LUZ ESPÍRITA
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Iniciação à doutrina espírita 4 - Aspecto Filosófico do Espiritismo - Astolfo Olegário Oliveira Filho

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 15, 2023 8:03 pm

8. A história dos exilados de Capela permite-nos compreender melhor as narrativas bíblicas acerca de Adão e Eva e sua expulsão do Paraíso. A lenda do Paraíso perdido funda-se, em verdade, no banimento daquela legião de Espíritos do planeta capelino, que, se comparado com a Terra daquela época, podia ser considerado um verdadeiro paraíso.

9. Emmanuel, em seu livro A Caminho da Luz, psicografado por Chico Xavier, nos dá informações valiosas a respeito da chamada raça adâmica, assunto que foi tratado igualmente por Kardec em A Génese. Nesta obra, o codificador do Espiritismo faz clara referência à raça adâmica no cap. XI, item 38: “De acordo com o ensino dos Espíritos, foi uma dessas grandes imigrações, ou se quiserem, uma dessas Colónias de Espíritos, vinda de outra esfera, que deu origem à raça simbolizada na pessoa de Adão e, por essa razão mesma, chamada raça adâmica.
Quando ela aqui chegou, a Terra já estava povoada desde tempos imemoriais, como a América, quando aí chegáramos europeus”.

Adão e Eva viveram na Terra no período neolítico
10. Mais adiantada que as que a haviam precedido em nosso planeta, a raça adâmica foi, com efeito, a mais inteligente e a que, pelo contacto social, impeliu ao progresso todas as outras. O Génesis no-la mostra, desde os seus primórdios, industriosa, apta às artes e às ciências, o que mostra que ela não passou na Terra pela infância espiritual, diferentemente do que ocorreu com os demais povos que habitavam, então, o planeta.

11. Tudo, de facto, leva-nos a crer que a chamada raça adâmica não é antiga na Terra e pode ser considerada como habitando este globo desde apenas alguns milhares de anos, o que não estaria em contradição com os fatos geológicos, nem com as observações antropológicas; ao contrário, antes tenderia a confirmá-las.

12. Chama-se período neolítico ao período da época holocena em que os vestígios culturais do homem pré-histórico se caracterizavam pela presença de artefactos de pedra polida (ainda não era utilizado o bronze) e pelo aparecimento da agricultura. A época holocena, iniciada há cerca de 12.000 anos, é aquela em que as geleiras se restringiram às regiões polares e ocorreram o desenvolvimento e a expansão da civilização humana.

13. O Espiritismo nos ensina que a espécie humana não começou por um único homem e que aquele a quem chamamos Adão não foi o primeiro nem o único a povoar a Terra. Kardec indagou aos Espíritos Superiores: “Em que época viveu Adão?” Eles responderam: “Mais ou menos na que lhe assinais: cerca de 4.000 anos antes do Cristo” (L.E., item 51).

14. Essa informação de origem espiritual concilia-se perfeitamente com a narrativa contida no cap. 4 do Génesis, porque somente no período neolítico – entre os anos 5.000 a.C. e 2.500 a.C. – é que surgiu na Terra o pastoreio, seguido do cultivo da terra, e o homem passou de caçador a pastor. Ora, conforme o relato bíblico, Caim cultivava o solo e seu irmão Abel era pastor, o que prova que a data indicada pelos Espíritos a respeito da época em que viveu Adão é compatível com os registros históricos. Como o povoamento da Terra se iniciou em épocas bem mais recuadas, é evidente que não descendemos dos pais de Abel e Caim, mas de outros ancestrais que teriam vivido muito antes.
_________________________________________________________________________________________
[1] Diversos autores, seguindo critérios distintos de classificação, propuseram diferentes classificações da humanidade em termos raciais. A mais difundida é a das três grandes subdivisões: caucasoide (raça "branca"), negroide (raça "negra") e mongolóide (raça "amarela"). Como conceito antropológico, essa classificação sofreu numerosas e fortes críticas, pois a diversidade genética da humanidade parece apresentar-se num contínuo, não com uma distribuição em grupos isoláveis, e as explicações que recorrem à noção de raça não respondem satisfatoriamente às questões colocadas pelas variações culturais. O vocábulo “raça”, que aparece nesta e em outras obras, é utilizado apenas pela falta de um termo mais adequado, porquanto todos sabemos que, no tocante aos seres humanos, existe no mundo uma única raça: a raça humana.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 15, 2023 8:05 pm

Questões para fixação da leitura
1. Existem no Universo muitos planetas habitados como a Terra?
Sim. Segundo o Espiritismo, existem muitos outros mundos que abrigam humanidades semelhantes à nossa, não sendo o homem terreno o único ser corpóreo dotado de inteligência, racionalidade e senso moral no Universo.

2. As emigrações e imigrações de Espíritos podem ocorrer em que situações?
Há Espíritos que emigram por força do progresso realizado, que os habilita a ingressar em um mundo mais adiantado, o que é um prémio para eles; outros, ao contrário, são banidos do mundo a que pertencem, por não haverem acompanhado o progresso moral atingido pela humanidade desse mundo. O exílio que lhes é imposto constitui, então, um verdadeiro castigo, que a lei de justiça impõe aos recalcitrantes no mal, escravizados ao orgulho e ao egoísmo.

3. Os ascendentes da etnia branca existente na Terra vieram de onde?
Ela foi constituída, inicialmente, de Espíritos emigrados de um planeta pertencente ao sistema de Capela, uma estrela milhares de vezes maior que o Sol.

4. Que significa a expressão raça adâmica?
De acordo com o ensino dos Espíritos, foi uma dessas grandes imigrações de Espíritos, vindos de outra esfera, que deu origem à raça simbolizada na pessoa de Adão e, por essa razão mesma, chamada raça adâmica. Quando ela aqui chegou, a Terra já estava povoada desde tempos imemoriais. Mais adiantada que os povos que a tinham precedido neste planeta, a raça adâmica foi, com efeito, a mais inteligente e a que, pelo contacto social, impeliu ao progresso todas as outras. O Génesis no-la mostra, desde os seus primórdios, industriosa, apta às artes e às ciências, o que mostra que ela não passou na Terra pela infância espiritual, diferentemente do que ocorreu com os demais povos que habitavam, então, o planeta.

5. Em que época, segundo o Génesis e o Espiritismo, viveu Adão?
Segundo os ensinos espíritas, Adão viveu cerca de 4.000 anos antes do Cristo, dado compatível com o cap. 4 do Génesis, porque somente no período neolítico – entre 5.000 a.C. e 2.500 a.C. – é que surgiu na Terra o pastoreio, seguido do cultivo da terra, e o homem passou de caçador a pastor. Ora, conforme o relato bíblico, Caim cultivava o solo e seu irmão Abel era pastor, o que prova que a data indicada pelos Espíritos a respeito da época em que viveu Adão está de acordo com os registos históricos.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 15, 2023 8:05 pm

9 – Inteligência e instinto
Sumário: Inteligência e instinto. - A dupla natureza do homem. - Características dos actos instintivo. - Diferença entre actos instintivos e actos inteligentes. - Importância do instinto na vida dos animais.

É à alma que o homem deve sua inteligência e racionalidade
1. A inteligência é o atributo essencial da alma ou Espírito, em razão do qual toma ela conhecimento de sua própria existência e exerce actividades voluntárias e livres.
Quando a alma atinge o grau de humanização, sua inteligência adquire desenvolvimento superior, como o surgimento da razão e do senso moral, que lhe facultam a capacidade de conceber e reconhecer a existência de Deus.

2. Realizando múltiplos actos livres e voluntários, apresentando finalidade nítida e obedecendo a juízos e raciocínios bem elaborados, o homem é um ser que revela dupla natureza: material e espiritual. Não nos esqueçamos de que há uma alma unida ao corpo do homem e somente a ela deve ele sua inteligência e racionalidade, seus conhecimentos e sentimentos, bem como sua vontade e liberdade.

3. Existem, entretanto, seres que realizam actos em que se revela também nítida finalidade, mas que parecem obedecer antes a automatismos que a impulsos decorrentes da livre vontade. Tais actos visam sobretudo à conservação do indivíduo e da espécie, objectivando as funções de nutrição e de reprodução, provendo ao crescimento, ao desenvolvimento e à propagação, enfim, da plena realização da vida.

4. Esses actos são devidos ao instinto e, por isso, chamados de actos instintivos. Existem esboçados no reino vegetal, mas são bem mais evidentes no reino animal, tanto quanto na espécie humana, e ocorrem, seja no homem, seja nos animais, ao lado dos actos inteligentes.

A inteligência e o instinto decorrem do mesmo princípio
5. Será o instinto, como alguns pensam, um atributo inerente à matéria e não à alma? Se assim fosse, teríamos de admitir que a matéria é também inteligente, o que é manifestamente falso. Ora, se ao ato instintivo falta o carácter principal do ato inteligente, que é ser deliberado, ele revela, no entanto, uma causa inteligente, porque apta a prever e a evitar o engano, o que levou muitos estudiosos a admitir que instinto e inteligência procedem de um mesmo princípio, que inicialmente teria apenas as qualidades do instinto e depois se desenvolveria, evoluiria e passaria por uma transformação que lhe daria as qualidades da inteligência livre.

6. Esta última hipótese não resiste a uma análise mais profunda, porque frequentemente o instinto e a inteligência se encontram juntos no mesmo ser e, às vezes, no mesmo acto. No caminhar, por exemplo, é instintivo o simples movimento das pernas, tanto no homem como no animal – um pé vai adiante do outro maquinalmente. Mas no acelerar o passo ou retardá-lo, bem como no levantar o pé para desviar-se de um obstáculo, intervém a vontade, a deliberação e o cálculo. De igual modo, o animal carnívoro é levado pelo instinto a alimentar-se de carne, mas age com inteligência e mesmo astúcia quando toma medidas para garantir sua presa.

7. Em face disso é que se diz que o instinto é uma espécie de inteligência, enquanto outros afirmam que é uma inteligência sem raciocínio. O fato, porém, é que muitas vezes torna-se difícil estabelecer um limite nítido de separação entre o instinto e a inteligência, porque em variadas situações eles se confundem.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 15, 2023 8:06 pm

8. Inteligência e instinto – e esta é a opinião mais comum – são manifestações do mesmo princípio espiritual, que obedecem a duas determinantes ou a dois motores diferentes: um ligado à vontade e à liberdade do indivíduo, e outro que escapa totalmente à vontade e à liberdade.
Nesse sentido, podem distinguir-se perfeitamente os actos que dependem da inteligência desenvolvida daqueles que decorrem estritamente do instinto.

Os actos inteligentes aprimoram-se com a aprendizagem
9. Sendo a inteligência, em sua plenitude, a faculdade de pensar e agir racional e deliberadamente, os actos inteligentes são conscientes, voluntários, livres e calculados.
São, além disso, susceptíveis de variações, porque a inteligência, variável e individual por excelência, é susceptível de progresso. Os actos inteligentes decorrem da aprendizagem e pela aprendizagem se aprimoram, facto que não ocorre com os actos instintivos.

10. Vejamos o exemplo do patinho: logo que rompe a casca do ovo que o mantinha encerrado, se vê próximo um córrego ou um lago, corre alegremente para ele e lança-se na água, nadando imediatamente com perfeição. Onde aprendeu o pato a nadar? São igualmente instintivos o acto do castor, que constrói sua casa com terra, água e galhos de árvores; o ato dos pássaros, que constroem com perfeição seus ninhos; o ato da aranha, que tece com precisão sua teia. Veem-se já aí alguns dos caracteres do instinto: é algo inato, perfeito e específico, ou seja, surge espontaneamente, sem prévia aprendizagem, em todos os indivíduos de uma mesma espécie e leva a actos completos, acabados, perfeitos, desde a primeira vez que são realizados.

11. Verifica-se, no entanto, que esses actos continuam durante toda a vida do ser sem mudança alguma. Essa capacidade de nadar, de construir, de tecer não sofre variação através dos tempos, de modo que o castor constrói hoje a sua cabana como o faziam seus ancestrais e assim farão os seus descendentes, com os mesmos materiais e da mesma maneira. Nas edificações dos homens, ao contrário, é evidente a evolução na forma e no uso dos materiais, porque decorrem de actos inteligentes, sujeitos à vontade e à liberdade, variáveis de acordo com as circunstâncias, o que é uma característica dos actos inteligentes.

12. O homem também deve sua conservação e manutenção a actos instintivos, e não apenas aos actos inteligentes. Lembremos tão somente o que se dá nos primeiros dias após o nascimento de uma criança, que, do mesmo modo como ocorre com as crias de outros mamíferos, suga o leite materno, sem que ninguém lhe tenha ensinado. A circulação sanguínea, o funcionamento do aparelho digestivo e tantas outras funções verificáveis no ser humano também se devem à força do instinto.

Questões para fixação da leitura
1. Que é inteligência?
A inteligência é o atributo essencial da alma ou Espírito, em razão do qual toma ela conhecimento de sua própria existência e exerce actividades voluntárias e livres. Quando a alma atinge o grau de humanização, sua inteligência adquire desenvolvimento superior, como o surgimento da razão e do senso moral, que lhe facultam a capacidade de conceber e reconhecer a existência de Deus.

2. Podemos dizer que o homem tem dupla natureza?
Sim. O homem é um ser que revela uma natureza material e uma natureza espiritual. Não nos esqueçamos de que há uma alma unida ao seu corpo físico e somente a ela deve ele sua inteligência e racionalidade, seus conhecimentos e sentimentos, bem como sua vontade e liberdade.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 15, 2023 8:06 pm

3. Que são actos instintivos?
São os actos que parecem obedecer antes a automatismos que a impulsos decorrentes da livre vontade.
Eles visam sobretudo à conservação do indivíduo e da espécie, objectivando as funções de nutrição e de reprodução, provendo ao crescimento, ao desenvolvimento e à propagação, enfim, da plena realização da vida. Esses actos são devidos ao instinto e, por isso, chamados actos instintivos.

4. Que diferença existe entre os actos instintivos e os actos inteligentes?
A diferença entre uns e outros é que os actos inteligentes são conscientes, voluntários, livres e calculados. São, além disso, susceptíveis de variações, porque a inteligência, variável e individual por excelência, é susceptível de progresso. Os actos inteligentes decorrem da aprendizagem e pela aprendizagem se aprimoram, facto que não ocorre com os actos instintivos.

5. É certo dizer que os animais devem sua vida ao instinto e que o homem vive graças à inteligência?
Não. O homem deve também a sua conservação e manutenção a actos instintivos, e não apenas aos actos inteligentes. Lembremos tão somente o que se dá nos primeiros dias após o nascimento de uma criança, que, do mesmo modo como ocorre com as crias de outros mamíferos, suga o leite materno, sem que ninguém lhe tenha ensinado. A circulação sanguínea, o funcionamento do aparelho digestivo e tantas outras funções verificáveis no ser humano também se devem à força do instinto.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 16, 2023 9:58 am

10 – Diferentes ordens de Espíritos: escala espírita
Sumário: Ordens e classes que compõem a escala espírita. - Característica principal dos Bons Espíritos. - Principais características dos Espíritos Imperfeitos. - O que distingue os Espíritos Puros dos demais espíritos.

A escala espírita é, de certo modo, a chave da ciência espírita
1. Há diferentes ordens de Espíritos, de conformidade com o grau de perfeição que hajam alcançado. Como não existem linhas de demarcação definidas entre essas ordens, seu número é ilimitado. Considerando, no entanto, as características gerais dos Espíritos, podemos classificá-los em três ordens principais:
1ª Ordem – Espíritos Puros: os que já chegaram à perfeição.
2ª Ordem – Bons Espíritos: os seres em que o desejo do bem é predominante.
3ª Ordem – Espíritos Imperfeitos: seres em que predominam a ignorância, o desejo do mal e todas as paixões más, fato que lhes retarda o progresso.2. Esta classificação pode desdobrar-se em nuanças que variam ao infinito. Mas existem caracteres bem definidos que permitem agrupar os Espíritos de acordo com suas tendências e aptidões, constituindo-se numa escala ou num quadro que, no dizer de Kardec, “é, de certo modo, a chave da ciência espírita, porquanto só ele pode explicar as anomalias que as comunicações apresentam”.

Os Espíritos Puros percorreram todos os graus da escala
3. Com base nessas considerações, o codificador do Espiritismo subdividiu as ordens acima mencionadas em dez classes, como adiante veremos.

4. A 1ª Ordem (Espíritos Puros) apresenta como caracteres gerais não estar sujeita a nenhuma influência da matéria e revelar superioridade intelectual e moral absoluta com relação aos Espíritos das outras ordens. Uma única classe a compõe:
1ª Classe ou classe única: Seres que já percorreram todos os graus da escala e, desse modo, se despojaram de todas as impurezas da matéria. Tendo alcançado a soma de perfeição de que é susceptível a criatura humana, não têm mais que sofrer provas ou expiações.

5. Como não estão sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, os Espíritos Puros gozam de inalterável felicidade, visto que não se acham submetidos às necessidades e às vicissitudes da vida material.

Os Bons Espíritos têm como característica o desejo do bem
6. A 2ª Ordem (Bons Espíritos) tem como característica o predomínio do Espírito sobre a matéria, o desejo do bem e a compreensão de Deus. Mas os Espíritos que a formam têm ainda de passar por provas. Uns possuem a ciência, outros a bondade e a sabedoria; os mais adiantados juntam ao seu saber as qualidades morais.

7. A 2ª Ordem subdivide-se em quatro classes principais:
2ª Classe – Espíritos Superiores: que reúnem a ciência, a sabedoria e a bondade, e buscam comunicar-se com os que aspiram à verdade. Os Espíritos Superiores encarnam-se na Terra apenas em missão de progresso e caracterizam o tipo de perfeição a que podemos aspirar neste mundo.
3ª Classe – Espíritos Prudentes ou de Sabedoria: que apresentam elevadas qualidades morais e capacidade intelectual que lhes permite analisar com precisão os homens e as coisas.
4ª Classe – Espíritos Sábios: que têm mais aptidão para as questões científicas do que para as morais.
5ª Classe – Espíritos Benévolos: em que a bondade é a qualidade dominante.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 16, 2023 9:59 am

Os Espíritos Imperfeitos não compreendem Deus
8. A 3ª Ordem (Espíritos Imperfeitos) apresenta como caracteres gerais o predomínio da matéria sobre o Espírito, a propensão para o mal, a intuição mas não a compreensão de Deus.

9. Subdivide-se a 3ª Ordem em cinco classes principais:
6ª Classe – Espíritos Batedores ou Perturbadores: seres cuja presença se manifesta por efeitos sensíveis e físicos, como pancadas e deslocamento de corpos sólidos; são agentes dos elementos do globo e deles se servem os Espíritos Superiores para produzirem fenómenos dessa natureza.
7ª Classe – Espíritos Neutros: seres apegados às coisas do mundo que não são suficientemente bons para praticarem o bem, nem maus o bastante para fazerem o mal.
8ª Classe – Espíritos Pseudo-sábios: que possuem algum conhecimento, mas que julgam saber mais do que sabem, com linguagem de carácter sério e que, todavia, mistura verdades com suas próprias paixões e preconceitos.
9ª Classe – Espíritos Levianos: seres ignorantes e inconsequentes, mais maliciosos que maus, cuja linguagem é alegre, irónica e superficial.
10ª Classe – Espíritos Impuros: em que o mal é o objecto de suas preocupações, a linguagem é grosseira e muito baixas as suas inclinações.

Questões para fixação da leitura
1. Em quantas ordens se classificam os Espíritos?
Eles classificam-se em três ordens principais:
1ª Ordem (Espíritos Puros): os que já chegaram à perfeição;

2ª Ordem (Bons Espíritos): os seres em que o desejo do bem é predominante;
3ª Ordem (Espíritos Imperfeitos): aqueles em que predominam a ignorância, o desejo do mal e todas as paixões más, fato que lhes retarda o progresso.

2. Qual é a característica principal dos Bons Espíritos?
A 2ª Ordem (Bons Espíritos) tem como característica o predomínio do Espírito sobre a matéria, o desejo do bem e a compreensão de Deus. Uns possuem a ciência, outros a bondade e a sabedoria; os mais adiantados juntam ao seu saber as qualidades morais.

3. Quais as características principais dos Espíritos Imperfeitos?
A 3ª Ordem (Espíritos Imperfeitos) apresenta como caracteres gerais o predomínio da matéria sobre o Espírito, a propensão para o mal, a intuição mas não a compreensão de Deus.

4. Quantas e quais são as classes principais que compõem a escala espírita?
São 10 as classes que compõem a escala espírita:
1ª Classe – Espíritos Puros.
2ª Classe – Espíritos Superiores.
3ª Classe – Espíritos Prudentes ou de Sabedoria.
4ª Classe – Espíritos Sábios.
5ª Classe – Espíritos Benévolos.
6ª Classe – Espíritos Batedores ou Perturbadores.
7ª Classe – Espíritos Neutros.
8ª Classe – Espíritos Pseudo-sábios.
9ª Classe – Espíritos Levianos.
10ª Classe – Espíritos Impuros.

5. Quem são os Espíritos Puros?
Os Espíritos Puros são seres que já percorreram todos os graus da escala e, desse modo, se despojaram de todas as impurezas da matéria. Tendo alcançado a soma de perfeição de que é susceptível a criatura humana, não têm mais que sofrer provas ou expiações. Não estando sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, gozam de inalterável felicidade porque não se acham submetidos às necessidades e às vicissitudes da vida material.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 16, 2023 9:59 am

11 – Diferentes ordens e progressão dos Espíritos
Sumário: Condições em que os Espíritos podem desfrutar a felicidade verdadeira. - Como os Espíritos progridem moral e intelectualmente. - Como surgiu o mal no mundo. - As influências espirituais negativas.

Todos os Espíritos um dia chegarão à perfeição
1. Todos os Espíritos que povoam o Universo foram criados por Deus simples e ignorantes, isto é, sem nenhum conhecimento, mas destinados de igual forma à perfeição.
Aliás, é no estado de perfeição que eles poderão desfrutar a verdadeira felicidade, decorrente do pleno conhecimento das leis que regem a vida e de sua plena vivência.

2. O ensino espírita é taxativo: todos os Espíritos podem chegar um dia à perfeição, mas entre esses dois extremos – a criação e a perfeição – existe um caminho que cabe a todos os Espíritos trilhar e que representa a conquista gradativa do conhecimento das leis que governam a vida e a obra da criação.

3. Deus propicia a todos os seus filhos os meios necessários para essa conquista, criando até mesmo necessidades nos Espíritos, que, com o objectivo de atendê-las, precisam agir.

Foi o homem que criou o mal ao afastar-se de Deus
4. É assim, por meio de sua acção, que os Espíritos progridem, conquistam os conhecimentos, desenvolvem e educam os sentimentos, adquirindo gradativamente as virtudes que lhes propiciarão chegar ao estado de perfeição.

5. É fácil entender que a ascensão do Espírito, do estado de ignorância para o estado de sabedoria, depende tão somente de seu trabalho e de seus esforços. Este é um facto que é preciso enfatizar, visto que o trabalho é a parte que lhe cabe, parte intransferível, uma vez que os recursos necessários são propiciados por Deus a todos em igualdade de condições.

6. Deus – ensina o Espiritismo – não aquinhoa melhor a uns do que a outros, porque é justo e, sendo pai de todos, não tem predilecções. O Criador somente lhes diz: “Eis a lei que deve constituir a vossa norma de conduta; ela só pode levar-vos ao fim; tudo que lhe for conforme é o bem, tudo que lhe for contrário é o mal. Tendes inteira liberdade de observar ou infringir esta lei, e assim sereis os árbitros da vossa própria sorte”.

7. Do ensino que nos vem dos Espíritos superiores aprendemos que Deus não criou o mal e que todas as suas leis são voltadas para o bem. Foi o homem que criou o mal ao afastar-se de Deus e da observância de suas leis. Se ele as observasse escrupulosamente, jamais se desviaria do bom caminho.

Depende apenas dos próprios Espíritos chegar à perfeição
8. Observa-se também que é a lei de liberdade que rege o progresso dos Espíritos, porque é através de seu trabalho e com o uso de seu livre-arbítrio que eles vão, de forma voluntária e consciente, conquistando as virtudes que não possuem e desfazendo-se de suas imperfeições.

9. Dissertando sobre a escolha que a criatura faz de seguir esse ou aquele caminho, esclarecem os Espíritos superiores: “O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Já não haveria liberdade, desde que a escolha fosse determinada por uma causa independente da vontade do Espírito. A causa não está nele, está fora dele, nas influências a que cede em virtude da sua livre vontade. É o que se contém na grande figura emblemática da queda do homem e do pecado original: uns cederam à tentação, outros resistiram” (O Livro dos Espíritos, questão 122).
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 16, 2023 9:59 am

10. Na sequência, quando Kardec pergunta se a influência exercida pelos Espíritos inferiores só ocorre sobre o indivíduo em sua origem, os imortais explicam:
“Acompanha-o na sua vida de Espírito, até que haja conseguido tanto império sobre si mesmo, que os maus desistam de obsidiá-lo” (Obra e questão citadas).

11. Conclui-se de tudo isso que a plena e eterna felicidade está à nossa espera e que poderemos desfrutá-la quando chegarmos à condição de Espíritos Puros. Meios para alcançá-la, Deus no-los oferece. Depende apenas de nós, por meio do trabalho e do adequado uso do livre-arbítrio, abreviar essa chegada.

Questões para fixação da leitura
1. Em que situação e momento poderão os Espíritos desfrutar a verdadeira felicidade?
Criados por Deus simples e ignorantes, isto é, sem nenhum conhecimento, mas destinados de igual forma à perfeição, é somente quando atingem o estado de perfeição que os Espíritos podem desfrutar a verdadeira felicidade, decorrente do pleno conhecimento das leis que regem a vida e de sua plena vivência.

2. De que forma os Espíritos progridem, adquirem conhecimentos e desenvolvem seus sentimentos?
Segundo o Espiritismo, todos os Espíritos podem chegar um dia à perfeição, mas entre esses dois extremos – a criação e a perfeição – existe um caminho que cabe a todos os Espíritos trilhar. É, pois, por meio de sua acção que os Espíritos progridem, conquistam os conhecimentos, desenvolvem e educam os sentimentos, adquirindo gradativamente as virtudes que lhes propiciarão chegar ao estado de perfeição.

3. Se Deus não criou o mal, quem o criou?
Os ensinos espíritas nos dizem que todas as leis de Deus são voltadas para o bem e que foi o homem que criou o mal ao afastar-se delas. Se ele as observasse escrupulosamente, jamais se desviaria do bom caminho.

4. As influências negativas exercidas sobre os Espíritos só ocorrem em suas primeiras encarnações?
Não. Elas os acompanham na sua vida de Espírito, até que hajam conseguido tanto império sobre si mesmos, que os maus desistam de obsidiá-los.

5. Depende de quem apressar ou retardar o progresso a que estamos destinados?
Os meios para alcançar o progresso, Deus no-los oferece e depende apenas de nós, por meio do trabalho e do adequado uso do livre-arbítrio, abreviar essa chegada.
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Iniciação à doutrina espírita 4 - Aspecto Filosófico do Espiritismo - Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 4 - Aspecto Filosófico do Espiritismo - Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 16, 2023 9:59 am

12 – Forma e ubiquidade dos Espíritos
Sumário: A forma com que os Espíritos se apresentam. - Conceito de ubiquidade e bicorporeidade. - Distinção entre bicorporeidade e ubiquidade. - Factor que influencia o poder de irradiação dos Espíritos.

O Espírito é uma chama, um clarão, uma centelha etérea
1. Consultados por Kardec se os Espíritos têm forma determinada, limitada e constante, os Espíritos Superiores responderam: “Para vós, não; para nós, sim. O Espírito é, se quiserdes, uma chama, um clarão, ou uma centelha etérea” (O Livro dos Espíritos, 88). Em seguida, complementando o assunto, esclareceram que essa chama ou centelha tem uma coloração que vai, aos olhos humanos, do colorido escuro e opaco a uma cor brilhante, qual a do rubi, conforme a evolução do Espírito e seu grau de pureza.

2. Com a evolução do pensamento kardequiano, a informação de que a forma do Espírito nos remete à ideia de uma chama, um clarão, uma centelha etérea é mais apropriada se nos referirmos à alma, isoladamente considerada, porque ela, sim, é que é o ser pensante, como o próprio Kardec escreveu em seu livro O que é o Espiritismo:
A união da alma, do perispírito e do corpo material constitui o homem; a alma e o perispírito separados do corpo constituem o ser chamado Espírito.

OBSERVAÇÃO — A alma é assim um ser simples; o Espírito um ser duplo e o homem um ser triplo.
Seria mais exacto reservar a palavra alma para designar o princípio inteligente, e o termo Espírito para o ser semi-material formado desse princípio e do corpo fluídico [...] (O que é o Espiritismo, cap. II, item 14.)

3. Vê-se, pelas explicações acima, que os Espíritos procuraram estabelecer uma comparação, embora pálida, do que existe no plano espiritual, quanto à forma e à cor dos Espíritos, com as limitações do nosso mundo físico e dos nossos sentidos. Fica claro à vista dos ensinos espíritas que os Espíritos têm forma e cor, mas só por alto se pode compará-las com a forma e a cor que estamos, como seres encarnados, acostumados a observar.

4. Gabriel Delanne assevera: “A Ciência ensina-nos que os nossos sentidos apenas nos fazem conhecer ínfima parte da natureza, porém que, além e aquém dos limites impostos às nossas sensações, existem vibrações subtis, em número infinito, que constituem modos de existência de que não podemos formar ideia, por falta de palavras para exprimi-la” (O Fenómeno Espírita, pág. 213).
Os Espíritos são indivisíveis e não podem ser fraccionados

5. Segundo Delanne, a alma assiste, desse modo, a espectáculos que não temos meios de descrever, ouve harmonias que nenhum ouvido humano tem apreciado e se move em completa oposição às condições de viabilidade terrestre. “O Espírito libertado das cadeias do corpo – diz ele – não tem mais necessidade de alimentar-se, não se arrasta mais pelo solo: a matéria imponderável de que é formado permite-lhe transportar-se para os mais longínquos lugares com a rapidez do relâmpago, e, segundo o grau do seu adiantamento moral, suas ocupações espirituais afastam-se mais ou menos das preocupações que nutria na Terra.” (Obra citada.)

6. Questionados sobre se os Espíritos têm o dom da ubiquidade [1], ou seja, se um Espírito pode dividir-se ou estar em muitos pontos ao mesmo tempo, os instrutores da espiritualidade disseram: “Não pode haver divisão de um mesmo Espírito; mas cada um é um centro que irradia para diversos lados. Isso é que faz parecer estar um Espírito em muitos lugares ao mesmo tempo. Vês o Sol? É um somente. No entanto, irradia em todos os sentidos e leva muito longe os seus raios. Contudo, não se divide” (L.E., 92).
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Iniciação à doutrina espírita 4 - Aspecto Filosófico do Espiritismo - Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 4 - Aspecto Filosófico do Espiritismo - Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 16, 2023 10:00 am

7. Observa-se assim que os Espíritos são indivisíveis e constituem uma unidade que não pode ser fraccionada.
Podem ser percebidos em mais de um lugar por efeito do seu poder de irradiação, poder esse que pode ser maior ou menor, dependendo do grau de pureza de cada um. Esse fato nos permite compreender um fenómeno muitas vezes verificado em que se registra a presença de Espíritos Superiores em diversos lugares ao mesmo tempo.

8. O fenómeno da ubiquidade guarda, de certa forma, relação com o fenómeno da bicorporeidade. Como sabemos, isolado do corpo, o Espírito de uma pessoa viva pode – como o de um morto – mostrar-se com todas as aparências da realidade e até mesmo adquirir momentânea tangibilidade.
Esse fenómeno conhecido pelo nome de bicorporeidade foi que deu azo às histórias dos homens duplos, ou seja, de indivíduos cuja presença simultânea em dois lugares diferentes se chegou a comprovar. (Leia sobre o assunto O Livro dos Médiuns, item 119.)

O poder de irradiação aumenta com a evolução da alma
9. O fenómeno da bicorporeidade ocorre quando o Espírito está encarnado. Estando a pessoa adormecida, ou num estado mais ou menos extático, pode seu Espírito, desligado do corpo, aparecer, falar e mesmo tornar-se tangível.

10. Em tais casos, se o fenómeno for autêntico, poder-se-á comprovar que a pessoa se encontrava em dois lugares ao mesmo tempo, só que em um lugar estava o corpo material e no outro lugar o Espírito revestido pelo seu corpo espiritual ou perispírito.

11. No fenómeno da ubiquidade, como já dissemos, o Espírito não se divide para estar em dois lugares diferentes.
Ele irradia-se para diversos lados e pode assim manifestar-se em muitos pontos, sem se haver fraccionado. Ocorre aí o que se dá com a luz, que pode reflectir-se para todos os lados e ser vista simultaneamente em muitos espelhos.

12. Quanto mais evoluído for o Espírito, maior será seu poder de irradiação, mais potente será seu dom de ubiquidade relativa. Tanto na bicorporeidade como na ubiquidade vê-se que o perispírito desempenha um papel fundamental, o que mostra ser indispensável um maior conhecimento acerca do corpo perispiritual, objecto de estudo de inúmeras obras, como o livro Evolução em Dois Mundos, de André Luiz, e A Evolução Anímica, de Gabriel Delanne.
___________________________________________________________________________________________________
[1] Ubiquidade é o nome que se dá à propriedade ou ao estado de ubíquo ou omnipresente; ubiquação, omnipresença.


Questões para fixação da leitura
1. Os Espíritos têm uma forma determinada, limitada e constante?
A essa mesma pergunta os Espíritos Superiores responderam: “Para vós, não; para nós, sim. O Espírito é, se quiserdes, uma chama, um clarão, ou uma centelha
etérea”. Em seguida, complementando o assunto, esclareceram que essa chama ou centelha tem uma coloração que vai, aos olhos humanos, do colorido escuro e opaco a uma cor brilhante, qual a do rubi, conforme o grau de pureza do Espírito.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 16, 2023 10:00 am

2. Os Espíritos podem dividir-se e estar em muitos lugares ao mesmo tempo?
Não. Os Espíritos não podem dividir-se, mas cada um é um centro que irradia para diversos lados. Isso é que faz parecer estar um Espírito em muitos lugares ao mesmo tempo. É como o Sol, que irradia em todos os sentidos e leva muito longe os seus raios, mas não se divide.

3. Existe alguma relação entre o fenómeno da ubiquidade e o fenómeno da bicorporeidade?
Sim. Como sabemos, isolado do corpo, o Espírito de uma pessoa viva pode – como o de um morto – mostrar-se com todas as aparências da realidade e até mesmo adquirir momentânea tangibilidade. Esse fenómeno conhecido pelo nome de bicorporeidade foi que deu azo às histórias dos homens duplos, ou seja, de indivíduos cuja presença simultânea em dois lugares diferentes se chegou a comprovar. Eis aí – e apenas aí – a relação entre os dois fenómenos.

4. Como o Espiritismo explica o fenómeno da ubiquidade?
No fenómeno da ubiquidade o Espírito não se divide para estar em dois lugares diferentes. Ele irradia-se para diversos lados e pode assim manifestar-se em muitos pontos, sem se haver fraccionado. Ocorre aí o que se dá com a luz, que pode reflectir-se para todos os lados e ser vista simultaneamente em muitos espelhos.

5. Que factor tem maior peso no tocante ao poder de irradiação dos Espíritos?
Quanto mais evoluído for o Espírito, maior será seu poder de irradiação, mais potente será seu dom de ubiquidade relativa.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 16, 2023 10:01 am

13 – Espíritos errantes: sorte das crianças após a morte
Sumário: A erraticidade segundo o Espiritismo. - Quem são os Espíritos errantes. - Actividades dos Espíritos no estado de erraticidade. - Necessidade da encarnação no processo evolutivo. - Razões da morte de uma criança em tenra idade.

Errante é o Espírito que precisa reencarnar para evoluir
1. Separado do corpo físico, em decorrência da desencarnação, o Espírito volta, na maioria das vezes, a reencarnar depois de intervalos mais ou menos longos, intervalos esses que podem durar desde algumas horas até vários séculos, não existindo, nesse sentido, limite determinado. O Espiritismo ensina que esses intervalos podem prolongar-se por muito tempo, mas jamais serão perpétuos.

2. Enquanto aguarda nova encarnação, o desencarnado fica no estado de Espírito errante, estado em que espera novas oportunidades e aspira a um novo destino. O facto de estar desencarnado não o coloca, porém, na condição de Espírito errante, pois errante só o é aquele que necessita de nova encarnação para progredir. O Espírito que não mais precisa reencarnar para evoluir já se encontra no estado de Espírito puro. Assim, quanto ao estado em que se encontrem, os Espíritos podem ser: 1 – Encarnados, os que estão ligados a um corpo físico; 2 – Errantes, os que aguardam nova encarnação; 3 – Puros, os que, desligados da matéria, já chegaram à perfeição e por isso não necessitam de nova encarnação.

3. Convém destacar que o estado de erraticidade não constitui, por si só, sinal de inferioridade dos Espíritos, uma vez que há Espíritos errantes de todos os graus. A reencarnação é, em verdade, um estado transitório, pois o estado normal é quando o Espírito, liberto da matéria, vive plenamente a vida espiritual.

4. Durante a erraticidade os Espíritos não ficam inertes.
Eles estudam, observam, buscam informações que lhes enriqueçam o conhecimento das coisas, procurando o melhor meio de se elevarem. O ensino espírita sobre a vida de além-túmulo mostra que no espaço não há lugar algum destinado à contemplação estéril, à beatitude ociosa. Todas as regiões do espaço estão povoadas por Espíritos laboriosos.

Os Espíritos são os construtores do seu futuro
5. Na condição de errante, o Espírito pode, portanto, melhorar muito, conquistando novos conhecimentos, dependendo naturalmente de sua maior ou menor vontade.
Entretanto, será na condição de Espírito encarnado que terá oportunidade de colocar em prática as ideias que adquiriu e realizar, efectivamente, o progresso que esteja buscando.

6. Gabriel Delanne afirma que os Espíritos são os próprios construtores do seu futuro, conforme o ensino do Cristo: “A cada um segundo suas obras”. Todo Espírito que retarda seu progresso somente de si mesmo pode queixar-se, do mesmo modo que aquele que se adianta tem todo o mérito do seu procedimento.

7. A vida normal do Espírito efectua-se no espaço, no chamado plano espiritual, e a reencarnação opera-se em um dos globos que povoam o Universo infinito, sendo necessária ao seu duplo progresso, moral e intelectual. Ao progresso intelectual, por causa da actividade que ele é obrigado a desenvolver. Ao progresso moral, por causa da necessidade que os homens têm de conviver uns com os outros. A vida social – lembra Delanne – é a pedra de toque das boas e das más qualidades.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 16, 2023 10:01 am

A morte de uma criança pode ser uma prova para os pais
8. Ensina o Espiritismo que, tal qual acontece com o Espírito de uma pessoa adulta, o Espírito de uma criança morta em tenra idade volta ao mundo dos Espíritos e assume sua condição precedente.

9. O Espírito cuja existência se interrompeu no período da infância recomeçará uma nova existência, que ocorrerá na época que for julgada mais conveniente ao seu progresso. Se não tivesse oportunidade de reencarnar, ele ficaria estagnado, à margem do processo evolutivo, facto que não corresponderia à justiça de Deus.

10. Nem sempre, porém, o Espírito da criança desencarnada retoma de imediato sua personalidade de adulto. Em muitas ocasiões é isso que acontece, mas não em todos os casos. Examinando a questão, diz André Luiz no cap. X de seu livro Entre a Terra e o Céu, psicografado por Chico Xavier, que – segundo irmã Blandina – para a grande maioria das crianças desencarnadas o caminho não é o mesmo. As almas encarceradas no automatismo inconsciente acham-se relativamente longe do autogoverno e, por isso, são conduzidas pela Natureza à maneira das criancinhas no colo materno. Não sabendo desatar os laços que as aprisionam aos rígidos princípios que orientam o mundo das formas, exigem tempo para se renovarem no justo desenvolvimento. Torna-se, pois, imprescindível a necessidade de um período de recuperação para quem se afasta do corpo denso, na fase infantil, uma vez que, depois do conflito biológico da reencarnação ou da desencarnação, para quantos se acham nos primeiros degraus da conquista de poder mental, o tempo deve funcionar como elemento indispensável de restauração.

11. A curta duração da existência corpórea da criança pode representar, para o Espírito que a animava, o complemento de uma existência precedentemente interrompida antes da hora, e sua morte constitui, não raro, prova ou expiação para os pais. No primeiro caso, podem os pais estar sendo provados em sua compreensão acerca da vida; no segundo caso, resgatando possíveis débitos contraídos no passado.

Questões para fixação da leitura
1. Que é erraticidade?
A erraticidade é o estado em que ficam os Espíritos enquanto aguardam uma nova encarnação.

2. Podemos dizer que todo Espírito desencarnado é um Espírito errante?
Não. Errante só o é aquele que, estando desencarnado, necessita de nova encarnação para progredir. Os Espíritos puros não mais precisam encarnar para evoluir e, por isso, não se aplica a eles a expressão Espírito errante.

3. No estado de erraticidade, os Espíritos fazem alguma coisa?
Sim. No estado de erraticidade os Espíritos estudam, observam e buscam informações que lhes enriqueçam o conhecimento das coisas, procurando o melhor meio de se elevarem. O ensino espírita sobre a vida de além-túmulo mostra que no espaço não há lugar algum destinado à contemplação estéril, à beatitude ociosa. Todas as regiões do espaço estão povoadas por Espíritos laboriosos.

4. A encarnação é necessária ao Espírito errante?
A vida normal do Espírito efectua-se no espaço, mas a encarnação é necessária ao seu duplo progresso, moral e intelectual. Ao progresso intelectual, por causa da actividade que ele é obrigado a desenvolver no trabalho. Ao progresso moral, por causa da necessidade que os homens têm de conviver uns com os outros. A vida social – lembra Delanne – é a pedra de toque das boas e das más qualidades.

5. Como entender a morte de uma criança em tenra idade?
A curta duração da vida da criança pode representar, para o Espírito que a animava, o complemento de uma existência precedentemente interrompida antes da hora, e sua morte constitui, não raro, prova ou expiação para os pais.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 16, 2023 10:01 am

14 – Ensaio teórico sobre as sensações e percepções dos Espíritos
Sumário: A natureza do Espírito. - Sensações e percepções do Espírito. - Influência da encarnação sobre as percepções do Espírito. - Como explicar as sensações de dor e de frio nos desencarnados. - Causas dos sofrimentos humanos.

Espírito não é um ser imaterial, mas incorpóreo
1. Em resposta à questão no 82 de O Livro dos Espíritos, os instrutores espirituais disseram, a respeito da natureza do Espírito, que o vocábulo imaterial não seria o mais apropriado para defini-lo. Incorpóreo, sim, esse seria o termo mais exacto, porque o Espírito, sendo o resultado de uma criação, há de ser alguma coisa. A substância que o constitui é, contudo, tão etérea que escapa inteiramente ao alcance dos nossos sentidos.

2. Em face da informação acima, deduz-se que as sensações e percepções dos Espíritos são diferentes e relativas ao seu grau evolutivo e ao estado de encarnação ou desencarnação em que se encontrem. É preciso, pois, para melhor compreender as nuanças desse fato, lembrar as condições em que vivem os Espíritos no plano carnal e no plano espiritual, como adiante veremos.

3. Há no homem três elementos: 1º - a alma, princípio inteligente, sede do senso moral; 2º - o corpo material, invólucro grosseiro, de que a alma se reveste temporariamente, em cumprimento de certos desígnios providenciais; 3º - perispírito, envoltório fluídico semi-material, que serve de ligação entre a alma e o corpo.
Após a desencarnação, assim desprendida do corpo material, a alma continua revestida de seu envoltório fluídico ou o perispírito. A esse conjunto – alma e perispírito – é que chamamos Espírito, um ser duplo na concepção espírita. (Cf. O que é o Espiritismo, cap. II, item 14.)

4. Durante a vida corpórea, o corpo recebe impressões exteriores e as transmite ao Espírito por intermédio do perispírito. As percepções e sensações ficam, por causa disso, sensivelmente reduzidas, porquanto, isolado na concha milagrosa do corpo, o Espírito está reduzido em suas percepções aos limites que se fazem necessários. A título de exemplo, lembremos que ninguém, salvo em casos especiais, tem acesso fácil às lembranças de suas existências passadas.

5. Afirma Emmanuel que a esfera sensorial funciona, para o Espírito, à maneira de câmara abafadora. Visão, audição, tato padecem enormes restrições. O cérebro físico é como um gabinete escuro, proporcionando-lhe ensejo de recapitular e reaprender. Conhecimentos adquiridos e hábitos profundamente arraigados aí jazem na forma estática de intuições e tendências.

Logo após a desencarnação, muitos Espíritos ignoram seu novo estado
6. No plano espiritual, a situação se modifica inteiramente. Ensina o Espiritismo que, por ocasião da morte, o perispírito se desprende mais ou menos lentamente do corpo e, por isso, durante os primeiros minutos após a desencarnação, o Espírito não encontra explicação para a situação em que se acha. Crê não estar morto, porque se sente vivo. Vê a um lado o corpo material e sabe que lhe pertence, mas não compreende que esteja separado dele. Essa situação dura enquanto haja ligação entre o corpo e o perispírito.

7. Esse facto leva muitas vezes o Espírito a ter sensações de dor, frio, calor e a sentir, algumas vezes, até os vermes corroerem seu corpo físico em decomposição. Ora, sabemos que os vermes não lhe roem o perispírito, do mesmo modo que ele não está mais sujeito às sensações físicas de frio, calor e dor. É que, não sendo completa a separação entre o corpo e o perispírito, existe uma repercussão moral que transmite ao Espírito ocorrências dessa natureza.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 16, 2023 8:35 pm

8. Inúmeras vezes já não existe ligação entre o corpo e o perispírito, pois o primeiro já se decompôs, e no entanto a lembrança e a sensação do fato ocorrido repercutem por muitos anos, mantendo a impressão de que aquele facto se dá na actualidade.

9. Há, por outro lado, Espíritos detentores de maior grau de evolução que se tornam inacessíveis às sensações mencionadas. Seu perispírito menos denso e as percepções mais apuradas não permitem que se dê a repercussão de sensações tipicamente materiais.

Muitos sofrimentos são ocasionados por nós
10. Os sofrimentos deste mundo – ensina Kardec – independem, algumas vezes, de nós, mas em muito maior número são devidos à nossa vontade. Remontemos à origem deles e veremos que a maior parte dos nossos sofrimentos são a consequência de causas que poderíamos ter evitado.

11. Quantos males, quantas doenças, quantas aflições não deve o homem aos seus excessos, à sua ambição, numa palavra, às suas paixões? Aquele que vivesse com sobriedade, que de nada abusasse, que fosse sempre simples nos gostos e modesto nos desejos, a muitas tribulações se forraria. Dá-se o mesmo com o Espírito. Os sofrimentos por que passa são sempre a consequência da maneira por que viveu na Terra.

12. Certamente, no plano espiritual, não sofrerá mais de gota nem de reumatismo, mas experimentará outros sofrimentos que nada ficam a dever àqueles. Seu sofrer resulta dos laços que ainda o prendem à matéria. Quanto mais livre estiver da influência desta, menos sensações dolorosas experimentará. Está, pois, em suas mãos libertar-se de tal influência desde a vida actual.

13. Domando suas paixões animais; não alimentando ódio, nem inveja, nem ciúme, nem orgulho; não se deixando dominar pelo egoísmo; purificando-se, nutrindo bons sentimentos, praticando o bem; não ligando às coisas deste mundo importância que não merecem – o Espírito, ainda que revestido do invólucro corporal, já estará depurado, já estará liberto do jugo da matéria e, sendo assim, quando deixar o invólucro material, não mais lhe sofrerá qualquer influência.

Questões para fixação da leitura
1. É correto dizer que o Espírito é um ser imaterial?
Não. Na questão no 82 de O Livro dos Espíritos está dito, a respeito da natureza do Espírito, que o vocábulo imaterial não seria o termo mais apropriado para defini-lo. Incorpóreo, sim, esse seria o termo mais exacto, porque o Espírito, sendo o resultado de uma criação, há de ser alguma coisa. A substância que o constitui é, contudo, tão etérea que escapa inteiramente ao alcance dos nossos sentidos.

2. As sensações e percepções dos Espíritos variam de indivíduo para indivíduo?
Sim. As sensações e percepções dos Espíritos variam de acordo com seu grau evolutivo e o estado de encarnação ou desencarnação em que se encontrem.

3. A encarnação amplia ou reduz as percepções do Espírito?
Reduz as percepções aos limites que se fazem necessários. É por isso que ninguém, salvo em casos especiais, tem acesso fácil às lembranças de suas existências passadas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 16, 2023 8:35 pm

4. Por que o Espírito desencarnado tem sensações, como as de dor e de frio, típicas dos indivíduos encarnados?
É que, não estando completa a separação entre o corpo e o perispírito, existe uma repercussão moral que transmite ao Espírito ocorrências dessa natureza. Há ainda casos em que já não existe ligação entre o corpo e o perispírito, pois o primeiro já se decompôs, e no entanto a lembrança e a sensação do facto ocorrido repercutem por muitos anos, mantendo a impressão de que aquele fato se dá na actualidade.

5. Os sofrimentos por que passamos podem ser evitados?
Os sofrimentos deste mundo independem, algumas vezes, de nós, mas em muito maior número são devidos à nossa vontade. Remontemos à origem deles e veremos que a maior parte dos nossos sofrimentos são a consequência de causas que poderíamos ter evitado. Quanto a esses, portanto, pode-se dizer que é possível, sim, ao ser humano evitá-los.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 16, 2023 8:35 pm

15 – Ocupações e missões dos Espíritos
Sumário: As ocupações dos Espíritos na erraticidade. - As missões atribuídas aos Espíritos. - A quais Espíritos são confiadas as missões mais importantes. - Atribuições e deveres dos Espíritos encarnados.

A ocupação dos Espíritos é contínua, mas não penosa
1. Os Espíritos têm ocupações e missões a desempenhar.
Além do trabalho de se melhorarem pessoalmente, incumbe-lhes executar a vontade de Deus, concorrendo, assim, para a harmonia do Universo. A ocupação dos Espíritos é contínua, mas essa acção nada tem de penosa, uma vez que não estão sujeitos à fadiga nem às necessidades próprias da vida terrena.

2. Os Espíritos inferiores e imperfeitos também desempenham funções úteis onde estejam, embora muitas vezes não se apercebam disso. Todos têm, como se vê, deveres a cumprir.

3. Devem os Espíritos percorrer todos os graus da escala evolutiva para se aperfeiçoarem. Desse modo, todos devem habitar em toda parte e adquirir o conhecimento de todas as coisas. Há, porém, tempo para tudo. A experiência e o aprendizado por que um Espírito está passando hoje, um outro já passou e outro ainda passará.

4. Há Espíritos que não se ocupam de coisa alguma, conservando-se totalmente ociosos. Esse é, porém, um estado temporário, pois cedo ou tarde o desejo de progredir os impulsiona para uma actividade, tornando-se felizes por se sentirem úteis.

Os géneros de missões são muitos e variados
5. As missões dos Espíritos têm sempre por objectivo o bem. Estando encarnados ou desencarnados, são eles incumbidos de auxiliar o progresso da Humanidade, dos povos ou dos indivíduos, dentro de um círculo de ideias mais ou menos amplas, mais ou menos especiais, e de velar pela execução de determinadas coisas. Alguns desempenham missões mais restritas e, de certo modo, pessoais ou inteiramente locais, como assistir os enfermos, os agonizantes, os aflitos, velar por aqueles de quem se constituíram guias e protectores, dirigi-los, dando-lhes conselhos ou inspirando-lhes bons pensamentos. Existem tantos géneros de missões quantas as espécies de interesses a resguardar, tanto no mundo físico como no moral e o Espírito se adianta conforme a maneira pela qual desempenha sua tarefa.

6. Os Espíritos se ocupam com as coisas do nosso mundo de acordo com o grau de evolução em que se acham. Os superiores só se ocupam com o que seja útil ao progresso.

Os inferiores se ligam mais às coisas materiais.
7. A felicidade dos Espíritos bem-aventurados não consiste na ociosidade contemplativa. Suas atribuições são proporcionadas ao seu grau evolutivo, às luzes que possuem, à sua capacidade, experiência e ao grau de confiança que inspiram ao Supremo Criador.

8. Nem favores, nem privilégios que não sejam o prémio ao mérito – tudo é medido e pesado na balança da mais estrita justiça. As missões mais importantes são confiadas somente àqueles que Deus julga capazes de cumpri-las e incapazes de desfalecimento ou deserção.
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Iniciação à doutrina espírita 4 - Aspecto Filosófico do Espiritismo - Astolfo Olegário Oliveira Filho - Página 2 Empty Re: Iniciação à doutrina espírita 4 - Aspecto Filosófico do Espiritismo - Astolfo Olegário Oliveira Filho

Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 16, 2023 8:35 pm

Em toda parte a actividade dos Espíritos é constante
9. Ao lado das grandes missões confiadas aos Espíritos superiores, existem outras de importância relativa em todos os graus, concedidas a Espíritos de todas as categorias, podendo afirmar-se que cada encarnado tem a sua, ou seja, deveres a preencher a bem do semelhante, desde o chefe de família, a quem incumbe o progresso dos filhos, até o homem de génio, que lança às sociedades os novos germens do progresso.

10. É nas missões secundárias que se verificam desfalecimentos, prevaricações e renúncias que prejudicam o indivíduo sem afectar o todo.

11. Por toda a parte a actividade é constante, da base ao ápice da escala, o que lhes enseja oportunidade de instruir-se e, dando-se as mãos, alcançar a meta, que é para todos a perfeição.

12. Podemos, assim, afirmar com segurança – com base nas informações dos Espíritos – que todas as inteligências concorrem para a obra geral, qualquer que seja seu grau evolutivo, cada qual na medida de suas forças, esteja no estado de encarnado ou de Espírito livre.

Questões para fixação da leitura
1. É correto dizer que todos os Espíritos têm ocupações a desempenhar?
Sim. Além do trabalho de se melhorarem pessoalmente, incumbe-lhes executar a vontade de Deus, concorrendo, assim, para a harmonia do Universo. Os Espíritos inferiores e imperfeitos também desempenham funções úteis onde estejam, embora muitas vezes não se apercebam disso.
Todos têm, como se vê, deveres a cumprir.

2. Há na erraticidade Espíritos que não se ocupam de coisa alguma?
Sim. Existem Espíritos que não se ocupam de coisa alguma, conservando-se totalmente ociosos. Esse é, porém, um estado temporário, pois cedo ou tarde o desejo de progredir os impulsiona para uma actividade, tornando-se felizes por se sentirem úteis.

As missões dos Espíritos têm sempre por objectivo o bem?
Sim. Encarnados ou desencarnados, são eles incumbidos de auxiliar o progresso da Humanidade, dos povos ou dos indivíduos, dentro de um círculo de ideias mais ou menos amplas, mais ou menos especiais, e de velar pela execução de determinadas coisas.

4. A quem são confiadas as missões mais importantes?
As missões mais importantes são confiadas somente àqueles que Deus julga capazes de cumpri-las e incapazes de desfalecimento ou deserção.

5. O Espírito encarnado tem deveres com relação à obra geral, ou essa tarefa pertence aos desencarnados?
Todas as inteligências devem concorrer para a obra geral, qualquer que seja seu grau evolutivo, cada qual na medida de suas forças, esteja no estado de encarnado ou de Espírito livre.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 16, 2023 8:35 pm

16 – Almas gémeas e metades eternas
Sumário: Teoria das metades eternas. - Conceito de almas gémeas. - Distinção entre o conceito de almas gémeas e o de metades eternas. - O que Emmanuel escreveu sobre as almas gémeas.

A expressão metades eternas constitui uma simples figura
1. A questão 298 d’ O Livro dos Espíritos nos diz que “não há união particular e fatal de duas almas”. “A união que há é a de todos os Espíritos, mas em graus diversos, segundo a categoria que ocupam, isto é, segundo a perfeição que tenham adquirido.”

2. Na questão seguinte da mesma obra, lê-se que não existem “metades eternas”. Se um Espírito fosse a metade de outro, separados estariam ambos incompletos. “A teoria das metades eternas encerra uma simples figura, representativa da união de dois Espíritos simpáticos. Trata-se de uma expressão usada até na linguagem vulgar e que se não deve tomar ao pé da letra.”

3. Reportando-se ao assunto, Emmanuel nos diz, nas questões 323 e seguintes do livro O Consolador, que, no sagrado mistério da vida, cada coração possui no Infinito a alma gémea da sua, companheira divina para a viagem à gloriosa imortalidade.

4. A alusão às almas gémeas aparece também no livro mediúnico Diário dos Invisíveis, psicografado pela médium Zilda Gama, em um texto de autoria do Espírito de Victor Hugo. As almas gémeas se buscam, sempre que separadas

5. Criadas umas para as outras – afirma Emmanuel –, as almas gémeas se buscam, sempre que separadas. A união perene é para elas a aspiração suprema e indefinível.
Milhares de seres, se transviados no crime ou na inconsciência, experimentam a separação das almas que os sustentam, como a provação mais ríspida e dolorosa, e, no drama das existências mais obscuras, vemos sempre a atracção eterna das almas que se amam intimamente.
Quando se encontram, no acervo dos trabalhos humanos, sentem-se de posse da felicidade real para os seus corações – a da ventura de sua união. E a única amargura que lhes empana a alegria é a perspectiva de uma nova separação pela morte, perspectiva essa que a luz da Doutrina Espírita veio dissipar.

6. Não sabemos esclarecer a razão da atracção existente entre dois Espíritos, a ponto de torná-los almas gémeas.
Para nós, o primeiro instante da criação do ser está mergulhado ainda em um suave mistério, assim como a atracção profunda e inexplicável que arrasta uma alma para outra, no instituto dos trabalhos, das experiências e das provas, no caminho infinito do Tempo.

7. Nem sempre as almas gémeas se encontram no mesmo plano evolutivo. No livro Diário dos Invisíveis, de Zilda Gama, o Espírito de Victor Hugo diz que almas criadas na mesma era, iniciando “úteis peregrinações em mundos primitivos, e, depois, separadas em pontos diversos do globo terrestre, conservam, umas das outras, reminiscências indeléveis”. Às vezes, não se encontram em algumas de suas jornadas terrenas – quando uma delas comete delitos graves e retarda seu cinzelamento psíquico; outras há, porém, que, logo nos primórdios de uma existência, se reúnem e se reconhecem, fitando-se longamente, agrilhoadas, às vezes, pelo afecto de íntimo parentesco, nascidas sob o mesmo tecto.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 16, 2023 8:36 pm

Almas gémeas nada têm que ver com metades eternas
8. Acrescenta Victor Hugo (Espírito): “Quando compreendem que se revêem enfim, que os seus Espíritos foram germinados no mesmo instante, perlustraram o mesmo carreiro, tornaram-se gémeos pelos laços perpétuos da afinidade – um júbilo intenso irradia-se nos seus íntimos qual uma alvorada espancando bruscamente as trevas de uma noite que parecia intérmina... Sim, as trevas em que jaziam antes de se reverem, pois as almas isoladas, incompreendidas, enquanto lhes falta a consócia que as deixou mutiladas, o lúcido fragmento que as integra por um consórcio celeste – o Amor, o vínculo estelífero que as torna inseparáveis por toda consumação dos séculos – ficam imersas em penumbra, asfixiadas em desalento, envoltas em brumas polares...”

9. No livro Renúncia, obra psicografada por Chico Xavier, Emmanuel conta-nos a história da luminosa entidade espiritual Alcíone, que se afasta, temporariamente, da elevada esfera onde residia, para auxiliar sua alma gémea Pólux. A história de Alcíone e Pólux é expressivo exemplo de Espíritos evolutivamente muito distanciados um do outro, mas que, por serem almas gémeas, mantêm-se intimamente ligados.

10. É importante, porém, que fique claro o conceito de almas gémeas. Como esclarece Emmanuel em Nota colocada na parte final de O Consolador, com a expressão “almas gémeas” ele não quis dizer “metades eternas”. Em verdade, assevera o Instrutor espiritual, a tese é mais complexa do que parece ao primeiro exame e sugere mais vasta meditação às tendências do século, no capítulo do “divorcismo” e do “pansexualismo”, mas ninguém pode estribar-se no enunciado para desistir de veneráveis
compromissos assumidos na escola redentora do mundo, sob pena de aumentar os próprios débitos.

Questões para fixação da leitura
1. A teoria das “metades eternas” é verdadeira?
Segundo o ensino espírita, não existem “metades eternas”. Se um Espírito fosse a metade de outro, separados estariam ambos incompletos. A teoria das metades eternas encerra uma simples figura, representativa da união de dois Espíritos simpáticos.

2. Que se deve entender por “almas gémeas”?
Almas gémeas são, segundo Emmanuel, almas que se buscam, sempre que separadas, e para as quais a união perene é a aspiração suprema.

3. Por que as almas gémeas nem sempre permanecem juntas na realização de suas tarefas?
No livro Diário dos Invisíveis, de Zilda Gama, o Espírito de Victor Hugo diz que isso se dá quando uma delas comete delitos graves e retarda seu cinzelamento psíquico, mas pode ocorrer também que o fato esteja ligado à necessidade que têm os Espíritos de passar por inumeráveis provas em seu processo evolutivo. A separação seria uma delas.

4. As almas gémeas têm sempre o mesmo grau evolutivo?
Não, nem sempre elas se encontram num mesmo nível evolutivo.

5. O conceito de “almas gémeas” significa o mesmo que “metades eternas”?
Não. Como esclarece Emmanuel em Nota colocada na parte final de O Consolador, com a expressão “almas gémeas” ele não quis dizer “metades eternas”. Em verdade, assevera o Instrutor espiritual, a tese é mais complexa do que parece ao primeiro exame e sugere mais vasta meditação às tendências do século, no capítulo do “divorcismo” e do “pansexualismo”.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 16, 2023 8:36 pm

17 – Simpatias e antipatias espirituais
Sumário: O princípio de que decorre a afeição particular que une duas pessoas. - A afeição entre duas pessoas na erraticidade. - Relação entre discórdia e os males humanos. - Reversão do círculo vicioso do ódio.

A afeição que une dois seres persiste na vida espiritual
1. Como seres inteligentes da Criação, os Espíritos cultivam entre si a simpatia determinada por suas próprias semelhanças. Além dessa simpatia de carácter geral, há ainda as afeições particulares, como se dá entre os homens.

2. Essa afeição particular decorre do princípio de afinidade, que resulta de uma “perfeita concordância de seus pendores e instintos”.

3. Assim como há simpatias entre os Espíritos, há também entre eles antipatias, alimentadas pelo ódio, que geram inimizades e dissensões. Esse sentimento só existe, porém, entre os Espíritos impuros, que não conseguiram vencer, em si mesmos, o orgulho e o egoísmo. Como exercem influência junto aos homens, acabam estimulando nestes os desentendimentos e as discórdias.

4. Desde que originada de verdadeira simpatia, a afeição que dois seres se consagram na Terra continua a existir no mundo espiritual.

Da discórdia é que nascem todos os males humanos
5. Sabemos que os Espíritos a quem fizemos mal neste mundo poderão perdoar-nos, se forem bons e na medida do nosso próprio arrependimento. Se, porém, forem maus, poderão guardar ressentimento e perseguir-nos até mesmo em futuras existências.

6. Como ensinam os Espíritos superiores, é da discórdia que nascem todos os males humanos. A concórdia, ao contrário, concorre para que atinjamos um dia a completa felicidade. Faz-se preciso, pois, que nos esforcemos por viver harmoniosamente com os nossos familiares, colegas e companheiros de trabalho.

7. Como um dos objectivos da encarnação é o de trabalharmos no sentido de nos melhorarmos interiormente e chegarmos à perfeição espiritual, compreendemos melhor a afirmação de Jesus quando nos disse: “Amai os vossos inimigos”. Com efeito, só existe prejuízo para o Espírito que tenha inimigos por força do mal que haja praticado, uma vez que os inimigos são obstáculos em sua caminhada e essa inimizade gera infelicidade e atraso em seu progresso espiritual.

Só o amor pode quebrar o círculo vicioso do ódio
8. Admitindo-se, como ensina o Espiritismo, que a maldade não é um estado permanente dos homens, que ela decorre de uma imperfeição temporária e que, assim como a criança se corrige de seus defeitos, o homem mau reconhecerá um dia seus erros e se tornará bom, compreenderemos também que nossa meta maior é superar a maldade que existe em nós e nos outros.

9. Ora, só a manifestação de amor de nossa parte pode quebrar o círculo vicioso do ódio, que continua a existir, muitas vezes, mesmo depois da morte corpórea.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 16, 2023 8:37 pm

10. O período mais propício a esse esforço é, sem dúvida, quando estamos juntos de nossos inimigos, convivendo com eles, na condição de encarnados ou desencarnados, pois é quando temos as melhores oportunidades de testemunhar nosso propósito de cultivar a concórdia para com todos e, dessa forma, substituir os laços de ódio que nos ligam pelos laços de amor que passarão a nos unir.

Questões para fixação da leitura
1. De que princípio decorre a afeição particular que une duas pessoas?

Os Espíritos cultivam entre si a simpatia determinada por suas próprias semelhanças, mas há, além dessa simpatia de carácter geral, as afeições particulares, tal como se dá entre os homens. Essa afeição particular decorre do princípio de afinidade, que resulta de uma perfeita concordância de seus pendores e instintos.

2. A afeição que une as pessoas na Terra continua a existir no mundo espiritual?
Sim. Desde que originada de verdadeira simpatia, a afeição que dois seres se consagram na Terra continua a existir no mundo espiritual.

3. É correto afirmar que é da discórdia que nascem os nossos males?
Sim. Segundo o Espiritismo, é da discórdia que nascem os males humanos. Faz-se preciso, pois, que nos esforcemos por viver harmoniosamente com os nossos familiares, colegas e companheiros de trabalho.

4. A maldade é um estado permanente ou transitório dos homens?
A maldade é um estado transitório dos homens, decorrente de uma imperfeição temporária. Assim como a criança se corrige de seus defeitos, o homem mau reconhecerá um dia seus erros e se tornará um indivíduo melhor.

5. Que é que pode quebrar o círculo vicioso do ódio?
Só a manifestação de amor de nossa parte pode quebrar o círculo vicioso do ódio, e o período mais propício a esse esforço é, sem dúvida, quando estamos juntos de nossos inimigos, convivendo com eles, na condição de encarnados ou desencarnados, pois é quando temos as melhores oportunidades de testemunhar nosso propósito de cultivar a concórdia para com todos e, dessa forma, substituir os laços de ódio que nos ligam pelos laços de amor que passarão a nos unir.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 16, 2023 8:37 pm

18 – Escolha das provas
Sumário: O porquê da opção pelas provas penosas e difíceis. - O modo como na erraticidade os Espíritos vêem a existência na Terra. - Factores que influenciam o Espírito na escolha de uma existência mais árdua e difícil.

O Espírito pode escolher uma prova muito rude
1. Sob a influência das ideias carnais, o homem, na Terra, só vê das provas o lado penoso. Eis a razão por que lhe parece natural sejam escolhidas as provas que, do ponto de vista, podem coexistir com os gozos materiais.

2. Na vida espiritual, porém, compara esses gozos fugazes e grosseiros com a inalterável felicidade que lhe é dado entrever, e desde logo nenhuma impressão mais lhe causam os passageiros sofrimentos terrenos.

3. Assim, pois, o Espírito pode escolher uma prova muito rude e, conseguintemente, uma angustiada existência, na esperança de alcançar depressa um estado melhor, como o doente escolhe muitas vezes o remédio ou o tratamento menos agradável para se curar mais rapidamente.

4. Aquele que intenta ligar seu nome ao descobrimento de uma região desconhecida não procura trilhar estrada florida. Conhece os perigos a que se arrisca, mas também sabe que o espera a glória, se lograr bom êxito.

5. A doutrina da liberdade que temos de escolher nossas existências e as provas que devamos sofrer deixa de parecer singular, desde que se entenda que os Espíritos, uma vez desprendidos da matéria, apreciam as coisas de modo diverso da nossa maneira de apreciá-las. Divisam a meta, que é para eles bem diferente dos gozos fugidios do mundo.

A existência terrena é uma cópia da vida
6. Após cada existência, vêem o passo que deram e compreendem o que ainda lhes falta em pureza para atingirem a meta. Daí submeterem-se voluntariamente a todas as vicissitudes da vida corpórea, solicitando as que possam fazer com que a alcancem mais rapidamente.

7. Não há, pois, motivo de espanto no fato de o Espírito não desejar uma existência mais suave. Não lhe é possível, no estado de imperfeição em que se encontra, gozar de uma vida isenta de amarguras. Ele sabe disso e, precisamente para chegar a fruí-la, é que trata de se melhorar.

8. Exemplos assim vemos todos os dias aqui mesmo no plano em que estamos. Que faz o homem que passa uma parte de sua vida a trabalhar sem trégua nem descanso, para reunir haveres que lhe assegurem o bem-estar na velhice? O militar que se oferece para uma perigosa missão, o navegante que afronta não menores perigos, por amor da ciência ou no seu próprio interesse, que é que fazem, senão sujeitar-se a provas voluntárias de que lhes advirão honras e proveito, se nelas não sucumbirem?

9. A que sacrifícios não se submete ou se expõe o homem movido por interesses diversos? E os concursos a que se submetem muitas pessoas? Não são eles também provas voluntárias a que as pessoas se sujeitam com vistas a avançarem na carreira abraçada? Ninguém galga determinada posição nas ciências, nas artes, na indústria, senão passando pela série de posições inferiores, que constituem igualmente outras tantas provas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 16, 2023 8:38 pm

10. A existência terrena é, pois, uma cópia da vida espiritual. Nela se nos deparam em ponto pequeno todas as peripécias da outra. Ora, se na existência terrena muitas vezes escolhemos duras provas, visando a uma posição mais elevada, por que não haveria o Espírito – que enxerga muito mais longe – de escolher uma existência árdua e laboriosa, desde que isso o conduza à felicidade eterna?
O encarnado é qual viajante situado no sopé da montanha

11. Os que dizem preferir terem nascido príncipes ou milionários assemelham-se ao indivíduo míope, que apenas vê aquilo em que toca. São como o viajante que atravessa profundo vale ensombrado por espesso nevoeiro. Ele não logra apanhar com a vista a extensão da estrada por onde vai, nem seus pontos extremos. Chegando, porém, ao cume da montanha, abrange com o olhar quanto percorreu do caminho e quanto ainda lhe resta percorrer. Divisa-lhe o termo, vê os obstáculos que deve transpor e planeja então os meios mais seguros de atingi-lo.

12. O Espírito encarnado é qual viajante colocado no sopé da montanha. Quando desencarnado, desenleado dos liames corpóreos, sua visão a tudo domina, como a pessoa que subiu ao topo do monte. Para o viajor, no termo da sua jornada está o repouso após a fadiga; para o Espírito, está a felicidade suprema, após as tribulações e as provas.

13. Dizem os Espíritos que, na erraticidade, eles se aplicam a pesquisar, estudar, observar, para fazerem sua escolha. Não se oferece, na vida corpórea, um exemplo desse facto? Não levamos, frequentemente, anos a procurar a carreira pela qual afinal nos decidimos, certos de ser a mais apropriada a nos facilitar o caminho da vida?

14. Se em uma nosso intento se malogra, recorremos a outra. Cada uma das que abraçamos representa uma fase, um período da vida. Não nos ocupamos cada dia em cogitar do que faremos no dia seguinte?

15. Ora, que são para o Espírito as diversas existências corporais, senão fases, períodos, dias de sua vida de Espírito? E fases – entendamos bem – transitórias, passageiras, porquanto a vida espiritual é que é a vida normal. Afinal, jamais devemos esquecer-nos de que somos Espíritos e não um amontoado de músculos.

Questões para fixação da leitura
1. Podendo escolher uma prova mais suave, por que muitos Espíritos optam por provas penosas e difíceis?
Sob a influência das ideias carnais, o homem só vê das provas o lado penoso. Eis a razão por que lhe parece natural sejam escolhidas as provas que, do seu ponto de vista, podem coexistir com os gozos materiais. Na vida espiritual, porém, ele compara esses gozos fugazes e grosseiros com a inalterável felicidade que lhe é dado entrever, e desde logo nenhuma impressão mais lhe causam os passageiros sofrimentos terrenos. Pode, pois, escolher uma prova muito rude e, conseguintemente, uma angustiada existência, na esperança de alcançar depressa um estado melhor, como o doente escolhe muitas vezes o remédio mais desagradável para se curar de pronto.

2. O modo de apreciar a vida terrena se modifica com a nossa desencarnação?
Sim. Os Espíritos, uma vez desprendidos da matéria, apreciam as coisas de modo diverso da nossa maneira de apreciá-las, visto que divisam a meta a alcançar, que bem diferente é para eles dos gozos transitórios do mundo.
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