LUZ ESPÍRITA
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Iniciação à doutrina espírita 1 - Noções gerais e princípios básicos-Astolfo Olegário Oliveira Filho

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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 01, 2023 8:19 pm

Iniciação à doutrina espírita:
1 - Noções gerais e princípios básicos
Astolfo Olegário Oliveira Filho;

Índice
Ao Leitor,
Sobre o Autor,

1. Os precursores da revelação espírita,
2. Os fenómenos de Hydesville e as mesas girantes,
3. Allan Kardec, sua vida, sua obra e seu método,
4. Carácter da revelação espírita,
5. As obras básicas do Espiritismo,
6. O tríplice aspecto do Espiritismo,
7. O Consolador prometido por Jesus,
8. Provas da existência de Deus,
9. Atributos da Divindade,
10. A Providência Divina,
11. Provas da sobrevivência da alma,
12. Origem e natureza dos Espíritos,
13. A alma humana,
14. A influência dos Espíritos em nossos pensamentos e actos,
15. Comunicabilidade dos Espíritos,
16. Mediunidade: conceito e tipos,
17. Mediunidade com Jesus,
18. Penas e gozos futuros: duração das penas,
19. Livre-arbítrio e responsabilidade,
20. O arrependimento e o perdão,
21. Finalidade da reencarnação e seu processo,
22. Fundamentos e consequências da reencarnação,
23. Justiça e necessidade da reencarnação,
24. Diferentes categorias de mundos habitados,
25. Mundos transitórios e esferas espirituais,
26. A Terra: planeta de provas e expiações,
Bibliografia,
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 01, 2023 8:19 pm

Ao Leitor
Publicada com o título geral de Iniciação à Doutrina Espírita, esta obra tem por alvo as pessoas que estão dando seus primeiros passos em matéria de Espiritismo.
Trata-se, pois, de uma publicação cujo propósito é preparar o leitor iniciante para que, dotado de um conhecimento preliminar sobre os ensinamentos espíritas, possa na sequência aprofundar-se no estudo da obra de Allan Kardec e de seus continuadores.
A série compõe-se de 5 volumes:
1º volume
Iniciação à Doutrina Espírita: - 1 - Noções gerais e princípios básicos
2º volume
Iniciação à Doutrina Espírita: - 2 - As leis morais segundo o Espiritismo
3º volume
Iniciação à Doutrina Espírita: - 3 - Aspecto científico do Espiritismo
4º volume
Iniciação à Doutrina Espírita: - 4 - Aspecto filosófico do Espiritismo
5º volume
Iniciação à Doutrina Espírita: - 5 - Aspecto religioso do Espiritismo.


Conteúdo deste volume
O e-book ora publicado, primeiro da série Iniciação à Doutrina Espírita, é formado por 26 capítulos e apresenta, como diz o subtítulo do livro, noções gerais e princípios básicos concernentes ao Espiritismo.
Os sete primeiros capítulos do livro focalizam os seguintes assuntos:
1. Os precursores da revelação espírita
2. Os fenómenos de Hydesville e as mesas girantes
3. Allan Kardec, sua vida, sua obra e seu método
4. Carácter da revelação espírita
5. As obras básicas do Espiritismo
6. O tríplice aspecto do Espiritismo
7. O Consolador prometido por Jesus.
Nos dezanove capítulos seguintes, os assuntos são relacionados com os cinco princípios fundamentais do Espiritismo:
Existência de Deus; Imortalidade da alma; Comunicação entre o mundo material e o mundo espiritual; Reencarnação, e Pluralidade dos mundos habitados.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 01, 2023 8:19 pm

Sobre o Autor
Astolfo Olegário de Oliveira Filho é director de redacção do jornal espírita "O Imortal" e da revista espírita O Consolador, fundada em 18/4/2007 por ele e seu colega José Carlos Munhoz Pinto.
Natural de Astolfo Dutra (MG), reside desde os 18 anos em Londrina (PR), cidade para a qual se mudou com vistas a cursar a faculdade, graduando-se então no curso de Ciências Económicas.
Filho de pais espíritas – Astolfo Olegário de Oliveira e Anita Borela de Oliveira –, é casado com Célia Maria Cazeta de Oliveira, sendo pai de quatro filhos e avô de sete netos.
Escreveu e manteve por 13 anos, de 1980 a 1992, a coluna "Espiritismo" publicada aos domingos pela "Folha de Londrina".
É autor do livro “20 Lições sobre Mediunidade”, publicado inicialmente em novembro de 2003 pela Editora Leopoldo Machado e posteriormente, no formato digital, pela EVOC.
Participa das actividades do Centro Espírita Nosso Lar, de Londrina (PR), onde atua como esclarecedor em grupo espírita de desobsessão e como coordenador dos estudos realizados pelo Grupo de Estudos Espíritas Abel Gomes.
Colabora também na Comunhão Espírita Cristã de Londrina, instituição localizada na periferia da cidade, da qual é, ao lado de sua esposa e vários amigos, um dos fundadores.
Fundou e dirigiu a Editora Leopoldo Machado e é actualmente director da EVOC - Editora Virtual O Consolador, de Londrina (PR), sendo também editor do blog Espiritismo Século XXI – http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 01, 2023 8:20 pm

1 - Os precursores da revelação espírita
Sumário: Notícias espíritas antes de Kardec. - Os fenómenos espíritas e a Bíblia. - Recomendações de Paulo de Tarso e João Evangelista a respeito das manifestações espíritas. - Precursores das ideias espíritas.

Antiguidade dos fenómenos espíritas
1. Os fenómenos cujos estudos resultaram na estruturação da Doutrina Espírita não eclodiram numa data determinada. As interferências das forças exteriores inteligentes têm ocorrido desde tempos imemoriais, como registram os livros de História.

2. Na Bíblia vemos o rei Saul conversando com o Espírito de Samuel, que o monarca havia evocado, e Jesus, às vésperas de sua prisão e morte, recepcionando as visitas dos Espíritos de Elias e Moisés materializados.

3. Segundo Louis Jacolliot, em épocas bastante recuadas no tempo os padres iniciados nos mosteiros preparavam os faquires para evocação dos mortos, com a obtenção dos mais notáveis fenómenos. E o missionário Huc refere-se a grande número de experiências de comunicações com os mortos registradas na China.

Os conselhos de Paulo e João evangelista
4. O apóstolo Paulo de Tarso, em suas epístolas, reconheceu a prática dessas manifestações entre os cristãos primitivos, como podemos ver nos textos seguintes:
"Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar. Porque o que fala em outra língua não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios. Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação." (I Coríntios, 14:1 a 3.)

"Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem." (I Tessalonicenses, 5:19 a 21.)

5. João evangelista também se referiu às manifestações espíritas, alertando-nos quanto à necessidade de se examinarem tais comunicações:
"Amados, não acrediteis em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo." (I João, 4:1 e 2.)

Conan Doyle e a invasão organizada
6. Na Idade Média não podemos esquecer os episódios que levaram à morte na fogueira a grande médium Joana d´Arc, que se recusou a renegar as vozes espirituais que lhe falavam, o que levou à sua condenação.

7. É, no entanto, em anos mais recentes que podemos situar melhor a fase precursora do Espiritismo, o Consolador prometido por Jesus. Como bem acentuou Arthur Conan Doyle em sua História do Espiritismo, a diferença entre os fatos desta última fase e os fenómenos da antiguidade está em que estes últimos eram esporádicos, não obedeciam a uma sequência metódica, enquanto os fenómenos da era moderna "têm as características de uma invasão organizada". (História do Espiritismo, pág. 33.)

8. No século anterior ao advento do Espiritismo vamos encontrar na Suécia o sensitivo Emmanuel Swedenborg, engenheiro militar, zoologista, anatomista, financista, político, além de insigne teólogo, dotado de largo potencial de forças psíquicas.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 01, 2023 8:20 pm

Os precursores da revelação espírita
9. Já na infância Swedenborg registrou em si o fenómeno da vidência, numa continuidade que se prolongou até a morte, embora suas faculdades se tenham tornado mais intensas a partir de abril de 1744. Desde então – escreveu Swedenborg – "o Senhor abria os olhos de meu Espírito para ver, perfeitamente desperto, o que se passava no outro mundo e para conversar, em plena consciência, com anjos e Espíritos".

10. Outro notável precursor, digno de menção, foi Franz Anton Mesmer, médico, fundador da teoria do magnetismo animal. Em 1775 Mesmer reconheceu o poder da cura mediante a aplicação das mãos. Acreditava ele que por nossos corpos transitam fluidos curadores, preparando o caminho para o Hipnotismo de Marquês de Puységur. Das pessoas que buscam o recurso do passe magnético nos Centros Espíritas, poucas certamente ignoram a influência de Mesmer sobre essa actividade tão conhecida no meio espírita.

11. Outros fenómenos dignos de registo ocorreram nos Estados Unidos com Andrew Jackson Davis, considerado por Arthur Conan Doyle o profeta da Nova Revelação. Os poderes psíquicos de Davis começaram na infância, quando ele ouvia vozes de Espíritos que lhe davam conselhos. À clarividência seguiu-se a clariaudiência. Certa vez, em 6 de março de 1844, Davis foi tomado por uma força que o fez voar da pequena cidade onde residia e fazer uma viagem até as Montanhas de Catskill, distante 40 milhas de sua casa.

12. Davis em seu livro Princípios da Natureza, de 1847,
previu a eclosão dos fatos que dariam surgimento ao Espiritismo, o que efectivamente ocorreu no ano seguinte. Diz Conan Doyle que para nós "o que é importante é o papel representado por Davis no começo da revelação espírita”. “Ele começou a preparar o terreno, antes que se iniciasse a revelação. Estava claramente fadado a associar-se intimamente com ela, de vez que conhecia a demonstração de Hydesville, desde o dia que ocorreu."
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 01, 2023 8:20 pm

Questões para fixação da leitura
1. O Espiritismo sempre existiu?
Os fenómenos cujos estudos resultaram na estruturação da Doutrina Espírita não eclodiram numa data determinada.
As interferências das forças exteriores inteligentes têm ocorrido desde tempos imemoriais, durante todo o curso da História até o advento da 3ª Revelação no Ocidente. Podemos, então, dizer que o Espiritismo sempre existiu, embora como doutrina tenha surgido com a publicação d’O Livro dos Espíritos, em 18 de abril de 1857.

2. Há notícias de ideias espíritas antes de Kardec?
Sim. O Antigo e o Novo Testamento são pródigos em fenómenos e em ideias espíritas, como a possibilidade da evocação dos mortos e a necessidade de se examinar o conteúdo das comunicações espíritas proposta por João Evangelista. Mais próximos da codificação kardequiana, mas anteriormente a Kardec, a história regista os livros produzidos por dois grandes sensitivos: Swedenborg, na Europa, e Andrew Jackson Davis, nos Estados Unidos.

3. Mencione dois fenómenos citados na Bíblia que se refiram a comunicações dos mortos.
No Antigo Testamento, o diálogo entre o rei Saul e o Espírito de Samuel, narrado no Livro de Reis. No Novo Testamento, a visita feita a Jesus pelos Espíritos de Elias e Moisés materializados.

4. Que disseram Paulo de Tarso e João Evangelista a respeito das manifestações espíritas?
Paulo escreveu: "Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar. Porque o que fala em outra língua não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios. Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação" (I Coríntios, 14:1 a 3). João Evangelista recomendou: "Amados, não acrediteis em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo" (I João, 4:1 e 2).

5. Na era moderna, quais foram os precursores das ideias espíritas?
Emmanuel Swedenborg, Franz Anton Mesmer e Andrew Jackson Davis.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 01, 2023 8:21 pm

2 - Os fenómenos de Hydesville e as mesas girantes
Sumário: O vilarejo de Hydesville. - Época em que os factos ocorreram. - Características dos fenómenos. - Importância de Hydesville no advento do Espiritismo. - As mesas girantes. - Posição do professor Hippolyte Léon Denizard Rivail ante os fenómenos.

Hydesville e o advento do Espiritismo
1. Em 31 de março de 1848, no singelo vilarejo de Hydesville, no Condado de Wayne, no estado de Nova York, ocorreram certos factos inabituais que abalaram a opinião pública da época. Eram ruídos, pancadas, batidas, designados em inglês pelo vocábulo "raps".

2. Os ruídos insólitos atraíram a atenção da imprensa norte-americana, tornando-se objecto de investigação por parte de numerosos observadores, a tal ponto que o dia 31 de março de 1848 é considerado como o marco inicial do Moderno Espiritualismo, nome com que os americanos designavam então o Espiritismo.

3. Os fenómenos se deram em uma tosca cabana, onde residia a família Fox: o Sr. John, a Sra. Margareth e suas filhas Kate e Margareth. Os fatos, a partir do primeiro diálogo do Espírito com a Sra. Fox, ocorrido na noite de 31 de março, empolgaram a população do lugar, ocasionando depois as primeiras demonstrações públicas realizadas na cidade de Rochester, do que resultou a formação do primeiro núcleo de estudos dos fatos espíritas na América.

4. As manifestações ruidosas na casa do Sr. Fox foram produzidas pelo Espírito de um mascate que se identificou dizendo chamar-se Charles Rosma, que fora assassinado e sepultado no porão daquela cabana. Para que o Espírito se comunicasse, ele se valeu das faculdades mediúnicas das meninas da casa, Kate e Margareth, que se revelaram excelentes médiuns.

5. Na noite do primeiro diálogo com Charles Rosma, um dos moradores do vilarejo sugeriu fosse adoptado um método para a comunicação do Espírito, em que cada letra do alfabeto correspondesse a determinado número de pancadas.
Estava, pois, descoberta a "telegrafia espiritual", que foi o processo adoptado, posteriormente, na fase das mesas girantes.

As mesas girantes
6. Em 1850, quando a repercussão dos fenómenos já era muito grande na América, a senhora Fox e suas três filhas – Kate, Margareth e Leah – passaram a realizar sessões públicas em Nova York, no Hotel Barnum, atraindo muitos curiosos. Havia então nos Estados Unidos diversos grupos espíritas em actividade e era grande o número de adeptos do movimento, apesar das investidas da imprensa, que de modo geral atacava os fenómenos e as médiuns.

7. A relevância dos acontecimentos pode ser assinalada pela sua ressonância na esfera científica, visto que os factos atraíram o interesse de pesquisadores de alto nível cultural, como Dale Owen, o juiz Edmonds e anos depois, na Inglaterra, o físico William Crookes e muitos outros.

8. A divulgação dessas experiências e, a seguir, a conversão do juiz Edmonds, materialista que rira da crença nos Espíritos, pasmaram os norte-americanos, aumentando ainda mais o interesse pelas manifestações. A notícia chegou logo à Europa, onde iria despertar as consciências e preparar, conjuntamente com os fenómenos das mesas girantes, o advento da Doutrina Espírita.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 01, 2023 8:21 pm

9. Na Europa, os fenómenos tomaram outra forma. Surgiu então o curioso fenómeno das mesas girantes, que chamaram a atenção do professor Hippolyte Léon Denizard Rivail para o estudo atento das manifestações espíritas.

10. Em seguida, depois da fase das mesas que giravam e respondiam às perguntas por meio de pancadas previamente convencionadas, surgiu a chamada psicografia indirecta, em que o médium se utiliza, para escrever, de um lápis preso a uma mesinha ou prancheta, precedendo assim a psicografia que bem conhecemos actualmente – a psicografia directa –, em que o médium segura directamente o lápis ou a caneta para registrar a mensagem dos Espíritos.

Allan Kardec e a codificação espírita
11. As mesas girantes não se limitavam a levantar-se sobre um pé para responder às perguntas feitas. Elas moviam-se em todos os sentidos, giravam sob as mãos dos pesquisadores e, às vezes, elevavam-se no ar. Nos anos de 1853 a 1855, esse fenómeno se generalizou na França, tornando-se um verdadeiro passatempo, uma diversão quase obrigatória nas reuniões sociais, a ponto de ter sido dito pelo padre Ventura de Raulica que se lidava então com "o maior acontecimento do século".

12. A cidade de Paris inteira assistia, atónita e estarrecida, a esse turbilhão de fenómenos imprevistos que, para a maioria, só imaginações alucinadas poderiam criar, mas que acabavam por impor-se aos mais cépticos e frívolos.

13. A posição do professor Hippolyte Léon Denizard Rivail diante dos fatos foi então decisiva para o advento da Doutrina Espírita. O professor Rivail, logo que assistiu à primeira manifestação das mesas girantes, em maio de 1855, dedicou-se a estudar com seriedade os fenómenos, do que resultou, em menos de dois anos, a publicação no dia 18 de abril de 1857 da primeira edição de O Livro dos Espíritos, marco inicial da codificação da doutrina espírita.

14. Inicialmente, as mesas respondiam às perguntas por meio de pancadas previamente convencionadas. Depois, adaptando-se um lápis numa das extremidades, a cestinha – ou outro objecto qualquer, pequeno e leve – permitia que os Espíritos grafassem suas mensagens no papel. Daí, à psicografia directa, em que o médium segura o lápis com sua mão, foi um passo importante, que possibilitou a produção de uma imensa quantidade de livros mediúnicos.

15. Aludindo às mesas girantes, Allan Kardec disse que, apesar da simplicidade do fenómeno, elas representarão sempre o ponto de partida da Doutrina Espírita.

Questões para fixação da leitura
1. Que data lembra a ocorrência dos fenómenos de Hydesville e quais foram as características de tais fenómenos?
A data é 31 de março de 1848. Os factos ocorridos em Hydesville, classificados mais tarde como fenómenos de efeitos físicos, consistiam em ruídos, pancadas, batidas, factos que em inglês foram designados pelo vocábulo "raps".

2. Qual a importância dos fenómenos de Hydesville no surgimento da Doutrina Espírita?
A relevância dos acontecimentos de Hydesville pode ser assinalada pela sua ressonância na esfera científica. A divulgação dessas experiências e, em seguida, a conversão do juiz Edmonds, materialista que anteriormente rira da crença nos Espíritos, pasmaram os norte-americanos, aumentando ainda mais o interesse pelas manifestações. A notícia disso chegou logo à Europa, onde iria despertar as consciências e preparar, conjuntamente com os fenómenos das mesas girantes, o advento da Doutrina Espírita.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 01, 2023 8:21 pm

3. Em que consistiam os fenómenos conhecidos pelo nome de mesas girantes?
As mesas girantes moviam-se em todos os sentidos, giravam sob as mãos dos pesquisadores e, em alguns casos, elevavam-se no ar. Além disso, se utilizavam, às vezes, de um dos pés para, por meio de pancadas, responder às perguntas feitas. Nos anos de 1853 a 1855, esse facto surpreendente constituiu na França verdadeiro passatempo, sendo diversão quase obrigatória nas reuniões sociais, a ponto de ter sido dito pelo padre Ventura de Raulica que o fenómeno era "o maior acontecimento do século".

4. Qual foi a posição do professor Hippolyte Léon Denizard Rivail ante o fenómeno das mesas girantes e qual o resultado de sua conduta?
A posição adoptada pelo professor Hippolyte Léon Denizard Rivail em face dos fenómenos das mesas girantes possibilitou o advento da Doutrina Espírita. Logo que assistiu à primeira manifestação das mesas girantes, em maio de 1855, o futuro Codificador do Espiritismo dedicou-se a estudar com seriedade os fenómenos, advindo daí as obras que formam o arcabouço filosófico e científico do Espiritismo.
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Mensagem  Ave sem Ninho Dom Out 01, 2023 8:22 pm

3 - Allan Kardec, sua vida, sua obra e seu método
Sumário: Nome de baptismo do Codificador do Espiritismo. - Data e local de seu nascimento. - A desencarnação de Kardec. - Nome de sua esposa. - Principais obras espíritas de sua autoria.

O método kardequiano.

Quem foi o Codificador do Espiritismo
1. Na cidade francesa de Lyon nasceu em 3 de outubro de 1804 aquele que se celebrizaria sob o pseudónimo de Allan Kardec. De tradicional família francesa constituída de magistrados e professores, ele foi filho de Jean Baptiste Antoine Rivail e Jeanne Louise Duhamel. Baptizado pelo padre Barthe em 15 de junho de 1805, recebeu o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail.

2. Em Lyon fez seus primeiros estudos, seguindo depois para Yverdon, Suíça, a fim de estudar com o célebre professor Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), pedagogo suíço que fundou diversas escolas. O instituto de Yverdon era um dos mais famosos e respeitados na Europa e reputado mesmo como Escola-modelo, por onde passaram vultos eminentes do Velho Continente.

3. Desde cedo Hippolyte tornou-se um dos mais eminentes discípulos de Pestalozzi. Na "Revista Espírita" de maio de 1869 diz-se que, dotado de notável inteligência e atraído por sua vocação, desde os 14 anos o jovem lionês ensinava aos colegas menos adiantados tudo o que aprendia.

4. Concluídos os estudos em Yverdon, ele se radicou em Paris, onde se tornou conceituado mestre não só de Letras, como de Ciências, distinguindo-se como notável professor, autor de obras didácticas e divulgador do método de Pestalozzi.

5. No meio literário de Paris conheceu a professora Amélie Gabrielle Boudet, também autora de livros didácticos, com que se casou, conquistando preciosa colaboradora para a sua futura actuação como educador e depois como codificador da doutrina espírita.

6. Como escritor, o professor Rivail publicou, no primeiro período de sua vida, diversos livros didácticos. Entre as obras publicadas destacam-se: Curso Teórico e Prático de Aritmética, Gramática Francesa Clássica, Catecismo Gramatical da Língua Francesa, além de programas para os cursos ordinários de Física, Química, Astronomia e Fisiologia.

As obras de Allan Kardec
7. Em 1854, o professou Hippolyte ouviu falar pela primeira vez sobre as mesas girantes, por meio de seu amigo Fortier, estudioso do Magnetismo. A princípio, revelou-se céptico a respeito dos fenómenos, embora se dedicasse desde muito ao estudo do Magnetismo. No ano seguinte, ele resolveu então assistir pela primeira vez aos propalados fenómenos; corria o mês de maio de 1855. A partir de então passou a dedicar-se ao assunto, recebendo provas numerosas de que as manifestações eram produzidas pelos Espíritos de pessoas que haviam deixado a Terra.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 02, 2023 9:41 am

8. Recebendo logo depois das mãos dos senhores Carlotti, René Taillandier, Tiedeman-Manthese, Sardou, pai e filho, e Didier, editor, cinquenta cadernos contendo comunicações diversas, o professor se dedicou à tarefa de organizar ditos cadernos, resultando daí o início de uma série de reuniões e estudos que redundaram na codificação do Espiritismo e a publicação de um conjunto de obras fundamentadas nos ensinamentos espíritas, sendo a primeira delas O Livro dos Espíritos, publicado inicialmente em 18 de abril de 1857. Considerado como o marco inicial da codificação, é importante lembrar que o formato definitivo desse livro saiu apenas quase três anos mais tarde, em março de 1860.

9. Explicando sua convicção, Kardec afirma que sua crença apoia-se no raciocínio e em fatos. Era do seu feitio examinar antes de negar ou afirmar a priori, fosse qual fosse o assunto. Foi, portanto, como racionalista estudioso, emancipado de qualquer misticismo, que ele se pôs a examinar os fenómenos relacionados com as mesas girantes.

10. Após a publicação da obra inicial, ele sentiu a necessidade de ter um meio ágil que pudesse divulgar com maior rapidez as ideias espíritas. Lançou então em 1º de janeiro de 1858 a Revista Espírita e pouco tempo depois, em 1º de abril do mesmo ano, fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.

11. Em março de 1860 publicou a segunda e definitiva edição d´O Livro dos Espíritos, a que se seguiu, de 1861 a 1868, a publicação das seguintes obras: O Livro dos Médiuns (1861), O Evangelho segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865) e A Génese (1868), que são, juntamente com O Livro dos Espíritos, suas principais obras.

12. A primeira revelação de sua missão ele a recebeu em 30 de abril de 1856 por meio da jovem médium Srta. Japhet, o que foi confirmado em 12 de junho do mesmo ano por intermédio da Srta. Aline e, em 12 de abril de 1860, por meio do Sr. Crozet. Na Revista Espírita de maio de 1869, publicada após sua desencarnação, ocorrida em 31 de março de 1869, Kardec é definido como trabalhador infatigável, "sempre o primeiro e o último a postos".

O método kardequiano
13. Kardec, cognominado por Camille Flammarion "o bom senso encarnado", adoptou em seu trabalho o método intuitivo-racionalista, que aprendera com Pestalozzi, considerando, no entanto, o valor da análise experimental. Sob tais directrizes, cultivou ao longo da vida o espírito natural da observação, apregoando o uso do raciocínio na descoberta da verdade. Desestimulava, porém, a atitude mecânica, para que o aprendiz procurasse sempre a razão e a finalidade de tudo.

14. Kardec entende que devemos partir do simples para
o complexo, do particular para o geral. Recomenda a utilização de uma memória racional, fazendo o uso da razão para reter as ideias, de modo a evitar o processo de repetição mecânica das palavras. Procura despertar no estudo a curiosidade do observador, de modo a avivar sua atenção e percepção.

15. O lastro contido no ensino basilar é sempre intuitivo, que ele considera "como o fundamento geral dos nossos conhecimentos e o meio mais adequado para desenvolver as forças do espírito humano, da maneira mais natural". Conforme seu pensamento, "todo bom método devia partir do conhecimento dos fatos adquiridos pela observação, pela experiência e pela analogia, para daí se extraírem, por indução, os resultados e se chegar a enunciados gerais que pudessem servir de base de raciocínio, dispondo-se esses materiais com ordem, sem lacuna, harmoniosamente".
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 02, 2023 9:41 am

16. Diz J. Herculano Pires que o método adoptado por Kardec na codificação da Doutrina Espírita transformou-se no método da própria doutrina e tem, na sua própria simplicidade, a garantia de sua eficiência.

17. Podemos – de acordo com Herculano Pires – resumi-lo assim:
I - Escolha de colaboradores mediúnicos insuspeitos, tanto do ponto de vista moral, quanto da pureza das faculdades e da assistência espiritual.
II - Análise rigorosa das comunicações, do ponto de vista lógico, bem como do seu confronto com as verdades científicas demonstradas, pondo-se de lado tudo aquilo que não possa ser logicamente justificado.
III - Controle dos Espíritos comunicantes, através da coerência de suas comunicações e do teor de sua linguagem.
IV - Consenso universal, ou seja, concordância das várias comunicações, dadas por médiuns diferentes, ao mesmo tempo e em vários lugares, sobre o mesmo assunto.

[b]Questões para fixação da leitura[b]
1. Qual foi o nome de baptismo do Codificador do Espiritismo?
Baptizado pelo padre Barthe em 15 de junho de 1805, ele recebeu o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail.

2. Em que data e cidade ele nasceu e quando faleceu?
Kardec nasceu em 3 de outubro de 1804 na cidade de Lyon, França, e faleceu em Paris em 31 de março de 1869.

3. Como se chamava sua esposa?
Amélie Gabrielle Boudet.

4. Quais são os principais livros espíritas de sua autoria?
O primeiro a sair foi "O Livro dos Espíritos", publicado em 18 de abril de 1857 e considerado o marco inicial da codificação, embora o formato definitivo desse livro saísse apenas quase três anos mais tarde, em março de 1860.
Seguiram-se "O Livro dos Médiuns" (1861), "O Evangelho segundo o Espiritismo" (1864), "O Céu e o Inferno" (1865) e "A Génese" (1868), que formam com "O Livro dos Espíritos" o chamado Pentateuco Kardequiano.
Não podemos esquecer, porém, duas obras introdutórias importantíssimas: "Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas" (1858) e "O que é o Espiritismo" (1859), além de "Viagem Espírita em 1862" e "Obras Póstumas", este último publicado depois de sua desencarnação.

5. Em que consistiu o chamado método kardequiano?
De acordo com o professor J. Herculano Pires, o método utilizado por Kardec na codificação do Espiritismo foi composto de quatro pontos:
I. Escolha de colaboradores mediúnicos insuspeitos, tanto do ponto de vista moral, quanto da pureza das faculdades e da assistência espiritual.
II. Análise rigorosa das comunicações, do ponto de vista lógico, bem como do seu confronto com as verdades científicas demonstradas, pondo-se de lado tudo aquilo que não possa ser logicamente justificado.
III. Controle dos Espíritos comunicantes, através da coerência de suas comunicações e do teor de sua linguagem.
IV. Consenso universal, ou seja, concordância das várias comunicações, dadas por médiuns diferentes, ao mesmo tempo e em vários lugares, sobre o mesmo assunto.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 02, 2023 9:41 am

4 - Carácter da revelação espírita
Sumário: Conceito de revelação e sua característica essencial. - As três revelações da lei de Deus. - Quem personifica a segunda revelação da lei. - Carácter da revelação espírita. - O Espiritismo e a 3ª revelação da lei de Deus. - De que modo o ensino
espírita foi transmitido.

As três revelações da lei de Deus
1. Revelar, do latim revelare, cuja raiz é velum, véu, significa literalmente sair de sob o véu e, figuradamente, descobrir, dar a conhecer uma coisa secreta ou desconhecida.
A característica essencial de qualquer revelação tem que ser a verdade. Revelar um segredo é tornar conhecido um facto; se é falso, já não é um facto e, por conseguinte, não existe revelação. O carácter essencial da revelação divina é, pois, o da eterna verdade. Toda revelação eivada de erros, ou sujeita à modificação, não pode emanar de Deus.

2. "O Espiritismo, partindo das próprias palavras do Cristo, como este partiu das de Moisés, é consequência directa da sua doutrina", assevera Kardec no cap. I de seu livro A Génese. Acrescenta o Espiritismo, à ideia vaga da vida futura ensinada por Jesus, a revelação acerca da existência do mundo invisível que nos rodeia, define os laços que unem a alma ao corpo e levanta o véu que ocultava aos homens os mistérios do nascimento e da morte.

3. A primeira revelação da lei de Deus está personificada em Moisés, a segunda no Cristo, a terceira não está personificada em pessoa alguma. As duas primeiras foram individuais; a terceira é colectiva. Eis aí o carácter essencial da revelação espírita.

4. Ela é colectiva no sentido de não ser feita ou dada como privilégio a pessoa alguma. Ninguém pode, por conseguinte, inculcar-se como seu profeta exclusivo, porque ela foi espalhada simultaneamente por sobre a Terra, a milhões de criaturas, de todas as idades e condições sociais, confirmando a predição de Joel, registada em Atos dos Apóstolos (cap. 2, vv. 16 a 18): "Nos últimos tempos, disse o Senhor, derramarei o meu espírito sobre toda a carne; os vossos filhos e filhas profetizarão, os mancebos terão visões, e os velhos sonhos".

5. As duas primeiras revelações, sendo fruto do ensino pessoal, ficaram forçosamente localizadas, isto é, apareceram num só ponto, em torno do qual a ideia se propagou pouco a pouco, mas foram precisos muitos séculos para que atingissem as extremidades do mundo, sem mesmo o invadirem inteiramente. A terceira, não estando personificada em um só indivíduo, surgiu simultaneamente em milhares de pontos diferentes, que se tornaram centros ou focos de irradiação.

Como os Espíritos procederam com relação ao Espiritismo
6. Vinda numa época de emancipação e madureza intelectual, em que a inteligência, já desenvolvida, não se resigna a representar papel passivo e em que o homem nada aceita às cegas, mas quer ver aonde o conduzem, quer saber o porquê e o como de cada coisa – tinha a revelação espírita de ser, ao mesmo tempo, o produto de um ensino e o fruto do trabalho, da pesquisa e do livre exame.

7. Os Espíritos não ensinam senão justamente o que é necessário para guiar o homem no caminho da verdade, mas abstêm-se de revelar o que o homem pode descobrir por si mesmo, deixando-lhe o cuidado de discutir, verificar e submeter tudo ao cadinho da razão.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 02, 2023 9:41 am

8. Em parte alguma, afirma Kardec, o ensino espírita foi dado integralmente. Ele diz respeito a tão grande número de observações, a assuntos tão diferentes, exigindo conhecimentos e aptidões mediúnicas especiais, que impossível era achar-se reunidas num mesmo ponto todas as condições necessárias. Tendo o ensino que ser colectivo e não individual, os Espíritos dividiram o trabalho, disseminando os assuntos de estudo e observação como, em algumas fábricas, a confecção de cada parte de um mesmo objecto é repartida por diversos operários.

9. A revelação fez-se assim parcialmente em diversos lugares e por uma multidão de intermediários, e é dessa maneira que prossegue ainda, pois que nem tudo foi revelado. Cada centro encontra nos outros centros o complemento do que obtém, e foi o conjunto, a coordenação de todos os ensinos parciais, que constituiu a Doutrina Espírita.

10. Nenhuma ciência existe que haja saído prontinha do cérebro de um homem. Todas, sem excepção, são fruto de observações sucessivas, apoiadas em observações anteriores, para se chegar ao desconhecido. Foi assim que os Espíritos procederam com relação ao Espiritismo; daí ser gradativo o ensino que ministram.

A progressividade da revelação espírita
11. Um último carácter da revelação espírita, que ressalta mesmo das condições em que ela se produz, é que, apoiando-se em fatos, ela tem que ser, e não pode deixar de ser, essencialmente progressiva, como todas as ciências de observação.

12. Entendendo com todos os ramos da economia social, aos quais dá o apoio de suas próprias descobertas, ela assimilará sempre todas as doutrinas progressivas, de qualquer
ordem que sejam, desde que hajam assumido o estado de
verdades práticas e abandonado o domínio da utopia. Desse modo, caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado.

13. Por sua natureza, a revelação espírita tem duplo carácter, pois participa, ao mesmo tempo, da revelação divina e da revelação científica. Numa palavra, é divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo sua elaboração fruto do trabalho do homem.

14. A revelação cristã havia sucedido à revelação mosaica; a revelação espírita vem completá-la. O Cristo a anunciou e ele próprio preside a esse novo surto do pensamento humano.

15. Manifestando-se fora e acima das igrejas, seu ensino dirige-se a todos. Por toda parte os Espíritos proclamam os princípios em que ela se apoia, convidando o homem a meditar em Deus e na vida futura. Ela é, pois, a revelação dos tempos preditos. Todos os ensinos do passado, parciais, restritos, limitados na acção que exerciam, são por ela ultrapassados.

16. As Inteligências superiores, em suas relações mediúnicas com os homens, confirmam os ensinos ministrados pelos Espíritos menos adiantados e expõem seu modo de ver e suas opiniões sobre todos os grandes problemas da vida e da morte, a evolução dos seres e as leis superiores do Universo. Suas revelações concordam entre si e se unem para constituir uma filosofia admirável.

17. O Espiritismo, pois, não dogmatiza nem se imobiliza.
Sem nenhuma pretensão à infalibilidade, seu ensino é progressivo como os próprios Espíritos o são.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 02, 2023 9:42 am

Questões para fixação da leitura
1. Que significa a palavra revelação e qual a sua característica essencial?
Revelar, do latim revelare, significa literalmente sair de sob o véu e, figuradamente, descobrir, dar a conhecer uma coisa secreta ou desconhecida. A característica essencial de qualquer revelação tem de ser a verdade. O carácter essencial da revelação divina é, pois, o da eterna verdade. Toda revelação eivada de erros, ou sujeita à modificação, não pode emanar de Deus.

2. Segundo o ensinamento dado pelos Espíritos superiores, quais foram as três revelações da lei de Deus?
O Decálogo, que constitui a parte divina da lei mosaica, o ensino moral contido no Evangelho e o Espiritismo.

3. Quem personifica a segunda revelação da lei de Deus?
Jesus.

4. Podemos dizer que o Espiritismo, considerado a 3ª revelação da lei de Deus, está personificado em alguma pessoa?
Não. A terceira revelação, ao contrário das outras, tem isto de particular: não está personificada em um só indivíduo, visto que surgiu simultaneamente em milhares de pontos diferentes.

5. Como foi transmitido aos homens o ensino espírita?
Diz Kardec que em parte nenhuma o ensino espírita foi dado integralmente. Tendo o ensino que ser colectivo e não individual, os Espíritos dividiram o trabalho, disseminando por vários lugares os assuntos de estudo e observação, do mesmo modo que, em algumas fábricas, a confecção de cada parte de um mesmo objecto é repartida por diversos operários. A revelação fez-se assim parcialmente em diversos lugares e por uma multidão de intermediários, e é dessa maneira que prossegue ainda, pois que nem tudo foi revelado.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 02, 2023 9:42 am

5 - As obras básicas do Espiritismo
Sumário: As principais obras escritas por Allan Kardec. - Quando surgiu o livro "Obras Póstumas". - Conteúdo da obra pioneira "O Livro dos Espíritos". - O objecto do livro "O Evangelho segundo o Espiritismo". - Os milagres e as predições relatadas no Evangelho.

As principais obras escritas por Allan Kardec
1. As obras básicas da Codificação Kardequiana são as seguintes, por ordem cronológica de publicação:
"O Livro dos Espíritos", lançado em Paris (França) em 18 de abril de 1857;
"O Livro dos Médiuns", publicado em janeiro de 1861;
"O Evangelho segundo o Espiritismo", lançado em abril de 1864;
"O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina segundo o Espiritismo", publicado em agosto de 1865; e
"A Génese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo", lançada em janeiro de 1868.

2. Além das obras citadas - que formam o chamado Pentateuco Kardequiano - Kardec escreveu outras obras, consideradas introdutórias ou complementares.
Aqui destacamos quatro delas:
"Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas" (1858);
"O que é o Espiritismo" (1859);
"Viagem Espírita em 1862" (1862) e "O Espiritismo em sua mais simples expressão" (1862).

3. Anos depois do falecimento de Kardec, seus amigos reuniram artigos e anotações esparsas deixadas pelo codificador, do que resultou o interessante livro intitulado "Obras Póstumas", publicado em 1890.

4. O conteúdo das obras básicas expõe e consolida os princípios e os elementos constitutivos da Doutrina Espírita, segundo os ensinos dados pelos Espíritos superiores e codificados por Allan Kardec.

A obra primeira e a mais importante é “O Livro dos Espíritos”
5. O primeiro dos cinco livros que compõem o Pentateuco, "O Livro dos Espíritos", contém os "Princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade – segundo os ensinos dados por Espíritos superiores com o concurso de diversos médiuns – recebidos e coordenados por Allan Kardec".

6. "O Livro dos Espíritos" contém, ainda, uma Introdução e uma Conclusão e está dividido em quatro partes ou livros.
A Primeira parte trata das causas primárias e possui quatro capítulos: Deus, elementos gerais do Universo, criação e princípio vital.
A Segunda trata do mundo espírita ou mundo dos Espíritos em onze capítulos: Espíritos, encarnação, volta do Espírito, após a morte, ao mundo espiritual, pluralidade das existências, vida espírita, volta do Espírito à vida corporal, emancipação da alma, intervenção dos Espíritos no mundo corporal, ocupações e missões dos Espíritos e os três reinos da Natureza.
A Terceira trata das leis morais em doze capítulos: lei
divina ou natural, adoração, trabalho, reprodução, conservação, destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade, justiça, amor e caridade, perfeição moral.
A Quarta trata das esperanças e consolações em dois capítulos: penas e gozos terrenos, penas e gozos futuros.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 02, 2023 9:42 am

“O Livro dos Médiuns” é uma sequência da primeira obra
7. Referindo-se às obras “O Livro dos Espíritos” e “O Livro dos Médiuns”, Allan Kardec escreveu: “Estas duas obras, se bem a segunda constitua seguimento da primeira, são, até certo ponto, independentes uma da outra. Mas, a quem quer que deseje tratar seriamente da matéria, diremos que primeiro leia O Livro dos Espíritos, porque contém princípios básicos, sem os quais algumas partes deste se tornariam talvez dificilmente compreensíveis” (O Livro dos Médiuns, Introdução).

8. "O Livro dos Médiuns", que apresenta no seu frontispício o subtítulo "Guia dos Médiuns e dos Evocadores", contém o "Ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os géneros de manifestações, os meios de comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os tropeços que se podem encontrar na prática do Espiritismo".

9. O livro está dividido em duas partes.
A Primeira trata das noções preliminares e contém quatro capítulos: existência dos Espíritos, o maravilhoso e o sobrenatural, método e sistemas.
A Segunda trata das manifestações espíritas em trinta e dois capítulos: acção dos Espíritos sobre a matéria, manifestações físicas, manifestações inteligentes, manifestações visuais, bicorporeidade, transfiguração, laboratório do mundo invisível, lugares assombrados, natureza das comunicações, sematologia, tiptologia, pneumatografia, psicografia, médiuns, formação dos médiuns, inconvenientes e perigos da mediunidade, papel do médium nas comunicações espíritas, influência moral do médium, influência do meio, mediunidade nos animais, obsessão, identidade dos Espíritos, evocações, perguntas que se podem fazer aos Espíritos, contradições e mistificações, charlatanismo e prestidigitação, reuniões e sociedades espíritas, regulamento da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, dissertações espíritas e vocabulário espírita.

“O Evangelho segundo o Espiritismo” tem por objecto o ensino moral do Cristo
10. O terceiro livro, "O Evangelho segundo o Espiritismo", contém "A explicação das máximas morais do Cristo em concordância com o Espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida".

11. Dividido em 28 capítulos, além da Introdução, o livro examina detalhadamente o ensino moral contido nos Evangelhos, que é comentado por Kardec e por diversos instrutores do Plano Espiritual, por meio de comunicações devidamente assinadas. Conforme é assinalado pelo codificador na Introdução, esta obra não se preocupa com os actos comuns da vida de Jesus, nem com seus milagres e predições, que são objecto da última obra do Pentateuco Kardequiano.

12. O quarto livro, "O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina segundo o Espiritismo", contém o "Exame comparado das doutrinas acerca da passagem da vida corporal à vida espiritual, das penalidades e recompensas futuras, dos anjos e demónios e das penas eternas etc., seguido de numerosos exemplos acerca da situação real da alma durante a morte e depois dela".

13. Este livro é dividido em duas partes.
A Primeira trata da doutrina e contém onze capítulos: o porvir e o nada, temor da morte, céu, inferno, purgatório, doutrina das penas eternas, as penas futuras segundo o Espiritismo, anjos, demónios, intervenção dos demónios nas manifestações e proibição de evocação dos mortos.
A Segunda parte enumera exemplos sobre o passamento e a situação dos Espíritos após a morte, em oito capítulos:
passamento, Espíritos felizes, Espíritos em condições medianas, sofredores, suicidas, criminosos arrependidos, endurecidos e expiações terrestres.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 02, 2023 9:43 am

“A Génese” foi a última obra publicada em vida pelo codificador
14. O quinto livro do chamado Pentateuco Kardequiano, "A Génese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo", última obra publicada em vida por Kardec, contém uma Introdução e três Partes.
A Primeira parte trata da Génese e é formada por doze capítulos: carácter da revelação espírita, Deus, o bem e o mal, papel da ciência na Génese, antigos e modernos sistemas do mundo, uranografia geral, esboço geológico da Terra, teorias sobre a formação da Terra, revolução do globo, Génese orgânica, Génese espiritual, Génese mosaica.

A Segunda trata dos milagres e possui três capítulos:
caracteres dos milagres, os fluidos, os milagres no Evangelho.

A Terceira cuida das predições e é constituída também por três capítulos: teoria da presciência, predições do Evangelho, os tempos são chegados.

Questões para fixação da leitura
1. Quais são as dez principais obras escritas por Allan Kardec, pela ordem cronológica de sua publicação?
As principais obras de Kardec, por ordem cronológica de publicação, são "O Livro dos Espíritos", lançado em Paris (França) em 18 de abril de 1857; "O Livro dos Médiuns", publicado em janeiro de 1861; "O Evangelho segundo o Espiritismo", lançado em abril de 1864; "O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina segundo o Espiritismo", publicado em agosto de 1865; e "A Génese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo", lançada em janeiro de 1868.
Além dessas obras, que formam o chamado Pentateuco Kardequiano, Kardec escreveu outras obras consideradas introdutórias ou complementares, das quais destacamos estas: "Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas" (1858); "O que é o Espiritismo" (1859); "Viagem Espírita em 1862" (1862) e "O Espiritismo em sua mais simples expressão" (1862). Depois de seu falecimento, seus amigos reuniram artigos e anotações esparsas deixadas pelo codificador, do que resultou o livro intitulado "Obras Póstumas", publicado em 1890.

2. O livro intitulado "Obras Póstumas" foi escrito por Kardec antes ou depois de seu falecimento?
Apesar do título, este livro compõe-se de textos escritos por Kardec enquanto encarnado. A publicação é que ocorreu depois de seu falecimento.

3. Que contém "O Livro dos Espíritos"?
A principal obra de Kardec, que se divide em quatro livros ou partes, contém os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade – segundo os ensinos dados por Espíritos superiores com o concurso de diversos médiuns – recebidos e coordenados por Allan Kardec. O livro contém, ainda, uma Introdução, um prefácio ou prolegómenos e uma Conclusão.

4. Que contém "O Evangelho segundo o Espiritismo"?
Este livro contém a explicação das máximas morais do Cristo em concordância com o Espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida. Dividido em 28 capítulos, além da Introdução, o livro examina detalhadamente o ensino moral contido nos Evangelhos, que é comentado por Kardec e por diversos instrutores do Plano Espiritual, por meio de comunicações devidamente assinadas. A obra, conforme explica o codificador na Introdução, não se preocupa com os actos comuns da vida de Jesus, nem com seus milagres e predições, que são objecto da última obra do Pentateuco Kardequiano.

5. Como se chama o livro no qual Kardec analisa os milagres e as predições relatadas no Evangelho?
Embora conhecido mais pelo nome A Génese, esta obra chama-se "A Génese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo".
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 02, 2023 9:45 am

6 - O tríplice aspecto do Espiritismo
Sumário: Como Kardec define o Espiritismo. - Os aspectos sob os quais o Espiritismo se apresenta. - Em seu aspecto filosófico, quais as características apresentadas pelo Espiritismo. - O Espiritismo é ou não uma religião? - Os factos espíritas e sua importância na validação do ensino espírita.

O Espiritismo é a ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos
1. São de Allan Kardec estas palavras que definem com clareza o que é o Espiritismo:
"O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações. Podemos defini-lo assim: O Espiritismo é a ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal".
("O que é o Espiritismo", Preâmbulo.)

2. Em vista disso, constituindo a Doutrina Espírita um corpo de princípios filosóficos e éticos, apoiados na experimentação científica, apresenta ela três notórios aspectos: o científico, o filosófico e o moral ou religioso.

3. Sabe-se que a filosofia nasce quando o homem pergunta, interroga, cogita, deseja saber o "como" e o "porquê" das coisas, dos fatos, dos acontecimentos. O carácter filosófico do Espiritismo está, portanto, no estudo que ele faz do homem, de seus problemas, de sua origem e de sua destinação. Que somos? Donde viemos? Para onde vamos? – eis as clássicas perguntas que a filosofia espírita responde com notável clareza.

4. Esse estudo leva ao conhecimento do mecanismo da vida e das relações dos homens com aqueles que já se despediram deste mundo, estabelecendo as bases desse relacionamento permanente e demonstrando a existência inquestionável de Deus, a Inteligência Suprema e Causa Primária de todas as coisas, que a tudo comanda inteligentemente.

5. Definindo as responsabilidades dos Espíritos, quando encarnados ou na vida espiritual, o Espiritismo é filosofia, uma regra moral de vida e de comportamento para os seres inteligentes da Criação.

É o Espiritismo uma religião?
6. O Espiritismo é, no sentido filosófico, uma religião.
Assim o disse Kardec em memorável discurso publicado na "Revista Espírita" de dezembro de 1868; mas não se constitui, no sentido comum, em mais uma religião, visto que não possui cultos instituídos, igrejas, rituais, dogmas, mitos ou crendices, nem tampouco hierarquia sacerdotal. Eis o trecho do discurso a que nos referimos:
“Se assim é, dir-se-á, o Espiritismo é, pois, uma religião?
Pois bem, sim! sem dúvida, Senhores; no sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião, e disto nos glorificamos, porque é a doutrina que fundamenta os laços da fraternidade e da comunhão de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre as bases mais sólidas: as próprias leis da Natureza.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 02, 2023 9:46 am

Por que, pois, declaramos que o Espiritismo não é uma religião?
Pela razão de que não há senão uma palavra para expressar duas ideias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; que ela desperta exclusivamente uma ideia de forma, e que o Espiritismo não a tem. Se o Espiritismo se dissesse religião, o público não veria nele senão uma nova edição, uma variante, querendo-se, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com um cortejo de hierarquias, de cerimónias e de privilégios; não o separaria das ideias de misticismo, e dos abusos contra os quais a opinião frequentemente é levantada.
O Espiritismo, não tendo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual da palavra, não se poderia, nem deveria se ornar de um título sobre o valor do qual, inevitavelmente, seria desprezado; eis porque ele se diz simplesmente: doutrina filosófica e moral.” (Revista Espírita de dezembro de 1868.)

Os fenómenos espíritas são a substância mesma da ciência espírita
7. No entendimento de Emmanuel, é no aspecto religioso do Espiritismo que repousa sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus, estabelecendo a necessidade da renovação definitiva do homem, em face do seu imenso futuro espiritual.

8. O Espiritismo passa da filosofia à ciência quando confirma, pela experimentação, os conhecimentos filosóficos que prega e dissemina. Se, como filosofia, trata do conhecimento ante a razão, indaga dos princípios e perscruta o Espírito, como Ciência ele os prova.

9. Os factos ou fenómenos espíritas são a substância mesma da ciência espírita, cujo objecto é o estudo e o conhecimento desses fenómenos, para fixação das leis que os regem. Em seu aspecto científico, ele demonstra experimentalmente a existência da alma e sua imortalidade, principalmente por meio do intercâmbio mediúnico entre os encarnados e os desencarnados.

10. No seu aspecto científico e filosófico – diz Emmanuel – a Doutrina Espírita será sempre um campo nobre de investigações humanas, como outros movimentos colectivos de natureza intelectual, que visam ao progresso da Humanidade.

Questões para fixação da leitura
1. Como Kardec define o Espiritismo?
O Espiritismo é a ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.

2. Quantos e quais são os aspectos sob os quais o Espiritismo se apresenta?
Três são os aspectos: científico, filosófico e moral ou religioso.

3. Em seu aspecto filosófico, quais as características apresentadas pelo Espiritismo?
O carácter filosófico do Espiritismo deriva do estudo que ele faz do homem, de seus problemas, de sua origem e de sua destinação. Que somos? Donde viemos? Para onde vamos? Eis as clássicas perguntas que a filosofia tradicional sempre formulou e a filosofia espírita responde com notável clareza.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 02, 2023 9:46 am

4. É correto dizer que o Espiritismo é uma religião?
Como Kardec se posicionou ante essa pergunta?
Sim. O Espiritismo é, no sentido filosófico, uma religião.
Assim o disse Kardec em memorável discurso publicado na "Revista Espírita" de dezembro de 1868; mas não se constitui, no sentido comum, em mais uma religião, visto que não possui cultos instituídos, igrejas, rituais, dogmas, mitos ou crendices, nem tampouco hierarquia sacerdotal. Consideramo-lo religião, quando estabelece um laço moral entre os homens, conduzindo-os em direcção ao Criador, mediante a vivência dos ensinamentos morais do Cristo.

5. Os factos ou fenómenos espíritas têm alguma importância no estudo do aspecto científico do Espiritismo?
Evidentemente. Os fatos ou fenómenos espíritas são a substância mesma da ciência espírita, e seu objecto é o estudo e o conhecimento desses fenómenos, para fixação das leis que os regem. Em seu aspecto científico, ele demonstra experimentalmente a existência da alma e sua imortalidade, principalmente por meio do intercâmbio mediúnico entre os encarnados e os desencarnados.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 02, 2023 7:49 pm

7 - O Consolador prometido por Jesus
Sumário: O advento do Consolador. - As características da missão conferida ao Consolador prometido. - Razões que motivaram o advento do Consolador. - Razões pelas quais o Espiritismo se apresenta como o Consolador prometido.

Advento do Consolador
1. O Evangelho de João regista da seguinte forma a promessa de Jesus relativa ao Consolador:
"Se me amais, guardai meus mandamentos. E rogarei a meu Pai e ele vos dará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: o Espírito da Verdade que o mundo não pode receber, porque não o vê e absolutamente não o conhece.
Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós." (João, 14:15 a 17.)

2. Um pouco mais adiante, o mesmo evangelista atribui a Jesus as seguintes palavras: "Eu vos tenho dito estas coisas enquanto permaneço convosco. Mas o Paráclito, o Santo Espírito, que meu Pai vos enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar o que vos disse" (João, 14:25 e 26). Paráclito significa mentor, defensor, protector; é o mesmo que paracleto.

3. Verifica-se por essas palavras que o Consolador prometido por Jesus, também chamado de Santo Espírito e de Espírito da Verdade, seria enviado à Terra com a missão de consolar, lembrar o que ele dissera e ensinar todas as coisas.

A missão conferida ao Consolador
4. O Consolador, como Espírito da Verdade, teria, pois, de dar ao homem o conhecimento de sua origem, da necessidade de sua estada na Terra e do seu destino, espalhando por todo o lado a consolação que advém da fé e da esperança.

5. Seu compromisso com a verdade – o ensino de todas as coisas – o eleva à condição de uma nova Revelação (a terceira) da lei de Deus aos homens. Ora, o Espiritismo, procedendo de Espíritos sábios e bondosos, num verdadeiro derramamento da mediunidade na carne, preenche integralmente essas condições, visto que:
1º. procura lembrar-nos o que Jesus ensinou;
2º. ensina-nos muitas coisas que o Evangelho não consegue explicar adequadamente;
3º. consola e conforta os que sofrem ao mostrar-lhes a causa e a finalidade dos sofrimentos humanos.

6. A revelação cristã sucedeu à revelação mosaica; a revelação dos Espíritos veio completá-la. O Espiritismo é, pois, segundo os próprios Espíritos superiores, o Consolador prometido pelo Cristo.

Razões que motivaram o advento do Consolador
7. Várias foram as razões que justificaram a promessa do Cristo relativamente ao advento do Consolador. Uma delas seria a inoportunidade de uma revelação total e completa por parte do Cristo, numa época em que o homem não estaria amadurecido para compreendê-la. Outra razão seria o esquecimento e a falta de vivência das verdades apregoadas no Evangelho. E mais do que isso, destacam-se como forte razão as distorções premeditadas que a mensagem evangélica sofreria, como de fato sofreu, ao longo dos tempos. Kardec afirma, em A Génese, que de Jesus até nós o mundo assistiu a quase dois mil anos de fermentação e de criminosas deformações da mensagem cristã.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 02, 2023 7:49 pm

8. A relação entre o Espiritismo e o Consolador prometido está no fato de a Doutrina Espírita preencher todas as condições inerentes ao paráclito anunciado por Jesus. Como assinala Kardec, o Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos de toda gente, pois fala sem figuras nem alegorias e levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios, trazendo a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem.

9. Kardec foi, como se vê, o instrumento de que o Alto se serviu para completar a mensagem do Cristo, como ele mesmo havia prometido, por intermédio de uma doutrina altamente consoladora e intimamente ligada ao ensino moral contido no Evangelho de Jesus e que permanecerá para
sempre connosco.

Questões para fixação da leitura
1. Em que Evangelho está consignada a promessa de Jesus relativa ao advento do Consolador?
No Evangelho de João, cap. 14.

2. O Consolador prometido por Jesus deveria apresentar algumas características especiais. Quais são elas?
Além, evidentemente, da tarefa de consolar, ele deveria lembrar o que Jesus havia ensinado e, ultrapassando o próprio ensino do Cristo, ensinar ao homem todas as coisas.

3. Por que motivo o Espiritismo se apresenta como o Consolador prometido por Jesus?
A revelação cristã sucedeu à revelação mosaica, e a revelação dos Espíritos veio completá-la. O Espiritismo é, segundo afirmam os próprios Espíritos superiores, o Consolador prometido pelo Cristo. E ele, com efeito, preenche integralmente as condições mencionadas na promessa do Cristo, porque: 1º. procura lembrar-nos o que Jesus ensinou; 2º. ensina-nos muitas coisas que o Evangelho não pôde explicar adequadamente; 3º. consola e conforta os que sofrem ao mostrar-lhes a causa e a finalidade dos sofrimentos humanos.

4. Que razões motivaram a promessa do Cristo relativamente ao advento do Consolador?
Várias foram as razões que justificaram a promessa do Cristo. Uma delas seria a inoportunidade de uma revelação total e completa por parte de Jesus, numa época em que o homem não estava amadurecido para compreendê-la. Outra razão seria o esquecimento e a falta de vivência das verdades apregoadas no Evangelho. E mais do que isto, destacam-se como forte razão as distorções premeditadas que a mensagem evangélica sofreria, como de facto sofreu, ao longo dos tempos.

5. Você acha que o Espiritismo preenche todas as condições inerentes ao Consolador prometido por Jesus?
Sim. Inexiste dúvida quanto a isso. Como assinala Kardec, o Espiritismo veio abrir os olhos e os ouvidos de toda gente, pois fala sem figuras nem alegorias, e levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios, trazendo a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, cumprindo, desse modo, todas as condições citadas por Jesus em sua promessa.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 02, 2023 7:49 pm

8 - Provas da existência de Deus
Sumário: A ideia de Deus. - A existência de Deus e suas provas. - O acaso e a formação primeira das coisas. - Como Deus é definido na doutrina espírita. - De onde vem o sentimento intuitivo que os homens têm da existência do Criador.

A ideia de Deus
1. "Outrora, Deus foi homem: hoje, Deus é Deus", assevera Léon Denis. O Ser Supremo, criado à imagem do homem, hoje vê apagar-se pouco a pouco essa imagem, substituída por uma realidade sem forma. A forma, a definição, o tempo, a duração, a medida, o grau de potência ou actividade não mais se aplicam a Deus. O próprio nome Deus oculta uma ideia incompleta. Outrora, Júpiter empunhava o raio, Apolo conduzia o Sol e Neptuno senhoreava os mares.
No Tibete, ainda hoje, adoram Maitreya, que refreia as ondas do mar, abençoa o exército, amaldiçoa o rival e dirige as chuvas.

2. A história da ideia de Deus mostra-nos que ela sempre foi relativa ao grau intelectual dos povos e de seus legisladores, correspondendo aos movimentos civilizadores, à poesia dos climas, às raças, à florescência de diferentes povos, enfim aos progressos espirituais da Humanidade. Com o passar dos tempos, assistimos sucessivamente aos desfalecimentos e tergiversações dessa ideia imperecível que, às vezes fulgurante e outras vezes eclipsada, pode, todavia, ser identificada sempre nos fastos da Humanidade.

3. Nosso Deus é um Deus ainda desconhecido, qual o era para os Vedas e para os sábios do Areópago de Atenas. No entanto, no estado evolutivo em que nos encontramos podemos sentir que Deus não é uma abstracção metafísica, um ideal que não existe. Nada disso. Deus é um ser vivo, sensível, consciente. Deus é uma realidade activa. Deus é nosso Pai, nosso guia, nosso condutor, nosso melhor amigo.

A existência de Deus e suas provas
4. Kardec perguntou aos Espíritos: "Que é Deus?" e não quem é Deus? Os Espíritos responderam: "Deus é a Inteligência suprema, causa primária de todas as coisas" (L.E., item 1).

5. Dizer que Deus é infinito é um erro, consequência da pobreza da nossa linguagem, que é insuficiente para definir as coisas que estão acima da nossa inteligência.

6. Deus é infinito em suas perfeições, mas o infinito é uma abstracção. Dizer que Deus é infinito é tomar o atributo pela própria coisa, é definir uma coisa que não é conhecida por outra que também não o é.

7. Em "O Livro dos Espíritos" os imortais nos dizem que podemos encontrar a prova da existência de Deus num axioma bastante conhecido dos homens, segundo o qual "não há efeito sem causa". Basta que procuremos a causa de tudo o que não constitui obra do homem e nossa razão responderá.

8. Essa inteligência superior é a causa primeira de todas as coisas, qualquer que seja o nome sob o qual o homem a designe – Deus, Allah, Jeová. O nome é, no caso, o que menos importa.

O acaso e a formação primeira das coisas
9. Todos os homens carregam em si o sentimento intuitivo de Deus, uma prova de que a crença em um Ser superior não é produto da educação ou de ideias adquiridas, visto que até os selvagens o possuem. Ora, se a ideia de Deus fosse produto da educação, ela não seria universal, mas restrita a certos lugares.
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Mensagem  Ave sem Ninho Seg Out 02, 2023 7:49 pm

10. Atribuir a formação primeira das coisas às propriedades íntimas da matéria – afirmam os Espíritos – equivale a tomar o efeito pela causa, porque essas propriedades são elas mesmas um efeito que deve ter também uma causa.

11. A harmonia que regula as actividades do Universo revela combinações e fins determinados e, por isso mesmo, mostra-nos a acção de uma força inteligente. Atribuir essa formação primeira ao acaso seria, de igual modo, um contra-senso, porque o acaso é cego e não pode produzir coisas inteligentes. Um acaso inteligente não seria mais acaso.

12. Pela obra se reconhece o artífice. Nenhum ser humano pode criar o que a Natureza produz por si mesma. A causa primeira é, portanto, uma inteligência superior à Humanidade. Quanto maior o prodígio realizado pela inteligência humana, essa inteligência tem, ela mesma, uma causa, e quanto mais o que ela realiza é grande, mais a causa primeira deve ser grande.

Questões para fixação da leitura
1. Podemos afirmar que Deus é um ser vivo, sensível, consciente?
Sim. Deus é um ser vivo, sensível, consciente. Deus é uma realidade activa. Deus é nosso Pai, nosso guia, nosso condutor, nosso melhor amigo.

2. Como os Espíritos, em resposta a Kardec, definiram Deus?
Deus é a Inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.

3. Quais são as provas referidas pelos Espíritos acerca da existência de Deus?
Os imortais nos dizem que podemos encontrar a prova da existência de Deus num axioma bastante conhecido dos homens, segundo o qual "não há efeito sem causa". Basta que procuremos a causa de tudo o que não constitui obra do homem e a nossa razão responderá.

4. O sentimento intuitivo que temos de Deus é produto da educação e das ideias adquiridas?
Não, visto que até os selvagens o possuem. Ora, se fosse a ideia de Deus produto da educação, não seria universal, mas restrita a certos lugares.

5. A formação primeira do Universo não seria fruto de um acaso inteligente? Por quê?
Atribuir a formação primeira das coisas às propriedades íntimas da matéria – afirmam os Espíritos – equivale a tomar o efeito pela causa, porque essas propriedades são elas mesmas um efeito que deve ter também uma causa. A harmonia que regula as actividades do Universo revela combinações e fins determinados e, por isso mesmo, mostra-nos a acção de uma força inteligente. Atribuir essa formação primeira ao acaso seria, de igual modo, um contra-senso, porque o acaso é cego e não pode produzir coisas inteligentes.
Um acaso inteligente não seria mais acaso.
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