “poderoso” contra a teoria da formação progressiva do fantasma, com a matéria plástica do ectoplasma ou teleplasma.
Perguntaremos, porém, a esses ilustres divulgadores do conhecimento, se não tiveram a oportunidade de ver outras fotografias, como a médium Linda Gazzera, constantes do seu livro “Fotografias de Fantasmas”, livro em que elas figuram, não através de clichés, mas nas próprias cópias fotográficas, para que não haja dúvidas.
MAIS VALE UM PÁSSARO NA MÃO
Essas fugas pela tangente representam o método mais frequente de combate ao Espiritismo, inclusive por parte dos materialistas dialécticos.
Para os observadores serenos e sensatos, bastaria essa insistência na deturpação dos factos e na distorção do raciocínio, para comprovar a seriedade e a importância desses mesmos factos.
Aliás, ainda com Engels, encontraremos o argumento mais apropriado:
“A única questão consiste em saber se o pensamento está ou não certo, e o desprezo pela teoria é, evidentemente, a maneira mais segura de se pensar de maneira naturalista, e, consequentemente, de modo errado.”
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Engels não ficaria mal nas fileiras espíritas. De facto, ele via bem estes problemas.
O desprezo pela teoria espírita, única que pode explicar os fenómenos, tem levado esses homens a trair a Dialéctica a todo momento, entrando a fundo e às cegas pela Sofisticaria.
A punição da Dialéctica, porém, não se faz tardar.
Os que pensam de maneira naturalista, voltando as costas à teoria, terminam de encontro à parede, com a espada do ridículo no peito.
Porque a “maneira naturalista de pensar”, a que Engels se refere, é a do pensamento a priori, instintivo, que não provém da razão orientada pelo processo da civilização, mas da herança comum e obscura do passado biológico da espécie.
Age por meio de impulsos mecânicos, é um automatismo inconsciente.
Dir-se-ia, diante das suas manifestações, que o homem tem a vocação da fuga.
Como a lebre, colhida de surpresa na beira da estrada, precipita-se no mato, assim o homem, colhido na sua posição materialista pela surpresa dos factos supranormais, precipita-se no matagal das lembranças ancestrais.
Improvisa teorias e fabrica rótulos com a desenvoltura inconsequente da avestruz ao enterrar a cabeça na areia.
Comete, com uma confiança absurda na impunidade, o crime da desfiguração da verdade, ou passa apenas a negar, indiferente a todas as provas e argumentos, como a criança teimosa que não quer ver a louça quebrada.
É o outro lado da crendice o reverso do fanatismo religioso.
Por isso, o médico Sérgio Valle nos lembra, no livro “Silva Mello e os Seus Mistérios”, recentemente publicado:
“Enquanto não se realize o fiat da ciência (que se mantém, teimosamente, orgulhosa e cega), para iluminar os factos que possuímos, não é justo que uma criatura sensata despreze o que se acha detido, seguramente detido nas suas mãos, por mínimo que seja, pelo que voeja no espaço do fanatismo religioso ou do fanatismo científico”.
INTERPRETAÇÃO DO HOMEM
O homem, segundo o materialismo, seja ele mecanicista dialéctico, é um animal pensante.
Para Marx, e portanto para o dialéctico, é ainda o resultado da acção simultânea do trabalho, sobre ele e a natureza.
Agindo sobre o meio em que vive, trabalhando-o, ele se modifica a si mesmo.
Essa concepção materialista do homem não se enquadraria na doutrina de nenhuma das religiões corporificadas em igrejas.
O Espiritismo, entretanto, não a contradiz.
Apenas a amplia, ensinando que o princípio inteligente, no homem como no animal, independe do corpo.
E por isso é condenado e combatido, ao mesmo tempo e por todos os lados, pelos religiosos e pelos materialistas.
No capítulo III de “O Livro dos Espíritos”, de Kardec, encontramos esta definição:
“O trabalho é lei da natureza, por isso que constitui uma necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais porque lhe aumenta as necessidades e os gozos.”
Continua...
Engels não ficaria mal nas fileiras espíritas. De facto, ele via bem estes problemas.
O desprezo pela teoria espírita, única que pode explicar os fenómenos, tem levado esses homens a trair a Dialéctica a todo momento, entrando a fundo e às cegas pela Sofisticaria.
A punição da Dialéctica, porém, não se faz tardar.
Os que pensam de maneira naturalista, voltando as costas à teoria, terminam de encontro à parede, com a espada do ridículo no peito.
Porque a “maneira naturalista de pensar”, a que Engels se refere, é a do pensamento a priori, instintivo, que não provém da razão orientada pelo processo da civilização, mas da herança comum e obscura do passado biológico da espécie.
Age por meio de impulsos mecânicos, é um automatismo inconsciente.
Dir-se-ia, diante das suas manifestações, que o homem tem a vocação da fuga.
Como a lebre, colhida de surpresa na beira da estrada, precipita-se no mato, assim o homem, colhido na sua posição materialista pela surpresa dos factos supranormais, precipita-se no matagal das lembranças ancestrais.
Improvisa teorias e fabrica rótulos com a desenvoltura inconsequente da avestruz ao enterrar a cabeça na areia.
Comete, com uma confiança absurda na impunidade, o crime da desfiguração da verdade, ou passa apenas a negar, indiferente a todas as provas e argumentos, como a criança teimosa que não quer ver a louça quebrada.
É o outro lado da crendice o reverso do fanatismo religioso.
Por isso, o médico Sérgio Valle nos lembra, no livro “Silva Mello e os Seus Mistérios”, recentemente publicado:
“Enquanto não se realize o fiat da ciência (que se mantém, teimosamente, orgulhosa e cega), para iluminar os factos que possuímos, não é justo que uma criatura sensata despreze o que se acha detido, seguramente detido nas suas mãos, por mínimo que seja, pelo que voeja no espaço do fanatismo religioso ou do fanatismo científico”.
INTERPRETAÇÃO DO HOMEM
O homem, segundo o materialismo, seja ele mecanicista dialéctico, é um animal pensante.
Para Marx, e portanto para o dialéctico, é ainda o resultado da acção simultânea do trabalho, sobre ele e a natureza.
Agindo sobre o meio em que vive, trabalhando-o, ele se modifica a si mesmo.
Essa concepção materialista do homem não se enquadraria na doutrina de nenhuma das religiões corporificadas em igrejas.
O Espiritismo, entretanto, não a contradiz.
Apenas a amplia, ensinando que o princípio inteligente, no homem como no animal, independe do corpo.
E por isso é condenado e combatido, ao mesmo tempo e por todos os lados, pelos religiosos e pelos materialistas.
No capítulo III de “O Livro dos Espíritos”, de Kardec, encontramos esta definição:
“O trabalho é lei da natureza, por isso que constitui uma necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais porque lhe aumenta as necessidades e os gozos.”
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Logo adiante: “Sem o trabalho, o homem permaneceria sempre na infância, quanto à inteligência.”
A lei de causas e efeitos é o princípio fundamental da Doutrina, a evolução constitui a sua própria essência.
Por outro lado, não se estruturou o Espiritismo através de formulações hipotéticas.
Todo o seu edifício doutrinário se assenta na observação e na experimentação.
Richet, que condenava a “credulidade excessiva” de Kardec, já o notara, no “Traité”.
Dialéctico por natureza, em essência e pelos métodos que emprega, o Espiritismo, se bem estudado, revela-se o legítimo e natural herdeiro do título a que se candidata o materialismo dialéctico: síntese do conhecimento.
Realmente, o Espiritismo, diante dos mundos em litígio do materialismo e do espiritualismo, não peca por exclusão, não comete o pecado proudhoniano ou marxista da escolha.
Na sua estrutura encontraremos aquelas duas concepções, não apenas conjugadas ou ajustadas, mas superadas na transfiguração de um novo corpo, — a síntese — em que a ciência, a filosofia e a religião, as três províncias antagónicas do conhecimento, aparecem encadeadas no verdadeiro “processus” da mais pura dialéctica, uma resultando da outra.
No “Anti-Dühring”, Engels lembra as origens do marxismo e expõe a doutrina como a sequência lógica destas fases: a filosofia, a economia-política e o socialismo.
No Espiritismo, a sequência se tresdobra na ciência, na filosofia e na religião.
Partindo da observação e da análise dos fenómenos materiais, de natureza supranormal, criamos a filosofia do ser, e atingimos, logo a seguir, a religião.
Esta, porém, não se traduz na organização de uma nova igreja, de um novo culto, de um novo “suborno da divindade”.
Nem se traduz no antropomorfismo socialista, erguido no altar da produção.
Mas é, ao mesmo tempo, a comunhão de bens, de corações e de espíritos, pela qual todos ansiamos, espiritualistas e materialistas, para a construção do mundo melhor amanhã.
Porque o homem, para o Espiritismo, não é apenas “o último anel da vida animal na terra” (“A Génese”, Kardec), nem o produto quase exclusivo da acção simultânea do trabalho;
mas também aquele ser que se mostra nos fenómenos de materialização, de aparição, de visão, de voz directa, de incorporação, de psicografia ou de tiptologia, para demonstrar “aos que ficaram” que ele não se extinguiu com a morte, e que o seu conteúdo moral continua a viver e a se desenvolver indefinidamente, na multiplicidade das formas, sem prejuízo da identidade substancial.
O VELHO E O NOVO
É evidente que o facto da sobrevivência alarga a concepção humana da vida e do mundo, muito além dos limites terrenos ou orgânicos da concepção materialista.
Oliver Lodge classificou o Espiritismo de “nova revolução copérnica”
Assim como Copérnico rompeu de vez o ergástulo mental do geocentrismo, a revolução espírita desloca dos organismos materiais o conceito de vida, rompe o organocentrismo da biologia moderna e reduz a uma simples confusão do efeito pela causa o chamado “materialismo-psicológico”.
Em consequência, leis e perspectivas novas aparecem, exigindo verdadeira revisão dos conhecimentos do homem e do seu modo de encarar a vida e o mundo.
Mais uma vez nos deparamos com a luta clássica entre o velho e o novo tão bem definida no Evangelho do Cristo e nas obras de Kardec.
Continua...
Logo adiante: “Sem o trabalho, o homem permaneceria sempre na infância, quanto à inteligência.”
A lei de causas e efeitos é o princípio fundamental da Doutrina, a evolução constitui a sua própria essência.
Por outro lado, não se estruturou o Espiritismo através de formulações hipotéticas.
Todo o seu edifício doutrinário se assenta na observação e na experimentação.
Richet, que condenava a “credulidade excessiva” de Kardec, já o notara, no “Traité”.
Dialéctico por natureza, em essência e pelos métodos que emprega, o Espiritismo, se bem estudado, revela-se o legítimo e natural herdeiro do título a que se candidata o materialismo dialéctico: síntese do conhecimento.
Realmente, o Espiritismo, diante dos mundos em litígio do materialismo e do espiritualismo, não peca por exclusão, não comete o pecado proudhoniano ou marxista da escolha.
Na sua estrutura encontraremos aquelas duas concepções, não apenas conjugadas ou ajustadas, mas superadas na transfiguração de um novo corpo, — a síntese — em que a ciência, a filosofia e a religião, as três províncias antagónicas do conhecimento, aparecem encadeadas no verdadeiro “processus” da mais pura dialéctica, uma resultando da outra.
No “Anti-Dühring”, Engels lembra as origens do marxismo e expõe a doutrina como a sequência lógica destas fases: a filosofia, a economia-política e o socialismo.
No Espiritismo, a sequência se tresdobra na ciência, na filosofia e na religião.
Partindo da observação e da análise dos fenómenos materiais, de natureza supranormal, criamos a filosofia do ser, e atingimos, logo a seguir, a religião.
Esta, porém, não se traduz na organização de uma nova igreja, de um novo culto, de um novo “suborno da divindade”.
Nem se traduz no antropomorfismo socialista, erguido no altar da produção.
Mas é, ao mesmo tempo, a comunhão de bens, de corações e de espíritos, pela qual todos ansiamos, espiritualistas e materialistas, para a construção do mundo melhor amanhã.
Porque o homem, para o Espiritismo, não é apenas “o último anel da vida animal na terra” (“A Génese”, Kardec), nem o produto quase exclusivo da acção simultânea do trabalho;
mas também aquele ser que se mostra nos fenómenos de materialização, de aparição, de visão, de voz directa, de incorporação, de psicografia ou de tiptologia, para demonstrar “aos que ficaram” que ele não se extinguiu com a morte, e que o seu conteúdo moral continua a viver e a se desenvolver indefinidamente, na multiplicidade das formas, sem prejuízo da identidade substancial.
O VELHO E O NOVO
É evidente que o facto da sobrevivência alarga a concepção humana da vida e do mundo, muito além dos limites terrenos ou orgânicos da concepção materialista.
Oliver Lodge classificou o Espiritismo de “nova revolução copérnica”
Assim como Copérnico rompeu de vez o ergástulo mental do geocentrismo, a revolução espírita desloca dos organismos materiais o conceito de vida, rompe o organocentrismo da biologia moderna e reduz a uma simples confusão do efeito pela causa o chamado “materialismo-psicológico”.
Em consequência, leis e perspectivas novas aparecem, exigindo verdadeira revisão dos conhecimentos do homem e do seu modo de encarar a vida e o mundo.
Mais uma vez nos deparamos com a luta clássica entre o velho e o novo tão bem definida no Evangelho do Cristo e nas obras de Kardec.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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VAGAS ASPIRAÇÕES
Alegam os mais ferrenhos materialistas que o conhecimento da sobrevivência, — se de facto ela existisse, — não serviria senão para perturbar a visão presente do homem desviando-o da execução pura e simples das tarefas imediatas.
Kardec, que condenou a vida contemplativa, e pregou a necessidade da acção contínua, dando o exemplo concreto da sua própria vida de militante espírita, replica: “...a incerteza, no tocante às coisas da vida futura, faz que a homem se lance, com uma espécie de frenesi, sobre as da vida material.”
A réplica de Kardec não exige demonstrações.
A vida moderna, baseada no materialismo prático do mundo capitalista, vale por uma experiência natural, em escala de assombro.
Nunca se viu tamanho frenesi na procura dos bens materiais.
A advertência de Bacon: “Busca primeiro as boas coisas do espírito, que o resto será suprido ou não sentirás a sua falta”, com base naquela do Cristo:
“Busca primeiramente o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais te será dado por acréscimo”, não soa no coração, mas apenas nos tímpanos desatentos do homem moderno.
Diante disso, poderíamos esperar do materialismo teórico ou filosófico uma nova aplicação do princípio de Hahnemann, — similia similibus curantur — para curar o mundo desse delírio febril?
Kardec diz ainda: “Esse é o inevitável efeito das épocas de transição.
O edifício do passado rui, sem que o do futuro esteja construído.
O homem é como o adolescente, que não tem mais a crença ingénua dos primeiros anos e não adquiriu ainda os conhecimentos da idade madura.
Não possui mais do que vagas aspirações, que não sabe definir.”
A sociedade socialista, baseada na filosofia materialista mais avançada, terminaria atormentada por essas “vagas aspirações” de que nos fala Kardec.
E mais uma vez surgiria, no seu próprio seio, a luta entre o velho e o novo.
A hipótese não é gratuita, pois para tal não acontecer, seria necessário que não existisse uma vida futura, que a sobrevivência não fosse uma das realidades do Universo.
DA ESPECULAÇÃO À EXPERIMENTAÇÃO
Mas Kardec não fala “por ouvir dizer”, ele não foi jamais um homem levado pela imaginação:
foi um observador rigoroso.
E é através da mais pura dialéctica que nos explica a razão dessas vagas aspirações.
“Se a questão do homem espiritual permaneceu até os nossos dias em forma de teoria, é que nos faltaram os meios directos de observação, que tivemos para constatar o estado do mundo material, e o campo ficou aberto às concepções do espírito humano.
Enquanto o homem não conheceu as leis que regem a matéria e não pôde aplicar o método experimental, errou de sistema em sistema, no tocante ao mecanismo do Universo e à formação da Terra.
Deu-se na ordem moral o mesmo que na ordem física;
para determinar as ideias faltou-nos o elemento essencial:
o conhecimento das leis do princípio espiritual.
Continua...
VAGAS ASPIRAÇÕES
Alegam os mais ferrenhos materialistas que o conhecimento da sobrevivência, — se de facto ela existisse, — não serviria senão para perturbar a visão presente do homem desviando-o da execução pura e simples das tarefas imediatas.
Kardec, que condenou a vida contemplativa, e pregou a necessidade da acção contínua, dando o exemplo concreto da sua própria vida de militante espírita, replica: “...a incerteza, no tocante às coisas da vida futura, faz que a homem se lance, com uma espécie de frenesi, sobre as da vida material.”
A réplica de Kardec não exige demonstrações.
A vida moderna, baseada no materialismo prático do mundo capitalista, vale por uma experiência natural, em escala de assombro.
Nunca se viu tamanho frenesi na procura dos bens materiais.
A advertência de Bacon: “Busca primeiro as boas coisas do espírito, que o resto será suprido ou não sentirás a sua falta”, com base naquela do Cristo:
“Busca primeiramente o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais te será dado por acréscimo”, não soa no coração, mas apenas nos tímpanos desatentos do homem moderno.
Diante disso, poderíamos esperar do materialismo teórico ou filosófico uma nova aplicação do princípio de Hahnemann, — similia similibus curantur — para curar o mundo desse delírio febril?
Kardec diz ainda: “Esse é o inevitável efeito das épocas de transição.
O edifício do passado rui, sem que o do futuro esteja construído.
O homem é como o adolescente, que não tem mais a crença ingénua dos primeiros anos e não adquiriu ainda os conhecimentos da idade madura.
Não possui mais do que vagas aspirações, que não sabe definir.”
A sociedade socialista, baseada na filosofia materialista mais avançada, terminaria atormentada por essas “vagas aspirações” de que nos fala Kardec.
E mais uma vez surgiria, no seu próprio seio, a luta entre o velho e o novo.
A hipótese não é gratuita, pois para tal não acontecer, seria necessário que não existisse uma vida futura, que a sobrevivência não fosse uma das realidades do Universo.
DA ESPECULAÇÃO À EXPERIMENTAÇÃO
Mas Kardec não fala “por ouvir dizer”, ele não foi jamais um homem levado pela imaginação:
foi um observador rigoroso.
E é através da mais pura dialéctica que nos explica a razão dessas vagas aspirações.
“Se a questão do homem espiritual permaneceu até os nossos dias em forma de teoria, é que nos faltaram os meios directos de observação, que tivemos para constatar o estado do mundo material, e o campo ficou aberto às concepções do espírito humano.
Enquanto o homem não conheceu as leis que regem a matéria e não pôde aplicar o método experimental, errou de sistema em sistema, no tocante ao mecanismo do Universo e à formação da Terra.
Deu-se na ordem moral o mesmo que na ordem física;
para determinar as ideias faltou-nos o elemento essencial:
o conhecimento das leis do princípio espiritual.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Esse conhecimento estava reservado à nossa época, como o das leis da matéria foi obra dos dois últimos séculos.
Até o presente, o estudo do princípio espiritual, compreendido na Metafísica, tem sido puramente especulativo e teórico;
no Espiritismo é inteiramente experimental.”
Chegados a este ponto, defrontamo-nos com o aspecto mais crítico da hora presente.
De um lado, temos em marcha, com indiscutível eficácia, a aplicação do método dialéctico, à história, à política, à sociologia etc., como a mais alta conquista do espírito no terreno prático e objectivo.
De outro, o abuso, que perdura, do método empírico, nas questões espirituais, com as consequentes explorações e deformações da realidade.
No meio, lutando entre as duas correntes, ambas poderosas, o Espiritismo, que não pode trair a realidade espiritual, para endossar a aplicação materialista da dialéctica, e não pode trair a sua própria natureza dialéctica, para apoiar o empirismo da prática espiritual.
O resultado, infelizmente, é o que vemos:
ele também, o Espiritismo, deformando-se, no aspecto sectário e místico de uma nova religião, ou na estrutura fria e materialista da simples observação metapsíquica.
Todo o esforço do homem moderno tem de convergir para a superação dessa tremenda crise do conhecimento.
E a superação somente se fará possível com a compreensão dos verdadeiros princípios do Espiritismo como doutrina dialéctica, por isso mesmo capaz de aplicar à história, à política, à sociologia, à economia, à arte, os seus métodos de análise, de observação, de pesquisa, sem se perder na mística de confessionário, nem se confundir com o tumulto dos comícios subversivos.
Além do misoneísmo das religiões, do reformismo do socialismo politico-liberal e da violência do materialismo-dialéctico, o Espiritismo indicará ao homem o caminho seguro das transformações substanciais da vida social, ou perderá a sua razão de ser.
Como esta última hipótese não nos parece possível, o mais certo é que a história nos esteja empurrando, segundo observa Mariotti, apesar da incapacidade geral e desoladora dos espíritas de hoje, na direcção do Espiritismo Dialéctico, verdadeira síntese do conhecimento, com que nos acena Kardec.
Humberto Mariotti afirma que “a realidade visível” da acção espírita no mundo se traduz no cultural, e “mais do que em qualquer outra parte, no bibliográfico”, faltando-lhe, entretanto, entrosar-se “no processo histórico da humanidade”.
Este entrosamento se faz pela penetração nas massas através do seu aspecto “ingénuo”, de seita religiosa.
Mas, se não houver, neste momento, a acção da alavanca da Filosofia Espírita, salvando o Espiritismo da “ingenuidade popular” e transformando-o, não mais em simples crença, mas em conhecimento, o processo natural desse entrosamento pode ser desvirtuado, pelo trabalho de sapa das forças contrárias.
Aos espíritas, portanto, cabe o dever indeclinável de lutar para que esse entrosamento se realize.
A bibliografia espírita, — “quiçá insuperável pela de qualquer outro movimento filosófico”, — deve descer das estantes e penetrar nas massas, não para se submeter à “ingenuidade” destas, mas para orientá-las no sentido da sua libertação moral, espiritual, intelectual e social.
Para tanto, é necessário um novo trabalho de elaboração, de aglutinação, de sistematização do conhecimento espírita, na forma de compêndios culturais e de manuais populares.
O aspecto religioso ou “ingénuo” do Espiritismo salvou-o da indiferença e da hostilidade conjugada de todas as forças dominantes do século 19 e do século 20, escondendo-o no coração do povo, onde ele viveu e progrediu em silêncio, e permitindo, ao mesmo tempo, o trabalho cultural dos intelectuais espíritas.
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Esse conhecimento estava reservado à nossa época, como o das leis da matéria foi obra dos dois últimos séculos.
Até o presente, o estudo do princípio espiritual, compreendido na Metafísica, tem sido puramente especulativo e teórico;
no Espiritismo é inteiramente experimental.”
Chegados a este ponto, defrontamo-nos com o aspecto mais crítico da hora presente.
De um lado, temos em marcha, com indiscutível eficácia, a aplicação do método dialéctico, à história, à política, à sociologia etc., como a mais alta conquista do espírito no terreno prático e objectivo.
De outro, o abuso, que perdura, do método empírico, nas questões espirituais, com as consequentes explorações e deformações da realidade.
No meio, lutando entre as duas correntes, ambas poderosas, o Espiritismo, que não pode trair a realidade espiritual, para endossar a aplicação materialista da dialéctica, e não pode trair a sua própria natureza dialéctica, para apoiar o empirismo da prática espiritual.
O resultado, infelizmente, é o que vemos:
ele também, o Espiritismo, deformando-se, no aspecto sectário e místico de uma nova religião, ou na estrutura fria e materialista da simples observação metapsíquica.
Todo o esforço do homem moderno tem de convergir para a superação dessa tremenda crise do conhecimento.
E a superação somente se fará possível com a compreensão dos verdadeiros princípios do Espiritismo como doutrina dialéctica, por isso mesmo capaz de aplicar à história, à política, à sociologia, à economia, à arte, os seus métodos de análise, de observação, de pesquisa, sem se perder na mística de confessionário, nem se confundir com o tumulto dos comícios subversivos.
Além do misoneísmo das religiões, do reformismo do socialismo politico-liberal e da violência do materialismo-dialéctico, o Espiritismo indicará ao homem o caminho seguro das transformações substanciais da vida social, ou perderá a sua razão de ser.
Como esta última hipótese não nos parece possível, o mais certo é que a história nos esteja empurrando, segundo observa Mariotti, apesar da incapacidade geral e desoladora dos espíritas de hoje, na direcção do Espiritismo Dialéctico, verdadeira síntese do conhecimento, com que nos acena Kardec.
Humberto Mariotti afirma que “a realidade visível” da acção espírita no mundo se traduz no cultural, e “mais do que em qualquer outra parte, no bibliográfico”, faltando-lhe, entretanto, entrosar-se “no processo histórico da humanidade”.
Este entrosamento se faz pela penetração nas massas através do seu aspecto “ingénuo”, de seita religiosa.
Mas, se não houver, neste momento, a acção da alavanca da Filosofia Espírita, salvando o Espiritismo da “ingenuidade popular” e transformando-o, não mais em simples crença, mas em conhecimento, o processo natural desse entrosamento pode ser desvirtuado, pelo trabalho de sapa das forças contrárias.
Aos espíritas, portanto, cabe o dever indeclinável de lutar para que esse entrosamento se realize.
A bibliografia espírita, — “quiçá insuperável pela de qualquer outro movimento filosófico”, — deve descer das estantes e penetrar nas massas, não para se submeter à “ingenuidade” destas, mas para orientá-las no sentido da sua libertação moral, espiritual, intelectual e social.
Para tanto, é necessário um novo trabalho de elaboração, de aglutinação, de sistematização do conhecimento espírita, na forma de compêndios culturais e de manuais populares.
O aspecto religioso ou “ingénuo” do Espiritismo salvou-o da indiferença e da hostilidade conjugada de todas as forças dominantes do século 19 e do século 20, escondendo-o no coração do povo, onde ele viveu e progrediu em silêncio, e permitindo, ao mesmo tempo, o trabalho cultural dos intelectuais espíritas.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Temos hoje uma população espírita no mundo, e temos uma cultura espírita.
Mas não temos a sociedade nem a civilização espíritas, como observa Mariotti, e nem mesmo a necessária e prévia ligação entre as massas espíritas e a cultura espírita, para a criação daquelas.
Estamos, porém, no caminho dialéctico do desenvolvimento de uma nova civilização, e se compreendermos isso, lutando para alcançar o futuro, chegaremos até lá.
Humberto Mariotti fez uma concessão de boa-vontade ao “pensar naturalista” quando deu ao seu livro o título de “Dialéctica e Metapsíquica”.
Porque o título verdadeiro do volume seria o de “Espiritismo e Dialéctica”.
Evitou assim, assustar a lebre na beira da estrada.
Não se iludam, porém, os espíritas, mormente os espíritas brasileiros, tão afeitos a deixar de lado o que foge ao aspecto religioso da doutrina.
As páginas de Mariotti não se referem apenas a uma controvérsia filosófica entre as duas doutrinas que lhe formam o título eventual.
Elas são, pelo contrário, um brado de alerta e um convite sério à meditação e ao estudo.
Principalmente ao estudo da natureza dialéctica do Espiritismo e das possibilidades imediatas da sua aplicação ao mundo, — para transformá-lo.
SITUAÇÕES NOVAS
Essas possibilidades se tornam cada vez mais visíveis, graças ao aceleramento do processo histórico no século actual.
A teoria marxista da luta de classes, comprovada pelos factos, caminha, entretanto, dentro das novas condições da evolução técnica e do progresso científico, para formas inteiramente novas.
A ideia da revolução proletária já não parece tão nítida e precisa como nos fins do último século e nos princípios deste.
Os derradeiros movimentos revolucionários, inclusive o maior deles, a revolução chinesa, apenas teoricamente se basearam no proletariado.
As forças em luta foram antes populares do que proletárias, e não somente no conjunto da massa, mas, também, nos organismos dirigentes.
Por outro lado, nos países de maior desenvolvimento industrial, ao contrário do que pressupõe a tese marxista, a revolução proletária se torna mais difícil, como nos Estados Unidos, na Inglaterra, na Alemanha, na França, na Itália.
Nos três últimos, o Partido Comunista tem crescido, não em virtude das condições específicas da vida proletária, mas das condições gerais, com indiscutível predominância da situação camponesa e da pequeno-burguesa.
Podemos perguntar, diante disso: Onde se encontra a "consciência de classe" do proletariado norte-americano ou do inglês, – este o mais antigo e o mais impenetrável ao marxismo, – para o golpe de libertação no capital acumulado em escala jamais vista?
As condições sociais evoluem com rapidez vertiginosa, os progressos da técnica, aliados ao desenvolvimento intelectual e psíquica do homem, geram situações inteiramente novas, e os marxistas se esquecem dos princípios dialécticos da sua própria filosofia; continuando apegados a dogmas já superados pelo processo histórico.
Pietro Ubaldi, em "A Grande Síntese", emite este conceito, que os materialistas dialécticos deviam meditar:
“Se a luta foi, a um tempo, de natureza física, hoje é económica e nervosa, e amanhã será espiritual e ideal, muito mais digna de ser travada.”
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Temos hoje uma população espírita no mundo, e temos uma cultura espírita.
Mas não temos a sociedade nem a civilização espíritas, como observa Mariotti, e nem mesmo a necessária e prévia ligação entre as massas espíritas e a cultura espírita, para a criação daquelas.
Estamos, porém, no caminho dialéctico do desenvolvimento de uma nova civilização, e se compreendermos isso, lutando para alcançar o futuro, chegaremos até lá.
Humberto Mariotti fez uma concessão de boa-vontade ao “pensar naturalista” quando deu ao seu livro o título de “Dialéctica e Metapsíquica”.
Porque o título verdadeiro do volume seria o de “Espiritismo e Dialéctica”.
Evitou assim, assustar a lebre na beira da estrada.
Não se iludam, porém, os espíritas, mormente os espíritas brasileiros, tão afeitos a deixar de lado o que foge ao aspecto religioso da doutrina.
As páginas de Mariotti não se referem apenas a uma controvérsia filosófica entre as duas doutrinas que lhe formam o título eventual.
Elas são, pelo contrário, um brado de alerta e um convite sério à meditação e ao estudo.
Principalmente ao estudo da natureza dialéctica do Espiritismo e das possibilidades imediatas da sua aplicação ao mundo, — para transformá-lo.
SITUAÇÕES NOVAS
Essas possibilidades se tornam cada vez mais visíveis, graças ao aceleramento do processo histórico no século actual.
A teoria marxista da luta de classes, comprovada pelos factos, caminha, entretanto, dentro das novas condições da evolução técnica e do progresso científico, para formas inteiramente novas.
A ideia da revolução proletária já não parece tão nítida e precisa como nos fins do último século e nos princípios deste.
Os derradeiros movimentos revolucionários, inclusive o maior deles, a revolução chinesa, apenas teoricamente se basearam no proletariado.
As forças em luta foram antes populares do que proletárias, e não somente no conjunto da massa, mas, também, nos organismos dirigentes.
Por outro lado, nos países de maior desenvolvimento industrial, ao contrário do que pressupõe a tese marxista, a revolução proletária se torna mais difícil, como nos Estados Unidos, na Inglaterra, na Alemanha, na França, na Itália.
Nos três últimos, o Partido Comunista tem crescido, não em virtude das condições específicas da vida proletária, mas das condições gerais, com indiscutível predominância da situação camponesa e da pequeno-burguesa.
Podemos perguntar, diante disso: Onde se encontra a "consciência de classe" do proletariado norte-americano ou do inglês, – este o mais antigo e o mais impenetrável ao marxismo, – para o golpe de libertação no capital acumulado em escala jamais vista?
As condições sociais evoluem com rapidez vertiginosa, os progressos da técnica, aliados ao desenvolvimento intelectual e psíquica do homem, geram situações inteiramente novas, e os marxistas se esquecem dos princípios dialécticos da sua própria filosofia; continuando apegados a dogmas já superados pelo processo histórico.
Pietro Ubaldi, em "A Grande Síntese", emite este conceito, que os materialistas dialécticos deviam meditar:
“Se a luta foi, a um tempo, de natureza física, hoje é económica e nervosa, e amanhã será espiritual e ideal, muito mais digna de ser travada.”
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O CHOQUE APOCALÍPTICO
Marx viu, na sua época, a necessidade de construir-se uma filosofia de classe para o proletariado, a fim de que este, tomando consciência da sua missão histórica, se colocasse à altura da mesma.
A filosofia foi construída e tornou-se um dos grandes momentos do conhecimento humano, mas o proletariado não a absorveu, senão em doses mínimas.
Criou-se, por isso mesmo, a teoria das “minorias dirigentes”, e o exemplo do bolchevismo, na Rússia, tornou-se clássico.
As minorias, entretanto, só podem vencer, não pela violência, mas pelo excesso de violência, e só podem manter o seu domínio pela opressão crescente.
Quanto estas duras realidades colocaram o sonho do socialismo científico distanciado das suas raízes revolucionárias, o tempo se encarregou de mostrar-nos.
Surge, assim, uma nova situação mundial.
As minorias marxistas criam as potências orientais, enquanto as minorias capitalistas se entrincheiram no ocidente.
O nosso grão de areia é dividido nos hemisférios antípodas que hoje se digladiam, ameaçados de mútua destruição, pelas perspectivas da guerra atómica.
Para lutar contra o imperialismo, contra os trustes imperialistas, a Rússia Soviética teve também de construir o seu próprio poder imperialista, criar o seu estatismo absorvente.
O que Marx não previa, aconteceu.
A violência dirigida, metódica, intencional, revelou-se fonte inesgotável de novas formas de violência, em escala incalculável.
E a força das ideias mostrou-se mais poderosa do que a própria luta de classes, mais criadora e destruidora do que os próprios antagonismos da produção capitalista.
A lei da “negação da negação” lançou-se, como o monstro Frankenstein, contra o próprio criador, pois o idealismo marxista superou de muito, na sua própria aplicação, a realidade proletária dos princípios do século.
O marxismo negou-se a si mesmo, para dar nascimento ao poder proletário, face a face com o poder capitalista.
Não são, por acaso, a tese e a antítese da dialéctica hegeliana, que se defrontam, neste momento, em proporções apocalípticas, no panorama internacional?
E a síntese não virá do novo choque mundial, já em pleno desenvolvimento?
HORA DE LIBERTAÇÃO
Essa conclusão tem de ser a seguinte: os marxistas cometeram um dos grandes equívocos da história, ao oferecerem à força a resistência de outra força.
Não é do choque dos “semelhantes”, mas dos “contrários” que resulta a progresso, e os “contrários” não são determinados pela forma, pela aparência, mas pela substância.
A forma proletária da violência não modifica a substância mesma da violência, e os “contrários”, traduzidos apenas numa expressão formal, não podem produzir o progresso substancial.
Por outro lado, o proletariado não é uma substância, mas uma eventualidade, pois a divisão da sociedade em classes é artificial.
Continua...
O CHOQUE APOCALÍPTICO
Marx viu, na sua época, a necessidade de construir-se uma filosofia de classe para o proletariado, a fim de que este, tomando consciência da sua missão histórica, se colocasse à altura da mesma.
A filosofia foi construída e tornou-se um dos grandes momentos do conhecimento humano, mas o proletariado não a absorveu, senão em doses mínimas.
Criou-se, por isso mesmo, a teoria das “minorias dirigentes”, e o exemplo do bolchevismo, na Rússia, tornou-se clássico.
As minorias, entretanto, só podem vencer, não pela violência, mas pelo excesso de violência, e só podem manter o seu domínio pela opressão crescente.
Quanto estas duras realidades colocaram o sonho do socialismo científico distanciado das suas raízes revolucionárias, o tempo se encarregou de mostrar-nos.
Surge, assim, uma nova situação mundial.
As minorias marxistas criam as potências orientais, enquanto as minorias capitalistas se entrincheiram no ocidente.
O nosso grão de areia é dividido nos hemisférios antípodas que hoje se digladiam, ameaçados de mútua destruição, pelas perspectivas da guerra atómica.
Para lutar contra o imperialismo, contra os trustes imperialistas, a Rússia Soviética teve também de construir o seu próprio poder imperialista, criar o seu estatismo absorvente.
O que Marx não previa, aconteceu.
A violência dirigida, metódica, intencional, revelou-se fonte inesgotável de novas formas de violência, em escala incalculável.
E a força das ideias mostrou-se mais poderosa do que a própria luta de classes, mais criadora e destruidora do que os próprios antagonismos da produção capitalista.
A lei da “negação da negação” lançou-se, como o monstro Frankenstein, contra o próprio criador, pois o idealismo marxista superou de muito, na sua própria aplicação, a realidade proletária dos princípios do século.
O marxismo negou-se a si mesmo, para dar nascimento ao poder proletário, face a face com o poder capitalista.
Não são, por acaso, a tese e a antítese da dialéctica hegeliana, que se defrontam, neste momento, em proporções apocalípticas, no panorama internacional?
E a síntese não virá do novo choque mundial, já em pleno desenvolvimento?
HORA DE LIBERTAÇÃO
Essa conclusão tem de ser a seguinte: os marxistas cometeram um dos grandes equívocos da história, ao oferecerem à força a resistência de outra força.
Não é do choque dos “semelhantes”, mas dos “contrários” que resulta a progresso, e os “contrários” não são determinados pela forma, pela aparência, mas pela substância.
A forma proletária da violência não modifica a substância mesma da violência, e os “contrários”, traduzidos apenas numa expressão formal, não podem produzir o progresso substancial.
Por outro lado, o proletariado não é uma substância, mas uma eventualidade, pois a divisão da sociedade em classes é artificial.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Armando-se o proletariado de poderes semelhantes aos da burguesia, transformámo-lo em massa burguesa, da mesma maneira por que esta, em muitos países, inclusive o nosso, armada com os poderes do feudalismo, tornou-se um poder feudal, a antítese da burguesia francesa que derrubou a Bastilha.
Pois o homem é o mesmo, numa classe como noutra, e a influência das condições sociais não tarda a se fazer sentir, na sua atitude perante a sociedade.
Esquecer a substância humana no processo económico é fugir para a abstracção de uma economia autónoma, solta no espaço e no tempo.
Nem foi por outro motivo que a jovem revolucionária polonesa Larissa Reissner, a grande autora de “Homens e Máquinas”, ao ver os seus antigos camaradas transformados nos comissários económicos, verdadeiros “negociantes oficiais do partido”, temeu pelo naufrágio da revolução no pântano burguês, e preferiu deixar o território da revolução para voltar ao inferno da sua génese, na Alemanha burguesa.
Nesta altura, poderíamos surpreender o sorriso irónico dos materialistas-dialécticos, a nos perguntarem:
“Mas o que deveríamos então, opor à força e ao poder do capitalismo?”
Não, não responderemos “o que deveriam”, pois palavras foram deturpadas, perderam o seu verdadeiro sentido, e não queremos que os interlocutores, mesmo imaginários, nos dêem as costas sem mais aquela.
Responderemos que tudo quanto se fez até agora tinha de ser feito, estava nas linhas do determinismo-histórico, na exigência das próprias condições sociais, não poderia fugir às contingências de um mundo em fermentação, impulsionado pelo instinto e pela paixão.
Voltemos a Ubaldi, que mais uma vez nos esclarece o problema:
“Não sois ainda uma sociedade, mas apenas uma grei, um desencadeamento de forças psíquicas primordiais, explodindo confusamente.”
Mas responderemos, também, que a hora chegou, – e agora é, – em que as coisas devem tomar novo rumo.
Esse rumo, o Espiritismo o aponta com clareza, a todos os que tiverem “olhos de ver”.
É o rumo do Espírito, da solução espiritual, e só ela nos livrará do torniquete da força contra a força, da violência contra a violência, do jogo cego e inconsequente do poder material.
Ruskin, Tolstói, Tagore e Gandhi avultam neste momento da história humana.
O INDIVÍDUO E O MEIO
Alguns espíritas não compreendem esse imperativo histórico da doutrina.
Pensam que a lei de causa e efeito explica e resolve todas as coisas, cabendo-nos apenas compreendê-la e aceitar passivamente a sua acção.
Esse pensamento misoneísta, de fundo místico, aparece até mesmo em "A Grande Síntese", o livro de Ubaldi, que já citamos algumas vezes, e que comete ainda o pecado filosófico de confundir o comunismo científico de Marx e Engels com o comunismo igualitário e ingénuo de Weitling.
Outros entendem que a revolução espírita é essencialmente individualista, cabendo-lhe transformar o homem, para que a estrutura social, em consequência, se transforme.
É novo equívoco de fundo místico, e Mariotti o menciona, chegando mesmo a tropeçar nele.
Kardec nos indica, entretanto, a necessidade do contínuo esforço do homem para se superar a si mesmo e às circunstâncias.
A passividade diante das leis naturais caracteriza as formas inconscientes de vida.
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Armando-se o proletariado de poderes semelhantes aos da burguesia, transformámo-lo em massa burguesa, da mesma maneira por que esta, em muitos países, inclusive o nosso, armada com os poderes do feudalismo, tornou-se um poder feudal, a antítese da burguesia francesa que derrubou a Bastilha.
Pois o homem é o mesmo, numa classe como noutra, e a influência das condições sociais não tarda a se fazer sentir, na sua atitude perante a sociedade.
Esquecer a substância humana no processo económico é fugir para a abstracção de uma economia autónoma, solta no espaço e no tempo.
Nem foi por outro motivo que a jovem revolucionária polonesa Larissa Reissner, a grande autora de “Homens e Máquinas”, ao ver os seus antigos camaradas transformados nos comissários económicos, verdadeiros “negociantes oficiais do partido”, temeu pelo naufrágio da revolução no pântano burguês, e preferiu deixar o território da revolução para voltar ao inferno da sua génese, na Alemanha burguesa.
Nesta altura, poderíamos surpreender o sorriso irónico dos materialistas-dialécticos, a nos perguntarem:
“Mas o que deveríamos então, opor à força e ao poder do capitalismo?”
Não, não responderemos “o que deveriam”, pois palavras foram deturpadas, perderam o seu verdadeiro sentido, e não queremos que os interlocutores, mesmo imaginários, nos dêem as costas sem mais aquela.
Responderemos que tudo quanto se fez até agora tinha de ser feito, estava nas linhas do determinismo-histórico, na exigência das próprias condições sociais, não poderia fugir às contingências de um mundo em fermentação, impulsionado pelo instinto e pela paixão.
Voltemos a Ubaldi, que mais uma vez nos esclarece o problema:
“Não sois ainda uma sociedade, mas apenas uma grei, um desencadeamento de forças psíquicas primordiais, explodindo confusamente.”
Mas responderemos, também, que a hora chegou, – e agora é, – em que as coisas devem tomar novo rumo.
Esse rumo, o Espiritismo o aponta com clareza, a todos os que tiverem “olhos de ver”.
É o rumo do Espírito, da solução espiritual, e só ela nos livrará do torniquete da força contra a força, da violência contra a violência, do jogo cego e inconsequente do poder material.
Ruskin, Tolstói, Tagore e Gandhi avultam neste momento da história humana.
O INDIVÍDUO E O MEIO
Alguns espíritas não compreendem esse imperativo histórico da doutrina.
Pensam que a lei de causa e efeito explica e resolve todas as coisas, cabendo-nos apenas compreendê-la e aceitar passivamente a sua acção.
Esse pensamento misoneísta, de fundo místico, aparece até mesmo em "A Grande Síntese", o livro de Ubaldi, que já citamos algumas vezes, e que comete ainda o pecado filosófico de confundir o comunismo científico de Marx e Engels com o comunismo igualitário e ingénuo de Weitling.
Outros entendem que a revolução espírita é essencialmente individualista, cabendo-lhe transformar o homem, para que a estrutura social, em consequência, se transforme.
É novo equívoco de fundo místico, e Mariotti o menciona, chegando mesmo a tropeçar nele.
Kardec nos indica, entretanto, a necessidade do contínuo esforço do homem para se superar a si mesmo e às circunstâncias.
A passividade diante das leis naturais caracteriza as formas inconscientes de vida.
Continua...
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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A consciência está submetida a uma nova lei, em plano mais alto:
a lei do esforço próprio, a lei do trabalho e da actividade livre, que a fará progredir, a si mesma e ao todo a que pertence, à colectividade.
Em "O Livro dos Espíritos" encontramos esse pensamento claramente definido, impregnando toda a obra, e podemos surpreendê-lo em passos como o seguinte:
"Tudo se deve fazer para chegar à perfeição, e o próprio homem é instrumento de que Deus se serve para atingir os seus fins.
Sendo a perfeição a meta da natureza, favorecer essa perfeição é corresponder aos propósitos de Deus." (Perg. 692).
Kardec não é misoneísta.
Deus, para ele, é sinónimo de incessante actividade na direcção do bem, é o constante "vir-a-ser" do Universo, actuando por todos os meios e por todas as formas, para atingir o objectivo ideal.
Vejamos, por exemplo, o seguinte trecho do seu comentário ao número 783 de "O Livro dos Espíritos":
"O homem não pode conservar-se indefinidamente na ignorância, pois tem de atingir a finalidade que a Providência lhe assinou.
Ele se instrui pela força das coisas.
As revoluções morais, como as revoluções sociais, germinam durante séculos.
Depois, irrompem subitamente e produzem o desmoronamento do carunchoso edifício do passado, que já não se encontra em harmonia com as necessidades novas e as novas aspirações."
A renovação do homem implica a renovação social, – mas desde que o homem renovado se empenhe na transformação do meio em que vive, sendo esta, aliás, a sua indeclinável obrigação espírita.
Ora, querermos ficar no conceito de uma renovação puramente individualista, seria um contra-senso, simples ignorância da estrutura social como um todo.
Que diríamos de um pedreiro que, para embelezar um edifício, não cuidasse do seu aspecto de conjunto, mas de cada um dos tijolos, isoladamente?
E quem poderia negar, dentro da concepção espírita, que o homem não é um indivíduo abstracto, mas parte integrante do todo social, sobre o qual exerce a sua influência e pelo qual é influenciado, resultando, dessa constante simbiose, a sua evolução e a evolução colectiva?
Como, pois, isolarmos o homem, para que o Espiritismo o trabalhe no espaço, independentemente das suas raízes gregárias?
A função do Espiritismo é a renovação integral do homem, não apenas do homem na sua expressão individual e transitória, mas na sua permanente expressão colectiva.
A propósito, aliás, poderíamos lembrar aos defensores do pensamento isolacionista, a lei maior do Evangelho, que é a do amor ao próximo. Não conheceriam eles o poder do ambiente sobre os indivíduos, mormente sobre os menos evoluídos?
Não saberão que as influências, mesológicas determinam quase sempre, o próprio carácter individual?
Não perceberão que uma vida social mais equilibrada, e portanto mais justa, será o grande e permanente estímulo do progresso individual?
Continua...
A consciência está submetida a uma nova lei, em plano mais alto:
a lei do esforço próprio, a lei do trabalho e da actividade livre, que a fará progredir, a si mesma e ao todo a que pertence, à colectividade.
Em "O Livro dos Espíritos" encontramos esse pensamento claramente definido, impregnando toda a obra, e podemos surpreendê-lo em passos como o seguinte:
"Tudo se deve fazer para chegar à perfeição, e o próprio homem é instrumento de que Deus se serve para atingir os seus fins.
Sendo a perfeição a meta da natureza, favorecer essa perfeição é corresponder aos propósitos de Deus." (Perg. 692).
Kardec não é misoneísta.
Deus, para ele, é sinónimo de incessante actividade na direcção do bem, é o constante "vir-a-ser" do Universo, actuando por todos os meios e por todas as formas, para atingir o objectivo ideal.
Vejamos, por exemplo, o seguinte trecho do seu comentário ao número 783 de "O Livro dos Espíritos":
"O homem não pode conservar-se indefinidamente na ignorância, pois tem de atingir a finalidade que a Providência lhe assinou.
Ele se instrui pela força das coisas.
As revoluções morais, como as revoluções sociais, germinam durante séculos.
Depois, irrompem subitamente e produzem o desmoronamento do carunchoso edifício do passado, que já não se encontra em harmonia com as necessidades novas e as novas aspirações."
A renovação do homem implica a renovação social, – mas desde que o homem renovado se empenhe na transformação do meio em que vive, sendo esta, aliás, a sua indeclinável obrigação espírita.
Ora, querermos ficar no conceito de uma renovação puramente individualista, seria um contra-senso, simples ignorância da estrutura social como um todo.
Que diríamos de um pedreiro que, para embelezar um edifício, não cuidasse do seu aspecto de conjunto, mas de cada um dos tijolos, isoladamente?
E quem poderia negar, dentro da concepção espírita, que o homem não é um indivíduo abstracto, mas parte integrante do todo social, sobre o qual exerce a sua influência e pelo qual é influenciado, resultando, dessa constante simbiose, a sua evolução e a evolução colectiva?
Como, pois, isolarmos o homem, para que o Espiritismo o trabalhe no espaço, independentemente das suas raízes gregárias?
A função do Espiritismo é a renovação integral do homem, não apenas do homem na sua expressão individual e transitória, mas na sua permanente expressão colectiva.
A propósito, aliás, poderíamos lembrar aos defensores do pensamento isolacionista, a lei maior do Evangelho, que é a do amor ao próximo. Não conheceriam eles o poder do ambiente sobre os indivíduos, mormente sobre os menos evoluídos?
Não saberão que as influências, mesológicas determinam quase sempre, o próprio carácter individual?
Não perceberão que uma vida social mais equilibrada, e portanto mais justa, será o grande e permanente estímulo do progresso individual?
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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POR UMA CONSCIÊNCIA HUMANISTA
Se a experiência nos mostra que a formação de uma "consciência proletária” é praticamente inviável, pois, entre outros motivos, a própria revolução proletária vem sendo impulsionada e dirigida por forças estranhas ao proletariado;
não somente desde os seus pródromos, mas ainda, hoje, e cada vez mais;
se nos mostra que a "filosofia do proletariado" não consegue atraí-lo e empolgá-lo mais do que a demagogia fascista ou o diversionismo democrático dos países capitalistas mais altamente industrializados;
se nos revela ainda que a vitória das chamadas "minorias conscientes" cria novos e violentos antagonismos internacionais, cada vez mais agressivos, – é evidente que só nos resta procurar uma saída humana, e não proletária nem burguesa, para essa terrível situação.
A saída não será a da submissão, a do pescoço entregue mansamente à canga, mas não será também a da violência e a da força.
Se Marx reconhece no proletariado o potencial revolucionário, que a sua filosofia devia armar da necessária orientação para a luta, e se essa orientação só seria possível através da criação da "consciência de classe", não teremos, nesse mesmo facto, o exemplo e a indicação do que nos cabe fazer?
A massa que hoje se depara à nossa frente, explorada e sofredora, não é apenas o proletariado, mas essa multidão heterogénea, que se chama povo, humanidade, e que as classes dividem de maneira formal, mas não substancial.
Ao mesmo tempo, a situação das classes dominantes é de angústia e desespero, pesando sobre elas as consequências morais inevitáveis do usufruto indevido e da exploração dos semelhantes.
O capital, o dinheiro, o poder, as comodidades, não bastam para salvá-las e, pelo contrário, cada vez mais as precipitam no pântano da corrupção moral e social.
Diante disso, cabe-nos repetir o gesto de Marx, oferecendo agora uma filosofia, não a esta ou àquela classe, mas a toda a humanidade, para armá-la da orientação necessária, através da criação de uma "consciência humanista".
Entreguemos essa filosofia de libertação, essa arma de defesa moral, esse instrumento de luta social, ao homem de todas as latitudes e de todas as classes, e trabalhemos pela criação da "consciência humanista" nos indivíduos em particular e no meio social em geral.
ELEVAR A TERRA NA ESCALA DOS MUNDOS
Não nos iludamos, porém, quanto aos métodos de acção que devemos empregar.
Simples evangelização ou catequização, nos moldes religiosos, não dará resultados, porque nos amarram, pelo contrário, às antiquadas formas sectárias, que proliferam por toda a parte e criam divisionismos estéreis e perigosos.
O Espiritismo tem de descobrir a sua própria maneira de agir, tem de forjar as suas próprias armas, inteiramente novas, tão diferentes das usadas pelo processo do religiosismo clássico quanto pelo materialismo-dialéctico.
Talvez nesta altura nos pudessem servir de "pontos-de-referência" algumas longínquas tentativas históricas, como a de comunidade apostólica, de que nos dá notícia "O Livro de Actos", ou ainda as recentes colónias de produção do Estado de Israel.
O certo, porém, é que precisamos estabelecer os fundamentos sólidos e definidos, do Espiritismo Dialéctico, aplicando-o, no plano sociológico ou histórico, rumo à sociedade futura.
Continua...
POR UMA CONSCIÊNCIA HUMANISTA
Se a experiência nos mostra que a formação de uma "consciência proletária” é praticamente inviável, pois, entre outros motivos, a própria revolução proletária vem sendo impulsionada e dirigida por forças estranhas ao proletariado;
não somente desde os seus pródromos, mas ainda, hoje, e cada vez mais;
se nos mostra que a "filosofia do proletariado" não consegue atraí-lo e empolgá-lo mais do que a demagogia fascista ou o diversionismo democrático dos países capitalistas mais altamente industrializados;
se nos revela ainda que a vitória das chamadas "minorias conscientes" cria novos e violentos antagonismos internacionais, cada vez mais agressivos, – é evidente que só nos resta procurar uma saída humana, e não proletária nem burguesa, para essa terrível situação.
A saída não será a da submissão, a do pescoço entregue mansamente à canga, mas não será também a da violência e a da força.
Se Marx reconhece no proletariado o potencial revolucionário, que a sua filosofia devia armar da necessária orientação para a luta, e se essa orientação só seria possível através da criação da "consciência de classe", não teremos, nesse mesmo facto, o exemplo e a indicação do que nos cabe fazer?
A massa que hoje se depara à nossa frente, explorada e sofredora, não é apenas o proletariado, mas essa multidão heterogénea, que se chama povo, humanidade, e que as classes dividem de maneira formal, mas não substancial.
Ao mesmo tempo, a situação das classes dominantes é de angústia e desespero, pesando sobre elas as consequências morais inevitáveis do usufruto indevido e da exploração dos semelhantes.
O capital, o dinheiro, o poder, as comodidades, não bastam para salvá-las e, pelo contrário, cada vez mais as precipitam no pântano da corrupção moral e social.
Diante disso, cabe-nos repetir o gesto de Marx, oferecendo agora uma filosofia, não a esta ou àquela classe, mas a toda a humanidade, para armá-la da orientação necessária, através da criação de uma "consciência humanista".
Entreguemos essa filosofia de libertação, essa arma de defesa moral, esse instrumento de luta social, ao homem de todas as latitudes e de todas as classes, e trabalhemos pela criação da "consciência humanista" nos indivíduos em particular e no meio social em geral.
ELEVAR A TERRA NA ESCALA DOS MUNDOS
Não nos iludamos, porém, quanto aos métodos de acção que devemos empregar.
Simples evangelização ou catequização, nos moldes religiosos, não dará resultados, porque nos amarram, pelo contrário, às antiquadas formas sectárias, que proliferam por toda a parte e criam divisionismos estéreis e perigosos.
O Espiritismo tem de descobrir a sua própria maneira de agir, tem de forjar as suas próprias armas, inteiramente novas, tão diferentes das usadas pelo processo do religiosismo clássico quanto pelo materialismo-dialéctico.
Talvez nesta altura nos pudessem servir de "pontos-de-referência" algumas longínquas tentativas históricas, como a de comunidade apostólica, de que nos dá notícia "O Livro de Actos", ou ainda as recentes colónias de produção do Estado de Israel.
O certo, porém, é que precisamos estabelecer os fundamentos sólidos e definidos, do Espiritismo Dialéctico, aplicando-o, no plano sociológico ou histórico, rumo à sociedade futura.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Ele mostrará, com base na experiência secular e no estudo objectivo da natureza humana, do homem psicológico, que não se pode construir um mundo social harmónico através da violência social, mas tão-somente do desenvolvimento do espírito colectivista de cooperação.
E que a sociedade, como o homem, – sem cairmos rigidamente mo organicismo spenceriano, – tem as sua fases evolutivas bem definidas, que não poderemos deixar de considerar, pois Engels já nos ensinou que não desprezaríamos impunemente a dialéctica.
Assim, se aquilo que o homem só podia resolver pelo emprego da força bruta, no seu estado primitivo, consegue fazê-lo pelo raciocínio e pela técnica, no estado de civilização, também a humanidade, superada a fase primitiva da sua elaboração social, pode caminhar, sem o uso da violência brutal e instintiva, para a revolução colectivista.
Isso não quer dizer que a luta não se processe, que tenha sido interrompida no seu organismo, e que tenhamos de esperar o advento espontâneo da nova forma social, mas apenas que a luta se desenvolve de maneira diversa, em plano mais alto, como bem o definiu Ubaldi.
Aproveitemos, pois, a oportunidade que Humberto Mariotti nos oferece, com a sua “interpretação espiritual da dialéctica", para meditarmos sobre esses assuntos e buscarmos a forma que nos falta, de oferecer ao mundo a solução espiritual do problema social.
De fazermos, enfim, que o Espiritismo cumpra a sua missão histórica, vencendo a crise que o reduz, no momento, a uma luz bruxuleante em meio de densas trevas, a uma espécie de simples refúgio individual para as decepções e para as aflições humanas.
Pois o seu destino, como assinalou sir Olíver Lodge, não é apenas o de consolar corações desalentados, mas o de rasgar para o mundo as perspectivas de uma nova era.
Se a fé dogmática determinou o fanatismo religioso da Idade Média, com suas fogueiras sinistras, a fé raciocinada criará o positivismo religioso do terceiro milénio, com as piras da fraternidade acesas em todos os quadrantes do planeta.
Porque, como já o dissera Kardec, a tarefa do Espiritismo é a de elevar a Terra na escala dos mundos, transferindo-a da categoria expiatória para a de Mundo Regenerador.
Prefácio da obra Dialéctica e Metapsíquica, do filósofo portenho Humberto Mariotti, originalmente publicada pela Édipo – Edições Populares Ltda. em fevereiro de 1951.
Republicado em livro por A Fagulha, de Campinas-SP, editora do Movimento Universitário Espírita (MUE), em 1971.
José Herculano Pires (1915-1979), jornalista, filósofo, tradutor e grande intelectual espírita brasileiro, autor de mais de 80 obras sobre Espiritismo, Filosofia e Parapsicologia, dentre outros temas.
Fonte: http://www.espirito.org.br/portal/download/pdf/espiritismo-dialetico.pdf
§.§.§- O-canto-da-ave
Ele mostrará, com base na experiência secular e no estudo objectivo da natureza humana, do homem psicológico, que não se pode construir um mundo social harmónico através da violência social, mas tão-somente do desenvolvimento do espírito colectivista de cooperação.
E que a sociedade, como o homem, – sem cairmos rigidamente mo organicismo spenceriano, – tem as sua fases evolutivas bem definidas, que não poderemos deixar de considerar, pois Engels já nos ensinou que não desprezaríamos impunemente a dialéctica.
Assim, se aquilo que o homem só podia resolver pelo emprego da força bruta, no seu estado primitivo, consegue fazê-lo pelo raciocínio e pela técnica, no estado de civilização, também a humanidade, superada a fase primitiva da sua elaboração social, pode caminhar, sem o uso da violência brutal e instintiva, para a revolução colectivista.
Isso não quer dizer que a luta não se processe, que tenha sido interrompida no seu organismo, e que tenhamos de esperar o advento espontâneo da nova forma social, mas apenas que a luta se desenvolve de maneira diversa, em plano mais alto, como bem o definiu Ubaldi.
Aproveitemos, pois, a oportunidade que Humberto Mariotti nos oferece, com a sua “interpretação espiritual da dialéctica", para meditarmos sobre esses assuntos e buscarmos a forma que nos falta, de oferecer ao mundo a solução espiritual do problema social.
De fazermos, enfim, que o Espiritismo cumpra a sua missão histórica, vencendo a crise que o reduz, no momento, a uma luz bruxuleante em meio de densas trevas, a uma espécie de simples refúgio individual para as decepções e para as aflições humanas.
Pois o seu destino, como assinalou sir Olíver Lodge, não é apenas o de consolar corações desalentados, mas o de rasgar para o mundo as perspectivas de uma nova era.
Se a fé dogmática determinou o fanatismo religioso da Idade Média, com suas fogueiras sinistras, a fé raciocinada criará o positivismo religioso do terceiro milénio, com as piras da fraternidade acesas em todos os quadrantes do planeta.
Porque, como já o dissera Kardec, a tarefa do Espiritismo é a de elevar a Terra na escala dos mundos, transferindo-a da categoria expiatória para a de Mundo Regenerador.
Prefácio da obra Dialéctica e Metapsíquica, do filósofo portenho Humberto Mariotti, originalmente publicada pela Édipo – Edições Populares Ltda. em fevereiro de 1951.
Republicado em livro por A Fagulha, de Campinas-SP, editora do Movimento Universitário Espírita (MUE), em 1971.
José Herculano Pires (1915-1979), jornalista, filósofo, tradutor e grande intelectual espírita brasileiro, autor de mais de 80 obras sobre Espiritismo, Filosofia e Parapsicologia, dentre outros temas.
Fonte: http://www.espirito.org.br/portal/download/pdf/espiritismo-dialetico.pdf
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
O Espiritismo em Sua Expressão Mais Simples
Prefácio
Em Janeiro de 1862, Allan Kardec publicou, na "Revista Espírita", o seguinte comentário sobre o livreto O Espiritismo em Sua Expressão Mais Simples, que acabava de editar:
"O objectivo desta publicação é dar, num quadro muito sucinto, o histórico do Espiritismo e uma ideia suficiente da Doutrina dos Espíritos, para que se lhe possa compreender o objectivo moral e filosófico.
Pela clareza e pela simplicidade do estilo, procuramos pô-lo ao alcance de todas as inteligências.
Contamos com o zelo de todos os verdadeiros Espíritas para ajudar a sua propagação.
- Allan Kardec"
Histórico do Espiritismo
Por volta de 1848, chamou-se a atenção, nos Estados Unidos, para diversos fenómenos estranhos que consistiam em ruídos, batidas e movimento de objectos sem causa conhecida.
Esses fenómenos aconteciam com frequência, espontaneamente, com uma intensidade e persistência singulares;
mas notou-se também que ocorriam particularmente sob a influência de certas pessoas, às quais se deu o nome de médiuns, que podiam de certa forma provocá-los à vontade, o que permitiu repetir as experiências.
Para isso usaram-se sobretudo mesas; não que este objecto seja mais favorável que um outro, mas somente porque ele é móvel, é mais cómodo, e porque é mais fácil e natural sentar-se em volta de uma mesa que de qualquer outro móvel.
Obteve-se dessa forma a rotação da mesa, depois movimentos em todos os sentidos, saltos, reversões, flutuações, golpes dados com violência, etc.
O fenómeno foi designado, a princípio, com o nome de mesas girantes ou dança das mesas.
Até então, o fenómeno podia explicar-se perfeitamente por uma corrente eléctrica ou magnética, ou pela acção de um fluído desconhecido, e esta foi aliás a primeira opinião formada.
Mas não se demorou a reconhecer, nesses fenómenos, efeitos inteligentes;
assim, o movimento obedecia à vontade; a mesa ia para a direita ou para a esquerda, em direcção a uma pessoa designada, ficava sobre um ou dois pés sob comando;
batia no chão o número de vezes pedido, batia regularmente, etc.
Ficou então evidente que a causa não era puramente física e, a partir do axioma:
Se todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente, concluiu-se que a causa desse fenómeno devia ser uma inteligência.
Qual era a natureza dessa inteligência? Era essa a questão.
A primeira ideia foi que podia ser um reflexo da inteligência do médium ou dos assistentes, mas a experiência demonstrou logo a impossibilidade disso, porque se obtiveram coisas completamente fora do pensamento e dos conhecimentos das pessoas presentes, e até em contradição com suas ideias, vontade e desejo;
ela só podia, então, pertencer a um ser invisível.
Continua...
Prefácio
Em Janeiro de 1862, Allan Kardec publicou, na "Revista Espírita", o seguinte comentário sobre o livreto O Espiritismo em Sua Expressão Mais Simples, que acabava de editar:
"O objectivo desta publicação é dar, num quadro muito sucinto, o histórico do Espiritismo e uma ideia suficiente da Doutrina dos Espíritos, para que se lhe possa compreender o objectivo moral e filosófico.
Pela clareza e pela simplicidade do estilo, procuramos pô-lo ao alcance de todas as inteligências.
Contamos com o zelo de todos os verdadeiros Espíritas para ajudar a sua propagação.
- Allan Kardec"
Histórico do Espiritismo
Por volta de 1848, chamou-se a atenção, nos Estados Unidos, para diversos fenómenos estranhos que consistiam em ruídos, batidas e movimento de objectos sem causa conhecida.
Esses fenómenos aconteciam com frequência, espontaneamente, com uma intensidade e persistência singulares;
mas notou-se também que ocorriam particularmente sob a influência de certas pessoas, às quais se deu o nome de médiuns, que podiam de certa forma provocá-los à vontade, o que permitiu repetir as experiências.
Para isso usaram-se sobretudo mesas; não que este objecto seja mais favorável que um outro, mas somente porque ele é móvel, é mais cómodo, e porque é mais fácil e natural sentar-se em volta de uma mesa que de qualquer outro móvel.
Obteve-se dessa forma a rotação da mesa, depois movimentos em todos os sentidos, saltos, reversões, flutuações, golpes dados com violência, etc.
O fenómeno foi designado, a princípio, com o nome de mesas girantes ou dança das mesas.
Até então, o fenómeno podia explicar-se perfeitamente por uma corrente eléctrica ou magnética, ou pela acção de um fluído desconhecido, e esta foi aliás a primeira opinião formada.
Mas não se demorou a reconhecer, nesses fenómenos, efeitos inteligentes;
assim, o movimento obedecia à vontade; a mesa ia para a direita ou para a esquerda, em direcção a uma pessoa designada, ficava sobre um ou dois pés sob comando;
batia no chão o número de vezes pedido, batia regularmente, etc.
Ficou então evidente que a causa não era puramente física e, a partir do axioma:
Se todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente, concluiu-se que a causa desse fenómeno devia ser uma inteligência.
Qual era a natureza dessa inteligência? Era essa a questão.
A primeira ideia foi que podia ser um reflexo da inteligência do médium ou dos assistentes, mas a experiência demonstrou logo a impossibilidade disso, porque se obtiveram coisas completamente fora do pensamento e dos conhecimentos das pessoas presentes, e até em contradição com suas ideias, vontade e desejo;
ela só podia, então, pertencer a um ser invisível.
Continua...
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
Continua...
O meio de certificar-se era bem simples:
bastava iniciar uma conversa com essa entidade, o que foi feito por meio de um número convencional de batidas significando sim ou não, ou designando as letras do alfabeto;
obtiveram-se, dessa forma; respostas para as diversas questões que se lhe dirigiam.
O fenómeno foi designado pelo nome de mesas falantes.
Todos os seres que se comunicaram dessa forma, interrogados sobre sua natureza, declararam ser Espíritos e pertencer ao mundo invisível.
Como se tratava de efeitos produzidos em um grande número de localidades, pela intervenção de pessoas diferentes, e observados por homens muito sérios e esclarecidos, não era possível que fossem um jogo de ilusão.
Da América esse fenómeno passou para a França e o resto da Europa onde, por alguns anos, as mesas girantes e falantes estiveram na moda e se tornaram o divertimento dos salões;
depois, quando as pessoas se cansaram, deixaram-nas de lado, em busca de outra distracção.
O fenómeno não demorou a apresentar-se sob um novo aspecto que o fez sair do domínio da simples curiosidade.
Os limites deste resumo não nos permitem segui-lo em todas as suas fases;
assim passamos, sem transição, para o que ele oferece de mais característico, para o que atraiu sobremaneira a atenção das pessoas sérias.
Salientemos, antes, que a realidade do fenómeno encontrou numerosos opositores;
alguns, sem levar em conta a preocupação desinteressada e a honradez dos experimentadores, só enxergaram uma fraude, uma hábil subtileza.
Os que não admitem nada fora da matéria, que só acreditam no mundo visível, que acham que tudo morre com o corpo, os materialistas, em resumo os que se qualificam de espíritos fortes, repeliram a existência dos Espíritos invisíveis para o campo das fábulas absurdas;
tacharam de loucos os que levavam a coisa a sério, e os cumularam de sarcasmos e zombarias.
Outros;
não podendo negar os factos, e sob o império de certas ideias, atribuíram esses fenómenos à influência exclusiva do diabo e procuraram, assim, assustar os tímidos.
Mas hoje o medo do diabo perdeu singularmente seu prestígio;
falaram tanto dele, pintaram-no de tantos modos, que as pessoas se familiarizaram com essa ideia e muitos acharam que era preciso aproveitar a ocasião para ver o que ele é realmente.
Resultou que, à parte de um pequeno número de mulheres timoratas, o anúncio da chegada do verdadeiro diabo tinha algo de picante para aqueles que só o tinham visto em quadros ou no teatro;
ele foi para muita gente um poderoso estimulante, de modo que os que quiseram levantar, por esse meio, uma barreira às novas ideias, agiram contra seu próprio objectivo e tornaram-se, sem o querer, agentes propagadores tanto mais eficazes quanto mais forte gritavam.
Os outros críticos não tiveram sucesso maior porque, aos fatos constatados, com raciocínios categóricos, só puderam opor denegações.
Leiam o que eles publicaram e em toda parte encontrarão a prova da ignorância e a falta de observação séria dos factos;
em nenhum lugar, uma demonstração peremptória de sua impossibilidade.
Toda a argumentação deles resume-se assim:
"Eu não acredito, então não existe;
todos os que acreditam são loucos;
somente nós temos o privilégio da razão e do bom senso."
Continua...
O meio de certificar-se era bem simples:
bastava iniciar uma conversa com essa entidade, o que foi feito por meio de um número convencional de batidas significando sim ou não, ou designando as letras do alfabeto;
obtiveram-se, dessa forma; respostas para as diversas questões que se lhe dirigiam.
O fenómeno foi designado pelo nome de mesas falantes.
Todos os seres que se comunicaram dessa forma, interrogados sobre sua natureza, declararam ser Espíritos e pertencer ao mundo invisível.
Como se tratava de efeitos produzidos em um grande número de localidades, pela intervenção de pessoas diferentes, e observados por homens muito sérios e esclarecidos, não era possível que fossem um jogo de ilusão.
Da América esse fenómeno passou para a França e o resto da Europa onde, por alguns anos, as mesas girantes e falantes estiveram na moda e se tornaram o divertimento dos salões;
depois, quando as pessoas se cansaram, deixaram-nas de lado, em busca de outra distracção.
O fenómeno não demorou a apresentar-se sob um novo aspecto que o fez sair do domínio da simples curiosidade.
Os limites deste resumo não nos permitem segui-lo em todas as suas fases;
assim passamos, sem transição, para o que ele oferece de mais característico, para o que atraiu sobremaneira a atenção das pessoas sérias.
Salientemos, antes, que a realidade do fenómeno encontrou numerosos opositores;
alguns, sem levar em conta a preocupação desinteressada e a honradez dos experimentadores, só enxergaram uma fraude, uma hábil subtileza.
Os que não admitem nada fora da matéria, que só acreditam no mundo visível, que acham que tudo morre com o corpo, os materialistas, em resumo os que se qualificam de espíritos fortes, repeliram a existência dos Espíritos invisíveis para o campo das fábulas absurdas;
tacharam de loucos os que levavam a coisa a sério, e os cumularam de sarcasmos e zombarias.
Outros;
não podendo negar os factos, e sob o império de certas ideias, atribuíram esses fenómenos à influência exclusiva do diabo e procuraram, assim, assustar os tímidos.
Mas hoje o medo do diabo perdeu singularmente seu prestígio;
falaram tanto dele, pintaram-no de tantos modos, que as pessoas se familiarizaram com essa ideia e muitos acharam que era preciso aproveitar a ocasião para ver o que ele é realmente.
Resultou que, à parte de um pequeno número de mulheres timoratas, o anúncio da chegada do verdadeiro diabo tinha algo de picante para aqueles que só o tinham visto em quadros ou no teatro;
ele foi para muita gente um poderoso estimulante, de modo que os que quiseram levantar, por esse meio, uma barreira às novas ideias, agiram contra seu próprio objectivo e tornaram-se, sem o querer, agentes propagadores tanto mais eficazes quanto mais forte gritavam.
Os outros críticos não tiveram sucesso maior porque, aos fatos constatados, com raciocínios categóricos, só puderam opor denegações.
Leiam o que eles publicaram e em toda parte encontrarão a prova da ignorância e a falta de observação séria dos factos;
em nenhum lugar, uma demonstração peremptória de sua impossibilidade.
Toda a argumentação deles resume-se assim:
"Eu não acredito, então não existe;
todos os que acreditam são loucos;
somente nós temos o privilégio da razão e do bom senso."
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Ave sem Ninho- Mensagens : 126619
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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O número dos adeptos feitos pela crítica séria ou burlesca é incalculável, porque em todas elas só se encontram opiniões pessoais, vazias de provas em contrário.
Continuemos com nossa exposição.
As comunicações por batidas eram lentas e incompletas;
verificou-se que, adaptando um lápis a um objecto móvel (cesto, prancheta ou um outro, sobre os quais se colocavam os dedos), esse objecto começava a movimentar-se e traçava sinais.
Mais tarde verificou-se que esses objectos eram tão-somente acessórios que podiam ser dispensados;
a experiência demonstrou que o Espírito, que agia sobre um corpo inerte dirigindo-o à vontade, podia agir da mesma forma sobre o braço ou a mão, conduzindo o lápis.
Tivemos então médiuns escritores, ou seja, pessoas que escreviam de modo involuntário, sob o impulso dos Espíritos, de que eram instrumentos e intérpretes.
A partir daí, as comunicações não tiveram mais limites, e a troca de pensamentos pode-se fazer com tanta rapidez e desenvolvimento quanto entre os vivos.
Era um vasto campo aberto à exploração, a descoberta de um mundo novo:
o mundo dos invisíveis, assim como o microscópio tinha desvendado o mundo dos infinitamente pequenos.
Que são esses Espíritos?
Que papel desempenham no Universo?
Com que propósito se comunicam com os mortais?
Tais eram as primeiras questões que se impunham resolver.
Soube-se logo, por eles mesmos, que não se trata de seres à parte na criação, mas das próprias almas daqueles que viveram na Terra ou em outros mundos;
que essas almas, depois de terem despojado de seu envoltório corporal, povoam e percorrem o espaço.
Não houve mais possibilidade de dúvidas quando se reconheceram, entre eles, parentes e amigos, com quem se pôde conversar;
quando estes vieram dar prova de sua existência, demonstrar que a morte para eles foi só do corpo, que sua alma ou Espírito continua a viver que estão ali junto de nós, vendo-nos e observando-nos como quando eram vivos, cercando de solicitude aqueles que amaram, e cuja lembrança é para eles uma doce satisfação.
Geralmente fazemos dos Espíritos uma ideia completamente falsa;
eles não são, como muitos imaginam, seres abstractos, vagos e indefinidos, nem algo como um clarão ou uma centelha;
são, ao contrário, seres muito reais, com sua individualidade e uma forma determinada.
Podemos ter uma ideia aproximada pela explicação seguinte:
Há no homem três coisas essenciais:
1.º) a Alma ou Espírito, princípio inteligente em que residem o pensamento, a vontade e o senso moral;
2.º) o corpo, envoltório material, pesado e grosseiro, que coloca o Espírito em relação com o mundo exterior;
3.º) o perispírito, envoltório fluídico, leve, que serve de laço e intermediário entre o Espírito e o corpo.
Continua...
O número dos adeptos feitos pela crítica séria ou burlesca é incalculável, porque em todas elas só se encontram opiniões pessoais, vazias de provas em contrário.
Continuemos com nossa exposição.
As comunicações por batidas eram lentas e incompletas;
verificou-se que, adaptando um lápis a um objecto móvel (cesto, prancheta ou um outro, sobre os quais se colocavam os dedos), esse objecto começava a movimentar-se e traçava sinais.
Mais tarde verificou-se que esses objectos eram tão-somente acessórios que podiam ser dispensados;
a experiência demonstrou que o Espírito, que agia sobre um corpo inerte dirigindo-o à vontade, podia agir da mesma forma sobre o braço ou a mão, conduzindo o lápis.
Tivemos então médiuns escritores, ou seja, pessoas que escreviam de modo involuntário, sob o impulso dos Espíritos, de que eram instrumentos e intérpretes.
A partir daí, as comunicações não tiveram mais limites, e a troca de pensamentos pode-se fazer com tanta rapidez e desenvolvimento quanto entre os vivos.
Era um vasto campo aberto à exploração, a descoberta de um mundo novo:
o mundo dos invisíveis, assim como o microscópio tinha desvendado o mundo dos infinitamente pequenos.
Que são esses Espíritos?
Que papel desempenham no Universo?
Com que propósito se comunicam com os mortais?
Tais eram as primeiras questões que se impunham resolver.
Soube-se logo, por eles mesmos, que não se trata de seres à parte na criação, mas das próprias almas daqueles que viveram na Terra ou em outros mundos;
que essas almas, depois de terem despojado de seu envoltório corporal, povoam e percorrem o espaço.
Não houve mais possibilidade de dúvidas quando se reconheceram, entre eles, parentes e amigos, com quem se pôde conversar;
quando estes vieram dar prova de sua existência, demonstrar que a morte para eles foi só do corpo, que sua alma ou Espírito continua a viver que estão ali junto de nós, vendo-nos e observando-nos como quando eram vivos, cercando de solicitude aqueles que amaram, e cuja lembrança é para eles uma doce satisfação.
Geralmente fazemos dos Espíritos uma ideia completamente falsa;
eles não são, como muitos imaginam, seres abstractos, vagos e indefinidos, nem algo como um clarão ou uma centelha;
são, ao contrário, seres muito reais, com sua individualidade e uma forma determinada.
Podemos ter uma ideia aproximada pela explicação seguinte:
Há no homem três coisas essenciais:
1.º) a Alma ou Espírito, princípio inteligente em que residem o pensamento, a vontade e o senso moral;
2.º) o corpo, envoltório material, pesado e grosseiro, que coloca o Espírito em relação com o mundo exterior;
3.º) o perispírito, envoltório fluídico, leve, que serve de laço e intermediário entre o Espírito e o corpo.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Quando o envoltório exterior está gasto e não pode mais funcionar, ele cai e o Espírito despoja-se dele como o fruto de sua casca, a árvore de sua crosta;
em resumo, como se abandona uma roupa velha que não serve mais;
é a isso que chamamos morte.
A morte, portanto, não passa da destruição do grosseiro envoltório do Espírito – só o corpo morre, o Espírito não.
Durante a vida o Espírito está de certa forma limitado pelos laços da matéria a que está unido e que, muitas vezes, paralisa suas faculdades;
a morte do corpo desembaraça-o de seus laços;
ele se liberta e recupera sua liberdade, como a borboleta saindo de sua crisálida.
Mas ele só abandona o corpo material;
conserva o perispírito, que constitui para ele uma espécie de corpo etéreo, vaporoso, imponderável para nós e de forma humana, que parece ser a forma-tipo.
Em seu estado normal, o perispírito é invisível, mas o Espírito pode fazer com que sofra certas modificações que o tornam momentaneamente acessíveis à vista e até ao contacto, como acontece com o vapor condensado;
é assim que eles podem às vezes mostrar-se a nós em aparições.
É com a ajuda do perispírito que o Espírito age sobre a matéria inerte e produz os diversos fenómenos de ruído, de movimento, de escrita, etc.
As batidas e movimentos são, para os Espíritos, meios de atestar sua presença e chamar para si a atenção, exactamente como quando uma pessoa bate para avisar que há alguém.
Há os que não se limitam a ruídos moderados, mas que chegam a fazer um alarido como de louça quebrando, de portas que se abrem e se fecham, ou de móveis derrubados.
Através de batidas e movimentos combinados eles puderam exprimir seus pensamentos, mas a escrita lhes oferece o meio completo, mais rápido e mais cómodo;
é o que eles preferem.
Pela mesma razão que podem formar caracteres, podem guiar a mão para traçar desenhos, escrever música, executar uma peça em um instrumento, em resumo, na falta do próprio corpo, que não têm mais, usam o do médium para manifestar-se aos homens de uma maneira sensível.
Os Espíritos podem ainda manifestar-se de várias maneiras, entre outras pela visão e pela audição.
Certas pessoas, ditas médiuns auditivos, têm a faculdade de ouvi-los e podem, assim, conversar com eles;
outras os vêem – são os médiuns videntes.
Os Espíritos que se manifestam à visão apresentam-se geralmente sob forma análoga à que tinham quando vivos, porém vaporosa;
outras vezes, essa forma tem toda a aparência de um ser vivo, a ponto de iludir completamente, tanto que algumas vezes foram tomados por criaturas de carne e osso, com as quais se pode conversar e trocar apertos de mãos, sem se suspeitar que se tratava de Espíritos, a não ser em razão de seu desaparecimento súbito.
A visão permanente e geral dos Espíritos é bem rara, mas as aparições individuais são bastante frequentes, sobretudo no momento da morte;
o Espírito liberto parece ter pressa de rever seus parentes e amigos, como para avisá-los que acaba de deixar a terra e dizer-lhes que continua vivendo.
Que cada um junte suas lembranças, e veremos quantos factos autênticos desse tipo, de que não nos apercebíamos, aconteceram não só à noite, durante o sono, mas em pleno dia e no estado mais completo de vigília.
Continua...
Quando o envoltório exterior está gasto e não pode mais funcionar, ele cai e o Espírito despoja-se dele como o fruto de sua casca, a árvore de sua crosta;
em resumo, como se abandona uma roupa velha que não serve mais;
é a isso que chamamos morte.
A morte, portanto, não passa da destruição do grosseiro envoltório do Espírito – só o corpo morre, o Espírito não.
Durante a vida o Espírito está de certa forma limitado pelos laços da matéria a que está unido e que, muitas vezes, paralisa suas faculdades;
a morte do corpo desembaraça-o de seus laços;
ele se liberta e recupera sua liberdade, como a borboleta saindo de sua crisálida.
Mas ele só abandona o corpo material;
conserva o perispírito, que constitui para ele uma espécie de corpo etéreo, vaporoso, imponderável para nós e de forma humana, que parece ser a forma-tipo.
Em seu estado normal, o perispírito é invisível, mas o Espírito pode fazer com que sofra certas modificações que o tornam momentaneamente acessíveis à vista e até ao contacto, como acontece com o vapor condensado;
é assim que eles podem às vezes mostrar-se a nós em aparições.
É com a ajuda do perispírito que o Espírito age sobre a matéria inerte e produz os diversos fenómenos de ruído, de movimento, de escrita, etc.
As batidas e movimentos são, para os Espíritos, meios de atestar sua presença e chamar para si a atenção, exactamente como quando uma pessoa bate para avisar que há alguém.
Há os que não se limitam a ruídos moderados, mas que chegam a fazer um alarido como de louça quebrando, de portas que se abrem e se fecham, ou de móveis derrubados.
Através de batidas e movimentos combinados eles puderam exprimir seus pensamentos, mas a escrita lhes oferece o meio completo, mais rápido e mais cómodo;
é o que eles preferem.
Pela mesma razão que podem formar caracteres, podem guiar a mão para traçar desenhos, escrever música, executar uma peça em um instrumento, em resumo, na falta do próprio corpo, que não têm mais, usam o do médium para manifestar-se aos homens de uma maneira sensível.
Os Espíritos podem ainda manifestar-se de várias maneiras, entre outras pela visão e pela audição.
Certas pessoas, ditas médiuns auditivos, têm a faculdade de ouvi-los e podem, assim, conversar com eles;
outras os vêem – são os médiuns videntes.
Os Espíritos que se manifestam à visão apresentam-se geralmente sob forma análoga à que tinham quando vivos, porém vaporosa;
outras vezes, essa forma tem toda a aparência de um ser vivo, a ponto de iludir completamente, tanto que algumas vezes foram tomados por criaturas de carne e osso, com as quais se pode conversar e trocar apertos de mãos, sem se suspeitar que se tratava de Espíritos, a não ser em razão de seu desaparecimento súbito.
A visão permanente e geral dos Espíritos é bem rara, mas as aparições individuais são bastante frequentes, sobretudo no momento da morte;
o Espírito liberto parece ter pressa de rever seus parentes e amigos, como para avisá-los que acaba de deixar a terra e dizer-lhes que continua vivendo.
Que cada um junte suas lembranças, e veremos quantos factos autênticos desse tipo, de que não nos apercebíamos, aconteceram não só à noite, durante o sono, mas em pleno dia e no estado mais completo de vigília.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Outrora víamos esses factos como sobrenaturais e maravilhosos, e os atribuíamos à magia e à feitiçaria;
hoje, os incrédulos os atribuem à imaginação;
mas desde que a ciência espírita nos deu a chave, sabemos como se produzem e que não saem da ordem dos fenómenos naturais.
Acreditamos ainda que os Espíritos, só pelo facto de serem Espíritos, devem ser donos da soberana ciência e da soberana sabedoria:
é um erro que a experiência não tardou a demonstrar.
Entre as comunicações feitas pelos Espíritos, algumas são sublimes de profundidade, eloquência, sabedoria, moral, e só respiram bondade e benevolência;
mas, ao lado dessas, há aquelas muito vulgares, fúteis, triviais, grosseiras até, pelas quais o Espírito revela os mais perversos instintos.
Fica então evidente que elas não podem emanar da mesma fonte e que, se há bons Espíritos, há, também, maus.
Os Espíritos, não sendo mais que as almas dos homens, naturalmente não podem tornar-se perfeitos ao abandonar seu corpo;
até que tenham progredido, conservam as imperfeições da vida corpórea;
é por isso que os vemos em todos os graus de bondade e maldade, de saber e ignorância.
Os Espíritos geralmente se comunicam com prazer, constituindo para eles uma satisfação ver que não foram esquecidos;
descrevem de boa vontade suas impressões ao deixar a Terra, sua nova situação, a natureza de suas alegrias e sofrimentos no mundo em que se encontram.
Uns são muito felizes, outros infelizes, alguns até sofrem horríveis tormentos, segundo a maneira como viveram e o emprego bom ou mau, útil ou inútil que fizeram da vida.
Observando-os em todas as fases de sua nova existência, de acordo com a posição que ocuparam na terra, seu tipo de morte, seu carácter e seus hábitos como homens, chegamos a um conhecimento senão completo, pelo menos bastante preciso do mundo invisível, para termos a explicação do nosso estado futuro e pressentir o destino feliz ou infeliz que lá nos espera.
As instruções dadas pelos Espíritos de categoria elevada sobre todos os assuntos que interessam à humanidade, as respostas que eles deram às questões que lhes foram propostas, foram recolhidas e coordenadas com cuidado, constituindo toda uma ciência, toda uma doutrina moral e filosófica, sob o nome de Espiritismo.
O Espiritismo é, pois, a doutrina fundada na existência, nas manifestações e no ensinamento dos Espíritos.
Esta doutrina acha-se exposta de modo completo em O Livro dos Espíritos, quanto à sua parte filosófica;
em O Livro dos Médiuns, quanto à parte prática e experimental;
e em O Evangelho segundo o Espiritismo, quanto à parte moral.
Podemos avaliar, pela análise que faremos abaixo dessas obras, a variedade, a extensão e a importância dos assuntos que a doutrina envolve.
Como vimos, o Espiritismo teve seu ponto de partida no fenómeno vulgar das mesas girantes;
mas como esses factos falam mais aos olhos que à inteligência, despertam mais curiosidade que sentimento, satisfeita a curiosidade, fica-se menos interessado, na medida de nossa falta de compreensão.
A situação mudou quando a teoria veio explicar a causa;
sobretudo quando se viu que dessas mesas girantes com as quais as pessoas se divertiram algum tempo, saia toda uma doutrina moral que fala à alma, dissipando as angústias da dúvida, satisfazendo a todas as aspirações deixadas no vácuo por um ensinamento incompleto sobre o futuro da humanidade, as pessoas sérias acolheram a nova doutrina como um benefício e, a partir de então, longe de declinar, ela cresceu com incrível rapidez.
No espaço de alguns anos conseguiu adesões em todos os países do mundo, sobretudo entre as pessoas esclarecidas, inúmeros partidários que aumentam todos os dias em uma proporção extraordinária, de tal forma que hoje pode-se dizer que o Espiritismo conquistou direito de cidadania.
Continua...
Outrora víamos esses factos como sobrenaturais e maravilhosos, e os atribuíamos à magia e à feitiçaria;
hoje, os incrédulos os atribuem à imaginação;
mas desde que a ciência espírita nos deu a chave, sabemos como se produzem e que não saem da ordem dos fenómenos naturais.
Acreditamos ainda que os Espíritos, só pelo facto de serem Espíritos, devem ser donos da soberana ciência e da soberana sabedoria:
é um erro que a experiência não tardou a demonstrar.
Entre as comunicações feitas pelos Espíritos, algumas são sublimes de profundidade, eloquência, sabedoria, moral, e só respiram bondade e benevolência;
mas, ao lado dessas, há aquelas muito vulgares, fúteis, triviais, grosseiras até, pelas quais o Espírito revela os mais perversos instintos.
Fica então evidente que elas não podem emanar da mesma fonte e que, se há bons Espíritos, há, também, maus.
Os Espíritos, não sendo mais que as almas dos homens, naturalmente não podem tornar-se perfeitos ao abandonar seu corpo;
até que tenham progredido, conservam as imperfeições da vida corpórea;
é por isso que os vemos em todos os graus de bondade e maldade, de saber e ignorância.
Os Espíritos geralmente se comunicam com prazer, constituindo para eles uma satisfação ver que não foram esquecidos;
descrevem de boa vontade suas impressões ao deixar a Terra, sua nova situação, a natureza de suas alegrias e sofrimentos no mundo em que se encontram.
Uns são muito felizes, outros infelizes, alguns até sofrem horríveis tormentos, segundo a maneira como viveram e o emprego bom ou mau, útil ou inútil que fizeram da vida.
Observando-os em todas as fases de sua nova existência, de acordo com a posição que ocuparam na terra, seu tipo de morte, seu carácter e seus hábitos como homens, chegamos a um conhecimento senão completo, pelo menos bastante preciso do mundo invisível, para termos a explicação do nosso estado futuro e pressentir o destino feliz ou infeliz que lá nos espera.
As instruções dadas pelos Espíritos de categoria elevada sobre todos os assuntos que interessam à humanidade, as respostas que eles deram às questões que lhes foram propostas, foram recolhidas e coordenadas com cuidado, constituindo toda uma ciência, toda uma doutrina moral e filosófica, sob o nome de Espiritismo.
O Espiritismo é, pois, a doutrina fundada na existência, nas manifestações e no ensinamento dos Espíritos.
Esta doutrina acha-se exposta de modo completo em O Livro dos Espíritos, quanto à sua parte filosófica;
em O Livro dos Médiuns, quanto à parte prática e experimental;
e em O Evangelho segundo o Espiritismo, quanto à parte moral.
Podemos avaliar, pela análise que faremos abaixo dessas obras, a variedade, a extensão e a importância dos assuntos que a doutrina envolve.
Como vimos, o Espiritismo teve seu ponto de partida no fenómeno vulgar das mesas girantes;
mas como esses factos falam mais aos olhos que à inteligência, despertam mais curiosidade que sentimento, satisfeita a curiosidade, fica-se menos interessado, na medida de nossa falta de compreensão.
A situação mudou quando a teoria veio explicar a causa;
sobretudo quando se viu que dessas mesas girantes com as quais as pessoas se divertiram algum tempo, saia toda uma doutrina moral que fala à alma, dissipando as angústias da dúvida, satisfazendo a todas as aspirações deixadas no vácuo por um ensinamento incompleto sobre o futuro da humanidade, as pessoas sérias acolheram a nova doutrina como um benefício e, a partir de então, longe de declinar, ela cresceu com incrível rapidez.
No espaço de alguns anos conseguiu adesões em todos os países do mundo, sobretudo entre as pessoas esclarecidas, inúmeros partidários que aumentam todos os dias em uma proporção extraordinária, de tal forma que hoje pode-se dizer que o Espiritismo conquistou direito de cidadania.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Ele está assentado em bases que desafiam os esforços de seus adversários mais ou menos interessados em combatê-lo e a prova é que os ataques e críticas não retardaram sua marcha um só instante – este é um facto obtido da experiência, cujo motivo os oponentes nunca puderam explicar;
os espíritas dizem simplesmente que, se ele se propaga apesar da crítica, é que o acham bom e que se prefere seu modo de raciocinar ao de seus contestadores.
O Espiritismo, entretanto, não é uma descoberta moderna;
os factos e princípios sobre os quais ele repousa perdem-se na noite dos tempos, pois encontramos seus vestígios nas crenças de todos os povos, em todas as religiões, na maior parte dos escritores sagrados e profanos;
só que os factos, não completamente observados, foram muitas vezes interpretados segundo as ideias supersticiosas da ignorância, e não foram deduzidas todas as suas consequências.
Com efeito, o Espiritismo está fundado sobre a existência dos Espíritos, mas os Espíritos não sendo mais que as almas dos homens, desde que há homens, há Espíritos;
o Espiritismo nem os descobriu, nem os inventou.
Se as almas ou Espíritos podem manifestar-se aos vivos, é que isso é natural e, portanto, eles devem tê-lo feito todo o tempo;
assim, em qualquer época e qualquer lugar encontramos a prova dessas manifestações abundantes, sobretudo nos relatos bíblicos.
O que é moderno é a explicação lógica dos factos, o conhecimento mais completo da natureza dos Espíritos, de seu papel e seu modo de acção, a revelação de nosso estado futuro, enfim, sua constituição em corpo de ciência e de doutrina e suas diversas aplicações.
Os Antigos conheciam o princípio, os Modernos conhecem os detalhes.
Na Antiguidade, o estudo desses fenómenos constituía o privilégio de certas castas que só os revelavam aos iniciados em seus mistérios;
na Idade Média, os que se ocupavam ostensivamente com isso eram tidos como feiticeiros e, por isso, queimados;
mas hoje não há mistérios para ninguém, não se queima mais ninguém;
tudo se passa claramente e todo mundo pode esclarecer-se e praticá-lo, pois há médiuns em toda parte.
A própria doutrina que os espíritos ensinam hoje não tem nada de novo;
é encontrada em fragmentos na maior parte dos filósofos da Índia, do Egipto e da Grécia, e inteira no ensinamento de Cristo.
Então o que vem fazer o Espiritismo?
Vem confirmar novos testemunhos, demonstrar, por factos, verdades desconhecidas ou mal compreendidas, restabelecer em seu verdadeiro sentido as que foram mal interpretadas.
O Espiritismo não ensina nada de novo, é verdade;
mas não é nada provar de modo patente, irrecusável, a existência da alma, sua sobrevivência ao corpo, sua individualidade depois da morte, sua imortalidade, as penas e recompensas futuras?
Quanta gente acredita nessas coisas, mas acredita com um vago pensamento dissimulado de incerteza, e diz em seu foro íntimo:
"E se não fosse assim?"
Quantos não foram levados à incredulidade porque lhes apresentaram o futuro sob um aspecto que sua razão não podia admitir?
Então, não é nada que o crente vacilante possa dizer:
"Agora tenho certeza!", que o cego reveja a luz?
Continua...
Ele está assentado em bases que desafiam os esforços de seus adversários mais ou menos interessados em combatê-lo e a prova é que os ataques e críticas não retardaram sua marcha um só instante – este é um facto obtido da experiência, cujo motivo os oponentes nunca puderam explicar;
os espíritas dizem simplesmente que, se ele se propaga apesar da crítica, é que o acham bom e que se prefere seu modo de raciocinar ao de seus contestadores.
O Espiritismo, entretanto, não é uma descoberta moderna;
os factos e princípios sobre os quais ele repousa perdem-se na noite dos tempos, pois encontramos seus vestígios nas crenças de todos os povos, em todas as religiões, na maior parte dos escritores sagrados e profanos;
só que os factos, não completamente observados, foram muitas vezes interpretados segundo as ideias supersticiosas da ignorância, e não foram deduzidas todas as suas consequências.
Com efeito, o Espiritismo está fundado sobre a existência dos Espíritos, mas os Espíritos não sendo mais que as almas dos homens, desde que há homens, há Espíritos;
o Espiritismo nem os descobriu, nem os inventou.
Se as almas ou Espíritos podem manifestar-se aos vivos, é que isso é natural e, portanto, eles devem tê-lo feito todo o tempo;
assim, em qualquer época e qualquer lugar encontramos a prova dessas manifestações abundantes, sobretudo nos relatos bíblicos.
O que é moderno é a explicação lógica dos factos, o conhecimento mais completo da natureza dos Espíritos, de seu papel e seu modo de acção, a revelação de nosso estado futuro, enfim, sua constituição em corpo de ciência e de doutrina e suas diversas aplicações.
Os Antigos conheciam o princípio, os Modernos conhecem os detalhes.
Na Antiguidade, o estudo desses fenómenos constituía o privilégio de certas castas que só os revelavam aos iniciados em seus mistérios;
na Idade Média, os que se ocupavam ostensivamente com isso eram tidos como feiticeiros e, por isso, queimados;
mas hoje não há mistérios para ninguém, não se queima mais ninguém;
tudo se passa claramente e todo mundo pode esclarecer-se e praticá-lo, pois há médiuns em toda parte.
A própria doutrina que os espíritos ensinam hoje não tem nada de novo;
é encontrada em fragmentos na maior parte dos filósofos da Índia, do Egipto e da Grécia, e inteira no ensinamento de Cristo.
Então o que vem fazer o Espiritismo?
Vem confirmar novos testemunhos, demonstrar, por factos, verdades desconhecidas ou mal compreendidas, restabelecer em seu verdadeiro sentido as que foram mal interpretadas.
O Espiritismo não ensina nada de novo, é verdade;
mas não é nada provar de modo patente, irrecusável, a existência da alma, sua sobrevivência ao corpo, sua individualidade depois da morte, sua imortalidade, as penas e recompensas futuras?
Quanta gente acredita nessas coisas, mas acredita com um vago pensamento dissimulado de incerteza, e diz em seu foro íntimo:
"E se não fosse assim?"
Quantos não foram levados à incredulidade porque lhes apresentaram o futuro sob um aspecto que sua razão não podia admitir?
Então, não é nada que o crente vacilante possa dizer:
"Agora tenho certeza!", que o cego reveja a luz?
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Pelos factos e por sua lógica, o Espiritismo vem dissipar a ansiedade da dúvida e trazer de volta à fé aquele que dela se afastou;
revelando-nos a existência do mundo invisível que nos rodeia, e no meio do qual vivemos sem suspeitar, ele nos dá a conhecer, pelo exemplo dos que viveram, as condições de nossa felicidade ou infelicidade futura;
ele nos explica a causa de nossos sofrimentos aqui na terra e o meio de amenizá-los.
Sua propagação terá por efeito inevitável a destruição das doutrinas materialistas, que não podem resistir à evidência.
O homem, convencido da grandeza e da importância de sua existência futura, que é eterna, compara-a com a incerteza da vida terrestre, que é tão curta, e eleva-se, pelo pensamento, acima das mesquinhas considerações humanas;
conhecendo a causa e o propósito de suas misérias, ele as suporta com paciência e resignação, porque sabe que elas são um meio de chegar a um estado melhor.
O exemplo daqueles que vêm do além-túmulo descrever suas alegrias e dores, provando a realidade da vida futura, prova ao mesmo tempo que a justiça de Deus não deixa nenhum vício sem punição e nenhuma virtude sem recompensa.
Acrescentemos, finalmente, que as comunicações com os seres queridos que perdemos acarretam uma doce consolação, provando não só que eles existem, mas que estamos menos separados deles que se estivessem vivos num país estrangeiro.
Em resumo, o Espiritismo suaviza a amargura das tristezas da vida;
acalma os desesperos e as agitações da alma, dissipa as incertezas ou os terrores do futuro, elimina o pensamento de abreviar a vida pelo suicídio;
da mesma forma torna felizes os que aderem a ele, e está aí o grande segredo de sua rápida propagação.
Do ponto de vista religioso, o Espiritismo tem por base as verdades fundamentais de todas as religiões:
Deus, a alma, a imortalidade, as penas e as recompensas futuras;
mas é independente de qualquer culto particular.
Seu propósito é provar, aos que negam ou duvidam que a alma existe, que ela sobrevive ao corpo, que ela sofre depois da morte as consequências ao bem e do mal que fez durante a vida corpórea;
ora, isto é de todas as religiões.
Como crença nos espíritos, também não se afasta de qualquer religião, ou de qualquer povo, porque em todo lugar onde há homens há almas ou espíritos;
que as manifestações são de todos os tempos, e o relato delas acha-se em todas as religiões, sem excepção.
Pode-se, portanto, ser católico, grego ou romano, protestante, judeu ou muçulmano, e acreditar nas manifestações dos espíritos, e consequentemente ser Espírita;
a prova é que o Espiritismo tem aderentes em todas as seitas.
Como moral, ele é essencialmente cristão, porque a doutrina que ensina é tão-somente o desenvolvimento e a aplicação da do Cristo, a mais pura de todas, cuja superioridade não é contestada por ninguém, prova evidente de que é a lei de Deus;
ora, a moral está a serviço de todo mundo.
O Espiritismo, sendo independente de qualquer forma de culto, não prescrevendo nenhum deles, não se ocupando de dogmas particulares, não é uma religião especial, pois não tem nem seus padres nem seus templos.
Aos que indagam se fazem bem em seguir esta ou aquela prática, ele responde:
Se sua consciência pede para fazê-lo, faça-o;
Deus sempre leva em conta a intenção.
Continua...
Pelos factos e por sua lógica, o Espiritismo vem dissipar a ansiedade da dúvida e trazer de volta à fé aquele que dela se afastou;
revelando-nos a existência do mundo invisível que nos rodeia, e no meio do qual vivemos sem suspeitar, ele nos dá a conhecer, pelo exemplo dos que viveram, as condições de nossa felicidade ou infelicidade futura;
ele nos explica a causa de nossos sofrimentos aqui na terra e o meio de amenizá-los.
Sua propagação terá por efeito inevitável a destruição das doutrinas materialistas, que não podem resistir à evidência.
O homem, convencido da grandeza e da importância de sua existência futura, que é eterna, compara-a com a incerteza da vida terrestre, que é tão curta, e eleva-se, pelo pensamento, acima das mesquinhas considerações humanas;
conhecendo a causa e o propósito de suas misérias, ele as suporta com paciência e resignação, porque sabe que elas são um meio de chegar a um estado melhor.
O exemplo daqueles que vêm do além-túmulo descrever suas alegrias e dores, provando a realidade da vida futura, prova ao mesmo tempo que a justiça de Deus não deixa nenhum vício sem punição e nenhuma virtude sem recompensa.
Acrescentemos, finalmente, que as comunicações com os seres queridos que perdemos acarretam uma doce consolação, provando não só que eles existem, mas que estamos menos separados deles que se estivessem vivos num país estrangeiro.
Em resumo, o Espiritismo suaviza a amargura das tristezas da vida;
acalma os desesperos e as agitações da alma, dissipa as incertezas ou os terrores do futuro, elimina o pensamento de abreviar a vida pelo suicídio;
da mesma forma torna felizes os que aderem a ele, e está aí o grande segredo de sua rápida propagação.
Do ponto de vista religioso, o Espiritismo tem por base as verdades fundamentais de todas as religiões:
Deus, a alma, a imortalidade, as penas e as recompensas futuras;
mas é independente de qualquer culto particular.
Seu propósito é provar, aos que negam ou duvidam que a alma existe, que ela sobrevive ao corpo, que ela sofre depois da morte as consequências ao bem e do mal que fez durante a vida corpórea;
ora, isto é de todas as religiões.
Como crença nos espíritos, também não se afasta de qualquer religião, ou de qualquer povo, porque em todo lugar onde há homens há almas ou espíritos;
que as manifestações são de todos os tempos, e o relato delas acha-se em todas as religiões, sem excepção.
Pode-se, portanto, ser católico, grego ou romano, protestante, judeu ou muçulmano, e acreditar nas manifestações dos espíritos, e consequentemente ser Espírita;
a prova é que o Espiritismo tem aderentes em todas as seitas.
Como moral, ele é essencialmente cristão, porque a doutrina que ensina é tão-somente o desenvolvimento e a aplicação da do Cristo, a mais pura de todas, cuja superioridade não é contestada por ninguém, prova evidente de que é a lei de Deus;
ora, a moral está a serviço de todo mundo.
O Espiritismo, sendo independente de qualquer forma de culto, não prescrevendo nenhum deles, não se ocupando de dogmas particulares, não é uma religião especial, pois não tem nem seus padres nem seus templos.
Aos que indagam se fazem bem em seguir esta ou aquela prática, ele responde:
Se sua consciência pede para fazê-lo, faça-o;
Deus sempre leva em conta a intenção.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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Em resumo, ele não se impõe a ninguém; não se destina àqueles que têm fé ou àqueles a quem essa fé basta, mas à numerosa categoria dos inseguros e dos incrédulos;
ele não os tira da Igreja, visto que eles se separaram dela moralmente em tudo, ou em parte;
ele os faz percorrer os três quartos do caminho para entrar nela; cabe a ela fazer o resto.
O Espiritismo combate, é verdade, certas crenças como a eternidade das penas, o fogo material do inferno, a personalidade do diabo, etc;
mas não é certo que essas crenças, impostas como absolutas, sempre fizeram incrédulos e continuam a fazê-los?
Se o Espiritismo, dando desses dogmas e de alguns outros uma interpretação racional, devolve à fé aqueles que dela desertaram não está prestando serviço à religião?
Assim, um venerável eclesiástico dizia a esse respeito:
"O Espiritismo faz acreditar em alguma coisa;
ora, é melhor acreditar em alguma coisa que não acreditar em absolutamente nada."
Os Espíritos não sendo senão almas, não se pode negar os Espíritos sem negar a alma.
Sendo admitidas as almas ou Espíritos, a questão reduzida à sua mais simples expressão é esta:
As almas dos que morreram podem comunicar-se com os vivos?
O Espiritismo prova a afirmativa pelos factos materiais;
que prova se pode dar de que isso não é possível?
Se assim é, todas as negações do mundo não impedirão que assim seja, pois não se trata nem de um sistema, nem de uma teoria, mas de uma lei da natureza;
ora, contra as leis da natureza, a vontade do homem é impotente;
é preciso, querendo ou não, aceitar suas consequências, e adequar suas crenças e seus hábitos.
Resumo do ensinamento dos Espíritos
[b]1. Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.
Deus é eterno, único, imaterial, imutável, Todo-Poderoso, soberanamente justo e bom.
Deve ser infinito em todas as suas perfeições, pois se supuséssemos um único de seus atributos imperfeito, ele não seria mais Deus.
2. Deus criou a matéria que constitui os mundos;
também criou seres inteligentes que chamamos de Espíritos, encarregados de administrar os mundos materiais segundo as leis imutáveis da criação, e que são perfectíveis por sua natureza.
Aperfeiçoando-se, eles se aproximam da Divindade.
3. O espírito propriamente dito é o princípio inteligente;
sua natureza íntima nos é desconhecida;
para nós ele é imaterial, porque não tem nenhuma analogia com o que chamamos matéria.
4. Os Espíritos são seres individuais;
têm um envoltório etéreo, imponderável, chamado perispírito, espécie de corpo fluídico, semelhante à forma humana.
Povoam os espaços, que percorrem com a rapidez do raio, e constituem o mundo invisível.
Continua...
Em resumo, ele não se impõe a ninguém; não se destina àqueles que têm fé ou àqueles a quem essa fé basta, mas à numerosa categoria dos inseguros e dos incrédulos;
ele não os tira da Igreja, visto que eles se separaram dela moralmente em tudo, ou em parte;
ele os faz percorrer os três quartos do caminho para entrar nela; cabe a ela fazer o resto.
O Espiritismo combate, é verdade, certas crenças como a eternidade das penas, o fogo material do inferno, a personalidade do diabo, etc;
mas não é certo que essas crenças, impostas como absolutas, sempre fizeram incrédulos e continuam a fazê-los?
Se o Espiritismo, dando desses dogmas e de alguns outros uma interpretação racional, devolve à fé aqueles que dela desertaram não está prestando serviço à religião?
Assim, um venerável eclesiástico dizia a esse respeito:
"O Espiritismo faz acreditar em alguma coisa;
ora, é melhor acreditar em alguma coisa que não acreditar em absolutamente nada."
Os Espíritos não sendo senão almas, não se pode negar os Espíritos sem negar a alma.
Sendo admitidas as almas ou Espíritos, a questão reduzida à sua mais simples expressão é esta:
As almas dos que morreram podem comunicar-se com os vivos?
O Espiritismo prova a afirmativa pelos factos materiais;
que prova se pode dar de que isso não é possível?
Se assim é, todas as negações do mundo não impedirão que assim seja, pois não se trata nem de um sistema, nem de uma teoria, mas de uma lei da natureza;
ora, contra as leis da natureza, a vontade do homem é impotente;
é preciso, querendo ou não, aceitar suas consequências, e adequar suas crenças e seus hábitos.
Resumo do ensinamento dos Espíritos
[b]1. Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.
Deus é eterno, único, imaterial, imutável, Todo-Poderoso, soberanamente justo e bom.
Deve ser infinito em todas as suas perfeições, pois se supuséssemos um único de seus atributos imperfeito, ele não seria mais Deus.
2. Deus criou a matéria que constitui os mundos;
também criou seres inteligentes que chamamos de Espíritos, encarregados de administrar os mundos materiais segundo as leis imutáveis da criação, e que são perfectíveis por sua natureza.
Aperfeiçoando-se, eles se aproximam da Divindade.
3. O espírito propriamente dito é o princípio inteligente;
sua natureza íntima nos é desconhecida;
para nós ele é imaterial, porque não tem nenhuma analogia com o que chamamos matéria.
4. Os Espíritos são seres individuais;
têm um envoltório etéreo, imponderável, chamado perispírito, espécie de corpo fluídico, semelhante à forma humana.
Povoam os espaços, que percorrem com a rapidez do raio, e constituem o mundo invisível.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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5. A origem e o modo de criação dos Espíritos nos são desconhecidos;
só sabemos que são criados simples e ignorantes, quer dizer, sem ciência e sem conhecimento do bem e do mal, mas com igual aptidão para tudo, pois Deus, em sua justiça, não podia isentar uns do trabalho que teria imposto aos outros para chegar à perfeição.
No princípio, ficam em uma espécie de infância, sem vontade própria e sem consciência perfeita de sua existência.
6. Desenvolvendo-se o livre arbítrio nos Espíritos ao mesmo tempo que as ideias, Deus lhes diz:
"Vocês podem aspirar à felicidade suprema, assim que tiverem adquirido os conhecimentos que lhes faltam e cumprido a tarefa que lhes imponho.
Então trabalhem para seu engrandecimento;
este é o objectivo;
irão atingi-lo seguindo as leis que gravei em sua consciência."
Em consequência de seu livre arbítrio, uns tomam o caminho mais curto, que é o do bem, outros o mais longo, que é o do mal.
7. Deus não criou o mal;
estabeleceu leis, e essas leis são sempre boas, porque ele é soberanamente bom;
aquele que as observasse fielmente seria perfeitamente feliz;
mas os Espíritos, tendo seu livre arbítrio, nem sempre as observaram, e o mal veio de sua desobediência.
Pode-se então dizer que o bem é tudo o que é conforme à lei de Deus e o mal tudo o que é contrário a essa mesma lei.
8. Para cooperar, como agentes do poder divino, com a obra dos mundos materiais, os Espíritos revestem-se temporariamente de um corpo material.
Pelo trabalho de que sua existência corpórea necessita, eles aperfeiçoam sua inteligência e adquirem, observando a lei de Deus, os méritos que devem conduzi-los à felicidade eterna.
9. A encarnação não foi imposta ao Espírito, no princípio, como uma punição;
ela é necessária ao seu desenvolvimento e para a realização das obras de Deus, e todos devem resignar-se a ela, tomem o caminho do bem ou do mal;
só que os que seguem o caminho do bem, avançando mais rapidamente, demoram menos a chegar ao fim e lá chegam em condições menos penosas.
10. Os Espíritos encarnados constituem a humanidade, que não está circunscrita à Terra, mas que povoa todos os mundos disseminados pelo espaço.
11. A alma do homem é um Espírito encarnado.
Para auxiliá-lo no cumprimento de sua tarefa;
Deus lhe deu, como auxiliares, os animais;
que lhe são submissos e cuja inteligência e carácter são proporcionais às suas necessidades.
12. O aperfeiçoamento do Espírito é o fruto de seu próprio trabalho;
não podendo, em uma única existência corpórea, adquirir todas as qualidades morais e intelectuais que devem conduzi-lo ao objectivo, ele aí chega por uma sucessão de existências, dando em cada uma delas alguns passos adiante no caminho do progresso.
Continua...
5. A origem e o modo de criação dos Espíritos nos são desconhecidos;
só sabemos que são criados simples e ignorantes, quer dizer, sem ciência e sem conhecimento do bem e do mal, mas com igual aptidão para tudo, pois Deus, em sua justiça, não podia isentar uns do trabalho que teria imposto aos outros para chegar à perfeição.
No princípio, ficam em uma espécie de infância, sem vontade própria e sem consciência perfeita de sua existência.
6. Desenvolvendo-se o livre arbítrio nos Espíritos ao mesmo tempo que as ideias, Deus lhes diz:
"Vocês podem aspirar à felicidade suprema, assim que tiverem adquirido os conhecimentos que lhes faltam e cumprido a tarefa que lhes imponho.
Então trabalhem para seu engrandecimento;
este é o objectivo;
irão atingi-lo seguindo as leis que gravei em sua consciência."
Em consequência de seu livre arbítrio, uns tomam o caminho mais curto, que é o do bem, outros o mais longo, que é o do mal.
7. Deus não criou o mal;
estabeleceu leis, e essas leis são sempre boas, porque ele é soberanamente bom;
aquele que as observasse fielmente seria perfeitamente feliz;
mas os Espíritos, tendo seu livre arbítrio, nem sempre as observaram, e o mal veio de sua desobediência.
Pode-se então dizer que o bem é tudo o que é conforme à lei de Deus e o mal tudo o que é contrário a essa mesma lei.
8. Para cooperar, como agentes do poder divino, com a obra dos mundos materiais, os Espíritos revestem-se temporariamente de um corpo material.
Pelo trabalho de que sua existência corpórea necessita, eles aperfeiçoam sua inteligência e adquirem, observando a lei de Deus, os méritos que devem conduzi-los à felicidade eterna.
9. A encarnação não foi imposta ao Espírito, no princípio, como uma punição;
ela é necessária ao seu desenvolvimento e para a realização das obras de Deus, e todos devem resignar-se a ela, tomem o caminho do bem ou do mal;
só que os que seguem o caminho do bem, avançando mais rapidamente, demoram menos a chegar ao fim e lá chegam em condições menos penosas.
10. Os Espíritos encarnados constituem a humanidade, que não está circunscrita à Terra, mas que povoa todos os mundos disseminados pelo espaço.
11. A alma do homem é um Espírito encarnado.
Para auxiliá-lo no cumprimento de sua tarefa;
Deus lhe deu, como auxiliares, os animais;
que lhe são submissos e cuja inteligência e carácter são proporcionais às suas necessidades.
12. O aperfeiçoamento do Espírito é o fruto de seu próprio trabalho;
não podendo, em uma única existência corpórea, adquirir todas as qualidades morais e intelectuais que devem conduzi-lo ao objectivo, ele aí chega por uma sucessão de existências, dando em cada uma delas alguns passos adiante no caminho do progresso.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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20. Deus, sendo soberanamente justo e bom, não condena suas criaturas a castigos perpétuos pelas faltas temporárias;
oferece-lhes em qualquer ocasião meios de progredir e reparar a mal que elas praticaram.
Deus perdoa, mas exige o arrependimento, a reparação e o retorno ao bem, de modo que a duração do castigo é proporcional à persistência do Espírito no mal;
consequentemente, o castigo seria eterno para aquele que permanecesse eternamente no mau caminho, mas, assim que um sinal de arrependimento entra no coração do culpado, Deus estende sobre ele sua misericórdia.
A eternidade das penas deve assim ser entendida no sentido relativo, e não no sentido absoluto.
21. Os Espíritos, encarnando-se, trazem com eles o que adquiriram em suas existências precedentes;
é a razão por que os homens mostram instintivamente aptidões especiais;
inclinações boas ou más que lhes parecem inatas.
As más inclinações naturais são os vestígios das imperfeições do Espírito, dos quais ele não se despojou inteiramente;
são também os indícios das faltas que ele cometeu, e o verdadeiro pecado original.
A cada existência ele deve lavar-se de algumas impurezas.
22. O esquecimento das existências anteriores é uma graça de Deus que, em sua bondade, quis poupar ao homem lembranças frequentemente penosas.
Em cada nova existência, o homem é o que ele fez de si mesmo;
é para ele um novo ponto de partida – ele conhece seus defeitos actuais, sabe que esses defeitos são a consequência dos que tinha, tira conclusões do mal que pôde ter cometido, e isso lhe basta para trabalhar, corrigindo-se.
Se tinha outrora defeitos que não tem mais, não tem mais que preocupar-se com eles;
bastam-lhe as imperfeições presentes.
23. Se a alma ainda não existiu, é que foi criada ao mesmo tempo que o corpo; nessa suposição, ela não pode ter nenhuma relação com as que a precederam.
Pergunta-se, então, como Deus, que é soberanamente justo e bom, pode tê-la feito responsável pelo erro do pai do género humano, maculando-a com um pecado original que ela não cometeu.
Dizendo, ao contrário, que ela traz ao renascer o germe das imperfeições de suas existências anteriores, que ela sofre na existência actual as consequências de suas faltas passadas, dá-se do pecado original uma explicação lógica que todos podem compreender e admitir, porque a alma só é responsável por suas próprias obras.
24. A diversidade das aptidões inatas, morais e intelectuais, é a prova de que a alma já viveu;
se tivesse sido criada ao mesmo tempo que o corpo actual, não estaria de acordo com a bondade de Deus ter feito umas mais avançadas que as outras.
Porquê selvagens e homens civilizados, bons e maus; tolos e brilhantes?
Dizendo-se que uns viveram mais que os outros e mais adquiriram, tudo se explica.
25. Se a existência actual fosse única e devesse decidir sozinha sobre o futuro da alma para a eternidade, qual seria o destino das crianças que morrem em tenra idade?
Não tendo feito nem bem nem mal, elas não merecem nem recompensas nem punições.
Segundo a palavra do Cristo, sendo cada um recompensado segundo suas obras, elas não têm direito à felicidade perfeita dos anjos, nem merecem ser dela privadas.
Diga-se que poderão, em uma outra existência, realizar o que não puderam naquela que foi abreviada, e não há mais excepções.
Continua...
20. Deus, sendo soberanamente justo e bom, não condena suas criaturas a castigos perpétuos pelas faltas temporárias;
oferece-lhes em qualquer ocasião meios de progredir e reparar a mal que elas praticaram.
Deus perdoa, mas exige o arrependimento, a reparação e o retorno ao bem, de modo que a duração do castigo é proporcional à persistência do Espírito no mal;
consequentemente, o castigo seria eterno para aquele que permanecesse eternamente no mau caminho, mas, assim que um sinal de arrependimento entra no coração do culpado, Deus estende sobre ele sua misericórdia.
A eternidade das penas deve assim ser entendida no sentido relativo, e não no sentido absoluto.
21. Os Espíritos, encarnando-se, trazem com eles o que adquiriram em suas existências precedentes;
é a razão por que os homens mostram instintivamente aptidões especiais;
inclinações boas ou más que lhes parecem inatas.
As más inclinações naturais são os vestígios das imperfeições do Espírito, dos quais ele não se despojou inteiramente;
são também os indícios das faltas que ele cometeu, e o verdadeiro pecado original.
A cada existência ele deve lavar-se de algumas impurezas.
22. O esquecimento das existências anteriores é uma graça de Deus que, em sua bondade, quis poupar ao homem lembranças frequentemente penosas.
Em cada nova existência, o homem é o que ele fez de si mesmo;
é para ele um novo ponto de partida – ele conhece seus defeitos actuais, sabe que esses defeitos são a consequência dos que tinha, tira conclusões do mal que pôde ter cometido, e isso lhe basta para trabalhar, corrigindo-se.
Se tinha outrora defeitos que não tem mais, não tem mais que preocupar-se com eles;
bastam-lhe as imperfeições presentes.
23. Se a alma ainda não existiu, é que foi criada ao mesmo tempo que o corpo; nessa suposição, ela não pode ter nenhuma relação com as que a precederam.
Pergunta-se, então, como Deus, que é soberanamente justo e bom, pode tê-la feito responsável pelo erro do pai do género humano, maculando-a com um pecado original que ela não cometeu.
Dizendo, ao contrário, que ela traz ao renascer o germe das imperfeições de suas existências anteriores, que ela sofre na existência actual as consequências de suas faltas passadas, dá-se do pecado original uma explicação lógica que todos podem compreender e admitir, porque a alma só é responsável por suas próprias obras.
24. A diversidade das aptidões inatas, morais e intelectuais, é a prova de que a alma já viveu;
se tivesse sido criada ao mesmo tempo que o corpo actual, não estaria de acordo com a bondade de Deus ter feito umas mais avançadas que as outras.
Porquê selvagens e homens civilizados, bons e maus; tolos e brilhantes?
Dizendo-se que uns viveram mais que os outros e mais adquiriram, tudo se explica.
25. Se a existência actual fosse única e devesse decidir sozinha sobre o futuro da alma para a eternidade, qual seria o destino das crianças que morrem em tenra idade?
Não tendo feito nem bem nem mal, elas não merecem nem recompensas nem punições.
Segundo a palavra do Cristo, sendo cada um recompensado segundo suas obras, elas não têm direito à felicidade perfeita dos anjos, nem merecem ser dela privadas.
Diga-se que poderão, em uma outra existência, realizar o que não puderam naquela que foi abreviada, e não há mais excepções.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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26. Pelo mesmo motivo, qual seria a sorte dos cretinos, idiotas?
Não tendo nenhuma consciência do bem e do mal, não têm nenhuma responsabilidade por seus actos.
Deus seria justo e bom tendo criado almas estúpidas para destiná-las a uma existência miserável e sem compensações?
Admita-se, pelo contrário, que a alma do idiota e do cretino é um Espírito em punição dentro de um corpo impróprio para exprimir seu pensamento, onde ele é como um homem fortemente aprisionado por laços, e não se terá mais nada que não seja conforme com a justiça de Deus.
27. Em suas encarnações sucessivas, o Espírito, sendo pouco a pouco despojado de suas impurezas e aperfeiçoado pelo trabalho, chega ao termo de suas existências corpóreas;
pertence então à ordem dos Espíritos puros ou dos anjos, e goza simultaneamente da vida completa de Deus e de uma felicidade imperturbável pela eternidade.
28. Estando os homens em expiação na terra, Deus, como bom pai, não os entregou a si mesmos sem guias.
Eles têm primeiro seus Espíritos protectores ou anjos guardiães, que velam por eles e se esforçam para conduzi-los ao bom caminho;
têm ainda os Espíritos em missão na terra, Espíritos superiores encarnados de quando em quando entre eles para lhes iluminar o caminho através de seus trabalhos e fazer a humanidade avançar.
Se bem que Deus tenha gravado sua lei na consciência, ele achou que devia formulá-la de maneira explícita;
mandou primeiro Moisés, mas as leis de Moisés estavam ajustadas aos homens de seu tempo;
ele só lhes falou da vida terrestre, de penas e de recompensas temporais.
O Cristo veio depois completar a lei de Moisés através de um ensinamento mais elevado:
a pluralidade das existências, a vida espiritual, mas as penas e as recompensas morais.
Moisés os conduziu pelo medo, o Cristo pelo amor e pela caridade.
29. O Espiritismo, mais bem entendido hoje, acrescenta, para os incrédulos a evidência à teoria;
prova o futuro com factos patentes;
diz em termos claros e sem equívoco o que o Cristo disse em parábolas;
explica as verdades desconhecidas ou falsamente interpretadas;
revela a existência do mundo invisível ou dos Espíritos, e inicia o homem nos mistérios da vida futura;
vem combater o materialismo, que é uma revolta contra o poder de Deus;
vem enfim estabelecer entre os homens o reino da caridade e da solidariedade anunciado pelo Cristo.
Moisés lavrou, o Cristo semeou, o Espiritismo vem colher.
30. O Espiritismo não é uma luz nova, mas uma luz mais brilhante, porque surgiu de todos os pontos do globo através daqueles que viveram.
Tornando evidente o que era obscuro, põe fim às interpretações erróneas, e deve unir os homens em uma mesma crença, porque não há senão um Deus, e suas leis são as mesmas para todos;
ele marca enfim a era dos tempos preditos pelo Cristo e pelos profetas.
Continua...
26. Pelo mesmo motivo, qual seria a sorte dos cretinos, idiotas?
Não tendo nenhuma consciência do bem e do mal, não têm nenhuma responsabilidade por seus actos.
Deus seria justo e bom tendo criado almas estúpidas para destiná-las a uma existência miserável e sem compensações?
Admita-se, pelo contrário, que a alma do idiota e do cretino é um Espírito em punição dentro de um corpo impróprio para exprimir seu pensamento, onde ele é como um homem fortemente aprisionado por laços, e não se terá mais nada que não seja conforme com a justiça de Deus.
27. Em suas encarnações sucessivas, o Espírito, sendo pouco a pouco despojado de suas impurezas e aperfeiçoado pelo trabalho, chega ao termo de suas existências corpóreas;
pertence então à ordem dos Espíritos puros ou dos anjos, e goza simultaneamente da vida completa de Deus e de uma felicidade imperturbável pela eternidade.
28. Estando os homens em expiação na terra, Deus, como bom pai, não os entregou a si mesmos sem guias.
Eles têm primeiro seus Espíritos protectores ou anjos guardiães, que velam por eles e se esforçam para conduzi-los ao bom caminho;
têm ainda os Espíritos em missão na terra, Espíritos superiores encarnados de quando em quando entre eles para lhes iluminar o caminho através de seus trabalhos e fazer a humanidade avançar.
Se bem que Deus tenha gravado sua lei na consciência, ele achou que devia formulá-la de maneira explícita;
mandou primeiro Moisés, mas as leis de Moisés estavam ajustadas aos homens de seu tempo;
ele só lhes falou da vida terrestre, de penas e de recompensas temporais.
O Cristo veio depois completar a lei de Moisés através de um ensinamento mais elevado:
a pluralidade das existências, a vida espiritual, mas as penas e as recompensas morais.
Moisés os conduziu pelo medo, o Cristo pelo amor e pela caridade.
29. O Espiritismo, mais bem entendido hoje, acrescenta, para os incrédulos a evidência à teoria;
prova o futuro com factos patentes;
diz em termos claros e sem equívoco o que o Cristo disse em parábolas;
explica as verdades desconhecidas ou falsamente interpretadas;
revela a existência do mundo invisível ou dos Espíritos, e inicia o homem nos mistérios da vida futura;
vem combater o materialismo, que é uma revolta contra o poder de Deus;
vem enfim estabelecer entre os homens o reino da caridade e da solidariedade anunciado pelo Cristo.
Moisés lavrou, o Cristo semeou, o Espiritismo vem colher.
30. O Espiritismo não é uma luz nova, mas uma luz mais brilhante, porque surgiu de todos os pontos do globo através daqueles que viveram.
Tornando evidente o que era obscuro, põe fim às interpretações erróneas, e deve unir os homens em uma mesma crença, porque não há senão um Deus, e suas leis são as mesmas para todos;
ele marca enfim a era dos tempos preditos pelo Cristo e pelos profetas.
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Re: DÊ UMA OPORTUNIDADE A VOCÊ MESMO
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31. Os males que afligem os homens na terra têm como causa o orgulho, o egoísmo e todas as más paixões.
Pelo contacto de seus vícios, os homens tornam-se reciprocamente infelizes e punem-se uns aos outros.
Que a caridade e a humildade substituam o egoísmo e o orgulho, então eles não quererão mais prejudicar-se;
respeitarão os direitos de cada um e farão reinar entre eles a concórdia e a justiça.
32. Mas como destruir o egoísmo e o orgulho, que parecem inatos no coração do homem?
- O egoísmo e o orgulho estão no coração do homem, porque os homens são espíritos que seguiram desde o princípio o caminho do mal, e que foram exilados na terra como punição desses mesmos vícios;
é o seu pecado original, de que muitos não se despojaram.
Através do Espiritismo, Deus vem fazer um último apelo para a prática da lei ensinada pelo Cristo:
a lei de amor e de caridade.
33. Tendo a terra chegado ao tempo marcado para tornar-se uma morada de felicidade e de paz, Deus não quer que os maus Espíritos encarnados continuem a trazer para ela a perturbação, em prejuízo dos bons;
é por isso que eles deverão deixá-la: Irão expiar seu empedernimento em mundos menos evoluídos;
onde trabalharão de novo para seu aperfeiçoamento em uma série de existências mais infelizes e mais penosas ainda que na terra.
Eles formarão nesses mundos uma nova raça mais esclarecida, cuja tarefa será levar o progresso aos seres atrasados que neles habitam, pelos conhecimentos que já adquiriram.
Só sairão para um mundo melhor quando tiverem merecido, e assim por diante, até que tenham atingido a purificação completa:
Se a terra era para eles um purgatório, esses mundos serão seu inferno, mas um inferno de onde a esperança nunca está banida.
34. Enquanto a geração proscrita vai desaparecer rapidamente; surge uma nova geração, cujas crenças serão fundadas no Espiritismo cristão.
Nós assistimos à transição que se opera, prelúdio da renovação moral cuja chegada o Espiritismo marca.
Máximas extraídas do ensinamento dos espíritos
35. O objectivo essencial do Espiritismo é o melhoramento dos homens.
Não é preciso procurar nele senão o que pode ajudá-lo para o progresso moral e intelectual.
36. O verdadeiro Espírita não é o que crê nas manifestações, mas aquele que faz bom proveito do ensinamento dado pelos Espíritos.
Nada adianta acreditar se a crença não faz com que se dê um passo adiante no caminho do progresso e que não o faça melhor para com o próximo.
37. O egoísmo, o orgulho, a vaidade, a ambição, a cupidez, o ódio, a inveja, o ciúme, a maledicência são para a alma ervas venenosas das quais é preciso a cada dia arrancar algumas hastes, e que têm como contraveneno: a caridade e a humildade.
38. A crença no Espiritismo só é proveitosa para aquele de quem se pode dizer: hoje está melhor do que ontem.
39. A importância que o homem atribui aos bens temporais está na razão inversa de sua fé na vida espiritual;
é a dúvida sobre o futuro que o leva a procurar suas alegrias neste mundo, satisfazendo suas paixões, ainda que às custas do próximo.
Continua...
31. Os males que afligem os homens na terra têm como causa o orgulho, o egoísmo e todas as más paixões.
Pelo contacto de seus vícios, os homens tornam-se reciprocamente infelizes e punem-se uns aos outros.
Que a caridade e a humildade substituam o egoísmo e o orgulho, então eles não quererão mais prejudicar-se;
respeitarão os direitos de cada um e farão reinar entre eles a concórdia e a justiça.
32. Mas como destruir o egoísmo e o orgulho, que parecem inatos no coração do homem?
- O egoísmo e o orgulho estão no coração do homem, porque os homens são espíritos que seguiram desde o princípio o caminho do mal, e que foram exilados na terra como punição desses mesmos vícios;
é o seu pecado original, de que muitos não se despojaram.
Através do Espiritismo, Deus vem fazer um último apelo para a prática da lei ensinada pelo Cristo:
a lei de amor e de caridade.
33. Tendo a terra chegado ao tempo marcado para tornar-se uma morada de felicidade e de paz, Deus não quer que os maus Espíritos encarnados continuem a trazer para ela a perturbação, em prejuízo dos bons;
é por isso que eles deverão deixá-la: Irão expiar seu empedernimento em mundos menos evoluídos;
onde trabalharão de novo para seu aperfeiçoamento em uma série de existências mais infelizes e mais penosas ainda que na terra.
Eles formarão nesses mundos uma nova raça mais esclarecida, cuja tarefa será levar o progresso aos seres atrasados que neles habitam, pelos conhecimentos que já adquiriram.
Só sairão para um mundo melhor quando tiverem merecido, e assim por diante, até que tenham atingido a purificação completa:
Se a terra era para eles um purgatório, esses mundos serão seu inferno, mas um inferno de onde a esperança nunca está banida.
34. Enquanto a geração proscrita vai desaparecer rapidamente; surge uma nova geração, cujas crenças serão fundadas no Espiritismo cristão.
Nós assistimos à transição que se opera, prelúdio da renovação moral cuja chegada o Espiritismo marca.
Máximas extraídas do ensinamento dos espíritos
35. O objectivo essencial do Espiritismo é o melhoramento dos homens.
Não é preciso procurar nele senão o que pode ajudá-lo para o progresso moral e intelectual.
36. O verdadeiro Espírita não é o que crê nas manifestações, mas aquele que faz bom proveito do ensinamento dado pelos Espíritos.
Nada adianta acreditar se a crença não faz com que se dê um passo adiante no caminho do progresso e que não o faça melhor para com o próximo.
37. O egoísmo, o orgulho, a vaidade, a ambição, a cupidez, o ódio, a inveja, o ciúme, a maledicência são para a alma ervas venenosas das quais é preciso a cada dia arrancar algumas hastes, e que têm como contraveneno: a caridade e a humildade.
38. A crença no Espiritismo só é proveitosa para aquele de quem se pode dizer: hoje está melhor do que ontem.
39. A importância que o homem atribui aos bens temporais está na razão inversa de sua fé na vida espiritual;
é a dúvida sobre o futuro que o leva a procurar suas alegrias neste mundo, satisfazendo suas paixões, ainda que às custas do próximo.
Continua...
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