LUZ ESPÍRITA
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Estudos Avançados Espíritas

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Mensagem  Ave sem Ninho 15/11/2011, 02:20

Continua...

Desse modo, o auxílio, a ajuda, o intercâmbio com as inteligências superiores que se consagram a resguardar, inspirar e fortalecer no Bem para fins de progresso, burilamento, coragem e incentivo, dependerão do clima espiritual, mental mantido, sustentado pelos componentes desse grupo familiar.

Caminheiros de muitos caminhos das vidas passadas de todos aqueles que a compõem a "(...) família terrestre é formada assim de agentes diversos porquanto nela se encontram comummente afectos, desafectos, amigos, inimigos, para os ajustes e reajustes indispensáveis ante a lei dos destinos (...) na vivência colectiva visa ela (a família) o aperfeiçoamento das almas (...) visando o aperfeiçoamento geral erigir-se-á sempre a família como educandário da alma (...) é nesse instituto doméstico, nessa organização de origem divina que encontramos os instrumentos necessários ao nosso próprio aprimoramento para edificação do mundo maior (...)".

Sob tão incisivas colocações de oportunidades e responsabilidades mútuas, como alijar do lar o companheiro, pais, avós, familiares que, idosos hoje são sentidos como inadequados aos meus planos pessoais?

Além destas reflexões, facilita entender que o idoso tem necessidades, anseios, desejos como qualquer outro componente do clã, por isso, o respeito ao direito/dever recíproco que se mantém na privacidade de todos em relação a todos.

À medida que esses raciocínios passam a ser discutidos, aceitos e vivenciados, os idosos passam a ser vistos sob nova óptica, apoiados nas suas necessidades sem tolhimento da liberdade de expressão e acção.

Atitudes fraternas, construtivas, positivas, bondade, altruísmo, amor que possibilite crescer através do desenvolvimento de actividades que por mais humilde que possam parecer, ajudarão a que esse Espírito imortal se mantenha tranquilo, confiante, identificado ou percebendo a mensagem cristã à luz da Doutrina Espírita.

Essa tomada de consciência na sensibilização da família frente aos ideais transcendentes da Vida, se faz imprescindível, no sentido de atender aos idosos melhorando-lhes as condições e qualidade de vida, não apenas no sentido material, mas principalmente no espiritual.

Frisa-se que mesmo esse idoso até dê a impressão de nada perceber e até mesmo ser hostil - ainda assim - semear, agir no Bem, oferecer-lhes sempre atenção, firmeza, apoio e até fraternidade através dos sentimentos, pensamentos e possíveis acções.

Quem trabalha e vive com a visão de que somos Espíritos imortais "(...) ama com amadurecimento, plenifica-se com a felicidade do ser amado e beneficia-se pelo prazer de amar".

Bibliografia:

* O Despertar do Espírito - Joanna de Ângelis - Estudo 8
* Boa Nova - Humberto de Campos - Estudo 9
* Família e Espiritismo - Espíritos Diversos
* Vida e Sexo - Emmanuel - Estudos 2 e 4
* Momentos de Consciência - Joanna de Ângelis

(Jornal Verdade e Luz Nº 181 de Fevereiro de 2001)

§.§.§- O-canto-da-ave
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Mensagem  Ave sem Ninho 16/11/2011, 02:43

Leda Marques Bighetti

O entendimento espírita vê a idade avançada como o outono no tempo - fase normal, necessária, imprescindível na sucessão harmónica dos objectivos e funções da encarnação, envolta, igual a todas as outras, nos dons da Natureza, nas bênçãos de Deus.

Entender o idoso na sua aparência, no seu modo de ser como o aprendizado, a experiência, sem as ilusões, paixões, aflições.
Recapitula-se aí todo o conteúdo existencial.

"O ancião viu o nada de tudo quanto deixa;
entreviu a certeza de tudo o que há de vir:
é um vidente.

Sabe, crê, vê, espera.
Em torno da fronte coroada de cabeleira branca qual a faixa hierática dos antigos pontífices paira majestade!
À falta de reis em certos povos, eram os anciãos que governavam".

"É preciso porém, não esquecer de que, em nossa época, há
- já o dizia Chanteaubriand - muitos velhos, o que não é a mesma coisa - e poucos anciãos".

Tal comentário justifica-se, porque ancião, reflectiria o texto primeiro transcrito:
seria bom, indulgente;
estimaria e encorajaria a mocidade
- seu coração não envelhecera.

Os velhos, seriam os ciumentos, malévolos e severos.

Se as gerações actuais perderam o culto de outrora pelos antepassados não é precisamente porque os idosos se tornaram velhos, deixando de ter a alta serenidade, a benevolência amável que fizera nesses tempos idos, a poesia dos antigos lares?

Pela falta de, através dos tempos não nos ocuparmos destas reflexões, não entendermos o que representam as idades para o Espírito frente à essa etapa o que se passa em seu íntimo?


Na maioria das vezes é uma fase de caos, desânimos, inseguranças, medo, tédio e descrença total do valor dos dias já vividos.

Sem conseguir precisar, avaliar esse Espírito divisa, percebe as profundezas do Infinito uma vez que iniciou-se já o processo subtil da desmaterialização.

O sono foge, a vigília prolongada encontra-o como que, de sentinela na extrema fronteira da vida, de onde divisa a outra margem...

Daí as ausências estranhas, as distracções prolongadas, verdadeiros tateios, explorações do além, num preparo numa adaptação para a viagem que já se iniciou e que prossegue em se aprofundando.

Esse cuidado, esse preparo, por assim dizer, do tempo a se esgarçar, transfigura as faculdades da alma:
tem a função de torná-la simples;
suprimindo as necessidades irreais, artificiosas
- há um começo de espiritualização (no sentido de desligamento da essência com a matéria).

Outra "faculdade" preciosa desponta:
a de esquecer.

Tudo o que se constituiu, no decorrer dos tempos, como superficial, imediato, corriqueiro, supérfluo - apaga-se -;
conserva, lembra ou recorda o substancial, marcante, referencial.
(Estaria acontecendo aí um processo selectivo para as incorporações necessárias ao Espírito?)

Continua...
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Mensagem  Ave sem Ninho 16/11/2011, 02:44

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Fisicamente, a fronte, lembrando o fruto maduro pende, inclina-se sobre o coração.
Procura (ou passa a ideia) de querer converter em amor, tudo quanto lhe resta de faculdades, vigor e lembranças.

Dizem que a idade avançada é a noite da Vida, entretanto, a noite pode ser bela, clara, toda ornamentada de estrelas e constelações, luar e claridade a se esparzirem de uma longa vida cheia de virtude, bondade e honra!

Jamais portanto, enxergar aí decadência - há sim progressão - caminhada avante para um termo que se abre, prossegue na Imortalidade em novos passos e propostas.

Chegar a essa fase, nesse entendimento, nesse exteriorizar da alma em paz - ser ancião, chegar a idoso é uma das bênçãos, entre as bênçãos da Vida.

Dentro dessas reflexões, não é também esse tempo, um prefácio, um anteceder da morte?

Está sim, se processando verdadeira iniciação - o preparo, a gestação de um outro nascimento.
Segundo a ordem da mesma Lei, deixa-se o mundo material pela mesma razão pela qual nele entramos.

"Podemos pensar no Espírito como um campo virtual que promove as necessárias reconfigurações na psique como também em sua percepção do mundo.

Em si, o Espírito contém uma realidade virtual e não corpórea.
O Espírito não se forma da configuração ou disposição especial da matéria, mas ele mesmo é uma estrutura flexível de Deus. que o concebeu Sua expressão.

Em outras palavras, o Espírito não se desprende da matéria nem ela dele.
Não é produto da evolução material mas evolui com a matéria.

Prescinde dela para existir, porém, não a dispensa para evoluir".


Nesse entender, o trabalho silencioso dessa desmaterialização já está iniciado, Se ocorrer a doença, acabará em alguns meses, semanas ou dias o que, o lento trabalho do nascimento físico preparara:
o organismo se desagrega pela extinção do fluido vital o perispírito "se solta", "se desliga" do resto da matéria que o "retinha".

A alma agora, já meio desprendida, teria as faculdades aumentadas;
dilatam-se-lhe as percepções, adentra, ensaia-se em sua atmosfera natural, retomando seu campo vibratório natural.

É como que, um clima, um estado crepuscular no limite extremo entre os dois mundos;
percebe, vê, divisa, sem entender, a dimensão em que vai entrar.

O mundo que está prestes a deixar, também lhe acena, com fantasmas à lembrança mesclando-se a todo um cortejo de Espíritos que lhe aparece do lado novo.

Na grande maioria das vezes, (tal como na fase infantil) não consegue identificar, separar quem é "vivo", quem é "morto", referindo-se a ambos com idêntica naturalidade.

Nessa dissolução da matéria, o que se passa com o Espírito?

Assim como ninguém nasce só, ninguém, igualmente morre ao abandono.

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Mensagem  Ave sem Ninho 16/11/2011, 02:45

Continua...

Os desencarnados que o conheceram, amaram, assistem, vêm ajudar o moribundo, sustentando a coragem a confiança, a paz com a presença alegre, feliz de quem recebe o companheiro ausente que regressa ao Lar.

Não nos esqueçamos que além destes, há ainda a presença dos Espíritos encarregados das técnicas de desligamento, além do Espírito protector., "anjo da guarda" ligado ao indivíduo desde o nascimento até a morte e que frequentemente o segue na vida espírita.

Nos desligamentos que se processam, o perispírito se desprende do corpo que até pode viver mais algumas horas em vida puramente vegetativa.

Note-se como facto interessante que na morte os fenómenos se realizam na forma inversa do nascimento físico - ao nascer a vida vegetativa desenrolou-se no corpo da mãe;
na morte, é a última a extinguir-se:
a vida intelectual e a vida sensitiva são as duas primeiras que partem.


Enquanto o corpo está ali a extinguir as derradeiras vibrações da matéria o que acontece com a alma?
Como seria nesse novo campo vibratório o estado desse Espírito desencarnado como idoso no corpo físico?


Mensagens, textos, estudos doutrinários esclarecem que a Vida prossegue em progressos, onde novos corpos físicos far-se-ão necessários para os avanços acentuados dentro da lei evolutiva.

Desse modo, sobrevindo a morte do corpo físico, em tese, o Espírito seria levado para abrigos, hospitais até que se refaça dos abalos sofridos, das doenças ou mesmo pela adaptação a um novo campo de matéria.

Dentro dessa tese, aparecerão sem dúvida as variantes por exemplo:
aquele que desencarna em baixa vibração perispiritual, mantém-se na forma ou circunstâncias em que estava o corpo, nos costumes de sua vivência habitual.

À medida que vai sendo tratado, entendendo, auxiliando-se, desvincula-se das situações terrenas.

Por decorrência altera o perispírito desvinculando-o das injunções (sensações/percepções) materiais que, poderão voltar quando pelo pensamento, volta, se detém nos sentimentos, lembranças de antigas situações.

A parte espiritual, propriamente dita, se transforma obedecendo ao comando da mente, na proporção e medida em que se renove.

Um Espírito desencarnado num corpo ancião, idoso, de matéria gasta, desestruturada pode na vida espiritual, voltar a gozar da plenitude dos dias da mocidade ou deter num momento do tempo em que determinada forma física lhe tenha sido mais agradável ou significativa.

Recorde-se Emmanuel que se apresenta na aparência de um momento existencial que lhe foi ou é altamente especial.

Reforçam esses raciocínios a transcrição ensinando que "(...) Ainda assim, releva observar, que se o progresso mental não é propriamente acentuado, mantém a personalidade desencarnada, nos planos inferiores, por tempo indefinível, a plástica que lhe era própria entre os homens.

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Mensagem  Ave sem Ninho 16/11/2011, 02:46

Continua...

E, nos planos relativamente superiores, sofre processos de metamorfose mais lentos ou mais rápidos, conforme as suas disposições íntimas.

"Se a alma desenleada do envoltório físico foi transferida para a morada espiritual em adiantada senetude, gastará algum tempo para desfazer-se dos sinais da ancianidade corpórea;
se deseja remoçar o próprio aspecto, e na hipótese de haver partido da Terra na juventude primeira, deverá igualmente, esperar que o tempo a auxilie, caso se proponha a obtenção de traços da madureza".

"Cabe entretanto considerar que isso ocorre apenas com os Espíritos, aliás em maioria esmagadora, que ainda não dispõem de bastante aperfeiçoamento moral e intelectual, pois quanto mais elevado se lhes descortine o degrau de progresso, mais amplo se lhe revela o poder plástico sobre as células que lhes entretecem o instrumento de manifestação.

Em alto nível a Inteligência opera em minutos certas alterações que as entidades de cultura mediana gastam, por vezes, alguns anos para efectuar".

Sendo a vida espiritual, continuação da terrena em sentido progressivo, não podemos esperar transformações instantâneas, a não ser para Espíritos Puros.

A grande maioria transformar-se-á num tempo maior ou menor, decorrente, dependente do teor evolutivo, merecimento, entendimento, capacidade de acção, etc., etc., etc.

Assim... o menino deixa a infância para entrar na mocidade;
o jovem deixa a mocidade para entrar na madureza;

o adulto deixa a madureza para entrar na senetude e o ancião deixa a extrema velhice para entrar no mundo espiritual, não como quem perde os valores adquiridos, mas sim prosseguindo para o alvo que as Leis de Deus nos assinalam a cada um.


Desse modo, é a existência terrestre seja qual for o momento em que se esteja, um aprendizado em que as renovações acontecem buscando atingir a plenitude em Jesus.

Todas as fases;
infância, juventude, madureza, senetude têm o aspecto de transitoriedade - não podem representar a Vida.

Caracterizam-se como demonstrações da sagrada oportunidade concedida por Deus para subtilização dos sentimentos no contínuo superar de imperfeições.

Quem se vale dessa oportunidade divina - viver - para tão somente cultivar ilusões não poderá encontrar mais que o fantasma dos próprios caprichos e enganos.

Aquele porém, que entender os momentos como bênçãos, oportunidades, onde cada um implícita convite individual a determinada atitude, resposta ou acção, onde Jesus permanece como modelo, esse naturalmente, conquistou o segredo do viver triunfante, Acima de quaisquer circunstâncias ou adversidades Jesus acena com possibilidade, modelo objectivo, guia e ideal de actos, palavras e pensamentos "(...) Seu coração na pobreza ou na abundância, na juventude ou na idade avançada será como flor de luz aberta ao sol da vida eterna".

Livros consultados:

* Emmanuel - F. C. Xavier - Renúncia
* Emmanuel - F. C. Xavier - Palavras de Vida Eterna, 81
* André Luiz - F. C. Xavier - Evolução em dois Mundos
* Allan Kardec - O Livro dos Espíritos, 492
* Adenáuer Novaes - Psicologia do Espírito
* Léon Denis - O Grande Enigma

(Jornal Verdade e Luz Nº 182 de Março de 2001)

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Mensagem  Ave sem Ninho 17/11/2011, 02:46

- Conclusão I -
Leda Marques Bighetti

No desenvolvimento de um plano de trabalho alguns pontos foram trabalhados evidenciando situações conhecidas:

* indivíduos que caminham velozmente para o envelhecimento
* outros que em idênticas condições de vida, apresentam verdadeiras renovações em seu metabolismo
* a situação difícil quando há o comprometimento da inteligência e do raciocínio com reflexos mais ou menos intensos

* importância de se manter o idoso junto a família, uma vez que, o núcleo familiar, mesmo quando o Espírito aparentemente pareça não percebê-la ou até mesmo portar-se em relação a ela, de forma hostil, representa-lhe nutrição tão importante quanto aquela dirigida à criança que está formando uma mentalidade, iniciando uma nova romagem.


Enfatizou-se a necessidade do desenvolvimento da capacidade de adaptação, que de certo modo, será difícil de ser trabalhada quando já nessa idade avançada.

Daí a importância dos "futuros idosos", na fase em que cada qual se encontra hoje, meditar, fazer planos para essa fase natural, com entendimento, compreensão frente ao panorama da imortalidade onde não terá lugar velhice ociosa, contemplativa, sem movimento, trabalho, sonhos, planos, ideais, privacidade e compromissos, claro e justo que, adaptado às condições físicas e psicológicas do momento.

Isso pressupõe nutrir as próprias fontes de energia com equilíbrio, justeza e bom senso, ocupando os velozes minutos com actividades significantes sempre produtivas.

Se entendermos que os dias de agora são semeadura para o futuro, encontrar nesse porvir, felicidade, plenitude, dependerá do desenvolver das qualidades positivas do que se está fazendo hoje, onde estruturas psicológicas dignificantes, sedimentadas, proporcionarão viver esse movimento natural da idade sem tantas desordens e desentendimentos.

Nessa etapa preparatória de uma nova vida "(...) saibamos atravessá-la com naturalidade e harmonia, a fim de colhermos e apreciarmos as belezas de uma nova aurora".

Levando-se em conta que a expectativa de vida, especialmente nos países desenvolvidos aumenta consideravelmente, em futuro próximo, acentuado número de pessoas atingirão oitenta, noventa anos ou mais em satisfatório estado de saúde física e mental.

Diante de perspectiva tão importante, há inúmeros programas preocupados com medidas preventivas não só para a população já idosa, mas visando aqueles que poderão atingir essa faixa etária.

No Brasil, segundo recente estudo, o grupo acima dos sessenta anos é o que mais cresce, reafirmando que é tempo de se olhar de nova forma, a idade que chega com seus benefícios, necessidades e desafios.

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Mensagem  Ave sem Ninho 17/11/2011, 02:46

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Nesse objectivo o "Programa de Educação Sanitária da Sociedade Brasileira de Psiquiatria Clínica", oferece algumas reflexões, mais ou menos no sentido que segue.

Ressalta que:
o chegar da idade trás mudanças que desafiando o bem-estar físico e mental, incluem:

* mudanças de papéis
* mudanças de padrões familiares, de amizades e outras relações sociais

* mudança na situação económica
* mudança de comportamento, de corpo e mente
* mudança de interesses e de oportunidades


Com relação as mudanças de papéis, esta exigirá que o idoso aprenda sua nova forma de atuar na sociedade para obter suas respostas e manter seus direitos correspondentes.

Vejamos:
a oportunidade dá-lhe a vantagem de não mais ter que acordar ao toque do despertador;

dispor do tempo, viajar, visitar lugares, encontrar pessoas diferentes, desfrutar novas experiências, dedicar-se a atividades interessantes e que até podem ao mesmo tempo ser úteis à comunidade, nas várias formas participativas que o trabalho voluntário oferece.


De modo geral, frente a tantas opções não se sabe por onde começar, a quem procurar.

Um bom começo, são os programas oferecidos pelos serviços públicos de Assistência Social, todos agrupando amplo oferecimento de opções intelectuais, físicas, sociais, variadas, abrangentes e enriquecedoras.

Mudanças de padrões familiares, de amizade e de relações sociais - Na maioria das vezes, nessa faixa se é avô ou avó.

Como tal já se sentiu a alegria da visita dos netos "(...) e o prazer de devolvê-los aos pais ao fim de animada reunião familiar (...)".

De qualquer modo, esse espaço entre gerações oferece oportunidade de desfrutar o crescimento dos mais jovens que funcionarão como veículo actualizador do mundo, dos costumes, dos hábitos e alterações naturais da sociedade que muda.

Para eles, o avô/avó representará o vínculo deles com o passado onde a história tem vida porque esse antepassado faz parte dela.
O jovem ao ouvir esses factos, esses "casos" entram em contacto com a história das próprias raízes e num futuro repetirão aos filhos esses factos que referenciam, identificam aquela família.

O grande temor, muitas vezes, nessa idade é tornar-se repetitivo, maçante.
Já ensinava o poeta "(...) se somos interessados, somos interessantes (...)".
Daí a importância da actualização.

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Mensagem  Ave sem Ninho 17/11/2011, 02:46

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Talvez tenha chegado a hora de escrever livros, artigos em jornais, desenvolver conhecimentos de informática, entrar em salas de conversas, "navegar", viajar em museus ou outras áreas de interesse, alfabetizar-se, aprender a tocar algum instrumento musical, auxiliar o semelhante nos trabalhos comunitários, ser ou tornar-se curioso nesse sentido do conhecer, enfim, activo, saudável, encantador, integrado nas dificuldades e vitórias familiares, sem perder, abdicar ou anular suas actividades e interesses pessoais.

Há que se ter esse cuidado de, em meio ao corre-corre familiar, preservar, manter os interesses particulares onde o dia surge, nasce no segredo do maravilhoso, na expectativa dos acontecimentos reais que estão se sucedendo.

Por que é importante criar ou defender essa individualidade?

De modo geral, no transcorrer dos dias, no criar filhos, nos acontecimentos que se sucedem, corre-se o risco de absorver ou ser absorvido pelas circunstâncias, onde a individualidade, o pessoal, como que, vai se ofuscando, perdendo ou camuflando as características próprias.

Essas possibilidades aumentam ou agravam quando os filhos se casam indo morar em suas próprias casas ou pior, permanecendo no próprio lar dos pais.

Em "Você e o remédio" encontramos um parágrafo que sintetiza essa situação:
"(...) Há anos vem sendo a atriz/o actor coadjuvante, mais importante de sua vida.
Há muito tempo deixou de ser a atriz/ator principal da sua existência.
Hoje idosa/idoso precisa de uma nova identidade".


Em síntese, ressalta-se a necessidade dos interesses próprios, envolventes, possibilitadores dos sonhos, compromissos, ideias e planos que levam a esperar com entusiasmo os dias que se sucedem.

Mas, e os filhos?
Estão começando a vida?
Têm necessidades, precisam trabalhar?


A mãe de André Luiz em "Nosso Lar", sinaliza exemplo subtil nesse sentido.

Vivendo em planos superiores, poderia movimentar méritos e "tirar" o filho das dores umbralinas?
Poderia suspender compromissos pessoais para ficar ali ao lado do filho?

Foi insensível ao deixá-lo?
Que decisões toma?
Como é entendido o Amor?


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Mensagem  Ave sem Ninho 17/11/2011, 02:47

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Desse modo, não se trata de abandonar, mas respeitar, deixando-os viver seus compromissos e experiências.

Se procurando socorrê-los na medida do possível até que adquiram fôlego, afastando-se para que possam trabalhar as próprias experiências, aprender crescer, esforçar-se nas superações que levarão sem dúvida, a maior estabilidade no campo emocional.

Mas, e os netos?
E a filha que espaça suas visitas?
E o filho que não telefonou?


Netos são responsabilidades que cabem aos pais e mágoas com os filhos não valem a pena guardar, pois à próxima chegada deles elas se dissipam no coração que se derrete.

Isso não seria um colocar-se à margem, indiferente, impessoal, frio?

Não é esse o sentido.
Manter a individualidade é preservar os próprios sonhos não se imiscuindo nos dos outros.

Interessar-se sim, ser dinâmico, vivo, participante sem absorver a realidade do outro.
Compartilhar da necessidade ou do entusiasmo deles onde na preservação e respeito à própria identidade serão boa companhia uns para os outros.

Nessa busca, nesse planejamento de uma vida pessoal plena de interesses há vários outros canais abertos, não só para contacto com os membros da família, mas conhecimentos, amizades novas ou velhas - o telefone, a internet, a igreja, a sinagoga, o centro espírita, o barbeiro, o cabeleireiro, o banco, enfim, tantos contactos, onde o importante como ser social que se é, será estar com outras pessoas compartilhando interesses, prazeres ou até mesmo preocupações.

Idade avançada mais que nunca é momento de se expandir relações sociais onde as selecções naturais que se processam, vão estruturando grupos prazerosos que, atendendo a um momento especial, mantém o entusiasmo de fazer coisas no contacto vivo de uns para com os outros.

Mudança de situação económica
- Alguns podem se apresentar com boa renda, ou ainda aposentados, dedicar-se a outros afazeres adquirindo verba adicional.

Estes seriam os idosos "jovens", física e mentalmente cheios de vigor que, continuando a produzir não sentirão tantas pressões, inclusive a financeira.
De modo geral, os recursos sendo limitados, a situação preocupa e obrigará o idoso a seleccionar lugar para morar, transporte, compras.

Para passeios, buscar os descontos ocasionais oferecidos, os transportes públicos, teatros, museus, restaurantes, cinemas, clubes de bairro, associações, enfim, benefícios que ajudam a desfrutar a vida, com um preço menor.

(Jornal Verdade e Luz Nº 183 de Abril de 2001)

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Mensagem  Ave sem Ninho 18/11/2011, 03:02

- Conclusão II -
Leda Marques Bighetti

Mudanças de comportamento de corpo e mente
- Além dessas reflexões é hora de ser cuidadoso com a saúde.

Verificar os benefícios médicos a que tem direito, quer como previdenciário ou segurado em planos de saúde a que eventualmente pertença.
Converse com o médico sobre necessidades e dúvidas.

Desvincule-se, em função desses esclarecimentos, do excesso de medicação, atenda-se o prescrito, quando necessário.

Quanto a um programa de actividade física, caminhada, exercícios, ainda o médico, é o elemento capaz, seguro e confiável, para avaliações e encaminhamentos.

Associações, centros desportivos comunitários, escolas e grémios oferecem variedade de programas e actividades gratuitas.

Não necessitando de tantas calorias, a alimentação também precisa ser acompanhada e onde a dieta equilibrada cuidará dessa manutenção.

Cuidado para a tendência do que vive só, habituar-se a lanches.
São eles pouco nutritivos e o idoso precisa alimentar-se, comer, daí que, para aquele que não quer cozinhar, beneficiar-se da entrega de refeições a domicílio.

Em relação às adaptações no campo sexual, se não há mais possibilidade ou prazer, contacto sexual, nada impõe limites ao estar juntos, no contacto terno, íntimo, afectuoso, aconchegante, duradouro a se exteriorizar na calma cúmplice onde parceiros se sentem plenos, integrados no campo emocional recíproco.

Recorde-se sempre que o "velho" é teimoso, inflexível, dono da verdade o que ensina aos outros nada mais tendo que aprender.

Não está desperto para perceber que a Vida é o melhor professor continuamente ensinando através do filho, do neto, da empregada, do gari, da estudante, de uma criança, de um doente onde cada situação trás lições, experiências, sabedoria.

Para o que sabe trabalhá-las levam ao crescer, aos interesses, dão qualidade, plenificam acções, metas, objectivos, burilam sentimentos interagindo com o Universo onde a lei de harmonia que o sustém passa a agir em seu favor devido a essa sintonia mental onde tudo se plasma para o melhor.

Mudança de interesses e oportunidades
- É hora de, por exemplo, ler ou dedicar-se a um prazer que em outros tempos não foi possível.
O livro é caro?

Há os aconchegantes ambientes das bibliotecas públicas onde se encontra todo tipo de leitura, bem como outras actividades culturais, como palestras, filmes, oficinas culturais.
Idade não é limitante para a sede de conhecimento.

Ah! sou analfabeto!!!
Bem próximo de cada um, na escola pública, na associação de bairro, na igreja, no centro espírita, há oferecimento de bem montados cursos de alfabetização.

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Mensagem  Ave sem Ninho 18/11/2011, 03:02

Continua...

Sei ler, concluí cursos, sou de formação universitária?
A todos os casos, há oferecimento das reciclagens.
Estão aí mais ou menos 115 cursos em Universidades ou mesmo cursos que realizam aspirações que em momentos passados não puderam ser atendidos.

Ter presente que os acontecimentos naturais da Vida:
nascimentos, desencarnes, separações, novos casamentos, mudança de ambiente, redução de renda, dependência ou imobilidade, doenças, acontecem não só ao idosos, mas que podem afectá-lo de forma mais critica.

A idade avançada, mesmo não sendo incapacitante, é limitante.
Daí ser importante a formação de uma consciência lúcida onde a organização e adaptação a um ritmo novo ajudarão sobremodo.

Essas reflexões necessárias levam a perceber que envelhecer bem requer planeamento, compreensão realista das mudanças e desafios.

Ruth Kay (Instituto Nacional de Saúde Mental - EUA), ao final de seu trabalho visando "a arte de envelhecer" enfatiza que nunca é cedo para se fazer as seguintes perguntas:

* dentro de minhas possibilidades, hoje ou num tempo de futuro, que tipo de moradia e estilo de vida me proporcionarão conforto, conveniência, independência e companhia?

* sendo apto, que tipo de trabalho, actividades, lazer me interessam, causando-me prazer e realização?

* que organizações de prestação de serviço (públicas ou particulares) são de meu interesse conhecer?

* que serviços, benefícios médicos e de saúde estão disponíveis enfim, quais providências que tomadas a tempo, proporcionarão equilíbrio, não só na idade avançada mas em qualquer fase da vida, uma vez que mudanças e desafios constituem o processo existencial?


Pensar, planejar, mudar, adaptar significa estar desperto, consciente da realidade interior, das infinitas possibilidades de crescimento e que incluem: libertar-se dos medos que imobilizam na inutilidade, redescobrir alegria de viver, de agir;

ampliar a comunicação com a Natureza e com todos os seres, multiplicar meios de dignação humana, envolver-se na eloqüente proposta de iluminação que, querendo, estando desperto pode ser encontrada em toda parte.


Quando se caminha nesse campo de consciência "(...) o ser se move em encontro e conquistas que acima de tudo são internos, resplandecentes, calmos, poderosos como um raio e suaves como a brisa do amanhecer (...)".

Todo instante, nesse enfoque, é momento da retomada.

"(...) Maria de Magdala ao encontrar Jesus, decidiu e transformou-se totalmente;
Paulo de Tarso, desperto ao chamado do Mestre, nunca mais foi o mesmo;
Francisco de Assis, aceitando Jesus, renasce.

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Mensagem  Ave sem Ninho 18/11/2011, 03:02

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Leonardo da Vinci, Galileu, Newton, Descartes, Pasteur, Schuwitzer e tantos outros no campo do pensamento, da ciência, da arte, da religião e do amor[/i] (...)" após despertarem para realidade "(...) alteraram a própria rota, erguendo para si e para Humanidade um patamar de maior beleza e de mais ampla felicidade".

Essa coragem "do mudar" estabelecendo novas metas "(...) significa encontrar-se construindo, livre de preconceitos e de limites, aberto ao bem e à verdade de que se torna vanguardeiro e divulgador".

As reflexões até aqui levantadas falam do ser em relação a si mesmo, quer já seja idoso ou a caminho de sê-lo.

Não podemos por isso, deixar de abordar a posição daqueles que podem estar vivendo essa realidade ao lado de familiares, pais ou amigos idosos.

Se é claro ao homem, a imagem de que aos pais cabe cuidar, assistir e amparar os filhos, a recíproca, embora também seja real, nem sempre encontra respostas a altura, nas posições do filhos.

Chegará sim, o momento no tempo, em que lhes caberá o dever, a obrigação natural de assistência aos pais.

Será ela tanto mais abrangente, equilibrada e feliz na proporção em que os filhos respeitarem a individualidade, mantendo-se prontos, alertas, disponíveis sem serem impositores, dirigentes, afastando, impedindo participação, ditando normas e obrigando a posicionamentos e atitudes.

Seja os pais quem forem - probos ou viciosos, responsáveis ou não - serão sempre credores de homenagem, gratidão e apreço, uma vez que através deles, recebeu-se um corpo físico, bênção incomensurável diante das necessidades do Espírito.

Esse cuidado é tão especial, que ainda Jesus, em seus últimos momentos de vida física, exemplifica confiando sua mãe a João, conclamando-o para que cuidasse dela.

Necessitamos estar atentos, pois numa sociedade de consumo, imediatista e baseada no lucro, quem deixa de produzir, é visto como estorvo.

Nesse enfoque, os idosos, os pais passam a ser entendidos como obstáculos, onde o asilo, a "casa de repouso" ou afins acenam como solução
(Ressalte-se o valor dos asilos quando agasalham e cuidam de idosos em casos excepcionais, sem família, sem renda, sozinhos, abandonados nas ruas.

Há outras situações especialíssimas como por exemplo:
a demência onde o atendimento médico ininterrupto requer esse afastamento do lar.

A vontade dos filhos, permanece no sentido de querê-los junto a si, mas o acompanhamento especializado obriga à internação.

Essa providência nascida da necessidade far-se-á acompanhar da visita diária, do coração em prece em favor daquele ser querido, agora em instante senil desestruturados da própria personalidade).

Exceptuando-se essas situações especiais, a maior parte dos anciãos ali depositados, têm condições e necessitam conviver com a família.

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Mensagem  Ave sem Ninho 18/11/2011, 03:03

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A realidade mostra ainda que, após as primeiras visitas, filhos e netos vão sumindo, realizando aparições breves cada vez mais espaçadas a reflectir o egoísmo destes e demais parentes frente à alguém que agora não serve mais.

Emmanuel no estudo "Compaixão em família, reflete que "(...) cidadãos que julgamos a toda prova, que se destacam pela palavra e caridade, não hesitam em exportar mo rumo do asilo, o avô/avó, tio/tia menos feliz que a provação expõe a caducidade".

"Indagando a essas pessoas que moram em tais núcleos, a dedução é clara:
nenhuma delas decidiu por conta própria ir ali morar, deixar seu lar, filhos, netos enfim, o mundo construído e sonhado para reciprocidade do aconchego".

Nos casos em que há a decisão pessoal, o motivo real está nas tragédias da vida familiar onde os filhos deixaram extravasar o sentimento de peso, estorvo, empecilho, traste que o idoso agora representa.

O pai, a mãe percebe, não é preciso que lhe falem - as desavenças recíprocas entre filhos, noras, genros, netos, as grosserias, a falta de delicadeza quando não até de educação, e que leva o idoso a "livremente optar" ir para a "casa de repouso"/asilo, onde ainda por amor a esses mesmos filhos, abre mão do convívio com os entes queridos na família que se esfacela.

Nasce nesse instante, o Espírito enfermo no medo, na insegurança, na depressão, dor, sofrimentos diversos, na perda da memória em que se refugia.

Descrente do amor, fecha-se no trato difícil, agressivo, revoltado, hostil ou na indiferença, no mutismo, na tristeza onde tudo perdeu o valor, onde nada mais vale a pena.

Os familiares, desconhecendo-se como geradores ou propiciadores dessas exteriorizações, usam-nas como justificativa do acerto da decisão tomada, "pacificando" a consciência nos remorsos pequeninos que vez por outra teimam aparecer.

(Jornal Verdade e Luz Nº 184 de Maio de 2001)

§.§.§- O-canto-da-ave
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Estudos Avançados Espíritas - Página 10 Empty Visão Espírita do Idoso - VIII

Mensagem  Ave sem Ninho 19/11/2011, 02:24

- Conclusão III -
Leda Marques Bighetti

Recorde-se que o Espírito, arquivando essas experiências em tese, terá que reeducar-se, quase sempre em processo laborioso e lento, nas futuras reencarnações, onde apresentar-se-á com restrições às expansões do sentimento, fechando, desconfiado como que autoprotegendo-se de algo que não consegue identificar.

Também os causadores dessas marcas, aprenderão (pelas necessidades pessoais) em processos reeducativos duros, sobremodo, o valor da gratidão, no aconchego do Amor.

É vingança?
Não. É a sabedoria das Leis.

Se nos ensina Jesus a necessidade de ser fraterno, usar de caridade para com o próximo, sendo indulgente, paciente, auxiliando e perdoando "(...) quão maiores não hão de ser essas obrigações em se tratando dos filhos para com os pais.
Todo procedimento condenável em relação aos estranhos, mais condenável se torna para com os pais".


Reforçam os Espíritos na Codificação quando perguntados se as leis da Natureza impõem aos filhos a obrigação de trabalhar para os pais que "(...) Certamente, como os pais devem trabalhar para os filhos.

Eis porque Deus fez do amor filial e do amor paterno um sentimento natural, a fim de que, por essa afeição recíproca, os membros de uma mesma família sejam levados a se auxiliarem mutuamente.
É o que, com muita frequência não se reconhece em vossa actual sociedade".


Sob reflexões, tenhamos presente que a vida é poema de beleza onde a existência constitui-se como quadro a parte de encantamento e conquistas em cuja aprendizagem o Espírito se aformoseia buscando a libertação de si mesmo.

Se a Natureza em todas as suas expressões se apresenta em harmonia convidando à paz e ao equilíbrio, só o homem se apresenta cabisbaixo, preocupado, triste a carregar os sinais das atitudes, acções e compromissos mal vivenciados, transferindo e acrescentando de uma etapa para outra, marcas que a consciência profunda precisará expurgar, uma vez que a essência também busca, procura e quer a harmonia no equilíbrio.

Desse modo, (até na defesa do interesse próprio - o que representa objectivo bem pequeno) direccionar atitudes num programa de construção pessoal com olhos postos no futuro, vivendo amplamente o presente, nas atitudes que devem ser vividas em transportes de paz e alegria.

Embora, possam parecer difíceis, exigindo esforços que no momento parecem terríveis, pelas decisões tomadas desgasta-se, compromete-se ou liberam-se reacções duras ou agradáveis.

À medida que amadurece, entende o Espírito que o viver com episódios difíceis, da dor em enfermidades, não têm elas o poder de banir a alegria de viver.

Constituem como razão poderosa para prosseguimento das actividades de iluminação:
são desafios que visam levar à vitória;
testemunhos que levam a conquistas e decisões que mantêm o equilíbrio.

É difícil essa marcha?


Todo o que decidir crer em si mesmo dinamizando a própria potencialidade, caminha num crescendo onde os passos e decisões se tornam mais e mais fáceis.

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Mensagem  Ave sem Ninho 19/11/2011, 02:25

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Inserindo-se na Lei de causa e efeito, os esforços aplicados nas realizações positivas, eliminam ou diminuem o peso das negativas ou prejudiciais.

A existência se enriquece, é dinâmica, alegre, expectante, tem objectivos que interligados se renovam, abrindo-se em realizações morais, espirituais, artísticas, culturais, estéticas e nobres cada vez mais abrangentes.

O que antes era fatalidade existencial deixa de ser viver bem para bem viver.
Se a primeira é meta humana, a segunda é conquista pessoal, intransferível, especial, que jamais se perde germinando e fomentando felicidade, harmonia, paz.

Do estudo concluímos que, à luz da Doutrina Espírita, entendemos as diversas fases da vida como:

a) interligadas, sequentes, contínuas, ininterruptas, comparando-se à estações determinadas que se sucedem no tempo.

b) as diferentes idades, como estações da alma, onde cada um por sua vez, dá flores e frutos.

A Doutrina Espírita dá ênfase ao Espírito imortal.

Como tal, priorizar juventude ou madureza em detrimento de outras idades, apresenta-se em detrimento de outras idades, apresenta-se como falha.
Muitos jovens segundo o corpo, são almas vividas, experimentadas.

Velhos corpos, podem ser habitação de almas que se iniciam em conhecimentos, experimentações e aprendizados.

Vigor, fortaleza, moralidade, são produto de força interior, conquistada no decorrer das várias encarnações pelo trabalho pessoal envidado.
Como tal pode ser exteriorizado tanto nos mais como nos menos jovens.

No entendimento espírita não há lugar para que uma idade seja mais importante que outra, não havendo assim desajustamentos e conflitos. Princípios de entendimento, muita cooperação envolverão reciprocamente, em posicionamentos do amor compreensão que respeita, envolve e ama.

Essa posição não faculta atitudes que reafirmam os valores do mundo, modismos ou interesses pessoais, onde Jesus destaca-se como modelo e guia, mantém o Espírito que a isso se decida, em clima pleno, alegre e feliz.

Assim, a importância do tempo que estamos vivendo, independe da faixa etária em que nos situamos hoje, à medida em que cada um aproveitar o agora para viver de forma diferente, buscando o Bem, o Belo e o Verdadeiro em todos os convites que a Vida apresentar.

Daí exercer-se o Amor na protecção, zelo, cuidado, amparo, solicitude, convivência em família, a tantos que, doentes desde a infância ou acometidos de limitações na senetude, continuem a ser tratados como Espíritos imortais, necessitados mais que nunca do carinho, da atenção e dos cuidados dos familiares "(...) em qualquer dos períodos em que os Espíritos vivam no mundo, Deus lhes oferece o ensejo de crescer, na prática do vero bem, nas conquistas felizes que saibam operar.

(...) Se forem teus velhos fortes, em boas condições de saúde, dispondo de entusiasmo e alegria, compartilha com eles, jubilosamente, agradecendo ao Criador a honra de tê-los, assim, firmes, ao teu lado, dando-te nobres exemplos de pujança nos labores da evolução, sem esmorecimento.

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Mensagem  Ave sem Ninho 19/11/2011, 02:26

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Se se acharem doentes e dependentes os teus anciãos, ama-os então, com a tua consideração, com teu respeito, venerando-lhes as vivências acumuladas, engrandecendo-te com o poder de ser-lhes útil, ofertando para a carência deles o teu braço amigo, com bondade e alegria.

Quando tenhas que atender às necessidades dos teus velhinhos, ampara-os no carinho doméstico, entre as paredes afectivas que auxiliaram a erguer, somente entregando a cuidados estranhos de hospitais, casa de repouso ou velhonatos, no caso em que precisem de atendimentos especializados da medicina, da Enfermagem ou da atenção geriátrica, para as quais não te encontres devidamente aparelhado ou em outros lances de inarredável gravidade.

Se, apenas se acharem, sob o depauperamento que a idade proveta propicia, empresta-lhes o teu achego enternecido, devolvendo em afectos o quanto te hajam dado, nos tempos para trás, nos dias de tua extrema dependência.

Casa não te sejam familiares, e não te caiba o dever social de mantê-los, caber-te-á o dever cristão de visitá-los, ouvi-los, suprimindo as suas necessidades materiais e espirituais, tanto quanto possas.

A tua idade será tão melhor vivida e bem mais aproveitada, se te tornares amigo dos idosos, fazendo-te apoio de tantos velhos com que mantenhas contacto.

Não te olvides de que, pelas Leis que regem a Vida, adentrarás, na ordem natural, em tempos próximos ou não, a faixa dos que sentem, hoje, o peso dos anos de aprendizados e lutas, sobre o próprio dorso.

E, pensando no que desejarias receber, em tal ocasião, serve e ama, no presente, com entusiasmo e devotamento os teus idosos".

No cenário mundial ocupa hoje, o Brasil o décimo primeiro lugar em população idosa, prevendo-se que nos próximos anos saltaremos para o sexto lugar com o significativo número de um bilião e cem milhões de pessoas acima dos sessenta anos.

Certamente, muitos dos que hoje estudam essas reflexões, comporão tal estatística.

Assim — o que estou fazendo hoje aos idosos com que convivo, é diante de Jesus, o que gostaria que fizessem comigo?
Como, no momento actual, estou me preparando para essa realidade?


Quem marcha sob a luz da Doutrina Espírita, busca o Pai, tem Jesus como modelo, não desanima nem teme as ocorrências menos felizes ou naturais da vida pois sabe que há sempre raios de luz a penetrar na noite a fim de transformar a existência em dia de festa, nos tempos que não se acabam, nos dias que se sucedem a oferecer ao Espírito Imortal tudo aquilo que a Evolução necessita para se afirmar.

Bibliografia:

* Andréa, Jorge - Dinâmica Psi - estudo 27.
* Kay, Ruth - Instituto Nacional de Saúde Mental EUA - 1990.
* Filho, Peroni Cid - Você é o remédio - Mensagem para o idoso.
* Ângelis, Joanna - Divaldo P. Franco - Vida, desafio e soluções - estudo 6.
* Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. XIV - 3-4.
* Emmanuel - F. C. Xavier - Luz no Lar - Compaixão em família.
* Ivan de Albuquerque - J. Raul Teixeira - Cântico da Juventude.
* Emmanuel - F. C. Xavier - Família - Honrai Pai e Mãe.

(Jornal Verdade e Luz Nº 185 de Junho de 2001)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 10 Empty Um episódio de luz, na vida de um Santo

Mensagem  Ave sem Ninho 20/11/2011, 01:30

Domério de Oliveira

Para nós, adeptos do Espiritismo, Santo é todo Espírito de grande evolução, que já atingiu o estágio de Espírito Puro, sem qualquer mácula, e, quando encarnado, revela-se como uma criatura sumamente bondosa, sumamente caridosa, sumamente virtuosa.

Sim, uma Luz que se materializa.
Para mim, Santo é aquele "Ser" que demonstra uma suprema Grandeza de Alma que devemos eleger como Paradigma.

Na Hagiografia, encontramos a vida de Francisco de Assis, uma linha recta, toda tarjada de pontos luminosos que O qualificam como um Verdadeiro Santo.

São Francisco, assim conhecido por todas as correntes religiosas e por todas muito respeitado, por certo, mostrou-nos o quanto vale o Amor e fez renascer nos corações aquele Cristo de há dois mil anos, fundindo todas as virtudes, na expressão que a sua vida nos oferta.

Sim, São Francisco venceu a morte, porque venceu todas as imperfeições, lutou contra os instintos, consolidou os Dons Espirituais no coração e irradiou o Bem em todas as direcções.

Meus amigos, vejamos um episódio de luz em sua vida, quando passou por este nosso plano:
O Iluminado de Assis, certo dia, saiu de Roma e desceu para Óstia, onde O aguardavam alguns dos seus Discípulos.

Sabemos que Óstia fica à margem do mar Tirreno, do lado oposto ao Adriático e, por força da natureza, localiza-se no joelho da bota de que a Itália tem a forma.

Todos os Frades, companheiros de Francisco, ficaram eufóricos com os acontecimentos em Roma que favoreciam os legítimos ideais cristãos sustentados pelo Poverello.

Assim, todos reunidos, Mestre e Discípulos, percorreram um longo trecho do caminho, até que avistaram um casebre, onde residia uma família que vivia de pesca.

Francisco bateu à porta, pedindo água, pois, todos estavam com bastante sede, e, atendeu-Lhe um senhor robusto e triste que andava às apalpadelas, deslizando as mãos nas paredes, por lhe faltar a vista.

Francisco e companheiros saudaram o dono da casa, serviram-se da água fresca de um grande pote de barro queimado, preso a uma forquilha de madeira.
Saciada a sede, acomodaram-se por convite do pescador que chamou sua mulher e seus filhos.

Estes, ainda crianças. assentaram-se nos colos dos Frades;
o menorzinho, de pouco mais de um ano, estendeu os bracinhos para Francisco que o acolheu sorridente.

O casal, admirado com a fraternidade daqueles homens, sentiu-se à vontade.
O dono da casa, um velho pescador, narrou-lhes o acontecimento que provocou a cegueira.
Todos ouviram, com atenção, o drama que ocasionou a cegueira no velho pescador.

Este acabou confessando que, mesmo cego, tinha a faculdade de ver coisas maravilhosas e que, naquele instante, conseguia ver os visitantes, todos revestidos de luz.
Mesmo cego, sinto com isso satisfação que me consola e me dá esperança.

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Mensagem  Ave sem Ninho 20/11/2011, 01:30

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A mulher do pescador, também confessou:
Depois da situação do meu marido, o sofrimento para nós é sem conta;
vivíamos da venda de peixes, mas, agora, estamos vivendo de esmolas que nem sempre ganhamos.
Penso em ir eu mesma pescar, mas temo as águas perigosas do mar...


O silêncio dominou o ambiente e alguns dos Frades oraram com fervor.

Francisco tomou a palavra, como Verdadeiro Mestre da Paz e disse com tranquilidade:
— Meus filhos, devo dizer a todos que o nosso irmão não ficou cego;
ao contrário, agora ele vê mais do que antes poderia observar, porque está enxergando as coisas da Alma e do Verdadeiro Mundo para onde deveremos ir ao findar as nossas vidas terrenas.


O corajoso pescador sentiu nas palavras de Francisco um consolo e uma força que lhe fortaleceu a paciência e a esperança no futuro.

Francisco levantou-se e disse ao bom pescador:
"Querido irmão das águas!...

Vamos pedir a Deus que fez também os mares, que deu vida aos peixes, que salgou as águas, que fez os ventos, que fez a Terra, a Luz e as Estrelas, que fez tudo e muito mais que não podemos observar, que fez as maravilhas que tens visto, que te permita a ver como antes.

Vamos pedir a Nosso Senhor Jesus Cristo, o Canal de Deus para a Terra, que nos ajude em sua imensa misericórdia e com o seu Amor sem limites e a Maria Santíssima, mãe de Jesus e nossa, que nos abençoem, neste instante e que a Graça do Senhor venha em favor dos que sofrem e choram.

Podemos recordar quantos cegos foram curados pelo nosso Divino Amigo.

E suplicou, em voz alta:
— Mais um, Senhor!
Se for da tua vontade que este homem veja novamente!"


(apud - livro - "Francisco de Assis" - pelo Espírito Miramez - Psicografia de João Nunes Maia).

Francisco, tocado de emoção, levou as mãos aos olhos do pescador cego e observou que um facho de luz esverdeada, de difícil explicação, vinha do alto e penetrava na base do crânio do pescador.

E, então, disse, com autoridade:
— Abre os olhos e vê!

O pescador, livre da cegueira, gritou e pulou dentro da sua casa, dando graças a Deus pelo milagre da sua visão.

Eis aí, meus amigos, em linhas genéricas, um dos episódios de luz, na vida deste Santo.

Até hoje, em nossos dias, quando a Ele suplicamos, com fé e Amor, sempre derrama sobre nós, seus irmãos mais débeis, cornucópias de Bênçãos.

Até hoje, ainda reboam em nossos ouvidos os dois últimos versos de sua famosa e universal, oração:
- "É perdoando que somos perdoados e é morrendo que compreendemos a vida eterna".

(Jornal Verdade e Luz Nº 180 de Janeiro de 2001)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 10 Empty Só o bem vale a pena

Mensagem  Ave sem Ninho 21/11/2011, 01:17

Joanira Necas Soares

Imprescindível é o socorro necessário no momento oportuno.

Nada substitui a palavra de conforto, o socorro material e a alegria de sentir-se amado, valorizado, o que, às vezes, no imperativo da dor, nos chega como alento divino.

É a solidariedade, esse sentimento humano que tem um quê de divinal, vertendo do mais alto, edificando todos os que despertaram para a compreensão da fraternidade universal.

Somos essência eterna, perfectível e desenvolvemos nossas potencialidades em caminhar indefinido.

Estruturando-nos enquanto seres psíquicos, nesse desenrolar de acções, nos vemos, muitas vezes, em situação de extrema dor e nesses instantes nos sentimos totalmente fragilizados;
é reconfortante sermos o alvo de uma acção beneficente em nossos momentos de provações, não há ninguém que não valorize a acção do bem em sua vida.

O bem traz sempre uma energia positiva que elimina o desalento, a dor, o ódio, o egoísmo.

Solidariedade é bem em transfusão completa de coração para coração, ela é a arma mais potente capaz de atingir o alvo certo das incompreensões e desequilíbrios que assolam a sociedade.

Nada mais lícito que no uso de nossas atribuições intelectivas estejamos atentos e procuremos desenvolver um processo de solidariedade com a vida, no que há de mais complexo e no que há de mais simples.

No entanto é necessário também respeitarmos os nossos limites, nossas habilidades e competências;
porém, no que diz respeito a nossas habilidades e competência, é de nossa responsabilidade.

Sempre é tempo de estendermos uma mão amiga a uma pessoa necessitada e toda hora é hora de praticarmos um gesto de solidariedade.

Quando o mundo compreender isso se encurtarão em breve espaço de tempo todas as distâncias sociais e todas as dores serão minimizadas.

Sonho? Utopia?

Não para quem acredita na vida, na capacidade do homem de modificar a si mesmo e na certeza de que só o bem vale a pena.

(Jornal Verdade e Luz Nº 180 de Janeiro de 2001)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 10 Empty O sofrimento como bênção

Mensagem  Ave sem Ninho 21/11/2011, 01:17

Iracema Linhares Giorgini

Sofrimento: dor física; angústia, aflição, amargura; infortúnio, desastre.

A Terra, em termos actuais, é um planeta de expiações e provas, no qual renascem, em massa, Espíritos muito comprometidos perante a Lei de Deus.

Por isso a Terra ainda não é um lugar onde se possa viver sem incómodos, sem lutas e sofrimentos.

Ensina Emmanuel em "Justiça Divina" - pág. 114 que:
"Somos Espíritos doentes em laboriosa restauração" devidos aos débitos contraídos no passado.
"Todos somos enfermos pedindo alta".

Sofrimento portanto, é consequência de violações, abusos, no curso dos quais a Lei Divina foi desrespeitada e os deveres negligenciados.

Dor e adversidade apresentam-se hoje como oportunidades de desgastar débitos, de conquistar a liberdade.

É o remédio para as imperfeições do Espírito, para as enfermidades da alma.
Sem isso não é possível a cura.

É este o entendimento que temos da dor?
Somos capazes de perceber bênçãos no sofrimento?


Não.
Diante do sofrimento físico ou moral de modo geral desesperamos, revoltamo-nos, ficamos abatidos.

Porquê?
Porque a ignorância das Leis Universais faz-nos ter aversão a padecimentos, Em nossa cegueira estamos quase sempre prontos a amaldiçoar nossa vida obscura, monótona e dolorosa.

Para que possamos perceber bênçãos no sofrimento é preciso que elevemos a nossa visão acima dos horizontes limitados da Terra para apreciarmos os porquês dos bens e dos males da existência, só então saberemos em que consiste a verdadeira desgraça e a verdadeira felicidade.

Observada sob esse ponto de vista, a desgraça (para o ser humano), não é o sofrimento, a perda de entes queridos, as provações, a miséria, mas, a desgraça, será tudo aquilo que adiar, aniquilar, impedir o adiantamento do Espírito.

Para aquele que se detém na vida presente a desgraça pode ser a enfermidade, o sofrimento ao passo que para aquele que já desperto para as realidades espirituais será o prazer, o orgulho, a vida inútil, etc...

Eis porque é necessário conhecer os objectivos da vida e das leis morais.

Do ponto de vista espiritual sofrimento é oportunidade de conquistar valores para a Vida Imortal - a verdadeira Vida.

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Estudos Avançados Espíritas - Página 10 Empty Re: Estudos Avançados Espíritas

Mensagem  Ave sem Ninho 21/11/2011, 01:18

Continua...

Esclarece ainda Emmanuel:
"O sofrimento longe de ser uma desgraça tem função preciosa nos planos da alma" - porque surge como consequência de erros e violações da Lei, mas tem função rectificadora dos desequilíbrios do Espírito e das lesões corporais.

Por isso apresenta potente utilidade ao homem que sofre;
sem ele, o homem não poderia se reajustar, porque seria difícil acordar a consciência para a realidade superior.

Sendo um planeta de expiações e provas, na Terra todos conviverão com sua parcela de sofrimento - seja qual for a posição em que se encontrem.

Longe de ser uma desgraça ou uma punição - sofrimento funciona como reequilíbrio e tratamento para o Espírito que sem esse estímulo dificilmente poderia reajustar-se e acordar a consciência para a realidade superior.

Sofrimento de qualquer procedência, injunções de toda natureza representam apelos, chamamentos para que despertando cuidemos quanto antes da renovação e consequente ascensão moral.

"Sofrimento é o Aguilhão Benéfico".
Deriva daí que quando ele despontar em nossa vida cabe dar-lhe o tratamento adequado para que não venha a se transformar realmente em uma desgraça completa.

Qual deverá ser a atitude correcta frente aos sofrimentos que nos avassalam?

Será sempre a da "Conformação Lúcida" isto é, entendendo as raízes aceitar com resignação, sem rebeldia, sem recriminação, trabalhando confiante e perseverante no bem, "aceitando-o" como remédio amargo, operação dolorosa mas imprescindível que deve restituir a saúde do corpo e a paz do Espírito.

Bibliografia:

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - cap. VIII - item 21.
Celeiro de Bênção - Divaldo Pereira Franco - Joanna de Ângelis - Ante o Sofrimento

Após a Tempestade - Divaldo Pereira Franco - Joanna de Ângelis - Infortúnios.

Luz Acima - Francisco C. Xavier - Irmão X - Paz
Justiça Divina - Francisco C. Xavier - Emmanuel - Doenças da Alma

(Jornal Verdade e Luz Nº 181 de Fevereiro de 2001)

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Estudos Avançados Espíritas - Página 10 Empty Os demónios segundo o Espiritismo

Mensagem  Ave sem Ninho 22/11/2011, 02:26

Domério de Oliveira

A palavra demónio vem da raiz grega - "daimónion" que, por sua vez, nos deu o étimo latino "daemoniu".

O Dicionário do Aurélio regista a palavra demónio como sendo "génio ou representação do mal;
Espírito maligno, Espírito das trevas;
Lúcifer, Satanás, Diabo.


Esclarece-nos o nosso Festejado Humberto de Campos que milhões de desencarnados permanecem imantados à crosta do mundo, impedindo o progresso mental das criaturas que lhes são afins.

Preferem a discórdia e a malícia e agem como autênticos demónios soltos.
Quando podem e quando encontram atmosfera favorável jogam as criaturas encarnadas umas contra as outras, destilando venenos cruéis.

Meus amigos, perante a nossa Doutrina, nem Anjos e nem Demónios são Entidades distintas.
Sabemos que Deus criou os Espíritos iguais e todos partiram do mesmo ponto.

Unidos aos corpos materiais, esses Seres constituem as humanidades que povoam a Terra e outras Esferas habitadas;
quando libertos dos corpos materiais, esses Seres constituem o mundo espiritual.

Esses Espíritos povoam os espaços.

Deus criou os Espíritos com o nobre propósito de se aperfeiçoarem, tendo por objectivo a perfeição e, em consequência, a Felicidade que decorre da Perfeição.

Meus amigos, Deus não deu, de início, aos nossos Espíritos a perfeição e, por isso mesmo, temos que obtê-la com os nossos próprios esforços, caso contrário, não teríamos nenhum mérito.

Desde o momento de sua criação, os Espíritos devem progredir, quer como encarnados, quer no estado espiritual.

Atingindo o ápice da evolução moral, os Espíritos tornam-se Puros, quando são denominados Anjos.

Assim, a partir do embrião do Ser Inteligente até ao Anjo, (Espírito Puro), há uma cadeia em que cada um dos elos assinala um grau de progresso.

Assim sendo, concluímos que há Espíritos em todos os graus de adiantamento moral e intelectual, conforme a posição em que se acham.

Em todos os graus existe, portanto, ignorância e Saber, Bondade e Maldade.
Só quando o Espírito atinge o ápice desta escada imensa, é que Ele se torna Puro, Bom e Sábio.

Considero Emmanuel como um Espírito Puro, Bom e Sábio.

Nas bases inferiores desta escada destacam-se, ainda, Espíritos profundamente propensos ao mal que se comprazem com o mal.

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Mensagem  Ave sem Ninho 22/11/2011, 02:26

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Estes Espíritos, ainda submersos nos calabouços das trevas, divertem-se em perturbar aqueles que com Eles tenham afinidades.

Esses Espíritos malignos, também são denominados pelo vulgo como Demónios.

Tais Espíritos que são classificados como Demónios não constituem uma criação distinta, pois, sabemos que os Espíritos foram criados todos iguais, caso contrário, onde estaria a Justiça Divina?

Esses Espíritos malignos, infelizmente, tropeçaram e caíram e ainda não se levantaram.

Mas, não estão marcados pela fatalidade eterna de serem sempre maus, de serem sempre Demónios, porque poderão alcançar a própria regeneração através dos longos processos reencarnatórios.

Também, esses Espíritos contam com os nossos trabalhos que visam esclarecê-los e encaminhá-los aos planos mais elevados.

Então, meus amigos, o que o vulgo designa por Demónios, perante nossa Doutrina, são considerados Espíritos imperfeitos, susceptíveis de regeneração.

Em nossos dias, ainda, encontramos Espíritos endurecidos, recalcitrantes, maus, apáticos, obstinados em não nos ouvir e a permanecerem nas trevas, nas classes inferiores.

Esses Espíritos sofrem as consequências dessa atitude e o hábito do mal lhes dificulta a regeneração.

Entretanto, haverá de chegar um dia em que esses Espíritos venham a sentir fundamente a fadiga dessa vida penosa e das respectivas consequências.

Então, arrependidos, em longos processos reencarnatórios, haverão de batalhar estoicamente até que possam alcançar os altiplanos das Luzes.

Meus amigos, A LEI DE DEUS É A ETERNA LEI DO PROGRESSO.

Assim, os Espíritos Puros, que hoje nos ajudam como nossos Anjos, escalaram, com os próprios méritos, a imensa escada da perfeição, também, os Espíritos, ainda, impuros, que se comprazem com o mal, haverão de ser guindados para os degraus superiores, através das provas e das expiações, deixarão de ser Demónios e passarão a integrar as esferas mais saturadas de Luz.

Nestas circunstâncias, perante nossa doutrina, não há Anjos e nem Demónios, mas Espíritos puros e impuros.

Temos diante de nós uma imensa escada e ainda nos encontramos nos primeiros degraus.

Procuremos, então, através dos nossos trabalhos na Seara do Bem, através dos nossos esforços de auto-aprimoramento, arregimentar as forças necessárias para subirmos mais alguns degraus.

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Mensagem  Ave sem Ninho 22/11/2011, 02:27

Leda de Almeida Rezende Ebner

A doutrina dos Espíritos é o farol que ilumina, continuamente, a estrada por onde devemos transitar para alcançarmos a felicidade.

Sempre que somos tentados a penetrar em algum atalho, a luz desse farol brilha mais intensamente, estimulando-nos a não fazê-lo.

Muitas vezes, fechamos os olhos e nos deixamos guiar pelo que nos atrai, afastando-nos do caminho por ele iluminado, por fraqueza oriunda das nossas próprias imperfeições, mas ele, o farol lá está, sempre iluminando a estrada principal, facilitando o retorno.

Esse farol está dentro de nós, em consequência ao aprendizado dos ensinos espíritas, quando os entendemos e os aceitamos.

Com clareza e lógica, o espiritismo nos define o objectivo maior da nossa existência na Terra, que é o desenvolvimento espiritual através do estudo, do trabalho, da auto-educação e nessa definição do ideal a ser conquistado, é também o estímulo racional ao esforço perseverante dessa conquista.

Assim, o espiritismo nos dá a finalidade do nosso viver e a estratégia, o método, a maneira do como viver para alcançarmos o desenvolvimento possível.

Mostra-nos que não podemos nos tornar anjos, em poucos anos, mas devemos e podemos viver, visando o ideal da melhoria constante, dentro das nossas possibilidades reais, as quais costumamos subestimar.

O espiritismo define, com precisão, a responsabilidade de cada um no seu processo evolutivo.
Sempre há a ajuda dos Espíritos desencarnados e encarnados, mas a decisão e a tarefa desse desenvolvimento pertencem a cada filho de Deus.

Destaca a importância do conhecer-se a si mesmo para o desenvolvimento das qualidades intrínsecas ao ser espiritual que somos, levando-nos à introspecção interior.

Esta acção propicia-nos a perceber, com objectividade, nossos sentimentos, emoções, atitudes e comportamentos, levando-nos ao conhecimento de nós próprios.

A introspecção íntima, honesta, aliada ao esforço no bem, leva-nos a gostar de nós, a termos confiança em nossas possibilidades de aperfeiçoamento, reforçando a confiança em Deus e nas suas leis.

O espiritismo deixa bem claro que, por mais feio seja o nosso interior, o importante, no estágio evolutivo presente, é o esforço no bem, pelo bem e para o bem, ainda que não consigamos, muitas e muitas vezes, sair da intenção.

Ainda assim, em havendo a vontade activada no bem, estaremos percorrendo o caminho iluminado, que o é para facilitar o trabalho de aprendizado na Terra.

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Mensagem  Ave sem Ninho 22/11/2011, 02:27

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Quanto mais perseveramos nele, mais facilidade, mais aproveitamento teremos nas diversas experiências que a vida nos oferta.

O espiritismo nos dá uma maneira lógica e racional de interpretarmos o universo, a Terra e os seres que evoluem, continuamente, sob leis justas e sábias, para a perfeição e a felicidade.

Por mais difíceis sejam os percalços da existência de cada um e da sociedade, esta doutrina nos faz compreender que tudo é parte do processo evolutivo e todas as experiências concorrem para o progresso contínuo.

Aliás, aprendemos mais com os erros e desacertos, com as experiências desagradáveis do que com as certas e agradáveis, pois as primeiras, incomodando-nos, estimulam-nos ao esforço de para delas libertarmo-nos, levando-nos a accionar a vontade no uso de todas as nossas energias intelectuais e morais.

Aprendemos, então, eliminar ou evitar as causas que as provocam.

O espiritismo dentro de nós incita-nos ao desenvolvimento dos sentimentos nobres e leva-nos ao esforço de perceber nos outros irmãos iguais a nós, filhos de Deus, também em processo evolutivo.

Essa constatação indica-nos, racionalmente, que se aceitamos Deus e o amamos, não podemos deixar de aceitar e amar a sua criação.

E, na vontade de aceitar a todos como irmãos, vamos desenvolvendo o Amor em nós, síntese da lei divina, origem e destino da vida.

Deixemos pois, que o espiritismo, o consolador prometido por Jesus, penetre dentro de nós, dirigindo nossa inteligência e nossa sensibilidade para que nosso desenvolvimento espiritual aconteça internamente, expressando-se em nossas atitudes e comportamentos externos, mostrando a nós e aos outros, que ele, o espiritismo nos torna melhores pessoas.

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